Você está na página 1de 430

STAFF

Disponibilização: Sunshine
Tradução: Isabeau D'Anjou
Revisão Inicial: Chloe Moore, Sakura
Revisão Final:Anny
Leitura Final: Ravena
Formatação: Azalea Bufonni
AVISOS SUNS!

A tradução foi efetuada pelo grupo Sunshine Books, fãs e admiradores da


autora, de modo a proporcionar ao leitores e também admiradores o acesso
à obra, incentivando à posterior aquisição. O objetivo do grupo é selecionar
livros sem previsão de publicação no Brasil, traduzindo-os e
disponibilizando-os aos admiradores, sem qualquer forma de obter lucro,
seja ele direto ou indireto.
Levamos como objetivo sério, o incentivo para seus admiradores
adquirirem as obras, dando a conhecer os autores que, de outro modo, não
poderiam, a não ser no idioma original, impossibilitando o conhecimento de
muitos autores desconhecidos no Brasil.
A fim de preservar os direitos autorais e contratuais de autores e editoras, o
grupo Sunshine poderá, sem aviso prévio e quando entender que necessário,
suspender o acesso aos livros e retirar o link de disponibilização, daqueles
que forem lançados por editoras brasileiras.
Todo aquele que tiver acesso à presente tradução fica ciente de que o
download se destina exclusivamente ao uso pessoal e privado, abstendo-se
de o divulgar nas redes sociais bem como tornar público o trabalho de
tradução do grupo, sem que exista uma prévia autorização expressa do
mesmo. O leitor e usuário, ao acessar o livro disponibilizado responderá
pelo uso incorreto e ilícito do mesmo, eximindo o grupo Sunshine de
qualquer parceria, coautoria ou coparticipação em eventual delito cometido
por aquele que, por ato ou omissão, tentar ou concretamente utilizar a
presente obra literária para obtenção de lucro direto ou indireto, nos termos
do art. 184 do código penal e lei 9.610/1998.
SINOPSE
A Horda tirou tudo dele.
Ele tem a honra de vingar seu povo e retomar seu palácio por qualquer meio
necessário.
Blane manteve seu povo escondido da Horda desde o dia em que eles
chegaram e exterminaram a raça dos dragões, mas eles não mataram todos
eles. Agora ele está de volta e fazendo um movimento contra a Horda. Ele
vai pegar de volta o que é seu por direito em um passo para travar uma
guerra contra aqueles que tiraram tudo dele. A única coisa que ele não
esperava era encontrá-la em vez dos filhos do Rei da Horda.
Ciara viveu nas sombras e sobreviveu à tortura nas mãos de seu próprio pai.
Ela treinou muito para encontrar seu lugar entre a Guarda de Elite. Até que
ela foi capturada por ele... mudando seu destino junto com ele em uma noite
fatídica.
Agora, ela vai provar a paixão desenfreada nas mãos de seu captor, e ela
não tem certeza se sobreviverá ao calor do Dragon King.
CAPÍTULO UM

Várias figuras ficaram banhadas pela luz da lua enquanto seu líder
decidia seu curso de ação. Séculos se passaram desde aquela noite fatídica
há tanto tempo, uma noite que ele nunca havia esquecido e nunca
esqueceria. A vingança os trouxe a este ponto no tempo, a este lugar de
horrores. Ele nunca iria perdoar o que eles fizeram, ou esquecer. Esse curso
de ação e caos o moldaram em um lutador, um sobrevivente. Ele foi movido
pela necessidade de vingança, para tirar deles o que eles tinham tirado de
seu povo. Esta noite ele faria o impensável: ele não se tornaria melhor do
que eles. Esta noite ele iria roubar os filhos do recém-coroado Rei da
Horda.

Blane ergueu a cabeça, olhando para o céu sem estrelas. Ele enviou
uma oração silenciosa para que não fosse em vão; que esta missão não iria
desequilibrar e que seu povo não sofreria mais por este jogo valente para
garantir a paz para sua espécie. A vida para sua espécie estava em crise,
sofrendo sem fim enquanto permaneciam nas sombras, em terras pelas
quais nem mesmo a Horda passaria e ainda assim eles não poderiam voltar
para casa, não sem garantir a paz ou derrubar a criatura mais poderosa da
Horda , seu rei.

Um ruído soou da boca da caverna em frente a qual esperavam,


trazendo Blane de volta ao aqui e agora.

Sadie pulou, balançando os quadris lambendo os lábios enquanto


mantinha sua linha de visão. Ela era mais jovem do que ele, facilmente
manipulável. Ele quase se sentiu mal pelo que tinha feito, seduzindo a
jovem empregada para alimentá-lo com informações. Blane não queria usá-
la, mas quanto mais ele aprendia sobre ela e seus irmãos, menos culpa ele
sentia por suas ações. Ela também era o que ele mais odiava, Horda em seu
âmago.

— Eles estão segurando a corte, — ela anunciou enquanto o sangue


escorria de uma delicada presa.

— Os guardas estão abatidos, para nunca mais acordar, — ela riu


musicalmente. — Agora me pague.

Blane havia prometido a ela lágrimas de dragão, uma mercadoria


inestimável, considerando que o mundo pensava que estavam extintas. Ele
estendeu um frasco, e os dedos dela se sacudiram e se contorceram de
desejo enquanto ela estendia a mão para aceitar o pagamento.

— Me diga, Sadie, o que você fará com eles? — ele perguntou


suavemente, com cuidado. Ele olhou para traços de mármore frio que horas
atrás estavam gritando de prazer enquanto ela montava em seu pênis.

— Vou usá-los para atrair crianças para mim, — ela ronronou. — O


sangue dos inocentes é... exótico, — ela suspirou com voz rouca como se o
pensamento de crianças indefesas a excitasse. Blane se aproximou, as mãos
coçando para envolver sua garganta delicada.

— Você mataria crianças inocentes para se divertir? — ele perguntou


com raiva, nem um pouco chocado. Ela era cem por cento Horda e
prosperava com a dor dos outros. Ele viu quando ela jogou a cabeça escura
para trás e riu como se a ira em seu tom a divertisse. A raiva pulsou através
dele, em brasa, a raiva encheu sua alma e rápido como um relâmpago, sua
espada cortou o ar sem som e sem esforço, como ele foi treinado para fazer
desde o nascimento. Seu olhar encontrou o dele quando sua cabeça deixou
seu corpo, separando-se dela. Nenhum som alcançou seus ouvidos além de
sua cabeça quando atingiu a areia sob seus pés.
— Esconda o cadáver, — ele rosnou.

— Você não precisava matá-la, — disse Fyra em um tom entediado. —


Ela poderia ter sido divertida.

— Não estamos aqui para nos divertir, — rebateu Blane. — Estamos


aqui para levar os filhos do rei.

— Você acha que ele vai se curvar a nós assim que os tivermos? — ela
argumentou. — Você é um tolo, Blane, se pensa que eles vão se importar
com o fato de terem ido embora. Eles são Horda, eles não têm amor por
seus descendentes, não quando podem fazer um suprimento infinito deles
agora.

— Ele é diferente, — Blane respondeu secamente.

—Ele os protege, o que significa que podem ser usados contra ele. Ele
trocará sua vida por eles e, assim que o fizer, morrerá pelo que fez à nossa
espécie. Depois que terminarmos seu reinado, iremos nos mover para tomar
o castelo e, com ele, governaremos a Horda.

— É isso o que você realmente quer? Para governar um bando


monstruoso e assassino que os dragões nunca se importaram em reivindicar
ou fazer parte? — ela perguntou enquanto seu olhar azul gelo procurava o
dele. —Não, você não quer ser rei, você quer acabar com eles pelo que eles
fizeram para nós. Se matamos a cabeça, o corpo não segue. Você e eu
sabemos que não é assim que funciona. Assim que ele morrer, outro
surgirá. Eu entendo sua posição, mas esta é uma guerra que não
venceremos, Blane.

— Não estamos tentando vencer uma guerra, — disse ele friamente. —


Eles massacraram minha irmã dentro dessas paredes, assim como meu
pai. Fury era o rei Dragão legítimo, e Alazander o assassinou simplesmente
porque ele podia, como um aviso para qualquer um que pensasse em se
levantar contra ele. Ninguém interveio, nenhuma casta real interveio para
nos defender depois de nos dar sua palavra de que lutariam ao nosso
lado. Em vez disso, eles deixaram a Horda nos atacar até que não restasse
nenhum dragão.

— Mas eles foderam tudo, não é? — ela riu suavemente. — Eles


deixaram um menino vivo e centenas de outros que estavam escondidos
deles. E agora vamos subir, Blane. Vamos torcer para que este plano
funcione, ou eles terão massacrado outro rei Dragão dentro destas paredes.

— Deusa está do nosso lado, — ele proferiu enquanto acenava para o


cadáver sem cabeça. — Livre-se dela antes que a próxima patrulha apareça
e descubra. Não terei esse plano frustrado antes de começar.

—Rumores dizem que eles têm uma Deusa real. —Wren resmungou,
se abaixando para soprar no cadáver. As chamas se acenderam nas mãos de
Wren, e as chamas do dragão em tons de vermelho e verde consumiram o
cadáver, deixando nada além de cinzas enquanto o fogo se extinguia. O
vento soprava forte, jogando-os na areia e nas águas atrás do castelo.

— Alguém tem algo útil a dizer? Ou todos vocês só querem segurar


seus paus e reclamar um pouco mais? — Blane disparou. Ele sabia que eles
estavam preocupados, inferno, ele estava preocupado. Ele poderia estar
levando seus melhores amigos para a morte. Esta era sua chance, porém,
sua hora. A Horda os manteve abatidos, evitando que fugissem por medo de
serem descobertos. Seu povo não poderia se esconder por muito mais
tempo, não com as criaturas da floresta atacando cada vez mais.

Não, ele tinha que se mover agora para garantir a paz. Seu povo
precisava de um lar, um lugar que pudesse chamar de seu. Eles se
esconderam nas montanhas, nos pântanos e nos desertos de Faery por muito
tempo. Os Magos estavam lá fora, se preparando para lutar contra a Horda,
e todos sabiam que eles não podiam lutar em duas guerras, não ao mesmo
tempo. Não com o dano feito a Faery, de onde retiraram suas forças. Era
agora ou nunca.

— Vamos andando, — ele rosnou enquanto caminhava em direção à


entrada da caverna, a entrada esquecida na fortaleza da Horda. Foi
construído quando o próprio castelo foi criado, um buraco para escapar caso
a Horda algum dia se voltasse contra a família real. Consistia em cavernas
baixas e passagens sinuosas e tortuosas que conduziam às profundezas do
castelo. — As proteções estão desativadas, os guardas estão mudando,
então fique atento. Se formos descobertos, você sabe o que fazer.

— Leva tempo para abrir o portal, lembre-se disso, — Fyra resmungou


quando eles entraram na caverna escura como breu. Não haveria como
escapar se fossem descobertos antes que Fyra pudesse abrir o portal, eles
iriam lutar, o que era mais do que seu pai tinha sido capaz de fazer.

Ele marchou através dos túneis escuros pelo que pareceram horas até
que alcançaram uma parede falsa, uma que Sadie tinha descoberto há muito
tempo quando ela estava dormindo com um guarda. Ele reservou um
momento para a vampira que ele despachou, e então um sorriso frio
apareceu em seus lábios. Ela não podia machucar mais crianças. Seus dias
se alimentando delas e deixando cadáveres em seu rastro era uma coisa do
passado.

Blane empurrou a porta e hesitou quando a parede rangeu alto e se


moveu, revelando a masmorra da Horda. O interior estava úmido, frio e tão
escuro quanto o túnel que eles acabaram de sair. Parecia não ser usado,
vazio até onde seus olhos podiam ver. Seu peito se apertou de dor ao
imaginar sua irmã e seu pai trancados nas minúsculas celas.
Ele empurrou a dor para longe, empurrou as memórias deles para o
fundo de sua mente quando ele emergiu na sala e fez seu caminho para a
escada que levava mais fundo na fortaleza. Uma vez lá, ele puxou a
armadura da bolsa que repousava em seu quadril. Eles fizeram um rápido
trabalho de mudar para o uniforme da Guarda de Elite, rezando para que
ninguém notasse a diferença no trabalho artesanal.

— De agora em diante, silêncio. Nem mais uma palavra até chegarmos


aos aposentos.

Levou tudo o que tinha dentro dele para não cortar o Fae que se movia
pelas salas maiores que eles entraram. Ninguém falou com eles, nem
mesmo os outros guardas que estavam posicionados em todos os lugares
dentro do castelo. Cada saída ou porta mantinha guardas armados, uma
precaução adicional para a falta de proteções. Seu pequeno grupo parecia e
se movia exatamente como eles, mas ele os observou de perto por mais de
um século enquanto se moviam pela terra de Faery.

Eles começaram a subir uma grande escadaria, nunca parando até


chegarem ao corredor mais distante. Eles se separaram dos outros que se
moviam pelos corredores, indo e voltando dos aposentos dos guardas e da
família real. Ninguém notou um grupo de guardas demorando-se dentro do
corredor onde a Guarda de Elite vivia, não quando eles pareciam pertencer
lá.

Assim que chegaram ao fim, Blane abriu a porta que dava para os
aposentos da família real. Seu olhar examinou o corredor com alívio ao
encontrá-lo vazio. Eles entraram lentamente, movendo-se ao longo da
parede enquanto ele procurava proteções para ter certeza de que a
informação de Sadie sobre eles estarem caídos estava correta. Assim que
teve certeza, ele removeu o capuz e colocou as mãos na parede mais
próxima de sua posição.
— Eles estão caídos, totalmente abatidos, — ele murmurou
distraidamente, se perguntando por que eles tinham feito isso. Por que
remover proteções nesta parte do castelo sem substituí-las rapidamente?
Estúpido, mas estava funcionando a seu favor esta noite. Ele passou por
várias portas antes de encontrar uma que era um carvalho velho, feito de
madeira antiga, exatamente como Sadie disse que seria.

Sua mão tocou a maçaneta quando uma voz musical soou no


corredor. Ele ficou tenso e se virou para os homens que estavam todos
alinhados como se estivessem protegendo o que havia dentro da sala. Ele
deslizou o capuz enquanto duas mulheres se moviam rapidamente pelo
corredor até sua localização.

Seu coração acelerou enquanto elas se aproximavam. Nenhuma das


mulheres lhes deu atenção enquanto se colocavam entre os guardas para
entrar na sala. O perfume rico e atraente das flores noturnas recém-colhidas
as seguia. Blane permaneceu rígido até que elas fecharam a porta atrás
deles.

— O que diabos vamos fazer agora? — Fyra exigiu em um tom


sibilante enquanto sua testa loira enrugava e franzia.

— São duas meninas, — Wren deu de ombros.

—Podemos usar mais mulheres de qualquer maneira. Não é um


problema.

Blane esfregou a mão no rosto enquanto se virava e olhava para os


dois lados do corredor antes de abrir a porta e entrar.
CAPÍTULO DOIS

Ciara riu dos lábios de Darynda enquanto elas faziam beicinho para os
berços vazios. Ela se sentia da mesma maneira, vê-los vazios foi um golpe
duro. Ela se ofereceu para estar no rodízio por uma chance de vê-los, de
bancar a babá de mentira até que eles voltassem. Todos tinham um papel a
desempenhar aqui, e com a guerra com os Magos surgindo no horizonte, ela
fez questão de colocar seu melhor pé em frente.

Claro, à noite, ela era livre para fazer o que quisesse, o que
normalmente acabava com ela pendurada nas duas boates que ela foi
autorizada a visitar pelo rei, seu irmão. Sua mão tocou distraidamente o
amuleto que pendia em seu pulso na pulseira de platina que Ryder lhe dera.

Ela sabia que não era apenas uma pulseira normal, mas hoje
coçava. Ela vestiu o lindo pingente até a pulseira se quebrar. Segurando-o
na mão para que o que quer que fizesse não alertasse seus irmãos sobre o
fato de que ela o removeu, ela se curvou sobre o berço e trouxe o cobertor
de Zander até seu nariz, inalando seu perfume. Ela sentia falta dos pequenos
monstros; seus sorrisos alegres e risadas intermináveis tinham tornado sua
vida aqui um pouco menos difícil de suportar ultimamente.

A porta se abriu e ela se virou, observando enquanto os guardas


entraram na sala. Seus olhos se estreitaram para eles e esperou que o guarda
falasse, quando ele não fez, ela falou.

— O que você está fazendo aqui? — ela perguntou, examinando o


físico do mais alto. — Eu fiz uma pergunta, você vai responder. — Não
eram seus irmãos, e a maior parte da Guarda de Elite era composta por seus
irmãos ou outros parentes. Ela se aproximou um pouco mais e observou
com horror quando ele retirou a espada.

Instantaneamente, ela convocou suas próprias espadas para as mãos,


como Zahruk a treinara para fazer. Ela examinou o corpo de Darynda, que
não respondeu à ameaça na sala. Sua boca abriu e fechou mesmo quando
ela atingiu o chão, com força.

— Vocês não são os Guardas de Elite, — Ciara fervilhou ao perceber


as diferenças em suas armaduras. Estava perto, mas a armadura real dos
guardas contornava seus corpos, tinha um tecido iridescente que os tornava
capazes de se mover sem serem detectados. Ciara observou enquanto ele
tirava o capuz, revelando olhos azuis penetrantes que nunca deixaram os
dela. Ele tinha maçãs do rosto altas e esculpidas, com uma boca carnuda
que se erguia nos cantos, dando a ela um sorriso malicioso perigoso. Seu
cabelo era uma mistura de castanho claro com pontas escuras que chegavam
aos ombros. Ele era impressionante, quase lindo. No entanto, havia
aspereza em seu rosto que indicava climas severos e sol. Não que tirasse
sua beleza, na verdade, acrescentou a ele.

— Não, não somos, mulher, — disse ele com um sotaque que Ciara
não conseguiu identificar. Ela deu outro passo para trás, dando-lhes espaço
suficiente para lutar contra eles. Seu coração saltou para a garganta e suas
mãos ficaram suadas contra o punho de suas lâminas enquanto o medo
subia por sua espinha. — Você realmente acha que pode lutar comigo?
— ele perguntou e ela sorriu com sua ingenuidade.

Ciara se lançou, pegando-o desprevenido enquanto fazia um ataque


ofensivo contra ele, ignorando os gritos assustados de Darynda quando a
lâmina se chocou contra a lâmina. Ele enfrentou seus ataques com
habilidade, desviando golpe após golpe enquanto ela continuava a atacá-
lo. Seus braços queimavam com as lâminas que ela invocou, muito pesadas,
não as finas que ela estava usando para praticar apenas algumas horas
antes. O treinamento de hoje foi exaustivo, com o objetivo de drená-la até
que ela não pudesse lutar mais. Foi assim que todos os cursos de
treinamento foram nas últimas semanas. Era assim que a Guarda de Elite
treinava para a guerra, e ela implorou a Zahruk para empurrá-la além de
seus limites. No entanto, ela não tinha planejado lutar contra os agressores
naquele dia, também.

Ele se defendeu de seu ataque e então bateu sua lâmina com força
contra uma das dela, enviando-a ao chão. Ciara olhou para ele enquanto
seus pulmões queimavam, seu peito arfava de exaustão e a realidade da
situação tomava conta. Seus olhos baixaram para a pulseira no chão, e então
voltaram no momento em que ele a forçou a entrar em ataques
defensivos. Ele calculou cada ataque, cuidadosamente apoiando-a na parede
e fora do espaço para se mover.

Ela estava desacelerando, seu corpo exausto do exercício rigoroso que


ela fez depois do treino de hoje. Sem dúvida Zahruk a pressionou duas
vezes mais hoje, para que ninguém fosse forçado a segui-la nos clubes esta
noite. Metal colidiu com metal até que Ciara sentiu Darynda em suas
costas, onde ela se levantou para assistir à luta. Ela estremeceu e tentou
empurrar para frente novamente, apenas para ele forçá-la de volta para onde
ele a queria. Ela empurrou sua lâmina para ele com tudo que tinha,
ignorando a dor que subia por seus braços com cada choque de seu metal. O
suor escorria por sua espinha quando uma sensação de mau presságio se
instalou.

O suor escorria por sua testa quando ela percebeu que as proteções não
estavam respondendo, e seus irmãos não estavam vindo. De alguma forma,
esses homens sabiam que as proteções estavam desativadas, e então ela
percebeu porque estavam. Esses homens vieram para levar os bebês, e uma
sensação de alívio a percorreu por Ryder e Synthia terem sido inteligentes o
suficiente para escondê-los.

— Abaixe isso, garotinha, — ele ordenou.


— Você primeiro, idiota, — ela fervia.

— Abaixe isso e você não se machucará, — ele emendou.

— Eu vou morrer antes de colocá-la no chão, — ela rosnou. Ela tinha


ouvido histórias de terror sobre o que aconteceu às mulheres quando a luta
terminou. Ela foi forçada a suportar horas intermináveis de gritos enquanto
seu pai levava suas mulheres para a cama. Ela não tinha interesse no que
aconteceria se ela parasse de lutar.

— Assim seja, — ele avisou enquanto avançava, enviando a lâmina


dela voando de suas mãos antes que ela soubesse o que ele pretendia
fazer. Ele ergueu a lâmina para atacar novamente e Darynda gritou.

— Ela é a princesa! Ela vale mais viva para você, por favor. Não a
mate!

O sangue de Ciara gelou quando ela voltou os olhos horrorizados para


Darynda. A traição doeu, e seus olhos lacrimejaram quando a realidade do
que Darynda havia dito foi registrada. Ela sabia que Darynda não o fazia
por malícia, ela estava tentando salvar Ciara da morte certa.

— Não, não... não, — ela sussurrou enquanto voltava seus olhos


horrorizados para o homem. Sua espada foi erguida, seus olhos se
estreitaram. Ciara o chutou bem entre as pernas, acertou um uppercut1 e
caiu, chutando o pé em um movimento que Synthia a ensinou. Ele caiu de
joelhos com um grunhido abafado quando a mulher atrás dele saltou para
tomar seu lugar.

Ciara recuou, empurrando Darynda com ela. A loira parecia que


gostaria de matar. Ciara focou sua mente, afastando todo o resto, e trouxe à
tona seus poderes reservados. Suas marcas se acenderam, dando prova da
afirmação de Darynda de quem ela era. Ela empurrou uma explosão de
energia para o grupo e agarrou a mão de Darynda, indo em linha reta em
direção à porta. Algo prendeu seu pé e ela tropeçou, levando Darynda com
ela.

Ela girou em seu traseiro e chutou, acertando-o bem no nariz com o pé


calçado com a bota. Ele ignorou como se não tivesse sentido o chute e a
puxou para si. A mão dele envolveu sua garganta. Ele a segurou ali, presa
sob o peso de seu corpo enquanto sua respiração difícil forçava seu peito a
subir e descer.

— Abra a porra do portal, — ele rosnou.

— Vamos lá, — disse a garota ao se levantar, olhando para Ciara com


ódio. — Pegue os bebês, — ele ordenou. Ciara virou a cabeça enquanto os
homens corriam para os berços, jogando cobertores e brinquedos.

Ela riu, embora tenha saído sufocado e distorcido de onde a mão dele
segurou sua garganta. — Seu idiota, você arriscou suas vidas por nada, —
ela gritou quando a mão dele aplicou mais pressão. — Você vai morrer por
isso.

— Eu acho que não, — ele sussurrou enquanto seus olhos procuravam


os dela. — Onde eles estão? — ele exigiu friamente.

— Eles estão com os deuses com quem compartilham sangue, — ela


retrucou e observou a cor sumir de seu rosto. — Os mesmos que vão te
caçar e te destruir. Você não tem ideia do que fez, não é? — ela riu e então
estremeceu quando ele se recostou, segurando-a com o peso de seu corpo.

— Abra essa porra de portal agora, — ele rosnou.


