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FAVENE – FACULDADE VENDA NOVA DO IMIGRANTE

MARIA GLAUCIA REGINA IZIDIO DA SILVA

BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS: SUA IMPORTÂNCIA NA PRÁTICA


PEDAGÓGICA NA INCLUSÃO SOCIAL

MOSSORÓ/RN
2023
MARIA GLAUCIA REGINA IZIDIO DA SILVA

BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS: SUA IMPORTÂNCIA NA PRÁTICA


PEDAGÓGICA NA INCLUSÃO SOCIAL

Trabalho de conclusão de curso


apresentado como requisito parcial à
obtenção título especialista em
Atendimento Educacional Especializado-
AEE.

MOSSORÓ/RN
2023
RESUMO

Este trabalho teve como objetivo analisar a importância das atividades lúdicas com o
uso dos brinquedos e das brincadeiras para a aprendizagem e o desenvolvimento
social, afetivo e cognitivo das crianças com ou sem alguma deficiência. A inclusão
de crianças com qualquer deficiência ainda é um dos mais importantes desafios
vivenciados, principalmente, por educadores, por isso, o uso do lúdico pode ser
muito favorável tendo como base a interação entre crianças com e sem deficiência.
Procuramos a partir de este apresentar ferramentas relevantes quanto à atividade
lúdica para o desenvolvimento da criança, bem como apontando alternativas de
trabalho e elaborando uma proposta de atividades lúdicas para que os professores
possam trabalhar de maneira descontraída e eficiente em sala de aula auxiliando
assim na realização de ações planejadas para a promoção de relacionamentos
afetivos entre família, alunos, professor e escola, as adaptações curriculares e
principalmente, a igualdade por todos, para isso é de suma importância conhecer o
significado do brincar, uma vez que é fundamental compreender o universo lúdico,
onde a criança comunica-se consigo mesma e com o mundo, aceita a existência dos
outros, estabelece relações sociais, constrói conhecimentos, desenvolvendo-se
integralmente, e ainda, os benefícios que o brincar proporciona no ensino-
aprendizagem infantil. Para tanto, foi adotado a utilizamos da pesquisa bibliográfica,
fundamentada na reflexão de leitura de livros, artigos, revistas e sites, bem como
pesquisa de grandes autores referente a este tema, como ALMEIDA (2003),
KISHIMOTO (2003), PYLRO (2011), SALTINI (2014), dentre outros. Através dos
estudos e pesquisas realizadas, observou-se que os jogos, as brincadeiras e os
brinquedos têm uma relevância significativa no desenvolvimento integral das
crianças, que as atividades lúdicas desenvolvem a concentração, a criatividade, as
interações sociais, a comunicação e aprendizado cognitivo de forma prazerosa e
significativa. Diante da realização deste, foi possível perceber como as atividades
lúdicas agem diretamente na aprendizagem dos alunos e como esses recursos são
explorados pelos professores em sua sala de aula, sendo possível também estimular
a aprendizagem delas de forma efetiva, bem como assegurar cidadania e inclusão
social.

Palavras-Chaves: Lúdico; Inclusão, Brinquedos; Brincadeiras; Aprendizagem.


ABSTRACT

This work aimed to analyze the importance of recreational activities with the use of
toys and games for learning and the social, affective and cognitive development of
children with or without a disability. The inclusion of children with any disability is still
one of the most important challenges experienced, mainly by educators, therefore,
the use of playful activities can be very favorable based on the interaction between
children with and without disabilities. Based on this, we sought to present relevant
tools regarding playful activities for the child's development, as well as pointing out
work alternatives and elaborating a proposal of playful activities so that teachers can
work in a relaxed and efficient way in the classroom, thus helping to carry out of
actions planned for the promotion of affective relationships between family, students,
teacher and school, curricular adaptations and, above all, equality for all. , where the
child communicates with himself and with the world, accepts the existence of others,
establishes social relationships, builds knowledge, fully developing himself, and also,
the benefits that playing provides in children's teaching-learning. Therefore, we
adopted the use of bibliographical research, based on the reflection of reading books,
articles, magazines and websites, as well as research of great authors referring to
this theme, such as ALMEIDA (2003), KISHIMOTO (2003), PYLRO (2011 ), SALTINI
(2014), among others. Through the studies and research carried out, it was observed
that games, games and toys have a significant relevance in the integral development
of children, that ludic activities develop concentration, creativity, social interactions,
communication and cognitive learning of pleasurable and meaningful way. In view of
this, it was possible to perceive how the playful activities act directly on the students'
learning and how these resources are explored by the teachers in their classrooms,
making it possible to also stimulate their learning effectively, as well as to ensure
citizenship and social inclusion.

