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CENTRO UNIVERSITÁRIO ASSUNÇÃO - UNIFAI

Ademir Mulero

Cristiane da Silva Costa

Dandarah Corrêa Silva

Deise Camilo Antunes

Gustavo da Cruz Moreno

Kauan Ricardo Silva Jesus

José Carlos Marcelino da Silva

Lucelene Aparecida Juliani

Lucimar de Freitas Silva

Regiane Sousa de Araújo Oliveira

CLÁUSULAS PÉTREAS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

São Paulo

2023
Ademir Mulero

Cristiane da Silva Costa

Dandarah Corrêa Silva

Deise Camilo Antunes

Gustavo da Cruz Moreno

Kauan Ricardo Silva Jesus

José Carlos Marcelino da Silva

Lucelene Aparecida Juliani

Lucimar de Freitas Silva

Regiane Sousa de Araújo Oliveira

CLÁUSULAS PÉTREAS DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL

Trabalho apresentado à disciplina de Direito


Constitucional para obtenção parcial da nota
semestral do curso de Direito – Bacharelado
– 1º semestre.

Professor Orientador Erich Bernat Castilhos

São Paulo

2023
RESUMO

Este trabalho objetivou estudar o artigo 60, parágrafo 4º da Constituição Federal de


1988 que dispões sobre as cláusulas pétreas. Para tanto foi utilizado como metodologia
de pesquisa, exaustiva busca na literatura acadêmica através de obras escritas (livros),
artigos e conceitos em meio eletrônico. Ressalta-se, contudo que o presente trabalho
tem objetivo de mostrar ao leitor, as particularidades inerentes aos quatro incisos tidos
como norma constitucional que não pode ser modificada nem alterada, por se tratar de
diretrizes que regem o funcionamento do estado democrático de direito e os direitos e
garantias fundamentais do cidadão brasileiro.
ABREVIATURAS

CNJ – Conselho Nacional de Justiça (Justiça) 1

CF – Constituição Federal

EC – Emenda Constitucional

PEC – Proposta de Emenda Constitucional

PL – Projeto de Lei

1
O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) é uma instituição pública que visa a aperfeiçoar o trabalho do Judiciário
brasileiro, principalmente no que diz respeito ao controle e à transparência administrativa e processual.
Fonte: Justiça, C. N. (s.d.). Quem somos. Acesso em 10 de abril de 2023, disponível em CNJ:
https://www.cnj.jus.br/sobre-o-cnj/quem-somos/
SUMÁRIO

INTRODUÇÃO .................................................................................................................5
I – CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO................................................................................6
II – NORMAS CONSTITUCIONAIS ..................................................................................6
2.1. Regras....................................................................................................................7
2.2. Princípios ...............................................................................................................7
III – EMENDA CONSTITUCIONAL ..................................................................................8
IV – CLÁUSULAS PÉTREAS DA CONSTITUIÇÃO .........................................................8
V – ARTIGO 60 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – CAPUT E INCISOS I A III ..............9
5.1. Parágrafo 4ª, Inciso I do Artigo 60 da CF/88 – A Forma Federativa do Estado ..10
5.1.1. Competências Constitucionais – Constituição Federal de 1988 ...................11
5.2. Parágrafo 4ª, Inciso II do Artigo 60 da CF/88 – O voto direto, secreto, universal e
periódico .....................................................................................................................15
5.3. Parágrafo 4ª, Inciso III do Artigo 60 da CF/88 – A separação dos Poderes ........15
5.4. Parágrafo 4ª, Inciso III do Artigo 60 da CF/88 – Os direitos e garantias individuais
....................................................................................................................................17
5.4.1. Direito Fundamental à Vida ..........................................................................17
5.4.2 . Direito à Privacidade .....................................................................................18
5.4.3 . Direito à Igualdade ........................................................................................19
5.4.4 . Direito à Liberdade........................................................................................21
5.4.5 . Direito à Propriedade ....................................................................................23
Bibliografia......................................................................................................................25
5

INTRODUÇÃO

O presente trabalho versa sobre as Cláusulas Pétreas da Constituição Federal


do Brasil promulgada em 05 de outubro de 1988.
Primeiramente, faremos uma breve conceituação sobre Constituição, normas
constitucionais, regras e princípios do ordenamento jurídico.
Após discorremos sobre a definição das cláusulas pétreas e sobre o parágrafo 4º
do artigo 60 da Constituição e seus quatro incisos e suas especificidades.
6

I – CONCEITO DE CONSTITUIÇÃO

No plano jurídico, entende-se como Constituição, o conjunto de leis e normas


supremas que regem um Estado (país).
Ensina José Afonso da Silva em Curso de Direito Constitucional Positivo (Silva J.
A., Curso de Direito Constitucional Positivo, 2022)2 :

“ A Constituição do Estado, considerada sua lei fundamental, seria,


então a organização dos seus elementos essenciais: um sistema de
normas jurídicas escritas e costumeiras, que regula a forma do Estado, a
forma de seu governo, o modo de aquisição e exercício do poder ,o
estabelecimento dos seus órgãos, os limites de sua ação, os direitos
fundamentais do homem e as respectivas garantias. Em síntese, a
constituição é o conjunto de normas que organiza os elementos
constitutivos do Estado.”

