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Nome do advogado xptoxpto

Nº da OAB 000.000

AO OFÍCIO DA 3ª VARA DE FAMÍLIA E DAS


SUCESSÕES DA COMARCA DE BAURU, SÃO PAULO.

O espírito de JUSIÇA não é mais do que o Instrumento


admirável pelo qual a causa Suprema leva tudo a ordem e a
harmonia. (LéonDenis)

PROCESSO *100000-
N º

38.2020.8.26.0000*

Requerente: Santos dos SANTOS

Requerida : Santa dos SANTOS

Santos dos SANTOS,

portador da cédula de identidade com o Registro Geral de número


00.000.008-x - bem como devidamente inscrito no Cadastro de
Pessoa Física do Ministério da Fazenda sob número 308.489.538-
43, telefone(11)00000-0000,residente domiciliado na rua Barros, nº
229,noJardim dos Arvoredos, na cidade de URBUPUVGÁ, estado
de XXXXXXX,e tendo endereço digital <<santos&santos.com>>,
através de seu advogado infra-assinado (procuração anexa aos

< xptoxpto@ @adv.oabxx.org.br>


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autos),XPTOXPTO.com, OABSP 000.000, com endereço


digital<<xptoxpto@gmail.com>>,nesta cidade de URBUPUVGÁ,
vem à presença de VOSSA EXCELÊNCIA com o fito de propor

AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS

Observando-se o procedimento comum, com PEDIDO LIMINAR em


face de Santa dos SANTOS, brasileira, convivente, inscrita no
Cadastro de Pessoa Física nº 000.000.000-00, sendo portadora do
RG nº 00.000.000-x, residente e domiciliada em LOCAL
TOTALMENTE DESCONHECIDO, pelos motivos de fato e de
direito que a seguir expõe.

a) Nos autos do processo cujo número está referenciado, ação de


alimentos, processada por este douto Juízo, o ora autor (Santos
DOS SANTOS) concordou em pagar pensão alimentícia para a
ré, sua filha, no percentual de equivalente a 16,5% dos
rendimentos líquidos (bruto menos descontos com contribuição
previdenciária e imposto de renda), incidindo sobre terço
constitucional de férias, décimo terceiro salário, horas extras,
adicionais, conversão de férias em pecúnia e sobre participação
nos lucros e nos resultados, ficando excluído do cálculo as
parcelas de natureza indenizatória, tais como auxílios
alimentação e transporte, FGTS e multas rescisórias.

b) A obrigação alimentícia fora fixada com base na menoridade civil


da ré. Entretanto, esta alcançou a sua plena capacidade civil em
17/12/2020 (dezessete de dezembro de dois mil e vinte),
conforme demonstra o documento (certidão de nascimento) em
anexo.

c) Considerando que a obrigação alimentícia teve como


fundamento exclusivo o poder familiar, que se extinguiu com a

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sua maioridade, o alimentante necessita da tutela judicial a fim


de ver declarado o fim de sua obrigação.

d) Ressalte-se, por oportuno, que além de ser plenamente capaz, a


ré, pelo que se infere, não se encontra matriculada em curso
superior.

e) Além do que se notícia que esteja convivendo em união estável.

Por todo o exposto, considerando que a pretensão do autor


encontra guarida no artigo 1.699 do Código Civil e na Lei 5.478/68,
requer-se:

Os beneplácitos da justiça gratuita, vez que se declara


hipossuficiente, conforme declaração acostada;

Intimação do representante do Ministério Público, para intervenção


no feito;

A suspenção, IN LIMINE LITIS, dos alimentos devidos a sua filha,


oficiando-se que o Diretor(a) do Departamento de Recursos
Humanos do(a) Sapão e Sapão de Mão de Obra S/S Ltda.,
estabelecida na Rua Pé de Jaca, 193, Jcoara - São Paulo, CEP
00000-050, determinando que cesse todo e qualquer desconto a
título de pensão até decisão final deste douto Juízo quanto ao
mérito da questão;

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A exoneração da pensão devida pelo autor a sua filha, em razão de


sua maioridade, oficiando-se ao seu empregador, para que cesse
de forma definitiva o desconto junto a sua folha de pagamento;

A citação da ré para que, se assim o desejar, apresente resposta,


no prazo legal, sob pena de sujeitar-se aos efeitos da revelia.

