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Recompensas não criam transformações duradouras!

O lado tentador da rapidez das


recompensas e/ou das punições levam escolas e pais a recorrerem a painéis de prêmios,
estrelinhas, semáforo do comportamento na sala de aula, entre outras estratégias afins, mas
esses são sistemas de ameaça-punição-recompensa que nem mesmo a psicologia
comportamental contemporânea aprova.

Sistemas que automatizam comportamento, comparam, envergonham, estimulam a


competição e constrangem e bloqueiam a criatividade, não propõem reflexão e quebram
relacionamentos.

Outro dia minha filha me pediu para conferir a tarefa de casa e que garantisse que não tinha
nenhum erro, pois a professora dava um adesivo para as lições completamente corretas. Ela
ainda está na fase da alfabetização e por vezes troca cedilha por dois esses. Perguntei se ela
ganharia um adesivo se eu não tivesse corrigido a tarefa e se o adesivo seria pelo esforço dela
ou pela possibilidade de ter alguém fazendo a correção? E como ela achava que aquele
amiguinho que não recebeu a estrelinha iria se sentir mesmo sabendo que tinha se esforçado
para realizar a tarefa? Falei de habilidades e que cada pessoa possui inteligências diferentes.
Minha filha, com 8 anos, achou que não era um incentivo justo e ainda lembrou de um amigo
que não consegue ficar sentado na cadeira: “não é porque ele não quer, ele simplesmente não
consegue, mamãe! ”

A sala de aula é um enorme desafio! Professores estão desistindo da profissão, estressados,


exaustos e buscam por caminhos que melhorem a rotina em sala de aula. Temos que buscar
soluções, mas estratégias que estimulem a criatividade, o espírito coletivo e de ajuda mútua, a
responsabilidade consigo e com o outro e o crescimento crítico e contínuo. Mecanismos
simples de recompensa e punição não resolverão o problema a longo prazo, ao contrário,
apenas condicionarão as crianças a agirem em função de receber algo, distorcendo assim o
real motivo pelo qual devemos fazer determinadas coisas.

Usar ferramentas da disciplina positiva como validação dos sentimentos, trazer o grupo para
pensar na solução do problema e mesmo a pausa positiva podem gerar experiências mais ricas
no processo educacional ajudando a criança a refletir sobre o próprio comportamento e agir
porque se sente bem e satisfeita em cooperar.

Lembre-se: - uma das melhores estratégias de comportamento é o exemplo!

Vamos juntos compartilhar experiências que deram certo e que respeitem as crianças e
adolescentes?

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