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Tradução: Angel Huntress

Revisão: Scarlett

Leitura Final: Sekhmet Huntress

Formatação: Sekhmet Huntress


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recuperação de informações, sem a
permissão por escrito do autor, exceto
pelo uso de citações breves em uma
resenha.
Archer é o filho forte e bonito do ex-
líder do clã Kersh, Clayton. Ele ficou para
trás quando sua família retornou a
Kaldernon, a fim de garantir que qualquer
shifter dragão deixado para trás, tivesse
um lugar seguro para chamar de lar. Mas
ele também está decidido a se vingar dos
Guardiões, o grupo fundamentalista que
se dedica a destruir e torturar seu povo
por séculos.
Alana é uma mulher promissora em
Kaldernon, cujo poder reside no fato de
que ela tem poderes iguais, tanto shifter
quanto Loni. A matriarca de Kaldernon,
Lopu Mansana, tomou-a sob suas asas na
esperança de transformá-la em um
patrimônio de Kaldernon.
O que ninguém percebe é que Archer e
Alana estão sonhando um com o outro
desde que a família de Archer retornou a
Kaldernon. Lopu ignorou os sonhos e
Alana pensou que eles eram sua própria
imaginação desde então, até que uma
noite ela tem uma premonição
assustadora de que Archer vai morrer.
Ela embarca em uma jornada para
encontrar o homem por quem se
apaixonou em seus sonhos e salvar sua
vida. O que acontecerá quando eles se
encontrarem? Será uma reunião de almas
perdidas ou as coisas darão uma guinada
mortal? Embarque nesta última fase da
história de Kaldernon e descubra...
CAPÍTULO UM

Estou esperando.
A mulher ferozmente bonita, com olhos
brilhantes roxos? Não, azuis? Ele não saberia
dizer, olhou para ele por trás de uma parede de
fogo. Seus cabelos dourados estavam soltos ao
vento, dando-lhe a aparência distinta de uma
guerreira. Archer estendeu a mão para ela, os
dedos esticados e tensos pelo esforço. A mulher
estendeu a mão para ele também. Parecia
enganosamente frágil. Ele sabia que por trás dos
olhos dela não havia nada além de ferocidade.
Estou esperando.
Archer ficou impressionado, com um
sentimento irado de inferioridade. Ele não queria
nada além de alcançar a mulher à sua frente, ser
capaz de cruzar o muro flamejante que os
mantinham separados. Ela estava esperando por
ele. E falhava com ela. Incapaz de atravessar as
chamas ondulantes para tocar sua mão. Ele era
um covarde.
De repente, a mulher se foi e em seu lugar
havia uma silhueta negra que se erguia acima
dele, acima da parede de chamas. Archer gritou
de medo e recuou. Ele realmente era
covarde. Não merecia preencher a lacuna entre
ele e a bela mulher. Por que ela o queria, de
qualquer maneira?
A besta escura atrás dele soltou um rugido
poderoso e Archer olhou para um par de
brilhantes olhos vermelhos. Olhos de dragão. Ele
se posicionou para lutar, mas logo o mundo ao
seu redor se desintegrou e sentiu que era expulso
do que agora sabia ser um sonho. Ele lutou para
permanecer dentro do sonho, preocupado que o
monstro gigante pudesse de alguma forma,
prejudicar a bela mulher que tentava alcançar,
mas não adiantou.
Archer acordou em sua cama suando frio. A
penumbra dos túneis subterrâneos do antigo clã
Kersh, dificultava o ajuste de seus olhos, então
permaneceu em transe, como em um sonho
confuso, até estar plenamente consciente. Ele
rosnou e ficou de pé rapidamente, jogando as
cobertas para o lado e caminhando
propositadamente em direção ao refeitório para
beber água.
Desde que o resto dos Shifters e suas
companheiras Loni voltaram para Kaldernon, os
túneis outrora movimentados estavam vazios. Ele
era o último dos Shifters do planeta Terra e
escolheu ficar para trás com alguns de seus
amigos íntimos. Eles acreditavam que a Terra,
sendo o lugar em que nasceram, era seu
verdadeiro lar. Não apenas isso, mas ele tinha
negócios inacabados. Os Guardiões, um grupo
marginal de idiotas fundamentalistas, haviam
desencadeado horrores indescritíveis sobre os
Shifters Dragões. Eles foram reunidos como gado
e torturados, experimentados para que os
Guardiões tentassem aprender mais sobre o
mundo acima. Archer estava convencido de que
ainda havia Guardiões andando na Terra, e se
recusava a descansar até que todos os últimos
fossem eliminados.
— Bom dia, Archer. — Cumprimentou
Thom, o melhor amigo de Archer desde a
infância. Archer deu um breve aceno de cabeça e
passou por ele, dirigindo-se ao barril de água no
canto. Ele encheu o copo e bebeu avidamente,
permitindo que a água lavasse os sentimentos
sombrios deixados nele pelo sonho.
— Bom dia Thom — respondeu Archer, uma
vez que limpou a garganta. — Alguma notícia
hoje?
— Na verdade, sim. — Respondeu Thom,
seus olhos reptilianos brilhando. Thom sempre
parecia mais parte Dragão. Embora ele fosse
principalmente humanóide, tinha feições mais
nítidas e nunca escapou dos olhos em fendas de
dragão. Fazia parte do seu charme.
— Hã? O que é isso?
— Guardiões foram vistos cavando as ruínas
de seu antigo acampamento. Foi destruído, mas
eles estavam lá. Temos Tanna atrás deles agora.
— Bem, isso não é uma boa notícia. —Disse
Archer, pensativo. Como líder dos Shifters
deixados na terra, era seu trabalho mantê-los em
segurança. Mas se Tanna estivesse seguindo os
Guardiões, poderia ser uma armadilha. Talvez
eles soubessem que o antigo acampamento estava
sob vigilância constante. Mas talvez não.
— Pensei que você ficaria satisfeito — disse
Thom, abatido. Ele havia dedicado sua vida a
servir Clayton, pai de Archer e líder do clã Kersh,
e sua família. Sem Clayton, ele era o melhor
amigo de Archer e o companheiro mais leal. Mas
ele adorava brigar e lutar, mais do que qualquer
um que Archer conhecia.
— É verdade, quero todos os Guardiões
mortos onde estão — Archer concordou com um
aceno de cabeça. — Só me preocupo em colocar
Tanna em perigo.
— Tanna pode se cuidar.
— Tenho certeza que ele pode — Archer
concordou. Ainda assim, deixou-o com uma
sensação desconfortável.
Ainda havia um pequeno punhado de
Shifters na Terra. Era surpreendente quantos
deles relutaram em participar do voo para
Kaldernon. Era algo com que todos foram
instruídos a sonhar e a desejar, o retorno ao “lar”,
mas uma vez que isso se tornou uma
possibilidade, muitas pessoas tiveram
dúvidas. Archer conseguiu articulá-los no último
minuto, antes que seus pais lhe permitissem subir
com eles. Ele estava entre eles quando disse: —
Eu preciso ficar para trás com os outros.
A princípio, ele pensou que seu pai não o
deixaria ficar. Mas o rosto do homem se suavizou
e ele assentiu. Antes que sua mãe pudesse agarrá-
lo para detê-lo, Archer pulou para longe do portal
e se escondeu nos arbustos enquanto seus pais
subiam. Ele viu o resto subir em pares e correu
para o local onde sabia que Tanna, Thom e
alguns outros Shifters estavam escondidos. Ele
seria o líder deles agora. Era o acordo tácito
deles.
— Venha. Temos que encontrar Tanna e ver
para onde os Guardiões o estão levando — disse
Archer. — Pode ser uma armadilha.
Thom assentiu obedientemente e eles
correram das cavernas subterrâneas,
determinados a encontrar o amigo.
CAPÍTULO DOIS

Alana sentou na cama, uma sensação de


profunda desolação a esmagando. Ela teve o
sonho novamente com o belo estranho do
mundo acima. Mais uma vez, eles não foram
capazes de se alcançar. Ela sabia que era apenas
um sonho, mas por que isso a afetava tão
profundamente? Sentia que era importante
alcançá-lo, a coisa mais importante do mundo, na
verdade, mas quando se tratava de estarem juntos,
parecia impossível. Havia um obstáculo após o
outro.
No entanto, desta vez foi diferente. Uma
enorme escuridão se aproximara dela e não fora
capaz de alcançá-lo. Sua visão do homem fora
bloqueada e ele desaparecera atrás de uma
enorme silhueta negra opressiva. Parecia
aterrorizante e maligno, o toque distinto dos tipos
distorcidos de seres, que utilizavam outros para
servir a seus próprios meios egoístas. Havia
muitos deles por todo o universo, e a preocupava
que isso fosse um tipo de presságio. Um sobre o
qual ela tinha que falar imediatamente com a líder
de Kaldernon, Lopu Mansana.
Lopu era a mulher mais sábia que Alana
conhecia. Alana esteve sob as asas de Lopu desde
o início, porque demonstrara o potencial de ser
uma Loni poderosa e uma poderosa Shifter
Dragão. Cabia ao destino decidir, e Lopu queria
ter certeza de que, de qualquer maneira, Alana
tivesse os recursos necessários para se tornar a
versão mais poderosa de si mesma. Sem a
orientação de Lopu após a morte de seus pais,
Alana tinha certeza de que seria um caso
perdido. Felizmente, seus professores e mentores
enviaram uma mensagem para a capital, cidade
de Rallah, e antes que percebesse, Alana estava
sendo aceita em uma escola de elite.
Mas não parou por aí. Ao conhecer Alana,
Lopu, uma poderosa oráculo Loni, teve uma
visão dizendo-lhe para manter Alana e treiná-la
bem. Lopu sempre seguiu sua intuição, Lonis
eram poderosos místicos e criativos, eles
carregavam filhos Shifters e foram os construtores
e inovadores de Kaldernon. Alana e Lopu
imediatamente formaram uma conexão profunda
e Lopu a reivindicou como filha, para ser treinada
como Alana quisesse. Suas paixões mudavam dia
após dia, mas Lopu era paciente com ela e
sempre procurava os melhores professores para
ela. Ninguém contestou a sabedoria de Lopu e
antes que percebesse, Alana estava a caminho de
ser treinada como uma guerreira poderosa e nas
belas e meticulosas artes do artesanato Loni.
— Qual é o problema, querida? — Lopu
perguntou quando Alana se aproximou dela
depois do café da manhã. — Algo está errado.
— Sinto um mal terrível no universo — disse
Alana. — É um que não consigo entender.
— Existem muitos males no universo. — Disse
Lopu com um aceno tolerante. Ela era o tipo de
mulher que esperava precisão e detalhes, e esse
tópico vago provavelmente tentaria sua paciência
rapidamente.
— Este veio a mim em meus sonhos.
— Eu vi…
Lopu se levantou e deu as costas para Alana.
— O que devo fazer?
— Você sabe onde esse mal reside?
— Bem... não. — Alana admitiu. Não tinha
ideia se era real ou não. Ela tinha uma imaginação
muito ativa, e nenhum deles tinha certeza se seus
poderes Loni eram de natureza clarividente ou
psíquica ou se era muito talentosa em criar por
causa do sangue Loni em suas veias.
— Eu sei que você achou importante o
suficiente para me falar — disse Lopu, finalmente
voltando-se para Alana. — Mas se você não tiver
nenhum detalhe, não há muito que eu possa fazer
para ajudá-la. No entanto, darei um aviso ao
povo, para manter os olhos abertos para qualquer
coisa que possa parecer errada. Obrigado por me
dizer suas preocupações.
— Obrigado, Lopu — disse Alana com uma
reverência. Lopu sorriu calorosamente e acenou
com a cabeça, mas Alana saiu com um nó no
estômago. Ela odiava incomodar Lopu com
coisas que ela poderia considerar triviais. A
mulher estava no comando de um planeta inteiro
e estava impaciente com assuntos triviais e com as
pessoas que tinham a mente pequena o suficiente
para trazê-los à sua atenção.
Ela fizera o melhor que podia, e Alana
suspirou. Se ela soubesse o que o sonho
significava. Por que sonhava com o mesmo
homem por tantas noites? Tudo começou
quando era jovem, quando o povo do clã Kersh
finalmente retornou a Kaldernon. Foi incrível ver
todos os novos rostos e aqueles que cresceram e
se desenvolveram em outro planeta.
O mundo havia mudado e, de alguma forma,
depois de uma reunião em que compareceu com
Clayton, do clã Kersh e Lopu, ela começou a
sonhar com um garoto da mesma idade. Ele era
bonito e corajoso, mas não teve como saber mais
sobre ele. Eles estavam sempre lutando para se
aproximar um do outro nos sonhos, mas eram
sempre separados por obstáculos de qualquer
natureza, água, fogo, falésias. Nada do que faziam
os aproximava. E agora havia perigo em seu
pequeno mundo estranho. Alana não sabia o que
isso significava, mas sabia que, se nada mais, teria
que fazer o possível para ser tão corajosa quanto
o homem em seus sonhos.
Ele cresceu ao lado dela, cada um
envelhecendo no mesmo ritmo. Todo ano ela
ficava mais forte e mais feminina, e ele ficava mais
forte e mais viril. Seus cabelos ficaram mais
escuros, seus músculos volumosos e seus olhos,
se possível, pareciam cada vez mais desesperados
por respostas. Mais solitário, de alguma
forma. Mas eles nunca se falaram e não havia
como saber se ele era ou não algo além de apenas
uma figura em um sonho. Todos os Lonis tinham
sonhos poderosos e fortes, e talvez os dela não
significassem nada. Ou talvez isso significasse
tudo. Era incrivelmente frustrante não poder
dizer qual era qual.
Quando Alana deixou os aposentos de Lopu,
ela não pôde deixar de sentir que era um erro
descartar o que tinha visto. Havia problemas em
algum lugar do universo. E de alguma forma, ela
estava conectada a isso. Como, nunca seria capaz
de entender.
Ela afastou os pensamentos. Estava na hora
das aulas da manhã. Seria bom tirar algum
treinamento de força do caminho. Pois sabia,
como sempre que sonhava, que se sentiria
estranha ao longo do dia. Especialmente agora
que ela viu o rosto inconfundível do mal. Ainda
assim, ela teria que passar por isso e fazer o
possível para não a decepcionar e distraí-la de seu
treinamento.
CAPÍTULO TRÊS

