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DIREITO ADMINISTRATIVO
Poderes da Administração Pública
Nilton Coutinho
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Poderes da Administração Pública
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1.1. Introdução
Registre-se inicialmente que o Estudo da Administração Pública, em seus aspectos sub-
jetivos (dos sujeitos que a integram) e objetivos (das atividades que desenvolve) e do regime
jurídico ao qual está submetida, exige a compreensão de que, ao desenvolver suas atividades
na busca da satisfação e proteção de interesses qualificados por lei como públicos, necessita
atuar cercada de atributos, sem os quais, as finalidades que direcionam sua atuação resta-
riam prejudicadas.
Nesse contexto é que se coloca o tema “Poderes” da Administração e dos Agentes Pú-
blicos, expressão que, numa primeira impressão, provoca a ideia de que a Administração
Pública e seus agentes têm as atividades marcadas por características que denotam prer-
rogativas e que os colocam em posição diferenciada nas relações jurídicas que mantém
com outras pessoas.
Entretanto, é preciso advertir que a expressão “poderes” nem sempre é empregada no sen-
tido de prerrogativa, força jurídica diferencia Poder Regulamentar, também chamado de Poder
Normativo, que retrata a possibilidade ou necessidade de expedição de atos normativos que
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finalizam a regulamentação das leis, com o intuito de possibilitar a execução perfeita dos co-
mandos legais. Aqui nada há de exercício de “poder” no sentido tradicional da expressão, mas
apenas de uma função que é exercida por alguns agentes públicos, nas suas funções.
Outras vezes, a expressão “poder” é empregada como verdadeira limitação ou restrição
no exercício da atividade administrativa, na medida em que a Administração Pública. É o que
se verifica nos contornos encontrados no “Poder Vinculado” que, em verdade, aponta para
uma vigorosa restrição à atividade administrativa, na medida em que a Administração Pública
atua, sob pena de invalidade, de modo absolutamente vinculado à lei, sem qualquer margem
de liberdade e sem que tenha a possibilidade de realizar qualquer juízo subjetivo de valor
como propulsor da prática do ato. Percebe-se que nesse caso o chamado “poder vinculado”
implicará numa supressão absoluta de qualquer poder.
Apesar dessas considerações, o estudo do tema e de suas implicações na atividade
administrativa da entidade pública torna-se importante, na medida em que permitirá a com-
preensão de como estrutura-se a Administração Pública em termos de organização basea-
da em relações hierárquicas, extraindo-se dessa estrutura a atuação decorrente do “Poder
Hierárquico”. Ademais, aqui também se concentra o estudo de como deve expressar-se o
desenvolvimento da função regulamentar da entidade pública, seus limites e parâmetros
constitucionais e legais, oportunidade em que o “Poder Regulamentar” ou “Poder Normati-
vo” será utilizado.
Nesse contexto também será estudada a atuação da Administração Pública, com maior,
menor ou ausência de liberdade de ação, conforme previamente estabelecido por lei, com
exercício das atribuições, com discricionariedade (Poder Discricionário) ou com total vincula-
ção à lei (Poder Vinculado).
O poder disciplinar também será tratado, sendo inerente a qualquer estrutura organiza-
cional a permitir identificar irregularidades na condução dos negócios da organização públi-
ca, pelos agentes públicos ou aqueles que, de alguma maneira, vinculam-se à estrutura da
Administração Pública, bem como a imposição de sanções disciplinares aos que se compor-
tam de modo a agredir aos comandos de disciplina vigentes.
Finalmente e, importantíssimo, aqui se localiza o tratamento jurídico a uma das principais
atividades administrativas do Estado, a atividade de polícia administrativa que permite concretizar
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o ideal de preservação dos interesses públicos, assim tutelados pelo Direito, quando sujeitos
a riscos decorrentes da atividade particular, ainda que lícita e regular. Vale dizer, a atividade
particular, mesmo que desenvolvida de forma válida, deve conformar-se às exigências postas
para proteção dos interesses públicos e a atividade pública tendente a essa proteção recebe
a marca da expressão “Poder de Polícia”.
Desse modo e com a observação de que a doutrina brasileira não se apresenta consensu-
al quanto ao alcance e o conteúdo da expressão “Poderes da Administração” e no reconheci-
mento de quais são efetivamente, tais poderes, toma-se, em nome de uma abordagem ampla,
a opção de tratar dos seguintes poderes: (i) hierárquico; (ii) normativo (ou regulamentar); (iii)
discricionário e vinculado, (v) disciplinar e, finalmente, (vi) poder de polícia.
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de exercício do poder de polícia, bem como da aplicação dos meios conducentes a atingir o
fim colimado, que é a proteção de algum interesse público. Assim é que na atividade de polícia
administrativa a autoridade competente, em contato com a situação de fato e em busca da
preservação do interesse público, escolherá, entre as várias sanções previstas em lei aquela
que se mostrar mais conveniente e oportuna.
Noutras palavras, a atuação discricionária abre uma gama de opções à Administração
Pública que poderá agir desta ou daquela maneira, autorizada por lei, após juízo subjetivo de
valor e análise de conveniência e oportunidade para a prática do ato. Entretanto, a liberdade
para agir desta ou daquela forma decorre de lei e não da vontade da Administração Pública e
de seus agentes.
Exemplo de atuação discricionária é encontrado na remoção de servidores públicos, quando
prevista a possibilidade em lei, a critério da Administração Pública, para atender à conveniência
do serviço público1, em que, a depender da verificação da autoridade competente e da conve-
niência para a Administração Pública, tanto poderá, validamente praticar o ato, removendo o
servidor como também poderá deixar de removê-lo pela percepção subjetiva da conveniência.
Portanto, reconheça-se que a Administração Pública nem sempre recebe da lei coman-
dos completos a afastar qualquer margem de atuação discricionária. Parcela considerável da
atuação administrativa está marcada pela discricionariedade, assim entendida como a atua-
ção desenvolvida dentro de parâmetros determinados, implicando numa relativa liberdade no
atuar, desde que obedecidos os limites estabelecidos em lei.
É que a lei não consegue prever toda a sorte de situações fáticas a serem enfrentadas no
cotidiano da Administração Pública. Os fenômenos sociais, ao se concretizarem, podem se
apresentar com feições variantes em razão das circunstâncias peculiares que os envolvem.
É nesse ponto que surge a atuação discricionária. O comando legal, a partir da compreensão
de que não conseguirá pormenorizar todas as variantes de cada situação concreta, passa a
autorizar a Administração Pública a agir, diante de cada uma, a partir de juízos subjetivos de
valores, aferindo conveniência e oportunidade para agir desta ou daquela maneira admitidas
pela lei. Vale dizer, a Administração Pública recebe a autorização legal para agir a partir de
critérios de conveniência e oportunidade, formulando juízos valorativos, desde que essa atu-
ação discricionária decorra, ao menos implicitamente, da lei.
1
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. São Paulo: Editora Atlas, 29ª edição, 2016, p. 222.
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Admite-se, desse modo, a atuação discricionária, sem perder de vista que essa atuação não
pode jamais, ser confundida com a atuação arbitrária. Discricionariedade implica em agir, a par-
tir de autorização legal, com liberdade condicionada a preceitos legais. Arbitrariedade é atuação
que peca ao representar excesso no agir além ou contra a lei, o que é sempre reprovável.
Por outro lado, necessário referir ao Poder Vinculado ou atividade vinculada da Adminis-
tração Pública, quando a margem de liberdade desaparece por completo. Agora a lei determi-
na como se dará a atuação do órgão público estabelecendo, de antemão, todos os requisitos
necessários à prática do ato, sem permitir ao agente público, qualquer possibilidade de juízo
subjetivo de valor.
Portanto, como já afirmado, não se trata rigorosamente de “poder”, mas de absoluta
ausência deste, vez que não resta à Administração e seus agentes, qualquer liberdade e
possibilidade de ação que não seja aquela previamente estabelecida no ato normativo pre-
viamente praticado.
Apenas para ilustrar, vinculado é o ato de admissão ao serviço público quando preenchi-
dos os requisitos legais. Imagine-se o acesso ao serviço de educação pública no ensino fun-
damental oferecido a todas as crianças, que estejam dentro de determinada faixa de idade e
que residam nas proximidades da unidade escolar. Ora, preenchidos os requisitos legais, não
restará à autoridade pública competente uma alternativa de escolha que não seja a prática do
ato de admissão, com a matrícula do interessado na unidade administrativa escolar.
Nota-se, pois, que no âmbito da atuação vinculada, a margem de liberdade presente na
discricionariedade, desaparece por completo.
Percebe-se, naturalmente, que a maior vinculação dos atos e da atuação administrativa
aumenta a possibilidade de sindicabilidade da atuação administrativa, vez que os parâmetros
estão objetivamente postos na norma. Todavia, essa constatação não autoriza a conclusão
de que a atuação discricionária escaparia, diante da margem legal de liberdade, da possibi-
lidade de controle, inclusive jurisdicional. A discricionariedade minimiza a possibilidade de
controle, mas não o elimina, vez que ainda será possível analisar a legalidade do ato pela
identificação dos seus requisitos de validade (competência do agente, forma prevista em lei,
motivo, objeto e finalidade) e a razoabilidade nas escolhas da Administração Pública, entre
aquelas possíveis.
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Assim, mesmo os atos discricionários estão sujeitos ao controle de legalidade a ser em-
preendido pela própria organização administrativa ou pelo Judiciário.
Lembre-se que você já estudou abuso de poder em direito constitucional, quando o professor
abordou o tema “mandado de segurança”.
Veja:
Conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo, não amparado por
habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou abuso de poder for au-
toridade pública ou agente de pessoa jurídica no exercício de atribuições do Poder Público (art. 5º,
inciso LXIX da Constituição).
Tal abuso pode ocorrer nas três modalidades acima mencionadas, tendo, inclusive, já sido
objeto de indagação em provas da OAB e outras.
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Mais apropriada do que a expressão “poder hierárquico” é a referência aos “poderes de-
correntes da hierarquia” na Administração Pública. Não há, propriamente, um poder hierár-
quico vez que a hierarquia traduz uma forma de organização administrativa, um sistema que
permite a atuação total da estrutura administrativa de modo uniforme, racional, coordenado
e, espera-se, mais eficiente.
Com efeito, uma estrutura administrativa extremamente complexa, com a magnitude que
atualmente se vislumbra nas entidades públicas, não sobreviveria sem o emprego de estru-
tura necessária à identificação de uma unidade coesa, uma única identidade organizacional,
não obstante desenvolva ao mesmo tempo, diversas atividades em áreas distintas e em lu-
gares variados.
Não se pode perder de vista que o Estado, expressão aqui utilizada no sentido amplo, a
embarcar, segundo a opção federativa encartada na Constituição Federal de 1988 a União, Es-
tados, Distrito Federal e Municípios, recebe a incumbência de desenvolver muitas atividades
materiais para a consecução dos fins constitucionalmente fixados. Assim é que se encontram
no artigo 21 da Constituição Federal de 1988, muitas competências materiais atribuídas à
União. Da mesma forma há normas constitucionais que determinam o âmbito de atuação
material dos Estados federados (art. 25, §§ 1º e 2º, da CF/88), dos Municípios (art. 30, CF/88)
e ao Distrito Federal (art. 32, §1º, CF/88).
