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APRESENTAÇÃO

Olá pessoal, meu nome é Bruno, sou Auditor-Fiscal da Receita


do Distrito Federal. Formado na Escola de Sargentos das Armas
(ESA), fui Sargento do Exército por quase 15 anos. Sou
Graduado em Matemática e Ciências Contábeis, Pós Graduado
em Direito Tributário e em Direito Administrativo. Também fui
aprovado nos seguintes concursos da área fiscal: SEFAZ RS
para Técnico Tributário da Receita, Fiscal de Tributos de
Biguaçu-SC e Especialista em Gestão da Tributação,
Arrecadação e Fiscalização (Auditor-Fiscal) de Aracati- CE.

@contabilidaderesumida2024
EDITAL RESUMIDO – CNU - Auditor Fiscal do Trabalho 2024

https://www.contabilidaderesumida.com.br/

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EDITAL RESUMIDO - AUDITOR FISCAL DO TRABALHO (PARTE 1)

Olá, meus amigos!

Tendo em vista a publicação do Edital do Concurso Nacional Unificado (CNU), cuja banca organizadora
será a CESGRANRIO, elaborei um edital resumido destrinchando todo o conteúdo programático
para o cargo de Auditor Fiscal do Trabalho (Bloco 4).

A elaboração deste material foi realizada de modo bastante cuidadoso, buscando, resumidamente,
trazer significado a cada item do nosso edital.

É lógico que este material foi elaborado, apenas, para guia-lo dentro do vasto conteúdo abrangido
para AFT. Lembre-se de que nada irá substituir o seu estudo de forma organizada e
consistente.

A intenção com este PDF é que você possa se ambientar com o que será cobrado em sua prova, de
maneira que você não deixe de lado o estudo de pontos importantes previstos no edital.

Então, chega de blábláblá e bora conferir o que a Cesgranrio trouxe de conteúdo pra a gente.

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DATAS IMPORTANTES

 Antes de tudo, não se esqueçam das datas abaixo, que dizem respeito às próximas programações
do nosso concurso:

 Inscrições: 19/01/2024 a 09/02/2024 (https://www.cesgranrio.org.br/);


 Cartão de Confirmação impresso (Locais de Prova): 25/04/2024;
 Provas objetivas e discursivas: 05/05/2024;
 Gabarito preliminar: 07/05/2024.

Estrutura de Prova - BLOCO 4 – AFT

AUDITOR FISCAL DO TRABALHO

Provas Disciplinas Nº Peso Nota Nota Nota %


Quest Máx Máx Corte
Pond Pond
Manhã (Duração: 2 horas e 30 minutos)
Políticas Públicas
Desafios do Estado de Direito
P1 Ética e Integridade
C. Gerais Diversidade e Inclusão na Sociedade 20 0,25 100 25 10 25%
Administração Pública Federal
Finanças Públicas

P3 Discursiva 1 0,2 100 20 - 20%

Tarde (Duração: 3 horas e 30 minutos)


Gest. Governamental e Gov. Pública 10 0,55 5,5 5,50%
P2 Políticas Públicas 10 0,55 5,5 5,50%
C. Específicos Sociologia e Psicologia do Trabalho 10 1,1 100 11 22 11%
Segurança e Saúde do Trabalhador 10 1,65 16,5 16,5%
Direito do Trabalho 10 1,65 16,5 16,5%
Total 70 - 100 100 - 100%

Observações:

 Mínimo na P1: 40% (10/25);


 Mínimo na P2: 40% (22/55);
 Metade da Nota da Prova Discursiva será atribuída ao Domínio do idioma (Português) e
não aos conhecimentos técnicos.

Fique atento (a)!!!

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CONHECIMENTOS GERAIS

1 POLÍTICAS PÚBLICAS
Ementa Síntese
1.1 Introdução às políticas públicas: conceitos e Introdução às políticas públicas envolve a
tipologias. compreensão dos processos pelos quais as
decisões governamentais são formuladas,
1.2 Ciclos de políticas públicas: agenda e formulação; implementadas e avaliadas para abordar
processos de decisão; implementação, seus planos, questões sociais específicas.
projetos e programas; monitoramento e avaliação.
Vamos explorar alguns conceitos fundamentais e
tipologias relacionadas a esse campo.

1. Definição de Políticas Públicas:

Políticas públicas referem-se a decisões e ações


tomadas pelo governo para resolver problemas ou
atender às necessidades da sociedade. Elas
abrangem uma variedade de áreas, como saúde,
educação, segurança, meio ambiente e economia.

2. Ciclo de Políticas Públicas:

Os ciclos de políticas públicas geralmente são


divididos em várias etapas, cada uma com
características distintas. De forma resumida, temos
as seguintes etapas:

a) Agenda e Formulação (Agenda Setting -


Definição da Agenda): Nesta fase, são identificados
e destacados problemas que merecem atenção
pública. A sociedade, grupos de interesse e
formuladores de políticas contribuem para a seleção
de questões que serão abordadas. A formulação de
políticas ocorre quando soluções são propostas para
resolver os problemas identificados.

b) Processos de Decisão: Nesta etapa, os


formuladores de políticas decidem sobre a adoção
de determinadas propostas. O processo de decisão
envolve negociações, análises de custo-benefício,
avaliação de viabilidade política e consideração de
diferentes perspectivas.

c) Implementação, Planos, Projetos e


Programas: Após a decisão, as políticas são
traduzidas em ações práticas. Planos, projetos e
programas são desenvolvidos para colocar em
prática as soluções propostas. Recursos são
alocados, responsabilidades são atribuídas e os
planos operacionais são postos em movimento.

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d) Monitoramento e controle: Durante a
implementação, é crucial monitorar o progresso
para garantir que as metas e objetivos sejam
alcançados. São estabelecidos sistemas de controle
para avaliar se as atividades estão de acordo com o
planejado, e ajustes podem ser feitos conforme
necessário.

e) Avaliação:
Avaliação de Políticas: Após a implementação,
ocorre a avaliação. Isso envolve a análise dos
resultados alcançados em relação aos objetivos
estabelecidos. A avaliação pode ser formativa
(ajustando as políticas durante a implementação)
ou somativa (avaliando o impacto final).

Considerações Importantes:

Participação Pública → A inclusão ativa da sociedade


civil, grupos de interesse e cidadãos ao longo de
todo o ciclo é fundamental para garantir a
legitimidade e eficácia das políticas públicas.

Feedback Iterativo → O ciclo não é linear e pode


envolver retroalimentação constante. O feedback
obtido durante a implementação e a avaliação pode
influenciar ajustes nas políticas existentes ou na
abordagem de novos desafios.

Complexidade → Os ciclos de políticas públicas


enfrentam desafios devido à complexidade de
questões sociais, diversidade de interesses e
mudanças no ambiente político.

Sustentabilidade → Garantir a continuidade e


sustentabilidade das políticas ao longo do tempo é
um desafio constante.

A compreensão e gestão eficaz de cada fase do ciclo


de políticas públicas são essenciais para promover
mudanças significativas na sociedade e abordar as
necessidades e desafios emergentes.

3. Tipos de Políticas Públicas:

Políticas Sociais: Voltadas para a promoção do


bem-estar social, abrangendo saúde, educação,
assistência social, entre outros.

Políticas Econômicas: Envolvem medidas para


estimular o crescimento econômico, controlar a
inflação, promover o emprego, etc.

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Políticas Ambientais: Visam a preservação e
sustentabilidade do meio ambiente, incluindo
regulamentações sobre emissões, conservação de
recursos naturais, entre outros.

Políticas de Segurança: Concentram-se na


manutenção da ordem pública e na proteção dos
cidadãos, abrangendo questões como policiamento
e defesa nacional.

Políticas Culturais: Buscam preservar e promover


a diversidade cultural, o patrimônio histórico e
artístico de uma sociedade.

4. Atores nas Políticas Públicas:

Governo: Responsável pela formulação e


implementação de políticas.

Sociedade Civil: Contribui com opiniões,


demandas e monitoramento das políticas.

Setor Privado: Pode ser afetado pelas políticas e,


em alguns casos, colabora na implementação.

5. Instrumentos de Políticas Públicas:

Leis e Regulamentações: Estabelecem diretrizes


e normas para a ação governamental.

Programas e Projetos: Implementam ações


específicas para atingir objetivos estabelecidos.

Orçamento Público: Alocação de recursos


financeiros para a implementação das políticas.

Conclusão: A compreensão dos conceitos e


tipologias das políticas públicas é crucial para
analisar, criticar e contribuir para o
desenvolvimento de abordagens mais eficazes e
inclusivas na resolução dos desafios enfrentados
pela sociedade. Este é um campo dinâmico, onde a
participação ativa dos cidadãos e a transparência
são essenciais para a construção de políticas mais
justas e eficientes.
1.3 Institucionalização das políticas em Direitos Humanos A institucionalização das políticas em Direitos
como políticas de Estado. Humanos como políticas de Estado refere-se à
incorporação dessas políticas de maneira
permanente e sistêmica nas estruturas
governamentais. Isso faz com que a promoção e
proteção dos direitos humanos não sejam
apenas uma prioridade temporária de um governo
específico, mas sim uma responsabilidade
contínua e duradoura do Estado. Vamos explorar
alguns aspectos desse processo:

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1. Legislação e Marco Jurídico:
A institucionalização muitas vezes começa com a
criação de leis e marcos jurídicos que estabelecem e
garantem os direitos humanos.
Constituições, códigos legais e tratados
internacionais são utilizados para ancorar esses
princípios na estrutura legal do país.

2. Criação de Órgãos e Instituições


Específicos:
O estabelecimento de órgãos e instituições
dedicados à promoção e proteção dos direitos
humanos é um passo crucial.

Comissões de Direitos Humanos, ombudsman


(Profissional que ocupa cargo destinado a receber
críticas, reclamações e sugestões dos usuários e
que é responsável por mediar conflitos), defensorias
públicas e outros órgãos desempenham papéis
essenciais na monitorização, investigação e
promoção dos direitos humanos.

3. Integração nos Planos de Desenvolvimento


e Orçamento:
A inclusão dos direitos humanos nos planos de
desenvolvimento nacionais e nos orçamentos
estatais demonstra um comprometimento tangível.

Destinar recursos específicos para a implementação


de políticas relacionadas aos direitos humanos
reforça a seriedade do Estado em relação a essas
questões.

4. Educação em Direitos Humanos:


A incorporação da educação em direitos humanos
no currículo escolar e em programas de treinamento
para servidores públicos contribui para a
conscientização e a compreensão desses direitos em
todos os níveis da sociedade.

5. Cooperação Internacional e
Responsabilidade Global:
A cooperação com organizações internacionais e a
adesão a tratados e convenções internacionais
sobre direitos humanos reforçam o compromisso de
um Estado em nível global. Isso também permite a
troca de boas práticas e experiências.

6. Mecanismos de Prestação de Contas:


O estabelecimento de mecanismos eficazes de
prestação de contas, como relatórios regulares,
auditorias e avaliações independentes, é
fundamental. Isso garante que o Estado seja
responsável por suas ações na promoção e proteção
dos direitos humanos.

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Desafios na Institucionalização:

Resistência Institucional → Algumas instituições


podem resistir à implementação de políticas de
direitos humanos, especialmente se isso envolver
mudanças significativas em suas práticas.

Falta de Recursos → A alocação inadequada de


recursos pode comprometer a eficácia das políticas
de direitos humanos.

Mudanças de Governo → A continuidade das


políticas de direitos humanos pode ser afetada por
mudanças de governo, destacando a importância da
institucionalização para garantir a continuidade.

A institucionalização efetiva das políticas em direitos


humanos como políticas de Estado contribui para a
construção de uma sociedade mais justa, equitativa
e respeitadora dos direitos fundamentais de todos
os seus cidadãos.
1.4 Federalismo e descentralização de políticas públicas O Federalismo no Brasil refere-se à forma como o
no Brasil: organização e funcionamento dos sistemas de poder político é distribuído entre a União, os
programas nacionais. estados, o Distrito Federal e os municípios.

No contexto das políticas públicas, a


descentralização é uma estratégia que visa
transferir responsabilidades, recursos e poder de
decisão para níveis subnacionais.

Vamos explorar a organização e funcionamento dos


sistemas de programas nacionais no Brasil:

 Divisão de Competências:

A Constituição Federal de 1988 define as


competências de cada ente federativo. Assuntos de
interesse nacional são de responsabilidade da
União, enquanto estados, municípios e o Distrito
Federal têm competências específicas.
Esta divisão influencia a elaboração e
implementação de políticas públicas.

 Sistemas de Programas Nacionais:

Vários programas nacionais são implementados no


Brasil, cobrindo diversas áreas como saúde,
educação, segurança, assistência social e meio
ambiente.

Exemplos incluem o Sistema Único de Saúde (SUS),


o Sistema Único de Assistência Social (SUAS) e o
Sistema Nacional de Educação (SNE).

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 Descentralização e Municipalização:
A descentralização é notável na municipalização de
políticas. Muitos programas nacionais buscam
fortalecer a atuação dos municípios, transferindo
recursos e responsabilidades para a gestão local,
reconhecendo as especificidades regionais.

 Conselhos Gestores:
A participação da sociedade civil é promovida por
meio de conselhos gestores, que atuam na
formulação, implementação e monitoramento de
políticas. Cada sistema nacional possui seus
respectivos conselhos, proporcionando a
participação efetiva de diferentes segmentos da
sociedade.

