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Capítulo 3

Normas de aplicação e de pontuação do instrumento de Avaliação da Compreensão de


Leitura Textual para crianças (COMTEXT)1

Camila Schorr Miná


Luciane da Rosa Piccolo
Helena Vellinho Corso
Jerusa Fumagalli de Salles

Recomendações gerais
​ ecomenda-se que o ambiente
Antes de iniciar a aplicação leia com atenção este manual. R
seja silencioso e bem iluminado. As tarefas são realizadas em uma sessão individual com
duração variável conforme a idade e escolaridade da criança (em média 15 minutos). Com
antecedência, lembre-se de organizar os materiais e certificar-se de que o texto, as questões, um
gravador de áudio, cronômetro e materiais para anotações estejam disponíveis e em condições
ideais para utilização. Assegure-se que a criança esteja confortável e em condições para realizar
a avaliação (por exemplo, que esteja utilizando óculos ou lentes corretivas, quando for o caso).
Importante: planeje com cuidado a ordem da avaliação quando estiver utilizando outros
instrumentos na mesma sessão. Procure evitar a fadiga do participante/paciente devido ao uso
excessivo de tarefas semelhantes ou de mesma modalidade (muitas tarefas de leitura, por
exemplo) e certifique-se de que ​não há interferência entre as tarefas utilizadas em uma mesma
sessão (por exemplo, evite trabalhar outras histórias lidas/ouvidas na mesma sessão, pois a
criança poderá misturar o conteúdo delas)​. Quando estiver em avaliação com o instrumento,
procure não deixar que o participante/paciente veja as anotações do avaliador na folha de
respostas, para que não influencie suas respostas seguintes ou cause algum desconforto em

1
​ Parte do conteúdo deste capítulo foi publicada anteriormente na revista Neuropsicologia Latinoamericana (Corso,
Sperb & Salles, 2012), que autorizou a reprodução do conteúdo neste manual. Recomendamos a leitura do artigo na
íntegra: ​http://www.neuropsicolatina.org/index.php/Neuropsicologia_Latinoamericana/article/view/80/82​. Já os
anexos encontram-se em:
http://www.neuropsicolatina.org/index.php/Neuropsicologia_Latinoamericana/article/view/80/102
função de seu desempenho. Para isso, sugere-se o uso de uma prancheta para facilitar o manuseio
da folha de respostas pelo avaliador.

Material necessário​:
1. Livro de Instruções
2. Cartão com a história O Coelho e o Cachorro
3. Cartão com o Questionário
4. Folha de Respostas e de Correção
5. Lápis/caneta
6. Gravador de áudio
7. Cronômetro
8. Prancheta

Normas de aplicação

Inicialmente, a criança é convidada a fazer a leitura silenciosa do texto narrativo “O


Coelho e o Cachorro” (Prata, 20052; adaptado por ​Corso, Sperb, & Salles, 2012​). A criança é
instruída a ler a história atentamente ​e de forma silenciosa​, quantas vezes for necessário, e lhe é
informado que ela será solicitada a recontar (evocar livremente) a história e, em seguida, a
responder a questões sobre ela.
O reconto da história é solicitado em primeiro lugar para estar o mais isento possível de
interferências, já que fornecer as opções de respostas através das questões de múltipla escolha
pode ser um índice de conteúdo para o reconto (Salles & Parente, 2004). O reconto (evocação
livre) é gravado e posteriormente transcrito para análise e categorização. O examinador retira o
texto após a criança dizer que está pronta para contá-lo.
Quanto ao questionário, as questões são lidas oralmente pelo examinador, junto com as
quatro alternativas de resposta, enquanto a criança pode acompanhar a leitura visual e
auditivamente. Depois de ouvir a questão e as opções de resposta, a criança deve dizer qual a

2
Houve autorização por escrito do autor para uso da História neste instrumento.
alternativa que considera correta. As dez questões do texto dividem-se em cinco literais e cinco
inferenciais.

​Instruções padronizadas

1. Leitura silenciosa do texto e reconto:


Dê instruções da seguinte forma:
“Agora você vai ler uma história, silenciosamente, ou seja, não precisa falar em voz
alta. Você deve ler prestando bastante atenção, porque depois eu vou querer que você me
conte a história com as suas palavras, e não poderei lhe mostrar o texto enquanto conta. No
final, eu vou fazer umas perguntas para você responder sobre a história. Você entendeu?
Então pode começar a ler e quando você acabar me entregue o texto”.

Entregar o texto para criança.


Lembrete ao examinador:
​ notar se a criança lê em voz alta (ou leitura subvocal) e/ou precisa ler mais de uma vez o
1) A
texto.
2) Anotar quanto tempo ela leva para ler a história.

​ ​Vou gravar o que você vai falar, combinado?”


“Acabou? Então me conte a história…
Retirar a história da criança
Lembrete ao examinador: ​Gravar o reconto!

