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NOÇÕES DE DIREITO ADMINISTRATIVO.

Princípios expressos e implícitos da administração pública e ato administrativo.

O Direito Administrativo é a esfera do Direito Público Interno que, mediante


regras e princípios exclusivos, regulamenta o exercício da função administrativa que é
exercida por agentes públicos, órgãos públicos, pessoas jurídicas de Direito Público,
em outras palavras, pela Administração Pública.
Os princípios são necessários para nortear o direito, embasando como deve ser.
Na Administração Pública não é diferente, temos os princípios expressos na
constituição que são responsáveis por organizar toda a estrutura e além disso mostrar
requisitos básicos para uma “boa administração”, não apenas isso, mas também gerar
uma segurança jurídica aos cidadãos, como por exemplo, no princípio da legalidade,
que atribui ao indivíduo a obrigação de realizar algo, apenas em virtude da lei, impedindo
assim que haja abuso de poder.
No texto da Constituição Federal, temos no seu art. 37, em seu caput,
expressamente os princípios constitucionais relacionados com a Administração Pública.

Princípios diretos ou explícitos da Administração publica

"Art. 37. A administração pública direta e indireta de qualquer dos Poderes da


União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios obedecerá aos
princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência."

Legalidade: significa que o administrador público está, em toda a sua atividade


funcional, sujeito aos mandamentos da lei e às exigências do bem comum.
Impessoalidade: também denominado de princípio da finalidade, que impõe ao
administrador público a obrigação de somente praticar atos para o seu fim legal, ou seja,
aquele indicado pela norma e pelo Direito, não devendo buscar a realização de fins
pessoais.
Moralidade: não se trata de moral comum, mas, jurídica, que traz ao administrador o
dever de não apenas cumprir a lei formalmente, mas cumprir substancialmente,
procurando sempre o melhor resultado para a administração.
Publicidade: trata-se da divulgação oficial do ato para o conhecimento público. De
início, todo ato administrativo deve ser publicado, cabendo o sigilo somente em casos
de segurança nacional, investigações policiais ou interesse superior da Administração.
Eficiência: o princípio da eficiência exige que a atividade administrativa seja prestada
com presteza e rendimento funcional, exigindo a concretização de resultados positivos
para o serviço público e satisfatório atendimento das necessidades da comunidade e de
seus membros.

Um recurso que, sem dúvida, ajuda os candidatos: LIMPE. São princípios da


Administração Pública, seja direta ou indireta: Legalidade, Impessoalidade,
Moralidade, Publicidade e Eficiência.

Princípios Implícitos da Administração Pública

Os principais Princípios Implícitos de Administração Pública são: Princípio da


Supremacia do Interesse Público, Presunção de Legitimidade ou Presunção de
Legalidade, Princípio da Continuidade do Serviço Público, Princípio da Isonomia
ou Princípio da Igualdade, Princípio da Igualdade ou Princípio da Razoabilidade,
Princípio da Motivação, Princípio da Ampla Defesa e Contraditório, Princípio da
Indisponibilidade ou Poder-Dever, Princípio da Autotutela e Princípio da
Segurança Jurídica.

1- Supremacia do Interesse Público


O interesse público deve prevalecer sobre o interesse privado, conforme o Princípio da
Supremacia do Interesse Público porque o Estado não defende apenas direitos
individuais, mas também os interesses coletivos, e os interesses coletivos serão sempre
imperativos em relação aos interesses individuais. Entretanto a supremacia do interesse
público deve conviver bem com os direitos fundamentais dos cidadãos, não os
colocando em risco.
Se a lei dá à Administração os poderes de desapropriar, de requisitar, de intervir,
de policiar, de punir, é porque tem em vista atender ao interesse geral, que não pode
ceder diante do interesse individual. Em consequência, se, ao usar de tais poderes, a
autoridade administrativa objetiva prejudicar um inimigo político, beneficiar um amigo,
conseguir vantagens pessoais para si ou para terceiros, estará fazendo prevalecer o
interesse individual sobre o interesse público e, em consequência, estará se desviando
da finalidade pública prevista na lei. Daí o vício do desvio de poder ou desvio de
finalidade, que torna o ato ilegal.
2- Presunção de Legitimidade ou Presunção de Legalidade
Esse princípio, que alguns autores chamam de Presunção de Legalidade, parte do
pressuposto de que os atos administrativos praticados pelo Estado devem estar sempre
de acordo com a lei. Sabe-se, contudo, que nem sempre essa é a realidade da vida
prática, muitas vezes percebe-se que os atos administrativos são praticados em
desacordo com os seus requisitos.
Os atos administrativos gozam de presunção de legitimidade relativa. A presunção
relativa, também conhecida como juris tantum, nos ensina que é possível uma
realização de prova em contrário. O particular tem a possibilidade de provar, por meio
da lei, que um ato administrativo foi realizado em desacordo com a legislação, sendo
possível a correção desse ato administrativo. A ilegalidade pode levar à anulação do ato
administrativo.

