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DIREITOS DE NACIONALIDADE

DIREITOS DE NACIONALIDADE
1) CONCEITO DE NACIONALIDADE
Nacionalidade é o vínculo jurídico-político entre uma pessoa
física e uma nação.
No conceito de PONTES DE MIRANDA, nacionalidade é o vínculo
jurídico-político de direito público interno que faz da pessoa um dos
elementos componentes da dimensão pessoal do Estado.
Assim, dizemos que nacional é o brasileiro nato ou
naturalizado.

2) ESPÉCIES DE NACIONALIDADE
A) NACIONALIDADE PRIMÁRIA (originária ou
involuntária)
É aquela que resulta de fato natural (nascimento), a partir do
qual, de acordo com os critérios adotados pelo Estado (sanguíneos
ou territoriais), será estabelecida.
Trata-se, em regra, de uma situação de aquisição involuntária
de nacionalidade, decorrente do simples nascimento ligado a um
critério estabelecido pelo Estado.

B) NACIONALIDADE SECUNDÁRIA (adquirida ou


derivada)
É a que se adquire por ato volitivo, depois do nascimento (em
regra, pela naturalização). Cuida-se de aquisição voluntária de
nacionalidade, resultante da manifestação de um ato de vontade e da
permissão estatal (naturalização).

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3) CONFLITOS DE NACIONALIDADE
A) CONFLITO POSITIVO
Ocorre o conflito positivo de nacionalidade nos casos em que a
nacionalidade é atribuída à mesma pessoa, por mais de um Estado
soberano. Haverá, nessa situação, multiplicidade simultânea de
nacionalidades.
O fenômeno do acumulo simultâneo de nacionalidades acaba
por beneficiar o indivíduo (polipátrida), que contará com a disciplina
protetiva de múltiplos Estados.
Exemplo: A Alemanha reconhece como alemão qualquer
pessoa filho de pais alemães. Se o filho de pais alemães tiver nascido
no Brasil será brasileiro nato e alemão nato.

NACIONALIDADE REAL OU EFETIVA: No caso de acúmulo de


múltiplas nacionalidades, é possível surgir questões a respeito de
qual delas deva ser considerada a nacionalidade real ou efetiva na
órbita do direito internacional.
Em precedente da Corte Internacional de Justiça, reconheceu-se que
um indivíduo obtivera a naturalização em um país com o intuito de
evitar obrigações fiscais, mesmo possuindo negócios e vida familiar
em outro com obrigações fiscais mais severas.
Nesse precedente, a Corte Internacional de Justiça reconheceu a
possibilidade de não ser reconhecida por um país uma naturalização
feita por outro, quando demonstrado ela não condiz com a real e
efetiva relação de nacionalidade.

B) CONFLITO NEGATIVO
Ocorre o conflito negativo de nacionalidade nos casos em que
não há reconhecimento ao indivíduo dos atributos inerentes à
nacionalidade por parte de qualquer Estado. Nesses casos a pessoa é
denominada apátrida ou heimatlos

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4) BRASILEIRO NATO

Art. 12. São brasileiros:

I - natos:

a) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de


pais estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país;

b) os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe brasileira,


desde que qualquer deles esteja a serviço da República Federativa do
Brasil;

c) os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe


brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira
competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
optem, em qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira;

As hipóteses de nacionalidade originária brasileira são


reguladas no art. 12, inciso I da Constituição. Incluem ora o critério
ius solis (territorial), ora o critério ius sanguinis (sanguíneo).
Vejamos as 3 hipóteses de nacionalidade originária brasileira
(brasileiros natos):

A) CRITÉRIO JUS SOLI (CRITÉRIO TERRITORIAL)


São brasileiros natos os nascidos no território brasileiro, ainda
que de pais estrangeiros, SALVO se os pais forem estrangeiros e
estiverem a serviço de seu país de origem.

PONTOS IMPORTANTES:
➢ Para que o nascido no Brasil não seja brasileiro nato, os pais
devem estar a serviço da administração pública de seu país de
origem, ou seja, a serviço do Estado. Caso estejam a serviço de uma
empresa privada de seu país de origem, o filho nascido em território
brasileiro, ainda que de pai e mãe estrangeiros, será brasileiro nato.

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Exemplo: O filho de um casal de engenheiros mecânicos


italianos, que está no Brasil a serviço da FIAT, nascido no território
brasileiro será brasileiro nato.

➢ A ressalva constitucional não abrange somente a hipótese em


que ambos os pais estrangeiros estiverem a serviço de seu país de
origem, mas também é aplicável à hipótese em que um dos cônjuges
estiver apenas acompanhando o outro, que está a serviço do país de
origem.
Exemplo: Roberto Baggio, diplomata italiano, está em
território brasileiro com sua esposa, que apenas o acompanha na
missão diplomática, ocasião em que nasce Roberto Baggio Junior.
Neste caso, muito embora a esposa do diplomata não esteja a serviço
do país de origem dela, o filho do casal não será brasileiro nato,
tendo em vista que o pai da criança era estrangeira e estava a
serviço de seu país de origem.

➢ Caso os pais estrangeiros estejam a serviço de um país


estrangeiro diferente daquele do qual são originários, não se aplica a
ressalva constitucional, sendo considerado brasileiro nato o filho
nascido em território brasileiro.
Exemplo: Será considerado brasileiro nato o filho, nascido no
território brasileiro, de casal alemão que esteja a serviço do Estado
Espanhol no Brasil.

➢ O CONCEITO DE TERRITÓRIO BRASILEIRO para fins de


determinação da nacionalidade brasileira pelo critério do ius soli
abrange todos os espaços delimitados pelas fronteiras
geográficas da República Federativa do Brasil bem como o mar
territorial (faixa de mar que se estende por 12 milhas náuticas
contadas da baixa-mar do litoral brasileiro). Abrange também os
navios e aeronaves públicos ou a serviço do governo brasileiro, onde
quer que se encontrem. Em relação às aeronaves e embarcações
privadas ou mercantes, somente serão consideradas como extensão
do território brasileiro quando estiverem transitando por águas ou
espaço aéreo internacionais.

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B) CRITÉRIO JUS SANGUINIS PURO (CRITÉRIO


SANGUÍNEO)
São brasileiros natos os nascidos no exterior que sejam filhos
de pai brasileiro OU de mãe brasileira que estejam a serviço do
Brasil.

ATENÇÃO! O pai ou mãe brasileiros devem estar a


serviço do Estado brasileiro (administração pública direta
ou indireta brasileira) ou até mesmo representando o
Brasil em competição desportiva disputada no exterior.

Interessante observar que o art. 12, I, “b”, estabelece como


premissa o pai ou a mãe ser brasileiro e não que seja brasileiro
nato. Assim, o filho, brasileiro nato, poderá ser tanto de pai
brasileiro, seja nato ou naturalizado, como de mãe brasileira nata ou
mesmo naturalizada.

