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6- Princípio da Motivação
É necessária ao administrador público a indicação dos fundamentos de fato e de direito
que motivaram suas ações. A Administração Pública está obrigada a agir na
conformidade da lei, todos os seus atos devem trazer consigo a demonstração de sua
base legal bem como das razões de fato que ensejaram a conduta administrativa.
Trata-se, portanto, de formalidade essencial para permitir o controle da legalidade dos
atos administrativos. Nesse sentido, é forma de salvaguardar os administrados do
capricho dos governantes.
9- Princípio da Autotutela
O Estado tem o dever de fiscalizar a emissão dos seus atos administrativos, para isto,
conta com um mecanismo que possui três espécies de controle: a anulação, a
revogação e a convalidação dos atos administrativos.
Na anulação do ato administrativo, este se faz em virtude da existência de uma
ilegalidade, uma ilicitude, ou seja, de um vício insanável, que não pode ser suprido,
tendo em vista, a ausência de um requisito fundamental para a formação deste ato
(competência, finalidade ou forma); quando a Administração Pública detectar a
existência de um ato administrativo passível de ser anulado, este se fará de forma
vinculada, obrigatória, por imposição legal.
Caso a Administração Pública não anule o seu próprio ato ilícito, caberá ao Poder
Judiciário fazê-lo, mediante ação judicial (Mandado de Segurança, Ação Popular, Ação
Civil Pública), por provocação do interessado.
Na revogação, a Administração Pública revoga um ato perfeito, mas, não mais
conveniente e nem oportuno para esta; trata-se de um ato discricionário, com uma certa
margem de poder de opção, escolha, faculdade; somente a própria Administração
Pública poderá revogar os seus atos, não recaindo esta possibilidade sobre o Poder
Judiciário.
Na convalidação (convalidar é consertar, suprir uma ausência), a Administração
Pública pratica um ato Administrativo que contém um vício sanável em um dos seus
requisitos de formação do ato (motivo ou objeto), ou seja, comete uma ilicitude passível
de ser suprida; a convalidação se faz de forma discricionária; somente a própria
Administração Pública poderá convalidar os seus atos, não recaindo esta possibilidade
sobre o Poder Judiciário.
ATOS ADMINISTRATIVOS
Atos administrativos são espécies do gênero ato jurídico. E então, os atos jurídicos são
qualquer manifestação unilateral humana voluntária que tenha a finalidade de produzir
determinada alteração jurídica.
A caducidade acontece quando o ato está baseado em uma legislação e uma lei
superveniente revoga a lei anterior. Por isso, pela nova lei, aquele ato já não faz mais
sentido no mundo jurídico.
E a contraposição também ocorre com a mudança no mundo jurídico, mas através de
um novo ato que se contrapõe ao ato anterior. Assim sendo, a diferença entre a
caducidade e a contraposição é que a caducidade é com base em nova lei e a
contraposição com base em novo ato.
A cassação é a forma de extinção do ato por culpa do beneficiário, já que ele
descumpriu condições que deveria manter.
A anulação é o desfazimento de ato ilegal e a revogação é a extinção de ato válido,
mas que deixou de ser conveniente e oportuno. E então vale a pena descrever a súmula
473 do STF: “A administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de vícios
que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivo
de conveniência ou oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em
todos os casos, a apreciação judicial. ”
EXERCICIOS
1. Conforme a Lei nº 8.429, de 02/06/1992, que dispõe sobre as sanções aplicáveis aos
agentes públicos nos casos de enriquecimento ilícito no exercício de mandato, cargo,
emprego ou função na administração pública direta, indireta ou fundacional e dá outras
providências, marque a alternativa CORRETA.