Caso ela não fale nada ou fale muito pouco, perguntar apenas uma vez:​ ​“O que mais?”
Caso a criança, ainda assim, não fale, após 30 segundos deve-se interromper e passar para
o questionário. Não é permitido devolver o texto para a criança, mesmo que ela solicite.

2. Investigação da compreensão mediante questionário


O examinador deve sentar-se ao lado da criança, de modo que ela possa ver a folha com
as questões, acompanhando visual e auditivamente a leitura que o examinador faz das questões e
respectivas opções de resposta. Não é permitido devolver o texto para a criança, mesmo que ela
solicite.

Dê instruções da seguinte forma:


“Agora você vai me ouvir lendo umas perguntas sobre a história e, para cada
pergunta, quatro opções de resposta. Você vai prestar bastante atenção, acompanhando a
leitura com os olhos, e depois deve dizer qual é a resposta certa, baseado na história que você
leu. Você deve aguardar que eu leia as quatro alternativas de resposta, mesmo que considere
que já sabe qual a resposta correta antes de eu chegar à última. Vamos começar? ”

Lembrete ao examinador: Todas as opções de respostas devem ser lidas com entonação
de pergunta. Deve-se ler também a letra que precede a alternativa de resposta (letras “a”, “b”, “c”
e “d”). Marcar a opção na Folha de Respostas e Correção de acordo com a resposta da criança.

Normas de pontuação

Análise do reconto da história (recordação livre)

Depois de transcrito, fazer uma análise quantitativa e qualitativa do reconto. Para a


primeira são utilizados os valores relativos ao total de cláusulas da história recontadas e à
porcentagem de cláusulas recontadas da cadeia principal da história, que devem ser comparados
à tabela normativa de desempenho (Capítulo 4). Para a análise qualitativa, agrega-se aos dados
quantitativos a avaliação da presença de inferências, interferências e reconstruções e da
completitude (presença dos níveis macroproposicionais da história) do reconto, de modo a
atribuí-lo a uma categoria.​ ​A seguir a descrição passo a passo da avaliação do reconto.

1. Cláusulas presentes na recordação livre (reconto) e níveis da narrativa contemplados


Em primeiro lugar é necessário identificar no reconto da criança quais são as cláusulas da
história lida que ela relata. Na folha de respostas seleciona-se, no quadro com as cláusulas,
aquelas que a criança recontou. As cláusulas presentes no reconto são então somadas, e
registradas na folha de resposta, na lacuna correspondente ao “Total de cláusulas”. Em seguida
deve-se verificar quais, dentre as cláusulas recontadas, pertencem à cadeia principal da história:
os números correspondentes a essas cláusulas estão em negrito. Deve-se, então, registrar o total
de cláusulas da cadeia principal na folha de respostas, bem como a porcentagem correspondente
a este total. Observando-se as cláusulas assinaladas como recontadas, é possível verificar na
mesma tabela quais os níveis macroproposicionais que estão contemplados no reconto do
participante. Devem ser consideradas todas as cláusulas recontadas dentro de cada nível. Pois o
total de cláusulas recontadas é uma das variáveis utilizadas na classificação do reconto em
categorias.

2. Presença de inferências, interferências e reconstruções


O reconto da criança pode conter cláusulas/eventos que não estavam presentes na história
lida, o que é inclusive esperado. Sempre que as cláusulas/ideias/elementos introduzidas pela
criança corresponderem a um raciocínio lógico e coerente, que revela uma informação implícita
no texto, elas devem ser registradas como uma inferência. ​Pode acontecer da criança introduzir
passagens ou elementos que caracterizam uma distorção da história, caracterizadas, por isso,
como interferências ou reconstruções.
Em resumo, as informações recontadas pela criança que não corresponderem às
cláusulas da história, devem ser classificadas como inferências, interferências e/ou reconstruções
(Salles & Parente, 2004; Salles & Corso, 2009; Corso, Sperb & Salles, 2012). A Tabela 3.1
apresenta suas definições, e exemplifica as três estratégias de evocação. ​O total de cada uma
delas deve ser registrado na folha de respostas, na seção de “​Análise de coerência textual com
relação ao texto lido e estratégias de evocação”.

Tabela 3.1. ​Definições de inferências, interferências e reconstruções (​Parente, Capuano &


Nespoulous, 1999)​ e exemplos retirados de recontos.
Definição Exemplo

A criança introduz relações capazes de preencher


“Daí, limparam o coelho ​pra
Inferências mentalmente as informações deixadas implícitas no
fingir que ele estava vivo​”
texto.

A criança modifica o significado das cláusulas a partir de


“​Domingo os donos do coelho
Interferências uma associação de dois elementos presentes na história,
saíram”
mas em passagens distintas

A criança introduz fatos não presentes na história original,


“Ele deu um coelho pros
Reconstruções e que não poderiam ser inferidas pelas informações
filhos, ​um pra cada um​”
contidas no texto

Esta análise não está incluída nas tabelas normativas do instrumento (capítulo 4), mas é
importante para a verificação da coerência do reconto com relação ao texto lido. A quantidade
total de cada uma dessas três classificações deve ser anotada na folha de respostas para auxiliar
na atribuição a uma das diferentes categorias ao reconto.

