Você está na página 1de 21

DIREITO

ADMINISTRATIVO
Direito Administrativo

PRINCÍPIOS - DE FORMA EXPLÍCITA NO ARTIGO 37, DA CF/88, TRAZ:

• Legalidade – Poder constituinte de 1º grau. Na AP, o agente público só pode fazer


ou deixar de fazer o que está expressamente na lei. Na CF, as pessoas não podem
fazer o que a lei proíbe (autonomia de vontade);
• Impessoalidade – Poder constituinte de 1º grau. Direciona que o servidor não
pratique um ato para favorecer ou prejudicar alguém. Vedação a promoção pessoal
(art. 37, P.1º);
• Moralidade– Poder constituinte de 1º grau. Exige que o agente público paute sua
conduta por padrões éticos que têm por fim último alcançar a consecução do bem
comum, independentemente da esfera de poder ou do nível político-administrativo
da Federação em que atue;
• Publicidade – Poder constituinte de 1º grau. Vem propiciar a transparência, de
modo que a todos é assegurado o direito à obtenção de informações e certidões, para
defesa de direitos e esclarecimentos de situações de interesse pessoal, assim como
o remédio do habeas data.;
• Eficiência – Passou a ser expresso a partir de 1998 com a Reforma Administrativa.
Deve ser dirigida à consecução do máximo de proveito, com o mínimo de recursos
humanos, materiais e financeiros com destinação pública, a partir da constatação de
que a eficiência pode ser obtida pelo contrato de gestão, e de acordos
administrativos referentes à atividades tipicamente estatais. Previsão de avaliação
periódica de desempenho nos termos de lei complementar;

ALGUNS DOS PRINCÍPIOS IMPLÍCITOS/INFRACONSTITUCIONAIS SÃO:


• Probidade Administrativa - “Os atos de improbidade administrativa importarão a
suspensão dos direitos políticos, a perda da função pública, a indisponibilidade dos
bens e o ressarcimento ao erário, na forma e gradação previstas em lei, sem prejuízo
da ação penal cabível.” Segundo a lei, as penalidades podem ou não ser cumulativas;
• Economicidade – Fazer mais com menos, alcançar benefícios com pouco custo;

• Segurança Jurídica – Tem o objetivo de vedar a aplicação retroativa de nova


interpretação de lei no âmbito da Administração;
• Razoabilidade – visa a proibir o excesso, no sentido de aferir a compatibilidade
entre meios e fins de modo a evitar restrições desnecessárias ou abusivas por parte
da Administração Pública, com lesão aos direitos fundamentais;
• Proporcionalidade – Este princípio exige proporcionalidade entre os meios
utilizados pela Administração e os fins que ele deve alcançar;
• Igualdade ou Isonomia – Todos são iguais perante a lei. Segundo Celso Antônio
Bandeira de Mello, o princípio da igualdade impõe à Administração Pública a
vedação de qualquer espécie de favoritismo ou desvalia em proveito ou detrimento
de alguém;
• Motivação – Exige-se do administrador público a indicação dos fundamentos de
fato e de direito que motivaram suas ações;

WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 1
Direito Administrativo

• Finalidade;

• Ampla Defesa e Contraditório – O sentido desse princípio, no âmbito da


Administração Pública, é o de oferecer aos administrados a garantia de que não
serão surpreendidos com restrições à sua liberdade, sem as cautelas
preestabelecidas para sua defesa;
• Supremacia do Interesse Público – Segundo este princípio, o interesse público
deve prevalecer sobre o interesse privado ou individual, isto ocorre devido ao fato
do Estado defender o interesse da coletividade quando pratica os atos
administrativos e não apenas o interesse de um único administrado;
• Continuidade do Serviço Público – Os serviços públicos oferecidos pela
Administração Pública à coletividade, devem ser prestados de maneira contínua,
sem interrupções, não podendo ser suspensos sem a comunicação prévia das
autoridades pertinentes aos administrados;
• Indisponibilidade ou Poder-dever – Não pode dispor livremente de um
patrimônio que não lhe pertence, pois, na verdade, os bens públicos pertencem a
toda a coletividade, sendo o Estado apenas o seu gestor, exercendo a tutela destes;
• Autotutela – O Estado tem o dever de fiscalizar a emissão dos seus atos
administrativos, para isto, conta com um mecanismo que possui três espécies de
controle: a anu lação, a revogação e a convalidação dos atos administrativos.

WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 2
Direito Administrativo
ORGANIZAÇÃO ADMINISTRATIVA
Administração Direta – Conjunto de órgãos que integram as pessoas federativas,
aos quais foi atribuída a competência para o exercício, de forma centralizada, das
atividades administrativas do Estado.
Centralização – É o desempenho de competências administrativas por uma única
pessoa jurídica governamental. A distribuição das competências dentro do mesmo
ente federado é chamada de desconcentração.
Administração Indireta – Conjunto de pessoas administrativas que, vinculadas à
respectiva Administração Direta, têm o objetivo de desempenhar as atividades
administrativas de forma descentralizada. É o próprio Estado executando algumas
de suas funções de forma descentralizada.
Descentralização - Competências administrativas são exercidas por pessoas
jurídicas autônomas, criadas pelo Estado para tal finalidade.

Órgão: a unidade de atuação integrante da estrutura da Administração direta e da


estrutura da Administração indireta; integrante significa SEM PERSONALIDADE
JURÍDICA – segue a ordenação superior; alguns podem ter capacidade processual.
Entidade: a unidade de atuação dotada de personalidade jurídica
autônoma; sempre terá capacidade processual.

Autarquias (Entidades da Administração Pública Indireta):


São pessoas jurídicas de direito público interno, pertencentes à Administração
Pública Indireta, criadas por lei específica para o exercício de atividades típicas da
Administração Pública. (MAZZA, 2012)
Empresa Pública (Entidades da Administração Pública Indireta):
São pessoas jurídicas de direito privado, criadas por autorização legislativa, com
totalidade de capital público e regime organizacional livre. (MAZZA, 2012)
Sociedade de Economia Mista (Entidades da Administração Pública Indireta):
Pessoas jurídicas de direito privado, criadas mediante autorização legislativa, com
maioria de capital público e organizadas obrigatoriamente como sociedades
anônimas. (MAZZA, 2012)
Fundações Públicas (Entidades da Administração Pública Indireta):
São pessoas jurídicas de direito público interno, instituídas por lei específica
mediante a afetação de um acervo patrimonial do Estado a uma dada finalidade
pública. (MAZZA, 2012)

WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 3
Direito Administrativo

WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 4
Direito Administrativo
AGENTE PÚBLICO
De forma genérica, agentes públicos são todas as pessoas que exercem função
pública. Hely Lopes Meirelles, autor de diversas obras jurídicas voltadas ao Direito
Administrativo, complementa este conceito afirmando que agentes públicos são
pessoas físicas responsáveis, seja de modo definitivo ou transitório, do exercício de
alguma função estatal conferido a órgão ou entidade da Administração Pública.

Outra importante fonte que faz referência ao conceito de agentes públicos é a Lei de
Improbidade Administrativa (Lei 8.429/92). Em seu art. 2º está previsto que agente
público é “todo aquele que exerce, ainda que transitoriamente ou sem remuneração,
por eleição, nomeação, designação, contratação ou qualquer outra forma de
investidura ou vínculo, mandato, cargo, emprego ou função nas entidades
mencionadas no artigo anterior”.

WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 5
Direito Administrativo

Art. 8o São formas de provimento de cargo público:

I - nomeação;

II - promoção;

V - readaptação;

VI - reversão;

VII - aproveitamento;

VIII - reintegração;

IX - recondução.

WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 6
Direito Administrativo

Art. 33. A vacância do cargo público decorrerá de:

I - exoneração;

II - demissão;

III - promoção;

VI - readaptação;

VII - aposentadoria;

VIII - posse em outro cargo inacumulável;

IX - falecimento.

