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Revisão ENEM

Profª Karol Silva


Deficientes visuais já podem ir a algumas salas de cinema e teatros para curtir, em maior
intensidade, as atrações em cartaz. Quem ajuda na tarefa é o aplicativo Whatscine, recém-chegado
ao Brasil e disponível para os sistemas operacionais iOS (Apple) ou Android (Google). Ao ser
conectado à rede wi-fí de cinemas e teatros, o app sincroniza um áudio que descreve o que ocorre
na tela ou no palco com o espetáculo em andamento: o usuário, então, pode ouvir a narração em seu
celular. O programa foi desenvolvido por pesquisadores da Universidade Carlos III, em Madri. “Na
Espanha, 200 salas de cinema já oferecem o recurso e flimes de grandes estúdios já são exibidos
com o recurso do Whatscine!”, diz o brasileiro Luis Mauch, que trouxe a tecnologia para o país. “No
Brasil, já fechamos parceria com a São Paulo Companhia de Dança para adaptar os espetáculos
deles! Isso já é um avanço. Concorda?”
Disponível em: http://veja.abril.com.br. Acesso em: 25jun. 2014.
1. (ENEM 2018) Por ser múltipla e apresentar peculiaridades de acordo com a intenção
do emissor, a linguagem apresenta funções diferentes. Nesse fragmento, predomina
a função referencial da linguagem, porque há a presença de elementos que
A. buscam convencer o leitor, incitando o uso do aplicativo.
B. definem o aplicativo, revelando o ponto de vista da autora,.
C. evidenciam a subjetividade, explorando a entonação emotiva.
D. expõem dados sobre o aplicativo, usando linguagem denotativa.
E. objetivam manter um diálogo com o leitor, recorrendo a uma indagação.
Gabarito: D
O exercício da crônica
Escrever prosa é uma arte ingrata. Eu digo prosa fiada, como faz um cronista; não
a prosa de um ficcionista, na qual este é levado meio a tapas pelas personagens e
situações que, azar dele, criou porque quis. Com um prosador do cotidiano, a coisa
fia mais fino. Senta-se diante de sua máquina, acende um cigarro, olha através da
janela e busca fundo em sua imaginação um fato qualquer, de preferência colhido
no noticiário matutino, ou da véspera, em que, com as suas artimanhas peculiares,
possa injetar um sangue novo.
MORAES, V. Para viver um grande amor: crônicas e poemas.
São Paulo: Cia. das Letras, 1991.

2. (ENEM 2017) Nesse trecho, Vinicius de Moraes exercita a crônica para pensá-la
como gênero e prática. Do ponto de vista dele, cabe ao cronista
A. criar fatos com a imaginação.
B. reproduzir as notícias dos jornais.
C. escrever em linguagem coloquial.
D. construir personagens verossímeis.
E. ressignificar o cotidiano pela escrita.
Gabarito: E
3. (ENEM 2017) No processo de criação da capa de uma revista, é parte importante
não só destacar o tema principal da edição, mas também captar a atenção do leitor.
Com essa capa sobre os desastres naturais, desperta-se o interesse do leitor ao se
apresentar uma ilustração com impacto visual e uma parte verbal que agrega ao texto
um caráter

A. fantasioso, pois se cria a expectativa de uma matéria jornalística, com a


natureza protagonizando ações espetaculares no futuro.
B. instrucional, pois se cria a expectativa da apresentação de conselhos e
orientações para a precaução contra os desastres naturais.
C. alarmista, pois se reforça a imagem da natureza como um agressor e um
inimigo temido pela sua avassaladora força de destruição.
D. místico, pois se cria uma imagem do espaço brasileiro como ameaçado por
uma natureza descontrolada, em meio a um cenário apocalíptico.
E. intimista, pois se reforça a imagem de uma publicação organizada em torno
das impressões e crenças do leitor preocupado com os desastres naturais.
Gabarito: C
A Justiça de São Paulo decidiu multar os supermercados que não
fornecerem embalagens de papel ou material biodegradável. De
acordo com a decisão, os estabelecimentos que descumprirem a
norma terão de pagar multa diária de R$ 20 mil, por ponto de venda.
As embalagens deverão ser disponibilizadas de graça e em
quantidade suficiente.
Disponível em: www.estadao.com.br. Acesso em: 31 jul.2012 (adaptado).