3- Princípio da Continuidade do Serviço Público


O Princípio da Continuidade do Serviço Público ensina que os serviços públicos
oferecidos pela Administração Pública à coletividade devem ser prestados de maneira
contínua, sem interrupções, não podendo ser suspensos sem a comunicação prévia das
autoridades pertinentes aos administrados.
Obs. Nesse princípio estaria a impossibilidade de greve por funcionários públicos

4- Princípio da Isonomia ou da Igualdade


O princípio da igualdade impõe à Administração Pública a vedação de qualquer espécie
de favoritismo ou desvalia em proveito ou detrimento de alguém. Segundo o autor, “não
sendo o interesse público algo sobre que a Administração dispõe a seu talante, mas,
pelo contrário, bem de todos e de cada um, já assim consagrado pelos mandamentos
legais que o erigiram à categoria de interesse desta classe, impõe-se, como
consequência, o tratamento impessoal, igualitário ou isonômico que deve o Poder
Público dispensar a todos os administrados”.

5- Princípio da Razoabilidade e Proporcionalidade


O Princípio da Razoabilidade visa a proibir o excesso, no sentido de aferir a
compatibilidade entre meios e fins de modo a evitar restrições desnecessárias ou
abusivas por parte da Administração Pública, com lesão aos direitos fundamentais.
Dessa forma, veda a imposição pelo Poder Público, de obrigações e sanções em grau
superior àquelas estritamente necessárias ao atendimento do interesse público. Assim,
se o administrador adotar medida manifestamente inadequada para alcançar a
finalidade da norma, estará agindo em detrimento do princípio da razoabilidade.
A emissão de um ato administrativo que contenha razoabilidade e proporcionalidade
está ligada aos atos de natureza discricionária (poder de escolha, opção, margem de
oportunidade e conveniência oferecida pelo Estado ao Agente Público na prática de
determinados atos administrativos).

6- Princípio da Motivação
É necessária ao administrador público a indicação dos fundamentos de fato e de direito
que motivaram suas ações. A Administração Pública está obrigada a agir na
conformidade da lei, todos os seus atos devem trazer consigo a demonstração de sua
base legal bem como das razões de fato que ensejaram a conduta administrativa.
Trata-se, portanto, de formalidade essencial para permitir o controle da legalidade dos
atos administrativos. Nesse sentido, é forma de salvaguardar os administrados do
capricho dos governantes.

7- Princípio da Ampla Defesa e Contraditório


É a proteção constitucionalmente consagrada no art. 5º, inciso LV, da C.F./88, que diz:
“aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e aos acusados em geral são
assegurados o contraditório e ampla defesa, com os meios e recursos a ele inerentes. ”
Assim nas situações de litígio administrativo serão dados aos litigantes todos os meios
e recursos de defesa, bem como o direito ao contraditório, que garante às partes a
possibilidade do exercício do direito de resistir a uma dada pretensão, ou seja alegado
algo contra a minha pessoa posso contraditar e alegar o contrário e vice-versa.

8- Princípio da Indisponibilidade ou Poder-Dever


As competências do cargo, função ou emprego público devem ser exercidas na sua
plenitude e no momento legal. Não se satisfaz o direito com o desempenho incompleto
ou a destempo da competência e, por ainda, com a omissão da autoridade. Não se
compreende que o agente público pratique intempestivamente atos de sua
competência, desde que ocorra a oportunidade para agir, como não se entende que só
se desincumba de parte de sua obrigação ou se abstenha em relação a essa obrigação.
A esse respeito ensina Hely Lopes Meirelles (Direito Administrativo, cit., p. 85) que, "se
para o particular o poder de agir é uma faculdade, para o administrador público é uma
obrigação de atuar, desde que se apresente o ensejo de exercitá-lo em benefício da
comunidade.
O princípio da indisponibilidade estabelece, em síntese, que os agentes públicos têm a
incumbência de apenas administrar ou zelar pelos bens ou interesse públicos, tendo em
vista que não são, obviamente, seus proprietários. Assim, inadmissível qualquer ato
tendente à sua disposição, salvo se autorizado pelo próprio Estado, através de lei.

