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PRINCÍPIOS PROCESSUAIS CONSTITUCIONAIS

Sumário
1 - INTRODUÇÃO ........................................................................................ 4
2 - CORRELAÇÃO ENTRE OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E OS
PROCESSUAIS CIVIS ........................................................................................... 5
3 – NORMAS FUNDAMENTAIS .................................................................. 5
4 - INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO ................................................. 6
5 – DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO.............................................. 7
6 - CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA ............................................ 9
7 - DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA – LEGALIDADE – PUBLICIDADE
– EFICIÊNCIA ...................................................................................................... 10
8 - FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS ............................... 11
9 - COMPARATIVO ENTRE OS ARTIGOS 1º AO 12º DO NCPC E OS
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ....................................................................... 12
10 - COMPARATIVO DOS ARTS. 1º A 12º DO NCPC COM OS
PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS ....................................................................... 14
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 25

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FACUMINAS

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A nossa missão é oferecer qualidade em conhecimento e cultura de forma


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modelo no país na oferta de cursos, primando sempre pela inovação tecnológica,
excelência no atendimento e valor do serviço oferecido.

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1 - INTRODUÇÃO

Nosso estudo tem por objetivo discorrer sobre o viés constitucional do Direito
Processual Civil. Nos artigos iniciais do Código de 2015 o legislador elencou os
princípios constitucionais que deverão orientar a interpretação e a aplicação dos
dispositivos ali colacionados. Assim, correlacionamos os artigos do 1º ao 12, da atual
legislação processual, com os dispositivos constitucionais e com o código processual
civil de 1973. No decorrer foi verificado que a recepção de princípios constitucionais
consagrados, como a inafastabilidade da jurisdição, a duração razoável do processo,
o contraditório e a ampla defesa, boa-fé, entre outros, objetivou dar guaria às
garantias individuais valorizando a celeridade e a satisfação do jurisdicionado, ou
seja, consolidar o livre exercício da cidadania.

O Código de Processo Civil de 2015 integra-se à Constituição Federal ao adotar seus


princípios como o vetor a ser considerado na interpretação processual. Desta forma,
na Parte Geral o Capítulo 1 determinou a norma constitucional que deve ser aplicadas
à legislação processual. Nota-se que o texto da lei diz “o Processo Civil será
ordenado, disciplinado e interpretado, conforme os valores e as normas
fundamentais” estabelecidas na Constituição Federal, verbis:

Art. 1º- O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado


conforme os valores e as normas fundamentais estabelecidos

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na Constituição da República Federativa do Brasil, observando-se as
disposições deste Código.

Ana Paula Pedro, professora do Departamento de Educação da Universidade de


Aveiro, Portugal, no artigo publicado pela Kriterion vol.55, número 130, Belo
Horizonte, intitulado Ética, moral, axiologia e valores: confusões e ambiguidades em
torno de um conceito comum, enfrenta a conceituação do que é valor, e esclarece
que: “Deste modo, os valores acham-se referenciados ao que de comum existe e
caracteriza o ser humano e não ao indivíduo, em particular, não sendo, portanto, algo
de subjetivo ou de arbitrário. Ou seja, a problemática dos valores está presente no
mais íntimo de todo e cada sujeito e constitui o fundamento da sua essência”.

Desta forma, conclui-se que é da essência da nova legislação consagrar e aplicar os


princípios que assegurem a cidadania do jurisdicionado, assegurando a
inafastabilidade da jurisdição, a duração razoável do processo, o contraditório e da
ampla defesa, boa-fé, entre outros.

2 - CORRELAÇÃO ENTRE OS PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS E OS


PROCESSUAIS CIVIS

Antes de iniciarmos aos princípios constitucionais aplicados ao processo civil é


necessário que se faça, de forma sistemática, a correlação entre eles. Vamos lá!

Elencados os artigos que serão objetos deste estudo passemos à análise dos
princípios processuais.

3 – NORMAS FUNDAMENTAIS

A legislação processual será ordenada, disciplinada e interpretada segundo os


fundamentos da Constituição Federal do Brasil, portanto, deverá ser analisada pela

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ótica da cidadania, da dignidade da pessoa humana, visando contribuir para uma
sociedade livre, justa e solidária.

Nessa mesma linha de pensamento a leitura que se deve fazer é no sentido de que
o acesso à justiça, a duração razoável do processo e a necessidade de
fundamentação das decisões judiciais são fatores preponderantes para a
consagração da segurança jurídica dentro do cotidiano nacional, fator garantidor de
progresso e desenvolvimento social, caminho que leva à realização da justiça social
e à consagração da cidadania e da dignidade dos cidadãos. Não há que se falar em
consagração dos princípios fundamentais se não houver o império da segurança
jurídica de uma justiça satisfativa e tempestiva.

