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STAFF

DISTRIBUIÇÃO: SUNSHINE
TRADUÇÃO: MILADY
REVISÃO INICIAL: SCÁRDUA
REVISÃO FINAL: MANDY IVASHKOV
LEITURA FINAL: CHLOE MOORE
FORMATAÇÃO: AZALEA BUFONNI
RUINS OF CHAOS

Legacy of The Nine Realms

BY AMELIA HUTCHINS
AVISOS SUNS!

A tradução foi efetuada pelo grupo Sunshine Books, fãs e admiradores da


autora, de modo a proporcionar ao leitores e também admiradores o acesso à
obra, incentivando à posterior aquisição. O objetivo do grupo é selecionar livros
sem previsão de publicação no Brasil, traduzindo-os e disponibilizando-os aos
admiradores, sem qualquer forma de obter lucro, seja ele direto ou indireto.
Levamos como objetivo sério, o incentivo para seus admiradores adquirirem
as obras, dando a conhecer os autores que, de outro modo, não poderiam, a não
ser no idioma original, impossibilitando o conhecimento de muitos autores
desconhecidos no Brasil.
A fim de preservar os direitos autorais e contratuais de autores e editoras, o
grupo Sunshine poderá, sem aviso prévio e quando entender que necessário,
suspender o acesso aos livros e retirar o link de disponibilização, daqueles que
forem lançados por editoras brasileiras.
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download se destina exclusivamente ao uso pessoal e privado, abstendo-se de o
divulgar nas redes sociais bem como tornar público o trabalho de tradução do
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usuário, ao acessar o livro disponibilizado responderá pelo uso incorreto e ilícito
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tentar ou concretamente utilizar a presente obra literária para obtenção de lucro
direto ou indireto, nos termos do art. 184 do código penal e lei 9.610/1998.
SINOPSE

Aria está nas mãos de seus inimigos, e as coisas vão de mal a pior. Aqueles que
ela pensava serem aliados tornaram-se inimigos, e os inimigos tornaram-se
aliados. Além disso, a história de Knox está se revelando, e pode ser a ruína de
Aria.

Eles vão superar o que foi feito aos Nove Reinos? Ou a verdade irá destruir os
dois?

Os planos de Aria estão desmoronando e com tudo em jogo, até onde Aria irá
para proteger aqueles que ama da raiva de Knox?
AVISO

Este livro é sombrio. É sexy, quente e intenso. O autor é humano, assim como
você. O livro é perfeito? É o mais perfeito que eu poderia fazer. Existem
erros? Provavelmente, mesmo os livros mais publicados do New York Times têm
erros mínimos porque, como eu, eles têm editores humanos. Há palavras neste
livro que não estão no dicionário padrão porque foram criadas para preparar o
terreno para um mundo de fantasia urbano-paranormal. Palavras neste romance
são comuns em livros paranormais e fornecem melhores descrições para a ação na
história do que outras palavras encontradas em dicionários padrão. Eles são
intencionais e não erros.

Sobre o herói: as chances são de que você pode não cair imediatamente
de amor por ele, isso é porque eu não escrevo homens que você se apaixona
instantaneamente; você passa a amá-los. Não acredito no amor instantâneo. Eu
escrevo idiotas imperfeitos, crus, como o homem das cavernas que eventualmente
permitem que você veja suas qualidades redentoras. Eles são idiotas agressivos ,
um degrau acima de um homem das cavernas quando os encontramos. Você
pode não gostar dele pelo tempo que você terminar este livro, mas eu prometo que
você vai adorar -lo até o final desta série .

Sobre a heroína: há uma chance de você pensar que ela é um pouco ingênua
ou fraca, mas, novamente, quem começa como uma fodão? Mulheres duronas são
um produto do crescimento, e eu vou colocá-la no inferno, e você vai vê- la vir
se balançando toda vez que eu bater em sua bunda. É assim que faço as coisas. A
forma como ela reage ao conjunto de circunstâncias pelas quais é submetida pode
não ser como você, como leitor, ou eu, como o autor, reagiríamos a essa mesma
situação. Todo mundo reage de forma diferente às circunstâncias e como ela
responde aos seus desafios, é como eu a vejo como personagem e como pessoa.

Eu não escrevo histórias de amor : eu escrevo em ritmo acelerado, bato em


você, faço você se sentar na beirada da cadeira imaginando o que vai acontecer a
seguir nos livros. Se você está procurando um romance perfeito, isso não é para
você. Se você não aguentar o passeio, solte o cinto de segurança e saia do carro da
montanha-russa agora. Se não, você foi avisado. Se nada descrito acima o
incomoda, continue e aproveite o passeio!

Para sua informação, este não é um romance. Eles vão chutar a merda um do
outro, e se eles acabarem juntos, bem, é escolha deles . Se você está entrando nisto
as cegas e reclama do abuso entre duas criaturas que NÃO são humanas, bem, isso
é culpa sua. Eu fiz meu trabalho e dei um aviso.

Nenhum bebê que surja ou seja criado por causa dessa obra de ficção é de
responsabilidade do autor. Culpe o pau mágico que você cavalgou como uma
selvagem por isso, não eu.
DEDICAÇÃO

Para os guerreiros lá fora lutando para passar por este ano de show de merda,
estamos quase lá. Mantenha a cabeça erguida e saiba que a vida não é ruim; é
apenas um ano muito ruim. Vamos passar por isso juntos e seremos mais fortes
para sobreviver a 2020.
PRINCIPAIS DA SÉRIE

Knox Karnavious - Rei de Norvalla

Brander - irmão de Knox, puro sangue

Loren (Lore) - Irmão de Knox, puro sangue

Faderin (Fade) - Irmão de Knox, puro sangue

Gideon - irmão de Knox, puro sangue

Mateo - Irmão de Knox, puro sangue

Celia - irmã mais nova de Killian e Liliana, puro sangue

Killian - irmão de Liliana e Celia e melhor amigo de Knox

Liliana - esposa falecida de Knox e irmã de Killian e Celia

Greer - amigo, professor e mordomo de Knox, vampiro


LINHAGEM HECATE APRESENTADA

Aria Primrose Hecate - Filha de Freya

Freya - Filha de Hecate e mãe de Aria, falecida

Aurora - Filha de Hécate, irmã de Freya que criou seus filhos.

Histeria - Filha de Hécate, falecida

Kamara - Filha de Hécate, falecida

Hecate - Deusa da Casa da Magia, em sono profundo

Amara - filha de Freya e irmã gêmea de Aria, falecida

Kinvara / Valeria - Filhas de Freya e gêmeas Súcubos

Aine / Luna - Filhas de Freya e gêmeos lobisomem alfa

Sabine / Callista - Filhas de Freya e ninfa gêmea

Reing / Rhaghana - Filhas de Freya, espécie desconhecida

Tieghan / Tamryn - Filhas de Freya e bruxas gêmeas


CASA ALFA

Dimitri - Rei dos Lobos, lobisomem alfa puro-nascido

Jasper - lobisomem nascido puro, filho de Fallon e Príncipe dos lobos Alfa,
falecido

Fallon - lobo alfa puro-nascido, rei dos lobos, falecido


MINOTAUROS

Gerald - Rei do Reino das Bestas Indesejadas, falecido

Garrett - Filho de Gerald e recém-coroado Rei do Reino das Bestas Indesejadas


OUTRAS PESSOAS

Neven - A Rainha das Ninfas

Karter - O rei das ninfas

Ilsa - A Alta Rainha das Bruxas

Esmeralda - Feiticeira não marcada amiga de Aria Hecate

Asil - Bruxa segurando uma fortaleza contra Knox para Ilsa

Tristan - Slumlord

Taren Oleander - O Rei da Gárgula

Soraya - Bruxa que trabalha para a Alta Rainha das Bruxas e irmã de Julia

Julia - Bruxa controlada pela irmã de Ilsa e Soraya

Siobhan - Bruxa marcada sob o governo de Knox

Bekkah - Bruxa marcada sob o governo de Knox

Aden - Desconhecido - Homem de cabelo prateado

Eva - Desconhecida - Mulher de cabelos prateados

Lord Carter - Um dos Lordes de Knox

Lord Andres - Um dos Lordes de Knox


ITENS E MAIS

Grimoire - um livro de feitiços antigos

Vidência - A capacidade de pesquisar um mapa com magia para encontrar um


local.

Árvores de carvalho branco - cultivadas apenas em Norvalla, na Floresta do


Conhecimento da Arcádia

Fogo gelado - Gelo das Montanhas Sombrias, aparece como gelo normal até
engolir qualquer coisa ou qualquer pessoa que possa tocar. Inquebrável por
qualquer coisa além do fogo de bruxa, um feitiço que apenas bruxas raras podem
usar. Foi usado para proteger Norvalla do Reino das Bestas Indesejadas.

Rosa negra da meia noite - cultivadas nas passagens mais escuras das Dark
Mountains. Um tipo raro de rosa que desabrocha nas geadas neves da montanha,
contendo uma essência única que as bruxas cobiçam.

Tônicos - poções medicinais para a cura

Gárgulas - Protetoras da Biblioteca do Conhecimento


AS TERRAS VISITADAS NOS NINE REALMS

Dorcha - The Darkest Realm, reino em que Norvalla é a capital

Norvalla - pátria de Knox

Reino de Bestas Indesejadas - Reino que faz fronteira com Norvalla

Reino de Vãkya - pátria de Aria, onde Ilsa atualmente reside dentro do Palácio
da Magia

Vale dos Mortos - Terra que faz fronteira entre Vãkya e Dorcha

House of Magic - Anteriormente conhecido como Kerrigan Keep, agora é o


santuário de Aria abaixo das ruínas de um castelo que ela reivindicou.

The Dark Mountains - A cadeia de montanhas que faz fronteira com o Reino da
Besta Indesejada e os passos altos de Norvalla.

Biblioteca do Conhecimento - Uma sala em constante mudança que só revela


seus tesouros para aqueles que considera dignos do conhecimento que possui.

Círculo de Beltane - o templo de Bel e o círculo onde Beltane é celebrado para


dar as boas-vindas a uma nova vida.
MAPA
CAPÍTULO UM

KNOX

Fora da fronteira de Norvalla


em Steely Keep

Meus olhos deslizaram sobre os guerreiros mortos deitados ao lado dos


seguidores do acampamento e bruxas. Fora da fortaleza, o odor pútrido da morte
enchia o ar. Ajoelhando, virei um guerreiro, seus olhos cegos cobertos por uma
película branca leitosa de morte. Estudando seu corpo, notei a ausência de
ferimentos antes de ficar de pé e olhar para os corvos banqueteando-se com os
mortos.

Um corvo olhou fixamente em mim, um globo ocular pendurado em seu bico,


depois o soltou. Abrindo a boca, ele forçou um grasnido alto e gorgolejante antes
de recuperar seu achado e voar para o céu. Cães haviam se movido, rosnando e
rasgando membros e pedaços do falecido, sem se incomodar com nossa presença
enquanto caminhávamos por eles, em busca de qualquer sinal de ferimento que
explicasse as mortes.

— Bem, eles não caíram mortos por conta própria, mas não consigo ver a
causa da morte, — afirmou Brander, segurando o antebraço contra o nariz.
Eu desfiz a faixa da minha cintura, amarrando-a sobre minha boca e nariz
antes de me ajoelhar ao lado do próximo guerreiro que havia caído sobre outro
corpo. Notei a marca no pulso da mulher abaixo dele, observando com desconforto
enquanto algo se movia sob seus lábios, forçando-os a se separarem. Um rato saiu
de sua boca, gritando e correndo pelo campo, longe daqueles que interrompiam seu
jantar.

— Nada além de fodidos carniceiros estão vivos nesta fortaleza e em sua


aldeia. Não vejo feridas e nenhum traço de magia negra que os teria derrubado
sem um ataque completo. Eles tinham magia protegendo-os, — eu disse, me
levantando para acenar com a cabeça para as torres de quartzo de 1,80 metros que
marcavam cada canto do acampamento. — A terra permanece purificada e
protegida, mas algo poderoso passou por suas proteções e feitiços. Esta fortaleza é
uma das fortalezas mais antigas e poderosas em que negociamos, mas seu lorde e
sua esposa estão sentados sem cabeça, sem outros sinais de ferimento, e todos os
seus guardas estão mortos, mas ilesos.

Alguém massacrou todas as aldeias pelas quais passamos no caminho para


cá. Os corpos foram retalhados e mutilados até não serem identificados como
humanos ou qualquer outra coisa. Ou as bruxas das trevas ficaram mais ousadas
ou não lutam mais sozinhas. Elas enforcaram pessoas e aproveitaram a morte de
suas vítimas como entretenimento antes de remover suas cabeças. —Quem quer
que tenha passado por aquelas aldeias antes de nós, se deliciou com a morte de
seus habitantes. Meu palpite é que as feras que fugiram do Reino das Bestas
Indesejadas juntaram forças com Ilsa. Não posso explicar essa merda, no
entanto. É mórbido e simplesmente errado, — eu disse, deslizando minha atenção
sobre o caos.

Eles saquearam a maioria das aldeias anexadas que protegemos e usamos


para o comércio, massacrando todas as formas de vida, sem poupar ninguém. Eu
concordei que não parecia algo que as bruxas fariam. Então, surgiram rumores de
que tinham visto bestas indesejadas massacrando e criando o caos nas aldeias que
haviam aderido ao acordo comercial com Norvalla. De repente, o pensamento
deles se juntando às bruxas das trevas parecia plausível, mas o que as criaturas
indesejadas estavam ganhando em troca?

A grande rainha estava tentando impedir Norvalla de receber comida ou


outros bens que abasteciam meu reino. Foi um banho de sangue, com o objetivo de
enviar um aviso a qualquer uma das aldeias que desejassem se juntar ao anexo, e
eu falhei em protegê-los.

Eu não esperava que Garrett, o recém-coroado Rei das Bestas Indesejadas,


mudasse de lado na guerra. Depois do que Aria fez com sua irmã, Amara, sua
esposa, eu deveria ter previsto, mas estava muito focado em capturar Aria,
sabendo que ela tinha as chaves para vencer esta guerra.

— Não vejo nenhum sinal do conselho entre os corpos,— afirmou Brander,


tirando-me de meus pensamentos e me lembrando do propósito desta jornada, uma
vez que me enviaram. Talvez tenha sido um estratagema, e o conselho nunca
esteve aqui.

— E as tendas?— Eu olhei para o acampamento que ficava ao lado.

— Não cheguei tão longe, — ele admitiu.

Fui em direção a uma tenda, retirando a espada e usando uma para puxar a
aba. Dentro estava uma bruxa, montada em um guerreiro no meio da foda, morta
e inchada. Olhos cegos olharam para mim e eu fiz uma careta. Eu me movi mais
para dentro da tenda com Brander em meus calcanhares, nós dois mal contendo a
necessidade de engasgar enquanto o calor tornava o cheiro da morte insuportável
sem o vento e a brisa para carregá-lo.

Olhando para seus olhos e a maneira como eles olhavam para a saída, meu
sangue gelou. Eles tinham visto sua morte chegando. Suas bocas estavam abertas,
assim como os outros fora da tenda. O cadáver da bruxa deslizou para o lado, e
Brander retirou sua espada enquanto ratos emergiam do peito do
guerreiro. Marcas de mordidas cobriram o estômago da bruxa como se os roedores
a tivessem roído para escapar de seu estômago. Brander praguejou, cobrindo a
boca enquanto seus corpos liberavam gases, e a boca da bruxa se abriu ainda mais,
dissipando mais ratos de seu cadáver.

— Isso é tão sordidamente errado. Eles estão podres de dentro para fora.
— Brander continuou a engasgar com o ar rançoso da morte que enchia a tenda.

Saí para verificar as outras tendas, encontrando cada par de olhos dentro,
olhando para a entrada. Eles olharam para quem entregou a morte aos habitantes
ao redor e dentro da fortaleza. De pé no meio do acampamento, engoli a vontade
de gritar de frustração.

— Animais não matam assim. Este é o trabalho das bruxas das trevas, e elas
não temiam que alguém as dominasse. — Eu olhei para a fortaleza e apontei para
a parede da muralha. —Vou subir para ver melhor a carnificina lá de cima.

Eu me movi pelos mortos, passando por cima dos cadáveres, enquanto


ignorava os pássaros carniceiros que continuavam a festejar com os mortos. Água
verde enchia o fosso, e corpos inchados entravam e saíam da água pela metade,
como se tivessem bebido da fossa depois da morte.

Bastardos infelizes.

O portão estava aberto, o que não era surpreendente com a força total de um
exército acampado na frente. A ponte levadiça foi levantada e corpos pendurados
nos portões de ferro forjado de cada lado da abertura. Olhei para cima e encontrei
os homens que guardavam a entrada caídos mortos, pendurados nas fendas mortas
de onde deveriam ter sitiado, mas não havia evidência de batalha. Além dos
portões, mais corpos cobriam o pátio interno e o terreno que levava ao castelo.

Dentro da fortaleza havia uma exibição grotesca de mortes bem


orquestradas. Homens e mulheres sentavam-se diante de uma refeição podre, suas
cabeças decepadas colocadas diante deles. Comida enfiada em suas bocas, que
estavam escancaradas, congeladas em gritos de horror como se a rigidez da morte
tivesse se instalado imediatamente.

A exibição foi um aviso feito para mim. Também me disse que as bruxas não
estavam sozinhas, já que normalmente não removiam as cabeças das vítimas. As
cadelas malditas não gostavam de sujar as mãos, optando por usar sua magia.

Eu evitei olhar novamente e subi as escadas da muralha, chegando ao topo


para espiar quilômetros e quilômetros do acampamento, com milhares
de guerreiros e bruxas mortos, todos os quais aparentemente morreram de puro
terror ou medo.

— Puta que pariu, é um espetáculo para ser visto, — sussurrou Brander, com
as mãos apoiadas na parede. —Eles nem pouparam os cavalos. — Minha atenção
se desviou para os estábulos, notando os cavalos mortos que espalharam-se pelo
chão como se tentassem fugir ao serem derrubados. —Isso está fodido.

— Nunca tive problemas para determinar a causa da morte antes. Sempre


houve uma maneira de sentir se a magia foi usada, mas não consigo encontrar
nenhum resíduo. O medo que as vítimas sentiram era real. Foi algo conjurado ou
alguém que eles viram movendo-se pelo acampamento, mantendo-os presos pelo
medo até a morte?

— Eles parecem apavorados pra caralho com suas bocas bem abertas e olhos
maiores do que as corujas da neve que deveriam se banquetear com os roedores,
— afirmou Brander. —Olhe para as árvores, Knox.

Meus olhos se voltaram para as árvores, notando as grandes aves de rapina


empoleiradas em seus galhos. Elas não se moveram, embora refeições fáceis
ocorressem, comendo os mortos. Meu sangue gelou, continuando a vê-las perseguir
sua presa, mas nunca fazendo um movimento para atacar.
Algo caiu dentro da torre ao nosso lado, e nós dois nos viramos, olhando para
ela com desconfiança. Eu balancei a cabeça para Brander, rastejando em direção
ao prédio escuro, banhado em sombras. Brander contornou a muralha, sua
velocidade sem esforço quando ele apareceu do outro lado, prendendo o que quer
que tivesse caído. Saquei minhas espadas, lentamente segurando o olhar de
Brander antes de entrarmos na pequena torre protegida que ficava no canto da
parede do castelo.

— Não me mate! — Um rapaz gritou.

— Quem é você? — Eu exigi friamente.

— Eu sou Kreyton, filho de Lady Katherine e Lorde Demetrius! Eu sou o


herdeiro desta fortaleza, — ele choramingou.

Eu exalei lentamente, empurrando minhas lâminas de volta em suas bainhas


enquanto Brander se mantinha pronto para atacar se necessário. O garoto tinha
uma aparência doentia, seu rosto era uma massa de finas linhas pretas que
pulsavam com o veneno da magia negra.

— O que aconteceu aqui? — Perguntei. A boca de Kreyton abriu e fechou


antes que sua cabeça balançasse de um lado para o outro, seus olhos se
arregalando de horror.

— Eles entraram e mataram todo mundo, — sussurrou Kreyton. —Lorde


Andres removeu as proteções, permitindo que as bruxas das trevas violassem
nossas defesas. — Meu sangue gelou com suas palavras. —A escuridão encheu
seus olhos enquanto as bruxas matavam a todos ele observava, mostrando sua
verdadeira devoção à Grande Rainha das Bruxas. Ele nos traiu.

— Como você sobreviveu?— Eu exigi, odiando a inquietação que se


estabeleceu em minha mente. Aria estava ao alcance de Lorde Andres no
acampamento onde eu a deixei.
— Eu estava no meu quarto quando eles chegaram, — afirmou Kreyton com
voz rouca, batendo os dentes. —Eu me escondi, mas não pude escapar da névoa
que enchia o castelo. Eu não posso sair das enfermarias, e você é o primeiro a vir
que não saiu ao ver os corpos.

— O conselho estava vindo aqui,— eu rosnei. —Eles chegaram?

— Eles vieram, mas pararam do lado de fora da fortaleza ao ver os mortos. O


Rei dos Lobos e a Rainha das Ninfas estiveram aqui. Eles entraram na orla da
floresta, mas não passaram pelas proteções para se aproximarem. Não vi nenhum
outro membro do conselho, mas não estou bem desde que a névoa me tocou.

— Diga-me o que você viu, — eu disse, observando olhos assombrados se


enchendo de memórias.

— Lorde Andres veio com um punhado de bruxas acorrentadas. Ele pediu a


um de seus homens que removesse as proteções para que pudesse levar os
prisioneiros para a fortaleza. Baixamos as proteções e o inferno desabou. Assisti a
tudo do meu quarto, mas não pude me mover para avisar meus pais porque a névoa
liberada pelas bruxas me paralisou. Quando me tocou, me congelou de puro terror,
como fez com os outros. Todos eles sucumbiram à morte ou se transformaram
em outra coisa, permitindo a escuridão dentro deles. Eu deveria ter morrido ou
me transformado em um monstro como Lorde Andres se tornou, mas não
aconteceu.

Eu observei as linhas pretas subirem em seu rosto, levantando meu olhar


para Brander enquanto o veneno passava por Kreyton. Ele não tinha
sobrevivido; ele apenas não tinha sucumbido à morte ainda. Algo dentro dele
impediu que o veneno o matasse instantaneamente, como fizera com os outros. Isso
explicava por que não houve feridas ou ferimentos encontrados entre os mortos,
exceto o senhor e senhora da fortaleza.
— Você foi bem, Kreyton, — eu assegurei. Ele balançou a cabeça lentamente,
os olhos injetados de sangue e se enchendo de magia negra.

Recuando, Brander ergueu sua lâmina enquanto o rosto de Kreyton se


contorcia com a maldade, a magia o transformando no servo de Ilsa. Brander
balançou sua espada, removendo a cabeça do rapaz habilmente para que ele não
sofresse. O sangue pintou meu rosto enquanto eu olhava para o garoto sem
cabeça. Ele tinha algo escuro dentro de si para transformá-lo em uma ferramenta,
ao contrário dos outros que sucumbiram ao veneno.

— Lorde Andres não teria feito o que Kreyton descreveu, — afirmou Brander,
e eu fiz uma careta antes de deslizar meus olhos de volta para a carnificina.

— Não, a menos que alguém o envenenasse com magia negra, controlando-o


como fizeram com Kreyton. Aria está ao alcance de Andres. Se o que o garoto disse
for verdade, Andres pode estar lá para pegar ou matar Aria por Ilsa. Ela tem que
saber que Aria é quem fez o cerco à fortaleza que Asil mantinha. Não gosto de Aria
fora da minha vista. Não com as bruxas ficando mais ousadas e o Rei das Bestas
Indesejadas juntando suas forças ao exército daquela vadia ruim.

Olhei para os gaviões, corujas e outras aves de rapina, observando os


necrófagos se banqueteando com os mortos. Minha criatura olhou para fora e
franziu a testa, olhando para a barreira que impedia aqueles que desejavam
causar danos de entrar na fortaleza. Ao contrário dos necrófagos abaixo, os
pássaros sentiram o veneno dentro dos mortos. Meus olhos deslizaram para os
roedores, encontrando centenas de olhos redondos treinados em cada movimento
nosso. Ilsa estava usando os familiares de bruxas inferiores para nos observar.

— Envie para Aria. Se Lorde Andres estiver sob o controle da grande rainha,
ela estará em perigo. Podemos encontrá-los nas passagens. Faça com que Killian
saia imediatamente com o exército a seguir. Instrua-o a impedir que Lorde Andres
se junte a eles.
— Você está levando Aria para a porra de uma carnificina, — Brander
bufou. —Eles vão viajar pelas aldeias anexadas para chegar às passagens, e Aria
é muito mole para ver a carnificina que aqueles bastardos deixaram para trás.

— Killian pegaria a rota mais rápida através de King's Crossing ou King's


Road para nos alcançar. Conhecendo Killian, ele percorrerá as aldeias para evitar
ser detectado. Aria não verá os mortos. Ela precisa ver o que suas preciosas bruxas
fizeram com pessoas inocentes. Mas eu não quero que ela veja as pessoas divididas
e separadas. Ela não viu a maldade das bruxas ainda, e ela precisa. O que
aconteceu aqui não foi o mesmo que aconteceu nas outras aldeias. Isso foi obra de
monstros; isso é algo totalmente diferente.

Brander assobiou para um dos corredores e observou enquanto ele tropeçava


nos mortos na pressa de chegar até nós. Eu poderia ter dito a eles que tínhamos
que entrar no castelo para garantir tinta e pergaminho, mas não tinha intenção
de entrar novamente.

Eu conhecia o lorde e a senhora da fortaleza, tendo abençoado sua união


muitos anos atrás. Eles eram boas pessoas e alimentavam os pobres que sofriam
nas mãos das bruxas. Lady Kathrine era gentil e amiga. Seu casamento não era
por amor, mas ela tinha sido uma boa esposa para Demetrius. Eles mereciam coisa
melhor do que morrer de dor ou de veneno nas mãos das bruxas.

Entreguei a Brander minha cera e selo e inclinei-me sobre a muralha,


olhando para os roedores que continuavam a nos observar. Enviei uma onda de
poder, espalhando-se pelos corpos dos mortos e pelas criaturas que se alimentavam
de seus cadáveres.

Virando, olhei para o sol poente antes de me mover em direção à torre,


enquanto o céu ficava vibrante com tons de vermelho, uma cor sinistra
considerando o número de mortos espalhados pelo chão.
Saí da muralha, movendo-me pelo pátio e em direção aos roedores. Enviei
meu poder para eles, sorrindo enquanto explodiam sem aviso, cortando a visão de
Ilsa na fortaleza. Os corvos grasnaram, agitando suas asas alçando voo,
circulando-nos.

— Voe para Norvalla e garanta que ninguém esteja marchando sobre


ela. Depois de confirmar sua segurança, espalhe-se e encontre os animais
indesejados que estão causando estragos nas aldeias anexadas e retorne com sua
localização, — eu ordenei. Os corvos voaram baixo antes de girar e voar para o sul
em direção à minha casa.

Um sorriso passou pela minha boca quando pensei em Aria ao meu lado, seu
corpo minúsculo enrolado no meu enquanto as noites ficavam mais frias quanto
mais perto nós viajávamos de minha terra natal.

Eu senti falta dela, seu calor, seus comentários sarcásticos, e o olhar em seus
olhos que tingiu suas bochechas de rosa por querer o que nós dois ansiamos. Ainda
assim, ela me negou seu corpo. Eu não a empurrei, sentindo a necessidade de se
curar de seu tempo no Reino das Bestas Indesejadas. Logo, ela seria incapaz de
lutar contra a necessidade de acasalar, mesmo que ela não entendesse o que estava
acontecendo.

Eu odiava que este mundo deixasse Aria mais fria, mas não havia como
escapar do horror em que os Nove Reinos se tornaram. Assim que chegássemos à
minha casa, eu teria que apresentar Aria ao conselho e descobrir quem entre eles
havia pedido para poupar sua vida. Alguém queria meu Monstrinho vivo, e eu
precisava saber quem era, logo.

Primeiro, eu devia isso aos guerreiros que morreram para encontrar e


eliminar quem fez isso com eles. Eu devia ao Lorde e a Senhora e ao Steely Keep
a paz em suas mortes. Fiz uma pausa ao lado de um grupo de guerreiros e franzi
a testa enquanto eles discutiam como lidar com os enterros em massa.
— Há muitos para enterrar, — eu murmurei.

— O Lorde e a Lady?— Brander perguntou, parando ao meu lado com o


pergaminho e a caneta.

— Eles permanecerão com os homens que morreram protegendo suas terras,


— anunciei.

— Eles são o senhor e a senhora, — um guerreiro argumentou.

— E eles estão com seu povo na morte. Não estamos acima daqueles que nos
servem. Não sou um rei que detém títulos acima da honra e bravura. Eles
serviram com aqueles que mantiveram a paz até que algo maligno e sinistro os
levasse todos juntos. Eles não abrigam mais seus corpos e estão livres de suas
conchas.

As bruxas acreditam que Hecate as abençoou para se mudarem para o reino


onde ela morava. Acreditamos que a morte oferecia paz entre o outro mundo, onde
uma nova vida começa. Não, a menos que você tenha entrado no Vazio do
Nada. Lá, escuridão eterna e vazio consumiam tudo dentro de você, reduzindo sua
alma a partículas retalhadas e proibindo o renascimento, como Liliana.
CAPÍTULO DOIS

Fiquei olhando para a passagem na montanha que descia até o vale onde a
rota de Killian traria Aria até mim. Levamos dias para chegar à passagem onde
eu os instrui a nos encontrar. Eles deveriam ter chegado antes de nós, mas ainda
não tinham.

Sorrindo, imaginei Aria enrolada ao meu lado, tendo um de seus


ataques. Uma vez que o sono a alcançasse, ela enrolaria seu corpo contra o meu
para se aquecer, e inferno se eu não gostava de senti-la contra mim. Aria foi a
primeira mulher a dormir na minha cama, e estaria mentindo se dissesse que não
parecia certo.

Eu sentia falta de Aria desde que a deixei no acampamento. Odiava sentir


sua falta e que minha mente sempre vagasse para o que ela estava fazendo ou se
sentia minha falta. Merda de boceta. Eu não sentia falta das mulheres, nem as
desejava enroladas ao meu lado.

Sua brincadeira me deu vida. Seus comentários sarcásticos e seu raciocínio


rápido prometeram envolver minha mente. Não senti falta apenas do sexo com
Aria; Eu sinto falta da sua mente. Eu odiava isso. Odiava desejar sua inteligência
que combinava com a minha e seu sorriso que prometia que ela se imaginava me
estripando. Senti falta do fogo dela, que queimava mais forte do que qualquer sol
ou lua nos Nove Reinos, até mesmo nas terras do deserto que ardiam como uma
forja.

Eu fodidamente senti falta da companhia que sua presença me


ofereceu. Quando mudou de sexo para mais com ela? Ela era peculiar e um pouco
explosiva de poder. Ela lutou comigo sobre o que acreditava, e eu fodidamente a
respeitei por isso. Ela me desafiou, e as pessoas não faziam isso, mas Aria sim. Ela
se manteve firme e defendeu aqueles que não conseguiam se defender.

Merda. Fui impedir a separação de mães e filhos que vinham para o


acampamento, e Aria foi totalmente rainha da batalha com Bekkah. Eu mal disse
ao lorde para impedir seus homens de atacar as bruxas e seus descendentes para
ouvir os homens gritando que as bruxas estavam lutando. Me enfureceu que eu
tivesse cedido para parar o que tinha chateado Aria, apenas para encontrá-la
atacando as malditas bruxas que ordenei para permanecer ilesa.

Eu nunca tinha notado o dano infligido a ela pelo guarda. A raiva que me
encheu quando ela atacou Bekkah me cegou e me forçou a puni-la por agredir
alguém sob minha ordem. A pena para esse crime era a morte ou cinquenta
chicotadas. Eu teria que ser julgado pela negligência de Aria e chicotear sua pele
macia ou condená-la à morte. Minha palavra era lei. Minha palavra como rei era
meu vínculo com meu povo. Aria o havia quebrado e, como resultado, eu havia
quebrado minha promessa ao meu povo de proteger sua pele macia do chicote de
rabo de gato. Em nenhum mundo eu poderia chicotear Aria e ficar bem com
isso. Isso me apavorou porque ela continuou a lutar comigo.

Também não passou despercebido pelos meus homens. Eles viram o


favoritismo depois que Bekkah se certificou de que todos soubessem que Aria
Hecate havia quebrado a lei de proteção. Felizmente, ter os homens como
testemunhas do tratamento de Aria pelo guarda e por mim, e repassar esses
detalhes para Bekkah, forneceu a ela a informação para se gabar de como Aria foi
espancada, me poupando de perder a reputação entre meu povo.

—Você acha que algo aconteceu? — Brander perguntou, acomodando-se ao


meu lado enquanto eu me encostava na pedra, observando o sol se pondo sobre a
cordilheira mais distante.

— Eu acho que eles deveriam estar aqui agora, porra, — eu rosnei, não
querendo permitir que o desconforto se instalasse dentro de mim.
— Killian nunca está atrasado. — Brander passou a mão pelo cabelo
preocupado. — Espero que Lorde Andres não seja o motivo de seu atraso.

Eu considerei suas palavras, reconhecendo que Killian só tinha se atrasado


uma vez em todo o tempo que eu o conhecia. Ele era um guerreiro, um irmão de
armas que tinha passado pelo inferno conosco. Ele era confiável e honesto ao
extremo. Meu estômago embrulhou enquanto eu considerava o que poderia ter
forçado o indomável guerreiro a se atrasar.

— Aria não daria problemas a Killian. Não com Greer e Lore presentes, —
declarou Brander, solucionando problemas e eliminando obstáculos que eles
possam ter enfrentado.

Meus olhos seguiram o caminho até o fundo da passagem e o vinco em minha


testa se aprofundou. — Killian não teria esperado que o exército se preparasse
antes de partir. Isso retardaria sua chegada, e eu o instruí a sair
imediatamente. Ele teria tomado King's Crossing e se movido mais para dentro da
floresta, mas isso não o atrasaria. Isso teria encurtado sua jornada. Mesmo se eles
tivessem tomado outro caminho para ficarem seguros, ou por causa de algum
problema invisível surgindo, eles ainda teriam nos encontrado aqui.

— E ainda assim eles não fizeram, — Brander exalou lentamente, virando-se


para olhar para mim.

Eu balancei minha cabeça, jogando a pedra no ar por cima da


margem. Virando meu calcanhar, me dirigi para o meu cavalo de guerra. Eu não
estava esperando mais porque um sentimento de mau presságio passou pela
minha mente. Parando em meu cavalo, sussurrei uma ordem que enviou um corvo
da minha pele para o ar. Telepaticamente, dei aos corvos uma ordem para
encontrar Killian.
Montando no cavalo, esperei que Brander e os homens conosco o alcançassem
antes de começar a descer a longa e sinuosa trilha pela passagem que nos levava
de volta a um grupo de meu exército. Deveria ser o exército inteiro. Não foi.

Milhares de cenários passaram pela minha cabeça. Aria tinha


escapado? Faria sentido porque Killian não apareceu na hora certa. Eu tinha
ordenado que ele usasse todos os recursos para capturá-la se ela fugisse. Os
homens de cabelos prateados haviam armado uma armadilha e os atraído,
capturando Aria para levá-la para onde quer que eles vivessem? Kreyton disse a
verdade, e Lord Andres massacrou seu exército para provar sua lealdade a uma
bruxa?

Qualquer um desses cenários era possível. Voltei para a caverna embaixo da


cachoeira depois de deixar Aria para procurar por quaisquer sinais de Eva e Aden
e não encontrei nada. A caverna inteira desabou como se Eva a segurasse com sua
presença enquanto ela dormia. Provavelmente era um santuário usado por
bruxas, mantendo lugares antigos intactos com magia para garantir um descanso
eterno e imperturbável. Eva não estava em um sono eterno, no entanto. Eu senti
o feitiço fora da barreira que a colocou em êxtase.

Quem quer que fosse Eva e Aden, eles desapareceram com o resto de seus
homens em uma fenda dos Nove Reinos que eu não pude rastrear, o que era
preocupante, já que não sabíamos nada sobre as fendas. Ficamos surpresos ao
saber que havia mais mulheres como Aria por aí, mas Eva não tinha me
animado. Ela carecia de praticamente tudo o que me atraía para Aria.

Maldita Aria.

Ela era minha visão ideal perfeita do que desejava como companheira. Ela
era magra, bonita, inteligente e muito corajosa, o que me surpreendeu. Ela nem
percebeu o quão deslumbrante realmente era. A inocência dela era uma falha, mas
eu gostava. Sua lealdade era inabalável. Eu a respeitava pela maneira como ela se
apegava a seus princípios e fincava os pés no chão quando acreditava em algo.
Aria Hecate nasceu para ser rainha dos Nove Reinos, mas o fato de ter
nascido para ser Rainha de Vãkya me deixou doente. Como foi possível que
quinhentos anos depois de perder minha companheira, uma mulher que era minha
ideologia perfeita do que eu queria em uma, entrou e sacudiu a merda fora de mim,
sacudindo meu mundo? Acrescente que ela era uma bruxa Hecate e muito
poderosa, fazendo-me ansiar por ela como ópio depois de uma farra em um covil, e
isso me fez questionar tudo. Aria era perfeita demais. O timing dela era muito
conveniente. Se eu tivesse planejado virar a cabeça da rebelião com um lindo par
de olhos turquesa e raro cabelo prateado, mandaria Aria também.

Ela me fez querer mudar uma merda que eu nunca questionei antes. Aria me
fez desejar coisas que parei de querer e pensei que fossem para sempre. Merda, eu
fiquei duro com a ideia dela inchada com meu bebê em sua barriga, e então eu a
odiei ainda mais por trair minha esposa com a ideia disso. Aria estava certa. Eu
ataquei forte e rápido para me proteger.

Aria havia feito a imagem de Liliana desvanecer-se até virar nada. Ela
diminuiu a dor da morte de Sven com seus doces sorrisos e olhares tímidos. Eu
precisava dessa dor para lutar na guerra que comecei. Os Nove Reinos dependiam
de mim para manter minha merda junta para lutar por eles. Por mais que eu
quisesse Aria, eu queria proteger as vidas inocentes perdidas a cada minuto neste
lugar, cercado pelo mal e por bruxas que afirmavam ser a raça superior.

Meu povo me coroou rei quando a avó de Aria assassinou meus pais. Hecate
me forçou a este papel. Ela tirou todos que eu amava de mim e me tornou rei antes
de estar pronto, e agora a única mulher que eu queria manter era sua neta? Não,
era um projeto em jogo, um plano bem pensado para me derrubar.

Brander e eu paramos quando as árvores caídas surgiram. Notei as raízes


expostas arrancadas do solo como se o vento ou outra coisa tivesse
derrubado. Exalando, deslizei minha atenção ao redor da floresta antes de acenar
para a outra trilha.
— Isso é estranho, — afirmou Brander, apontando para atrás das árvores
caídas que ainda estavam de pé e sem danos.

— Estejam vigilantes. Espalhem-se em formação de combate e fiquem em


silêncio. — Eu olhei de volta para a trilha, franzindo a testa ao me ocorrer que
poderíamos ter sido chamados para que Aria pudesse escapar.

A raiva tomou conta da minha mente com o pensamento de que sua família
seria tão má a ponto de matar milhares de pessoas para libertá-la. Se alguém
pudesse ter realizado esse feitiço para derrubar um exército de guerreiros, seriam
as bruxas de Hecate, um coven inteiro para ser exato. Aurora tinha segundas
intenções. Isso eu descobri em Haven Falls. Ela planejou trazer as garotas de volta
para os Nove Reinos, mas por quê?

Ela falou sobre isso abertamente com os alfas. Aurora havia pedido que
voltassem com ela, mas não mencionou isso às filhas de Freya, que ela criou como
suas. Quais eram seus motivos? Era inédito as bruxas de Hecate se sacrificarem
por suas irmãs ou descendentes. Eu não confiava nelas, nem um pouco. Aurora
alimentou a mente de Aria com conhecimento, enquanto Aria alimentou seu
folclore mental, lendas e livros de fantasia.

Aurora tinha escondido o cheiro de Aria, sabendo que ela não deveria estar
entre elas no reino mortal. Aria tinha sido uma bomba-relógio definida para
explodir, mas Aurora permitiu que Aria permanecesse onde ela poderia ter
massacrado uma raça inteira de pessoas inocentes. Isso não representava
uma doce figura de mãe para mim, e não presumi que ela não soubesse da
identidade do pai de Aria.

Voltamos para a estrada e eu parei no meio do caminho, olhando para o que


via diante dos meus olhos. O sangue se transformou em gelo em minhas veias
quando Killian ergueu o olhar, com as mãos cobertas de sangue. Ele baixou os
olhos e curvou a cabeça onde os corpos estavam prontos para o enterro. Eu
permaneci congelado no lugar, sem vontade de ver quem tínhamos perdido.
— Quem fez isso?— Eu exigi.

— Bruxas,— ele engoliu.

— Vou matar a Aria sozinho, porra, — rosnei.

— Eu não seria muito rápido em matar Aria. Eu não acho que eles
pretendiam que ela vivesse por muito tempo, — afirmou Killian. —Ela estava
lutando conosco contra eles, mas fomos derrotados e algo nos impediu de chamar
nossas criaturas à superfície. Meu palpite é magia. Eles arrastaram Aria para a
floresta enquanto eu permanecia para defender Lore e Greer. Ela não foi de boa
vontade.

— Lore e Greer?— Eu perguntei, congelado no lugar.

— Vivos. Eles estão feridos, mas vivos.

— Quão ruim?— Brander perguntou, desmontando para caminhar em


direção aos soldados mortos.

Eu desmontei para me juntar a ele até que um barulho começou, me parando


no caminho. O cabelo do meu pescoço se arrepiou quando me virei na direção do
som. Meu coração batia forte contra minhas costelas, espelhando dolorosamente a
necessidade de correr cegamente em direção ao barulho.

— Que porra é essa?— Brander gemeu, seus dentes empurrando suas


gengivas enquanto suas garras faziam o mesmo.

Um rápido olhar para Killian mostrou que ele não se saiu melhor. Tudo
dentro de mim exigia que eu fosse até ele, que eu seguisse o uivo doloroso que vem
de longe. Foi um lamento quebrado, que implorou para ser atendido. Minha alma
gritou para ir embora e, antes que eu desse a ordem, todos nós corremos em direção
às nossas montarias que esperavam.
— Você sente isso?— Killian perguntou enquanto virava seu cavalo, de frente
para a floresta que avançava infinitamente diante de nós.

— Pela a porra da minha alma,— eu sussurrei. —É Aria. Eu sei que é. Eu


posso sentir seu medo.

— Pode ser uma armadilha, — observou Brander, e todos nós nos viramos
para ele.

— Pode ser, mas estamos prontos para tudo que eles tentarem usar contra
nós, — eu rosnei, incapaz de lutar contra a besta dentro de mim, exigindo que
corresse para ela.

— Então por que diabos estamos a cavalo?— Killian perguntou, e nós


desmontamos, atraindo a magia para nós enquanto nos tornamos um com o fluxo.

— Vamos caçar bruxas, irmãos.


CAPÍTULO TRÊS

ARIA

Alguém me arrastou para a floresta e me jogou em algo duro e incômodo. O


saco sobre minha cabeça me impediu de ver o que estava acontecendo ao meu
redor. Meu corpo estava inclinado, imóvel enquanto eu fingia estar sob o feitiço da
bruxa. Grunhidos soaram, e o relincho dos cavalos encheu a floresta com som de
metal atingindo metal diminuía como se a luta tivesse terminado.

A dor ecoou na minha cabeça e o sangue bombeava em minhas veias, fazendo


com que meus ouvidos se enchem com o rugido dele correndo por mim. A carroça
avançou silenciosamente e o som das rodas e dos cascos dos cavalos esmagando o
chão da floresta encheu o ar. Presumi que estavam me levando para o norte, para
Ilsa, e para o Reino de Vãkya em vez de Norvalla.

Eu podia ouvir grunhidos abafados e palavras que fluíam ao meu redor. Os


homens falavam em uma língua estranha que eu não conseguia identificar ou
entender. As bruxas junto da caravana falavam a língua que me ensinaram desde
o nascimento, sem se importar que eu as ouvisse se acordasse, o que significava
que não pretendiam me manter viva.

Lágrimas queimaram meus olhos ao pensar em Knox encontrando seu irmão


e seus homens massacrados sem um sinal de mim, e a dor me atingiu. Ele
assumiria que eu tinha ajudado a matá-los, e isso o enviaria para fora dos trilhos,
me caçando para acabar com minha existência. Meu coração deu um salto,
apertando até que um soluço ameaçou explodir de mim.

Greer, Lore e Killian não podiam estar mortos. Não era certo que morressem
em alguma estrada porque as bruxas me queriam morta. Eu corri através do reino,
deixando estragos e ruínas no meu rastro de caos, e agora eles estavam todos
mortos por causa da minha contagem de corpos enquanto mostrava a Knox que eu
não era uma criança que ele pudesse ameaçar e possuir.

— É melhor que Lorde Andres esteja presente quando chegarmos. Não estou
disposta a permitir que ela viva muito mais. Sua morte deve impedir que o rei a
encontre, com seu fedor doce e enjoativo de reprodução emanando dela. Lorde
Andres deveria ter nos contado o que ela era para que pudéssemos ter algo para
esconder seu cheiro. Eu nem sou sua espécie, e posso sentir seu fedor.

Eu me cheirei, franzindo a testa. Eu era a única que não conseguia sentir


meu cheiro?

— Os corpos que deixamos na estrada vão atrasar o rei. Um é seu irmão, o


que significa que devemos ir antes que ele chegue. Se ele aparecer com um
exército, eles serão mais numerosos do que nós, e nem mesmo você pode se
equiparar ao Rei de Norvalla em força.

— Não estaremos aqui quando ele chegar. Eu só preciso extrair seu cheiro e
espelhar sua imagem. Assim que terminarmos com isso, aparecerei como ela, e o
rei não será capaz de dizer a diferença entre Aria Hecate e eu.

Revirei os olhos com o raciocínio da mulher e então fiz uma careta. Era
possível duplicar alguém e aparecer como essa pessoa? Sim. Facilmente, mas este
era Knox. Ele descobriu minha réplica minutos depois de estar perto de mim
quando eu a usei nele. Não que isso importasse se eu estivesse morta.

— Abandone a carroça. Isso está nos atrasando, — ordenou uma mulher.


Alguém me puxou como um saco de batatas e me jogou nas costas de um
cavalo. Eu respirei fundo, sem forçar nenhuma resposta a escapar dos meus lábios
ou pulmões. Mãos fortes empurraram minha coluna, me usando como suporte para
subir no dorso do cavalo. Até o cavalo grunhiu sob o peso pesado.

Partimos novamente, desta vez em um ritmo mais rápido, como se o medo


estivesse nos empurrando para longe do local onde eles assassinaram o irmão e os
amigos de Knox. Como se isso o impediria de nos alcançar? Pela primeira vez,
fiquei feliz com a marca na parte interna da minha coxa, aliviada por ele nos
rastrear, atraído para o local onde pretendiam me matar. Com sorte, ele
apareceria antes que eles acabassem com minha vida.

Horas se passaram antes de entrarmos no que parecia ser um acampamento,


enquanto o metal batia e vozes falavam ou discutiam. No momento em que
rompemos o centro do barulho, o silêncio reinou. O homem que ignorou minha
existência, a não ser para agarrar meu corpo quando comecei a cair, me puxou do
cavalo e me segurou em seus braços.

— Traga-a para a tenda,— a bruxa ordenou. —Lorde Andres está aqui?

— Ele está aqui, Senhora,— alguém respondeu.

— Bom. Encontre a fugitiva que não voltou e corte sua cabeça.

O homem me levou para uma tenda e me deixou cair no chão sem


cerimônia. Eu respirei fundo, permanecendo mole quando o som de uma respiração
pesada entrou atrás de nós.

— Vejo que você encontrou a vadia, — Lorde Andres bufou. — Eu acredito


que você assassinou Killian e Lore para impedir o rei de caçá-la?

— Fácilmente. É uma pena não poder brincar com o irmão do rei. Ele me
excitou. Se eu tivesse mais tempo, teria gostado de cortá-lo em pedaços para
deixar um rastro de volta para Ilsa para o Rei Karnavious encontrar, — a bruxa
declarou, seu tom alto e nasalado.

A bruxa arrancou o capuz da minha cabeça e eu me lancei, batendo meu rosto


no dela antes que pudesse reagir. Lorde Andres agarrou meu cabelo, puxando-me
para cima enquanto meus músculos gritavam em protesto.

— Vadia estúpida, — ele rosnou, me sacudindo pelo meu cabelo e meu couro
cabeludo gritava e se rebelava.

Lorde Andres me virou para encarar a bruxa e ela bateu com a mão na minha
bochecha. O osso foi esmagado quando observei o rosto abatido da bruxa. Seus
lábios puxaram para trás sobre os dentes enegrecidos enquanto ela zombava de
mim, me golpeando novamente antes de embalar sua mão em seu peito, seus dedos
quebrados por me bater.

Era um sinal de que ela estava muito frágil, mostrando que a magia negra a
havia contaminado por um tempo prolongado. Assim como Asil, ela estava podre
de dentro para fora. Eu segurei seus olhos negros cegos, desafiando-a a me bater
novamente. O sangue escorria de meu nariz quebrado e um sorriso se alargando
em meus lábios.

— Aria Hecate, a Grande Rainha das Bruxas, condenou você à morte, — ela
sussurrou, estendendo a mão para correr os dedos pelo meu cabelo prateado. —
Você minimizou a beleza dela, Andres. Ela é maravilhosa. Faz todo o sentido
porque o Rei de Norvalla a usou todas as noites em sua cama.

— De fato, —Andres riu, puxando-me de volta para lamber o lado do meu


rosto com sua boca com cheiro pútrido.

— Não bagunce o rosto dela. Eu preciso que seja perfeito para replicar, — ela
ordenou.
— Ela está no cio, — grunhiu Andres, passando a mão no meu seio,
apertando-o dolorosamente.

Eu choraminguei com seu toque, sufocando as memórias das mãos de Garrett


em mim. Lorde Andres me puxou para trás, me segurando como uma boneca de
pano me empurrando em direção a uma cama coberta de fedor que fez meus olhos
lacrimejarem. Rolando no colchão, encarei o casal que me observava.

— Então, qual é o seu plano brilhante, Kristal?— Andres perguntou,


movendo-se em direção à mesa simples onde o líquido âmbar estava em uma jarra
de vidro.

— O mesmo que usei quando criei a última amante do rei. Vou pegar seu
rosto e usá-lo para me tornar ela. Depois disso, vou replicar o cheiro de seu ventre
para fazê-lo pensar que sou ela. Funcionou bem com a última. Ele nem percebeu
que ela era uma de nós, — a bruxa riu friamente.

— Você não pode ser tão estúpida, Kristal, — bufou Andres, engolindo o
conteúdo da taça antes de colocá-la de volta na mesa. —Não é o rosto dela que o
atrai. É o cheiro de seu útero e sua boceta. Ele a provou, o que significa que você
não pode replicar Aria. Ele te descobriria antes mesmo de você entrar em seu
acampamento. Um gostinho seu e você estaria morta, mulher. Ela é rara, como a
linhagem de sangue do próprio rei. Aria Hecate não é apenas uma bruxa. Ela
também é igual ao rei, ou está perto o suficiente para que ele seja atraído por
ela. Você poderia pegar seu rosto e usá-lo, mas nunca seria capaz de duplicar seus
sons ou seu cheiro.

— Não podemos permitir que ela viva. Você entende isso, não é? Ela deixou
nossas bruxas com medo de marchar sobre eles com seu exército de mortos-
vivos. Elas estão se escondendo, e as bruxas da magia negra não se escondem.

Eu ri, atraindo sua ira para mim.


— E quando você encontrar a única criatura que pode colocar o rei de joelhos,
você não a mata. Você a transforma em uma arma e a envia de volta para ele como
uma bomba, Kristal. Faça Aria se tornar como nós e mande-a de volta para ele. —
Lorde Andres se virou, sorrindo friamente para mim seus olhos vidrados em
obsidiana, mas não era o mesmo de quando os olhos de Knox escureceram,
permitindo que sua criatura me espiasse.

O que quer que Lorde Andres tivesse dentro dele, era magia ancestral e
poderosa. Também era mau. Pura, horripilante magia negra deslizou sobre minha
pele enquanto sua mão agarrou meu rosto. A dor encheu meu queixo onde me
segurou, apertando com força enquanto ele inclinava minha cabeça, forçando meu
queixo a abrir para que ele pudesse olhar para dentro.

Quando me soltou, recuei, mas ele agarrou minhas pernas, afastando-as


antes de baixar o nariz para o meu sexo, inalando profundamente. As mãos de
Andres deixaram minhas coxas, empurrando meu corpo para trás, e eu caí, incapaz
de me impedir de tombar com as mãos amarradas com força atrás das costas. Meus
olhos deslizaram para o sol nascente fora da tenda, me desligando da situação
enquanto ele empurrava seus dedos contra meu núcleo, entrando em meu corpo
com um, em seguida, retirando-o, fazendo ruídos grotescos provando seu dedo.

— Ela está no cio, o que significa que o rei está vindo atrás dela. Tudo dentro
dele exige que ele não a perca durante um ciclo.

— O Rei Karnavious não consegue diferenciar um ciclo de calor real e um


ciclo induzido por um tônico. Cumprimos o plano. Ela morre e eu a substituo por
tempo suficiente para arrancar a cabeça dele, — Kristal disparou.

—Você não está me ouvindo. O rei provou sua vagina, ouviu seus ruídos e
sabe de cor seu cheiro. Você não pode replicar o cheiro de Aria com magia como fez
com sua outra amante. Demos o tônico à última antes que ele a conhecesse
carnalmente.
Andres empurrou o dedo de volta em meu sexo, forçando-o ainda mais em
meu corpo enquanto eu gritava, lutando para me afastar de seu toque e ele
alcançava algo dentro do meu corpo. Sua outra mão me deu um tapa, e escuridão
dançou em minha visão enquanto ele bufava.

— Ela não está grávida, e seu cheiro é fraco nela, — declarou Andres,
puxando o dedo até o nariz sorrindo para mim cruelmente.

— Então o que você sugere que façamos? Ela é uma bruxa Hecate de
linhagem com muito poder para controlar, Andres. O que a amante das trevas fez
para nós, eu não posso fazer para Aria ou sua espécie. Ela é muito poderosa para
administrar em vida. A última era muito mais fraca e alterada no nascimento para
se ajustar ao papel de sua amante. O rei foi atraído por ela desde o primeiro cheiro
que sentiu. Nós a criamos para desempenhar um papel, e uma vez que tudo se
desenrolou como tínhamos planejado, nós a libertamos de seu carinho e toque
indesejados.

— Isso soa como o seu problema. Se você não consegue descobrir uma
maneira de controlar Aria, vou manter a cadela e usá-la para construir um exército
de monstros para ir contra o rei. Isso, — disse Andrés, apontando para mim,— é
inédito, e executá-la é o último recurso. Nenhuma mulher chocalhou e ronronou
nos últimos quinhentos anos. Não que a história tenha sido registrada, nem foi
observada na Biblioteca do Conhecimento. A maioria não consegue fazer um ou
outro hoje em dia, e se ela consegue gerar filhos que possam, isso a faz valer uma
fortuna. Sua patroa quer usá-la, mas ainda nem percebe o que é a
cadelinha. Então, vá conversar com Ilsa, aquela vadia malvada porque você não
está matando Aria.

—Você não está no comando aqui!— Kristal rosnou. A magia que ela correu
pela tenda enviou bile empurrando contra o fundo da minha garganta.

Meu corpo inteiro apertou, preparando-se para o ataque que Kristal


pretendia desencadear. Lorde Andres retrucou, apontou para mim e rosnou baixo
do fundo de seu peito. —Nós podemos engravidar essa cadela para criar
monstros. Seu útero é fértil e pode ser enchido com frequência. Você pensa em
poder, mas essa garota é um poder puro que pode gerar um exército inteiro de
monstros para sua Grande Rainha. Sinta o cheiro do útero dela, Kristal. Esse
cheiro que escorre atrai bestas para procriar com ela, e pretendo fazer exatamente
isso. Por que você acha que o rei de Norvalla a reivindicou? Porque ele está muito
ciente do que ela é e do que pode fazer. Sua rainha seria tola em desperdiçar esse
recurso simplesmente porque a teme. Eu me recuso a permitir que isso aconteça!

A magia foi atirada em direção a Lorde Andres, que recuou no momento em


que deslizou sobre ele. Sua mão avançou, cortando o ar com sua lâmina enquanto
Kristal rosnava. O sangue respingou em meu rosto enquanto ela uivava, atirando
magia negra em minha direção. Rolei antes que pudesse bater no meu corpo,
gemendo quando a dor queimou em meus pulsos amarrados, presos atrás das
minhas costas.

A tenda ficou sufocante pela magia quando Kristal voltou a se concentrar em


Andres, e ele balançou a lâmina, cortando fundo em sua garganta. Eu estremeci,
engasgando com o gosto de cobre que encheu o ar, misturado com magia negra e
oleosa. As mãos de Kristal se ergueram e ela enviou uma poderosa onda de magia
pela tenda, nos fazendo voar em direções diferentes.

Eu olhei para o céu, chorando enquanto deslizava para o meu lado, olhando
através da confusão que se seguia pelo acampamento. O poder no ar era sufocante
e as bruxas lutavam contra os guerreiros. Lentamente, eu me levantei de joelhos,
procurando na área por uma direção para escapar. Homens estavam massacrando
bruxas com magia correndo pelo ar, criando nuvens de névoa rosa que uma vez
foram guerreiros.

Assim que me levantei, a magia disparou em minha direção, mandando meu


corpo para abaixo no barranco. Eu gritei, me forçando a ficar de pé mais uma
vez. Eu olhei ao redor, ouvindo a luta acontecendo acima de mim. Exalando, fechei
os olhos para ouvir o que estava por perto, descobrindo água corrente.
Sem esperar para ver se eles iriam me perseguir, me movi em direção ao som
com meus braços gritando de dor. Gritos soaram do topo do morro, e eu girei em
um círculo apertado, lutando contra a náusea que queimava minha
garganta. Meus olhos lacrimejaram com a magia usada, fazendo minha mente
perder o foco. Eu engasguei quando outra onda de poder correu pela floresta, me
forçando a escolher um caminho.

— Encontre-a!— Lord Andres gritou, e eu fugi, indo para a floresta densa em


direção à água para cobrir meu cheiro.

Meu coração batia forte e o medo disparou, fazendo com que o sangue se
movesse em minhas veias como um trovão, ecoando ensurdecedora em meus
ouvidos. O suor cobria minha testa, dando a eles uma trilha de cheiro para me
seguir. Eu escorreguei até o rio furioso, olhando para o outro lado com desespero.

Virando-me, escutei enquanto as botas rangiam sobre os destroços e minha


adrenalina disparava. Mordendo meu lábio para ignorar a brisa fresca da manhã,
entrei na água com as mãos ainda amarradas nas costas. Eles amarraram longe o
suficiente para que eu não pudesse alcançar e cortar a corda que os prendia. Meu
pé escorregou em uma rocha lisa, e eu engasguei enquanto caia, voltando à
superfície, cuspindo água gelada de meus pulmões.

Eu empurrei a corrente e finalmente cheguei ao outro lado do rio. Caí na


margem, ofegando com o frio que se instalou em meus ossos. Meu vestido molhado
parecia chumbo enquanto eu lutava para ficar de pé. Gritos soaram do outro lado
que se moviam rapidamente, e eu me apressei para dentro da floresta.

— Ela está aqui! Encontre a vadiazinha! — Lord Andres gritou.

Eu tremi, lutando contra o bater dos meus dentes e tudo dentro de mim
lutava para controlar a temperatura do meu corpo. Escondida no mato, observei
os homens seguirem minha trilha até a beira do rio, virando-se para gritar antes
de entrarem na água. Lutei para ficar de pé enquanto eles gritavam minha
localização. Eu corri mais fundo na floresta com as pernas em chamas e doloridas
que gritavam de dor.
CAPÍTULO QUATRO

Eu estive correndo pelo que pareceram horas com homens gritando atrás de
mim. Meu corpo inteiro tremia violentamente com a necessidade de
sobreviver. Fiquei letárgica com o frio da manhã e o vestido molhado que grudava
em mim. Os gritos estavam cada vez mais próximos enquanto a exaustão enchia
minha mente e meu corpo. Parando, ouvi o som forte de água correndo que eu
podia ver ao longe, desaparecendo na beira do que parecia ser um penhasco.

Movendo-me para a beiral, olhei para o lado, incapaz de avaliar a distância


até o fundo da cachoeira. Gritos soaram atrás de mim e me virei, estremecendo
enquanto os homens avançavam. Lágrimas picaram meus olhos, queimando-os e
eu recuava reunindo forças para pular nas corredeiras.

— Você não tem para onde ir, — Lorde Andres zombou se movendo para perto
de mim, sua boca se curvando em um sorriso cruel.

Enviei uma oração silenciosa para a Deusa da Misericórdia, engolindo a bile


enquanto seus dentes amarelados apareciam em seu sorriso vitorioso. Pular um
penhasco com Knox era uma coisa. Percorrer um com as mãos amarradas nas
costas era suicídio. Eu queria que Knox aparecesse e acabasse com esse
pesadelo. Mesmo se ele tirasse minha vida, seria melhor do que o que Andres
havia planejado para mim.

Meu pé se aproximou da beirada e Andres mergulhou em minha direção


enquanto eu girava, saltando cegamente no ar. Um grito escapou da minha
garganta momentos antes de eu atingir a água com força. A dor percorreu minhas
pernas e eu lentamente afundei, empurrando o fundo e ofegando por ar quando
minha cabeça atingiu a superfície.
Homens gritaram, e eu observei eles correndo para uma trilha que levava ao
rio da encosta. Virando na água, gritei quando a corrente me jogou contra uma
pedra gigante, batendo contra minha cabeça, fazendo com que uma luz explodisse
atrás de meus olhos. Afundei mais uma vez sob a superfície, lutando para chegar
ao fundo do rio que se movia rapidamente e que estava se transformando em
corredeiras violentas.

Algo roçou minha perna quando eu voltei para a superfície, e olhei para baixo
quando o cabelo loiro se tornou visível através da água espumosa. Unhas cravaram
em minhas pernas, puxando-me para baixo enquanto eu aspirava o ar, puxada
para baixo da superfície por uma ninfa.

Meu coração ecoou em meus ouvidos enquanto ela sorria friamente,


revelando dentes serrilhados. Assim que ela me colocou sob a água, ela se lançou
para rasgar minha garganta, mas fui mais rápida. Meus dentes encontraram sua
bochecha, cortando-a antes que ela se afastasse. O chocalho que explodiu em meus
pulmões enviou bolhas para a superfície, e uma explosão de poder passou por mim
quando eu perfurei a garganta da ninfa com minhas presas, rasgando sua veia. O
sangue se acumulou ao nosso redor, e me virei, sugando água enquanto outra ninfa
atacava, usando suas garras para cortar meu estômago.

Eu empurrei, chutando minhas pernas para romper a superfície. Engoli em


seco, percebendo que a ninfa havia me seguido. Lancei-me,e ambas ofegantes,
batendo contra uma enorme rocha irregular que afastou a ninfa, deixando-a para
trás enquanto a corrente me batia contra rocha após rocha até que a consciência
desvaneceu.

O som de mais corredeiras chamou minha atenção, e estremeci com o medo e


o frio que percorreram meu corpo. Vi um movimento ao meu lado e gemi me
preparando para um ataque, apenas para ter algo pousando ao meu lado na água.

Meus olhos deslizaram para a margem, encontrando uma mulher na água


comigo. Em sua mão estava uma corda, mas eu não conseguia respirar o suficiente
através dos meus dentes batendo para dizer a ela que minhas mãos estavam
amarradas. Eu fui abaixo da superfície quando uma corredeira me pegou, me
sugando sem aviso. Meus pés escorregaram nas pedras escorregadias enquanto
tentava obter energia suficiente para subir de volta à superfície.

Falhando, eu pisquei passando os pontos escuros que nadaram em minha


visão e meus pulmões liberaram o resto do meu ar. O rio jogou meu corpo ao redor
e afundei, batendo em pedras e outras coisas antes que alguém me agarrasse e me
puxasse para a superfície.

A mulher olhou para mim, batendo em meu rosto enquanto eu gaguejava,


expelindo água de meus pulmões inundados. Ela me virou de lado e ergueu a
cabeça na direção de onde eu tinha vindo.

— Levante-se, — ela exigiu. — Eles estão vindo.

Ela não esperou para ver se eu obedecia às suas instruções, deixando-me fugir
dos homens que me perseguiam. Eu rolei, sugando mais ar para superar a dor no
meu peito ficando de pé com as pernas trêmulas. Eu comecei a avançar, seguindo-
a para a floresta para encontrar um lugar para me esconder de Lorde Andres e
seus homens.

A mulher se virou, olhando por cima do meu ombro enquanto outras se


moviam ao meu redor. Eu diminuí a velocidade, inclinando-me para vomitar água
enquanto elas assistiam. As bruxas me encontraram e me salvaram. Eu encarei
cada uma que se aproximou com uma adaga na mão, me estudando.

— Obrigada,— eu sussurrei com os lábios trêmulos.

— Quem está perseguindo você?— Ela exigiu, fechando a distância entre nós.
— Bruxas. As bruxas das trevas e os homens que me capturaram para elas,
— eu admiti, renunciando às ninfas assassinas na água que tentaram garantir
que eu não escapasse de uma sepultura aquosa.

— Eles estão vindo, Adele!— Uma das mulheres mais jovens chorou, e a
bruxa se movendo em minha direção fez uma pausa, seus olhos se enchendo de
arrependimento antes de correrem para longe de mim.

— Não me deixe, — eu implorei, correndo em direção a elas até que a


realidade da situação bateu em mim. Se eu seguisse essas bruxas, levaria Lorde
Andres e seus homens direto a elas.

Eu me virei, odiando as lágrimas de raiva e frustração que me cegaram


correndo na direção oposta com minhas mãos ainda amarradas atrás das
costas. Galhos arranhavam meu rosto, meus braços nus, e eu engasguei quando
algo cortou minha perna. Olhando para baixo, olhei para a lasca de madeira saindo
da minha coxa. Eu levantei minha cabeça assim que algo bateu em minha
têmpora, fazendo minha visão nadar diante de mim.

— Putinha de merda, — rosnou Lorde Andrés.

Alguém me agarrou por trás e me arrastou de volta para as grandes pedras


que cobriam a margem do rio. Eles me jogaram sobre uma delas, meu estômago
embrulhando com a necessidade de vomitar enquanto eu observava Lord Andres
lentamente removendo sua armadura.

— Você pensou que eu permitiria que escapasse de mim?— Ele riu


friamente. —Eu concordei em deixar aquela bruxa massacrar todo o meu exército
apenas para colocar minhas mãos em você.

Eu não conseguia falar, não conseguia me mover com o soldado me segurando


enquanto Lorde Andres terminava de remover sua armadura, e eu notei as marcas
de queimadura e a pele solta cobrindo seu corpo. Lágrimas encheram minha visão
quando ele enfiou a mão na calça e acariciou seu pau flácido. O medo queimou por
mim e chorei, sabendo que ninguém estava vindo para me salvar.

Gritos saíram da floresta e eu chorei quando os guerreiros trouxeram as


bruxas que tentaram me salvar para a clareira lutando para escapar. Meu coração
afundou no meu peito, batendo contra a pedra na qual eu estava presa. Eu gritei
em negação enquanto Lorde Andres bufava, ajustando-se antes de recuperar sua
espada.

— O que temos aqui?— Ele perguntou com curiosidade fingida.

— Bruxas dentro da floresta, se escondendo, — um guerreiro zombou,


agarrando uma bruxa pelo cabelo antes que ele a colocasse de joelhos diante dele.

— A única bruxa boa é uma bruxa morta, — Andres riu friamente enquanto
sua língua escorregava pelos lábios.

Lutando contra o homem me segurando, eu assisti com horror quando outro


guerreiro trouxe mais bruxas da floresta e as colocou de joelhos. Um grito saiu da
minha garganta quando uma espada balançou, acabando com a vida da mulher
que me puxou da água. Minha visão embaçou enquanto eles acabavam cada bruxa
até que todos os seus corpos sem cabeça estivessem se contorcendo no chão da
floresta.

Lorde Andres se virou, sorrindo cruelmente se aproximando de mim. Ele


puxou minha cabeça para trás e eu me preparei para o ataque que certamente
aconteceria. Minha mente tentou escapar, ir onde nada poderia me tocar, mas os
dentes se afundaram em meu ombro e um grito alto escapou da minha garganta,
ecoando pela floresta.

O erro de seus dentes contra minha carne fez com que um ruído desumano
escapasse de meus pulmões em um chocalho uivante. Eu gritei alto, e ecoou por
mim na floresta como um farol enviado para alguém me encontrar. Eu gritei com
as lágrimas queimando meus olhos, e a sensação anormal da mordida fez com que
a bile enchesse minha garganta, silenciando o som que fiz, mas incapaz de impedi-
lo de crescer na minha garganta, escapando pelos meus pulmões.

— Cale a boca, sua vadia estúpida! — Lorde Andres rosnou.

Ele me arrancou da pedra, enterrando meu rosto no chão da floresta, o que


só fez o som crescer com força. Suas mãos bateram no meu ouvido e eu chocalhei
mais alto até que meu corpo tremeu com a força do barulho triste que escapou de
mim. Seus dentes afundaram mais profundamente no meu ombro, estragando a
mordida de Knox enquanto ele lutava para me subjugar.

Senti dedos empurrando contra minha abertura enquanto Lorde Andres se


preparava para me estuprar, forçando-os a entrar rudemente e mordendo meu
ombro. Eu não conseguia parar o barulho que fazia crescendo, até se tornar
ensurdecedor. Eu não poderia lutar contra ele com meu laço mágico e minhas mãos
amarradas atrás de mim. Eu estava impotente para impedir o que estava por vir
e sabia disso.

Ele levantou minha cabeça pelo meu cabelo, abandonando meu sexo para
bater meu rosto no chão tentando acabar com meus chocalhos e gritos. A luz
estourou atrás de minhas pálpebras antes que os dentes de Andres voltassem a
rasgar meu ombro, separando carne de osso tentando me subjugar.

Ele forçou meu corpo a ficar ereto, afastando minhas pernas e rosnando
contra meu ombro. O poder estourou ao nosso redor e Andres parou, enquanto
gritava ordens. Eu me sentei de joelhos; meu corpo apoiado em um ângulo
estranho tentando recuperar o fôlego. Ninguém se moveu enquanto o poder crescia
ao nosso redor.

Pisquei várias vezes, tentando limpar minha visão forçando o ar em meus


pulmões. As sombras mudaram ao nosso redor quando os homens de Lorde Andres
retiraram suas armas. Ainda assim, eu lamentei, incapaz de impedir o som de
escapar. Tudo dentro de mim doía. A dor envolveu-me quando ele colocou o pé
diretamente no meu estômago, me forçando a ofegar, o que só fez o som mais
doloroso.

— Cale a boca, sua puta estúpida! — Ele gritou, virando-se para mim. —
Mate-a, se ela se mover ou não parar a porra desse barulho!— Lorde Andres saiu
da minha frente quando outra pessoa tomou seu lugar.

— Cale a boca, mulher!— O guerreiro rosnou, e então Lorde Andrés gritou,


fazendo com que todos dentro da clareira entrassem em ação.

— Mate‐a! O rei e seus homens estão aqui! — Ele ordenou.

O mundo parou de se mover quando a espada do guerreiro se moveu em


direção à minha garganta. Alguém o desviou um pouco antes de me alcançar, e o
guerreiro caiu no chão em vários pedaços ensanguentados. Eu pisquei
lentamente. Meu chocalho aumentou de volume, incapaz de evitar que escapasse
enquanto sombras escuras cobertas por uma armadura me cercavam
protetoramente.

— Acho que você está com a minha garota, idiota, — Knox rosnou, olhando
por cima do ombro através do visor para olhar para mim. Seus olhos se estreitaram
enquanto o barulho que eu fazia enchia a área implacavelmente.

— Seus dias como Rei estão contados! — Lorde Andres rosnou, assumindo
uma postura de combate. —Você vai morrer!

— Não hoje, e não por você, — Knox riu. —Você tocou minha mulher, o que
significa que você e a vida de seus homens estão perdidas.

Knox se virou, dispensando deliberadamente o lorde enquanto seus


penetrantes olhos azuis se fixavam nos meus. Um guerreiro correu em sua direção
e ele ergueu a espada, empurrando-a entre o braço e o corpo, empalando o homem
que pensara em apunhalá-lo nas costas. Knox se virou, abaixando a cabeça, e girou
tão rapidamente que meus olhos não conseguiram acompanhar o
movimento. Partes do corpo atingiram o chão da floresta, pintando-o de vermelho
enquanto um rio de sangue o cobria.

Mais poder entrou na clareira enquanto os homens de Knox puxavam suas


espadas ao meu redor. Os guerreiros de Lorde Andres se aproximaram da floresta
ao redor. Knox, Killian e Brander riram, silenciosamente observando-os nos
cercar. Bruxas das trevas com olhos cegos se juntaram aos guerreiros, construindo
uma barreira para impedir nossa fuga.

O alívio tomou conta de mim ao ver Killian, a esperança queimando em meu


peito de que os outros também pudessem ter sobrevivido. Ainda assim, Lore estava
ausente, o que me apavorou e me preocupou. Se ele tivesse vivo, não estaria aqui
também?

Uma espada balançou em minha direção sem aviso, mas Brander a


interceptou, cortando um guerreiro que avançou com sua espada erguida. Os olhos
negros do homem marcavam seu rosto como teias de aranhas feias cobrindo sua
pele. Brander saltou no ar, cortando outro homem sem parar até que ele estava
no chão. Brander usou o braço para girar a espada ao mesmo tempo em que cortava
a cabeça, fazendo-a saltar pelo chão da floresta.

Killian se inclinou em direção a um grupo de guerreiros, suas espadas


balançando com precisão e habilidade. Suas espadas se encontraram e cruzaram
contra as lâminas do outro homem, soltando-as antes que ele golpeasse, cortando
o corpo na cintura. Killian mudou-se para o próximo, balançando cegamente, ou o
que eu assumi que tinha sido cego, apenas para remover cabeças e membros de
mais guerreiros.

Knox caminhou em direção a Lorde Andres, que empunhava lâminas


duplas. Andres rosnou, amaldiçoando o rei por ser fraco, levando-o à raiva, mas
Knox não mordeu a isca. Knox não disse nada; sua raiva irradiava silenciosamente
enquanto ele segurava suas espadas ao seu lado. Ele olhou para Andres com a
morte exalando pela máscara de caveira que ele usava.

Andres ergueu as lâminas e girou, e Knox rebateu, mandando um dos braços


de Andres ao chão, ainda segurando a espada. Eu nem mesmo fui capaz de seguir
a velocidade da espada de Knox enquanto ela se movia.

Andres uivou, mas ainda investiu, com a intenção de pegar Knox


desprevenido com seu ataque. Knox lançou suas lâminas no ar, baixando em um
X antes de erguê-las, cortando a garganta de Lorde Andres. Seu corpo partiu em
pedaços e caiu no chão. Mais guerreiros vieram da floresta como se pretendessem
ser uma segunda onda de ataque, mas Killian e Brander os mataram quando Knox
se moveu para mim, caindo de joelhos na minha frente.

Ele se virou enquanto mais homens escapavam da floresta e sussurravam


uma única palavra, o que fez com que os homens corressem para transformar-se
em cinzas, enquanto o vento soprava e carregava pelo ar. Lentamente, ele se virou,
olhando para mim e os sons de dor continuavam escapando da minha garganta.

Knox segurou meu rosto entre suas luvas grossas antes de mudar sua atenção
para o meu ombro mutilado. Eu não parei os sons. Eu não pude. Meu corpo inteiro
estremeceu com o chocante lamento que escapou de mim.

— Aria, você está bem, — sussurrou Knox, seus olhos descendo pelo meu
corpo para o vestido encharcado coberto pelo meu e pelo sangue de todos os
outros. —Eu peguei você, — ele engoliu em seco, sua garganta balançando me
estudando.

Eu podia ver Knox, mas não conseguia processá-lo. Minha mente se recusou
a permitir que o medo se dissipasse. Tudo dentro de mim repelia a sensação da
mordida de Lorde Andres. Sua marca na minha pele era desprezível, detestada e
ofensiva. O erro disso me consumiu.
Algo tocou minhas mãos e gritei por causa do chocante uivo. Minhas mãos se
soltaram, correndo em direção ao ombro para arrancar a marca da minha
pele. Knox observou a direção delas e agarrou-as com uma das suas, tirando a luva
e o visor antes de segurá-las com a mão nua. Ele me puxou contra seu corpo, me
embalando enquanto eu lutava contra ele.

Tudo dentro de mim estava errado. Algo estava errado em um nível mais
profundo do que eu poderia processar. Knox lutou comigo em seus braços enquanto
seus homens se moviam ao nosso redor. Ele ronronou, chocalhando ruidosamente
e os outros o copiaram. Ele me soltou e minhas mãos voaram para o meu ombro,
minhas garras se libertando.

Knox removeu minhas mãos novamente e cobriu a boca por cima do meu
ombro. Minhas mãos correram pelo seu cabelo, puxando-o para mais perto
enquanto o lamento continuava. Seus dentes empurraram em minha pele e sua
outra mão me embalou contra ele. A mordida foi dolorosa, mas havia paz dentro
da dor de sua marca, corrigindo o mal que foi feito.

Os homens de Knox ronronaram ao nosso redor, seus ruídos reconfortantes


se somando aos dele enquanto ele segurava sua mordida ali. Eu derreti nele,
soluçando alto enquanto ele embalava minha forma trêmula, apertando seu
aperto. Knox se afastou e eu me lancei, envolvendo meus braços em volta dele
continuando a chorar, alheia a quem estava assistindo enquanto tudo
desmoronava ao meu redor.

— Você está segura agora, Monstrinho. Entendeu. Lorde Andres não pode
mais machucá-la. Eu prometo. Aria, você está segura.

— Ela está gravemente ferida. Parece que ela lutou muito e perdeu, —
afirmou Brander.

— Ela provavelmente estava... — Killian fez uma pausa com o chocalho


violento de Knox.
Knox me pegou sem esperar para ver se eu conseguia andar. Meus braços o
seguraram contra mim enquanto ele beijava minha bochecha, me segurando com
força. — Estuprada?— Ele retrucou, e eu fiquei tensa, o que fez com que todos
ronronassem alto ao meu redor. —Monte uma porra de acampamento. Vamos
passar para o outro pela manhã. Não sinto o cheiro dele dentro dela, mas isso não
significa que ele não fez outras coisas com seu corpo.

Menos de vinte minutos depois, Knox me tinha em sua camisa, enrolada em


um cobertor e aninhada contra ele. Eu não falei e ele não fez perguntas. Os homens
dormiam no chão enquanto Knox me segurava, afastando meu cabelo do rosto para
acariciá-lo suavemente. Seus lábios continuamente roçaram minha testa e orelha
enquanto ele ronronava. Brander finalmente verificou minhas feridas se
mantendo em silêncio. Ninguém fez a única pergunta que eles estavam pensando,
a que queimava em seus olhos. Eu não contei o que tinha acontecido.

Não importava porque Knox tinha vindo atrás de mim. Ele tinha confiança
suficiente para saber que eu não teria deixado seus homens morrerem se tivesse
sido capaz de impedir que isso acontecesse. Não consegui me obrigar a perguntar
se Lore e Greer estavam vivos porque eu não conseguia formar as palavras. Eu me
banhei no calor de Knox, permitindo que ele me confortasse através dos tremores
e do medo que ainda não diminuíram.

Fechei meus olhos e me apertei contra ele, segurando meu corpo sujo e
ensanguentado, sem se importar se eu estava imunda. Knox sussurrou palavras
calmas e usou toques suaves para acalmar minhas partes quebradas, prometendo
que tudo ficaria bem.

Não iria.

Eu deixaria suas mentiras me acalmar por enquanto. Eu permitiria que ele


me confortasse durante as horas mais sombrias e afastasse o frio gelado que se
infiltrou em meus ossos. Knox estava resistindo à tempestade comigo, e eu não me
importava se era uma mentira ou se ele me odiava, contanto que ele me segurasse
durante os tremores e mantivesse os pesadelos longe por mais um tempo.
CAPÍTULO CINCO

Na manhã seguinte, alguém me carregou até Knox em seu cavalo antes


mesmo de eu acordar. Eu gritei, ouvindo seu ronronar no momento em que meus
olhos ganharam foco, ecoado pelos outros homens. O corpo de Knox enrijeceu
contra o meu e eu removi minhas garras de seus braços olhando em seu olhar
suave. Ele não tentou me tocar a não ser para me abraçar.

— Você está segura, Aria, — Knox afirmou como se não pudesse encontrar
mais nada a dizer além disso. Eu balancei a cabeça lentamente, virando o rosto
para frente. Seus lábios roçaram minha garganta, beijando a pulsação rápida para
acalmar meus medos.

Assentindo, eu me sentei na frente dele, estremecendo com o calor que seu


corpo criou enquanto avançamos em direção ao acampamento. Eu ainda não tinha
falado e estava grata por ele não ter me questionado. Eu sabia que isso aconteceria
no momento em que voltássemos ao acampamento. Eu podia sentir seu corpo
tenso, a maneira como seus braços me apertavam como se ele temesse que eu fosse
quebrar.

Eu estava em choque e exausta, mas não quebrada de forma alguma. Meu


corpo inteiro doía, e eu passei pelo inferno para escapar de Lorde Andres. Eu não
conseguia tirar os rostos das bruxas que me ajudaram na minha mente. Elas
morreram porque as algemas que Knox colocou em meus pulsos me
enfraqueceram. Eu tinha sido um alvo fácil, indefesa e exposta enquanto
caminhávamos pela floresta para encontrá-lo.

Cada vez que meus olhos começavam a fechar, eu via Lorde Andres me
tocando, me provando, e eu ficava de pé. Knox roçava o nariz na minha orelha,
ronronando. Eu permitia que ele me acalmasse antes de deixar que meu olhar
vagasse pelo terreno, sempre atenta a uma armadilha.

Knox e seus homens me ofereceram conforto durante toda a viagem de volta


ao acampamento. No momento em que Knox começou seu ronronar calmante, eles
o refletiram distraidamente, como se fossem forçados a fazê-lo por seu rei. Knox
me segurou contra ele com um braço enquanto o outro agarrava as rédeas com
confiança, como se estivesse acostumado a cavalgar com mulheres em seus braços.

Chegamos ao acampamento ao anoitecer e Knox cavalgou direto para uma


grande tenda, desmontando sem errar um passo comigo em seus braços. Lá dentro,
uma grande banheira foi colocada, e ele me colocou ao lado dela, me segurando
perto. As mulheres se moveram, aproximando-se de mim quando ele recuou. Seus
olhos se encheram de compreensão, o que me disse que, entre dormir e acordar,
Knox havia enviado um cavaleiro à nossa frente com ordens.

Eu o observei inalar, mostrando os dentes como se ele não pudesse evitar


enquanto Brander deslizava uma cadeira para ele, então se moveu em minha
direção. As mulheres tiraram minhas roupas enquanto Brander avaliou o dano no
meu ombro. Recuando, olhando mais abaixo nas minhas coxas abusadas.

— Você foi abusada sexualmente?— Brander perguntou.

— Eu estou bem, — eu sussurrei bruscamente.

— Ele não perguntou se você estava bem, Aria. Ele perguntou se Lorde
Andres entrou em seu corpo! — Knox rosnou e eu recuei como se ele tivesse me
batido. Ele exalou raiva e tentou novamente em um tom mais calmo, —Lorde
Andres marcou você, e seu cheiro mostrou que ele pretendia engravidar-lá. Ele
teve sucesso?

— Ele não me estuprou, Knox. — Eu tremia violentamente enquanto


Brander observava. Knox ergueu as mãos e seu ronronar encheu a tenda. Ele
silenciosamente empurrou o pânico para longe de mim com seu toque. —Ele queria
me engravidar. Ele fez coisas, mas não foi muito longe antes de você vir atrás de
mim.

Knox praguejou baixinho se levantando, fazendo a cadeira cair no chão com


seu abandono abrupto. Ele ergueu o nariz quando um barulho profundo encheu a
tenda, ameaçando cair sobre nós. Knox caminhou em minha direção, puxando-me
contra ele e seus olhos mudavam entre o preto e o azul como se ele estivesse
lutando para permanecer no controle. Seu corpo tremia de raiva e eu engoli a
vontade de voltar atrás. Sua raiva não era dirigida a mim. Foi por causa do que
eles fizeram comigo, causando lágrimas nos meus olhos.

— Que coisas ?— Knox sibilou.

— Ele usou os dedos para verificar o estado do meu útero,— admiti, quase
sussurrando. —Ele os usou e depois me provou. Ele disse à bruxa, Kristal, para
não me matar porque eu poderia gerar um exército para se opor a você. Ele disse
que poderiam me transformar em uma bomba para mandar de volta para você, e
me matar seria uma oportunidade perdida.

Ele bufou, levantando meu queixo para olhar nos meus olhos enquanto seus
braços se moviam ao meu redor. —O que mais eles disseram?

— Que a grande rainha me queria morta. Que o minha travessia através dos
Nove Reinos deixando crânios para minha paixão atual não era aceitável, — eu
disse, segurando seu olhar furioso. — Eles iriam replicar meu rosto e corpo em
outra bruxa para chegar até você, mas Lorde Andres disse que você me provou e
sentiria o cheiro da diferença.

— Entre no banho e lave seu cheiro de você antes que eu perca o controle,
mulher — declarou Knox, levantando a mão para inclinar minha cabeça, beijando
meus lábios suavemente.
Ele silenciosamente recuperou sua cadeira para colocá-la perto da grande
banheira. Killian entrou, trazendo um vestido e um cobertor. Seus olhos
deslizaram sobre mim antes de se mudar para uma grande cama que ficava ao
lado de um baú semelhante ao de Knox.

Entrei na banheira, cobrindo meus seios enquanto os homens viravam de


costas. Knox pegou o frasco de sabonete e começou a me lavar com cuidado. Foi
uma ação íntima, que me fez estremecer enquanto os outros se ocupavam ao nosso
redor.

Era como se eles tivessem praticado isso antes, Knox sendo sedutor e Brander
e Killian fingindo que não estava acontecendo. Eu sabia que ainda estava em
choque com a corrida e o que quase aconteceu, mas me sentia segura com Knox e
seus homens, e também minha criatura.

— Por que as bruxas das trevas pensariam que seu plano funcionaria,
Aria? — Knox perguntou, observando enquanto eu levantei e deixei cair meus
ombros em um encolher de ombros.

— Lorde Andres e Kristal disseram que já fizeram isso com você antes,
usando outra mulher para se passar por sua amante para chegar perto de você, —
murmurei, percebendo que suas mãos haviam parado de se mover.

Killian ficou tenso, e Brander se virou para mim lentamente, estreitando os


olhos enquanto ouvia. Eu mordi meu lábio com o silêncio constrangedor na tenda,
me perguntando se eles sabiam quem era.

O clima na tenda havia mudado para algo próximo à violência quando as


mãos de Knox voltaram para o meu cabelo, puxando-o enquanto ele o
lavava. Tentei me virar para olhar para ele, mas ele me forçou a ficar onde estava,
de frente para Brander, que silenciosamente me estudou. Continuei me
protegendo de seus olhos enquanto as mãos de Knox ficavam duras, suas ações me
fazendo tremer e me preocupar.
—Eles mencionaram um nome? — Knox perguntou baixinho. Havia uma
pontada de aço em suas palavras, afiada o suficiente para cortar como uma lâmina.

— Não, — respondi com cuidado.

— O que mais eles disseram a você?

— Eles não me disseram nada. Lorde Andres e Kristal falaram um com o


outro, e não acho que eles se importaram se eu ouvisse, já que pretendiam me
matar. Kristal pretendia matar você, presumindo que pudesse chegar perto o
suficiente se ela se parecesse e cheirasse como eu. Lorde Andres argumentou,
afirmando que você me conhecia de uma forma carnal que ela não conseguia imitar
com magia.

— E como eles conseguiram fazer isso antes com minha outra amante?— Ele
respondeu antes de bufar ruidosamente.

— Disseram que você se apaixonou por ela por causa do tônico que ela
bebeu. Isso induziu seu cheiro único, que você não poderia decifrar de um ciclo de
calor real. Kristal disse que eles a plantaram em sua vida quando a menina era
jovem e mantiveram o esquema até a morte dela. — Senti minha pele arrepiar
quando percebi a quem eles se referiam.

Como eu perdi isso? Knox amou apenas uma pessoa em toda a sua vida. Em
meu trauma, senti falta de ligar os pontos. Eu perdi as pistas de quem eles
falaram. Eu estremeci, lutando contra o medo que envolveu meu estômago e
garganta com o meu erro. Eu queria pegar as palavras de volta, colocá-las de volta
na ponta da língua e engoli-las. A tensão na tenda era sufocante e meu coração
batia ensurdecedor em meus ouvidos, a admissão cortando Knox mais
profundamente do que se eu tivesse pegado uma faca e enfiado em seu peito.

— E você espera que eu acredite nisso?— Ele zombou.


— Não. Você me perguntou o que mais eu tinha ouvido. Isso é o que eu
ouvi. Não significa que esteja certo, ou talvez eu apenas tenha entendido mal o que
Lorde Andres e Kristal disseram por causa do que estava acontecendo quando
falaram sobre isso. Eu estava com dor e exausta. Talvez eu tenha ouvido mal.
— Eu menti, rezando para que ele aceitasse minha explicação.

— E você informou a eles que eu só gostava de usar o seu corpo e não tinha
afeto pelo seu coração? Ou você garantiu a eles que os ajudaria a chegar até mim?

Eu fiquei tensa quando meu peito apertou. —Eu não os informei de nada ou
de como você se sentia por mim. Eu estava muito ocupada com um dedo enfiado
em meu corpo para que Lorde Andres pudesse saborear o estado de meu útero e
ciclo reprodutivo. Não parecia o momento certo para falar, considerando todas as
coisas. Da próxima vez que um de seus homens estiver me molestando, com certeza
parei de lutar contra eles para obter os detalhes de seu próximo interrogatório, Rei
Karnavious.

— Você pensa em me convencer com sua agressão sujando a memória de


minha esposa com suas malditas mentiras?

— Ela é uma vadia mentirosa, — Killian rosnou, avançando em minha


direção, mas Brander se moveu para interceder, impedindo-o de me
alcançar. Estremeci quando as lágrimas escorregaram. —Liliana era sua
companheira, bruxa! Ela deu à luz seu filho. Ele deveria tomar a porra da sua
língua por suas mentiras.

— Responda à porra da minha pergunta, bruxa, — Knox exigiu friamente.

— Não, não pretendo fazer nada com você, Knox. Se eu tivesse percebido que
era de sua esposa que eles falaram, eu teria segurado minha língua sobre o que
ouvi. Não desejo manchar a memória dela, nem infligir mais dor. Repeti o que
tinha ouvido. Não sei nada sobre você ou sobre quem amou em sua longa vida. Eu
te contei o que Lorde Andres e Kristal disseram, o que não significa que seja
verdade. Você fez uma pergunta e eu respondi com o melhor de minha capacidade.

— A única mulher que eu já amei, ou será sempre amor, era minha


esposa. Você usa seu ataque para sujar a memória dela? Foda-se, Aria. — Knox
se levantou, me puxando com ele. Ele agarrou a toalha, empurrando-me para longe
como se não pudesse suportar me tocar. —Você é igualzinha à porra da sua mãe.

Eu senti o tapa de suas palavras como se ele tivesse me golpeado


fisicamente. Eu estendi minha mão para pegar a toalha e ele balançou a cabeça,
olhando para mim como se eu fosse uma coisa nojenta que queria lembrar antes
de destruí-la. Minhas mãos tremeram e as lágrimas nadaram em meus olhos antes
que ele jogasse a toalha em mim, me acertando no rosto. Minhas mãos tremiam
tão violentamente que eu não conseguia envolvê-la em torno de mim, então eu o
segurei na minha frente.

— Você organizou tudo? Você ajudou as bruxas a massacrar um exército


inteiro e capturar Lorde Andres, virando-o contra mim e fingindo ser sequestrada
para que eu corresse e te resgatasse? Era esse o seu plano, contaminar e me fazer
desacreditar toda a minha vida e minha esposa? — Knox rosnou quando suas
garras se alongaram. —Muito conveniente que você desapareça, apenas para
voltar e dizer coisas que me fariam questionar o motivo da guerra e da porra da
minha vida.

— Não, — respondi com firmeza. —Eu não faria isso!

— Você me chamou com seus gritos estridentes, e não somos companheiros


de merda.

— Eu pedi ajuda porque Lorde Andres estava prestes a me estuprar! Eu gritei


porque ele massacrou as mulheres que me ajudaram a sair da água, bem na minha
frente! Eu chamei por você porque sua mordida me virou do avesso, me rasgando
até que eu quis morrer! — Eu gritei em meio a lágrimas de raiva. —Parecia errado
e terrível. Parecia que ele estava me tornando sua, e eu queria que isso parasse de
qualquer maneira possível. Eu queria morrer antes que ele me reclamasse. Eu não
queria ser salva, Knox. Eu queria não ser dele! — Eu segurei meu estômago, sem
me importar que ele me observasse desmoronar.

— Você é uma excelente atriz, mas sua avó e sua mãe também foram. Deve
estar em sua linhagem, assim como a traição.

— Claro, Knox, — sussurrei com a voz rouca, lutando pelo controle. —Vamos
com isso. Coloque-me na gaiola ou mostre-me onde posso deitar. Estou exausta de
brincar de 'vamos estuprar a bruxa e arrancar a cabeça dela' hoje. Talvez amanhã
você possa fazer isso e acabar com esse jogo de quem pode foder com quem, porque
é exaustivo, e eu não quero mais brincar com você. Cada chance que você tem de
pensar o pior de mim, você pula nisso. Eu não fiz nada para você ou seu povo. Não
prejudiquei ninguém que não merecesse uma morte horrível. Cumpri minha
palavra e comecei a limpar minha casa, e não pedi para estar aqui. Não estou cinco
passos à frente agora. Estou tropeçando nos pés e apenas tentando me manter
viva.

Knox engoliu em seco, acenando para Brander. — Leve-a para sua tenda esta
noite e acorrente-a à sua cama. Amordace a cadela se você precisar calar sua boca
mentirosa, — ele estalou friamente.

— Ela está no cio, — argumentou Brander antes de passar a mão pelo rosto.

— E?— Knox rebateu, olhando para Brander. —Eu voltarei amanhã depois
que eu esfriar. Se você já a pegou, fique com ela. Também cansei de brincar com
ela.

— Knox, isso não está acontecendo, — assegurou Brander.

— Então tranque a bunda dela, mas faça isso agora.


— Está tudo bem, Brander. Apenas me leve para a gaiola e eu dormirei lá.

— Ela pode dormir comigo, — anunciou Killian, e todos nós nos viramos para
ele. —Eu não quero transar com ela, não depois do que acabou de dizer sobre
minha irmã. Provavelmente, você vai voltar para sua linda garganta cortada
durante a noite, e todos nós podemos parar de jogar seus jogos. — O ódio queimou
nos olhos de Killian. Eu deslizei minha atenção para ele, estremecendo com a
frieza que vi.

— Você não vai matá-la. Não importa o que seus lábios venenosos falem, seu
poder ainda nos ajudaria na guerra. — Knox olhou para Killian antes de se virar
para mim. —Se você tentar atraí-lo, você não terá que se preocupar com meu povo
estuprando você. Minha besta vai lidar com esse seu cheiro para parar o
problema. Eu prometo a você, Aria Hecate.

— Compreendido, Sua Majestade. Você poderia apenas me permitir escolher


alguém para lidar com isso, e poderíamos resolver esse problema. Qualquer um
seria preferível a você neste momento. Talvez Aden possa vir e cuidar de minhas
necessidades.

Os lábios de Knox se curvaram nos cantos quando ele se aproximou. — Você


acha que alguém realmente quer você, Aria? A única razão de você ter interessado
alguém é porque seu corpo nos atraiu como uma armadilha venenosa. Ninguém
queria você. Nós só queríamos sua boceta. — Eu bati nele com força, incapaz de
impedir que minha mão se movesse enquanto suas palavras esfaqueavam meu
coração.

Knox me agarrou pela garganta, me empurrando para dentro da


banheira. Ele me empurrou para baixo da água, segurando-me lá me observando
lutar. Minhas mãos se levantaram para ele, arranhando-o e meus pulmões
queimavam. Eu gritei, enviando bolhas para a superfície, chutando minhas
pernas enquanto ele olhava para mim sob a cova aquosa em que pretendia me
deixar.
Estrelas encheram minha visão, removendo sua imagem enquanto meu corpo
estremecia e tudo cessava. Minhas mãos pararam de se mover e minhas pernas
ficaram moles na borda da banheira. Ele me puxou para cima e me jogou no chão,
dando um passo para trás enquanto eu vomitava água, tossindo até expelir tudo
dos meus pulmões. Meus olhos se ergueram e sorri friamente.

— Seu bastardo covarde, — eu provoquei com a rouquidão da minha


garganta. —Pare de enrolar e acabe logo com isso!

— Aria, cale a boca, — Brander pediu.

As narinas de Knox dilataram-se, estudando-me através do frio


distanciamento em seus olhos. Seu corpo inteiro estava tenso, cheio com a
necessidade de acabar com minha vida por causa das minhas palavras, mas ele
não podia. Eu não recuei, e nem ele.

— Não me prometa um final que você não pode entregar, Rei Karnavious.
— Ele se aproximou quando me levantei, sem se importar por estar nua. —
Vamos. Faça. Você não pode, pode? Eu também não posso te machucar, e tive
muitas oportunidades para fazer isso. Eu estive atrás de você, tão perto de suas
costas desprotegidas, sem você nem perceber que eu estava lá. Isso me irritou
porque eu deveria ter te assassinado e me poupado de ser sua vadia. No entanto,
aqui estou, à sua merda de misericórdia, da qual você não tem nada a oferecer. Só
para constar, deveria ter deixado o guerreiro de Lorde Andres pegar minha cabeça
porque, ao contrário de você, ele teria encerrado esse show de merda em que me
trouxe.

Seus olhos procuraram os meus como se estivesse apenas percebendo a


verdade de que não importa o quanto fôssemos para a guerra, não queríamos que
o outro fosse prejudicado. Algo nos parou, algo mais profundo do que qualquer um
de nós gostaria de olhar ou explorar. Eu estava atrás dele com a chance de acabar
com sua vida. Em vez disso, eu o observei com uma fome que me apavorou.
— Cuidado, Aria. É traição ameaçar a vida do rei.

— Só se ele for seu Rei,— eu ri silenciosamente. — Você não é meu rei,


Knox. Quem quer que eu tome como meu marido, ele será meu rei, como é a lei da
linhagem das bruxas Hecate. Nenhum rei jamais se sentou em nosso trono.
— Seus olhos se estreitaram com minhas palavras, e seu sorriso assumiu uma
aparência sinistra. Uma onda de advertência percorreu minha espinha, mas
minha boca se recusou a parar de falar com a raiva correndo por mim. —Uma
rainha é muito mais poderosa sem um rei, de qualquer maneira. É por isso que a
linhagem Hecate nunca permite que um homem se sente em nosso trono. Você não
é nada mais do que um pesadelo do qual acabarei acordando.

Knox se aproximou, passando os dedos pelo meu cabelo, inclinando minha


cabeça para trás. Sua boca roçou a minha, embora eu lutasse para desviar minha
cabeça de seus lábios sedutores. —Você nunca vai escapar de mim e nunca vai
acordar desse pesadelo que está vivendo. Deveria ter deixado minha esposa fora
de sua trama, bruxa. Você me lembrou de quem você é. Aparentemente, eu tinha
esquecido. Precisava de um lembrete de quem eu sou e do que fiz ao seu
povo. Tenho a intenção de me certificar de que você não se esqueça de novo. O rei
sempre leva a rainha, e ela fica em silêncio depois, não é? — Eu estremeci quando
ele pressionou seus lábios contra minha garganta, beijando o pulso que disparou
antes de sua língua lentamente traçar contra ele. —Fui muito rápido para falar
antes. Ainda não terminei de brincar com você, Aria. — Knox mordeu os dentes
contra a pele delicada da minha garganta, rindo ameaçadoramente antes de
passar a língua contra a pele, me provando. —Leve minha prisioneira para minha
tenda, Killian. Não deixe a vadia fora de sua vista por nenhum motivo. Estarei lá
em breve e arrancarei a verdade dela de uma forma ou de outra.
CAPÍTULO SEIS

Sentando na cama, enrolei o cobertor mais apertado em volta do meu corpo


trêmulo enquanto Killian me encarava com punhais. Ele não tinha falado uma
única palavra além de exigir que eu me sentasse e mantivesse minha boca
venenosa e mentirosa fechada. Seus olhos irradiavam uma fúria assassina de suas
profundezas. A raiva dentro da tenda se recusava a diminuir, e cada minuto que
passava só tornava tudo pior.

Lembrei a mim mesma que ele era irmão de Liliana e melhor amigo de Knox,
que presumiu que eu estava tramando contra todos eles. Knox tinha sumido há
mais de uma hora e toda vez que fechava os olhos, Killian batia com alguma coisa
na mesa para me manter acordada.

Meu corpo doía e a exaustão estava tomando conta sem ter dormido o
suficiente para curar, o que me drenou rapidamente. Sem mencionar, eu havia
corrido muito para escapar de Kristal e Lorde Andres, apenas para Knox adicionar
à sobrecarga emocional. Eu estava sem fôlego e sentada em uma tenda com um
homem que literalmente me odiava, e era uma merda.

Inclinei-me, descansando minha cabeça nas palmas das mãos para aplicar
pressão onde minha cabeça latejava. Killian bateu em algo novamente. Eu ignorei,
incapaz de manter minha cabeça erguida por mais tempo. Meu corpo ficou pesado,
e meus olhos pareciam ter vidro por não dormir e chorar o suficiente.

— Sente-se, — Killian estalou asperamente.

Eu levantei minha cabeça e ela rolou para trás, sacudindo quando meus olhos
fecharam. O cheiro de Knox me atingiu antes mesmo de ele entrar na tenda, e meu
corpo ganhou vida. Seria muito mais fácil controlar meus impulsos e minha
resposta a ele depois que eu descansasse. Ele entrou, virando-se para mim,
estreitando os olhos.

— Vá para a mesa e sente-se, Aria.

Eu me levantei, balançando para frente, fazendo com que meu aperto no


cobertor se soltasse, deixando-o cair acidentalmente. Abaixei-me para pegar o
cobertor Knox me observava com uma expressão rígida que falava de desdém e
indiferença.

Ele que se foda. Ele me disse exatamente quanto eu valia, o que significa que
eu morreria antes de oferecer a ele agora. Peguei o cobertor, enrolando-o em volta
do meu corpo com força, e sentei-me à mesa, lutando para manter meus olhos
abertos enquanto ele me estudava.

Ele colocou um pequeno frasco de tintura sobre a mesa. Franzindo a testa,


observei as bolhas subindo para o topo do líquido azul dentro da garrafa. Levando
minha atenção para ele, eu grunhi sustentando seu olhar cheio de ódio.

— Beba agora, Aria, — ordenou Knox. —Tudo.

— Isso vai me matar?— Eu perguntei em um tom esperançoso. Quando ele


apenas me olhou sem palavras, peguei a garrafa. Usando uma mão para segurá-
la e a outra segurava o cobertor fechado, afundei meus dentes na pequena rolha
para removê-la. Cuspindo no chão, senti o cheiro da poção e revirei os olhos. —
Nenhuma cicuta para mim? Só para você saber, é isso que me mata, mas lembre-
se, remova a cabeça depois. A cicuta cresce selvagem nessas montanhas, caso seja
muito estúpido para saber disso. Se isso não for uma morte dura o suficiente para
mim, poderia levantar minha mãe de seu túmulo e perguntar a ela sobre as outras
maneiras que tentou me matar. Falando na minha querida mãe, você e ela teriam
muito em comum atualmente. Você teria gostado de seus métodos, já que ela se
destacou em me causar a maior dor que se possa imaginar. — Bufando com o ódio
ardente em seu olhar, inclinei a poção para trás, bebendo enquanto ele observava.

Knox retirou uma ampulheta de sua bolsa e a virou, fazendo meus olhos se
estreitarem na areia caindo no fundo. Seus dedos tamborilam na mesa, enervando-
me, e a apreensão deslizou por mim o calor enchendo minhas bochechas. Eu fiz
uma careta, engolindo a saliva excessiva crescendo na minha boca. Minhas mãos
apertaram o cobertor e seu olhar caiu para eles, levantando lentamente para
travar com o meu.

Ele deslizou os olhos para a ampulheta antes de se virar para Killian, que
nos observou em silêncio. Brander entrou na tenda, olhando para mim antes de
voltar sua atenção para Knox, dispensando-me.

— Lore se estabilizou e Greer está de pé, mas ainda com muita dor,—
Brander anunciou, e os homens suspiraram. —Eles vão sobreviver, mas vai
demorar alguns dias até que estejam prontos para serem removidos.

— Eles viveram?— Eu perguntei, sentindo um imenso alívio por eles estarem


vivos. Ninguém me respondeu e eu fiz uma careta antes de exalar um suspiro
estremecido de alívio. Brander se sentou ao lado de Killian, deixando seu olhar de
safira deslizar sobre meu ombro mutilado.

— Seu nome é Aria Primrose Hecate?— Knox perguntou, e eu deslizei meu


olhar para o dele.

— Sim, — respondi, me perguntando se ele pensava que eu era Kristal, afinal.

— Freya Hecate deu o nome para você?

— Não,— eu disse, franzindo a testa para a linha de perguntas. —Minha mãe


me deixou em um altar para morrer. Ela não me deu um nome nem se importou
se eu tivesse um antes de deixar o mundo.
Seus olhos mantiveram os meus prisioneiros como se ele quisesse dizer algo
sobre isso, mas optou por não fazê-lo. —Você gosta de montar meu pau?

Eu engoli e inclinei minha cabeça, abrindo minha boca para dar a ele um
sólido não, mas não saiu. —Um soro da verdade, sério? Escolha interessante para
tortura, Rei Karnavious, — eu grunhi, balançando a cabeça. —Eu não acho que
você vai gostar das minhas respostas, no entanto.

— Você gosta de montar meu pau, Aria?

— Sim, o que provavelmente é uma coisa boa, já que só valho o cheiro que ele
provoca, certo?— Eu fiz uma careta, pegando o fiapo invisível do cobertor que
coloquei em volta de mim. Eu mordi meu lábio, ignorando o olhar condescendente
de Knox.

— Você sabe o que é?— Ele perguntou cuidadosamente.

— Não, nem me importo mais.

— Como você pode ser tão forte em algumas coisas e fraca em outras?

— Sou jovem e nunca me permiti usar muita magia no reino humano. Não
pude testar meus limites, e aqui eles funcionam muito bem, a menos que não
funcionem. Nesses casos, sou fraca pra caralho. Como quando estou usando suas
jóias, isso me deixa enfraquecida, mas posso sentir a comichão mágica para me
libertar. Importa-se de tirá-las e me dar um tiro de verdade, Knox?

Seus olhos queimaram em mim como se estivesse considerando isso, ou pior,


desejando a chance de me matar. Eu não era idiota. Eu sabia que Knox era mais
poderoso do que eu, mas então ele teve muito mais tempo para aprender como
controlar e aproveitar a magia e o poder que possuía. Mão a mão, ele
provavelmente pegaria minha cabeça antes mesmo que eu me movesse para
levantar da cadeira. Seus lábios se curvaram em um sorriso malicioso, como se ele
estivesse se imaginando fazendo exatamente isso.

— A criatura na caverna, Eva, você é como ela. Não é?

— Não. Sou muito mais forte e mais avançada do que Eva. Eu a senti quando
ela chocalhou, e ela me sentiu. Ela me testou e eu venci. Ela estava orgulhosa de
mim, o que é um pouco perturbador para ser honesta, e já que você está forçando
essa questão, eu diria que está.

— Foi Hecate?— Ele rebateu.

— Não.

— Você sabe quem eram os homens na caverna?— Ele perguntou, seus olhos
se estreitando em fendas de raiva enquanto eu engolia em seco.

— Não, eu não. Eu sei que Aden me quer e que ele e os outros homens de
cabelo prateados são como nós. Seu chocalho me fez arder, e acho que devo explorar
essa opção assim que escapar de você.

Os olhos de Knox deslizaram para poços negros sem fundo com brasas de fogo
flutuando dentro deles antes que bufasse e se sentasse para frente. Sua língua
deslizou sobre o lábio, revelando dentes alongados. Isso criou uma dor em meu
ombro que queimou, e minhas mãos coçaram para rasgá-lo em pedaços.

— Você ordenou a morte do exército de Lorde Andres e transformou-o nas


trevas para usar contra mim?— Eu bufei até perceber que ele estava falando sério.

— Não.

— Você armou uma emboscada contra meus irmãos, Aria? Você massacrou
meus homens e planejou seu sequestro para me fazer comprar suas mentiras sobre
minha esposa?
— Não.

— Você planejou alguém para sequestrar você, sabendo que eu iria salvá-
la?— Seus dedos bateram contra a mesa.

— Não, eu não fiz. Na verdade, eu tinha certeza de que você encontraria uma
maneira de atribuir tudo a mim e que, quando me pegasse, me mataria. Eu não
estava muito longe, estava?

— Você os ouviu falando sobre uma mulher que eu amava? Aquela que eles
controlavam com magia, — Knox perguntou, o tique em sua mandíbula martelava.

— É aqui que você me deixa ser seu vilão, Knox. Você não quer saber essa
resposta. Você precisa me odiar, então apenas me odeie. Estou bem com isso, mas
você não vai gostar se me fizer responder a esta pergunta. Provavelmente ainda
vai me culpar de qualquer maneira, então pegue o caminho mais fácil e deixe-me
ser seu monstro.

Os olhos de Knox estudaram meu rosto antes de falar com os dentes


cerrados. —Responda a porra da pergunta, bruxa.

— Sim. Eu ouvi Kristal dizer que deram uma poção para uma mulher em
uma idade jovem para mudar seu cheiro e que a controlaram para chegar até
você. Eles magicamente a realçaram para ser sua companheira perfeita, o que seu
cheiro teria confirmado. Foi por isso que eles não puderam me usar para criar uma
réplica, porque você já conhecia meu cheiro e gosto. Isso salvou minha vida. Vai
entender, — eu engoli quando sua mandíbula cerrou.

— Sven?

Estudei a dor em seus olhos, mas pior, havia ódio queimando neles como se
me culpasse. —Ninguém mencionou Sven, e eles nunca falaram sobre a mulher
pelo nome, apenas o seu amor por ela e o que criou seu perfume.
— Você foi criada para ser o mesmo que ela? Você foi criada para parecer a
companheira perfeita para mim, Aria Hecate? Eles aprimoraram você com magia
para cheirar e aparecer como algo que você não é?

Eu engoli e balancei minha cabeça lentamente. —Não, não que eu saiba, pelo
menos,— eu sussurrei, mordendo meu lábio entre os dentes antes de soltá-lo. —
Eu não acho que sou sua companheira perfeita, idiota.

Os olhos de Knox mantiveram os meus presos, fazendo com que uma onda de
calor passasse por mim. —Você está conspirando contra mim?

— Absolutamente, — eu disse sem pausa, mantendo seu olhar.

Seus olhos procuraram meu rosto antes de fazer outra pergunta. —O que
você está tramando, Aria?

— Estou planejando colocar este mundo de joelhos, e farei isso enquanto você
assiste, incapaz de evitar que isso aconteça. Protegerei as bruxas inocentes de você
e matarei as outras enquanto você fica fora de uma barreira como antes. Vou
matar a Grande Rainha das Bruxas e vou enviar-lhe o crânio dela para aliviar a
sua necessidade de vingança. Aurora assumirá o trono e eu ficarei por trás para
impor seu governo por um tempo até que tenhamos alcançado a paz. Uma vez
realizado, desapareço nas sombras e irei a algum lugar onde você, minha família
ou qualquer outra pessoa que me veja como nada mais do que uma arma para
empunhar contra seus inimigos possa me usar. Talvez encontre um homem que
me trate bem e me apaixone por alguém que também me ame. Nunca mais
pensarei em você, Rei Karnavious. — Eu ri da expressão de raiva em seus olhos. —
Manter-me aqui não muda o que acontece fora do seu alcance. Os dominós estão
caindo e as bruxas estão fugindo, se reunindo, tornando muito mais fácil destruir
aqueles que marquei para morrer. — Eu sorri quando sua boca abriu, então
fechou.
— Você sabe quem você é?— ele perguntou, virando o copo minúsculo em seus
dedos.

— Eu sou Aria Primrose Hecate, linhagem de bruxa Princesa ao Trono de


Hecate e do Reino de Vãkya, a filha mais nova de Freya Hecate,— eu disse
suavemente sem olhar para ele.

— Que jogo você está jogando, Aria? — ele rebateu, suas mãos agarrando a
borda da mesa.

— Nenhum, como eu disse a você, parei de jogar.

Knox rosnou, pulando sobre a mesa para agarrar meus braços. —Quem
diabos é você, de verdade? Você não é uma bruxa de vinte e cinco anos,
mulher. Você é muito poderosa para ser tão jovem, e me manipula tão bem, Hecate.

Eu ri friamente, segurando seu olhar. — Eu tenho vinte e cinco anos de


idade. Eu nasci em Haven Falls, mas fui concebida nos Nove Reinos depois que
minha mãe entreteve reis dentro de seu quarto durante dias em um estado de
embriaguez e libertinagem. Eu não sou Hecate, idiota. Não sei quem é meu pai,
nem dou a mínima para seus jogos malucos. Vim aqui para limpar minha casa e
todas as outras que achar suja. Eu sou uma bruxa, mas também sou outra
coisa. Não sou sua companheira, nem quero ser sua novamente, Rei
Karnavious. Você tem mais mudanças de humor do que qualquer pessoa que eu já
conheci.

— Por que as bruxas estão desenterrando meu passado e usando você para
me fazer questionar minha esposa e meu filho agora?

— Como eu saberia disso? Não é como se elas fossem amigáveis antes de eu


arrancar suas cabeças de merda. Se eu fosse adivinhar, diria que estão um pouco
chateadas porque você está matando bruxas e colocando sua magia em Norvalla,
o que por sua vez, alimenta você e seu povo junto com as bruxas que você considera
que podem ser salvas.

— Você quer ser uma rainha?— Knox me observou atentamente, estudando


a forma como meus olhos se estreitaram com sua pergunta.

— Não.

— Você quer se tornar minha companheira?— eile perguntou, liberando


minhas mãos enquanto eu arrumava os cobertores.

— Absolutamente nunca desejaria ser sua novamente. Não quero mais ser
sua companheira ou mesmo estar no mesmo espaço com você. Eu quero alguém
que não seja bipolar ou assombrado por fantasmas. Ser sua companheira seria o
pior erro que qualquer mulher jamais poderia cometer. Você não vai deixar
ninguém te amar porque você está muito quebrado. Você poderia muito bem ter se
deitado e morrido com sua esposa e filho, Knox, porque está enterrado no túmulo
deles, sob a mesma sujeira. Isso é muito triste, pois é um desperdício de um bom
pau. — Ele estremeceu com minhas palavras expostas, cheias de verdade
empurrando-as garganta abaixo. —Felizmente, há mais pau nos Nove Reinos, e
irei encontrá-lo, eventualmente.— Inclinei-me, sorrindo sustentado seu olhar. —
Prefiro foder o pau morto de Lorde Andres do que te tocar novamente. Que tal um
pouco de verdade para você? — Meu sorriso tornou-se amargo quando a morte em
meu olhar prendeu o dele.

— Onde está se escondendo sua família, Aria?— Knox perguntou com os


dentes cerrados, e eu balancei minha cabeça.

— Não faça isso,— eu avisei, sentindo a queimação na parte interna da minha


coxa. —Knox, não.

— Onde elas estão se escondendo? — Ele perguntou novamente quando a dor


passou por mim, sacudindo meu corpo.
Eu gritei, agarrando minha coxa. Olhei para Knox com medo queimando
meus olhos. Meus dentes se soltaram e os segurei na língua. Eu mordi, mas ele se
moveu com uma velocidade desumana, forçando meu queixo aberto. Brander
saltou para frente, olhando para o sangue escorrendo da minha boca para escorrer
pelo meu queixo.

— Puta merda, Knox, — Killian estalou, olhando para o sangue correndo da


minha boca pelo meu queixo. —Longe demais!— Ele tirou sua camisa,
empurrando-a contra minha boca enquanto Knox continuava me impedindo de
remover totalmente minha língua.

— Ajude-me a manter sua boca aberta antes que ela morda a língua, —
ordenou Knox, continuando a manter meu queixo aberto à força. —Eu a liberto de
responder minha pergunta, mulher, — ele rosnou, olhando nos meus olhos. Eu
engasguei com o sangue acumulado na minha boca, escorrendo pela minha
garganta olhando para ele, engasgando com isso. —Puxa vida, Aria.

— Você encontrou o ponto fraco dela e sabia disso. Você sabia que ela não
mentiu e a pressionou ainda mais, Knox. Ela foi sequestrada, agredida e
molestada sem nenhuma culpa. Deveria ter parado depois de ter sua verdade. Até
você sabia que o cheiro de Liliana estava errado quando sua besta se recusou a
reconhecer sua presença, — Brander rosnou.

— Eu precisava saber que ela falava a verdade! Ela poderia ser imune a
poção, — Knox argumentou, correndo os polegares sobre minhas bochechas. —
Agora, eu sei que ela acreditou no que disse.

A dor consumia minha mente enquanto Knox mantinha minha boca


aberta. O sangue se acumulou em minhas orelhas e ensopou meu cabelo como se
tudo estivesse mudo ao meu redor. Meus olhos se fecharam e meu corpo
estremeceu, lutando para sucumbir à exaustão que me envolvia.
— Ela não estava mentindo, obviamente. Ela acreditou no que tinha
ouvido. Você não pode continuar fazendo isso, Knox. Olha para ela! Ela estava
disposta a remover a porra da língua para proteger sua família, e você sabia que
ela faria algo estúpido para impedir que as palavras saíssem! Ela disse a você o
que ouviu, e embora nenhum de nós tenha gostado do que disse, deveria ter
aceitado, — Killian rosnou, ronronando baixo em sua garganta observando meus
olhos rolarem para trás.

— Expliquem a existência de Sven então, babacas, — Knox sibilou com


raiva. —Só podemos cruzar com nossa companheira, e Liliana me deu um
filho. Sven era meu. Diga que não era, Brander. — Seus olhos se encheram de
arrependimento enquanto eu engasgava, e ele me puxou para cima, me segurando
contra seu peito.

O sangue pingou no cobertor branco, ensopando-o e as roupas de Knox. Eu


lutei para ficar acordada com a dor na minha boca e mandíbula enquanto ele
continuava segurando-a aberta. Eu podia sentir minha língua inchada, o sangue
escorrendo pela minha garganta enquanto ele se virava, olhando para mim com
uma expressão de dor. Meus cílios bateram contra minhas bochechas enquanto
Knox me segurava contra seu calor, liberando seu perfume para me acalmar.

— Se o que Aria diz é verdade, minha esposa foi um estratagema, plantado


em minha vida, e ainda assim ela me deu um filho? Não. Alguém está errado aqui,
e não sou eu. Sven existia e era meu. Ele era meu filho e eu o amava mais do que
qualquer outra coisa. Ele era o meu mundo.

— Foi o que ela ouviu, mas não está correto, Knox. Ela disse a você o que ela
pensava ser a verdade. Aria te disse isso. Você continua a machucando porque
está machucado. Ela está certa. Não é justo. Você não pode querê-la e segurá-la
com o braço estendido para se proteger da dor que sente pelos mortos. Existem
quatro de vocês neste relacionamento; dois querem um ao outro, mas as conchas
que os abrigam estão lutando com unhas e dentes para escapar do que está
acontecendo. Quem diabos acha que vai ganhar essa luta? Sua besta, porque ele
é o poder absoluto na forma mais pura, e ela é uma porra de uma recém-nascida
que nem percebe o que ela é ainda. — Killian rosnou quando Knox afrouxou seu
aperto e eu o senti olhando para mim, queimando meu rosto com seu olhar do
oceano.

— Se eles plantaram minha esposa, então isso significa que Hecate e suas
bruxas ditaram minha vida inteira. Quem queria a vingança contra
mim? Hecate. Sabemos que Hecate forçou as bruxas a matar meu filho e minha
esposa, e é por isso que pretendo encerrar sua linhagem como ela fez com a
minha. Por que plantar minha esposa em minha vida, com a intenção de levá-la
embora?

— Você não teria amado Liliana se não sentisse que ela era sua
companheira. Fornecer o cheiro dela garantiu que isso te atraísse para
ela. Quanto a levá-la embora, Liliana partiu sozinha, em busca da morte após
perder Sven. Se eu tivesse que adivinhar, não acho que as bruxas planejaram essa
parte. Não fomos feitos para amar mulheres normais, irmão. Acasalamos para a
eternidade, então elas têm que ser nosso par perfeito de todas as maneiras
possíveis. Seguimos nossas companheiras até a morte, e você não o fez. Por
quê? Liliana era sua companheira perfeita, Knox? — Brander perguntou, seu tom
cuidadosamente controlado enquanto Knox e Killian gritavam em advertência.

—Você me pergunta isso agora? — Minha atenção se concentrou em minha


dor, dispensando-os e em sua sessão de autodescoberta. Eu estaria mentindo se
dissesse que não estava ouvindo, mas meu cérebro estava desligando. Exaustão e
dor eram uma combinação incrível. —Liliana me deu Sven, — rosnou Knox.

— Não perguntei sobre Sven, Knox. Não sou o braço direito do rei agora. Eu
sou seu maldito irmão que te ama. O mesmo irmão que daria sua vida para
proteger a sua, —Brander explicou, a emoção fazendo seu tom ficar mais
pesado. —Liliana alguma vez pareceu sua companheira perfeita, diferente de seu
cheiro? Ela fez tudo que você precisava como sua companheira? Ou você recuou e
colocou distância entre você e Liliana para protegê-la de sua besta?
— Você sabe a resposta para isso.

— Eu sei a resposta, mas você sabe? Sua companheira perfeita iria ao


encontro de sua besta. Ela não recuaria, e ela o mataria na cama. Ela daria a você
tudo o que fosse necessário e arrancaria a cabeça de qualquer um que tentasse
machucar você. Ela seria capaz de lidar com você de qualquer forma e estaria mais
do que disposta a tomar sua besta quando sua necessidade surgisse. Liliana fez
isso? — Brander perguntou. Algo se espatifou contra a mesa, então o cheiro de
Killian saiu da tenda e Brander exalou lentamente.

— Ela era minha companheira, fim da porra da discussão. Isso é exatamente


o que as bruxas querem. Elas querem que questionemos tudo, que nos fiquemos
desorientados e saímos do caminho. Costure a maldita língua dela de volta e
coloque-a na minha cama quando terminar. Preciso de uma bebida e de tempo para
pensar. Meu palpite é este, Brander. Alguém criou Aria, que por acaso checou
todas as minhas malditas preferências. De repente, o nome de Liliana é trazido à
tona, e sua imagem manchada bem quando eu encontro alguém
tão perfeito pra caralho que eu a quero com tudo dentro de mim. Isso não é uma
coincidência. Esse é um plano premeditado executado contra nós de forma
impecável. Aria ainda carrega meus corvos de batalha em sua carne e não
consegue discernir que o meu se juntou ao dela. Minhas tatuagens adornam sua
pele, e nem a besta nem o hospedeiro as notaram. Isso é impossível, e você sabe
disso. Teríamos que ser perfeitamente combinados para que ela não os
sentisse. Ela é perfeita pra caralho e tudo que eu sempre quis, o que significa que
não é real. Ela não pode ser minha companheira, porque isso significaria que eu
fui enganado desde o início.

— Ou Aria é sua companheira, e é por isso que ela é perfeita para você, porque
ela é falha, Knox. A necessidade de estar perto dela não é primordial para o resto
de nós, e você está lutando contra o desejo de reivindicá-la até agora. O cheiro de
seu sangue, o chamado de seu ventre, nós sentimos e resistimos. Você? Você está
em uma guerra para desafiar esses impulsos, que todos sentimos quanto mais ela
se aproxima do seu tempo. Apenas um de nós está lutando contra nossa besta para
permanecer no controle, e esse é você, irmão. Não transforme Aria em sua inimiga
porque ela não está errada. Ela é muito poderosa. O que quer que ela seja, eles a
fizeram para governar este mundo.

Knox bufou, afastando o cabelo do meu rosto. Sua boca abaixou, roçando
minha testa suavemente. —O que quer que ela seja, ela é minha. Isso não está
mudando, Brander.

— Eu sei que você não quer meu conselho, mas aqui está de qualquer
maneira. Case com Aria. Reivindique-a como sua Rainha e reivindique seu trono
antes que ela se levante, porque quando ela o fizer, e ela irá, bem, o rei toma a
rainha, e essa é uma regra dentro dos Nove Reinos que ninguém pode discutir. Ela
é uma bruxa Hecate solteira, e nós dois sabemos o que isso significa melhor do que
ela. Reivindique-a, case-se com ela e depois faça o que quiser, mas faça isso logo,
irmão. Ela está prestes a assumir o poder e, quando o fizer, apenas as leis a
impedirão de acabar com o mundo em sua fúria. Nós causamos essa
fúria. Portanto, não a deixe se levantar sem um rei ao seu lado para controlar sua
raiva e proteger os Nove Reinos. Se nada mais, você estará à frente do controle de
danos antes que seja um problema de merda.

Eu não pude nem piscar para o que ele acabou de dizer. Brander estava na
lista de babacas. Inferno, todos eles eram. Eu iria comer a porra da cara deles e rir
enquanto fazia isso! Bastardos! Eles realmente pensam que eu me casaria com
Knox e permitiria que isso acontecesse? Eu teria que reivindicar o trono, e a única
maneira de desafiar a grande rainha era colocar uma coroa na minha cabeça e
anunciar minha intenção de tomá-la à força, o que não estava acontecendo!

Knox roçou os dedos na minha bochecha antes de seus lábios tocarem minha
testa novamente. Eu gemia, querendo afastá-lo, mas incapaz de levantar meu
braço. Ele afastou o cabelo do meu rosto, levantando meus lábios para ver o dano,
e Brander bufou como se estivesse chocado com o quão longe eu iria para proteger
minha família.
Essa resposta foi muito simples.

Todo o caminho.

Eu venderia minha alma ao próprio diabo para proteger minha


família. Considerando quem me segurou e o que ele pretendia fazer comigo, eu
tinha certeza que Knox era a encarnação do diabo, e eu era seu brinquedo de
mastigar atual. Isso foi um desastre, considerando a conversa atual e o fato de que
ele não havia negado ou discutido com Brander dessa vez.
CAPÍTULO SETE

KNOX

Eu observei Aria sair para fora da barraca, examinando os arredores antes


de se mover para uma árvore e dobrar seu corpo sob ela para se sentar. Eu apertei
minhas mãos ao meu lado, precisando oferecer conforto, mas sabendo que ela não
iria tirar isso de mim. Eu tentei acalmá-la nas últimas noites quando acordou em
meio a um pesadelo. Seus gritos cheios de tristeza me rasgaram, mas no momento
em que a toquei, eles só ficaram mais altos.

Ela sofria e provavelmente me odiava, e eu não a culpei. Eu também não


conseguia me suportar. Suas palavras sobre minha família foram mais profundas
do que qualquer outra coisa desde que descobrimos o cadáver de minha esposa em
nossa cama. Eu ataquei, machucando-a gravemente, precisando fazer suas
palavras pararem, mas ainda precisando ouvir as mentiras horríveis sussurradas
de seus lindos lábios, destinadas a me rasgar por dentro e por fora.

Se eu admitisse que Liliana não era minha companheira perfeita, isso


significava que esta guerra e tudo o que eu fiz foi em vão. Isso sugeria que toda a
minha vida tinha sido uma mentira, e a família que amei e plantei não era
minha. Eu não conseguia acreditar que eles não eram reais. Sven era meu. Eu
sinto sua perda até hoje. Sua morte me despedaçou. Cada uma de suas mil mortes
me rasgou novamente, me partindo em pedaços com a doença devastando seu
pequeno corpo em meus braços enquanto eu o segurava.
Aria parecia certa, mas seu timing era perfeito demais. Eu fui encontrar a
bruxa Hecate mais forte, precisando de sua magia para alimentar meu poder
terrestre. Em vez disso, eu encontrei uma mulher que me convinha ao pé da
letra. Eu descobri a outra metade da minha alma, com o sangue errado correndo
em suas veias. Isso parecia mais um plano do que uma reviravolta do destino. Os
deuses teriam que ser uns idiotas fodidos para me dar uma companheira com o
símbolo de Hecate marcado em seu crânio.

Eu estava em Haven Falls para colocar o plano final em ação, e Aria voltou
para a cidade horas antes de eu começar o jogo de dominó e não poder ser
interrompido. Ela tinha sido um furacão de atitude e beleza que sugou o ar dos
meus pulmões, me deixando sem fôlego. Aria mudou meus planos, e essa merda
nunca aconteceu. Eu nunca alterei meus planos ou parei o que já havia começado,
mas ela me deu uma pausa desde o primeiro momento em que coloquei os olhos
nela.

Meu coração bateu pela primeira vez desde que foi arrancado há muito tempo,
e as asas de corvo voaram dentro de mim. Eu tinha ficado estúpido com a beleza
de Aria, e seus lindos olhos que brilhavam em desafio me atingiram no estômago,
com força. Aria me fez sentir de novo, e não foi fácil parar. A dor que eu poderia
suportar. Ela me fez sentir uma dor e uma necessidade avassaladoras, e uma
riqueza de emoções que aquele pequeno deslize de uma mulher me forçou a
experimentar. Eu nunca quis ninguém tanto quanto eu queria e ansiava por
ela. Isso parecia uma traição à minha esposa e companheira. Querer Aria criou
uma dor profunda que eu não sabia como sentir ou reconhecer.

Encontrar Aria de joelhos, gemendo de medo, quase me matou. Eu fui incapaz


de ignorar seu chamado, e ela continuou depois que a ameaça passou. Seus olhos
estavam cegos, o pânico a rasgando por dentro. Pior, eu senti o cheiro daquele
traidor nela, e eu queria marcá-la em todos os lugares, novamente. Eu queria
afundar meus dentes na coluna macia de sua garganta e marcá-la tão
profundamente que sempre seria minha.
Eu hesitei em marcar a pele machucada em seu ombro, me negando a causar
mais dor, mas suas mãos foram direto para isso, e eu sabia. Eu sabia o que estava
errado. O grito dela era porque minha marca estava lutando pelo domínio. Ela
teve uma batalha travada dentro dela, uma que ela nem sabia que estava
acontecendo entre os traumas que tinha sofrido.

Dois alfas marcando a mesma fêmea os fizeram espiralar fora de controle,


enviando suas criaturas ao caos que eles não podiam conter. Andres era o alfa mais
fraco e minha marca estava provando seu domínio. Se a marca de Andres tivesse
permanecido, Aria teria enlouquecido. Aria era muito jovem para entender, mas
ela ainda segurou minha boca em seu ombro mutilado para que eu removesse sua
reivindicação. Ela estava me escolhendo, embora nem mesmo soubesse o que
estava acontecendo com ela. Os olhos de Aria não recuperaram o foco por vários
momentos depois, e então ela se jogou em meus braços como se tivesse desistido
de eu vir em seu resgate.

Lágrimas queimaram meus olhos e pareciam estranhas ali. Eu não sentia


uma merda desde que saí da tumba que continha os cadáveres da minha família,
não até ficar cara a cara com Aria. Mas suas palavras continham farpas. Sua
verdade sussurrada do que ela ouviu por acaso abriu buracos no fundo da minha
alma, liberando o veneno que eu segurava lá. Ela virou tudo do avesso, e a única
emoção que senti foi raiva. Uma raiva vermelha e quente de que a mulher que eu
queria e ansiava jogasse aquela que eu amava para os lobos, me fazendo duvidar
de minha esposa e filho.

Meu filho, porra!

Se eu admitisse que Liliana estava errada e que não era minha, como criamos
Sven? Não podia ser verdade, porque eu o senti. Eu o segurei em meus braços e o
observei abrir os olhos pela primeira vez. Eu me lembrava de ter olhado para a
pequena forma rosa perfeita e senti meu peito se abrir enquanto ele chorava com
raiva por ter sido deslocado do útero de sua mãe.
— Curei Aria, — declarou Brander, parando ao meu lado, onde eu a observei
das sombras. —Não foi tão ruim quanto pensamos a princípio, mas não tenho
tanta certeza de que seus ferimentos físicos estão segurando sua língua. Lorde
Andres a agrediu, e você acabou de adicionar sal naquela ferida que gotejava.

— Eu sei o que eu fiz, porra. Imagine ter seu cônjuge questionado e sentir
alívio por você ser um idiota de coração frio que sentiu aquela pontada. As palavras
de Aria me deixaram livre da culpa de não sentir o suficiente por Liliana. Eu a
amava com tudo que tinha, Brander, o que acabou não sendo suficiente. — Passei
minha mão pelo meu cabelo antes de engolir de forma audível. —Eu nunca dormi
com minha esposa ao meu lado na minha cama, mas não agüento ficar longe de
Aria à noite. Eu nunca desejei minha esposa debaixo de mim, mas estou
fodidamente viciado em sentir o gosto dos lábios de Aria contra os meus e seu corpo
perto o suficiente para segurar. Eu a sinto, irmão. Eu sinto essa bruxa em minha
alma. Nunca senti nada como ela. E quando pensei em Lorde Andres a tocando,
sentindo o cheiro dele nela? Eu perdi minha merda, e isso nunca acontece
comigo. Eu não perdi minha cabeça quando coloquei nossa Rainha em seu
túmulo. Eu estava frio, distante e me permiti tornar-me insensível. Eu a odiei por
morrer e me deixar sozinho com a dor da perda de Sven. Amaldiçoei Liliana até a
morte e ela morreu, porra.

— Isso não é sobre você ou Liliana, Knox. Olhe para Aria e me diga o que você
vê, — Brander rosnou.

— Eu entendo, idiota.

— Não, eu não acho que você entende. Killian disse que ela lutou muito para
ajudá-los a não serem dominados naquela estrada. Mesmo depois que eles a
arrastaram, ela continuou lutando para proteger Lore de flechas venenosas, sem
saber que isso não o mataria. Ela disse a verdade e você não gostou. Você a
empurrou porque queria que ela fizesse mal para que você sofresse.

Eu bufei, observando Killian se aproximar.


— Isso faz de você o maior idiota aqui, — afirmou Killian, olhando através do
acampamento para onde Aria olhava cegamente para o chão. —Se você não se
casar com ela, eu vou.

— Desculpe?— Eu rebati, odiando o aperto que encheu meu peito.

— Alguém tem que reivindicá-la antes que ela se levante. Eu assisti uma
rainha lutando para proteger seu povo naquela estrada, Knox. Aria não é um ser
fraco que vai ficar para o chão. Ela se recuperará e se levantará. Posso não
apreciar e posso não gostar dela, mas o que e quem ela é não pode mais ser
ignorado. Perdemos Aria, e sim, nós a recuperamos. Isso só aconteceu porque ela
lutou muito para se libertar, o que nos deu tempo para chegar até ela. Se fosse seu
povo, ela estaria do lado deles nesta guerra, e não estaríamos tendo essa conversa
agora.

— Aria não quer ser minha rainha. Eu também não a culpo. Eu era um
marido e companheiro de merda para sua irmã.

— Sim, você era. Não porque você não amava sua família, porque você
ama. Você foi um marido de merda porque as bruxas travaram guerra e forçaram
seus planos para mantê-lo ocupado e longe do reino. Mas não se trata de amor. É
sobre se casar com uma bruxa Hecate antes que ela suba ao trono. Todos nós
sabemos o que Aria vai se tornar, e apenas um de nós pode se casar com ela, —
explicou Killian.

— Você realmente acha que casar com Aria Hecate é uma boa ideia? Ela é do
mesmo sangue que assassinou meu filho e minha esposa. O povo de Norvalla se
revoltaria se eu colocasse Aria no trono de Liliana.

— Pare de ver assim, — Killian resmungou, cruzando os braços sobre o


peito. —Não se trata de você ou ela ou qualquer outra pessoa sobre esse assunto. É
sobre dois reinos, e quem os controla. Aria se tornará Rainha de Vãkya. Você é o
rei de Norvalla. Brander está certo, reivindica-a e seja o primeiro rei a reivindicar
uma bruxa de Hecate.

— Você acha que ela vai concordar em se casar comigo?— Eu bufei de


raiva. Eu já estava frustrado comigo mesmo por machucá-la mais quando eu sabia
que ela já estava com dor.

Aria era forte, mas eu a empurrei com força. Ela me apegou profundamente
com sua verdade, dizendo que eu deveria ter me deitado e morrido com minha
esposa e filho, e talvez ela estivesse certa. Talvez eu tivesse deixado meu coração
e minha alma para trás naquela porra de tumba, mas Aria estava forçando isso de
volta em mim, e doeu visceralmente. Ela também disse que preferia foder o homem
que quase a estuprou do que a mim, e essa porra doeu porque, naquele momento,
tinha sido a verdade absoluta.

— Acho que Aria está sofrendo e, se for deixada sozinha para apodrecer, essas
feridas que você infligiu ficarão mais profundas. Ambos apontam para o coração
um do outro quando estão feridos ou forçados a sentir algo que não querem
sentir. Você mentiu para ela quando disse que ela só valia o cheiro, e todos nós
sabíamos disso. Ela não disse. Ela pensa que só vale seu poder e seu cheiro
agora. Então, conserte isso porque só você pode desfazer as feridas que infligiu à
alma daquela pequena mulher, — disse Killian, seus olhos lentamente deslizando
sobre Aria. —Como eu disse, você não a reivindicará, porra eu vou. Lore não é o
único que a quer, idiota.

Eles estavam certos, o que eu não tinha intenção de admitir. Aria nasceu para
ser a Rainha de Vãkya. Forçá-la a se casar não era algo que eu planejava fazer, no
entanto. Ela merecia mais do que isso. Ela havia sido maltratada e abusada desde
que chegou aos Nove Reinos.

Eu só tinha adicionado a sua dor, e odiava que nos enfretássemos com força
e cavamos fundo. Ao contrário de Aria, eu sabia que era minha necessidade rasgá-
la em sua forma mais pura para ver o que fazia. Eu sabia que minha criatura
queria sua alma exposta e nua para ele porque ele a testou para o acasalamento.

O ritual de acasalamento era simples entre as criaturas, mas não era fácil
para as conchas que os abrigavam. Minha criatura estava rasgando Aria em sua
forma mais básica. Ele queria ver sua raiva, ver as chamas dançando dentro de
seus lindos olhos enquanto ela se banhava em seu caos. Eu tinha esquecido,
imaginando que nenhuma fêmea faria algo tão louco, já que nossas mulheres há
muito perderam a capacidade de procriar ou mesmo sentir sua fera dentro
delas. Era como se elas tivessem acabado de perdê-los e suas criaturas estivessem
adormecidas.

A criatura de Aria não tinha. O dela estava em um ciclo de calor, lutando


contra mim e contra ele. Ela era uma anomalia. Coisas como nós não lutaram
contra o que ocorria naturalmente. Minha criatura sentiu a dela, e ele estava
rasgando sua carne para expor sua alma a ele. Ela estava fazendo o mesmo sem
perceber. Eles estavam provocando um ao outro através de nós, forçando picos de
raiva a acenderem para ver o quanto o outro poderia aguentar.

— Maldição,— eu grunhi, esfregando minhas mãos sobre meu rosto.

— Eu diria que ele descobriu, Brander, — Killian bufou.

Brander me estudou, um sorriso malicioso brincando em sua boca. —Pela


expressão de pânico e horror em seus olhos, eu teria que concordar.

— Vocês idiotas de merda sabiam? — Eu exigi.