Key Words: Playful; Inclusion; Toys; pranks; Learning.


SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO....................................................................................................... 06
2 BREVE HISTÓRICO SOBRE O LÚDICO.............................................................. 08
3 O LÚDICO COMO FONTE DE APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS.................... 10
4 O PROFESSOR COMO MEDIADOR NO PROCESSO EDUCATIVO.................. 12
5 BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS INCLUSIVOS................................................ 14
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS................................................................................... 15
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................... 16
1 INTRODUÇÃO

Diante de o tema trabalhado percebeu-se que as brincadeiras despertam


atenção e curiosidade, não só na criança, como em qualquer ser humano, deixando-
o livre para aprender. Pois, se sabe que é possível a todo indivíduo construir e
adquirir o saber, brincando. Por que é brincando que a criança aprende a conviver, a
ganhar, a perder, a esperar sua vez, bem como lidar melhor com possíveis
frustrações.
A infância é uma etapa muito importante para toda criança, uma vez que é
nesta fase que ela dar início a exteriorização de suas fantasias, além de desenvolver
suas habilidades motoras e cognitivas e justamente através dos jogos e das
brincadeiras que ela começa a interagir, criando laços afetivos e adquirindo novas
experiências.
Vários estudos comprovam que, o desenvolvimento infantil é um processo
que depende das experiências anteriores das crianças, do espaço em que está
inserido e de suas relações com esse espaço. Deve-se considerá-la como um
sujeito em desenvolvimento, explora as situações e formula significados, assumindo
ações.
Crianças com necessidades especiais que participam de aulas com o uso do
lúdico têm seus benefícios principalmente no que se refere à construção de sua
personalidade. Além do que, reforça o significado da inclusão e do grande ganho
que crianças especiais e as ditas normais têm na convivência diária e na troca de
experiências, possibilitando dessa maneira que as crianças em geral tenham
autoconfiança, autoiniciativa e autoestima, além de atuar como elemento facilitador
de um desenvolvimento motor adequando e proporcionando de situações de
interação social.
Encontramos respaldo nessa afirmação em Sassaki (1997) quando o mesmo
afirma que a inclusão social é um processo que contribui para a construção de um
novo tipo de sociedade através de transformações pequenas e grandes, nos
ambientes físicos e na mentalidade de todas as pessoas, como também do portador
de deficiência física.
Quando existe uma proposta pedagógica voltada para os jogos e as
brincadeiras, esta atividade torna-se essencial para que a criança venha a construir
7

uma identidade cultural além de desenvolver sua personalidade. Para Froebel (2001,
p. 47): “[...] as brincadeiras são o primeiro recurso no caminho da aprendizagem”.
Percebe-se que, os professores da atualidade precisam utilizar-se do lúdico
no processo de ensino/aprendizagem, pois ao separar o mundo adulto do infantil, e
ao diferenciar o trabalho da brincadeira, a humanidade observa o desenvolvimento
da criança que brinca.
As atividades lúdicas, se bem direcionadas e utilizadas de forma adequada,
tornam-se um importante instrumento que auxilia o professor na construção da
aprendizagem do aluno. Neste sentido, este trabalho visa compreender como os
professores valorizam e percebem os jogos e as brincadeiras como recursos no
processo de ensino e aprendizagem.
Os efeitos do ato de brincar começam a serem investigados pelos
pesquisadores que consideram a ação lúdica metacomunicação, ou seja, a
possibilidade da criança compreender o pensamento e a linguagem do outro.
Portanto, o brincar implica em uma relação cognitiva e representa a potencialidade
para o desenvolvimento infantil, além de ser um instrumento para a construção do
conhecimento do aluno.
A atividade lúdica, quando representada por jogos e brincadeiras desenvolve
as habilidades motoras e cognitivas da criança. A brincadeira quando utilizada de
forma lúdica e pedagógica ajuda no processo de socialização da criança, pois além
de tornar sua interação mais fácil, torna a aprendizagem mais prazerosa.
A origem da expressão “lúdico” origina-se da palavra latina “ludus” que
significa jogo. Se a sua origem estivesse confinada, o termo lúdico estaria se
referindo apenas ao jogar. A semântica da palavra “lúdica” não parou apenas na sua
origem, ela evolui conforme a evolução das pesquisas que tratam sobre a
Psicomotricidade.
Nesse contexto, defendemos que o lúdico se interage com a prática como
significativa e imprescindível ao desenvolvimento do indivíduo através das
brincadeiras, bem como, as contribuições de estudos sobre o lúdico, assegurando o
sucesso de aprendizagem de uma forma lúdica.
O lúdico passa a ser essencial em relação ao comportamento humano.
Olhando este aspecto entendemos que os jogos e as brincadeiras são atividades
importantes em toda a formação da criança. Muitos educadores julgam que os jogos
e as brincadeiras precisam ter um objetivo claro, pois, se direcionados de forma
8

