reproduzida de nenhuma forma ou por qualquer meio eletrônico, incluindo sistemas de armazenamento e recuperação de informações, sem a permissão por escrito do autor, exceto pelo uso de citações breves em uma resenha. Krista não tinha ideia que naquela noite seu mundo inteiro estava prestes a ser virado de cabeça para baixo...
Apenas mais uma noite no bar,
pensara. Ela não tinha ideia. Em um piscar de olhos, seu mundo inteiro mudou, enquanto ela é subitamente ameaçada por um grupo de homens estranhamente vestidos. Tão rapidamente quanto o ataque aparentemente aleatório começa, ela é salva por um homem que instantaneamente a aquece como nenhum homem antes. E as histórias selvagens que ele está prestes a contar... do lugar dela entre os dragões? Ela já tinha ouvido algumas estórias malucas antes, mas esta era um nível totalmente novo. Mas de alguma forma acreditou nele. Parecia que toda a vida dela fazia sentido pela primeira vez. Ele lhe conta de sua antiga raça e de outro mundo chamado Kaldernon. Ele disse que sempre esteve lá protegendo-a, cuidando dela, esperando pelo tempo em que se revelaria, e revelaria a ela sua própria natureza e a verdade de sua herança. Mas será que ela pode confiar neste homem? Pode confiar na paixão crescente dentro dela? É realmente seguro ceder a esses impulsos que sente cada vez que ele está próximo? E o que dizer desses contos selvagens dos Guardiões e algum rasgo no tecido do espaço-tempo? Mal sabe ela é que este é apenas o começo da mais incrível, e mais quente aventura de sua existência... CAPÍTULO UM
— Krista, venha aqui e dance! — Marcia
chamou sua melhor amiga, que fazia a mesma coisa de costume, permanecia sentada em um canto, com um olhar entediado no rosto. Krista suspirou. Ela não estava com disposição para estar no bar. A intenção dela era oferecer à sua melhor amiga apoio moral. Um homem por quem Marcia estava apaixonada, comemorava seu aniversário e ela fora convidada, mas estava com muito medo de ir sozinha e então implorou a Krista que aparecesse. Krista não sabia por que deveria estar lá de qualquer maneira, já que Márcia simplesmente acabara se pendurando no cara e saindo para lhe dar um presente particular. — Eu realmente tenho que ir. — Krista avisou, balançando a cabeça e apontando em direção à porta, caso Marcia não entendesse. Marcia fez uma careta exagerada, mas desapareceu de volta para a multidão, e Krista suspirou aliviada. Ela estava livre. Ou assim pensou. — Ei, querida! — Chamou um homem bêbado, com desdém, bloqueando a saída. Ela havia seguindo para a porta dos fundos, por onde sairia em um beco, no qual seguiria para o estacionamento sem encontrar mais amigos. Ela não reconheceu o homem bêbado e tentou passar por ele. — Sente vontade de ter sorte esta noite? Amei essa bunda! Ela revirou os olhos com nojo e finalmente passou por ele. Apesar de virgem, Krista estava acostumada a homens olhando para ela e, embora adorasse passar uma noite sem ser incomodada, parecia que essa noite simplesmente não seria sua noite de sorte. — Ei! — Ele protestou quando foi empurrado para o lado e as pessoas ao seu redor riram dele. Felizmente, havia pessoas suficientes entre eles, que não se importavam com o que ele diria. Ela passou em segurança. Finalmente, Krista saiu para a noite escura e fria e respirou fundo um delicioso ar fresco. Sair pelo beco fora uma boa ideia. De repente, ela sentiu uma dor lancinante na cabeça e sua visão ficou turva. — Pegue ela, amarre suas mãos! — Que diabos? — Ela murmurou, tentando se levantar. Mas antes que pudesse recuperar o equilíbrio, outro lampejo de dor trouxe manchas diante de seus olhos e ela caiu novamente. — Não se mexa! — um homem furioso gritou. Ela estava cercada e aterrorizada, mas decidiu não se mexer. Eles estavam em maior número. — Finalmente, estamos esperando há tanto tempo por isso! — O que... — Krista levou a mão à cabeça, estremecendo de dor e confusão. De repente, ela ouviu um rosnado, diferente de tudo que já tinha ouvido antes, e se encolheu. — Não toque nela! — A voz gutural de um homem gritou. Ela tentou abrir os olhos, mas o que viu a aterrorizou. Um dragão negro gigante estava parado no final do beco. Nesse ponto, ela desmaiou. CAPÍTULO DOIS
Clayton fez uma careta para a mulher
desmaiada no chão e lançou um olhar desafiador para o grupo de homens que tentavam sequestrá-la. Ele sabia exatamente quem eram, e o conhecimento o enfureceu. — O que você pensa que está fazendo? — Ele rosnou, furioso por eles terem a coragem de chegar perto da mulher mais sagrada para seu clã. Mas Clayton sabia exatamente o que estavam fazendo. Krista tinha sido o foco principal dos autoproclamados Guardiões e do clã Kersh, e por boas razões. Ela era extremamente valiosa, e a última herdeira viva, jovem o suficiente para garantir a continuidade do clã Kersh. — A garota é nossa! — o líder do pequeno grupo sibilou, avançando e puxando uma arma para Clayton. Clayton se encolheu e pulou para longe, tirando a grande arma da mão dele. Clayton sabia que não era apenas uma arma, estava totalmente carregada de munição que limitaria seus poderes e tornaria impossível mudar para sua forma de dragão. A partir daí, poderia ser morto tão facilmente quanto qualquer outro humano mortal. — Eu acho que não! — Ele rosnou, permitindo que a mudança para sua forma de dragão se completasse. Ele normalmente se continha quando estava em áreas humanas, apenas mudando o suficiente para tirar proveito de seus poderes enquanto desencadeava sua fúria contra seu inimigo. Mas quando ele estava protegendo a única mulher viva que era capaz de garantir a continuação de sua raça, não poderia se arriscar. Os olhos dos homens se arregalaram e todos procuraram suas armas, quando Clayton soltou um rugido poderoso. O chão tremei sob seus pés, fazendo-os se encolherem de medo. O calor do hálito dele seria suficiente para chamuscar as sobrancelhas deles, fazendo-os fugir, preocupados em não conseguir sobreviver à sua fúria, quando ele começou a inalar e uma explosão de chamas cintilou em sua boca. Krista estava deitada no chão entre suas pernas enormes, totalmente desmaiada, e agora que estavam sozinhos, Clayton voltou à sua forma humana. Ele colocou sua capa para esconder sua nudez, pegou Krista e saltou no ar e levando-a de volta para o apartamento dela a alguns quarteirões de distância. Não podia deixar ninguém vê-los, e sua capa ajudou a escondê-los das pessoas que poderiam estar olhando para o céu noturno. Mergulhado nos poderes de seu próprio mundo, um lugar que sentia muita falta. Na verdade, Kaldernon, seu planeta natal, sentia muita falta de todos no clã, mas eles não conseguiram encontrar o caminho de volta ao seu próprio mundo. Após um terremoto que alterou suas vidas, o mundo pareceu se abrir e vários membros Nascidos Dragões do clã Kersh tombaram através de um portal invisível, aterrissando em um mundo cheio de confusão. Eles foram ocultados por um crescimento de árvores perto de uma ravina e puderam ver Kaldernon brilhando sobre suas cabeças, assombrando-os por sua incapacidade de encontrar um caminho através do portal. Mudaram para suas formas de dragão e tentaram voar, mas foram repelidos violentamente e forçados a se recuperar por dias de um golpe diferente de qualquer outro que já haviam experimentado. Kaldernon brilhava no céu acima de suas cabeças há centenas de anos, enquanto aperfeiçoavam seu assentamento subterrâneo para se protegerem dos humanos, e o clã Kersh observava os pioneiros começarem a se estabelecer no deserto e a construir uma civilização própria ao lado. As pessoas sempre foram atraídas para a área por algum motivo inexplicável. Era como se eles estivessem buscando o imenso poder que sentiam vindo de Kaldernon e do grupo de shifters dragões que residiam lá. CAPÍTULO TRÊS
Um dia, um parente distante de Clayton
teve um encontro com uma das meninas da vila. Seus olhos eram de um azul cintilante e fumegante, e não fora capaz de resistir a ela. Eles haviam sido tão poderosamente atraídos um pelo outro que se arrebataram naquele momento e ali, as pernas da mulher se abriram, com as costas pressionadas contra um poderoso carvalho. Quando ele a trouxe de volta ao clã, os outros ficaram surpresos. Estava claro que ela era de Kaldernon, por alguma estranha reviravolta do destino ou por puro acaso. De repente, o clã Kersh soube de outros rasgos no tecido dimensional que separavam a Terra e Kaldernon, foram abertos, deixando entrar um grupo de pessoas de seu mundo, que eram conhecidas por sua capacidade de carregar as crianças dos dragões: as Lonis. Eles eram excepcionalmente inteligentes e criativos, e criaram uma civilização em Kaldernon que trouxe grande alegria e cultura para aqueles que moravam lá. A jovem donzela estava completamente alheia à importância de sua linhagem, mas quando ela olhou para o céu e viu Kaldernon pela primeira vez, seus olhos se arregalaram em descrença e souberam que era verdade. Ninguém, exceto os descendentes de Kaldernon, eram capazes de vê-la brilhando no céu, provocando-os de cima, quase como uma visão de um sonho. Mas, quando perguntada sobre o que sabia de seus parentes, ficou quieta e infeliz. — Somos apenas minha irmã e eu. — Dissera ela tristemente. — Todo mundo morreu a bordo do navio. Isso significava que ninguém lhes contara sobre Kaldernon. Ela rapidamente se apaixonou pelo shifter dragão e deu à luz muitos de seus filhos. A linhagem ficou forte com seus descendentes depois disso, mas então eles começaram a desaparecer. Agora, eram apenas os herdeiros de sua irmã que viviam, alheios aos Nascidos Dragões, vivendo suas vidas e fazendo sua parte para garantir a prosperidade e a cultura da civilização na Terra. O clã Kersh estava diminuindo, e todo mundo procurava respostas em Clayton. Ele era o descendente do líder original do clã Kersh, e sua linhagem não foi cruzada com os Lonis. No entanto, era apenas uma Loni que seria capaz de ajudá-los a garantir a continuação de sua raça, e ele estava com medo de que, se não conseguisse encontrar a última mulher de descendência dos Loni, tudo pelo que haviam trabalhado seria perdido. Não haveria Nascido Dragão para garantir a sobrevivência de suas belas tradições, e todo o progresso que haviam feito na pesquisa da fenda de tempo e espaço que os mantinham afastados de Kaldernon seria inútil. Todo mundo que viveu antes dele teria morrido em vão. E assim os Nascidos Dragões se tornaram extremamente determinados a proteger os descendentes dos Lonis. Eles os rastrearam através dos tempos, mas nunca precisaram de ajuda até agora, quando havia apenas uma mulher que era capaz de fazer o que precisava ser feito. Mas como poderiam se aproximar dela e pedir o impossível dela? Era injusto e estranho abordar uma mulher, pedindo que ela fosse a portadora involuntária de uma criança de dragão. Ela era cobiçada e preciosa para o clã Kersh e estava secretamente protegida desde que era criança. Clayton a viu pela primeira vez quando ambos tinham cerca de dez anos. Ela estava andando pela calçada, secretamente cantando uma música calma que lhe dava um sentimento melancólico. Isso o lembrou das histórias musicais que haviam sido compartilhadas com o clã Kersh antes de serem expulsos de Kaldernon. Os criativos Lonis haviam criado muitas canções bonitas que ainda sobreviveram em seu clã, e eles foram abençoadas com tantos dons musicais, que sua pequena canção imediatamente o pareceu como a coisa mais linda que ele já ouvira. Ela não o viu e continuou andando, mas deixou cair um pedacinho de papel da mochila. Clayton viu e hesitou. Ele deveria recuperá-lo para ela ou deveria fugir e fingir que não tinha visto nada? Mas e se fosse importante? Ele não deveria interagir com nenhum dos humanos, e principalmente os Lonis, apenas para não