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Princípios da Administração Pública

Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e
eficiência.
Ademais, a Lei nº 9.784/99, faz referência aos princípios da legalidade,
finalidade, motivação, razoabilidade, proporcionalidade, moralidade, ampla
defesa, contraditório, segurança jurídica, interesse público e eficiência.
Acima de tudo, ressalta-se que os princípios do Direito Administrativo buscam
estabelecer o equilíbrio entre os direitos dos administrados e as garantias
da Administração Pública.
Princípio da legalidade

Conforme o princípio da legalidade e como o próprio nome induz, a


Administração Pública pode somente fazer o que é permitido por lei.

De certo, este princípio é uma das principais garantias para o respeito aos
direitos individuais. Isso porque ele estipula os limites das ações
administrativas. A consequência disso, inegavelmente, é restringir o exercício
sobressaltado de prerrogativas do Estado.
Enquanto que para o indivíduo rege a máxima que “ninguém será obrigado a
fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei” (artigo 5º, inciso
II, da Constituição Federal), para a Administração incide decerto o
oposto: somente é permitido o previsto em legislação.
Princípio da impessoalidade

Em síntese, alguns doutrinadores relacionam majestosamente o princípio da


impessoalidade com a objetividade na busca pelo interesse público.

Analogamente, isso também significa que o governo não pode agir para
prejudicar ou beneficiar pessoas específicas, pois deve sempre pautar pelo
interesse público.
O princípio da impessoalidade, apresenta quatro sentidos:
Princípio da finalidade: deve ser praticado visando à satisfação do interesse
público.
Vedação de promoção pessoal: atuam em nome do Estado. Dessa forma,
não poderá ocorrer a “pessoalização” ou promoção pessoal do agente
público pelos atos realizados.
Princípio da igualdade ou isonomia: traduz na ideia de isonomia, pois a
Administração deve atender a todos os administrados sem discriminações.
Impedimento e suspeição: esses institutos possuem o objetivo de afastar de
processos administrativos ou judiciais as pessoas que não possuem condições
de aplicar a lei de forma imparcial.

Princípio da moralidade
Em primeiro lugar, este princípio é baseado no não distanciamento da moral,
ele prevê que as decisões e atos dos agentes sejam pautados não só pela
lei, mas também pela honestidade, boa-fé, lealdade e probidade.

Implica saber distinguir entre o honesto e o desonesto.


Princípio da publicidade

É necessário tornar público os comportamentos da Administração Pública,


isto é, divulgá-los amplamente à sociedade.

Em conclusão, o objetivo é manter a transparência, ou seja, deixar claro para


a sociedade as ações e decisões tomadas pelos órgãos da Administração.

Princípio da eficiência

Em primeiro lugar, este princípio prevê que a Administração Pública


possa atender efetivamente às necessidades da sociedade.

Sem dúvida, a eficiência se reflete na vida prática da comunidade, como saúde,


qualidade de vida, educação e outros. E se coloca inegavelmente como o
princípio mais recente acrescentado à Constituição Federal no seu artigo 37.

Poderes da Administração Pública


Os poderes da administração pública são instrumentos utilizados pelo Estado
para preservar o interesse público.

Poder normativo
A autoridade que a Administração Pública tem para editar atos normativos é o
poder normativo ou regulamentar. Esses atos normativos advêm do Poder
Executivo, da Administração Pública.
É por meio desse poder que a Administração pode expedir atos normativos,
como os regulamentos, as instruções, as portarias, os regimentos, entre
outros.

Ou seja, criam normas.

Poder hierárquico
O poder hierárquico é de responsabilidade do Executivo para distribuir e
escalonar as funções dos seus órgãos, assim como ordenar e rever a
atuação dos seus agentes, estabelecendo uma relação entre os servidores do
quadro de pessoal. É a organização da administração pública.

Entre as condições do poder hierárquico, temos: dentro da mesma pessoa


jurídica; deve haver subordinação (diferente de vinculação); não existe
hierarquia entre os três Poderes (Executivos, Legislativos e Judiciários).

Poder disciplinar
É definido como o poder-dever de punir as infrações funcionais dos servidores
e demais pessoas que estejam sujeitas à disciplina de órgãos públicos.

Aplica punição aos seus servidores.

Ele atinge os servidores públicos e os particulares que estejam ligados por


algum vínculo jurídico com a administração e emite sanções administrativas,
como advertência, multa, suspensão e demissão.

