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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA

CURSO DE PSICOLOGIA

Identidade e autoconhecimento aplicados em alunos de educação


infantil.

Tubarão
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2022

UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA


CURSO DE PSICOLOGIA

Identidade e autoconhecimento aplicados em alunos de educação


infantil.

Projeto de intervenção apresentado à disciplina


Planejamento, execução e avaliação em Psicologia
Social, sob a Supervisão da Professora Rosa Cristina
Ferreira de Souza, no Curso de Psicologia da
Universidade do Sul de Santa Catarina

TUBARÃO
2022
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IDENTIFICAÇÃO

Autores

Eduarda Garcia – Eduardag1018@gmail.com


Julia Adelino da Silveira – Julia.silveira11@hotmail.com
Mirian Pacheco – Mirianpacheco1005@gmail.com

Local de intervenção: C.E.I Otília Maria Teixeira


Cidade: Garopaba
Público-Alvo: Crianças de quatro a seis anos.
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1 INTRODUÇÃO

De acordo com a Resolução CNE/CEB n. 5, de 17/12/2009, as práticas


pedagógicas que compõem as propostas curriculares das creches e pré-escolas devem
garantir experiências que promovam o autoconhecimento das crianças, e ampliem a
confiança e participação delas nas atividades individuais e coletivas, que promovam a
autonomia das crianças nas ações de cuidado pessoal, auto-organização, saúde e bem-
estar, que garantam a interação entre elas, respeitadas as individualidades e a
diversidade, afirma Maevi Anabel Nono, 2017.
De forma mais específica, o primeiro universo social da criança é a família,
sendo a “fonte original da identidade, ou seja, “a matriz de socialização”. Nesse
primeiro universo social, a criança já possui traços que a distingue dos demais
elementos e integrantes da família, ligados à posição que ocupa (filho mais velho,
caçula...), o papel que desempenha, as características físicas, suas relações com os
demais e sua personalidade. A criança ainda participa de outros universos sociais; a
escola, e que promove muitas vivências, resultando num “repertório de valores, crenças
e conhecimento” (BRASIL, 1998, p. 13).
Corsaro (2011) enfatiza que as essas relações das crianças pequenas com adultos
professores são afetadas em muitos aspectos pelas rotinas de interação diárias. Todas
essas vivências e experiências são importantes e formam a identidade pessoal e social
da criança.
Desse modo, as escolas de educação infantil têm, nesse sentido, um papel muito
importante no desenvolvimento da identidade e na formação pessoal e social da criança,
pois alarga e enriquece o seu universo inicial, ampliando as possibilidades de interações
sociais “ao conviverem com outras crianças e com adultos de origens e hábitos culturais
diversos, de aprender novas brincadeiras, de adquirir conhecimentos sobre realidades
distantes” (BRASIL, 1998, p. 13).
Meda (1990) afirma que a psicologia social se interessa pela maneira pela qual
o psiquismo é formado e modificado pela interação com os outros. Desse modo, torna-
se importante entender como os indivíduos constituem suas significações da realidade
para a compreensão da formação do psiquismo e de suas manifestações na vida social e
escolar.
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Segundo Bock (2001) pelo olhar da psicologia social, cabe ao psicólogo escolar
desenvolver, junto às comunidades escolares, intervenções psicossociais que atentem
aos aspectos sócio-históricos que fazem parte do universo humano e que contribuem
para o desenvolvimento de um sujeito mais consciente, crítico, ético, sensível e
autônomo. Essas intervenções devem ser fruto de uma relação dialética estabelecida
entre o sujeito atendido e o sujeito que atende, o que implica formar um contexto que
possibilita a transformação de ambos, colocando-os num movimento emancipatória,
sendo capazes de lidar com os conflitos escolares que surgem.
Ainda de acordo com Bock (2001), as ações desenvolvidas a partir da
intersecção Psicologia Escolar versus Psicologia Social podem produzir, na comunidade
escolar, a articulação das realidades objetiva e subjetiva que se processam
dialeticamente, que consideram o sujeito e suas relações - subjetivas ou objetivas - com
a coletividade.
Para Sass (1992) a experiência escolar da psicologia social no jardim de infância
e nas creches por excelência deve se alicerçar na experimentação, pois esta permite ao
indivíduo perceber, viver e manipular, para assimilar a seus esquemas de compreensão,
de avaliação e de ação, os fenômenos da natureza, as relações entre coisas, pessoas e
entre elas e objetos.
Autores como Filho, Silva e Figueiredo (2006) apontam que o movimento das
crianças ao brincar e jogar pode propiciar a autonomia e a construção da sua identidade,
as atividades lúdicas, dessa forma, são práticas pedagógicas que, além de propiciar a
estimulação psicomotora, proporcionam o desenvolvimento da autonomia, atenção,
memória, imaginação, interações entre iguais, experimentação de regras e papéis sociais
pelas crianças, bem como a expressão de sentimentos.
No jardim da infância e nas creches então, é onde ocorre o brincar e jogar livre.
Além da experiência lúdica ser uma forma muito privilegiada de encontro do sujeito
com as atitudes da comunidade, o outro generalizado que se dá mediado pelo grupo
social participante nessa forma de ação social coletiva, favorece ao mesmo tempo o
desenvolvimento cognitivo, pois o jogo e a brincadeira são atividades sociais que
retiram do fluxo de relações sociais os elementos que os compõem, buscando dar-lhes
uma síntese lógica, cognitiva e ética, como afirma Sass (1992).
Nesse sentido, as atividades lúdicas planejadas como propostas interventivas
no contexto escolar não podem ser negligenciadas, a fim de que se proporcione e
potencialize o desenvolvimento infantil.
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2. OBJETIVOS