levantar suspeitas. Ele estava vestido com calças pretas largas e um colete vermelho, mas eram seus olhos que o denunciavam. Eles eram um verdadeiro sinal de ser um Nascido Dragão, iluminado por manchas verdes e douradas. Às vezes, suas pupilas se contraíam em fendas, dando-lhes uma aparência reptiliana anormal que deixava os humanos inquietos. E se ela gritasse? Mas ele não suportou a ideia de ela ter perdido o pedaço de papel, pegou o papel e correu atrás dela descalço. — Ei! — Ele chamou, ofegando e agitando o papel no ar. — Você deixou cair isso! Ela se virou e fixou seus lindos olhos nele, um olhar que fez seu coração bater dolorosamente em seu peito. Ele rapidamente desviou os olhos para o chão. Isso não apenas era uma medida de segurança, mas também garantia que ela não fosse perturbada pelo olhar reptiliano dele. — Obrigada, — Disse ela, virando-se para guardar o papel na bolsa. Ela queria continuar a conversa, mas quando voltou para a calçada, o garoto se fora. Ela não tinha ideia de que ele estava fazendo o possível para mantê-la segura, em segundo plano, durante a maior parte de suas vidas. Ele tentou não aprender muito sobre ela, mas era difícil. Sabia que ela gastava muito tempo e dinheiro em lojas de arte. Sabia que ela trabalhava em uma biblioteca e gostava de fazer compras em uma loja de alimentos orgânicos. E ele também sabia que era a cantora mais bonita que já ouvira, e costumava cantarolar para si mesma enquanto se movia ao longo do dia de um destino para outro. Fora isso, ele esperava conhecê-la naturalmente e fez o possível para não agir muito como um perseguidor. Mas ele tinha que ficar de olho nela, especialmente com os Guardiões em movimento. Eles não hesitariam em destruí-la e aprender os segredos de Kaldernon, e se tivessem sucesso em sua missão, o povo de Clayton estaria perdido para sempre. CAPÍTULO QUATRO
— Estávamos esperando. — A boca
carnuda do homem bonito sussurrou, com o hálito quente no pescoço dela. Krista gemeu quando suas mãos largas percorreram seu corpo, seus dedos fortes percorrendo cada curva dela. Fazia tanto tempo desde que fora explorada assim, e ela não conseguia se lembrar de um homem que demorou muito para ser tão surpreendentemente íntimo. Mas ele parecia sintonizado com ela, cada centelha de prazer, e sabia exatamente o que tinha que fazer para persuadir mais o corpo dela. Ela se permitiu experimentar ondas de prazer que ele trouxe para ela e se viu despertada de uma maneira crua e incomum. Ele era tão poderoso. De repente, ela se deu conta de sua própria excitação poderosa, quente e formigante quando ele pressionou o comprimento de sua masculinidade impressionante contra ela. Ela suspirou quando a boca dele depositou beijos quentes por todo seu corpo, a provocando e a atormentando, afastando as pernas dela e passando as mãos por suas coxas, deixando rastros de fogo em sua pele. Ela se permitiu encará-lo, o homem lindo com o qual se sentia conectada, que a seguia em seus sonhos por tanto tempo. Quem ela finalmente viu em carne e osso, cujos braços ela sentiu protegendo-a quando pensou que ninguém podia ouvi-la chorar. Mas agora sua voz assumiu um tom rouco e animalesco quando ele a tocou. Sua necessidade urgente de preenchê-la a fazia sentir-se impaciente, mas ela apreciava o longos e doce fogo que ele acendia em seu corpo. Ela sentiu seu próprio corpo se contorcer de prazer embaixo dele, enquanto olhava para o corpo perfeito dele. Ele estava completamente nu, e seu pênis estava ereto, maciço e paciente, pulsando com o mesmo desejo desenfreado que o dela. — Estive esperando... — Disse ele, seus olhos fixos nos dela. E finalmente, ele a penetrou profundamente, preenchendo- a. Seu corpo explodiu de prazer e ela gritou tão alto que acordou. Krista gemeu e esfregou a cabeça, esquecendo imediatamente seu sonho, quando sua mente ficou turva de dor. Sentiu uma pontada na nuca. Ela abriu os olhos e sentou-se com urgência. Como voltou ao seu quarto? Lembrou-se vagamente de um grupo de homens esperando do lado de fora do bar para atacá-la, mas não sabia por que eles queriam fazer algo assim. Ela era inocente, afinal. O que teria feito a eles? Tentou se lembrar de tudo sobre a noite anterior e se viu frustrada com o vazio de tudo isso. O que tinha acontecido? Voltou para casa sozinha? Não conseguia se lembrar de dirigir o carro, provavelmente ainda estava no estacionamento do bar. Silenciosamente amaldiçoou Márcia por forçá-la a sair com ela naquela noite. Ela ficaria feliz em ficar em casa e praticar seu violão. Infelizmente, sucumbira à pressão social de sua amiga, não teve outra opção a não ser aceitar, pois se sentiria melhor sabendo que sua amiga não fora sozinha encontrar sua paixão. Felizmente, não tinha planos e acompanhou Márcia, embora preferisse ficar. Às vezes, sua amiga tinha o pior gosto pelas pessoas, e sempre a preocupava quando dizia que tinha interesse em um homem ou outro. Tentando se lembrar da noite anterior, tudo o que ela conseguia se lembrar era o sonho que teve. Um homem com olhos verdes brilhantes apareceu do nada e se transformou em uma fera gigantesca. Fora o sonho mais intenso que já teve e, por algum motivo, fez com que se sentisse nostálgica, como se estivesse encontrando um velho amigo. Ela esperava sentir-se aterrorizada, mas não era assim que se sentia. De repente, as lembranças da noite anterior começaram a inundá-la. Ela sentiu como se estivesse sonhando e, no entanto, parecia real, como se fosse uma lembrança. Os homens que a atacaram no beco fugiram gritando quando a besta gigante ameaçou atacá-los. A enorme fera estava sobre ela, a protegendo, e dilatou suas narinas, produzindo faíscas que poderiam incendiar a lixeira do beco. Lembrou-se vagamente da sensação de leveza quando foi levantada, o ar frio correndo sobre seu corpo. Lembrou-se de uma voz profunda e estridente. Alguém tão masculino que invocou uma emoção em seu corpo que a despertou, enquanto ela se agarrava firmemente a sua consciência. Seu corpo respondeu profundamente ao cheiro inebriante da floresta nele. Sua mente permaneceu nos longos cabelos negros do homem, dando-lhe a impressão de alguém exótico e misterioso. E, no entanto, lhe parecia familiar, como se eles já tivessem se encontrado. Krista se levantou e percebeu que achava difícil manter o equilíbrio. Quaisquer que fossem os ferimentos que sofrera, a deixavam tonta e dificultava o aproveitamento adequado da manhã. Se arrastou até o banheiro e olhou para seu reflexo no espelho. Seus olhos azuis claros estavam inchados, fundos e com olheiras, como se tivesse levado um soco no rosto. Ela não estava machucada nem nada, mas estava definitivamente muito cansada. Seus longos cabelos loiros esvoaçantes estavam bagunçados, e se sentiu muito irritada por não conseguir se lembrar dos eventos da noite anterior. O que diabos aqueles homens estavam pensando? Por que eles queriam atacá- la? Tanto quanto sabia, ela não tinha feito nada de errado. Então, por que fora alvejada? Nada disso fazia sentido, especialmente a parte em que o estranho misteriosamente veio e a salvou. Talvez tudo isso tivesse sido apenas um sonho, algum tipo de fantasia boba em que ela entrara quando ficou inconsciente. Isso faria algum sentido, parecia mais lógico que estivesse um pouco louca, do que os dragões existirem, principalmente nos dias de hoje. Não apenas isso, mas explicaria como ela começara a sonhar com um homem que se transformava em dragão. Era algum tipo de coisa estranha e fantasiosa que sua mente inventara para ajudá-la a lidar com os inexplicáveis eventos da noite anterior. Mas ela sabia que às vezes até os eventos mais absurdos não tinham uma explicação boa o suficiente. Às vezes, pessoas inocentes eram alvejadas sem nenhuma razão. Essa parte estava fora de seu alcance. Mas o que ela faria era tentar encontrar uma maneira de colocar esses bastardos em problemas, pelos problemas que haviam causado a ela e fazer o possível para lembrar dos eventos da noite anterior. Estava dor de cabeça latejante e se sentiu irritada. Ela nem se embebedara na noite anterior e, no entanto, estava sofrendo dos mesmos sintomas de uma ressaca. Imaginou que o mínimo que poderia ter feito era ficar bêbada para isso. Mas era tarde demais. Ela se despiu devagar, examinando seu corpo por algum sinal de lesão. Ela tinha uma contusão na perna esquerda e uma no braço, mas fora isso, parecia bem. Era uma sorte se sentir bem, mas ainda assim, não estava com vontade de ir trabalhar naquele dia. Depois de tomar banho, sentou-se na cama e pegou o telefone. Ela ligaria para o chefe e pediria uma oportunidade de usar um de seus dias de férias e fingir que nada da miséria que havia sofrido acontecera. De repente, ela ouviu um barulho do lado de fora da janela e pulou, assustada quase saiu de sua pele. O telefone escorregou de sua mão e caiu no chão, se levantou rapidamente, indo em direção à janela para encontrar a causa do barulho. Havia obras acontecendo lá embaixo, e ela estremeceu ao recuperar o telefone. O mundo não parecia mais seguro para ela, e se sentia um pouco desconfortável com o fato de ter sido atacada poucas horas antes. O que aqueles homens queriam? Eles pareciam ter um propósito. Se fosse esse o caso, voltariam? Sabiam onde ela morava? Alguém deveria, porque lá estava ela. Não se lembrava de se deitar e não conseguia se lembrar de mais nada que tivesse acontecido. Era realmente assustador, e ela olhou para o telefone por um momento, pensando se ela realmente queria ou não ficar em casa sozinha e se surpreender com cada pequeno rangido que ouvir. Por fim, Krista decidiu que não cancelaria o trabalho e faria o possível para cumprir suas obrigações em seu trabalho. Ela se sentiria mais segura perto de outras pessoas do que apenas andando pelo apartamento como um pato encurralado, esperando que algo terrível acontecesse. Talvez, em vez de ir trabalhar, ela deva ir registrar queixa na polícia. Talvez isso fosse mais construtivo do que arquivar papéis e guardar livros o dia todo. Sua mente voltou para o homem que a salvara. Por que ele era tão familiar? Ele poderia ter sido uma invenção de sua imaginação, mas não achou que fosse. Se fosse, então estaria muito pior do que estava agora. Quem sabia o que aqueles homens teriam feito com ela se o belo estranho não a tivesse salvado a tempo? Ela não estaria preocupada em chegar ao trabalho, ao contrário, ela teria sido roubada durante a noite. Talvez até morta. Então, ligou para seu chefe e explicou o que havia acontecido com ela na noite anterior. Seu chefe ficou horrorizado e insistiu que passasse a tarde conversando com a polícia. Se ela quisesse trabalhar, poderia fazê-lo depois de registrar seu relatório. Mas nem um momento antes. Krista ficou agradecida pelo apoio de seu chefe e se vestiu rapidamente, percebendo que o apartamento em que ela morava repentinamente parecia grande demais para alguém que poderia ou não ser alvo de um grupo malicioso de homens estranhos e zangados a qualquer momento. CAPÍTULO CINCO
Algumas horas depois, Krista estava