Archer olhou para o céu e suspirou. Já era


fim de tarde e eles fizeram um tempo
horrível. Ele estava tentado a mudar para sua
forma de dragão, mas não o fazia desde que era
pequeno. Sempre fora difícil para ele mudar de
forma, o que, por alguma razão, havia sido uma
fonte de prazer sem fim para seu pai,
Clayton. Seu pai disse que muitas vezes eram os
Shifters mais poderosos que esperavam o melhor
tempo possível para se transformar. E quando o
faziam, seu poder era alucinante.
Archer nunca pensou que isso fosse verdade
no seu caso, no entanto. Parecia uma história
boba para ajudar seu filho a se sentir melhor por
ser inadequado. A verdade é que, ao longo dos
anos, Archer secretamente temia que ele
favorecesse o lado de sua mãe na família. E quem
se importava se ele era mais Loni que
Shifter? Mas a verdade provavelmente teria
devastado seu pai, que era possivelmente o
Shifter Dragão mais masculino e impressionante
que Archer já vira.
Ainda assim, o homem tinha seu lado
sensível, mas Archer não queria fazer nada para
decepcioná-lo. Parte da razão pela qual ele
escolheu ficar para trás, foi porque sabia que era
isso que seu pai teria feito. Foi chocante ver o
punhado de Shifters que não queriam nada com
o retorno a Kaldernon. Todo mundo tinha
rancor dos Guardiões, e Archer queria ser o
único a eliminá-los de uma vez por todas.
— Você ainda sente o cheiro de Tanna? —
Archer perguntou. Ele havia saído com a maioria
de seu grupo, três homens, incluindo Thom, e a
caçada já estava em andamento por tempo
suficiente.
— Não — Thom admitiu, franzindo a testa
para o chão. — Perdemos há pouco tempo.
— Merda.
Os quatro homens ficaram em silêncio
enquanto Archer reunia seus pensamentos.
— Quero que vocês voltem para o
assentamento Kersh, ok? — Archer disse.
— Mas Archer... — Thom começou a
protestar.
— Faça como digo. Confie em mim. Se isso
for uma armadilha, precisaremos de algumas
pessoas que ainda possam lidar com o acordo. Já
temos uma mulher grávida e uma criança
pequena. Temos que garantir que eles estejam
seguros acima de tudo. Você entende?
— Sim, Archer.
Os homens começaram a recuar
relutantemente em direção aos túneis
subterrâneos. Archer parou Thom e o puxou
para o lado em particular.
— Não se preocupe — ele disse ao amigo. —
Voltarei com Tanna. Estaremos de volta antes
que você note que fomos embora. Provavelmente
será ainda mais pacífico lá sem que nós dois
discutamos sobre Lapus.
Thom sorriu.
— Vocês dois são tão perdedores. Estou
quase pronto para lançar esse jogo — disse ele. —
Vamos manter o quadro pronto para vocês.
Archer assentiu, sorrindo para o amigo e
observou até Thom sumir de vista.
Quando seus homens se foram, Archer
suspirou baixinho. Para onde Tanna poderia ter
ido? É melhor esse homem ter um plano. Não
havia sinais de luta enquanto seguiam o perfume
de Tanna para longe do local onde estavam as
ruínas dos Guardiões, o que parecia um bom
sinal. Ainda assim, ele não gostou da ideia de seu
amigo impulsivo por aí sozinho, pronto para
enfrentar um grupo para o qual não estava
preparado. Isso fez seu estômago revirar e
também sentiu raiva. Tanna ignorou suas ordens
diretas, pensando que ele próprio poderia cuidar
de algo grande. Ele estava sempre
superestimando a si mesmo e saindo para fazer
acrobacias masculinas, para impressionar as
poucas mulheres no campo. Mas de certa forma
Archer o admirava e realmente esperava que
Tanna estivesse bem.
Enquanto Archer vagava sozinho pela densa
floresta, seus olhos azuis gelados vislumbraram o
horizonte da cidade ao longe. Ele estremeceu ao
pensar em ter que ir até lá para encontrar Tanna,
mas parecia o lugar mais lógico para
procurar. Era o centro da civilização
humana, exatamente o que os Guardiões
alegaram que queriam defender. Havia
Guardiões à esquerda e ali, e se ele tivesse que
apostar um palpite, diria que o perfume de Tanna
provavelmente desapareceu quando Tanna foi
forçado a entrar em um veículo em direção a
cidade.
Archer gemeu. Isso significava que seria mais
difícil do que pensou recuperar seu amigo. Mas
não havia nada que pudesse fazer sobre isso. Ele
faria o que fosse necessário para ajudá-lo a
sobreviver e, se falhasse, teria mais uma vingança
contra o grupo maligno que parecia amarrado e
determinado a destruir tudo o que ele e os outros
dragões de Kaldernon amavam. Ele os faria
pagar.
CAPÍTULO QUATRO

Você não está sozinho.


Archer se encolheu com o som poderoso e
melódico da voz da linda mulher. Desta vez, eles
eram separados por uma parede de água. Peixes
e criaturas que Archer nunca tinha visto antes,
nadavam entre eles.
Não aja como se estivesse sozinho.
As palavras trouxeram lágrimas quentes nos
olhos de Archer, apesar de ser um sonho.
Ele não pôde evitar. Uma das coisas mais
difíceis de ser o líder do clã Kersh agora, era a
quantidade pequena de pessoas. Sua infância foi
cheia de pessoas felizes e amorosas. Centenas,
talvez até milhares de shifters vagavam pelos
túneis subterrâneos, cada um conhecendo-o pelo
nome. Ele estava cercado por familiares e pessoas
que também poderiam ter sido tias e tios, primos
mais que amigos. E agora, sua vida estava
desolada. Ele havia passado pela puberdade sem
seus pais, sem nenhuma das pessoas que
considerava constantes em sua vida. Não apenas
para deixar seu pai orgulhoso. Mas porque ele
sabia que seu povo precisava de um líder. E os
Guardiões precisavam morrer.
Archer olhou através da água e nos olhos
magnéticos e reluzentes daquela mulher bonita
diante dele. Hoje eles pareciam mais verdes que
azuis, brilhando com vida e emoção. A mão dela
estava tão perto, e ele levantou a sua, para levá-la
o mais perto possível dela. Não percebera o quão
difícil era para ele ultimamente. Tentou não
pensar no quanto sentia falta de sua família,
amigos e entes queridos, mas estar sozinho na
floresta procurando por Tanna trouxe os
sentimentos à superfície. E por alguma razão, a
mulher bonita parecia saber disso. E ela estava
oferecendo sua simpatia.
— Quem é Você? — Ele tentou chamá-la. Mas
o rugido de uma onda abafou a questão. Eles
nunca eram capazes de falar um com o outro
durante esses sonhos. Transmitiam apenas
mensagens básicas. Ele a via em seus sonhos
desde muito jovem, quando seus pais foram para
Kaldernon e o deixara para trás. Ele pensou que
era um mecanismo de enfrentamento que seu
cérebro havia criado, para que não se sentisse tão
sozinho, mas agora não tinha tanta certeza. Ou
ela era real ou ele era louco. E ele queria acreditar
que ela era real. Ainda assim, o fato era que era
apenas um sonho.
De repente, das ondas rugindo emergiu a
mesma figura negra aterrorizante que havia
assombrado o sonho de Archer na noite
anterior. Desta vez, ele ainda era capaz de ver a
reação da mulher a isso. Seus olhos
deslumbrantes se arregalaram de medo e
confusão, mas ela não retirou a mão que estendeu
a Archer. Em vez disso, ela apontou para a fera
com a outra mão e falou palavras calmas, apesar
de seu rugido feroz.
— Esta é a nossa luta, este é o nosso destino.
As palavras eram como fumaça, lá, mas não
lá. Etéreo, mas imenso. De repente, o peso
pareceu esmagá-lo e ele pensou que não seria
capaz de suportar por mais um momento. Isto é,
até que ela sorriu para ele. Quando ele recebeu o
sorriso, Archer inesperadamente se sentiu leve
como o ar e de alguma forma em paz com as
forças desconhecidas que atuam no universo. De
alguma forma, ele sabia que eles estavam lá e se
sentia guiado e protegido por eles. Mesmo que
este animal significasse perigo real, o sorriso
desafiador da mulher linda para ele significava
esperança.

Alana acordou do sonho, seu coração


disparado de terror. Embora ela tivesse visto o
homem dos seus sonhos novamente, o animal
também estava lá novamente. Não havia nada que
ela não desse para que os melhores oráculos de
Loni examinassem o sonho em profundidade,
mas sabia que havia incomodado Lopu a ponto
de suas ordens serem definitivas. A menos que
houvesse algum motivo sério de preocupação
com a prova física ou envolvendo os consultores
Loni mais confiáveis de Lopu, desta vez não
haveria uma investigação.
Tudo bem. Parecia pessoal demais discutir o
sonho em voz alta com alguém. Ela vira esse
garoto se tornar um homem com ela, e a última
coisa de que precisava era Lopu brincando com
ela sobre os meninos. Além disso, seria ainda
mais embaraçoso sentir como se ela estivesse
simplesmente alucinando o melhor namorado
imaginário. Um homem literal dos seus
sonhos. Era apenas humilhante, especialmente o
pensamento de ter que contar a alguém sobre
isso.
Não, ela guardaria isso para si mesma, até ter
certeza absoluta de que sabia com o que estava
lidando. Ainda assim, ela não podia passar por
nenhuma de suas aulas sem que sua mente
voltasse para o homem bonito em seus sonhos.
Seu cabelo escuro estava preso em um rabo
de cavalo quando ela o viu em seu último sonho,
e ela podia jurar que toda vez que o via, ele ficava
cada vez mais bonito. O desespero que ela sentiu
ao romper a barreira que os separava era
incrivelmente forte. Ela nunca se sentiu assim
com nenhum homem que já conhecera antes. De
fato, Alana não estava nem um pouco interessada
nos outros homens de Kaldernon. A única
pessoa que já manifestara interesse, além de
Lopu, é claro, era o homem em seus sonhos.
Eles cresceram juntos. Emocionalmente se
apoiaram. De alguma forma, quando os tempos
eram difíceis, ele estava lá com o rosto
tempestuoso, calmo e reconfortante em qualquer
situação em que ela se encontrasse. Ele era sua
pedra quando estava deprimida, e de alguma
forma, ela sentia que era capaz de fazer o
mesmo. Eles falavam sem falar, entendiam os
estados emocionais um do outro sem
palavras. Eles estavam basicamente conectados
de uma maneira que ela só ouvira nas lendas
sobre pares Loni-Shifter no passado distante,
quando o planeta de Kaldernon estava se
tornando o lugar poderoso em que estava
atualmente. Era aterrorizante considerar que essa
imensa atração que Alana sentia por um estranho
que talvez não fosse real, mas era ainda mais
difícil e assustador acreditar que tudo era de
alguma forma real.
Ela não achava que poderia inventar uma
pessoa com detalhes tão intensos, mas não podia
deixar de pensar na possibilidade de estar
enganada. Foi por isso que ela contou a Lopu
quando se mudou. Ela ouvira seriamente a
princípio, mas logo descartou isso como um
sintoma do desespero que sentia depois de
perder os pais em um trágico acidente. Mas Alana
não acreditava que não havia nada e se sentiu
desprezada o suficiente para não mencionar suas
experiências novamente.
Se Lopu, líder de Kaldernon, explodisse algo
que parecia tão imenso para ela, então não havia
mais nada que ela estivesse disposta a dizer sobre
isso.
CAPÍTULO CINCO