Assim, a Constituição é a lei mais importante do país e que fixa normas para
elaboração de outras leis que regem a vida dos cidadãos em sociedade.

II – NORMAS CONSTITUCIONAIS

São os preceitos, disposições que inseridas na Constituição, são reconhecidos


por ela.
As normas constitucionais possuem estrutura e natureza jurídica, portanto, estão
em conformidade com o principio da legalidade, ou seja, são normas provenientes de
legitimidade.
As normas constitucionais são divididas em: regras e princípios.

2
Silva, J. A. (2022). Curso de Direito Constitucional Positivo (44ª ed.). São Paulo, Brasil: Malheiros
7

2.1. Regras

As regras são normas, cujo caráter estabelece de forma imperativa uma


obrigação, uma permissão ou uma proibição, de tal modo que, disciplinam uma
determinada situação e estabelecem uma conduta.
As regras são aplicáveis de forma imediata, partindo primeiramente do relato dos
fatos, adequando a norma prevista à situação fática.

2.2. Princípios

Os princípios são normas que possuem característica finalística, norteiam fatos


futuros, fundamentam e complementam as regras.
Como fundamentos, são alicerces, sustentáculos que servem como instrumentos
de conduta que conduzem as normas do ordenamento jurídico. Neste sentido, os
princípios compõe a base estrutural de um sistema de normas que servirá de suporte
para interpretação e aplicação do direito positivo.3 (Novo B. N.)
Os princípios como normas universais são utilizados como padrão a fim de que
se possa garantir uma eficaz interpretação da norma jurídica. Neste âmbito, assim
descreve Miguel Reale (REALE, M. Lições Preliminares de Direito. 27. ed. São Paulo:
Saraiva, 2003, p. 37) : “ são enunciações normativas de valor genérico, que

condicionam e orientam a compreensão do ordenamento jurídico “ apud Walber Carlos


da Silva (Silva W. C., 2018) 4

3
Entende-se por Direito Positivo: “ O Direito Positivo é o conjunto de regras elaborados e vigentes num
determinado país em determinada época, são as normas, as leis, todo o sistema normativo posto, ou seja, vigente
no país. Possui como características: o caráter temporal, territorial, formal (tem origem nas fontes formais),
revogável, variável e mutável. “ Disponível em :
https://benignonovonovo.jusbrasil.com.br/artigos/1133673452/direito-positivo-x-direito-natural. A Constituição é
exemplo de direito positivo.

4
Silva, W. C. (14 de fevereiro de 2018). Normas, Princípios e Regras No Ordenamento Juridico Brasileiro. Acesso
em 09 de abril de 2023, disponível em JUS: https://jus.com.br/artigos/64137/normas-principios-e-regras-no-
ordenamento-juridico-brasileiro
8

Na forma, os princípios se apresentam como enunciados, a fim de consolidar


suas características de finalidade, sustentabilidade, universalidade, lógica, e
compreensão que conduzirão as normas jurídicas.

III – EMENDA CONSTITUCIONAL

Emenda Constitucional é um tipo de norma jurídica, cuja finalidade é


alterar/modificar a Constituição Federal.
Na Constituição Federal, o artigo 60, incisos I a III e parágrafos, estabelece os
critérios para propositura e votação das Emendas Constitucionais.
O parágrafo 4º do referido artigo, trata das cláusulas pétreas, que discorremos a
seguir, tema principal deste trabalho.

IV – CLÁUSULAS PÉTREAS DA CONSTITUIÇÃO

Cláusulas pétreas são normas constitucionais que não podem ser modificadas
ou alteradas, mesmo que seja mediante Emenda Constitucional.
Na concepção do CJN (Conselho Nacional de Justiça), o termo clausula pétrea:

“ O termo cláusula pétrea traduz a vontade da Assembleia Constituinte


de retirar do poder constituinte reformador5 – parlamentares que
compõem as sucessivas legislaturas – a possibilidade de alterar

5
Assim trata Jose Afonso da Silva sobre o Poder Constituinte Reformador: “ A Constituição, conferiu ao Congresso
Nacional a competência para elaborar emendas a ela. Deu-se, assim, um órgão constituído o poder de emendar a
Constituição. Por isso se lhe dá a denominação de poder constituinte instituído ou constituído. Por outro lado, como
esse seu poder não lhe pertence por natureza, primariamente, mas, ao contrário, deriva de outro (isto é, do poder
constituinte originário), é que também se lhe reserva o nome de poder constituinte derivado (...) “ “ (...) Trata-se de
um problema de técnica constitucional, já que seria muito complicado ter que convocar o constituinte originário todas
as vezes que fosse necessário emendar a Constituição. Por isso, o próprio poder constituinte originário, ao
estabelecer a Constituição Federal, instituiu um poder constituinte reformador, ou poder de reforma constitucional, ou
poder de emenda constitucional. (...) “ (Silva J. A., Curso de Direito Constitucional Positivo, 2022)
9

determinado conteúdo da Constituição em razão de sua importância.