conversando com uma gentil policial sobre sua terrível experiência. A mulher assentia seriamente sempre que ouvia as respostas de Krista às suas perguntas. — Devo dizer que não ouvi falar de mais ninguém sendo atacado ultimamente. Se fosse atividade de gangue, acho que já teríamos ouvido algo mais sobre isso. Muitas pessoas geralmente são alvo em bares, mas foi um mês lento. Infelizmente, parece que você é uma das primeiras a denunciar qualquer violência dessa natureza por um bom tempo. Isso é bom para a cidade como um todo, mas isso significa que não temos pistas ou suspeitos no momento. Você poderia tentar descrever seus atacantes e suas roupas para mim? Isso realmente nos ajudaria a fazer uma distinção quando pegarmos o agressor. Krista tentou pensar no que os homens estavam vestindo. Ela franziu a testa, pensando que a policial talvez não acreditasse nela. Parecia incomum demais para ser verdade e, para ser sincera, ela também não estava confiando nas próprias memórias. Não depois de pensar ter visto o homem que a salvou se transformar em um dragão. Isso era muito fora deste mundo para ser aceito. Então, naturalmente, ela manteve essa parte para si mesma e apenas mencionou que um homem de cabelos escuros parecia ser quem a salvara. Mas a partir daí, ela não conseguia se lembrar de mais nada que tivesse acontecido. A policial assentiu e disse-lhe que um lapso de memória era normal após um evento traumático como esse. Mas seria muito útil se ela fosse capaz de explicar que tipo de roupa os atacantes estavam vestindo. — Era como se eles estivessem vestindo mantos ou algo assim... — Disse Krista, relutante. Ela não queria que a policial a olhasse como se estivesse louca, mas os penetrantes olhos azuis da mulher se fixaram nela por um momento, sua sobrancelha erguida quase imperceptivelmente. Krista era perspicaz, porém, e sabia que teria que tomar cuidado para permanecer do lado bom da policial. Caso contrário, ela não seria mais receptiva à experiência de Krista. — Que tipo de roupa? — a policial disse, rabiscando uma nota e sem tirar os olhos de Krista. — Não é o tipo de roupa que você normalmente vê ou pensa. — Disse Krista com um suspiro. — Era mais como os tipos de roupas que os monges da época medieval usavam. Não estou dizendo que eles estavam correndo de roupão ou algo assim. Isso seria estranho. Mas isso também é estranho. Era quase como se eles fossem um culto de algum tipo. — Isso é muito estranho... — Disse a policial com um aceno de cabeça. — Você se lembra de mais alguma coisa distinta sobre suas aparências? Terei que fazer o meu melhor para examinar os registros da cidade e descobrir se existe alguma organização que possa ter esse tipo de guarda-roupa. — Bem, eles estavam vestindo casacos sobre as vestes, então eles se misturavam. Os casacos eram pretos e usavam sandálias. Eles pareciam maldosos e sujos, e me atacaram do nada. Não entendo por que fizeram algo assim. Krista esperou que a policial respondesse, mas estava muito ocupada rabiscando suas anotações. — Eles estavam carregando armas de qualquer tipo? — A policial perguntou a ela. — Sim, na verdade estavam. Eles tinham um tipo estranho de armas que nunca vi antes, mas não as usaram em mim. Mas as puxaram para o homem que surgiu para me resgatar. Não sei para onde ele foi. Eu gostaria que ele estivesse por perto, para que pudesse ter alguma ajuda para preencher este relatório e descobrir o que está acontecendo. — Você está indo bem — Disse a policial com um breve aceno de cabeça. — Agora, diga-me qualquer outra coisa que você se lembre daquela noite, e nós enviaremos isso e tentaremos encontrar os autores o mais rápido possível. — Obrigado. — Disse Krista, e começou a trabalhar, lembrando cada pequeno detalhe que pudesse. Seria bom conseguir uma pequena quantidade de justiça. Ainda assim, sabia que não seria suficiente. Ela não teria paz até entender exatamente o que aconteceu naquela noite. CAPÍTULO SEIS
Clayton rosnou para si mesmo enquanto
corria pela floresta, com a mente completamente em Krista. Ela o vira, isso era certo, mas ele não sabia o quanto ela se lembraria. Ele a tinha deitado em sua cama, cobrindo-a e tratando a sua cabeça ferida o mais breve e gentilmente que podia. Sabia que ela provavelmente ficaria muito chateada se soubesse que ele estava lá, e sendo assim, foi embora o mais rápido possível e voltou para o seu esconderijo subterrâneo com o resto do seu clã. Todos eles estavam curiosos sobre o que aconteceu naquela noite, porque não era típico de Clayton estar fora do comum de maneira nenhuma. Estavam acostumados a ele ser legal e sereno em todas as situações, e o fato de estar perturbado, parecia acender uma bandeira vermelha que atraía muita atenção dos membros de seu clã. Os Nascidos Dragões eram muito astutos em perceber emoções e sabiam que ele estava angustiado. — O que aconteceu com você, Clayton? — eles perguntaram, trazendo copos de água e pratos de comida. — Onde você esteve a noite toda? Sabemos que a Nascida Human não fica fora até tarde, ela gosta de dormir cedo. Algo deve estar errado. — Ela foi atacada pelos Guardiões. — Disse Clayton, com o rosto sombrio. Ouvir as palavras em voz alta serviu apenas para deixá-lo ainda mais irritado. A pobre mulher não tinha ideia de sua linhagem, e ela não seria tão útil para os Guardiões quanto eles pensavam que seria. Levaram muito tempo para localizá-la, mas agora que finalmente a tinham, o clã Kersh não seria mais capaz de dar um tempo para protegê-la. Os Nascidos Dragões encararam Clayton, os olhos arregalados em descrença e medo. Eles não queriam que nada acontecesse com ele ou com a mulher que poderia ser potencialmente a salvadora de seu clã. As notícias eram terríveis e começaram a sussurrar entre si, espalhando um pânico silencioso. — Por favor, fiquem quietos. — Disse Clayton, colocando a mão nas têmporas. — Não sabemos o que vai acontecer, mas acho que devemos fazer o possível para observar Krista e garantir que ela não corra mais perigo. A partir de agora, teremos que fazer turnos para patrulhar, em vez de assumir que ela ficará bem por algumas horas sem nenhuma supervisão. Você sabe o que os Guardiões farão se conseguirem pegá-la. E eles não desistirão por falharem apenas uma vez. É definitivo que voltarão e atacarão novamente. “Só espero que eles não tenham rastreado apartamento dela ainda. Eles a encontraram aparentemente por engano no beco, como esperavam, colocando homens do lado de fora das portas de áreas populares e movimentadas. De alguma forma, essa estratégia ineficiente conseguiu trabalhar para eles e ela se viu uma infeliz vítima das circunstâncias. Foi realmente uma sorte estar lá para detê-los.” As pessoas ao seu redor ouviram atentamente, acenando com a cabeça na compreensão da terrível situação. Eles não queriam deixar Krista cair nas mãos dos Guardiões. Eles eram pessoas terríveis. Muitos dos Lonis foram submetidos a imensa tortura pelos Guardiões. Os Guardiões vieram de uma ordem estabelecida há muito tempo de homens que descobriram que os tecidos entre as dimensões estavam rasgados, às vezes permitindo que criaturas e seres místicos caíssem, dando-lhes outra opção a não ser se sentirem confortáveis na Terra. Esses fundamentalistas acreditavam que não era motivo de alegria e que a Terra não era para ser compartilhada. A terra era, de fato, apenas para seres humanos, e se eles eram ameaçados pela invasão de outra espécie, isso significava que os seres humanos talvez não estivessem no topo da cadeia alimentar. Isso foi algo que eles não conseguiram resolver, e rapidamente começaram a aprender o máximo possível sobre a ordem paranormal das coisas. Eles claramente não sabiam tanto quanto esperavam, ou tanto quanto pretendiam. Esse buraco no conhecimento deles lhes trouxe um profundo sentimento de medo e pânico. Eles não pareciam se importar ou entender que os seres que se encontravam na Terra não tinham escolha. De fato, foram vítimas de circunstâncias infelizes que se perderam em um mundo que não reconheciam, repleto de amargura e medo. Sem o conhecimento e a compaixão do Guardião em relação aos povos deslocados de outras dimensões, eles estavam sutil e lentamente criando um ambiente hostil capaz de promover uma guerra devastadora, aquela que transcenderia através dos tecidos do tempo e do espaço. Clayton estava familiarizado com os atos dos Guardiões. Os Lonis e o clã Kersh não foram os únicos seres paranormais que foram capazes de atravessar as escotilhas no céu. Ele viajou por um longo caminho com seu antecessor, o líder do clã, e também seu pai. Juntos, eles viram outros rasgos no tecido da atmosfera da Terra. Foi-lhe dito que outros seres, fadas e outras criaturas ocultas místicas haviam sido lançadas através das dimensões e perdidas na Terra. — Mas como isso é possível? — Clayton perguntara. — O que acontece nesses mundos que torna as criaturas suscetíveis a serem jogadas em outro mundo? — Assim como os Guardiões especulam, tudo o que posso dizer é o que o líder anterior me disse. Sua pergunta é aquela que os Guardiões esperam responder. Eles querem proteger este mundo de tal invasão. Eles pensam em todos nós como monstros. Infelizmente, tanto para as pessoas na Terra, que não nos querem aqui, como para nós, que não estaríamos aqui se tivéssemos uma escolha, é impossível mudar os rasgos no tecido ou impedir que criaturas inocentes caiam. Francamente, nenhum de nós realmente queria acabar na Terra, e o fato é que muitos de nós somos mais miseráveis aqui do que estaríamos em nossa terra natal. — No entanto, parece não haver nada que possamos fazer para evitar essas ocorrências. De vez em quando, há uma forte vibração que pulsa através do universo. Tudo na criação é afetada por isso. Durante muito tempo, os tecidos entre as dimensões foram capazes de resistir à tensão, mas, devido à corrupção na Terra e às más intenções das pessoas que moravam lá, tornaram a atmosfera muito tóxica e fina. É fácil que as coisas caiam diretamente ou se percam fora dela. Existem buracos por todo o lugar que não deveriam estar lá e não existem em outros lugares e mundos. Clayton ouvira sombriamente o pai, e seu coração doía dolorosamente com a lembrança. Seu pai havia morrido há muito tempo e, desde então, cabia a ele levar o clã à prosperidade. Mas eles estavam ficando sem opções, e agora ele sabia que Krista era a única que poderia salvá-las. — Onde está a garota agora? Posso ir e cuidar dela. — Disse uma das mulheres Nascida Dragão, obedientemente, levantando-se e preparando-se para sair da entrada do túnel subterrâneo. — Não tenho certeza, fiquei vigiando a casa dela a noite toda, mas quando ela saiu, eu sabia que tinha que voltar aqui. É impossível para mim manter os olhos abertos por mais tempo. Foi uma noite muito longa. Tenho certeza de que ela vai trabalhar na biblioteca e, se não, vai apresentar uma denúncia contra as pessoas que a atacaram. Não deve ser muito difícil encontrá-la na delegacia ou no local de trabalho. Apenas ouça a vibração sutil. Ela canta enquanto caminha. Ela tem uma música das Lonis e é um som que ressoa com a nossa espécie. Você não irá confundir, não importa onde esteja. Pode ser alto e óbvio o suficiente para que você possa encontrá-la agora. Eu gostaria de poder tentar, mas tenho medo de estar cansado demais. — Não, não se esforce. Vamos nos assegurar de ficar de olho nela. — Eu aprecio isso — Disse Clayton. — Vocês todos entendem o quão importante ela é. Entendo que será ainda mais desafiador do que antes, mas, de alguma forma, temos que descobrir como podemos levá-la ao clã e ajudá-la a entender nossos caminhos. Se ela souber sobre sua linhagem, talvez consiga encontrar alguma paz e conforto entre os membros do nosso clã. Esse é o ideal, e realmente espero que vocês considerem as maneiras pelas quais podemos trazê-la aqui e fazê-la se sentir bem-vinda. Todo mundo assentiu baixinho, vendo que seu belo líder estava muito perto de adormecer. Eles começaram a sair silenciosamente da sala, alguns demorando e levando-o a uma cama macia com travesseiros de penas. Ele afundou nela e fechou os olhos, e se viu puxado para o profundo conforto de um sono rejuvenescedor. CAPÍTULO SETE
Enquanto Clayton dormia, ele sonhava