2.1 Objetivo geral

Orientar e capacitar os alunos a lidarem com mais facilidade e experiência


dentro da questão da Identidade, Autonomia e autoconhecimento. Oferecer a eles
momentos lúdicos e interativos dentro do âmbito escolar para uma preparação social e
educativa para enfrentarem as questões sociais, envolvendo-as: raciais, de gênero, etnias
e afins.

2.2 Objetivos específicos

 Incentivar o Autoconhecimento;
 Auxiliar as questões de Identidade;
 Oferecer estímulos sob a autonomia;
 Desenvolver experimentações para um bom convívio social com diferentes;
 Trabalhar oralmente e verbalmente, lucidamente e com raciocínio lógico;
 Despertar consciência de suas culturas e histórias de vida;
 Incentivar o respeito mútuo entre as diferenças de gênero, etnias e opiniões;
 Demonstrar valorização das características do corpo e respeitar os outros quais
convive;

3. MÉTODO

3.1 Caracterização do público-alvo e da demanda de intervenção

O projeto visa auxiliar os alunos dos pŕe escolares, entre idades de quatro a seis
anos, da escola C.EI. Othilia Maria Teixeira, localizada na região de Garopaba – Santa
Catarina, e serão exercidas essas intervenções dentro do âmbito escolar.
Abrangerá indagações perante ao convívio social e pessoal dos alunos, pois há
queixas de incompreensão referentes a questões de comportamentos, autoconhecimento
e convivência com culturas e histórias diferentes.
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3.2 Operacionalização da intervenção

3.2.1 O Projeto desenvolverá grupos reflexivos, rodas de conversa, textos


informativos, atividades lúdicas, confecção de cartazes, atividades escritas e pinturas.
Incluirá também atividades de construção da história de vida de cada aluno, trazendo à
tona seu histórico cultural, social e pessoal.

3.2.2 Toda essa gama de intervenções tem o objetivo de favorecer a construção


da identidade de cada aluno, o fortalecimento de vínculos sociais dentro e fora do
âmbito escolar, e juntamente as experiências que o autoconhecimento pode trazer,
levando em consideração os benefícios desse tema nessa faixa etária, que permite a
capacitação de entrar em sintonia com seus próprios sentimentos, pensamentos e ações,
e que favorecem o equilíbrio e o bem-estar, essenciais para serem e viverem a realidade
dinâmica, incerta e inconstante do mundo que se amplia para elas.

3.2.3 Serão desenvolvidos em média dez encontros semanais com duração de


01:00 hora, com os alunos presentes.

3.2.4 A função das integrantes será produzir as atividades que serão aplicadas, e
integrar o grupo dentro das mesmas, com exploração e comunicação lúdicas.

3.2.5 Os recursos necessários para as intervenções serão: folhas, lápis de cor,


impressões com ilustrações lúdicas referentes aos temas que serão abordados.