— Que sua besta estava provocando a dela e criando um inferno para vocês
dois? Alguns de nós não estão pensando com nossos paus, Knox. Já se passaram
mil anos desde que vimos criaturas testando umas às outras. Eu me perdoaria por
isso. Já faz um tempo que temos que pensar além de nossas conchas para
considerar os motivos de uma mulher. — Brander riu, dando tapinhas nas costas
de Killian.

— Duas criaturas alfa indo uma para a outra para rasgar a outra em
pedaços? Você está prestes a ter uma luta infernal. Essa mulher é feroz e não há
um osso fraco em todo o seu corpo. Eu não invejo a batalha, mas eu vejo o prêmio,
—Killian riu.

— Vocês dois são idiotas. — Eu me virei em direção à árvore, encontrando


Aria desaparecida.

Meu estômago afundou no chão quando levantei meu nariz no ar, seguindo
seu cheiro para dentro da tenda. Eu não precisava ver o interior para saber que
ela estaria aninhada no chão no canto, o mais longe que poderia conseguir de mim.

Aria tinha todo o direito de estar chateada. Eu tinha sido um idiota sem
coração, mas pelo menos eu sabia por que tinha saído dos trilhos. Eu rosnei
internamente, ouvindo minha besta rir. Idiota. Ele não se importou que Aria
tivesse passado pelo inferno porque sua criatura deveria ter reagido, assumindo o
controle para desligar a mente de seu hospedeiro do ataque. Ela não tinha, no
entanto, porque ela era jovem e sabia que Aria era mais forte por causa dos
horrores aos quais ela sobreviveu quando criança.

Aria era forte, mas também era delicada. Aria ainda acreditava em fantasias,
segurando a ilusão de amor em sua maldita manga. Ela era essa criatura linda de
olhos arregalados que olhava para os Nove Reinos com esperança queimando
dentro dela quando não havia nada aqui para ser encontrado. Este lugar iria
esmagar seus sonhos, bater seu coração no chão, e arruinar a beleza que brilhava
de dentro de sua alma antes que ela fizesse uma fenda neste buraco do inferno.

Eu protegi Aria durante sua turnê pelos Nove Reinos. Eu não tinha lutado
suas batalhas por ela, mas à noite, eu mantive o mal longe para que pudesse
descansar. Eu cortei as gargantas dos monstros que queriam machucá-la. Os
homens foram atraídos por seu cheiro, até mesmo a sutileza dele enquanto ela
escondia a tentação com sua magia. Eu os assassinei por rastrear minha garota, e
ela nunca soube que eles estavam lá babando por ela. Eu não queria que ela se
machucasse, mas eu precisava ver como ela funcionava, sua estratégia e seu plano
para limpar a casa.

Eu não esperava que esse descuido de uma garota entrasse em castelos e os


incendiasse por dentro. Eu não esperava que ela fosse um cavalo de Tróia, usando
táticas humanas que este mundo não tinha visto antes. Eu não tinha pensado que
sua bunda bonita iria bater a minha em castelos e colocá-los de joelhos sem
mim. Achei que chegaria, salvaria o dia e mostraria a Aria como seria trabalhar
juntos. Em vez disso, Aria travou uma batalha sozinha, rindo e dançando
enquanto dizimou uma fortaleza inteira como se fossem crianças, tudo isso usando
uma capa de chuva de unicórnio.

— Se eu fosse você, conseguiria consertá-la antes que você a perca, — ofereceu


Brander.

Killian sorriu, seus olhos brilhando de alegria. —Ou não, porque alguns de
nós a querem. Você estava certo. De perto, ela é inebriante e deliciosa. Entrei na
batalha com o pior caso de bolas azuis. Assistir aquela rainha da batalha lutando
ao meu lado só piorou as coisas.

— Talvez da próxima vez, foque na porra da estrada e evite a armadilha,


imbecil,— eu rosnei.

— Fácil o suficiente para você dizer,— Killian riu silenciosamente. —Eu


tinha uma mulher contra mim que não conseguia ficar parada. A necessidade dela
por você realçou seu doce aroma, e foda-se se eu não queria me divertir com ela e
fazê-la gritar. A questão é que ela queria você, idiota. Ela lançou um desafio alfa
antes mesmo de deixarmos o acampamento, — ele bufou, e eu engoli em seco,
sabendo que isso tinha jogado um inferno para eles.
— Maldição, — eu bufei, Brander ecoando minha declaração.

— Ela lançou o desafio para Lorde Andres, mas estava aberto para qualquer
homem perto o suficiente para ouvir. Aria não entendeu o chocalho que escapou
ou por que ela fez isso, além de assumir que ela estava nos apoiando. Ela tem sorte
de chegarmos a tempo. Andres teria machucado para afirmar o domínio. Aria é
uma alfa, e seja lá o que diabos esteja dormindo dentro daquela garota é a porra
de um assassino. É muito jovem, porém, o que é perigoso.

Killian estava certo. Depois que um desafio é lançado, ele não poderia ser
retirado. Aria não sabia disso. Killian deve ter passado por um inferno para
ignorar essa ligação. Eu dei um tapinha nas costas dele enquanto ele ria,
balançando a cabeça.

— Vá consertar o dano, Knox. Aria consegue ódio suficiente de mim, e talvez


Greer esteja certo. Talvez você não a mereça, e ela é melhor do que todos nós. Ela
não merecia a noite passada, no entanto. Isso é culpa nossa por sermos tão
distorcidos e magoados que não podemos ver além do ódio que respiramos.
CAPÍTULO OITO

SORAYA

Eu tinha observado Aria o dia todo, notando a cor pálida de seu rosto
enquanto seus olhos permaneciam no chão. Ilsa falhou em acabar com sua vida,
mas o que quer que tenha acontecido, não foi bom. Ela parecia perdida, quebrada
e, pior, sem esperança. Meu estômago apertou ao ver os homens saírem da tenda
cobertos com seu sangue depois que gritos irromperam de dentro.

Ilsa ia ficar chateada por ter falhado em seu plano de erradicar Aria Hecate
dos Nove Reinos. Siobhan havia criado uma poção da verdade para o rei de
Norvalla, mas também colocou outra coisa nela. Eu a observei na tenda com o rei
andando sem rumo ao redor, sua raiva palpável. Fiquei preocupada por Aria,
percebendo que suas mãos estavam fechadas em punhos.

Os dedos do rei empurraram seu cabelo dourado, olhos afiados e focados me


examinavam como se eu não fosse uma ameaça. Sua marca agora estava em meu
pulso, me marcando como uma escrava e possuída por ele. Eu o odiei por isso, mas
também fiquei impressionada por ninguém ter me maltratado desde que
cheguei. Eu tinha testemunhado outras de nossa espécie como escravas antes,
usando-nos para tudo o que eles podiam imaginar. Para eles, não éramos nem mais
seres vivos, apenas uma mercadoria.
Um senhorio alinhou as bruxas, revezando-se com cada uma para produzir o
mal dentro de nós. Outro tinha cortado os dedos por causa de injúrias e, quando
ficou sem eles, pegou outras partes. Alguns reivindicaram bruxas, massacrando-
as para se divertir. Um tinha me encontrado em uma missão, amarrando-me à
árvore, usando facas para segurar meu corpo enquanto ele enfiava brutalmente
em mim. Eu cortei sua garganta no meu caminho para fora, cortando seu pau
flácido, enfiando a coisa em sua boca como um aviso para qualquer um que
pensasse em me usar novamente.

— O que você está fazendo, Soraya? — Siobhan perguntou, e eu me endireitei,


apontando o polegar para onde Aria estava sentada no mesmo lugar que estivera
nos últimos dias.

— Essa é uma bruxa lendária que parece muito patética se você me


perguntar. — Eu queria que Esme pudesse ver sua salvadora agora, quebrada,
mentalmente separada dos vivos e patética pra caralho.

— Eu seguraria sua língua e não deixaria ninguém ouvir você falar dela,—
advertiu Siobhan.

Eu bufei, observando os homens se moverem ao redor de Aria. Eles a


monitoram de perto. Até o próprio rei parecia se opor a deixá-la fora de sua
vista. Ele sempre estava em algum lugar onde pudesse vê-la e saber o que ela
estava fazendo. Era lamentável no grande esquema das coisas, já que ele era
conhecido por dormir com uma bruxa uma vez e sair da cama dela
depois. Franzindo a testa, observei as crianças gravitando em direção a Aria como
se fossem atraídas por ela.

Seu cabelo prateado era único e bonito, embora fosse uma cor estranha para
uma bruxa ter. Olhos grandes e turquesa emoldurados por cílios negros e grossos
cobriam suas bochechas. Ela era magra e, embora ágil e minúscula, tinha uma
expressão em seus olhos que falava de fogo, ou tinha. Agora era triste ver a dor em
seus olhos.
Era uma dor que conheci intimamente. Aprendi a desligá-la, a colocar Julia
e as necessidades dela antes das minhas. Eu passei os últimos dois anos forçando
minhas emoções a um estado amortecido. Não permiti que o medo escapasse de
mim, sabendo exatamente como responder a Ilsa na hora. Eu treinei para a
batalha, aprendi a me aproximar de um inimigo poderoso, atacando forte e rápido.

Aprender a sobreviver não foi uma coisa simples, mas foi a única opção que
me restou. Eu estremeci com as memórias, descartando o estado sombrio da
bruxa. Siobhan abriu a boca para falar, mas se endireitou diante de algo atrás de
mim. Virando-me para ver o que havia chamado sua atenção, minha boca se abriu
para o homem de cabelos escuros com olhos safira que deslizaram sobre mim antes
de voltar para Siobhan.

— Eu preciso de um favor, Siobhan, — afirmou o homem, sua voz deslizando


sobre mim como mel derretendo no pão quente.

Sua voz era um barítono sexy, profundo e rico que deslizou por cada
terminação nervosa, incendiando-as. Eu recuei, tentando quebrar qualquer feitiço
que entrou em meu sistema com sua proximidade. Os olhos do homem se moveram
para mim novamente, notando a maneira como eu fiquei tensa. Meu corpo aqueceu
sob o olhar, forçando minhas pernas a apertarem com antecipação.

O que diabos estava acontecendo? Eu não gosto de homens. Eles queriam


uma coisa e pegavam com brutalidade, sem se importar com o que aconteceria
conosco depois. Quantas garotas esses idiotas deixaram em seu rastro enquanto
marchavam pelos Nove Reinos? Chegou a centenas de milhares como se fosse seu
direito nos reproduzir agora que Hecate se foi.

— Como posso ajudá-lo, Brander? — Siobhan perguntou, seu tom abafado e


cheio de luxúria.
Sua risada enviou arrepios correndo pela minha pele, e eu engoli ao som
disso. —Aria não se recuperou, — afirmou ele, e eu me animei com seu
interesse. —Eu queria ver se talvez você pudesse alcançá-la.

— Por que eu tentaria alcançar uma bruxa de linhagem Hecate? Eu estou


abaixo dela, —Siobhan respondeu, empurrando seu cabelo escuro atrás da orelha.

— Você é uma mulher que conhece a dor de ser agredida. Não se trata de sua
herança. Ela não é dos Nove Reinos e não liga para merdas como status ou
linhagem. Ela está sofrendo, e temo que nossa parte nisso não nos permita mudar
por ela.

Eu engoli as palavras que Brander disse. Uma bruxa que não julgava alguém
com base na linhagem de sangue? Certo. Eu poderia ver se Aria não tivesse o
sangue real bombeando em suas veias para seu peito sem coração.

Seu nome a fez realeza, com ou sem a magia para apoiá-lo. Eu a vi lutar e
tirar o elemento do Guardião do Relâmpago. Ela era uma das bruxas prometidas,
aquela que deveria estar aqui para proteger as bruxas das trevas.

— Você acha que ela vai falar comigo? — Siobhan zombou, cruzando os braços
esguios sobre os seios fartos. —Eu sou uma seguidora de acampamento, o que está
um passo à frente de ser uma prostituta. Eu faço poções e sirvo ao seu inimigo. Ela
está muito ciente do meu status aqui, Brander.

— Aria é diferente do que você supõe. Você poderia tentar? — Ele implorou,
seus olhos se enchendo de esperança.

— Tudo bem, mas quando ela cuspir na minha cara ou chutar minha bunda
como fez com Bekkah, será você quem fará a sutura.
— Vou usar dedos de borboleta para consertar seu lindo rosto. — Eu o
observei, estreitando meus olhos com seu jogo suave de palavras. Siobhan corou e
eu mal contive o bufo que ameaçou sair dos meus lábios.

— Venha, Soraya. Você passou pelo inferno, correto? — Siobhan perguntou,


e eu me virei dos olhos de safira hipnotizantes para olhar para ela. —Você é linda
demais para ter passado tanto tempo sem ser forçada a sexo.

Minha garganta balançou, e eu baixei meus olhos sob o olhar curioso de


Brander. Eu balancei a cabeça e Siobhan descruzou os braços. A vergonha
queimava em meus olhos quando os ergui para os dela antes de olhar para Brander
para encontrá-lo me estudando, a dor apertando em meu peito.

—Você quer a porra dos detalhes? — Eu rebati, observando os olhos de


Siobhan se estreitarem. Com seu aceno de cabeça, contei meu tempo trabalhando,
servindo às feras que me brutalizaram. Eu mal sobrevivi e, quando terminei
minha história, os dois me olharam com olhos compassivos que eu queria arrancar
de suas órbitas. —Isso é abuso suficiente para se encaixar, Siobhan? Ou você quer
mais detalhes sobre a vez que eles me estupraram e me mutilaram ao lado da
estrada porque eu não fui rápida o suficiente para escapar de meus agressores?

Siobhan engoliu em seco com lágrimas nadando em seus olhos antes de


balançar a cabeça, olhando para o céu azul celeste. Sua garganta balançou antes
que ela baixasse o olhar, travando no meu mais uma vez. Afastei a emoção
enquanto ela observava, indiferente ao fato de o irmão do rei notar minha reação.

— Então você pode me ajudar a tentar trazer de volta a Princesa Hecate.


— Siobhan empurrou seu trauma para baixo enquanto nós duas olhamos para
Aria, que havia se levantado do chão e estava olhando para as pessoas trazidas
para o acampamento. —Venha, ela é volúvel como a merda agora.

Eu não falei enquanto nos movíamos em direção a ela, observando os grandes


olhos turquesa de Aria se voltavam para nós antes mesmo de chegarmos perto
dela. Mesmo com o trauma recente, ela estava atenta e na defensiva, alerta para
ameaças. Seu olhar se estreitou, movendo-se entre nós como se ela esperasse um
ataque. Suas mãos se fecharam em punhos apertados ao lado do corpo, e eu engoli,
parando a uma distância segura dela.

— É meu entendimento que você precisa de alguma companhia feminina,—


Siobhan ofereceu desajeitadamente.

Aria não falou, deslizando seu olhar entre nós. Ela se virou para onde
Brander estava com o rei e outro homem. Sua garganta se moveu, mas ela
permaneceu em silêncio. Sua atenção se concentrou em mim, e eu parei, congelada
no lugar nas manchas douradas que pareciam flutuar em seus olhos.

— É normal sentir raiva ou até mesmo vergonha do que aconteceu, —


continuou Siobhan. —Não é sua culpa ou algo parecido.

— Está tudo bem querer a porra do verme morto, — eu disse, observando


toda a força de sua atenção voltar para mim novamente. Havia poder em seu olhar,
e isso me deu uma pausa. Era como estar na frente de um poder bruto e
desenfreado que vazou de seus olhos para segurar os meus, me prendendo no
lugar. Algo dentro dela estava me estudando, e isso fez meu coração bater contra
o meu peito. —A raiva é bom; a raiva é saudável. Eu gritei quando escapei. Gritei
até minha voz ficar áspera e a dor passar.

— Sim, isso é bom. Vamos gritar, —Siobhan ofereceu.

Siobhan gritou, mas foi fraco. Os olhos de Aria desviaram dela para mim, e
eu abri minha boca quando um grito escapou. Aria bufou, abrindo a boca, liberando
um grito horrível que saiu de sua garganta. As chamas explodiram, nos forçando
a recuar e tudo ao seu redor pegou fogo. Seu grito cheio de agonia mudou para
raiva, e então fúria pura e desenfreada que me deixou ofegante me afastando,
abrindo e fechando minha boca enquanto ela queimava.
Aria não parou, nem mesmo quando todo o acampamento ficou olhando para
ela em estado de choque. Ela apertou as mãos ao lado do corpo e se curvou. Seu
grito cresceu em força até se transformar no chocalho pelo qual o rei de Norvalla
era conhecido. Meu corpo tremia junto com o de Aria, observando as chamas
lamberem sua carne, e esperei sua pele derreter de seus ossos.

Isso não aconteceu. Em vez disso, no momento em que Aria endireitou seu
corpo, as chamas foram sugadas de volta para sua boca e nariz, e ela inclinou a
cabeça, olhando para nossos rostos horrorizados.

— Não ajudou, — Aria admitiu, seus olhos morrendo antes de se afastar de


nós. Ela voltou para sua tenda com as roupas queimadas caindo, indiferente ao
entrar.

— O que diabos aconteceu? — Perguntei.

— Ela abriga chamas? Bruxas não carregam chamas, — Siobhan sussurrou


com os lábios trêmulos. —Que porra é ela?

— O que diabos vocês duas disseram a ela?— O rei exigiu, movendo-se com
raiva em nossa direção.

Seu tom intermediou a morte, e eu caí de joelhos, curvando minha cabeça


enquanto meu corpo inteiro estremeceu com o que acabara de ver. Siobhan não se
curvou, parada ali para enfrentar o rei. Uma mão roçou meu ombro, enviando
faíscas em minha alma quando me virei, olhando nos olhos de Brander.

— Levante-se, bruxa,— ele afirmou suavemente.

Ele me ajudou a ficar de pé, ignorando a forma como meu corpo estremeceu
de medo. As bruxas temiam as chamas e queimar vivas, pois era o método que os
senhores usavam para nos torturar. Aria literalmente explodiu em chamas, e
ainda assim ela não tinha uma única marca em sua pele.
— Nós sugerimos que ela gritasse para liberar a raiva que sentia, — Siobhan
ofereceu, cruzando os braços sobre a camisa com franjas, queimada pelo fogo de
Aria.

Eles não pareciam preocupados com o fato de que uma bruxa Hecate tinha
acabado de explodir em chamas e permanecido intocada por elas. Na verdade, eles
pareciam mais perturbados por tê-la chateado. Meus olhos voltaram para a tenda,
observando Aria sair com um vestido prata que deixou seus braços nus. Todo o
acampamento observou-a inquieto enquanto ela se movia para a mesa que tinha
bebidas colocadas sobre ela.

— Bruxas não usam fogo, nunca,— eu disse, lutando contra a minha


respiração irregular que eu não conseguia desligar.

Os olhos do rei deslizaram para mim lentamente, vagando pelo meu rosto
com desinteresse. Sua atenção se voltou para Aria, observando ela levantar um
barril de líquido âmbar e o segurou no nariz, virando-o para cima e para baixo em
um gole. Seus olhos se fecharam enquanto ela engolia tudo, sorrindo ao receber a
última gota.

O rei caminhou em direção a Aria, mas seus olhos deslizaram para o chão, e
uma carranca puxou sua boca quando ela passou por ele. Ela se encolheu para
longe de seu toque quando ele estendeu a mão para ela, ignorando-o quando
chamou seu nome.

Ela pode ter sido ferida, mas não estava quebrada. Ela estava cheia de raiva
e dor que finalmente explodiram. Eu olhei para as marcas de queimadura em meus
braços e camisa. Eu levantei meu braço para tocar a queimadura, mas Brander o
agarrou, evitando a área danificada.

— Venha, eu tenho creme que as bruxas fizeram para tratar


queimaduras. Eu vou cuidar de você. Não entendi o seu nome.
— Soraya. E você é o Príncipe. Você não precisa cuidar de mim. As bruxas
vão, — eu engoli, baixando meus olhos com a intensidade de seu olhar.

— Eu insisto, Soraya. Você também pode me explicar como veio parar


aqui. Você é da cidade de Vãkya, e não há relatos de bruxas sobreviventes ao
serviço de Ilsa daquela área. Na verdade, não houve nenhuma notícia de ninguém
ou nada escapando do território da rainha em meses.

— Eu disse que escapei, mas não quando. Eu escapei anos atrás, — eu engoli
em seco, notando a maneira como Brander procurou meu rosto. —Minha família
não teve tanta sorte. Não procurei outras, querendo esconder a vergonha do que
suportei. — Baixei meus olhos, engolindo em seco. Não era mentira. Não procurei
pessoas porque a única outra vida que importava para mim ainda era servir à
rainha. —Eu não fiquei orgulhosa por permitir que me catiturassem e permitissem
que monstros me usassem. Não contei muito a minha história, pois não traz
nenhuma honra ter sido estuprada por criaturas que não eram compatíveis com a
minha anatomia. — Lágrimas nadaram em meus olhos enquanto eu as erguia
para ele. Eu me virei, olhando para onde Aria estava bem atrás de mim, encarando
Brander.

Ela não falou ou se moveu, mas o olhar nos olhos de Aria condenou Brander
por me forçar a contar minha história. Ela sorriu, colocando a mão no meu ombro
exalando lentamente. Siobhan se aproximou, seus olhos observando Aria com
curiosidade enquanto eu estava paralisada.

Brander pigarrou e Aria se aproximou de mim, deslizando sua mão na minha


me puxando com ela em direção à maior tenda no meio do acampamento. Eu a
segui com uma inquietação correndo por mim; como se ela sentisse, seus olhos
encontraram os meus. Ela se virou, sorrindo antes de balançar a cabeça. Eu me
sentia nervosa e outra coisa, algo estranho com seu toque que fez meu estômago
dar uma cambalhota.
Na frente da tenda, Aria se virou, bloqueando a entrada de Brander quando
Siobhan parou enquanto Aria se mantinha firme. Brander deu um passo para trás,
esbarrando no rei, que observou o que estava acontecendo.

Aria estremeceu e eu engoli em seco quando os homens assentiram, dando


um passo para trás. Ninguém mais estava dentro da tenda médica e, ao que
parecia, Aria não pretendia deixá-los entrar também. Ela deixou as abas fecharem
e se virou, olhando lentamente ao redor da área até que avistou os tônicos, e eu a
segui.

— Você é uma fênix, não é? — Eu perguntei, incapaz de manter o espanto


fora do meu tom. Ela se virou, sorrindo para mim balançando a cabeça. —Você
pode falar?— Aria levou o dedo aos lábios, os olhos brilhando apontando para a
frente da tenda, depois para a orelha.

Sorri sem jeito, observando-a agarrar o tônico para abri-lo, cuidando do meu
braço e Siobhan ficava em estado de choque. Tentei parar Aria, mas seus olhos se
ergueram e eu vi a dor neles, mesmo que apenas um vislumbre. Seus dedos
deslizaram sobre minhas queimaduras e eu engasguei quando a dor percorreu
minha carne carbonizada.

— Eu sinto muito. Não era minha intenção machucar você, — sussurrou Aria,
quase sem respirar.

— Você é a princesa e eu sou uma camponesa, — anunciei.

— E?— Ela deixou Siobhan e eu em silêncio. —Eu sou Aria, e não importa o
sangue que corre nas minhas veias, estamos todos no mesmo barco, apenas
tentando sobreviver. Há melhores chances em números maiores, não é? — Aria riu
e eu engoli em seco. —Gostaria de ser a camponesa e você a princesa. — Ela cuidou
de minhas feridas como se eu não estivesse no fundo da cadeia alimentar e ela no
topo.
Aria quis dizer o que disse, o que me chocou. Ela era da realeza, uma das
poucas que carregavam a magia de Hecate em suas veias. Aria tinha um poder
imenso, mas havia uma humildade dentro dela que me surpreendeu. Ela não era
o que eu pensava que seria. Ela era ... humilde.

— Eu queimei você também?— Aria perguntou, deslizando sua atenção para


Siobhan.

— Não, minha princesa,— Siobhan proferiu, com os olhos arregalados de


confusão. —Eu pensei que todas as bruxas Hecate eram vadias, vadias hostis que
não se importavam com as camponesas ou aquelas abaixo delas?

— Disseram-lhe o que pensar e como agir em nossa presença. Fui ensinada a


estar acima de você e governar com frieza. Eu escolho não ser essa vadia de
coração frio e indiferente que eles me disseram para ser. A vida é muito curta para
ser um idiota, não é?

Siobhan riu, suas mãos se movendo para tocar o rosto de Aria. Ela recuou e
as mãos de Siobhan caíram. Aria exalou lentamente, estendendo a mão para
aceitar a de Siobhan, mas elas tremeram. Aria assustava-se ao tocá-la ou ser
tocada. Observei em silêncio enquanto ela permitia que Siobhan colocasse sua
mão na dela antes de cobri-la com a outra.

— Abençoada seja, — sussurrou Aria, puxando as mãos para trás.

— Abençoada seja, Princesa Aria. — Siobhan tremeu. Seus olhos estavam


arregalados com o choque do toque de Aria. Ela sentiu o que eu senti quando a
toquei?

— Apenas Aria,— ela insistiu. —Eu não quero ser uma princesa. Parece
correto, e eu sou apenas uma garota tentando sobreviver, como você.

— Mas você é uma bruxa Hecate,— eu apontei.


— Eu sou. Mas sou uns de seus inimigos, e nada mais do que sua
escrava. Estou impotente e presa, assim como você. A única diferença é que não
pretendo ficar presa ou permanecer prisioneira.

— Ele pode ouvir você,— eu sussurrei.

— Estou ciente, e honestamente não dou a mínima. Ele quebrou a última


coisa que restou para lhe oferecer. Seu braço está melhor? — Os olhos de Aria
seguraram os meus, o que enviou esperança por mim; esperança mortal e perigosa
de que Aria fosse tudo que Esme disse que ela seria.

— Sim, obrigada,— eu disse, notando as lágrimas nadando em seus olhos. —


Lamento que você tenha sido ferida e agredida.

— Outras suportaram muito mais do que eu. Vou sobreviver porque não cabe
a mim aceitar a derrota. Foi muito bom conhecer você, mas no futuro, acho que
vou manter o meu silêncio em vez dos meus gritos, — disse Aria com um sorriso
malicioso erguendo a boca. —Meu silêncio é totalmente mais perigoso. Eu sou uma
bruxa, mas também sou um monstro. — Aria recuou, virando-se ao sair da tenda,
deixando nós duas estupefatas com suas palavras.

— Ela não está certa, está? Quero dizer, Aria Hecate apenas cuidou de seus
ferimentos. As bruxas Hecate são notoriamente esnobes e indiferentes à nossa
espécie. Ela parecia…

Eu balancei a cabeça lentamente. —Aria parecia irreal e calma. Ela não está
quebrada, mansa ou ferida. Ela está calma e controlada, de forma
assustadora. Você viu os olhos dela quando ela parou de gritar? Eles estavam
quase sem vida, e então as chamas dançavam dentro deles. Se ela for uma fênix,
ela poderia colocar fogo nos Nove Reinos e forçar a escuridão para as sombras. Ela
poderia matar Ilsa. Aria Hecate é poderosa o suficiente para matar a Grande
Rainha das Bruxas e tomar seu trono.
— Ela poderia matar todo mundo,— Siobhan sussurrou, entrelaçando seus
dedos nos meus, forçando meus olhos para onde ela segurava minha mão.

Esme estava certa. Aria era diferente. Ela era muito mais assustadora do
que Ilsa porque Aria tinha algo dentro dela, e eu senti a necessidade de ficar ao
seu lado. Senti uma paz em sua presença que me deixou sem saber como
responder a ela. Era como estar ao lado de uma tempestade que você sabia que
poderia causar turbulência e caos, mas ainda assim você precisava ficar ao seu
lado.

— Aria é a Grande Rainha das Bruxas. Aquela garota é nossa Rainha, e ela
nem sabe disso, porra, — eu sussurrei baixo o suficiente para que o som mal fosse
registrado.

— Nem eles porque não podem sentir o que fazemos. Segure sua língua e não
repita porque colocamos nossa rainha legítima em perigo se o fizermos. Senti paz
pela primeira vez na vida quando ela me tocou.

Eu balancei a cabeça, lutando contra o espessamento na minha garganta. —


Eu também senti quando ela cuidou de mim. Eu não senti nada parecido
antes. Não sei se quero gritar ou chorar que ela está nas mãos dos nossos inimigos
e tão calma sobre isso. Aria literalmente gritou e explodiu em chamas, e eles nem
piscaram quando ela estava em chamas. Então, porque isso não era louco o
suficiente, ela sugou as chamas de volta para seu corpo.

— Sua alma. Se ela é uma fênix, voltou para sua alma.

Pisquei, virando-me para olhar para Siobhan enquanto ficávamos em


silêncio. As abas da tenda se moveram e lentamente nos afastamos uma da outra,
nos movendo para colocar as pomadas e outras coisas de volta onde
estavam. Virando, vimos Brander vindo em nossa direção com Killian ao seu lado.
— O que vocês viram esta noite não sai do acampamento. Se qualquer uma
de vocês tentar sair, morre. Acene e me diga que vocês entenderam, — afirmou
Killian, com os olhos em mim.

— Eu entendo, meu senhor,— eu engoli, balançando a cabeça.

— Bom, agora vá,— ele rosnou, virando-se para olhar para Brander enquanto
saímos da tenda.

Corri ao lado de Siobhan de volta para a barraca de ervas, deslizando para


dentro e o aviso ecoava por mim. Eles sabiam o que ela era e pretendiam soltá-la
sobre as bruxas, o que significava que minha irmãzinha estava diretamente em
seu caminho. Julia era dez vezes mais poderosa do que eu, e ela era a atual escrava
de Ilsa, continuamente fornecendo seu poder. O alvo deles era Ilsa, o que
significava que eu tinha que tirar minha irmã daquele palácio antes que eles o
alcançassem.
CAPÍTULO NOVE

ARIA

Por dias, evitei falar com Knox. Eu precisava de espaço para limpar minha
cabeça porque a dor da minha psique tinha sido debilitante. Eu passei horas
repassando fatos e raciocinando, como Knox tentou descobrir minha família, mas
não usei isso até que eu o forcei a questionar tudo sobre sua vida com Liliana.

A qualquer momento, ele poderia ter me forçado a contar onde minha tia e
minhas irmãs estavam escondidas, mas não o fez. Ele poderia ter me machucado,
e mesmo que tivesse me segurado debaixo da água, ele se absteve de me causar
dor. Sim, nós nos enfrentamos forte e rápido e nos atacamos profundamente. Eu
estava começando a acreditar que tinha mais a ver com o que éramos e o que
carregamos dentro de nós que nos fazia lutar um contra o outro.

Nos poucos dias em que o evitei, senti minha raiva aumentar sem motivo. Eu
queria rasgar a pele de Knox, cavar em seu coração para afundar minhas garras,
e não houve nada que me fizesse induzir tal sentimento. Tinha sido instintivo, a
necessidade de me forçar sob sua pele, encará-lo e ver o que o fazia pulsar.

Em vez disso, passei o dia na tenda com dor. Eu deslizei para dentro da minha
cabeça, falando com a minha criatura. Ela estava interessada em falar sobre como
poderíamos torturar Knox, retirando lentamente a pele de seu corpo para
eviscerar-lo de nosso sistema por meio de técnicas dolorosas.
Knox estava tentando me tirar da cabeça, iniciando conversas que
terminavam unilaterais. Ele me trouxe frutas e uísque, passando várias horas em
silêncio esperando que eu falasse, mas eu recusei. Estava exausta, mental e
fisicamente, e Knox continuou a aumentar. Qualquer chance que ele teve de me
atacar, ele aproveitou.

Knox entrou na tenda e eu parei, desviando meus olhos de onde ele


estava. Meu corpo ficou tenso quando ele se moveu para a mesa, sentado na minha
frente. Seus dedos tamborilam no topo da madeira enquanto ele se recostava
relaxando, olhei para ele por baixo dos meus cílios.

— Por quanto tempo você pretende fingir que não consegue falar, Aria? —Ele
se sentou para frente, cruzando as mãos sobre a mesa. — Brander disse que o dano
em sua língua não foi extenso. Ele também disse que isso não interfere na sua
capacidade de falar.

Eu me virei, olhando para a frente da tenda, me perguntando se eu poderia


escapar ou se ele tentaria me impedir de sair. Knox me deu espaço, o que eu
apreciei. Hoje, no entanto, ele aparentemente decidiu que eu tive tempo suficiente
para curar em silêncio. Engolindo o aperto na minha garganta, eu o ignorei e a
batida acelerada do meu coração.

À noite, quando eu escolhi o chão ao invés da cama, ele permitiu até que eu
adormecesse, então me pegou e colocou meu corpo contra o seu. Nos primeiros dias,
eu lutei contra seu aperto até que percebi que era inútil tentar escapar. Seus
braços me envolviam, prendendo-me contra seu aperto de aço. Eu odiava que ele
oferecesse conforto, e meu corpo ansiava por isso.

Knox praguejou baixinho, batendo as mãos na mesa, me fazendo pular. Meus


olhos se voltaram para os dele, observando seus lábios puxando para baixo em uma
carranca com a minha reação. De pé, caminhou na pequena tenda, exalando
colocando as mãos nos quadris estreitos.
— Eu não deveria ter maltratado você. Eu sei disso agora. Reagi mal quando
você mencionou Liliana e agi pior quando você corrompeu a memória dela em
questão. — Seus olhos deslizaram pelo meu rosto, tentando ler minha expressão,
mas não havia nada para ele ler. Eu tinha dominado a arte das minhas expressões
em torno de Knox desde que me machucou profundamente, exibindo a mortalha
ao redor da minha pele para salvá-la, já que eu ainda era fraca quando precisava
ser forte.

Knox se aproximou, ajoelhando-se na minha frente, me forçando a recuar na


cadeira, para longe dele. Ele lentamente soltou a respiração que prendeu e
esfregou a mão no rosto. Knox irradiava arrependimento, mas não me
importei. Ele me disse o meu valor e me cortou profundamente.

— Killian estava trazendo você para mim quando as bruxas te


capturaram. Eu passei por vilas cheias de corpos mutilados e sem vida no meu
caminho para Steely Keep. Encontrei todo o exército de Lorde Andres morto, sem
um único ferimento em seus corpos. Bruxas e guerreiros pareciam cair mortos sem
motivo. Homens bons morram sem ter a chance de morrer em batalha,
Aria. Encontrei Killian na estrada. Ele ainda estava enviando homens feridos de
volta ao acampamento. Descobri que você se foi me fez questionar se era parte do
que havia acontecido. Então ouvimos seus gritos agoniados, e tudo dentro de mim
estalou. Perdi o controle para chegar até você, mulher, — grunhiu Knox, desviando
o olhar se levantando, voltando lentamente para seu assento.

Silenciosamente, ele serviu dois copos de uísque e empurrou um para


mim. Eu ignorei, olhando para qualquer lugar menos para ele. Meus seios subiam
e desciam com a minha respiração e ele me estudava. Seu olhar aquecido queimava
no meu rosto e continuei me recusando a falar.

— Você presumiu que este mundo era preto e branco, mas não é. Pensou que
eu aceitaria sua palavra quando não tenho razão para fazer isso? Você falou da
minha esposa, tentando me fazer questionar tudo o que aconteceu nos últimos
quinhentos anos, Aria. O que você ouviu foi o que eles queriam que ouvisse, porque
a outra opção não era possível. Liliana era minha companheira e meu único
amor. Ela me deu meu filho, Sven. Portanto, o que quer que as bruxas estejam
tentando fazer através de você, não funcionará. — Ele ergueu sua caneca, bebendo
o uísque antes de se inclinar mais perto.

Sua mão se moveu para tocar a minha e eu as arranquei. Forcei minha


cadeira para trás até que o frio da manhã, cobrindo a lateral da barraca, tocou
minha pele. Knox riu, balançando a cabeça e soltou um suspiro estremecido antes
de puxar a mão para trás, me estudando.

— Sinto muito, Aria.

Lágrimas nadaram em minha visão, mas me recusei a permitir que


caíssem. Ele estava arrependido? Desculpe pelo quê? Por me dizer que só
queria usar meu corpo? Por tentar me afogar na banheira cheia de água suja? Ou
me acusando de ser uma vadia monstruosa que usaria sua esposa morta contra
ele como uma prostituta chantagista?

— Você deve beber o uísque para se manter aquecida. Está frio hoje e vamos
mudar de acampamento novamente. Isso vai aquecê-la contra o frio no ar, —
afirmou, empurrando-o para mais perto.

Meus olhos continuaram a fitar a aba da tenda, desejando poder escapar por
ela. Eu sabia que se avançasse em direção a isso, Knox me impediria. Eu quase
ansiava pela gaiola que só tinha espaço suficiente para um prisioneiro caber. Knox
avançou, agarrando minha mão, olhando para mim enquanto eu puxava.

— Me solta,— eu sussurrei tão baixinho que mal era audível.

— Nunca, — ele engoliu em seco, procurando meu rosto.


— Deixe-me ir agora!— Eu gritei com veemência, e ele o fez, me liberando
enquanto as lágrimas rolavam dos meus olhos. —Não me toque de novo,— eu
avisei com veneno e farpas cobrindo as palavras.

— Para que você possa falar,— ele bufou, sentando-se novamente. —Você
acabou de escolher não falar comigo?

— Eu tenho um uso, Rei Karnavious. Você não precisa de minhas palavras


para usar meu corpo, — eu sibilei, sentando-me quando sua boca abriu e fechou
novamente.

— Aria, — sussurrou ele, abaixando a cabeça e fungando, erguendo os olhos


para o sangue que escorria do meu ombro. —Você está ferida.

Eu não respondi a ele. Eu nem olhei em sua direção. Ele me forçou a me


mover, sacudindo a lesão no meu ombro. Ele se levantou, caminhando até a frente
da tenda, falando com alguém em sua língua antes de voltar a se sentar em sua
cadeira. Seu olhar deslizou para o sangue escorrendo pelo meu braço, a dor da
ferida criando uma pulsação no meu ombro.

Brander entrou na tenda, colocando sua maleta médica sobre a mesa antes
de se abaixar na minha frente, olhando para meu rosto. Olhos safira deslizaram
para o ombro do meu vestido branco, agora um vermelho brilhante.

— Vou precisar olhar para o seu ombro. — Brander observou, minha cabeça
assentiu com permissão.

Brander se levantou, movendo-se atrás de mim, e lentamente empurrou o


vestido de lado para revelar a ferida com crosta. Ele sibilou, encontrando a carne
mutilada.

— Seu ombro estava curado, — apontou, e Knox chocalhou na garganta,


vendo o que tinha acontecido. —Parece que lâminas removeram a pele.
— O que diabos você fez, Aria?— Knox exigiu com raiva.

— Eu removi sua marca porque me ofendeu, — eu admiti em um tom


inexpressivo.

— Não funciona assim, — resmungou Brander, chocado com o que eu tinha


feito a mim mesma. —Você teria que cortar a carne até o osso; é por isso que ainda
não está curado, — ele admitiu. —Maldição, Aria.

— Você não pode simplesmente remover uma marca. Não funciona assim, —
Knox rosnou, seus olhos abrindo um buraco na lateral da minha cabeça.

— Aparentemente, você pode. Se a marca foi mal colocada ou ofende ambas


as partes. É removível, desde que você livre seu corpo da pele marcada.

— Minha marca em sua pele não me ofende, mulher.

Eu encarei a luz do dia entrando de fora da tenda. Meu coração trovejou no


meu peito quando me recusei a responder. Knox não merecia uma resposta, já que
não era sobre ele. Brander tocou a carne ferida e sangrando, e eu não reagi à dor.

— Quem ficou ofendido com a marca em seu ombro, Aria? — Brander


perguntou.

— Minha criatura e eu decidimos que era desprezível e detestamos que


estragasse nossa pele. O rei Karnavious a colocou lá sob falsos pretextos; portanto,
nós a removemos. Erros acontecem e, embora na época parecesse certo permitir a
marca do rei, não era, e então corrigimos nosso erro.

— Você cortou o ombro até o osso para remover a marca de Knox?— Horror
passou por sua voz agravando o tom de Brander. —Diga-me que você não fez isso,
mulher.
— Eu fiz. — Eu balancei a cabeça para o lugar na terra onde eu tinha
escondido a pele e o tecido que teria alertado Knox sobre o que tinha feito se
tivéssemos ficado aqui.

Knox caminhou até a terra, ajoelhando-se para afastá-la, exalando quando


encontrou vários pedaços da minha pele. Ele praguejou baixinho, virando-se para
olhar para mim com uma expressão que gritava raiva e traição.

— Por que você faria algo assim? — Brander exigiu.

— Porque parecia errado, e eu detestava tanto quanto a marca de Lorde


Andres em meu corpo,— eu disse, me levantando. —Devo ir para minha gaiola ou
devo descobrir onde o lixo pertence?— Eu perguntei, minha voz tão morta quanto
me sentia olhando para Knox sem nenhuma emoção exposta.

— Você não é um lixo, Aria, — Brander sussurrou antes que seus olhos
raivosos deslizassem para Knox, que não falava desde que eu disse que ele não era
melhor do que Lorde Andres.

— Não, isso mesmo. Eu sou apenas uma prisioneira que só é procurada pelo
que está entre suas coxas e o poder que ela detém. Estarei na minha gaiola se
precisar da minha vagina ou magia, Mestre, — eu ri silenciosamente, ajeitando o
ombro do meu vestido. Saí da tenda, encontrando Lore, Greer e Killian, todos me
olhando com cautela.

— Aria?— Lore chamou, mas eu o ignorei caminhando para a gaiola,


protegida e magicamente aprimorada para me segurar.

Greer gritou nas minhas costas, mas eu não me importei mais. Embora o
alívio por ambos terem sobrevivido corresse por mim, eu não respondi a nenhum
deles. Eu fui colocada no inferno e estava exausta. Nenhum deles se importava
comigo, apenas com o que eu poderia fazer pelo lado deles nesta guerra. Para eles,
eu era uma arma a ser empunhada e usada em seu lazer. Para Knox, eu era
alguém que aquecia sua cama quando ele desejava e um poste de açoite quando
ele precisava disso também.

Abri a gaiola, sorrindo para Siobhan e Soraya. Ambas as mulheres assistiram


com inquietação e expressões preocupadas olhando o sangue fresco encharcando
meu vestido. Eu fechei a porta da gaiola até que ela clicou, levantando o cobertor
do chão para envolver meu corpo. Eu olhei para cima, encontrando os homens
olhando para mim de fora da tenda antes de cobrir minha cabeça e fechar os olhos,
ficando confortável para o passeio.

Eventualmente, começamos a nos mover, e horas se passaram antes que eu


acordasse e espiasse do cobertor, encontrando Knox cavalgando ao lado da
gaiola. Afastando-me dele, sentei-me para olhar o campo por onde viajamos. Eu
podia sentir seu olhar queimando minhas costas. Sua raiva pulsou através de
mim, mas eu não me importei. Eu estava exausta demais para me preocupar ou
pensar nele.

Eu entendi que o que eu ouvi, o forçou a olhar para coisas dolorosas, mas não
foi minha culpa. Se o que Lorde Andres e Kristal disseram fosse verdade, alguém
plantou uma bruxa em sua casa, disfarçada de sua companheira perfeita, forçando
Knox a se apaixonar por ela.

A traição e o horror que ele deve ter sentido quando as palavras deixaram
meus lábios, bem, provavelmente o desfizeram. Inferno, eu teria discutido sobre
isso e atacado se eu fosse Knox. Sem mencionar que ele estava travando uma
guerra por causa desses eventos, e ele teria que aceitar que todo o seu casamento
era uma mentira. Sua esposa, uma ferramenta usada para chegar até ele, mas isso
não era algo que ele queria enfrentar, e eu não o culpo. Quem queria admitir que
seus inimigos tramaram e planejaram toda a sua vida para seu benefício?

Knox atacou para proteger o pouco que restava de seu coração. Mas eu fui
sequestrada, ferida e molestada, e ele ainda assumiu que as bruxas me plantaram
para fazê-lo mudar de ideia sobre esta guerra. Esses fatos por si só me fizeram
querer arrancar seu coração, porque teria que ser uma cadela sem coração para
usar algo assim contra outra pessoa.

Knox havia batido violentamente com palavras, e elas me cortaram mais


fundo do que ele tentando me afogar em uma porra de banheira rasa cheia de água
do banho. Suas palavras continham farpas, aquelas que ele embutiu em meu
coração.

Fomos duros um contra o outro; isso era certo. Eu poderia aguentar os


golpes. Eu poderia aguentar as provocações de Knox e sua força física, mas ele
envolveu sua mão em volta do meu coração com suas palavras e o arrancou do meu
peito.

Depois de tudo que passei, ele adicionou sal na ferida. Esfregou até queimar
de forma tão forte que eu não consegui tirar os grânulos da minha pele. Eu me
senti péssima por Knox ter que atacar daquela maneira, e então me senti uma
idiota por sentir pena dele.

Knox estava questionando tudo. Era horrível ser ele, mas não era
culpa minha, e quem sabe se era mesmo verdade?

As bruxas eram mestras da manipulação; isso era um fato conhecido. Não


culpei Knox por estar com raiva ou mesmo me acusar de brincar com sua
mente. Eu provavelmente faria a mesma coisa em sua situação se tivesse me dito
que o amor da minha vida foi plantado e não era real.

— Vamos parar aqui para dar água aos cavalos e descansar por algumas
horas, — anunciou Knox, virando-se para olhar para mim enquanto eu espiava a
paisagem. — Tire Aria da gaiola e traga-a para mim, — ele ordenou, desmontando
de seu cavalo enquanto um garoto pegava as rédeas.

Brander abriu a gaiola e eu saí, seguindo Knox caminhando em direção a uma


área arborizada. Meu coração trovejou no meu peito, desacelerando quando ele
desapareceu entre as árvores. Eu podia sentir seus homens atrás de mim quando
entramos na floresta. Knox não parou de andar até que o som do exército diminuiu
e o silêncio encheu meus ouvidos.

Ele parou e eu parei quando nossos olhos se encontraram. Meu peito subia e
descia de apreensão com o olhar queimando no seus olhos. Knox lentamente fechou
a distância entre nós, levantando sua mão para a minha. Eu recuei, mas ele se
moveu mais rápido do que eu poderia prever. Suas mãos me envolveram, me
segurando no lugar enquanto minha criatura se mexia dentro de mim.

Seu suave ronronar soou e eu pisquei lentamente. Eu fiz tudo que pude para
ignorar a atração para ecoar seu som. A boca de Knox se curvou em um sorriso. Ele
se aproximou, roçando os lábios na minha orelha, ronronando mais alto. Sua mão
deslizou para a parte de trás do meu pescoço e seus lábios roçaram minha
garganta, sua boca sugando no pulso acelerado.

— Você é forte, Aria, mas não forte o suficiente para ignorar o que você é.
— Knox segurou meu corpo trêmulo e minha criatura olhou para ele com
determinação, reforçando minha capacidade de ignorar seus ruídos.

— Você está me tocando de novo,— eu sibilei friamente, meu tom frio e cheio
de ódio.

Knox riu silenciosamente, puxando meu corpo contra seu calor. Minha
suavidade afundou contra suas bordas duras, e ele inalou profundamente, sabendo
que meu corpo estava preparado para ele. Não era algo que controlamos, o que eu
descobri enquanto estava deitada ao lado dele em uma das muitas noites que tentei
esquecer que ele existia. Fechei meus olhos e seu volume aumentava e sua língua
dançava sobre meu pulso.

Eu podia sentir os outros nos observando. O calor de seus olhares queimava


minha carne enquanto eles observavam Knox, tentando me fazer responder ao seu
ronronar sedutor. Eu abri meus olhos, encontrando orbes de obsidiana com
manchas de brasa olhando para mim. Minha criatura olhou para fora, seu
ronronar sensual explodindo em meus lábios e a boca de Knox se ergueu nos
cantos.

Era como se nossas criaturas estivessem se absorvendo, aprendendo uma a


outra, embora Knox e eu mantivéssemos o controle. Minha espinha se arqueou,
derretendo contra seu comando enquanto ele abaixava os dentes para raspar
minha garganta. Minha criatura se sacudiu, desembaraçando-nos do feitiço que
eles estavam criando nos puxando para o fascínio de sua tentação.

Ele chocalhou baixo e eu lutei para controlar minha resposta. Knox me


observou, seus dedos movendo-se lentamente sobre meus braços nus com a
precisão dos dedos leves de um cirurgião. Eu queria dar um passo para trás, mas
seus olhos me mantiveram prisioneira enquanto seu chocalho aumentava de
volume.

Meu estômago apertou e minhas pernas ficaram fracas. O calor se espalhou


no meu peito, gradualmente envolvendo-se em torno do meu útero, implorando
para ser preenchido. O cheiro de Knox era inebriante e viciante. Meus mamilos
endureceram com a necessidade de sua boca para prová-los. Meu corpo liberou
seus feromônios sem permissão, tentando provar que eu estava pronta para ele.

— Ai está ela, — Knox riu, levantando as mãos para correr os polegares sobre
minhas bochechas olhando para minha alma desprotegida.

Eu recuei, fazendo com que sua criatura chocalhasse ruidosamente, me


forçando a ficar de joelhos quando um suspiro de choque explodiu de meus
pulmões. Seu domínio era absoluto, forçando minha espinha a se curvar enquanto
minha bunda levantava para ele. Meus dentes cerraram dolorosamente para
segurar o ronronar urgente em meus pulmões. Knox se ajoelhou, levantando meu
queixo com o dedo sua criatura percebendo minha submissão.
Knox se levantou e caminhou ao redor do meu corpo deitado. Eu podia sentir
a necessidade dos homens de se juntarem, ansiando por provar minha rendição
enquanto Knox e sua criatura se asseguravam de que eu ainda era deles. Ele se
acomodou atrás de mim, puxando meu corpo contra o dele enquanto eu olhava para
Killian. Seus suaves olhos azuis deslizaram para onde meus mamilos
pressionavam contra o vestido, mergulhando ainda mais antes que o tique em sua
mandíbula começasse a martelar com raiva e necessidade.

Killian estava ereto, seu pênis pressionando contra sua calça enquanto me
observava me submeter a Knox. Minha criatura ronronou dentro de mim,
precisando que todos se unissem e provassem minha necessidade. Era estimulante
saber que todos eles me desejavam e queriam o que eu era, em um nível tão
deliciosamente sombrio que minhas pernas se abriram para o homem atrás de
mim.

Knox passou o braço em volta da minha barriga e o outro empurrou a manga


do vestido de lado, desnudando meu seio para o olhar fortemente encoberto de
Killian. Knox beliscou meu mamilo, indiferente ao fato de Killian estar excitado
ao vê-lo me tocando. Knox estava subjugando meu corpo para paralisar minha
mente. Lábios roçaram meu ombro, e a mordida de dentes afiados enviou meu
corpo inteiro em pânico.

Minha boca se abriu e um chocalho explodiu em um grito que fez meus olhos
se arregalaram e redondos. Ecoou ao nosso redor, exatamente como quando Lorde
Andres cravou seus dentes cegos em meu ombro. A cabeça de Killian balançou
como se acordasse de um feitiço antes de se ajoelhar na minha frente.

Knox estremeceu, puxando a boca de onde pretendia me marcar. Suas mãos


continuaram me segurando. Minhas mãos bateram na minha boca de horror com
o barulho explodindo de meus pulmões.

Foi um som alto, doloroso e de partir o coração. Lágrimas nadaram em meus


olhos enquanto Killian segurava meu rosto, sussurrando palavras de conforto com
um olhar horrorizado como se ele não tivesse certeza do que diabos estava
acontecendo. Em seguida, Lore estava ao meu lado. Suas mãos estavam em mim
e no meu cabelo prometendo que estava tudo bem. Brander estava me tocando
também, sussurrando garantias enquanto Greer mantinha a expressão mais
estranha do mundo no rosto. Seus olhos me estudaram antes de deslizar para os
homens que haviam caído de joelhos, me confortando.

Knox continuou a me segurar por trás, seu ronronar barulhento confortando


mais do que os outros me tocando. Meu coração disparou, sem saber como desligar
o som de partir o coração que vinha da minha criatura. Greer se aproximou, e todos
os homens rosnaram para ele antes que ele recuasse, procurando seus rostos e
depois se fixando no meu.

— Ajude-a, — Knox rosnou, suas palavras saindo como se sua boca estivesse
cheia de dentes serrilhados. Os olhos de Killian tinham se tornado um verde
azulado com brasas douradas flutuando neles, e sua boca estava cheia de fileiras
de dentes afiados e assustadores.

Senti uma mão descendo pela minha barriga e o gemido aumentou de volume,
fazendo com que os homens recuassem um pouco. Homens não, monstros. Meus
olhos deslizaram ao redor do grupo, notando que os olhos de cada um estavam
cheios de orbes da meia-noite e brasas ardentes. Greer se virou, notando mais
homens vindo pela floresta para investigar o som.

— É um pedido de socorro, — Greer gemeu, segurando meu olhar enquanto


os homens continuavam me acariciando.

Meu corpo nunca teve tantas malditas mãos acariciando ou tocando ao


mesmo tempo. Também não era sexual; era uma necessidade desesperada de
impedir que o barulho que eu fazia continuasse. Knox beijou meu pescoço,
ronronou em meu ouvido, seu som mudando, ficando doloroso de ouvir como se
estivesse ferido pelo chocalho estridente que escapava de mim.
Killian se inclinou para frente, seus lábios tocando minha têmpora enquanto
ele ronronava, enxugando minhas lágrimas, prometendo que eu ficaria
bem. Brander gemeu, puxando-me em direção ao seu corpo, e Knox emitiu um
aviso. Meu coração deslizou em meu estômago e eu estremeci com seus cheiros
escorrendo em meu nariz, me intoxicando até que temi que meu corpo fosse
responder com violência.

Foi demais de uma vez.

Minha criatura riu e eu enrijeci. Ela estava cantarolando na minha cabeça, e


ainda assim ela segurou meu cheiro dentro de mim, me protegendo dos homens
que eu tinha certeza que perderiam a cabeça no momento em que se
soltasse. Minha cabeça caiu contra Knox, e ele rosnou entre os dentes cerrados,
acariciando meu seio exposto enquanto Killian o ajudava desajeitadamente.

— Greer, o que diabos está acontecendo com ela?— Knox exigiu.

— Ela está angustiada porque você pretendia marcar sua carne à força, —
Greer explicou, passando o polegar por cima do ombro para onde mais de seus
homens estavam ajoelhados no chão da floresta ao nosso redor. —Eles parecem
querer ajudar, mas felizmente Aria tem os alfas mais fortes ao seu redor,
acariciando-a como se ela fosse um gatinho precisando de carinho.

— Minha marca fixou da última vez, — Knox argumentou, seu tom afiado
como metal afastando os dedos de Killian do meu seio nu.

— Você a machucou, — Killian rosnou, e meus olhos se viraram em direção


aos dele, fixando-se.

— Eu a salvei, — Knox retrucou irritado. —É o som que ela fez quando me


chamou quando Lorde Andres a agrediu. — Knox inclinou a cabeça e ouviu o grito
ecoando que sacudiu dentro do som que eu fiz.
— Porque ele a apavorou, — Killian sussurrou, incapaz de parar de me
tocar. —Ela fez aquele som em angústia porque Andres estava tentando forçar
sua marca sobre ela, e havia corpos ao redor deles, indicando que ela os viu
matando sua espécie. Foi traumático e violento. Ele pretendia acasalar-se com ela
a força, indiferente ao que ela queria. Agora ela está fazendo o mesmo som, mas é
por sua causa, Knox.

— Minha marca se manteve antes, — Knox repetiu antes de me virar em


direção a ele, segurando meu rosto. Afastando-me dele, lutei para impedir o som
de escapar. —Substituir minha marca em sua carne aliviou seu medo.

— Sim, mas ela removeu a sua também porque parecia errado. Você tentou
fazê-la dizer onde sua família se escondeu. Você traiu a criatura dela e a concha
que a abriga ao tentar afogá-la na água do banho, — explicou Killian, estendendo
a mão e afastando meu cabelo do rosto antes de enxugar minhas lágrimas.

— Eu peguei de volta. Eu cancelei a porra da pergunta, — Knox rosnou,


girando-me para olhar para mim as lágrimas nadavam em meus olhos. Foi
estonteante a maneira como eles continuaram a me colocar entre eles, ambos
tentando me confortar. Eu me senti como se estivesse no meio de uma competição
de urina, chorando como um bebê porque o barulho não parava de explodir de
mim. —As mulheres não gritam por ajuda quando os alfas estão por perto! Elas
sentiriam segurança, mesmo que não estivessem. Nosso cheiro as conforta. Há
alfas suficientes aqui para que Aria não precise fazer esse som, mas ela está, porra.

— Nossas fêmeas também não chocalham e ronronam, mas Aria sim. Esse
barulho me fez precisar defendê-la, e eu realmente não gosto dela, mas não
importa muito no momento. Eu preciso protegê-la e confortá-la, Knox. Olha em
volta. Seu pedido de socorro trouxe todos os animais até ela, sentindo a
necessidade de protegê-la do que a está incomodando.
— Eu não posso deixá-la sem marca. Não é seguro para Aria ficar perto de
nós sem minha marca, protegendo-a de outros que iriam lutar por ela. Leve-a de
volta para a gaiola, Greer. Killian, encontre algo para matar agora.

Escutei Greer me acompanhar de volta, ainda ecoando o som sem a


capacidade de desligá-lo. Eu não tinha medo de Knox ou de sua maldita mordida,
então por que diabos eu estava fazendo aquele barulho?

— Você não pode desligar porque o barulho vem de mim. Ele vai nos ganhar
antes de nos tocar novamente. Você estava certa; ele é um idiota.

Eu empalideci, percebendo que minha criatura continuava a fazer barulho


para foder com Knox. Não era algo que eu faria, mas chamou sua atenção
rapidamente, junto com todos os homens por quem passei, que avançaram como
se precisassem me ajudar.

— Que chamado você está enviando? — Eu investiguei com cuidado.

— Aquele que nenhum homem quer ouvir. Greer é inteligente. Choramos por
um protetor e acabamos de colocar todo o acampamento de alfas de joelhos! Sua
besta não vai permitir isso de novo, então use com sabedoria. Além disso, talvez
chupar seu pau, para que cheiremos como ele, porque todos nos querem agora. Eu
gosto de pau, mas você não vai querer tantos em nós de uma vez, ou mesmo
próximos. Nos pincele com seu perfume. Considere este seu aviso. Ele te machucou,
e ninguém te machuca sem lidar comigo também. Juntas, certo, Aria? Mas ele é um
homem, e os homens são burros. Use-o como proteção porque você é delicada e se
machuca facilmente, mas eu sou dura. Eu odeio quando você se machuca. Queria
matá-lo quando ele te machucou. Ele é mais forte do que nós. Agora seu orgulho
masculino estúpido está ferido, e ele vai matar a merda e vir até nós para provar
que é um homem. Deixe-o fazer isso antes que todos provem que são
homens. Embora nossa vagina ficaria feliz e eu também, — ela riu sombriamente,
mesmo enquanto o chocalho de dor continuava ecoando pela minha garganta,
irritantemente.
— Knox disse que só valiamos o cheiro que nossa vagina produz. Ele não
consegue mais nos ter!

— Então escolhemos outro porque estou perdendo o controle de esconder nosso


cheiro. Você não come e eu preciso me alimentar. Eu enfraqueci, Aria. Eu durmo
muito e sou uma garota em crescimento. Alimente-me, foda com ele, e então
lutaremos contra todos eles.

— Você é Insana! Você sabe disso, certo? Eu não estou chupando o pau dele!

— Então escolha o pau de Killian porque ele é o segundo em comando. Ele é


um bom assassino e aposto que também fode bem. Ele tem problemas de raiva, e a
raiva funciona quando colocada em uma vagina!

— Eu não quero a porra do Killian, sua desgraçada suja! Cale a boca!

— Aria?— Greer chamou.

Seu uso do meu nome me fez escapar da minha conversa interna. Ele segurou
a porta da gaiola aberta, olhando para os homens que me cercavam
nervosamente. Eu deslizei para dentro, observando enquanto ele fechava atrás de
mim, recuando e o mar de homens se aproximava.

— Você está bem?— Greer perguntou com os homens aglomerados na gaiola


o empurravam para fora do caminho.

O ronronar estourou ao meu redor e estremeci olhando ao redor da gaiola. Os


homens se esmagaram para se aproximarem de mim, enviando medo, soando
através do meu chamado. Meu grito parou no momento em que outro entrou na
clareira. Meu corpo se arqueou, alertando-me para quem chocalhava, fazendo os
outros homens ficarem de joelhos.

O barulho aumentou de volume, forçando a maioria a recuar. Knox deslizou


por entre a massa de corpos e olhou para mim através das barras, olhando feio
para a maneira como eu tremia. Ele estendeu a mão por entre elas, colocando uma
flor ensanguentada no cobertor antes de se virar, deixando-me refletir sobre o que
diabos isso significava. Peguei a rosa branca, segurando-a contra meu nariz
enquanto ele se virava, me observando inalar sua fragrância antes que ele
ronronasse suavemente.

— Estamos saindo, — ele retrucou para a multidão, fazendo-os colidir uns


com os outros na pressa de obedecer.

Knox ainda me olhava enquanto eu o estudava. Ele estava coberto de


sangue. Momentaneamente, temi que fosse um dos homens até que eles saíram
do bosque, rindo juntos, também cobertos de sangue.

Eles carregavam uma criatura parecida com um cervo ensanguentada entre


eles, fazendo meu estômago roncar de fome. Meus lábios e nariz franziram com a
ideia de devorá-lo, mas o cheiro era divino. Deixei cair a flor, deslizando para mais
perto da borda da gaiola. Minhas mãos agarraram as barras com força e meus
dentes se soltaram. Knox me estudou, seguindo meu olhar para o animal antes de
voltar para mim, estreitando os olhos com a minha resposta.

Um sorriso torto apareceu em seus lábios quando ele foi até o animal e
arrancou um pedaço de carne. Caminhando até mim, ele o segurou fora do meu
alcance. Saliva encheu minha boca enquanto eu comia a carne, levantando meus
olhos para travar com os dele enquanto meu estômago roncava vorazmente. Eu o
alcancei e ele o puxou. Franzindo a testa, gemi baixo em minha garganta.

— Quando foi a última vez que você comeu carne fresca?— Ele perguntou, e
eu balancei minha cabeça. — Eu te fiz uma pergunta, Aria. Quando foi a última
vez que você comeu alguma coisa para saciar a fome da sua criatura?

— Eu não me lembro,— eu sussurrei, olhando a carne em sua mão enquanto


levantava meu nariz para ela. —Isso é nojento.
Knox deu um sorriso divertido, estendendo a mão e baixando os olhos para o
pedaço de carne. Eu levantei minha mão, aceitando dele. Arrancando-o através
das barras, afundei meus dentes quando um gemido de prazer correu por mim. Eu
queria vomitar com o fato de estar comendo carne crua, mas também corria o risco
de desmoronar com o quão bom era. Suspirei, devorando-o, fechando meus olhos
para o quão incrível era o gosto na minha língua.

Meus olhos se abriram e meu olhar se fixou no de Knox, pingando sangue


pelo meu queixo enquanto ele e seus homens me observavam. Brander arrancou
outro pedaço do animal, entregando-o a Knox, que se aproximou, dando-me mais
enquanto eu engolia o primeiro pedaço.

Aceitei o próximo pedaço, ronronando baixo na minha garganta. Estudando


Knox por debaixo dos meus cílios, eu silenciosamente mordi a carne e ele balançou
a cabeça, bufando. —Eu esqueci que você precisava de carne, Monstrinho. Não
admira que sua criatura queira me comer. Você está morrendo de fome. — Ele
passou a mão sobre a boca, sem se importar que nós dois estávamos cobertos com
o sangue de sua morte.

— Você quer mais?— Brander perguntou. Knox rosnou, virando-se para


perfurá-lo com um olhar feroz. —Para alimentá-la, idiota. Você matou a maldita
coisa, então alimente sua garota, Knox. Quando uma cadela está com fome, você
a alimenta. É o que os homens fazem.

Knox exalou, virando-se para olhar para mim enquanto eu me recostava,


olhando-o cuidadosamente considerando o que a criatura dentro de mim havia
dito. Ela sabia que ele tinha me machucado e me deixou escolher nosso caminho
até que ele tentasse me marcar novamente.

Discutimos muito e discordamos na maioria das coisas simplesmente porque


ela tinha necessidades básicas e as minhas eram mais profundas. Knox tinha o
mesmo problema, o que significava que ele travava a mesma batalha interna, mas
fazia com que parecesse fácil. Meu monstro e eu éramos um trabalho em
andamento, tentando encontrar um caminho em comum.

Eu agora sabia que ele poderia me forçar a revelar a localização da minha


família e que ele sempre teve essa habilidade. Era a única coisa que ele poderia
ter usado para me controlar, mas não o fez. Por que não? Ele não tinha usado
porque sabia que me machucaria profundamente. À sua maneira, ele não queria
me ver machucada, a menos que precisasse de algo que me infligir dor quando
estivesse sofrendo.

Knox não era tão cruel quanto eu supus que fosse. Ele tinha limites para o
que estava disposto a usar contra mim. Ele nunca me forçou a transar com ele, e
foi tão simples quanto chocalhar até que eu implore para que acontecesse. Ele se
afastou de mim para me bater fisicamente porque, se não o tivesse feito, teria
causado danos reais. Knox teria desabado na minha cabeça se ele tivesse usado
toda a sua força, mas ele mal me tocou.

Esta criatura era mais complicada do que eu queria admitir. Quando Knox
amoleceu, ele ficou mais difícil de se proteger. Ele se culpou por trair a memória
de sua esposa e filho. E me machucar não foi apenas para me forçar a recuar. Era
para machucá-lo também. Ele precisava se lembrar do que estava acontecendo, o
que significava que eu estava sob sua pele, derrubando a parede que ele ergueu
para sepultar seu coração.

Eu sorri para ele, fazendo com que seus lábios se contraíram em uma
carranca enquanto seus olhos se estreitaram.

— Isso quase parece que ela está imaginando comer você em seguida, não
é?— Lore perguntou suavemente.

— Não é um sorriso inocente, com certeza, — concordou Knox.


— É quase sinistro, — sussurrou Killian como se eu não pudesse ouvi-lo. —
Eu esconderia seu pau um pouco, Knox. Parece que ela vai despedaçá-lo com
aquelas lindas presas.

— Cara, ela pode comer o meu. Mandíbulas deslocadas são tão quentes.
— Todos eles se viraram para olhar para Lore como se ele tivesse dito algo errado.

Eu puxei as cobertas sobre minha cabeça enquanto eles estavam distraídos,


acomodando-me na bagunça que eu fiz. Os cobertores me ofereceram conforto com
o cheiro de Knox agarrado a eles. Eu estava prestes a afundar minhas garras em
seu maldito coração e fazê-lo encarar a realidade.

O que quer que houvesse entre nós, passava pelos ossos, direto para a
composição genética de nossos seres. Era como se eu sentisse o homem em minha
alma e ele me sentisse de volta. Eu estava prestes a sacudir seu mundo em um
nível inteiramente novo que ele não esperava.

Se ele pensava que tudo o que precisava fazer era me alimentar, estava
completamente errado. Ele precisava de um lembrete de quem e o que eu era. Eu
não era uma vadia qualquer que comia um cheeseburguer e fazia as pazes. Eu era
um monstro, como ele.

E daí se ele estava questionando seu casamento, seu motivo para ir para a
guerra e, bem, basicamente toda a sua vida? Eu não tinha feito parte disso, e
estava cansada de ser saco de pancadas. Eu estava prestes a socar de volta e, sendo
uma mulher, tínhamos tantas maneiras de entrar na pele de um homem. Eu
liberei o controle sobre o meu cheiro, permitindo que ele fosse levado até ele. Eu
ouvi seu chocalho e sorri, puxando-o de volta, fazendo parecer que eu escorreguei
em vez de tentá-lo com isso de propósito.

O jogo começou, idiota.


CAPÍTULO DEZ

Acampamos antes que a escuridão caísse sobre a área e, para meu desgosto,
eles não ergueram tendas. Os homens de Knox construíram fogueiras e colocaram
lençóis ao redor deles enquanto as carroças cheias de barracas avançavam para o
próximo local que planejavam acampar. Knox tinha falado pouco, mas ofereceu-
me mais comida e uísque, que aceitei em silêncio.

— Há quanto tempo você deseja carne crua?— Knox perguntou, e notei que
os outros ao nosso redor ficaram em silêncio, fingindo que não estavam ouvindo.

Engoli meu uísque e ele encheu minha caneca. Eu ignorei a carne crua e
sangrenta que cheirava divina. Virando o copo, engoli, gemendo com a sugestão de
frutas cítricas e madeira envelhecida que dançou sobre a minha língua queimando
minha garganta. Coloquei o copo no chão perto do fogo e me aproximei de seu
calor, forçando meu ombro na visão de Knox. Seus olhos se estreitaram, ainda
irritados por estar sem sua marca e finalmente curar de volta para pele lisa em
vez de crostas.

Olhando para o fogo, fechei meus olhos. Meus dedos correram sobre a coluna
macia da minha garganta, e eu abri meus olhos, notando que seu olhar seguiu
meus dedos, traçando a curva do meu pescoço. Estremeci com a intensidade do
olhar de Knox, que ele interpretou como o ar da noite me deixando gelada. Ele se
levantou, tirando sua capa, antes de colocá-la sobre meus ombros, se acomodando
mais perto de mim. Knox olhou para o fogo por alguns momentos, virando-se
lentamente para mim.

— Eu entendo que você esteja desapontada e com raiva de mim, mas não é
assim que eu imaginei que você se comportasse.
— E como você me imaginou agindo depois de me abusarem? Como devo me
comportar depois de ouvir que o cheiro do meu corpo é a medida do meu valor e ser
acusada de tentar machucar você, de forma enganosa?

— Eu acabei de voltar de encontrar um exército inteiro de homens decentes


massacrados, Aria. Temi que você ou sua família tivessem considerado os homens
dispensáveis para sua fuga. Eu descobri que você estava desaparecida e, quando a
peguei de volta, você se jogou em meus braços, o que não é típico. Parecia ter
esquecido que somos inimigos. Embora eu admita que sou culpado do mesmo, o
que você me disse naquela tenda enviou raiva, diferente de tudo que eu já senti,
correndo por mim.

— Posso foder Killian esta noite?— Eu perguntei, fazendo com que Killian
cuspisse sua bebida tossindo. Brander deu um tapinha nas costas dele, rindo.

— Ela às vezes faz isso, — grunhiu Brander.

— Eu agi mal, — Knox continuou, rangendo os dentes, estudando-me,


ignorando minha pergunta.

— Sim, agiu,— eu respondi, virando-me para olhar para Killian. Ele olhou
para mim e eu ofereci a ele um sorriso atrevido com o calor acumulando em meus
olhos. Seu brilho ficou visível e ele engoliu em seco de forma audível. Eu ronronei
roucamente para Killian, fazendo Knox emitir um aviso. Presumi que era para o
benefício de Killian, uma vez que não me afetou.

— Absolutamente não está acontecendo, — Knox retrucou, olhando para o


meu ombro não marcado mais uma vez.

— Brander, então?— Eu perguntei, levantando uma sobrancelha em questão.

— Não, — Knox respondeu asperamente.

— Lore?
— De jeito nenhum, Aria, — Knox gemeu, passando a mão pelo rosto antes
de se virar para olhar para os homens ao nosso lado.

— Bem, Greer não gosta de bocetas, e a minha precisa de um pau muito duro
esta noite,— eu apontei, e o olhar de Greer se voltou para o meu antes de baixá-lo
para a região do meu corpo em questão.

— Eu gosto de bocetas, Camponesa, eu só prefiro carne,— Greer rosnou, me


tirando de seu saco de dormir.

— Você está dormindo comigo, — sussurrou Knox com voz rouca. —Fim da
porra da discussão sobre suas necessidades corporais, mulher.

— Sim, desculpe-me. Não estou mais interessada em você. Vou dispensar


essa oferta. — Eu sacudi a capa de Knox, dobrando-a cuidadosamente antes de
devolvê-la a ele. —Vou precisar que você encontre alguém com quem eu possa
foder, Rei Karnavious. Minha vagina também precisa ser alimentada, e a cadela
está com fome. — Eu me levantei, movendo-me através dos corpos adormecidos
até o matagal arborizado para ter privacidade enquanto todos os homens me
observavam saindo do acampamento.

— Ela acabou de dizer que sua vagina estava com fome?— Lore riu antes de
fazer um som de dor no fundo de sua garganta.

— Ela é surpreendentemente brilhante para alguém tão jovem,— Greer


bufou. —Devo segui-la para garantir que os homens lhe dêem privacidade
enquanto ela atende às suas necessidades pessoais?

— Foda-se, Greer,— Knox rosnou levantando, caminhando atrás de mim. —


Ela precisa de um lembrete sobre com quem diabos ela está mexendo.

— Devemos nos preocupar com ele ou ela?— Lore perguntou, precisando de


esclarecimento sobre quem estava prestes a ter seu traseiro entregue a eles.
— Ele, — todos afirmaram juntos antes de rir.

Sorri maliciosamente quando entrei na floresta, encontrando uma grande


pedra. Subindo nela, sentei-me olhando para a multidão de estrelas
piscando. Knox entrou na pequena clareira, mas parou para se apoiar em uma
árvore, observando-me apreciar a beleza do sistema solar dos Nove Reinos. Ao
contrário do mundo humano, não havia poluição aqui, então você podia ver
claramente o céu noturno.

Era uma coisa linda como o mundo destacava o céu noturno como se o
designer não quisesse nada mais para estragar a cena além de estrelas. Elas
dispararam pelos céus, criando um brilho que as seguiu de perto.

Virando-me para olhar onde Knox estava, fiz uma careta, encontrando o local
vazio. Balançando meu olhar ao redor da clareira, eu peguei seu cheiro, me
forçando a olhar bem na minha frente. Meu coração disparou com a sua
proximidade, o ar se recusava a encher meus pulmões.

Knox me estudou, fechando a distância entre nossos lábios. Eu me virei antes


que ele alcançasse a minha boca, olhando para as estrelas mais uma vez. Ele
chocalhou suavemente, forçando meus olhos de volta aos dele. Gradualmente, ele
empurrou meu vestido para expor minhas coxas nuas, procurando por qualquer
sinal de medo ou de que eu queria que parasse.

Ele pressionou seus polegares contra o interior das minhas coxas, fazendo
com que meus lábios se abrissem enquanto ele cuidadosamente tirava minha
calcinha. Ele correu o dedo pelo meu sexo aquecido, esfregando lentamente o
polegar contra o meu clitóris. Respirar tornou-se um esforço, escapando de meus
pulmões em respirações curtas e pesadas. Gemendo, eu me inclinei para trás,
levantando minhas pernas enquanto as separava, colocando meus pés contra a
rocha e meus braços seguravam meu corpo.
Seu dedo empurrou meu núcleo, que apertou avidamente contra ele. Ele
ronronou asperamente, me observando balançar contra sua mão. Knox adicionou
outro dedo, me esticando seu olhar se aquecia com luxúria, me encontrando
molhada e necessitada. Ele deslizou sua atenção para o meu núcleo, inalando a
excitação molhando seus dedos enquanto ele os retirava, chupando para limpar.

Eu vacilei e ele parou, olhando para mim antes de abaixar a cabeça, me


empurrando de volta contra a pedra. Sua boca desceu contra minha
necessidade. Seu beijo aquecido removeu todo desconforto da minha mente no
momento em que sua língua deslizou pelo meu sexo, chocalhando sua
aprovação. Sua respiração aquecida sussurrou promessas contra minha
pele. Minhas mãos deslizaram para o seu cabelo e minha bunda levantou para
permitir um melhor acesso onde eu precisava dele. Usei sua boca para empurrar
meu corpo em direção à borda, sentindo a tempestade que se aproximava enquanto
o prazer corria por mim.

Knox enfiou os dedos em meu corpo lentamente. Ele os torceu e dobrou dentro
de mim, encontrando o lugar conectado a cada terminação nervosa. Os lábios
apertaram contra meu clitóris e Knox me levou ao orgasmo com precisão. Sua
língua sacudiu contra mim, forçando a pressão sobre a protuberância sedosa,
mesmo quando pressionou seus dedos mais profundamente em meu corpo. Minha
pele esquentou com o orgasmo iminente. Ele cresceu dentro de mim e meu corpo
se movia contra sua boca, sem me importar que eu o usasse desenfreadamente
para o prazer. Os ruídos escapando da minha garganta eram altos, descarados e
preenchidos com a necessidade que ele criou.

Knox notou cada emoção em meu rosto. Eu gemia alto, gritando quando a luz
explodiu na minha vista. As estrelas ao redor se moveram, disparando através do
céu como se compartilhassem da felicidade que ele me deu. Knox ergueu a cabeça,
ronronando se movendo para desfazer as calças, mas meu pé parou seu peito,
empurrando-o para trás. Eu empurrei a saia do meu vestido para baixo enquanto
ele observava através de fendas estreitas.
— Aria, — Knox rosnou com voz rouca. Ele passou os dedos pelos cabelos, a
frustração esticando seu rosto, e eu sabia que se eu me afastasse dele, ele
permitiria.

— Cale a boca, Knox, — eu sibilei com a voz rouca, correndo meus olhos sobre
a protuberância em suas calças.

Sentando-me, escorreguei para fora da pedra e o agarrei, empurrando-o de


volta contra a pedra onde eu estava. Eu desabotoei suas calças, empurrando-as
para baixo antes de envolver meus dedos em torno de sua espessura. Ele sibilou
com os dentes cerrados enquanto eu corria meus dedos sobre a parte inferior
sensível de seu membro. Pegando minhas bochechas, ele observou eu me abaixar
ficando de joelhos, acariciando-o lentamente antes que minha língua se projetasse
e lambesse com cuidado a ponta brilhante, continuando a manter seu olhar escuro
e sedutor.

Meus lábios roçaram a cabeça lentamente, empurrando seu pau para cima
para trabalhar meu caminho para baixo em sua espessura até que alcancei suas
bolas. Eu as apertei suavemente, e seus olhos dilataram ao me ver dando prazer
a ele. Ele enfiou os dedos pelo meu cabelo, chocalhando suavemente enquanto eu
trabalhava meu caminho de volta em seu eixo, empurrando-o entre meus
lábios. Eu vagarosamente corri minha língua sobre ele, observando a forma como
sua respiração engatou, e ele engasgou quando o engoli.

Ele usou meu cabelo para me guiar, mas me afastei, agarrando suas mãos
para pressioná-las contra a pedra. O aviso em meus olhos foi silencioso, mas Knox
entendeu bem o recado. Ambas as minhas mãos trabalharam lentamente nele,
sabendo que não poderia levar mais do que alguns centímetros em minha
garganta, já que ele era bem dotado em todos os sentidos. Minha mandíbula
queimava esticando para acomodar sua circunferência, lágrimas escapando dos
meus olhos por forçá-lo em minha garganta. Knox ronronou, me olhando e suas
mãos se fechavam em punhos contra a pedra, querendo me tocar.
Eu engoli, e ele gemeu, olhando nos meus olhos. Eu o forcei mais fundo
enquanto ele gritava, enviando jorros quentes de seu gozo pela minha
garganta. Engolindo a liberação que tirei dele, ronronando baixinho. Eu me
levantei, recuando para olhar para seu pau ainda duro e franzi a testa. Peguei
minha calcinha e coloquei-a de volta, arrumando meu vestido e ele arrumava a
calça, observando eu voltar para o acampamento.

— Aria?— Ele chamou quando alcancei as árvores.

Eu me virei, usando meu polegar para limpar sua excitação do meu lábio,
chupando-o seu olhar deslizou para ele, forçando um ronronar a escapar de seu
peito. —Sinto muito, você precisa que eu chupe seu pau um pouco mais?— Inclinei
minha cabeça para o lado os seus olhos se arregalaram e sua boca se
abriu. Bufando, continuei através das pessoas adormecidas até chegar ao saco de
dormir que dividimos, sabendo que os outros ouviam enquanto eu falava.

— Aria, o que diabos foi isso?— Knox exigiu quando me alcançou.

— Eu chupei seu pau, o que deveria ser bastante óbvio para idiotas sobre
o que era,— eu disse, ouvindo Killian tossir para abafar o som de sua risada.

— Corta essa merda. O que diabos você pensa que está fazendo?

— Fazendo? Nada. O que acabou de acontecer? Você comeu minha boceta e


eu chupei você. Eu tenho seu cheiro, e era disso que eu precisava de você. Quero
dizer, é praticamente tudo o que você vale para mim agora. Funcionou
perfeitamente, pensei. Se precisar de carinho ou alguma merda para se sentir
menos sujo ou usado, nós também podemos fazer isso. Eu prefiro que não,
entretanto. É muito carente, e você me enoja.

Os olhos de Knox se estreitaram em fendas raivosas, somando-se em sua


cabeça. —Você me usou?
—Sim, Knox. Eu usei. Eu precisava do seu cheiro, e sou uma vadia
gananciosa, então deixo você gozar primeiro. Não consigo ver por que isso o
incomodaria, a menos que pensasse que eu iria querer você mais do que seu cheiro,
o que tornaria isso um tanto estranho, não é? Honestamente, tentei foder três
outros homens antes de escolher você. Que eu procurei em outro lugar, então tive
que me contentar com você eu deveria ter dito o quão desesperada estava.

— Que porra é essa, — rosnou Knox com raiva.

— Ah, vou precisar de giz de cera para desenhar um mapa para você, não
vou? — Eu sorri, sua raiva pulsando, fechando a distância entre nós e todos
ouviam secretamente.

— Você está brincando com fogo.

— Eu sou à prova de fogo,— eu sussurrei roucamente, agarrando seu pau. —


Precisa de outra tentativa? Estou no jogo, — eu disse, deslizando de joelhos, e os
homens levantaram suas cabeças para assistir. —Eu gosto do sabor de você
enterrado em minha garganta.

— Papai quer tanto,— Lore gemeu, empurrando os nós dos dedos na boca
para mordê-los.

— É assim que você quer jogar, mulher?— Knox perguntou, procurando meu
rosto.

— Eu não quero jogar nada. Seu cheiro estava enfraquecendo dentro de


mim; agora não está. É o que você disse, certo? Preciso do seu cheiro ou da sua
marca e, bem, não quero mais sua marca na minha pele, Knox. Eu escolhi a outra
opção, e tinha um gosto delicioso pra caralho. Então qual é o problema? Foi uma
solução fácil o suficiente sugar você para obter seu cheiro. Funcionou bem para
você no final, não foi?
— A próxima vez que você sentir meu cheiro, será porque estou gozando nesse
corpo tenso e necessitado, Aria.

— Dispenso,— eu ri silenciosamente com o desafio queimando meu olhar. —


Minha boceta venenosa está fora dos limites para você, a menos que você esteja
comendo, Knox. Não pretendo permitir que ninguém a use se apenas pensar que é
meu valor total. O próximo homem a entrar no meu corpo será meu marido,
idiota. Você não vai mais me foder. — Eu me enfiei nos cobertores antes de
dispensá-lo, franzindo a testa e ele caminhou em direção à floresta, tendo um
acesso de raiva enorme.

— Camponesa, você não é estúpida. Eu sei que você não é. Você irritou um
rei chupando seu pau. Essa é uma situação contraditória que nunca deveria
acontecer a um homem. Eles normalmente se alegram com esse tipo de coisa. Você
não está brincando com fogo; você está atraindo um monstro que tem necessidades
primárias básicas. Foda, lute e se alimente.

— Você se esqueceu, Meat Suit1. Eu também tenho as mesmas


necessidades. Knox me disse que não me queria e que a única razão pela qual
alguém iria me querer era por causa do meu cheiro. Então, qual é a porra da
diferença se eu o chupo para sentir seu cheiro, ou ele usa minha vagina?

— Uma bem grande, na verdade,— Brander grunhiu ao responder. —Um


termina com seu útero cheio, e o outro é um desperdício que termina com você o
engolindo. Sua besta precisa do útero preenchido para se sentir satisfeita. O outro
apenas sacia a fome do homem. Você acabou de colocar o homem contra a besta, e
a besta é muito mais primitiva e carnal do que o homem, Aria.

— Minha criatura só queria que eu chupasse seu pau, — anunciei, e os


homens bufaram, depois riram como se fosse fofo.

1 Terno de Carne.
— Sua besta é basicamente uma adolescente com tesão, e sua criatura é
antiga. A sua quer brincar, ele precisa ter. A sua é fofinha, o dele é uma porra de
monstro, — Killian gemeu, sentando-se para olhar na direção onde Knox havia
desaparecido.

Sentei-me, olhando em direção à floresta. —Vocês viram minha besta matar,


certo? Ela não é fofa. De jeito nenhum, — argumentei. —Na verdade, nem tenho
certeza se ela está mentalmente bem para fazer escolhas. Ela trocou de lugar
comigo enquanto comia um pau antes, literalmente.

— Ela é fofa em comparação com os nossos animais,— Killian riu,


observando-me com algo semelhante à luxúria queimando em seu olhar.

— Devo ir procurá-lo ou algo assim? — Eu perguntei, ficando de joelhos.

O chocalho explodiu da floresta e todos nós gememos, nos curvando ao poder


que inundou o acampamento. Mesmo os que dormiam, acordaram virando-se para
abaixar a cabeça e as costas para a besta. Olhei para as sombras quando Knox
emergiu, localizando-me ele chocalhou mais uma vez.

Não era seu chocalho usual; era violento. Minhas pernas se separaram,
espalhando-se amplamente e Brander gemeu atrás de mim, forçado a cheirar a
excitação que encharcou minha calcinha quando a besta de Knox lançou um
desafio. A dor apertou meu clitóris e gemi quando meus mamilos endureceram em
picos duros. Um orgasmo rolou sem controle, exigindo que eu cedesse à besta,
desejando-o.

— Aria, o que quer que você faça, não venha no meio do acampamento. Isso
não é um pedido; isso é um apelo pela vida de todos próximos o suficiente para
sentir o seu cheiro. — O tom de Brander estava agravado e cheio de apreensão.
Eu gemia alto, ronronando para a besta que me observava das árvores. Meu
corpo se desenrolou, e tudo dentro de mim precisava responder ao seu chamado,
indo para ele. Eu ronronei enquanto os olhos ardentes aprovavam minha resposta.

— Isso é mais fácil dizer do que fazer,— gemi alto.

— Não faça isso, mulher, — Killian rosnou com os dentes cerrados. —Isso não
é Knox. Essa é a besta dele mostrando quem você acabou de irritar. Pise com
cuidado, pois a vida de qualquer pessoa próxima o suficiente para sentir o cheiro
do seu desejo está prestes a acabar encontrando-o na batalha.

Eu cerrei meus dentes, forçando meu corpo a se acalmar antes que tombasse
para a borda. Lentamente, levantei-me sobre as pernas trêmulas e comecei a
andar em direção a Knox. Afastei-me dos outros enquanto ele me rastreava. Eu
me afastei alguns metros dele antes que seus olhos negros deslizassem para o azul,
e Knox exalasse alto, olhando para mim.

— Eu não gozei, Knox. Não os machuque. Eles não fizeram nada de errado.

Ele riu silenciosamente, sacudindo a cabeça e as garras se retraíam de seus


dedos. Seu corpo tremia com poder e raiva que eram palpáveis entre nós. —Boa
menina,— ele bufou.

Knox agarrou minha mão, me levando de volta para a cama


improvisada. Uma vez lá, ele dobrou seu corpo ao redor do meu e apertou os
cobertores. Inclinando-se, ele roçou os lábios na minha testa. Suas juntas roçaram
minha bochecha suavemente antes de seu polegar empurrar em minha boca, me
forçando a chupar. Ele se inclinou, sussurrando em meu ouvido.

— Você estava linda pra caralho de joelhos, me levando em sua garganta,


Aria.
— Acho que pode ser a coisa mais doce que você já me disse, Knox. — Eu olhei
para ele enquanto Brander gemia alto.

— Vocês dois idiotas podem ir dormir para que o resto do acampamento


também possa? Cada homem aqui está duro pra caralho agora porque você acabou
de deixar Aria muito molhada. Estamos todos esperando para gozar com a porra
dos punhos no momento em que ela dormir e não puder nos ouvir sendo idiotas
patéticos. Então, se você não se importa, Aria, feche seus lindos lábios e olhos e vá
dormir, porra, — gritou Brander, e os homens ao redor grunhiram em
concordância.

Eu bufei quando Knox fez o mesmo, olhando nos meus olhos. Mordi meu lábio
inferior entre os dentes, sorrindo para ele. — Boa noite, pessoal, — sussurrei,
empurrando minha cabeça contra o peito de Knox. Ele colocou a mão na minha
orelha, apertando os cobertores em torno de nossos corpos emaranhados.

— Você gosta do meu gosto?— Knox perguntou, e os homens gemeram,


parando antes de sairem pisando duro em direção à floresta.

— Vá dormir,— eu repreendi, beijando seu coração e meus olhos ficavam


pesados enquanto ele me segurava contra seu calor.

Forcei meu sorriso a permanecer escondido. O puro horror de que eu pudesse


usá-lo o deixou pasmo. Você pensaria que como Rei, ele estaria acostumado com as
pessoas o usando por seu status, mas sua prisioneira, sua inimiga jurada, fazer
isso o deixou se sentindo sujo e usado? Bem, ele não gostou nem um pouco da
sensação. Bom, porque eu não terminei. Mesmo se eu tivesse sacudido sua besta
para alcançar o homem, eu afundaria minhas garras em seu coração e mostraria
que ele ainda tinha um que batia entre a terra dos vivos.
CAPÍTULO ONZE

Tínhamos nos mudado para um acampamento menor com mais pessoas,


tornando-o superlotado. Eu fui incapaz de escapar de Knox, e ele estava decidido
a me torcer do avesso. Ele estava treinando por três dias, cada um dos quais sem
camisa e coberto de suor. Seu cheiro vagou para mim sem parar, e qualquer
controle que ele tinha sobre ele, jogou de lado e deixou sufocar o ar ao meu redor.

Hoje ele estava treinando na minha frente com Brander. Os dois homens
vestiam apenas calças enquanto lutavam com espadas. Eu tinha pulado minha
perambulação habitual ao redor do acampamento sem rumo para amarrar sálvia
para a cerimônia de Beltane que se aproximava, que era para onde estávamos
indo.

Mordi meu lábio com os dentes enquanto meus dedos trabalhavam


habilmente, tendo entrelaçado e atado a sálvia um milhão de vezes antes em
bastões. O som das espadas de Knox e Brander batendo uma contra a outra,
misturando-se com seus grunhidos enquanto colidiram, enchia o silêncio do
acampamento.

Knox se esquivou de um ataque e todos os músculos fortes de seu corpo


pulsavam enquanto ele girava, desarmando Brander facilmente com um
movimento para cima. Knox pegou a espada antes que atingisse o chão,
devolvendo-a a Brander. Virando-se para mim, Knox pegou uma jarra de água,
despejando sobre sua cabeça, e eu engoli em seco com um gemido quando seus
olhos brilharam em vitória.

Eu coloquei a sálvia para baixo, correndo meus dedos sobre as gotas de suor
na minha nuca. Incapaz de desviar o olhar das gotas de água que corriam em
câmera lenta pelo abdômen de Knox, eu exalei um suspiro estremecido. Fechando
meus olhos, mordi meu lábio com os dentes quando um gemido escapou da minha
garganta antes de fechar minha boca. Segurei a mesa, lutando contra a vontade
de me despir e montá-lo como uma selvagem no cio que não conhecia a etiqueta
adequada.

— Você está bem?— Alguém perguntou, e eu me virei, abrindo meus olhos


para encarar Siobhan. Sua voz parecia distante, mas ela estava ao meu lado, olhos
grandes e preocupados me estudando. OK? Não. Eu não estava bem.

—Estou ótima, — murmurei e um chocalho escorregava do meu peito. —Não


poderia estar melhor, — eu disse em um tom estridente que fez Siobhan franzir a
testa e Soraya igualar sua expressão.

Virei-me quando Bekkah entrou na minha linha de visão, deslizando a mão


sobre o peito nu de Knox. O ronronar que passou por meus lábios foi alto e muito,
muito hostil. Os lábios de Knox se contraíram, curvando-se nos cantos enquanto
ele se inclinava, sussurrando algo no ouvido de Bekkah. A mão dele brincou com
uma mecha de cabelo dela e Soraya gritou: —Fogo!

A fumaça subiu com o cheiro forte de madeira e sálvia ao meu redor. Observei
Knox e Bekkah através da fumaça com fendas estreitas com a raiva passava por
mim. Afastando-me, eu os dispensei, notando que Greer olhou além de mim em
direção à mesa.

— Respire Camponesa, antes de queimar todo mundo, — advertiu Greer,


olhando para a mesa da sálvia, agora totalmente envolvida pelas chamas. —
Alguns de nós não são à prova de fogo!

— Anotado,— eu rosnei, me afastando dos outros com minhas mãos ainda


queimando.
Na borda do acampamento, os guardas entraram em meu caminho. Olhando
por cima do meu ombro, eles saíram, permitindo-me passar. Indo para o riacho, eu
não me incomodei em tirar meu vestido mergulhando na água gelada. Sentei-me
abaixo da superfície, reunindo minha compostura antes de emergir das
profundezas enquanto o vapor cobria o topo do riacho, ondulando no ar.

Uma risada masculina forçou meu olhar para o banco. Encontrei Knox
ajoelhado sobre as pernas, sorrindo para mim, seus olhos caíram para a parte
superior transparente do meu vestido branco. Olhamos um para o outro por vários
segundos antes dele levantar a mão, esfregando o lábio lentamente com o
polegar. Seus olhos permaneceram fixos em meus mamilos muito eretos
empurrando contra o vestido encharcado, levantando e caindo com a minha
respiração difícil.

— Molhada?— Ele perguntou, e eu inclinei minha cabeça para o lado.

— Muito. — Knox se levantou, tirando as calças. Ele entrou na água


gradualmente, permitindo-me ver sua perfeição masculina nua em detalhes
vívidos. Knox era todo tatuagens sexys e músculos que fazem meu cérebro ficar
tonto. Deveria haver uma lei contra os homens com corpos como o dele serem
autorizados a fazer tatuagens. Isso deixa uma mulher indefesa e desarmada.

Eu me afastei de Knox enquanto ele sorria maliciosamente. —Você colocou


fogo no acampamento, mulher. Você queimou salvia suficiente para impedir que
demônios em todo o mundo entrassem, caso eles tivessem tentado. Não que eles
queiram com tantos de nossa espécie reunidos em um só lugar.

— Oops, que pena,— eu sussurrei com voz rouca. Knox ficou na minha frente,
usando a água para lavar o suor de seu corpo, causado por seu treinamento com
Brander.

— Você está um pouco vestida demais para o banho, não?


Eu engoli antes de olhar para o vestido transparente, lentamente levantei
meu olhar de volta para seu olhar penetrante. —Havia um bicho em mim.

Seus lábios se contraíram e seus olhos dançaram de alegria enquanto ele se


aproximava. —Havia? Já se foi?

— Eu presumo que sim.

Sua mão se ergueu para o meu cabelo, afastando os fios molhados do meu
rosto. —Talvez eu deva verificar embaixo do seu vestido para ter
certeza?— Odiava quando ele tocava meu cabelo porque isso me deixava sem
paredes de defesa contra ele.

Pisquei e balancei a cabeça, dissipando o que quer que estivesse acontecendo


com a energia do pau grande do alfa que ele estava jogando em minha direção. —
Não sinto nada por baixo.

— Tem certeza?— Ele respondeu, puxando-me contra ele e seus lábios


roçavam minha orelha. —Eu odiaria que você fosse mordida por qualquer coisa
que não fosse eu. — O calor de sua respiração guerreava com o gelo do riacho,
enviando um arrepio pelo meu corpo.

— É mesmo?— Eu escovei minha bochecha contra a dele. Calor passou por


mim e meu corpo se apertou contra o cheiro que emanava de seus poros. Meu
núcleo se apertou, reagindo à sua proximidade e seu corpo pressionando contra o
meu.

— Seria uma decepção qualquer outra coisa estragar seu lindo corpo, Aria, —
Knox riu, roçando o nariz no meu ombro, fazendo minha respiração engatar e ficar
presa em meus pulmões.

Ele beijou meu ombro e minhas mãos deslizaram por seus cabelos, puxando
sua boca para a minha, reivindicando-a com fome. Sua língua passou por meus
lábios e suas mãos me levantaram, forçando minhas pernas a envolverem-se em
torno dele.

Knox me devorou até eu perder a consciência de necessidade. O ronronar


explodiu de nós dois, nossos corpos incapazes de chegar perto o suficiente quando
reivindicou a posse com seu beijo. Ele levantou meu vestido enquanto minhas
pernas o envolviam juntas, balançando meu sexo contra o dele. Eu precisava dele
dentro de mim com um desejo selvagem que me levou além do limite do
pensamento coerente, e ele sabia disso também. Seus dedos empurraram contra a
minha abertura, e eu senti seu pau apontando para a entrada, indiferente por
estarmos à vista do acampamento.

— Isso significa que não estamos fodendo, meu rei?— Bekkah perguntou da
costa, e Knox gemeu.

Eu me afastei, incapaz de parar o chocalho que explodiu no meu peito,


deslizando pelo seu corpo, antes de empurrá-lo na água. A raiva deslizou por mim,
meus olhos se moviam para a cadela na costa, que sorriu friamente.

—Fique com ele, — resmunguei, passando por Bekkah. Fui em direção à


tenda para trocar o vestido molhado, me preparando para voltar e consertar a
bagunça que fiz na salvia.

— Aria, volte aqui agora!— Knox exigiu.

Eu murmurei baixinho. —Demônios, hein? Que pena que o salvia não repele
idiotas! — Eu gritei por cima do ombro, vendo-o me encarando da água. Bekkah
agarrou a barra do vestido, pretendendo se juntar a ele, e eu bufei de desgosto.

Meus olhos se voltaram para Knox com aversão, engolindo o aperto na minha
garganta. Balançando a cabeça, me movi mais rápido para chegar à tenda antes
que as lágrimas pudessem se soltar. Mal eu entrei e tirei o vestido molhado, Knox
invadiu, ainda nu, seus olhos encontrando os meus enquanto ele chocalhava.
— Vá foder sua vadia, idiota. — Cobri meus seios nus com meus braços. Ele
andou para frente, com os punhos cerrados ao lado do corpo como se não gostasse
de ouvir que deveria ser fodido.

— Eu não quero uma vadia, Aria Primrose, — ele sibilou, segurando meu
olhar com as profundezas cintilantes que me prometiam prazer. —Eu desejo você
mais do que gostaria de admitir.

— Então não admita, Knox, — dei de ombros, olhando furiosamente ele me


examinando. —Preciso de algo para vestir, já que estou muito molhada e ainda
preciso limpar minha bagunça com a salvia.

— Você pode me vestir, mulher.

— Eu não acho que você se encaixa bem, — eu bufei, estremecendo com o


rosnado estrondoso que escapou do fundo de seu peito. —Você me irrita em lugares
delicados, me deixando um pouco dolorida.

— É um prazer deixar você dolorida, Aria. Eu gosto de saber que te fodi com
tanta força que sua boceta incha com o que você me permitiu fazer. Você me deixa
ir à guerra contra esse corpo macio e me agredi de volta, não é? — Ele se aproximou
e eu dei um passo para trás.

Eu engoli em seco considerando como me convencer do contrário. Então,


naturalmente, deixei escapar a primeira coisa que me veio à mente. —Ouvi dizer
que pode inchar se for uma DST e, pensando bem, a forma como vaza quando você
está perto. É possível que eu peguei algo em algum lugar deste mundo louco. Quer
dizer, vamos ser honestos aqui, eu tenho andado muito mal ultimamente. E se for
uma dessas pequenas ventosas que sobem pela sua uretra? — Os lábios de Knox
se contraíram se movendo em minha direção, lutando para conter o riso.

— Não é uma DST. A excitação que seu corpo cria para mim é porque meu
pau é bastante grande e você é muito pequena, Aria. É sua besta se preparando
para pegar a minha porque essas formas não podem dizer a diferença. Se minha
besta fosse levá-la, ele precisaria da maciez de sua excitação para caber nesses
lugares apertados de que você se vangloria, para evitar danificar seu corpo
sensível.

— Oh, isso realmente faz sentido,— eu sussurrei enquanto ele segurava meu
rosto entre as mãos.

— Eu quero você, Aria, — Knox curvou a cabeça, beijando-me suavemente, o


que enviou uma onda de emoções através de mim. Não foi um beijo exigente. Foi
um beijo de desejo que enrolou meus dedos dos pés e me deixou sem fôlego. —Pare
de lutar porque isso vai acontecer quer queiramos ou não. Prefiro que essa seja
nossa decisão, em vez de nossas criaturas forçando-a, e nós nos arrependendo ou
não desejando quando isso acontecer.

Pressionei minhas mãos contra seu peito, empurrando-o para trás, o que ele
permitiu. Olhei em seus olhos e ele aceitou que não era o momento. —Não estou
pronta, e minha criatura sabe disso. Tenho algumas coisas para resolver, algumas
coisas um tanto desprezíveis, e isso é algo que você e sua besta precisam me dar
tempo para aceitar e superar. — Knox recuou como se tivesse ultrapassado o limite
e eu agarrei sua mão, puxando-o para perto de mim. —Ainda preciso de algo para
vestir e sei que disse que queria minha própria tenda, mas não quero. Eu preciso
que você mantenha os pesadelos longe, e você faz isso de alguma forma. Você os
mantém à distância para mim, e eu não quero que me alcancem mais. Então, se
eu puder, gostaria de dormir ao seu lado.

Knox sorriu maliciosamente antes de pressionar seus lábios contra minha


orelha. —Eu não estava deixando você sair da minha barraca de qualquer
maneira, já que gosto muito de você pressionada contra mim. Você não vai dormir
sozinha a menos que use minha marca em sua carne, então você pode querer
considerar isso também. Eu sei que você quer, e eu também.
—E você vai usar a minha marca? — Eu perguntei, sabendo que o estava
afastando. Knox ficou tenso e eu bufei enquanto a raiva corria por mim, me
aquecendo com a intensidade dela. —Isso foi o que eu pensei. Eu mudei de
ideia. Afinal, quero minha própria tenda. Eu prefiro pesadelos à sua companhia.

— Não está acontecendo. Uma mulher sem marcação é um jogo aberto,


Aria. Não está em discussão. Você pode ter meu cheiro em você, mas não é o mesmo
sem minha marca em sua pele. Antes, quando coloquei meu cheiro em você, minha
marca reforçou minha reivindicação.

— Então, peça a Brander ou Killian para me marcar. — Knox sacudiu,


girando nos calcanhares para se vestir antes de sair da tenda, gritando que ia
caçar.

Nas duas horas seguintes, eu tinha quase certeza de que a população de vida
selvagem da floresta havia diminuído até quase à extinção. A carne empilhada
mais alta do que eu podia ver, estava na frente da abertura da tenda. Espiando ao
redor, encontrei Lore, Brander e Killian, todos olhando para a floresta como se
fosse o ofensor que os tivesse irritado.

— Isso é ridículo pra caralho, — Killian rebateu.

— Você acha?— Brander gemeu, virando-se para onde Knox estava


espreitando de volta ao acampamento, arrastando dois grandes animais atrás dele
olhando para mim. —Vamos precisar de mais sal para conservar a carne.

— Experimente a porra de uma mina de sal se ele continuar com essa merda,
— brincou Lore.

Eu quebrei a perna de um animal e todos os homens se viraram para me


encarar. Minha atenção se voltou para Knox, jogando os animais mais novos na
pilha, olhando para mim. Eu ronronei, sorrindo ligeiramente quando seu olhar
deslizou para o cobertor que cobria meu corpo nu.
— Você é um excelente caçador,— eu disse com voz rouca, voltando para a
tenda. Ele rosnou e eu sorri ao som dos gemidos dos homens. Knox estremeceu, o
barulho deixando o acampamento enquanto ele ia caçar, para matar mais coisas
em sua raiva por ter sido negado o que ele mais queria.
CAPÍTULO DOZE

Ainda não tínhamos nos movido, o que nos forçou a reorganizar o


acampamento à medida que mais e mais tropas chegavam para seguir o exército
até o palácio. Eu passei horas hoje brincando com as crianças, arrumando flores
em seus cabelos e ensinando coisas simples que elas já deveriam saber, com base
na idade.

Parecia que os fundamentos da bruxaria não eram mais ensinados às nossas


filhas e filhos, optando por renunciar ao aprendizado de qualquer magia, ataque e
feitiços defensivos pela ordem do rei supremo, seja ele quem for.

Eu ainda estava trançando o cabelo de uma menina quando o cheiro de Knox


me atingiu do outro lado do acampamento. Erguendo minha cabeça, eu o procurei
na multidão. Eu o encontrei parado com homens que haviam aparecido antes,
acenando para mim com um sorriso suave nos lábios. Rosa se espalhou por minhas
bochechas, e meu corpo se aqueceu indecentemente, como se sentisse sua
necessidade apenas por seu cheiro. Engolindo em seco, mordi meu lábio inferior,
voltando meu foco para o cabelo da menina, ou tentei.

Knox tinha um jeito de me lembrar que estava aqui, mesmo sem olhar para
mim. Eu o senti no momento em que ele voltou para o acampamento ou para a
cama à noite. A sutileza de seu cheiro e a suavidade de seu ronronar acalmou meu
medo de outro homem entrar na tenda que compartilhamos. Tínhamos caído em
uma espécie de rotina, e seu flerte era contagiosamente libertino, desarmando
minhas defesas.

Ele permaneceu distante, entretanto, flertando comigo de longe. Era sexy e


cativante, considerando que Knox poderia exigir ou pegar o que quisesse. Se o
fizesse, não havia nada que alguém pudesse fazer para impedir que isso
acontecesse. Desde que eu disse que ainda estava processando meu ataque de
Lorde Andres, Knox me permitiu curar, o que falou mais sobre seu caráter do que
qualquer outra coisa desde que o conheci.

Passei o cabelo para ensinar as meninas sobre pedras e cristais enquanto


Knox continuava a observar. Ensinei às jovens bruxas o que cada pedra representa
segurando-as nas palmas das mãos, sentindo sua magia. Eles riram e se
divertiram enquanto eu retratava alguns de seus usos. Evito discutir seus usos
mais sombrios, mantendo sua natureza mais sinistra e sexual longe das mentes
inocentes das meninas.

Uma das adolescentes discutiu por causa de um cristal. Pelo menos ela tinha
até perceber que eu estava tentando proteger a inocência delas. Ela se contentou
em fazer um gesto grosseiro que nos fez chorar de tanto rir. O som chamou a
atenção de Knox e eu ri ainda mais. Eu estava pensando em colocar algumas
pedras na cama quando finalmente permiti que ele me tivesse. Mordendo meu
lábio entre os dentes, eu acalmei a risada e o calor se acumulou em meus olhos
enquanto eu observava o olhar ardente de Knox.

Uma garota ergueu uma pedra de palmeira de quartzo rosa e eu sorri quando
ela me entregou. —O que este faz?— Ela perguntou suavemente.

— Este vai ajudá-la a encontrar o amor e a realizar os maiores desejos do seu


coração, — anunciei, segurando-o entre as mãos.

Fechei meus olhos com força e meus lábios se curvaram em um sorriso. Meu
sorriso cresceu ouvindo as meninas rindo. Inspirando o cheiro de Knox, exalei
lentamente. Inclinando minha cabeça, imaginei seus lábios contra os meus e abri
meus olhos para encontrá-lo a centímetros de meus lábios.
— O que é que seu coração mais deseja, Aria? — Knox sussurrou roucamente,
fazendo com que as meninas rissem mais enquanto outras ouviam com curioso
interesse.

— Ocasionalmente, o cristal bagunça. Ou o coração é apenas um órgão e o


cristal é apenas uma pedra, — eu sussurrei para as meninas, lutando contra a
vontade de inclinar-se em seus lábios e beijá-lo profundamente.

— A bela e feroz princesa está com medo de admitir o que todo mundo já sabe
que ela deseja?— Ele perguntou, segurando minha bochecha e se inclinando para
roçar seus lábios nos meus.

Eu segurei sua bochecha com minha mão e chupei seu lábio inferior entre
meus dentes, apreciando o assobio que saiu de seus pulmões. —Ela sabe quem ela
quer. Ela sempre quis apenas um homem, mas ele é uma fera teimosa. Ele é o rei
e seu inimigo jurado, e eles estão em lados opostos de uma guerra. Isso é difícil
para eles, distinguir o certo do errado. No entanto, mesmo assim, eles se
encontram naquela linha onde a guerra irrompe e os tambores de batalha ecoam
por eles. Ela cede ao seu grito de guerra, e ele se derrete em suas curvas, mas seu
coração está muito partido para consertar facilmente. Ele está enterrado muito
profundamente dentro de uma tumba, embora seu coração bata alto no ritmo
constante do dela, — eu sussurrei, beijando-o suavemente antes de me levantar,
deixando-o sem palavras enquanto as meninas me seguiam para colher mais flores
sob os olhos vigilantes do guarda.

— Algumas feridas não podem ser curadas, Aria.

— Cole a porra de uma fita adesiva nela. Essa merda conserta tudo. — Eu
me virei a tempo de ver os cavaleiros emergindo da floresta em um ritmo
alucinante. Agarrando uma garota, puxei-a para fora do caminho e Knox
estremeceu em advertência, pois por pouco não fomos pisoteados.
— Aria, entre na tenda agora.— Knox deu um passo à frente e seus homens
se moveram atrás dele enquanto um cavaleiro me olhava com
frieza. Impressionantes olhos azuis cristalinos fixos nos meus. A frieza do olhar
enviou um calafrio pela minha espinha. —Lorde Carter, fico feliz em ver que você
chegou aqui inteiro. Presumimos que você tivesse se desviado, — anunciou Knox,
tirando a atenção do homem de mim.

— Eu estava coletando informações sobre um castelo cercado por prostitutas


assassinas, — afirmou Lorde Carter, voltando sua atenção para mim. —Uma
bruxa de cabelos prateados. Diga-me, meu rei, ela é a bruxa Hecate que você
capturou?

O homem desmontou, movendo-se rapidamente em minha direção. Ele


agarrou meu cabelo, puxando minha cabeça para trás para pressionar seus dedos
na minha testa. A dor percorreu meu crânio enquanto seus olhos
brilhavam. Minhas garras se estenderam, agarrando sua mão para removê-la
quando um ronronar baixo escapou dos meus pulmões, e seus olhos se estreitaram.

— Surpreendente. Então, os rumores são verdadeiros? Freya Hecate dormiu


com uma besta e fez uma criatura bastarda?

— Tire suas malditas mãos de mim, agora,— eu sibilei, deixando cair sua
mão e seus olhos se arregalaram com o meu aviso.

— Você não ensinou essa vadia a posição dela?— Lorde Carter perguntou,
movendo-se para me golpear, mas Knox agarrou sua mão, impedindo o homem de
me bater com as costas da mão. —Você a protege?— Ele puxou o braço de Knox,
carrancudo.

— Não só eu, mas outros no conselho a querem viva, e até que eu saiba quem
e por que, Aria permanecerá ilesa. Ela está sob minha proteção, então faça com
que seus homens me entendam e me obedeçam.
— Nunca pensei que viveria para ver o dia em que o rei Karnavious
protegesse uma bruxa Hecate,— Lorde Carter zombou, agarrando meu queixo
antes que Knox pudesse detê-lo. —Eu vou matar sua família inteira, bruxa.

— Você e todos os outros, mas você teria que encontrá-las primeiro. — Eu


sorri e seus olhos se estreitaram. —Você também teria que passar por mim, e posso
parecer pequena e inofensiva; no entanto, sou tudo menos isso. Toque-me de novo,
e vou morder a porra do seu pau e te beijar com ele, idiota, — eu bufei, saindo de
seu alcance, indo em direção à tenda.

As outras bruxas recolheram as crianças, empurrando-as para longe do recém


chegado para um lugar seguro. Um arrepio percorreu minha espinha, sentindo seu
olhar cheio de ódio nas minhas costas. Entrando na tenda de Knox, me virei para
fechá-la, mas Knox seguiu atrás de mim, me empurrando para a cama até que
saltei na frente dele.

— Nunca desafie um dos meus lordes na minha frente novamente, bruxa, —


Knox retrucou, seus olhos procurando meu rosto lutando para superar a raiva.

— Então mantenha seus lordes sob controle, Knox. O último traiu você e
tentou me estuprar. Este me tocou depois que disse explicitamente
para não fazê - lo. Não sou eu desrespeitando você; são eles. Não vou permitir que
ele abuse de mim, e você não deve esperar que eu aceite esse comportamento.

— Não é tão fácil, Aria. Este mundo não é preto e branco. É cinza e cheio de
cadáveres de pessoas que não eram fortes o suficiente para sobreviver desde o
início, quando as bruxas fizeram a primeira jogada para assumir o controle do
mundo. Elas assassinaram a família de Lorde Carter e foi brutal. Penduraram
sua família em árvores até a morte, rasgando seus filhos em pequenas pilhas
organizadas, e deixando seus restos mortais sob sua esposa nua enquanto a
estupravam em vida e morte.
— E, novamente, eu sou a culpada por isso também? Eu nem estava viva
quando aconteceu.

— Nos Nove Reinos, se alguém infligir terror, nós os punimos e o resto de sua
linhagem. Não importa se você estava viva ou não, Aria. O sangue que corre em
suas veias a condenou.

— Isso é injusto e não está certo,— eu sussurrei.

Knox se ajoelhou entre minhas coxas, colocando as mãos sobre elas, sorrindo
para mim com o calor queimando em seus olhos. —Bem-vinda ao lar nos Nove
Reinos, onde nada é justo e a vida é uma batalha para sobreviver. Preciso ver o
que Lorde Carter descobriu sobre a torre dominada pelas bruxas das trevas. Seja
uma boa menina para mim e não morda o pau de ninguém e beije-os com eles. Eu
gosto de saber que seus lábios nunca tocaram os meus dessa maneira.

— O que você quiser, Knox. — Eu exalei lentamente. Ele se inclinou com a


intenção de me beijar, mas eu recusei, me virando antes que pudesse ter
sucesso. —Seu Lorde está esperando por você.

— De fato, ele está. Lore estará presente para ter certeza de que você está
bem acomodada esta noite. Estarei ocupado durante a maior parte da noite, se não
mais. — Knox se levantou, movendo-se para o baú no final da cama.

Eu o observei se vestindo para a batalha, sua armadura colocada no lugar e


a espada encontrando seu lugar. Uma vez lá, ele alcançou o baú e pegou uma
pequena caixa, colocando-a sobre a mesa. Abrindo-o com cuidado, ele retirou uma
coroa de prata com joias pretas e vermelhas nas pontas. Puxando o visor para
cima, ele colocou a coroa na cabeça e se virou, olhando para mim.

— Fique de pé e me beije, Aria.


—Por que eu iria querer fazer isso?— Eu perguntei, me levantando
devagar. Caminhando em minha direção, Knox passou os braços em volta de mim
com cuidado, sem remover o visor de aparência perversa.

— Porque estou tentando ser paciente, mas não é da minha natureza ser
assim. Eu vejo você rindo com outras pessoas, trançando cabelos das
bruxinhas. Nunca tive ciúmes na minha vida até ouvir você rindo com outra pessoa
que não era eu. Me irritou por nunca ter ouvido você rir como fez com elas antes
de hoje, mulher.

— Eu rio com você, Knox, — argumentei, sem saber por que sentia a
necessidade de fazê-lo.

— Então você ri, — ele sorriu tensamente, ajustando seu visor para cobrir
sua boca, mas eu estendi a mão, agarrando seu braço, o que o fez parar. —Eu
preciso ir.

Eu o puxei de volta para mim, levantando minha mão para empurrar sua
viseira para longe de sua boca. Reivindicando suavemente, sussurrei meu adeus
com meus lábios. Sua mão se levantou, esfregando minha pele para me acariciar
com a luva que a cobria. Ele sorriu contra minha boca, segurando meu lábio entre
os dentes, e eu engasguei suavemente com a dor inesperada.

— Seja boa, e não dê muita merda a Lore, Monstrinho. Voltarei assim que
puder, — ele prometeu, deixando-me ao sair da tenda.

Não tinha realmente me ocorrido que Knox era um rei honesto com os
deuses. Não até que ele usasse sua coroa, enviando borboletas em mim. Eu sabia
que ele era o rei de Norvalla, mas ele não usava sua coroa ou ostentava seu título
ou importância na minha cara. Eu estava aqui há meses e nunca o vi usando até
hoje. Eu o tinha visto usando uma vez em Haven Falls, mas presumi que tinha
imaginado tudo. Agora seria difícil ignorar quem e o que ele era.
Lore entrou na tenda, e eu sorri enquanto ele dançava para dentro,
sorrindo. —Você e eu, e essa maldita mandíbula, a noite toda, linda garota!

— Lore!— Knox gritou pela lateral da tenda, fazendo nós dois pularmos.

— Está bem! Sem mandíbula, Knox, — Lore gritou de volta através da


abertura da tenda, excessivamente animado. —Ela é excelente em outras coisas
também!

Knox entrou na tenda olhando ferozmente para Lore e então percebeu que
Lore estava sorrindo, e eu estava escondendo meu sorriso atrás da minha mão. Os
olhos de Knox aqueceram quando ele balançou a cabeça para mim. — Não me faça
morder Aria para garantir que seus dentes fiquem para você, idiota.

— Cara, eu acho que os dentes dela são maiores que os meus. Não estou
reivindicando essa bunda. Ela me possuiria. Eu não gosto de dominação.

— Bom, lembre-se disso. — Knox caminhou até mim, roçando sua boca contra
a minha novamente. —Seja boa, linda.

— Você disse isso antes, quando saiu, um minuto atrás. Já está com saudades
de mim, Knox? — Eu o provoquei de brincadeira e ele sorriu, roçando seus lábios
nos meus apaixonadamente.

— Na verdade, estou tentando colocar meu cheiro em você, então você cheira
como eu. Estou prestes a deixá-la com meu irmão mais novo, que tropeçaria em
uma árvore se ela estivesse molhada o suficiente.

— Eu não derrubaria uma árvore. Agora, encontre uma mulher molhada


para mim e comece o jogo, mano.

Eu sorri para Knox, que fechou os olhos contra a provocação de Lore, depois
os abriu. Eu levantei na ponta dos pés, beijando-o com força enquanto suas mãos
corriam pela minha espinha. Agarrando minha bunda, Knox rosnou em aprovação.
— Agora vá ser rei ou alguma merda,— eu sorri, e seus lábios se
contraíram. —Não sei o que devo dizer aqui.

— Isso funciona perfeitamente. — Knox girou nos calcanhares e desapareceu


da tenda sem olhar para trás.

— Então, você e eu, docinho.

— Você e eu, Lore. — Sentei-me na cama enquanto ele derramava uísque em


um copo, trazendo-o para mim.

— Viva por ser deixado para trás enquanto o exército marcha sem nós.

— O que?— Eu sussurrei, e meu estômago caiu com sua admissão.

— Eles vão massacrar bruxas esta noite. Estou preso como babá porque ainda
estou me recuperando. Você sabe, eu vi você tirar a bruxa com a flecha apontada
para mim. Tinha uma ponta de veneno e só isso já teria sido uma droga. Não teria
me matado, mas foda-se se não tivesse doído como o inferno curando. Você
continua me protegendo, Aria Hecate. Você deveria ser má. Você põe flores no
cabelo das meninas e ri de suas piadas, mesmo que não sejam engraçadas. Você
segura bebês olhando para ele, como se quisesse um algum dia. Você tem
esperança, e este mundo não a tinha desde antes de eu nascer. Knox nunca vai te
amar; ele é incapaz disso. Ele flertará e será o que você precisa que ele seja, mas
não pode amar você. Não se apaixone por ele. Escolha alguém que vai te amar
porque você merece manter sua esperança para o futuro.

— Por que você está me contando isso?— Eu perguntei com cuidado.

— Porque você salvou minha vida uma vez e tentou fazer isso de novo, mesmo
às custas da sua. O mal não se importa com a perda de vidas inocentes,
Princesa. Você se importa, então considere isso uma porra de um brinde e beba
porque estou com sede e odeio beber sozinho.
— Viva a não morrer neste banho de sangue de uma terra que vocês amam
tanto, — eu murmurei, engolindo a bebida e segurando-a para uma recarga.

— Droga. Meu tipo de mulher, —Lore sorriu, enchendo os copos até a


borda. Eu sorri com seu flerte sem fim quando Greer entrou na tenda.

— Homens são idiotas, — Greer anunciou.

— Amém, — bufei, sorrindo para Greer. Ele inclinou a cabeça, caindo na


cama ao meu lado enquanto Lore se levantava para pegar outro copo para ele. —
Puxe um travesseiro, Meat Suit. Fale sobre isso.
CAPÍTULO TREZE

KNOX

Eu olhei para o campo coberto de sangue com a raiva queimando por


mim. Levantando minha lâmina, eu a enviei rapidamente para o corpo de um
minotauro. No momento em que seu corpo caiu, girei e passei a espada enviando
sua cabeça pelo campo. Erguendo minhas lâminas, cruzei-as enquanto outra fera
indesejada avançava em minha direção. Seu corpo se desfazendo antes de atacá-
lo, baixando minha espada para remover a cabeça antes que o corpo atingisse o
chão.

Brander saltou, lançando-se em direção a outra besta monstruosa. Sua


espada cortou o ombro, girando seu corpo enviando a outra criatura na direção
oposta, removendo a cabeça em um movimento fluido. Killian derrubou três de
uma vez, seu corpo criado para a batalha. Suas espadas cortaram o ar, cantando
quando encontraram seu alvo. Dançando, Killian girou baixo, separando as pernas
dos corpos e depois as cabeças enquanto os três caíam ao mesmo tempo.

Eu provei o sabor acobreado no ar, sentindo a magia que inundou o campo,


espessa e poderosa. A magia era familiar, uma que eu sentia há muito tempo e
nunca esqueceria. O suor grudou na minha testa, pingando em meus olhos
piscando como pequenas víboras. O som de lâminas cortando o ar cantou ao meu
redor, e as bruxas que trouxemos enviaram energia e magia defensiva contra os
monstros.
As bruxas das trevas cobriram a ampla muralha de pedra, enviando onda
após onda de magia em nossa direção. Mas não foi isso que eu senti; era mais fraco,
menos potente. O sangue trovejou ensurdecedor em meus ouvidos, batendo mais
alto do que os tambores anunciando nossa entrada no campo de batalha.

Uma criatura correu em minha direção, e eu levantei minhas espadas,


torcendo meu corpo antes que ele me alcançasse, enviando pedaços dele pelo
campo. Enfrentando a fortaleza, vi mais homens fazendo fila para morrer. Meu
estômago apertou, vendo os rostos dos meninos preparados para o abate. Exalando
um suspiro estremecido de inquietação, me virei enquanto Killian e Brander
corriam em minha direção, suas armaduras pintadas de vermelho com sangue.

— Isso é uma distração, — rebateu Killian.

Eu balancei a cabeça, incapaz de desviar o olhar enquanto as espadas dos


soldados na ameia balançavam, separando a cabeça do corpo e, em seguida,
chutando ou empurrando o mortos das paredes altas.

As bruxas das trevas exigiram que trouxéssemos Aria até elas e a


enviássemos para a fortaleza sozinha. Foi um estratagema para libertá-la porque
a magia que eu sentia cheirava a linhagem de sangue Hecate, e eu conhecia esse
fedor intimamente. O cheiro envolveu a carruagem em que encontrei Lore
enrolado, sem nenhum sinal dos meus pais, e então novamente agarrado a Liliana
em nosso leito matrimonial.

— Traga-me Siobhan e a outra bruxa, qualquer que seja a porra do nome


dela, — eu rebati, movendo-me pelo campo, empurrando minhas lâminas em suas
bainhas. Eu levantei minha mão, enviando poder através dos animais que se
moviam em nossa direção, e eles se estilhaçaram em pedaços que atingiram os
homens, tilintando contra a armadura.

— Soraya? A preparadora de ervas? — Brander perguntou.


— Ela está mentindo, e nós dois sabemos disso, Brander. Soraya é uma
lutadora até o fundo da sua alma. Está nos seus olhos, é por isso que ela os
manteve escondidos, — eu grunhi, virando-me enquanto passos estrondosos
corriam para nós. Eu levantei minha mão, enviando a grande criatura parecida
com um cachorro para as lanças que cercam o campo de batalha, empalando-a.

— Você acha que ela é uma espiã? — eile rebateu.

— Estamos prestes a descobrir. — Virei na borda do campo para espiar as


cadelas do mal, ainda enviando ondas de magia em direção aos guerreiros
lutadores. —Essas bruxas ameaçaram matar duzentos homens a cada hora que
não trouxermos Aria. Elas acabaram de matar crianças, meninos que nunca
levaram sua primeira mulher para a cama. Eu sinto a magia da linhagem de
Hecate neste campo, o que significa que elas planejam usar uma bruxa Hecate
para libertar Aria de minhas garras. É um membro de sua família ou a grande
rainha, — elaborei. —Alguém está disposto a massacrar uma aldeia inteira e uma
fortaleza para chegar a Aria.

— Você acha que Aria aprovaria esse método?— Brander perguntou, seus
olhos escuros me estudando.

— Não importa, porra. Diga-me que você não pode sentir essa magia,
Brander. Haveria apenas uma razão para ela estar aqui, e se Aria estava a par do
plano ou não, ela ainda é a responsável. Se ela aceitar a convocação das bruxas
das trevas ou defender suas ações, ela será culpada pelas vidas perdidas aqui.

Eu me virei, observando Killian caminhando atrás de Soraya e Siobhan, suas


espadas desembainhadas. Ele parecia pronto para defendê-las quando, na
realidade, ele se preparava para acabar com suas vidas se elas mentissem. Eu
olhei para a menina menor, seu cabelo loiro escuro pegajoso de suor de fazer ervas
curativas. Seus olhos baixaram recatadamente. Não havia um osso tímido em seu
corpo, porra, e eu sabia disso. Eu senti a luta dentro dela, observando a forma como
sua magia se agarrou a ela como uma segunda natureza.
— Meu Rei, você mandou nos buscar? — Perguntou Siobhan.

Eu não respondi, deixando meu olhar deslizar para baixo em suas curvas
suaves enquanto o calor enchia suas bochechas. Siobhan era uma dama e amante
habilidosa. Ela me permitiu levá-la para dentro da tenda de poções vários anos
atrás. Seus gemidos suaves foram patéticos, mas eu fui duro com ela; Uma vez. Eu
nunca desejei outra prova dela depois de terminar.

— Diga-me o que você sente. — Eu olhei para Soraya. Siobhan abriu a boca
e eu olhei para ela, silenciando-a com um olhar cheio de advertência. Minha
atenção voltou para a outra bruxa. Soraya fechou os olhos e abriu as palmas das
mãos para o céu. Ela ficou tensa, erguendo os olhos verdes suaves para os meus.

— Não pode ser, — Soraya engoliu em seco, e eu olhei para Killian, que
inclinou a cabeça, apertando a mão em sua espada. —Eu sinto a magia da
linhagem de sangue de Hecate, mas não é poderosa. Está silenciada. No entanto,
há uma corrente subjacente a isso. Está procurando, procurando por algo, ou
talvez alguém. — Sua atenção deslizou para a floresta ao lado da fortaleza. —Está
vindo de lá, na floresta.

Eu balancei minha cabeça para Killian, que deu um passo para trás,
esperando. Meu olhar deslizou para Siobhan, que assentiu suavemente, sua
preocupação desaparecendo enquanto Soraya falava a verdade.

— Quantas estão aí?— Eu perguntei, direcionando meu comentário para


Siobhan.

— Três, mas duas estão mais longe. Elas são bruxas Hecate, Knox. Elas
estão fracas, ao contrário de Aria. Isso não significa muito, considerando que a
magia de Hecate é um poder absoluto.

O som dos gritos uivantes na ameia forçou minha atenção de volta para onde
as bruxas das trevas estavam liberando magia negra e venenosa. Seus gritos
estridentes eram quase inaudíveis sobre os gritos e sons de aço encontrando aço
no campo de batalha.

— Reúna um grupo de guerra e vamos caçar algumas malditas bruxas,— eu


rosnei, observando corpos sendo jogados para o lado da parede para se juntar aos
outros no chão. —Soraya e Siobhan, vocês vão conosco.

— Eu sou apenas uma fabricante de poções, —Soraya mentiu. Eu sorri


cruelmente, inclinando minha cabeça quando a espada de Killian tocou sua
garganta.

— Você mente para mim de novo, e essa espada corta sua cabeça, bruxa. Eu
sugiro que você pondere suas próximas palavras. Quando colocou essa marca no
pulso, jurou lealdade. Isso inclui honestidade sobre o que você faz e quem diabos
você é. Então, Soraya, quem diabos é você?

— Passei toda a minha vida adulta fugindo da Ilsa. Ela construiu o Palácio
de Vãkya na minha cidade natal e soltou monstros dentro dele como prêmio por
unir suas forças. Servi como escrava durante anos, depois escapei e fujo desde
então. Minha linhagem não é a mais poderosa, mas somos lutadoras que
aprenderam a esconder o que somos de seu povo. Minha mãe, meu pai e minhas
irmãs não saíam de Vãkya e eu não ajudava muito enquanto estava acorrentada a
uma cama por prazer. Quando eu escapei, não havia ninguém que eu
reconhecesse, seja devido à tortura ou porque Ilsa os tinha adicionado à rede de
poder que fica fora do palácio. Eu estava sozinha. Eu sobrevivi na selva, mas nem
sempre tive sucesso nessa empreitada. Eu treinei para lutar porque não queria
morrer ou acabar adicionada à rede da grande rainha para ser usada até a morte,
drenada para nada mais do que uma casca de carne e osso. Se você está se
perguntando se eu sou poderosa, eu sou. Se está perguntando se eu posso lutar, eu
posso. Você é o primeiro que não me forçou a servir como prostituta ou me
bateu. Então eu sirvo você, e faço isso de boa vontade.
Eu fiz uma careta, escondendo a emoção que sua história despertou dentro
de mim. Eu não estava cego para o que outros lordes tinham feito às bruxas, mas
só salvei aquelas que pensei que poderia usar contra as bruxas das trevas. Aquelas
que sobreviveram e passaram pelo inferno, precisando de um lugar para ficarem
mais fortes, eu as mantive também, porque assim que viram contra o que lutamos,
elas ficaram de boa vontade para ajudar. A guerra criou monstros, mas os
monstros não tinham limite de quão longe foram. Limitei-me a prejudicar
mulheres e crianças, ao contrário da maioria dos outros reis e rainhas dos Nove
Reinos.

— Abaixe a lâmina, Killian. Se você se voltar contra mim ou usar sua magia
para machucar alguém sob minha proteção, Soraya, — eu pausei, olhando para ela
friamente, — eu não hesitarei em acabar com sua vida.

— Você detém a verdadeira Rainha das Bruxas, Rei Karnavious. As bruxas


Hecate estão aqui porque você a segura e a querem de volta.

Eu sorri com força, deslizando meu olhar para Siobhan, que engoliu em seco,
desviando os olhos. Ela assentiu, não querendo encontrar meu olhar, o que me
irritou. A maioria das pessoas não seguram por muito tempo, não como Aria faz
com um desafio e se atreveu a apertar os malditos botões brilhando dentro deles.

— Como você sabe disso, Soraya?

— Porque quando ela nos tocou, nós a sentimos em nossa alma. O destino de
Aria Hecate é matar Ilsa, e ela sabe disso. Assim como você e todos os que estão
aqui. Ela precisa de treinamento para a guerra porque não é uma lutadora. Aria é
mole pra caralho, e seu coração está em sua frente. Ilsa vai despedaçá-la
mentalmente, e então ela vai rasgar a porra da sua alma até que se curve e morra.

Eu fiz uma careta com as palavras de Soraya enquanto os homens se reuniam


ao nosso redor. Dando ordens, nós nos movemos em direção à floresta para cercar
as bruxas Hecate. Rezei para estar errado, para que não fossem as irmãs de Aria
dentro da floresta, escondendo-se e assistindo uma matança se desenrolar. Se elas
ficassem à margem enquanto as bruxas das trevas massacravam crianças nas
muralhas, então não valia a pena salvá-las.

Atingindo a velocidade do vento quando meus homens se juntaram a mim,


correndo pela floresta. Siobhan e Soraya se moveram em uma direção enquanto
nós pousamos na outra. Nós nos viramos, olhando para a floresta enquanto uma
sereia liberava seu canto. Eu fiz uma careta, balançando minha cabeça. Puxando
minhas lâminas, me movi para a floresta densamente arborizada enquanto meus
homens se espalhavam.

A magia correu em minha direção, e eu bati no chão, esperando que Siobhan


e Soraya mandassem as suas de volta na direção que tinha vindo. No momento em
que o fizeram, eu me lancei, batendo meu punho no rosto da irmã de Aria, Callista,
vendo seu corpo cair mole no chão.

Agachando-me, encarei o sangue escorrendo do nariz de Callista, estendendo


a mão para a mordaça que Brander jogou para mim. Meus lábios se curvaram em
um sorriso cruel, considerando o que Aria me daria para garantir minha palavra
de que nenhum mal aconteceria a sua irmã. A satisfação não veio e o mal-estar
encheu meu peito. Não houve alegria em capturar Callista ou pelo que pretendia
fazer com ela.

De pé, recuei e Brander se aproximou, prendendo as mãos de Callista contra


magia, protegendo-as e a seu corpo para que ele pudesse carregá-la de volta.

— O que acontece agora?— Siobhan perguntou, seus olhos fixos nos meus
com preocupação.

— Agora colocamos Callista em uma gaiola e eu recupero sua irmã


mentirosa. Elas estão aqui por causa de Aria, todas elas. Esta fortaleza inteira e
todos dentro dela morreram para libertar Aria Hecate. Quer ela soubesse ou não,
estão todas aqui por ela. Agora descobrimos por que a grande rainha quer Aria e
quais são suas intenções com ela.

— Meu palpite, ela a quer morta e enterrada. Aria está matando seus
soldados, e deixar os corpos empilhados não é algo que Ilsa permitiria continuar,
— Soraya ofereceu, sua palavra carregando a verdade. —Ela deixou uma grande
contagem de cadáveres em seu caminho, e isso deve ter sido notado por Ilsa.

— E como diabos você sabe disso?— Eu perguntei, observando Soraya.

— Porque ela é uma vadia do mal, e qualquer um que não esteja do lado dela
está contra ela. Aria nem chegou perto do Palácio de Vãkya, o que é um desdém
contra a rainha. Eu sou uma bruxa, Rei Karnavious. Eu sei o preço por
desobedecer à rainha e quebrar suas regras. Se você não está ao lado de Ilsa como
sua marionete ou em sua rede, você está contra ela. É amplamente conhecido que
a bruxa de cabelos prateados com lindos olhos verde-azulados derrubou Lady
Asil. Alguns sussurram que ela é um monstro, e outros dizem que ela é um anjo
disfarçado de bruxa que veio para nos libertar do terror de Ilsa. Eu digo que ela é
as duas coisas, e ainda não vimos seu verdadeiro poder. Temo que, uma vez que o
tivermos visto, este mundo nunca mais será o mesmo.

Eu sorri, odiando que Soraya tivesse atrelada a Aria até seus lindos olhos que
mudavam com seu humor. Engolindo a agitação dentro de mim, eu acenei para
Brander e Killian, caminhando com eles de volta para o acampamento.

— E quanto às outras na floresta? — Perguntou Siobhan.

— Eu só preciso de um membro de sua família para fazer minha linda bruxa


me prometer sua devoção.
CAPÍTULO QUATORZE

ARIA

Eu estudei as jovens bruxas que corriam pelo acampamento, gritando


enquanto as mais velhas tentavam marcá-las em seu jogo. Elas passaram a manhã
inteira fazendo isso e era uma distração bem-vinda por se preocupar com o fato de
Knox não voltar. Tinha sido quase uma semana inteira de silêncio, o que Greer
garantiu ser perfeitamente normal. Knox teve que lidar com a retomada das
fortalezas que as bruxas tomaram dos lordes e senhoras dos Nove Reinos, então
seu silêncio era uma coisa boa, de acordo com os homens.

Lore ou Greer estava trabalhando como babá enquanto Knox estava


fora. Eles mal me permitiam tomar banho ou fazer qualquer coisa além de me
mover pelo acampamento, não querendo me deixar fora de suas vistas. Eles não
me deixaram chegar perto de Soraya ou Siobhan sem Knox aqui, nem eu as tinha
visto. É certo que as pessoas aqui trabalharam bem juntas. Todos tinham seus
papéis a desempenhar, e o faziam sem esforço, já que o faziam há muito mais
tempo do que eu.

— Um centavo pelos seus pensamentos, linda donzela, — Lore riu, jogando


um pedaço de grama em mim para chamar minha atenção.

— Apenas me perguntando quantas bruxas estão aqui voluntariamente.


— Franzindo a testa, me sentei na colina gramada, observando que as bruxas mais
velhas pareciam felizes. As mais jovens e as da minha idade, bem, pareciam
perdidas aqui.

— Eu não saberia essa resposta.

— Então o que acontece se não se juntarem a Knox de boa vontade? Acabam


como os habitantes daquela vila pela qual passamos? — Eu bufei, odiando que eu
estivesse de mau humor porque isso me preocupou.

— Knox não matou as pessoas daquela vila, Aria. Você presumiu que sim, o
que a torna uma idiota. No começo, foi brutal. Foi uma guerra total e sim,
perdemos vidas inocentes. A guerra não se importa com quem morre ou se fazem
parte da luta. — Lore olhou silenciosamente para o acampamento.

— Knox sabia que eu pensava que ele os havia massacrado, mas escolheu me
deixar pensar o pior dele. — Eu odiava que Knox não se importasse com o que eu
pensava sobre ele.

— É o Knox, e não deve a ninguém uma explicação por suas ações. Ele não
explica porque você não entenderia. Você não estava aqui durante esse tempo.

— Quem matou aquelas bruxas e os aldeões então?

— Sua família, — Lore admitiu, arrancando mais grama para atirar em


mim. —Sua família, embora da realeza, era implacável. Se as bruxas
descumpriam suas regras ou leis, elas lidavam com isso rapidamente e sem
piedade. As proteções nas portas eram para bruxas, junto com uma para a bruxa
proibida. Quando Hecate estava viva, ela era egoísta e vingativa, e as bruxas sob
seu governo caíam de joelhos ou morriam. Ela não pediu às pessoas que se
juntassem; ela exigia que eles fizessem isso ou enfrentassem as consequências da
impiedosa Deusa da Magia. Portanto, para responder à sua pergunta, sua avó
ordenou uma morte rápida para aqueles que a traíram por amor ou desejaram a
paz dentro das aldeias nas montanhas.
— Bruxas matavam bruxas no início desta guerra?— Eu perguntei com
cautela.

— Sim. Milhares de bruxas que se recusaram a se curvar à nova Grande


Rainha das Bruxas morreram sem aviso ou motivo. No início, ninguém pensou em
nada, a não ser que era um problema que as bruxas precisavam resolver entre
si. Aqueles que recuaram e permitiram que as bruxas lutassem presumiram que
tudo acabaria com elas. Estávamos todos terrivelmente errados.

— Como Knox ofendeu Hecate?— Eu me perguntei se Lore me contaria, já


que ele estava tagarela no momento.

— Knox recusou a oferta de Hecate de governar Norvalla durante uma


reunião do conselho. Ele também a rejeitou por algo mais sinistro. Poucas semanas
depois dele fazer isso, o Rei e a Rainha de Norvalla desapareceram, suas cabeças
foram encontradas fora da tumba de Hecate. Alguém teve muito trabalho para
exibi-las como um presente para Hecate, que recentemente tinha ido para seu sono
eterno. O problema era que apenas uma criatura era poderosa o suficiente para
assassinar o rei de Norvalla.

— Hecate, — eu disse, engolindo em seco enquanto Lore assentiu.

— Knox discutiu em uma cúpula com ela uma vez, e sendo Hecate, ela não
gostou de um mero príncipe rejeitando sua proposta. Ela queria que ele fosse
punido por sua insolência, mas nosso pai recusou seu pedido. Knox estava
treinando para se tornar rei, e ele manteve sua posição contra a deusa. Disseram-
me que nosso pai não poderia estar mais orgulhoso. Hecate discordou e tentou
seduzir Knox para sua cama, mas ele a recusou novamente. Knox não tinha
interesse nela ou em qualquer outra bruxa. Ele tinha acabado de conhecer a
irmãzinha de Killian e se apaixonou por ela no mesmo encontro que começou seu
namoro. Knox e Liliana eram o casal perfeito. Liliana era tudo o que ele desejava
e ela encantou Knox. Eles deveriam se casar logo após voltar para casa. O reino se
alegrou por ter uma princesa. Ela era a imagem perfeita da modéstia e silênciosa,
e do que toda rainha deveria se esforçar para ser.

