Você está na página 1de 10

Devolutiva na Orientação de Pais

Por: Manuella Bayma


Importante!!!
Na Orientação de Pais a Devolutiva e a
Intervenção são duas faces da mesma
moeda! Pois, devido à dinamicidade do

processo, quando você dá um retorno para

os pais sobre a queixa/demanda que eles

lhe apresentaram, isso já inclui a

intervenção proposta, orientações etc.

A devolutiva por si só seria mais uma explanação oral da

sua percepção acerca do que seriam os principais problemas

daquela família, justamente para obter deles a confirmação

dessa demanda e em cima disso planejar e propor a

orientação. Sendo assim, gostaria que vocês considerassem

essa aula e a da próxima semana como uma continuidade


uma da outra e não de forma diferenciada, pois na
Orientação de Pais a devolutiva é a própria proposta interventiva.

Material produzido por Manuella Bayma - CRP: 11/7962


A Orientação de Pais embasada na Parentalidade Positiva tem como

ênfase o papel dos pais e educadores, compreendendo que as competências

educacionais podem ser aprendidas e modificadas, o que não se modifica,

por sua vez, é a natureza da criança . O comportamento infantil é uma

CONSEQUÊNCIA da relação de diversos fatores: parentalidade, ambiente,

genética, cultura, dentre outros e a família precisa entender claramente isso

no início da sua devolutiva, principalmente para que seja alinhada a

expectativa com a realidade do que o seu trabalho poderá oferecer.

Capturar e ressaltar o envolvimento da família

no processo é a base da devolutiva, caso

contrário o encontro deles com você não

promoverá mudanças efetivas!

Um dos grandes focos na Orientação de Pais é auxiliá-

los na promoção de competências emocionais e sociais em

seus filhos, a partir de uma transformação que eles irão

inicialmente promover em si mesmos.

Estudos têm apontado que crianças com características interpessoais

positivas (autoestima, autoconceito, competência social e habilidades

específicas de empatia e resolução de problemas) têm maior

probabilidade de realizar um bom percurso desenvolvimental,

enquanto que a ausência destas características é tida como fator de

risco, podendo levá-las a apresentar dificuldades de aprendizagem,

problemas comportamentais ou emocionais, entre outros desajustes

psicossociais.

E a aquisição dessas características se dá


principalmente através do bom exercício da
parentalidade!
Material produzido por Manuella Bayma - CRP: 11/7962
O baixo envolvimento dos cuidadores no

exercício da parentalidade é um fator de

risco para o desenvolvimento de uma

criança! Estejamos atentos!

O que precisa conter um ambiente facilitador e


acolhedor para o desenvolvimento infantil?
Boa comunicação: Pais que ajudam os filhos a identificarem
emoções, que os aconselham, com expressividade emocional positiva

e padrões de comunicação adequados (reconhecimento e validação).

Famílias que conseguem dosar de forma saudável as regras com


a liberdade: Dão espaço para a criança se expressar, mas também
se mantém firme quando precisam ser (previsibilidade e educação

não violenta).

Os pais precisam ser exemplo de assertividade: No contexto


emocional, comportamental, comunicacional e vivencial. Isso não quer

dizer que não possam errar, claro, mas que quando houver falhas de

sua parte, que eles saibam demonstrar manejo de seus próprios

desafios (inteligência emocional).

A criança precisa de um espaço de protagonismo: Além de toda a


abertura para o diálogo, os pais também precisam propiciar um

ambiente em que essa criança possa vivenciar e adquirir habilidades

sociais: ter e participar da rotina da casa (ambiente preparado para

ela e para a sua exploração), passeios e momentos de lazer em

família, convívio com outras crianças (prover além do sustento: amor,

carinho e segurança.

Na devolutiva você pode questionar o quão próximo os pais


se sentem de colocar em prática os pontos elencados acima?
Material produzido por Manuella Bayma - CRP: 11/7962
Na devolutiva de uma orientação em que os

Portanto.. pais desejam trabalhar a parentalidade em si,

você deve questioná-los:

Quais competências parentais eles desejam trabalhar?


Quais competências acreditam que precisam adquirir
para melhor educar?

1.Explane o que você compreendeu do

caso.

2.Confirme com os pais os pontos a serem

trabalhados.

3.Oferte uma intervenção.

4.Proponha ações para serem realizadas

em casa.

5.Entregue um material de monitoramento

(diário - ver anexo), sugestões e propostas

de ação. Sejam criativos!

Pólos interventivos:

1.Desenvolver competências parentais.

2.A partir dos próprios recursos da família, promover

seu processo de autopercepção na promoção de

práticas positivas.

3.Aprimorar a resiliência da família no seu manejo

com erros e recaídas.

4.Implementar, junto à família, estratégias

específicas para o desenvolvimento socioemocional

das crianças (Aqui as obras de Maria Montessori

conseguem auxiliar demasiadamente).

Material produzido por Manuella Bayma - CRP: 11/7962


Como muitas famílias desejarão trabalhar a parentalidade com
vocês, vamos aprimorar esse tema? Afinal, para melhor orientar
precisamos ter vasto conhecimento sobre parentalidade!

O que é Parentalidade Positiva?

    É uma filosofia que promove a relação entre pais e filhos com

base no respeito mútuo e por conta desse respeito mútuo a

educação da criança é feita de forma construtiva. Tem como pilar a

firmeza, empatia e generosidade.

