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Escola de Professores do Futuro-Maputo

A Importância do Lúdico no Processo de Ensino e Aprendizagem

Formanda: Argência Zacarias Matsinhe

Número:04, turma A

3º ano

Maputo, junho de 2023


Índice

Introdução........................................................................................................................................3

A educação infantil na base nacional comum curricular-BNCC.....................................................5

O lúdico: origem e pressupostos......................................................................................................8

A importância do lúdico para o processo de ensino-aprendizagem na educação infantil...............8

Brinquedos, brincadeira e jogos......................................................................................................9

O papel do professor na mediação do lúdico na sala de aulas.......................................................10

Considerações finais......................................................................................................................13

Referências bibliográficas.............................................................................................................14
Introdução

Ao pensarmos no dia-a-dia de uma sala de aula, nos deparamos com uma quantidade de alunos
com muitas dificuldades de aprendizagem e que apresentam desmotivação para os estudos.
Para modificar tal visão, torna-se necessário uma ação pedagógica dinâmica e instigadora, no
sentido de provocar os alunos a aprender de uma forma prazerosa e significativa.
O educador exerce uma função considerável nesse processo, sendo que é quem vai direcionar o
aprendizado, sendo mediador e oferecendo atividades que estimulem o educando em sala de aula
instigando o interesse em aprender para que a criança se sinta à vontade para demonstrar o que já
sabe e o que deseja aprender.
Os brinquedos, brincadeiras e jogos são reconhecidos por muitos educadores e outros
profissionais envolvidos na educação como fator importante no processo de ensino-
aprendizagem educação infantil, uma vez que, as atividades lúdicas promovem a oportunidade de
desencadear o desenvolvimento da criança. Brincando, a criança inventa, descobre, aprende,
experimenta e refina habilidades. As atividades lúdicas proporcionam o desenvolvimento do
pensamento, da atenção, da concentração e da linguagem, além de estimular a autoconfiança, a
curiosidade e a autonomia.
A ludicidade é considerada, pelos estudiosos, indispensável à saúde física, emocional e
intelectual da criança, não só no período de educação infantil, como no decorrer de toda a sua
formação, inclusive na formação de sua personalidade.
Partindo do ponto de vista teórico de que a criança desperta sua curiosidade por meio de
brincadeiras, jogos e brinquedos e através deles estabelece relações com o meio social e físico,
de modo a expandir seus conhecimentos, desenvolvendo habilidades motoras, linguísticas e
cognitivas, a escola deve levar em consideração o lúdico como aliado e utilizá-lo vastamente
para atuar no desenvolvimento de cada aluno.
O objetivo deste artigo é reconhecer a importância do uso das atividades lúdicas no processo de
ensino-aprendizagem na educação infantil, visto que entender que as crianças expressam nas
brincadeiras suas dificuldades e necessidades, leva os educadores a trabalhar de forma
harmoniosa com crianças de educação infantil, facilitando o aprendizado e conhecendo melhor
as crianças para assim poder auxiliá-los nesta fase do desenvolvimento.
Estimular o uso do lúdico na prática docente é muito importante, pois facilita o trabalho do
professor com uma prática mais descontraída. Esta pesquisa bibliográfica apresenta a educação
infantil segundo a Base Nacional Comum Curricular-BNCC e a visão de vários autores sobre a
importância do lúdico no processo de ensino aprendizagem, uma vez que a criança aprende
muito mais brincando, sem se dar conta que está sendo ensinada, e os educadores que
desenvolvem atividades lúdicas ensinam sem perceber que estão também aprendendo.
Aprendendo a ensinar, a conhecer, a entender, a auxiliar, a identificar problemas, a influenciar
atitudes e principalmente a se colocar no lugar das crianças para melhor entendê-las e atendê-las.
A educação infantil na base nacional comum curricular-BNCC