3. Classificação do reconto em categorias


Com os dados quantitativos do reconto, relativos a quantas e quais são as cláusulas
recontadas, juntamente com a avaliação qualitativa, cujo critério é a presença de inferências,
interferências e reconstruções e a completitude (níveis macroproposicionais presentes) da
história recontada, é possível atribuir o reconto a uma das 5 categorias apresentadas a seguir
(Corso, Sperb & Salles, 2012).

Observação ​1: Lembre-se que a avaliação do reconto com vistas a atribuí-lo a uma dada
categoria é uma avaliação por aproximação, ou seja, busca-se a categoria que mais se aproxima
do reconto da criança. As informações descritas como ‘sugestões para considerar na
categorização’ devem ajudar nesta decisão. Não é necessário preencher todos os requisitos lá
descritos para atribuir ao reconto uma certa categoria.
Observação ​2: Para facilitar a classificação do reconto em categorias pelo profissional que usará
esse instrumento, esclarecemos que as categorias são numeradas em ordem crescente seguindo a
lógica do reconto mais inferior (categoria I) ao melhor reconto (categoria V). Por outro lado,
abaixo elas estão apresentadas em ordem decrescente de classificação: de um reconto ideal
(Categoria V) para um reconto insuficiente (Categoria I).

Categoria V:
O reconto é muito completo e coerente. A reprodução da narrativa feita pela criança
segue um eixo em que as relações causais vão sendo explicitadas. Fica evidente que a criança
pode representar mentalmente a rede de conexões causais que ligam os eventos da história,
revelando uma compreensão adequada do texto. As cláusulas do reconto que não correspondem
às cláusulas do texto caracterizam inferências. Pode haver interferências que alteram detalhes
não importantes da história. ​Não há reconstruções​.
Todos os níveis (macroproposições) são contemplados no reconto, e, dentro de cada
nível, são recontadas a maior parte das cláusulas que fazem parte da cadeia principal da história.
O reconto das cláusulas 32 e 34, ou pelo menos desta última, é essencial, pois é o que revela a
compreensão do participante de que o coelho já estava morto e enterrado quando o cachorro o
encontrou, de modo que não foi o cão que matou o coelho.
De 75% a 100% das cláusulas que compõem a cadeia principal da história são
recontadas, e de forma distribuída pelos níveis que representam as macroproposições. Nesta
categoria, o reconto é composto de várias cláusulas, geralmente um mínimo de 20. Quando este
número é inferior, os demais critérios são preenchidos.

Sugestões para considerar na categorização:


- Nível 1 (ambientação): as cláusulas 2, 4, 5, 6 e 7, que pertencem à cadeia principal, estão
presentes no reconto (a 7 pode estar ausente).
- Nível 2 (estabelecimento do problema): são recontadas as cláusulas da cadeia principal
10, 11 e 15 (a 11 pode estar ausente).
- Nível 3 (reação diante do problema/ ação 1): é recontada a cláusula 18 (xingamento do
cachorro), ou pelo menos uma das cláusulas que expressam a reação dos donos do
cachorro diante da visão do coelho morto (cláusulas 16 ou 17), reação que indica que o
cachorro foi considerado culpado pela morte do coelho.
- Nível 4 (​tentativa de resolução do problema/ ação 2​): são recontadas as cláusulas 21 e 22, ou
pelo menos a primeira, que fazem parte da cadeia principal.
- Nível 5 (resultado/ desfecho): são recontadas pelo menos as cláusulas 29, 32 e 34. O
reconto das cláusulas 32 e 34, ou pelo menos desta última, é essencial, pois é o que revela
a compreensão do avaliando de que o coelho já estava morto e enterrado quando o
cachorro o encontrou, de modo que não foi o cão que matou o coelho.

