2 !

Teste de Desempenho Escolar Natureza e Objetivo do TDE 3

Cada um dos subtestes apresenta uma escala de itens em ordem
crescente de dificuldade, que são apresentados ao examinando in-
dependente de sua série, uma vez que este pode interromper o
subteste assim que os itens apresentados em determinado nível da
escala forem irnpossiveis de serem resolvidos pelo examinando.
O Escore Bruto (EB) de cada subteste e o Escore Bruto Total
(EBT) de todo o TDE são convertidos atraves de uma tabela na
classifica~ão:superior, médio, inferior para cada série escolar, po-
dendo assim ser utilizados na comparação do desempenho de um
indivíduo para outro. Apresenta-se também uma tabela por idade
que permite estimar o Escore Bmto (EB) por subt-bste e no teste
total (EBT).
O TDE é apresentado sob a forma de um caderno contendo os três
subtestes. A aplicação do TDE é sempre individual, sua duração
aproximada varia de 20 a 30 minutos e inclui a apresentação dos
três subtestes, independentemente da sua ordem, iniciando sempre
pelo primeiro item de cada escala e terminando de acordo com o
nível que o examinando consegue atingir.
,
ca avaliar a capacidade do examinando de decodificar palavras
isoladas, ou seja, independentemente de seu significado. Na ava-
liação dos distúrbios de aprendizagem, principalmente na área da
I
I leitura, é importante poder determinar se o problema ocorre devi-
do: (a) uma dificuldade em associar fonemalgrafema, habilidade
I esta necessária para que se adquira a capacidade de leitura; ou (b)
,
I se o problema é decorrente de urna dificuldade de interpretar e
I. compreender o significado desses códigos da língua escrita.
Outro valor do TDE é na investigação informal dos tipos de erros
cometidos pelo examinando nos três subtestes, através do registro
e observação dos padrões de erros que emergem dos protocolos
individuais. Estas informações podem ser utilizadas no programa
de intervenção psicopedagógica de um indivíduo (ou de um gm-
po), de acordo com & suas necessidades específicas.
O TDE pode ser igualmente empregado na avaliação do desempe-
nho de alunos de uma escola, como um grupo. Através da aplica-
ção do teste em indivíduos de uma amostra representativa do gru-
po que se queira estudar, pode-se dimensionar quais áreas da
aprendizagem apresentam eventuais dificuldades pedagógicas
e/ou didáticas.

O TDE foi concebido para ser utilizado como um primeiro ins-

trumento para uma avaliação psicopedagógica individual, indican-
do, de uma maneira abrangente, quais as áreas da apreridizagern
escolar que estão preservadas ou prejudicadas no examinando. A
partir desta avaliação inicial, pode-se desenvolver um plano de
investigação e tratamento mais específicos, sugeridos pelos resul-
tados do TDE.
O TDE busca eliminar, tanto quanto possível, a interferência da
interpretação do significado dos itens e a sua compreens50, uma
vez que procura avaliar a capacidade básica envolvida em cada
um dos subtestes. Assim, por .exemplo, o subteste' de Leitura bus-
( Aplicação do Teste de
Desempenho Escolar

A aplicação do TDE é individual e devem ser observadas as con-

dições-padrão de ilurninago, controle de ruídos e acomodações,
que são comuns a outros exames psicopedagógicos. O teste deve
ser aplicado em uma sala bem iluminada, silenciosa e livre de
distrações, bem como devem ser tomadas as precauç6es para que
o teste seja completado sem interrupções. Caso haja necessidade
de se fazer alguma interrupção durante a aplicação, esta deve ser
feita ao término de um dos subtestes e antes do início do próximo.
Equipamentos necessários para a aplicação: mesa e cadeira de aitu-
ras adequadas para o examinando e cadeira para o examinador. O
examinando deve estar sentado em frente ao examinador. A mesa
deve ser suficientemente grande para comportar o caderno do teste
e um espaço equivalente para ser utilizado pelo examinador.