Para alterar conteúdo disposto em cláusulas pétreas, é preciso
promulgar uma nova Constituição.” (Notícias A. C., 2018)6

A finalidade das cláusulas pétreas é proteger o Estado e os cidadãos, de abuso


de poder (das ações do poder executivo e do poder constituinte) que podem danificar a
formação do estado brasileiro, dos poderes e dos direitos e garantias individuais.
As cláusulas pétreas da Constituição estão estabelecidas em seu artigo 60,
parágrafo 4 e incisos I a IV, que são:
• Forma federativa do Estado Brasileiro;
• Voto direto, secreto, universal e periódico;
• A separação dos Poderes;
• Os direitos e garantias individuais.

V – ARTIGO 60 DA CONSTITUIÇÃO FEDERAL – CAPUT E INCISOS I A III

Transcrevemos o artigo 60 – Caput e incisos I a III, onde dispões sobre as


normas com relação à propositura das Emendas Constitucionais :

“ Art. 60. A Constituição poderá ser emendada mediante proposta:


I - de um terço, no mínimo, dos membros da Câmara dos Deputados ou
do Senado Federal;
II - do Presidente da República;
III - de mais da metade das Assembleias Legislativas das unidades da
Federação, manifestando-se, cada uma delas, pela maioria relativa de
seus membros.
§ 1º A Constituição não poderá ser emendada na vigência de
intervenção federal, de estado de defesa ou de estado de sítio.
§ 2º A proposta será discutida e votada em cada Casa do Congresso
Nacional, em dois turnos, considerando-se aprovada se obtiver, em
ambos, três quintos dos votos dos respectivos membros.
§ 3º A emenda à Constituição será promulgada pelas Mesas da Câmara
dos Deputados e do Senado Federal, com o respectivo número de
ordem. “ (República, 1988)

6
Notícias, A. C. (30 de outubro de 2018). CNJ Serviçp> o que são as cláuslas pétreas. Acesso em abril de 09 de
2023, disponível em CHN - Conselho Nacional de Justiça: https://www.cnj.jus.br/cnj-servico-o-que-sao-as-clausulas-
petreas/
10

5.1. Parágrafo 4ª, Inciso I do Artigo 60 da CF/88 – A Forma Federativa do Estado

A forma federativa do Estado brasileiro tal qual se organiza atualmente, foi


introduzida com a Proclamação da Republica em 1889 e a Constituição de 1891, que
utilizou-se dos moldes da Constituição dos Estados Unidos da América.
O nome República Federativa do Brasil já indica que o Estado Brasileiro, é
dividido e composto por um Poder Central e uma repartição regional de poderes,
chamados de Estados que dividem entre si responsabilidades e competências. (modelo
de federação) . Os estados nesse regime gozam de certas autonomias com relação ao
poder central, possuem governo próprio, constituições estaduais e suas competências
são determinadas pela Constituição Federal.
Durante a chamada era Vargas (1930 a 1945) , os estados federados perderam
sua autonomia e o regime totalitário deste período, foi o responsável por todas as
ações dentro do Estado Brasileiro, inclusive a queima das bandeiras dos estados,
prevalecendo somente a bandeira do Brasil, simbolizando um estado Único em torno do
Poder Central,
O período da ditadura militar (1964 a 1985) caracterizou-se pela total
dependência financeira pelos estados ao Governo Federal. A este lhe cabia
praticamente toda a arrecadação, assim os estados tinham uma dependência total do
poder central.
Com o advento da Constituição Federal, o estado federativo voltou a atingir o seu
ápice e trouxe novas inovações, trazendo os Municípios brasileiros a fazer parte como
ente da federação e introduziu o Pacto Federativo (Notícias S. , 2015) 7
Assim a Constituição Federal de 1988 dispõe sobre a organização indissolúvel
dos estados, municípios e Distrito Federal, assim, a organização político-administrativa
do Estado brasileiro é composta pela União, estados, municípios e Distrito Federal, sem
nenhum tipo de hierarquia entre os entes federados.

