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Sumário
1-DIREITOS DE NACIONALIDADE ............................................................. 4
1.1- Nacionalidade Primária ou Originária ............................................... 6
1.1.1- Brasileiros Natos.............................................................................. 6
1.1.2-Nacionalidade Secundária ou Adquirida ............................................. 8
1.1.3-Naturalização Ordinária ...................................................................... 8
1.1.4-Naturalização Extraordinária ou Quinzenária...................................... 9
1.1.5- A “QUASE-NATURALIZAÇÃO” – EQUIPARAÇÃO ........................... 9
2-DISTINÇÕES ENTRE BRASILEIRO NATO E NATURALIZADO ............ 10
2.1 –Hipóteses de Perda da Nacionalidade ............................................... 10
2.1.1- Idioma e Símbolos Nacionais........................................................... 11
3 - CONDIÇÃO JURÍDICA DO ESTRANGEIRO NO BRASIL .................... 11
4 – DIREITOS POLÍTICOS ........................................................................ 14
5 - O SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO ............................................... 21
5.1 - Inelegibilidade .................................................................................... 23
6 - PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS ........................ 26
7 – PARTIDOS POLÍTICOS ....................................................................... 28
7.1 – Fontes ............................................................................................... 29
7.2 – Partidos Políticos .............................................................................. 30
7.3 - Personalidade Jurídica e Personalidade Eleitoral dos Partidos ......... 31
Políticos ..................................................................................................... 31
7.4 – Autonomia Partidária ......................................................................... 32
7.5 – Limitações ou Condicionamento aos Partidos Políticos .................... 33
7.6 – Prerrogativas Eleitorais ..................................................................... 34
7.7 – Filiação Partidária ............................................................................. 35
7.8 – Fidelidade Partidária ......................................................................... 36
7.9 – Panorama Atual Nacional Sobre os Partidos Políticos ...................... 37
7.10 - Estatística do TSE traz panorama da filiação partidária no Brasil .... 39
BIBLIOGRAFIA .......................................................................................... 42
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FACUMINAS
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1-DIREITOS DE NACIONALIDADE
O Estado possui poder geral e exclusivo sobre seu território, o que lhe permite exercer
autoridade sobre todas as pessoas que nele se encontram.
I. Povo;
II.Território;
III.Governo soberano.
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Os arts. 12 e 13 da Constituição tratam dos direitos da nacionalidade. Mas o que vem
a ser nacionalidade? Em resumo, nacionalidade é o vínculo jurídico-político de uma
pessoa para com um determinado Estado, e é instituto decorrente da soberania.
Cidadania: Diferencia aqueles que estão em pleno gozo dos direitos políticos
daqueles que não tem ou estão privados de tais direitos.
Entretanto, existem pessoas que não possuem vínculo jurídico político com nenhum
Estado, e por isso são chamados de apátridas ou heimatlos, bem como pessoas que
possuem o referido vínculo com mais de um Estado, sendo chamados de polipátridas
(dupla nacionalidade).
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1.1- Nacionalidade Primária ou Originária
I - natos:
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Pelo art. 12, I, a, observa-se que o Brasil adotou como critério-base a territorialidade
(ius solis), pois considera brasileiro nato os nascidos na República Federativa do
Brasil (RFB), ainda que de pais estrangeiros, salvo se os mesmos (um ou ambos)
estiverem a serviço de seu país.
Se o nascido no estrangeiro, filho de pai ou mãe brasileira não tiver sido registrado
perante o órgão competente, caso venha a residir no Brasil, ainda menor, o mesmo
passará a ser considerado brasileiro nato, e, após atingir a maioridade, poderá optar
pela nacionalidade brasileira. Atingida a maioridade e enquanto não for manifestada
a opção, esta passa a atuar como condição suspensiva da nacionalidade brasileira.
Nesse sentido, o Recurso Extraordinário 418.096.
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1.1.2-Nacionalidade Secundária ou Adquirida
1.1.3-Naturalização Ordinária
Note que a referida alínea prevê duas hipóteses de naturalização ordinária, a saber:
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1.1.4-Naturalização Extraordinária ou Quinzenária
Art. 12,
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2-DISTINÇÕES ENTRE BRASILEIRO NATO E NATURALIZADO
Em regra, por questões de isonomia, não pode haver distinções entre brasileiros
natos e naturalizados. No entanto, a própria Constituição (e somente ela) poderá
estabelecer eventuais distinções, sendo vedada a criação de outras hipóteses através
de lei.
ocupação de cargos;
radiodifusão e extradição.