 Financiamento e Transferência de Recursos:


A União é responsável por grande parte do
financiamento de políticas nacionais, por meio de
transferências de recursos para estados e
municípios. Os fundos nacionais, como o Fundo
Nacional de Saúde, exemplificam esse mecanismo.

 Planejamento Estratégico:
O Brasil elabora planos nacionais e setoriais que
orientam as ações em áreas específicas. Esses
planos envolvem a participação de diferentes níveis
de governo na elaboração e implementação de
estratégias.

Problemas e desafios com a Descentralização:

Desigualdades Regionais → As disparidades


socioeconômicas entre os estados e municípios
podem afetar a efetividade da descentralização.

Capacidade Administrativa → Nem todos os


municípios possuem a mesma capacidade
administrativa para gerir políticas descentralizadas,
o que pode resultar em desigualdades na oferta de
serviços.

Coordenação entre Entes Federativos → A


necessidade de uma coordenação eficiente entre
União, estados, municípios e o Distrito Federal é
crucial para o sucesso da descentralização.

A descentralização no Brasil é um processo em


constante evolução, buscando equilibrar a
autonomia local com a necessidade de ações
coordenadas em nível nacional para enfrentar
desafios complexos e promover o desenvolvimento
sustentável.

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2 DESAFIOS DO ESTADO DE DIREITO: DEMOCRACIA E CIDADANIA
Ementa Síntese
2.1 Estado de direito e a Constituição Federal de 1988: O Estado de Direito refere-se a um princípio
consolidação da democracia, representação política e fundamental no qual o poder do governo é
participação cidadã. limitado pelas leis e regulamentos, garantindo
assim a proteção dos direitos individuais e coletivos
dos cidadãos.

A Constituição Federal de 1988, também conhecida


como a Constituição Cidadã, é a lei fundamental do
Brasil que estabelece as bases do Estado de Direito
no país.

A Constituição de 1988 foi promulgada após o


período da ditadura militar (1964-1985) e foi
elaborada com a intenção de consolidar a
democracia, proteger os direitos fundamentais e
promover a participação cidadã.

Destaco, abaixo, alguns pontos relacionados ao


tema:

Consolidação da Democracia:

 A Constituição estabelece os princípios


fundamentais da República Federativa do
Brasil, incluindo a soberania, a cidadania, a
dignidade da pessoa humana, os valores
sociais do trabalho e da livre iniciativa, e o
pluralismo político.

 Prevê a separação dos poderes (Executivo,


Legislativo e Judiciário) para evitar o abuso
de poder e garantir a independência entre
eles.

 Estabelece os direitos e garantias


fundamentais, como a liberdade de
expressão, o direito à vida, à igualdade, à
privacidade, entre outros.

Representação Política:

 Institui o sistema democrático


representativo, com eleições periódicas para
escolha de representantes do povo nos
Poderes Executivo e Legislativo em todos os
níveis (municipal, estadual e federal).

 Estabelece a proporcionalidade na
representação, buscando assegurar a
participação de diversos setores da
sociedade.

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Participação Cidadã:

 Garante diversos mecanismos de


participação popular, como o plebiscito, o
referendo e a iniciativa popular para
apresentação de projetos de lei.

 Reconhece a importância de conselhos e


conferências para a participação da
sociedade civil na formulação e
acompanhamento de políticas públicas.

 Destaca a importância dos direitos sociais,


econômicos e culturais, promovendo uma
abordagem inclusiva e participativa na
construção da sociedade.

A Constituição Federal de 1988 tem sido um


instrumento importante na consolidação da
democracia no Brasil, promovendo a proteção dos
direitos individuais, o estabelecimento de
mecanismos de representação política e a ampliação
da participação cidadã na tomada de decisões
políticas. Entretanto, desafios e debates continuam
a ocorrer, e o processo democrático exige constante
vigilância e aprimoramento para atender às
demandas da sociedade.
2.2 Divisão e coordenação de Poderes da República. A divisão e coordenação dos poderes são princípios
fundamentais no sistema democrático, destinados a
evitar concentração excessiva de poder em
uma única instituição ou pessoa. Esses
princípios estão presentes na Constituição Federal
de 1988 do Brasil e são baseados na teoria de
separação de poderes desenvolvida por
Montesquieu.

Os três poderes da República no Brasil são o


Executivo, o Legislativo e o Judiciário.

Poder Executivo:

Função: Encarregado de executar e administrar as


leis.

Órgãos: Presidência da República, Ministérios e


outros órgãos administrativos.

Chefe de Estado e Chefe de Governo: O Presidente


da República exerce ambos os papéis.

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Poder Legislativo:

Função: Responsável por elaborar, discutir e


aprovar leis.

Órgãos: Congresso Nacional, composto pela Câmara


dos Deputados e pelo Senado Federal.

Atribuições: Criação de leis, fiscalização do Poder


Executivo, autorização de despesas, entre outras.

Poder Judiciário:

Função: Responsável por interpretar as leis,


garantir a sua aplicação e julgar conflitos.

Órgãos: Supremo Tribunal Federal (STF), Superior


Tribunal de Justiça (STJ), Tribunais Regionais
Federais (TRFs), Tribunais Estaduais e outros.

Atribuições: Julgamento de casos constitucionais,


civis, criminais, entre outros.

A coordenação entre esses poderes é fundamental


para garantir o equilíbrio e a harmonia no sistema
político. Alguns mecanismos de coordenação
incluem:

 Sistema de Freios e Contrapesos (Checks


and Balances): Cada poder tem a capacidade
de limitar ou "frear" as ações dos outros
poderes, impedindo assim abusos de poder.
Exemplos incluem o veto presidencial sobre
legislação aprovada pelo Congresso e a
capacidade do Judiciário de revisar a
constitucionalidade das leis.

 Independência e Autonomia dos Poderes:


Cada poder opera independentemente, sem
interferência direta dos outros poderes. Isso
permite que cada poder cumpra suas
funções de maneira eficaz.

 Responsabilidade Política e Fiscalização


Mútua: O Legislativo exerce a fiscalização
sobre o Executivo, por meio de comissões
parlamentares e outros mecanismos. Além
disso, o Judiciário pode analisar a
constitucionalidade das leis e atos do
Executivo.

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A harmonia e a interação equilibrada entre esses
poderes são essenciais para garantir o bom
funcionamento do Estado de Direito e da
democracia no Brasil. Esses princípios visam
proteger os direitos dos cidadãos e evitar a
concentração excessiva de poder em uma única
entidade.
2.3 Presidencialismo como sistema de governo: noções Presidencialismo como Sistema de Governo:
gerais, capacidades governativas e especificidades do
caso brasileiro. O presidencialismo é um sistema de governo em
que o chefe de Estado (geralmente chamado de
presidente) é eleito de forma independente do
legislativo e possui funções distintas. Algumas
características gerais do presidencialismo incluem:

 Eleição Separada: O presidente é eleito em


uma eleição independente, não estando
diretamente ligado à composição do
legislativo.

 Separação de Poderes: Há uma clara


separação entre o poder executivo, liderado
pelo presidente, e o poder legislativo.

 Mandato Fixo: O presidente serve por um


período fixo, geralmente quatro ou cinco
anos, e não está sujeito à dissolução do
legislativo.

 Independência entre Executivo e Legislativo:


O presidente não depende da confiança do
legislativo para permanecer no cargo, ao
contrário de sistemas parlamentaristas.

Capacidades Governativas do Presidente:

 Chefe de Estado e Chefe de Governo: O


presidente exerce papel duplo como chefe de
Estado, representando a nação, e chefe de
governo, liderando o executivo.

 Função Executiva Ampla: O presidente é


responsável pela execução e implementação
das leis, com autoridade sobre o governo e a
administração pública.

 Comando das Forças Armadas: Em muitos


casos, o presidente é o comandante-chefe
das forças armadas.

 Veto Legislativo: Em sistemas


presidencialistas com poder de veto, o
presidente pode vetar projetos de lei
aprovados pelo legislativo.

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Especificidades do Brasil:

 Mandato de Quatro Anos: O presidente do


Brasil é eleito para um mandato de quatro
anos, sem possibilidade de reeleição
consecutiva. No entanto, pode haver
reeleição não consecutiva.

 Sistema Bicameral: O Brasil possui um


Congresso Nacional bicameral, composto
pela Câmara dos Deputados e pelo Senado
Federal. O presidente precisa lidar com
ambas as casas para aprovar legislação.

 Veto Presidencial com Possibilidade de


Derrubada: O presidente pode vetar total ou
parcialmente projetos de lei aprovados pelo
Congresso, mas esses vetos podem ser
derrubados por uma maioria parlamentar.

 Impeachment: O Brasil tem um processo de


impeachment, que pode resultar na
destituição do presidente por crimes de
responsabilidade. Esse processo é conduzido
pelo Congresso Nacional.

Como exemplo, tivemos o impeachment da


ex-presidente Dilma Rousseff, com
encerramento do processo em 31 de agosto
de 2016, resultando na cassação de seu
mandato.

 Relação com Partidos Políticos: Dada a


fragmentação partidária no Brasil, os
presidentes muitas vezes precisam construir
coalizões no Congresso para garantir apoio
legislativo.

Em resumo, o sistema presidencialista no Brasil


confere ao presidente uma série de poderes e
responsabilidades, mas ao mesmo tempo exige
habilidade política para lidar com o legislativo e
formar alianças políticas a fim de implementar sua
agenda governamental. O equilíbrio entre os
poderes e a estabilidade institucional são aspectos
cruciais para o bom funcionamento do
presidencialismo no contexto brasileiro.
2.4 Efetivação e reparação de Direitos Humanos: A efetivação e reparação dos Direitos Humanos são
memória, autoritarismo e violência de Estado. temas cruciais para o desenvolvimento de
sociedades justas e democráticas. No contexto de
memória, autoritarismo e violência de Estado,
diversas nações, incluindo o Brasil, enfrentam
desafios relacionados à garantia e proteção desses
direitos. Vamos explorar esses conceitos de forma
mais detalhada:

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Memória:

Resgate da Memória Histórica: A promoção da


memória histórica é fundamental para a
compreensão do passado, especialmente em casos
de períodos autoritários. Recordar eventos
traumáticos, como ditaduras ou violações de
direitos humanos, ajuda a evitar a repetição de
erros e a construir uma sociedade mais consciente.

Memória Coletiva: A preservação da memória


coletiva envolve o reconhecimento de vítimas, a
documentação de eventos históricos e a construção
de espaços de memória, como museus e
monumentos, que recontem a história de forma
justa e objetiva.

Autoritarismo:

Superando o Legado Autoritário: Países que


passaram por regimes autoritários enfrentam o
desafio de superar o legado deixado por esses
períodos. Isso pode incluir a reforma de instituições,
a promoção da justiça de transição e a revisão de
leis que foram utilizadas para reprimir direitos
fundamentais.

Responsabilização: A responsabilização de agentes


do Estado envolvidos em violações de direitos
humanos durante períodos autoritários é essencial.
Isso pode ocorrer por meio de julgamentos,
comissões de verdade e outros mecanismos de
justiça transicional.

Violência de Estado:

Investigação e Responsabilização: A efetivação dos


direitos humanos exige investigação e
responsabilização em casos de violência de Estado.
Isso inclui a apuração de abusos cometidos por
agentes do governo e a garantia de que eles sejam
julgados e punidos conforme a lei.

Reparação às Vítimas: As vítimas de violência de


Estado têm o direito à reparação. Isso pode incluir
compensações financeiras, assistência médica,
psicológica e social, além do reconhecimento público
de sua condição e sofrimento.

Desafios no Contexto Brasileiro:

Ditadura Militar (1964-1985): O Brasil enfrenta


desafios relacionados à memória e
responsabilização pelos eventos ocorridos durante a
ditadura militar. A Comissão da Verdade, criada em

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2011, buscou investigar violações de direitos
humanos nesse período.

Impunidade e Resistência: A impunidade de agentes


do Estado envolvidos em violações de direitos
humanos é uma preocupação persistente. A
resistência a esclarecer integralmente eventos
passados também é um desafio.

A efetivação e reparação de Direitos Humanos


demandam um compromisso contínuo com a
justiça, a verdade e a memória. Mecanismos legais,
como a criação de comissões de verdade, e o
fortalecimento de instituições democráticas são
passos importantes para garantir que abusos
passados sejam reconhecidos e prevenidos no
futuro.
2.5 Programa Nacional de Direitos Humanos PNDH-3 O Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH) é
(Decreto nº 7.037/2009). uma iniciativa do governo brasileiro que visa
promover e proteger os direitos humanos no país. O
PNDH-3 é a terceira versão do programa e foi
instituído pelo Decreto nº 7.037, de 21 de
dezembro de 2009, durante o governo do
presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

O PNDH-3 é uma política de Estado que abrange


diversas áreas e temas relacionados aos direitos
humanos. Ele foi elaborado de forma participativa,
contando com a colaboração de organizações da
sociedade civil, movimentos sociais e outros
segmentos da sociedade. A ideia é estabelecer
diretrizes e ações para promover a efetivação dos
direitos humanos no Brasil.

Principais características e temas abordados


no PNDH-3:

1) Participação Social: O programa destaca a


importância da participação da sociedade civil na
promoção e defesa dos direitos humanos,
estimulando a criação de espaços democráticos para
o diálogo e a colaboração.

2) Diversidade e Igualdade: Aborda questões


relacionadas à diversidade étnica, racial, de gênero,
orientação sexual e de pessoas com deficiência,
buscando promover a igualdade e combater a
discriminação.

3) Segurança Pública e Direitos Humanos: Propõe a


revisão de políticas de segurança pública para
garantir que estas estejam alinhadas aos princípios
dos direitos humanos, com ênfase na redução da
violência policial e no respeito aos direitos
individuais.