A Base Nacional Comum Curricular (BNCC) é um documento que normaliza e direciona de


forma definida o desenvolvimento e progressos de aprendizagens necessárias e essenciais a
todos os alunos durante todas as etapas e modalidades da Educação Básica, e ainda determina
que, “de modo a que tenham assegurados seus direitos de aprendizagem e desenvolvimento, em
conformidade com o que preceitua o Plano Nacional de Educação” (BNCC, 2017, p. 5).
A ludicidade é muito importante para o desenvolvimento das crianças principalmente quando se
trata da interatividade seja das crianças com os adultos ou com outras crianças, como podemos
observar essa observação descrita na BNCC:
A interação durante o brincar caracteriza o cotidiano da infância, trazendo consigo muitas
aprendizagens e potenciais para o desenvolvimento integral das crianças. Ao observar as
interações e a brincadeira entre as crianças e delas com os adultos, é possível identificar, por
exemplo, a expressão dos afetos, a mediação das frustrações, a resolução de conflitos e a
regulação das emoções (BNCC, 2017, p.33).
Na Educação Infantil, as crianças precisam de condições para que aprendam em situações nas
quais possam participar ativamente em ambientes que as incentivem a vivenciar desafios e a
sentirem-se motivadas a resolvê-los, nas quais consigam construir ideias e significados sobre o
mundo social e natural e principalmente sobre si e o outro desenvolvendo autoconfiança para
desenvolver aprendizagem significativa. Neste contexto, encontramos propostos na BNCC
(2017, p. 34) seis direitos de aprendizagem e desenvolvimento na Educação Infantil que são:
Conviver com outras crianças e adultos, em pequenos e grandes grupos, utilizando diferentes
linguagens, ampliando o conhecimento de si e do outro, o respeito em relação à cultura e às
diferenças entre as pessoas.
Brincar cotidianamente de diversas formas, em diferentes espaços e tempos, com diferentes
parceiros (crianças e adultos), ampliando e diversificando seu acesso a produções culturais, seus
conhecimentos, sua imaginação, sua criatividade, suas experiências emocionais, corporais,
sensoriais, expressivas, cognitivas, sociais e relacionais.
Participar ativamente, com adultos e outras crianças, tanto do planejamento da gestão da escola e
das atividades propostas pelo educador quanto da realização das atividades da vida cotidiana, tais
como a escolha das brincadeiras, dos materiais e dos ambientes, desenvolvendo diferentes
linguagens e elaborando conhecimentos, decidindo e se posicionando.
Explorar movimentos, gestos, sons, formas, texturas, cores, palavras, emoções, transformações,
relacionamentos, histórias, objetos, elementos da natureza, na escola e fora dela, ampliando seus
saberes sobre a cultura, em suas diversas modalidades: as artes, a escrita, a ciência e a tecnologia.
Expressar, como sujeito dialógico, criativo e sensível, suas necessidades, emoções, sentimentos,
dúvidas, hipóteses, descobertas, opiniões, questionamentos, por meio de diferentes linguagens.
Conhecer-se e construir sua identidade pessoal, social e cultural, constituindo uma imagem
positiva de si e de seus grupos de pertencimento, nas diversas experiências de cuidados,
interações, brincadeiras e linguagens vivenciadas na instituição escolar e em seu contexto
familiar e comunitário.

É imprescindível que os direitos de aprendizagem e desenvolvimento sejam respeitados para que


