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PODERES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA


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Os poderes da Administração são de natureza instrumental,


isto é, surgem como ordenamentos jurídicos para que o
Estado possa preservar o interesse público, ou seja, da
coletividade, atingindo sua satisfação.

Portanto, os poderes da Administração são prerrogativas que


ela possui para atingir a finalidade pública.

Assim, os poderes da Administração decorrem da supremacia


do interesse público.

O uso desses poderes é um poder-dever, pois é por meio deles


que se irá alcançar a preservação dos interesses da
coletividade.

A Administração tem a obrigação de utilizá-los (e caso o


administrador não use, ele pode ser penalizado). Logo, são
irrenunciáveis.

O poder subordina-se ao dever, e assim, torna-se evidente a


finalidade de tais prerrogativas e suas limitações.

Se, no exercício desses poderes o administrador não buscar o


interesse público, haverá abuso de poder (na modalidade
excesso de poder caso ultrapasse os limites de suas
atribuições, o que é vício de competência; na modalidade
desvio de poder caso o agente vise finalidade diversa que deve
perseguir, o que é vício de finalidade).

A doutrina, geralmente destaca os seguintes poderes:

1-poder vinculado;
2-poder discricionário;
3-poder normativo;
4-poder hierárquico;
5-poder disciplinar e
6-poder de polícia.
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PODER VINCULADO
Trata-se do dever da Administração de obedecer a lei em uma situação
concreta em que ela só possui esta opção (a Administração fica
inteiramente presa ao enunciado da lei). Só há um único
comportamento possível, e ele é o que a lei determina. O administrador
não tem liberdade de atuação, apenas deve seguir o que a lei prescreve.

Como se vê, na expedição destes atos, fica o administrador


condicionado ao que diz a norma legal, ou seja, não tem liberdade de
ação, pois se o ato for praticado sem observância de qualquer dado
constante na lei, é nulo, situação que pode ser reconhecida pela própria
Administração, ou pelo Judiciário mediante provocação do interessado

Segundo Hely Lopes Meirelles, “Poder vinculado ou regrado é aquele


que o Direito Positivo – a lei – confere à Administração Pública para a
prática de ato de sua competência, determinando os elementos e
requisitos necessários à sua formalização”.
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PODER DISCRICIONÁRIO

Este poder permite uma margem de liberdade ao administrador que


exercerá um juízo de valor de acordo com critérios de conveniência e
oportunidade.

Desse modo, o administrador, no caso concreto, avaliará a situação em


que deve agir, adotando o comportamento adequado. Tal poder é
necessário, uma vez que seria impossível que o legislador previsse todas
as situações possíveis para os vários comportamentos administrativos.

Entretanto, é importante ressaltar que toda a atividade administrativa


encontra limites na legalidade, devendo tais prerrogativas ser
praticadas nos limites impostos pela lei, sob pena de ser reconhecida a
arbitrariedade e, consequentemente, a ilegalidade do ato.

Celso Antônio Bandeira de Mello define os contornos deste princípio.


Segundo ele “a Administração ao atuar no exercício de discrição, terá
que obedecer a critérios aceitáveis do ponto de vista racional, em
sintonia com o senso normal de pessoas equilibradas e respeitosas das
finalidades que presidiram a outorga da competência exercida.
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PODER NORMATIVO

Através deste poder a Administração pode expedir atos normativos.


Portanto, o poder que a Administração Pública tem para editar atos
normativos é o poder normativo ou regulamentar, e os atos normativos
advêm do Poder Executivo (Administração Pública).

São atos normativos: os regulamentos, as instruções, as portarias, as


resoluções, os regimentos etc. Dependem de lei anterior para serem
editados. Logo, o poder normativo é derivado da lei, do ato normativo
originário.
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PODER HIERÁRQUICO

A hierarquia e consequentemente o poder hierárquico existem no


âmbito das atividades administrativas e compreende a prerrogativa que
tem a Administração para coordenar, controlar, ordenar e corrigir as
atividades administrativas dos órgãos e agentes no seu âmbito interno.

Não há hierarquia entre os Poderes do Estado (não há hierarquia entre


Legislativo, Executivo e Judiciário), há distribuição de competênciasé.

Pela hierarquia é imposta ao subalterno a estrita obediência das ordens


e instruções legais superiores, além de se definir a responsabilidade de
cada um.

Do poder hierárquico são decorrentes certas faculdades implícitas ao


superior, tais como dar ordens e fiscalizar o seu cumprimento, delegar e
avocar atribuições e rever atos dos inferiores.

Segundo Hely Lopes Meirelles, “Poder hierárquico é o de que dispõe o


Executivo para distribuir e escalonar as funções de seus órgãos, ordenar
e rever a atuação de seus agentes estabelecendo a relação de
subordinação entre os servidores de seu quadro de pessoal”.
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PODER DISCIPLINAR
É o poder atribuído a Administração Pública para aplicar sanções
administrativas aos seus agentes pela prática de infrações de caráter
funcional.

O poder disciplinar abrange somente sanções administrativas, como


por exemplo, a advertência, a multa, a suspensão e a demissão. De toda
forma, não se pode esquecer que existem sanções penais e civis que
podem ser aplicadas ao caso concreto, embora não façam parte do
poder disciplinar.

Em regra, é um poder que se dirige àqueles sujeitos à autoridade interna


da Administração Pública, poder interno. Mas, segundo alguns, também
pode ser aplicado ao particular sujeito à disciplina da Administração e
aos contratados da Administração.