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4) Direitos da Criança e do Adolescente: Destaca a
importância de ações para garantir a proteção
integral de crianças e adolescentes, combatendo o
trabalho infantil, a exploração sexual e outras
formas de violência.

5) Reparação e Justiça de Transição: Propõe


medidas de reparação às vítimas de violações de
direitos humanos durante o regime militar no Brasil,
além de defender a continuidade da investigação e
punição de agentes públicos envolvidos em práticas
de tortura e outras violações.

6) Educação em Direitos Humanos: Enfatiza a


necessidade de incorporar a educação em direitos
humanos nos sistemas de ensino, promovendo uma
cultura de respeito e promoção dos direitos
fundamentais.

7) Meio Ambiente e Direitos Humanos: Reconhece a


relação entre meio ambiente e direitos humanos,
propondo ações que visem à promoção do
desenvolvimento sustentável com respeito aos
direitos das comunidades tradicionais e indígenas.
É importante notar que o PNDH-3 é uma política
que busca orientar a atuação do Estado brasileiro na
promoção e proteção dos direitos humanos.

Contudo, sua implementação depende de ações


concretas dos órgãos governamentais e da
sociedade para ser efetiva. O programa também
pode passar por atualizações ao longo do tempo
para adequar-se às mudanças na sociedade e nas
demandas relacionadas aos direitos humanos.
2.6 Combate às discriminações, desigualdades e O combate às discriminações, desigualdades e
injustiças: de renda, regional, racial, etária e de gênero. injustiças em diversas dimensões, como renda,
regional, racial, etária e de gênero, é um desafio
complexo e crucial para promover uma sociedade
mais justa, inclusiva e equitativa.

Diversas medidas e políticas podem ser adotadas


para enfrentar essas questões:

Desigualdade de Renda:

 Implementação de políticas fiscais


progressivas que tributem mais os
rendimentos mais elevados e destinem
recursos para programas sociais.

 Fortalecimento da proteção social, como


programas de transferência de renda e
acesso a serviços básicos, para reduzir a
desigualdade.

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Desigualdade Regional:

 Promoção de políticas de desenvolvimento


regional que visem reduzir disparidades
econômicas e sociais entre diferentes regiões
do país.

 Investimento em infraestrutura, educação e


saúde em regiões menos desenvolvidas para
estimular o crescimento econômico e a
qualidade de vida.

Desigualdade Racial:

 Implementação de políticas de ação


afirmativa para promover a igualdade de
oportunidades em áreas como educação e
emprego.

 Combate ao racismo estrutural por meio de


legislação antirracista e programas
educacionais que promovam a diversidade e
a conscientização.

Desigualdade Etária:

 Desenvolvimento de políticas específicas


para atender às necessidades de diferentes
faixas etárias, como crianças, jovens, adultos
e idosos.

 Promoção de oportunidades de educação e


emprego ao longo da vida para combater
desigualdades associadas à idade.

Desigualdade de Gênero:

 Implementação e fortalecimento de leis que


promovam a igualdade salarial entre homens
e mulheres.

 Estímulo à participação equitativa de


mulheres em todas as esferas da sociedade,
incluindo cargos de liderança e
representação política.

 Combate à violência de gênero por meio de


políticas de prevenção, apoio às vítimas e
responsabilização dos agressores.

19
Além dessas medidas específicas, é essencial adotar
uma abordagem interseccional, considerando que as
pessoas podem enfrentar múltiplas formas de
discriminação simultaneamente. A educação é uma
ferramenta fundamental para mudar atitudes,
promover a compreensão e combater estereótipos.

A participação da sociedade civil, o engajamento


comunitário e o monitoramento constante são
componentes vitais para garantir que as políticas e
iniciativas implementadas sejam eficazes e atinjam
os objetivos de redução das desigualdades e
promoção da justiça social.
2.7 Desenvolvimento sustentável, meio ambiente e O desenvolvimento sustentável, o meio ambiente e
mudança climática. a mudança climática estão interligados e são temas
cruciais para garantir um futuro equitativo e
saudável para as gerações presentes e futuras. Aqui
estão alguns pontos-chave relacionados a essas
questões:

1) Desenvolvimento Sustentável:

 O desenvolvimento sustentável visa atender


às necessidades das gerações presentes sem
comprometer a capacidade das gerações
futuras de atenderem às suas próprias
necessidades.

 Envolve a busca por equilíbrio entre os


aspectos econômicos, sociais e ambientais
do desenvolvimento, promovendo a
prosperidade sem prejudicar o meio
ambiente.

Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS):

Os ODS, estabelecidos pela ONU, incluem metas


específicas relacionadas à erradicação da pobreza,
fome zero, saúde e bem-estar, educação de
qualidade, água limpa e saneamento, energia limpa,
trabalho decente, redução das desigualdades,
cidades sustentáveis, consumo e produção
responsáveis, ação contra a mudança climática,
vida debaixo d'água e vida sobre a terra, entre
outros.

Esses objetivos visam abordar as diversas


dimensões do desenvolvimento sustentável,
incluindo a proteção do meio ambiente e a
mitigação dos impactos das mudanças climáticas.

20
2) Meio Ambiente:

 A preservação do meio ambiente é crucial


para garantir a saúde dos ecossistemas, a
biodiversidade e a qualidade de vida das
pessoas.

 Estratégias de conservação, gestão


sustentável dos recursos naturais e a
promoção de práticas amigáveis ao meio
ambiente são componentes fundamentais
para proteger o ambiente.

3) Mudança Climática:

 A mudança climática é um dos maiores


desafios globais, resultante das atividades
humanas que aumentam a concentração de
gases de efeito estufa na atmosfera.

 Impactos da mudança climática incluem


aumento da temperatura, eventos climáticos
extremos, aumento do nível do mar e
ameaças à segurança alimentar e hídrica.

Ações para Combater a Mudança Climática:

 Transição para fontes de energia renovável e


a redução da dependência de combustíveis
fósseis.

 Adoção de práticas agrícolas sustentáveis e


preservação de florestas para captura de
carbono.

 Promoção de tecnologias limpas e eficiência


energética.

 Implementação de políticas de adaptação


para comunidades vulneráveis às mudanças
climáticas.

Cooperação Internacional:

A mudança climática é um desafio global que exige


cooperação internacional. Acordos como o Acordo
de Paris buscam a participação coletiva dos países
na redução das emissões e na adaptação às
mudanças climáticas.

O equilíbrio entre o desenvolvimento sustentável, a


preservação ambiental e a mitigação das mudanças
climáticas é fundamental para assegurar um futuro
sustentável para o planeta.

21
3 ÉTICA e INTEGRIDADE
Ementa Síntese
3.1 Princípios e valores éticos do serviço público, seus Os princípios e valores éticos no serviço público são
direitos e deveres à luz do artigo 37 da Constituição fundamentais para garantir a integridade, a
Federal de 1988, e do Código de Ética Profissional do responsabilidade e a transparência na administração
Servidor Público Civil do Poder Executivo Federal (Decreto pública. No contexto brasileiro, esses princípios
nº 1.171/1994). estão expressos no artigo 37 da Constituição
Federal de 1988, bem como no Código de Ética
Profissional do Servidor Público Civil do Poder
Executivo Federal, estabelecido pelo Decreto nº
1.171/1994.

Artigo 37 da Constituição Federal de 1988:

O artigo 37 da Constituição Federal de 1988


estabelece os princípios que devem nortear a
Administração Pública (O famoso: LIMPE):

Legalidade:
A administração pública deve pautar-se pela estrita
observância da legalidade, agindo conforme as leis
estabelecidas.

Impessoalidade:
Os atos da administração devem ser impessoais,
sem favorecimentos ou discriminações, visando ao
interesse público.

Moralidade:
A moralidade administrativa é um princípio
fundamental, exigindo que a administração pública
esteja em conformidade com padrões éticos.

Publicidade:
Os atos da administração devem ser públicos e
transparentes, garantindo o acesso à informação.

Eficiência:
A Administração Pública deve buscar a eficiência na
execução de suas atividades, visando ao melhor
atendimento do interesse público.

Código de Ética Profissional do Servidor


Público Civil do Poder Executivo Federal
(Decreto nº 1.171/1994):

O Decreto nº 1.171/1994 estabelece o Código de


Ética Profissional do Servidor Público Civil do Poder
Executivo Federal. Alguns dos princípios e valores
éticos presentes neste código são:

 Lealdade, Integridade e Imparcialidade:


O servidor deve agir com lealdade às instituições a
que serve, integridade no exercício do cargo e
imparcialidade no trato com o público.

22
 Respeito à Hierarquia e à Disciplina:
Deve-se respeitar a hierarquia e a disciplina,
promovendo um ambiente de trabalho harmônico e
eficiente.

 Sigilo da Informação:
A informação obtida no exercício do cargo público
deve ser protegida, respeitando-se o sigilo quando
necessário.

 Compromisso com o Desenvolvimento


Institucional:
O servidor deve comprometer-se com o
desenvolvimento institucional, contribuindo para o
alcance dos objetivos da organização.

 Responsabilidade no Exercício do Cargo:


O servidor público é responsável pelos seus atos no
exercício do cargo, buscando sempre o bem
comum.

 Valorização da Ética Profissional:


A ética profissional deve ser valorizada e promovida
no ambiente de trabalho.

A observância desses princípios e valores éticos é


crucial para a construção de uma Administração
Pública íntegra, eficiente e comprometida com o
interesse público. A promoção da ética no serviço
público contribui para a construção de uma
sociedade mais justa e transparente.
3.2 Governança pública e sistemas de governança O Decreto nº 9.203, de 22 de novembro de 2017,
(Decreto nº 9.203, de 22 de novembro de 2017). Gestão trata da política de governança pública no âmbito do
de riscos e medidas mitigatórias na Administração Poder Executivo federal no Brasil. Ele estabelece
Pública. diretrizes e práticas para a promoção de uma
governança eficiente, ética e transparente na
Administração Pública Federal.

Abaixo estão alguns aspectos relevantes do


Decreto, especialmente em relação à gestão de
riscos e medidas mitigatórias:

Governança Pública (Decreto nº 9.203/2017):

Definição de Governança Pública: A governança


pública, conforme o decreto, é definida como o
sistema pelo qual a organização é dirigida,
monitorada e incentivada, envolvendo os
relacionamentos entre os atores envolvidos na
consecução dos objetivos da instituição.

Princípios da Governança: O decreto destaca


princípios como responsabilidade, prestação de
contas, transparência, equidade, eficiência, eficácia
e conformidade.

23
Diretrizes para a Governança: São estabelecidas
diretrizes para aprimorar a gestão, promover
resultados efetivos, garantir integridade e ética, e
assegurar a transparência e a responsabilização.

Estrutura de Governança: O decreto prevê a


criação de estruturas internas de governança nas
instituições públicas, incluindo a formação de
comitês e conselhos.

Gestão de Riscos e Medidas Mitigatórias:

 Identificação de Riscos: A gestão de riscos é


uma componente crucial da governança pública.
De acordo com o decreto, é necessário
identificar e avaliar os riscos que possam afetar
a consecução dos objetivos institucionais.

 Mitigação de Riscos: Devem ser adotadas


medidas mitigatórias para reduzir os impactos
negativos dos riscos identificados. Isso inclui a
definição de planos de ação para lidar com
contingências.

 Transparência e Comunicação: A comunicação


efetiva sobre os riscos e as medidas mitigatórias
é essencial. A transparência no processo de
gestão de riscos promove a responsabilidade e a
confiança.

 Monitoramento Contínuo: A gestão de riscos não


é um processo pontual. Deve ser contínua,
envolvendo o monitoramento constante dos
riscos, a revisão das medidas mitigatórias e a
atualização conforme necessário.

 Cultura de Riscos: O estabelecimento de uma


cultura organizacional que valorize a
identificação proativa de riscos e a busca por
soluções é incentivado.

A implementação dessas diretrizes visa aprimorar a


eficiência, a transparência e a responsabilidade na
administração pública, garantindo uma gestão mais
alinhada com os princípios da governança pública. A
gestão de riscos é considerada uma ferramenta
estratégica para antecipar e lidar com desafios,
contribuindo para o alcance dos objetivos
institucionais.
3.3 Integridade pública (Decreto nº 11.529/2023). A integridade pública" está associada a políticas e
práticas destinadas a promover a honestidade, a
transparência e a ética no serviço público. Muitos
países têm implementado iniciativas e legislações
para fortalecer a integridade na administração
pública, combatendo a corrupção e garantindo uma

24
gestão transparente e responsável dos recursos
públicos.

O Decreto Nº 11.529, DE 16 DE MAIO DE


2023 instituiu o Sistema de Integridade,
Transparência e Acesso à Informação da
Administração Pública Federal e a Política de
Transparência e Acesso à Informação da
Administração Pública Federal (SITAI).

O referido Decreto traz conceitos importantes de


serem conhecidos por todos os servidores:

Programa de integridade: conjunto de


princípios, normas, procedimentos e
mecanismos de prevenção, detecção e
remediação de práticas de corrupção e fraude, de
irregularidades, ilícitos e outros desvios éticos e de
conduta, de violação ou desrespeito a direitos,
valores e princípios que impactem a confiança, a
credibilidade e a reputação institucional. O
programa de integridade tem o objetivo de
promover a conformidade de condutas, a
transparência, a priorização do interesse público e
uma cultura organizacional voltada à entrega de
valor público à sociedade.