a crianças tenha um crescimento físico e cognitivo completo. O lúdico deve estar sempre
presente nessas etapas para que a criança possa aprender brincando, ou seja, sem perceber que
está sendo ensinada, não havendo ensinamento forçado. A BNCC considera que na Educação
Infantil, as aprendizagens e o desenvolvimento das crianças, tem como eixos estruturantes as
interações e a brincadeira.
Considerando a necessidade de acolher as experiencias de vida das crianças e a bagagem de
aprendizagem que já trazem consigo, interrelacionando aos conhecimentos cultural e social que
adquirem na convivência escolar, foi estruturado cinco campos de experiência na organização
curricular da Educação Infantil na BNCC (2017, p. 36), que são:
O eu, o outros e o nós – É na interação com os pares e com adultos que as crianças vão
constituindo um modo próprio de agir, sentir e pensar e vão descobrindo que existem outros
modos de vida, pessoas diferentes, com outros pontos de vista. Conforme vivem suas primeiras
experiências sociais, constroem percepções e questionamentos sobre si e sobre os outros,
diferenciando-se e, simultaneamente, identificando-se como seres individuais e sociais.
Corpo, gestos e movimentos – Com o corpo (por meio dos sentidos, gestos, movimentos
impulsivos ou intencionais, coordenados ou espontâneos), as crianças, desde cedo, exploram o
mundo, o espaço e os objetos do seu entorno, estabelecem relações expressando-se, brincam e
produzem conhecimento sobre si, sobre o outro, sobre o universo social e cultural, tornando-se,
progressivamente, conscientes dessa corporeidade.
Traços, sons, cores e formas – Conviver com diferentes manifestações artísticas, culturais e
científicas, locais e universais, no cotidiano da instituição escolar, possibilita às crianças, por
meio de experiências diversificadas, vivenciar diversas formas de expressão e linguagens, como
as artes visuais (pintura, modelagem, colagem, fotografia, etc.), a música, o teatro, a dança e o
audiovisual, entre outras.
Escuta, fala, pensamento e imaginação – Desde o nascimento, as crianças participam de
situações comunicativas cotidianas com pessoas com as quais interagem. Progressivamente as
crianças vão ampliando e enriquecendo seu vocabulário e demais recursos de expressão e de
compreensão, apropriando-se da língua materna-que se torna, pouco a pouco, seu veículo
privilegiado de interação.
Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações – As crianças vivem inseridas em
espaços e tempos de diferentes dimensões, em um mundo constituído de fenômenos naturais e
socioculturais. Desde muito pequenas, elas procuram se situar em diversos espaços (rua, bairro,
cidade etc.) e tempos (dia e noite; hoje, ontem e amanhã etc.). Demonstram também curiosidade
sobre o mundo físico (seu próprio corpo, os fenômenos atmosféricos, os animais, as plantas, as
transformações da natureza, os diferentes tipos de materiais e as possibilidades de sua
manipulação etc.) e o mundo sociocultural (as relações de parentesco e sociais entre as pessoas
que conhece; como vivem e em que trabalham essas pessoas; quais suas tradições e seus
costumes; a diversidade entre elas etc.).
A BNCC é um dos direcionamentos para as escolas trabalharem com seriedade a educação
infantil, tendo um currículo voltado para o desenvolvimento da criança de forma integral,
buscando trabalhar sempre de modo prazeroso e agradável, despertando na criança o desejo de
aprender algo novo e de aprimorar suas experiências.
O lúdico: origem e pressupostos

É de suma importância mencionar que o lúdico teve origem da palavra latina “ludus” que
significa “jogo”. O termo lúdico se estivesse preso somente à sua origem seria mencionado
apenas ao jogar, ao movimento espontâneo, ao brincar, porém, constata-se que o lúdico vai além
do jogar, dos movimentos, ele é encontrado nas cantigas de roda, mímicas, na arte, na educação
física, ou seja, faz parte do cotidiano de adultos e crianças, principalmente nas escolas de
educação infantil. Quanto ao surgimento do lúdico, Pereira (2004, p. 8): “O ato de brincar é um
legado dos nossos antepassados. Faz parte da vida e sobrevivência de cada criança. Está no
alicerce da cultura de um povo. Brinquedos e brincadeiras são um patrimônio que pertencem à
humanidade”.
Desde tempos remotos, brincar e jogar são atitudes indispensáveis à saúde, tanto mental, quanto
física e intelectual. Por meio deles, a criança passa a desenvolver a linguagem, o a socialização,
pensamento, a autoestima e a iniciativa, preparando-se para ser um ser humano com capacidade
para de enfrentar obstáculos e participar da construção e organização do espaço em que vive
É importante ressaltar que uma ação lúdica não é só uma junção de atividades propostas e sim,
uma maneira de ser, de estar, de pensar e de encarar a escola, bem como de relacionar-se com os
alunos. É necessário saber interagir com o mundo infantil da criança, com seus sonhos,
brincadeiras e jogos e então saber jogar com ela. Quanto mais a criança for envolvida em espaço
lúdico, esta será amais alegre, espontânea, criativa, autônoma e afetiva.