  É uma educação em que a criança é muito ensinada a exercitar

a sua autonomia, a ter disciplina, é incentiva a pensar e a escutar os

outros porque ela própria é escutada. 

  Algumas pessoas se iludem achando que Parentalidade Positiva

vai impedir que a criança faça birras! Seria muito bom resolver tudo

em um passe de mágica, mas não é bem assim.

  Educar nesta filosofia visa o fortalecimento do vínculo, mais

segurança e resiliência. Entende-se que como há uma maior ligação

entre pais e filhos, a influência com as crianças é maior.

Por que isso na prática é tão complexo?


Porque muitos pais não estão disponíveis, porque

muitos deles nos procuram justamente para NÃO ter

de fazer isso e alguém "fazer por eles". No entanto, é

nosso papel fazer o convite para esse tipo de ação.

Material produzido por Manuella Bayma - CRP: 11/7962


Explanações sobre o cérebro da criança são
fundamentais na devolutiva! Os pais precisam

entender o terreno no qual irão trabalhar!

Lado esquerdo: Mais literal, Lado direito: Mais


nos ajuda a pensar emocional, criativo e intuitivo.

logicamente e a organizar Nos ajuda a ler sinais não

pensamentos em frases. verbais.

Temos ainda um cérebro reptiliano: que nos permite

agir por instinto e tomar decisões de sobrevivência em

segundos e um cérebro mamífero que nos guia em

direção à conexões e relacionamentos. É como se o

nosso cérebro tivesse múltiplas personalidades,

algumas racionais, outras nem tanto.

Vamos falar também do andar de cima e


o de baixo do cérebro!

Andar de baixo: Partes mais primitivas, responsáveis pelo: respirar,

reações inatas e fortes emoções (raiva e medo). As partes mais baixas

incluem o cérebro primitivo ou reptiliano (a medula espinhal e o sistema

límbico). 

Andar de cima: Inclui o córtex cerebral e suas diversas partes, é o cérebro


mais sofisticado, responsável por questões mais complexas como: tomada

de decisão e planejamento de qualidade, controle sobre as emoções e o

corpo, autocompreensão, empatia e moralidade.

A construção do andar de cima só terermina aos 20 e poucos anos.

Material produzido por Manuella Bayma - CRP: 11/7962


Outro ponto a ser levado em consideração na
devolutiva e intervenção é o temperamento da
criança!
O tema é muito complexo e aqui estarão pitadas de

conteúdo! É preciso muito aprofundamento para manejar

essas informações. Sugiro o livro “Os quatro

temperamentos na educação dos filhos” (Colocarei a capa

nas sugestões ao final).

Mais agitadas, expressivas, podem ser de

Criança difícil manejo, se comunicam bem, interagem

Sanguínea facilmente, são sociáveis e mais

“intrometidas”.

Criança Vontade forte, passionais, dominantes

Colérica
e líderes, o excesso de autoconfiança pode

torná-las imprudentes.

Mais introspectivas, comportadas,

Criança costumam atender às ordens e dificilmente

Melancólica perturbam os ambientes. Guardam o que

recebem para si.

Profundo universo interior, mas não absorvem

Criança ensinamentos com facilidade, aprendem mais na

Fleumática vivência. São como a água, muito moldáveis e

influenciáveis pelo ambiente. Os pais precisam ser

exemplos.

Material produzido por Manuella Bayma - CRP: 11/7962


Outros pontos importantes para
levar em consideração na
devolutiva/intervenção!

Sugestões de perguntas  abaixo:

Trabalhar a missão dos pais, o que eles sabem que querem

para a família ao educar seus filhos. Qual a missão? O que

eles esperam de si? O que eles esperam dos seus filhos?

   

Como os pais estão trabalhando a própria felicidade? Os

pais precisam de estratégias práticas, claras e simples.

Em quais situações há mais conflito? Com quem? Como

responder a isso? E como eu queria/poderia fazer para

reagir melhor? O que eu preciso para me autorregular mais?

Quais são os objetivos que desejo atingir com os meus

filhos? O que você pensa para eles quando forem adultos?

Quando pensa neles, quais são os valores mais importantes?

Importante: Você não precisa trabalhar todos os pontos


citados aqui, você pode ir selecionando conforme a

demanda específica dos pais que você está orientando!

Material produzido por Manuella Bayma - CRP: 11/7962


Considerações finais!

Bom, estamos chegando ao fim desse material,

mas lembrando mais uma vez que o próximo sobre

Intervenção é uma continuação desse! Pois na

Orientação de Pais a devolutiva é a própria


intervenção! Aqui já apresentei alguns conteúdos

que vocês devem levar em consideração para intervir

e no próximo continuaremos no mesmo estilo!

Lembrando que na Orientação de Pais aparecem

demandas muito heterogêneas! Algumas são super

simples e outras mais complexas, por isso que meu

objetivo nesse material é dar alguns nortes sobre a

preparação que vocês precisam ter para melhor

orientar as famílias!

Importante: É fundamental que você tenha


conhecimento acerca das psicopatologias!

Uma vez que é na devolutiva que você

precisará fazer a orientação para

psicoterapia,caso perceba que se trata


de uma demanda mais complexa!

Sugestões de Bibliografia

Material produzido por Manuella Bayma - CRP: 11/7962

Você também pode gostar