C) CRITÉRIO JUS SANGUINIS COMBINADO


São brasileiros natos os nascidos no exterior que sejam filhos
de pai brasileiro (nato ou naturalizado) OU de mãe brasileira (nata ou
naturalizada) que NÃO estejam a serviço do Brasil, DESDE QUE:

• Sejam registrados na repartição brasileira competente


(ainda que nunca venham a residir no Brasil);
OU
• Não tendo sido registrados na repartição brasileira
competente, venham a residir no Brasil e optem em
qualquer tempo, após atingida a maioridade, pela
nacionalidade Brasileira (nacionalidade potestativa);

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OBSERVAÇÕES SOBRE A NACIONALIDADE POTESTATIVA


Denominamos “nacionalidade potestativa” a hipótese do art. 12, c,
parte final da Constituição.
Ou seja, a situação em que filho de pai ou de mãe brasileira tenha
nascido no estrangeiro e não tenha sido registrado na repartição
brasileira competente, mas venha a residir no Brasil e opte, em
qualquer tempo, depois de atingida a maioridade, pela
nacionalidade brasileira.
a) Trata-se da única hipótese em que a nacionalidade originária
(condição de brasileiro nato) dependerá de manifestação de
vontade do cidadão.
b) A opção deve ser feita em processo de jurisdição voluntária,
cuja sentença homologa a opção do cidadão pela nacionalidade
Brasileira. A ação somente pode ser ajuizada pelo próprio
interessado e somente após a maioridade, o que inviabiliza a
representação judicial do menor por parte de seus genitores (RE
418.096, 2ª Turma do STF).
c) A opção pela nacionalidade brasileira não significa que o cidadão
deve renunciar à outra nacionalidade que eventualmente possua.
d) Até atingir a maioridade (18 anos completos), o cidadão será
considerado brasileiro nato caso para todos os efeitos caso venha a
residir no Brasil (nacionalidade provisória).
e) Após atingir a maioridade, haverá suspensão da
nacionalidade, ou seja, o cidadão deixa de ser considerado
brasileiro enquanto não for feita a opção confirmativa (ou opção
pela nacionalidade) perante a Justiça Federal. O STF já decidiu
que “antes de concluído o processo judicial de opção do indivíduo,
não há como considera-lo brasileiro nato (QO na AC 70/RS).
f) Formalizada a opção perante a Justiça Federal, a sentença que
homologa a nacionalidade gera efeitos “ex tunc” (retroativos), a
contar do nascimento do interessado (Pleno do STF, QO na AC
70/RS).

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5) BRASILEIRO NATURALIZADO

Art. 12. São brasileiros:

II - naturalizados:

a) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,


exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral;

b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na


República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e
sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira.

Brasileiros naturalizados são aqueles que possuem a


nacionalidade secundária, derivada ou adquirida.

ATENÇÃO! A concessão da nacionalidade secundária a um cidadão,


em regra, é ato discricionário de soberania do Estado brasileiro.

A Lei 13.445/17 (Estatuto do Migrante) regulamentou o art. 12


da Constituição Federal. De acordo com essa legislação, a
naturalização pode ser:
(i) ordinária;
(ii) extraordinária;
(iii) especial; ou
(iv) provisória.
Em todas elas, o processo de naturalização tem início com o
pedido do interessado (ou de seu representante legal, no caso de
naturalização provisória), que após ser processado, tem a decisão de
naturalização concedida pelo Ministro de Estado da Justiça e
Segurança Pública, sem prejuízo do recurso cabível, em caso de
denegação (art. 71 da Lei 13.445/2017).
A naturalização passa a produzir efeitos após a publicação no
Diário Oficial do ato de naturalização (art. 73 da Lei nº 13.445/17).

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I – NATURALIZAÇÃO ORDINÁRIA
A naturalização ordinária será concedida, se houver
requerimento do interessado:
(i) Aos procedentes de países de língua portuguesa, aos
quais se exigem apenas a residência pó um ano no
país e idoneidade moral.
Aqui o Estatuto do Migrante apenas refletiu o disposto no art.
12, II, “a”, in fine da Constituição.
Assim, aos procedentes de países lusófonos (aqueles que têm o
português como uma de suas línguas oficiais), os requisitos para a
naturalização são:
• 1 ano de residência no Brasil;
ATENÇÃO: 1 ano de residência é diferente de 1 ano de
permanência no território brasileiro.
• Idoneidade moral;
ATENÇÃO: Idoneidade moral é mais amplo do que provar
apenas que não foi condenado criminalmente. Deve ser
demonstrado, além disso, por meio de provas
testemunhais, por exemplo, fato que demonstre ser a
pessoa um bom vizinho, um bom pai ou boa mãe, um
bom profissional e etc.
(ii) Na forma da Lei nº 13.445/2017 (arts. 65 e 66), para
aqueles que, cumulativamente:

a. Tenham capacidade civil, segundo a lei brasileira;

b. Mantenham residência em território nacional, pelo


prazo mínimo de quatro anos;

c. Se comuniquem em língua portuguesa,


consideradas as condições do naturalizando; e

d. Não possuam condenação penal ou já estejam


reabilitados, nos termos da lei.

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II – NATURALIZAÇÃO EXTRAORDINÁRIA
Se houver requerimento, a naturalização poderá ser concedida
extraordinariamente, sem outras condições, aos estrangeiros que
residam no país há mais de 15 anos ininterruptos e não possuam
condenação penal (art. 67 da Lei nº 13.445/17).
Aqui o Estatuto do Migrante apenas refletiu o disposto no art.
12, II, “b” da Constituição.
Esquematizando os requisitos da naturalização extraordinária:
i) Mais de 15 anos de residência ininterrupta;
ii) Não ter condenação penal;
ATENÇÃO: Segundo a doutrina majoritária, o que se
veda é a condenação penal no Brasil nos 15 anos em que
residiu aqui.
CUIDADO! Essa hipótese de naturalização, EXCEPCIONALMENTE,
é ato vinculado, ou seja, satisfeitos os requisitos, trata-se de
direito subjetivo do requerente.

III – NATURALIZAÇÃO ESPECIAL


Trata-se de nova modalidade, criada pela Lei nº 13.445/17.
Pode ser concedida ao estrangeiro que se encontre em uma das
seguintes situações:
a. Ser cônjuge ou companheiro, há mais de 5 anos, de
integrante do Serviço Exterior Brasileiro em atividade ou de
pessoa a serviço do Estado brasileiro no exterior; ou

b. Ser ou ter sido empregado em missão diplomática ou em


repartição consular do Brasil por mais de 10 anos ininterruptos.

Para essa naturalização, são requisitos:


a. Tenham capacidade civil, segundo a lei brasileira;
b. Se comuniquem em língua portuguesa, consideradas
as condições do naturalizando; e
c. Não possuam condenação penal ou já estejam
reabilitados, nos termos da lei.