Art. 36. Remoção é o deslocamento do servidor, a pedido ou de ofício, no


âmbito do mesmo quadro, com ou sem mudança de sede.

Parágrafo único. Para fins do disposto neste artigo, entende-se por modalidades de
remoção:

I - de ofício, no interesse da Administração;

II - a pedido, a critério da Administração;

III - a pedido, para outra localidade, independentemente do interesse da


Administração:

a) para acompanhar cônjuge ou companheiro, também servidor público civil ou


militar, de qualquer dos Poderes da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, que foi deslocado no interesse da Administração;

b) por motivo de saúde do servidor, cônjuge, companheiro ou dependente que viva


às suas expensas e conste do seu assentamento funcional, condicionada à
comprovação por junta médica oficial;

c) em virtude de processo seletivo promovido, na hipótese em que o número de


interessados for superior ao número de vagas, de acordo com normas
preestabelecidas pelo órgão ou entidade em que aqueles estejam lotados.

WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 7
Direito Administrativo

Art. 37. Redistribuição é o deslocamento de cargo de provimento efetivo,


ocupado ou vago no âmbito do quadro geral de pessoal, para outro órgão ou
entidade do mesmo Poder[...]; observados os seguintes preceitos:

I - interesse da administração;

II - equivalência de vencimentos;

III - manutenção da essência das atribuições do cargo;

IV - vinculação entre os graus de responsabilidade e complexidade das


atividades;

V - mesmo nível de escolaridade, especialidade ou habilitação profissional;

VI - compatibilidade entre as atribuições do cargo e as finalidades institucionais do


órgão ou entidade.

RESPONSABILIDADE CIVIL DO ESTADO

No Brasil, a teoria do risco administrativo, ou seja, a Administração responde


independente do dolo/culpa do agente.

Teoria do risco administrativo


Artigo 37/CF § 6º As pessoas jurídicas de direito público e as de direito privado
prestadoras de serviços públicos responderão pelos danos que seus agentes, nessa
qualidade, causarem a terceiros, assegurado o direito de regresso contra o
responsável nos casos de dolo ou culpa. Vamos ressaltar muitos assuntos de
jurisprudências e também de diversas doutrinas. Quando um agente público
praticar determinado ato que venha gerar um prejuízo a um terceiro, a
responsabilidade será do Estado. O agente, por sua vez, responde de forma subjetiva,
desde que seja comprovado dolo/culpa.

Ação e omissão
Nos casos de ação ou omissão, o Estado responde pelos dois, mas de forma distinta.
A ação, que também pode ser chamada de comissão, gera responsabilidade objetiva.
Ou seja, não precisa ser caracterizada a ação dolosa ou culposa do agente.

Já a omissão deve ser observada com mais cautela. Quando a questão não falar nada
sobre o tipo de omissão, entenda que ela está falando de omissão genérica. Neste
caso o Estado responderá de forma subjetiva, devendo ser comprovado o dolo ou a
culpa.

WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 8
Direito Administrativo

Quando a questão falar em responsabilidade por omissão especifica, em que o


Estado tinha a possibilidade de prever e evitar o dano, mas nada fez (dever
específico de proteção), estará diante da responsabilidade objetiva, ou seja, não
necessita provar dolo ou culpa.

Partindo para mais um tópico deste assunto, podemos citar os agentes públicos para
efeito de responsabilidade. O primeiro é o servidor que esteja dentro ou fora de suas
funções, desse que esteja utilizando da sua qualidade funcional para praticar a
conduta. OBS: Culpa concorrente não é excludente.

Excludente de responsabilidade
As excludentes de responsabilidade são situações que o Estado deixa de ser
responsabilizado pelos danos gerados a terceiros.

