Você está na página 1de 17

SEMANA SOS Quarentena

Aula 3: Como fazer seus filhos colaborarem mais!

Olá! Meu nome é Nanda Perim, sou psicóloga, educadora parental integrativa,
especialista emocional e mãe do Théo e do Gael.

Este é o resumo da terceira aula da Semana SOS Quarentena. Reunimos os temas mais
urgentes e uma das coisas que mais pediram é a questão de os filhos não ouvirem os
pais.

É fundamental entender que precisamos enxergar as situações pelos olhos da criança.


Para isso, nada melhor do que lembrar de quando nós éramos crianças. Chamar sua
criança interior ajuda muito a compreender o seu filho e a ter mais empatia por ele.

Preciso que você esqueça tudo que aprendeu sobre educação infantil e venha de
coração aberto para ouvir (ou ler) o que tenho a dizer.

Prometo que essa live será um divisor de águas na sua vida.

Boa leitura!

A.
SEMANA SOS Quarentena
Aula 3: Como fazer seus filhos colaborarem mais!

Causas

Os principais motivos que levam as pessoas a terem a sensação de que a criança não
ouve são a obediência (hierarquia) que existe na educação tradicional, as expectativas
irreais que nós temos em relação às crianças, a necessidade do controle/ lutas por poder
e a falta de rotina.

Temos um padrão que chamaremos de Ciclo do Estresse.

CICLO DO ESTRESSE CICLO DA TRANQUILIDADE

O fato de repetir inúmeras vezes que a criança faça alguma coisa, acontece por ter
expectativas irreais em relação à criança e isso vai alimentar o ciclo do estresse. A
A.
SEMANA SOS Quarentena
Aula 3: Como fazer seus filhos colaborarem mais!

proposta que vou trazer aqui é quando você age usando as ferramentas que irei ensinar
na aula de hoje e funciona, você não estará alimentando aquele comportamento e ela
vai passar a colaborar, tornando todo o ciclo muito mais tranquilo e seus dias serão mais
leves.

Eu vou te dar um exemplo de quando eu estava colocando meus filhos para dormir. O
meu filho mais novo estava quase adormecendo e o mais velho começou a conversar
com o pai (em voz baixa, mas dava para ouvir) sobre cartinhas Pokémon. Eu comecei a
ficar agoniada com aquilo, pedi silêncio, mas ele continuava falando. Ao invés de insistir

A.
SEMANA SOS Quarentena
Aula 3: Como fazer seus filhos colaborarem mais!

em pedir silêncio, procurei entender o que estava por trás daquela necessidade e me
lembrei que tinha sido um dia que nós não tivemos muito tempo para brincar. Ele estava
muito empolgado com o jogo, ele e o pai jogam esse jogo juntos e, na empolgação, ele
queria compartilhar com o pai como tinha sido o jogo dele e não tinha tido a
oportunidade de fazer isso ao longo do dia. Naquele momento, ele estava se conectando
com o pai, se identificando (por ser um jogo que os dois jogam juntos), se sentindo visto,
ouvido, amado e isso era fundamental para que ele tivesse uma boa noite de sono
depois!

A necessidade por trás daquele comportamento do Théo não conseguir “me obedecer”
naquele momento foi exatamente o fato de que ele não tinha sido suprido naquele dia.
Ele não teria maturidade ou condições emocionais de “me obedecer” porque existia
uma demanda muito mais importante do que a minha vontade. Então é fundamental
que busquemos entender a necessidade por trás da dificuldade da criança em cooperar
com a gente. Não queremos obediência, queremos cooperação!

O Iceberg do Comportamento: onde está o seu foco?

Falamos na aula de ontem sobre como o comportamento da criança (por exemplo: a


criança não estar te ouvindo) é só a pontinha do iceberg.

A.
SEMANA SOS Quarentena
Aula 3: Como fazer seus filhos colaborarem mais!

Você acha que ela está fazendo isso porque está te desafiando e te desobedecendo, mas
na verdade, a parte de baixo do iceberg que nós não vemos, mas que é muito maior e
mais importante é o que leva até esse comportamento. É o gatilho de contexto, ou seja,
as necessidades da criança. A criança não tem a maturidade que nós temos para falar
que está precisando de um tempo ou que não está bem. Não tem maturidade para falar
e sentir que está precisando de atenção, precisando dormir ou gastar energia. O corpo
vai acumulando cortisol e esse comportamento dela muitas vezes é muito mais uma
reação a esses hormônios e neurotransmissores do que realmente um comportamento
decidido.