Mas o que seriam atos nocivos aos interesses nacionais? São exemplos de tais atos:
tráfico de drogas, de armas, atentados terroristas etc.
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2.1.1- Idioma e Símbolos Nacionais
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civis e dos direitos políticos. Uma reconhecida a igualdade plena o beneficiário
poderá votar, ser votado e admitido em serviço público.
Todo estrangeiro pode adentrar no território brasileiro, desde que satisfaça alguns
requisitos previstos no Estatuto do Estrangeiro (Lei n.º 6.815/1980), também já
mencionado. Uma dessas condições diz respeito ao visto de entrada que,
independente da espécie, não cria direito subjetivo, somente expectativa de direito.
Por derradeiro, o estrangeiro poderá deixar o território brasileiro com visto de saída.
Na condição de permanente, o estrangeiro poderá retirar-se do país sem visto de
saída e poderá retornar independentemente de visto de entrada, dentro de um prazo
de dois anos entre a saída e a entrada.
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preencher todos os requisitos de ingresso. A finalidade do asilo político é evitar uma
punição ou perseguição no país de origem do estrangeiro decorrentes da prática de
delitos de natureza política ou ideológica. A Constituição Federal brasileira prevê o
asilo político no artigo 4º, X.
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Observando atentamente todos os movimentos imigratórios que têm ocorrido na
atualidade mister se faz entender a forma como a Ciência Jurídica encara
determinado tema. Conclui-se que todo o regramento atinente ao tema decorre de
dois corpos legislativos, a Constituição Federal de 1988 e a Lei n.º 6.815/1980, sem
deixar de mencionar, por mais óbvio que seja, a influência dos tratados, acordos e
pactos internacionais dos quais o Brasil seja signatário.
4 – DIREITOS POLÍTICOS
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dos direitos e garantias fundamentais, alinhando uma perspectiva mais
moderna, abrangendo direitos individuais e coletivos, direitos sociais
dos trabalhadores, da nacionalidade, direitos políticos e dos partidos
políticos;
da organização do Estado;
da tributação e orçamento;
da ordem social;
Os Direitos Políticos são tratados na Constituição de 1988 no capítulo IV, do título II,
referente aos direitos e garantias fundamentais.
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Lembra-se que os termos “cidadania” e “direitos fundamentais” popularizaram-se em
nosso país com o final da ditadura militar e com a promulgação da Constituição
Federal de 1988.
José Afonso da Silva faz importante anotação sobre as expressões “sufrágio” e “voto”
em relação à Constituição de 1988:
Por seu turno, o voto é obrigatório para os cidadãos maiores de dezoito anos e
menores de setenta (idade a partir da qual o voto se torna facultativo). Também é
facultativo o alistamento eleitoral dos analfabetos.
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Lembra-se que o artigo 60, § 4º da Constituição Federal prevê como cláusula pétrea
o voto direto, secreto, universal e periódico. Aliás, o voto periódico é garantia da
temporariedade dos mandatos, como fundamento da forma federativa de Estado e,
também, para garantir a efetividade da democracia representativa com períodos de
mandatos determinados.
A harmonização dá ao texto a mais ampla aplicação que ele exige. Assim, alternativa
não restou que não fosse buscar no próprio texto Constitucional o que ele define como
periódico.
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Constitucional que prevê mandatos de quatro anos, com exceção para os senadores,
cujo mandato é de oito anos.
Neste caso, acredita-se que foi admitida a reforma da constituição para reduzir o
período do mandato justamente para manter a harmonização do texto constitucional
e para garantir a maior efetividade ao pacto federativo.
Neste sentido, a limitação do poder de reforma deve ser compreendida dentro das
tradições de cada sistema histórico que, no caso da República Federativa do Brasil,
já admitiu a hipótese da reeleição.