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IV – NATURALIZAÇÃO PROVISÓRIA
Trata-se de outra figura criada pela Lei nº 13.445/17.
A naturalização provisória substitui a antiga naturalização
extraordinária por erradicação precoce.
Poderá ser atribuída ao migrante criança ou adolescente que
tenha fixado residência em território nacional antes de completar dez
anos de idade. Deverá ser requerida por intermédio do representante
legal do menor (art. 70).
Diz-se provisória porque só se converterá em definitiva se o
naturalizando, expressamente, assim o requerer no prazo de até 2
anos após atingir a maioridade (art. 70, parágrafo único).

NATURALIZAÇÃO TÁCITA
Todas as hipóteses de naturalização previstas na Constituição
dependem tanto da manifestação de vontade do interessado como de
aquiescência estatal, que, através de ato de soberania, de forma
discricionária, poderá ou não atender à solicitação do estrangeiro ou
apátrida.
Dessa maneira, não existe mais a naturalização tácita (ou
grande naturalização), que ocorreu na vigência da Constituição de
1891, a qual consistia na naturalização de alguém sem sua
manifestação de vontade quando preenchidos alguns requisitos.
A Constituição de 1988 somente estabeleceu a naturalização
expressa.

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6) PORTUGUESES EQUIPARADOS (QUASE


NACIONALIDADE)

§ 1º Aos portugueses com residência permanente no País, se houver


reciprocidade em favor de brasileiros, serão atribuídos os direitos
inerentes ao brasileiro, salvo os casos previstos nesta Constituição.

Trata-se de situação chamada pela doutrina de “QUASE


NACIONALIDADE”, ou seja, são estrangeiros (nacionalidade
portuguesa) que terão um tratamento equiparado ao dos brasileiros
naturalizados, desde que cumpridos determinados requisitos.
Os requisitos necessários para a equiparação a brasileiro são:
i) Residência permanente no Brasil
ATENÇÃO: Não se exige nenhum prazo específico.
ii) Reciprocidade em favor do Brasileiro que mora
em Portugal (cláusula de reciprocidade);
O assunto é alvo do Tratado de Amizade, Cooperação e Consulta
entre a República Portuguesa e a República Federativa do Brasil
(promulgada pelo Decreto nº 3.927/2001).
A) SITUAÇÃO JURÍDICA
• Equiparam-se aos brasileiros naturalizados
CUIDADO! Os portugueses equiparados não são
brasileiros naturalizados. São, em verdade, estrangeiros
que receberão o mesmo tratamento dispensado aos
brasileiros naturalizados.
Por essa razão, caso queiram obter a nacionalidade secundária,
deverão ingressar com o pedido de naturalização, cumprindo algumas
das regras estudadas no tópico anterior.
JURISPRUDÊNCIA: Segundo a jurisprudência do STF, não é
legítima a extradição de português beneficiado com o estatuto da
igualdade (QO na EXT 302/Itália).
• Não se trata de nacionalidade secundária por se tratar
de situação jurídica precária (instável), ou seja, pode ser
encerrada a qualquer tempo (com o fim da reciprocidade).

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7) DISTINÇÕES ENTRE BRASILEIROS NATOS E


NATURALIZADOS

§ 2º A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e


naturalizados, salvo nos casos previstos nesta Constituição.

§ 3º São privativos de brasileiro nato os cargos:

I - de Presidente e Vice-Presidente da República;

II - de Presidente da Câmara dos Deputados;

III - de Presidente do Senado Federal;

IV - de Ministro do Supremo Tribunal Federal;

V - da carreira diplomática;

VI - de oficial das Forças Armadas.

O rol de distinções entre os brasileiros natos e naturalizados é


TAXATIVO, ou seja, não pode ser ampliado por Lei.
CUIDADO! A única forma de ampliação deste rol taxativo
de distinções entre brasileiros natos e naturalizados é por
meio de uma emenda constitucional.
Vamos detalhar as distinções feitas pela Constituição.

A) EXTRADIÇÃO

Art. 5º, LI - nenhum brasileiro será extraditado, salvo o


naturalizado, em caso de crime comum, praticado antes da
naturalização, ou de comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes e drogas afins, na forma da lei;

Extradição é a medida de cooperação internacional entre o


Estado brasileiro e outro Estado pela qual se concede ou solicita a
entrega de pessoa sobre quem recaia condenação criminal definitiva
ou para fins de instrução de processo penal em curso.

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Os BRASILEIROS NATOS JAMAIS poderão ser


extraditados pelo Brasil.

Os BRASILEIROS NATURALIZADOS, por sua vez, poderão


ser extraditados em duas situações:
• Crime comum cometido antes da naturalização;
ATENÇÃO: Crime comum deve ser entendido como um
crime que não seja político ou de opinião.
• Comprovado envolvimento em crime de tráfico de
drogas cometido a qualquer tempo, na forma da lei.
ATENÇÃO: De acordo com o STF trata-se de uma
exceção que deve ser entendida como de eficácia
limitada, pois somente terá aplicabilidade quando a lei
ordinária criar um procedimento para comprovação do
envolvimento do estrangeiro no crime de tráfico de
drogas (Ext. 541, STF).

Os ESTRANGEIROS, em regra, poderão ser extraditados,


SALVO se o crime pelo qual se pede a extradição for político ou de
opinião.

Art. 5º, LII - não será concedida extradição de estrangeiro por crime
político ou de opinião;

ATENÇÃO! O STF já decidiu que crimes que envolvam


derramamento de sangue não podem ser considerados
crimes políticos, como por exemplo, homicídios.

Verticalizando o estudo da extradição, vamos conhecer as


etapas de sua concessão e as diferenças entre extradição,
deportação, expulsão e banimento.

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ETAPAS DE CONCESSÃO DA EXTRADIÇÃO


Segundo o STF, no julgamento da Ext. 1085 (caso do italiano
Cesare Battisti), a extradição deve ser concedida em duas etapas
distintas:
a) ANÁLISE JURÍDICA
É feita pelo STF (em uma das Turmas do STF), que analisa
juridicamente o pedido de extradição, verificando, por exemplo, a
existência de condenação válida no estrangeiro, a ocorrência de
prescrição da pena, a existência de dupla tipicidade e etc.
Se o STF nega o pedido por problemas jurídicos, o processo de
extradição é arquivado definitivamente. Caso o STF autorize
juridicamente a extradição, o pedido segue para a segunda etapa:
analise política do Presidente da República.
b) ANÁLISE POLÍTICA
Feita pelo Presidente da República, que decide
discricionariamente sobre a extradição ou não extradição do
cidadão. Por fim, é importante diferenciar a extradição de outros
institutos importantes: expulsão, deportação e banimento.
EXPULSÃO DEPORTAÇÃO EXTRADIÇÃO BANIMENTO
Mandar embora Entregar
Mandar embora estrangeiro que alguém a outro
Mandar embora
um estrangeiro está em país para ser
um brasileiro
CONCEITO que tenha permanência julgado ou
pela prática de
cometido crime irregular ou cumprir pena
um crime
no Brasil clandestina no por crime lá
Brasil. cometido.
Medida de
NATUREZA Penalidade Medida cooperação Penalidade
JURÍDICA (sanção) administrativa jurídica (sanção)
internacional
CF/88: É uma espécie
• art. 5º, incisos de pena
PREVISÃO Lei 13.445/17 Lei 13.445/17 LI e LII; proibida pela
• art. 102, I, CF/88, no art.
alínea “g” 5º, XLVII
* Quadro extraído do curso de Constitucional do Professor João Trindade, no IMP
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B) CARGOS PRIVATIVOS DE BRASILEIROS NATOS