Darynda avançou, tirando-o de Ciara por tempo suficiente para que ela
se levantasse e corresse para a porta. Um ruído nauseante a deteve, e ela se
virou, olhando para a cabeça ensanguentada de Darynda antes de erguer o
queixo quando uma lâmina foi colocada contra sua garganta.

Seus olhos não deixaram o corpo imóvel de Darynda. O sangue se


acumulou ao redor de sua cabeça e Ciara gritou de angústia e raiva, o que
fez as proteções ondularem. O zumbido de perigo se intensificou, as
proteções começaram a brilhar e Ciara fechou os olhos quando sua sensação
de desesperança começou a diminuir quando as proteções alertaram o
guarda.

—Trinta segundos, — a mulher anunciou.

— Não tente fazer isso, — disse o homem enquanto Ciara se virava


para olhar para a porta e depois para a pulseira que estava ao lado de
Darynda. A lâmina perfurou sua carne enquanto ela se movia e ela ergueu
as mãos, empurrando-a para longe. Seus lábios se separaram quando um
chiado saiu de seus pulmões e suas palmas queimaram de dor por terem
sido cortadas. O sangue se acumulou a seus pés enquanto eles sangravam
abertamente. — Mulher estúpida, — ele retrucou enquanto empurrava sua
espada e agarrava seu cabelo. Ele a puxou com ele quando um portal se
abriu dentro do berçário.

— Não temos nada para negociar, — disse um homem com olhos


verdes esmeraldas.

— Pelo contrário, temos a única filha de Alazander em nossa posse, —


o homem com quem ela estava lutando respondeu enquanto puxava seu
corpo para perto do dele e a puxava através do portal.
CAPÍTULO TRÊS

O portal se abriu em uma floresta desconhecida para Ciara, cheia de


carvalhos antigos. O homem atrás dela segurou com força seu cabelo,
puxando suas costas contra ele enquanto ela tentava se distanciar de seu
corpo. Ele gritou ordens e a empurrou para o chão, seguindo-a enquanto a
puxava pelo pulso, avaliando o dano em suas mãos.

—Wren, cure-a agora, — ele ordenou bruscamente.

—Você lutou bem o suficiente para saber que não deve se agarrar a
uma lâmina.

— Eu luto bem o suficiente? Você tinha uma lâmina na minha


garganta, o que diabos você esperava? Que eu beijasse isso? — ela
retrucou.

— Qual o seu nome? — ele perguntou.

— Leve-me para casa, — ela respondeu com raiva.

— Eu te fiz uma pergunta, — ele rosnou.

— Chupe isso, docinho, — ela cortou.

Mãos agarraram as dela, e ela gritou quando uma dor ardente a


atingiu. As lágrimas encheram seus olhos e, tão rápido quanto começou,
acabou. Ela puxou as mãos dele, encontrando-as seladas, queimada, mas
selada.

— Que diabos? — ela gritou enquanto olhava para as cicatrizes


vermelhas de raiva. O homem de joelhos a puxou contra ele enquanto o
outro agarrava suas mãos novamente enquanto ela lutava para mantê-lo e
sua merda bizarra longe de suas mãos feridas.

— Fique quieta, — o homem em suas costas exigiu.

—Blane, faça isso já, porra ou nocauteie a vadia.

Ele baixou a cabeça morena até as mãos dela e lambeu a carne


queimada. Seu centro explodiu em fogos de artifício, todos explodindo
juntos, como se ele estivesse dentro de sua mente, tocando seu corpo em
vez de lamber suas mãos. Ela examinou sua boca e então sua mão enquanto
os puxava para longe dele.

— Tire essa coisa de cima de mim! — ela exigiu.

— Minha boca? — ele riu enquanto seus olhos azuis elétricos se


estreitaram e a observaram.

— Guarde isso para você, — ela bufou enquanto dava uma cotovelada
no homem atrás dela e tentava se levantar.

— Wren, me dê um pouco de corda para minha gatinha infernal, —


Blane ordenou.
Ciara observou enquanto Blane se levantava com Wren, movendo-se
para o grupo que ficava ao lado, examinando-os. Ela lentamente se levantou
e espanou as roupas enquanto olhava para as palmas curadas. Que diabos,
usou o calor para tratar a carne? Ela vasculhou seu cérebro até perceber
que eles cometeram um erro vital. Eles viraram as costas para ela. Ela
torceu a cabeça, olhando para a pequena trilha que levava mais fundo na
floresta.

Sua cabeça se moveu lentamente de volta para o grupo que estava


discutindo sobre algo longe o suficiente para que ela não pudesse entender
o que eles estavam dizendo. Ela se virou sem pensar duas vezes e correu o
mais rápido que seus pés permitiam. Os galhos das árvores estalaram e se
quebraram sob seus pés. Galhos bateram em seu rosto enquanto ela corria
pela floresta, deixando a trilha quando o som da água correndo atingiu seus
ouvidos.

Distância, ela precisava disso entre ela e seus captores para descobrir o
que fazer. Ciara clareou sua mente e tentou teletransportar, mas nada
aconteceu. Que diabos? Ela fechou os olhos, concentrando-se em sua
magia, apenas para que nada acontecesse novamente. Sem mágica? Seus
olhos vasculharam o céu, a área ao seu redor procurando por alguma razão
pela qual ela não seria capaz de usar sua magia. Sua mente disparou, seu
coração batendo forte em seus ouvidos enquanto ela se forçava a continuar
correndo. Ela atravessou a floresta em uma clareira e girou em um círculo
rápido, parando quando cavalos selvagens surgiram. Sério? Cavalos! A
única coisa em Faery que ela não conseguia montar.

Ela começou a avançar, apenas para ser levada ao chão. Ela deu um
tapa nele e colocou as pernas em volta da cintura dele, usando os
movimentos que seus irmãos lhe ensinaram para se defender.

— Cesse suas lutas, — ele exigiu.


— Você não pode esperar que uma garota apenas relaxe e deixe você
levá-la, filho da puta, — ela retrucou. Ela resistiu seus quadris e rolou seu
corpo, apenas para acabar montada em cima dele. Ela ficou chocada por ter
funcionado e parou um momento a mais. Ele segurou seus quadris com as
mãos e a empurrou para baixo em seu pau, o qual estava duro. — Pare com
isso, — ela sussurrou surpresa.

Ele os rolou, segurando-a com seu peso enquanto capturava suas mãos
acima de sua cabeça. Sua boca baixou e pairou contra a dela enquanto ela
jogava a cabeça para trás, esmagando-a contra o chão. Sua risada gutural
estreitou os olhos dela, e antes que ele adivinhasse seu movimento, ela
mordeu o lábio com força. Ele rosnou contra sua boca quando ela sentiu o
gosto acobreado do sangue.

Sua respiração soprou em seus lábios, e ela estremeceu e gemeu


quando sua língua empurrou em sua boca, mergulhando profundamente
enquanto procurava a dela. Seus olhos se arregalaram quando algo começou
a apertar em seu núcleo. Ela o empurrou enquanto ele explorava
vagarosamente sua boca. Ele puxou sua boca da dela com um olhar chocado
que espelhava o dela.

Ele a montou enquanto a levantava e a olhava fixamente como se ela


tivesse crescido outra cabeça. Galhos quebraram atrás deles, e ele virou sua
cabeça escura, estendeu sua mão e pegou o que Wren tinha estendido. Ele
se inclinou sobre ela, agarrando seus pulsos e puxando-os na frente dela.

Ciara estava perdida no que acabara de acontecer. Como diabos ele


conseguiu a vantagem quando ela o mordeu? Ele saiu de cima dela e a
puxou até que ela ficasse de pé, olhando para ele como se ele tivesse se
transformado em alguma criatura das profundezas do
desconhecido. Ninguém a beijou e viveu, o que significava que ninguém a
beijou, nunca. Ninguém ousava, não com quem e o que seus irmãos eram.
— Você me beijou, seu filho da puta, — ela sussurrou em choque.

— E? — ele retrucou com a voz rouca.

— Eu sou a Princesa da Horda, ninguém me toca, nunca, — ela


avisou. — É proibido.

— Você é Fae, princesa, você esqueceu essa parte? — ele retrucou


indiferente. — Você fode para se alimentar e tem um apetite enorme, pelo
que me disseram.

— Certamente deve ter escapado da minha mente, — ela respondeu


friamente enquanto ele a puxava pela corda que agora prendia seus pulsos.

— Se você correr de novo, farei mais do que apenas beijar você, —


alertou.

— Isso é para me assustar? Sou Fae, lembra? — ela atirou de volta


para ele secamente.

Seu sorriso malicioso enviou a raiva pulsando por ela. O


que ele era senão um Fae? Seus olhos percorreram a floresta, notando que
as árvores se moviam com eles. Eles os seguiram com olhos antigos que
enviaram um calafrio pela espinha de Ciara. Havia apenas algumas florestas
em Faery com criaturas que usavam as árvores para ver. Quando chegaram
à beira do prado, eles pararam.

— Prepare os cavalos, Wren. Fyra, quebre o portal. Klaus, você pega


as sacolas e nos encontra do outro lado da floresta, leva o cheiro até o
deserto sem areia e depois coloca as sacolas com nossas roupas e o sangue
dela no cavalo e manda por eles. Isso levará os cães para longe de nós por
tempo suficiente para chegar ao acampamento. Todos os outros, subam.

Ciara o observou através de seus cílios grossos enquanto ele


comandava os homens como um general comandava um exército. Ninguém
discutiu seu plano, nem uma única pessoa. Ele voltou seu olhar para ela, e
ela o encarou enquanto erguia os ombros e endireitava a coluna.

— E ela? — Fyra perguntou.

— Ela vai cavalgar comigo, — ele anunciou.

Fyra bufou e balançou a cabeça. Bem, quase ninguém discutiu com


ele, exceto ela. Ciara rosnou quando Blane puxou a corda, puxando-a para
mais perto de onde ele estava, como se ela fosse um novo animal de
estimação. O calor a envolveu quando sua carne a toca. Ela ficou em
silêncio enquanto ele retirava uma capa de uma bolsa que Fyra lhe
entregou. Ela enrijeceu quando ele o colocou em seus ombros e colocou o
capuz sobre sua cabeça.

— Não podemos deixar ninguém avisar ao seu irmão que você foi
vista com a gente, podemos?

— Vá para o inferno, — ela retrucou friamente enquanto se afastava


de seu toque aquecido.

— Eu vivi no inferno por tempo suficiente para me sentir confortável


lá, — ele meditou enquanto se afastava e agarrava sua cintura enquanto a
colocava em uma sela. O coração de Ciara bateu em seu estômago quando a
besta gigante começou a se empinar e bater com as patas no chão ao sentir
sua inquietação. Blane montou atrás dela, acalmando a fera com uma
massagem e um incentivo suave que ele sussurrou para ela. — Calma,
Ciara. Sua magia não funcionará aqui, nada disso, então pare com suas
lutas. Esta parte do nosso mundo está danificada, e isso a torna fraca, — ele
ronronou contra seu ouvido, e ela se virou, lamentando imediatamente
quando sua bochecha tocou seus lábios.

— Eu não sou fraca, idiota, e como você sabe que esse é o meu nome?
— ela perguntou hesitante. Magia não funciona aqui? Impossível, mas ela
não conseguia teletransportar ou manejar. Ela mais uma vez clareou sua
mente, com a intenção de se afastar dele, mas nada aconteceu. Sua garganta
apertou quando o medo envolveu suas mãos frias ao redor de seu coração
como um torno.

— Porque Ryder tem uma irmã, — ele respondeu suavemente. — Eu


ouvi muito sobre você e como você realmente é.

— De quê, rumores? Eu prometo a você, eu sou muito pior do que


você ouviu, — ela fervia.

— Você quase parece orgulhosa disso, — ele proferiu enquanto


acariciava sua orelha, empurrando a capa para longe de sua pele para tocar
sua carne enquanto sua respiração soprava em sua nuca, enviando
redemoinhos de calor para seu estômago. A confusão se acendeu, sua mente
agarrou-se ao que estava acontecendo e ela engoliu em seco.

— Eu sou, trabalhei duro para construir minha reputação, — ela disse


bruscamente enquanto suas mãos lutavam para encontrar algo em que se
agarrar, apenas para acabar segurando uma de suas pernas. Músculos
poderosos se agruparam sob seus dedos enquanto ela forçava seu corpo de
volta contra o dele.

— Com medo? — ele perguntou.


— De você, nunca, — ela disse com uma sacudida suave de sua
cabeça. — Não gosto de cavalos e eles também não gostam de mim.

— Criaturas inteligentes, — ele riu. —Não se preocupe, Ciara. Você


não é boa para mim morta. Eu não vou deixar você cair. Fale-me sobre o
seu rei.

— Você quer saber sobre meu rei? Ele será o único a te matar por me
levar. Ele não perdoa aqueles que invadem sua família ou que pretendem
fazer mal a seus bebês.

— Eu não pretendo machucar você ou eles, mas ele, ele eu pretendo


matar, — ele rosnou roucamente enquanto sua mão envolveu sua cintura,
prendendo-a contra ele. —Vamos montar, devemos acampar ao amanhecer.
— Seu chamado para os outros enviou gritos de concordância e cascos
batendo no chão enquanto eles avançavam.
CAPÍTULO QUATRO

Ciara foi acordada abruptamente ao se sentir sendo descida do


cavalo. Ela lutou contra os braços que a seguravam, inalando
profundamente o cheiro amadeirado que estava pressionado contra seu
nariz. O capuz caiu para trás, caindo de seus ombros enquanto ela olhava
para as belas profundezas do oceano. Seus lábios se separaram quando um
suspiro escapou de seus pulmões.

— Estamos no acampamento, — ele explicou suavemente em seu


olhar perplexo.

— Oh, — ela respondeu enquanto tentava colocar distância entre


eles. Suas mãos embalaram suas costas, segurando seu peso leve enquanto
ela oscilava sobre os calcanhares. Ela colocou as mãos no peito dele para
evitar que caísse de cara contra ele, e então as puxou como se o contato a
tivesse queimado.

Ciara inspecionou o acampamento enquanto as tendas eram


montadas, estava quase amanhecendo, o que significava que ela havia
dormido durante a jornada até onde eles haviam parado. Tendas rústicas
foram erguidas enquanto ela dormia. Ela estremeceu quando o ar ao redor
dela ficou gelado, uma magia desconhecida pulsando fortemente enquanto
o vento agitava seu cabelo.

— Onde estamos? — ela perguntou suavemente, seus olhos olhando


para ele enquanto ele a observava por baixo de seus cílios grossos.
— As Widowlands, — ele anunciou enquanto a conduzia para uma
tenda.

— Você está brincando certo? — Ela perguntou em pânico agudo. Sua


garganta se apertou quando seu pulso disparou. Ele tinha que estar
brincando.

— Nem um pouco, — ele meditou enquanto a empurrava para além


das abas e mais profundamente no interior escuro da tenda. Nenhuma luz
acendeu e nenhuma luz foi oferecida pela lua também. Ela pôde ver o que
parecia ser uma pilha de peles quando seus olhos começaram a se ajustar à
escuridão.

Ela piscou para a cama tosca, coberta com peles que estavam no
chão. Ela começou a cruzar os braços e percebeu que não podia. Seus
pulsos doíam, a posição que ele amarrou e prendeu a forçou a segurar as
mãos juntas.

— Desamarre-me, — ela disse enquanto se virava para encará-lo,


apenas para ficar cara a cara com ele mais uma vez. —Pare com isso, — ela
ordenou enquanto se afastava dele.

— Eu pretendo ir para a cama, — ele resmungou, enquanto a


empurrava para trás. Seus olhos a olharam impassivelmente enquanto ela
tirava a capa. Seus olhos percorreram lentamente seu corpo, observando o
vestido sujo que ela usava. Quando eles levantaram para ela com um olhar
escuro em seus olhos, ela encolheu os ombros.

— Não foi como se você tivesse me permitido fazer as malas para a


viagem, — ela disse, sem medo dele. Se ele pensava que seu humor negro
poderia causar medo nela, ele tinha outra coisa vindo. Ela tinha mais de
cem irmãos, e a maioria deles eram temperamentais e severos pra caralho.
— Não é o vestido que ofende, — alertou.

— Que diabo é o seu problema? — ela retrucou. —Eu não pedi para
estar aqui, lembra? Participante relutante dessa tolice que você me
forçou. Só para constar, eu também não gosto de você.

— Bom.

— Bom, — ela respondeu asperamente enquanto lutava contra as


cordas, sem se importar que isso roçasse sua carne. — Minhas mãos estão
dormentes.

— Segure-as, — ele exigiu.

Ela fez o que ele instruiu, esperando que ele o removesse. Seus dedos
viajaram lentamente ao redor da carne crua e vermelha que sua corda havia
criado. Seus dedos trabalharam o nó, lentamente desatando-o até que a
corda caiu de seus pulsos. Ela os puxou para perto de seu corpo, passando
os próprios dedos pela carne crua. Distraidamente, ela foi para a cama e
então parou, virando-se para encará-lo.

— Eu não estou dormindo na mesma cama que você, — ela apontou.

— Você acha que tem escolha, princesa? — Ele jogou o título fora
como uma maldição.

— Eu não vou, — ela retrucou enquanto cruzava os braços contra o


peito e lhe dava um olhar penetrante. — Eu não sou idiota. Eu sei o que
acontece quando uma cativa dorme com seu captor. Não aquela garota,
nunca vou ser.
— Eu sei o que você faz com homens que são estúpidos o suficiente
para cair em sua teia venenosa, Ciara. Você não tem nada a temer de mim
nessa frente.

— Oh, estou abaixo de você agora? — ela riu silenciosamente.

— Muito abaixo de mim, — ele respondeu.

— É assim mesmo? — ela riu. — E me diga, o que exatamente você


ouviu sobre mim? — ela perguntou, escondendo a dor de sua rejeição, uma
vez que a irritou que ela até mesmo sentiria algo tão estúpido, considerando
todas as coisas.

— O suficiente para saber que você é tudo o que a Horda representa e


muito mais.

— Então você não é da Horda? — ela questionou.

A tenda estava escura o suficiente para que suas feições ficassem


ocultas, mas não o suficiente para esconder o desgosto que apertou sua boca
com suas palavras. Ele a empurrou para baixo, sem se importar que cada
parte dela doesse. Ela puxou a magia para ela, planejando dar a ele um
gostinho, apenas para não sentir nada. O pânico se instalou enquanto ela
tentava agarrar qualquer magia perto dela.

— Não há mágica aqui também, — ele sussurrou enquanto adivinhava


sua intenção. —É chamado de Widowlands porque os homens que nele
entram normalmente morrem, pois dependem da magia para lutar.

— Então por que estamos aqui? — ela retrucou enquanto endireitou o


vestido, cobrindo as pernas.
— Estamos aqui porque se seus irmãos nos seguirem, eles vão esperar
usar magia para salvá-la. Isso nos dá uma vantagem.

— Por que você nos odeia? — ela perguntou, surpreendendo-se com a


pergunta.

— Eu tenho meus motivos, — ele disse friamente. —Sua espécie


destrói, assassina e estupra criaturas inocentes como se fosse seu
direito. Não é! É hora de alguém lutar contra sua família.

— Então, roubar bebês inocentes foi sua resposta? — ela exigiu


enquanto se levantava, seu peito arfando de raiva. —Isso não o torna
melhor do que nós, não é?

— Eu sou melhor do que você, — ele rosnou enquanto agarrava seu


braço e o torcia, puxando-a para mais perto. —Eu não mato pessoas
inocentes e não mato raças inteiras só porque tenho o poder de fazer isso.

— Nós nunca massacramos raças inteiras, nunca, — ela irritou. —Isso


é genocídio e é proibido pelos Deuses.

— É isso? E Alazander nunca matou nenhuma raça, certo?

— Meu pai era um monstro, — disse ela, chocando-o. — Nós não


somos ele, nem toleramos o que ele fez aos outros.

— Mas você também não o impediu, não é?

— E o que poderíamos ter feito? — ela rebateu. —Assassinar ele? Nós


fizemos isso. Tentar expiar seus erros? Já se passou um século e ainda
estamos tentando desfazer o que ele fez. Você acha que ele foi injusto com
seu povo? Você não precisava morar com ele. Você não se encolheu quando
ele entrou no pavilhão, eu sim.

— Guarde sua história triste para alguém que se importa,


princesa. Está tarde, deite-se e descanse. Cavalgaremos em algumas horas
e não tenho intenção de segurá-la para que seu lindo traseiro não caia do
cavalo.

— Aww, você acha minha bunda bonita? — ela disse friamente.

— Descanse, — ele exigiu.

Ciara se ajoelhou, ignorando o frio gelado que penetrou na tenda pelas


abas abertas. Ela fugiu o mais longe possível de seu lado, ignorando o lado
frio da tenda que ela abraçou para manter uma distância segura de seu
próprio comportamento gelado.

Estava muito frio, ela estava morrendo de fome de sua própria


necessidade imprudente de controlar sua vida. Ela ignorou a fome que a
consumia dia após dia, não querendo chamar a atenção de seu irmão para
sua falta de substância. Ryder já tinha o suficiente para não ter tempo para
as necessidades dela. Ela falhou em apontar que seu alimentador tinha
desaparecido semanas atrás, e ela não o viu desde então.

Em vez disso, ela colocou tudo que podia no treinamento, treinando


por horas todos os dias para provar que poderia se juntar aos Guardas de
Elite e provar seu lugar ao lado de seus irmãos. Ela odiava ser fraca, odiava
mais do que quando Ryder a tratava como se ela fosse quebrar como um
fraco. Ela se rebelou, indo à festa após festa em boates, ignorando as regras
que ele colocou para ela como uma criança mimada.
A liberdade fora do pavilhão fora estranha para ela. A capacidade de ir
e vir quando quisesse ainda era nova. Depois que Ryder matou seu pai, ela
teve a chance de deixá-lo, mas ela foi incapaz de fazê-lo. Depois de uma
vida inteira na proteção do pavilhão, foi difícil deixá-lo.

Ela foi a única mulher na Horda a fazer a transição para a idade adulta
por meio de ilusões. Por dias ela foi deixada na dor mais terrível, faminta
além do que sua mente poderia suportar. Deixada para sofrer como seu pai
exigia, ela foi deixada pura, intocada pelo homem até que ele pudesse usá-
la para ganhar poder. O Fae usava sexo ou emoção para se alimentar, mas
durante a transição, sexo era uma obrigação. Foi assim que você se tornava
um adulto. Horas ou dias de foda sem sentido enquanto você trocava sua
juventude para se tornar um adulto, mas ela não. Ela estava à beira da morte
certa quando Ryder trouxe um homem para ela, um que enfrentaria a morte
nas mãos de seu pai se alguma vez fosse descoberto que ele olhou para as
mulheres dentro do pavilhão.

Max era diferente dos outros. Ele não tinha sido exigente, ou mesmo
tentado usá-la. Em vez disso, ele deu a ela a ilusão de sexo, sonhos de
paixão sem fim que afastaram a dor, e deu a seu corpo apenas o suficiente
para fazê-la passar por sua tortura infinita viva. Desde então, ele tinha sido
uma constante em sua vida, seu companheiro de alimentação que dava
infinitamente sem reclamar.

E então, simplesmente assim, ele desapareceu.

A cama se moveu e Ciara ficou tensa quando Blane agarrou o braço


dela, puxando-a para mais perto dele enquanto segurava seu pulso com o
dele. Seu corpo tremia enquanto seus olhos se fixavam nos dele,
desconhecendo estar tão perto de um homem. Seus olhos baixaram para
onde a mão dele envolveu a corda ao redor de ambos os pulsos antes que
ele deslizasse a ponta, travando suas mãos.
— Isso é mesmo necessário? Não é como se eu pudesse correr aqui, —
ela sussurrou enquanto lambia os lábios secos.

— Eu não confio em você.

— Isso nos força a estarmos mais próximos um do outro do que eu


gosto, — ela continuou esperando que ele visse a improdutividade do que
ele estava fazendo.

