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.As longas descrições de Flaubert, muito pormenorizadas e em linguagem trabalhada com excepcional
afinco, revelam então Emma em busca de algo que a interesse, o que a leva a jogos de sedução e ao
adultério. Trata-se de uma dessacralização do casamento enquanto encontro de almas do amor
romântico.Em Portugal, entende-se que o movimento tem início em 1865, com a Questão Coimbrã, que
começa com um prefácio do romântico Feliciano de Castilho criticando avidamente a nova tendência
literária que aparecia na poesia de Antero de Quental. Para ele, a nova geração carecia de bom senso e de
bom gosto.Antero de Quental, por sua vez, respondeu-lhe em uma carta aberta, em defesa da liberdade
de expressão e de existência da nova escola.
Castilho não respondeu; Ramalho Ortigão tomou suas dores, e a história acabou em um duelo, vencido por
Antero de Quental (que mal sabia segurar um florete). A Questão Coimbrã apareceu em páginas e páginas da
imprensa portuguesa, funcionando como um divisor de águas da literatura, pois o realismo tornou-se também
a tendência estética vencedora a partir de então.O principal romancista do realismo português foi Eça de
Queirós, que além de escritor era diplomata, tendo viajado para diversos lugares, como Cuba, Egito e América
do Norte. Sua obra pode ser dividida em três fases: uma de preparação, composta majoritariamente por
produções veiculadas na imprensa (1866-1867) e alguns textos ainda de cunho romântico; uma de realismo
agudo, quando escreve os grandes romances críticos O crime do padre Amaro (1875/1876/1880), O primo
Basílio (1878) e Os Maias (1888); e uma de maturidade, caracterizada por um humanismo saudosista, época em
que publica A ilustre casa de Ramires (1900) e A cidade e as serras (1901)
"A principal característica de Eça de Queirós é seu trabalho com a linguagem.
“Sobre a nudez forte da verdade, o manto diáfano da fantasia” é uma de suas
célebres frases, e reflete o esmero com que se dedicou à estilização de sua prosa.
Os cenários vulgares ou muitas vezes degradantes do realismo são trazidos à tona
por meio de uma descrição luminosa, rítmica, feita com esmero
"No trecho acima, o autor descreve os acontecimentos que se dão logo depois de padre Amaro tomar
conhecimento de que Amélia, moça com quem se via envolvido, quebrando o celibato, tinha marcado
casamento com João Eduardo. A cadência da linguagem é bela e ordenada, trabalhada com afinco,
descrevendo com minúcias o pensamento do pároco, desde a preocupação com sua posição na Igreja
até as “picadinhas na consciência”. Destacam-se ainda no contexto do realismo europeu as obras dos
ingleses Charles Dickens, George Eliot (pseudônimo de Mary A. Evans) e Henry James; do norueguês
Henrik Ibsen; do sueco August Strindberg; e dos russos Fiódor Dostoiévski, Liev Tolstói e Anton
Tchekhov."Veja mais sobre
"Realismo no Brasil
Enquanto o movimento europeu era norteado pelas mudanças do avanço industrial,
que já alçava sua segunda etapa, o Brasil, por sua vez, iniciava um lento processo de
modernização, atravancado pelo ranço colonial que se mantinha na política do
Segundo Reinado e na manutenção da mão de obra escrava.
Em sua maioria, os escritores realistas brasileiros foram republicanos e abolicionistas,
não raro abordando em suas obras esses ideais.
O realismo brasileiro tem início com os círculos literários nordestinos: primeiramente
em Fortaleza (CE), com os grupos Fênix Estudantil (1870), Academia Francesa (1872) e
Padaria Espiritual (1892), que geraram autores célebres como Capistrano de Abreu,
Rodolfo Teófilo, Paula Nei, entre outros. Também nos anos de 1870 surge a chamada
Escola do Recife, movimento intelectual pernambucano liderado por Tobias Barreto e
Sílvio Romero, grandes influenciadores do pensamento realista nacional."
"Os três principais nomes do realismo brasileiro são o
maranhense Aluísio Azevedo, o carioca Machado de Assis e o
angrense Raul Pompeia. Se quiser aprofundar-se nesse tema,
acesse: Realismo no Brasil."
"Alternativa d: A presença do relógio,
instrumento em que o tempo aparece
de maneira objetiva, desfaz a sensação
idealista ou subjetiva do tempo
comum aos paradigmas românticos
quando se trata da descrição de um
encontro amoroso."
"2) (FGV-SP) No romance O cortiço, Aluísio Azevedo estabelece uma forte ligação
entre o meio em que vivem as personagens e sua vida material, moral e psicológica.
Tal relação apoia-se nos princípios
a) do livre-arbítrio religioso.
b) b) do determinismo científico.
c) c) do sentimentalismo romântico.
d) d) do culto à natureza.
e) e) do ideário modernista
"2) (FGV-SP) No romance O cortiço, Aluísio Azevedo estabelece uma forte ligação
entre o meio em que vivem as personagens e sua vida material, moral e psicológica.
Tal relação apoia-se nos princípios
a) do livre-arbítrio religioso.
b) b) do determinismo científico.
c) c) do sentimentalismo romântico.
d) d) do culto à natureza.
e) e) do ideário modernista
"Alternativa b: Aluísio Azevedo foi bastante influenciado pelo
determinismo científico, que entendia que o meio em que dada
pessoa vive direciona o seu comportamento."Veja mais sobre
"Realismo" em:
https://brasilescola.uol.com.br/literatura/realismo.htm
"(PUC-RS) Sobre O Ateneu, de Raul Pompéia, é correto afirmar que:
a) apresenta todas as características do realismo, exceto a influência do meio sobre o
comportamento do indivíduo.
b) b) tem como matéria-prima as recordações e impressões da personagem principal.
c) c) constitui-se num documento fotográfico da realidade objetiva.
d) d) segue uma ordem cronológica apoiando-se no real.
e) e) não se atém a reflexões críticas em relação ao contexto social."
"(PUC-RS) Sobre O Ateneu, de Raul Pompéia, é correto afirmar que:
a) apresenta todas as características do realismo, exceto a influência do meio sobre o
comportamento do indivíduo.
b) b) tem como matéria-prima as recordações e impressões da personagem principal.
c) c) constitui-se num documento fotográfico da realidade objetiva.
d) d) segue uma ordem cronológica apoiando-se no real.
e) e) não se atém a reflexões críticas em relação ao contexto social."
a - Dom Casmurro
b – Memorial de Aires
c – Memórias póstumas de Brás Cubas
d - Quincas Borba
e – Esaú e Jacó
(UFPI-PI)
“Não tive filhos, não transmiti a nenhuma criatura o legado da nossa miséria”.
