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• DA NACIONALIDADE

CONCEITOS:

* Nação: Conj. de pessoas que se identificam pelo mesmo → Laços econômicos/ Linguístico/
tradição.
* População: todas pessoas do território → Nacional+ Estrangeiro
* Povo:
* Cidadão: mais restrita que a nacionalidade, refere-se aos indivíduos que podem
exercer direitos políticos.

POLIPÁTRIDA – é aquele que possui mais de uma nacionalidade, em razão de o seu nascimento
o enquadrar em distintas regras de aquisição de nacionalidade. Dois ou mais Estados reconhecem
uma determinada pessoa como seu nacional, dando origem à multinacionalidade. Essa situação
ocorre, por exemplo, com os filhos oriundos de Estado que adota o critério ius sanguinis
(nacionalidade determinada pela ascendência), quando nascem em um Estado que acolhe o critério
ius solis (nacionalidade determinada pelo local do nascimento).

APÁTRIDA – (“sem pátria” ou heimatlos) é aquele que, dada a circunstância de seu


nascimento, não adquire nacionalidade, por não se enquadrar em nenhum critério
estatal que lhe atribua nacionalidade.

* O direito a ter uma nacionalidade é considerado como Direito Humano Fundamental previsto no
Art. XV da Declaração Universal de Direitos Humanos.

CRITÉRIOS DE AQUISIÇÃO

* TERRITORIAL ( JUS SOLIS) → Condiciona a aquisição da nacionalidade ao nascimento no


território do respectivo Estado. Países de imigração, caso contrário não teriam nacionais)

* SANGUÍNEO ( jus sanguinis ) : Estabelece a nacionalidade de acordo com a ascendência (pais,


avós...), ou seja, aqueles que forem filhos de nacionais assim também serão considerados. Países de
emigração – manter o vínculo)

OBS.1) É possível que indivíduo seja reconhecido como nacional de mais de um País, independente
de sua vontade.

OBS.2) Pode um indivíduo não ter nenhuma nacionalidade (apátrida), no entanto será uma situação
passageira e será resolvida, possivelmente por normas de direito internacional público.

No Brasil, o critério adotado como regra é o ius solis, permitindo-se situações de aquisição da
nacionalidade pelo ius sanguinis.

→ NÃO existe no Brasil o critério do jus matrimoniale, ou seja, pelo vínculo do


casamento.

FORMAS DE NACIONALIDADE

* Nacionalidade Primária (ou originária)


→ É aquela que o indivíduo adquire por força do nascimento. Emana de uma atribuição unilateral
do Estado, fazendo com que o indivíduo adquira a qualidade de nacional do País, independente da
sua vontade.
* Nacionalidade Secundária (ou adquirida)
→ Ocorre quando o direito à nacionalidade se adquire depois do nascimento e por ato voluntário. É
aquela que provém de uma manifestação híbrida, ou seja, de um lado, o indivíduo, apátrida ou
estrangeiro, solicita ou opta por essa nova nacionalidade e, de outro, o Estado, que concorda com a
escolha, formalizando a naturalização.

BRASILEIROS NATOS ( ART.12, I, CF)

Art. 12. São brasileiros:


I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes
não estejam a serviço de seu país;
b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja
a serviço da República Federativa do Brasil;
c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam
registrados em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do
Brasil e optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

→ Nascimento no Brasil: Critério territorial (jus soli):


art. 12. “São brasileiros:
I - natos:
a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais estrangeiros, desde que estes
não estejam a serviço de seu país;”

*Regra: Nascido no Brasil, ainda (mesmo) de pais estrangeiros.

*Exceção: Se ambos os pais (pai E mãe) estrangeiros e a serviço do seu País de origem.
Obs.: será brasileira a criança se os pais estiverem a serviço de outro país, que não o de origem.

→ Nascido no estrangeiro, de pai ou/e mãe brasileiros (ou ambos brasileiros), e


este esteja a serviço do Brasil:

Critério sanguíneo condicionado – jus sanguinis


“b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira, desde que qualquer deles
esteja a serviço da República Federativa do Brasil;”
* Na alínea b, aparece regra do jus sanguinis combinada com um elemento de ligação à República
Federativa do Brasil, qual, seja, estar a serviço desta.