Eu lutei contra a pontada de ciúme que ergueu sua cabeça feia ao som de
desejo que entrou no tom de Lore enquanto ele falava de Liliana. Seus olhos
sorriram quando ele se lembrou dela, e eu passei meus braços em volta das minhas
pernas antes de ajustar a saia do meu vestido.

— Os líderes dos Nove Reinos convocaram meus pais para uma reunião antes
do fim do encontro, deixando Knox no comando enquanto voltava para o reino. Ele
tinha acabado de terminar seu título de cavaleiro com Killian e Brander dias antes
da tragédia acontecer. Para celebrar suas próximas núpcias e cavalaria, todos eles
se embriagaram e os soldados enviaram mulheres para entretê-los. Um
mensageiro notificou Knox que o rei e a rainha haviam desaparecido antes mesmo
de chegar à reunião. Isso forçou Knox a permanecer como rei até que nossos pais
fossem localizados. Eles já estavam mortos; ele só não sabia ainda. Eles
encontraram a carruagem comigo ainda dentro, mas não havia sinal do rei ou da
rainha. Eles desapareceram na névoa sem deixar vestígios.

— Knox era jovem, então?— Eu perguntei, e Lore se virou, balançando a


cabeça lentamente.

— Mas não pelos seus padrões. Nosso título de cavaleiro é um rito de


passagem. Demora quinhentos anos para conseguir em Norvalla. É um ato de
dedicação e devoção para proteger e melhorar o reino. No dia em que os guardas
descobriram as cabeças de nossos pais, Knox jurou vingança contra aqueles que os
assassinaram. O problema era que Killian estava impaciente para que Knox
tomasse sua irmã como noiva, para que ela não tivesse que esperar para se casar
com ele quando fossem para a guerra. Killian não queria a responsabilidade de
cuidar de duas irmãs durante esse tempo, já que as criou depois do assassinato de
seu pai, anos antes do nosso morrer. Knox se casou com Liliana, e o reino
encontrou algum alívio sabendo que ele havia encontrado sua verdadeira
companheira. Isso aliviou a tristeza que nosso povo sentia pela perda de nossos
pais.

Engoli em seco, desviando o olhar de Lore, cujo olhar vagou, perdido em suas
memórias. —Imagino que Knox e sua esposa fossem o casal perfeito e poderoso.

— Liliana era fraca e débil. Ela sofria de terríveis dores de cabeça uma vez
por mês. Knox a amava e adorava, mas Liliana era gentil e ele era selvagem. Knox
se preocupava obsessivamente com ela a ponto de não dormir na mesma cama com
Liliana por medo de que sua besta a levasse e a machucasse durante a noite. Eles
nunca compartilharam uma cama, e ele quase não a tocou, preocupado em
machucá-la com sua necessidade de marcá-la.

— Knox morde com bastante força, mas só dói por um momento. Tenho
certeza de que ela não se importou, uma vez que se transformou em prazer, — eu
murmurei, odiando o ciúme que envolveu meu estômago, enjoada com o
pensamento de Knox marcando sua verdadeira companheira.

— Knox nunca marcou Liliana. Ela era delicada demais para que algo tão
selvagem fosse feito a ela. Ele tentou uma vez, e ela chorou, afirmando que temia
isso mais do que tudo. Eu acho que se Knox pudesse, ele teria permitido que
alguém mais gentil levasse sua esposa para a cama, se isso a mantivesse a salvo
de perigos enquanto garantia um herdeiro para o reino. Ele se dedicou a ela. Sua
necessidade de protegê-la não era natural, considerando a natureza dos animais
que abrigamos. Nenhum de nós entendeu, já que Liliana era como nós. Seu cheiro
era o mesmo que o nosso, mas ao contrário de Killian ou Kalyria, Liliana não
chocalhava nem ronronava, e ela era velha o suficiente para fazer um ou outro. Ela
era tão linda, delicada e pequena. Sua disposição era a combinação perfeita de
Knox, dócil e submissa quando seu temperamento aumentava, e ainda a rainha
suave que as pessoas precisavam e desejavam depois de perder nossa gentil mãe.
— Knox gosta de submissão, — eu fiz uma careta, odiando que Liliana era
praticamente tudo que eu nunca seria. Não admira que ele pensasse que eu
precisava ser enjaulada.

— Você não é nada como ela.

Eu engoli, olhando para as crianças brincando, escondendo a dor que as


palavras de Lore causaram. —Não sou dócil nem recatada.

— Não, você é selvagem pra caralho. Você vai para a guerra contra Knox,
lutando contra ele e fazendo-o merecer sua submissão. Ele não está preocupado
em machucar você porque você arranca suas pontas quebradas e não tem medo de
ser cortada. Knox nunca permitiu que outra mulher permanecesse em sua cama
durante a noite, mas você ele deixa. Knox não é fraco, e ele não tem nenhum
problema em foder uma seguidora de acampamento e expulsá-la quando terminar
com ela. Eu nunca o vi com a mesma mulher duas vezes.

— Estou tão feliz que ele não se importa com o quanto ele me machuca, — eu
grunhi, virando os olhos raivosos para Lore, que balançou a cabeça.

— Você entendeu mal o meu ponto, mulher. Knox pode atacá-la com violência
e você o aguenta. Ele vai para a guerra contra seu corpo magro e delicado, e você
fala com mais força. Você não tem medo da criatura dele, e deveria ter. A criatura
dentro de Knox detém um poder antigo e absoluto que nem mesmo o homem mais
forte poderia enfrentar, nem mesmo nosso pai. É por isso que Knox é o rei de
Norvalla. Ele teria eventualmente tomado o trono de nosso pai, a criatura mais
poderosa dentro dos Nove Reinos, até que Knox amadureceu e sua besta
acordou. A maioria das pessoas não consegue manter contato visual com Knox por
mais de um momento, e você não desvia o olhar. Você encontra seu olhar direto,
desafiando-o com um fogo queimando em seus olhos. Não vimos nada parecido
antes e, considerando sua herança, Aria, é uma coisa perigosa. É especialmente
arriscado para o estado emocional de Knox, dado o quanto ele deseja você. Ele
deveria te aterrorizar.
— Ele aterrotiza!— Eu observei Lore se levantar, inclinando sua cabeça para
o lado para olhar para mim.

— Sério?— Ele franziu os lábios, sorrindo maliciosamente. —Porque desde o


primeiro momento que sua besta acordou, você estava atrás daquele pau. Havia
uma sala inteira cheia de pênis monstros, e entra essa belezinha de cabelos
prateados com os seios para cima, ombros para fora, bunda toda arrebitada de
merda. E porra, você era a coisa mais quente que eu já vi na minha vida! Você
olhou ao redor de uma sala cheia de alfas barulhentos e achou insuficientes! Você
subiu as escadas, —Lore sorriu, apontando para as nuvens. —Knox, eu preciso
desse pau bom. — Ele balançou os quadris, me imitando, usando a mão para fazer
um gesto grosseiro enquanto eu ria. —E todos nós estávamos concordando! Esses
filhos da puta estão prestes a foder na escada bem na nossa frente! E, Senhor
acima de mim, seu doce perfume era como a fragrância mais divina que eu já senti,
Aria! Mas então Knox ficou na defensiva e escondeu seu corpo nas sombras. A casa
começou a tremer porque vocês dois estavam fodendo tudo no chão! — Lore bateu
com a mão na virilha, fazendo outro gesto grosseiro nos imitando. —Oh, Knox, me
dê esse pau! Foda-me agora, mais forte, mais profundo, destrua-me, alfa! Queime
esta casa com esse pau! — Lore gritou em um tom estridente que fez as pessoas se
virarem para assistir enquanto ele desenhava uma imagem vívida do que ele
assumiu que havia acontecido no corredor no dia em que entrei no cio pela primeira
vez.

Eu caí para trás rindo, segurando minha barriga. Lore continuou gritando,
fingindo ser eu enquanto Knox me fodia. Seus olhos brilharam com humor quando
me levantei do chão, rindo. A sombra atrás de Lore me deu uma pausa, fazendo
com que minha risada parasse na minha garganta. Knox ficou lá, olhando para
mim com um olhar estreito enquanto Lore continuava.

— Oh, Knox, me fode mais forte, mais fundo! Você pega essa porra de pau
alfa, Aria! Você leva isso profundamente nesse corpo apertado. Isso mesmo, seu
monstrinho sujo de merda. Você leva tudo muito bem, bruxinha! — Lore fez uma
pausa, olhando para mim. Corei observando a sobrancelha de Knox se erguer em
uma pergunta silenciosa. —Ele está bem atrás de mim, não está?

— Sim,— eu sussurrei passando o desejo em meu tom. Deslizei meu olhar


sobre Knox, procurando por ferimentos, e senti uma onda de alívio quando ele só
parecia estar sujo em vez de ferido.

Lore coçou a cabeça, virando-se lentamente para Knox, que ainda não tinha
desviado o olhar de mim. —Sim, estávamos jogando Pictionary2 ou alguma merda,
mano.

— Você estava mesmo? E Aria compreendeu que você me viu transar com ela
naquela noite, Lore? — Knox perguntou, estudando meu rosto enquanto ele
caía. —A julgar pela expressão nos olhos dela, acho que não. Levante-se,
bruxa. Sua rainha a convocou para o campo de batalha.

— Eu não tenho uma rainha. — Knox bufou, estendendo a mão para me


puxar para cima, e o gelo em seus olhos causou arrepios em mim.

Seu comportamento era frio. A maneira como Knox me olhava dizia que não
confiava em mim mais do que podia me ver de pé. Engolindo em seco, esperei seu
comando e segui para evitar o conflito. Estávamos avançando até que ele teve
tempo para pensar.

— Você tem. Você é uma bruxa, não é? Ela acabou de massacrar mais de
quinhentos soldados e continuará a matar mais até que a apresentemos a sua
representante, que assassinou uma vila inteira e um castelo cheio de pessoas
inocentes em seu nome e honra. As bruxas das trevas matarão a todos para libertá-
la, Aria. Eu diria que isso soa como algo que uma bruxa Hecate faria, não é?

2 Jogo de adivinhação com mímica, no Brasil conhecido como Imagem e Ação.


— Não é minha culpa, Knox, — sussurrei com a voz rouca, odiando que ele
assumisse que eu tinha algo a ver com algo tão cruel.

— Pedido estranho, você não concorda? A menos que fosse assim que você
pretendia escapar de mim, que é a única coisa que faria sentido, — Knox rosnou
com raiva, deslizando sua atenção para minha omoplata não marcada. — Lore,
proteja Aria em sua gaiola enquanto ordeno que o acampamento seja transferido
para o campo de batalha. É melhor você torcer para que não seja sua culpa, porque
jurei proteger essas pessoas, e se você for culpada pela perda de suas vidas, sua
linda cabeça seguirá as delas até o túmulo.

Estremeci quando Knox se virou, movendo-se pelo acampamento. Ele falava


sua língua em voz baixa, passando por pessoas que pararam de trabalhar e
começaram a desmontar o acampamento. Lore acenou com a cabeça em direção à
gaiola que ficava do lado de fora da tenda que eu compartilhei com ele e Greer nos
últimos dias. Eu exalei, marchando em direção a ela silenciosamente antes de
subir e fechar a porta. Foda-se Knox e suas mudanças de humor. Eu superei
elas. Parecia que havia tido tempo para pensar; ele analisa demais e voltou
acreditando no pior de mim.
CAPÍTULO QUINZE

Eu nunca tinha visto um campo de batalha com soldados feridos ou


mortos. Considerando que minhas lutas eram bastante unilaterais, e meu exército
já estava morto, foi fácil pular os elementos surreais. Não era como aquele que
tínhamos acabado de deixar com pessoas felizes empacotando o acampamento.

Fogueiras foram acesas nas bordas do acampamento enquanto o quartzo


brilhante alimentado pelas bruxas de Knox ficava brilhando ao redor deles em
cada canto. Homens ajudaram os feridos nas grandes tendas médicas que ficavam
no centro do acampamento, cheias com os gritos dos feridos e moribundos. Homens
estavam com bandagens cobrindo partes de seus corpos enquanto outros
choravam, segurando tocos amputados. A bile inundou minha boca e meu
estômago apertou com a brutalidade infligida aos guerreiros.

O cheiro de morte e sangue encheu o ar, fazendo cócegas em meu nariz com o
sabor acobreado. Gritos e choros ecoaram pelo campo, enchendo minha
cabeça. Minhas mãos agarraram as barras da minha gaiola vendo os corpos sem
vida das bruxas movendo-se na linha de frente.

Ao contrário dos homens e guerreiros, as bruxas das trevas haviam atacado


e derretido a carne da pele marcada das bruxas. Seus olhos sem vida olhavam para
o céu enquanto os homens carregavam muitos corpos em macas grandes e largas,
adicionando-as a uma pilha que fez meu estômago revirar, precisando esvaziar seu
conteúdo escasso.

Tremendo de apreensão, pressionei meu rosto contra as barras enquanto o


cavalo me movia na gaiola em direção à tenda maior. Pessoas correram ao nosso
redor, virando-se para olhar para mim passando pela minha cela coberta de
runas. Knox recarregou as proteções, tomando o tempo para garantir que ninguém
pudesse me remover, exceto ele.

Gritos explodiram e homens uivaram, me forçando a cobrir meus ouvidos com


as mãos. Meu estômago afundou, sabendo que levamos horas para chegar ao
campo de batalha e que a rainha havia cumprido sua promessa de matar mais
homens de Knox até que ele me entregasse a ela. Eu podia sentir o cheiro de
sangue no ar, tão espesso que cobriu minha língua enquanto eu engolia a secura
da minha boca. Meus olhos se fecharam e o som do meu batimento cardíaco refletiu
os tambores de guerra enquanto a noite descia sobre o acampamento.

A carroça parou bruscamente. Eu segurei minhas mãos contra meus ouvidos,


fechando meus olhos com força. Senti a magia roçando minha pele, forte e cortante
no ar ao redor. O poder irradiava da fortaleza, gerando inquietação e dúvida de
que eu não fosse poderosa o suficiente para lidar com quem quer que estivesse
dentro dela.

A porta da gaiola se abriu e Knox agarrou meu braço, puxando-me para fora
e empurrando-me em direção à tenda mais próxima de onde paramos. Em vez de
mover a gaiola para longe, ele me empurrou para a tenda momentos antes de nos
seguir para dentro. Olhei em volta, percebendo que Knox havia se mudado para
cá, me deixando para trás. Seu baú estava ao pé da cama, que parecia
desarrumado, como se ele não tivesse dormido bem nele.

— Tire a roupa e se troque, — ordenou Knox, e fiz uma pausa, percebendo


que ele trouxe minha bolsa.

Eu silenciosamente escovei meus dedos sobre o vestido de tule semi-


transparente colocado para mim. Olhando ao redor, eu fiz uma careta, virando-
me para onde ele silenciosamente me observava. Ele usava uma armadura de
batalha completa, e a placa do peito entalhada com corvos brilhava com a chama
da vela.
— Não tenho nada para vestir por baixo disso, Knox, — admiti baixinho, e as
linhas de seus olhos se enrugaram, estreitando-se em mim.

— Coloque a porra do vestido agora. Ninguém se importa com o que você


veste por baixo, ou se usa alguma coisa, bruxa.

Eu engoli em seco, dando-lhe minhas costas. Estendendo a mão, desamarrei


o vestido rosa que usava, não revelando nada por baixo. Não era como se eles
tivessem um outlet nos Nove Reinos onde eu pudesse comprar
calcinhas. Abaixando o vestido limpo, eu entrei nele, puxando-o para cima e sobre
minhas curvas antes de puxar o zíper. Se Knox percebeu minha luta, ele a ignorou,
optando por não oferecer ajuda.

O vestido era de corte A com mangas finas e uma saia esvoaçante adornada
com flores frisadas que refletiam a luz. Uma longa calda caia das alças, dando-lhe
uma aparência régia, embora a parte de trás fosse baixa, mal cobrindo a base da
minha coluna. Eu silenciosamente girei para enfrentar Knox. Ele ignorou o
vestido, olhando nos meus olhos, ficando mais perto do que estava quando eu me
afastei dele.

— Se você tentar fugir de mim esta noite, irei capturá-la novamente. Então,
vou mantê-la acorrentada pelo resto de seus dias. Vou decidir quantos dias
sobram, e apenas eu. Não sei que jogo você está jogando com seu ato de sedução,
mas termina aqui. Não estou mais preocupado com quem marca você ou alivia sua
dor. Você cruzou a linha desta vez.

— Eu não fiz isso, Knox. Não sei por que a rainha deseja que eu esteja aqui,
mas não tenho nada a ver com isso. Eu não acabaria com a vida de ninguém para
me livrar de você. Se eu quisesse escapar, teria chamado minhas irmãs e
desaparecido com elas, sem prejudicar ninguém no processo. Seria uma simples
questão de chamá-las aqui enquanto você está distraído pela batalha, permitindo-
me escapar enquanto você está ocupado. Eu poderia tê-las escondido na floresta e
fugido enquanto você estava na linha de frente. — Seus olhos ficaram frios como
aço e sua boca se apertou em uma linha branca e raivosa. —Você quer assumir o
pior de mim. Faz você se sentir melhor me odiar, não é? Isso permite que você me
pinte como um monstro, e então pode se odiar um pouco menos por me querer. E
para que conste, eu não estava te seduzindo. Você estava tentando me seduzir, e é
péssimo nisso. — Endireitei meus ombros enquanto ele me alcançava, puxando-
me em sua direção e torcendo meu braço.

— Eu tenho algo que quero mostrar a você antes de remover suas algemas.
— Ele fez uma pausa, sorrindo friamente, me forçando a olhar para ele. — E se eu
quisesse seduzi-la, Aria, você seria uma massa em minhas mãos, e eu estaria
enterrado nesse corpo apertado antes do final da noite. A questão é que eu
simplesmente não dou a mínima para me esforçar para dormir com uma bruxa que
não é nada mais do que uma prisioneira. E definitivamente não uma que
chocallhei e ficou de joelhos, implorando para tomá-la tão facilmente que um
simples ruído foi o suficiente para molhar sua calcinha. Eu sou a porra do Rei e
não seduzo ninguém, muito menos meus inimigos.

Não falei porque não conseguia superar o nó na garganta. Knox estudou meu
rosto, sorrindo se inclinando, roçando seus lábios nos meus. Eu me afastei dele,
dando um passo para trás, precisando de distância enquanto meu coração
quebrava e as lágrimas nadavam em meus olhos com a vitória brilhando nos dele.

— Nenhum comentário? Sem uma resposta espirituosa tentando me infligir


dor desta vez, Aria?

— Qual é o ponto, Knox? Você não é nada além de um maldito cadáver sem
coração que deveria ter se deitado e morrido com sua família. — Seus olhos se
estreitaram, enfiando os dedos pelo meu cabelo e me puxando para mais perto
sorrindo friamente. Meu coração trovejou contra meu peito e o medo cravou em
minha alma.

— Mal posso esperar para você ver o que encontrei fora do castelo, no meio
da floresta. Imagine minha surpresa quando encontrei a última coisa que
esperava, parada de pé, adicionando poder ao ataque que se desenrola aqui, — ele
sussurrou, e meu coração começou a bater dolorosamente contra minhas costelas.

Knox me puxou para fora da tenda, me forçando a correr para acompanhá-


lo. Ele nos moveu através das pessoas que circulavam, correndo para ajudar os
outros ou indo em direção à linha de frente. Knox não se incomodou em falar com
ninguém que chamasse seu nome ou gritasse por sua atenção por causa do som de
pés marchando ou dos gritos vindos da grande fortaleza. Tochas no alto da
muralha brilhavam enquanto os arqueiros disparavam flechas e mais gritos
ecoavam pelo acampamento. Assim que alcançamos uma das carroças, ele puxou
a tampa e meu coração parou de bater.

Tudo ficou em silêncio ao meu redor. O mundo parou de girar enquanto eu


me estilhaçava em pequenos pedaços quebrados. Minha boca se abriu, mas
nenhum som escapou além de um soluço quebrado. Callista se virou, protegendo
os olhos da luz antes que eles se arregalaram para mim. Ela se inclinou para
frente, envolvendo as mãos em torno das barras da gaiola enquanto olhava para
mim.

— Callista, — eu sussurrei, alto o suficiente para ouvir. Meus lábios


tremeram e dei um passo à frente para tocá-la com as mãos trêmulas. —Você está
bem?— Eu perguntei, e ela balançou a cabeça, olhando por cima do meu ombro. —
Fala alguma coisa por favor?

— Ela não pode, — grunhiu Knox, olhando-me com um sorriso sarcástico


brincando em sua boca generosa. —Eu mandei calar sua boca para que não
pudesse cantar. Ao contrário de você, ela é uma ninfa que canta o canto de uma
sereia com suas palavras. Sua irmã permanecerá viva enquanto você se
comportar. Você me entende, Aria?

Quando eu silenciosamente balancei a cabeça, ele riu. —Eu a encontrei fora


do castelo, no meio da floresta. Sua magia estava pulsando no campo de batalha,
e meu palpite é que ela estava aqui para tirar você do meu alcance. Você
mencionou como pretendia escapar, não foi?

Meus olhos se voltaram para os dele, sabendo que eu disse a ele exatamente
como teria escapado de suas garras, o que coincidiu com a forma como capturou
minha irmã.

Exalando, segurei as mãos de Callista enquanto ela me encarava. Ela


encostou a cabeça na gaiola, apertando minhas mãos com mais força. Seus olhos
imploraram enquanto seus lábios se moviam com a palavra desculpe repetindo.

Lágrimas escorreram pelo meu rosto e Callista passou pelas grades para
enxugá-las. O choque passou por mim, a dor apertou e cortou meu coração depois
de ter feito tudo ao meu alcance para manter minha família segura, elas ainda
acabaram enjauladas por Knox.

— As outras?— Os olhos de Callista se estreitaram e ela balançou a cabeça,


apontando para mim em segurança. Alcancei a gaiola, segurando seu pescoço,
trazendo-a para mais perto, antes de beijar sua testa. — Vou mantê-la segura,
Callista. Eu prometo, — eu sussurrei em voz baixa, observando enquanto ela se
recostava, olhando para Knox, que estava rígido ao meu lado.

— A gaiola em que Callista está não é como a sua, Aria, — explicou Knox sem
emoção. —Se sentir que a magia está tentando liberá-la, isso enviará picos através
de seu corpo antes que as lâminas sejam liberadas, removendo sua cabeça. Se eu
fosse você, não tentaria salvá-la quando remover as algemas de seus pulsos, — ele
avisou, e eu engoli a bile que a imagem causou.

— Eu entendo, — eu sussurrei, sem vontade nem mesmo de olhar em sua


direção.

— Não é pessoal; é guerra. Você precisava de motivação para me ajudar


quando eu solicito que o faça. Eu disse que era apenas uma questão de tempo até
eu descobrir onde sua família estava escondida. Mesmo se eu tiver que localizá-las
uma de cada vez, eu o farei. Agora venha, está quase na hora, e cada vez que mais
de meus homens morrem, eu quero matar mais bruxas. Pelo que entendi, você tem
ainda mais segredos que não me contou. Há uma torre inteira cheia de bruxas,
uma que você prometeu que permaneceria protegida da minha espada. Está
causando uma grande agitação na comunidade das bruxas, e parece que foi criada
por ninguém menos que a própria Aria Hecate, ou pelo menos foi o que me
disseram.

— Eu entendo,— eu disse, sentindo o aperto de Knox no meu braço. Repeti


as únicas palavras que sairiam enquanto tudo dentro de mim gritava e chorava
por minha irmã, Callista. Ela era uma alma gentil e não se sairia bem em uma
gaiola presa como um animal.

— Olhe para mim, Aria, — Knox retrucou, me virando antes de agarrar meus
pulsos e libertá-los das algemas.

Meus olhos permaneceram nos corvos que cobriam sua placa torácica, sem
vontade de olhá-lo nos olhos. Ele apertou meu queixo, levantando meu rosto para
olhar para mim. Meu sangue correu para meus ouvidos, ecoando ensurdecedor
quando exalei meu pânico crescente. Knox tinha minha irmã, o que significava que
eu faria qualquer coisa que ele pedisse, até mesmo vender minha alma para o diabo
que aparentemente era o monstro com quem eu fazia sexo.

— A representante da rainha perguntou por você pelo nome, o que significa


que ela sabe quem você é e que sangue corre em suas veias. Se você está nisso, não
faça nada de que se arrependerá. Você ouvirá o que ela tem a dizer e, então, dará
um passo para trás e nos permitirá terminar esta batalha. Não enfrente as bruxas
das trevas e não lute contra elas. Você me entendeu?

— Eu entendi, — eu repeti, e seus olhos se estreitaram em mim.


— Onde está o fogo em você agora, Aria Hecate? — Ele perguntou
maliciosamente.

Olhei através dele, voltando-me para olhar para onde Callista nos
observava. Knox se virou para olhar para minha irmã antes de deslizar seu olhar
de volta para o meu. Bufando, me puxou com ele para onde a emissária da Grande
Rainha das Bruxas me esperava.
CAPÍTULO DEZESSEIS

Na frente da fileira, o caos se seguiu quando Knox me empurrou através dos


homens que se afastavam, forçando-me a avançar. Uma vez que paramos, eu
encarei as bruxas das trevas que se viraram, olhando para mim friamente
enquanto seus protestos ecoavam pelo campo agora vazio entre nós. A magia
correu por minhas veias quando uma deu um passo à frente, seus olhos da sombra
de tinta preta recém-derramada. Eu podia sentir a magia negra fluindo em suas
veias enquanto ela sorria, revelando dentes podres.

— Aria Hecate, — sibilou ela, e as outras bruxas jogaram a cabeça para trás,
uivando na noite, fazendo com que o fogo saltasse das tochas. —A rainha deseja se
encontrar com você, assassina de bruxas.

— Eu entendo, — eu sussurrei, e Knox apertou seu controle sobre mim.

— Prostituta do rei assassino de Norvalla, que vergonha, — sibilou ela, e as


bruxas atrás dela ecoaram como se fossem forçadas pelo barulho que ela criou.

Senti sua magia negra procurando a minha, avaliando-a, mas não as


impedi. Eu permaneci no lugar, ouvindo o que elas tinham a dizer. Era oleosa,
escorrendo, magia negra que deslizou contra minha alma, me tocando e me
testando. Eu não alcancei minha magia, permitindo que elas presumissem que eu
estava indefesa.

— A rainha pede sua presença. O que diz?— A bruxa se aproximou,


estranhamente, seu corpo girava e estremecia. Ela se moveu como se fosse uma
luta andar como um humano por causa da escuridão dentro dela.
— Eu entendo, — eu repeti.

— O sangue que corre através de você é puro, mas você abriu seu corpo para
ele? Você mata nossas irmãs por ele? Você é uma traidora de nosso povo, e a
rainha quer você morta, Aria. Sangue por sangue seu é luz. Ela pretende drená-
lo e transformá-lo em escuridão.

A bruxa ergueu as mãos, e Knox e aqueles que estavam atrás de mim caíram
para trás. Uma barreira ficou entre nós, deixando-me com as bruxas das trevas
enquanto todos os outros estavam do outro lado, incapaz de me alcançar. Não me
movi para atacar ou representar qualquer perigo sob as ordens de Knox. Fiquei
imóvel, sem me importar que elas pretendiam acabar com minha vida.

Não tinha medo de morrer.

Morrer era fácil.

Viver era assustador.

Não saber se minha irmã sobreviveria era horrível, e isso me deixou


congelada no lugar.

— Aria!— Knox rosnou e eu me virei, olhando para ele. — Derrube a barreira


agora!

— Eu não posso, — eu admiti, virando-me para olhar para ele por cima do
ombro. —Eu não posso derrubá-la.

Seus olhos procuraram os meus antes de se levantarem em direção às bruxas


e lentamente voltando para travar nos meus. Eu morreria aqui porque ele tinha
minha irmã. Eu não poderia lutar e arriscar que ele perdesse e machucasse ela. Eu
engoli a bile que o pensamento induziu enquanto a magia zumbia atrás de
mim. Lentamente, me virei para as bruxas que se aproximaram de mim com
olhares severos queimando em seus olhos, junto com a loucura.
Eu as senti aumentando sua magia combinada, puxando-a uma da outra
enquanto os homens que elas capturaram gritavam em advertência atrás
delas. Meus olhos examinaram os homens em busca de ferimentos e magia,
encontrando-os seguros, exceto atrás de uma linha de bruxas das trevas e
cancerosas. Eles foram à isca para me trazer aqui. A barreira que me prendeu ao
chegar ao acampamento era para ser minha tumba.

A primeira onda de magia enviou meu corpo contra a barreira. A dor me


invadiu enquanto eu gritava, uivando até me atingir. Lentamente, eu me levantei
do chão. Mal cheguei aos pés, outra onda mais substancial me atingiu.

Eu gritei com a intensidade da magia, caindo de joelhos quando meus ouvidos


estalaram e todo o som esmaeceu. Eu cobri meus ouvidos, tamoando-os a dor me
rasgava, crua e brutal e onda após onda de magia continuamente batia em mim.

Quando parou, me virei, de frente para as bruxas, apenas para gritar de dor
quando uma flecha cortou meu ombro, ricocheteando na barreira. Abaixando
minha cabeça, cerrei meus dentes contra a agonia. Enquanto eu me assegurei de
que não havia causado muito dano, outra acertou meu braço. Minha mão tremia
enquanto eu arrancava a flecha do meu braço, gritando ao me levantar. Mais
flechas foram disparadas e eu me joguei no chão, abaixando minha cabeça
enquanto atingiam a terra ao redor.

— Aria, — sussurrou Knox. Eu levantei minha cabeça, encontrando-o no


mesmo nível que eu. Seus olhos procuraram os meus enquanto eu cuspia sangue.

— Eu pensei que você disse que ela era a bruxa mais poderosa que você já
encontrou. Ela parece bastante decepcionante, Rei Karnavious, — Lorde Carter
bufou ao lado de Knox.

— Lute, — rosnou Knox.


Eu o encarei, sabendo que poderia acabar com isso aqui. Eu poderia estar
livre da dor que ele e este mundo queriam me dar. Knox procurou meus olhos,
vendo a indecisão dançando dentro deles. Seu olhar preocupado se ergueu quando
ouvi a salva de flechas voando em minha direção. Tudo que eu tinha que fazer era
deixá-las me alcançar, e acabou. No entanto, eu ainda não tinha terminado.

Eu girei e levantei minha mão, retardando a descida das flechas em minha


direção. Elas congelaram no lugar, pairando no ar, e o mundo ficou em silêncio ao
meu redor a magia fluindo em minhas veias, acendendo o poder dos Nove Reinos
correndo para atender ao meu chamado. Eu mandei as flechas voando em direção
àqueles que as soltaram, sorrindo enquanto seus gritos ecoavam pela fortaleza.

Virei minhas mãos, apontando meu dedo antes de girá-lo, produzindo um


portal que se abriu no meio do campo. Soltando minha mão, eu usei a outra para
forçar os guerreiros que estavam atrás das bruxas, ouvindo seus gritos enquanto
explodiam do outro lado da barreira e caíam nas mãos do exército de Knox.

Fechando o portal com força, sorri perversamente para as


bruxas. Silenciosamente, caminhei em direção a elas, sacudindo meu dedo,
forçando a líder a pousar atrás de mim contra a barreira na frente de Knox. Ambos
os joelhos quebraram junto com sua pélvis enquanto eu torcia meus lábios em um
sorriso maligno.

As bruxas chamaram mais magia, e eu permiti, parando no meio do campo


para evitar que me alcançasse. No momento em que enviaram em minha direção,
libertei minha raiva e frustração desde o momento em que Knox me pegou até que
eu entrei nesta barreira.

O chão explodiu bem na minha frente, correndo em direção às bruxas escuras


até que seus corpos implodiram, enviando sangue para o ar em nuvens de névoa
rosa. O castelo estremeceu com minha fúria. Pedras de fogo choveram do céu
quando meu grito rasgou a clareira, correndo em direção a ela com a magia que eu
armazenei nos últimos meses.
Os homens que ajudavam as bruxas das trevas nas muralhas bateram no
chão com um som de estouro. O vento fez as chamas saltarem em direção ao céu e
gritei até ficar rouca. Bolas de fogo do tamanho de um meteoro gigante
continuaram batendo na fortaleza até serem reduzidas a ruínas. Eu não parei o
ataque de fogo até estar satisfeita de que nada mais estava vivo dentro do castelo.

Explosões irromperam de dentro do castelo, enviando estilhaços das pedras


em chamas em minha direção. Eu não me movi, não senti medo no momento, então
a paz se estabeleceu em minha alma ao criar o caos. Um sorriso brincou em meus
lábios. A calmante paz interior de desabar o inferno sobre o mal enviou uma onda
de calor por mim.

Um raio caiu, batendo em qualquer coisa que ainda respirava. Todo o som foi
sugado para fora da barreira, e meu batimento cardíaco ecoou alto em meus
ouvidos enquanto meu sangue pulsava. O solo retumbou, puxando os restos e
destroços da fortaleza para o fundo da terra, abrindo um buraco onde o magnífico
castelo estivera. Em seu lugar havia solo fresco e o fogo que continuava a arder
com minha raiva.

Sussurrei um feitiço para expulsar as chamas. Então sussurrei outro,


observando as flores crescer, brotando e desabrochando com beleza. As árvores
avançavam pelo chão, preenchendo a campina, parecendo que sempre haviam feito
parte da floresta, intocadas pelo homem. Eu silenciosamente absorvi a beleza
antes de um grito estridente perfurar a serenidade que encontrei ao criar beleza.

Virando, eu olhei para a bruxa das trevas, sabendo que meus olhos dançavam
com chamas. Eu caminhei em direção a ela e o medo enchia seu olhar de
obsidiana. Meu cabelo flutuava ao meu redor, e nenhuma marca aparecia na
minha testa, apenas o poder concedido a mim pelos Nove Reinos e aqueles que
criaram o monstro que eu estava me tornando.

— Diga à Grande Rainha das Bruxas que a verei em breve e que estou indo
atrás da porra da cabeça dela, — eu rosnei, arrancando a cabeça da bruxa das
trevas de seu torso com a raiva ainda correndo por mim. Eu me virei, olhando para
Knox e o exército silencioso que olhava para o campo florido atrás de mim.

Joguei a cabeça dela a seus pés no momento em que sua magia sumiu e a
barreira caiu. Seus olhos baixaram para a cabeça antes de deslizar lentamente
para mim, incapaz de desviar o olhar. Eu fechei a distância levantando meus
braços para suas algemas anuladoras de magia.

— Como diabos você fez isso?— Knox sussurrou.

— Fácil. Eu simplesmente imaginei um mundo onde minhas irmãs não


existissem mais, e decidi que preferia queimá-lo completamente do que permitir
que continuasse sem elas. Isso foi apenas uma ponta do meu poder. Não me faça
mostrar minha verdadeira força. Você tem minha atenção. Eu tenha a sua, Rei
Karnavious? — Sussurrei tão baixinho que não tive certeza se ele tinha me ouvido,
mas então todo o campo de batalha se encheu de silêncio com o que eu fiz.

Knox recolocou as algemas, levantando os olhos para o campo antes de


lentamente deslizá-los de volta para meus. Uma única lágrima escorregou do meu
olho para rolar pela minha bochecha. —Eu estarei no meu canil, Mestre, — eu
sussurrei, movendo-me através da multidão que se separou rapidamente, o medo
gravando seus rostos enquanto eu caminhava por eles.

As bruxas marcadas de Knox pararam de sussurrar para se curvar enquanto


eu passava por elas, proferindo bênçãos para mim. Eu as ignorei, não querendo
abençoar nada. Elas falaram meu nome com admiração e horror, o medo gravando
seu tom com o sabor do poder que eu desencadeei para mostrar a Knox
precisamente o que eu estava escondendo dele.

Parando antes de entrar na tenda, deslizei minha atenção para Callista, que
me observava com olhos arregalados e horrorizados. Seu olhar confuso voltou para
a clareira que ainda tinha flores desabrochando por toda parte, puxando do sangue
que escorria do meu ombro ferido, alimentando a terra com meu poder.
Eu poderia destruir este mundo, mas não queria fazer isso. Eu queria
consertar, mas se Knox ou as bruxas das trevas pensassem que foder com minha
família era uma opção, eu tinha que mostrar a eles o que aconteceria se o
fizessem. Eu tinha que mostrar o quão mal aquele erro terminaria para elas e
todos os Nove Reinos.

— Amo você, Callista, — sussurrei, sabendo que ela me ouviria.

Suas mãos tocaram as barras se inclinando contra elas, balançando a


cabeça. Olhos azuis suaves se encheram de lágrimas silenciosas me olhando de
sua gaiola. Ela murmurou o mesmo, sua mão movendo-se para o coração e
lágrimas silenciosas rolavam dos meus olhos.

Cinco minutos.

Levei cinco minutos depois que Knox me libertou de seu comando para
encerrar a batalha que eles lutaram por quase sete dias. Posso fazer de novo? Eu
provavelmente poderia se ele me irritasse o suficiente para trazer a mesma raiva
para minha alma. Considerando que foi Knox, havia uma grande probabilidade.

Se Knox ou qualquer outra pessoa matasse minha família, eu traria a ele o


final que ele ansiava. Eu coloco o mundo inteiro em chamas e assisto ele queimar
até as cinzas, deixando-o viver no caos dos restos mortais.
CAPÍTULO DEZESSETE

Um dos homens de Knox me puxou da gaiola e me sentou a uma mesa onde


as pessoas comemoravam a vitória da batalha. Eu não estava comemorando merda
nenhuma com eles. Uma mulher despejou uísque em uma taça e empurrou-a na
minha frente, mas me recusei a beber. Minha raiva e medo não se dissiparam,
nem desapareceriam até que eu soubesse que Callista estava livre e longe da raiva
de Knox.

Knox silenciosamente me estudou, junto com os outros que se sentaram


conosco à mesa. Eu olhei através deles para a gaiola que segurava minha
irmã. Não sentia fome ou necessidade. Minha magia foi drenada e eu lutei contra
a necessidade de acalmar o tremor dentro de mim. Era perigoso drenar tanto do
meu poder, mas eu não era estúpida. Eu sabia que Knox nunca me libertaria
agora, não depois de ver a destruição da qual eu era capaz.

Eu me segurei, me forçando a não expor a verdadeira força do que poderia


desencadear, caso alguém estivesse olhando. Agora ele sabia. Ele testemunhou a
tempestade de fogo que choveu dos céus sob meu chamado, a raiva que eu liberei
de medo e frustração. Knox sabia que não apenas segurava a bruxa Hecate mais
forte, mas agora sabia que minha outra metade dependia do fogo.

Eu poderia invocar as estrelas para reduzir os mundos a nada mais do que


cinzas se eu quisesse. O que me surpreendeu e a todos que testemunharam minha
destruição foi que eu tinha aproveitado o poder dos Nove Reinos. Esse poder me
permitiu reconstruir e restaurar os prados, criando vida de sangue e cinzas.

— Beba. Você merece, Aria, —Lore riu, batendo no meu braço sorrindo de
orelha a orelha.
Virei meu olhar para ele lentamente. Ele ficou em silêncio no momento em
que meus olhos se encontraram com os dele, não encontrando nada além de um
distanciamento frio. Lore engoliu em seco, voltando seu olhar para Knox, que
continuou a olhar para mim e depois de volta para o campo em que estávamos
sentados.

Os homens empilharam a carne na mesa, olhando para mim antes de ir


embora. Lorde Carter estava sentado ao lado de Knox, seus olhos ainda
arregalados como os de uma coruja me estudando de onde estava sentado à minha
frente. Coloquei minhas mãos sobre a mesa e ele saltou para trás, caindo da
cadeira, o que deveria ter causado alguma alegria, mas não causou. Em vez disso,
sentia apenas medo e vazio pelo futuro de Callista.

— Não levante as mãos para mim, bruxa!— Lorde Carter retrucou,


levantando do chão, olhando para onde eu simplesmente as dobrei na mesa.

Knox observou a posição das minhas mãos antes de se virar para olhar para
Lorde Carter, que era um belo tom de verde. Knox olhou para o prato na minha
frente e ergueu os olhos para segurar os meus.

— Coma, Aria, — Knox exigiu.

— Não, obrigada, Majestade. — Eu deslizei meus olhos para longe dos seus,
olhando para a gaiola coberta, incapaz de desviar o olhar enquanto o medo de sua
ativação deslizou pela minha mente.

— Coma sua comida, — insistiu Knox.

Abaixei-me, agarrando o prato e jogando-o por cima do ombro, ouvindo


alguém grunhir atrás de mim. A caneca seguiu como Knox, estreitando os olhos
em mim como se estivesse procurando algo para dizer. Em vez disso, deslizou os
olhos de volta para onde o castelo ficava, franzindo a testa.
— Você gostaria de mais alguma coisa para comer ou beber?— Greer
perguntou, e eu olhei para Knox.

— Não, obrigada, senhor, — sussurrei recatadamente, e Knox franziu a testa


com o meu tom.

— Beba comigo, Aria, — sussurrou Lore, encostando-se no meu ombro.

— Não, obrigada, senhor, — repeti, e ele exalou quando Knox se levantou,


movendo-se ao redor da mesa para agarrar meu braço.

Ele me puxou da mesa e me arrastou atrás dele para a tenda onde se virou,
fechando a cortina, girando ao redor para olhar para mim. —Você explodiu a porra
de um castelo inteiro. Como diabos você fez isso?

— Eu te disse. — Esperei que ele falasse novamente.

— Vá para a cama, — ordenou Knox. Peguei as alças do vestido, mas suas


mãos capturaram as minhas, segurando-as. — Fique pronta, Aria.

— Como desejar, Majestade. — Fui até a cama, parando ao lado dela. —Como
você gostaria que eu fosse posicionada?— Knox olhou para mim, passando os dedos
pelos cabelos.

— Sente-se, mulher. — Ele olhou para mim e me sentei, cruzando uma perna
sobre a outra, olhando para ele. Knox se sentou ao meu lado, colocando a mão na
minha perna, olhei para ele como se fosse um inseto que eu não pudesse
remover. — Callista está a salvo de perigos. Sua gaiola não se move a menos que
eu faça isso. Você me entendeu?

— Eu entendo, — respondi.

— Diga outra coisa, mulher.


— O que você desejar, — eu murmurei.

— Monte-me, — Knox comandou, e eu engoli quando a raiva deslizou por


mim.

Silenciosamente, eu me levantei e tirei meu vestido enquanto ele


observava. A roupa caiu no chão aos meus pés e eu saí dela. Knox se recostou,
cruzando os braços atrás da cabeça enquanto eu me abaixava, desabotoando sua
calça enquanto ele permitia. Ele esperou que eu montasse em seu corpo antes de
nos rolar, e eu olhei para ele, oferecendo um olhar amortecido de tédio.

Ele baixou a boca, beijando-me lentamente, embora eu não tenha conseguido


retribuir o beijo. Erguendo a cabeça, ele olhou para mim com o calor queimando
em seus olhos.

— Beije-me, Aria, — afirmou, e eu levantei, colocando um beijo suave em sua


boca antes de abrir minhas pernas.

— Acaba com isso rapidamente. Estou cansada, Mestre, — eu sussurrei,


virando-me para desviar o seu olhar enquanto minhas mãos agarraram as peles
da cama e as lágrimas escorreram dos meus olhos.

— É isso mesmo? Do meu ponto de vista, você demorou menos de dez minutos
para dizimar um castelo inteiro e, com ele, mais de cinco mil inimigos, junto com
poderosas bruxas de magia negra. — Knox se sentou, olhando para mim.

— Cinco minutos e dez mil, — eu voltei sem um traço de emoção em meu


tom. —Eles encheram os dois níveis inferiores com reforços. As bruxas não eram
poderosas, mas a bruxa que as controlava era. Atrás do castelo estavam mais
guerreiros que acabavam de chegar.

— Você não pode saber disso. — Ele correu os dedos pela minha barriga antes
de abaixar a cabeça e apertar os dentes sobre o meu mamilo.
Eu engasguei, fechando meus olhos enquanto seus dedos percorriam a
excitação que revestia meu sexo. Seu dedo empurrou em meu corpo e eu fechei
meus olhos, me forçando a não reagir, o que era mais fácil dizer do que fazer. Knox
ergueu a cabeça, encontrando meu rosto enrugado enquanto meu peito subia e
descia com a emoção deslizando por mim.

— Se você vai me estuprar, apenas faça isso, — eu sibilei, minha garganta se


inchou de frustração.

— Levante-se, — Knox rosnou com raiva, agarrando meu braço para me


puxar da cama. Ele moveu-se para o peito, retirando uma camisola transparente
que jogou em mim. Ele pegou o uísque e sua calça de moletom, acenando com a
cabeça para a mesa para que eu me sentasse. — Vista-se e sente-se, Aria.

Puxei o vestido pela cabeça, movendo-me lentamente para me sentar antes


de encará-lo. Ele procurou meu rosto e esfregou os olhos. Ele serviu dois copos de
uísque e empurrou um na minha frente, recostando-se para me observar.

— Beba, — ele ordenou, e eu o levantei, engolindo em um longo gole. Ele


voltou a encher e acenou com a cabeça, estreitando os olhos em mim enquanto eu
bebia também. Ele fez isso várias vezes antes de bater no copo da mesa,
inclinando-se sobre ele para me olhar nos olhos. —Em cerca de cinco minutos, o
tempo que levou para você destruir uma fortaleza inteira, você vai estar
fodidamente bêbada. Eu quero te foder, forte. Eu quero dobrar você e bater em seu
núcleo para que os deuses me ouçam em seu mundo humano enquanto eu vou para
a guerra nesse seu corpo apertado. É o que quero fazer em cinco minutos. Em vez
disso, vou levá-la para fora desta tenda e vamos libertar sua irmã.

— O que?— Eu perguntei baixinho, levantando meus olhos para segurar os


dele.

— Aqui estão minhas condições porque a libertação dela não é gratuita, Aria.
— Knox estudou meu rosto, franzindo a testa agarrando minha mão, puxando-me
para mais perto dele. —Você vai me beijar como fez naquela piscina de cura. — Eu
pisquei, franzindo a testa em seu pedido.

— Isso é tudo que você quer?— Eu questionei com descrença, minhas


sobrancelhas franzindo enquanto eu o estudava.

— Nem mesmo perto. Quero sua ajuda para libertar as fortalezas entre aqui
e Norvalla. Assim que chegarmos ao meu reino, você lutará nesta guerra ao meu
lado, Aria Hecate. Você será minha para fazer o que eu quiser.

— Eu serei sua escrava?— Eu bufei, sabendo que deveria ter percebido que
ele nunca iria querer apenas um beijo.

— Não pense assim, — ele rosnou, olhando para mim.

— Isso é o que eu seria. Eu seria sua puta para foder sempre que você
precisasse e uma arma para empunhar contra seus inimigos, que são o meu
povo. Você está pedindo tudo o que quiser com a libertação da minha irmã.

— Você se ofereceu para vender sua alma ao diabo para mantê-las


seguras. Eu sou seu demônio, Aria, e como tal, quero saber a localização da
fortaleza onde você está escondendo as bruxas que prometeu proteger da minha
espada. Você não deve fazer promessas que não pode cumprir.

— Isso é algo que não vou contar, Knox. Você pode encontrar a fortaleza, mas
nunca vai passar pelas paredes de pedra protegidas pela magia dos Nove
Reinos. Já que está preocupado com promessas vazias, não garanto que não vou
tentar escapar de você.

— Eu sei, e não esperaria que você fizesse isso. — Knox apoiou os cotovelos
na mesa, avaliando-me. —Eu também não pretendo permitir que você escape de
mim. Achei que você fosse uma bruxa poderosa, mas não é. Você é um divisor de
águas. Poderia me ajudar a tornar este mundo um lugar melhor.
— Eu lutaria de bom grado ao seu lado se você desistisse de matar todas as
bruxas, Knox. Se jurar não matar aquelas que não fizeram mal, e minha família,
eu lutaria esta guerra ao seu lado cavalgando seu pênis para a batalha como um
garanhão.

Seus lábios se contraíram quando seus olhos brilharam, balançando a


cabeça. —Isso não pode acontecer.— Ele franziu a testa, observando a maneira
como eu balancei minha cabeça. —Venha me beijar e selar o acordo. É melhor você
tornar isso crível, e é melhor eu sentir sua alma tocando a minha quando eu provar
seus lábios.

— Não terminei de negociar com você. — Sua boca abriu e fechou antes que
ele sorrisse, sentando-se, cruzando os braços sobre o peito.

— Vamos ouvir, Aria. — Knox empurrou o copo na minha frente, sorrindo,


passando o polegar sobre o lábio enquanto eu seguia o caminho. Aceitei o uísque,
tomando um gole olhando por cima do copo. Eu coloquei o copo na mesa, chupando
meu lábio entre os dentes, fazendo seus olhos baixarem.

— Eu não estou dormindo com você, — eu anunciei, e sua mão caiu de sua
boca. — Não porque não queira, mas porque mentalmente não curei, Knox. Sou
forte e letal, mas tenho apenas 25 anos e quase fui estuprada duas vezes desde que
cheguei aqui. — Eu estendi a mão, enxugando uma lágrima, desviando o olhar da
dor que enchia seus olhos. Exalando lentamente, lutei para conter a dor que as
palavras causaram.

— Eu vou te ajudar, mas não se vidas inocentes estiverem no caminho. Não


estou disposta a carregar esse sangue em minha alma. Nunca vou parar de tentar
escapar porque não sou um animal de estimação que você pode enjaular. Se você
pretende me marcar, eu tenho que concordar antes de fazer isso, — eu continuei,
observando a forma como seus olhos se estreitaram na minha última condição. —
Não estou dizendo que não vai acontecer. Eu só tenho que estar pronta para você
fazer isso comigo novamente.
— Porque é tão malditamente difícil? — Knox bufou, pegando a garrafa de
uísque para engoli-la enquanto olhava para mim.

— Não, Knox. Porque é uma coisa significativa para mim permitir que você
me marque, — eu sussurrei enquanto ele parava com a garrafa a meio caminho de
volta para a mesa. —Para você, pode ser uma marca de propriedade ou costume
alfa reivindicar meu corpo. Para mim, parece mais profundo e
significativo. Significou muito para mim permitir sua marca em minha
pele. Gostei, sabendo que era sua, mas você mudou isso. Removê-la parecia errado,
mas deixá-la também não estava certo. Não depois do que você fez comigo,
pensando o pior de mim e o que pensou que eu poderia fazer, — eu disse
cuidadosamente, baixando meus olhos dos dele. —Senti como se estivesse
arrancando uma parte da minha alma quando a retirei do ombro.— Minhas mãos
se mexeram na minha frente enquanto ele exalava.

— Significou mais para mim também, — admitiu Knox, depois de um


momento de silêncio.

— Combinado?— Eu levantei meus olhos cheios de lágrimas para segurar a


admissão de que sua marca significava mais do que apenas uma etiqueta de
propriedade. Eu não esperava que ele dissesse isso, e suas palavras enviaram um
calor que me inundou.

— Eu não terminei, — ele disse com um sorriso brincalhão nos lábios.

Eu bufei, torcendo meu nariz segurando seu olhar. —O que mais você poderia
querer de mim?

— Beltane está se aproximando. Eu quero que você seja minha parceira


durante as festividades. Eu quero uma noite onde você abaixe seus escudos e se
entregue a mim. Eu quero a versão real, livre e despida de Aria Primrose
Hecate. Sem paredes entre nós por vinte e quatro horas. Só você e eu, sem guerra
iminente, sem futuro e sem passado entre nós, — ele sussurrou, seus olhos
segurando algo que eu nunca tinha visto; medo da rejeição.

— Você não é rejeitado frequentemente por ser rei, não é?— Eu perguntei, e
ele cobriu a boca antes de pegar o outro copo, enchendo os dois.

— Nunca ouvi um não em toda a minha vida até conhecer você, Aria. —Seus
olhos seguraram os meus, me observando morder meu lábio silenciosamente.

—Mesmo? Isso explica muito, — eu ri silenciosamente.

Seus lábios se contraíram e sua cabeça balançou quando colocou meu copo na
minha frente. —Eu sou o Rei, e ninguém diz não a um rei ou futuro rei. — Ele
estendeu a mão e eu a encarei por um momento.

— Ainda estou considerando. Eu tenho condições.

— Você é uma negociadora melhor do que Killian. Talvez você devesse fazer
o trabalho dele.

— Um dia sem paredes, sem fantasmas, e já que é Beltane e coisas


“acontecem” durante o Beltane, — seu sorriso se tornou de lobo enquanto seus
olhos brilharam de risada, — se acabarmos na cama juntos, a escolha será
minha. Tenho que estar pronta para isso, mental e fisicamente. — Eu me levantei,
movendo-me para onde Knox estava sentado, montando em seu colo. Eu levantei
meus braços, descansando-os em volta do seu pescoço enquanto meus dedos
passavam por seus cabelos. —Combinado, Rei Karnavious?

— Você vai abençoar a cerimônia? — Ele perguntou com voz rouca, olhando
para minha boca.

Lambi meus lábios lentamente, inclinando minha cabeça para o


lado. Ajustando-me em seu colo, estremeci ao sentir sua ereção através da calça
de moletom. O calor se espalhou dentro de mim, e eu passei pelo nó na minha
garganta enquanto sentia o cheiro da excitação que escorria dele com a minha
proximidade.

— A terra está purificada?— Eu rebati.

— Está purificada, mas ninguém a trouxe à vida em mais de quatrocentos


anos. Só preciso dar ao meu povo uma aparência de esperança de fertilidade. A
cerimônia lhes dá isso, mesmo que seja uma esperança vazia.

— O que há de errado com a fertilidade de seu povo?— Eu perguntei, notando


a leve contração em sua mandíbula.

— Acreditamos que Hecate nos amaldiçoou para nos tornarmos estéreis logo
depois que concebemos Sven. Ele estava entre o último de nossos jovens a nascer
em nossa raça.

— Claro que ela fez. Ela era realmente uma vadia malvada e sádica, — eu
murmurei enquanto ele sorria. —O que? Você não acha que eu sei que ela era
má? Passei os primeiros quinze anos da minha vida contando como minha avó era
perfeita e altruísta. Como ela passou toda a sua vida tentando melhorar os Nove
Reinos, mas não havia nenhuma prova de seus feitos ou qualquer coisa para apoiá-
la, exceto o caos e a destruição deixados em seu rastro. Eles queriam que
ignorássemos essas coisas porque, para encontrar a paz, é preciso primeiro
queimar o mundo e reconstruir o que desejavam. Se isso tivesse acontecido, as
pessoas teriam sofrido, mas não se falava daqueles que perderam tudo por causa
do plano de Hecate de assumir o controle de todos os Nove Reinos. Ninguém fez
essas perguntas, exceto eu, e eles me puniram por isso. Se você me perguntar,
qualquer um que exija que todos os Nove Reinos aprendessem sobre como Hecate
era generosa e incrível, deve ter sido uma vagina egocêntrica.

Knox sorriu ainda mais e eu engoli. O ar deixou meus pulmões com a beleza
de algo tão raro e desprotegido que me deixou estúpida, enviando meu corpo em
uma espiral descendente que ameaçou tirar meu fôlego.
— Tem certeza de que é uma bruxa Hecate, Aria? — Ele perguntou,
estreitando os olhos em mim.

— Eu tenho. Eu estou com medo. Temos um acordo, mas considerando quem


eu sou e as coisas que coloquei em movimento, seu povo pode querer ter cuidado.
— Seus olhos se estreitaram. — Não estou dizendo nada, então não me pergunte,
Knox. Não vou arriscar azarar porque muito depende do meu plano, e muitas
pessoas merecem que se torne realidade. Usei muito poder para alcançar o que
tenho até agora, mas também me deixou prisioneira sua porque coloquei as
pessoas antes de mim. — Eu estudei seu rosto por um momento. —Então, temos
um acordo e Callista fica livre?

— Beije-me, — ele sussurrou densamente.

Inclinei-me, colocando meus lábios suavemente contra os seus antes de


aprofundar o beijo, colocando tudo o que tinha em ação. O beijo se transformou em
algo mais profundo, mais turbulento. Eu gemia contra ele, choramingando quando
me agarrou por trás do pescoço, me segurando em seus lábios aquecidos. Suas
mãos desceram para meus quadris e eu balancei contra seu comprimento
endurecido. Ele me devorou até que eu estava ofegante quando ele se afastou.

— Vamos deixá-la sair, — eu sussurrei sem fôlego, e ele sorriu.

— Callista já se foi, Aria. Eu dei a ordem para Killian, Lore e Brander escoltá-
la para longe daqui. Siobhan e Soraya abriram um portal para ela colocar distância
entre nós. Ela está voltando para sua família.

— Mas...— Fiz uma pausa e meu estômago se contraiu. A preocupação entrou


em minha mente quando seus olhos se estreitaram, e algo frio passou sob seu
olhar.

— Eu só precisava dela o tempo suficiente para mostrar a você que eu a


tinha. Eu precisava da sua palavra de que me ajudaria de boa vontade e acenderia
o fogo em Beltane. Você não é o tipo de mulher que dá sua palavra e depois vai
contra ela, Aria. Você tem um código de honra raro que eu respeito. Hoje, eu vi
você matar com sua dor, e me vi nisso. Não vou fazer de você o monstro em que
sua família me transformou, a menos que eu não tenha escolha. Se algum dia
prejudicar meu povo, não hesitarei em devolvê-lo dez vezes, mas não alcançarei
sua família a menos que isso aconteça. Quando chegar a hora de lidar com elas,
farei isso sem piedade, porque fiz uma promessa de encerrar sua linhagem e vou
manter essa promessa.

Eu o encarei, minha mente repassava o tempo que estivemos na tenda e que


ele já havia libertado minha irmã. Eu engoli em seco, estreitando meus olhos e
meu coração batia forte, batendo contra minha caixa torácica para me libertar. Eu
gostava de combinar inteligência contra ele, perdida na sensualidade de sua troca
e negociação que eu não tinha considerado o que poderia estar acontecendo aqui.

— Você libertou Callista para descobrir onde elas estão se escondendo, —


sussurrei com os lábios trêmulos.

— Claro que sim, Aria. Eu não sou um idiota de merda. Você está perdendo
a cabeça, garotinha. A primeira regra da negociação: sempre tenha uma visão do
que está negociando. Em segundo lugar, sempre certifique-se de ter a vantagem
nas negociações e cobrir suas bases. Você nem mesmo considerou que eu enviaria
um rastreador mágico para casa com Callista. Você deveria ter percebido o quão
longe irei para chegar até elas. Eu prometi a você que não importa o que
acontecesse entre nós, meu objetivo final nunca mudaria.

— Então, por que negociar?

— Porque eu quero você, e eu sou um idiota egoísta que não está acima de
trair para conseguir tudo que eu quero, e eu consegui. Nas próximas quarenta e
oito horas, saberei exatamente onde estão e como chegar até elas. Eu só preciso de
uma viva, e é você, Aria. Se eu fosse você, começaria a trabalhar em suas
habilidades de negociação e em uma maneira de remover a magia delas, para não
ter que transformá-la em um monstro como eu. Estou aberto para ouvir o que você
está disposta a me oferecer para salvar suas vidas. — Seus olhos deslizaram pelo
meu corpo vagarosamente um sorriso sardônico brincou em minha boca. —Agora,
coloque seu corpinho apertado na minha cama, porque eu ainda tenho coisas para
fazer esta noite. Infelizmente, você não está nessa lista. — Ele invadiu meu
espaço, baixando os olhos para os meus lábios trêmulos.

— Você é um bastardo, — eu engoli o aperto na minha garganta, odiando as


lágrimas que escorreram e o medo deslizava por mim, envolvendo meu coração.

— Para fins de pesquisa, quão abalada você está agora, bruxinha?— Ele
perguntou, levantando-me enquanto se levantava. Segurando minha cintura, me
colocou no chão, inclinando meu queixo para olhar nos meus olhos enquanto eu
gritava internamente com o que tinha acontecido. —Eu diria que você finalmente
entende que está fora do seu alcance, não é? Você pode ser poderosa e a mulher
mais linda que eu já vi em minha vida, mas você é uma bruxa Hecate, e isso é um
grande problema para mim.

— Eu gostaria de nunca ter conhecido você, Knox, — eu sussurrei, enxugando


as lágrimas dos meus olhos. —Estou tentando consertar os erros que meu povo fez
a você e aos Nove Reinos, e você está apenas tentando me destruir.

— Não, Aria. Eu não quero te destruir. Apenas sua linhagem de sangue e


aquelas que a seguem cegamente, — ele sussurrou, segurando meu queixo no
lugar, observando as lágrimas rolarem pelo meu rosto. —Você, por outro lado, eu
só quero, caralho, ao meu lado. Estou disposto a fazer o que for preciso para mantê-
la e gostaria que fosse tão fácil quanto dizer que você é minha. Você é tudo menos
fácil e tudo que eu não deveria querer, e ainda assim, eu desejo você. Você ao menos
sabe a diferença entre uma bruxa branca e uma bruxa escura?

— Um pratica magia leve. A outra segue a escuridão até a morte pelo poder
que oferece a elas.
— Nós possuímos algumas, e elas se apegam à luz. As outras, as bruxas das
trevas, são o seu povo, bruxa. As bruxas das trevas dentro dos Nove Reinos são o
que sobrou da linhagem Hecate e aquelas que ainda seguem as regras de sua
avó. Vocês são as bandidas, Aria. Talvez pare de sentir pena de si mesma. Conheça
as outras bruxas do acampamento. Pergunte a elas sobre aquelas que seguiram
suas leis e o que aconteceu com elas. Pergunte ao seu povo o que aconteceu e por
que elas fugiram da coroa que deveria tê-las protegido. Afinal, você está aqui para
pegar aquela coroa, não é? Você nem sabe o que significa segurar uma coroa, mas
está tão disposta a ajudar Aurora a obtê-la da Grande Rainha das Bruxas. Isso só
vai trocar uma cadela má por outra. Você não está aqui para mudar o mundo,
Aria. Você está aqui para colocar Aurora no trono e está cega de amor e devoção
para ver o que está bem na sua frente.

— Eu não quero a coroa.

— Não, você não precisa. Mas sua família sim, e você é o animal de estimação
delas, aquela que pula quando dizem para você pular, — ele riu baixinho. —Não
é? Você acha que eu sou o único usando você? Acorde, porra, Monstrinho. Você
está perdida e jogando com pessoas que tiveram uma vida inteira para organizar
seus tabuleiros de xadrez, cimentando seus planos. Você é apenas uma garotinha
pulando cegamente pelo tabuleiro, presumindo que todo mundo tem um
coração. Alerta de spoiler, Aria. Nenhum de nós tem mais esse órgão inútil porque
sua linhagem o arrancou e o comeu.
CAPÍTULO DEZOITO

Acordei sozinha em uma cama vazia. Virando-me, examinei a tenda, não


encontrando ninguém. Sentando-me, bocejei e estiquei meu corpo, sentindo o
resíduo mágico que passou por mim, ansioso para ser usado. Infelizmente, as
algemas impediram que isso acontecesse. Franzindo a testa, percebi um copo
d'água sobre a mesa e uma única flor colocada nele. Eu levantei da cama, andando
descalça para pegar a flor, largando-a imediatamente.

Meus lábios puxaram para baixo em uma carranca profunda enquanto


minhas sobrancelhas se juntaram. Segurando meus dedos, olhei para a marca rosa
que havia queimado meus dedos. Idiota. Já fazia muito tempo que não via um
botão de flor de cicuta. Olhei para a plantação que continha pequenas flores
brancas espalhando-se do caule.

Knox tinha zero habilidades de sedução, e mesmo se ele as tivesse, eu seria


muito difícil de dar a mínima neste momento. Ele teve sorte de eu ter sido castrada
magicamente depois de seu show de merda na noite passada. Ele queria lutar com
sua inteligência, me mostrando que era mais habilidoso do que eu pensava. Eu
odiei que isso tivesse me impressionado. Felizmente, eu estava chocada e abalada
demais para dar a resposta que ele queria. Em vez disso, ele mais uma vez me
deixou fria e confusa.

Ele teve tempo para pensar, e quando teve esse tempo, ele pensou o pior de
mim. Knox não estava apenas quebrado; ele foi despedaçado. Ele estava em
pedaços que lutou para manter juntos, e se eles vacilassem, ele os segurava com
mais força. Estava debaixo de sua pele, sob ela, por assim dizer.
Knox não queria me machucar, protegendo-me do seu próprio jeito. Se eu
estava em perigo, ele lutou muito para garantir que eu estivesse segura e ilesa,
mesmo ao custo de sua segurança. Ele me segurou durante a noite para manter
meus demônios afastados, mas quando o sol nasceu, suas paredes também
nasceram.

Afastei-me da mesa, sentindo o cheiro da água misturada com


cicuta. Pegando minha bolsa, tirei o único vestido limpo que sobrou. Era um
vestido frente única com duas peças de tecido que cobria meus seios, com as costas
abertas e a frente que fluía em uma saia de tule fina e delicada.

Puxando a escova, penteei meu cabelo, trabalhando em uma trança que ia ao


redor da minha cabeça, parecendo uma coroa de cabelo liso prateado. Usei os
alfinetes de diamante incrustados para prendê-lo no lugar, terminando o visual
com as correntes de prata que adornavam minha cintura, pescoço e tornozelos. Eu
parecia majestosa e nasci para ser uma bruxa com o vestido azul bebê macio.

Saindo da barraca, já que não recebi ordens para ficar dentro da tenda,
procurei Brander para pegar um pouco de creme para parar a queimadura
pulsante nas pontas dos meus dedos. Soldados se posicionaram atrás de mim
enquanto eu me dirigia para a extensa tenda médica, presumindo que ele estaria
dentro dela. Descobrindo que ele não estava, eu fiz uma careta, distraidamente
mordendo meu lábio procurando alguém para perguntar onde ele estava.

—Você sabe onde Brander está?— Perguntei a um soldado que me observou


em silêncio, ignorando minha pergunta. Bufando, eu caminhei em direção às
bruxas. Ao chegar a Siobhan, sorri, mas ela deixou cair seus frascos de tônico e
deu um passo para trás, a preocupação gravando seus olhos arregalados. —Você
sabe onde posso encontrar Brander?— Eu perguntei, observando a cor sumir de
seu rosto antes que ela se virasse, se afastando de mim. —Obrigada!— Eu chamei
ela recuando.
Fui até os guerreiros e eles abriram caminho para evitar estar perto de
mim. Eu quase quis sorrir, mas a queimadura que estava apenas na ponta dos
meus dedos agora tinha alcançado meu pulso. As bruxas Hecate eram mais do que
sensíveis à cicuta, e um único toque poderia nos deixar contorcendo de dor por
dias. Eu estava prestes a ter um lembrete doloroso de por que era tão tóxico para
nós e não seria bonito.

Aproximei-me dos guardas sentados na borda do acampamento, sabendo que


eles não poderiam deixar seu posto para escapar de mim. Sorrindo, percebi o ódio
e a preocupação enchendo seus olhares enquanto fechava a distância entre nós.

— Senhores, abençoados sejam, — sorri com força, ciente de que eles ficariam
preocupados com a merda da bênção. As não bruxas odiavam esse ditado, e nós o
usávamos com frequência, simplesmente porque podíamos, porra. —Vocês, por
acaso, viram Brander?— Eu perguntei, odiando que eu precisasse descobrir onde
ele estava.

— Ele está na floresta, bruxa, — um afirmou, passando o polegar por cima do


ombro em direção a uma trilha.

Eu fiz uma careta, me perguntando se os guardas tentariam me


impedir. Pisando a barreira de proteção, esperei que soassem um alarme e, quando
não o fizeram, fui em direção à entrada da floresta com um rápido obrigada.

Meus guardas estavam logo atrás de mim, e eu podia sentir seu medo
escorrendo de seus poros. Acho que foi preciso um ato de raiva para forçar um
pouco de medo no povo de Knox. Perdida em meus pensamentos, entrei mais fundo
na floresta. Quando ouvi um gemido alto, parei no meio do caminho e a visão da
bunda nua de Brander apareceu.

O certo teria sido desviar o olhar da bunda realmente sexy e bonita


empurrada para frente. Eu, no entanto, precisava desesperadamente da ajuda de
Brander agora. Uma mulher estava na frente dele de joelhos, seu corpo nu
movendo-se enquanto ele usava sua boca. Seus ruídos enviaram calor às minhas
bochechas, me forçando a engolir a necessidade que florescia em meu centro.

Recuei e um galho quebrou sob meus pés. A cabeça de Brander se virou para
mim, seus olhos travando nos meus. O calor se acumulou neles, enchendo-se de
obsidiana me olhando, sem parar as investidas de seus quadris ele continuou
empurrando na boca da mulher. Eu me virei, correndo de volta pelos guardas em
direção à trilha, quando Killian entrou no meu caminho, bloqueando minha saída
da cena licenciosa que eu observei.

— Você não deveria estar aqui, bruxa, — Killian retrucou, olhando por cima
do meu ombro para encarar os guardas.

— Eu precisava de Brander, — engoli em seco.

— Ele está ocupado, — ele respondeu, baixando os olhos para o meu vestido.

— Eu realmente preciso de Brander, Killian, — eu sussurrei, lutando contra


a vontade de correr em direção à água que eu podia ouvir, empurrando minhas
mãos nela para aliviar a queimadura.

— Ele está ocupado pra caralho. Você terá que aguardar.

— Eu não posso,— eu disse, levantando minhas mãos. —Alguém deixou


cicuta na tenda e amarrou a água em que a colocaram. Toquei a flor e cheirei o
veneno.

Ele examinou as queimaduras subindo pelos meus braços e exalou, olhando


de volta para a floresta. Killian não falou, não até que começou a ir para o
acampamento, olhando por cima do ombro quando eu não me mexi.

— Vamos. Vamos pegar a pomada e começar. Brander não está vindo ainda,
— ele grunhiu, e os guardas riram atrás de mim com o trocadilho idiota.
Eu segui Killian até uma grande tenda, parando do lado de fora para reunir
forças para entrar sozinha com um homem que literalmente queria minha cabeça
removida. Dentro havia sacos de dormir enrolados e pequenos frascos de
poções. Killian puxou uma grande bolsa, procurando por ela antes de apontar para
uma cadeira, indicando que eu deveria sentar. Eu silenciosamente sentei,
segurando minhas mãos.

Killian se acomodou na minha frente em uma posição agachada, olhando nos


meus olhos antes de remover a pequena rolha e agarrar minha mão. Eu assobiei,
e ele murmurou um pedido de desculpas. Suas mãos eram ásperas, mas ele foi
gentil cuidando das queimaduras com um creme que oferecia alívio imediato.

— Você poderia ter nos matado quando a capturamos, — Killian apontou


cuidadosamente. —Você poderia ter nos matado várias vezes enquanto estávamos
rastreando você. Por que você não fez isso? — Ele ergueu seus olhos azuis para
segurar os meus.

— Eu não os quero mortos. Nunca tive a intenção de machucar Knox, mas


também não vou permitir que ele me mantenha como sua escrava, Killian. Ele não
fez nada para justificar a morte ainda. Ele flertou com isso, patinou na linha
algumas vezes, mas ele realmente não queria que eu me machucasse. Não posso
desfazer o que minha família fez, mas se pudesse, o faria. Não há mágica e
nenhum feitiço para desfazer atos do passado ou para retificá-los.

— Knox pretende matar você, — Killian me lembrou sem esconder o olhar de


ódio em seus olhos. Sua mão roçou minha coxa e ele abaixou a cabeça para olhar
para a carne exposta. Killian ergueu a mão, segurando minha coxa enquanto
minha respiração ficava difícil. —Ele eventualmente terá que tomar sua cabeça,
não importa o quanto anseie por você. Knox nunca quebrou um voto em toda a sua
vida, e isto significa muito para ele.
Eu engoli quando as mãos de Killian subiram pela minha coxa, parando no
meio para empurrar seus dedos contra o interior. Jogando uma gota do creme na
carne queimada, ele massageou a área onde a flor me tocou ao cair.

— Eu sei que ele vai, mas isso não é hoje. Ele planeja me usar contra seus
inimigos, e ainda temos que descobrir quem aqui me quer viva.

— Você também não é companheira dele, — ele rosnou, e eu sorri tristemente.

— Eu sei, — eu exalei lentamente enquanto Killian continuava esfregando o


creme na minha pele, trabalhando profundamente no tecido para aliviar a dor.

— Você é como nós, e provavelmente um de nossos companheiros, ou alguém


dentro do reino. Você precisa deixá-lo ir, Aria.

— Aden, — eu anunciei, observando os olhos de Killian se erguerem para


segurar os meus.

— O homem dentro da caverna é seu companheiro? — Ele perguntou.

— Ele é quem pretendo escolher, — respondi, ouvindo alguém bufar ao meu


lado. Eu me virei, vendo olhos de cor oceânica que me encararam.

— Acho que não, — rosnou Knox. Seu olhar deslizou para minhas mãos e
coxa, onde Killian ainda trabalhava com o creme em minha queimadura. —O que
aconteceu?

— Ela disse que alguém deixou cicuta em sua tenda, — afirmou Killian,
levantando os olhos para encontrar o olhar de Knox. —Terminei. Você é uma
bruxa. Você deve saber como é a porra da cicuta quando a ver. Seja mais
cuidadosa.

— Levante-se, Aria, — Knox exigiu.


Levantei-me da cadeira, virando-me para ficar diante dele enquanto seu
olhar deslizou pelo meu vestido. Não perguntei se ele havia encontrado minha
família porque, honestamente, temia a resposta. Ele era Knox e um caçador
habilidoso. Ele gostava de caçar coisas e capturá-las. Provavelmente é por isso
que ele não usou a marca na minha perna ou insistiu que eu contasse a localização
delas quando me forçou a tomar o soro da verdade.

Movendo-me em direção a Knox, notei como olhou por cima do meu ombro
para Killian. Estava tenso e, no momento em que saímos da tenda, todos
caminhamos em silêncio em direção à que eu dividia com Knox. Lá dentro, não
havia copo d'água ou cicuta. Engoli em seco, movendo-me em direção ao local onde
deixei cair a flor enquanto os homens observavam.

— Foi aqui, — eu disse, observando suas narinas dilatarem.

— Não sinto cheiro de nada. — Knox olhou para mim em vez da mão que
apontava para a mesa. —Que jogo você está jogando, Aria?— Knox perguntou, e
eu bufei em resposta, revirando os olhos enquanto erguia as mãos no ar.

— Você acha que eu faria isso? Você tem ideia do que a cicuta faz
comigo? Para nós? Ela queima o tecido, absorvendo os ossos. Se não fosse tratada,
isso me deixaria terrivelmente doente, me matando lentamente. Mas claro,
digamos que estou jogando. Eu saio na roleta russa e brinco com minha vida,
especialmente quando você bloqueia minha magia e não consigo me salvar.
— Cruzei os braços sobre o peito e encarei Knox, que, em troca, olhou para Killian,
que franziu a testa.

— As queimaduras dela são reais, — disse Killian, acenando para a minha


perna. —A perna dela também foi queimada, o que confirma sua história de deixá-
la cair com a escolha do vestido, que é bastante aberto naquela região.

— Eles são chamados de coxas, Killian, — eu disse incisivamente.


Knox olhou entre nós e bufou, balançando a cabeça. Ele ergueu os braços,
cruzando-os sobre o peito quando Brander entrou na tenda, sem avisar.

— Quem diabos deixou Aria sair do acampamento?— Brander exigiu.

— Você estava fora do acampamento? — Knox perguntou, seus olhos se


estreitando em fendas.

— Eu estava procurando por Brander, e os guardas nas bordas do


acampamento disseram que ele estava na floresta. Ninguém me parou, nem
mesmo meus guardas.

— Você gostou do show?— Brander perguntou, calor acumulando em seu


olhar.

Knox estremeceu, voltando os olhos zangados para mim. Eu gemi, rolando os


meu, colocando minhas mãos ainda muito vermelhas em meus quadris, olhando
para ele.

— Eu precisava de ajuda médica, e Brander estava bastante...


ocupado. Minha vida estava literalmente em risco, mas mesmo assim fui embora
em vez de perturbar o show. Você está me acusando de tentar me matar, ou o que
você está pensando aqui? Acordei com flores na mesa e água em um copo. Eu o
peguei, ainda meio adormecida, e então percebi o que era. Eu não bebi a água. Eu
me vesti, saí da tenda e perguntei a Siobhan se ela sabia onde eu poderia encontrar
Brander, mas ela saiu correndo. Eu perguntei a outros guardas, e eles reclamaram
de mim como garotinhas. Eu sabia que os guardas parados nas pontas do
acampamento literalmente não podiam fugir. Eu perguntei onde ele estava, o
encontrei, virei minha bunda, voltei para o acampamento onde Killian me
descobriu, e então cuidou de minhas mãos. Você entrou e agora estamos
aqui. Então, diga-me, que porra você está pensando que eu fiz agora?

— Você é uma bruxa que tocou cicuta de boa vontade, — afirmou Brander.
Eu balancei a cabeça porque não poderia discutir com esse fato. —Você sabe
como é raro encontrar cicuta em uma forma florida no reino humano? É cultivado
apenas com alguns habitantes locais, e garantimos que não crescesse ao nosso
redor. Não que isso tenha impedido minha mãe de cultivá-la na tentativa de me
matar, — eu murmurei. —Só pegue a porra da minha cabeça agora. Seria muito
mais fácil do que as acusações e o rei bipolar de Norvalla, que pretende fazer isso
de qualquer maneira.

— Aria, encontre Greer e sente-se com ele, — Knox rosnou.

Eu joguei minhas mãos para o ar antes de chocalhar de frustração, ouvindo


três chocalhos em resposta quando saí da tenda. Movendo-se pelo acampamento,
encontrei Greer ao lado de uma mesa, observando o treinamento dos guerreiros.

— Você é tão vadia, Meat Suit,— eu disse, e ele olhou para mim.

— Oh, você está falando comigo agora, Camponesa?— Ele perguntou.

— Você está de serviço de babá, junto com eles, — eu anunciei, apontando


meu polegar para meus guardas silenciosos.

— Vejo que Knox não estrangulou você durante o sono. Que pena. — Greer
provocou. Sentei-me ao lado dele, apoiando o queixo nas mãos observando os
homens treinarem.
CAPÍTULO DEZENOVE

Ao cair da noite, nos mudamos para sentar ao lado de uma das fogueiras
maiores. Greer me observou, deprimida em silêncio, embora tivesse tentado várias
vezes me envolver em uma conversa. Homens e mulheres circulavam e as bruxas
me observavam abertamente, como se esperassem que eu atacasse ou iniciasse
uma revolta a qualquer momento.

— Eu agradeço seu silêncio, mas eu sinto como se você estivesse sofrendo esta
noite, Camponesa. Muitas coisas aconteceram com você no curto período de tempo
que esteve aqui, e eu me preocupo que, a qualquer momento, todas as suas emoções
virão à tona, fazendo com que asteróides pousem em todos nós.

— Eu prefiro meteoros. Eles são mais fáceis de controlar, — eu murmurei


enquanto Greer bufava.

— Você está bem?— Ele perguntou, e eu me virei, revirando os olhos para o


efeito máximo.

— Alguém que gosta Knox, fica bem? Quer dizer, eu entendo totalmente o
lance de uma noite que aconteceu, porque uma noite com ele é o suficiente para te
deixar louco.

— As criaturas feridas atacarão tudo o que tocar em seus ferimentos ou


machucá-los. — Greer recostou-se para olhar as chamas dançantes. —Eles atacam
primeiro e depois se arrependem. As feridas de Knox são profundas e você está
cavando nelas, seja por escolha ou apenas por ser você. Ele não sabe como deixar
ninguém entrar. Ele teve que permanecer forte por seu reino e por sua
família. Ninguém o perturbou antes, você sabe. Ele nunca enfrentou algo como
você, e não pode ser fácil desejar algo que vai contra tudo o que ele vem lutando
há quinhentos anos.

— Isso não foi minha culpa, Meat Suit. Eu entendo que ele está machucado,
mas por que sou punida por algo que aconteceu há muito tempo? Eu não estava
viva e não quero machucar Knox. Eu queria fazer o que vim aqui para realizar,
mas ele lutou contra mim a cada passo do caminho. Algo acontece e ele se agarra
a tudo o que tem e segura. Ele me deu uma chicotada, — eu admiti.

— Eu tenho uma ideia.

— Sobre como tratar traumas neste buraco do inferno?— Greer se levantou


e foi até uma sacola em uma mesa adornada com copos perto de um enorme barril
de uísque.

Greer pegou um iPod prata e caminhou até um guerreiro sem


camisa. Apontando para ele, Greer ergueu as mãos no ar e se aproximou do
guarda, passando o dedo pelo peito. O guarda sorriu, e eu me virei para olhar para
as chamas, encontrando Knox, Brander e Killian sentando-se do outro lado da
fogueira. Meus olhos encontraram os de Knox por um momento antes de voltarem
para as chamas. Greer agarrou minha mão e se curvou até a cintura enquanto eu
olhava para aqueles que se viraram para observá-lo.

— Greer, você, por acaso, usou drogas?— Sussurrei em um tom abafado.

Sua cabeça ergueu e seus antigos olhos azuis seguraram os meus. —Estou
pedindo para você dançar comigo, Camponesa.

O iPod tocou Talk to Me, de Stevie Nicks, e eu fiz uma careta enquanto ele
me olhava estranhamente. Ele sorriu, movendo-se com a batida da música ficando
mais alta. Eu girei em direção a ele enquanto o homem segurava o iPod no ar, e
ondas dispararam no céu. Voltando-me para Greer, eu o observei dançar.
— Oh, Meat Suit, você tem movimentos, senhor, — eu disse, olhando para
ele. Meus olhos captaram a grande multidão nos observando como se fôssemos
alienígenas que acabaram de aparecer e anunciaram que estávamos assumindo o
controle do planeta. —Todo mundo está nos observando.

— Quem se importa? Eu sou um terno de carne, e você uma


camponesa. Podemos fazer o que quisermos, — ele anunciou, balançando os
quadris estendendo a mão para mim.

Sorrindo, eu aceitei, levantei meus braços no ar, dancei com Greer,


balançando e me movendo até o meio da música. Ele me puxou para trás, me
segurando lá, então lentamente me puxou contra seu corpo. Ele sorriu, observando
o brilho quente dos meus olhos da dança.

— Achei que você gostaria de algo familiar, — ele riu. —Você tem mais uma
música, então escolha bem, Camponesa.

— Ava Max's, Kings & Queens, — eu disse, sorrindo quando ele acenou com
a cabeça.

— Seu gosto musical é péssimo, mas felizmente eu a tenho. — Greer acenou


com a cabeça para o cara segurando o iPod, e meus olhos deslizaram para
Knox. Ele me estudou, recostando-se em sua grande cadeira ao lado da fogueira.

Quando a música começou, nós dançamos e fiz questão de cantar a letra em


voz alta, então Knox entendeu o significado. Eu estava no meio da música quando
uma garotinha puxou meu vestido. Seus grandes olhos castanhos estavam fixos
em mim até que eu me inclinei, peguei-a e comecei a dançar novamente, só que
mais devagar para não deixar cair a filha de alguém em sua cabeça.

Quando a música terminou, eu sorri descuidadamente para Greer e me


aproximei, beijando sua bochecha. — Obrigada, Meat Suit. Eu precisava disso, —
engoli em seco, devolvendo a menina ao chão, apenas para perceber que mais
crianças tinham se aproximado de mim.

Uma segurava uma rosa no ar, então me ajoelhei, aceitando-a com um sorriso
antes de beijar sua testa e agradecer por isso. Todo o acampamento ficou em
silêncio quando a música foi cortada. Erguendo os olhos, encontrei Siobhan me
observando com Soraya ao lado dela. As crianças avançaram, aglomerando-se em
mim e, com um sorriso e olhos arregalados, tocaram meu vestido com as mãos
sujas. Eu ri quando uma levantou um fio de tecido até o nariz, e então outros
fizeram o mesmo.

Em pé, as crianças se curvaram e as bruxas ao redor se ajoelharam, fazendo


meu estômago revirar de inquietação. Eu recuei enquanto suas cabeças baixavam
para o chão. Girando nos calcanhares, deixei as fogueiras e caminhei até a tenda,
minha garganta apertando até que pensei que morreria de asfixia.

Parando na frente da abertura da tenda, parei, sentindo alguém atrás de


mim. Eu me virei, olhando para Lorde Carter, onde ele me observava das
sombras. Engolindo o nó na minha garganta, me virei, dando a ele minhas costas
e endireitando meus ombros, repetindo o que Knox tinha feito com Aden. Killian
e Brander saíram das sombras ao som de Lorde Carter alcançando minhas costas
expostas. Eu não esperei para ver se eles o machucaram, já que eu era apenas uma
bruxa, e minha vida não valia nada.

Dentro da tenda, recuperei a camisola que havia usado na noite anterior,


cuidadosamente tirando o vestido e colocando-o de volta na minha
mochila. Inclinei minha cabeça, percebendo o cheiro de Knox. Virando-me, percebi
a luxúria escorrendo de seus olhos, mas havia inquietação ali também. Ele entrou
na tenda, correndo os dedos pela minha espinha lentamente.

— Você está encantando as bruxas,— ele admitiu.


— Eu estava apenas tentando dançar, Knox, — argumentei, virando-me para
olhar para ele.

Ele sorriu, lentamente deslizando seus olhos famintos pelo meu corpo. Eu
girei, mas ele me agarrou, beijando meu pescoço antes de correr seus lábios sobre
meu ombro, segurando sua boca contra o local que uma vez manteve sua
marca. Não falamos, mas não precisávamos de palavras para saber que ambos
queríamos isso e, ainda assim, não permitiríamos.

Eu me afastei dele e ele permitiu enquanto eu recuperava a camisola,


colocando-a. Knox se moveu em minha direção e meu coração disparou quando ele
me virou, removendo as joias do meu cabelo e do meu corpo, entregando-as para
mim.

— Obrigada, — eu engoli, subindo na cama enquanto ele tirava suas roupas


e se juntava a mim.

— Você merece ser tratada melhor, mas quinhentos anos de traição e mentira
não é algo que desaparece. Você sonha com os pesadelos aos quais sobreviveu. Eu
sonho com Sven, segurando-o em meus braços durante mil mortes. Eu revivo cada
um, e eles sempre terminam da mesma forma. Eu o enterro e depois enterro sua
mãe ao lado dele. Não sou um homem que perdoa, Aria. Estou travando uma
guerra para libertar os Nove Reinos do mal que sua linhagem lançou sobre eles. Eu
fiz um voto e não os quebro, nunca. Você é uma bruxa Hecate, a mesma linhagem
que assassinou meu filho e minha esposa. Não pedi para me tornar um monstro,
mas sou o que os Nove Reinos precisam. Você esperava que eu confiasse em você,
mas não conquistou minha confiança. Eu também não ganhei a sua. Eu sei que
você não é má, mas o mal nunca começa assim. Tornamo-nos o que o mundo nos
molda para ser. Foi assim que me tornei um monstro. Você está em uma guerra,
bruxinha, e há dois lados, o seu e o meu. Você precisa decidir de que lado está
logo. Tente observá-lo de ambos os lados antes de decidir. Também deve se
certificar de que está escolhendo o lado em que acredita e não com base no
sangue. Mudanças de sangue; ele evolui e pode ser facilmente oscilado. Callista
estava adicionando força às bruxas que massacraram seres inocentes. Seja por
acidente ou porque ela estava ciente, ela as ajudou a massacrar a fortaleza.

Eu estremeci, balançando minha cabeça. —Você está errado. Callista não


faria isso.

Knox exalou, virando-se de costas para mim enquanto eu olhava para ele,
considerando o que ele disse. Se Callista tivesse feito o que Knox disse, não teria
sido por malícia. Toda a minha família estava trabalhando para massacrar as
bruxas das trevas e retomar nosso reino. Ajudar as bruxas dentro do campo de
batalha não se encaixava nesse plano. Meu estômago apertou e as lágrimas
queimavam meus olhos. Afastei-me de Knox, puxando as cobertas ao meu redor
com força fechando os olhos.
CAPÍTULO VINTE

Acordei com Knox beijando meu pescoço. Suas mãos deslizaram pelo meu
lado gemendo alto, empurrando seu pau através da excitação revestindo meu
núcleo. Arqueando-me ao seu toque, fui incapaz de parar a curva sutil da minha
espinha enquanto seu chocalho enchia a tenda. Dentes roçaram meu ombro e
ronronei, lutando contra o peso do sono que lutava para me manter em seu abraço
pacífico.

Ele segurou meu seio, apertando-o com força, fazendo com que um suspiro
escapasse da minha garganta. Gemendo, ele sussurrou algo em sua língua
estranha e estrangeira que soou sexy e seu pau continuava deslizando pelo meu
sexo separado. Rolando-me, ele me beijou com força, empurrando minhas mãos
acima da minha cabeça, aprofundando o beijo.

Ele se afastou dos meus lábios e continuou falando correndo seu comprimento
duro através do meu clitoris, criando atrito atraente que me fez gemer mais
alto. Depois de um momento, entendi suas palavras e sorri durante o sono que ele
removeu, olhando em seus olhos que passavam por mim.

— Eu te amo, Liliana, — Knox sussurrou contra meus lábios, me deixando


tensa, e lutei para afastá-lo.

Seu pau se moveu contra a minha abertura, ainda escovando-o


eroticamente. A raiva passou por mim e eu empurrei meus quadris para derrubá-
lo. Chocalhei baixo em aviso, ele lentamente se afastou, ainda olhando através de
mim como se eu não existisse. Ele gemeu alto, mudando enquanto apontava seu
pau para o meu sexo, embora eu o estivesse movendo para mantê-lo longe do meu
núcleo. Ele pretendia enterrar totalmente sua necessidade dentro do meu corpo,
pensando que eu era sua esposa morta.

Seus olhos se abriram e ele olhou para mim, lentamente deixando seu olhar
cheio de sono fixar-se onde sua cabeça grossa havia empurrado contra meu
núcleo. Eu chocalhei de novo, rosnando enquanto minhas unhas se estendiam, com
a intenção de removê-lo com força se necessário.

— Dê o fora de mim, Knox, — eu exigi através dos lábios trêmulos,


observando o estreitamento de seus olhos antes de deslizar lentamente de volta
para o meu rosto.

Knox ficou tenso segurando meu olhar antes de rolar. Ele se sentou na beira
da cama, olhando para mim por cima do ombro com uma expressão irritada em
seus olhos. — Eu não queria molestar você, Aria.

— Bem, pelo menos você pode se lembrar do meu nome quando está acordado,
— eu bufei friamente, puxando os cobertores para cobrir meu corpo, usando-os
como um escudo. O fato de ele ter dito que me amava doeu profundamente com o
nome de sua esposa ligado ao sentimento como uma reflexão tardia.

— Como? — ele perguntou densamente. —O que diabos deu em você agora,


mulher?

— Você quase entrou em mim, — eu sussurrei com veemência, sem me


importar que meus lábios tremessem com a raiva que eu sentia. —Eu acho que
deveria dormir em outro lugar ou com qualquer outra pessoa. Você não tem espaço
suficiente para mim em sua cama com seus fantasmas se juntando a nós.

— Quem eu chamei você, Aria? — Ele perguntou suavemente, suas costas


tensas enquanto esperava.
—Você me chamou de Liliana, logo depois de dizer que me amava enquanto
se preparava para me foder. Posso aceitar muitas coisas, mas ouvir o nome de
outra mulher enquanto você empurra seu pau em meu corpo não está na
lista. Prefiro dormir na gaiola do que ser uma substituta para quem você
realmente queria em sua cama.

Knox bufou, colocando a cabeça entre as mãos. —Eu não quis dizer isso para
você.

— Eu entendi isso da parte 'Eu te amo', — eu exalei um suspiro estremecido


quando ele balançou sua cabeça escura. —Você sempre pode me pedir que eu
mude para outra pessoa para aparecer como sua esposa morta. Dessa forma, você
pode ter uma noite com ela em vez de mim, — eu ofereci friamente. —Obviamente,
você a prefere em sua cama.

— Eu não gostava de foder minha esposa, Aria.

Eu fiquei tensa quando ele se virou para olhar para mim. —Doeu em Liliana
estar comigo, e quando fazíamos amor, nunca era por prazer. Liliana era delicada
e meu tamanho tornava doloroso para ela suportar estar comigo. Estávamos juntos
apenas para criar um herdeiro para o trono, conforme exigido por nossa
união. Então não, eu não prefiro minha falecida esposa na minha cama. Eu prefiro
você porque posso destruí-la e você vai aceitar, implorando por mais. Lamento ter
dito o nome dela enquanto dormia. Devo ter sonhado.

— E acordei com um pesadelo,— eu grunhi, chutando o cobertor antes de me


afastar dele.

Eu não esperava que ele me agarrasse ou me puxasse para ele. Ele


rapidamente rolou meu corpo sob o dele, prendendo-me na cama com seu
peso. Knox olhou nos meus olhos, procurando-os brevemente antes de sua boca
abaixar, reivindicando a minha em um beijo suave que causou uma tempestade de
emoções que me rasgou. Ele agarrou meus pulsos, prendendo-os acima da minha
cabeça levantando seu corpo, sorrindo maliciosamente.

— Você não é nada parecida com minha esposa. Se eu dissesse a ela para
fazer algo, ela nunca teria pensado em discutir ou me desafiar. Você discute sobre
tudo porque é a mulher mais enfurecedora e teimosa que já conheci. Você me
desafia a cada passo e não teme quem ou o que eu sou. Sou um rei nato que viu
guerras e acabou com milhares de vidas, e você não permite que isso a
perturbe. Você não tem medo de mim, Aria. Não há um osso tímido ou dócil em
todo o seu corpo. Odeio admirar você e sua ousadia. Você seria uma rainha feroz.

Não falei porque não sabia o que dizer. Knox amava sua esposa e eu era
simplesmente divertida. Ele poderia abusar de mim e gostava disso. Eu desviei o
olhar quando ele exalou, rolando da cama para abrir o baú aos pés dela. Ele me
jogou um vestido e enfiou as pernas nas calças escuras que abraçavam suas coxas
poderosas.

— Levante-se, — ele disse asperamente, seus olhos notando a transparência


da camisola que eu usava. —Temos uma longa jornada pela frente hoje. Podemos
começar agora. Acho que nenhum de nós dois conseguiria voltar a dormir. A
menos, claro, que você precise pincelar sua boceta bonita?

— Passo, — eu sussurrei, virando-me e lentamente deslizando para a beira


da cama, me levantando para me vestir.

Enfiei meus dedos na bainha da camisola, levantando-a sobre a cabeça e


estendendo a mão para o vestido. Eu virei minhas costas para ele para me vestir
quando comecei a vesti-lo. Knox me agarrou, levantando-me em seus braços e
separou minhas pernas quando sua boca encontrou minha pele. Eu engasguei,
gritando lutando contra o vestido e o prazer que ele enviava irradiando através de
mim de uma vez.
Knox me segurou no ar, lambendo avidamente meu núcleo. Ele forçou minhas
pernas sobre seus ombros, enganchando as mãos em minhas coxas, me devorando
sem piedade. Sua língua deslizou pelo meu sexo, chupando avidamente enquanto
eu engasgava, gemendo lutando contra o vestido que cobria minha cabeça, me
cegando.

— Knox, — eu gemi alto, ouvindo sua risada gutural. Ele me ignorou,


continuando a chupar e lamber contra minha boceta. Os ruídos que ele fez foram
ferozes e primitivos me levando à beira do orgasmo, me forçando a dançar ao longo
do penhasco gigante antes que ele me jogasse na cama e eu saltasse. —Seu imbecil!

— Eventualmente, você vai ficar tão fodidamente excitada que vai me atacar,
— ele riu, puxando o vestido pela minha cabeça enquanto ele lambia seus lábios
com a risada brilhando em seus olhos.

— Sim? Você sabe que pode ter sido meu primeiro amante, mas posso me dar
prazer sem a sua ajuda, certo? — Eu levantei uma sobrancelha com o bufo que
escapou de seus lábios.

— Eu gostaria de ver você tentar gozar sem mim agora, — ele desafiou com
voz rouca. Ele cruzou os braços sobre o peito tatuado sedutoramente, olhando para
a excitação cobrindo meu sexo. —Vamos ver você foder esse corpo apertado com
esses dedos desajeitados, mulher. Agora, bem aqui. Faça-o cantar para que eu
possa ouvir seus doces ruídos.

Sentei-me na cama, abrindo lentamente minhas pernas. Os olhos de Knox se


aqueceram e ficaram pesados com o desejo nu depositado em suas profundidades
cada vez mais escuras. Meus dedos alisaram meu estômago, deslizando pela
suavidade do meu sexo, e um gemido escapou da minha garganta com o leve
contato.

Knox agarrou uma cadeira, sentando-se na minha frente enquanto seus olhos
observavam todos os lugares que meus dedos tocavam. Eu levantei uma mão,
segurando meu seio, apertando-o enquanto a outra afundava dois dedos em meu
corpo. Eu curvei minha coluna para fora da cama, levantando quando seus olhos
se ergueram para segurar os meus.

Meu coração disparou em um crescendo rápido e meu corpo se aproximava do


limite, já trabalhado por ser negado por ele. Meu polegar encontrou a carne
inchada do meu clitóris, esfregando pequenos círculos lentos contra a
protuberância. O orgasmo lentamente se transformou em uma tempestade que
sussurrou sua presença próxima. Meus dedos se moveram mais rápido, e eu não
conseguia desviar meus olhos do calor agitado nos dele enquanto meu orgasmo
ameaçava se desencadear.

Seus lábios se torceram em um sorriso antes que ele capturasse minhas mãos,
prendendo ambas contra minha barriga com uma das suas. Knox bateu no meu
clitóris suavemente, repetidamente, até que eu estava tremendo com a
necessidade de gozar. Estava ao meu alcance e, ainda assim, cada tapa suave
contra meu sexo o fazia escapar de mim. Ele continuou, apenas para ele esfregar
meu clitóris suavemente me olhando.

Ele estava criando uma tempestade que ameaçava me engolir inteira. No


entanto, toda vez que eu chegava perto de desmoronar, ele parava de novo,
evitando que o orgasmo atingisse a minúscula necessária para me dar alívio. Sua
cabeça abaixou, apertando os dentes contra meu mamilo enquanto eu gemia seu
nome, lutando para liberar minhas mãos para terminar o que eu comecei.

Knox ergueu a cabeça e sua língua disparou, amenizando o pico endurecido


que ele acabara de beliscar. — Você goza quando eu disser que pode, Aria. Se você
gozar antes disso, amarrarei suas mãos atrás das costas e farei você cavalgar em
meu rosto até ficar louca com a necessidade de gozar. Vou empurrar seu corpo com
tanta força que você vai gritar e me implorar para foder qualquer parte sua para
que possa gozar por mim. Você entendeu?— Ele sorriu olhando meu sexo apertado,
sabendo que eu estava perto de entrar em combustão e explodir em um milhão de
pedaços minúsculos. Quando eu não respondi, ele deu um tapa no meu sexo, me
fazendo gritar me contorcendo embaixo dele, procurando por sua mão. —Você me
entendeu?

— Sim, — eu sussurrei com os lábios trêmulos.

— Boa menina. Andar a cavalo por horas hoje deve ser um grande desafio.
— Ele se levantou, me puxando com ele até que eu estava a centímetros de seu
pau.

Eu agarrei enquanto ele observava. Um olhar escuro queimou em seu olhar


enquanto eu corria meus dedos sobre o aço espesso e aveludado. Os músculos de
seu estômago ficaram tensos, apertando enquanto eu lentamente acariciava seu
magnífico pau. Levantei-me lentamente, movendo minha boca para seu estômago,
depositando beijos suaves e quentes em sua barriga até que minha respiração
soprou contra sua ponta. Minha língua correu até a borda, fazendo-o gemer,
empurrando meu cabelo para longe do meu rosto enquanto ele me observava
provocá-lo.

— Se você está planejando me torturar como eu torturei você, saiba que tenho
estado duro todas as noites que dormi ao seu lado. Eu mal durmo porque seu corpo
macio esfregando contra o meu me deixa em um estado perpétuo de necessidade
que nunca acaba ou diminui. Quando eu durmo, eu sonho com seus lábios, e você
está sufocando enquanto eu fodo sua garganta, ou seu corpo apertado e bonito
enquanto você me aperta, me segurando firmemente enquanto me drena.

Minhas unhas deslizaram sobre seu pau e ele rosnou baixo em sua garganta
em advertência. — A menos que você esteja sonhando com sua esposa,
sussurrando que me ama enquanto tenta me foder com o nome dela em sua
língua. Porque se eu também estiver nesses sonhos, bem, isso seria estranho pra
caralho, e eu não divido meus brinquedos, Knox.

A contração em sua mandíbula latejava, e seus olhos adquiriram uma


aparência mais escura e sinistra quando ele bufou. Afastando-se, ele puxou as
calças e pegou uma camisa, puxando-a pela cabeça. Knox moveu-se para o peito,
retirando a calcinha que jogou em mim, junto com um espartilho.

— Coloque-os, — ele ordenou com raiva.

— Um espartilho?— Eu bufei, segurando-o na minha mão enquanto estudava


a raiva gravada nas linhas de seu rosto.

— Você está nos Nove Reinos. É hora de você começar a se vestir


adequadamente. Você é uma princesa, Aria; porra, aja como tal. — Ele agarrou o
vestido que eu planejava usar, substituindo-o por um azul turquesa que combinava
com meus olhos.

— Foi você quem me vestiu. Eu tenho minhas próprias roupas, sabe? — Eu


bufei, olhando para o espartilho com inquietação. Eu nunca usei um, já que não
era a coisa mais confortável de se vestir.

Puxando a calcinha, eu fiz uma careta para onde o espartilho estava na


cama. Estendi a mão para pegá-lo, mas Knox me empurrou de lado, estendendo
uma tira enquanto sua atenção se voltava para o mamilo rosa e inchado que ele
beliscou com os dentes, avermelhando a superfície ao redor.

— Isso acontece antes disso,— ele explicou, observando enquanto eu


escorregava no material fino.

Olhando para ele, apertei o espartilho e depois agarrei o vestido, puxando-o


pela cabeça, lutando com os laços nas costas para que ficasse. Knox bufou,
movendo-se atrás de mim ajustando as alças de renda com firmeza, arrumando a
combinação para se esconder sob a camada externa da roupa. Ele pressionou seus
lábios contra minha garganta, arrastando-os lentamente para meu ombro antes
de beijar onde sua marca estava, enviando arrependimento ao meu coração por
não estar lá.
Eu escovei meus dedos sobre o local enquanto um chocalho uivante deslizou
do meu peito. O chocalho de Knox ecoou o som como se seu monstro tivesse sentido
a perda como a minha. Eles ficaram desapontados com as duas conchas que
lutaram contra a necessidade de permitir que suas partes animalescas entrassem
em ação. O medo me cortou sem aviso, e Knox me puxou contra ele, ronronando
em meu ouvido como se tivesse percebido o ataque de pânico que se aproximava.

— Eu não sei o que está acontecendo comigo, — eu sussurrei densamente.

— Você vai entrar na última fase do seu ciclo de calor em breve. Sua besta
acabou de avisar a minha. De alguma forma, eles estão comunicando suas
necessidades sem nos usar mais. Alguns podem avisar seus... outros animais
quando o tempo de seu ciclo se aproxima. Eles fazem isso para proteger o anfitrião
de ficar longe durante seu tempo, então eles podem cuidar dela sozinhos. É raro
eles fazerem isso sem levar uma marca.

— Como isso é possível se a minha é tão jovem?— Eu estreitei meus olhos


nele enquanto ele me virava, colocando meu rosto entre as mãos.

— Sua criatura é muito jovem, Aria. Ela não é estúpida, no entanto. Ela
percebeu que você estava em perigo e a protegeu. Você ainda é jovem e
inocente. Ela depende de você como você depende dela. Eles são parte de nós. Uma
grande parte de quem somos é o que eles são. Eu sabia que seu ciclo estava se
aproximando do último estágio por causa de seu sabor doce, e é por isso que provo
você com tanta frequência. Sua criatura provavelmente pensou que eu não tinha
notado o estado de sua necessidade. Você já a nomeou? — Knox perguntou com
olhos sorridentes.

— Oh meus deuses, devemos fazer isso? Eu pensei que ela era como um tipo
de desordem de personalidade.

Ele me estudou e balançou a cabeça lentamente e seus lábios se


contraíam. —Eu chamo minha criatura de Lennox por ser meu nome de
nascimento. Meus pais preferiam Knox. Isso evitou confusão, já que era o nome do
meu pai e o nome do pai dele antes dele.

— Eu não estou chamando ela de Freya, — eu gaguejei, inclinando minha


cabeça contra ele, inalando profundamente seu cheiro calmante. —Eu sou uma
anfitriã horrível.

— Você não é uma anfitriã. Você é o rosto dela para que as pessoas não fujam
ao ver sua verdadeira forma e natureza. Nossas criaturas não são como nós ou
qualquer outra pessoa neste reino. O que somos, Aria, eles foram perdidos neste
mundo há centenas de anos. Nossas criaturas são incapazes de assumir suas
verdadeiras formas e não o fazem há mais de quinhentos anos. Duvido que algum
dia você a conheça totalmente, mas aposto que pode escolher um nome perfeito
para ela.

— Ember, — eu sussurrei, ouvindo o ronronar escapando da minha


garganta. —Ela gosta, — afirmei, mordendo meu lábio enquanto Knox me
observava com olhos sorridentes.

— Sim, Lennox e Ember soam bem juntos.

Eu chocalhei, e ele ecoou meu som como se nossos monstros internos


estivessem concordando. —Estou meio apavorada que eles estejam falando
quando tudo o que fazemos é brigar e discutir. Eles são mais avançados do que
nós?

— Muito mais avançado.

— Por que você simplesmente não me diz o que eu sou? Ou o que você é? Quer
dizer, estamos fazendo sexo e isso pode levar a bebês. Eu gostaria de saber o que
pode sair da minha vagina.
— Eu não posso ter filhos, Aria, — Knox rosnou, virando-se para colocar sua
armadura. —Coloque seus sapatos. Estamos indo embora. O acampamento está
acordado e esperando por nós.

— Sinto muito,— eu sussurrei.

— Pelo quê?— ele retrucou friamente.

— Que você perdeu sua família e não pode ter mais filhos.

— Você pode simplesmente colocar a porra dos sapatos como eu mandei,


bruxa? — Ele sibilou, colocando sua armadura recuando, virando-me para fazer o
que ele pediu.

Assim que calcei os sapatos, saí da barraca sem esperar permissão. Eu


encontrei o olhar de safira de Brander e uma sacudida de cabeça silenciosa,
sabendo que ele ouviu tudo acontecendo dentro da tenda fina.

— Ember é um nome bonito para a sua besta, Aria. — Brander estendeu a


mão, colocando meu cabelo atrás da orelha. —Você provavelmente deveria pedir
a Knox uma escova de cabelo. Você parece recém-fodida, e é perturbador quando
você já é uma criatura tão bonita.

— Provavelmente seria uma traição pedir a ele algo tão simples, — eu


sussurrei com a voz rouca, passando por ele olhando para minhas costas. —Eu sou
apenas uma bruxa inútil. Quem se importa com a aparência do meu cabelo, certo?
CAPÍTULO VINTE E UM

O exército inteiro estava pronto e esperando quando Knox chegou onde eu


estava, olhando para mim. Eu me mexi com o estado da minha libido acelerada
que ele criou junto com as emoções correndo por mim. Eu era uma mistura de
caos. Ele sorriu, totalmente ciente de que eu estava no limite e poderia implodir a
qualquer momento. Me mexendo de um pé para o outro, esfreguei minha nuca,
coberta de suor.

— Suba no cavalo e, se eu fosse você, montaria de lado, Aria.

— Estou caminhando,— anunciei com um olhar de desafio brilhando em


meus olhos. Eu não queria estar em qualquer lugar perto de Knox esta manhã,
muito menos perto o suficiente para que ele pudesse alimentar a necessidade
ardente que estava se tornando um inferno.

— Venha, de novo? — Brander perguntou, parando no meio da montagem e


virando-se para mim.

— Vou apenas caminhar, — repeti, cruzando os braços sobre o peito para


olhar para Knox. —Prefiro não estar perto de seu irmão, Brander. Ele é totalmente
imprevisível.

Suas mudanças de humor bipolar eram cansativas, assim como a sensação de


que sempre tinha que pisar em ovos. Eu dancei o suficiente em torno do que ele
me permitiu falar, que desejei ter um manual para me ajudar a navegar em Knox,
o que não estava disponível. Knox olhou para mim com um olhar de aborrecimento,
seus lábios se curvando em um sorriso sinistro que fez apreensão deslizar pela
minha espinha.
— Todas as bruxas podem andar com Aria, então. — Ele montou em seu
cavalo e meu coração caiu no meu estômago. —Essa é uma ordem,— ele rosnou,
indo em direção aos senhores que assistiam com curiosidade.

Todo mundo estava me dando um amplo espaço, menos Killian, Greer, Knox
e seus irmãos. As bruxas começaram a se enfileirar enquanto os guardas gritavam
para que avançassem. Fechei meus olhos em frustração, então os abri, nivelando
Knox com um olhar letal.

Uma bruxa deu um passo ao meu lado, com os olhos arregalados de pânico
carregando uma criança no quadril e um recém-nascido nos braços. Uma mulher
seguiu atrás dela com outro filho, tentando entregar o bebê para a mulher que já
tinha os dois braços ocupados.

— O que está acontecendo?— Ela sussurrou, olhando de mim para os


senhores.

— Eu sou uma idiota,— eu grunhi, olhando para a criança que se escondia


em suas saias, me observando. —Vou ajudar a carregá-los, já que estamos
caminhando.

— Por que estamos caminhando? — Olhos grandes e azuis seguraram os


meus enquanto uma carranca franzia a testa.

— Porque eu irritei o rei ao me recusar a cavalgar com ele,— eu admiti a


contragosto, franzindo os lábios observando a situação. Eu virei meu olhar para
Knox, que sorriu, esperando que eu engolisse e pedisse a ele para reconsiderar
meu curso. Foda-se. Eu sorri com força, virando-me para a mulher enquanto ela
falava novamente.

— Tenho três bebês e outra criança que mal consegue andar, — explicou ela.
— Está tudo bem. Podemos lidar com isso. Nós somos bruxas, — eu sorri para
ela com força, e ela olhou para mim como se eu fosse louca. Curvando-me, rasguei
pedaços de tecido do meu vestido e os olhos de Knox se estreitaram enquanto eu
destruí minha roupa de princesa, para seu aborrecimento.

Amarrei o tecido rasgado em volta do meu peito, prendendo-o em mim como


uma tipoia. Eu aceitei o bebê, colocando-a no pano e ajustando-a. Eu me inclinei
novamente, rasgando outra seção do meu vestido, ajoelhando-me para tirar seu
filho das saias com um sorriso.

— Você quer ir para uma aventura comigo, pequenino?

A criança acenou com a cabeça e eu sorri brilhantemente. Apontando para as


minhas costas, esperei até que ela estivesse perto de mim, prendendo o tecido de
uma maneira que permitiu que ela se sentasse amarrada às minhas
costas. Amarrei o material sobre meu peito, garantindo que não prejudicasse ou
incomodasse o bebê.

Eu me levantei e a mãe sorriu, balançando a cabeça. Tirei mais tecido do meu


vestido e ajudei-a a posicionar os bebês que carregava, assim como fiz com as
outras duas crianças. Embalada com bebês, estávamos prontas para
avançar. Uma pequena mão deslizou na minha, e eu olhei para trás, olhando para
as bruxas que sorriam para o conjunto selvagem que agora usávamos, coberto de
crianças. O ar frio deslizou sobre minhas pernas nuas e exalei lentamente.

— Estamos prontas então, senhoras? — Eu perguntei, e elas sorriram e


acenaram com a cabeça. —Vamos fazer isso, — murmurei, começando a avançar,
e Knox bufou enquanto seus olhos perfuravam minhas costas.

O bebê se agitou, então eu saltei, fazendo a criança nas minhas costas rir. O
que segurava minha mão começou a pular e eu ri. Meus olhos deslizaram para
Brander, que me estudou com um sorriso suave, rindo silenciosamente balançando
a cabeça.
O exército marchou pela estrada em um ritmo lento. Eu tinha certeza de que
Knox não se moveu rapidamente porque eu me recusei a montar em seu maldito
cavalo. Eu não permitiria que ele me torturasse mais hoje; isso era
certo. Ninguém se ofereceu para nos ajudar, mas não precisamos da ajuda deles,
de qualquer maneira. As bruxas eram criaturas da natureza e preferíamos a terra
sob nossos pés e o vento em nossos cabelos.

Abaixei minha cabeça, escovando meu nariz sobre a testa do bebê, inalando
seu cheiro. Ela cheirava a lavanda, sálvia e recém-nascido. Meus olhos se
ergueram, travando nos de Knox enquanto ele franzia a testa, desviando o olhar
de mim.

— Você fez o shampoo dela?— Eu perguntei baixinho, fazendo com que a


mulher se virasse para mim com confusão estampada em seu rosto.

— Bebês não podem usar shampoo, Princesa Hecate,— ela sussurrou


recatadamente antes de se curvar com seus leves fardos.

— Meu nome é Aria, — ofereci, observando seus olhos se arregalarem de


horror. —Eu prefiro ser chamada de Aria. Princesa me faz parecer delicada.

— Perdoe-me, Aria, mas não acho que alguém presuma que você é delicada
depois de sua exibição de magia e poder na outra noite. Fiz o sabonete para o bebê
desde que alguém a abandonou e a deixou infestada de percevejos. O rei encontrou
ela e os outros em uma fortaleza que ele tomou há algumas semanas. Eles haviam
deixado a pobrezinha para morrer. Abençoe-o por poupar os pequeninos e trazê-
los de volta com ele.

— Ele os salvou?— Eu perguntei, levantando meu olhar para onde Knox


cavalgava à nossa frente.

— O rei salvou todos nós, — ela admitiu com um sorriso genuíno levantando
seus lábios. —Temos a opção de nos juntar a ele ou de ter alguns dias de vantagem
fugindo do exército e daqueles que nos capturariam e nos enforcariam em suas
paredes como um aviso. O rei Karnavious provou ser diferente da maioria dos
senhores.

— Ele está salvando vocês, — eu sussurrei, quase sem fôlego.

Knox se virou, sorrindo maliciosamente me observando. Franzindo a testa


enquanto segurava seu olhar, meu pé bateu em uma pedra na estrada e eu quase
tropecei, me endireitando antes de verificar o bebê adormecido.

Nós estávamos andando por horas em silêncio quando eu finalmente saí da


minha mente. Knox estava literalmente salvando bruxas. Ele estava oferecendo a
elas um lugar em seu exército, até mesmo aos bebês. Os bebês não seriam capazes
de fazer nada até que amadurecessem até pelo menos quinze anos de idade, e então
seria duvidoso, dependendo de sua precisão mágica e parentesco. Ele estava
gastando recursos para mantê-los vivos, o que significava que ele não era um
idiota. Correção, ele não era tão idiota quanto eu pensei que fosse.

Eu estive argumentando que poderíamos salvar algumas bruxas, e ele já


estava fazendo isso! Ele estava recebendo crianças, alimentando-as, vestindo-as e
mantendo-as seguras dentro de seu exército enquanto marchava em direção ao seu
palácio. Ele os estava levando para sua casa e lhes oferecendo uma nova vida.

— Ele salva todos eles? — Eu perguntei distraidamente, virando-me para


olhar para a mulher, equilibrando a criança adormecida no meu ombro enquanto
o bebê chupava meu dedo.

—Não as das trevas, porque elas são más, — ela murmurou, saltando o outro
bebê em seus braços. —Quero dizer, nem toda a sua linhagem é má.

— Por que você diz minha linhagem?


— Porque a grande rainha é de sangue real,— ela disse, me olhando
peculiarmente. —Ela é uma versão diluída, mas todas as bruxas da linhagem de
Hecate agora estão nas trevas. Quando sua avó foi para o sepultamento, a
linhagem começou a mudar. Sem nenhum membro da linhagem real dentro dos
Nove Reinos, o poder de Hecate desapareceu da linhagem. Sabendo que estavam
enfraquecendo, sua linhagem alcançou a escuridão para manter o equilíbrio e
permanecer a raça mais forte dos reinos. Aconteceu pouco antes de o filho do rei
ficar doente.

— Quando minha mãe e suas irmãs partiram para tomar o Décimo Reino, —
eu fiz uma careta, estremecendo quando o bebê agarrou meu cabelo. —Ai, isso
ainda está preso à minha cabeça, mocinha, — eu murmurei, saltando enquanto o
bebê uivava, me fazendo sorrir. Eu fiz um barulho silencioso e ela piscou para mim
com olhos sonolentos.

— Ela provavelmente está com um pouco de fome, — afirmou a mulher,


virando-se para estender os braços para o bebê. Fiz uma pausa, trocando seus
bebês, observando com olhos arregalados enquanto ela sacava seu seio e começava
a alimentar a criança.

— Oh, sim, eu não posso fazer esse truque,— eu ri nervosamente, colocando


o outro bebê na tipóia, começando a avançar novamente quando a mulher estava
pronta.

— Perdi um bebê há alguns meses, então me ofereci para ajudar com os


abandonados. Não é sempre que temos mais pequenos. Quando eles chegaram,
aquelas de nós que puderam, compartilhamos a alimentação das bruxinhas.

— Sinto muito por sua perda,— eu disse, virando-me ao som de alguém se


movendo em nossa direção. Lore correu ao meu lado, pegando a criança que estava
pendurada em minha saia, caminhando pela trilha que estava se tornando mais
acidentada. —Obrigada, — eu sussurrei enquanto ele ria.
— Você é teimosa. O que Knox fez para que você andasse em vez de cavalgar
com ele? — Lore perguntou, ajudando a criança em suas costas.

— É uma conversa bastante inadequada para ouvidos inocentes,— eu


murmurei o calor florescendo em minhas bochechas.

— Então ele preparou aquela flor e algo a impediu de atingir a polinização?


— Lore perguntou, erguendo uma sobrancelha platinada, observando meu rosto
ficar vermelho antes de rir abertamente às minhas custas.

— Algo próximo a isso,— eu admiti, voltando-me para a mulher que estava


sorrindo fingindo que não estava ouvindo nossa conversa.

— Você está me dizendo que estamos andando porque o rei não fodeu você?
— Siobhan perguntou, vindo para ficar ao meu lado. Com o meu rosto vermelho,
ela começou a rir. As mulheres atrás de nós fizeram o mesmo, e toda a conversa
foi interrompida para que pudessem ouvir minha resposta.

— Sim! Bem, não, — eu emendei. Siobhan riu mais alto, seguindo junto com
as outras. Knox se virou, encontrando meu rosto vermelho brilhante com um
sorriso horrorizado brincando na minha boca. —Não foi assim. Ok, então foi algo
assim, mas não por falta de tentativa. Foi uma manobra absoluta para induzir um
estado de excitação sem permitir que o objetivo final acontecesse.

— Ele afiou você, não foi?— Lore piou. Ao meu olhar de frustração, ele
começou a rir quando as mulheres se juntaram a ele, para minha mortificação.

— Vocês são uns idiotas, — murmurei, mordendo meu lábio enquanto os olhos
de Knox se estreitaram em fendas, observando o grupo de bruxas andando, que riu
enquanto olhava para ele.

— O que é afiar?— a bruxa ao meu lado perguntou, e eu percebi que nem


sabia o nome dela.
— É uma coisa que você faz para levar uma mulher direto ao precipício do
orgasmo e, antes que ela o alcance, você evita que aconteça. Você pode fazer isso
por dias ou até semanas, e quando ela finalmente chega, é violento e bonito.
— Lore se virou, acenando para as senhoras que sussurravam por trás de suas
mãos, olhando para ele. —Isso mesmo, venha para o papai. Papai sabe como
dominar uma cadela muito bem, garotas!

— É um castigo cruel e inadequado, — bufei.

— Só se ele não terminar,— Siobhan forneceu.

— Sim, me diga isso em alguns dias depois que ele finalmente tiver colocado
aquela calcinha, Aria. Você vai gritar tão alto que vai derrubar os lobos terríveis
sobre nossas cabeças. O que espero que não aconteça, —Lore murmurou,
tremendo.

Eu quase tropecei de novo, me endireitando antes de plantar o rosto no


chão. Esfregando meu pescoço, ignorei a queimação em minhas pernas e a dor nas
costas por causa da criança adormecida. Virei-me para a mulher, com a intenção
de perguntar seu nome, e encontrei algo sólido. Knox endireitou meu corpo,
olhando para mim com algo escuro e perverso em seu olhar.

A multidão atrás de mim ficou em silêncio enquanto ele deslizava os olhos


sobre minha cabeça, estendendo a mão para puxar a criança das minhas
costas. Silenciosamente, eu o observei se acomodando ao meu lado, segurando a
criança e começamos a andar novamente.

— Sobre o que estamos conversando? — Os lábios de Knox se contraíram


quando voltei minha atenção para ele.

— Parece chuva. Você não concorda? — Engoli em seco quando ele ergueu os
olhos para o céu sem nuvens, deixando-os cair de volta para me estudar.
— A última vez que você disse as pessoas explodiram, Aria.

— Essas não eram pessoas, Knox, — eu fiz uma careta.

Estudando a maneira como ele segurava a criança adormecida como se ele


tivesse feito isso um milhão de vezes antes, eu sorri com força. Era fácil esquecer
que tivera um filho e estava acostumado a carregá-lo. Minha testa franziu quando
eu desviei o olhar, lutando contra a pontada de arrependimento em meu peito
enquanto minha besta tentava forçar meus olhos de volta para a visão de Knox
com um bebê em seus braços. Seu ciúme era palpável.

Knox não respondeu, optando por ignorar meu comentário enquanto


continuava andando. Mais e mais homens desmontaram, pegando crianças até
quase todos carregarem uma criança e caminharem, ou simplesmente
caminharem. Knox parou e todos nós paramos para ver o que o fez parar. Olhei ao
nosso redor, percebendo que todos estavam fora de seus cavalos, em todo o
caminho.

— Vamos fazer uma pausa no próximo riacho, — Knox bufou, olhando para
mim com olhos brilhantes, balançando a cabeça com a loucura da situação. Ele se
inclinou e roçou o nariz na minha orelha, sorrindo no meu pescoço. —Todas essas
pessoas estão andando porque sua boceta foi afiada, e todos estão cientes disso
porque você não pode sussurrar uma merda.

— Estou muito ciente do meu problema de sussurros. De acordo com os


sussurros no final da linha, a maioria presume que você não
conseguiu me desvencilhar. Se você ouviu com atenção, eles estão se perguntando
sobre suas proezas no quarto agora.

— Que porra eles estão, — ele bufou, olhando por cima do ombro. Eu sorri,
escondendo-o em meu ombro enquanto a mulher ao meu lado observava com olhos
arregalados. —Por que eles pensariam em algo tão insanamente falso?
— Porque isso acontece quando os rumores se espalham, eu acho. Tanto para
suas habilidades de sedução, — eu ri, apreciando o horror exibido em seu rosto. —
Elas estão todas assumindo que você é um homem minúsculo.

— Você percebe que se eu ativasse a sedução, você acabaria pingando como a


cachoeira que você tomou quando eu peguei sua linda bunda.

— Sinto muito, mas não acho que você poderia seduzir uma folha mole de
uma árvore em um furacão, Knox, — eu bufei, observando seus olhos se
estreitaram em mim como se ele estivesse calculando o que dizer.

Na verdade, parecia um homem planejando ir à guerra contra minha


vagina. E era uma vagina já em estado de emergência, preparando-se para agitar
a bandeira branca da rendição. Seus lábios se contraíram e meus olhos se
arregalaram enquanto as pessoas se moviam para o lado para deixar uma carroça
passar. Eu encarei, a boca aberta para a pilha de abacaxis que balançava enquanto
se movia à nossa frente, me provocando.

— Esse é o seu jantar porque estou planejando comer essa boceta, e você tem
um gosto muito mais doce quando você come um pouco,— ele sussurrou, sorrindo
maliciosamente. —E acho que veremos se o gosto fica melhor depois de comê-lo
também, não é?

— Eu me rendo, — gemi, virando-me para ver o humor dançando em seus


olhos.

— O que?— ele riu alto.

O som da risada de Knox fez Lore se virar; sua boca se abriu em choque com
o som. Fiquei triste porque sua risada era uma ocorrência tão rara que chocou seus
irmãos e seu melhor amigo. Um rápido olhar para Brander e Killian, que refletiam
o choque de Lore, confirmou isso, e eu bufei. Greer, por outro lado, sorriu
maliciosamente para mim.
— Nada. Eu retiro o que disse. Continue, Senhor Seduzo Muito.
CAPÍTULO VINTE E DOIS

Fiquei parada no riacho, molhando meus pés doloridos em suas


profundidades geladas. Knox brincou com a criança, segurando suas mãos para
mantê-la erguida enquanto ela entrava na água e começava a espirrar nos pés. Eu
entrei mais fundo, sem me importar que estava prestes a ficar encharcada com
uma criança em meus braços. Abaixando-me, molhei minhas mãos para esfriar
meu pescoço com elas. Knox me observou, baixando os olhos para a criança
adormecida na transportadora em meu peito.

Homens se aproximaram de nós, e Knox voltou a ser o rei no momento em


que falaram. Chamado para longe, Brander assumiu seu lugar, sentado em uma
grande pedra, descascando uma maçã enquanto fingia não me olhar.

Salpicos começaram e eu gritei, virando-me para a costa enquanto todos riam


às minhas custas. As crianças brincaram na água, espirrando em mim. Virando-
me para elas, eu borrifei de volta, protegendo o rosto do bebê de se molhar. Eu
gritei enquanto elas continuaram a me encharcar com água, rindo histericamente
quando fiz uma cara de horror quando todos começaram a espirrar em mim.

Siobhan se moveu ao meu lado, estendendo os braços para o bebê adormecido


que protestou como um participante relutante na luta de água. Apoiando
cuidadosamente sua cabeça, eu a entreguei antes de me virar, sorrindo enquanto
as crianças gritavam de excitação. Rindo, elas começaram a correr na água para
escapar de mim. Levantei minha saia para persegui-la, mesmo enquanto pegava
uma, evitando que ela escorregasse no fundo escorregadio do riacho.
— Não! — Eu gritei, e elas se viraram, me forçando a fazer o mesmo. Inclinei-
me em direção à água, colocando-a em minhas mãos para enviá-la de volta para
elas. Elas gritaram, rindo livremente enquanto nos molhamos.

Brander sentou-se com uma fatia de maçã a meio caminho dos lábios. Seus
olhos caíram para o vestido onde meus mamilos responderam à água
gelada. Esperei, diminuindo a velocidade enquanto as crianças se preparavam
para me ensopar novamente, franzindo meu rosto. Achatando minhas mãos, me
virei para encharcá-las, e gargalhadas explodiram quando joguei água na direção
delas, apreciando o som de sua felicidade antes que algo escuro deslizasse contra
mim.

— Vá para a costa agora!— Eu gritei bem alto, virando-me para olhar para a
água quando algo saltou de suas profundezas sem aviso.

Minhas unhas se estenderam e chocalhei levantando os braços e girando para


cortar a cabeça de um corpo comprido e viscoso em um movimento rápido e
calculado. Eu tinha certeza de que não tive nada a ver com isso, já que o chocalho
que escapou de mim era todo monstro e sem Aria. Uma cobra grande e muito morta
flutuou na superfície antes de afundar na água.

Brander estava ao meu lado no instante seguinte, enquanto uma figura


escura descia a barragem do outro lado do riacho. Um véu escuro escondia seu
rosto, e seus braços nus eram negros, cobertos por glifos pulsantes que
aumentavam seu poder.

— Ouvimos seu desafio, Princesa Aria. As bruxas dos Nove Reinos atenderam
sua chamada. Seu sangue é impuro, seu coração está contaminado e seu corpo está
disposo para o pênis de seu inimigo. Nossa rainha, no entanto, ainda deseja se
encontrar com você. Seu desafio pela coroa a intrigou, considerando que o sangue
que corre em suas veias não tem a pureza necessária para se sentar no trono.
— Não era apenas sobre sangue. A lei declara que quando um desafio é
lançado para a rainha, cada parte deve se reunir no campo de batalha para
determinar quem é mais poderosa e quem é a bruxa legítima para se sentar no
Trono Superior das Bruxas. Eu tenho sangue de Hecate suficiente em minhas
veias para desafiar Ilsa, — eu rosnei, observando seus olhos vidrados de branco
para preto, com lodo escorrendo pelo rosto. —Eu, por meio deste, desafio você para
o trono, sua vadia má. Você traiu Hecate e eu sou seu carrasco. Encontre-me no
campo de batalha e lute comigo.

— Você é uma abominação, Aria Hecate!— a bruxa sibilou quando a saliva


escapou de seus lábios, misturada com secreção negra.

— Minha mãe me chamou de muito pior, Ilsa, Grande Rainha de Vãkya,—


eu bufei, impressionada com sua demonstração de poder.

— Eu vou matar você, Aria!

— Estou bem aqui, venha me buscar, vadia, — eu desafiei, segurando minhas


mãos no ar.

— Você não entende meu alcance ou mesmo o poder que corre em minhas
veias, sua criança estúpida. Eu sou a Grande Rainha de Vãkya desde que a própria
Hecate me colocou no trono!

— Então eu diria que você está muito atrasada para as férias. Hecate nunca
permitiu que bruxas tocassem a escuridão; pela primeira vez, as trevas levaram
suas almas. Encare os fatos, você é notícia velha e estou aqui para substituir seu
traseiro canceroso. Você traiu as bruxas dos Nove Reinos, forçando-as a alcançar
a escuridão! Você poderia ter deixado a magia ir, para retornar à terra,
reabastecendo-a. Sua ganância deixou nosso povo em ruínas! Você é péssima
como governante e vai me enfrentar!
— Quem disse? Você se foi há muito tempo, bruxinha, e Hecate
também. Mudamos as leis. As bruxas se curvam para mim ou morrem. Você não
tem direito ao meu trono. Você não é forte o suficiente, nem chega perto. Eu tenho
o poder das trevas e você ainda está encharcada de luz. Eu nego seu desafio e seu
direito à coroa.

— Ela acabou de me dizer não?— Eu perguntei, franzindo minha


sobrancelha, virando-me para encontrar Brander olhando para a bruxa.

— Não, ela não pode, pelas leis dos Nove Reinos, — ele disse.

A magia correu em nossa direção sem aviso. Erguendo minhas mãos, entoei
na língua ancestral de meus ancestrais, puxando-a para mim enquanto ela lutava
para permanecer no lugar. A magia bateu contra mim e Brander agarrou meus
pulsos, liberando minha magia e as crianças atrás de mim gritavam de medo.

Eu me concentrei na bruxa, forçando sua luz à superfície. Eu não parei, nem


mesmo quando ela começou a uivar de horror com a sensação de pureza
escorregando de sua alma apodrecida. Seus olhos mudaram para um azul
surpreendente quando a escuridão voltou para Ilsa, que manteve o controle
enquanto eu libertava a bruxa que ela empunhava como uma marionete. Os gritos
se intensificaram quando a pele da bruxa ficou sem marcas, e sua alma subiu à
superfície, forçada pela magia que eu estava desenhando.

Gritei o cântico mais alto, continuando as palavras enquanto ela sibilava,


implorando para eu parar. O suor escorria pela minha testa, escorrendo em gotas
pelo meu rosto com o poder que usei. Eu forcei a magia do mal oleosa para fora
dela, empurrando-a de volta para a fonte, seguindo-a até a localização de Ilsa. Eu
estava a instantes de removê-la quando uma lâmina deslizou por sua garganta e
sua cabeça voou para a água, flutuando ao lado da cabeça da serpente.

A conexão com a magia se quebrou e meus joelhos cederam. Eu afundei sem


ossos na água turva. Brander colocou as algemas em meus pulsos, olhando para
mim com olhos cheios de preocupação. Lutei para ficar de pé, apenas para cair de
volta, até que Brander me ajudou a levantar.

— O que diabos está acontecendo com ela?— Knox gritou, aproximando-se de


nós da margem oposta.

— Você desligou a conexão, — afirmou Siobhan, caminhando para onde eu


ofegava por ar. — Você enviou a magia que Aria estava usando com a Grande
Rainha das Bruxas, dando a ela um chute extra de magia. Isso significa que sua
bruxa está drenada, e a rainha não. Você precisa levar Aria para um lugar seguro,
porque agora, Ilsa sabe que sua bruxa é um alvo fácil. Ela vai chamar todas as
bruxas das trevas para vir atrás dela porque está indefesa. Precisamos ir agora.

Brander se abaixou, me arrastando totalmente para fora da água antes de


marchar em direção à costa. Knox apareceu do nada na nossa frente, me puxando
para seus braços. Ele me ergueu, gritando ordens para os homens ao redor
enquanto eles agarravam as jovens bruxas, correndo em direção às carroças com
elas. Eu gemi, a dor me cortando com o vazio abrupto da minha magia. Minha
alma se sentiu drenada junto com a magia que Knox acabara de alimentar com
Ilsa.

— Estamos usando cavalos agora, mulher, — anunciou Knox. Eu balancei a


cabeça fracamente, envolvendo meus braços em volta do pescoço, permitindo que
seu corpo aquecesse o meu. —Você deveria ter me avisado sobre quebrar uma
conexão.

— Não estou acostumada com ninguém me ajudando a lutar, Knox, — admiti,


inclinando-me para mais perto dele. Ele roçou sua bochecha na minha testa,
entregando-me a Killian para montar em seu cavalo antes de me aceitar em seu
colo. Ele ajustou minhas pernas para envolver sua cintura, puxando sua capa para
aquecer meu corpo trêmulo.
— Acostume-se. Você não está mais sozinha, bruxinha. Vá para a Fortaleza
de Killamore e encontre-nos lá, — Knox gritou para os outros homens, a maioria
dos quais estava ocupado reunindo as crianças que se espalharam com o meu grito
para se moverem. —Vamos,— ele rosnou, forçando seu cavalo a decolar
rapidamente. Eu o segurei com força, empurrando meu rosto em seu perfume
calmante, ronronando enquanto me apressava em direção à segurança.

— Ela acabou de desafiar a porra da grande rainha, — Killian disparou ao


nosso lado, mantendo o ritmo enquanto os homens formavam um círculo ao redor
do cavalo de Knox.

— Ela é Aria. Ela simplesmente faz merdas assim, —Lore bufou,


acompanhando Knox, que não se incomodou em respondê-los.

— Você não entende, — rosnou Killian, a voz tingida de preocupação. —Ela


poderia aceitar o desafio de Aria! Se ela mudar de ideia, a grande rainha pode
convocar Aria para esse desafio, Lore.

— Ela não vai, — declarou Knox sem hesitação. —A cadela má não sai do
esconderijo há mais de quinhentos anos. Ela não vai sair a menos que seja
encontrada e forçada a se expor. Aria tem que desafiá-la onde os outros ouvem. A
única maneira de chamar a Grande Rainha das Bruxas é gritar o desafio onde seu
povo se reúne para adorar a prostituta. Se ela parecesse fraca aos olhos daqueles
que a seguiam, ela seria forçada a enfrentar a bruxa Hecate que a desafiava, ou
pareceria muito fraca para segurar seu trono.

Algo passou por nós e Knox empurrou o cavalo para a esquerda segundos
antes de ele bater. Ele se virou, olhando na direção de onde o raio de magia tinha
vindo. Eu levantei minha cabeça de seu peito, virando-me para encarar a bruxa
deslizando para fora da linha das árvores. Lore apareceu atrás dela, torcendo seu
corpo enquanto suas lâminas desciam, cortando sua garganta e torso com um
movimento bem colocado que fez minhas sobrancelhas levantarem.
— Vá!— Lore gritou, virando-se quando outra bruxa apareceu atrás dele.

— Killian, fique com ele, — gritou Knox, forçando seu cavalo para frente.

— Você não pode deixar Lore para trás, — sussurrei, e Knox balançou a
cabeça. —Knox, ele é seu irmão!

— Ele tem setecentos anos e sabe matar bruxas, Aria. Elas não estão atrás
de Lore, elas estão atrás de você, e você é minha. Ninguém machuca minha garota,
não quando podemos evitar que isso aconteça, — ele rosnou, fazendo uma curva
quando um enorme castelo apareceu. Ele aumentou o ritmo, empurrando o cavalo
quando algo bateu em sua lateral, fazendo-nos voar pelo ar.

Eu gritei, e a dor me percorreu quando bati no chão. O sangue cobriu minha


testa e eu me levantei do chão, gemendo enquanto a magia enchia a clareira fora
do castelo. Knox levantou a cabeça, encontrando-me com uma expressão de medo
nos olhos. Ele se virou para a bruxa que se aproximava, enviando corvos correndo
em sua direção como se tivessem vindo de sua carne. Só que era um bando inteiro
de filhos da puta com penas.

Brander praguejou com veemência, saltando de seu cavalo no ar enquanto


uma sombra escura navegava em nossa direção. Ele girou, trazendo uma espada
na garganta da bruxa, enviando sangue respingando no meu rosto. Eu rastejei no
chão, movendo-me para Knox, que se levantou, estalando o pescoço. Ele estendeu
a mão atrás de suas costas, produzindo lâminas duplas, dando um passo na minha
frente enquanto Brander deslizou atrás de mim.

— Pronto, irmão?— Knox perguntou, virando-se para olhar para mim por
cima do ombro.

Seu rosto mudou, e linhas pretas escaparam de seus olhos, mudando a cor
para ônix recém-polido conforme suas feições se acentuavam, tornando-se mais
definidas. Suas unhas se alongaram e seus dentes empurraram suas gengivas. As
linhas ao redor de suas pupilas escuras ficaram azuis fluorescentes e sua cabeça
se inclinou. O sorriso que se espalhou em seus lábios era sinistro.

Brander balbuciou, abaixando a cabeça antes de se virar, sorrindo para mim


com dentes longos que espelhavam os meus e os de Knox. Lore e Killian rondaram
pela clareira, feições afiadas semelhantes e dentes serrilhados protuberantes
empurrados de suas gengivas enquanto suas unhas se alongavam.

Eu me levantei lentamente, chocalhando enquanto meus dentes deslizavam


de minha gengiva, e minhas unhas empurraram minhas pontas dos dedos
enquanto os homens chocalhavam em aprovação. Rosnando baixo, eu ronronei
enquanto eles levantavam suas espadas para atacar enquanto as bruxas se
aproximavam da linha das árvores que nos cercava.

Knox e seus homens não se afastaram de mim, optando por formar um círculo
ao meu redor enquanto a magia negra deslizou para o campo. As bruxas
desapareceram atrás de um véu de magia, enviando uma espessa névoa para a
clareira. Fechei meus olhos, forçando meus sentidos a buscar sua posição.

— Foda-se,— Killian rebateu.

— Eu sei onde elas estão,— eu sussurrei, mantendo meu foco enquanto as


bruxas se aproximavam.

— Elas são invisíveis, porra,— Lore rosnou.

— Não, elas são mágicas, mas eu também,— eu ri friamente. Eu senti a lasca


de magia antes que elas atacassem. —Esquerda, — sussurrei, e Knox girou
cegamente, enviando sangue preto pelo ar. —Certo. — Lore se balançou, cortando
uma cabeça quando um corpo caiu no chão a seus pés. —Extrema esquerda,— eu
sibilei novamente. —Baixo à direita. — Killian balançou, e continuamos comigo
chamando sua localização e os homens balançando cegamente, incapaz de sentir
as bruxas vindo em nossa direção.
Quando terminamos, eu estava exausta. Eu deslizei para o chão de joelhos
entre os homens, me segurando enquanto eles se viravam, vendo minha forma
machucada antes de olhar ao redor para os corpos em decomposição. Eles
balançaram habilmente, atacando sem me questionar enquanto eu os ajudava a
escapar dos ferimentos.

Mais bruxas entraram na clareira e eu cantei de joelhos, coberta de


suor. Ainda molhada do riacho, estremeci com o frio da névoa. Meu canto derrubou
o véu que mantinha as bruxas além da vista dos homens e, no momento em que
ele se foi, elas avançaram para atacar.

