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17/10/2021 15:18 O pensamento selvagem de Lèvi-Strauss

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O pensamento selvagem de Lèvi-


Strauss
AUGUST 31, 2003

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Pense na cena: o rei da França e um cacique tupinambá, frente a frente,


perante damas e cavalheiros da corte, em Paris. A cena inusitada se deu no
século 16, quando os franceses haviam estabelecido no Brasil a sua efêmera
França Antártica e o rei Carlos IX, desejoso de conhecer os hábitos estranhos
de seus novos súditos, levou um chefe e dois guerreiros indígenas para a
Europa.

Foi uma sorte que entre cortesãos e servidores de Sua Alteza estivesse
presente o filósofo Michel de Montaigne, que descreveu os acontecimentos
no livro Ensaios. Graças a ele ficamos sabendo que os chamados “selvagens”
ficaram tão espantados quanto os franceses. “Eles notaram”, escreveu, “que
há entre nós homens bem fornidos que gozam de todas as comodidades da
vida, enquanto às suas portas mendigam os homens da nossa outra metade,
emagrecidos pela fome e pela pobreza.”

As memórias de Montaigne diferem do relato que o conquistador Nicolas


Durand de Villegaignon enviava da América: “Essa gente é muito arisca e
selvagem, não tem nenhuma cortesia e é muito diferente de nós; não têm
religião, não conhecem a honestidade e não sabem distinguir o certo do
errado; são animais com figura de homens”.

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As duas narrativas revelam faces do comportamento que os europeus teriam


frente aos povos do Novo Mundo: o colonizador, de olho nas riquezas
naturais, sente-se filho de uma civilização superior, com direito a explorar os
“selvagens”. O filósofo sabe não ser tão fácil distinguir o certo do errado e
aproveita o contato para conhecer melhor não só a espécie humana, mas a
própria civilização.

Claude Lévi-Strauss, que criou, já no século 20, as teses da moderna


antropologia, está no segundo caso. Um pajé tupi poderia dizer que o
espírito de Montaigne continuou a inspirá-lo. O principal herdeiro dessa
linhagem tornou-se o cacique do chamado estruturalismo. Mas trata-se de
um descendente rebelde. Em Montaigne, o contato com os tupinambás
inspirou o sentimento de que “por certo, o homem é um tema
maravilhosamente vão, diverso e ondulante; não é apropriado nele fundar
um juízo constante e uniforme”. Lévi-Strauss aceitou a primeira parte, mas
desafiou a segunda. Para ele, a antropologia devia buscar, por trás da
diversidade da espécie humana, o que ela tem de universal.

O pensamento selvagem de Lèvi Strauss: Estruturas

“Esta é a evolução típica a que assistimos, desde o Egito até a China, no


momento em que a escrita faz sua estreia: ela parece favorecer mais a
exploração dos homens do que o seu estabelecimento.“ Cadiueu – Mato
Grosso

“Esta é a evolução típica a que assistimos, desde o Egito até a China, no


momento em que a escrita faz sua estreia: ela parece favorecer mais a

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exploração dos homens do que o seu estabelecimento.“ Cadiueu – Mato


Grosso (Marcelo Zocchio/)

Essa busca, porém, não poderia se basear em preconceitos ocidentais. Era


preciso romper com as teorias evolucionistas do século 19, segundo as quais
as sociedades ditas “primitivas” representam estágios ultrapassados pelo
Ocidente no caminho do progresso. A saída era comparar as mais variadas
sociedades em busca das chamadas “invariantes”, aquilo que todas têm em
comum. Por exemplo: o tabu do incesto, a capacidade de comunicação, a
necessidade de preparar os alimentos e a interação com a natureza.

Estudando como esses aspectos se manifestam em cada sociedade, Lévi-


Strauss pretendeu decifrar as relações entre o ser humano, a natureza e a
cultura já em sua primeira obra clássica: As Estruturas Elementares do
Parentesco, de 1949. A inspiração para as “estruturas” veio da linguística. Para
o antropólogo, as sociedades se organizam como se fossem frases ou modos
de falar, que podem ser diferentes entre si, mas obedecem a um mesmo
código ou sistema universal.

