Você está na página 1de 31

CAPITULO I – INTRODUÇÃO

1.1. Contextualização
O presente trabalho surge no âmbito do estudo da cadeira de Auditoria interna, assim sendo
importa realçar que a auditoria interna desempenha um papel de extrema importância nas
empresas, no tocante à preocupação com seu desenvolvimento económico, na concorrência
constante, na prevenção, identificação e controle de riscos, e no atendimento às demandas
gerênciais para a tomada de decisões. É uma actividade voltada para a avaliação
independente dos demais pontos de controlo interno, identificando fraquezas no sistema
financeiro e operacional da empresa, e sugerindo melhorias na estrutura organizacional, visto
que a auditoria interna procura antever os problemas organizacionais, actuando nas causas e
não nos efeitos.

Ela faz parte da estrutura da organização onde será abordado o seguinte tema, programa de
auditoria para áreas funcionais e terá como foco nos seguintes subtemas, áreas financeiras,
área de compra, área de produção, área de venda e de gestão de pessoal.

Assim sendo, descreveremos cada área e as suas funções, bem como identificaremos os
pontos fracos, apresentar-se-á também a esquematização de técnicas de controlo para
alcançar os objectivos do programa de auditoria para cada área.

A pesquisa pretende trazer ao leitor conhecimentos sobre como é feito o programa de


auditoria e sua importância para as áreas de compra, de produção, de venda e de gestão de
pessoal.

Dada complexidade e dimensão das organizações o auditor na realização da sua actividade


deve elaborar um guião para lhe servir de auxilio na execução das suas actividade.

1.2. Objectivos

1.2.1. Geral:
 Compreender o programa da auditoria com as suas respectivas áreas operacionais.

1.2.2. Objectivos específicos:


 Apresentar os conteúdos básicos em cada uma das áreas;
 Identificar os pontos fracos
 Enumerar as técnicas de controlo interno.

6
CAPITULO II- REVISAO DE LITERATURA

2.1. Definição de auditoria


Antes de mas importa dizer que o termo auditoria, que é de origem latina vem de (audire), foi
usado pelos ingleses para rotular a tecnologia contábil da revisão (auditing), que hoje se tem
um sentido mais abrangente.

Para CREPALDI (2002, p. 23), pode-se definir auditoria como o levantamento, estudo e
avaliação sistemática das transacções, procedimentos, operações, rotinas e das demonstrações
financeiras de uma entidade.

Para GOMES (2009, p.1), pode-se definir auditoria como o levantamento, estudo e avaliação
das transacções, procedimentos, operações, rotinas e das demonstrações financeiras de uma
entidade, ela compreende a verificação de documentos, livros, contas, comprovantes e outros
registos financeiros de uma companhia, ela visa à apresentação de opiniões, conclusões,
críticas e orientações para as empresas.

2.3. Auditoria interna


Para Almeida (2014), auditoria interna é uma função de avaliação independente, efectuada
por funcionários da entidade com o objectivo de examinar e avaliar as actividades constantes
na entidade, sendo o seu principal objectivo assistir os seus membros no desempenho efectivo
das suas funções, através de análises, avaliações, recomendações, conselhos e informações
necessárias.

Para a IIA, auditoria interna é uma actividade independente, de avaliação objectiva e de


consultoria, destinada a acrescentar valor e melhorar as operações de uma organização na
consecução dos seus objectivos, através de uma abordagem sistemática e disciplinada, na
avaliação dos processos da eficácia da gestão de risco, do controlo e de governação.

2.2. Definição de programa de auditoria


Segundo Moraes e Martine (2007, p. 138), “Programa de auditoria é uma orientação, um guia
para consecução do trabalho de auditoria interna. A sua aplicação não assenta em critérios
rígidos, podendo a equipe de auditoria usa lá com uma razoável flexibilidade”.

Segundo Attie (2011: 13): “Programa de auditoria consiste no plano do trabalho para o exame
de uma área específica. Entre tanto ela descreve apenas em termos gerais, como obter
satisfação com a auditoria, orientando aplicação de procedimentos”.

7
2.3. Controlo interno
Antes de mais importa referir que o controle interno é uma viga-mestra onde a administração
se apoia, para medir o alcance dos objectivos organizacionais.

Para VALÉRIO (2003, p. 29), controlo interno é um conjunto de normas, procedimentos,


instrumentos e acções adoptados de forma sistemática pelas empresas, que devem estar em
constante evolução, assegurando o alcance de resultados conforme os objectivos pré-
estabelecidos, protegendo o património e garantindo transparência às operações.

Para AUDIBRA (1992, p. 22), controle interno é qualquer acção tomada pela administração,
assim compreendida tanto a alta administração quanto os níveis gerenciais apropriados para
aumentar a probabilidade dos objectivos e metas estabelecidos sejam atingidos.

8
CAPÍTULO III – METODOLOGIA DO TRABALHO
3.1. Metodologia
Para Lakatos & Marconi (2001), método é o conjunto das actividades sistemáticas e racionais
que, com maior segurança, permite alcançar objectivos, conhecimentos validos e verdadeiros,
traçando um caminho a ser seguido detectando erros e auxiliando as decisões dos cientistas.

Para Ciribelli (2003), método pode ser definido como um conjunto de etapas e instrumentos
pelo qual o pesquisador científico, direcciona seu projecto de trabalho com critérios de
carácter científico para alcançar dados que suportam ou não sua teoria inicial.

Para Fonseca (2002), “methodos” significa organização, e “logos”, estudo sistemático,


pesquisa, investigação, ou seja, metodologia é o estudo da organização, dos caminhos a
serem percorridos, para se realizar uma pesquisa ou um estudo, ou para se fazer ciência.
Etimologicamente, significa o estudo dos caminhos, dos instrumentos utilizados para fazer
uma pesquisa científica.

Deste modo conclui-se que a metodologia se interessa pela validade do caminho escolhido
para se chegar ao fim proposto pela pesquisa portanto, não deve ser confundida com o
conteúdo (teoria), nem com os procedimentos (métodos e técnicas). Dessa forma, a
metodologia vai além da descrição dos procedimentos (métodos e técnicas a serem utilizados
na pesquisa), indicando a escolha teórica realizada pelo pesquisador para abordar o objecto de
estudo.

No entanto, embora não sejam a mesma coisa, teoria e método são dois termos inseparáveis,
“devendo ser tratados de maneira integrada e apropriada quando se escolhe um tema, um
objecto, ou um problema de investigação” segundo Minayo, citado por Guerhardt & Silveira
(2009, p. 13), assim sendo para Minayo, metodologia seria: - a apresentação adequada e
justificada dos métodos, técnicas e dos instrumentos operativos que devem ser utilizados para
as buscas relativas às indagações da investigação.