4. (ENEM 2016) A legislação e os atos normativos descritos estão ancorados na


seguinte concepção:
A. Implantação da ética comercial.
B. Manutenção da livre concorrência.
C. Garantia da liberdade de expressão.
D. Promoção da sustentabilidade ambiental.
E. Enfraquecimento dos direitos do consumidor.
Gabarito: D
Blues da piedade
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Pra essa gente careta e covarde
Vamos pedir piedade
Senhor, piedade
Lhes dê grandeza e um pouco de coragem
CAZUZA. Rio de Janeiro. Universal Music, 2000
5. (ENEM 2019) Todo gênero apresenta elementos constitutivos que condicionam seu
uso em sociedade. A letra de canção identifica-se com o gênero ladainha,
essencialmente, pela utilização da sequência textual
A. expositiva, por discorrer sobre um dado tema.
B. narrativa, por apresentar uma cadeia de ações.
C. injuntiva, por chamar o interlocutor à participação.
D. descritiva, por enumerar características de um personagem.
E. argumentativa, por incitar o leitor a uma tomada de atitude.
Gabarito: C
Alegria, alegria
Que maravilhoso país o nosso, onde se pode contratar quarenta
músicos para tocar um uníssono. (Mile Davis, durante uma
gravação)
antes havia orlando silva & flauta, e até mesmo no meio do
meio-dia. antes havia os prados e os bosques na gravura dos meus
olhos. antes de ontem o céu estava muito azul e eu & ela passamos
por baixo desse céu. ao mesmo tempo, com medo dos cachorros e
sem muita pressa de chegar do lado de lá.
do lado de cá não resta quase ninguém. apenas os sapatos polidos
refletem os automóveis que, por sua vez, polidos, refletem os
sapatos...
VELOSO, C. Seleção de textos. São Paulo: Abril Educação, 1981.
6. (ENEM 2019) Quanto ao seu aspecto formal, a escrita do texto de
Caetano Veloso apresenta um
A. escolha lexical permeada por estrangeirismos e neologismos.
B. regra típica da escrita contemporânea comum em textos da internet.
C. padrão inusitado, com um registro próprio, decorrente da criação poética.
D. nova sintaxe, identificada por uma reorganização da articulação entre as
frases.
E. emprego inadequado da norma-padrão, gerador de incompreensão
comunicativa.
Gabarito: C
A rede é, antes de tudo, um instrumento de comunicação entre pessoas, um laço
virtual em que as comunidades auxiliam seus membros a aprender o que querem
saber. Os dados não representam senão a matéria-prima de um processo
intelectual e social vivo, altamente elaborado. Enfim, toda inteligência coletiva do
mundo jamais dispensará a inteligência pessoal, o esforço individual e o tempo
necessário para aprender, pesquisar, avaliar e integrar-se a diversas
comunidades, sejam elas virtuais ou não. A rede jamais pensará em seu lugar,
fique tranquilo.
LÉVY, P. A máquina universo. Porto Alegre: Artmed, 1998.