Eu assisti por entre suas pernas enquanto eles dançavam ao som de um


tambor de batalha que só eles podiam ouvir, movendo-se com fluidez. Eles
cortaram cabeças, membros e torsos até que muitas bruxas nos cercaram para eles
lutarem.

O poder deslizou pela clareira, e eu senti a terra respondendo ao chamado


enquanto corpos começavam a explodir, estilhaçando-se como vidro enquanto
Knox sussurrava palavras em um idioma, não o seu. As palavras ecoando
enviaram um arrepio correndo por mim enquanto ele destruía as bruxas das trevas
com a magia que ele puxou à força da terra ao nosso redor.

Centenas de bruxas escaparam pela floresta e, assim que alcançaram a linha


das árvores, se espatifaram como se fossem bonecas de porcelana colocadas no
forno. Um tremor de inquietação percorreu minha espinha enquanto levantei meu
olhar. Lascas de linhas vermelhas percorreram os antebraços de Knox como se ele
tivesse roubado brasas de um incêndio que o alimentou. Foi semelhante a minhas
mãos ficando pretas; apenas os dele eram vermelhos. Assim que os números
diminuíram, cedi de alívio. Meus olhos se fecharam quando Knox me ergueu em
seus braços, movendo-se em direção ao castelo.

— Acenda, Lore, — Brander estalou, e a palma da mão de Lore explodiu em


chamas enquanto ele a abaixava para o chão. Eu assisti enquanto o fogo disparava
através da fortaleza, deslizando pela parede para acender as tochas, acendendo
todas de uma vez.

O portão fez um barulho e a corrente baixou a ponte levadiça. Knox não


parou, saltando sobre ela antes mesmo de atingir totalmente o solo, deslizando
para o pátio fortemente iluminado do castelo enquanto os homens nos seguiam.

— Killian, segure a parede e nos alerte se elas tentarem atacar. Lore, levante
as proteções, Brander, venha me ajudar com Aria.

— Estou bem, Knox, — murmurei fracamente. —Só preciso descansar um


pouco e me recarregar.

— Você não parece bem!— Knox explodiu com o medo gravado em seu tom.

— Eu estou, entretanto, prometo. Você não vai se livrar de mim tão


facilmente. Eu sou realmente difícil de matar, — eu sussurrei, inclinando minha
cabeça em seu ombro, sorrindo para ele. —Adicione proteções para roedores e
criaturas que possam romper as paredes facilmente. Elas os usarão para nos
observar das sombras, para aprender nossos planos e fraquezas. Os vermes e os
gatos podem contornar as proteções e chegar até nós onde as formas corpóreas da
bruxa não podem.

— Você está revelando segredos, Monstrinho?— Knox perguntou


suavemente.

— Só o delas, mas posso lhe dizer um dos meus se quiser ouvir.

— E o que seria, Aria? — Ele perguntou, virando-se para garantir que os


homens não enfrentassem dificuldades ao tomarem suas posições.

— Eu ainda estou com tesão, idiota, — eu sussurrei, o que aparentemente


não era um sussurro porque todos os homens começaram a rir, virando-se para
olhar para nós.
Knox exalou e balançou a cabeça lentamente. — Se a guerra depender de suas
habilidades de sussurro, Aria, estamos todos ferrados.

— Pelo menos alguém está, certo? — Eu exalei lentamente e meus olhos se


fecharam enquanto ele se movia para o castelo.
CAPÍTULO VINTE E TRÊS

SORAYA

Corremos para o castelo, olhando para a besta nas paredes que observavam
enquanto entrávamos. Meu coração disparou, sabendo que Aria quase chamou a
luz de volta para uma alma. Isso significava que ela poderia trazer Julia de volta
da magia negra de Ilsa que a enchia e a prendia em sua mente.

— Preste atenção, Soraya, — Siobhan rosnou quando eu corri para suas


costas, colocando a criança em seus braços no chão.

Eu me inclinei, pegando o bebê para embalar em meus braços enquanto


olhava para Brander, que me observava estreitando os olhos. Eu beijei a cabeça do
bebê distraidamente, deixando cair meu olhar imediatamente em seus olhos
quando o calor encheu minhas bochechas.

Aria quase libertou uma bruxa das trevas! Havíamos passado inúmeras
noites tentando libertar as bruxas, apenas para que elas murchassem e morressem
em nossos braços. Milhares delas morreram antes de desistirmos de encontrar
uma cura.

— Você viu isso?— Eu perguntei, incapaz de evitar que as palavras saíssem


da minha garganta. A esperança era uma coisa perigosa. Isso fazia as pessoas
pensarem que podiam transformar esse inferno no que era antes de Ilsa, e a magia
negra se espalhou como uma praga pelos Nove Reinos.

— Quieta. Eles estão ouvindo, — Siobhan murmurou, virando-se para me dar


um olhar penetrante.

Meu coração estava disparado e a pele do meu pescoço se arrepiou. Eu me


virei, olhando para Killian, que me encarou, seguindo lentamente atrás de
nós. Seus olhos azul celeste eram penetrantes e cheios de desconfiança. Minha
mente se fechou e empurrei tudo para longe de mim para endurecer minhas
feições.

Não seria um choque para qualquer um de nós ficar animada com o que Aria
fez. Não havia ninguém dentro dos Nove Reinos que não tivesse perdido alguém
para a escuridão. Eu acreditei na história de Esme depois de ver o que Aria fez
com sua raiva desencadeando uma violenta tempestade de granizo e removendo
quase completamente a escuridão.

Entreguei o bebê para Dana, sorrindo antes de me mover em direção à velha


que distribuía tarefas e roupas de cama para nós usarmos. Sorrindo, ela olhou,
revirando os olhos e cruzando os braços sobre o peito.

— O que você quer, Soraya? — Ela perguntou, e eu sorri.

— Onde vou dormir esta noite, seu morcego velho?— Eu perguntei


provocativamente, observando a forma como os olhos dela deslizaram por cima do
meu ombro. Meu estômago apertou e se agitou quando o poder chiou sobre minha
carne. Fechei meus olhos, então olhei por cima do ombro, encontrando Killian
atrás de mim.

— Venha comigo, bruxa, — ele rosnou, começando a avançar antes que eu


recuperasse o fôlego.
Ao contrário de Brander, Killian me assusta. Sua persona era dura e cheia
de aversão às bruxas. Eu sabia quem ele era e o que tínhamos feito com ele, e
embora não o culpasse, também o temia. Seu passo era apressado, mas parou para
falar em sua língua com um guarda. Killian deu um passo para o lado, revelando
uma sala, estendendo o braço para mostrar que eu deveria entrar.

Eu deveria estar escapulindo para uma sala para entrar em contato com Ilsa,
mas eu tinha certeza que Killian estava prestes a me interrogar. Passei por ele,
examinando a sala que continha uma única mesa e duas cadeiras. Meu batimento
cardíaco trovejou no meu peito, e silenciosamente esperei minha cabeça deixar
meu corpo.

Interiormente, gritei enquanto Killian ficava atrás de mim em


silêncio. Virando, eu o descobri diretamente atrás de mim, e ele sorriu, levantando
a mão para afastar o cabelo escuro do meu rosto. Ele não falou, e era enervante. O
calor deslizou em meu núcleo com a forma como ele me estudou como se estivesse
trabalhando para me descobrir enquanto eu estava de pé, silenciosamente
gritando dentro da minha cabeça.

— Como posso servi-lo, meu Senhor? — Sussurrei, incapaz de parar o tremor


em meus lábios.

Os homens invadiram a sala e eu caí de joelhos, curvando a


cabeça. Abaixando, coloquei minhas palmas para cima enquanto minha testa
roçava o chão. Eu tremi, me perguntando quantos vieram para me estuprar. Tudo
dentro de mim gritou quando um soluço silencioso balançou pelo meu corpo. Uma
mão tocou meu ombro e eu sussurrei o que eles haviam me treinado para dizer.

— Estou aqui para o seu prazer e entretenimento, meu Senhor. Por favor,
pegue o que quiser de mim, — eu disse com os lábios trêmulos.

— Inferno, mulher. Levante-se, — rosnou Brander.


— Eu desagradei você? — Eu perguntei, levantando lentamente meus olhos
para encontrar os dele cheios de compreensão e compaixão. —Eu posso ser melhor.

Brander se ajoelhou, roçando os nós dos dedos na minha bochecha. —Você


está aqui para olhar a porra de um mapa. Você não se submete a ninguém que não
ganhou sua porra de respeito e confiança. Eu sei que eles treinaram você para ser
submissa, mas vamos ser honestos aqui. Você não é submissa, você está ferida;
aqui, — ele disse, tocando minha testa, — e aqui, — ele apontou para o meu
coração.

Brander estendeu a mão e eu a encarei por um momento antes de olhar ao


redor da sala, encontrando bruxas e homens me observando com a mesma
simpatia e compreensão que Brander tinha mostrado.

— Eu assumi…

— Você presumiu que planejávamos estuprar você. Não somos esse tipo de
pessoa. Se você dorme com alguém aqui, é porque você quer. Vamos, fique de pé.
— disse ele, puxando-me com ele.

Killian estreitou os olhos em mim com algo semelhante a


preocupação. Balançando a cabeça, caminhou até a mesa enquanto um homem
puxava um pergaminho enrolado, desenrolando-o sobre a mesa.

Era um mapa dos Nove Reinos, e nele havia lugares riscados em tinta
vermelha. Meus olhos deslizaram para Siobhan, encontrando-a me estudando com
pesar e compaixão. Eu sabia que ela tinha sido poupada em uma idade jovem, mas
ela foi estuprada e machucada antes de servir ao rei de Norvalla. Sua família foi
massacrada e ele era seu salvador.

— Aria estava aqui quando a encontramos,— Brander afirmou, apontando


para uma das fortalezas mais fracas. —Então ela se mudou para cá, dizimando-o
facilmente. Depois, ela se transformou em um cavalo de Tróia e ganhou entrada
nesta fortaleza, que é onde os homens de Aden a encontraram pela primeira vez.

— Você disse que eles tinham cabelos prateados e olhos


turquesa?— Perguntou Siobhan.

— Eles pareciam ter os mesmos pais, mas todos nós sabemos que isso é
impossível com a linhagem Hecate. Apenas um parecia sexualmente interessado,
e Knox lhe deu um show. Ele marcou Aria na frente dele, mostrando que Aria se
submetia a Knox e apenas a ele. Isso deveria tê-los impedido, mas ainda assim nos
seguiram até Dorcha. Nós os vimos fora do acampamento, escondidos onde
pensavam que não notaríamos. Hoje eles estavam mais perto, mas Aria estava em
perigo. Eles não interviram para protegê-la. Acho que a querem pela mesma razão
que Lorde Andres queria. Eles pretendem engravidá-la. Ela não é o produto final
de quem a criou. Ela é o primeiro passo para criar um monstro imparável. Aden só
quer seu útero. Felizmente para nós, ela não consegue sentir o cheiro de merda
além do cheiro de Knox.

— Não posso evitar que eles a alcancem se não soubermos quem ou o que são,
Brander, — Siobhan admitiu suavemente, sua mão empurrando o mapa ainda
mais. —A magia de Aria é confusa e inimaginável. Ela choveu fogo dos céus, e isso
não a enfraqueceu. Eu não vi nada parecido, ou ela. O rei vai duramente contra
ela, e ela se levanta imediatamente e não guarda rancor contra ele por muito
tempo, pelo que tenho visto.

— Você perdoa alguém até não poder mais perdoá-lo. Depois de chegar a esse
ponto, não há perdão dentro do poço para oferecer. O rei vai empurrar Aria longe
demais, e ela não vai perdoá-lo, — sussurrei, fazendo com que todos os olhos se
voltassem para mim.

— Se isso acontecer, ela está morta. Não podemos arriscar que Aria nos
ataque, — Killian grunhiu. —Ela queimou tudo, eliminando qualquer vestígio de
vida dentro daquela fortaleza. Aquela garota levou cinco minutos para massacrar
um exército inteiro e refazer a terra para o que ela queria que fosse. Curiosamente,
ela gerou cicuta com sua magia. As bruxas erradicam a planta, pois podemos usá-
la contra elas. Aria cultivou um campo inteiro disso, e então algum idiota tentou
matá-la com sua criação. Quero saber quem foi e por quê.

Eu engoli, levantando meus olhos para Siobhan. Ela segurou meu olhar e se
virou para Killian. — Fiz isso porque Aria deveria ser imune se sua metade besta
for dominante. Ela não estava imune.

Ele ficou tenso, olhando para Siobhan. —Você tentou assassiná-la?— Killian
rosnou.

— Não, o copo só tinha cicuta fora dele. Não teria matado Aria, mas testou
minha teoria. Brander tinha o antídoto em sua tenda médica para as
queimaduras, então eu sabia que iria curá-la rapidamente. Você não está me
ouvindo, Killian. Aria não tem uma metade dormente. Ambos são ativos e
prósperos. A questão é que ela ainda nem descobriu como usar sua magia de
Hecate. Ela confia em sua besta e na magia que ela atrai da terra. As bruxas
Hecate são sempre dominantes na magia, o que significa que ela ainda não atingiu
seu potencial total. Aria fez chover o inferno na terra e o mundo tremeu em sua
presença. O que acontece quando ela usa sua magia e a exerce?

Os homens engoliram em seco o desconforto das palavras de Siobhan. Passei


meus dedos pelo mapa, passando rapidamente pela localização do Reino de
Vãkya. Eu sabia o que aconteceria quando Aria ganhasse sua magia e o que
significaria tê-la em seu potencial máximo.

— Isso é fácil, Siobhan. Aria entra no Palácio de Vãkya e remove Ilsa do


trono. Presumimos que ela não descobriu como usar sua magia, mas Aria não é
estúpida. Há inteligência em seus olhos que brilha por dentro. — A porta se abriu
e eu parei quando o rei entrou para ficar ao lado de seus irmãos.

— Continue, — afirmou o rei, olhando para o mapa.


— Aria não é como nós. Ela depende de sua criatura para guiá-la. Eu a
observei, sabendo que ela foi criada ou nasceu para ser nossa rainha. Aria quase
conseguiu remover a escuridão da bruxa na margem do rio. Ninguém mais dentro
dos Nove Reinos chegou perto de completar tal façanha. E se ela usou sua magia
e não precisa dela porque a magia dentro dela é tão poderosa,que adicionar mais
se tornaria instável?

— Muita magia nunca é um problema, — Siobhan bufou.

— Não se for apenas mágica. Aria puxou a magia dos Nove Reinos para ela,
magia pura, não adulterada e poderosa. Adicione a magia da linhagem de sangue
Hecate a isso, e você teria um inferno de um monstro. Seria muita
magia. Ninguém dentro dos Nove Reinos exerce dois tipos de magia ao mesmo
tempo. Torna-se instável e Hecate assassinou aqueles nascidos de duas raças que
abrigava seu próprio tipo de magia. Por quê?

— Porque eles eram mais poderosos do que a Deusa da Magia, — declarou


Knox, encostando o corpo na mesa. —E se Aria não foi criada para usar contra
nós? E se ela foi criada para destruir as bruxas? — Ele perguntou, virando os olhos
azuis esverdeados para Siobhan.

— Isso explicaria por que ela não foi assassinada, — respondeu Killian.

Knox assentiu, suspirando olhando para o mapa que marcava cada castelo,
fortaleza ou lugar que Aria havia dizimado. —Isso explicaria muito, mas também
criaria muito mais perguntas.

— Aria é uma fênix?— Eu perguntei baixinho, observando seus olhos se


virarem para mim.

— Não sabemos, mas matá-la não é uma opção para descobrir se ela é, —
afirmou Brander, segurando meus olhos com algo queimando dentro dos
dele. Curiosidade ou interesse? Ambos me apavoraram.
— Elas morreram há muito tempo, e não há nenhum vestígio delas desde que
Hecate decidiu que o fogo era muito perigoso para permitir que permanecessem
nos Nove Reinos. Aria chamou as chamas de sua raiva quando gritou de dor por
causa do ataque. Ela era um incêndio. Você disse que algo se moveu na coluna
dela? E se forem asas? As mulheres Fênix tinham asas e, ainda assim, mantinham
sua forma humana como Aria. Elas aninhavam e geravam ninhadas. É possível
que elas tenham caído no chão. Alguns poderiam ter escapado do genocídio de
Hecate em sua raça, mas eles se esconderam por tanto tempo que não faria sentido
voltar apenas para gerar uma filha. Eu pude ver um filho. Aria é uma mulher por
dentro e por fora, — declarou Siobhan, e Knox bufou, seus olhos se enchendo de
necessidade. —Pare de pensar com o seu pau, Rei Karnavious, — ela murmurou,
o calor enchendo seu olhar enquanto ele estreitava os olhos.

— Como você controla os dois?— Lore perguntou, e meus olhos deslizaram


para as calmantes brasas douradas de seu olhar. —Você a reivindica e a torna
sua.

— Posso fazer uma pergunta pessoal? — Perguntou Siobhan, olhando para


Knox.

— Isso depende da pergunta, mulher, — disse ele com uma expressão


cautelosa.

— Você sabe que Aria se tornará a Grande Rainha das Bruxas; isso é um
fato. Você sabe que ela tem o sangue de Hecate em suas veias. Você percebe que
ela é como você, ou muito semelhante a você. Já considerou se casar com ela,
reivindicar a coroa e ela antes que ela atinja seu potencial? Nenhuma bruxa
Hecate jamais se casou ou permitiu que um homem governasse seu trono. A razão
é que, assim que o fazem, entregam seu poder ao marido, combinando duas vidas
em uma única fonte de poder. Eu sei o que você pode fazer, mas você pode imaginar
isso combinado com o que ela pode fazer?
— Eu considerei isso, — afirmou ele, dando um passo para trás para olhar
para ela. —E rejeitei porque o que corre em suas veias assassinou meu filho. Fiz
um voto e nunca hesitarei em cumpri-lo. Mantenha essas palavras fora da sua
boca, Siobhan. Esta reunião acabou. Volte para a sua posição. — O rei olhou para
ela antes de se virar e sair da sala com Killian e Lore atrás dele. Comecei em
direção à porta, mas as palavras de Brander me pararam.

— Fique, Soraya, — ordenou ele, e Siobhan também parou. —Vá embora,


Siobhan. Volte para as bruxas. — Assim que a porta se fechou atrás dela, ele sorriu
e rosnou. —Submeta-se.— Eu bati no chão, espalhando meus quadris enquanto
minha testa tocava o chão.

Brander se moveu ao meu redor, seus pés foram a única coisa que eu pude
ver antes de ele se ajoelhar na minha frente, puxando minha cabeça pelos meus
cabelos, puxando-me com ele.

— Por que diabos você se submeteu? — Ele perguntou, sua mão


simplesmente segurando meu cabelo para trás até que eu forcei meus olhos nos
dele.

— Você disse para me submeter, — eu engoli o medo que ele criou.

— Eu ganhei seu respeito? Eu mereci sua submissão? — Ele perguntou, me


liberando.

— Não, — eu sussurrei com os lábios trêmulos.

— Submeta-se!

Eu caí no chão, voltando à pose. Brander bufou, abaixando-se para me puxar


de volta.

— Por que diabos você está de joelhos?


— Você disse para me submeter, — eu chorei, lutando contra o medo que me
encheu até que as lágrimas picaram meus olhos.

— Ainda não mereci sua submissão, não é?

Eu balancei minha cabeça, e ele gritou mais uma vez. Eu caí, recusando-me
a abaixar minha cabeça. Ele se ajoelhou, levantando meu queixo com o
dedo. Sorrindo cruelmente, deslizou a mão em volta da minha garganta e me
puxou para cima, me forçando a andar para trás até que me jogou contra a
parede. Suas mãos pegaram as minhas, empurrando-as acima da minha cabeça.

— Você não se submete a ninguém, a menos que eles tenham merecido, — ele
sussurrou com voz rouca. —Você está com medo ou excitada?

— Ambos,— eu admiti, observando enquanto ele se inclinava mais perto até


que sua boca estava a um fio de cabelo da minha.

— Seu corpo cheira a necessidade e medo. Você está molhada, e ainda assim
treme de medo, — Brander rosnou, apertando meu lábio inferior entre os
dentes. Liberando-o, ele esmagou seus lábios contra os meus, empurrando a outra
mão pelo meu corpo. Levantando meu vestido deslizando sua mão contra meu
clitoris.

Eu me movi contra ele, beijando-o com uma fome que nunca senti antes. Ele
rosnou contra meus lábios, empurrando minha calcinha de lado, deslizando seus
dedos pela umidade entre minhas coxas. Os nós dos dedos roçaram meu clitóris e
eu gemi minha necessidade por ele. De repente, ele deu um passo para trás, me
olhando com um sorriso pecaminoso em sua boca sedutora.

— Você não se submete a ninguém nunca mais. Você não fode mais ninguém,
entendeu? Vire-se e olhe para a parede. — Eu engoli, girando para fazer o que ele
ordenou, abrindo minhas pernas para ele. —Você acabou de se submeter a mim,
porra?
— Não, eu me virei porque queria ver o que você faria com meu corpo se eu
obedecesse, — eu engoli, colocando minha cabeça contra a parede, desafiando-o a
brincar com a escuridão caótica que vivia dentro de mim.

— Não até que eu ganhe seu respeito, mulher, — ele sussurrou, e eu me virei
quando seus passos se moveram pelo chão e a porta se fechou atrás dele.

Eu não me movi, segurando minha pose até que a porta se abriu mais uma
vez, fazendo meus lábios se curvarem em um sorriso. Eu me virei e Siobhan jogou
quartzo ao meu redor. Entrando no círculo, inclinei minha cabeça.

— Cuspa tudo o que você quer dizer, — ela exigiu. —Você tem menos de cinco
minutos antes que eles sintam os cristais e percebam que não somos quem eles
pensam que somos.

— Por que diabos você está dizendo a ele para se casar com Aria?— Eu exigi,
observando seus olhos se estreitando em mim.

— Prefiro que ele acalente a ideia de se casar com aquela garota do que
apagar o fogo dela. Pelo amor da deusa, ela dançou com os órfãos na frente de uma
fogueira e os carregou consigo, sem se importar que eles a pesassem e a
incomodassem. Se Aria for mais forte que Ilsa, podemos sobreviver a esta guerra
ainda.

— Você viu o que ela fez, Siobhan. Ela pode desfazer a escuridão e fazer
chover fogo do céu, — eu disse enquanto segurava seu olhar.

— Ela falhou. Não podemos saber se teria funcionado sem ter visto a bruxa
depois. E Knox pegou sua cabeça. Brander é um excelente amante, mas é um
homem assim como os outros. Eles gostam de nos mostrar que são alfas. Se eu
fosse você, manteria distância. Agora, quem diabos é você e por que está aqui,
Soraya? — Siobhan exigiu, e eu engoli, inclinando minha cabeça enquanto a
estudava.
Aria não era qualquer bruxa. Ela era a bruxa prometida, aquela que Ilsa
temia ter nascido nos Nove Reinos. Eu a ouvi falando com as sombras, exigindo
que caçássemos aquelas com maiores volumes de sangue de Hecate em suas
veias. Agora eu sabia por quê. Aria colocaria fogo nos Nove Reinos, e eu pretendia
estar bem ao lado dela quando o fizesse, porque ela era a chave para libertar Julia
de Ilsa.

Eu planejei libertá-la matando-a. Não suportava a ideia de Julia ser uma


eterna fonte de energia para Ilsa. Ninguém merecia ser, mas sem outra bruxa forte
o suficiente para enfrentá-la, todos fomos forçados a lidar com a realidade de que
era inevitável. Não mais. Meus olhos deslizaram para o sol que estava se pondo
enquanto Siobhan praguejava baixinho, removendo o quartzo.

— Eu não sou sua inimiga, Siobhan. Eu sou sua aliada.


CAPÍTULO VINTE E QUATRO

ARIA

Meus cílios fizeram cócegas em minhas bochechas quando acordei, sentando-


me lentamente. Eu estiquei meus braços quando um bocejo me escapou. Minha
atenção se voltou para o corpo roçando no meu. Olhando para o peito nu que subia
e descia no sono, lambi meus lábios secos. Knox parecia em paz e sexy como o
inferno quando desprotegido. Ele se mexeu, fazendo com que eu me virasse, para
que ele não me pegasse boquiaberta com seu corpo nu. Quando nada aconteceu e
nenhum ruído veio do seu lado da cama, eu lentamente deslizei meu olhar aquecido
de volta para seu corpo.

Knox foi construído para a guerra; cada centímetro dele era forte e
musculoso. Onde a maioria dos homens tinha um tanquinho de seis abdominais,
ele tinha um pacote de oito que minha língua coçava para provar enquanto traçava
cada um deles. Os corvos em seu corpo se moviam sob sua pele, o que era algo que
eu percebia quanto mais ficava perto dele. Hoje, eles estavam espalhados em
diferentes e variadas poses de voo, e eu os contei. Eu agora sabia que eles poderiam
deixar seu corpo e se prender ao meu, o que me intrigou.

Ele se mexeu novamente, e o cobertor deslizou mais abaixo em seus quadris,


revelando a ponta aveludada de seu pênis. Meus lábios se separaram e
vagarosamente mudei minha atenção para seu rosto, encontrando-o ainda perdido
no sono. Um braço descansou atrás de sua cabeça. A outra se esticou onde eu
estava dormindo. Deslizando meu olhar para baixo em sua caixa torácica coberta
de tatuagem, eu me perguntei o que as palavras diziam ou significavam. Eu
precisava aprender a falar em sua língua e me adaptar mais rápido ao mundo ao
meu redor.

O cheiro de Knox era sedutor, forçando meu corpo a apertar com a


necessidade. Feromônios eróticos encheram a sala, o dele e o meu lutando pelo
domínio enquanto minha espinha se arqueava. Senti meu corpo se preparando
para o dele, como se minha criatura estivesse tentando me ajudar a seduzi-lo. Ela
era péssima em dar dicas sutis, não que eu tivesse ouvido quando ela
falava. Obviamente.

Silenciosamente, inclinei-me para inalar o perfume masculino de Knox em


meus pulmões. Minha mão deslizou sobre seu abdômen, empurrando os cobertores
para longe do comprimento grosso e aveludado de seu pênis que se ergueu no
momento em que foi libertado, como se sentisse meu olhar curioso. Eu engoli em
seco, virando minha cabeça, garantindo que ele ainda estava dormindo durante a
minha exploração vagarosa de seu corpo.

Meus lábios roçaram seu abdômen para prová-lo, viajando lentamente para
baixo para a gota de gozo que enfeitava a ponta arredondada. Um suave gemido
de necessidade escapou de meus lábios, e me sentei antes de alcançá-lo,
lentamente passando minhas mãos pelo meu corpo enquanto me deleitava na
forma masculina perfeita de Knox. Meus dedos dançaram sobre a protuberância
inchada do meu sexo. Fechando meus olhos quando minha outra mão encontrou o
peso do meu seio, beliscando meu mamilo assim como ele fez.

Eu suguei o ar enquanto meus dedos empurravam minha excitação. Deitada,


me afastei do homem adormecido, tremendo quando o prazer me rasgou. Meus
dedos se moveram rapidamente, empurrando em meu corpo, e outro se movia
contra meu clitóris. Mãos agarraram as minhas, fazendo-me gritar enquanto as
prendiam acima da minha cabeça. Um homem muito acordado olhou para
mim. Eu rolei meus quadris descaradamente, sem me importar em impedi-lo de
acabar com a negação dolorosa que ele me forçou no dia anterior.

Minhas pernas se separaram, mostrando a ele o estado atual do meu corpo,


implorando para que ele o devorasse. Knox não era gentil quando possuía um
corpo. Era a brutalidade misturada com o macho primitivo que eliminava as
inibições e destruía a ideologia do que uma mulher deveria querer.

Ondas da cor do oceano moveram-se em seu olhar, prendendo-os com meus


olhos turquesa. Ele rolou, colocando seu corpo acima do meu antes de se sentar,
observando minha disposição carente. Knox silenciosamente se inclinou,
apertando os dentes contra meu mamilo. A ação roubou um grito de necessidade
dos meus lábios enquanto ele rosnava avidamente contra isso. Sua língua
trabalhou a ponta entre os dentes e suas mãos soltaram as minhas, permitindo-
me empurrá-las por seu cabelo, segurando-o contra mim.

Sua espessura esfregou contra meu núcleo, cobrindo a carne sedosa com meu
cheiro. Rindo, Knox soltou meu mamilo com um gemido suave antes de estudar o
calor queimando em mim. Deslizando sua atenção para onde eu balançava contra
ele, Knox chocalhou suavemente, aprovando minha devassidão. Sorrindo, ele me
observou usando seu pau para esfregar minha necessidade contra meu clitóris
enquanto meu orgasmo chegava a um ponto de ebulição. Antes que eu pudesse
alcançá-lo, ele nos rolou, levantando meus quadris no ar.

— Eu preciso de você, Knox, — eu sussurrei contra sua boca, reivindicando-o


em um beijo ardente.

Ele sorriu contra meus lábios, abaixando meu corpo mais uma vez até que eu
estava moendo em seu eixo. Eu gemia alto contra sua boca, choramingando antes
de um ronronar explodir em minha garganta. Minha pele dançou contra a dele, a
necessidade rasgando através de mim enquanto Knox me permitia provar seu
beijo, me devorando embora eu estivesse por cima.
Knox não beijou. Ele destruiu. Ele devastou, deixando ruínas em seu rastro
consumindo minha boca, guerreando contra minha língua. O orgasmo voltou à
superfície mais uma vez e eu choraminguei alto. Erguendo meu traseiro, eu
pretendia empurrar meu corpo para baixo sobre o seu, mas ele segurou meus
quadris no ar onde eu não poderia alcançar seu comprimento sedoso.

— Eu preciso de você agora, — choraminguei com voz rouca.

— Eu sei que você precisa, Monstrinho, — Knox murmurou através de uma


camada áspera que parecia raspar tudo dentro de mim.

— Foda-me, Knox, — eu rosnei sem fôlego, olhando para onde ele me


observava com olhos brilhantes. —Eu preciso que você me foda agora.

— Estou ciente do que você precisa de mim.

— Estou pedindo para você me foder.

— Eu te ouvi,— ele riu asperamente, observando meus olhos se estreitando


em fendas de raiva.

— Dói, Knox. Estou permitindo que você me foda.

— Eu sei que tenho sua permissão, Aria. Eu entendi isso de sua exploração
lenta e faminta de meu corpo quando você acordou esta manhã.

— Então por que seu pau não está dentro de mim?—Eu rebati, frustrada além
do ponto de raciocínio.

Meu corpo era uma bola de nervos que queria a emoção que veio do que ele
fez comigo. Eu precisava senti-lo enterrado dentro de mim. Eu precisava que ele
me esticasse enquanto meu corpo apertava contra o seu, enviando o delicioso
sussurro de dor enquanto o levava para dentro de mim. Suas pupilas dilataram,
seu pau duro como pedra e uma gloriosa exibição de seu corpo masculino estava
abaixo de mim, apenas implorando para me dar o que eu ansiava, e ele não estava.

— Tem certeza que quer que eu te foda?— Ele perguntou cuidadosamente,


sua voz pingando e prometendo sexo. Eu balancei a cabeça vigorosamente, mas ele
continuou me segurando no ar acima dele como se eu não pesasse nada.

— Isso é o que estou dizendo. Foda-me. Destrua-me. Use-me. Apenas, por


favor, faça agora, — eu implorei, balançando a cabeça com entusiasmo e um sorriso
pecaminoso brincava em seus lábios. Knox riu, abaixando os olhos para onde meus
quadris continuavam a girar como se ele já estivesse dentro do meu calor
acolhedor, e era tão acolhedor.

Ele me jogou na cama, empurrando-se entre minhas coxas, olhando para a


necessidade e excitação revestindo meu sexo. Sua mandíbula flexionou como se
doesse por ter que esperar. Eu balancei meus quadris, movendo minhas mãos para
deslizá-las para o meu centro necessitado. Capturando-os, ele os prendeu contra
meu estômago. Knox segurou meus olhos enquanto abaixava sua boca,
empurrando sua língua através da necessidade que ele descobriu, gemendo
enquanto me provava. Ele estava se movendo dolorosamente lento. Tão lento, e
eu não podia fazer nada além de balançar meus quadris, tentando levá-lo para o
cerne inchado mais rápido.

Sua atenção mudou, e um sorriso malicioso apareceu em seus lábios. Knox


levantou, pressionando seu pau contra minha abertura. Eu gemi, sabendo que ele
estava além do ponto de me negar o que eu ansiava, o que desejávamos. Seu pau
bateu contra meu clitóris, fazendo meus olhos se arregalaram enquanto ele ria.

— Que diabos?— Eu exigi, observando enquanto ele se sentava, segurando


meus pulsos presos ainda.

— O que há de errado, Monstrinho?


— Eu preciso de você, — eu rosnei em frustração, lutando para obter o
controle e resolver o problema em minhas próprias mãos, já que ele estava
gostando de brincar comigo. —Estou prestes a pegar alguns lápis de cor aqui e
desenhar instruções sobre como me foder!

— Eu sei como te foder, Aria.

— Então por que você ainda não está dentro da minha vagina, Knox?— Eu
bufei além da frustração e em puro desespero.

— Porque eu decidi que gosto de te ver precisar ser fodida. Pretendo ver você
sofrer um pouco mais antes de dar o que você está me implorando.

— Não! Não, Knox, preciso que você me foda agora. Você é difícil! Estou
molhada! Você quer e eu quero isso. É a configuração perfeita. Eu sei que você me
quer porque você vive dizendo isso! Estou bem aqui, espalhada para você. Estou
sofrendo, e meu corpo está pronto para o seu! Você nem precisa de preliminares
porque estou ensopada!

—Você está certa. Você está muito molhada, — Knox ronronou, empurrando
os dedos contra a minha abertura.

— Você também precisa disso!

— Sim. Eu não quero nada mais do que empurrar em sua carne necessitada
e sentir você apertando contra mim enquanto eu te estico, forçando meu caminho
em seu corpo apertado. Mas também gosto de saber que você está pensando em me
foder, precisando que eu aja de acordo com seus desejos.

— Você não pode se afastar de mim. Você quer isso mais do que eu!

— Eu, quero? — Ele perguntou, sorrindo e fogo dançava em seus olhos. — Eu


posso esperar você, mulher. Eu sou um homem muito paciente.
— Você não precisa de paciência, Knox. Estou pronta e disposta. Você me
quer e eu te quero. É praticamente à prova de idiotas.

— É mesmo? Pena que nenhum de nós gozará hoje, hein? — Ele me puxou
com ele enquanto se movia para a beira da cama. —Como eu disse, eu prefiro
desfrutar de você sexualmente frustrada e incapaz de se abaixar e acariciar seu
clitóris inchado, o que eu poderia facilmente fazer. Um golpe e você cantaria tão
lindamente para mim, não é?

— Sim, — pensei, observando o calor brilhando em seus olhos. —Eu posso


implorar. Eu estou implorando. — Eu cerrei meus dentes em frustração quando
seus lábios se espalharam em um sorriso malicioso.

— Eu vou dispensar, — ele sussurrou, e meus olhos se arregalaram. —Veja,


eu esperei muito mais para ser fodido antes, e estou muito ciente de que você está
precisando e não poderei dizer não tão cedo.

— Eu não estou dizendo não, agora,— eu apontei porque eu estava


começando a concordar com minha criatura. Ele não era inteligente.

— Minha esposa não podia me levar com frequência e, nos primeiros


cinquenta anos de nosso casamento, fizemos sexo duas vezes. Posso contar quantas
vezes ela e eu fomos íntimos em meus dedos. Eu fui casado com Liliana por
duzentos anos. — Eu murchei com a menção de sua esposa, engolindo a raiva de
que ele nos comparasse até que calculei a matemática dentro da minha mente
faminta por sexo.

Knox me soltou, sentindo o desconforto que suas palavras causaram. Eu


recuei, franzindo a testa enquanto Knox descansava os braços nas pernas,
carrancudo. Ele tinha dez dedos e eles estavam juntos há duzentos anos?

— Nunca me afastei de Liliana por prazer. Respeitei os limites de seu corpo,


sabendo que toda vez que a levava, ela gritava e me implorava para parar, e eu
parei. Eu era um homem viril que não podia foder minha esposa porque meu pau
machucava seu corpo delicado. Portanto, posso esperar porque esperei mais do que
isso para sentir o prazer que ansiava e queria, Aria.

Aproximei-me dele, segurando suas bochechas enquanto ele levantava a


cabeça para olhar para mim. —Se você fosse meu, seu pau nunca iria sair.

— Sair do quê?

— Minha vagina,— elaborei. —Eu quero você em meu corpo a cada momento
de cada dia. Você é um amante incrível, generoso e muito dotado. Eu também sou
muito gananciosa e carente de você. Gostaria que você não tivesse me contado o
quão paciente você é. Tenho certeza de que minha vagina está chorando com a
ideia de esperar que você entre nela agora. — Fechei meus olhos contra o olhar
queimando nos dele. —Dez vezes em duzentos anos? E você nunca se desviou
porque a amava muito, — eu engoli, me afastando dele enquanto ele estendia a
mão para mim. —Não, não,— eu exalei, agarrando as roupas colocadas para mim.

— Ela era meu coração, Aria.

— Estou ciente. Também estou ciente de por que estou aqui. Minha linhagem
levou sua família, e eu sou uma vadia até você terminar de travar a guerra contra
as bruxas. Uma vez feito isso, estarei descartável. Eu sei disso, mas sou muito
estúpida para entender a magnitude do que está por vir. Continuo pensando que
se eu tentar o suficiente e consertar os erros do que minha linhagem fez, posso
tornar este mundo um lugar melhor, e então as pessoas nos perdoarão. Não posso
trazer os mortos de volta, porém, e aí está o problema. Não posso consertar porque
não posso devolver às pessoas o que elas perderam. Posso colocar um curativo, mas
as feridas infeccionam. Eu sou uma idiota. Sinceramente, pensei que poderia fazer
a diferença, mas todos nos querem mortos. Não só você, todo mundo. É por isso
que acabei com as duas opções que poderia escolher. Eu poderia ceder à realidade
e dar a este mundo uma transformação gótica massiva que termina em fogo e
enxofre, ou eu poderia ir embora, obediente ao que este mundo se transforma, e se
tornar nada.

— Do que você está falando?— Knox perguntou baixinho, ainda sentado na


cama pelo som de sua voz e a distância de mim.

— Taren me mostrou dois caminhos no que eu me tornaria quando terminar


de consertar este mundo. Posso ser a bruxa fria e calculista que não impôs o uso
de nenhuma magia nos Nove Reinos, ou me tornar tranquila e amorosa. Ele não
me mostrou o suficiente. Era um filho, mas não sei se era meu. Presumi que sim,
mas e se não fosse? E se não houver nada? — Eu me virei, olhando para Knox
enquanto ele me observava trabalhando em silêncio através do meu colapso
mental.

— Se eu subisse para ser a grande rainha, não haveria mais magia nos Nove
Reinos. Eu mataria bruxas por usá-la, tornando a magia proibida. Se eu não subir,
acho que me tornarei nada. Não consigo ser mãe e não consigo um
companheiro. Eu posso ajudar os outros, mas desisto de tudo para que isso
aconteça por aqueles que merecem. — Meu corpo tremia com a percepção do que
iria acontecer.

— Você me condenou a me tornar um monstro vil ou nada. Porque o que eu


faço agora não mudará nada nem ninguém na mente. Não posso desfazer o
passado para você. Não posso trazer sua esposa de volta ou seu filho. Eu sou
apenas o monstro que este mundo pretendia me transformar, porque o nada para
mim seria uma passagem difícil. Vou me tornar a Grande Rainha das Bruxas. Eu
vou massacrar todos eles, — eu fiz uma careta, lutando contra as lágrimas. Abaixei
minha cabeça para trás, olhando para o teto.

— Já coloquei esses eventos em movimento porque sou uma idiota. Achei que
poderia mudar o mundo consertando o que é e aconteceu esquecendo o passado. As
pessoas não deixam de sofrer. Eles apenas aprendem a viver com a dor, como você
está agora, Knox.
— Você nunca vai se sentar no trono como grande rainha, Aria. Eu não vou
permitir que isso aconteça. — Knox foi até onde suas roupas estavam
guardadas. —Você não vai se tornar mãe ou encontrar um marido porque você é
minha. Não posso te amar por causa de quem e do que você é. Isso significaria
admitir que sou capaz de amar as criaturas que assassinaram minha esposa e
filho. Vou, no entanto, garantir que você nunca seja prejudicada e que nunca
deseje nada enquanto viver.

Knox vestiu as calças e caminhou descalço pelo chão de pedra até parar na
minha frente. Seus olhos procuraram meu rosto, encontrando a dor que suas
palavras causaram, gravada em minha expressão antes de bufar e balançar a
cabeça.

— Eu vou escapar de você. Vou encontrar um companheiro e ser mãe. — Eu


enrolei minhas mãos ao lado do corpo, olhando para ele com desafio queimando em
meus olhos. Já era ruim o suficiente ele ter engravidado sua esposa, mas ele
basicamente me disse que eu nunca conseguiria nada que desejasse na vida.

— Liliana carregou meu filho, o que significa que ela era minha
companheira. Não poderei dar-lhe filhos. Não vou permitir que você carregue o
filho de outra pessoa em seu ventre porque a coisa dentro de mim ficaria
louca. Quer você ou eu não gostemos, Lennox acha que você pertence a ele. Se você
escapasse de mim, eu sempre encontraria e traria você de volta. Não há mundo
onde você não é minha e está ao meu lado. Quanto mais cedo você aceitar, mais
cedo poderá deixar de pensar que os filhos são uma possibilidade para você ou para
o seu futuro.

— Você espera que eu aceite nunca ser mãe porque você disse que eu não
posso ser? Você não é o único homem nos Nove Reinos que me
deseja. Dimitri me quer, Knox. Minha criatura quer um filho. Ela vai se contentar
com um companheiro que pode prover isso para nós. Existem outros homens
também, como Aden, que me aceitaria pelo que sou, sem me chamar de lixo por
causa de minha linhagem. Eu não sou feia Eu tenho um bom coração. Não sou fria
e sem vida como você, Knox. Eu não estou enterrada no chão com meus mortos!

Sua mão serpenteou para cima, segurando meu queixo enquanto sua
respiração ficava difícil e dolorida. Seus olhos queimaram com pesar e algo muito
mais profundo, algo que eu não entendia ou não conseguia entender. Ele soltou
sua mão quando a minha levantou, com a intenção de descontar minha raiva nele,
mas ele a capturou. Segurando minha outra mão, ele me empurrou contra a
parede, roçando sua boca no meu ombro nu.

— Qual é o problema? Você não gosta do monstro que sua família criou? Eu
também não gosto dele, Aria. No entanto, eu sabia que precisávamos de um
monstro para consertar o que sua linhagem permitia se mover por nossa terra
como uma praga da escuridão, alcançando a luz. As bruxas das trevas roubaram
todas as coisas mais bonitas primeiro e depois gritaram de brincadeira quando
finalmente lutamos. Jurei a sua avó que se ela machucasse Liliana em seu acesso
de raiva, eu faria cair o inferno em todas as bruxas Hecate já criadas ou
nascidas. Devo perdoar seus pecados quando minha família está em uma cripta,
morta do ataque daquela cadela malvada porque eu não iria para a cama com a
prostituta ou me curvaria às suas exigências? Eu me opus a ela vir ao meu reino
para afundar suas garras envenenadas em nossa terra! Jurei manter o curso que
estabeleci diante de mim. Eu sou o chefe da rebelião, Aria. Tenho mais de
quinhentos mil soldados contando comigo para cumprir minha promessa e acabar
com o reinado de terror das bruxas para que este mundo possa começar a viver
novamente. Não posso mudar isso por uma garota de cuja companhia gostei.

Eu engoli, lutando contra seu aperto enquanto Knox me observava através


de olhos estreitos. Ele riu, mordendo o lábio inferior quando eu desviei o olhar.

— Eu gostaria de poder dar a você tudo o que quer, mas para fazer isso, eu
teria que deixar você ir. Não posso fazer isso, especialmente agora que sei o quão
poderosa é. Você expôs seu poder a um caçador de bruxas. Aquele que anseia por
acabar com as bruxas poderosas até que nenhuma permaneça. Lorde Carter
tornaria sua única tarefa caçá-la e acabar com sua vida antes que você lutasse
contra nós. — A mão livre de Knox desceu, segurando meu queixo, me forçando a
olhar para ele.

— Carter é quem me trouxe sua mãe, sua tia e suas filhas. Ele é muito
poderoso e um dos poucos machos que podem sugar a magia das bruxas, tornando-
as impotentes contra ele com um único toque. Todos os senhores dos Nove Reinos
concordaram com isso. Não houve uma única objeção ao genocídio de bruxas,
Aria. Nem um só.

— Eu sou contra isso,— eu rosnei, empurrando meu queixo para longe de seu
toque. —Eu vou escapar de você, e se Carter fizer uma jogada por mim, eu vou
acabar com a vida dele antes mesmo que perceba. Vou me apaixonar e me tornar
uma mãe. Vou deixar meu marido me destruir quando ele quiser. E você? Você
ficará com prostitutas para aquecer sua cama e montar seu pau. Talvez o fantasma
da sua esposa possa montar nesse pau sem doer, agora que ela está morta. O
espírito dela pode lhe fazer companhia enquanto estou fazendo bebês com alguém
que me quer mais do que meu sexo sangrento.

Knox me jogou contra a parede, envolvendo a mão em volta da minha


garganta, pressionando os lábios contra minha testa. —Eu sei que você quer que
eu te machuque porque minhas palavras cortam profundamente. Você é
exatamente como eu. Eu cortei você; você me cortou de volta. Envolvi meus dedos
em volta do seu coração, e você cravou suas garras no meu. Você se esqueceu de
uma coisa, garotinha. Não tenho mais coração porque o arranquei e enterrei ao
lado do meu filho. Agora cubra sua boceta porque estamos indo embora, e você
cheira deliciosa pra caralho.

— Tenho certeza de que meu companheiro decidirá o quão deliciosa eu


sou. Ele é o único que está me provando novamente. Você? Você e eu
terminamos. Mantenha seus dentes e seu pau longe de mim, idiota. Eu não quero
mais você. Você e eu somos inimigos, e inimigos não fodem. Você deveria ter me
levado quando eu me ofereci porque não vou oferecê-lo novamente.
Eu empurrei Knox para longe, virando-me para o vestido e ele
chocalhou. Minha coluna arqueou enquanto ele continuava, crescendo em volume
até que eu engasguei, caindo de joelhos. Minha bunda levantou e abaixou como se
ele estivesse atrás de mim, me fodendo. Meus quadris se espalharam e meus
mamilos endureceram. Eu engasguei por ar com o controle absoluto que ele tinha
naquele momento. Gemendo alto, eu resisti para ele me montar, implorando com
o cheiro que meu corpo liberou. Ele se ajoelhou ao meu lado, rindo friamente e meu
corpo implorava para ele aceitar o que ele oferecia.

— O que há de errado, Aria?— Knox perguntou com a voz rouca, passando os


dedos pelo meu cabelo antes de forçar minha cabeça para trás, olhando nos meus
olhos. —Você precisa ser fodida, não é? Posso ter o que você está me oferecendo?
— Ele riu, deixando seu olhar deslizar pela curva da minha coluna para onde
minha bunda se ergueu, e a excitação escapou para descer pelas minhas coxas com
o chocalho que ele fez.

Seus dedos deslizaram pela bagunça lentamente, as pontas empurrando


contra minha fenda, fazendo com que um ronronar sedoso escapasse dos meus
lábios, gemendo de necessidade. Era uma necessidade violenta, que consumia
tudo, ser tomada por ele e só ele. Knox não aliviou essa necessidade, preferindo
remover os dedos. Ele segurou os dedos revestidos de excitação em seu nariz,
respirando antes de colocá-los perto de sua boca, lambendo-os enquanto ele gemia.

— Você sabe qual é o seu gosto, Aria?

Meu corpo tremia pela maneira como suas pupilas estavam totalmente
dilatadas. Sua necessidade por mim brilhou dentro das profundezas tempestuosas
enquanto ele segurava meu olhar. Ele recolocou seus dedos contra o meu sexo,
observando eu empurrar meu corpo sobre eles, usando-os para acalmar a
tempestade que ele havia criado. A necessidade era primitiva e instintiva. Era
como se ele tivesse me contornado e ido direto para o animal dentro. Eu estremeci,
olhando para ele, esfregando meu núcleo contra seus dedos. Ele lentamente os
deslizou contra ele para eu usar, mantendo meus olhos prisioneiros.
— Isso é meu, e se você permitir que outra pessoa toque em você, saiba que
está entregando sua vida a mim. Eu nem vou matá-los, Aria. Em vez disso, vou
fazer com que ele me observe levá-la, vendo sua submissão total enquanto você me
implora para te foder. À noite, vou chicoteá-lo para que possa vê-lo
sangrando. Você saberá que ele morreu enquanto você estava deitada na minha
cama, enrolada em volta do meu corpo, drenada de ser fodida até que estivesse
exausta demais para argumentar. Eu sou a porra do Rei, mas mais do que isso,
Monstrinho, sou o monstro mais forte e primitivo de todos os Nove Reinos. Eu sou
mais forte do que você. Não sou apenas à prova de fogo, minha doce bruxinha. Sou
imune à magia negra, e é por isso que sou o chefe da rebelião contra você e sua
linhagem. Portanto, seja uma boa menina, controle suas merdas, seque sua boceta
e se comporte por mim. Eu odiaria ter que afirmar meu domínio sobre você e sua
criatura infantil na frente do meu exército. Quer dar um tiro em mim? Vou atirar
em você. Deixe minha maldita esposa fora da sua boca. Ela já sofreu o suficiente
por causa da sua linhagem de sangue, e eu também.

Eu não falei, não me movi do chão quando ele se levantou, se afastando de


mim. Eu lutei contra um soluço que estava crescendo em minha garganta
enquanto lágrimas de raiva e frustração queimavam meus olhos. Levantando do
chão com as pernas bambas, lutei para permanecer em pé. Knox riu atrás de
mim. Agarrando a calcinha, eu lentamente me inclinei para frente para entrar
nela, mas ele fez um barulho estalado, me forçando a parar. Ele me virou e se
abaixou, e eu levantei meus olhos, olhando para o teto.

Knox não me tocou como eu presumi que faria. Em vez disso, ele usou um
pano macio úmido para remover a excitação que revestia minhas coxas. Ele puxou
minha calcinha, se levantando para escovar seus lábios contra meu ombro, antes
de deslizar lentamente sua boca para beijar o pulso na curva oca de minha
garganta, ignorando minha respiração difícil.

— Você quer um monstro? Aqui estou eu, Aria, — ele rosnou, observando e
me recusei a falar ou olhar para ele.
Ele agarrou meu cabelo, me forçando a encará-lo. Seu sorriso era arrogante,
sabendo muito bem que eu dificilmente poderia me mover do que quer que seu
chocalho tenha feito para mim. Não tinha sido como nenhum dos chocalhos que ele
usou em mim antes.

Knox estendeu a mão atrás de mim, agarrando a combinação. Ele colocou


sobre a minha cabeça antes de deslizar, empurrando meus braços. Eu fiquei lá,
olhando para ele, incapaz de me mover. Em seguida, me puxou contra ele,
envolvendo um espartilho vermelho em volta da minha cintura, amarrando-o na
frente. Ele lentamente enroscou as amarras enquanto seus dedos tocavam
continuamente contra a tira fina pressionando contra meus seios. Inclinando-se,
sua boca tocou meu ombro e seus dentes deslizaram contra ele. Um leve chocalho
escapou de sua garganta quando ele terminou, alcançando o vestido e puxando-o
sobre a minha cabeça.

Knox recuou, olhando lentamente para a arrumação antes de inclinar a


cabeça, agarrando algo atrás de mim e colocando na minha cabeça. Eu estreitei
meus olhos nele enquanto ele ajeitava minha coroa.

— Perfeito, Rainha Aria Hecate.


CAPÍTULO VINTE E CINCO

Knox me acompanhou e me entregou a Brander para ficar ao lado dele


enquanto meu corpo ainda lutava para superar o que quer que ele tenha
feito. Brander franziu a testa, levantando os olhos para seguir as costas rígidas de
Knox antes de deslizar seu olhar para mim. Sua atenção se concentrou na coroa,
mudando para as lágrimas, rolando silenciosamente pelo meu rosto.

—Maldição, — Brander gemeu. —Você a derrubou com o seu chocalho, não


foi?— Ele gritou para as costas de Knox. Knox enrijeceu e baixou a cabeça antes
de se virar para encarar Brander.

— Se ela continuar ameaçando procriar ou foder outros homens, farei muito


mais para ela do que isso. Minha criatura não vai permitir que ela continue
empurrando ele. É melhor para Aria que eu sacuda seu doce corpo do que para
Lennox usá-lo. Ele seria muito mais brutal em transmitir seu ponto de
vista. Considerando que Aria continua oferecendo a porra de sua garganta sexy,
estou surpreso que ela não tenha sido mais do que subjugada. Tente raciocinar
com ela, Brander, porque ela não tem ideia com quem está lidando. Se você acha
que pode fazer atravessar a porra da cabeça dura dela, vá em frente.

Knox saiu furioso, deixando Brander e eu olhando para ele. Ele ergueu as
mãos ao chegar às portas, quebrando-as, fazendo-me estremecer. O castelo inteiro
tremeu com a intensidade da magia de Knox, enchendo-o com uma quantidade
sufocante de poder que eu tinha certeza que ele queria que eu sentisse.

A mão de Brander tocou minha bochecha, seus polegares afastando as


lágrimas. Ele endireitou a coroa na minha cabeça, que havia mudado quando eu
recuei com a magia de Knox. Como eu, a magia de Knox era da terra. Só quando
ele a usou, ele não respondeu. Ele pegou a magia à força.

— Seu corpo precisa de algumas horas para se recuperar do chocalho,


Aria. Você deve pensar na besta de Knox como o assassino. Lennox é um caçador
com apenas algumas necessidades básicas. Sentir o cheiro de uma mulher no cio
impulsiona sua necessidade de aliviar sua dor, obtendo acesso a seu
útero. Normalmente, ele não hesitaria em tomá-la por qualquer meio
necessário. A única coisa que impediu Lennox de reivindicá-la brutalmente, do
jeito que ele queria, foi Knox. Ele está em guerra com seu monstro desde o primeiro
cheiro de seu corpo em Haven Falls, e não diminuiu. Knox a protegeu porque sua
besta quer prendê-la e enchê-la com seu cheiro, marcando-a tão profundamente
que você nunca vai escapar. Ele sabe como reivindicar sua presa da maneira mais
violenta possível. Lennox é um predador brutal e letal, do qual você está bem
ciente, por tê-lo conhecido. Ele é a criatura mais forte que já nasceu nos Nove
Reinos. Nenhum outro homem desafiaria Knox por você, Aria.

Brander me puxou com ele, deslizando sua mão na minha, mas eu me afastei,
impedindo-o. —Eu preciso de um minuto antes de sair,— eu sussurrei, forçando
as palavras murmuradas passando pela minha língua inchada. —Que raio de
chocalho foi esse?— Encostei-me na parede mais próxima e a coroa deslizou pela
minha cabeça. Brander a pegou antes que caísse no chão.

— O som feito por um rei quando ele está provando seu poder absoluto e quer
que você esteja bem ciente desse fato. Você não está mais em seu mundo. Aqui, o
mais forte é o rei. O chocalho que acabou de ouvir foi o do Grande Rei dos Nove
Reinos, e foi ele quem reivindicou você, Aria. Agora, arrume seu lindo cabelo, seque
os olhos e saia daqui como se fosse a dona do lugar. Você acabou de desafiar a
grande rainha, e ela tem olhos em todos os lugares. Você não pode se dar ao luxo
de parecer tímida, fraca ou incerta sobre quem você é.
— Knox é o rei supremo? Eu vi duas pessoas dentro da sala do trono de
Gerald, Brander. O Rei de Norvalla e o Rei Supremo. — Eu estreitei meu olhar
quando ele sorriu, levantando seus olhos para travar nos meus.

— Você viu Killian se passando por Rei de Norvalla e Knox na parte de trás
se preparando para matar tudo e todos dentro da sala onde você foi
pendurada. Knox estava louco quando descobrimos onde você estava. Quando
chegamos à festa, ele estava um pouco perturbado e teve que recuar para não
matar Gerald. Ele queria marchar e derrubar todo o reino porque pensava que
você estava morta ou que aquele monstro tinha estuprado você. A besta dele não
aceita que você fale sobre procriação com mais ninguém. Ele reivindicou você, o
que é preocupante, considerando o sangue correndo em suas veias. Você tem que
parar de provocá-lo.

— Eu quero ser mãe, Brander. Eu quero segurar meu bebê em meus braços e
amá-lo. Knox vai tirar isso de mim.

— Ele não vai, Aria. Ele já o fez. Você está marcada com seu nome na sua
coxa. Ele pode encontrar você a qualquer hora e lugar. Ele estava brincando com
você porque queria ver aonde você estava e o que fez quando chegou aqui. Os corvos
dele estão na sua pele, misturados com a sua. Ele cuidou de você, protegendo-a
enquanto aprendia sua mente.

Eu estremeci, percebendo que a marca na minha coxa era muito pior do que
eu pensava inicialmente. Eu balancei a cabeça, entendendo o que Brander estava
dizendo. Eu não escaparia de Knox tão cedo, mas sempre havia uma maneira de
desfazer a magia. Você apenas tinha que descobrir como neutralizar isso, e eu era
poderosa o suficiente para fazer isso.

— Você ainda está fraca?— Eu empurrei a parede, e Brander bufou com a


minha carranca irritada. —De Knox quebrando a conexão quando ele tirou a
cabeça da bruxa, — ele esclareceu cuidadosamente.
— Não,— eu menti, e seus olhos se estreitaram quando seu cheiro chamou
minha atenção. Eu me inclinei mais perto, bebendo dele até que um barulho alto
deslizou para dentro da sala vazia. Meus olhos deslizaram para a porta,
encontrando Knox parado nas sombras nos observando. —Eu vou ficar bem.

Ignorando Knox, tentei passar por ele, saindo da sala até que ele me
parou. Ele estendeu a mão e Brander entregou-lhe a coroa. Knox a recolocou na
minha cabeça, recuando e oferecendo a mão. Eu o encarei por um momento antes
de colocar minha mão na dele, odiando as borboletas que explodiam ao toque mais
simples.

— Sorria. Você é uma rainha agora, — ele sussurrou, afastando meu cabelo
do meu rosto.

— A rainha de Hecate usa coroas de obsidiana negra com quartzo


esfumaçado. Você me deu uma coroa de vadia simples, e eu não sou uma vadia
simples. — Eu olhei para ele, colocando um sorriso falso meloso em meus
lábios. Eu andei ao lado dele e as bruxas se ajoelharam quando passei por elas. Fiz
uma pausa, sentindo meu estômago revirar de inquietação.

— Salve a Rainha, — sussurrou Knox, sorrindo maliciosamente. Ele me


puxou do meu estupor, me movendo em direção ao seu cavalo. —Estaremos
cavalgando por alguns dias para colocar distância entre seu povo e nós, Rainha
Hecate.

— Meu nome é Aria, — eu disse com voz rouca, sugando meu lábio entre os
dentes enquanto ele chocalhava em advertência.

— De fato, Rainha Aria Hecate. Como eu disse antes, você me


interrompeu; Estaremos cavalgando direto, dormindo apenas quando houver
proteção de seu povo. Não podemos ter você prejudicada porque está disposta a
mentir e dizer que está curada quando é óbvio que não está. Se você estivesse, você
poderia andar e não teria sido tão difícil para o meu chocalho.
Knox me virou quando alcançamos o cavalo, tirando nossas coroas e
colocando-as no alforje. Ele montou sem esforço em seu cavalo e estendeu a mão
para mim. — Vamos lá, Majestade.

Enfiei minha mão na dele, gritando quando ele me puxou para cima sem
ajuda. Deslizando o braço em volta da minha cintura, ele me puxou contra seu
corpo e eu estremeci. Incapaz de evitá-lo, a excitação revestiu meu sexo das
réplicas de prazer que deslizaram por mim.

Nosso cavalo avançou e seus homens deslizaram ao nosso redor, criando uma
barreira enquanto o exército o seguia. Fiquei olhando para o castelo, observando
os roedores convergirem para as muralhas, correndo conosco até chegarmos onde
eles não podiam mais nos seguir.

— A grande rainha está te observando, o que significa que ela está com
medo. Isso é um bom sinal.

Eu não respondi, optando por ignorar Knox, olhando para o campo até que
Lore cantou uma versão de Big Balls do AC/ DC. Os outros homens começaram a
cantar junto enquanto continuávamos viajando em um ritmo fácil. Quando Lore
chegou à letra, 'E todo mundo vem e vem de novo', Knox se inclinou para frente.

— Todo mundo vem, menos você. Não é verdade, Aria? Como está o seu
clitóris? Ainda inchado? Eu poderia virar você, empurrar profundamente naquela
boceta necessitada, e aposto que você deixaria.

— Passo, — eu bufei, inclinando-me para frente apenas para ele me puxar de


volta, lentamente deslizando sua mão para baixo sorrindo contra a curva do meu
ombro.

— Eu te avisei para não me insultar. Pedi que deixasse minha esposa fora
de sua boca e tentei ser paciente com você. Você é minha inimiga, mas ainda me
importo se você não está sofrendo ou sendo maltratada. Eu não sou um bom
homem, Aria. Eu sou seu demônio, mas não temos que estar sempre em
desacordo. Posso tornar isso mais fácil ou posso torná-lo um inferno. Essa escolha
só você pode fazer.

— Eu escolho o inferno. Será muito mais fácil, Knox.


CAPÍTULO VINTE E SEIS

A chuva foi implacável, fazendo-nos continuar durante a noite até que


finalmente encontramos uma fortaleza abandonada. Knox exigiu que eu ficasse do
lado de fora com os outros, o que irritou minha bunda. Ele me disse para sentar e
me comportar como um animal de estimação sobre o qual ele tinha controle.

Por três dias inteiros, Knox deu um inferno ao meu corpo, levando-me ao
limite e deixando-o em um estado de extrema necessidade. Ele gostou do fato de
que eu não encontrei alívio, embora eu tivesse tentado várias vezes atingir esse
objetivo final sozinha, sem se importar que ele ouviu e sentiu que eu estava
fazendo isso.

Knox riu e sussurrou em meu ouvido, dizendo que eu fazia os sons mais sexy
de frustração quando não conseguia o que queria. Como se ele soubesse que era
inútil tentar, mas me permitiu tentar mesmo assim. Houve mais frustração
quando ele me tocou, e meu corpo se iluminou como luzes de Natal ao encontrar
uma tomada durante o primeiro sinal de neve.

Explosões soaram de dentro da fortaleza momentos antes que sombras


escuras escapassem pelas grandes portas. Eu me preparei para o impacto
enquanto elas navegavam diretamente para mim, apenas para Knox aparecer na
minha frente, balançando sua espada em um amplo arco que separou uma cabeça
dos ombros, enviando-a contra a parede do pátio.

Ele virou a cabeça, sorrindo friamente para mim enquanto seus homens
saíam do castelo em seguida, suas espadas prontas e gritos agudos enchiam o
espaço em que estávamos. Eu bati no chão, tremendo meu corpo no instante em
que meus joelhos bateram na grama molhada.
As bruxas das trevas se materializaram para atacar, enviando magia para
dentro de mim antes que me alcançassem. Lábios e olhos negros se abriram
soltando um grito ensurdecedor que fez meus ouvidos perfurarem de dor.

Knox enfiou a lâmina na bainha e ergueu as mãos, empurrando a magia para


as bruxas. Eu observei elas se estilhaçarem como se tivessem sido criadas de um
vidro delicado em vez de sangue e ossos. Ele não parou por aí, enviando mais
energia pelas ruínas abandonadas, sugando o ar do espaço, criando um vácuo que
roubou o som. Abaixando suas mãos, tudo voltou correndo de uma vez, fazendo
meu corpo dobrar com a intensidade da magia que ele comandou.

— Levante-se, Aria, — ele sussurrou, agachando-se para afastar meu cabelo


do rosto enquanto eu continuamente engasgava por ar para alimentar meus
pulmões.

Knox me puxou, gritando ordens. Ele não esperou para ver quem o estava
obedecendo enquanto nos movia rapidamente para dentro do castelo, passando
pelos horríveis restos das bruxas mortas. Ele nem mesmo piscou para destruí-
las. Não houve um único lampejo de hesitação antes de quebrá-las em pedaços
minúsculos.

Eu pensei que era especial em fazer bruxas explodirem, o que


reconhecidamente era bastante confuso e incluía o uso de uma capa de chuva. Ele,
por outro lado, as despedaçou sem fazer com que uma única gota de sangue
escapasse de seus corpos. Ele me mostrou quem era mais poderoso, e eu sabia que
perderia terrivelmente se fosse lutar contra ele.

Dentro da fortaleza, olhei ao redor para o interior vazio enquanto Knox me


direcionava para um assento em frente a uma enorme lareira. Brander estava
curvado na frente dele, segurando seus dedos contra grandes toras que estalavam
e as chamas rugiam para vida. Tirando a capa molhada, estremeci quando o calor
do fogo ofereceu um alívio da chuva de primavera que encharcou meus ossos.
— Sente-se e não se mexa, — ordenou Knox, empurrando-me para uma
cadeira antes de tirar a capa de mim, pendurando-a em outra ao meu lado.

— As mulheres estão cuidando dos quartos e preparando um banho para você,


— Brander disse a Knox, que assentiu, afastando-se de nós.

Mais homens entraram na grande sala carregando carne e barris de uísque


enquanto forçavam as bruxas a esperar com os seguidores do acampamento, o que
era apenas uma maneira gentil de dizer 'puta', eu aprendi com Soraya. Elas
seguiram o exército para oferecer serviços enquanto ganhavam moedas. Eu me
levantei, ouvindo Brander gemer enquanto me movia para pegar o bebê chorando
que devia estar miserável com o cobertor molhado que a escondia.

— Dê a ela aqui, — eu disse, assistindo o alívio aparecer no rosto de


Siobhan. Eu tirei o leve fardo dela, caminhando de volta para o fogo enquanto os
menores me seguiam até a fonte de calor.

Brander me lançou um olhar irritado por cima do ombro, ainda acendendo o


fogo. Sentei-me, tirando as roupas molhadas do bebê antes de balançá-la
suavemente. Meu vestido estava encharcado, mas havia pouco que eu pudesse
fazer sobre isso no momento. Greer caminhou até onde eu estava sentado,
entregando-me um cobertor de lã áspera, que usei para envolver o bebê, fazendo
sons arrulhados ela chorava de desconforto por estar com frio.

Uma vez que ela estava aquecida, seus gritos continuaram. Recostei-me,
colocando meus lábios contra sua cabeça. Cantei baixinho, Rescue by Lauren
Daigle, para acalmar a pequena coisa olhando para as chamas que dançavam
sedutoramente. Fechei os olhos, cantando para ela enquanto ela me
observava. Um pequeno punho entrou em sua boca, e ela o chupou avidamente me
olhando com seus lindos olhos castanhos.

Quando a música acabou, eu me virei, franzindo a testa profundamente


quando percebi que toda a sala me observava. Engolindo a inquietação que se
alojava em minha garganta, observei os olhos brilhantes das bruxinhas. Eu
levantei meu olhar para Knox, que estava encostado na parede, os braços cruzados
sobre o peito me ouvindo confortar o bebê. Voltei minha atenção para Brander,
sorrindo para o bebê silencioso antes que seu olhar safira deslizasse para o meu
com um sorriso queimando neles.

— Você tem uma natureza calmante para algo tão caótico, Aria, — murmurou
Knox, virando-se enquanto os homens se aproximavam dele.

— O quarto do rei está pronto, e um banho preparado para ele e sua bruxa,—
um soldado anunciou. Eu me levantei, virando-me para encontrar Dana ao meu
lado com um sorriso suave brincando em seus lábios.

— Eu acho que a pequena besta gostou de você cantar, minha rainha,— Dana
murmurou, aceitando o bebê de mim antes de sorrir timidamente.

— Apenas Aria, por favor, — engoli em seco, fazendo o meu melhor para
ignorar o título e as bruxas que faziam uma reverência enquanto eu passava por
elas, indo para Knox, que continuou a me observar em silêncio.

— Vamos comer primeiro, mulher, — disse ele enquanto eu estava sem jeito
diante dele.

Knox acenou com a cabeça em direção à mesa, posta para o jantar e mudou-
se da parede, fazendo seu cheiro flutuar em direção ao meu nariz. Eu
silenciosamente o segui puxando minha cadeira, permitindo-me deslizar antes que
ele a empurrasse e sentasse ao meu lado. Knox tinha maneiras impecáveis por ser
um homem das cavernas. Ele me manteve o mais seca que pôde enquanto
cavalgava, me segurando contra ele para evitar que eu ficasse com frio, e à noite,
ele agarrava meu corpo com força para garantir que eu não estava com frio.

Era uma loucura como em um minuto éramos inimigos atacando as gargantas


um do outro, e no seguinte, éramos civilizados e protegendo um ao outro dos
elementos. À noite, porém, ele alimentou meu fogo até que eu não fosse nada mais
do que mingau com um pulso, me deixando assim antes de adormecer com seus
braços me embalando como se eu fosse preciosa para ele. Isso me enervou, criando
confusão, o que eu tinha certeza que ele fez de propósito.

As mulheres trouxeram comida quente para a mesa e eu fechei os olhos,


inalando a carne e os vegetais recém-cozinhados que alguém tinha preparado do
nada. Os empregados se moviam ao redor da mesa, carregando pratos cheios de
comida fumegante e outros serviam uísque em copos. Eles me ofereceram, mas
apenas quando Knox acenou com a cabeça para os empregados, o que eu me recusei
a reconhecer, já que ele me permitiu álcool e carne.

Todos esperavam por alguma coisa, então fiquei sentada com as mãos no colo,
observando as pessoas ao redor da mesa. O castelo estava em um estado de
prontidão, mas ninguém havia se encontrado com o exército ou estado presente
para nos receber.

— Knox, — sussurrei, inclinando-me na direção dele. —Onde estão as


pessoas que vivem aqui?

— Mortos, assassinados por bruxas, — afirmou, levantando o garfo para dar


uma mordida na carne, o que sinalizou que todos os outros poderiam comer.

— Isso é triste. É um lugar bonito.

— As pessoas também foram assassinadas por simplesmente estarem


atrapalhando a grande rainha, — murmurou Knox. Ele pegou seu copo e meus
olhos deslizaram sobre as pessoas que estavam me observando em silêncio, o que
me enervou. —Coma, Aria. Vamos nos retirar em breve.

Peguei meu copo, virando-me para descobrir que uma das bruxinhas havia se
movido atrás de mim. Virando-me na cadeira, sorri para ela enquanto ela puxava
meu vestido. Ela estendeu uma pequena bolsa e eu aceitei, franzindo a testa
quando ela não olhou para cima.

— Isso é para mim?— Eu perguntei, e ela acenou com a cabeça, seus olhos
ainda baixos para o chão. —Obrigada, — eu sussurrei, abrindo a bolsa para
encontrar uma mãozinha dentro dela. —O que é isso? Onde você conseguiu
isso?— Eu exigi em voz alta, emoção e medo apertando minha garganta quando
ela finalmente ergueu os olhos.

Lodo preto escorreu de seus olhos e nariz sorrindo, revelando uma língua
preta também. —Ouvi dizer que você gosta de crianças, então mandei um
presente.

— Não, — eu sussurrei quando Knox me agarrou. Sua outra mão erguida com
uma espada em forma de agulha, apunhalando-se no peito. Um grito saiu da
minha garganta quando Knox me puxou de volta, e o Lorde ao meu lado lutou para
pegá-la, apenas para a grande rainha lançá-la com a magia que ela exercia dentro
do corpo da criança.

Eu chorei, lutando com Knox para me libertar enquanto os gritos das


mulheres enchiam o castelo. O pandemônio se seguiu quando a magia cortou a
sala, criando barreiras entre as crianças e nós enquanto elas tiravam suas próprias
vidas, forçadas pela rainha das trevas que queria me machucar. No momento em
que o corpo minúsculo caiu no chão, eu atirei para frente para manter as feridas
fechadas.

Brander correu ao redor da mesa, mas algo do outro lado da sala chamou sua
atenção enquanto ele exalava lentamente. Soluços gigantescos balançaram meu
corpo enquanto eu lutava para impedir o sangue de fluir, observando as linhas
negras de cicuta que correram por seu corpo minúsculo.

Mãos me agarraram por trás, mas eu lutei, lutando para me libertar. Eu


gritei, indiferente que todos estivessem me vendo desmoronar enquanto o sangue
se espalhava sob o corpo minúsculo. Fui erguida e embalada em braços poderosos
enquanto um ronronar soava em meu ouvido. Knox correu comigo por um longo
corredor com o som de pés ecoando atrás de nós enquanto meus soluços escapavam
sem controle.

— Pegue o quartzo e conte as bruxas. Descubra quantas morreram esta noite


e de qual linhagem elas vão para os livros dos recordações, — Knox ordenou,
entrando em uma sala comigo enquanto ele imediatamente começou a rasgar o
vestido, revelando queimaduras de cicuta em meus braços e mãos. — Brander,
pegue a pomada e certifique-se de que as outras tenham o suficiente. Cicuta
amarrada em todas as espadas. Haverá queimaduras naquelas que tentaram
evitar que as crianças sangrassem.

Knox me colocou em uma banheira, e antes que eu pudesse argumentar, ele


subiu atrás de mim, ainda vestido com suas roupas. Ele ronronou alto, e Lore e
Killian ecoaram o som enquanto eu continuei soluçando com a injustiça do que ela
fez. Ela assassinou crianças! Quem poderia ser tão fria e tão mau para matar
vidas inocentes para me alcançar?

Knox beijou o lado da minha cabeça, me segurando no aconchego de seu corpo


enquanto fazia ruídos suaves continuamente para acalmar meus soluços. Eu
tremia de raiva e negação. Ele me segurou com mais força, afastando meu cabelo
do rosto até que Brander voltasse, agarrando meus braços para aplicar a
pomada. Knox me segurou, ajudando a espalhar a pomada nas bolhas que o traço
da cicuta havia causado.

Brander ronronou suavemente, seus olhos nunca se movendo sobre a minha


nudez. Ele aplicou a pomada na minha pele, forçando a cicuta a se neutralizar, a
ser absorvida pela minha pele. Quando ele terminou, caiu de joelhos, franzindo a
testa enquanto Knox falava com ele.

— Quantas?— Knox perguntou.


— Não sabemos ainda, mas eram apenas crianças. Nenhum adulto foi ferido
ou morto.

— Vadia maldita, — sussurrou Knox. Sua garganta se apertou de emoção


enquanto suas palavras escapuliam. — Enterre-as. Certifique-se de que elas estão
em solo santificado. Permita que as bruxas as abençoem e queimem a sálvia. Peça
aos homens para ajudá-las se precisarem, mas diga-lhes para não intervir a menos
que seja necessário ou solicite sua ajuda.

— Vou pedir uísque para Aria. Ela vai precisar para anestesiar a dor, —
declarou Brander, levantando-se para sair da sala.

— Esperem no corredor, — disse Knox, e Lore e Killian deixaram a sala


também.

Ele esperou até que eles saíssem antes de me tirar da banheira. Lentamente,
me sentou na cama, segurando minhas bochechas e olhando nos meus olhos. —
Sinto muito, Aria.

— Você não as matou, — sussurrei em um grito suave que não pude evitar.

— Não, eu não. Mas eu sabia que ela faria um movimento por você. Não
consegui prever que o seu amor pelas crianças seria o lugar onde ela atacaria. Eu
a declarei grande rainha e não considerei até onde ela iria para te machucar. Por
isso, sinto muito. Deite na cama. Meus homens estarão em breve para colocar
quartzo fumê e outros cristais ao nosso redor para proteção, e eu prefiro que eles
não vejam você assim.

Eu balancei a cabeça, olhando para ele me levantando, beijando-o castamente


antes de me mudar para a cama, rastejando sob as cobertas. Knox tirou as roupas
molhadas e foi para a cama, envolvendo-me em seus braços. Ele continuou a
ronronar suavemente contra meu ouvido, aliviando a dor da perda, mesmo que no
momento em que ele parasse, essa dor voltaria.
— Quem poderia ser tão mau para usar crianças para enviar uma mensagem?
— Eu sussurrei, e ele bufou.

— Bruxas,— ele proferiu, apertando seu controle sobre mim. Comecei a me


virar para argumentar que nem todas as bruxas eram más. —Neste mundo, você
nunca mostra sua fraqueza para seus inimigos. Você não ama nada nem ninguém
porque é a primeira coisa contra a qual elas atacam para machucá-lo mais
profundamente. A grande rainha observou você cantando uma bela canção para
um bebê e descobriu sua fraqueza. Se ela viu o que eu vi, Aria, ela viu o quanto
você se preocupa com os filhos de sua raça, independentemente de sua linhagem
ou posição. Ela viu você tendo uma briga de água com meninas e meninos rindo e
cantando para um bebê de sangue inferior, e ela bateu forte e rápido contra você.

— Eu mostrei a ela uma fraqueza, e ela a usou.

— Assim como eu amava minha esposa e filho e os matei por permitir que
outros soubessem o que eles significavam para mim. O amor é uma fraqueza. Você
pode desfrutar de alguém e usá-los. Mas amá-los os torna um alvo. Você nunca
permite que seus inimigos pensem que você tem qualquer sentimento por outra
pessoa, a não ser usá-los em sua causa.

— Qualquer coisa ou alguém por quem eu me apaixone seria


amaldiçoado. Você iria matá-los ou torturá-los enquanto me fodia na frente deles,
como prometeu. E se eu te amasse, a grande rainha se moveria contra você.

— Eu posso me defender dela, Aria.

— É perturbador que você não discutiu a primeira parte, Knox.

— Não posso discutir os fatos ou minhas próprias palavras.

Os homens de Knox entraram na sala para colocar os cristais e ele estremeceu


em um aviso baixo. O som suave enquanto o meu ecoava, reforçando o dele sem
que eu tivesse que pensar sobre isso. Era como se as criaturas dentro de nós
estivessem alertando os outros homens juntos. Knox riu em meu ouvido, notando
isso também. Assim que os homens saíram da sala, nós ronronamos juntos, meus
olhos ficando pesados lutando contra o sono, ainda cheio de tristeza.

— Alguém já se recusou a seguir suas ordens, Knox?— Eu perguntei no


silêncio do quarto.

— Não e viveu, Monstrinho,— ele meditou. —Ninguém exceto você, e você


luta comigo. Acho que gosto de lutar com você mais do que apenas na cama. Você
me desafiou quando ninguém mais ousaria.

— Vou matar a grande rainha, e vou fazer isso com o mundo inteiro
assistindo.

— Nós vamos matá-la juntos porque você ainda não é forte o suficiente para
fazer isso sozinha. Juntos, não há nada forte o suficiente para se opor a nós.
CAPÍTULO VINTE E SETE

Acordei com meu corpo sendo violado e consumido por um inferno de calor. Eu
arqueei minhas costas, levando minha necessidade à boca, lambendo-me até
acordar. Dedos empurraram em meu corpo, criando um gemido abafado em meus
pulmões que escapou lentamente. Eu não conseguia fazer Knox entrar
profundamente em meu corpo para saciar a necessidade ardente que ele estava
incendiando.

Eu afastei meus joelhos, agarrando seu cabelo, sabendo que quando eu


chegasse perto, ele se afastaria e me deixaria na beira do penhasco sem fim que
me fez dançar por semanas. Knox riu contra o meu sexo, devorando-o avidamente
enquanto eu cavalgava seu rosto. Eu choraminguei mais alto, usando seu cabelo
para direcioná-lo e o orgasmo lentamente crescia dentro de mim, implorando para
encontrar a liberação.

Os ruídos que ele fazia eram sensuais, os de uma besta faminta incapaz de
obter o suficiente do que ansiava. Seus dedos desaceleraram e eu gemi baixinho,
choramingando quando eles escaparam do meu corpo, e sua boca começou a se
afastar.

— Dimitri, eu preciso que você me faça gozar, — eu sussurrei, balançando


meu corpo. Senti Knox ficar rígido chamando por outro homem. —Vamos lá, meu
amor. Termine-me e pare a dor que aquele monstro criou. Você me faz gozar com
mais força, meu doce lobo.

— Levante-se, Aria, — Knox rugiu, levantando-se entre minhas coxas. Ele


olhou para mim com seu cabelo caindo em todos os sentidos do sono, e sua boca
coberta com a minha excitação pintando seus lábios.
— Eu não quero me levantar ainda. Eu estava tendo um sonho incrível, — eu
gemi, virando-me e me espreguiçando quando seu chocalho soou, crescendo em
volume enquanto eu ronronava baixinho para acalmar sua raiva.

Ele pousou em cima de mim, prendendo meus braços acima da minha


cabeça. Knox apertou sua ereção grande e muito dura contra meu clitóris e
barriga. Eu rosnei, abrindo os olhos fortemente encobertos para espiar os dele,
que ameaçavam me engolir inteira em suas ondas de raiva. Envolvi minhas pernas
em torno dele, sorrindo sonolentamente.

— Bom dia, — eu sussurrei com a voz rouca, silenciosamente observando seus


lábios apertados e seu brilho de raiva. —Você está com raiva de mim de novo?
— Eu levantei, roçando minha boca contra a dele, encontrando-o sem resposta. —
Algo está errado?

— Eu me sinto como a porra do seu amante que faz você gozar com mais
força?— Ele retrucou irritado, suas sobrancelhas franzindo antes de ele chocalhar
mais.

— Sim?— Eu respondi em um tom rouco. —Isso é uma pegadinha?

— Você chama o nome de outro homem enquanto estou com você, e ele vai se
arrepender, porra, — Knox sibilou, levantando para olhar para o meu corpo que se
apertou com a necessidade. Eu podia sentir meu sexo inchando por ter sido negado
o orgasmo por muito tempo sem alívio.

— Como?

— Com quem você estava transando no seu sonho, Aria?— Ele exigiu com
aspereza cobrindo seu tom, fazendo meu corpo apertar com a necessidade.

— Eu não me lembro, mas foi realmente um sonho incrível, — eu menti,


apreciando o ciúme queimando em suas profundezas cor de mar. —Foi você?
— Eu ficaria chateado se você gritasse meu nome enquanto eu lambia a
excitação de seu corpo, mulher?— Knox recostou-se e deu um tapa no meu clitóris,
fazendo com que um grito de dor escapasse dos meus lábios antes de esfregá-lo
lentamente, substituindo a sensação de dor por prazer. —Isso é meu, e só meu.
— Ele ergueu a mão, batendo de novo antes de se inclinar, mordendo suavemente
meu mamilo, passando a língua sobre o pico inchado provocativamente. —Minha,
— ele sibilou furiosamente, deslizando sua atenção para o outro, esbanjando-o com
o mesmo prazer. Minhas pernas se abriram, ouvindo sua risada sombria e erótica
com a minha ansiedade. Knox se levantou, reivindicando meus lábios rudemente,
o beijo de propriedade colocando a mão atrás do meu pescoço para controle total
da minha boca faminta. Afastando-se, ele sussurrou roucamente: — Minha, e
apenas minha, Aria. —Ele lentamente beijou seu caminho para baixo da excitação
lisa que cobria meu sexo, passando sua língua por ele como se fosse o dono.

— Knox, por favor, — eu sussurrei, precisando gozar mais do que precisava


de ar em meus pulmões.

Eu deslizei minhas mãos para o seu cabelo, passando pelos fios escuros e
sedosos, lutando para segurá-lo onde eu precisava dele. Seu sussurro sedutor
dançou sobre meu ápice antes que ele se afastasse, olhando para minha
protuberância inchada. —Você acha que pode gritar o nome de outro homem
enquanto estou lhe dando prazer? Eu pretendia totalmente acordá-la entrando em
sua boceta. Você acha que eu ainda vou te foder? — Meu clitóris era uma pulsação
sólida de dor com seu próprio pulso, precisando de liberação. Ele ergueu a mão
quando me sentei para atacá-lo.

Rindo, Knox facilmente me pegou, nos rolando na cama gigante, e segurou


meus quadris para cima, longe de seu corpo. — Eu ia esticar você cheia de mim
esta manhã. Acordando você para o orgasmo mais forte da sua vida, mas você foi
e gritou por Dimitri. Por que isso, Aria? Ele provou você? Ele deu prazer ao seu
corpo?
— Não, — respondi honestamente, sabendo que teria que desistir de meu
ardil e admitir que pretendia gritar seu nome antes que Knox fosse caçar um lobo
para me alimentar lentamente com pequenos pedaços.

— Não? Então por que diabos você está sonhando com Dimitri? — Knox se
moveu da cama, agarrando suas calças e enfiando com raiva suas pernas antes de
passar os dedos pelos cabelos. —Killian, entre aqui!

— Knox, você é estúpido.

— Eu sou a porra do Rei! Eu sou aquele que sua besta anseia, e você vai e
grita o nome de outro homem enquanto eu estou literalmente com a língua no
fundo dessa boceta. Uma boceta que eu possuo! Eu fiz de você uma mulher. Eu
sou o único homem que sabe o seu gosto! Como seu doce corpo se sente ao redor do
meu, apertando-se contra ele avidamente. Então, por que diabos você
gritaria o nome dele enquanto estou te devorando?

— Dói, não é?— Sussurrei com raiva, puxando os cobertores em volta de mim
quando a porta se abriu. Killian entrou no quarto, notando a tensão
imediatamente, parando para nos observar.

— O que diabos isso significa?— Knox rosnou com raiva.

— Agora, você sabe como me senti quando você estava prestes a entrar em
mim, e você sussurrou o nome de sua esposa e me disse que me amava enquanto
tentava entrar em meu corpo!— Eu bati, e ele fez uma pausa. A boca de Killian
caiu aberta e seus olhos se moviam entre nós mais rápido.

— Bom dia, Killian. Quer me foder? Knox não é capaz de terminar, ao que
parece, e eu preciso de um homem que queira me tirar do sério.

— Saia, Killian, — Knox rosnou, olhando para mim.


— Bom dia, Aria. Bom dia, Knox. Concluímos os enterros, e as bruxas
pediram para usar as roupas de luto para homenagear seus mortos.

— O bebê?— Sussurrei quase sem fôlego, lutando contra a emoção que veio à
tona sem aviso.

— Você não quer saber, Aria, — disse Killian com cuidado.

— Eu quero. É importante para mim. Ela era apenas um bebê.

Ele olhou para Knox, que franziu a testa, movendo-se em direção à cama para
ronronar baixinho, como se estivesse ciente de como tinha sido ruim.

— Nós encontramos seus restos mortais e a enterramos com as outras


crianças. Não foi bonito, Aria. Existem alguns detalhes que você simplesmente não
precisa saber.

Cobri minha boca com a mão enquanto a náusea se agitava dentro de


mim. Eu pulei da cama, correndo para a tigela na cômoda, esvaziando meu
estômago violentamente. Lágrimas queimaram meus olhos enquanto Knox se
movia pelo quarto, molhando um pano antes de trazê-lo para mim, segurando-
o. Aceitando, limpei minha boca, lutando para controlar a imagem que passava
pela minha cabeça do que Ilsa poderia ter feito com o bebê.

— Ela sofreu por minha causa, — sussurrei, odiando o ronronar de Knox e


Killian. Mais homens entraram e imediatamente começaram a ronronar, sentindo
minha inquietação. —Aquela cadela maldita assassinou o bebê por minha
causa. Eu a matei, — eu solucei, segurando meu estômago que ameaçava esvaziar
novamente.

— Aria, — a voz de Killian ao meu lado me fez pular. Ele envolveu um


cobertor em volta do meu corpo nu. Knox o pegou e segurou sobre minha forma
trêmula. —Não sei se o bebê sofreu, só que foi a mão dela na bolsa no jantar.
— Obrigada por me dizer a verdade, — respondi, me transformando no calor
do corpo de Knox, bebendo seu perfume avidamente para acalmar meus sentidos
desgastados. —O que são roupas de luto? — Eu questionei. —Nós apenas
perdemos Amara, e não tivemos tempo para lamentar sua perda.

— É um vestido preto que marca a passagem dos mortos, acompanhado de


um véu preto que cobre o rosto para esconder a dor. — Com as palavras de Knox,
eu balancei a cabeça contra seu peito. —Você gostaria de usar algo
semelhante? Não tenho nada parecido para você usar, mas você tem um vestido
preto na bolsa.

Greer trouxe minha bolsa. Seus olhos se encheram de preocupação quando se


fixaram em mim. Meu aperto no cobertor aumentou quando os homens saíram, me
deixando sozinha com Knox. Ele não falou enquanto eu deixei cair o cobertor,
aceitando o copo de uísque que ele estendeu para ajudar a acalmar meus
nervos. Eu coloquei na boca, cuspindo na tigela.

— É isso que passamos, Aria, — disse Knox com um tremor em sua voz que
fez meu peito apertar de arrependimento. Comecei a me afastar, mas ele evitou,
puxando-me contra ele com força. —Lamento que você esteja fazendo um curso
intensivo por este mundo. Também lamento ter sussurrado o nome de minha
esposa em nossa cama. Não foi uma sensação boa esta manhã.

— Eu sei que não foi,— eu admiti. —Foi difícil fazer você entender, no
entanto. Você é muito áspero nas bordas e elas me cortam facilmente. Você está
acostumado a conseguir o que deseja. Eu entendo que ser rei traz certas
vantagens, mas sou nova neste mundo. Há também o fato de que Ilsa terá como
alvo minha família agora, porque elas são minha maior fraqueza. O que ela fez
ontem à noite me mostrou seu alcance, o que tenho certeza de que era o ponto. Ela
contornou as proteções que você definiu e alcançou aquelas de quem eu gostava.
— Isso me apavorou porque não era difícil descobrir que minha família era o meu
mundo. —Ela irá atrás delas a seguir, minha família. Eu venderia minha alma ao
próprio diabo para protegê-las. Então, Rei Karnavious, sou eu, perguntando o que
você quer de mim para protegê-las. Estou oferecendo minha alma aqui, Knox. Não
posso deixar Ilsa machucar minha família por causa do que fiz.

— Não é tão simples, Monstrinho.

— É verdade, Knox. Você me diz o que quer de mim para mantê-las vivas, e
eu farei isso. Estou parada aqui, trocando minha alma pela delas. Diga-me o que
posso dar a você para protegê-las e eu farei isso acontecer.

Ele ergueu a mão para afastar o cabelo do meu rosto. Os olhos de Knox se
fecharam e ele encostou a testa na minha, sussurrando suas palavras suavemente,
como se o machucassem dizer em voz alta. —Eu quero você, menina bonita. Eu
quero que você se case comigo. Você seria minha esposa, mas apenas no aspecto de
que irei governar através de você quando assumir o seu trono. Você será uma
rainha silenciosa que não tem autoridade nem poder. Você nunca vai se sentar em
nenhum dos tronos, Aria. Não posso permitir que você governe Norvalla como
minha esposa, porque isso seria a maior bofetada na cara da minha verdadeira
companheira, que seu povo assassinou. Você nunca terá filhos porque não posso
criá-los com você. Você nunca vai levar outro homem para sua cama ou
compartilhar seu corpo com eles. Você carregará minha marca e só conhecerá meu
toque enquanto viver. Tiraremos os poderes de sua família e as enviaremos para
as Ilhas Barren, onde permanecerão longe deste reino, que controlarei através de
você.

Mudei minha atenção para a tigela, lutando contra a vontade de vomitar


novamente. Knox me observou, bufando, antes de se afastar para pegar sua
camisa, suas costas ficando tensas quando ele a puxou pela cabeça.

Eu poderia salvar a vida da minha família, mas o custo seria minha vida. Se
eu não concordasse com os termos de Knox, isso deixaria minha família na mira
dele e de Ilsa. Se eu aceitasse esse acordo e ele as capturasse, isso o obrigaria a
manter sua palavra. Knox era o rei supremo, o que significava que ele estava
acima de tudo. Este acordo também garantiria que os lordes de Knox fossem
obrigados a cumprir sua palavra. Ilsa, por outro lado, teria que passar por Knox e
minha magia para alcançar minha família.

— Onde estão as Ilhas Barren?— Eu perguntei, observando ele se vestir.

— Isso importa? Você nunca as veria novamente. Elas seriam livres para
viver suas vidas sem a ameaça de morte. Isso é mais do que os senhores da guerra,
reis e rainhas dos Nove Reinos permitiriam.

— E você garantiria que elas chegassem lá vivas?— Eu continuei, fazendo


com que ele se virasse e me encarasse. Lágrimas rolaram de meus olhos e sua
garganta balançou antes de falar novamente.

— Sim, Aria. Eu te dou minha palavra sobre isso. — Knox colocou as mãos
nos quadris como se precisasse fazer um esforço para não me confortar enquanto
eu negociava pela proteção de minha família.

— Isso dependeria se você encontrasse minha família, é claro,— eu engoli em


seco, observando seus olhos se estreitarem enquanto um sorriso perverso deslizou
em seus lábios. Seu sorriso fez meu coração trovejar com o que significava.

— Eu vou encontrá-las, Aria.

— Eu sei que você vai, Knox. Se ainda não o fez, seria apenas uma questão
de tempo. Este negócio teria que ser explicado a elas assim que fossem
capturadas. Elas precisariam da garantia de que eu concordei em me tornar sua
esposa, ou não acreditarão que seja verdade.

— Isso é um fato, mulher. — Ele cruzou os braços, olhando para mim


incisivamente. —Estamos negociando? Porque eu tinha certeza de que você
perguntou quais eram meus termos.

— Este é o resto da minha vida que você está pedindo, Knox. — Engoli o nó
na garganta, enxugando as lágrimas enquanto ele me observava de perto. —Eu
sou a única que será fiel em nosso casamento? — Eu perguntei enquanto ele
curvava seus lábios em um sorriso de lobo que puxou meus ovários.

— Você está me pedindo para ser fiel a você, Aria?

— Eu não sei, — eu sussurrei através da confusão brincando em minha


mente. —Não sei se devo dizer sim e arriscar ou arriscar lutando. Eu não sou
fraca. De forma alguma, e você sabe disso. Você quer o meu para sempre, mas você
nem mesmo gosta de mim. Às vezes acho que me odeia, outras vezes acho que
talvez goste de mim, mas dói por causa do passado. Tenho medo de dizer sim e
acabar quebrada por você, Knox. Meu coração ainda está mole e não sobreviveria
se eu me apaixonasse por você e você não me amasse de volta.

— Eu não te odeio, Aria. Eu tentei, mas você é uma mulher difícil de odiar. Eu
a afasto porque não quero que corte muito profundamente em minhas bordas
irregulares, que, como você mencionou, são afiadas. Casar com você, assim como
ser fiel, considerando o quanto queimamos juntos. Vou até concordar em salvar
outras bruxas que não sejam influenciadas pela magia negra, mas como você, elas
pertencerão a mim e ao exército que estou continuamente construindo.

— Você é bom nessa coisa de rei, não é? Você faz isso parecer fácil. Eu nem
sinto que estou oferecendo minha alma só meu inimigo agora, mas eu sei que
estou. Meu marido não vai me amar e não vou segurar meu filho em meus
braços. Não serei nada para ninguém, a não ser uma ferramenta a ser usada e
alguém que aquece sua cama. Eu sou o que você quer e o que é necessário para
obter acesso ao Trono das Bruxas, e uma vez que o tenha e vença esta guerra, o
que acontece comigo? Você me tranca? Me acorrentar a uma parede em uma
masmorra escura? Remove minha cabeça?

— Você continuaria sendo minha esposa, Aria, — Knox se moveu para ficar
entre minhas pernas, correndo a ponta dos dedos sobre a parte externa das minhas
coxas. —Mesmo se não fosse a bruxa de Hecate mais forte, eu ainda teria vindo
por você e te reivindicado. Mesmo se não fosse a chave para o trono, eu ainda quero
este acordo. — Ele engoliu em seco, como se eu devesse entender a gravidade do
que isso significava.

— Eu não vou te ajudar a pegar minha família. Eu não vou lutar contra elas,
nunca. Tirarei minha vida antes de ser confrontada com minhas irmãs ou minha
tia por você. Se eu me casar com você, quero a ilusão de que você é só meu. Se você
pegar outra porque está cansado de mim, gostaria que o fizesse em silêncio. Sexo
seria um entendimento e acordo mútuos entre nós. Não seria prometido,
Knox. Ambos precisaríamos concordar com o ato. Terei ciclos de calor e você
precisa aliviar essa dor. Visto que meu corpo nunca alcançaria seu objetivo de criar
vida, posso ter mais do que a maioria, e você precisa cuidar deles para que eu possa
manter minha parte neste acordo. Você vai me tratar com respeito e carinho. Eu
mereço isso de você. Eu mereço ser respeitada pelo meu marido.

— O que você está dizendo, Aria?

— Eu vou me casar com você, Rei Karnavious. Vou desistir da minha vida
para proteger aqueles que amo mais do que amo a mim mesma. Você as protegerá
do mal, de seus lordes, dos outros reis, rainhas e da Grande Rainha das
Bruxas. Não sou idiota, Knox. Você realmente não me quer; só quer o trono. Eu
sou apenas a sua chave para desbloquear o reino para ascender como Rei de
Vãkya. Quando vencer a guerra, e não houver mais necessidade de ficarmos
juntos, você vai remover minha cabeça ou me libertar. — Inclinando-me para
frente, beijei-o com as mãos trêmulas e lágrimas correram dos meus olhos
enquanto ele me observava em silêncio. —Você é o meu pecado carnal e a besta
dos meus sonhos. Eu não sou sua companheira, no entanto. Você teve sua
companheira perfeita, e nós a tiramos de você. Que irônico que o cara dos meus
sonhos seja aquele que nunca pode me querer ou me amar de volta, — eu disse
através do inchaço na minha garganta.

Enxugando as lágrimas, eu me levantei, forçando-o a fazer o mesmo. Peguei


minha mochila, tirei a calcinha de renda fina, nylons e liga, colocando-as. Meu
vestido era de um tom escuro de azul meia-noite, mas o mais próximo do preto que
eu possuía. A saia longa tocou o topo dos meus pés, e silenciosamente eu entrei
nela, prendendo o decote atrás da minha garganta. Alcançando a bolsa, retirei a
capa de seda macia que cobria meus ombros nus, completando a roupa.

Eu me casaria com Knox para garantir que não pudesse matar minha família
porque o tremor na minha espinha me disse que ele faria. Eu o usaria como meu
plano de backup. Ele não as machucaria se eu fosse sua esposa, forçado a protegê-
las da Grande Rainha das Bruxas até que pudéssemos descobrir uma maneira de
remover sua magia. Considerando a magia que corria em suas veias, isso não
aconteceria. Você não pode remover a magia de Hecate de uma
bruxa. Simplesmente não era possível até que sua morte ocorresse.

Knox ficou em silêncio enquanto eu terminava de colocar as correntes simples


em meu pulso, garganta e cintura. Puxando a coroa real que eu recuperei do
túmulo de Hecate, eu coloquei na minha cabeça e me virei lentamente,
encontrando Knox sentado na cama, me observando.

— Você não está cinco passos à frente agora. — Knox franziu a testa, se
levantando para se mover na minha frente. Ele olhou para minha coroa antes de
empurrar meu cabelo atrás da orelha e se inclinou para escovar seus lábios contra
minha bochecha. —Você não vai escapar de mim, mulher. Eu nunca vou concordar
em deixar você ir. Você é minha beleza. Posso não te amar, mas você é a criatura
mais linda que já encontrei. Liliana era etérea e toda graciosa. Você, Aria, você é
o fogo que devasta através de mim e eu oro para nunca se extinguir. Não sei o que
há com você, mas minha besta exige que reivindicamos você. Só isso deveria
assustá-la porque você está errada. Minha besta quer a sua e pensa que é o ser
mais perfeito que ele já encontrou em toda a sua vida. Lennox nunca reconheceu
Liliana, e eu a queria tanto que doía com essa necessidade. Você é a única mulher
que ambos queremos. O que isso significa, ainda não sei, mas quero descobrir com
você. Eu reconheço que é estranho que minha inimiga seja minha ideia perfeita de
uma companheira. Só isso já torna impossível para mim acreditar que você é
real. Você é perfeita demais, Aria. Você é tudo que eu quero, e isso parece bom
demais para ser verdade em um mundo de magia.
— Você está certo. Não estou cinco passos à frente porque, ao contrário de
você, posso admitir que o julguei mal. Achei que seria fácil lidar com você, mas não
é nada como pensei que seria. Ninguém me projetou. Eu sou real. Eu sangro,
Knox, e tenho desejos e necessidades que não têm nada a ver com ninguém. Nós
abrigamos monstros que buscam realizar nossos desejos. Você já considerou o fato
de que, embora possamos nos odiar, nossas criaturas podem ser companheiras?

— Não, porque eu cruzei com minha esposa, — Knox bufou, movendo-se para
vestir sua armadura. — O que eu sou, minha raça, nós nos acasalamos uma vez
na vida e criamos nossos filhos por meio dessa união. Eu não me importo com o
que os outros dizem. Eu ansiava por minha esposa e seu perfume, e criamos
vida. Isso significa que ela era nossa companheira e ainda não morri. Minha besta
quer a sua, mas isso não significa que ele quer acasalar com ela, Aria. Ele é um
macho primitivo e sua besta é uma fêmea alfa. Lennox gosta de ser desafiado, e
você e sua criatura o desafiaram abertamente muitas vezes. Agora, pegue sua
merda porque é hora de ir. Estamos marchando em um grupo de luto para a
fronteira de Norvalla com o Círculo de Beltane. Se concordar com meus termos, se
tornará minha esposa em Beltane. Do contrário, você abrirá as cerimônias e
manterá o primeiro acordo que fez para a soltura de Callista.
CAPÍTULO VINTE E OITO

Fiquei parada dentro das portas da fortaleza, olhando para Knox, ouvindo
enquanto ele falava com um grupo de homens que pareciam abatidos e sujos por
terem cavalgado tanto para nos alcançar. Eles estavam exaustos, olheiras
estragando a pele bronzeada de seus rostos. Knox ouviu, sua cabeça se movendo
quando a raiva acendeu, seu corpo ficou tenso com o que quer que eles estivessem
dizendo a ele. Olhos oceânicos se voltaram para mim, e todo o grupo desviou sua
atenção para onde eu estava, vestida com o vestido mais fino que eu possuía, com
a verdadeira coroa da Grande Rainha Hecate adornando minha cabeça.

Ele exalou um suspiro estremecido, movendo-se lentamente em minha


direção. Meu coração subiu para minha garganta e meu estômago despencou no
chão. Knox passou as mãos na minha bochecha no momento em que me alcançou.

— Houve um ataque a uma fortaleza esta manhã, — Knox rugiu, fazendo


uma careta.

— Deixe-me adivinhar. Você acha que eu tive algo a ver com isso de novo?
— Eu bufei, observando seus olhos brilhando com algo perigoso.

— Não, não desta vez, — ele franziu a testa. —Parece que houve um ataque
a uma das minhas fortalezas na fronteira com minhas terras. As bruxas que a
seguram pediram por você, ou vão atacar mais fortalezas, matando mais pessoas
até que você esteja de joelhos diante da Grande Rainha. Elas declararam guerra
abertamente contra você, exigindo sua vida pelas vidas de qualquer um que não
esteja do lado de sua rainha.

— O que?— Eu engasguei, balançando minha cabeça.


— Você estava comigo e sei que não se comunicou com ninguém enquanto
estava em meus braços na noite passada, Aria. Eles estão usando táticas antigas
porque você é nova aqui.

— Ilsa vai matar pessoas a menos que eu me renda?— O peso no meu peito
fez meu estômago dar uma cambalhota. —Então, vou me render, matá-la e acabar
com isso agora.

— As bruxas das trevas estão usando táticas que empregaram nos últimos
quinhentos anos para atraí-la. Você não vai se render porque sua morte não acaba
com esta guerra, e não vou arriscar que Ilsa coloque as mãos em você. Você é muito
poderosa. Preciso de sua resposta sobre o que falamos dentro do quarto. Eu preciso
disso antes de chegarmos à fortaleza, Aria.

— Eu disse que me casaria com você, — sussurrei, e minhas palavras fizeram


com que o salão ficasse em silêncio enquanto as pessoas se viravam para ouvir.

— Você disse que se casaria comigo, mas também me pediu para libertá-la
depois da guerra, e isso não é possível. Em nosso mundo, o casamento é para
sempre, Monstrinho. Não existe divórcio, e eu não faria isso, de qualquer
maneira. Se você se casar comigo, o faz com a intenção de ser minha esposa e de
mais ninguém. Nos Nove Reinos, é até que a morte nos separe. Se você concordar,
Aria Primrose Hecate, sempre pertencerá a mim. Serei seu tanto quanto puder,
valorizando o presente que você está me oferecendo. Não posso prometer as coisas
que deseja de um marido. Não posso fazer isso com você ou qualquer outra
pessoa. Posso prometer que nunca vai passar fome e sempre vou protegê-la. Essa
é a minha promessa para você. Isso é o que elas deixaram de mim quando pegaram
meu filho e arrancaram meu coração do meu peito.

— Então o que você está dizendo é que vai me fazer um sanduíche e me


abraçar à noite? Eu não preciso de sua proteção. Não sou uma donzela que precisa
ser salva. Eu sou a porra do dragão que come o príncipe encantado e palita meus
dentes com os ossos dos meus inimigos, Rei Karnavious. Pedi que você fosse fiel
aos olhos do público e não assassinasse minha família. Dê-me sua palavra de que
elas não vão se machucar e, quando estou no cio, você lida com essa necessidade
sem me fazer suportar a dor que isso cria. Eu não sou ingênua. Eu sei que quanto
mais eu aguentar, mais doloroso vai se tornar, até que eu fique inconsciente de
necessidade e beirando a insanidade. Quando estou no cio, essa necessidade é a
brutalidade urgente tentando atingir o objetivo final. Não quero que mais
ninguém cuide das minhas necessidades, Knox, — declarei sem hesitar, meus
olhos fixos nos dele com a intensidade das minhas palavras.

— Eu concordo com isso, mas com a condição de que sua família não mate
vidas inocentes. Se o fizerem, não serei capaz de desviar os outros senhores de seu
curso contra elas. Eu sou o Grande Rei dos Nove Reinos e o Rei de Norvalla. Minha
promessa como Grande Rei era que qualquer bruxa que infligisse dano aos Nove
Reinos morreria pelas minhas mãos sem questionar. Quando você estiver no cio,
Aria, terei prazer em cuidar das necessidades do seu corpo, e mais
algumas. Prometo nunca deixar você querendo ou precisando de outro
homem. Satisfazer você não será uma dificuldade de forma alguma. Vou segurá-
la em meus braços enquanto dorme. Quando cair, eu serei a força que a levantará,
arrumando sua coroa surpreendentemente familiar.

— É uma herança de família. Que eu sei que você está bem familiarizado,
considerando o que Hecate queria de você, — eu bufei, olhando para ele.

— Loren tem uma língua solta, que eu provavelmente deveria amarrar ou


cortar, — Knox afirmou friamente, virando-se para encarar Lore, que observava
cautelosamente com os outros. Lore estremeceu enquanto eu repassava o que Knox
o chamava na minha cabeça.

— Loren? Parece quase feminino, — sussurrei, ouvindo-o gemer com Knox.

— Que merda, Loren, recebe prêmios idiotas, — Knox bufou. —Fecha boca,
irmão.
Meus olhos deslizaram pelo grupo, notando o desconforto que jogava entre
eles. Eles nos ouviram negociando meu futuro em silêncio, tensos esperando pela
minha resposta. Killian parecia chateado, mas Brander não parecia
preocupado. Foi Brander quem deu a Knox a ideia estúpida de me reivindicar como
sua noiva em primeiro lugar. Greer parecia perturbado, sua boca se contraiu em
uma linha branca como se quisesse falar, mas permaneceu em silêncio. Lore
parecia inquieto, seu olhar dourado deslizando entre Knox e eu.

— Eu ainda não vou prometer que não vou fugir de você. Não que me esconder
ajude muito, considerando que seu nome na minha coxa permite que me
localize. Também não posso prometer que não vou tentar encontrar uma maneira
de sair deste acordo. Você fez promessas ao seu povo e eu respeito isso. Também
fiz promessas e vou precisar que as compreenda também. Eu sei que você não vai
respeitá-las, mas minha palavra é tudo o que tenho aqui, e você sabe que isso
significa algo para mim.

— Estou honrado por você ter concordado em se tornar minha esposa, —


sussurrou Knox, beijando minha testa.

— É uma fachada, Knox. Não finja o contrário. Não pretendo fingir mais do
que o necessário para convencer nosso povo de que é real. Eu sou a chave de uma
porta que precisa abrir, e isso é tudo que sou para você. Você é o meu alívio na
hora de necessidade e eu o seu. Não romantize ou tente vendê-lo por outra coisa
senão um acordo de negócios entre duas pessoas que mal conseguem se suportar
nos seus melhores dias.

Sua boca se apertou em uma linha tensa com minhas palavras. Lore cuspiu,
tossindo enquanto ele se afastava de nós para esconder seu choque. O olhar de
Killian se estreitou como se ele acabasse de perceber que não era um casamento
por amor, o que deveria ser óbvio. Brander esfregou o rosto com as mãos, a
preocupação gravada em sua expressão. Greer, por outro lado, sorriu como um
idiota enquanto sua preocupação se dissipava.
— Eu disse que ela era extremamente inteligente para sua idade, — Greer
apontou e os outros homens grunhiam. — Discuta o quanto quiser, mas funcionou
como você pretendia, Brander. Knox nem mesmo precisou usar Beltane como
desculpa para realizar uma cerimônia de noivado sem que ela soubesse. Não sei
qual deles é mais brilhante. Não posso dizer que já tive que questionar isso com
Knox na equação.

Meu olhar se concentrou em Greer antes de voltar para Knox, que sorriu
maliciosamente. Seus olhos brilharam de diversão, apreciando a raiva queimando
nos meus com as palavras de Greer. Ele tinha planejado me enganar para que eu
casasse? Babaca.

— Ter a chave da porta é muito mais fácil do que sitiar um reino, Aria, —
Knox deu de ombros, estendendo a mão para mim. Coloquei minha mão muito
menor na dele e ele ajustou seu visor para cobrir o rosto enquanto os homens
flanqueavam nossos lados.

Lá fora, as bruxas de Knox esperavam, seus rostos cobertos por uma camada
simples e transparente de renda que não protegia quem eram dos olhos. Elas
choraram abertamente, cada uma sentindo o ataque às crianças contra sua própria
alma, o mesmo que eu. Na abertura das portas, elas trabalharam para conter as
lágrimas, mas isso só fez as minhas se juntarem às delas.

Fomos para o pátio e eu puxei minha mão do aperto de Knox, levantando a


saia do meu vestido para ficar com elas. Elas se acalmaram com a minha
abordagem, notando a coroa que estava no topo da minha cabeça, então fizeram
uma reverência.

— Seque os olhos. — Não foi uma sugestão.

— Ela matou os bebês!— Dana lamentou, seu peito arfando com os soluços.
— Ilsa nos atingiu onde doeu mais. Ela não valoriza a vida como nós, nem se
importa mais em seguir nossas leis. Ela parou de fingir ser a rainha legítima e
está revelando quem ela realmente é. O trabalho da grande rainha é proteger a
próxima geração. Esse é o nosso trabalho agora, e vamos proteger as outras a
partir de agora, juntas. Mas não choramos, Dana. Somos bruxas. Ficamos
machucadas, não feridas. Não choramos por nossos mortos; regozijemo-nos por
eles terem mudado para algo melhor. Este mundo é brutal e agora essas crianças
foram libertadas da tirania de uma rainha louca. Elas estão fora do alcance de Ilsa
e não podem mais sofrer.

— Elas estão com Hecate. Abençoadas sejam, — alguém gritou atrás, e eu


bufei.

— Foda-se Hecate,— eu gritei, olhando para a mulher, cujos olhos se


arregalaram de horror com minhas palavras.

— Isso é blasfêmia, Aria! — Siobhan sussurrou em um tom abafado.

— Onde ela está, Siobhan? Onde diabos está a deusa em nossa hora mais
escura? Hecate pode se levantar usando qualquer bruxa de linhagem que ela
deseje, e ainda assim como Ilsa massacrou bebês, Hecate se recusou a se
levantar. Ela é a razão pela qual os Nove Reinos estão nessa bagunça, para
começar! Onde diabos ela está? Sua salvadora, sua deusa vaidosa que não pode se
incomodar em acordar e lutar conosco, — eu gritei, descendo a fila enquanto elas
me observavam. —Hecate pode acabar com isso, e ainda assim ela se recusou a
voltar para nós em nosso tempo de necessidade. Minha avó era a vadia mais
vaidosa e narcisista de todos os reinos. Ela exigia controle, começando guerras com
qualquer um que se opusesse a ela. Ela assassinou e destruiu reinos em fúria, sem
se importar com as vidas inocentes perdidas. Agora suas vítimas estão tirando
nossas vidas por causa de suas ações. Há uma rainha louca em nosso trono. Ilsa
está matando bruxas que se recusam a segui-la, e para quê? Por não querer violar
as leis que ela mesma instituiu? Foda-se isso e foda-se ela. Deixe Hecate dormir,
sem se incomodar com nosso sofrimento. Nós não precisamos dela, precisamos?
— Você não pode derrubar Ilsa sozinha, Aria, — Siobhan bufou, seus olhos se
movendo para onde Knox estava caminhando lentamente em minha direção.

— Ela não está sozinha. Aria Primrose Hecate concordou em se tornar minha
esposa. Se isso não disser o nível de devoção dela a você e às outras bruxas, nada
o fará. Vou me casar com ela durante a celebração de Beltane e fazer de uma bruxa
Hecate minha esposa. Eu assegurei seu trono com ela, e nós governaremos juntos,
— ele mentiu, e eu controlei um rolar de olhos que teria feito o sino na parte de
trás da minha cabeça tocar.

— Você vai se casar com o Grande Rei?— Siobhan perguntou, procurando


meu rosto antes de estreitar seu olhar em Knox.

— Eu vou, e antes que você pense que é algo diferente do que é, eu amo seu
pau, — anunciei, fazendo Knox rir enquanto me puxava contra ele. —É um pau
muito bom.

— Na verdade, é, — ela bufou, olhando para mim. —Você não vai se casar
com o rei pelo pau dele, no entanto. Você vai se casar com ele para lhe dar o trono,
o que significa que você está nos entregando antes de se tornar a verdadeira
rainha.

— Eu não estou vendendo ninguém. Estou fazendo o que é necessário para


nosso povo. Eu, sozinha, não posso nos salvar. Eu sei que existem boas bruxas por
aí, e elas não merecem morrer. Qualquer cadela que pode matar nossos filhos e
filhas não pode ser minha rainha. — As lágrimas escorregaram quando me afastei
de Knox, indo para Siobhan. —Qualquer mulher que pode matar um bebê
rasgando-o em pedaços para causar dor é o mais maligno dos seres, — eu sussurrei
em meio à emoção enquanto ela me observava, seus próprios olhos se enchendo de
lágrimas não derramadas. —Pretendo garantir que Ilsa sinta mil mortes, de mil
maneiras, reservadas apenas para as criaturas mais malignas.
— Isso é o que sua avó fez pelo rei Karnavious, Aria. Seu filho sofreu esse
destino, e ele era apenas um menino de sete anos. Se você acha que será fácil nos
convencer a ficar do seu lado simplesmente porque você é uma bruxa Hecate, pense
novamente. Vivemos nesta zona de guerra que sua linhagem criou. Seu
legado é Ilsa porque você e sua linhagem a colocaram em nosso trono.

— Eu sei que tenho muito o que expiar, Siobhan. Não espero devoção cega. Se
você quer seguir alguém cegamente, não quero sua lealdade. Pretendo conquistar
seu respeito e provar quem sou. Eu sou diferente de qualquer bruxa nos Nove
Reinos. Eu sou uma bruxa e um monstro, e hoje em dia, meu monstro é muito mais
barulhento do que a magia dentro de mim. Eu sou uma bruxa Hecate, mas me
ouça agora. Não preciso da sua magia ou da sua força porque tenho a minha. Eu
nunca vou pedir a você para me alimentar com sua magia porque os Nove Reinos
me suprem. Não exijo nada de você, a não ser seu apoio ao meu trono e para me
ajudar a proteger outras como nós antes que elas compartilhem o mesmo destino
das crianças na noite passada.

— Prove. Se você é tão poderosa, desfaça a maldição que sua avó colocou sobre
nós. Desfaça as maldições contra as outras raças. Prove que você está realmente
procurando expiar o que ela permitiu! Hecate silenciava todas as fugitivas, sua
força e poder mantidos como reféns por sua linhagem. Nosso poder alimenta sua
magia, drenando-nos cada vez que a rainha lança um feitiço.

— Estou trabalhando nisso, mas como você sabe, não é um feitiço simples. Eu
assumi o poder do Guardião do Relâmpago. Eu o liberei para todas as bruxas
invocarem aquelas que permaneceram dentro da luz. Eu fiz isso sozinha, com a
ajuda dos Nove Reinos. Este mundo me trouxe de volta da beira da morte, o que
significa que me considerou digna de liderar. Desfazer as maldições não será tão
fácil quanto trazer de volta todo o poder de nosso povo para usar contra a rainha
louca, como iremos chamar aquela vadia suja de agora em diante.

— Você está falando sério, não está? — Siobhan sussurrou com lábios
trêmulos. —Você vai nos devolver nossos poderes e nos ajudar a desfazer o dano?
— Não posso desfazer o passado, mas posso garantir que o futuro nos
pertence. Que não estamos sob o domínio da rainha louca e que posso libertar
aquelas que estão lá de má vontade. Eu não sou minha avó. Não anseio por poder
e não anseio por um trono. Sei que minha família tem muito a expiar e estamos
aqui para fazer isso agora. Minha promessa a você é que nunca vou parar de lutar
até que estejamos todas livres novamente.

— Eu vou te seguir, Aria Hecate. Não cegamente, mas ao seu lado contra Ilsa,
porque você está certa. Ela é má e não é minha rainha. — Siobhan engoliu em seco,
balançando a cabeça recuando.

Eu levantei meus braços, abraçando Dana, que continuou a chorar


silenciosamente. —Seque suas lágrimas. As crianças estão livres da carne que
abrigava sua beleza. Elas não sentem dor e não conhecem mais os horrores deste
mundo, doce menina, — eu murmurei. —Eu sei que você as amava, mas você tem
que libertá-las para que possam ir para onde pertencem.

— Eu não fui o suficiente para salvá-las de Ilsa, — admitiu Dana.

— Eu não acho que alguém era. Ninguém esperava que Ilsa atacasse
crianças porque é proibido machucá-las. Temos a ordem de não matá-las. Nós as
protegemos a todo custo.

— Não, Aria, — Knox bufou, observando enquanto eu me virava para


absorver sua raiva. —Alguns de nós sabíamos até onde as bruxas iriam para
machucar os outros e que nenhuma vida é preciosa aos seus olhos.

Siobhan havia mencionado a morte de seu filho, e eu trouxe à tona suas mil
mortes. Usamos a maldição sobre aqueles que transgrediram nossos filhos, mas
nunca sobre o filho de outra pessoa. Hecate escolheu a pior morte que poderíamos
dar, usando-a contra Knox.
Quanta dor Knox suportou assistindo seu filho morrer mil vezes? Eu fui
incapaz de assistir a uma criança morrer, mas ele suportou aguentando cada
morte, de acordo com Lore. Eu silenciosamente caminhei até Knox, deslizando
meus dedos nos dele enquanto ele me observava com uma frieza que eu conhecia
bem.

— Vamos retomar o castelo e mostrar a eles que estamos juntos, Rei


Karnavious. Beltane vem, e se você pretende dar ao seu povo um ritual e
cerimônia de acasalamento adequados, prefiro que o façamos enquanto Bel pode
visitar e abençoar nossas fogueiras.

— De fato. — Knox me puxou contra ele, beijando minha testa antes de me


deixar ali dando ordens com uma voz cortante e afiada.

Knox ficou profundamente ferido. Tanto que nunca seria curado. Era algo
que estava aprendendo a reconhecer. Quando ele sofre, ele me ataca. Infelizmente,
eu era a coisa mais próxima em seu caminho que poderia culpar por sua dor. Não
estava certo, mas a dor não tinha limite de tempo nem fazia sentido. Knox só
precisava pensar em sua esposa ou filho, e eu era onde ele descarregava sua dor. A
questão era que eu não aceitaria mais. Eu estava lutando com ele e, embora
admita, não planejava lutar ao lado dele; queríamos a mesma coisa. Nós dois
estávamos tentando acabar com o terror de uma rainha louca.
CAPÍTULO VINTE E NOVE

Os mortos cobriram as paredes do castelo. Silenciosamente, notei seus


intestinos se desenrolando de seus estômagos, pendurados como cordas. Náusea
rodou através de mim, empurrando contra minha garganta ameaçando derramar
o pouco de comida que eu fui capaz de segurar hoje.

Knox e seus homens apontaram para as muralhas, e notei as sombras escuras


se movendo ao redor delas. Cada sombra se escondia atrás de um pilar que se
projetava no céu, oferecendo proteção para que não fossem vistas. Bandeiras
adornavam a muralha e uma se destacava mais que as outras, uma única bandeira
branca com a cabeça decapitada de um unicórnio ao lado de uma caveira com a
marca de Hecate. O fundo da bandeira mostrava um arco-íris com o que pareciam
ser ruínas de um castelo no chão.

— Camponesa, — sussurrou Greer, fazendo-me pular com sua aparição


repentina. —Estou feliz em ver que sua capacidade de morrer de um ataque
cardíaco pelo meu súbito aparecimento não diminuiu nada. O que é essa bandeira
horrível?

— Eu acredito que deveria ser a minha bandeira. É um unicórnio sem cabeça


com um arco-íris atrás dele, — eu fiz uma careta. —Você acha isso ofensivo?

— Eu não sou gay, Camponesa. Eu sou bissexual e simplesmente prefiro


homens a mulheres, o que já expliquei várias vezes para você. Eu posso ir em
qualquer direção, mas na verdade, — ele bufou, inclinando a cabeça no mesmo
momento que eu. As bandeiras viraram, levantadas pela brisa, e Greer sorriu. —
Eu me ofendi pelo pobre unicórnio que não merecia perder a cabeça.
— Eu fico ofendida, — eu admiti. —Minha bandeira seria uma infâmia de
corvos posicionados para a batalha em uma caveira com a marca de Hecate
queimando no meio dela. Podia ser branco, mas precisaria me representar, e eu
não possuía aquela capa de chuva. Pertenceu à minha irmã.

— Uma infâmia?— Greer perguntou, olhando para mim estranhamente.

— Um bando de corvos é frequentemente chamado de 'infâmia' porque é


associado à má sorte. Na mitologia, eles são animais trapaceiros. Você sabia que
os corvos estão entre os pássaros mais espertos? Provavelmente de todos os
animais, se você considerar sua história e eventos nos quais eles desempenharam
um papel. Eles nunca se esquecem e estudam seus inimigos, mesmo aqueles que
não consideram inimigos. Eles são criaturas incríveis.

— Você sabe que a bandeira do grande rei tem corvos gêmeos, ambos
empoleirados no crânio de uma bruxa Hecate, certo?

— Não, — eu fiz uma careta, balançando a cabeça, franzindo os lábios. —


Presumi que fosse apenas em sua armadura e que fosse a bandeira de Norvalla
que segurava os corvos.

— Você é honestamente a pessoa mais brilhante e estúpida que eu conheço,


Camponesa.

— Ai, isso vindo de um terno de carne realmente me faz dar a mínima. Não,
espere. Isso não foi uma foda. Foi indigestão por comer a última foda que eu dei,
— eu bufei, e Greer riu. —Você sabe que eu só tenho 25 anos e não tenho ideia do
que estou fazendo, certo? Estou improvisando, que é basicamente a história da
minha vida.

— Você não está indo muito mal, Camponesa. Ou devo chamá-la de Grande
Rainha dos Nove Reinos, agora? Ou você prefere que eu espere até depois que a
ocasião feliz ocorrer?
— Prefiro que você me chame de Camponesa, porque é algo que permaneceu
estável, para me manter de castigo, Meat Suit. Eu nunca serei uma rainha de
verdade. Knox não vai permitir. Serei uma piada para o povo, alguém sussurrou
por trás de suas mãos. Você e eu sabemos disso. Eu poderia ser mais, mas não com
a grande rainha e o grande rei caçando minha família para usar contra mim. Então
a princesa se tornou um peão para os dois.

— Parece lamentavelmente sem esperança quando você coloca dessa


forma,— ele murmurou, encostando a cabeça no meu ombro. —Knox está ferido
há tanto tempo que não conhece outra maneira de ser. Mude isso, e você pode
mudar o homem. Você é mais fogo do que gelo, e ele é o gelo para o seu fogo. Derreta
através de seu coração congelado e respire vida e atire de volta para ele, Aria. Ele
é bom em esconder seus sentimentos. Essa lição foi martelada nele quando era
jovem. Eu sei porque vi seu pai lhe ensinar que um grande rei não sente nada. Por
horas e horas, o Rei Lennox bateu em seu filho. A criança ergueu-se do chão como
nada mais do que uma polpa sangrenta, olhando para um rei. Knox disse ao rei
que bateu como uma dama da corte, mesmo enquanto cuspia sangue. Ele disse ao
Rei Lennox que sua mãe o havia batido com mais força do que isso por espiar as
saias das donzelas na corte.

— Knox nunca foi uma criança, — grunhi, virando-me para olhar para Knox
enquanto ele franzia a testa para algo que Brander disse ao lado dele, apontando
para um local em um mapa.

— Oh, mas ele foi. O príncipe Knox era uma criança brilhante. Alguém cheio
de sonhos de fazer do Reino de Norvalla um lugar que os outros respeitassem e
pudessem amar como ele. Ele tinha aqueles olhos sorridentes, e podia ver o brilho
dentro deles, ardendo para sair. Seus pais direcionaram toda a sua vida para se
tornar o próximo rei como o filho primogênito. Ele nunca encontrou alegria em
treinar para se tornar rei, mas não havia escolha. Knox adorava aprender e
passava horas se escondendo na Biblioteca do Conhecimento que só respondia a
ele. Knox era outra coisa, esse garoto que queria aprender tudo sozinho, devorando
livros que ninguém mais ligava ou pensava em ler duas vezes.
— Você foi o professor dele, — apontei, observando o sorriso de Greer com as
memórias.

— De fato, eu fui. Estou com Knox desde que ele nasceu. Eu estava lá para
seus maiores feitos e derrotas. Eu estava com ele enquanto ele segurava o príncipe
Sven em seus braços, implorando por sua vida. Fui eu quem encontrou a Rainha
Liliana em sua cama e tentei impedir que Knox entrasse nos aposentos. Eu vi um
rei despreocupado tornar-se frio e calculista. O garoto que eu conhecia não teria
batido em você, mesmo que fosse uma reação instintiva às suas provocações que o
forçou a reviver memórias de sua esposa e filho. Eu sei que você fez isso porque
queria que ele sentisse dor, e ele sentiu. Eu ouvi em sua voz quando disse as
palavras. Eu também vi Knox observando você, e tive vislumbres daquele menino
nele através de você. Você é igual a ele em todos os sentidos, Aria Hecate. O mundo
tirou sua esposa e filho dele, mas deu você em troca, e por qualquer motivo que
tenha acontecido, somente vocês dois podem descobrir as respostas juntos. Admito,
pensei que ele te mataria, não prendido.

— Uau. Isso é profundo, Greer. Espere, você realmente pensou que Knox me
mataria?

— Estou falando sério aqui, Camponesa. Knox está quebrado, mas coisas
quebradas podem ser consertadas. Você é uma raridade e ele anseia por
você. Acho que ele nem percebe o quanto. Eu vi Knox perto de centenas de
mulheres, e nenhuma vez se importou com elas ou as manteve por perto. Ele
parece não se cansar de você. Ele planejou te foder e pronto. Você transou com ele,
e o jogo começou. Ele gostava de perseguir você, como uma criança caçando seu
primeiro animal selvagem. Olha para você quando pensa que ninguém estava
olhando, e havia orgulho em seus olhos, que não deveriam estar ali para uma
inimiga. Knox poderia aprender a amar novamente, mas apenas se alguém
estivesse disposto a lutar por ele.
— Você parece ter esquecido que ele quer minha família morta e odeia o que
eu sou. Isso não é algo que posso mudar. Você não pode pintar listras em um cavalo
e chamá-lo de zebra. Nem colocar um chifre em um cavalo e chamá-lo de unicórnio.

— Nenhum de vocês é essas coisas, Aria. Você é a cola de seus pedaços


quebrados. A chama perdida, e ele não pode ver porque sua dor teve quinhentos
anos para apodrecer dentro dele. Ele começou uma guerra com ele e não vai
quebrar seu voto. Você deve se curvar a ele e mostrar o que perderá se não puder
encontrá-la no meio do caminho. Existem quatro criaturas neste relacionamento,
e duas estão lutando para ficarem juntas. Os outros dois parecem não conseguir
ver além do que os outros esperam deles. Você é a chave para as fechaduras que
irão virar a maré nesta guerra. Juntos, vocês se tornam tudo que este mundo
precisa.

— Isso faz tanto sentido quanto a bandeira que eles criaram para me
representar,— eu resmunguei, pulando quando Lore deu um tapinha no meu
traseiro, apontando para a bandeira.

— Vocês dois estão falando sobre aquela bandeira horrível?— Lore bufou
antes de cruzar os braços. —Ei linda. Minha tenda mais tarde? — Ele chamou
uma mulher que passava que fez um som de ronronar simulado.

Eu ronronei baixo em minha garganta enquanto seu olhar se voltava para


mim. Um sorriso curvou minha boca enquanto os olhos de Lore se fechavam, e ele
baixou a cabeça para trás, xingando noite adentro.

— Você precisa me dar misericórdia, mulher. Esses ruídos me fazem doer e


meu sangue ferver. É um desperdício você acabar com alguém que nem vai tirar
vantagem dessas coisas. Se você ronronasse para mim, eu nunca o deixaria sair da
minha cama.
Eu engoli o caroço que suas palavras causaram, voltando-me para os corpos
que estavam pendurados na parede. Um se moveu e eu engasguei. Eu me
aproximei, apenas para Lore e Greer me interceptarem.

— Eles estão vivos?— Eu sussurrei em um tom horrorizado.

— Eles são imortais,— Lore respondeu com cautela. —Eles não morrerão
completamente a menos que removamos suas cabeças. Eles acordam para morrer
novamente, mas a imortalidade impede que sua verdadeira morte ocorra.

— Isso é tão errado.

— Bem-vindo ao Oeste Perverso de Vãkya, Aria,— murmurou Greer.

— Lore, Greer, precisamos de ajuda, —Knox disparou, observando enquanto


o senhor e a senhora lentamente sucumbiam à morte.

Assim que eles acabaram de morrer, estendi a mão para enxugar as lágrimas
de raiva. Caminhando até a mesa do lado de fora da nossa tenda, sentei onde Knox
apontou. Os homens à mesa se viraram para olhar para mim e eu fiz uma careta
antes de dispensá-los. Minha cabeça se inclinou enquanto Ember calculava os
batimentos cardíacos presentes, zumbindo silenciosamente antes de virar minha
cabeça para ouvir algo dentro das paredes.

Todos os homens falavam a mesma língua, garantindo que eu não fosse


incluída na conversa ou nos preparativos para o ataque que eles pretendiam
realizar no castelo. Knox ouviu, levando em consideração o que os outros disseram
antes de perguntar a outra pessoa sua opinião sobre o assunto. Ele deu a cada
lorde tempo igual para expressar o que quer que estivessem tentando transmitir.

Greer se acomodou ao meu lado, franzindo a testa ao notar que eles falavam
em um idioma que eu não conseguia entender. Ele lentamente cruzou as mãos,
virando-se para olhar para mim.
— Knox, você considerou incluir Aria na conversa? Ela pode ser capaz de
ajudar a resolver o problema em questão, —Greer anunciou, fazendo Knox se virar
e oferecer a ele um olhar descontente de irritação.

— Não, porque ela não pode saber quantas pessoas estão dentro do castelo ou
quantos inimigos estão nas muralhas e dentro do pátio. Ela não saberia quantos
cadáveres jaziam ou onde as crianças da fortaleza foram parar quando o massacre
começou.

— Dez mil inimigos estão esperando que rompamos os portões da


fortaleza. Destes, a maioria são bestas indesejadas de algum tipo. Nas muralhas
estão duzentas e três bruxas, todas elas manejadoras de magia negra, e nenhuma
é jovem ou inexperiente em seu ofício. É por isso que elas são capazes de mascarar
sua presença. Em uma sala ao lado do corredor principal estão as
crianças. Principalmente chorando ou choramingando, mas elas estão tentando
ser corajosas enquanto se asseguram um ao outro de que vão sair dessa vivos. Em
algum lugar abaixo de nós estão mais pessoas, mas elas estão enfraquecendo, como
se a fonte de ar ou seus feridos estivessem diminuindo sua frequência
cardíaca. Atrás do castelo está outro grupo de bruxas, mas elas não estão aqui para
lutar. Elas estão aqui por mim caso vençam essa batalha.

— Como diabos você pode saber disso?— Um senhor perguntou, seus olhos
castanhos turvos me avaliando enquanto eu estava sentada com meu vestido de
verão, sorrindo.

— Porque eu sou uma bruxa, mas também o predador em mim está morrendo
de fome, e ela está contando uma presa em potencial ao seu alcance. Algumas
dessas criaturas podem ser um potencial doador ou jantar. As cadelas precisam de
alimentação, e quando não conseguem uma morte fácil, elas perseguem o que está
disponível e ao seu alcance. Somos bastante astutas e criativas para atender às
nossas necessidades quando elas não foram atendidas. Há dez mil refeições em
potencial por trás dessas paredes de pedra, e minha criatura sabe disso. Ela pode
cheirá-los, mas também pode ouvir seus corações batendo erráticamente de
excitação, o que difere daqueles batendo de medo. Isso os remove da equação
daqueles que ela poderá consumir no jantar. Isso explica em um nível que você
possa entender, meu Senhor? — Os lábios de Brander se curvam em um
sorriso. Killian balançou a cabeça, uma risada silenciosa em seus olhos enquanto
se virava para Knox. —Isso ajuda a encerrar o problema? Porque as pessoas
naquele portão estão prestes a voltar à vida e estão sofrendo desnecessariamente.

— Eles são imortais, e provavelmente sofreram muito mais do que o que está
acontecendo, considerando tudo,— o lorde afirmou, olhando para mim. —Seu tipo
gosta de torturar pessoas e se destaca nisso, puta.

— Puta? De todas as calúnias que você tem à sua disposição, é essa que você
escolhe usar? Vamos colocar isso para descansar, vamos? Seu rei é o único homem
que já me tocou sexualmente, e ele pretende se casar comigo, o que significa que
será o único homem que conhecerei dessa forma. Eu sou uma prostituta? Claro, eu
sou, mas apenas para ele, e apenas quando ele merece. Estarei na tenda onde sou
procurada, aparentemente, sendo uma prostituta, — eu ri silenciosamente, os
homens me observando enquanto eu saía.

Dentro da tenda, o baú contendo as coisas de Knox chamou minha


atenção. Não havia sido fechado e nunca foi deixado aberto, mas estava
agora. Movendo-me para ele, eu encarei uma imagem, percebendo que cada vez
que ele a abria, ele se lembrava do que ele havia perdido; sua família.

No interior do baú havia um retrato pintado da esposa de Knox, segurando o


filho nos braços. Seus olhos brilharam para o que quer que estivesse ao lado do
pintor. Meus olhos se concentraram no amuleto que ela usava, tendo visto algo
semelhante antes. Eu me inclinei, olhando para o colar enquanto o medo cortava
minha espinha. Um chocalho forçou meus olhos a levantarem para a entrada da
tenda, encontrando Knox parado ali me observando.

— Eu sinto muito. Já estava aberto, — eu admiti.


Knox entrou na tenda, fechando a tampa com força. —Mantenha a porra do
seu nariz fora de onde não pertence.

— Como você desejar, — eu disse rigidamente, movendo-me para a mesa para


colocar o uísque em um copo, ignorando-o enquanto o colocava na boca.

— Minha putinha suja?— Seu tom se encheu de raiva, e eu facilmente o


descartei, já que estava ficando insensível a ele.

— Eu sou o que você quiser que eu seja. Lembra do acordo? Até agora, seu
povo me chamou de prostituta do rei, sua vagabunda e sua bolsa de prazer pessoal,
que é meu favorito. Ah, e não vamos esquecer, a mais desprezível Rainha de
Norvalla até agora, que nada mais é do que uma falsa rainha a ser apagada da
história quando meus usos ficarem tão secos quanto meu corpo depois que você
finalmente tiver tomado minha cabeça. Então, neste ponto, Knox, eu
honestamente não me importo como sou chamada ou o que eles pensam. Eu
aceitei, sabendo exatamente o que receberia em troca.

— Você não é minha prostituta,— ele exalou lentamente, movendo-se para a


mesa. —Está com fome?

— Não, — respondi, acabando com o uísque. —Quando vamos atacar?

— Dentro de uma hora. Você ainda está enfraquecida?

— Muito,— eu admiti. —Com suas algemas, levo dez vezes mais tempo para
reabastecer a magia dentro de mim. Expulsei muito quando ataquei a última
fortaleza, chovendo no inferno para o seu benefício. Tive muito pouco tempo para
recuperar a magia e não serei muito forte nesta luta.

Knox se sentou diante de mim, juntando os dedos na frente da boca, me


observando com os olhos semicerrados. —São Liliana e Sven. Eu estava me
preparando para sair para uma reunião dos reis, e ela me presenteou com o baú
antes de eu partir.

— É um presente lindo e atencioso.

E ela estava usando um amuleto com o tônico, o que significava que foi dado
como um presente, ou ela o adquiriu sozinha. A maioria dos amuletos como aquele
eram presentes apenas das bruxas mais poderosas. Eu não tinha dominado a
habilidade de colocar um feitiço ou encantamento em um ainda, e eu não era uma
bruxa fraca. No entanto, mantive esse conhecimento para mim enquanto Knox me
observava.

— É isso? Isso é tudo que você tem a dizer sobre eles? — Ele exigiu, sentando-
se para cruzar os braços sobre o peito, esticando-se.

— Eles eram lindos, Knox. Ele tinha seus olhos. Estou feliz que você o teve
por tempo pelo menos e sinto muito por você os ter perdido. — Ele olhou para mim,
estreitando os olhos lentamente. —O que você quer que eu diga aqui?

— Não sei, — admitiu Knox, bufando antes de olhar para o uísque. —Você só
serviu um copo, mulher.

— Seus braços funcionam muito bem, Majestade. — Eu observei seus lábios


se contraindo. —Na verdade, eu sei que eles são braços muito poderosos que podem
segurar meu peso enquanto você faz coisas muito perversas comigo. — Seus lábios
se curvaram em um sorriso deslumbrante enquanto ele ria, me inspecionando.

— De fato, eles são,— ele riu, pegando o uísque e servindo bebidas para nós
dois.

— Obrigada. — Eu levantei o copo, dando um longo gole enquanto ele falava


novamente.
— Eu gosto de sua boceta escorrendo pelo meu queixo, saboreando sua
excitação bebendo seu prazer, mulher.

Eu engasguei, cuspindo uísque em cima dele, cuspindo muito para sua


diversão. —Foi um golpe baixo,— reclamei, esfregando o nariz onde queimava.

— Sim, mas te excitou, não foi? Eu posso sentir o cheiro em você. Seu corpo
responde ao som da minha voz quando está excitado. O meu faz o mesmo com o
seu, como se estivéssemos muito cientes das necessidades do outro.

Corei, vendo seu sorriso surgir em sua boca. Knox foi para a frente da tenda
quando a voz de Brander anunciou sua presença. Estudei como Brander entrou,
inalando, depois recuando como se ele também pudesse discernir o estado do meu
corpo pelo cheiro, protegendo sua reação a mim.

— Isso é tudo que pude encontrar em curto prazo, — afirmou Brander,


segurando uma versão em miniatura da armadura de Knox.

— Eu não uso armadura. Essa coisa não pode ser confortável, — eu bufei,
pegando um pano para limpar o uísque da mesa.