9- Princípio da Autotutela
O Estado tem o dever de fiscalizar a emissão dos seus atos administrativos, para isto,
conta com um mecanismo que possui três espécies de controle: a anulação, a
revogação e a convalidação dos atos administrativos.
Na anulação do ato administrativo, este se faz em virtude da existência de uma
ilegalidade, uma ilicitude, ou seja, de um vício insanável, que não pode ser suprido,
tendo em vista, a ausência de um requisito fundamental para a formação deste ato
(competência, finalidade ou forma); quando a Administração Pública detectar a
existência de um ato administrativo passível de ser anulado, este se fará de forma
vinculada, obrigatória, por imposição legal.
Caso a Administração Pública não anule o seu próprio ato ilícito, caberá ao Poder
Judiciário fazê-lo, mediante ação judicial (Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação
Civil Pública), por provocação do interessado.
Na revogação, a Administração Pública revoga um ato perfeito, mas, não mais
conveniente e nem oportuno para esta; trata-se de um ato discricionário, com uma certa
margem de poder de opção, escolha, faculdade; somente a própria Administração
Pública poderá revogar os seus atos, não recaindo esta possibilidade sobre o Poder
Judiciário.
Na convalidação (convalidar é consertar, suprir uma ausência), a Administração
Pública pratica um ato Administrativo que contém um vício sanável em um dos seus
requisitos de formação do ato (motivo ou objeto), ou seja, comete uma ilicitude passível
de ser suprida; a convalidação se faz de forma discricionária; somente a própria
Administração Pública poderá convalidar os seus atos, não recaindo esta possibilidade
sobre o Poder Judiciário.

10- Princípio da Segurança Jurídica


Ele tem por objetivo assegurar a estabilidade das relações já consolidadas, frente à
inevitável evolução do Direito, tanto em nível legislativo quanto jurisprudencial. Trata-se
de um princípio com diversas aplicações, como a proteção ao direito adquirido, o ato
jurídico perfeito e a coisa julgada. Além disso, é fundamento da prescrição e da
decadência, evitando, por exemplo, a aplicação de sanções administrativas vários anos
após a ocorrência da irregularidade

Administração Direita e Indireta (Concentração e Desconcentração)


A Administração Direta corresponde à prestação dos serviços públicos
diretamente pelo próprio Estado e seus órgãos.
Indireto é o serviço prestado por pessoa jurídica criada pelo poder público para
exercer tal atividade.
Assim, quando a União, os Estados-membros, Distrito Federal e Municípios,
prestam serviços públicos por seus próprios meios, diz que há atuação da Administração
Direita. Se cria autarquias, fundações, sociedades de economia mista ou empresas
públicas e lhes repassa serviços públicos, haverá Administração Indireta
(descentralização).
Segundo o inciso XIX do art. 37 da CF/88, alterado pela EC nº 19/98, somente
compõem a administração Pública Indireta as autarquias, fundações, sociedades de
economia mista e empresas públicas, e nenhuma outra entidade, valendo essa regra
para todos os entes da federação. No âmbito federal, essa enumeração já era vista no
Decreto-Lei 200/67, recepcionado pela CF/88.

Atenção: não confunda descentralização com desconcentração. Descentralizar é


repassar a execução e a titularidade, ou só a execução de uma pessoa para
outra, não havendo hierarquia. Por exemplo, quando a União transferiu a
titularidade dos serviços relativos à seguridade social à autarquia INSS. Já na
desconcentração há somente uma pessoa, que reparte competências entre seus
órgãos, despersonalizados, onde há hierarquia. Por Exemplo, a subdivisão do
Poder Executivo em Ministérios, do Ministério da Fazenda em Secretaria, e
assim por diante.

ATOS ADMINISTRATIVOS
Atos administrativos são espécies do gênero ato jurídico. E então, os atos jurídicos são
qualquer manifestação unilateral humana voluntária que tenha a finalidade de produzir
determinada alteração jurídica.

