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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

Qual é a distância entre a Terra e a Lua?

A distância entre a Terra e a Lua sofre alterações dependendo do momento, mas já conseguimos
traçar uma média com precisão.
1A Lua, nosso satélite natural, tem sido objeto de admiração e curiosidade desde tempos

imemoriais. Com sua beleza misteriosa e influência nas marés, é natural que nos perguntemos:
qual é a distância exata entre a Terra e a Lua? Ao longo do tempo, conseguimos medir de
maneira muito precisa a distância até o nosso satélite natural que, por incrível que pareça, pode
variar conforme a situação. Ficou curioso? A gente te explica.

A distância entre a Terra e a Lua


2A distância entre a Terra e a Lua é a medida que separa nossos dois corpos celestes durante

sua órbita. 3Essa distância não é estática, mas sim variável, devido às características das órbitas
elípticas de ambos os corpos, logo, a distância pode acabar sendo maior ou menor a depender
do ponto de medição. Em média, a distância é de aproximadamente 384.400 quilômetros. Essa
medida tem sido determinada por meio de tecnologias avançadas, como laser e radar, que
permitem medições precisas ao longo do tempo.

Como a distância é medida?


A medição precisa da distância entre a Terra e a Lua é um feito impressionante da ciência
moderna. Uma das técnicas mais utilizadas é a reflexão a laser. Astrônomos enviam feixes de
laser de alta potência para espelhos refletores deixados na superfície lunar pelas missões Apollo,
por exemplo. Ao calcular o tempo que o laser leva para retornar, os cientistas podem determinar
a distância com incrível precisão.
Outra técnica envolve o uso de sinais de radar. 4Grandes antenas transmitem sinais de rádio em
direção à Lua, e esses sinais são refletidos de volta à Terra. Novamente, o tempo levado para o
sinal retornar é utilizado para calcular a distância.
As medições são realizadas repetidamente ao longo do tempo para levar em conta as flutuações
nas órbitas. Esses métodos altamente sofisticados garantem a obtenção de dados precisos para
melhor compreender a relação entre a Terra e a Lua.

O que influencia a distância entre a Terra e a Lua?


Embora a distância média entre a Terra e a Lua seja de cerca de 384.400 quilômetros, essa
medida não é constante. Existem fatores que afetam essa distância e podem levá-la a variar ao
longo do tempo. Um dos principais fatores é a órbita elíptica da Lua ao redor da Terra. As órbitas
elípticas são ovaladas e não círculos perfeitos, o que significa que a Lua não está sempre à
mesma distância da Terra. Durante o perigeu, que é o ponto mais próximo da Terra, a Lua pode
estar a aproximadamente 363.300 quilômetros. Já no apogeu, que é o ponto mais distante, a
distância pode aumentar para cerca de 405.500 quilômetros. Essas variações ocorrem em ciclos
de aproximadamente 27 dias, período conhecido como mês lunar.

Significado da distância entre a Terra e a Lua


A distância entre a Terra e a Lua tem implicações significativas para a ciência e para a vida na
Terra. O estudo dessa distância ajuda a compreender a evolução das órbitas celestes e a história
do nosso sistema solar. Além disso, o conhecimento preciso dessa relação é fundamental para
o planejamento de missões espaciais tripuladas e não tripuladas. As marés oceânicas são um
exemplo prático e impactante do significado dessa distância. A atração gravitacional da Lua
causa as marés, que desempenham um papel vital na estabilidade ecológica das zonas
costeiras, bem como na circulação dos oceanos, afetando o clima global.
Em resumo, a distância entre a Terra e a Lua é uma fascinante e complexa relação cósmica.
Com a ajuda de tecnologias avançadas, os cientistas têm sido capazes de medir e compreender
essa distância com notável precisão. Esse conhecimento é vital para nossa compreensão do
universo, das marés e das possibilidades futuras da exploração espacial. A Lua, nossa vizinha
cósmica, continua a nos surpreender e a inspirar nossa curiosidade sobre o vasto cosmos.

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(OLIVEIRA, Danilo. Qual é a distância entre a Terra e a Lua? In: Olhar Digital – Ciência e Espaço.
Disponível em https://olhardigital.com.br/2023/08/07/ Texto adaptado.)

1. No texto, a função predominante é referencial, isso ocorre porque


a) há preocupação com o uso de expressões demasiadamente coloquiais.
b) recorre ao uso excessivo de adjetivos para convencer o leitor sobre o assunto.
c) informa sobre o assunto, privilegiando o uso da objetividade, com fatos e dados concretos.
d) preocupa-se em transmitir emoēões e sentimentos, sublimando outras questões.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:

2. Na medida em que se debruça sobre o próprio processo de confecção de tiras, a tira de


André Dahmer apresenta um caráter
a) social.
b) enigmático.
c) metalinguístico.
d) contraditório.
e) satírico.

3.

A propaganda, divulgando a prova do Enem, deixa claro que são preponderantes para a

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mensagem as funções
a) fática e poética.
b) metalinguística e conativa.
c) referencial e poética.
d) emotiva e referencial.
e) conativa e emotiva.

4.

Na tirinha, observa-se a predominância da função


a) conativa.
b) fática.
c) poética.
d) metalinguística.
e) referencial.

5.

Com base na peça publicitária da Anistia Internacional, é correto afirmar que


a) a correlação verbo-visual, reforçada pela polissemia do verbo “desligar”, contrapõe quem vive
e quem observa a guerra.
b) os pronomes “você” e “eles” indicam compatibilidade ideológica entre grupos de regiões
diferentes.
c) a linguagem visual impede a conscientização acerca das realidades das zonas de guerra.

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d) a omissão do verbo no segundo período do texto coloca o leitor como participante da guerra.
e) os recursos visuais possuem independência da expressão linguística na interpretação da
publicidade.

6. O avanço tecnológico provocou alterações nos meios de comunicação e também na


linguagem, com o surgimento de novos tipos e gêneros textuais, entre eles os digitais. É
interessante notar que eles podem ser definidos porque apresentam elementos que possibilitam
isso, além de preservarem características de tipos e gêneros já consagrados. [...] Sabemos que
os tipos e gêneros textuais são incontáveis e adaptáveis a diversas realidades e situações
comunicacionais. Sabemos também que em relação aos gêneros textuais estes podem ser
definidos graças a um conjunto de elementos fixos, embora sejam mais flexíveis do que os tipos
textuais. A verdade é que a comunicação na internet acabou criando novos gêneros e alterando
outros, comprovando que eles estão a serviço dos falantes e às necessidades de seu tempo [...].

Disponível em: https://www.portugues.com.br/redacao/generos-digitais.html. Acesso em: 26 out.


2022 (fragmento).

Em síntese, entre os gêneros textuais utilizados em diferentes situações comunicativas estão os


gêneros digitais, os quais
a) não devem ser utilizados na produção de textos dissertativos.
b) empregam apenas a linguagem formal.
c) utilizam apenas elementos não verbais.
d) utilizam períodos curtos e diretos.
e) não admitem linguagem interativa.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Texto I

Dizei, Senhora, da Beleza ideia:


Para fazerdes esse áureo crino1,
Onde fostes buscar esse ouro fino?
De que escondida mina ou de que veia?

Dos vossos olhos essa luz febeia2,


Esse respeito, de um império dino3?
Se o alcançastes com saber divino,
Se com encantamentos de Medeia?

De que escondidas conchas escolhestes


As perlas preciosas orientais
Que, falando, mostrais no doce riso?

Pois vos formastes tal como quisestes,


Vigiai-vos de vós, não vos vejais;
Fugi das fontes: lembre-vos Narciso.

(CAMÕES, Luís de. Rimas. Texto estabelecido, revisto e prefaciado por Álvaro J. da Costa
Pimpão. Coimbra: Atlântida Editora, 1973.)

Vocabulário:
1. cabelos
2. do sol
3. digno, merecedor

Texto II

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Já sabemos que uma parte importante da poesia de Camões está centrada na representação da
mulher amada e na reflexão sobre o Amor. O que neste soneto encontramos, nos termos
concentrados que esta forma exige, é uma das componentes mais sofisticadas daquela
representação: a mulher é vista não pelos olhos do desejo erótico, mas antes como um ideal de
Beleza.

(REIS, Carlos. Rimas e Os Lusíadas. Porto: Porto Editora, 2015.)

7. Sobre cada um dos textos apresentados, pode-se afirmar corretamente que o soneto de Luís
Vaz de Camões e o trecho do ensaio de Carlos Reis apresentam, respectivamente, as seguintes
funções da linguagem:

I. Poética e conativa (pela organização da linguagem figurada e presença de verbos no modo


imperativo, como se nota nos dois últimos versos) / Referencial (pelo conteúdo informativo e
analítico do ensaio).
II. Emotiva (pelo teor sentimental, marcadamente intimista do soneto) / Fática (devido à tentativa
de manter o canal de comunicação com o leitor).
III. Conativa (pelas interrogações que buscam induzir a interlocutora a corresponder o
sentimento amoroso do eu lírico) / Metalinguística (pelo fato de se discutir em um ensaio
literário as características estruturais de um poema),

Está correto o que se afirma:


a) Em todas as alternativas.
b) Apenas na alternativa I.
c) Nas alternativas I e II.
d) Apenas na alternativa III.
e) Nas alternativas I e III.