— Você já a mandou limpar sua barraca? Estou impressionado, irmão, —


Brander riu, observando enquanto meus olhos se estreitavam sobre ele, notando
que ele estava brincando.

— Eu discuti como gostei de sua excitação escorrendo pelo meu


queixo. Aparentemente, ela não está imune ao seu próprio remédio de ser
surpreendida e engasgar com bebidas.

— Não sei, acho bastante revigorante ter uma mulher entregando as bolas ao
rei com sua inteligência,— Brander riu. — Mas Aria tem jeito com as bolas, não é?

Revirei os olhos, lutando contra o sorriso que brincou em meus lábios


enquanto eles me provocavam. Eu me levantei, aceitando a armadura leve, e fiz
uma careta. —Não é pesado como a sua. — Eu mordi meu lábio, virando-me para
olhar para Knox, que sorriu.

— É a armadura da rainha. Você terá um conjunto completo feito quando


chegarmos a Norvalla. Afinal, você será uma rainha de batalha. Não vou arriscar
que você se machuque ou coisa pior.

— Você ainda não é totalmente imortal, Aria, — observou Brander.

— Não, eu não sou. Também não sou fácil de matar, ou minha mãe teria tido
sucesso em uma das muitas vezes em que tentou.

— Eu gostaria de poder trazê-la de volta, Aria, — admitiu Knox.

— Por que diabos você desejaria fazer isso?— Eu rebati, olhando para Knox,
que sorriu maliciosamente de volta para mim.

— Para assistir você remover a cabeça dela.

— Isso é realmente gentil da sua parte. Então, como faço para colocar isso?
— Knox sorriu deslizando seu olhar pelo meu corpo.

— Vou te ajudar, Aria, — brincou Brander. — Knox procura qualquer


desculpa para tocar em você, mulher. Pare de dar a ele e comece a fazê-lo trabalhar
por isso. — Brander riu enquanto Knox chocalhava, e Brander chocalhou de volta
antes de se esquivar para fora da tenda, ainda divertido.

— Ele não está errado, — sussurrou Knox, puxando-me contra ele, pegando
a armadura.

— É mesmo?— Eu engoli em seco quando o calor inundou meu núcleo,


apertando com necessidade e desejo sombrio, desejando a liberação que ele se
recusou a me dar.
— Cuidado, — avisou Knox. —Afastar você não é a coisa mais fácil que eu já
fiz. Não quando tudo que eu quero é estar dentro do calor que seu corpo me
dá. Portanto, comporte-se, porque estamos prestes a massacrar algumas bruxas e
é a primeira vez que trabalhamos juntos. Observe minhas dicas e não me
foda. Estou prestes a confiar a você a vida dos meus irmãos no momento em que
entrarmos no campo de batalha. O que é mais do que eu já fiz na batalha por uma
bruxa, — ele admitiu, estudando meu rosto.

— Notável, mas eu realmente gosto de seus irmãos, Knox.— Ele sorriu


firmemente, olhando para mim levantando a placa do peitoral sobre minha cabeça,
deslizando-a e ajustando as laterais. —Quantos irmãos você tinha quando esta
guerra começou?— Eu perguntei suavemente.

— Dezenove, — ele engoliu em seco, levantando os olhos para segurar os


meus.

— Quantos sobraram?— Eu perguntei através do aperto na minha


garganta. Ele baixou os olhos, focalizando a armadura enquanto sua mandíbula se
flexionava, e o tique começou.

— Sete, — ele admitiu, engolindo em seco antes de recuar, virando-se para


sua armadura. Eu o segui, agarrando-o antes que ele pudesse.

— Eu vou ajudá-lo com sua armadura, já que você me ajudou com a minha.

— Eu posso fazer isso sozinho, Aria.

— Eu sei que você pode, mas não posso tocar em você se for você quem está
colocando isso,— eu sussurrei, mordendo meu lábio encarando a armadura. Seus
dedos agarraram meu queixo, puxando o traje pesado de minhas mãos. Ele o jogou
de lado, me levantando do chão, antes de me beijar.
Não foi o beijo brutal que eu estava acostumada. Em vez disso, era macio e
pretendia enrolar os dedos dos pés e criar confusão nas minhas emoções. Ele me
permitiu deslizar para baixo em seu corpo, mas me levantei, mordendo seu lábio
inferior carnudo. Quando o fiz, um chocalho escapou da minha garganta, o seu
mais dominante enchendo a tenda sobre o meu, enviando um arrepio de desejo
pela minha espinha.

— Vou informar o acampamento diretamente sobre como eles podem chamá-


la, Aria.

— Não faça isso. Vou conquistar o respeito do seu povo sozinha, Knox. Não
preciso ser mimada, sei que é por isso que você não me defende contra seus
lordes. Você sabe que posso devolver tudo o que eles me derem. Se não, você me
defenderia. Eu não preciso disso, no entanto. Obrigada por perceber esse fato
sobre mim.

— Há muita coisa que tenho notado sobre você. Há muito mais que gostaria
de aprender sem lutar com você para entender quem você é. Você ficou na frente
de bruxas e defendeu os Nove Reinos contra uma deusa. Ninguém mais se atreveu
a fazer isso antes. Eles viram uma rainha dando seus primeiros passos em direção
ao seu trono, e você ficou lindamente enfurecida quando falou sobre o que
acreditava. Eu não tinha certeza se você acreditou em tudo que disse, mas você
acreditou. Você falou com convicção e fogo que este mundo precisa. Você pode ser
uma rainha apenas no nome, mas ainda será minha rainha, Aria Hecate. Agora,
vamos nos divertir um pouco?

— Eu gosto de diversão,— eu sorri, gritando quando ele deu um tapa na


minha bunda. —Você faz isso com os outros guerreiros?

— Não, mas você tem uma bunda sexy e eu gosto de esbofeteá-la e ouvir seu
gritinho de surpresa, — ele riu.

— Você é incorrigível.
— Você já deveria ter percebido isso, mulher.
CAPÍTULO TRINTA

No momento em que chegamos ao campo de batalha, tochas foram acesas


para criar uma centelha misteriosa destacando os corpos pendurados nas
paredes. Eu podia ouvir as bruxas de Knox cantando, colhendo poder e roubando-
o das outras bruxas nas proximidades. Levantei minhas mãos e Knox avançou,
removendo as algemas, momentos antes do poder bater contra o meu, enviando-o
correndo de volta para as bruxas que nos testaram nas muralhas.

Knox deu um passo à frente comigo, refletindo cada movimento que eu fiz. Ele
acrescentou seu poder ao meu, levantando e abaixando as mãos de forma
surpreendentemente eficiente. Brander não estava mentindo. Knox havia me
perseguido, me aprendendo. Explosões de energia dispararam em nossa direção, e
deixamos cair nossas mãos juntas para que eu pudesse absorver a magia como
uma esponja, alimentando nosso poder com o delas.

Homens correram para frente, ficando bem atrás de nós. Eu desviei cada
flecha dos arqueiros enquanto as garrafas de poção explodiam aos nossos pés. Eu
sibilei, recuando, e Knox agarrou minha cintura, puxando a dor de mim como se
ele soubesse exatamente o que fazer.

Era uma dança. Eu seguiria e ele voltaria. Se eu retrocedesse, ele


avançava. Se eu evitasse, ele se defendia. Se eu atacasse, Knox aumentava sua
força. Cada movimento foi preciso e planejado. Ele conhecia cada movimento que
eu fazia, o que me apavorava e era estimulante ao mesmo tempo.

Se eu tomasse uma pancada, Knox aguentava a dor. Se eu assumia o poder,


ele permitia. Ele sabia cada um dos meus movimentos antes que eu o fizesse,
batendo minhas mãos no ar para devolver as poções que elas mandavam para nós
com facilidade. Knox riu maliciosamente atrás de mim enquanto as bruxas das
trevas uivavam com a dor de seus venenos atirados de volta para elas. Eu dei um
passo em direção a Knox quando senti a terra mudar quando dez mil criaturas
começaram a sair da fortaleza.

— Vá para Killian, Aria, — Knox rosnou, seus olhos brilhando com a batalha
que se aproximava.

A magia correu pelo campo e eu levantei minhas mãos para empurrá-la de


volta, mas ela bateu para frente antes que eu pudesse impedir que nos
alcançasse. Correndo para Killian, procurei por Knox no campo, batendo nele
quando a magia atingiu nós dois, nos mandando para o chão com força.

As bruxas de nosso exército avançaram rapidamente, colocando as mãos no


ar para evitar que a magia negra e oleosa alcançasse nossas forças armadas. Eu
observei enquanto as bruxas das trevas abriam a boca e mais magia negra
escapava delas, navegando em direção à multidão lutando abaixo. Knox avançou
com uma bruxa das trevas para perto de nós, enviando sua espada em um arco
amplo, removendo sua cabeça.

Os homens avançaram, deslizando através das bruxas enquanto elas


inundavam para fora do castelo com as bestas indesejadas. Alguém agarrou meu
braço por trás e me jogou no chão enquanto os homens passavam por mim, lutando
com espadas. As bruxas do exército de Knox começaram a gritar alto. Eu fiz uma
careta, notando que o corpo a corpo não era meu ponto forte, e eu estava no meio
disso. Um raio de magia atirou em alguém na minha frente me mandando para o
chão mais uma vez.

Arrastei-me em direção aos cavalos, mas os homens passaram por mim,


bloqueando meu caminho. Ficando de pé, olhei através da luta até avistar a
armadura de Knox. Seus movimentos eram precisos e graciosos enquanto suas
lâminas cortavam o ar, cortando membros e cabeças. Era como assistir a um
movimento de dançarino, mas onde eles lançariam seus braços, ele empunhava
lâminas perversamente esculpidas em ambas as mãos com precisão assassina.

Estremeci quando três criaturas correram em direção a Knox de uma só


vez. Ele usou uma lâmina para cortar a cabeça de uma, então girou para cortar o
meio da outra, levantando suas espadas para remover suas cabeças sem
esforço. Knox não parou. Ele se moveu através das massas que continuaram em
um mar de corpos que correram em sua direção.

O sangue pintou meu rosto e me virei lentamente, encontrando Killian de pé


ao lado de um corpo sem cabeça que caiu no chão ao meu lado. Meus olhos se
levantaram para os dele, e ele ergueu sua espada como se eu fosse seu próximo
alvo.

Fechando meus olhos, eu exalei, esperando o golpe vir. Algo bateu em mim e
me virei, olhando para a criatura de três chifres empunhando uma espada, apenas
para Killian desviar o golpe antes que pudesse me alcançar. Eu me movi para trás,
minha respiração difícil e irregular, o sabor acobreado de sangue enchia o ar, e o
som de metal encontrando metal enchia a noite.

Três criaturas se juntaram à luta, e Killian desviou dos golpes facilmente,


embora eles fossem mais numerosos que ele. Olhei ao redor do chão, agarrando a
espada de um guerreiro caído, golpeando-a no ar torcendo meu corpo para atingir
a cabeça, girando para enfiá-la na cabeça de outro. Eu assisti ele cair no chão,
apenas para levantar minha cabeça quando uma lâmina de espada tocou meu
queixo.

Killian olhou para mim e eu deixei cair a espada antes que ele percebesse o
que eu tinha feito. Seus olhos se estreitaram, mas algo se moveu atrás dele, e ele
girou, despachando-o. Eu me virei para procurar Knox, encontrando-o me
observando com a cabeça inclinada cercado por cadáveres espalhados pelo chão,
todos sem cabeça. Tremendo, eu encarei as bruxas das trevas acima que
continuaram liberando magia negra enquanto eu me arrastava pelos mortos em
direção a Knox.

Eu estava quase perto dele quando os mortos começaram a se


levantar. Minha raiva aumentou quando o poder explodiu pelo pátio. Virando-se,
algo passou zunindo por mim, e estremeci quando uma lâmina atingiu minha placa
torácica, me fazendo voar para trás. Eu encarei o céu, a dor latejando no meu peito.

Uma espada avançou em minha direção e eu rolei, empurrando o chão para


ficar de pé. Tirei uma espada do chão, franzindo a testa quando não encontrei
ninguém lá. Eu odiava não poder exercer magia suficiente para fazer diferença
com a guerra crescia ao meu redor.

Eu me virei para Knox quando uma criatura se esgueirou por trás dele. Eu
levantei minha espada e ele me observou através das fendas de sua armadura. Eu
a levantei sobre a minha cabeça, enviando-a pelo ar enquanto a incerteza enchia
seus olhos. Ele evitou facilmente, virando-se para olhar por cima do ombro onde
empalou seu suposto assassino. Knox ergueu a lâmina e removeu a cabeça com um
golpe rápido que a fez rolar pelo chão ensanguentado.

Eu fiquei lá no meio da batalha sem medo, erguendo meus olhos para a


muralha onde as sombras se moviam e desapareciam de vista. Corri em direção a
Knox, evitando as lâminas. Eu o observei matar um gigante como se fosse nada
mais do que um incômodo.

O chão tremeu e me virei para ver uma grande besta alada avançando contra
os portões da fortaleza. Ele tinha chifres cobrindo sua cabeça e uivou. Sua pele era
enrugada, com um casaco parecido com couro que parecia ter ficado na água por
muito tempo. Knox pronunciou uma única palavra, que eu tinha certeza, consistia
em quatro letras.

Eu levantei minhas mãos e sibilei antes de enviar uma explosão de magia


para a criatura, e quando minha magia a atingiu, ela cresceu. Knox alcançou
minhas mãos, mirando no monstro, que explodiu em uma névoa fina. Eu encarei
de boca aberta, puxando minhas mãos, ainda segurando as de Knox, olhando para
elas. Acima de nós, as bruxas das trevas uivavam e criaturas começaram a fluir
ao nosso redor, nos isolando do exército. Eu me virei para Knox com preocupação
queimando meus olhos.

— Você está pronta para parar de brincar, mulher? — Ele perguntou,


agarrando minha cintura me puxando contra ele.

— Eu decidi que não sou muito boa em lutas corporais, — eu ri nervosamente,


observando seus olhos estreitarem em mim.

— Achei que você era muito boa nisso quando estava sendo jogada de um lado
para outro, evitando ataques. Na verdade, você estava muito sexy e, embora um
tanto desajeitada, foi cativante vê-la tentar se sair bem e agir como fodona usando
sua jaqueta de unicórnio.

Rosnado soou ao nosso redor, enviando o cabelo da minha nuca para cima
com a consciência do poder se acumulando. Eu olhei para Knox, batendo minhas
mãos enquanto ele espelhava a ação, enviando seu poder sobre o meu. O sangue
espirrou no chão, pintando-o de vermelho quando um sorriso perverso passou pela
minha boca.

— Dê-me seu poder e eu darei o meu, — ele insistiu.

Eu estremeci, sabendo exatamente o que ele queria. Eu sabia que era uma
fusão de poder e, se não fôssemos compatíveis, seria muito ruim. Eu abri minha
boca para discutir, mas ele balançou a cabeça. Eu levantei minhas mãos, as dele
espelhando as minhas, enviando poder correndo em direção aos inimigos que
tentavam se reunir ao nosso redor.

— Confie em mim, mulher. Se alguém é compatível, somos nós.


Knox colocou as mãos na minha cintura para erguer meu corpo contra o
seu. Eu levantei meus braços, girando-os enquanto ele nos girava, cortando
criaturas em pedaços sangrentos. Knox notou como minhas mãos mudaram, e se
elas giraram, ele nos girou amplificando meu poder. Bestas parecidas com caninos
explodiram ao redor do castelo, e Knox se recostou enquanto minhas pernas se
enrolavam em sua cintura, segurando meu peso ele me girou novamente. Nossa
magia combinada atingiu os cães mutantes que uivaram antes de explodir,
adicionando gosma verde ao campo.

Knox me puxou para cima, embalando minhas costas enquanto seu poder
pulsava através de mim, inebriante com a magia do sangue. Foi a mesma magia
que ele usou para colocar seu nome na minha carne, enviando luxúria correndo
por mim violentamente. Eu engasguei quando ele entrou no meu corpo, forçando
meus olhos a ficarem nos seus enquanto ele observava. As sombras se moveram
ao nosso redor e Knox girou, usando sua magia. Eu me ajustei à sensação pulsante
de sua magia correndo por mim, perdendo o foco na batalha enquanto ele se
tornava uma necessidade consumidora que crescia dentro de mim.

— Respire, menina bonita, — ele pediu.

Eu caí para trás, deslizando minhas mãos juntas para bater palmas e corpos
explodiam em chamas, pintando as paredes da fortaleza. Knox observou e eu me
levantava para reclamar seus lábios com avidez.

Não me importa se estávamos no meio de uma guerra. Eu precisava dele mais


do que nunca. Knox passou as mãos pelo meu cabelo, me segurando contra ele,
ainda nos girando em um círculo apertado enquanto ruídos de estalo soavam ao
nosso redor. Não foi até que a magia negra roçou contra nós que paramos, virando-
nos para olhar para as muralhas e as bruxas medonhas acima enquanto eu
deslizava por seu corpo.

Knox e eu levantamos nossas mãos ao mesmo tempo, enviando magia para


procurar os criminosos. As bruxas das trevas se estilhaçaram como vidro quando
as encontrou, o barulho de uivo estridente e alto que ecoou pelo vale em que
lutamos. Um por um, derrubamos nossos inimigos, limpando cada lado até nos
encontrarmos no meio.

Uma enorme besta de três cabeças saltou das muralhas. Eu o agarrei com
minha magia, segurando-o no lugar enquanto Knox batia as mãos, entrelaçando
os dedos antes que sua magia o rasgasse. A besta despedaçada jogou cacos de
pedaços de vidro no chão, a poucos metros de nós.

Eu levantei minhas mãos mais uma vez, colocando fogo nos nós ao redor dos
corpos dos imortais amarrados nas paredes. Eles caíram, apenas para serem pegos
por Knox e seus homens. Minhas mãos amoleceram, enfiando os órgãos de volta
nos corpos, corrigindo os danos às vítimas. Continuei até que o suor brotou da
minha testa, escorrendo pelo meu pescoço. Depois de curá-los, dei um passo para
trás, procurando no chão antes de ir em direção a um local vazio, sem grama.

Abrindo o terreno com minha magia, olhei para as pessoas que olhavam para
mim de dentro de uma caverna que fedia a terra e sujeira, um local abarrotado de
prisioneiros. Abaixei-me, oferecendo a um senhor minha mão enquanto um sorriso
suave brincava em meus lábios. Um flash de prata chamou minha atenção antes
que alguém me empurrasse de volta. Uma espada avançou, e Killian rosnou,
caindo de joelhos enquanto olhava para a lâmina projetando-se de seu lado.

A raiva me invadiu violentamente. Eu gritei de indignação, buscando minha


magia com a injustiça do que tinha acabado de acontecer entrou em minha
mente. Nós os salvamos e eles mataram Killian! Eu chocalhei ameaçadoramente,
caminhando lentamente para frente, puxando mais magia ao meu redor gritando
de raiva. Minhas garras desceram, dentes escorregaram de minhas gengivas e a
magia correu em meus dedos, coçando para ser lançada nas pessoas que haviam
prejudicado um dos nossos. Uma mão tocou meu ombro e me virei, olhando para
Killian. Meus ouvidos pulsavam ruidosamente com o sangue fluindo e correndo
pelo meu sistema.
— Deixe pra lá, — Killian rosnou roucamente, estudando meu rosto enquanto
eu lutava para controlar as emoções agitadas por mim. — Eles pensaram que você
era o inimigo, Aria. Eu sobreviverei. Eles são inocentes, — ele grunhiu, apertando
seu aperto no meu braço.

— As únicas pessoas inocentes são as crianças,— eu sussurrei, olhando em


seus olhos azuis escuros lutando para controlar a emoção que conduzia minha
raiva.

Tanto poder pulsou através de mim que todo o meu corpo tremia
violentamente. Killian apertou a mão no meu ombro, me ligando ao presente. Eu
estava lutando pelo controle e estava perdendo, porra. Meus olhos levantaram
para encontrar Knox me estudando com uma expressão cautelosa.

Eu me virei, olhando para o lado do castelo onde a liberdade me


chamava. Minha mente disparou com o pensamento de correr, mas estaria
correndo cega e sozinha no território de Knox. O poder que eu segurava diminuiu
rapidamente e a mão de Killian soltou meu ombro. Knox estremeceu em
advertência, seus olhos se estreitando em mim enquanto ele reunia seu poder,
pronto para defender seu povo de mim. Ou talvez ele estivesse se preparando para
me caçar.

Engolindo, me virei para encontrá-lo se movendo lentamente em minha


direção, permitindo-me decidir meu curso. Virei-me mais uma vez, estudando o
caminho escuro para a liberdade, e sussurrei um feitiço suave em vez disso, já que
correr não iria realizar o que eu estava aqui para alcançar.

Mãos tocaram meu pulso e olhei para os olhos oceânicos que me estudaram
silenciosamente. Nós dois sabíamos o quão perto eu tinha acabado de matar
pessoas inocentes. Eu hesitei, mas apenas pirando. Estremeci quando o dreno de
poder veio das algemas que Knox colocou em meus pulsos, sentindo seus homens
enquanto eles se moviam ao nosso redor.
— Estou com a porra de uma ereção, mas nunca estive tão apavorado na
minha vida! Que diabos foi isso? Você estava literalmente beijando
enquanto matava pessoas. Quer dizer, Knox estava tipo 'venha aqui, Aria,
pule. Vamos girar e foder, matar algumas vadias enquanto estamos nisso,
certo? Quão quente estava isso? — Lore exigiu.

— Muito quente, — Brander bufou. —Eu acredito que é a primeira vez que
vejo casais dançando enquanto destroem um exército. Acho que todo o nosso
exército sentiu essa luta em seus paus.

Eu não falei, segurando o olhar de Knox enquanto sua mandíbula se


contraiu. Ele acenou para os homens, pois eles não conseguiram entender a
gravidade do que acabou de acontecer. Minha respiração estava difícil e as
lágrimas picavam meus olhos, apertando minha garganta enquanto eu lutava para
controlar a reação ao que quase fiz.

— Ela quase assassinou vidas inocentes porque o poder de Knox se tornou


desequilibrado dentro dela, — Killian rosnou. — Foi confuso e imprudente. Pior
do que isso, ela fez isso para me defender. Sua raiva era porque eles me
machucaram. Ela nem gosta de mim, porra. — Killian não estava falando em um
idioma que eu deveria ter entendido, provando que meu feitiço funcionou quando
um ouvido ouviu sua língua e o outro o equivalente em inglês.

— Ela não tem culpa esta noite. Eu tenho. Eu precisava saber se ela
sobreviveria à nossa fusão de poder. Há uma fonte de cura. Se ela tivesse sido
ferida na fusão, poderíamos tê-la levado a tempo suficiente para impedir sua
morte. Leve seu traseiro para aquela fonte, Killian. Lore, certifique-se de que ele
chegue lá antes que desmaie com a perda de sangue. Não temos tempo para ele se
curar naturalmente. Este cerco já nos atrasou para o meu casamento, e não
queremos que a noiva fique com medo, queremos?

Eu passei meus braços em volta da minha cintura, olhando para Knox como
se eu não tivesse entendido nada do que disse, bem na minha frente. Seus olhos
procuraram meu rosto, me puxando para mais perto até que seu calor parou meu
tremor. Sua magia queimou contra a minha, me aquecendo por dentro.

— Eu vou me casar com uma bruxa Hecate e possuir seu lindo


traseiro. Quantos outros reis podem dizer que conseguiram esse feito? Ela não
tem ideia de que nenhuma outra mulher em sua linhagem deu seu voto a outra, e
ainda assim ela me ofereceu o dela.

— Você disse a ela que é um voto para a eternidade, certo? — Killian


questionou, seus olhos deslizando sobre mim segurando seu lado sangrando.

— Claro que sim, — murmurou Knox. —Ela é uma das mulheres mais
inteligentes que já conheci. Sua idade a limita, mas sua inocência é genuína. Ela
é uma raridade e a bruxa mais forte a agraciar a linhagem Hecate, além da própria
Hecate. Ela vai ganhar esta guerra por nós e, quando acabar, vou descobrir o que
fazer com ela.

Eu deveria ter fugido. Eu não fiz porque a magia de Knox estava pulsando
por mim. Eu não estava convencida de que ele não sabia que minha mente já
estava implementando um plano de fuga e eu tinha treze rotas para longe dele.

Eu só tinha que remover as algemas, fazer o que vim fazer e deixá-lo com sua
dor criando um novo reino, intocável por ele. Eu não queria mais uma Casa da
Magia. Eu estava criando um Reino da Magia. Eu iria criar um reino inteiro onde
as bruxas poderiam ser livres e não se preocupar em serem massacradas por
aqueles dentro dos Nove Reinos. Eu iria criar o Décimo Reino. Ele poderia lidar
com as bruxas das trevas sozinho, mas eu e meu povo, nós partiríamos no momento
em que eu erguesse esse reino e o tornasse à prova de Knox.

— Você está cansada, Aria?— Ele perguntou suavemente.

— Exausta, — eu sibilei, virando-me para deixá-lo se perguntando sobre


minha cautela.
Ele estava extremamente confuso. Aurora pensou que eu poderia alcançá-
lo. O único alcance real que eu queria em Knox eram minhas mãos em volta de sua
garganta para enforcá-lo. Eu tinha feito a maior parte do que me propusera fazer
e só precisava de mais algumas coisas para se encaixar antes que eu pudesse deixá-
lo e este exército cansado para trás. Você não pode alcançar alguém que não esteja
pronto para voltar.

Knox me queria embaixo dele, acima dele, em torno dele, mas não ao lado
dele. Eu era uma arma para empunhar, que era a mesma maneira que Aurora me
via. Eu não era cega para suas intenções. A questão era que eu me ofereci para ser
sua ferramenta porque ela queria salvar as bruxas boas.

Mas eu a senti nos observando esta noite. Eu senti raiva de uma bruxa
Hecate. Eu fiz o que Aurora queria que eu fizesse, então como ela poderia estar
com raiva de mim? A menos que fosse uma das minhas irmãs, mas elas também
estavam dentro do plano. Enervou-me pensar que minha família estaria aqui, ao
alcance de Knox, facilmente localizada.

Nós concordamos com o que era necessário e fizemos um plano. Eu executei


esse plano ao pé da letra. Eu dei a Knox mais de mim do que pretendia, mas para
alcançá-lo, para quebrar o gelo que envolvia seu coração, tive que ceder um
centímetro para passar pela parede que ele colocou em torno de suas emoções. Eu
não podia nem culpar Knox por me segurar com o braço estendido ou querer me
usar como arma.

Eu era uma arma, e todos sabiam disso agora. Eu nunca encontraria paz por
causa do sangue correndo em minhas veias. Eu nunca conheceria a maternidade
ou experimentaria qualquer coisa que quisesse na vida porque estava prestes a me
casar com a única criatura que ninguém desafiaria.

Pior, eu queria me casar com o idiota só para fazê-lo se arrepender de ter me


forçado a isso em primeiro lugar. Qual de nós era mais idiota? Ele; ainda ele. Ele
também estava muito à minha frente no placar. Eu precisava melhorar meu jogo
porque estava jogando o mestre do jogo.

— Mulher, pare um momento, — disse Knox, mas ele usou sua


linguagem. Meus olhos perscrutavam as estrelas enquanto eu caminhava até
abaixar para descobrir que o acampamento estava se preparando para se
mover. Eu parei no meio do caminho, olhando para as tendas sendo desmontadas,
e murchei. Eu cruzei meus braços sobre a placa do peito da minha armadura,
olhando para as pessoas bagunçando meu sono. — Aria, — Knox sussurrou em
meu ouvido, fazendo-me pular antes de me virar para ele. —Você está bem?

— Estou bem, Knox. Apenas cansada, — eu menti, me virando antes que ele
visse a mentira em meus olhos. —Vamos nos mudar esta noite?

— O lorde e lady não desejam que você esteja aqui por causa de quem você
é. Sairemos daqui assim que Lore e Killian retornarem. Estamos indo para o
Círculo de Beltane, onde acampamos por alguns dias antes de viajar pelas
passagens para chegar à minha casa em Norvalla.

— Eu apenas ajudei você a salvar suas vidas, e eles não me querem


aqui?— Eu questionei, mas ele permaneceu em silêncio enquanto eu girei,
nivelando-o com um olhar arrepiante. —Eles não querem nenhuma bruxa aqui,
boa ou má, certo? Somos todas iguais, porra.

— Considerando o que aconteceu esta noite, estou escolhendo respeitar seus


desejos. Eu não queria que eles tentassem atacar nossas bruxas ou você em
retaliação. Você não vê o quadro geral, Aria. Ninguém quer mais bruxas nos Nove
Reinos.

— Nem mesmo você, — eu bufei, exalando lentamente.

Mudei-me para a mesa mais próxima e sentei-me, apoiando o queixo na


palma da mão para assistir os guerreiros desmontando o acampamento. Meu
estômago apertou com a realidade da situação que minha família tinha voltado
para corrigir. Os Nove Reinos foram um banho de sangue e uma confusão, e foi um
grande momento.

— Você quer falar sobre o que aconteceu esta noite?— Ele perguntou, se
acomodando ao meu lado.

— Eu tinha muito poder instável dentro de mim. Eu acho que o seu foi muito,
muito cedo. Passei de excitada a psicopata em um nano segundo. Não foi seguro,
especialmente com eles prejudicando um dos nossos com tanto poder ainda
passando por mim.

— Mas você parou antes de agir com raiva. Eu nunca conheci ninguém que
pudesse usar ou exercer minha magia, e ainda assim você fez esta noite.

— É chamado de fusão de poder, o que normalmente apenas alguns seres


podem fazer. Hecate tentou uma vez e quase morreu. Ela odiava qualquer um que
pudesse fazer o que ela não conseguia, mesmo com seu status de deusa. Aurora
mencionou isso uma vez, afirmando que as primeiras criaturas dos Nove Reinos
poderiam fazer isso, mas apenas os verdadeiros companheiros da
espécie. Felizmente, não nos unimos corretamente, o que significa que não somos
parceiros ou mesmo próximos de ser algo semelhante. Fique tranquilo, você será
capaz de se afastar de mim assim que terminarmos esta guerra ou o que quer que
esteja planejando fazer comigo. — Virei-me, estudando como Knox engoliu em
seco, como se se sentisse mal pela mentira que estava jogando. —Quero dizer,
ainda estaremos casados, mas você estará livre dessa bruxa malvada de Hecate a
quem está se sujeitando.

— Se fosse tão simples, minha coisinha linda. Você é muito poderosa para
escapar de mim. Não enquanto respira, pelo menos. A única saída para você é a
morte. Gostaria que fosse de outra forma, ou que tivesse a resposta para o que
pretendo para você, mas não tenho, — sussurrou Knox em sua língua. Ele franziu
a testa, olhando para as estrelas, e então se levantou para ir na direção de onde
seus homens estavam carregando suas coisas em uma grande carroça.

Eu silenciosamente observei Knox caminhar em direção ao exército. Eu


exalei lentamente, lutando contra a raiva e a dor que suas palavras enviou
correndo através de mim. O homem tinha mais problemas do que qualquer raça
inteira dentro dos Nove Reinos combinada. A questão era que Knox era a chave
para a criação do novo Reino da Magia, e eu precisava conseguir isso para chegar
ao que precisava.
CAPÍTULO TRINTA E UM

A viagem para o Círculo de Beltane foi de tirar o fôlego, mas aterrorizante,


considerando o que estava para acontecer aqui. Nós entramos em uma floresta que
se espalhava pelas montanhas antes de se abrir para revelar uma visão de beleza
de parar o coração.

Uma trilha longa e sinuosa nos levou para fora das montanhas e nas
profundezas de um vale ondulante de vegetação luxuriante. Um pôr do sol
vibrante de tons de violeta, laranja profundo e vermelho pintou o céu como pano
de fundo para uma enorme cachoeira em cascata. Sua beleza causou lágrimas em
meus olhos, oprimida pelo ambiente irreal em que meus olhos se deleitavam.

Viramos uma curva na trilha e Knox parou. Desmontando, ele ergueu a mão
para mim, ajudando-me a descer do grande cavalo de guerra. Eu permiti que me
arrastasse com ele quando um menino pegou o cavalo, conduzindo-o atrás de nós
enquanto avançávamos com seus homens.

Knox fez uma pausa, olhando para mim enquanto meu olhar deslizava sobre
o horizonte carmesim. Minha respiração ficou presa na garganta quando dei um
passo à frente na beira da trilha. Knox apertou seu aperto, virando meu corpo em
seus braços para me mostrar o crânio gigante com a marca de Hecate lançando
água de sua boca para o ar.

Ele sorriu, minha atenção voltada para a névoa, pintando um arco-íris na


frente do crânio. Era do tamanho de um gigante de lendas, e nas órbitas dos olhos
havia enormes cristais de cura dourados que pareciam ter prendido o sol dentro
deles, brilhando e refletindo.
Na nossa frente estava uma estátua gigantesca de um homem, sua mão
suspensa no ar como se ele segurasse o sol poente em sua palma. Uma coroa o
marcava como um rei, e em cada ponta de sua coroa havia grandes pedras de
cornalina com faixas. Os pássaros voaram ao redor, enchendo o vale agitado com
sua canção enquanto hordas de veados corriam, correndo para longe do exército
que se aproximava.

Minha atenção voltou para a estátua, notando a falta de roupas do homem, e


um rubor encheu minhas bochechas. Bel, a divindade de Beltane, que abençoava
a fertilidade, vigiava o vale onde sua celebração marcava os próximos meses de
verão.

Várias estruturas circulares de pedra semelhantes à arquitetura de


Stonehenge estavam espalhadas por todo o vale cada vez maior. Ao contrário da
versão humana, essas formações rochosas tinham pontas brilhantes com runas
que refletiam cores variadas, começando na parte inferior e subindo até os
picos. Os pilares enviaram o poder de Beltane correndo por nossa festa, dando-nos
as boas-vindas para a celebração que se aproximava. O maior conjunto de
estruturas ficava sob a estátua de Bel, marcando-a como o mais poderoso e
importante dos muitos círculos. Dentro do círculo havia um altar elevado. Este
altar não era para sacrifícios, mas sim para chamar a divindade de seu sono para
dar poder ao vale e abençoar uniões e casais para a fertilidade.

Knox riu, forçando meus olhos a deslizarem em direção a ele, onde me


observava. —Isso é incrível.

— É maravilhoso, — ele sussurrou, mas seus olhos estavam em mim. Suas


palavras murmuradas fizeram meu coração disparar, aquecendo minhas
bochechas com cor. —Espere até ver as cavernas de banho e a beleza que elas
possuem.

Engolindo o nó na garganta, franzi a testa antes de me virar para olhar onde


sons altos começaram a ecoar pelo vale. Meu corpo zumbia de paz enquanto a
canção da tigela cantante enchia o lugar inteiro, limpando a alma de quem entrava
no vale.

— Como isso funciona? — Eu perguntei, observando as pessoas usando


cordas, arrastando seus pés calçados com chinelos por cima da grande formação
rochosa arredondada como acrobatas.

— Mandei homens na frente com as bruxas, abençoando o vale para nossas


próximas núpcias. Eu sei que a queima de sálvia e a bênção das tigelas são
importantes para a sua linhagem. As tigelas também eram uma maneira mais
rápida de limpar as pedras dentro do vale para Beltane. Normalmente, chegamos
dias antes para preparar o vale para aqueles que entram em um casamento em
Beltane.

— Não desta vez, porque você estava muito ocupado me perseguindo?— Eu


questionei, virando-me com o som hipnótico da tigela de canto aumentando e
minha respiração se intensificava. As vibrações tocaram minha alma, forçando um
profundo ronronar calmante a explodir de meus lábios. —Ember aprova.

— Eu estava realmente perseguindo uma beleza rara e valiosa pelos Nove


Reinos, com a intenção de capturá-la. Você valeu a pena o tempo que levou para
pegá-la. Conhecer você como pessoa enquanto eu a seguia também valeu a pena
nossa chegada tardia.

Seu polegar traçou pequenos círculos na palma da minha mão, enviando calor
por mim. Comecei a avançar novamente, embalada por uma sensação de paz pelo
zumbido pulsante e profundo que vibrou dentro de mim até que eu quis me inclinar
contra Knox e apenas ouvir as taças cantando. O sol continuou baixando atrás das
montanhas enquanto as estrelas se tornavam visíveis no céu que escurecia.

Uma vez que estávamos em terreno plano, Knox me puxou em direção à


enorme estrutura de pedra que tinha vapor escapando por um buraco no
telhado. Quando chegamos, ele sorriu, acenando com a cabeça em direção aos
homens que nos observavam em silêncio.

— Estaremos de volta em algumas horas, — anunciou Knox, a voz rouca de


desejo.

— Se você não sair nas próximas horas, Aria vai ver mais de nós do que
deseja, — Brander zombou, enxugando o suor da testa.

— Quem disse que eu não quero ver tudo, Brander? — Eu provoquei,


observando os lábios de Brander se contorcerem enquanto Knox dava um alto
rosnado de ciúme atrás de mim. Pisquei para Brander quando me virei,
permitindo que Knox me puxasse pela pequena entrada de pedra.

— Você está ultrapassando meus limites, mulher. — Knox se virou para olhar
por cima do ombro, sorrindo para mim para me assegurar que não estava falando
sério. Ele me puxou para mais perto, lançando a Brander um olhar de advertência
antes de entrarmos na sala, desaparecendo de vista deles.

— Estou feliz que você notou, — eu admiti, parando na primeira vista da


caverna. —Talvez se eu te pressionar, você me lembre por que continua dizendo
que sou sua.

— Eu gosto desse lado travesso seu, Aria. O fato é que devemos purificá-la
antes do casamento, o que significa que ainda não posso tocá-la. Também tem o
que você disse.

— E o que foi isso?

— O próximo homem que tocar em você, e estiver dentro de seu corpo, será
seu marido, — apontou Knox, sorrindo tortuosamente. —Você está prestes a se
casar comigo, o que significa que já tenho sua permissão.
— Isso é discutível e desonesto, Knox. — Dispensando-o, minha atenção foi
para a caverna, e o ar deixou meus pulmões em uma respiração sussurrada de
admiração. —Uau.

A caverna inteira estava iluminada por milhares de pequenas luzes de um


único cristal colocado na frente de uma tocha. Senti a magia dentro do local
deslizando contra minha pele. A sexualidade que pulsava dentro de mim era
inebriante, levando-me em direção à água cristalina que expôs o fogo e o quartzo
de gelo abaixo da superfície. Movendo-me para a água, tirei meus chinelos para
testar a temperatura, que estava quente e perfeita para o banho. Eu me virei,
sorrindo para Knox enquanto ele me observava com um fogo queimando em seu
olhar.

Knox segurou duas velas, sorrindo maliciosamente, e eu lentamente fiz meu


caminho até onde ele estava, esperando. Ele acendeu sua vela na maior que
inundou a caverna. Inclinando-se mais perto da grande vela colocada no altar, ele
acendeu o pavio antes de segurar sua vela para acender a minha.

— Amanhã Aria, você se tornará minha esposa.

— Então eu vou,— eu murmurei baixinho, observando ele se mover para o


lado para que eu pudesse adicionar minha chama à dele. —Você está pedindo a
eles que abençoem nosso casamento pela fertilidade ou vitória na guerra que se
aproxima?— Eu perguntei com cuidado, um olhar cauteloso em meus olhos
enquanto ele sorria com força.

— Estou pedindo que sejamos felizes com o que posso oferecer e que fiquem
satisfeitos durante o nosso casamento. — Seus olhos seguraram os meus, notando
as lágrimas que nadaram dentro deles.

Dando um passo à frente, acendi a vela, virando-me para assistir o feitiço de


bênção acender nas paredes. A caverna ficou ainda mais iluminada, criando um
ambiente sedutor. Tochas menores queimavam ao redor da água, iluminando o
caminho para um túnel que alimentava a piscina. Eu me abaixei, olhando para a
passagem iluminada antes de olhar para Knox, encontrando algo muito masculino
obstruindo minha visão.

— O que você pediu aos deuses?— Ele perguntou suavemente, seus olhos
estudando os meus.

— Para curar você de sua dor. Para aliviar suas feridas internas e sofrimento.

— Você pediu a eles para me curar, em vez de abençoar o seu útero que você
quer encher com um bebê?— Ele questionou, engolindo em seco.

— Algumas coisas são mais importantes do que o que mais


queremos. Portanto, fazemos sacrifícios e colocamos os outros antes de nós.

De pé, permiti que meus olhos famintos se deleitassem na forma muscular de


Knox. Afastando-me, lentamente tirei o vestido que usava há dias, coberto de suor,
sujeira e poeira acumulada por viajar por terras estranhas e estradas sinuosas.

Estávamos tão perto de Norvalla que pude sentir a mudança no clima. Senti
o ar ficar mais frio e notei que os animais estavam se tornando mais selvagens e
primitivos. Conforme continuamos em direção a ele, o canto da sereia chamuscou
meu sangue, acendendo um fogo que eu não podia ignorar dentro de mim.

— Quantos dias até chegarmos a Norvalla?— Eu larguei o vestido, saindo


dele e dobrando-o. Eu me virei, encontrando Knox a poucos centímetros de
mim. Ele sorriu, baixando o olhar para a minha nudez.

— Você está com pressa para chegar à sua nova casa, Monstrinho? — Ele
perguntou suavemente.

— Norvalla não é minha casa e nunca será, Knox. O lar é onde estão as
pessoas que você ama, e não há ninguém dentro de Norvalla que se importe se eu
vivo ou morro.
Eu engoli o caroço que essas palavras causaram, indo em direção à piscina
para escapar de seu olhar. Eu silenciosamente fiz meu caminho descendo as
escadas antigas que levavam à piscina, parando uma vez que estava com água até
a cintura. Knox me pegou e me empurrou contra a lateral da piscina, olhando para
mim enquanto eu engolia repetidamente, tentando impedir que as lágrimas se
soltassem.

— Vou fazer dela sua casa. Eu me importo que você viva, Aria. Você não é
apenas uma arma. Você é essa coisa linda cheia de caos que me vira do avesso. Eu
sei que sou difícil de lidar. Minhas feridas são muitas e minhas arestas são mais
do que irregulares, muitas vezes cortando profundamente. Eu sei que você me
quer, e eu quero você. Isso é mais do que a maioria dos reis e rainhas tem antes de
entrar em um acordo de casamento. Eu sei que vou agradar você na cama e que
vai me agradar muito em troca. Estou tirando tudo que você sempre quis de você,
e não gosto de mim mesmo por fazer isso. Eu esperava sentir uma vitória sobre
você, mas você chorou e fodeu tudo. Odeio suas lágrimas porque as sinto em minha
alma e sei que não posso mudar de direção. Não posso desfazer o que comecei por
você. Jurei à minha esposa que colocaria as bruxas de joelhos e pretendo cumprir
essa promessa.

— Se você odeia tanto, pare com isso, Knox. Não se case comigo pelo que você
acha que vou me tornar. Ambos merecemos mais do que isso.

— Eu quero me casar com você, Aria Primrose Hecate. Eu quero ter certeza
que nunca tocará outro homem, enquanto respirar. — Knox descansou a cabeça
contra meus seios, segurando meus quadris suavemente antes de se afastar,
procurando meu rosto. —Isso me torna um idiota, e não posso dizer que me
importo. Não quis mais ninguém desde o momento em que você abriu a boca no
penhasco em Haven Falls. Não desejei nada tanto quanto desejo você.

— Você literalmente tem minha vagina na discagem rápida. Você liga, ela
atende. Você chocalha, eu experimento um sistema hidráulico aleatório que faria
uma companhia de água me oferecer milhões pelos direitos de uso, etc. Você não
precisa se casar comigo para me ter. Eu não sou o tipo de mulher que muda para
outro homem facilmente. Sou cegamente leal àqueles que amo, o que você apontou
inúmeras vezes.

— Mas você não me ama, Aria. —Ele me puxou para baixo, levantando meu
queixo para olhar nos meus olhos, suas palavras criando um turbilhão de emoções
que me rasgou. Seu sorriso se apertou quando eu segurei minha língua, sabendo
que esta piscina foi enfeitiçada para dizer apenas verdades. —Venha, há algo que
eu quero mostrar a você, — disse ele com a voz rouca, enfiando os dedos nos meus,
me puxando em direção ao túnel.

Meus dedos tocaram as runas, acendendo-as com um brilho pulsante. Eu


observei elas correndo pelo túnel, fazendo com que a água brilhasse com uma cor
violeta. Knox se virou, sorrindo para mim me puxando para mais perto, me
forçando a andar na frente dele.

No final do túnel, emergimos em uma grande cachoeira brilhante que tinha


ruínas de um castelo aninhado atrás dela. Eu encarei a piscina alimentada pela
cachoeira, notando os cristais que a revestiam em toda a volta. Outra piscina de
fertilidade! Apenas esta piscina foi aprimorada para o Rei e a Rainha de
Beltane. Engolindo em seco após o aperto na garganta, pulei na piscina antes que
Knox pudesse me impedir. Ele riu no momento em que minha cabeça apareceu na
superfície, pisando na água para se manter à tona.

— Você deveria ter sido uma ninfa ou criatura aquática, — ele rosnou,
saltando sobre a borda sem olhar.

Quando Knox entrou na piscina, a água adquiriu a cor tempestuosa de seus


olhos e os cristais de quartzo de fogo acenderam. Seus olhos lentamente os
observaram enquanto um tique preocupado passava por sua boca. Depois de um
momento de inquietação, ele nadou em minha direção, envolvendo os braços em
volta de mim me acomodando contra ele.
— Aprova nossa união, não é?— Ele perguntou suavemente, inclinando-se
para beijar meu ombro, seu corpo poderoso nos mantendo acima da superfície.

— O círculo aprova nosso casamento e acasalamento. Se fosse possível, e nos


acasalássemos aqui durante meu ciclo, criaríamos vida com a bênção das Deidades
de Beltane.

Knox engoliu em seco, segurando meu rosto, sorrindo maliciosamente. —


Estou arrependido de trazer você aqui neste momento com o poder que este lugar
está enviando para o meu corpo. Estou desejando algo forte por você. — Ele
esfregou-me contra a espessura de sua excitação, observando minha boca se abrir
e um gemido alto escapar da minha garganta. —Você faz os barulhos mais
deliciosos para mim, Aria.

— Você me trouxe aqui para me foder ou me torturar mais?— Perguntei.

Sua boca baixou beijando o pulso que corria na minha garganta. Eu tremi
quando ele arrastou seus lábios em direção ao meu ombro, beijando-o também,
antes de lentamente colocar seus lábios contra o meu coração.

— Estou indeciso neste momento, — ele sussurrou em um tom pesado e


áspero. —Eu gosto de saber que você precisa de mim dentro de você e que é uma
necessidade violenta.
CAPÍTULO TRINTA E DOIS

Knox riu baixinho, reivindicando meus lábios com avidez. Seu beijo
devorador me fez esquecer de pisar na água. Felizmente, ele me segurou acima da
superfície. Seu beijo lento e gentil criou uma necessidade de desejo que correu por
mim, apertando minha barriga até que minhas mãos se levantaram, segurando-o
contra mim. Um ronronar alto e abafado escapou do fundo da minha alma,
enchendo a caverna. Knox interrompeu o beijo, encostando sua testa na
minha. Ele ronronou baixinho, ecoando minha necessidade violenta
perfeitamente, como duas partes se tornando uma.

Eu sorri sem jeito, sem saber como chutar a bunda da minha criatura sem
me machucar. Eu podia sentir Ember dentro de mim, esticando-se flexionando seu
puxão na besta de Knox. Ember sabia que seus ruídos os deixavam loucos e ela
não tinha medo de usá-los.

— Nossas criaturas sentem tudo o que sentimos quando estamos


juntos?— Eu perguntei hesitante, e quando Knox se afastou, tentei esclarecer o
que eu quis dizer. —Quando estou beijando você, ela o está beijando? Ou somos
apenas nós nos beijando e eles sentem isso acontecendo? Não estou dizendo certo
porque você me confunde.

Knox sorriu maliciosamente, notando que eu estava atrapalhando minhas


palavras, sabendo exatamente o que ele fazia comigo. —Eles nos sentem, mas não
estão conosco. Eles sentem uma versão parcial do que estamos fazendo. Como
quando ela assumiu o controle porque você estava no cio, decidindo que você
poderia suportar a dor. O que você sentiu de mim quando eu estava com ela? — Ele
perguntou, nadando em direção a um banco criado de quartzo de fogo e gelo,
enviando prismas de arco-íris dançando sobre nossos corpos.

— Eu senti que você estava me esticando, mas estava um silêncio. Eu me


senti frustrada porque Ember não fez você se mover mais rápido, e eu não
conseguia controlar meu corpo quando ela tinha o controle. Eu era um passageiro
no banco de trás, assistindo a tudo. Eu podia entender o que estava acontecendo,
mas parecia mais um sonho erótico. Então eu acordei presa a você como se meu
corpo fosse uma fechadura e você fosse a chave, e nós nos encaixamos
perfeitamente. Eu não sabia como libertar você, no entanto, o que
reconhecidamente foi estranho e a coisa mais embaraçosa em toda a minha vida.

— E você sabe por que Ember fez isso?— Knox me acomodou em seu colo,
inclinando-se para trás para me observar com os olhos semicerrados.

— Porque ela disse que acabaria morto se não protegermos


você. Basicamente, Ember acha que você é estúpido demais para viver. Ela queria
mantê-lo seguro apertando-se contra você.

Knox riu e seus olhos brilharam divertidos, me observando até que percebeu
que eu estava falando sério. —Ela é muito jovem,— ele resmungou. —Minha
criatura pensa que você é linda e quer prendê-la e marcá-la em todos os lugares
para que o mundo saiba que você é nossa.

— A minha quer comer você na maior parte do tempo. Quase logo depois de
termos te fodido, ela está considerando quais ervas irão alimentá-lo para
enriquecer seu sabor, — eu murmurei, deixando cair minha cabeça em seu ombro
antes que ele se afastasse de mim, forçando minha cabeça a levantar.

Ele estudou meu rosto, exalando quando percebeu que eu não tinha a
intenção de dar uma mordida nele. Tentei me afastar dele com a pontada de
desconforto que sua negação criou dentro de Ember e em mim. Knox não me
permitiu marcá-lo, mas ele pretendia me marcar. Era unilateral e nos
incomodava. Suas mãos apertaram meus quadris, me impedindo de escapar de seu
toque.

— É aqui que falamos nossos verdadeiros sentimentos sobre as núpcias que


teremos amanhã, — ele engoliu em seco, notando que meus olhos se estreitaram
enquanto o estudava.

— Eu não acho que isso seja sábio, — eu engoli o caroço se formando na minha
garganta.

A irritação de Ember por ele recuou e deslizou por mim, fazendo minhas
emoções acelerarem. Knox me estudou, observando a maneira como me afastei
dele. Aprendi que metade das minhas mudanças de humor vinham de Ember e as
senti como ela. Eu senti uma luxúria avassaladora; eram ambas misturadas em
um monte de confusão e desejo que ainda não tínhamos aprendido a
controlar. Knox estava certo. Éramos jovens, mas não éramos estúpidas.

— Casar com você não será um sofrimento para mim, Aria. Você é brilhante,
estratégica e absolutamente linda. Você é um fogo que queima sem fósforo. Ainda
olha para o mundo com os olhos da inocência que eu já tive. Você torna mais fácil
estar perto de você, mesmo quando está brava. Perdoa facilmente por coisas que
não deveria, e coisas que você percebe não têm nada a ver com você e tudo a ver
com meu passado turbulento. Você entende minhas falhas e os pedaços quebrados
do que resta de mim, e não tentou mudá-los. Você tentaria me colar de volta se
pensasse que poderia. Você precisa saber que isso é algo que jamais
acontecerá. Você não pode consertar algo que se quebrou.

— Não, mas você pode reconstruí-lo, Knox. Você ainda está vivo e
respirando. O luto muda as pessoas. Embora mude você irrevogavelmente, não
pode governar ou decidir quem você se tornará. Você não é sua dor. Você é um
homem muito viril que tem necessidades e desejos. Você luta pelos erros cometidos
contra aqueles que não os mereciam. Você é o tipo de homem por quem eu iria para
a guerra, mas você é a guerra que eu travo. Eu tenho que lutar para me lembrar
quem você é quando me beija. Luto para lembrar por que estou me opondo a você
e que será você quem vai matar todos que amo e, eventualmente, eu.

— Você está mantendo uma promessa que fez à sua falecida esposa, feita há
mais de quinhentos anos. Eu sou a infeliz que você pretende usar para cumprir
essa promessa, custe o que custar. Esse custo sou eu. Está sacrificando todos os
desejos que já tive na vida, e minha vida decidida por você, pelo voto que fez aos
seus fantasmas. Liliana se foi e eu estou aqui e viva. Eu queria viver uma vida
normal e entediante. Eu queria bebês que criei com o homem que amava. Eu
queria tanto isso que dói. Talvez essa seja a necessidade da minha criatura e algo
que ela percebe como importante, e eu só sinto essa necessidade crescente
dela. Estou desistindo disso por sua promessa de proteger minha família, e se você
trair isso, eu me juntarei ao lado oposto, mesmo se eu tiver que massacrá-los e
criá-los novamente para estarem dentro do meu exército.

— Cuidado, Aria, — avisou Knox com a voz rouca, apertando meu quadril. —
Você está invadindo um território perigoso. Esta noite é para os amantes que se
preparam para a eternidade juntos.

— Esta noite é para verdades, e prometo a você que é uma verdade que eu
falo. Você está tirando meu futuro por causa de sua promessa à sua falecida
família. Você teve amor. Você teve um filho. Eu também nunca terei. Eu tenho
seus malditos pedaços quebrados e uma cama quente. Recebo uma promessa de
proteção, que você já falhou em cumprir. Amanhã estarei na frente de seu povo,
abençoando o fruto de suas uniões. Vou fazer votos e prometer a eternidade,
prometendo-me a você na frente de seu povo e sua família. Vou dar o nó da união,
dançar o mastro com você, beber o vinho da celebração, pular sobre as toras de fogo
e me tornar sua esposa. Vou ficar sozinha durante tudo isso, com um homem que
nunca vai me amar. Vou passar o resto dos meus dias ansiando por uma criança
para encher meu ventre.

— Eu conhecerei o prazer, mas o vazio do que você está tirando de mim


sempre estará lá. Você prometeu me fazer um maldito sanduíche e me dar um pau
quando meu útero doesse para ser preenchido. Ficarei sozinha até escapar de você
ou ceder e aceitar o nada que me oferece. Essa é a nossa verdade, Knox. Serei sua
esposa silenciosa, de quem todos zombam, porque embora eu aceite seu nome,
nunca poderei usá-lo. Serei a Rainha do Nada e não passarei de uma piada sobre
a qual seu povo falará por trás das mãos. Você será o Rei de Norvalla, Vãkya e o
Rei Supremo de todos os Nove Reinos. Você me terá sempre que desejar me usar,
como sua arma, como sua prostituta. Serei algo que você odeia e deseja punir, e
você vai me punir sempre que algo acontecer, porque estarei por perto e nada mais
do que seu poste de açoite. Estarei lá para receber os golpes de sua raiva por
crimes que não cometi. Eventualmente, você vai se cansar de mim, mas ainda vai
cumprir seu dever, porque é quem você é. Talvez se canse do meu corpo ou apenas
chegue ao ponto em que me odeie o suficiente para acabar com essa miséria que
me prometeu. De qualquer maneira, sua vida não mudará em nada com o voto que
faremos amanhã. Você ainda pode encontrar outra pessoa para amar e, embora
não seja capaz de lhe dar um filho, ela sentirá e estará com você sem barreiras a
cada momento de cada dia. Eu serei a rainha esquecida, com quem ninguém se
preocupa. Serei a bruxa que fica enjaulada e arrancada quando for conveniente
para o marido usá-la. Eu sou o que você disse. Eu não sou nada para
ninguém. Nunca serei mais do que uma arma ou um corpo para usar. Essa é a
minha verdade, certo? — Eu me afastei dele, nadando em direção à abertura da
caverna enquanto ele observava.

Assim que voltei para a entrada da caverna, me vesti e corri em direção à


abertura. Knox agarrou meu braço e me puxou de volta, olhando para mim com
um fogo queimando em seus olhos. Seu peito subia e descia com sua raiva, e ainda
assim ele não discutiu a verdade de minhas palavras.

— Acho que você não quer mais se casar comigo?— Ele perdeu a cabeça.

— Não, eu realmente não quero. Acho que é melhor arriscar que você não
descubra onde minha família está escondida. Não quero esse tipo de futuro para
você ou para mim, Knox. Se eu me casar com você, quero que seja porque enterrou
seus fantasmas e me escolheu. Eu gostaria que fosse porque sou algo que você
deseja para si mesmo, não para seu exército ou seu reino.

— Mude de ideia, Aria. Não me transforme em um monstro que tem que


forçar sua escolha. Você não vai gostar mais do que eu.

— Não, eu não penso assim. Tenho que concordar em me casar com você para
que seja legal nos Nove Reinos. Posso ser jovem, mas há muito tempo li e fui
educada nos termos da lei. Um casamento forçado não é obrigatório ou legal.

— Nesse caso, eu tenho um presente de casamento para você, — ele bufou,


movendo-se para suas roupas. O sangue sumiu do meu rosto e meu pulso bateu
ensurdecedor na minha cabeça até que eu senti entre meus olhos. —Eu acho que
isso pode mudar sua opinião sobre se casar comigo.

Assisti Knox se vestir com cenários passando pela minha mente sobre qual
seria o seu presente desta vez. A náusea agitou meu estômago, ameaçando
esvaziar seu conteúdo com o olhar de vitória em seus lindos olhos.

Água pingava do meu cabelo, encharcando meu vestido. Ele me deu um


vestido de pureza, feito para uma noiva usar na noite anterior aos votos de
casamento. Knox agarrou meu cotovelo, puxando-me com ele enquanto saíamos da
caverna para cumprimentar seus homens, que nos observavam com cautela.

— Traga o presente dela. Minha noiva mudou de ideia, — disparou Knox, e


me virei, observando os rostos preocupados de seus homens.

Estremeci violentamente enquanto Knox se virava, estudando-me com um


sorriso arrogante nos lábios. Risos soaram, e eu estreitei meu olhar para Dimitri,
que caminhava ao lado de Killian e Brander, sorrindo. O sangue foi drenado do
meu rosto, acumulando-se aos meus pés. O mundo girou ao meu redor e meu corpo
tremia incontrolavelmente.
— Olá, Aria. É bom ver que ele ainda não a acorrentou aos pés. Tenho certeza
de que isso vai mudar em breve, o que, com suas próximas núpcias e tudo, —
Dimitri afirmou, e levou tudo que eu tinha dentro de mim para não vomitar.

Dimitri estava trabalhando com Knox. Isso significava que ele sabia onde
minha família estava esse tempo todo. Knox havia flertado, me avisando que ele
encontraria Dimitri, e ele saberia de tudo no momento em que entrássemos nos
Nove Reinos. Lágrimas nadaram em meus olhos e meu coração apertou antes que
minha atenção se voltasse para Knox, que me olhava com alegria dançando em
sua expressão. Isso ia acabar mal e estava indo bem rápido.

— Diga olá, Aria. Você está sendo rude com seu velho amigo, — Knox
repreendeu, sua boca se curvando em um sorriso sombrio que encheu seus olhos
com um calafrio.
CAPÍTULO TRINTA E TRÊS

— Você conhece o Rei dos Lobos, não é?— Knox perguntou, seus olhos
notando a palidez do meu rosto enquanto a coloração desaparece. —Oh, isso
mesmo. Esqueci de dizer que o coroei rei antes de trazer suas cadelas para casa,
para que seu harém estivesse aqui quando ele e seus homens chegassem.

— Seus bastardos, — eu sussurrei, mal conseguindo fazer as palavras


passarem pelo inchaço na minha garganta.

— Eu te disse. Venho planejando isso há muito mais tempo do que


você. Dimitri já estava trabalhando para mim quando entrou na cidade. Fui eu
quem o trouxe de volta a Haven Falls, oferecendo-lhe um trono. Tudo o que ele
precisava fazer para merecê-lo era chegar perto de você e fazer sua família pensar
que ele estava do seu lado. Ele atingiu você tão facilmente, não foi?

— Tudo que eu tive que fazer foi parecer interessado, e você caiu na
armadilha,— Dimitri disse, batendo a mão nas costas de Knox. — Oh, não fique
tão triste, Aria. Eu teria fodido você se meu Rei não tivesse marcado você. Afinal,
você me ajudou matando Fallon. Eu o droguei, dando a ele intensificadores que
alimentaram sua necessidade do melhor par para procriar na reunião, sabendo
que seria você.

— Você acha que Knox honrará seu acordo? Você é um idiota. Eu salvei você
dele!

— Não, você não salvou, na verdade. Eu estava procurando suas irmãs para
pegá-las, precisando trazê-las de volta para Knox. A questão era que ele nunca
teve a intenção de matar Aurora. Só precisávamos dela para fazer você jogar bola
para o nosso lado. Eu estava naquele pátio para mantê-la por perto, mas então
você foi e nos tirou de suas garras. Nesse ponto, continuei tentando descobrir onde
sua família estava se escondendo e os detalhes de seu plano.

— Vou arrancar seu coração e alimentá-lo com ele, idiota.

— Que sanguinária, pequena mulher com sede, não é?— Knox perguntou
suavemente.

— De fato, ela é. Eu me pergunto se ela descobriu que você sabe onde está
sua família e que pode facilmente chegar até elas. Eu estou supondo que ela
descobriu agora porque ela parece pronta para vomitar, — Dimitri afirmou, seus
olhos safira deslizando pelo meu rosto.

Ele estava certo, e pior do que isso. Dimitri sabia a localização das bruxas
que eu escondi de Knox. Minhas mãos levantaram, envolvendo em torno do meu
estômago enquanto minha cabeça caiu. A dor perfurou minha cintura e as
lágrimas queimaram meus olhos. Knox tinha minha fraqueza em suas mãos
porque eu confiava que Dimitri estava do nosso lado.

— Você deveria ter previsto isso, menina bonita. Você realmente achou que
eu ficaria satisfeito em ser sua vadia? Correndo pelos Nove Reinos fazendo o que
queria? Eu sou um rei nato para o clã alfa. Eu não sou a cadela de ninguém,
bruxa. Sua família? Elas trataram os meus como uma merda, expulsando-nos da
cidade até que restassem apenas meu pai e minha mãe. Eu era o último na fila por
um trono que era meu por direito. Knox assassinou aqueles que estavam diante de
mim, abrindo o caminho para que eu me tornasse o rei legítimo.

— Rei de quê, Dimitri? Você não é nada mais do que uma vadia que Knox
pretende comandar e mandar. É chamado de fantoche, o que significa que você não
é nada. Você será menos do que nada, na verdade. Você estará sob seu controle
porque Knox é um tirano.
— E você é a sua linda boceta que ele consegue foder enquanto usa você como
uma arma para seus inimigos. Você é sua prostituta e sua arma. Você é a mesma
coisa para Aurora e suas irmãs, só que não estão te fodendo, pelo menos não da
mesma maneira que ele. Você deveria ouvi-las falar de você. Você é basicamente
um animal de estimação que elas pretendem atacar seus inimigos. Elas planejam
mandar uma cadela raivosa, para não ter que sujar as mãos. Aurora ri de você,
falando sobre como é fácil controlar o monstro que rastejou para fora do ventre de
sua irmã. Você acha que foi uma coincidência ela ter aparecido no mesmo dia em
que você nasceu? — A risada de Dimitri foi cruel, e o gelo em seu olhar só me fez
querer arrancar seus olhos das órbitas.

— Pense nisso, Aria. Sua tia, que desapareceu sem deixar vestígios para
escapar daquela cidade podre, volta no dia em que sua mãe dá à luz um
monstro. Freya colocou seu minúsculo corpo em um altar, implorando aos deuses
e deusas que o levassem embora. Aurora voltou para te pegar e criar, sua arma
para usar contra seus inimigos. Ela sabia que poderia facilmente se moldar no que
ela queria que fosse. Aurora protegeu você porque é a chave para o trono que ela
não é forte o suficiente para tomar à força. Ou ela não era, até você. Aurora estava
lá durante todos os ataques de sua mãe, mas ela não impediu Freya de te
machucar. Ela apenas curou o dano, ganhando seu amor eterno. Você não
questiona a mão que a cura, questiona? A cidade inteira queria que você fosse
sacrificada como um cão raivoso e mal treinado. Meus pais votaram para matar
você e eu concordei. Seus amigos, sua família, seu amante, ninguém quer
você. Você não é nada além de uma vadia que é facilmente manipulada.

Eu fiquei em silêncio diante de Dimitri, observando seu sorriso se tornar


cruel, e seus olhos brilharam com diversão com as lágrimas que não pude evitar
de cair. Minha cabeça balançou depois de um momento, e minha atenção deslizou
para Knox, que não parecia divertido com o que Dimitri havia dito. Havia frieza
em seus olhos enquanto ele me olhava sendo dilacerada em nada mais do que o
que eu acabei de dizer à ele na piscina.
— O que? Nenhuma resposta atrevida sai desses lábios dispostos, mulher?
— Dimitri continuou.

— Cale a boca, Dimitri. Você terminou aqui. Vá embora, — disparou Knox,


as mãos em punhos firmemente ao lado do corpo enquanto ele me observava, sem
tirar os olhos do meu rosto.

— Como quiser, meu rei, — Dimitri sorriu, se aproximando de mim como se


fosse beijar minha bochecha.

Minha mão disparou, cortando seu peito sem aviso, removendo seu coração,
que joguei em direção a Knox. O sangue cobriu o rosto de Knox e seus olhos se
estreitaram em mim. Eu tremia de raiva e medo, sabendo que Knox sabia onde
minha família estava e soube desde que entramos nos Nove Reinos.

O corpo de Dimitri caiu no chão aos meus pés e eu exalei lentamente. Limpei
minhas mãos no vestido branco da noiva, segurando o olhar gelado de Knox.

— Não podemos começar meu reinado com traidores em nosso meio,


podemos? — Eu sussurrei, segurando seu olhar recatadamente.

Knox sorriu, acenando para o corpo de Dimitri enquanto seus homens se


moviam para o espaço na minha frente, levantando o cadáver para jogá-lo de
lado. O sangue escorria pelo rosto de Knox quando ele se aproximou de mim,
levantando meu queixo para forçar meus olhos a encontrar e segurar os dele.

— Eu sei onde sua família está escondida, Aria. Eu soube desde o momento
em que você entrou nos Nove Reinos. Eu permiti que elas permanecessem no lugar
porque não me beneficiou reuni-las ainda. Capturei Callista com a ajuda de
Dimitri. Eu a escolhi porque ela era a mais meiga entre ela e Reign, sabendo que
você era mais apegada a ela. Eu coloquei um feitiço de rastreamento nela, usando-
o para enviar um que seria anexado a qualquer outra pessoa com quem ela
entrasse em contato e que carregasse a mesma linhagem. Eu sei sobre o santuário
e permiti que continuasse funcionando. Não por sua causa, mas porque você está
reunindo aquelas bruxas com a promessa de sua proteção, e elas estão se
acumulando dentro dela, o que, em troca, tornará mais fácil capturá-las. Tudo o
que tenho a fazer é dizer as palavras, e os guerreiros nas proximidades mudarão
isso. Posso matar todas elas, simplesmente mandando uma mensagem para
eles. Então, eu seria muito cuidadoso com suas próximas palavras porque vidas
dependem delas. Eu tenho sua atenção agora, menina? — Knox riu, observando as
lágrimas que escorreram dos meus olhos enquanto eu assentia, incapaz de
pronunciar as palavras. —Eu espero uma resposta, — ele rosnou, e eu engoli.

— Sim, — eu sussurrei roucamente.

— Você vai se casar comigo, ou eu vou dar a ordem para assassinar seu povo?

— Eu vou me casar com você, — eu concordei, lutando para parar os soluços


que ameaçavam explodir de meus pulmões com o que estava acontecendo.

— E o que mais?— Ele perguntou, levantando uma sobrancelha com a


pergunta enquanto procurava meu rosto.

— O que mais você quer de mim?

— Eu quero que você dê um show ao meu povo amanhã. Se você não pode
despertar a divindade, você ainda deve dançar para eles e fazer parecer que você
despertou Bel. Quando se preparar para o nosso casamento, será a noiva mais feliz
que este mundo já viu. Você os fará acreditar que nossa união é sua escolha e que
você está animada para pertencer a mim. Espero uma noiva linda e radiante
amanhã. Espero que ela me receba em sua cama, sem me preocupar com nossos
votos de casamento ou noite de núpcias. Você vai fazer as bruxas acreditarem que
está entrando nesta união para protegê-las, mas que você também está comigo por
escolha.

— Você quer que eu finja que não me obrigou a ser sua esposa?
— É exatamente o que eu quero, — bufou Knox. — Estive na sua frente em
cada passo do caminho, Aria. Eu sei que lhe disseram para usar seu corpo para
chegar até mim. Eu sei que está jogando duro para conseguir, então eu estaria de
joelhos por você, implorando por acesso ao que você presumiu que eu mais quero
de você. Fingir que se sente atraída por mim deve ser fácil para você. Afinal, você
está aqui para me seduzir a mando de sua tia, não é? Aproxime-se do rei e faça-o
querer você mais do que deseja esta guerra. Não foi isso que ela te disse? E você, a
vadia obediente que é, pensou que era realmente hábil o suficiente para me
seduzir? Eu como mulheres como você no café da manhã, deixando-as estúpidas e
contra os vilões frios e sem coração que as enviaram até mim. Você nem está no
meu nível de merda, garotinha.

— Não fui enviada para seduzi-lo, Knox. Ainda não tentei seduzi-lo. Já tentei
mostrar que não sou má? Sim, mil vezes. Eu sucumbi ao seu toque? Sim, porque
tudo o que está dentro de mim, quer o que está dentro de você. Seduzir você,
entretanto? Não. Estou apenas tentando sobreviver. Você está muito cansado,
muito quebrado e muito fodido até mesmo para tentar seduzir. Vê inimigos onde
não há nenhum. Você dá uma chicotada nas cadelas como se estivessem na fila
dos bastidores para conhecer sua boy band favorita. Achei que pudesse te fazer ver
que não somos todas iguais, mas você já sabia disso. Você permite que as bruxas
se movam livremente e não permite que elas sejam abusadas. Você as está
salvando para adicionar ao seu exército. Vim aqui com a intenção de mostrar que
não sou mau, mas não dá para ver além do sangue que eu nem pedi, que corre nas
minhas veias. Você está me punindo por minha linhagem, sobre a qual eu não
tinha mais controle do que você tinha. Eu tentei te seduzir? Não, porque você não
é nada mais do que um fantasma de merda. Você está assombrando os Nove Reinos
com tanta certeza como se fosse outra vítima de uma bruxa malvada que não se
importava com as leis de nossas raças. Você não pode seduzir algo que nem percebe
que ainda está vivo. Eu também não estava jogando duro.

— E você espera que eu acredite nisso, por quê? Porque você é tão sincera,
Aria? — Knox bufou, balançando a cabeça. Ele abaixou sua boca para a minha, e
eu me virei, negando-lhe meus lábios. —Você é o cachorrinho de Aurora, um que
eu fodidamente amordacei. Eu planejei para você, garotinha. Eu planejei por sua
traição, por suas mentiras, e que você usasse seu corpo para me curvar à sua
vontade. A questão é que o rei não se curva a uma rainha. A rainha se curva para
o rei, e uma vez que ela se casa, ela fica em silêncio e sob seu governo.

— Você quer uma rainha submissa? Devo ficar de joelhos por você agora, Rei
Karnavious? É isso que você quer de mim? Quer que eu me curve diante de você
à força? Claro, é porque é a única maneira de você me ter.

— Terei você amanhã à noite e todas as noites depois disso. Quem sabe, Aria,
com tanto quanto temos feito para obter fertilidade, talvez você consiga aquele
bebê que deseja. Talvez seus deuses sorriam para você e eu coloque um bebê em
seu ventre. Não seria um milagre do caralho? — Knox bufou.

— Oh, não quero seu bebê, Knox. Eu nunca disse que queria seu filho. Eu
disse que queria o filho do homem que amo. Nunca afirmei que seria seu filho que
cresceria dentro de mim. Além disso, eu teria que abrir meu útero para permitir
que você entrasse, e a única maneira de você conseguir isso é se você o arrancasse
do meu corpo e o fodesse sem minha ajuda. Bel, por outro lado, pode me oferecer
um filho ao despertá-lo. Se ele me escolher, posso abrir para ele enquanto ele me
fode na sua frente. Não seria um começo glorioso para o nosso casamento?

— Você não deve dar a ele seu útero, Aria, — Knox rosnou, apertando os
dedos no meu queixo.

— Essa não é sua escolha, Knox. Você não pode me dizer para quem eu posso
abrir antes de nos casarmos. Minha criatura escolhe quem nos cria, e agora, ela
não quer você. Aprendemos muito sobre nós mesmas por quase termos sido
estupradas. Lorde Andres queria nosso útero também, e ela lamentou protegê-lo,
mas Lennox disse a ela que só nós decidimos quem o cria. Isso não é você. Você não
vai conseguir, nem sua besta. Pode me marcar e me reivindicar como sua rainha
fantoche, mas nunca tocará minha alma ou meu útero. Essas são coisas que você
não pode forçar a abertura ou exigir acesso. Pode me machucar, me quebrar, mas
não pode me tocar mais profundamente do que eu permitirei. Sua marca não será
nada mais do que uma etiqueta de propriedade. Uma que eu odeio e desprezo.

— Se você der seu útero a Bel, vou arrancá-lo e comê-lo na sua frente, — disse
Knox, sorrindo friamente, enviando gelo pela minha espinha. — Brander, leve
minha noiva para o leito nupcial. Eu vou caçar esta noite. Prenda-a lá e não
permita que mais ninguém entre. Use as algemas para proteger noivas relutantes
antes de mudarmos a tradição, para que Aria perceba sua posição dentro do
quarto, — afirmou ele, soltando meu queixo.

— Eu irei com você, — anunciou Killian, mas Knox se virou lentamente,


balançando a cabeça.

— Eu vou com meus fantasmas. Amanhã eu me caso com meu inimigo. Eu


preciso ficar sozinho com eles esta noite. Preciso dizer a eles que nunca vou amá-
la ou permitir que ela seja mais do que para alimentar minhas necessidades
básicas. Que ela é simplesmente um meio para o que prometi a eles, — Knox
engoliu em seco, olhando para mim passando, deixando-me com seus homens.

— Aria, — sussurrou Brander, tocando meus dedos. Fechei os olhos, lutando


por forças enquanto pisei no sangue no chão. —Venha, vou te levar a algum lugar
onde você possa se limpar e tomar uma bebida antes de dormir.

— Obrigada.

Caminhamos em direção a uma grande estrutura de pedra que ficava no meio


do mar de tendas erguidas em torno dos círculos de pedra. Dentro da pequena
cabana havia uma única sala com runas pintadas nas paredes. Lá dentro havia
uma cama com uma pilha alta de lençóis limpos e peles, e um grande mastro na
cabeceira para noivas relutantes ou sacrifícios. Eu me senti como os dois.
— Beba. Isso vai te ajudar, — Brander declarou, empurrando o uísque para
mim. —Diga-me como tornar isso mais fácil para você.

— Me liberte, — eu respondi, olhando para ele.

— Eu não posso fazer isso, Aria.

— Ele está prestes a tirar tudo de mim. Se você não pode me libertar, então
você não pode me ajudar, Brander, — eu sussurrei, bebendo o uísque para acalmar
minhas mãos trêmulas.

— Knox deu um filho a Liliana, Sven. Knox estava lutando em uma guerra
por vários anos antes de conceberem Sven. Ele voltou da guerra um homem mais
frio e duro; um que não olhava de perto o que estava acontecendo ao seu
redor. Sven nasceu sete meses após o retorno de Knox. Ele não era pequeno. Sven
era um menino saudável. Ele não possuía o gene para chocalhar ou ronronar, e a
terra não o havia aceitado antes de ele começar suas mil mortes. Nossos filhos não
nascem cedo. E com os genes de Knox nele, Sven deveria ter se consolado com os
ruídos de seu pai. Ele nunca foi. Liliana estava fraca, e quando as bruxas
amaldiçoaram Sven, seu primeiro instinto foi fugir de Knox e Sven. Nossas
mulheres não fazem isso. Elas lutam para proteger seus filhos, mesmo que o custo
seja suas vidas. Knox a chamou de fraca e disse que gostaria que fosse ela a
amaldiçoada em vez de seu filho inocente. Essas foram suas últimas palavras para
ela. Quando voltou, Liliana estava morta. Isso o quebrou. E eu acho que você está
abrindo essas feridas. Também acho que você as está curando, e Knox tem medo
de que você possa fazê-lo esquecer a dor.

— Por que você está me contando isso?— Eu perguntei, segurando meu copo
para mais uísque.

— Knox é meu irmão, e eu o amo com tudo dentro de mim. Eu entendo sua
necessidade de proteger suas irmãs a todo custo. Se você conseguir desvendar o
que estou dizendo sem cometer traição, talvez possa encontrar pelo menos uma
coisa que deseja para sair do casamento, Aria. Ele não tornará isso fácil para você,
porque para ele, ele está cometendo o maior pecado por te querer. Ele está traindo
a memória de seu filho e esposa, que não eram perfeitos. Ela era fraca em mente e
corpo. Ela procurava voluntariamente a bruxa de sua mãe uma vez por mês para
aliviar suas enxaquecas, entre outras coisas. É a mesma bruxa que deu a ela a
toxina que a matou. Se o que você disse for verdade, e já que estava sob um soro
da verdade quando o repetiu, dê uma chance amanhã.

— Ele pretende se casar comigo e me dar uma vida inteira de servidão.

— Ele não tem que se casar com você para assumir o trono. Ele não precisa
se casar com você para usá-la como arma. Knox não precisa se casar com você de
jeito nenhum, mas ele vai. Pergunte a si mesma por que ele precisa disso. Você é
brilhante, então coloque essa mente brilhante em prática.

— Ele não me ama, — engoli em seco, lutando contra as lágrimas que


queimavam meus olhos.

Brander exalou, balançando a cabeça lentamente. —Ele não ama e talvez


nunca mais seja capaz de amar. Aquela criatura dentro dele, Aria? Ele não vai
deixar você ir, então pode muito bem encontrar o meio-termo e forçar Knox a ficar
nele com você, —Brander declarou, apontando para a cama. —Desculpe, mas
preciso prendê-la ao poste.

Eu me levantei lentamente. Tirando o vestido, deslizei para a cama, virando-


me para olhar para Brander. Seus olhos deslizaram sobre o meu corpo, lentamente
observando cada centímetro de mim que estava exposto a ele.

— É realmente uma pena que você seja dele, — ele proferiu.

— Você poderia ter mudado isso. Você foi muito lento.


— Eu não me movo rápido, mulher. Sou um homem mais lento, duro e
profundo. Gosto de saber que minha mulher me sente ali horas depois de eu ter
deixado seu corpo. Alguns homens se movem rápido e outros são gentis. Outros
são difíceis e lentos, garantindo que as coisas não se percam na tradução.

— Isso foi muito bom, Brander.

— Ele não é bom?— Knox bufou de onde encostou-se à porta, nos observando
antes de entrar na sala. Ele olhou para Brander enquanto tirava a camisa
ensanguentada. —Ela não é sedutora, irmão? Tudo o que ela precisa fazer é tirar
as roupas, e ficamos indefesos para querê-la. Se eu não soubesse, diria que ela era
parente de Afrodite em vez de Hecate, mas estamos mais do que cientes de quem
ela veio. Agora, se você acabou de tentar foder meu irmão, Aria, você e eu
precisamos descansar para o nosso casamento amanhã.
CAPÍTULO TRINTA E QUATRO

Acordei sozinha e com uma perturbação dentro do quarto. Levantando-me


da cama, olhei ao redor da escuridão, sentindo a mancha oleosa da magia
negra. Velas acenderam sem aviso, fazendo com que as sombras escuras ao redor
da cama tomassem forma. Engolindo, inclinei-me contra o colchão enquanto
observava os olhos sem alma que pingavam uma substância negra e oleosa por
suas bochechas. Um arrepio profundo percorreu meu corpo. Uma abriu a boca,
gritando, e eu engasguei com a magia negra correndo por mim.

Puxei meu braço, preso por Brander, gemendo ao encontrar um ainda


amarrado à cama. As bruxas de Ilsa estavam lançando magia negra e maligna e
meu peito apertou. Um grito saiu da minha garganta quando uma explosão passou
por mim. Uma bruxa das trevas se lançou com um brilho de prata em sua mão, e
minhas garras se estenderam, deslizando por seu braço. O cheiro acobreado de
sangue encheu o ar quando o braço que eu havia cortado bateu contra a porta.

— Traidora! Morra!— Uma das bruxas gritou com os dentes enegrecidos. Ela
voou em minha direção, me forçando a usar meu braço livre para separar sua
cabeça de seu torso, lutando para permanecer viva.

— Mate-a agora!— Outra guinchou. A porta da cabana explodiu aberta, e os


homens inundaram o quarto, armas em punho e prontos para enfrentar os
inimigos dentro. —Ela não pode viver!

Uma bruxa das trevas correu em minha direção com uma adaga apontada
para meu coração, mas uma lâmina cortou o ar, a centímetros de meu rosto,
bloqueando o ataque. A espada cortou o corpo e o torso, balançando novamente tão
rapidamente que meus olhos mal registraram o movimento, removendo a mão que
segurava a adaga. Olhos azul oceano seguraram os meus, os olhos de Knox se
movendo para a próxima bruxa antes de balançar com destreza e fluidez para
despachá-la também.

Meu corpo cedeu de alívio, assistindo Knox e seus homens eliminando as


bruxas das trevas. Sua atenção voltou para mim, e ele deixou cair sua espada no
chão antes de se mover para a cama ao meu lado. Knox me agarrou em busca de
ferimentos.

— Você está machucada?— Ele perguntou, segurando minhas


bochechas. Brander removeu a algema da minha mão, me libertando da
cama. Knox me puxou para seus braços quando fui libertada, examinando a pele
dolorida em meu pulso da algema.

— Não, — eu respondi baixinho, exalando e ele me segurava em seus braços,


contra o calor de seu corpo para acalmar o tremor do meu. —Estou bem, Knox.

— Eu quero as bruxas acordadas e colocando feitiços de proteção ao redor


deste acampamento. Esta tenda precisa de proteção extra. Cada canto do
acampamento precisa de quartzo claro e quartzo fumegante para manter os lacaios
da grande rainha fora deste vale enquanto terminamos nossos votos. Quero
homens armados colocados nas entradas, dentro e fora do vale. Verifique se todos
estão entrando em busca de magia negra, — Knox disparou asperamente. — Não
vou arriscar a vida de Aria para me casar com ela.

Eu estremeci contra ele, ouvindo o ronronar suave escapando dele, oferecendo


conforto que provavelmente nem tinha notado que ele deu. Seus dedos esfregaram
contra meu pescoço, trabalhando os músculos que estavam tensos por serem
amarrados à cama para que eu não pudesse escapar das núpcias.

No momento em que o cômodo ficou vazio de bruxas mortas e seus homens,


Knox encostou sua testa na minha. Ele não falou, mas eu podia sentir seu corpo
tremendo de raiva e medo ao encontrar o inimigo dentro do quarto nupcial.
— Eu deveria ter estado aqui,— ele engoliu, beijando minha testa.

Eu me afastei, olhando através de fendas estreitas enquanto minha criatura


o observava. Ela notou as mudanças enquanto minhas unhas se estendiam e meus
dentes deslizavam por minha gengiva. Antes que eu pudesse perguntar a Ember
o que ela pretendia fazer, os olhos de Knox deslizaram para obsidiana, queimando
com fogo em suas profundezas escuras enquanto Ember me forçava no banco de
trás do meu corpo.

— O que você está fazendo?— Eu perguntei com cuidado.

— Estou negociando as necessidades de nossa vagina. Você é péssima em


negociações, e o hospedeiro do meu companheiro também. Ele é muito estúpido
para nos entender.

— Não! Não, não está acontecendo, — argumentei. —Nada dessa merda


de companheiro!

— Minha boceta está com fome. Você falhou em alimentá-la, idiota, — disse
Ember, se inclinando lentamente para cheirar Knox.

— Vou alimentá-la esta noite até que você me implore para parar, — Knox
sussurrou, tocando minha bochecha enquanto lutava com Lennox pelo controle.

— Você joga com a gente, e nós não gostamos. Você muda de ideia mais rápido
do que Aria muda sua calcinha molhada quando está perto dela.

— Ela gosta de ser pressionada e eu gosto de empurrar seu corpo até esse
ponto precário. Esta noite, quando ela gozar, será violento e o melhor orgasmo da
vida dela, e da sua, Ember. — Knox se inclinou para frente, deslizando um pedaço
de bruxa morta para fora da cama, empurrando-nos para baixo até que ele pairou
sobre nós.
— Eu não gosto disso, homem estúpido, — Ember sibilou, deixando o cheiro
da nossa necessidade encher a tenda. Ele rosnou, levantando seu corpo para correr
os dedos sobre nosso clitóris inchado. —Você a machucou e eu irei te comer. Ela
perdoa facilmente. Eu não. Você a afasta porque está sofrendo. Ela sabe disso e
perdoa seu coração estúpido e inútil por lamentar outra companheira que nem era
sua, seu idiota. — Os olhos de Knox escureceram e Ember riu, segurando sua
bochecha. —Não fique bravo. Isso não é Aria falando. Eu sou a companheira para
aquele que me observa de dentro de você, e ele nos sente visceralmente. Você
também, mas se recusa a admitir o que sente. Sabe que sou sua companheira, e
você nos odeia por isso porque você é estúpido e grande de pau. Não que nos
importamos, mas talvez você devesse ter adicionado um pau em seu crânio para
usá-lo mais. Você odeia que isso trai seus fantasmas, mas Aria não é culpada pelo
erro que você cometeu ao presumir que aquela mulher era sua. Isso faz de você o
maior idiota e ela, uma garota triste porque ela não fez mal a você. Você está
errado comigo e com ela, mas você já sabe a verdade.

— Ela pode nos ouvir agora?— Knox perguntou, estreitando os olhos.

— Não, eu cortei sua audição. Ela só pode ver agora, — ela respondeu, e eu
fiquei tensa por dentro dela.

— Eu tive um filho, Ember. Minha esposa deu vida a um bebê que criamos
juntos. Você é jovem, recém-formada e acaba de despertar. Nós apenas criamos
vida com nosso verdadeiro companheiro. Eu tive isso. Eu não posso te dar o que
você deseja. Posso manter Aria protegida e a quero mais do que jamais quis
qualquer outra pessoa, incluindo minha esposa. Aria é fogo e caos. Eu desejo isso
dela tão profundamente que nunca vou permitir que ela me deixe.

— Você acha que ela era sua, mas ela não era. Eu sou sua companheira,
idiota. Sou nova sim. Eu sou jovem, mas Lennox é meu. Você e Aria? Vocês são as
partes bonitas que protegem o mundo do que ele e eu somos. Você não é o que
pensa que é, Knox. Você é como Aria. A única diferença dentro de vocês dois, bem,
além de você ser estúpido, é a sua magia que aumenta o sexo e o sentimento, entre
outras coisas, que você ainda precisa mostrar a ela. Você mata cegamente com
aquela magia, alimentado pela mesma fonte em que ela nasceu. A magia de Aria
vem dos Nove Reinos, forjada no fogo que a criou como um todo. Sim, ela é uma
bruxa, mas essa parte dela é tão pequena que ela teve que aprender a imitar suas
irmãs para evitar que fosse detectada. Você a odeia por causa do sangue correndo
em suas veias, mas ela não precisa usar essa magia porque sua outra metade, eu,
é mais dominante. Você é igual a mim, mas sou mais inteligente e mais
bonita. Você vê, Lennox e eu, vamos ficar juntos se você ou Aria quiserem. Pare
de machucar minha garota porque você é delicioso, e eu sou uma garota com muita
fome e crescendo.

— Lennox escolheu Liliana também, Ember. Se ele não tivesse, não teríamos
criado vida.

— Você criou a vida? Sua esposa usava um amuleto no pescoço. É um que


Aria conhece bem e pensa com frequência. Estava cheio de perfume e magia. Um
cheiro tirado da mesma mulher que lutou contra nós, e eu sei que você a cheirou
naquela caverna enquanto nos comia para mostrar a Aden que pertencemos a
você. Lennox sabia, mas você a amava. Somos apenas passageiros, como Aria nos
chama, e ansiamos por sua felicidade. Aria e eu, a verdadeira companheira de
Lennox, ainda não nascemos, então ele permitiu a você sua felicidade por um
tempo. Acha que sabe tudo porque é um velho de merda. Nossa espécie, nós
sabemos e sentimos quando nosso cônjuge está chegando, e somos muito
conscientes um do outro quando estamos perto o suficiente para sermos
sentidos. Você sentiu pelo cheiro de nosso útero, não é? Você se sentiu atraído por
Aria porque Lennox nos sentiu. Você nunca se sentiu assim por Liliana porque seu
coração humano a amava, mas sua besta não se importou de qualquer
maneira. Ele nunca chorou por ela. Ele lamentou sua dor. Lennox ataca forte e
rápido quando você está com dor, o mesmo que eu faço quando Aria está em uma
situação semelhante. Pergunte a Dimitri, que agora não tem coração desde que
revelou que estava cheio de escuridão. Lennox também não chorou pelo seu
filho. Ele chorou? Você lutou com ele porque ele não se levantou para a morte, mas
ele se levantou para a vingança porque você, seu anfitrião, sentiu dor e angústia
como nunca antes.

— Sven era nosso filho! — Knox rosnou, esfregando seu pau contra meu
corpo, sua raiva se intensificando. No entanto, Ember não cedeu.

— Talvez o seu, Knox, — ela sussurrou, envolvendo nossas pernas ao redor


dele, embalando seu pênis crescente contra nossa excitação. —Ele não era filho do
meu companheiro. Posso sentir Lennox se coçando para me procriar, e ele me
deseja tanto quanto você deseja minha hospedeira. Você luta contra isso porque,
se não o fizer, vai esquecer o motivo de lutar nesta guerra. Aria entende e permite
que a machuque para que ela também se lembre do motivo de estar lutando contra
sua dominação. Ela anseia por você como você anseia por ela, estúpido. Ela se
curva e a segura à noite para sentir você. Você a sente também. Admita isso para
mim. Admita que você a deseja mais do que apenas o que está entre suas coxas.

Knox engoliu em seco quando seus olhos voltaram para o azul oceanico. —Eu
a quero, Ember. Quero ouvir seus gritos enquanto estico seu corpo cheio de minha
excitação. Eu gosto de sua mente e corpo. Ela tem uma alma linda que é pura e
imaculada, mas ela não é quem eu amo. Eu amava minha esposa com tudo que
tinha, e quando a família de Aria a levou embora, elas arrancaram meu coração
sangrando do meu peito, substituindo-o por pedra. Vou me casar com sua anfitriã
hoje e ela se tornará minha esposa. Você e Lennox podem gostar um do outro, mas
ele não vai levar você ou Aria, a menos que eu concorde que você vai se tornar
mais, o que nunca vai acontecer. Você não entende o que nos move e o que nos faz
evoluir. Não é nada mais do que um monstro escondido em uma pele bonita que
não entende como o mundo ao nosso redor funciona. Eu não sou seu
companheiro. Lennox não é seu companheiro, Ember. Se isso fosse verdade, você
já carregaria meu bebê em sua barriga. Você abriria o útero porque ele a teria
forçado a dar a ele, mas não a forçou a fazer nada, não é? Você oferece a Lennox
sua garganta e ele a beija, mas ele não a aceita, e isso é algo que os companheiros
não podem ignorar.
— Eu sou jovem, e minha anfitriã passou pelo inferno por causa de quem e
do que ela é. Você a colocou no inferno e ele sabe que ela está sofrendo. Os
companheiros sentem o outro e conhecem sua dor. Percebo seu mal-estar, sua
necessidade de aceitar o que lhe ofereço, mas ele nos dá espaço onde é necessário
e sabe que deve ser gentil quando nos leva. Ele não é um animal gentil. Lennox
também sabe que você lutará contra o que está acontecendo entre nós. Brander
estava certo. Somos quatro neste relacionamento, e é por isso que estamos todos
em guerra. Você pune uma garota pelos crimes de sua linhagem, mas a vê lutando
contra elas também. Você deseja a mulher que ela se tornará. Você vai se casar
com ela por causa de quem ela é e porque precisa saber que ela nunca poderá dar
a outra pessoa o que você deseja dela. Você sentiu dor e raiva quando ela disse que
encontraria alguém para amá-la. Você foi para a guerra para permanecer no
controle de Lennox porque ele pretendia reivindicar sua garganta para evitar que
isso acontecesse. Diga-me, estou errada. Diga-me que você não lutou contra a
besta para permanecer no controle quando essas palavras deixaram seus lindos
lábios, Knox.

— Você não está errada. Coloquei peças no tabuleiro para garantir que isso
não aconteça. Hoje Aria se torna minha esposa e nunca mais conhecerá outro
amante por causa disso. Aria não está errada. Ela é um tipo de mulher para
sempre. Ela será minha para sempre, e prometo ser paciente e fornecer tudo o que
ela precisa que eu possa dar a ela. Não serei capaz de amá-la, mas irei tratá-la com
carinho e dar-lhe tudo o que resta para dar. Você está me ouvindo, Aria? Porque
eu sei que você pode nos ouvir. Eu vou cuidar de você e sempre pegá-la quando
cair. Eu irei protegê-la de seus inimigos e mantê-la satisfeito com o que quiser. Eu
vou me casar com você esta noite enquanto o sol se põe. Vou deitá-la em um
canteiro de rosas e cuidar de cada centímetro seu, e você vai me dar seu útero para
encher.

— Se seus pequenos nadadores não nadarem, encontraremos alguém que


possa nos dar um filho. Serei mãe, Knox. Lennox vai nos dar um filho ou vai me
liberar para encontrar outro que possa criar nosso útero. Se eu fosse você, tentaria
entrar em contato com Aria porque não vou abri-lo, a menos que ela concorde em
deixá-lo entrar tão profundamente em seu corpo. Você tem vinte e quatro horas
até que a janela de criação de vida termine e, se falhar, saiba que assumirei o
controle e encontrarei outro monstro que o fará. Isso não é uma ameaça. Isso é um
fato, homem estúpido. Aria e eu queremos um bebê, então ou você coloca um em
nós ou encontraremos outro que possa. Brander, Killian e Aden são todos
compatíveis com nosso útero e também podem acasalar conosco. Você acha que só
podemos acasalar uma vez porque seu cérebro é lento. Alguns de nossos ancestrais
podem acasalar mais de uma vez, ajudando nossa espécie a povoar o mundo, e nós
somos eles. Seus pais esconderam segredos de você, mas Hecate sabia o que você
era. Por que acha que ela lutou tanto para reivindicar você? Quando isso falhou,
ela removeu da sua vida aquilo que mais amava no mundo? Porque coisas
quebradas não lutam bem e bagunçam. Ela sabia que coisas quebradas não param
para pensar em nada. Ela também amaldiçoou seu povo para que eles não
pudessem se reproduzir. Por quê? Porque você criará os monstros que acabarão
com esta guerra, mas apenas conosco, — Ember sussurrou, mordendo o lábio antes
de liberar mais perfume que fez com que os olhos de Knox se fechassem.

— Você está errada, Ember.

— Eu estou? Isso te apavora e te empolga com a ideia de Aria engravidar e


crescer com seu filho dentro dela, não é?

Ele procurou meu rosto, abaixando sua boca no meu ombro lentamente. Seu
pênis deslizou sobre a carne exposta da nossa boceta, deslizando sobre a excitação
lisa antes que ele risse sombriamente. Os dentes deslizaram sobre o lugar que sua
marca tinha estado uma vez, e ele beliscou contra ela sem rasgar a superfície.

— Continue ameaçando Lennox com abrir seu útero para outro homem, e ele
vai arrancá-lo antes mesmo de permitir que outro crie você. Ele está te observando
enquanto falamos, contando os minutos até que Aria esteja abaixo de nós, gritando
nosso nome enquanto ela se desfaz por nós. Eu vou transar com ela com tanta força
que meu nome ficará gravado em sua alma, e me sentirá por toda a
eternidade. Você esquece, seu anfitrião é meu, assim como você é de Lennox
agora. Você é forte, mas eu sou mais forte. Você é inteligente e conivente, mas
agora sabe que estive à sua frente em cada passo do caminho. — Knox levantou,
esfregando seu pau contra minha abertura, e Ember gemeu, empurrando a ponta
generosa em meu corpo enquanto ele ronronava, me forçando a fazer o mesmo som
calmante.

— Você quer isso, não é, Monstrinho? Quer tudo de mim enterrado


profundamente neste corpo que sabe que me pertence. Eu prometo destruir você
esta noite e te fazer gozar até que as únicas palavras que possa sussurrar sejam
meu nome, e sim, por favor. Eu sou o monstro que os outros temem. O alfa mais
forte dentro dos Nove Reinos, e esta noite, Aria, você se torna minha esposa para
a eternidade. — Knox empurrou em meu corpo mais profundamente, observando
enquanto nós trememos ao redor dele. Ember balançou meus quadris enquanto
nos observava, tentando gozar com sua ponta dura e grossa. —Está certo. Você
precisa disso, não é? Este corpo sabe a quem pertence, e esta noite, pretendo provar
isso a você até que não deseje mais nada.

— Você não vai conseguir nosso útero, homem estúpido.

— Aria, — Knox sussurrou, descansando sua testa contra a minha, me


observando lutar pelo controle do meu corpo. Eu levantei meus quadris para
acomodá-lo mais fundo, mas ele riu com voz rouca, levantando seu corpo para
evitar que isso acontecesse.

Knox agarrou minhas mãos, segurando-as acima da minha cabeça. Ele olhou
para o meu corpo, notando o sangue cobrindo-o das bruxas que tentaram me
matar. Sua mão livre deslizou entre minhas coxas, lentamente passando a ponta
dos dedos contra minha entrada.

— Knox, — eu sussurrei, notando que Ember havia desaparecido, deixando-


me lidar com o homem muito viril e muito excitado que estava lentamente me
torturando.
Meus joelhos se separaram e eu levantei minha bunda para seu
toque. Balançando meu núcleo contra o prazer que ele ofereceu, eu gemi alto, sem
fôlego. Knox gemeu, e seus dedos empurraram em meu corpo enquanto apertava
avidamente contra ele. Ele os espalhou dentro de mim, rindo enquanto eu
engasgava e gemia alto.

Eu não me importava mais com a aparência. Ele me levou para onde meu
corpo estava no controle do que ele queria e precisava. Ele inclinou a cabeça,
apertando os dentes em torno de um mamilo duro, rosnando alto com a aprovação
da minha reação a ele. Um som de estalo alto ecoou pela sala quando ele o soltou,
retirando seus dedos, escorregadios de excitação, empurrando-os em sua boca.

— Você tem gosto de paraíso, mulher, —Knox gemeu, liberando minhas mãos
enquanto se sentava, empurrando o vestido de pureza até meus quadris. Ele deu
um tapa na minha boceta, lentamente esfregando os dedos sobre ela, fazendo isso
várias vezes mais, forçando a tempestade pendente a diminuir enquanto a dor se
misturava com intenso prazer. —Tão fodidamente molhada para mim, não é? Vou
gostar de ser seu marido e foder você sempre que eu quiser. Você também quer
isso, não é? Você nunca desejará mais ninguém, porque esta linda carne nua ficará
dolorida demais para que alguém a toque. Isso eu posso prometer a você. Pretendo
alongar seu corpo apertado todas as manhãs e todas as noites até que se encaixe
perfeitamente em mim. Tenho a intenção de dar-lhe prazer e mantê-la alimentada
até que esteja satisfeita. — Knox se inclinou e passou a língua em torno do meu
clitóris inchado, nunca chupando porque nós dois sabíamos que se ele o fizesse, eu
estaria desfeita com o orgasmo que me negou por muito tempo.

Sua língua deslizou pelo meu sexo, e o barulho que fez foi selvagem, o de uma
besta faminta que pretendia se entregar a um banquete. —Eu sugiro que vá para
a caverna, tome um banho e seduza uma divindade para que eu possa te foder e
ouvir seus ruídos enquanto faço de você minha esposa esta noite. Se você abrir seu
útero para Bel ou transar com ele, vou arrancá-lo de você, Aria Primrose
Hecate. Você é minha e só minha deste dia em diante. Verei você em uma hora,
quando me juntar a você para nosso banho de acasalamento. Você me lava e eu te
lavo para nos limpar do passado e começar nossa aventura em nossa nova vida
juntos.

— Gostaria que isso levasse embora o passado para que pudesse ver o futuro
que você poderia ter, — eu sussurrei com voz rouca. — Ou saboreie a merda de
seus fantasmas,— eu ofereci, sentando para colocar distância entre nós.

— A partir de agora, sua fachada para as pessoas fora deste quarto começa,
Aria. Mostre a eles que você quer isso e eu a recompensarei esta noite. Lute
comigo, e eu irei acorrentá-la a esta cama e deixá-la insatisfeita enquanto te
fodo. Eu sou o mestre em afiar seu corpo, mas também posso evitar que alcance o
clímax. Seja uma boa menina para mim e não foda uma divindade na frente de
nosso povo, Rainha Karnavious.

— Como desejar, Mestre.

— Cuidado, Aria. Eu gosto desse título em sua língua talentosa.


CAPÍTULO TRINTA E CINCO

A caverna estava cheia de bruxas, todas as que me ajudaram a me preparar


para o ritual do banho. Cada uma adicionou sal, ervas e óleo de rosa à minha pele,
preparando-me para entrar na água. Pétalas de rosas flutuavam acima da
superfície em vários tons de vermelho e laranja. Elas hidrataram minha pele e
lavaram meu cabelo com meu shampoo e condicionador.

Knox tinha um suprimento ilimitado de produtos que eu usei na minha vida


antes de vir para cá. Como se ele tivesse saído de seu caminho para juntar itens,
eu precisaria estar confortável. Em sua mente, ele já me pegou e me
reivindicou. Ele com certeza se preparou para me pegar por um homem que não
me queria, coletando tudo que eu precisaria para a jornada até sua casa.

Eu ouvi Ember, observando o que ela disse a Knox, sabendo que eu podia
ouvir. Ela acreditava profundamente nos ossos que compartilhamos que Lennox
era seu companheiro. Ela havia desafiado Knox, cara a cara contra ele em coisas
que eu não teria ousado mencionar. Ember era ousada, se não um pouco
louca. Odiava que ela tivesse ficado tanto em silêncio ultimamente, mas ela me
disse que estava crescendo quando perguntei. Eu estava quase com medo de
perguntar quanto cultivo ela tinha que fazer antes de terminar.

Siobhan entrou na caverna, parando para acender mais velas antes de bater
palmas ruidosamente. —O rei está vindo, todas para fora. Aria, entre na água e se
prepare para aceitar o seu companheiro pretendido, — ela ordenou em voz alta,
entregando-me o pano e o óleo de pomada que eu usaria para dar banho em Knox
para o ritual.
Todas as mulheres saíram da caverna em um movimento rápido. Eu
escorreguei na água para submergir meu corpo, colocando o óleo e o pano do lado
onde ficava um altar de pedra. Nele estava o orvalho da manhã, coletado para
Beltane. Eu submergi meu corpo até o queixo quando os homens de Knox
entraram na caverna, garantindo que ninguém mais permanecesse dentro. Knox
entrou, sorrindo ao me ver olhando para ele da água.

Brander deu ordens para os homens, virando olhos cor de safira para mim
antes de desviar o olhar. Ele foi até o altar, acendendo uma vela e sussurrando
uma prece pelo ritual de acasalamento, seguido por Lore, Killian e Greer, que
aparentemente seriam testemunhas dos votos de casamento.

Knox tirou a camisa pela cabeça, revelando seus músculos fortes e


tatuagens. Tatuagens que viraram, me olhando como se me reconhecessem. Eu
engoli quando dois corvos escaparam de sua carne, e Knox sorriu, tirando as calças
para revelar seu pau que, pela primeira vez, não estava duro. Ele estremeceu,
forçando meus olhos nos dele, encontrando o calor queimando nas profundezas
fumegantes. Os corvos estavam sentados em poleiros de madeira que eu não tinha
notado, virando-se para observar a entrada. Os homens saíram silenciosamente
da caverna enquanto Knox entrava na água.

Knox se aproximou de mim, me encaixando na lateral da piscina, com os


braços apoiados em cada lado meu. Seus lábios desceram para o meu ombro,
beijando-o suavemente. Eu fiz minha parte com as mulheres assistindo, mas não
tive nenhum problema em ignorá-lo em particular.

— Vire-se e vou lavá-lo, Knox, — grunhi, observando seus olhos se


estreitaram em mim com a frieza do meu tom.

— Disseram-me que minha princesa está encantada com nossas próximas


núpcias. Ela disse aos outros que espera um casamento incrivelmente
lindo. Mesmo assim, eu entro e a encontro infeliz com minha presença? — Knox
colocou as mãos em meus quadris enquanto me levantava sobre o altar, travando
seu olhar com o meu.

— O negócio era mentir para o povo. Eu não preciso fingir quando estamos
apenas nós presentes, — eu murmurei, com a intenção de recuperar o óleo, mas
ele parou.

— O rei lava a rainha primeiro, Aria, — ele explicou, exalando


lentamente. —Esta é uma das poucas vezes em que irei primeiro em nosso
relacionamento ou ritual.

— Eu poderia simplesmente me lavar, já que você me odeia.— Eu fiz uma


careta quando ele estreitou seu olhar, rejeitando minhas palavras pegou o pano,
molhando-o com óleo.

— Eu não te odeio. Você não ouviu o que eu disse, não é? Eu quero casar com
você. Eu quero você, ponto final. Gosto de você na minha cama, o que afirmei
repetidamente. Gosto da sua mente e da maneira como ela funciona para eliminar
problemas. Você é educada, não porque frequentou uma escola, mas porque
assumiu a responsabilidade de ler as palavras de estudiosos e poetas. Você adora
ler as palavras escritas de ficção e não ficção. Você prefere escapar da realidade
para mundos que não existem. Nesses contos, você aprendeu a se imaginar na
situação dos personagens que leu e o que faria se estivesse no lugar deles. Você
evoluiu mais rápido do que algumas criaturas neste mundo já tiveram a chance,
porque você leu e ensinou a si mesma como ser uma pessoa melhor.

Knox agarrou meu braço, lavando-o lentamente até brilhar à luz das
velas. Seus dedos deslizaram sobre a minha pele enquanto ele abaixava o nariz,
inalando o perfume de rosas antes de passar para o outro braço, repetindo os
passos.

— Você sabe por que nos lavamos, Aria? — Knox perguntou, nunca
levantando seus olhos para os meus enquanto ele lentamente lambuzava minha
pele com o óleo. Ele massageou, acalmando as dores do meu corpo fazendo latejar
de necessidade.

— Não, eu não. Só sei que lavamos o passado para nos prepararmos para o
futuro.

— As primeiras pessoas dos Nove Reinos acreditavam que, quando um casal


se lavava, isso limpava suas almas. Também os prepara para criar vida uns com
os outros. O homem lavaria sua noiva, limpando sua carne para se preparar para
que ela o aceitasse em seu corpo, colocando sua semente bem no fundo de seu
ventre. A deusa da fertilidade sentiria seu desejo de procriar com ela e tornar seu
útero fértil para o leito matrimonial que se aproximava. A noiva lavaria sua
masculinidade, pedindo ao deus da fertilidade que lhe trouxesse um filho forte
para encher seu ventre. Eles fizeram isso para criar vida, e eu escolhi esta
cerimônia porque quero que você saiba como é fútil pensar que poderíamos ter um
filho com tudo o que fizemos. Meu povo literalmente fez tudo o que poderia pensar
e ainda sem filhos. Tentamos e falhamos em criar vida desde que sua avó nos
amaldiçoou para sermos estéreis.

— Mm, que bondoso da sua parte, — eu sussurrei enquanto ele sorria com
força.

Eu o observei levantar meu pé, lavando lentamente minha panturrilha, em


seguida, subindo pela minha perna enquanto mantinha meu olhar cativo. Depois
que terminou de lavar uma perna, ele lavou a outra, espalhando-as enquanto me
empurrava para trás. Minha respiração engatou quando sua mão se moveu em
direção ao meu sexo, limpando-o com o pano antes que seus dedos dançassem
precariamente contra o meu sexo, apenas para ele continuar a lavar meus seios e
estômago. Knox se inclinou, dando um beijo no meu útero antes de sussurrar em
uma língua estrangeira, não na sua.

Ele me puxou para baixo, me virou e empurrou meu corpo contra o


altar. Lentamente, ele correu seus dedos pela minha espinha, forçando algo sob
minha pele a pulsar, se movendo para escapar de seu toque enquanto ele ria com
voz rouca. Seus lábios beijaram minha omoplata, salpicando-a com beijos antes
de sua mão começar a mover o pano sobre minhas costas nuas. Eu engoli um
gemido quando ele enviou o prazer ao meu redor, apertando meu núcleo até que,
finalmente, ele recuou.

— Agora, doce menina, você pode lavar seu Rei, — ele rosnou, trocando de
lugar.

Eu engoli a vontade de dizer a ele que não era meu rei, mas não estava
disposta a discutir o assunto. Ele sabia onde eu estava, e seus olhos dançaram com
uma vitória silenciosa, o que me disse que estava ciente de que eu estava lhe dando
esta. Toquei seus braços, usando o pano para acompanhar os músculos fortes,
banhando-o em óleo com aroma de sândalo.

Meu corpo se apertou com cada caminho que o pano tomou, correndo
lentamente sobre seu peito até que alcancei seu pau, acariciando-o com minha
mão. Ele sibilou, me observando enquanto eu abaixava minha boca, colocando um
beijo na ponta arredondada antes de erguer meus olhos para ele, sorrindo
enquanto meus dentes se alongavam. Seus olhos me desafiaram a seguir enquanto
suas garras se alongavam, junto com seus dentes. Engolindo, deixei cair meu
olhar, me movendo para trás.

Minha cabeça se ergueu quando ele ergueu seu corpo para o altar. O leve
movimento criou uma massa de músculos que ondulou enquanto ele erguia seu
corpo facilmente. Eu agarrei um pé, lentamente lavando-o e suas pernas antes que
ele me puxasse contra ele, segurando meu rosto.

— Você é linda, minha noiva, — Knox rosnou, correndo os dedos sobre minha
mandíbula olhando diretamente para minha alma. — Mal posso esperar para
torná-la minha esta noite, Aria Primrose Hecate, independentemente do sangue
que corre em suas veias. Vou cuidar de você e respeitar suas necessidades.
— Eu prometo escapar de você, como sua esposa ou não, Knox Karnavious,
— eu disse, observando seu sorriso se tornar letal e ele deslizar para a água. —
Não vou começar um casamento com mentiras, mesmo que seja um casamento
simulado. Não vou mentir para você sobre minhas intenções. Você forçou isso e
quer que eu seja cúmplice para o benefício do povo e de você. Você me fez parecer
uma idiota, me perseguindo pelos Nove Reinos, me permitindo pensar que estava
à sua frente quando, na realidade, não estava. Você sabe onde minha família se
escondeu, a cada passo do caminho. Você sabia o que eu estava fazendo, mas não
sei por que não fez nada contra minha família ou contra mim. Por que me deixa
pensar que estava à sua frente?

— Porque eu queria saber o que você faria quando chegasse aqui. Olhos
bonitos podem esconder as maiores mentiras. E as suas são tão lindas, Aria. Sua
família é sua fraqueza, e eu as tive e não as usei, a não ser para testar sua magia
contra meus inimigos. Eu poderia ter matado todas elas agora. Nenhuma delas
ficou naquela tumba, mas optei por não fazer isso. Não quero transformar você no
monstro que sou, mas vou mantê-la ao meu lado. Sua magia é incomparável a
qualquer outra pessoa nos Nove Reinos além da minha. Você assumiu o poder dos
Nove Reinos e libertou o Rei das Gárgulas. Você libertou Taren de uma maldição
que sua avó o condenou para a eternidade. Se não sou eu tentando controlar seu
poder, outra pessoa o fará. É tão simples como isso, garotinha.

— As criaturas dentro dos Nove Reinos escondem seu poder porque permitir
que os outros conheçam seus pontos fortes os torna um alvo. Em uma semana você
dentro deste mundo, a conversa começou. Não sobre o retorno das bruxas Hecate,
mas sobre uma linda garota de cabelos prateados, que poderia derrubar um castelo
inteiro sozinha. Eles começaram a caçar você, e eu os cacei antes que eles te
alcançassem. — Ele observou o tremor de inquietação correndo por mim. —O sol
está nascendo, e com ele, as únicas chances de fazer Bel nascer antes de você ser
minha noiva. Ele só aceita donzelas solteiras, e eu me casarei com você esta noite.
— E se você se arrepender, Knox? — Sussurrei densamente, observando sua
boca se curvar em uma carranca. Ele baixou sua boca para a minha, reivindicando-
a suavemente segurando meu rosto entre as mãos.

— Eu não vou, Aria. Isso é uma coisa que tenho certeza. Agora, vá se vestir
porque eu, por mim, mal posso esperar para ver Bel se ajoelhar por minha mulher.

— Você está tão certo de que ele vai me escolher? Todas as bruxas dançam
para Bel. Ele só escolhe um do grupo para passar a noite. Recusá-lo não é uma
coisa fácil, Knox. Ele é o homem mais bonito conhecido no mundo, com olhos
ardentes e pele dourada. Ele é literalmente feito para o prazer e o oferece à mulher
que escolher. Uma vez que estou nesse círculo, só eu posso escolher meu
caminho. Você não poderá entrar nele, não sem atrapalhar a cerimônia.

— Estou muito ciente de como isso funciona, garotinha. Eu sei quem você é e
com quem vou casar esta noite. Você pode querer muito um filho, mas não é o tipo
de mulher que vai dormir com um homem só para ter um. Você é Aria Primrose, e
não é uma vadia qualquer. Você precisa de química e de querer um homem antes
de se deitar com ele. Eu sei porque vi você lutar, pensando que seria Brander quem
faria de você uma mulher, querendo que fosse eu. Eu gostei daquela batalha
interior dentro de você, e então a aceitação de que não seria eu porque aos seus
olhos era a prova de quanto você desejava o contrário. Eu também observei o alívio
em seu rosto quando me encontrou atrás de você, entrando em seu corpo. Então,
estou preocupado que minha garota tome uma divindade sobre mim? Não, porque
ela é minha garota, e ela sabe disso, mesmo que ela não goste.

Odiava que Knox estivesse certo, mas pior do que isso, odiava que ele me
conhecesse. Eu exalei, torcendo meus lábios e franzindo meu nariz. Saí da água,
movendo-me para a toalha perfumada preparada para mim. Ouvi Knox saindo da
piscina, mas me recusei a me virar. Me secando, peguei a calcinha de renda
branca, silenciosamente colocando-a antes de colocar o minúsculo top de renda
sobre meus seios. Mal os cobria e era transparente o suficiente para que meus
mamilos rosados fossem visíveis através do material. Agarrando a saia, puxei o
material fino para cima em meus quadris antes de adicionar as correntes de prata
na minha cintura, prendendo a cornalina. Eu me virei, encarando Knox, que
franziu a testa para a roupa.

Eu me virei para longe dele e seus braços deslizaram em volta do meu


estômago. —Vejo você lá fora, — ele sussurrou, e eu exalei lentamente enquanto
ele beijava meu ombro nu. —Você cheira a céu e inferno. Nasceu um anjo, criado
para trazer o inferno aos homens com o pecado que seus lindos lábios
prometem. Use seu cabelo solto. Isso leva os homens à loucura com o pensamento
de agarrá-lo enquanto cavalgam suas doces curvas com força.

Eu engoli em seco, girando para dizer a ele que usaria no nosso casamento,
mas ele não estava lá. Olhei ao redor, encontrando apenas os corvos batendo suas
asas me observando. Meu coração disparou quando eles deixaram seus poleiros,
batendo contra meu torso nu. O poder passou por mim e cerrei os dentes até que
se transformou em um leve tremor de prazer. Eu engasguei, observando-os
enquanto eles se moviam pela minha carne, se acomodando em meus ombros. O
poder chiou pela caverna e revirei os olhos. Knox tinha um plano reserva se eu
aceitasse a oferta de Bel de plantar um filho em meu útero.
CAPÍTULO TRINTA E SEIS

Bruxas vestidas da mesma forma me escoltaram até o altar diante da estátua


de Bel. Franzindo a testa com a sensação de magia e o cheiro poderoso de sândalo
que flutuava contra meus sentidos, me virei, encontrando Knox me observando
com um sorriso conhecedor. Ele se sentou do lado de fora do círculo de pedra, seu
olhar deslizando avidamente pelo meu corpo mal vestido. Revirei os olhos com seu
desejo nu, voltando-me para as fogueiras que ardiam em todo o vale em torno do
círculo em que eu estava.

— Acenda as velas e daremos um sinal para que a música comece. É melhor


começar agora e prosseguir com a cerimônia à medida que avançamos no dia. Pode
demorar horas até que Bel venha selecionar uma bruxa para a noite.

— Como quiser, — murmurou Soraya.

O barulho começou quando os tambores começaram, ecoando uma batida


inebriante por todo o vale. As pessoas se reuniram ao nosso redor nas colunas de
pedra que fluíam em espiral ao redor da estrutura. Eu podia sentir seus olhares,
o peso de suas esperanças de aumentar sua libido para esta noite.

Beltane era basicamente uma grande orgia em que todos se divertiam, na


esperança de criar vida. Nem mesmo os animais foram poupados do ritual de
criação. Felizmente, eu estava alheia a tudo desde que eles apagaram toda a luz
na noite passada para focar na luz de hoje. Eu senti o cheiro de sexo no ar quando
saí da caverna, mesmo nas bruxas, que estavam andando ao meu lado.

Usei um almofariz e um pilão para transformar as ervas em pó para formar


pasta. As bruxas dançaram ao meu redor, drogadas pela magia no ar que Beltane
lançou. Eu podia sentir o impulso de me mover, balançar meu corpo e atrair
qualquer macho digno de acasalar comigo. Eu podia ouvir Ember dentro de mim,
cantarolando junto com a bateria, seu tom feliz como se ela não tivesse apenas
chamado Knox para o campo de batalha e esfregado seu nariz em sua merda. Não
que isso não tenha me impressionado, muito pelo contrário, na verdade. Mas ei,
ela se manteve firme contra ele.

Depois de triturar os ingredientes e adicionar o óleo, mudei-me para o homem


que nublou minha mente enquanto me observava de perto. Fiz uma pausa no
limite do círculo, colocando a tigela no chão antes de puxar minha saia até os
joelhos, ajoelhando-me diante de Knox, olhando para ele. Esperei que ele
entendesse o significado do que eu estava lhe dando.

— Meu rei, a Rainha de May, gostaria de escolher você como seu consorte
para esta noite,— Siobhan explicou cuidadosamente. —É seu perfume
pessoal. Isso a impedirá de perder você durante a procissão desta noite. Isso
garante a ela que se algo mais assumir o controle, que permitirá apenas você em
sua cama esta noite.

Os olhos de Knox se estreitaram em fendas, olhando para mim. Ele se mudou


para onde eu estava sentado com as palmas das mãos para cima, minha pose não
ameaçadora. Minha atenção se aguçou pela forma como seu corpo ficou tenso
enquanto ele abaixava. —O que se espera de mim por aceitar isso?— Ele
perguntou.

— Ela colocaria seu perfume em seus pulsos. Isso daria a ela a capacidade de
sentir o cheiro de outra pessoa quando a celebração começar ou quando Bel
chegar. Como Aria compartilha sua forma com outra, isso garantiria que sua
criatura só chegasse até você se ela assumir o controle. Você também manterá
Aria aterrada neste plano caso Bel deseje levá-la para o seu próprio. Você, meu rei,
será o ponto focal de sua dança, entre outras coisas. — Siobhan recuou, voltando-
se para ir ao altar.
Knox estendeu as mãos, colocando as palmas para cima. Correndo
lentamente meus dedos pelo cheiro do óleo que eu criei, coloquei-o sobre seu pulso
acelerado. Meus olhos se ergueram para os dele rapidamente, encontrando-o me
olhando com uma expressão preocupada. Isso começou uma reação dentro de mim,
sentindo seu medo que alimentou o meu. Meu peito subia e descia com uma
respiração difícil que não escapou de sua atenção.

— Você está com medo de que Ember escolha Bel, não é?— Knox sussurrou
tão baixo que achei que meus ouvidos não o estavam ouvindo corretamente.

— Sim,— eu respondi, mordendo meu lábio entre os dentes. —Você não


estava errado sobre mim. Eu não quero um bebê de qualquer um. Eu prefiro
nenhum do que aquele que seria criado neste altar esta manhã.

— Você é minha garota, Aria. Quer você goste ou não, você é minha. Você me
deseja tanto quanto eu desejo você. Admita para mim, bem aqui, agora, — ele
sussurrou, e eu me inclinei para frente, reivindicando seus lábios enquanto a
multidão aplaudia ao nosso redor.

— Não, idiota,— eu anunciei contra seus lábios. —Verei você depois de


seduzir uma divindade, e talvez veja a diferença quando eu tentar seduzir
alguém. Observe e aprenda, Rei Karnavious. Depois, pode se perguntar se alguma
vez tentei seduzi-lo. Acredite ou não, sou treinada na sedução, como todas as
bruxas.

Eu me afastei para ver um sorriso de lobo curvando seus lábios. Levantando-


me, voltei para o altar enquanto o poder cantava no ar, e seu silvo de dor trouxe
um sorriso aos meus lábios. Fiquei na frente do altar de pedra, esperando Siobhan
acender o poder de Beltane. Knox não removeu minhas pulseiras, o que me
impediu de fazer a homenagem sozinha. Não que isso importasse, já que enquanto
uma bruxa o começasse, o círculo se acenderia.
No momento em que foi acesa ao nosso redor, eu me levantei sobre o altar,
olhando para o olhar aquecido de Knox. Meu top transparente mal cobria meus
mamilos cor de rosa, e a saia de tule fluía para meus tornozelos, expondo minhas
coxas enquanto cobria a tira de renda que eles me deram para proteger meu sexo
contra uma divindade feita para o pecado. Eu tinha certeza de que Knox
adicionaria à camada extra como medida de precaução. Não que funcionasse.

A dança foi interminável e, apesar de tudo, nunca tirei os olhos de Knox,


balançando e dançando ao som da batida inebriante do tambor. O suor gotejava
na minha testa, acumulando-se entre meus seios, fazendo com que o fino material
grudasse na minha carne. Minhas coxas ardiam, doendo pelo fato de que Bel ainda
não tinha chegado, depois de três horas de dança sem fim. Deslizei minhas mãos
sobre meu corpo, sem tocar em nada impróprio enquanto rezava para que Siobhan
fosse fodida em vez de mim.

No momento em que o KALEO´s, Way Down We Go, começou, quase


parei. Era a música tocando dentro de mim, agora enchendo todo o vale, e todos
pararam, olhando para ver de onde ela estava vindo. O poder estourou atrás de
mim, e os olhos de Knox me disseram que Bel estava lá.

Obsidiana negra com brasas acesas substituiu o azul quando as unhas de


Knox se alongaram e seu chocalho começou baixo. Eu levantei meus braços no ar,
segurando seu olhar. Braços em volta da minha cintura, deslizando para segurar
meus seios, enviando ondas de prazer por mim. Bel me puxou de volta, beijando
meu ombro, e lutei contra o tremor de desejo que me percorreu.

Knox se levantou, mesmo quando seus irmãos o puxaram de volta para


baixo. Bel virou meu corpo, me levantando e forçando minhas pernas a envolverem
sua cintura. Bel não era apenas bonito. Ele era o tipo de homem sobre o qual
cantavam baladas, e os anjos ansiavam por duplicar. Ele tinha cabelos loiros
grossos com olhos dourados combinando e pele bronzeada. Uma boca cheia se
inclinou em minha direção, sorrindo enquanto ele reclamava meus lábios em um
beijo que enviou tudo dentro de mim, correndo em direção à zona “O".
As mãos de Bel seguraram meus quadris, forçando minha boceta contra um
grande órgão muito masculino que me prometia prazer. Ele puxou seus lábios dos
meus e abriu a boca, revelando dentes perfeitamente brancos que esvaziaram a
criatura dentro de mim. Eu levantei minhas mãos enquanto ele lentamente me
abaixou para o chão. Meu corpo ainda se movia como se estivesse no piloto
automático, balançando e dançando contra ele enquanto ele pairava sobre mim,
me observando.

— Tão bonita, mas não inteiramente bruxa,— Bel sussurrou, inclinando-se


para reivindicar meus lábios. Ele riu enquanto eu os perseguia no momento em
que começou a se afastar. Ele me levou para o altar enquanto eu me movia
continuamente, atraindo-o lentamente para mim.

O prazer que seu corpo deu era a merda das lendas. Ele poderia enviar você
ao orgasmo apenas pelo contato contra sua pele. Ele balançou lentamente os
quadris, olhando-me como se estivesse tentando localizar minha espécie.

— Você é um fogo ardente, pequena prateada,— ele sibilou. Inclinando-se, ele


me observou esfregando lentamente meu corpo enquanto seus olhos aqueciam
como poças de ouro líquido. —Suas chamas me acenam. Você é algo que o mundo
nunca viu antes, não é?

Bel agarrou seu pau grosso, me observando com um olhar hipnótico


queimando em seu olhar. Ele o empurrou contra meu ápice. Eu lutei contra as
garras alongadas que procuravam se soltar. Ele se inclinou mais uma vez,
mordendo meu mamilo através do tecido transparente, o que fez com que um grito
escapasse dos meus lábios. Eu me levantei, levando-o de costas no chão antes que
minha boca se esmagasse contra a dele. Ele riu, animado com a minha necessidade
de tomá-lo.

Ember ronronou de dentro de mim, mas não foi amigável. Foi um aviso baixo
que irradiou através de mim, saindo da minha garganta. Bel olhou para cima, me
observando através de fendas estreitas. Ele começou a falar, mas minha mão
empurrou seu torso e meus dedos envolveram sua garganta quando um chocalho
explodiu em meu peito. Tirei minha mão, segurando seu coração, e meus olhos se
ergueram para o cheiro, mantendo meu juízo. Knox era meu foco. Seus olhos azuis
seguraram os meus enquanto Siobhan uivava com minha vitória.

Ela tirou o coração da minha mão, me forçando a liberá-lo para ela. Inclinei-
me, reivindicando os lábios chocados de Bel enquanto ele ofegava por ar, tossindo
sangue.

— Abençoado seja, Bel. Obrigada por Beltane e pelo calor do verão que se
aproxima. Pedimos que abençoe nossos ventres e os encha. Sinto muito, meu útero
foi retirado, mas eu prometo a você, — eu disse, alto o suficiente para Knox
ouvir. —Se meu útero não for preenchido pelo próximo Beltane, estarei de volta
para que seu filho cresça em meu ventre. Abençoe-nos agora e abençoe a todos
nós, pois desejamos ser frutíferos nesta noite de Beltane até o outono.

— Você é um fogo, pequena prateada. Dou-lhe minha bênção e rezo para que
seu amante seja estéril, pois preciso de uma revanche na próxima
primavera. Achei você apenas bonita. Mulheres mortais são algumas das raças
mais raras, pois você beijou com fogo e usou suas garras para arrancar o coração
de uma divindade. Eu estou impressionado. O que é você? — Ele perguntou, o
sangue escorrendo de seus lábios enquanto ele procurava meu rosto. —Você é um
deles. Você é ... —ele fez uma pausa, sorrindo diabolicamente quando viu a intriga
queimando em meu olhar.

— Um o quê, Bel?— Eu sussurrei.

Ele sorriu, rindo enquanto seu corpo se decompunha em nada além de


cinzas. Rosnei, levantando meus olhos para Knox, que estava parado do lado de
fora do círculo, andando de um lado para o outro. Brander e Lore estavam ao seu
lado, me observando. Eu levantei minha mão quando o cheiro me atingiu. Siobhan
largou o círculo e Knox marchou, saltando com fluidez sobre o altar sem
convite. Siobhan gritou, a preocupação marcando seu rosto quando Knox me
agarrou, puxando-me contra seu corpo.

— Você beijou outro homem,— ele sibilou.

— Eu escolho você como meu rei para Beltane, — eu sussurrei densamente,


observando enquanto ele estremecia, percebendo o que ele tinha acabado de
fazer. Ele violou meu círculo de proteção, no qual a rainha detinha todo o
poder. Suas mãos capturaram as minhas, ainda pintadas com o sangue do último
homem que tentou acasalar comigo.

Knox me levou para o altar, com força. Seu corpo pressionado contra o meu
enquanto olhos negros assumiam o azul. Seus dentes cresceram e seu olhar escuro
deslizou para meu ombro nu, onde Bel havia me beijado. Brander chocalhou,
fazendo com que os outros protestassem, alertando que Knox estava invadindo
onde não deveria. Sua boca esmagou contra a minha no momento em que minhas
pernas o envolveram, segurando-o contra mim, liberando minhas mãos enquanto
minhas palavras eram registradas através de sua névoa de ciúme.

Knox se afastou da minha boca, puxando-me com ele, sorrindo


maliciosamente para mim. —Eu serei seu Rei Beltane. Eu também serei seu
marido esta noite. Você é minha Rainha Aria.

A multidão explodiu em aplausos pela proeza de seu rei de passar pelo círculo
para reivindicar sua rainha. Knox me puxou para mais perto, beijando-me
silenciosamente, os aplausos da multidão ecoando pelo vale. Os fogos saltaram alto
no ar, queimando ainda mais quando o sol apareceu para banhar nossa carne com
a aprovação de Bel à nossa união.

— Você seduziu uma divindade direto no coração, Aria.

— Tecnicamente, eu o arranquei porque o cheiro que coloquei em você me


manteve aqui. Não permitiria que Bel pintasse uma ilusão, deixando-me
inconsciente de quem ele realmente era. Se não tivesse aceitado meu presente, eu
estaria transando com ele enquanto você assistia. Nenhum de nós poderia ter feito
nada para evitar que isso acontecesse se tivesse recusado o que eu ofereci. Ele teria
se parecido com você e seria tudo o que eu sempre quis, — eu engoli, mentalmente
me chutando por dizer isso a ele.

Seu sorriso me cegou, me deixando mais estúpida do que eu já era perto


dele. Ele me puxou para seus braços, me levantando e pulando no chão enquanto
me segurava. Seus homens nos observaram de perto quando ele saiu do círculo e
me colocou de pé.

— Comece a preparar minha noiva para se casar comigo. Eu gostaria de


acabar com isso antes que ela mude de ideia novamente, — Knox declarou,
beijando-me suavemente antes de sua boca tocar meu ombro, deslizando
lentamente para minha garganta enquanto ele rosnava faminto. —Eu quero ouvi-
la ronronando embaixo de mim antes que a lua nasça esta noite.

— Espere, Knox, — sussurrei, virando-me enquanto os cristais embutidos no


vale zumbiam com poder. —Olhe,— eu implorei, mordendo meu lábio entre os
dentes enquanto um sorriso brincava em meu rosto. Knox não estava vigiando o
vale. Sua atenção estava em meu rosto e a maravilha brincando sobre ele enquanto
o vale mudava e se tornava um lugar etéreo.

— É excelente, — ele engoliu em seco, sem tirar os olhos do meu rosto.

O vale inteiro brilhava com o poder de Beltane, alimentado com vibrações


sexuais que fluíam pelas pessoas. Knox sussurrou sua aprovação abaixando sua
boca contra meu ombro, beijando-o suavemente com um ronronar suave que fez o
meu ecoar a dele.

O quartzo de fogo pulsava enquanto brilhava a luz da cor do arco-íris na


cornalina. O perfume de rosas encheu o ar, flutuando em uma brisa sutil. O ar
esquentou e as pessoas aplaudiram quando o Círculo de Beltane ganhou vida. Ele
brilhava com o poder e a aprovação de Bel, abastecendo o mundo com fertilidade e
o calor do verão que se aproximava. As fogueiras saltaram mais alto e as runas
laranja dos círculos de pedra pulsaram, brilhando à medida que cresciam para
homenagear o Rei e a Rainha May com a sexualidade crua de Beltane.

— Abençoado Beltane, Meu Rei pela noite,— eu proferi, escapando de seu


alcance. Permiti que as bruxas me guiassem até a tenda de bênção onde me
vestiriam para me casar com o Rei Supremo dos Nove Reinos.
CAPÍTULO TRINTA E SETE

As bruxas me conduziram a uma grande tenda que cheirava a rosas. Elas a


encheram de velas acesas e cristais que formavam prismas de arco-íris nas paredes
da tenda. Soraya e Siobhan me conduziram ao banho, tirando do meu corpo da
roupa que eu usei para atrair Bel à sua morte prematura. Uma vez dentro da
banheira, soltei a respiração inquieta que prendi.

— Você removeu o coração de Bel! — Siobhan exclamou animadamente,


fazendo-me pular com sua explosão repentina. —Você o beijou enquanto seu
sangue jorrava de sua boca. É inédito derrotá-lo, e você o fez parecer um bebê
recém-nascido.

Virando-me para ela, levantei uma sobrancelha. Seus olhos estavam cheios
de entusiasmo e admiração. Soraya, por outro lado, notou como eu tremia no
banho. Meus olhos se encontraram com os dela, e ela se moveu lentamente em
minha direção, me entregando o pano, coberto com o óleo de rosa perfumado.

— Você não está bem com este casamento, — Soraya afirmou, seu tom
indicando inquietação. —Ele está forçando você, não está?

Eu engoli, baixando meus olhos para os joelhos antes de minha cabeça


balançar lentamente uma vez em confirmação. Ele estava, mas não era como se eu
pudesse impedir agora. Knox estava com as cartas e eu nem tinha certeza de estar
jogando o mesmo jogo.

Siobhan murcha, seus olhos deslizando para o meu rosto. — Se pudéssemos


tirar você daqui, nós o faríamos, Aria. Eles protegem todas as saídas contra a fuga
ou entrada das bruxas das trevas. Toda a magia foi anulada até amanhã de
manhã. Achamos as precauções um pouco estranhas.

— Knox mataria você se me ajudasse a escapar, — engoli em seco, lavando


lentamente o suor da dança do meu corpo.

— Se ele nos pegar, — Soraya bufou, jogando alecrim na banheira.

— Você vai ser a primeira bruxa Hecate a se comprometer com um homem


pela eternidade, — Siobhan murmurou. —Você sabe que depois de fazer os votos,
isso não pode ser desfeito, certo?

— Estou ciente das leis e que é para sempre.

Meu coração disparou com as palavras sendo admitidas em voz alta. Knox
sabia onde minha família estava escondida e as deixou em paz porque não
precisava delas para me forçar. Se eu me recusasse a casar com ele, ele as usaria
para amarrar minhas mãos. Foi melhor assim, para elas e para mim. Eu levantei
minha perna, lavando-a enquanto Soraya e Siobhan se sentavam ao meu lado,
franzindo a testa.

— Você entende que estará conectada a ele para sempre, certo? Se você seguir
este caminho, o rei será capaz de controlar seu poder, sua magia, e você nunca
poderá prejudicá-lo. Se o seu vínculo for mais profundo, como companheiros, e você
se fundir totalmente, suas almas se unirão. Você entendeu, correto?

— Eu não tenho outra escolha, Siobhan. Ele sabe onde minha família está
escondida. Se eu não casar com ele, as usará contra mim até conseguir o que
quer. Knox garantiu que vou seguir em frente com o que quer de mim. Se eu não
fizer isso, vai matar todos que amo.

— Eu entendo, eu entendo. Às vezes você tem que fazer escolhas difíceis como
rainha, e Aria, você é a Rainha das Bruxas, mesmo sem seu trono. Observe as
bruxas. Observe como elas olham para você. Você já as fez seguir sua liderança. O
que você faz a seguir importa, —Siobhan sussurrou, mas havia um tom de
acusação em sua voz que me irritou.

— Você transou com ele. Talvez devêssemos trocar de lugar, — eu rebati,


olhando para Siobhan enquanto minhas emoções me dominavam violentamente.

Ela bufou, balançando a cabeça escura. — O rei Karnavious nem mesmo


virou os olhos para outra mulher ou levou uma para sua cama desde que te
conheceu, Aria. Achei que você fosse essa mulher mítica, mas é bastante normal.

— Ai que horror. Nunca diga isso de novo, — eu estremeci. —Eu tento muito
não ser normal.

Siobhan franziu a testa de preocupação. —Só quis dizer que não esperava
alguém como você. Você se preocupa conosco. Eu sei que o rei Karnavious amarrou
suas mãos, mas existem maneiras de contornar isso sendo legal. Você é uma
rainha, que está sendo coagida por meio de ameaças a um casamento que não quer.

— E quem iria argumentar contra o rei Karnavious, Siobhan? Ilsa? Pretendo


matar aquela vadia e, assim que o fizer, tentarei remover a escuridão que ela
desencadeou nesta terra.

— Você vai matar as bruxas sobre as quais ela forçou sua


escuridão?— Soraya perguntou, e eu engoli a dor, amarrando suas palavras.

— Depende, Soraya. Se elas são más e não podem ser salvas, então elas
também serão abatidas. Uma vez que mataram outro ser vivo, não posso retirar a
escuridão delas. Este é o meu entendimento de como Hecate explicou o processo
em nossos grimórios. — Ela abaixou a cabeça, escondendo uma carranca antes de
suavizar suas feições. Levantando-se, Soraya se moveu para pegar a toalha. —Ilsa
tem alguém importante para você, não é?
Soraya balançou a cabeça, exalando lentamente antes de se virar para mim
novamente. —Isso não importa, não é? Você não pode consertar nada. Vai se casar
com nosso inimigo, alguém que pretende castrá-la magicamente antes que
represente uma ameaça para ele ou qualquer outra pessoa.

— Ai, isso quase machucou meus malditos sentimentos,— eu grunhi, me


levantando para pegar a toalha dela. —Estou me sacrificando para salvar outras
também. Só para você estar ciente. Ele prometeu salvar outras bruxas que não
aceitaram a escuridão ainda.

— Você é a porra da salvadora, — Soraya zombou.

— Chega, Soraya. Se o rei tivesse sua família ao seu alcance, você faria o
mesmo. Somos bruxas, e as bruxas sempre protegem aqueles que amamos do
mal. Eles são nossa fraqueza, —Siobhan engoliu em seco. — Aria, se você sentar,
vou arrumar seu cabelo. Como você quer isso?

— Para cima, porque ele prefere solto, — eu ri da maneira estranha como


seus lábios se ergueram no ato de desafio.

— Não deixe o rei quebrar você, Aria. Muitos dependem de você nos salvar
para que ele ganhe essa luta, — disse Soraya, sem se virar para nós enquanto seus
dedos percorriam a tiara de ônix escuro, safira e diamante que Knox mandara para
a tenda com Siobhan.

— Mesmo se eu pudesse escapar, ele escreveu seu nome na minha pele, o que
permite que me rastreie, não importa onde eu me esconda, — eu fiz uma careta,
olhando para o meu reflexo enquanto Siobhan sorria, seus olhos segurando os
meus como se ela tivesse um segredo.

— Você viu o baú e a foto de sua esposa?— Ela perguntou, segurando meu
olhar. —Pensei assim, o que significa que você sabe que, uma vez que ele descubra
que as bruxas das trevas plantaram sua esposa, sua vida estará em perigo de raiva
que ele vai lançar sobre todas nós por seus crimes. Rumores dizem que sua avó
desempenhou um papel importante na vida do jovem rei, e quando ele não se
curvou à vontade dela, o forçou a fazer isso sem seu conhecimento. Liliana abriu o
comércio entre os reinos, implorando a seu marido que ajudasse sua própria
família. Os irmãos de Liliana discordaram, mas Knox abriu e permitiu que a
negociação acontecesse porque não podia negar nada a ela. Hecate alcançou seus
objetivos por meio de sua noiva.

— Porque o que Hecate quer, a deusa consegue,— Soraya terminou para


Siobhan, fazendo meus olhos fecharem.

— Ela quer,— eu fiz uma careta, me levantando para vestir a roupa de baixo
que tinha sido colocada na mesinha.

Meu cabelo estava penteado e empilhado na minha cabeça com flores


aparecendo ao redor da coroa dos Nove Reinos. O vestido era uma obra de arte,
com as costas abertas e decote redondo que deixava à mostra a curva de ambos os
seios. Eu expressei preocupações sobre minhas garotas fazendo uma aparição
prematura, mas Siobhan zombou da minha preocupação, me lembrando que era
Beltane.