São privativos de brasileiros natos os seguintes cargos:
• Presidente e Vice-Presidente da República
• Presidente da Câmara dos Deputados
• Presidente do Senado Federal
• Ministros do STF
ATENÇÃO! Não somente o presidente do STF deve ser
brasileiro nato, mas sim todos os seus ministros.
• Oficial das forças armadas
ATENÇÃO: Somente os cargos de oficial das forças
armadas devem ser ocupados exclusivamente por
brasileiros natos, ou seja:
➢ Os Praças das forças armadas podem ser
brasileiros naturalizados
➢ Os Oficiais das Polícias Militares dos estados e
do DF podem ser brasileiros naturalizados
• Ministro de Estado da Defesa
ATENÇÃO: Trata-se do único Ministro de Estado que
deve ser brasileiro nato. Nem mesmo o Ministro das
Relações Exteriores precisa ser brasileiro nato.
• Membros da carreira diplomática
ATENÇÃO: O Ministro das Relações Exteriores não
precisa ser um brasileiro nato, até porque o referido
ministro sequer precisa ser membro de carreira
diplomática, trata-se de cargo de livre nomeação e
exoneração do Presidente da República.

CUIDADO! Por via reflexa, os ministros do TSE oriundos


do STF e o Presidente do CNJ (que deve ser o Presidente
do STF) também serão brasileiros natos. Todavia, essa
exigência, obviamente, não decorrerá da função exercida

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no CNJ ou no TSE, mas sim do fato de ser Ministro do


STF.

CONSELHO DA REPÚBLICA
Além dos cargos acima expostos, algumas FUNÇÕES no
Conselho da República são privativas de brasileiro nato (art. 89, VII,
da CF/88).

CUIDADO! O Conselho da República NÃO É FORMADO


EXCLUSIVAMENTE por brasileiros natos. Somente
alguns de seus cargos devem ser ocupados por brasileiros
natos. Veja a sua composição:

Vice-Presidente da República Deve ser nato

Presidente da Câmara dos


Deve ser nato
Deputados

Presidente do Senado Federal Deve ser nato

Líderes da maioria e da minoria


Não precisam ser natos
na Câmara dos Deputados

Líderes da maioria e da minoria


Não precisam ser natos
no Senado Federal

Ministro da Justiça Não precisam ser natos

Seis cidadãos brasileiros natos,


com mais de trinta e cinco anos Devem ser natos
de idade

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C) PROPRIEDADE DE EMPRESA JORNALÍSTICA OU DE


RÁDIO E TELEVISÃO (ART. 222 DA CF/88)

Art. 222. A propriedade de empresa jornalística e de radiodifusão


sonora e de sons e imagens é privativa de brasileiros natos ou
naturalizados há mais de dez anos, ou de pessoas jurídicas
constituídas sob as leis brasileiras e que tenham sede no País.

§ 1º Em qualquer caso, pelo menos setenta por cento do capital total


e do capital votante das empresas jornalísticas e de radiodifusão
sonora e de sons e imagens deverá pertencer, direta ou
indiretamente, a brasileiros natos ou naturalizados há mais de dez
anos, que exercerão obrigatoriamente a gestão das atividades e
estabelecerão o conteúdo da programação.

§ 2º A responsabilidade editorial e as atividades de seleção e direção


da programação veiculada são privativas de brasileiros natos ou
naturalizados há mais de dez anos, em qualquer meio de
comunicação social.

§ 3º Os meios de comunicação social eletrônica, independentemente


da tecnologia utilizada para a prestação do serviço, deverão observar
os princípios enunciados no art. 221, na forma de lei específica, que
também garantirá a prioridade de profissionais brasileiros na
execução de produções nacionais.

§ 4º Lei disciplinará a participação de capital estrangeiro nas


empresas de que trata o § 1º.

§ 5º As alterações de controle societário das empresas de que trata o


§ 1º serão comunicadas ao Congresso Nacional.

A propriedade de empresa jornalística ou de rádio e televisão


no Brasil é privativa de:
• Brasileiros natos;
• Brasileiros naturalizados há mais de 10 anos;
• Pessoas jurídicas constituídas sob as leis brasileiras
e que tenham sede no País.

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8) PERDA DA NACIONALIDADE BRASILEIRA


A) CANCELAMENTO DA NATURALIZAÇÃO

Art. 12, § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro


que:

I - tiver cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em


virtude de atividade nociva ao interesse nacional;

Obviamente, trata-se de hipótese de perda da nacionalidade


que somente atinge os naturalizados.
Motivo do cancelamento: Prática de atividade nociva ao
interesse nacional. Perceba que a atividade nociva ao interesse
nacional nem sempre será a prática de um crime.
Exemplo: Jornalista de empresa particular que divulga segredo
do Brasil para outros países. Não é crime a divulgação dos segredos
efetuada por particulares, mas é nociva ao interesse nacional.
Decisão sobre o cancelamento: somente pode ser efetivada
pelo poder judiciário (trata-se de reserva de jurisdição), em uma
decisão judicial transitada em julgado.
O cancelamento somente surtirá efeito a partir do trânsito em
julgado da sentença proferida pela Justiça Federal (art. 75 da
Lei nº 13.445/17), no âmbito de ação judicial cuja legitimidade ativa
é exclusiva do MPF (Ministério Público Federal).

B) AQUISIÇÃO VOLUNTÁRIA DE OUTRA NACIONALIDADE

Art. 12, § 4º - Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro


que:

II - adquirir outra nacionalidade, salvo nos casos:

a) de reconhecimento de nacionalidade originária pela lei


estrangeira;

b) de imposição de naturalização, pela norma estrangeira, ao


brasileiro residente em estado estrangeiro, como condição para
permanência em seu território ou para o exercício de direitos civis;

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Trata-se de hipótese de perda de nacionalidade que pode


atingir tanto o brasileiro nato quanto o naturalizado.
Motivo da perda da nacionalidade: naturalização voluntária
de outra nacionalidade.
Decisão sobre a perda da nacionalidade: é feita pelo Estado
brasileiro por declaração de perda de nacionalidade. Nos termos da
Lei nº 13.445/17, é decretada de ofício por ato do Ministro de
Estado da Justiça e Segurança Pública, após procedimento
administrativo no qual são serão garantidos ao interessado os
princípios do contraditório e da ampla defesa.

ATENÇÃO: A declaração de perda de nacionalidade por


naturalização voluntária em outro país é ato vinculado,
meramente declaratório e retroage à data da aquisição de
outra nacionalidade.