Poder de polícia
Conferido à Administração, o poder de polícia é usado para fins particulares,
com o objetivo de restringir e limitar a aplicação dos seus direitos e atividades
econômicas, garantindo os interesses coletivos. Ele deve prevenir danos e
prejuízos que possam afetar o bem-estar social.

Em outras palavras, o poder de polícia é qualquer ação restritiva imposta


pelo Estado em detrimento ao direito individual em benefício da
sociedade.

Poder vinculado
O poder vinculado se refere ao dever da Administração de obedecer à lei em
uma situação em que ela só tem essa opção.
Esse tipo de poder é aplicado quando a Administração Pública não tem a
liberdade necessária para o seu exercício.

Poder discricionário
Em geral, esse poder permite uma margem de liberdade ao administrador,
que exercerá um juízo de valor de acordo com critérios de conveniência e
oportunidade.

Assim, ele vai avaliar a situação em que deve agir, adotando o comportamento
adequado.

Conceito do Poder de Polícia


Poder de polícia é a faculdade que dispõe a administração pública de
condicionar e restringir o uso e gozo de bens, atividades, e direitos
individuais em benefício da coletividade ou do próprio Estado.

O poder de polícia é toda e qualquer ação restritiva imposta pelo Estado em


detrimento ao direito individual.

A fundamentação para exercer o poder de polícia é o princípio da supremacia


do interesse público, ou seja, a predominância do interesse público sobre
o particular.
Atributos(características)

Discricionariedade
A discricionariedade deve-se aos pontos em que a lei deixa certa margem de
liberdade para aplicação no caso concreto.

Autoexecutoriedade
É a faculdade de a Administração decidir e executar diretamente sua decisão
por seus próprios meios, sem intervenção do Poder Judiciário. Não é um
atributo que está presente em todas as medidas de polícia, apenas quando
for expressamente prevista ou for uma medida urgente.

Coercibilidade
Essa característica torna o ato obrigatório, independente da vontade do
administrado. Logo, não há necessidade de o infrator concordar com a
medida. Se ele convive naquela sociedade, precisa obedecer às regras.
Ciclos ou fases de polícia

A Ordem de polícia é a edição das normas que condicionem ou restrinjam


direitos.

O consentimento de polícia é a anuência(aprovação) prévia da


administração.

A fiscalização ocorre quando se verifica o cumprimento das


normas constantes na ordem de polícia ou no consentimento de polícia.

A sanção de polícia é a coerção(repressão) imposta ao infrator pelo


descumprimento da ordem ou do consentimento.

Polícia administrativa e polícia judiciária

A polícia administrativa trata dos bens, direitos e atividades que


serão restritas ou condicionadas em prol do interesse coletivo. Ela apura e
pune os ilícitos administrativos. Tenta impedir que o interesse particular se
sobreponha ao interesse público.

A polícia judiciária insurge sobre as pessoas envolvidas no cometimento


de ilícitos penais.

Polícia administrativa tem atividades de natureza preventiva.

Polícia judiciária tem atividades de natureza predominantemente repressiva.


Limites

Mesmo os atos de poder de polícia de caráter discricionário possuem algumas


limitações legais. Os atos devem ser praticados por agente competente e
na forma prevista em Lei. Em relação à finalidade, tais atos devem sempre
envolver a proteção de direito coletivo, baseado na supremacia do interesse
público em relação ao interesse particular.

Se desviados da proteção do interesse público, tais atos são passíveis de


anulabilidade. Em relação ao objeto, deve-se ter em consideração a
proporcionalidade. A Administração Pública deve se ater apenas ao
necessário para a satisfação do interesse público, de forma alguma deve visar
a destruição dos interesses particulares.
Atos administrativos

Diferentemente dos contratos administrativos, os atos administrativos são


unilaterais e dependem apenas da vontade da administração pública ou
dos particulares que estejam exercendo prerrogativas públicas. Além disso,
eles têm o condão de gerar efeitos jurídicos, independentemente de qualquer
interpelação. Mas estão sujeitos ao controle do Poder Judiciário. Eles
também possuem como finalidade o interesse público e se sujeitam ao
regime jurídico de direito público.

Atributos do ato administrativo


A presunção de legitimidade significa que os atos foram realizados em
conformidade com a lei. Já a presunção de veracidade significa que os
atos, por serem alegados pela administração, presumem-se verdadeiros.

Logo, isso significa que para gerar celeridade aos processos, os atos
produzirão efeitos e serão válidos até que se prove o contrário.