com os Guardiões. Lembrou-se de seu primeiro encontro com eles quando jovem, e nunca havia superado completamente as repercussões disso. Foi exatamente esse encontro que levou à morte de seu pai. Os Guardiões eram impiedosos e cruéis, e acreditavam que estavam fazendo um favor a todos, livrando-se de qualquer espécie interplanetária que pudesse estar invadindo a Terra. Era uma das coisas mais íntimas que Clayton já ouvira, e ele originalmente acreditava que negociar com eles e mostrar- lhes que não eram realmente tão ruins quanto os homens ignorantes acreditavam, de alguma forma fazer a diferença e acabar com o abate, de uma vez por todas. Esse erro crucial custara a vida ao pai. Clayton sonhava com o dia horrível repetidamente, e esta noite não era diferente. Sempre começou da mesma maneira. Clayton e seu pai passeavam pela floresta, procurando comida e itens que eles poderiam usar para fazer ferramentas. Clayton ouvia a voz de seu pai, o suave estrondo, enquanto explicava o funcionamento interno secreto do mundo para seu único filho. E então, confusão e caos. Clayton sendo jogado no chão e seu pai grunhindo de dor. Os homens selvagens sem cabelo e brilhantes, com olhos raivosos enquanto amarravam cordas ao redor de seu pai. Seu pai rosnando e começando a mudança para sua poderosa forma de dragão, sendo eletrocutado antes que pudesse terminar a transformação e caiu frouxamente no chão. Clayton levantou-se, com as pernas trêmulas, e gritou para o homem como sempre fazia em seus sonhos, como havia feito naquele dia fatídico, para deixar seu pai em paz. Essa paz era possível. Ele tinha uma fantasia de que seria capaz de explicar a situação dos seres celestes que se viram perdidos na Terra. Talvez pudessem trabalhar juntos para encontrar uma solução e se livrar do problema. Seu pai estava fraco e ferido, e as pessoas estavam cortando seus membros com machados. Eles tentavam atravessar as escamas grossas de dragão e sua armadura, mas não foi fácil e foi doloroso. — Que diabos esse garoto pensa que está fazendo? — Um dos homens disse com um rosnado. — Nós vamos ter que colocá-lo no lugar dele, você sabe. Vai ser bem divertido de assistir, não é? Com isso, o pai de Clayton ficou furioso. Ninguém ameaçou seu filho e se safou. Especialmente esses homens. Seu pai se levantou e tentou atacar, mas isso deixou sua parte inferior vulnerável. Um homem enfiou uma espada nele, e Clayton assistiu horrorizado quando seu pai começou a perder grandes quantidades de sangue. Ele caiu frouxamente no chão da floresta, ofegando e olhando para o filho com olhos perdidos e assustados. Havia uma expressão em seu rosto que levou Clayton a esse pesadelo repetidas vezes. Foi mais do que apenas um pesadelo. Era a realidade miserável de suas vidas. A experiência mais traumática que ele já teve. — Pai... — Clayton sussurrou quando seu pai respirou fundo. Seu corpo grande tremeu e estremeceu quando a vida se foi, e Clayton deu meia-volta e fugiu. Os atacantes de seu pai estavam ocupados demais amarrando cordas ao redor do cadáver do shifter para perceber que Clayton fugira. Eles queriam devolvê-lo à sua sede o mais rápido possível. Clayton nunca esteve tão horrorizado em sua vida e se viu correndo o mais rápido que suas pernas podiam carregá-lo, até ficar sem fôlego. Ele caiu no chão da floresta, assim como seu pai momentos antes. E ficou lá, silencioso e imóvel, até que um dos membros do seu clã tropeçou nele. Pensaram que ele estava doente, o levantaram e o levaram de volta às cavernas subterrâneas. Demorou três dias para ele falar uma palavra, mas até então todo mundo imaginou que seu pai se fora. Ele não voltou com o filho, e o agudo estado de luto que Clayton estava passando dizia tudo. Agora, em seus sonhos como adulto, Clayton conseguia se vingar. Tudo acontecia da mesma maneira todas as vezes, até o olhar perdido e assustado nos olhos de seu pai. No entanto, agora que ele era adulto e tinha alguma experiência como guerreiro, se viu capaz de revidar contra o inimigo. Ele os atacaria e espancaria todos eles. Às vezes, os rasgava com as mãos e os dentes nus. Ele se tornaria um selvagem, com um desejo ardente de destruir tudo a qualquer custo, mesmo que isso significasse condenar a si mesmo. Nada mais importava: tudo o que ele queria era ter o pai de volta. Como isso era impossível, ele foi forçado a viver sem esperança. Ninguém pensou que Clayton iria se recuperar de sua dor, e isso era verdade. Clayton permaneceu quieto e reservado desde então. A maior alegria que ele conseguiu encontrar foi observar Krista de longe, e a lembrança que ele apreciava do sorriso dela enquanto lhe entregava o papel que ela deixara cair na calçada. Agora, ela era dele para proteger, e ele faria o que fosse necessário. Ele não poderia falhar com ela da mesma maneira que falhou com seu pai. Se ele apenas ficasse de boca fechada ou prestasse mais atenção à situação em questão, talvez seu pai ainda estivesse vivo. Talvez eles pudessem superar os Guardiões em vez de transformar o dia em uma tragédia. Ele rolou, gemendo, até ficar sentado na cama com lágrimas quentes escorrendo pelo rosto. Sempre desencadeava sua ira quando tinha esse sonho, e embora parecesse bom vingar-se e despedaçar todos os homens que o machucaram e a seu pai, Clayton se sentia vazio toda vez que acordava. Isso nunca traria seu pai de volta, e nenhuma vingança seria suficiente. CAPÍTULO OITO
— O que faz você pensar que vamos
encontrá-la no bar novamente? — Perguntou Frederick. Ele fez uma careta para o líder na frente da fila e Richard sorriu. — Não sei se a encontraremos lá, mas acho que talvez possamos encontrar uma pista sobre o paradeiro dela agora. E de qualquer maneira, já que era o último lugar em que a vimos, não faria mal tentar. Faria? Frederick não discutiria sobre isso, e seguiu Richard até chegarem ao bar onde haviam visto a portadora de Nascido Dragão. Se eles pudessem levá-la de volta ao laboratório, era possível que finalmente tivessem a chave. Seu sangue poderia ensinar a eles tudo o que precisavam saber sobre como abrir e selar as dimensões dos portais de tempo e os rasgos no tecido entre os mundos. Com base em muitas pesquisas que fizeram, o sangue das portadoras era extremamente especial. Com isso vieram grandes possibilidades. Havia uma razão para que esse tipo específico de pessoas do mundo acima fora tão reverenciado. Eles foram os construtores e criadores; os oráculos e os artistas. Sem eles, não apenas não haveria cultura, mas haveria muito pouco prazer na vida do povo de Kaldernon. Seus dons haviam sido utilizados, uma e outra vez, para manter o equilíbrio e a ordem no mundo em que viviam. Mas agora os Loni estavam na Terra, e isso teria que ser suficiente. Eles não eram especiais, não da maneira como eram considerados especiais antes em Kaldernon. Eles não eram criaturas fantásticas que deveriam esculpir a paz e a unidade, espalhando paz e arte em todo o mundo. Eles eram os cidadãos esquecidos e sub-cantados do mundo aos quais pensavam pertencer, mas eram realmente bons demais. Aproveitar qualquer um de seus poderes, particularmente o poder da última Loni na Terra, com a capacidade de gerar um filho para os Nascidos Dragões, era uma grande oportunidade. Com ela em seu poder, eles seriam capazes de aprender mais e aperfeiçoar a melhor arma em seu arsenal. Algo que podia sentir um rasgo no tecido dimensional e mantê-lo selado. Algo que poderia destruir um ser paranormal átomo por átomo. Se o sangue dela pudesse ajudá-los o quanto pensavam, eles não mediriam esforços para capturá-la e mantê-la em seu laboratório. — Quanto tempo faz a última vez que estivemos aqui? — Rodney perguntou. — Já faz cerca de dezessete horas. O que significa que o perfume ainda está fresco. Talvez possamos colocar um dos cães de caça na trilha. — Posso ir buscar um, se você quiser. — Respondeu Rodney. — Isso seria fantástico. Faça isso. Enquanto isso, vamos ficar aqui e torcer para que possamos vislumbrar a portadora. O grupo se entreolhou e assentiu. Cada um deles foi instruído a manter os olhos em uma determinada área do corpo de uma Portadora, para que pudessem reconhecê-la mesmo sob o disfarce mais elaborado. Se os Nascidos Dragões pudessem alcançá-la primeiro, isso significava que todo o trabalho deles seria desperdiçado. E isso era algo que nenhum deles queria ver acontecer. Eles não podiam pagar esse tipo de revés. Não quando estavam tão perto de alcançar seus objetivos. De repente, o celular de Richard começou a tocar. Ele fez uma pausa e atendeu. — Alô? — Ele perguntou. E ouviu atentamente enquanto a voz do outro lado falava rapidamente. Suas sobrancelhas franziram com preocupação e depois alívio. — Ela estava na delegacia. — Disse Richard, fechando o telefone e colocando-o no bolso. — Ela estava registrando uma denúncia contra nós por atacá-la. Ainda bem que Josie estava lá hoje. Ela é tão leal à nossa missão. Ela costumava participar das reuniões quando era pequena, sentada no colo do pai. Eu sempre mantinha livros de colorir lá para ela. É uma alma preciosa e pura. Todo mundo assentiu e murmurou seu agradecimento por Josie. Era bom ter amigos em lugares altos, e o conselho dos guardiões certamente tinha isso. Eles precisavam, se realmente iam moldar a face do mundo ao seu redor e protegê-la de espécies invasoras. — Devemos ir e interceptá-la agora? — Richard perguntou ao resto do grupo. Todo mundo assentiu e o seguiu em direção à delegacia. Richard ficou satisfeito com o grande golpe de sorte que eles estavam tendo. Fazia muito tempo que eles tinham esperança de encontrar a Portadora, e agora tudo parecia estar se encaixando. Foi uma sorte tão grande descobrirem exatamente onde a Portadora estava, certamente quando mais precisavam dela. Se ela fornecesse ao clã de Nascidos Dragões mais herdeiros, a erradicação de sua espécie extremamente perigosa seria um desperdício. Se eles estavam se reproduzindo, quem garantia que não se voltariam contra seus companheiros humanos e usariam seu poder contra eles. Era perigoso e provável que isso acontecesse, e todos estavam aterrorizados com as consequências de tal comportamento. Se ela desse ao clã de Nascidos Dragões mais herdeiros, a missão deles seria inútil. Eles estavam certos de que o clã Kersh estava melhorando sua tecnologia e, se descobrissem o portal entre os mundos antes dos guardiões, haveria um inferno a pagar. Josie fez o possível para ligar o mais rápido possível, sem levantar suspeitas. Krista ainda estava terminando sua papelada, o que deu aos Guardiões tempo suficiente para chegar à delegacia. Eles esperaram do lado de fora por ela, sorrisos presunçosos em seus rostos enquanto se preparavam para outro ataque. A maioria da força policial os conhecia como homens poderosos que trabalhavam nos bastidores, para que suas ações não fossem questionadas. Eles ficaram escondidos atrás das árvores e observaram silenciosamente a porta da frente da delegacia, enquanto esperavam que Krista surgisse. Pareceu levar um tempo extraordinariamente longo, mas finalmente, lá estava ela. Seus lábios carnudos estavam curvados em um sorriso aliviado quando desceu os degraus de pedra da delegacia. Quando Richard assentiu, todos começaram a se aproximar dela. Antes de alcançá-la, uma mulher Nascida Dragão pousou do nada na frente deles, seus olhos penetrando através do grupo de Guardiões ameaçadoramente. Ela voou do céu e aterrissou em forma semi-humana, o que era quase mais perigoso que a forma de dragão. Sempre dependia. Às vezes, suas armas não funcionavam quando o shifter era parte dragrão, parte humano. — O que diabos você pensa que está fazendo? — A mulher perguntou indignada, encarando os Guardiões. Eles ficaram aborrecidos e escalaram um ao outro para passar por ela, alguns deles pegando suas armas, mas outros mais preocupados que estavam perdendo Krtista de vista. A direção em que ia logo seria desconhecida para eles. — Saia do nosso caminho! — Richard rosnou, passando pela mulher shifter. Ela deu um sorriso ameaçador antes de passar as garras dolorosamente pela bochecha dele. Ele sibilou de raiva e fez sinal para que todos a atacassem. Esta parecia ser a ação que ela esperava e logo eles se envolveram em uma briga. Krista estava completamente alheia e já havia chegado ao estacionamento. Em pouco tempo, se afastava da delegacia de polícia em seu pequeno carro cor de cobre. De fato, ninguém parecia notar a batalha entre os Guardiões e a única Shifter Dragão que se ofereceu para cuidar de Krista durante a tarde. Eles haviam aprendido um truque com as fadas em cativeiro sobre ocultação, e haviam roubado parte de sua magia para tornar suas próprias ações mais fáceis de realizar. Clayton ficaria furioso, pensou a mulher Nascida Dragão enquanto emitia ondas de calor perigosas que repreendiam os Guardiões. Eles gritaram em agonia quando a pele começou a empolar e cobriram o rosto com as mãos. Afastando-se da Shifter, eles se retiraram para a área arborizada ao redor da delegacia. A Shifter, cujo nome era Jasmine, seguiu junto com o carro de Krista no ar, completamente escondida de todos. Ela nunca ficou tão agradecida por sua capacidade de se misturar à atmosfera da Terra. Seu alívio durou pouco quando seus pensamentos começaram a atingi-la. Era vital que eles protegessem Krista dos perigos dos Guardiões. Agora que os Guardiões sabiam quem era Krista, provavelmente tinham uma ideia de onde morava, ou pelo menos da vizinhança geral da cidade de onde ela vinha. Eles teriam que ter um cuidado extra. De fato, se eles tinham pessoas que trabalhavam na delegacia, era provável que eles já tivessem o endereço dela registrado. O pensamento fez Jasmine fazer uma pausa, e ela estremeceu quando um pânico gelado começou a dominá-la. Ela tinha que contar a Clayton e agora. CAPÍTULO NOVE