4 - INAFASTABILIDADE DA JURISDIÇÃO

Já sabemos que a “lei não excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou


ameaça a direito” e que são assegurados a todos o “direito de petição aos
Poderes Públicos em defesa de direitos ou contra ilegalidade ou abuso de
poder”. (Artigo 5º, XXXIV, XXXV da CFRB)

A inafastabilidade da jurisdição estatal é amplamente exercida na prática forense,


sendo forma de exercício habitual da cidadania. O Código de 2015 inova ao
recepcionar no artigo 3º o juízo arbitral, que nada mais é que a apreciação de lesão
ou ameaça a direito por uma justiça não estatal.

A nova legislação ampliou o conceito de acesso à justiça, nos dizeres de Cintra,


Grinover e Dinamarco (apud, SILVA, 2015, p.24) “alarga-se o conceito de acesso à
justiça, compreendendo os meios alternativos, que se inserem em um amplo quadro
de política judicial”.

Essa amplitude deriva da redação do artigo 3º do NCPC que determina:

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Art. 3º Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a
direito.

§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.

§ 2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual


dos conflitos.

Importante ressaltar sobre a possibilidade de a Justiça do Trabalho acolher a


arbitragem como forma extrajudicial de solução de dissídios individuais, contudo, a
interpretação da legislação trabalhista veda essa forma de acesso à justiça.

A intenção do legislador ao ampliar as formas de acesso à justiça visa alcançar outro


objetivo de mesma grandeza que é a duração razoável do processo. O Judiciário lida
com questões de difícil solução a curto prazo, a falta de investimento e a crescente
demanda dos cidadãos inviabilizam a rápida solução dos processos e colaboram com
a tardia satisfação às partes. Os métodos extrajudiciais, conciliação, mediação e
arbitragem, são instrumentos necessários para o exercício da cidadania. Não são
institutos novos na legislação brasileira, mas, a inclusão no código processual civil
representa um avanço significativo.

5 – DURAÇÃO RAZOÁVEL DO PROCESSO

“Justiça tardia nada mais é do que injustiça institucionalizada” (Rui Barbosa)

Pela própria sistematização constitucional o Código de Processo Civil trouxe de forma


expressa o inciso LXXVIII do artigo 5º da CFRB.

A duração do processo é um antigo clamor social. A previsão constitucional não teve


o condão de possibilitar a sua realização no plano fático. Não adianta dizer que o
processo tem que ser célere se toda a estrutura normativa possibilita o inverso, ou se

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o Judiciário não possui condições materiais que permita a razoabilidade temporal do
trâmite processual.

Perguntas ainda não foram respondidas como qual é o tempo razoável? A imposição
parte de um termo vago, pois, o razoável depende do sujeito e do objeto em questão,
o que para “a” é razoável para “b” pode não ser e vice-versa.

Entretanto, a questão está posta e devemos salientar quais são as novidades que
poderão auxiliar na efetividade da razoável duração do processo. O Fórum
Permanente de Processualistas Civis destacam os enunciados, 278, 372, 373, 386 e
387, como forma de implementação da “razoável duração do processo”.

Enunciado 278: arts. 282, §2º, e 4º) O CPC adota como princípio a
sanabilidade dos atos processuais defeituosos. (Grupo: Competência e
invalidades processuais).

Enunciado 372: (art. 4º) :O art. 4º tem aplicação em todas as fases e em todos
os tipos de procedimento, inclusive em incidentes processuais e na instância
recursal, impondo ao órgão jurisdicional viabilizar o saneamento de vícios
para examinar o mérito, sempre que seja possível a sua correção. (Grupo:
Normas fundamentais).

Enunciado 373: (arts. 4º e 6º): As partes devem cooperar entre si; devem
atuar com ética e lealdade, agindo de modo a evitar a ocorrência de vícios
que extingam o processo sem resolução do mérito e cumprindo com deveres
mútuos de esclarecimento e transparência. (Grupo: Normas fundamentais).

Enunciado 386: (art. 113, §1º; art. 4º): A limitação do litisconsórcio facultativo
multitudinário acarreta o desmembramento do processo. (Grupo:
Litisconsórcio e intervenção de terceiros).

Enunciado 387:(art. 113, §1º; art. 4º): A limitação do litisconsórcio


multitudinário não é causa de extinção do processo. (Grupo: Litisconsórcio e
intervenção de terceiros).

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6 - CONTRADITÓRIO E DA AMPLA DEFESA

O contraditório e a ampla defesa são princípios consagradores do Estado


Democrático de Direito, não há como pensar o processo, seja ele civil, penal,
tributário, trabalhista, sem que seja garantido o contraditório e a ampla defesa.

