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também mais difícil recordar informação se a língua de partida for sintaticamente diferente, com estruturas diferentes da língua de chegada,
fazendo com que o intérprete reformule segmentos do discurso mais cedo do que o normal.
Estes três esforços em conjunto com um esforço de coordenação são encontrados tanto na interpretação simultânea como na consecutiva. A essência
destes modelos de esforço implica que, em vez de uma grande capacidade de memória, o intérprete tenha uma gestão eficaz da informação que
contribua para o seu sucesso.
O processamento eficaz de sons em palavras conhecidas e posteriormente em trechos de informação, auxiliando-se na memória de longo prazo
para preencher lacunas;
Uma memória de curto prazo inadequada tem consequências negativas, algumas das quais poderão não ser óbvias. No entanto, as consequências
mais óbvias de uma fraca memória de curto prazo estão relacionadas com:
A omissão de uma oração subordinada (dizer “o ladrão foi detido pelo segurança da loja” em vez de “o ladrão, que foi apanhado em flagrante, foi
detido pelo segurança da loja”);
A omissão de frases.
Outra consequência óbvia de uma memória de curto prazo fraca é aquilo a que podemos chamar “interpretação aproximada”, ou seja, o intérprete
pode lembrar-se do que foi dito, mas não do grau de intensidade com que foi dito. Por exemplo, o intéprete pode utilizar o termo “bastante poderoso”
quando, na realidade, o locutor queria dizer “extremamente poderoso” ou pode optar por um conector neutro (e, de certa forma, sem significado)
quando não se lembrar se a ligação entre ideias era de adição, de oposição de ou consequência.
Existem consequências menos óbvias, mas ainda assim graves, quando os requisitos de memória são maiores do que a capacidade de memória e
acaba por ocorrer a saturação. Isto pode ocorrer, por exemplo, quando as línguas são muito diferentes uma da outra, o que obriga o intérprete a
armazenar uma maior quantidade de informação até ser capaz de a reformular. Quanto mais denso for o conteúdo da informação da língua de partida,
mais difícil será para o intérprete lembrar-se de todos os trechos de informação.
Para reduzir estes problemas de memória, os intérpretes podem tomar notas durante as interpretações consecutivas ou simultâneas. Os nomes, os
números e as datas devem ser apontados, uma vez que são muito difíceis, senão impossíveis, de reter, principalmente quando existem vários destes
elementos agrupados. O mesmo acontece nos termos técnicos complicados e em toda a informação nova para o intérprete, que deve ser anotada
para poder ser analisada e compreendida.
No entanto, quanto mais notas o intérprete tirar, mais a sua atenção estará focada em tirar notas e menos nos esforços de escutar e de analisar, os
quais são essenciais a uma boa interpretação. Por isso, é importante que os intérpretes melhorem a sua memória de curto prazo de todas as formas
possíveis.
Para o desenvolvimento da memória de curto prazo, é necessário utilizar pequenos textos, onde as palavras individuais possam ser analisadas em
contexto e retidas como trechos de informação, em vez de serem apenas retidas como unidades acústicas.
Os exercícios que aqui sugerimos podem ser utilizados por um intérprete, por um grupo de intérpretes que trabalhem em conjunto ou por um formador
que ministra uma formação em interpretação.
Exercício 1: shadowing
O exercício de shadowing envolve repetir o que o locutor diz, palavra por palavra, na mesma língua. Normalmente o intérprete está sempre uma ou
duas palavras atrasado em relação ao locutor à medida que vai repetindo o que ouve. Este desfasamento pode ser aumentado à medida que o
intérprete vai ficando mais confortável. Este exercício é utilizado muitas vezes como preparação para a interpretação simultânea, uma vez que ensina
o intérprete a ouvir e a falar ao mesmo tempo. É também muito bom para o desenvolvimento da memória, uma vez que obriga o intérprete a
armazenar e a recordar pequenos grupos de sons, de palavras e de trechos de informação num período de tempo relativamente curto. No entanto, é
complicado, pois o locutor continua a falar enquanto o intérprete tem de se recordar do segmento anterior, obrigando o intérprete a ouvir e a falar ao
mesmo tempo.