— Clayton! — Jasmine exclamou quando
entrou no quarto subterrâneo, os olhos arregalados de medo. — Eles sabem quem é Krista. Eles tentaram interceptá-la na delegacia. Eu preciso de ajuda. Clayton sentou-se imediatamente, com o coração batendo dolorosamente no peito. Krista estava em perigo. A única pessoa que deu sentido à sua vida pode estar com problemas naquele momento. Ele se levantou imediatamente e correu para fora, sem pensar duas vezes em Jasmine. Todo mundo assistia com os olhos arregalados quando Clayton mudou para sua poderosa forma de dragão e se lançou para o céu, batendo as asas enormes, emitindo uma energia sombria e sinistra enquanto voava pelo céu. Krista estava alheia aos perigos ao seu redor e caminhava alegremente para o trabalho. Ela se sentiu um pouco mais leve depois de falar sobre o que havia acontecido durante o ataque, e estava se permitindo apreciar a memória do homem bonito que a salvara. Ela teve tempo de sobra para deixar sua mente vagar enquanto serpenteava pelo caminho. Ela gostava do ar fresco e da brisa fresca, e decidiu estacionar a alguns quarteirões da biblioteca para poder se exercitar. Sempre foi atlética e era difícil para ela ficar presa por muito tempo. Ela sempre gostou do ar livre muito mais do que as restrições de seu veículo. Ela estava cantarolando para si mesma, como costumava fazer quando estava do lado de fora. De repente, parou. Alguém a estava observando. Ela sentia isso. Pensou na noite anterior, quando fora atacada, e procurou por quem quer que estivesse lá. Ela não viu ninguém a princípio, mas continuou a olhar em volta apenas por precaução. Não se sentia em perigo, mas sentia uma inquietação. Ela ficou chocada quando um par familiar de olhos verdes brilhantes encontrou os dela. Sua respiração ficou presa na garganta quando o homem mais majestoso que já vira, se materializou diante dela. Seu salvador da noite anterior. A boca do homem lindo se curvou em um sorriso gentil quando ela encontrou seus olhos, e uma onda de energia pareceu pulsar entre eles, uma que a fez se sentir hiperconsciente de cada sensação em seu corpo. A brisa fresca em sua pele, o coração batendo forte no peito. O calor inesperado de seu olhar e a agitação do desejo que seu olhar parecia invocar. Krista caminhou em sua direção lentamente, a tensão entre eles mais alta do que nunca entre ela e outro ser humano. Ela abriu a boca para chamá-lo, para perguntar por que ele parecia tão familiar, mas de repente derrubou o celular na calçada. Ela se abaixou para pegá-lo e, quando se virou para procurá-lo novamente, ele se fora. Ela sentiu uma sensação devastadora de decepção por ele ter sumido, e foi arrastada para uma lembrança distante da infância. Outro garoto moreno e bonito que estava lá em um segundo e desapareceu no outro, deixando apenas o papel em sua mão para lhe dizer que ele realmente esteve lá. O rosto do homem bonito ficou com ela durante todo o dia, e aleatoriamente se viu pensando nele. Não conseguia se livrar do sentimento de que o reconhecia de algum lugar, e o fato de não se lembrar de onde ele a conhecia realmente a incomodava. Onde poderia ter visto um homem que atraente? De quem era presença pura que a eletrificava dessa maneira? Mas ela ainda não conseguia, por mais que tentasse. Ela gemeu consigo mesma, incapaz de se concentrar em seu trabalho enquanto seus pensamentos vagavam para o homem lindo e repetiam seu ataque e o visual proeminente do dragão. Todos ao seu redor pareciam estar alheios ao fato de que ela ainda sofria psicologicamente pela noite anterior. Ela nunca fora atacada, não com tanta violência, e decidiu conversar com seu chefe e perguntar se poderia sair mais cedo para ter um tempo pessoal para se recuperar. Ela se sentiu um pouco culpada por isso, sabendo que parte do motivo pelo qual não conseguia se concentrar era porque não conseguia parar de fantasiar sobre o misterioso estranho que salvara sua vida, mas, de qualquer maneira, nada estava sendo feito e ela preferia estar em casa. Seu chefe assentiu e ofereceu os serviços do conselheiro que poderia visitá-la se ela precisasse. Krista ficou lisonjeada e emocionada com a oferta, mas sabia que só se sentiria melhor se pudesse passar algum tempo sozinha por um tempo. E assim, ela arrumou as coisas e saiu do escritório da biblioteca. Decidiu ir para casa, para seu apartamento, e ficou agradecida, mais uma vez, pelo lindo dia lá fora, enquanto caminhava alguns quarteirões até onde havia estacionado o carro. Ela parou no local onde vira o homem antes e espiou a vegetação, com o coração batendo esperançoso. Ela sentiu outra onda confusa de excitação enquanto procurava por ele, mas não havia ninguém lá. Ela se sentiu nervosa enquanto dirigia para casa, mas não conseguia entender o porquê. Decidiu que provavelmente era apenas por causa dos homens no beco que a atacaram na noite anterior. A policial que registrou sua denúncia, assentiu como se entendesse exatamente do que Krista estava falando, mas quando chegou a hora de finalmente agradecê-la e falar sobre acusações urgentes, a mulher parecia distante, e disse-lhe para não ter esperanças. Parecia que ela estava passando por um momento difícil mentalmente, e se esse era o caso, era improvável que as pessoas que Krista descreveu, fossem o que dissera. Foi muito estranho. Ela parecia estar tentando fazer Krista duvidar de si mesma e de suas experiências, mesmo que ela não tivesse contado à mulher sobre O Shifter Dragão que a salvara. Krista teve a sensação de que, se a mulher tivesse ouvido falar sobre essa parte, provavelmente a teria mandado para a ala psiquiátrica. O que Krista não sabia era que teve sorte de a mulher não ter ideia de quem era. Se ela soubesse que era a Portadora, ela a colocaria em uma cela e esperaria que os Guardiões a levassem embora. No entanto, ela simplesmente disse aos Guardiões que alguém os havia visto, e os Guardiões sabiam quem ela era e a levariam de lá. Eles eram muito discretos sobre seus assuntos e estavam felizes por Josie ainda estar no escuro sobre quem era Krista. Como era um assunto muito complicado, eles queriam deixar o assunto em suas próprias mãos e prosseguir em sua busca secretamente pela Portadora das crianças Nascidas Dragões. Quando Jasmine interceptou os Guardiões para salvar Krista, ela esperava que eles desistiriam e deixariam Krista em paz pelo resto do dia. Mas depois de colocaram as mãos em todos os arquivos dela, incluindo seu endereço residencial e comercial e praticamente tudo o que precisavam saber, decidiram que não havia tempo como o presente. Eles iriam atrás dela até que ela fosse deles. CAPÍTULO DEZ
Krista suspirou e jogou as chaves do carro
na mesinha ao lado da porta. Ela a fechou pesadamente atrás dela e se inclinou contra ela, pensando consigo mesma como seria bom tomar um café gelado. Se sentia completamente esgotada e ficara desconfortável com seus agressores desde que deixou o trabalho. Quase parecia que eles estavam no carro com ela, e isso a deixou muito nervosa. Felizmente para Krista, todo mundo na biblioteca era independente e não precisavam dela lá, para que as coisas funcionassem sem problemas. Conseguiu sair sem se sentir culpada e decidiu passar o resto do dia tomando um longo banho e assistindo alguns de seus dramas favoritos na televisão. Ela sabia que seria bom fazer uma pausa, e não podia permitir-se sentir pressionada a se apresentar quando sentia vontade de afundar no sofá. Ela começou a tirar a jaqueta quando um barulho vindo da sala a fez congelar. Um medo frio tomou conta de seu coração, e ficou paralisada quando seus piores medos se realizaram. O mesmo grupo de homens que a atacara antes saiu dos aposentos de sua casa e começou a sorrir para ela. Tinha que ser um pesadelo. Ela fechou os olhos e esperava que, quando os abrisse, sumissem. Mas não sumiram. — O que diabos você está fazendo aqui? — Ela perguntou com uma voz trêmula. Desejou ter prestado mais atenção durante os cursos de autodefesa que havia feito alguns anos atrás. Fora divertido na época, mas esquecera completamente a maior parte do que aprendera com o instrutor. — Estamos aqui para você, querida... — Disse o homem que imaginava ser o líder, enquanto deslizava em sua direção. Foi estranho como fez isso. Parecia que ele não tinha pés. — O que você quer de mim? — Ela perguntou. — Não há nada que eu tenha que você queira. — Suponho que não. Mas, novamente, há coisas neste mundo sobre as quais você não sabe nada. — Do que você está falando? — Ela perguntou, afastando-se deles com as mãos trêmulas. Se apenas encontrasse uma maneira de sair pela porta aberta e correr para o elevador, talvez ficasse segura. Se houvesse pessoas no corredor, ela não precisaria se preocupar. Eles seriam capazes de ajudá-la. Talvez pudesse até bater na porta de um vizinho e dessa maneira chamar atenção. Ninguém seria capaz de prejudicá- la, pelo menos não sem testemunhas. Se fosse morta, poderia muito bem sair com uma pequena chance de justiça. — Sei o que você está pensando, mas nem tente. — Disse Richard com um sorriso de escárnio, quando três de seus homens correram para frente e a agarraram pelos braços. Richard se aproximou, erguendo um martelo pesado, com toda a intenção de bater na cabeça dela com ele, sem a menor cerimônia. De repente, todo o apartamento estava tremendo e cheio de calor. Todo mundo se encolheu e olhou em direção à janela gigantesca perto da varanda, onde um enorme dragão preto, batia suas asas enormes e rugia. Ele pulou pela janela, quebrando o vidro e derrubando parte da parede. Krista estava aterrorizada, mas se este era o mesmo dragão que a salvara desses homens antes, ela só precisaria se preocupar com seu depósito do aluguel mais tarde. — Maldito! — Richard exclamou, virando- se para o dragão e alcançando o coldre ao seu lado. Antes que ele tivesse a chance de apontar sua arma, Clayton a atirou para longe dele, usando uma de suas garras gigantescas para cortar o braço de Richard. A arma e a mão caíram no chão, e Richard gritou. — Mate