Essa concepção foi revolucionária, pois rompia para sempre a tradicional


dicotomia entre natureza e cultura. O estruturalismo refutou a oposição
entre esses termos ao mostrar como a cultura é uma produção – e não uma
negação – da natureza.

“A música e o mito são linguagens que transcendem, cada uma à sua


maneira, o nível da linguagem articulada.“ Bororo – Mato Grosso

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“A música e o mito são linguagens que transcendem, cada uma à sua


maneira, o nível da linguagem articulada.“ Bororo – Mato Grosso (Marcelo
Zocchio/)

Tristes trópicos

Se os brasileiros do século 16 foram até Montaigne, Lévi-Strauss veio até os


do século 20. Na década de 30, a recém-criada Universidade de São Paulo
(USP) convidou o jovem Lévi-Strauss para a cadeira de sociologia. A
aventura transatlântica mudaria sua vida e a história das ciências sociais.

Claude Lévi-Strauss nasceu em Bruxelas, na Bélgica, em 1908, filho de


judeus de origem francesa. Seu pai era um pintor e o ambiente em sua casa
era marcado pelo culto às artes, à poesia e à música. A Primeira Guerra
Mundial marcou sua infância e quando ele chegou à Universidade de Paris,
em 1927, pouco restava da confiança européia nos ideais de progresso da
civilização ocidental.

Formado em direito e filosofia, Lévi-Strauss lecionava num liceu quando lhe


ofereceram o cargo na USP. Nos finais de semana, disseram-lhe, poderia
visitar aldeias indígenas nos arredores da cidade. Imagine sua decepção
quando chegou a São Paulo, que em 1934 já era a mais urbanizada das
cidades brasileiras. Ele não se deu por vencido e aproveitou suas férias na
Universidade para viajar pelo interior do país. Conheceu os cadiueus, junto
à fronteira com o Paraguai e visitou aldeias bororos, no Mato Grosso do Sul.
Foram cinco meses de contato direto com grupos indígenas. A temporada
no Brasil durou até 1937 e está narrada no livro Tristes Trópicos, de 1955.

Em 1938, com apoio do governo francês, Lévi-Strauss retornou ao Brasil.


Dessa vez, a base foi Cuiabá e ele visitou os nambiquaras do Mato Grosso e

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os tupi-cavaíbas do Alto-Machado, no Amazonas. Mas os tambores do


Ocidente começaram a soar e Segunda Guerra fez com que ele regressasse à
França para o serviço militar. Quando os alemães invadiram o país ele partiu
para Nova York, onde estava a nata da intelectualidade européia, com quem
passou a conviver e debater suas idéias. Foi a conclusão de sua formação
teórica. Na juventude, os interesses intelectuais de Lévi-Strauss foram a
geologia, a psicanálise e o marxismo. De Sigmund Freud, ele herdou as teses
sobre o inconsciente e a certeza de que a combinação de elementos mais
insólita (como os sonhos) é sempre passível de uma interpretação. O legado
de Karl Marx não foi apenas a crítica da civilização ocidental, mas a idéia de
que é necessário organizar os dados da realidade numa teoria original.

Anos depois, ele passaria a criticar vários aspectos da psicanálise e do


marxismo e abandonaria os estudos de geologia em troca de uma paixão pela
botânica e pela zoologia. Mas todos esses interesses marcaram o
estruturalismo. “Os três demonstram que compreender consiste em reduzir
um tipo de realidade a outro; que a realidade verdadeira nunca é a mais
patente; e que a natureza do verdadeiro já transparece no zelo que este
emprega em se ocultar”, escreveu.