A metodologia e o pesquisador não se separam. Somente ele conhece suas aptidões e como as
coloca a serviço das causas do sector popular onde está inserido. (Prodonov & Freitas, 2013).

3.2. Quanto ao procedimento

3.2.1. Pesquisa bibliográfica


Antes de mais, importa realçar que o presente trabalho baseia-se na pesquisa bibliográfica,
pois para Fonseca (2002), a pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de

9
referências teóricas já analisadas, e publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros,
artigos científicos, páginas de Websites.

Esta pesquisa se desenvolve tentando explicar um problema, utilizando o conhecimento


disponível a partir das teorias publicadas em livros ou obras congéneres, normalmente, neste
tipo de pesquisa, são utilizados dados de natureza teórica, identificando-as, analisando-as e
avaliando a contribuição dessas para a compreensão ou explicação de um determinado
problema, deste modo conclui-se que esta tem como objectivo ampliar o conhecimento em
uma determinada área, o que permite capacitar o investigador a compreender ou delimitar
melhor um problema de pesquisa.

Qualquer trabalho científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao
pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto. Existem porém pesquisas
científicas que se baseiam unicamente na pesquisa bibliográfica, procurando referências
teóricas publicadas com o objectivo de recolher informações ou conhecimentos prévios sobre
o problema a respeito do qual se procura a resposta (Fonseca, 2002, p. 32).

3.2.2. Pesquisa documental

Embora pouco explorada na área da educação, ela pode ser uma das formas mais valiosas de
abordagem de dados qualitativos.

Segundo Severino (2007) a pesquisa documental é aquela que tem como fonte de informação
documentos, no sentido mais amplo possível: jornais, fotos, filmes, gravações, documentos
legais, pareceres, memorandos, diários pessoais, auto bibliografias, discursos, roteiros de
programas de rádio, televisão, arquivos escolares, etc. Isso inclui todo o conteúdo que ainda
não teve um tratamento analítico, a pesquisa documental busca “identificar informações
factuais nos documentos a partir de questões ou hipóteses de interesse”.

3.3. Quanto a abordagem

3.3.1. Pesquisa qualitativa


Segundo Teixeira (2001), a pesquisa qualitativa o pesquisador procura reduzir a distância
entre a teoria e dos dados, entre o contexto e a acção, usando a lógica da análise
fenomenológica, isto é, da compreensão dos fenómenos pela sua descrição e interpretação,
essas pesquisas são também denominadas de pesquisas interpretativa e elas privilegiam as
experiências dos pesquisadores. Na pesquisa qualitativa o que está em jogo, é a busca ou o

10
levantamento, por parte do pesquisador, de opiniões, as crenças, o significado das coisas nas
palavras dos participantes da pesquisa (Vieira, 2009).

Para Guerhardt & Silveira (2009), neste tipo de pesquisa busca-se explicar o porquê das
coisas, exprimindo o que convém ser feito, mas não quantificam os valores e as trocas
simbólicas nem se submetem à prova de fatos, pois os dados analisados são não-métricos
(suscitados e de interacção) e se valem de diferentes abordagens.

Dizer ainda que este tipo de pesquisa descreve uma relação entre o objectivo e os resultados
que não podem ser interpretados através de números, nomeando-se como uma pesquisa
descritiva. Este tipo de pesquisa é empregada com mais frequência em pesquisas de natureza
social e cultural com análise de fenómenos complexos e específicos.

3.4. Quanto à natureza

3.4.1. Pesquisa básica

Para Guerhardt & Silveira (2009), esta objectiva gerar conhecimentos novos, úteis para o
avanço da Ciência, sem aplicação prática prevista, envolve verdades e interesses universais.
O que move a acção do pesquisador, neste caso, é a simples necessidade do conhecimento
sobre um facto, um objecto, um fenómeno ou uma realidade.

3.5. Quanto aos objectivos

3.5.1. Pesquisa exploratória


Procura-se ao longo desta pesquisa, analisar e explicar um problema jurídico específico
detectado num instrumento normativo específico que é a Lei do Trabalho.

Para Gil (2007) citado por Guerhardt & Silveira (2009), este tipo de pesquisa tem como
objectivo proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais
explícito ou a construir hipóteses.

A grande maioria dessas pesquisas envolve: (a) levantamento bibliográfico; (b) entrevistas
com pessoas que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado; e (c) análise de
exemplos que estimulem a compreensão. Essas pesquisas podem ser classificadas como:
pesquisa bibliográfica e estudo de caso.

11
CAPÍTULO IV – ANÁLISE E INTERPRENTAÇÃO DE DADOS
4.1. Programa de auditoria nas áreas funcionais
Neste titulo far-se-á uma abordagem em torno das áreas funcionais do programa de auditoria,
onde apresentaremos o conceito de cada uma das áreas e as funções que à estas competem.
Antes de mais importa dizer que o estudo destas áreas, para o programa de auditoria são de
extrema importância na medida em que estas facultam através do seu estudo, conteúdo
suficiente para o programa de auditoria possa criar politicas que sejam detalhadas para que
qualquer auditor externo consiga compreender quais testes oficiais foram executados, e quais
conclusões foram tiradas e qual o raciocínio por trás de cada uma delas, sendo este o fim
ultimo do programa de auditoria.

4.1.1. Área financeira


A área financeira é aquela que administra os recursos de uma empresa, faz o controlo da
tesouraria, dos investimentos e dos riscos, além do planeamento financeiro da companhia e
da divulgação de seus resultados.

4.1.1.1. Funções da área financeira


São funções da área financeira as seguintes:

 Estabelecer um conjunto de políticas contabilísticas que assegurem a aplicação dos


princípios contabilísticos geralmente aceites
 Definir o plano de contas incluindo o sistema de codificação e classificação,
determinando o tipo de operações a registar em cada uma delas.
 Proporcionar uma segurança razoável do adequado registo dos resultados de
exploração nas demonstrações financeiras, de acordo com as politicas contabilistas da
empresa;
 Elaborar o organograma desta área, incluindo a descrição de cada função,
competências e responsabilidades;
 Elaborar as normas e procedimentos operacionais de actuação desta área.

4.1.1.2. Atribuições do responsável da área financeira


 Elaborar o manual de normas e procedimentos contabilísticos;
 Elaborar e comunicar, por escrito, a todos os interessados uma relação de todas as
informações financeiras autorizadas ou exigidas pela empresa;

12
 Elaborar programa de responsabilidade e atribuições do pessoal, a fim de se cumprir
as datas fixadas para a compilação dos dados, elaboração, aprovação e emissão de
informações financeiras.