Sobre alistamento eleitoral, cumpre ressaltar que a Constituição Federal dispõe que
não desfrutam do sufrágio:
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A elegibilidade está prevista no artigo 14, §3º da Constituição Federal, o qual prevê
as condições de elegibilidade, ou seja, as condições para que o cidadão exerça os
direitos políticos na modalidade passiva, a saber:
I – a nacionalidade brasileira;
V – a filiação partidária;
Não se olvide que a soberania popular exercida por meio do sufrágio será
concretizada mediante plebiscito, o referendo e a iniciativa popular.
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No que se refere à diferença entre plebiscito e referendo:
Já a iniciativa popular, prevista no art. 61, §2º, da Constituição Federal, poderá ser
exercida pela apresentação, perante a Câmara dos Deputados, de projeto de lei
subscrito por, no mínimo, 1% do eleitorado nacional, distribuído em pelo menos cinco
Estados, com no mínimo 2/10 por cento de cada um deles.
Esquematizando:
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5 - O SISTEMA ELEITORAL BRASILEIRO
A Lei Maior, porém, veda a edição de medidas provisórias sobre matéria relativa à
“nacionalidade, cidadania, direitos políticos, partidos políticos e direito eleitoral” (art.
62, §1°, I a).
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Os princípios e normas fundamentais relativos às matérias que compõem o Direito
Eleitoral têm assento constitucional: direitos políticos: (arts. 14 a 16); partidos políticos
(art. 17); eleições (arts. 27 a 29 e 32); sistema proporcional (art. 45); sistema
majoritário (arts. 46 e 77); justiça eleitoral (arts. 118 a 121).
Nosso sistema consagra que o sistema eleitoral majoritário é utilizado para a eleição
do Presidente da República, Governadores e Prefeitos (de cidades com mais de
duzentos mil eleitores). Para ser eleito pelo sistema majoritário, o candidato deverá
obter 50% + 1 dos votos válidos (maioria absoluta) para que seja eleito em primeiro
turno. Caso isso não ocorra, será instaurado o segundo turno das eleições, no qual
disputarão os dois candidatos mais votados em primeiro turno, elegendo-se o
candidato que obtiver a maioria dos votos.
Quanto aos senadores, o sistema majoritário é por maioria relativa, pela qual “por
uma única eleição, se proclama o candidato que houver obtido a maioria simples ou
relativa”.
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que se elegem, em proporcional, que, no entanto, só se aplica nas eleições
parlamentares.
§1º – O preenchimento dos Iugares com que cada Partido ou coligação for
contemplado far-se-á segundo a ordem de votação recebida pelos seus
candidatos. (Redação dada pela Lei nº 7.454, de 30.12.1985).
5.1 - Inelegibilidade
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Ainda sobre as condições de acesso a cargos eletivos, é preciso lembrar que o tema
“inelegibilidade” é matéria afeta a muitas discussões, que merece estudo aprofundado
sobre o tema.
Além das hipóteses constitucionais, a Constituição Federal (§ 9º, do art. 14) deixou
para a Lei Complementar estabelecer os demais casos de inelegibilidade.
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§ 5º O Presidente da República, os Governadores de Estado e do Distrito
Federal, os Prefeitos e quem os houver sucedido, ou substituído no curso dos
mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente.
A maior parte das condições insertas no art. 1º, da Lei Complementar nº 64/90 tem
como fim a preservação da moralidade administrativa.
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6 - PERDA E SUSPENSÃO DOS DIREITOS POLÍTICOS
Antes de tratar da perda e suspensão dos direitos políticos, é preciso lembrar que os
direitos fundamentais só protegem o seu titular quando este se move na seara dos
atos lícitos. Assim, se o direito define uma conduta como ilícita não se pode considerar
como justo o exercício de um direito fundamental que leve a essa conduta.
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temporária ou permanente (nesse último caso, estamos diante de perda dos direitos
políticos).
A perda ou suspensão dos direitos políticos indicam inidoneidade seja civil, penal ou
administrativa; as matérias encontram-se disciplinadas no art. 15, da Constituição
Federal.