Nelson Nery Junior, (2002, p. 172, apud Eduardo Arruda Alvim, 2015, p. 40), orienta-
nos afirmando que “se deve dar “conhecimento da existência da ação e de todos os
atos do processo às partes, e, de outro, a possibilidade de as partes reagirem aos
atos que lhes são desfavoráveis”.

Assim o princípio da ampla defesa e do contraditório não é um direito exclusivo do


réu, ele se estende a todos as partes envolvidas na ação, que as acompanhará até o
término da ação de conhecimento, e persistirá na fase de cumprimento de sentença.

Para Carnelutti o contraditório existe para garantir o interesse das partes, seja a
condenação ou a absolvição.

Convém partir do princípio de que cada uma das partes tem interesse em
que o processo conclua de modo determinado: o imputável tende a ser
absolvido; quem pretende ser credor aspira à condenação do devedor; e
este, por seu turno, a que seja absolvido. Portanto, é natural que a parte
ofereça ao juiz as provas e as razões que considere idôneas para determinar
a solução por ela desejada. Daí uma colaboração das partes com o Juiz, que
tem, entretanto o defeito de ser parcial: cada uma delas opera a fim de
descobrir não toda a verdade, mas aquele tanto da verdade que a ela é
conveniente”. (Canelutti, Francesco. Como se faz um processo. 2 ed. Belo
Horizonte: Lider, 2001. P.67)

À luz do Código Civil de 2015 as partes, para exercerem o contraditório, devem se


portar de acordo com a boa-fé; (artigo 5º): devem cooperar entre si, (artigo 6º), estes
artigos visam mitigar a parcialidade citada por Carnelutti, com o dever de cooperação

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os litigantes terão de trazer toda a verdade ao processo e não somente parte desta
verdade, com o intuito de salvaguardar somente seus interesses pessoais.

Sem questionamentos uma norma processual ancorada pelos fundamentos da


república deve tratar da dignidade do jurisdicionado.

7 - DIGNIDADE DA PESSOA HUMANA – LEGALIDADE –


PUBLICIDADE – EFICIÊNCIA

O Código Civil de 2015 incorporou o caráter social da Constituição de 1988, nos


parecendo claro que a lei processual vem a proteger, amparar, a dignidade da pessoa
humana através da legalidade, publicidade e eficiência dos atos processuais. Não
concordo em tratar a dignidade da pessoa humana como um princípio processual,
porque esse princípio constitucional possui uma largueza muito maior, seria mais
correto relacionar os princípios da legalidade, publicidade como o livre exercício da
cidadania.

A Constituição cidadã impõe que:

“Artigo 5º:

XXXIX – não há crime sem lei anterior que o defina, nem pena sem prévia
cominação legal;

LIII – ninguém será processado nem sentenciado senão pela autoridade


competente;

LIV – ninguém será privado da liberdade ou de seus bens sem o devido


processo legal;

LVII – ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de


sentença penal condenatória;

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LXVI – ninguém será levado à prisão ou nela mantido, quando a lei admitir a
liberdade provisória, com ou sem fiança;

Art. 37- A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência
e, também, ao seguinte:” (Redação dada pela Emenda constitucional nº 19,
de 1998) CFB.

O Código de Processo de 2015 preceitua:

Art. 8º- Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins


sociais e às exigências do bem comum, resguardando e promovendo a
dignidade da pessoa humana e observando a proporcionalidade, a
razoabilidade, a legalidade, a publicidade e a eficiência.

Esses artigos e incisos nada mais são que a garantia do devido processo legal e
exercício pleno do contraditório, ou seja, a garantia do livre exercício da cidadania do
jurisdicionado.

8 - FUNDAMENTAÇÃO DAS DECISÕES JUDICIAIS

O estudo proposto por Aarnio tem por objetivo a combinação de três pontos de vista
a chamada nova retórica, a linguística de Wittgenstein e o enfoque racionalista
representado por Jürgen Habermas. (1991, p.17).

No prólogo da edição inglesa algumas questões foram propostas: “como cidadãos


não admitiríamos a ideia de que nosso caso seja decidido por um tribunal sem que
“decisor” tenha uma imagem clara do que ordena proíbe ou permite o ordenamento
jurídico”.