Nós temos essa sensação da criança estar fazendo as coisas de propósito porque,
historicamente, as crianças eram consideradas até “pouco tempo” como mini adultos.
A visão que a religião colocava das crianças durante muitos séculos é que eram seres
impuros. Precisavam ser “domados/podados” senão a maldade tomava conta do corpo
delas.

Obediência

Você já se deu conta que a educação tradicional diz que se você não bater na criança,
quando ela crescer, ela que vai bater em você? Se você não castigar, vai virar um tirano
e querer mandar na casa e se você não manda nela, ela que vai mandar em você?

Dentro deste conceito temos visões extremamente preconceituosas com relação a


criança, como a questão da obediência. A criança não tem que querer, só obedecer.
Culturalmente, quanto mais “quietinha” a criança for, mas isso é bem visto. Tem que
falar baixo, não pode correr, tem que brincar devagar. A criança precisa ser
independente, não ficar pedindo colo, não exigir muito de você e fazer tudo sozinha.

A.
SEMANA SOS Quarentena
Aula 3: Como fazer seus filhos colaborarem mais!

A obediência e a hierarquia são valores que subestimam muito a criança. Ao mesmo


tempo que subestima, ou seja, faz ela achar que é menos do que é, sempre exigem da
criança mais do que ela pode dar.

Tenho alunas que falam que o filho de 1 ano não obedece. Se a criança não tem idade
suficiente para seguir instruções, ela não tem idade suficiente para obedecer. Você está
pedindo algo que ela não tem para dar. Vai ser uma experiência frustrante, vai alimentar
muito o ciclo do estresse e a atmosfera da sua casa vai ficar pesada.

Essa criança começa a ser rotulada como desobediente, teimosa e cresce ouvindo que
é assim por não ter obedecido. Quando você enxerga qualquer tipo de hierarquia, não
importa se é entre homem e mulher, adultos e criança ou entre
raças, qualquer divisão entre seres humanos em relações onde existe uma pessoa
superior e outra inferior, é extremamente perigosa principalmente se o considerado
superior for maior e mais forte.

Precisamos desconstruir essa obrigatoriedade da criança em obedecer porque você é


hierarquicamente superior e é você que manda e ela tem que fazer tudo sem questionar,
só seguir as suas instruções. A obediência ensina a criança a ser extremamente passiva
na vida dela.

Quando pensamos em como queremos que


nossos filhos sejam no futuro, queremos que
sejam criativos, pró ativos, tenham opinião
própria, saiba argumentar, seja confiante,
saiba diferenciar o certo do errado, tenha
empatia, seja honesto, auto confiante e por
aí vai. Todas essas coisas precisam ser
desenvolvidas a partir do momento que a
criança tem espaço dentro da casa. Uma
A.
SEMANA SOS Quarentena
Aula 3: Como fazer seus filhos colaborarem mais!

criança obediente não se torna pró ativa porque não cabe no pró atividade a obediência.
A pessoa obediente sempre espera que mandem ela fazer e por ser passiva, tem medo
de fazer diferente do que a outra pessoa esperava. Não aprende a ter uma linha de
raciocínio clara porque tem dias que a mãe vai deixar e outros que não, vai depender do
humor e do julgamento da pessoa que manda.

É importante que as crianças aprendam a questionar e a ter a própria opinião dentro da


casa dela, que saiba expor a opinião da melhor forma, aprenda a ser ouvida, considerada
e isso não quer dizer que a criança tem que ser obedecida.

Estamos falando de uma educação democrática onde a criança não te obedece e nem
você obedece a criança.

Quem defende a hierarquia acredita que se as crianças não estão obedecendo, quem
está mandando são elas. É como se só existissem essas duas opções: ou a criança
obedece aos pais ou os pais obedecem a criança, mas isso não é verdade. Existe a opção
da educação democrática.

Da mesma forma que todas as pessoas deveriam ter direitos iguais (equidade), mesmo
tendo pesos diferentes na hora de opinar, esse peso não vai ser porque você é mais
velho e a sua opinião vale mais. Vão ter situações em que a opinião da criança vai valer
mais.

Quando viemos de uma educação em que fomos oprimidos e tínhamos que respeitar
mesmo que fosse por medo, chegamos na vida adulta querendo ser respeitado mesmo
que por medo.

Eu entendo que para muitas pessoas esse conceito fica confuso, já que você passou a
vida inteira obedecendo os seus pais e agora eu estou falando que os filhos não tem que
obedecer. Esse pensamento é de quem só enxerga que ou o filho obedece ou está solto
na vida, mas essa pessoa ainda não conhece a educação democrática.
A.
SEMANA SOS Quarentena
Aula 3: Como fazer seus filhos colaborarem mais!

