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AO JUÍZO DE DIREITO DA VARA CÍVEL DA COMARCA DE BRUSQUE DO

ESTADO DO SANTA CATARINA.

Paulo, 65 anos de idade, brasileiro, viúvo, militar da reserva, residente na Rua


Bauru, 371, Brusque /SC, vem por meio do seu advogado regularmente constituído, a
presença deste juízo, com fulcro nos artigos 119, 145 e 166, inciso III, todos do Código
Civil propor:

AÇÃO ANULATÓRIA DE VENDA DE IMÓVEL C/C TUTELA DE URGÊNCIA

Em face de Judite, brasileira, solteira, advogada, residente na Rua dos Diamantes,


Nº 123, Brusque/SC, pelos motivos de fato e de direito que a seguir passa a expor:

I. COMPETÊNCIA
A competência é do domicílio do autor, Sr. Paulo, por ser pessoa idosa, tendo esse
direito previsto no artigo 80 da lei 10741/2003.

II. CABIMENTO
A Ação Anulatória de Venda de Imóvel tem cabimento pois as partes são o sr.
Paulo, autor da ação, que perdeu o imóvel, pois sua irmã, sra. Judite, agiu de má fé,
utilizando uma procuração inválida para praticar o ato jurídico.

III. PRIORIDADE DE TRAMITAÇÃO


Pugna pela prioridade na tramitação da presente ação, pois o Sr. Paulo é pessoa
idosa, com 65 anos, tendo a previsão legal do pedido no art. 71 da lei 10.741/2003.

IV. DOS FATOS


Paulo , 65 anos de idade , brasileiro, viúvo, militar da reserva, residente na Rua
Bauru, 371, Brusque /SC , era proprietário de um imóvel de veraneio situado na Rua
Rubi nº 350, Balneário Camboriú/SC , juntamente com sua irmã Judite , brasileira,
solteira , advogada , residente na Rua dos Diamantes ,123, Brusque/SC. Em
15/12/2016, Judite, utilizando-se da procuração outorgada por Paulo, em novembro de
2011, que continha poderes especiais e expressos para alienação, alienou para Jonatas,
espanhol, casado , comerciante e sua esposa Juliana, brasileira, casada , ambos
residente na Rua Jirau, 366, Florianópolis , o imóvel do casal pelo valor de R$150.000,00
( cento e cinquenta mil reais). Ocorre que tal procuração havia sido revogada por Paulo
em 16/11/2016 sendo certo que o titular do Cartório do 1º Ofício de Notas onde foi
lavrada a procuração, bem como sua irmã foram devidamente notificados da revogação
em 05/12/2016, ou seja, dez dias antes da alienação. Paulo só teve ciência da alienação
no dia 1º de fevereiro de 2017 ao chegar no imóvel e ver que ele estava ocupado por
Jonatas e sua esposa.

V. DO DIREITO

De acordo com o Código Civil brasileiro, os artigos 119, 145 e 166, inciso III, tratam
de questões essenciais relacionadas aos contratos e à capacidade das partes
envolvidas em celebrá-los.

O artigo 119 estabelece que, "A manifestação de vontade subsiste ainda que o seu
autor haja feito a reserva mental de não querer o que manifestou, salvo se dela o
destinatário tinha conhecimento."

Isso significa que, em contratos e negociações, a manifestação de vontade das


partes envolvidas é válida, a menos que uma das partes esteja ciente de que a outra
parte estava agindo de má-fé ou com uma "reserva mental" contrária ao que foi
manifestado.

Já o artigo 145 estipula que, "É nulo o negócio jurídico que tiver por objetivo fraudar
a lei, a ordem pública ou bons costumes."

Isso implica que qualquer contrato ou negócio que tenha como objetivo contornar
a lei ou que seja contrário à ordem pública ou aos bons costumes é considerado nulo.
Em outras palavras, a lei proíbe a celebração de contratos que tenham fins ilegais ou
imorais, portanto, como a procuração estava revogada desde 16/11/2016, e tendo
conhecimento tanto a irmã deste, quanto o titular do cartório, cabem a invalidade deste
negócio jurídico praticado.

Por fim, o artigo 166, inciso III, preceitua que, "É nulo o negócio jurídico quando:
III - for ilícito ou impossível o seu objeto."

Nesse contexto, o inciso III do artigo 166 estipula que um contrato é nulo se seu
objeto for ilícito (contrário à lei) ou impossível de ser realizado. Isso significa que, se o
objeto de um contrato for proibido por lei ou se for fisicamente impossível de ser
cumprido, o contrato será considerado nulo.

Portanto, esses artigos do Código Civil são fundamentais para a compreensão das
regras que regem a validade dos contratos e a capacidade das partes envolvidas em
celebrá-los. Eles garantem que os contratos sejam justos e legais.

VI. DA TUTELA DE URGÊNCIA


Nos termos do artigo 300 do CPC, prevê as hipóteses de tutela de urgência, a
seguir:
Art. 300. A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que
evidenciam a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do
processo.
VII. DOS PEDIDOS

Diante do exposto requer:

a) Que seja julgado procedente o pedido desta inicial, com fulcro nos
artigos 119, 145 e 166, inciso III, todos do Código Civil;
b) Da prioridade tramitação, pois se trata de pessoal idosa conforme
artigo 80 do Estatuto do Idoso;
c) A citação da parte ré para apresentar resposta no prazo legal;
d) Que seja concedido a tutela de urgência para não prejudicar a
finalidade desta inicial;
e) Que a parte ré pague as custas e os honorários sucumbenciais.

VII. DAS PROVAS


Requer-se a produção de todas as provas em direito admitidas, especialmente a
documental, pericial e testemunhal, na forma do art. 369 CPC/15.

VII. VALOR DA CAUSA.

Dá-se à causa, o valor de R$ 150.000,00 (cento e cinquenta mil reais).

Nestes termos,

Pede deferimento

Local / data

ADVOGADO

OAB

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