7
Pacto Federativo - O pacto federativo é o conjunto de dispositivos constitucionais que configuram a moldura
jurídica, as obrigações financeiras, a arrecadação de recurso e os campos de atuação dos entes federados .Fonte:
Agência Senado
11

5.1.1. Competências Constitucionais – Constituição Federal de 1988

5.1.1.1. Competência relativa à União

As atribuições relativas à União estão elencadas nos artigos 21 e 22 da


Constituição Federal.
Por trata-ser de um grande rol, elencamos por assunto, com alguns exemplos :

• Competência internacional e política – política externa e relações


internacionais, assegurar a defesa nacional, declarar guerra e celebrar a
paz;
• Competência administrativa – organização judiciária, do Ministério Público
do Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Púbica dos
Territórios;
• Competência na área de prestação de serviços- regular e prestar serviços
na área de comunicação, manter o serviço postal e aéreo nacional;
• Competência urbanística – instituir diretrizes para o desenvolvimento
urbano, inclusive habitação, saneamento básico e transportes públicos;
• Competência econômica, financeira e Monetária – ser responsável pelas
finanças e economia do pais e emitir papel-moeda, administrar as
reservas cambiais do pais;
• Competência social – seguridade social;
• Competência material em comum – zelar pela guarda da Constituição, das
leis e das instituições democráticas e conservar o patrimônio público;
• Competência legislativa – legislar sobre direito civil, comercial, pensal,
processual, eleitoral, agrário, marítimo , aeronáutico , espacial e do
trabalho.
12

5.1.1.2. Competência relativa aos Estados

A competência dos estados está prevista no artigo 25 da Constituição Federal e


corresponde a tudo que não lhe é proibido pela Constituição:

“Art. 25. Os Estados organizam-se e regem-se pelas Constituições e


leis que adotarem, observados os princípios desta Constituição.
§ 1º São reservadas aos Estados as competências que não lhes sejam
vedadas por esta Constituição.
§ 2º Cabe aos Estados explorar diretamente, ou mediante concessão, os
serviços locais de gás canalizado, na forma da lei, vedada a edição de
medida provisória para a sua regulamentação. (Redação dada pela
Emenda Constitucional nº 5, de 1995)
§ 3º Os Estados poderão, mediante lei complementar, instituir regiões
metropolitanas, aglomerações urbanas e microrregiões, constituídas por
agrupamentos de municípios limítrofes, para integrar a organização, o
planejamento e a execução de funções públicas de interesse comum.
(Brasil, 1988)8
E o artigo 125 estabelece que os Estados organizarão suas Justiças:

“ Art. 125. Os Estados organizarão sua Justiça, observados os


princípios estabelecidos nesta Constituição.” (República, 1988)9

5.1.1.3. Competência relativa ao Distrito Federal

O artigo 32 da Constituição Federal determina as competências do Distrito


Federal:

8
República, P. d. (05 de outubro de 1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Acesso em 09 de abril de
2023, disponível em Planalto: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm

9
República, P. d. (05 de outubro de 1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Acesso em 09 de abril de
2023, disponível em Planalto: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
13

“ Art. 32. O Distrito Federal, vedada sua divisão em Municípios, reger-


se-á por lei orgânica, votada em dois turnos com interstício mínimo de
dez dias, e aprovada por dois terços da Câmara Legislativa, que a
promulgará, atendidos os princípios estabelecidos nesta Constituição.
§ 1º Ao Distrito Federal são atribuídas as competências legislativas
reservadas aos Estados e Municípios.
§ 2º A eleição do Governador e do Vice-Governador, observadas as
regras do art. 77, e dos Deputados Distritais coincidirá com a dos
Governadores e Deputados Estaduais, para mandato de igual duração.
§ 3º Aos Deputados Distritais e à Câmara Legislativa aplica-se o
disposto no art. 27.
§ 4º Lei federal disporá sobre a utilização, pelo Governo do Distrito
Federal, da polícia civil, da polícia penal, da polícia militar e do corpo de
bombeiros militar. (Redação dada pela Emenda Constitucional nº
104, de 2019) “ (República, 1988)10

5.1.1.4 Competência relativa aos Municípios

A inovação na forma federativa do estado brasileiro com a Constituição de 1988


se deu quanto à competência dos Municípios, tornados entes federativos, com
competências próprias, principalmente no plano econômico, criando novas regras para
repartição dos recursos financeiros.
Tal inovação, contudo trouxe novas atribuições: a prestação de serviços que
antes eram de competência dos estados e da União, onde se concentrava a maior
carga tributária, passou a ser dos Municípios que passaram a assumir as políticas
publicas aos cidadãos.
Assim, são competências dos Municípios, de acordo com o artigo 30 da
Constituição Federal :

10
República, P. d. (05 de outubro de 1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Acesso em 09 de abril
de 2023, disponível em Planalto: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
14

Art. 30. Compete aos Municípios:


I - legislar sobre assuntos de interesse local;
II - suplementar a legislação federal e a estadual no que
couber; (Vide ADPF 672)
III - instituir e arrecadar os tributos de sua competência, bem como
aplicar suas rendas, sem prejuízo da obrigatoriedade de prestar contas e
publicar balancetes nos prazos fixados em lei;
IV - criar, organizar e suprimir distritos, observada a legislação estadual;
V - organizar e prestar, diretamente ou sob regime de concessão ou
permissão, os serviços públicos de interesse local, incluído o de
transporte coletivo, que tem caráter essencial;
VI - manter, com a cooperação técnica e financeira da União e do
Estado, programas de educação infantil e de ensino
fundamental; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 53, de
2006)
VII - prestar, com a cooperação técnica e financeira da União e do
Estado, serviços de atendimento à saúde da população;
VIII - promover, no que couber, adequado ordenamento territorial,
mediante planejamento e controle do uso, do parcelamento e da
ocupação do solo urbano;
IX - promover a proteção do patrimônio histórico-cultural local,
observada a legislação e a ação fiscalizadora federal e estadual.
(República, 1988)11

Surge então um novo desafio: segundo a Confederação Nacional dos Municípios


(Municípios, 2015),12 a repartição das receitas não comporta a demanda das
competências atribuídas aos Municípios.

11
República, P. d. (05 de outubro de 1988). Constituição da República Federativa do Brasil. Acesso em 09 de abril
de 2023, disponível em Planalto: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
12
A Confederação Nacional dos Municípios é uma organização independente, apartidária e sem fins lucrativos,
fundada em 8 de fevereiro de 1980. O objetivo maior da CNM é consolidar o movimento municipalista, fortalecer a
autonomia dos Municípios e transformar nossa entidade em referência mundial na representação municipal, a partir
de iniciativas políticas e técnicas que visem à excelência na gestão e à qualidade de vida da população. Fonte:
https://www.cnm.org.br/institucional/conhecaacnm

Municípios, C. N. (2015). Câmara. Acesso em 10 de abril de 2023, disponível em Pacto Federativo:


https://www2.camara.leg.br/atividade-legislativa/comissoes/comissoes-temporarias/especiais/55a-legislatura/pacto-
federativo/documentos/audiencias-publicas/14-04-2015-apresentacao-do-sr-paulo-ziulkoski-presidente-da-cnm
15

5.2. Parágrafo 4ª, Inciso II do Artigo 60 da CF/88 – O voto direto, secreto,


universal e periódico

Primeiramente, conceituamos o sufrágio de acordo com o artigo 14 da


Constituição Federal e como ensina José Afonso da Silva : (Silva J. A., Curso de Direito
Constitucional Positivo, 2022) 13
: “O sufrágio (do latim sufragium = aprovação, apoio), é
um direito público subjetivo de natureza política, que tem o cidadão de eleger, ser eleito
e de participar da organização e da atividade do poder estatal. “
Assim, o artigo 14 da CF/88 estabelece aqueles que podem eleger e ser eleitos.
O voto é a prática do sufrágio, ou seja, quando o cidadão elege e pode ser eleito.
Assim, as características do voto previsto no inciso II do parágrafo 4 do artigo 60
é que este seja:
• Direto, ou seja, que o eleitor vote diretamente no candidato de sua
escolha, sem intermediários.
• Secreto, pois garante ao eleitor sigilo sobre seu voto;
• Universal - e um dever comum a todos os cidadãos ;
• Periódico – de acordo com o estabelecido na Constituição, de tempos em
tempos se garante aos cidadãos as escolhas de seus representantes.

5.3. Parágrafo 4ª, Inciso III do Artigo 60 da CF/88 – A separação dos Poderes

A separação dos poderes não é um assunto da modernidade. Platão em sua


obra “ A Republica” datada do século IV antes de Cristo, foi o pioneiro em fornecer
indícios de que o estado deveria ter suas funções subdividas. Seu discípulo Aristóteles
em “ A Política” traça as primeiras ideias de um governo dividido em oragos que em
participariam das decisões do Estado.
Em 1690, o filósofo iluminista John Lock escreve A obra “Primeiro Tratado sobre
o Governo Civil” , onde critica o poder absoluto e divino dos monarcas e estabelece o
papel dos poderes na organização do Estado, limitando o poder a este último. Para

13
Silva, J. A. (2022). Curso de Direito Constitucional Positivo (44ª ed.). São Paulo, Brasil: Malheiros.
16

Lock, o poder Legislativo tinha uma hierarquia superior com relação ao poder executivo
e o federativo, e este ultimo seria vinculado ao poder executivo.
Baseadas nas ideias de Aristóteles e John Lock , Montesquieu propôs a Teoria
da Separação dos Poderes em que os modelos atuais se consolidaram, inclusive,
adotado pela Constituição Federal.
A concepção dos poderes e suas atribuições distintas segundo Montesquieu:

• Poder executivo – responsável pela administração do território e


concentrado nas mãos do monarca ou regente;
• Poder legislativo - responsável pela elaboração das leis e representado
pelas câmaras de parlamentares;
• Poder judiciário – responsável pela fiscalização e cumprimento das leis e
representado pelos juízes e magistrados.