4.1.1.3. Divisão da área financeira


A área financeira divide-se em três grupos que são:

 Gestão financeira;
 Contabilidade e informação financeira;
 Gestão de tesouraria.

a) Gestão financeira
A eficiência com que uma empresa obtém e administra os seus recursos monetários
influencia consideravelmente a sua capacidade de actuação. Uma empresa com problemas de
escassez de recursos monetários encontra-se numa situação desvantajosa. Uma parte
importante do trabalho dos seus quadros é utilizada na busca e conservação de fundos. As
decisões, relacionadas com o financiamento e as diferentes formas de gerar e aplicar os meios
monetários, exercem uma influência relevante sobre as restantes actividades da empresa. É
conveniente que a empresa possua um plano lógico de financiamento a curto, médio e longo
prazo, para o qual necessita estar informada sobre o mercado de capitais, a fim de poder
escolher o financiamento que mais se adeqúe as suas características e necessidades.

b) Contabilidade e informação financeira


É na contabilidade que se conclui todas transacções que previamente tiveram lugar nas
restantes áreas funcionais. O objectivo da contabilidade é a produção de um conjunto de
informações financeiras sobre a empresa utilizada na tomada de decisões. Estas podem
afectar, a empresa no seu todo, em alguma área em concreto, a política da empresa com
terceiros e a própria actuação destes na sua relação comercial ou financeira com empresa.

Funções dos responsáveis da área de contabilidade:

 A preparação dos registos diários, correspondentes a transacções que tenham tido


lugar em cada área operacional;
 O registo na razão geral dos registos diários anteriores;

13
 O registo dos ajustamentos com objectivo de adequar as demonstrações financeiras
com os princípios contabilísticos e critérios de valorimetria estabelecidos pela
direcção.

c) Gestão de tesouraria
A maior parte das transacções, que tem lugar na empresa, de uma forma directa ou indirecta,
envolvem meios monetários. A gestão de tesouraria manterá contacto com instituições
financeiras, como o banco, analistas financeiros e mercado de valores. Entre a documentação
que circula, encontra-se o papel comercial e outros efeitos ou documentos a cobrar e a pagar.
É através da gestão de tesouraria que a área financeira esta inter-relacionada com as outras
áreas funcionais.

Funções da gestão de tesouraria:


 O apuramento das necessidades de tesouraria;
 A aplicação dos excedentes de tesouraria;
 A realização de actividades orientadas para a utilização dos fundos monetários
visando a sua optimização.
 O pagamento a investidores e credores;
 A custódia física dos meios monetários;
 A custódia física dos valores e outra documentação justificativa dos investimentos
realizados.

4.1.1.4. Pontos Fracos da área financeira


 A não utilização do fundo fixo de Caixa;
 A não elaboração periódica de reconciliações bancárias;
 A não actualização das assinaturas para a movimentação das contas bancárias;
 A emissão de cheques ao portador;
 A não verificação de documentos que suportam os pagamentos;
 A não segregação de funções, concentrando-se na mesma pessoa a aprovação e o
pagamento de documentos.

4.1.1.5. Objectivos de Controlo Interno na área financeira

a) Objectivo de Autorização
 As operações de financiamento, investimento e movimento de capitais devem estar
adequadamente autorizadas;

14
 Manter procedimentos contabilísticos que dão origem as informações financeiras de
qualidade.

i) Procedimentos do auditor
 Descrição por escrito de quando que valor e em que condições se devem contrair
financiamentos externos.

ii) Riscos de não se alcançar o objectivo


 Custos financeiros podem se tornarem excessivos;
 Nível de endividamento ultrapassar os limites previstos e tornarem-se insuportáveis;
 Excedentes financeiros podem ser aplicados em investimentos pouco produtivos;
 Mudanças na segregação de funções do pessoal da contabilidade e elaboração de
informação financeira sem a devida autorização.

b) Objectivo de Contabilização
 As operações de financiamento, investimento e movimento de capitais devem
registar-se adequadamente nas contas respectivas;
 Os registos contabilísticos e outros procedimentos utilizados na elaboração da
informação contabilística, devem resumir, classificar e reportar os factos.

i ) Procedimentos do auditor:
 Definição adequada de políticas contabilísticas;
 Apresentar informação periódica à direcção como meio de controlo do risco por
Bancos;
 Apresentar à actualização de outros registos detalhados de passivos financeiros e
investimentos.

ii ) Riscos de não se alcançar o objectivo


 Classificação errada que pode dar origem a decisões erradas;
 Desconhecimento de valores disponíveis em linhas de financiamento;
 Falta de informação sobre os custos das operações financeiras e impossibilidade de
avaliar alternativas de gestão com recursos mais económicos.

c) Objectivo de Verificação e Avaliação


 Periodicamente deverá ser verificado e avaliado o saldo das contas dos investimentos
e dívidas de financiamento e o respectivo risco por Banco.

15
i) Procedimentos do auditor:
 Apresentar a confirmação directa e por escrito, acerca dos saldos das contas da
empresa;
 Rever as reconciliações bancárias e inspeccionar as disponibilidades em Caixa.

ii) Riscos de não se alcançar o objectivo


 Decisões baseadas em informação errada e demonstrações financeiras que não
reflectem a realidade, ou seja demonstrações de resultados não credíveis.

d) Objectivo de Salvaguarda dos Activos


 O acesso ao dinheiro e demais documentação deve ser permitido somente a pessoas
autorizadas pela Administração.

i) Procedimentos do auditor:
 Apresentar por escrito a descrição, das responsabilidades na salvaguarda dos activos
(custódia e gestão dos valores e acesso aos registos contabilísticos).

ii) Riscos de não se alcançar o objectivo


 Desvio de valores e manipulação dos registos contabilísticos.

e) Objectivo de processamento de transacções


 Os movimentos de dinheiro na sua vertente captação e aplicação devem ser
reconhecidos, aceites, processados e informados com exactidão e em tempo oportuno.

i) Procedimentos do auditor:
 Verificar a implementação dos procedimentos das transacções correspondentes.

ii) Riscos de não se alcançar o objectivo


 Se os processos de transacções estiverem errados serão tomadas decisões numa base
errada o que se traduz em prejuízos para empresa.

