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UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS

GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO

CAROLINE BISPO ALVES FARIAS

ELBER FERREIRA DAS NEVES

GEOVANE SILVA AMARAL

GABRIEL SILVA MENESES

LYSSANDRA FERREIRA BORGES

PEDRO LUCAS CAMPOS GIROTO

RELATÓRIO GESTÃO DE PESSOAS II

IDENTIFICAÇÃO E ANÁLISE DE ELEMENTOS DOS FILMES ANNA E O REI E O


ÚLTIMO SUMURAI VERSUS TEORIAS DO COMPORTAMENTO ORGANIZIONAL DE
SCHEIN E ROBBINS

GOIÂNIA – GO
Este relatório busca associar algumas teorias estabelecidas por Edgar Schein sobre
cultura organizacional e Stephen P. Robbins acerca da definição de lideranças e suas atribuições
com os filmes Anna e o rei e O último samurai. Nesse sentido, foram escolhidas quatro
questões, duas sobre liderança que serão relacionadas ao filme Anna e o rei, sendo elas: Quais
os traços de liderança encontrados no filme? E, em quais momentos do filme é possível perceber
a relação entre confiança e liderança no comportamento do Rei? Para o filme O último Samurai
foram respondidas as seguintes perguntas sobre cultura: Como a cultura é transmitida e
aprendida? E, o que foi percebido no filme quanto aos elementos da cultura: estabilidade,
profundidade, extensão? E por fim, um resumo a respeito da aprendizagem do grupo.

Questões sobre Anna e o Rei:

Os traços de liderança. Quais são?

No capítulo 12 do livro Comportamento organizacional: teoria e prática no contexto


brasileiro, as teorias dos traços de liderança buscam identificar as qualidades e características
pessoais que diferenciam líderes de não líderes.

No filme Anna e o Rei, há vários traços de liderança que podem ser observados no
personagem do rei, como:

Carisma: o rei é retratado como um líder carismático, capaz de inspirar e atrair


seguidores. Sua presença cativante e sua habilidade em se comunicar efetivamente com seu
povo são características que o ajudam a exercer influência sobre os outros.

Inteligência e sabedoria: o rei é apresentado como um líder intelectualmente capacitado


e sábio. Ele demonstra um amplo conhecimento em diversos assuntos, desde ciência a filosofia,
e utiliza sua sabedoria para tomar decisões informadas e orientar seu reino.

Coragem e determinação: o rei exibe coragem ao enfrentar desafios e tomar medidas


impopulares quando acredita que são necessárias para o bem de seu povo. Ele é determinado
em suas ações e mostra resiliência diante das adversidades.

Habilidades de negociação: o rei demonstra habilidades de negociação ao lidar com


líderes estrangeiros e outros personagens importantes. Ele busca o equilíbrio entre preservar a
cultura e os valores do Sião e estabelecer relações diplomáticas e comerciais benéficas com o
mundo exterior.

Preocupação com o bem-estar de seu povo: o rei se preocupa genuinamente com o bem-
estar de seu povo e busca promover o progresso e a modernização do Sião. Ele está disposto a
tomar medidas difíceis e desafiar as tradições quando acredita que isso trará benefícios para seu
reino.

Visão estratégica: o rei possui uma visão estratégica para o futuro de seu reino. Ele busca
modernizar o Sião e garantir sua independência, compreendendo a importância de se adaptar às
mudanças globais e se manter relevante no cenário internacional.
Em quais momentos do filme é possível perceber a relação entre confiança e
liderança, no comportamento do Rei?

De acordo com Robbins, a consideração é o grau em que uma pessoa é capaz de manter
relacionamentos de trabalho caracterizados por confiança mútua, respeito às ideias dos
funcionários e cuidado com os sentimentos.

No filme "Anna e o Rei", há vários momentos em que um certo grau de consideração é


estabelecido, por conseguinte, gerando a relação entre confiança e liderança pelo rei, como:

Contratando Anna Leonowens: O rei toma a decisão de contratar Anna Leonowens


como professora de suas esposas e filhos. Essa decisão mostra que ele confia em sua capacidade
de educar e influenciar sua família real, mesmo sendo uma estrangeira.