Exemplo de reconto – Categoria V Avaliação


o​
Menina – 10 anos – 5​ ano – escola pública quantitativa/qualitativa

O pai das crianças deu um coelho prá elas [cláusula 2], daí o vizinho Total cláusulas recontadas: 22.
dele – as crianças do vizinho – também pediram um bichinho [3]. Daí Total cláusulas cadeia principal: 14.
ele comprou um pastor alemão [4]. Em conversa de vizinho eles Porcentagem cláusulas cadeia
falaram que - o que tinha comprado o coelho - falou que o pastor principal: 87%
alemão ia matar o coelho [5]. Daí o vizinho dono do pastor alemão Número de inferências: 1;
falou que o pastor alemão era filhote e que eles iam viver juntos [6]. Número de interferências: 1;
Depois passou um tempo e, como o vizinho tinha dito [7], eles sempre Número de reconstruções: 0.
tavam um no quintal do outro [8]. Uma vez o dono do coelho foi Cláusulas presentes dentro de cada
viajar [10] e o coelho ficou sozinho [11]. Quando o dono do pastor nível:
alemão tava em casa com a família dele [13] chegou o pastor alemão Nível 1 – ​2​, 3, ​4​, ​5​, ​6​, ​7​ e 8;
com o coelho na boca, morto [15]. Eles ficaram chocados [14], e teve Nível 2 –​10​, ​11​, 13, 14 e ​15​;
uma ideia [20], e pegou e levou o coelho [21], mas antes disso ele Nível 3 –​18​;
tinha mandado o cachorro embora [18]. Daí pegou o coelho, lavou, Nível 4 –20, ​21​;
botou perfume [21] e não lembro onde ele colocou o coelho, mas era Nível 5 –24, ​26​, ​29​, 30, 31, ​32​, ​34​.
um lugar que os donos pudessem achar que ele estava vivo
[inferência]. Daí os donos chegaram [24] e bateram na porta [26].
Daí quando ele bateu na porta o dono do pastor alemão falou: “Ai,
eles descobriram” [interferência]. Aí ele bateu na porta [26] e falou:
“O coelho, o coelho!” [29] “O que aconteceu com o coelho?” [30].
Daí ele falou que o coelho tinha morrido [29], aí o dono do pastor
alemão disse: “mas ele estava tão bem” [31]. Daí o dono do coelho
falou que ele tinha morrido na sexta-feira [32] e que as crianças
tinham enterrado ele antes de viajar [34]. *em negrito as cláusulas da cadeia principal

Legenda: Os números entre colchetes indicam o número da cláusula correspondente à(s) frase(s) recém transcrita(s).

Categoria IV:
O reconto é menos completo, observando-se que cada cláusula é recontada com menos
detalhes ou com menor precisão. Mesmo assim, a reprodução oral é coerente, revelando que o
participante pôde representar a cadeia causal principal da narrativa, compreendendo que não foi
o cachorro que matou o coelho. Nesta categoria há inferências. Podem aparecer interferências, ou
mesmo reconstruções, mas, quando presentes, referem-se a detalhes que não alteram o sentido da
história, além de serem pouco numerosas.
Quanto à presença dos níveis, todos podem aparecer no reconto, embora com menos
cláusulas dentro de cada nível (é possível estar ausente o nível 3, ou outro nível, desde que, no
conjunto, as cláusulas recontadas, junto com as inferências, deixem claro que a criança entendeu
a história). Quanto ao nível 5, se a cláusula 34 estiver ausente, a 32 deve estar presente (ou
vice-versa), significando que o participante expressa a compreensão de que o coelho já estava
morto quando seus donos foram viajar. De 60% a 80% das cláusulas que compõem a cadeia
principal da história é recontada. O total de cláusulas recontadas pode não chegar a 20. Quando
há dúvida sobre a atribuição do reconto à categoria IV ou V, são critérios de desempate: ausência
do nível 3, ou ausência da cláusula 34, ou presença de reconstrução. Os níveis 1, 2, 4 e 5 estão
presentes. Pode haver omissão do nível 3, ou todos os níveis da história aparecem no reconto,
mas com menos cláusulas dentro de cada nível.
Sugestões para considerar na categorização:
- Nível 1 (ambientação): das cláusulas que pertencem à cadeia principal (2, 4, 5, 6 e 7)
podem ser omitidas a 6 e/ou a 7.
- Nível 2 (estabelecimento do problema): dentre as cláusulas da cadeia principal (10, 11 e
15), a cláusula 11 pode estar ausente.
- Nível 3 (reação diante do problema/ ação 1): alguma das cláusulas do nível, que envolve
a primeira reação dos donos do cachorro ao verem o animal com o coelho do vizinho na
boca é recontada, não necessariamente a cláusula 18 (xingamento do cachorro). As
cláusulas deste nível ainda podem estar ausentes, ou referidos através de inferências.
- Nível 4 (​tentativa de resolução do problema/ ação 2​): pelo menos a cláusula 21 é recontada.
- Nível 5 (resultado / desfecho): se a cláusula 34 estiver ausente, a 32 precisa estar presente
e vice-versa (o avaliando expressa a compreensão de que o coelho já estava morto
quando os seus donos foram viajar).