São causas de excludente de responsabilidade:


*Culpa exclusiva da vitima

*Caso fortuito

*Força maior

*Atos de multidão (sem aviso prévio)

ATENÇÃO!!
➔ Não confunda excludente de responsabilidade com atenuante de
responsabilidade.

➔ A culpa exclusiva da vítima é uma excludente de responsabilidade.


➔ Já a culpa concorrente é uma atenuante de responsabilidade.

WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 9
Direito Administrativo
PODERES ADMINISTRATIVOS

Os poderes da Administração são instrumentais, ou seja, são instrumentos


conferidos à Administração e empregados apenas para o atendimento do interesse
público. Exceder os limites das atribuições ou desviar das suas finalidades constitui
abuso de poder e, consequentemente, prática de ato ilícito. O poder administrativo
é conferido à autoridade para remover interesses particulares que se opõem ao
interesse público.

• Excesso de Poder – ocorre quando o agente extrapola os limites de sua


competência, pratica o ato mesmo não tendo competência para isso.

• Desvio de Finalidade – ocorre quando o administrador abandona a finalidade


indicada na lei e busca atender outra diversa da estatuída na norma que autoriza a
sua atuação (Princípio da Indisponibilidade do Interesse Público).

A Administração Pública não pode renunciar os poderes conferidos à ela. Há


um dever de agir, o exercício é obrigatório e indeclinável.

ESPÉCIES DE PODER

• Poder Vinculado – É aquele conferido pela lei à Administração para a prática de


ato de sua competência, ficando determinados os elementos e os requisitos
necessários a sua formalização.
• Poder Discricionário – a Administração tem liberdade de escolha da
conveniência, oportunidade e conteúdo do ato.
• Poder Normativo – é o poder conferido aos chefes do Executivo para editar
decretos e regulamentos com a finalidade de oferecer fiel execução à lei. Não se deve
confundir regulamentos com a lei, não podendo contrariar, restringir ou ampliar
suas disposições.
“Constituição Federal – Art.84. Compete privativamente ao Presidente da República:
IV – sancionar, promulgar e fazer publicar as leis, bem como expedir decretos e
regulamentos para sua fiel execução”;
• Poder Disciplinar – é o exercido pela Administração para apurar as infrações
dos servidores e das demais pessoas que ficarem sujeitas à disciplina
administrativa. O poder disciplinar não pode ser confundido com o poder punitivo
do Estado, que é exercido pela Justiça Penal, ele só abrange as questões relacionadas
ao serviço público. Entretanto, uma mesma infração pode dar ensejo a uma punição
administrativa e a criminal. O poder disciplinar da administração não está sujeito a
prévia definição sobre a infração funcional e a respectiva sanção. O administrador
age segundo sua discricionariedade, ou seja, aplicará a sanção que achar cabível,
oportuna e conveniente, dentre as que estiverem enumeradas em lei ou
regulamento para as infrações administrativas.

WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 10
Direito Administrativo

• Poder Hierárquico – juntamente com o poder disciplinar, o poder hierárquico


sustenta a ordem administrativa. É através do poder hierárquico que a
Administração escalona a função de seus órgãos, revê a atuação de seus agentes e
estabelece a relação de de subordinação entre seus servidores. A hierarquia existe
no Poder Executivo. O poder hierárquico tem por objetivo ordenar, coordenar,
controlar e corrigir as atividades administrativas, no âmbito interno da
Administração.
• Poder de Polícia – é a atividade do Estado que limita os direitos individuais em
benefício do interesse público, ou seja, é o mecanismo de frenagem de que dispõe a
Administração Pública para conter os abusos do direito individual. O interesse
público está relacionado com a segurança, moral, saúde, meio ambiente,
consumidor, propriedade, patrimônio cultural.

Razão do poder de polícia – interesse social.