O enunciado acima se refere a uma das obras de Machado de Assis intitulada:
a - Dom Casmurro
b – Memorial de Aires Podemos afirmar que a alternativa que se adéqua ao enunciado
c – Memórias póstumas de Brás Cubas diz respeito à letra “C”– Memórias póstumas de Brás Cubas,
d - Quincas Borba cujos trechos se encontram abaixo evidenciados:
e – Esaú e Jacó
"Este último capítulo é todo de negativas. Não alcancei
acelebridade do emplasto, não fui ministro, não fui califa, não
conheci o casamento. Verdade é que, ao lado dessas faltas,
coube-me a boa fortuna de não comprar o pão com o suor do
meu rosto. Mais; não padeci a morte de Dona Plácida, nem a
semidemência do Quincas Borba. Somadas umas coisas e
outras, qualquer pessoa imaginará que não houve míngua nem
sobra, e conseguintemente que sai quite com a vida. E
imaginará mal; porque ao chegar a este outro lado do mistério,
achei-me com um pequeno saldo, que é a derradeira negativa
deste capítulo de negativas: Não tive filhos, não transmiti a
nenhuma criatura o legado da nossa miséria." (grifos nossos)
ESAM-RN
“gosto dos epitáfios; eles são, entre a gente civilizada, uma expressão daquele pio e secreto egoísmo que induz o homem a
arrancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou. Daí, vem, talvez, a tristeza inconsolável dos que sabem os seus
mortos na vala comum; parece-lhes que a podridão anônima os alcança a eles mesmos.”
Podemos dizer que o trecho acima pertence ao Realismo, já que apresenta as seguintes características:
a – dúvida em torno da validade da religião; descaso pelo homem como ser socializado; apologia dos sentimentos nobres.
b –descrença dos sentimentos humanos; morbidez em face do amor; conformismo diante da fragilidade do ser humano;
c –apologia do materialismo; desprezo pela atitude místico-religiosa dos homens; passividade diante da contínua presença da
morte;
d –visão materialista do mundo; desprezo pelos valores sociais estabelecidos; desprezo pelo homem e pela vida;
e –ausência de visão sentimentalista do mundo; descrença em valores religiosos, consciência da fragilidade oral e física do ser
humano.
ESAM-RN
“gosto dos epitáfios; eles são, entre a gente civilizada, uma expressão daquele pio e secreto egoísmo que induz o homem a
arrancar à morte um farrapo ao menos da sombra que passou. Daí, vem, talvez, a tristeza inconsolável dos que sabem os seus
mortos na vala comum; parece-lhes que a podridão anônima os alcança a eles mesmos.”
Podemos dizer que o trecho acima pertence ao Realismo, já que apresenta as seguintes características:
a – dúvida em torno da validade da religião; descaso pelo homem como ser socializado; apologia dos sentimentos nobres.
b –descrença dos sentimentos humanos; morbidez em face do amor; conformismo diante da fragilidade do ser humano;
c –apologia do materialismo; desprezo pela atitude místico-religiosa dos homens; passividade diante da contínua presença da
morte;
d –visão materialista do mundo; desprezo pelos valores sociais estabelecidos; desprezo pelo homem e pela vida;
e –ausência de visão sentimentalista do mundo; descrença em valores religiosos, consciência da fragilidade oral e física do ser
humano.
Temos que a alternativa “D” se evidencia como a adequada ao enunciado em questão, sobretudo em se tratando das
características que demarcam a estética realista. Por se tratar de um trecho extraído do romance machadiano “Memórias
póstumas de Brás Cubas”, as características expostas na questão tão bem demarcam as verdadeiras intenções a que se propõe
esse nobre autor: por meio de uma ironia ferina, ele acaba “descortinando”, deixando às claras, alguns valores relacionados à
natureza humana, tais como: falsas virtudes, falta de caráter impressa nas diversas categorias inerentes à sociedade como um
todo, as indecisões, enfim. Dessa forma, ele deixa claro que “gosta dos epitáfios”, que, como sabemos, trata-se de uma
inscrição sepulcral, a qual se evidencia como uma expressão daquele pio e secreto egoísmo que induz o homem a arrancar à
morte um farrapo ao menos da sombra que passou. Ou seja, de forma bem crítica, Machado releva que o ser humano, dotado
de tantas instabilidades, ao menos depois da morte consegue arrancar algo que o concebe como alguém dotado de
características positivas.
Machado de Assis, embora considerado um escritor que trabalhou uma ideologia muito mais evoluída, uma vez comparada
a dos outros representantes que pertenceram à época realista, deixou algumas “pegadas” que tão bem evidenciaram os
rumores de um novo tempo, tempo esse em detrimento, sobretudo aos moldes românticos. Procure, dessa forma, evidenciar
algumas dessas características.
Machado de Assis, embora considerado um escritor que trabalhou uma ideologia muito mais evoluída, uma vez comparada
a dos outros representantes que pertenceram à época realista, deixou algumas “pegadas” que tão bem evidenciaram os
rumores de um novo tempo, tempo esse em detrimento, sobretudo aos moldes românticos. Procure, dessa forma, evidenciar
algumas dessas características.
No intuito de discorrer acerca da questão levantada, torna-se imprescindível ressaltarmos que entre os estilos de época, ou as
escolas literárias, os posicionamentos por meio delas firmados tendem a se contrapor ou, raras as vezes, complementar-se.
Partindo desse princípio, afirmamos que o Realismo, materializando-se enquanto estética, representou uma verdadeira inovação,
uma vez comparada ao que tanto preconizou o estilo romântico. A figura da mulher, sobretudo na voz de Flaubert e Eça de
Queiróz, evidenciou-se mesmo como uma espécie de desmitificação, haja vista que ela, considerada como ser humano,
concebeu-se como alguém passível de falhas, aspecto esse materializado pelo adultério.
No caso de Machado, no conto “Uns braços”, podemos plenamente constatar essa questão, já não falando em outras obras dele,
renomadas por sinal. Dessa forma, temos que o Realismo procurou explorar de forma ímpar a questão do psicológico do ser
humano, ser esse dotado de falhas, de imperfeições – algo que jamais seria retratado em outras estéticas passadistas.
Falar sobre Machado de Assis, sem sombra de dúvida, requer tempo e argumentos, dada a preciosidade artística desse nobre
representante de nossas letras. Assim, procure evidenciar, ainda que em simples linhas, um pouco das características inerentes
ao trabalho que ele desenvolveu, o qual nos rendeu um legado cultural sem margens para discussões
um exemplo possa subsidiar nossa discussão, extraído do romance “Memórias póstumas de Brás Cubas”:
ULO LV / O VELHO DIÁLOGO DE ADÃO E EVA
CUBAS................................?
LIA...............................
CUBAS.......................................................................................
LIA..........................................!
CUBAS.................................
LIA...............................................................................? .........................................................................................................
CUBAS.................................
LIA...............................................
UBAS..................................................................................................................... !..............................!...........................!
LIA....................................................?
CUBAS..............................................!
LIA...................................................!
amos uma verdadeira inovação por parte do escritor: as interrupções feitas ao longo de uma narrativa, deixando a cargo do leitor extra
s conclusões. Outro aspecto, não menos relevante, é a ironia, o ceticismo, o humor, mesmo que breve, ora demonstrado em determina
ance em questão, algo inusitado ocorre, quando comparado aos demais, tidos como convencionais, ou seja, o narrador se ocupa de tra
, uma história de alguém que narra sua experiência de vida após a morte, razão pela qual ele próprio afirma: “eu sou um defunto-autor
or-defunto.
(UNEMAT) "[...] Dito isto, expirei às duas horas da tarde de uma sexta-feira do mês de agosto de 1869, na minha bela
chácara de Catumbi. Tinha uns sessenta e quatro anos, rijos e prósperos, era solteiro, possuía cerca de trezentos contos e fui
acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que
chovia — peneirava uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última
hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova: — “Vós, que o conhecestes, meus
senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres
que têm honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um
crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à Natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor
ao nosso ilustre finado.