Plano de integridade: plano que organiza as


medidas de integridade a serem adotadas em
determinado período, elaborado por unidade setorial
do SITAI e aprovado pela autoridade máxima do
órgão ou da entidade; e

Funções de integridade: funções constantes nos


sistemas de corregedoria, ouvidoria, controle
interno, gestão da ética, transparência e outras
essenciais ao funcionamento do programa de
integridade.

Na Administração Pública Federal direta,


as unidades setoriais do SITAI para a gestão da
integridade, da transparência e do acesso à
informação são as assessorias especiais de controle
interno.

A política de Transparência e Acesso à


Informação da Administração Pública Federal

A Política de Transparência e Acesso à Informação


da Administração Pública Federal compreende
a transparência passiva e ativa, além da abertura
de bases de dados produzidos, custodiados ou
acumulados pela administração pública federal.

25
A transparência passiva garante a prestação de
informações em atendimento a pedidos
apresentados à administração pública federal com
fundamento na Lei nº 12.527, de 2011. Já
a transparência ativa compreende a pronta
divulgação de informações nos sítios eletrônicos
oficiais dos órgãos.

A abertura de bases de dados, por sua


vez, viabiliza pesquisas, estudos, inovações,
geração de negócios e participação da sociedade no
acompanhamento e na melhoria de políticas e
serviços públicos.

PRINCÍPIOS e OBJETIVOS da Política de


Transparência e Acesso à Informação:

 Observância da publicidade como preceito geral


e do sigilo como exceção;

 Amplo acesso da sociedade às informações e aos


dados produzidos, custodiados ou acumulados
pela administração pública federal e livre
utilização desses dados e dessas informações,
independentemente de autorização prévia ou de
justificativa;

 Primariedade, integralidade, autenticidade e


atualidade das informações disponibilizadas;

 Tempestividade no provimento de informações;

 Utilização de linguagem acessível e de fácil


compreensão;

 Ênfase na transparência ativa como forma de


atender ao direito das pessoas físicas e jurídicas
de terem acesso às informações e aos dados
produzidos, custodiados ou acumulados pela
administração pública federal;

 Observância das diretrizes da Política de Dados


Abertos do Poder Executivo Federal (Dec. nº
8.777, de 2016), da Política Nacional de
Governo Aberto (Dec. nº 10.160, de 2019) e
do Governo Digital (Lei nº 14.129, de 2021);
 Foco no cidadão para definição de prioridades de
transparência ativa e abertura de dados e
informações;

 Participação da sociedade na formulação, na


execução e no monitoramento das políticas
públicas e no controle da aplicação de seus
recursos;

26
 Utilização de tecnologias de informação e de
comunicação para disseminação e incentivo ao
uso de dados e informações;

 Compartilhamento de informações com vistas ao


estímulo à pesquisa, à inovação, à produção
científica, à geração de negócios e ao
desenvolvimento econômico e social do País;

 Melhoria da gestão das informações


disponibilizadas pela administração pública
federal para a provisão mais eficaz e eficiente de
serviços públicos e para a prestação de contas
adequada à sociedade;

 Combate à corrupção por meio da inibição da


prática de atos ilícitos na administração pública
federal e de desvios de conduta de agentes
públicos; e

 Respeito à proteção dos dados pessoais.


3.4 Transparência e qualidade na gestão pública, A Transparência e a qualidade na gestão pública são
cidadania e equidade social. elementos fundamentais para promover uma
administração eficaz, garantir a participação cidadã
e contribuir para a equidade social. Quando as
instituições públicas são transparentes, eficientes e
orientadas para a cidadania, é possível construir
uma sociedade mais justa e equitativa. Aqui estão
alguns pontos-chave relacionados a esses temas:

Transparência na Gestão Pública:

a) Acesso à Informação: Garantir o acesso fácil e


amplo às informações públicas, permitindo que os
cidadãos compreendam as ações e decisões do
governo.

b) Portal da Transparência: Manter um Portal da


Transparência robusto, online e atualizado, que
forneça dados sobre orçamento, gastos, contratos e
demais informações relevantes.

c) Participação Cidadã: Incentivar a participação


ativa dos cidadãos na tomada de decisões por meio
de consultas públicas, audiências e outros
mecanismos participativos.

d) Accountability (Responsabilização/Prestação de
contas): Estabelecer mecanismos eficazes para
responsabilizar gestores públicos por suas ações,
incluindo auditorias independentes e investigações
em caso de irregularidades.

e) Ética e Transparência: Promover uma cultura


ética na administração pública, destacando a

27
importância da transparência, integridade e
responsabilidade.

Qualidade na Gestão Pública:

a) Planejamento Estratégico: Desenvolver e


implementar planos estratégicos que definam metas
claras, indicadores de desempenho e estratégias
para alcançar os objetivos institucionais.

b) Eficiência Operacional: Buscar constantemente a


eficiência nos processos internos, otimizando
recursos e garantindo a entrega eficaz dos serviços
públicos.

c) Inovação e Tecnologia: Utilizar tecnologias


inovadoras para melhorar a eficiência operacional e
oferecer serviços mais acessíveis e eficazes.

d) Capacitação e Desenvolvimento: Investir na


capacitação e no desenvolvimento contínuo dos
servidores públicos, promovendo um ambiente de
trabalho qualificado e comprometido.

Cidadania e Equidade Social:

a) Inclusão Social: Desenvolver políticas e


programas que promovam a inclusão social,
garantindo oportunidades iguais para todos os
cidadãos.

b) Acesso a Serviços Básicos: Assegurar que todos


os cidadãos tenham acesso a serviços básicos de
qualidade, como saúde, educação, transporte e
segurança.

c) Combate à Discriminação: Implementar ações


eficazes para combater a discriminação em todas as
suas formas, incluindo gênero, raça, orientação
sexual e outras características.

d) Redução de Desigualdades: Desenvolver políticas


específicas para reduzir as desigualdades
econômicas e sociais, promovendo uma distribuição
mais equitativa dos recursos.

A integração desses princípios na gestão pública


contribui para a construção de uma sociedade mais
justa, inclusiva e participativa, na qual os cidadãos
são informados, engajados e beneficiados por
serviços públicos de qualidade.
3.5 Governo eletrônico e seu impacto na sociedade e na Governo Eletrônico:
Administração Pública. Lei nº 14.129/2021.
O governo eletrônico refere-se ao uso de
tecnologias de informação e comunicação (TIC) para

28
fornecer serviços públicos, melhorar a eficiência
governamental, e facilitar a participação cidadã.
Algumas características do governo eletrônico
incluem:

1) Acesso Online a Serviços Públicos:


Disponibilização de serviços públicos de forma
eletrônica, permitindo que os cidadãos acessem
informações e realizem transações online.

2) Transparência e Prestação de Contas:


Utilização de plataformas digitais para disponibilizar
informações sobre orçamento, gastos públicos,
decisões governamentais, promovendo a
transparência e prestação de contas.

3) Participação Cidadã:
Facilitação da participação dos cidadãos nos
processos de tomada de decisão, por meio de
consultas públicas online, fóruns de discussão e
outros mecanismos participativos.

4) Eficiência e Redução de Burocracia:


Utilização de tecnologias para automatizar
processos, reduzir a burocracia e aumentar a
eficiência na prestação de serviços.

Impacto na Sociedade: Dentre os impactos


trazidos à sociedade pelo Governo Eletrônico,
podemos citar os seguintes:

a) Facilidade de Acesso:
Os cidadãos podem acessar serviços públicos a
qualquer momento e de qualquer lugar, eliminando
a necessidade de deslocamentos físicos.

b) Empoderamento Cidadão:
O governo eletrônico capacita os cidadãos,
fornecendo informações e ferramentas para que
eles participem ativamente na tomada de decisões e
fiscalização governamental.

c) Redução de Desigualdades:
O acesso digital pode ajudar a reduzir
desigualdades, ao proporcionar serviços públicos de
qualidade a populações vulneráveis, por exemplo.

Impacto na Administração Pública: O Governo


Eletrônico, também, trouxe impactos importantes
no âmbito da Administração Pública. Dentre os mais
relevantes, podemos citar os seguintes:

1) Eficiência Operacional: Automatização de


processos internos, reduzindo custos e aumentando
a eficiência na gestão pública.

29
2) Melhoria na Prestação de Serviços: Maior
agilidade na entrega de serviços públicos,
melhorando a satisfação dos cidadãos.

3) Gestão da Informação: Melhor gestão e


compartilhamento de informações entre diferentes
órgãos governamentais.

Inovação na Administração: Estímulo à inovação


na administração pública, com a incorporação de
novas tecnologias para melhorar processos e
serviços.

Segurança da Informação: A necessidade de


garantir a segurança dos dados torna-se crucial,
com a implementação de medidas para proteger a
privacidade e a confidencialidade das informações.

Lei 14.129/2021

A Lei 14.129/2021 dispõe sobre princípios, regras e


instrumentos para o Governo Digital e para o
aumento da eficiência pública. O texto é extenso,
totalizando 55 artigos, distribuídos ao longo de 8
capítulos. Para os devidos fins, neste material,
tratarei os principais pontos do Capítulo 1, que
apresenta as Disposições Gerais.

Dessa forma, no artigo 1º, a Lei vincula a eficiência


com a abordagem digital. Ou seja, dispõe sobre
princípios, regras e instrumentos para o aumento da
eficiência da administração pública, especialmente
por meio da desburocratização, da inovação, da
transformação digital e da participação do cidadão.

Abrangência

A Lei 14.129/2021 tem abrangência em todo


território nacional, conforme estabelece o artigo
2º, vinculando sua aplicação aos órgãos da
administração direta federal, abrangendo os
Poderes Executivo, Judiciário, Legislativo e o
Ministério Público da União. Ademais, a presente Lei
abarca, ainda, a administração pública indireta
federal, incluídas as empresas públicas e sociedades
de economia mista que prestem serviço público,
autarquias e fundações públicas; além das
administrações diretas e indiretas dos demais entes
federados.

30
Princípios e Diretrizes

O artigo 3º, bem relevante na minha humilde


opinião, lista 26 princípios e diretrizes, tendo como
focos principais a desburocratização, a
transparência, a interoperabilidade, acessibilidade, o
governo como plataforma e a integração.

Definições

O artigo 4º da Lei traz definições que são


importantes para a nossa prova, já que as
bancas adoram cobrar conceitos e definições.
Em resumo, temos o seguinte:

 Autosserviço: acesso pelo cidadão a serviço


público prestado por meio digital, sem
necessidade de mediação humana.

 Base nacional de serviços públicos: base de


dados que contém as informações necessárias
sobre a oferta de serviços públicos de todos os
prestadores desses serviços.

 Dados abertos: dados acessíveis ao público,


estruturados em formato aberto, processáveis
por máquina, referenciados na internet e
disponibilizados sob licença aberta que permita
sua livre utilização, consumo ou tratamento por
qualquer pessoa.

 Dado acessível ao público: qualquer dado gerado


ou acumulado pelos entes públicos que não
esteja sob sigilo ou sob restrição de acesso.

 Formato aberto: formato de arquivo não


proprietário, cuja especificação esteja
documentada publicamente e seja de livre
conhecimento e implementação, livre de
patentes ou de qualquer outra restrição legal.

 Governo como plataforma: infraestrutura


tecnológica que facilite o uso de dados de acesso
público e promova a interação entre diversos
agentes, de forma segura, eficiente e
responsável.

 Laboratório de inovação: espaço aberto à


participação e à colaboração da sociedade para o
desenvolvimento de ideias, de ferramentas e de
métodos inovadores para a gestão pública, a
prestação de serviços públicos e a participação
do cidadão para o exercício do controle sobre a
administração pública.

31
 Plataformas de governo digital: ferramentas
digitais e serviços comuns aos órgãos
necessárias para a oferta digital de serviços e de
políticas públicas.

 Registros de referência: informação íntegra e


precisa oriunda de uma ou mais fontes de
dados, centralizadas ou descentralizadas, sobre
elementos fundamentais para a prestação de
serviços e para a gestão de políticas públicas.

 Transparência ativa: disponibilização de dados


pela administração pública independentemente
de solicitações.

É importante ressaltar que o conceito de


autosserviço acompanha a lei como um todo, nas
determinações sobre sua operação.

Link Resumo da Lei 14.129/2021:


https://acesse.dev/resumo-lei141292021
3.6 Acesso à informação. Lei nº 12.527/2011. A Lei nº 12.527/2011, conhecida como Lei de
Acesso à Informação (LAI), foi promulgada no Brasil
para regulamentar o direito constitucional de acesso
dos cidadãos às informações públicas. Ela entrou
em vigor em 16 de maio de 2012 e estabelece
procedimentos e prazos para a divulgação de
informações pelos órgãos públicos e para a
solicitação de informações pelos cidadãos.

Principais pontos da Lei de Acesso à Informação:

1. Objetivo:

A LAI tem como objetivo garantir o acesso à


informação pública, possibilitando que qualquer
pessoa, física ou jurídica, sem necessidade de
justificativa, possa solicitar informações de órgãos
e entidades do poder público.

2. Abrangência:

A lei abrange os três poderes (Executivo,


Legislativo e Judiciário) em todos os níveis de
governo (federal, estadual, municipal e do Distrito
Federal), bem como as autarquias, fundações
públicas, empresas públicas e sociedades de
economia mista.

3. Informações Abrangidas:

Qualquer informação produzida ou custodiada pelo


Estado, desde que não esteja protegida por
alguma exceção prevista na lei, pode ser
solicitada. Isso inclui documentos, dados, estudos,

32
relatórios, entre outros.