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


Quanto à liberdade de ação, o ato pode ser discricionário ou vinculado. Quando há
uma margem de liberdade, o ato é discricionário. Mas, esta liberdade é limitada, já que
os elementos competência, finalidade e forma são definidos de forma vinculada sem
margem para alteração. Assim, há liberdade apenas nos elementos motivo e objeto.
Em contraponto, o ato vinculado tem todos os elementos do ato administrativo definidos
em lei, sem margem de liberdade.
Quanto à formação da vontade administrativa, o ato pode ser simples, complexo ou
composto. O ato simples tem a manifestação de vontade de apenas um órgão
formando apenas um ato. Já o complexo, tem a manifestação de vontade de dois ou
mais órgãos e se forma apenas um ato. E o composto tem a formação da vontade por
meio de dois atos, um principal e o outro acessório.

CARACTERÍSTICAS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Diferentemente dos contratos administrativos, os atos administrativos são unilaterais


e dependem apenas da vontade da administração pública ou dos particulares que
estejam exercendo prerrogativas públicas. Além disso, eles têm o condão de gerar
efeitos jurídicos, independentemente de qualquer interpelação. Mas estão sujeitos ao
controle do Poder Judiciário. Eles também possuem como finalidade o interesse
público e se sujeitam ao regime jurídico de direito público.
Atributos do ato administrativo

ATRIBUTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


A presunção de legitimidade significa que os atos foram realizados em conformidade
com a lei. Já a presunção de veracidade significa que os atos, por serem alegados
pela administração, presumem-se verdadeiros. Logo, isso significa que para gerar
celeridade aos processos, os atos produzirão efeitos e são válidos até que se prove o
contrário.
A imperatividade traz a possibilidade de os atos administrativos serem impostos a
terceiros independentemente da concordância destes. Mas não são todos os atos
administrativos que são dotados deste atributo.
A autoexecutoriedade significa que o ato pode ser executado independentemente de
ordem judicial. Mas não confunda! Isso não significa que não pode haver controle judicial
do ato. Este atributo só poderá estar presente diante de lei ou em casos urgentes.
Já a tipicidade prevê que o ato administrativo deve estar definido em lei para que se
torne apto para produzir determinados resultados.
A presunção de legitimidade é um atributo previsto em todo ato administrativo, assim
como a tipicidade. Já a imperatividade e a autoexecutoriedade estão previstos em
alguns deles.

ELEMENTOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

Não poderia faltar no resumo de atos administrativos, os elementos encontrados neles.


Competência é o poder legal conferido ao agente para desempenhar as atribuições.
Então, de forma mais informal, seria o sujeito da realização do ato. Elementos
vinculados são aqueles previstos em lei, então, a competência é um elemento vinculado.
A Finalidade geral do ato administrativo é satisfazer ao interesse público. Já a finalidade
específica, por sua vez, é aquela que a lei elegeu para o ato em específico. Como não
se concebe que o ato não satisfaça ao interesse público ou da finalidade prevista em
lei, é um elemento vinculado.
A forma é o modo de exteriorização do ato, a maneira de se manifestar no mundo
externo. Por exemplo, o edital é a forma de se tornar pública a realização do concurso
público. Em sentido amplo, também se incluem como forma as exigências
procedimentais para realização do ato. Já que as formalidades estão previstas em lei e
devem ser seguidas, também se considera a forma como elemento vinculado dos atos
administrativos.
O Motivo é a situação de fato e de direito que gera a vontade do agente que pratica o
ato. Mas não o confunda com motivação, já que esta é definida como a exposição
desse motivo!!!!!!. Logo, todo ato deve ter um motivo, mas nem todo ato precisa da
exposição dele. Por exemplo, a exoneração de ocupante de cargo de provimento em
comissão não precisa de motivação, mas precisa de motivo.
Considerando que a finalidade é o resultado mediato desejado para o ato, considera-se
que o objeto é o fim imediato do ato. Assim sendo, representa o resultado prático a que
determinado ato administrativo conduz.

VÍCIOS DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

O vício mais conhecido de competência é o excesso de poder. O sujeito tem a


competência legal para prática de alguns atos, mas excede os limites dessa
competência. Ainda assim é possível a convalidação do ato, se a autoridade
competente ratificar o ato da autoridade incompetente. Entretanto não é possível a
convalidação no caso de competência exclusiva.
Já o vício principal da finalidade é o desvio de poder. É quando o ato não atende a
finalidade do interesse público, e muitas vezes atende a necessidades particulares.
Os dois vícios vistos acima, o excesso de poder e o desvio de poder, são espécies do
Gênero abuso de poder. Segue esquema para não haver confusão:

No elemento forma, há o vício quando não é atendida a forma prevista em lei ou o


procedimento necessário para o cumprimento do ato.
Já no elemento motivo, quando este é falso, inexistente ou juridicamente inadequado,
temos o vício.
No elemento objeto, pode-se invalidar um ato quando o mesmo for proibido ou não
previsto em lei ou ainda ser imoral, impossível ou incerto.