Ele riu, puxando o corpo dela para mais perto dele. Ela estava reta
como uma tábua, ficando tensa quando o cheiro inebriante fez cócegas em
seu nariz e dançou em seus sentidos. A mão dele descansou em seu quadril,
puxando seu olhar para ele com uma sobrancelha levantada
delicadamente. Ela começou a mover a mão para remover seu membro
ofensivo, apenas para ele move-lo de volta.

— Não vamos dormir assim, — ela insistiu. A mão esquerda dele


estava amarrada à direita dela, forçando-os a um abraço desajeitado.

— Você possivelmente não, mas eu vou dormir bem, — ele anunciou


enquanto fechava os olhos. Ela balançou o braço dele com força, puxando-o
dolorosamente enquanto o fazia. Ele abriu um olho azul penetrante e olhou
para ela. — Porra, me teste.

Ela revirou os olhos e exalou profundamente. Virou, dando-lhe as


costas enquanto o fazia. Funcionou para deslocar sua mão, mas assim que
um sorriso triunfante cruzou os lábios, os braços dele a envolveram,
puxando seu próprio braço com o dele.

Ela bufou e se virou para encará-lo, percebendo seu erro enquanto sua
boca pairava a apenas um fôlego da dele. Ela imediatamente desviou o
olhar, ignorando sua risada rouca que fez cócegas em seu ouvido. O corpo
dele alimentou de calor contra o dela como se fosse uma espécie de fogo
ardente. Isso a confortou, fazendo com que sua raiva aumentasse ainda
mais.

— Isso não está funcionando, — ela soltou uma respiração instável.

— Vá dormir, ou eu vou te foder até você ficar dolorida e exausta e a


única maldita coisa que você poderá fazer é dormir.

Ela ficou tensa e depois se acalmou quando ele deixou de se


mover. Ela ficou lá, imóvel enquanto o sol nascia fora da tenda. Pareceu
horas antes que suas pálpebras ficassem pesadas e o sono a levasse a suas
profundidades aveludadas.

Algo quente tocou seus lábios, úmido até. Ela gemeu contra isso
enquanto o prazer esvoaçava por sua mente, sua fome voraz enquanto corria
seu interior. Seus braços se levantaram, e então algo tocou seu rosto quando
algo mais empurrou entre seus lábios abertos. A paixão a rasgou, seu corpo
aqueceu enquanto a pressão crescia entre suas pernas. Sua respiração ficou
pesada quando seus olhos se abriram para encontrar o culpado de qualquer
sonho que a estivesse seduzindo.

O beijo se aprofundou enquanto o corpo acima dela ficava mais


pesado, separando suas pernas enquanto sua boca continuava a fazer amor
com a dela ardentemente. Sua mente estava confusa, incerta do que estava
acontecendo com ela. A consciência veio lentamente, a percepção ainda
mais lenta. O beijo diminuiu e então parou quando Blane ergueu os olhos
sonolentos para olhar para ela.

Ele se sacudiu para trás, um olhar de nojo beliscando suas feições


enquanto ele puxava seu braço, puxando-a com ele enquanto corria para se
afastar dela.
— Que porra é essa? — Ele demandou.

—Eu gostaria de saber a mesma coisa, idiota! — ela retrucou lutando


para endireitar suas roupas enquanto ele continuava a arrastá-la pela cama
com ele. —Pare! — ela gritou, a dor queimando seu ombro de onde ele o
empurrou. —Você está me machucando, — ela admitiu, lágrimas de raiva e
vergonha queimando em seus olhos.

— Você acha que pode me seduzir para ganhar sua liberdade? — ele
estalou.

— Eu não te beijei, você me beijou!

— Eu nunca me rebaixaria tanto, — argumentou.

— Não? Porque você acabou de fazer. Eu estava dormindo! Eu acordei


com você em todos os meus negócios! — Ele olhou para ela e balançou a
cabeça incrédulo. — Quem estava em cima de quem? Porque não fui eu
empurrando minha língua na sua garganta! Não fui eu separando suas
pernas. E com certeza não fui eu quem o instigou. Eu estava dormindo
muito bem até você ficar todo super pervertido comigo.

— Prepare-se para sair, — ele rosnou.

— Adoraria, mas estou amarrada e presa a um idiota! — ela fumegou,


seus olhos violeta brilhando em sua raiva. Suas marcas se acenderam,
pulsando com poder enquanto ela o envolvia como um cobertor de
segurança. Os olhos dele vagaram lentamente sobre elas e então pousaram
em seu rosto.
— É hora de ir, a magia está voltando, — ele rosnou enquanto se
movia para deixar a tenda, puxando-a com ele. — Inferno sangrento, — ele
estalou enquanto se virava e desfazia a corda que a prendia a ele. —Esteja
pronta quando eu voltar.

— Estou pronta, não tenho nada para preparar! — ela assobiou. —


Lembre-se, companheira de viagem relutante aqui, nenhuma bagagem
necessária.

— Enrole as peles e coloque a cama na bolsa, — retrucou ele.

— Agora você acha que eu sou sua empregada? — Ela recuou,


ofendida. — Arrume sua maldita cama! E da próxima vez, mantenha seus
lábios vodu para você, Blane. Prefiro beijar um porco do que você.

— É assim mesmo? — ele riu friamente. — Porque tenho certeza de


que seus lábios estavam contra os meus, e essa era sua língua jogando fogo
do inferno com a minha, não era? Posso ter pensado que você era outra
pessoa em meu sono, mas você respondeu a mim.

— Talvez eu tenha pensado que você era outra pessoa também! — ela
bufou quando seus punhos se cerraram firmemente ao lado do corpo
enquanto suas unhas se cravavam na carne de suas palmas.

— Empacote as peles ou você pode dormir amarrada a uma árvore no


próximo acampamento.

Ciara esfregou os olhos enquanto se virava para olhar as peles grossas


e a bolsa minúscula. Ela nunca em sua vida empacotou nada em outra
coisa. Ela usou glamour, resolvia todos os problemas porque você não
precisava empacotar merdas quando a magia fazia tudo por você.
Ela ouviu quando os passos pesados de Blane diminuíram, deixando-a
sozinha para lidar com as peles. Sua mão se ergueu para os lábios inchados
pelo beijo, e ela olhou para a cama como se fosse sua culpa. Talvez ele
fosse um Fae sedutor, um perito nas artes ou na malandragem e seduzindo
mulheres inocentes. Ele tinha que ser, como ela poderia responder a ele
assim? Como se ele fosse o fogo que a aquecia, e ela, ela que era gelo
derretido em nada mais do que uma poça a seus pés arrogantes.

Ela se ajoelhou ao lado da pele e começou a tarefa tediosa que ele a


forçou, o tempo todo imaginando que era ele que ela estava dobrando e
socando em uma pequena bolsa.
CAPÍTULO CINCO

A viagem para o próximo acampamento foi pior que a primeira. Blane


não disse nenhuma palavra, dando a ela um tratamento silencioso enquanto
ela fazia perguntas e mais perguntas. Quanto mais longe de casa ela ficava,
mais furiosa ficava com o Neandertal que pairava atrás dela.

Ciara fechou os olhos quando a desesperança a invadiu. Ela estava


enfraquecendo e não tinha ninguém além de si mesma para culpar. Se ela
tivesse contado a seus irmãos, ela não estaria nesta posição. Ela seria mais
forte, mais rápida, mais inteligente em vez de afastar as dores da fome que
ficavam mais fortes a cada hora que passava, ela usava sua força para
permanecer em pé e longe do corpo masculino que estava sentado
diretamente atrás dela.

Ela mal dormiu na noite passada, ou esta manhã, o que quer que fosse
considerado. O tempo parecia se mover de forma diferente aqui, onde quer
que fosse. Eles deixaram a floresta e entraram em um pântano, e não
importava o quanto ela tentasse, ela não conseguia se lembrar do que havia
além das Widowlands. Seu corpo ficou tenso quando eles se aproximaram
de um rio, um rio de águas correntes.

—Você só pode estar brincando, — ela murmurou enquanto observava


os outros desmontarem e se virarem para olhar para Blane em busca de
orientação.

Ele desmontou e puxou as rédeas do cavalo, puxando-o na direção da


água. Ciara seguiu o rio fora de sua linha de visão, odiando o fato de saber
que ele planejava cruzá-lo. Ele era um idiota! Seu olhar varreu de volta para
ele com um olhar penetrante.
— De jeito nenhum, — ela rosnou.

— Eu não acho que ele pediu sua permissão, prostituta da Horda, — a


fêmea rosnou.

Ciara sorriu e balançou a cabeça. — É assim que me chamam? — ela


riu. — Acho que já fui chamada de coisas piores por pessoas que realmente
conheço. Você vai nos afogar se tentar atravessar aqui.

— Já fizemos isso antes, — disse Blane enquanto removia sua


armadura, jogando-a de lado enquanto todos começavam a remover suas
peças de roupa mais pesadas. Ela observou enquanto o colocavam em
bolsas que prendiam aos cavalos. Seu coração disparou violentamente
contra suas costelas enquanto se preparavam para cruzar o rio.

Os cílios de Ciara varreram sua bochecha enquanto ela abaixava a


cabeça para o chão, dando-lhes privacidade enquanto se despiam. O medo
percorreu sua espinha enquanto se lembrava da vez em que tentou escapar
de seu pai antes da transição. Ela tentou cruzar um rio muito parecido com
este e Ryder puxou seu corpo sem vida, e Ristan a trouxe de volta. Eles
usaram táticas humanas para fazer isso, e ela os amaldiçoou por isso, por
salvá-la apenas para voltar para a raiva de seu pai.

Seu olhar aumentou enquanto Blane se movia em sua linha de


visão. Sua pele estava bronzeada e fileiras de músculos vigorosos
ondulavam com seus movimentos. Seus olhos se ergueram, encontrando os
olhos azuis cristalinos dele fixos nos dela, perceptivos da maneira como ela
o olhava. Ela desviou o olhar, odiando o rubor que cobria suas
bochechas. Ela o sentiu puxando as rédeas e congelou.

— Tire as cordas primeiro, — ela sussurrou apenas para seus


ouvidos. Com as mãos amarradas à sua frente, se o cavalo escorregasse, ela
estaria morta.
— Não, — ele retrucou enquanto seus olhos oceânicos seguravam os
dela. — Você está segura, já fizemos essa travessia mil vezes antes.

Ciara se inclinou, segurando o cavalo o melhor que pôde quando ele


entrou na água. Ele dançou para longe dela, puxando as rédeas de Blane,
que arrulhou e tocou sua crina. Seus dedos se tocaram, e ele se afastou
como se tivesse sido queimado, as faíscas desconhecidas tiraram sua mente
da sepultura aquosa que eles estavam passando.

Alguém gritou atrás deles, e Blane e Ciara se viraram para ver o que
havia acontecido e seu cavalo escorregou. Ciara gritou antes que sua boca e
seus pulmões se enchessem de água gelada enquanto a correnteza do rio a
levava embora. Estava gelado e, por mais que tentasse, não conseguia
colocar a cabeça acima da água.

Seus pés tocaram as pedras escorregadias da margem do rio e ela


disparou, gaguejando em um gole de ar antes de ser sugada de volta para
baixo. Várias vezes ela conseguiu respirar, até que não conseguiu. Seus
pulmões queimavam, sua mente corria com tudo que ela perderia se
morresse. Sua mente escureceu, enchendo-se de nada enquanto a morte se
apoderava dela.

Algo a agarrou e a puxou para a luz, para a superfície enquanto tudo


começava a desvanecer.

Algo bateu contra seu peito, e ela tossiu, cuspindo água de seus lábios
enquanto lutava para sugar rapidamente o ar. Queimava, mas ela se sentia
congelada, como se seus ossos fossem criados de gelo. Ela se deitou contra
as rochas, sem se importar que machucassem sua carne. Seus olhos se
fecharam, a exaustão a tomou e ela não se importava mais se a morte
vencesse. Ela não tinha medo de morrer, ela só não queria sentir ou ver o
fim chegando.
—Remy, me ajude a levantá-la. Ela está congelando e meio afogada,
— ele rosnou. — Diga aos outros para montar uma barraca
imediatamente. Precisamos aumentar a temperatura dela antes que a noite
caia. Faça Fyra acender uma fogueira, diga a ela que preciso de um na
minha tenda também.

Mãos a agarraram sem cerimônia, cavando em sua carne gelada


enquanto ela era içada e movida. Seus olhos se abriram e um caleidoscópio
de cores encheu o céu. Faery estava com raiva, a noite estava chegando
mais rápido do que o normal, mas eles esperavam o deslocamento com os
portais sendo danificados. O homem, Remy, a segurou enquanto os outros
se moviam para fazer o que Blane havia instruído.

— Quem se importa se ela morrer? — a voz feminina rasgou a borda


do sono, onde Ciara oscilou à beira, tentando lutar contra o tempo suficiente
para ver o que eles faziam.

— Se ela morrer, não temos nada. Nada para atraí-lo para nós, nada
para negociar. Você entende isso, correto? — Remy rosnou. — Ele é seu
rei, não questione suas ordens.

— Ele não é rei, não realmente. Ainda não, não até reconquistarmos
seu reino. Até então, ele é o mesmo que nós.

— Levante a porra da barraca, Fyra. Não viemos tão longe para perder,
nem agora, nem nunca. Ela morrerá se a noite chegar antes de você acender
o fogo. Você quer voltar para o nosso povo e dizer a eles que falhamos?

— Ela merece morrer, — ela sibilou.

— Todos eles merecem, mas não antes de obtermos o que precisamos


deles. Não antes de nos vingarmos e assegurar a paz para nosso povo. Você
não está cansada de barracas e porra de ensopado? Eu estou. Agora,
levante-se antes que eu arranque a porra da sua garganta.

A cabeça de Ciara rolou, atingindo o peito do homem quando seus


olhos se abriram. Seus dentes batiam, e ela estava disposta a apostar que ela
estava em um belo tom de azul pelo choque que leu nas feições dele.

— Dê ela para mim, — a voz de Blane soou ao lado dela.

Ela foi entregue e colocada de pé. Os homens se embaralharam


preparando a barraca ao lado do rio, atrás da cobertura das árvores
gigantes. Blane puxou o vestido dela, rasgando-o de seu corpo despindo de
suas roupas molhadas enquanto ela mal conseguia permanecer em pé. Uma
vez que ele a despiu, ele a empurrou para baixo, envolvendo as peles
grossas ao redor dela.

Seus olhos se fecharam, pesados de cansaço e a perda de adrenalina


que estava sumindo rapidamente. Ela distraidamente ouviu quando escutou
couro deslizando sobre couro e o estrondo de postes de metal enquanto
eram erguidos. Madeira atingiu o chão perto de sua cabeça, seus olhos se
abriram, observando enquanto a loira trabalhava rapidamente na madeira,
amontoando-a em uma pilha.

—Está molhado, está tudo molhado pra caralho, — ela retrucou. —


Estamos muito perto do rio, e as zonas úmidas e o pântano são implacáveis
à noite.

— Vá encontrar madeira seca então. — O tom de Blane indicava que


ele estava farto de ela o desafiar, assim como seu temperamento azedo.
Ciara ouviu algo atrás dela, mas não se virou para ver o que estava
acontecendo. As cobertas se moveram enquanto seus dentes batiam, gritos
soaram fora da tenda, e então o calor a invadiu.
Seu corpo era um inferno, um que tocou os lugares mais frios que o rio
tinha congelado. Seu corpo envolveu o dela, suas mãos a puxaram para
mais perto, pressionando seu corpo nu contra o dela.

— Você está nu, — ela tagarelou, seus dentes incapazes de parar


enquanto ela tentava falar.

—Você também, — ele apontou enquanto continuava a esfregar seus


lados e braços.

— Pervertido, — ela sussurrou enquanto seus olhos se fechavam,


incapaz de permanecer abertos enquanto ela se entregava ao calor, à
tentação do calor que removia o frio de seu corpo.

— Inferno sangrento, — ele rosnou.

—É melhor que não seja seu pau me cutucando, — ela avisou.

— Cale a boca, — ele rosnou.

— Não use isso, — ela murmurou.

— Meu pau? — ele perguntou, a incredulidade preenchendo seu tom.

— Você não consegue quase me afogar e depois me cutucar enquanto


eu durmo, entendido? Sem cutucar. Nada. Zero. Isso fica do seu lado. Se
possível, remova-o das minhas nádegas.

— Você é mandona pra caralho, garota, — ele retrucou.


— Eu sei que também estou certa na maioria das vezes. Portanto,
remova-o das minhas nádegas para que eu possa dormir. Algum idiota
tentou me afogar.

— Havia uma cobra, — ele proferiu sem fôlego enquanto tentava


ajustar seu pacote.

— Em minhas nádegas? — Ciara estalou enquanto sua mente se


confundia e os dedos sedutores do sono lutavam para levá-la a seu mundo
de sonhos sem fim.

Ele riu. —Isso definitivamente não é uma cobra entre sua bunda,
princesa, — ele admitiu. — Havia uma cobra na água, uma que não
vimos. Os cavalos perceberam e entraram em pânico.

— Blane, — ela sussurrou. —Eu não gosto de você.

— Tudo bem, na verdade é melhor se você não fizer isso.

—Ei, nós concordamos em algo. Isso é progresso, — ela sussurrou


enquanto seus olhos ficaram pesados e o sono clamava por sua mente.
CAPÍTULO SEIS

Ciara acordou com a sensação de estar sendo observada. Suas mãos


deslizaram lentamente sobre sua carne nua, e ela gemeu quando a memória
de seu quase afogamento se repetiu em sua mente. Ele a salvou, embora ele
não precisasse. Depois disso, ele usou seu próprio corpo para afastar o frio
que ameaçou levá-la para a sepultura de gelo da morte.

Ela se sentou lentamente, novamente notando sua falta de roupas. Um


silvo agudo vindo do canto da tenda atraiu seu olhar para Blane, que estava
sentado em silêncio observando. Ela agarrou as peles e as envolveu
enquanto um rubor se espalhava por seu corpo.

— Modéstia de alguém como você? — ele meditou densamente.

— Desculpe-me se eu não gosto de ser fodida pelos olhos do meu


captor, — ela rosnou uniformemente enquanto procurava por seu
vestido. — Eu preciso das minhas roupas, — ela anunciou.

— Seria bom para você ser exibida na frente do meu povo nu, exposta
e envergonhada.

— Seu povo? — ela perguntou, ignorando sua provocação.

Ele se levantou e se aproximou dela, arrancando as peles de seu aperto


e jogando-as na tenda. Ela estremeceu quando o ar frio e rápido mordeu sua
carne. Seus mamilos endureceram quando suas mãos se moveram para
protegê-los de seus olhos curiosos. Seus joelhos se levantaram, impedindo
seus olhos de ver sua carne nua.

— Deite-se, — ele instruiu. — Faltam algumas horas antes do


amanhecer, — ele continuou suavemente enquanto se ajoelhava ao lado
dela e a empurrava, observando enquanto ela batia na pele que eles haviam
grosseiramente colocado para aquecê-la. Suas mãos imediatamente se
moveram para cobrir seu sexo, o que puxou um grunhido do fundo de seu
peito. Suas mãos os empurraram, travando-os no lugar em um aperto contra
sua barriga.

— Por favor, não, — ela choramingou e então gemeu quando os dedos


dele tocaram sua carne nua, criando um turbilhão de emoções que abalou
seu sistema.

— Blane, — ela proferiu densamente enquanto ele testava suas pétalas


enquanto seu corpo aquecia por seu toque. Ela odiava seu corpo naquele
momento, isso a traiu da maneira mais primitiva enquanto ele explorava
lentamente seu sexo.

— Quantos homens você fodeu? — ele perguntou, sacudindo-a com a


reação perturbadora que ela estava experimentando com o toque dele.

— Centenas? Milhares? Ouvi rumores de como você é generosa com


os homens que servem seus irmãos. Como você os atende em troca, levando
até cinco de cada vez entre essas coxas sedosas. Aposto que eles fazem fila
para ter você.

— Você não deveria acreditar em tudo que ouve, — ela disse enquanto
levantava o pé e o chutava, pegando-o desprevenido. Ele caiu para trás
enquanto ela lutava para colocar distância entre eles. Ele se chocou contra
seu corpo, separando suas pernas enquanto as erguia para deslizar entre
elas. Suas mãos se levantaram para segurar seu corpo enorme, mas foi
inútil. Seus lábios baixaram para pairar contra os dela.

— Lute comigo, — ele exigiu suavemente. Seus lábios macios


roçaram os dela enquanto a observava com atenção. Ela empurrou seu
peito, observando enquanto ele fechava a distância. Seus dentes morderam
seu lábio, puxando-o enquanto uma risada rouca escapava. Ela afastou o
rosto do dele, odiando o fato de estar molhada em lugares que não deveria.

— Você não quer isso, — ela sussurrou. — Não sou o que você pensa
que sou.

— E o que eu penso que você é, princesa? — ele perguntou enquanto


puxava contra a carne delicada de sua orelha. — Uma prostituta que fode
todo mundo que a solicita? Uma assassina que usa sua vagina para prender
homens e atraí-los para a morte? Não acho que você seja nenhuma dessas
coisas. Eu sei que você é. Rumores de sua beleza e seus jogos mortais são
bem conhecidos, — ele retrucou enquanto empurrava a mão entre seus
corpos, capturando seu clitóris com os dedos e rolando-o entre eles
enquanto um gemido escapava de seus lábios. — Você me daria as boas-
vindas em seu cio como faz com os outros? Deixaria separar suas pernas e
foder minhas frustrações em sua doce carne? Ou você prefere jogar duro
para conseguir? — ele perguntou enquanto seu dedo deslizou entre sua
carne molhada, lentamente arrastando sobre sua boceta acolhedora.

— Foda-se, — ela choramingou quando um arrepio violento a rasgou,


sacudindo seu corpo abruptamente enquanto seus joelhos se abriram.

Seu dedo empurrou em sua carne, e ela gritou em choque. Seu corpo
apertou contra ele, tentando dissipá-lo de seu corpo enquanto ele lentamente
puxava para fora. Ela estava molhada, pronta, mas isso não estava
acontecendo. Ela não estava fazendo isso com ele. Nem agora, nem nunca.
— Saia de cima de mim, — ela implorou enquanto agarrava os ombros
nus dele. Ela torceu o corpo, dissipando o dedo dele no processo. Suas
mãos capturaram as dela, prendendo-as acima de sua cabeça enquanto os
olhos azuis oceano dele mantinham prisioneiros os olhos violetas dela.

— Olha em volta. Se eu quisesse você, ninguém poderia me


impedir. Você está sozinha, princesa. Não há ninguém vindo para te
salvar. Você acha que eu me rebaixaria a te foder? — ele riu friamente
enquanto a soltava para se sentar e lentamente deslizou os olhos sobre suas
curvas nuas. — Eu não brinco com as sobras de outros homens. Eu só
queria ver se os rumores sobre sua disposição eram verdadeiros, — admitiu.

— Eu te odeio, — ela disse sem fôlego enquanto rolava para longe


dele, escondendo as lágrimas que encheram seus olhos enquanto a raiva em
brasa pulsava para vida dentro dela.

— Pelo que ouvi, você não precisa gostar de alguém para transar com
eles, — disse ele ao se levantar.

— Cubra-se, — ele exigiu. Ciara permaneceu em posição fetal, nua e


tremendo tanto que não conseguia parar. Seu corpo doía de maneiras que
ela não sabia que poderia, e a fome puxou sua mente, lembrando-a de que
mais cedo ou mais tarde, ela teria que se alimentar ou acabaria
desaparecendo lentamente até que ela não pudesse lembrar seu próprio
nome.

Ela ouviu as portas de couro da tenda abrindo e fechando. Ela se


sentou lentamente, afastando o cabelo do rosto enquanto o fazia. Ela pegou
as peles e vagarosamente cobriu o corpo. De todas as maneiras de morrer,
pagar por qualquer crime imaginário que este homem pensou que ela
cometeu não era uma delas.
A cabeça de Ciara se ergueu quando a tenda foi aberta e Blane
marchou, jogando roupas na direção de onde ela estava sentada. Ela
enxugou as lágrimas para que ele não as visse, mas já era tarde
demais. Seus olhos azuis procuraram o olhar dela que ergueu para prendê-lo
com desprezo.