Eu não tinha adicionado joias ou relíquias de família ou adornado meu corpo


com cristais ou outros acessórios. Knox estava me pegando e só eu. Meu estômago
apertou, sabendo que eu estava prestes a me casar com Knox Karnavious, Rei dos
Nove Reinos, e o idiota que gostava de brincar com minhas emoções.

— Abençoada seja, Aria Primrose Karnavious, Grande Rainha dos Nove


Reinos, — Siobhan sussurrou, saindo da tenda enquanto a abria para revelar
pétalas de rosa coloridas para meus pés descalços passarem. Soraya e Siobhan
mantiveram as abas da tenda abertas, curvando-se enquanto eu lutava para
conter o desejo de fugir do que estava por vir.
Endireitando meus ombros e acalmando meu coração, passei pela
entrada. No momento em que fiz isso, as bruxas jogaram pétalas no meu caminho,
cobrindo o chão com elas para eu pisar. Velas foram acesas no caminho, mas
nenhuma magia foi usada para acendê-las. Prossegui até chegar ao fim do longo
tapete vermelho coberto com pétalas de rosa branca.

Meus olhos deslizaram sobre os convidados, notando que todos eles olhavam
para mim, mas nenhum permaneceu como de costume. O pânico tomou conta de
mim, e eu recuei enquanto as bruxas murmuravam, mencionando o
desprezo. Siobhan e Soraya se aproximaram, ambas bloqueando minha
saída. Suas mãos tocaram as minhas em um conforto silencioso, e eu me virei,
lentamente percebendo o lado vazio da cerimônia, tradicionalmente reservado
para os amigos e familiares da noiva. Nem uma única pessoa sentou lá para
mostrar apoio. Meu batimento cardíaco ecoou em meus ouvidos e os corvos dentro
de mim batiam suas asas rapidamente, sentindo como se eles fossem se libertar.

Os olhos de Knox se viraram e se fixaram nos meus, e tudo desmoronou ao


meu redor. Um rubor encheu minhas bochechas com o olhar que encontrei e
segurou o meu. Sua boca se curvou em um sorriso que não era fingido ou
projetado. Havia admiração em seus olhos quando viu minha aparência simples,
renunciando às jóias e outras coisas que ele havia deixado na tenda que eu poderia
escolher.

Seu olhar viajou lentamente pelo vestido prata que eu usava. Meus ombros
estavam sem adornos, sem nenhum símbolo da família real neles para declarar
minha linhagem. Nenhuma maquiagem cobria meu rosto porque eu não precisava
aumentar minha beleza, apenas eu na minha pele. Knox conseguiu o que queria,
eu, sem mais nada entre nós. Bem, além do vestido. Eu até escolhi vir para o
casamento descalça, algo que as bruxas da classe baixa faziam. Mas não era para
ele. Foi um sinal para aquelas dentro do acampamento que ele salvou, mostrando-
lhes que eu era uma delas.
Senti o calor de Knox em seu olhar intenso, e o meu gradualmente caiu sobre
ele em suas roupas elegantes. Ele estava vestido com uma camisa branca com sua
capa pendurada em um ombro. Correntes de prata o mantinham preso no lugar,
enquanto uma coroa de ônix e gemas azuis, assentada em prata, estava em sua
cabeça, marcando-o como rei. Ele parecia como se o tivessem tirado de outro lugar
e tempo. Ele era a imagem perfeita de como um rei deveria ser e parecer. Mesmo
através de sua camisa, eu podia ver a força que seu corpo prometia e o prazer que
só ele poderia me dar.

As meninas se moveram na minha frente, jogando flores lentamente no ar


enquanto Greer avançava, oferecendo-me o braço.

— Você me daria a honra de acompanhá-la até seu marido, Aria? — Ele


perguntou suavemente, engolindo em seco olhando minha aparência simples. —
Eu sei que é reservado para um pai ou parente masculino, mas considerando que
sua linhagem é toda feminina, achei que você poderia me honrar com o direito de
levá-la para Knox.

Enfiei minha mão na curva de seu braço, inclinando-me para dar um beijo
em sua bochecha. —Eu adoraria, Greer.

Caminhamos pelo corredor entre os lados do noivo e da noiva, o que foi como
um tapa na cara. Eu não invejei as pessoas por não se sentarem do lado de Hecate
dos assentos, considerando que a maioria delas havia sido prejudicada por nós de
uma forma ou de outra. Meus olhos se moviam continuamente para onde minhas
irmãs estariam, se estivessem aqui, sentindo seus lugares vagos em minha alma.

No altar, Greer me acompanhou escada acima e deixou-me ficar na frente de


Knox, cujos olhos vasculharam meu rosto. Deslizando para o vazio do meu lado,
ele acenou para a multidão que se moveu para preencher alguns lugares como uma
demonstração de solidariedade. Não ajudou muito o fato de que eu estava sozinha
aqui. Knox continuou olhando para mim enquanto sussurrava: — Uau, — em voz
alta, balançando a cabeça antes que o druida desse um passo à frente. Ou pelo
menos presumi que ele fosse um druida.

— Estamos reunidos aqui hoje para unir dois reinos em um, — anunciou o
druida.

Meus olhos se ergueram para o céu, observando milhares de corvos voando


pelo vale, criando uma sombra sobre o sol. Eles deixaram cair pétalas de suas
garras, fazendo chover rosas sobre nós do alto do céu. Foi lindo e inesperado,
fazendo com que lágrimas ardessem na minha garganta.

— Eles estão um pouco adiantados, — sussurrou Knox, sorrindo para mim


enquanto eu continuava a observá-los até que desaparecessem ao longe.

Meus olhos deslizaram de volta para ele, ouvindo o druida falar na língua de
Knox com melancolia. Deslizando minha atenção para longe dele mais uma vez,
me virei para a montanha onde o sol estava se pondo atrás dos picos altos, criando
tons deslumbrantes de vermelho, laranja e violeta onde ficava a passagem para
Norvalla. Lágrimas picaram meus olhos com a beleza que continha, chamando-me
em sua direção com algo mais profundo do que eu entendia.

— Aria, — sussurrou Knox, forçando minha atenção de volta para ele. As


lágrimas encontraram uma passagem para correr pelo meu rosto. Ele engoliu em
seco com um olhar preocupado em suas profundezas azul oceânico. Ronronando
suavemente, ele deu um passo à frente, agarrando minhas mãos antes que eu
tivesse a chance de enxugar as lágrimas.

Brander avançou com uma lâmina, fazendo meus olhos se arregalarem


enquanto ele cortava um pequeno corte nas mãos de Knox antes de fazer o mesmo
com as minhas. O druida continuou falando, mas eu não deveria ser capaz de
entender suas palavras. Elas falaram de vínculos de sangue, o que quase roubou
um grunhido dos meus lábios. Eles amarraram nossas mãos em seguida, com
sedas vibrantes que combinavam com as coroas em nossas cabeças.
Os olhos de Knox deslizaram para a pulsação martelando na base da minha
garganta. A energia nervosa dentro de mim estava vindo à tona, e não importa o
quanto eu tentasse esconder, ela não ia embora. Brander amarrou com segurança
o nó em nossas mãos. Inclinando-se, ele beijou minha bochecha antes que o druida
que nos unia em casamento falasse em uma língua que eu pudesse reconhecer.

— Com este nó, eu amarro estas duas casas. Com este nó, eu amarro o homem
e a mulher na alma e na magia. Eu vinculo seus reinos em um. Eu amarro um rei
e sua rainha por toda a eternidade ou até que a morte tire um do outro. — Eu
vacilei com suas palavras, o que fez os olhos de Knox se estreitaram em mim. Meu
peito subia e descia, observando que a multidão riu das palavras. —Se alguém
discordar desta união, fale agora e seja ouvido, ou cale-se para sempre e para todo
o sempre.

— Aria, olhe para mim, — instruiu Knox, mas não consegui. Meus lábios
tremeram e meu coração afundou até meus pés. Eu puxei minhas mãos, mas ele
as segurou, apertando. O ronronar começou nos homens ao redor, mas fez pouco
para impedir o pânico que me dominava. —Respire, Monstrinho. Está tudo bem,
— sussurrou Knox. Aproximando-se de mim, encostou sua testa contra a minha,
protegendo as lágrimas que fluíram de minhas bochechas para pingar do meu
rosto.

— Não posso, — sussurrei, sabendo que estava prestes a estragar tudo. Eu


não conseguia levar ar aos meus pulmões e tudo estava acontecendo muito
rápido. O pânico consumiu minha mente com imagens dele removendo minha
cabeça quando ele terminou comigo, repetindo e repetindo. —Não consigo
respirar, — admiti.

Knox me afastou da multidão, usando nossas mãos amarradas para forçar


meus olhos a encontrar os seus. Ele sorriu tristemente, notando as lágrimas sem
fim que fluíram dos meus olhos. Seus lábios baixaram para pressionar contra os
meus, embora a tosse tenha começado atrás de nós.
Os tambores começaram no alto do penhasco, forçando nossa atenção para
onde as bruxas negras lotavam a borda. Um silvo soou momentos antes de a magia
atingir a barreira protetora. Grandes criaturas semelhantes a cobras explodiram
de suas bocas, esmagando-se contra a barreira até que não eram nada mais do que
pedaços de escamas ensanguentadas. Aproximei-me de Knox, observando ele
sorrir para mim, seus lábios roçando minha testa suavemente antes de nos virar
de volta para onde a multidão pudesse nos ver.

— Elas não podem nos alcançar, nem quebrar a barreira, Aria, — Knox disse
em um tom arrogante, então acenou para o druida. —Continue.

— De acordo com a lei do rei e a lei dos Nove Reinos, eu lhe dou o Grande Rei
e a Rainha dos Nove Reinos. Apresento o rei Knox Karnavious e Aria Hecate
Karnavious, sua esposa, e a primeira de sua linhagem a vincular seu poder a um
rei de outro reino.

Knox se inclinou para frente, reivindicando meus lábios suavemente


enquanto a magia negra continuava a atacar a barreira. Sua testa encostou na
minha, permitindo que Brander removesse os laços de nossas mãos. No momento
em que eles se foram, Knox me levantou e bateu sua boca contra a minha em um
beijo que devastou meus sentidos e tirou o ar de meus pulmões enquanto a
multidão uivava em aprovação.

Tosse soou e vinho foi colocado diante de nós. Brander bufou quando Knox
terminou lentamente o beijo, olhando nos meus olhos enquanto a obsidiana tinha
precedência sobre o azul. Senti o calor de sua besta e a aprovação de que as leis
dos Nove Reinos nos haviam limitado. No entanto, Ember não reagiu ou
respondeu. Ela assistia a tudo em silêncio, como se não se importasse de uma
forma ou de outra que estávamos sendo unidos como homem e mulher, mas então
ela não estava pensando que o casamento importava.

— Minha, — Lennox rosnou com voz rouca antes que Knox voltasse ao
controle. Ele me observou, absorvendo minha resposta sem emoção às suas
palavras. Ele se aproximou, inalando meu cheiro profundamente antes de uma
carranca aparecer em sua boca e o tique em sua mandíbula pulsar.

Eu engoli antes de puxar minhas mãos das suas, me abaixando nos


travesseiros postos diante da multidão. Lore nos entregou uma hóstia redonda e
perguntou se defendíamos os reinos ao custo de nossas próprias vidas e
felicidade. Knox repetiu as palavras com Lore enquanto eu esperava, procurando
seu rosto enquanto ele falava na língua deles. Knox sussurrou as palavras, e eu as
repeti obedientemente na língua das bruxas antes de Brander nos dar vinho,
falando na língua antiga.

Os ataques à barreira se intensificaram à medida que os votos se


aproximavam do fim. Meus lábios se moveram com os de Brander, dizendo tudo
perfeitamente até que ele perguntou se eu voluntariamente ofereci meu poder e
magia ao meu marido, dando a ele o direito de me deixar estéril em tempos de
necessidade.

— Eu aceito, — eu declarei casualmente como se não fosse uma grande


coisa. Ambos os homens pararam, movendo lentamente seus olhos para os meus
com preocupação estreitada.

— Toda a sua magia, Aria, — Knox esclareceu, notando o sorriso que ergueu
meus lábios.

— Só posso oferecer a magia que tenho, Rei Karnavious. Eu não posso te dar
o que não é meu por direito.

— Aria,— ele avisou.

— A magia dentro de mim vem dos Nove Reinos. Eu não posso dar isso a
você. Não pertence a mim. Não posso obrigá-la porque não está dentro de
mim. Você pode ter todas as outras magias, mas essa parte não é minha, Knox. É
parte deste mundo, e não é minha para dar a você.
Seus olhos estudaram meu rosto antes de acenar para Brander, que nos
entregou o vinho. Eu lentamente levantei a taça, estremecendo com o amargor do
vinho antes de devolvê-la. Killian removeu minha tiara, colocando uma versão
mais feminina da coroa de Knox na minha cabeça. Knox se levantou, estendendo
a mão para me ajudar a ficar de pé enquanto Brander avançava, dirigindo-se à
multidão.

— Eu te dou meu irmão e sua esposa. Ajude-me a recebê-la para a família,


—Brander afirmou, batendo palmas enquanto olhava para a multidão, que se
virou, me dando as costas. Brander engoliu em seco, olhando para Knox, cujo olhar
se estreitou, e então balançou a cabeça para Brander antes de olhar para mim,
percebendo minha reação.

— Acenda a maior fogueira e prepare a cerveja, — declarou Knox, virando-se


para avaliar minha reação quando seu povo me desprezou. —Eu não levaria isso
para o lado pessoal. Você é uma bruxa, e eles amavam sua rainha imensamente
antes de ela ser tirada deles por seu povo.

— Eu não os culpo por me odiar. Se você me der licença, meu amor, eu tenho
que sacrificar uma cabra e beber seu sangue como a rainha pagã que eu sou.

— Aria?— Knox gritou nas minhas costas. Eu comecei a me afastar, parando


para me virar na direção dele. —Você não pode participar de seu ritual, esta noite
ou qualquer outra noite. Você não é mais uma bruxa. Você é minha esposa e a
Grande Rainha dos Nove Reinos. Você não faz mais sacrifícios para sua avó ou
qualquer outro deus ou deusa pagã, — ele advertiu suavemente enquanto seus
homens me estudavam.

Engoli a vontade de discutir, sabendo que as bruxas estavam animadas com


o sacrifício que as abençoaria para Beltane e o verão que se aproximava. Eu
balancei a cabeça, franzindo a testa quando Knox estendeu a mão para a
minha. Silenciosamente, coloquei a minha na dele enquanto ele nos movia através
da multidão que ainda estava silenciosamente ignorando minha existência. As
bruxas das trevas desapareceram nas sombras, sabendo que não poderiam
quebrar a bênção da divindade que nos protegia em seu círculo sagrado.

Knox não disse nada sobre não poder participar da bruxaria, nem entendeu
se pensasse que eu poderia simplesmente parar. Era uma grande parte de quem
eu era como pessoa, e uma segunda natureza para usá-la, mesmo se eu não
puxasse a magia do jeito que elas faziam ou usasse o sangue que deveria ter
reforçado meu poder, me fortalecendo.
CAPÍTULO TRINTA E OITO

O jantar era algum tipo de carne assada sob a terra por dias. Knox havia
enviado pessoas na frente para preparar o casamento, instruindo-os sobre carnes
e vinho, entre outras coisas. A mesa era feita de uma grande árvore cortada e
lixada em uma superfície lisa e espelhada mais longe do que eu podia ver. Eu
passei uma hora tentando descobrir como eles conseguiram colocá-la no
acampamento sem que eu percebesse o dia todo.

— É um carvalho branco de Norvalla, — declarou Knox, colocando mais carne


no meu prato. —Achei que você aprovaria, já que está ciente de seu
significado. Quando as primeiras pessoas percorriam as terras, elas usavam o
carvalho branco para construir suas casas e móveis. Há rumores de que eles
faziam amor com suas esposas nas mesas, acariciando-a no bosque com sua
própria madeira. — Seus lábios se torceram em um sorriso malicioso. Eu bebi mais
uísque, desistindo do vinho na minha frente olhando distraidamente.

— Interessante, — eu disse sem graça.

Notei que as bruxas estavam longe umas das outras, dançando sob a lua,
cobertas com o sangue de seu sacrifício. Knox percebeu a direção que eu olhei,
sussurrando para o guarda ao seu lado, que se moveu em direção às bruxas.

— Coma. Você vai precisar de sua energia esta noite, — Knox grunhiu,
indiferente ao fato de os soldados estarem empurrando as bruxas para longe da
minha vista. Eu podia vê-las curtindo o casamento que eu não conseguia nem
fingir que gostava.
— Duvido, — eu rebati distraidamente, observando Siobhan se virando para
franzir a testa em minha direção. Encolhi os ombros com seu olhar questionador
enquanto Knox observava.

— Você está chateada por não poder se juntar a elas? — Ele meditou,
colocando mais comida no meu prato.

— Ember diz que você é um bom caçador. Pare de tentar me engordar, — eu


gemi, afastando o prato.

— Você mal comeu em três dias, esposa.

— Remover o coração de alguém em quem você confiava depois de descobrir


que ele é um porco traiçoeiro tem esse efeito no apetite de uma garota, marido.

— Gostaria de dançar?

Os homens de Knox se sentaram ao nosso redor, acompanhando a troca com


olhares preocupados, como se pensassem que íamos desabar no meio de nossa festa
de casamento. Era possível com o que eu sentia atualmente, mas eu fui criada
melhor do que bater em alguém em um casamento. Sussurros de seu povo
moveram-se pela mesa sobre minha incapacidade de dançar com o rei. Revirei os
olhos, virando-me para olhar para Knox, decidindo se me importaria em provar
que todos estavam errados.

— Por favor, — eu o choquei concordando.

Knox me puxou para o altar de pedra reservado para nós. Minha mão se
ergueu para a sua, e seus olhos se estreitaram, observando as pessoas se reunirem
ao nosso redor para assistir.

— Você tem certeza que deseja fazer isso? — Knox perguntou


cuidadosamente.
— Por que eu não gostaria de dançar com meu marido? — Eu perguntei,
levantando uma sobrancelha. —A menos, é claro, que você nunca aprendeu a
dançar?

— Você aprendeu?

Eu sorri, movendo-me com a batida no momento em que a música


começou. Seguindo o exemplo de Knox, eu facilmente acompanhei seus passos
enquanto ele dançava uma das danças mais antigas reservadas para a
realeza. Suas mãos roçaram as minhas, recuando enquanto eu avançava e vice-
versa. Nossos corpos roçavam um no outro, aqui e ali, nos movendo com as notas
inebriantes das flautas e gaitas que ecoavam pelo vale. Knox sorriu com a maneira
como eu me movia, com passos firmes e fluidos, com uma graciosidade que nossos
professores tinham batido em nós com suas bengalas se errássemos um único
passo.

No final da primeira dança, Knox me agarrou e me puxou contra ele. Ele


ergueu minha mão, preparando-se para uma dança ancestral das primeiras
pessoas. Eu me inclinei para trás, deixando-o ver a curva dos meus seios enquanto
sua respiração soprava contra a minha pele. Avancei e ele me ergueu, virando-nos
e depois me colocou no chão. Dei um passo para trás e nos curvamos um para o
outro, levantando-nos para colocar nossas mãos à nossa frente, nossas palmas se
tocando e nossos dedos apontavam para o céu. Demos um passo para perto e pude
sentir a respiração de Knox no meu pescoço enquanto seus dedos se enredam nos
meus, puxando-me ainda mais para perto, nunca quebrando o contato visual. Eu
permiti que me levantasse, movendo-nos em um círculo apertado, e meu corpo
seguiu conduzido por sua liderança. Depois que ele completou o segundo círculo,
segurei sua bochecha com a mão. Knox sorriu, notando que minha coroa não havia
se movido, presa com flores e alfinetes, como fui ensinada a fazer quando
criança. Knox lentamente abaixou meus pés no chão antes de agarrar minhas
mãos e erguê-las sobre minha cabeça enquanto a multidão assistia em
silêncio. Movemo-nos graciosamente, habilmente, no antigo rito daqueles que
vieram antes de nós.
Sua mão deslizou pelas minhas costas, correndo sobre minha espinha
enquanto eu decidia copiá-la, criando uma riqueza de prazer que correu por
mim. Knox se inclinou, roçando seus lábios nos meus enquanto ronronava.

— Você é cheia de surpresas, não é, Aria?

— Sim, mas você realmente não sabe nada sobre mim, sabe? Sabe que gosto
do seu pau e amo minha família. Sabe que adoro história e livros. Mas além disso,
não sabe nada sobre o monstro com quem se casou, Rei Karnavious, — eu
sussurrei, apertando meus dentes contra seu lábio, sorrindo antes de me
afastar. —Se você me der licença, eu vou ficar bêbada sem você. Aproveite seu
casamento e seus convidados, Knox.

Eu o deixei olhando minhas costas me afastando dele, indo em direção aos


casais dançando. Lore dançou com várias mulheres ao mesmo tempo, enquanto
Killian dançava com uma das seguidoras do acampamento que não sabia dançar
para salvar sua vida. Greer ficou ao lado do fogo, rindo de alguém que olhou para
ele com olhos de corça, jorrando sobre o vampiro enquanto ele arrastava o dedo
pelo peito do homem em um convite silencioso. Brander, por outro lado, olhou para
Soraya, que estava cercada por homens, seus olhos se estreitando em Brander,
embora outros homens estivessem competindo por sua atenção.

Aproximei-me ainda mais da multidão de pessoas, passando por cima de


casais que estavam fazendo sexo descaradamente ao ar livre. Meus sentidos
dispararam e me virei, encontrando Knox me observando por cima de uma das
muitas fogueiras. Mordendo meu lábio entre os dentes, afastei-me dele enquanto
ele me seguia. Cada vez que eu parava, ele também, me perseguindo como se fosse
algo que ele quisesse, e ele fosse um predador, me caçando.

Lore entrou na minha linha de visão, empurrando seus quadris enquanto as


mulheres ao redor dele riam. As mulheres começaram a tirar as camisas e minhas
sobrancelhas subiram até a linha do cabelo. Pego entre o choque e o interesse, eu
ri enquanto Lore tirava sua túnica, expondo músculos fortes com um torso
salpicado de cicatrizes e tatuagem que se moviam sobre sua pele. Afastando-me de
Lore antes que ele ficasse totalmente nu, parei, meu olhar demorando em Knox
sobre a fogueira enquanto ele me encarava com um sorriso que enrugou seus
olhos. Ele ergueu o copo de uísque e eu sorri, bebendo do meu e me afastando
completamente da dança antes de ver algo que não precisava se desenrolar.

Knox me seguiu, fazendo com que borboletas explodissem na minha


barriga. Eu desviava o olhar, sorrindo e mordendo meu lábio para impedi-lo de
ver minha reação a ele, mas eu era atraída de volta para seu olhar hipnótico. Cada
vez que eu olhava para a festa, Knox estava lá. Casais relaxavam, tateando ou
acariciando fortemente seus parceiros enquanto eu me movia no meio da
multidão. Virando-me, olhei para Knox, que estava refletindo meus movimentos
do outro lado das fogueiras que queimavam no meio do vale.

Era um jogo de gato e rato, e eu tinha quase certeza de que era o rato. Fiz
uma pausa para passar pela piscina de limpeza, curvando-me para enxaguar meus
pés, sabendo que ele me observava. De pé, encontrei Knox na minha frente e meu
coração trovejou no meu peito.

Knox se curvou, agarrando meu tornozelo, colocando-o de volta na água


lavando meus pés. Rindo da minha resposta, ele me pegou, molhando os próprios
pés na piscina antes de sair dela, ainda me segurando. Ele me colocou no chão,
sorrindo enquanto se curvava até a cintura, estendendo a mão para eu colocar a
minha na dele. Ele me puxou para trás, nos movendo em direção ao mastro. Ele
parou na frente de uma cama de brasas, me levantando sem aviso, rindo da minha
surpresa enquanto eu envolvia meus braços em volta do seu pescoço.

Ele não falou até que me pôs de pé. Ele agarrou minha caneca, colocando-a
de lado com a sua sobre uma mesa, e se virou para mim. —Dance comigo, esposa.
— Ele sorriu sedutoramente e eu assenti.

Casais aplaudiram Knox, bêbados com o vinho que consumiram enquanto


outros observavam com curiosidade. No meio do campo escuro havia um mastro
alto com um grande círculo coberto de flores acima dele. Penduradas no mastro
havia várias dezenas de fitas coloridas.

Bruxas e guerreiros se preparavam para dançar e se entrelaçar no caminho


uns dos outros, prendendo as fitas coloridas ao mastro. Knox soltou minha mão,
segurando meus dedos enquanto eu ia ficar com as mulheres e ele com os
homens. As flautas e tambores começaram, e diminuímos a distância entre
nós. Knox estendeu o cotovelo e eu aceitei quando começamos a girar com a batida,
afastando-nos para tocar as mãos enquanto movíamos o pedaço de pano vermelho
e branco em nossas mãos. Nós nos separamos para nos movermos entre as pessoas
no amplo círculo, nossos olhos nunca deixando o outro.

Quando chegamos um ao outro novamente, eu ri enquanto Knox balançava


as sobrancelhas. Nós giramos através da fita e dos outros dançarinos enquanto
balançávamos mais rápido, e a multidão aplaudia quando a música
aumentava. Nós nos movemos em direção ao poste e nos curvamos antes de
virarmos. Os dançarinos começaram a se mover juntos na outra direção, e sua
outra mão roçou a minha. Nós deslizamos entre as pessoas, cruzando a trança
enquanto dançávamos, ele se movendo para mim e eu para ele. Tudo dentro de
mim precisava de seu toque.

A dança do mastro era sagrada. Significava fertilidade e era reservada para


aquelas que buscavam engravidar. Dançamos para abençoar a terra de Knox, mas
meu estômago se apertou por mais do que isso esta noite. Paramos na frente um
do outro e Knox se virou para olhar para trás quando a música parou, agarrando
meu pedaço de fita ao dele, representando um.

Olhei para onde o tecido de seda havia amarrado em nossas mãos enquanto
dançava e sorri quando Knox lentamente desatava o nó. Abandonando isso, a
multidão explodiu em aplausos, e Knox e eu nos curvamos um para o outro. Olhos
escuros ergueram-se, segurando os meus, e ele estendeu a mão antes que alguém
se movesse em seu caminho, sussurrando algo em seu ouvido.
— Com licença por um momento, — Knox disse quando um guerreiro acenou
com a cabeça em sua direção.

— Como quiser, — murmurei, sem saber o que estava acontecendo. Eu


levantei outra caneca de uísque aos lábios, olhando para ela antes de gemer ao
baixar minha guarda para ele.

Deslizando de volta para a multidão, passei. Eu não tinha feito isso mais do
que alguns metros do mastro antes de Knox estar de volta do outro lado,
silenciosamente me perseguindo com um sorriso maroto nos lábios. Caminhamos
um pouco; ele me observando enquanto nos movíamos entre as pessoas celebrando,
eu fingia não notá-lo e falhei terrivelmente.

O homem sabia flertar e estava incrível esta noite. Eu passei por mais
pessoas, deslizando por elas sem rumo, sem saber o que fazer comigo mesma, já
que ninguém aqui se importava que fosse minha noite de núpcias. Eu girei em um
círculo no meio de uma multidão de pessoas celebrando, mas nunca me senti mais
sozinha em toda a minha vida. Ficando na ponta dos pés, procurei alguém que
conheci e pudesse conversar.

Desistindo de minha busca, comecei a ir em direção ao quarto nupcial


novamente, apenas para Knox entrar na minha frente. Eu engasguei e agarrei
meu coração, olhando para ele com olhos tristes. Sua mão se levantou lentamente
e seus dedos percorreram minha bochecha enquanto ele se inclinava para frente,
roçando seus lábios contra minha orelha.

— Você é tão linda, Aria, — ele sussurrou com voz rouca. —Esta noite, você
brilha mais forte do que as estrelas poderiam sonhar em brilhar. Você é a criatura
mais linda que eu já vi, ou verei na minha vida, a Rainha Karnavious. — Knox
engoliu em seco, recostando-se procurando meus olhos.

— É aqui que eu desmaio aos seus pés, Rei Karnavious?— Sussurrei,


observando seus lábios formarem um sorriso devastador.
— Você não é o tipo de mulher que desmaia, — ele riu, era um lado
despreocupado dele que me desarmou. Seus olhos deslizaram para a cabana,
franzindo a testa antes de sorrir, estendendo a mão. —Venha. É hora de você se
preparar para me receber antes que a lua se ponha sob as montanhas, esposa.

Siobhan e Soraya curvaram-se para Knox, sorrindo enquanto eu me


aproximava delas. Pétalas de rosas macias cobriam o chão em frente à pequena
cabana de pedra onde eu passaria a primeira noite como esposa de Knox. O
nervosismo percorreu meu corpo, fazendo com que minhas palmas suassem
quando dei uma última olhada em Knox, que viu Siobhan e Soraya me arrastarem
para o quarto nupcial com um sorriso perverso na boca generosa. Seus olhos
queimavam com uma fome que ele nem estava tentando esconder, o que enviou
uma tempestade de emoções correndo por mim.
CAPÍTULO TRINTA E NOVE

Dentro da cabana, fiz uma pausa. Velas foram acesas em arandelas nas
paredes, pétalas de rosas cobriam o chão e a cama, e rosas negras das Montanhas
Sombrias estavam na mesa de cabeceira. Eu inalei seu cheiro inebriante
avidamente, virando-me quando as mulheres entraram. Sorrindo, Siobhan e
Soraya prepararam o quarto, servindo bebidas enquanto me observavam.

— Você gostaria que removessem seu vestido?— Perguntou Siobhan.

— É um costume, — Soraya emendou.

— De quem é o costume? — Eu perguntei, sabendo que Knox estava ouvindo


do lado de fora da porta onde eu o havia deixado.

— Deles, — afirmou Soraya, e eu sorri.

— Deixe-o ficar.— Elas sorriram se curvando, saindo do quarto


silenciosamente.

Knox se encostou na porta, sorrindo. Ele me estudou enquanto eu caminhava


até as rosas negras, tirando uma do vaso para empurrar contra meu nariz. Fechei
meus olhos e um gemido de prazer escapou de meus lábios.

— Estou feliz que tenha gostado delas. — Knox foi até o baú enquanto eu
girava, seguindo seus movimentos, inalando avidamente a fragrância da rosa.

Ele silenciosamente abriu o baú antes de olhar para a foto de sua família. Os
olhos de Knox ergueram-se para os meus e eu engoli o desconforto que sentia por
saber para onde ele olhava. Coloquei a rosa de volta no pequeno suporte de pedra
ao lado da cama, exalando lentamente. Continuei olhando para longe, e meu
coração começou a trovejar no meu peito como se fosse se libertar e voar.

O som da tampa do baú se fechando forçou minha mão a mover-se para a


nuca. Escovando meus dedos contra a pele, lutei para acalmar a tempestade que
caía por dentro. Eu podia sentir Knox me olhando, lutando contra suas emoções
pela família que perdeu e pela mulher com quem ele acabou de se casar. Como seu
povo, ele me odiava e tudo que eu era, exceto a criatura que vivia dentro de mim.

Minhas mãos tremiam, lutando contra o inchaço na minha


garganta. Lágrimas picaram meus olhos enquanto eu considerava o que tinha
acabado de fazer. Eu me casei com um monstro que tinha mais poder do que
qualquer outra pessoa que vivia nos Nove Reinos. E tinha acabado de entregar
minha alma ao próprio diabo, o que não fazia parte do meu plano.

Engolindo o desconforto apertando meu peito com apreensão, eu fiz uma


careta, calculando o quão fodida esta noite estava prestes a ir com Knox atrás de
mim, me observando lutar contra minha idiotice interna ao me casar com
ele. Baixei os olhos para a rosa, que estava amassada na mesinha de cabeceira de
pedra de ser tocada. Nunca me senti mais conectada a nada na minha vida antes.

— Aria?— Knox sussurrou em meu ouvido, fazendo-me pular. Suas mãos


capturaram meus ombros, me segurando no lugar enquanto ele ria com voz
rouca. —Venha beber comigo, esposa.

Eu balancei a cabeça, virando-me para encontrá-lo nu até as calças. Meus


olhos encontraram os seus, notando o calor queimando dentro deles. Fui até a
mesa com Knox, evitando contato visual. Lentamente, sentei-me na cadeira em
frente a ele, torcendo meu lábio antes de alcançar a tigela na minha frente, seus
olhos se estreitando nela.
— Essa é a água da fertilidade,— ele anunciou quando minha boca alcançou
a borda.

— Oh. — Eu o coloquei cuidadosamente de volta na mesa, observando seus


lábios se curvarem em um sorriso.

— Você está nervosa?— Knox notou a forma como minhas mãos se mexiam
na minha frente. Eu procurei seus olhos antes de me virar, encarando a vela que
tremeluzia na sala. — Você prometeu deixar suas paredes caírem esta noite, Aria.

— E você me prometeu nenhum fantasma.— Coloquei minhas mãos no meu


colo, encontrando seu olhar. —Você também me mostrou que não há honra entre
os inimigos. Você conseguiu o que queria, Knox. Aqui estou eu, à sua mercê. Faça
comigo o que quiser.

Ele bufou antes de deslizar os olhos para o peito, apertando a boca. Seus olhos
se ergueram para o teto e ele exalou lentamente. Ele se inclinou para frente
abruptamente, cruzando as mãos na frente dele sobre a mesa sorrindo.

— Você está à minha mercê, esposa. Eu consegui exatamente o que queria


esta noite. Eu tenho o monstrinho mais bonito que já vi como minha esposa. Usei
meios maliciosos para te pegar? Sim, e não sinto muito por fazer isso. Dimitri era
uma cobra em seu ninho e teria se virado contra você na primeira oportunidade
que tivesse. Eu precisava de olhos nas suas irmãs porque não conseguia tirar os
meus de você. Eu entendo que está com raiva. Eu entendo mais do que você
pensa. Eu conheço você, mulher.

— Você não sabe nada sobre mim. — Eu olhei para ele, levantando o copo
diante de mim, inalando o delicioso perfume do uísque.

— Nada?— Ele riu com a voz rouca, um sorriso malicioso curvando seus
lábios.
— Você sabe o que eu permito, Knox.

Ele recostou-se na cadeira, passando o polegar pelo lábio inferior. Inclinando-


se para frente mais uma vez, ele bateu na mesa com os nós dos dedos. —Você
morde o lábio inferior quando está nervosa e quando sua mente está trabalhando
em um problema que precisa resolver. Você foi magoada muitas vezes por pessoas
que deveriam protegê-la e amá-la, então você construiu paredes ao seu redor
porque não quer que ninguém se aproxime muito. Você nem mesmo permite que
sua própria família saiba quem você é, porque tem medo da criatura dentro de
você. Você chora quando algo é bonito porque não consegue esconder seus
sentimentos mais simples. Chora toda vez que estou dentro de você e te faço
gozar. Você não pode esconder suas emoções porque sente tudo tão profundamente
que dói. Você segura todos com os braços estendidos porque deixá-los chegar muito
perto a tornará vulnerável.

Eu mordi meu lábio, fazendo-o sorrir. Knox inclinou a cabeça quando minha
boca se abriu para falar, mas ele ergueu o dedo.

— Você é altruísta ao extremo. Você acabaria com sua própria vida se


pensasse que salvaria outra, e isso me apavora. Você se casou comigo porque eu
meramente ameacei sua linhagem. Se outra pessoa tivesse chegado até elas
primeiro e feito uma oferta pela vida delas, você não teria pensado duas vezes
antes de fazer o que quer que eles pedissem de você. Eles teriam exigido sua vida
pela delas, e você pagaria esse preço. Tirei essa escolha de você hoje, quando lhe
dei meu nome. Pode não protegê-la de ser ferida ou abusada, mas ninguém vivo
jamais irá agredi-la sexualmente, estuprá-la ou assassiná-la por causa do meu
nome. Eu não precisava me casar com você. Eu quis porque você está certa; você
passou pelo inferno desde que entrou neste mundo. Você é essa criatura linda e
inocente que o mundo quer arruinada. Não sou melhor porque quero destruir
você. Eu não quero te machucar ou abusar de você, Aria. Eu quero te destruir da
pior maneira, que termina com você gritando meu nome e chorando essas lindas
lágrimas que derrama enquanto se desfaz ao meu redor.
Abri minha boca, mas ele ergueu a mão novamente, sorrindo enquanto eu
fechava mais uma vez. —Eu te conheço melhor do que você pensa.

— Então, talvez você saiba mais do que um pouco, — eu sussurrei


pesadamente, levantando minha bebida enquanto ele balançava a cabeça. —Não?

— Eu não terminei, esposa.

— Eu sei que você odeia o amargor enjoado e doce do vinho e prefere


uísque. Sei que você me odeia, mas mais do que isso, odeia não poder me odiar
porque há algo entre nós que é terrivelmente lindo que nenhum de nós sabe como
aceitar. Eu sei que acha que se permitirmos que aconteça, tudo vai mudar, mas
nada vai. E não importa o quanto desejamos que seja de outra forma. Você tem
medo de deixar suas paredes abaixo porque é o tipo de mulher que vai escalar para
consertar algo tão quebrado que não vale a pena. Você poderia passar vidas
inteiras tentando me recompor apenas para descobrir que não pode, mas você não
admitiria a derrota, não importa o quão desesperador parecesse. Sei que me querer
é perigoso, mas isso não muda o que você quer. Aceitar que você me quer mudará
tudo o que tem planejado, e se você aceitar isso, tudo terá sido em vão.

— Eu sei que essa coisa entre nós, seja o que for, te assusta porque é visceral,
e cava fundo, torcendo tudo pelo o que está lutando. Sei que quero você e você me
quer. Eu sei que bem aqui, agora, o que fazemos não mudará nada. Pela manhã,
ainda seremos inimigos. Inimigos que estão lutando do mesmo lado, mas em frente
um do outro. Só isso já faz você me afastar, porque essa é uma traição que atinge
mais profundamente do que você sabe como lidar. Estar casado com você não era
algo que eu precisava para esta guerra, me tornando o maior idiota da
existência. Posso não te amar, Aria Karnavious, mas me importo o suficiente para
colocar meu nome em mais do que apenas na sua alma.

Eu olhei para ele, sabendo que metade do que disse tinha sido mais sobre ele
do que sobre mim. Ele admitiu coisas que nós dois sentimos, usando-me como bode
expiatório para tirá-los sem perceber que eram sobre ele. Disse que eu era o tipo
de garota que escalava paredes, mas isso não era verdade. Eu era mais como uma
bola de demolição tentando derrubar as paredes, razão pela qual estávamos nos
enfrentando com tanta força. Knox tinha séculos de argamassa nessas paredes, e
não era algo que pudesse simplesmente descascar. Ele construiu uma rebelião
inteira para ir contra as bruxas. Inferno, ele vinha planejando esta guerra por
quinhentos anos. Eu o estava desafiando. O fato de que ele me queria, juntamente
com sua necessidade de me manter, estava machucando-o, mas isso não era minha
culpa, e isso o irritava mais.

— Estou apavorada agora, — admiti timidamente. Knox se levantou,


estreitando os olhos nas minhas mãos trêmulas, movendo-se para colocar as suas
na mesa. Ele pensou que suas palavras me assustaram, mas isso não me assustou
nem um pouco.

— Por causa do que eu acabei de dizer?— Ele inclinou a cabeça para o lado
como se eu o tivesse pego desprevenido com minhas palavras.

— Não, — eu sussurrei, colocando minhas mãos sobre a mesa, exalando. —


Estou com medo de que você me descubra mudada assim que entrar em mim, —
murmurei, lutando contra as lágrimas picadas em meus olhos. —Eu... nós... você
e eu, não fazemos sexo desde que fui levada para o Reino das Bestas Indesejadas.

Knox exalou lentamente, olhando antes de se mover para se agachar na


minha frente. Suas mãos me viraram e ele olhou nos meus olhos. —Você não se
lembra de tudo o que aconteceu com você, lembra?

— Não,— eu engoli em seco, forçando meus olhos em qualquer lugar, menos


nele.

— Posso assegurar-lhe que nenhum homem ou animal te estuprou. Eu teria


cheirado em você, e eu só cheirei minha excitação dentro de você. Minha besta
saberia também, e ele não assumiu o controle para marcá-la, nem foi atrás de outro
homem por colocar seu cheiro em você, e eu lhe asseguro, ele faria.
Knox ergueu as mãos, capturando as minhas para parar a
agitação. Exalando, ele abaixou a cabeça para esconder a raiva brilhando em seus
olhos. Eu balancei minha cabeça, procurando algo para dizer.

— Eu deveria ter dito que estava machucada antes de você se casar comigo,
certo?

Ele bufou, erguendo seus olhos para os meus. Knox me colocou de pé e roçou
a boca no meu ombro. Suas mãos ainda seguravam as minhas enquanto ele as
levantava, beijando meus dedos, enquanto as lágrimas deslizavam livres do aperto
precário que eu as segurava.

— Você não está danificada, Aria. Você foi abusada e aterrorizada por
monstros. Você voltou, e essa é a única coisa que importa para mim. Você é mais
forte do que antes e não deixou isso mudar quem você é por dentro; aqui. — Seu
dedo tocou meu coração e ele sorriu com força. —Eles não ganharam; você
ganhou. Você se recusou a permitir que eles tivessem qualquer poder sobre você e
não vai dar a eles esta noite. Não na sua noite de núpcias. Você só tem uma, e eu
pretendo ter certeza de que vai gostar tanto quanto eu. — Eu balancei a cabeça e
sorri com força. —Suas paredes caíram, esposa.

— Então, caíram, — eu sussurrei. Knox sorriu, afastando meu cabelo do


rosto, e segurei seus olhos sem permitir que minhas paredes subissem novamente.

Ele estendeu a mão, removendo minha coroa, colocando-a na mesa ao lado


dele. Levantando sua mão, ele capturou meu rosto inclinando meu queixo,
reivindicando meus lábios em um beijo suave antes de se afastar. Knox se moveu
ao meu redor, empurrando os fios de cabelo finos do meu pescoço beijando meu
ombro, desfazendo o fecho na minha nuca.

— Você é uma noiva linda. Você é mais do que eu mereço, — ele sussurrou.
O vestido deslizou pelo meu corpo, e as pontas dos dedos dele arrastaram
pelos meus ombros e braços lentamente. O toque de Knox enviou um arrepio pela
minha espinha e o calor se acumulava na minha barriga. Ele me virou, sorrindo
quando percebeu a preocupação dançando em meus olhos.

— Posso lavar você, Aria? Posso lavar o toque deles, substituí-lo pelo meu e
mostrar o quanto eu te quero?

— Você está me seduzindo. Não é? — Eu perguntei, percebendo que seus


olhos brilhavam com desejo sombrio, percebendo que ele estava me mostrando
novamente.

Sua boca se curvou em um sorriso sexy quando ele se inclinou, sussurrando


em meu ouvido. —Está funcionando? Eu acho que está.— Knox beijou a pele atrás
da minha orelha, enviando um arrepio de antecipação correndo por mim. —Eu
posso sentir o cheiro de seu corpo se preparando para mim. Sua coluna está
arqueando, preparando-se para eu tomá-la forte e rápido. — Seus dedos dançaram
vagarosamente pela minha espinha, agarrando minha bunda com força, forçando
um gemido de meus lábios entreabertos. —Suas pupilas estão totalmente
dilatadas e, agora, seu estômago está apertando com a necessidade de eu abrir
suas pernas e te encher de mim. Você quer isso, Aria? Eu quero tanto isso agora.

— Brander precisa seriamente melhorar seu jogo se você é seu oponente.

Dentes arranharam meu ombro, beliscando-o em um aviso silencioso


enquanto seus dedos traçavam um alvo em meu estômago. Pelo menos, é isso que
eu presumi que ele estava desenhando na minha pele. Knox me virou novamente,
deslizando os dedos pelo meu cabelo expondo minha garganta, arrastando sua
respiração quente sobre meu pulso acelerado. Sua outra mão deslizou entre
minhas coxas, empurrando contra a calcinha de renda que eu ainda usava, criando
atrito.
— Vou precisar da sua decisão. Eu mal sou capaz de conter minha
necessidade de te curvar, separar suas coxas e entrar em você violentamente,
mulher. Cheguei ao fim da minha capacidade de esperar pelo prazer que seu corpo
me dá. Eu realmente preciso que me diga, sim, agora.

— Sim,— eu engoli, segurando seu olhar. —Eu quero você, Knox. A menos
que você pretenda me machucar novamente, nesse caso, você vai acordar no meio
da noite montado e dominado por uma fera que atingiu seu limite e capacidade de
dizer não. Então, sim, eu quero você bem aqui, agora.

Knox sorriu, inclinando-se para roçar seus lábios nos meus, me levando para
trás e me levantando sobre a mesa. Seus olhos baixaram para meus seios nus,
levantando as mãos para apertá-los. Assaltada pela sensação, abri minha boca
assim que um barulho alto escapou de meus lábios.

— Você é a coisa mais sexy do caralho quando faz esses barulhos, Aria. Abra
as pernas, levante os pés sobre a mesa e segure-se. Quando eu terminar de lavar
você, você vai terminar naquela cama, gritando meu nome até ficar tão rouca que
não poderá mais gritar.
CAPÍTULO QUARENTA

Minha pele esquentou sob a leitura lenta e relaxada de Knox do meu


corpo. Ele não usou um pano para me lavar. Em vez disso, ele mergulhou as pontas
dos dedos na água antes de passá-los sobre meus ombros. Depois de limpar a pele,
seus lábios seguiram a trilha que seus dedos haviam feito. Foi frustrantemente
lento e erótico, e eu precisava que ele se movesse mais rápido. Seus olhos
brilharam de tanto rir, alertando-me que estava muito ciente do que eu precisava
dele.

Knox abaixou o corpo, me forçando a apoiar minhas mãos em seus ombros


largos. Eu gemi alto quando ele deslizou seus dedos pelo meu núcleo, apertando
com a necessidade enquanto ele sorria como um lobo. Ele levantou minha bunda,
tirando minha calcinha em um movimento rápido e hábil. Ele estava me levando
à beira da loucura, me empurrando ainda mais para o precipício onde ele me
deixou. Seus lábios roçaram o interior das minhas coxas, me forçando a
choramingar. Minha cabeça rolou para trás, e o suor gotejou contra minha nuca.

Cada gemido criava uma brisa suave dentro da cabana como se um feitiço
estivesse em ação, mas se estivesse, eu não poderia sentir ou sentiria.

— Olhos em mim, mulher, — Knox rosnou, forçando minha atenção de volta


para onde sua respiração quente soprou contra meu sexo. —Você está ensopada
para mim, não é?

— Sim. — Minha voz estava cheia de desejo e luxúria que fez minha língua
pesada.

— Você precisa ser fodida forte ou devagar?


— Ambos, — eu admiti, e ele se inclinou mais perto, seus dedos mergulhando
na tigela de orvalho da manhã, conjurado pelas bruxas para fazer água de
fertilidade para Beltane.

Knox levou os dedos à boca, pingando o líquido em sua língua, e depois o


empurrou contra meu núcleo. Eu gritei, ronronando violentamente. Foi um prazer
puro e cru que ele me deu, e meu corpo estremeceu quando ele sorriu contra o meu
sexo. Sua língua deslizou pela minha excitação, e ele me observou tremer contra a
necessidade correndo por mim como uma droga em minhas veias.

Ele fez isso várias vezes, lambendo os dedos mergulhados no orvalho da


manhã, depois os empurrando para dentro do meu corpo. Sua língua lambeu
avidamente contra minha abertura até que eu estava sussurrando seu nome. Eu
puxei meus dedos por seus cabelos, forçando-o a se levantar para que eu pudesse
reclamar sua boca em um beijo faminto.

Knox chocalhou sua aprovação, me levantando da mesa, suas mãos


segurando minha bunda, me apertando enquanto me segurava contra ele. Ele
assumiu o controle do beijo, dominando-o antes de me colocar na cama, nunca
quebrando a conexão. Ele abriu minhas pernas, rosnando enquanto se inclinava
para trás, deslizando seu olhar faminto sobre minha nudez com um olhar de
propriedade absoluta.

O calor no olhar de Knox ameaçava me deixar em nada mais do que


cinzas. Eu ronronei roucamente, sem saber se eu tinha controlado o barulho ou se
Ember tinha. De qualquer maneira, Knox ecoou, e meu corpo se inundou de
excitação, fazendo suas narinas dilatarem.

— Coloque sua bunda sexy na cama, Aria. Coloque as mãos acima da cabeça
e não as mova. Me entendeu?— Ele perguntou com firmeza, observando eu
assentir. Knox sorriu, empurrando sua mão contra meu núcleo quando dois dedos
entraram em mim rápido e forte.
Meu corpo estremeceu, um grito escapou de meus lábios. Knox me esticou,
forçando-me até a borda mais uma vez antes de retirá-los, dando um tapa no meu
núcleo perversamente.

— Eu entendi, — eu sibilei através dos lábios curvos, passando minhas mãos


pelo meu corpo. O olhar ardente de Knox os seguiu até meus seios, incapaz de
desviar o olhar com o simples movimento.

— Boa menina, agora faça o que diabos lhe disse para fazer, esposa. Quando
eu faço uma pergunta, você usa suas palavras, mesmo que elas saiam como um
gemido. Desobedeça e vou te atacar com tanta força que não conseguirá nem
pensar direito.

— Talvez eu goste de me torturar, Knox, — eu ri, e seus lábios se torceram


em um sorriso pecaminoso.

Sentei-me lentamente, fazendo um show, rolando para que Knox pudesse ver
o quão molhada eu estava enquanto rastejava para cima da cama. Ouvir seus
dentes rangendo junto com sua necessidade de me dar o que nós dois queríamos,
me fez ficar mais ousada. No topo da cama, eu afastei ainda mais minhas pernas,
permitindo que ele olhasse a excitação que Ember adicionou ao meu núcleo. Um
grunhido profundo escapou dele, e eu gritei quando puxou minhas pernas para
trás e virou meu corpo, de repente ali, nu entre elas.

Knox se inclinou sobre meu corpo, olhando para mim, antes de capturar
minhas mãos com uma das suas. Ele colocou a outra mão contra a minha boca e
empurrou meu corpo com força. Eu tremi com a dor e as deliciosas sensações que
sua invasão criou. Meu núcleo apertou com fome, ignorando a dor de sua entrada
abrupta em meu corpo. Knox abaixou a boca, beijando minha mão contra meus
lábios, acalmando o grito que teria alertado os homens lá fora.

Knox balançou lentamente os quadris, olhando nos meus olhos enquanto o


orgasmo atingia o meu corpo. Meus olhos se arregalaram e ele continuou a
observar meu corpo começar a se desfazer. Não era apenas uma tempestade
crescendo dentro de mim. Era o caos que ele havia criado que estava prestes a ser
desencadeado na forma de prazer. Quanto mais Knox se movia, mais crescia
dentro de mim. Comecei a tremer, gemendo contra sua mão antes que tudo dentro
de mim enlouquecesse. Ele empurrou com mais força, empurrando contra o lugar
no meu núcleo onde tinha escrito seu nome, e então me atingiu com a força de um
furacão atingindo a costa. Parecia que vários desastres naturais estavam me
atingindo ao mesmo tempo.

As velas tremeluziram quando a cabana começou a tremer. Ou talvez fosse


eu. Meu corpo pulsava com excitação, dor e prazer que me rasgou
violentamente. Knox desacelerou seus quadris empurrando, balançando-os em
sincronia com a minha necessidade enquanto o prazer incandescente apertava
meu núcleo. Ele soltou minhas mãos, levantando minha bunda para permitir um
acesso mais profundo ao meu corpo. Luzes explodiram ao meu redor e pétalas
flutuaram no ar da cama.

Lágrimas escorreram dos meus olhos enquanto a beleza do prazer continuava


a balançar através de mim. Knox sorriu, encostando sua testa na minha antes de
reivindicar meus lábios suavemente, acalmando os gritos que escaparam de mim
descaradamente.

O orgasmo foi violento e lindo. Era sem fim, e eu sabia que Knox me segurava
com cada movimento de seus quadris, forçando-me a cair do penhasco enquanto
eu lutava para chegar à borda.

Ele não deu piedade, dirigindo meu corpo em um ritmo lento que me manteve
prisioneira. Percebi que estava ronronando alto. Também não era um ronronar
normal. Foi o que sacudiu a cabana, misturado aos sons que escapavam
dele. Knox levantou a mão, cobrindo minha boca novamente batendo em meu
corpo com força, sorrindo enquanto o orgasmo lentamente começava a
diminuir. Sua mão deixou minha boca, capturando a minha com a dele, segurando-
as acima da minha cabeça. Ele beijou minha garganta, raspando os dentes sobre a
carne macia se movendo lentamente dentro de mim. Knox se inclinou para trás,
olhando para onde estávamos juntos, enquanto ainda mantinha minhas mãos
acima da minha cabeça, pairando sobre mim.

— Droga, mulher! Você é perfeita pra caralho. Você me fode como se você
fosse minha, — ele murmurou, inclinando-se para pressionar sua testa contra a
minha.

— Knox, mais forte, — eu sussurrei com voz rouca. Eu precisava que ele se
apressasse. A urgência que me dirigia estava se desfazendo. Eu estava lutando
contra a necessidade de derrubá-lo e tomar seu cheiro à força.

— Oh, isso não está terminando tão rápido. Você me provocou e dormiu ao
meu lado nua por meses. Tenho a intenção de fode-la a noite toda, porra.

Knox nos rolou e eu olhei para ele, levantando meus quadris para empurrá-
los contra ele. Inclinei minha cabeça, escovando meus lábios contra seu
abdômen. Minha língua viajou sobre os músculos que ficavam tensos com cada
movimento de meus quadris enquanto meu corpo se apertava contra o seu com
fome. Ele acariciou meus seios nus e eu gemi no momento em que seus polegares
roçaram meus mamilos.

A intensidade queimou nos olhos de Knox enquanto ele me observava


montando lentamente em seu pau. Meu corpo se moveu mais rápido até que joguei
minha cabeça para trás, sussurrando seu nome repetidamente enquanto eu gozava
em sua espessura. Revirando a cabeça, sorri antes de me inclinar para capturar
seus lábios. Suas mãos guiaram meus quadris, movendo-me lentamente contra
ele até que eu estava tremendo com o orgasmo que correu por mim sem aviso
prévio. Ele me levantou, batendo meu corpo repetidamente, me fodendo com a
força que ele segurava para controlar nosso prazer, mesmo que eu fosse a única
por cima.
Nos rolando, Knox deslizou os dentes pelo meu mamilo, pressionando a mão
contra minha garganta. Não foi difícil ou doloroso, mas ele me viu reagir a isso
enquanto eu gemia. Ele se levantou acima de mim, pressionando uma mão contra
minha boca e a outra apertava minha garganta. Meus olhos seguraram os dele,
observando o sorriso malicioso que curvou os cantos de seus lábios.

Knox soltou qualquer controle que segurava, batendo contra meu núcleo, e
eu prendi a respiração enquanto sufocava meus gritos. A luz explodiu atrás dos
meus olhos, explodindo com o orgasmo balançava através de mim. Liberando
minha garganta, ele pressionou sua boca contra a mão, segurando meus gritos
enquanto eu gemia. Eu levantei minhas pernas ao redor de sua cintura para levá-
lo mais fundo, precisando dele mais profundamente do que já tinha ido. Ele soltou
minha boca e inclinou minha bunda para cima, usando meu corpo para levantar
minhas pernas mais alto até que meus joelhos estivessem contra meus ombros,
empurrando mais fundo dentro de mim até que o senti empurrando contra meu
útero.

— Você é linda pra caralho, — ele rosnou. —Seu corpo é tão ganancioso. Você
está apertando para eu esvaziar em você, não é? Você quer isso, não é? Você precisa
do meu cheiro profundamente contra esse útero ganancioso. Diga que você é
minha, Aria. Diga-me, ou você não vai conseguir o que quer de mim.

Eu levantei minhas mãos, enrolando-as em torno de suas bochechas levando


sua boca à minha. —Sou sua. Sou toda sua. Marque-me, Knox. Eu preciso de
você. Eu preciso tanto de você, agora.

— Boa menina, — ele rosnou, me pegando até que eu estava sentada contra
seu peito. A posição me forçou a levá-lo mais fundo, e explodi em torno dele,
segurando em seus ombros enquanto minha boca roçava nele.

Knox agarrou meu cabelo, puxando minha boca para esmagar contra a
sua. Ele me beijou como um homem faminto, e eu era o ar de que ele precisava. Ele
não me fodeu com força. Foi lento e sensual. Sua boca, por outro lado, era voraz e
brutal quando me reivindicou. Seus braços me embalaram como se eu fosse algo
precioso, em vez de sua inimiga.

— Knox, — eu sussurrei, e ele me derrubou, gozando forte enquanto


chocalhava ruidosamente. O ronronar escapou dos meus pulmões antes que eu
pudesse detê-lo, e tudo dentro de mim se desfez enquanto eu o segurava, sabendo
que ele ainda não tinha terminado. —Sou sua.

— Você está malditamente certa, você é, Monstrinho.— Knox me deitou,


olhando nos meus olhos enquanto se movia febrilmente. Ele me destruiu com cada
impulso enquanto me observava me tornar nada mais do que ruínas.

Meu corpo inteiro ronronou alto para ele continuar. Meu núcleo se apertou
desenfreadamente, precisando de tudo que pudesse me dar. Meus pulmões
vibraram com o ronronar alto que preencheu o espaço entre nós. O seu próprio
acrescentou a isso como um fogo queimando nas ondas do oceano de seu olhar. Eu
empurrei contra ele, balançando meu corpo com uma necessidade violenta que me
rasgou. Eu chocalhei e Knox sorriu quando abri minha boca, continuando a
chocalhar até que ele se juntou a mim. Deslizando sua boca sobre meu ombro, ele
afundou seus dentes em minha pele. Eu gritei em choque quando o prazer se
tornou violento, e seus dentes se afundaram mais no meu ombro. Não era como as
outras marcas. Esta era mais fundo na minha pele até que os dentes marcaram os
ossos, e então um poderoso orgasmo se seguiu. Eu gemi enquanto ele me segurava
ali, submissa ao seu domínio e sua besta adicionava sua marca à minha alma.

Knox não parava de morder meu ombro. Ele continuou até que tudo que eu
pude fazer foi ficar lá enquanto ele me lambia e mordia repetidamente. Quando
tudo ameaçou ficar violento novamente, ele me virou, espalhando minhas pernas
e afundando seus dentes no outro ombro me pegando por trás. Minha bunda se
moveu, encontrando cada impulso, mesmo enquanto eu estava lá com minha
cabeça virada, expondo minha garganta para ele.
Não foi até que sua boca roçou minha garganta que Knox fez uma pausa e
seus lábios pararam. Ele voltou sua boca para o meu ombro, beijando-o onde a
carne já havia se curado, cuidando suavemente. Ele afundou os dentes de novo,
ronronando alto até que eu atendi, sentindo sua boca se curvar em um sorriso com
o som.

— Você é perigosa, Aria, — Knox sussurrou contra meu ombro, enrijecendo


atrás de mim enviando jorros quentes de sua necessidade em meu corpo. —Tão
fodidamente perigosa,— ele gemeu, puxando meu corpo contra o dele antes de me
enrolar em seus braços.

— E por quê?— Eu perguntei suavemente.

Knox não respondeu. Em vez disso, ele ronronou suavemente, me segurando


como se eu importasse. Como se ele tivesse esquecido o passado e sua missão de
destruir todos que eu amava. Foi um vislumbre do que poderia acontecer se
parássemos de lutar um contra o outro. Eu não faria isso, entretanto, não até que
eu o fizesse ver que nem todas as bruxas eram más.

Knox tinha bruxas aqui nas quais confiava o suficiente para colocar
tatuagens mágicas em sua pele, então por que não outras? Eu só tinha que
alcançá-lo e fazê-lo ver o erro de seus caminhos. Eu não era a perigosa aqui; ele
era porque esta noite me mostrou o que significava ser dele, e eu ansiava por isso,
mesmo sabendo que nunca iria funcionar. Não como eu queria, de qualquer
maneira.

No final do dia, éramos inimigos e Knox jamais permitiria que seus


fantasmas encontrassem paz para dar uma chance real ao que quer que estivesse
acontecendo entre nós.
CAPÍTULO QUARENTA E UM

Ficamos dias dentro da cabana, nunca saindo, a não ser para tomar banho ou
comer. Era como se o mundo exterior não existisse mais e apenas a nossa
necessidade um do outro importasse. No quinto dia, Knox me acordou entrando
em mim antes que meus olhos estivessem totalmente abertos. Ele foi forte e rápido
até que eu estava impotente, exceto para me agarrar a ele, envolvendo minhas
pernas em torno dele enquanto ele nos levava até a borda, nos enviando juntos
sobre isso.

Quando acordei novamente, foi para Knox sorrindo, afastando meu cabelo do
rosto. Seu sorriso foi desarmante e me deixou sem escudos para me proteger. Suas
carícias suaves e beijos suaves mantiveram minhas paredes baixas.

— Você está sorrindo, marido. Não tenho certeza se devo ter medo ou se devo
montar em você para mantê-lo, — eu sussurrei roucamente, observando seus olhos
enrugando nos cantos enquanto o calor se acendia dentro deles.

— Acho que vou ordenar que nosso acampamento permaneça aqui por mais
alguns dias. Eu decidi que não quero sair desta cama tão cedo, mulher.

— Promete?— Inclinei-me para beijar sua boca, ouvindo o ronronar que


explodiu dele com o meu toque.

Knox segurou minha bochecha, lentamente me rolando de costas. Se


acomodando entre minhas coxas, ele empurrou em mim gradualmente fazendo
amor comigo. Knox não interrompeu o beijo, nem me importei se o ar chegasse aos
meus pulmões. Ele era uma droga dentro do meu sistema que me devastou,
destruindo células saudáveis e substituindo-as pelo vício. Ele colocou as mãos em
cada lado da minha cabeça, empurrando-se da cama para olhar para mim,
observando enquanto eu desmoronava em torno dele.

— Você está muito quente por mim, Aria Karnavious, — ele rosnou,
diminuindo o ritmo para deixar seu olhar deslizar pelo meu corpo.

Sua cabeça baixou para o meu ombro, beijando a cicatriz que havia deixado
lá. Levantando minhas pernas, ele as empurrou contra meus ombros, empurrando
com mais força e mais fundo até que gemi do orgasmo que ele enviou pulsando por
mim. Sua risada sombria e rouca encheu a cabana enquanto nossos aromas
combinados se tornavam sufocantes. Mudei minhas mãos para seus quadris,
levantando minha cabeça para colocar beijos contra seu coração, e ele ficou tenso,
cerrando os dentes ruidosamente antes de um gemido escapar de seus lábios.

— Eu acho que o som que você faz quando estou fodendo você é minha música
favorita, — ele sussurrou, caindo ao meu lado, me puxando para mais perto e
correndo os dedos pelo vale dos meus seios. Uma batida soou na porta, fazendo
com que ele se virasse e olhasse naquela direção. —Eu quero repetir, mulher.

Knox pegou o lençol, deslizando-o sobre o meu corpo antes de sair da


cama. Ele vestiu a calça de moletom descartada e atendeu a porta. Killian entrou,
parando enquanto inspirava e se virava para me dar um olhar de desconforto.

— Você se importa em me dizer o que diabos você pensa que está fazendo
aqui? — Knox perguntou, sua voz rouca e estranha. Seu chocalho soou alto, e o
meu ecoou, fazendo com que Killian recuasse e desviasse os olhos de onde eu estava
sentada, puxando o lençol com força.

— Houve um ataque a uma aldeia dentro de Norvalla, — afirmou Killian,


seus olhos deslizando em minha direção com um olhar sombrio.

— Olhos em mim, idiota, — Knox avisou, seu tom mortal, embora tivesse o
comando. —Qual aldeia, e até que ponto foram atacados?
— Kalamet e desconhecido por enquanto, — admitiu Killian. —O mensageiro
que enviamos esta manhã para alertá-los da nossa chegada não consegue falar. Ele
não está mais certo da cabeça, se é que você me entende. Achamos que ele foi
capturado e enfeitiçado. Siobhan está tentando extrair mais dele, mas demorou a
maior parte da manhã apenas para saber que Kalamet havia sido atacada, apesar
de qualquer magia que esteja mantendo sua língua em silêncio.

— Kalamet é uma fortaleza, uma das nossas mais fortificadas na


fronteira. Lorde Kenly e sua esposa a mantiveram por mais de mil anos sem cair
nas mãos das bruxas. Deve ser um engano, — rosnou Knox, movendo-se para o
baú. —Dê a ordem para que o acampamento seja movido. Faremos uma parada
em Kalamet antes de entrar nas passagens, veremos o que aconteceu e
decidiremos se podemos ajudá-los antes de prosseguirmos. Eles não caíram. Eles
não podem, porque eu teria sentido se eles tivessem, — Knox murmurou,
deslizando os olhos para onde eu estava sentada na cama.

— Você estava ocupado, Knox. Você não teria sentido nada além da mulher
cavalgando você indefinidamente. Pelos sons das coisas dentro desta tenda, é tudo
o que você fez por quase uma semana inteira, — Killian anunciou, ignorando o
rubor que se espalhou por minhas bochechas.

— Então, eu fiz. Tenha o acampamento pronto para se mover. Estaremos


fora em breve, — Knox respondeu, esperando até que Killian acenou com a cabeça
e saiu da tenda antes de se sentar em uma cadeira, estudando-me em silêncio. —
Venha aqui, mulher,— ele ordenou, observando eu deixar a cama para me mover
em sua direção.

Seu olhar deslizou pelo meu corpo quando o lençol caiu. Suas mãos se
estenderam, puxando-me para mais perto antes de beijar minha barriga. Knox me
puxou para o seu colo, forçando-me a montá-lo. Sua boca beijou a marca que havia
deixado, de alguma forma conseguindo deixar cicatrizes mínimas, embora ele
tivesse me mordido até que eu me desfizesse tantas vezes que perdi a conta. Ele
gostou que meu corpo encontrasse prazer em sua mordida e que eu cheguei ao
clímax sozinha.

Meu nariz esfregou sua bochecha quando ele me levantou. Rindo


sombriamente, ele me colocou de pé e lentamente me moveu para a
mesa. Virando-me para enfrentá-lo, Knox capturou minhas mãos, colocando-as
contra a mesa antes de deslizar minhas pernas com os pés. Ele segurou minhas
mãos empurrando em meu corpo, rindo enquanto eu gemia alto, abaixando minha
cabeça para a mesa ele balançou contra mim.

— Você é uma distração pra caralho, não é?— Ele perguntou, trazendo
minhas mãos de volta contra minha espinha. —Aqui estou eu, incapaz de ficar
fora de você enquanto aldeias no meu reino estão sendo atacadas,— ele rosnou,
deslizando a mão pela minha espinha para enrolar os dedos pelo meu cabelo. Ele
virou minha cabeça, batendo no meu corpo de forma punitiva, me levando em
direção à borda enquanto ele batia em meu núcleo, que se agarrou avidamente
contra ele. — Você é a distração perfeita, não é, Aria?

— Knox, — sussurrei, sem saber se ele estava irritado ou excitado.

— Cale a boca,— ele retrucou, forçando minha cabeça contra a mesa


enquanto ele devastava meu núcleo sem piedade.

A mesa bateu em meus quadris, fazendo-me gritar quando a dor me


atingiu. Ele me fodeu até que o orgasmo me rasgou. Knox me puxou de volta contra
sua boca e mordeu meu ombro. Sua mordida fez com que o orgasmo continuasse
crescendo até que não aguentava mais enquanto ele continuava me fodendo. Meu
corpo apertou o seu, apertando em torno dele enquanto ele rosnava. Levantando
minhas pernas sobre a mesa, Knox me afastou ainda mais, forçando meu ápice a
baixar. Ele me segurou onde ele precisava, enviando dor e prazer através de mim.

— Knox, — eu sussurrei entre os dentes batendo. Ele me enviou correndo


para as nuvens, forçando orgasmo após orgasmo a me atingir. Tudo que eu pude
fazer foi pegar o que ele me deu. Não foi nada como ele fez nos últimos dias. Era
sexo frio e sem emoção.

Eu o senti tenso atrás de mim, esvaziando sua necessidade em meu corpo,


enchendo-me enquanto se afastava de mim. A mão de Knox desceu para o meu
núcleo, esfregando os dedos contra ele para cobrir meu sexo com nossa excitação
combinada. Ele se afastou da mesa, silenciosamente parado em frente ao baú, que
ele abriu, embora eu ainda pudesse sentir seu olhar aquecido em minha pele
dolorida.

— Cubra-se, bruxa.

E aí estava.

O tapa que eu sabia que estava chegando.

A distância que ele ansiava para se lembrar de quem ele era e o que eu
era. Não me mexi porque minhas pernas não me seguravam e eu sabia disso. Meu
ombro doía, alertando-me para o fato de que ele não o tinha curado como fazia
desde que entramos neste quarto na noite de núpcias. Minha boca se moveu em
direção a ele, lentamente colocando minha saliva na pele danificada que eu podia
alcançar. Eu deslizei da mesa, me segurando, sem me importar que ele assistisse.

Peguei o lençol da cama, envolvendo-o em volta do meu corpo antes de


enterrar meu rosto nos travesseiros para esconder minhas lágrimas de raiva. A
exalação profunda de Knox soou, e eu o ignorei. Eu não tinha sido estúpida o
suficiente para assumir que nossa fachada de felicidade duraria além da luxúria
saciada que compartilhamos. Eu não tinha imaginado que dar a ele um pedaço da
minha alma desprotegida terminaria bem para qualquer um de nós. Afinal, ele era
o Grande Rei Bipolar, e seu reino estava repleto de versões em miniatura sua,
fingindo gostar de mim para ajudá-lo a alcançar seu objetivo.
Knox arrancou o lençol da cama, capturando-me e espalhando-me e olhando
para o meu olhar furioso. Ele estudou meu rosto e um olhar sombrio encheu seus
olhos.

— Não finja que você não gostou do que acabamos de fazer, mulher.

Sua cabeça abaixou, beijando as feridas no meu ombro, então sua língua se
projetou para fora, selando o ferimento. Knox se virou em direção à minha
garganta, beijando a pulsação batendo suavemente. Inalando meu cheiro, ele
franziu a testa antes de levantar e procurar meu rosto.

— Se você ou sua família tiveram algo a ver com Lorde e Lady Kenly sendo
feridos, eu vou...

— Eu sei. Você vai pegar minha cabeça e colocá-la em sua mesa de cabeceira,
onde poderá acariciá-la todas as noites para se lembrar de como você é durão. Já
ouvi isso antes, Knox.

— Eu vou fazer muito pior do que isso, infelizmente, Aria. Vou acorrentá-la
à minha parede e te foder todas as manhãs e todas as noites. Antes de ir para a
guerra contra seu povo, vou me certificar de que sua boceta escorra meu gozo todo
o tempo que eu estiver fora. Eu nunca vou deixar você escapar de mim, e você
saberá o que um prisioneiro de guerra sente, visceralmente. — Seus dedos
deslizaram pelo meu estômago, parando lentamente no meu útero.

— Você não me deu seu útero, o que significa que você não pode, ou você
escolheu não dar. Você está no cio ou não? Porque estou começando a acreditar
que não está, a julgar por como ignorou isso por tanto tempo. Seu cheiro é perfeito
demais. Você é perfeita demais, Monstrinho. Tudo sobre você grita para mim. Eu
deveria saber que você era boa demais para ser verdade quando chocalhou e
ronronou para mim. Quem te fez pra mim? Hecate finalmente descobriu uma
maneira de me alcançar, criando a combinação perfeita para me atrair para sua
armadilha? Sua boceta é a armadilha perfeita porque eu não consigo ignorá-la, não
importa o quanto eu tente.

— Foda-se, Knox, — murmurei, sem me mover enquanto ele me observava


através de fendas estreitas. Seus dedos beliscaram e torceu meu mamilo até que
eu engasguei e gritei, arqueando em seu toque, embora eu o odiasse neste
momento.

Knox abaixou a cabeça, reivindicando o outro mamilo com os dentes, e gritei


novamente. Ele riu sombriamente, a dor passava por mim, sabendo que seus
dentes haviam acabado de perfurar a pele. O sangue escorria pelo globo do meu
seio enquanto ele ria, lambendo-o com a língua para selar a ferida antes de
perseguir o sangue. Ele afastou minhas coxas e eu levantei para me afastar,
apenas para ele agarrar meus braços, batendo-os acima da minha cabeça com uma
de suas grandes mãos.

— Eu não terminei com você, esposa. — Os olhos de Knox procuraram meu


rosto antes de soltar meus braços e me puxar contra ele. Sua mão se moveu para
minha garganta, me segurando contra seus lábios. —Beije-me e fale sério.— Knox
me soltou, observando enquanto eu lentamente me sentava.

Inclinei-me para frente, colocando minhas mãos em volta do pescoço


enquanto ele se deitava de costas, olhando para mim. Meus lábios roçaram os dele,
colocando minha raiva e necessidade no beijo enquanto ele chocalhava, apaziguado
com a intensidade com que o beijei. Ele ergueu meu corpo, segurando-se contra
minha entrada, mas não forçou, nem entrou em mim.

Em vez disso, Knox esfregou contra a minha abertura, já com força para
mais. Ele era insaciável, com uma fome sem fim. Forcei meu corpo para baixo em
seu comprimento rígido, gritando quando toquei a base e lentamente me balancei
contra ele. Inclinando-me, levantei e baixei minha necessidade contra a sua.
Ele gemeu, incapaz de negar o ritmo que meu corpo tomou, lento e
sensualmente desvendando seu desejo de liberação. Suas mãos se moveram para
meus quadris, fixando-se neles enquanto ele erguia a cabeça, olhando para onde
nos conectávamos. Os olhos cor de oceano de Knox fixaram-se nos meus. Eu
levantei, mostrando a ele o quanto me esticou, seu olhar baixou novamente para
nossos corpos conectados. Eu gradualmente trabalhei com ele além de seu ponto
de ruptura, gritando enquanto ele crescia dentro de mim.

— Você gosta disso? Você gosta de ver seu pau esticando meu corpo? — Eu
me inclinei para trás, levantando minhas pernas para levá-lo mais fundo rolando
meus quadris. Ele rosnou, seu chocalho baixo e calmante enchendo a tenda em que
estivemos por dias, fazendo amor. —Eu faço você gozar com mais força do que
qualquer outra pessoa?— Eu questionei, movendo-me lentamente e seu olhar
ardente observava meu núcleo, avidamente apertando em torno de sua cintura
enquanto eu o montava.

— Você sabe que sim, mulher.

— Você gosta de me foder?— Eu questionei, inclinando-me mais perto


apertando em torno dele até que ele engasgou. —Eu vou gozar para você, Knox,—
eu ronronei, estremecendo em torno de seu comprimento que criou uma dor
ardente dentro de mim. Meus olhos seguraram os seus quando me desfiz ao seu
redor, choramingando enquanto ele me enchia, enrijecendo enquanto ele
empurrava mais forte em meu núcleo. Seus dedos apertaram com raiva meus
quadris, me batendo com sua ereção até que ele gemeu, se desfazendo comigo.

— Boa menina, Aria. Esta noite, você me aceitará em minha outra forma se
for a responsável por este ataque. Se você for inteligente, vai deixar seu monstro
sair para brincar com o meu. Eu não acho que você está nem perto de estar pronta
para lidar com o pau dele, mas acho que vamos descobrir isso mais tarde, não é?

— Knox, — eu sussurrei, inclinando-me para roçar meus lábios nos dele antes
de virar sua cabeça para onde sua família nos observava trepando. —Sua porra de
esposa perfeita acabou de me observar montando seu pau até que você esvaziou
sua necessidade dentro de mim. Você acha que ela gostou do show? Ou você acha
que ela pensou em seu viúvo sem coração, fodendo a mesma linhagem que a
assassinou? Estou pensando que é o último, e ela está revirando em seu túmulo
sabendo que minha boceta te irritou mais do que ela jamais poderia. E você não
gozar tão duro em minha boceta, não é?— Sentei-me, sorrindo friamente
balançando meus quadris, olhando para ele. Saí da cama, agarrando o lençol para
cobrir meu corpo enquanto Knox se movia para o baú, fechando-o com força. Ele
estilhaçou, e meus olhos se arregalaram quando seu olhar letal deslizou do baú
quebrado para mim.

Minha respiração ficou difícil enquanto sua expressão mortal transformava


meu sangue em gelo. Não recuei enquanto ele seguia em frente, enrolando os dedos
no meu cabelo antes de puxar minha cabeça para trás dolorosamente.

— Quase espero que seu monstro não apareça esta noite, para que eu possa
ver você gritando quando Lennox a separa para conseguir o que você negou a
ele. Tentei fazer isso da maneira mais fácil, para seduzi-la a me deixar entrar para
que ele ficasse saciado. Você é teimosa demais para me permitir ajudá-la. Seu sexo
aperta para acasalar. O meu se expande para garantir que nada escape quando
ele sair. — Knox afastou o cabelo do meu rosto com a mão e estremeci com a
imagem que ele pintou.

— Eu fodi seu monstro. É hora de você foder o meu, você não concorda? Você
acha que eu sou bestial e carnal na cama? Não tenho nada contra ele. Lennox me
faz parecer fraco, e porra, ele quer brincar com você, Aria. Talvez depois de ser
fodida pela minha besta, você finalmente manterá minha esposa e filho longe de
sua boca venenosa. Você está animada ou apavorada? Eu não posso dizer porque
você está ensopada de ser fodida. Seu corpo está tremendo e suas pupilas estão
quase explodindo. Posso sentir o cheiro de suor escorrendo em seu pescoço e ouvir
seu coração batendo forte contra sua caixa torácica. Mas esses mamilos empinados
não estão eretos para eu beijar, chupar ou morder, e quando você está excitada,
eles ficam duros pra caralho para mim. Você está pronta para tremer, doce
menina? Porque você está prestes a ser, queira ou não! Cansei de proteger você de
Lennox. Eu cansei de tentar mantê-lo enjaulado para proteger seu corpo tenro da
brutalidade que ele anseia liberar. — Knox riu com a voz rouca, movendo-se para
a porta para abri-la.

— Brander, traga um vestido para minha esposa que combine com sua nova
posição. — Knox deixou a cabana, acenando com a cabeça para os guardas
protegerem sua armadura enquanto ele os seguia para fora, deixando-me sozinha
na tenda cheia com o nosso cheiro que havia ficado feio.

Não me mexi, nem mesmo quando Brander finalmente entrou na cabana


quando Knox entrou, totalmente vestido para a guerra em sua armadura. Brander
caminhou em minha direção, olhando, e eu finalmente recuei, agarrando o lençol
para cobrir meu corpo.

— Você está bem? — Brander perguntou, jogando um vestido de lã na cama.

— Ela está bem, irmão, — disparou Knox.

— Aria?

— Estou bem. Você não precisa mais fingir que gosta de mim. Todos vocês
conseguiram o que queriam. Knox tem uma linha reta para o trono e eu como sua
cadela. Saia!— Eu gritei. Tudo bateu em mim de uma vez enquanto meu corpo
tremia violentamente com o efeito da adrenalina. —Saia!

Brander se virou, saindo da tenda e fechando a porta atrás de si. Eu me vesti,


sem me importar que a lã coçasse e queimasse minha pele. Knox olhou para o
vestido grosso de lã cinza que Brander me deu. Corri meus dedos pelo meu cabelo,
me afastando de Knox enquanto as lágrimas escorriam pelo meu rosto.

Não recebi mais nada para vestir quando os soldados entraram para pegar os
itens dentro da cabana. Silenciosamente, esperei pelo comando de Knox sobre
aonde ir e o que fazer. Eu senti os olhos de seus homens fora da porta enquanto
eles percebiam o que estava acontecendo. Minha pele coçava com a lã, obrigando-
me a coçar onde os braços esfolavam.

— Venha, bruxa, — Knox disparou, e eu o segui para fora da


cabana. Passamos pela fila de pessoas que se viraram e riram, rindo quando passei
por elas. —Chega,— ele rosnou, fazendo-os parar, mas os olhares que eles me
deram diziam mais do que suas risadas jamais poderiam.

Knox parou na frente de seu cavalo, levantando-me sem me dar tempo para
me preparar. Baixei minhas mãos, levantando meu núcleo dolorido da sela
dura. Os homens aplaudiram e meus olhos fecharam, fechando o mundo enquanto
elogiavam a virilidade de seu rei em criar a dor entre minhas pernas. Knox montou
atrás de mim, empurrando meu corpo para baixo enquanto me puxava de volta
contra seu peito.

Saímos do vale em silêncio, meus olhos deslizando para a orgulhosa estátua


de Bel, que nos observou deixar seu Círculo de Beltane para trás. Os dedos de Knox
roçaram minha barriga e fiz o possível para ignorá-lo. Ele estava ciente do
desconforto que a lã causava, ou ele não teria pedido a Brander para separá-la
para eu usar. Talvez eu mereça por dar um golpe baixo em sua família, mas ele
transformou algo bonito em algo barato. Ele presumiu que eu não era nada mais
do que uma ferramenta que Hecate havia criado para usar contra ele. O homem
ficou tão ferido que agarrou-se a qualquer coisa ou motivo para se voltar contra
mim.

— Tente impedir seu corpo de fazer esse cheiro, ou eu vou virar você e me
enterrar nele novamente. Você provavelmente gostaria de ser levada a cavalo, não
é? Eu poderia virar você em minha direção, envolver essas coxas deliciosas em
volta da minha cintura e foder você até Norvalla, e você me deixaria, não é?

— Não,— eu respondi friamente.


— Não? Acho que você precisa ser lembrada do que significa ser rainha,
esposa, — Knox riu contra minha garganta.

— Eu não sou uma rainha. Eu sou apenas uma marionete para você puxar
minhas cordas. Pode me usar como fez esta manhã como uma prostituta, me
machucando porque você sentiu algo comigo. Pode abusar de mim e me derrubar
porque permitiu que suas paredes caíssem levemente, mas nunca me tocará,
Knox. Você nunca vai me tocar mais fundo do que eu permito. — Sussurrei,
sabendo que todos se esforçaram para ouvir as palavras quase inaudíveis. —
Nunca tocará minha alma, e sua besta nunca obterá meu útero a menos que eu
permita que isso aconteça. A única maneira de Lennox conseguir meu útero é se
ele o arrancar de mim e o foder sem minha ajuda. Não sou sua rainha e você não
é meu rei. Você não é nada para mim, como eu sou para você. Você sabe qual é a
criatura mais assustadora do mundo, Rei Karnavious?

— Não, qual é, esposa?

— Uma mulher que não tem mais nada a perder opta por causar o caos, já
que está apenas em ruínas.
CAPÍTULO QUARENTA E DOIS

Nós nos aproximamos de um povoado, parando em um morro que dava para


a fortaleza cercada por uma vila sinuosa. Estava banhado em sombras escuras,
mas o cheiro de sangue recém-derramado flutuava na brisa suave. Tochas
queimavam pela cidade, alertando-nos de que alguém abaixo as acendera para
afastar a escuridão da noite, mas nenhum ruído foi ouvido enquanto esperávamos
acima da vila em um penhasco que dava para o vale.

— Puta que pariu, — rosnou Knox, olhando para a mesma coisa que eu.

A bandeira Hecate tremulou em todos os quatro cantos das muralhas. A


única maneira de a bandeira ser erguida era para uma bruxa Hecate, diretamente
relacionada com a própria Hecate, a hastear. Meu coração batia forte contra
minhas costelas enquanto o sangue corria pelos meus ouvidos, de maneira
ensurdecedora. Minhas mãos tremiam com a realidade do que isso significava. Eu
estava prestes a ser culpada por isso, independentemente do que eu fiz ou não
fiz. Meus parentes de sangue, apenas minhas irmãs, minha tia e eu tínhamos
sangue suficiente para hastear aquela bandeira.

As bandeiras diretamente relacionadas a uma linhagem real foram


magicamente aprimoradas e incapazes de voar sem derramar o sangue dessa
linhagem para localizá-las. Já que elas balançavam em cada um dos quatro cantos,
eu estava disposta a apostar que estava prestes a ficar mais do que um pouco ruim
para mim com Knox. Estremeci quando sua respiração aquecida soprou em meu
pescoço, enviando sinos de alerta dentro da minha cabeça.

— Você sabe o que essas bandeiras significam, Aria? —Knox perguntou em


meu ouvido enquanto Greer esperava para me aceitar em seu cavalo. —Se Lorde
Carter ou seus homens estão feridos ou mortos, sua família também está,— ele
rosnou, apertando minha cintura de forma punitiva. —Os únicos vivos que podem
hastear a bandeira da bruxa Hecate são você e sua família. Eu sei porque matei
todas as outras.

— Estou ciente da logística. — Fiquei olhando para a longa e sinuosa estrada


de paralelepípedos que levava à fortaleza.

Um cavaleiro se moveu em nossa direção rapidamente, fazendo seu cavalo


parar ao nosso lado. Seu rosto estava tingido de verde e seus olhos eram grandes
e arredondados. Sua boca abriu e fechou, sua cabeça balançando com o que quer
que ele tenha visto abaixo.

— Você vai querer ver isso, Rei Karnavious, — ele disse antes de se inclinar
na direção oposta, vomitando. —É uma porra de uma carnificina.

— Sobrou alguém vivo aí embaixo? — Knox perguntou, e o homem tremeu


violentamente antes de balançar a cabeça lentamente, usando a parte de trás do
braço para limpar a saliva. —Leve Aria, Greer. Não a perca de vista.

Um arrepio percorreu minha espinha quando exalei, permitindo que Greer


me segurasse das mãos de Knox. Greer passou os braços em volta de mim e
observamos em silêncio os homens se moverem em direção à fortaleza. Meu
coração continuou acelerado enquanto minha atenção se voltava para as
bandeiras, observando a caveira com a marca de Hecate chicoteando no vento.

Nuvens ribombavam acima de nós, assustando o cavalo, jogando Greer e eu


no chão sem aviso. Ele me agarrou, verificando se havia algum ferimento antes de
seus olhos deslizarem em direção ao exército que nos observava com
curiosidade. Quando ele ficou satisfeito de que eu não fui ferida, Greer suspirou.

— Você está bem?— Ele perguntou, segurando meu queixo para olhar meu
rosto.
— Estou bem,— engoli em seco. —Isso parece muito ruim, no entanto,— eu
sussurrei, e ele me deu um sorriso de boca fechada que não fez nada para dissipar
meus medos.

— Isso depende, Camponesa. Se o senhor e a senhora estiverem bem, Knox


não ficará muito chateado. Eles são uns dos poucos amigos vivos mais antigos da
rainha Liliana. Eles ajudaram Knox em seu luto, quando ele lutou por um
propósito. Eles mantiveram esta fortaleza por mais de mil anos e são muito
poderosos. Tenho certeza de que estão bem, considerando todas as coisas. Eles
provavelmente escaparam. São muito engenhosos. Eles têm que ser para viver na
fronteira de Norvalla e Vãkya.

— De qualquer forma, com aquela bandeira hasteada e Lorde Carter


guardando o portão da tumba de Hecate, eu duvido que qualquer coisa vai ficar
bem. — Eu me virei quando outro cavaleiro se aproximou, olhando para mim
enquanto suas narinas dilataram-se com raiva e nojo ocultos. —Nada de bom sai
dessa bandeira, Greer. Nada, — eu terminei, avançando enquanto Greer
caminhava comigo.

— Traga a bruxa ao rei, Sir Greer, — disse o guerreiro friamente, seus olhos
se estreitando em mim com violência.

A caminhada até a aldeia foi uma tortura em si. Quanto mais perto
chegamos, mais forte o cheiro da morte se tornou. Passei pelos portões grandes e
agourentos e parei. Corpos pendurados em árvores, suas cabeças colocadas sob
eles em uma cama de pétalas de rosa da meia-noite, fazendo com que um cheiro
doce e enjoativo de decomposição invadisse meus sentidos.

Os animais começaram a comer os mortos, movendo-se sobre os cadáveres


para fugir de ter sua refeição interrompida. Criaturas do tipo canino arrancaram
membros dos mortos, mostrando os dentes quando passamos enquanto os
guerreiros em nosso grupo avançavam, impedindo-os de nos alcançar. Os ratos
guincharam e estremeci ao ver um deles entrar na boca de um crânio que foi
descartado como lixo.

As paredes da fortaleza estavam cobertas de sangue, pintadas com entranhas


que foram atiradas para fora com um propósito. Quem quer que tenha feito isso,
elas não mediram esforços para encenar toda a aldeia e mantê-la com o máximo
valor de choque. Meu corpo tremia enquanto tochas adicionais eram acesas,
expondo mais mortos empilhados uns em cima dos outros, suas cabeças removidas
antes de serem colocadas em uma pilha organizada que alinhava a parede da
cidade.

Eu me movi mais fundo na rua, parando enquanto mais crânios


apareciam. Eles tinham a marca de Hecate e um X foi pintado com sangue na
marca. Lentamente, deslizei meu olhar em direção a seus cadáveres, encontrando
seus estômagos abertos com seus úteros colocados ordenadamente em seu
peito. Os bebês desde o ventre adornavam a parede atrás deles, minúsculos e sem
vida, e não mais do que alguns meses em desenvolvimento. Lágrimas picaram
meus olhos, mas eu as segurei, me forçando a não reagir aos assassinatos sem
sentido de centenas de vidas inocentes.

Balançando em meus pés enquanto minhas unhas cravavam em minhas


palmas, eu virei meu olhar para onde as bruxas de olhos negros convergiram,
esperando na encosta de onde tínhamos acabado de sair, nos observando. Os
soldados se moveram com as bruxas de Knox, colocando cristais para evitar que as
bruxas das trevas entrassem. Eu inalei lentamente, respirando através do horror
do que me cercava. Alguém tocou meu ombro e eu gritei de horror, girando e Lore
franziu a testa enquanto ele subia ao meu lado.

— Segure-se, Rainha Karnavious. O pior ainda está por vir, —Lore fez uma
careta. —Siga-me, sem movimentos bruscos. Você está sendo vigiada por que
estão esperando que você estrague tudo agora. Vamos decepcionar todos, ok?

— Ok,— eu sussurrei com os lábios trêmulos.


Eu segui Lore de perto, não encontrando os olhares de ninguém enquanto
Greer continuava atrás de nós. Quando chegamos ao centro da cidade, lutei contra
a bile que pressionava contra minha garganta. As árvores estavam enfeitadas com
cabeças e entranhas nos galhos de carvalhos gigantes em torno de uma fonte que
espirrava sangue pela boca de grandes estátuas de querubins.

Uma estátua de uma sereia estava sentada no meio de outra fonte, não mais
borrifando água. Algo não parecia certo e, quanto mais perto chegávamos da fonte,
mais minha mente tentava entender o que eu estava vendo. Não era uma estátua
de forma alguma. Olhos azuis se viraram para mim enquanto meu cérebro tentava
se recompor. As bruxas das trevas tinham encenado uma mulher na fonte para se
parecer com uma sereia, e de seus lábios um fluido rosado gotejava livremente.

— Tire Aria daqui, agora, — Knox exigiu, e eu balancei minha cabeça com o
horror diante de mim.

Olhos grandes, redondos e familiares piscaram para mim. Eu engasguei


quando um grito saiu da minha garganta. Aine, a gêmea de Luna, sentou-se na
fonte com cicuta correndo por ela. Corri para frente, mas Knox me agarrou, me
puxando de volta balançando a cabeça. Solucei, incapaz de fazer as palavras
saírem de meus lábios enquanto Aine me observava, sua pele derretendo quando
a cicuta desceu por seu corpo e caiu na água que disparou no ar em um arco, apenas
para encher a fonte. Meu estômago apertou, e tudo dentro de mim foi liberado
quando o horror do que vi borbulhou em minha garganta em um grito de gelar o
sangue.

— Não! Não! Por favor, não! — Solucei, lutando com Knox para alcançar
Aine.

Aine suspirou e a luz se apagou em seus olhos. Eu caí de joelhos aos pés de
Knox, meu corpo inteiro estremecendo enquanto gritos e soluços continuavam a
rasgar de meus pulmões.
Braços me agarraram, me levantando enquanto Lore nos apressava em
direção ao castelo, mas o poder explodiu na área. Lore fez uma pausa, virando-se
para olhar para as bruxas das trevas. Elas abriram a boca e grandes corvos negros
rastejaram, atirando centenas deles para o céu. Meus gritos pararam, e o choque
tomou conta enquanto eu olhava para o mal agindo na minha frente.

Eu assisti com os olhos arregalados os gritos das bruxas das trevas ecoando
pelo vale, suas bocas abertas para os corvos escaparem. Seus gritos estridentes
eram ensurdecedores e enchiam o pátio enquanto os pássaros disparavam em
nossa direção, atacando com garras tão afiadas quanto lâminas de barbear.

Lore me largou para atacá-los, lutando contra os pássaros possuídos. No


momento em que ele me libertou, comecei a engatinhar sob os pés dos homens ao
redor, todos lutando para fugir dos corvos. Alcançando o corpo de Aine, deslizei
para a água, tentando remover os postes que a mantinham no lugar. Eu ignorei as
queimaduras da cicuta, indiferente à água ácida que chiava contra minha carne.

Eu puxei Aine para frente, soluçando e mais de sua carne se solta de seu
corpo. Eu podia ver ossos em lugares onde a bela pele dourada de Aine tinha estado
enquanto eu lutava febrilmente para tirá-la da fonte. Braços agarraram e
apertaram em torno de mim, me forçando para longe da água venenosa enquanto
eu era levada às pressas para o castelo.

Alguém tirou meu vestido apressadamente enquanto as outras bruxas de


Siobhan e Knox avançavam com uma pomada para cobrir minha pele
queimada. Eu chorei e gritei com a dor e a tristeza me prendendo em sua
escravidão, sem vontade de me libertar enquanto meu mundo desabava ao meu
redor. Knox ronronou baixinho, mas não tocou a agonia que continuou me
segurando em suas garras de gelo.

Knox me estudou, seus olhos cheios de algo que eu não pude discernir. Minha
atenção se voltou para a grande sala enquanto tochas eram acesas, então um grito
rasgou a sala. Só que não foi meu grito, ou não pensei que fosse. Meus soluços
diminuíram quando percebi o horror absoluto que a luz havia exposto.

Altos lustres cobertos de fitas laranja, vermelhas e brancas giravam,


carregando os corpos das crianças como se estivessem dançando no mastro. Os
corpos adultos sentaram-se às mesas, rígidos e virados em várias posições, como
se estivessem falando com o homem ou mulher ao lado deles. Embora suas cabeças
tivessem sido removidas, as bruxas das trevas os prendiam de volta em corpos
aleatórios como peças de quebra-cabeça mal encaixadas. O sangue cobria as mesas
e o cheiro de cicuta pairava no ar.

Estremeci, voltando minha atenção para a mesa de honra onde o Lorde e a


esposa estavam sentados, suas mãos amarradas com as duas cabeças apoiadas em
uma bandeja de prata na frente de seus corpos. A senhora estava vestida com um
vestido prateado, as mãos envoltas em fitas vermelhas e brancas. Em sua cabeça
estava uma coroa de ônix, safiras e quartzo. Um único corvo saiu de sua boca,
ainda vivo, lutando para escapar.

Meu corpo se aproximou de Knox, distraidamente buscando sua força


silenciosa enquanto a sala inteira permanecia em silêncio. Meu corpo tremia
continuamente, os soluços escapando lentamente de meus lábios enquanto a razão
das bruxas das trevas massacravam todos na vila e fortaleza foi revelada. Elas
haviam recriado nosso casamento, usando as pessoas daqui para mostrar seu
descontentamento.

Uma comoção atrás de nós forçou minha atenção a um corpo trazido pelos
homens de Knox, e meu coração apertou. Eu lutei contra as lágrimas que
inundaram meus olhos, respirando rapidamente para superar o mal que as bruxas
das trevas fizeram para aqueles aqui e minha doce irmã.

Elas mutilaram Aine. Sua carne estava quase completamente perdida de


seus ossos. Meu estômago revirou e fechei os olhos cambaleando. Mãos me
envolveram por trás e o ronronar começou antes de Knox se virar e me segurar
com força. Empurrei meu nariz contra seu peito, respirando-o para acalmar a
agonia que sentia. Minha cabeça girou com as imagens enquanto meu corpo
afundava no de Knox, sabendo que ele era o único suporte disponível no momento.

— Elas não removeram a cabeça dela, Aria, — sussurrou Knox, alto o


suficiente para o som ser registrado. —Aine é imortal, o que significa que com
tempo suficiente, ela vai se curar. Venha. Deixe-me levá-la a um lugar onde
minhas bruxas possam tratar o dano à sua pele antes que piore.

Eu balancei a cabeça quando um pedaço de esperança entrou em minha


mente. A cicuta era veneno para as bruxas, mas, uma vez que você era imortal,
diminuía a capacidade de matar sem remover a cabeça. Normalmente, as bruxas
das trevas removeriam a cabeça assim que a cicuta tivesse entrado no
sistema. Então, por que não fizeram isso com Aine? Elas deviam saber que ela era
imortal, já que encenaram Aine na piscina de cicuta para meu benefício.

Knox me acompanhou escada acima enquanto as bruxas seguiam


silenciosamente atrás de nós. Uma vez que eu estava dentro de um quarto, ele deu
ordens às mulheres, dando um beijo suave na minha testa antes de sair pela porta.

Siobhan me observou de perto, movendo-se para a porta antes de abri-la,


espiando para o corredor. Um arrepio correu pela minha espinha quando ela girou
nos calcanhares, levantando as mãos no ar, fazendo com que várias das outras
bruxas caíssem no chão. Soraya me entregou um vestido, levando o dedo aos lábios
enquanto Siobhan jogava quartzo em direção às portas e janelas, virando-se
lentamente para mim enquanto eu colocava o vestido, preparando-me para lutar
contra as duas.

— Se você quer viver, você precisa vir comigo, Aria. Kinvara está na
masmorra com minha irmã, Esmerelda. Não poderia agradecê-la por protegê-la,
porque os ouvidos estão por toda parte dentro do acampamento. Estou saindo
dessa luta hoje. Venha conosco, — sussurrou Siobhan, e as outras bruxas foram
até a porta, me observando.
— Kinvara está aqui?— Sussurrei em choque, movendo-me em direção a elas
enquanto Siobhan assentiu.

— Sim, as bruxas das trevas foram apenas um estratagema conveniente para


tirar você daqui,— Siobhan confirmou. —Elas sitiaram este castelo dias atrás. Em
breve, Knox saberá a verdade sobre isso, e você não estará segura com ele. Ele
conseguiu um feitiço para abrir o túmulo de sua esposa, e quando ele fizer isso,
tudo vai mudar.

— Kinvara não pode estar aqui, Siobhan. Ele vai matá-la! — Murmurei com
os dentes batendo.

— Ele vai matar você se ficar aqui, Aria — Soraya bufou.

— Estamos saindo com ou sem você. O grande rei está prestes a se tornar
instável quando descobrir a verdade sobre o que está no túmulo de sua
esposa. Você precisa vir conosco, —Siobhan sussurrou com força.

Eu balancei minha cabeça, olhando entre Siobhan e Soraya, me perguntando


se eu confiava nelas o suficiente para segui-las para fora do quarto. Pode ser uma
armadilha, armada por Ilsa para colocar as mãos em mim. Fechei meus olhos e
então os abri enquanto imagens do corpo de Aine os enchiam. Aine estava aqui, o
que significava que Kinvara provavelmente também estava.

— Verifique o corredor,— Siobhan ordenou. Às bruxas, que não estavam


espalhadas pelo chão inconscientes, moveram-se para fazer o que lhes foi dito.

— Esme é sua irmã?— Perguntei a Siobhan, engolindo a inquietação que se


movia por mim.

— Sim, ela é. Ela se escondeu de Knox e de seus homens quando ele capturou
algumas de nós que ainda estavam vivas em nossa aldeia. Eu mantive ela em
segredo dele, já que seu humor é imprevisível. Nós, bruxas, sempre temos rotas de
fuga.

— E você?— Eu perguntei, virando-me para encarar Soraya. —Quem diabos


é você?

— A Grande Rainha das Bruxas me enviou aqui para matar você. Ela tem
minha irmã e, como você, minha família é tudo para mim.

— E ainda assim você não tentou me matar?— Eu estreitei meu olhar sobre
ela enquanto minha criatura espiava pelos meus olhos, verificando a ameaça.

— Julia está cheia de escuridão. Você pode removê-la sem matá-la. Vim
matar uma bruxa Hecate que era um incômodo. Eu encontrei uma rainha que
pode nos salvar, embora ela não queira a coroa ou o trono.

Eu engoli e assenti antes de deslizar minha atenção de volta para Siobhan. —


Estou marcada com sua magia de sangue. Knox vai nos seguir.

— Não, ele não vai. Você não está marcada. Essa costela que você
removeu? Foi aí que ele colocou sua magia. Bekkah ajudou com isso, mas ela não
sabia por que precisava irritar você. Você usou o que tinha em mãos e o que o
mundo lhe deu. O rei marcou você e precisávamos removê-la. Os homens são
facilmente influenciados, então eu os enfeiticei para esconder o que aconteceu de
Knox. Tenho trabalhado para te afastar dele desde o momento em que ele te
capturou. Você é especial, Aria Hecate. Todas nós sentimos isso na sua presença
e no seu toque. Deixe-nos ajudá-la a escapar antes que seja tarde demais.

— Estou aqui porque preciso estar, Siobhan, — engoli em seco.

— Você vai morrer aqui. Nosso povo precisa de você. Precisamos de nossa
rainha, Aria.
Eu balancei a cabeça, sabendo que se eu fosse com elas, tudo teria que
mudar. Eu estava onde deveria estar, mas Siobhan estava certa. No momento em
que Knox descobrisse que sua esposa não era real, ele desencadearia o inferno
sobre aqueles que estivessem perto o suficiente para estar ao seu alcance.

—Vamos,— eu concordei, odiando o aperto no meu peito que meu coração teve
por deixar o idiota insensível.

Quando as bruxas do lado de fora da porta abriram, entramos no corredor,


correndo na direção oposta de onde Knox me trouxe. Nossos pés calçados com
chinelos mal faziam barulho enquanto caminhávamos pelo castelo. Corri
cegamente atrás de Soraya e Siobhan, ainda não confiando em suas intenções até
que entramos na masmorra e Kinvara saiu das sombras.

— Puxa vida, Kinny,— eu sussurrei através do aperto na minha garganta,


abraçando-a com força. —Você não deveria estar aqui. Você prometeu ficar segura.

— As coisas mudaram, Aria. Dimitri é um inimigo que trabalha para Knox,


— ela afirmou, acariciando meu cabelo enquanto me segurava contra ela. — Ele
removeu o crânio de Hecate e deu a Knox. Aine se ofereceu para ser uma distração,
esperando que Knox deixasse você fora de sua vista por apenas um momento. As
mãos de Kinvara tocaram as minhas e as queimaduras desapareceram quando ela
sorriu. —Wolfsbane com um traço de cicuta, queima como o inferno, não é letal
para as bruxas. Precisamos ir antes que Knox se encontre com Dimitri e descubra
que estamos aqui para resgatá-la.

Eu me afastei, balançando a cabeça. —Eu matei Dimitri,— eu admiti.

— Você pegou o coração dele, — Soraya bufou, revirando os olhos. —Ele é um


rei alfa, já coroado e colocado em seu trono. Você não removeu sua cabeça. Como
um rei alfa, você deve alimentar o bastardo wolfsbane e, em seguida, remover sua
cabeça. Assim como nós, alimente-nos com cicuta e remova nossas cabeças, e acaba
com a imortalidade que nos mantém vivos através do tempo.
Eu fiz uma careta, inclinando minha cabeça enquanto ela sorria. —Você pode
ser útil, afinal. Acho que não vou matar você ainda. — Deslizei meus olhos para
as sombras, onde Esme sorriu. —Você deveria estar no santuário.

— Sobre isso; nós mudamos. Siobhan me alertou para o fato de que seu
marido tinha homens fora do santuário, preparando-se para entrar. Estamos em
um novo palácio que foi recentemente reformado. Aden providenciou isso e disse
que você estaria em casa logo, mesmo que ele tivesse que entrar e te buscar.

— Bom. Não me diga onde está até que estejamos livres. Precisamos ir agora,
— afirmei, virando-me para sentir Knox, mas não o sentindo.

— Por favor, me diga que você realmente não se casou com ele, — Kinvara
gemeu, segurando minha mão. Corremos em direção às outras bruxas, que
começaram a abrir o portal no final do corredor cheio de celas. Quando eu apenas
olhei para ela, ela fez uma pausa e se virou para mim. —Diga-me que você não se
casou com o Grande Rei dos Nove Reinos, Aria Primrose Hecate!

— Só um pouquinho,— eu disse, e as outras bufaram, rindo enquanto


continuavam pelo corredor. Um chocalho soou e eu deslizei minha atenção para
Esme, que sorriu.

— Oh, você achou que era a única? — Esme perguntou, observando a maneira
como meus olhos se arregalaram. —Eu sei que não aconteceu até Aden
aparecer. Acontece que somos parentes distantes e, assim como você, comecei
tarde. Venha! Aden pode explicar tudo isso mais tarde. Ele nos trouxe aqui para
que pudéssemos tirar você. Você é aquela por quem todos estávamos esperando,
Aria.

Outro chocalho soou e eu me virei, ouvindo enquanto o castelo sacudia com a


raiva de Knox. —Corre! Agora vá!— Eu gritei, empurrando Kinvara em direção ao
portal seguindo atrás delas.
Observei elas passarem pelo portal, segundos antes de tê-las seguido. Fui
puxada para trás antes de cruzar o portal e voei de volta na direção de onde
viemos. Olhos oceânicos seguraram os meus enquanto Knox caminhava em minha
direção, deslizando para a obsidiana enquanto ele chocalhava violentamente,
embora não fosse alto.

— Você pensou em escapar de mim, companheira?— Ele riu


cruelmente. Knox me agarrou do chão, me puxando para cima enquanto nos virava
em direção ao portal. Meus olhos se encontraram com os de Kinvara enquanto os
dentes tocavam minha garganta. Seu grito rasgou pelo corredor enquanto eles
empurravam em minha carne, e meu corpo ficou complacente. Minha!

Brander apareceu, movendo-se em direção ao portal até que seus olhos


voltaram para mim, baixando a boca de Knox contra minha garganta. O sangue
escorria de seus lábios, seu braço segurando meu peito enquanto meus pés
estavam pendurados acima do chão. Eu podia sentir seu corpo contra mim, ouvir
seu batimento cardíaco se tornando um com o meu enquanto a consciência
ameaçava escapar de mim.

Siobhan gritou, puxando Kinvara de volta através do portal enquanto ela


lutava para chegar até mim. Brander se virou para elas, puxando as espadas
enquanto Siobhan, Soraya e Esme fechavam o portal, segurando Kinny em seus
braços. Esme chocalhou, o que fez com que o monstro apertasse os dentes contra
meu pescoço para recuar, e observei Esme bater com força no chão. Brander se
virou, olhando para mim antes de fechar os olhos, e balançou a cabeça. Meu sangue
correu em um fluxo constante para o chão antes de Lennox cobri-lo com a boca
mais uma vez.

— Knox, pare, — Killian rosnou, fazendo com que a besta que detinha o
controle se virasse em direção a sua voz. Os olhos de Killian encontraram os meus
com preocupação em suas profundezas azuis escuras. —Você vai matá-la se não
curar sua garganta. Ela não é imortal.
— Esse não é o Knox, — resmungou Brander.

Nós desaparecemos no vento, e Lennox colocou meu corpo em uma cama


grande e macia. Ele segurou sua boca onde havia me marcado, movendo minhas
mãos acima da minha cabeça chocalhando. Lennox recuou, sua boca coberta com
meu sangue sorrindo perversamente, estendendo a mão para rasgar meu
vestido. Meu corpo inteiro estremeceu com a realidade do que estava acontecendo.

Eu estava à mercê da criatura de Knox e ele iria me matar.


CAPÍTULO QUARENTA E TRÊS

Homens entraram na sala, gritando com Lennox, mas eu não conseguia ouvi-
los por causa do sangue bombeando em minhas veias ou da criatura gritando
dentro de mim.

— Corra, vadia, corra!— Ember estalou.

— Parece que eu posso fugir? Assuma o controle. Você queria isso. Aqui está
sua chance! — Eu insisti.

— Saia, — Lennox rosnou para os homens de Knox, e Ember e eu


estremecemos com o aviso em seu tom, optando por permanecer em silêncio
enquanto seus olhos perfuraram os nossos com uma intenção predatória. —Tão
bonita e macia, companheira,— ele riu sombriamente, se inclinando para lamber
meu mamilo antes de deslizar sua boca para afundar seus dentes na parte inferior
do meu seio. Eu choraminguei, e Ember ronronou baixinho. Levantando minhas
pernas, eu as abri para ele.

— Você é minha. Você sabe disso, não é? — Lennox sussurrou balançando


meu corpo, meus olhos ficando encobertos e cheios de luxúria.

Os dedos deslizaram pelo meu estômago, empurrando contra a carne dolorida


que Knox tinha fodido por dias. Eu gemi, fazendo com que os olhos de Lennox se
estreitassem. Ele se levantou de repente, removendo a armadura de Knox
enquanto Ember e eu assistíamos em silêncio. Virando-se, seu pau apareceu, e
nós duas empalidecemos com a monstruosidade absoluta dele. Não! Abortar! Eu
nem mesmo respirei quando Lennox se sentou, sorrindo para mim.
— Vadia, assuma o controle!— Mudei de posição e Lennox se concentrou em
mim. Sentando-me, tirei o resto do meu vestido, testando para ver se eu poderia
escapar dele. Não. Isso não estava acontecendo. Ele ficou tenso, esperando que eu
pulasse da cama. Joguei a roupa rasgada de lado, deitando-me nos travesseiros.

— Sim, desculpe, mas não. Não está acontecendo, — Ember bufou. —Você vê
aquela coisa? Vai doer muito.

— Você tem uma mandíbula deslocada, prostituta. Tenho certeza que pode
deslocar nossa região inferior também, certo? Certo? Por favor, diga-me que pode
fazer algo para encaixar essa coisa dentro de nós! — Eu implorei internamente.

— Talvez seja por isso que eles nos alimentam com abacaxi? Peça algumas
frutas.

Pisquei lentamente quando minha boca começou a abrir com o absurdo de


sua declaração, mas optei por permanecer em silêncio enquanto Lennox se
inclinava, explorando meu corpo.

— Nós vamos morrer pelo pau, Ember. Nossa lápide dirá: 'Aqui está aquela
cadela que morreu por ter um bom pau', e isso não vai ficar bem na vida após a
morte. Faça alguma coisa! Fala, Criatura, ou talvez não sei, lute? Podemos lutar
para sair dessa?

— Eu acho que nós fodemos para sair, —admitiu Ember, e nosso olhar
deslizou para o órgão em questão antes de subir lentamente para encarar Lennox
em um silêncio horrorizado. — Definitivamente planejando transar com você, Aria,
— Ember riu, incapaz de continuar olhando para longe do pau monstruoso. —Você
deve correr porque aquela coisa é uma arma de destruição em massa. Knox disse
que fica maior. Você vai precisar daquele abacaxi, muitos abacaxis.

— Os abacaxis não vão ajudar aquela coisa a entrar em nós! Não é


lubrificante. Só realça o sabor, Ember. Lennox é seu companheiro, lembra? Knox
deveria ser o meu. Lidei com ele por uma semana inteira enquanto você cavalgava
vadia. Você pode dirigir agora. Você é a aberração. Aqui está sua chance de glória.

— Não.

— O que diabos você quer dizer, não?

— Passo, ha-ha, entendeu?— Ember riu, esticando-se dentro de mim.

— Estamos terminando, Ember. Saia de mim, agora, — eu rebati.

— Não funciona assim. Eu não sou sua lubrificação pessoal.

— Você está sendo estúpida!

— E você está prestes a ser atingida por aquele porrete entre as pernas, então
o que é mais fodido? Eu ou você? Você! Por aquela coisa.

— Eu não dei vida a outra, idiota. — As palavras de Lennox fizeram Ember


e eu pararmos, notando que ele e Knox também estavam discutindo. Lennox bufou,
e eu me perguntei por que diabos eles estavam lutando além do óbvio.

A mão de Lennox deslizou para minha garganta, capturando-a forçando meus


olhos a encontrar e segurar os seus. Ele ronronou em um tom reconfortante que
fez com que algo se encaixasse enquanto a calma tomava conta de mim. Sua boca
roçou a minha e eu gemi com a voz rouca, sentindo o gosto do meu sangue em seu
beijo. Meus quadris balançaram e eu não conseguia pará-los. Senti Ember
observando-o, encantada com o que quer que Lennox estivesse fazendo.

— Quem é Você?— Sussurrei e respirei fundo, chocada por ter falado as


palavras, percebendo que tinham vindo de Ember.

— Eu sou seu abrigo da tempestade. Eu sou sua força quando você está
fraca. Eu sou o fogo que queima em suas veias e te aquece quando você precisa. Eu
sou aquele que encherá seu ventre e protegerei os filhos que você me der. Eu sou
sua luz nas trevas e aquele que guia seu caminho quando está perdida. Eu sou a
criatura que irá destruir mundos para mantê-la e nunca vou permitir que você
caia. Eu sou Lennox, a besta do Grande Rei dos Nove Reinos e Rei de Norvalla. Eu
sou seu companheiro, Aria Karnavious. — Inclinando-se mais perto, travando os
olhos nos meus, Lennox perguntou: —Quem é você?

Ember avançou em minha consciência, e eu estava agradecida e com medo ao


mesmo tempo. Ela separou os lábios e ergueu a mão, colocando os dedos
suavemente ao redor da bochecha de Lennox, sorrindo suavemente falando. —Eu
sou sua suavidade quando o mundo se torna muito difícil. Eu sou a faísca que
acende suas chamas e alimenta seu fogo. Sou gentil quando sua dureza se torna
insuportável. Eu sou aquela que você protege de seus inimigos. Eu sou a mulher
que gerará seus filhos e os abençoará com um herdeiro para fortalecer sua
linhagem. Eu mantenho seus segredos, não importa o custo, valorizo suas arestas
que costumam cortar. Eu te edifico quando outros tentam derrubá-lo, e tomarei
seus espinhos para usar como minha coroa. Eu sou Ember, Rainha; eu sou sua
companheira, Lennox. — As palavras saíram de seus lábios como se estivessem no
piloto automático, e algo se instalou profundamente em minha alma, e ele sorriu
quando ela me empurrou para frente, liberando seu controle.

Lennox foi para a cama e eu coloquei minha mão sobre seu peito,
empurrando-o para trás. —Ember! O que acabou de acontecer? Como você soube o
que dizer? Volte aqui e me ajude! — Eu implorei e seus olhos se estreitaram de
uma forma muito brava, muito masculina que gritou que ele pretendia que isso
acontecesse de uma forma ou de outra. Eu ronronei e quase revirei os olhos para a
versão idiota de ajuda de Ember. Os olhos de Lennox deslizaram do preto para o
azul e depois para o preto novamente.

Eu agarrei seu pau, lentamente observando seus olhos se estreitarem. Eu


montei nele, sabendo que se isso fosse acontecer, o que não parecia, eu poderia
evitar; Eu precisava de algum controle. Lentamente, corri meus dedos sobre sua
pele aveludada, observando-o me estudar.
— Você vai me machucar, Lennox. Está tudo bem, — eu sussurrei, segurando
seu olhar. Empurrando-o contra a minha abertura, implorei a Ember para me
ajudar, embora ela tivesse se retirado para a segurança, apenas para me assistir
tentar forçá-lo a entrar no meu corpo.

— Você foi feita para mim, Aria. Seus quadris vão se espalhar para me
levar. Nós vamos caber. Eu te prometo isso.

Engolindo, senti Ember dentro de mim, e meus quadris se espalharam e a


excitação inundou meu núcleo. Eu empurrei contra ele, observando onde ele
entrou no meu corpo. Ember acrescentou força à minha decisão, sabendo que se
não fizéssemos isso, Lennox o faria. Não havia como escapar, e senti isso mais
profundamente do que ele pretendia me penetrar.

— Puta merda, você está realmente fazendo isso!— Ember exclamou.

— Uma de nós está! Gatinha!

— Uh, ele está prestes a destruir sua boceta, então talvez não devêssemos falar
sobre isso no momento.

Eu gemi, meus olhos se arregalando com o primeiro gosto de dor enquanto


Lennox esticava meu corpo. Eu me apertei contra ele, indicando que nem mesmo
meu corpo estava bem com o que estava acontecendo. Onde diabos estava
Knox? Ele me disse que pretendia forçar isso a acontecer, idiota.

— Sim, você praticamente pegou apenas a cabeça. Estamos tão fodidas agora,
— Ember riu, e eu gritei, o que a fez ficar tensa dentro de mim.

— Você é linda, — Lennox resmungou com voz rouca, continuando a assistir


enquanto eu o forcei em meu corpo. — Pegue, mulher, ou serei obrigado a força-
lá.
— Estou trabalhando nisso, idiota, — eu rosnei, batendo nele quando um
grito saiu da minha garganta, acompanhado pelo de Ember.

— Oh meus deuses, você pegou tudo! Olhe para você!

— Eu vou morrer,— eu choraminguei.

— Olhe para você me fodendo, mulher. Você é a Rainha das Bestas. Você é
meu monstro, não é, menina bonita?

Lennox riu balançando lentamente contra meu corpo. Minha cabeça caiu
para trás e outro grito saiu da minha garganta quando a dor ecoou por mim. Foi
uma dor ardida que me deixou apertando contra ele, tentando forçá-lo a terminar
prematuramente. Tipo, seriamente prematuro. O ronronar começou dentro e fora
da sala, e eu estremeci ao redor dele, incapaz de superar a dor que ele criou
enquanto me preenchia até que não houvesse mais nada intocado dentro de mim.

Seus olhos mudaram e eu vi um vislumbre de um azul oceânico enquanto eu


revirava meus quadris. Seus olhos ficaram escuros novamente rosnando,
segurando meus seios com as mãos em garras. Eu estremeci com a sensação de
suas garras acariciando meus mamilos enquanto eu o montava, forçando todo o
seu comprimento em meu corpo. Lennox se deitou, me observando trabalhar para
ter um orgasmo. Eu sorri enquanto o levantei e deslizei de volta para baixo,
enterrando-o profundamente dentro de mim. Inclinando-me, beijei seu peito,
forçando-o a encontrar meus olhos.

— Eu vou precisar que você pare de ser um idiota preguiçoso e me foda como
um animal, idiota. Minha boceta dói, e eu preciso que você faça a merda do homem
agora.

Lennox estava de pé, empurrando minhas pernas contra meu peito,


empurrando febrilmente para dentro e para fora do meu corpo, me aproximando
do orgasmo. Liberando minhas pernas, ele baixou a boca e cravou os dentes na
minha garganta. Lennox ficou duro, e Ember ronronou, seus olhos lentamente o
observando enquanto ele continuava a se mover. Um gemido satisfatório escapou
de nós dois quando me aproximei dele. Foi violento e lindo, enviando a nós duas
ondas de prazer sem fim.

— Ele é todo alfa, Aria. Você o tem ronronando. Estou tão orgulhosa de você!

— Diga isso para a nossa vagina, vadia,— eu gemi internamente.

Lennox me puxou contra sua garganta, sua mão segurando minha boca
enquanto minha língua deslizava livre, lambendo onde ele queria minha
marca. Ele estremeceu, me enchendo de excitação tudo ficando confuso. Ember
rosnou e moveu meus quadris apertando contra sua liberação. A dor se
transformou em prazer, e nós duas paramos antes de nos movermos mais forte,
mais rápido, balançando contra ele com nossa necessidade crescendo.

— Mais, — exigi, e Lennox riu.

— Monstrinho ganancioso, não é, cara?

Meu cérebro desligou e tudo saiu dos eixos. Eu não tinha certeza se Ember
estava no controle ou se atingimos nosso limite e o piloto automático estava
ligado. Senti Lennox crescendo, mas não consegui parar. Meu corpo apertou em
torno dele, selando-o em minha abertura. Ele ronronou, me observando com olhos
hipnóticos que queimavam com manchas de fogo enquanto ele continuava a se
balançar, sorrindo para mim com orgulho.

Eu movi meus braços acima da minha cabeça e levantei meus quadris,


encontrando Lennox com cada impulso. Ele abaixou a mão entre nossos corpos e
começou a esfregar e sacudir meu clitóris, enviando-me instantaneamente ao longo
da borda.
Sem pensar, me movi mais rápido e mais forte, agarrando seus quadris e
forçando-o mais fundo no meu corpo. Ember ronronou, apertando-se em torno dele
enquanto Lennox a olhava nos olhos, esvaziando-se dentro do nosso corpo
enquanto orgasmos múltiplos balançavam através de mim.

— Feita para mim, — Lennox proferiu com voz rouca. Meu corpo se moveu,
sabendo que cada movimento lento que eu fazia o enviava para onde ele queria. Ele
queria meu útero, mas foda-se os dois. Eles não entenderam. — Você vê a beleza
dela agora, Knox? A sua mulher alguma vez fez isso por nós? Aria é minha em
todos os sentidos, criada pelo fogo nos Nove Reinos para atiçar nossas chamas e
nos fazer queimar com mais brilho, mais calor. Aria é minha, idiota.

Ember ronronou com suas palavras e me forcei a não revirar os olhos. Meu
corpo soltou o dele e ele se retirou, movendo-se lentamente para baixo para enfiar
o nariz na minha vagina dolorida esfregando os nós dos dedos contra mim.

Meus olhos se fecharam, o alívio percorreu meu corpo por ter acabado, mas
Lennox recuou e prendeu os dedos no meu queixo, forçando meus olhos a
abrirem. Ele me sacudiu violentamente e eu o empurrei. Virando de bruços,
levantei minha bunda no ar e abri minhas pernas, virando minha cabeça para
mostrar a ele que ainda estava acordada.

Lennox não perdeu tempo. Ele estava dentro de mim, empurrando e


destruindo-me em segundos depois de eu apresentar minha bunda a ele. Seus
dentes empurraram a cicatriz em meu ombro e eu explodi. Meu corpo zumbia com
poder e eu ronronei alto, sentindo-o esvaziar novamente dentro de mim.

Algum tempo depois, o sono finalmente me agarrou com garras cruéis, e eu


sucumbi, ignorando Lennox e Knox discutindo.

— Da próxima vez, Lennox é meu. Agora você pegou os dois e sabe que Knox
é estúpido porque também lutou contra sua fera. Você se casou com o homem; você
também pegou a besta. Agora, o que faremos a seguir é sua escolha, Aria. Saiba
isso; eles são nossos. Se você quer filhos, você se abrirá para eles. Do contrário,
ficamos fechadas como suas pernas normalmente fazem.

— Vá para a cama, Ember. Minha vagina está destruída, imbecil. Eu preciso


dormir.
CAPÍTULO QUARENTA E QUATRO

KNOX/ LENNOX

Percebendo o caos e os mortos espalhados pelo centro da aldeia, engoli em


seco. Eu jogeui Aria direto na feiura dessa bagunça com a minha raiva. Ela era
fraca demais para essa merda, e eu odiava que ela fosse jogada nisso. Eu vi seu
rosto se contorcer, sua mente incapaz de aceitar o que estava vendo, até que Aine
se virou para olhar para ela. Aria estava totalmente aberta e meu coração quebrou
com seus soluços. Nem sempre posso protegê-la porque o mundo não
permitiria. Mas este aqui era por minha conta.

Os Nove Reinos não era o mundo sobre o qual ela havia lido em seus
livros. Não era um lugar onde você pudesse expor a fraqueza e esperar que ela não
fosse usada contra você. Aria estava aqui porque eu a coloquei nessa
confusão. Lennox não teria permitido que eu me afastasse dela depois que sentiu
seu cheiro, mas eu pelo menos tentei. Ela não merecia estar presa a mim, e ainda
assim eu fui e me casei com ela porque não importa o quanto eu lutasse ou
discutisse com isso, Aria era minha. Eu senti isso nos ossos do meu ser.

Aria se aproximou e eu a empurrei. Ela se afastou e eu a puxei de


volta. Odiava sua indiferença e a dor que ela sentiu quando a golpeei. Aria estava
parada no final do corredor em seu vestido de noiva em pânico, querendo fugir do
que estava acontecendo. Ela parecia em cada centímetro a rainha que nasceu para
se tornar. Eu menti e disse a ela que preferia seu cabelo solto quando a verdade
era que eu amava isso. Adorei ver a curva suave de sua garganta. Eu sabia que,
mais cedo ou mais tarde, perderia a luta com Lennox e nossa marca estaria lá para
o mundo ver.

Aria havia pulado todas as tradições em nossa noite de núpcias, a dela e a


minha. Ela não tinha usado as jóias que eu deixei para ela ou mesmo sapatos. Aria
não tinha usado a coroa de Hecate, optando por aceitar a minha em seu lugar. As
correntes nos ombros marcariam sua realeza, e ainda assim ela as ignorou para
vir para mim como ela mesma. Sua humildade me surpreendeu. Ela tinha sido
uma verdadeira rainha vindo a um rei, com seu corpo sem jóias e marcas.

O tipo de mulher que ela era, bem, era o que eu desejava desde antes de meu
pau ter se contorcido. Ela amava tudo o que eu fazia e tínhamos mais em comum
do que qualquer outra pessoa que já conheci. Aria era essa coisa perfeita que me
desejava tanto quanto eu a desejava, e me machucou profundamente reconhecer
isso.

Ela era mais do que eu merecia, e nós dois sabíamos disso. Eu sabia disso em
um nível que odiava, mas deixei isso de lado, pois ela se entregou a mim por dias,
sem nunca querer mais do que estar comigo. Ela se contentou em passar o tempo
ao meu lado, aprendendo sobre nosso mundo com a mente de um estudioso. Eu fiz
amor com Aria, algo que não fazia desde que Liliana estava viva, e mesmo assim,
não poderia dizer que era algo como eu tinha compartilhado com Aria naquela
cabana de pedra.

Aria, com suas paredes para baixo, tinha me socado no estômago com mais
força do que gostaria de admitir. Eu senti sua dor e observei as lágrimas nadando
em seus olhos enquanto ela as baixava para mim. Sua voz falhou quando
sussurrou a verdade sobre como se sentia. Eu precisava tranquilizar Aria de que
ela não era a soma do que ela suportou. O que aqueles monstros fizeram não a
define ou quem ela se tornaria. Eu disse a ela que não teria importância se eles a
tivessem estuprado, e me chocou saber que realmente me sentia assim. Eu só me
importava que ela tivesse se levantado e se recusado a permanecer deitada.
A notícia do ataque à fortaleza abriu minhas feridas e eu precisava machucá-
la. Eu estava preocupado, e aqueles dias com ela na cama terminaram neste show
de merda de uma bagunça. Eu precisava que ela soubesse que não importa o que
tenha acontecido, nada mudou entre nós. Eu a joguei contra a mesa, usando-a
como fizera com incontáveis outras. Afastando-me, observei seu corpo se contrair
de dor e prazer, vazando nossos fluidos por suas pernas. Eu me odiava por isso, e
me afastei porque era assim que me mantinha sob controle. Era como eu me
lembrava de que Aria era minha inimiga.

Eu me senti como o maior idiota do mundo, mas então ela me cavalgou


lentamente, eroticamente balançando minha porra de fundação. Eu nunca estive
tão excitado em minha vida enquanto ela falava palavras perversas, me
perguntando o quanto eu gostava de sua boceta apertada. Ela me hipnotizou com
seus quadris lentos, rolando-os enquanto seu corpo apertava contra o meu
avidamente. Seus lindos peitos balançaram, e porra se eu não tinha desejado
provar os picos de cor escura novamente.

Eu não tinha visto isso chegando.

Aria me derrubou no chão e colocou seu minúsculo pé na minha garganta,


enviando suas garras em minha alma antes de rasgá-la sem piedade. Eu a tratei
como uma seguidora de acampamento, e ela aceitou. Ou pensei que sim. Em vez
disso, ela me montou antes de virar minha cabeça, me forçando a olhar para minha
família enquanto gozava sob os movimentos habilidosos de seus quadris
minúsculos.

Suas palavras visavam sangue, criando uma ferida tão profunda em minha
alma que eu a senti dentro dela, rasgando-a enquanto eu esvaziava em seu
refúgio. Eu havia quebrado o presente de Liliana com a necessidade de impedi-los
de ver o monstro em que me tornei. Eu direcionei essa raiva para Aria, e ela se
sentou na minha frente, me dizendo o quão pouco eu a toquei, embora eu tenha
tentado afundar as garras em sua alma.
— Isso é uma bagunça do caralho, — afirmou Brander, passando os dedos
pelo cabelo enquanto uma ruga se formou em sua testa.

— Você está me dizendo,— eu bufei, fechando meus olhos antes que as ervas
na fonte chamassem minha atenção.

Olhando para a fonte revestida de cicuta, parei para me ajoelhar ao lado


dela. O corpo de Aine foi colocado para criar um choque. Elas queriam que Aria
visse. Por quê? Por que não remover a cabeça de Aine e terminar o trabalho? De
pé, levei meus dedos ao nariz, inalando a prova de traição.

— Não é cicuta, — meramente um traço misturado com wolfsbane que não


seria letal para bruxas. Apenas uma irritação contra a pele delas, — eu rosnei,
olhando para a fortaleza antes de correr em direção a ela. —Elas estão aqui por
Aria!— Eu rosnei correndo, sabendo que meus homens seguiam atrás de mim.

Nós invadimos o castelo, assustando aqueles que estavam dentro enquanto


corríamos por eles. Eu subi as escadas de três em três, empurrando a porta que se
recusava a ceder. Levantando meu pé, eu fiz a porta cair no chão, segundos antes
de entrar no quarto, silenciosamente observando as formas desmaiadas das
bruxas. Eu procurei no chão por cabelos prateados, descobrindo que Aria não
estava entre elas. Voltando para os homens, levantei meu nariz no ar, tentando
encontrar seu cheiro.

— Não cheiro ou sinto a presença de Aria dentro da fortaleza, — rosnei,


sentindo minha besta despertar com a notícia de que ela havia partido. —Espalhe-
se e encontre-a, agora!

Saímos do quarto e, assim que cruzamos a soleira, eu senti. O poder se


desenrolou, mas foi sutil. Alguém estava abrindo um portal dentro da
fortaleza. Lennox rugiu, enviando o aviso a Ember de que ele não permitiria que
ela escapasse. Eu desapareci, entrando num jato antes de aparecer nas sombras
para assistir enquanto Aria corria em direção ao portal com uma de suas irmãs.
Lennox se moveu, puxando Aria para trás quando suas palavras deixaram
nossa boca em um silvo. Ele me empurrou para o banco de trás da minha mente,
e antes que eu soubesse de suas intenções, Lennox afundou os dentes na garganta
de Aria, reivindicando-a como sua companheira.

— Não! Ela não vai sobreviver, Lennox! Cure-a e me dê o controle.

— Nós tentamos do seu jeito. Você falhou em proteger nossa


companheira. Aria é minha e ela vai sobreviver a mim. Esta mulher foi feita para
mim, e você sabe disso, — Lennox rosnou, virando-se enquanto meus homens o
cercavam. Ele não podia ver ou ouvir ninguém através da névoa vermelha que o
consumia com a necessidade de reivindicar Aria da maneira que nossa espécie
fazia.

Ele agarrou Aria e desapareceu da masmorra, aparecendo em um


quarto. Lennox colocou Aria na cama, recostando-se para olhar nos seus olhos
enquanto ela o observava. Sua boca se abriu em um gemido, sangue jorrando de
sua garganta antes que ele se inclinasse, beijando a ferida que havia feito. Lennox
rasgou seu vestido, roubando um suspiro de seus pulmões arrastando os olhos por
seu corpo com fome.

Meus homens invadiram o quarto e Lennox se virou, mostrando os dentes, e


um barulho mortal escapou de nossos lábios. Eu os observei, sabendo que eles
sentiram que eu não tinha mais o controle. Apenas uma outra vez na minha vida
Lennox assumiu o controle sem minha permissão, que foi para parar a dor que
senti após a morte de Sven.

Brander deu um passo à frente, seus olhos nunca caindo em Aria porque ele
sabia que Lennox a havia reivindicado. Sua garganta carregava a marca, prova de
que ele pensava que ela era sua outra metade. Killian entrou e parou, encontrando
Aria me observando com o pânico queimando em seus olhos.
— Não a machuque, Lennox. Ela é delicada e frágil, — advertiu Brander, sem
desviar o olhar enquanto Lennox o encarava.

— Ela é minha, — ele retrucou.

— Ela é, mas, novamente, se você machucá-la, ela não será mais. Ela não é
imortal ainda porque se recusou a se fundir com Ember. Aria não é Ember e não
pode fazer o que seu companheiro pode, — Brander sussurrou, sua voz neutra.

— Saia, — Lennox rosnou, e eu engoli quando ele se virou para Aria, que
sabiamente manteve o silêncio. —Tão bonita e macia, companheira, — ele riu
sombriamente, inclinando-se para lamber seu mamilo cor de rosa antes de deslizar
a boca para a parte inferior, afundando os dentes enquanto ela choramingava,
levantando as pernas para abri-las para ele.

— Não faça isso com ela. Olhe para ela, Lennox. Ela é humana e frágil. Aria
não é Ember e não pode aceitar você em sua forma humana. Você vai machucá-la
muito.

— Você é minha. Você sabe disso, não é? — Lennox sussurrou, observando


enquanto ela balançava seu corpo, me chocando e seus olhos ficavam fortemente
cobertos de luxúria.

Os dedos deslizaram por seu corpo, empurrando contra a carne dolorida que
eu tinha fodido por dias. O gemido dela fez seus olhos se estreitarem, e eu me
preparei para lutar contra Lennox para protegê-la dele.

Lennox se levantou, tirando minha armadura do nosso corpo a observando,


garantindo que ela não tentasse escapar. Aria não. Ela olhou para o meu pau,
realçado pela forma de Lennox, e seus olhos se arregalaram enquanto ela prendia
a respiração. Depois de um momento, ela se mexeu na cama, sentando-se para
remover os pedaços de seu vestido.
O pânico e o terror escorreram de seus poros, traindo a força silenciosa que
ela mostrava por fora. Rezei internamente para que Ember assumisse o controle
para poupar Aria da dor do acasalamento, mas seus olhos nunca ficaram azuis
elétricos, sinalizando que Ember estava no banco do motorista.

Lennox tirou o resto das minhas roupas, movendo-se para se sentar na cama
com Aria enquanto seus olhos se arregalavam de medo. Ele sorriu, inalando seu
perfume atraente que encheu o quarto. Ele ansiava por seu medo, mas se
concentrou na excitação que seu corpo criava. Eu gemi, sabendo como seus cheiros
eram viciantes. Ninguém nunca tinha me atraído com seu cheiro, mas o dela me
deixava louco com a necessidade de provar.

— Dê-me o controle e farei com que ela abra seu útero, Lennox, — implorei,
precisando evitar que Aria fosse dilacerada por sua selvageria. —Não faça isso,
Lennox. Se você fizer, e ela aceitar sua reivindicação, você vai arruinar qualquer
chance de ela ter um filho.

— Eu não dei vida ao outro, idiota.

— Nós criamos Sven!— Eu rebati asperamente, ouvindo enquanto ele ria.

Lennox agarrou a garganta de Aria, forçando os seus olhos a se prenderem


aos dele enquanto eles ficavam na mais bela cor de azul que eu já tinha visto antes,
enchendo-se de manchas douradas que espelhavam flocos de ouro. A boca dele
roçou seus lábios, coberta com seu sangue. Ele ronronou contra eles, fechando os
olhos enquanto Ember fazia a versão feminina disso contra eles, movendo sua
bunda como se ele já estivesse dentro de suas dobras apertadas.

— Quem é Você?— Ember sussurrou, e meu coração parou de medo.

Hesitei, chocado que Ember soubesse a única pergunta que daria início aos
votos de acasalamento. —Não faça isso, Lennox. Liliana era nossa companheira!
Eu tentei freneticamente assumir o controle, mas Lennox me empurrou ainda
mais para o fundo da minha mente recitando as antigas declarações que nossa
espécie faria a sua companheira. Quando ele terminou, Lennox se abaixou mais
perto do rosto de Aria, e eu vi que Ember ainda estava no controle. Sorrindo, ele
perguntou: —Quem é você?

Eu fiz uma careta de dentro dele quando seus lábios se separaram e meu
coração martelou. Sua mão se ergueu, os dedos se curvando ao redor da minha
bochecha enquanto suas feições se suavizavam, e um sorriso enfeitou seus lábios
antes de responder à declaração de Lennox com a sua. Eu não conseguia ouvir
além do sangue rugindo em meus ouvidos enquanto Aria sussurrava seus votos
para Lennox. Quantas vezes eu havia sussurrado os votos de promessa para
Liliana, que nunca sentiu a compulsão de respondê-los? Aria nem deveria saber o
voto, muito menos sentir a compulsão de dizer as palavras de volta para nós.

Lennox foi para a cama, mas Aria se sentou, empurrando-o para longe. O
medo me envolveu; sua raiva pela negação dela em tomar o que ele sentia que era
seu era perigoso. Eu não tinha o controle para protegê-la, e o senti me empurrando
enquanto rosnava com raiva.

Aria ronronou baixinho, empurrando-o para a cama antes de montar em seus


quadris. Meus olhos se arregalaram quando ela estendeu a mão para trás,
acariciando o grande pau que alongou. Não ia caber em seu corpo, e não importava
quanta excitação Ember adicionasse. Lennox não caberia sem que seus quadris se
abrissem para ele.

Ele a observou com os olhos apertados, seu ronronar soando enquanto ela
trabalhava em seu pênis com sua mão minúscula, incapaz de fechar os dedos em
torno de sua circunferência. Ela montou em Lennox, abaixando os lábios para
beijar seu peito e ronronou suavemente, acalmando a besta enquanto ele esperava
pacientemente para ver se ela o negava.
— Você vai me machucar, Lennox. Está tudo bem, — ela sussurrou,
levantando seus olhos para segurar os dele enquanto o empurrava contra sua
abertura. Estremeci ao sentir sua abertura apertada contra o órgão duro que
estava lentamente deslizando sobre sua excitação.

— Você foi feita para mim, Aria. Seus quadris se espalharam para me
levar. Nós vamos caber. Eu te prometo.

Seus olhos brilhantes sorriram quando ela se levantou, dando a ele uma visão
panorâmica de sua pequena abertura. Aria deslizou a ponta contra seu sexo liso
de excitação, gemendo enquanto ele a observava com as pálpebras pesadas. Ela
levou Lennox em seu corpo, gemendo enquanto seus olhos se arregalaram. Sua
atenção se moveu de seu rosto para sua boceta, observando enquanto ela
lentamente tomava mais de seu comprimento. E meus deuses, isso era bom.

Estremeci quando seu grito soou e, antes que Lennox pudesse se mover, Aria
empurrou mais para baixo. Lennox agarrou seus quadris, e ela agarrou suas mãos,
usando-as para se equilibrar enquanto lentamente se levantava. Seus olhos o
seguraram com um apelo silencioso, e eu ronronei alto enquanto ele
chocalhava. Ela não tentou escapar, do que ela sabia que tinha que ser feito para
apaziguá-lo.

Aria estava gloriosa lentamente se movendo mais para baixo na espessura


que ele empunhava. E embora a sensação tenha sido silenciada para mim, eu
ainda podia sentir as carícias quentes de seu corpo deslizando para dentro e para
fora de seu núcleo coberto de excitação. Seus olhos baixaram e um estremecimento
de mal-estar vibrou através dela enquanto as paredes de seu canal se fechavam,
tentando nos forçar a sair.

— Você é linda, — Lennox sussurrou, e ainda assim seus olhos não estavam
em seu rosto. Foi em seu corpo que lentamente foi tomando mais de nós. O maldito
pervertido estava decidido quando seu pau saiu para brincar. — Pegue, mulher,
ou serei forçado a obrigá-la.
— Trabalhando nisso, idiota,— ela rosnou, empurrando seu corpo um pouco
mais para baixo enquanto ele sorria com orgulho. Eu ri até que ela bateu no chão
e todo o seu corpo tremia de dor.

— Maldição, você viu isso?— Eu exigi, ouvindo-o rir enquanto ele observava
o quão longe o corpo dela estava esticado para nos levar. —Ajude ela! Ela está com
dor.