Archer parou para recuperar o fôlego, sua


mente se recuperando do sonho na noite
anterior. Ele ficou arrepiado quando tropeçou
em um pequeno riacho que nunca tinha visto
antes. O simbolismo da água era altamente
considerado no folclore Loni. Simbolizava
emoções difíceis e a capacidade de transmitir
mensagens de longas distâncias. Comunicação e
turbulência. E isso esteve presente em seu
sonho. O simbolismo não estava perdido nele,
mesmo no momento em que ele olhava para
criaturas estranhas nadando através da barreira
azul profunda, que o impedia de tocar na mão da
bela mulher dos seus sonhos.
O fogo, agora que ele pensava nisso, também
era simbólico para os Lonis. Quando um Loni
sonhava com fogo, isso geralmente significava que
eles teriam grandes dificuldades. Normalmente,
uma tarefa difícil e mudanças tumultuadas
estavam reservadas. O fogo purgou, mas também
destruiu e abriu caminho para que as coisas
fossem reconstruídas. Embora fosse muito pior
sonhar com rochas e tempestades com raios, a
muralha de fogo poderia significar que seria
muito mais difícil para ele encontrar Tanna do
que pensara inicialmente.
Archer gemeu alto. Ele teria que colocar uma
coleira e um sino no amigo quando ele
voltasse. Dessa forma, seria mais fácil encontrá-lo
se ele se perdesse novamente. O pensamento foi
suficiente para dar a Archer o impulso necessário
para saltar sobre o riacho.
Ele estava se aproximando da cidade muito
mais rapidamente do que se sentia
confortável. Ele não queria nada com os
humanos. Todos que encontrou eram egoístas e
alheios às lutas de seu próprio povo. Isso provou
o suficiente para ele que não seriam capazes de
confiar na situação de sua espécie. Se eles fossem
egoístas demais para mostrar compaixão por sua
própria espécie, como poderiam se importar com
os shifters? Os Guardiões eram prova suficiente
de que os humanos eram incapazes de
abnegação.
— Você não está sozinho.
A voz da mulher misteriosa ecoou em seus
ouvidos e Archer suspirou. Por que isso chegaria
até ele agora? Ele estava sendo muito duro com
os humanos? Ele não achou que isso fosse
verdade. Mas ele ouviu a mulher dos seus sonhos
por um motivo. Ele estava entre os humanos, e o
mínimo que ele podia fazer era tirar o melhor
proveito disso.
Depois de mais algumas horas de caminhada,
Archer estava no centro da cidade, movendo-se
discretamente para não ser visto. Ele se disfarçara
como um humano normal, mas as roupas eram
desconfortáveis e ele mal podia esperar para sair
delas. Ainda assim, sentiu como se estivesse fora
do lugar. Ele teve que chegar à delegacia. Se os
Guardiões estivessem em algum lugar, eles
estariam lá e ele descobriria o que havia
acontecido com Tanna.
De repente, o cheiro inconfundível dos
Guardiões atingiu Archer como uma tonelada de
tijolos. Seu estômago caiu dolorosamente e ele
ficou alerta, se escondendo atrás de um carro
estacionado para tentar olhar para seu alvo. O
pequeno grupo de shifters que foram deixados no
clã Kersh tentava ao máximo ficar longe de todas
as áreas que eles sabiam que os Guardiões
habitavam, principalmente na cidade, mas agora
que eles haviam se mudado para as ruínas, era
hora de começar a investigar.
O Guardião entrou em um carro azul e
Archer ergueu a sobrancelha. O carro tinha o
cheiro da floresta. Ele verificou as rodas e com
certeza, estavam cobertas de lama. Se ele o
seguisse, haveria uma chance de alcançar seu
amigo. Tanna não estava dentro do alcance do
cheiro, mas Archer tinha certeza de que seguir
esse Guardião seria a chave para o paradeiro de
seu amigo.
Foi bom finalmente ter uma vantagem e
Archer começou a seguir o carro. O Guardião foi
rápido, mas Archer também foi. Ele tinha que
tomar cuidado para não se machucar e garantir
que nenhum humano o visse seguindo. Se isso
acontecesse, poderia levar a um perigo
inacreditável para o resto do clã que ficou para
trás e isso seria culpa dele. Felizmente, ele
sempre fora muito sorrateiro e sua capacidade de
se mover sem que ninguém o notasse levara a
uma infância muito satisfatória, cheia dos espólios
de aventuras perigosas no refeitório.
Logo, Archer estava de volta à floresta, onde
sentia que pertencia e era capaz de seguir o carro
por uma das poucas estradas de terra que foram
pavimentadas na área. Não era um local com o
qual ele se sentisse familiar, mas estar na natureza
parecia muito mais seguro do que estar na
cidade. Ele relaxou e foi capaz de seguir o carro
vagarosamente pelas estradas sinuosas no meio
da floresta.
As árvores começaram a ficar cada vez mais
esparsas, até Archer perceber que seria
impossível ele se esconder por mais tempo. Ele
teria que ter cuidado. Em vez de seguir o carro ao
lado, ele finalmente se afastou, esperando que o
motorista não pudesse vê-lo. Ele tentou usar seus
sentidos aguçados para ouvir o carro e mantê-lo
dentro do alcance e quando ele percebeu que ele
virou à esquerda, o seguiu.
Eventualmente, o carro chegou a uma casa
alta e assustadora, que parecia essencialmente
abandonada. Um calafrio irrompeu por todo o
corpo de Archer. A casa parecia
aterrorizante. Nos fundos, havia um celeiro alto e
ameaçador, com tinta vermelha pálida
descascando. Parecia que a fazenda havia sido
abandonada há anos. E no entanto, era para lá
que o Guardião ia.
Archer estava pronto para saltar em direção
ao prédio, com certeza de que poderia enfrentar
apenas um guardião, mas uma fila de homens
imediatamente saiu pela porta para
cumprimentar o homem no carro azul. Archer se
encolheu. Ele teria que voltar com ajuda. Caso
contrário, havia mais problemas do que ele
poderia lidar. Estava na hora de se reagrupar e
criar um plano.
CAPÍTULO SEIS

— Você está ciente do shifter que o seguiu até


aqui, não está? — Kenneth, líder dos Guardiões
perguntou em voz baixa e rouca. Ele havia
liderado o conselho dos Guardiões do lado de
fora da fazenda para encontrar Jason, que acabara
de voltar da base na cidade. Ele foi enviado para
a delegacia, onde os policiais que faziam parte dos
Guardiões estavam tendo uma reunião. Os
rumores de que ainda havia mais shifters dragão
nas proximidades da cidade, mesmo após o fato
de Kaldernon ter conseguido resgatar a maioria
do clã Kersh, foram confirmados depois que um
dos membros que foram deixados para trás
seguiu um guardião do local onde a derrota mais
recente ocorreu.
Mas os Guardiões não ficariam por baixo
para sempre. Eles só estavam ficando
espertos. Eles mantinham uma missão sagrada
desde a introdução dos shifters na atmosfera da
Terra, para proteger e preservar os humanos na
Terra da ameaça potencial de domínio
interplanetário. E não havia nada que
atrapalhasse ou impedisse o cumprimento de seu
dever. Ter um shifter a menos de trinta
quilômetros de distância serviu apenas para
reforçar essa declaração de missão.
— Devemos ir buscá-lo?
Kenneth fez uma careta.
— Não... ele não está se aproximando. O que
significa que ele está planejando algo. Se
esperarmos, poderemos levar todos os shifters da
área de uma só vez. Agora que ele sabe onde
estamos e quantos de nós existem, trará reforços.
— Mas da última vez, não fomos capazes de
vencer contra eles!
Kenneth sorriu, seus lábios se curvaram em
um sorriso assustador.
— Na ultima vez não tínhamos o que temos
agora —, disse Kenneth. — Eles eram tolos e
precipitados. Mas sob minha orientação, os
Guardiões não cometerão o mesmo erro duas
vezes.
— Então nós o deixamos ir? — Jason
perguntou incrédulo. Ele ficou com raiva por ter
sido seguido e envergonhado por não ter
percebido. De alguma forma, Kenneth tinha
visto. As câmeras de segurança colocadas em
centenas de acres de terra foram úteis o suficiente
para capturar Archer em flagrante.
— Esse homem é o líder dos shifters. Eu
reconheço a tatuagem no braço esquerdo
dele. Você vê esse símbolo? Ele é filho de
Clayton. E de alguma forma escolheu ficar onde
está. Eu sei que parece uma má ideia, mas confie
em mim. Ele estará de volta. E trará
outros. Então podemos liberar a besta.
Jason sorriu e os Guardiões riram. Eles
estavam perto de pegar esses shifters inúteis de
uma vez por todas. E sua busca pelo domínio
mundial continuaria sem impedimentos.