Fundamento – princípio da predominância do interesse público sobre o particular,
supremacia geral que o Estado exerce em seu território sobre todas as pessoas, bens
e atividades.
Objeto – todo bem, direito ou atividade individual que possa afetar a coletividade
ou por em risco a segurança nacional, exigindo regulamentação, controle e
contenção pelo Poder Público.
Finalidade – proteção ao interesse público.
Extensão – é muito ampla, abrange desde a proteção à moral e aos bons costumes,
a preservação da saúde pública, até a segurança nacional.
Limites – são demarcados pelo interesse social em conciliação com os direitos
fundamentais individuais, através de restrições impostas às atividades do indivíduo
que afetam a coletividade.
Atributos – discricionariedade (livre escolha de oportunidade e conveniência),
autoexecutoriedade (decidir e executar diretamente sua decisão sem a intervenção
do Judiciário) e coercibilidade (imposição coativa das medidas adotas pela
Administração).
Meios de Atuação – preferentemente preventiva através de ordens e proibições,
sobretudo por meio de normas limitadoras e sancionadoras de conduta daqueles
que utilizam bens ou exercem atividades que possam afetar a coletividade.
Sanções – são impostas pela própria Administração em procedimentos
administrativos compatíveis com as exigências do interesse público, respeitando a
legalidade da sanção e a sua proporcionalidade à infração.
Condições de validade – a competência, a finalidade e a forma, acrescidas da
proporcionalidade de sanção e da legalidade dos meios empregados pela
Administração.

WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 11
Direito Administrativo

WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 12
ATO ADMINISTRATIVO

CONCEITO:

• Segundo Hely Lopes Meirelles: "Ato administrativo é toda manifestação


unilateral de vontade da Administração Pública que, agindo nessa qualidade, tenha
por fim imediato adquirir, resguardar, transferir, modificar, extinguir e declarar
direitos, ou impor obrigações aos administrados ou a si própria".
• Cretella Junior apresenta uma definição partindo do conceito de ato jurídico.
Segundo ele, ato administrativo é: "a manifestação de vontade do Estado, por seus
representantes, no exercício regular de suas funções, ou por qualquer pessoa que
detenha, nas mãos, fração de poder reconhecido pelo Estado, que tem por finalidade
imediata criar, reconhecer, modificar, resguardar ou extinguir situações jurídicas
subjetivas, em matéria administrativa".

ELEMENTOS:

Alguns autores utilizam a expressão elementos do ato administrativo, outros


utilizam, para o mesmo fim, a expressão requisitos ou, ainda, pressupostos.

Os elementos do ato administrativo que serão aqui analisados, ausência de


quaisquer desses elementos torna o ato administrativo inválido. São eles:
competência, finalidade, forma, motivo, objeto = CO.FI.FO.MO.OB (motivo e
objeto podem ser facultativos, ou seja, podem ser discricionários, mas via de
regra, todos os elementos são vinculativos, à administração pública).

• COmpetência: é a função atribuída a cada órgão ou autoridade por lei. Tem


competência para praticar determinado ato administrativo a autoridade que
recebeu essa função da lei, assim, a competência só pode ser alterada ou retirada
por lei. Ela se caracteriza por ser irrenunciável, imprescritível, inderrogável e
improrrogável. Permite-se a delegação de competência, ou seja, a transferência de
competência da autoridade superior para o seu subordinado, bem como, prevê a
avocação de competência, isto é, o chamamento de competência do subordinado
pela autoridade superior. Há excesso de poder quando o agente público pratica
ato fora do seu campo de atribuições.

• FInalidade: é o resultado que a administração quer alcançar com a prática do ato.


Em sentido amplo, a finalidade corresponde à consecução de um interesse
público, nesse sentido, o ato administrativo deve ter sempre uma finalidade
pública; em sentido estrito, finalidade é o resultado específico que cada ato deve
produzir, conforme definido em lei. Há desvio de finalidade, quando o agente
público busca fim alheio ao interesse público ou fim diverso daquele
especificamente previsto pela lei para aquele ato.

WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 13
Direito Administrativo

• FOrma: é o modo pelo qual o ato se exterioriza. No Direito público, a regra é a


solenidade das formas, a forma escrita, mas, excepcionalmente, admitem-se
atos verbais, gestos, apitos, sinais luminosos, cartazes e placas.