2.1. Descrição do Material

Materiais empregados para a aplicação e avaliação do TDE:

6 Teste de Desempenho Escolar
9 caderno do teste;
e três lápis apontados;
9 uma borracha;
material do examinador contendo: Ficha do Examinador com a
lista de palavras e frases para o Subteste de Escrita; Folha
Estímulo contendo as palavras a serem lidas pelo examinando
no S~ibtestede Leitura;
o crivo para a correção do Subteste de Aritmética.
2.2. Instruções Gerais
O examinador deve estar totalmente familiarizado com as instru-
ções detalhadas para a aplicação do TDE.
As instruções para cada subteste devem ser seguidas cuidadosa-
rnente. Embora as palavras utilizadas pelo examinador para expli-
car a tarefa possam variar um pouco, deve-se ter o cuidado para
que não haja nenhuma mudança fundamental nos procedimentos
estabelecidos nas instruções. Não há limite de tempo para a execu-
ç ã de
~ cada subteste.
Em primeiro lugar, explica-se brevemente o objetivo do teste:
Estou aqui para que façamos um trabalho parecido com
alguns que você faz na escala. Este é um exercício que foi
feito para alunos de diferentes idades, que estudam da 1"
6Qéries do Primeiro Grau, por isso podem existir alguns
exercícios que você jd estudou e outros que ainda não estu-
dou ou nem conhece. Assim, o importante ,é que tente fazer
com atenção, da melhor maneira possível, tudo o que puder.
O trabalho é dividido em três partes. Antes de começarmos
cada u m delas, eú explicarei a você o que deve fazer.
Aplicação do TDE 7
É muito importante que se possa estabelecer desde o princípio um
bom rapport com o examinando para estimular ao máximo seu
interesse e motivação.
O examinador procede então o preenchimento dos dados de identi-
ficação na capa do caderno do TDE,referentes ao nome, sexo,
idade, escola, série, examinador e data de aplicação do teste.
Em seguida, inicia-se a aplicação de cada um dos subtestes. Dada
a relativa independência e natureza distinta dos subtestes, a ordem
de apresentação dos mesmos pode ser alterada, sem prejuízo nos
resultados do teste.
2.3. Instruções Fspecíficas para a
Aplicação de cada Subteste
Subteste de Escrita
Escrita do nome
, Escreva seu nome nesta linha (aponte para a linha correspondente).
Ditado de palavras
i
4,
S Para o ditado de palavras utiliza-se a Ficha do Examinador, que
II contém a lista das palavras a serem ditadas, seguidas de uma frase.
.i Diga:
Agora vamos fazer um ditado de palavras. Vou ditar-lhe a
palavra, depois vou ler uma frase com esta palavra e vou
dizer a palavra novamente, e só então você poderá escrevê-
lu. Escreva a primeira palavra aqui (aponte para a linha
nQ 1% e depois continue escrevendo nas linhas correspon-
dentes ao número da palavra ditada. Lembre-se que este
 I
Aplicação do TDE
8 Teste de Desempenho Escolar
Subteste de Aritmética -Parte Oral
ditado foi feito também para séries mais adiantadas que a
sua, portanto pode sentir diftculdades para escrever algu- Diga:
mas d m palavras, m s você deve tentar escrevê-Jas dafor-
ma como souber e até onde conseguir.
Agora nós vamos fazer a l g u m tarefas de Matemática. Vou
fazer-lhe algumas perguntas e no final você fará alguns cúl-
I
Ler cada m a das palavras seguida pela frase correspondente, di- culos. I
zer novamente a palavra e s6 então o exarninando deve escrever a
palavra na linha correspondente ao item ditado. Inicia-se sempre
pela primeira palavra da lista - ver - e continua-se até que ele Indicar qual número é maior
não consiga mais escrever as palavras ditadas. (Diga):
A palavra deve ser lida de maneira clara e enfática. Deve-se ter Qual é o maior, 42 ou 28? 1