Alana acordou suando frio. O homem em


seus sonhos estava em perigo. Ela tinha mais
certeza disso do que qualquer coisa em sua vida.
— Lopu! — ela exclamou.
Uma criada invadiu os aposentos de Alana.
— Você está bem, milady?
— Por favor, acorde Lopu!
— Mas criança... — ela disse.
— Bobagem — disse Alder, um dos homens
superiores do conselho, pressionando a mão
contra a porta de Alana e entrando na sala. —
Alana está angustiada e deseja falar com a mulher
que mais se parece com sua mãe. Vamos alertar
Lopu imediatamente. Venha, criança.
Alana, que geralmente não suportava o quão
alto e poderoso Alder era, sentiu uma onda de
alívio. Ele deu um sorriso gentil e a criada
observou impotente Alana ser conduzida pelo
longo e sinuoso corredor. Quando eles se
aproximaram dos aposentos familiares de Lopu,
Alder a parou antes de entrar.
— Você sabe que está linda em suas roupas de
dormir? — disse Alder.
Alana se encolheu, sentindo um nó no
estômago, e entrou no quarto de Lopu, deixando
Alder sem a satisfação de uma resposta. Era
revoltante pensar que um homem com mais do
que o dobro da idade dela a olhava. Ele sempre
lhe dava arrepios e agora que não conseguia
esconder o jeito que a olhava era pior.
— Alana?
A voz sonolenta e reconfortante de Lopu
alcançou os ouvidos de Alana e levou tudo o que
ela tinha para impedir que as lágrimas caíssem em
seus olhos.
— Qual é o problema?
— Os sonhos…
Alana engasgou com o nó na garganta e
deixou as lágrimas caírem. Lopu estava alerta
agora, sentando-se na cama e fazendo sinal para
Alana vir até ela. Ela passou os braços compridos
sobre os ombros de Alana.
— Sonhos?
— O que eu te falei. Algo horrível aconteceu
com o homem neles. Se ainda não o aconteceu,
acontecerá. Eu preciso encontrá-lo.
— Que homem?
Alana se encolheu. Ela não tinha sido
completamente honesta com Lopu sobre seu
sonho e agora ela teria que se abrir sobre
isso. Seria difícil, mas agora não havia outra
escolha. Ela sabia, sem sombra de dúvida, que
algo estava terrivelmente errado.
— Tenho certeza que você não se lembra do
garoto que eu via nos meus sonhos...
— Seu amigo imaginário? — Lopu perguntou,
franzindo a testa em confusão. — O que isso tem
a ver com alguma coisa?
— Eu nunca parei de vê-lo, Lopu — disse
Alana, olhando diretamente nos olhos de
Lopu. — Pensei que seria capaz de deixar passar
e crescer. Que era apenas uma expressão de
pesar como você disse que era. Mas não
parei. Ele esteve comigo a cada passo do
caminho. Mas nunca houve um tempo em que
estivéssemos realmente juntos. É como se ele
fosse de outro mundo ou algo assim. Um onde
eu não posso alcançar. Mas ele precisa da minha
ajuda.
Lopu ficou quieta por um momento,
estudando o lençol antes de virar o rosto para o
de Alana. Alana ficou surpresa com a seriedade
em seus olhos.
— Por que você não me disse que ele não foi
embora? — Lopu perguntou calmamente. — É
porque eu fiz você se sentir boba sobre isso?
Ela parecia tão envergonhada de si mesma e
se desculpando, que os olhos de Alana se
encheram de novas lágrimas. Ela não queria
admitir que Lopu acertou. Não se isso a
machucaria. Não depois de tudo que Lopu tinha
feito por ela.
— É então — Lopu suspirou, segurando o
rosto de Alana em suas mãos frias. — Eu sinto
muito.
— Eu pensei que você estivesse certa. Ou
você pensaria que sou estranha e não me amaria
mais — disse Alana em voz baixa. — Mas ele é
real. Eu tenho certeza disso agora. E ele está em
perigo.
— Como ele é? — Lopu perguntou. — Talvez
isso possa nos ajudar a encontrá-lo.
— Ele é grande, musculoso...
Lopu levantou a sobrancelha provocando e
Alana sentiu um rubor quente cruzar seu
rosto. Ela continuou assim mesmo.
— Ele tem olhos azuis gelados. Cabelo
comprido e escuro. Ele parece um pouco familiar
agora que cresceu. Mas eu sei que nunca nos
conhecemos. Eu teria sabido.
— Ele tem marcas distintivas? Como uma
tatuagem ou algo assim?
— Na verdade, sim — disse Alana, com a
mente voltada para a tatuagem no braço esquerdo
dele.
— Você pode desenhar para mim?
Lopu levantou-se e foi até a mesa do outro
lado da sala. Estava de frente para a grande janela
aberta. Uma brisa suave entrou e farfalhou as
cortinas. A maior lua de Kaldernon estava cheia,
enviando um brilho amarelo pálido para a sala,
que fazia Lopu parecer ainda mais bonita e etérea
do que Alana já a vira antes.
Ela voltou para Alana com uma pena e um
pedaço de pergaminho. Alana assentiu e
desenhou obedientemente. O estilo tradicional
de Loni, mas um pouco mais grosseiro e não
refinado. Quando terminou, entregou o desenho
a Lopu.
— É um pouco bruto, mas...
Lopu pegou o desenho e ofegou.
— Essa é a marca de Clayton. Do clã Kersh
na Terra.
— O homem dos meus sonhos não é Clayton!
— Alana exclamou, levantando-se da cama com
um bufo. A última coisa de que precisava era ser
acusada de sonhar com um dos homens mais
respeitáveis de Kaldernon. Ele tinha uma esposa
e um filho pequeno que nasceram em Kaldernon
desde que voltaram.
— Claro que não — disse Lopu. — A de
Clayton é um pouco diferente.
Lopu se interrompeu e pelo jeito que ela
reprimiu suas palavras, Alana sabia que estava
escondendo alguma coisa.
— O que é isso Lopu? — Alana exigiu. — O
que você sabe sobre isso?
— Clayton... Tem um filho.
— Um filho? Eu pensei que o filho dele era
uma garotinha.
— Há outra criança. Mas ele escolheu
permanecer na Terra.
— O que?
O estômago de Alana caiu e Lopu suspirou.
— Está certo. O filho de Clayton, Archer,
ainda está em algum lugar da Terra.
Não comecei a sonhar com ele até Clayton
voltar a Kaldernon. Mas ele estava sozinho. E
nunca falou do filho dele... Apenas deduzi.
— É um assunto doloroso para ele. Todos
compreensivelmente evitam o tópico. É rude
falar da dor de alguém a menos que exista um
remédio que você esteja procurando.
— Então você está me dizendo que o garoto
nos meus sonhos é filho de Clayton? — Alana
perguntou, seu coração batendo forte.
— Talvez — disse Lopu. — Mas a única
maneira de termos certeza é conversando com
Clayton.
CAPÍTULO SETE

— Você encontrou Tanna? — Thom


perguntou ansiosamente, quando Archer
retornou aos túneis subterrâneos.
O pequeno punhado de clã que restava,
estava reunido no refeitório. Eles tinham cinco
homens shifters fortes e dois Lonis, um homem,
uma mulher e seu filho pequeno. A mulher Loni
estava grávida de gêmeos e Archer estava
determinado a destruir os Guardiões antes que
acontecesse alguma coisa com o restante do clã
Kersh. Seria culpa dele se fossem prejudicados
pelos Guardiões. Jurara vingar o povo de
Kaldernon pelo ódio cego e pela ignorância dos
humanos. E ele não iria parar agora,
especialmente agora que sabia exatamente onde
os Guardiões estavam localizados.
— Acho que devo ter encontrado. Os
Guardiões se reagruparam em uma fazenda a
oeste daqui — disse Archer, bebendo
profundamente na caneca de madeira à sua
frente.
O pequeno grupo preparou para o líder um
banquete elaborado quando perceberam que ele
havia retornado. Tinha sido uma longa jornada
para ele encontrar algum sinal de Tanna e voltar
com a notícia.
— Havia algum sinal de perigo? As outras
ruínas do Guardião tinham um porão inteiro
cheio de shifters — perguntou o homem mais
forte do clã, Kerk.
— Quantos guardiões estavam lá quando você
os viu? — Thom perguntou.
O grupo começou a murmurar entre si e
Archer suspirou, dando uma grande mordida na
comida e mastigando até que eles se acalmaram.
— Vi pelo menos sete homens saindo de casa
e um homem entrando com seu carro azul. Ele
veio da delegacia como eu temia. O cheiro deles
é inconfundível. Cheira a sangue shifter velho. É
completamente nauseante. Se eu tivesse entrado,
teria havido uma briga. Se eu mudasse, eles
teriam problemas, mas não posso contar com isso
para salvar minha bunda.
O grupo ficou quieto, aparentemente
envergonhado pela incapacidade do líder de se
transformar sob pressão. Eles sussurraram sobre
isso quando pensaram que ele não estava
ouvindo, mas ele sabia como todos se sentiam a
respeito. Ainda assim, havia alguns shifters muito
poderosos em suas fileiras. Era uma pena que
Tanna fosse uma bunda tão impulsiva. Ele teria
sido útil durante uma luta como essa. Mas, em
vez disso, ele provavelmente havia sido
capturado.
— Não podemos perder muito tempo
pensando sobre isso — alertou Archer. — Nós não
sabemos o que eles podem estar fazendo com o
pobre Tanna. Temos que chegar lá antes que eles
o quebrem. Ele provavelmente será submetido à
pelo menos uma semana de tortura antes que se
livrem dele, mas depois que esgotar sua
funcionalidade com eles, não derramarão
lágrimas para se livrar dele.
A notícia foi preocupante para o grupo e eles
ficaram quietos quando Archer terminou sua
refeição rapidamente.
— Espero que os Lonis apresentem o melhor
plano de ação antes de sairmos amanhã de
manhã. Preciso de dois homens para preparar o
equipamento. De preferência aqueles que
trabalham ainda melhor com falta de sono do que
com descanso suficiente. Se o estresse o fortalece,
você sabe quem você é, prepare os
suprimentos. O resto de vocês trabalhem em
embalar rações e depois descansem um
pouco. Partimos logo após uma boa refeição
preparada pelos Lonis pela manhã. Essa é a
maneira mais eficiente de fazer isso. Lonis ficarão
para trás com as crianças. Mesmo que nenhum
de nós consiga voltar, existe uma grande
probabilidade de os filhos nascerem
descendentes de shifter e poderem continuar
nossa missão se não encontrar uma maneira de
voltar a Kaldernon. Faria sentido mudar de idéia
naquele momento.
Ninguém falou quando Archer se levantou e
se retirou para seus aposentos. Ele estava exausto
depois de sua jornada e ansioso para fechar os
olhos. Se ele pudesse sonhar, talvez ele visse a
mulher bonita novamente.