• MOtivo: é o conjunto de circunstâncias, de acontecimentos que levam a


Administração a praticar o ato. Motivação é a exteriorização, a indicação, pela
autoridade competente, do motivo do ato praticado. Para uns a motivação só
é obrigatória quando a lei exigir, para outros, sempre que for indispensável
para o controle do ato.

• OBjeto: é o mesmo que o conteúdo do ato administrativo, é aquilo que o ato


decide, enuncia, diz, dispõe. O objeto deve ser lícito, possível, certo (determinado
ou determinável) e moral, assim como o ato de direito privado.

ESPÉCIES DE ATOS ADMINISTRATIVOS = N.O.N.E.

1) Normativos: Aqueles que contêm um comando geral do Executivo, visando a


correta aplicação da lei

2) Ordinários: Visam disciplinar o funcionamento da Administração e a conduta


funcional de seus agentes. Emanam do poder hierárquico da Administração.

3) Negociais: Aqueles que contêm uma declaração de vontade do Poder Público


coincidente com a vontade do particular.

4) Enunciativos: Aqueles que se limitam a certificar ou atestar um fato, ou emitir


opinião sobre determinado assunto.

CLASSIFICAÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS

1) Vinculado é aquele no qual a administração pratica sem nenhuma margem de


liberdade em sua decisão, ou seja, obedece ao que estar previsto na lei, não
cabendo ao agente apreciar a oportunidade e conveniência administrativa da edição
desse ato.

2) Discricionários são os que a administração pratica com uma certa liberdade na


sua escolha, pois apesar de o ato estar previsto na lei, a mesma deixa uma margem
quanto ao seu conteúdo, podendo a sua realização ser feita pela oportunidade e
conveniência administrativa.

3) Gerais são aqueles que não possuem destinatários determinados, ou seja, são
atos abstratos.

4) Individuais são aqueles que possuem destinatários certos, produzindo os seus


efeitos concretos diretamente sobre estes.

WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 14
Direito Administrativo
5) Internos são aqueles nos quais tem a finalidade de produzir os seus efeitos apenas no
âmbito interno da administração, atingindo as pessoas e os órgãos diretamente ligados.

6) Externos são aqueles que atingem a administração de uma forma geral.

7) Simples é aquele que vai decorrer apenas de uma única manifestação de vontade
de apenas um órgão ou colegiado, assim ele se completa a partir de sua
manifestação, não dependendo de outros.

8) complexo é aquele que vai necessitar para a sua formação da manifestação de


dois ou mais órgãos administrativos, só sendo considerado perfeito quando ocorrer
essas manifestações.

9) composto é aquele que apesar de ser manifestado por apenas um órgão, ele
necessita de um outro ato para que o aprove e assim possa estar apto a produzir os
seus efeitos.

10) constitutivos são aqueles que criam uma situação nova para os seus
destinatários, podendo ser o reconhecimento de um direito ou a imposição de uma
obrigação.

11) extintivos são aqueles que põe fim a uma determinada situação jurídica
individual.

12) modificativos são aqueles que alteram uma situação já existente, sem provocar
a sua extinção, não suprimindo os direitos e obrigações já existentes.

13) declaratórios é aquele no qual afirma a existência de um fato ou então de uma


situação jurídica.

EXTINÇÃO DOS ATOS ADMINISTRATIVOS = R.A.C.C.

Revogação: é a extinção de um ato administrativo legal e perfeito, por razões de


conveniência e oportunidade, pela Administração, no exercício do poder
discricionário.

Anulação: é a supressão do ato administrativo, com efeito retroativo, por razões de


ilegalidade e ilegitimidade.

Cassação: modalidade de anulação do ato administrativo que, embora legítimo na


sua origem e formação, torna-se ilegal na sua execução. Ocorre principalmente nos
atos negociais.