Demais hipóteses de nascimento fora do Brasil:

“c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe brasileira, desde que sejam registrados
em repartição brasileira competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira; (
- Nacionalidade potestativa) Nascido no estrangeiro, de pai OU/ E (ambos ou apenas um) mãe
brasileiros:
c.1 – se forem registrados em repartição competente; ou
c.2 – se residir no Brasil, e optar, atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.

NATURALIZADOS (ART. 12, II, CF)


→ Brasileiro Naturalizado aquele que vem a adquirir a nacionalidade brasileira posteriormente ao
seu nascimento de maneira secundária.

* Naturalização pelo Critério da Reserva Legal: art. 12, II, 1° parte, CR.
“São brasileiros:
II - naturalizados:
a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira, ...”
A Constituição confere a qualidade de brasileiro naturalizado àqueles que, na forma da lei,
adquiram a nacionalidade brasileira.

* Naturalização Ordinária: art. 12, II, 2º parte, CF


“São brasileiros:
II - naturalizados:
a) ..., exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por um ano
ininterrupto e idoneidade moral;”

OBS.: aos originários de países de língua portuguesa apenas residência por 1 (um) ano ininterrupto
e idoneidade moral; ( ato discricionário, pois é um poder inerente à soberania do País).

* Naturalização Extraordinária: os estrangeiros de qualquer nacionalidade,


residentes no Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.
Assim, são requisitos:

→ Residência por 15 anos – O que é diferente de permanência ininterrupta.


- Ausência de condenação penal
- Requerimento do interessado

NACIONALIDADE PARTE II

* PORTUGUÊS EQUIPARADO (ART. 12, § 1º, CF)

“§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver reciprocidade em favor de


brasileiros, serão atribuídos os direitos inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta
Constituição.”

DOUTRINA→ Indica que o regime jurídico do português equiparado é IGUAL AO DOS


BRASILEIROS NATURALIZADOS.

Português→ “ quase naturalizados” → c/ direito inerentes aos naturalizados e sem


obrigatoriedade de cumprimentos das obrigações impostos aos naturalizados.

* Bastam os 2 requisitos:
→ Residência permanente
→ Tratado de Reciprocidade EM FAVOR DE BRASILEIROS.

DISTINÇÃO ENTRE BRASILEIROS (ART. 12, § 2º, CF )

- Somente CF pode estabelecer diferenças entre brasileiros natos E naturalizados.

* Lei infraconstitucional não pode criar outras distinções.

➢ Cargos privativos de brasileiros natos: art. 12, § 3º, CF/88


-
Presidente: da República e Vice-Presidente;
- Presidente da Câmara dos Dep.
- Presidente do Senado;
- Ministros do STF;
- Carreira diplomática;
- Oficial das Forças Armadas;
- Ministro da Defesa;
* OBS.: MINISTRO DE RELAÇÕES EXTERIORES→ Não precisa ser Natos.

➢ Função no Conselho da República só pode formar-se com “6 cidadãos


brasileiros natos.”: art. 89, VII, CR

➢ Extradição: art. 5º, LI, CR.


“LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o naturalizado, em caso de crime comum,
praticado antes da naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;”

→ Só brasileiro naturalizado pode ser extraditado, ainda assim em caso de crime comum, cometido
anteriormente à naturalização, ou de comprovado envolvimento com tráfico de entorpecentes.

➢ Direito de propriedade de empresa jornalística e de radiofusão sonora e de sons


e imagens: art. 222, caput, CF.
Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão sonora e de sons e imagens é
privativa de brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.
PERDA DA NACIONALIDADE (ART. 12, § 4º, CF)

➢ Só o brasileiro naturalizado pode perder a nacionalidade por desenvolvimento de


atividade nociva ao interesse nacional

A Constituição regula os casos de perda da nacionalidade brasileira.

“§ 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que:


I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de atividade nociva ao
interesse nacional;

** II - adquirir outra nacionalidade, salvo no casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei estrangeira;


b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao brasileiro residente em estado
estrangeiro, como condição para permanência em seu território ou para o exercício de direitos
civis

➢ Cancelamento judicial da Naturalização, em virtude de atividade nociva ao interesse nacional;


➢ Aquisição de outra nacionalidade.

Exceção: 1- Quando outro País atribui, de acordo com suas leis, outra nacionalidade
originária ou condição de NATO também.
Exceção:2 – Imposição de naturalização pela lei estrangeira, como condição de permanência no
respectivo território ou para exercícios de direitos civis.

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