[...]”
ASSIS, Machado. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
Memórias Póstumas de Brás Cubas é o romance com o qual Machado de Assis inaugura o Realismo no Brasil, cujo narrador
protagonista conta as suas memórias depois de morto, sendo também o responsável pela caracterização das demais
personagens.
As narrativas machadianas fazem, com frequência, um jogo temporal, oscilando as ações entre o cronológico e o
psicológico.
Considerando o texto base, é correto afirmar que o fragmento apresenta:
A.Não apresenta marca de tempo, nem cronológico, muito menos psicológico.
B.Marcas exclusivamente do tempo psicológico, constituindo-se um tempo interno e individual, com influência de emoções
e sentimentos.
C.Não apresenta marcas do tempo cronológico.
D.Marcas do tempo cronológico e do tempo psicológico.
E.Marcas do tempo cronológico, pois é o tempo real, aquele marcado pelo calendário e pelo relógio.
acompanhado ao cemitério por onze amigos. Onze amigos! Verdade é que não houve cartas nem anúncios. Acresce que
chovia — peneirava uma chuvinha miúda, triste e constante, tão constante e tão triste, que levou um daqueles fiéis da última
hora a intercalar esta engenhosa ideia no discurso que proferiu à beira de minha cova: — “Vós, que o conhecestes, meus
senhores, vós podeis dizer comigo que a natureza parece estar chorando a perda irreparável de um dos mais belos caracteres
que têm honrado a humanidade. Este ar sombrio, estas gotas do céu, aquelas nuvens escuras que cobrem o azul como um
crepe funéreo, tudo isso é a dor crua e má que lhe rói à Natureza as mais íntimas entranhas; tudo isso é um sublime louvor
ao nosso ilustre finado.
[...]”
ASSIS, Machado. Memórias Póstumas de Brás Cubas. Rio de Janeiro: Nova Aguilar, 1994.
Memórias Póstumas de Brás Cubas é o romance com o qual Machado de Assis inaugura o Realismo no Brasil, cujo narrador
protagonista conta as suas memórias depois de morto, sendo também o responsável pela caracterização das demais
personagens.
As narrativas machadianas fazem, com frequência, um jogo temporal, oscilando as ações entre o cronológico e o
psicológico.
Considerando o texto base, é correto afirmar que o fragmento apresenta:
A.Não apresenta marca de tempo, nem cronológico, muito menos psicológico.
B.Marcas exclusivamente do tempo psicológico, constituindo-se um tempo interno e individual, com influência de emoções
e sentimentos.
C.Não apresenta marcas do tempo cronológico.
D.Marcas do tempo cronológico e do tempo psicológico.
E.Marcas
:E do tempo cronológico, pois é o tempo real, aquele marcado pelo calendário e pelo relógio.
Resolução: No trecho, o narrador menciona a data (uma sexta-feira de agosto de 1869) e a hora (duas horas da tarde), o q
indica que há marcas do tempo cronológico, ou seja, o tempo real que é medido pelo calendário e pelo relógio. Não há, n
entanto, marcas do tempo psicológico neste fragmento, pois não estamos observando a passagem do tempo a partir das emoçõ
(PUC-SP) Não acabarei, porém, o capítulo, sem dizer que vi morrer no hospital da Ordem, adivinhem quem? ... a linda
Marcela; e vi-a morrer no mesmo dia em que, visitando um cortiço, para distribuir esmolas, achei... Agora é que não são capazes
de adivinhar... achei a flor da moita, Eugênia, a filha de Dona Eusébia e do Vilaça, tão coxa como a deixara, e ainda mais triste.
O trecho acima é do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis e refere personagens que tiveram
relacionamentos amorosos na vida do narrador. Assim, indique a alternativa correta sobre tais relacionamentos.
A.Marcela fora, na adolescência, a protagonista de um amor tumultuado com Brás Cubas, mas interrompido pelo pai furioso que
o envia a Coimbra para estudar Direito.
B.Ambas exerceram grande poder de sedução sobre Brás Cubas, mas foram preteridas por Virgília, com quem Brás acabou se
casando.
C.Nenhuma delas afetou os sentimentos amorosos do narrador, pois este estava decidido a casar-se com Eulália, moça
pretendida pela família para unir-se a ele.
D.Eugênia, bonita e coxa, alimentou esperança de casamento com Brás Cubas e foi plenamente correspondida por ele que lhe
dedicou amor sincero e incondicional.
(PUC-SP) Não acabarei, porém, o capítulo, sem dizer que vi morrer no hospital da Ordem, adivinhem quem? ... a linda
Marcela; e vi-a morrer no mesmo dia em que, visitando um cortiço, para distribuir esmolas, achei... Agora é que não são capazes
de adivinhar... achei a flor da moita, Eugênia, a filha de Dona Eusébia e do Vilaça, tão coxa como a deixara, e ainda mais triste.
O trecho acima é do romance Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis e refere personagens que tiveram
relacionamentos amorosos na vida do narrador. Assim, indique a alternativa correta sobre tais relacionamentos.
A.Marcela fora, na adolescência, a protagonista de um amor tumultuado com Brás Cubas, mas interrompido pelo pai furioso que
o envia a Coimbra para estudar Direito.
B.Ambas exerceram grande poder de sedução sobre Brás Cubas, mas foram preteridas por Virgília, com quem Brás acabou se
casando.
C.Nenhuma delas afetou os sentimentos amorosos do narrador, pois este estava decidido a casar-se com Eulália, moça
pretendida pela família para unir-se a ele.
D.Eugênia, bonita e coxa, alimentou esperança de casamento com Brás Cubas e foi plenamente correspondida por ele que lhe
dedicou amor sincero e incondicional.
A
Resolução: Marcela fora, na adolescência, a protagonista de um amor tumultuado com Brás Cubas, mas interrompido
pelo pai furioso que o envia a Coimbra para estudar Direito.
No romance "Memórias Póstumas de Brás Cubas", de Machado de Assis, Marcela foi um dos amores do protagonista
Brás Cubas em sua juventude, mas o relacionamento foi interrompido pelo pai de Brás Cubas, que o enviou para
Coimbra para estudar Direito. Portanto, a alternativa A descreve corretamente o relacionamento entre Brás Cubas e
Marcela.
(PUC-PR) Leia o seguinte excerto de Flaubert, iniciador do realismo literário.
O autor, em sua obra, deve ser como Deus no universo, presente em toda parte, e visível em parte nenhuma. A arte sendo uma
segunda natureza, o criador dessa natureza deve agir com o procedimento análogo. Que se sinta em todos os átomos, em todos os
aspectos, uma impassibilidade escondida e infinita. O efeito, para o espectador, deve ser uma espécie de assombro. Como tudo isto
foi feito? É o que se deve dizer, e sentir-se, esmagado sem saber por quê.
(FLAUBERT, Gustave. Cartas exemplares. Rio de Janeiro: Imago, 2005, p. 83.)
A partir dessa afirmação e levando em conta a obra madura de Machado de Assis, sobretudo Memórias Póstumas de Brás Cubas, é
CORRETO afirmar:
A.Memórias Póstumas de Brás Cubas está para a literatura brasileira assim como Madame Bovary está para a francesa: ambas as
obras iniciaram o realismo em seus respectivos países e em ambas as obras o narrador/autor se ausenta da narração, fazendo a
narrativa parecer uma “segunda natureza”.