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A exigência é que a decisão seja baseada no direito. Isto porque o objetivo ou o desejo
dos cidadãos é a certeza jurídica das decisões, em especial as dos casos complexos.
Assim, o direito é a base dotada de “autoridade”. Contudo, a base pode ser ambígua,
vaga podendo possuir inúmeras lacunas, segundo Aarnio, o interprete parece mover-
se em círculos “o direito vincula o intérprete, nem toda interpretação está de acordo
com o direito. Para o aclaramento dos conteúdos do direito requer uma eleição entre
as diferentes alternativas de interpretação”. Entretanto, este clareamento não é uma
questão simples e cartesiana. A ideia, ou ideal, de se encontrar uma fórmula precisa
que nos diga que se adotando este ou aquele procedimento o interprete chegará na
solução dos casos difíceis ou complexos.

Neste prisma o artigo 93, inciso IX determina que todos os julgamentos serão
públicos, e fundamentadas todas as decisões. Logo o artigo 11 do novo Código
processual fez repetir o comando constitucional, acrescentando que se as decisões
não forem públicas e fundamentadas poderão ser consideradas nulas.

Acredita-se ser esse aspecto de fundamental importância, a fundamentação das


decisões é o que garante a certeza jurídica, que é o que o jurisdicionado procura
quando recorre ao Poder Judiciário, é o saber o porque perdeu a demanda, elemento
“sine qua non” para balizar sua apelação.

As decisões judiciais são forma de dar vida ao ordenamento, seu caráter satisfativo
ou não, determinará a conduta da sociedade, por esses motivos, embora a
Constituição de 1988 tenha trazido em seu bojo essa necessidade, a referência da
justificativa no Código de 2015, reforça a obrigação do prolator da sentença justificar
seu entendimento com maior rigor e teor.

9 - COMPARATIVO ENTRE OS ARTIGOS 1º AO 12º DO NCPC E OS


PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

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Da Constituição Federal nas palavras do Doutrinador Alexandre de Moraes, em sua
obra Direito Constitucional, 30ª Edição, 2014, Atlas S. A.:

“Constituição, lato sensu, é o ato de constituir, de estabelecer, de firmar;


ou, ainda, o modo pelo qual se constitui uma coisa, um ser vivo, um grupo
de pessoas; organização, formação.

Juridicamente, porém, Constituição deve ser entendida como a lei


fundamental e suprema de um Estado, que contém normas referentes à
estruturação do Estado, à formação dos poderes públicos, forma de
governo e aquisição do poder de governar, distribuição de competências,
direitos, garantias e deveres dos cidadãos. Além disso, é
a Constituição que individualiza os órgãos competentes para a edição de
normas jurídicas, legislativas ou administrativas.

Em resumo, temos que a Constituição é o ato de estabelecer ou criar determinada


norma para um grupo de pessoas, formando a organização do Estado, com a
criação dos direitos e garantias do cidadão.

A Constituição Federal da República Federativa do Brasil promulgada em 1988 é


uma norma que criou e ditou as regras para o povo brasileiro, criando o Estado e
apresentando os direitos, deveres e garantias do cidadão. Sendo uma norma rígida,
a qual possui um processo de alteração mais árduo, solene e dificultoso. Portanto,
a Constituição Federal é a norma superior hierarquicamente, sendo que todas as
normas infraconstitucionais (leis em sentido amplo: resoluções e decretos etc)
devem atender aos preceitos contidos na mesma para sua efetiva validade e
existência. Assim, temos o Princípio da Supremacia da Constituição que, nas
palavras do Eminente Ministro do Supremo Tribunal Federal, Doutor Gilmar Ferreira
Mendes, em sua obra Curso de Direito Constitucional, 4ª Edição, 2009, nos ensina:

Visualizado o ordenamento jurídico como uma estrutura hierarquizada de


normas, cuja base repousa na ficção da norma fundamental hipotética, de

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que se utilizou Hans Kelsen para descrever a estática e a dinâmica jurídicas
e, assim, a própria existência do direito, emerge, nítida, a supremacia
da Constituição como ponto de apoio e condição de validade de todas as
normas jurídicas, na medida em que é a partir dela, como dado de
realidade, que se desencadeia o processo de produção normativa, a
chamada nomogênese jurídica, que, em nosso direito positivo, por
exemplo, está disciplinada, sob o título do processo legislativo, nos
arts. 59 a 69 da Constituição de 1988.
Noutras palavras, pela própria localização na base pirâmide normativa, é
a Constituição a instância de transformação da normatividade, puramente
hipotética, da norma fundamental, em normatividade concreta, dos
preceitos do direito positivo – comandos postos em vigor – cuja forma de
conteúdo, por isso mesmo, subordinam-se aos ditames constitucionais. Daí
se falar em supremacia constitucional formal e material, no sentido de que
qualquer ato jurídico – seja ele normativo ou de efeito concreto -, para
ingressar ou permanecer validamente, no ordenamento, há se mostrar
conforme aos preceitos da Constituição” (Mendes, Gilmar Ferreira. Curso
de direito constitucional / Gilmar Ferreira Mendes, Inocêncio Martires
Coelho, Paulo Coelho Gonet Branco – 4. Ed. Ver. E atual. – São Paulo:
Saraiva, 2009).