Exemplo de reconto – Categoria IV Avaliação quantitativa/qualitativa


Menino – 11 anos – 6​o​ ano – escola privada

Nessa história, o…um cara, ele comprou um coelho [2]. Daí o vizinho Total cláusulas recontadas: 19.
dele, ãh…atendendo o pedido dos filhos dele [3], comprou um Total cláusulas cadeia principal: 13.
cachorro, um pastor alemão [4]. E daí o cara falou: o seu cachorro Porcentagem cláusulas cadeia
vai matar o meu coelho [5]. Ãh…ele pensou: não, né, vão crescer principal: 81%
juntos e ficar amigo [6]. Daí assim aconteceu [7]. Só que, daí um dia, Número de inferências: 1;
quando eles foram viajar [10] … uns dias depois, ãh… viram o Número de interferências: 0;
coelho com …o cachorro…o coelho entre os dentes, tudo imundo, Número de reconstruções: 0.
estraçalhado [15]. E daí, quando daí eles…ãh…os vizinhos tavam prá Cláusulas presentes dentro de cada
chegar né [19], então o cara falou…os cara deram um banho, nível:
passaram perfume [21], e parecia vivo [23]. Então, ãh, o cara Nível 1 – ​2​, 3, ​4​, ​5​, ​6​ e ​7​;
quando chegou [24], bateu…chegou, bateu na porta deles [26], ele Nível 2 –​10​ e ​15​;
parecia que tinha visto um fantasma [27], daí ele falou: o que Nível 3 – ausente;
aconteceu? [28] O coelho morreu! [29] Ah, sim, morreu ainda na Nível 4 –19, ​21​ e 23;
sexta [32] . Na sexta? [33] É as crianças o acharam [inferência] e Nível 5 – 24, ​26​, ​27​, 28, ​29​, ​32​, 33 e
enterraram ele no quintal [34]. 34​.

*em negrito as cláusulas da cadeia


principal
Legenda: Os números entre colchetes indicam o número da cláusula correspondente à(s) frase(s) recém transcrita(s).

Categoria III:
O reconto é incompleto. Os níveis da história não estão todos reproduzidos no reconto, e
os que aparecem apresentam menos cláusulas. Nesta categoria aparecem interferências
importantes, que alteram profundamente a narrativa, além de reconstruções, revelando falta de
compreensão integral da história. Além disso, as interferências e reconstruções podem ser
numerosas. O relato pode ainda ser desorganizado, não deixando clara a sequência de eventos,
nem os nexos causais que os unem. Quanto à presença das cláusulas, aparecem pelo menos a 2 e
a 4 (nível 1), a 10 e a 15 (nível 2), pelo menos a 21 (nível 4). O nível 3 pode estar ausente.
Quanto ao nível 5 (resultado/ desfecho), o diálogo final pode aparecer de forma confusa, com as
falas trocadas entre os personagens. As cláusulas 32 e 34, essenciais à compreensão da narrativa,
estão ausentes. Por vezes a cláusula 34 (as crianças enterraram o coelho no quintal) aparece, mas
é contada numa sequência diferente da história original; assim, alguns participantes contam que
as crianças enterraram o coelho no final da história, depois que seus donos voltaram da viagem.
Por vezes o nível inteiro está ausente.
Um mínimo de 50% das cláusulas que compõem a cadeia principal da história é
recontada. Geralmente, essa porcentagem varia entre 50% e 60%. Quando o reconto ultrapassa
os 60%, os demais critérios especificados acima são atendidos. O total das cláusulas
reproduzidas fica em torno de 15, aproximadamente.
Quando há dúvida sobre a atribuição do reconto à categoria III ou IV, são critérios de
desempate: ausência das cláusulas 32 e 34, ou presença de reconstruções numerosas ou que
alteram de forma importante a história, como a introdução de personagens inexistentes (por
exemplo: “A avó das crianças do vizinho pediu para ele comprar um animal”. Outro exemplo:
“Deixaram o coelho na casa do vizinho”. Ou ainda: “Até mostraram ser amigos [o coelho e o
cachorro] quando a família não estava por perto”).
Por outro lado, quando há dúvida sobre a atribuição do reconto à categoria III ou à II, o
critério de desempate é a presença das cláusulas 10 e 15 juntas (Categoria III), o que é
importante para a compreensão do estabelecimento do problema, ou a ausência de algum dos
níveis (Categoria II).

Exemplo de reconto – Categoria III Avaliação quantitativa/qualitativa


o​
Menina – 9 anos – 4​ ano – escola pública

Eram dois vizinhos [1]. Um comprou um coelho pros filhos [2], o Total cláusulas recontadas: 16.
outro comprou um pastor [4]. Aí o vizinho disse que o pastor ia Total cláusulas cadeia principal: 12
comer o coelho [5], só que o outro disse: não, não vai, eles vão (estão em negrito a seguir).
crescer juntos bem [6]. Daí eles cresceram juntos [7]. Um dia os Porcentagem cláusulas cadeia
vizinhos tava lanchando [13] e o outro foi viajar [10]. Aí principal: 75%
apareceu o cachorro, pastor, com o coelho na boca [15] quase Número de inferências: 0;
morto [reconstrução]. Aí eles ficaram brabos com o cachorro Número de interferências: 0;
[16] e expulsaram ele da casa [18]. Aí eles fizeram tudo pra Número de reconstruções: 2.
deixar o coelho bem limpo, botaram secador, perfume [21] e Cláusulas presentes dentro de cada
deixaram ele na casinha [22]. Daí umas três horas depois os nível:
vizinhos chegaram [24] e foram bater na porta [26] dizendo que Nível 1 – 1, ​2​, ​4​, ​5​, ​6 ​e ​7​;
o coelho tinha morrido [29], daí as crianças enterraram ele Nível 2 – ​10​, 13 e ​15​;
[reconstrução]. Nível 3 – 16 e ​18​;
Nível 4 – ​21 ​e ​22​;
Nível 5 – 24, ​26 ​e ​29​.