B.Machado de Assis soube se apropriar como ninguém dos procedimentos inventados ou desenvolvidos por Gustave Flaubert,
como o discurso indireto livre e a invisibilização do narrador.
C.O narrador de Machado de Assis, em Memórias póstumas de Brás Cubas, toma emprestado de Flaubert não somente a forma de
narrar linear e objetivista, mas também a “pena da galhofa e a tinta da melancolia”, mencionadas na abertura do livro,
inaugurando assim o realismo no Brasil, com fortes traços de pessimismo e ceticismo.
D.Embora considerado o inaugurador do realismo no Brasil, Machado de Assis destoa completamente da máxima de Flaubert,
pois seus narradores deixam claro o tempo todo que os leitores estão diante não de uma segunda natureza, mas de uma narração.
E.Se o realismo de Flaubert está ancorado num narrador “presente em toda parte e visível em parte nenhuma”, o realismo de
Machado, por sua vez, embora em grau menor, também se baseia num narrador que, por conta de sua condição de defunto, se
distancia dos fatos narrados, tornando-se de certa forma “invisível”.
segunda natureza, o criador dessa natureza deve agir com o procedimento análogo. Que se sinta em todos os átomos, em todos os
aspectos, uma impassibilidade escondida e infinita. O efeito, para o espectador, deve ser uma espécie de assombro. Como tudo isto
foi feito? É o que se deve dizer, e sentir-se, esmagado sem saber por quê.
(FLAUBERT, Gustave. Cartas exemplares. Rio de Janeiro: Imago, 2005, p. 83.)
A partir dessa afirmação e levando em conta a obra madura de Machado de Assis, sobretudo Memórias Póstumas de Brás Cubas, é
CORRETO afirmar:
A.Memórias Póstumas de Brás Cubas está para a literatura brasileira assim como Madame Bovary está para a francesa: ambas as
obras iniciaram o realismo em seus respectivos países e em ambas as obras o narrador/autor se ausenta da narração, fazendo a
narrativa parecer uma “segunda natureza”.
B.Machado de Assis soube se apropriar como ninguém dos procedimentos inventados ou desenvolvidos por Gustave Flaubert,
como o discurso indireto livre e a invisibilização do narrador.
C.O narrador de Machado de Assis, em Memórias póstumas de Brás Cubas, toma emprestado de Flaubert não somente a forma de
narrar linear e objetivista, mas também a “pena da galhofa e a tinta da melancolia”, mencionadas na abertura do livro,
inaugurando assim o realismo no Brasil, com fortes traços de pessimismo e ceticismo.
D.Embora considerado o inaugurador do realismo no Brasil, Machado de Assis destoa completamente da máxima de Flaubert,
pois seus narradores deixam claro o tempo todo que os leitores estão diante não de uma segunda natureza, mas de uma narração.
E.Se o realismo de Flaubert está ancorado num narrador “presente em toda parte e visível em parte nenhuma”, o realismo de
Machado, por sua vez, embora em grau menor, também se baseia num narrador que, por conta de sua condição de defunto, se
distancia dos fatos narrados, tornando-se de certa forma “invisível”.
solução: Se o realismo de Flaubert está ancorado num narrador “presente em toda parte e visível em parte nenhuma”,
achado, por sua vez, embora em grau menor, também se baseia num narrador que, por conta de sua condição de defunto, s
os narrados, tornando-se de certa forma “invisível”.
achado de Assis, em "Memórias Póstumas de Brás Cubas," utiliza um narrador defunto que, de certa forma, se distancia dos
bora não tão completamente invisível como o idealizado por Flaubert. A influência de Flaubert na obra de Machado de Assi
UNICAMP) O romance Memórias póstumas de Brás Cubas é considerado um divisor de águas tanto na obra de Machado de Assis
quanto na literatura brasileira do século XIX. Indique a alternativa em que todas as características mencionadas podem ser
adequadamente atribuídas ao romance em questão.
A.Rejeição dos valores românticos, narrativa linear e fluente de um defunto autor, visão pessimista em relação aos problemas
sociais.
B.Distanciamento do determinismo científico, cultivo do humor e digressões sobre banalidades, visão reformadora das mazelas
sociais.
C.Abandono das idealizações românticas, uso de técnicas pouco usuais de narrativa, sugestão implícita de contradições sociais.
D.Crítica do realismo literário, narração iniciada com a morte do narrador-personagem, tematização de conflitos sociais.
UNICAMP) O romance Memórias póstumas de Brás Cubas é considerado um divisor de águas tanto na obra de Machado de Assis
quanto na literatura brasileira do século XIX. Indique a alternativa em que todas as características mencionadas podem ser
adequadamente atribuídas ao romance em questão.
A.Rejeição dos valores românticos, narrativa linear e fluente de um defunto autor, visão pessimista em relação aos problemas
sociais.
B.Distanciamento do determinismo científico, cultivo do humor e digressões sobre banalidades, visão reformadora das mazelas
sociais.
C.Abandono das idealizações românticas, uso de técnicas pouco usuais de narrativa, sugestão implícita de contradições sociais.
D.Crítica do realismo literário, narração iniciada com a morte do narrador-personagem, tematização de conflitos sociais.
:C
Resolução: "Memórias Póstumas de Brás Cubas" de Machado de Assis realmente marca um afastamento das idealizações
românticas, apresenta técnicas pouco usuais de narrativa, como o narrador defunto, e sugere de forma implícita
contradições sociais em sua crítica à sociedade da época. Portanto, a alternativa C descreve adequadamente
características presentes no romance.
(PUC-PR) Leia o seguinte fragmento do livro Um mestre na periferia do capitalismo, de Roberto Schwarz, a respeito
de Memórias póstumas de Brás Cubas.
A solução artística elaborada no Brás Cubas marcava o fim de um ciclo da literatura nacional. A figura do narrador desacreditado e
pouco estimável não se prestava ao papel construtivo que por mais de um século os escritores, tanto árcades como românticos,
impregnados pelo movimento de afirmação da nacionalidade, haviam atribuído às letras e a si mesmos.
(SCHWARZ. Roberto. Um mestre na periferia do capitalismo: Machado de Assis. São Paulo: Duas Cidades. Ed. 34, 2000. p. 118.)
Com base nesse excerto é correto afirmar que
A.Com Memórias póstumas de Brás Cubas, Machado de Assis rompe definitivamente com seu passado arcádico e romântico,
iniciando o Realismo na literatura brasileira.
B.Esse romance é o marco inicial do Realismo, pois com ele, pela primeira vez na narrativa de ficção brasileira, aparece um herói
verdadeiramente positivo, capaz de representar em si o movimento de afirmação da nacionalidade.
C.Com a figura de Brás Cubas, o narrador-protagonista, um “autor defunto”, inaugura-se um novo ciclo na literatura brasileira, um
ciclo de maior liberdade e pesquisa formal, que resultaria no Modernismo de 1922.
D.Machado de Assis, com esse romance, assinala uma ruptura não somente com o romantismo, mas com toda a linhagem da
literatura nacional desde o Arcadismo.