adequada ajudam na interação, no desenvolvimento cognitivo na imaginação e na


criatividade da criança, uma vez que os jogos e as brincadeiras podem servir de
recursos para uma aprendizagem significativa, onde os alunos aprendem se
divertindo. ALMEIDA, 2003.
Sendo assim, este estudo contribuirá para que se compreenda a importância
do lúdico no trabalho dos professores, objetivando contemplar as questões
propostas rumo ao trabalho qualitativo, se justificando por entender que a dinâmica
utilizada em se trabalhar com atividades lúdicas que envolvem a estratégia da
utilização dos jogos e das brincadeiras é um processo pelo qual os professores da
desenvolvem em seus alunos habilidades e aprendizagens significativas que
contribuem na formação social, afetiva, intelectual, moral e cognitiva nos estudantes
desta modalidade de ensino.
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2 BREVE HISTÓRICO SOBRE O LÚDICO

O lúdico é um fenômeno universal e tem atravessado fronteiras e épocas,


passando por inúmeras transformações, mas perpetuando-se na essência. Na
França, a evolução do brinquedo acompanha os grandes períodos das civilizações
do ocidente, pode-se situar na antiga Roma, na Grécia e em outros países, o
nascimento das primeiras teorias em torno da importância do lúdico na educação.
Na perspectiva de Vygotsky sobre o brinquedo e a criança, uma vez que
para o autor o mesmo facilita a exploração da imaginação, da memória e do registro
de suas experiências:

É enorme a influência do brinquedo no desenvolvimento de uma criança. É


no brinquedo que a criança aprende a agir numa esfera cognitiva, ao invés
de numa esfera visual externa, dependendo das motivações e tendências
internas, e não dos incentivos fornecidos pelos objetos externos.
VYGOTSKY, 1989, p. 109

Já na perspectiva Piagetiana, segundo suas próprias palavras, “o brincar


oferece à criança a oportunidade de assimilar o mundo exterior as suas próprias
necessidades, sem precisar muito de acomodar realidades externas”. PIAGET,
1989, p. 85
Ora, a criança joga para satisfazer instinto. Com o passar do tempo, percebe-
se que, além das atividades de comer, beber e dormir, imprescindíveis para o
desenvolvimento orgânico geral da criança, resta-lhe apenas a atividade do lúdico. O
que as crianças querem, na sua quase totalidade, é fazer um dos seus instintos
fundamentais. No fundo, não lhe interessa tanto quando parece ao adulto, perder ou
ganhar. O que elas querem, acima de tudo, é jogar.
Segundo o autor a seguir:

As culturas infantis são constituídas por um conjunto de formas,


significados, objetos, artefatos que conferem modos de compreensão
simbólica sobre o mundo. Ou seja, brinquedos, brincadeiras, músicas e
histórias que expressam o olhar infantil, olhar construído no processo
histórico de diferenciação do adulto. Os brinquedos e brincadeiras
elaborados e vivenciados pelas crianças ao longo da história da
humanidade são, portanto, objeto de estudo que surgem à medida que
entendemos a infância como categoria geracional sociologicamente
instituída e produtora de uma cultura própria. CARVALHO, 2003, p. 3
10