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS


E para continuar o resumo de atos administrativos vamos ver as classificações mais
importantes para concursos públicos! Pois são elas: quanto à liberdade de ação e
quanto à formação da vontade administrativa.
Quanto à liberdade de ação, o ato pode ser discricionário ou vinculado. Quando há
uma margem de liberdade, o ato é discricionário. Mas, esta liberdade é limitada, já que
os elementos competência, finalidade e forma são definidos de forma vinculada sem
margem para alteração. Assim, há liberdade apenas nos elementos motivo e objeto. Em
contraponto, o ato vinculado tem todos os elementos do ato administrativo definidos em
lei, sem margem de liberdade.
Quanto à formação da vontade administrativa, o ato pode ser simples, complexo ou
composto. O ato simples tem a manifestação de vontade de apenas um órgão
formando apenas um ato. Já o complexo, tem a manifestação de vontade de dois ou
mais órgãos e se forma apenas um ato. E o composto tem a formação da vontade por
meio de dois atos, um principal e o outro acessório

EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

A caducidade acontece quando o ato está baseado em uma legislação e uma lei
superveniente revoga a lei anterior. Por isso, pela nova lei, aquele ato já não faz mais
sentido no mundo jurídico.
E a contraposição também ocorre com a mudança no mundo jurídico, mas através de
um novo ato que se contrapõe ao ato anterior. Assim sendo, a diferença entre a
caducidade e a contraposição é que a caducidade é com base em nova lei e a
contraposição com base em novo ato.
A cassação é a forma de extinção do ato por culpa do beneficiário, já que ele
descumpriu condições que deveria manter.
A anulação é o desfazimento de ato ilegal e a revogação é a extinção de ato válido,
mas que deixou de ser conveniente e oportuno. E então vale a pena descrever a súmula
473 do STF: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial. ”

EXERCICIOS

1. Conforme a Lei nº 8.429, de 02/06/1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo,
emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras
providências, marque a alternativa CORRETA.
A - O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer
ilicitamente está sujeito às cominações desta lei, sem considerar a herança (Art. 8º)
B - A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos se efetivam com a
instauração da representação (Art. 20)
C - Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela
estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e
publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos (Art. 4º)
D - O Poder Judiciário, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente,
como fiscal da lei, sob pena de nulidade (Art. 17, §4º)
E - Somente o Ministério Público poderá representar à autoridade administrativa
competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato
de improbidade (Art. 14)
COMENTARIO: cabe a autoridade administrativa representar ao ministério público. O
Art. 6° reza que no caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro
beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. Art. ... 8° O sucessor
daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está
sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança. Todo servidor Publico
terá direito a ampla defesa e ao contraditório.
2. De acordo com o Princípio da Impessoalidade, julgue em verdadeiro (V) ou falso (F)
as afirmativas abaixo:
( ) quando existe desvio de finalidade por parte do agente público, o ato caracterizado
não é considerado nulo.
( ) O agente público deve ter sua conduta orientada para o interesse público, em
detrimento de interesses particulares, próprios ou de terceiros, sob pena do ato ser
caracterizado pelo desvio de finalidade, e, portanto, nulo.
( ) O agente público deve ter sua conduta orientada para o interesse particular sempre
quando bem entender.
( ) A arbitrariedade e o subjetivismo não se opõem ao principio da impessoalidade.
Está CORRETO a alternativa:
A - V, V, V, F.
B - V, F, F, V.
C - F, F, F, V.
D - F, V, F, V.
E - F, V, F, F.
COMENTARIO: O princípio da impessoalidade estabelece o dever de imparcialidade na
defesa do interesse público, impedindo discriminações e privilégios indevidamente
dispensados a particulares no exercício da função administrativa. Nos atos nulos não
existe a possibilidade de convalidação, de reparo. Já nos atos anuláveis é possível que
os atos sejam saneados pela administração.