Em geral o poder disciplinar é discricionário de forma limitada.


Outorga-se à Administração a possibilidade de avaliar, no momento da
aplicação da pena, qual será a sanção correta, assegurado o
contraditório e a ampla defesa, e qual será a quantificação da sanção.
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PODER DE POLÍCIA

Poder de polícia é o poder conferido à Administração, para restringir,


frenar, condicionar, limitar o exercício de direitos e atividades
econômicas dos particulares para preservar os interesses da
coletividade.

O poder de polícia abrange, ou se materializa, por atos gerais ou


individuais. O ato geral é aquele que não tem um destinatário específico,
está relacionado com toda a coletividade, por outro lado, o poder de
polícia pode se materializar por ato individual, ou seja, aquele ato que
tem um destinatário específico, situação concreta de cada indivíduo.

Em geral, o poder de polícia deve prevenir danos e prejuízos que possam


danificar o bem-estar social, limitando os direitos individuais de
liberdade e propriedade dos particulares.

CONCLUSÃO
Os Poderes Administrativos são instrumentos que a Administração
Pública dispõe para consecução do interesse público. São verdadeiros
deveres para a Administração Pública, pois são conferidos instrumentos
a serem utilizados para alcance do bem da coletividade.
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QUESTÕES

1-Assinale a afirmativa correta.


Alternativas
A
A eficiência significa que a atuação da Administração
será pautada por presteza, exigindo resultados positivos,
ainda que não reduza os desperdícios de dinheiro
público e não seja célere.
B
O princípio da proporcionalidade assegura a todos o
direito de receber dos órgãos públicos informações de
seu interesse particular ou de interesse coletivo, com
exceção das situações resguardadas por sigilo.
C
A Administração Pública não pode declarar a nulidade
dos seus próprios atos.
D
O Poder de Polícia autoriza a Administração Pública a
restringir o uso e o gozo da liberdade e da propriedade
em favor da coletividade.
E
A atuação do agente fora dos limites da sua
competência não configura excesso de poder.
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GABARITO – D

Poder de polícia é a faculdade de que dispõe a Administração Pública


para condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades, e direitos
individuais, em benefício da coletividade ou do próprio Estado. Importante destacar
que não se admite a delegação do poder de polícia a pessoas da iniciativa
privada, ainda que se trate de uma delegatária de serviço público.
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2-Assinale a opção correta em relação aos poderes


administrativos e à organização administrativa.

Alternativas

A
O poder vinculado significa que a lei deixou propositadamente
certa faixa de opção para o exercício da vontade psicológica do
agente, limitado entretanto a escolha dos meios e da
oportunidade para a concretização do ato administrativo.
B
O poder discricionário é conferido à administração de forma
expressa e explícita, com a norma legal já trazendo em si própria
a determinação dos elementos e requisitos para a prática dos
respectivos atos.
C
O poder disciplinar consiste em distribuir e escalonar as funções,
ordenar e rever as atuações e estabelecer as relações de
subordinação entre os órgãos, inclusive seus agentes.
D
Pela desconcentração rompe-se uma unidade personalizada e
não há vínculo hierárquico entre a administração central e a
pessoa estatal descentralizada. Assim, a segunda não é
subordinada à primeira.
E
A descentralização pressupõe pessoas jurídicas diversas: a que
originalmente tem ou teria titulação sobre certa atividade e
aquela a que foi atribuído o desempenho da atividade em causa.
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GABARITO – E

Ocorre a chamada descentralização administrativa quando o Estado (União, DF,


estados ou municípios) desempenha algumas de suas funções por meio de
outras pessoas jurídicas. A descentralização pressupõe duas pessoas jurídicas
distintas: o Estado e a entidade que executará o serviço, por ter recebido do
Estado essa atribuição.

Ocorre a chamada desconcentração quando a entidade da Administração,


encarregada de executar um ou mais serviços, distribui competências, no âmbito
de sua própria estrutura, a fim de tornar mais ágil e eficiente a prestação dos
serviços.
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3-A respeito do poder de polícia e dos princípios da


administração pública, assinale a opção correta.

Alternativas
A
De acordo com o princípio da publicidade, deve haver divulgação
ofcial dos atos administrativos que produzam consequências
jurídicas fora dos órgãos que os emitem, sendo certo que todo
ato administrativo deve ser publicado.
B
entre as sanções impostas aos particulares pela aplicação do
poder de polícia, não se encontram as de natureza penal, na
medida em que o descumprimento de certa determinação
administrativa poderá acarretar, no máximo, a imposição de
multa.
C
O poder de polícia caracteriza-se, geralmente, como uma
atividade predominantemente negativa ( non facere), ou de
abstenção, em confronto com a noção de atividade de prestação
de serviços públicos.
D
O princípio da impessoalidade não está expressamente previsto
no texto constitucional, mas é de observância obrigatória por
parte da administração, que não pode agir motivada por
interesses particulares ou de grupos.
E
Pelo princípio da discricionariedade administrativa, o
administrador tem liberdade para apreciar determinadas
situações e, segundo critérios de oportunidade e conveniência,
escolher, entre duas ou mais soluções, aquela que melhor
atenda aos interesses da administração, ainda que sem respaldo
legal.
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GABARITO – C
Um exemplo de exercício do poder de polícia como uma atividade
predominantemente negativa ou de abstenção é a interdição de estabelecimentos
comerciais por agentes públicos.

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