E.Como “a figura do narrador desacreditado e pouco estimável não se prestava ao papel construtivo que por mais de um século os
escritores, tanto árcades como românticos”, haviam buscado, Machado de Assis, em Memórias póstumas, parte em busca de um
novo narrador determinado, íntegro e viril, imagem da nação que se pretendia construir.
D
Resolução: Machado de Assis, com esse romance, assinala uma ruptura não somente com o romantismo, mas com toda a
linhagem da literatura nacional desde o Arcadismo.
O excerto de Roberto Schwarz sugere que "Memórias Póstumas de Brás Cubas" marca o fim de um ciclo na literatura
nacional, indicando uma ruptura não apenas com o romantismo, mas também com toda a linhagem da literatura nacional
desde o Arcadismo.
(PUC-Campinas) Brás Cubas busca articular a política de domínio paternalista, sob fogo cerrado nos anos 1870, com aspectos da
onda de ideias cientificistas europeias do tempo – especialmente no que tange ao darwinismo social como forma de explicar a
origem e a reprodução das desigualdades sociais.
(CHALHOUB, Sidney. Machado de Assis Historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 96)
Quanto ao ponto de vista da narração, atribuída a um “defunto autor”, o romance Memórias póstumas de Brás Cubas constitui um
relato
A.Fantasioso, sem qualquer compromisso com as tendências realistas da época.
B.Satírico, no qual se critica com mordacidade a personagem histórica que lhe dá o título.
C.Elegíaco, marcado pela amargura com que o narrador fantasmagórico desfia suas dores.
D.Irônico, no qual o narrador se apossa de sua biografia integral afetando distância e isenção.
E.Poético, por cujas imagens já foi classificado como um longo poema em prosa.
(PUC-Campinas) Brás Cubas busca articular a política de domínio paternalista, sob fogo cerrado nos anos 1870, com aspectos da
onda de ideias cientificistas europeias do tempo – especialmente no que tange ao darwinismo social como forma de explicar a
origem e a reprodução das desigualdades sociais.
(CHALHOUB, Sidney. Machado de Assis Historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 96)
Quanto ao ponto de vista da narração, atribuída a um “defunto autor”, o romance Memórias póstumas de Brás Cubas constitui um
relato
A.Fantasioso, sem qualquer compromisso com as tendências realistas da época.
B.Satírico, no qual se critica com mordacidade a personagem histórica que lhe dá o título.
C.Elegíaco, marcado pela amargura com que o narrador fantasmagórico desfia suas dores.
D.Irônico, no qual o narrador se apossa de sua biografia integral afetando distância e isenção.
E.Poético, por cujas imagens já foi classificado como um longo poema em prosa.
D
Resolução: "Memórias Póstumas de Brás Cubas" é um romance narrado por um "defunto autor" que utiliza a ironia
como recurso narrativo. O narrador, mesmo após a morte, mantém uma postura irônica ao contar sua história e a história
da sociedade à sua volta, afetando distância e isenção crítica.
(PUC-Campinas) O que singulariza o pessimismo de Machado de Assis é a sua posição antagônica em relação ao
evolucionismo oitocentista, ao culto do progresso e da ciência. Frente às ingenuidades do cientificismo, o sarcasmo de Brás
Cubas reabre a interrogação metafísica, a perplexidade radical ante a variedade do ser humano. Um artista como Machado
levou mais a sério do que os arautos do evolucionismo cientificista o golpe que Darwin tinha desfechado contra as ilusões
antropocêntricas da humanidade.
(MERQUIOR, José Guilherme. De Anchieta a Euclides. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977, p. 171-172)
É exemplo da atmosfera superiormente sarcástica com que Brás Cubas conduz suas memórias póstumas o fato de que, nesse
romance magistral,
A.O tom crítico-documental serviu às gerações seguintes como uma cruel historiografia da 2a metade do século XIX.
B.A personagem que narra logrou combinar a pena da galhofa com a tinta da melancolia, tal como confessa ao seu leitor.
C.O narrador, um diplomata já aposentado, refaz sua vida valendo-se das confissões mais impiedosas.
D.O tom fantástico da narrativa aproxima-o das melhores páginas da ficção científica que predominará no século XX.
E.A estranha narrativa é conduzida de tal modo que apaga quaisquer traços realistas da sociedade da época.
(PUC-Campinas) O que singulariza o pessimismo de Machado de Assis é a sua posição antagônica em relação ao
evolucionismo oitocentista, ao culto do progresso e da ciência. Frente às ingenuidades do cientificismo, o sarcasmo de Brás
Cubas reabre a interrogação metafísica, a perplexidade radical ante a variedade do ser humano. Um artista como Machado
levou mais a sério do que os arautos do evolucionismo cientificista o golpe que Darwin tinha desfechado contra as ilusões
antropocêntricas da humanidade.
(MERQUIOR, José Guilherme. De Anchieta a Euclides. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977, p. 171-172)
É exemplo da atmosfera superiormente sarcástica com que Brás Cubas conduz suas memórias póstumas o fato de que, nesse
romance magistral,
A.O tom crítico-documental serviu às gerações seguintes como uma cruel historiografia da 2a metade do século XIX.
B.A personagem que narra logrou combinar a pena da galhofa com a tinta da melancolia, tal como confessa ao seu leitor.
C.O narrador, um diplomata já aposentado, refaz sua vida valendo-se das confissões mais impiedosas.
D.O tom fantástico da narrativa aproxima-o das melhores páginas da ficção científica que predominará no século XX.
E.A estranha narrativa é conduzida de tal modo que apaga quaisquer traços realistas da sociedade da época.
B
Resolução: No romance "Memórias Póstumas de Brás Cubas," o narrador, Brás Cubas, combina a pena da galhofa
(humor, sarcasmo) com a tinta da melancolia, como ele mesmo confessa ao leitor. Essa combinação de humor e
melancolia é uma característica marcante da narrativa do livro, que é conduzida com um tom sarcástico e irônico, mas
também permeada de reflexões melancólicas sobre a vida e a sociedade da época.
(PUC-SP) O Almocreve
Vai então, empacou o jumento em que eu vinha montado; fustiguei-o, ele deu dois corcovos, depois mais três, enfim mais um, que
me sacudiu fora da sela, com tal desastre, que o pé esquerdo me ficou preso no estribo; tento agarrar-me ao ventre do animal, mas
já então, espantado, disparou pela estrada fora. Digo mal: tentou disparar, e efetivamente deu dois saltos, mas um almocreve, que
ali estava, acudiu a tempo de lhe pegar na rêdea e detê-lo, não sem esforço nem perigo. Dominado o bruto, desvencilhei-me do
estribo e pus-me de pé.
- Olhe do que vosmecê escapou, disse o almocreve.
( ...) RESOLVI DAR-LHE (...) UMA RECOMPENSA DIGNA DA DEDICAÇÃO COM QUE ELE ME SALVOU.
Este trecho é retirado do capítulo que exemplifica bem a personalidade e o caráter do narrador. Assim, considerando o episódio
como um todo, no ato final da recompensa, Brás Cubas
A.Foi extremamente generoso e deu ao almocreve três moedas de ouro das cinco que trazia consigo.
B.Ofertou-lhe apenas um cruzado em prata e considerou que havia pagado bem o gesto de seu salvador.
C.Reduziu a recompensa para apenas uma moeda de ouro, pois afinal o almocreve era um pobre diabo.