4.1.1.6. Programa de auditoria


Na área financeira o auditor interno leva acabo uma auditoria que engloba a auditoria
financeira e operacional.

a) Auditoria financeira
Confirmar se as contas de tesouraria se apresentam correctamente e razoavelmente nas
demonstrações financeiras da empresa. Para isso deve confirmar que:

16
 Os saldos evidenciados nas demonstrações financeiras representam os meios
monetários em poder da empresa em circulação ou em bancos;
 Os meios monetários se encontram adequadamente classificadas e valorizadas nas
demonstrações financeiras e se detalham ou explicam os saldos não disponíveis.

b) Auditoria operacional
 Avaliar a eficiência do pessoal responsável, na aplicação dos procedimentos e normas
esquematizados para efectuar as actividades próprias de gestão de tesouraria, a fim de
evitar a ma aplicação dos fundos com os custos financeiros que lhes estão associados;
 Avaliar a eficiência e eficácia da área na origem e aplicação de fundos.

4.1.2. Área de compras


A área de compras compreende a aquisição de bens e serviços correntes e a área de aquisição
de bens imobilizados.

4.1.2.1. Função da área de compras


 Obtenção de informação de fornecedores e de outros credores da empresa acerca de
preços, condições técnicas e prazo de entrega;
 Emissão de nota de encomenda com base no pedido de bens e serviços solicitado por
outras áreas operacionais;
 Recepção e inspecção de bens e serviços;
 Reconhecimento da obrigação de pagamento pelas compras efectuadas;
 Registo das compras de acordo com a sua natureza.

4.1.2.2. Pontos Fracos na área de compras


 Centralização numa só pessoa da decisão da compra;
 A não conferência da quantidade e qualidade das existências aquando de recepção;
 A não conferência das facturas relativamente as operações aritméticas, recepção de
existências e comparação com os pedidos efectuados;
 Contabilização da concretização de existências não recepcionadas;
 Falta de segregação de funções na compra, recepção de existências registo nas contas
a pagar e pagamento.

17
4.1.2.3. Objectivos de Controlo Interno na área de compras

a) Objectivo Autorização
 As mercadorias, bens de imobilizado e serviços devem ser pedidos de acordo com as
normas estabelecidas pela Administração e aos Fornecedores ou Outros Credores
previamente seleccionados;
 Os pagamentos dos bens e serviços devem ser autorizados de acordo com os critérios
estabelecidos pela Administração.

i) Procedimentos do auditor:
 Ter informação detalhada e documentada dos critérios a seguir na aceitação de
fornecedores, bem como a fixação de condições;
 Manter uma lista de fornecedores autorizados e devidamente actualizado;
 Controlo de stocks de segurança das existências e outros bens para garantir que as
compras não excedam as necessidades reais;
 Definir as condições de compra: local, data de entrega, condições de pagamento e
transporte.

ii) Riscos de não se alcançar o objectivo


 Pagamento a Fornecedores e outros credores não autorizados ou inexistentes;
 Demoras nas entregas pelo fornecedor e outros credores que podem ocasionar atrasos
no cumprimento do plano de vendas, produção ou rupturas de stocks;
 Compras de existências, bens e serviços desnecessários em momentos ou quantidades
indevidas.

b) Objectivo de Contabilização
 Toda a informação relacionada com as compras e os respectivos valores a pagar,
devem classificar-se e personificar-se correctamente, de acordo com o Plano de
Contabilidade previamente estabelecido.

i) Procedimentos do auditor:
 Apresentar uma definição por escrito das contas a utilizar e prévia autorização em
casos de alteração do plano;
 Verificação do código do fornecedor antes de registar uma transacção.

ii) Riscos de não se alcançar o objectivo


 Demonstrações Financeiras incorrectas ou incompletas;

18
 Classificações inadequadas e registos fora do período de competência.

c) Objectivo de Verificação e Avaliação


 Periodicamente deverá ser verificado e avaliado o saldo das contas de compras e
contas a pagar.

i) Procedimentos do auditor:
 Análises regulares de saldos antigos ou anormais nas contas de fornecedores e outros
credores;
 Confirmação directa aos fornecedores e outros credores dos respectivos saldos e
justificação das divergências;
 Confirmação da existência física dos bens do imobilizado com as fichas individuais
dos mesmos.

ii) Riscos de não se alcançar o objectivo


 Registo incorrecto e com atraso nas contas a pagar;
 Perda de descontos de pronto pagamento por registo em contas erradas;
 Informação financeira e operacional errada que desvirtue a situação real da empresa.

d) Objectivo de Salvaguarda dos Activos


 O acesso aos bens, e demais documentação deve ser permitido somente a pessoas
autorizadas pela Administração.

i) Procedimentos do auditor
 Descrição por escrito, das responsabilidades na salvaguarda dos activos (custódia e
gestão dos bens e acesso aos registos contabilísticos).
 Definição de uma política de seguros, incluindo as actualizações periódicas.

ii) Riscos de não se alcançar o objectivo


 Manipulação dos registos das compras e contas a pagar ou destruição de dados o que
podem levar a produção de informação não fiável e consequentemente, ocasionar
prejuízos a empresa, fornecedores e outros credores.

e) Objectivo de processamento de transacções


 Só se aceita mercadorias, bens de imobilizado e serviços cujos pedidos de
encomendas de clientes que tenham sido previamente aprovados pela direcção. As
entradas nos armazéns da empresa, ou os serviços recebidos, devem ser

19
documentados, registados e contabilizados com exactidão e no período competente e
nas respectivas contas a pagar.

i) Procedimentos do auditor:
 Manual de procedimento por escrito para iniciar a compra;
 Fazer a manutenção do arquivo dos pedidos ainda não totalmente satisfeitos pelos
fornecedores;
 Inspeccionar periodicamente o preenchimento e autorização de documentos
relacionados com as compras;
 Aprovação pela direcção de compras em condições excepcionais ou especiais;
 Utilização de documentos padrão pré-enumerados;
 Elaborar a relação de assinaturas para aprovação de pedidos;
 Confirmação da realização de contagens físicas periódicas;
 Segregação de funções entre quem solicita o produto, bem ou serviço e quem recebe;

iii) Riscos de não se alcançar o objectivo


 Aceitação e pagamento de mercadorias que deveriam ter sido devolvidas ou não
recebidas;
 Aceitação de mercadorias, bens e serviços fora do prazo estipulado;
 Aceitação de pedidos não autorizados previamente;
 Registos inadequados da recepção de mercadorias, bens e serviços que podem
originar em registos incorrectos nos inventários ou saldos de stocks diferentes das
existências reais, dívidas contraídas com terceiros por entrega de bens, mercadorias e
prestações de serviços não registados no período correspondente, registos de
obrigações de pagamentos correspondentes a devoluções a fornecedores ou a entrega
parciais de fornecedores e outros credores;
 Recepção de imobilizado em desacordo com as condições negociadas, e, ou, com
qualidade inferior.