Portanto, cada entidade pública-política do Estado brasileiro, recebe competências ma-
teriais que só podem ser concretizadas por meio de uma dada estrutura administrativa e, tal
estrutura estará à disposição das entidades públicas para realização das tarefas materiais
necessárias à consecução dos fins públicos a que se destinam. Mas é preciso reconhecer
que a estrutura é complexa, pois desempenhará atividades distintas simultaneamente e em
lugares diferentes.
Para ilustrar, imagine-se a estrutura administrativa de um Estado da Federação brasileiro
que desenvolve, ao mesmo tempo e em vários lugares, atividades materiais na área da segu-
rança pública, educação e saúde públicas. Como poderia essa entidade pública exercer com
mínima eficiência tantas atividades ao mesmo tempo senão por meio de órgãos administrativos
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dispostos nos vários lugares de atuação, alguns com atuação do plano de direção, outros de
gestão e outros ainda no plano de execução. É necessário que tantos órgãos administrativos
integrantes dessa estrutura devam atuar de maneira organizada e uniforme e, para tanto,
todos os órgãos da base desse organismo estarão vinculados a outros, hierarquicamente su-
periores de gerenciamento e monitoramento das atividades e estes, por suas vezes, estarão
vinculados hierarquicamente a outros órgãos superiores, até que se chegue ao ápice dessa
organização, onde estará a figura do Chefe do Poder Executivo daquele Estado federado.
Essa estrutura hierarquizada permitiria o desempenho de atividades multifacetárias si-
multaneamente e em todos os cantos do território alcançado pela entidade pública, todas
desenvolvidas de maneira coordenada, supervisionada e uniforme, com procedimentos simi-
lares, na medida em que os órgãos que integram essa estrutura estarão posicionados numa
estrutura hierarquizada, da base ao ápice de uma verdadeira pirâmide administrativa, de sorte
que as decisões concebidas e tomadas nos planos de direção e gestão alcancem do mesmo
modo, a base da estrutura.
Para tanto, necessário que essas várias “instâncias” do exercício das atividades admi-
nistrativas atuem a partir de relações hierárquicas a permitir que autoridades públicas supe-
riores expeçam ordens aos seus subordinados que repercutem, nos subordinados como ver-
dadeiros deveres, salvo nos casos de ordens manifestamente ilegais. Ademais, das relações
hierárquicas extrai-se o poder de correição, de controle do cumprimento das obrigações e da
revisão dos atos praticados por subordinados, com possibilidade de anulação de atos ilegais
e revogação de atos que, embora validamente praticados, não atendem os critérios de conve-
niência e oportunidade e, ainda, os poderes de delegação de atribuições, do superior ao infe-
rior hierárquico, desde que não se tratam de atribuições privativas e de avocação de poderes
pela autoridade superiora, desde que, mais uma vez, não estejam inseridas nas atribuições
privativas da autoridade subordinada.
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exercício de suas atribuições, edita, originariamente, as regras que darão suporte ao sistema
jurídico a ser implantado em determinada sociedade. Essa competência originária, no Brasil,
que adota a separação dos poderes, foi atribuída ao Congresso Nacional, no âmbito federal e
será exercido, nos termos do Art. 59 da Constituição Federal, por meio de emendas constitu-
cionais, leis complementares, leis ordinárias, medidas provisórias, leis delegadas, resoluções
e decretos legislativos. Esses são os atos normativos originários ou primários, desencade-
ados pela atuação do Poder Legislativo, no exercício de função institucional, conferida pela
Constituição Federal ao separar os poderes em Legislativo, Executivo e Judiciário.
Na lição de Miguel Reale, atos normativos “originários se dizem os emanados de um órgão
estatal em virtude de competência própria, outorgada imediata e diretamente pela Constitui-
ção, para edição de regras instituidoras de direito novo”2.
Ao lado dos atos normativos originários encontram-se os derivados ou secundários, com
força suficiente para estabelecer comportamentos aos destinatários, mas sempre como ins-
trumento de aplicação da norma primária subjacente. Vale dizer, são atos normativos posto
que vinculantes aos destinatários, mas derivados porque decorrentes de outro ato normativo,
qual seja, o originário. É nessa categoria de atos normativos que se incluem as sentenças e
outras decisões judiciais, os contratos e as normas editadas no âmbito da Administração Pú-
blica, para execução das leis. Nesses casos todos, nota-se a estreita vinculação entre o ato
normativo derivado e o originário. Este é fundamento daquele, editado sempre para a aplica-
ção da norma primária.
É o caso do poder regulamentar de que dispõe o Chefe do Poder Executivo no Brasil, pre-
visto no art. 84, IV, da Constituição Federal:
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Realmente, muitas vezes a lei, em sua linguagem técnica é inacessível ao executor e in-
compreensível ao destinatário. Outras vezes, para a execução da lei, necessária a criação de
instrumentos por parte do Poder Executivo. Surge nessas oportunidades, lugar para a expe-
dição do regulamento de execução, editado pelo Presidente da República para que o ato de-
corrente da atuação do Poder Legislativo possa, efetivamente, atingir seus objetivos. É, com
a edição do regulamento, ato normativo do Poder Executivo, que a lei alcança eficácia. Mas é
claro, como regulamento de execução, está limitado e vinculado aos comandos da própria lei
regulamentada, não sendo possível, via regulamento, a criação de obrigações antes não cria-
das pela lei ou a exigência der comportamentos antes não exigidos pela lei regulamentada.
O poder normativo conferido ao Executivo pelo art. 84, IV, da Constituição Federal é, desse
modo, limitado e complementar. Não tem o condão de inovar na ordem jurídica. Nem poderia
ser diferente, já que a função do Executivo não é a de legislar originariamente, mas executar a
lei antes editada pelo Poder próprio.
Ao lado do poder normativo conferido ao Presidente da República, foram, os Ministros de
Estado investidos de semelhante função, quando estabeleceu o art. 87, da Constituição Fe-
deral, a competência dessas autoridades para “expedir instruções para a execução das leis,
decretos e regulamentos”.
Da mesma maneira, fácil perceber que se trata de normatização complementar e infrale-
gal, com a finalidade de, mais uma vez, tornar possível a execução das leis.
Ao lado do poder normativo do Presidente da República e dos Ministros de Estado, encon-
tra-se hoje, nas Agências Reguladoras, nova versão da atividade normativa do Estado, mas
que não deve ser entendida como carta branca conferida a essas novas entidades, o que nem
mesmo o Chefe do Poder Executivo recebeu.
São conhecidos alguns tipos de competências regulamentadoras, cuja análise, mesmo
que breve, torna-se importante para a compreensão dessa função normativa da Administra-
ção Pública, em especial para se saber sobre a compatibilidade com o princípio da legalidade.
O primeiro é o poder regulamentar que exerce o Executivo para tornar possível a fiel exe-
cução das leis. E o ato decorrente desse poder, pela própria natureza, é conhecido como re-
gulamento executivo ou regulamento de execução. Não pode, como visto, exceder a função
do próprio Executivo. Aliás, a Constituição Federal de 1988 criou instrumento a ser utilizado contra
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Decreto independente ou autônomo: é o que dispõe sobre matéria ainda não regulada especifi-
camente em lei. A doutrina aceita esses provimentos administrativos praeter legem para suprir a
omissão do legislador, desde que não invadam as reservas da lei, isto é, as matérias que só por lei
podem ser reguladas.
Advirta-se, todavia, que os decretos autônomos ou independentes não substituem definitivamente
a lei: suprem, apenas, a sua ausência, naquilo que pode ser provido por ato do Executivo, até que a
lei disponha a respeito. Promulgada a lei, fica suspenso o decreto3.
Apesar de admitido pelo publicista acima citado, o regulamento autônomo, no Brasil, sofre
muita resistência.
De início, ao admitir a possibilidade de regulamento autônomo, estar-se-ia minimizando a
separação dos poderes, prevista pela Constituição Federal, como um dos alicerces do Estado
brasileiro, tanto que incluída entre as “cláusulas pétreas” enumeradas no art. 60, § 4º, III4.
Além do mais, a Constituição Federal, quando admitiu a possibilidade de exercício da fun-
ção legislativa pelo Executivo, o fez de forma expressa e clara, por se tratar, evidentemente,
de situação excepcional. Essa usurpação tolerada pela norma constitucional diz respeito às
leis delegadas, espécie normativa originária, elaboradas pelo Presidente da República após
solicitação da delegação ao Congresso Nacional. Este, se entender conveniente e oportuno,
delegará ao chefe do Executivo o poder normativo, fazendo-a por meio de Resolução “que
especificará seu conteúdo e os termos do exercício” da competência delegada. É o que prevê
o art. 68 da Constituição Federal.
3
MEIRELLES. Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. 41ª ed. Malheiros: São Paulo, 2015, p. 162.
4
“Art. 60 (...)
§ 4 – Não será objeto de deliberação a proposta de emenda tendente a abolir:
III – a separação dos poderes.”
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Parece, pela análise desses argumentos, que o constituinte brasileiro de 1988 pretendeu,
no que se refere à função legislativa, reservá-la de forma exclusiva ao Congresso Nacional.
José Cretella Júnior, nesse sentido, ensina:
Maior clareza à intenção do constituinte se vê no que dispôs o art. 25, do Atos das Dis-
posições Constitucionais Transitórias quando determina a revogação,”a partir de cento e oi-
tenta dias da promulgação da Constituição, sujeito esse prazo a prorrogação por lei, todos
os dispositivos legais que atribuam ou deleguem a órgão do Poder Executivo competência
assinalada pela Constituição ao Congresso Nacional”.
A mencionada regra constitucional é objetiva, simples e a sua compreensão tranquila. O
único, no Brasil, com competência para editar normas jurídicas originárias e primárias é, no
âmbito federal, o Congresso Nacional, ressalvadas as situações excepcionais expressamente
mencionadas pela própria Constituição, como no caso da Medida Provisória e da Lei Delega-
da. Contudo, nessas hipóteses, ainda assim, haverá a necessária participação do Congresso,
seja para estabelecer os limites e condições da delegação, seja na apreciação posterior da
Medida Provisória.
Pelo visto, difícil aceitar, no Brasil, a possibilidade dos regulamentos autônomos.
Maria Sylvia Zanella Di Pietro, por exemplo, rejeita a ideia:
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Não bastasse isso, diga-se que, nos termos do inc. II do Art. 5º da Lei Maior, “ninguém será obriga-
do a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei”. Assim, se o regulamento não é
lei em sentido formal, não pode criar direito novo, como os regulamentos autônomos criam. Ade-
mais, cabe ao Congresso Nacional, nos termos do Art. 48 da Constituição, dispor sobre todas as
matérias de competência da União. Sendo assim, não há lugar, espaço jurídico, para o regulamento
autônomo ou independente7.