ele! — Richard disse, olhando para o pequeno esboço onde costumava estar sua mão. — Não mostre misericórdia. E tire a garota daqui. Instantaneamente, o apartamento era um inferno e os homens gritavam e corriam em todas as direções. A maioria deles estava com as roupas chamuscadas e pegando fogo, e corriam em direção à entrada do prédio, na esperança de escapar. Krista se afastou deles, fazendo o possível para evitar os homens e as chamas. Ela estava apavorada, mas tinha que se orientar, caso contrário morreria. Logo, todos os homens haviam desocupado o apartamento e nenhum deles ousou voltar. Krista colocou um pano no rosto, relutante em sair para o corredor onde os homens maus certamente a esperariam. Ela não sabia o que fazer. Parecia não haver chance de escapar. Ela tinha certeza de que iria morrer. Mas ela preferiria morrer em um incêndio violento ou nas mãos dos homens terríveis? Antes que tivesse chance de decidir, uma figura sombria se aproximou dela. Não era um dragão enorme. Era um homem, um ondulante e musculoso homem. Os olhos de Krista se arregalaram quando ele se aproximou dela, afastando seus longos cabelos negros do rosto. Ela ficou surpresa ao perceber que estava completamente nu, e ele se parecia exatamente com o homem que ela vira no início do dia, antes de ir trabalhar. — Devo estar sonhando... — Ela sorriu, bebendo-o descaradamente da cabeça aos pés. Ele era ainda mais bonito nu do que completamente vestido. Parecia que passava o tempo todo fazendo atividade física extenuante. Ela não acreditava no quão bem esculpido era. Ela secretamente imaginava o homem perfeito às vezes, quando estava deitada na cama tarde da noite, deixando suas mãos explorarem seu corpo sensível e excitado, mas era virgem e só conseguia imaginar alguém tão bonito para roubar-lhe a virgindade. Os olhos dela se fixaram na virilha exposta por um momento, ele era impressionantemente bem-dotado, e ela estava corando profundamente antes que ele falasse. — Venha comigo Krista. — Disse ele, estendendo sua enorme mão. — Quem é você? — Ela perguntou, mas não conseguiu entender a resposta dele. A fumaça se tornou demais e ela desmaiou nos braços dele. CAPÍTULO ONZE
Clayton conseguiu pegar Krista antes que
caísse no chão. Ele a levantou em seus braços fortes e sabia que tinha que tirá-la das chamas. Foi uma jogada perigosa e arriscada disparar contra os atacantes, mas ele não se importava com quantos deles matou. Ele se sentiu um pouco mal por destruir a casa dela, mas, pensou tristemente, teria sido ainda melhor matar todos eles do que permitir que Krista fosse capturada por homens tão maus. Sabia que não era a melhor solução, mas se tivesse que fazer a escolha, matá-la seria mais misericordioso do que permitir que se tornasse um dos experimentos deles. Felizmente, ele chegou lá bem a tempo. Ela o viu, e agora, se ele não a tirasse dali, morreria. Ele se transformou de volta em sua forma de dragão e se lançou pela janela, segurando Krista firmemente em suas garras. Ele não a deixaria escapar ou se tornar mais vulnerável aos ataques dos Guardiões. Enquanto voava pelo céu e Kaldernon se tornou visível, ele relaxou um pouco e permitiu que sua mente voltasse para o momento em que Krista encarara seu corpo. A fome inconfundível em seus olhos o despertou profundamente, e ele apertou seu corpo quente com força, esperando que ela estivesse bem. Todo mundo ficou empolgado e confuso quando Clayton reapareceu do céu com Krista nas garras. Ele a abaixou suavemente, entregando-a a alguns dos outros Shifters que confiava. Ela ainda estava desmaiada, e eles decidiram que seria melhor levá-la imediatamente aos médicos. Clayton caiu no chão, suspirando quando voltou à sua forma humana. Tinha sido demais emocionalmente, encontrar os Guardiões novamente. Tudo em que ele conseguia pensar, uma vez terminado o pânico, eram suas terríveis lembranças daquela noite em que perdeu o pai. Eventualmente, ele voltou para os túneis subterrâneos e se arrastou para sua cama. Precisava dormir. Fazia muito tempo desde que dormira bem. Mas ele ainda estava tão empolgado e cheio de adrenalina do encontro com os Guardiões, que tudo o que ele fez foi se virar e se preocupar com a possibilidade de Krista ficar bem ou não. Ela desmaiara de choque, tinha certeza disso, mas ainda era perigoso para ela por ter inalado fumaça. E estar no subsolo significava que a qualidade do ar poderia não ser tão boa. Com esse pensamento, ele se forçou a se levantar e seguir para onde os médicos levaram Krista. Ele esperava encontrá-la ainda dormindo, e ficou surpreso quando percebeu que ela estava bem acordada e muito alerta. Todos os Shifters ao seu redor estavam sorrindo pacientemente e assentindo enquanto ela fazia perguntas impossíveis para eles. Um dos médicos sorriu e empurrou Clayton em sua direção. — Ela está chamandiopor você. — Disse ele, parecendo grato por uma chance de escapar do intenso questionamento de Krista. Clayton de repente se sentiu nervoso. Ele nunca esperou ficar sozinho em um quarto com Krista antes. Mas logo todos estavam se afastando e os deixando sozinhos juntos. Krista estava olhando para ele, seus olhos com um intenso tom de azul. Fiel ao estilo dos Loni, seus olhos pareciam mudar de humor. A expressão dela era séria, se não descarada, e ela deixou os olhos percorrê-lo mais uma vez, tirando seu manto e, obviamente, decidindo que gostava dele de outra maneira. Ele teve que sorrir, ela era exatamente como ele imaginara que seria. — Então, o que diabos está acontecendo exatamente? — Ela perguntou, sem perder tempo. Ela se agitou e começou a tossir, e Clayton franziu a testa. Encheu um copo de água para ela e levou-o para a cabeceira, sentando-se pesadamente em um banquinho ao lado de sua cama. — Não sei em quanto disso você acreditaria, ou mesmo no quanto gostaria de ouvir. — Oh, confie em mim... — disse Krista com um brilho nos olhos — Quero ouvir tudo. Clayton se remexeu por um momento, enquanto tentava descobrir por onde começar. Ele sempre pensou que seria fácil explicar a ela o que havia acontecido e o quão importante era para o clã deles, mas agora que era posto à prova, as palavras pareciam falhar. — Ok, então por que não me deixa começar — disse Krista, tocando o queixo. — Por que te reconheço? Por que está me seguindo? E por que esses caras estão tentando me matar? — Não acho que eles estão tentando te matar — disse Clayton. — Mas se eles te pegassem, acho que você desejaria rapidamente a morte. O que eles fariam com você é muito pior do que a morte. — O que você quer dizer? E quem é você, afinal? — Meu nome é Clayton e sei que seu nome é Krista. Agora, essas pessoas também sabem seu nome. E não acho que seja uma coisa boa. — Bem, obviamente não, se isso significa que eles podem me encontrar onde quer que eu vá — Disse Krista com uma careta. — Sim, eles provavelmente poderiam agora. Mas você está muito mais segura aqui do que em seu próprio apartamento. — Oh meu Deus, meu apartamento... Todas as minhas coisas. Elas provavelmente estão todas queimadas agora — disse Krista, colocando a cabeça no travesseiro com força. — Sabe o quão difícil é encontrar o guarda-roupa perfeito? Vocês realmente me devem por isso. — Sinto muito — disse Clayton, tentando esconder o sorriso. — Posso ter agido de modo um pouco imprudente, mas não sabia mais como protegê-la. — Bem, acho que é melhor do que ficar presa com esses caras. Eles são bem cruéis — disse Krista. — Você não faz ideia. — Disse Clayton, seu rosto ficando duro. A mudança de humor dele era óbvia, e Krista ergueu os olhos, o rosto brilhando de intriga. — Acho que você também não gosta muito. — Disse Krista com um sorriso tenso. — Eles mataram meu pai. — Disse Clayton, meditando na direção da porta. — Então o que faz você pensar que eles não querem me matar? — Krista disse, seu rosto subitamente preocupado novamente. — Porque você é útil para eles — Clayton disse a ela. — E, na verdade, você também é útil para nós. Mas isso vai ser muito difícil para você entender e para eu explicar. — Sempre que algo for difícil para mim, vou começar do começo — disse Krista, — e abrir caminho. — Bem, no começo da minha história, havia Kaldernon — disse Clayton, pensativo. — É de onde viemos. Todos no meu clã. E seus antepassados também. — Meus ancestrais? Todos os meus ancestrais morreram em um barco, todo o resto a partir de então, era apenas pura sorte que minha linhagem fosse capaz de durar tanto tempo. — Bem, sei algo sobre sua linhagem que você não sabe, e é aí que a origem dessa angústia se originou. Posso mostrar para você, se você quiser. Mas é um lugar muito especial que a maioria das pessoas não consegue ver. No entanto, sei que você provavelmente já percebeu que tem sentidos maiores do que a maioria das outras pessoas até agora. E seu dom para a música. Krista olhou para ele bruscamente. Ela não achou que gostaria do fato de ele saber que cantarolava. — Não sou nada de especial — disse ela nervosamente. — Permita-me discordar — disse Clayton. Krista ergueu uma sobrancelha para ele, mas não disse nada. Ele era um homem muito atraente, e era bom ser elogiada. Mas também poderia ser apenas uma conversa louca e bajulação para impedi-la de adivinhar o que realmente estava acontecendo. O que era exatamente? Ela ainda não tinha ideia. CAPÍTULO DOZE
— Na verdade, você é muito
especial. Você vem da mesma terra que o meu clã. Estamos presos neste planeta há muitas gerações. Foi um erro cairmos na Terra. Somente as pessoas que são do nosso mundo podem ver Kaldernon. Muitas pessoas nem conseguem nos ver, apenas por estarem tão convencidas de que nada disso poderia existir. — Então, quem é você, afinal? — Perguntou Krista, desesperada por respostas. — Somos Shifters Dragões — disse Clayton. — Acho que você me viu se transformar em dragão mais de uma vez. Portanto, isso não deve ser uma grande surpresa. — Eu vi um pouco mais do que isso... — disse Krista, erguendo as sobrancelhas ironicamente, com a lembrança de seu corpo perfeito e nu se aproximando dela em toda a sua glória, em seu apartamento. Ele era ridiculamente bonito, e ela sentia que aquela seria a lembrança que valorizaria. — Sinto muito por isso — disse ele, apertando os lábios com um sorriso divertido. — Eu não sinto. — disse Krista com um sorriso. O rosto de Clayton ficou vermelho e ele olhou para o chão. Ela riu, achando engraçado e adorável poder fazer esse homem feroz e bonito corar. — De qualquer forma, sua linhagem é especial. Meu clã está diminuindo e apenas pessoas do nosso mundo podem nos ajudar a repovoar. Depois que essa geração de Shifters se for, sumiremos para sempre, sem nunca encontrar um caminho de volta ao nosso próprio mundo. — Os Guardiões que estão atrás de você, sabem que é capaz de carregar filhos de Shifters e eles pensam que seu sangue os ajudará a abrir e fechar os portais entre as dimensões. Estão obcecados em erradicar qualquer coisa remotamente mística e interplanetária. Querem manter a Terra pura, dizem eles, e recorrerão ao derramamento de sangue incessante e sem coração, sempre que possível, para fazer o trabalho. — Espere um minuto — disse Krista, levantando a mão e olhando-o nos olhos. — Você está tentando me dizer que por causa de algum tipo de sangue especial que tenho, de alguma outra dimensão, posso ter bebês dragões? — Algo assim — disse Clayton, deixando um sorriso enrugar seu rosto. Ele tinha uma covinha na bochecha esquerda e Krista olhou para o modo como seu lindo rosto se iluminou quando sorriu. Sua voz profunda era calma e suave, mas Krista ainda achava toda a situação um pouco ridícula para o gosto dela. — Acho que vocês são loucos, e seja qual for a guerra santa que pensam que estou no meio, acho ridículo. Gostaria de ir para casa — disse Krista. Se ele era bonito ou