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Os benefícios da prática da

parentalidade positiva
INTRODUÇÃO

Além dos cuidados e provimentos básicos essenciais (como


segurança, saúde, alimentação, entre outros), o desafio da
parentalidade também traz consigo tarefas que, quando bem
exercidas, podem promover o desenvolvimento da autonomia,
perseverança, resiliência, criatividade, autocontrole, gentileza, empatia
e compaixão nas crianças.

Algumas qualidades e habilidades, como a criatividade e a


capacidade de resolução de problemas, ao contrário do que se
costuma pensar, não são características herdadas, mas sim
competências que se desenvolvem a partir de uma rotina de práticas e
experiências vividas.

Dependendo do contexto de criação, todas as crianças podem


desenvolver e adquirir diversos tipos de qualidades, incluindo as que já
foram citadas. Pesquisas realizadas nas áreas de desenvolvimento
cognitivo, psicossocial e moral demonstram que a experiência da
criança é um fator decisivo para o seu desenvolvimento, tanto no
sentido positivo quanto no negativo.
INTRODUÇÃO

O ecossistema em que as crianças crescem pode ser decisivo para o


resultado de seu desenvolvimento. Além disso, os adultos que fazem
parte desse ambiente é que determinarão a qualidade da experiência
de crescimento, atuando como fator principal na excelência ou na
complicação desse processo.

Pensando nisso, como deveria ser a atuação parental que promove


para as crianças a construção de valores éticos, virtudes, forças de
caráter, habilidades e competências socioemocionais?

Siga com a leitura para saber como construir uma parentalidade mais
consciente e emancipadora, de acordo com Ricardo Gaspar em sua
obra "Criatividade e Resolução de Problemas".
COMO A CRIAÇÃO PODE INFLUENCIAR
O COMPORTAMENTO DAS CRIANÇAS

Do ponto de vista neurofisiológico, as


competências de resolução de
problemas, controle emocional e
gerenciamento de frustrações são
atribuições do córtex pré-frontal que
modulam o sistema límbico, rede
neural responsável por processar as
emoções. Além disso, a capacidade
da plasticidade neuronal — ou seja, a
capacidade do cérebro de se
reorganizar de acordo com os
estímulos que recebe — confere ao ser
humano a possibilidade de aprender e
desenvolver habilidades e
competências como a resolução de
problemas e conflitos.

Mas independente das complexidades


neurológicas, o importante para os
pais e os educadores é entender que
as capacidades humanas,
especialmente as das crianças, se
modificam de acordo com aquilo que
praticam, já que o cérebro é como um
músculo que se fortalece à medida
em que se exercita.

A plasticidade neuronal garante a


evolução do ser humano para se
adaptar e aprender, e esse
entendimento deve acompanhar a
COMO A CRIAÇÃO PODE INFLUENCIAR
O COMPORTAMENTO DAS CRIANÇAS

responsabilidade em cuidar daquilo


que a criança pratica, pois essas
experiências transformarão essas
características em boas ou ruins pelo
processo de desenvolvimento. Por isso,
se uma criança é exposta a um
contexto ou ambiente de tensão
social, à ansiedade, estresse e/ou
conflito, ela poderá estar sujeita a
transtornos no desenvolvimento das
suas competências socioemocionais,
além de estar suscetível a ter o
comprometimento da sua saúde
mental. É por isso que, em primeiro
lugar, os pais, responsáveis e
cuidadores devem se cuidar e se
equilibrar se quiserem ver nas
crianças os reflexos positivos no
desenvolvimento das suas
capacidades sociais e emocionais.

Mas independente das complexidades


neurológicas, o importante para os
pais e os educadores é entender que
as capacidades humanas,
especialmente as das crianças, se
modificam de acordo com aquilo que
praticam, já que o cérebro é como um
músculo que se fortalece à medida
em que se exercita.
TIPOS DE PARENTALIDADES

Dentre as diversas possibilidades de exercer a parentalidade,


normalmente se segue um dos três tipos mais básicos e recorrentes:
parentalidade rígida, parentalidade permissiva e parentalidade
positiva ou democrática.

PARENTALIDADE RÍGIDA

A parentalidade rígida é caracterizada pela firmeza, pelas regras


determinadas pelo adulto e a ausência de participação ou reflexão da
criança.

Nesse modelo, os pais costumam ser firmes, mas demonstram falta de


gentileza e carinho. As crianças não são envolvidas nos processos de
decisão, o que acaba por estabelecer um ambiente de ordem sem
escolhas em que a criança deve fazer o que o adulto manda.
TIPOS DE PARENTALIDADES

PARENTALIDADE PERMISSIVA

A parentalidade permissiva se caracteriza pela liberdade sem ordem.