— Suas lágrimas não vão te salvar, — ele murmurou enquanto se


sentava dentro da tenda e não fazia nada para dar a ela qualquer semelhança
de privacidade.

— Essas não são minhas roupas, — ela apontou, ignorando sua


zombaria.

— As suas ainda estão molhadas e rasgadas de onde eu te salvei na


noite passada, — ele admitiu enquanto colocava as mãos atrás da cabeça e
se inclinava para trás, olhando para ela.

Ela franziu a testa enquanto erguia a calça de couro e o minúsculo top


de couro. Ele estava falando sério? Ela exalou profundamente e se levantou,
trazendo a pele com ela para cobrir seu corpo. Ela se afastou dele quando
percebeu que não tinha mãos suficientes para segurar a pele e colocar as
calças.

— Me encare, — ele disse suavemente, sua voz grossa e aquecida.

— Foda-se, — ela retrucou enquanto empurrava a perna através da


calça e depois a outra. Ela nem o ouviu se mover até que as mãos dele
puxaram o corpo dela para si. Seus olhos se fecharam quando ele rosnou
contra seu ouvido.

— Quando eu der uma ordem, você a seguirá. Você não é minha


convidada, você é a porra da minha prisioneira, caso eu não tenha deixado
isso claro o suficiente.

— E qual é a sua intenção? Me estuprar? Me machucar, ou você está


apenas tentando me assustar? — ela exigiu de volta.

Seus dedos cravaram em sua carne enquanto ele a jogava no chão


novamente. Suas pernas cederam, prejudicada pelas calças de couro que ela
não conseguiu terminar de vestir. Ela rosnou enquanto as chutava e subia
balançando. Seu punho colidiu com o nariz dele, e ele uivou quando seu
pequeno punho o esmurrou. Ela caiu, golpeando o pé, que pousou contra o
dele. Ele não caiu como ela esperava, em vez disso, ele pousou sobre ela.

Sua mão capturou seus braços, evitando seu ataque. Ele colocou seu
peso inteiramente em sua pequena figura, prendendo-a enquanto ela gritava
de raiva. Suas palavras correram juntas, sua raiva pulsou através de suas
marcas enquanto tudo a atingia de uma vez. Ela iria matá-los, todos eles!

O poder a invadiu, seus olhos brilhando por dentro.

Ele riu enquanto a observava, sem medo do poder que enchia a


tenda. No momento em que ela se moveu para soltá-lo, as mãos dele
capturaram seu pescoço, parando enquanto ela tinha que redirecionar para
lutar por ar. Ela o agarrou enquanto seus pulmões queimavam, ansiosa para
engolir o ar enquanto lutava para viver.

Ele a soltou, rolando de seu corpo nu enquanto ela se levantava,


tossindo e cuspindo. Suas mãos tocaram seu pescoço enquanto seus olhos o
procuravam. Ela lentamente se levantou, sentindo o resultado de atrair tanta
magia para ela. Suas pernas ameaçaram ceder e, pouco antes disso, ele a
segurou.
— Solte-me, agora, — ela sussurrou enquanto lutava para puxar mais
poder para ela.

— Eu não posso deixar você entrar no meu acampamento com poder,


princesa, — ele murmurou enquanto a colocava no chão. Suas marcas
chiaram e desapareceram, seus olhos se fechando enquanto sua cabeça se
embalava. — Vista-se.

— Apenas me mate, — ela disse enquanto seus olhos se abriam para


olhar para ele. — Apenas faça isso, porra. O que você está esperando?
— ela exigiu enquanto os olhos dele se estreitaram para ela.

— Vista-se ou vou ajudá-la a se vestir, — ele ordenou antes de sair da


tenda mais uma vez.

Ciara ficou sentada ali por um momento antes de se levantar,


enxugando com raiva as lágrimas que lentamente caíram por sua própria
fraqueza. Ela tirou rapidamente a calça, enfiou os braços na camisa e
puxou-a para baixo. Ela tentou atrair mais magia para ela e falhou, notando
que ele fez o que disse. Ele sabia que ela estava morrendo de fome? Ele
estava ciente de que ela treinou com seus irmãos de sol a sol até que a
exaustão a levou, morrendo de fome no processo? Quando ela voltar para
casa, eles tiveram que ter uma conversa séria sobre quem eles permitiam
saber das coisas.

Ciara saiu da tenda e olhou em volta, encontrando o acampamento


vazio. Ciara engoliu em seco ao terminar de calçar os sapatos. Ela largou a
bolsa que continha as peles e correu em direção à floresta densa sem pensar
ou se importar.

Ela se sentiu exultante, como os escoceses quando atacaram o inimigo,


gritando: — Liberdade! — Ela teletransportou, fazendo isso vários metros
de distância, sem se importar que estava drenando tudo o que tinha. Ela
teletransportou até não poder mais e então correu o mais rápido que suas
pernas conseguiram.

Ela entrou em uma clareira, sem se importar que o vento ficasse mais
forte ou parecesse empurrá-la para trás. Seus pés pararam quando seus
olhos se ergueram para o céu. Ela congelou, incapaz de se mover ou fazer
as palavras saírem da ponta da língua. No ar acima dela estava uma criatura,
que batia asas verdes gigantescas que empurrou contra a corrente de vento,
pairando bem acima dela.

Ciara tropeçou e seguiu em frente, o medo agora forçando-a mais


rápido do que ela pensava ser possível. Um dragão de merda! Não é
possível, não pode ser, certo? Ela vasculhou seu cérebro pelo que tinha
ouvido sobre o terror de seu pai sobre eles, e o gelo percorreu suas veias.

O chão retumbou e balançou atrás dela enquanto ela perdia o


equilíbrio. Ela caiu com força, caindo de joelhos antes de se virar e rastejar
para longe do lagarto voador. Foi magnífico e assustador pra caralho. Sua
pele se ergueu com o poder bruto que exalava. Seu cabelo se arrepiou com a
corrente elétrica que alimentou a área ao redor deles.

Ela seria comida por um maldito lagarto. Como se ela já não tivesse
problemas suficientes com Blane? Se era assim que parecia a liberdade, no
momento em que chegasse em casa, se é que chegava, estava se trancando
no pavilhão e nunca mais saindo dele. A liberdade é uma merda!

Ela parou enquanto os olhos seguravam os dela, azul. Ele parou a


centímetros dela, empurrando-a de bunda com o nariz. Inalou e depois
exalou, enviando o cheiro nocivo de enxofre no ar. As escamas em seu
pescoço eram maiores que sua mão, ainda mais maciças que sua
cabeça. Aqueles olhos que a fitavam eram antigos, sábios. Isso a perseguia,
como uma besta inteligente que gostava de seu medo.
— Coma uma hortelã, — ela aconselhou enquanto olhava para seus
dentes. Filas de dentes afiados como navalha estavam a centímetros de seu
rosto. Ele rosnou. — Ou não, apenas uma preferência pessoal, mas as
mulheres não gostam de bafo de fogo.

Ela se levantou, forçando sua espinha dorsal a se endireitar enquanto


continuava a sacudir o chão ao seu redor enquanto se aproximava ainda
mais, caminhando em um padrão calculado ao seu redor. Isso a forçou a se
virar com ele.

— Eu não tenho um gosto bom, — prometeu. — Eu não sou nem um


lanche, e não tomei banho, então realmente não vou ter um gosto
bom. Além disso, Blane limpou seu cheiro em cima de mim e ufa, eu cheiro
como homem! — ela continuou balbuciando enquanto tentava recuar para
longe do lagarto colossal. Deve ser alguma espécie desconhecida de lagarto
vagando pelas Faery, certo? Certo. Dragões não existiam mais, disso ela
tinha certeza. O fato de ter asas era simplesmente aleatório, o fato de ter
fileiras de dentes afiados, outra coisa aleatória a acrescentar, e ei, quem não
cuspiu fogo ultimamente? Que lagarto não gostaria de fingir ser um dragão,
certo?

Ela deu as costas para correr, e ele bateu no chão, fazendo-a tropeçar
nos próprios pés. Ela se virou e olhou.

— Isso não é legal, lagarto! Quando uma garota está tentando correr,
você a deixa correr e então a pega. Você não sabe de nada? — ela sibilou e
parou enquanto o lagarto gritava de dor. Os olhos dela se estreitaram ao vê-
lo sacudir e bater no chão. — Oh Deus, — ela murmurou enquanto se
levantava, movendo-se em direção a ele. — Não morra, por favor? Por
favor, não morra, lagarto.

Sua mão tremia quando ela a colocou sobre o enorme réptil,


acariciando-o lentamente enquanto ele se sacudia e gritava. Ele perfurou o
ar, zumbindo em seus ouvidos enquanto enviava arrepios em sua pele. Ela
puxou a mão para trás quando ele levantou a cabeça e uivou, forçando seu
cabelo a se erguer no ar. Ela virou a mão com a palma para cima e olhou
para as escamas que haviam saído da coisa.

Ela deu um passo para trás quando ele atingiu o chão com força, como
se algo estivesse dentro dele tentando sair. Ela continuou dando passos
largos para longe dele enquanto observava sua carne mudar e se formar, se
tornando humana. Blane ergueu a cabeça, seus olhos penetrantes seguraram
os dela enquanto sua forma nua saia da bagunça do que tinha sido uma bela
criatura.

— Puta merda, você é um lagarto voador do caralho.


CAPÍTULO SETE

Blane a observou com cuidado, a maneira como seus olhos se


arregalaram e sua boca abriu e fechou. Ela continuou a olhar para a pele que
ele trocou e voltou. Ela o achava um lagarto? Que tipo de lagarto voa? Ele
queria assustá-la, fazê-la temer por sua vida, mas esta mulher o enfureceu.
Ela implorou que ele não morresse em uma respiração e então o amaldiçoou
com a próxima.

Ela o atacou, ele, a porra do rei Dragão como se não valesse a pena ter
medo dele. Ele a tocou de maneiras que apenas aqueles que acasalaram
deveriam ser tocados, e ela fez os barulhos mais requintados de merda que
ele já tinha ouvido. Ele a queria irritada, com tanta raiva que ela usou o
pouco poder que tinha para expulsá-lo.

Isso aconteceu, sim? Mas ele esqueceu seu propósito no momento em


que sentiu o corpo dela apertando em torno de seu dedo. Sua boca era
viciante. O barulho que ela fez quando sucumbiu fez seu pênis doer para
testar as profundezas que podia oferecer. Ela era sua inimiga, e ele
precisava ser lembrado disso. Ele tinha uma porra de um propósito, um
único: Destruir ela e sua família.

Sua irmã havia sido dilacerada, retalhada até que não houvesse mais
nada para enterrá-la. Ela suportou o pai de Ciara entre as pernas, sendo
estuprada e torturada antes que ele a assassinasse bem na frente de Fury, o
pai de Blane. Esta pequena gata do inferno nasceu com o sangue daquele
monstro, ela era parte dele.

Seus olhos violetas atraíram os homens, e seus lábios cor de cereja os


seduziram. Ele tinha ouvido as histórias de sua beleza e como ela a usava
para atrair homens para a morte. Como ela tomou amantes, até mesmo seus
próprios irmãos foram para sua cama. Não faltaram rumores em torno dessa
beleza descarada, e ainda assim ela tinha uma inocência que ele não
conseguia identificar.

Ela corou quando ele a observou antes. Um estratagema, sem dúvida,


para confundir sua presa. Ele não cairia em seus jogos, nem seria levado à
condenação por sua beleza. Ele tinha muito a ver com isso, muitas pessoas
contando com ele para foder com tudo.

Ciara não era nada mais do que um peão. Um que ele usaria para pegar
seus irmãos. Eles compartilhavam um vínculo incrível e não natural, um
que nenhum dos Fae entendia. Ele não sabia que laços irmãos e irmãs
compartilham, seus próprios irmãos foram assassinados e nenhum viveu
para crescer com ele. Seus irmãos eram agora os homens com quem ele
lutava ombro a ombro contra o mundo, e criaturas que habitavam as
mesmas terras estrangeiras em que se estabeleceram.

Ele repassou os horrores que a família dela fez com a dele e então se
aproximou dela. Sua boca continuou a abrir e fechar enquanto seu corpo nu
atraía seu olhar. Aqueles olhos violetas expressivos lentamente beberam na
visão de seu corpo, fixando-se em seu pau enquanto ela balançava a cabeça
como se não tivesse certeza de como processá-lo ou a ele.

Ela recuou quando ele a alcançou. As mãos dela subiram para detê-lo
enquanto ele sorria. Seu cabelo preto como o corvo balançava com o vento
que entrava na campina pacífica.

— Dragão, — ele disse suavemente, e a cabeça dela se inclinou para o


lado enquanto ela considerava isso.

— Não é possível, — ela sussurrou sem fôlego.


—Dragões não existem mais. Eu sei, meu pai assassino os perseguiu
até a extinção.

Suas palavras o chocaram, mas havia uma sensação de tristeza nelas


que o puxou. Pai assassino, não apenas meu pai. Seu olhar se ergueu de seu
pau, que parecia mais sintonizado para se levantar do que qualquer outra
coisa ao seu redor, e segurou o dele.

— Garanto a você, Ciara, sou um dragão. Não apenas qualquer dragão,


mas seu rei.

— Fury morreu, — ela continuou. — Ele foi morto na sala do trono


logo após sua filha. Eu sei, eu ouvi os gritos, — ela disse em um tom
triste. — Meus irmãos me contaram o que aconteceu depois disso, e as
coisas horríveis que Alazander fez depois disso... Oh, meus deuses, — ela
proferiu enquanto se afastava dele. Seus ombros caíram e sua boca abriu e
fechou. — Não admira que você me queira morta, — disse ela, chocando-o
em silêncio. — Eu também me quereria morta, — ela admitiu. — Inferno
sangrento, Blane, — ela exclamou. — Eu... eu sinto muito.

— Você sente muito? Meu povo está morto, e você sente muito? Diga
isso para os bebês que queimaram para que não se tornassem brinquedos
para sua espécie. Diga isso para minha mãe, que foi estuprada e assassinada
diante dos meus olhos. Você sente muito? — ele estalou, e ela gritou,
forçando-o a olhar para onde ele segurava seus braços enquanto suas mãos
mostravam garras e seu corpo tentava se mover em sua raiva. — Foda-se,
Ciara, e foda-se sua família. Vocês todos são bastardos assassinos que não
merecem viver. Você com certeza não deveria governar ninguém.

— Eu não fiz isso, — ela sussurrou enquanto puxava seus braços para
longe de seu aperto. — Eu não tive qualquer participação nisso, então me
culpe se isso faz você se sentir melhor, mas eu era uma criança quando
aconteceu.
— Eu faço, eu culpo você e sua família pelo que fizeram com a minha,
— ele rosnou. A raiva pulsou por ele com sua pena, ela tinha pena dele pelo
que acontecera. Ele não queria ou precisava disso, o que ele precisava era
que ela o obedecesse, ficasse em silêncio e não fosse tão bonita. Ele odiava
o que ela era, quem ela era e de quem ela era parente. Ela havia sido
chamada de sedutora da Horda, viúva da Horda e prostituta da Horda tantas
vezes que ele pensou que isso seria fácil de realizar.

Ele nunca imaginou a mulher por trás dos nomes, ou que ela pediria
desculpas. Ela corou, pelo amor de Deus. Ela implorou para ele não morrer
enquanto o chamava de lagarto, o que diabos havia de errado com ela? Ou
era um jogo para ela? Ela estava brincando com ele para fugir?

— Ande, — ele exigiu enquanto empurrava sua forma subjugada para


onde ele tirou suas roupas. Uma vez lá, ela encostou na árvore e manteve o
olhar fixo na vasta campina aberta. Ela era uma desconhecida, e ele
precisava se lembrar que todos os rumores continham um grão de verdade,
e a realidade era que ela era a Horda. Ela nasceu de monstros, aqueles que
matavam raças inteiras.

Hoje eles alcançariam a aldeia, e ele lembrou a si mesmo que estava


voltando vitorioso. Seu povo dependia dele para garantir um futuro. Ela era
um meio para aquele futuro, uma maneira de livrar este mundo de sua
espécie, de sua linhagem. Ele se lembrou disso enquanto seus olhos
lentamente seguiam para onde os dela observavam enquanto as flores
desabrocharam no calor acolhedor do sol do meio da manhã.

Ele sentiu os outros antes de entrarem na floresta, seguindo seu


cheiro. Dragões, seu povo era o que o dela tentava livrar o mundo. Seu
mundo para compartilhar. Foi criado para todos eles e ainda assim eles
fizeram o impensável. Eles cometeram atos atrozes que deixaram milhares
com medo ou mortos no rastro de seu pai, e mesmo agora o mundo ainda
lutava por um equilíbrio que ele havia posto em perigo.
— Você mudou, — ronronou Fyra, seus olhos lentamente se
transformando em esmeraldas profundas enquanto seu próprio dragão
ansiava por sua liberação.

— Eu tive que drená-la antes de chegarmos à aldeia, — disse ele ao


perceber o ligeiro endireitamento da coluna de Ciara enquanto ouvia.

— Sangre a vadia, então ela não vai lutar mais.

— Eu a quero enfraquecida, não morta, Fyra, — ele rosnou.

— É mais fácil lidar com um do que com o outro, — ela deu de


ombros e se virou para olhar para Ciara.

Ciara se virou para encará-los sem medo, mesmo quando ela estava
cara a cara com seu dragão, ela se saiu melhor do que a maioria dos homens
adultos teria feito. Fyra acabara de falar sobre sua morte, e Ciara não se
esquivou disso ou tentou escapar. Em vez disso, ela quase parecia calma.
Como se ela estivesse acostumada com a ameaça de morte.

— Você vai morrer, — disse Fyra enquanto Ciara se aproximava.

— Não tenho medo de morrer, — admitiu Ciara. — Só não quero


sentir ou lidar com isso quando vier. Mas você me quer viva, não morta.
Você não pode atrair ninguém para um cadáver, pode? Não, acho que
não. Mate-me se achar que isso vai fazer você se sentir melhor, mas eu
prometo a você, a morte de um inimigo não muda o que foi feito. Não vai
fazer você se sentir melhor. Com certeza não vai trazer os mortos de volta
para você. Se tivesse, você já os teria aqui.
— Que porra você sabe sobre dor? Você vive em um mundo mimado
com todas as suas necessidades atendidas, — Fyra rosnou.

— Sim, sim, se você considerar que enquanto meu pai atormentava e


matava sua espécie por semanas, eu vivi uma vida inteira com ele, acho que
você pode dizer que fui mimada.

— Coitada de você, vivendo em um castelo sendo alimentada com


colher.

— Eu não sei como é ser alimentada com colher, — ela riu


musicalmente. — Eu posso te dizer como é estar escondida do
mundo. Como é assistir sua mãe sendo estuprada por seu pai, ou passar com
sucesso pela transição Fae sem um homem. Ele queria uma filha pura,
intocada pelo homem até que ela pudesse ser usada para ganho, e ele só
tinha uma. Essas são coisas que eu sei, mas alimentação à colher? Não
tenho certeza se isso funcionaria, já que pau é minha comida preferida.

— Nenhum Fae não se alimentou durante a transição, — Blane


apontou enquanto seus olhos se voltaram para a dor por trás da bravata de
Ciara.

— Eu sou Fae, não posso mentir. Então me escute com atenção. Passei
pela transição sem ser tocada, então se você acha que pode me machucar ou
me assustar, pense novamente. Você não é nada como meu pai era, e eu não
tinha medo dele. Por isso também sobreviverei. Então, se você quer me
sangrar, faça isso e pare de falar sobre isso. Você está me entediando. Eu
levei surras de meu pai, vi ele matar meus amigos simplesmente por serem
meus amigos ou próximos a mim. Já vivi com um monstro, o mesmo que te
aterrorizou. Você não me assusta, porra. Pode criticar ou calar a boca,
cupcake, mas faça um ou outro logo.
CAPÍTULO OITO

Ciara endireitou os ombros e olhou para Fyra, sem desistir do que ela
disse. Ela estava cansada dos nomes sujos, das ameaças. A vida era muito
curta para gastá-la pagando por crimes que ela não cometeu. Claro, ela era
imortal, e não era realmente curta para sua espécie, mas eles que se
ferrem. Esta não era sua luta, não era sua função ser abusada por crimes que
um pai, que ela nem gostava, cometeu.

Fyra atacou sem aviso, mas Ciara previu que isso aconteceria. Ela
evitou, deixando a loira cair de bunda na grama alta e oscilante da
clareira. Ela olhou para ela, sem medo do que ela sabia que poderia
fazer. Provavelmente, eles eram todos dragões e todos a odiavam.

— Eu vou te matar! — ela sibilou com veemência.

— Vá em frente, então, — provocou Ciara com indiferença, sabendo


que estava em menor número. Ela não ligou. Eles podiam colocar a culpa
onde quisessem, mas isso não significava que ela iria aceitar.

Ela se lançou e Blane ficou na frente de Ciara no último momento,


impedindo Fyra de atacá-la. Ele olhou por cima do ombro, encarando Ciara
antes de falar com Fyra em um tom firme e autoritário.

— Isso é o suficiente, senhoras, — ele trovejou enquanto empurrava


Fyra para longe dele e a ameaçava com seu olhar. — Eu disse a você que
precisamos dela viva, então pare com essa merda.
— Ela pensa que está acima de nós! Que ela não pode ser morta, —
ela sibilou. — Estou prestes a mostrar a ela como ela é fraca.

— Pelo contrário, estou ciente de que posso morrer facilmente. Eu


simplesmente não me importo se isso acontecer. Você está planejando me
usar contra minha família, uma que você acha que o prejudicou, e talvez
nós tenhamos feito isso. Mas considere isso, ele pode ter nos gerado, mas
com certeza não nos amou. Éramos seus peões, assim como sou para você
agora. Você quer que eu me encolha e implore? Não fiz por ele e com
certeza não farei isso por você só porque você exige. Eu vivi com aquele
monstro, tetas de açúcar, você é uma merda molenga.

— Tetas de açúcar? — Blane perguntou, seus lábios lutando para


esconder a risada de volta.

— Vocês idiotam falam inglês, certo? Porque você parece não entender
o que estou dizendo a você, — ela fervia. —Você não me assusta, não há
nada que você possa fazer ou me ameaçar que ainda não tenha sido feito
para mim. Você quer pensar que sou uma prostituta? Tudo bem, acredite no
que você quer sobre mim. Quer me culpar por algo de que não
participei? Sua escolha, mas culpe-me ou cale a boca porque você está me
dando dor de cabeça com suas ameaças. — Ela sorriu enquanto estendia as
mãos. —Amarre-me, garotão. Eu sei que você gosta.

— Ela é louca. — Fyra sussurrou como se Ciara fosse muito idiota


para ouvir ou entender.

— Não mais, — ela sorriu. —Talvez em um momento ou outro, no


entanto. Foi difícil passar um pouco pela transição. Rissy me manteve de
castigo, no entanto.

— Seu amante? — Blane perguntou enquanto seus olhos se estreitaram


para ela.
—Meu irmão demônio, — ela disse carinhosamente.

—Ele gosta de corações, diz que tem uma porra de gosto de doce.

Fyra estremeceu ao observar Ciara. Blane balançou a cabeça.

— Corações infantis, sem dúvida, — ele murmurou.

— Os corações de nossos inimigos, — ela respondeu. —Nós não


comemos crianças, isso é coisa sua, não é? Quero dizer, você acabou de
tentar roubar o futuro de Faery de seus berços. Nós? Nós não vamos atrás
de crianças, — ela apontou friamente.

— Se você encontrar uma fraqueza, você a explora.

— Então não fique tão chocado quando fizermos o mesmo, — ela


rebateu.

— Cale a boca, — ele rosnou.

