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CAMPO GRANDE/MS
2020
LUANNA MARYS ALVES DA SILVA
PEDAGOGIA
CAMPO GRANDE/MS
2020
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO...............................................................................................................04
Como nos revela Áries (1981), em seu clássico livro História social da criança
e da família ate meados do século XVI, a ideia de infância basicamente não existia.
Não existia entendimento ao que se refere ao período que caracterizava a infância,
pois muitos a caracterizavam como o período que vai do nascimento dos dentes até
os sete anos de idade.A partir dessa idade as crianças eram tratadas como
miniadultos, adquirindo e participando dos hábitos corriqueiros dos adultos, se
vestindo como gente grande, trabalhando para ajudar os adultos com o que pudessem
fazer, como, por exemplo,pequenos artesanatos, atividades de caça dentre outras, de
forma que se pulavam inúmeras etapas do desenvolvimento das quais conhecemos
atualmente. Assim por séculos a criança foi vista como um ser sem papel
fundamental dentro do seio familiar; No entanto hoje ela é considerada e assistida em
todas as suas especificidades.
O Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil (RCNEI)
apresenta a criança como um ser um único que possui identidade própria. A criança é
detentora de desejos sentimentos, curiosidades o que a torna protagonista de cada
ação que realiza ao longo de seu crescimento. Desse modo, vemos a criança como um
ser atuante e detentor de uma cultura, um jeito próprio e peculiar de ser. Diante disso
a prática educativa deve buscar compreender um ensino que se aproxime desse
sujeito, em que valoriza-se os aspectos da infância sobre uma perspectiva de
reconhecer a criança como produtora de conhecimento e não como aquela que recebe
um conhecimento organizado segundo a perspectiva do adulto
A criança enquanto produtora de seu conhecimento, não recebe as
informações exatamente do jeito que são transmitidas a ela. Para que se possa realizar
a construção do conhecimento a criança desenvolve processo de ressignificação que
fazem das ações dos adultos, tornando assim sujeitos que criam seu modo e sua forma
de entender e compreender aspectos do mundo, sujeitos construtores de uma cultura
própria. Assim,de acordo com Almeida (2012, p. 33), “dentre as inúmeras
possibilidades de produzir cultura, um dos meios mais presentes na vida da criança é
o brincar. É brincando que a criança recria o que entende do mundo e transforma em
cultura lúdica”. Complementa as Diretrizes Curriculares para a Educação Infantil:
Essa concepção traz a criança como um sujeito que esta em pleno processo de
desenvolvimento, um ser capaz de protagonizar suas ações e produzir e reproduzir
significados a partir delas. Portanto, uma escola em sua proposta pedagógica deve
contemplar a criança enquanto indivíduo participante do seu processo de aprendizagem.
Assim, a escola visa formar o seu aluno como um indivíduo ativo, reflexivo e autônomo
nas suas práticas cotidianas.
1.2- O BRINCAR
O desenvolvimento da criança na educação infantil e seu aprendizado por meio
do jogo, da brincadeira e do brinquedo ocorrem quando o aluno participa ativamente da
construção de sua aprendizagem, seja por meio da discussão das regras do jogo ou da
encenação de algo atrelado a realidade. É de grande importância que os educadores
proponham desafios e incentivem a participação coletiva infantil nessas atividades.
As crianças pequenas estão envolvidas em um universo que compreende a
imaginação e a fantasia, onde o mundo imaginário e o mundo real muitas vezes se
misturam e torna o aprendizado mais dinâmico e interessante quando os pequenos são
levados a participar das atividades de forma prazerosa.. Ao falar de algo tão
característico da idade, entende-se que a linguagem dominante nesse ambiente
portanto, compreende o faz de conta, a imaginação.
Vygotsky (1991) ao tratar do papel do brinquedo no desenvolvimento da
primeira infância, descreve a presença de um mundo imaginário no qual os desejos
não realizáveis se tornam possíveis de se realizar, denominando esse mundo como um
brinquedo. Tal relação brinquedo- desenvolvimento se dá por meio de:
Nesse sentido quando a criança entra na escola, tudo é novo para ela. Pensando
nessa novidade é de suma importância que ela sinta-se acolhida, respeitada, de modo que
vê a escola como um ambiente agradável, prazeroso, ate mesmo uma extensão do seu lar
onde se possa brincar, expressar-se, relacionar-se.