— Olhe para você me fodendo, mulher. Você é a Rainha das Bestas. Você é
meu monstrinho, não é, menina bonita?

Sua cabeça caiu para trás quando outro grito saiu de sua
garganta. Estremeci, experimentando o prazer de Lennox, observando a pequena
mulher me tomando em forma de besta. Sua vagina foi esticada até ficar vermelha
e seu grito foi torturado. Lennox ronronou, e mais ronronados soaram, alertando-
nos para os homens do lado de fora do quarto.

Ele começou a recuar, permitindo-me emergir até que ela revirasse os quadris
lentamente. Lennox me bateu de volta, e ele rosnou com voz rouca, alcançando
seus seios com as mãos em garras. Ela não recuou das garras que aterrorizavam
meus inimigos. Em vez disso, Aria levou as mãos aos seios enquanto ela
lentamente balançava contra o órgão desumano que forçou em seu corpo. Aria
levantou, chocando nós dois enquanto lentamente deslizava de volta para baixo,
enterrando-nos profundamente em seu corpo. Ela se inclinou e beijou seu peito
olhando em nossos olhos.

— Eu vou precisar que você pare de ser um idiota preguiçoso e me foda como
um animal, bastardo. Minha boceta dói, e eu preciso que você faça a merda do
homem agora.

Lennox sorriu, mas não foi amigável. Ele se sentou, indiferente que ela
estivesse sentada em seu pênis. Os dedos cravaram em suas coxas, empurrando-
as contra seus ombros antes de bater em sua boceta. Lennox estava empurrando
para dentro e para fora de seu corpo como uma máquina bem lubrificada. Ela
gemeu e ronronou alto, seu corpo resistindo enquanto ela o fodia de volta.

Aria me derrubou, tomando Lennox em sua forma sem quebrar. Ela não
estava recuando, e ela o provocou para ficar duro. Ele soltou suas pernas,
abaixando a boca para afundar os dentes em sua garganta, rindo enquanto seu
corpo entrava em combustão com um orgasmo que fazia seus movimentos
frenéticos e confusos. Seus olhos se fecharam e seu corpo apertou enquanto o
orgasmo continuava a rasgá-la, fazendo-me estremecer com a sensação. Lennox
não se conteve, batendo contra ela, embora ocupasse cada grama de espaço que ela
tinha. Seu corpo nos sugou, apertando enquanto ele jogava a cabeça para trás,
chocalhando para curvá-la em submissão.

Suas pupilas se dilataram totalmente e estrelas douradas as encheram


enquanto ele continuava a chocalhar, olhando para baixo em sua barriga que ainda
não tinha permitido o acesso a seu útero. Ele deslizou a mão atrás de sua cabeça,
empurrando sua boca contra sua garganta a segurando.

O tremor passando por nós de sua língua deslizando sobre nosso pulso no oco
de nossa garganta o fez se liberar em seu núcleo. Lennox rosnou, esperando que
ela nos marcasse. E ainda assim ela não fez. Seu corpo drenou o nosso
avidamente, sugando-nos até que ele afundou na cama, liberando-a para olhar em
seus olhos.

Aria não parou de balançar, não parou de apertar o corpo avidamente em


torno do pau pesado ainda dentro dela. Lennox cresceu e ela se contorceu,
movendo-se para acomodá-lo enquanto eu a observava maravilhado. Ela estava
levando ele, e ela gostou pra caralho.

— Mais,— ela exigiu, e ele riu.

— Monstrinho ganancioso, não é, cara?


Seus braços se moveram para segurar ao lado de sua cabeça, e ela ergueu os
quadris, batendo seu núcleo já dolorido contra o membro em crescimento. Lennox
a observou, seu sorriso suave enquanto ela o tomava com ansiedade. Ele nunca
tinha feito isso com ninguém, mas se conteve porque não queria machucá-la. Isso
a estava irritando e, embora ele sentisse isso, ele não deu o que ela precisava.

Ele apenas a observou nos fodendo, suas curvas rolando e se movendo


continuamente se ajustando para nos acomodar dentro de seu corpo. Lennox
moveu os dedos entre nossos corpos, esfregando lentamente seu clitóris para enviá-
la ao limite. Seus olhos se arregalaram enquanto ele a observava, sorrindo
tortuosamente enquanto ela se movia mais rápido, mais forte, empurrando e
bombeando sua bunda. Um ronronar explodiu de sua garganta, e ele a encheu
totalmente e ela se fechava em torno dele.

— Feita para mim, — sussurrou Lennox, observando seus movimentos febris.

Ela se moveu hipnoticamente. Foi a coisa mais erótica que eu já testemunhei,


observar seu corpo fazer o que foi criado para fazer com o meu. Eu a senti apertar
contra meu pau. Um que ele permitiu inchar dentro dela, selando sua entrada,
embora ela não tivesse dado a ele o que ele desejava. Ela trancou seu corpo ao
redor dele, segurando-o dentro de si enquanto orgasmos múltiplos a balançavam.

Isso deveria ter forçado Aria a dar a Lennox o que ele desejava, e ainda assim
ela não tinha aberto seu útero. Eu era a chave e ela a fechadura. Deveria tê-la
aberto para ele, mas ela apenas gozou em nosso pau, forçando um orgasmo para
escapar do aperto que ele segurou.

— Você vê a beleza dela agora, Knox? A sua mulher alguma vez fez isso por
nós? Ela é minha em todos os sentidos, criada pelo fogo nos Nove Reinos para
atiçar nossas chamas e nos fazer queimar mais brilhantes, mais quentes. Aria é
minha, idiota.
Ela ronronou quando seu corpo liberou o nosso, e ele permitiu, retirando-se
lentamente dela para se mover em direção a sua abertura, inalando
profundamente. Ela cheirava acasalada e reivindicada, e ainda ela não tinha dado
a ele o que ele queria. Ela não abriu seu útero, nem retornou sua marca. Ele
esfregou os nós dos dedos contra sua abertura, olhando para cima para encontrar
seus olhos fechados.

O pânico correu por nós, movendo-se por seu corpo para agarrar seu queixo
antes que ele a sacudisse violentamente. Ela o empurrou, rolando sobre o
estômago enquanto nos oferecia outra visão de sua abertura coberta de
excitação. Lennox riu, não esperando por mais um convite antes de empurrar em
seu corpo, deslizando a boca sobre seu ombro para morder a pele delicada que
cobria minha marca. Os gritos e gemidos de Aria explodiram, e ela balançou em
movimentos lentos e sedutores que o fizeram precisar dar a ela o que ela
ansiava. Mas em vez disso, ela ronronou em um tom que eu nunca tinha ouvido
antes, e explodimos sem aviso.

— Jesus, porra, o que diabos foi isso? — Eu exigi.

— Outro, não o mesmo, — admitiu Lennox, estremecendo contra sua


abertura antes de se retirar para olhar para seu pau. —Ela não é a mesma, mas
não muda nada.

— Seu porra, isso muda tudo. Ela apenas ronronou e nós demos a ela o que
ela precisava, — rebati, ouvindo a respiração regular de Aria. Lennox olhou para
cima, encontrando seus olhos fechados novamente com sono.

— Ela é... mais. Ela é rara e nossa.

— Você acabou de condená-la a ser nossa companheira, idiota.

— Aria já era nossa. Você se casou com ela e a reivindicou. Você falhou em
conquistá-la e eu tentei. Ela não terminou e eu preciso terminar.
— Você a condenou para ser nossa companheira. Você tem ideia de como
somos miseráveis como companheiros? Não conseguimos nem mesmo manter a
última viva.

— Knox, Liliana não era sua companheira ou minha. Cheire Aria e toque
nela. Esqueça que ela é sua inimiga e sinta-a contra você. Ela é certa e forte. Acabei
de provar a você que ela não é fraca nos tomando na forma de besta. Não somos a
mesma coisa, mas estamos perto o suficiente para acasalar, idiota. Aria foi forjada
a partir do fogo dos Nove Reinos, criada em Norvalla e construída para ser minha
pelas lendas que governaram antes de nós. Pare de irritá-la porque ela pode
eventualmente parar de nos perdoar, e eu gosto de seu toque. Ela é minha calma e
eu sou seu caos. Sem prejudicá-la mais. O que foi que você disse a ela? Alerta de
spoiler, ela é minha.

— Liliana era minha companheira! — Eu rebati, odiando ter sentido Aria em


um nível mais profundo do que Liliana.

— É um milagre que Ember ainda não nos tenha comido, Knox. Abra o túmulo
como eu disse para fazer. Veja os ossos. Veja a prova.

— Se for verdade que as bruxas das trevas plantaram minha esposa e meu
filho, você honestamente acha que vou manter Aria por perto? A avó dela seria a
razão disso e a causa da minha dor. Você poderia forçar nossa companheira a
suportar isso, se for verdade? Eu odiaria Aria e tudo que ela é.

— No início, ela vai esperar sua raiva e desprezo. Aria vai perdoá-lo porque
ela é assim, e ela conhecia nossos votos quando os pronunciamos. Ela os conhecia
sem nunca ouvi-los.

— Por que isso, eu me pergunto?


— Quando ela acordar, consiga sua marca. Sele o vínculo entre os cônjuges e,
se nada acontecer, você estará certo e eu errado, Knox. Você não tem nada a perder
ao recebê-la, se o que você diz for verdade.

Lennox voltou à minha mente e desapareceu, deixando-me com uma mulher


que dormia, alheia ao que tinha acabado de acontecer. Ele deu a ela sua
marca. Lennox, o Rei das Feras, tinha acabado de reivindicar sua rainha e
companheira, e ela fodidamente o levou em toda sua glória. Ele a amaldiçoou para
ficar comigo por toda a eternidade, o que nenhuma mulher merecia. Não foi uma
bênção, mas um castigo.

Lennox estava errado. Eu tinha tudo a perder, incluindo Aria, se o que eles
disseram fosse verdade. Eu comecei uma guerra de tristeza, travando batalhas
com veemência e sem piedade, atacando meus inimigos. Eu não posso parar a
guerra; Ninguém poderia. Seria necessário um ato de misericórdia, e nenhum de
nós tinha sobrado para dar.

Aria estava entrando em um mundo que a queria morta e todos que ela
amava assassinados. Este mundo iria transformá-la em um monstro, e não havia
nada que eu pudesse fazer para impedi-lo. Muitas facções estavam em jogo, com
apenas um resultado possível.

Eu queria Aria; isso era certo. Tudo que ela é chama por mim e esse fato me
incomodou mais. Eu ansiava por seu toque, sabendo que com cada toque de seus
dedos, minhas paredes se estreitavam e desmoronavam. Se isso acontecesse, tudo
cairia de uma vez. Tudo que eu tinha enterrado atrás daquelas paredes seria
libertado, e eu temia que isso fosse desencadeado sobre ela. Ela era minha inimiga,
mas também era o bálsamo que acalmava minha alma maltratada, e isso era um
maldito problema. Era mais fácil afastá-la do que permitir que se aproximasse de
mim porque isso a protegia.

Eu fiz mais inimigos do que amigos ao me tornar o rei supremo e peguei


minha coroa à força. Se eu permitisse que o mundo descobrisse que eu realmente
gostava de minha esposa, eles a fariam um alvo, e isso não era algo com que eu
pudesse lidar no meio de uma guerra sangrenta.

Aria gemeu enquanto eu corria meus dedos sobre seu quadril


nu. Empurrando-a, olhei para a marca de mordida em sua garganta e
ombro. Franzindo a testa, inclinei-me, lambendo as feridas, apenas para ela abrir
as pernas e me chamar para levá-la. Meus lábios se curvaram em um sorriso
quando seus olhos se abriram, espiando através das pálpebras fechadas para me
mostrar que ela estava ciente.

Virando seu corpo, eu lentamente empurrei seu núcleo, cuidadosamente


colocando sua perna sobre meu quadril. Ela gemeu, virando seus lábios
necessitados em minha direção para reclamar. Engolindo em seco, estreitei meus
olhos em seus dentes, inclinando-me para reivindicar seus lábios sensuais pra
caralho para engolir seus ruídos doces.

Eu dei a ela o que precisava de mim. Foi fácil esquecer o sangue que
queimava em suas veias quando ela me tomou. Senti seu corpo tremendo,
estudando seus dentes enquanto ela explodia em vibrações ronronantes que
atingiam minhas bolas. Ela me forçou a liberar dentro dela quando eu não estava
nem perto de estar pronto.

— Jesus, porra, mulher. Que porra você é? — Sussurrei enquanto ela


balançava sua aprovação. Aninhada contra mim, ela cochilou, alheia ao fato de que
apenas me forçou a dar o que ela precisava com seu ronronar de merda sensual
que me desfez. —Mais evoluída, minha bunda. Você é um unicórnio, Aria
Karnavious. Meu unicórnio agora, — eu murmurei contra sua orelha, puxando seu
corpo minúsculo contra o meu. Ela me servia como uma luva, perfeita.
CAPÍTULO QUARENTA E CINCO

KNOX

Uma batida suave soou na porta e me virei, olhando para ela antes de puxar
o lençol em volta de Aria. Movendo-me para o baú quebrado que tinha sido trazido,
eu ri. Lennox foi enviado ao longo da borda, incapaz de reconhecer o cheiro do
soldado que entrou e estava perto de sua companheira recém-lavada. Eu coloquei
uma calça de moletom e abri a porta para encontrar os homens do lado de fora,
todos parados a uma distância segura.

— É seguro? — Lore perguntou, olhando para dentro do quarto pelo meu


braço.

Rosnei sem aviso, lutando contra a mudança quando Lennox sentiu alguém
entrando em seu espaço. Ele era territorial sobre sua companheira inconsciente e
fértil que continuava se recusando a marcá-lo ou abrir seu útero para ele. Lore fez
uma pausa, sabendo que eu venceria a batalha com Lennox, tendo sido atacado
por Aria incessantemente por dias.

— Temos um problema maior do que o fato de sua companheira não lhe dar
o útero, — retrucou Brander, entrando e caminhando em direção a Aria, o que fez
um barulho escapar. Brander se virou, chocalhando de volta quando sua besta
respondeu à minha. —Guarde isso, idiota. O corpo de Aine se foi.
— Como isso é possível? — Eu perguntei, estreitando meus olhos para a
forma de Aria que estava embrulhada em lençóis que ela insistiu em empilhar
sobre a cama antes de se deitar. Ela até me forçou a entrar na maldita coisa,
apertando meu pau como se fosse a dona. Ou pior, ela temia que eu fosse muito
estúpido para viver e estivesse me protegendo de Ember.

Ela me irritou.

Ela me deixou louco.

Eu estava perfeitamente contente sem nunca deixar seu calor.

Porra!

— Sim, mesmo que não fosse cicuta dentro da fonte, Aine precisaria de mais
tempo para se curar. O problema é que nossas bruxas supostamente leais
mudaram de lado, Knox. Siobhan e Soraya estão desaparecidas. Bekkah está
fofocando que Aria armou tudo, — resmungou Killian, movendo-se até Aria e
olhando para seu pescoço. —Ela não devolveu a marca?

— Não,— grunhi, movendo-me em direção à mesa para me sentar, antes de


despejar uma caneca cheia de uísque.

Brander abaixou os lençóis, o que fez um barulho mortal escapar, forçando-o


a cobrir a forma nua de Aria de volta. —Isto é um ninho?— Brander estreitou o
olhar para a confusão de lençóis que ela havia empilhado na cama.

— Não. São lençóis, idiota, — eu rebati.

Todos os três homens se viraram para mim e eu olhei para cada um,
incisivamente. Eu esfreguei minha mão no meu rosto, sentando para olhar para
os lençóis que ela moldou em uma pilha. Franzindo a testa, levantei-me do meu
assento para pairar sobre sua forma minúscula.
Aria havia reorganizado a cama ao redor de seu corpo. Ela havia construído
um ninho, mas era um pouco tosco, na melhor das hipóteses. Era algo que as
mulheres de antigamente fariam ou usariam ao tentar conceber uma prole. Liliana
nunca usou nada para fazer ninho, nem mesmo quando concebemos Sven.

— Eu disse que ela era uma fênix, — Killian murmurou.

— Isso não significa nada, Killian. Shifters se aninham, ou pelo menos vários
deles o fazem. Voltemos ao problema. Relate o que está acontecendo lá fora.
— Sentei-me na cama ao lado de Aria e ela rolou, apresentando sua bunda para
mim.

Sua mão se moveu e eu evitei a exposição de sua bunda, chocalhando para


que ela soubesse que eu ainda não precisava dela. Ela ronronou, mergulhando
mais fundo nos lençóis continuando seus doces ruídos. Eu fiz uma careta quando
meus homens começaram a ronronar com ela, cada um querendo assegurá-la de
que estavam aqui para protegê-la. Filhos da Puta.

— Vocês idiotas planejam ronronar para Aria o dia todo ou têm algo
importante para discutir?— Eu olhei para eles, esfregando a coluna de Aria
quando o objeto sob sua pele mudou.

— Ela sente sua necessidade de foder? Porque isso é quente! Tão


quente. Papai realmente quer uma. — Lore empurrou os nós dos dedos na boca,
mordendo-os enquanto continuava olhando para Aria. —Ela cheira diferente
hoje...— Ele inalou profundamente, franzindo o nariz enquanto eu sorria.

— Eu esqueci o quão jovem você é, Lore. — Observei a maneira como os outros


sorriam, notando seu olhar perturbado de confusão. —Ela agora carrega minha
marca, que irá alertar os outros de que pertence a mim. O seu cheiro é o
equivalente a mim urinando na perna dela para marcá-la como minha.
Lore estremeceu, virando-se para olhar para mim. —Vocês idiotas viram
todas as coisas legais naquela época. Eu nunca tinha ouvido uma mulher ronronar
até que Aria fez isso, e caramba, eu senti isso nas minhas bolas, cara.

— Já faz muito tempo que nenhum de nós ouve os barulhos que ela faz.— Eu
odiava que esse fato fizesse de Aria um símbolo de alguém plantado em minha
vida. —Agora, por que diabos uma reunião de grupo aconteceu dentro do meu
quarto?

— O corpo de Aine desapareceu da cripta na última hora. O guarda ficou


inconsciente depois de ter seu pênis chupado para fora do portão por uma
bruxa. Quando Siobhan foi embora, ela levou a maioria de nossas bruxas
poderosas.

— Aria não poderia ter armado isso. Ela nunca ficou fora da visão, nem
mesmo enquanto se preparava para o casamento. Um de nós sempre a
observou. Greer estava com ela dentro daquela tenda, encoberta pelo feitiço que
Bekkah usou nele. Ele não relatou nada, e você sabe que Greer faria se achasse
que algo estava errado. Estou supondo que sua família tentou pegá-la de volta,
sem saber, escolhendo um lugar onde as bruxas das trevas estivessem. Não acho
que a família de Aria faria isso, considerando a morbidez exibida. Aine pode ter se
permitido ser capturada. Ela teria pendurado as bandeiras como forma de se
comunicar com as outras bruxas, que não sabíamos que elas haviam mudado de
lado. Portanto, deixá-las saber que Kinvara estava abaixo para Aria. Mas eu
cheirei outra coisa lá quando Lennox teve o controle. Senti o cheiro de alguém como
Aria, o que significa que pode haver mais de sua espécie por aí.

— Falando em bruxas, as bruxas das trevas ainda não deixaram os


penhascos. Mais apareceram. Estamos oficialmente presos nesta fortaleza, a
menos que você e sua companheira possam nos tirar daqui, — admitiu Killian,
sentando-se na cadeira ao meu lado, olhando para mim.
— Cuspa essa merda, Killian. Eu sei que você também vai, eventualmente.
— Eu me levantei e servi bebidas para nós dois enquanto ele franzia a testa.

— Liliana não era apenas nada, Knox.

Exalando, sentei-me em frente a Killian, cruzando as mãos em cima da mesa,


assentindo. — Concordo. Liliana foi minha esposa e o amor da minha
vida. Lennox reivindicou Aria, não eu. Sven era meu filho e meu mundo inteiro.

— Então por que diabos aquela garota tem marcas de seus dentes na
garganta quando você nem mesmo tentou fazer o mesmo com minha
irmã?— Killian bateu com as mãos na mesa sua mandíbula travando.

— Eu tentei reivindicá-la, e ela me implorou para parar. Liliana era


delicada. Você quer saber a diferença entre elas, Kill? Você quer saber a porra da
verdade? Aria é pura, fodidamente crua, e ela se joga contra mim. Liliana não
aguentava comigo na cama e eu respeitava isso. Minha mordida causou repulsa
em Liliana, e ela soluçou antes que meus dentes tocassem sua carne. Aria se desfaz
quando eu a mordo. Eu mudei quem eu era por sua irmã. Eu não a empurrei, nem
a forcei a nada que a deixasse desconfortável. Eu, a porra do Rei, não dormi com
mais ninguém, embora pudesse. Eu dormi com sua irmã dez vezes em duzentos
anos. — A garganta de Killian balançou e eu bufei, sabendo que ele não teria feito
o mesmo.

— Eu não sei se Aria é minha companheira ou se alguém plantou alguma isca


muito poderosa na frente do meu nariz. Eu não confio em Aria ou qualquer coisa
sobre ela. Inferno, eu casei com Aria para reivindicá-la para um trono e para ser
capaz de acessar sua magia. Ainda não sabemos quem diabos a quer viva, ou se é
alguém que está planejando nos trair. O que eu sei é isso; ela é minha agora,
casada e acasalada, mesmo que seja unilateral. Ninguém dentro dos Nove Reinos
pode argumentar ou oferecer a ela um porto seguro contra mim. Essa merda
deveria ser fácil. Eu deveria entrar em Haven Falls, matar a bruxa Hecate mais
forte, voltar aqui e foder tudo. Em vez disso, ela chocalhou a merda e eu
hesitei. Diga-me que você não teria feito a mesma merda, — eu exigi, observando
Killian esfregar os olhos.

— Eu odeio que, eu não odeio a merda da vadia,— Killian rebateu, engolindo


sua bebida enquanto Brander e Lore ecoavam sua declaração. —Ela chora quando
estranhos morrem. Ela canta para bebês que nem conhece e tem brigas de água
com crianças. Quem diabos faz isso? Aria é uma bruxa Hecate. Elas deveriam ser
bocetas fáceis de odiar.

— Você está chateado porque não odeia Aria? —Eu esclareci.

— Odeio que Aria te faça rir, algo que você não faz há muito tempo. Eu odeio
que ela seja tão facilmente adorável. Que ela pode transformar aquele idiota
canceroso, Greer, em massa enquanto o chama de Meat Suit. Eu odeio que ela não
seja uma vadia que eu possa odiar, — Killian resmungou, enchendo os copos
novamente.

— Killian, você deveria ser o único idiota do grupo que não nos deixaria
esquecer quem ela era. Você falhou comigo, meu amigo. Ainda não muda o que
aconteceu. Durante este massacre, sua família esteve aqui, e não vou mentir para
os líderes da rebelião sobre isso, não por uma bruxa Hecate. Os Kenley caíram e
eram alguns dos nossos aliados mais antigos. A parte de seu exército que
permaneceu aqui para defender a fortaleza está faltando. Siobhan, que sabe
demais, está nas mãos de Aurora Hecate. Isso por si só é bastante preocupante,
considerando que nunca pensei que seria Siobhan quem nos traiu.

— Por quê? Porque você transou com ela uma vez? — Brander zombou.

— Não. Porque a língua dela foi protegida contra mentir para mim ou
qualquer um de vocês idiotas, — eu admiti, estreitando meus olhos em Brander
enquanto ele cruzava os braços.
— E se Aria não foi plantada ou criada para ser a isca perfeita, irmão? E se
ela for apenas uma garota nascida em uma linhagem de sangue ruim? — Ele
perguntou, virando-se para me nivelar com um olhar questionador.

— Isso não muda nada. Aria é uma rainha fantoche, que pretendo sentar no
Trono de Vãkya e governar. Assim que Ilsa estiver fora do caminho, as bruxas das
trevas desafiarão o direito de Aria ao trono e cairão por nossas espadas, que
estarão esperando por elas. Como minha esposa, tenho direito a suas terras, seu
trono e sua cama. Eu posso defendê-la por todos os meios necessários.

— E se você criar vida, Knox? O que acontece com seus filhos? — Brander
rebateu, sentando ao lado de Aria me encarando.

— Não consigo criar vida, Brander.

— Esqueça seus fantasmas por um momento, irmão. Somos apenas nós


agora. Seus irmãos e seu melhor amigo, —Brander rosnou, me desafiando. —O
que acontece se você ou Lennox puderem colocar um bebê na barriga de Aria? Seu
filho ou filha governará os Nove Reinos ou você os trataria como sua mãe?

— Aria não consegue nem descobrir como abrir seu maldito ventre ou
devolver a marca, irmão. Seu ponto é fodidamente inútil.

— Você não sabe que ela não precisa abrir, Knox. Você nem sabe o que diabos
ela é; nenhum de nós sabe! — Brander se levantou, indo até a mesa para se
inclinar sobre ela. —É uma porra de ninho em que ela está agora. Aria passou
mais de duas semanas sendo fodida por você e apenas você. Ela está criando. Todos
nós podemos sentir o cheiro nela. Talvez ela não consiga abrir o útero porque já
está aberto. Talvez Aria não possa devolver a marca porque ela não é como
nós. Agora pense sobre isso. Aria é uma bruxa Hecate e seu filho será um príncipe
ou princesa Karnavious. Inferno, você provavelmente vai tirar dois filhos do
negócio, considerando a sua linhagem. Duvido que você vá ter a porra de um filho,
no entanto, já que ele nasceria morto, —Brander sibilou, e eu me lancei, socando-
o quando ele bateu nas minhas costas.

— Foda-se!— Eu rosnei, virando-me enquanto Aria se sentava, olhando para


nós com uma sobrancelha levantada. Eu tinha a camisa de Brander torcida em
minha mão com meu punho a centímetros de seu rosto. Ele tinha suas garras em
meus ombros, movendo-se para me dar uma joelhada nas bolas. E no momento em
que ela se levantou, todos no quarto pararam.

— Bom dia, — ela sussurrou com voz rouca.

— Bom dia, Aria, — todos disseram, esperando que ela surtasse por causa de
suas marcas ou da luta de boxe no quarto. Seus dedos deslizaram para o pescoço
e ela sorriu, lentamente se esticando para bocejar.

O quarto ficou em silêncio enquanto esperávamos pela histeria ou alguma


indicação de que percebeu o significado da marca. Em vez disso, ela sorriu,
puxando o lençol firmemente ao redor de seu corpo. Seus dentes morderam seu
lábio quando seu sorriso caiu e seus olhos se fecharam.

— Por favor, me diga que você não enterrou Aine. Ela não está morta. — Aria
abriu os olhos e eu estreitei meu olhar sobre ela. Ela conhecia o plano de Aine e
como seu corpo havia desaparecido repentinamente?

— Claro que a enterramos. Em alguns anos, vamos verificar o processo de


recuperação dela, — menti, optando por não revelar que o corpo de Aine havia
sumido. Eu lentamente me movi para a cama para sentar ao lado dela enquanto
ela fazia uma careta. — Aria, sua irmã vai demorar um pouco para se curar.

— Não era apenas cicuta naquela fonte, e Aine não fazia parte da merda que
aconteceu aqui, — ela disse suavemente, procurando meu rosto. —Minhas irmãs
estavam tentando me tirar daqui porque você é um pouco instável e muito
imprevisível, Knox. E enquanto estou sendo honesta, você é um imbecil enorme
que mordeu minha garganta como um homem das cavernas tentando marcar seu
território. Você poderia muito bem ter feito xixi na minha perna. — Lore riu,
fazendo minha atenção se voltar para ele antes que ficasse em silêncio.

Eu me virei, encontrando todos no quarto cobrindo a boca para esconder o


humor que encontraram às minhas custas. Franzindo a testa, olhei para trás para
ver Aria olhando para a cama que ela reorganizava toda vez que se preparava para
me levar. Ela cheirou, sorrindo enquanto lentamente arrumava os cobertores de
volta em ordem. Olhando ao redor do quarto, percebi que todos observavam
atentamente enquanto ela se inclinava para cheirar os lençóis novamente.

— O que você está fazendo?— Eu perguntei, incapaz de desviar o olhar de seu


ninho.

Aria se virou, sorrindo para mim antes de seus olhos se estreitarem,


lentamente deslizando de volta para os cobertores. Ela recuou sem aviso, me
forçando a segurá-la antes que ela tombasse da cama. Aria inclinou a cabeça em
ângulos diferentes e então exalou lentamente.

— Não tenho a menor ideia do que estou fazendo. Cheira certo. Não está
certo, entretanto. É... — Aria se inclinou, empurrando o lençol ainda mais antes
de inclinar a cabeça. —Sim, eu sou totalmente louca e obcecada por lençóis.

— O que não está certo sobre isso, Aria?— Brander perguntou suavemente.

— Não está cheio.

— Cheio de quê?— Killian perguntou, e Aria sorriu se afastando, olhando


para a cama.

— Ossos. Precisa de ossos e seus corações, — ela sussurrou, virando-se para


olhar para eles enquanto eles recuaram. —Estou totalmente fodendo com vocês,
babacas. Sinceramente, não sei o que está faltando. — Aria recostou-se em meus
braços e eu engoli, sorrindo enquanto os homens exalavam de alívio.

— Se você quiser, esposa, — sussurrei em seu ouvido, —posso pegar alguns


ossos para você. Pode adicioná-los ao seu ninho, e então podemos convidar meus
irmãos e Killian para jantar?

— Bem, quero dizer, seus presentes até agora foram uma droga,— ela bufou,
inclinando-se para empurrar o cobertor novamente. —Eu preciso de um banho,—
ela anunciou, virando-se para olhar para mim, seu olhar baixando para o meu
pescoço com o calor queimando em seus olhos.

— Vê algo que você quer?

— Não,— ela riu. —Vou passar e tomar banho se puder. Eu cheiro como você,
e isso está incomodando meus sentidos e me fazendo agir de forma estranha e um
pouco maluca. Então, posso lavar minha vagina que você aparentemente gostou
muito, marido ?

— Você não gosta do meu cheiro?— Eu odiava o jeito que ela dizia marido
enquanto me insultava. Eu era o rei supremo, mas ela agia como se eu fosse apenas
outro homem. Era enervante e cativante. Eu queria que ela gostasse do meu
perfume.

— Eu gosto disso, mas estou cheia disso, Knox. Tipo, estou começando a me
perguntar exatamente como estou coberta por isso, sabe. Eu mal me lembro de ter
feito sexo, mas sinto que fizemos muito. Tipo, estou dolorida em todos os lugares
certos. — Aria se inclinou, o que fez Lore cair da cadeira enquanto sua boca
deslizava contra a minha faminta. —Acho que preciso ser mais dolorida,
Knox. Como agora, — ela sibilou, e eu chocalhei, pressionando-a para baixo em
seu ninho enquanto me libertava, empurrando em seu corpo enquanto os homens
assistiam.
— Fora!— Eu gritei, gemendo quando seu corpo apertou em torno do
meu. Ela ronronou em um tom erótico, me fazendo gozar antes mesmo de eles
terem saído da sala. Eu vagamente registrei um gemido coletivo, deslizando meu
olhar para onde meus homens estavam, olhando para suas calças e depois para
Aria.

— O que diabos ela acabou de fazer com meu pau!— Lore gritou, curvando-
se enquanto ele colocava as mãos nos joelhos. —Isso nunca aconteceu comigo
antes!

Um rápido olhar para Brander e Killian me disse que o que quer que Aria
tenha feito, acabou com quatro alfas com seu ronronar suave, sem a necessidade
de tocá-los. Isso aumentou meu orgulho, mas levantou mais perguntas do que
respondeu.

— Ela ronronou e todo o quarto gozou?— Killian perguntou. —Isso não vai
me ajudar a odiá-la.

— Tente,— eu sibilei, olhando para os olhos turquesa que sorriam para mim
enquanto manchas douradas dançavam dentro deles mais uma vez. —Aria?

— Sim?— Ela balançou os quadris como se esperasse por mais.

— Só estou verificando se Ember não está aqui, — menti, olhando em seus


olhos.

— Você está me dizendo que não sabe a diferença?— Aria zombou, puxando
o lençol ao redor dela enquanto se levantava, mordendo meu lábio. —Não responda
isso. Eu preciso de um banho; muito quente.

— Prepare uma casa de banho para a rainha. Vou me juntar a ela, — gritei
para os empregados que esperavam no corredor, observando o fogo queimar seus
olhos, incapaz de desviar o olhar enquanto Lennox a estudava.
— Ela não é como nós, Knox. Ela é; muito mais.
CAPÍTULO QUARENTA E SEIS

ARIA

A banheira era uma grande piscina subterrânea que se espalhava por todo o
comprimento do cômodo. A água, aquecida a carvão, também enchia o espaço com
um vapor que aliviava minhas dores, das quais eu tinha muitas. Knox estava
sentado sozinho no canto da piscina. Seus braços estavam abertos em uma pose
relaxada enquanto ele me observava lavar meu corpo com um pano coberto com
sabonete com aroma de rosas.

— Sabe, se você remover todo o meu cheiro, vou precisar substituí-lo,


Monstrinho, — Knox riu, levantando a cabeça para me dar um olhar sexy e
aquecido que fez meu núcleo apertar.

— Não acho que haja sabonete suficiente em todos os Nove Reinos para tirar
você de mim, Knox, — bufei, movendo-me em direção a ele colocando o sabonete
de lado e pegando o dele.

— Quem é Você? — Ele sussurrou quando eu o alcancei.

— Eu sou a calma para o seu caos. Quem é Você?


— Eu sou a tempestade para o seu abrigo que me mantém aquecido,— ele
respondeu, puxando meu corpo contra o seu, sorrindo roçando seus lábios contra
minha garganta.

— Como isso funciona? Eu não queria dizer isso, mas não consegui parar as
palavras, como se estivesse compelida. Eu nem sabia o que ia dizer até que foi dito,
— eu admiti, corando.

As mãos de Knox deslizaram pelos meus lados, agarrando meus quadris e me


puxando contra ele. Lentamente, ele beijou minha garganta novamente,
arrastando sua boca ao longo da minha clavícula para beijar meu ombro.

— Ninguém sabe exatamente como isso acontece. Há uma lenda que afirma
que quando um homem e uma mulher estão destinados a ficar juntos, tudo se
encaixaria, incluindo suas palavras um para o outro, — ele riu como se achasse o
que havia dito divertido.

— Tudo iria simplesmente se encaixar?

— É uma lenda, Aria. Aquela que as mães costumavam dizer aos filhos e
filhas. — Knox encostou a cabeça na borda de mármore da piscina, relaxando.

— Então, é um conto de fadas?— Sussurrei, abaixando meus lábios em seu


pescoço enquanto minhas presas deslizavam por minhas gengivas.

No momento em que meus lábios roçaram sua garganta, ele tremeu. Sua mão
se ergueu, segurando minha boca contra o pulso que batia rapidamente. Seu pau
esfregou contra minha barriga, e eu coloquei um beijo suave em seu pulso,
lambendo a carne para entorpece-la com cada instinto que eu tinha me dizendo
para reivindicá-lo. Knox gemeu quando minha língua traçou sua pele, expondo a
curva de seu pescoço. Minhas mãos deslizaram vagarosamente ao redor de seus
ombros, empurrando meus dedos por seus cabelos, expondo seu pulso constante à
minha boca. Abri meus lábios, sugando contra sua veia enquanto ele ronronava
alto. Comecei a afundar meus dentes em sua garganta quando os pés soaram, me
forçando a puxar para trás e engolir enquanto ele chocalhava, me observando.

— Não pare, Aria, — sussurrou ele, alto o suficiente para ser ouvido, mas não
estávamos mais sozinhos. Outros pararam na porta, esperando para nos ajudar no
banheiro.

Inclinei-me, beijando sua garganta antes de deixar seu colo, caminhando em


direção às escadas que levavam para fora da piscina. Knox agarrou meu pescoço,
puxando-me para trás em um movimento fluido que trouxe meus lábios contra os
dele, e ele me levantou, beijando-me profundamente como se eu fosse o oxigênio
que alimentava seus pulmões.

Ele ainda tremia, fazendo-me sorrir quando peguei o que ele deu. Ele
empurrou em meu sexo e eu gritei seu nome contra sua boca. Eu ronronei baixinho
enquanto ele colocava meu corpo na borda da piscina, entrando com um desejo
escuro correndo por nós dois. O único som dentro do banheiro era carne
encontrando carne, e a combinação de nossos ruídos enquanto ele enfiava seu pau
em mim, sem piedade.

Knox se afastou, me olhando com um desejo que eu não conseguia entender,


queimando em suas profundezas oceânicas. Ele sorriu, beijando minha garganta
trazendo meu corpo de volta para a piscina, então me levou em direção às escadas,
deslizando sua grande mão em volta da minha.

Eu encarei seu traseiro firme, sorrindo até que o cômodo se inundou com
aromas femininos. As mulheres entraram no banheiro com Knox de pé nu,
pegando toalhas para secar seu corpo. Eu chocalhei alto, meus dentes
escorregaram das minhas gengivas e o som escapando dos meus lábios não foi nem
um pouco amigável. Observei as mulheres através de olhos estreitos enquanto
largavam as roupas e as toalhas e saíam correndo do quarto.
Inalei o ar, franzi o nariz para seus odores ofensivos e me virei para encontrar
Knox sorrindo como um idiota. Abaixei-me para a pilha de toalhas, cheirando-as,
incapaz de me conter. Uma vez que eu encontrei uma que não fedia a seu cheiro,
me movi em direção a ele e fiz uma careta.

— Acho que vou secar você, já que fiquei ofendida com o cheiro delas. — O
sorriso de Knox cresceu e ele se inclinou, beijando meu ombro enquanto seu corpo
tremia de tanto rir. —Não é engraçado, Knox. Fui muito rude com elas e não
consegui me conter.

— É um instinto básico, Aria. Você é jovem e seus instintos a conduzem


durante seu ciclo de cio. Eu tinha mais de seiscentos anos antes de conhecer minha
companheira. Eu respondia o mesmo quando qualquer homem estava perto de
Liliana. — Eu empurrei a toalha para Knox antes de pegar minhas roupas e
toalha, me afastando para colocar distância entre nós enquanto seu olhar
queimava um buraco na minha espinha.

Secando meu corpo, me vesti com o vestido vermelho que escolhi


usar. Escovando lentamente meu cabelo, eu fiz uma trança, cuidadosamente
prendendo em um coque para deixar meu pescoço nu. Virando, encontrei Knox
parado ao meu lado, observando silenciosamente enquanto eu arrumava meu
cabelo. Ele não se desculpou, nem eu esperava isso.

Ele me ofereceu um sorriso tenso antes de nos levar para fora do banheiro e
de volta para o quarto que mal tínhamos deixado desde que chegamos.

Meu coração apertou com a ideia de que os homens de Knox haviam enterrado
Aine e que ela provavelmente estava muito ciente desse fato. Eu trouxe à tona a
necessidade de ver seu corpo como uma desculpa para fazer com que ela fosse
exumada do chão, mas Knox tinha explicado que ela nem perceberia que eles a
enterraram por alguns anos.
Entramos no quarto e encontramos Bekkah nua e sentada dentro dos lençóis
que passei a manhã toda arrumando. Meu corpo tremia, observando ela empurrar
suas curvas, virando-se para sorrir timidamente para Knox.

— Estou aqui conforme solicitado, meu rei, — sussurrou Bekkah, passando a


mão pelo abdômen enquanto eu lutava contra o desejo de despedaçá-la.

O sangue latejava em meus ouvidos, ensurdecendo suas palavras enquanto


ela continuava falando. Garras empurraram meus dedos e meus dentes
dispararam em minhas gengivas. Meu corpo vibrou de raiva, fazendo com que
Knox se virasse e me encarasse antes de seus olhos voltarem para Bekkah.

— Saia,— ele exigiu, movendo-se para a cama para jogar suas roupas nela.

Bekkah esfregou o corpo novamente, tocando a roupa de cama antes de se


inclinar lentamente, expondo seu núcleo ao olhar de Knox. Minhas unhas
deslizaram pela carne de minhas palmas enquanto minha visão se enchia de
raiva. Os olhos de Bekkah se ergueram, segurando os meus com um sorriso
vitorioso, enquanto ela colocava o vestido e se dirigia para a porta.

— Estou disponível sempre que você desejar, meu rei, — disse Bekkah com a
voz rouca, deslizando para fora do quarto antes que meu chocalho explodisse e eu
corri para a cama.

Eu rasguei a roupa de cama, cheirando-a e as lágrimas picaram meus


olhos. Eu o puxei da cama, cortando cada cobertor e depois a própria cama até que
as penas explodissem no ar. Chorei com o erro da cama, a contaminação do espaço
que criei para nós. Bekkah o contaminou com seu cheiro nauseante, arruinando o
que eu construí. Vozes soaram perto de mim, mas não consegui parar com a
violência ecoando por cada fibra do meu ser. A necessidade de destruir o que
Bekkah havia manchado e contaminado me levou a uma fúria assassina.
Uma vez que tudo estava em farrapos e nada restava da cama ou dos lençóis,
dei um passo para trás, encontrando o olhar preocupado de Knox através das penas
que ainda flutuavam no ar. Eu inalei profundamente, inclinando minha cabeça
antes de enxugar as lágrimas e bufar.

— O que a cama fez com você?— Lore perguntou, e eu me virei, encontrando


todos os homens de pé contra a parede como se temessem ficar muito perto de mim.

— Cheira a prostituta podre e todos os homens que ela fodeu nas últimas
vinte e quatro horas. Era para ser pura e cheirar como Knox e eu, e mais ninguém!
— Eu gritei, furiosa porque Bekkah o havia destruído.

A cama rangeu e quebrou no meio quando a madeira cedeu. Os olhos de Knox


deslizaram da cama demolida para travar nos meus. Sua expressão estava
preocupada, como se ele não tivesse certeza de como responder à minha reação. Eu
mordi meu lábio trêmulo e as lágrimas queimaram meus olhos, picando-os com
calor enquanto meu fracasso borbulhava, apertando meu peito.

— Aria?— Knox sussurrou, movendo sua atenção para os outros dentro da


sala como se eles pudessem oferecer ajuda para minha reação.

— Eu falhei, — eu sussurrei.

— Falhou no quê?— Ele perguntou cuidadosamente.

— Eu não sei. Só sei que falhei em protegê-lo de Bekkah e de seu cheiro, —


retruquei. —É insano. Certo? Não é nem lógico, porra.

— Podemos mudar para um novo quarto, — declarou Knox, oferecendo-me


um sorriso tranquilizador.

— O que você precisa, Aria? — Brander perguntou, forçando minha atenção


para ele.
— Lençóis, travesseiros e Knox, — murmurei, observando os lábios de Knox
se curvarem em um sorriso. Ele se moveu ao redor da cama, tirando as penas do
meu cabelo antes de se inclinar e beijar o topo da minha cabeça. —Estou perdendo
minha sanidade, não estou?

— Não, você não está perdendo sua sanidade. Você está fazendo ninhos, o que
é normal para a maioria das criaturas fêmeas no cio. Quando deixamos de produzir
um filho, essa necessidade não estará mais presente.

— E se fizermos um bebê?— Eu rebati, observando o tique que começou em


sua mandíbula.

— Você piorou,— ele respondeu, olhando para mim enquanto eu assentia.

— Porque eu faria um ninho para nós e nosso filho; como se eu fosse um


pássaro maldito?— Eu percebi a raiva em seu olhar e fechei minha boca antes que
terminasse em uma discussão ou pior, violência considerando meu pavio curto. —
Ok, obrigada por responder, embora você não quisesse, Knox. É muito mais fácil
lidar com isso quando eu entendo que minhas ações não são realmente eu perdendo
minha cabeça e ficando louca.

Suas feições suavizaram enquanto ele balançava a cabeça lentamente. —


Greer, você pode parar de se esconder atrás da porta agora. Aria precisa de ajuda
para garantir os itens de que precisará para fazer uma nova cama para nós. Faça
os guardas removerem esta, ou o que sobrou, e as bruxas podem remover a
bagunça, — Knox instruiu até que eu estremeci, balançando a cabeça. —Não?

— Eu vou limpar e me livrar dos destroços. Prefiro não ter o cheiro de mais
ninguém dentro do nosso espaço, se estiver tudo bem? Parece loucura, mas é
importante.

Knox exalou, sorrindo com força. — Brander, Killian, Lore, uma ajudinha
aqui.
Os homens começaram a ronronar juntos e Knox estremeceu, passando os
dedos pelo cabelo enquanto os olhava com raiva. Fiquei na ponta dos pés, puxando
a pena do cabelo de Knox, o que o fez ronronar junto com seus homens. Knox
colocou as mãos em meus quadris encostando sua testa na minha, roçando seus
lábios suavemente contra minha boca.

— Eu quis dizer ajuda com a cama, idiotas. Por enquanto, Aria é bastante
fácil de lidar quando tudo que ela quer fazer é... —Beijei-o com força, cortando suas
palavras, sentindo seus lábios se curvando em um sorriso contra a minha
boca. Sua mão se ergueu, envolvendo minha bochecha enquanto ele chocalhava
baixo e sexy em seu peito.

Knox e seus homens moveram os pedaços da cama para fora do quarto antes
que desaparecessem. Greer e eu trabalhamos rápido no quarto, enchendo-o de
lençóis e cobertores recém-lavados. Passei horas reorganizando a roupa de cama
até que algo sacudiu o castelo, fazendo com que minha raiva aumentasse. O som
de passos pesados encheu o corredor, fazendo Greer e eu nos virarmos, inclinando
nossas cabeças enquanto o que parecia ser uma explosão enchia o ar da noite.

A porta se abriu e eu pulei, mostrando meus dentes até que percebi que era
Knox. Ele olhou para mim e meu estômago embrulhou. Ele não entrou na sala. Em
vez disso, ele ficou na porta, seus olhos frios e cheios de uma fúria assassina. Meu
coração caiu quando ele balançou a cabeça lentamente.

— Eu encontrei sua irmã Luna, que eu estou supondo que foi quem tirou Aine
da cripta onde eu a coloquei dias atrás. Luna está nos atacando, e ela está ao lado
de Ilsa, que tem este castelo cercado por seu exército. Dimitri disse que sua família
estava trabalhando com a rainha, mas optei por não acreditar que elas seriam
capazes das atrocidades que Ilsa deixou em seu rastro. Ainda assim, sua irmã está
parada ao lado dela, Aria. Você me manteve distraído enquanto elas nos cercavam,
e agora você as verá morrer. Dê-me suas mãos, — ele retrucou, e quando eu não
me movi rápido o suficiente, Knox me agarrou, me tirando do estupor que suas
palavras tinham causado. Eu o observei colocar um segundo par de algemas em
meus pulsos, batendo contra as algemas que eu já usava. —Você quase me
enganou, esposa. Que pena que elas foderam tudo e te tornaram boa demais para
ser verdade.

Knox me puxou com ele, me arrastando pelo corredor, passando pelos


guardas que me olharam com ódio. Ele me conduziu através do grande salão vazio
até o ar frio da noite enquanto me forçava a subir as escadas, para as
muralhas. Uma vez que eu estava no meio da passagem de pedra, ele prendeu as
algemas a uma grande corrente presa à parede de pedra.

— Espero que você goste do show, esposa, — ele bufou, virando-se para me
deixar ali, sozinha.

Meus olhos deslizaram sobre a grande força que cobria o penhasco e se


espalhou mais profundamente na floresta ao redor da fortaleza. Em cima de um
grande cavalo de guerra estava Luna, e ao lado dela em outro cavalo de guerra
estava uma bruxa de cabelo preto que olhava para as tropas ao redor do castelo,
se preparando para defendê-lo com suas vidas. A náusea me envolveu quando
Luna ergueu os olhos, sorrindo friamente, quando me encontrou olhando para
ela. Sua cabeça escura se inclinou e ela lentamente levou os dedos aos lábios,
soprando-me um beijo antes que sua atenção voltasse para o exército com ela.

Engoli a bile que empurrava minha garganta, meu corpo tremendo de


medo. Ilsa estava aqui, e também Luna. Pior do que isso, misturadas às forças da
grande rainha estavam bestas indesejadas, o que significava que o exército de
Gerald tinha um novo líder, Garrett.

Eu procurei no mar de monstros, encontrando a forma maior de Garrett


parada atrás, escondida nas sombras, olhando para mim como se soubesse onde
eu estaria. Gelo correu por mim e eu estremeci violentamente quando memórias
indesejáveis passaram por mim. Fechei as emoções, dispensando-as, empurrando-
as de volta para a caixa para onde iam as coisas ruins com as quais não tive tempo
de lidar.
Por que Luna estava com Ilsa? Ela não viu os dentes pretos ou a magia
venenosa que Ilsa usou? Não que isso importasse. Knox estava prestes a destruí-
las, e eu seria forçada a assistir tudo se desenrolar de meu poleiro nas
muralhas. Na parede externa, abaixo de mim, havia arqueiros sentados,
mergulhando flechas na cicuta líquida, que eles apontaram em direção ao céu
antes de baixá-los, visando o exército de bruxas.

Deslizei meus olhos para os guerreiros no pátio, encontrando Knox olhando


para mim com olhos frios que enviaram um tremor de desconforto correndo pela
minha espinha. Eu puxei meus pulsos, mas as correntes apenas apertaram. A
sensação de zumbido de magia deslizou sobre mim, forçando minha atenção para
o lado leste da fortaleza.

Ao lado do castelo, longe o suficiente do solo, estava uma rede de poder


compilada de cadáveres cobertos de terra. Eu fiz uma careta, observando que a
maioria dos falecidos não tinha o crânio e tinha feridas no estômago. Então notei
uma grande quantidade de bestas indesejadas puxando carroças contendo
enormes formações de cristal ao redor do perímetro da fortaleza.

Eu podia sentir as vibrações irradiando do quartzo, percebendo que eles


estavam usando os cristais para garantir que as bruxas seriam as únicas capazes
de lançar magia. Minha atenção voltou para Ilsa, que sorriu para mim
friamente. Ela ia matar todos nós porque estava usando as redes para alimentar
seu poder negro, amplificando a magia além do que qualquer bruxa deveria ser
capaz de exercer. E com os cristais, Knox não seria capaz de usar sua magia para
lutar contra ela.

Ilsa ia matar Knox, e eu estava impotente, e assistiria isso acontecer. Eu olhei


para as minhas mãos, franzindo a testa quando a realização me atingiu. Fechando
meus olhos, sussurrei para o monstro dentro de mim, sabendo que a única maneira
de acabar com isso era infligir dor removendo a cabeça da cobra antes que ela
removesse a cabeça do meu companheiro.
— Ember, preciso de você agora. Preciso que você me ajude a salvar Knox
dele mesmo, — sussurrei, sentindo-a se esticar dentro de mim. —Ilsa vai matar
todos eles. Não podemos permitir isso. Eu preciso que ele viva. Se ele morrer,
nosso plano falhará.

— E seria um desperdício de um bom pau.

— Isso também,— eu concordei.

— Você precisa que eu faça o que exatamente?— Ember perguntou, olhando


para os exércitos marchando em direção um ao outro.

— Eu preciso que você remova meus polegares para que eu possa liberar
minhas mãos.

— Eu não estou com fome, Aria,— ela bufou, olhando para as minhas mãos
através da nossa visão compartilhada. —Isso vai machucar você.

— Vai doer muito menos do que perder Knox, Ember. Precisamos dele para
que nosso plano funcione, lembra? Você e eu fizemos um plano, e se falharmos,
este mundo cairá para as bruxas das trevas. O mal governará e ninguém estará a
salvo do que renasce das cinzas. Se o grande rei cair em batalha, a deusa se
levantará de sua tumba. Hecate não pode se levantar porque ela não iria descansar
até que cada bruxa Hecate na fila estivesse deitada fria e morta em sua tumba. Ela
nos usaria como sua rede para reabastecer e refazer os Nove Reinos no deserto
árido que ela pretendia que fosse quando a colocamos no chão, quinhentos anos
atrás, sem que o mundo soubesse que éramos nós.

Tambores de batalha soaram quando uma buzina soou. Os exércitos


começaram a se mover um em direção ao outro mais rápido, avançando para a
batalha quando suas forças colidiram, e o cheiro de sangue encheu o ar. Observei
Knox, seguindo-o enquanto ele balançava sua lâmina através dos homens que
corriam em sua direção. Ele foi implacável, matando inimigos enquanto lutava
para chegar até Ilsa, que desmontou do cavalo em que estava sentada. Luna
seguiu ao lado dela, correndo em direção a Knox enquanto eles moviam seus dedos
em sincronia, trabalhando juntos para acender a rede de poder que começou a
brilhar.

— Agora, Ember,— eu exigi. —Eles vão matar nosso companheiro!


CAPÍTULO QUARENTA E SETE

A dor me invadiu enquanto removia meu polegar com os dentes. Um polegar


e eu estava de joelhos, gritando de dor. Ember ronronou como se pudesse se
consolar com meus gritos. Ela se moveu em direção ao outro, arrancando-o, o que
aumentou a dor cegante, causando náusea no meu estômago. Puxei minhas mãos,
forçando-as através das algemas que Knox colocou em meus pulsos, sabendo que
eu estava sem magia, mas não estava sem meu monstro.

— Temos que alcançar a rede, Ember. Temos que perturbar a fonte de


poder. Se não o fizermos, Ilsa vai liberar o poder que a está alimentando e vamos
perder Knox para sempre.

— Dê-me o controle!— Ember exigiu. De pé, encarei o sangue escorrendo de


onde meus polegares estavam. —Nós iremos nos curar eventualmente.

— Não as deixe machucar Knox. Ele é estúpido e quebrado, mas ele é nosso
homem estúpido e quebrado.

— Vamos lá, — disse Ember, me empurrando para o banco de trás enquanto


entrávamos na corrente de vento.

Ember se moveu para as sombras, observando as bruxas das trevas em pé ao


redor da rede, protegendo-a. Ember não brincou, usando sua velocidade para se
mover através da clareira como um relâmpago, arrebatando uma bruxa das outras
sem fazer um único som.

No momento em que Ember estava sob a proteção da floresta, ela tirou a


cabeça do pescoço, jogando-a por cima do ombro. Virando-se, ela olhou para as
outras bruxas, observando-as olharem ao redor quando perceberam que uma
estava faltando. Elas se afastaram lentamente do círculo e, quando começaram a
se separar, Ember pegou outra, e depois outra, até que apenas uma bruxa
permanecesse.

Ember se chocou contra ela, usando oito garras para cortar carne e osso para
remover sua cabeça. Eu estremeci por dentro enquanto ela girava, olhando para
os corpos mutilados. Ember agarrou um pé de um corpo na rede, puxando-o para
longe do padrão. Nada aconteceu. A rede continuou pulsando com força, embora
Ember tivesse perturbado a conexão e o padrão. Ela inclinou a cabeça, avaliando
o problema e computando-o rapidamente. Assumindo o controle dos cadáveres,
eles imitaram seus movimentos, parando quando ela chegou à fonte mágica no
centro da rede.

Aine sentou-se no meio da rede. Só que ela não era um cadáver. Na verdade,
sua carne estava completamente curada, junto com seu belo rosto. Ember caiu ao
lado da minha irmã, batendo em suas bochechas, mas nada aconteceu. Ela pegou
Aine, quebrando seu pescoço, e eu engasguei no momento em que ela jogou Aine
no chão como se ela fosse apenas mais um corpo em vez da minha amada irmã.

— Ela é poderosa, alimentando aquele que deseja matar nosso pau. Agora,
ela não pode alimentá-los com sua magia.

— Eu não acho que era só para isso que eles pretendiam usá-la, Ember.
— Notei que o corpo nu de Aine não segurava mais as runas de proteção para
evitar que Hecate se levantasse. —Elas estão tentando criar Hecate. Por que
alguém iria querê- la viva? — Sussurrei mais para mim mesma, mas ainda obtive
uma resposta.

— Elas são estúpidas, obviamente, — Ember respondeu, encolhendo os


ombros com indiferença, como se fosse uma pergunta idiota que teve uma resposta
boba.
O som de espadas se chocando encheu o ar, e Ember disparou em sua
direção. Parando no meio da briga, ela olhou para a esquerda e para a direita,
fixando-se no maior homem que acabara de remover a cabeça do corpo de uma
bruxa.

Lentamente, Ember caminhou em direção a Knox enquanto ele continuava


dividindo as bruxas em duas partes. Espadas balançaram para nós, e ela se
abaixou, deslizando por baixo delas, rindo como se fosse um jogo. Luna apareceu,
empunhando sua magia em direção a Knox, forçando-o a desviá-la. Chocada, eu o
observei tentar extrair magia dos Nove Reinos, mas o que ele conseguiu foi fraco e
limitado. Sua magia do reino não era como a minha, já que eu podia atrair e usar
um poder infinito, tocando em sua fonte como uma tábua de salvação.

Os cristais estavam fazendo seu trabalho, já que apenas as bruxas estavam


lançando poder. Então percebi que Knox mexeu os dedos e as marcas em suas
bruxas se acenderam, invocadas por seu poder, dando-lhe força para ajudá-lo nesta
batalha. Meu coração trovejou em meu peito e eu engoli o choque dele tirando
magia delas. Ele não era uma bruxa, no entanto. Ele era outra coisa. Mas não
seria o suficiente contra Ilsa e Luna.

A deflexão da magia de Knox foi precisa, exibindo movimentos aprendidos e


habilidosos que acenderam o poder, amplificando-o. Ele estava alcançando a
magia das bruxas das trevas agora, levando-a à força. Percebi que ele iria usar seu
poder contra elas. Knox era um canal que capturava e refletia seu poder, o que
explicava por que ele não tinha acabado de encerrar a guerra no momento em que
a iniciou. Também explicava por que ele não parecia preocupado com os cristais,
já que ainda podia exercer a magia de uma bruxa sem realmente ser uma
bruxa. Knox só precisava chegar perto o suficiente para ganhar um pouco de sua
poderosa magia para usar contra seus inimigos; daí porque ele me quis.

Claro, todos os imortais poderiam extrair algum poder dos Nove Reinos que
estava prontamente disponível. Eles não podiam, no entanto, usá-lo como nós. Era
um Catch 22. Elas tinham acesso, mas não a força ou capacidade de usá-lo além
do básico.

Ilsa e Luna estavam afastando Knox de seus homens, enviando monstros


para separá-los. Eu me esquivei de uma espada, deslizando por um cadáver antes
de pousar em outro, parando quando percebi que Ember não estava mais no
controle. Meu olhar deslizou para as bordas do campo onde as bruxas formavam
uma barreira, segurando grandes cristais que pulsavam com magia.

Elas estavam forçando os homens a lutar como humanos! Merda! Eu levantei


meu olhar, encarando Ilsa, que sorriu, revelando dentes e gengivas pretas. Suas
mãos estavam sem dedos por causa da podridão de estar nas trevas por muito
tempo, literalmente perdendo tudo. Tudo que eu precisava fazer era falar com Ilsa
antes que ela chegasse a Knox. Empurrando do chão, me movi silenciosamente
para onde ela estava enquanto ela retirava uma espada de uma bainha que
pulsava com magia, com o feitiço para não errar seu alvo.

O poder deslizou pela clareira em frente à fortaleza, e entrei em ação quando


Ilsa ergueu a espada, abastecendo-a com mais magia. O poder de Ember estava
adormecido, refém dos cristais que nos forçavam a permanecer humanos, e os
braceletes que Knox colocou em mim para proteger seu povo enfraqueceram minha
magia.

Exalando, eu diminuí a velocidade do meu coração quando as armas soaram


perto de mim. As espadas balançavam, forçando-me a me mover enquanto o ar se
deslocava ao meu lado. Um guerreiro avançou, seu rosto mutilado grotesco,
espelhando uma combinação de javali e homem. Eu manobrei fora de seu alcance,
deslizando em direção a um dos guerreiros de Knox que se lançou contra mim, seus
olhos frios e gotejando ódio enquanto ele se movia para atacar novamente, mesmo
quando o guerreiro besta indesejado fez o mesmo.

Eu me abaixei quando um balançou sua lâmina cortando o ar. Caindo de


costas, rolei no sangue e sangue coagulado para escapar deles. Eles me seguiram
enquanto outras espadas balançavam em direção a eles, deixando-os sem cabeça
enquanto lutavam. Eu me levantei lentamente, olhando para onde Ilsa rastejou
em direção a Knox, que estava segurando a magia de Luna, forçando-a para trás,
deixando-o exposto à lâmina que Ilsa estava prestes a balançar em sua direção.

Corri para frente sem magia ou a força da minha besta. O único som que
entrou em meus ouvidos foi o sangue bombeando em minhas veias enquanto eu
corria às cegas em direção a Knox. Os homens lutaram ao meu redor e cabeças
rolavam pelo chão, me forçando a pular por cima deles ou me arriscar a tropeçar.

Ninguém me sentiu porque eu não tinha nada que pudesse machucá-los. Ilsa
deu um passo atrás de Knox, erguendo a lâmina para golpear, e eu gritei, dando o
último passo correndo para pular em suas costas. Eu senti Ember adicionando
toda a força que ela conseguia. Minhas unhas se alongaram e arranquei a cabeça
de Ilsa de seus ombros. Knox se virou, olhando para mim até perceber quem estava
na frente dele.

Ele avançou, deslizando sua espada no peito de Ilsa enquanto eu caía para
trás. Meu olhar deslizou para Luna, que olhou para mim, então mudou sua
atenção para o grupo de bruxas cegas, que deixaram cair os cristais que forçaram
os homens a permanecerem humanos. Luna jogou um cristal no chão, e um portal
explodiu na frente dela. Ela sorriu friamente para mim, levando os dedos aos
lábios antes de entrar, desaparecendo.

A atenção de Knox mudou de Luna para mim e então para onde seus homens
estavam matando a última das bestas. As bruxas das trevas deixadas para trás
brilharam e então lentamente se transformaram em cinzas, provando que estavam
amarradas a Ilsa. Knox ergueu sua espada, movendo-se em minha direção, e fechei
os olhos, preparando-me para ele pegar minha cabeça. Sussurrei a oração que me
faria renascer e então olhei para ele quando a espada passou sobre minha cabeça,
espirrando sangue enquanto algo batia no chão.
Knox olhou para mim, depois se agachou e agarrou minhas mãos. Ele ergueu
um para inspecionar enquanto seus homens formavam um círculo ao nosso
redor. Eu exalei de alívio, deixando cair minha cabeça para trás enquanto ele
limpava o sangue da minha bochecha.

— Você removeu a porra dos polegares?— A voz de Knox estava tensa e cheia
de raiva.

— Havia uma rede de poder na clareira. Se Ilsa tivesse acessado, ela seria
imbatível. Eu protejo você quando outros tentam derrubá-lo, e eu vou usar seus
espinhos para usar como a porra da minha coroa. — Eu caí no chão, segurando
minhas mãos feridas mais perto do meu corpo. —Eu sou sua companheira.

— Verifique e veja se há corpos colocados em uma rede, — disparou Knox.

— Eles, bem, Ember meio que os jogou em todos os lugares para quebrar a
rede. Aine está lá, Knox. Seu corpo foi usado para alimentar a rede. Elas
removeram suas runas, o que significa que ela pode se tornar uma hospedeira para
Hecate. Elas estavam aqui por você, não por mim. Eu acredito que elas estão
tentando levantar a Deusa da Magia.

— Encontre aquele corpo, agora, — Knox rosnou, puxando-me do chão


quando um grito soou, forçando-o a girar comigo em seus braços.

Uma bruxa encapuzada entrou na clareira, gritando até que meus ouvidos
ameaçaram sangrar. Ela puxou o capuz para trás e o barulho cessou. Seus olhos
negros se abriram e se fixaram em mim.

— Você não destronou a Grande Rainha de Vãkya,— ela sibilou, seus olhos
vazando um líquido negro.

— Você está enganada. Aria é a nova Grande Rainha de Vãkya. Ela derrotou
Ilsa. — O tom de Knox era firme, mantendo toda a autoridade do rei supremo.
— Aria não derrotou a grande rainha. Ela apenas lutou contra um fantoche
que é o que você pretendia tornar sua esposa, rei Karnavious. Uma bruxa Hecate
senta-se em seu lugar de direito como Grande Rainha de Vãkya neste momento.

Os dedos de Knox apertaram minha pele enquanto ele olhava para mim com
raiva. Seus olhos se ergueram e se estreitaram na bruxa que nos observava,
sorrindo friamente com sua resposta.

— Aurora Hecate não é forte o suficiente para segurar esse trono, bruxa, —
Knox zombou.

— Concordo, mas não é dela que estou falando.

— As outras também não são mais fortes do que Aria. Ela é uma bruxa
Hecate nascida no sangue, e ela é a mais poderosa dentro dos Nove Reinos. Aria é
a herdeira desse trono.

— Aria não é mais forte do que a bruxa Hecate que se senta no trono, doce
rei.

— Ela é filha de Freya Hecate. Ela é uma terceira geração de


linhagem. Vamos tirar o trono de quem quer que esteja sentado nele.

— A grande rainha discorda de você e considera sua prostituta indigna do


nome que leva. Ela agradece por removê-lo dela, — a bruxa riu quando Knox me
examinou.

— Não há nenhuma outra bruxa Hecate viva dentro dos Nove Reinos,— eu
sussurrei, olhando para a bruxa.

— Pergunte ao seu marido quantas cabeças se sentam em seu trono, Aria. Ele
assassinou sua mãe e sua irmã, mas você abriu as pernas para ele, de boa
vontade. Ele abusou de você, tratou você como o lixo que é, e ainda permitiu que
ele a reclamasse como sua noiva, dando-lhe o poder de exercer contra seu
povo? Você pertence a ele, mas nunca se sentará no trono de Vãkya. Nós nunca
permitiremos isso, optando por deixá-lo entregue ao seu destino. O rei Karnavious
lhe contou sobre o seu brilhantismo, mas você nem mesmo é inteligente o suficiente
para ver a verdade bem na sua cara. Ele pretendia matar você pela magia que
corre em suas veias. Ele só tinha que te reivindicar como sua companheira para
fazer isso. Ele a tomou como sua esposa como uma maneira fácil de chegar ao
trono e fazer as bruxas dobrarem os joelhos diante de você. Seus dias estão
contados, traidora. Quando Hecate se levantar, ela virá primeiro atrás de sua
cabeça; você, que traiu a linhagem, e seu marido, que declarou guerra às suas
filhas, — ela riu silenciosamente. —Eu te abençoaria, mas você está ferrada. — A
bruxa jogou um cristal e seu corpo queimou. Eu me virei, fechando meus olhos da
carnificina do feitiço de incineração que ceifou uma vida.

Um soldado se aproximou da bruxa em chamas atrás de mim, refletindo em


seus olhos. Ele engoliu a bile ao ver a carne queimando que chamuscou, sufocando
o ar com o cheiro pútrido.

— Não há nenhum corpo de bruxa na floresta, Meu Rei,— ele anunciou.

Knox se virou, olhando para ele antes de olhar para mim com algo queimando
preocupante em seu olhar.

— A bruxa esquecida, — eu sussurrei. —Kamara desapareceu e foi


esquecida.

— Na verdade, parece que ela é a única bruxa Hecate faltando,— ele


rosnou. —Brander, minha esposa parece ter se machucado na batalha. Cuide para
que suas mãos sejam envolvidas e tratadas. Não queremos que ela pegue uma
infecção, não é? — Ele perguntou, recuando enquanto Brander se colocava em seu
lugar. Olhando para minhas mãos, Brander se virou, observando Knox se afastar
de nós.
— Como isso aconteceu? — Ele perguntou enquanto Lore e Killian se
aproximavam.

— Tirei um polegar com os dentes e arranquei o outro para proteger Knox de


Ilsa, — admiti, observando Killian se encolher antes de se virar para seguir
Knox. —Eu não podia deixar ela matá-lo. Eu não poderia ficar lá e vê-lo morrer,
mesmo sabendo que ele pretende me matar.

— Ele não pretende matar você, Aria. Ele pretende mantê-la como animal
de estimação. Existe uma diferença. Além disso, eu sei que você o viu lutar e fez
as contas sobre sua verdadeira natureza.

— Um canal para magia, — engoli em seco, virando-me para ver que Knox
parou, olhando para mim enquanto Brander segurava minhas mãos
ensanguentadas. —Ele não pretende me manejar como uma arma. Ele precisa de
mim para alimentar a arma que ele é, sendo capaz de direcionar um ataque para
onde quiser, sem ter que colocar seu povo em perigo.

— Vamos entrar, longe dos mortos. — Brander me puxou com ele, e eu fechei
os olhos com o guerreiro que tinha intencionalmente tentado me matar.

Knox pode não ter pretendido me matar, mas seu povo sim. De acordo com as
bruxas que conheci no acampamento, seu povo havia sofrido destinos semelhantes
aos de Knox, sob o domínio das bruxas. Todos os Nove Reinos nos odiavam, o que
significava que todos nos queriam mortas.

Knox não desviou o olhar, e eu olhei para ele enquanto passava. Eu nem
mesmo fingi me importar por tê-lo irritado. Eu estava acostumada com isso, tão
entorpecida com a maneira como ele me tratava que não me incomodava mais. Eu
sabia que metade disso era para se proteger e a outra metade porque seus inimigos
tinham olhos em todos os lugares. A bruxa havia revelado isso já que Knox nunca
tinha falado sobre eu ser inteligente fora de quando estávamos em privado.
Quanto mais eu o estudava, mais descobri que a maior parte do que ele fazia
era se proteger e proteger os outros sendo usados contra ele. As bruxas utilizavam
roedores e qualquer coisa pequena para observá-lo através das rachaduras nas
estruturas de pedra. Eu sabia que Knox lutou contra o que estava acontecendo
entre nós, mas quanto do que ele fez foi para me proteger? E quanta dor ele
pretendia infligir?

Knox era a imagem de um ser quebrado. Ele tinha tantas feridas que era
difícil chegar até ele. Mas e se eu tivesse feito isso e ele tivesse medo de
admitir? Seus inimigos usariam qualquer coisa que pudessem colocar as mãos
contra ele.

Eu sabia disso porque estava aqui para encontrar suas fraquezas, mas se
tivesse descoberto alguma, não teria contado a ninguém. Eu me sentia cada vez
mais apegada e sabia que não tinha futuro com ele. No entanto, ele me mordeu, e
eu senti aquela marca de acasalamento na minha garganta bem no centro do meu
ser. Ele sentiu isso também, e isso significava que se os rumores e merdas que
circulavam fossem verdadeiros sobre Liliana, eu era sua verdadeira companheira.

Fiz uma pausa, fazendo Brander tropeçar e se virar para olhar para
mim. Comecei lentamente a avançar, espiando Knox, que caminhava atrás de
mim. Se Knox não fosse o verdadeiro companheiro de Liliana, isso significava que
poderíamos criar vida. No entanto, provavelmente não foi a coisa mais inteligente
a se fazer em tempos de guerra. Ele continuou me dizendo para abrir meu útero,
mas meu útero não tinha uma porta mágica. Ember havia dito que só poderíamos
permitir que isso acontecesse se o escolhêssemos como nosso companheiro. Eu nem
tinha certeza de que ela sabia do que diabos estava falando, já que éramos os cegos
guiando outros ainda mais cegos. A menos que Lennox tivesse dito a Ember algo
que ela não queria que eu ouvisse, nesse caso, eu provavelmente deveria descobrir
o que isso significava para não fazer algo estúpido por acidente.

Entrando no castelo, Brander me acompanhou até onde os feridos foram


tratados. Ele me sentou, cuidando das minhas mãos quando Knox apareceu,
encostado na parede do castelo, observando até que estivessem embrulhados,
deixando meus dedos expostos.

— Eu preciso saber o que você sabe sobre Kamara, esposa.

— Nada,— eu admiti. —Não há nada significativo sobre Kamara em nenhum


livro ou em qualquer coisa que a linhagem Hecate tenha documentado. Dizem que
ela é doce e tímida, e então ela perdeu um par de meninos gêmeos, e ninguém mais
ouviu falar dela desde então. Eles presumiram que ela enlouqueceu e encontrou
alguém para acabar com seu sofrimento. Eu sei que de todas as irmãs, Kamara
era a mais poderosa.

— Eu realmente esperava que você não dissesse isso. Acho que você não é a
grande rainha, afinal.

— Não. Parece que não estou em nenhum dos tronos, — eu suspirei. —Se
você terminou, eu gostaria de descansar. Tenho certeza que pretende mover o
exército ao amanhecer, e estou bastante exausta de lutar em uma fraca forma
humana para salvar sua vida.

Eu encarei Knox enquanto ele estreitou seus olhos em mim, deixando-os cair
em meus pulsos, que ainda seguravam as algemas de anulação. Ele franziu a testa,
voltando-se para olhar para Brander.

— Coloque a nova algema nela quando terminar de cuidar de seus


ferimentos. Veja que Aria não seja perturbada e tenha o que precisa para aninhar.

— Eu não preciso mais de um ninho, — sussurrei, passando por Knox. Ele se


virou, queimando minha espinha com seu olhar enquanto eu o deixava, se
perguntando por que eu estava chateada.

Lennox estava certo em se preocupar comigo comendo Knox. Mesmo que as


coisas que ele fez fossem para mostrar, elas me machucavam. Suas ações
provaram a seu povo que eu era descartável, e eles tentaram me tornar como tal
hoje enquanto eu lutava para proteger seu rei e meu marido de seu inimigo.

Todos eles podem ser dobrados. Eu não era o mal no meio deles, e nunca lhes
dei um motivo para me odiar. Todo este lugar precisava de um enorme chamado
para despertar se eles pensassem que os pecados dos ancestrais amaldiçoavam a
linhagem.

Minhas irmãs e eu não matamos ninguém por despeito. Não prejudicamos


ninguém dentro dos Nove Reinos que não fosse das trevas. Nem mesmo tínhamos
nascido quando a merda aconteceu, mas fomos consideradas culpadas. Não estava
certo. Não quando estávamos lutando com Knox e seu povo, parados ao lado deles;
mesmo que fosse à extrema direita deles, ou talvez à esquerda.

Onde quer que estivéssemos, eu estaria bem, desde que ficasse longe de Knox
Karnavious, pelo menos até o fim da guerra.
CAPÍTULO QUARENTA E OITO

Knox me deu um colar que fazia a mesma coisa que seus braceletes
anuladores de magia fizeram. Era uma corrente simples segurando um amuleto
de corvo com uma joia vermelha no olho. Não tínhamos passado a noite na
fortaleza, forçando-me a sentar com ele em seu cavalo de guerra por horas
extenuantes viajando pelas passagens perigosas entre um reino e outro. Pelo que
me disseram, estávamos finalmente indo em direção a Dorcha.

Knox não me incluiu em seus planos, e estávamos nos movendo sem parar
até que alguns cavalos mostrassem sinais de exaustão. Eu estava além desse
ponto. Os dias que levaram para passar pelas passagens pareciam
intermináveis. Finalmente tive permissão para montar meu próprio cavalo com
Knox e guardas por perto, mas ninguém falou comigo desde que deixei a fortaleza,
nem mesmo Greer. Eu me senti sozinha de novo, embora as pessoas me cercassem.

No silêncio, eu encontrei mais caos do que paz. Eu queria gritar. Eu precisava


gritar. Parecia que tudo estava errado. Eu era a inimiga, então eles me trataram
como se eu fosse apenas mais uma bruxa em seu exército. O medo aumentou várias
vezes enquanto os guardas lançavam olhares curiosos em minha direção, mas
Knox não chocalhou o aviso que normalmente usava para assustá-los.

Pior do que isso, algo estava acontecendo comigo. Meu corpo parecia estar
coberto de alfinetes e agulhas. Ember ficou em silêncio, seus gemidos e grunhidos
eram o único sinal de que ela ainda estava dentro de mim. Hoje eu senti como se
houvesse uma febre queimando dentro de mim, coçando para ser libertada. Eu
deslizaria meus olhos para Knox e o observaria se mover em seu grande cavalo de
guerra, a fome queimando em meu olhar.
Quando paramos para montar acampamento, eu estava andando sem rumo
enquanto os homens observavam. Falei com minha criatura, perguntando o que
diabos estava acontecendo, mas ela apenas ronronava ou gemia dentro de mim. Fiz
uma pausa, esticando minhas costas enquanto a coisa na minha espinha se
contraiu, coçando contra minha carne.

Havia violência dentro de mim que precisava sair da pior maneira. Eu me


senti como se estivesse queimando por dentro e cheia de raiva. Meu peito subia e
descia, minha respiração irregular e difícil. Eu estava prestes a explodir e não
tinha certeza de como impedir que isso acontecesse.

Erguendo meu nariz, o cheiro de homem encheu meus sentidos, e eu rosnei,


mas não estava certo. Eu estava com fome, mas não queria comer. Eu queria algo
mais. Eu apertei minhas mãos contra meus ouvidos enquanto meu batimento
cardíaco ecoava na minha cabeça, uma batida constante que me forçou a olhar ao
redor em busca da fonte do som.

Minha atenção mudou ao redor do acampamento, fixando-se em Knox, que


sorriu. Desgraçado. Eu ronronei baixo e roucamente. Minhas unhas se soltaram e
olhei para minhas mãos enegrecidas, revirando os olhos enquanto minha pele
ganhava vida. Knox estremeceu e meu olhar se ergueu e se concentrou
nele. Inclinei minha cabeça para o lado e sorri friamente. Knox se abaixou,
levantando sua camisa sobre as fileiras de músculos fortes que chamaram minha
atenção.

Seu cheiro fez meus pés se moverem, mas eu parei, forçando meu corpo a
permanecer no lugar. Knox ergueu a mão, passando-a pelo cabelo enquanto eu
estudava seus movimentos lentos. Ele ergueu o nariz e eu o imitei, incapaz de me
conter. Seu polegar percorreu seus lábios antes que eu lambesse os meus,
observando o calor em seu olhar tranquilo.

Knox me dispensou, caminhando em direção à maior tenda. Meus pés se


moveram, me aproximando dele enquanto seus homens o seguiam. Eu não era
idiota. Eles estavam lá para me impedir de ir a qualquer lugar, exceto onde Knox
queria que eu fosse. Entrei na tenda e o encontrei sentado em uma cadeira,
inclinado para a frente.

Ele acenou com a cabeça em direção a uma bebida, me observando com algo
escuro em seu olhar. Aproximei-me, rosnando enquanto seus lábios se espalhavam
em um sorriso malicioso.

— Beba. Você vai precisar disso, — ele afirmou, acenando para o vidro
novamente.

— Eu não gosto de você,— eu apontei, minhas mãos em punhos ao meu lado


estudando cada curva de seu corpo.

O sorriso que puxou os cantos de sua boca em uma curva sexy me


irritou. Knox cheirava como um homem, masculinidade primitiva e exótica que
fazia algo dentro de mim precisar enterrar meu nariz contra as fileiras de
músculos deliciosos, inalando-o até que eu estivesse bêbada.

Knox me estudou como se eu fosse um animal, o que senti bem no centro do


meu ser. Meu sexo estava encharcado, apertando com fome. Eu queria rasgá-lo
enquanto o montava. Algo estava acontecendo, algo animalesco que realmente me
assustou. O suor gotejou na minha nuca e eu o senti rolar lentamente pela minha
espinha. Minhas coxas cerraram, fazendo com que os lindos olhos de Knox
baixassem e suas narinas dilataram.

Sentei-me na cadeira, recostando-me, estremecendo com o calor que me


queimava. Knox se virou, abrindo as pernas na frente dele enquanto estudava meu
rosto. Seu polegar percorreu o vidro, esfregando a umidade fora dele. Meus olhos
seguiram seu polegar, rastreando o movimento enquanto sua atenção permanecia
no meu rosto.
Knox não falou mais do que isso. Ele não discutiu comigo quando eu disse que
o odiava. Foi estranho e perturbador. Bandeiras de advertência estavam sendo
erguidas e eram de um vermelho brilhante. Peguei o copo, engolindo a bebida em
um movimento apressado que me fez ofegar. Knox pegou a garrafa, enchendo
minha caneca sem dizer uma palavra enquanto seus olhos percorriam meu rosto.

Por que ele não estava falando ou me ameaçando? Por que ele não estava
fazendo nada além de me servir um uísque? Por que eu sentia que minha pele
estava formigando e tudo estava ficando confuso? Eu levantei minha mão,
empurrando os fios de cabelo para longe do meu rosto coberto de suor, seus olhos
os seguindo enquanto eu pegava o uísque, engolindo-o.

Knox se inclinou para frente, seu cheiro me agredindo até que eu me contorci
na cadeira. Minha língua saiu da minha boca, lambendo meus lábios enquanto
suas pupilas dilatavam. As narinas dilataram-se e sufoquei um gemido que
ameaçou sair da minha garganta. Ele podia sentir o cheiro da minha necessidade
tão certamente quanto eu cheirei a dele.

Acasalamento animal básico 101.

Predadores rastreiam suas presas, marcando-as e caçando-as pelo


cheiro. Meus mamilos endureceram, e aqueles olhos azuis pecaminosos baixaram
para onde pressionaram contra o meu top. Sem pressa, eles se acomodaram no
meu rosto e eu ronronei com voz rouca, fazendo com que seu sorriso se tornasse
predatório.

— Estamos prestes a ser atacadas, Aria.

— Agora você fala? Estou ficando louca! — Eu rosnei interiormente.

— Não é maluca. Está aqui, a última etapa. Knox está ciente e está apenas
esperando que você alcance seu ponto de ruptura. Devo adverti-la. Eu me
sinto... violenta. Acho que ele sabe o que está por vir e está permitindo que a
natureza siga seu curso. Eu mal posso conter a necessidade de assumir o controle,
e ainda assim me sinto presa dentro de você. Nunca me senti presa. Estou com...
medo.

— O quê? Ember, você nunca tem medo. Por que você ficaria com medo? O que
está acontecendo? Eu sinto que estou prestes a entrar em combustão e rasgar tudo
em pedaços dentro deste lugar!

— Olhe para Knox, — Ember instruiu, e eu olhei, olhando para ele com fome
queimando em meus olhos. Pior, ele parecia; animado. Sua língua escapou de sua
boca, arrastando-se sobre seus lábios antes que ele se sentasse para frente, e
Ember e eu coramos de necessidade.

Minhas costas arquearam e meu corpo se moveu para frente inalando seu
perfume masculino terrestre de sândalo e frutas cítricas. Seus lábios se curvaram
em um sorriso pecaminoso que manteve meus olhos presos em sua
plenitude. Levantando seu copo, Knox lambeu a borda e eu engoli o aperto de
necessidade que inchou na minha garganta.

Uma gota caiu do copo, caindo em seu estômago, e eu a segui em seu peito. Eu
rastreei até que encontrou sua calça, sendo absorvida pelo material. Meus olhos
não deixaram a linha V que ficava exposta até que eu gradualmente trouxe meus
olhos de volta aos seus, encarando-os. Eu odiava que ele fosse a perfeição, tatuado
e linhas duras e vigorosas que eu queria morder e ouvir enquanto ele engasgava.

Peguei minha caneca da mesa, tremendo enquanto meu corpo liberava um


cheiro que me fez estremecer. O corpo de Knox lançou um do mesmo, e eu gemi
alto, fazendo com que seus olhos ficassem fortemente luxuriosos. Onde meu cheiro
era delicado, seu sexo era cru gotejando com luxúria que fez meus olhos
tremerem. Meu útero apertou, implorando para ser criado como uma vaca na
fazenda. Ok, não tanto como uma vaca, mas sim como um lobo que queria que o
alfa lhe desse alguns filhotes. Eu me senti um monstro, olhando para o jantar, e
ele estava prestes a ser devorado.
— Eu não gosto de você,— eu repeti em um tom ofegante.

— Você não precisa gostar de mim para me foder, Aria. — Estremeci antes
de estender a mão e arrancar o vestido do meu corpo. Knox baixou os olhos para
os meus seios nus e sua mandíbula cerrou antes que ele os afastasse.

Eu queria arrancar seus olhos por desviar o olhar de mim. Ele passou dias
sem mim, me forçando a me sentir como nada. Eu queria machucá-lo. Eu precisava
rasgá-lo, rasgando sua pele até que ele sangrasse por mim. Estalando meu
pescoço, ele sorriu, me irritando ainda mais. Ele ergueu os dedos, arrastando-os
sobre sua garganta, e meus dentes empurraram minha gengiva. O calor me
queimou com seu olhar e forcei meus dentes para trás.

— Aconteça o que acontecer, Ember, não marcamos esse idiota. Parti-lo,


rasgá-lo em pedaços, fodidamente destruí-lo, mas não colocamos nossos dentes
nele. Compreendeu? Se ele quiser a porra da minha marca, ele tem de merecê-la.

— Concordo.

— Isso vai ser sangrento e violento, não é?— Eu perguntei em um tom


abafado, como se temesse que ele fosse me ouvir.

— Em sua escala de um a dez, está fora do gráfico. O acasalamento não é


sexy. É um instinto violento e sinto a necessidade de rasgar Knox em pedaços e
tirar meu companheiro dele. Suponho que estamos prestes a lutar com ele e você
vai aproveitar cada momento disso, Aria. Vá para as bolas dele, por favor. Por
mim. Você me deve.

— Devo-lhe? Eu ganhei pau de monstro porque você era muito frouxa para
enfrentar Lennox, que, por falar nisso, fode como um monstro devastador e
literalmente me fez ficar presa em seu pau, simplesmente porque ele podia. Onde
você estava de novo? Oh, sim, se escondendo daquele pau grande e velho como uma
molenga enquanto eu cavalgava como uma cowgirl se exibindo em um rodeio! Eu
até caminhei depois, e você nem mesmo se juntou para me dar uma chance!

— Eu disse para você correr. Talvez ouça na próxima vez. Quando um pau me
dá uma pausa, Aria, a resposta é nunca subir naquela coisa e montá-la!

— Não, sua resposta foi a porra do abacaxi! Abacaxi nunca é a resposta para
nada!

Knox se levantou, caminhando em direção ao seu baú de madeira, e meu


corpo se moveu sem aviso, ficando em silêncio atrás dele. Ele se virou seus olhos
deslizando de mim para a cadeira em que eu estava sentada. Sua garganta
balançou enquanto ele engolia, e meus olhos se concentraram nele. Eu tinha
deixado o vestido amontoado no chão com meu movimento. Knox abriu a boca e eu
o empurrei, observando-o cair sobre o peito, o que me irritou ainda mais.

Knox se levantou, seus olhos mudando para obsidiana e depois voltando para
o azul oceânico. Seus lábios se torceram e suas garras se estenderam para
combinar com as minhas. Eu recuei, estudando a forma como seu corpo se encheu
mais. Ele avançou, me rastreando. Minha boca se abriu e ele me imitou,
chocalhando fortemente.

— Já estava na hora caralho, mulher, — ele retrucou.

— Estou prestes a foder com o seu mundo.

— Algo está prestes a ser fodido, — ele rebateu, e eu me lancei, mas ele me
pegou, me jogando contra a cama.

Eu permaneci lá, assistindo Knox rondar ao meu redor enquanto seus olhos
deslizavam lentamente pelo meu corpo. Ele abaixou as mãos e meus olhos
seguiram para onde seu polegar apertou o botão de sua calça, deslizando-as para
baixo para revelar o estado de sua excitação. Ele se virou, apagando a vela,
envolvendo-nos na escuridão.

Meus olhos o seguiram facilmente, tornando-se predatórios e os dele


brilhavam com o fogo dentro. Ele saltou da cama, mas eu rolei e então bati meu
cotovelo em seu estômago no momento em que se virou para me
agarrar. Levantando-me de um salto, eu me aproximei enquanto ele abaixava a
cabeça, chocalhando suavemente, fazendo minha coluna arquear com o calor
apertando minha barriga.

— Você quer difícil?— Ele perguntou, e eu ri, mas não foi amigável.

— Eu quero seus gritos, idiota.

— Um de nós estará gritando, mulher. Você está prestes a descobrir quem é


alfa e quem não é.

O som escapando dos meus lábios era oco e vazio. Knox me seguiu, forçando-
me a manobrar em torno do peito e na cama. Eu precisava de espaço extra para
me mover, mas do lado de fora da tenda estávamos mais de nós, ansiosos para
entrar na luta que dançamos. Ele se moveu mais rápido do que eu poderia
rastrear. Capturando meu corpo, ele me jogou contra a cama e separou minhas
pernas. Eu levantei minhas unhas, raspando-as em seu peito enquanto ele uivava
de dor.

Knox capturou minhas unhas enquanto minha boca se erguia, sugando o


sangue de seu peito. Seu corpo inteiro estremeceu com a necessidade de meus
dentes afundarem em sua carne. Ele esperou, e quando a mordida não veio, ele me
virou de barriga, segurando minhas mãos atrás das costas. Ele empurrou minhas
pernas e entrou em mim forte e rápido.

Sua boca abaixou, beijando por cima do meu ombro antes de sua língua
deslizar contra ela. Sua mordida enviou meu corpo em uma espiral e seus dentes
serrilhados afundavam em meu ombro. Eu resisti contra ele, forçando-o a soltar
minhas mãos enquanto ele me segurava no lugar. Eu empurrei minhas mãos
embaixo de mim, e ele rosnou com voz rouca, liberando meu braço para rir.

— Boa menina. Você brinca com essa boceta para mim, puta de merda!
— Knox rosnou quando minhas unhas empurraram em sua coxa, arranhando suas
bolas. Suas mãos agarraram meus braços, puxando-os contra minhas costas
enquanto ele desencadeava o inferno contra meu corpo. —Essas eram minhas
bolas, merda!— Ele perdeu a cabeça.

— Elas não funcionam!— Eu rugi de volta, encontrando seu impulso com uma
necessidade violenta que passou por mim.

Uma de suas mãos agarrou meus pulsos, forçando-os a subir pelas minhas
costas até doer. Sua outra mão agarrou meu cabelo, puxando minha cabeça para
trás, me levantando no ar. Eu estava com uma boneca de pano enquanto ele
pegava o que queria.

— Você gosta disso, não é? Vadia safada, — ele retrucou duramente,


empurrando contra mim enquanto eu uivava. Meu orgasmo explodiu, enviando
réplicas ecoando por mim enquanto ele continuava batendo implacavelmente em
meu corpo. — Porra, pegue esse pau, Aria, — ele exigiu.

— Pare de me foder como uma vadia que acabou de descobrir uma batida com
seus quadris, e me fode de verdade, idiota! — Eu gritei, libertando minhas mãos
das dele para perfurar minhas garras em suas coxas enquanto ele uivava de dor.

Knox me puxou para cima, empurrando minhas pernas contra meus


ombros. Uma mão agarrou a minha, capturando-as acima da minha cabeça e a
outra batia fortemente contra minha bunda. Eu empurrei de dor, rosnando e
cuspindo de raiva, ele ria e eu lutava para me livrar de seu aperto. Minha perna
ficou livre, batendo em seu nariz, quebrando-o, enviando sangue pelo meu corpo.
Knox rugiu de raiva, agarrando-me antes que eu escapasse da cama,
empurrando-me para baixo e entrando em mim dolorosamente. Eu estremeci,
balançando contra ele, colidindo com meu corpo. Os únicos sons dentro da tenda
eram seus gemidos misturados aos meus. Knox ergueu meus quadris, movendo-se
mais profundamente em meu corpo até que o orgasmo começou a ficar fora de
controle. Em vez de me dar o que eu precisava, ele saiu. Eu girei, sibilando
cortando minhas mãos em seu peito. Meu pé bateu em seu peito, fazendo-o voar
pela barraca.

Eu ri, caindo de costas, observando-o se levantar. Meus dedos percorreram


seu sangue e ele caminhava lentamente na frente da cama. Minha risada o
enfureceu, morrendo quando eu o levantei, observando o estado de seu corpo que
pingava sangue de minhas garras.

— Isso é engraçado?— A calma mortal em sua voz forçou Ember a espiar com
preocupação. Engoli em seco quando Knox parou na minha frente, inclinando a
cabeça. O sorriso que se espalhou por sua boca fez meu coração trovejar em meu
peito, rugindo em meus ouvidos. Ele avançou, virando-me de bruços antes de
forçar minhas pernas abertas e entrar na minha bunda.

Eu gritei de dor. Foi violento e errado. Meu corpo inteiro estremeceu quando
os gritos se transformaram em raiva por causa do que estava errado. Eu gozei
forte, desenrolando-me dos pés à ponta dos dedos enquanto ele ria sombriamente.

— Suja do caralho, garotinha!— Knox rugiu, batendo em meu corpo, e


apertou, tentando forçá-lo a sair enquanto eu uivava e chorava até que a sensação
mudou. —Você goza tão forte quando eu rasgo essa bunda, não é? Grito do caralho,
vadia, — ele estalou.

— Knox!— Eu gritei, choramingando e tremendo violentamente.

Eu explodi em um orgasmo violento que me rasgou. Meu corpo cantou com


isso, e Knox riu enquanto eu correspondia a cada impulso com necessidade
renovada. Foi um orgasmo fora do corpo que forçou as luzes a piscarem dentro e
fora da minha visão até que eu rugi, transando com ele tão forte quanto ele estava
me levando.

Knox passou as mãos pelo meu cabelo, forçando minha cabeça para o lado
antes de deslizar os dentes pela minha garganta. Ele chupou, lambendo a ferida
enquanto eu continuava me desfazendo em torno dele. Meu corpo apertou e abriu,
forçando-o a gemer.

— Puta merda, mulher. Você goza tão forte quando eu destruo sua bunda, —
ele retrucou.

— Porra, filho da puta sua fera de merda! Saia!— Eu rosnei. Ele apenas riu
sombriamente, nos virando até que eu estivesse por cima, olhando para ele meu
corpo assumindo o controle.

— É isso, me monte, esposa,— ele exigiu, levantando a cabeça para dar um


tapinha no meu mamilo com a língua antes de afundar os dentes no globo do meu
seio, enviando nós dois ao longo da borda. Meu corpo apertou novamente,
ordenhando-o até que ele ficou tenso e uivou junto comigo.

Passamos dias nos atacando pelo que precisávamos e queríamos. Outras


vezes, passamos o dia olhando um para o outro em um silêncio preocupado. Eu não
tinha certeza se viveríamos o que diabos estava acontecendo conosco. Nossos
monstros ficaram em silêncio, recusando-se a fazer parte disso. Ember sentou-se
contra a parede da minha mente, me dizendo que essa merda não era
normal. Knox falou com Lennox, chamando-o de frouxo, grunhindo quando eu
rosnava em advertência. Foi violento. Foi bonito. Estava fodendo tudo errado, mas
nada parecia mais certo.

Não tínhamos saído da tenda porque, no momento em que um de nós se


levantava para fazê-lo, o outro o chamava de volta com um simples chocalho ou
ronronar. Havia muitos olhares preocupados, olhares de lado e que porra
eram exibidos em nossos rostos.

No quarto dia, me vesti e escorreguei de debaixo da barraca quebrada que


derrubamos esta manhã. Os olhos de Lore seguraram os meus enquanto eu quase
escapei, apenas para um chocalho soar atrás de mim. Knox agarrou meu tornozelo
e eu sorri friamente quando meus dentes se alongaram e minhas unhas
empurraram meus dedos.

Knox uivou e Lore gritou. —Foda-se essa merda. Papai não quer isso!

Nós gritamos e nos separamos até que destruíssemos um ao outro até nossa
composição genética, que não estava nem perto de ser humana. Knox escapou da
tenda em seguida e eu o segui.

Os homens deslizaram seus olhares sobre as feridas que podiam ver. Brander
se abaixou, pegando seu kit médico enquanto Knox rosnava para ele, e eu ecoei o
aviso com um chocalho. Brander o largou e todos os três homens recuaram ao
mesmo tempo, medo e preocupação inundando seus olhares.

Knox estava dilacerado e me cobriu de hematomas de onde me segurou para


evitar ferimentos. Knox deu ordens e Brander acenou com a cabeça para algo. Eu
deslizei minha atenção para a outra tenda, e Knox se virou para sorrir
maliciosamente para mim. Eu levantei um dedo porque minha voz estava rouca e
mal conseguia falar. Knox revirou os olhos e eu chocalhei. Ele se virou, me
levantando por cima do ombro antes de entrar na nova tenda. Horas depois,
emergimos um pouco mais abatidos e com mais carne faltando.

— Vocês dois não estão certos, — sussurrou Killian, tão baixinho que não tive
certeza se ele queria que ouvíssemos. Nossas cabeças giraram em sua direção e
ele se endireitou, preparando-se para correr.
— Então, ouçam, pessoal. — Brander se encolheu quando viramos nossos
rostos machucados em sua direção, dando-lhe nossa atenção. —As pessoas estão
com medo, — ele anunciou. Nós nos aproximamos, e pedras rangeram sob meus
pés descalços. Olhei para baixo, observando os cristais mistos como se eles
tivessem tentado de tudo e desistido de suas tentativas de dissipar nossas sessões
de controle de raiva que se desenrolavam na tenda.

— Quem diabos está com medo? — Knox perguntou asperamente.

— Todos, — afirmou Brander.

Nossos olhos se ergueram para o acampamento que havia se mudado, quase


invisível de onde nossa barraca estava em uma pilha de couro chamuscada e
carbonizada. Eu ri, virando-me para olhar para Knox, que me encarou com um
olhar ardente.

— Não, — eu gemi, mas Knox chocalhou e eu o segui, saltando sobre ele


enquanto ele caminhava. Eu rasguei sua camisa, afundando minhas garras em
seus ombros, e ele me destruiu no momento em que estávamos fora de
vista. Emergimos novamente, e todos os homens gemeram, olhando para o céu
enquanto passávamos por eles marchando em direção à água.

— Isso não é normal, — disparou Knox.

— Você não é normal!— Eu retruquei.

— Quem continua atacando quem? — ele atirou de volta.

Fiz uma pausa, olhando para suas costas que continham uma infinidade de
marcas de garras. Eu sorri, esticando meus braços, continuando a segui-
lo. Tirando o vestido no momento em que entramos na água, mergulhei. Eu vim
para a superfície, tremendo com o gelo da água e Knox me observava, sorrindo com
a água curava nossas feridas. Abrindo minha boca, sorri para ele quando algo
agarrou meu tornozelo e olhei para baixo antes de ser puxada para baixo da água.
CAPÍTULO QUARENTA E NOVE

Fui puxada para mais fundo na água e jogada no fundo do rio. Lutando contra
o que quer que me segurasse, eu bati meus braços e pernas até que a dor rasgou
minha perna. Girando na água, peguei o enorme leviatã que segurava meu
tornozelo entre os dentes, sem romper a pele. Bolhas explodiram de meus pulmões
quando me abaixei e afundei minhas unhas na boca do leviatã.

Era como uma criatura de um filme de ficção científica. Barbatanas azuis


cobriam suas costas e seu corpo longo e esguio em forma de cobra. Seus olhos cegos
estavam afundados na nuca, piscando para mim com surpresa. O sangue do
leviatã encheu a água. Continuei cortando contra a besta até que a escuridão
ameaçou tomar o controle da minha mente enquanto meu ar acabava. Sua cauda
me envolveu, puxando-me mais fundo nas profundezas tenebrosas, jogando-me de
volta contra o fundo arenoso e envolvendo-me em uma enorme bolha enquanto o
ar entrava em meus pulmões.

De costas, olhei para a cúpula, engolindo grandes quantidades de ar para


meus pulmões. Knox estava batendo contra o recinto transparente, seus olhos não
eram mais azuis do mar, mas de obsidiana em chamas, com raiva por não poder
me alcançar. Knox recuou para a superfície quando me sentei, olhando para a
besta que chocalhou, sibilando e cuspindo antes de começar a convulsionar.

Levantando-me lentamente, recuei contra a cúpula, rosnando quando ela


enviou um choque de energia de advertência correndo por mim. Meu corpo inteiro
estremeceu enquanto a besta gradualmente mudou para a forma de um
homem. Ele virou seus olhos azuis elétricos para mim se revelando, mostrando
massas de músculos e tudo mais.
— Você,— ele sibilou, sua voz saindo em camadas.

— Eu?— Eu perguntei, desejando ter algumas roupas para colocar.

O homem sorriu, deixando seu olhar tomar meu corpo antes que sua mão se
movesse e a água cobrisse minha nudez. Ok, não é a merda mais estranha que
aconteceu comigo ultimamente. Ele começou a avançar, mas as garras deslizaram
por fora da cúpula, e olhamos para cima quando quatro alfas furiosos atacaram a
bolha.

— Eu sou Karter, Rei das Ninfas.

— Estou me perguntando por que você apenas tentou afogar minha bunda,—
eu retornei, observando-o. Meus olhos deslizaram de volta para Killian e Brander
enquanto eles lutavam com Knox para quebrar a bolha.

— Você libertou Taren da maldição de Hecate.

Eu encarei Karter por um momento, então olhei ao redor da cúpula antes de


focar minha atenção de volta nele. Mordendo meu lábio entre os dentes, eu fiz
uma careta considerando meu movimento.

— Quase morri no processo, — apontei.

— Eu não sou tão poderoso quanto Taren. Você também está mais forte
agora. Você pode ter o poder que eu tenho, bruxa, — ele repreendeu. —Você
precisa disso para realizar o que pretende criar.

— O que você sabe sobre o que pretendo criar?

— O décimo reino para as bruxas. Você é parte desta terra e, quando fala, os
elementais ouvem sua alma, que agora está ligada aos reinos. Deixe-me mostrar a
você, —Karter pediu, estendendo a mão.
Knox e seus homens continuaram a bater na barreira, balançando a cabeça,
pedindo que eu não aceitasse a mão de Karter. Engolindo, desviei o olhar de Knox
e considerei a oferta de Karter. Avancei, segurando minha mão antes que ele me
puxasse para mais perto dele. Suas mãos bateram na minha cabeça e meu corpo
estremeceu. A dor ecoou por mim sentindo a água enchendo meus pulmões.

Quando meus olhos se abriram, estávamos em um lugar diferente. Eu olhei


para o castelo atrás de mim, notando os pássaros de fogo gigantes enchendo o ar
enquanto dragões voavam ao redor deles. Homens e mulheres se moviam, rindo,
celebrando alguma coisa. Grandes dragões e fênix dispararam chamas azuis e
vermelhas de suas bocas e criaturas menores voavam ao redor deles, voando pelo
ar. Olhando em volta, percebi um homem familiar encostado em uma parede,
olhando para a celebração com um sorriso suave nos lábios.

— Aden,— eu sussurrei.

— Uau,— eu sussurrei densamente. —Esta é Norvalla?— Karter me


silenciou acenando com a cabeça em direção a uma figura escura que se moveu das
sombras.

— Isso é o que acontece se você não reivindicar seu lugar e poder


legítimos. Observe, —Karter disse atrás de mim.

Uma pequena mulher loira postou-se ao lado de Knox. Ambos usavam


orgulhosamente suas coroas como Rei e Rainha de Norvalla. Knox se virou,
sorrindo para a mulher enquanto eles erguiam o olhar para os monstros voando
acima. Enormes dragões pousaram nas muralhas, gemendo enquanto batiam
asas. A multidão explodiu em aplausos quando várias fênix se empoleiraram ao
lado de seu rei e rainha.

A rainha se virou, seu sorriso curvando seus lábios enquanto ela e Knox
saudavam a multidão. Eles celebraram um corpo pendurado na parede, fazendo
com que meu sangue gelasse em minhas veias. A multidão gritou mais alto pelo
assassinato da bruxa Hecate, cujo corpo sem cabeça balançou com a brisa. Meus
olhos escanearam aquelas nas muralhas, sem reconhecer ninguém. Abaixando
meu olhar, eu procurei na multidão até que encontrei cabelos prateados que caíam
ao redor de quadris delgados, o rosto o único estóico sério no grupo.

Olhos turquesa familiares se voltaram para a multidão enquanto um sorriso


se torcia nos lábios da mulher. Não, não uma mulher qualquer. Eram meus lábios,
e a multidão continuou a me animar. Knox e sua rainha se curvam, e minha gêmea
fez o mesmo. Os dragões rosnaram, empurrando para cima e para fora das
muralhas, voando no ar enquanto o futuro eu chamava seu fogo. De repente, os
dragões se voltaram contra a multidão, enviando chamas que os abrasavam.

Eu gritei enquanto a confusão se seguia, corpos derretidos em cinzas que


flutuaram sobre a multidão. As pessoas estavam em chamas e correram ao nosso
redor, mas as chamas do dragão se espalharam por toda parte. O rei e a rainha
assistiram, seus olhos lentamente percebendo o dano enquanto os homens ao lado
deles se mantinham firmes, nunca vacilando ou recuando com o massacre que se
desenrolava à sua frente.

— Por que Knox e a rainha não estão impedindo os dragões?— Eu exigi,


vendo uma criança fugir de um dragão. Ele voou para ela, cessando suas chamas
para capturá-la, jogando-a no ar enquanto outro dragão atirava chamas em sua
direção.

— Porque como a Grande Rainha dos Nove Reinos, você ordenou isso,—
Karter sussurrou, seus olhos se enchendo de lágrimas. —Você faz isso porque o
poder que detém é instável e sua dor alimenta sua raiva. Norvalla tirou uma irmã
de você, então você desatou o inferno para garantir que nenhum outro tentasse
fazer o mesmo. Eles transformaram você em um monstro, e sem a capacidade de
estabilizar o poder e a magia dentro de você, é isso que acontece.
— Não,— eu bufei. —As bruxas das trevas estão tentando me transformar
em um monstro. Eles estão enganados. Eles vão parar quando perceberem que já
tenho um monstro dentro de mim. Este é um massacre sem justificativa.

— Eles matam uma de suas irmãs na sua frente, arrancando seus membros
e cabeça de seu corpo. Diga-me que você não desejaria vingança, Aria Hecate.

— Não assim,— eu disse, observando os dragões retornarem às cinzas,


chovendo sobre as chamas ainda chiando no chão.

A versão futura de mim se transformou, seus olhos deslizando pelo caos. As


lâminas dispararam de suas mãos enquanto ela sorria para Knox e sua rainha,
separando suas cabeças de seus pescoços. A bile correu por mim e eu balancei
minha cabeça em suas mortes.

— Eu nunca faria isso,— eu sussurrei com veemência.

— Mas você faria, — Karter exalou. —Agora que você viu um caminho,
vamos ver o que seu outro futuro poderia ser.

— Todos os pequenos vislumbres do futuro, fornecidos por um elemental, são


aleatórios e nunca fazem sentido.

— Diz a mulher que acabou de marcar o maior alfa que os Nove Reinos já
criou satisfazendo as necessidades de seu corpo, muitas vezes, devo acrescentar.

— Há algumas coisas que todos vocês poderiam parar de escutar,— eu


grunhi, colocando minha mão na dele antes que o mundo saísse do controle ao
nosso redor.

Fiquei olhando para o Palácio de Vãkya, vendo outra versão minha segurando
minha barriga inchada antes de me virar ao som de uma risada. Minhas irmãs se
moveram ao meu redor, dançando lentamente enquanto a música tocava em
flautas e outros instrumentos. Meus olhos se encheram de lágrimas, escorregando
para minha barriga arredondada quando Aden deu um passo à frente, beijando-
a. Levantando-se, seus lindos olhos seguraram os meus e ele se inclinava para dar
um beijo suave na minha testa.

Ao nosso redor, as pessoas comemoravam, mas meu coração doía por assistir
Aden comigo. Aproximei-me, ouvindo ele me assegurar que eu era linda em meu
último estágio de gravidez, embora fosse maior do que o palácio. Meus olhos
percorreram a multidão, orando para ver Knox no meio das pessoas que
comemoraram.

— Ele não está aqui, — afirmou Karter, sabendo quem eu esperava


encontrar. —Nesta versão, nenhum de vocês escolhe o outro.

— Mas vou ter um filho, — engoli em seco, virando-me para olhar para
Karter. —Eu nunca consigo o que quero nessas merdas de coisas, não é?

— Você escolhe os reinos, pois foi para isso que eles a criaram.

— E quanto a mim? E o que eu quero? — Eu perguntei e pisquei quando


percebi que queria um filho com Knox. Eu queria uma vida com ele. Ele bateu em
mim, e meus olhos ficaram grandes e redondos.

— Você não pode ter tudo, Aria. Ninguém pode. Ou você se torna o mal que
viu e trava guerra nos Nove Reinos ou escolhe viver. Knox não pode curar a menos
que tenha ajuda, e você não pode fazer isso enquanto cura os danos que este mundo
sofreu.

— E se eu lutar na guerra com ele? — Eu perguntei, notando que Karter se


encolheu.

— Então, vocês dois morrem, e ele encontra seu sono eterno para encontrar
sua esposa anterior.
Meus olhos se estreitaram com as palavras de Karter, deslizando para a cena
que se desenrolava diante de mim. Eu parecia feliz, mas meus olhos não refletiam
isso. Eu parecia; resolvida. Meu coração apertou e eu balancei a cabeça. Foda-se
isso e foda-se a realidade deles. Eu faria a minha própria.

Reaparecemos na cúpula e Karter sorriu me observando. Sua cabeça se


inclinou e ele concordou.

— Eu acredito que você tentaria, mas apenas aqueles com a capacidade de


perdoar podem criar o mundo que desejam. Você pode perdoar Knox pelo que ele
pretende fazer?

Olhei para Knox fora da cúpula, ainda tentando obter acesso. Ele fez uma
pausa, e seus olhos de obsidiana encontraram os meus, inclinando a cabeça em
questão. Desviei o olhar e não respondi a Karter. Em vez disso, atirei de volta
para ele. —Porque Hecate o colocou como o Guardião da Água?

— Minha esposa pediu que ela fizesse isso porque eu me recusei a permitir
que Hecate governasse minhas terras. Neven queria poder, ansiando por si
mesma. Uma rainha não pode governar um rei, então ela se livrou de
mim. Pretendo retomar meu trono e lidar com minha esposa traidora assim que
eu voltar.

— Taren tentou me matar.

— Ele fez isso, mas Taren odiava seu amante. Eu respeito seu marido. Ele
tentou evitar que isso acontecesse comigo. Me avisou que minha esposa pretendia
me tirar do poder, mas ele era tão jovem. Um rei não ouve as palavras de um
príncipe. Se eu tivesse feito isso, não estaria aqui. Você vai sobreviver a isso,
Aria. Sua linhagem de vida é longa e sinuosa. Você é o desconhecido, a prometida
com o poder de curar nossas terras. Você é pura de coração e não está contaminada
pela tristeza ou dor. Seu pai está te observando e está muito orgulhoso do
monstrinho que criou.
— Se ele está tão orgulhoso, por que não está aqui? Por que ele não veio atrás
de mim? — Eu assobiei, observando Karter cuidadosamente.

— Porque você não está pronta, Pequena Rainha. Seu povo o ajudou ao longo
do caminho e ele conhece suas intenções. Você permitiu que o rei de Norvalla a
capturasse por um motivo, e se ele pensasse por um momento que você estava em
perigo, seu pai faria chover um inferno, ao contrário deste mundo já viu para evitar
isso. Você não está sozinha, Aria. Nunca esteve sozinha, nem mesmo quando
estava fora dos Nove Reinos.

Eu encarei a honestidade brilhando nos olhos de Karter. Eu exalei antes de


assentir, —Vamos dar uma chance. O que poderia dar errado?— Ele abriu a boca
como se pretendesse responder à pergunta, mas eu levantei minha mão. —Isso foi
retórico.

Karter pressionou os lábios contra meu ouvido, sussurrando: — Se você quer


Knox, deve lutar para mantê-lo. O amor não é obtido facilmente. Lute por ele e
quebre a barreira para tocar seu coração. Lembre-o de que ele ainda tem um.

Karter sorriu, e suas mãos tocaram as minhas, me aterrando enquanto eu


chamava seu poder, levando-o dentro de mim. Meu corpo tremia quando a cúpula
explodiu. Knox e seus homens voaram para fora do rio e para as margens. A água
do rio transformou-se em gotas que pairavam no ar. Dor ecoou por mim, mas
Karter adicionou seu poder ao meu e Ember adicionava sua força à equação.

As gotas continuaram subindo no ar, então caíram sobre mim todas de uma
vez. Meus olhos se arregalaram quando a água bateu em nós, enviando meu corpo
ao chão com a dor ecoando por mim. O sabor da magia pura e impura me
assaltou. Meus ouvidos estouraram e meus pulmões se encheram de água e tudo
se esmagava dentro de mim. Senti a consciência escorregar e então mãos me
agarraram, puxando-me para a superfície.
Knox me tirou da água, observando enquanto eu gaguejava, tossindo dos
meus pulmões. Seus olhos eram azuis e seus dentes à mostra e seu corpo tremendo
de raiva. Eu me virei, olhando para ele enquanto me levantava do chão, ofegando
o poder do elemental da água chiava dentro de mim. Assim que fiquei de pé, Knox
chocalhou sua raiva e eu gemi.

Seus olhos deslizaram para obsidiana a raiva enchendo o ar entre nós. —Que
porra foi essa?— Ele ordenou.

— O Rei das Ninfas, — admiti, lutando para me manter de pé.

— Você acha que eu sou estúpido? Aquele era o Guardião da Água, Aria. Você
jogou comigo para entrar no meu reino! — Knox rosnou.

— Eu não! Eu não tinha planos de ser sugada para o maldito rio! — Eu gritei
de volta quando um raio caiu, e choveu. A chuva se intensificou quando Knox olhou
para cima, lentamente deslizando seu olhar de volta para mim através da chuva
torrencial que se desdobrava.

Knox se moveu sem aviso, me agarrando e esmagando sua boca contra a


minha. Ele me beijou como um homem faminto que não provava uma mulher há
séculos e nunca faria novamente. Seus dedos empurraram meu cabelo, me
segurando contra ele. Ele me beijou enquanto me levantava, continuando a me
beijar, embora a chuva estivesse ameaçando nos afogar.

Não foi raiva o que ele sentiu. Foi medo. Ele me beijou como se quisesse dizer
algo, como se pertencesse a ele. Knox me segurou contra ele, e não foi um beijo de
posse. Era mais profundo, como se temesse que eu morresse. Quando finalmente
se afastou, suas mãos agarraram minhas bochechas, segurando minha testa
contra a dele.

— Eu pensei que tinha perdido você. — Ele engoliu em seco, removendo sua
capa para colocá-la sobre meus ombros. —Nunca mais faça isso, — avisou Knox. —
Eu preciso estar dentro de você, Aria. —A chuva se dissipou e o arco-íris cobriu os
céus. Knox olhou para cima, sorrindo enquanto os homens exalavam ao nosso
redor.

— O que você está esperando, um convite escrito em giz de cera?— Eu sorri


e seus olhos dançavam com diversão. —Agora,— eu exigi quando ele não fez o que
avisou que faria. Knox sorriu e me puxou para a tenda, e desta vez, ele não estava
duro e eu não ataquei. Foi lento, erótico e bonito.
CAPÍTULO CINQUENTA

Knox se afastou novamente no momento em que mudamos o acampamento,


não que eu não precisasse de distância. Ele foi à guerra com meu corpo e eu o
conheci com força total. Tínhamos ficado duros, violentos e brutais um com o outro,
e eu amei cada segundo. Pelos olhares que ele deslizou em minha direção, eu
estava disposta a apostar que ele adorou também.

Naquela tenda, tínhamos nos jogado com os pés no chão. Tínhamos


encontrado aceleração total com uma necessidade que nos chocou, nos deixou
horrorizados e sem fôlego. Knox havia se marcado em minha alma e eu fiz o mesmo
com ele. Nenhum de nós se conteve e não queríamos que o outro fizesse isso
também. Tínhamos apavorado os outros e não nos importávamos com isso.

Inferno, nós até assustamos nossas criaturas com a violência que


desencadeamos um sobre o outro. Ember começou a rir e me lembrar que eu
correspondia a sua necessidade. Houve momentos em que Lennox e Ember
espiaram de dentro de nós conforme íamos mais devagar.

Knox fez amor comigo, lentamente me mostrando um lado inteiramente


novo. Eu permiti isso, deixando-o me empurrar até o limite enquanto ele prendia
minhas mãos. Ele me segurou depois, seus dedos brincando com meu cabelo
falando de sua casa. Foi um vislumbre do homem tranquilo que se casou comigo.

O acampamento havia se movido, entretanto, e com isso, Knox desapareceu


atrás de suas paredes. Ele as ergueu no momento em que saímos da tenda, depois
que a chuva limpou o mundo. Talvez Knox pensasse que eu não sobreviveria à
magia de Karter entrando em mim, lembrando que eu ainda não era
imortal. Talvez tenha percebido que eu poderia estar perdida para ele e tivesse
acordado para a realidade de que ainda não estava completo?

Quanto mais perto chegávamos de Norvalla, mais inquieta eu ficava. Os


homens, por outro lado, ficaram entusiasmados. Suas brincadeiras mudaram e o
clima dentro do exército tornou-se alegre e bem-humorado. Eles deixaram de ser
guerreiros capazes de destruição em massa e passaram a ser pessoas voltando
para casa para abraçar seus entes queridos. Isso criou uma dor profunda no meu
peito que causou uma pontada de arrependimento, saber que nunca me sentiria
em casa novamente.

Chegamos ao pico e minha respiração ficou presa nos pulmões. Uma cidade
movimentada construída acima do nível do mar se espalhou diante dos meus
olhos. Grandes pássaros voaram ao redor de uma torre, e eu sorri com seus gritos
altos. Altas montanhas cercavam a cidade, com salpicos de cor tão perfeitamente
colocados que as lágrimas encheram meus olhos, queimando-os enquanto Knox
irradiava orgulho.

Dorcha era a capital de Norvalla. Brander me disse que era a casa que Knox
dividiu com Liliana e seu filho. Ele ia abrir aquela tumba e, quando o fizesse, tudo
mudaria. Seu mundo estava prestes a desmoronar, e não importava o que eu
fizesse, não poderia impedir que isso acontecesse. Minha linhagem tinha dado uma
mãozinha a Knox. Ninguém poderia discutir esse fato, nem mesmo eu.

O grupo de guerra parou em um penhasco alto, olhando para o belo palácio


que se espalhava até onde a vista alcançava. As torres se estendiam até as nuvens,
escondendo suas pontas em espiral de vista. A leste do castelo havia estátuas
elaboradas de mulheres com asas, de frente para a água azul cristalina, cheias de
navios que pareciam ter saído de um romance histórico para os dias
atuais. Grandes velas ondulavam com a brisa, levando os barcos para o mar ou
para o porto.
Várias pontes assentavam sobre grandes massas de água, forçando qualquer
um que buscasse a entrada do palácio a cruzá-las. Cada ponte segurava uma
estátua de guerreiro em uma postura defensiva, seus escudos mantidos acima da
entrada. Abaixo do terreno onde ficava o palácio, uma cidade movimentada
passava o dia trabalhando.

Criaturas encheram os céus. Grandes pássaros de todas as cores subiram nas


pontes, carregando pacotes entre elas, mergulhando em direção à cidade e gritando
sua presença enquanto desciam. Minha garganta balançou, e meu coração batia
forte contra meus ouvidos e as lágrimas ameaçavam escapar, absorvendo a beleza
de Dorcha e seu amplo palácio. Knox apertou seu abraço em mim, sorrindo contra
meu ombro antes de beijá-lo suavemente.

— Bem-vinda à minha casa, esposa,— ele sussurrou, esfregando os polegares


sobre minha barriga.

— É linda,— admiti, sentindo algo dentro de mim se estabelecendo, o que me


incomodou.

— Você ainda não viu nada, — continuou Knox, cheirando meu cabelo. Ele
passou mais de vinte minutos fingindo lavá-lo antes de substituir as duas marcas
por outras novas. —Talvez você encontre um lugar em nosso quarto para um
ninho.

Eu tremi quando ele riu, sabendo que ainda era sensível à necessidade de
acasalar. Pior, havia algo primitivo na forma como meu corpo reagia ao seu. O
desejo de tirar dele estava se tornando dominante novamente. Eu estava perdendo
a luta contra a necessidade de marcá-lo como ele me marcou.

Em nossa tenda, eu lutei contra a vontade de fazer um ninho, o que foi a coisa
mais difícil de fazer. Bem, além da atração pelo idiota que me marcou e me beijou
como se eu fosse mais do que algo que ele precisava para sua guerra.
Começamos a nos mover novamente e buzinas soavam do palácio e bandeiras
eram hasteadas nas ameias para sinalizar o retorno do rei. Ignorando a excitação
dos homens, observei as pessoas correndo em direção ao túnel sob o palácio,
desaparecendo de vista. Quanto mais perto chegávamos do palácio, mais vívidos
os detalhes se tornavam.

O próprio castelo foi construído com quartzo fumegante, o que lhe dava uma
aparência mais escura visto de longe. Runas foram gravadas nas paredes do
palácio, escritas no idioma antigo dos primeiros povos. A água correu abaixo de
nós enquanto nosso cavalo de guerra trotava em direção ao portão, onde pude ver
as pessoas se reunindo com entusiasmo pelo fato de o rei ter retornado.

Os homens riam e contavam a outros ao lado deles que mal podiam esperar
para visitar a cidade e ver as mulheres que ofereciam livremente seus corpos aos
mais bravos cavaleiros. Outros falaram sobre suas esposas e suas esperanças de
serem férteis com a cerimônia de Beltane. Eles falaram de famílias, irmãos e pais,
o que causou um aperto em meu peito que se tornou vazio.

Homens e mulheres aplaudiram, gritando quando entramos no pátio interno


do palácio, repleto de vegetação que se projetava contra as paredes altas. O que eu
pensava ser parte do palácio era na verdade um escudo alto e imponente, cercando
e protegendo o castelo.

Dentro do escudo, o palácio era tão alto quanto, se não mais alto. Ele alcançou
o céu através das nuvens, e grandes pássaros voaram ao redor das torres em
espiral. Abaixo do pátio suspenso, sentavam-se as pessoas que não haviam subido
a passarela em torno da cidade em que entramos.

Knox ou seus pais haviam construído uma cidade que poderia ser protegida
das bruxas, e o fizeram em camadas. Os gritos pelo retorno do rei soaram por baixo
e ao nosso redor, enquanto Knox nos levava para o interior da cidade. Chutando
seu cavalo em um passo lento e fácil, ele nos manobrou através da multidão e em
direção a outra parede ao redor do palácio.
A parede era uma obra de arte elaborada que retratava homens em guerra,
defendendo um palácio que espelhava este na aparência. Assim que passamos
pelos grandes portões abertos, os guardas avançaram. As pessoas esperaram na
escada, ficando na ponta dos pés para olhar os homens que voltavam. Knox
escorregou do cavalo enquanto um cavalariço corria para frente, pegando as rédeas
e eu desmontava atrás dele. Knox não ofereceu ajuda enquanto se virava, olhando
para algo atrás de nós.

Assim que desmontei, me virei para ver o que havia captado sua
atenção. Uma estátua imponente de uma mulher conhecida estava em um jardim,
adornada com belas flores em botão. Ao lado dela, com a mão na sua, estava a
estátua muito menor de Sven. Meu coração despencou quando Knox se virou,
olhando para mim estudando sua reação ao memorial que ele tinha feito para
homenagear sua família.

Deslizando meu olhar em direção a uma voz feminina, vi uma mulher magra
correndo em direção a Knox, pulando em seus braços. Ela o abraçou, sorrindo para
ele antes de se inclinar para beijá-lo nos lábios. Como se tivesse surpreendido a si
mesma com a ação, ela se afastou rindo falando alto.

— Bem-vindo ao lar, meu rei. — Ela sorriu timidamente antes de recuar para
fazer uma reverência. —Estou feliz que você voltou para nós inteiro,— ela disse
modestamente.

Knox se inclinou para frente, beijando sua testa antes de segurar sua
bochecha enquanto sorria. —É bom ver você também, Celia. Espero que você não
tenha incomodado muito a equipe com o banquete de boas-vindas. — Ele brincou,
e eu engoli o nó no estômago causado pela ternura em sua voz.

— Eu nunca faria algo assim, faria? — Ela perguntou, e Killian bufou atrás
dela. —Killian!— Ela anunciou, avançando para beijar sua bochecha castamente
antes de voltar os olhos para Knox, flertando abertamente com ele. Piscando, eu
olhei em seu rosto e imediatamente reconheci esta pequena mulher loira como a
rainha parada ao lado de Knox em um dos possíveis futuros que Karter tinha me
mostrado.

— Você faria isso,— Lore se juntou, sorrindo. Ela se inclinou para beijar sua
bochecha, depois os dispensou para olhar para Knox novamente com olhos de
corça.

— Eu ouvi que você pegou aquela vadia assassina que saiu para
perseguir. Eu espero que você tenha removido a sua cabeça e pendurado seu corpo
onde o mundo possa ver apodrecendo. — Bem, devo admitir que não odiei a parte
daquele futuro em que removi sua cabeça.

Eu exalei lentamente, estreitando meus olhos sobre ela. O olhar de Knox


deslizou em minha direção com suas palavras. Ele sorriu com força, balançando a
cabeça quando Celia se aproximou dele, empurrando a mão pela curva de seu braço
enquanto se aproximava de Knox.

— Não exatamente,— ele admitiu, e ela deu um tapinha em seu braço para
aliviar o aborrecimento de suas palavras.

— Você é o homem mais forte e primitivo dos Nove Reinos, meu rei. Ela será
tratada adequadamente em breve, tenho certeza disso. —Celia deu um tapinha
em seu braço, assegurando seu ego masculino de que ele me capturou.

— Eu a peguei, Celia. Eu só não peguei a sua cabeça. Eu encontrei uma opção


muito melhor para ela do que a morte.

— Ela é uma bruxa Hecate. A única coisa a fazer com elas é matá-las e colocá-
las onde o mundo possa ver que você é o rei, e elas não são nada além de lixo. Que
outro uso elas poderiam servir? — Percebendo seu erro em discutir com o rei, ela
colocou a mão contra seu peito sem armadura. —Sinto muito. Meu ódio por elas é
tão profundo quanto o seu. Sinto muitas saudades da minha irmã todos os dias, e
do seu filho, meu sobrinho, muito. Ainda sinto profundamente a ausência deles.
— Eu sei que você não quis dizer nada com isso, Celia. Aria é a bruxa Hecate
mais forte em sua linhagem, e há muitas maneiras de usá-la. Acredito que ela será
a chave para equilibrar o campo de guerra contra as bruxas, — Knox explicou
suavemente, indiferente por eu estar sozinha, ouvindo-os.

— Elas devem morrer pelo que fizeram a Norvalla e a nós. Se você diz que
tem um plano para essa maldita prostituta, tenho certeza que sabe o que está
fazendo, amor, — ela se inclinou para frente, beijando sua bochecha enquanto seus
olhos se encontraram e se fixaram nos meus.

— Eu sei, doce menina. Conheça minha esposa, Aria Primrose Hecate


Karnavious, Rainha do Nada, como ela gosta de se chamar. —Seus chocados olhos
azuis prateados deslizam para os meus, o ódio queimou dentro deles.

— Você se casou com ela em vez de apenas noivar?— Ela retrucou, dando um
passo para trás para olhá-lo interrogativamente.

— Eu casei, portanto, reivindicando a magia da linhagem de sangue de


Hecate que eu posso usar à vontade,— ele afirmou, me observando.

— Você colocou uma bruxa Hecate no trono da minha irmã ?— Celia


perguntou em meio a lágrimas fingidas, levantando as mãos para empurrar os nós
dos dedos nelas, forçando-as a cair.

Knox sorriu com força, dispensando-me. Ele puxou Celia contra seu corpo,
esfregando suas costas dando um beijo no topo de sua cabeça. —Não, Aria nunca
se sentará em um trono, nem terá poder sobre qualquer coisa neste reino. Jamais
faria isso em memória de Liliana. Aria é minha agora para fazer o que eu
quiser. Ela nunca governará este reino ou qualquer outro. Assim que a bruxa
Hecate sentada em seu trono estiver fora do caminho, Aria ascenderá como a
Grande Rainha de Vãkya. Ela não passará de uma marionete que usarei para
governar seu reino e as bruxas que permitimos viver. Aria é muito poderosa, e
agora que me casei com ela, elas não podem questionar meu direito de ficar com
ela. Aria nunca pode liberar sua magia ou poder sobre nosso povo ou ameaçá-los
porque eu tenho controle sobre ela.

Eu engoli a raiva que suas palavras acenderam. Silenciosamente, observei


enquanto Celia chorava alto e dramaticamente no peito de Knox, segurando-o
contra ela. Ele apertou os braços ao redor dela, sussurrando em seu ouvido
segurando meu olhar. Não dei um aviso, nem me importei se ele fodesse a cadela
chorona e desse a ela o que queria na frente de todos.

Ela se afastou, inclinando a cabeça, fingindo indignação chorando lágrimas


de verdade. Celia se moveu em minha direção, seus olhos se estreitando em fendas
quando ela parou diante de mim. —Você não é nada e nunca será nada além do
lixo que este mundo pretende destruir, puta.

— Foi o que me disseram, muitas vezes antes,— eu disse, segurando seus


olhos que me achavam insuficiente.

— Eu odeio que você seja forçado a suportar esta mulher feia. Seu cabelo é
todo prateado e sem brilho. Sua pele é fantasmagórica, e ela é tão... feia. Você deve
ter achado sua noite de núpcias tediosamente horrível.

— Noites,— eu corrigi, observando seus olhos se arregalarem de indignação


com minhas palavras.

Seus dentes rangeram ruidosamente olhando para mim. —Você não será
bem-vinda aqui, na casa da minha irmã, bruxa.

— Não esperava uma recepção calorosa, ou em qualquer outro lugar. Eu


estaria saindo pela porta, mas de acordo com Knox, ele nunca pretende me deixar
ir, — eu provoquei, e ela ergueu a mão e me deu um tapa. Eu sabia que não poderia
me defender sem que outros reagissem a mim como a agressora. Em vez disso,
aceitei silenciosamente, sem reação.
Não me mexi ou estremeci quando Celia segurou a mão contra o peito,
embalando-a. Eu podia sentir o calor queimando minha bochecha e a dor latejava
do ataque. Eu a encarei com firmeza, sem lhe dar a reação que ela desejava, o que
fez sua mão se levantar mais uma vez. Knox se colocou entre nós, olhando para
minha bochecha antes de se virar, segurando a dela suavemente.

— Você não pode machucar Aria, Celia. Ela deve parecer estar aqui de boa
vontade e permanecer sem marcas. Você entendeu?

— Minhas emoções estão cruas por saber que foi forçado nesta direção por
causa dela e de sua linhagem assassina. Esta guerra também não é fácil para
mim. Eu esperei dia após dia pelo seu retorno, Meu Rei.

Os olhos de Knox se suavizaram por ela. Ele balançou a cabeça, sorrindo


enquanto se fechava em sua palma. Ele a puxou para perto, abraçando-a com
força. —Eu voltei e tudo está como deveria ser.

— Você já terminou o drama? Alguns de nós queremos dar as boas-vindas ao


nosso irmão, — uma voz profunda e calmante interrompeu a vadia patética que
tentava chamar a atenção de Knox de qualquer maneira que pudesse. Um homem
alto com cabelos escuros e olhos prateados sorridentes deu um tapinha nas costas
de Knox antes de puxá-lo para um abraço de urso. — É bom ver que você voltou
inteiro, irmão. Bem-vindo ao lar.

— Gideon, estou feliz por estar em casa e vejo que você não passou fome na
minha ausência, — Knox riu, dando tapinhas nas costas do homem grande
enquanto seu irmão me olhava com os olhos estreitos.

— Os rumores são verdadeiros, então? Nosso rei pegou sua rainha?


— Gideon perguntou, deixando seu olhar deslizar pelo meu vestido azul e cintura
baixa, expondo minhas curvas e o colar de corvo.
— Sim, mas tenho certeza de que seus espiões têm relatado tudo o que
aconteceu com você. Acha que não os descobrimos enquanto procurávamos por
inimigos em todo o nosso acampamento? — Knox bufou, levantando uma
sobrancelha olhando fixamente para o irmão.

— Se você não tivesse, eu pensaria que estava ficando preguiçoso, irmão. Se


eles não tivessem respondido de volta, eu os teria considerado indignos de enviar
para o acampamento do nosso inimigo, — afirmou Gideon, me observando. —Ela
é agradável aos olhos, irmão. Pelo menos ela não é grotesca ou deformada. Imagino
que sua noite de núpcias não tenha sido difícil para você. Nem cinco dias depois
disso, nenhum de vocês quase saiu da cama que dividia.

— Chega de política, — outro homem bufou, movendo-se para o outro lado de


Knox. Ele deu um tapinha nas costas dele com força suficiente para que se fosse
qualquer outra pessoa, eles teriam se chocado contra mim. —Já era hora de vocês
idiotas voltarem.

— Faderin, seu idiota miserável. Senti falta da sua bunda velha, — Knox
bufou.

Estudei o grande homem com cabelo loiro mais escuro e olhos azuis
deslumbrantes. Ele lentamente deixou seu surpreendente olhar elétrico travar no
meu. Silenciosamente, observei a longa cicatriz que descia por sua
bochecha. Mesmo com cicatrizes, ele era lindamente masculino e fazia a ferida
parecer sexy. Faderin sorriu maliciosamente, observando como estudei seu peito
nu e as cicatrizes que cobriam seus lados e peito.

— Vejo que você aproveitou o dia e sua Rainha, — Faderin suspirou, baixando
lentamente o olhar para o encanto de corvo que pendia do meu pescoço.

— Eu realmente aproveitei. Aria é muito poderosa e vai virar o jogo nesta


guerra, esperançosamente terminando mais rápido do que esperávamos, — Knox
sorriu, observando minha reação. —O que você diz, esposa?— Seus olhos se
estreitaram como se esperasse que eu gritasse ou fizesse alguma declaração sexual
sobre o quanto ele se agarrou a mim.

— Eu acho que você deveria se foder e se dobrar, marido. — Eu sorri com


força. Os olhos de Knox se estreitaram ainda mais, caindo lentamente para os
meus lábios antes de subir mais uma vez. —Mas, quanto a me agarrar. Você
agarrou a rainha errada. Quer perguntar mais alguma coisa, idiota? — Foda-se
ele e foda-se todos. Eu estava bem aqui, e não era uma besta valiosa que ele
capturou para mostrar a seu povo. A raiva queimando em seu olhar fez minha
garganta apertar com a dor que ele tinha plena consciência de que estava me
causando.

— Ela morde tão forte quanto late? — Faderin deu uma risadinha. Ele
estendeu a mão para me tocar, e meu chocalho soou em advertência, fazendo com
que seus olhos se arregalassem enquanto ele abaixava a mão ao seu lado.

— Infelizmente, não, Fade, — Knox bufou, baixando os olhos para os meus


lábios. —Ela não morde de jeito nenhum.

Eu olhei para os homens olhando para mim, alheios aos outros que
abertamente ficaram boquiabertos. Eles estudaram meu rosto antes de deslizar
sua atenção para Knox. Eles chocalharam baixo enquanto sua atenção se voltava
para mim, fixando-se no meu rosto enquanto meu chocalho respondia ao chamado
deles. No momento em que parou, eles pararam, esperando por mais.

— Faça de novo, — sussurrou Gideon, aproximando-se mais olhando meu


peito. —Faça aquele barulho de novo, mulher. — Eu olhei para ele, então a mão
de Fade se ergueu, roçando os nós dos dedos na minha bochecha, e Ember ronronou
como se gostasse da atenção.

— Isso é incrível,— Fade proferiu, continuando a me tocar. Knox assistia sem


intervir. —Ela faz as duas coisas, o que significa que ela pode ser reproduzida,
irmão.
— Se eu puder socar sua garganta sem ter que mover meus pés, então você
está no meu espaço pessoal,— eu avisei, dando um passo para trás, apenas para
inalar o cheiro de Greer.

— Tem certeza que ela não morde, irmão?— Fade perguntou, seus olhos
procurando os meus ignorando minhas palavras. —Como isso é possível?

— Ela pode falar por si mesma, idiota,— eu rosnei.

— Ela pode agora?— Uma voz desconhecida perguntou, entrando na


reunião. —Ela ronrona e chocalha, mas não morde? Deprimente se você me
perguntasse, — o recém-chegado rosnou. Ele se moveu na minha frente enquanto
olhos safira, perto da cor de Brander, colidiam com os meus. Ele era tão alto quanto
Knox, com antebraços fortemente tatuados, que ele dobrou sobre o peito, olhando
para mim. —Se ela não pode morder, como vai conseguir um trono? Ou segurar
sua língua na presença de seu rei? Talvez ela precise ser silenciada. Dessa forma,
ela pode aprender seu lugar e onde ela pertence dentro dele, irmão?

— Não tenho intenção de calar os lábios dela, Mateo. Aria é uma força a ser
considerada sozinha. Ela sabe disso e, em breve, o mundo a ouvirá chocalhar por
mim. Não desejo mudar ou controlar sua boca. Eu sou maduro o suficiente para
entender que com sua ousadia aberta vem o desafio para aqueles ao seu redor. Ela
tem fogo e uma faísca que poderia inflamar o mundo se soubesse como manejá-lo
contra seus inimigos. A mente de Aria foi construída para a guerra, e meus
inimigos se tornarão dela, o que beneficia a mim e ao nosso reino. Uma rainha
reflete sobre seu rei e mostra sua força aos inimigos. Quanto mais forte a rainha,
mais força o rei que a domesticou tem, — Knox afirmou suavemente, olhando para
mim com o calor queimando em seus olhos.

— Ao travar uma guerra, você escolhe a arma mais forte para empunhar
contra seus inimigos, e eu fiz isso. Eu não teria escolhido uma bruxa Hecate fraca
para o trono, nem minha esposa. Homens fracos escolhem mulheres fracas para
que possam se tornar alfa para ela por padrão. Este monstrinho escondido dentro
de sua linda pele sabe quem é seu alfa, não é, Aria?

— O que, do fundo do meu coração, você quer que eu diga para essa merda?
— Eu rebati, sacudindo ruidosamente enquanto ele sacudia de volta, sorrindo com
vitória. Ele deu um passo à frente para escovar seus lábios suavemente contra
minha testa, e minha espinha se arqueou para sua besta.

— Greer, leve a rainha para o seu quarto e tranque-a durante a noite. Ela é
bastante temperamental em seus momentos de necessidade. Certifique-se de dar
tudo o que ela precisa para o nosso ninho. Aria está perdendo sua batalha contra
a necessidade compulsiva de construir um para me foder. Tenho uma festa de
boas-vindas para comparecer, Cordeirinho. Você não é bem-vinda a se juntar a nós,
considerando sua disposição atual e estado de necessidade que está chamando a
atenção de todos os homens em Dorcha pelo seu cheiro. Sem mencionar que eles
estão ainda menos entusiasmados com quem me casei do que eu.

— Oh, isso realmente machucou meus sentimentos...— Eu agarrei meu peito


e estreitei meu olhar. —Oh, não, que pena,— eu ri silenciosamente. —Eu não
tenho mais trepadas ou sentimentos para te dar, Knox. Eu não quero fazer um
ninho com você, nem Ember deseja fazer um ninho para Lennox. Você não é digno
de nós, ou você perdeu o memorando quando passamos a oportunidade de marcá-
lo?

— É mesmo? Quem é Você?— Knox sussurrou e fechei os olhos.

— Eu sou as chamas que acende seu fogo. Eu sou o calor que irá abastecer e
alimentar seus desejos insaciáveis enquanto acende seus desejos mais sombrios,
— eu sussurrei sem fôlego, engolindo e meus olhos se estreitavam com raiva. —
Quem é Você?

— Eu sou a força quando você está fraca. Eu sou o caos dentro de você que
libera sua luxúria desenfreada. Você é a tempestade dentro de mim, e pretendo
senti-la desencadear na minha pele. — Virando-se presunçosamente para Fade,
Gideon e Mateo, Knox sorriu, —E isso, meus irmãos, é como você prende um
animal selvagem e doma sua língua de megera. Não se deixe enganar pelos lindos
olhos dela, pois a pele mais bonita esconde os animais mais raivosos. Aria é uma
de nós, mas nasceu com o sangue de Hecate pulsando em suas veias. Ela maneja
bem seu sarcasmo, não é, irmãos?

— Sabe, Knox. Vou parar de ser uma vadia sarcástica quando você parar de
ser um idiota, — eu sibilei, virando-me para Greer enquanto ele franzia a testa. —
Knox me libertou esta noite. Importa-se de me acompanhar até minha mais nova
jaula? Meu marido é bastante... decepcionante, como sempre. Talvez você possa
me encontrar alguém que tenha resistência suficiente para saciar minha fome
crescente. Estou bastante faminta esta noite, e meu companheiro se esqueceu de
me alimentar, mais uma vez, — eu disse em voz alta, movendo-me com Greer
enquanto o pátio ficava em silêncio. —Acontece que Ember estava certa. Ele
simplesmente não é ideal para um companheiro e é muito estúpido para viver,
afinal.