Ciara observou enquanto ele prendia a corda em seu pulso


silenciosamente. Ela fez seu ponto, e ficou surpreendentemente surpresa
com o quanto parecia que deveria ter escorregado da língua de Ristan em
vez da dela. E onde ele estava? Onde eles estavam ? Por que ninguém veio
procurá-la? Eles não podiam ser indetectáveis, eles eram a porra da Horda,
pelo amor de Deus.

— Há quantos dias nós partimos? — ela perguntou suavemente.


— Por que isso importa? — Blane perguntou ao terminar de imobilizar
as mãos dela. — Só observando que você está dentro do reino externo e que
já se passou mais de uma semana? — ele perguntou, levantando uma
sobrancelha escura enquanto a observava.

— Estamos no reino externo? Você está louco? Existem monstros


aqui!

— Você acha que temos medo deles? Eu cresci aqui, longe de minhas
terras. Eu nasci nos esconderijos deles, Ciara. Não se preocupe, vou mantê-
la segura.

— É assim mesmo? — ela perguntou com cuidado. —Porque se


importar? Seu jogo final é me matar, não é? Como meu pai fez com sua
irmã. Se você é rei, você é o filho de Fury, aquele que foi morto em nossa
corte. Então eu já estou morta, — ela disse com uma inclinação de cabeça
pensativa. — Estou tão fodida agora, — ela riu como se fosse engraçado.

— Ela não está bem da cabeça, — Fyra disse ao lado deles enquanto
balançava a cabeça. —Ela deveria estar com medo.

— Eu já te disse, — ela sussurrou enquanto as lágrimas enchiam seus


olhos. — Eu não temo a morte. Não é morrer que você deve temer. É o que
acontece antes de você sucumbir a isso.

—Diga-me, Ciara, o que você tem medo? — Blane perguntou


enquanto a puxava para perto dele. Seus olhos se arregalaram,
arredondados, e ela se afastou dele. —Você tem medo de mim.

— Não, — ela disse e teve que forçar sua língua a ficar em sua boca,
pois era o melhor que ela podia falar sem admitir a verdade. Já era difícil
brincar com as palavras e manter seu juízo intacto no que dizia respeito a
ele. Infantil, sim, mas ele estava certo. Ela sentia coisas com ele. Ela sentiu
emoções quando ele a tocou, e ela não gostou nem um pouco. Ao longo dos
anos, ela tocou em homens ou foi tocada de passagem. Uma pancada no
ombro aqui ou ali, um toque inocente, mas ela nunca se conectou a outra
pessoa. Ristan disse que era porque ela foi quebrada na transição; que sua
mente tinha confundido. Que isso fez algo para ela que a impediu de se
conectar com outras pessoas. Ou, poderia ter sido a tortura sem fim que ela
suportou. Foi um lance de moeda.

Ciara tinha problemas em ser tocada por alguém. Não pertencia a


apenas uma pessoa, mas sim a qualquer um que tentasse chegar perto
demais. Ela passou por momentos difíceis, mesmo com sua sobrinha e
sobrinhos, e se forçou a suportar isso para parecer normal, ou o mais normal
que pudesse com sua família. Ela sabia que foi prejudicada por seu pai, pelo
que ele fez a ela. Não era algo que ela pudesse forçar a ir embora e tivesse
aprendido a conviver com isso. Ristan tinha explicado a ela que ela
precisava parecer normal para os estranhos, e ela de alguma forma
conseguiu. Mas Blane podia tocá-la, e ela não recuou dele, e isso a
incomodou. Muito.

Claro que ela estava com medo dele, mas ela não tinha certeza do por
que exatamente ou que seu toque deveria deixá-la doente, e não fez. Ela não
tinha sido capaz de dizer mais do que não , o que significava dizer que ela
não estava, era uma mentira. Ela olhou para o sorriso que se espalhou por
sua boca cheia, precisando limpá-lo deste mundo.

— Você tem medo de mim, — ele meditou enquanto Fyra voltava para
o acampamento. — Por que isso? —ele se perguntou em voz alta.

— Eu não gosto de você, — ela disse suavemente com um olhar


mortal. — Você é um lagarto, e eu temo lagartos. Quero dizer,
especialmente os que voam.
— Não é por isso que você tem medo de mim, — ele riu enquanto a
puxava para mais perto, mesmo enquanto ela lutava para manter uma
distância segura entre eles. — Então, por que uma princesa que não teme a
morte tem medo de mim?

— Prenda a respiração enquanto tenta resolver isso, — ela disse com


um sorriso maldoso nos lábios.
CAPÍTULO NOVE

Eles não chegaram à aldeia ou a qualquer lugar para onde estavam


indo ao anoitecer. Ciara estava perdida em sua mente quando Blane parou
os cavalos e anunciou que eles iriam acampar sob as estrelas
novamente. Ela foi ajudada a descer do cavalo por Remy e observou
enquanto Blane desmontava suavemente. Eles cavalgaram por horas, e o
tempo neste lugar estava insanamente ruim. Mudou de um calor latente para
um frio de gelar os ossos em segundos, sem aviso prévio.

Blane não tinha oferecido a ela uma capa novamente, mas então ela
percebeu que tão longe de casa ninguém iria notá-la de qualquer maneira.
Ele não parecia incomodado com seus desconfortos, mas ela também não
era sua convidada. Seus braços tinham sido o único calor que ela tinha
recebido, e parecia funcionar na maior parte, menos o resto de seu corpo
que aqueceu com seu toque traiçoeiro.

Já estava começando a esfriar de novo, e ninguém no grupo parecia


ciente disso, exceto ela. Como se ser dragão significasse que eles eram
imunes aos elementos frios do anel externo. Ela não estava, e ela preferia
casa onde pudesse se enrolar ao lado de uma lareira com um dos livros de
Synthia quando o tempo esfriasse.

— Sem fogo, vamos descansar por algumas horas e depois fazer o


resto da viagem para casa.

Ciara bufou com a notícia, incapaz de afastar o frio que parecia


envolver seus dedos gelados profundamente em seus ossos. Sua força
estava diminuindo, sua fome um lembrete sem fim de que ela estava
fodida. Não no tipo de refeição satisfatória também, não que ela soubesse
por experiência própria, além do que Max tinha sido capaz de fazer com
ela. Não era como se ela pudesse teletransportar também, com qualquer que
fosse a falta de magia continuando a impedir sua fuga por essas partes.

— Dê-me suas mãos, — ele rosnou, irritado com o fato de que não
importava o quão rápido eles viajaram para o reino exterior de Faery, eles
falharam em chegar ao seu destino. Ciara, por outro lado, estava grata por
eles não terem feito isso. — Faça a cama, — ele ordenou enquanto ela
esfregava o sentimento de volta em suas mãos.

— Como você deseja, — ela retrucou friamente, observando enquanto


o olhar dele mantinha o dela cativo. — Você quer um sanduíche também?
— ela se irritou, sem saber por que sua boca se recusou a parar quando ele a
irritou.

— Você e aquela sua língua vão longe demais, — alertou.

— Não gosta de sanduíches? — ela perguntou com um sorriso


travesso. — Oh, talvez seja porque você acha que ainda não ganhou
um? Synthia está sempre dizendo a Ryder que ele tem que merecer. Talvez
você deva fazer o mesmo.

— Você está me pedindo para te foder?

— O que? Não, — ela disse apressadamente, chocada que ele sequer


pensasse nisso. Sua boca se abriu e seus olhos se arregalaram quando isso a
atingiu.

—Não é isso que significa... filho da puta! — Ela soltou uma


gargalhada. — Aqueles idiotas, — ela sorriu enquanto revirava os olhos. —
Eu tenho que sair mais2.
— Faça a cama, Ciara. Estou cansado, — ele retrucou.

— Faça você mesmo, então, — ela desafiou enquanto cruzava os


braços sobre o peito e ergueu uma sobrancelha em desafio.

— Faça isso ou eu vou ganhar aquela merda de sanduíche, — ele


avisou.

— Só que o sanduíche que você está recebendo de mim está na sua


cabeça. Por que alguém iria querer um sanduíche depois disso? — ela
perguntou e seus olhos se estreitaram para ela como se ele estivesse
tentando descobrir algo.

— Pare de fazer joguinhos, — ele sibilou.

Ela ergueu as mãos em frustração e balançou a cabeça enquanto se


virava para a tenda que havia sido erguida enquanto eles discutiam. Ela
passou pelas abas e começou a subir na cama, desenrolando a pele que
aliviava o desconforto de dormir tão perto do chão, depois as peles que
desenrolou e colocou em cima.

Ciara fechou os olhos, imaginando um pijama grosso e franziu a testa


como se nada acontecesse. Ela não tinha glamour. Ou eles estavam em
outra parte do mundo que continha pouca ou nenhuma magia, ou ela drenou
tudo o que tinha tentando escapar dele.

Suas mãos repousaram sobre a cabeça enquanto ela balançava, sem


querer acreditar que tinha usado sua reserva apenas para dar de cara com
um dragão, de todas as coisas. Seus dedos enxugaram as lágrimas que
ameaçavam escorregar enquanto ela considerava o que fazer. Couro sugado
pelo frio, e agora ela estava congelando. Seus dentes batiam e as pontas dos
dedos estavam ficando de um adorável tom de azul.
Ela fechou os olhos, rezando para Danu para que trouxesse seus
irmãos rapidamente para encerrar essas férias inesperadas. Ela ansiava pelas
risadas de seus irmãos, pela tagarelice interminável das servas e pela
proteção da fortaleza da Horda.

Isso foi péssimo. Ela se virou, esperando marchar para fora e dizer ao
dragão onde ele poderia enfiá-lo, apenas para dar de cara em seu peito
enorme. Suas mãos se levantaram, fixando-se em seus músculos grossos
antes de puxá-los de volta como se ele a tivesse queimado.

— Você deveria anunciar sua presença em vez de me deixar andar de


cara no seu surpreendente... peito. Seu peito, — ela emendou.

— Surpreendente, o quê? — ele perguntou.

— Nada, — ela sussurrou enquanto baixava o olhar para longe


dele. — Não tenho nada em que dormir e este couro está congelando.

— Você está com frio, — ele apontou.

— Muito, — ela admitiu com uma carranca profunda estragando seus


lábios.

— Bom, — ele disse, e os olhos dela fixaram-se nos dele. —Tire a


roupa, — ele continuou, ignorando o choque que registrou em seus olhos.

— Eu não vou, — ela zombou indignada, cavando em seus


calcanhares.
— Não me faça estragar as roupas de Fyra. Ela estará irritada sobre
isso, — ele avisou.

— Ela pode ficar irritada, — ela riu. — Eu não vou ficar pelada com
você.

— Você vai, de uma forma ou de outra, você se despirá. O frio aqui é


demais para o seu tipo, um dos motivos pelos quais o escolhemos. Sem o
meu calor, você morre, e eu preciso de você viva.

— Eu não precisei de você na primeira noite, — ela disse


incisivamente.

— Não estávamos profundamente dentro das bordas externas de


Faery, agora estamos. Não se preocupe, eu não vou te foder, princesa. Você
nem é meu tipo. Gosto das minhas inocentes, imaculadas e sem tanto
sangue nas mãos.

— Bem, então isso deve fazer minhas roupas derreterem, não é? — ela
perguntou enquanto se afastava dele para começar a tirar suas roupas. Ela
sabia que ele falava a verdade sobre o frio, ela podia sentir isso mesmo
agora, rastejando profundamente em seu tecido enquanto lutava para
segurá-la. Não era um frio comum, tinha o toque gorduroso da magia em
seu cheiro. Se ela estivesse certa, eles estavam perto da Corte Winter, o que
significava que ela estava muito além de onde seus irmãos estariam
procurando por ela.

Ela tirou a calça e a camisa e ficou ali tremendo, de costas para ele,
esperando que seu cabelo escuro na altura da cintura o impedisse de
verificar sua bunda. Ela o sentiu diminuindo a distância entre eles, o calor
que seu corpo irradiava enviou seu corpo formigando com a necessidade.
—Vire-se, — ele exigiu com voz rouca.

Ela fez o que ele pediu, erguendo os olhos para ele enquanto ele a
fitava. Seus dedos seguraram seu queixo, forçando-a a ceder enquanto sua
outra mão lentamente tocava seu abdômen. O pânico tomou conta, e ela
empurrou seu corpo para longe dele, sem se importar que o ar gelado
mordesse sua carne.

O triunfo iluminou seus olhos enquanto a supervisionava. — Você está


com medo de mim.

—Não.

—Diga-me que você não tem medo do meu toque.

—Eu não gosto de você, — ela disse, odiando que as palavras que ela
queria dizer não saíssem. Fae não podia mentir, o que significava que ela
tinha que encontrar uma maneira de contornar isso. —Apavorada? Não.
— Ela não estava apavorada, seu toque aterrorizou seus sentidos.

— Você não pode dizer isso, pode?

— Eu digo muito, — ela respondeu friamente, tremendo quando o ar


mordeu sua pele nua. — Blane, — ela sibilou quando um tremor a
percorreu, o gelo beliscando sua carne como se o congelamento estivesse se
formando. Ela estava vermelha, vermelha brilhante do frio que ameaçava
consumi-la e o gelo escorregou por seus dedos, colocando a prova de sua
reivindicação. Ela não sobreviveria ao frio sem ele.

— Inferno sangrento, — ele rosnou enquanto a puxava para mais perto


e segurava seu corpo contra o dele enquanto tirava sua roupa. Sua carne
tocou a dela, e ela gemeu quando o frio desapareceu, substituído por um
calor reconfortante. — Ande até a cama para que você possa entrar nas
cobertas enquanto eu tiro minhas calças.

—Deixe-as, — ela balbuciou enquanto se afastava e caminhava para a


pele, deslizando para as peles. Seus dentes batiam, o ar frio congelante
ameaçava devorar sua carne. — Como é que alguém mora aqui? — ela
exigiu.

Ele riu enquanto usava os polegares para remover o botão e abaixar as


calças. Seus olhos se moveram por vontade própria. Seu pau era enorme,
mesmo em seu estado atual. Seus olhos se fecharam, apertando enquanto
ela tremia de frio cortante. Seu corpo inteiro estremeceu quando as cobertas
foram levantadas e ele deslizou para dentro, puxando seu corpo contra o
dele.

— Nós vivemos aqui porque sua espécie não pode, — ele ronronou
enquanto testava suas curvas, permitindo que seus dedos passassem por seu
quadril nu. Seu calor foi instantâneo, isso a encheu, removendo o frio ósseo
que ela pensou que acabaria com sua vida enquanto ele brincava com seus
jeans. Uma maneira pela qual ela não queria morrer? Morrendo de frio, o
que era muito possível aqui.

— Não podemos morrer disso, — ressaltou.

— Sim, você pode, — ele corrigiu enquanto sua mão se movia para
sua barriga, lentamente arrastando os dedos até os seios dela. Ela
estremeceu, e isso teve muito pouco a ver com o ar frio ao redor deles. Sua
respiração fez nuvens no ar, e ela ergueu o rosto, olhando para ele enquanto
ele se inclinava sobre ela.

—Você compartilha uma mãe com Ryder, não é?


— E Dristan, — ela confirmou.

—E ela está morta? — ele perguntou com cuidado.

—Não, ela está viva. Ela está... muito quebrada, — ela admitiu. —Ela
foi a única fêmea a gerar mais de um filho para Alazander. Ele... preferia os
gritos dela aos de suas outras mulheres, eu acho. Eu costumava me
esconder dele, e quando o fazia, ele a machucava para me fazer sair de onde
eu estava escondida. Meus irmãos me imploraram para parar, mas ele era
um monstro. Aquele que gostava de me machucar.

— E, no entanto, você não tem nenhuma prova disso, — ele


ressaltou. — O Rei da Horda deixa cicatrizes com seu toque, eu sei. Eu vi
muitas cicatrizes dele.

— Na forma de besta, sim, — ela respondeu. —Não em sua verdadeira


forma, — ela disse antes de cerrar os lábios com os dentes. — Não era a
besta que me apavorava quando criança. Era meu pai.

— E o que ele fez, espancou você? — ele rosnou. —Pobre Ciara,


abusada pelo monstro que a criou, — ele zombou. —Você provavelmente
foi estragada por ele e treinada para a tortura desde o nascimento.

— Ele ameaçou matar meus irmãos enquanto eu observava. Quando


eles ficaram mais velhos, mais fortes, ele ameaçou me jogar para os red
caps para que eles pudessem reproduzir em mim. Então, quando ele
percebeu que não geraria outra filha, ele me colocou em uma gaiola. Por
anos fui mantida longe de todos, até mesmo de meus irmãos. Quando
finalmente consegui sair, foi apenas porque chegou a hora da transição. Ele
queria me ver sofrer, ver o quão forte eu era e se eu poderia sair de tudo
isso.
— E você saiu? — ele perguntou com uma carranca.

— Não, de jeito nenhum, — ela admitiu suavemente.

—Eu não fiz a transição totalmente. Eu estava presa nela, incapaz de


me alimentar, incapaz de encontrar liberação. Eventualmente, Ryder veio.

— E você o tomou como seu amante? — ele perguntou, olhando para


ela com um olhar de desgosto queimando em seus olhos.

— Não, ele é meu irmão. Ele trouxe um homem para mim e me ajudou
a passar por isso. Ele arriscou a vida para me salvar.

— E você o matou por isso? — ele questionou.

— Você é um idiota, você sabe disso, certo? — ela retrucou. —Max


era diferente, ele não estava... interessado em mim. Ele nunca me tocou e
ainda assim me alimentou. Ele parou a dor que tinha sido interminável até
ele. Ele não esperava nada nem pediu nada em troca. Ele arriscou a vida
para me ajudar, então não, eu não o matei. Ele é o único homem que tem
permissão para me tocar, para me alimentar.

— E ele satisfaz suas necessidades além da fome?

— Minhas necessidades? — ela perguntou com um olhar sombrio. Os


olhos dele estavam fazendo coisas com ela, coisas ruins. Ela afastou o olhar
antes que sua magia vodu pudesse confundir seu cérebro.

— Ele fez você gritar? Ou te fodeu com tanta força que rastejou no dia
seguinte porque sua linda carne rosada estava muito dolorida, muito
inchada para andar? — ele perguntou, e o olhar dela voltou para ele.

— Max não gosta de garotas, — ela apontou irritada.

— Mas ele alimenta você? — ele perguntou curiosamente, descrença


em camadas de suas palavras.

— Sim ele faz. E sim, é incrível.

— Incrível, hein? — ele sussurrou com voz rouca antes de abaixar sua
boca para a dela e deixá-la pairar lá enquanto sua respiração abanava seus
lábios. Ele deixou seus lábios roçarem os dela, rosnando enquanto os
empurrava com os dela, afundando sua língua em suas profundezas.

Ciara gemeu, abrindo-se para a invasão lenta de Blane. Ela o pararia


em um momento, mas sua curiosidade foi aguçada. Sua língua duelou com
a dele, deslizando em torno dela e acariciando-a enquanto o corpo dele se
inclinava ainda mais contra o dela. Os dedos capturaram seu cabelo
enquanto o outro a empurrava para baixo dele. As mãos dela pegaram seu
rosto, segurando-o no lugar enquanto ela lutava para conseguir mais dele.

Suas pernas se separaram, permitindo-lhe embalar seu corpo entre


elas. Ela sentiu seu pau esfregando contra ela e parou, sabendo que ela tinha
que parar com isso. A curiosidade estava prestes a matar a boceta3... ou era
o gato? Ela precisava prestar mais atenção quando Ristan falava.

— Blane, — ela murmurou enquanto ele ajustava seu pênis,


pressionando-o contra sua entrada. Ela o empurrou, desembaraçando seus
membros, e então o agarrou novamente enquanto o ar instantaneamente
queimava sua carne com seu frio.
Ele lutou para manter a respiração sob controle enquanto ela fazia o
mesmo. Ela ficou lá congelando enquanto ele a olhava como se ela tivesse
começado essa coisa entre eles. Seu olhar era asqueroso, como se odiasse o
que acabara de fazer. Seu sexo doía, literalmente doía para ser preenchido...
por ele. Sua boceta estava molhada, embaraçosamente. Seu corpo nunca
reagiu a Max assim, ou a qualquer outra pessoa. Era como se ela não tivesse
controle sobre isso. Ela se virou de costas para ele para se esconder de seu
olhar penetrante.

Ela estremeceu violentamente sem seu calor para aquecê-la. As mãos


dele se estenderam, puxando-a para mais perto de sua carne enquanto a
acomodava contra seu corpo bem definido. Ciara queria se afastar, se
afastar do pau latejante que sentia contra suas costas. Ela nem sabia que
essas coisas podiam fazer isso. Com Max, nunca havia sido assim. Seu
coração nunca tinha disparado, nem seu corpo aquecido. Eles tinham
acabado de foder mentalmente, e ela sabia o que esperar de um homem,
mas nunca houve o pânico que ameaçou engolfá-la também.

Com Blane, ela sentiu uma necessidade real. O desejo irresistível de


deixá-lo testar suas profundezas, explorar o que ele tinha a oferecer. Mas,
ela não iria. Ele não era o que ela precisava, e ela era sua cativa, não sua
companheira. As linhas tinham que ser traçadas, elas não podiam ser
cruzadas.

Seu povo havia massacrado o dele, e ele planejava usar isso contra
ela. Ela era a Princesa da Horda, a casta Fae mais cruel e violenta já
criada. Não, ela estaria condenada se ele a usasse para suas necessidades
apenas para se virar e usá-la contra seus irmãos. Ela foi criada melhor do
que isso, e em termos Fae, ela era jovem, uma das últimas que Alazander
gerou, mas isso não a tornava uma idiota.
CAPÍTULO DEZ

Eles viajaram em silêncio pelas poucas horas que levaram para chegar
à aldeia. Não era uma aldeia real, mais como um acampamento que você
veria quando os soldados estivessem em guerra. Blane permaneceu em
silêncio desde o desastre da noite anterior, deixando Ciara refletindo sobre
sua situação. Os homens com eles sentiram o humor de Blane, enquanto
Fyra fuzilou Ciara com o olhar durante toda a viagem. Como se o mau
humor dele fosse obra dela.

O acampamento estava espalhado até onde ela podia ver, além do


prado onde eles se instalaram. Centenas de tendas foram erguidas, com
ainda mais pessoas circulando. Era limitado por áreas florestais. O som
musical de crianças rindo soou perto deles e Ciara ergueu o olhar de onde
ela o tinha, olhando por cima da cabeça do cavalo para o pequeno grupo
que aguardava a chegada de seu rei. Nunca parecia assim quando Ryder ou
seus irmãos voltaram; a Horda Foi liderada pelo medo.

À medida que se aproximavam, eles desmontaram dos cavalos e a


ansiedade de Ciara disparou pelas nuvens. Essas pessoas a odiavam, ela era
sua inimiga no que dizia respeito a eles. Esta era uma aldeia inteira de
dragões. Como isso era possível, ela não sabia. Ele tinha que ser uma
criança quando escapou, e ainda assim ele formou um exército. Ela mal
tinha idade suficiente para se lembrar de muita coisa além dos gritos, ou o
que ela havia dito que tinha acontecido.

Blane a puxou com ele enquanto se movia no meio da


multidão, aplausos soaram de todos. Ele a puxou com ele até ficarem diante
de uma estaca de madeira na qual ele amarrou a corda em suas mãos
quando a deixou lá, batendo palmas com amigos enquanto eles o
parabenizaram por sua vitória.
— Eu te dou Ciara, a única menina nascida de Alazander, bastardo
assassino da Horda. — Fyra se virou após sua declaração e piscou para ela.

O estômago de Ciara caiu quando a multidão se virou para olhar para


ela com ódio. Ela mal conseguia distinguir as costas de Blane enquanto ele
se afastava dela, deixando-a com seus olhares hostis. Isso não era bom, de
jeito nenhum.

Sozinha. Ela havia sido deixada sozinha com uma multidão furiosa
de seu povo.