A imperatividade traz a possibilidade de os atos administrativos serem


impostos a terceiros independentemente da concordância destes. Mas
não são todos os atos administrativos que são dotados deste atributo.

A autoexecutoriedade significa que o ato pode ser executado


independentemente de ordem judicial. Mas não confunda! Isso não significa
que não pode haver controle judicial do ato. Este atributo só poderá estar
presente diante de lei ou em casos urgentes.

Já a tipicidade prevê que o ato administrativo deve estar definido em lei para
que se torne apto para produzir determinados resultados.

A presunção de legitimidade é um atributo previsto em todo ato


administrativo, assim como a tipicidade. Já a imperatividade e a
autoexecutoriedade estão previstos em alguns deles.

Espécies de Atos Administrativos


Atos Normativos

São atos que apresentam um comando geral, impessoal e abstrato, visando a


execução das leis. Ex.: Decretos, regulamentos, regimentos.

Atos Ordinatórios

São atos que decorrem do Poder hierárquico, visando disciplinar a conduta


interna da Administração ou seja são endereçados aos servidores. Ex.:
Instruções normativas, portarias, avisos, ordens de serviço, circulares.

Atos Negociais

São atos que surgem do encontro da vontade da Administração com o pedido


do administrado. Ex.: Licença, autorização, alvarás, permissão.

Atos Enunciativos

São atos que atestam ou certificam fatos ou emitem opinião sobre


determinado assunto. Ex.: Certidões, atestados, pareceres técnicos, apostila.

Atos Punitivos

São atos que decorrem do Poder disciplinar e do Poder de Polícia


apresentando uma sanção imposta pela Administração àqueles que
infringem disposições legais, regulamentares e ordinárias.

Exemplo de atos que decorrem do Poder Disciplinar: advertência,


suspensão, demissão, cassação de aposentadoria, destituição. Bizu: público
interno
Exemplo de atos que decorrem do Poder de Polícia: Multa de trânsito,
interdição de estabelecimento, apreensão de mercadorias, apreensão de
veículo, multa de vigilância. Bizu: público externo

Elementos do ato

Competência

Poder legal conferido ao agente para desempenhar as atribuições. Então, de


forma mais informal, seria o sujeito da realização do ato, a competência é
um elemento vinculado.

Finalidade

A finalidade geral do ato administrativo é satisfazer ao interesse público. Já a


finalidade específica, por sua vez, é aquela que a lei elegeu para o ato em
específico. É um elemento vinculado.

Forma

A forma é o modo de exteriorização do ato, a maneira de se manifestar no


mundo externo. Por exemplo, o edital é a forma de se tornar pública a
realização do concurso público.

Motivo
É a situação de fato e de direito que gera a vontade do agente que pratica o
ato.

Objeto/conteúdo
Considerando que a finalidade é o resultado mediato desejado para o ato,
considera-se que o objeto é o fim imediato do ato.

Classificação dos atos administrativos

E para continuar o resumo de atos administrativos vamos ver as classificações


mais importantes para concursos públicos! Pois são elas: quanto à liberdade
de ação e quanto à formação da vontade administrativa.

Quanto à liberdade de ação, o ato pode ser discricionário ou vinculado.


Quando há uma margem de liberdade, o ato é discricionário. Mas, esta
liberdade é limitada, já que os elementos competência, finalidade e forma são
definidos de forma vinculada sem margem para alteração. Assim, há liberdade
apenas nos elementos motivo e objeto. Em contraponto, o ato vinculado tem
todos os elementos do ato administrativo definidos em lei, sem margem
de liberdade.

Quanto à formação da vontade administrativa, o ato pode ser simples,


complexo ou composto. O ato simples tem a manifestação de vontade de
apenas um órgão formando apenas um ato. Já o complexo, tem a
manifestação de vontade de dois ou mais órgãos e se forma apenas um
ato. E o composto tem a formação da vontade por meio de dois atos, um
principal e o outro acessório.

Extinção dos atos administrativos

A caducidade acontece quando o ato está baseado em uma legislação e uma


lei superveniente revoga a lei anterior.
A contraposição também ocorre com a mudança no mundo jurídico, mas
através de um novo ato que se contrapõe ao ato anterior.

Assim sendo, a diferença entre a caducidade e a contraposição é que a


caducidade é com base em nova lei e a contraposição com base em novo
ato.

A cassação é a forma de extinção do ato por culpa do beneficiário, já que


ele descumpriu condições que deveria manter.

A anulação é o desfazimento de ato ilegal.