Assim, com fulcro nesse modelo, a norma Constitucional brasileira estabelece


como cláusula pétrea da Constituição.
Vale frisar o que nos ensina José Afonso da Silva (Silva J. A., Curso de Direito
Constitucional Positivo, 2022) 14 sobre a harmonia entre os poderes:
O autor vale-se do sistema de freios e contrapesos de Montesquieu, para ilustrar
o grau de harmonização entre os poderes:
Embora o poder legislativo tenha a incumbência de editar e a criar as normas do
ordenamento jurídico, o poder Executivo tem participação neste processo, por meio de
propositura de projetos de lei ordinárias ou de proposta de Emenda Constitucional PEC)
, ou da sanção de um projeto de lei ou PEC ou seu veto. Assim, como o poder
legislativo também pode rejeitar o veto do poder executivo.
Se o poder judiciário não pode interferir no processo da elaboração das leis,
poderá, declarar a sua inconstitucionalidade, não as aplicando no ordenamento jurídico.

14
Silva, J. A. (2022). Curso de Direito Constitucional Positivo (44ª ed.). São Paulo, Brasil: Malheiros.
17

O poder executivo não interfere nas ações do poder judiciário, mas os ministros
dos tribunais superiores são nomeados pelo chefe do executivo, sob a aprovação do
Senado Federal,
São exemplos elencados por José Afonso da Silva (Silva J. A., Curso de Direito
Constitucional Positivo, 2022) 15 para ilustrar o grau de dependência entre os poderes.

5.4. Parágrafo 4ª, Inciso III do Artigo 60 da CF/88 – Os direitos e garantias


individuais

Os direitos e garantias individuais tidos como cláusulas pétreas da Constituição


Federal são:
• Direito Fundamental à Vida;
• Direito á Privacidade;
• Direito da Igualdade;
• Direito da Liberdade;
• Direito da Propriedade.

5.4.1. Direito Fundamental à Vida

O direito à vida previsto na Constituição Federal, inicia-se no momento da


fecundação do óvulo pelo espermatozoide e termina quando cessa todos os sinais que
mantém o corpo humano vivo.
Portanto, no intervalo de tempo entre a fecundação e a morte de um individuo, a
Constituição brasileira garante o direito a vida e à sua integridade existencial, física e
moral.
Sendo assim, o direito à vida, não significa somente o “ estar vivo”, mas também
proteger o individuo para que sua existência seja garantida.

15 15
Silva, J. A. (2022). Curso de Direito Constitucional Positivo (44ª ed.). São Paulo, Brasil: Malheiros.
18

Dentro do direto fundamental à vida, é preciso que se garanta segundo José


Afonso da Silva (Silva J. A., Curso de Direito Constitucional Positivo, 2022)16:

a) O direito da existência - ou seja, para José Afonso da Silva, o direito de


existência, consiste em estar e permanecer vivo, em lutar pelo viver e a
defesa de sua própria vida. É o direito de não interromper a vida, senão pela
morte espontânea e casual. Portanto, o aborto, salvo situações previstas na
norma constitucional, não é permitido;
b) Direito à integridade física – e o direito de manter o corpo humano, onde se
habita a vida, imaculado, de não sofrer lesões corporais de forma dolosa,
violenta, agressões físicas, psíquicas, torturas, atos de crueldade, ações que
configuram crime contra a pessoa humana e que caracterizam agressões
físicas e psíquicas. Tortura, a prática da eutanásia e a pena de morte são
ataques à garantia à vida e a integridade humana.
c) Direito à integridade moral – entende-se por vida humana, não só o conjunto
de elementos materiais, mas somado-se a estes os valores imateriais, como
morais, a honra e a reputação do individuo. Portanto, desrespeitar a honra, a
moral, a reputação de um individuo, não só configura como ato passível de
pena, como também um atentado à vida humana. Vale ressaltar que calunia
difamação e injuria configuram crimes de ofensa à moral e ao direito
fundamental à vida do indivíduo.

5.4.2 . Direito à Privacidade

Privacidade pode ser entendida como um conjunto de informações acerca da


vida pessoal, profissional e social de um individuo que não podem ser externalizadas,
ou seja, são informações que não poderão ser tornadas publicas, além do necessário.

16
Silva, J. A. (2022). Curso de Direito Constitucional Positivo (44ª ed.). São Paulo, Brasil: Malheiros.
19

São dimensões do direito à privacidade segundo José Afonso da Silva (Silva J.