*em negrito as cláusulas da cadeia principal


Legenda: Os números entre colchetes indicam o número da cláusula correspondente à(s) frase(s) recém transcrita(s).

Categoria II:​
O reconto é incompleto e incoerente. As poucas cláusulas reproduzidas aparecem de
forma descontextualizada, sem haver um encadeamento lógico. Aparecem interferências e
reconstruções, indicando que a criança não compreendeu de fato a história. As interferências e
reconstruções são numerosas. Os níveis da história não estão todos reproduzidos no reconto, e os
que aparecem estão muito incompletos. Geralmente o reconto não ultrapassa o nível 2, sendo
omitidas as cláusulas que compõem os níveis 3, 4 e 5 (pelo menos as cláusulas 32 e 34 estão
ausentes). Os níveis da história não estão todos reproduzidos no reconto e os que aparecem estão
muito incompletos. As poucas cláusulas reproduzidas aparecem de forma descontextualizadas,
sem haver o encadeamento lógico.
Aparecem interferências e reconstruções importantes (por exemplo: “... num domingo, o
pastor alemão comeu, matou o coitado do coelho e depois eles enterraram no quintal”) e/ou
numerosas, indicando que a criança não compreendeu de fato a história. A soma de interferências
e reconstruções podem ultrapassar o total de 7. Entre 30% e 50% das cláusulas que compõem a
cadeia principal da história são recontadas. O total de cláusulas recontadas é baixo, em torno de
10.
Sugestões para considerar na categorização:
- Nível 1 (ambientação): podem ser omitidas algumas ou várias das cláusulas que
pertencem à cadeia principal (2, 4, 5, 6 e 7).
- Nível 2 (estabelecimento do problema): as cláusulas 10, 11 e 15 podem estar ausentes.
- Nível 3 (reação diante do problema/ ação 1) pode estar ausente.
- Nível 4 (​tentativa de resolução do problema/ ação 2​): a cláusula 21 está presente
- Nível 5 (resultado/ desfecho): o diálogo final pode aparecer de forma confusa, com as
falas trocadas entre os personagens. A maior parte das cláusulas deste nível pode estar
omitida, sendo que, pelo menos a 32 e a 34 estão ausentes.
Exemplo de reconto – Categoria II Avaliação quantitativa/qualitativa
Menina – 12 anos – 7​o​ ano – escola pública

Eles eram dois vizinhos [1], ãh…os filhos dum vizinho queriam Total cláusulas recontadas: 10.
um coelho [parte interferência/ parte cláusula 2], e, daí, os filhos Total cláusulas cadeia principal: 8
do outro queriam um cachorro, um pastor alemão [parte (estão em negrito a seguir).
interferência/ parte cláusula 4]. Daí um vizinho contou pro outro Porcentagem cláusulas cadeia principal:
que o pastor alemão ia comer o coelho [5]. Não deu outra, o 50%
pastor alemão… daí os vizinhos foram viajar prá praia [10] e o Número de inferências: 0;
cachorro…ai, não me lembro… daí deixaram um coelho no Número de interferências: 3;
fundo do quintal e o cachorro comeu [reconstrução]…o cachorro Número de reconstruções: 5.
pegou e mordeu o coelho [reconstrução]…. Daí o vizinho levou Cláusulas presentes dentro de cada
ele prá casa dele, deu um banho nele, deixou ele bem limpinho nível:
[21]. E, daí, deixa eu lembrar…daí o outro vizinho pegou e bateu Nível 1 – 1, ​2​, ​4​ e ​5​;
na porta e falou: “O coelho…” não, daí tava todo mundo Nível 2 –​10​;
assustado, polícia lá na frente [reconstrução]…. Daí, no outro Nível 3 – ausente;
dia, pegou e bateu na porta [parte interferência/ parte 26*] e ele Nível 4 –​21​;
perguntou: “Que que foi?”, todo pálido, branco [27], sabe, Nível 5 – ​26​, ​27​, 28 e ​29​.
perguntou: “O que foi?” [28], e daí o outro falou que, deixa eu
lembra, peraí… aí ele falou que o coelho morreu [29]. Daí, o
outro foi, foi lá e falou, daí ele falou que não foi verdade
[reconstrução]…foi verdade mesmo que o outro vizinho tinha
falado que o cachorro ia comer o coelho [reconstrução]. Deu.” *em negrito as cláusulas da cadeia principal

Legenda: Os números entre colchetes indicam o número da cláusula correspondente à(s) frase(s) recém transcrita(s).

