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Embora alguns gestos humanos de afeição sejam intemporais, entre eles não estão os beijos. A
demonstração do amor por meio de uma conjunção dos lábios é um desenvolvimento recente na
história evolutiva humana, constatou um estudo do Instituto Kinsey, na Universidade de Indiana
(EUA). E também está longe de ser uma prática universal: algumas culturas consideram o beijo como
algo “nojento”.
Nesse pioneiro estudo amplo do beijo de caráter “romântico-sexual”, constatou-se que em apenas
46% das 168 culturas examinadas havia uma história social que incluía o gesto afetuoso. Entre elas
estão as sociedades da África subsaariana e da Amazônia. Para um dos autores do estudo, William
Jankowiak, o ato de beijar pode estar “vinculado ao surgimento do tempo livre” em sociedades
socialmente estratifi cadas; assim, depois de ter sido adotado pelas elites, o ato se disseminou entre as
camadas inferiores.
CONANT, Eve. Um beijo não é só um beijo. National Geographic. São Paulo, ano 16, n. 121. p. 15, fev. 2016.
a) revelar as impressões pessoais do enunciador, para quem esse gesto de afeto seria
“nojento” e típico das camadas inferiores da sociedade.
b) concluir que as culturas examinadas pela pesquisa não dispõe de uma palavra específica
para nomear a conjunção dos lábios de caráter "romântico-sexual".
c) alertar o leitor para o fato de que esse tipo de demonstração de afeto não deve acontecer
em público, porque sua aprovação não é um consenso entre as culturas.
d) informar sobre a pluralidade cultural, amparando- -se em dados e conclusões de pesquisa
realizada por uma universidade americana.
Começamos a namorar quando ela tinha 20 e eu 23, mas parecia que a vida começava
ali. Vimos todas as séries. Algumas várias vezes. Fizemos todas as receitas existentes de risoto.
Queimamos algumas panelas de comida porque a conversa tava boa. Escolhemos móveis sem
pesquisar se eles passavam pela porta. Escrevemos juntos séries, peças de teatro, filmes. [...]
Viajamos o mundo dividindo o fone de ouvido. Das dez músicas que mais gosto, sete foi ela
que me mostrou. As outras três foi ela que compôs. Aprendi o que era feminismo e também o
que era cisgênero, gas lighting, heteronormatividade, mansplaining e outras palavras que o
Word tá sublinhando de vermelho porque o Word não teve a sorte de ser casado com ela.
Um dia, terminamos. E não foi fácil. Choramos mais que no final de “How I Met Your
Mother”. Mais que no começo de “Up”. Até hoje, não tem um lugar que eu vá em que alguém
não diga, em algum momento: cadê ela? Parece que, pra sempre, ela vai fazer falta.
[...]
DUVIVIER, Gregorio. Folha de S.Paulo, 12 set. 2016.
cisgênero: termo para designar a concordância entre identidade de gênero com o sexo
biológico e designação social.
gas lighting: forma de abuso psicológico em que informações são distorcidas a ponto de a
vítima duvidar de sua memória ou sanidade.
heteronormatividade: termo usado para nomear a marginalização de orientações sexuais
diferentes da heterossexualidade.
mansplaining: prática em que um homem interrompe a fala de uma mulher para explicar-lhe
algo em tom condescendente.
2. As memórias que o autor compartilha com os leitores são apresentadas sob a ótica de seus
sentimentos, como é comum na função emotiva. No texto, o efeito de valorização da
subjetividade foi obtido, principalmente, por causa:
d) da presença de expressões como “não foi fácil” ou “ela vai fazer falta”, reveladoras de
percepções íntimas do enunciador.
a) emotiva, uma vez que explicita a opinião pessoal da colunista sobre a grafia do nome dos
jogos com deficientes.
b) referencial, pois cita o Comitê Paralímpico Brasileiro e a Folha de S.Paulo para conferir
credibilidade ao texto.
c) conativa, porque pretende convencer os leitores do jornal da correta grafia do nome dos
jogos com deficientes.
d) metalinguística, já que a autora está usando da linguagem escrita para tecer reflexões sobre
a grafia de um termo.
e) fática, pois a colunista está usando um canal de comunicação (jornal impresso) para refletir
sobre uma palavra.
4. O abastecimento de água potável é afetado por diversos fatores, como os regimes de chuva,
as perdas no percurso até as residências e o desperdício dos consumidores. A fim de
conscientizar a população de São Paulo da necessidade de racionalizar o uso da água, a
Sabesp distribuiu junto da conta de consumo um folheto do qual foi extraído o trecho a
seguir:
a) em I, as falas são breves para que cada um dos personagens possa expressar seu pensamento
acerca dos temas abordados.
b) em II, o terceiro quadrinho ilustra o tipo de “conversa sobre o tempo” que é habitual ocorrer
quando falta assunto.
d) II representa a condição de falantes cultos que vencem a barreira do contato inicial e debatem
temas complexos.