7. (ENEM 2019) No contexto das novas tecnologias de informação e comunicação, a


circulação de saberes depende da
A. contribuição dos usuários.
B. otimização do tempo.
C. confiabilidade dos sites.
D. quantidade de informação.
E. colaboração de intelectuais.
Gabarito: A
TEXTO I
Estratos
Na passagem de uma língua para outra, algo sempre permanece, mesmo que não
haja ninguém para se lembrar desse algo. Pois um idioma retém em si mais
memórias que os seus falantes e, como uma chapa mineral marcada por camadas
de uma história mais antiga do que aquela dos seres viventes, inevitavelmente
carrega em si a impressão das eras pelas quais passou. Se as “línguas são
arquivos da história”, elas carecem de livros de registro e catálagos. Aquilo que
contêm pode apenas ser consultado em parte, fornecendo ao pesquisador menos
os elementos de uma biografia do que um estudo geológico de uma sedimentação
realizada em um período sem começo ou sem fim definido.
HELLER-ROAZEN, D. Campinas: Unicamp, 2010.
TEXTO II
Na reflexão gramatical dos séculos XVI e XVII, a influência árabe aparece
pontualmente, e se reveste sobretudo de item bélico fundamental na atribuição de
rudeza aos idiomas português e castelhano por seus respectivos detratores.
Parecer com o árabe, assim, é uma acusação de dessemelhança com o latim.
SOUZA, M. P. Linguística histórica. Campinas: Unicamp, 2006.
8. (ENEM 2019) Relacionando-se as ideias dos textos a respeito da história e
memória das línguas, quanto à formação da língua portuguesa, constata-se que
A. a presença de elementos de outras línguas no português foi historicamente
avaliada como um índice de riqueza.
B. o estudioso da língua pode identificar com precisão os elementos deixados
por outras línguas na transformação da língua portuguesa.
C. o português é o resultado da influência de outras línguas no passado e
carrega marcas delas em suas múltiplas camadas.
D. o árabe e o latim estão na formação escolar e na memória dos falantes
brasileiros.
E. a influência de outras línguas no português ocorreu de maneira uniforme ao
longo da história.
Gabarito: C
Antes de Roma ser fundada, as colinas de Alba eram ocupadas por tribos
latinas, que dividiam o ano de acordo com seus deuses. Os romanos adaptaram
essa estrutura. No principio dessa civilização o ano tinha dez meses e começava
por Martius (atual março). Os outros dois teriam sido acrescentados por Numa
Pompílio o segundo rei de Roma.
Até Júlio César reformar o calendário local, os meses eram lunares, mas as
festas em homenagem aos deuses permaneciam designadas pelas estações O
descompasso de dez dias por ano fazia com que, em todos os triênios, um décimo
terceiro mês, o Intercalaris, tivesse que ser enxertado. Com a ajuda de
matemáticos do Egito emprestados por Cleópatra, Júlio César acabou com a
bagunça ao estabelecer o seguinte calendário solar: Januarius, Februarius,
Martius, Aprilis, Maius, Junius, Quinctilis, Sextilis, September, October, November e
December. Quase igual ao nosso, com as diferenças de que Quinctilis e Sextilis
deram origem aos meses de julho e agosto.
Disponível em: https://aventurasnahistoria.uol.com.br. Acesso em: 8 dez. 2018.
9. (ENEM 2019) Considerando as informações no texto e
aspectos históricos da formação da língua, a atual escrita
dos meses do ano em português
A. reflete a origem latina de nossa língua.
B. decorre de uma língua falada no Egito antigo
C. tem como base um calendário criado por Cleópatra.
D. D segue a reformulação da norma da língua proposta
por Júlio César.
E. resulta da padronização do calendário antes da
fundação de Roma.
Gabarito: A
Enquanto isso, nos bastidores do universo
Você planeja passar um longo tempo em outro país, trabalhando e estudando, mas o
universo está preparando a chegada de um amor daqueles de tirar o chão, um amor que fará
você jogar fora seu atlas e criar raízes no quintal como se fosse uma figueira.
Você treina para a maratona mais desafiadora de todas, mas não chegará com as duas
pernas intactas na hora da largada, e a primeira perplexidade será esta: a experiência da
frustração.
O universo nunca entrega o que promete. Aliás, ele nunca prometeu nada, você é que
escuta vozes.
No dia em que você pensa que não tem nada a dizer para o analista, faz a revelação
mais bombástica dos seus dois anos de terapia. O resultado de um exame de rotina coloca
sua rotina de cabeça para baixo. Você não imaginava que iriam tantos amigos à sua festa, e
tampouco imaginou que justo sua grande paixão não iria. Quando achou que estava bela,
não arrasou corações. Quando saiu sem maquiagem e com uma camiseta puída, chamou a
atenção. E assim seguem os dias à prova de planejamento e contrariando nossas vontades,
pois, por mais que tenhamos ensaiado nossa fala e estejamos preparados para a melhor
cena, nos bastidores do universo alguém troca nosso papel de última hora, tornando
surpreendente a nossa vida.
MEDEIROS, M. O Globo, 21 jun. 2015.
10. (ENEM 2019) Entre as estratégias argumentativas utilizadas para sustentar a
tese apresentada nesse fragmento, destaca-se a recorrência de
A. estruturas sintáticas semelhantes, para reforçar a velocidade das mudanças
da vida.
B. marcas de interlocução, para aproximar o leitor das experiências vividas pela
autora.
C. formas verbais no presente, para exprimir reais possibilidades de
concretização das ações.
D. construções de oposição, para enfatizar que as expectativas são afetadas
pelo inesperado.
E. sequências descritivas, para promover a identificação do leitor com as
situações apresentadas.
Gabarito: D
Pra onde vai essa estrada?
— Sô Augusto, pra onde vai essa estrada?
O senhor Augusto:
— Eu moro aqui há 30 anos, ela nunca foi pra parte nenhuma, não.
— Sô Augusto, eu estou dizendo se a gente for andando aonde a gente vai?
O senhor Augusto:
— Vai sair até nas Oropas, se o mar der vau.
Vocabulário
Vau: Lugar do rio ou outra porção de água onde esta é pouco funda e, por isso, pode ser transposta
a pé ou a cavalo.
MAGALHÃES, L. L. A.; MACHADO, R. H. A. (Org.). Perdizes, suas histórias, sua gente, seu folclore. Perdizes, 2005.