— Archer.
O lugar estava escuro e os olhos de Archer se
abriram. Ele ficou chocado. A mulher nunca
tinha dito o nome dele antes. Eles nunca se
conheceram. Mas de alguma forma, agora ele
estava sendo chamado ao lado dela. Lentamente,
um suave brilho laranja começou a preencher a
área onde ele estava, e uma luz branca quase o
cegou quando avançou. De repente, a mulher
estava na frente dele, um lindo vestido de noite
feito por Lonis flutuando atrás dela em uma
estranha explosão de vento. Seus cabelos loiros
emolduravam seu rosto e seus olhos
tempestuosos o seguravam imóvel.
— Archer.
Ele viu os lábios carnudos dela se
movendo. Embora ele a ouvisse em sua mente,
ela estava falando. A língua dela estava formando
o som do nome dele. A voz dela inundou cada
centímetro do corpo dele e de repente estava vivo
com um desejo profundo e traiçoeiro que quase
o dominava com sua intensidade. Como ele
poderia se sentir assim, quando não havia como
ficarem juntos? Em todo sonho havia uma
barreira, uma parede. Mesmo que parecesse que
não havia, tinha. Desta vez, seria vidro ou ar
carregado eletricamente. Eles não seriam capazes
de se tocar.
— Archer — disse ela, os olhos multicoloridos
nele, a mão estendida para ele.
Havia algo diferente nisso. A qualidade da
voz dela não estava ecoando ameaçadoramente,
como se viesse de um alto-falante acima de sua
cabeça. Parecia que ela estava realmente falando
com ele. Bem na frente dele. Ela estava mesmo
movendo os lábios.
Archer deu um passo tonto para frente, como
tantas outras vezes antes. Ele sabia que não
deveria ter nenhuma esperança de que as coisas
seriam de maneira diferente do que foram
antes. Eles nunca foram capazes de falar um com
o outro, muito menos tocar. Mas aqui estava ela,
bem na frente dele. Nada entre eles que
pudessem ver. E o desejo em seus olhos lhe dizia
tudo o que precisava saber. Ela o queria
também. Muito.
Timidamente, as mãos de Archer se
levantaram. Seus dedos trêmulos a alcançaram,
esperando sentir a dor insuportável de qualquer
barreira que houvesse naquela noite. Vespas
invisíveis picariam suas mãos? Um raio repentino
os dividiria?
Ele parou a mão um pouco antes dos dedos
dela, vacilando enquanto se preparava para o
impacto. Mas para sua surpresa, nada
aconteceu. Os olhos da mulher o encararam. Ela
também parecia estar se preparando para a dor
dele, observando-o com medo e suspense,
enquanto seus dedos se esforçavam contra o
impulso de se jogar no caminho do mal para
alcançá-la.
— Nada aconteceu — ela sussurrou.
A voz dela era como mel. Archer fechou os
olhos e inalou lentamente, desejando acreditar no
que estava acontecendo.
— Por quê? — Ele perguntou.
— Eu sei quem você é agora — ela sussurrou,
avançando. O vestido dela se arrastou atrás dela
no chão. Archer percebeu que estavam em uma
sala extravagante, com tetos altos e enormes
janelas abertas. Era como se estivessem dentro de
um palácio. Uma enorme lua dourada brilhava
através das cortinas, e o corpo voluptuoso da
mulher deslizava lentamente em sua direção,
simplesmente brilhando pelos raios da lua. Ele
nunca tinha visto alguém tão bonita em sua vida.
— Não há barreira.
De repente, foi como se um interruptor
estivesse na mente de Archer. Ele imediatamente
registrou o que isso significava. Eles poderiam
estar juntos. Finalmente. Seus dedos podiam se
tocar. Sem lhe dar a chance de alcançá-lo, Archer
avançou e entrelaçou os dedos nos dela. Ela
ofegou surpresa com a força repentina e a
maneira como ele a levantou dos pés e a segurou
com força em seus braços. Ele ofegou com um
beijo quente e apaixonado, todo o seu corpo em
chamas com um desejo que o assombrava desde
que aprendeu o poder da forma feminina. Desde
o primeiro dia, ele viu a garota dos seus sonhos.
— Archer — ela engasgou, quando ele a levou
para a cama e a deitou, subindo em cima dela e
soltando beijos reverentes em cada centímetro de
seu corpo que pudesse alcançar. Ela cedeu sob o
toque dele e fechou os olhos em êxtase.
— Diga-me seu nome — implorou
Archer. Mas ele não lhe deu a chance. Ele
plantou outro beijo quente nos lábios dela,
permanecendo ternamente, quando o beijo deles
enviou explosões de prazer por todo o seu
corpo. Eles foram varridos em outra onda de
êxtase, quando Archer ergueu o vestido sobre a
cabeça da bela mulher. Nenhum deles estava
muito preocupado com a propriedade. Era o que
ambos queriam por tanto tempo. Não havia mais
como negar.
Ela também começou a despir Archer,
mexendo nas calças de couro tão comuns para os
homens shifters dragão. Ela passou as mãos para
cima e para baixo em seu abdômen duro,
acariciando seus músculos enquanto a língua dele
trabalhava para agradá-la, desenhando círculos
em torno do monte do mamilo até que fosse
difícil o suficiente para submergir com a boca. Ela
ofegou e agarrou seu ombro forte.
As coxas de Archer estavam pegando
fogo. Ele nunca ficou tão duro em sua vida
inteira. Ela gemeu quando ele esfregou o eixo
latejante em seu clitóris. Todos os sinais estavam
mostrando que ela estava pronta para ele e não
perdeu tempo, mergulhando profundamente
dentro dela. Os lábios da linda mulher se abriram
de prazer e ela fechou os olhos enquanto seu
corpo o envolvia. Ele se retirou e mergulhou
várias vezes, desfrutando de sua capacidade de
reviver a mesma intensidade do prazer do
primeiro impulso.
Suas mãos e olhos vagavam por todo o corpo
bonito e pálido da mulher e logo ela o
surpreendeu rebolando e usando seus quadris
poderosos para rolá-lo com ela, antes que ele
percebesse, Archer estava embaixo dela, vendo
seu pênis desaparecer profundamente dentro de
seu corpo, apenas para ressurgir segundos depois
e lentamente desaparecer novamente. Ele gemeu
profundamente de prazer, enquanto ela o
acompanhava, mexendo os quadris e apertando-
o com músculos que ele nunca considerara que
uma mulher pudesse ter. Foi o prazer mais
profundo que ele já experimentou e não pôde
deixar de gritar de felicidade, passando as mãos
para cima e para baixo em seus longos e belos
braços.
Logo, lembrou-se do poder e luxúria que
estavam contidos profundamente dentro dele e
sorriu para ela. Ele terminou de jogar com ela
agora. Era bom senti-la assumir o controle, mas
ele estava inquieto por baixo.
Archer agarrou seus pulsos e a virou de
costas, ficando de joelhos sem nunca deixar a
caverna quente dela. Ela gritou de surpresa
quando ele segurou as pernas em volta da cintura
e começou a estocar poderosamente, com toda
sua força profundamente dentro dela. Ele podia
sentir as paredes de seu interior se contraindo
firmemente ao redor dele e se enchendo com um
líquido quente e delicioso. Quanto mais ele
mergulhava dentro dela, mais molhada ela ficava
e mais parecia que ela podia aguentar.
Archer estava quase louco de prazer
enquanto fazia amor com a linda mulher. Ele
pensou que nunca seria capaz de obter o
suficiente, até que de repente ela soltou um
grande gemido. Ele assistiu com espanto, quando
seus lindos olhos começaram a tremer e ela
deitou a cabeça para trás, arqueando-se para que
seus seios estivessem no ar e ela estivesse
respirando profundamente. Em um instante, ele
sabia exatamente o porquê.
O calor ao redor de seu pênis se intensificou
e começou a puxá-lo e puxá-lo, enviando onda
após onda de prazer erótico através de seu
corpo. Archer gemeu, tentando manter o
controle de si mesmo. Seus quadris se moviam
com mais força do que sabia ser capaz, e
implorou a si mesmo para tocar em algo que a
levasse ao clímax, algo poderoso.
De repente, ele sentiu as asas brotando em
suas costas e uma onda de energia diferente de
tudo que ele já havia sentido antes. A mulher dos
seus sonhos começou a gritar de êxtase, quando
seu orgasmo a fez tremer. Seu corpo não
conseguiu o suficiente e se recusou a parar. O
atrito de seu corpo lindo se contraindo em prazer
ao redor de seu pênis era demais para lidar e
finalmente, com um toque de seus quadris, ele
desencadeou uma poderosa explosão
profundamente dentro dela. Ela soltou um grito
ao sentir o clímax dele se entrelaçar com o dela e
aparentemente isso a levou a um estado mais
profundo de êxtase, porque ela estremeceu
embaixo dele, seu interior pulsando tão
violentamente, que ele pensou que nunca
acabaria.
Quando sua carga finalmente se esgotou, ele
olhou nos olhos dela e gentilmente afastou uma
mecha loira de cabelo do rosto.
— Meu nome é Alana — ela sussurrou. — E eu
vou te buscar.
CAPÍTULO OITO

Quando Archer acordou, ele ficou


envergonhado ao descobrir que tinha esperma
por toda a cama. Seu pênis ainda estava duro, e
ele gemeu para si mesmo, enfiando a mão
profundamente nas calças e apertando o membro
dolorido. Ele puxou a mão para cima e para
baixo lentamente, aproveitando a lembrança do
prazer inacreditável do sonho da noite
anterior. Ele tinha arruinado suas calças de
qualquer maneira, então o que importaria se ele
gozasse apenas mais uma vez nelas?
Ele fechou os olhos, tentando recolher os
fragmentos quebrados de seu sonho para poder
revivê-los novamente. O nome da mulher ele
sabia finalmente. Ela era Alana. E ela disse que
estava vindo para ele.
Mas isso era impossível. Como ela
viria? Mesmo se soubesse quem ele era,
provavelmente era apenas um truque de sua
mente. Uma maneira de enganar a si mesmo,
porque ele estava se sentindo particularmente
solitário ultimamente. Tudo naquele sonho
parecia diferente. Portanto, ele não deveria se
confiar.
Ainda assim, a sensação das mãos dela no
corpo dele, seu pênis desaparecendo dentro
dela... Ele não conseguia tirar as imagens da
cabeça. Precisava de alívio antes de sair com seus
homens. E ainda era cedo. Ele teve tempo antes
do café da manhã.
Ele segurou lentamente a cabeça sensível do
pênis nas mãos e usou o polegar para administrar
movimentos longos e constantes para si
mesmo. Sua ereção era maciça. Viu através dos
cobertores. Como ele já havia feito tanta bagunça,
não se conteve e simplesmente gemeu quando o
imenso prazer tomou conta de seu corpo.
Em pouco tempo, sua palma estava coberta
por uma nova rodada quente de esperma e ele se
levantou da cama e chutou suas roupas. Ele os
empurrou para debaixo da cama, para que
ninguém os encontrasse enquanto estava fora e
tentasse lavá-los. Isso seria embaraçoso para
todos os envolvidos.
Depois que saiu do chuveiro e entrou no
refeitório, a severidade da situação em questão
mais uma vez o penetrou. Ele tinha que encontrar
Tanna e resgatá-lo antes que os Guardiões
fizessem qualquer coisa para prejudicá-lo. Ele
precisaria de toda a ajuda que pudesse obter e
precisaria de toda a mão-de-obra necessária para
atravessar as barreiras que estavam, sem dúvida,
bloqueando sua entrada gratuita na nova base do
Guardião.
— Todo mundo pronto para ir? — Ele
perguntou quando todos terminaram o café da
manhã.
— Pronto como sempre estaremos — disse
Thom, avançando e liderando o caminho. —
Vamos!
Archer sentiu-se feliz por Thom ir com eles,
mas estava preocupado com o amigo. Havia uma
possibilidade muito real de perigo. E ele teve um
mau pressentimento desde que viu a silhueta
cruel da besta em seus sonhos. Normalmente,
eram torturantes o suficiente apenas por causa do
muro entre ele e Alana, mas agora tinham uma
profundidade adicional de inquietação. E ele não
tinha tanta certeza sobre a viagem para resgatar
Tanna, mas não havia escolha agora. Eles não
podiam voltar. Não se um deles fosse deixado
para trás como resultado.
O grupo saiu sem muita cerimônia. Os Lonis
restantes os observaram, olhando sombriamente,
enquanto o grupo se afastava cada vez mais dos
túneis subterrâneos que todos chamavam de
lar. Se Archer ia ser honesto consigo mesmo, não
estava muito triste por deixar os túneis. Eles
sempre se sentiram sombrios e opressivos
neles, pesado com as memórias das pessoas que
o deixaram para trás e se mudaram para
Kaldernon. Ele sentia falta deles mais do que
sabia dizer. Mas ele sabia que tinha um trabalho
a fazer. E se alguém pudesse se livrar dos
Guardiões de uma vez por todas, seria ele. Era
tudo o que havia para fazer.
Talvez algum dia pudesse encontrar o
caminho de volta para sua família. Ele sentia
muita falta do seu pai e da sua mãe... Bem, apenas
o simples pensamento dela era suficiente para
deixa-lo a beira das lágrimas. Ela ficou
horrorizada quando percebeu que ia deixar o
filho para trás. Ele se escondeu no último
segundo e ela se virou para alcançá-lo. Mas era
tarde demais. Eles estavam em Kaldernon antes
que pudesse terminar de se esconder no mato
atrás do portal. Como pode ter feito isso com
ela? Sua mãe sempre sonhou em criá-lo e vê-lo
crescer. Ele arruinara todos os seus sonhos
maternais. Mas ele sabia que se pudessem falar
novamente, ela entenderia. A ideia era muito
dolorosa para se pensar por muito tempo. E
assim ele dirigiu seus pensamentos para a melhor
maneira possível de emboscar os Guardiões e
trazer Tanna de volta para casa.