10 - COMPARATIVO DOS ARTS. 1º A 12º DO NCPC COM OS


PRINCÍPIOS CONSTITUCIONAIS

Artigo 1º do Código de Processo Civil vigente:

“O processo civil será ordenado, disciplinado e interpretado conforme os


valores e as normas fundamentais estabelecidos na, observando-se as
disposições deste Código” Constituição da República Federativa do Brasil.

Da simples leitura do artigo Primeiro do Código de Processo Civil de 2015, vemos


que o legislador preocupou-se em constitucionalizar a legislação infraconstitucional,
trazendo à ela os princípios e direitos fundamentais previstos na Constituição

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Federal da República Federativa do Brasil, norma hierarquicamente superior às
demais, vigente desde 1988.

Temos, portanto, nitidamente no artigo 1º do Código de Processo Civil de 2015 a


presença do Princípio da Supremacia da Constituição, determinando que o
Processo Civil será “ordenado, disciplinado e interpretado conforme os valores e
normas fundamentais estabelecidos na Constituição da República Federativa do
Brasil”.

Em paralelo e, acredita-se que por analogia, nota-se também a presença


do Princípio da Unidade da Constituição, princípio este de interpretação
normativa, aplicável ao Novo Código de Processo Civil, o qual determina que as
normas devem ser analisadas e interpretadas de forma integrada e não isolada,
como um complexo normativo unitário e harmônico, a fim de evitar contradições.
Neste sentido, em semelhante definição, citamos o Ministro Gilmar Mendes:

o princípio da unidade da Constituição... “é lugar comum que o


ordenamento jurídico e a Constituição, sobretudo, não são aglomerados
caóticos de normas; presumem-se um conjunto harmônico de regras e de
princípios...” (Mendes, Gilmar Ferreira. Curso de direito constitucional /
Gilmar Ferreira Mendes e Paulo Coelho Gonet Branco – 10. Ed. Ver. E
atual. – São Paulo: Saraiva, 2015).

Artigo 2º do Código de Processo Civil:

“O processo começa por iniciativa da parte e se desenvolve por impulso


oficial, salvo as exceções previstas em lei.”

O artigo 2º do Novo CPC nos remete ao Princípio do Devido Processo Legal,


previsto no inciso LIV do artigo 5º da Constituição Federal, o qual assegura a todos

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o direito a um processo com etapas previstas em lei e garantias constitucionais,
sendo que, não observadas tais regras, o mesmo tornar-se-á nulo. De tal princípio
Constitucional e geral, irradiam outras diversas garantias processuais específicas,
entre elas as previstas no artigo em questão, como o Princípio da Inércia da
Jurisdição “O processo começa por iniciativa da parte” e o Princípio do Impulso
Oficial “e se desenvolve por impulso oficial”.

Artigo 3º do Código de Processo Civil, já mencionado:

Não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito.


§ 1º É permitida a arbitragem, na forma da lei.

2º O Estado promoverá, sempre que possível, a solução consensual dos


conflitos.
§ 3º A conciliação, a mediação e outros métodos de solução de conflitos
deverão ser estimulados por juízes, advogados, defensores públicos e
membros do Ministério Público, inclusive no curso do processo judicial.”

O artigo 3º do NCPC traz consigo dois Princípios Constitucionais, são eles:

a) Princípio da Inafastabilidade da Jurisdição: previsto no artigo 5º,


inciso XXXV da Constituição Federal da República Federativa do Brasil: “a lei não
excluirá da apreciação do Poder Judiciário lesão ou ameaça a direito;”

Em razão da proibição da auto tutela, tal princípio garante que o Estado preste ao
cidadão a tutela jurisdicional, fornecendo um instrumento capaz de solucionar os
conflitos e litígios em que o cidadão está envolvido.

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Previsto na Constituição Federal, o direito de ação é fundamental, ou seja, uma
garantia constitucional para o cidadão deduzir uma pretensão em juízo e, em virtude
desta pretensão, receber uma resposta satisfatória e justa, respeitando-se os
demais princípios constitucionais do processo.