I
especial cuidado com a sua proniúncia, que deve estar de acordo Circular o número correspondente à resposta do examinando. 1

com a linguagem falada da região onde o TDIE está sendo aplicado. ~l

A palavra pode ser repetida urna vez, se for requisitado pelo exa-
minando, porém nenhuma outra ajuda deve ser dada durante o
teste. O examinando pode apagar a palavra se julgar incorreta e
escrevê-la novamente.
Caso a redação de alguma palavra seja ilegível, pode-se solicitar
ao examinando que soletre a palavra após tê-la escrito.
InterToimper o ditado após dez erros consecutivos, passando
então para o subteste seguinte.
Subteste de Aritsn6tica
Aplicação em escolares de "I e2"séries
Aplicar os três itens da Parte Oral antes de prosseguir para Ò item
ng 1, da parte de cálculos por escrito:
Adição e subtração e
(Pergunte):
Se você tinha 3 balas e ganhou mais 4, com quantas vocêficou?
João tinha 9 figurinhas e perdeu 3. Com quantas j?gurinhm ele
ficou?
Anotar a resposta do sujeito ao lado dos itens correspondentes.
Então, passe para a parte dos cálculos por escrito. Aponte para o
primeiro problema 1+1= e diga:
Leia isto.
Se o problema for lido corretamente, pergunte:
Qual é a resposta?
Depois que a resposta for dada, diga:
Escreva a.sua resposta neste quadrinho.
Aponte o segundo problema (4-1= ), depois diga:
Agora leia este e coloque a resposta neste q d r i n h o (indique).
Agora leia este (aponte para 6+3= ), e coloque a resposta aqui
(aponte para o espaço indicado).
.10 Teste de Desempenho Escolar
Você deve tentar fazer todos os problemas que conseguir.
(Mostrar os itens das outras páginas do Subteste de Aritméti-
ca.) No entanto, pode deixar em branco algum problema que
não conseguir resolver. Pode começar agora.
AplicaçGo em escolares a partir da 3"érie
Os itens da Parte Oral não sã^ aplicados, mas apenas computados
como certos para o cálculo do Escore Bruto (EB) do Subteste de
Aritmética. Passe diretamente para a parte dos cálculos a serena
resolvidos por escrito, a partir do item 01.
Diga:
Esta é uma tarefcr de matemática. (Mostre a primeira página
do Subteste de Aritmética). Eu gostaria de ver quantos des-
tes problemas você consegue resolver. Trabalhe cuidado-
sarnenteem cada problema, e ao final de cada página passe
para a seguinte. Lembre-se de que os problemas vão fican-
do mais dsceis à medida que vai chegando ao $na1 deste
exercicio, pois foram feitos para alunos de séries mais
adiantadas.
Escreva sua resposta para cada problema aqui. (Aponte
;para o espaço reservado para as respostas em alguns dos
itens.) Você deve tentar fazer todos os problemas, um por
um. No entaato, pode deixar em branco algum problema que
não conseguir solucionar. Você pode fazer seus cálculos
neste espaço em branco, que existe ao lado de cada item.
(Aponte para Q espaço existente ao lado e abaixo de cada
item.)
b
*,
Pode começar agora e não esqueça as questões da? outras
folhas.
j
Aplicação do TDE
I Subteste de Leitura
O examinador apresenta a Folha Estímulo com as palavras a serem
I lidas pelo examinando e registra suas respostas no caderno do TDE.
Aponte para a primeira palavra da linha -pato -e diga:
I
I Olhe estas palavras cuidadosamente e leia cada uma delas
em voz alta para que eu possa ouvi-lo(a) bem. Comece aqui.
(Aponte para o início da primeira linha de palavras na Folha
Estímulo.)
Quando você acabar de ler a primeira linha, vá para a outra
linha e assim por diante.
No caso de crianças pequenas, das séries iniciais, pode ser neces-
sário apontar cada palavra para que possam ler.
O Subteste de Leitura deve ser administrado com o mínimo possí-
vel de intenupções. A primeira vez que o examinando erra na
leitura da palavra, pede-se que a leia novamente. A resposta será
considerada correta se, na segunda tentativa, for lida sem erros.
Após no máximo duas estimulações, espera-se que o sujeito com-
ja espontaneamente seu erro. Caso isto não ocorra, o examinador
não deve chamar novamente sua atenção. Ainda, se a resposta
dada não for compreendida pelo examinador, este pode pedir-lhe
que repita a palavra.
i O examinador não pode fazer nenhum tipo de intervenção, que
I
indique que a resposta está certa ou errada. Quando o sujeito
mostra-se hesitante e diz "eu não sei estay', o examinador deve
estimulá-lo dizendo:
Tente ler esta palavra da maneira c o m você acha que ela
deve ser lida.
Alguns sujeitos tendem a fazer uma leitura superficial ou produzir
uma resposta que parece superficialmente correta. O examinador
deve ficar alerta para estes pseudo-sucessos e pontuá-los como
 Teste de Desempenho Escolar Avaliagão e Interpretação IiI
. _
errados. De qualquer modo, o examinador deve sempre solicitar dos Resultados 1.. C