Provará o que for necessário, usando de todos os meios permitidos


em direito, em especial pela de oitiva de testemunhas, etc...

Nos termos do artigo 319, inciso VII, o requerente registra a sua


oposição, face a ré estar residente e domiciliada em LOCAL
TOTALMENTE DESCONHECIDO.

Atribui-se ao feito o valor de R$ 3.079,92.

Termos em que,
P o r s e r de JUSTIÇA E EQUIDADE,
Pede deferimento.

URBUPUVGÁ, 16 de j u n h o de 2 0 23

XPTOXPTO.com,
OABSP 000.000

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EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA 00ª


VARA DE FAMÍLIA DA CIDADE

Distribuição por dependência ao Proc. n° 2222.33.2222.5.66.0001

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                                                 JOÃO DAS QUANTAS, casado,


autônomo, residente e domiciliado na Rua Y, nº. 0000, em Cidade
(PP) – CEP 11222-44, inscrito no CPF (MF) sob o nº. 333.222.111-
44, com endereço eletrônico joao@joao.com.br, vem, com o devido
respeito a Vossa Excelência, por intermédio de seu patrono que
abaixo assina – instrumento de procuração acostado --, causídico
inscrito na Ordem dos Advogados do Brasil, Seção do Estado, sob
o n º 112233, com endereço profissional consignado no timbre
desta peça processual, o qual em atendimento à diretriz do art. 77,
inc. V c/c art. 287, caput, um e outro do CPC, indica o endereço
constante na procuração para os fins de intimações necessárias,
para, com supedâneo no art. 13, da Lei nº. 5.478/68, art. 5º, art.
1.595, art. 1.696, art. 1.699, do Código Civil c/c art. 229 da
Constituição Federal, ajuizar a presente

AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS


“SUBSIDIARIAMENTE” COM PEDIDO DE REVISÃO 

contra

na qualidade de litisconsortes passivos necessários (CPC, art. 116)

( 1 ) CAMILA DE TAL, divorciada, cabeleireira, residente e


domiciliada na Rua X, nº. 0000, em Cidade (PP) – CEP 11222-44,
inscrita no CPF (MF) sob o nº. 222.333.444-550, endereço
eletrônico desconhecido;

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( 2 ) CLÁUDIO DAS QUANTAS DE TAL, solteiro, militar, residente e


domiciliado na Rua M, nº. 0000, em Cidade (PP) – CEP 11222-44,
inscrito no CPF (MF) sob o nº. 333.444.555-66, endereço eletrônico
desconhecido;

( 3 ) FELICIANA DAS QUANTAS DE TAL PEREIRA, casada,


universitária, residente e domiciliado na Rua N, nº. 0000, em Cidade
(PP) – CEP 11222-44, inscrita no CPF (MF) sob o nº. 333.222.555-
77, endereço eletrônico desconhecido, em face das razões de fato e
de direito a seguir expostas.

 
( a ) Benefícios da justiça gratuita (CPC, art. 98, caput)

                                                                                                              
               

                                                               O Autor não tem condições


de arcar com as despesas do processo, uma vez que são
insuficientes seus recursos financeiros para pagar todas as
despesas processuais, inclusive o recolhimento das custas iniciais.

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                                               Dessarte, formula pleito de gratuidade


da justiça, o que faz por declaração de seu patrono, sob a égide do
art. 99, § 4º c/c 105, in fine, ambos do CPC, quando tal prerrogativa
se encontra inserta no instrumento procuratório acostado.

( b ) Quanto à audiência de conciliação (CPC, art. 319, inc. VII)

                                                               Opta-se pela realização de


audiência conciliatória (NCPC, art. 319, inc. VII), razão qual requer
a citação dos Promovidos, por carta, entregue em mão própria
(novo CPC, art. 247, inc. I), para comparecerem à audiência
designada para essa finalidade (CPC/2015, art. 334, caput c/c art.
695).