O pensamento selvagem de Lèvi Strauss: Signos e mitos

“Enquanto os brancos proclamavam que os índios eram animais, os


segundos contentavam-se em suspeitar que os primeiros fossem deuses. Em
nível idêntico de ignorância, o último procedimento era, com certeza, mais
digno de homens.“ Tupi-cavaíba – Amazônia

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“Enquanto os brancos proclamavam que os índios eram animais, os


segundos contentavam-se em suspeitar que os primeiros fossem deuses. Em
nível idêntico de ignorância, o último procedimento era, com certeza, mais
digno de homens.“ Tupi-cavaíba – Amazônia (Marcelo Zocchio/)

Em Nova York, enquanto a Europa mergulhava na barbárie, o clima


intelectual era de efervescência. Lévi-Strauss passou a frequentar o grupo dos
surrealistas – como o poeta André Breton e o artista Max Ernst – e
familiarizou-se com as pesquisas de Franz Boas, a quem Lévi-Strauss sempre
reconheceu como o verdadeiro precursor do estruturalismo. Primeiro,
porque foi o alemão radicado nos Estados Unidos quem afastou de vez da
antropologia o etnocentrismo – a presunção de superioridade ocidental –,
instituindo a perspectiva relativista, segundo a qual é necessário entender as
outras culturas sem impôr-lhes os valores da cultura ocidental. Mas
principalmente porque ele era linguista e concebia a gramática como uma
“estrutura subjacente” da linguagem, inconsciente para os falantes.

Mas o encontro mais importante desse período foi com o linguista russo
Roman Jakobson, seu amigo e interlocutor por toda a vida. Ele e Nicolai
Troubetskoy tinham desenvolvido as idéias do suíço Ferdinand de Saussure
sobre a linguagem. Eles mostraram que um fonema – a menor unidade
linguística – só é significativo quando relacionado a outros fonemas,
formando sílabas e palavras. De forma análoga, Lévi-Strauss acreditava que
os traços culturais de uma sociedade (mitos, rituais, práticas alimentares etc.)
só podem ser compreendidos se analisados em conjunto. Sob o impacto
dessa perspectiva estrutural, Lévi-Strauss formulou sua própria maneira de
compreender o homem. Para ele, o que distingue o ser humano dos outros
animais é o uso de símbolos para se comunicar. Essa sintonia com a
linguística serviu-lhe também para o perfil do antropólogo estruturalista.

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Ele não se preocupa com as particularidades de cada grupo humano: seu


objetivo não é conhecer uma sociedade específica, mas o que há de universal
em todas elas. Há em todas as sociedades, por exemplo, sistemas de
parentesco e restrições matrimoniais. Trata-se de um fenômeno humano tão
universal quanto a linguagem.

Lévi-Strauss estudou tais regras como se fossem signos articulados num


processo de comunicação das alianças entre grupos sociais. O resultado foi
uma nova compreensão do incesto, que refutou as explicações biológicas ou
morais. O mais importante não é a proibição de manter relações sexuais com
certas mulheres (como a mãe ou a irmã) e sim a permissão para tê-las com
outras. A interdição de umas permite a circulação de outras e assim constitui
alianças fundadoras da vida social. Por isso, o sistema de parentesco é visto
como um artifício “por meio do qual se cumpre a transição entre a natureza
e a cultura”.

O estudo sobre o parentesco – um dos temas tradicionais da antropologia –


foi uma espécie de prova de fogo do estruturalismo e Lévi-Strauss passaria a
testar seu método numa área menos explorada: a mitologia. Num artigo de
1955, “O Estudo Estrutural do Mito”, ele afirmou que os mitos não podem
ser estudados isoladamente: “Um mito é composto de todas as suas
variantes”. Era preciso pesquisar como as narrativas tradicionais passam de
uma sociedade para outra e vão se transformando.

Foi isso o que Lévi-Strauss fez na sua obra máxima: a série em quatro
volumes das Mitológicas, de 1960. Em mais de 2 mil páginas, ele analisa um
total de 813 mitos – e suas centenas de variantes – originários de povos do
continente americano, desde os bororos, os jês e os tupi-cavaíbas do Brasil
até os hopi, os pueblo, os mohawk e os kwakiutl da América do Norte. O

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objetivo é desvendar a lógica interna dos mitos e mostrar como eles


representam a passagem da natureza para a cultura.