A lei de deslegalização não necessita, assim, sequer penetrar na matéria de que trata, bastando-lhe
abrir a possibilidade a outras fontes normativas, estatais ou não, de regulá-la por atos próprios
que, por óbvio, não serão de responsabilidade do Poder legislativo, ainda que sobre ele possa con-
tinuar a ser exercido um controle político sobre eventuais exorbitâncias8.
Essa forma de delegação, assim como o regulamento autônomo, não encontra possibi-
lidade jurídica de ser utilizado no Brasil. A uma, porque a Constituição Federal não autorizou
sua utilização, fazendo referência apenas ao regulamento expedido para fiel execução da lei;
a duas, porque quando a Constituição se reporta à delegação da função legislativa, o faz
por meio de instrumento próprio, qual seja, a lei delegada. Vale dizer que a única maneira do
Congresso Nacional delegar a função legislativa a outro se dá com a expedição de resolução,
a partir de solicitação do Presidente da República, em que será definida não só a delegação,
mas também suas condições e seus limites. Além disso, admitir delegação da lei para que a
7
GASPARINI, Diógines. Direito Administrativo. São Paulo: Saraiva, 9 edição, 2005, ps. 105/106.
8
MOREIRA NETO, Diogo de Figueiredo. Mutações do Direito Administrativo. São Paulo: Renovar, 2001, p. 166.
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matéria antes reservada a sua competência seja objeto de regulamento, soa como uma farsa
inadmissível, arquitetada para dar impressão de legalidade a uma transgressão frontal ao
princípio da legalidade regente no Direito brasileiro.
Portanto, nosso sistema jurídico-constitucional não admite a utilização de subterfúgios
para desvios de legalidade. Os atos normativos primários devem regular de modo suficiente-
mente abrangente, as matérias a serem tratadas, não sendo possível a utilização do instru-
mento legal apenas para transferência da competência legislativa a outro que não a recebeu
da própria Constituição Federal.
Celso Antônio Bandeira de Mello é contundente, mas rigorosamente técnico, ao comentar
esse tipo de delegação:
Por isto, a lei que limitar-se a (pretender) transferir ao Executivo o poder de ditar, por si, as condi-
ções ou meios que permitem restringir um direito delegação disfarçada, inconstitucional. Deveras:
as funções correspondentes a cada um dos Poderes (Legislativo, Executivo e Judiciário) são, como
regra, indelegáveis. Disto se ressalva, tão só, a hipótese de “leis delegadas” – pela própria Cons-
tituição previstas no Art. 59, IV, mas editáveis apenas em decorrência do procedimento legislativo
regulado no art. 68 e segundo as condições e limites ali estabelecidos.9
Resta, pois, ao Poder Executivo, o regulamento de execução e com suas limitações deve
ser utilizado pelas Agências Reguladoras, em razão de suas atribuições normativas.
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A aplicação de sanção sumariamente e sem defesa só pode ser feita pela Administração
nos casos urgentes, que ponham em risco a segurança ou a saúde pública, ou em se tratando
de infração surpreendida em sua flagrância.
Excluem-se da autoexecutoriedade as multas, ainda que decorrentes do poder de polícia,
que só podem ser executadas por via judicial, bem como as demais prestações pecuniárias
devidas pelos administrados à Administração.
Coercibilidade: é a imposição coativa das medidas adotadas pela Administração.
Todo ato de polícia é imperativo (obrigatório para o seu destinatário), admitindo, até o empre-
go da força pública para seu cumprimento, quando resistido pelo administrado. Inexiste ato
de polícia facultativo para o particular.
Atividade negativa: um não fazer ao “administrado”: outro atributo que alguns autores
apontam para o poder de polícia é o fato de ser uma atividade negativa, distinguindo-se, sob
esse aspecto, do serviço público, que seria uma atividade positiva. Neste, a Administração
Pública exerce, ela mesma, uma atividade material que vai trazer um benefício, uma utilida-
de, aos cidadãos: por exemplo, ela executa os serviços de energia elétrica, de distribuição de
água e gás, de transportes etc.; na atividade de polícia, a Administração apenas impede a
prática, pelos particulares, de determinados atos contrários ao interesse público; ela impõe
limites à conduta individual.
Indelegabilidade: essa característica tem sido reconhecida pela jurisprudência, inclusive
do Supremo Tribunal Federal, com base no argumento de que, em se tratando de atividade
típica do Estado, só pode ser por este exercida. Com efeito, o poder de polícia envolve o exer-
cício de prerrogativas próprias do poder público, especialmente a repressão, insuscetíveis de
serem exercidas por um particular sobre outro.
A característica da indelegabilidade é tema de repercussão geral (ARE 662186) – dis-
cute-se se a BH-Trans (sociedade de economia mista) pode impor multas por infrações
de trânsito.
Meios de Atuação do Poder de Polícia: preferencialmente agindo de maneira preventiva,
o Poder Público edita leis e os órgãos administrativos expedem regulamentos e instruções,
que traduzem normas limitadoras e sancionadoras da conduta daqueles que utilizam bens
ou exercem atividades individuais que possam afetar a coletividade. São as chamadas limi-
tações administrativas.
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Nem todos os atos ligados ao exercício do poder de polícia são dotados de autoexecutorie-
dade. Veja o seguinte exemplo trazido pelo XIV Exame de Ordem Unificado: “a Secretaria de
Defesa do Meio Ambiente do Estado X lavrou auto de infração, cominando multa no valor de
R$ 15.000,00 (quinze mil reais) à empresa Explora, em razão da instalação de uma saída de
esgoto clandestina em uma lagoa naquele Estado. A empresa não impugnou o auto de in-
fração lavrado e não pagou a multa aplicada. Considerando o exposto, assinale a afirmativa
correta”. Nesta hipótese, a afirmativa correta considerava a aplicação da penalidade como
manifestação do poder de polícia e afastava a autoexecutoriedade da penalidade, já que a
medida “não autoriza a apreensão de bens para a quitação da dívida”.
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Importante já ressalvar que não se trata de poder exercido em relação às pessoas, físicas
ou jurídicas, sujeitas às medidas de restrições impostas como decorrência do Poder de Polí-
cia, mas de atuação voltada à manutenção da disciplina e da ordem administrativas, visando
ambiente propícia ao desenvolvimento das atividades da Administração Pública. Certo que,
tanto quanto ocorre com o Poder de Polícia, também aqui haverá a possibilidade de aplicação
de sanções, todavia, com fundamentos e objetivos distintos nos dois casos.
Também não se confunde com os Poderes decorrentes da hierarquia, embora tenha rela-
ção de proximidade. Os Poderes hierárquicos têm função organizacional, tendem a estrutu-
ração das entidades e órgãos públicos, enquanto o Poder disciplinar, exercido dentro da es-
trutura hierarquizada da Administração Pública, tende a identificar e aplicar sanções àqueles
que desrespeitarem às regras de conduta interna.
Por outro lado, é preciso registrar que o exercício do Poder disciplinar não tem relação
com o “Poder de Punir”, como uma das marcas dos Estados soberanos. O Estado tem o “po-
der de punir” com a finalidade de pacificação social e se vale do processo judicial-penal para
tanto. O Poder disciplinar busca o cumprimento da ordem interna no meio em que as ativi-
dades administrativas são desenvolvidas. Assim também pode-se afirmar que, tendo funda-
mentos e finalidades distintas, nada impede a aplicação de sanções administrativas e penais
em decorrência dos mesmos fatos se estes, ao mesmo tempo agredirem regras administrati-
vas-disciplinares e penais11.
O Poder disciplinar é caracterizado pela discricionariedade no sentido de permitir, à auto-
ridade pública competente, a análise dos fatos e a realização de juízo subjetivo de valor para
se chegar à decisão e à medida da sanção, em função de comportamentos que, muitas vezes,
não estão objetivamente delimitados pela lei. É a própria lei que, ao estabelecer tipos de infra-
ções de modo impreciso e indefinidos, deixa margem para análise discricionária para decisão.
É o que ocorre, por exemplo, com expressões como “comportamentos irregulares de na-
tureza grave”, “falta grave”, “ineficiência no serviço”, que rendem a possibilidade de aplicação
de punições, a partir de juízos subjetivos de valores extraídos dos fatos pela autoridade com-
petente. Isso não afasta, entretanto, grande carga de vinculação da autoridade administrativa
com todo o cuidado que deve ter na condução do procedimento administrativa punitivo,
11
MEIRELLES, Hely Lopes. Direito Administrativo Brasileiro. São Paulo: Malheiros, 41ª edição, 2015, pág. 117.
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CAPÍTULO I
DAS DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito
da Administração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos
administrados e ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
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§ 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Ju-
diciário da União, quando no desempenho de função administrativa.
§ 2º Para os fins desta Lei, consideram-se:
I – órgão – a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da
estrutura da Administração indireta;
II – entidade – a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica;
III – autoridade – o servidor ou agente público dotado de poder de decisão.
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contradi-
tório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os
critérios de:
I – atuação conforme a lei e o Direito;
II – atendimento a fins de interesse geral, vedada a renúncia total ou parcial de poderes ou
competências, salvo autorização em lei;
III – objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de
agentes ou autoridades;
IV – atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé;
V – divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previs-
tas na Constituição;
VI – adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções
em medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público;
VII – indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão;
Obs.: Motivação: por força do princípio da motivação, a Administração Pública deve indi-
car os fundamentos de fato e de direito que justificam a prática de um ato (conforme
dispõe o art. 2º, VII, da Lei n. 9.784/1999). A motivação dos atos administrativos per-
mite o controle da legalidade da atuação da Administração. Não precisa acompanhar
o próprio ato, podendo estar à parte, como em um parecer, por exemplo, conforme
prevê o art. 50, § 1º, da Lei n. 9.784/1999.
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VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados;
IX – adoção de formas simples, suficientes para propiciar adequado grau de certeza, se-
gurança e respeito aos direitos dos administrados;
X – garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção
de provas e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas
situações de litígio;
XI – proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei;
XII – impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos inte-
ressados;
XIII – interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento
do fim público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação.
CAPÍTULO II
DOS DIREITOS DOS ADMINISTRADOS
CAPÍTULO III
DOS DEVERES DO ADMINISTRADO
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CAPÍTULO IV
DO INÍCIO DO PROCESSO
CAPÍTULO V
DOS INTERESSADOS
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CAPÍTULO VI
DA COMPETÊNCIA
Art. 11. A competência é irrenunciável e se exerce pelos órgãos administrativos a que foi
atribuída como própria, salvo os casos de delegação e avocação legalmente admitidos.
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal,
delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de ín-
dole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial.
Parágrafo único. O disposto no caput deste artigo aplica-se à delegação de competência
dos órgãos colegiados aos respectivos presidentes.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I – a edição de atos de caráter normativo;
II – a decisão de recursos administrativos;
III – as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no meio oficial.
§ 1º O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos, os limites da atu-
ação do delegado, a duração e os objetivos da delegação e o recurso cabível, podendo conter
ressalva de exercício da atribuição delegada.