I- Dos fatos
                                                               O Autor fora casado com a
primeira Ré (“Camila”) do dia 00/11/2222 até 11/22/0000, ocasião
em que romperam o relacionamento mediante Ação de Divórcio
Consensual. (docs. 01/02)

                                               Do relacionamento nasceram dois


filhos, os quais figuram no polo passivo da presente ação. (docs.
03/04)

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                                               Convencionou-se, no acordo judicial


do divórcio em liça, que o Promovente, à época, deveria suprir as
necessidades de todos os Réus com 40% (quarenta por cento) dos
seus rendimentos. (doc. 05) A primeira Ré (“Camila”), naquela
ocasião apenas exercia as atividades domésticas e os demais
corréus eram menores impúberes. Na hipótese, como se verifica,
trataram-se de alimentos intuitu familiae.

                                               O Promovente, no momento da


celebração do acordo, trabalhava no Banco Zeta S/A, como chefe
da tesouraria. Percebia uma remuneração líquida mensal de R$
000,00 (.x.x.x.), o que se observa pelos documentos anexos.(docs.
06/08)

                                               Contribuía, pois, unilateralmente com


todas as despesas advindas do rompimento do laço matrimonial.

                                               Atualmente o Autor já não mais


trabalha naquela instituição financeira, motivado por sua demissão,
sem justa causa, ocorrida em 44/00/1111. (doc. 09)

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                                               A partir de então passou a trabalhar


no mercado informal, sem qualquer vínculo empregatício, no
seguimento de captador de clientes para empresas de “factorings”.
Percebia ganhos médios mensais de apenas R$ 000,00 (.x.x.x ).

                                               Lado outro, sua condição de vida


atual, maiormente quando já novamente casado e com uma filha
menor para criar (docs. 10/12), encontra-se extremamente
comprometida.

                                               Ademais, o segundo Réu (“Cláudio”)


alcançou a maioridade em 33/00/1111, segundo se observa pela
certidão de nascimento acostada nesta peça vestibular. Hoje,
portanto, com 19 anos e 7 meses de idade. Ademais, não se
encontra estudando e labora na Polícia Militar deste Estado, como
soldado efetivo, o que se observa pelo documento ora colacionado.
(doc. 13) Destaque-se, outrossim, que o mesmo é proprietário do
veículo de placas AAA-0000/PP. (doc. 14)

                                               No tocante à terceira Ré (“Feliciana”),


a mesma atingiu sua maioridade em 00/11/2222, hoje com 21 anos
e 3 meses de idade. Cursa pedagogia na Universidade Xista, no
período noturno. Acentue-se que a mesma é casada com Pedro de
Total Pereira. (doc. 15)

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II - No mérito
 

2.1. Quanto à pretensão  


2.1.1. Maioridade civil dos filhos
 

                                               Quanto ao fim de menoridade civil,


estabelece a Legislação Substantiva Civil que:

CÓDIGO CIVIL

Art. 5º - A menoridade cessa aos dezoito anos completos, quando a


pessoa fica habilitada à prática de todos os atos da vida civil

                                               Ademais, em face do mesmo diploma


legal, temos que o poder familiar se extingue pela maioridade,
verbis:     

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CÓDIGO CIVIL

Art. 1.635 – Extingue-se o poder familiar:

(...)

III – pela maioridade;                                                                        

                                               Por esse ângulo, de regra a obrigação


dos pais de sustentarem os filhos, pelo pensionamento judicial,
cessa com a maioridade. E é nesse momento que encerra o pátrio
poder.

                                               Entretanto, de conhecimento que o


dever de prestar alimentos ainda poderá existir. Porém, não mais
em virtude do pátrio poder, mas em decorrência do parentesco
agora existente, ou seja, em face do dever parental. É o que a
doutrina costuma denominar de “obrigação alimentar decorrente de
vínculo sanguíneo”.

CÓDIGO CIVIL

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Art. 1.696 – O direito à prestação de alimentos quando quem os


pretende não tem bens suficientes, nem pode prover, pelo seu
trabalho, à própria mantença, de quem se reclamam, pode fornecê-
los, sem desfalque do necessário ao seu sustento.

                                               Consabido, mais, que isso não é


automático. Necessita, pois, da prévia avaliação do Poder Judiciário
para, eventualmente, finalizar a obrigação de alimentar os filhos
maiores (Súmula 358/STJ). Até mesmo visando a abertura do
contraditório ao(s) alimentando(s), razão maior desta querela
judicial.