Educação Autoritária: Adulto ← Criança

Só a criança tem que respeitar o adulto, tanto que o adulto acha que pode bater e
colocar de castigo sempre que a criança não obedecer. É baseada na hierarquia

onde um sempre será superior e o outro inferior. O respeito é unilateral.

Muitas pessoas que foram tratadas de forma autoritária a vida inteira e não queriam
repetir isso com os filhos, mas não sabiam como fazer diferente, se tornaram
extremamente permissivas, que é o oposto do autoritário.

Educação Permissiva: Adulto → Criança

Só o adulto que respeita a criança, a criança não aprende a respeitar o adulto. São os
pais que querem agradar a criança a todo custo, com medo de impor limites e acabar
sendo autoritário como foram com eles.

A.
SEMANA SOS Quarentena
Aula 3: Como fazer seus filhos colaborarem mais!

Educação Democrática: Adulto ←→ Criança

Tanto o adulto quanto a criança se respeitam mutuamente. Na verdade, essa é a forma


que todas as relações deveriam ser, de respeito mútuo. Eu te respeito e você me
respeita, eu te ouço e você me ouve, eu falo e você fala. A comunicação nunca será
unilateral.

Expectativas Irreais
Além dos pais esperarem dos filhos a obediência cega e o respeito hierárquico, também
tem a questão das expectativas irreais. Esses pais acreditam que as crianças
(principalmente da primeira infância que ainda não conseguem entender) irão conseguir
seguir instruções, parar movimentos, controlar impulsos, não aprender através da
repetição, não explorar o mundo.

Ao longo da primeira infância, a criança vai desenvolvendo habilidades que muitas vezes
são exigidas que sejam aprendidas muito rápido. Querem falar apenas uma vez e que
imediatamente a criança aprenda e obedeça, mas ela não tem essa maturidade. A parte
do cérebro que faz parar um movimento é desenvolvida muito depois da parte que
começa o movimento. Se a criança começa a fazer um barulho que te irrita e você fala

A.
SEMANA SOS Quarentena
Aula 3: Como fazer seus filhos colaborarem mais!

para ela parar, ela vai tentar, mas não vai conseguir, porque ainda não desenvolveu isso
cognitivamente.

Aqui na PsiMama eu não costumo falar sobre a idade certa para acontecer as coisas
porque eu não estou falando de marcos de desenvolvimento (andar, falar). Como eu
não falo de neuropsicologia e sim de coisas mais abrangentes, existem crianças que
conseguem diferenciar o concreto do abstrato com 3 anos e crianças de 6 anos que ainda
estão aprendendo.

A maioria das coisas que falo aqui são processos muito particulares de cada criança.

Comunicação com os bebês

A nossa comunicação com as crianças de até 3 anos, ou seja, na primeira fase da primeira
infância, vai demandar uma linguagem diferente das crianças que já possuem fluência
verbal.
Darei algumas dicas de como conseguir que a criança te escute e isso está diretamente
ligado à forma como você vai se comunicar com ela.

A.
SEMANA SOS Quarentena
Aula 3: Como fazer seus filhos colaborarem mais!

Dica #01: Conectar

As crianças de qualquer idade costumam se conectar muito forte com as atividades que
estão inseridas naquele momento.

Para você conseguir que ela preste atenção em você, você precisa efetivamente
direcionar a atenção dela para a sua direção. Isso acontece muito mais fácil se você
sentar perto da criança, ficar na altura dela, olhar no olho e falar que está precisando
falar com ela.

Se você ficar gritando “ei, psiu” e chamando o nome dela, isso só vai te estressar,
diminuir seu limiar de paciência e a criança não vai te ouvir da mesma maneira, porque
não é isso que direciona a atenção dela. É fundamental que você faça esse
direcionamento da conexão para ela se conectar com você antes de começar a
conversar com ela.

Dica #02 - Conversar

Lembre-se que as crianças pequenas são seres extremamente não verbais, então é
muito mais fácil conseguir se comunicar com ela usando o corpo. Por exemplo: para
explicar para a criança através da empatia que bater não pode, ao invés de
simplesmente falar que não pode bater, você “dramatiza”, coloca a mão onde ela bateu
e demonstra estar sentindo dor com o seu rosto.

