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UNISCED - UNIVERSIDADE ABERTA ISCED

Faculdade de Economia e Gestão

Estudante: Níque José Namalela

Código: 96160326

Curso de Contabilidade e Auditoria

Docente: MSc. Tarcila Sorte Chambule

Avaliação V de Auditoria Financeira

Controlo Interno

O sistema de controlo interno existe, independentemente, da dimensão de uma empresa


ou entidade, pese embora seja muito mais sofisticado nas grandes entidades, do que nas
pequenas, dada a amplitude de áreas ou operações desenvolvidas e o nível de
descentralização. O conceito de controlo interno é vasto e várias tem sido as suas
definições, pois corresponde ao plano da organização e dos métodos e medidas adotadas
com vista a salvaguardar os activos, a verificar a exactidão e a fidedignidade dos dados
contabilísticos, a promover a eficácia operacional e a estimular o cumprimento das
políticas prescritas pelos gestores.

Portanto, no decorrer do trabalho abordar-se-á sobre aspectos relacionados com o


Controlo Interno. O objectivo principal do trabalho é avaliar o Controlo Interno bem
como as competências sobre proceder com a utilização das técnicas para avaliação do
Controlo Interno. Tendo como objectivos específicos apresentar e debater o conceito de
controlo interno, identificar as técnicas utilizadas para a concretização dos objectivos da
empresa e apresentar a importância da auditoria no processo de avaliação do Controlo
Interno

Controlo Interno

O conceito de Controlo Interno tem sido objecto de estudo de vários autores, ao longo
de vários anos, pelo que não é entendido e utilizado exactamente da mesma forma, não
existindo uma definição única acerca do mesmo. No entanto, apesar das várias
definições existentes, torna-se evidente que os diversos autores estão cientes da sua

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importância e utilidade, sendo visto e utilizado como um meio para alcançar
determinado fim.

Para Costa (2010) o controlo interno é o plano de organização e todos os métodos e


medidas adoptadas numa entidade a fim de garantir a salvaguarda dos seus activos,
verificar a exactidão e a fidedignidade dos dados contabilísticos, promover a eficácia
organizacional e encorajar o cumprimento das políticas prescritas pelos gestores (p.30).

Objectivos e componentes de controlo interno

Na perspectiva de Costa (2010), o estabelecimento dos objectivos de Controlo Interno


compete ao quadro de directores e ao órgão de gestão, que através de um processo de
discussão, devem definir as prioridades da entidade, sendo posteriormente necessário
obter informação sobre o alcance, ou não, dos objectivos pré-estabelecidos (P.37).

Segundo Lehmann (2010), “embora o Controlo Interno faculte uma segurança razoável
quanto à realização dos objectivos de uma entidade, existem algumas limitações
relacionadas com o mesmo que impedem que esta segurança seja absoluta” (p. 35).

O objectivo de controlo interno visa definir metas e métodos para realização e alcance
dos objectivos estabelecidos pelos órgãos de gestão.

Martins (2007) defende que as técnicas utilizadas no âmbito da implementação de uma


auditoria interna podem ser definidas como o conjunto de procedimentos que pode ser
adotado no desenvolvimento do trabalho de auditoria. A seleção das técnicas ou
procedimentos a utilizar durante a realização do processo de auditoria depende da
avaliação do sistema de controlo interno da organização.

Na realização do trabalho de auditoria, o auditor deverá estar atento sobre a melhor


forma de obter as provas necessárias para o seu objectivo, procurando captar
informações válidas e satisfatórias e avaliando de imediato as provas e informações que
obteve através dos exames realizados.

Da utilização das técnicas pode resultar a identificação de situações de fraude ou falhas


nos procedimentos de controlo interno. Não existe nenhuma técnica de auditoria
especificamente concebida para detetar fraudes ou erros intencionais. A sua deteção
apenas acontece como consequência da utilização de testes e da extensão das técnicas de
auditoria aplicadas de forma correta.