A atividade lúdica das crianças reflete no interesse pelo jogo, pois o mesmo
é estimulado pela investigação que aponta para o papel do jogo como forma de
encorajamento para a resolução dos seguintes problemas: o uso da linguagem; o
uso criativo de materiais; as competências manipulativas; as competências sociais;
as competências motoras.
Sendo assim, em virtude do jogo incentivar o desenvolvimento das crianças,
os educadores procuram maneiras de promover o jogo nos contextos educativos.
Existem, um abismo de comunicação, entre os desenvolvimentistas empenhos numa
investigação básica das experiências humanas iniciais e os profissionais
preocupados com a concepção ou política pública do atendimento da criança, é
intenção de tornar este abismo menos cavado através da apresentação de um
resumo da investigação realizada sobre os efeitos das variáveis ambientais no jogo
da criança e delinear os aspectos fulcrais para o desenho de contextos lúdicos
adequados na educação de infância.

Enquanto manifestação livre e espontânea da cultura popular, a brincadeira


tradicional livre tem a função de perpetuar a cultura infantil, desenvolver
formas de convivência social e permitir o prazer de brincar. Por pertencer à
categoria de experiências transmitidas espontaneamente conforme
motivações internas da criança, a brincadeira tradicional infantil garante a
presença do lúdico, da situação imaginária. KISHIMOTO, 2010, p. 33

Sendo assim, percebe-se que a importância social da brincadeira é


suprimida. A criança é levada pela natureza da qual a brincadeira é o meio principal
para a educação. É sobre esse conceito que se fundamenta a origem e a alegação
da brincadeira como meio educativo. Porém a brincadeira é como meio que supõe
num contexto social e cultural, que vem romper com o mito da brincadeira natural. A
criança está inserida desde o nascimento em um contexto social e seus
comportamentos estão impregnados por essa imersão inevitável.
Entretanto, o brincar favorece o desenvolvimento dos vínculos afetivos e
sociais positivos, condição única para que possamos viver em grupo, ou seja,
estamos diante do principal, senão único, instrumento de educação para a vida. As
atividades lúdicas estão centradas na emoção e no prazer, alguma angustia ou
sofrimento.
11

3 O LÚDICO COMO FONTE DE APRENDIZAGEM DAS CRIANÇAS

Jogos e brincadeiras despertam diversos sentimentos na vida das crianças,


expressam trocas com diferentes significados, desenvolve o social e a criatividade
da criança, que aprende de alguma forma a lidar com os desafios, demonstrando
atitudes relevantes a vida. Ao brincar a criança vai além do mundo real. Segundo
Kishimoto (2010, p. 27); “Quando brinca, a criança toma certa distância da vida
cotidiana e entra no mundo imaginário”.
Brincando, o mundo para as crianças torna- se mais atrativo assim ser
valorizadas pelos docentes como um grande instrumento de ensino e da
aprendizagem, pois os jogos e brincadeiras utilizados de forma pedagógica têm o
poder ajudar a criança em suas aprendizagens sociais e afetivas.
Dessa forma, o lúdico torna-se um verdadeiro integrador, desperta o
interesse da criança, constrói interiormente o seu mundo, trabalha identificação,
observação, comparação, análise, generalização e outros. A presença de jogos e
brinquedos em sala de aula desponta como um dos indicadores importantes para a
definição de práticas educativas de qualidade na educação da criança. Tendo em
vista que desenvolve atitude de convívio social, pois ao atuar em equipe o aluno
supera pelo menos em parte, sei egocentrismo natural.
A brincadeira também é um dos recursos empregados pela criança para
reconhecer o mundo que a rodeia. Portanto, a criança vai conhecendo suas
possibilidades e desenvolvendo mito mais sua autoconfiança. Dentro do contexto
rico de significado o lúdico oferece situações de aprendizagem prazerosa para as
crianças.
As atividades lúdicas intermediam em inúmeras realidades da criança,
satisfazendo nelas certas curiosidades. Elas auxiliam na aprendizagem, na
expressão, na compreensao do que antes era diferente e que elas não conheciam,
edificando dessa maneira, uma ponte entre o real e o imaginário.
Para Piaget (Apud, KISHIMOTO, 2010, p. 65): “Quando brinca, a criança
assimila o mundo à sua maneira sem compromisso com a realidade, pois sua
interação com o objeto não depende da natureza do objeto, mas da função que a
criança lhe atribui”.
O lúdico é uma ferramenta que media o processo da construção de
diferentes conhecimentos e aprendizagens na criança. Com os jogos e brincadeiras
12