Em caso concreto envolvendo essa declaração da perda de


nacionalidade derivada de naturalização voluntária em País
estrangeiro repercutiu bastante na mídia recentemente e gerou
muitas notícias ERRADAS no sentido de que o STF teria admitido a
extradição de uma Brasileira nata.
Vamos entender o caso com um exemplo fictício:

SITUAÇÃO: Em 1999, Joana, brasileira nata, decide se


naturalizar voluntariamente como cidadã norte-americana. Em
2005, após ter se casado no EUA, durante discussão com seu então
marido, Joana mata o cônjuge e foge para o Brasil logo em seguida.
Os EUA requerem ao Brasil a extradição de Joana para que lá seja
processada e julgada pelo crime de homicídio de seu marido.
A defesa de Joana no processo judicial alega que sua
cliente não pode ser extraditada em razão de ser brasileira
nata. O que entendeu o STF?
O STF entendeu que a partir de 1999, data em que Joana
decidiu se naturalizar voluntariamente como cidadã norte-
americana, ela deixou de ser brasileira nata por ter ocorrido uma

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DIREITOS DE NACIONALIDADE

das hipóteses de perda da nacionalidade.


Ademais, entendeu o tribunal que a falta de declaração formal
da perda da nacionalidade pelo Brasil não seria impeditivo para sua
perda de fato, tendo em vista que a declaração de perda da
nacionalidade é ato meramente declaratório e que retroage à data
da naturalização.
Portanto, como o crime foi praticado em 2005 e Joana havia
se naturalizado voluntariamente (perdendo a nacionalidade
brasileira) em 1999, quando o crime ocorreu Joana já não era mais
brasileira, razão pela qual a extradição seria possível, afinal não
tratar-se-ia de extradição de brasileiro, mas sim de estrangeiro.

ATENÇÃO! Somente a naturalização1 voluntária2 em outro


país acarreta a perda da nacionalidade.

1: O reconhecimento de nacionalidade originária de outro


país não acarreta a perda da nacionalidade. O indivíduo será, nessa
situação, polipátrida.
Exemplo: Os netos de alemães são reconhecidos
automaticamente como alemães natos. Esse reconhecimento da
nacionalidade alemã de um brasileiro, não acarreta na perda de sua
nacionalidade.

2: A naturalização para possibilitar sua permanência no


estrangeiro OU para possibilitar o exercício de direitos civis em
país estrangeiro não acarreta a perda da nacionalidade brasileira
por não ter a característica da voluntariedade.
Exemplo: Jogador de futebol Brasileiro que, para exercer o seu
direito de trabalho, precisa se naturalizar Espanhol em virtude de
uma lei que limita o número de atletas estrangeiros em cada time de
futebol.

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NULIDADE DE AQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE


A Lei nº 13.445/17 não trata mais sobre a possibilidade de
declaração de nulidade do ato que concede a naturalização.
Todavia, a doutrina discute se é possível, com base no poder de
autotutela da Administração Pública Federal (art. 53 da Lei nº
9.784/99) que a administração pública ato que concedeu a
naturalização quando evidenciada alguma ilegalidade.
No julgamento do RMS 27.840, o STF entendeu que, de acordo
com a literalidade do art. 12, §4º, I, a perda da nacionalidade,
mesmo diante de situação em que se demonstre que fora obtida
mediante documentos falsos, somente poderá ser determinada por
sentença judicial transitada em julgado, e não por ato
administrativo.

9) REAQUISIÇÃO DA NACIONALIDADE BRASILEIRA


A Lei nº 13.445/17 prevê que é possível readquirir a
nacionalidade brasileira por meio de pedido ao Ministro da Justiça e
Segurança Pública.
O deferimento da reaquisição, porém, dependerá da presença
dos seguintes requisitos:
a. Comprovação de que o requerente já possuíra a nacionalidade
brasileira;
b. Comprovação de que cessou a causa que dera razão à perda da
nacionalidade brasileira.
A nacionalidade também pode ser readquirida, igualmente por
decisão do Ministro de Estado da Justiça e Segurança Pública, nos
casos de revogação do ato que declarara a perda da nacionalidade,
desde que constatada a presença de uma das hipóteses de vedação
do perdimento da nacionalidade brasileira (art. 12, §4º, alíneas “a” e
“b” da Constituição).
ATENÇÃO! Em relação a brasileiros natos que tenham perdido a
nacionalidade pátria, o deferimento do pedido de reaquisição ou de
revogação da perda importará no restabelecimento da nacionalidade
originária brasileira (art. 254, §7º do Decreto 9.199/2017).

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10) LÍNGUA OFICIAL E SÍMBOLOS

Art. 13. A língua portuguesa é o idioma oficial da República


Federativa do Brasil.
§ 1º São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o
hino, as armas e o selo nacionais.
§ 2º Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão ter
símbolos próprios.

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ESTUDO DIRIGIDO
1) O que é nacionalidade?

2) Quais são as espécies de nacionalidade?

3) O que é o conflito positivo de nacionalidade?

4) O que é o conflito negativo de nacionalidade?

5) Quais são os critérios utilizados pela Constituição para que


alguém seja considerado brasileiro nato?

6) Quem pode ser considerado brasileiro nato?

7) Se dois italianos estiverem no Brasil a serviço da Espanha e


tiverem em território brasileiro um filho, a criança será
considerada brasileira nata?

8) Em quais hipóteses uma pessoa nascida no exterior será


considerada brasileira nata?

9) O que é a nacionalidade potestativa?

10) Quais são observações mais importantes sobre a


nacionalidade potestativa?

11) Quem pode ser naturalizado brasileiro?

12) O que é a “quase nacionalidade”? Quais são seus


requisitos?

13) Os portugueses com residência permanente no Brasil


quando houver reciprocidade em favor dos Brasileiros
equiparam-se aos brasileiros natos ou aos naturalizados?

14) É legítima a extradição de português beneficiado com


o estatuto da igualdade?

15) São possíveis outras distinções entre brasileiros natos


e naturalizados além das previstas na Constituição?

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16) É possível a extradição de brasileiro nato?

17) É possível a extradição de brasileiro naturalizado? Em


quais situações?

18) É possível a extradição de estrangeiro?

19) Quais são os cargos privativos de brasileiros natos?

20) Qual a restrição estabelecida na Constituição em


relação à propriedade de empresa jornalística ou de rádio e
televisão?

21) Quais são as hipóteses de perda da nacionalidade


brasileira?

22) O brasileiro nato pode perder sua nacionalidade pela


prática de atividade nociva ao interesse nacional?

23) O brasileiro nato pode perder sua nacionalidade em


alguma hipótese?

24) A aquisição de outra nacionalidade sempre gera perda


da nacionalidade brasileira? Existe alguma exceção?

25) É possível a reaquisição da nacionalidade brasileira


após sua perda?

26) Qual o idioma oficial da República Federativa do


Brasil?

27) Quais são os símbolos da República Federativa do


Brasil?

28) Os Estados, o DF e os Municípios podem ter símbolos


próprios?