,
h.
.
que o sujeito repita a palavra em caso de dúvida.

Regisfro das Respostas do Subkste de Leitura

Resposta Correta:
'
Sublinhar a primeira letra da palavra pronunciada corretamente.
Caso o sujeito pronuncie mal a palavra na primeira vez, mas de-
pois corrija o seu erro, considera-se a resposta como correta.
exemplo: gato, mato

Resposta Incorreta
Passar um traço oblíquo sobre a primeira letra da palavra pronun-
ciada incorretamente. Caso o sujeito pronuncie a palavra correta-
mente e depois a leia de forma errônea, considera-se a resposta
como incorreta.
A exemplo:,B'ato, fiato
3.1. Instmqáo para o Levantamento dos
s TDE
Escores ~ m ° t odo
O levantamento dos dados do TDE é feito computando-se os itens
respondidos corretamente, sendo que cada item correto vale
1 (um) ponto. A soma dos pontos correspondentes aos itens corre-
tos de cada um dos subtestes é denominada Escore Bruto (EB).
Assim, o somatório dos Escores Brutos dos 'três subtestes vem a
ser o Escore Bruto Total (EBT) do TDE.
(ti1
I!
Subteste de Escrita i4

Nome
* 1 (um) ponto quando pelo menos o primeiro nome do sujeito for i/
escrito corretamente. (11
I
Escore máximo: 1 (um) ponto. t" :i
i1
14 Teste de Desempenho Escolar Avaliação e Interpretação dos Resultados 15

OBS: Um item pode apresentar mais de uma forma de resposta

considerada correta, as q u i s são apresentadas qilando for o
Circular o número correspondente a cada palavra escrita correta-
caso. Todas as outras respostas diferentes daquelas apresen-
mente e passar um traço oblíquo sobre a resposta incorreta. Inver-
tadas a seguir são consideradas incorretas.
sões, adições, omissões e substituições de letras são pontuadas
como erradas. Entretanto, se o examinando não colocar o pingo na
letra i ou não cruzar a letra t, pontua-se como correto se estes são
79008
claramente distinguiveis das letras e ou 1. 54,50 -vírgula fora do
lugar ou ausência de
* 1 (um) ponto para cada palavra escrita corretamente. vírgula é incorreto.
O escore máximo para o ditado de palavras é 34 pontos. 102
Escore Bruto (EB) ni6xirno do Subteste de Escrita: 35 pontos
2
(1134) ll3 ou 319
30
1 ou 818
Subteste de Aritmética 2000
718
As respostas para a correção deste subteste, bem como a sua res-
pectiva pontuação, são apresentadas a seguir:' 14; 210115; 70/5 ou 42l3
098
12/20 ou 0,6 ou 6/10 ou
Pa&e Oral:
315
a) Qual o número maior: 42 36
b) Resolvendo problemas oralmente: 63
-adição: 7 4
-subtração: 6 32
* 1 (um) ponto para cada item correto. Escore máximo: 3 pontos
* 1 (um) ponto para cada resposta correta.
Parte Escrita: O escore máximo para a parte escrita é 35 pontos.
Circular a resposta correta e passar um traço oblíquo sobre a res- Se somente a parte escrita do subteste for administrada, compu-
posta incorreta. tam-se também os 3 (três) pontos da parte oral.