                                               Destarte, desaparecendo o poder


familiar, decorrente da maioridade civil (CC, art. 5º), a obrigação de
sustento se altera em obrigação alimentar, agora decorrente do
parentesco. Desse modo, empós disso, a análise dos alimentos se
submete à percepção do binômio necessidade/possibilidade (CC,
art. 1.696). Não mais, portanto, em face do fator etário.

( ... )

                                             Vejamos, a propósito, as lições de


Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald:

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De regra, a obrigação de sustento dos filhos pelos genitores cessa


com o advento da maioridade civil, por implicar na extinção do
poder familiar (CC, art. 1.635, III).

Não raro, entrementes, os alimentos podem continuar sendo


devidos, quando o filho precise da participação material dos pais
para a sua mantença. É o caso do filho maior que não trabalha,
ainda estando em período de formação intelectual, frequentando
curso de ensino superior. Em casos assim há uma transmudação
da natureza dos alimentos: deixam de ser devidos como expressão
do poder familiar, passando a se submeter às regras do parentesco.
Também é a hipótese do filho doente mental ou fisicamente,
independentemente de sentença de interdição.

Por isso, BELMIRO PEDRO WELTER sintetiza que os pais podem


ser obrigados a prestar alimentos aos filhos maiores em três
hipóteses: i) aos filhos maiores e incapazes; ii) aos filhos maiores e
capazes que estão em formação escolar profissionalizante ou em
faculdade; iii) aos filhos maiores e capazes, porém em situação de
indigência não proposital ...

( ... )

                                                         Nesse rumo, ainda, o Autor


pede vênia para transcrever as lúcidas lições de Arnaldo Rizzardo:

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Se a pessoa tem capacidade para desempenhar uma atividade


rendosa, e não a exerce, não recebe amparo da lei. Obviamente, os
alimentos não podem estimular as pessoas a se manterem
desocupadas, ou a não terem a iniciativa de buscar o exercício de
um trabalho. O art. 1.695 ( art. 399 do Código anterior) é expresso a
respeito, como se vê da transcrição feita, estando inserida a
condição básica para postular alimentos: aquele que não tem bens,
nem pode, pelo seu trabalho, prover a própria mantença. Daí ser a
capacidade laborativa razão para ...

( ... )

                                                  Devemos sopesar, primeiramente,


que o simples fato de os Réus terem atingido a maioridade civil, já
milita contra esses a presunção de desnecessidade de alimentos.

                                               No que diz respeito ao segundo Réu


(“Cláudio”), constata-se que o mesmo já exerce atividade
remunerada, quando integrante do quadro da Polícia Militar deste
Estado, o que lhe garante o próprio sustento. Ademais, não se
encontra estudando; e, mais, possui bem próprio, no caso o veículo
acima evidenciado. Por conseguinte, quanto ao mesmo sequer há
gastos com a educação.

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                                               Respeitante à terceira Ré (“Feliciana”),


a mesma atualmente é casada, percebendo ajuda financeira mútua
de seu marido, por força de lei.

                                               De outro contexto, o ato de cursar


faculdade, por si só, não lhe garante a permanência do
pensionamento após a maioridade. Nos dias atuais, registre-se, é
extremamente comum indivíduos que estudam e trabalham. A
propósito, isso é um dever de toda e qualquer pessoa, mormente
quando a mesma é jovem, sadia e apta ao trabalho. Ademais, essa
cursa universidade no período noturno, o que lhe facilita ingressar
em algum emprego. Inexiste, destarte, qualquer incompatibilidade
entre a frequência ao curso e o desenvolvimento de alguma
atividade remunerada.

                                               Impõe-se, segundo os ditames da lei,


a comprovação da real necessidade de percebê-la, sob pena, ao
revés, do pensionamento servir tão-somente como “prêmio à
ociosidade”.

                                               Não bastasse isso, a obrigação de


alimentos aos filhos não pode e nem deve ser atribuída apenas a
um dos pais, como ora ocorre em relação ao Autor. Em verdade,
como cediço, trata-se de responsabilidade mútuas, recíprocas e
comuns.

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                                            Nesse diapasão, a primeira Ré


(“Camila”) atualmente exerce atividade remunerada, na qualidade
de cabeleireira no Salão X, percebendo recursos próprios capazes
de mantê-la e ajudar no sustento dos filhos. 