4. Procedimentos para Solicitação:

O cidadão pode solicitar informações por meio de


requerimento, preferencialmente feito de forma
eletrônica, e o órgão ou entidade tem o prazo de
até 20 dias para responder. Em casos
específicos, esse prazo pode ser prorrogado por
mais 10 dias.

5. Divulgação Espontânea:

Os órgãos públicos têm o dever de divulgar


proativamente informações de interesse público,
sem que haja a necessidade de solicitação. Para
isso, devem manter sites na internet com seções
específicas de acesso à informação.

6. Exceções:

Existem algumas exceções previstas na lei que


limitam o acesso a determinadas informações,
como, por exemplo, questões relacionadas à
segurança nacional, sigilo fiscal, e outras
situações específicas.

7. Recursos e Reclamações:

Em caso de negativa de acesso ou omissão por


parte do órgão público, o solicitante pode
apresentar recursos administrativos e, se
necessário, recorrer à Controladoria-Geral da União
(CGU) ou aos órgãos equivalentes nos estados e
municípios.

8. Responsabilidades:

A LAI estabelece a responsabilidade dos órgãos


públicos em garantir o acesso à informação,
promovendo a transparência e a accountability
(prestação de contas).

A Lei de Acesso à Informação representa um avanço


significativo na promoção da transparência e no
fortalecimento da participação cidadã. Ela reforça a
ideia de que a informação produzida e custodiada
pelo Estado é um bem público, disponível para a
sociedade.
3.7 Transparência e imparcialidade nos usos da A transparência e a imparcialidade nos usos da
inteligência artificial no âmbito do serviço público. Inteligência Artificial (IA) no serviço público são
aspectos fundamentais para garantir a ética, a
responsabilidade e a confiança na implementação
dessas tecnologias.

33
Transparência:

Explicabilidade dos Algoritmos → É crucial que os


algoritmos de inteligência artificial sejam
compreensíveis e explicáveis. Os órgãos públicos
devem ser capazes de explicar como as decisões
são tomadas, especialmente quando impactam os
direitos e interesses dos cidadãos.

Divulgação de Dados e Metodologias → Os órgãos


governamentais que utilizam IA devem divulgar
informações relevantes sobre os dados utilizados, as
metodologias empregadas e os resultados obtidos.
A transparência contribui para a prestação de
contas e para a compreensão pública.

Participação Cidadã → Incentivar a participação


cidadã nas decisões relacionadas ao uso de IA no
serviço público. Consultas públicas, debates e
mecanismos de feedback podem proporcionar
insights valiosos e aumentar a legitimidade do
processo.

Imparcialidade:

Eliminação de Vieses → Garantir que os algoritmos


sejam desenvolvidos de forma a minimizar vieses
injustos, tanto nos dados de treinamento quanto na
própria arquitetura do modelo. A imparcialidade é
essencial para evitar discriminações.

Auditoria e Monitoramento Constante → Realizar


auditorias regulares nos sistemas de IA para
identificar e corrigir eventuais vieses ao longo do
tempo. O monitoramento constante ajuda a
assegurar que as decisões permaneçam imparciais.

Revisão Ética → Instituir comitês ou revisões éticas


para avaliar a implementação e os impactos da IA
no serviço público. Esses órgãos podem garantir
que as práticas estejam alinhadas com padrões
éticos e legais.

Treinamento Ético para Desenvolvedores →


Proporcionar treinamento ético para os
desenvolvedores de sistemas de IA, destacando a
importância da imparcialidade e da consideração
dos impactos sociais.

34
Legislação e Regulamentação:

Normas Claras e Abrangentes → Desenvolver e


aplicar normas legais e regulamentações claras que
abordem questões de transparência e
imparcialidade no uso da IA no serviço público.
Revisão Jurídica → Instituir processos de revisão
jurídica para avaliar a conformidade dos sistemas
de IA com as leis existentes e assegurar a proteção
dos direitos individuais.

Responsabilidade Institucional → Estabelecer


mecanismos que garantam a responsabilidade
institucional pela transparência e imparcialidade na
implementação de sistemas de IA.

Ao abordar a transparência e a imparcialidade nos


usos da inteligência artificial no serviço público, os
órgãos governamentais podem promover uma
abordagem ética e responsável para a
implementação dessas tecnologias, construindo
confiança e assegurando que os benefícios sejam
distribuídos de maneira justa.
4 DIVERSIDADE E INCLUSÃO NA SOCIEDADE
Ementa Síntese
4.1 Diversidade de sexo, gênero e sexualidade; A promoção da diversidade em suas diversas
diversidade étnico-racial; diversidade cultural. dimensões, como sexo, gênero, sexualidade, etnia,
raça e cultura, é fundamental para construir
sociedades mais inclusivas, justas e respeitosas.
Cada uma dessas dimensões requer atenção
específica para superar estereótipos, preconceitos e
garantir a igualdade de oportunidades. Abaixo,
discuto, brevemente, cada uma dessas áreas:

Diversidade de Sexo, Gênero e Sexualidade:

Diversidade de Gênero → Reconhecimento e


respeito às identidades de gênero diversas, além do
binarismo tradicional. Inclusão de políticas e
práticas que assegurem o tratamento justo a todas
as identidades de gênero.

Diversidade Sexual → Respeito às diferentes


orientações sexuais e combate à discriminação
baseada na orientação sexual. Promoção de
ambientes inclusivos em que todas as formas de
amor e afeto sejam reconhecidas e respeitadas.

Equidade de Gênero → Luta contra a desigualdade


de gênero, assegurando igualdade de oportunidades
e tratamento para todas as pessoas,
independentemente do sexo ou identidade de

35
gênero.

Diversidade Étnico-Racial:

Promoção da Igualdade Racial → Implementação de


políticas e ações afirmativas para combater o
racismo estrutural e promover a igualdade de
oportunidades para todas as etnias.

Reconhecimento da Diversidade Étnica →


Valorização e respeito à diversidade étnica,
reconhecendo as diferentes culturas, tradições e
contribuições de grupos étnicos diversos.

Acesso a Oportunidades → Garantia de acesso


igualitário a oportunidades educacionais,
profissionais e sociais, independentemente da
origem étnico-racial.

Diversidade Cultural:

Respeito às Diferenças Culturais → Fomento ao


respeito e à valorização das diversas manifestações
culturais presentes em uma sociedade.

Preservação do Patrimônio Cultural → Apoio e


preservação do patrimônio cultural, incluindo
práticas, línguas e tradições que representam a
diversidade cultural de uma comunidade.

Inclusão Cultural → Promoção de ambientes


inclusivos que reconheçam e celebrem a diversidade
cultural, evitando estereótipos e práticas
discriminatórias.

Estratégias Transversais:

Educação Inclusiva → Inclusão de conteúdos que


abordem a diversidade em currículos educacionais,
promovendo o entendimento e respeito desde a
infância.

Políticas Públicas → Desenvolvimento e


implementação de políticas públicas que promovam
a diversidade e combatam a discriminação em todas
as áreas da sociedade.

Diálogo e Conscientização → Estímulo ao diálogo


intercultural, interseccional e conscientização sobre
a importância da diversidade para o enriquecimento
social.

36
A abordagem integrada da diversidade em todas as
suas dimensões contribui para a construção de
sociedades mais justas e igualitárias, em que cada
indivíduo é respeitado em sua singularidade.
4.2 Desafios sociopolíticos da inclusão de grupos em A inclusão de grupos em situação de vulnerabilidade
situação de vulnerabilidade: crianças e adolescentes; enfrenta diversos desafios sociopolíticos, sendo
idosos; LGBTQIA+; pessoas com deficiências; pessoas essencial compreender e abordar essas questões
em situação de rua, povos indígenas, comunidades para promover uma sociedade mais justa e
quilombolas e demais minorias sociais. equitativa. Abaixo, destacam-se alguns dos desafios
enfrentados por grupos específicos:

Crianças e Adolescentes:

 Violência e Exploração → Combate à violência


doméstica, abuso sexual, exploração infantil e
trabalho infantil, garantindo ambientes seguros
e proteção efetiva.

 Educação de Qualidade → Acesso universal à


educação de qualidade, enfrentando
desigualdades no acesso, abandono escolar e
garantindo oportunidades equitativas.

 Pobreza e Vulnerabilidade Social → Combate à


pobreza infantil, proporcionando apoio às
famílias, acesso a serviços de saúde e nutrição
adequada.

Idosos:

 Abandono e Violência → Prevenção ao abandono


e à violência contra idosos, garantindo
ambientes seguros e promovendo o respeito à
dignidade.

 Acesso a Serviços de Saúde → Garantia de


acesso a serviços de saúde de qualidade,
considerando as necessidades específicas da
população idosa.

 Inclusão Digital e Social → Promoção da inclusão


digital e social para evitar o isolamento e
garantir participação ativa na sociedade.

LGBTQIA+:

 Discriminação e Violência → Combate à


discriminação, estigma e violência baseada na
orientação sexual e identidade de gênero,
assegurando direitos humanos.

37
 Acesso à Saúde → Garantia de acesso a serviços
de saúde culturalmente sensíveis e inclusivos
para a população LGBTQIA+, incluindo cuidados
específicos.

 Reconhecimento Legal → Reconhecimento legal


da diversidade de identidades de gênero e
orientações sexuais, incluindo leis que
assegurem direitos civis e igualdade.

Pessoas com Deficiências:

 Acessibilidade Universal → Garantia de


acessibilidade universal em ambientes físicos,
digitais e serviços, promovendo a inclusão de
pessoas com deficiências.
 Educação Inclusiva → Implementação de
políticas que favoreçam a educação inclusiva e a
acessibilidade em todas as etapas de ensino.

 Empregabilidade e Participação Social →


Promoção de oportunidades de emprego e
participação ativa na vida social, eliminando
barreiras que impedem a inclusão plena.

Pessoas em Situação de Rua:

 Moradia Adequada → Promoção do acesso à


moradia adequada e programas de habitação
social, respeitando a dignidade das pessoas em
situação de rua.

 Atendimento à Saúde Mental → Atendimento


específico para questões de saúde mental, abuso
de substâncias e outras necessidades médicas
dessas populações.

 Inclusão Social e Oportunidades de Emprego →


Criação de programas que incentivem a inclusão
social e ofereçam oportunidades de emprego e
reintegração.

Povos Indígenas e Comunidades Quilombolas:

 Respeito aos Direitos Territoriais → Respeito aos


direitos territoriais, culturais e tradicionais
dessas comunidades, combatendo a invasão de
terras e assegurando sua preservação.

38
 Acesso à Educação e Saúde → Garantia de
acesso à educação e serviços de saúde
culturalmente sensíveis, respeitando a
diversidade e autonomia desses grupos.

 Participação em Decisões Políticas → Inclusão


efetiva dessas comunidades nas decisões
políticas que afetam suas vidas, garantindo a
representatividade.

Minorias Sociais em Geral:

 Combate ao Racismo e Discriminação →


Combate ao racismo e discriminação sistêmica,
garantindo a igualdade de oportunidades e
promovendo a representatividade em todos os
setores da sociedade.

 Inclusão Política e Econômica → Incentivo à


participação ativa dessas minorias na vida
política e econômica, promovendo a igualdade e
a equidade.

 Conscientização e Educação → Desenvolvimento


de programas educacionais e de conscientização
que promovam a compreensão e o respeito à
diversidade.

O enfrentamento desses desafios exige ações


integradas, envolvendo políticas públicas,
conscientização social e esforços coordenados de
diversos setores da sociedade. O respeito à
diversidade é um princípio fundamental para a
construção de uma sociedade mais justa e inclusiva.
5 ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA FEDERAL
Ementa Síntese
5.1 Princípios constitucionais e normas que regem a  No Regime Jurídico Público (ou Regime
administração pública (artigos de 37 a 41 da Constituição Jurídico Administrativo) existe uma relação de
Federal de 1988). verticalidade (Superioridade do Público sobre o
Privado);

 Também chamado de REGIME JURÍDICO em


sentido ESTRITO;

 No Regime Jurídico Público a Administração


dispõe de prerrogativas (supremacia sobre os
particulares) e restrições/sujeições
(indisponibilidade do Interesse Público);

 Tal Regime é caracterizado por 2 Princípios


Implícitos na CF/88:

39
 Supremacia do Interesse Público sobre o
interesse privado (prerrogativas e poderes);
e

 Indisponibilidade do Interesse Público


(A Administração só faz o que a Norma
determina. Relação estreita com o Princípio
da Legalidade).

 Lembrar dos Princípios Básicos da Administração


Pública expressos na CF/88 (L-I-M-P-E):

 Legalidade
 Impessoalidade
 Moralidade
 Publicidade
 Eficiência

Não há hierarquia entre os princípios da


Administração Pública, eles devem ser aplicados em
harmonia uns com os outros.

Princípio da Legalidade:

 A Administração Pública só pode agir conforme a


lei determina. Já o particular poderá fazer tudo
que a lei não proíbe.

 O princípio da legalidade está previsto no art. 37


da Constituição Federal de 1988 como um dos
princípios norteadores da atuação do estado e da
administração pública no Brasil.
 Segundo esse princípio, o agente público, de
qualquer nível federativo e de qualquer poder da
administração pública direta ou indireta,
somente pode fazer aquilo que é
expressamente autorizado pela lei.

 Trata-se de atuar de acordo com a lei e


finalidades expressas ou implícitas previstas no
Direito.

 Veda à administração a prática de atos


inominados, apesar de tais atos serem permitidos
aos particulares.