3. A Constituição Federal, em seu artigo 37, caput, indica, de maneira expressa, os


princípios da Administração Pública (direta e indireta), que são:

(A) legalidade, veracidade, publicidade e motivação.


(B) impessoalidade, razoabilidade e continuidade do serviço público.
(C) legalidade, moralidade, publicidade e discricionariedade.
(D) legalidade, impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência.
(E) publicidade, veracidade, moralidade, discricionariedade e eficiência.
COMENTARIO: uma boa dica é memorizar o acrostico LIMPE (legalidade,
impessoalidade, moralidade, publicidade e eficiência).

4. É classificado como ato administrativo, EXCETO:


a) a permissão para instalação de banca de jornais
b) a autorização para porte de arma
c) a licença para edificar
d) a iniciativa de lei pelo executivo
COMENTARIO: a iniciativa de lei pelo executivo é classificada como ato político ou de
governo, e não ato administrativo, pois é praticada no exercício de uma função
puramente política.

5. Ato administrativo vinculado é aquele que:


a) a lei estabelece os requisitos de sua realização (competência, finalidade, forma,
motivo e objeto), dos quais não se pode afastar o administrador, sob pena de nulidade
do ato
b) a lei estabelece os requisitos referentes ao motivo e ao objeto, dos quais não se pode
afastar o administrador, sob pena de nulidade do ato
c) a lei deixa ao prudente arbítrio do administrador a escolha da forma, motivo e objeto,
para a pratica do ato
d) a lei deixa ao prudente arbítrio do administrador a fixação da competência, finalidade,
forma, motivo e objeto, para a pratica do ato
COMENTARIO: Ato administrativo vinculado é aquele que não confere à administração
pública a possibilidade de nenhum juízo de valor na sua realização, pois está
inteiramente previsto na lei

6. Haverá excesso de poder na pratica do ato administrativo, quando:


a) o agente competente praticar o ato com finalidade diversa prevista na lei
b) o agente competente ultrapassar os limites de sua competência ao realizar o ato.
c) o agente competente elaborar o ato em conformidade com a lei
d) o ato for realizado por sujeito incompetente
COMENTARIO: No excesso de Poder o agente, via de regra, busca fins previstos no
ordenamento, mas se excede no emprego dos meios desdobrando também das
competências previstas em lei para sua ação. Já no Vício de Finalidade o chamado
desvio de poder ou desvio de finalidade se verifica quando o agente pratica ato
visando fim diverso daquele previsto, explicita ou implicitamente na regra de
competência.

7. O ato administrativo praticado com desvio de poder é:


a) anulável
b) inexistente
c) nulo
d) valido, mas a autoridade que incorreu no desvio será punida
COMENTARIO: Tomar uma lei como suporte para a pratica de ato desconforme com
sua finalidade não é aplicar a lei; é desvirtua-la; é burlar a lei sob pretexto de cumpri-la.
Daí que os atos incursos neste vício –denominado “desvio de poder” ou “desvio de
finalidade” – são nulos

8. É elemento do ato administrativo, EXCETO:


a) competência (ou sujeito)
b) Forma
c) finalidade
d) presunção de legitimidade
COMENTARIO: são elementos dos atos administrativos a competência, a finalidade, a
forma, o motivo e o objeto.

9. De acordo com o princípio da autotutela:

a) Pode a administração pública anular seus próprios atos quando eivados de


ilegalidade, bem como revoga-los por motivo de conveniência ou oportunidade
b) Pode a administração pública apenas anular os atos que não estão de acordo
com a lei
c) Pode o poder judiciário revogar os atos por motivo de conveniência ou
oportunidade
d) O poder judiciário e a administração pública poderão revogar e anular os atos
pela ilegalidade ou pela conveniência e oportunidade
COMENTARIO: O princípio da autotutela consiste no poder que a administração
pública tem de controlar seus próprios atos, anulando atos ilegais e revogando atos
inoportunos e inconvenientes. Assim tal poder não se estende ao judiciário, que
poderá apenas anular atos ilegais, com base na sua função jurisdicional, e não pelo
princípio em questão.