                                              Quanto aos temas levantados,


vejamos alguns julgados:

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS.


SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. MAIORIDADE CIVIL.
ALIMENTANDA SAUDÁVEL E COM CAPACIDADE DE EXERCER
ATIVIDADE LABORATIVA. FREQUÊNCIA EM ENSINO SUPERIOR
OU TÉCNICO. AUSÊNCIA DE COMPROVAÇÃO.
DESNECESSIDADE DOS ALIMENTOS. EXONERAÇÃO.
SENTENÇA MANTIDA. RECURSO IMPROVIDO.

A pensão alimentícia é devida pelo seu genitor em caso de


comprovada necessidade ou quando houver frequência em curso
universitário ou técnico, por força do entendimento de que a
obrigação parental de cuidar dos filhos inclui a outorga de adequada
formação profissional" (STJ, AGRG nos EDCL no AREsp n.
791.322, Rel. Min. Marco Aurélio Bellizze, DJe 01-06-2016). Assim,
comprovado que a Alimentanda é pessoa jovem e saudável, capaz
de exercer atividade laborativa, como não demonstrado que
frequenta curso superior ou técnico, pertinente a exoneração dos
alimentos até então recebidos do seu genitor [ ... ]

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AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS. MAIORIDADE.


AUSÊNCIA DE PROVA DA NECESSIDADE DA ALIMENTANDA.
POSSIBILIDADE DE EXERCÍCIO DE ATIVIDADE REMUNERADA.
DIFICULDADES FINANCEIRAS DO ALIMENTANTE. SENTENÇA
CONFIRMADA. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

O atingimento da maioridade civil, por si só, não é motivo suficiente


para o cessamento da obrigação alimentar, mas a falta de
comprovação de estar a alimentanda necessitando destes
alimentos, aliada à possibilidade de exercício de atividade
remunerada, é elemento suficiente para a pretensão exoneratória
[ ... ]

                                              

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS.


SENTENÇA DE PROCEDÊNCIA. RECURSO DA ALIMENTANDA.
1. MAIORIDADE CIVIL QUE AFASTA A OBRIGAÇÃO ALIMENTAR
DECORRENTE DO PODER FAMILIAR. ÔNUS DO
DESCENDENTE DE COMPROVAR A NECESSIDADE, NÃO MAIS
PRESUMIDA. 2. FILHA DE 22 ANOS DE IDADE QUE DEIXOU DE
DEMONSTRAR SUA NECESSIDADE ALIMENTAR. ESTUDOS
QUE NÃO SÃO PRIORIDADE NA VIDA DA INTERESSADA, ALÉM
DE QUE EVIDENCIADOS REGISTROS EM SUA CARTEIRA DE
TRABALHO. 3. RECURSO CONHECIDO E DESPROVIDO.

Há de ser considerado que, se, por um lado, o dever de alimentar


não cessa automaticamente com o advento da maioridade, por
outro, deve-se dar oportunidade ao alimentado para comprovar sua
necessidade, pois é seu o ônus demonstrar tal fato, é de seu
interesse. Além disso, trata-se de questão excepcional, pois com a
maioridade cessa a presunção da necessidade. Daí o porquê de ser

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do alimentado o ônus dessa demonstração. " (RESP 1292537/MG,


Rel. Ministro João Otávio DE NORONHA, TERCEIRA TURMA,
julgado em 03/03/2016, DJe 10/03/2016 [ ... ]

            

( ... )

2.1.2. Capacidade financeira do Alimentante


 

                                               Anote-se, inicialmente, que o Autor se


encontra casado desde o dia 00/11/2222 com Marina das Tantas.
Desse enlace conjugal nasceu sua filha, menor impúbere, cuja
prova ora colacionamos. (docs. 15/16)

                                               Em razão do nascimento da filha


menor, incontestável os gastos que a mesma lhe proporciona,
sobretudo com educação, plano de saúde, medicamentos, vestuário
próprio para sua idade etc. Ademais, existem despesas inerentes
ao próprio casamento.

                                                Sob outro enfoque, sabemos que a


sentença de alimentos não traz consigo trânsito julgado material.
Opera, tão-somente, o efeito preclusivo formal.

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                                               Face à mutabilidade que resulta as


estipulações de alimentos, temos que mencionadas decisões se
revestem do caráter da cláusula rebus sic stantibus.