11. (Enem 2017) As anedotas são narrativas, reais ou inventadas, estruturadas com a
finalidade de provocar o riso. O recurso expressivo que configura esse texto como uma
anedota é o(a)
A. uso repetitivo da negação.
B. grafia do termo “Oropas”.
C. ambiguidade do verbo “ir”.
D. ironia das duas perguntas.
E. emprego de palavras coloquiais.
Gabarito: C
Este mês, a reportagem de capa veio do meu umbigo. Ou melhor, veio de um mal-estar que
comecei a sentir na barriga. Sou meio italiano, pizzaiolo dos bons, herdei de minha avó uma
daquelas velhas máquinas de macarrão a manivela. Cresci à base de farinha de trigo. Aí, do
nada, comecei a ter alergias respiratórias que também pareciam estar ligadas à minha dieta.
Comecei a peregrinar por médicos. Os exames diziam que não tinha nada errado comigo. Mas
eu sentia, pô. Encontrei a resposta numa nutricionista: eu tinha intolerância a glúten e a
lactose. Arrivederci, pizza. Tchau, cervejinha.
Notei também que as prateleiras dos mercados de repente ficaram cheias de produtos que
pareciam ser feitos para mim: leite, queijo e iogurte sem lactose, bolo, biscoito e macarrão sem
glúten. E o mais incrível é que esse setor do mercado parece ser o que está mais cheio de
gente. E não é só no Brasil. Parece ser em todo Ocidente industrializado. Inclusive na Itália.
O tal glúten está na boca do povo, mas não está fácil entender a real. De um lado, a imprensa
popular faz um escarcéu, sem no entanto explicar o tema a fundo. De outro, muitos médicos
ficam na defensiva, insinuando que isso tudo não passa de modismo, sem fundamento
científico. Mas eu sei muito bem que não é só modismo — eu sinto na barriga.
O tema é um vespeiro — e por isso julgamos que era hora de meter a colher, para separar o
joio do trigo e dar respostas confiáveis às dúvidas que todo mundo tem.
BURGIERMAN, D. R. Tem algo grande aí. Superinteressante, n. 335, jul. 2014 (adaptado)
12. (ENEM 2017) O gênero editorial de revista contém estratégias
argumentativas para convencer o público sobre a relevância da matéria
de capa. No texto, considerando a maneira como o autor se dirige aos
leitores, constitui uma característica da argumentação desenvolvida o(a)

A. relato pessoal, que especifica o debate do assunto abordado.


B. exemplificação concreta, que desconstrói a generalidade dos fatos.
C. referência intertextual, que recorre a termos da gastronomia.
D. crítica direta, que denuncia o oportunismo das indústrias
alimentícias.
E. vocabulário coloquial, que representa o estilo da revista.
Gabarito: A
Como se apresentam os atos de ler e escrever no contexto dos canais de chat da internet?
O próprio nome que designa estes espaços no meio virtual elucida que os
leitores-escritores ali estão empenhados em efetivar uma conversação. Porém, não se trata
de uma conversação nos moldes tradicionais, mas de um projeto discursivo que se realiza
só e através das ferramentas do computador via canal eletrônico mediado por um software
específico. A dimensão temporal deste tipo de interlocução caracteriza-se pela
sincronicidade em tempo real, aproximando-se de uma conversa telefônica, porém, devido
às especificidades do meio que põe os interlocutores em contato, estes devem escrever
suas mensagens. Apesar da sensação de estarem falando, os enunciados que produzem
são construídos num “texto falado por escrito”, numa “conversação com expressão gráfica”.
A interação que se dá “tela a tela”, para que seja bem sucedida, exige, além das
habilidades técnicas anteriormente descritas, muito mais do que a simples habilidade
linguística de seus interlocutores. No interior de uma enorme coordenação de ações, o
fenômeno chat também envolve conhecimentos paralinguísticos e socioculturais que
devem ser partilhados por seus usuários. Isso significa dizer que esta atividade
comunicacional, assim como as demais, também apresenta uma vinculação situacional, ou
seja, não pode a língua, nesta esfera específica da comunicação humana, ser separada do
contexto em que se efetiva.
BERNARDES, A. S.; VIEIRA, P M. T. Disponível em: www.anped.org.br. Acesso em: 14 ago. 2012.
13. (ENEM 2017) No texto, descreve-se o chat como um tipo de
conversação “tela a tela” por meio do computador e enfatiza-se a
necessidade de domínio de diversas habilidades. Uma característica
desse tipo de interação é a
A. coordenação de ações, ou atitudes, que reflitam modelos de
conversação tradicionais.
B. presença obrigatória de elementos iconográficos que reproduzam
características do texto falado.
C. inserção sequencial de elementos discursivos que sejam similares
aos de uma conversa telefônica.
D. produção de uma conversa que articula elementos das
modalidades oral e escrita da língua.
E. agilidade na alternância de temas e de turnos conversacionais.
Gabarito: D
TEXTO I
Frevo: Dança de rua e de salão, é a grande alucinação do Carnaval
pernambucano. Trata-se de uma marcha de ritmo frenético, que é a sua
característica principal. E a multidão ondulando, nos meneios da dança, fica a
ferver. E foi dessa ideia de fervura (o povo pronuncia frevura, frever) que se criou o
nome frevo.
CASCUDO, L. C. Dicionário do folclore brasileiro. São Paulo: Global, 2001.