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QUESTÕES ANTERIORES
1. (VUNESP – 2018 – CÂMARA MUNICIPAL DE SÃO JOSÉ
DOS CAMPOS – TÉCNICO LEGISLATIVO) Nos termos da
Constituição Federal de 1988, são privativos de brasileiro nato os
cargos

a) de Presidente da República, de Deputado Federal e de Senador


da República.
b) de Ministro do Supremo Tribunal Federal, da carreira diplomática
e de oficial das Forças Armadas.
c) de Presidente da Câmara dos Deputados, de Presidente do
Senado Federal e de Presidente do Tribunal de Contas da União.
d) de Ministro do Supremo Tribunal Federal, de Ministro da Defesa e
de Ministro da Justiça.
e) de Prefeito, de Vereador e de Juiz de Direito.

2. (INAZ do Pará – 2018 – CRF/PE – Advogado) Situação


hipotética: Pitolomeu, nascido em Recife, filho de pai e mãe
brasileiros, farmacêutico de profissão, é aprovado em processo
seletivo para fazer seu doutorado em uma cidade ao sul da
Alemanha. Após três anos morando fora do Brasil, Pitolomeu é
surpreendido com uma lei federal alemã que impõe aos estrangeiros
residentes no país a naturalização como condição de sua
permanência em território nacional. Faltando apenas alguns meses
para a conclusão de seu curso, ele opta por cumprir a exigência local
e concluir seus estudos. Pitolomeu, ao retornar ao Brasil, será
considerado:

a) Estrangeiro, uma vez que será declarada a perda da


nacionalidade do brasileiro que adquirir outra nacionalidade.
b) Estrangeiro, porém, poderá recuperar a nacionalidade brasileira
após sua residência ininterrupta por, no mínimo, um ano em território
brasileiro.
c) Brasileiro, uma vez que as hipóteses de perda de nacionalidade
previstas na CRFB/88 são restritas ao brasileiro naturalizado.

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d) Brasileiro, uma vez que a imposição de naturalização pela


Alemanha como condição de permanência em seu território não
provoca a perda da nacionalidade brasileira.
e) Brasileiro, desde que não tenha sofrido qualquer condenação
penal transita em julgado no território estrangeiro.

3. (COPESE/UFT – 2018 – CÂMARA DE PALMAS/TO –


ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) Assinale a alternativa CORRETA.
Nos termos da Constituição Federal de 1988, são brasileiros natos:

a) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes em países


de língua portuguesa há mais de cinco anos.
b) os estrangeiros de qualquer nacionalidade, residentes na
República Federativa do Brasil há mais de quinze anos ininterruptos e
sem condenação penal, desde que requeiram a nacionalidade
brasileira.
c) os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade brasileira,
exigidas aos originários de países de língua portuguesa apenas
residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.
d) os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de pais
estrangeiros, desde que estes não estejam a serviço de seu país.

4. (COPESE/UFT – 2018 – CÂMARA DE PALMAS/TO –


ASSISTENTE ADMINISTRATIVO) Considerando os termos da
Constituição Federal de 1988, assinale a alternativa INCORRETA.

a) A lei não poderá estabelecer distinção entre brasileiros natos e


naturalizados, salvo nos casos previstos na própria Constituição.
b) É privativo aos brasileiros natos o cargo de Presidente da Câmara
de Vereadores.
c) São símbolos da República Federativa do Brasil a bandeira, o
hino, as armas e o selo nacionais.
d) Os Municípios poderão ter símbolos próprios.

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5. (FCC – 2018 – ALESE – TÉCNICO LEGISLATIVO) São


brasileiros

a) natos os nascidos na República Federativa do Brasil, ainda que de


pais estrangeiros que estejam a serviço de seu país.
b) natos os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro ou mãe
brasileira, desde que ambos estejam a serviço da República
Federativa do Brasil.
c) natos os nascidos no estrangeiro de pai brasileiro ou de mãe
brasileira, desde que sejam registrados em repartição brasileira
competente ou venham a residir na República Federativa do Brasil e
optem, quando completarem 21 anos, pela nacionalidade brasileira.
d) naturalizados os estrangeiros de qualquer nacionalidade,
residentes na República Federativa do Brasil há mais de cinco anos
ininterruptos e sem condenação penal, desde que requeiram a
nacionalidade brasileira.
e) naturalizados os que, na forma da lei, adquiram a nacionalidade
brasileira, exigidas aos originários de países de língua portuguesa
apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade moral.

6. (VUNESP – 2018 – PCBA – INVESTIGADOR DE POLÍCIA)


Imagine que Marieta, brasileira nata, e Roger, americano nato,
estejam residindo atualmente nos Estados Unidos, período em que
ocorre o nascimento de Lucas, filho deles. Nessa situação, nos termos
da disposição da Constituição acerca da nacionalidade, é correto
afirmar que

a) caso Marieta esteja nos Estados Unidos a serviço da República


Federativa do Brasil, o seu filho será considerado como brasileiro
nato.
b) ainda que Lucas seja registrado perante o Consulado Brasileiro,
não será considerado como brasileiro nato ou naturalizado, já que o
Brasil adota como único critério o jus soli.

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c) para ser considerado brasileiro naturalizado, Lucas deverá passar


a residir no Brasil por pelo menos 1 (um) ano ininterrupto e possuir
idoneidade moral.
d) Lucas poderá ser considerado brasileiro nato desde que venha a
residir no Brasil e, depois de 10 (dez) anos ininterruptos de
residência, opte pela nacionalidade brasileira.
e) para ser considerado brasileiro nato, basta que Lucas, a qualquer
tempo, depois de atingir a idade mínima de 16 (dezesseis) anos,
venha a residir no Brasil e opte pela nacionalidade brasileira.

7. (CESPE – 2018 – STJ – ANALISTA JUDICIÁRIO) Conforme


entendimento do Supremo Tribunal Federal, brasileiro nato que tiver
perdido a nacionalidade poderá ser extraditado.

8. (FGV – 2018 – TJAL – TÉCNICO JUDICIÁRIO) Peter, filho


de cidadãos norte-americanos, nasceu em Alagoas quando seus pais
ali estavam em gozo de férias. Após o nascimento, foi para os
Estados Unidos da América do Norte e jamais retornou à República
Federativa do Brasil.

À luz da sistemática constitucional, Peter:


a) é brasileiro nato;
b) é brasileiro naturalizado;
c) é brasileiro nato, desde que requeira a nova nacionalidade aos 18
anos de idade;
d) é brasileiro naturalizado, se requerer a naturalização aos 18 anos
de idade;
e) não é brasileiro.

9. (CESPE – 2018 – ABIN – AGENTE DE INTELIGÊNCIA) Os


indivíduos que possuem multinacionalidade vinculam-se a dois
requisitos de aquisição de nacionalidade primária: o direito de sangue
e o direito de solo.

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10. (CESPE – 2018 – ABIN – AGENTE DE INTELIGÊNCIA)


Considera-se hipótese excepcional de quase nacionalidade aquela que
depende tanto da manifestação da vontade do estrangeiro quanto da
aquiescência do chefe do Poder Executivo.