                                               A propósito dispõe a Lei 5.478/68(Lei


de Alimentos), que 

Art. 15 - a decisão judicial sobre alimentos não transita em julgado e


pode a qualquer tempo ser revista, em face da modificação da
situação financeira dos interessados.”

                                               De outra parte, o Estatuto de Ritos


fornece a mesma diretriz, quando afirma que:

  

Art. 505 -  Nenhum juiz decidirá novamente as questões já


decididas relativas à mesma lide, salvo:

I - se, tratando-se de relação jurídica de trato continuado, sobreveio


modificação no estado de fato ou de direito, caso em que poderá a
parte pedir a revisão do que foi estatuído na sentença;
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( ... )

                                            Assim, as sentenças de alimentos,


terminativas, passam em julgado em relação aos fatos existentes no
momento de sua pronúncia. Cessa, entretanto, seu efeito
preclusivo, logo que haja alterações no estado de fato ou de direito
antes consignado.      

                                               Feitas essas considerações,


passemos a comprovar as circunstâncias que se atrelam aos textos
dos artigos mencionados. Vale dizer, a possibilidade da exoneração
dos encargos convencionados por acordo judicial.

                                               A situação fática, exposta no tópico


anterior, ratificada pelos documentos carreados à querela, revela
que o Promovente teve sua situação financeira drasticamente
reduzida. O infortúnio presenciado tornou sua capacidade financeira
infirma. O Autor não tem onde ancorar-se com labor de renda fixa.

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                                               Em contraste àquela ocasião da


sentença, na qual o Promovente detinha seus rendimentos
determinados, e de sobremaneira altos, sua mísera remuneração
sobrevêm, agora, de forma incerta. Não há qualquer previsão fixa,
sobretudo data e valor. Advêm de eventual captação de clientes às
ínfimas empresas de faturização, ainda assim indeterminadas.

                                               Ocasionou, dessa feita, uma


verdadeira avalanche na sua vida, em especial à sua estabilidade
financeira. Longe de evidenciar exagero, o modo de vida do
Promovente se tornou em lamúria. Em estagnação e desorientação
econômica. Sua conduta, outrora, mostra-se, agora, atípica aos
padrões mínimos de uma inclinação salutar.

                                               As contas bancárias do Requerente


foram encerradas (Banco X S/A e Banco Y S/A), por conta desse
malsinado desiderato. Isso se deu por emissão de cheques sem
provisão de fundos, esses empregados, em grande parte, na
angústia de ver a pensão alimentícia em enfoque íntegra. (docs.
17/20)

                                               Acrescente-se, ademais, que há


débitos de monta com as mencionadas instituições financeiras,
inclusive com recente proposta de regularização junto ao Banco X
S/A. (docs.21/22)

( ... )

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                                             Nessa esteira de raciocínio, aduz


Yussef Said Cahali que:

Nessa linha, ‘desonera-se o devedor de prestação alimentícia,


verificando-se que a alimentada, sua ex esposa, veio a ter renda
própria e permanente suficiente para a sua manutenção; ‘
admissível e exoneração do encargo alimentar convencionado em
processo de separação, em prol da ex-mulher, se esta trabalha,
provendo o próprio sustento, ainda mais se o casal não tem filhos e
não possui o ex-marido alimentante emprego que lhe garanta uma
boa remuneração por aplicação do princípio constitucional da
igualdade e do princípio da condicionalidade estabelecido no art.
399 do CC[1916; art. 1.696, CC/2002]; como também se justifica a
exoneração do marido de prestar alimentos a que se obrigara se
perdeu o emprego e se encontra em estado de insolvência,
podendo o Juiz declará-lo o que tem fundamento ta,bem no art. 401
do CC[1916; art. 1699, CC/2002], que admite até a exoneração do
encargo...

( ... )

                                              Urge asseverar, ainda, o magistério de


Maria Helena Diniz, quando leciona que:

  

Cessa a obrigação de prestar alimentos:

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(...)