8. [...] Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu Iracema.
Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da graúna, e
mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo de jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu
hábito perfumado. Além, muito além daquela serra, que ainda azula no horizonte, nasceu
Iracema. Iracema, a virgem dos lábios de mel, que tinha os cabelos mais negros que a asa da
graúna, e mais longos que seu talhe de palmeira.
O favo de jati não era doce como seu sorriso; nem a baunilha recendia no bosque como seu
hábito perfumado.
[...]

ALENCAR, J. Iracema. In ALENCAR, José de. Obra Completa. Rio de Janeiro: Editora José
Aguilar, 1959, vol. III. (Adaptado)

Sabemos que a linguagem é uma das formas de apreensão e de comunicação das coisas do
mundo. O ser humano, ao viver em conjunto, utiliza vários códigos para representar o que pensa,
o que sente, o que quer, o que faz.

Dentre as Funções da Linguagem, identifique quais delas estão presentes no excerto da obra
Iracema, de José de Alencar, e assinale a alternativa correta.
a) Função fática e função emotiva.
b) Função conativa e função fática.
c) Função metalinguística e função poética.
d) Função emotiva e função metalinguagem.
e) Função referencial e função poética.

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TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:
‘Pinóquio’, de Guillermo del Toro, explora temas profundos e se consagra como a melhor
animação do ano

Por Thiago Nolla

A clássica história ‘Pinóquio’, assinada por Carlo Collodi, já ganhou diversas adaptações
para o cinema e para a televisão fossem baseadas diretamente no romance original, fossem
traduzidas para determinada época através de semelhanças temáticas. A releitura
cinematográfica mais famosa é, sem dúvida, a encabeçada pela Walt Disney Studios em 1940,
considerada uma das melhores produções já feitas na história e que ganhou um esquecível e
monótono remake em live action este ano. Agora, chegou a vez do icônico cineasta Guillermo
del Toro fornecer sua própria perspectiva à atemporal narrativa com uma animação em stop
motion que não apenas superou todas as nossas expectativas, como também se tornou o melhor
título do gênero de 2022.
A ideia por trás do longa metragem não é apenas recontar as aventuras do personagem
titular, mas sim fornecer um viés mais sombrio e mais político. Nessa nova empreitada, Del Toro
une forças com Mark Gustafson para nos levar à Itália fascista dos anos 1930 e da II Guerra
Mundial, fazendo incursões ácidas sobre totalitarismo, autoritarismo e ambição. Na trama,
Geppetto (David Bradley) passa seus dias sofrendo pela morte precoce do filho, que se tornou
alvo de uma bomba militar que caiu sobre a pequena cidade em que vivem. Outrora um artista e
um homem respeitado, Geppetto se afundou no alcoolismo e no luto, incapaz de seguir em frente
e compreender o motivo de uma criança ter sido tirada de sua vida. Envolto pela inebriante
sensação de perda, ele derruba um pinheiro e constrói um boneco de madeira (Gregory Mann)
que, pouco depois, ganha vida pelos poderes místicos da Fada da Floresta (Tilda Swinton).
Diferente do conto eternizado pela Casa Mouse, as coisas aqui pendem mais para um
realismo mágico: Geppetto, ao ver sua criação se movimentando e falando, o trata como uma
força demoníaca que invadiu seu lar, levando um tempo até compreender a razão dele estar lá.
A relação fabulesca entre pai e filho é deixada de lado em prol de algo mais palpável, em que
ele se sente na obrigação de esconder Pinóquio do mundo para não perder a própria reputação
e como forma de proteger o boneco dos males do mundo. Eventualmente, a cidade se volta
contra Geppetto e Pinóquio, acusando os de bruxaria e de feitiçaria, até que o Podestà local (Ron
Perlman) resolve dar uma chance à marionete ao dizer que ele precisa ir à escola e se tornar um
cidadão italiano exemplar. [...]
As investidas artísticas dialogam com o enredo das formas mais variadas: cada
sequência é pensada com detalhismo apaixonante, desde os galhos das árvores às
protuberâncias do monstro marinho que engole os protagonistas. As cores transitam entre o
naturalismo de um escopo amalfitano, paradisíaco, ao pessimismo convulsionado da guerra,
manchada por vermelho, laranja e pela sóbria neutralidade do marrom; a trilha sonora, assinada
por Alexandre Desplat e uma forte concorrente ao Oscar, aposta em elementos fantasiosos, mas
fundindo teatralidade com realismo em uma explosão sentimental que nos arrepia do começo ao
fim. O único obstáculo enfrentado pelo filme é a paixão repentina de explicar as coisas que
acontecem, movido a uma precisão que, por vezes, se torna cansativa (em outras palavras, seria
mais divertido que fôssemos levados a pensar sobre os temas tratados do que engoli-los já
mastigados).
Del Toro já provou inúmeras vezes que é um dos maiores realizadores de todos os
tempos, e ‘Pinóquio’ é seu state-of-art, seu ápice criativo que preza pela originalidade do que
pela mera cópia e, devo dizer, seu melhor produto animado desde a ovacionada série ‘Caçadores
de Trolls’.

Disponível em: https://cinepop.com.br/critica-pinoquio-de-guillermo-del-toro-explora-temas-


profundos-e-se-consagra-como-a-melhor-animacao-do-ano-376481/. Acesso: em 10 dez. 2022.

9. Identifique a função de linguagem predominante no seguinte excerto do texto e assinale a


alternativa correta:

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“Del Toro já provou inúmeras vezes que é um dos maiores realizadores de todos os tempos, e
‘Pinóquio’ é seu state-of-art, seu ápice criativo que preza pela originalidade do que pela mera
cópia – e, devo dizer, seu melhor produto animado desde a ovacionada série ‘Caçadores de
Trolls’.”
a) Emotiva.
b) Referencial.
c) Metalinguística.
d) Fática.
e) Apelativa.

10. Ministério da Saúde


@minsaude

No combate à malária a gente precisa se unir. Utilize mosquiteiros, telas nas portas e janelas,
use repelentes, roupas compridas e deixe o agente borrifar sua casa. E em caso de sintomas
como dores de cabeça e no corpo, febre e calafrios, procure uma unidade básica de saúde e
faça o exame. Saiba mais em http://gov.br/malaria.

Disponível em: <https://twitter.com/minsaude/status/1650866720276373505>. Acesso em: 25 de


abr. de 2023.

Com base na análise das funções da linguagem do texto, assinale a alternativa CORRETA.
a) Trata-se de um texto informativo cuja função principal é referencial, pois explica para a
população os sintomas da malária e a importância de preveni-la.
b) O texto apresenta predomínio da função apelativa, pois seu objetivo é influenciar o
comportamento da população.
c) O foco da postagem do Ministério da Saúde é alertar para os sintomas da malária, empregando
a função metalinguística para este fim.
d) O uso de verbos no imperativo e da expressão “a gente” caracteriza a função fática presente
no texto, pois há necessidade de chamar a atenção do leitor para a campanha.

11. Quanto aos gêneros literários, analise os itens e assinale a alternativa correta.

I. Gênero dramático: A tragédia e a comédia são os principais subgêneros dramáticos.


II. O gênero dramático está relacionado a textos produzidos para serem interpretados por atores.
Tais textos são compostos por atos, cenas, rubricas (instruções do dramaturgo) e falas.
III. Tragédias: são textos dramáticos de caráter funesto, trágico.
IV. Comédia é um dos gêneros teatrais escrito geralmente em versos, que tem início na Grécia
Antiga. Trata-se de um gênero crítico burlesco e humorado, que satiriza diversos aspectos da
sociedade desde os costumes, hábitos, moral, figuras nobres, instituições políticas, etc.
a) Apenas os itens I, II e III estão corretos.
b) Apenas os itens II, III e IV estão corretos.
c) Apenas os itens III e IV estão corretos.
d) Todos os itens estão corretos.

12. Texto I

TOCANDO EM FRENTE
Almir Sater e Renato Teixeira

Ando devagar porque já tive pressa


Levo esse sorriso porque já chorei demais
Hoje me sinto mais forte, mais feliz quem sabe
Só levo a certeza de que muito pouco eu sei
Eu nada sei

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Conhecer as manhas e as manhãs,
O sabor das massas e das maçãs,
É preciso amor pra poder pulsar,
É preciso paz pra poder sorrir,
É preciso a chuva para florir

Penso que cumprir a vida seja simplesmente


Compreender a marcha e ir tocando em frente
Como um velho boiadeiro levando a boiada
Eu vou tocando os dias pela longa estrada eu vou
Estrada eu sou
[...]