§ 2º O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade delegante.
§ 3º As decisões adotadas por delegação devem mencionar explicitamente esta qualida-
de e considerar-se-ão editadas pelo delegado.
Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devidamente jus-
tificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquicamente inferior.
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CAPÍTULO VII
DOS IMPEDIMENTOS E DA SUSPEIÇÃO
CAPÍTULO VIII
DA FORMA, TEMPO E LUGAR DOS ATOS DO PROCESSO
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão
quando a lei expressamente a exigir.
§ 1º Os atos do processo devem ser produzidos por escrito, em vernáculo, com a data e o
local de sua realização e a assinatura da autoridade responsável.
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§ 2º Salvo imposição legal, o reconhecimento de firma somente será exigido quando hou-
ver dúvida de autenticidade.
§ 3º A autenticação de documentos exigidos em cópia poderá ser feita pelo órgão admi-
nistrativo.
§ 4º O processo deverá ter suas páginas numeradas sequencialmente e rubricadas.
Art. 23. Os atos do processo devem realizar-se em dias úteis, no horário normal de fun-
cionamento da repartição na qual tramitar o processo.
Parágrafo único. Serão concluídos depois do horário normal os atos já iniciados, cujo
adiamento prejudique o curso regular do procedimento ou cause dano ao interessado ou à
Administração.
Art. 24. Inexistindo disposição específica, os atos do órgão ou autoridade responsável
pelo processo e dos administrados que dele participem devem ser praticados no prazo de
cinco dias, salvo motivo de força maior.
Parágrafo único. O prazo previsto neste artigo pode ser dilatado até o dobro, mediante
comprovada justificação.
Art. 25. Os atos do processo devem realizar-se preferencialmente na sede do órgão, cien-
tificando-se o interessado se outro for o local de realização.
CAPÍTULO IX
DA COMUNICAÇÃO DOS ATOS
Art. 26. O órgão competente perante o qual tramita o processo administrativo determinará
a intimação do interessado para ciência de decisão ou a efetivação de diligências.
§ 1º A intimação deverá conter:
I – identificação do intimado e nome do órgão ou entidade administrativa;
II – finalidade da intimação;
III – data, hora e local em que deve comparecer;
IV – se o intimado deve comparecer pessoalmente, ou fazer-se representar;
V – informação da continuidade do processo independentemente do seu comparecimento;
VI – indicação dos fatos e fundamentos legais pertinentes.
§ 2º A intimação observará a antecedência mínima de três dias úteis quanto à data de
comparecimento.
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§ 3º A intimação pode ser efetuada por ciência no processo, por via postal com aviso de
recebimento, por telegrama ou outro meio que assegure a certeza da ciência do interessado.
§ 4º No caso de interessados indeterminados, desconhecidos ou com domicílio indefini-
do, a intimação deve ser efetuada por meio de publicação oficial.
§ 5º As intimações serão nulas quando feitas sem observância das prescrições legais,
mas o comparecimento do administrado supre sua falta ou irregularidade.
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos
fatos, nem a renúncia a direito pelo administrado.
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa
ao interessado.
Art. 28. Devem ser objeto de intimação os atos do processo que resultem para o interes-
sado em imposição de deveres, ônus, sanções ou restrição ao exercício de direitos e ativida-
des e os atos de outra natureza, de seu interesse.
CAPÍTULO X
DA INSTRUÇÃO
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Parágrafo único. Não sendo atendida a intimação, poderá o órgão competente, se enten-
der relevante a matéria, suprir de ofício a omissão, não se eximindo de proferir a decisão.
Art. 40. Quando dados, atuações ou documentos solicitados ao interessado forem neces-
sários à apreciação de pedido formulado, o não atendimento no prazo fixado pela Administra-
ção para a respectiva apresentação implicará arquivamento do processo.
Art. 41. Os interessados serão intimados de prova ou diligência ordenada, com antece-
dência mínima de três dias úteis, mencionando-se data, hora e local de realização.
Art. 42. Quando deva ser obrigatoriamente ouvido um órgão consultivo, o parecer deverá
ser emitido no prazo máximo de quinze dias, salvo norma especial ou comprovada necessi-
dade de maior prazo.
§ 1º Se um parecer obrigatório e vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o pro-
cesso não terá seguimento até a respectiva apresentação, responsabilizando-se quem der
causa ao atraso.
§ 2º Se um parecer obrigatório e não vinculante deixar de ser emitido no prazo fixado, o
processo poderá ter prosseguimento e ser decidido com sua dispensa, sem prejuízo da res-
ponsabilidade de quem se omitiu no atendimento.
Art. 43. Quando por disposição de ato normativo devam ser previamente obtidos laudos
técnicos de órgãos administrativos e estes não cumprirem o encargo no prazo assinalado,
o órgão responsável pela instrução deverá solicitar laudo técnico de outro órgão dotado de
qualificação e capacidade técnica equivalentes.
Art. 44. Encerrada a instrução, o interessado terá o direito de manifestar-se no prazo má-
ximo de dez dias, salvo se outro prazo for legalmente fixado.
Art. 45. Em caso de risco iminente, a Administração Pública poderá motivadamente ado-
tar providências acauteladoras sem a prévia manifestação do interessado.
Art. 46. Os interessados têm direito à vista do processo e a obter certidões ou cópias re-
prográficas dos dados e documentos que o integram, ressalvados os dados e documentos de
terceiros protegidos por sigilo ou pelo direito à privacidade, à honra e à imagem.
Art. 47. O órgão de instrução que não for competente para emitir a decisão final elaborará
relatório indicando o pedido inicial, o conteúdo das fases do procedimento e formulará propos-
ta de decisão, objetivamente justificada, encaminhando o processo à autoridade competente.
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CAPÍTULO XI
DO DEVER DE DECIDIR
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos ad-
ministrativos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo
de até trinta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.
CAPÍTULO XII
DA MOTIVAÇÃO
Art. 50. Os atos administrativos deverão ser motivados, com indicação dos fatos e dos
fundamentos jurídicos, quando:
I – neguem, limitem ou afetem direitos ou interesses;
II – imponham ou agravem deveres, encargos ou sanções;
III – decidam processos administrativos de concurso ou seleção pública;
IV – dispensem ou declarem a inexigibilidade de processo licitatório;
V – decidam recursos administrativos;
VI – decorram de reexame de ofício;
VII – deixem de aplicar jurisprudência firmada sobre a questão ou discrepem de parece-
res, laudos, propostas e relatórios oficiais;
VIII – importem anulação, revogação, suspensão ou convalidação de ato administrativo.
§ 1º A motivação deve ser explícita, clara e congruente, podendo consistir em declaração
de concordância com fundamentos de anteriores pareceres, informações, decisões ou pro-
postas, que, neste caso, serão parte integrante do ato.
§ 2º Na solução de vários assuntos da mesma natureza, pode ser utilizado meio mecânico
que reproduza os fundamentos das decisões, desde que não prejudique direito ou garantia
dos interessados.
§ 3º A motivação das decisões de órgãos colegiados e comissões ou de decisões orais
constará da respectiva ata ou de termo escrito.
CAPÍTULO XIII
DA DESISTÊNCIA E OUTROS CASOS DE EXTINÇÃO DO PROCESSO
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Art. 51. O interessado poderá, mediante manifestação escrita, desistir total ou parcial-
mente do pedido formulado ou, ainda, renunciar a direitos disponíveis.
§ 1º Havendo vários interessados, a desistência ou renúncia atinge somente quem a te-
nha formulado.
§ 2º A desistência ou renúncia do interessado, conforme o caso, não prejudica o prosse-
guimento do processo, se a Administração considerar que o interesse público assim o exige.
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua fina-
lidade ou o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.
CAPÍTULO XIV
DA ANULAÇÃO, REVOGAÇÃO E CONVALIDAÇÃO
Art. 53. A Administração deve anular seus próprios atos, quando eivados de vício de lega-
lidade, e pode revogá-los por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos
adquiridos.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram
efeitos favoráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram
praticados, salvo comprovada má-fé.
§ 1º No caso de efeitos patrimoniais contínuos, o prazo de decadência contar-se-á da
percepção do primeiro pagamento.
§ 2º Considera-se exercício do direito de anular qualquer medida de autoridade adminis-
trativa que importe impugnação à validade do ato.
Art. 55. Em decisão na qual se evidencie não acarretarem lesão ao interesse público nem
prejuízo a terceiros, os atos que apresentarem defeitos sanáveis poderão ser convalidados
pela própria Administração.
CAPÍTULO XV
DO RECURSO ADMINISTRATIVO E DA REVISÃO
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e
de mérito.
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsi-
derar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
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CAPÍTULO XVI
DOS PRAZOS
Art. 66. Os prazos começam a correr a partir da data da cientificação oficial, excluindo-se
da contagem o dia do começo e incluindo-se o do vencimento.
§ 1º Considera-se prorrogado o prazo até o primeiro dia útil seguinte se o vencimento cair
em dia em que não houver expediente ou este for encerrado antes da hora normal.
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CAPÍTULO XVII
DAS SANÇÕES
Art. 68. As sanções, a serem aplicadas por autoridade competente, terão natureza pe-
cuniária ou consistirão em obrigação de fazer ou de não fazer, assegurado sempre o direito
de defesa.
CAPÍTULO XVIII
DAS DISPOSIÇÕES FINAIS
Art. 69. Os processos administrativos específicos continuarão a reger-se por lei própria,
aplicando-se-lhes apenas subsidiariamente os preceitos desta Lei.
Art. 69-A. Terão prioridade na tramitação, em qualquer órgão ou instância, os procedi-
mentos administrativos em que figure como parte ou interessado: (Incluído pela Lei n. 12.008,
de 2009).
I – pessoa com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos;
II – pessoa portadora de deficiência, física ou mental;
III – (VETADO) (Incluído pela Lei n. 12.008, de 2009).
IV – pessoa portadora de tuberculose ativa, esclerose múltipla, neoplasia maligna, hanse-
níase, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondi-
loartrose anquilosante, nefropatia grave, hepatopatia grave, estados avançados da doença de
Paget (osteíte deformante), contaminação por radiação, síndrome de imunodeficiência adqui-
rida, ou outra doença grave, com base em conclusão da medicina especializada, mesmo que a
doença tenha sido contraída após o início do processo. (Incluído pela Lei n. 12.008, de 2009).
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TÍTULO IV
DO REGIME DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
DOS DEVERES
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CAPÍTULO II
DAS PROIBIÇÕES
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II – gozo de licença para o trato de interesses particulares, na forma do art. 91 desta Lei,
observada a legislação sobre conflito de interesses.
CAPÍTULO III
DA ACUMULAÇÃO
CAPÍTULO IV
DAS RESPONSABILIDADES
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Art. 121. O servidor responde civil, penal e administrativamente pelo exercício irregular de
suas atribuições.
Art. 122. A responsabilidade civil decorre de ato omissivo ou comissivo, doloso ou culpo-
so, que resulte em prejuízo ao erário ou a terceiros.