— Você pode reabrir o portal? — Alana


sussurrou. Lopu sorriu largamente.
— Há muito pouco que não poderíamos fazer
se nos dedicarmos a isso. Lembre-se de onde
você vem, criança. Nós somos os trabalhadores
milagrosos da galáxia. Em nosso mundo, quase
todas as coisas são possíveis, se acreditarmos.
As palavras de Lopu lembraram a Alana as
esperanças e vôos místicos de fantasia que o
crescimento sob a asa de Lopu a sujeitara. Todo
mundo parecia pensar que o mundo era uma
caixinha restritiva. Mas aqueles que ousaram
pensar além dessa mentalidade descobriram
rapidamente quanto controle realmente
tinham. Aqueles que foram capazes de dominar
isso se tornaram místicos Lonis, capazes de
alguns dos feitos mais arrepiantes que se possa
imaginar. Alguns dos quais podem até incluir
trazer certas pessoas de volta dos mortos, embora
o preço por isso seja quase intransponível.
— Podemos abrir o portal novamente, mas
ele será fechado por vontade própria. E quando
você estiver lá, não é provável que você possa se
comunicar regularmente conosco novamente
depois disso. A menos que você possa nos
encontrar em seus sonhos, não saberemos
quando abrir o portal para seu retorno. Ele abrirá
novamente no mesmo lugar em que a deixar na
Terra. Se não recebermos notícias suas com
antecedência, a data de abertura do portal será
três dias após a sua chegada à Terra. Se isso não
funcionar, você terá que esperar mais dez anos
antes de abri-lo novamente no dia do tributo para
a celebração milenar de Rallah.
— Eu entendo — disse Alana.
Clayton e sua esposa estavam presentes
durante a reunião particular do conselho. Lopu
ligara o mais rápido possível e porque
possivelmente se tratava do filho deles, Clayton e
Krista, ambos estavam ansiosos para vir ao
palácio e compartilhar tudo o que sabiam.
— Alana? — Chamou Krista, avançando. Ela
era uma mulher Loni direta e respeitável, que
tinha a disposição ousada de um shifter e o
incrível talento musical Loni. Até sua voz era
musical e melódica quer ela quisesse ou não.
— Sim? — Alana falou, virando-se para
ela. Os olhos da mulher estavam abatidos e
quando os virou para Alana, ela conseguiu ver
claramente a dor que sentia.
— Se você puder... Você acha que poderia
trazer Archer de volta com você?
— Eu... Eu não posso fazer ninguém fazer
nada. Mas certamente espero que sim.
Alana não disse o que estava realmente
pensando. Ela não sabia ao certo se Archer
conseguiria sair de qualquer batalha vivo. Ela não
podia dizer à mãe dele o quanto temia pela vida
dele. Só que ela poderia saber onde ele estava e
que precisaria da ajuda dela. Muitos detalhes
poderiam rapidamente colocar uma mãe em
histeria, e Alana não queria deixar uma nota
negativa.
— Obrigado. Se o que você diz é verdade, e
vocês sonham um com o outro por tanto tempo...
Isso só pode significar algo.
— Quer dizer o que? — Alana perguntou,
quando Krista parou.
— Você também é nossa filha
predestinada. Vocês podem pertencer um ao
outro de alguma maneira que nenhum de nós
jamais entenderá. Mesmo que Archer não queira
voltar, você será uma filha para mim.
— Oh Krista, eu...
— Está na hora — interrompeu Lopu.
— Diga a ele que eu o amo — Krista sussurrou.
— É claro — disse Alana enquanto Lopu a
conduzia para longe, levando-a impacientemente
à plataforma onde a cerimônia deveria ocorrer. —
Eu faria qualquer coisa para garantir que ele
voltasse a Kaldernon.
Ela faria qualquer coisa para garantir que ele
ficasse inteiro.
Foi uma sensação estranha e estimulante
quando Lopu percebeu que havia cometido um
erro ao rejeitar as visões de Alana, mas agora que
até Lopu as estava levando a sério, a natureza
sombria de sua tarefa estava começando a parecer
avassaladora. Ela estava na plataforma com
borboletas se lançando contra o estômago. Se
algo desse errado, nunca seria capaz de se
perdoar. Supondo que sobreviveria à missão.
Os poderosos anciões Loni se reuniram em
um círculo ao redor dela e deram as mãos. Cada
um se curvou no chão e começou a cantar. Tudo
estava quieto a princípio, e então alcançou um
tom fervoroso que Alana não esperava. Ela nunca
os tinha visto abrir os portais
antes. Isso aconteceu durante o borrão de sua
juventude, quando ela estava de luto pela perda
de seus pais. Era bom ter Lopu do lado atuando
como mãe, mas ela era tão jovem que se parecia
muito com uma irmã mais velha de alta
manutenção, que tinha um grande coração cheio
de amor incondicional e muitas
responsabilidades para se tornar plenamente
acessível. A ideia de que a família de Archer
agora a considerava parte de sua pequena
unidade privada era esmagadora. Ela queria tanto
pertencer a uma família novamente, mas se não
fosse capaz de salvar Archer de qualquer perigo
que lhe ocorresse, só haveria muito mais uma
lacuna dolorosa em seu coração, onde uma
família deveria estar. Ela teria arruinado sua
última chance de ser amada assim.
De repente, uma luz branca começou a subir
e girar ao seu redor. Clayton pulou para frente,
claramente esperando que pudesse voltar à Terra
e acompanhar Alana na jornada. Dois guardas
shifter o pegaram pelos braços, impedindo-o.
— Ela pode precisar de ajuda! — Clayton
berrou. Krista se dissolveu em lágrimas
silenciosas e duas mulheres Loni do lado de fora
correram para o lado dela para dar o máximo de
conforto possível. — Deixe-me ver meu filho!
Antes que ela pudesse ver como a situação se
resolvia, o portal se abriu completamente e Alana
começou a desaparecer.
CAPÍTULO NOVE

Não havia tempo para seu povo avisá-la sobre


como era diferente na Terra, nem quão difícil
seria para ela se acostumar com o clima e o
estranho sol no céu. O ar estava denso e pesado
de fumaça, e ela se encolheu quando seus
sentidos psíquicos começaram a captar a
sensação avassaladora de medo, raiva e tristeza
que enchiam o planeta ao seu redor.
As pessoas neste planeta estavam doentes e
não havia ninguém lá fora disposto a ajudá-
las. Talvez os shifters e Lonis de Kaldernon
tivessem sido capazes de lidar com isso, mas o
fato lamentável é que ela seria incapaz de
convencer alguém da galáxia a vir a Terra depois
do que aconteceu com seu povo aqui. Embora
estivessem sofrendo imensamente, eles teriam
que se derrubar em uma nuvem de fumaça e fogo
antes que mudassem alguma coisa. E isso era algo
com o que teria que viver.
Era o planeta em geral representado pela
besta aterrorizante em seus sonhos? Aconteceria
algo com os humanos? Algum tipo de guerra
civil, talvez? Uma guerra para acabar com todas
as guerras e toda a vida na Terra? Provavelmente
não, ela decidiu, tocando uma flor silvestre que
conseguiu manter um lembrete da beleza do resto
do universo, mesmo que estivesse presa em um
globo tão miserável. Não, era mais provável que
o perigo fosse pessoal. Ou então o último
encontro deles não teria sido tão... Erótico.
A chocou quando Archer voltou a sonhar
naquela noite, depois que Lopu foi alertada e
partiu para reunir os vereadores. Ela adormeceu
em seus aposentos, uma soneca curta até que
todos estivessem reunidos. Mas o que começou
como uma necessidade inocente de dormir
rapidamente ficou quente e forte quando Archer
apareceu e de alguma forma, não havia mais
limites entre eles. Ela fora tão tomada pelo corpo
poderoso dele e pelo profundo e sincero amor
em seus olhos, que nada parecia mais natural do
que quando faziam amor. Ela nunca havia
sentido algo tão emocionante antes e duvidava
que alguma vez esquecesse a experiência. Mesmo
que eles ainda não tivessem se encontrado
pessoalmente, ela podia sentir tudo o que
aconteceu como se estivesse acontecendo
exatamente no mundo em que estava dormindo.
Ela nem se considerava virgem depois disso.
Mas agora ela tinha que encontrar Archer e
rapidamente. O portal foi aberto no mesmo lugar
de sempre e ela recebeu instruções breves e um
pequeno mapa da área em que deveria pousar. A
partir dela, ela conseguiu encontrar seu caminho
com facilidade para o assentamento subterrâneo
do clã Kersh. Do lado de fora estavam dois Lonis,
um homem e uma mulher e uma criança
pequena brincando na terra. Eles pareciam
chocados ao vê-la.
— Quem é você? — A mulher perguntou,
levantando-se de sua posição agachada no chão
com a criança. Ela estava extremamente grávida e
Alana correu para o lado para ajudá-la a se firmar.
— Meu nome é Alana. Eu venho de
Kaldernon.
Os Lonis estavam intrigados e confusos.
— Por que você veio? Não estamos
planejando voltar. Não vamos recuar dos males
deste mundo. Não somos vermes de vontade
fraca procurando a saída mais fácil.
— Não quero levá-los a lugar nenhum contra
a sua vontade — disse Alana, sorrindo
timidamente. Ela não queria fazer nenhum
inimigo. Não podia. Seu tempo na Terra era
limitado. — Estou procurando por
Archer. Tenho motivos para acreditar que ele
pode estar em grave perigo.
Dizer o nome de Archer em voz alta assim à
fez se sentir meio boba. E se a intuição dela não
fosse realmente uma intuição? E se fosse apenas
um pesadelo, como Lopu sempre a fez
suspeitar? Isso significava que estava perseguindo
um amigo imaginário, afinal. Quando ela
finalmente visse Archer, ele provavelmente não
se pareceria com o homem dos seus sonhos.
— O que uma jovem Loni planeja fazer sobre
isso? — O homem perguntou cético, cruzando as
mãos sobre o peito. — Sabe, eu sou pai agora e
não vejo o sentido de enviar uma jovem ao
mundo para proteger homens adultos
perfeitamente fortes e com cabeça de touro. Você
pode estar arriscando sua vida.
— Suponho que você possa dizer que sou
uma idiota de todos os negócios — disse Alana
com uma piscadela. — Mas eu não tenho tempo
para explicar. Preciso alcançar Archer antes que
algo aconteça com ele.
— Tudo bem, tudo bem. Eles estão indo para
uma fazenda a oeste daqui. Ele encontrou o novo
covil dos Guardiões. Parece que há uma coleção
enorme deles lá em cima. Eles provavelmente
têm um dos nossos agora, Tanna.
— Seria culpa dele se o pegaram — disse a
mulher, irritada.
— Shh — disse o homem, dando um tapinha
no braço dela. — Eu sei que você está
preocupada, mas ele voltará. Archer não vai nos
decepcionar.
A mulher suspirou e entrou na escuridão dos
túneis subterrâneos.
— Você apenas vai para o oeste. Venha
comigo para o quarto dele para saber como ele
cheira. Se você tem algo shifter em você, sabe que
utilidade isso terá.
Alana assentiu e seguiu o homem até o túnel
escondido. A criança pequena os seguiu sem ser
avisada, sabendo que seria inseguro se cuidar
abertamente.
A escuridão imediata e os quartos fechados
dos túneis chegaram aos pulmões de Alana. Seu
povo foi reduzido a isso? Não era de admirar que
Archer tivesse ficado para trás por vingança. Ela
tinha visto apenas uma pequena quantidade do
dano psicológico que os humanos causaram ao
seu povo. E agora isso? Era demais.
Quando chegaram ao quarto de Archer, o
homem puxou um cobertor marrom esfarrapado
e deixou Alana entrar. Ela ficou impressionada
com o perfume do homem com quem fez amor
em seus sonhos. Foi o suficiente para restaurar a
confiança em si mesma, de que precisava para
parar de adivinhar se seu relacionamento com
um homem em outro mundo era um sonho. Este
era quem ele era. Ela tinha certeza disso.
— Obrigado — disse Alana.
Ela saiu da sala sem outra palavra para o
homem Loni. Tudo o que ela precisava fazer
agora era ir para o oeste.