​ o reconto das crianças, pode acontecer de serem identificadas, simultaneamente, em uma


Obs.: N
frase ou sentença, ou uma cláusula e uma inferência, ou uma cláusula e uma interferência, ou
uma cláusula e reconstrução.

Categoria I:
O reconto é bastante incompleto e incoerente. Mesmo que alguns poucos episódios
isolados de alguns dos níveis da narrativa estejam presentes, a reprodução oral da criança contém
muitas interferências e reconstruções. O conflito ou problema não se estabelece com clareza
(nível 2 pode estar ausente por completo), nem a tentativa de solucionar o problema (nível 4
pode estar ausente por completo), menos ainda a sua resolução, ou o desfecho final (o nível 5
pode estar ausente por completo). Mesmo o primeiro nível, que corresponde à ambientação da
história, não é completo ou correto. O reconto é confuso, já que não há um encadeamento lógico
dos fatos narrados. Podem aparecer assimilação de personagens entre si, por exemplo, a criança
refere um personagem que possui dois animais. Assim, essa categoria se caracteriza por recontos
muito curtos (2 a 7 cláusulas recontadas). Podem aparecer recontos com mais cláusulas (em
torno de 10), mas tanto estes como os mais curtos aparecem repletos de interferências e
reconstruções que alteram muito o significado da história.

Exemplo de reconto – Categoria I Avaliação quantitativa/qualitativa


o​
Menino – 10 anos – 5​ ano – escola privada

Dois vizinhos [1], que um comprou um coelho [2] e o outro um Total cláusulas recontadas: 6.
cachorro [4] e um vizinho disse que isso não ia dar certo, que o Total cláusulas cadeia principal: 5
cachorro ia matar o coelho [5]. Aí eles viajaram. Na real os dois (estão em negrito a seguir).
bichos cresceram juntos [7]. Aí os donos do coelho viajaram [10] Porcentagem cláusulas cadeia
e numa sexta-feira o… não, era num domingo, o pastor alemão principal: 31%
comeu, matou o coitado do coelho [reconstrução] e depois eles Número de inferências: 0;
enterraram no quintal [reconstrução]. Número de interferências: 0;
Número de reconstruções: 2.
Cláusulas presentes dentro de cada
nível:
Nível 1 – 1, ​2​, ​4​, ​5​ e ​7​;
Nível 2 – ​10​;
Níveis 3, 4 e 5 – ausentes;

*em negrito as cláusulas da cadeia principal


Legenda: Os números entre colchetes indicam o número da cláusula correspondente à(s) frase(s) recém transcrita(s).

Exemplo 2 de reconto – Categoria I Avaliação


o​
Menina – 12 anos – 7​ ano – escola privada quantitativa/qualitativa

Era um vizinho [interferência] e daí eles compraram um Total cláusulas recontadas: 3.


pastor alemão e um coelhinho [reconstrução]. Aí eles achavam que o Total cláusulas cadeia principal: 2
coelhinho não ia morrer porque eles iam crescer juntos (estão em negrito a seguir).
[interferência]. Aí eles foram viajar e voltaram no outro dia Porcentagem cláusulas cadeia
[interferência] e estavam na cozinha [13] e chegou o pastor alemão principal: 12%
com o coelhinho entre os dentes [15], aí eles pensaram em um monte Número de inferências: 0;
de ideias, de expulsar o cachorro [reconstrução]. Aí eles deram Número de interferências: 3;
banho no coelhinho e deixaram ele perfumado [21]. Daí chegaram os Número de reconstruções: 3.
filhos do vizinho e falaram prá ele que o coelhinho tinha morrido Cláusulas presentes dentro de cada
[reconstrução]. nível:
Nível 1 – ausente;
Nível 2 –13 e ​15​;
Nível 4 – ​21​;
Níveis 3 e 5 –ausentes.

*em negrito as cláusulas da cadeia


principal
Legenda: Os números entre colchetes indicam o número da cláusula correspondente à(s) frase(s) recém transcrita(s).

Análise das Questões de múltipla escolha

A análise das questões sobre o texto lido pela criança é realizado através das alternativas
de respostas escolhidas como corretas pelo avaliando. As questões estão divididas entre literais
(as respostas podem ser retiradas diretamente do texto, que são as 5 primeiras questões) e
inferenciais (as respostas precisam ser inferidas do que é lido do texto para serem respondidas,
que são as 5 últimas questões). Anotar as respostas dada pela criança na folha de respostas para
ser classificado o percentil, através das tabelas dispostas no capítulo de normatização deste
manual.