§ 1º A indenização de prejuízo dolosamente causado ao erário somente será liquidada na
forma prevista no art. 46, na falta de outros bens que assegurem a execução do débito pela
via judicial.
§ 2º Tratando-se de dano causado a terceiros, responderá o servidor perante a Fazenda
Pública, em ação regressiva.
§ 3º A obrigação de reparar o dano estende-se aos sucessores e contra eles será execu-
tada, até o limite do valor da herança recebida.
Art. 123. A responsabilidade penal abrange os crimes e contravenções imputadas ao ser-
vidor, nessa qualidade.
Art. 124. A responsabilidade civil-administrativa resulta de ato omissivo ou comissivo
praticado no desempenho do cargo ou função.
Art. 125. As sanções civis, penais e administrativas poderão cumular-se, sendo indepen-
dentes entre si.
Art. 126. A responsabilidade administrativa do servidor será afastada no caso de absolvi-
ção criminal que negue a existência do fato ou sua autoria.
Art. 126-A. Nenhum servidor poderá ser responsabilizado civil, penal ou administrativa-
mente por dar ciência à autoridade superior ou, quando houver suspeita de envolvimento
desta, a outra autoridade competente para apuração de informação concernente à prática de
crimes ou improbidade de que tenha conhecimento, ainda que em decorrência do exercício de
cargo, emprego ou função pública. (Incluído pela Lei n. 12.527, de 2011)
CAPÍTULO V
DAS PENALIDADES
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DIREITO ADMINISTRATIVO
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III – demissão;
IV – cassação de aposentadoria ou disponibilidade;
V – destituição de cargo em comissão;
VI – destituição de função comissionada.
Art. 128. Na aplicação das penalidades serão consideradas a natureza e a gravidade da
infração cometida, os danos que dela provierem para o serviço público, as circunstâncias
agravantes ou atenuantes e os antecedentes funcionais.
Parágrafo único. O ato de imposição da penalidade mencionará sempre o fundamento
legal e a causa da sanção disciplinar.
Art. 129. A advertência será aplicada por escrito, nos casos de violação de proibição cons-
tante do art. 117, incisos I a VIII e XIX, e de inobservância de dever funcional previsto em lei,
regulamentação ou norma interna, que não justifique imposição de penalidade mais grave.
Art. 130. A suspensão será aplicada em caso de reincidência das faltas punidas com ad-
vertência e de violação das demais proibições que não tipifiquem infração sujeita a penalida-
de de demissão, não podendo exceder de 90 (noventa) dias.
§ 1º Será punido com suspensão de até 15 (quinze) dias o servidor que, injustificadamen-
te, recusar-se a ser submetido a inspeção médica determinada pela autoridade competente,
cessando os efeitos da penalidade uma vez cumprida a determinação.
§ 2º Quando houver conveniência para o serviço, a penalidade de suspensão poderá ser
convertida em multa, na base de 50% (cinquenta por cento) por dia de vencimento ou remu-
neração, ficando o servidor obrigado a permanecer em serviço.
Art. 131. As penalidades de advertência e de suspensão terão seus registros cancelados,
após o decurso de 3 (três) e 5 (cinco) anos de efetivo exercício, respectivamente, se o servidor
não houver, nesse período, praticado nova infração disciplinar.
Parágrafo único. O cancelamento da penalidade não surtirá efeitos retroativos.
Art. 132. A demissão será aplicada nos seguintes casos:
I – crime contra a administração pública;
II – abandono de cargo;
III – inassiduidade habitual;
IV – improbidade administrativa;
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Art. 138. Configura abandono de cargo a ausência intencional do servidor ao serviço por
mais de trinta dias consecutivos.
Art. 139. Entende-se por inassiduidade habitual a falta ao serviço, sem causa justificada,
por sessenta dias, interpoladamente, durante o período de doze meses.
Art. 140. Na apuração de abandono de cargo ou inassiduidade habitual, também será ado-
tado o procedimento sumário a que se refere o art. 133, observando-se especialmente que:
I – a indicação da materialidade dar-se-á:
a) na hipótese de abandono de cargo, pela indicação precisa do período de ausência in-
tencional do servidor ao serviço superior a trinta dias;
b) no caso de inassiduidade habitual, pela indicação dos dias de falta ao serviço sem
causa justificada, por período igual ou superior a sessenta dias interpoladamente, durante o
período de doze meses;
II – após a apresentação da defesa a comissão elaborará relatório conclusivo quanto à
inocência ou à responsabilidade do servidor, em que resumirá as peças principais dos autos,
indicará o respectivo dispositivo legal, opinará, na hipótese de abandono de cargo, sobre a
intencionalidade da ausência ao serviço superior a trinta dias e remeterá o processo à autori-
dade instauradora para julgamento.
Art. 141. As penalidades disciplinares serão aplicadas:
I – pelo Presidente da República, pelos Presidentes das Casas do Poder Legislativo e
dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, quando se tratar de demissão
e cassação de aposentadoria ou disponibilidade de servidor vinculado ao respectivo Poder,
órgão, ou entidade;
II – pelas autoridades administrativas de hierarquia imediatamente inferior àquelas men-
cionadas no inciso anterior quando se tratar de suspensão superior a 30 (trinta) dias;
III – pelo chefe da repartição e outras autoridades na forma dos respectivos regimentos
ou regulamentos, nos casos de advertência ou de suspensão de até 30 (trinta) dias;
IV – pela autoridade que houver feito a nomeação, quando se tratar de destituição de car-
go em comissão.
Art. 142. A ação disciplinar prescreverá:
I – em 5 (cinco) anos, quanto às infrações puníveis com demissão, cassação de aposen-
tadoria ou disponibilidade e destituição de cargo em comissão;
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TÍTULO V
DO PROCESSO ADMINISTRATIVO DISCIPLINAR
CAPÍTULO I
DISPOSIÇÕES GERAIS
Art. 143. A autoridade que tiver ciência de irregularidade no serviço público é obrigada a
promover a sua apuração imediata, mediante sindicância ou processo administrativo discipli-
nar, assegurada ao acusado ampla defesa.
§ 1º (Revogado pela Lei n. 11.204, de 2005)
§ 2º (Revogado pela Lei n. 11.204, de 2005)
§ 3º A apuração de que trata o caput, por solicitação da autoridade a que se refere, poderá
ser promovida por autoridade de órgão ou entidade diverso daquele em que tenha ocorrido
a irregularidade, mediante competência específica para tal finalidade, delegada em caráter
permanente ou temporário pelo Presidente da República, pelos presidentes das Casas do Po-
der Legislativo e dos Tribunais Federais e pelo Procurador-Geral da República, no âmbito do
respectivo Poder, órgão ou entidade, preservadas as competências para o julgamento que se
seguir à apuração.
Art. 144. As denúncias sobre irregularidades serão objeto de apuração, desde que conte-
nham a identificação e o endereço do denunciante e sejam formuladas por escrito, confirma-
da a autenticidade.
Parágrafo único. Quando o fato narrado não configurar evidente infração disciplinar ou
ilícito penal, a denúncia será arquivada, por falta de objeto.
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CAPÍTULO II
DO AFASTAMENTO PREVENTIVO
Art. 147. Como medida cautelar e a fim de que o servidor não venha a influir na apuração
da irregularidade, a autoridade instauradora do processo disciplinar poderá determinar o seu
afastamento do exercício do cargo, pelo prazo de até 60 (sessenta) dias, sem prejuízo da re-
muneração.
Parágrafo único. O afastamento poderá ser prorrogado por igual prazo, findo o qual ces-
sarão os seus efeitos, ainda que não concluído o processo.
CAPÍTULO III
DO PROCESSO DISCIPLINAR
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§ 1º A Comissão terá como secretário servidor designado pelo seu presidente, podendo a
indicação recair em um de seus membros.
§ 2º Não poderá participar de comissão de sindicância ou de inquérito, cônjuge, companhei-
ro ou parente do acusado, consanguíneo ou afim, em linha reta ou colateral, até o terceiro grau.
Art. 150. A Comissão exercerá suas atividades com independência e imparcialidade, as-
segurado o sigilo necessário à elucidação do fato ou exigido pelo interesse da administração.
Parágrafo único. As reuniões e as audiências das comissões terão caráter reservado.
Art. 151. O processo disciplinar se desenvolve nas seguintes fases:
I – instauração, com a publicação do ato que constituir a comissão;
II – inquérito administrativo, que compreende instrução, defesa e relatório;
III – julgamento.
Art. 152. O prazo para a conclusão do processo disciplinar não excederá 60 (sessenta)
dias, contados da data de publicação do ato que constituir a comissão, admitida a sua pror-
rogação por igual prazo, quando as circunstâncias o exigirem.
§ 1º Sempre que necessário, a comissão dedicará tempo integral aos seus trabalhos, fi-
cando seus membros dispensados do ponto, até a entrega do relatório final.
§ 2º As reuniões da comissão serão registradas em atas que deverão detalhar as delibe-
rações adotadas.
Seção I
Do Inquérito
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Art. 161. Tipificada a infração disciplinar, será formulada a indiciação do servidor, com a
especificação dos fatos a ele imputados e das respectivas provas.
§ 1º O indiciado será citado por mandado expedido pelo presidente da comissão para
apresentar defesa escrita, no prazo de 10 (dez) dias, assegurando-se-lhe vista do processo
na repartição.
§ 2º Havendo dois ou mais indiciados, o prazo será comum e de 20 (vinte) dias.
§ 3º O prazo de defesa poderá ser prorrogado pelo dobro, para diligências reputadas in-
dispensáveis.
§ 4º No caso de recusa do indiciado em apor o ciente na cópia da citação, o prazo para
defesa contar-se-á da data declarada, em termo próprio, pelo membro da comissão que fez a
citação, com a assinatura de (2) duas testemunhas.
Art. 162. O indiciado que mudar de residência fica obrigado a comunicar à comissão o
lugar onde poderá ser encontrado.
Art. 163. Achando-se o indiciado em lugar incerto e não sabido, será citado por edital,
publicado no Diário Oficial da União e em jornal de grande circulação na localidade do último
domicílio conhecido, para apresentar defesa.
Parágrafo único. Na hipótese deste artigo, o prazo para defesa será de 15 (quinze) dias a
partir da última publicação do edital.
Art. 164. Considerar-se-á revel o indiciado que, regularmente citado, não apresentar de-
fesa no prazo legal.
§ 1º A revelia será declarada, por termo, nos autos do processo e devolverá o prazo para
a defesa.
§ 2º Para defender o indiciado revel, a autoridade instauradora do processo designará um
servidor como defensor dativo, que deverá ser ocupante de cargo efetivo superior ou de mes-
mo nível, ou ter nível de escolaridade igual ou superior ao do indiciado.
Art. 165. Apreciada a defesa, a comissão elaborará relatório minucioso, onde resumirá
as peças principais dos autos e mencionará as provas em que se baseou para formar a sua
convicção.
§ 1º O relatório será sempre conclusivo quanto à inocência ou à responsabilidade do
servidor.