Sua respiração ficou pesada enquanto ela procurava na multidão por


alguém que ela conhecia. Era um pensamento sem esperança, mas seu
cérebro não se importou. Seu corpo doía da jornada aqui, mas não ter
nenhuma magia correndo por ela também estava prejudicando seu sistema
sensorial e sua mente. Ela estava totalmente sozinha e indefesa.

Ela ficou na ponta dos pés, observando enquanto Blane desaparecia


ainda mais no meio da multidão. Sua visão turvou enquanto ela tentava se
forçar a se acalmar. Ela poderia lidar com isso. Não importava que ela não
estivesse entre a família ou aqueles que a mantinham segura. Qual é a pior
coisa que eles podem fazer?

Algo atingiu seu rosto e ela gritou, abrindo os olhos para encontrar a
fonte. Outro míssil lançado nela, batendo contra sua têmpora. A multidão
aplaudia enquanto mais pessoas pegavam pedras ou o que quer que
pudessem encontrar e jogavam nela. Ela era um alvo fácil. Ela se fez menor,
escondendo a cabeça nos braços estendidos que pendiam inutilmente acima
de sua cabeça. A dor a assaltou enquanto o líquido descia pelo rosto de sua
testa. A escuridão ameaçou consumi-la como um foguete após um míssil a
atacar.
Ótimo pra caralho, ela estava sendo apedrejada até a morte como algo
saído de um romance medieval. Uma pedra bateu contra sua caixa torácica
e ela gritou, outro atingiu seu rosto e sua cabeça caiu para trás enquanto
estrelas surgiam em sua visão.

— O suficiente! — A voz de Blane ecoou na multidão à medida que se


aproximava. —Precisamos dela viva, — ele rosnou quando ela sentiu seus
braços sendo soltos do gancho enquanto ela era içada e carregada para
longe de onde eles a atacaram.

O que ele esperava? Ele a trouxe para eles e então a amarrou para eles
atacarem. Fyra pode não ter atirado a primeira pedra, mas ela se certificou
de que outra pessoa o fizesse com suas palavras. E quem disse que as
palavras não doem?

— Encontre o curandeiro, — ele ordenou enquanto os movia através


do acampamento até que eles entrassem em uma tenda. Ele a sentou na
cama e agarrou seu rosto com a mão, virando-o. Ela se afastou de seu toque,
ignorando seu olhar enquanto se afastava dele. — Eu não esperava isso.

— Não esperava? — ela sussurrou com raiva.

— Não, — ele assobiou. — Não é o que eu queria para você.

— Aqui está o inimigo, em um poste... um alvo tão fácil, — ela disse


suavemente enquanto levava suas mãos amarradas para tocar sua testa.

— Você vai se curar, você é Fae, — ele disse asperamente.

Se ela tivesse magia em suas veias, o que ela não tinha, ela
poderia. Infelizmente, ela não tinha mais nada. Ele se certificou disso. Ele a
forçou a usá-la, ainda mais quando ela se fez correr para a liberdade. Ciara
não tinha mais nada para usar, nada para escapar dele. Ele conhecia sua
fraqueza, o que significava que alguém havia lhe contado o que
era. Alguém de dentro do castelo havia contado a ele sobre suas falhas para
que ele soubesse como explorar suas fraquezas. Isso significava que ele era
inteligente, estudando todos eles enquanto se preparava para fazer sua
jogada. Ela não tinha sido seu alvo e ainda sabia todos os boatos sobre ela, e
muito mais.

Alguém entrou na tenda e olhou para ela, e então voltou para


fora. Blane o seguiu e depois a discussão começou. Ciara inclinou a cabeça,
mantendo os olhos fechados enquanto eles debatiam.

— Não a estou tratando, — disse uma voz profunda.

— Você vai tratá-la, ela está ferida.

—Bom, ela é nossa inimiga, senhor. Eles merecem sentir cada grama
de dor que é dada a eles. Ela não é diferente.

— Eu te dei uma ordem! — Blane gritou. — Precisamos dela viva, ou


este plano não funciona. Se não tivermos nada que eles querem, eles não
entrarão neste acampamento e com certeza não virão buscar um
cadáver. Seu rei virá por ela, ela é sua irmã. Assim como você exigiu que
fôssemos atrás do seu, e nós fomos, não foi?

— Você espera que eu cure a prostituta aí dentro? Deixe-a sangrar, ela


não vai morrer. Ela pode se curar se quiser, mas não o fez, por quê? Ela
cortará sua garganta durante o sono, e então onde estaremos? Eu digo para
deixá-la com os homens, ver como ela gosta do que acontece quando as
mulheres são capturadas.
— Então não seríamos melhores do que seu povo, — ele argumentou.

— Blane, ela é um deles. Ela é do sangue dele. Ela é um monstro


assim como seu pai era. Ela é apenas mais bonita. Deixe-a sangrar, suas
feridas não foram tão ruins.

— Florin, você é um curandeiro, é seu trabalho cuidar dos feridos. Ela


está ferida e sangrando por toda a minha cama, então se você não quiser me
ouvir, vá embora. Leve sua família e arrisque fora do acampamento na
floresta.

A aba da tenda se abriu e Ciara ergueu a cabeça, encarando os homens


que entraram. Ela fugiu para trás, para longe deles. Sua mão segurou o
ferimento na cabeça, o pior de todos eles, e quando o homem se aproximou
dela, ela se levantou abruptamente, observando enquanto ele se afastava
dela.

— Eu não preciso da ajuda dele, — ela disse asperamente. — Leve-me


aonde quer que eu esteja dormindo, e ele vai se curar sozinho.

— Você vai dormir aqui, comigo, — Blane anunciou enquanto seus


olhos avaliavam lentamente os danos dela.

— Isso é…

— Eu disse que você vai dormir na minha tenda comigo. Não estava
em debate, princesa, — ele repetiu enquanto se aproximava dela. Sua mão
caiu e ela balançou a cabeça, apenas para sangue escorrer do ferimento. —
Florin, pegue seu kit de fora e conserte o rosto dela.

— Ela não precisa da minha ajuda, — ele atirou de volta para Blane.
— Apenas deixe as coisas, eu cuidarei de mim mesma, — ela ofereceu
e observou o cara estufar o peito.

— Não vou desperdiçar meus suprimentos com gente como você, —


ele se irritou.

— Deixe a porra dos suprimentos e vá, — Blane estalou e se moveu


para recuperar o kit para si mesmo. Ciara observou o homem sair correndo
da tenda, deixando os dois com a tensão incômoda que pairava no ar. Ela se
mudou para a cama, sentando-se para não balançar em seus pés.

— Eu posso cuidar de mim mesma, — ela disse enquanto tirava a mão


da têmpora e a estendia para pegar os suprimentos.

— Tenho certeza que você pode, — ele respondeu enquanto ignorava a


mão dela e se ajoelhava na frente da cama, franzindo a testa profundamente
ao ver o corte em sua testa. — Eu não deveria ter deixado você lá, — ele
admitiu suavemente.

— Não, você não deveria, — ela concordou friamente enquanto o


olhava fixamente. — Mas então você sabia como eles reagiriam, e estou
feliz por ter sido eu quem você levou, e não minha sobrinha e
sobrinhos. Eles teriam sido mortos por sua total negligência.

Ele se encolheu e balançou a cabeça. — Eu não teria amarrado


crianças a um poste, — ele advertiu.

— Não, apenas mulheres indefesas, o que o torna muito melhor do que


a Horda, certo? — ela sibilou enquanto limpava o rastro de sangue de seu
olho.
— Você não está indefesa, Ciara. Você pode se comportar bem, mesmo
contra os homens. Alguém passou muito tempo treinando você.

Ela franziu a testa enquanto considerava o elogio.

—Estou treinando para ser útil, para ganhar meu lugar.

Ele abriu a caixa e removeu a gaze. — Você não está se curando, —


ele anunciou enquanto colocava a gaze em sua testa, segurando-a lá. —
Você é Fae, você deve se curar sem precisar de cuidados, então por que não
está?

— Algum idiota se certificou de que eu não pudesse, —ela disse


asperamente enquanto afastava a mão dele enquanto a cobria com a sua,
segurando a bandagem no lugar. — Eu não me alimentei, o que significa
que você vai precisar fazer isso ou me deixar ir para que eu possa.

— Isso não está acontecendo.

— Qual parte? Porque você mesmo disse, sou Fae. Você sabe como
nos alimentamos e, sem isso, você vai me ver murchar e desvanecer até
virar nada mais do que um cadáver. Você tem medo da minha magia, por
quê? Com medo de que eu possa seduzi-lo, dragão?

— Eu não tenho medo de você.

— Eu não disse eu, eu disse minha magia. Você teme que eu


prejudique aqueles animais lá fora, e ainda assim estou sentada aqui com
um corte na cabeça. Você acha que vou prejudicar seu povo, e ainda assim
teve ampla oportunidade de usar minha magia em você e seu alegre bando
de idiotas antes de drená-la, e optei por não fazê-lo. Eu não o usaria agora
de qualquer maneira, meus irmãos iriam rastreá-la.

Seus olhos se estreitaram em fendas enquanto ele considerava suas


palavras. — Eles estão conectados a você por meio dele. É assim que eles
rastreiam você quando você está longe deles e sabe exatamente para onde
teletransportar, não é?

Ela engoliu em seco enquanto observava sua mente trabalhar, sua


emoção se espalhando por seu rosto enquanto ele considerava o que ela
acabara de divulgar. Blane se levantou e saiu da tenda abruptamente
enquanto Ciara gemia de sua própria estupidez. Ela tinha acabado de dizer
àquele idiota como levar seus irmãos até ela, como eles poderiam encontrá-
la. Se ela usasse muita magia, seria um farol para eles, e eles estariam
esperando por isso. Ela os conhecia, sabia como rastreavam outros. Zahruk,
Ryder e Ristan provavelmente estavam fora agora, vasculhando o mundo
em sua totalidade para encontrá-la, e ela não podia deixá-los.

Ciara saiu da cama, deixando os joelhos tocarem o chão enquanto


puxava a fita adesiva da caixa de suprimentos e limpava rapidamente a
testa, sentindo lentamente os outros caroços de onde as pedras atingiram
sua carne. Sua barriga já estava ficando roxa de onde uma havia rachado ao
longo de sua caixa torácica. Ela sibilou ao tatear, verificando se havia algo
quebrado ou fora do lugar.

Blane entrou com um grupo de homens em seus calcanhares, e Ciara


se levantou, olhando para eles enquanto a observava como se ela fosse um
monstro. Seu coração saltou para a garganta quando o pânico invadiu sua
mente. Blane falava em uma língua estrangeira, algum tipo de código para
os homens, que a observavam como se ela fosse algum tipo de animal que
nunca haviam encontrado antes e pretendiam capturar.
Ela ouviu, tentando entender o que estava sendo dito entre eles, e
então, quando Blane se aproximou e ela recuou até a beira da tenda, sem se
importar que não fosse suportar seu peso, eles começaram a se aproximar
dela. Não era isso que ela queria dizer com precisar ser alimentada, isso não
estava acontecendo.

— Não lute, Ciara. Você não vai ganhar, — alertou. Seus dedos
apertaram seus ombros enquanto ele a puxava para mais perto, segurando-a
contra ele enquanto os homens se arrastavam para frente.

— Eu vou lutar com você com até meu último suspiro, — ela sibilou
friamente enquanto levantava o joelho, com a intenção de machucá-lo. Ele
a jogou na cama sem aviso, bloqueando com sucesso seu ataque. Ela gritou
de raiva quando ele pousou em cima dela enquanto os outros homens
seguravam suas mãos. —Me deixar ir! — ela gritou enquanto continuava
lutando contra eles. Ela estava esgotada, exausta mentalmente e
fisicamente, e sem magia, ela tinha pouca esperança de impedi-los do que
ela presumia que eles planejavam fazer com ela.

As mãos de Blane arrancaram a camisa de seu corpo e um soluço


gigante explodiu de seus lábios. Ele se inclinou para trás, puxando as calças
para baixo até que ela estivesse nua para todos os olhos na tenda. Lágrimas
encheram seus olhos enquanto ela o encarava com ódio e aversão. Ele
estendeu a mão quando alguém colocou uma corrente de ouro nela. O poder
exalava dele, cru e mortal. Sua carne aumentou em consciência, sentindo o
perigo que a corrente fina e minúscula segurava.

Ele o colocou na cama ao lado dela, e então ergueu seus quadris,


envolvendo frouxamente suas pernas nuas ao redor de seu corpo. Ela
apertou as pernas, com a intenção de derrubá-lo apenas para ter um dos
homens agarrando sua garganta. Ela se acalmou, enquanto olhava para os
olhos vermelhos que a observavam com fome em suas profundezas
carmesim.
— Eu digo que devemos mostrar a ela como os dragões fodem, dar a
ela algo para comparar homens de verdade, em vez das fodidas fadas com
as quais ela está acostumada, — ele retrucou.

― Isso é o suficiente, Remy, — Blane avisou enquanto alcançava a


corrente e a colocava sob seus quadris. Ela olhou para ele, observando
enquanto ele começava a brilhar com poder quando ele o colocava em volta
de sua cintura, prendendo o fecho. Blane sussurrou algo e a corrente se
fechou em torno de seus quadris como se fosse um cinto delicado. Exalava
energia elétrica crua. Sua mente correu para localizá-lo, e então seus olhos
se arregalaram de horror quando a compreensão atingiu.

Uma merda de relíquia?

Ela olhou para Blane em choque ao perceber o que ele tinha feito. As
relíquias eram mortais, criadas pelos Fae como objetos de poder que tinham
consequências incalculáveis se mexidas. Os homens recuaram enquanto ele
zumbia e se apertava ao redor dela. Ele beliscou sua carne em advertência, e
dentes irregulares morderam sua carne enquanto minúsculas gotas de
sangue vermelho se formavam.

— O que você fez? — ela sussurrou, horrorizada, seus lábios tremiam


enquanto pulsava com vida, como se sentisse seu pânico e gostasse. Ele
apertou e mordeu ainda mais em sua carne, forçando um grito de dor a
rasgar seus pulmões.

Blane recuou, jogando as peles sobre sua nudez. — O que me propus a


fazer, — ele anunciou. — Isca uma armadilha para pegar um monstro.

—Você não tem ideia do que fez, não é? — ela sussurrou enquanto os
homens saíam da tenda, apenas para voltar com uma única estaca que
colocaram no chão.
— Você é um meio para um fim, — ele respondeu friamente. —Isso é
tudo que você é, e tudo que você sempre será para mim, princesa.
CAPÍTULO ONZE

Ciara olhou para Blane e seus homens enquanto eles pintavam as


proteções nas paredes da tenda, uma armadilha para seus irmãos. Ela estaria
condenada se essas proteções funcionassem para capturá-los. Blane não
tinha ideia de com quem ou com o que estava se metendo. Synthia
destruiria sua vila inteira antes de deixá-los machucar Ryder. Não que ele
precisasse de sua mulher para protegê-lo, ele era o rei da Horda, e eles não
perceberam que ele era o poder absoluto?

Demoraram horas para que terminassem e, assim que o fizeram, Blane


forçou-a a ir para os postes que chegavam ao telhado da tenda, prendendo-
lhe as mãos em couro que se prendia a uma ampla tábua, que os
separava. Ela o observou por baixo de seus cílios enquanto ele colocava
cordas em volta de seus tornozelos e mãos, apertando-os, e então recuou,
deixando seu olhar vagar lentamente sobre suas curvas nuas.

— Perfeito, — ele sussurrou com voz rouca enquanto se aproximava


de onde ela estava, incapaz de cobrir sua nudez de seu olhar penetrante. Ele
saiu abruptamente e voltou com um balde de água com sabão.

Seu olhar se estreitou para ele quando ele colocou a seus pés e retirou
um pano. Que porra de macacos voadores sempre amorosos? Ele ficou
tenso e alcançou o curativo em seu rosto, removendo-o. Ela se afastou dele
e baixou o olhar para o chão, recusando-se até mesmo a olhar para ele.

— Não fique brava, você sabia por que eu te levei, — ele murmurou
enquanto lavava seu rosto.
— Afaste-se de mim, dragão filhote, — ela fervia. Ele riu, ignorando-a
enquanto passava lentamente o pano macio entre seus seios, roçando seus
globos com os nós dos dedos.

— Eu garanto a você, eu não sou um filhote. Eu sou de sangue quente


e todo homem, — ele sussurrou enquanto se ajoelhava entre suas pernas,
passando o pano por sua carne. A temperatura na barraca disparou e ela
estremeceu, puxando as cordas que a seguravam. — Desculpe, doce
menina, mas você fede. Não pretendo dormir perto de você com o cheiro
que você faz.

— Eu não pedi para dormir perto de você, — ela respondeu. — Além


disso, eu posso lavar minha própria boceta. Não preciso que você faça
merda nenhuma para mim. Deixe-me ir, e eu mesmo farei.

— Não, — ele riu com voz rouca. — Eu meio que gosto de ver você se
contorcer. Meu toque te incomoda tanto? — Ela olhou para ele, incapaz de
dizer o que queria porque seria uma mentira. —Nada a dizer? — ele
zombou.

— Eu vou matar você, porra, — ela sibilou com veemência. — Você


acha que meu irmão é um monstro? Vou fazê-lo parecer a noiva idiota do
coelhinho da Páscoa!

— Coelhinho da Páscoa? — ele perguntou, levantando uma


sobrancelha em questão. Seu coração doeu, seu corpo doeu. Na verdade,
não havia um único centímetro dela que não doesse. Seus músculos ficaram
tensos a ponto de não se soltarem com o que ele permitiu que acontecesse
com ela.

— Vá para o inferno, — ela respondeu com cuidado.


— Você se alimenta de gozar, certo? Ou é quando seu parceiro
encontra liberação? — ele perguntou, mudando de assunto tão rapidamente
que ela levou um momento para processar sua mudança. A cabeça dela
balançou. Ele se levantou, jogando o pano no balde enquanto tirava a
camisa e o jogava de lado.

O suor que escorria da testa de Ciara formou-se em sua nuca,


lentamente descendo por suas costas e o calor se tornou insuportável no
espaço apertado. Seu corpo tremia, e ela rosnou do fundo de seu peito
enquanto sorria para ele.

— Venha aqui, vou lhe mostrar como me alimento, dragão filhote, —


ela zombou, observando enquanto seus olhos escureciam. — Pensando
bem, você pode precisar de ajuda. Duvido que você seja homem o
suficiente para acalmar essa dor ou me alimentar.

— É assim mesmo? — ele perguntou, lentamente desabotoando as


calças enquanto olhava para ela do outro lado da sala. Seus quadris
capturaram seus olhos, fazendo suas pálpebras ficarem pesadas enquanto
ele desnudava seu pau grosso para seu olhar ganancioso. Ela o arrancou de
seu corpo e fingiu que a parede pintada da tenda era mais interessante do
que sua pele nua. Por que ela não poderia ser sequestrada por um cara feio
com chifres ou algo assim? Não, não ela, ela tinha que ser tomada por
algum shifter dragão quente com lábios vodu que ela ansiava por provar
novamente. — Ouvi dizer que você gosta de... grandes refeições? É assim
que você os chama? Diga-me, quantos você pode levar de uma vez?

Ela olhou para ele enquanto sua boca abria e fechava. — Quantos eu
quiser, — ela respondeu com gelo em suas palavras.

Seus olhos escureceram e ele passou os dedos pelos cabelos,


afastando-os da testa. — Então, os rumores são verdadeiros?
— Eu não sei quais são os rumores, já que eles são sobre mim. Eu
tendo a ignorar fofocas, e você também deveria. Você pode acreditar no que
quiser, pouco importa para mim de qualquer maneira.

— Não te incomoda que os rumores digam que você está muito... dada
com seu corpo?

— Eu sou Fae, nós fodemos para comer, — ela respondeu


indiferentemente. Ela tentou encolher os ombros, mas as cordas a
impediram.

Ela o observou enquanto ele se movia para onde ela estava, lentamente
liberando seus braços e pernas antes que ele lentamente a empurrasse para a
cama. Ele tinha tatuagens, ao contrário das marcas dos Fae, ele escolheu
usá-los. Dragões em voo cobriam suas costas, enquanto palavras escritas
em uma língua que ela não entendia estavam tatuadas em sua caixa
torácica. Seus joelhos bateram na cama e ela caiu de bunda. Antes que ela
pudesse atravessá-lo, ele se ajoelhou entre suas pernas.

— Não é a satisfação sexual que você precisa, são apenas


emoções. Isso significa que quando você fode, você o faz porque quer. Você
prefere humanos porque eles tendem a ser emocionalmente fodidos, sempre
enlouquecendo com a menor coisa. Veja, Ciara, estudei muito sua espécie
para saber como fazer os Fae se ajoelharem. Você não precisa de uma
liberação para se alimentar, você precisa da minha liberação. Minhas
emoções são o que você consome. Você é a porra de um parasita que se
alimenta de outros que são mais fracos do que você.

— Touché, — disse ela ao sentir as mãos dele lentamente separando


suas coxas. — Eu não estou te fodendo.

— Devo ter perdido onde pedi sua permissão, princesa, — ele meditou
enquanto abaixava sua cabeça escura e beijava a parte interna de sua
coxa. Ela sugou o ar avidamente enquanto seu núcleo se apertava. — Você
cheira bem o suficiente para... comer, — ele riu enquanto olhava para ela
com as pálpebras fechadas.

— Não faça isso, Blane. Você não me quer, — ela sussurrou.

— Não, eu não quero você. Eu nem gosto de você, mas mesmo os


animais que se odeiam transam em Faery, e não somos diferentes,
somos? Você não é o topo da cadeia alimentar aqui, eu sou. Você está no
meu menu apenas para as coisas que eu quero comer.

— Animais acasalam para conceber, — ela rosnou. —Eu não vou ter
nenhum bebê lagarto com você, — ela bufou com altivez.

— Você sabe por que seu pai atacou minha espécie? — ele perguntou
enquanto a empurrava para baixo e deixava sua boca pairar sobre sua
boceta. — Porque nós podemos procriar você e ele sabia disso. Ele temia
isso, temia a nós. Os Dragões são a única criatura em Faery forte o
suficiente para ficar contra você e sua casta, — ele rosnou antes de sua
língua deslizar por suas dobras, e ela estremeceu quando o prazer rasgou
seu corpo inteiro.

— Pare, — ela choramingou, embora suas mãos tivessem se movido


para o cabelo dele, puxando-o para mais perto, segurando-o lá. A língua
dele a empurrou em suas profundezas, e ela abaixou a cabeça contra a pilha
macia de peles, montando-o quando o nariz dele tocou seu clitóris. Max
nunca a fez sentir isso, esse prazer incandescente que ameaçava destruí-
la. Seus dedos substituíram sua língua, e a luz explodiu atrás de seus olhos,
um caleidoscópio de cores brilhantes cegando-a. Ele os guiou para dentro e
para fora de sua carne apertada, girando-os enquanto observava seu corpo
reagir ao que ele fazia. Seu núcleo se apertou ao redor dele, precisando que
ele continuasse o que estava fazendo.
Uma gargalhada a puxou de volta das alturas brilhantes para as quais
ela havia subido, cortando prematuramente o prazer absoluto de forma
abrupta. Seu corpo zumbia de excitação. Sua vagina doeu por mais,
enquanto sua respiração aquecida abanava sua carne sedosa.

—Você faz os ruídos mais requintados, considerando que não quer que
eu ou minha boca fodam sua linda carne rosa, — ele rosnou com voz
rouca. — Você está pronta para mim, não é? Você quer se alimentar, e
muito. Posso ver em sua carne, a palidez de sua pele. Seus olhos estão
embotados e você está ficando mais lenta com suas pequenas respostas
travessas. Diga-me, Ciara, você precisa do meu pau para se alimentar?
— ele ronronou guturalmente.

—Eu... eu... foda-se, dragão, — ela rosnou enquanto tentava se afastar


dele, apenas para ele puxá-la para mais perto da borda. Seu pau pressionou
contra seu sexo, pulsando com necessidade. Sua liberação ainda estava lá,
dando a ele umidade suficiente para correr através de suas pétalas.