Questionário ​(respostas corretas em negrito):

1. ​Por que um dos vizinhos comprou o cachorro?


a) Para que sua casa ficasse protegida dos ladrões.
b) Porque ele adorava cães.
c) Porque seus filhos pediram, ao ver o bicho dos filhos do vizinho.
d) Porque sua mulher pediu a ele que comprasse um pastor alemão.

2. ​O que disse o dono do coelho, quando o vizinho comprou o cachorro?


a) Disse que o cachorro e o coelho ficariam amigos, já que eram filhotes.
b) Disse que o cachorro comeria seu coelho.
c) Disse que era bom que seu coelho tivesse um companheiro.
d) Disse que os dois poderiam brincar no mesmo quintal.

3. ​Qual a opinião do dono do cachorro sobre a convivência entre o cachorro e o coelho?


a) Não havia problema na convivência entre os dois, pois, como os dois eram filhotes,
cresceriam juntos e ficariam amigos.
b) A convivência entre os dois era um problema, porque o cachorro certamente comeria o
coelho.
c) A amizade entre o coelho e o cachorro era impossível.
d) Não havia problema na convivência entre os dois, pois cachorros não gostam de comer
coelhos.

4. ​Onde estavam os donos do coelho, quando o cachorro apareceu com ele morto em sua boca?
a) Tinham ido à missa, já que era domingo.
b) Estavam em casa, assistindo TV.
c) Tinham ido passar o final de semana na praia.
d) Estavam na cozinha tomando um lanche.

5. ​O que a família do cachorro fez com o coelho, depois que ele apareceu morto?
a) Tentaram reanimá-lo com água fria.
b) Enterraram o coelho próximo a sua casinha.
c) Levaram o coelho para o veterinário.
d) Deram um banho nele, deixando-o limpo e perfumado.

6. Por que a primeira providência dos donos do cachorro foi xingá-lo, depois que o coelho
apareceu morto?
a) Porque eles não permitiam que o cachorro entrasse na cozinha.
b) Porque o cachorro não deveria ter trazido o coelho para brincar dentro de casa.
c) Porque eles acreditaram que o cachorro tinha matado o coelho, e tinham que castigá-lo
para que ele fosse educado.
d) Porque o cachorro foi muito mal educado interrompendo o lanche da família.

7. Por que o dono do coelho parecia que tinha visto um fantasma, quando encontrou o coelho em
sua casinha?
a) Porque ele gostava muito do seu coelho e ficou assustado ao perceber que o bicho estava
morto.
b) Porque o coelho estava morto, e tinha sido enterrado antes de sua família viajar.
c) Porque o coelho não costumava ficar em sua casinha.
d) Porque nunca tinha visto um coelho morto.

8. Por que os donos do cachorro resolveram dar um banho no coelho morto, e colocá-lo de volta
na sua casinha?
a) Para que o coelho parecesse vivo.
b) Para que os vizinhos achassem que os donos do cachorro tinham cuidado bem do coelho.
c) Porque o coelho estava sujo de terra.
d) Porque gostavam do coelho e queriam deixá-lo limpo e perfumado.

9.​ Por que o coelho estava sujo de terra, quando o cachorro o trouxe na boca?
a) Porque seus donos nunca davam banho nele.
b) Porque o cachorro estraçalhou o coelho, quando o atacou para matá-lo.
c) Porque o coelho havia tentado se esconder debaixo da terra para fugir do cachorro.
d) Porque quando o cachorro o encontrou, ele já estava morto e enterrado.

10.​ Quem tinha razão sobre a convivência entre o coelho e o cachorro?


a) O dono do coelho, pois, afinal, o cachorro acabou matando o seu bichinho.
b) O dono do cachorro, pois, afinal, os dois animais eram amigos, e não foi o cachorro que
matou o coelho.
c) As crianças, pois elas entendem de bicho.
d) O dono do canil que vendeu o cachorro, pois ele avisou que cachorros e coelhos não se tornam
amigos.

Referências
Corso, H. V., Sperb, T. M. & Salles, J. F. (2012). Desenvolvimento de instrumento de
compreensão leitora a partir de reconto e questionário. ​Neuropsicologia Latinoamericana,​ ​4
(1),​ 22-28.
Parente, M. A. M. P., Capuano, A., & Nespoulous, J. (1999). Ativação de modelos mentais no
recontar de histórias por idosos. ​Psicologia: Reflexão e Crítica, 12​(1), 157-172.
Prata, M. (2005). O coelho e o cachorro. Em Negrinho, M.A. Aulas de Redação – 6ª série (pp.
42- 43). São Paulo: Ática.
Salles, J. F., & Corso, H. V. (2009). Relação entre leitura de palavras isoladas e compreensão de
leitura textual em crianças. ​Letras de Hoje, 44​(3) 28-35.
Salles, J. F., & Parente, M. A. P. P. (2004). Compreensão textual em alunos de segunda e terceira
séries: uma abordagem cognitiva. ​Estudos de Psicologia, 9​(1), 71-781.

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