A revogação é a extinção de ato válido.

Princípio da Autotutela.
O princípio da autotutela estabelece que a Administração Pública possui o
poder de controlar os próprios atos, anulando-os quando ilegais ou
revogando-os quando inconvenientes ou inoportunos. Assim, a
Administração não precisa recorrer ao Poder Judiciário para corrigir os seus
atos, podendo fazê-lo diretamente.

Resumo da Lei 14.133


Art. 1º Esta Lei estabelece normas gerais de licitação e contratação para
as Administrações Públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e abrange:

I - os órgãos dos Poderes Legislativo e Judiciário da União, dos Estados e


do Distrito Federal e os órgãos do Poder Legislativo dos Municípios, quando no
desempenho de função administrativa;

II - os fundos especiais e as demais entidades controladas direta ou


indiretamente pela Administração Pública.

§ 1º Não são abrangidas por esta Lei as empresas públicas, as


sociedades de economia mista e as suas subsidiárias.

Principais mudanças empreendidas pela Lei 14.133


Diz respeito às modalidades de licitação. De acordo com a nova legislação,
as categorias serão as seguintes:
Pregão: Considerado modalidade obrigatória para a contratação de bens ou

serviços comuns (exceto os de engenharia);

Concorrência: Aplicável às contratações de bens e serviços especiais


e obras e serviços comuns ou especiais de engenharia;
Concurso: Continuará servindo para a contratação de serviço técnico,
científico ou artístico;
Leilão: modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou de bens
móveis inservíveis ou legalmente apreendidos a quem oferecer o maior
lance.
Diálogo competitivo: modalidade de licitação para contratação de obras,

serviços e compras em que a Administração Pública realiza diálogos com

licitantes previamente selecionados mediante critérios objetivos. (Inédita no


país).
Assim, a tomada de preço e o convite, que estavam previstos na legislação

anterior, passam a não estar mais presentes na nova lei.

Tipos de licitação
Os critérios para os novos tipos de licitação, previstos são os seguintes:
Menor preço;
Técnica e preço;

Maior retorno econômico;

Maior lance para o leilão;

Melhor técnica ou conteúdo artístico.

De acordo com a nova lei, há definição das sete fases do processo


licitatório, as quais virão a seguir:

Fase preparatória (Fase 1);

Divulgação do edital de licitação (Fase 2);

Apresentação de propostas e lances, quando necessário (Fase 3);


Julgamento (Fase 4);

Habilitação (Fase 5);

Recursão (Fase 6);

Homologação (Fase 7).

Valores para dispensa de licitação por baixo valor:


Menos de 100 mil: Para obras ou serviços de engenharia, ou serviços de
manutenção de veículos automotores;
Menos de 50 mil: outras compras e serviços.

Novidades previstas na nova Lei de Licitações e Contratos


Administrativos:
I - Cria o Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP), que deverá ser
instituído pelo Executivo Federal e disponibilizado para todos os entes da
Federação. O novo portal pretende contribuir para diminuição de custos de
transação e aumentar a competitividade dos processos licitatórios.
II - Cria a figura do agente de licitação, responsável na administração pública
por conduzir o processo licitatório e acompanhar a execução contratual. Ele
deverá ser servidor ou empregado público do quadro permanente do órgão,
sendo capacitado pelas escolas de formação dos Tribunais de Contas.

III - Permite o seguro-garantia de até 30% do valor contratado nas obras de


grande vulto. A medida pretende garantir a conclusão do contrato de obras de
grande vulto em caso de dificuldades enfrentadas pela empresa contratada,
podendo inclusive o contrato prever a seguradora sub-rogar-se nos direitos e
obrigações do contratado.

X - Ampliação para até 10 anos (atualmente é 5 anos) do prazo máximo de


contrato de execução continuada, ou até 35 anos para contratos de
investimento, executado totalmente às expensas do contratado.
XII - O contratado poderá rescindir unilateralmente o contrato, no caso de
atraso de pagamento superior a 2 meses de parte da Administração, ou
suspender a execução contratual. Também o contratado poderá rescindir
unilateralmente o contrato no caso de suspensão do contrato pela
Administração por prazo superior a 3 meses ou que repetidas suspensões
ultrapassem 90 dias no total, ou, atrasos pela Administração de fornecimento
de licenças legais ao seu encargo.
XXIV - Inversão de fases. Exame dos documentos habilitatórios somente
do licitante vencedor, no sentido de assegurar mais celeridade ao
procedimento.

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