Seu corpo estava em chamas com a necessidade, uma necessidade tão


crua e explosiva que ela não sabia como desligá-la. Ela não estava imune ao
que ele estava fazendo. Não importava se ela gostava dele ou não, ela
precisava dele. Ela precisava disso. Suas marcas começaram a brilhar,
banhando a tenda com sua luz interior. Seus olhos iriam combinar, não que
ele notasse onde seus olhos estavam fixos.

O dela seguiu o dele, observando enquanto seu pau empurrava contra


seu clitóris enquanto deslizava por suas dobras. Foi pressão suficiente para
que ela sentisse nos ossos.

Sua cabeça escura se ergueu enquanto ele olhava fixamente em seu


olhar brilhante. Ela sabia que seus olhos brilhavam por dentro, ela podia se
sentir tirando dele, de seu prazer. Sua raiva, suas emoções, o prazer que ela
retornou enquanto ele usava seu corpo para encontrar sua liberação, era um
buffet de emoções. Suas mãos a puxaram para mais perto, capturando seus
lábios contra os dele enquanto sua respiração se intensificava.

Sua boca não negociou nenhum argumento. Isso a fodeu mais do que
ele jamais poderia enquanto a reclamava. Sua língua mergulhou mais
profundamente, dominando a dela em uma dança eterna enquanto seu corpo
usava o dela. Aqui e agora, eles não eram inimigos. Eles foram movidos por
uma necessidade primária, maior do que qualquer um deles entendia. A dor
de Ciara desapareceu, suas preocupações derreteram quando o orgasmo
queimou mais forte através dela, e quando explodiu, ele capturou seus
gritos em sua boca.

Seu pau continuou a deslizar contra sua carne lisa, batendo-a


perfeitamente enquanto ele pressionava sua necessidade contra a dela. Os
ruídos dentro da tenda eram carne encontrando carne, seus gemidos
combinados enquanto seus corpos faziam o que os Deuses pretendiam que
eles fizessem. Ele puxou seu cabelo, puxando-a para longe de sua boca
enquanto observava o fogo queimando em seus olhos. Suas marcas
pulsaram, brilhando em violeta e prata enquanto deslizavam por sua
carne. Ela observou enquanto ele enrijeceu, grunhiu e então se apoiava em
seu corpo enquanto lutava para acalmar a respiração.

Foi só isso? Isso foi sexo? Isso não foi tão ruim, ela meditou. Ela se
alimentou, não muito, mas também teve medo. Quando Max a alimentou,
não foi bagunçado. Ela não via as emoções, mas com Blane, ela podia vê-
las em seus olhos, ódio ardente e pior, ele odiava que a quisesse. Ele era
bagunçado, muito trabalho. Muita merda para percorrer.

Max também não deixou seu estômago coberto de coisas.

— Que diabos? — ela perguntou, olhando para sua barriga. —Por que
você fez isso comigo?
Blane piscou para ela enquanto se afastava e olhava para onde
encontrara sua liberação em sua carne. Sua sobrancelha levantou enquanto
ele considerava o que dizer e então balançou a cabeça.

— Tire isso de mim, — ela retrucou.

— Tire isso você mesma, — ele rosnou enquanto se levantava,


indiferente que seu pau já estava duro novamente para seu inimigo.

— É a sua bagunça, — ela apontou.

— É por sua conta, — ele riu. —É a sua bagunça agora.

— Deuses, os homens são nojentos, — ela sibilou enquanto se movia


para recuperar a camisa dele e limpá-la de sua carne.

— Essa é a minha camisa, — ele retrucou.

— Bem, agora sua camisa está com a sua bagunça e não está mais em
mim. — Ela colocou as mãos nos quadris e olhou para ele em desafio
aberto.

—Vá para a cama, Ciara, antes que eu faça outra bagunça, desta vez
em algum lugar onde você não vai reclamar.

— Filhote de dragão, você pode manter suas coisas bagunçadas para


você, — ela repreendeu. — Eu não quero isso.

— Quando você brilha, — disse ele, mudando a conversa, — você está


usando o poder?
— Não, eu estou assumindo o poder, — ela apontou irritada. — Eu
não alimentei o suficiente para atrair, então se essa era sua intenção,
considere sua missão falha. Você pode fazer o que quiser comigo,
Blane. Você não pode me forçar a ajudá-lo. Lembre-se disso. Eu entendo
que o que meu pai fez com você e seu povo foi horrível, mas não fomos
nós.

— Eu assisti seus irmãos massacrarem meu povo, — ele ferveu. —


Não seu pai.

Ela se encolheu. —Você não sabe por que eles fizeram isso, no
entanto.

— Eu não me importo por que eles fizeram isso, só que eles


fizeram. Eles têm que pagar por isso e o farão.

— Tanto faz, — disse ela, afundando quando sua raiva encheu a


tenda. — Posso dormir agora ou preciso ficar no poste? — ela perguntou,
balançando a cabeça nessa direção.

— Há um congelamento chegando, esta noite você dormirá comigo, —


disse ele suavemente enquanto observava sua postura derrotada. — Quantos
anos você tinha quando meu povo foi massacrado?

— Eu? Não tinha idade suficiente para empunhar uma lâmina, nem
mal tinha idade para usar magia. Eu era uma criança, assim como você era,
se apenas assistisse isso acontecer.

Ele vasculhou seu baú, que estava na ponta da cama, e jogou para ela
uma combinação que ela pegou. Ela ficou olhando para ele. — Eu vim com
roupas, você sabe. Eu não apenas apareci para lutar com você pelada.
— Era da minha irmã, — ele rosnou. —É mais para mim, para me
lembrar de quem você é. Para que eu não esqueça e me apegue.

— Até parece, você não poderia me esquecer ou quem eu sou, mesmo


que os mortos ressuscitassem e voltassem para você, — ela rosnou
enquanto colocava o vestido e se movia em direção à cama. — E, Blane,
para o registro, você é péssimo no sexo.

— Isso é um desafio? — ele perguntou enquanto seus olhos aqueciam


e ele sorria na direção dela. — O que você quer dizer com eu sou péssimo
nisso?

— Não, foi uma declaração. Você nem mesmo fez direito.

Sua boca abriu e fechou enquanto a olhava fixamente. Ela encolheu os


ombros e rastejou sob as peles, perguntando-se o que ele matou para
consegui-lo. Era macio, tão macio e ainda assim tinha sido algo uma vez, e
ele o matou! No entanto, eles eram bárbaros? Eles não dormiam em
peles. Eles foram domesticados e merda, com cobertores!

— Ciara, — ele murmurou enquanto a olhava fixamente. — Quantos


amantes você já teve?

— Chega, — ela exclamou suavemente enquanto cruzava os braços e


olhava para ele.
CAPÍTULO DOZE

Antes do amanhecer, Ciara foi colocada nos postes. Blane a acordou


no meio da noite após um pesadelo e a colocou lá, deixando-a quando ele
voltou a dormir. Suas pernas queimavam e ela se perguntou se tinha sido o
sonho dele que o forçou a removê-la da cama, ou se era outra coisa.

— Ei, levante-se e aproveite o dia, — gritou ela, chocando-se.

A sobrancelha de Blane se ergueu quando ele rolou e olhou para


ela. Ele encostou a cabeça no travesseiro e a olhou, e ela franziu a testa,
olhando para o vestido agora que ela podia ver os detalhes. Estava rasgado,
rasgado e coberto de cinzas. Seu cabelo estava emaranhado pelo que eles
fizeram na noite anterior e o rubor encheu suas bochechas.

— Corando com a Princesa da Horda? — ele zombou. O rosto de


Ciara se aqueceu quando a lembrança da noite anterior e como ele tinha
sido delicioso entrou em sua mente. — Você não tem nada a temer de mim,
Ciara. Eu não me forço a mulheres indispostas como sua espécie é
conhecida por fazer. Eu não mato o inocente. Não, você não precisa ter
medo de que eu me rebaixe a te foder, não importa o quanto eu aprecie esta
bela carne. — Ele engoliu em seco enquanto seus olhos deslizavam
lentamente pelo corpo dela.

Ele havia mudado de tática, disso ela tinha certeza. Ela se encolheu
com a lembrança do que seu povo tinha feito a eles. Ele estava se
lembrando de quem ela era porque na noite anterior eles haviam
esquecido. Mesmo que brevemente, eles se esqueceram de se odiar.
— Faça o que quiser comigo, Blane, mas eu nunca serei usada para
atrair meus irmãos aqui para a morte. Você se esquece, eu sou a Horda, —
ela sibilou enquanto seus olhos se moviam lentamente de seu rosto para
suas outras feições com um olhar faminto. — Você vai ter que me alimentar
mais cedo ou mais tarde, ou me assistir definhar. Preciso me alimentar
regularmente e estou faminta. Diga-me, dragão, qual será? Me assistir
murchar e perder sua única ferramenta de vingança, ou me alimentar?
— ela zombou em um tom gutural que deixou pouco para se perguntar qual
era seu jogo: sedução.

Ela mexeu os quadris e estremeceu quando a corrente atingiu sua


carne, cortando-a. Blane estremeceu e a observou. Ela o viu sair da tenda e
finalmente deixar sua falsa bravata cair. Ela ergueu a cabeça, procurando na
tenda a perturbação no poder. Seu coração saltou para a garganta e ela
engoliu em seco. Não, eles não podiam estar aqui, as proteções ainda
estavam no lugar.

— Ciara, — a voz de Synthia sussurrou ao lado de seu ouvido.

— Syn? — ela gritou, quase aliviada por ter um rosto amigável perto
dela. Mas o que isso significa? Uma guerra frontal para Blane, ela se
importou? Ela deveria se importar? Não, absolutamente não, e ainda assim
eles eram dragões. Esta era uma chance de consertar o passado, e ela tinha
que aproveitá-la. Além disso, ela era uma armadilha do caralho. Portanto,
havia isso a considerar.

— Quieta ou os guardas vão ouvir você, — ela sibilou. — Você está


machucada? — ela murmurou suavemente, e quando Ciara balançou a
cabeça, Synthia soltou a respiração que ela estava segurando e espalhou-se
pela bochecha de Ciara. — Dragões, quem diria?

Ela viu quando Synthia se materializou, não afetada pelas proteções. O


alívio a inundou, enquanto ela exalava suavemente. Ela se ajoelhou,
examinando a corrente antes de franzir a testa e suspirar pesadamente ao
perceber o que ela era: uma armadilha.

— Os meus irmãos? — Ciara perguntou suavemente.

— Enlouquecendo procurando por você, — ela disse enquanto


continuava a olhar para a corrente.

— Eles não podem me encontrar aqui, Syn, — ela deixou


escapar. Ciara estremeceu quando a corrente atingiu sua carne
novamente. Ela olhou para baixo para ela, perguntando-se se sentiu
Synthia. — É uma armadilha e, no momento em que alguém da Horda
entrar, não conseguirá escapar. O acampamento inteiro está preparado para
capturá-los caso eles tentem se esgueirar. — Ela os sentiu quando foi
empurrada pelas proteções, grossas e poderosas que deveriam mantê-la
dentro do acampamento.

— Eu sei. Estou ciente das proteções e disso... — ela fez uma pausa e
acenou para a tenda em geral. Sua cabeça de platina se inclinou e ela ouviu.

— Você precisa ir agora, — sussurrou Ciara ao ouvir os passos que se


aproximavam também.

A aba da tenda foi aberta e Blane entrou, ainda nu e segurando um


balde de água que colocou aos pés de Ciara. Ele a observou
especulativamente por alguns momentos. Ele lentamente vestiu as calças,
dando as costas para Ciara antes de se virar para encará-la novamente.

— Falando sozinha? — ele zombou, seus dedos lentamente


percorrendo seus seios enquanto observava a reação de seu corpo. O corpo
de Ciara respondeu sem hesitação, sem se importar que Synthia estivesse
assistindo. Suas costas arquearam em sua carícia, suas pálpebras ficaram
pesadas e ela mordeu o lábio para evitar que qualquer som escapasse
enquanto o desejo se misturava com a necessidade de se alimentar.

— Eu não falo comigo mesma, eu falo com os deuses,— ela zombou e


chutou o balde, enviando espuma sobre a lona que cobria o chão sob seus
pés.

— Isso foi estúpido, — ele rosnou, e dois dos guardas abriram a aba
para ver o que tinha sido o distúrbio. Suas espadas estavam
desembainhadas, prontas para cortar Ciara em tiras se ela tivesse escapado,
o que a fez recuar um pouco. —Você poderia apenas usar glamour, e então
você não fedesse ou precisaria que eu lavasse sua carne, mulher.

Ciara engoliu em seco quando Blane baixou os lábios nos dela,


roçando-os quando um gemido escapou dela. A temperatura na tenda
aumentou, criando um brilho sutil de suor no pescoço de Ciara e entre seus
seios. Ela sorriu, percebendo que ele não estava jogando seu joguinho muito
bem.

— Alimente-me ou me liberte, — ela murmurou contra seus lábios


enquanto a fome a rasgava. Ela deveria ter tomado mais na noite passada,
deveria tê-lo drenado. — Um ou outro, dragão, ou me mate, e envie meus
restos mortais para meu irmão. Você terá que escolher logo, porque tempo
não é algo que eu tenho. — Ela sabia que Synthia estava ouvindo, e ela não
podia se dar ao luxo de correr de volta e dizer a seus irmãos que ela
permitiu que um homem fizesse mais do que beijá-la. Ela era proibida,
banida de ser tocada, de ser beijada, um monte de merda proibida foi
colocado sobre ela. Claro, tendo os irmãos que ela tinha, ninguém estava
tão disposto a tentar o destino por ela também.

— Você acha que eu cairia na sua merda? — ele retrucou friamente


enquanto se afastava dela, olhando mortalmente para ela. — Sedutora da
Horda, você se alimenta de muitos homens? Separa essas coxas para
qualquer pau disposto a alimentá-la?

Ciara jogou a cabeça para trás e riu de suas palavras, da raiva que os
enchia, mas acima de tudo, da nota possessiva que pegou em suas palavras.

— Qualquer um que estiver disposto, dragão, — ela riu roucamente e


balançou seus quadris, e mais sangue vazou da corrente e desceu pelo
vestido. —Uma menina tem que se alimentar, e com meu apetite, muitas
vezes é o preferido.

— Você não está me adicionando aos números deles, ele rosnou.


— Suas mãos se moveram para sua cabeça e seus dedos se enrolaram em
seu cabelo enquanto ele acalmava sua respiração. Seu pau latejava, mas ele
se controlou enquanto se movia para a cama, dando as costas para Ciara.

— Continue me testando, e você pode não gostar de como eu escolho


alimentá-la, — ele avisou. — Não serei impedido ou desviado de meu
objetivo por uma boceta escorregadia ou uma prostituta disposta.

Ele se virou, vestindo-se enquanto seus olhos avaliavam o dano na


barriga dela, estremecendo ao vê-la com sangue. O músculo em sua
mandíbula martelou, batendo descontroladamente quando ele ergueu seus
olhos azuis oceânicos para os dela. Ele exalou e balançou a cabeça.

Ele pegou uma camisa da mesma pilha em que suas calças estavam,
uma espada e um arreio, e se moveu lentamente em sua direção enquanto
sorria com uma frieza que enviou um arrepio por sua espinha. —Ele virá
atrás de você, mesmo que eu tenha que atraí-lo com pedaços de você,
Ciara. Depois de matá-lo e assumir seu trono, posso mantê-la acorrentada à
minha cama por toda a eternidade. Eu me pergunto se você me imploraria
para alimentá-la então, ou você me imploraria por uma morte sem dor?
— Ele tem uma Deusa ao seu lado, ele não vai cair para você, dragão
filhote, — ela rebateu, cuidadosamente escolhendo suas palavras. — Você
tem alguma ideia de quão poderosa é Synthia? Ela poderia estar aqui
conosco agora, e você nunca saberia até que seu sangue cobrisse este
mesmo chão. Você não pode defender-se dela, ninguém pode. Você acha
que ela permitiria que ele caísse em sua armadilha sozinho? Ela localizaria
aquelas proteções dentro daquela floresta, ela os veria milhas antes mesmo
de alcançá-los. Você é um bobo, pegue seu povo e vá embora. Viva, ele não
vai se importar que você esteja vivo, Blane, confie em mim. Apenas
vá. Antes que seja tarde demais, — ela implorou, seus olhos procurando seu
rosto por qualquer sinal de que ele estava ouvindo. Ela não estava apenas
falando com ele, no entanto. Ela estava dizendo a Synthia o que sabia,
dando-lhe um aviso com suas palavras.

— Ele é o Rei da Horda, ele não vai entrar, Ciara, ele vai
teletransportar. Então, será tarde demais para ele voltar. Ele é um assassino
de sangue frio, eu sei. Eu estava lá quando ele massacrou meu
povo. Ele matou meu povo, minha mãe foi estuprada e morta por alguns de
seus homens enquanto eu os observava de onde estava escondido pela
empregada de minha mãe. Não vou fugir dele, não de novo. Da última vez,
eu era um mero garoto, agora, sou um homem que vai retribuir o que
fez. Não vou permitir que aconteça de novo.

— Ele estava seguindo ordens. Ele sempre se arrependeu do que foi


forçado a fazer com seu povo, — ela sussurrou suavemente. — Ele matou
nosso pai não faz muito tempo. Ele garantiu que o verdadeiro assassino
pagasse por seus atos.

— Ele pegou aquele monstro que deixou seu pai louco com ele. É
apenas uma questão de tempo antes que ele siga os passos de seu próprio
pai e destrua o pouco que resta deste mundo. Ele não o matou por causa de
seus atos, ele o matou porque ansiava pelo poder, ouvimos isso sussurrar
desde o dia em que ele matou seu senhor. Matar Alazander não o absolve de
seus crimes. Aqueles que ele matou eram inocentes, eles não mereciam
morrer assim, ou ser deixados para os pássaros carniceiros, — ele rosnou,
seus olhos azuis se enchendo de gelo misturado com ódio enquanto
observava Ciara engolir contra a malícia que ela viu em suas belas e
aquosas profundezas.

— A besta do meu irmão é dele, não do meu pai. Eu sei o que ele é. Eu
estava lá no dia em que ele matou meu pai. Eu vi o que aconteceu e por que
aconteceu. Ryder não é o que você pensa que ele é, — ela respondeu com
cuidado, observando o dragão enquanto ele se movia ainda mais perto
dela. —Você acha que nosso pai monstro foi mais gentil com seus
filhos? Ele nos usou, ele derrubou meus irmãos até que eles não tivessem
escolha a não ser fazer o que ele mandou, e se eles lutassem contra ele, ele
mataria quem quer que fossem mais próximos. Ele os torturou, mas Ryder
não é nosso pai, eles não são nada parecidos.

— E você mentiria para protegê-lo, — ele sibilou.

— Eu sou Fae, idiota. Cem por cento da realeza High Fae e você sabe
disso. Eu não posso mentir! — ela rosnou e olhou para ele. — Eu estou te
dizendo a verdade!

— Quem disse que o Fae não pode mentir? A Guilda? Como você
sabe que não é algo que eles deram ao Clã para que comprassem? Se eu
fosse o Grão-Fae de antigamente, teria dito a eles a mesma coisa. Tira
tortura, não é? Eles comprariam qualquer coisa que dissessem porque, é
claro, os Fae não podem mentir.

— Você é o idiota mais teimoso do mundo inteiro! Você me ouviria?


— Ela rosnou enquanto lutava contra as correntes que a prendiam.

— Quanto mais você luta, mais drena a pouca força que lhe resta,
Ciara, — disse ele suavemente enquanto seus olhos azuis cristalinos
lentamente percorriam seus seios, onde o vestido esfarrapado não conseguia
esconder seu amplo decote, que se movia com cada respiração furiosa ela
tomou. — Se eu fosse você, reservava essa energia. Não tenho planos de
alimentá-la ou cair em sua sedução, tentadora.

Ciara observou enquanto ele caminhava lentamente até a porta da


tenda e ficou lá antes de se virar para olhar para ela. —Eu não pedi por isso,
mas não vou permitir que aquele monstro tenha outra oportunidade de
machucar ninguém. Para destruir qualquer outra casta de Faery. Você é
inocente, mas meu povo também era. Assim como os bebês que foram
mortos para evitar que se tornassem animais de estimação para o prazer
doentio do Rei da Horda. As pessoas lá fora? — Ele apontou para fora da
tenda. —Todos eles são sobreviventes ou seus filhos. Temos que matar
aquele monstro. Nós esperamos, aguardamos nosso tempo, e essa hora é
agora. Não se mova muito, princesa. Seu sangue não me dá prazer, — ele
rangeu antes de se virar e sair da tenda.

— Você tem que ir, Synthia. Você tem que manter meus irmãos longe
deles. Eles vão lutar até a morte, e nenhum deles vai vencer. Não posso
viver sabendo que foram minhas ações que derrubaram essas pessoas ou o
Rei da Horda. Eu sei que ele não vai parar de procurar por mim, mas ele
tem que parar.

— Eles criaram problemas com os portais? — A voz de Synthia era


quase um sussurro.

Ciara considerou e então se lembrou do que ouvira por acaso esta


manhã, que tinha sido muito. Eles conversaram fora da tenda sem se
importar se ela os ouvia, o que a aterrorizou. E se ele pretendesse matá-la e
ela caísse em sua armadilha? Ele deixou claro que não a considerava boa,
mas era raiva falando, ou ele? Não, ela ficaria porque ela poderia fazer
isso. Se ela pudesse salvá-los e consertar o erro que seu pai havia cometido,
não valeria a pena?
— Não. Eles não se preocupam com os problemas de Faery. Eles,
entretanto, roubam mulheres, já que possuem apenas algumas delas. Os
nascimentos de dragões são tipicamente masculinos, e como a maioria de
suas fêmeas foram perdidas na Batalha dos Dragões, eles agora as levam de
vilas que não serão notadas pela Horda e acasalam com elas. Acho que é
por isso que não há milhares deles aqui agora. O que você viu lá fora são
aqueles que estavam longe quando a Horda atacou, foram feridos e
deixados para morrer após a batalha ou eram apenas crianças pequenas que
escaparam. Pelo que ouvi, eles têm alguns pequenos acampamentos agora,
espalhados em locais acidentados que a maioria nem se atreveria a pensar
em olhar. A maioria não é habitada por criaturas por causa do local.
Dragon Aery é como eles chamam de seu novo lar, e Blane é seu rei
nato. Ele estava lá no dia em que Ryder massacrou os dragões, ele o
observou fazer isso. — Foi incrível o que você pode aprender em apenas
um dia de convivência entre as pessoas. Pessoas que falavam livremente,
sem saber que sua audição se estendia a todos os cantos da vila e além.

— A corrente, acho que posso tirá-la de você. — Ela manteve a voz


baixa enquanto contemplava o que havia sido dito.

— Você não pode, — sussurrou Ciara. —Está definido para me cortar


ao meio caso seja adulterada. Eu sou uma armadilha, feita para atrair a
Horda aqui para me ver morrer enquanto eles tentam me libertar dela. Blane
não é um cara mau, ele está danificado. Ele suportou muito, e acho que
posso alcançá-lo, Syn. Eu só preciso de tempo. A corrente, no entanto,
acredito ser uma das relíquias que meu irmão está procurando.

— Se for esse o caso, é uma relíquia bem fodida. Ciara, não vou deixar
você aqui, — rebateu ela.

— Você vai porque tem que fazer isso, — sussurrou Ciara


freneticamente enquanto as lágrimas escorriam por seu rosto. —Prometa-
me que não vai deixar meus irmãos virem. Mantenha eles salvos. Eu vou
ficar livre, eu prometo.
— Se ele não te alimentar, você vai enfraquecer e definhar. Há muita
emoção neste campo. Raiva, dor, ressentimento, ódio, não é o suficiente
para mantê-lo por muito tempo, — ela rosnou enquanto considerava o que
ela tinha ouvido e quais eram suas opções.