D.Deu-lhe umas moedas de cobre e considerouse pródigo, pois entendeu que não houve mérito algum no gesto do almocreve e que
ele fora apenas um instrumento da Providência.
(PUC-SP) O Almocreve
Vai então, empacou o jumento em que eu vinha montado; fustiguei-o, ele deu dois corcovos, depois mais três, enfim mais um, que
me sacudiu fora da sela, com tal desastre, que o pé esquerdo me ficou preso no estribo; tento agarrar-me ao ventre do animal, mas
já então, espantado, disparou pela estrada fora. Digo mal: tentou disparar, e efetivamente deu dois saltos, mas um almocreve, que
ali estava, acudiu a tempo de lhe pegar na rêdea e detê-lo, não sem esforço nem perigo. Dominado o bruto, desvencilhei-me do
estribo e pus-me de pé.
- Olhe do que vosmecê escapou, disse o almocreve.
( ...) RESOLVI DAR-LHE (...) UMA RECOMPENSA DIGNA DA DEDICAÇÃO COM QUE ELE ME SALVOU.
Este trecho é retirado do capítulo que exemplifica bem a personalidade e o caráter do narrador. Assim, considerando o episódio
como um todo, no ato final da recompensa, Brás Cubas
A.Foi extremamente generoso e deu ao almocreve três moedas de ouro das cinco que trazia consigo.
B.Ofertou-lhe apenas um cruzado em prata e considerou que havia pagado bem o gesto de seu salvador.
C.Reduziu a recompensa para apenas uma moeda de ouro, pois afinal o almocreve era um pobre diabo.
D.Deu-lhe umas moedas de cobre e considerouse pródigo, pois entendeu que não houve mérito algum no gesto do almocreve e que
ele fora apenas um instrumento da Providência.
B
Resolução: No capítulo, como um todo, Brás Cubas dá ao almo - creve um cruzado de prata; não tem a benevolência de
ofertar-lhe uma moeda de ouro, ainda que o considere um pobre-diabo. Ao ir embora, Brás Cubas faz a seguinte
reflexão: “chamei-me pródigo, lancei o cruzado à conta das minhas dissipações antigas; tive (por que não direi tudo?)
tive remorsos”.
(PUC-SP) Leia os textos abaixo
Texto a) Em verdade vos digo que toda a sabedoria humana não vale um par de botas curtas.
Tu, minha Eugênia, é que não as descalçaste nunca; foste aí pela estrada da vida, manquejando da perna e do amor, triste como
os enterros pobres, solitária, calada, laboriosa, até que vieste também para esta outra margem ... O que eu não sei é se a tua
existência era muito necessária ao século. Quem sabe?
Texto b) Aí tem, o leitor, em poucas linhas, o retrato físico e moral da pessoa que devia influir mais tarde na minha vida; era
aquilo com dezesseis anos. Tu que me lês, se ainda fores viva, quando estas página vierem à luz, - tu que me lês, Virgília amada,
não reparas na diferença entre a linguagem de hoje e a que primeiro empreguei quando te vi? Crê que era tão sincero então como
agora; a morte não me tornou rabugento, nem injusto.
Esses trechos acima são de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
Considerando-os, bem como o romance como um todo, NÃO SE PODE afirmar que
A.Em ambos, o narrador assume a sua condição de defunto autor para considerar coisas a respeito da vida das mulheres com quem
se relacionou.
B.No Texto a, o narrador indicia que também ela (Eugênia) havia morrido e que se encontrava no mesmo lado em que ele estava,
após sofrer as vicissitudes de uma vida cheia de decepções.
C.Em ambos, predomina a função conativa da linguagem, já que o narrador atua sobre as personagens, tornandoas suas
interlocutoras.
D.No Texto b, o narrador ressalta a diferença de linguagem no trato da figura da mulher amada que, em verdade, não chega a
influir mais tarde em sua vida social e amorosa.
(PUC-SP) Leia os textos abaixo
Texto a) Em verdade vos digo que toda a sabedoria humana não vale um par de botas curtas.
Tu, minha Eugênia, é que não as descalçaste nunca; foste aí pela estrada da vida, manquejando da perna e do amor, triste como
os enterros pobres, solitária, calada, laboriosa, até que vieste também para esta outra margem ... O que eu não sei é se a tua
existência era muito necessária ao século. Quem sabe?
Texto b) Aí tem, o leitor, em poucas linhas, o retrato físico e moral da pessoa que devia influir mais tarde na minha vida; era
aquilo com dezesseis anos. Tu que me lês, se ainda fores viva, quando estas página vierem à luz, - tu que me lês, Virgília amada,
não reparas na diferença entre a linguagem de hoje e a que primeiro empreguei quando te vi? Crê que era tão sincero então como
agora; a morte não me tornou rabugento, nem injusto.
Esses trechos acima são de Memórias Póstumas de Brás Cubas, de Machado de Assis.
Considerando-os, bem como o romance como um todo, NÃO SE PODE afirmar que
A.Em ambos, o narrador assume a sua condição de defunto autor para considerar coisas a respeito da vida das mulheres com quem
se relacionou.
B.No Texto a, o narrador indicia que também ela (Eugênia) havia morrido e que se encontrava no mesmo lado em que ele estava,
após sofrer as vicissitudes de uma vida cheia de decepções.
C.Em ambos, predomina a função conativa da linguagem, já que o narrador atua sobre as personagens, tornandoas suas
interlocutoras.
D.No Texto b, o narrador ressalta a diferença de linguagem no trato da figura da mulher amada que, em verdade, não chega a
influir mais tarde em sua vida social e amorosa.
A
Resolução: Em ambos, o narrador assume a sua condição de defunto autor para considerar coisas a respeito da vida das
mulheres com quem se relacionou.
PUC-Campinas) O que singulariza o pessimismo de Machado de Assis é a sua posição antagônica em relação ao evolucionismo
oitocentista, ao culto do progresso e da ciência. Frente às ingenuidades do cientificismo, o sarcasmo de Brás Cubas reabre a
interrogação metafísica, a perplexidade radical ante a variedade do ser humano. Um artista como Machado levou mais a sério
do que os arautos do evolucionismo cientificista o golpe que Darwin tinha desfechado contra as ilusões antropocêntricas da
humanidade.
(MERQUIOR, José Guilherme. De Anchieta a Euclides. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977, p. 171-172)
Ao afirmar que Machado de Assis referendou o golpe que Darwin tinha desfechado contra as ilusões antropocêntricas da
humanidade, o autor do texto dá força à ideia de que o criador de Brás Cubas
A.Deixou-se levar pelo cientificismo dos pesquisadores mais ingênuos.
B.Acabou se identificando com os arautos do progresso histórico.
C.Alinhou-se ao pessimismo darwinista em relação ao futuro da humanidade.
D.Rechaçou a ideia de que os homens constituam o centro privilegiado do universo.
E.Considerou que a ciência da época soube como aliar-se às elucubrações da metafísica.
PUC-Campinas) O que singulariza o pessimismo de Machado de Assis é a sua posição antagônica em relação ao evolucionismo
oitocentista, ao culto do progresso e da ciência. Frente às ingenuidades do cientificismo, o sarcasmo de Brás Cubas reabre a
interrogação metafísica, a perplexidade radical ante a variedade do ser humano. Um artista como Machado levou mais a sério
do que os arautos do evolucionismo cientificista o golpe que Darwin tinha desfechado contra as ilusões antropocêntricas da
humanidade.