A importância do lúdico para o processo de ensino-aprendizagem na educação infantil

Ao contrário do que muitos pensam o brincar não é simples recreação ou passatempo, mas a
forma mais completa que a criança tem de dialogar com si mesma e com o mundo. É brincando
que a criança é capaz de ser criativo e de usar toda a sua personalidade, e é apenas sendo criativa
que o indivíduo descobre o seu “eu”. Na primeira infância a imaginação é muito forte, e peculiar
da faixa etária. A criança, na primeira infância, encontra se no período das representações
mentais. As atividades lúdicas podem favorecer o símbolo e auxiliar a criança no seu
desenvolvimento” (CEBALOS et al., 2011).
O processo de ensino aprendizagem com lúdico oferece um desenvolvimento saudável e
harmonioso. Quando brincam, as crianças se tornam mais independentes, sua sensibilidade
visual e auditiva torna-se mais aguçada, aprendem a valorizar a cultura popular, as ocorrências
de agressividade diminuem, aprimoram a imaginação e com isso a criatividade flui, equilibram a
sua inteligência emocional e aumentam a capacidade de crescimento mental e a adaptação social.
As crianças conseguem revelar a causa de sua dificuldade ou medo muito mais pelos gestos e
pelas criações do que por palavras. O lúdico basicamente consiste em envolver a criança,
dedicando-se com o real, o material, tocando, deslocando, montando e desmontando. Seu
objetivo é a própria satisfação do funcionamento da brincadeira que é considerada de grande
relevância, pois ajuda na cognição e facilita o aprendizado e a interação entre os colegas.
Conforme Dohme:
As atividades lúdicas podem colocar o aluno em diversas situações, onde ele pesquisa e
experimenta, fazendo com ele conheça suas habilidades e limitações, que exercite o diálogo,
liderança seja solicitada ao exercício de valores ético e muitos outros desafios que permitirão
vivências capazes de construir conhecimentos e atitudes. (DOHME, 2003, p. 113 apud
SANTOS, 2012).
Contar, ouvir histórias, dramatizar, jogar com regra, desenhar, entre outras atividades constituem
meios prazerosos de aprendizagem. Através delas, as crianças externam suas criações e emoções,
expõe seus medos e alegrias, desenvolvem características importantes para a vida em sociedade.

Brinquedos, brincadeira e jogos

As atividades lúdicas devem estar presentes diariamente nas salas de aula de educação infantil,
pois através dos brinquedos das brincadeiras e dos jogos é que os professores passam a conhecer
mais profundamente seus alunos, para melhor poder atendê-los. Acampora (2013) nos cita que
“os jogos e as brincadeiras permitem que a criança libere a tensão, frustração, insegurança e até
mesmo a agressividade, o medo e a confusão, tudo isso sem que ela se dê conta de que tem todos
esses sentimentos guardados”.
Os jogos propiciam, ainda, situações concretas que ajudam as crianças a sanar suas próprias
dificuldades – quer sejam de memória, atenção, observação, raciocínio etc. – brincando. O jogo
estimula sentimentos espontâneos e contribui para a desinibição das crianças, dando-lhes
confiança para resolver seus próprios problemas. Faz com que cada criança descubra suas
próprias tendências e inclinações frente à sua vocação.
Ainda lembramos que o brinquedo favorece à criança fantasiar, viajar, reproduzir o seu
cotidiano, facilitando assim o processo de aprendizagem principalmente na etapa da educação
infantil como afirma Piaget apud Leal (2011), “o brinquedo não pode ser visto apenas como
divertimento ou brincadeira para desgastar energia, pois ele favorece o desenvolvimento físico,
cognitivo, afetivo e moral”.
Brincar sozinho em um cantinho ou somente com um amigo é bom, mas também é muito
bom brincar com muitos colegas no pátio ou em sala de aula. A preferência que a crianças tem
acerca dos brinquedos, espaços e amigos é um meio importantíssimo de acesso à sua
mentalidade. Suas escolhas demonstram seus medos, capacidades, potencialidades e desejos.
É fundamental que a criança brinque com outras crianças, para que aprenda, mas também
possa ensinar. Assim:
A brincadeira é tão importante para o desenvolvimento humano que até mesmo quando
ocorrem brigas ela contribui para o crescimento e a aprendizagem. Negociar perspectivas,
convencer o opositor, conquistar adesões para uma causa, ceder, abrir mão, lutar por um ponto
de vista – tudo isso ensina a viver (OLIVEIRA; BORJA; FORTUNA, 2010 apud FORTUNA,
2011, p. 9).
Na educação infantil pode-se utilizar os brinquedos, jogos, e as brincadeiras para desenvolver
a motricidade, a cognição, a imaginativa, a engenhosidade, a interpretação, as habilidades de
pensamento, a autonomia decisória, organização, regras, conflitos pessoais e com os demais,
as dúvidas entre outras. O afeto, o companheirismo, a disciplina, a arrumação dos brinquedos
após o uso, logram ser adquiridas por meio das brincadeiras conjuntas entre as crianças.
Sendo assim pode-se desenvolver todo o processo de ensino-aprendizagem das crianças na
fase de educação infantil por meio de atividades lúdicas.