Sobre tal princípio, leciona Fredie Didier Júnior:

O princípio da inafastabilidade da jurisdição...Garante uma tutela adequada


à realidade de direito material, ou seja, garante o procedimento, a espécie
de cognição, a natureza do provimento e os meios executórios adequados
às peculiaridades da situação litigiosa. (Didier Jr., Fredie. Curso de direito
processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e
processo de conhecimento / Fredie Didier Jr. – 17. Ed. – Salvador: Ed. Jus
Podivm, 2015.)

b) Princípio da Solução Pacífica de Conflitos, previsto no art. 4º,


inciso VII da Constituição Federal da República Federativa do Brasil: “A República
Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos seguintes
princípios: VII – solução pacífica de conflitos;”

A questão em discussão é se tal previsão processual seguiu a tendência da


Constitucional Federal através dos princípios norteadores do direito internacional,
conforme acima mencionado, ou deu-se diante dos reiterados incentivos à
autocomposição por meio do Legislativo e de resoluções do Conselho Nacional de
Justiça.

O que não se pode negar é a existência da nova tendência pela solução do litígio
por autocomposição, evidenciando a política pública de tratamento adequado dos
conflitos que instituiu-se no Brasil há alguns anos.

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Assim, diante da previsão Constitucional da solução pacífica de conflitos, entende-
se que o Novo Código de Processo Civil, ainda que fora do interesse do legislador,
utilizou-se de Princípio de Direito Internacional ao definir, estruturar e estimular a
autocomposição com criação de regras específicas neste sentido, dedicando um
capítulo inteiro para regular a mediação e conciliação (formas de resolução de
conflito), definindo como Princípio Processual, nas palavras de Fredie Didier,
o Princípio do Estímulo da Solução por Autocomposição.

Pode-se, inclusive, defender a atualmente a existência de um princípio do


estímulo da solução por autocomposição – obviamente para os casos em
que ela é recomendável. Trata-se de princípio que orienta toda a atividade
estatal na solução dos conflitos jurídicos. (Didier Jr., Fredie. Curso de
direito processual civil: introdução ao direito processual civil, parte geral e
processo de conhecimento / Fredie Didier Jr. – 17. Ed. – Salvador: Ed. Jus
Podivm, 2015.).

Artigo 4º do Código de Processo Civil:

“As partes têm o direito de obter em prazo razoável a solução integral do


mérito, incluída a atividade satisfativa.”

O artigo 4º da Lei 13.105 de 16 de março de 2015 traz consigo o Princípio


Constitucional da Razoável Duração do Processo, mencionado no iten 5, previsto
no artigo 5º, LXXVIII da Constituição Federal da República Federativa do Brasil: “a
todos, no âmbito judicial e administrativo, são assegurados a razoável duração do
processo e os meios que garantam a celeridade de sua tramitação. “

Artigo 5º:

“Aquele que de qualquer forma participa do processo deve comportar-se de


acordo com a boa-fé”.

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O artigo em questão nos traz de forma evidente a necessidade e obrigatoriedade da
boa-fé objetiva por parte dos litigantes em processos judiciais.

Assim, vemos a existência do Princípio Processual da Boa-fé, o qual têm como


fundamento de existência e validade o Princípio do Devido Processo
Legal existente no artigo 5º, LIV da CF/88, sendo o princípio da boa-fé processual
um subprincípio do devido processo legal. Assim nos ensina o Fredie Didier Júnior:

Assim, por exemplo, o princípio da boa-fé processual pode ser encarado


como um subprincípio do princípio do devido processo legal (nesta relação,
um sobreprincípio): o processo para ser devido (estado de coisas que se
busca alcançar) precisa ser cooperativo ou leal.”... “O princípio da boa-fé,
aqui examinado como um sobreprincípio, também pode ser visto como
um subprincípio dos sobreprincípios do devido processo legal ou da
segurança jurídica ou da dignidade da pessoa humana. Não há problema
em relação a isso. O princípio do devido processo legal pode ser
considerado um subprincípio do princípio do Estado de Direito ou
do princípio de proteção da dignidade da pessoa humana; pode, também
ser considerado um sobreprincípio, quando se relaciona com os princípios
do contraditório ou da boa-fé processual.

Artigo 6º:

“Todos os sujeitos do processo devem cooperar entre si para que se


obtenha, em tempo razoável, decisão de mérito justa e efetiva.”

Tal artigo faz menção ao Princípio da Razoável Duração do Processo, previsto


no artigo 5, LXVIII da Constituição Federal “a todos, no âmbito judicial e
administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação.”

Artigo 7º:

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“É assegurada às partes paridade de tratamento em relação ao exercício de
direitos e faculdades processuais, aos meios de defesa, aos ônus, aos
deveres e à aplicação de sanções processuais, competindo ao juiz zelar
pelo efetivo contraditório.”