1 As respostas para o Subteste de Aritmética também são apresentados numa ficha em

Escore Bruto (EB) máximo no Subteste de Aritmética: 38 pontos
anexo. (3735)
16 Teste de ~ e s i r n ~ e n h
Escolar
o Avaliapio e Interpretação dos Resultados 17

Subteste de Leitura
*-1 (um) ponto para cada palavra lida corretamente.
Assim, após obterem-se os escores brutos do examinando em cada
um dos subtestes (EB por subteste) e no teste total (EBT), utili-
zam-se as Tabelas de Normas (Capítulo 6) para poder interpretar
estes resultados. O Escores Brutos (EB) em cada subteste e o
I

I- -+
Escore Bmto (EB) máximo do Sublteste de Leitura: 78 pontos. Escore Bruto Total (EBT) podem ser analisados para cada série
escolar (da 1% à6"séries do Primeiro Grau), como tarnbérn estima-
LI
dos a partir da idade do sujeito.
Escore Bruto Total (EBT)
O Escore Bruto Total (EB") é o somatório de todos os pontos do 3.2.1. Caso illustrativo
sujeito no TDE. Para encontrar-se o EBT basta somar os Escores A título de ilustração, tomemos o caso de João, um aluno de 9
Bmtos (EB) de cada um dos três subtestes, portanto: anos e 10 meses que está cursando a 3"érie do Primeiro Grau,
cujos escores brutos obtidos em cada um dos subtestes e no teste
-EBEscrita + EB Aritmética + EB Leitura = EBT
total são os seguintes:
Escore Bruto Total (EBT) máximo: 143 pontos. 0

EB de Escrita: 25
EB de Aritmética: 19
3.2. Instrução para a Interpretação EB de Leitura: 63
dos Resultados do TDE EBT: 107

A interpretação dos resultados do TDE começa com a obtenção do i 11

Utilizando-se a Tabela 4 das normas para a 3%érie, tem-se que 'I
I1
I
Escore Bruto (EB), em cada um dos subtestes (Escrita, Aritmética
este aluno apresenta um desempenho médio no Subteste de Escri-
e Leitura), que é o total de pontos ou itens respondidos correta-
ta, e um desempenho superior ao esperado para sua série em Arit- i
mente em um determinado subteste. O Escore Bruto Total (EBT)
'v mética, salientando-se que seu escore em Leitura situa-se numa
do TDE é a soma dos EB dos subtestes. Os escores brutos, em si i
faixa inferior àquele esperado para seu nível de escolarização.
mesmos, fornecem pouca informação sobre o nível ou a qualidade
Quanto ao desempenho de João no teste como um todo, observa- :i
do desempenho do sujeito. Entretanto, podem-se fazer inferências a
se que ficou situado num nível médio. I
esse respeito quando os escores brutos são traduzidos em escores
derivados, baseados no desempenho dos sujeitos de um grupo de
i jl
Quando se toma a idade deste aluno (9 anos e 10 meses) e se faz
refersncia definido. Os escores derivados, ou dados nopmativos, uma previsão dos escores brutos para cada subteste consultando-se
para o TDE, são baseados nos desempenhos de sujeitos de uma a Tabela 8, na página 26, verifica-se na faixa etária de 10 anos que
série escolar específica, testados através dos procedimentos de pa- os escores médios estimados para cada um dos subtestes aproxi- Ib
II
r;.