O papel do professor na mediação do lúdico na sala de aulas

O professor tem um importante papel na mediação da relação da criança com a ludicidade, do


relacionamento da criança com a aprendizagem, bem como na formação da identidade da
criança. Ao fazer referência sobre o papel do professor, somos direcionados imediatamente ao
termo competência, que dentre estas competências a serem criadas e desenvolvidas por um
professor da educação infantil, está a capacidade de promover um bom relacionamento entre
aluno e educador, pois desse relacionamento surgirão as possibilidades para o sucesso do
processo ensino-aprendizagem. Portanto, real papel do professor é desempenhar a função de
mediador, que também está diretamente relacionado construção do conhecimento, tanto como
orientador do planejamento pedagógico, quanto da escolha e tratamento dos conteúdos
curriculares.
Dessa forma o professor é considerado como um ser social dotado de conhecimento cultural.
Se pretende-se formar seres críticos, criativos, e preparados para tomar decisões, uma das
exigências é o aperfeiçoamento do dia a dia da criança com a introdução de brinquedos,
brincadeiras e jogos diversificados. As aulas com os jogos e brincadeiras proporcionam ao
professor a observação das atitudes de cada aluno, sozinho ou interagindo com os outros da
turma ou seu entorno. Nestas situações lúdicas, professor e aluno, devem estar livres para
brincar e/ou jogar respeitando seus próprios ritmos, para organizar suas atividades e estarem
aptos a receber e aceitar a regras são impostas. Fortuna (2011) colabora dizendo-nos que:
Assim como a interação criança-criança na brincadeira é fundamental, também é importante a
interação da criança com o educador. A presença do educador na brincadeira é agregadora e
estimulante. Brincando junto, o educador infantil mostra como se brinca, não só porque assim
demonstra as regras, mas também porque sugere modos de resolução de problemas e atitudes
alternativas em relação aos momentos de tensão.
O docente da Educação Infantil é um mediador constante no processo de ensino-aprendizagem
da criança. Parceiro ajudará a criança a constituir a sua identidade, ética e noção política.
Pois, conforme com o Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil:
E o adulto, na figura do professor, portanto, que, na instituição infantil, ajuda a estruturar o
campo das brincadeiras na vida das crianças. Consequentemente é ele que organiza sua base
estrutural, por meio da oferta de determinados objetos, fantasias, brinquedos ou jogos, da
delimitação e arranjo dos espaços e do tempo para brincar. Por meio das brincadeiras os
professores podem observar e constituir uma visão dos processos de desenvolvimento das
crianças em conjunto e de cada uma em particular, registrando suas capacidades de uso das
linguagens, assim como de suas capacidades sociais e dos recursos afetivos e emocionais que
dispõem. (1998, p. 28).
A criança precisa estar estável emocionalmente para se sentir envolvida com o processo de
aprendizagem. A afetividade possibilita a aproximação do aluno com o professor e os demais
envolvidos e a ludicidade é uma parceira que colabora para enriquecer o processo de ensino-
aprendizagem. Quando o professor dá preferência às metodologias que utilizam basicamente
atividades e situações lúdicas, pode-se perceber interesse maior por parte do aluno. Pois,
brincando também se aprende.
As atividades lúdicas têm alcançado território firme e significante na educação infantil.
Brincar é uma vivência fundamental para qualquer faixa etária, principalmente em relação às
crianças da Educação Infantil. Desta maneira a brincadeiras deixam de ser atividades
utilizadas pelo professor com o único intuito de recrear as crianças, passa a ser uma atividade
em si mesma, que esteja incluída no plano de aula da escola.
É através do brinquedo que a criança compreende como agir numa esfera cognitiva. Visto que
ela transfere para si a sua imaginação e desenvolve sua imaginação do universo de faz de
conta. É dever do educador constituir um local que agrupa elementos de motivação para as
crianças, desenvolverem atividades que promovem conceitos que dão base para a leitura, para
os números, conceitos lógicos interligados a classificação, ordenação, entre outras coisas.
Motivar os alunos a trabalhar coletivamente na solução de problemas, compreendendo assim
demonstrar sua própria percepção em relação ao outro.
Considerações finais