O artigo 7º do Código de Processo Civil vigente nos traz em seu texto, além do
Direito de Ação (garantia constitucional), o Princípio da Isonomia, previsto no
artigo 5º, caput da Constituição Federal de 1988, “É assegurada às partes paridade
de tratamento”. Bem como o Princípio do Contraditório e da Ampla
Defesa “competindo ao juiz zelar pelo efetivo contraditório”, previsto no artigo 5º, LV
da CFRB/88.

Artigo 8º:

“Ao aplicar o ordenamento jurídico, o juiz atenderá aos fins sociais e às


exigências do bem comum, resguardando e promovendo a dignidade da
pessoa humana e observando a proporcionalidade, a razoabilidade, a
legalidade, a publicidade e a eficiência.”

O referido artigo nos traz em seu texto os Princípios Constitucionais da Dignidade


da Pessoa Humana (art. 1º, III da CF/88); Proporcionalidade, Legalidade e
Eficiência que, embora não expressos na CF, são amplamente reconhecidos pela
Doutrina e Jurisprudência.

Bem como o Princípio da Publicidade, previsto no artigo 93, IX da CF/88: “todos


os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas
todas as decisões, sob pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em
determinados atos, às próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em

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casos nos quais a preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não
prejudique o interesse público à informação.”

Artigo 9º:

“Não se proferirá decisão contra uma das partes sem que ela seja
previamente ouvida.

Parágrafo único. O disposto no caput não se aplica:

I – à tutela provisória de urgência;

II – às hipóteses de tutela de evidência prevista no art. 311, incisos II e III;

III – à decisão prevista no art. 701.”

O artigo em questão nos traz os Princípios do Contraditório e da Ampla Defesa,


também já mencionado alhures, previsto no artigo 5º, LV da CFRB/88: “aos
litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ela
inerentes;”

De grande relevância ressaltar as exceções previstas nos incisos I, II e III do


artigo 9º do Código de Processo Civil/2015 não ferem o Princípio do Contraditório e
da Ampla Defesa encontrado no caput, eis que tratam-se de medidas urgentes que
podem gerar danos irreversíveis a quem pleiteou.

Artigo 10º:

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“O juiz não pode decidir, em grau algum de jurisdição, com base em
fundamento a respeito do qual não se tenha dado às partes oportunidade
de se manifestar, ainda que se trate de matéria a qual deva decidir de ofício.”

Tal artigo também traz em seu texto o Princípio do Contraditório e da Ampla Defesa,
previsto no artigo 5º, LV da Constituição federal da República Federativa do Brasil
de 1988.

Artigo 11º:

“Todos os julgamentos dos órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e


fundamentadas todas as decisões, sob pena de nulidade.

Parágrafo único. Nos casos de segredo de justiça, pode ser autorizada a


presença somente das partes, de seus advogados, de defensores públicos
ou do Ministério Público.”

O artigo 11º do Código de Processo Civil vigente faz referência aos Princípios
Constitucionais da Publicidade, amplamente reconhecido pela Doutrina e
Jurisprudência, bem como o Princípio da Motivação das Decisões Judiciais,
ambos com previsão contida no artigo 93, IX da CF/88: “todos os julgamentos dos
órgãos do Poder Judiciário serão públicos, e fundamentadas todas as decisões, sob
pena de nulidade, podendo a lei limitar a presença, em determinados atos, às
próprias partes e a seus advogados, ou somente a estes, em casos nos quais a
preservação do direito à intimidade do interessado no sigilo não prejudique o
interesse público à informação.”

Artigo 12º do Código de Processo Civil:

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Referido artigo, nos traz diversos Princípios Constitucionais. No caput: “os juízes e
os tribunais atenderão, preferencialmente, à ordem cronológica de conclusão para
proferir sentença ou acórdão” e no Parágrafo Terceiro: “Após elaboração de lista
própria, respeitar-se-á a ordem cronológica das conclusões entre as preferências
legais.”

Verifica-se o Princípio da Isonomia previsto no artigo 5º, caput da CF/88. Já no


Parágrafo Primeiro: “A lista de processos aptos a julgamento deverá estar
permanentemente à disposição para consulta pública em cartório e na rede mundial
de computadores.” temos a previsão do Princípio da Publicidade contido no
artigo 93, IX da CF/88.

Implícito no artigo em análise, constata-se também a existência do Princípio da


Razoável Duração do Processo, previsto no artigo 5º, LXXVIII da Constituição
Federal da República Federativa do Brasil: “a todos, no âmbito judicial e
administrativo, são assegurados a razoável duração do processo e os meios que
garantam a celeridade de sua tramitação“, tendo em vista que as normas contidas
no texto legal visam estabelecer uma ordem cronológica aos processos em tramites
perante o Poder Judiciário, visando que as demandas tenham o tempo de vida
necessário para uma decisão de mérito justa e efetiva em prazo razoável.