(MERQUIOR, José Guilherme. De Anchieta a Euclides. Rio de Janeiro: José Olympio, 1977, p. 171-172)
Ao afirmar que Machado de Assis referendou o golpe que Darwin tinha desfechado contra as ilusões antropocêntricas da
humanidade, o autor do texto dá força à ideia de que o criador de Brás Cubas
A.Deixou-se levar pelo cientificismo dos pesquisadores mais ingênuos.
B.Acabou se identificando com os arautos do progresso histórico.
C.Alinhou-se ao pessimismo darwinista em relação ao futuro da humanidade.
D.Rechaçou a ideia de que os homens constituam o centro privilegiado do universo.
E.Considerou que a ciência da época soube como aliar-se às elucubrações da metafísica.
D
Resolução: O autor do texto está afirmando que Machado de Assis levou a sério o golpe que Charles Darwin desfechou
contra as ilusões antropocêntricas da humanidade, o que implica que ele não apenas rejeitou a ideia de que os seres
humanos eram o centro privilegiado do universo, mas também reconheceu a influência da ciência da época, como a
teoria da evolução, nas reflexões filosóficas e metafísicas sobre a natureza humana e a condição humana.
(UFF) Óbito do autor
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu
nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar
diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi
outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a
pôs no intróito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco.
(Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.)
Assinale a afirmativa que não corresponde ao texto de Machado de Assis.
A.Este narrador em primeira pessoa é uma alternativa ao narrador intimista tradicional, que tem seu ponto de vista
absolutamente limitado pelas circunstâncias e pelo que o narrador-personagem pode conhecer a partir delas.
B.Este narrador em primeira pessoa é uma alternativa ao narrador onisciente, tradicional do Realismo.
C.Memórias póstumas de Brás Cubas foi publicado depois que Machado de Assis morreu, razão pela qual Machado declara
que não é propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço.
D.A hesitação expressa pelo narrador (pôr em primeiro lugar seu nascimento ou sua morte) não faz parte do repertório
tradicional de autores realistas ou naturalistas.
E.O narrador declara que é um defunto autor, para quem o túmulo foi um outro berço porque somente depois de morto ele
resolveu produzir a narrativa que o vai transformar em autor.
(UFF) Óbito do autor
Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu
nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar
diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi
outro berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo. Moisés, que também contou a sua morte, não a
pôs no intróito, mas no cabo: diferença radical entre este livro e o Pentateuco.
(Machado de Assis. Memórias póstumas de Brás Cubas.)
Assinale a afirmativa que não corresponde ao texto de Machado de Assis.
A.Este narrador em primeira pessoa é uma alternativa ao narrador intimista tradicional, que tem seu ponto de vista
absolutamente limitado pelas circunstâncias e pelo que o narrador-personagem pode conhecer a partir delas.
B.Este narrador em primeira pessoa é uma alternativa ao narrador onisciente, tradicional do Realismo.
C.Memórias póstumas de Brás Cubas foi publicado depois que Machado de Assis morreu, razão pela qual Machado declara
que não é propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro berço.
D.A hesitação expressa pelo narrador (pôr em primeiro lugar seu nascimento ou sua morte) não faz parte do repertório
tradicional de autores realistas ou naturalistas.
E.O narrador declara que é um defunto autor, para quem o túmulo foi um outro berço porque somente depois de morto ele
resolveu produzir a narrativa que o vai transformar em autor.
C
Resolução: A obra "Memórias Póstumas de Brás Cubas", escrita inicialmente como folhetim por Machado de Assis,
em 1880, é a narrativa do personagem Brás Cubas, que relata a sua vida após a sua morte.
Publicado de março a dezembro, é considerada a obra que inaugurou o Realismo na Literatura Brasileira,
apresentando temas como a escravidão, as diferenças de classes, com uso da ironia e pessimismo.
Todas as assertivas acima se referem ao texto de Machado de Assis, com exceção da alternativa C, uma vez que a
publicação de Memórias Póstumas ocorreu em 1880, e a morte de Machado é datada de 1908. Além isso, é incoerente
ter acontecido a criação da obra após a morte do autor.
(PUC-Campinas) Brás Cubas busca articular a política de domínio paternalista, sob fogo cerrado nos anos 1870, com aspectos da
onda de ideias cientificistas europeias do tempo – especialmente no que tange ao darwinismo social como forma de explicar a
origem e a reprodução das desigualdades sociais.
(CHALHOUB, Sidney. Machado de Assis Historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 96)
O comentário sobre a onda de ideias cientificistas se aplica de modo inteiramente adequado às convicções que nortearam
A.Os romances de tese do século XIX, reconhecidos como expressão do Naturalismo.
B.A ficção regionalista retomada nos anos de 1930, de que é exemplo o romance Caetés.
C.A poesia nacionalista e libertária do jovem autor da Lira dos vinte anos.
D.Os primeiros textos emancipacionistas dos nossos autores pré-românticos.
E.A exaltação de valores da cultura nativa, presente nos cantos de Gonçalves Dias.
(PUC-Campinas) Brás Cubas busca articular a política de domínio paternalista, sob fogo cerrado nos anos 1870, com aspectos da
onda de ideias cientificistas europeias do tempo – especialmente no que tange ao darwinismo social como forma de explicar a
origem e a reprodução das desigualdades sociais.
(CHALHOUB, Sidney. Machado de Assis Historiador. São Paulo: Companhia das Letras, 2003, p. 96)
O comentário sobre a onda de ideias cientificistas se aplica de modo inteiramente adequado às convicções que nortearam
A.Os romances de tese do século XIX, reconhecidos como expressão do Naturalismo.
B.A ficção regionalista retomada nos anos de 1930, de que é exemplo o romance Caetés.
C.A poesia nacionalista e libertária do jovem autor da Lira dos vinte anos.
D.Os primeiros textos emancipacionistas dos nossos autores pré-românticos.
E.A exaltação de valores da cultura nativa, presente nos cantos de Gonçalves Dias.
A
Resolução: Os romances de tese do século XIX, muitos dos quais pertencentes ao movimento literário do Naturalismo,
frequentemente abordavam questões sociais e utilizavam ideias científicas, incluindo o darwinismo social, para explicar
as origens e reprodução das desigualdades sociais. Portanto, essa alternativa está correta.
(UNICAMP) (...) pediu-me desculpa da alegria, dizendo que era alegria de pobre que não via, desde muitos anos, uma nota de
cinco mil réis.
– Pois está em suas mãos ver outras muitas, disse eu.
– Sim? acudiu ele, dando um bote pra mim.
– Trabalhando, concluí eu. Fez um gesto de desdém; calou-se alguns instantes, depois disse-me positivamente que não queria
trabalhar.
(Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas. São Paulo: Ateliê Editorial, 2001, p.158.)
O trecho citado diz respeito ao encontro entre Brás Cubas e Quincas Borba, no capítulo 49, e, mais precisamente, apanha o
momento em que Brás dá uma esmola ao amigo. Considerando o conjunto do romance, é correto afirmar que essa passagem
A.Explicita a desigualdade das classes sociais na primeira metade do século XIX e propõe a categoria de trabalho como fator
fundamental para a emancipação do pobre.
B.Indica o ponto de vista da personagem Brás Cubas e propõe a meritocracia como dispositivo pedagógico e moral para a
promoção do ser humano no século XIX.