Todo mundo ama um dia


Todo mundo chora
Um dia a gente chega
E no outro vai embora
Cada um de nós compõe a sua história
Cada ser em si
Carrega o dom de ser capaz
E ser feliz
[...]

Disponível em: https://www.cifraclub.com.br/almir-sater/tocando-em-frente/. Acesso em: 28 out.


2021.

Texto II

EU LÍRICO [VOZ POÉTICA]


[...] a poesia, na sua origem, se encontra estreitamente ligada à musicalidade. [...] o “eu” que fala
nos versos é “lírico”, ou seja, é um termo que se refere, dentro do contexto da teoria da literatura,
à análise de textos escritos em verso; pode ser entendido como a expressão de um “eu” do autor
ou de um “eu” fictício, potencializando dinâmicas que conferem, naturalmente, duas avaliações
influentes na análise literária. […] Compreende-se que o mundo literário exterioriza, a partir de
técnicas artísticas, a sua “irrealidade”, que enquanto “real” produz emoções. Mas é importante
entender a função que o irreal exerce na realidade que lhe é extrínseca; essa “realidade irreal”
proporciona ao sujeito poético um caráter de autonomia, visto que se erige a partir de um escritor
que lhe conferiu emoções e traços que lhe darão autoridade enquanto sujeito artístico do
enunciado, índices esses que podem, ou não, ser equivalentes à personalidade do autor da obra
de arte.

NARRADOR
O narrador é a instância da narrativa que transmite um conhecimento, narrando-o. Qualquer
pessoa que conta uma história é um narrador. [...] O narrador faz parte da narrativa. Ele assume
a função de um ator na diegese, pode apresentar-se sob a forma do pronome pessoal “eu” [...];
adaptar a identidade de um nome próprio [...] ou manter uma mera voz narrativa, como no caso
dos contos populares em que a voz do narrador se faz sentir através da simplicidade de “Era
uma vez uma bela princesa que vivia […]”. Em qualquer dos casos, trata-se de um sujeito com
existência textual, “ser de papel”, como lhe chamou Barthes, e tem como função relatar eventos
que constituem as alterações de estados sofridas por agentes antropomórficos, ou não, e
situados no espaço empírico da narrativa.

NARRADOR. In: E-Dicionário de Termos Literários de Carlos Ceia. Lisboa: Faculdade de


Ciências Sociais e Humanas, 2021. Disponível em:
https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/narrador/. Acesso em: 28 out. 2021.

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Assinale a alternativa que analisa corretamente a letra da música Tocando em Frente, de Almir
Sater e Renato Teixeira.
a) A reflexão suscitada pelo eu lírico ultrapassa os limites da regionalidade da música sertaneja
raiz, sendo a canção uma analogia de aspecto universal a respeito do autoconhecimento e da
contínua aprendizagem nas diversas fases da vida de qualquer pessoa, como proposto nos
versos: “Cada um de nós compõe a sua história, cada ser em si carrega o dom de ser capaz
e ser feliz”.
b) Os conceitos “Só levo a certeza de que muito pouco eu sei; Eu nada sei” trazem uma
correspondência intertextual com o pensamento de Sócrates, pois o narrador lírico reforça a
ideia de que o velho boiadeiro é capaz de solucionar as mazelas do agronegócio, já que conta
com uma inteligência emocional e inúmeros projetos sociais para as rodovias brasileiras.
c) A voz poética apresenta uma reflexão pessoal (eu), mas, também, regional e universal sobre
o autoconhecimento do velho boiadeiro que precisa encontrar o equilíbrio e domar a boiada,
para seguir a vida, ou seja, tocar os dias pela longa estrada, como nos versos: “Ando devagar
porque já tive pressa; Levo esse sorriso porque já chorei demais”.
d) A voz poética narrativa representa mentalmente o contexto geográfico e político do atual
homem do campo, que de forma peculiar vivencia o fluxo da vida e da natureza, sendo capaz
de “[...] Conhecer as manhas e as manhãs; O sabor das massas e das maçãs”, pois “[...] É
preciso paz pra poder sorrir; É preciso a chuva para florir”.
e) Os narradores sul-mato-grossenses, Almir Sater e Renato Teixeira, propõem uma lírica
musical introspectiva que apresenta em cada estrofe a humilde contemporaneidade do homem
do campo frente às mudanças industriais: “Penso que cumprir a vida seja simplesmente
compreender a marcha e ir tocando em frente”.

13. O problema central do método narrativo diz respeito à relação do autor com a sua obra. Em
uma peça teatral, o autor é ausente; ele desapareceu por trás dela. Mas o poeta épico conta a
história como contador profissional, incluindo os seus comentários no poema e dando à narrativa
propriamente dita (distinta do diálogo) o seu próprio estilo.
O romancista pode, similarmente, contar uma história sem afirmar que testemunhou ou participou
do que narra. Pode escrever na terceira pessoa, como “autor onisciente”. Esse é, sem dúvida, o
modo tradicional e “natural” de narração. O autor está presente, ao lado da sua obra, como o
palestrante cuja exposição acompanha o projetor de slides ou o filme documentário.

WELLEK, René; WARREN, Austin. Teoria da Literatura e Metodologia dos Estudos Literários.
São Paulo: Martins Fontes, 2001. p. 301.

Sobre o trecho acima e os gêneros literários, assinale a alternativa correta.


a) No gênero autobiográfico, o autor prescinde do recurso do narrador, expondo sua voz real e
testemunhal.
b) O narrador onisciente em terceira pessoa se caracteriza por ser imparcial e confiável em seu
discurso.
c) O poema épico, a despeito de sua terminologia, pertence ao gênero lírico, já que é escrito em
versos.
d) No gênero dramático há um afastamento do autor pela habitual inexistência da figura de um
narrador ou de um eu-lírico.

14. Sobre os gêneros literários, afirma-se:

I. O gênero dramático abrange textos que tematizam o sofrimento e a aflição da condição


humana.
II. Textos pertencentes ao gênero lírico privilegiam a expressão subjetiva de estados interiores.
III. O gênero épico compreende textos sobre acontecimentos grandiosos protagonizados por
heróis.
IV. Em literatura, o romance e a novela são formas narrativas pertencentes ao gênero dramático.

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Estão corretas apenas as afirmativas
a) I e II.
b) I e IV.
c) II e III.
d) III e IV.

15. Associe os gêneros literários às suas respectivas características.

1 – Gênero lírico ( ) Exteriorização dos valores e sentimentos coletivos

2 – Gênero épico ( ) Representação de fatos com presença física de atores

3 – Gênero dramático ( ) Manifestação de sentimentos pessoais predominando, assim,


a função emotiva

A sequência correta, de cima para baixo, é


a) 3 – 2 – 1
b) 2 – 3 – 1
c) 2 – 1 – 3
d) 1 – 3 – 2
e) 1 – 2 – 3

16. Numere os fragmentos de texto de acordo com os seguintes gêneros literários:

1. lírico
2. satírico
3. épico

( ) "Quem por ti de amor desmaia,


Nesta praia geme e chora:
Vem, Pastora, por piedade
A saudade consolar.

Não recreiam sempre os montes


Co'as delícias de Amaltéia;
Vem, ó Glaura, a ruiva areia,
Rio e fontes animar."
(Silva Alvarenga)

( ) "A cada canto um grande conselheiro,


Que nos quer governar cabana, e vinha,
Não sabem governar sua cozinha,
E podem governar o mundo inteiro.

Em cada porta um frequentado olheiro,


Que a vida do vizinho, e da vizinha
Pesquisa, escuta, espreita, e esquadrinha,
Para levar à Praça, e ao Terreiro."
(Gregório de Matos)

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( ) "Nesta triste masmorra,
de um semivivo corpo sepultura,
inda, Marília, adoro
a tua formosura.

Amor na minha ideia te retrata;


busca, extremoso, que eu assim resista
à dor imensa, que me cerca e mata."
(Tomás Antônio Gonzaga)

( ) "Este lugar delicioso e triste,


Cansada de viver, tinha escolhido,
Para morrer, a mísera Lindoia.
Lá reclinada, como que dormia,
Na branda relva, e nas mimosas flores;
Tinha a face na mão, e a mão no tronco
De um fúnebre cipreste, que espalhava
Melancólica sombra. Mais de perto
Descobrem que se enrola em seu corpo
Verde serpente..."
(Basílio da Gama)

A sequência CORRETA encontrada é:


a) 1, 2, 1, 3.
b) 1, 2, 3, 3.
c) 2, 1, 3, 1.
d) 3, 2, 3, 1.