4.1.2.4. Programa de auditória


Na área de compras o auditor interno leva a cabo uma auditoria que engloba a auditoria
contabilística financeira e operacional.

a) Auditoria Contabilístico - Financeira


Confirmar se as contas reflectem a apropriada e razoavelmente nas demonstrações financeiras
de compras, bem como o reconhecimento da obrigação de pagamento. Para isso haverá que
determinar que:

20
 Os saldos evidenciados nas demonstrações financeiras representam os bens, as
mercadorias, os materiais fornecidos, propriedades da empresa e estão em armazém,
em trânsito, a consignação ou em poder de terceiros;
 As contas que reconhecem os inventários ou os activos não correntes estão
valorizadas ao preço do mercado, ao preço do custo ou mais abaixo dos dois de
acordo com os critérios de mensuração e princípios contabilísticos geralmente aceites
aplicados uniformemente;
 As obrigações a pagar resultantes das compras estão devidamente reflectidas nas
demonstrações financeiras e valorizadas correctamente;
 Foi tido em consideração e existe uma prova razoável e as contas das demonstrações
financeiras não estão valorizadas de forma excessiva. Se foi tido em conta a
obsolescência ou defeito e aparecem reduzidas ao seu valor realizável liquido;
 Existe algum tipo de limitações na disponibilidade de qualquer bem da empresa,
produtos ou mercadorias, por garantias, hipotecas, fianças. Em caso confirmativo se
encontram devidamente divulgadas;
 Os saldos das contas que registam as amortizações acumuladas são razoáveis, tendo
em conta a vida útil dos bens e se estão correctamente reflectidas nas demonstrações
financeiras.

b) Auditoria Operacional
 Avaliar a eficiência da aplicação dos procedimentos e normas concebidas para
efectuar as actividades próprias da gestão da área de compras pelo pessoal
responsável;
 Avaliar a eficiência da empresa na selecção dos seus fornecedores e outros credores
ou critérios que seguem para efectuar as encomendas;
 Avaliar a eficiência e eficácia na gestão de compras.

4.1.3. Área de produção


Esta área operacional abrange um conjunto de actividades que visam transformar os recursos
obtidos em produtos acabados, de tal forma que possam ser oferecidos aos clientes,
facilitando as compras em local e em momento adequado, e com o mínimo investimento em
existências e uma eficácia no processo de produção.

4.1.3.1. Actividades específicas da área de produção:


 As metodologias utilizadas para imputação dos diversos custos na valorização dos
inventários e na contabilização do custo dos produtos vendidos;

21
 Os procedimentos que visam assegurar em que medida de produção se realiza em
função das responsabilidades de venda, dos pedidos efectivamente recebidos na área
de vendas, da capacidade produtiva;
 O acompanhamento do nível de existências face as necessidades da empresa.

Na área de produção o auditor leva a cabo uma auditoria que engloba a vertente contabilístico
financeira e operacional.

4.1.3.2. Pontos Fracos na área de produção


 Armazenamento inadequado;
 Não existência de normas escritas para efectuar contagens físicas;
 Falta de reconciliação entre os saldos do razão e as fichas de existências;
 Falta de coordenação entre a produção e vendas;
 Inexistência de um sistema de informação para apuramento dos custos de produção.

4.1.3.4. Objectivos de Controlo Interno

a) Objectivo de Autorização
 A natureza e quantidades das existências a adquirir, os níveis de existências a manter,
as regularizações de existências e demais procedimentos da área de produção deverão
estar adequadamente aprovados, de acordo com os critérios definidos pela
Administração.

i) Procedimentos do auditor:
 Descrição por escrito dos critérios estabelecidos pela Administração relativo a: local
de armazenagem dos bens e produtos da empresa, níveis de existências para que não
excedam os stocks máximos, controlo de qualidade a todos os produtos que entrem
em armazém, normas escritas para os produtos rejeitados no controlo de qualidade.

ii) Riscos de não se alcançar o objectivo


 A empresa pode produzir produtos não autorizados ou em quantidades que excedam
os níveis de existências definidos pela Administração, podendo originar: inventários
com produtos obsoletos, devoluções de vendas devido à baixa qualidade de produtos;
 A empresa pode incorrer em custos excessivos ou adicionais para manter os
inventários;
 Os níveis de inventários excessivos podem originar problemas financiamento, com a
consequente venda a preços mais baixos;

22
 A empresa pode utilizar um método de amortização que não corresponde ao desgaste
originado pelo processo produtivo.

b) Objectivo de Contabilização
 Os dados relacionados com o processo de produção devem ser classificados e
registados com exactidão nas contas de existências (custos dos materiais, mão-de-obra
e os gastos indirectos afectos aos produtos acabados).

i) Procedimentos do auditor:
 Definição por escrito das contas a utilizar e prévia autorização em casos de alteração
do plano;
 Verificação do código do fornecedor antes de registar uma transacção;
 Realização de inventários físicos periódicos das existências em armazém;
 Comparações periódicas dos resultados das contagens físicas com os registos
contabilísticos.

ii) Riscos de não se alcançar o objectivo


 Demonstrações Financeiras incorrectas ou incompletas;
 Apresentação incorrecta dos custos reais de produção que originará que o cálculo do
resultado não seja o adequado e consequentemente a informação básica para a tomada
de decisões não seja fiável.

c) Objectivo de Verificação e Avaliação


 Periodicamente, os saldos contabilísticos devem ser confirmados e avaliados com as
existências em armazém.

i) Procedimentos do auditor:
 Descrição por escrito dos critérios valorimétricos das saídas de armazém, bem como
os procedimentos a utilizar.

ii) Riscos de não se alcançarem os objectivos


 Tomada de decisões erradas baseadas em informações erradas;
 Os saldos das contas podem estar incorrectos, ou não evidenciar a informação
necessária.