C.Elabora, por meio do narrador, o preconceito da classe social a que pertence Brás Cubas em relação à classe média do século
XIX, na qual se insere Quincas Borba.
D.Sugere as posições de classe social das personagens machadianas, mediante um narrador que valoriza o trabalho, embora ele
mesmo, sendo rico, não trabalhe.
UENP) Algum tempo hesitei se devia abrir estas memórias pelo princípio ou pelo fim, isto é, se poria em primeiro lugar o meu
nascimento ou a minha morte. Suposto o uso vulgar seja começar pelo nascimento, duas considerações me levaram a adotar
diferente método: a primeira é que eu não sou propriamente um autor defunto, mas um defunto autor, para quem a campa foi outro
berço; a segunda é que o escrito ficaria assim mais galante e mais novo.
(ASSIS, M. de. Memórias Póstumas de Brás Cubas. 18 ed. São Paulo: Ática, 1992. p. 17.)
De acordo com o início do primeiro capítulo de Memórias póstumas de Brás Cubas, assinale a alternativa correta.
A.O romance é narrado em primeira pessoa, e Brás Cubas pode ser compreendido como autor-personagem das memórias.
B.O fato de o autor das memórias ser Brás Cubas impede que ele seja reconhecido como personagem do romance.
C.O uso do narrador em primeira pessoa faz-se apenas nesse capítulo inicial; depois, o romance passa a ser narrado em terceira
pessoa.
D.A primeira pessoa que se manifesta no trecho é Machado de Assis, o que reforça a verossimilhança do romance.
E.Quando o narrador se refere a “autor defunto”, o autor referido é Machado de Assis, o que permite distingui-lo de Brás Cubas.
A
Resolução: O início do primeiro capítulo de "Memórias Póstumas de Brás Cubas" sugere que o romance é narrado em
primeira pessoa, e Brás Cubas pode ser compreendido como autor-personagem das memórias.
FUVEST) CAPÍTULO LIII
....... Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.
Virgília é que já se não lembrava da meia dobra; toda Considerado no contexto de Memórias póstumas de Brás
Ela estava concentrada em mim, nos meus olhos, na minha Cubas, o “livro” dos amores de Brás Cubas e Virgília,
Vida, no meu pensamento;—era o que dizia, e era verdade. apresentado no breve capítulo aqui reproduzido, configura
Há umas plantas que nascem e crescem depressa; uma
[5] outras são tardias e pecas. O nosso amor era daquelas; A.Demonstração da tese naturalista que postula o
Brotou com tal ímpeto e tanta seiva, que, dentro em pouco, fundamento biológico das relações amorosas.
Era a mais vasta, folhuda e exuberante criatura dos bosques. B.Versão mais intensa e prolongada da típica sequência de
Não lhes poderei dizer, ao certo, os dias que durou esse animação e enfado, característica da trajetória de Brás
Crescimento. Lembra-me, sim, que, em certa noite, abotoou- Cubas.
[10] se a flor, ou o beijo, se assim lhe quiserem chamar, um beijo C.Incorporação, ao romance realista, dos triângulos
Que ela me deu, trêmula,—coitadinha,—trêmula de medo, amorosos, cuja criação se dera durante o período romântico.
Porque era ao portão da chácara. Uniu-nos esse beijo único, D.Manifestação da liberdade que a condição de defunto-
— breve como a ocasião, ardente como o amor, prólogo de autor dava a Brás Cubas, permitindo-lhe tratar de assuntos
Uma vida de delícias, de terrores, de remorsos, de prazeres proibidos em sua época.
[15] que rematavam em dor, de aflições que desabrochavam em E.Crítica à devassidão que grassava entre as famílias da elite
Alegria,— uma hipocrisia paciente e sistemática, único freio do Império, em particular, na Corte.
De uma paixão sem freio,—vida de agitações, de cóleras, de
Desesperos e de ciúmes, que uma hora pagava à farta e de
Sobra; mas outra hora vinha e engolia aquela, como tudo
[20] mais, para deixar à tona as agitações e o resto, e o resto do
Resto, que é o fastio e a saciedade: tal foi o livro daquele
Prólogo.
FUVEST) CAPÍTULO LIII
....... Machado de Assis, Memórias póstumas de Brás Cubas.
Virgília é que já se não lembrava da meia dobra; toda Considerado no contexto de Memórias póstumas de Brás
Ela estava concentrada em mim, nos meus olhos, na minha Cubas, o “livro” dos amores de Brás Cubas e Virgília,
Vida, no meu pensamento;—era o que dizia, e era verdade. apresentado no breve capítulo aqui reproduzido, configura
Há umas plantas que nascem e crescem depressa; uma
[5] outras são tardias e pecas. O nosso amor era daquelas; A.Demonstração da tese naturalista que postula o
Brotou com tal ímpeto e tanta seiva, que, dentro em pouco, fundamento biológico das relações amorosas.
Era a mais vasta, folhuda e exuberante criatura dos bosques. B.Versão mais intensa e prolongada da típica sequência de
Não lhes poderei dizer, ao certo, os dias que durou esse animação e enfado, característica da trajetória de Brás
Crescimento. Lembra-me, sim, que, em certa noite, abotoou- Cubas.
[10] se a flor, ou o beijo, se assim lhe quiserem chamar, um beijo C.Incorporação, ao romance realista, dos triângulos
Que ela me deu, trêmula,—coitadinha,—trêmula de medo, amorosos, cuja criação se dera durante o período romântico.
Porque era ao portão da chácara. Uniu-nos esse beijo único, D.Manifestação da liberdade que a condição de defunto-
— breve como a ocasião, ardente como o amor, prólogo de autor dava a Brás Cubas, permitindo-lhe tratar de assuntos
Uma vida de delícias, de terrores, de remorsos, de prazeres proibidos em sua época.
[15] que rematavam em dor, de aflições que desabrochavam em E.Crítica à devassidão que grassava entre as famílias da elite
Alegria,— uma hipocrisia paciente e sistemática, único freio do Império, em particular, na Corte.
De uma paixão sem freio,—vida de agitações, de cóleras, de
Desesperos e de ciúmes, que uma hora pagava à farta e de :B
Sobra; mas outra hora vinha e engolia aquela, como tudo Resolução: Brás Cubas relata sua vida como enfadonha, u
[20] mais, para deixar à tona as agitações e o resto, e o resto do sucessão de pequenas euforias, seguidas de enorme fastio. S
Resto, que é o fastio e a saciedade: tal foi o livro daquele história com Virgília segue o mesmo roteiro, porém com u
Prólogo. intensidade maior, isto é, empolgações que duram um pou
Alternativa “e”. O texto
que serviu de base à
questão é uma biografia,
cujas informações estão
encadeadas de maneira
cronológica. A linguagem
é sobretudo objetiva, com
a intenção de enfatizar o
assunto, ou seja, as
informações sobre a vida
de Machado de Assis.
Alternativa “c”. A p
realista contraria a persp
romantismo, retratando a
de maneira menos idealiza
crítica, características que
de Assis adotou em sua ob
Alternativa “d”.
O narrador
começa sua
narrativa a partir
de sua morte e,
por esse motivo,
autointitula-se
um defunto-
autor, ou seja, um
morto que
resolveu escrever
suas memórias.
Alternativa “d”.