17. Com relação aos gêneros literários, é INCORRETO afirmar que, no gênero
a) lírico, o artista retrata criticamente a realidade.
b) épico, o autor se apega à objetividade e à impessoalidade.
c) lírico, a tendência do escritor é revelar as emoções que o mundo causou nele.
d) dramático, há ausência de narrador, apresentando-se um conflito através do discurso direto.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


HOMEM NO MAR
Rubem Braga

De minha varanda vejo, entre árvores e telhados, o mar. Não há ninguém na praia, que
resplende ao sol. O vento é nordeste, e vai tangendo, aqui e ali, no belo azul das águas,
pequenas espumas que marcham alguns segundos e morrem, como bichos alegres e humildes;
perto da terra a onda é verde.
Mas percebo um movimento em um ponto do mar; é um homem nadando. Ele nada a
uma certa distância da praia, em braçadas pausadas e fortes; nada a favor das águas e do vento,
e as pequenas espumas que nascem e somem parecem ir mais depressa do que ele. Justo:
espumas são leves, não são feitas de nada, toda sua substância é água e vento e luz, e o homem
tem sua carne, seus ossos, seu coração, todo seu corpo a transportar na água
Ele usa os músculos com uma calma energia; avança. Certamente não suspeita de que
um desconhecido o vê e o admira porque ele está nadando na praia deserta. Não sei de onde
vem essa admiração, mas encontro nesse homem uma nobreza calma, sinto-me solidário com

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ele, acompanho o seu esforço solitário como se ele estivesse cumprindo uma bela missão. Já
nadou em minha presença uns trezentos metros; antes, não sei; duas vezes o perdi de vista,
quando ele passou atrás das árvores, mas esperei com toda confiança que reaparecesse sua
cabeça, e o movimento alternado de seus braços. Mais uns cinquenta metros, e o perderei de
vista, pois um telhado o esconderá. Que ele nade bem esses cinquenta ou sessenta metros; isto
me parece importante; é preciso que conserve a mesma batida de sua braçada, e que eu o veja
desaparecer assim como o vi aparecer, no mesmo rumo, no mesmo ritmo, forte, lento, sereno.
Será perfeito; a imagem desse homem me faz bem.
É apenas a imagem de um homem, e eu não poderia saber sua idade, nem sua cor, nem
os traços de sua cara. Estou solidário com ele, e espero que ele esteja comigo. Que ele atinja o
telhado vermelho, e então eu poderei sair da varanda tranquilo, pensando "vi um homem sozinho,
nadando no mar; quando o vi ele já estava nadando; acompanhei-o com atenção durante todo o
tempo, e testemunho que ele nadou sempre com firmeza e correção; esperei que ele atingisse
um telhado vermelho, e ele o atingiu"
Agora não sou mais responsável por ele; cumpri o meu dever, e ele cumpriu o seu.
Admiro-o. Não consigo saber em que reside, para mim, a grandeza de sua tarefa; ele não estava
fazendo nenhum gesto a favor de alguém, nem construindo algo de útil; mas certamente fazia
uma coisa bela, e a fazia de um modo puro e viril. Não desço para ir esperá-lo na praia e lhe
apertar a mão; mas dou meu silencioso apoio, minha atenção e minha estima a esse
desconhecido, a esse nobre animal, a esse homem, a esse correto irmão.

(ANDRADE, Carlos Drummond de; et al. Elenco de cronistas modernos. 8. ed. Rio de Janeiro;
José Olympio, 1984. p. 128-129)

18. Marque a alternativa em que a figura de linguagem é a mesma que a presente no seguinte
trecho do texto: “...uma nobreza calma...”.
a) “...como se ele tivesse cumprindo uma bela missão”.
b) “...pequenas espumas que marcham alguns segundos”.
c) “...espumas são leves, não são feitas de nada...”.
d) “...não há ninguém na praia”.
e) “...antes, não sei”.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Recado pro bolsinho da camisa
Lourenço Diaféria

Não sei como você se chama, garoto, mas te vi um dia atravessando o viaduto de
concreto.
Caia chuvisco.
Teus cabelos estavam ensopados e a camisa de brim grudada no teu corpo magro e ágil
como flecha disparada pelo arco do trabalho.
Você corria saltando no reflexo do asfalto molhado, como bolinha de gude rolada na
infância.
Não deu tempo para perguntar teu nome. Tuas pernas finas tinham pressa. Você
carregava a maleta de mão com fecho cromado, e dentro dela havia o peso da responsabilidade
de papéis sérios e urgentes, que deveriam chegar a um ponto qualquer da Cidade, antes que se
fechassem os guichês e portarias.
Outra vez te vi, garoto.
Fazia então um sol redondo e cheio pendurado no travessão do espaço.
Outra vez, teus cabelos úmidos de suor, a camisa de brim manchada, as calças rústicas
mostrando a marca da barra que tua mãe soltou de noite, fio por fio, com um sorriso e um orgulho:
— O moleque está crescendo!
Não sei como você se chama, garoto.
Te conheço de vista escalando os edifícios, alpinista de elevadores, abridor de picadas
na multidão, ponta de lança rompedor nesta briga de foice que são as ruas da Cidade.
Garoto que cresce sob o sol e chuva carregando na maleta cheques, duplicatas, títulos,

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recibos, cartas, telegramas, tutu, bufunfa, grana e um retrato da menina que te espera na
lanchonete.
Teu nome é: — gente.
Inventaram outro nome enrolado para dizer que você é garoto do batente.
Office-boy.
Guri que finta banco, escritório, repartição, fila, balcão, pedido de certidão, imposto a
pagar, taxa de conservação, título no protesto e que mata no peito e baixa no terreno quando
encontra os olhos da garota da caixa, que pergunta de modo muito legal:
— Tem dois cruzeiros trocados?
Moleque valente que acorda cedo, engole café com pão, fala tchau mesmo, vai pro ponto
do ônibus ou estação, se pendura na condução, se vira mais que pião, tem sua turma, conta
vantagem, lê jornal na banca, esquenta a marmita, discute a seleção, e depois do almoço bebe
um refrigerante gelado e pede uma esfirra com limão.
E depois toca de novo a zunir pela Cidade, conhecido em tudo que é esquina, oi daqui,
oi dali, até que a tarde chega e o garoto sai correndo de volta pra casa, vestir o guarda-pó,
apanhar a esferográfica, enfiar os cadernos na sacola e enfrentar a escola, o sono, a voz do
professor, o quadro-negro, a equação de duas incógnitas, depois de ter passado o dia inteiro
gastando sola.
Guri, teu nome é: — gente.
Menino de escritório, menino do batente, que agarra o trabalho com unhas e dentes, sem
você a Cidade amanheceria paralisada como bicho enorme ao qual houvessem cortado as
pernas.
Pois bem: este recado não é para ser entregue a ninguém, a não ser a você mesmo.
Se quiser, guarde-o no bolsinho da camisa.
Um dia, quando você estiver completamente crescido, quando tiver bigodes, telefones,
papéis importantes para preencher, alguns cabelos brancos; e sua mãe não precisar (ou não
puder mais) desmanchar a barra de suas calças que ficaram curtas; quando você tiver de dar
ordens de serviço a outros garotos da Cidade, saberá que, para chegar a qualquer lugar, o
segredo é não desistir no meio do caminho.
Mas não se esqueça nunca de que as oportunidades não apenas se recebem ou se
conquistam.
As oportunidades também devem ser oferecidas para que as pessoas pequenas saibam
que seu nome é: — gente.
No futebol da vida, garoto, a parada é dura e a bola, dividida. Jogue o jogo mais limpo
que você tiver. Jogue sério.
Não afrouxe se o passe recebido parecer longo demais.
Os mais bonitos gols da vida são marcados pelos que acreditam na força de seu pique.
Ponha esse recado no bolsinho da camisa, guri.
Um dia você descobrirá que a vida nem sempre é a conquista da taça.
A vida é participar do campeonato.
Vai nela, garotão!

(Antologia da crónica brasileira — de Machado de Assis a Lourenço Diaféria. São Paulo:


Moderna, 2005.p. 196-9.)
Fonte: Livro-Português: Linguagem, 3/ William Roberto Cereja Thereza Cochar Magalhães,
11.ed — São Paulo: Saraiva, 2016. p.35-7.

19. Analise os seguintes trechos:

"Você corria saltando no reflexo do asfalto molhado, como bolinha de gude rolada na infância".

"Não deu tempo para perguntar teu nome. Tuas pernas finas tinham pressa".

Identifique as figuras de linguagem empregadas pelo autor nas passagens destacadas.


a) Metáfora e prosopopeia.
b) Comparação e metonímia.

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c) Antítese e eufemismo.
d) Sinestesia e hipérbole.
e) Personificação e símile.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Leia o texto de Austin Kleon, retirado do livro Roube como um artista, para responder às
questões.

O escritor Jonathan Lethem disse que, quando as pessoas chamam algo de “original”, nove entre
dez vezes elas não conhecem as referências ou as fontes originais envolvidas.
O que um bom artista entende é que nada vem do nada. Todo trabalho criativo é construído
sobre o que veio antes. Nada é totalmente original.
Está lá na Bíblia: “Não há nada de novo debaixo do sol.” (Eclesiastes 1:9)
Alguns acham essa ideia deprimente, mas ela me enche
de esperança. É como o escritor francês André Gide assinalou: “Tudo que precisa ser dito já foi
dito. Mas, já que ninguém estava ouvindo, é preciso dizer outra vez.”
Se estivermos livres do fardo de ser completamente originais, podemos parar de tentar construir
algo do nada e abraçar a influência ao invés de fugirmos dela.