Nesse cenário, os adultos podem ser indulgentes ou negligentes. Os


indulgentes, utilizando o pretexto do amor incondicional, deixam para
as crianças todas as decisões, entendendo que desde que todos se
entendam bem, tudo poderá ser resolvido e todos serão felizes.

Por outro lado, os pais negligentes praticam a permissividade por não


se interessarem pela educação das crianças, de forma que nunca
colocam os assuntos relacionados à criação como prioridade. Dessa
maneira, permitem qualquer tipo de comportamento mais por
comodidade do que por legítima preocupação com a felicidade dos
filhos.
TIPOS DE PARENTALIDADES

PARENTALIDADE POSITIVA OU
DEMOCRÁTICA

O terceiro tipo de parentalidade é caracterizado pelo equilíbrio entre


firmeza e gentileza.

As regras são decididas tendo como objetivo principal o benefício


mútuo, assim, as soluções são pensadas em ajudar a resolver os
problemas entre pais e filhos. Dessa maneira, os adultos constroem um
ambiente de liberdade com ordem, em que as escolhas são limitadas
e obedecem aos limites que demonstram respeito para eles e para as
crianças.
COMO PRATICAR A PARENTALIDADE
POSITIVA OU DEMOCRÁTICA

Se pais, cuidadores e educadores têm o desejo de que as crianças


desenvolvam a criatividade e a capacidade de resolução de
problemas e conflitos, então eles precisam propiciar experiências em
que as crianças possam praticar tais habilidades.

Ao cuidar de uma criança, todo adulto se depara com situações de


conflitos. Geralmente, o responsável se vê em uma posição de disputa
de poder com a criança, o que gera estresse e conflito, o que acaba
por danificar a relação.

Para contribuir para o desenvolvimento da autonomia intelectual, da


capacidade de resolução de problemas e conflitos, da empatia,
compaixão e da construção da resiliência é necessário observar
alguns princípios básicos que regem a parentalidade positiva:
COMO PRATICAR A PARENTALIDADE
POSITIVA OU DEMOCRÁTICA

Encorajar as crianças Evitar punições e Usar consequências


e jovens; recompensas; lógicas e naturais;

Ser firme sem ser Incentivar a criança a Incentivar a criança a


dominador; respeitar os outros; respeitar os direitos
dos outros;

Afastar-se de Manter a rotina; Esquivar-se de


conflitos; disputas pelo poder;
COMO PRATICAR A PARENTALIDADE
POSITIVA OU DEMOCRÁTICA

Afastar-se de Agir mais e falar Para cuidar, tenha


conflitos; menos; coragem de dizer
NÃO;

Evitar agir de primeiro Evitar a Estimular a


impulso em situações superproteção; independência;
inesperadas;

Fugir de brigas; Escutar; Ter atenção ao seu


tom de voz;
COMO PRATICAR A PARENTALIDADE
POSITIVA OU DEMOCRÁTICA

Manter a calma e ter Divertir-se com seus Falar com seus filhos
autocompaixão; filhos; e não para eles;

Estabelecer momentos para Eliminar o criticismo e usar os


reuniões semanais de família. erros como oportunidades (foco
no acerto);
COMO PRATICAR A PARENTALIDADE
POSITIVA OU DEMOCRÁTICA

Esses princípios guardam os aspectos


essenciais para a construção da
autonomia intelectual e da
capacidade de resolução de
problemas para as crianças. Lembre-
se que para a criança, a relação entre
ela e seus pais, cuidadores e
educadores será um laboratório de
práticas sociais.

Levando a parentalidade positiva em


consideração, antes de corrigir um
comportamento, o adulto deve
procurar entender o que motivou a
conduta da criança. Assim, a criança
crescerá mais empática e aprenderá a
se colocar no lugar do outro, podendo
futuramente, em um caso de conflito,
gerenciar a situação com melhor
compreensão dos outros pontos de
vista.

Além disso, é importante sempre


validar o sentimento da criança,
nomeando as suas emoções e dando
espaço para que ela as elabore. Dessa
maneira, a criança aprenderá a
considerar o próximo, o que a leva a
desenvolver uma atividade mais
compassiva.
COMO PRATICAR A PARENTALIDADE
POSITIVA OU DEMOCRÁTICA

Destacamos que este material não prega a perfeição, mas sim o


aprimoramento. A nossa pretensão é auxiliar na construção de uma
prática parental mais consciente e eficaz.

Texto de autoria do nosso Diretor Acadêmico Dr. Ricardo


Gaspar no Capítulo Resolução de problemas e
criatividade - Livro Soft Skills Kids
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