surge um aprender brincando, tornando-se assim um recurso e um instrumento de


grande valia no ensino-aprendizado das crianças.
Através dos brinquedos e dos jogos é despertado nas crianças
características como observação, reflexão, raciocínio, coordenação motora,
comunicação, diferentes pensamentos, maneiras de agir em diferentes situações.
Porém, para que se haja desenvolvimento das referidas atividades e
resoluções de desentendimentos existe a necessidade do trabalho de verificação e
de uma observação do educador na organização e na execução dessas atividades
lúdicas. Quando brinca a criança passa a ganhar diversos potenciais para sua vida,
pois desenvolve diversidades de personalidades ao entrar na brincadeira. Nas
brincadeiras de faz de conta elas se tornam heróis, vilões, pai, mãe, modificando o
seu imaginário a todo instante com novos personagens e diferentes personalidades.
Ao brincar a criança muda o seu comportamento, através do brinquedo ela
sai do real e entra em momentos de pura imaginação, sai até mesmo de suas
atitudes do cotidiano. Os jogos e as brincadeiras dão uma aproximação à resolução
e a superação das dificuldades, possibilitando assim melhoria do bem estar da
criança, pois as atividades lúdicas possuem um poder de libertação, de
independência e de grande importância para a sua vida.
Com o lúdico as crianças aprendem com mais facilidade, pois o mesmo
proporciona formas alegres e divertidas tais como: jogo e brincadeiras que lhe
chamam atenção, tornando-a aprendizagem mais rápida e eficaz, a crianças
desenvolvem suas potencialidades sem se preocupar com os conteúdos em si, onde
a prática pedagógica auxilia na construção do conhecimento, sistematizado, as
facilitar o aprendizado de forma prazerosa e assim a criança entende melhor
determinados conteúdos, uma vez que, sendo bem utilizado e não apenas como um
jogo ou brincadeira, propriamente dita, mas podem ser também planejada
articulações com outros eixos de trabalhos nas atividades propostas em sala de
aula.
13

4 O PROFESSOR COMO MEDIADOR NO PROCESSO EDUCATIVO

O educador assume um papel importante na aplicação dos jogos e


brincadeiras, ele é o primeiro que deve reconhecer que os jogos e as brincadeiras
assumem um papel de grande relevância a vida das crianças.
O professor como mediador deve auxiliar as crianças no momento da
aprendizagem, na resolução de problemas que cada criança pode encontrar. O
docente tem a necessidade de utilizar-se de diferentes brincadeiras para aquisição
de conhecimentos das crianças, ele necessita de encontrar jogos e brincadeiras que
estimulem a criatividade.
Segundo o Referencial:

Cabe ao professor organizar situações para que as brincadeiras ocorram de


maneira diversificada para propiciar às crianças a possibilidades de
escolherem temas, papéis, objetos e companheiros com quem brincar ou os
jogos de regras e de construção, e assim elaborarem de forma pessoal e
independente suas emoções, sentimentos, conhecimentos e regras sociais.
PCNs, 1998, p. 29

O professor deve criar atividades que envolvam o lúdico como instrumento


pedagógico e facilite a aprendizagem. Educadores devem se preocupar em planejar
os momentos onde as brincadeiras têm objetivos importantes para a aprendizagem
das crianças. E dessa forma aprendem, conhecem, conscientizam-se, acerca do que
antes era desconhecido e pensam de forma que são sujeitos e construtores da sua
própria história.
Segundo Kishimoto (2010, p. 162). “O trabalho de educação escolar infantil
exige de seus professores (veteranos ou em iniciação profissional) discussões e
práticas sobre as vivencias comunicacionais cotidianas de seus alunos”. PYLRO;
ROSSETTI; GARCIA, 2011.
Professores devem conhecer a vida de seus alunos, discutindo sobre suas
vivências, sobre o seu cotidiano, pois o professor é visto como um grande mediador
de conhecimento e de transformação em relação à vida educacional das crianças.
Quem exerce sua profissão acerca da educação devem compreender o poder de
desenvolvimento que possui na vida de uma criança.
O professor deve perceber a importância de acompanhar as brincadeiras, de
experimentarem esse contexto imaginário das crianças, serem participantes e não
14