No primeiro volume, chamado O Cru e o Cozido, o antropólogo compara a


análise conjunta dos mitos americanos à audição de uma sinfonia. Os
membros da orquestra, porém, estão separados no tempo e no espaço, e cada
um executa seu fragmento sem saber que não tem a partitura completa. Só é
capaz de ouvir a música inteira quem estiver à distância. O concerto,
segundo Lévi-Strauss, iniciou-se há milênios e hoje uns poucos músicos
remanescentes continuam a tocar.

O antropólogo estudou a recorrência de temas e narrativas e reduziu-as a


oposições simples como cru/cozido, molhado/seco, macho/fêmea.
Influenciado pela lógica binária da informática, que então se desenvolvia
rapidamente, o antropólogo sustentou que esses antagonismos que
organizam a cultura têm uma origem natural: correspondem à estrutura do
próprio cérebro humano.

O pensamento selvagem de Lèvi Strauss: Concreto

“Para nós, europeus e apegados à terra, a aventura ao coração do Novo


Mundo significa antes de mais nada que ele não foi o nosso, e que
carregamos o crime de sua destruição.“ Nammbiquara – Amazônia

“Para nós, europeus e apegados à terra, a aventura ao coração do Novo


Mundo significa antes de mais nada que ele não foi o nosso, e que
carregamos o crime de sua destruição.“ Nammbiquara – Amazônia (Marcelo
Zocchio/)

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Os mitos, portanto, são maneiras de pensar. Mas toda a exploração da


mitologia ameríndia teria sido impossível sem que o autor tivesse, antes,
desenvolvido sua própria teoria sobre o modo de pensar dos povos
considerados “primitivos”. Tradicionalmente, os antropólogos distinguiam a
“mentalidade lógica” da moderna civilização ocidental da “mentalidade pré-
lógica” das sociedades primitivas. Lévi-Strauss abandonou essa divisão.

Em O Pensamento Selvagem, de 1962, ele demonstrou que a maneira de


pensar dos primitivos também tem sua lógica própria e que ela não é
estranha ao pensamento domesticado ocidental. A distinção maior é entre a
lógica construída a partir dos dados sensoriais da experiência – uma ciência
do concreto – e a lógica que privilegia categorias abstratas, como sinais
matemáticos e classificações biológicas. Do lado “selvagem”, há uma atenção
maior ao específico. Do lado “domesticado”, buscam-se as totalidades, os
grandes esquemas explicativos.

O segundo modo prevaleceu na civilização ocidental, mas mesmo nela só é


empregado por uma minoria de especialistas, cada um em seu campo de
atuação. O engenheiro, por exemplo, só pensa como tal no domínio da
engenharia, em termos de culinária ou futebol seu modo de pensar pode ser
considerado “selvagem”. O pensamento “selvagem”, portanto, não é restrito
aos povos primitivos, ainda que entre eles seja dominante. Assim, o que era
antes visto como “atraso” ou “vestígio” passou a ser entendido como um dos
modos possíveis de o homem organizar sua relação com o mundo. É como
se o pensamento primitivo trabalhasse diretamente com as coisas que o ser
humano tem ao alcance dos cinco sentidos do seu corpo. Já o pensamento
científico trabalha com teorias e conceitos, que servem de mediadores entre
o ser humano e o mundo.