dronização. Os procedimentos de padronização e nomatização são mam-se, de um modo geral, daqueles alcançados pelo referido
descritos em detalhes nos Capítulos 4 e 5. aluno. Cabe ressaltar que a estimativa de desempenho através da I,
18 Teste de Desempenho Escolar Procedimentos de
idade cronológica não oferece tanta precisão na avaliação dos re- Padronização
sultados do TDE quanto as normas por série escolar.
Assim, os resultados de João parecem evidenciar que quanto a o
seu desempenho escolar nas áreas da Linguagem, o seu conheci-
mento da escrita de palavras está adequado ao seu nível de apren-
dizagem escolar, porém apresentando algumas dificuldades na de-
codificação, ou seja, leitura de palavras isoladas. Por outro lado,
este aluno apresenta um nível de conhecimento de cálculos arit-
méticos acima do esperado para a 3Qérie do Primeiro Grau.
Esses resultados no TDE indicam que seria adequada a realização
de uma avaliação mais específica na área da Leitura, buscando
elucidar em que aspectos residem as dificuldades de João, utili-
zando-se então outros instrumentos que envolvam, por exemplo, a
leitura de frases e textos de forma silenciosa e oral. O Brasil é um país cuja extensão territorial e marcadas diferenças
regionais o fazem muito heterogêneo. A obtenção de no- para
todo o país poderia tomá-las impróprias para algumas regiões. O
objetivo da presente pesquisa foi estabelecer normas para o muni-
cípio de Porto Alegre, capital do Estado do Rio Grqde do Sul.
Posteriormente, devem ser desenvolvidas pesquisas no sentido de
determinar a adequação dessas normas para outras regiões brasi-
leiras. Caso sejam constatadas diferenças entre essas normas e as
de outras regiões do país, deverão ser realizadas pesquisas para a
construção de normas específicas para as mesmas.
. A padronização do TDE foi feita a partir de uma amostra estratifi-
w cada de igual proporção. Buscando-se garantir a representativi-
dade da amostra, decidiu-se considerar como critério de estratifi-
cação o tipo de escola e a série frequentados pelo sujeito. No
t
Estado do Rio Grande do Sul, s ensino é ministrado basicamente
em três tipos de escolas: estaduais, municipais e particulares.
Existem ainda escolas federais que, devido a sua repre-
sentatividade quase nula na população escolar, foram excluídas
da amostra.
20' Teste de Desempenho Escolar

Utilizou-se uma amostra de 538 escolares que estavam cursando

Dados Normativos
da Ia à 63 série do Primeiro Grau, sendo que cada série tinha em
média um total de 90 sujeitos. A amostra foi distribuida em seis
escalas de Porto Alegre, duas escolas municipais, duas estaduais e
duas particulares. A escolha das escolas participantes do estudo
baseou-se no critério de se obter em cada estrato duas escolas,
cujas características fossem diferenciadas a ponto de serem repre-
sentativas do tipo de escola a que pertenciam. Dessa forma, por
exemplo, escolheu-se uma escola estadual da periferia de Porto
Alegre que atende a uma clientela de classe popular e uma escola
estadual de bairro classe média. Em cada escola foram testados,
em média, 15 sujeitos de cada série (da Ia à 69, escolhidos de
forma aaieatória dentro do grupo da série a que pertenciam.

A derivação dos dados nomgttivos foi realizada a partir das mé-

dias dos Escores Bnitos (EB) e Desvio PadrZo (DP) que foram
calculados para cada um dos estratos da amostra por série e para a
idade cronológica (ver tabela 1).
Quanto às normas para as séries, uma vez que os Escores Brutos
apresentavam distribuição não-gaussiana, decidiu-se por obter as
normas a partir da distribuição observada nas séries. A distribui-
ção foi então dividida em três grupos: Inferior, Médio e Superior.
O gmpo Inferior perfazia 25% dos sujeitos da série com os esco-
res mais baixos, ou seja, estes escores'situava-se até o percentil
25. Já o grupo Superior perfazia 25% dos sujeitos da série com os
L. escores mais dtos, desta forma situava-se do percentil75 em dian-
te. Os demais sujeitos integravam o gmpo Médio, cujos escores
estavam entre o percentil25 e o percentil75.
1
Observou-se que os escores brutos no Subteste de Leitura foram
P
I

aproximando-se de um teto máximo a partir da 39érie. Assim, as 'I

normas deste subteste são iguais desta série em diante. Estes resul- II
tados parecem indicar que a aprendizagem da habilidade específi-
ca, ou seja, a decodificação de palavras isoladas, que está sendo
li
I
II