Este trabalho apresentou uma ideia de como a Educação Infantil está estruturada na Base
Nacional Comum Curricular e fundamentações a respeito da importância do lúdico no processo
de ensino aprendizagem infantil, revelando que a ludicidade é muito importante para o
desenvolvimento integral da criança, sobretudo dos educadores, pois é através das brincadeiras,
dos brinquedos e dos jogos que a criança descobre a si mesmo e o outro.
A ludicidade proporciona uma diversidade de atividades prazerosas que desenvolvem a criança
em seus aspectos: cognitivo, afetivo, social e motor. Por meio das atividades lúdicas a criança
experimenta, descobre, cria, adquire habilidades, desenvolve a autoconfiança, criatividade,
pensamento, expande o desenvolvimento da linguagem, a autonomia e a atenção. Através da
dinâmica, o lúdico possibilita além de situações satisfatórias, o surgimento de condutas e
assimilação de regras sociais, proporciona o desenvolvimento de seu intelecto, tornando claro
seu sentimento, suas angústias, ansiedades, ajudando com o reconhecimento suas dificuldades,
proporcionando assim soluções e um engrandecimento na vida interior da criança.
Visando todas as informações obtidas nesse estudo é possível concluir que tem grande
importância apontar que as brincadeiras e os jogos em sala de aula, podem ser tidas como
atividades sociais sobrepostas de interação específica e fundamental que assegura a interação e
construção do conhecimento da realidade experienciada pelas crianças e de constituição do
sujeito-criança como sujeito agente da história.
Referências bibliográficas

 ACOMPORA, Bianca. Ludoterapia: o brincar terapêutico. Revista Psique Ciencia&


Vida, São Paulo, Ed. 97, p.56-63, jan.2013.
 Apostila de oficinas de brinquedos pedagógicos. Curso de Pedagogia. Faculdade
INET.2014.
 BRASIL. Base Nacional Comum Curricular: Educação Infantil e Ensino
Fundamental. Brasília: MEC/Secretaria de Educação Básica, 2017.
 _____. Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil. Brasilia:
MEC/Secretaria de Educação Básica,Vol. 1. 1998.
 CEBALOS, Najara Moreira. et al. Atividade lúdica como meio de desenvolvimento
infantil. Disponível em: http://www.efdeportes.com/efd162/atividade-ludica-como-
meio-de-desenvolvimento.htm. Acesso em 17/07/2014.
 FORTUNA, Tania Ramos. O lugar do brincar na Educação Infantil. Revista Pátio
Educação Infantil, Porto Alegre, nº 27,p. 8-10, junho. 2011.

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