(Roube como um artista, 2013.)

20. Sentido próprio, ou denotativo, é o sentido literal, aquele que se costuma atribuir a uma
palavra.

Sentido figurado, ou conotativo, é um sentido derivado, simbólico, que pode ser atribuído a uma
palavra em determinado contexto.

Está empregado em sentido figurado o termo sublinhado em:


a) “nada vem do nada” (2º parágrafo).
b) “Alguns acham essa ideia deprimente” (4º parágrafo).
c) “O que um bom artista entende é que” (2º parágrafo).
d) “abraçar a influência ao invés de fugirmos dela” (5º parágrafo).
e) “não conhecem as referências ou as fontes originais envolvidas” (1º Parágrafo).

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


À BEIRA DE UM ATAQUE DE NERVOS

Em momento algum da história da humanidade, o provérbio “1tempo é dinheiro” ganhou tanta


expressão como nos dias atuais. 2Pessoas sobrecarregadas de trabalho e responsabilidades
sempre se queixam de que seus dias são curtos e 3agem como se eles fossem inesgotáveis. O
ritmo de compromissos é incessante. 4Os avanços tecnológicos determinam mudanças radicais
na carreira profissional. 5A violência ronda a casa, a esquina e o carro, 6enquanto o trânsito
inferniza e atrasa a agenda. Medo, tensão e vigília: os inimigos estão por toda parte, vêm em
sua direção e as ameaças ao sucesso e ao bolso são inúmeras. Feche os olhos e logo alguém
lhe passará a perna. Ufa! Esse estado de alarme geral parece não acabar nunca. 7Se você é um
daqueles que vivem mergulhados nesse frenesi, você está roubado. 8Só que, desta vez, o
trombadinha está dentro de você, sugando-lhe energia. A essa altura, o estresse negativo já
deve ter-se instalado.

Você S.A., São Paulo, n. 17.

21. No texto em tela, frases são utilizadas com sentido conotativo (figurado), EXCETO em:
a) “Os avanços tecnológicos determinam mudanças radicais na carreira profissional.” (ref. 4)
b) “À beira de um ataque de nervos.” (título)

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c) “A violência ronda a casa, a esquina e o carro…” (ref. 5)
d) “… enquanto o trânsito inferniza e atrasa a agenda.” (ref. 6)
e) “Só que, desta vez, o trombadinha está dentro de você, sugando-lhe energia.” (ref. 8)

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Tempo de nos aquilombar

É tempo de caminhar em fingido silêncio,


e buscar o momento certo no grito,
aparentar fechar um olho evitando o cisco
e abrir escancaradamente o outro.

É tempo de fazer os ouvidos moucos


para os vazios lero-leros,
e cuidar dos passos assuntando as vias,
ir se vigiando atento, que o buraco é fundo.

É tempo de ninguém se soltar de ninguém,


mas olhar fundo na palma aberta
a alma de quem lhe oferece o gesto.
O laçar de mãos não pode ser algemas,
e sim acertada tática, necessário esquema.

É tempo de formar novos quilombos,


em qualquer lugar que estejamos
e que venham dias futuros, salve 2020
A mística quilombola persiste afirmando:
“a liberdade é uma luta constante”.

Conceição Evaristo. Jornal O Globo, 31/12/2019.

22. O verso “É tempo de formar novos quilombos” é um exemplo de


a) paradoxo, na medida em que propõe retomar o passado num contexto atual.
b) metonímia, já que os quilombos fazem parte de um novo contexto cultural, sem relação com
o passado.
c) metáfora, representando uma união coletiva como forma de resistência social.
d) antítese, ao relacionar a noção de tempo passado a uma nova configuração de futuro.
e) hipérbole, apresentando o termo “quilombos” no plural para indicar o grau de difusão do
movimento.

23. Considere os seguintes versos da música “O Quereres”, de Caetano Veloso:

Onde queres revólver, sou coqueiro


E onde queres dinheiro, sou paixão
Onde queres descanso, sou desejo
E onde sou só desejo, queres não
E onde não queres nada, nada falta
E onde voas bem alta, eu sou o chão
E onde pisas o chão, minha alma salta
E ganha liberdade na amplidão.

Assinale a alternativa que aponta, respectivamente, o recurso estilístico empregado pelo


compositor e o efeito de sentido pretendido.
a) sinestesia, desejo de empatia com a posição do outro.
b) antítese, constatação da diferença de opiniões.

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c) paradoxo, reforço das posições dos interlocutores.
d) eufemismo, cuidado ao expor posições antagônicas.
e) repetição, surpresa em relação às posições dos sujeitos envolvidos.

TEXTO PARA A PRÓXIMA QUESTÃO:


Soneto de Luís de Camões.

Qual tem a borboleta por costume,


que, enlevada1 na luz da acesa vela,
dando vai voltas mil, até que nela
se queima agora, agora se consome,

tal eu correndo vou ao vivo lume


desses olhos gentis, Aónia bela;
e abraso-me, por mais que com cautela
livrar-me a parte racional presume.

Conheço o muito a que se atreve a vista,


o quanto se levanta o pensamento,
o como vou morrendo claramente;

porém, não quer Amor que lhe resista,


nem a minha alma o quer; que em tal tormento,
qual em glória maior, está contente.

(Luís de Camões. Sonetos, 1942.)

1enlevada: atraída, fascinada.

24. No trecho “em tal tormento, / qual em glória maior, está contente.”, o eu lírico faz uso do
seguinte recurso retórico:
a) pleonasmo.
b) eufemismo.
c) Paradoxo.
d) sinestesia.
e) personificação.

25. Assinale a alternativa cuja definição da figura de linguagem esteja correta:


a) Metáfora é a oposição ou o sentido contrário de palavras ou ideias.
b) Personificação é uma comparação oculta.
c) Hipérbole ocorre quando se usa uma palavra ou expressão exagerada com a intenção de dar
mais ênfase.
d) Pleonasmo é a suavização da linguagem.
e) Hipérbato é a substituição de uma palavra por outra com a qual ela tem semelhança de
sentido.

26. Na fase final da Idade Média, houve um notável crescimento populacional. Com o aumento
da produção agrícola, o desenvolvimento do artesanato e o maior contato com povos orientais,
o comércio ganhou significativo impulso. Essa expansão comercial impulsionou o aumento da
produção artesanal e vice-versa.

Os artesãos, com o objetivo de defender seus interesses, regulamentar o exercício da profissão


e controlar o fornecimento de seus produtos, organizaram-se então em
a) corporações de ofício.

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b) sindicatos
c) burgos.
d) feiras.
e) paróquias.

27. Contrariamente a uma velha ideia bastante difundida, que devemos absolutamente
abandonar, os servos eram raramente ligados à terra (à “gleba”). Nas senhorias, principalmente,
as taxas recolhidas pelos senhores entre os camponeses — quer dizer, exatamente, as taxas
“feudais” — eram pesadas. Os servos eram, portanto, levados a ver se achavam coisa melhor
em outro lugar.

(Jacques Le Goff. A Idade Média explicada aos meus filhos, 2007.)

O texto trata das relações entre senhores e servos na Idade Média e sustenta que
a) as mulheres e os homens dedicavam-se sempre às mesmas atividades produtivas.
b) os servos organizavam-se em corporações em defesa de melhores condições de trabalho.
c) a tributação cobrada pelos senhores era proporcional à produtividade dos servos.
d) os homens e as mulheres deslocavam-se entre feudos e cidades.
e) o vínculo entre senhores e servos era definido pelas relações de vassalagem.

28. Com relação à história política do ocidente europeu, entre os séculos XII e XV, é correto
afirmar que
a) a Igreja e o Império sempre atuaram conjuntamente para fortalecer o poder dos governantes.
b) os camponeses submetidos a regimes de trabalho assalariado organizaram-se em forças
paramilitares contra seus senhores.
c) o conflito entre Império e Papado é um dos principais elementos para a compreensão da
história política do período.
d) os conflitos políticos não interferiram na inquisição contra hereges.
e) a Guerra dos Cem Anos foi um conflito entre França e Itália, que culminou com a acusação
de traição de Joana d’Arc.