TEXTO II
Frevo é Patrimônio Imaterial da Humanidade
O frevo, ritmo genuinamente pernambucano, agora é do mundo. A música que
hipnotiza milhões de foliões e dá o tom do Carnaval no estado foi oficialmente
reconhecida como Patrimônio Imaterial da Humanidade. O anúncio foi feito em
Paris, nesta quarta-feira, durante cerimônia da Organização das Nações Unidas
para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco).
Disponível em: www.diariodepernambuco.com.br.
14. (ENEM 2017) Apesar de abordarem o mesmo tema, os textos
I e II diferenciam-se por pertencerem a gêneros que cumprem,
respectivamente, a função social de
A. resumir e avaliar.
B. definir e informar.
C. analisar e reportar.
D. comentar e explanar.
E. discutir e conscientizar.
Gabarito: B
Pela primeira vez na vida teve pena de haver tantos assuntos no mundo que
não compreendia e esmoreceu. Mas uma mosca fez um ângulo reto no ar, depois
outro, além disso, os seis anos são uma idade de muitas coisas pela primeira
vez, mais do que uma por dia e, por isso, logo depois, arribou. Os assuntos que
não compreendia eram uma espécie de tontura, mas o Ilídio era forte.
Se calhar estava a falar de tratar da cabra: nunca esqueças de tratar da cabra.
O Ilídio não gostava que a mãe o mandasse tratar da cabra. Se estava ocupado a
contar uma história a um guarda-chuva, não queria ser interrompido. Às vezes, a
mãe escolhia os piores momentos para chamá-lo, ele podia estar a contemplar
um segredo, por isso, assustava-se e, depois, irritava-se. Às vezes, fazia birras
no meio da rua. A mãe envergonhava-se e, mais tarde, em casa, dizia que as
pessoas da vila nunca tinham visto um menino tão velhaco. O Ilídio ficava
enxofrado, mas lembrava-se dos homens que lhe chamavam reguila, diziam ah,
reguila de má raça. Com essa memória, recuperava o orgulho. Era reguila, não
era velhaco. Essa certeza dava-lhe forças para protestar mais, para gritar até, se
lhe apetecesse.
PEIXOTO, J. L. Livro. São Paulo: Cia. das Letras, 2012.
15. (ENEM 2017) No texto, observa-se o uso característico do português
de Portugal, marcadamente diferente do uso do português do Brasil. O
trecho que confirma essa afirmação é:

A. “Pela primeira vez na vida teve pena de haver tantos assuntos no


mundo que não compreendia e esmoreceu.”
B. “Os assuntos que não compreendia eram uma espécie de tontura,
mas o Ilídio era forte.”
C. “Essa certeza dava-lhe forças para protestar mais, para gritar até, se
lhe apetecesse.”
D. “Se calhar estava a falar de tratar da cabra: nunca esqueças de
tratar da cabra.”
E. “O Idílio não gostava que a mãe o mandasse tratar da cabra.”
Gabarito: D
Fazer 70 anos

Fazer 70 anos não é simples.