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Seção II
Do Julgamento
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Art. 170. Extinta a punibilidade pela prescrição, a autoridade julgadora determinará o re-
gistro do fato nos assentamentos individuais do servidor.
Art. 171. Quando a infração estiver capitulada como crime, o processo disciplinar será re-
metido ao Ministério Público para instauração da ação penal, ficando trasladado na repartição.
Art. 172. O servidor que responder a processo disciplinar só poderá ser exonerado a pe-
dido, ou aposentado voluntariamente, após a conclusão do processo e o cumprimento da
penalidade, acaso aplicada.
Parágrafo único. Ocorrida a exoneração de que trata o parágrafo único, inciso I do art. 34,
o ato será convertido em demissão, se for o caso.
Art. 173. Serão assegurados transporte e diárias:
I – ao servidor convocado para prestar depoimento fora da sede de sua repartição, na
condição de testemunha, denunciado ou indiciado;
II – aos membros da comissão e ao secretário, quando obrigados a se deslocarem da
sede dos trabalhos para a realização de missão essencial ao esclarecimento dos fatos.
Seção III
Da Revisão do Processo
Art. 174. O processo disciplinar poderá ser revisto, a qualquer tempo, a pedido ou de ofí-
cio, quando se aduzirem fatos novos ou circunstâncias suscetíveis de justificar a inocência
do punido ou a inadequação da penalidade aplicada.
§ 1º Em caso de falecimento, ausência ou desaparecimento do servidor, qualquer pessoa
da família poderá requerer a revisão do processo.
§ 2º No caso de incapacidade mental do servidor, a revisão será requerida pelo respectivo
curador.
Art. 175. No processo revisional, o ônus da prova cabe ao requerente.
Art. 176. A simples alegação de injustiça da penalidade não constitui fundamento para a
revisão, que requer elementos novos, ainda não apreciados no processo originário.
Art. 177. O requerimento de revisão do processo será dirigido ao Ministro de Estado ou
autoridade equivalente, que, se autorizar a revisão, encaminhará o pedido ao dirigente do ór-
gão ou entidade onde se originou o processo disciplinar.
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (FGV/2019/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXIX/PRIMEIRA FASE) Luciana,
imbuída de má-fé, falsificou documentos com a finalidade de se passar por filha de Astolfo
(recentemente falecido, com quem ela não tinha qualquer parentesco), movida pela intenção
de obter pensão por morte do pretenso pai, que era servidor público federal. Para tanto, apre-
sentou os aludidos documentos forjados e logrou a concessão do benefício junto ao órgão de
origem, em março de 2011, com registro no Tribunal de Contas da União, em julho de 2014.
Contudo, em setembro de 2018, a administração verificou a fraude, por meio de processo
administrativo em que ficou comprovada a má-fé de Luciana, após o devido processo legal.
Sobre essa situação hipotética, no que concerne ao exercício da autotutela, assinale a afir-
mativa correta.
a) A administração tem o poder-dever de anular a concessão do benefício diante da má-fé de
Luciana, pois não ocorreu a decadência.
b) O transcurso do prazo de mais de cinco anos da concessão da pensão junto ao órgão de origem
importa na decadência do poder-dever da administração de anular a concessão do benefício.
c) O controle realizado pelo Tribunal de Contas por meio do registro sana o vício do ato admi-
nistrativo, de modo que a administração não mais pode exercer a autotutela.
d) Ocorreu a prescrição do poder-dever da administração de anular a concessão do benefício,
na medida em que transcorrido o prazo de três anos do registro perante o Tribunal de Contas.
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b) O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, que, se não a reconsiderar, en-
caminhará o apelo à autoridade superior.
c) O recurso e todos os atos subsequentes praticados pela Administração no âmbito do pro-
cesso administrativo, em regra, devem apresentar forma determinada.
d) Marcos somente poderá alegar questões de legalidade, como a incompetência da autorida-
de que proferiu a decisão, não lhe sendo permitido solicitar o reexame do mérito da questão
apreciada.
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a) Um agente administrativo que tenha competência para decidir determinado recurso admi-
nistrativo pode delegar tal competência a subordinado seu.
b) O servidor que atue como perito em um processo administrativo pode exercer outras fun-
ções no mesmo processo, exceto a de julgar.
c) As atividades que buscam a verificação e a comprovação de fatos e dados no processo
administrativo podem ser impulsionadas de ofício pela administração, independentemente de
requerimento do interessado.
d) Caso a matéria discutida no processo administrativo se apresente bastante controversa e
inquietante, a autoridade responsável poderá deixar de decidir e submeter o tema à aprecia-
ção do Poder Judiciário.
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Questão 14 (XXIV EOAB) Um fiscal de posturas públicas municipais verifica que um restau-
rante continua colocando, de forma irregular, mesas para os seus clientes na calçada. Depois
de lavrar autos de infração com aplicação de multa por duas vezes, sem que a sociedade
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Assim, o servidor buscou assistência jurídica junto a um advogado, que lhe informou correta-
mente, à luz do ordenamento jurídico, que
a) não é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o ato de exoneração, eis
que o próprio texto constitucional estabelece que cargo em comissão é de livre nomeação
e exoneração pela autoridade competente, que não está vinculada ou limitada aos motivos
expostos para a prática do ato administrativo.
b) não é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o ato de exoneração, eis
que tal ato é classificado como vinculado, no que tange à liberdade de ação do administrador
público, razão pela qual o Poder Judiciário não pode se imiscuir no controle do mérito admi-
nistrativo, sob pena de violação à separação dos Poderes.
c) é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o ato de exoneração, eis que,
apesar de ser dispensável a motivação para o ato administrativo discricionário de exonera-
ção, uma vez expostos os motivos que conduziram à prática do ato, estes passam a vincular
a Administração Pública, em razão da teoria dos motivos determinantes.
d) é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o ato de exoneração, eis que, por
se tratar de um ato administrativo vinculado, pode o Poder Judiciário proceder ao exame do
mérito administrativo, a fim de aferir a conveniência e a oportunidade de manutenção do ato,
em razão do princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional.
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c) Deve-se impetrar mandado de segurança, uma vez que a omissão da autoridade compe-
tente para a expedição do ato de licença constitui abuso de poder.
d) Deve-se impetrar habeas data diante da inércia administrativa, considerando que a omis-
são da autoridade competente viola o direito à informação.
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a) retrocessão;
b) vistoria;
c) indenização;
d) predestinação.
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GABARITO
1. a 11. c 21. a
2. b 12. a 22. c
3. d 13. c 23. a
4. d 14. c 24. b
5. b 15. a 25. b
6. c 16. d 26. c
7. d 17. c 27. d
8. d 18. c 28. d
9. d 19. d
10. c 20. d
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (FGV/2019/OAB/EXAME DE ORDEM UNIFICADO XXIX/PRIMEIRA FASE) Luciana,
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(recentemente falecido, com quem ela não tinha qualquer parentesco), movida pela intenção
de obter pensão por morte do pretenso pai, que era servidor público federal. Para tanto, apre-
sentou os aludidos documentos forjados e logrou a concessão do benefício junto ao órgão de
origem, em março de 2011, com registro no Tribunal de Contas da União, em julho de 2014.
Contudo, em setembro de 2018, a administração verificou a fraude, por meio de processo
administrativo em que ficou comprovada a má-fé de Luciana, após o devido processo legal.
Sobre essa situação hipotética, no que concerne ao exercício da autotutela, assinale a afir-
mativa correta.
a) A administração tem o poder-dever de anular a concessão do benefício diante da má-fé de
Luciana, pois não ocorreu a decadência.
b) O transcurso do prazo de mais de cinco anos da concessão da pensão junto ao órgão
de origem importa na decadência do poder-dever da administração de anular a concessão
do benefício.
c) O controle realizado pelo Tribunal de Contas por meio do registro sana o vício do ato admi-
nistrativo, de modo que a administração não mais pode exercer a autotutela.
d) Ocorreu a prescrição do poder-dever da administração de anular a concessão do benefício,
na medida em que transcorrido o prazo de três anos do registro perante o Tribunal de Contas.
Letra a.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos fa-
voráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados,
salvo comprovada má-fé.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Poderes da Administração Pública
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Letra b.
Sobre o tema, veja-se:
Art. 57. O recurso administrativo tramitará no máximo por três instâncias administrativas, salvo
disposição legal diversa.
Art. 56, § 1º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconside-
rar no prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
Art. 22. Os atos do processo administrativo não dependem de forma determinada senão quando a
lei expressamente a exigir.
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito.
Art. 60. O recurso interpõe-se por meio de requerimento no qual o recorrente deverá expor os fun-
damentos do pedido de reexame, podendo juntar os documentos que julgar convenientes.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Poderes da Administração Pública
Nilton Coutinho
Letra d.
a) Errada.
Art. 56. Das decisões administrativas cabe recurso, em face de razões de legalidade e de mérito
§ 1º O recurso será dirigido à autoridade que proferiu a decisão, a qual, se não a reconsiderar no
prazo de cinco dias, o encaminhará à autoridade superior.
b) Errada.
Art. 59. Salvo disposição legal específica, é de dez dias o prazo para interposição de recurso admi-
nistrativo, contado a partir da ciência ou divulgação oficial da decisão recorrida.
c) Errada.
Art. 56, § 2º Salvo exigência legal, a interposição de recurso administrativo independe de caução.
d) Certa.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Poderes da Administração Pública
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Letra d.
Art. 2º A Administração Pública obedecerá, dentre outros, aos princípios da legalidade, finalidade,
motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla defesa, contraditório, segurança
jurídica, interesse público e eficiência.
Assim, o princípio da segurança das relações jurídicas, impede, ao menos como regra geral, a
utilização de interpretações retroativas, que implicariam em insegurança jurídica, exatamente
ao contrário do que se espera.
Parágrafo único. Nos processos administrativos serão observados, entre outros, os critérios de:
I – atuação conforme a lei e o Direito; (LEGALIDADE)
II – atendimento a fins de interesse geral (FINALIDADE/IMPESSOALIDADE), vedada a renúncia total
ou parcial de poderes ou competências, salvo autorização em lei(INDISPONIBILIDADE DO INTE-
RESSE PÚBLICO);
III – objetividade no atendimento do interesse público, vedada a promoção pessoal de agentes ou
autoridades (IMPESSOALIDADE/FINALIDADE);
IV – atuação segundo padrões éticos de probidade, decoro e boa-fé (MORALIDADE);
V – divulgação oficial dos atos administrativos, ressalvadas as hipóteses de sigilo previstas na
Constituição (PUBLICIDADE);
VI – adequação entre meios e fins, vedada a imposição de obrigações, restrições e sanções em
medida superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse Público (RAZOA-
BILIDADE/PROPORCIONALIDADE);
VII – indicação dos pressupostos de fato e de direito que determinarem a decisão (MOTIVAÇÃO);
VIII – observância das formalidades essenciais à garantia dos direitos dos administrados (SEGU-
RANÇA JURÍDICA);
IX – adoção de formas simples(INFORMALISMO), suficientes para propiciar adequado grau de cer-
teza, segurança e respeito aos direitos dos administrados (SEGURANÇA JURÍDICA);
X – garantia dos direitos à comunicação, à apresentação de alegações finais, à produção de provas
e à interposição de recursos, nos processos de que possam resultar sanções e nas situações de
litígio(AMPLA DEFESA E CONTRADITÓRIO);
XI – proibição de cobrança de despesas processuais, ressalvadas as previstas em lei (PRINCÍPIO
DA GRATUIDADE DOS PROCESSOS ADMINISTRATIVOS);
XII – impulsão, de ofício, do processo administrativo, sem prejuízo da atuação dos interessados
(OFICIALIDADE);
XIII – interpretação da norma administrativa da forma que melhor garanta o atendimento do fim
público a que se dirige, vedada aplicação retroativa de nova interpretação (SEGURANÇA JURÍDICA).