23
d) Objectivo de Salvaguarda dos Activos
 O acesso aos armazéns e ao departamento de produção deve estar limitado às pessoas
autorizadas, segundo os critérios definidos pela Administração.

i) Procedimentos do auditor:
 Descrição das responsabilidades de salvaguarda de activos através de manuais de
procedimentos e atribuição de funções;
 Acesso restrito aos armazéns;
 Adequada atribuição de funções entre as pessoas responsáveis da custódia e do registo
das existências.

ii) Riscos de não se alcançar o objectivo


As existências em armazém podem deteriorar-se ou perder-se.

e) Objectivo de Processamento das Transacções


 Só devem ser aceites as ordens de produção que estejam de acordo com os critérios
definidos pela Administração;
 Processamento oportuno e com exactidão das transacções.

i) Procedimentos do auditor:
 Descrição por escrito dos procedimentos referentes ao pedido e aprovação das ordens
de produção;
 Utilização de documentos pré-numerados (pedido de material ao armazém, relação de
material por produto, entre outros);
 Comparação da ordem de fabricação com o pedido do cliente antes da execução (caso
seja aplicável);
 Revisão periódica e actualizada do sistema utilizado para a imputação dos custos de
produção.

ii) Riscos de não se alcançar o objectivo


 Podem utilizar-se existências de materiais no processo produtivo e não ser registadas,
originando:
 Informação incorrecta sobre o volume de existências por tipo de inventário (matérias-
primas, produtos em curso, produtos acabados) o estabelecimento de preços de venda
dos produtos acabados com base em informação errada, pode existir produção
acabada disponível para a venda ainda não registada.

24
4.1.3.5. Programa de auditoria

a) Auditoria Contabilístico – financeira


 Confirmação de valores relatados nas demonstrações financeiras relativamente aos
inventários de existência, verificando se reflectem razoavelmente os custos de
produção;
 Confirmação da razoabilidade dos saldos reflectidos nas demonstrações financeiras
com as quantidades e valores dos inventários físicos;
 Confirmar a razoabilidade dos saldos reflectidos nas demonstrações financeiras
relativos a avaliação de produção, bem como dos trabalhos da própria empresa.

b) Auditoria Operacional
Avalia a eficácia e a eficiência de:

 Procedimentos utilizados pela empresa para valorizar as existências em armazém;


 Avalia os procedimentos e normas para executar as ordens de produção;
 Programas de produção baseadas na previsão de vendas que são fornecidos pela área
de venda;
 Consecução de normas que regulam os pedidos de matéria-prima e outros materiais
do armazém, baseado nas ordens de produção a fabricar;
 Procedimentos que a empresa utiliza para dar saída das existências obsoletas;
 Adequação da localização dos armazéns e das características especificas das
existências.
 Procedimentos e normas utilizadas para o controlo de qualidade ao longo do processo
de fabrico até á colocação no cliente;
 Programas de afectação e imputação da mão-de-obra;
 Programas de manutenção dos equipamentos de produção;
 Avaliação da eficiência e eficácia da gestão de produção.

4.1.4. Área de vendas


Esta área abarca todo o conjunto de actividades com vista a trocar por meios monetários os
produtos ou serviços da empresa.

4.1.4.1. Actividades específicas da área de vendas:


 Actividades relacionadas com a recepção e aprovação das encomendas dos clientes;
 Consecução de crédito ao cliente;
 Expedição do produto ou mercadoria do cliente;
 Emissão da factura;

25
 Cobrança da factura;
 Registos contabilísticos inerentes.
As encomendas dos clientes efectuam-se directamente ao se tratar de venda ao público, pelo
correio, ou, caso a empresa tenha uma rede de vendedores ou agentes a encomenda e
efectuada através destes.

4.1.4.2. Objectivos de Controlo Interno na área de vendas

a) Objectivo de Autorização
 A venda de produtos e/ou prestação de serviços, o tipo de cliente a aceitar, as
condições de pagamento, o limite de autorização de crédito e outros assuntos
relacionados, devem ser autorizados de acordo com os critérios de competência
previamente definidas.

i) Procedimentos do auditor:
 Ter informação detalhada e documentada dos critérios a seguir na aceitação da
encomenda de um cliente;
 Manter uma lista de clientes autorizados e devidamente actualizada;
 Definir as condições de venda: local, data de entrega, condições de pagamento e
transporte;
 Definir os critérios de formação de preços e condições de venda;
 Tabela de preços devidamente actualizada.

ii) Riscos de não se alcançar o objectivo


 Aceitação de encomendas a preços ou condições não aprovados pela Direcção;
 Aceitação de encomendas de pessoas ligadas a empregados a preços não autorizados e
sem o devido conhecimento da Direcção;
 Pode-se vender a crédito a pessoas não autorizadas, podendo ocasionar cobranças
difíceis.

b) Objectivo de Contabilização
 Toda a informação relacionada com as vendas e os respectivos valores a cobrar,
devem classificar-se e personificar-se correctamente, de acordo com o Plano de
Contabilidade previamente estabelecido.

i) Procedimentos do auditor:
 Definição por escrito das contas a utilizar e prévia autorização em casos de alteração
do plano;
 Análise periódica da antiguidade dos saldos.

26
ii) Riscos de não se alcançar o objectivo
 Demonstrações Financeiras incorrectas ou incompletas Classificações inadequadas e
registos fora do período de competência;
 Vendas a clientes insolventes.

c) Objectivo de Verificação e Avaliação


 Numa base periódica, deve-se avaliar a razoabilidade dos saldos a cobrar, assim como
as respectivas contrapartidas.

i) Procedimentos do auditor:
 Análise e investigação de saldos antigos ou anormais;
 Verificação da correspondência com clientes;
 Decomposição de saldos em função da idade;
 Investigação de reclamações recebidas dos clientes;
 Confirmação directa dos saldos dos clientes e justificação das divergências;
 Verificação do cumprimento das normas na observância dos limites de concepção de
crédito;
 Revisão analítica da tendência da evolução de crédito.

ii) Riscos de não se alcançar o objectivo


 Manutenção de contas incobráveis;
 Pode deixar de se reclamar vendas que por erro não tenham sido registadas;
 Pode se produzir informação financeira errada que desvirtua a situação real da
empresa e conduza a gestão a tomar decisões inadequadas.

d) Objectivo de Salvaguarda dos Activos


 O acesso aos documentos de cobrança, registos de vendas, expedição e recebimentos
e os locais onde são processados as transacções, deve ser restrito segundo critérios
definidos pela Administração.

i) Procedimentos do auditor:
 Segregação de deveres e de responsabilidades nas funções de expedição de
mercadorias facturação registo e controlo das contas correntes, relação actualizada do
pessoal autorizado, cobranças (Informação ao cliente para pagamento com cheque
nominativo a favor da empresa).

ii) Riscos de não se alcançar o objectivo


 Manipulação dos registos das vendas e/ou destruição de dados que habilitam a
empresa a cobrar os valores o que se traduz em prejuízo para empresa.