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7 – PARTIDOS POLÍTICOS
Não obstante o tema referente aos Partidos Políticos seja, geralmente, abordado na
esfera do Direito Eleitoral, o que é totalmente compreensível em virtude da estreita
ligação com o aludido tema, o Direito Partidário, por vezes, é observado como ramo
independente dentro das ciências jurídicas. Sua independência, inclusive, é
reconhecida pela nossa Carta Magna de 1988, notadamente no art. 62, § 1º, alínea
a, onde há uma separação entre os Partidos Políticos e o Direito Eleitoral. Ademais,
é bem verdade que o estudo dos partidos, di per si, merece uma atenção específica,
sobretudo, pelo fato dos seus regramentos, institutos, princípios e regime jurídico
peculiares, consoante veremos.
Em que pese opinião doutrinária diversa, o estudo dos Partidos Políticos, denominado
de Direito Partidário pode ser conceituado como “o ramo do Direito Público, que
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disciplina a formação e o desenvolvimento orgânico dos Partidos Políticos, bem como
as normas atinentes ao seu financiamento e às suas atividades de arregimentação”
(ALVIM, 2012).
Em suma, podemos dizer que a importância do estudo dos partidos políticos está
intimamente ligada com a relevância das próprias atividades dos partidos, cuja
existência plural é reconhecida como fundamento da República Federativa conforme
o inciso V do art. 1º da nossa Constituição Federal de 1988.
7.1 – Fontes
Assim como o estudo das diversas áreas do Direito exigem o retorno aos seus
fundamentos, isto é, as suas fontes, para o estudo dos Partidos Políticos também é
de suma importância verificar tais raízes. Nesse sentido, principais fontes para o
exame das agremiações políticas são:
Constituição Federal;
Código Eleitoral (Lei 4.737 de 1965);
Lei Orgânica dos Partidos Políticos (Lei 9.096 de 1995);
Lei das Eleições (Lei 9.504 de 1997);
Resoluções do TSE, notadamente, a Res. TSE 21.841/04, que trata da
prestação anual de contas dos partidos;
Consultas respondidas pelos tribunais eleitorais;
Os estatutos dos Partidos Políticos;
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As decisões judiciais proferidas pelos órgãos da Justiça Eleitoral.
Dito isto, temos acima o arcabouço que norteia e perpassa por todas as
singularidades relevantes para o exame dos Partidos Políticos.
No dizer do jurista argentino Juan Fernando Armagnague, partido político nada mais
é senão uma associação de pessoas vinculadas por ideias e crenças comuns, em
torno de um programa, com a finalidade obter o poder mediante o sufrágio, para que
dito programa seja executado no governo.
Em outras palavras, o partido político é uma pessoa jurídica composta por um grupo
de pessoas ligadas pelo anseio comum de aceder ao poder.
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personalidade jurídica na forma da lei civil consoante os termos dos art. 17, § 2º da
CF e art. 1º da Leis dos Partidos Políticos.
Vale ressaltar, que o registro civil e o registro no TSE refletem diversos aspectos da
existência dos partidos, o primeiro refletindo a existência da agremiação partidária
enquanto pessoa jurídica, o segundo, por sua vez, enquanto pessoa eleitoral.
Já a personalidade eleitoral, por seu turno, deve ser entendida como aptidão para
contrair direitos e obrigações de natureza eleitoral, tais como, o direito de acesso
gratuito ao rádio e à televisão e a obrigação de prestar contas de sua movimentação
financeira à justiça eleitoral.
O artigo 8º da Lei dos Partidos Políticos estatui que o registro civil de uma agremiação
dessa natureza deve ocorrer em cartório localizado na capital federal, no qual também
deverá ser apresentada toda a documentação necessária, que inclui, entre outros
documentos: a ata da reunião de fundação da entidade subscrita pelos fundadores
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em número não inferior a 101, com domicílio eleitoral em, no mínimo, um terço dos
Estados da Federação.
As benesses de ordem eleitoral só serão acessíveis após o registro no TSE, ato pelo
qual é conferida a pessoa jurídica a personalidade eleitoral. Somente a partir desta
etapa, portanto, é que a agremiação usufruirá dos direitos consequentes desse status,
como o recebimento de recursos do fundo partidário e, conforme já citado, acesso
gratuito ao rádio e à televisão. Ademais, somente a partir do referido registro é que o
partido terá assegurado a exclusividade da denominação, símbolos partidários e sigla
além de ser vedada a utilização, por outros partidos, de variações que venham a
induzir a erro ou confusão (art. 7º, § 3º da LPP).