11. (CESPE – 2018 – ABIN – AGENTE DE INTELIGÊNCIA) Filho


de brasileiros nascido no estrangeiro que opte pela nacionalidade
brasileira não poderá ser extraditado, uma vez que os efeitos dessa
opção são plenos e têm eficácia retroativa.

12. (FCC – 2018 – DPE/AM – DEFENSOR PÚBLICO) Filho de pai


estrangeiro e mãe brasileira, nascido durante período em que sua
mãe prestava serviços para uma empresa multinacional no exterior e
sem registro de seu nascimento em repartição brasileira, Jacques
passou a morar no Brasil aos 21 anos de idade, tendo então feito a
opção pela nacionalidade brasileira, homologada por juiz federal. Seis
anos mais tarde, contudo, foi requerida sua extradição, por governo
estrangeiro, em virtude de ter sido condenado à prisão perpétua por
seu envolvimento, um ano antes de sua vinda ao país, em crime de
homicídio. O requerente, no caso, é governo de país com o qual o
Brasil mantém tratado de extradição.

Diante desses elementos, à luz da Constituição Federal e da


jurisprudência do STF, Jacques
a) obteve irregularmente a nacionalidade brasileira, já que não
observados os requisitos de tempo mínimo de 15 anos ininterruptos
de residência no País e inexistência de condenação criminal, não
havendo óbice, sob esse aspecto, para ser extraditado.
b) obteve irregularmente a nacionalidade brasileira, por falecer
competência à Justiça Federal para homologar a respectiva opção,
devendo ter sua naturalização cancelada em juízo e, após o
respectivo trânsito em julgado, ser concedida sua extradição.
c) é considerado brasileiro nato, razão pela qual não poderá ser
concedida sua extradição.
d) é considerado brasileiro naturalizado, e poderá ter sua
naturalização cancelada, por sentença judicial, em virtude de

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atividade nociva ao interesse nacional, e, quando do trânsito em


julgado da respectiva decisão, perder seus direitos políticos.
e) poderá ser extraditado, sob a condição de que o Estado
requerente assuma o compromisso de comutar a pena de prisão
perpétua em pena privativa de liberdade não superior a 30 anos de
reclusão, em conformidade com o limite estabelecido na legislação
brasileira.

13. (FCC – 2018 – DPE/AM – ASSISTENTE TÉCNICO DE


DEFENSORIA) João, estrangeiro, residente no país há 10 anos, foi
acusado de prática de crime doloso contra a vida cometido no Brasil,
tendo sido julgado por este fato perante tribunal do júri brasileiro.
Paralelamente, foi condenado em seu país de origem por manifestar-
se, publicamente, em contrário à política praticada pelo Governo, o
que lá é considerado crime. Em razão dessa condenação, a justiça
estrangeira requereu ao Brasil a extradição de João. Considerando
essa situação à luz da Constituição Federal, o tribunal do júri

a) não poderia ter julgado João, uma vez que o acusado é


estrangeiro, embora tenha direito à aquisição da nacionalidade
brasileira, não havendo, todavia, vedação constitucional para que a
extradição seja deferida.
b) não poderia ter julgado João, uma vez que o acusado é
estrangeiro, não tendo preenchido os requisitos para aquisição da
nacionalidade brasileira, não podendo, ademais, ser deferida a
extradição em razão da natureza do crime pelo qual João foi
condenado em seu país de origem.
c) não poderia ter julgado João, uma vez que somente lhe compete
julgar os crimes culposos contra a vida, não podendo, ademais, ser
deferida a extradição em razão do tempo de permanência de João no
Brasil, o que lhe confere direito à aquisição da nacionalidade
brasileira.
d) poderia ter julgado João, mas a extradição não poderá ser
deferida em razão da natureza do crime pelo qual João foi condenado
em seu país de origem.

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e) poderia ter julgado João, não havendo vedação constitucional


para que a extradição seja deferida.

14. (FCC – 2018 – DPE/AM – ANASLITA) Considere os símbolos


nacionais:

I. língua portuguesa.
II. bandeira nacional.
III. hino nacional.
IV. armas nacionais.
V. selo nacional.
A Constituição Federal de 1988 estabelece que são símbolos da
República Federativa do Brasil APENAS o contido em
a) I, III, IV e V.
b) II, III, IV e V.
c) I, II, III e IV.
d) I, II, III e V.
e) I, II, IV e V.

15. (FUNDATEC – 2018 – DPE/SC – ANASLISTA) Quanto à


nacionalidade, analise as seguintes assertivas:

I. São privativos de brasileiro nato os cargos da carreira diplomática e


de oficial das Forças Armadas, entre outros expressamente
estabelecidos na Constituição Federal.
II. São brasileiros natos, os nascidos no estrangeiro, de pai brasileiro
e mãe brasileira, desde que qualquer deles esteja a serviço da
república Federativa do Brasil.
III. São brasileiros naturalizados, os estrangeiros de qualquer
nacionalidade residentes na República Federativa do Brasil há mais de
vinte anos ininterruptos e sem condenação penal, desde que
requeiram a nacionalidade brasileira.
Quais estão corretas?

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a) Apenas I.
b) Apenas I e II.
c) Apenas I e III.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

16. (FGV – 2018 – SEFIN/RO – CONTADOR) Luca nasceu em


território brasileiro. Seus pais tinham nacionalidade italiana e, na
ocasião, estavam a serviço de uma conhecida indústria de automóvel
com sede na Itália. Logo após o nascimento, Luca retornou para a
Itália. Após completar dezoito anos de idade, decidiu viver na
República Federativa do Brasil e seguir carreira política.

À luz da sistemática constitucional afeta à nacionalidade, é correto


afirmar que Luca
a) não é brasileiro, pois é filho de pais italianos; logo, para
candidatar-se a um cargo eletivo, deveria naturalizar-se.
b) é brasileiro nato, por ter nascido no território brasileiro, podendo
candidatar-se a qualquer cargo eletivo.
c) é brasileiro nato, desde que não tenha sido registrado na Itália,
podendo candidatar-se a qualquer cargo eletivo.
d) é brasileiro nato, desde que optante pela nacionalidade brasileira,
podendo candidatar-se a qualquer cargo eletivo.
e) é brasileiro naturalizado, pois passou a residir no Brasil após a
maioridade, o que limita as possibilidades de candidatura.

17. (FEPESE – 2017 – PCSC – ESCRIVÃO DE POLÍCIA CIVIL)


De acordo com a Constituição Federal de 1988, ao tratar da
Nacionalidade (Dos Direitos e Garantias Fundamentais), é correto
afirmar:

a) São privativos de brasileiro nato os cargos de deputado federal e


senador.