Princípio da Impessoalidade:

 A ação da Administração deve estar voltada para


a atingir o objetivo previsto (expressamente ou
virtualmente) em lei, o qual visará atender
sempre a uma finalidade: o interesse público.
Assim, o administrador não pode atuar para
atender a objetivo diverso do estabelecido em lei,
que será sempre o interesse público.

40
 As 3 (três) Facetas do princípio da
Impessoalidade são:

 Finalidade Pública → os fins públicos devem


ser perseguidos independentemente da
pessoa que exerce a função pública;

 Isonomia (ou igualdade) → não importa a


pessoa que está se relacionando com a
administração, o tratamento deve sempre
ser isonômico. A lei é igual para todos, não
consistindo em um meio à disposição da
autoridade para a concessão de privilégios
ou realização de perseguições;

 Imputação ao órgão ou entidade


administrativa dos atos praticados pelos seus
servidores → deve-se imputar a atuação
administrativa ao Estado e não aos agentes
públicos que a praticam.

 Além do mais, a CF/88 estabelece que:


“Art. 37, § 1º A publicidade dos atos, programas,
obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos
deverá ter caráter educativo, informativo ou de
orientação social, dela não podendo constar nomes,
símbolos ou imagens que caracterizem promoção
pessoal de autoridades ou servidores públicos.”

 A Administração Pública deve voltar-se


exclusivamente para o interesse público e não
para o interesse privado, vedando-se, assim, o
favorecimento a alguns indivíduos em
detrimento de outros.

 SÚMULA VINCULANTE 13: A nomeação de


cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau,
inclusive, da autoridade nomeante ou de servidor
da mesma pessoa jurídica investido em cargo de
direção, chefia ou assessoramento, para o
exercício de cargo em comissão ou de confiança
ou, ainda, de função gratificada na administração
pública direta e indireta em qualquer dos poderes
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, compreendido o ajuste mediante
designações recíprocas, viola a Constituição
Federal.

 Derivado do PRINCÍPIO REPUBLICANO.

 Não pode haver favorecimento, beneficiamento


ou perseguição a servidores e particulares que
mantenham relações jurídicas com a
Administração pública.

41
 Os atos pertencem ao órgão e não ao agente
público.

 Obrigatoriedade de Concurso Público.

 Obrigatoriedade de Licitação.

Princípio da Moralidade:

 O princípio da Moralidade exige respeito ao


decoro, aos padrões éticos, à boa-fé, à
lealdade, à honestidade e à probidade, na
prática diária da boa administração e no
processo administrativo.

 A moralidade administrativa é diferente da


moral comum. Moralidade administrativa não
impõe o dever de atendimento à moral comum
vigente na sociedade, mas exige respeito a
padrões éticos, de boa-fé, decoro, lealdade,
honestidade e probidade incorporados pela
prática diária ao conceito de boa administração.

 Ainda que não ocorra afronta ao princípio da


legalidade, poderá haver desvio ao princípio da
moralidade (Lembre-se de que nem tudo que
é legal é moral).

 Segundo o STJ, por colocar em xeque a legítima


confiança que o cidadão comum deposita na
atuação da administração pública, tal mora
atenta também contra o princípio da
MORALIDADE;

 O princípio da moralidade impõe que os atos da


administração pública devem obedecer não
somente à lei jurídica, mas também a
padrões éticos.

 Tal princípio é um pressuposto de VALIDADE de


TODO ATO DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA.

Princípio da Publicidade:

 O não atendimento da Publicidade faz com que


os atos da Administração deixe de produzir
efeitos regulares, sujeitando tais atos à
invalidação;

 Conforme a doutrina, a publicidade também


serve como REQUISITO DE EFICÁCIA DOS ATOS
ADMINISTRATIVOS, dispondo que mesmo
depois de expedidos regularmente, os atos
administrativos não produzem efeitos em
relação à sociedade antes de garantida sua

42
publicidade.
 Portanto, no momento em que o gestor público
assina determinado ato na repartição proibindo,
por exemplo, que se estacione em determinada
via, tal ato, quando de sua assinatura, é perfeito
e válido, mas sua eficácia depende de sua
publicação, para que se torne de conhecimento
dos particulares sujeitos à referida norma.
Sendo assim, enquanto não for colocada uma
placa que sinalize a vedação do estacionamento,
os cidadãos poderão estacionar livremente.”
(CARVALHO, Matheus. Manual de Direito
Administrativo. 5ª ed. Salvador: JusPodivm,
2018. P.75)

 STF: É legítima a publicação, inclusive em


sítio eletrônico mantido pela Administração
Pública, dos nomes de seus servidores e do
valor dos correspondentes vencimentos e
vantagens pecuniárias.

 O direito de petição aos órgãos da


administração pública é um exemplo de
obediência ao princípio da Publicidade.

Princípio da Eficiência:

 Diz respeito a uma Administração Pública que


prime pela produtividade elevada, pela
economicidade, pela qualidade e celeridade
dos serviços prestados, pela redução dos
desperdícios, pela desburocratização e pelo
elevado rendimento funcional. Todos estes
valores encarnam o que se espera de uma
administração eficiente, que em última análise
pode ser resumida na seguinte frase: “fazer
mais e melhor, gastando menos”. (ALEXANDRE,
Ricardo; DEUS, João de. Direito Administrativo
Esquematizado.1ª ed. São Paulo: Método,
2015.E-book. P.191)

 Foi inserido na CF/88 pela EC nº 19/98 através


da reforma gerencial da Administração Pública.
 No exercício de suas atribuições, o agente
público devem executar seus atos com
presteza, perfeição e rendimento funcional.

 Impõe ao agente público que atue para produzir


resultados favoráveis à consecução dos fins a
serem alcançados pelo Estado.

 Busca pela produtividade e economicidade.

43
 Celeridade na atuação da Administração
pública.

 Ex: A avaliação de desempenho para a


aquisição de estabilidade do servidor público.

PRINCÍPIOS DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


IMPLÍCITOS:

Princípio da autotutela:

Súmula 473 STF: "a administração pode anular


seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornem ilegais, porque deles não se originam
direitos; ou revogá-los, por motivo de conveniência
ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos,
e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
judicial".

O princípio da autotutela visa garantir que a


regularidade das ações da administração pública
seja de responsabilidade da mesma.

Não há necessidade do Poder Judiciário controlar os


atos da Administração Pública (Independe de
Provocação do Poder Judiciário).

Princípio da razoabilidade:

O princípio da razoabilidade tem como finalidade


aferir a compatibilidade entre meios e fins para a
edição de um ato administrativo, buscando, dessa
forma, evitar abusos na edição de atos
discricionários.

Viola a razoabilidade a aplicação de penalidade sem


proporcionalidade condizente com a situação.
Ex: Uma pessoa ir presa por ter jogado um palito de
picolé no chão de uma rua.

Princípio da proporcionalidade:

Está relacionado à razoabilidade.

Veda a imposição de obrigações, restrições e


sanções em medida superior àquelas estritamente
necessárias ao atendimento do interesse público.

Guarda de relação entre meios e fins, entre a


finalidade do ato e os meios empregados para
alcançar determinada finalidade.

Princípio da segurança jurídica:

Tem por finalidade conferir segurança às relações

44
jurídicas da Administração com os seus
administrados, concedendo estabilidade e certeza
nas relações entre essas figuras.

Sob a acepção objetiva, a decadência e a prescrição


são aplicações do princípio da segurança jurídica,
coadunando a necessidade de estabilização das
relações jurídicas.

Repare aqui que as palavras chaves para esse


princípio são: CERTEZA e ESTABILIDADE na relação
da administração pública com os administrados.

Ex: Servidor público é nomeado e empossado em


cargo público, no entanto, após certo tempo, é
declarada a nulidade do ato de nomeação, por
terem sido constatados vícios insanáveis pelo
servidor às regras do concurso público. Nesse caso,
embora a nomeação do servidor seja considerada
nula, por burlar as regras do concurso público, os
atos que ele praticou enquanto esteve no cargo
serão válidos, em obediência à Teoria da
aparência e aos princípios da Segurança Jurídica
e Proteção à confiança.
FCC: o princípio da segurança jurídica impede que
novas leis atinjam atos jurídicos aperfeiçoados com
base na legislação precedente, sem que isso
importe afronta ao princípio da legalidade
(CORRETA).

Princípio da boa fé:

O princípio da boa-fé é aquele com duplo aspecto:


objetivo e subjetivo. Abrange um ASPECTO
OBJETIVO, que diz respeito à conduta leal e
honesta, e um ASPECTO SUBJETIVO, que diz
respeito à crença do sujeito de que está agindo
corretamente. Se a pessoa sabe que a atuação é
ilegal, ela está agindo de má-fé.

Princípio da confiança legítima:

O princípio da confiança legítima decorre do


princípio da segurança jurídica. Segundo a doutrina,
o princípio da Confiança seria a própria segurança
jurídica em sentido subjetivo.

A proteção à confiança legítima deriva da ideia de


que a confiança que os administrados (particulares)
depositam nos atos e decisões administrativas
merece proteção.

Estabilização dos efeitos decorrentes da conduta


administrativa.

45
Por conta de tal princípio, entende-se que os atos
administrativos são lícitos e, dessa forma, seus
efeitos serão mantidos e respeitados pela
própria Administração Pública.

Princípio da presunção da legalidade:

O princípio da presunção de legitimidade ou de


veracidade, também chamado de princípio da
presunção de legalidade, engloba 2 aspectos:

a) a presunção da verdade, que se refere à certeza


sobre os fatos; e

b) a presunção da legalidade, que se presume até


prova em contrário, uma vez que a administração
pública se submete à lei. Logo, presume-se que
todos os seus atos são verdadeiros e praticados
com observância das normas legais pertinentes, até
que se prove o contrário.

Princípio da continuidade do serviço público:

Estabelece que os serviços públicos, via de regra,


não devem ser paralisados.

Há 2 exceções a esse princípio:

Quando o objeto relacionado ao serviço público


precisar passar por reparos e manutenção. No
entanto, essa paralisação precisa ser comunicada
previamente aos usuários; e

Quando houver interrupção do serviço por falta de


pagamento (Ex: Corte de energia elétrica por falta
de pagamento da conta de luz).

Princípio da motivação:

Esse princípio é norteado pela Teoria dos Motivos


Determinantes.

A falsidade dos motivos que fundamentaram


determinado ato acarreta a sua NULIDADE.

Por tal teoria, os atos administrativos devem, em


regra, ser sempre motivados, hipótese na qual a
validade do ato depende da veracidade dos motivos
alegados.

Exceção é a exoneração de funcionário ocupante,


exclusivamente, de cargo em comissão (Cargo de
livre provimento e exoneração). Nesse caso não há
exigência de motivação. Entretanto, se a

46
Administração decidir justificar o ato de exoneração
de servidor ocupante de cargo em comissão, é
necessário que os fundamentos sejam verdadeiros,
sob o risco de ser anulado;

Resumindo:

Exoneração de servidor ocupante, exclusivamente,


de cargo em comissão, em regra, não precisa de
motivação;

Mas, se a Administração motivar os fundamentos,


estes deverão ser verdadeiros, sob pena de
nulidade do ato.

Ex: Marcos é servidor ocupante, exclusivamente, de


um cargo em Comissão (Ad Nutum), na Prefeitura
X. Caso a Administração Municipal emita um ato
demitindo Marcos alegando falta de verba e, em
seguida, contrate um novo funcionário para a
mesma vaga, ele será nulo por vício de motivo, pois
o fundamento alegado não se mostrou verdadeiro.

Veja como isso já foi cobrado:

CESPE: Considere que um agente público ocupante


unicamente de cargo em comissão tenha sido
exonerado ao completar setenta anos de idade e
que a administração pública tenha motivado a
prática do ato no exclusivo fato de ter ele
completado a idade máxima para a aposentadoria
compulsória.

Nessa situação, configura-se hipótese que autoriza


ao Poder Judiciário a anular o ato, se provocado,
com fundamento na teoria dos motivos
determinantes, pois o critério de idade para a
aposentadoria compulsória não se aplica aos cargos
em comissão (CERTA).

Outras informações importantes:

As atividades (Tarefas) precípuas da


Administração Pública são 4:

a) Serviço Público;
b) Polícia administrativa;
c) Fomento; e
d) Intervenção;

Os princípios da Administração Pública são


aplicáveis a todos os entes da Federação.

47
Não há impedimento do rol de princípios previstos
nas Constituições dos Estados ser mais amplo do
que aquele contido na CF/88.

 SÚMULA VINCULANTE 13: A nomeação de


cônjuge, companheiro ou parente em linha reta,
colateral ou por afinidade, até o terceiro grau,
inclusive, da autoridade nomeante ou de
servidor da mesma pessoa jurídica investido em
cargo de direção, chefia ou assessoramento,
para o exercício de cargo em comissão ou de
confiança ou, ainda, de função gratificada na
administração pública direta e indireta em
qualquer dos poderes da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios, compreendido
o ajuste mediante designações recíprocas, viola
a Constituição Federal.

Conforme o STF, a vedação ao nepotismo


(Súmula Vinculante 13) não se aplica aos cargos
públicos de natureza política, a não ser que fique
demonstrada a inequívoca falta de razoabilidade na
nomeação por manifesta ausência de qualificação
técnica ou inidoneidade moral do nomeado.

Dessa forma, o STF fixou o seguinte entendimento


(Rcl 22339/SP): A nomeação do cônjuge de
prefeito para o cargo de Secretário Municipal,
por se tratar de cargo público de natureza
política, por si só, não caracteriza ato de
improbidade administrativa.