A., Curso de Direito Constitucional Positivo, 2022)17 :

a) Direito à Intimidade – a inviolabilidade da moradia, ou seja, o domicilio como


lugar de foro intimo e privado que não pode ser violado. Aqui se caracteriza
também a inviolabilidade das correspondências;
b) Liberdade das relações familiares, de pessoas que vivem sob o mesmo teto;
c) A liberdade entre a relação entre dois sexos (direito à privacidade na relação
sexual);
d) Liberdade de domicilio - onde o indivíduo pode escolher mudar de domicílio
como lhe convém;
e) Direito à vida privada – o direito que o indivíduo tem de viver sua própria
vida, a liberdade da vida privada, sem levar ao conhecimento público, fatos
inerentes à sua vida pessoal e familiar;
f) Direito à honra e imagem das pessoas - direito de preservação da honra e
imagem do individuo que tem o direito de preservar sua imagem e dignidade;
g) Privacidade e informática - a proteção de dados pessoais introduzida pela
Emenda Constitucional n.º 115 de 10.02.2022.

5.4.3 . Direito à Igualdade

O Direito à Igualdade está previsto na Constituição Federal em seu artigo 5º caput;

“ Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza,


garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a
inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à segurança e
à propriedade, nos termos seguintes: “ (Brasil, 1988)18

17
Silva, J. A. (2022). Curso de Direito Constitucional Positivo (44ª ed.). São Paulo, Brasil: Malheiros.

18
Brasil, R. F. (05 de outubro de 1988). Constituição Federal do Brasil. Acesso em 10 de abril de 2023, disponível em
Planalto: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
20

Por definição o Principio da Igualdade :

“O princípio da igualdade prevê a igualdade de aptidões e de


possibilidades virtuais dos cidadãos de gozar de tratamento
isonômico pela lei. Por meio desse princípio são vedadas as
diferenciações arbitrárias e absurdas, não justificáveis pelos
valores da Constituição Federal, e tem por finalidade limitar a
atuação do legislador, do intérprete ou autoridade pública e do
particular. “ (União, 2011)

Assim, o Principio da Igualdade se estabelece em dois momentos :

• Perante a lei – que corresponde o dever de aplicar a lei em situações


fáticas;
• Na lei - na aplicação das normas jurídicas, não se deve haver distinção
para as situações identificas .

Para José Afonso da Silva (Silva J. A., Curso de Direito Constitucional


Positivo, 2022)19, o Principio da Igualdade, se aplica:

a) Igualdade de homens e mulheres – homens e mulheres são iguais nos


direitos e obrigações e não só perante a lei (inciso I do artigo 5º da
Constituição Federal);
b) O principio da igualdade jurisdicional – compete ao juiz sempre dar à lei o
entendimento que não crie distinções;
c) Igualdade perante a tributação – a carga tributária deverá ser repartida da
forma mais justa possível;
d) Igualdade perante a lei penal – que a lei penal e suas sanções sejam
aplicadas de igual modo a todos que pratiquem o fato que nela se define
como crime;

19
Silva, J. A. (2022). Curso de Direito Constitucional Positivo (44ª ed.). São Paulo, Brasil: Malheiros.
21

e) Igualdade sem distinção de qualquer natureza – tratamento igual a


situações iguais e tratamento desigual a situações desiguais;
f) Igualdade sem distinção de sexo e de orientação sexual – paridade na
vida social e jurídica tanto para homens, mulheres e homossexuais;
g) Igualdade sem distinção de origem, cor e raça - veda qualquer
discriminação que tenha origem na raça e cor do individuo;
h) Igualdade sem distinção de idade – a proibição da diferença de salários
pagos em virtude da idade;
i) Igualdade sem distinção de trabalho – liberdade do exercício de qualquer
trabalho, oficio ou profissão reconhecidos no artigo 5º da Constituição
Federal , assim como o acesso a cargos e empregos públicos e privados a
homens e mulheres que possuem as mesmas condições;
j) Igualdade sem distinção de credo religioso – todos devem ter igual
tratamento em condições iguais de direito e obrigações, sem distinção de
credo religioso;
k) Igualdade sem distinção de convicções filosóficas – todos devem ser
tratados igualmente pelo estado independentemente se suas posições
políticas e filosóficas;
l) O principio da não discriminação e sua tutela penal – a norma
constitucional estabelece punições mais rígidas para as formas de
discriminação de raça ou de cor.

5.4.4 . Direito à Liberdade

No âmbito jurídico pode ser entendida, a liberdade como a capacidade de fazer


ou não, tudo o que seja legalmente permitido.
O direito à liberdade é um dos elementos fundamentais da democracia e é
essencial para a consolidação da dignidade da pessoa humana.
A Constituição Federal de 1988 trouxe vários elementos que fazem parte do
direito à liberdade, antes suprimidos pelo regime militar, como a liberdade de
expressão, a liberdade de pensamento e de opinião.
22