Diálogos e consultas: Ao longo do filme, o rei busca o conselho e as opiniões de Anna


em várias questões importantes. Ele confia em sua perspectiva ocidental e valoriza suas ideias,
mesmo que inicialmente seja cético em relação a elas. Esse comportamento demonstra que ele
confia na experiência e no conhecimento de Anna.

Delegação de responsabilidades: O rei confia em seu filho mais velho, o príncipe


Chulalongkorn, para assumir a liderança e governar o reino no futuro. Ele prepara o príncipe
para ser seu sucessor, delegando responsabilidades e compartilhando informações importantes
com ele. Essa ação demonstra a confiança que o rei deposita no príncipe e mostra seu papel
como líder e mentor.

Proteção de sua família: O rei mostra grande preocupação e proteção por sua família
real. Ele confia em sua esposa e em suas esposas para serem fortes e cuidarem dos filhos,
enquanto ele lidera o reino. Essa confiança mútua é evidente em suas interações e demonstra a
importância da confiança na construção de relacionamentos dentro da liderança.

Questões sobre O Último Samurai:

Como a cultura é transmitida e aprendida?

Schein (2009) descreve 6 maneiras e métodos os quais os líderes devem utilizar para
fixar e transmitir a cultura. Dentro destes conceitos, tem-se diversos momentos do filme “O
Último Samurai”, na qual os líderes, em especial Katsumoto, descrevem bem o que foi
apresentado pelo psicólogo suíço. A seguir estão os tópicos e os respectivos momentos em que
eles aparecem no filme e como são representados:

Ao que os líderes prestam atenção, mensuram e controlam – No momento da batalha


inicial, somente o líder dos samurais, Katsumoto, nota o potencial do guerreiro americano
Nathan e opta por não o matar, mas sim estudar e compreender o seu inimigo por meio de
inúmeras conversas que os dois venham a ter no decorrer do filme. Ou seja, o líder conseguiu
pensar de maneira rápida, mesmo no calor da batalha, mensurou o que aquela decisão poderia
acarretar e por meio do seu controle, tomou a melhor decisão possível, contrariando os seus
subordinados no início, mas fazendo-os ver que estavam equivocados se tivessem executado o
soldado americano na batalha.
Reações do líder a incidentes críticos e a crises organizacionais – No decorrer do filme,
percebe-se como cada líder, tanto do exército chinês quanto dos samurais, lidam com os
incidentes críticos e as crises. Enquanto o líder do exército lida de forma conturbada e muita
das vezes equivocada diante de tais situações, o líder dos samurais age de forma totalmente
diferente, sendo calmo e analisando todos os cenários possíveis que suas decisões podem
acarretar, transmitindo confiança e calma a seus guerreiros.

Como os líderes alocam recursos – Katsumoto, o general dos samurais, desenvolve


diversas estratégias inteligentes durante o longa, levando a uma boa gestão de recursos e
pessoas. Um bom exemplo é o confronto inicial, na qual ele utiliza da baixa luminosidade da
floresta, cavalos e espadas para atacar a curta distância, tornando os rifles do exército japonês,
mesmo sendo superiores, pouco eficientes diante das espadas empunhadas pelos samurais,
levando a derrota do inimigo e poucas baixas por parte dos samurais.

Modelagem ponderada de papéis, ensino e coaching – momentos de interação entre


Katsumoto e os samurais de forma informal e direta definem bem este tópico, pois esses
momentos tendem a ser mais eficientes que eventos formais ou informações repassadas por
terceiros.
Como líderes alocam recompensas e status – aqui destaca-se como a recompensa e a
punição é definida pelo líder samurai. Ele recompensa os guerreiros com base na lealdade e
ética e pune ou repreende na ausência das mesmas.