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28 Teste de Desempenho Escolar
Optou-se por uma Escala Ortográfica da Língua Portuguesa paira a
escola primária (Biso1 & Veit, 1986) de onde foram extraídas as
45 palavras do Subteste de Escrita. Esta Escala foi construída
através de uma sistemática científica, constituída par 981 palavras,
distribuídas de forma não-homogênea, em 91 níveis de dificuldade
ortográfica crescente. A elaboração desta lista de 45 palavras obe-
deceu a mesma proporcionalidade da distribuição das palavras da
Escala O r t ~ g r ~nos
c a diferentes níveis de dificuldade.
Construiu-se uma tabela para a proporção de palavras da Escala
Ortográfica para cada um dos 91 diferentes níveis de dificuldade,
utilizando-se uma técnica matemática de proporcionalidade acu-
mulada. Assim, dividiu-se a proporção de palavras da Escala em
inteiro e fracionado, utilizando-se depois a regra de arredonda-
mento para determinar o número de palavras em cada nível de
dificuldade da lista de 45 palavras. Numeraram-se as palavras da
Escala Ortográfica e, tomando-se a Tabela de Números Aleató-
rios, a partir de um critério sistemdtico, selecionaram-se 45 núme-
ros que correspondiam a palavras da Escala Ortográfica, obede-
cendo os critérios de proporcionalidade (exigência de um número
de palavras a serem selecionadas em cada nível de dificuldade da
Escala Ortográfica).
Obteve-se, assim, uma lista de 45 palavras, extraídas da Escala
Ortográfica de forma proporcional. Elaborou-se uma frase para
cada uma das 45 palavras que constituíram inicialmente o Subtes-
te de Escrita.
Crit6rios para a EEceBoração das Frases cto
Subteske de Escrita=
e contextualização da palavra;
características gerais da frase: estrutura simples, emprego de
palavras familiares à faixa etária alvo, frases curtas e adequadas
gramaticalmente.
Desenvolvimento do Teste e Informações Técnicas 29
A versão final do Subteste de Escrita do TDE apresenta um total
de 34 palavras. As demais foram eliminadas a partir da análise de
consistência interna que será descrita mais adiante.
Subteste de Aritmetica
O Subteste de Aritmética é composto por cálculos aritméticos com
grau de dificuldade crescente, correspondendo ao conteúdo de
aritmética ministrado do 1% 66"séries do Primeiro Grau.
Com o objetivo de adaptar o Subteste de Aritmética à realidade
curricular do Primeiro Grau de escolas particuIms, estaduais e
municipais de Porto Alegre, coletou-se uma amostrz de conteúdos
prograrnáticos em matemática de 1" à6" série do Primeiro Grau
de seis escolas de Porto Alegre (distribuídas igualmente nas três
categorias - municipal, estadual e particular). Construiu-se um
quadro desses conteúdos por série e por tipo de escola, para então
groceder-se à construção de um novo quadro que continha os con-
teúdos em comum, por série, dos três tipos de escola. Com base
neste último quadro, elaboraram-se 45 itens divididos igualitaria-
mente pelo número de séries abrangidas pelo teste (seis) e que
correspondiam ao níimero total de itens do subteste. Todo o pro-
cesso acima descrito contou com a calaboração do Laboratório de
Matemática do Instituto de Matemática da PUCRS.
Partiu-se, então, para uma avaliação dos itens por juízes (professo-
res de matemática da 1" 66'série de seis escolas de Porto Alegre
- duas estaduais, duas particulares e duas municipais). Os itens
do Subteste de Aritmética foram então avaliados pelos professores
I
de cada uma das seis séries, segundo os critérios de adequação e
abrangência curriculares e também quanto ao grau de dificuldade
de cada um dos itens.
Com base na análise dos dados dos juízes (professores de matemá-
tica), forain feitas reforrnulações no Subteste de Aritmética. A