Archer liderou o pequeno grupo através das


árvores, pensando consigo mesmo no melhor
plano de ação. Algo sobre a nova localização do
Guardião o fez se sentir particularmente
desconfortável. Especialmente sabendo que
havia muito mais Guardiões do que guerreiros
shifters. Embora tenha sido um bom impulso de
confiança saber que poderia explorar seus
estoques de poder, sem mudar totalmente para a
forma de dragão, ainda o preocupava pensar que
ele talvez não fosse capaz de se manter em uma
luta de vida ou morte, por sua vida e vingança pela
tortura de seus companheiros shifters e Lonis. Se
ele decepcionasse o clã Kersh, não seria capaz de
viver consigo mesmo. E isso era um fato.
Mas ele não precisava se preocupar tanto
com isso. Ele ia ficar bem. Tudo o que precisava
fazer era descobrir uma maneira de ser
engenhoso se não pudesse mudar. Essa era a
importância de ter cérebro e músculos. Seus
amigos e familiares não eram tão propensos a
glorificar por ter essas duas coisas, mas ele sabia
que poderiam tirar muitos homens de uma
situação que o faria viver para se arrepender. Ele
apenas teria que encontrar a força de vontade que
precisava para isso.
— Devemos explodir a casa à distância? —
Thom perguntou, passeando casualmente ao
lado de Archer. — Eu poderia mudar e todos nós
poderíamos simplesmente voar até lá e queimá-
los.
— Não sei se isso é seguro — disse Archer,
pensativo. — É uma grande propriedade. Eles
podem ter armas escondidas em algum lugar que
podem nos destruir. Eles sabem como machucar
um shifter. Essa é a única coisa que tenho
certeza. Eles têm uma maneira de pegá-lo de
surpresa, mesmo que ache que está no
controle. Claro, você pode ser mais forte, maior
e mais intimidador do que eles. Pode ser melhor
do que eles em tudo, de todas as maneiras
possíveis. Mas se eles têm uma arma que sabem
usar, que não podemos lutar, ou que as pessoas
que nos procuram nos pegam de surpresa,
podem nos derrubar. E eu só vi sete, mas isso não
significa que todo o complexo não esteja repleto
desses caras. Só porque a maioria das pessoas de
Kaldernon foi devolvida não significa que eles
pararam de nos procurar. E talvez tenham
encontrado outros que não sabiam nada sobre
seus ancestrais. Não podemos arriscar que eles
estejam despreparados. Temos que pensar em
tudo uma dúzia e meia de vezes antes de fazer
qualquer escolha.
De repente um dos arbustos atrás deles, um
estalar pesado de galhos soou. Quase parecia que
uma árvore havia sido dividida ao meio. O
barulho era tão espantoso.
— Que diabos? — Thom gritou, girando com
as mãos para cima, apertando uma adaga da
cintura.
Diante deles, o rosto estreito do maior dragão
que qualquer um deles já havia visto atravessou o
mato pesado. Todos os homens gritaram de
medo e confusão.
— Quem é aquele?! — Thom perguntou,
olhando descontroladamente para Archer. Ele
nunca tinha visto o dragão antes e esperava
claramente que seu líder tivesse a
resposta. Embora o dragão lhe parecesse familiar
Archer estava confuso.
— Não faço a mínima ideia — disse ele,
olhando para a bela criatura. Pelos chifres, ele
podia dizer que ela era uma mulher e o puxão de
uma lembrança distante o roía. No entanto, nada
conseguiu surgir. — Quem é Você?! Volte à sua
forma humana antes de todos nós sermos
mortos! Você não sabe o quanto isso é perigoso?
O dragão franziu a testa, mas pareceu
registrar o que Archer estava dizendo. Em pouco
tempo, ela estava voltando à sua forma humana e
ficou diante do grupo de homens tão nus quanto
o dia em que nasceram, olhando fixamente para
Archer.
Os olhos de Archer se arregalaram e ele
avançou, sentindo como se fosse vomitar. Era a
mulher do seu sonho. Seus longos cabelos loiros
cobriam seus seios, e o resto dos homens do
grupo a encarava como se estivessem famintos de
mulheres bonitas por muito tempo. E
provavelmente estavam. Mas, ainda assim atingiu
Archer da maneira errada.
— Parem de encará-la! — Ele latiu. Os
homens pareceram recuperar o juízo e se
afastaram quando Archer tirou a túnica e
caminhou em direção à mulher, estendendo-a
para ela com mãos trêmulas. — Esta é Alana.
Alana sorriu e pegou a túnica, colocando-a
sobre si mesma. Cobria a maior parte dela e ela
cavou uma pequena mochila que havia caído ao
lado dela pelo resto de suas roupas. Ela se vestiu
lentamente enquanto o resto dos homens olhava
para o espaço, silenciosos como
ratos. Finalmente, ela terminou, sacudiu o cabelo
atrás da cabeça e os prendeu em um glorioso rabo
de cavalo.
— É um prazer conhecer todos vocês — disse
ela. — Obrigado por me dar um pouco de
privacidade.
E com isso, Alana se juntou ao grupo como
se nada de estranho tivesse acontecido.
CAPÍTULO DEZ

Os homens ficaram para trás, enquanto


Archer e Alana lideravam o caminho. Era surreal
que eles finalmente estivessem juntos,
principalmente depois da noite anterior.
— Eu não acreditava que você viria — admitiu
Archer. Ele estava tendo dificuldade para se
permitir olhá-la. Ela era bonita demais, quase o
cegando e isso o deixou desconfortável ao pensar
que poderia encará-la demais e revelar seus
verdadeiros sentimentos. Embora ele não
pudesse acreditar que ela estava lá, saber que não
estava imaginando o profundo relacionamento
emocional que ele havia desenvolvido em seus
sonhos, o fez se sentir muito melhor com isso. Às
vezes, ele se perguntava seriamente se era
louco. Nunca foi capaz de considerar outra
mulher e supôs que morreria sozinho com
ninguém além da mulher dos seus sonhos para
fazer-lhe companhia.
E agora ela estava andando ao lado dele. Ele
podia cheirar a doçura de sua pele e contemplar
a beleza elegante que ela possuía com uma
facilidade que nunca tinha visto em uma
mulher. Ela era perfeita.
— Eu não tinha certeza de que você estaria
aqui para eu encontrar — respondeu ela. Os
homens a seguir haviam aprendido a dar espaço
aos dois, mas Archer podia sentir os olhos deles
nas costas dele. Ele tinha certeza de que Alana
provavelmente se sentia da mesma maneira.
— Você está satisfeito com o que encontrou?
— Archer perguntou com um sorriso.
— Você é tudo o que eu esperava e muito
mais — respondeu Alana, virando os olhos
sensuais para ele, seus lábios carnudos curvados
em um sorriso tentador. Archer tinha em mente
levá-la para o mato naquele momento. Mesmo
com os homens logo em sua trilha. Mas ela exigia
mais do que isso dele. A primeira vez que
ficassem realmente juntos, deveria ser
especial. Ela merecia muito mais do que uma
brincadeira desconfortável no chão frio, com
todos os tipos de paus e insetos interrompendo
seu prazer.
— De onde você veio? — Archer perguntou,
embora soubesse a resposta. Ela era claramente
descendente de Loni, mas a força e o orgulho
com que carregava o fizeram pensar que
acertou. Talvez ela fosse outro ser
completamente diferente. Algo profundamente
elegante para o qual as pessoas da Terra não
estavam prontas. De fato, ele sentiu uma onda de
raiva por pessoas tão impuras como os humanos
e os Guardiões colocarem os olhos na perfeição
ao lado dele. Eles nunca a veriam como ela
realmente era. Qualquer atenção que ela atraísse
além da reverência dele era insignificante e
indigna.
— Nasci em Kaldernon — disse Alana,
olhando para o céu. Ela pareceu desapontada
quando percebeu que não estava lá. Archer sabia
que a beleza do mundo acima era chocante para
quem nunca tinha visto a vista antes. Ele esperava
que Alana tivesse tido uma experiência profunda
olhando a casa dela. — Eu vim por causa dos
sonhos. Tenho um sentimento terrível sobre a
fera.
— Não há nada lá fora que não possamos lidar
— disse Archer em voz alta, reconhecendo o
grupo atrás deles. Eles concordaram
estridentes. — Somos os melhores dos melhores
deixados para trás.
— Não duvido — disse Alana, duvidosa. — E
não é com você que eu estou preocupada. Eu
tinha uma premonição de perigo. Tive sorte de
poder implorar a Lopu que me permitisse vir até
você. Ela ainda não o faria até perceber que você
é filho de Clayton.
— Você sabe quem é meu pai? — Archer
perguntou, parando no meio do caminho. Ele
voltou os olhos para ela, e ela sorriu gentilmente
para ele. — Ele está bem?
— Sim, ele está ótimo. Quase pulou no portal
comigo. E sua mãe envia seu amor e espera que
uma vez resolvido esse problema, você volte para
Kaldernon comigo.
Voltar a Kaldernon era algo que Archer
nunca havia considerado antes. Não houve
oportunidade para fazê-lo. Ele não queria nada
com o mundo acima, até que o mundo em que
ele nasceu se livrassse do mal dos Guardiões e de
sua influência tóxica. Só então se sentiria livre
para voltar para seus pais.
Mas ele ficou chocado com a profunda e
aguda dor que sentiu como resultado indireto de
querer ficar ao lado de Alana a cada segundo pelo
resto de sua vida. Ficar longe dela não era mais
uma opção. Não agora que eles estavam juntos
depois do que parecia uma união impossível, ele
não queria que ela estivesse fora de vista
novamente. O pensamento de que ela voltaria a
Kaldernon sem ele era devastador.
— Você não quer voltar comigo? — Ela
perguntou. A maioria das outras mulheres
pareceria magoada ou ofendida por o homem de
seus sonhos relutar em voltar para casa com ela,
mas ela apenas parecia ver a verdade no coração
dele. Alana não era como as outras mulheres. Ela
aceitaria ele e seus desejos. Talvez até se
comprometer e optar por ficar com ele na
Terra. Mas ele nunca perguntaria isso a ela. era
muito perigoso aqui. Se algo acontecesse com ela,
como os Guardiões colocando as mãos nela,
nunca se perdoaria. E tudo porque Alana queria
ficar com ele. Archer não deixaria isso
acontecer. Ele prefere voltar para Kaldernon
com ela do que deixá-la na Terra com ele. Ou,
infelizmente, viver sem ela, se era assim que tinha
que ser.
— Tenho negócios inacabados aqui — disse
Archer com um suspiro pesado. — Os
guardiões…
— Sim, eu ouvi falar deles. Eles não passam
de problemas e parecem causar o maior
sofrimento possível. Eu não suporto o
pensamento deles. Vi os efeitos de sua tortura nas
pobres almas que foram resgatadas. Foram
necessários vários anos de imensa cura emocional
dos Lonis mais fortes e compassivos de
Kaldernon, antes que eles pudessem começar a
seguir em frente depois de tanta tortura.
— Eu não acho que você deveria vir conosco
para onde estamos indo — disse Archer de
repente, mudando de assunto. A idéia de Alana
se machucar para ajudá-lo a resgatar Tanna era
demais. Ela parecia ser tão vulnerável. Mesmo
que ele a tivesse visto em sua forma de dragão e
isso fosse impressionante o suficiente, ela ainda
era claramente suave e sensível como uma
Loni. E mesmo que fosse a guerreira mais capaz
do mundo, ele teria desejado protegê-la. Não
queria colocá-la em perigo.
— Isso não está em discussão — disse Alana,
fixando os olhos roxo-azulados nele. Ela poderia
nivelá-lo com apenas um olhar, e Archer não
tinha certeza de que conseguiria o que
queria. Mas isso não o impediria de tentar.
— Estou falando sério. Existem truques que
os Guardiões têm. Meus homens e eu estamos
preparados para arriscar nossas vidas para acabar
com os Guardiões de uma vez por todas e tentar
trazer Tanna de volta para casa e impedi-los de
mais tortura. Mas você? Por que arriscar sua vida
por uma causa com a qual você não tem nada a
ver? Este é o meu mundo, não o seu. Você pode
voltar para onde é seguro.
— Não quero estar onde é seguro — insistiu
Alana. Sua voz levantou uma oitava e ficou claro
que ela estava começando a ficar impaciente. —
Quero estar com você.
— Eu nunca pedi para você vir conosco! —
Archer gritou. Ele também estava começando a
perder a paciência. A ideia de colocar essa
mulher perfeita em uma posição em que poderia
se machucar era demais. Ele faria o que fosse
necessário para impedir que ela o seguisse até a
casa da fazenda. — Nunca pedi para você vir aqui
para ficar comigo!
Alana parou de andar de repente e a floresta
de repente ficou quieta. Uma respiração coletiva
parecia ser mantida por todos os homens
andando ociosamente atrás de Archer e
Alana. Eles haviam seguido o que estava
acontecendo da melhor maneira possível. Archer
explicou brevemente sobre a comunicação com
Kaldernon através de seus sonhos. Ele havia
deixado de fora intencionalmente às implicações
românticas de seus sonhos e por quanto tempo e
com que frequência os estava tendo.
Sem uma palavra, Archer assistiu em
desespero Alana dar as costas para ele e caminhar
de volta para a floresta de onde veio.
CAPÍTULO ONZE