A - O sucessor daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer
ilicitamente está sujeito às cominações desta lei, sem considerar a herança (Art. 8º)
B - A perda da função pública e a suspensão dos direitos políticos se efetivam com a
instauração da representação (Art. 20)
C - Os agentes públicos de qualquer nível ou hierarquia são obrigados a velar pela
estrita observância dos princípios de legalidade, impessoalidade, moralidade e
publicidade no trato dos assuntos que lhe são afetos (Art. 4º)
D - O Poder Judiciário, se não intervir no processo como parte, atuará obrigatoriamente,
como fiscal da lei, sob pena de nulidade (Art. 17, §4º)
E - Somente o Ministério Público poderá representar à autoridade administrativa
competente para que seja instaurada investigação destinada a apurar a prática de ato
de improbidade (Art. 14)
COMENTARIO: cabe a autoridade administrativa representar ao ministério público. O
Art. 6° reza que no caso de enriquecimento ilícito, perderá o agente público ou terceiro
beneficiário os bens ou valores acrescidos ao seu patrimônio. Art. ... 8° O sucessor
daquele que causar lesão ao patrimônio público ou se enriquecer ilicitamente está
sujeito às cominações desta lei até o limite do valor da herança. Todo servidor Publico
terá direito a ampla defesa e ao contraditório.
2. De acordo com o Princípio da Impessoalidade, julgue em verdadeiro (V) ou falso (F)
as afirmativas abaixo:
( ) quando existe desvio de finalidade por parte do agente público, o ato caracterizado
não é considerado nulo.
( ) O agente público deve ter sua conduta orientada para o interesse público, em
detrimento de interesses particulares, próprios ou de terceiros, sob pena do ato ser
caracterizado pelo desvio de finalidade, e, portanto, nulo.
( ) O agente público deve ter sua conduta orientada para o interesse particular sempre
quando bem entender.
( ) A arbitrariedade e o subjetivismo não se opõem ao principio da impessoalidade.
Está CORRETO a alternativa:
A - V, V, V, F.
B - V, F, F, V.
C - F, F, F, V.
D - F, V, F, V.
E - F, V, F, F.
COMENTARIO: O princípio da impessoalidade estabelece o dever de imparcialidade na
defesa do interesse público, impedindo discriminações e privilégios indevidamente
dispensados a particulares no exercício da função administrativa. Nos atos nulos não
existe a possibilidade de convalidação, de reparo. Já nos atos anuláveis é possível que
os atos sejam saneados pela administração.
11. A autoridade que remove servidor para localidade remota, com proposito de
puni-lo:
a) incorre em desvio de poder
b) utiliza-se do poder hierárquico
c) age dentro das suas atribuições
d) pratica ato disciplinar
COMENTARIO: Quando o agente pratica ato com finalidade diversa da prevista em
lei, caracteriza-se desvio de finalidade ou poder
13. Os atos que possuem um comando geral e impessoal, são chamados de:
a) Ordinários
b) negociais
c) normativos
d) enunciativos
COMENTARIO: Negociais são os atos que exprimem manifestação de vontade
bilateral e concordante: Administração e particular sugerindo a realização de um
negócio jurídico. São editados a partir da manifestação de vontade do particular e a
edição não depende, portanto, da imperatividade. Licença, autorização e permissão
são os exemplos correntes.
Punitivos são os atos que contêm uma sanção imposta ao particular ou ao agente
público ante o desrespeito às disposições legais, regulamentares ou ordinatórias.
São exemplos a multa administrativa (única a depender do Judiciário para a sua
execução), a interdição administrativa, a destruição de coisas, o afastamento
temporário de cargo ou função pública. Todos dependem de procedimento
administrativo contraditório (ampla defesa, inclusive) e são de iniciativa vinculada.
Enunciativos são os atos que apenas atestam, certificam ou declaram uma
situação de interesse do particular ou da própria Administração, tal como ocorre com
as certidões, atestados, pareceres normativos, pareceres técnicos.
Normativos: São atos que contém um comando geral, impessoal, como o
regulamento, o decreto, o regimento e a resolução. O regimento é ato administrativo
normativo de aplicação interna, destinando-se a prover o funcionamento dos órgãos.
A resolução é ato editado por altas autoridades – ministros e secretários de Estado
– e se destina a esclarecer situações própria da sua área de atuação. As
deliberações, que podem ser normativas ou meramente decisórias, retratam a
conjugação de vontade da maioria que compõe o órgão colegiado, possuindo a
natureza de ato normativo
20. Para que o ato administrativo possua eficácia externa, deverá ser:
a) publicado
b) legitimo
c) impessoal
d) não deverá configurar abuso de poder
COMENTARIO: A publicidade da eficácia externa aos atos administrativos