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O Pensamento Selvagem marcou o apogeu do prestígio do estruturalismo e


estabeleceu definitivamente um espaço para a antropologia entre as ciências
sociais mais importantes. Mas não sem polêmica. O lugar ao sol significava
desafiar o predomínio de outra disciplina: a história. O livro contesta
duramente a Crítica da Razão Dialética, do filósofo Jean-Paul Sartre, na
época um dos ídolos da esquerda mundial. Lévi-Strauss contesta o privilégio
concedido por Sartre à história, em detrimento das outras ciências sociais. E
nega sobretudo a idéia de que o desenvolvimento da consciência histórica
seria um critério válido para distinguir os “primitivos” dos “civilizados”. A
própria noção de “fato histórico”, para o antropólogo, é falsa: a história só é
percebida “em situação”, enquanto processo vivido, pois a Revolução
Francesa, por exemplo, não teve o mesmo significado para um camponês do
Loire e para um cortesão de Versalhes.

O fato histórico, portanto, é uma abstração criada pelo historiador e nunca


independente do seu ponto de vista. Por isso, a história não pode pretender
alcançar uma verdade objetiva – como queriam os positivistas e os marxistas.
No final das contas, ela também pertence ao domínio da mitologia.

Nos anos 1960, o estruturalismo se tornou – para constrangimento de seu


criador – um modismo global, com adeptos em outras áreas do
conhecimento, como o psicanalista Jacques Lacan, o sociólogo Louis
Althusser e o crítico literário Roland Barthes. Mas o clima de contestação
generalizada que marcou aqueles anos, culminando com o movimento
estudantil de maio de 1968, na França, atingiu também a onda
estruturalista. Jovens pensadores como o filósofo e historiador Michel
Foucault abandonaram seus vínculos com essa linha de pensamento,
questionando o determinismo das “estruturas” e também a possibilidade de
estudá-las com o distanciamento e a objetividade exigida por seus mestres.

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Na antropologia, a corrente pós-estruturalista abandona o próprio conceito


de estrutura, por se parecer com uma espécie de “teologia” das sociedades:
uma instância imaterial e superior que determina os destinos humanos.
Também criticam a propensão do estruturalismo para as generalizações, em
detrimento do conhecimento das especificidades.

Hoje, poucos antropólogos mantêm-se fiéis aos principais postulados de


Lévi-Strauss. Embora, no Brasil, sua obra ainda seja obrigatória nas cadeiras
das universidades, ou como inspiração ou como ponto de partida. Porém
uma das coisas que mais incomodam aos críticos de Lévi-Strauss é o fato de
ele ser também um escritor admirável. Mas, se hoje o trabalho de Lévi-
Strauss é mais valorizado como obra literária, o salto não deixa de ser
irônico. O estruturalismo passou do campo do pensamento “domesticado” e
científico direto para o seu oposto. Porque, como explicou o autor em sua
obra de 1962, as artes formam na civilização ocidental uma espécie de
reserva ecológica do pensamento selvagem. “Este livro sobre mitos é ele
próprio um tipo de mito”, escreveu.

Para saber mais

Obras do autor

As Estruturas Elementares do Parentesco, Vozes, Petrópolis, 2003

Tristes Trópicos, Companhia das Letras, São Paulo, 1996

O Pensamento Selvagem, Papirus, São Paulo, 1989

Antropologia Estrutural, Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 1996

Antropologia Estrutural Dois, Tempo Brasileiro, Rio de Janeiro, 1993

Mito e Significado, Edições 70, Lisboa, 2000

A Oleira Ciumenta, Edições 70, Lisboa, 1987

O Cru e o Cozido, Brasiliense, São Paulo, 1991

O Olhar Distanciado, Edições 70, Lisboa, 1986

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De Perto e de Longe, Entrevista a Didier Eribon, Nova Fronteira, Rio de


Janeiro, 1990

Sobre Lévi-Strauss

As Idéias de Lévi-Strauss, Edmund R. Leach, Cultrix, São Paulo, 1977

Claude Lévi-Strauss O Útimo Festim de Esopo, Octavio Paz, Perspectiva, São


Paulo, 1977.

Estruturalismo e Crítica Literária, Luiz Costa Lima, em Teoria da Literatura


em Suas Fontes, vol. 2, Civilização Brasileira, Rio de Janeiro, 2002

Tudo sobre Civilizações antigasEstudos e pesquisas

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