não, queria dar o fora dali. — Não é seguro para você lá fora. Você viu o que eles estavam tentando fazer. Eles não vão parar até te capturar. — Talvez eles pensam que morri no incêndio. Sei que pensei que iria — disse Krista, com o rosto pálido. — Eles saberão que você está segura, mas não sabem onde está. Assumirão que você está aqui, tenho certeza, mas sabem que não devem se esgueirar na cova de um dragão. — Espere, volte. Você está tentando me dizer que todo mundo aqui é um dragão? — Krista disse, erguendo as sobrancelhas em descrença. — Até aquele médico que me ajudou a respirar melhor? — Bem, nascemos Dragões e somos capazes de mudar para uma forma mais prática. Você consegue imaginar que tipo de fome sentiríamos se fôssemos dragões o tempo todo? Comeríamos tanto que não restaria nada no planeta — disse Clayton rindo. — Eu já tenho um apetite bastante saudável. — Então você escolheu parecer tão devastadoramente bonito? — ela se aventurou com ousadia. — Eu... não. Na verdade, favoreço a minha mãe. Que pergunta, ele pensou, tentando pensar em outra coisa menos em sua excitação. A mulher certamente era descarada. — Vejo. Então você é um garoto bonito. Houve um silêncio constrangedor, antes que ela se permitisse cair em um ataque de riso musical. Clayton riu com ela, seus olhos brilhando. Eles se entreolharam por um momento e, quando ficaram quietos novamente, o silêncio entre eles parecia cheio de vida. Ele nunca teria adivinhado o quanto adoraria conversar com Krista. Ela era enigmática e intrigante. Não só isso, mas era extremamente bonita. Ele podia olhá-la o dia inteiro e, de fato, já fazia exatamente isso há um bom tempo. — Receio que você precise ficar aqui por um tempo, pelo menos até que a barra esteja limpa. Ajudaremos você a encontrar um lugar confortável para ficar, quando parecer seguro o suficiente. Mas realmente espero que você decida ficar conosco. Talvez você possa encontrar felicidade dentro do nosso clã. — Sim, certo... — disse Krista com um sorriso. — Vocês só querem que eu tenha bebês dragões. — Bem, isso seria conveniente — disse Clayton com uma risada. — Mas, na verdade, percebemos que não podemos forçá-la a ter um filho com um de nós. Sabemos o quão primitivo isso seria. Você tem uma escolha aqui, mas realmente espero que você opte por nos conhecer um pouco, antes de se decidir. — Tudo bem — disse Krista, — acho que podemos ver como as coisas serão. Tenho certeza de que estou tendo algum tipo de pesadelo de qualquer maneira, por isso realmente não importa no final. Clayton riu e se levantou, curvando os lábios em um sorriso sexy. Ele acenou para ela e foi em direção à entrada da sala. — Bem, você lida com isso da maneira que precisa. Manteremos você em segurança até que haja outra opção. Talvez eu possa lhe mostrar Kaldernon quando estiver se sentindo melhor. Por enquanto, vou dormir um pouco. Estou muito cansado. Krista assentiu, observando-o com olhos curiosos enquanto se movia graciosamente para fora da sala. Os olhos dela permaneceram no corpo malhado e musculoso dele, e de repente ela soube o que os homens queriam dizer quando pensavam: amo essa bunda. Ela riu baixinho para si mesma, balançando a cabeça em confusão. No que ela se meteu? Tudo o que contara a ela parecia tão estranho e ridículo. Mas, por algum motivo, ela sentiu que ele estava dizendo a verdade. Algo em seu interior ressoava com ele, e ela decidiu que, pelo menos por enquanto, confiaria nele. E não apenas porque era bonito. CAPÍTULO TREZE
Cerca de uma semana depois, Krista
estava em pé e conseguia respirar sem nenhum problema. Parecia que tivera um terrível caso de bronquite, mas agora que seus pulmões e garganta estavam melhorando, ela estava curiosa sobre o lugar estranho que o homem bonito a levara. Clayton. O homem que a seguia antes que fosse atacada. O homem que a salvou, duas vezes, dos homens carecas aterrorizantes com olhos sem alma. Fundamentalistas, ele os chamara. Homens com a missão de proteger o mundo de homens bonitos como Clayton. Krista riu de si mesma. Só porque era bonito, não significava que não era perigoso para ele estar no planeta dela. Ou era esse seu planeta? A alegação era de que eles eram do mesmo lugar. Como ela deveria saber se esses seres interdimensionais eram ou não seguros para coexistir? Esses eram os tipos de perguntas que ela nunca pensou em fazer para si mesma. Embora sempre estivera muito interessada em histórias sobre viagens no tempo e pessoas que pudessem pular em diferentes dimensões no tempo, nunca considerou a possibilidade de que houvesse alguma verdade nelas. Mas agora, essa bela criatura, que poderia se transformar em um dragão e salvá-la à vontade, lhe dizia que era melhor acreditar em tudo que ele dissera. Foi meio assustador, mas também emocionante. — Eu acho que você está pronta para se juntar à comunidade para jantar agora — disse o Dr. Mason, andando na sala médica subterrânea com um sorriso satisfeito no rosto. — Você fez alguns progressos notáveis. Sei que nossa tecnologia é avançada, o que tem muito a ver com isso, mas também ajuda que os Lonis se curam rápido. Tenho certeza que você percebeu isso ao longo da sua vida, provavelmente você nunca ficou doente. — Na verdade, realmente. — Disse Krista, um pouco surpresa. Ela não tinha certeza se acreditava que sua família era do mesmo mundo interdimensional. Clayton vinha visitá-la de vez em quando, enquanto se recuperava, e eles se aproximaram muito rapidamente. Não só ele era bonito, mas era gentil, inteligente e engraçado. E parecia fascinado por ela. Ele admitiu que eles estavam tentando protegê-la por um longo tempo, o que significava que eles provavelmente já haviam se visto mais de uma vez. Isso explicaria por que ele se sentia tão familiar. — Bem, isso não me surpreende nem um pouco — disse o médico, interrompendo seus pensamentos. — Muitas pessoas têm os sintomas por mais tempo, mas você se recuperou muito rapidamente. Posso até ver que você se queimou, mas deixou muito pouca marca na sua pele. Para a maioria das pessoas, vira uma cicatriz, mas para você, quase sumiu. É realmente notável, não é? Você deve estar muito orgulhosa de sua herança. A conversa sobre sua herança a deixou desconfortável, e ela simplesmente olhou para longe silenciosamente enquanto o Dr. Mason fazia todos os ajustes necessários em seu quarto. Ela estava animada por poder sair da sala e conhecer mais pessoas Shifters do clã Kersh. — Olá — a voz sedosa de uma mulher falou, olhando Krista. — Dr. Mason me disse que você está se sentindo muito melhor agora, mas precisará de algo para vestir enquanto estiver aqui. Krista não tinha certeza do que dizer e simplesmente assentiu. Ela estava bastante deprimida que todas as suas roupas provavelmente foram arruinadas no fogo, e o que ela vestia também foi chamuscado e arruinado. — Meu nome é Jasmine — disse a mulher com um sorriso. Ela tinha cabelos ruivos encaracolados e um rosto gentil, e parecia ter mais de trinta anos. — Vim tirar algumas medidas, gostaria de fazer um traje tradicional para você. Pensei que poderia ajudá-la a se sentir um pouco mais perto de sua ascendência Loni. — Tudo bem. — disse Krista, incerta. — Obrigado. — Oh, não diga isso. Só queria que você estivesse vestida adequadamente para ver Kaldernon pela primeira vez. Tenho a sensação de que você entenderá tudo perfeitamente naquele momento e talvez sinta que está vestida para a ocasião. Sei que me sentiria infeliz se tivesse a mesma oportunidade e a desperdiçasse usando vestes de hospital. — Agradeço sua consideração — disse Krista com uma risada. — Acho que vai ajudar você a se sentir melhor — Jasmine disse com uma piscadela. — O traje de uma Loni é tradicionalmente muito bonito e elegante. Vai lhe servir espetacularmente. Será uma ótima maneira de homenageá-la, quando você se juntar ao clã para jantar hoje à noite. — Honra-me? — Perguntou Krista, erguendo as sobrancelhas. — Sim, honrar você. Estamos todos muito animados para conhecê-la. É uma das últimas de sua espécie na Terra, você sabe. Isso faz de você uma pessoa muito cobiçada para nós. Trabalhamos há muito tempo para protegê-la e mantê-la segura. É a maior honra poder recebê-la em nosso clã, mesmo que seja apenas uma breve reclusa do perigo. Faremos o possível para protegê-la a todo custo. — Isso é um pouco extremo — disse Krista, mudando desconfortavelmente. — Vocês nem me conhecem. Jasmine parecia divertida com isso. Ela riu e seus olhos se enrugaram gentilmente enquanto tirava uma fita métrica. Ela chamou Krista para perto e começou a tirar suas medidas. — Não precisamos conhecê-la para honrá- la — disse Jasmine. — Você pode não estar acostumado a ser honrada, mas confie em nós, você foi reverenciada desde o momento em que nasceu e, portanto, permanecerá honrada pelo clã Kersh. Krista ficou quieta quando Jasmine terminou de tirar suas medidas e assentiu em silêncio, enquanto saía para começar a trabalhar no vestido. Ela duvidava de que estaria pronto para o jantar naquela noite, mas ficou surpresa quando ouviu uma batida na porta por volta das cinco da tarde. — Aqui está — Jasmine sussurrou, apresentando a Krista o vestido mais bonito que já vira. Parecia muito com os vestidos usados na Terra, mas era muito mais fluido e elegante. Era feito de um tecido que nunca vira antes, cintilante e delicado, quase como seda, mas, ainda mais suave ao toque. Isso fez todo o seu corpo brilhar quando ela vestiu o vestido, e Jasmine a ajudou a amarrá-lo em todos os lugares necessários. Havia um pedaço de pano, quase como uma faixa, que ela usava entre os seios, e Jasmine conseguiu convencê-la a deixá-la arrumar seu cabelo da maneira tradicional Loni. — Tenho certeza de que, a essa altura, os estilos mudaram em Kaldernon, mas fomos capazes de salvar o material que precisávamos para fazer este vestido. Alguns de nós trouxeram consigo as últimas coisas que tocavam. Foi a única maneira de sobrevivermos tanto tempo na Terra, antes de entendermos como o planeta funcionava. — Isso deve ter sido assustador para você. — Disse Krista com uma careta. — Foi difícil — Jasmine disse com um aceno de cabeça. — Mas as coisas estão muito melhores agora e certamente melhorarão. Afinal, podemos encontrar o caminho de volta. Lonis são abençoados com uma intuição sagrada. Krista suspirou e permitiu que Jasmine a conduzisse ao refeitório. Ela não tinha saído de seu quarto na enfermaria desde que chegou e, ao atravessarem os corredores, ficou muito triste com o estilo de vida empobrecido ao qual o povo Kersh fora forçado. Assim que entrou na sala de jantar, seus olhos encontraram instantaneamente os de Clayton. Ele acenou com a cabeça em sinal de agradecimento e fez sinal para ela. — Todo mundo, gostaria da atenção de vocês, por favor — disse ele em uma voz alta e crescente. — Este é Krista, a última Loni restante na Terra. A sala se encheu de murmúrios silenciosos, enquanto Krista caminhava em direção a Clayton. Havia dois assentos, em uma grande mesa de banquete, em uma plataforma elevada onde Clayton estava sentado. A plataforma estava direcionada para todos os outros. Aparentemente, ele era o líder deles, algo que não havia considerado antes. O olhar em seus olhos quando ele a olhou fez seu coração pular uma batida. Ele era tão bonito e não conseguia tirar os olhos dela. Ela lembrou de um dos dias em que ele a visitou no quarto da enfermaria, e ele tropeçou em si mesmo e em suas palavras, tentando dizer em como ela estava bonita, apesar do fato de estar acamada. Ela nunca imaginaria que ele falaria com tanta facilidade e autoridade, a um grande grupo de pessoas, quando ele parecia estar nervoso demais para olhá-la nos olhos às vezes. Ele era sexy e feroz, mas também era incerto e tímido. — Espero que você aproveite a sua refeição — disse