Todavia, a lei impõe alguns requisitos para que o partido possa receber sua
personalidade eleitoral. Destarte, só é admitido o registro do estatuto de partido
político que tenha caráter nacional, considerando-se como tal aquele que comprove,
no período de dois anos, o apoiamento de eleitores não filiados a partido político,
correspondente a, pelo menos, 0,5% (cinco décimos por cento) dos votos dados na
última eleição geral para a Câmara dos Deputados, não computados os votos em
branco e os nulos, distribuídos por um terço, ou mais, dos Estados, com um mínimo
de 0,1% (um décimo por cento) do eleitorado que haja votado em cada um deles (art.
7º, § 1º da LPP). O pedido de registro no TSE também deve ser instruído com os
documentos mencionados no art. 9º da LPP.
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A autonomia partidária decorre, portanto, do fato da agremiação ser uma associação.
Sendo assim, não poderá ser objeto de ingerências estatais, arbitrárias e indevidas
em seu espectro interno, visto que a liberdade de associação é uma típica liberdade
negativa, isto é, exercida "contra o Estado".
Ressalte-se que o partido político deve ter caráter nacional, ou seja, não pode estar
subordinado ou receber recursos financeiros de entidade ou governo estrangeiro,
deve prestar contas à justiça eleitoral e dever seu funcionamento parlamentar em
consonância com o que a lei prescreve.
Outra limitação aos partidos, conforme o art. 6º, é o fato de ser vedado ao partido
político ministrar instrução militar ou paramilitar, utilizar-se de organização da mesma
natureza e adotar uniforme para seus membros. Já outra imposição, mas positiva,
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ordena aos partidos que estabeleçam em seus estatutos: normas de disciplina e
fidelidade partidária (art. 17, § 1ºda CF).
Vale dizer que tais limites e imposições não devem ser compreendidos como
restrições indevidas na autonomia dos partidos, mas sim como parâmetros ao
funcionamento das agremiações partidárias. Por isso, o constituinte entendeu serem
razoáveis tais normas.
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No que tange ao acesso gratuito ao rádio e à televisão, este abrange a realização
tanto da propaganda partidária quanto da propaganda eleitoral, sendo que as
emissoras de rádio e tv possuem direito à compensação fiscal pela cedência do
horário gratuito.
A filiação partidária é o ato pelo qual um eleitor aceita, adota o programa e passa a
integrar um partido político. Esse vínculo que se estabelece entre o cidadão e o
partido é condição de elegibilidade, conforme disposto no art. 14, § 3º, V, da
Constituição Federal.
Nos termos do art. 16 da Lei dos Partidos Políticos (Lei nº 9.096, de 19 de setembro
de 1995), só pode filiar-se a partido o eleitor que estiver no pleno gozo de seus direitos
políticos. Assim, para concorrer a cargo eletivo, o eleitor deve estar filiado ao partido
há pelo menos seis meses antes da data fixada para as eleições, conforme dispõe o
art. 9º da Lei nº 9.504/1997, com a redação dada pela Lei nº 13.165/2015.
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(Filiaweb) com o objetivo de gerenciar suas relações de filiados (inclusões, alterações
e exclusões de registros de filiações).
morte;
expulsão;
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O art. 22-A da Lei 9.096, de 19/09/1995, que foi acrescentado pela Reforma Eleitoral
de 2015, especifica os três casos considerados como justa causa para desfiliação
partidária sem a perda de mandato, quais sejam:
No cenário político atual há alguns fatos e curiosidades que merecem ser abordados
a fim de compreendermos a conjuntura atual do nosso país no tocante aos partidos
políticos.
A polêmica criação do Partido da Mulher Brasileira – PMB, por exemplo, foi algo que
chamou atenção pelo fato de a referida agremiação haver forte presença masculina
em detrimento do número de mulheres, o que ante o próprio nome do partido gerou
uma grande contradição.
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Outro fato que merece atenção foi à criação do partido Rede Sustentabilidade,
conhecido como partido da Marina Silva, que em 2013 teve seu registro negado pelo
TSE, só vindo a lograr êxito tempos depois, quando sanadas as deficiências
apontadas e comprovado o alcance do número mínimo de apoiadores.