2) Pelo desaparecimento de um dos pressupostos do art. 1.695 do


Código Civil, ou seja, da necessidade do alimentário ou da
capacidade econômico-financeira do alimentante [ ... ]

  

                                               Por esse ângulo, impõe-se a


exoneração ou redução dos alimentos, isso como pedido subsidiário
(CPC, art. 326):

  

CÓDIGO CIVIL

Art. 1.699 – Se, fixados os alimentos, sobrevier mudança na


situação financeira de quem os supre, ou na de quem os recebe,
poderá o interessado reclamar ao juiz, conforme as circunstâncias,
exoneração, redução ou majoração do encargo.

  

                                               Necessário não perder de vista a


orientação jurisprudencial:

  

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PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. TUTELA DE


URGÊNCIA. REQUISITOS. ALIMENTOS PROVISÓRIOS.
BINÔMIO NECESSIDADE-POSSIBILIDADE. CAPACIDADE
FINANCEIRA DO ALIMENTANTE. ART. 1.694 DO CÓDIGO CIVIL.
PROPORCIONALIDADE.

1. Nos termos do art. 1.694 do Código Civil, o dever de prestar


alimentos se refere às necessidades físicas e psíquicas do
alimentando, incluindo educação, moradia, transporte, vestuário,
lazer, saúde e outros. 2. A fixação do quantum a título de alimentos
provisórios deve observar a possibilidade do alimentante e a
necessidade do alimentado, de modo que se alcance um patamar
proporcional e razoável para as partes, sem prejuízo de eventual
alteração pelo juiz após regular instrução do feito. 3. A obrigação
dos genitores para manutenção do padrão de vida do menor deve
ser fixada de forma equitativa, na proporção da renda auferida por
cada um. 4. Recurso desprovido [ ... ]

  

AGRAVO DE INSTRUMENTO. DECISÃO QUE FIXA VERBA


ALIMENTAR PROVISÓRIA FORMULADA EM DEMANDA DE
DIVÓRCIO. INSURGÊNCIA RECURSAL CONCERNENTE AO
VALOR ARBITRADO. FILHAS MENORES E EX-ESPOSA.
CAPACIDADE ECONÔMICA DO ALIMENTANTE. SUSTENTADA
INCAPACIDADE FINANCEIRA. MÍNGUA PROBATÓRIA. DEVER
DE ALIMENTOS À PROLE E DE MÚTUA ASSISTÊNCIA ENTRE
OS CONSORTES. IMPERATIVO INAFASTÁVEL. ARBITRAMENTO
A SEGUIR O BINÔMIO NECESSIDADE E POSSIBILIDADE.
DECISÃO MANTIDA. RECURSO DESPROVIDO.

A fixação dos alimentos, ainda que provisórios, implica observância


do critério previsto no artigo 1.694 do Código Civil, que determina a
proporcionalidade entre as necessidades de quem reclama a verba
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alimentar e as possibilidades de quem os supre. Ademais, os


alimentos provisórios podem, da mesma forma que os definitivos, a
qualquer tempo, ser revisados, desde que fique devidamente
comprovada mudança no patrimônio do alimentante ou, então,
alteração nas necessidades das alimentandas, ou, ainda, no curso
da própria demanda principal ou acessória, dependendo das provas
que forem produzidas e da imprescindível simetria a ser observada
no binômio necessidade/possibilidade. In casu, deixando o
Agravante de comprovar de forma satisfatória a sua impossibilidade
de arcar com a quantia arbitrada pelo Magistrado de primeiro grau a
título de alimentos, e, sopesando-se as necessidades do filho
presumidas em razão da idade (7 anos), a manutenção do valor
fixado na decisão impugnada é medida que se impõe" (TJSC, AI n.
4009876-09.2016.8.24.0000, de Balneário Camboriú, Rel. Des. Joel
Figueira Júnior, j. Em 30-11-2017). A obrigação alimentícia recaída
entre os consortes tem sua essência no dever de assistência mútua
que permeia a relação. Dessa forma, existindo provas da carência
financeira de um deles frente a possibilidade econômica do outro,
sobressai o ponto nevrálgico autorizativo da permanência alimentar
[ ... ]

  

AGRAVO DE INSTRUMENTO. AÇÃO REVISIONAL DE


ALIMENTOS. REDUÇÃO DO ENCARGO ALIMENTAR.
POSSIBILIDADE. REQUISITOS DO ARTIGO 1.699 C.C.
PREENCHIDOS. DEMONSTRADA A ALTERAÇÃO NA
CAPACIDADE FINANCEIRA DO ALIMENTANTE. RECURSO
CONHECIDO E PROVIDO.