só estarem para as observações e manipulações de regras, pois brincando juntos é


uma maneira de aproximação mais íntima entre o professor e seus alunos. A
presença de um adulto pode estimular a desafios diferentes no ato de brincar, pois
existe um adulto em meio às crianças, tornando assim as brincadeiras mais
dinâmicas, com maiores desafios e assim mais divertidas.
São nesses momentos, que o professor deve perceber que a sala de aula
não deve ser somente um lugar de atividades coordenadas pelo adulto, mas que
pode também ser reconstruído e planejado como, por exemplo, um cenário de uma
história onde todos podem se tornar personagens. As atividades lúdicas, como
brincar e jogar deve ter um planejamento organizado e com objetivos claros e
concisos do que se pretende alcançar, e não devem ser vistas nunca como um
simples passatempo, sem intencionalidade do desenvolvimento que se espera de
seus alunos. SALTINI, C. J. P.; CAVENAGHI, 2014
Nesses momentos em que essas atividades estão sendo aplicadas, o
professor poderá observar como está sendo o desenvolvimento dos alunos através
dessas atividades, tudo deve ser bem direcionado e focado sempre no
desenvolvimento das habilidades e capacidades dos alunos.
As brincadeiras e os jogos instigam diretamente no processo cognitivo da
criança, por meio dos mesmos, proporcionam a construção de autonomia das
crianças, desenvolvem diversas competências através de atividades prazerosas.
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5 BRINQUEDOS E BRINCADEIRAS INCLUSIVOS

De acordo com um dos princípios da Declaração Universal dos Direitos da


Criança diz que: “A criança deve desfrutar plenamente de jogos e brincadeiras os
quais deverão estar dirigidos para educação; a sociedade e as autoridades públicas
se esforçarão para promover o exercício deste direito”.
O brincar é uma necessidade inata do ser humano, porque brincar é coisa
séria, é uma maneira de expressão, de comunicação que vem desde o nascimento
do indivíduo e é através dos brinquedos e das brincadeiras que as crianças
desenvolvem suas habilidades, suas compreensões, raciocínio, criatividade e
experimentam sobre sua relação consigo mesma e com o outro.
Logo, para as crianças que possuem deficiência, o brincar ainda é mais
importante, uma vez que os brinquedos e brincadeiras são utilizados como
ferramenta para que essas crianças superem suas próprias dificuldades e por mais
que elas apresentem dificuldades maiores para realizar algumas atividades diárias,
que as ditas normais, devido a sua deficiência, elas precisam ser o tempo todo
estimuladas para encontrar a sua autonomia, mesmo que seja trabalhoso e/ou
demorado que possa parecer esse processo.
O intuito dos brinquedos e das brincadeiras inclusivos é incorporar ao dia a
dia de pais e educadores a criação de brincadeiras e a produção de brinquedos
adaptados a cada deficiência. E tudo isso de forma sustentável, com materiais
recicláveis e de custo baixo que possam ser confeccionados em casa, podendo
trazer uma linguagem simples com conteúdos bem produzidos.
A Educação Inclusiva é caracterizada como uma política de justiça social
que chega até os alunos com necessidades especiais, vindo a tomar-se aqui a
definição mais ampla, que é o da Declaração de Salamanca:

O princípio fundamental desta linha de Ação é de que as escolas devem


acolher todas as crianças independentemente de suas condições físicas,
intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou outras. Devem acolher
crianças com deficiência e crianças bem dotadas, crianças que vivem nas
ruas e que trabalham crianças de minorias linguística, étnicas ou culturais e
crianças e crianças de outros grupos ou zonas desfavoráveis ou
marginalizadas (1994, p. 17- 18).