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Para este exercício, os textos utilizados devem ser relativamente curtos, podendo aumentar progressivamente de tamanho. Se trabalhar sozinho,
grave um texto ou utilize um discurso que ouve na televisãoAccept
ou na rádio. CasoRead
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trabalhe em grupo, uma pessoa pode ler o texto, enquanto outra o
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03/08/2023, 22:37 9 exercícios para melhorar a memória a curto prazo na interpretação
repete.
Para este exercício, podem ser utilizados os mesmos textos, mas estes devem ser divididos previamente em pequenos segmentos.
Normalmente esta prática de parafrasear o original é desencorajada em ambientes legais, pois é considerada o primeiro passo em direção à tradução
livre. No entanto, como exercício de memória não apresenta qualquer problema.
Neste exercício, podem ser utilizados quaisquer textos descritivos ou narrativas e poderá gravar o texto, caso esteja a praticar sozinho, ou pedir a um
colega que o leia, caso esteja a trabalhar em grupo.
Numa primeira fase, o intérprete deve ouvir o texto uma vez e identificar as ideias principais. Ouvindo o texto uma segunda vez, o intérprete deverá ser
capaz de adicionar mais detalhes às ideias principais. Ao ouvir pela última vez, o intérprete deverá ser capaz de se recordar de todos os detalhes.
Ao ter a noção de que não terá de se lembrar de todos os detalhes da primeira vez, o intérprete estará mais descontraído e lembrar-se-á de mais
detalhes do que se estivesse tenso. À medida que o intérprete se vai tornando mais eficiente na recordação de detalhes, o número de vezes que ouve
um texto pode reduzir para duas e o tamanho dos textos pode também aumentar. O principal objetivo é ser capaz de reproduzir todos os detalhes
encontrados num discurso de cerca de 50 palavras, após ouvi-lo apenas uma vez.
Neste exercício, podem ser utilizados quaisquer textos descritivos ou narrativas e poderá gravar o texto, caso esteja a praticar sozinho, ou pedir a um
colega que o leia, caso esteja a trabalhar em grupo.
Exercício 6: visualização
A maior parte das pessoas aprendem melhor de forma visual, ou seja, lembra-se melhor de algo que viu do que algo que lhe foi dito ou que leu numa
folha de papel. As imagens permanecem na nossa cabeça durante muito mais tempo do que a informação abstrata. Por este motivo, as mnemónicas
sugerem que utilize a visualização para reter diferentes tipos de informação criando imagens mentais. No entanto, dado que este tipo de imagem é
artificial, leva algum tempo a ser criada e, por isso, não é prática para um intérprete.
Apesar disto, existem discursos que levam naturalmente à visualização e o intérprete deverá ser capaz de os identificar e de utilizar a visualização
para os reter e recordar. Por exemplo, os intérpretes em tribunais têm, muitas vezes, de interpretar descrições que foram presenciadas por uma
testemunha (um lugar, um suspeito, etc.). Estas descrições são ideais para o uso da visualização para melhorar a memória. As imagens devem ser
visualizadas passo a passo e em sequências de imagens, o que irá ajudar o intérprete a reconstruir uma cena inteira.
Os exercícios de visualização podem ser completados com a recordação oral ou, em alguns casos, desenhando as imagens envolvidas. Por outras
palavras, recordar memórias nem sempre tem de ser feito através de palavras.
Neste exercício, podem ser utilizados quaisquer textos descritivos ou narrativas, sendo que poderá gravar o texto, caso esteja a praticar sozinho, ou
pedir a um colega que o leia, caso esteja a trabalhar em grupo.
Exercício 7: segmentar
Este exercício baseia-se no conceito de que é mais fácil reter um certo número de trechos com informação limitada do que apenas um ou dois trechos
com muita informação. A segmentação envolve partir um trecho de informação maior em dois ou mais trechos menores.
Este exercício pode ser efetuado utilizando tanto textos orais como escritos e a segmentação pode ser tanto oral como escrita. Deverá ser capaz de ler
a frase apenas uma vez e, de seguida, segmentá-la. Os textos devem conter frases longas e informação densa.
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