27
e) Objectivo de processamento de transacções
 Aceitar encomendas de clientes que tenham sido previamente aprovados pela alta
direcção dos serviços comerciais. As saídas dos armazéns da empresa, ou serviços
efectuados, devem ser documentados, registados e contabilizados com exactidão e no
período competente e nas respectivas contas a cobrar.

i) Procedimentos do auditor:
 Procedimento escrito para iniciar e aprovar uma venda a crédito;
 Inspecção periódica do preenchimento e autorização dos documentos das vendas;
 Aprovação pela direcção de vendas em condições excepcionais ou especiais;
 Utilização de documentos padrão pré-numerados;
 Relação de assinaturas para aprovação de encomendas;
 Analisar as razões de aprovação duma encomenda;
 Procedimentos para informação dos clientes de encomendas não satisfeitas;
 Procedimento a efectuar para expedições não facturadas;
 Segregação de funções: recepção das reclamações, inspecção da mesma facturação;
 Investigação das reclamações dos clientes.

ii) Riscos de não se alcançar o objectivo


 Registo de vendas de mercadorias não expedidas/enviadas;
 Expedir-se mercadorias e ou serviços não facturadas o que origina: - Subavaliação
das vendas e valores a receber, registo e controlos incorrectos do valor das
existências, emitir-se facturas incorrectas originando vendas e cobranças duvidosas,
envio ao destino errado, originando cobranças difíceis, envio de mercadorias em
quantidades e qualidade inadequadas originando devoluções e reclamações que até
podem conduzir a perda do cliente;
 Envio de mercadorias fora dos prazos acordados como os clientes, originando
dificuldades de cobrança;
 Envio de mercadorias a clientes que ultrapassaram o seu limite de crédito, originando
dívidas de difícil cobrança.

4.1.4.3. Programa de auditoria

a) Auditoria contabilistico-financeira
Confirmar se as contas reflectem razoavelmente nas demonstrações financeiras de venda,
bem como o reconhecimento dos direitos a receber. Por isso haverá que determinar-se os
seguintes pontos

28
 Os saldos evidenciados nas demonstrações financeiras representam os bens, as
mercadorias, os materiais expedidos ou em poder de terceiros;
 Os direitos a receber resultantes das vendas estão devidamente mensurados e
classificados nas demonstrações financeiras e valorizados correctamente.

b) Auditoria Operacional
Avaliar a eficiência na aplicação dos procedimentos e normas concebidas para efectuar as
actividades próprias das gestões da área de vendas pelo pessoal responsável. Avaliar a
eficiência e eficiência de vendas, relativas ao seguinte:

 Sistema utilizado pela empresa para aprovação de crédito a conceder a clientes,


avaliando o riscos;
 Capacidade da empresa satisfazer seus clientes;
 Antiguidade dos saldos a cobrar e respectivos riscos;
 Concepção de normas que regulam as encomendas dos clientes;
 Procedimentos que a empresa utiliza para mais entradas resultantes de devoluções de
clientes.

4.1.5. Área da gestão do pessoal


 A área da gestão do pessoal, poderá englobar um conjunto de actividades relacionadas
com requisição interna, recrutamento e selecção, contratação, acompanhamento,
orçamento de salário, sua contabilização e pagamentos;
 Na área de gestão do pessoal o auditor leva a cabo uma auditoria que engloba a
vertente contabilística financeira e operacional.

4.1.5.1. Funções da área da gestão do pessoal


 Recrutamento dos recursos humanos para satisfazer as necessidades da empresa com
base nas solicitações recebidas das restantes áreas funcionais;
 O estabelecimento de normas e procedimentos de selecção e contratação do pessoal,
admitido e despedido;
 A formulação da política de ordenados e salários e outras retribuições
complementares;
 A definição das funções de postos de trabalho e a valorização dos mesmos;
 A negociação de convenções colectivas ou outro tipo de acordos com o pessoal;
 A elaboração de programas de formação do pessoal;
 O controlo de assiduidade do pessoal;
 Avaliação do desempenho;

29
 A preparação e elaboração da relação de pagamentos.

4.1.5.2. Objectivos de Controlo Interno

a) Objectivo de Autorização
 O recrutamento, selecção, contratação e fixação de remuneração, atribuídos e demais
procedimentos relacionados com esta área deverão estar autorizados e responder às
necessidades da empresa de acordo com os critérios estabelecidos pela
Administração.

i) Procedimentos do auditor:
 Estabelecer procedimentos por escrito para o recrutamento, selecção e contratação do
pessoal;
 Estabelecer procedimentos por escrito para incluir no processamento de salários o
pagamento de horas extras, subsídios, prémios e férias. Através de aplicação de
procedimentos de auditoria interna verificar numa base periódica o cumprimento das
normas e políticas fixadas pela Administração;
 Limitar a responsabilidade na atribuição de remuneração e comissões;
 Aprovação específica dos aumentos ou descontos anormais;
 Manter actualizado o ficheiro do pessoal e analisar e aprovar o ficheiro do controlo de
assiduidade e análise periódica das remunerações.

ii) Riscos de não se alcançar o objectivo


 Pode contratar-se pessoal que não reúne condições e qualidades exigidas;
 Pode contratar-se pessoal excessivo para as necessidades;
 Pode se pagar valores em desacordo com os critérios definidos pela Administração,
ocasionando infracções de ordem legal, como seja o salário mínimo, retenções na
fonte e adiantamento ao pessoal sem capacidade de pagamento originando dívidas
incobráveis.

b) Objectivo de Contabilização
 Devem classificar-se, resumir-se e informar-se com exactidão nas contas de custos
com pessoal, relacionadas com o processamento de salários e outros encargos, tendo
em atenção as actividades da empresa, de acordo com o PGC.

i) Procedimentos do auditor
 Plano de contas detalhadas e manual de procedimentos escritos para sua alteração;
 Através de aplicação de procedimentos de auditoria interna, verificar periodicamente
o cadastro do pessoal, principal fonte de dados para processamento de salários;

30
 Fixação duma política de atribuição de remunerações.

ii) Riscos de não se alcançar o objectivo


 Erros nos registos das contas, sendo que sobre os encargos com pessoal há
responsabilidades de natureza fiscal;
 Pode se pagar importâncias erradas com base nos registos inadequados;
 Podem se registar no ficheiro individual de valores incorrectos originando informação
errada.

c) Objectivo de Salvaguarda dos Activos


 O acesso aos ficheiros de pessoal, registos e processamento de salários devem estar
limitados às pessoas autorizadas, segundo critérios da Administração.

i) Procedimentos do auditor:
 Comunicação adequada das responsabilidades de salvaguarda de activos através de
manuais de procedimentos e atribuição de funções;
 Adequada atribuição de funções entre as pessoas responsáveis pela custódia dos
registos.