A vida exige, para o conseguirmos,
perdas e perdas no íntimo do ser,
como, em volta do ser, mil outras perdas.
[…]
Ó José Carlos, irmão-em-Escorpião!
Nós o conseguimos…
E sorrimos
de uma vitória comprada por que preço?
Quem jamais o saberá?
ANDRADE, C. D. Amar se aprende amando. São Paulo.
16. (ENEM 2017) O pronome oblíquo “o”, nos versos “A vida
exige, para o conseguirmos” e “Nós o conseguimos”, garante a
progressão temática e o encadeamento textual, recuperando o
segmento
A. “Ó José Carlos”.
B. “perdas e perdas”.
C. “A vida exige”.
D. “Fazer 70 anos”.
E. “irmão-em-Escorpião”.
Gabarito: D
17. (ENEM 2015) Tendo em vista seus
elementos constitutivos e o meio de
divulgação, esse texto identifica-se como
A. verbete enciclopédico, pois contém a
definição de um item lexical.
B. cartaz, pois instrui sobre a localização
de um ambiente que oferece atrações
turísticas.
C. cartão-postal, pois a imagem mostra ao
destinatário o local onde se encontra o
remetente.
D. anúncio publicitário, pois busca
persuadir o público-alvo a visitar um
determinado local.
E. fotografia, pois retrata uma paisagem
urbana de grande impacto.
Gabarito: D
18. (ENEM 2015) Nesse texto, associam-se
recursos verbais e não verbais na busca de mudar
o comportamento das pessoas quanto a uma
questão de saúde pública. No cartaz, essa
associação é ressaltada no(a)
A. destaque dado ao laço, símbolo do combate
à aids, seguido da frase "Use camisinha".
B. centralização da mensagem "Previna-se".
C. foco dado ao objeto camisinha em imagem e
em palavra.
D. laço como elemento de ligação entre duas
recomendações.
E. sobreposição da imagem da camisinha e da
boia, relacionada à frase "Salve vidas".
Gabarito: E
Dia do Músico, do Professor, da
Secretária, do Veterinário… Muitas são
as datas comemoradas ao longo do
ano e elas, ao darem visibilidade a
segmentos específicos da sociedade
oportunizam uma reflexão sobre a
responsabilidade social desses
segmentos. Nesse contexto, está
inserida a propaganda da Associação
Brasileira de Imprensa (ABI), em que
se combinam elementos verbais e não
verbais para se abordar a estreita
relação entre imprensa, cidadania,
informação e opinião.
19. (ENEM 2015) Sobre essa relação, depreende-se do texto da ABI que,
A. para a imprensa exercer seu papel social, ela deve transformar
opinião em informação.
B. para a imprensa democratizar a opinião, ela deve selecionar a
informação.
C. para o cidadão expressar sua opinião, ele deve democratizar a
informação.
D. para a imprensa gerar informação, ela deve fundamentar-se em
opinião.
E. para o cidadão formar sua opinião, ele deve ter acesso à
informação.
Gabarito: E
O ouro do século 21
Cério, gadolínio, lutécio, promécio e érbio; sumário, térbio e disprósio; hólmio, túlio
e itérbio. Essa lista de nomes esquisitos e pouco conhecidos pode parecer
a escalação de um time de futebol, que ainda teria no banco de reservas lantânio,
neodímio, praseodímio, európio, escândio e ítrio. Mas esses 17 metais, chamados
de terras raras, fazem parte da vida de quase todos os humanos do planeta.
Chamados por muitos de “ouro do século 21”, “elementos do futuro” ou “vitaminas
da indústria”, eles estão nos materiais usados na fabricação de lâmpadas, telas de
computadores, tablets e celulares, motores de carros elétricos, baterias e até
turbinas eólicas. Apesar de tantas aplicações, o Brasil, dono da segunda maior
reserva do mundo desses metais, parou de extraí-los e usá-los em 2002. Agora,
volta a pensar em retomar sua exploração.
SILVEIRA, E. Disponível em: www.revistaplaneta.com.br. Acesso em: 6 dez. 2017 (adaptado).
20. (ENM 2020) As aspas sinalizam expressões metafóricas
empregadas intencionalmente pelo autor do texto para
A. imprimir um tom irônico à reportagem.
B. incorporar citações de especialistas à reportagem.
C. atribuir maior valor aos metais, objeto da reportagem.
D. esclarecer termos científicos empregados na reportagem.
E. marcar a apropriação de termos de outra ciência pela
reportagem.
Gabarito: C

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