Assim, discorremos as variadas formas de liberdade que a norma constitucional


prevê, à luz do que ensina José Afonso da Silva (Silva J. A., Curso de Direito
Constitucional Positivo, 2022) 20

a) Liberdade de locomoção – a constituição federal garante a todos a lib=vre


comoção em território nacional e seus termos em tempos de paz. È também
garantido o direito dos cidadãos brasileiros de adentrar em território nacional,
permanecer e sair com seus bens;
b) Liberdade de circulação – assegurado o direito de ir e vir, ficar, parar e
estacionar. Ao cidadão é assegurado o direito de trafegar ou se deslocar de
um ponto a outro do território nacional por meio de via pública ou afetada ao
uso publico, independentemente do meio de locomoção;
c) A segurança pessoal – remissão – a garantia de proteção contra a prissão, a
detenção e a penalização arbitrárias;
d) Liberdade de pensamento – para José Afonso da Silva, “ é a exteriorização
do pensamento em seu sentido mais abrangente” (Silva J. A., Curso de
Direito Constitucional Positivo, 2022);
e) Liberdade de Opinião – liberdade de pensar e dizer sobre suas convicções
religiosas, filosóficas e de pensamento;
f) Liberdade de comunicação – para José Afonso da Silva, “ a liberdade de
comunicação consiste num conjunto de direitos, formas, processos e
veículos, que possibilitam a coordenação desembaraçada da criação,
expressão e difusão do pensamento da informação “21 (Silva J. A., Curso de
Direito Constitucional Positivo, 2022);
g) Liberdade de Manifestação do pensamento – é a livre manifestação ou não
do pensamento. Se optar por externalizar o pensamento, é vedado o
anonimato;

20
Silva, J. A. (2022). Curso de Direito Constitucional Positivo (44ª ed.). São Paulo, Brasil: Malheiros.

21 Silva, J. A. (2022). Curso de Direito Constitucional Positivo (44ª ed.). São Paulo, Brasil: Malheiros
23

h) Liberdade de informação em geral – implica no direito de informar e de ser


informado, sem censura;
i) Liberdade de informação jornalística – liberdade de informar por qualquer
meio de comunicação;
j) Liberdade religiosa – a liberdade de crença, de culto religioso e de
organização religiosa;
k) Liberdade de expressão intelectual, artística e científica – são as
manifestações intelectual, artística e científica e suas difusões;
l) Liberdade de expressão cultural –exercício do direito cultura e acessos as
fontes de cultura nacional, sem nenhum tipo de censura;
m) Liberdade de transmissão e recepção do conhecimento – liberdade de
ensinar, aprender, pesquisar e divulgar o pensamento, a arte e o saber;
n) Liberdade de escolha profissional – liberdade da escolha e do exercício de
trabalho, oficio ou profissão;
o) Direito representação coletiva – representações coletiva em juízo ou fora
dele, de interesses coletivos ou individuais integrados numa coletividade;
p) Direito do consumidor – proteção os consumidores;
q) Liberdade de reunião – prevista no artigo 5º , XVI da Constituição Federal : “
todos podem reunir-se pacificamente, sem armas, em locais abertos ao
público, independentemente de autorização, desde que não frtem outra
reunião anteriormente convocada para o mesmo local, sendo apenas exigido
prévio aviso à autoridade competente” ;
r) Liberdade de associação – prevista no artigo 5º , incisos XVII e XXI : “ é plena
liberdade de associação para fins lícitos, vadada a de caráter paramilitar “;

5.4.5 . Direito à Propriedade

Para Maria Helena Diniz, o direito de propriedade é “ o direito que a pessoa


física ou jurídica tem, dentro dos limites normativos, de usar, gozar e dispor de um bem,
corpóreo ou incorpóreo, bem como de reivindicá-lo de quem injustamente o detenha “
(Diniz, 2006).
24

O artigo 5º, inciso XXIII estabelece que a propriedade terá sua função social, ou
seja, o direito à propriedade só é garantido quando este satisfaz a sua função social,
independentemente do tipo de propriedade, quer seja privada, pública, agrícola,
industrial, rural, urbana, de bens de produção, de bens de consumo de propriedade de
capital, de propriedade para uso pessoal, cada qual a seu modo, deverá cumprir sua
função social.

5.4.5.1 Propriedades especiais

O artigo 5º da Constituição Federal, os direitos de propriedade:

a) Propriedade autoral – confere o direito autoral exclusivo ao autor de obras


literárias, artísticas, cientificas e de comunicação de utilizar, publicar e
reproduzir a sua obra ou de autorizar sua utilização a terceiros;
b) Propriedade de inventos, de marcas e de nome de empresas – assim
estabelece o inciso XXIX do artigo 5 da CF :

“ a lei assegurará aos autores de inventos industriais privilégio


temporário para sua utilização, bem como proteção às criações
industriais, à propriedade das marcas, aos nomes de empresas e a
outros signos distintivos, tendo em vista o interesse social e o
desenvolvimento tecnológico e econômico do País;”
25

Bibliografia

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mos%20seguintes.

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