ii) Riscos de não se alcançar o objectivo


 Os registos podem perder-se e/ou adulterar-se.

d) Objectivo de processamento de transacções


 A actividade realizada pelo pessoal, o cálculo das remunerações, retenções na fonte e
qualquer outra actividade relacionada com processamento de salários, devem estar de
acordo com critérios definidos pela Administração, processar-se e informar-se
oportunamente e com exactidão.

i) Procedimentos do auditor
 Elaboração de procedimentos detalhados e por escrito, para autorizar as funções dos
empregados;
 Utilização de fichas ou meios electrónicos para controlo de assiduidade;
 Aprovação prévia de trabalho extraordinário, mudanças de departamentos e de
turnos;
 Verificação diária dos registos de entradas e saída do pessoal, analisando a ficha de
ponto para prevenir o registo de tempo relativo a ausência do pessoal;
 Confirmação pelo responsável do departamento onde foi efectuado trabalho
extraordinário, a fim de que possam ser incluídas no salário;

31
 Informação detalhada e por escrito para o pagamento de despesas de deslocação e
estadias ao pessoal da empresa.

ii) Riscos de não se alcançar o objectivo


 Pode se utilizar pessoal para fins alheias à empresa, ou ineficiente ou em actividades
não autorizadas;
 Pode se pagar horas extras não trabalhadas;
 Pode existir troca de pagamento entre empregados;
 Pode pagar-se deslocações e estadias não realizadas ao serviço de empresa;
 Pode se registar inadequadamente passivos originados por custos com o pessoal;
 Pode classificar-se incorrectamente os custos com pessoal.

e) Objectivo de Verificação e Avaliação


 Verificação periódica dos saldos contabilísticos.

i) Procedimentos do auditor
 Através de aplicação de procedimentos de auditoria interna, verificar periodicamente
a evolução do saldo dos salários;
 Análise de reclamação do pessoal.

ii) Riscos de não se alcançar o objectivo


 As decisões podem se basear em informação errada;
 Saldos das contas podem estar errados e conduzirem a administração fiscal a
adicionamentos inadequados dos impostos.

4.1.5.3. Programa de auditoria

a) auditoria contabilística-financeira
 Verificar as contas que reflectem os custos com o pessoal, assim como os passivos
gerados em consequência do processamento do salário, se apresentam correctamente
nas demonstrações financeiras;
 Verificação dos valores referenciados nas demonstrações financeiras relativamente
aos custos com o pessoal se corresponde realmente aos trabalhadores pertencentes
aos quadros da empresa;
 Verificação da razoabilidade dos custos registados nas contas inerentes ao
processamento de salários e respectivos cálculos;
 Verificação se os custos com o pessoal dos passivos inerentes ao processamento de
salários estão adequadamente registados nas demonstrações financeiras.

32
b) Auditoria operacional
Avaliar a eficiência na aplicação de procedimentos e normas concebidos para efectuar as
actividades próprias da gestão do pessoal, isto e, avaliar a idoneidade do sistema de selecção
e contratação do pessoal de forma eficaz para utilizar os recursos humanos em função das
necessidades da empresa.

33
Conclusão
No presente trabalho concluímos que o programa de auditoria além de ser um planeamento de
auditoria, também serve para orientar na realização do exame e na aplicação de normas e
procedimentos de auditoria.

O programa de auditoria é de extrema importância para as organizações, pois pode-se


descobrir fraudes, erros, onde são verificados documentos, fichas, arquivos e as anotações
que comprovem a legitimidade dos actos administrativos, com isso o auditor pode orientar e
dar seu parecer ao administrador da situação da empresa, visto que este é que dá opiniões
sobre as demonstrações financeiras (balanço patrimonial, demonstrações do resultado, entre
outras) e que também contribui para a continuidade operacional de uma empresa.

As áreas operacionais (financeiras, de compra, de produção, de venda e de gestão de pessoal)


são as consideradas mais representativas numa empresa de acordo com o respectivo
organograma.

Por fim importa referir que este trabalho propõe o tratamento da auditoria interna como uma
técnica de revisão que propicie controlos internos eficazes, e que contribua para o êxito de
uma organização, visto que este controlo interno é considerado como um conjunto de
métodos e medidas adoptadas pela empresa, para salvaguardar seu património, conferir com
exactidão e fidedignidade dos dados contáveis e promover a eficiência operacional.

34
Bibliografia
ALMEIDA, B. (2014). Manual de Auditoria Interna: Uma análise integrada baseada no risco.
Escolar Editora.

ATTIE, W. (2011). Auditoria: Conceitos e Praticas. São Paulo: Editora Atlas S.A.

AUDIBRA. (1992). Normas brasileiras para o exercício da auditoria interna. 2 a Ed. São
Paulo.

Ciribelli, M. C. (2003). Como elaborar uma dissertação de Mestrado através da pesquisa


científica. Rio de Janeiro: 7 Letras.
CREPALDI, S. A. (2002). Auditoria Contábil: teoria e prática. 2.ed. São Paulo: Atlas.
Fonseca, J. J. S (2002). Metodologia da pesquisa científica. Fortaleza: UEC, Apostila.

Gerhardt, T. E., Silveira, D. T. (2009). Métodos de pesquisa. 1º Edição, UFRGS editora,


Brasil.

GOMES, E. D. (2009). Auditoria: alguns aspectos a respeito de sua origem. Revista científica
eletrônica de ciências contábeis. São Paulo.

IIA, Enquadramento das Práticas Profissionais de Auditoria Interna. Responsabilidade do


IIA, traduzidas pelo IPAI.

Marconi, A & Lakatos (2001). Fundamentos da metodologia científica. 5ª Edição, São Paulo,
editora Atlas.
MORAIS, G. M. (2007). Auditoria Interna: Função e Processo. Áreas Editora.

PINHO, R. C. S. (2007). Funcionamentos de Auditoria. São Paulo. Editora Atlas SA.

Prodanov, C. C., & Freitas, E. C. (2013) . Metodologia do trabalho científico: Métodos e


Técnicas da Pesquisa e do Trabalho Acadêmico.2ª edição.

SEVERINO, A. J. (2007). Metodologia do Trabalho Científico. 23 Ed. São Paulo.

Teixeira, E. (2001). As Três Metodologias: Académica, da ciência e da pesquisa. 5 Ed.


Belém: UNAMA.

VALÉRIO, C. V. (2003). Auditoria Interna com Enfoque nos Controles Internos. São Paulo.

Vieira, S. (2009). Como elaborar questionários. São Paulo: Atlas.

35
36

Você também pode gostar