Última versão do subteste ainda foi submetida à apreciação .de
 Desenvolvimento do Teste e Informações Técnicas 31
30 Teste de Desempenho Escolar
sete itens do Subteste de Aritmética e cinco itens do Subteste de
professores especialistas do Laboratório de Matemática da
Leitura fossem eliminados. Depois de eliminados estes itens, foi
PUCRS. recalculado o coeficiente alfa, a média e o desvio padrão para o
A versão final do Subteste de Aritmética do TDE apresenta um escore total de cada subteste e do teste total. Esses resultados são
total de 38 itens, sendo que os demais foram eliminados a partir da apresentados na tabela a seguir, que também contém os coeficien-
análise de consistência interna que será descrita mais adiante. tes de correlação entre os diversos subtestes e o total.
Tabela 9 - Matriz de Correlação e Coeficiente Alfa (entre
parênteses), Média e Desvio Padrão (D.P.) por
Saibteste de Leitura Subteste e no Teste Total para toda a Amostra.
Foi construída uma escala contendo 75 palavras da lingua portu-
guesa, levando-se em consideração os seguintes critérios:
o gradação dos fonemas segundo as relações fonolbgico-ortográ-
ficas (agrupamento dos fonemas, conforme a complexidade das
relações entre língua oral e escrita segundo Vilas, 1988);
número de síiabas;
e grau de familiaridade do vocábulo;
9 padrões silábicos (fonemas).
A versão final do Subteste de Leitura do TDE apresenta um total
de 68 palavras. As demais foram eliminadas a partir da análise de
consistência interna que será descrita mais adiante.
* Estatisticamente significativo em nível inferior P = 0.001
7.2. Analise de Consistência Interna
'8.3. Discriminação entre Séries e Tipos
A Análise de Consistência Interna foi realizada para cada um dos de Escola
subtestes (ver Tabela 9 abaixo). A partir dos escores nos itens e do
escore total no subteste foram calculados a média, o desvio padriio
de cada item, o coeficiente de correlação item-totd e o coeficiente Procedeu-se a uma Multi-Análise da Variância (M[ANOVA), ten-
d f a (estimativa do coeficiente de fidedignidade) do escore total no do-se como variáveis dependentes os escores nos três subtestes e
subteste. Os itens que apresentaram coeficiente de correlaçiio como fatores: série escolar (da 1" 62) e tipo de escola (estadual,
item-totatal baixo foram eliminados do subteste em questão. Esse particular e municipal).
procedimento determinou que dez itens d o Subteste de Escrita,
52 Teste de Desempenho Escolar
Referências
Essa análise tinha como objetivo verificar se o TDE tinha capaci-
dade de discriminar entre as séries e entre os tipos de escola.
Bibliográficas
Constataram-se grandes diferenças entre as séries: no escore total
do Subteste de Escrita as diferenças entre séries representaram
62% da variânicia (estatisticamente significativo em nível inferior
a 0,001); no escore total do Subteste de Aritmética as diferenças
entre séries representaram 77% da variância (estatisticamente sig-
nificativo em nível inferior a 0,001) e no Subteste de Leitura as
diferenças entre séries representaram 47% da variância (estatisti-
camente significativo em nivel inferior a 0,001). Esses resultados
corroboraram empiricamente a suposição de que haveria a neces-
sidade de se construirem normas por série.
Já com rela~ãoaos tipos de escola, constataram-se pequenas dife-
renças entre elas: respectivamente 3%, 6% e 4% da v a r h c i a do BISOL, L. & VEIT, M. In TASCA, M. & POERSCH, J.M, Suportes
escores totais nos Subtestes de Escrita, de Aritmética e de Leitura. lingiiísticos para a alfabetização.Porto Alegre, Sagra, 1986.
Esses resultados evidenciaram que não havia necessidade de cons-
trução de normas por tipo de escola.
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