29. Em 1271, o comerciante veneziano Marco Polo partiu numa viagem em direção à China,
tornando-se um dos primeiros europeus a conhecer regiões do leste da Ásia. A prosperidade da
família Polo era decorrente do papel econômico que cidades italianas exerciam durante a
chamada Baixa Idade Média. Tomando como base essa afirmação e os conhecimentos sobre
História Medieval, assinale a alternativa que identifica os fatores de crescimento econômico do
período.
a) O fortalecimento do feudalismo entre as cidades italianas a partir do século XIII acarretou o
aumento populacional e facilitou o surgimento de guildas comerciais.
b) A inquisição católica e o movimento de caça às bruxas no norte da Europa ocasionaram uma
grande imigração de mercadores e artistas para cidades como Gênova e Veneza.
c) Após o fim da Grande Peste, a reorganização europeia sob o Império Carolíngio permitiu a
maior integração das cidades italianas, que passaram a suprir o crescente mercado
mediterrânico.
d) O crescimento urbano e a abertura de novas rotas de viagem, no contexto do chamado
Renascimento Comercial, garantiram o poder financeiro de cidades como Gênova e Veneza.
e) O movimento conhecido como Iluminismo, que surgiu entre mercadores, artistas e
pensadores, gerou a pujança econômica das cidades italianas, marcando assim o fim da Idade
Média.

30. A partir de meados do século XII, algumas mudanças começaram a acontecer no panorama
econômico da Europa. Entre essas mudanças, pode-se falar sobre o desenvolvimento das
corporações de ofício. Sobre as corporações de ofício, assinale a alternativa FALSA.
a) As corporações de ofício eram responsáveis pela organização e a distribuição de
determinados produtos manufaturados.

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b) Cada uma das corporações de ofício era composta de três classes diversas: os mestres, os
jornaleiros e os aprendizes.
c) Os jornaleiros laboriosos e inteligentes podiam, depois de certo tempo, tornar-se mestres,
juntando dinheiro suficiente para instalar sua própria oficina.
d) As corporações de ofício podem ser consideradas os embriões das empresas capitalistas,
onde a livre concorrência e a competição acirrada eram amplamente estimuladas.

31. Observe as imagens.

As cenas retratam
a) a divisão do trabalho nas linhas de montagem desenvolvidas por Henri Ford, na segunda
Revolução Industrial, que se iniciou nos Estados Unidos.
b) a melhora das condições de trabalho dos operários da França que, contra os patrões,
lideraram a Revolução Francesa, a qual promoveu mudanças nas leis trabalhistas.
c) a utilização de instrumentos e técnicas variados para a fabricação de diferentes produtos no
período que ficou conhecido como Renascimento Urbano, na Idade Média.
d) as preferências e hábitos de lazer dos membros da elite romana, que foram acusados de se
dedicar a atividades supérfluas, enquanto a população pobre passava fome.
e) as ocupações exercidas pelos escravizados africanos no Brasil colonial, que viveu grande
desenvolvimento técnico e tecnológico com a chegada de mão de obra especializada.

32. A estrutura econômica feudal foi gradativamente sendo transformada no Ocidente, a partir
do século XIII, por uma nova forma econômica, o capitalismo, e a ascensão de um grupo social
foi importante para a transição do feudalismo para o capitalismo na Europa ocidental. Esse grupo
social era composto por
a) burocratas.
b) monarquistas.
c) burgueses.
d) socialistas.
e) industriais.

33. Tendo surgido durante a existência do Império Romano, a religião cristã sobreviveu ao
colapso do império e se manteve cada vez mais forte durante todo o período medieval.
Considerando a crescente influência do cristianismo e da Igreja Católica na época medieval,
assinale a afirmação FALSA.
a) A Igreja Católica formulou uma série de regras a serem aplicadas às atividades econômicas.
b) Politicamente, a Igreja Católica era subordinada ao poder dos Reis.

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c) A Reforma Gregoriana, feita pelo Papa Gregório VII, aumentou a supremacia dos papas.
d) A jurisdição da Igreja também se estendeu a vários assuntos da comunidade como, por
exemplo, à questão da família.

34. Leia o segmento abaixo a respeito da recente popularização do período medieval.

Graças ao cinema e à literatura [...], o período medieval tornou-se objeto de numerosas


celebrações coletivas, cujas iniciativas são tanto públicas quanto privadas: filmes, espetáculos,
romances, festas medievais, butiques e restaurantes, sites, jogos etc. No entanto, essa
popularização não significou o triunfo de uma visão positiva sobre o período medieval. Não são
raras as vezes em que ele é evocado para realçar aspectos negativos da atualidade: a tortura, a
intolerância religiosa, a submissão da mulher e os crimes hediondos, entre outros. Ainda que
nenhuma dessas práticas seja uma exclusividade daquele período, elas são identificadas como
‘medievais’.

SILVA. M. C. História medieval. São Paulo: Contexto, 2019. p. 138.

Com relação à construção e ao uso do conceito de “Idade Média”, considere as seguintes


afirmações.

I. Os humanistas italianos definiram o período como um contexto intermediário, marcado pela


ideia de “trevas”, em contraposição aos valores artísticos e culturais da antiguidade greco-
romana e ao seu “renascimento” a partir do século XIV.
II. O Romantismo elaborou, na primeira metade do século XIX, uma valorização do período
medieval, a partir da busca pelas origens culturais e pelos elementos definidores das
identidades nacionais dos povos europeus.
III. A noção de “Idade Média”, além de conceito usado para demarcar um período histórico, é
utilizada como um valor de contraponto àquilo que é considerado moderno, progressista e
democrático nas sociedades contemporâneas.

Quais estão corretas?


a) Apenas I.
b) Apenas III.
c) Apenas I e II.
d) Apenas II e III.
e) I, II e III.

35. As funções sociais urbanas e a imagem das cidades, durante a Idade Média, encontravam-
se intimamente vinculadas às transformações econômicas da Revolução Comercial. No decorrer
dos séculos XI, XII e XIII, os novos núcleos urbanos do Ocidente Medieval representaram os
espaços primordiais para as modificações ocorridas na estrutura social e nas relações
econômicas. A imagem da iluminura que segue constitui testemunho histórico importante dessas
transformações sociais e econômicas.

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Sobre o contexto histórico abordado, as informações do texto e o significado da imagem
apresentada, afirma-se:

I. A imagem apresentada no texto refere-se ao início do crescimento econômico e da vida social


da Alta Idade Média.
II. A imagem apresentada evidencia que as transformações econômicas e sociais da Idade Média
tiveram relação direta com o aparecimento dos mercadores e com o advento do comércio.
III. As trocas de mercadorias no Mediterrâneo, o aumento da circulação e o crescimento do eixo
de trocas nas regiões do Norte da Europa só foram possíveis a partir da Liga Hanseática no
século XIV.
IV. Os intercâmbios econômicos produzidos pelas trocas entre as regiões das feiras de
Champagne e o eixo comercial do Mediterrâneo foram decisivos para o desenvolvimento dos
mercadores e para as transformações da estrutura social.

Estão corretas apenas as afirmativas


a) II e III.
b) II e IV.
c) I, II e IV.
d) I, III e IV.

36. A Reforma Protestante foi apenas uma das fases do grande movimento conhecido como
Reforma. A outra fase foi a Reforma Católica, ou Contrarreforma, como é comumente conhecida.
Sobre esses movimentos, pode-se afirmar corretamente que
a) o Concilio de Trento manteve a teoria da justificação pela fé, assim como a primazia dos
sacramentos da eucaristia e do batismo sobre todos os outros sacramentos.
b) a Reforma religiosa, impulsionada por Lutero e Calvino, contribuiu para a desestruturação das
relações sociais predominantes do feudalismo.
c) a ordem dos Dominicanos foi responsável pelo fortalecimento do catolicismo em muitos dos
países em que atuaram.
d) o dogma da consubstanciação, da hierarquia do clero e do celibato clerical foram mantidos
pela Reforma Católica.

37. Leia o texto a seguir.

Ontem, a Igreja, instituindo uma ruptura social entre clérigos e fiéis, mantinha a Escritura no
estatuto de uma “Letra” supostamente independente de seus leitores e, de fato, de posse dos
seus exegetas: a autonomia do texto era a reprodução das relações socioculturais no seio da
instituição cujos pressupostos fixavam o que se deveria ler na Escritura. Com o enfraquecimento
da instituição, aparece entre o texto e seus leitores a reciprocidade que ela escondia, como se,
em se retirando, ela permitisse ver a pluralidade indefinida das “escrituras” produzidas por
diversas leituras. A criatividade do leitor vai crescendo à medida que vai decrescendo a
instituição que a controlava. Este processo, visível desde a Reforma, começa a inquietar os

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eclesiásticos.

(Adaptado de: CERTEAU, Michel de. A invenção do cotidiano: artes de fazer. 22. ed. Petrópolis:
Vozes, 2014. p. 243-244.)