Outra questão que é abordada via de regra no âmbito eleitoral, e vem recebendo
várias críticas, é pelo pluripartidarismo vigente ter proporcionado condições que
fizeram com que hoje haja 35 partidos e, a título de exemplo, de 2005 a 2015 foram
criados 11 partidos, ou seja, uma média de um partido por ano. Para muitos essa é
uma sequência preocupante.
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com tempo restrito de propaganda eleitoral em rede nacional de rádio e de
TV.
Estatísticas gerais:
Dos 16.878.090 eleitores com filiação partidária, 9.352.840 são do sexo masculino,
7.474.320 do sexo feminino e 14.405 não informaram. Justificando a sigla, o Partido
da Mulher Brasileira (PMB) é a única legenda na qual o número de mulheres filiadas
(23.603) supera o de homens (19.134).
Além do MDB, apenas outros seis partidos políticos registrados na Justiça Eleitoral
contam com mais de 1 milhão de filiados: Partido dos Trabalhadores (PT), com
1.599.174 membros; Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), com 1.466.963;
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Progressistas (PP), com 1.444.951; Partido Democrático Trabalhista (PDT), com
1.258.176; Partido Trabalhista Brasileiro (PTB), com 1.191.273; e Democratas (DEM),
com 1.095.666.
Dos sete maiores partidos brasileiros, apenas DEM e PDT não têm o estado de São
Paulo como seu principal reduto de eleitores. O maior número de filiados ao DEM está
em Minas Gerais, que concentra 143.813 membros. O Rio Grande do Sul é o maior
reduto eleitoral do PDT, com 263.709 filiados. O Partido Social Liberal (PSL) conta
com 271.701 filiados, sendo 47.940 deles no estado de São Paulo.
O ranking dos seis menores partidos políticos do Brasil é formado por Partido
Comunista Brasileiro (PCB), com 14.631 filiados; Partido Socialista dos
Trabalhadores Unificado (PSTU), com 17.004; Rede Sustentabilidade (Rede), com
23.499; e Partido Novo (Novo), com 33.892. O PCO é o único partido brasileiro com
menos de 10 mil filiados.
Esses números foram contabilizados a partir das listas de filiados entregues pelos
partidos políticos até o dia 14 de abril de 2019.
Ante todo o exposto, fica evidenciado a grande relevância do estudo dos partidos
políticos, notadamente, pelo fato destas agremiações executarem funções
indispensáveis no Estado Democrático Direito. Neste diapasão, os partidos são
fundamentais para nosso país, uma vez que através do sufrágio universal o cidadão
consegue votar, e, por conseguinte, os partidos políticos fazem o elo entre os
candidatos (futuros representantes) e os eleitores. Os partidos políticos são, portanto,
instituições caras à democracia, porquanto são os veículos desta.
Consoante foi exposto no presente estudo, são várias peculiaridades que permeiam
as relações entre os partidos e a ordem jurídica vigente; assim, estes possuem
diversas formas de se relacionarem, seja no âmbito civil, interno, eleitoral, judicial,
bem como com o cidadão enquanto indivíduo.
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Inobstante a grande relevância do sistema eleitoral-partidário vigente, é plenamente
aceitável as críticas que esse sistema recebe hoje. Conforme foi abordado, é
importante que haja uma Reforma Eleitoral a fim de consolidar um sistema mais
robusto e que, de fato, represente a pluralidade da nação, mas que, por óbvio, não
exerça ingerências em outros valores constitucionais importantes como o direito de
livre associação.
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BIBLIOGRAFIA
BARRETO, Rafael. Direito Eleitoral. São Paulo: Saraiva, 2012. (Saberes do Direito).
42
CUNHA JÚNIOR, Dirley da. Curso de Direito Constitucional. 6.ed., rev., atual. e
ampl. Salvador (BA): Juspodivm, 2012.
GOMES, José Jairo. Direito Eleitoral. 8. ed. São Paulo: Atlas, 2012.
MORAES, Guilherme Peña de. Curso de Direito Constitucional. 7.ed., São Paulo
(SP): Atlas, 2015.
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