10. No que diz respeito ao controle jurisdicional dos atos administrativos, é


CORRETO, afirmar:
a) os atos discricionários estão excluídos do controle jurisdicional
b) nos atos discricionários, o juiz poderá examinar apenas o aspecto da competência
do agente
c) o juiz pode adentrar no mérito do ato, caso considere manifesta a inconveniência
de sua manutenção
d) alcança todos os aspectos da legalidade, excluída a valoração quanto à
oportunidade ou conveniência dos atos
COMENTARIO: O poder judiciário somente poderá apreciar a legalidade do ato
administrativo sem adentrar no mérito

11. A autoridade que remove servidor para localidade remota, com proposito de
puni-lo:
a) incorre em desvio de poder
b) utiliza-se do poder hierárquico
c) age dentro das suas atribuições
d) pratica ato disciplinar
COMENTARIO: Quando o agente pratica ato com finalidade diversa da prevista em
lei, caracteriza-se desvio de finalidade ou poder

12. Quanto a extinção do ato administrativo, é CORRETO afirmar:


a) oportunidade e conveniência justificam a cassação do ato administrativo
b) a revogação poderá ser ordenada pelo judiciário
c) a administração e o judiciário poderão anular o ato administrativo ilegal
d) somente a administração poderá anular ato administrativo ilegal
COMENTARIO: A anulação é o desfazimento de ato ilegal e a revogação é a
extinção de ato válido, mas que deixou de ser conveniente e oportuno. A cassação
é a forma de extinção do ato por culpa do beneficiário, já que ele descumpriu
condições que deveria manter.

13. Os atos que possuem um comando geral e impessoal, são chamados de:
a) Ordinários
b) negociais
c) normativos
d) enunciativos
COMENTARIO: Negociais são os atos que exprimem manifestação de vontade
bilateral e concordante: Administração e particular sugerindo a realização de um
negócio jurídico. São editados a partir da manifestação de vontade do particular e a
edição não depende, portanto, da imperatividade. Licença, autorização e permissão
são os exemplos correntes.
Punitivos são os atos que contêm uma sanção imposta ao particular ou ao agente
público ante o desrespeito às disposições legais, regulamentares ou ordinatórias.
São exemplos a multa administrativa (única a depender do Judiciário para a sua
execução), a interdição administrativa, a destruição de coisas, o afastamento
temporário de cargo ou função pública. Todos dependem de procedimento
administrativo contraditório (ampla defesa, inclusive) e são de iniciativa vinculada.
Enunciativos são os atos que apenas atestam, certificam ou declaram uma
situação de interesse do particular ou da própria Administração, tal como ocorre com
as certidões, atestados, pareceres normativos, pareceres técnicos.
Normativos: São atos que contém um comando geral, impessoal, como o
regulamento, o decreto, o regimento e a resolução. O regimento é ato administrativo
normativo de aplicação interna, destinando-se a prover o funcionamento dos órgãos.
A resolução é ato editado por altas autoridades – ministros e secretários de Estado
– e se destina a esclarecer situações própria da sua área de atuação. As
deliberações, que podem ser normativas ou meramente decisórias, retratam a
conjugação de vontade da maioria que compõe o órgão colegiado, possuindo a
natureza de ato normativo

14. O descumprimento de obrigação no ato por seu destinatário ou beneficiário,


acarretará:
a) a cassação do ato
b) a caducidade do ato
c) a revogação do ato
d) a anulação do ato
COMENTARIO: A anulação é o desfazimento de ato ilegal e a revogação é a
extinção de ato válido, mas que deixou de ser conveniente e oportuno. A cassação
é a forma de extinção do ato por culpa do beneficiário, já que ele descumpriu
condições que deveria manter.

15. Os atos administrativos que resultam na conjugação de vontade de órgãos


diferentes, são chamados de:
a) compostos
b) complexos
c) simples
d) bilaterais
COMENTARIO: Quanto à formação da vontade administrativa, o ato pode ser simples,
complexo ou composto. O ato simples tem a manifestação de vontade de apenas um
órgão formando apenas um ato. Já o complexo, tem a manifestação de vontade de dois
ou mais órgãos e se forma apenas um ato. E o composto tem a formação da vontade
por meio de dois atos, um principal e o outro acessório
16. Assinale a alternativa correta:
a) o ato administrativo fica vinculado ao motivo que lhe serviu de suporte
b) o poder judiciário poderá rever o mérito dos atos discricionários da administração
pública
c) o desvio de poder caracteriza-se pela edição do ato administrativo põe agente
público incompetente
d) nenhuma das alternativas
COMENTARIO: Os motivos que determinam a vontade do agente integram a
validade do ato, isto é, o ato fica vinculado ao motivo que lhe serviu de suporte