As crianças já muito antes da sua inserção no ambiente escolar aprendem na
vivência com seu meio. Assim o educador tem a função primordial de realizar uma
proposta pedagógica articulada com a cultura, o meio ambiente, a linguagem atreladas as
vivências características dos alunos a que atende. Isso deve acontecer de modo prazeroso
e o mais lúdico possível.
O brincar é uma forma de comunicação é por meio das brincadeiras que as crianças
desenvolvem atos do seu dia a dia, seja ela com imitações do mundo dos adultos, jogos, o faz
de conta, palavras, ou seja, não importa o tipo da brincadeira, a criança sempre vai estar
incorporando habilidades sociais, intelectuais e físicas. Valorizar o lúdico dentro do espaço
da escola durante os processos de ensino significa considerá-lo na perspectiva do olhar
infantil, sendo vivido na sala de aula como algo espontâneo,proporcionando momentos de
sonhar, fantasiar, realizar desejos e viver como crianças de verdade. A criança que brinca
pode ser mais feliz, espontânea, comunicativa, entre outras características positivas que
auxiliam no desenvolvimento infantil, podendo torná-la um ser mais humano, cooperativo e
sociável.
2.1 A CRIANÇA E SEU DESENVOLVIMENTO NA EDUCAÇÃO
INFANTIL
Os autores acima ressaltam que: [...] “Ela assimila o mundo objetivo como um
mundo de objetos humanos reproduzindo ações humanas com eles” (2001, p.59).
Nesse sentido a criança vai apropriando os objetos que pertencem aos adultos com os
quais convive e vai se reinventando a cada brincadeira. Assim ao relaciona-se com
outros indivíduos a possibilidade da criança de se desenvolver aumenta, pois por meio
dessa interação ela vai se sentir amparada diante daquela situação vivenciada dia a dia
assimilando e incorporando novos conhecimentos a sua formação.
Por meio da interação com o adulto é que a criança vai perceber que diante de
uma situação desafiadora, um novo aprendizado ao qual ela percebe que necessitara de
ajuda ela recorrerá ao adulto para que possa ajudá-la a resolver tal situação. De acordo
com Vygotsky (1998), a criança que consegue se desenvolver aprenderá pois, o
aprendizado ocorre de dentro para fora e essa relação com pessoas mais adultas
favorecerá esse aprendizado.
É por meio dessa interação inicialmente no âmbito familiar e posteriormente
no ambiente escolar, é de grande importância que os adultos provoquem situações de
acordo que a criança veja a necessidade que a mesma precise pedir ajuda a um adulto
ou pra outra pessoa mais capacitada, afim de que possa por meio da orientação
organizar recursos e elaborar as estratégias oferecidas por meio do norteamento junto
ao familiar/professor, sendo que dessa forma ela estará construindo seu próprio
conhecimento e diante disso de desenvolvendo.
De acordo com o RCNEI (1998) é importante proporcionar diversos tipos de
atividades que contribuam para o desenvolvimento de forma efeticva e integral da
criança, dentre elas são: dançar, representar em pequenas peças de teatro, subir e descer,
corridas com obstáculos, jogar bola, etc. Assim a criança estará constantemente diante
de inúmeras possibilidades de aprendizado e desenvolvimento, pois quando pratica
essas atividades, a criança estará sendo estimulada a se desenvolver. Vygotsky Apud
Baquero (1998), diz:
Portanto, pode dizer que a não é possível que aconteça aprendizagem sem a
interação com o outro, ou seja, é preciso promover o convívio humano, para que por
meio da relação da criança com o ambiente em que vive, a mesma adquira experiências
em seu processo de desenvolvimento no sentido de favorecer as áreas afetiva, emocional,
intelectual e social (MOYLES, 2002).
CONSIDERAÇÕES FINAIS