Segundo o STF, a vedação ao nepotismo decorre


diretamente de princípios constitucionais explícitos,
como os princípios da impessoalidade, da
moralidade administrativa e da igualdade, não
se exigindo a edição de lei formal para coibir a sua
prática.

Súmula nº 14 – STF: Não é admissível, por ato


administrativo, restringir, em razão da idade,
inscrição em concurso para cargo público.

STF: ARE 652777 - É legítima a publicação,


inclusive em sítio eletrônico mantido pela
Administração Pública, dos nomes dos seus
servidores e do valor dos correspondentes
vencimentos e vantagens pecuniárias.

Não deixe de fazer a leitura dos Art. 37 ao 41


da CF/88.
5.2 Estrutura organizacional da Administração Pública O Decreto-Lei nº 200/1967 foi uma norma que
Federal (Decreto Lei nº 200/1967). estabeleceu a reforma administrativa na
Administração Pública Federal no Brasil. Esse
decreto foi revogado pela Constituição de 1988, que

48
trouxe novas orientações para a estrutura
organizacional do Estado brasileiro. No entanto, é
possível abordar as principais características e
princípios presentes no Decreto-Lei nº 200/1967:
Princípios do Decreto-Lei nº 200/1967:

1) Descentralização → Propunha uma


descentralização administrativa, distribuindo
competências entre os diversos órgãos da
Administração Pública.

2) Desconcentração → Previa a desconcentração de


atividades dentro de um mesmo órgão, buscando
uma maior eficiência na execução das funções.

3) Coordenação e Controle → Estabelecia a


necessidade de uma coordenação eficaz entre os
diversos órgãos da Administração Pública Federal,
além de sistemas de controle interno e externo.

4) Planejamento → Introduzia a importância do


planejamento como ferramenta fundamental para o
alcance dos objetivos da Administração Pública.
5) Contratação de Pessoal → Definia critérios para a
contratação de pessoal, buscando eficiência, mérito
e legalidade.

Estrutura Organizacional Proposta:

 Órgãos de Assistência Direta e Imediata ao


Presidente da República → Incluíam os
Ministérios, que eram responsáveis por áreas
específicas da Administração Pública.

 Órgãos de Assessoramento → Desempenhavam


funções de assessoria e consultoria, sem
responsabilidades executivas. Exemplos incluíam
a Casa Civil e a Casa Militar.

 Órgãos de Controle Interno → Tais órgãos eram


responsáveis por verificar a regularidade das
atividades administrativas. No âmbito federal, o
órgão de controle interno era a Secretaria
Federal de Controle Interno (SFC).

 Órgãos Executivos → Eram responsáveis pela


execução das políticas governamentais.
Exemplos incluíam autarquias e fundações.

49
 Órgãos Colegiados → Comitês, conselhos e
comissões com funções consultivas e
deliberativas.

 Entidades paraestatais → Incluíam as empresas


públicas e sociedades de economia mista que
tinham personalidade jurídica própria e atuavam
no mercado.

 Órgãos Autônomos → Incluíam as agências


reguladoras que possuíam autonomia para
regulamentar e fiscalizar setores específicos.

Contribuições e Limitações:

O Decreto-Lei nº 200/1967 representou uma


tentativa de modernização e racionalização da
Administração Pública brasileira na época. No
entanto, foi posteriormente substituído por
dispositivos mais modernos e alinhados à
Constituição de 1988, que previu princípios e
normas mais avançados em relação à estrutura e
funcionamento da Administração Pública no país.
5.3 Agentes públicos: Regime Jurídico Único (Lei nº A Lei nº 8.112/1990 estabelece o Regime Jurídico
8.112/1990 e suas alterações). Único dos servidores públicos civis da União, das
autarquias e das fundações públicas federais. Essa
legislação regula os direitos e deveres dos
servidores públicos federais, bem como as normas
relativas ao seu provimento, vacância,
remuneração, licenças, aposentadoria, entre outros
aspectos. Desde a sua promulgação, a Lei nº
8.112/1990 já passou por algumas alterações. Aqui
estão alguns pontos-chave do Regime Jurídico
Único:

1. Provimento e Investidura:

1.1. Concursos Públicos:

O acesso aos cargos públicos efetivos deve ocorrer


por meio de concurso público, com exceções
previstas em lei.

1.2. Estágio Probatório:

Os servidores aprovados em concurso público


passam por um estágio probatório durante o qual
sua aptidão e capacidade são avaliadas.

2. Direitos e Vantagens:

2.1. Vencimentos e Remuneração:

Define a estrutura remuneratória dos servidores

50
públicos, incluindo vencimentos, gratificações e
adicionais.

2.2. Férias, Licenças e Afastamentos:

Regulamenta os períodos de férias, licenças e


afastamentos previstos para os servidores, como
licença-maternidade e licença para tratar de
interesses particulares.

3. Deveres e Responsabilidades:

3.1. Probidade Administrativa:

Estabelece princípios éticos, como a probidade


administrativa, que proíbe condutas que configurem
improbidade no serviço público.

3.2. Acumulação de Cargos:

Define as regras para acumulação de cargos


públicos, respeitando os limites constitucionais.

4. Carreiras e Planos de Cargos:

4.1. Progressão Funcional:

Prevê mecanismos de progressão funcional dos


servidores, geralmente relacionados ao tempo de
serviço e ao desempenho.

4.2. Avaliação de Desempenho:

Em alguns casos, a promoção ou progressão está


vinculada a avaliações periódicas de desempenho.

5. Aposentadoria:

5.1. Regras para Aposentadoria:

Estabelece as regras para a aposentadoria dos


servidores públicos federais, incluindo critérios de
idade e tempo de serviço.

6. Processo Disciplinar:

6.1. Apuração de Irregularidades:

Define procedimentos para apuração de


irregularidades e aplicação de penalidades, como
advertência, suspensão e demissão.

7. Regime Disciplinar:

7.1. Regime Disciplinar:

51
Detalha o regime disciplinar dos servidores,
estabelecendo infrações e as respectivas
penalidades.

8. Alterações na Lei:

8.1. Atualizações e Modificações:

A Lei nº 8.112/1990 já passou por diversas


alterações ao longo dos anos, por meio de leis e
decretos, para se adaptar às necessidades e
mudanças na Administração Pública.

Esses são apenas alguns pontos principais do


Regime Jurídico Único dos servidores públicos
federais. A legislação completa detalha inúmeros
aspectos relacionados ao serviço público,
proporcionando um arcabouço jurídico para a gestão
dos recursos humanos na Administração Pública
Federal.

Link – Resumo: https://encr.pw/resumo-


agentespublicoscnu
6 FINANÇAS PÚBLICAS
Ementa Síntese
6.1 Atribuições econômicas do Estado. As atribuições econômicas do Estado referem-se ao
papel desempenhado pelo governo em uma
economia.

Essas atribuições podem variar de acordo com a


filosofia econômica adotada por um determinado
país e sua estrutura política. No entanto, algumas
funções econômicas comuns do Estado incluem:

Política Monetária:
 Controle da oferta de dinheiro.
 Estabelecimento de taxas de juros.
 Regulação do sistema bancário.

Política Fiscal:
 Arrecadação de impostos.
 Definição de orçamento público.
 Implementação de políticas de gastos.

Regulação Econômica:
 Supervisão e regulamentação de setores-chave
da economia.
 Garantia da concorrência justa.
 Proteção dos consumidores.

Política Cambial:
 Gestão da taxa de câmbio.
 Controle das transações internacionais.

52
Investimento em Infraestrutura:
 Desenvolvimento e manutenção de
infraestrutura (estradas, pontes, energia, etc.).
 Estímulo a projetos de desenvolvimento
econômico.

Bem-Estar Social:
 Implementação de programas sociais.
 Fornecimento de serviços públicos, como saúde
e educação.

Controle da Inflação:
 Monitoramento e implementação de políticas
para manter a estabilidade de preços.

Desenvolvimento Industrial e Tecnológico:


 Promoção de setores estratégicos da economia.
 Apoio à inovação e pesquisa.

Política de Emprego:
 Implementação de medidas para estimular o
emprego.
 Formação de políticas de segurança no trabalho.

Intervenção em Momentos de Crise:


 Resposta a recessões e crises econômicas.
 Implementação de medidas para estabilizar a
economia.

Estas são apenas algumas das muitas possíveis


atribuições econômicas do Estado. A abordagem
específica de um país em relação a essas funções
pode variar com base em sua ideologia política,
sistema econômico e necessidades específicas. Além
disso, a globalização e as mudanças nas dinâmicas
econômicas também influenciam a forma como os
Estados desempenham seus papéis na economia.
6.2 Fundamentos das finanças públicas, tributação e Os fundamentos das finanças públicas, tributação e
orçamento. orçamento são elementos cruciais para o
funcionamento eficaz de um governo.

Segue as explicações sobre cada um desses


conceitos:

1) Finanças Públicas:

As finanças públicas referem-se à gestão das


receitas, despesas e dívidas do setor público, ou
seja, do governo. Isso inclui tanto o governo central
quanto os governos locais.

Os principais objetivos das finanças públicas são


garantir a estabilidade econômica, a equidade social
e a eficiência no uso dos recursos públicos.

53
Princípios fundamentais incluem a transparência na
gestão financeira, a responsabilidade fiscal e o
equilíbrio entre receitas e despesas.

2) Tributação:

A tributação é uma forma crucial de arrecadação de


receitas para o governo. Os impostos são cobrados
dos cidadãos e das empresas para financiar os
gastos públicos.

Os sistemas tributários podem incluir diversos tipos


de impostos, como imposto de renda, imposto sobre
o valor agregado (IVA), imposto sobre propriedade,
entre outros.

Princípios de tributação incluem a equidade (justiça


na distribuição da carga tributária), eficiência
(minimização das distorções econômicas) e
simplicidade (facilidade de entendimento e
conformidade).

3) Orçamento:

O orçamento governamental é um plano financeiro


que detalha as receitas e despesas do governo para
um determinado período de tempo, geralmente um
ano fiscal.

Existem dois tipos principais de orçamento: o


orçamento de capital, que abrange investimentos
em ativos de longo prazo, e o orçamento
operacional, que cobre as despesas do dia a dia.

O processo orçamentário envolve a elaboração,


aprovação, execução e controle do orçamento. Ele
desempenha um papel importante na alocação
eficiente de recursos e na prestação de contas do
governo.

Esses três elementos estão inter-relacionados e são


essenciais para a estabilidade e eficácia do setor
público. Uma gestão responsável das finanças
públicas, uma política tributária equilibrada e um
processo orçamentário transparente são
fundamentais para promover o desenvolvimento
econômico sustentável e atender às necessidades
da sociedade.
6.3 Financiamento das Políticas Públicas: estrutura de O financiamento das políticas públicas no Brasil
receitas e despesas do Estado brasileiro. envolve a captação de recursos (receitas) pelo
Estado, por meio de diversos mecanismos, para
custear suas despesas. Aqui estão alguns aspectos
da estrutura de receitas e despesas do Estado
brasileiro:

54
Receitas do Estado Brasileiro:

a) Tributos:

 Impostos sobre a renda (imposto de renda


pessoa física e jurídica).
 Impostos sobre o consumo (ICMS, IPI, PIS,
Cofins).
 Impostos sobre a propriedade (IPTU, IPVA).
 Contribuições sociais (Previdência Social).

b) Transferências Intergovernamentais:

 Repasses de recursos entre os entes federativos


(União, Estados, Municípios).

c) Receitas Financeiras:

 Juros sobre a dívida pública.


 Resultados de operações financeiras.

d) Receitas Patrimoniais:

 Arrecadação com a gestão de patrimônio público


(aluguéis, concessões).

e) Receitas de Agências Reguladoras:

 Taxas cobradas por serviços regulados (por


exemplo, setor de telecomunicações).

Despesas do Estado Brasileiro:

a) Despesas Obrigatórias:
Gastos com pessoal e encargos sociais.
Benefícios previdenciários.
Transferências constitucionais e legais.

b) Despesas Discricionárias:
Investimentos em infraestrutura.
Custeio de serviços públicos.
Programas e projetos específicos.

c) Dívida Pública:
Pagamento de juros e amortizações da dívida
contraída pelo governo.

d) Transferências para Estados e Municípios:


Parte das receitas é transferida para os entes
federativos, de acordo com critérios estabelecidos.

e) Programas Sociais:
Bolsa Família, programas de saúde e educação,
entre outros.

55
Peculiaridades em relação ao Brasil:

 Elevada Carga Tributária:


O Brasil possui uma carga tributária elevada, o que
pode impactar a atividade econômica e a
competitividade.

 Rigidez Orçamentária:
Grande parte do orçamento é comprometida com
despesas obrigatórias, limitando a margem de
manobra para ajustes e investimentos.

 Necessidade de Reformas:
O país enfrenta desafios estruturais, incluindo a
necessidade de reformas tributária e previdenciária
para melhorar a eficiência do sistema.

 Gestão Eficiente:
A eficiência na gestão pública é crucial para garantir
que os recursos sejam alocados de maneira eficaz e
transparente.