17. O ato administrativo que confere ao particular o exercício de uma atividade de


profissional, tendo em vista o preenchimento dos requisitos legais pelo interessado,
denomina-se:
a) concessão
b) autorização
c) permissão
d) licença
COMENTARIO: Autorização é um ato administrativo por meio do qual a
administração pública possibilita ao particular a realização de alguma atividade de
predominante interesse deste, ou a utilização de um bem público, como exemplo
serviços de taxi, despachantes, pavimentação de rua pela própria população,
serviços de guarda particular patrimonial em estabelecimentos etc. Permissão é ato
administrativo discricionário e precário e revogável unilateralmente pelo poder
concedente mediante o qual é consentida ao particular, pessoa física ou jurídica,
alguma conduta em que exista interesse predominante da coletividade. Concessão
é a delegação da prestação do serviço público feita pelo poder concedente,
mediante licitação na modalidade concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de
empresas que demonstrem capacidade de desempenho por sua conta e risco, com
prazo determinado.

18. A autorização do porte de arma e a licença para edificação, são atos


administrativos, respectivamente:
a) vinculado e discricionário
b) discricionário e vinculado
c) vinculado e vinculado
d) discricionário e discricionario
COMENTARIO: Quanto à liberdade de ação, o ato pode ser discricionário ou
vinculado. Quando há uma margem de liberdade, o ato é discricionário. Mas, esta
liberdade é limitada, já que os elementos competência, finalidade e forma são definidos
de forma vinculada sem margem para alteração. Assim, há liberdade apenas nos
elementos motivo e objeto. Em contraponto, o ato vinculado tem todos os elementos do
ato administrativo definidos em lei, sem margem de liberdade.

19. os decretos e as certidões são atos administrativos, respectivamente:


a) Normativos e enunciativos
b) enunciativos e normativos
c) normativos e ordinários
d) ordinários e enunciativos
COMENTARIO: Negociais são os atos que exprimem manifestação de vontade
bilateral e concordante: Administração e particular sugerindo a realização de um
negócio jurídico. São editados a partir da manifestação de vontade do particular e a
edição não depende, portanto, da imperatividade. Licença, autorização e permissão
são os exemplos correntes.
Punitivos são os atos que contêm uma sanção imposta ao particular ou ao agente
público ante o desrespeito às disposições legais, regulamentares ou ordinatórias.
São exemplos a multa administrativa (única a depender do Judiciário para a sua
execução), a interdição administrativa, a destruição de coisas, o afastamento
temporário de cargo ou função pública. Todos dependem de procedimento
administrativo contraditório (ampla defesa, inclusive) e são de iniciativa vinculada.
Enunciativos são os atos que apenas atestam, certificam ou declaram uma
situação de interesse do particular ou da própria Administração, tal como ocorre com
as certidões, atestados, pareceres normativos, pareceres técnicos.
Normativos: São atos que contém um comando geral, impessoal, como o
regulamento, o decreto, o regimento e a resolução. O regimento é ato administrativo
normativo de aplicação interna, destinando-se a prover o funcionamento dos órgãos.
A resolução é ato editado por altas autoridades – ministros e secretários de Estado
– e se destina a esclarecer situações própria da sua área de atuação. As
deliberações, que podem ser normativas ou meramente decisórias, retratam a
conjugação de vontade da maioria que compõe o órgão colegiado, possuindo a
natureza de ato normativo

20. Para que o ato administrativo possua eficácia externa, deverá ser:
a) publicado
b) legitimo
c) impessoal
d) não deverá configurar abuso de poder
COMENTARIO: A publicidade da eficácia externa aos atos administrativos

21. Assinale a afirmativa correta:


a) todos os atos praticados pela administração pública são administrativos
b) competência, forma, finalidade, motivo e objeto são elementos do ato
administrativo
c) a licença para edificar conferida ao particular poderá ser revogada, caso a
administração pública entenda que seja inconveniente
d) imperatividade não é um atributo do ato administrativo
COMENTARIO: a iniciativa de lei pelo executivo é classificada como ato político ou
de governo, e não ato administrativo, pois é praticada no exercício de uma função
puramente política. A imperatividade é um atributo do ato administrativo.

22. São atributos conferidos ao ato administrativo, EXCETO:


a) presunção de legitimidade
b) imperatividade
c) finalidade
d) executoriedade
COMENTARIO: A finalidade é um dos elementos do ato administrativo, não atributo

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