Paulo Pirilo pagou pedágio. Profissional, pilotava primando pela prudência, pela perícia. Plininho,
percebendo pista plana, pediu pro papai para pilotar. Pai pensou, pensou... “Poucas pessoas pilotando
pela pista...” Pelo primeiro pedido, permitiu. [...] Passando por pedriscos perdidos pela pista (pouca
porção), por pisar pesado, patinou perpendicularmente, passou pela pista para pedestre, perigando
precipitar pelo precipício. Pós passar pela pista para pedestre, pegou placa publicitária, posta presa por
pontaletes plantados paralelos. Praticamente perdido, pós piruetar, pendeu pela pirambeira, parando
penso. Por pouco pararia pendurado, prensado por potente penedo (pesada pedra). Prejuízos: painel
partido, placa pendurada, piscas-piscas pararam piscação, porta prensada, porta-pneu possuindo
pequenas pregas produzidas pela pancada, platinado perdeu platina, platô perdeu parafusos principais,
pneus partidos, pintura perdida [...]
RODRIGUES, Dovílio. Pentapaixão. Matão: Unigraf, 2006.
a) em I, predomina a função referencial, porque sua finalidade é narrar fatos (mesmo que
fictícios).
b) em II, predomina a função referencial, pois sua finalidade é denunciar a ausência de vida no
poluído rio Tietê.
c) em I, a seleção de palavras iniciadas com /p/ não interfere no sentido: logo, não é correto falar
em função poética.
d) em I, não se pode falar em função poética, uma vez que o texto está escrito em prosa.
7. A metáfora é uma figura de linguagem que, nas palavras do professor da USP José Luiz Fiorin,
“dá concretude a uma ideia abstrata, aumentando a intensidade do sentido. Poder-se-ia dizer
que o sentido torna-se mais tônico. Ao dar ao sentido tonicidade, a metáfora tem um valor
argumentativo muito forte”.
Sob esse ponto de vista, a metáfora da “lata de sardinha” presente no título da matéria é:
a) incoerente, já que as sardinhas não se mexem na lata; os passageiros são empurrados trem
adentro.
b) desrespeitosa, pois compara a um peixe popular e barato o cidadão que sofre com a
superlotação dos trens.
c) ineficiente, por se tratar de uma expressão popular de pouco efeito expressivo no texto.
d) insuficiente, porque o texto não explicita qual é a relação entre os peixes e os passageiros de
trens.
e) expressiva, pois peixes e pessoas são confinadas, respectivamente, na lata e nos vagões dos
trens.
8. Em cada um dos textos a seguir, ocorre uma figura de linguagem fundamentada no princípio
de semelhança. Classifique-as de acordo com o seguinte código:
A. Comparação
B. Metáfora
C. Catacrese
D. Prosopopeia
E. Sinestesia
I. ( )
Bicho urbano
Se disser que prefiro morar em Pirapemas
ou em outra qualquer pequena cidade do país
estou mentindo
ainda que lá se possa de manhã
lavar o rosto no orvalho
e o pão preserve aquele branco
sabor de alvorada.
II. ( )
III. ( )
IV. ( )
Texto I
Custa-me dizer que eu era dos mais adiantados da escola; mas era. Não digo também que era dos
mais inteligentes, por um escrúpulo fácil de entender e de excelente efeito no estilo, mas não tenho
outra convicção.
Texto II
HOLANDA, Chico Buarque de. Mulheres de Atenas… In: Meus caros amigos. Rio de Janeiro:
Philips, 1976.
Filho, um dia isso tudo será seu. Responsabilidade social. Sua pessoa física em paz com sua
pessoa jurídica.
Instituto Ethos – Empresas e Responsabilidade social
9. Considerando os contextos interno e externo de cada um dos textos, assinale a alternativa que
comente adequadamente o sentido deles:
a) O texto I é um flagrante caso de incoerência, haja vista que o enunciador erra ao contradizer o
que havia afirmado no início.
c) O texto III representa a esperança de que os filhos, no futuro, passem de cortadores de cana a
proprietários do canavial.
d) Os valores culturais da sociedade atual formam o contexto externo que levam os textos II e III
a serem lidos como exemplos de ironia.
10. Em cada um dos quadrinhos, o cartunista Adão apresenta uma situação da vida em sociedade
na qual características opostas convivem num mesmo ser. Para cada tipo de contradição
existencial haveria uma pena, em progressão crescente de gravidade.
Sob o ponto de vista das figuras retóricas, as oposições que fundamentam a tirinha recebem o
nome de:
a) antítese.
b) paradoxo.
c) metáfora.
d) preterição.
e) ironia
11. (Enem) Oximoro (ou paradoxo) é uma construção textual que agrupa significados que se
excluem mutuamente. Para Garfield, a frase de saudação de Jon (tirinha a seguir) expressa o
maior de todos os oximoros.
Nas alternativas abaixo, estão transcritos versos do poema “O operário em construção”. Pode-se
afirmar que ocorre um oximoro em:
MORAES, Vinícius de. Antologia poŽtica. São Paulo: Companhia das Letras, 1992.