Por fim, todo cidadão tem direito ao livre acesso ao judiciário, no novo Código de
Processo Civil brasileiro o artigo 3º recepcionou o comando constitucional ao dizer
que “não se excluirá da apreciação jurisdicional ameaça ou lesão a direito”.

Vimos que as fontes do direito que, com algumas exceções, coincidem com as fontes
exemplificadas nos artigos 4º e 5º da lei de introdução às normas do direito brasileiro:
“Art. 4º- Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os
costumes e os princípios gerais de direito.

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Art.5º- Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às
exigências do bem comum”.

Ao cidadão poderia ficar a pergunta, por que é necessário que se especifique o


“material” que o julgador deve utilizar para a interpretação e final julgamento do caso
a ele apresentado?

Para evitar injustiças, para evitar arbitrariedades, para a garantia da certeza jurídica.
A obtenção da justiça e de decisões imparciais é objetivo da limitação da
discricionariedade, contudo, não há uma fórmula cartesiana para se averiguar se a
sentença proferida seguiu os trâmites científicos pretendidos, não é possível dizer
que o julgador deverá seguir um modelo pronto para a tomada de decisões, estas são
ainda subjetivas, cada juiz julga conforme a sua consciência, sua percepção, sua
vivência, seus valores morais, etc. Imaginemos um sistema hipotético que no dia a
dia forense não é incomum verificar-se que decisões monocráticas ou mesmo
acórdãos são exaradas ora concedendo um direito x e ora negando o mesmo
direito x, como muitas vezes nos deparamos no nosso dia a dia, em nossos
escritórios, neste sistema hipotético não existe certeza de justiça.

A paz, que a certeza jurídica traz à sociedade, é substituída pelo caos. Assim, conclui-
se afirmando que a sociedade deve ao menos ter respeitado o direito de ter decisões
razoáveis e racionais. Racionalidade com a capacidade de pessoas diferentes
chegarem ao mesmo resultado em um determinado estudo ou caso.

Nas palavras de Chauí, 1999, citada por José Paulo A. Teixeira.

Tradicionalmente à ideia de racionalidade está associado o conhecimento


objetivo da realidade. Para tanto, é necessário reduzir o espaço para
interferências oriundas de paixões, crenças e demais expressões de
subjetividade. Isso permite uma progressiva identificação entre racionalidade
e verdade, objetividade e necessidade, não sendo considerado racional
aquilo que é meramente subjetivo e contingente. Toda forma de pensamento

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que fuja desse esquema será considerada falsa e irracional. (cf. CHAUÍ,
1999).

Nas palavras de Nudler,1996, citado por José Paulo A. Teixeira,

De acordo com essa perspectiva, a racionalidade consistiria na singular


capacidade da mente humana em buscar a verdade. Isso seria possível pela
adoção de uma forma de pensar capaz de estabelecer uma relação de
necessidade entre os pontos de partida e os pontos de chegada. Assim, duas
pessoas diferentes poderiam chegar aos mesmos resultados apesar da
diferença entre suas vivências e experiências pessoais. Uma vez seguindo
as regras lógicas, o resultado alcançado seria sempre o mesmo (cf.
NUDLER, 1996).

Conclui-se que a aplicação dos princípios fundamentais e constitucionais da


República Federativa do Brasil, em médio prazo, proporcionará ao jurisdicionado que
o processo seja racional e que as decisões sejam justas, aceitáveis, adequadas e,
por via de consequência, estaremos todos mais próximos à verdade processual.

BIBLIOGRAFIA

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Madrid 1991.Centro de Estudios Constitucionales.

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constitucional, São Paulo: Revistas dos Tribunais, 2015.

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25
CHAUÍ, Marilena. Contingência e necessidade. In: A crise da razão. São Paulo:
Companhia das Letras, 1999, p. 19-26. Citada por TEIXEIRA, João Paulo Allain. Crise
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Revista de Informação Legislativa, a. 39 n. 154 abr./jun. 2002

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MORAES, Alexandre de. Direito constitucional / Alexandre de Moraes. – 30. Ed. –


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26
NUDLER, Oscar. Introducción. In: La racionalidad: su poder y sus límites. Buenos
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e racionalidade argumentativa no direito: o modelo de Aulis Aarnio. Brasília: Revista
de Informação Legislativa, a. 39 n. 154 abr./jun. 2002.

TEIXEIRA, João Paulo Allain. Crise moderna e racionalidade argumentativa no direito:


o modelo de Aulis Aarnio. Brasília: Revista de Informação Legislativa, a. 39 n. 154
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