ele com um sorriso privado para ela quando se sentou ao lado dele. Ela assentiu, sentindo-se mais bonita e bem-vinda do que jamais havia se sentido em sua vida. O clã estava em êxtase por finalmente encontrá- la, e ela viu que muitos deles estavam mudando por algum motivo, se transformando em meio-dragões e meio- humanos antes de finalmente relaxar de volta à sua forma humana e continuar a brindar por ela. — Você atrai para fora o Dragão que há em nós — disse ele com uma piscadela, rindo e olhando para o prato de comida. Uma mulher e um homem estavam começando a servir a multidão, e um grande prato de comida fumegante foi colocado na frente de Krista. Seu estômago roncou alto e Clayton riu. — Faz um tempo desde que você fez uma refeição real, não é? — Clayton disse. Krista assentiu e olhou para o prato. A comida cheirava melhor do que qualquer coisa que já cheirara antes, mas ela nunca tinha visto nada assim. Clayton a viu olhando e sorriu. — Esta é uma especialidade de Kaldernon. — Explicou ele. Ele se inclinou perto da orelha dela e começou a explicar silenciosamente o processo de cozimento. O som profundo de sua voz estridente trouxe arrepios em seus braços, e ela esperava que nunca parasse de falar. No entanto, é claro, ele precisava, e logo ela estava cavando o prato, saboreando a refeição com um profundo prazer que não achava possível. Eles conversaram casualmente enquanto comiam, a voz profunda e suave de Clayton parecendo prestar atenção apenas nela. Ela nunca se sentira tão íntima com outra pessoa antes e desfrutara da refeição mais do que pensava. Depois do jantar, Clayton anunciou que a levaria para ver Kaldernon. Todos murmuraram em excitação e concordância, mas não o seguiram quando ele a pegou pela mão e a levou para fora dos túneis subterrâneos. CAPÍTULO QUATORZE
Seu coração batia forte no peito quando a
mão forte dele a puxou para frente, levando- a através do labirinto e saindo para a luz do sol. Ela olhou para o céu, animada por finalmente ver as nuvens e o sol. Fazia muito tempo, e começava a se sentir deprimida. Quando seus olhos se ajustaram à luz, ela ofegou. Havia um brilho no céu, quase como a aurora boreal. Ela nunca tinha visto algo tão bonito antes, e as cores pareciam combinar com as que estavam em seu vestido. — Você está tão linda — disse Clayton, puxando a mão dela em direção aos seus lábios quentes e pressionando um beijo suave nela. — Você vê o mundo lá em cima? É daí que viemos. E se quiser, é para lá que tentaremos retornar. Se encontrarmos um caminho, antes que os Guardiões destruam todos nós, eu poderia levá-la conosco. Os olhos de Krista se encheram de lágrimas. Ela nunca tinha testemunhado algo tão bonito, ou se sentiu tão amada e aceita por alguém antes. Ela se sentiu envergonhada por ser tomada pela emoção, mas felizmente ele não riu dela. Em vez disso, ele parecia entender exatamente como ela se sentia e passou o braço forte em volta do ombro dela. — Eu te conheci antes, depois que meu pai morreu. Claro, você não se lembra — Ele disse suavemente. — Mas eu nunca esqueci. — Do que você está falando? — Perguntou Krista, confusa. — Tenho protegido você esse tempo todo, todos esses anos. Éramos jovens, talvez com cerca de dez anos. Você estava cantando aquela linda canção Loni que nunca te deixa. Fiquei encantado com isso, é claro. — Ele disse com uma risada. Ela ouviu, intrigada, seu coração batendo forte enquanto Clayton falava. Seus olhos gentis olharam para ela, incertos e tímidos. Ela sorriu para ele e o incentivou a continuar. — Bem, você deixou cair um pedaço de papel e não percebeu. Então senti que deveria pegá-lo para você. E peguei. Eu queria ficar e conversar, mas depois fiquei com medo. Eu sabia que você não deveria me ver. E entao… — Você foi embora — Krista disse suavemente. — Na verdade, me lembro disso, e penso em você há muito tempo. Não acredito que você é a mesma pessoa. Tudo isso parece tão inacreditável. — Gostaria de estar inventando — disse Clayton, passando as mãos pelos cabelos pretos. Seus brilhantes olhos verdes fitavam Kaldernon, e ela aproveitou a oportunidade para permitir que seus próprios olhos percorressem o corpo dele, repousando sobre o rosto esculpido. — Mas essa é a verdade, estamos protegendo você. Não há mais ninguém como você aqui. Mas no outro mundo, você não ficará mais sozinha. — Você gostaria de não ter que me proteger? — Perguntou Krista. — Claro que não, é a única coisa que deu sentido à minha vida depois que perdi meu pai. Você tem sido a minha vida inteira esse tempo todo. Sem nunca saber. Krista virou-se para ele, abrindo a boca e fechando-a, sem saber o que dizer para ele. Seu belo rosto abriu um sorriso brilhante, e ele a puxou para perto de seu corpo musculoso. — Posso fazer algo um pouco estranho? — ele perguntou. Ela não tinha certeza do que dizer, mas assentiu de qualquer maneira. Clayton virou meio dragão então e respirou fundo contra o pescoço dela. Ele voltou para sua forma humana e sorriu. — Como foi isso? Ela engoliu em seco, chocada com a inesperada onda de desejo que ele acendeu dentro dela. — Que raio foi isso? — Ela sussurrou. — Eu queria ver se somos um par... — disse ele com um pequeno sorriso. — Como você se sentiu? Ela olhou para o chão, com o rosto vermelho. Ela nunca esteve com um homem antes, mas esse gesto aparentemente inocente tinha sido mais agradável do que imaginou que o sexo seria. Os olhos de Clayton dançaram. Ele teve sua resposta. A respiração dela foi cortada quando ele pressionou os lábios quentes contra a boca dela, e estremeceu quando a língua dele começou a massagear a dela. Ele a agarrou com força em seus braços fortes, firmando-a quando suas pernas ficaram fracas. — Você é tão bonita... — disse ele, seus olhos reptilianos brilhando sensualmente. Ela gemeu de prazer quando ele a levantou e a segurou com força, pressionando as costas contra uma árvore e beijando-a fervorosamente pelo pescoço. Ela sentia a intensidade de seu desejo, enquanto eles continuavam se beijando, e passeava suas mãos para cima e para baixo nos grandes bíceps dele. Ela queria tocar os músculos dele por um longo tempo, e os agarrou com força, fechando os olhos em êxtase quando o sentiu crescer contra sua coxa. — Não posso acreditar que você cuida de mim todo esse tempo, e eu nunca soube quem você era. — Ela sussurrou em seu ouvido, segurando um punhado de seus cabelos. Ela sempre sentiu que estava se guardando para alguma coisa, mas nunca imaginaria que seria algo assim. — Eu sempre acordo e durmo pensando em sua segurança — disse ele, dando beijos quentes na clavícula e passando a mão forte para cima e para baixo nos seus quadris. Ela ficou tensa quando seu corpo foi dominado por tentáculos de prazer. Ele descansou a mão na coxa dela, acariciando até que ela estivesse ofegando por mais. Ele se permitiu deslizar a mão sob a saia dela, enquanto libertava um de seus seios grandes dos limites de seu vestido. Um gemido profundo e gutural escapou de seus lábios quando seus dedos roçaram sua abertura molhada. — Como você está fazendo isso? — Krista ofegou, seus lábios carnudos quentes e ofegantes em seu ouvido. Ele estava fazendo o possível para se conter e ir devagar, sabendo que se fossem um par, como seu pai e sua mãe foram um par, então seria a primeira vez para os dois. Os prazeres eram novos e imensos. De repente, sentiu um peso quente em sua virilha, dedos agarrando seu eixo e desafiando-o a empurrar os limites de sua carne. Ele gemeu quando seu membro ficou inchado em suas mãos, pulsando com uma necessidade que ele nunca conhecera antes. Ela apertou os quadris contra a mão dele e ele permitiu que ela arrastasse seu sexo molhado pelo pulso dele, enquanto deslizava a mão pelo comprimento de seu membro, explorando todas as curvas com movimentos suaves e enlouquecedores. Por fim, Krista não conseguiu resistir à curiosidade e puxou o pau duro da calça, pressionando-o contra a coxa e trazendo um gemido aos lábios. Ela nunca quis tanto alguém antes, e ele sibilou quando a cabeça de seu pênis encontrou a caverna quente e convidativa entre as pernas dela. As mãos dele percorreram o corpo dela, acariciando cada curva dela, até que os dedos roçaram o monte duro do mamilo. Ela reprimiu um grito de êxtase, apertando mais o punho dele. Ele fechou os olhos quando uma onda de prazer o atravessou. Ela finalmente soltou seu pênis e passou as unhas pelas costas dele, dando-lhe mais espaço para relaxar entre as pernas. Ela inclinou a cabeça para trás em êxtase quando começou a penetrá-la. Ele foi devagar, saboreando cada momento. Krista gemeu profundamente ao sentir cada curva do seu eixo empurrando os limites de seu corpo, pressionando com força dentro dela até que ela engasgava com um suspiro que era uma mistura de prazer e dor. — Você está bem? — Ele perguntou a ela. Ela manteve os olhos bem fechados, mas assentiu e ele começou a estocar lentamente, incapaz de se segurar por mais tempo. — Foda-se! — ela sussurrou, mordendo o ombro dele para não gritar mais alto. De repente, aconteceu. Ele empurrou o selo que a definira como virgem por tanto tempo. Clayton parou, olhando-a com olhos arregalados e preocupados. — Não pare — ela sussurrou, puxando-o para mais perto pela cintura. Seus olhos verdes brilhavam sombriamente, incapazes de esconder a luxúria animal que estava transbordando logo abaixo de sua fachada composta. Ele foi dominado por sua necessidade e arremeteu seu pênis nela o mais forte que pôde. Ela gritou em êxtase quando o corpo dele começou a mostrar o quão poderoso realmente era. Ele beijou seu pescoço e acariciou seus seios, cobrindo sua boca com a dele para reprimir os gritos de prazer que ela emitia toda vez que se afastava dela e estocava com força dentro dela novamente. Ela queria que durasse para sempre, mas seu corpo tinha outros planos. O prazer crescente que eles estavam trabalhando alcançou seu auge, e ela não tinha para onde ir a partir daí, mas para cima. Seu corpo tremia sob o de Clayton quando seu pênis perfeito estocou uma última vez. Seu corpo estremeceu poderosamente, apertando-o com força enquanto ela soltava uma inundação quente em torno de seu membro. Ele fechou os olhos, sibilando de prazer enquanto o corpo dela ordenhava seu pau quando gozou, até que ele não conseguiu mais conter a erupção forte de sua semente quente. Os dois gemeram profundamente, uma necessidade neles tão plenamente satisfeita que ambos caíram no chão, agarrando-se fervorosamente e abraçando-se com força. As sensações de prazer a invadiram em ondas de uma maneira que ela gritava alto. Finalmente, seu corpo estremeceu poderosamente quando seu orgasmo quase a derrubou. Ele sibilou de prazer quando o clímax dela começou a inundar seu eixo, e desencadeou outra rodada de estocadas incansáveis que a deixaram sem fôlego e ansiando por mais. Finalmente, ela o sentiu tenso e gemeu de felicidade quando sua semente quente derramou dentro dela. Foi como uma erupção vulcânica que a levou ao auge do clímax. Eles se apoiaram fracamente um no outro, ofegando quando ele lentamente se retirou dela. Eles ficaram em silêncio por um momento enquanto pressionavam suas testas. De repente, sentiu-se leve, como se perdesse a gravidade. Ela sabia, sem realmente saber, exatamente o que aquilo significava. Ela olhou para Clayton, pensando se devia ou não contar a ele ou se deveria guardar para si mesma. Talvez ela não devesse ter esperanças, e talvez nem estivesse certa. Mas sabia que sua intuição estava lhe dizendo que seu corpo não era mais dela. Sua semente conseguiu impregná-la com apenas uma tentativa. O pensamento de alguma forma a fez esquentar de novo, e ela pegou seu lindo rosto com as duas mãos e o beijou apaixonadamente. — Quer tentar de novo? — ela sussurrou, e Clayton sorriu. — Eu adoraria.