A estrutura de receitas e despesas do Estado


brasileiro é dinâmica e sujeita a mudanças ao longo
do tempo, refletindo a conjuntura econômica e as
políticas governamentais adotadas. O equilíbrio
entre arrecadação e gastos é fundamental para a
estabilidade fiscal e o desenvolvimento sustentável.
6.4 Noções de orçamento público: Plano Plurianual (PPA), O orçamento público é um instrumento de gestão
Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e Lei Orçamentária financeira que estabelece as receitas e despesas
Anual (LOA). que o governo pretende realizar em um
determinado período, geralmente um ano fiscal. Ele
é uma ferramenta crucial para o planejamento,
execução e controle das finanças públicas. Aqui
estão algumas noções essenciais de orçamento
público:

É o ato pelo qual o Poder Executivo prevê e o


Poder Legislativo autoriza, por certo período de
tempo, a execução das despesas destinadas ao
funcionamento dos serviços públicos e outros
fins adotados pela política econômica ou geral do
país, assim como a arrecadação das receitas já
criadas em lei.

O orçamento público pode ser classificado quanto à


sua espécie em: orçamento Tradicional,
orçamento de Base-Zero, orçamento de
Desempenho, orçamento Participativo e o
Orçamento-Programa, adotado atualmente.

Tipos de Orçamento:

1) Orçamento tradicional:

56
 Desvinculado ao planejamento do governo;
 Mera peça (ou mero instrumento) contábil;
 Baseado no orçamento do ex. Anterior, ou seja,
enfatiza atos passados;
 Objetiva os meios de realização das despesas;
 Prevalece o aspecto jurídico do orçamento em
detrimento ao aspecto econômico.

2) Orçamento Base-Zero:

 Na fase de elaboração de sua proposta


orçamentária, haverá um questionamento
acerca das necessidades de cada área;

 Não há compromisso c/ qualquer montante


inicial de dotação;

 Gestor deve justificar seu orçamento proposto;

 Não leva em consideração receitas,


investimentos, custos e despesas de ex.
anteriores;

 Tem como desvantagem: lentidão e alto custo


na elaboração do orçamento.

3) Orçamento Desempenho:

 Evolução do orçamento tradicional;

 Porém, continua desvinculado ao planejamento


do governo;

 Ênfase no desempenho organizacional.


resultados (eficácia);

 Classificado em duas dimensões: objeto de


gasto e programa de trabalho;

 Tem como objetivo ser um instrumento da


administração.

4) Orçamento Participativo:

 Meramente consultivo;

 Poder executivo deve ouvir as sugestões da


população, mas não é obrigado a segui-las;

 Estimula o exercício da cidadania, o


compromisso da população com o bem público,
e gera corresponsabilização entre governo e
sociedade sobre a gestão dos recursos públicos;

57
 Fortalece a democracia;

 Exemplo: audiências públicas;

 Pode funcionar juntamente com o orçamento-


programa;

 Um instrumento de gestão pública no qual a


população é convidada a definir anualmente as
prioridades de investimento do governo em seu
município (CESPE);

Orçamento-Programa (Atualmente adotado no


Brasil):

 Vinculado ao planejamento do governo;

 Identificação do programas de trabalho do


governo e previsão dos custos relacionados;

 Decisões orçamentárias c/ base em avaliações e


análises técnicas;

 Foco passa a ser nos fins e não nos meios de


realização das despesas;

 Gastos públicos devem ser sempre vinculados a


uma finalidade específica.

Ciclo Orçamentário (Fases):

1) Elaboração → Definição das metas e prioridades,


considerando as políticas governamentais e as
necessidades da sociedade.

2) Aprovação → Discussão e aprovação do


orçamento pelo Poder Legislativo.

3) Execução → Implementação das ações previstas


no orçamento ao longo do ano fiscal.

4) Controle e Avaliação → Monitoramento das


receitas e despesas, avaliação do cumprimento das
metas e ajustes quando necessário.

Receitas e Despesas:

Receitas: Representam as fontes de recursos do


governo, incluindo impostos, taxas, contribuições e
transferências.

Despesas: Englobam os gastos planejados pelo


governo, como investimentos, custeio de serviços

58
públicos e pagamento de pessoal.

Princípios Orçamentários:
 Unidade ou Totalidade → Unidade: o orçamento
deve ser uno, isto é, deve existir apenas um
orçamento, e não mais que um para cada ente da
federação em cada exercício financeiro.
 Totalidade: há coexistência de múltiplos
orçamentos que, entretanto, devem sofrer
consolidação

Universalidade ou Globalização → O orçamento


deve conter todas as receitas e despesas referentes
aos Poderes da União, seus fundos, órgãos e
entidades da administração direta e indireta.

Anualidade ou Periodicidade →O orçamento deve


ser elaborado e autorizado para um período de um
ano.

Orçamento Bruto → Todas as receitas e despesas


constarão da lei orçamentária pelos seus totais,
vedadas quaisquer deduções.

Exclusividade → Regra: o orçamento deve conter


apenas previsão de receita e fixação de despesas.
Exceção: autorizações de créditos suplementares
e operações de crédito, inclusive por antecipação
de receita orçamentária (ARO).

Especificação (Discriminação ou Especialização)


→ Regra: receitas e despesas devem ser
discriminadas, demonstrando a origem e a
aplicação dos recursos.
Exceção: programas especiais de trabalho ou em
regime de execução especial e reserva de
contingência. As exceções são quanto à dotação
global. Não são admitidas dotações ilimitadas, sem
exceções.

Proibição do Estorno → Regra: são vedados a


transposição, o remanejamento ou a transferência
de recursos de uma categoria de programação para
outra ou de um órgão para outro, sem prévia
autorização legislativa.
Exceção: ato do Poder Executivo, sem necessidade
da prévia autorização legislativa, poderá transpor,
remanejar ou transferir recursos de uma categoria
de programação no âmbito das atividades de
ciência, tecnologia e inovação, com o objetivo de

59
viabilizar os resultados de projetos restritos a essas
funções.

Quantificação dos Créditos Orçamentários → É


vedada a concessão ou utilização de créditos
ilimitados.

Publicidade → É condição de eficácia do ato a


divulgação em veículos oficiais de comunicação
para conhecimento público.

Transparência Orçamentária →Ampla divulgação,


inclusive em meio eletrônico, dos instrumentos de
planejamento e orçamento, da prestação de contas
e de diversos relatórios e anexos. Incentivo à
participação popular e realização de audiências
públicas; liberação ao pleno conhecimento e
acompanhamento da sociedade, em tempo real, de
informações pormenorizadas sobre a execução
orçamentária e financeira, em meios eletrônicos de
acesso público; adoção de sistema integrado de
administração financeira e controle.

Legalidade Orçamentária → Para ser legal, a


aprovação do orçamento deve observar o processo
legislativo. Os projetos de lei relativos ao PPA, LDO,
LOA e aos créditos adicionais serão apreciados pelas
duas Casas do Congresso Nacional, na forma do
regimento comum.

Programação → O orçamento deve expressar as


realizações e objetivos da forma programada,
planejada. Vincula as normas orçamentárias à
consecução e à finalidade do PPA e aos programas
nacionais, regionais e setoriais de
desenvolvimento.

Equilíbrio → Visa a assegurar que as despesas


autorizadas não serão superiores à previsão das
receitas.

Não afetação (ou Não vinculação) de Receitas:


Regra: É vedada a vinculação de receita de
impostos a órgão, fundo ou despesa.
Exceções:
a) Repartição constitucional dos impostos;
b) Destinação de recursos para a Saúde;
c) Destinação de recursos para o desenvolvimento
do ensino;
d) Destinação de recursos para a atividade de
administração tributária;

60
e) Prestação de garantias às operações de
crédito por antecipação de receita;
f) Garantia, contragarantia à União e
pagamento de débitos para com esta.

Clareza → O orçamento deve ser expresso de


forma clara, ordenada e completa.

Classificações Orçamentárias:

 Por Natureza: Agrupa as despesas em


categorias como pessoal, custeio e
investimentos.

 Por Função: Classifica as despesas de acordo


com as áreas de atuação do governo, como
saúde, educação e segurança.

Créditos Orçamentários:

Créditos Orçamentários são classificações, contas,


que especificam as ações e operações autorizadas
pela lei orçamentária.

Diferente das dotações orçamentárias, que são os


montantes de recursos financeiros com que conta o
crédito orçamentário.

No entanto, ainda que o orçamento esteja conforme


o planejado pode ocorrer a necessidade de
realização de novas despesas que não foram
computadas (créditos especiais) ou que foram
insuficientemente dotadas (créditos
suplementares).
Ainda podemos nos deparar com uma situação
imprevisível e urgente (créditos
extraordinários), a exemplo de uma guerra ou
uma calamidade pública. Nesses casos, será
necessário (ou possível) retificar o orçamento.

Portanto, os créditos orçamentários podem sofrer


alterações e os mecanismos utilizados para fazê-lo
são os créditos adicionais. por isso dizemos que os
créditos adicionais são mecanismos retificadores do
orçamento.

Transparência e Accountability:

 Transparência: Disponibilização de informações


sobre o orçamento para a sociedade.

 Accountability: Prestação de contas sobre a


execução orçamentária, garantindo
responsabilidade e controle.

61
O orçamento público desempenha um papel
fundamental na organização e gestão das finanças
do Estado, permitindo o alcance de metas, a
alocação eficiente de recursos e a prestação de
contas à sociedade. Sua elaboração e execução são
processos complexos que envolvem a participação
de diversos órgãos e instâncias do governo.

LEIS ORÇAMENTÁRIAS:

PPA (Plano Plurianual):

 Planejamento de médio prazo;

 São estabelecidos de forma regionalizada, as


Diretrizes, Objetivos e Metas (DOM) da
Administração Pública para as despesas de
capital e outras delas decorrentes e para
aquelas referentes aos programas de duração
continuada;

 São estabelecidas as Políticas Públicas do


Governo;

 Deve ser encaminhado até 4 meses antes do


término do exercício;

 Deve ser devolvido até o final da sessão


legislativa.

LDO (Lei de Diretrizes Orçamentárias):

 Metas e prioridades da Administração Pública


para o exercício em que esteja em vigor e para
os 2 subsequentes;

 Elo de ligação entre o PPA e a LOA;

 Dispõe sobre: equilíbrio entre receitas e


despesas, formas de limitação de empenho,
alteração na legislação tributária e política de
aplicação dos recursos das agências financeiras
oficiais de fomento;

 Deve ser encaminhada até 8 meses e meio do


término do exercício;

 Deve ser devolvida até o término do primeiro


período da sessão legislativa.

LOA (Lei Orçamentária Anual):

 É o orçamento propriamente dito;

 Concretiza as ações previstas no PPA,


obedecendo a requisitos previstos na LDO;

 Objetivo principal é estimar receitas e fixar


despesas para o exercício financeiro;

62
 Desenvolvida através de três orçamentos
distintos: orçamento fiscal, orçamento de
investimentos e orçamento da seguridade social;

 Deve ser encaminhada até 4 meses antes do


término do exercício;

 Deve ser devolvida até o final da sessão


legislativa.
6.5 Federalismo fiscal no Brasil; Lei de Responsabilidade O federalismo fiscal no Brasil refere-se à divisão de
Fiscal (Lei Complementar nº 101/2000). competências tributárias e responsabilidades
financeiras entre os entes federativos: União,
Estados, Municípios e Distrito Federal. Cada nível de
governo tem sua própria autonomia financeira e
capacidade de arrecadar tributos para financiar suas
atividades.

A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF),


regulamentada pela Lei Complementar nº
101/2000, é uma legislação fundamental que
estabelece normas para o controle e a transparência
das finanças públicas no país.

Federalismo Fiscal no Brasil:

1) Repartição de Competências Tributárias → A


Constituição Federal de 1988 estabelece a
repartição de competências tributárias entre União,
Estados, Municípios e Distrito Federal. Cada ente
federativo possui a sua autonomia para legislar e
arrecadar impostos.

2) Transferências Intergovernamentais → Além dos


tributos próprios, existem transferências de
recursos entre os entes federativos, com o objetivo
de promover a equalização das receitas e garantir
um mínimo de recursos para todos.

3) Fundos de Participação dos Estados e Municípios


(FPE e FPM) → São mecanismos que redistribuem
parte das receitas tributárias federais para Estados
e Municípios, contribuindo para reduzir as
desigualdades regionais.

4) Pacto Federativo → O Pacto Federativo é um


termo usado para descrever o equilíbrio nas
relações financeiras entre União, Estados e
Municípios. Ele visa assegurar recursos suficientes
para a autonomia de cada ente federativo.

63
Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF - Lei
Complementar nº 101/2000):

A LRF foi promulgada em 2000 com o propósito de


promover a responsabilidade na gestão fiscal,
estabelecendo regras para o planejamento, a
transparência, o controle e a responsabilização na
gestão dos recursos públicos. Alguns pontos
importantes da LRF incluem:

Limites de Gastos com Pessoal → Define limites


percentuais da receita corrente líquida para
despesas com pessoal nos diferentes níveis de
governo.

Restrições para Endividamento → Estabelece


limites para a contração de dívidas pelos entes
federativos, com o objetivo de evitar o
endividamento excessivo.

Transparência e Prestação de Contas → Exige a


transparência na divulgação de informações
financeiras e a prestação de contas por parte dos
gestores públicos.

Planejamento e Controle → Estabelece a


necessidade de planejamento e controle na
execução do orçamento, com metas fiscais e
instrumentos de acompanhamento.

Sanções para o Descumprimento → Prevê


sanções, como a proibição de contrair empréstimos,
para os entes federativos que descumprirem as
regras estabelecidas na LRF.

A Lei de Responsabilidade Fiscal busca assegurar a


disciplina fiscal e a sustentabilidade das contas
públicas, contribuindo para a estabilidade
econômica e a confiança dos agentes econômicos.
Ela é uma ferramenta importante para o bom
funcionamento do federalismo fiscal no Brasil.

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https://www.contabilidaderesumida.com.br/

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