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Diante Pinheiro (2010), a prática adequada destas técnicas permite ao auditor, em
conjugação com os objectivos traçados, executar o programa de auditoria de acordo
com os objetos e com a segurança fornecida pelos sistemas de controlo interno
avaliados. Entre as principais técnicas incluem-se:

 Exames Físicos: consistem na verificação in loco e permitem ao auditor formar


opinião sobre a existência física do objeto ou item a ser examinado.
 Circularizações/Confirmações Externas: servem para obter uma declaração
formal e independente, feita por pessoas sem qualquer tipo de relação com a
entidade, sobre factos ligados com as operações desta.
 Exame da Documentação Original: o objetivo deste procedimento é confirmar se
é evidente que as operações realizadas são comprovadas pelos documentos
comprovativos exigidos ao nível legal ou de controlo interno.
 Conferência de Somas e Cálculos: esta é, simultaneamente, a técnica de
auditoria mais simples e mais completa. É a mais utilizada uma vez que a quase
totalidade das operações de uma organização envolvem valores, cálculos, etc.
 Exame dos lançamentos contabilísticos: o objetivo é verificar se as informações
contabilísticas, fiscais, etc., são verosímeis. Além disso, permite que o auditor
realize levantamentos específicos nas análises, composição de saldos,
conciliações, etc.
 Indagação oral e escrita: consiste na formulação de perguntas e na obtenção de
respostas junto dos funcionários e colaboradores da organização, através da
realização de entrevistas ou do envio de questionários escritos.
 Observação das actividades e condições: é a mais generalizada das técnicas de
auditoria. Através dela é possível identificar erros, problemas ou deficiências
através de exames visuais, os quais, de outra forma, poderiam passar
despercebidos.
 Exame dos registos: consiste na verificação dos registos que constam nos
controlos regulamentares, relatórios sistematizados, mapas e demonstrações
formalizadas e que foram efetuados manualmente ou através de sistemas
informatizados. Estes registos devem ser verificados em todas as suas formas.
 Rastreamento: pesquisa aprofundada através do exame de documentos, setores,
unidades, órgãos e procedimentos interligados, cujo objetivo é fundamentar a

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opinião do responsável pela execução do trabalho sobre o facto que está a ser
observado.
 Análise Documental: exame de processos, atos formalizados e documentos
avulsos.

Na óptica de Lehmann (2010) a importância de um sistema de controlo interno forte, o


qual conduz ao cumprimento dos objectivos da empresa e minimiza a possibilidade de
actividades fraudulentas.

Assim, a relação entre controlo interno e fraude – é de realçar que a fraude, o


desperdício e o abuso são três designações importantes, sendo que a baixa qualidade
com controlo interno conduz a perdas de fundos e de confiança do público.

Para Costa (2010), “a primeira componente do controlo interno, o ambiente de controlo,


respeita “às atitudes, à consciência e às ações dos responsáveis do órgão de governação
em relação ao controlo interno da entidade e à sua importância para a mesma” (p. 226).

Ainda Costa (2010) refere que, “apesar da importância do controlo interno como
mecanismo de defesa da integridade da entidade, o mesmo deve ser entendido como
uma garantia razoável, mas nunca uma absoluta ou o seu estabelecimento e
implementação não garantem, por si só, a sua plena operacionalidade” (p. 232).

Assim conclui-se que o controlo interno corresponde ao plano, aos métodos e medidas
perfilhadas por qualquer entidade (empresa ou organização) de modo a defender a sua
identidade e imagem que se materializa na salvaguarda da informação financeira, na
garantia da eficácia e eficiência das operações realizadas, na proteção de activos, na
prevenção e detecção de erros e fraudes e nos cumprimentos das disposições legais e
contratuais. Por isso, o controlo interno dirige-se à entidade como um todo, de modo a
servir os objetivos da direção e será tanto mais complexo e detalhado, quanto maior for
a dimensão da entidade.

Referências Bibliográficas

Costa C. B. (2010). Auditoria Financeira, Teoria & Prática. (9ª ed.). Lisboa, Portugal:
Rei dos Livros.
Lehmann C. M. (2010). Internal Controls: A Compendium of Short Cases. Accounting
Education. London, England: MacGrowill.
Martins I; Morais G. (2007). Auditoria Interna - Função e Processo. (3ª ed.). Lisboa,

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Portugal: Áreas Editora.
Pinheiro J. L. (2010). Auditoria Interna. (2ª ed.). Lisboa, Portugal: Rei dos Livros.

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