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Poderes da Administração Pública
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Letra b.
CAPÍTULO XI
DO DEVER DE DECIDIR
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrati-
vos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
Art. 49. Concluída a instrução de processo administrativo, a Administração tem o prazo de até trin-
ta dias para decidir, salvo prorrogação por igual período expressamente motivada.
Observe-se que o prazo é de 30 dias prorrogável por mais 30, motivadamente. Logo, não há
discricionariedade. A Administração tem o DEVER de motivar as razões da prorrogação.
a) Certa. É regra fundamental a indicação dos pressupostos de fato e de direito que determi-
narem a decisão. Art. 1º, VII.
c) Certa. É direito do administrado formular alegações e apresentar documentos antes da de-
cisão, os quais serão objeto de consideração pelo órgão competente. Art. 3º, III.
d) Certa. Há decadência, após o prazo de 5 (cinco) anos de sua edição, do direito da Adminis-
tração Pública, de anular os atos que praticou, dos quais decorram efeitos favoráveis para os
destinatários. Art. 54.
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Poderes da Administração Pública
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Letra c.
a) Errada.
Art. 1º Esta Lei estabelece normas básicas sobre o processo administrativo no âmbito da Adminis-
tração Federal direta e indireta, visando, em especial, à proteção dos direitos dos administrados e
ao melhor cumprimento dos fins da Administração.
b) Errada.
Art. 1º, § 1º Os preceitos desta Lei também se aplicam aos órgãos dos Poderes Legislativo e Judi-
ciário da União, quando no desempenho de função administrativa.
c) Certa.
Art. 3º O administrado tem os seguintes direitos perante a Administração, sem prejuízo de outros
que lhe sejam assegurados:
II – ter ciência da tramitação dos processos administrativos em que tenha a condição de inte-
ressado, ter vista dos autos, obter cópias de documentos neles contidos e conhecer as decisões
proferidas;
d) Errada.
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Poderes da Administração Pública
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Letra d.
Art. 54. O direito da Administração de anular os atos administrativos de que decorram efeitos fa-
voráveis para os destinatários decai em cinco anos, contados da data em que foram praticados,
salvo comprovada má-fé.
Letra d.
De acordo com o artigo 13, inciso III, da Lei n. 9.784/1999, não podem ser objeto de delegação
as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
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Poderes da Administração Pública
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Letra d.
a) Errada.
b) Errada.
Art. 10. São capazes, para fins de processo administrativo, os maiores de dezoito anos, ressalvada
previsão especial em ato normativo próprio.
c) Errada.
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem
a renúncia a direito pelo administrado.
d) Certa. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal,
delegar parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam
hierarquicamente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de ín-
dole técnica, social, econômica, jurídica ou territorial. VIDE:
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver impedimento legal, delegar
parte da sua competência a outros órgãos ou titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquica-
mente subordinados, quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica, social,
econômica, jurídica ou territorial.
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Poderes da Administração Pública
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a) Um agente administrativo que tenha competência para decidir determinado recurso admi-
nistrativo pode delegar tal competência a subordinado seu.
b) O servidor que atue como perito em um processo administrativo pode exercer outras fun-
ções no mesmo processo, exceto a de julgar.
c) As atividades que buscam a verificação e a comprovação de fatos e dados no processo
administrativo podem ser impulsionadas de ofício pela administração, independentemente de
requerimento do interessado.
d) Caso a matéria discutida no processo administrativo se apresente bastante controversa e
inquietante, a autoridade responsável poderá deixar de decidir e submeter o tema à aprecia-
ção do Poder Judiciário.
Letra c.
a) Errada.
b) Errada.
c) Certa.
d) Errada.
Art. 48. A Administração tem o dever de explicitamente emitir decisão nos processos administrati-
vos e sobre solicitações ou reclamações, em matéria de sua competência.
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veículo do Ministério, conduzido, na ocasião, por Alfredo, motorista lotado no referido órgão
público. O veículo particular era conduzido por Bruno. Ambos foram regularmente intimados
a comparecer ao Ministério e prestar esclarecimentos a respeito do acidente.
Em face dessa situação hipotética, assinale a opção correta de acordo com as normas que
regulam o processo administrativo no âmbito da administração pública federal.
a) Caso Alfredo não compareça, na data designada, para prestar esclarecimentos, a autorida-
de responsável pela decisão do processo administrativo deverá aplicar os efeitos da revelia e
concluir que Alfredo reconhece como verdadeiros os fatos que Bruno tenha relatado.
b) Caso Alfredo não compareça, na data designada, para prestar esclarecimentos, não lhe
será garantido direito de ampla defesa no prosseguimento do processo.
c) Caso Bruno compareça ao processo administrativo, reconheça que o acidente foi causado
por total e exclusiva imprudência sua e recolha o valor referente aos prejuízos causados no
veículo do Ministério, o órgão competente para julgamento do processo em referência poderá
declarar extinto o processo.
d) O órgão responsável pela instrução do processo administrativo não pode, em nenhuma
hipótese, indeferir pedido de produção de provas ou recusar documentos ou pareceres apre-
sentados por Alfredo durante a fase de instrução.
Letra c.
a/b) Erradas.
Art. 27. O desatendimento da intimação não importa o reconhecimento da verdade dos fatos, nem
a renúncia a direito pelo administrado.
Parágrafo único. No prosseguimento do processo, será garantido direito de ampla defesa ao inte-
ressado.
c) Certa.
Art. 52. O órgão competente poderá declarar extinto o processo quando exaurida sua finalidade ou
o objeto da decisão se tornar impossível, inútil ou prejudicado por fato superveniente.
d) Errada.
Art. 6º O requerimento inicial do interessado, salvo casos em que for admitida solicitação oral, deve
ser formulado por escrito e conter os seguintes dados:
Parágrafo único. É vedada à Administração a recusa imotivada de recebimento de documentos,
devendo o servidor orientar o interessado quanto ao suprimento de eventuais falhas.
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Poderes da Administração Pública
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Acrescente-se, ainda, que, segundo art. 38, § 2º, da Lei n. 9.784/1999, somente poderão ser
recusadas, mediante decisão fundamentada, as provas propostas pelos interessados quando
sejam ilícitas, impertinentes, desnecessárias ou protelatórias.
Letra a.
a) Errada.
d) Certa.
Art. 64, Parágrafo único. Se da aplicação do disposto neste artigo puder decorrer gravame à situ-
ação do recorrente (reformatio in pejus), este deverá ser cientificado para que formule suas alega-
ções antes da decisão.
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Poderes da Administração Pública
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políticas públicas, tendo tomado posse no cargo, na classe inicial da respectiva carreira. Ocor-
re que João é uma pessoa proativa e teve, como gestor, excelentes experiências na iniciativa
privada.
Em razão disso, ele decidiu que não deveria cumprir os comandos determinados por agentes
superiores na estrutura administrativa, porque ele as considerava contrárias ao princípio da
eficiência, apesar de serem ordens legais.
A partir do caso apresentado, assinale a afirmativa correta.
a) João possui total liberdade de atuação, não se submetendo a comandos superiores, em
decorrência do princípio da eficiência.
b) A liberdade de atuação de João é pautada somente pelo princípio da legalidade, conside-
rando que não existe escalonamento de competência no âmbito da Administração Pública.
c) João tem dever de obediência às ordens legais de seus superiores, em razão da relação de
subordinação decorrente do poder hierárquico.
d) As autoridades superiores somente podem realizar o controle finalístico das atividades de
João, em razão da relação de vinculação estabelecida com os superiores hierárquicos.
Letra c.
Poder hierárquico Consiste nas atribuições de comando, chefia e direção dentro da estru-
tura administrativa, portanto, é um poder interno e permanente exercido pelos chefes de
repartição sobre seus agentes subordinados e pela administração central no atinente aos
órgãos públicos.
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Poderes da Administração Pública
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segundo erro é que existe sim escalonamento hierárquico na Administração Pública, denomi-
nado Poder Hierárquico.
d) Errada. O “somente” invalida a assertiva, uma vez que, particulares e outros servidores
(Tribunal de Contas, direito de petição) também podem realizar o controle finalístico das ati-
vidades de João.
Questão 14 (XXIV EOAB) Um fiscal de posturas públicas municipais verifica que um restau-
rante continua colocando, de forma irregular, mesas para os seus clientes na calçada. Depois
de lavrar autos de infração com aplicação de multa por duas vezes, sem que a sociedade
empresária tenha interposto recurso administrativo, o fiscal, ao verificar a situação, interdita
o estabelecimento e apreende as mesas e cadeiras colocadas de forma irregular, com base
na lei que regula o exercício do poder de polícia correspondente. A partir da situação acima,
assinale a afirmativa correta.
a) O fiscal atuou com desvio de poder, uma vez que o direito da sociedade empresária de
continuar funcionando é emanação do direito de liberdade constitucional, que só pode ser
contrastado a partir de um provimento jurisdicional.
b) A prática irregular de ato autoexecutório pelo fiscal é clara, porque não homenageou o
princípio do contraditório e da ampla defesa ao não permitir à sociedade empresária, antes da
apreensão, a possibilidade de produzir, em processo administrativo específico, fatos e provas
em seu favor.
c) O ato praticado pelo fiscal está dentro da visão tradicional do exercício da polícia adminis-
trativa pelo Estado, que pode, em situações extremas, dentro dos limites da razoabilidade e da
proporcionalidade, atuar de forma autoexecutória.
d) A atuação do fiscal é ilícita, porque os atos administrativos autoexecutórios, como mencio-
nado acima, exigem, necessariamente, autorização judicial prévia.
Letra c.
a) Errada. O ato está dentro do exercício do poder de polícia, não se tratando de desvio de poder.
b) Errada. O ato está dentro do exercício do poder de polícia.
d) Errada. O ato está dentro do exercício do poder de polícia, dotado de autoexecutoriedade,
não necessitando de autorização judicial prévia.
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Poderes da Administração Pública
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Letra a.
b) Errada. A contratação de equipamentos eletrônicos de fiscalização é possível por não acar-
retar a delegação de poder decisório.
c) Errada. A presunção de legitimidade dos atos administrativos afasta a necessidade de que
o Município comprove a legalidade de sua atuação, cabendo ao interessado a prova em sen-
tido contrário.
d) Errada. A delegação da criação e gestão do Conselho de Apreciação de Multas implica em
transferência de poder decisório.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Poderes da Administração Pública
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Letra d.