Quando eles finalmente chegaram à casa da


fazenda, Archer e seus homens estavam
desanimados. Eles olharam em volta, nenhum
deles totalmente claro sobre qual deveria ser o
plano. Era uma situação difícil e uma vez que
Archer fizesse uma escolha, teria que defendê-la
com sua vida e a de seus homens.
Ele fez um sinal para que eles o seguissem
pelas costas. Talvez pudessem atacar os
Guardiões restantes.
Seus homens seguiram obedientemente, até
quase chegarem à porta dos fundos. Archer
espiou por todas as janelas que conseguiu
encontrar. A área parecia estar limpa. Talvez isso
fosse mais fácil do que pensara.
Se os Guardiões estivessem segurando
Tanna, talvez o tivessem em um porão ou em um
túnel. Talvez ele estivesse no enorme celeiro atrás
da casa. Ele não saberia ao certo até que estivesse
em vantagem.
Um por um, ele deu o sinal para os homens
se transformarem em suas formas de dragão e se
preparou para arrombar a porta.
Antes que ele tivesse a chance, um rugido
devastador quase derrubou Archer.
— O que é que foi isso? — Ele sussurrou. Mas
ninguém respondeu. Todos os olhos estavam no
monstro monstruoso atrás deles.
Quando Archer se virou para encará-lo seu
sangue gelou.
O dragão mais feio que ele já vira, uma
cacofonia de Frankenstein Loni, partes de corpo
humano e shifter de dragão, pairava acima deles
encarando Archer e seu pequeno grupo com
olhos selvagens e frenéticos. Era horrível e
Archer percebeu que seus homens estavam
paralisados de medo e repulsa.
Archer teve que fazer um movimento ou o
animal manteria a vantagem. Já parecia tê-lo,
elevando-se acima dos shifters normais por pelo
menos três metros. Ainda assim, seria melhor se
mexer do que estar sentado e Archer puxou a
espada do quadril e atacou.
O sangue de Alana estava fervendo. Quem
era ele para dizer a ela o que fazer e ordená-la
como um cachorrinho inconveniente? Desde
quando sacrificara tudo o que sabia e amava
apenas por estar com um tolo tão teimoso e
arrogante? Por que Archer assumiu que ele era
mais poderoso do que ela? Ele estava
caminhando direto para uma armadilha e nem
conseguia vê-la. Mas Archer não pareceu feliz até
poder controlá-la e dizer-lhe para onde ir. Ele
provavelmente pensou que a estava protegendo,
mas era ele quem estava caminhando direto para
o perigo sem poder vê-lo. Ela nunca tinha sido
tão insultada.
Ela rosnou e esfregou as têmporas em
agitação. Todos os relacionamentos eram
assim? Ela já ouvira falar de homens com cabeça
de boi antes, mas isso era demais. Talvez ela
devesse desistir e ir para casa. Archer parecia
acreditar que tinha tudo sob controle, então por
que não deveria? Isso realmente lhe mostraria se
ela o deixasse fazer o que quisesse. Ele se mataria
e todos os que estavam com ele.
De repente, um rugido estridente sacudiu o
chão e o coração de Alana quase parou. A fera
em seus sonhos. Ela soube de repente que fora
libertada.
Ela tinha percorrido todo esse caminho para
proteger o homem que amava. Ela não podia
voltar agora, mesmo que ele estivesse sendo
precipitado e tolo. Ela tinha que salvá-lo.
Alana seguiu os sons da batalha, correndo
com todas as suas forças. Não demorou muito
tempo para ela encontrar a casa desolada. À
distância, ela podia ver a batalha travando. Vários
dragões voando ao redor da fera monstruosa dos
seus sonhos. Golpeou-os como moscas e já havia
um homem no chão, lutando para viver.
Alana tentou encontrar Archer, mas ela não
tinha ideia de como ele era em forma de
dragão. De repente, uma pequena figura ficou
clara para ela, cortando com uma espada as
pernas da fera. Era Archer. A fera assobiou para
ele e com uma velocidade assustadora, desceu e
ergueu Archer em suas mandíbulas.
O mundo se tornou um borrão quando o
corpo de Alana se transformou em sua
impressionante forma de dragão. Archer estava
sendo balançado loucamente na boca da criatura,
enquanto os outros dragões tentavam, sem
sucesso, ferir a besta. Seus olhos reptilianos
foram colocados em carne humana rosada e
afundados, e seu corpo parecia doente,
manchado de escama e carne sem padrão
discernível. Então era nisso que os Guardiões
trabalhavam há tanto tempo. Um híbrido dragão-
humano. Sua própria abominação para combater
a ameaça de vida alienígena.
Alana se atirou nela e logo a criatura estava
de costas. Archer conseguiu sair da boca e
engatinhar em segurança. Alana teria que lidar
com isso sozinha. Logo, eles estavam envolvidos
em uma batalha de vida ou morte, enquanto os
outros dragões sentavam-se em reverência por
sua força impressionante. Eles fizeram o possível
para ajudar, mas Alana fez o maior estrago,
confiando no instinto de descobrir onde o animal
estava mais vulnerável a ataques. Ela afundou os
dentes profundamente em sua carne solta e se
encolheu quando um aroma desagradável foi
liberado. Essa era a arma para acabar com a
guerra entre os Guardiões e os shifters, e isso
significava que os Guardiões foram inteligentes.
— Corram! — ela exclamou urgentemente
para os outros. O gás que o corpo inchado do
híbrido liberou era nocivo; algo que não era
encontrado em Kaldernon porque era tóxico
para toda a vida em seu planeta. Alana percebeu
subitamente que provavelmente iria morrer. Mas
ela ficou satisfeita em saber que os outros
estariam seguros e estavam correndo por suas
vidas.
Ela caiu no chão quando o veneno começou
a tomar conta de seu corpo. Apenas mais algumas
respirações a matariam. Mas ela estava preparada
para morrer.
De repente, Archer estava entre ela e o
híbrido, seus olhos duros e sérios. Ele tirou a
camisa e cobriu as narinas dela e começou a
atacar. Ele estava estudando a maneira como o
híbrido se movia à distância e percebeu que era
costurado sem a devoção. Se ele pudesse cortar e
cortar os pontos com sua força bruta, sempre o
método preferido, não seria capaz de suportar o
impacto. Era uma criação imperfeita.
As pálpebras de Alana estavam pesadas,
enquanto observava Archer pegar a fera sozinho
de pé protetoramente sobre ela. O gás não
pareceu afetá-lo por algum motivo. Talvez
porque ele nasceu na Terra e foi protegido fora
de sua forma de dragão. Seja qual for o motivo,
Archer lutou sem medo contra o híbrido,
cortando seus pontos até que de repente, caiu no
chão.
Alana estava tão fraca que voltou à sua forma
humana, e Archer a ergueu sobre sua cabeça
quando ele cortou a fera. Teria sido impossível
para qualquer um deles derrotá-lo sozinho, mas
juntos, ele estava em uma pilha no chão. Archer
prendeu a respiração e correu o mais longe que
pôde antes de bater em um fósforo e jogá-lo no
cadáver. O gás acendeu imediatamente e a casa
da fazenda, o celeiro, tudo o que os Guardiões
tinham lá explodiu.
A força da explosão jogou Archer para
trás. O grupo de shifters os esperava do outro
lado da propriedade e Archer olhou tristemente
para a cena. Ele esperava resgatar Tanna, mas
parecia que ela era um caso perdido.
— Faz tempo que não nos vemos — disse uma
voz profunda de repente.
— Tanna? — ele perguntou, incrédulo. — Eu
pensei que você estava...
— Enquanto você lutava contra isso, Thom
imaginou me procurar no celeiro. Me tirou
rápido. Nunca estive melhor. Obrigado pessoal.
— Estou tão feliz que você esteja seguro —
Archer exclamou, passando os braços em volta de
Tanna em um grande abraço.
— Eu também. E quem é essa? — Ele
perguntou, erguendo a sobrancelha em
aprovação para Alana, que estava parada
fracamente ao lado de Archer.
— A mulher dos meus sonhos — respondeu
Archer. — E minha heroína.
Tanna assentiu com aprovação. — Bem,
obrigado a todos.
Juntos, o bando se moveu lentamente pela
floresta e retornou ao assentamento subterrâneo
do clã Kersh, cada um agradecido por estar vivo.
CAPÍTULO DOZE

Nos túneis onde Archer havia feito sua casa


solitária, ele cuidava de Alana até que ela se
sentisse melhor.
— O portal abrirá amanhã — ela disse,
entrelaçando os dedos nos dele. — Isso vai me
levar para casa.
— Você já vai me deixar? — Ele brincou
gentilmente, acariciando a mão dela com o
polegar largo.
— Não necessariamente — respondeu Alana,
puxando-o para perto dela. Seus lábios
demoravam apenas alguns centímetros de
distância. — Quero que você volte comigo. Quero
que todos voltem.
Uma equipe de escoteiros retornou ao local
da batalha na noite anterior e confirmou que os
Guardiões, pelo menos vinte e quatro deles,
foram massacrados na explosão. Archer tinha
sido inteligente o suficiente para acabar com eles
e sua criação híbrida.
— Eu não sei…
O coração de Archer desejava estar cercado
pelas pessoas de sua juventude. Mas já fazia tanto
tempo. Como tudo poderia ser o mesmo
novamente? Ele estava acostumado a estar
exatamente onde estava.
Seus pensamentos foram interrompidos pelo
calor delicioso dos lábios de Alana. O contato
físico repentino trouxe um gemido surpreso de
Archer, e ele acariciou seus ombros e subiu
suavemente sobre ela. A respiração de Alana foi
tirada pela sensação abrupta do corpo de Archer
tão perto do dela, e, como havia feito no sonho,
ela empurrou os quadris contra ele.
— Não me deixe sozinha lá em cima — Alana
o alertou, puxando gentilmente o membro da
calça e guiando-o para o calor do meio dela. — Eu
não acho que posso viver sem você agora que
finalmente estamos juntos.
Archer pensava a mesma coisa e fechou os
olhos quando o prazer o dominou. Alana estava
gentilmente balançando os quadris contra ele,
molhando seu membro com seu desejo. Ele
afastou o vestido e deslizou completamente
dentro dela. Alana ofegou de prazer.
— Eu também não quero isso — admitiu
Archer, cobrindo-a com beijos quentes e
persistentes. Ele tirou a blusa e tocou seus seios,
admirando a perfeição de seu corpo.
— Archer…
Logo ambos estavam perdidos no ritmo
quente de seu desejo. Archer fez amor com ela
gentilmente na pequena cama onde ela estava se
recuperando da batalha. Tinha sido difícil para
ela respirar desde que o gás a havia infectado,
então queria ter calma com ela.
— Alana...
Ele foi envolvido entre as coxas dela e gemeu
quando foi novamente levado a alturas que nunca
havia imaginado. Era muito mais intenso do que
o sonho, e ainda era mais íntimo. Dessa vez foi
real e eles puderam se apreciar totalmente. Eles
se conheciam agora. Não eram mais estranhos
sem nome. Eram almas gêmeas.
Alana começou a tremer sob o toque de
Archer e logo ele sentiu o puxão familiar de seus
músculos contraídos. Seu membro foi
massageado à esquerda e à direita até que ele não
conseguiu mais conter o poderoso ponto
culminante de sua luxúria. Alana gemeu
profundamente ao sentir o poder explosivo de
seu clímax, e ele a beijou gentilmente e a abraçou
enquanto eles flutuavam juntos ao êxtase.
— Tudo bem. — Disse Archer finalmente. —
Eu vou com você.
EPÍLOGO
Kaldernon só tinha visto esse tipo de
excitação quando o povo do clã Kersh foi
finalmente libertado dos Guardiões. Agora,
Archer, filho de Clayton, estava finalmente
voltando para casa. Seus pais estavam fora de si
de tanta alegria. O portal foi aberto e os membros
restantes do clã Kersh, exceto Thom, que queria
ficar de olho em mais shifters em potencial e
protegê-los do perigo, optaram por voltar para
Kaldernon.
Alana se teletransportou primeiro e foi
recebida por uma multidão expectante. A
princípio, os rostos de Clayton e Krista caíram
quando viram que ela estava sozinha, mas depois
ela sorriu brilhantemente para eles.
— Segure o portal — disse ela. — Há muito
mais por vir.
Ninguém foi capaz de conter a empolgação e
Alana foi para os braços de Lopu, um por um,
enquanto os shifters e Lonis que haviam ficado
para trás começaram a reaparecer.
Finalmente, Archer estava em pé na frente da
multidão, com seus olhos azuis gelados em
transe.
— Eu sou o último — disse ele, piscando com
força e tentando absorver as cores vibrantes de
Kaldernon.
Clayton e Krista correram em direção ao
filho e ele foi imediatamente abraçado.
As defesas de Archer derreteram
imediatamente e ele permitiu que seus pais o
segurassem até que todos chorassem de alegria.
— Eu senti sua falta — disse ele.
— Também sentimos sua falta!
Isso era claramente um eufemismo.
— Venha conhecer sua irmãzinha!
— Eu tenho uma irmã? — Archer perguntou
seu rosto se iluminando. — Eu sempre quis uma
irmãzinha.
Ele foi conduzido por sua família e depois de
um longo tempo brincando e comendo a comida
deliciosa Loni, Alana o encontrou empoleirado
na borda da fonte. Ele ficou de pé quando a viu,
seu sorriso mais amplo e bonito do que qualquer
coisa que já tinha visto. Ele estendeu as mãos para
ela e ela as pegou, os olhos brilhando de prazer.
— Seja bem-vindo em casa — disse ela.
Fim...

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