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b) Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios não poderão ter


símbolos próprios.
c) A lei poderá estabelecer distinção entre os brasileiros natos e
naturalizados, além dos casos expressamente previstos na
Constituição.
d) Será declarada a perda da nacionalidade do brasileiro que tiver
cancelada sua naturalização, por sentença judicial, em virtude de
atividade nociva ao interesse nacional.
e) São brasileiros natos os que, na forma da lei, adquiram a
nacionalidade brasileira, exigidas aos originários de países de língua
portuguesa apenas residência por um ano ininterrupto e idoneidade
moral.

18. (FCC – 2017 – TRF 5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO)


Nuno e Manuel são dois jovens adultos de nacionalidade originária
portuguesa que fixaram residência no Brasil e, após cumpridos os
requisitos pertinentes, adquiriram a nacionalidade brasileira. Nuno
almeja um dia tornar-se Ministro do Supremo Tribunal Federal - STF
e Manuel, seguir a carreira diplomática a serviço da República
Federativa do Brasil, não possuindo qualquer dos dois a intenção de
voltar a seu país de origem. Considerados esses elementos, à luz da
Constituição Federal,

a) ambos poderão exercer os cargos pretendidos, desde que haja


reciprocidade em favor de brasileiros na legislação portuguesa.
b) ambos poderão exercer os cargos pretendidos, pois estes podem
ser ocupados tanto por brasileiros natos quanto por brasileiros
naturalizados.
c) Nuno poderá exercer o cargo pretendido, mas Manuel não,
porque os cargos da carreira diplomática, diferentemente do de
Ministro do STF, são privativos de brasileiros natos.
d) Nuno não poderá exercer o cargo pretendido, por ser privativo de
brasileiro nato, restrição essa que não se aplica aos cargos da
carreira diplomática, podendo Manuel vir a exercê-los.
e) nenhum dos dois poderá exercer os cargos pretendidos, por
serem estes privativos de brasileiros natos.

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19. (FCC – 2017 – TRF 5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO)


Indivíduo originário de país asiático requereu e obteve a
nacionalidade brasileira em 2010, quinze anos depois de ter fixado e
mantido ininterruptamente residência no país. Foi condenado no
exterior, pelo seu comprovado envolvimento em tráfico ilícito de
entorpecentes praticado no ano de 2012, por sentença criminal
transitada em julgado em 2017, tendo sido então requerida sua
extradição. Nessa situação, à luz da Constituição Federal, o indivíduo
em questão é considerado

a) brasileiro nato, não podendo ser extraditado, embora possa vir a


perder seus direitos políticos, em virtude da condenação criminal,
enquanto durarem os efeitos desta.
b) estrangeiro, que não goza de direitos políticos no Brasil, podendo
ser extraditado, já que não se trata de condenação por crime político
ou de opinião.
c) brasileiro naturalizado, que pode ser extraditado, em virtude da
natureza da atividade em que comprovado seu envolvimento, bem
como ter sua naturalização cancelada por decisão judicial, acaso o
crime pelo qual foi condenado constitua atividade nociva ao interesse
nacional, hipótese em que perderá seus direitos políticos após o
respectivo trânsito em julgado.
d) brasileiro nato, que pode vir a ter seus direitos políticos
suspensos enquanto durarem os efeitos da condenação criminal, bem
como ser extraditado, já que não se trata de condenação por crime
político ou de opinião.
e) brasileiro naturalizado, não podendo ser extraditado, em virtude
de ter sido condenado por crime praticado após a naturalização,
embora possa vir a ter sua naturalização cancelada por decisão
judicial, acaso o crime pelo qual foi condenado constitua atividade
nociva ao interesse nacional, hipótese em que terá seus direitos
políticos suspensos, enquanto durarem os efeitos da condenação
criminal.

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20. (FCC – 2017 – TRF 5ª REGIÃO – ANALISTA JUDICIÁRIO)


Considere as situações abaixo.

I. Anny e Joseph, ambos norte-americanos, decidiram sediar uma


empresa no Brasil e, por essa razão, mudaram-se para o Rio de
Janeiro, onde nasceu seu primeiro filho – Anthony.
II. Carlos, brasileiro e diplomata, foi convocado para representar o
Brasil na Itália e lá conheceu sua esposa Valentina, italiana, com
quem teve o filho Enrico, que nasceu em solo italiano.
III. Yohanes e Natália, ambos brasileiros, após namorarem por oito
anos resolveram se casar e morar na Alemanha, onde Yohanes possui
família, e lá tiveram dois filhos, Hans e Klaus. Ao contrário de Hans,
Klaus foi registrado em repartição brasileira competente.
São brasileiros natos:
a) Enrico, por ser filho de brasileiro que estava na Itália a serviço do
Brasil; e Klaus, por ser filho de brasileiros e ter sido registrado em
repartição pública brasileira competente. Por outro lado, não são
brasileiros natos: Anthony, pois apesar de ter nascido em território
brasileiro, é filho de estrangeiros; e Hans, por não ter sido registrado
em repartição brasileira competente, não sendo possível a opção pela
nacionalidade brasileira originária, ainda que venha a residir no
Brasil.
b) Anthony, por ter nascido em solo brasileiro, ainda que de pais
estrangeiros; Enrico, por ser filho de brasileiro que estava na Itália a
serviço do Brasil; Klaus, por ser filho de brasileiros e ter sido
registrado em repartição pública brasileira competente; e Hans, caso
venha a residir no Brasil e opte, em qualquer tempo, depois de
atingida a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
c) Klaus, por ser filho de brasileiros e ter sido registrado em
repartição pública brasileira competente; e Hans, caso venha a residir
no Brasil e opte, em qualquer tempo, depois de atingida a
maioridade, pela nacionalidade brasileira. Por outro lado, não são
brasileiros natos: Anthony, pois apesar de ter nascido em território
brasileiro, é filho de estrangeiros; e Enrico, pois, além de ter nascido
no exterior, é filho de mãe estrangeira.

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d) Anthony, por ter nascido em solo brasileiro, ainda que de pais


estrangeiros; Enrico, por ser filho de brasileiro que estava na Itália a
serviço do Brasil; Klaus, por ser filho de brasileiros e ter sido
registrado em repartição pública brasileira competente, caso confirme
sua opção pela nacionalidade brasileira, mediante petição dirigida ao
Ministério das Relações Exteriores brasileiro, depois de atingida a
maioridade; e Hans, caso venha a residir no Brasil e opte, após pelo
menos dois anos de residência em solo brasileiro, depois de atingida
a maioridade, pela nacionalidade brasileira.
e) Anthony, por ter nascido em solo brasileiro, ainda que de pais
estrangeiros; Klaus por ser filho de brasileiros e ter sido registrado
em repartição pública brasileira competente. Por outro lado, não são
brasileiros natos: Enrico, pois além de ter nascido no exterior, é filho
de mãe estrangeira; e Hans, por não ter sido registrado em
repartição brasileira competente, não sendo possível a opção pela
nacionalidade brasileira originária, ainda que venha a residir no
Brasil.

GABARITO
01 02 03 04 05 06 07 08 09 10
B D D B E A C A C E

11 12 13 14 15 16 17 18 19 20
C C D B A B D E C B

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