Com base no texto e nos conhecimentos sobre Reforma Protestante e Contrarreforma, assinale
a alternativa correta.
a) Apesar das tentativas de controle institucional realizadas pela Igreja Católica sobre a leitura
da Bíblia, a Reforma Protestante permitiu uma maior disseminação do texto, considerando as
condições históricas favoráveis.
b) Após a Reforma Protestante, que pode ser interpretada parcialmente como derivada de
diferentes leituras da Bíblia, a Igreja Católica empreendeu uma reação enérgica, acabando
com o movimento encabeçado por Lutero e desmontando os tribunais de inquisição.
c) Além dos processos de tradução da Bíblia durante o contexto histórico do Concílio Vaticano I,
é possível destacar o papel desempenhado pela imprensa no sentido de disseminar, em maior
escala, o texto religioso e torná-lo controlável pelo clero católico.
d) A Reforma Protestante é um fenômeno histórico que demonstra que a leitura é um processo
controlado pelas instituições religiosas, sendo vedada ao leitor a possibilidade de construir
interpretações diferenciadas de um mesmo texto.
e) Um dos componentes fundamentais da Reforma Protestante foi a tradução da Bíblia da língua
vernácula para o latim, o que permitiu aos clérigos católicos controlar grupos religiosos
dissidentes.

38. Em 1517, um grande movimento religioso conhecido como Reforma Protestante iniciou-se
na Alemanha e expandiu-se por muitos outros países. Esse movimento quebrou a unidade da
cristandade na medida em que separou regiões inteiras do controle da Igreja Católica. Atente
para o que se afirma a seguir sobre o movimento reformista.

I. A Reforma estava intimamente ligada a certas tendências políticas que persistiram através dos
tempos modernos como o nacionalismo.
II. A igreja possuía na Alemanha uma porção enorme das melhores terras cultiváveis; essa
situação fez com que a pequena nobreza alemã visse com bons olhos a expropriação das
terras da Igreja.
III. A base da religião luterana sustentava-se na ideia de que, para alcançar a salvação, os
cristãos devem dedicar-se às boas obras e praticar os sete sacramentos.

Está correto o que se afirma em


a) I e II apenas.
b) I e III apenas.
c) II e III apenas.
d) I, II e III.

39. Leia o texto a seguir:

Os bispos devem ser irrepreensíveis, sábios, castos e bons dirigentes de seus bispados. O
Concílio pede que cada um seja sóbrio em sua mesa e coma pouca carne [...]. O Concílio ordena
leituras santas e que cada um instrua seus empregados a não semearem a discórdia, não
beberem e não serem imorais, não serem ambiciosos, arrogantes ou blasfemadores.

Segunda Sessão do Concílio de Trento, em 6 de Janeiro de 1556. In: ARTOLA, M. Textos


fundamentais para la História. Madri: Alianza, 1985.

A recomendação do Concílio de Trento para que os membros do clero católico adotassem uma
postura sóbria e casta é consequência direta

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a) da difusão dos ideais da Ordem dos Franciscanos, cujos frades fazem voto de pobreza e de
abstinência sexual.
b) do Regime de Padroado do Estado Absolutista, que transformou os clérigos em funcionários
tutelados pelo Estado.
c) da Reforma Protestante, que criticava o comportamento dos membros do clero católico,
estimulando a Igreja a moralizar suas práticas.
d) do Humanismo Renascentista, que propiciou a criação dos seminários para os padres,
estimulando-os a ler livros filosóficos e históricos.
e) do Grande Cisma do Oriente, quando os bispos ocidentais proibiram o consumo de carne
vermelha na Quaresma para diferenciar dos costumes da Igreja Ortodoxa.

40. São características da Reforma protestante e da Contrarreforma católica, respectivamente,


a) a criação do Tribunal do Santo Ofício e a proibição da comercialização de perdões e
indulgências.
b) a rejeição da busca capitalista do lucro e a manutenção do dogma da infalibilidade papal.
c) a defesa do celibato clerical e a decretação de uma listagem de livros proibidos.
d) a justificação pela fé e o avanço do trabalho missionário e educativo.
e) a condenação da usura e a defesa da livre tradução e interpretação dos textos religiosos.

41. Considerando os eventos da Reforma Protestante (iniciada em 1517) e seus


desdobramentos na Idade Moderna, uma concepção religiosa reforçada pelos seguidores da
Reforma em relação ao cristianismo vigente na época foi a:
a) exaltação da simonia, que almejava trazer os cristãos afastados para o cotidiano da igreja.
b) ênfase na justificação pela fé, que visava eliminar intermediários humanos na relação com a
divindade.
c) importância do celibato, que intentava preservar o clero regular da corrupção de bens
religiosos.
d) renovação das obras de caridade, que pretendia reforçar o engajamento dos cristãos na vida
social.
e) adoção da peregrinação, que procurava aproximar os fiéis de diferentes partes da Europa.

42. Em 1517, na Alemanha, o monge agostiniano Martinho Lutero publicou suas noventa e
cinco teses, o que deu início ao processo conhecido como a Reforma Protestante. No que diz
respeito a esse movimento, assinale V ou F conforme seja verdadeiro ou falso o que se afirma a
seguir.

( ) Martinho Lutero condenava, em suas teses, a venda das indulgências pela Igreja Católica.
( ) Para contrapor-se ao poder da Igreja Católica, os protestantes também criaram uma Igreja
unificada e poderosa.
( ) Embora discordando de vários pontos da doutrina católica, os protestantes adotaram os
mesmos sacramentos que os católicos.
( ) A Doutrina da Justificação pela Fé era a doutrina central dos luteranos.

A sequência correta, de cima para baixo, é:


a) F, V, V, F.
b) V, F, F, V.
c) V, V, F, V.
d) F, F, V, F.

43. Tradicionalmente, Reforma Católica – ou Contrarreforma – é o conceito utilizado pelos


historiadores para descrever o conjunto de reações da Igreja Católica contra a Reforma
Protestante (1517), iniciada por Martinho Lutero. Essas respostas ao avanço do protestantismo
se tornaram mais efetivas a partir do Concílio de Trento, convocado em 1545.
Acerca desse concílio, considere as medidas abaixo.

I. Criação do Index Librorum Prohibitorum, estabelecendo uma lista de livros proibidos pela Igreja

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Católica.
II. Incentivo da catequese aos povos do Novo Mundo, por meio de ordens religiosas, como a
Companhia de Jesus.
III. Manutenção e maior fiscalização da proibição de casamentos por parte de padres, bispos e
cardeais.
IV. Adoção da tradução da Bíblia realizada por Santo Agostinho, na qual o texto grego seria a
única versão autorizada pela Igreja Católica para toda a cristandade.
V. Destituição final e definitiva do Tribunal do Santo Ofício, que até então havia condenado à
fogueira aqueles considerados hereges.
VI. Suspensão da cobrança indiscriminada de Indulgências, que vinculavam à população a
possibilidade de compra de salvação de suas almas.

Quais das medidas listadas acima NÃO foram adotadas a partir do Concílio de Trento?
a) Apenas I e II.
b) Apenas III e VI.
c) Apenas IV e V.
d) Apenas II e VI.

44. Sobre os significados dos conceitos geográficos abaixo, assinale aquele que for incorreto.
a) A paisagem é o conjunto de elementos do espaço geográfico que podemos observar e
perceber em dado instante.
b) A região é um fragmento do espaço que possui um conjunto de características naturais,
sociais, culturais e/ou econômicas diferentes, configurando um certo nível de homogeneidade.
c) O lugar pode ser entendido como uma porção do espaço geográfico que possui significados
particulares para cada indivíduo e dotado de relações humanas.
d) O território é uma porção do espaço da superfície terrestre sob o domínio de um grupo de
pessoas, instituições ou Estado.
e) A nação é um agrupamento social unido por um passado histórico comum, que gerou uma
identidade cultural e uma consciência nacional.

45. Pelo fato de a Geografia ser uma ciência, é correto afirmar que seu estatuto científico
decorre do
a) seu caráter técnico imprescindível para cartografar os objetos visíveis na paisagem geográfica
em suas relações passadas e atuais que compõem o espaço geográfico em sua
multidiversidade.
b) estudo sistemático da natureza não alterada pela ação antrópica, da abordagem da articulação
entre os sistemas geológicos, climáticos, geomorfológicos, hidrográficos e botânicos, através
da síntese do geossistema.
c) seu caráter teórico e científico universal que combina as escalas mais simples dos fenômenos
em suas relações singulares às mais abstratas e complexas da totalidade, indo do singular,
ao particular e ao geral, até a síntese do pensamento abstrato, que é do domínio da ciência.
d) estudo limitado do conjunto de elementos naturais e humanos que o olhar pode abarcar, isto
é, da parte visível da superfície terrestre onde se dá a relação entre sociedade e meio
geográfico.

46. Leia atentamente a seguinte descrição de um conceito geográfico:

“É um conjunto de formas que, em um dado período, revela as heranças que representam as


relações espacializadas entre homem e natureza, ou sociedade e espaço. Dotada de aspectos
naturais e culturais do mundo, revela os aspectos perceptíveis do espaço geográfico possíveis
de serem percebidos, contemplados e conhecidos a partir dos órgãos dos sentidos”.

O enunciado acima descreve o conceito geográfico de


a) lugar.
b) meio.
c) território.
d) paisagem.