1. Consoante a norma insculpida no artigo 1.699 do Código Civil,


para a revisão dos alimentos deve haver mudança na situação de
quem os presta, ou de quem os recebe, de modo suficiente a
fundamentar o pedido. 2.Comprovada a redução na capacidade
financeira do genitor, a minoração da verba alimentar é medida que
se impõe. 3. Recurso conhecido e provido [ ... ]

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2.2.3. Litisconsórcio passivo 
 

                                      Em se tratando de alimentos fixados intuitu


familiae, de rigor o litisconsórcio necessário unitário (novo CPC, art.
116), com a inserção no polo passivo de todos os credores
solidários dos alimentos.  

                                     Esta é a posição doutrinária:

27.20. Intuitu familae

Assim são chamados os alimentos definidos em favor de mais de


uma pessoa de forma global, sem individualizar a proporção de
cada beneficiário. Normalmente são estipulados em benefício de
entidade familiar – ex-mulher e filhos --, sem ser indicado percentual
em favor de cada um deles.

(...)

Estabelecida a obrigação alimentar de forma conjunta, na ação de


redução ou de exoneração do encargo em relação com a um dos
credores, ainda assim é necessária a citação de todos os

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beneficiários para a ação. Impõe-se a formação de um litisconsórcio


passivo, pois o crédito foi estabelecido em favor de todos...

( ... )

                                        Com esse enfoque: 

  

APELAÇÃO CÍVEL. AÇÃO DE EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS.


TÍTULO ALIMENTAR FIXADO INTUITU FAMILIAE.
LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO DOS
BENEFICIÁRIOS. DESCONSTITUIÇÃO DA SENTENÇA, DE
OFÍCIO.

1. Caso em que a pensão alimentícia foi fixada intuitu familiae,


havendo litisconsórcio passivo obrigatório, nos termos do art. 114
do ncpc. 2. Sendo imperiosa a participação de todas as alimentadas
beneficiárias da verba alimentar, impõe-se a desconstituição da
sentença para que as outras duas beneficiárias integrem o polo
passivo da demanda. 3. Manutenção da solução sentencial, a título
provisório, em face da prova até agora já produzida. Sentença
desconstituída, de ofício. Exame da matéria de mérito do apelo
prejudicado [ ... ]

  

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXONERAÇÃO DE ALIMENTOS.


MAIORIDADE. CASAMENTO. FIXAÇÃO INTUITU FAMILIAE.
LITISCONSÓRCIO PASSIVO NECESSÁRIO. REDUÇÃO DA
VERBA. DESCABIMENTO. REGULARIZAÇÃO DO POLO
PASSIVO.

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1. Embora a maioridade, por si só, não seja motivo suficiente a


ensejar a exoneração do dever de prestar alimentos, no caso a
recorrida além de contar atualmente 18 anos de idade, contraiu
núpcias em 04.12.2015, o que, a teor do disposto no art. 1.708 do
Código Civil, é fundamento bastante a ensejar o acolhimento da
pretensão do alimentante. 2. No entanto, que a obrigação
revisanda, que é de módicos 40% do salário mínimo, foi
estabelecida conjuntamente em favor de outra filha, irmã da
agravada, traduzindo hipótese de litisconsórcio necessário, nos
termos do art. 114 do CPC. 3. Reclamando a solução da questão a
devida regularização, inviável, por ora, a exoneração pretendida,
que consagraria redução da verba à pessoa que ainda não integra a
lide. Negado seguimento ao agravo de instrumento, em monocrática
[ ... ]  

  

                                               A convocação processual de todos os


credores dos alimentos, ora arrolados no polo passivo, faz-se
necessária, sob pena de incorrer-se em nulidade processual
insanável. 

2.2.4. Inversão do ônus da prova 


 

                                           Como relevado em linhas anteriores,


com o implemento da maioridade civil há a presunção da não mais
necessidade dos alimentos por parte do alimentando, resultando,
daí, a inversão do ônus da prova. Ao credor alimentar, portanto,

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cabe comprovar nos autos sua efetiva necessidade de continuar


recebendo os alimentos.

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