Você vai perceber que os neurônios espelho vão acionar situações que ela sentiu a
mesma dor que está vendo no seu rosto e vai lembrar o que é sentir dor. Isso é a criança
desenvolvendo a empatia (se colocar no lugar do outro, sentir a dor que o outro está
sentindo).

A.
SEMANA SOS Quarentena
Aula 3: Como fazer seus filhos colaborarem mais!

Se você fizer muita questão de explicar qualquer coisa com palavras, na primeira parte
da primeira infância (até os 3 anos) você vai usar no máximo 5 palavras. Na segunda
parte da primeira infância são no máximo 10. Muitas vezes fazemos um raciocínio super
complexo com a criança e ela se perde no meio do caminho.

Dica #03: Desenhar

Outra coisa que ajuda muito é você desenhar. Falei nas aulas passadas da importância
de fazer um quadro de rotina (a imagem está no resumo da aula 1) para a criança saber
tudo que vai acontecer no dia e você ir avisando e reforçando quais serão as próximas
tarefas.

Na primeira infância, as crianças são muito concretas, só existe o que ela está vendo e
tocando. É só isso é o que ela consegue entender. Abstrato seriam as coisas que ela não
consegue ver e tocar, como falar amanhã ou sábado, então ela não consegue entender.

Dica #04: Contar histórias

Lembro uma vez que caiu um copo de vidro em um restaurante e falamos para o Gael
que ele precisava colocar o chinelo porque tinha caco de vidro no chão e ele não queria,
porque estava brincando no parquinho fora do restaurante. Uma moça viu e falou para
ele que uma vez o primo não quis colocar o chinelo quando tinha caco de vidro no chão
e acabou cortando o pé e sentiu muita dor. Ele colocou o chinelo na hora.

As crianças costumam entender muito melhor quando é explicado em forma de história,


através de uma sequência de eventos onde são apresentados as possibilidades e os
riscos. Inventar histórias para explicar as coisas ajuda a criança a concretizar as
informações que você está tentando passar.

A.
SEMANA SOS Quarentena
Aula 3: Como fazer seus filhos colaborarem mais!

Eu sugiro que todo dia na rotina da noite você conte histórias inventadas e inclua os
temas que você está precisando abordar com a sua criança. Além disso, uma coisa que
sempre fazemos e funciona muito bem é você esperar a criança dormir e conversar
sobre essas coisas com ela dormindo.

Ajuda muito a consolidar, mas precisam ser coisas que você já conversou durante o dia
porque você vai precisar usar a mesma linguagem.

IMPORTANTE

Como o bebê ainda não tem condições de seguir instruções e entender tão claramente
as consequências das coisas, quero trazer duas questões importantes:

1. se a criança está chorando e ela está errada, você deve dar colo mesmo assim.
Isso não é reforçar ou passar a mão na cabeça! Dar colo para uma criança que
está chorando mesmo que esteja errada não vai significar que o que ela fez está
certo, quer dizer que sempre que ela errar vai poder contar que, no mínimo, você
vai dar colo para ela chorar.

2. outro conceito diferente da educação tradicional é a noção que muitas vezes,


durante a primeira infância dos seus filhos, você vai precisar deixar para ensinar
algumas coisas quando forem mais velhos. Não é DEIXAR DE ENSINAR, é deixar
PARA ensinar quando a criança for aprender melhor.

Quando você deixa para ensinar na época certa, você ensina melhor, a criança
compreende mais fácil e alimenta menos o ciclo do estresse.

A.
SEMANA SOS Quarentena
Aula 3: Como fazer seus filhos colaborarem mais!

Agora iremos falar dos 5 passos para ajudar na comunicação com os bebês.

1. Prevenção: é tirar do alcance da criança tudo que possa causar algum acidente caso
ela tenha necessidade de mexer;

2. Substituição (ou redirecionamento): é quando a criança está querendo mexer em


alguma coisa delicada e que quebra e você substituir isso por alguma outra coisa que
pode mexer sem problemas. Você chama a atenção para outro objeto para não mexer
naquilo que não pode;

3. Distração: é quando você sabe que a criança não vai conseguir compreender o que
está sendo dito. Por exemplo: vai passar na frente de um parquinho que ela adora e vai
querer entrar quando ver, mas não pode naquele dia. Quando for passar na frente do
parquinho você distrai a criança para olhar para o outro lado e passa sem ela ver.

Fazer isso não é deixar de educar porque a criança precisa aprender que nem sempre
ela vai fazer o que quer, mas não é nessa idade e nem desse jeito que a criança vai
aprender. É uma injustiça com uma criança que não sabe se comunicar muito bem, você
a deixar ver uma coisa que quer muito e simplesmente falar que não pode ter.