— Você não pode falar com o rei dessa maneira!— Celia rosnou, mas Knox a
acalmou, impedindo-a antes que ela pudesse me alcançar. —Ela não pode fugir
assim!

— Ela não vai, mas como escolho punir Aria é problema meu e apenas meu,
minha doce Celia. — O tom de Knox fez meus dentes empurrarem minhas
gengivas, e eu me virei, levantando uma sobrancelha enquanto Greer continuava
nos conduzindo pelo pátio.

— Vou garantir comida para você, Camponesa. Lembre-se, eu sou carne


podre e não tem gosto bom, —Greer bufou, dando um tapinha na minha mão. Senti
o pátio nos observando enquanto partíamos;o ódio correu fundo e atingiu minha
alma, esmagando-a. Assim que entramos em um corredor vazio, Greer fez uma
pausa, virando-se para olhar para mim com olhos tristes. —Você poderia tornar
isso mais fácil se apenas tentasse se dar bem com ele.
— Ele apenas permitiu que a irmã de sua esposa morta me desse um tapa na
frente de todo o pátio. Seus irmãos me trataram como se eu fosse um animal raro
que eles pudessem acariciar e cutucar. Ele está me transformando em um monstro
e sabe disso, Greer. No entanto, quando ajo como eles presumem que sou, ele fica
com raiva. Estou tentando mostrar a eles que não sou um monstro, ou pelo menos
não aquele que eles acreditam que eu seja.

— Você sempre será um monstro, Aria. Você não pode escapar do que é. Você
só pode escolher o tipo de monstro que deseja se tornar. Essa escolha é
inteiramente sua. — Greer fez uma careta coçando a nuca. —Seu coração está
cheio de gelo. Voltar a este palácio com uma nova esposa não deve ser fácil para
ele. O povo amava muito Liliana. Eles verão você como um mal necessário, mas
ainda assim mal. Você quer que Knox mude? Acenda o fogo dentro dele novamente
e derreta o gelo que envolve seu coração. Você é melhor do que isso,
Camponesa. Considere isso antes de colocar suas garras em seu coração,
procurando causar-lhe dor. Você não aprendeu nada, não até perceber que até os
monstros têm pesadelos. Venha, tenho a sensação de que o rei não permanecerá
em sua festa de boas-vindas por muito tempo, não com o perfume que está criando
agora. Há também o fato de que mencionou a masculinidade dele e disse que ela
era bastante insuficiente e falha na frente de seus irmãos.

— Estou perdendo o controle e ele sabe que tudo o que precisa fazer é esperar
que aconteça.

— Então pare de lutar contra isso, Camponesa. Deixe de lado esse monstro
dentro de você. Não é uma fraqueza ceder aos impulsos que está sentindo. Pare de
procurar a luz e aprenda a aceitar o que vem de boa vontade para você na
escuridão. Pois sem essa escuridão, o mundo nunca teria descoberto a beleza das
estrelas. Só podemos ver algumas das coisas mais bonitas na escuridão da
noite. Ninguém entende que, na escuridão, os monstros podem se esconder à vista
de todos, sem ter que fingir ser outra coisa senão o que realmente são.

— Você é muito inteligente por ser um Meat Suit, Greer.


— Você é muito estúpida por ser brilhante, mas eu não iria apontar isso, já
que você lidou com o suficiente hoje. Acho que quando abrir os olhos para o mundo
ao seu redor, descobrirá que muito mais está acontecendo. Ele não consegue
desviar o olhar de você, Aria. Knox olha para você como se fosse a coisa mais linda
que ele já viu. Você ainda não pode ver, mas verá. Nenhum de vocês entende o que
realmente está acontecendo, mas aqueles que estão assistindo, nós vemos.

— Eu sei que ele olha para mim e me acha agradável, Greer. Não da maneira
que você pensa, obviamente. Ele me olha como as pessoas olham para um incêndio
florestal queimando fora de controle. É lindo, mas sabe que é mortal. Sabe que isso
vai destruí-lo e deixar tudo o que existia antes, em nada mais do que ruínas. Ele
sabe que não sou o monstro que ele queria. Eu sou aquele que ele criou.
CAPÍTULO CINQUENTA E UM

Greer me indicou um quarto vazio contendo apenas lençóis e


cobertores. Franzindo a testa, afastei-me da tentativa óbvia de fazer uma piada
me sentando no assento da janela. Eu não esperava ser bem-vinda à Dorcha. Eu
sabia durante todo o caminho até aqui que seria difícil para Knox me levar para a
casa que ele uma vez compartilhou com sua esposa. Envolvendo meus braços em
volta dos joelhos, olhei pela janela para as pessoas dançando e comemorando no
pátio abaixo.

Seu povo planejou seu retorno com uma festa que mostrou o quanto o amava
na capital de Norvalla. Knox era o herói da suas histórias e eu era a vilã. Eu nem
mesmo fingi encontrar humor nisso, considerando que era risível. Eu não era o
ideal de vilã, me preocupando com os fracos que precisavam de proteção, bem, isso
era um monstro fraco. Lutei por aqueles que não podiam lutar por si mesmos, pelos
idiotas lá fora dançando que mereciam viver livres no mundo sem medo de serem
massacrados. No entanto, eles me trataram como uma merda, como um monstro.

Talvez eu precisasse parar de lutar contra o que eles pensavam e apenas


abraçar, como Greer havia dito. Eu estava lutando uma batalha quando eles
estavam travando uma guerra. Eu estava tentando me manter a mesma de
sempre, mas o custo era eu, e talvez eu tivesse que mudar para ser o que eles
precisavam. Continuei a me dobrar e, se continuasse fazendo isso, acabaria
quebrando. Eu deixei Knox entrar. Eu fodidamente o deixei entrar para me ver, e
ele me destruiu completamente no processo.

Luna estava trabalhando com bruxas das trevas e Aine estava


desaparecida. Eu vim aqui por um motivo, para chegar perto de Knox, para fazê-
lo ver que não éramos todas más, mas ele não estava disposto a me ver ainda. Ele
olhou, julgou e me considerou culpada sem um julgamento ou prova de que eu
tinha má intenção para com ninguém. Knox não estava pronto para libertar os
fantasmas que o assombravam ou enfrentar a realidade de que fomos mais fundo
do que o sussurro de carne ou as marcas que ele colocou na minha pele.

Esta era uma época diferente.

Um mundo diferente!

Mas era o mesmo cemitério.

Eu não poderia voltar no tempo ou ressuscitar os mortos. Eu não poderia


plantar flores sobre seus túmulos e pensar que isso aliviaria a tristeza e a dor
daqueles que foram injustiçados. Knox queria que eu me curvasse a ele, mas não
pude. Eu não poderia me curvar a um rei que usasse uma coroa cravejada de jóias
representando as vidas que ele tirou de meu povo. Ele construiu seu trono com os
crânios da minha linhagem e pretendia me forçar a ficar ao lado dele enquanto ele
se sentava.

Knox me torturou com prazer, me desfazendo com seus beijos roubados e me


desarmando com os raros sorrisos cegantes. Eu cheguei mais perto. Ele se
afastou. Ele se aproximou. Eu me afastei. Era um jogo de cabo-de-guerra que
nenhum de nós estava pronto para jogar. Talvez, uma vez que ele enterrasse seus
mortos e pudesse ver através das sombras de tristeza que se apegava, poderíamos
finalmente tentar algo mais.

Eu não poderia continuar dançando com o diabo e me perguntando por que


ainda estava no inferno. Não funcionou assim. Eu estava de pé em sua fogueira e
ponderando porque as chamas me queimavam, e apreciei a sensação de seus beijos
ardentes em meu corpo. Knox não me disse como ele realmente se sentia. Como
ele agiu e me tratou me deixou confusa, dando a ele uma tremenda vantagem no
tabuleiro que ele estava empilhando contra mim.
Uma batida soou na porta um momento antes de ser aberta. Brander desviou
o olhar da janela para os lençóis dobrados que estavam no chão, intocados. Ele
olhou ao redor do quarto vazio, exalando quando entrou, deixando a porta aberta.

— Você está sendo convocada para jantar para que seu companheiro possa
alimentá-la.— Ele estudou como eu sentei com minha cabeça contra a janela,
testemunhando as festividades abaixo.

— Não estou mais com fome, — engoli em seco, sentindo-o se


aproximar. Brander se encostou no parapeito da janela, olhando para a festa
comigo. Seu cheiro criou um aviso que passou por mim, forçando meu corpo a
reagir de forma estranha.

Brander ergueu a mão, deslizando os dedos sobre a cicatriz no meu ombro


antes de passar para o meu pescoço. Seu toque enviou calor através de mim, a
gentileza dele uma mudança na intensidade de Knox. Ele não falou, nem eu,
silenciosamente observando seu reflexo na vidraça. Brander se inclinou, inalando
o cheiro do meu cabelo antes de sorrir, deixando cair sua boca para beijar meu
ombro. Eu não me movi, sem saber o que estava acontecendo enquanto ele me
observava estudando-o silenciosamente.

— Você é tão linda, Aria Karnavious. Nosso nome soa bem e se encaixa
perfeitamente em você.

Eu sorri sombriamente, virando-me para olhar para ele enquanto ele se


afastava de mim. Saindo da janela, eu o espreitei, notando o fogo queimando em
seus olhos. Ele inalou meu cheiro profundamente, bebendo-o como um bálsamo
para sua alma que ele não conseguia alcançar fundo o suficiente.

— Às vezes, eu quero voltar no tempo e me dar um soco na cara por não te


jogar no chão do porão e reivindicar você primeiro.
— É mesmo, Brander?— Eu perguntei roucamente, ofegante em choque
quando ele virou o jogo contra mim. Ele me empurrou contra a parede, seus braços
me prendendo lá, suas mãos ao lado da minha cabeça, impedindo a fuga. Meu peito
subia e descia enquanto Brander abaixava a boca, mal roçando os lábios nos meus,
avaliando minha resposta. Seu beijo aquecido mudou para minha clavícula,
lentamente deslizando para beijar o pulso na minha garganta.

Brander deslizou seu pé entre os meus, separando minhas coxas capturando


minhas mãos, prendendo-as contra a parede, sorrindo maliciosamente quando eu
não lutei contra o que estava acontecendo. —Eu teria espalhado você e abalado
seu maldito mundo, pequenina. — Ele colocou o nariz no meu ombro marcado,
ronronando suavemente. —Eu teria beijado você com tanta força e profundamente
que nenhum outro nome pareceria certo na sua língua depois de terminar de
mostrar que você me pertence.

Eu engoli a necessidade passando por mim. Inalar o cheiro de Brander


profundamente, fazendo Ember franzir a testa quando ela acordou e notou que não
era Knox. A mão livre de Brander se abaixou, empurrando contra meu peito
enquanto ele me observava cuidadosamente.

— Posso roubar um beijo da mulher mais linda que já conheci?— Ele abaixou
a boca, beijando minha garganta, beliscando meu mamilo em sincronia com sua
mordida macia. —Eu posso cheirar sua necessidade encharcando sua boceta,
Docinho. Eu nunca quis provar nada mais do que gosto de você agora.

— Sabe de uma coisa, Brander? Às vezes eu gostaria que minha vida tivesse
música de fundo para que eu pudesse me preparar mentalmente para qualquer
jogo fodido que você e Knox estão jogando comigo, — eu sussurrei, estudando seu
sorriso e o desejo nu queimando em seus olhos cor de safira. Ele soltou meu
mamilo, deslizando lentamente os dedos para cima para roçar a marca na minha
garganta examinando.

— Quem disse que estou brincando?


— Eu sei. Também há o fato de que Knox está do lado de fora da porta. Assim
como todos os seus irmãos, — eu ri silenciosamente. —Eu posso cheirá-los
enquanto ouvem o som de minha voz, meu tom se tornando mais rouco enquanto
você me insulta com a luxúria que suas palavras criaram. Eu posso ouvir seus
corações batendo em um ritmo rápido enquanto eles antecipavam os barulhos que
eu faria para você.

Abaixei minha mão, acariciando o pau muito grande e muito duro que eu
sabia que encontraria. O cheiro de Brander se tornou mais forte, mais primitivo, e
eu apertei meu aperto até que ele engoliu um grunhido de dor. —Eu posso sentir
meu companheiro lutando contra a concha que o abriga, precisando rasgar minha
carne para me lembrar que sou possuída e marcada. Eu posso sentir o cheiro do
pré-gozo dos outros machos excitados pelo meu cheiro, desejosos de me jogar no
chão e pegar o que eles querem. Eu sei que seis homens a menos de um metro e
meio de mim desejam me foder. Talvez, já que você pensa que sou uma prostituta,
devêssemos convidar todos eles para se virarem contra mim? Você compartilha
suas mulheres com eles? Quer dizer, eu só tenho três buracos, então é claro, vocês
todos terão que se revezar para me foder. Mas inferno, por que não, certo? Afinal,
estou aqui apenas para sua diversão. Não sou nada, nem valho mais do que os
orifícios que você e seus irmãos desejam preencher. Certo, Brander? — Sussurrei
com uma emoção que apertou minha garganta. —Se você tivesse uma música tema
tocando agora, seria The Stroke de Billy Squier. Na verdade, seria a música tema
para todos os fodidos seis idiotas bêbados esta noite. Agora, se você me der licença,
eu acredito que meu companheiro, e eu uso esse termo muito vagamente agora,
pretende me alimentar, — eu bufei, empurrando Brander para longe de mim, e ele
franziu a testa, curvando a cabeça.

— Aria, — sussurrou Brander, e sua garganta chocalhou enquanto a culpa


queimava em seus olhos.

— Enfie na bunda, Brander. Posso sentir o cheiro do álcool em todos


vocês. Não sou a porra do seu bichinho de estimação para provocar e brincar para
se divertir. Não sou uma prostituta que pode ser tocada ou tomada quando querem
jogar seus jogos mesquinhos. Eu sou Aria Primrose Hecate, Princesa da linhagem
Hecate. Nada que você ou Knox façam comigo pode mudar isso. Não importa em
que jaula me jogue, ou o que você faça comigo, não pode mudar o que e quem eu
sou.

Entrei no corredor, encontrando Knox encostado na parede com uma


expressão sóbria nos olhos. Os outros se mexeram quando eu dei a eles um olhar
mordaz de aborrecimento. Knox exalou, balançando a cabeça. Ele se afastou da
parede, estendendo a mão empurrando a outra pelo cabelo. Brander saiu do
quarto, observando meu movimento em direção à mão estendida de Knox.

— Vamos pegar algo para você comer, Monstrinho, — murmurou Knox,


parecendo uma criança que foi pega em seu próprio jogo distorcido. —Era tudo por
brincadeira, Aria. Não foi por malícia ou para machucar você.

— Tenho certeza que você teria feito o mesmo com qualquer mulher que não
respeitasse,— eu engoli, sentindo sua mão apertar contra a minha. —Eu sou
apenas sua inimiga, e devo aprender a não esperar decência comum de meu marido
e companheiro. Foi meu erro pensar que tinha um pingo de honra no que dizia
respeito a mim. Sou apenas um jogo que você gosta de brincar.

— Isso não é verdade.

— Então faça isso, porque eu te odeio pra caralho,— eu engoli a dor e as


lágrimas queimando em meus olhos. Coloquei minha mão na sua e seus irmãos
caminharam atrás de nós.

No grande salão havia mesas que foram colocadas e sentadas de acordo com
a posição. Mesas menores foram colocadas ao redor da parede, deixando o chão
aberto no meio. Knox me acompanhou até a abertura e todos se calaram,
sussurrando por trás das mãos. Segui Knox até a plataforma onde havia uma
grande mesa com vista para as outras. Ele puxou minha cadeira, olhando para
mim enquanto eu me acomodava nela, agradecendo.
Knox bateu palmas e os empregados avançaram. Inclinando-se para trás, ele
olhou para as pessoas que olhavam para mim. Eles esperavam um monstro, e eu
não pretendia dar um a eles. Em vez disso, agradeci aos que me serviam, sorrindo
enquanto colocavam uísque em uma caneca de prata e empilhavam carne em meu
prato.

Alcançando os talheres, desdobrei o guardanapo, colocando-o no meu colo


antes de pegar a faca e o garfo e cortar o bife. Usei todas as técnicas de etiqueta
ensinadas na escola de etiqueta para a qual nos enviaram durante o verão. Depois
de cortar a carne, cruzei as mãos no colo, olhando para Knox, esperando que ele
aprovasse a refeição.

— Você pode comer, Aria, — anunciou Knox, pegando a carne com os dedos e
mordendo um grande pedaço antes de colocá-lo de volta no prato. Eu o observei
lamber seus dedos limpando-os enquanto o calor entrava em meu núcleo,
apertando com a necessidade que eu senti por horas enquanto ele ficava bêbado.

O bife derreteu na minha boca, cozido com perfeição, e meu estômago roncou
em aprovação. Fogos de artifício explodiram em minhas papilas gustativas
enquanto eu comia lentamente, ignorando os olhos que continuaram me
observando como se eu fosse uma víbora em sua toca. Bebendo profundamente do
uísque familiar, examinei os rostos das pessoas que continuaram a estudar cada
movimento que eu fazia. Eu tinha acabado de colocar minha caneca de uísque para
baixo quando Celia entrou na sala com artistas atrás dela, batendo palmas.

Quando ela alcançou a mesa do rei, ela fez uma pausa, curvando-se antes de
olhos sorridentes pousarem em mim. Meu estômago se apertou, ameaçando
devolver a comida que eu acabei de engolir na mesa com o brilho em seus
olhos. Celia tinha mudado para um vestido, revelando tanto decote que seus seios
fluíam sobre o espartilho que ela usava. Seus braços estavam cobertos por
pulseiras de prata, tinindo enquanto ela endireitava o corpo. As joias brilhavam
em sua garganta, penduradas apenas o suficiente em seu peito para chamar a
atenção para seus bens.
— Para comemorar suas vitórias e seu retorno para casa, eu preparei um
show para você, meu rei. Não tivemos muito tempo antes de sua volta para
preparar seu entretenimento, por isso esperamos que goste desta pequena
reconstituição de suas muitas vitórias que acabamos de ensaiar. Tenho certeza de
que, se minha doce irmã estivesse aqui após seu retorno, ela o teria recebido em
casa adequadamente. O reino sente muito a perda dela esta noite, quando você
retorna com a neta da assassina como sua esposa, — sussurrou Celia, enxugando
as lágrimas fingidas enquanto o público assentia, concordando com cada palavra
dela.

— Tenho certeza de que desfrutaremos de tudo o que você planejou para nós
esta noite, Lady Celia, — Knox a tranquilizou.

Celia sorriu sob seu elogio, corando se movendo em direção à mesa com um
aceno rápido para os artistas. Engoli em seco, notando que alguns atores eram
seguidores do acampamento que estiveram conosco enquanto marchamos para
Dorcha. Uma mulher de cabelo prateado chamou minha atenção quando notei que
ela usava um vestido semelhante ao que eu estava usando. Celia se sentou do outro
lado de Knox, deslizando a mão em seu colo e apertou sua coxa.

— Estou tão feliz que você voltou. Estou disponível para ajudá-lo com
qualquer coisa que precise, Knox, — ela sussurrou, alto o suficiente para eu
entender as palavras.

Sua mão baixou para a dela, apertando-a enquanto as pessoas se moviam no


lugar, organizando os itens enquanto eu forcei minhas mãos no meu colo. Eu
engoli, rezando para não fazer papel de boba enquanto meu coração martelava
contra minhas costelas. Eu ensinei minhas feições enquanto a loira que usava uma
peruca prateada se aproximava do homem vestido com uma armadura negra e
uma coroa semelhante à de Knox.

Um homem entrou no palco carregando um roteiro. Ele acenou para os atores


e começou a ler. —Venho até você esta noite com uma história de poder, de um rei
tão valente e viril, que domesticou uma megera, cabeças ameaçadoras em uma
bolsa, para a sobrevivência de sua irmã e tia, — recitou o homem, e o público
aplaudiu enquanto os dois artistas atrás dele deram um passo à frente. —Ele nos
prometeu a vitória e lutou com força, e trouxe para casa uma rainha das delícias
do mal, — o narrador continuou enquanto os atores dançavam
desajeitadamente. —Nosso rei tirou uma prostituta do ventre de Freya. Ele a
perseguiu, então a fodeu na tumba de Hecate. Domar esta besta foi um fardo, de
fato, mas ele derrotou essa cadela até que todos nós a ouvimos gritar.

Estremeci quando um cenário se desenrolou atrás dos atores retratando uma


lápide enquanto o homem fingia dar um tapa na mulher. Ela caiu de quatro, de
frente para o público. Ela puxou a parte de trás do vestido, abriu as pernas,
arqueou a coluna e colocou a bunda para cima. O homem circulou ela, esfregando
a virilha de suas calças enquanto piscava para o público. Ela gemeu e tentou
ronronar quando ele afundou de joelhos atrás dela, empurrando seus quadris
contra os seus. Ela jogou a cabeça para trás, gritando em paixão simulada, e algo
negro se espalhou pelo chão embaixo dela como se cada estocada enviasse um
veneno maligno fluindo de seu corpo para o chão.

— Embora ele detestasse seu lugar atrás de sua retaguarda, ele arou aquela
boceta malvada enquanto nós esperávamos e aplaudíamos.— O homem agarrou a
mulher pelo cabelo, continuando a se esfregar nela enquanto outros atores
entravam no palco para aplaudi-lo. Liberando os seios da mulher de seu vestido,
ele agarrou um com a outra mão e começou a beliscar seu mamilo.

— Seu corpo cansado e espancado na medida certa. Nosso rei fodeu sua
prostituta até que ela desistiu de sua luta. — O homem puxou a cabeça da mulher
pelos cabelos e fingiu dar um tapa nela. Ela caiu no chão, choramingando. Eu me
virei para olhar para Knox, que olhava para frente sem nenhuma emoção
aparecendo em suas feições, aparentemente gostando do show.

Um novo cenário apareceu de uma floresta com uma fogueira enquanto o


narrador falava, —Ela tentou fazer amizade com as bruxas no acampamento, mas
elas sabiam quando a viram, ela era uma vagabunda Hecate. Ela foi acorrentada
e algemada para esgotar toda a sua magia. E uma bruxa sem seus poderes? Bem,
não há nada mais trágico. — A mulher se debateu, chorando e balbuciando,
implorando para foder os machos no palco que fingiam ser os homens de Knox em
troca de libertá-la. Meu estômago revirou e uma raiva lenta começou a crescer
dentro de mim.

O contador de histórias pigarreou e a atriz ficou em silêncio. —Por sorte, a


bruxa escapou, então ela se meteu em problemas e gritou, ' estupro'. Os homens do
nosso rei estavam sangrando, exceto por um irmão, e os dois a encontraram
transando com um traidor e depois com outro. Traindo o rei, seus homens
massacraram todos eles para provar que essa boceta foi a queda de Andres. Mais
homens entraram no palco, representando os eventos enquanto a mulher se
deitava e abria as pernas. Ela implorou aos homens para fodê-la enquanto eles
lutavam, que eu assumi ser Lorde Andres e seus homens. Finalmente, o ator que
representava Knox enfiou uma espada de madeira no homem, e ele caiu, fingindo
estar morto quando as cortinas se fecharam.

Minhas unhas estavam estendidas e agora estavam atravessando a pele


enquanto eu cerrava os dentes. E ainda, Knox não demonstrou nenhuma
emoção. As cortinas se abriram mais uma vez e o cenário mudou. Desta vez, era
uma pintura tosca do local do ritual de Beltane.

— Nosso Rei, ele é inteligente e negociou o coração dela; para dar um lar para
sua família. Pois ela prometeu mentiras ao separar suas coxas, e isso só custou a
ela o trono. — O homem e a mulher apareceram no palco com roupas de casamento,
dançando em volta de um mastro, piscando os olhos um para o outro. —Ele se
casou com aquela bruxa e não vacilou quando suas mãos foram amarradas. Ela
pegou um para a equipe, tudo parte de seu esquema para manter a linhagem
Hecate amarrada. — O casal no palco tinha fitas amarradas em uma das mãos. O
falso rei passou uma corda ao redor do pescoço da fêmea, conduzindo-a pelo palco
como um animal. Minhas unhas empurraram minhas palmas, e o guardanapo no
meu colo encharcado de sangue.
— Ela mal podia esperar para ser fodida, para ser lambida e chupada, então
ela o puxou pelo pênis. Então ela lambeu e chupou, e foi completamente fodida
pelo rei que todos nós chamamos de gênio. — A mulher no palco sentou no falso
rei em uma cadeira e fingiu chupar seu pau. Em seguida, ela levantou a saia para
montá-lo enquanto ele libertava seus seios de seu vestido. Ele chupou um em sua
boca enquanto ela apertava seu corpo contra o seu, gemendo e ronronando
enquanto o homem fingia chocalhar.

O narrador sorriu enquanto a multidão aplaudia e ele continuou, sua voz


subindo uma oitava. —Porque ele pegou o que queria e nunca iria se comprometer,
então as coisas que ela queria, ela nunca conseguiria. Amor e afeição não virão
para esta pagã. Quanto mais ele a mantém, mais ela se enfraquece. Se são filhos
que ela quer, para promover sua linhagem, o rei cuspiria em sua sepultura antes
de dar à luz seus porcos. — Naquele momento, a mulher recostou-se em um falso
orgasmo enquanto uma manada de leitões corria gritando sob sua saia, correndo
pelo palco. Os homens que representavam os homens de Knox correram pelo palco
tentando pegá-los.

A raiva começou a pulsar dentro de mim e pude ver pelo canto do olho que
Knox estava medindo minha reação. Eu não deixaria essas pessoas patéticas
saberem o quanto eles estavam me afetando. Eu não me levantaria da cadeira e
arrancaria o rosto de Celia, que, sem dúvida, estava se divertindo imensamente às
minhas custas.

Assim que os leitões foram apanhados e a agitação da multidão acalmou, o


contador de histórias continuou: —Eles foram direto para a batalha; seu corpo se
encheu com o cheiro dele, apenas para saber que não era seu trono. Decepção viria
em seguida, mas ele bombeou, e ela engoliu em seco, então ele abusou de sua
vagina todo o caminho para casa. Agora, esta cadela estúpida está aqui, e é
perfeitamente claro que ela nunca substituirá nossa bela rainha. Pois ela era bela
e delicada, e tudo que esta bruxa não poderia sonhar. — A mulher que se fez passar
por mim sentou-se em um trono e foi empurrada ao chão pelo falso rei e usada
como banquinho. —Quando a guerra for vencida e seus usos não forem
necessários, haverá um lugar para sua cabeça. Então o rei pode se casar
novamente com uma noiva adequada que pode carregar a memória e a coroa de
nossa Rainha. — O homem que representava Knox balançou sua espada de
madeira, e a mulher baixou a cabeça, escondendo-a sob o braço enquanto jogava
fora um melão adornado com uma peruca prateada, uma coroa e batom. Quando a
mulher afundou no chão, o homem removeu a coroa do melão e a levou para
Celia. Ela riu e bateu palmas ao aceitar a oferta.

— Bem-vinda a Dorcha, Aria Hecate. Esperamos que você tenha gostado da


sua história, — afirmou o narrador, curvando-se enquanto a multidão aplaudia e
gritava.

— Eu acho que eles podem ter errado o alvo em relação ao que eu pedi que
fizessem esta noite, Knox. Espero que você não se importe muito, Aria. —Celia
perguntou, e eu sorri para ela, escondendo a emoção que estava passando por mim.

— Não, foi realmente muito honesta. Tenho certeza de que as pessoas


gostaram imensamente, pois pareciam ter encontrado muito humor no show, — eu
disse quase um sussurro, sentindo o sangue que escorria de minhas mãos,
encharcando meu vestido.

— Se você fizer algo assim de novo, Celia, vou mandá-la para casa. Você me
entendeu?— Knox perguntou com os dentes cerrados, e quando ela não respondeu,
ele sibilou. —Não estou falando com você como seu cunhado, mas como seu
rei. Espero uma resposta.

— Eu entendi, — sussurrou Celia, deslizando os olhos entre Knox e eu. —Eu


não deveria ter permitido que outros cuidassem dos preparativos. Eu meramente
permiti que os seguidores do acampamento ajudassem com a história de como
capturou sua noiva e a tratou durante seu tempo fora. Eu não sabia o que
aconteceria. Vou providenciar para que os atores sejam punidos pela atrocidade
que aconteceu esta noite, — mentiu Celia, franzindo a testa e baixando os olhos
recatadamente, colocando as mãos no colo. —As pessoas parecem ter gostado da
história que foi contada esta noite, no entanto.

— De fato, eles gostaram. Só para constar, gosto do corpo da minha esposa e


do que ele me oferece quando estou dentro dela. Ela é uma amante incrível e me
acompanhou completamente na necessidade. Seu lugar aqui é porque você é irmã
de Liliana e Killian. Posso facilmente substituí-la como governanta se insistir em
fazer merda como fez esta noite.

— O povo está chateado com a presença dessa bruxa na casa de


Liliana. Pensei em deixar isso leve para deixá-los à vontade. Eu não quis dizer
isso como um insulto a Aria, ou espero que eles zombem de suas intenções com
ela. Acho que isso lhes proporcionou uma pequena risada para iluminar o fato de
que uma princesa Hecate está aqui na casa da minha irmã. Eles amavam muito
Liliana e o príncipe Sven. Todos os dias somos todos lembrados de que eles não
estão mais aqui conosco.

Eu olhei para os homens na mesa que todos me olhavam com os lábios


trêmulos, exceto os irmãos de Knox e Killian, que parecia mortificado às minhas
custas. Knox empurrou sua cadeira para trás abruptamente, puxando a minha
enquanto agarrava minha mão, abaixando os olhos para onde eu segurava o
guardanapo com força. Eu me levantei, deslizando minha mão na dele antes que
me puxasse para mais perto, roçando seus lábios contra os meus suavemente.

— Venha, esposa. É tarde e há muito que devo fazer antes de encontrar o


sono esta noite. — Knox passou o braço pelo meu cotovelo e seu povo ficou em
silêncio enquanto ele me levava para fora do grande salão.
CAPÍTULO CINQÜENTA E DOIS

Knox não falou até que paramos na frente de grandes portas duplas no final
do corredor. —Isso não deveria ter acontecido, Aria.

Eu não respondi a ele, optando por olhar para seus pés. Seus dedos
levantaram meu queixo e seu olhar se estreitou nas lágrimas nadando em meus
olhos.

— Aria. — Ele se inclinou para frente, mas eu recuei, colocando distância


entre nós. —Eu me comportei mal em minha empolgação por estar em casa entre
meu povo. Permiti que o álcool me levasse a uma aposta de que Brander poderia
te seduzir e roubar um beijo. Obrigado por não beijá-lo. Ele me deve cem horas
treinando os soldados por perder. — Knox abriu as portas para revelar a biblioteca.

— Da próxima vez, me deixe fora de suas apostas,— eu sussurrei, tirando


meus olhos dos seus. Entrei na biblioteca, não querendo que ele visse a luz que
havia apagado esta noite. Eu posso estar viva, mas ele quebrou algo dentro de mim
ao me levar para sua casa, onde o fantasma de sua esposa assombrava os
corredores.

Knox me parou agarrando minhas mãos e me puxando para trás procurando


meus olhos. —O que acabou de acontecer? O que mudou?

— Eu deixei você chegar muito perto de mim, e você decidiu me


destruir. Achei que tivesse visto o fogo em meus olhos e quisesse brincar com as
chamas. Na verdade, você só queria me ver queimar. Eu estava errada em pensar
que você poderia me ver; boba eu. Achei que talvez realmente gostasse de mim,
quando, na verdade, sempre fui um peão, em ambos os lados. Me deixe em paz,
Knox. — Empurrei as portas para entrar na biblioteca.

O jogo que jogávamos começou a parecer um teste de álgebra quando eu ainda


não tinha aprendido a somar. Knox estava derrubando minhas paredes mais
rápido do que eu poderia substituí-las, e ele nem estava tentando derrubá-
las. Greer estava errado. O coração de Knox não estava envolto em gelo; eram
cinzas que nunca mais voltariam a ser inteiras. Você não pode tirar as cinzas de
uma lareira e transformá-la em um pedaço de madeira.

Entrei na biblioteca enquanto Knox me seguia, percebendo o cheiro de


derrota que emanava de mim. Knox capturou minha mão, me puxando de volta
para encará-lo. Seus olhos procuraram os meus, encontrando-os
vazios. Aproximando-se, ele segurou minhas bochechas e abaixou sua boca para
roçá-la contra a minha. Eu não respondi. Eu não pude.

Eu me vi através dos olhos de seu povo esta noite. Eu era sua inimiga, e eles
gostavam de assistir a tudo o que ele me fez passar e o que ele planejou para o meu
futuro. Para eles, a peça representava exatamente o que eu era e como os
acontecimentos se desenrolaram. Eles pegaram algo lindamente visceral e me
mostraram sua versão, e era feio.

— Aria, — sussurrou Knox, seus polegares afastando minhas lágrimas. —


Não deixe que eles quebrem você ou apague seu fogo,— ele murmurou, mas não
era em inglês. —Deixe-me ajudá-la a ir para a cama, mulher, — disse ele,
mudando para um idioma que eu pudesse entender.

— Eu posso ir para cama. Tenho certeza de que você tem assuntos para
resolver esta noite, depois de estar ausente por tanto tempo. — Afastei-me dele,
parando diante do fogo esfregando meus braços, olhando para as chamas
dançando.
— Estarei de volta em algumas horas. — Seu olhar queimou em minhas
costas enquanto eu assentia, dispensando-o. Eu escutei seus pés batendo no chão
enquanto ele saía da sala, fechando as portas antes que uma chave soasse na
fechadura.

Virando-me, olhei ao redor da biblioteca. —Eu sei que você está vivo,— eu
sussurrei, sentindo a agitação sutil da magia. —Estou aqui pelo conhecimento que
me é devido. Sele as paredes e feche as portas. Mostre-me o tesouro que contém
todas as almas perdidas e os livros daqueles que viveram antes que a linhagem de
Hecate governasse os Nove Reinos.

Eu girei lentamente, observando enquanto as paredes se reorganizavam para


bloquear a entrada da sala onde agora estava. Sorrindo suavemente, enxuguei as
lágrimas que rolaram pelo meu rosto. Knox achava que este lugar pertencia a ele
e apenas a ele. Não era. Era meu também, e eu o senti me chamando com cada
pergunta que fiz durante meu tempo longe dele nos Nove Reinos. Agora, eu
pretendia mostrar a Knox que nem tudo aqui foi dominado por ele, incluindo eu.

A biblioteca pulsou com magia quando ganhou vida diante dos meus
olhos. Grandes esferas de todas as cores brilhavam intensamente ao redor das
bordas da sala e fiquei pasma. Grandes livros e grimórios antigos jaziam abertos
em pedestais, intocados pelo tempo ou pela poeira. Os feitiços em seus
pergaminhos enviaram plumas suaves de magia para o ar, parecendo fogos de
artifício floridos.

Eu fui em direção a um livro, observando o feitiço para criar a Casa da Magia


aberta, brilhando com o que pareciam brasas de purpurina saindo da página. Meus
dedos deslizaram sobre ele antes que uma porta brilhante chamasse minha
atenção.

Silenciosamente, me aproximei da porta que pulsava com poder. Minha mão


deslizou sobre o centro de ônix que não mudou com o meu toque. Eu engoli em seco,
levantando minha cabeça para o rabisco antigo azul brilhante que cobria as bordas
da porta, fluindo em direção ao chão, pulsando com imenso poder.

— Como faço para abri-lo?— Perguntei à biblioteca e gritei quando a sala me


levou para uma janela. Fiquei olhando para as sombras cada vez mais escuras de
um pátio cheio de flores, observando uma forma familiar parada diante de um
mausoléu, a cabeça inclinada com um braço contra a porta.

Knox se virou, olhando para a janela de onde eu estava. Movendo-me para as


sombras fora de vista, continuei a vê-lo lutar contra seus demônios. Knox colocou
a mão de volta na porta, curvando a cabeça enquanto seus ombros caíam e
tremiam. Meus olhos deslizaram para as estátuas de cada lado do túmulo
decorado. A imagem de Liliana e Sven me encarou de volta, me provocando,
enquanto eu mordia meu lábio. Ele estava lutando contra sua necessidade de saber
a verdade sem ter que perturbar seu descanso eterno. Knox caiu de joelhos, a
cabeça ainda baixa enquanto a chuva caía sobre ele.

— Eu perguntei como eu abro o cofre. Não pedi para me intrometer entre


Knox e seus fantasmas, — eu rosnei, sentindo como se estivesse invadindo sua
privacidade.

A sala mudou novamente para revelar uma parede com fotos antigas
desenhadas nela. Havia criaturas parecidas com humanos com garras projetando-
se das pontas dos dedos. Um era um homem e o outro uma mulher. Movendo-me
em direção a ela, corri meus dedos sobre as imagens brilhantes, enviando magia
através delas enquanto o casal se movia. Eu engoli, ofegando enquanto a mulher
caçava o homem, rondando de quatro enquanto ele caminhava inconscientemente
por uma floresta. Ela investia e ele se afastava dela como se eles estivessem
jogando. Meus dentes escorregaram da gengiva e minha cabeça se virou quando o
som do meu pescoço foi esmagado, minha espinha formigando enquanto eu
observava a cena se desenrolar.
A mulher pegou o homem, e ele a ergueu, empurrando-a contra uma árvore
enquanto seu corpo balançava contra o dela. Eu engoli o fato de que estava em
uma biblioteca mágica, basicamente assistindo a pornografia de bonecos de palito
ganhar vida. A cena mudou, e o homem e a mulher se tornaram Knox e eu quando
uma cadeira bateu sob minhas pernas, me forçando a sentar. Olhei ao meu redor,
inclinando-me para trás para assistir Knox bater em meu corpo enquanto meus
olhos seguravam os seus. Foi erótico nos ver juntos sem realmente participar.

— Droga, agora tudo que eu preciso é pipoca. Você é muito útil, não é?
— Sussurrei e franzi a testa quando pipoca começou a cair do teto. —E,
aparentemente, você também é bastante sensível.— Eu levantei a pipoca do meu
colo e coloquei um pedaço macio e amanteigado na minha boca. Meus olhos se
estreitaram em fendas enquanto meus dentes cresciam na parede, empurrando na
garganta de Knox. Ele tremeu, e linhas azuis deslizaram pelo seu corpo e pelo
meu. O sexo se tornou primitivo, sua besta assumindo o controle enquanto a minha
própria o liberava. —Maldição,— eu gemi alto, enfiando mais pipoca na minha
boca. —Eu tenho que terminar, não tenho? Eu tenho que terminar a reivindicação
que ele começou?

— Sim,— eu sussurrei para mim mesma.

A imagem de Knox desapareceu e a biblioteca falou: —Filha dos Nove Reinos,


você deve reivindicar seu rei para descobrir sua verdade. Seu pai espera por você,
Aria. Seus inimigos são muitos, mas seu coração é puro. Venha, tome o seu lugar
entre aqueles que viveram antes de você. Você nasceu para a grandeza, com um
poder inimaginável correndo em suas veias. Termine de reivindicar seu
companheiro para que sua mente fique desimpedida e seu destino selado com o
dele.

— Ele quer me destruir, caso você não tenha recebido o memorando, —


sussurrei, levantando-me para voltar à janela e encontrando Knox desaparecido
do mausoléu. —Se eu acasalar com ele, então ele vai me possuir.
— Você está destinada a ser dele e só dele. Ambos foram forjados no mesmo
fogo. Knox é seu companheiro e você é dele. Não será fácil, porque você defende
tudo o que ele odeia. Só você pode mudar sua mente, Aria. Você é tudo o que ele
quer, mas se odeia por trair a memória daqueles que perdeu. Você já sabe a
verdade sobre a identidade de sua primeira esposa. Você considerou isso mil vezes,
mas nunca expressou em voz alta por medo de que flutuasse no ar e chegasse aos
ouvidos de outras pessoas que o usariam para prejudicá-lo.

— Se for verdade, então ele vai me odiar ainda mais. Ele vai ansiar pela
minha morte e por cada bruxa que já viveu. Se Knox descobrir quem está naquela
sepultura, estaremos todos condenados.

— Substitua o que ele perdeu e dê a ele um novo propósito. Você é sua


companheira, Aria Primrose. Só você pode dar a ele a magia que o fez assumir que
era real. Abra-se para ele e depois escape. Faça-o ver que você é tudo de que ele
precisa. O coração muitas vezes nunca percebe o que precisa até que se vá. Ele
manterá sua parte em seu acordo. Deixe-o. Dê boas-vindas ao que você é e ao que
podem criar juntos.

— Nós vamos guerrear um contra o outro. Você entende isso, certo? — Eu o


desafiei com lágrimas queimando meus olhos. —Ele quer destruir todos que amo
e nunca mudará de ideia.

— Você foi construída para a guerra, mas mesmo em tempos de turbulência,


há paz. Você é o caos em movimento e ele é as ruínas que você reconstruirá. Na
guerra, haverá baixas e, quando isso acontecer, vocês dois se separaram. Mas
dentro dessa destruição, vocês vão buscar um ao outro, pois você é dele e ele é
seu. Duas chamas que se tornarão uma só e brilharão com mais intensidade do
que este mundo já testemunhou. — Eu olhei para a parede, sorrindo quando a
figura de Knox reapareceu, roçando suas mãos contra minha barriga, que ficou
grande quando ele a segurou protetoramente. —Quando chegar a hora certa, vocês
dois saberão e buscarão consolo um no outro. Se você deseja acessar o cofre para
obter o conhecimento dentro dele, então você deve reivindicar seu rei, —a parede
tremeluziu e então voltou ao que era. Fui levantada e jogada na cama, e cobertores
foram colocados em volta de mim quando Knox entrou no quarto.

A porta se abriu e fechei os olhos, enrolando-me de lado, respirando o cheiro


de Knox, misturado com a terra em que ele se sentou, conversando com sua
família. O som de roupas sendo removidas encheu o espaço e, em seguida, a cama
afundou com seu peso enquanto ele rastejava para onde eu estava deitada. Ele
puxou os cobertores da minha cabeça, me puxando contra seu calor, me
segurando. Ele exalou, tremendo com qualquer emoção que o percorresse.

— Eu deveria ter parado Celia esta noite, mas todo mundo estava nos
observando. Como minha dor, eles não aprenderam a ignorar a sua. Você me
deixou orgulhoso esta noite ao escolher não reagir ao show de merda que eles
fizeram para o seu benefício.

— Minha vida inteira é um show de merda, Knox. Celia mostrou a eles a


verdade sobre nós. No final do dia, é isso que fizemos para chegar onde
estamos. Pode ter sido uma piada para você e eles, mas é exatamente assim que
nossa história se desenrolou para mim. Eu sou Aria Primrose Hecate. A princesa
Hecate que você tomou por esposa. Eu sou o ser mau que substituiu sua doce
esposa, a quem eles adoravam e amavam. Você mesmo me disse que eu não sou
nada. Quando você me trata como se eu não fosse nada, não pode esperar que seu
povo me trate de maneira diferente. Eu estou bem em ser a vilã, porque às vezes
está tudo bem em ser o bandido.

— Os bandidos não cantam canções bonitas para bebês, esposa. Eles não
desejam ter um filho nem salvam aqueles que são mais fracos e incapazes de se
salvar. Você daria uma vilã horrível, Aria Karnavious. Você seria muito sexy, mas
seria péssima em fazer as escolhas difíceis que os monstros reais têm que fazer.

Eu não respondi, escolhendo apenas aproveitar o calor que seu corpo


oferecia. Seu braço me envolveu enquanto ele beijava minha testa, permanecendo
em silêncio. Eu procurei seus olhos, me perguntando se ele estava certo ou se uma
das visões que Taren e Karter me mostraram se tornaria minha
realidade. Inclinando-me para frente, eu gentilmente reivindiquei seus lábios
antes de me afastar, embora ele perseguisse meu beijo.

— Não posso mais me esconder dos monstros, Knox. Tenho que enfrentar o
fato de que sou um e gosto do que estou me tornando. Boa noite, marido.

Ele ficou na frente da cripta de sua família, o que significava que ele estava
lutando pela força para entrar e falhou esta noite. Knox era o ser mais forte dos
Nove Reinos. Eventualmente, ele pararia de falhar. Eu não poderia estar aqui
quando isso acontecer. Era hora de sair.

Eu tinha que terminar o que vim fazer, pegar o que precisava e escapar antes
que Knox abrisse aquela maldita tumba e descobrisse quem estava dentro do
túmulo de sua esposa. Eu fiz a matemática, descobri a equação e não tinha a
intenção de estar por perto para ser aquela que ele perseguisse quando descobrisse
a horrível verdade.
CAPÍTULO CINQUENTA E TRÊS

Acordei com as mulheres olhando para mim com desconforto queimando seus
olhos. Levantando-me da cama, olhei para elas com curiosidade. Uma deu um
passo à frente ou, mais precisamente, as outras optaram por ela retrocedendo. O
cheiro de rosas me pegou desprevenida quando me virei, encontrando uma grande
banheira colocada no meio da sala.

— Uh... eu...— ela fez uma pausa, tremendo. —Não sei como me dirigir a você
de maneira adequada.— A garota não podia ter mais de dezesseis anos. Seus olhos
verdes arregalados se arredondaram de horror, como se ela pensasse que eu a
esmagaria ou algo assim.

— Aria. Meu nome é Aria.

— Rainha Aria, estamos aqui para dar banho em você, — ela sussurrou me
observando esticar, ainda usando o vestido com o qual eu adormeci ontem à noite,
que estava coberto de gotas de sangue.

— Só Aria está bom, — murmurei, levantando-me lentamente para tirar o


vestido. —Você pode sair. Eu posso me banhar, —eu anunciei.

— Elas não podem sair,— Celia bufou, saindo das sombras para me olhar com
uma frieza que enviou um arrepio pela minha espinha. —O rei Karnavious as
instruiu a banhar sua rainha prostituta. Elas irão ajudá-la ou os guardas podem
entrar e fazer isso por elas. Sua escolha, Aria Hecate, — ela cuspiu, como se meu
nome em sua língua fosse vil, e machucou-a ao dizer isso.
— Na verdade é Aria Karnavious agora,— eu informei friamente. Eu deixei
cair o vestido, revelando a marca de acasalamento que ele colocou no meu ombro
e garganta enquanto ela olhava para mim.

Estabelecendo-me na água, inclinei-me para trás enquanto minhas


assistentes derramavam água no meu cabelo, preparando-se para usar o sabonete
que Knox havia criado para mim. Celia moveu-se gradualmente ao redor da
banheira até que ela estava na minha frente. Hoje, ela havia prendido o cabelo
loiro para trás e joias adornavam sua cabeça para parecer como se ela usasse uma
coroa. Seu espartilho empurrava seios pequenos demais para frente, fazendo-os
parecer muito maiores do que realmente eram. Seus olhos azuis que combinavam
com os de Killian seriam bonitos se não estivessem cheios de ódio.

— O rei nunca vai te amar. Você nunca será mais do que um corpo que ele
leva à noite para satisfazer suas necessidades. Ele odeia tudo o que você é e sempre
será. Você nunca terá mais poder do que eu neste reino. Assim que a guerra
acabar, Knox acabará com sua vida e eu sentarei no trono de minha irmã, ao lado
dele. — Exatamente como eu tinha visto em um dos futuros potenciais que Karter
havia me mostrado, com a exceção de que seria eu quem acabaria com suas vidas.

— Bem, isso explica sua amargura por ele voltar para casa com uma
esposa. Embora, para ser honesta, ele não corresponda aos seus sentimentos, —
eu sorri, inclinando minha cabeça enquanto as meninas lavavam meu cabelo. —
Isso deve te aborrecer muito, ele não retornar a luxúria que você sente por ele. Ele
é um amante muito generoso.

— Estou ciente da virilidade e da resistência de Knox, Aria. Estive com o rei


mais de uma vez para aliviar sua dor. Eu sou quem ele procura quando sente falta
de Liliana. Só eu o lembro que ela viveu. Você acha que é a única que carrega sua
marca? — Celia perguntou, empurrando o vestido de lado para revelar um padrão
semelhante em seu ombro. —Você não é nada mais do que uma prostituta que
aquece sua cama, por enquanto. Você é como as pessoas a chamam, a Rainha do
Nada, e ele a odeia. Knox finge o contrário, mas eu vejo quando ele olha para
você. Ele odeia tudo que você é, bem no centro de seu ser venenoso. Ele já te disse
como você é linda? Ou como ele gosta do fogo queimando em seus olhos? Como ele
anseia por você e não consegue parar sua necessidade de estar dentro de você?
— Celia continuou, fazendo meu estômago dar uma cambalhota repetindo o que
ele tinha me dito. —Ou como você é uma tempestade feroz dentro dele? Ele é muito
adepto da sedução. Eu deveria saber. Eu ensinei a ele o que usar em você antes
de partir para Haven Falls. Eu disse a ele o que dizer e como entrar por baixo da
sua pele para baixar a guarda e se tornar suscetível a seus beijos e olhares
roubados. Eu até disse a ele para se casar com você em Beltane, dentro do círculo.

— Você está mentindo,— eu bufei, observando como seu sorriso não vacilou.

Celia tirou uma folha de papel da saia de seu vestido, entregando-a a uma
garota, que a passou para mim. Eu encarei a escrita, franzindo a testa enquanto
meus olhos examinavam as palavras.

Meu querido rei,

Case-se com a cadela malvada de Beltane. Aos olhos da lei, inclusive dela, ela
será sua por um ano. Diga que ela é linda e que você a deseja mais do que gostaria
de admitir; que ela é uma tempestade dentro de você que se enfurece
descontroladamente e sem fim. Segure-a à noite, faça-a sentir como se pudesse
querer mais dela. Ela é jovem, meu amor. Use-o contra ela, pois os desejos de uma
jovem podem facilmente ser usados. Você sabe como eu gosto de você me lavar
depois de uma noite juntos? Faça o mesmo com ela, fazendo-a se sentir
desejada. Você só precisa mantê-la cega para as possibilidades até depois de
Beltane. Assim que voltar, estaremos unidos e ela será enjaulada. Sei que você
odeia tocá-la e que fica arrepiado por ficar perto dela, mas faça o que for
necessário. Mal posso esperar para sentir seus dentes contra minha carne,
reivindicando-me.

Para sempre sua, Celia.


— Não consigo falar a sua língua, Celia, — engoli em seco, sussurrando
guturalmente, amassando a carta enquanto ela me observava. —E não importa o
que diga, é a sua caligrafia. Não há prova de que foi entregue.

— Não? Pergunte a ele quem veio com o plano de se casar com você,
Aria. Existem tantos enredos e planos que fizemos juntos como uma família. Você
é apenas uma entre muitos. O rei pode desfrutar do seu corpo por causa da besta
que você abriga, mas ainda é seu inimigo, e isso nunca vai mudar.

— Eu sei que todo mundo está planejando uma merda,— eu bufei, sentando-
me para ficar de pé, aceitando a toalha, antes de me mover em direção à cama. —
Onde está Knox?

— Ele está em uma reunião com os outros chefes da rebelião, deixando-os


saber que ele garantiu sua mão em casamento, — disse Celia, e eu me virei,
observando enquanto as meninas se aproximavam dela. — Diga a ela com quem
Knox passa as noites quando está aqui. Diga a essa vadia estúpida quem vai ser
rainha.

— Ele esteve com nossa senhora várias vezes e até a marcou como sua
companheira,— uma garota disse, suas palavras soando ensaiadas enquanto Celia
sorria friamente.

— Veja, todos aqui estão cientes de quem dirige este palácio e quem se
tornará a próxima Grande Rainha dos Nove Reinos, — Celia sussurrou, acenando
para a garota que sorriu, seus lábios vermelhos torcendo em um sorriso sinistro
enquanto ela escovava o sangue de suas unhas em seu vestido preto. — Você vai
morrer aqui, Aria. Eu vou garantir isso. Você vai ser uma boa vadia para mim e
parar de foder o homem que pretendo reivindicar como meu rei.
— Diga isso a ele, já que é ele quem continua insistindo que eu vá pegá-lo, —
rebati, deixando cair a toalha e sorrindo enquanto Celia observava as marcas que
Knox tinha deixado na minha boceta durante nosso festival de cio. Ele
fodidamente me mordeu lá, colocando uma reivindicação sobre o meu sexo que
qualquer homem veria se eu estivesse com eles.

— Vou gostar de vê-lo destruir você. Todas as noites ele vai ficar na frente
do túmulo de minha irmã, lamentando-a e lembrando a si mesmo por que é forçado
a suportar o uso de seu corpo vil. Imagino que toda noite que ele voltar, vai lutar
contra a necessidade de tirar essa linda cabeça do seu pescoço. Em vez disso, ele a
segura perto porque eu disse a ele para fazer isso. Lembre-se disso esta noite,
quando ele puxar você para perto e beijar sua testa. — Celia bufou, sorrindo
recatadamente arrumando o cabelo e endireitando o vestido antes de sair do
quarto. Na porta, ela bateu palmas, o que fez com que as meninas corressem em
sua direção com o medo estragando seus olhos. —Eu espero que você goste deste
quartinho de merda em que ele a colocou, não querendo permitir que você entre
em seu quarto real que fica ao lado do meu.

— Esta é a biblioteca, que passa a ser minha coisa favorita no mundo.

Os olhos de Celia percorreram a sala e as meninas refletiram seu olhar


curioso. Ela franziu a testa antes de jogar a cabeça para trás, rindo como se ela
achasse divertido.

— Você também é louca? Brilhante! Você é a rainha estúpida perfeita que


precisávamos que fosse. Eu não poderia ter escolhido você melhor para ser aquela
cuja magia nós roubamos e colocamos em um trono que pretendemos governar
juntos. Você vai ser a ruína das bruxas em todos os lugares, fantoche. Tudo o que
tínhamos que fazer era encontrar sua fraqueza e explorá-la. Você sabe, Amara era
um alvo fácil para eu usar contra você. Dei um tônico para aquela garota idiota, e
ela se apaixonou por um monstro com muita facilidade. Amara voltava sempre e
sempre, e eu sempre a encontrava, assegurando-lhe que era uma bruxa e sua
guia. Foi fácil guiá-la na direção que eu queria porque ela odiava não ser o centro
das atenções. Você roubou toda a atenção, tornando simples para mim conquistá-
la, dando-lhe o meu empurrão, em última análise, reivindicando sua
confiança. Amara estava morrendo de fome para se sentir importante, banhando-
se no brilho de ser alguém importante pelo menos uma vez. Demorou muito pouco
para manipulá-la alimentando-a com poções que a colocaram contra você.

— Garrett, bem, ele a amava, porque que beleza se apaixona por um monstro
como aquele? Tive grande prazer em saber que você tirou a cabeça dela, sem saber
que ela era inocente dos crimes que cometeu. Eu assisti você fazer isso e sabia
que, uma vez que descobrisse que ela estava sendo controlada, você se odiaria por
matar sua irmã gêmea. Você não deveria ter tocado no que pertence a mim,
vadia. Uma vez era esperado porque a magia do rei tem um grande impacto sobre
ele e sobre aqueles em que a usa. Você não podia ficar longe do pau dele, no
entanto. Você poderia? Não, porque você não é nada mais do que uma prostituta
sem valor. Então, tomei medidas para acabar com sua vida, e já que não precisava
mais de Amara para levar você e suas irmãs de volta aos Nove Reinos, ela era
dispensável. Knox interrompeu sem saber e trouxe você para o castelo dele antes
que o pai de Garrett pudesse remover sua cabeça nojenta. Você deveria ter morrido
no Reino das Bestas Indesejadas, Aria. Teria sido muito mais gentil do que o que
pretendemos fazer com você, —Celia riu, observando as lágrimas nadando em
meus olhos enquanto eu engolia.

— Não sabia disso, sabia? Amara não era um monstro. Na verdade, ela era
doce e me implorou para poupá-la, mesmo sob a influência de magia. O amor dela
por você era tão forte. Demorou três vezes a quantidade de magia para forçá-la a
persuadir Garret e seu pai a colocar você na sala do trono, onde você ficou
pendurada como um pedaço de carne podre que nem sabe que está rançosa
ainda. Cuidado, bruxa. Seus dias estão contados. Continue transando com o
homem com quem pretendo me casar e verá qual de nós ganha essa luta, — Celia
riu friamente, girando nos calcanhares ao sair do quarto, fechando-a antes que a
fechadura se encaixasse no lugar.
Cobri meus lábios trêmulos com minhas mãos enquanto a raiva corria por
mim. Knox sabia sobre Amara? Não, ele não poderia. Ele veio para me
salvar. Brander tinha me contado muito, e sua raiva por me encontrar assim era
real. Ele tinha alguma ideia da psicopata que ele criou dormindo com a irmã de
sua esposa morta? Provavelmente não. Ele não era inteligente sobre esse tipo de
coisa. Eu acreditava que ela havia lhe dado dicas sobre como me seduzir? Talvez,
mas ele escolheu palavras diferentes e fez outras coisas comigo que ela não tinha
mencionado.

O problema com as vadias malucas era isso; você não podia confiar no que
elas diziam ou tomar como verdade sem cavar a sujeira. Ela estava obviamente
obcecada por Knox, e embora eu não a culpasse, ela apenas assinou seu atestado
de óbito com o sangue da minha irmã. Eu cheirei a magia em torno de Amara, mas
confiei em meus olhos com a prova de sua culpa. Eu precisava saber quanto de sua
morte dependia de Knox, se houver. Se ele tivesse ajudado a conduzi-la para
aquele reino de horrores, eu nunca o perdoaria.

Knox pode não saber sobre Amara ou o que Celia fez, mas ele era culpado de
criar aquele monstro da mesma forma que estava me criando. Passei muito tempo
tentando alcançá-lo e descobri que ele ainda não estava pronto para mim. Eu não
poderia forçá-lo a mudar de ideia. E no momento em que Knox abrisse aquela
tumba, todo o inferno explodiria. Era hora de iniciar meu plano de fuga, que eu já
havia começado.
CAPÍTULO CINQUENTA E QUATRO

Greer me acompanhou ao redor do palácio, levando-me para a sala da


família. Nós silenciosamente caminhamos pelos corredores, ele me observando
enquanto eu pegava as fotos pintadas de Knox e sua família. Em cada pintura
estavam ele e sua esposa. Parei na frente de uma, estudando o amuleto que Liliana
usava, que eu suspeitava conter o tônico que mascarava seu cheiro.

Deslizando meu olhar para uma imagem com Sven, meu estômago apertou,
notando suas características familiares, complementadas por cabelos escuros
ondulados e olhos azuis marcantes que olhavam para seu pai como se Knox fosse
seu herói.

— Mestre Sven amava muito o pai, — disse Greer ao meu lado, exalando. —
Sua mãe, entretanto, ela não era muito de criar seu filho. Eu acho que se Sven
fosse menina. Ela poderia ter gostado mais dele.

— Você sabe,— eu disse, virando-me para olhar nos olhos cinzas suaves de
Greer.

— Sabe o quê, Aria?— Ele perguntou, seu olhar deslizando pelo meu rosto.

— Nada,— engoli em seco, girando em direção à biblioteca enquanto as


pessoas paravam para nos observar andando pelos corredores.

Todo o palácio era um memorial à família de Knox. Cada corredor carregava


fotos ou estátuas do que ele amou e perdeu. Em cada um estava um saco
hexagonal, fazendo com que memórias surgissem na mente das pessoas. Era como
forçar alguém a aliviar as mortes de Liliana e Sven repetidamente. As pessoas
pararam na frente das estátuas, soluçando por causa de indivíduos que haviam
partido há quinhentos anos.

— Sabe, se você remover esses saquinhos que carregam feitiço para lembrar,
as pessoas podem eventualmente seguir em frente,— eu disse baixinho,
observando Greer parar para pegar um.

Eu parei, me virando para vê-lo jogar o saquinho em suas mãos antes de


balançar a cabeça lentamente. —Achei que Celia acrescentou os sacos às estátuas
para preservá-las por um milênio. Eu não tinha ideia de que ela estava forçando
todo mundo a reviver as memórias do passado. Não admira que ninguém tenha
superado a perda. Essa mulher é uma caçadora feroz e se recusa a permitir que
Liliana encontre alguma semelhança de paz em sua morte.

— Ela disse que dormiu com Knox, — indiquei, ouvindo Greer exalar, o que
era prova suficiente de que Celia estava dizendo a verdade. —Isso é baixo, mesmo
para ele.

— Considere seus hexágonos como prova de suas habilidades mágicas,


Camponesa. Celia é muito adepta de conseguir o que quer e deseja muito a seu
marido.

— Ela pode ficar com ele, com a minha bênção, — respondi, parando em frente
à biblioteca. —Onde estão as gárgulas?— Eu questionei.

— Elas estão por aí, mas às vezes precisam dormir mais do que o
normal. Como todas as criaturas, passam por momentos em que precisam criar
uma nova vida. Quando isso acontece, eles optam por dormir para evitar criar vida
com outra raça.

— Eles são contra a criação de descendentes mistos?— Eu perguntei


curiosamente.
Greer sorriu, balançando a cabeça lentamente. —Eles se transformam em
pedra quando gozam em seu companheiro, retornando à sua forma dura. Se o
fizessem com outro, morreriam. Eles só podem criar uma nova vida com certas
raças nos Nove Reinos. As bruxas são uma dessas, se é isso que você está
perguntando.

Eu bufei, revirando meus olhos. — Não, longe disso,— eu ri quando as


sobrancelhas de Greer se ergueram e sua cabeça se inclinou para o lado. —
Obrigada por me mostrar o palácio.

— Você quer dizer o memorial?— Ele riu, observando meu rosto cair. —Vale
a pena salvar Knox, Aria. Vale a pena lutar para conseguir algum amor. Eu sei
que acha que ele está quebrado e que não será capaz de alcançá-lo, mas se alguém
pode, é você.

— Você acha que eu sou uma milagreira, Meat Suit. Receio que, depois da
noite passada e desta manhã, não me importo mais se ele está salvo ou não, —
sorri tristemente, entrando na biblioteca enquanto Greer me estudava com um
olhar preocupado.

Dentro da biblioteca, fechei a porta antes de sussurrar as palavras para


barrar a entrada. Meus olhos deslizaram ao redor da sala, movendo-se em direção
às prateleiras que foram reveladas sem que eu precisasse perguntar. Balançando
meu nariz, um carrinho apareceu e eu sorri.

— Obrigada,— eu disse para o ar, sabendo que a biblioteca era uma coisa
viva e respirando que só se mostrava para aqueles que eram dignos do
conhecimento que ela possuía.

Puxei livros das prateleiras, empilhando-os no carrinho antes de levá-los para


a seção mais distante da biblioteca. Passei por uma abertura à minha esquerda e
olhei para um corredor mal iluminado, forrado com prateleiras de cada lado,
empilhadas do chão ao teto com livros e outros objetos. O corredor parecia não ter
fim e, embora eu sentisse a necessidade de explorar, minha voz interior me disse
que agora não era a hora. Empurrando o carrinho para frente, fui em direção a
uma grande porta que se abriu ao meu toque, revelando um quarto decorado com
cores masculinas.

Dentro do quarto, uma grande cama de quatro posturas ficava no meio. Nas
paredes, havia fotos de Sven e Liliana, todos em idades diferentes. Fui até a
cômoda e tirei uma camisa, inalando para sentir o cheiro de Knox. Colocando-a de
volta na cômoda, me arrastei para a cama, olhando para a imagem que cobria o
topo do dossel. Deitada, estudei uma foto minha nua no riacho fora da Casa da
Magia, no reino humano.

Flutuando no riacho ao meu redor estava o vestido vermelho que usei para a
reunião onde castrei Fallon. Garras foram empurradas através das minhas unhas
e minhas mãos estavam no seu cabelo, segurando-o longe do meu rosto enquanto
as lágrimas deslizavam dos meus olhos. Como diabos ele capturou a imagem? Eu
parecia vulnerável e bonita. Minhas paredes estavam baixas, quebradas de ouvir
os lobos alfa assassinando Fallon depois que eu o derrubei para eles. Sentando-
me, eu fiz uma careta, então me movi da cama, alisando os cobertores antes de
entrar em seu quarto.

Um busto do meu rosto pousou sobre um pedestal de mármore e minha mão


deslizou sobre ele, sorrindo. Se Knox odiava tanto estar perto de mim, por que ele
capturou imagens minhas em meus momentos mais vulneráveis? Eu me apaixonei
por Knox quando estava mais fraca? Por quê?

Inspecionando a sala, notei grandes pontas de gelo que enchiam uma longa
parede na parte de trás. Aproximando-me, abaixei meu corpo, apertando os olhos
para ver dentro delas. Quanto mais eu olhava, mais claro o gelo ficava até expor
as silhuetas das pessoas. Aproximando-me ainda mais, percebi que estava olhando
para dentro da tumba de Hecate, e meu coração acelerou, batendo, enquanto
minhas irmãs apareciam, andando pelo espaço estreito que estava registrando
suas imagens.
De pé, examinei a sala cheia de imagens de pessoas através do
gelo. Exalando, eu vasculhei, entendendo como Knox tinha me encontrado tão
facilmente, mesmo quando descobri como anular os efeitos de sua marca por algum
tempo. Indo para a sala adjacente, parei quando ossos enormes apareceram,
posicionados em torno de ovos gigantes que pareciam ter sido criados a partir de
crânios.

Minha mão tremia quando levantei meus dedos, escovando-os sobre a


superfície porosa. Minha imagem tremeluziu na minha frente e eu gritei, pulando
de susto.

— Ovos de dragão, minha rainha.

— É assustador que você apareça com meu rosto,— eu grunhi, olhando para
minha imagem enquanto falava para a biblioteca.

Minha imagem tremeluziu, transformando-se em Knox. Eu bufei,


balançando minha cabeça. —Está melhor? — A biblioteca perguntou na voz grossa
e rouca de Knox. Eu balancei a cabeça, aliviada por não estar mais sendo forçada
a falar sozinha. —Há muito tempo, os dragões voavam nos céus de Norvalla. Eles
eram criaturas gigantes com envergadura de asas de mais de trinta metros. — A
imagem de Knox acenou com a mão antes que um dragão enorme pousasse na
minha frente, suas asas largas e sua boca aberta guinchando na minha frente,
atirando meu cabelo no ar.

Eu ri, levantando minha mão para tocá-lo, mas minha mão deslizou por seu
corpo como se fosse feito de névoa. Olhando para a versão da biblioteca de Knox,
eu fiz uma careta, notando que ele me observava com um sorriso atrevido nos
lábios. Enormes braços cruzados sobre o peito e então nos movemos sem aviso.

Eu engasguei, olhando ao redor enquanto estávamos em um extenso campo


cheio de fênix e dragões. Eles estavam juntos, movendo-se um com o outro
enquanto os menores batiam suas asas freneticamente, gritando enquanto os
maiores os observavam jogar.

— Eles são lindos,— eu engoli.

— Eles eram quando viviam livremente nos Nove Reinos,— ele concordou,
levantando a mão, e uma pequena fênix de fogo pousou em sua palma. —Você sabe
como chamamos quando eles acasalam?

— Não, eu nem sabia que eles existiam,— eu admiti, sem medo de ser honesta
com a biblioteca. —Nunca fui ensinada sobre eles porque nos disseram que não
existiam.

— Eles eram reais, — afirmou ele, puxando-me em sua direção, entregando-


me a fênix.

Eu a embalei em meus braços, observando enquanto ele esfregava a cabeça


lentamente contra meu peito. Olhos vermelhos me observaram, piscando
lentamente os cílios dourados. Outra coisa voou em minha direção, e eu estendi
minha mão, e um dragão bebê com escamas verdes brilhantes misturadas com
vermelho subiu pelo meu braço. Meu coração trovejou de excitação, ao ver as
criaturas do mito que se moviam sobre meu braço e peito. Eu ri baixinho, a
primeira emoção despreocupada que parecia real em muito tempo.

A imagem de Knox riu, movendo-se para envolver seus braços em volta de


mim, me segurando. Não parecia a biblioteca; parecia Knox, causando uma
tempestade de sensações que me invadiram.

— Pare de pensar nisso, — ele sussurrou em meu ouvido.

Ele estendeu as mãos e as duas criaturas pularam sobre elas. Eles se viraram
um para o outro, abrindo a boca, enviando chamas vermelhas e azuis para o ar. O
fogo deles atingiu e faíscas de ouro acenderam. Eu me inclinei para trás,
observando o fogo que brilhava intensamente.

— Imagine se eles fizessem um filho juntos, um que pudesse criar as duas


chamas em uma alma, — ele engoliu em seco.

Um barulho soou atrás de nós e a sensação de queda tomou conta de mim. Eu


caí em um sofá segundos antes de um livro bater no meu estômago. Eu gritei,
sentando-me na minúscula camisola que a biblioteca tinha colocado em mim. Eu
levantei o livro, olhando por cima para ver Knox entrando pela porta. Seus olhos
pousaram lentamente em mim antes de deslizarem pelo meu corpo.

Sua boca se curvou em um sorriso, e ele girou sobre os calcanhares, tirando a


armadura que vestia. Meus olhos se deleitaram em seu corpo, bebendo a visão de
seus músculos vigorosos. Um fogo crepitava ao meu lado enquanto as luzes
diminuíam. Meus olhos se estreitaram, deslizando ao redor da biblioteca com um
olhar acusatório.

Knox se virou, sorrindo quando seus olhos deram o mesmo olhar lento pela
biblioteca que eu acabara de dar. Ele tirou a camisa e vestiu uma calça de
moletom. Segurando sua mão, um livro caiu do céu, forçando meus olhos a se
erguerem quando ele se acomodou no sofá, se esticando ao meu lado.

— Eu acredito que seu dia foi tranquilo, esposa?— Knox perguntou, olhando
para mim por cima do Guia do Kama Sutra do Macho Alfa. —Interessante escolha
de livros,— ele disse para o ar, direcionado para a biblioteca enquanto baixava os
olhos para as páginas.

— O livro que eu estava lendo era A Arte da Guerra. —Eu sorri, lambendo
meu dedo para mudar a página. Eu levantei meus olhos para ele e sua cabeça se
inclinou enquanto eu estudava seu rosto desprotegido. Seus olhos se ergueram e
os meus caíram, deslizando lentamente pelas páginas sem ver nada. Eu trouxe
meu dedo à boca e mastiguei a ponta da unha, espiando por baixo dos meus cílios
para segurar seu olhar aquecido que deslizou vagarosamente sobre minhas pernas
nuas.

Engolindo em seco, mudei minhas pernas, separando-as ligeiramente,


baixando os olhos para as páginas. Eu podia sentir o olhar de Knox no meu sexo
nu. A fome queimando em seus olhos me surpreendeu. Eu podia sentir o calor
pulsando pela maneira como me olhava, lentamente me fazendo apertar com a
necessidade de senti-lo pulsar dentro de mim. Eu levantei meus olhos para
encontrá-lo me observando.

— Como foi o seu dia?— Eu perguntei, incapaz de impedir a luxúria de


preencher meu tom.

— Cheio de acontecimentos, infelizmente, — afirmou, abaixando o livro para


se sentar. —Ajuda, — ele agarrou meu livro, virando-o com o lado direito para
cima antes de devolvê-lo para mim, —ter o livro da maneira certa durante a
leitura, esposa, — ele sussurrou, sorrindo.

Um rubor aqueceu minhas bochechas quando ele se deitou, levantando o


joelho, descansando o braço esquerdo sobre o encosto do sofá. Ele segurou o livro
com uma grande mão e lambeu o dedo, deixando sua língua deslizar sobre ele antes
que sorrisse, ouvindo o gemido que encheu minha garganta.

— Você está molhada e pingando no meu sofá, — ele rugiu.

— Eu poderia estar pingando na sua língua, mas você é um idiota. — Sentei-


me, lentamente enrolando minhas pernas embaixo de mim. Eu trouxe o livro para
evitar que ele visse o sorriso nos meus lábios. Eu podia ouvir as páginas
virando. Seu cheiro se espalhou sem aviso, e fechei os olhos, estremecendo.

— Tudo bem, Aria? Você parece estar tremendo, — ele provocou.


Meu sorriso caiu com o livro, enviando meu cheiro correndo em direção a ele,
e sua expressão vacilou quando seu olhar encoberto capturou o meu. Olhei
incisivamente para ele, observando seu peito subir e descer lutando contra o cheiro
que meu corpo estava criando, um que Ember me garantiu que colocaria Knox de
joelhos.

Knox se sentou, colocando lentamente o livro de lado, olhando para mim. Eu


coloquei o meu no chão, fechando meus olhos contra o cheiro que ele
intensificou. Eu me lancei, caindo sobre ele desencadeando tudo dentro de
nós. Meu corpo tocou o seu e eu explodi. Ele grunhiu, gemendo quando nossos olhos
se encontraram fixos. Meus braços brilharam, e os dele também. Tremendo, gemi
quando Knox me puxou para seu colo, liberando-se para entrar em mim com força
e rapidez.

— Eu nem estava lendo, — admiti, ouvindo-o rir.

— Eu estava olhando para sua boceta nua o tempo todo, por baixo das
páginas,— ele grunhiu, devorando minha boca. Eu balancei contra ele, passando
minhas mãos por seus cabelos, lutando com ele pelo controle do beijo. Knox me
empurrou de volta para o sofá, empurrando lentamente em meu corpo, embora já
tivéssemos terminado antes mesmo de começar. A sala escureceu e eu me afastei,
olhando ao redor enquanto ele sorria. —Você se sente tão fodidamente bem, Aria,
— ele rosnou, forçando minha atenção de volta para ele.

Observei seus olhos, segurando-os até que gritei seu nome. Eu gozei em torno
dele até que seu corpo ficou tenso e ele rosnou, baixando a boca no meu ombro,
beijando-o pressionando sua garganta em meus lábios. Minha língua deslizou
sobre sua carne, sentindo-o tremer contra mim. Senti sua necessidade de
terminar, de reclamá-lo, mas não consegui. Tinha que ser da maneira certa. Eu
sabia quando e onde iria reivindicá-lo, e ele não me veria chegando.
— Aria, por favor, — ele rosnou, mas eu balancei minha cabeça. Empurrando-
o para longe, levantei-me para me limpar antes de ir para o fogo, embalando meu
corpo.

Eu tinha que reivindicá-lo, e se o que Celia disse fosse verdade, ele ajudou a
me forçar a matar Amara. O pensamento me deixou nauseada. Estremeci, embora
a chama do Gênio brilhasse dentro do fogo. Braços em volta de mim, e antes que
eu pudesse descobrir o que ele pretendia fazer, seus dentes se afundaram em meu
ombro. Então tudo ficou escuro ao meu redor.
CAPÍTULO CINQUENTA E CINCO

KNOX

Movendo-me para a sala de guerra, parei, deslizando meu olhar sobre a roupa
desesperada de Celia. Hoje, ela apertou os seios contra a blusa que usava, e sua
saia foi cortada até a cintura, expondo ambas as coxas. Exalando irritação, entrei
na sala, examinando os rostos do meu irmão antes de Celia entrar, sentando-se ao
meu lado.

Sua mão imediatamente deslizou na minha coxa, roçando meu pau como se
tivesse feito acidentalmente. Minha mão agarrou a dela, colocando-a sobre a mesa
lhe lançando um olhar fulminante. Não era um segredo que estivemos juntos uma
vez, o que aconteceu anos após a morte de minha esposa, com a tristeza alimentar
com uma fúria bêbada da qual ela se aproveitou. Não que eu fosse inocente.

Celia tinha fingido gostar, mas eu vi o medo e a dor persistentes em seus


olhos enquanto eu ficava duro, liberando o monstro que precisava de uma
saída. Ela sangrou e eu acordei com ela ainda na porra da minha cama, com nojo
de mim mesmo. Eu experimentei a magia no ar, sabendo que ela a usou em mim
para ganhar entrada na minha cama e no meu pau. A cadela não tinha voltado
depois da primeira vez.

— Eu disse para você noivar com a prostituta, não se casar com ela,— ela
sibilou.
— Eu seria muito cuidadosa, mulher, — eu rosnei, sentando-me para olhar
para Killian, que deslizou sua atenção para sua irmã, sabendo o que ela desejava
e nunca teria. —Você faria bem em lembrar com quem está falando dentro desta
sala.

— Minhas desculpas,— ela saiu correndo, sua mão imediatamente se


movendo para o meu pau novamente.

Eu peguei antes que ela pudesse me agarrar acidentalmente novamente. Eu


não era idiota. Eu sabia que ela queria que Aria a cheirasse no meu pau. Isso não
estava acontecendo, porra. Aria quase me reivindicou na noite passada. Eu senti
sua necessidade, a compulsão de terminar o que ela começou, e ainda assim ela
parou de repente. Tive a sensação de que a visita de Celia ao meu quarto tinha
algo a ver com isso.

— Você não deveria ter se casado com ela, Knox. Você não sabe nada sobre
ela, — Celia continuou, e eu me virei, observando seu rosto.

Celia era linda, mas ela não se comparava a Aria. Onde ela era fria, Aria
tinha um fogo que queimava dentro de mim, saindo do controle. Celia nem mesmo
me moveu quando fingiu desfrutar da minha cama. Aria desencadeou o inferno
contra mim, me encontrando com paixão e mais um pouco.

— Eu casei e está feito. Eu conheço aquela garota melhor do que eu conheço


você. Eu a estudei, observei e tracei um curso que nos levou a um altar, fazendo
dela minha esposa. Eu não posso desfazer isso. Não vou permitir que seja
desfeito. Lide com isso e fique longe dela. Se houver mais acrobacias como a que
você fez na frente do salão, você irá para casa. Você me ouviu? Não vou te dar outro
aviso.

— Ela não é Liliana!— Celia retrucou.


— E nem você! Eu sei quem e o que essa garota não é! Você vai diminuir a
porra do seu tom dentro desta sala. Você me entendeu? Não sou seu cunhado de
merda agora. Eu sou o Rei dos Nove Reinos, mulher. Me responda, — eu gritei,
batendo minha mão na mesa, enviando bebidas para o ar enquanto ela engasgava,
jogando sua cadeira de volta no chão para escapar da minha ira.

— Compreendo!

— Bom! Agora, relate.

Killian olhou para sua irmã enquanto ela endireitava a cadeira e alisava o
vestido antes de se sentar. —Pedimos aos chefes da rebelião, e nenhum pediu que
Aria Hecate fosse mantida viva. Nós passamos pelos superiores também, e nada.

Virei na minha cabeça e olhei para Brander, que franziu a testa. —Isso não
faz sentido. Todos nós ouvimos a ordem. Quem poderia ter poder suficiente para
foder com nossas cabeças?

— Bruxas, — Celia bufou, as mãos tremendo pegando sua bebida. —Ilsa


poderia ter querido ela viva para adicionar a uma rede, ou talvez ela quisesse a
vadia assassina ao seu lado.

— É possível, mas estamos cobertos de runas e feitiços que a impedem de nos


alcançar com sua magia. Também existe o fato de que a sua magia não funcionaria
comigo, — admitiu Knox.

— Você pode anular Aria. Você fez isso dentro de Haven Falls. Você é a porra
da sua criptonita, e ela está ciente disso. Isso a deixará desesperada para escapar
assim que trouxermos sua família. Você planeja fazer isso, irmão? — Lore
perguntou, seus dedos tamborilando na mesa.

— Se soubéssemos onde diabos elas estão, eu poderia. O fato é que o corpo de


Lorde Carter foi devolvido em pedaços por seu exército. Eles estão loucamente
apaixonados por uma bruxa chamada Reign, que os enfeitiçou. Carter quebrou as
ordens que dei a ele, o que significa que preciso voltar ao que importa, que é ser
visto no exército e comandar a merda.

— A família de Aria tirou sangue, o que significa que você não está mais preso
ao juramento que fez a ela sobre o acordo de casamento. Isso irá ser um problema?
— Killian perguntou.

— Aria vai acabar matando Aurora assim que descobrir a verdade sobre
quem ela realmente é, — zombei, puxando a bebida para meus lábios considerando
a dor que ela suportaria quando descobrisse a verdade.

— Todas as descobertas que você me fez fazer e não pretende usá-las contra
ela?— Celia perguntou, seu tom sarcástico e cheio de ódio.

— Não, e nem você. — Coloquei a bebida de volta na mesa, sentando-me para


frente. —Os homens de cabelos prateados que a seguem são muito semelhantes
em sua aparência para ser uma coincidência. Exceto Aden, aquele que quer criá-
la. Eu acho que eles são família.

— Estou surpreso que Aden não a perseguiu através de nossos portões com o
pequeno show que deu a ele na caverna,— Killian bufou. —Eu sei que eu queria.

— Você deseja, Killian. Aria iria mastigá-lo e cuspi-lo, —Lore incitou.

— Ela iria? Porque eu tenho certeza que ela iria me cavalgar pelos portões do
inferno, e eu deixaria, —Killian brincou.

— Vocês podem parar de pensar com seus pênis por cinco minutos? Ela é um
problema. Você tem uma bruxa Hecate como sua esposa. Não importa qual seja
sua outra metade. Se você morrer em batalha, Knox, ela é a porra da herdeira do
seu trono, — Celia zombou
Eu sorri, virando-me para olhar para ela antes de estreitar meus olhos em
Brander. —Você quer contar a ela?— Eu perguntei, observando Brander bufar
antes de passar as mãos na boca.

— No caso de Knox não conseguir governar, eu tomarei o seu lugar. Eu sou


seu herdeiro, já que sou o segundo filho.

— E o grande rei ? — Ela perguntou, deslizando os olhos em direção a Killian.

— Aria, porque eles não seguem uma bruxa, — admiti, observando sua raiva
aumentar. —Se ela me matar, eles a coroarão e, ao colocarem a coroa, removerão
sua cabeça e a ameaça que imporia sem mim aqui para lidar com ela.

— Você tem tudo planejado, não é?

Eu sorri, levantando-me enquanto os outros se juntavam a mim. —Eu sou o


Rei, Celia. É meu trabalho estar dez passos à frente de todo mundo. Senhores,
gostariam de me acompanhar até a biblioteca para algumas pesquisas? — Todos
correram em direção à porta, atraídos pela necessidade de estar perto da mulher
que mais sentiam.

Aria não era apenas minha esposa. Ela era um farol de esperança de que
mais como ela estivessem lá fora. Depois de encontrar Eva e a mulher que fugiu
de nós enquanto Aria tentava escapar, sabíamos que havia mais por aí. Nós
apenas tínhamos que descobrir como chegar até elas e mostrar que não éramos
seus malditos inimigos.

Isso trouxe esperança para uma nova vida e pequenos monstros dentro do
reino novamente. A ideia de encontrar uma companheira era estimulante para
meus homens, porque eu os havia submetido à beleza de Aria. Sorrindo, deixei a
vadia invejosa para trás fazendo meu caminho em direção à porta.
— Knox? E nós?— Celia chamou nas minhas costas e me virei, olhando para
ela.

— Considerando que você é a irmã de minha falecida esposa, sugiro que


esqueça que houve um lapso de minha parte que o levaria a acreditar que existia
um 'nós'. Você está aqui porque Killian me pediu para permitir. Eu não poderia
me importar menos para onde você vai ou com quem fode. Eu só me importo que
você fique longe da minha esposa. Ela pode ser minha inimiga, Celia, mas não se
engane, ela é minha e está sob minha proteção. Descumpra a ordem que dei e vou
arrancar a porra da sua cabeça.
CAPÍTULO CINQUENTA E SEIS

ARIA

O quarto estava escuro quando Knox entrou, rindo de algo que um de seus
homens disse no corredor atrás dele. Ele parou em seu caminho, e eu o estudei
enquanto ele lentamente ergueu o nariz, inalando o cheiro de acasalamento que
eu liberei por horas. Os olhos oceânicos se estreitaram enquanto ele se movia mais
para dentro do quarto, seguido por seus homens, atraídos pelo meu cheiro.

— Por que seu quarto cheira a céu, Knox?— Lore perguntou, levantando seu
nariz, chocalhando, e eu ecoei o som.

Todos os pares de olhos se voltaram para onde eu estaria se tivesse


permanecido lá. Eu era a caçadora e eles eram a presa. Nenhum ruído escapou de
mim e silenciosamente Knox entrou na sala. Ele chocalhou suavemente, e os meus
ecoaram, forçando seus olhos para onde eu estava sentada de quatro, empoleirada
em uma prateleira, vestido apenas com a camisola branca transparente.

— O que ela está fazendo lá em cima? — Brander perguntou, seus olhos me


estudando. Eu fixei meu olhar com Knox, marcando-o como meu alvo, abaixando
minha cabeça com ele em minha mira.

— Porra se eu sei,— admitiu Knox, estreitando os olhos em mim.


Eu chocalhei um desafio, e a boca de Knox se curvou em um sorriso
pecaminoso. Ele ecoou, e eu soltei um ronronar calmante que fez seus homens
gemerem. Seus olhos se inclinaram e sua atenção se voltou para seus irmãos, que
lutaram contra o desejo de atender minha chamada.

— Vocês deveriam ir, — avisou Knox, entrando mais na


biblioteca. Desaparecendo, eu entrei na corrente de vento para perdê-lo enquanto
recordava meu cheiro para que ele não pudesse me rastrear.

Eu o observei aparecer onde eu estava, apenas para descobrir que eu havia


sumido. Recuando para as sombras, estudei a graciosidade de sua forma enquanto
ele se virava lentamente, explorando o espaço escuro por mim. Seus homens não
se moveram. Eles permaneceram na porta, observando Knox procurar por mim.

— Ela está caçando você, não é?— Killian perguntou, seu tom cheio de
admiração.

— Sim. E ela está controlando seu cheiro. Não consigo sentir Aria ou cheirá-
la dentro da sala de forma alguma, — admitiu Knox.

Abaixei minha forma, focalizando nele antes de chutá-lo da prateleira em que


ele estava. Ele caiu no chão, pousando graciosamente em seus pés antes de girar,
olhando para mim enquanto eu chocalhava com a voz rouca.

Eu era mais criatura do que eu, e ainda assim estava no controle. Eu encarei
meus olhos por vinte minutos, observando as manchas douradas dançando nas
profundezas turquesa mais escuro. Knox me respondeu em voz alta, mas seu
chocalho não era o que eu pretendia reconhecer, sabendo que tinha todo o controle
na caça de acasalamento.

Eu era a caçadora, e ele era quem me respondia com a chamada certa ou


não. Eu ronronei, agachando-me antes de assobiar, expelindo um chocalho baixo
em uma música sensual que sussurrou por mim enquanto seus olhos ficaram
sombrios e começaram a arder com o calor.

— Senti esse nas bolas,— Lore bufou. Meus olhos deslizaram para os dele,
ecoando o som quando Lore caiu de joelhos. — Considere isso como minha
rendição, Aria. Monte o papai. Papai precisa de você, menina. Vamos. Eu estou
bem aqui. — Eu assobiei, e seus olhos se estreitaram. —Ela simplesmente rejeitou
meu pau, não foi?

— De fato, ela rejeitou,— Brander rosnou, sacudindo para chamar minha


atenção. Eu olhei para ele, observando-o exalar. —Acho que ela ainda está irritada
por eu ter tentado beijá-la em uma aposta.

— Olhe para os olhos dela, ela é... deslumbrante,— Fade afirmou, seu
chocalho baixo e calmante olhando para mim.

Eu chocalhei ruidosamente, ameaçando todos, fazendo Gideon recuar,


pressionando as costas contra a parede. Seu peito subia e descia de medo que
cheirava muito atraente, atraindo o predador dentro de mim para uma refeição
fácil. Eu senti Knox antes que ele se movesse. Saltando no ar, virei para trás,
aterrissando do outro lado da biblioteca, escondida nas sombras.

Knox se virou, olhando para as sombras, procurando por mim com a


antecipação ecoando por ele. Seu cheiro era primitivo e inebriante para o monstro
que eu lancei. Eu o queria da pior maneira imaginável. Eu podia sentir sua
necessidade combinando com a minha, pulsando avidamente pela sala. A
necessidade de capturar e conquistar o alimentou, pois iluminou cada célula do
meu ser com a necessidade de fazer o mesmo.

— O que diabos ela é ? — Mateo perguntou. Quando ouvi seu chocalho fez
minha espinha arquear, liberando meu cheiro, e Knox se virou, focado na minha
localização.
Eu me movi com velocidade, batendo em Knox, levando-o comigo para o
chão. Virei no ar, usando minhas pernas para fazê-lo navegar até que ele pousou
em pé. Ele deslizou até parar, levantando-se com fluidez de sua posição agachada,
de frente para mim.

Eu rondava em direção a ele enquanto meus dentes se retraíam e minhas


garras deslizaram em minhas unhas. Ele abaixou a cabeça e sua boca se curvou
em um sorriso pecaminoso. Os olhos de Knox mudaram para ônix com faíscas
douradas queimando dentro deles, espelhando os meus enquanto ele se fundia com
sua besta, tornando-se os dois mas mantendo sua forma humana.

— Quem é Você?— Knox perguntou, e eu chocalhei alto.

Minha boca se abriu, e a língua antiga se soltou, chocalhando e ronronando


até que ele engoliu em seco, fechando os olhos enquanto suas mãos se apertavam
em punhos ao seu lado. Os outros homens dentro da sala exalaram um ronronar
abafado, chocados com a linguagem e os sons que eu fiz.

O sorriso de Knox escureceu de desejo, lentamente inclinando a cabeça para


o lado. Ele tinha ouvido, criatura e mulher falando com ele em uma língua que só
nós podíamos entender. Knox deu um passo à frente, chocalhando. Eu ri com a voz
rouca de sua tentativa de me colocar de joelhos com seu mero cheiro e chocalho
sozinho. Eu desapareci diante de seus olhos, aparecendo na frente dele, rasgando
sua camisa para revelar os músculos por baixo.

— Você me quer. Venha e me pegue, — provoquei antes de desaparecer no


vento enquanto Knox se virava para onde eu estava, no lado oposto da sala. Ele
chocalhou ruidosamente e meu corpo doeu, curvando meus quadris enquanto ele
caminhava lentamente para mim. Knox liberou seu cheiro, enviando-o direto para
o meu núcleo que apertou com a necessidade de me curvar a ele e se render sob o
domínio que ele prometia.
— Que porra você está fazendo? — Knox perguntou, virando a cabeça para
descobrir o grande ninho para o qual eu o estava atraindo. Ele parou, notando que
eu o enchi com pedaços de colchão de sua cama ou o que restou dela. Lençóis
cobriam o material, criando um lugar suave e relaxante para nos acasalarmos. —
Você nos fez um ninho, Monstrinho,— ele sussurrou com a voz rouca, um sorriso
arrogante brincando em sua boca generosa. Seus irmãos avançaram para frente
para ver minha criação, enviando medo correndo por mim com seus aromas
combinados, chegando muito perto do ninho que eu fiz para acasalar.

Eu chocalhei alto em advertência, e Knox espiou por cima do ombro enquanto


os homens se aproximavam, percebendo o que eu tinha feito. Ele chocalhou baixo
em seu peito, combinando com meu aviso antes que sua atenção voltasse para mim,
descobrindo que eu tinha sumido.

Eu o estudei do meu poleiro, percebendo que seus olhos se voltaram para


combinar com os meus desta vez. Em vez das faíscas de fogo que queimavam
dentro deles, manchas douradas estavam dançando em suas profundezas
infinitas. Ele se libertou para ser tanto animal quanto homem, para lidar com o
que eu fiz, com a intenção de reivindicá-lo totalmente.

— Puta merda. Isso é um ninho, —Fade afirmou.

— Não brinca? Não é isso que Knox acabou de dizer? — Mateo bufou.

Gideon abaixou-se para tocá-lo, mas parou antes que pudesse. Seus olhos se
ergueram, me ouvindo percorrer a sala, me aproximando dele. Coloquei meu
perfume sobre eles e os olhos de Gideon se ergueram, me encontrando diretamente
acima dele em uma prateleira. Eu me agachei para frente, ronronando em
advertência, preparando-me para defender meu território.

— Afaste-se do ninho dela agora,— Brander sibilou em um aviso baixo. —A


última vez que alguém além de Knox tocou, ela enlouqueceu. Era fofo, mas ela não
parecia pensar assim. A única coisa que vai para o ninho é ela e Knox.
— Isso é incrível,— disse Gideon, ronronando para mim enquanto eu o
observava pelos olhos estreitos. Eu me abaixei ainda mais, com a intenção de
protegê-lo com minha vida. Ele se levantou, se afastando lentamente enquanto
Mateo e Brander se colocavam entre Gideon e eu, percebendo que eu iria rasgar
Gideon antes de deixá-lo tocar meu ninho.

Knox usou minha necessidade para defender nosso ninho contra mim,
batendo em mim enquanto ele ria sombriamente. Seus dedos empurraram meu
cabelo, preparando-se para reclamar minha garganta, mas eu bati minha mão em
sua boca. Forcei Knox a recuar quando ele passou pela beirada da estante, caindo
de pé mais uma vez. Ele rosnou com raiva, olhando para mim sorrindo para ele.

— Você quer que seja forte, garotinha? — Os olhos de Knox queimaram com
um fogo que ameaçou me consumir. —Da última vez, você demorou uma semana
para se sentar sem estremecer.

Eu ronronei guturalmente, o som vibrando pela sala enquanto eu o


chamava. Knox engoliu em seco, passando as mãos na boca. Ele chocalhou sua
necessidade de volta, me dizendo que lutaria contra mim para me
reproduzir. Minha boca se abriu, e o som que escapou foi chocalho e ronronar, o
que o fez parar. Foi o som escapando da minha garganta. Éramos eu e minha
criatura, prometendo a ele desejos sombrios de que ele encontraria de uma forma
ou de outra esta noite.

— Batalha dos sexos vadia!— Lore riu, olhando para mim antes de se lançar
para frente. Ele pousou na prateleira, rastejando em minha direção antes que eu
mergulhasse, mandando-o de volta ao chão em uma pilha de membros, sibilando
para ele em advertência. —Ai! Isso não foi legal, Aria!

— Ela não está brincando, Lore. Você precisa parar de ser estúpido antes que
ela realmente te machuque. Aria pretende reivindicar seu companheiro, e essa é
uma batalha que você não está pronto para travar, — Brander rosnou,
empurrando Lore atrás dele enquanto ele mostrava os dentes, chocalhando.
Minha espinha coçou e deixei o chocalho crescer até explodir para fora de mim
quando me levantei. Foi um som carnal, deixando os homens de joelhos enquanto
Knox assistia com bolas de fogo nos olhos. Ele abriu a boca para chocalhar, e eu
bati em seu corpo, envolvendo minhas pernas em torno dele, reivindicando sua
boca com fome. Ele gemeu, refletindo meu chocalho, rasgando o vestido que eu
usava, antes de virar meu corpo para me jogar contra a parede.

As mãos de Knox capturaram as minhas, prendendo-as acima da minha


cabeça, puxando para trás enquanto eu ronronava contra ele. Minhas pernas se
enrolaram mais apertadas em torno dele e meu cheiro completo escapava, e seus
olhos ficaram enbotados. Senti sua ereção e ronronou mais alto, inalando seus
feromônios de acasalamento até que me deixou em um frenesi.

Knox mal tirou as calças antes de eu liberar minhas mãos e cair no chão,
forçando-o contra a parede. Usei seu choque contra ele, caindo de joelhos, rasgando
suas calças pelo resto do caminho, apreciando o som da roupa sendo destruída. Eu
o levei em minha boca e até a base enquanto ele gritava, protegendo-nos dos outros,
antes de deixar cair sua cabeça contra a parede enquanto eu gemia ao redor dele.

— Prolongamento da mandíbula!— O tom de Lore estava cheio de interesse


e admiração. Os outros se aproximaram, mas Knox se virou, olhando para eles,
usando as mãos para impedi-los de ver o que eu estava fazendo com seu pau.

— Dê o fora!— Knox gritou, e sua voz era estridente e gutural, o que fez todos
os homens tropeçarem enquanto eu sorria para ele. Ele se abaixou, puxando-me
para cima, levando-me ao nosso ninho e cuidadosamente me deitando. Ele agarrou
minhas pernas, separando meu sexo enquanto abaixava sua boca de forma
insaciável, me provando e fazendo sons indecentes me devastando com fome.

Eu puxei seu cabelo, além do ponto de me preocupar com qualquer outra


coisa, mas colocá-lo em meu corpo. Eu o rolei, empurrando meu corpo acima do
seu, apontando-o onde eu precisava, e ele observou através de olhos que pareciam
como se ele tivesse colecionado estrelas, queimando dentro deles.
— Quem é Você?— Sussurrei com voz rouca.

— Eu sou o homem que protege você em suas necessidades e que acalma suas
dores enquanto você deseja procriar. Eu sou o companheiro que atende ao seu
chamado. Eu sou aquele que te darei tudo. Eu sou Knox, Grande Rei dos Nove
Reinos, — ele retornou. —Quem é Você?

— Eu sou Aria Karnavious. Eu sou sua companheira, Knox, — eu murmurei,


deslizando para baixo sobre ele, e abaixei minha boca quando meus dentes se
soltaram.

Sua mão se enroscou em meu cabelo, segurando-me contra sua garganta


enquanto meus dentes empurraram sua carne, criando a marca que fez seu corpo
inteiro tremer violentamente. Eu me abri para ele. Ele gemeu quando eu lambi a
marca, movendo minha boca em seu ombro, beijando-o antes de gemer enquanto o
mordia, sentindo a necessidade quando bati meu corpo no dele. Lambi seu ombro
e gritei quando ele me rolou, olhando para mim. Algo mudou dentro de nós.

— Você sente isso?— Ele sussurrou maravilhado, sua boca beijando a curva
da minha garganta. Envolvendo minhas pernas ao seu redor, levantei meus
quadris para levá-lo mais para dentro de mim.

— Sinto você, Knox. Eu sinto tudo em você, — eu admiti, gritando quando


reivindicou minha garganta suavemente, enviando meu corpo para o
penhasco. Ele aumentou sua velocidade e eu continuei a abrir para ele até que não
houvesse nada entre nós.

— Eu sinto você abrindo seu útero para mim, mulher,— ele rosnou
gravemente, seus movimentos febris enquanto ele continuava empurrando até que
ergueu a cabeça para trás, chocalhando e a sala balançou ao nosso redor.

Ele me levantou, envolvendo os braços nas minhas costas, olhando nos meus
olhos. Knox com a guarda baixa e sem roupas era pior do que Knox
desprotegido com elas. Eu balancei com ele, envolvendo meus braços em volta do
seu pescoço enquanto ele me beijava com fervor até que todo o resto se
derreteu. Sussurrei seu nome antes de um ronronar explodir em nossos
pulmões. Nossas criaturas se desfizeram conosco quando o orgasmo que me
mantinha perdida dentro dele foi liberado. Pior, eu estava perdida na sensação
dele enquanto ele continuava batendo em meu corpo, não querendo deixar o
acasalamento acabar.

Knox gentilmente me deitou no ninho, sorrindo para o olhar embotado que


eu dei a ele quando começou o ato novamente. Ele se moveu mais devagar, mais
gentilmente me levando para o céu e me mandando voando para as estrelas. Sua
testa encostou na minha quando meus dedos tocaram a marca que fiz em sua
garganta. Ele sorriu maliciosamente, empurrando para frente com mais força,
fazendo com que um gemido escapasse dos meus lábios inchados pelo beijo.

— Você construiu um ninho para nós, e então você abriu seu útero para
mim. Aria, você me reivindicou e eu nunca senti nada parecido. Nunca senti nada
como você. Você é realmente um unicórnio, mulher. Você me levou para o céu esta
noite e me mostrou o que realmente significa se sentir reivindicado. Obrigado, —
ele sussurrou, empurrando minhas pernas para cima se movendo em meu corpo.

Eu ronronei, e ele respondeu, sacudindo e rolando seus quadris, encontrando


o lugar perfeito dentro do meu corpo que tinha seu nome. Ele não se apressou ou
fez mais rápido do que deveria. Knox fez amor comigo em um ninho que eu criei
para ele me foder. Ele não questionou a insanidade da necessidade de isso
acontecer aqui. Ele não transformou isso em algo feio ou virou-se contra mim. Ele
percebeu o pouco controle que eu tinha durante a caça de acasalamento, e mesmo
que ele pudesse ter lutado e me dominado, ele escolheu ver para onde eu o levaria.

Knox ronronou seu prazer, ecoando o meu. Ele aumentou sua velocidade,
agarrando minhas mãos para mantê-las ao lado da minha cabeça bombeando em
meu corpo. Abrindo minha boca, gritei seu nome enquanto o orgasmo tomava conta
de mim, fazendo-me flutuar nas ondas, agora colorindo seus olhos. A intensidade
queimando dentro deles me fez balançar. Ele me apertou, aumentando sua
velocidade rosnando meu nome, reivindicando minha boca avidamente e enchendo
meu corpo de excitação.

Ele não se afastou de mim, olhando nos meus olhos. Eu tremi e me desfiz
quando o acasalamento terminou, e seu cheiro forçou meu corpo a tremer e
chocalhar violentamente. Knox abaixou a boca, puxando meu lábio sorrindo para
mim.

— Você é minha, Monstrinho. Agora e para sempre. Eu reclamo você como


minha companheira, Aria Primrose Karnavious, — ele sussurrou tão suavemente
que eu quase não escutei. Também não era em inglês, o que significava que tinha
que fingir que não tinha entendido.

— De novo,— eu sussurrei enquanto ele sorria.

— Você não está muito dolorida?— Ele perguntou, levantando e soltando


minhas mãos.

Eu segurei sua bochecha, sorrindo sedutoramente antes de falar


suavemente. —Estrelas, escondem seu brilho. Não deixe a luz ver meus desejos
sombrios e profundos.

— Você está citando Shakespeare para mim agora, mulher?— O sorriso de


Knox foi cegante enquanto ele procurava meus olhos.

— Estamos fodendo na biblioteca, então pareceu apropriado,— eu ri


enquanto ele baixava os olhos para a minha boca.

— O destino deu sua luz esta noite, e todas as estrelas bonitas então se
alinharam. E ainda assim ela brilhou mais forte do que qualquer estrela poderia
queimar, com um fogo interno que me queimou mais quente do que o fogo de
Ifrit. Ela me queimou com seus desejos prazerosos mais sombrios e iluminou
minha noite enquanto ela se tornava minha luz mais brilhante, — ele engoliu em
seco, me observando.

— Knox Karnavious, meu marido e companheiro, — eu sussurrei, as lágrimas


enchendo meus olhos enquanto ele as beijava.

— Há algo que devo fazer esta noite, Aria. Não saia deste ninho. Você me
entendeu? Gosto de ver você nua dentro dele, sabendo que é só nosso. Pretendo
voltar e encontrar consolo em seu calor.

— Você não acha que é um pouco estranho eu fazer um ninho onde


poderíamos ficar ocupados? Eu realmente espero que eu não seja uma daquelas
feras parecidas com pássaros de três cabeças que tentaram nos comer quando
estávamos descendo a cachoeira.

Knox riu, beijando meus lábios se erguendo para se levantar. Eu o observei


se afastar, suas mãos formando punhos em seus lados. Virando-se, ele olhou para
mim com indecisão brincando neles. Meu coração trovejou com a ideia de ele sair
para fazer o que eu sabia que pretendia, esta noite. A dor perfurou meu coração
quando ele apertou com força, sufocando minhas palavras.

— Aqueles não são shifters. Eles são pássaros sem forma humana. — Knox
se abaixou para recuperar suas calças antes de segurá-las para sorrir
maliciosamente vendo suas pernas destroçadas. —Você foi incrível esta noite,
Aria. Eu não esperava que você me desse isso. Eu sei que não ganhei, nem sou
merecedor de você.

Eu me levantei para uma posição sentada, sorrindo para ele tristemente


enquanto meu coração batia, sabendo que eu o estava perdendo novamente. —
Beije-me, Knox. Uma vez sem suas paredes erguidas. Só uma vez, — eu
sussurrei. De pé, esperei para ver se ele atenderia ao meu pedido.
— Toda vez que eu te beijo, minhas paredes caem, Aria. Você é a segunda
mulher que já beijei na minha vida. Beijar insinua sentimentos. Não beijei outras
mulheres porque não me importo com como elas se sentem, o que me torna um
idiota, mas estou bem com isso. No entanto, você, desejo seus lábios e o doce néctar
deles contra os meus. — Ele fechou a distância entre nós, segurando minha
bochecha enquanto me levantava, reivindicando minha boca em um beijo cheio de
desejo e algo mais. Algo mais profundo.

Knox foi para a guerra contra meus lábios e, quando terminou, ele estava
dentro de mim de novo, e eu estava segurando minha vida. Ele liberou seu
controle, nos levando além da borda até que deslizamos juntos pela parede. Ele me
embalou como se eu fosse preciosa, e eu engasguei por ar, sussurrando seu nome,
já que era a única coisa que escapava dos meus lábios.

— É assim que você beija uma mulher até que a única coisa que ela possa
sussurrar seja o seu nome, para sua informação,— ele rosnou contra meu ouvido,
se afastando. Eu sorri para ele, ainda tentando fazer meu cérebro funcionar o
suficiente para descobrir que palavras eram depois daquele beijo.

Knox me colocou dentro do ninho antes de se vestir, movendo-se em direção


à porta com um sorriso arrogante nos lábios. Quando ele alcançou a porta, ele
parou para olhar para mim enquanto eu sorria. Ele balançou a cabeça, inclinando-
se contra ela como se estivesse tentando decidir o que ele queria mais, eu, ou
respostas de por que nosso acasalamento parecia real. Eu engoli o momento em
que ele escolheu seu caminho, saindo pela porta que ele trancou, me dizendo que
mesmo que fôssemos companheiros, ele ainda não confiava em mim. Eu tinha visto
a preocupação piscando em seus olhos e sabia para onde ele estava indo.

Eu me levantei, pegando as roupas que coloquei de lado antes de criar o ninho


hoje. Silenciosamente, caminhei até a janela, olhando para Knox em pé diante das
estátuas de sua família, e então toquei a porta entre eles, abrindo-a com magia.
Minha cabeça encostou-se na janela fria, ouvindo pelo que pareceu uma
eternidade até que, finalmente, seu chocalho explodiu. Minhas costas arquearam
e tudo dentro de mim exigia que eu caísse de joelhos.

— É agora que você me tira daqui, porque no momento em que Knox me


alcançar, serei o alvo dessa traição e raiva, — sussurrei para a biblioteca, sentindo
a pausa antes de a necessidade de ajoelhar-se para a besta mais dominante
diminuir. —Ele vai me matar desta vez.

Eu me virei, observando enquanto o cofre apareceu. Coloquei minha mão


recém-acasalada contra ela, a porta se abriu e eu entrei. Eu estava deixando Knox
para lidar com a turbulência de emoções que ele foi forçado a enfrentar. Eu não
poderia ser seu poste de chicotada neste momento. A dor que ele precisava liberar
era muito grande. Ele estava prestes a travar uma guerra contra as bruxas em um
nível inteiramente novo, e eu tinha que proteger as pessoas que pudesse de sua
ira.
CAPÍTULO CINQUENTA E SETE

KNOX

Minha mão empurrou a porta de pedra, abrindo o único lugar em que não
entrei desde o dia em que enterrei minha esposa ao lado de nosso filho. Lá dentro,
as velas ganharam vida, sentindo minha presença. A porta se fechou atrás de
mim. Silenciosamente, me movi em direção ao túmulo de Sven que continha sua
imagem no topo. Minha mão deslizou pela poeira e lodo que se formaram sobre sua
pequena sepultura.

— Sven, é o papai,— eu sussurrei, lutando contra o formigamento das


lágrimas. Uma nova dor me rasgou, crua e incontrolada sem aviso. Eu engoli
através do aperto na minha garganta. Meu olhar deslizou para o túmulo de Liliana
e fechei o punho sobre o de Sven. —Eu sinto sua falta, homenzinho. Eu sinto sua
falta todos os dias. Você é meu primeiro pensamento a cada manhã, e meu último
antes de dormir, me leva onde a dor de sua perda não dói tanto.

Eu me movi em direção à imagem de Liliana, tocando a coroa que combinava


com a que eu coloquei em Aria. Não tinha sido a coroa real, já que eu fui incapaz
de colocá-la na cabeça de Aria, sabendo que sua linhagem havia matado minha
companheira. Ela sabia. Eu vi brilhando em seus olhos quando o entreguei a
Siobhan, mas ela não disse uma palavra sobre isso. Aria usava uma coroa falsa
porque eu estava determinado que ela não fosse rainha ou usar a que minha mãe
havia usado para se casar com meu pai. Eu estive cego para o que estava bem na
minha cara o tempo todo.

Esta noite Aria se abriu para mim, e eu nunca senti um prazer como aquele
antes. Eu senti seu útero me aceitando, me dando boas-vindas por dentro. Eu senti
a conexão que os companheiros compartilhavam, estabelecendo-se no lugar. A
maneira como os dentes minúsculos de Aria empurraram minha garganta me
explodiu, selando nossa conexão mais profunda do que qualquer outra que já
senti. Eu lutei contra o orgasmo correndo através de mim, forçando meu corpo a
esperar que o dela se juntasse ao meu.

Aria era essa força da natureza que me rasgou sem aviso, causando estragos
em seu rastro me mandando para um território desconhecido com ela. Eu nunca
senti ou conheci nada como Aria antes, e parecia certo quando ela estava comigo.

Eu assisti ao show de terror que Celia planejava forçar Aria além do limite,
para transformá-la em um monstro na frente de nosso povo. Em vez disso, Aria
simplesmente cruzou as mãos no colo e fingiu que não foi afetada. Mas eu senti
sua dor, e doeu. Pior, ela sentiu que merecia por minha causa. Eu fui o maior idiota
por colocá-la no inferno, mas eu sabia que se baixasse a guarda na frente dos meus
inimigos, e por mais que sorrisse para Aria, eles se moveriam para alcançá-la. Eu
não posso ver outra pessoa de quem eu gosto morrer.

Eles não machucariam apenas Aria. Eles a torturariam e a mandariam de


volta para mim em pedaços. Ou pior ainda, eles a manteriam viva e lentamente a
destruiriam até que fosse nada mais do que uma concha. Nem mesmo Ember era
forte o suficiente para enfrentar os inimigos que eu fiz ao declarar guerra contra
os Nove Reinos, removendo o rei supremo que eles escolheram por meio de engano
e traição.

Não, era melhor fingir que odiava Aria, e às vezes era uma linha estreita que
eu sentia por ela. Ela cavou fundo, arrancando meu coração com aquelas garras
sexy, e eu balancei para trás. Eu gostei do fogo que acendeu em seus olhos quando
sua raiva se acendeu e direcionou para mim.

— Lili, estou aqui. Acho que você gostaria de Aria. A boca dela teria te
chocado, mas você teria sorrido aquele sorrisinho sexy que você tem quando gosta
da ousadia de alguém. Você a teria acolhido em nosso mundo. Você teria gostado
dela, — engoli em seco, passando os dedos sobre a imagem da laje de pedra de
Liliana. —Eu sinto muito pelo que eu disse a você antes de partir. Eu não quis
dizer isso, baby. Eu não quis dizer nada disso. A dor alimentou minha raiva e eu
não conseguia desligá-la. Eu sentia falta do nosso filho e as imagens dentro da
minha cabeça não paravam. Cada morte, cada suspiro de ar que deixou seus
pulmões quando a morte finalmente o encontrou; isso me estrangulou, —eu
sussurrei. —Parecia que eu estava me afogando e você não estava lá para
mim. Sinto muito, Lili. Eu amo. Eu te amo e sempre vou te amar. Aria, porém, ela
é real. Eu a sinto dentro de mim. Eu a sinto tão profundamente que meu mundo
inteiro começou a girar esta noite quando ela me deixou entrar. Sinto muito pelo
que estou prestes a fazer, mas não posso fazer isso sem saber a verdade. Eu tenho
que deixar você ir para que eu possa dar a Aria o que ela quer de mim. Eu tenho
que me entregar a ela sem os fantasmas.

Minha mão deslizou sobre a foto de Liliana e esperei que a dor viesse. Eu
esperei pelo soco no estômago pela minha culpa. Eu disse a ela que gostaria que
ela morresse em vez de nosso filho, apenas para ela ser tirada de mim logo
depois. Eu empurrei seu túmulo aberto enquanto fechava meus olhos. Eu inalei,
olhando lentamente para baixo exalando.

Dentro da tumba estavam seus restos mortais, mas em sua testa estava a
marca da linhagem de Hecate. Abaixei minha mão, tocando o amuleto que Liliana
nunca tinha tirado enquanto o arrancava, inalando profundamente o cheiro e, em
seguida, segurando-o longe do meu nariz enquanto o cobria com meu braço. Meu
coração apertou quando meu olhar deslizou para o túmulo do meu filho. A dor
envolveu meu peito, apertando, e eu engoli o grito que ameaçava sair enquanto a
raiva enchia minha alma.
Movendo-me para a tumba de Sven, parei, tocando a imagem antes de abri-
la e olhar para dentro, encontrando a marca em seu crânio também. Meu olhar
baixou para o corvo de brinquedo que sua mãe tinha feito para ele, levantando-o
enquanto eu inalava, repetindo a ação.

Eu me virei, olhando para o túmulo de minha esposa. Eu me movi em direção


a ele, arrancando o crânio do corpo para segurá-lo, olhando para ele com
raiva. Girando, comecei lentamente em direção à porta antes de me mover em
direção a ela com um propósito.

Se Liliana foi plantada, então também era a porra de Aria Hecate. E


chocalhei até que as janelas tremeram com minha raiva, imaginando-a no chão,
bombeando seus quadris em submissão. Eu estava prestes a acorrentar Aria à
parede e deixá-la lá até que ela não passasse de uma escrava irracional por sua
parte nesse engano. As bruxas tinham manipulado e dirigido a porra da minha
vida inteira, e agora todas pagariam.
CAPÍTULO CINQUENTA E OITO

ARIA

Knox chutou a porta da biblioteca abrindo violentamente, marchando para a


sala, seguido por seus irmãos, que o flanqueavam. Todos os olhos estavam em mim
onde eu estava, olhando para ele vestido com um vestido preto e esvoaçante que
continha o símbolo da magia no corpete.

— Você sabia, porra?— Knox exigiu, olhando para mim através de um olhar
assassino enquanto ele continuava a avançar em mim. Eu sorri tristemente,
abaixando meu olhar para a caveira que ele segurava junto com o amuleto.

— Não no começo,— eu admiti. —No baú que Liliana fez para você estava
uma foto dela, e ela estava com um amuleto. Amuletos são muito difíceis de
enfeitiçar, e é preciso uma bruxa muito hábil e poderosa para criar um forte o
suficiente para enganar qualquer um com um olfato aguçado. Seria necessário que
alguém o recarregasse com frequência. Lore disse que ela visitava uma bruxa uma
vez por mês, confirmando minhas suspeitas.

— Então, você sabia! Eu deveria tirar a porra da sua cabeça agora, Aria, —
Knox rosnou e se lançou para mim, mas antes que seus pés pudessem deixar o
chão, ele e seus irmãos foram congelados no lugar perto da biblioteca. Eu ri
tristemente levantando minha mão para a cicatriz em minha garganta. —Isso não
vai salvá-lo, e nem a biblioteca, uma vez que me libertar.
— Você removeria minha cabeça por um crime que não cometi? Você está com
raiva agora, e eu entendo essa raiva. Não participei da traição feita a você. Não
vou permitir que me castigue por isso, ou qualquer outra coisa, Knox. Eu nem
tinha nascido ainda!

— Eu não me importo, porra,— ele rosnou. Knox abaixou a cabeça para o


crânio que segurava, olhando para ele. —Eu matei todas as bruxas da linhagem
Hecate, exceto Kamara, que acreditamos ser a Grande Rainha das Bruxas, Aurora,
suas irmãs e Hecate. Sabemos que sua tia e irmãs estão vivas, o que significa que
Hecate era minha esposa, e eu nem sabia que ela fingiu ser Liliana.

— Eu não sabia da verdade, nem minha família. Você deveria saber


disso. Dimitri trouxe para você o crânio que pretendíamos usar para criar uma
nova Casa da Magia. Eu descobri que Hecate não estava em seu túmulo. Não
contei a ninguém que todo o nosso plano dependia de pegar o crânio de Hecate
quando saíssemos de Haven Falls para voltar aqui, quando você nos forçou a
voltar. Você tem alguma ideia do que se passou pela minha cabeça quando descobri
que ela não estava em seu túmulo? Achei que não havia mais esperança de criar
uma nova Casa da Magia. Então eu pensei, quem mais saberia tirar o crânio de
Hecate para evitar que sejamos protegidas pela magia que ele continha?

— Eu, — ele retrucou asperamente.

— Você,— eu concordei antes de morder meu lábio entre os dentes,


observando sua raiva.

— Knox, — interrompeu Brander. Knox se virou, encarando-o com um olhar


assassino. —É importante.

— O que diabos poderia ser mais importante do que descobrir que Hecate era
a porra da minha esposa?
— Há mulheres grávidas de Beltane na enfermaria. Muitas delas, e a maioria
são amantes, e há esposas muito infelizes presentes também. — Os olhos de
Brander deslizaram para os meus quando Knox voltou para mim.

— Eu devo acreditar que você é responsável por isso também?— Knox exigiu.

— Não. Eu disse a você, Knox. Eu sou sua vilã. Não importa o que eu faça ou
quantos erros eu corrija, nunca serei nada mais do que sua inimiga. Eu disse que
você se arrependeria de se casar comigo. Eu deixei você me pegar porque o único
outro lugar nos Nove Reinos onde aquele crânio poderia estar era aqui. Eu não
sabia que uma bruxa Hecate era sua esposa. É decididamente um pouco estranho
considerando você, e eu simplesmente acasalamos totalmente.

— Você acha que eu me importo que você seja minha companheira? Sua
morte acaba com isso, Aria. — Knox rosnou, lutando para se livrar do aperto da
biblioteca.

— Eu sei, é por isso que estou prestes a pegar a porra da sua biblioteca e
deixá-lo aqui para cozinhar essa raiva que está fermentando dentro de
você.— Recuei para a proteção da barreira erguida pela biblioteca. —O casamento
é 50/50, afinal. Certo? Você pode manter seus tronos e seus reinos. Eu só queria a
porra da sua biblioteca e o crânio da minha avó de volta. Gostaria que ela não
tivesse feito isso com você, mas não posso mudar o passado. Só posso me
concentrar no futuro. Você queria que eu me tornasse um monstro, Knox. Bem,
aqui estou eu, provavelmente não o monstro que você pensou que me
tornaria. Provavelmente não serei uma vilã decente ou a ideologia do que o mundo
pensa que alguém deveria ser. Mas na sua história, eu sou o que você me fez. Não
por escolha ou porque me tornei isso. Eu sou sua vilã porque você quer que seja
assim. Eu sou sua esposa e sua companheira.

— Você acha que este crânio vai te salvar? Pegue, — ele estalou, jogando-o
em mim.
Eu peguei, franzindo a testa enquanto levantei minha atenção para ele, em
seguida, deixei cair de volta para o crânio. Não houve nenhuma onda de magia ou
poder que ecoou por mim. Eu encarei o símbolo da linhagem de sangue Hecate,
balançando minha cabeça.

— É isso que estava dentro da tumba?— Sussurrei fechando minha garganta.

— Sua prostituta assassina com o crânio de uma avó? Sim, era isso que
estava dentro do túmulo da minha esposa! — Knox assobiou mortalmente.

— Esta não é Hecate, Knox,— eu engoli, jogando de volta para ele enquanto
minha mente corria através do cenário. —Não é Hecate. Existe alguma chance de
você ter perdido o cadáver de sua esposa? — Eu perguntei, vendo o ódio queimar
até se liquefazer. Provavelmente não é a melhor coisa a perguntar a ele,
considerando todas as coisas.

— Não, eu não perdi a porra do cadáver dela, Aria! — Knox gritou, segurando
a caveira olhando para mim. —É a marca da primeira bruxa! A mesma porra de
marca que está em seu crânio e estava no meu filho, — ele rosnou.

— Seu filho não, Knox. Sven não era seu. Hecate não carrega a marca que o
resto de nós tem. Ela carrega a marca da Deusa da Magia, a primeira
bruxa. Liliana era tímida, tipo; Kamara. Estava bem lá o tempo todo, — eu
sussurrei, jogando minha cabeça para trás. Exalando lentamente, eu nivelei meu
olhar em Knox, que me observava, franzindo a testa enquanto fazia as contas.

— Hecate não teria sido tímida, nunca. Ela teria pego esse pau e voltado para
casa. Ninguém jamais entrou em sua tumba depois que ela foi para seu sono
eterno. Não era permitido, nem mesmo para nós. — Claro, foram suas filhas que
a trancaram naquele túmulo. Elas tentaram evitar que sua necessidade de poder
e ganância arruinasse sua casa.
— Aurora não pôde acessar a tumba de Hecate. Eu tive que invadir com
minha magia para descobrir que ela não estava mais lá. Kamara sendo usada como
uma substituta para sua esposa realmente faz todo o sentido. Ela teria confiado
cegamente em sua mãe, fazendo o que ela mandava. Elas teriam substituído
Liliana antes de você se casar com ela, o que significa que ela provavelmente é a
mulher na tumba de Hecate. Elas teriam estudado a maneira como Liliana agia,
a maneira como ela se movia e falava. Teriam replicado seu cheiro, e Kamara
facilmente teria poder suficiente para manter a imagem da aparência de
Liliana. O amuleto era para você, então você sentiria o cheiro dela e a acharia pura
e imaculada, imitando a essência de uma verdadeira companheira. — Eu engoli,
mordendo meu lábio e as lágrimas picavam meus olhos enquanto eu via Knox se
fechar bem na minha frente.

— Hecate ficou furiosa porque Norvalla falhou em fazer o que ela pediu, então
ela enviou a filha para você mudar de ideia. Estou supondo que Kamara chegou
perto demais ou serviu a seu propósito aqui e poderia servir melhor a sua mãe
como fonte de energia. Não posso explicar Sven, ou quem ele realmente era, a não
ser que eles precisavam dele para machucar você.

— Liliana ficou grávida de sete meses. Ela deu à luz meu filho! Mesmo que
ela não fosse Liliana, Sven era meu.

— Não, ele não era. Não era possível para Kamara ter mais filhos. Aurora
nos contou que depois que Kamara perdeu seus filhos, ela destruiu seu útero
porque não poderia viver outra perda como aquela novamente. Você pensou que
Sven era seu porque a magia disse a você. A magia de Hecate é absoluta,
Knox. Pode encantar uma gravidez e fazer você ver o que ela queria que visse. Seu
filho alguma vez chocalhou ou ronronou? Como você contornou a maldição de seu
povo para se reproduzir? Hecate amaldiçoou você e seu povo para nunca mais se
reproduzirem no dia em que enfrentou a deusa mesquinha e vaidosa a quem nunca
foi dito não. Você não estava errado sobre isso. Está em nossos livros e em nossa
biblioteca. Você achou que Hecate simplesmente esqueceria sua atitude contra
ela? Que ela não iria estender a mão para te separar de qualquer maneira que ela
pudesse? Hecate é o mal em sua forma mais pura. Ela é a escuridão porque os
outros deuses a amaldiçoaram, removendo-a de sua presença por alcançar o que
não era dela. Eu removi essa maldição contra o seu povo, e estou trabalhando para
remover todas as outras maldições que ela já colocou nos Nove Reinos para que
todos possam estar livres dela e de sua magia negra.

— Kamara é a Grande Rainha, Aria, — Knox bufou, erguendo os olhos para


me encarar.

— Eu também pensei, Knox, mas estamos errados. Hecate é a Grande Rainha


das Bruxas. Suas filhas e descendentes carregam sua marca. Ela carrega a estrela
do poder, e nós somos o círculo que a cerca como proteção, com sua marca no
centro. É por isso que carregamos sua estrela e o círculo ao redor, Knox. Kamara
teria sido uma escolha mais fácil. Kamara era poderosa, mas não tinha força de
vontade. Hecate havia proibido todas as suas filhas de alcançar o trono. Vou
adivinhar e dizer que ela sempre foi a Grande Rainha das Bruxas e escolheu um
rosto para aparecer diante dos Nove Reinos. Ela veio aqui para governar, e ela
está. Achamos que estamos cinco passos à frente, mas ela está vinte passos além
de nós.

— Você está dizendo que eu não vou guerrear contra uma bruxa Hecate, vou
guerrear contra todas elas, e uma deusa? — Ele perguntou cuidadosamente, os
olhos fixos em mim para ter certeza de que eu sabia que estava naquela lista
também.

— Praticamente, a menos que você possa transformar mitos e lendas em


fatos, — engoli em seco, segurando seu olhar.

— Qual? Porque há muitos em torno de sua família, Aria, — ele respondeu,


estudando meu rosto.

— Você sabe por que Hecate nos proíbe de dar à luz meninos?— Eu perguntei,
sentindo meu estômago revirar quando ele olhou para mim com ódio e uma frieza
que reconstruiu todas as barreiras que tínhamos acabado de quebrar. Sua
argamassa havia sumido, mas em seu lugar havia gelo.

— Não, mas tenho certeza de que alguma mentira vai sair desses seus lindos
lábios.

— Hecate recebeu uma previsão, uma fortuna se você quiser,— eu exalei,


baixando meu volume para apenas uma respiração sussurrada. Aproximando-me
da barreira, olhei através dela. —Quando o filho do primeiro povo encontrar vida
através do útero de uma bruxa Hecate, o mundo se tornará um caos, e a deusa
estará em ruínas. Quando o filho se levantar e buscar seu direito de
primogenitura, a batalha se estabelecerá sobre nós, e o mundo estremecerá com
força. Pois quando a besta for libertada e o filho descobrir sua verdade, ele
apontará seu fogo contra a deusa e a enviará de volta ao seu túmulo.

— Eles te ensinaram isso na pré-escola, Aria? Bruxas Hecate não dão à luz
filhos, então toda a porra de sua pequena história é improvável.

— Nem sempre foi assim, Knox. Certa vez, nasceram homens. Foi Hecate que
mais tarde amaldiçoou sua linhagem para dar à luz apenas meninas.

— Supondo que isso seja verdade, você acha que eu gostaria de colocar meu
filho nesse seu útero venenoso e arriscar que ele nascesse de algo como você?

— Você não é um dos primogênitos que moravam aqui antes de Hecate


desencadear o inferno nos Nove Reinos. Eu, por outro lado, sou uma bruxa Hecate,
com um útero ativo. Você não se importa se eu encontrar outra pessoa para
preenchê-lo, não é? — Eu bufei, observando a obsidiana preencher seu olhar
enquanto Lennox lutava para se controlar.

— Se eu descobrir que você foi criada para me fazer pensar que você é minha
companheira, vou acabar com sua vida, Aria. Eu não vou hesitar, porra.
— Eu sei, mas ao contrário de você, eu também sei que o que sentimos esta
noite foi real. Nenhuma mágica poderia fazer você sentir o que sentiu comigo. Você
me sentiu em sua alma como eu senti você na minha, Knox. Isso foi mais profundo
do que qualquer magia jamais poderia, e você sabe disso, mesmo que esteja com
medo de ver agora. Você está sofrendo, e minha família fez. Lamento muito que
isso tenha acontecido. Eu queria que houvesse um feitiço que pudesse desfazer o
que Hecate fez, mas não existe. Preciso de algo de você antes de partir. Preciso
saber a verdade porque isso vai determinar quem estou procurando primeiro.

— E que porra é essa?— Ele retrucou asperamente, lutando contra o aperto


da biblioteca para chegar até mim.

— Você ajudou Celia a usar magia em Amara? Você transformou minha irmã
em um monstro? Você voluntariamente me permitiu matar minha irmã, que Celia
enfeitiçou para fazer o que Amara fez comigo no Reino da Besta Indesejada? Celia
me queria morta porque você esteve comigo mais de uma vez, e esse não foi o
acordo que vocês fizeram, aparentemente. Não foram as palavras doces que ela
disse para você sussurrar para mim enquanto me seduzia. Não foram os simples
confortos que ela disse para você me oferecer. Tornei-me uma ameaça ao lugar
dela ao seu lado quando você me levou para a cama mais de uma vez. Então ela
traçou um plano, usando Amara para me presentear para Gerald para me estuprar
e me matar, — eu sussurrei, percebendo a confusão em seus olhos. Ele balançou a
cabeça e o alívio tomou conta de mim. —Eu tenho minha resposta, mas você tem
víboras dentro de seu ninho, Rei Karnavious.

Eu me virei, movendo-me em direção ao cofre que se abriu quando parei na


frente dele, parando. Minhas mãos tocaram o colar e me virei, sorrindo para Knox,
antes de puxá-lo e jogá-lo nele. Seus olhos se estreitaram, notando que não havia
custado muito esforço para removê-los.

— Siobhan ajudou você a fazer isso, Knox. O problema com as bruxas é


isso; as bruxas da luz ficam juntas porque somos irmãs, não importa o quanto o
sangue corra em nossas veias. Não vim aqui para te machucar ou causar dor. Vim
aqui para ver se o que senti era certo, e é, mas não é o momento certo para nós. Eu
vou te encontrar quando eu entrar no cio, e se nessa hora você decidir tirar minha
cabeça, bem, isso é por sua conta.

— Você acha que pode simplesmente ir embora?— Knox rosnou, se libertando


e avançando contra a barreira enquanto a magia rasgava a biblioteca. —Você não
vai a lugar nenhum.

— Venha e me pare, Knox,— eu o desafiei, observando enquanto ele se


aproximava da barreira, parando quando percebeu seu poder. —Cada alma de
bruxa que você pegou nos últimos quinhentos anos alimentou essa barreira. Houve
milhares de almas que você não conseguiu enviar a Hecate para renascer. Pedi a
Esmeralda que me levasse às valas comuns antes de me pegar. Eu desviei as almas
não reclamadas antes de partir para o castelo de Asil. Não coloquei aquela barreira
que o mantinha do lado de fora porque planejava fugir de você. Embora eu não
estivesse pronta para você me pegar, sabia que era provável que o fizesse. Esgotei
minha magia drenando meu sangue no caldeirão para usar como
intensificador. Era nossa melhor chance de desfazer a maioria das maldições que
Hecate havia colocado sobre o povo dos Nove Reinos.

— Você espera que eu acredite nisso depois do que acabei de encontrar? Meu
filho tem o mesmo símbolo que você tem na porra da sua cabeça, vadia.

— Algum dia, você sentirá a verdade. Você vai segurar seu próprio filho em
seus braços, e a dor de Sven irá embora. Já discutimos as muitas razões pelas quais
ele não poderia ter sido seu. Liliana não era sua companheira. Eu sou, — engoli
em seco, e a dor iluminou os olhos de Knox quando a verdade o atingiu. —Eu sei
que o que aconteceu entre nós não foi mágico. Foi real. Eu sou real, Knox, e não
estou sozinha. Existem outras mulheres como eu lá fora, e você sabe que isso é
verdade, já que conheceu algumas. Somos mais numerosas e pretendo encontrá-
las e juntar-me a elas. Aden queria procriar comigo, e vou pedir a ele que faça o
que você não pode fazer se decidir que não aguenta mais ficar comigo. Mais uma
vez, sinto muito que tenha acontecido assim.
Girei nos calcanhares, mas Knox chocalhou, me forçando a cair no
chão. Knox e seus irmãos me observaram lutar sob seu domínio. Minhas mãos
caíram no chão enquanto minhas pernas se abriam, preparando-se para ele
acasalar comigo.

— Eu a verei em breve, esposa. Pretendo queimar seu reino e pintar os Nove


Reinos de vermelho com seu sangue.

— Eu sei que você quer,— eu sussurrei, sentindo meu útero apertar com a
necessidade. —É por isso que estou deste lado da barreira, e você não.

— Isso não vai te salvar, mulher.

— Eu sei porque você chocalha, e eu ronrono. Você será a minha morte ou a


razão de eu virar e me tornar o verdadeiro monstro de que este mundo precisa. Mas
você não vai me pegar antes que eu crie um lugar onde jovens bruxas possam se
esconder de sua raiva. Não sou Hecate, e eu vou defendê-las, Knox.

Eu me levantei do chão, entrando no cofre e fechando-o, encostando minha


cabeça na porta. Eu me virei, encontrando Esme, Siobhan, Kinvara, Sabine e
Aurora me observando.

— Vocês têm algumas explicações sérias a dar,— eu sibilei para eles.

— Luna está com Kamara, — Aurora sussurrou. —Eu posso alcançar minha
irmã e fazê-la ver o quão errado isso é. Kamara é razoável.

— Não, você não pode porque Kamara está morta. Hecate é a Grande Rainha
das Bruxas. E vou arrancar a porra da cabeça dela pelo que ela fez ao meu
companheiro e ao nosso povo. Ela está matando bebês, e Ilsa era sua marionete,
Aurora. É ela quem comanda o Reino de Vãkya, torturando pessoas
inocentes! Você...— eu disse, virando-me para encarar Esme, que me cheirou,
estremecendo com o meu cheiro. —Derrame! Quem é o teu pai?— Notei Aurora
tremer quando ela se virou para olhar para Esme.

— Essa é a coisa, Aria. Eu o conheci, mas eu não poderia dizer quem ele é ou
como se parece. Lembro-me de partes de nosso encontro e dele me dizendo para
encontrar os outros e reuni-los. Eu não posso te dizer a cor de seus olhos ou
cabelo. Não posso te dizer o que você é porque também não sei o que sou. Acho que
fui levada a esquecer os detalhes.

— Ok, então, além do episódio de Who's Your Daddy , temos coisas para
fazer,— Sabine interrompeu, me abraçando. —Eu senti muito a sua falta!

— Eu também senti sua falta, — sussurrei, me afastando dela enquanto


Ember assistia de dentro de mim. —Vamos construir um novo reino, vamos?— Eu
sugeri, levantando meus olhos para elas. —Quem disse que as mulheres não
podem governar o mundo?— O chocalho de Knox soou e eu sorri tristemente,
querendo envolvê-lo em meus braços e acabar com sua dor.

— Você está acasalada,— Siobhan sussurrou. —Isso é um problema.

— Não consegui acessar a biblioteca sem completar nosso vínculo de


acasalamento e não podia estar lá quando Knox descobrisse o papel que Hecate
desempenhou com sua esposa morta, — retruquei, virando os olhos zangados para
Aurora, que franziu a testa. —Que bom que você não fez parte disso.

— Como você pretende construir um novo reino?— Esme perguntou.

— Tenho metade da biblioteca que detém o conhecimento para criar


mundos. Mudei livros e itens para esta seção que precisaríamos para criar massas
de terra. Eu precisava ser acasalada para ter acesso ao cofre. E este lugar? A
biblioteca é um mundo próprio que não está conectado a mais nada. O problema é
que Knox pode entrar aqui assim que a barreira cair. Temos um ano para
descobrir porque esta é a nossa casa até que o tempo acabe.
Eu me virei quando os sons de dor de Knox ecoaram pela seção externa que
eu peguei da Biblioteca do Conhecimento. Knox deveria estar feliz por eu ter
deixado sua parte para ele, mas desde que estávamos acasalados, e eu não tinha
certeza se não voltaria ao cio, não estava disposta a bloqueá-lo completamente.

As mulheres se moveram mais fundo em nossa parte da biblioteca, falando


com entusiasmo sobre as possibilidades que teríamos enquanto eu me encostava
na porta. Senti meu estômago apertar enquanto sua dor sussurrava por mim. Eu
tinha acabado de transformar uma besta em um monstro enfurecido, e a única
maneira de enfrentar um monstro era se tornar seu igual em força.

Eu alcançaria Knox, não hoje, não amanhã, mas eventualmente. Eu


derrubaria as paredes e o faria entender que eu não era sua inimiga, ou morreria
tentando. E, enquanto isso, se eu enfrentasse Hecate por sua coroa para acabar
com a injustiça do povo dos Nove Reinos, provavelmente morreria tentando acabar
com seu reinado de terror, de qualquer maneira.

Principais jogadores da série

Knox Karnavious - Rei de Norvalla

Brander - irmão de Knox, puro sangue

Loren (Lore) - Irmão de Knox, puro sangue

Faderin (Fade) - Irmão de Knox, puro sangue

Gideon - irmão de Knox, puro sangue

Mateo - Irmão de Knox, puro sangue

Celia - irmã mais nova de Killian e Liliana, puro sangue


Killian - irmão de Liliana e Celia e melhor amigo de Knox

Liliana - esposa falecida de Knox e irmã de Killian e Celia

Greer - amigo, professor e mordomo de Knox, vampiro

Linhagem Hecate apresentada até agora

Aria Primrose Hecate - Filha de Freya

Freya - Filha de Hecate e mãe de Aria, falecida

Aurora - Filha de Hécate, irmã de Freya que criou seus filhos.

Histeria - Filha de Hécate, falecida

Kamara - Filha de Hécate, falecida

Hecate - Deusa da Casa da Magia, em sono profundo

Amara - filha de Freya e irmã gêmea de Aria, falecida

Kinvara / Valeria - Filhas de Freya e gêmeas Súcubos

Aine / Luna - Filhas de Freya e gêmeos lobisomem alfa

Sabine / Callista - Filhas de Freya e ninfa gêmea

Reing / Rhaghana - Filhas de Freya, espécie desconhecida

Tieghan / Tamryn - Filhas de Freya e bruxas gêmeas


Casa Alfa

Dimitri - Rei dos Lobos, lobisomem alfa puro-nascido

Jasper - lobisomem nascido puro, filho de Fallon e Príncipe dos lobos Alfa,
falecido

Fallon - lobo alfa puro-nascido, rei dos lobos, falecido

Minotauros

Gerald - Rei do Reino das Bestas Indesejadas, falecido

Garrett - Filho de Gerald e recém-coroado Rei do Reino das Bestas


Indesejadas

Outras pessoas

Neven - A Rainha das Ninfas

Karter - O rei das ninfas

Ilsa - A Alta Rainha das Bruxas


Esmeralda - Feiticeira não marcada amiga de Aria Hecate

Asil - Bruxa segurando uma fortaleza contra Knox para Ilsa

Tristan - Slumlord

Taren Oleander - O Rei da Gárgula

Soraya - Bruxa que trabalha para a Alta Rainha das Bruxas e irmã de Julia

Julia - Bruxa controlada pela irmã de Ilsa e Soraya

Siobhan - Bruxa marcada sob o governo de Knox

Bekkah - Bruxa marcada sob o governo de Knox

Aden - Desconhecido - Homem de cabelo prateado

Eva - Desconhecida - Mulher de cabelos prateados

Lord Carter - Um dos Lordes de Knox

Lord Andres - Um dos Lordes de Knox

Itens e mais

Grimoire - um livro de feitiços antigos


Vidência - A capacidade de pesquisar um mapa com magia para encontrar
um local.

Árvores de carvalho branco - cultivadas apenas em Norvalla, na Floresta do


Conhecimento da Arcádia

Fogo gelado - Gelo das Montanhas Sombrias, aparece como gelo normal até
engolir qualquer coisa ou qualquer pessoa que possa tocar. Inquebrável por
qualquer coisa além do fogo de bruxa, um feitiço que apenas bruxas raras podem
usar. Foi usado para proteger Norvalla do Reino das Bestas Indesejadas.

Rosa negra da meia noite - cultivadas nas passagens mais escuras das Dark
Mountains. Um tipo raro de rosa que desabrocha nas geadas neves da montanha,
contendo uma essência única que as bruxas cobiçam.

Tônicos - poções medicinais para a cura

Gárgulas - Protetoras da Biblioteca do Conhecimento

As terras visitadas nos Nove Reinos até o momento

Dorcha - The Darkest Realm, reino em que Norvalla é a capital

Norvalla - pátria de Knox

Reino de Bestas Indesejadas - Reino que faz fronteira com Norvalla

Reino de Vãkya - pátria de Aria, onde Ilsa atualmente reside dentro do


Palácio da Magia
Vale dos Mortos - Terra que faz fronteira entre Vãkya e Dorcha

House of Magic - Anteriormente conhecido como Kerrigan Keep, agora é o


santuário de Aria abaixo das ruínas de um castelo que ela reivindicou.

The Dark Mountains - A cadeia de montanhas que faz fronteira com o Reino
da Besta Indesejada e os passos altos de Norvalla.

Biblioteca do Conhecimento - Uma sala em constante mudança que só revela


seus tesouros para aqueles que considera dignos do conhecimento que possui.

Círculo de Beltane - o templo de Bel e o círculo onde Beltane é celebrado para


dar as boas-vindas a uma nova vida.

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