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47. Sobre o Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), é correto afirmar:
a) Foi elaborado pelos economistas do Banco Mundial para substituir a renda per capita e o PIB
nacional na função de indicadores de qualidade de vida.
b) O IDH é útil para medir a ampliação das desigualdades sociais em escala mundial, pois as
condições de saúde e de educação dos países desenvolvidos se elevam mais rapidamente
do que nos países de renda baixa.
c) A ONU, o Banco Mundial e o FMI foram instituídos pelo Tratado de Bretton Woods com o
objetivo de reorganizar o mundo pós Segunda Guerra, razão pela qual essas instituições
adotaram o IDH como indicador social padrão.
d) O Índice de Desenvolvimento Humano Municipal (IDHM) mede a evolução dos municípios
brasileiros de acordo com as mesmas dimensões do Índice de Desenvolvimento Humano
Global, que são longevidade, educação e renda.
e) As contradições do subdesenvolvimento se refletem no Índice de Desenvolvimento Humano
Municipal (IDHM) brasileiro, pois os municípios com renda per capita mais elevada
apresentam indicadores medianos, o que se deve à natureza excludente do crescimento
econômico em países periféricos.

48. Desenvolvimento Humano e IDH

A abordagem de desenvolvimento humano olha para as oportunidades e capacidades das


pessoas.
O conceito de desenvolvimento humano nasceu definido como um processo de ampliação das
escolhas das pessoas para que elas tenham capacidades e oportunidades para ser aquilo que
desejam ser.
Diferentemente da perspectiva do crescimento econômico, que vê o bem-estar de uma
sociedade apenas pelos recursos ou pela renda que ela pode gerar, a abordagem de
desenvolvimento humano procura olhar diretamente para as pessoas, suas oportunidades e
capacidades. A renda é importante, mas como um dos meios do desenvolvimento e não como
seu fim. É uma mudança de perspectiva: com o desenvolvimento humano, o foco é transferido
do crescimento econômico, ou da renda, para o ser humano.

http://www.br.undp.org/content/brazil/pt/home/idh0.html (último acesso – 20/09/2019)

Com base no texto e em seus conhecimentos a respeito do IDH, assinale a alternativa


INCORRETA.
a) O IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é uma forma de calcular o fornecimento de
condições básicas para a plenitude da vida e do trabalho de uma população. Ele é calculado
com base em três pilares: educação, expectativa de vida e o PIB (Produto Interno Bruto) per
capita.
b) Por muito tempo o desenvolvimento humano de uma nação era medido com base em seus
indicadores econômicos, como o PIB (Produto Interno Bruto) per capita. Porém, esse indicador
não revela a distribuição real de riquezas de uma nação.
c) As dimensões do desenvolvimento humano são: a ampliação direta das habilidades humanas
(vida longa e saudável, conhecimento e padrões de vida dignos) e a criação de condições
para o desenvolvimento humano (participação na vida política e social, sustentabilidade
ambiental, segurança e direitos humanos e igualdade de gêneros.
d) No quesito educação, o IDH leva em consideração os índices de pessoas alfabetizadas em
um país. Ou seja, aquelas que sabem, minimamente, escrever o seu próprio nome.
e) A análise matemática de todos os aspectos resulta em um valor que varia de 0 a 1. 0 (zero) é
o menor grau de desenvolvimento humano encontrado; 1, o maior.

49. Analise a figura abaixo e complete as lacunas no texto a seguir.

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A velocidade da Terra no movimento de translação altera-se à medida que o planeta encontra-
se mais próximo ou distante do Sol. Denomina-se _______ o ponto da órbita em que um planeta
está mais próximo do Sol e _______ o ponto da órbita em que um planeta está mais afastado do
Sol.

Pelo movimento de translação, tem-se as estações do ano, determinadas pela posição da Terra
em relação ao Sol. Os dias que determinam a maneira e a intensidade que os raios solares
atingem o nosso Planeta denominam-se _______ e _______.

A sequência correta que completa as lacunas é:


a) afélio – equinócio – periélio – solstício.
b) afélio – periélio – solstício – equinócio.
c) equinócio – periélio – afélio – solstício.
d) periélio – afélio – equinócio – solstício.
e) solstício – equinócio – periélio – afélio.

50. No século XVI, o padre polonês Nicolau Copérnico propôs o modelo heliocêntrico – aceito
atualmente – em que o Sol ocupa o centro do sistema e os demais astros, entre eles a Terra,
giram aos seu redor. É esse movimento que a Terra executa em torno do Sol que recebe o nome
de translação. Ele se realiza em 365 dias, 5 horas e 48 minutos. A trajetória desse deslocamento
apresenta forma elíptica: o ponto de maior afastamento (de cerca de 152 milhões de km) é
denominado afélio e o de menor afastamento (de cerca de 149 milhões de km) é chamado
periélio. É graças a inclinação do eixo imaginário da Terra em relação ao plano da órbita do
planeta e ao movimento de translação que existem as diferentes estações do ano.

ALMEIDA, Maurício de. Geografia Global 1. Vol. 1. São Paulo: Escala Educacional, 2010.
(Coleção Geografia Global).

O dia do ano em que os raios solares incidem perpendicularmente sobre o Trópico de Capricórnio
(21 de dezembro), indica:
a) O afélio.
b) O início do verão para o hemisfério sul.
c) O início do verão para o hemisfério norte.
d) A ocorrência de um equinócio.
e) O periélio.

51.

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Considerando as informações apresentadas, o prédio do Congresso Nacional, em Brasília, no
dia 21 de junho, às 12 horas, projetará sua sombra para a direção
a) norte.
b) sul.
c) leste.
d) oeste.
e) nordeste.

52. Observe as cidades A e B na representação abaixo e as suas posições geográficas em


relação ao perímetro de insolação solar, decorrentes da dinâmica de rotação da Terra.

Analise as afirmações a seguir sobre essas cidades.

I. Na cidade B, a noite está apenas começando.


II. Os moradores da cidade A preparam-se para as atividades do dia porque está amanhecendo.
III. O horário da cidade A está adiantado em relação ao horário da cidade B.

É correto apenas o que se afirma em:


a) I.
b) II.
c) II e III.
d) III.
e) I e II.

53. Para que cada ponto da superfície da Terra pudesse ser localizado no mapa, foi criado um
sistema de linhas imaginárias chamado Sistema de Coordenadas Geográficas. A coordenada
geográfica de um determinado ponto da superfície da Terra é obtida pela interseção de um

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meridiano e um paralelo

(Fonte: https://atlasescolar.ibge.gov.br. Acesso em 02 set. 2022).

De acordo com o texto acima, estabeleça a relação entre os termos e os conceitos utilizados
pela cartografia.

(A) Paralelos ( ) Linhas imaginárias que cortam a Terra no sentido norte–sul, ligando um
polo ao outro.
(B) Meridianos ( ) Distância, em graus, da linha do Equador até o paralelo de um
determinado lugar. Seus valores variam de 0° na Linha do Equador e
90° nos polos, devendo ser indicada também a posição: no hemisfério
sul (S) ou no hemisfério norte (N).
(C) Latitude ( ) Linhas imaginárias que circulam a Terra no sentido leste–oeste.
(D) Longitude ( ) Distância, em graus, entre o meridiano de origem e o meridiano local.
Por convenção, adotou-se como origem o Meridiano de Greenwich
(que passa pelo observatório de Greenwich na Inglaterra).

A sequência correta de preenchimento dos parênteses, de cima para baixo, é:


a) B – C – A – D.
b) B – A – C – D.
c) C – D – A – B.
d) B – C – D – A.
e) D – A – C – B.

54. A Linha Internacional de Data é uma convenção que delimita a mudança de data civil no
planeta. Sobre ela, assinale a alternativa INCORRETA:
a) Diminui-se um dia quando se passa na Linha Internacional de Data de Oeste para Leste.
b) A longitude da Linha Internacional de Data é 180 graus.
c) Também conhecida como Antimeridiano, a Linha Internacional de Data está delimitada de
maneira oposta ao meridiano de Greenwich.
d) A Linha Internacional de Data é a convenção mundial utilizada para definir os hemisférios
Norte e Sul.

55. Analise a imagem e o texto, que ilustram um experimento.

1º passo: colocar uma estaca de 1 metro no chão, ao meio-dia, na cidade A.


2º passo: medir o comprimento da sombra projetada no chão.
3º passo: repetir os passos 1 e 2 na cidade B, localizada na mesma longitude da cidade A.
4º passo: medir a distância entre as cidades A e B.
5º passo: fazer os cálculos.

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(https://canaltech.com.br, 15.03.2019. Adaptado.)

Por meio desse experimento, será possível calcular


a) a variação altimétrica entre as cidades A e B.
b) o valor da circunferência da Terra.
c) a espessura da crosta terrestre.
d) o perfil topográfico da Terra.
e) a hora oficial nas cidades A e B.

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