A.
SEMANA SOS Quarentena
Aula 3: Como fazer seus filhos colaborarem mais!

Ela não vai aprender nada com isso, só vai se chatear, chorar e achar que você está
fazendo por maldade. A criança ainda não entende toda a questão abstrata que tem em
volta de não poder ter o que quer;

4. Supervisão: Se a criança está muito curiosa e quer muito encostar em algo delicado,
você vai supervisionar. Vai encostar devagar no objeto, sentir a textura, cheiro e gastar
toda a vontade que ela estava em encostar naquilo até perder a graça e ela não querer
mexer mais;

5. Comunicação: Conforme a criança for desenvolvendo a comunicação, você vai ter a


oportunidade de avisar e prevenir se comunicando. Você vai avisar, “vamos passar na
frente do parquinho e não vamos poder entrar”. Logo em seguida, vai reforçar a
informação. Quando estiver chegando perto, você vai falar novamente. Até ela mesma
estar repetindo com você que não irão entrar no parquinho dessa vez.

Comunicação com crianças

Com as crianças mais velhas, o que eu sugiro é você


sempre focar na comunicação. Quando seu filho já
consegue se expressar e entender o que você está
falando, a melhor coisa que você pode fazer é conversar
sobre tudo.

Não subestime! A criança tem total capacidade de


encontrar soluções e sugerir coisas. Ela precisa ser ouvida e ter suas opiniões. E mesmo
quando alguma sugestão dada por ela não possa ser usada, você explica o porquê não
pode. É muito importante que a mensagem de amor esteja clara para essa criança (que

A.
SEMANA SOS Quarentena
Aula 3: Como fazer seus filhos colaborarem mais!

não pode porque ela pode se machucar, ou porque o risco que isso aconteça é muito
grande, que ela compreenda que você se importa e se preocupa com ela).

Aqui em casa costumamos fazer votação e a gente pesa todas as escolhas. Explicamos
tudo para eles, mesmo quando o assunto é um pouco mais “complexo”. Eles aprendem
muito com essas votações. Tendemos a pensar que o voto dos pais tem mais peso
porque os adultos sabem de tudo que precisa ser levado em consideração na hora da
escolha. Mas se a criança já conversa e entende algumas coisas, explica e inclui ela nisso.
Quando algo é explicado e conversado, a decisão se torna conjunta. E mesmo quando o
resultado da votação for diferente do que a criança queria, vai ser muito mais fácil de
aceitar porque participou de todo processo. As crianças cooperam muito mais quando
compreendem, mas para conseguir isso você precisa incluir no processo do raciocínio.

Os 4 passos para ajudar na comunicação com crianças.

1. Compreensão: Nessa nova proposta você precisa criar o hábito de ouvir a criança, e
não só a criança que tem que te ouvir e te obedecer;

A.
SEMANA SOS Quarentena
Aula 3: Como fazer seus filhos colaborarem mais!

2. Empatia sem concordância: A criança explica porque não quer fazer alguma coisa que
você está pedindo e você ouve e se coloca no lugar dela do porquê não quer fazer. Não
precisa concordar, só mostra empatia e diz que você entende, mas explica porque
precisa ser feito;

3. Compartilhar: Esse é o momento de você compartilhar com a criança o que você


pensa e sente. Você tenta analisar junto com ela porque está sendo mais difícil dela fazer
o que você está pedindo. Depois que você efetivamente mostrar para a criança que não
só ouviu ela ativamente como também teve empatia pela situação, no momento que
você fala o que pensa e sente, essa criança te ouve muito melhor. Isso vale para
qualquer relacionamento que você tenha. A pessoa te ouve muito melhor depois que
ela se sente ouvida, principalmente quando a pessoa é menor, como é o caso das
crianças. Para conseguir ser ouvida, para a criança é muito mais difícil, então fazer isso
tem uma chance muito maior de sucesso.

4. Solução: Vocês irão focar na solução juntos. Se algo precisa ser feito e a criança não
quiser fazer, qual será a solução? Você pode tentar fazer de uma forma diferente da
forma que você pediu ou propor alguma coisa que faça parecer mais divertido.

Não esqueça de colocar em prática tudo que aprendeu nessa aula. Lembre-se de fazer
o teste das suas reações automáticas que está na apostila, porque falaremos sobre isso
na aula de sexta feira.

Espero que tenham amado!


Com carinho,

Nanda Perim

contato@psimama.com.br
A.

Você também pode gostar