Caducidade: extinção de ato administrativo em consequência de norma jurídica


superveniente, a qual impede a permanência da situação anteriormente consentida.

WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 15
Direito Administrativo

WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 16
Direito Administrativo

WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 17
Direito Administrativo
CONTROLE ADMINISTRATIVO
Pode-se denominar de controle da Administração Pública o conjunto de
mecanismos jurídicos e administrativos por meio dos quais se exerce o poder de
fiscalização e revisão da atividade administrativa em qualquer das esferas de Poder.

Classificação das formas de controles

Quanto ao fundamento
Ou seja, do motivo de existir o controle. Podemos chamar também de controle à
existência de hierarquia ou à amplitude. Neste caso ele se subdivide em hierárquico
ou finalístico. O controle hierárquico usa a hierarquia como o motivo de existir um
controle. Por outro lado, o controle finalístico é a forma de controle que não utiliza
a hierarquia como embasamento para controlar.

Conforme a origem
Ou seja, se é dentro do mesmo Poder, se é um Poder controlando outro Poder ou se
tem como origem o controle da população.
Controle interno ocorre no âmbito da própria administração ou órgão do mesmo
poder (pode ocorrer com fundamento na hierarquia ou pode ser finalístico, ou seja,
ele pode ocorrer entre órgãos dentro uma hierarquia ou pode ocorrer pela
administração direta para com a administração indireta), além disso, a Constituição
Federal determina que os poderes mantenham um sistema de controle interno: os
Poderes Legislativo, Executivo e Judiciário manterão, de forma integrada.

Controle Externo quando um Poder exerce a revisão dos atos administrativos de


outro Poder. A Constituição Federal responde que o controle externo está a cargo do
Congresso Nacional e será exercido com o auxílio do Tribunal de Contas da União.
Ou seja, por essa parte da Constituição Federal, a competência para exercer o
controle externo é do Congresso Nacional.

WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 18
Controle Popular,
administração ou Por
pública. seja,exemplo:
formas de os cidadãos
qualquer verificarem
cidadão a regularidade
é parte legítima da
para propor
ação popular que vise a anular ato lesivo ao patrimônio público ou de entidade de
que o Estado participe, à moralidade administrativa, ao meio ambiente e ao
patrimônio histórico e cultural, ficando o autor, salvo comprovada má-fé, isento de
custas judiciais e de ônus da sucumbência.

Quanto ao órgão que exerce


Pode-se dizer que é administrativo, legislativo e judiciário. Enquanto o legislativo é
realizado conforme a fiscalização que é feita, já que essa é a função típica desse
poder: fiscalizar. No caso do controle legislativo pode-se subdividir-se no controle
direto pelos parlamentares ou no controle indireto que é realizado pelo Tribunal de
Contas. Já o controle judiciário, normalmente é um controle posterior e um controle
de legalidade e legitimidade.

Quanto ao momento do controle


Considera-se momento do controle, o instante em que ele ocorre e pode ser
antecipadamente a ocorrência do ato, concomitantemente ou pode ser posterior ao
ato.
Controle Prévio ou preventivo, o controle exercido antes da prática ou antes da
conclusão do ato administrativo, por exemplo, a necessidade de aprovação, pelo
Senado Federal, da escolha do Presidente do Banco Central ou para escolher o
Procurador Geral da República. Pode ser considerado um controle prévio já que
ocorre uma aprovação antes da nomeação para os cargos citados.
Controle concomitante é exercido durante a realização do ato, ou seja, durante a
formação ou execução do ato, por exemplo, a fiscalização de uma obra pública
durante a execução dela. Diferentemente seria se estivesse sendo feito uma
fiscalização após o término da obra. Nesse caso, seria o controle posterior.
Controle posterior ou também chamado controle corretivo, ocorre um controle
após a finalização do ato. Esse é o momento mais comum de ocorrer o controle.

WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 19
Direito Administrativo
RASCUNHO

WWW.IMPLACAVELCONCURSOS.COM.BR 20

Você também pode gostar