Poder hierárquico: consiste no poder de estruturação e coordenação interna das pessoas jurí-
dicas integrantes da AP, Direta e Indireta. Logo, o poder hierárquico é interno, existente dentro
de cada entidade que compõe a AP, não se estendendo para fora da AP nem entre uma enti-
dade adm. e outra.
Poder disciplinar: trata-se do poder-dever de fiscalizar e aplicar sanções àqueles que, ligados
por uma relação especial com o Estado, infrinjam normas adm., estatutárias ou contratuais
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Poderes da Administração Pública
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que regulam esse vínculo próprio, a exemplo do agente público que comete irregularidades no
exercício de suas funções, do particular que descumpre os termos de um contrato adm. com
o Poder Público e do aluno de uma escola pública que não respeita as regras da instituição.
Poder normativo ou regulamentar: cuida-se do poder de editar normas (administrativas) ge-
rais e abstratas complementares à lei, para sua fiel execução, com efeitos erga omnes. Sem
destinatários específicos e determinados, os atos normativos incidem sobre todos os fatos e
situações previstos abstratamente na norma.
Poder de Polícia, art. 78, CTN:
Em sentido amplo, o poder de polícia designa todas as atividades restritivas dos direitos e
interesses dos cidadãos realizadas pelo Estado, tanto administrativas quanto legislativas.
Em sentido restrito, corresponde apenas à atividade adm. concreta de condicionamento ou
restrição dos direitos e interesses dos cidadãos. Trata-se da noção de “Polícia Adm.”.
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Poderes da Administração Pública
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b) não é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o ato de exoneração, eis
que tal ato é classificado como vinculado, no que tange à liberdade de ação do administrador
público, razão pela qual o Poder Judiciário não pode se imiscuir no controle do mérito admi-
nistrativo, sob pena de violação à separação dos Poderes.
c) é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o ato de exoneração, eis que,
apesar de ser dispensável a motivação para o ato administrativo discricionário de exonera-
ção, uma vez expostos os motivos que conduziram à prática do ato, estes passam a vincular
a Administração Pública, em razão da teoria dos motivos determinantes.
d) é viável o ajuizamento de ação judicial visando a invalidar o ato de exoneração, eis que, por
se tratar de um ato administrativo vinculado, pode o Poder Judiciário proceder ao exame do
mérito administrativo, a fim de aferir a conveniência e a oportunidade de manutenção do ato,
em razão do princípio da inafastabilidade do controle jurisdicional.
Letra c.
Os cargos em comissão são de livre nomeação e exoneração, portanto não precisam apre-
sentar os motivos (art. 37, II da CF). Porém, caso o administrador queira apresentar os moti-
vos, ele ficará vinculado a eles, de forma que se não corresponderem a realidade dos fatos a
exoneração deverá ser invalidade (trata-se da Teoria dos Motivos Determinantes).
Teoria dos Motivos Determinantes: A validade do ato se vincula aos motivos indicados como
seu fundamento, de tal modo que, se inexistentes ou falsos, implicam sua nulidade
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c) Deve-se impetrar mandado de segurança, uma vez que a omissão da autoridade compe-
tente para a expedição do ato de licença constitui abuso de poder.
d) Deve-se impetrar habeas data diante da inércia administrativa, considerando que a omis-
são da autoridade competente viola o direito à informação.
Letra c.
ART. 5º, LXIX: “conceder-se-á mandado de segurança para proteger direito líquido e certo,
não amparado por habeas corpus ou habeas data, quando o responsável pela ilegalidade ou
abuso de poder for AUTORIDADE PÚBLICA ou agente de pessoa jurídica no exercício de atri-
buições do Poder Público”.
Como se vê o mandado de segurança é cabível contra o chamado ato de autoridade, entendi-
do como qualquer manifestação ou OMISSÃO do Poder Público, no desempenho de suas atri-
buições. Ressalta-se que não só as manifestações positivas, comissivas, são consideradas
atos de autoridade, pois as omissões das autoridades também podem violar direito líquido e
certo do indivíduo, legitimando a impetração do mandado de segurança.
Para mais detalhes, vide: ALEXANDRINO, Marcelo; PAULO, Vicente. Direito Constitucional Des-
complicado. 15ª. edição. São Paulo: Método, 2016. p 202.
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Letra d.
Poder de polícia: se dirige à coletividade geral, condicionando as pessoas ao cumprimento
da lei– limita o exercício das liberdades ou faculdades de proprietário em prol do interesse
público– gera possibilidade de cobrança de taxas.
Poder disciplinar: se dirige as que têm específico vínculo com o Estado, (não coletividade),
ou seja, aplicar sanções aos demais agentes em infração funcional, como agentes públicos/
cabe também às pessoas que mantém vínculo contratual com a administração e cometem
alguma falta na execução do contrato.
Letra d.
a) Errada. Se refere ao poder disciplinar.
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Letra a.
Avocação só se verifica entre superior hierárquico e subordinado, logo decorre do poder hie-
rárquico. Já a delegação pode ocorrer sem que exista hierarquia.
Vide lei 9784: “Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por motivos relevantes devi-
damente justificados, a avocação temporária de competência atribuída a órgão hierarquica-
mente inferior.”
Letra c.
Quando dizemos que o ato administrativo goza do atributo da autoexecutoriedade, isto quer
dizer que a administração pode praticar o ato administrativo sem recorrer ao poder judiciário.
A administração pode auto executar suas decisões, com meios coercitivos próprios, sem a
necessidade de recorrer ao Poder judiciário.
Torna-se importante registrar que a autoexecutoriedade somente é possível quando expres-
samente definida em lei ou quando a situação vislumbrada no caso concreto assim exige. Por
exemplo, excepcionalmente, na hipótese de necessidade de adoção de medida urgente, para
fins de se evitar maior lesão ao interesse público.
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Letra a.
O agente praticou um ato ultrapassando os limites de sua competência, configurando-se um
vício de competência do ato administrativo.
Espécies:
• Excesso de poder = vício de competência;
• Desvio de poder = vício de finalidade.
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Assinale a afirmativa que indica o instituto do direito administrativo que autoriza a atitude do
município “X”.
a) Tombamento.
b) Poder de polícia.
c) Ocupação temporária.
d) Desapropriação.
Letra b.
a) Errada. Tombamento: é o ato de reconhecimento do valor cultural de um bem, que o trans-
forma em patrimônio oficial e institui regime jurídico especial de propriedade, levando em
conta sua função social. Um bem cultural é “tombado” quando passa a figurar na relação de
bens culturais que tiveram sua importância histórica, artística ou cultural reconhecida por
algum órgão que tem essa atribuição. (porém aqui não há a transferência de propriedade ao
Poder Público).
b) Certa. Exercício do poder de polícia: se refere a prática de um ente ou agente governamental
de executar serviços voltados ao registro, fiscalização ou expedição de algum ato.
c) Errada. A ocupação temporária, um tipo de intervenção do Estado na propriedade privada, é
a utilização, pela Administração Pública, de bens imóveis privados, para a realização de ser-
viços públicos, como o que ocorre nos dias de eleição quando escolas e clubes são utilizados
como zonas eleitorais. Seu fundamento se encontra no Art. 36 do Decreto-Lei 3.365/41 que
versa: “É permitida a ocupação temporária, que será indenizada, afinal, por ação própria, de
terrenos não edificados, vizinhos às obras e necessários à sua realização.”
d) Errada. Desapropriação é um ato imperativo que tem por objetivo transferir a propriedade
privada ao patrimônio público, visando atender o interesse público mediante prévia e justa
indenização em dinheiro.
Nas ações de conhecimento, a atividade judicial volta-se a apreciar a existência, ou não, de
um direito das partes, ameaçado ou violado e, consoante o caso, admitir a aplicação da san-
ção concreta no caso de reconhecimento da ameaça ou da lesão.
A antecipação da tutela se justifica, como salientado em outros comentários, pelo prejuízo
causado aos comerciantes, ensejando uma medida rápida.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Poderes da Administração Pública
Nilton Coutinho
Súmula n. 266
Não cabe mandado de segurança contra lei em tese.
Letra b.
Retrocessão deriva do latim retrocessus, de retrocesso, que significa retrocedimento, recuo,
regredimento, e está no sentido de voltar para trás, retroagir, retroceder.
Assim, retrocessão é o direito que tem o expropriado de exigir de volta o seu imóvel caso o
mesmo não tenha o destino para que se desapropriou.
Tredestinação ocorre quando é dada outra destinação ao bem (móvel ou imóvel) desapro-
priado. Os bens desapropriados pelo Estado devem possuir uma destinação pública. Ou seja,
no ato desapropriatório devem constar os motivos da mesma, o porquê (fatos e direitos) do
ato. Caso a destinação do bem seja outra diferente da original, porém respeitada a finalidade
pública estamos diante de uma tredestinação lícita. A vistoria é uma das formas do exercício
do poder de polícia, é uma atividade preventiva que visa restringir exercício particular em prol
do interesse público.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Poderes da Administração Pública
Nilton Coutinho
Letra c.
a) Errada. A administração não pode simplesmente escolher entre punir e não punir a falta
praticada pelo servidor. Se houve a falta a punição é ato vinculado. Já a pena a ser aplicada
poderá variar, desde que motivadamente.
b) Errada. Não existe relação de subordinação decorrente da hierarquia.
d) Errada. Em razão da expressão “somente”.
Letra d.
Não se admite que o agente público administrativo exerça o Poder discricionário em situa-
ções em que a redação da Lei se encontra insatisfatória ou ultrapassada.
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DIREITO ADMINISTRATIVO
Poderes da Administração Pública
Nilton Coutinho
Letra d.
a) Errada. Como se sabe, uma das hipóteses de o administrador agir discricionariamente se
dá justamente diante dos conceitos jurídicos indeterminados, que ensejarão a análise discri-
cionária por parte do administrador a fim de concretizar tal conceito.
b) Errada. Aqui também não há nenhuma vedação a que o administrador público faça sua aná-
lise, podendo, inclusive, se respaldar por pareceres e outras manifestações como perícias etc.
c) Errada. Se a lei define os valores no caso concreto, mas depende de concretização a ser
feita de acordo com as escolhas do agente, há discricionariedade, que deve ser exercida.
d) Certa. afinal, ainda que entenda que a lei está ultrapassada ou é insatisfatória, não pode
o administrador se furtar à aplicação do princípio da legalidade, sendo seu dever, a princípio,
cumprir as leis que estejam vigentes
Art. 65. Os processos administrativos de que resultem sanções poderão ser revistos, a qualquer
tempo, a pedido ou de ofício, quando surgirem fatos novos ou circunstâncias relevantes suscetí-
veis de justificar a inadequação da sanção aplicada.
Parágrafo único. Da revisão do processo não poderá resultar agravamento da sanção.
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