Como os líderes recrutam, selecionam, promovem e demitem – Aqui pode-se destacar


os métodos de treinamento, mostrados no filme, de ambas as partes da guerra. No exército, a
seleção é sustentada pelo medo e rigidez de forma agressiva e sem tolerância com os erros, a
promoção de cargo é destinada aos mais fortes enquanto a respectiva exclusão é destinada aos
mais fracos, aqui não há a importância acerca da cultura, basta ser eficiente em sua tarefa. Já na
vila dos samurais, os mesmos tem treinamentos baseados na repetição, aprendizagem com os
erros, meditação para auxiliar no controle emocional e na tomada de decisões sob pressão, tudo
passado de forma clara e sem abusos; a promoção se destina ao guerreiro mais valente e sábio;
e diferente do exército, os mais “fracos” são moldados até encontrarem os seus respectivos
propósitos. Durante todo o treinamento na vila, a cultura está presente. O próprio protagonista
emerge na cultura oriental, se desprende de práticas antigas e adota um novo estilo de vida por
meio do treinamento dos samurais.

O que foi percebido no filme quanto aos elementos da cultura: estabilidade,


profundidade, extensão?

De acordo com Schein (2009) “Quando dizemos que algo é cultural, afirmamos que não
é apenas compartilhado, mas também estável, porque define o grupo”. Durante o filme, temos
uma representação de elementos da cultura japonesa, em especial dos samurais, pois são eles
que perpetuam a cultura, mesmo com o país sofrendo as influências de povos externos. Eles
seguem o bushido, um código de conduta dos samurais e, durante o filme, aparecem cenas deles
realizando rituais, costumes de séculos atrás e sendo a resistência às modernizações trazidas
pelos estrangeiros, reforçando a estabilidade cultural citada por Schein (2009). Uma
representação visual disso no filme são praticamente todas as cenas da vila dos samurais.
Acerca da profundidade e da extensão da cultura, temos a oralidade transmitindo os
costumes de geração a geração. Quando algo está profundamente inserido, ganha a sua devida
estabilidade (SCHEIN, 2009). Diante disso, Katsumoto, o líder dos samurais, em diversas
situações relembra atos realizados por seus antepassados, justificando a perpetuação dos
costumes e repassando isto a Nathan, o soldado americano. O bushido citado anteriormente, é
a representação da profundidade na sociedade dos samurais. A extensão da cultura, uma vez
desenvolvida, cobre todo o funcionamento do grupo (SCHEIN, 2009). O conceito de extensão
se mostra quando toda a sociedade japonesa apresentada no filme tem ciência das tradições, por
mais que muitos não a pratiquem. A obediência e respeito aos superiores como é visto em uma
cena entre o Imperador (ex-aluno) e Katsumoto (mestre), que mesmo o fato de o Imperador
liderar uma nação, não o fez perder o respeito para com o seu antigo mestre, chegando ao ponto
de pedir conselhos sobre como tomar as decisões certas em momentos conturbados.

Aprendizagem

A leitura dos textos integrada aos filmes nos permitiu aprender sobre temas como
liderança, cultura e adaptabilidade. Os pontos de maior relevância entre os textos e os filmes
foram: respeito e tolerância; diversidade social; figura da liderança inspiradora; valorização
do aprendizado; importância do diálogo e da comunicação no trabalho em equipe. Ademais,
fazer análises de forma prática dos filmes associando os elementos dos textos nos permitiu
entender com maior clareza as teorias do comportamento organizacional e liderança descritas
por Schein e Robbins.

REFERÊNCIAS

ANNA E O REI. Direção: Andy Tennant. Produção de Lawrence Bender e Ed Elbert. Malásia:
20th Century Fox, 1999. Streaming.

O ÚLTIMO SAMURAI. Direção: Edward Zwick. Produção de Radar Pictures. Nova Zelândia:
Warner Bros, 2003. Streaming.

ROBBINS: Liderança (Cap. 12). ROBBINS, Stephen; JUDGE, Tim; SOBRAL, Filipe.
Comportamento organizacional: teoria e prática no contexto brasileiro. Pearson Prentice Hall,
2010.

SCHEIN, Edgar H. Cultura organizacional e liderança. Atlas, 2009.

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