3.3 Considerações éticas

Sendo o público alvo crianças, entende-se que, por serem além de atores sociais,
com possibilidades de participarem de estudos e atividades de intervenção psicológicas,
indivíduos biopsicossociais em processo de desenvolvimento, e portanto sujeitos a
vulnerabilidades. Dessa forma, para essa pesquisa respeita-se a ética dos sujeitos
participantes.
Em primeiro plano, considera-se, por meio da relevância do presente projeto, na
qual concede mais benefícios que malefícios, como a promoção de autoconhecimento,
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valorização da criança como ser social único, pertencente a uma família, a uma cultura,
a uma etnia, gênero e a outros grupos sociais e que ,portanto, merece ser respeitada,
aceita, ouvida e valorizada por ela mesma, pelos outros, e ao mesmo tempo
reconhecendo o outro como detentor desses direitos.
Ademais, tal estudo visa proteger a identidade de cada criança, por meio da
confidencialidade e consentimento, pedindo permissão aos responsáveis da escola para
a prática das atividades, bem como para as crianças, permitindo a sua livre participação
ou desistência, não divulgando fotos, nomes, vídeos ou qualquer arquivo que possa
comprometer o sigilo das informações.

3.4 Procedimentos de avaliação

Os procedimentos que foram utilizados para o levantamento de necessidades e


demandas, foram observações já efetuadas em um estágio anterior, e em presente
momento também, e como seguiram mantidos as queixas de comportamentos a serem
modificados; segundo informações obtidas com os responsáveis pelos alunos, as
intervenções serão necessárias, para um convivo mais equilibrado dos que convivem no
âmbito escolar.

4. Cronograma

Encontro Objetivo do encontro Estratégia Executores

Observação coletiva em
1 momento livre dos alunos, Observação livre Eduarda
para coletar as demandas Garcia
necessárias para as futuras Julia Silveira
intervenções. Mirian
Pacheco

Conhecer os alunos, e Dinâmica de


2 proporcionar momentos de interação para Eduarda
reflexão sobre apresentação, sendo Garcia
autoconhecimento e roda de conversa e Julia Silveira
identidade; atividade com dado e Mirian
perguntas relativas a Pacheco
autoconhecimento e
identidade.
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Dinâmica produzir
3 Visa autoconhecimento e carteira de Eduarda
percepção e características identidade, desenhar Garcia
da individualidade rosto e carimbar Julia Silveira
dedo. Identificar Mirian
nome, sobrenome, Pacheco
nomes dos pais.
Promover aceitação, Dinâmica
4 autoestima, respeito, em características físicas Eduarda
relação a si mesmo e aos e corporais, uso de Garcia
outros e suas diferenças. pintura e arte livre. Julia Silveira
Mirian
Pacheco

Identificar a importância de Dinâmica sobre a


5 cada familiar e de estar em família, construção Eduarda
uma família, registrar de bonecos de papel Garcia
histórias de vida. de pessoas ligadas a Julia Silveira
família. Mirian
Pacheco

Trabalha as emoções, O jeito de cada um:


6 comportamentos, com emojis, Eduarda
entendimento sobre o eu e o conversar com as Garcia
outro. crianças sobre como Julia Silveira
as emoções estão Mirian
ligadas aos Pacheco
comportamentos e
diferentes
personalidades,
exemplo
(introvertidos,
extrovertidos, bem-
humorados) pode ser
feita exemplo por
meio de pequenas
encenações e
contação de história.

Descrição das etapas e procedimentos da intervenção.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

SASS, O. Crítica da razão solitária: a psicologia social de George Herbert Mead. 1992.
Tese (Doutoramento em Psicologia Social). Pontifícia Universidade Católica, São
Paulo, 1992. Acesso em 19 Set 2022.
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CORSARO, Wiliam A. Sociologia da Infância. Porto Alegre: Artmed, 2011. Acesso


em: 12 Set 2022.

BRASIL. Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da


educação nacional. Acesso em: 12 Set 2022.

NONO, Maevi. EDUCAÇÃO INFANTIL: ABORDAGENS CURRICULARES


Identidade e Autonomia na Educação Infantil. Nono UNESP – Instituto de Biociências,
Letras e Ciências Exatas Departamento de Educação São José do Rio Preto. Acesso em:
12 Set 2022.

BOCK, A M. B.; Gonçalves, M. G. M e Furtado, O. (orgs.) (2001). Psicologia Sócio-


Histórica: uma perspectiva crítica em psicologia. São Paulo, Cortez. Acesso em 19 Set
2022.

MEAD, G. H. The psychology of social consciousness implied in Instruction. Science


31, p. 688-693, 1990. Acesso em 19 Set 2022.

FILHO, N. F. de A.; SILVA, R. L.; FIGUEIREDO, Z. C. C. O brincar/jogar como


fenômeno transicional na construção da autonomia e da identidade da criança de zero a
seis anos. Revista Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v. 27, n.2, p. 75-90,
2006. Acesso em 19 Set 2022.

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