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AO JUÍZO DA Xª VARA CÍVEL DA COMARCA DE SANTOS/SP

Luísa, brasileira, estado civil, profissão, inscrita sob o CPF nº. X, portadora do
RG nº. X, endereço eletrônico X, domiciliada e residente na Rua X, Bairro X, Cidade X,
vem respeitosamente, perante Vossa Excelência, por intermédio de seu advogado infra-
assinado, ajuizar AÇÃO PAULIANA, com fulcro nos arts. 158 a 165 do Código Civil,
pelo PROCEDIMENTO COMUM (art. 318 do Código de Processo Civil), em face de
Paulo, brasileiro, estado civil, profissão, inscrito sob o CPF nº. X, portador do RG nº.
X, endereço eletrônico X, domiciliado e residente na Rua X, Bairro X, Santos/SP e
Milton, brasileiro, estado civil, profissão, inscrito sob o CPF nº. X, portador do RG nº.
X, endereço eletrônico X, domiciliado e residente na Rua X, Bairro X, Cidade X, pelos
fatos e fundamentos jurídicos a seguir expostos.

1) DOS FATOS

O réu Paulo pactuou uma obrigação de mútuo, na quantia de R$40.000,00


(quarenta mil reais), com a autora a ser adimplida no prazo de 30 (trinta) dias.

Notificado o réu extrajudicialmente pela autora, no último dia do prazo


estipulado para pagamento, afirmou a inexistência de recursos necessários para
cumprimento da obrigação.

Foi tomado conhecimento que, embora o réu sendo diretor executivo em


renomada empresa de aço, não possui quaisquer bens em seu nome e não possui
recursos em sua conta corrente.

Entretanto, ocorre que, uma semana após o envio da notificação extrajudicial, a


autora teve conhecimento de que o réu Paulo, por liberalidade, praticou ato de remissão
de dívida, no valor de R$45.000,00 (quarenta e cinco mil reais), em favor do corréu
Milton, que era seu devedor.

O corréu, em uma tentativa nítida de auxiliar, maliciosamente, seu credor,


aceitou a remissão de dívida no intuito de esvaziar o patrimônio do réu Paulo,
possibilitando tergiversação do compromisso assumido com a autora.

2) DO DIREITO

O caso em tela se trata de hipótese de fraude contra credores, presentes os


requisitos elencados no art. 159 do Código Civil.

O débito era pré-existente à remissão concedida ao corréu.

A fraude é presumida quando o ato de liberalidade de remissão de dívida reduz o


réu Paulo ao estado de insolvência, como descrito no art. 158, caput, do Código Civil.
Neste caso, resta, inequivocamente, caracterizada má-fé, do réu Paulo, em conluio
malicioso com o corréu Milton.

A autora era credora, anterior ao tempo do ato de remissão celebrado entre o réu
e o corréu, e conforme disposto no art. 158, §2º, do Código Civil, pode pleitear a
anulação do ato.

A legitimidade passiva pertence ao réu e corréu, considerando que celebraram a


estipulação considerada fraudulenta (art. 161 do Código Civil), em litisconsórcio
passivo necessário (art. 114 do Código de Processo Civil), já que o provimento é eficaz
quando faz coisa julgada entre as partes e o valor está em poder do corréu.

3) DOS PEDIDOS

Face ao exposto, o autor requer do Juízo:

a) A designação de audiência de conciliação ou mediação, conforme disposto


no art. 334 do Código de Processo Civil;
b) A citação dos réus, pelo correio, no endereço acima especificado, para a
apresentação de defesa, sob pena de revelia;
c) A procedência do pedido, para o fim de anular a remissão celebrada entre os
réus, nos termos do art. 171, inc. II, do Código Civil.
d) A produção de todos os meios admitidos de provas em direito; e
e) A condenação dos réus em honorários advocatícios e despesas processuais
nos termos do art. 86, parágrafo único, do Código de Processo Civil.

Dá-se à causa o valor de R$40.000,00 (quarenta mil reais).

Nestes termos,
Pede deferimento.
Local e data.
Henrique Cavalcanti Silva Lagos
OAB XXX.XXX/SP

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