Toda ser humano tem o direito essencial à educação e a ela deve ser dada a
oportunidade de alcançar e conservar um nível aceitável de aprendizagem, pois todo
16

educando têm características, interesses, capacidades e necessidades de


aprendizagem que são particulares. Os sistemas educacionais precisam ser
arquitetados e seus programas educativos implementados de tal maneira a
considerar a ampla diversidade dessas características e necessidades.
É obrigação do Estado no que se refere à educação acomodar todos os
educandos e coloca-los em sala de aula, independente de suas condições, sejam
elas físicas, intelectuais, sociais, emocionais, linguísticas ou qualquer outra.
A educação inclusão bem-sucedida de alunos com necessidades especiais
que compõe a escola regular requisita um sistema educacional inclusivo, dessa
forma, uma escola transformada.
Mas, sabemos que isso não é tarefa fácil transformar todo um sistema
educacional, principalmente pelo histórico das escolas que antigamente não
aceitavam alunos com deficiências ou mesmo alunos com outras características
diferentes da maioria dos alunos em escolas que eram voltadas a multiplicidade
humana, capaz de fazer com que todos os alunos aprendam juntos e que cada um
possa executar seu potencial sem precisar ser igual aos outros.
Vale salientar que tudo isso contribui para um aprendizado eficaz, onde as
mesmas aprendem sem se cansar, sem perceber que estão estudando. Ou seja,
acham que estão apenas brincando. Entretanto, para se obter resultados
significativos faz-se necessário que o educador esteja realmente apto a desenvolver
atividades diversificadas e que possa transmitir segurança para as crianças. Como
sabemos, as brincadeiras transforma conteúdos marcantes em atividades
interessantes, revelando certas atividades através da aplicação do lúdico
17

6 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A realização deste trabalho foi de suma importância para o desenvolvimento


da prática pedagógica, por nos proporcionar uma autoanálise sobre a importância do
lúdico na educação das crianças. Educar é uma função que exige competência,
objetivos, responsabilidade, conhecimento, estudo contínuo e consciência, uma
consciência que está além do discernimento imediato.
Esta consciência deve estar centrada no que realmente é importante para a
criança e na maneira mais coerente de oferecer situações para que esta criança se
desenvolva integralmente, levá-la a desenvolver aprendizagens reais e significativas.
Através da realização desta pesquisa conclui-se que as atividades lúdicas
como jogar, brincar e a utilização dos brinquedos são atividades importantes para o
desenvolvimento emocional, afetivo, cognitivo e social dos alunos.
As brincadeiras e os jogos são segundo Jean Piaget, mais significantes
conforme o desenvolvimento das crianças, pois a partir da sua manipulação, ela
passa a criar e reinventar as coisas, os significados, o que exige uma assimilação e
uma adaptação cada vez mais complexa. Essa adaptação deve ser trabalhada com
atividades lúdicas, pois consistirá em uma aprendizagem significativa, mas acima de
tudo prazerosa.
Portanto diante do texto exposto e das pesquisas realizadas, pode concluir
que as brincadeiras e os jogos e em todas as demais atividades lúdicas são uma
ferramenta de trabalho muito valorosa para a prática pedagógica, pois através
dessas atividades que devem ser incluídas e introduzidas aos conteúdos de forma
prazerosa, diferenciada e bastante ativa e participativa entre os próprios alunos,
onde eles estarão aprendendo e brincando.
Diante do problema apresentado no projeto de pesquisa, pode-se constatar
que o jogo e a brincadeira despertam na criança uma aprendizagem significativa
quando os conteúdos são organizados, planejados e dirigidos, principalmente no
que se refere a inclusão social. Logo é preciso pensar numa escola inclusiva que irá
depender de uma ampliação rápida de projetos que estejam nela inseridos
compromissos em adequar a escola aos novos tempos para um ensino adequado a
todos.
18

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

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especiais. Brasília: Corde, 1994.

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Fundamental. Referencial curricular nacional para a educação infantil/Ministério
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MEC/SEF, 1998, volume: 1 e 2.

CARVALHO, A. M. A.; MAGALHÃES, C. M. C.; PONTES, F. A. R.; BICHARA, I. D.


(Ed.). Brincadeira e cultura: Viajando pelo Brasil que brinca. São Paulo: Casa do
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FROEBEL. F. A Educação do Homem. Tradução de Maria H. C. Bastos. Passo


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KISHIMOTO, M. Tizuko. Bruner e a brincadeira. In: ______ O brincar e suas


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PYLRO, S. C.; ROSSETTI, C. B.; GARCIA A. Relações de Amizade e Prática de


Jogos Online: Um Estudo Exploratório Com Adolescentes. Interação Psicológica,
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SALTINI, C. J. P.; CAVENAGHI, D.B. Relação entre a Afetividade e a Inteligência


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SASSAKI, Romeu Kazumi. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. Rio
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VYGOTSKY, L.S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes. (1989).

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