— Ele vai me alimentar, — ela respondeu com confiança. —Eu vou


avançar com ele, e vou fazê-lo ver que sou de carne e osso, assim como
ele. Você tem que ir agora. Por favor, confie em mim. Meus irmãos não
confiam, acham que sou fraca porque nasci mulher, mas não sou. Eu posso
fazer isso e terminar esta guerra antes que realmente comece.

Synthia franziu a testa e a esperança chamou em Ciara. Sua mão se


ergueu para descansar no ombro de Ciara, e ela fez uma pausa,
perguntando-se o que estava fazendo. As proteções começaram a brilhar, e o
pânico entrou em sua mente quando seus olhos ficaram grandes e
arredondados até que Synthia puxou de volta sua magia. Magia filtrada em
seu corpo, megawatts dela que reabastecem o que ela perdeu. As dores
diminuíram enquanto sua pele ficava bronzeada e seu cabelo brilhava com o
poder dentro dela.

Ela se inclinou, abraçando Ciara com força antes de sussurrar em seu


ouvido. — Ciara, eu voltarei por você. Vou descobrir como remover essa
corrente e irei buscá-la. Você tem uma janela de tempo muito curta. Não
posso ver seus irmãos suportar o fracasso ao voltar para casa sem você por
muito mais tempo. Faça o que puder, mas eu voltarei. Entendido?

— Ele vem, — ela sussurrou, e se virou, ignorando Synthia enquanto


ela desaparecia de vista enquanto os dragões e seu rei corriam para a tenda.

— Ela fez isso, — um dos homens aplaudiu de dentro da tenda. —Eu


disse que ela era muito vaidosa para permanecer suja, — ele riu enquanto
agarrava seu braço e o virava. —Vaidade é uma merda, Ciara.
— É isso? — ela ronronou enquanto seus olhos se ergueram para os de
Blane. — Ou era algo mais? — ela sorriu atrevidamente.

— Prepare as armas e faça com que os homens se preparem para lutar


contra a Horda, caso venham atrás dela, — Blane rangeu friamente.

Ciara orou aos deuses para que sua escolha de ficar para trás não fosse
em vão, que ela fosse capaz de consertar essa coisa entre seu povo e o deles,
ou que escapasse de alguma forma por conta própria, sem precisar de ajuda
para fazê-lo.
CAPÍTULO TREZE

Ciara observou Blane andar do lado de fora da tenda, sua energia


diminuindo ao perceber que a Horda não estava chegando. Não, ele não
tinha ideia de quão perto da morte ele esteve hoje ou que ela tinha sido a
única coisa entre ele e isso. Ela podia ver sua sombra banhada pelas chamas
das fogueiras, cheirar o álcool enquanto bebiam profundamente, alheios a
tudo ao seu redor uma vez que descobriram que o perigo havia passado. Ele
abriu a porta improvisada e passou por ela, olhando para ela como se ela o
tivesse traído.

Havia uma calma dentro dela, algo que ela não sentia há muito tempo
quando ele estava perto, e que tanto a incomodava quanto a confortava.
Como ela podia sentir isso perto dele, de todas as pessoas? Ela deveria estar
apavorada, mas ela não estava aqui, não com ele.

—Você mentiu para mim, — ele acusou friamente.

—Não, eu não fiz. Eu não sou capaz disso. Veja, não é algo que
acabamos de inventar. Eu literalmente não posso mentir para você. Se
acreditar no contrário faz você se sentir melhor, então que seja. Você
também pode pedir a seus soldados e pessoas que falem menos, porque eles
nunca se calam. Principalmente suas mulheres. Você realmente rouba
mulheres de outras

aldeias? E ainda somos os bandidos? Kettle, encontre o Clock.4

— É Pot.
— O que é Pot?

— O ditado, é Kettle, encontre o Pot.

— Tanto faz, — ela suspirou. — Eu consigo ficar aqui a noite toda, ou


qual é o plano? — ela perguntou enquanto seus ombros caíram.

— Quem estava dentro desta tenda com você? — ele perguntou. —Eu
ouvi você falando com alguém, e ainda assim aqui está você, ainda
comigo. Se fosse alguém parente seu, duvido que o tivesse deixado aqui.

— Não relacionado, não. Era uma Deusa, — ela sorriu sedutoramente.

— Chega de jogos, — ele rosnou.

— Ou o quê, você vai me bater? Porque estou disposta a tentar. Quer


dizer, acho que não gostaria, mas podemos ir lá se for o que você quiser,
garotão. Você sabe, a menos que eu seja muito mercadora de paus para você
lidar. Você sabe, com todo o pau que eu ganho e tudo, — ela riu, sabendo
para ele que soaria como uma verdade, que ela estava falando a verdade,
mas ela estava brincando, o que a tornou capaz de dizer isso. Sua mandíbula
martelou enquanto ele olhava para ela. — Oh, isso mesmo, você não gosta
de sobras.

— Se você não pode mentir, então uma Deusa esteve aqui? Então por
que ainda está aqui, Ciara? Por que você não saiu com ela?

— Porque você tem uma corrente configurada para me cortar ao meio


se eu tentar escapar, — ela apontou, e ele piscou com suas palavras. Ele não
tinha contado a ela esse pequeno boato ainda. Seu povo tinha. Alguns
queriam retirá-la da tenda apenas para ver acontecer. Ouvi-los falar sobre
isso disse a ela que alguns provavelmente não poderiam ser influenciados
para o lado deles, mas Blane estava em conflito, ele a queria e não gostava
do fato de que ela estava sangrando.

— Como você ficou sabendo disso? — ele perguntou.

— Maggie? Acho que era esse o nome dela. De qualquer forma, ela e
algumas das outras garotas que queriam se juntar à sua cama e tomar meu
lugar queriam ver acontecer. Ver-me ser dilacerada, e isso é muito confuso,
a propósito. Você poderia ter avisado a garota, sabe? — ela respondeu. —
Talvez tipo ei, garota, você está prestes a ser cortada em dois pedaços se
tentar escapar. Pode me impedir de realmente tentar escapar, sabe?

— Por que eu deveria? Você é minha inimiga.

— Eu sou? Porque tenho quase certeza de que nunca invadi você ou


aqueles fora desta tenda que me querem morta. Você me fez usar um
vestido de mulher morta para lembrá-lo de quem eu sou, muito
mórbido? Diga-me, dragão, você esqueceu quem eu era quando você me
beijou na noite passada? Foi por isso que fui retirada da sua cama e
obrigada a ficar de pé a noite toda? Ou isso é para me fazer odiar você?

— Você ouviu muito hoje, — disse ele, coçando a nuca enquanto


segurava os olhos dela.

— Eu fiz, — ela concordou. — Especialmente como você é um prazer


para as mulheres, e ainda assim aqui estou, dolorida porque você não
conseguiu encontrar o buraco.

— Eu não estava tentando te foder, — ele retrucou enquanto seus


olhos aqueciam e ele avançava, fechando a distância entre eles. —Se eu
tivesse, você ficaria dolorida, e eu não estaria andando por aí me
perguntando como é sentir você por dentro, princesa. Você continua me
provocando, e vou me certificar de que saiba como é me ter dentro de você.

— Blá blá blá. Seus lábios estão batendo, e tudo que ouço é que sua
mira é uma merda, — ela riu guturalmente. — Você não merece saber como
sou por dentro. Não quando você planeja me cortar. Isso só me deixaria um
pouco louca por querer algum idiota que planeja me matar de qualquer
maneira, não importa o que aconteça no final. Agora não é? Quer dizer, de
acordo com seu povo, eu já estou morta, só não sei ainda. Como eles
colocaram isso? Oh sim, sou muito estúpida para saber que sou uma mulher
morta.

— Eles odeiam você e sua espécie, — ele admitiu.

— Sabe, lutar pela paz e ir para a guerra, por isso é como foder alguém
e depois torcer para que ele seja virgem novamente. Você não luta pela paz,
você pede por ela. Se você pedir, você poderá obter de imediato. O
problema é que você está tão cheio de raiva que não consegue. Você quer a
guerra, você quer a luta. No entanto, ninguém que gostava de matar seu
povo tinha permissão para viver. Todos eles foram massacrados ao lado de
meu pai, até meus irmãos que gostaram foram mortos. Aposto que você não
sabia disso, não é? Nós os matamos ao lado do monstro que os
criou. Ninguém foi autorizado a viver porque não queremos mais viver
assim. Você diz que aprendeu quem somos, nos estudou. Você deve ser
péssimo nisso. Se você tivesse feito metade do que disse que fez, você
saberia disso. Não haveria uma expressão de dúvida em seus olhos com as
minhas palavras, porque você teria aprendido. Por que você acha que não é
mais caçado?

— Porque você pensou que tinha nos matado, — ele admitiu.

— Não, não, esperávamos que não, que por algum milagre alguns
escaparam. Você presumiu, e isso significa que você também errou, o que
significa que você não é apenas péssimo em apontar, você é péssimo em
encontrar fatos.

Suas mãos se estenderam, desamarrando as dela e então ele se


ajoelhou aos pés dela, desamarrando-os. Uma vez que ele a soltou, ele
agarrou a bainha de seu vestido e levantou-o sobre sua cabeça. Ela estava
diante dele, nua e sem medo.

— O que você está fazendo? — ela perguntou.

Ele agarrou o cabelo dela sem avisar, puxando-a do outro lado do


quarto para a cama, onde o jogou sobre ela, subindo atrás dela. Seu corpo
capturou o dela por baixo dele, bloqueando qualquer saída que ela tinha
com seu corpo volumoso.

— Blane, o que você está fazendo? — ela choramingou quando ele


puxou a camisa pela cabeça e, em seguida, puxou lentamente as calças,
empurrando-as para baixo apenas o suficiente para liberar seu pau. —
Calma, Blane, — ela choramingou quando sua cabeça escura se abaixou,
capturando seu mamilo enrugado entre os dentes, puxando-o enquanto ele o
rolava entre os dentes enquanto traçava círculos sobre ele. Suas costas se
ergueram e ela gemeu quando o prazer a percorreu. As mãos dela
enroscaram em seu cabelo, segurando sua boca aquecida em seu seio. Ela
gemeu enquanto lutava para se livrar da névoa de luxúria que ele criou em
sua mente, corpo e alma.

— Estou mostrando que posso mirar muito bem, porra, — ele rosnou
com a voz rouca enquanto separava suas coxas e se ajoelhava entre elas.

— Não assim, não com raiva, — ela choramingou quando o pânico


apareceu em sua cabeça feia, e ela olhou para a aba da tenda. Ela não tinha
certeza do que queria, mas não era o que ele planejava fazer. Ela podia
sentir o cheiro da bebida em seu hálito. Ela separou as pernas, esperando
poder desalojá-lo, mas não foi o que aconteceu.

Ele empurrou contra sua abertura enquanto ela apertava os dedos


contra seus ombros, tentando alcançá-lo antes que ele fizesse algo que
ambos acabassem se arrependendo. Ela arqueou em seu corpo, e tudo que
precisou foi um golpe. Um impulso calculado e ela gritou quando ele
passou por sua virgindade, arruinando qualquer chance de um casamento
que ela forjou com base em sua pureza. Seu corpo inteiro ficou tenso
quando a dor a atravessou. Um grito borbulhou em sua garganta enquanto
seus séculos de sacrifício e manutenção de sua pureza eram arruinados
assim.

Sua cabeça ergueu e olhou para ela em perplexidade. — Que merda,


Ciara? Isso é impossível! — Ele exigiu enquanto se afastava um pouco,
olhando para o sangue que cobria sua base espessa. Lágrimas se formaram
em seus olhos enquanto a dor queimava seu corpo. Seus membros
tremeram, tremendo com a dor que ele criou por não preparar seu
corpo. Um soluço suave explodiu de seus lábios, e um tremor a percorreu
quando ele puxou para fora.

— Saia de cima de mim, seu bastardo, — ela exigiu enquanto


levantava um pé e o chutava da cama. Ela podia sentir o sangue escorrendo
por sua perna, mais de um século ela o preservou e, em segundos, ele o
pegou. Ela puxou as peles ao seu redor, sem se importar que ele a
observasse. Indiferente àquela dor queimou por seu corpo enquanto os
soluços lutavam para deixar seus pulmões.

Lágrimas escorreram de seus olhos quando ela os fechou contra o


choque em seu rosto. Ele praguejou violentamente, amaldiçoando-se pelo
que tinha feito. Agora ele sabia, agora ele sabia que ela não mentiu para ele
sobre o que tinha acontecido com ela.
— Você disse que Max alimentou você, como diabos isso é possível?
— Ele demandou.

— Em ilusões, — ela sussurrou com voz rouca.

—Você fez a transição, — ele retrucou enquanto puxava as cobertas


dela, olhando para o sangue manchado em suas coxas. —Foda-se, — ele
rosnou enquanto as deixava cair e se sentava na beira da cama, descansando
a cabeça nas mãos.

— Eu fiz a transição, mas eu fiz isso sem um amante, — ela proferiu


enquanto se afastava dele. —Eu disse a você o que aconteceu, mas você se
recusou a ouvir o que eu disse.

— Você disse que pegou qualquer homem que quisesse você!

— Sim, — ela disse, virando-se para encará-lo com uma frieza que a
chocou. —Você sabe quantos homens estão dispostos a pedir ou pegar a
Princesa da Horda quando isso significaria pedir ao rei? Um rei que
também é seu protetor e irmão? Nenhum homem se ofereceu para me juntar
a ele em sua cama, nunca. Eles flertam, mas tocar? Oh, tocar significaria
olhar para o Rei da Horda e meus outros irmãos, que provavelmente o
rasgariam só por perguntar. Então, sim, eu fodi todos os homens que se
ofereceram para eu compartilhar a cama.

— Você era intocada, até mim, — ele proferiu suavemente. —


Caramba, Ciara, você deveria apenas ter me contado a verdade.

— Parabéns, idiota, você é o primeiro a foder a prostituta da Horda, a


sedutora que atrai seus homens para sua cama para se banhar em seu
sangue. Que vagabunda, sou certo? — ela fervia de raiva quando o
dispensou, virando-se para ignorá-lo. — Eu te disse, você não deveria ouvir
rumores. Eu disse que fiz a transição sem relação sexual, eu disse a
você. Você simplesmente não ouviu.

— Ciara, — ele sussurrou e então franziu a testa quando ela começou


a tremer violentamente em silêncio, a geada entrando no acampamento
estava gelando, pior do que antes. Mordeu dolorosamente sua carne, e então
Blane estava lá, tocando-a. Ela o empurrou, odiando que precisasse estar
perto para sobreviver ao que quer que fosse que se infiltrou com seus dedos
gelados. — Se eu soubesse, não teria feito assim.

— Eu sei, mas isso não te absolve, certo? Você não é melhor do que o
monstro que afirma odiar, — disse ela.

— Você deveria ter me feito ouvir você, — ele sussurrou em seu


ouvido.

— Você teria ouvido? Você queria que eu fosse um monstro, tornou


mais fácil para você me odiar. Então você presumiu que eu era, e talvez eu
concordasse com isso. Não sou livre com o meu corpo, Blane, e você com
certeza não merecia receber o que era meu para dar.

— Você é minha prisioneira, — ele sussurrou enquanto tocava seu


ombro, puxando-a para mais perto. — Você é minha agora, Ciara. Você tem
razão, eu não merecia ser presenteado, mas não fui, não é? Eu peguei. Você
é Fae, eles não valorizam a virgindade. É uma desgraça para eles, jogado
fora na transição. Ninguém vai se importar se isso foi dado, — respondeu
ele.

— Não foi dado, — ela disse, virando-se para olhar para ele com olhos
brilhantes. — Você pegou. Permaneci pura por mim mesma, porque o
mereci. Fiz a transição sem me alimentar por semanas sozinha e vivi. Eu
sobrevivi ao que nenhum outro Fae poderia ter, e queria que significasse
algo. Eu queria dar a alguém digno disso. Você não é digno, dragão
filhote. Você nunca será. Agora fique longe de mim, por favor.

— Não posso fazer isso, Ciara. Você está certa, foi errado pegar o que
não foi dado, mas não posso desfazer o que foi feito. Nunca pensei por um
segundo que você estava intocada, mas estou feliz que você estava. Não
estou orgulhoso do que fiz a você e não espero que me perdoe por isso, mas
vou mostrar como é, como é realmente ser levada. Para ser tocada e
reivindicada.
CAPÍTULO QUATORZE

Os dedos de Blane acariciaram seu ombro quando ele a virou,


enxugando as lágrimas que rolaram de seu rosto. Sua boca pairou contra a
dela, hesitante até que ela ergueu a boca para a dele. Ele a machucou
mentalmente, mas pior, doeu pra caralho quando ele entrou em seu
corpo. Não seria como ela se lembrava disso, não quando, a qualquer
momento, seus irmãos pudessem aparecer e ela seria forçada a voltar para
sua vida. A princesa congelada e intocável. Ela havia perdido o que havia
guardado para o marido e era tarde demais para recuperá-lo. Ele poderia
muito bem mostrar a ela o que era ser tocada, ser reivindicada de todas as
maneiras que um homem poderia reivindicar uma mulher.

Ela era uma boneca de vidro. Ela percebeu isso quando Ristan trouxe
uma de volta para Kahleena. Ele a colocou na prateleira e explicou que era
linda, mas ninguém podia brincar com ela porque não era para ser
tocada. Ela não estava pronta para voltar lá, para permanecer intocada. Ela
capturou sua língua com a dele, atraindo a boca dele para a dela enquanto
suas mãos esfregavam contra seus braços grossos e musculosos.

— Mostre-me como é realmente, — ela sussurrou contra sua boca. —


Sem mágica, sem ilusões do que eu quero, mas como realmente é,
Blane. Você me deve muito, — ela murmurou enquanto ele rosnava e
reclamava sua boca em um beijo de estilhaçar a terra que ameaçou
consumi-la.

Ele se afastou, colocando beijos apaixonados por todo o rosto antes de


beijar a coluna macia de seu pescoço e, em seguida, deixando cair os lábios
em sua clavícula enquanto beijava seu caminho por seu corpo. Suas mãos
seguraram seus seios, beliscando-os enquanto ela gemia e se arqueava para
sua boca faminta. Com ele não havia frio, toda a tenda estava em chamas
com o calor. Sua boca era um inferno que deixou um rastro de fogo em seu
caminho. Ele se afastou dela, curvando-se sobre a cama para pegar o balde
de água fria.

Ciara engoliu em seco quando ele se levantou, afastou suas pernas


enquanto lavava o sangue de seu corpo. Ele jogou o pano de lado enquanto
olhava para sua carne, e seus dedos empurraram contra seu clitóris
enquanto ele se inclinava, beliscando-o com os dentes quando uma risada
gutural encontrou seu silvo de dor. Sua língua acariciou entre sua carne,
forçando-a a arquear as costas para fugir do prazer ofuscante e que
consumia a mente. Seus dedos empurraram em seu corpo, e ela empurrou
contra a intrusão. Ele invadiu seu corpo e mente mais do que qualquer
homem antes. Max deu a ela apenas o suficiente para manter a magia, mas
nunca em seus sonhos mais selvagens ela havia sentido o prazer de
estilhaçar a terra que Blane entregou com sua boca traiçoeira.

Ele chupou seu clitóris, usando a língua para trabalhar seu núcleo em
um padrão circular enquanto seus lábios se moviam, usando os dedos e a
boca para se preparar para o que estava por vir. Ela gemeu, gritando quando
ele começou a mover os dedos mais fundo, apenas para retirá-los e forçá-los
com mais força, mais fundo até que ela se desfizesse deles. Seu corpo se
enrijeceu enquanto o suor gotejava contra sua testa. Seus olhos nunca
deixaram os dela enquanto ela choramingava seu nome repetidamente como
se ele fosse seu salvador. Uma vez que o prazer diminuiu, ele se moveu
para sentar-se entre suas pernas.

Seu corpo mudou, espalhando suas pernas enquanto observava sua


reação. Ela deixou cair os joelhos, dando-lhe permissão quando ele se
estabeleceu entre eles, beijando suas coxas suavemente enquanto seus
dedos exploravam sua boceta nua. Um entrou nela novamente, e ela ficou
tensa, os olhos dele segurando os dela enquanto ele empurrava mais fundo,
dobrando-o enquanto encontrava sua zona de prazer. Seus gemidos ficaram
mais altos, mais rápidos enquanto ele trabalhava em seu corpo até que ela
estremeceu precariamente com o próximo lançamento.
Ele não permitiu. Em vez disso, ele rastejou por seu corpo e empurrou
seu pau contra a entrada, esfregando-o lentamente contra ela enquanto
julgava sua reação a seus movimentos. Quando ele empurrou para dentro,
ela sibilou, esperando que a dor estivesse lá, mas apenas uma plenitude
desconfortável a encheu. Ela franziu a testa enquanto levantava a cabeça,
observando onde eles estavam juntos.

Blane puxou uma fração e então empurrou em seu corpo. Ela gritou,
envolvendo as pernas ao redor de seus quadris para se ajustar ao seu
tamanho. Seu corpo se moveu, assumindo o controle dele enquanto ela
encontrava um ritmo e dançava embaixo dele. O vapor encheu a tenda
enquanto eles se moviam juntos até que seus corpos balançassem como se
tivessem feito isso um milhão de vezes antes. A dor diminuiu, ela se
adaptou ao que ele era, enchendo cada centímetro de seu corpo até que se
empurrou contra ele, incapaz de aguentar mais.

— Inferno sangrento, mulher, — ele rosnou enquanto suas marcas


brilharam, e seus olhos seguiram seu exemplo, iluminando a tenda como se
ela própria fosse a luz do mundo. A boca dele tocou a dela e ela o rolou,
montando nele enquanto um grito suave deixou seus lábios enquanto ela o
tomava mais profundamente em seu corpo. —Você é linda, — ele
murmurou enquanto puxava seu cabelo preto como tinta para longe de onde
estava colado em seu rosto. —Monte-me, — ele rosnou enquanto agarrava
seus quadris, movendo seu corpo. Ele a estava ensinando, mostrando o que
fazer.

Ela lentamente começou a se mover, encontrando um ritmo que atingiu


seu ponto até que ela jogou a cabeça para trás e gemeu quando o orgasmo
disparou por ela. Luzes explodiram ao redor dela quando um tambor
começou a bater em seus ouvidos. Ela se sentia como se estivesse caindo
sem ninguém para segurá-la. Mãos a seguraram, puxando-a para baixo
enquanto ela era rolada sob seu grande corpo. Ele a segurou lá até que seus
olhos pudessem se concentrar e quando ela olhou para cima, ela notou o
sorriso que apareceu em seus lábios.
— Minha vez, — ele rosnou enquanto se inclinava para trás,
levantando os joelhos dela sobre seus ombros antes de empurrar para
frente. Um grito saiu de seus pulmões quando ele aumentou sua velocidade,
nunca parando, mesmo quando as mãos dela agarraram as dele. Ele enfiou
os dedos neles, abaixando a boca para capturar a dela enquanto não dava
piedade.

Seu corpo foi criado para isso. Para ela. Ele era implacável,
empurrando mais fundo do que ela precisava dele, mas ela tomou tudo que
ele deu e mais. Seu corpo se apertou ao redor dele, exigindo que ele ficasse
em suas profundidades aquecidas. Ele soltou suas mãos, agarrando seus
quadris, os quais ele usou para mover seu corpo contra o dele. Ciara perdeu
o foco, perdeu o significado enquanto flutuava em um mar de
sensações. Seu prazer era absoluto, sua raiva e frustrações se foram, e em
seu lugar estava seu próprio prazer e o prazer primoroso que ele recebia de
transar com ela. Ele não só queria isso, mas também estava gostando. Suas
marcas giraram enquanto ela observava seus olhos se elevarem para segurar
os dela, refletindo o brilho violeta de sua fome nos dele.

Blane ficou tenso enquanto seu olhar se movia para as marcas dela,
observando enquanto elas se alimentavam de seu prazer. Ela puxou de
volta, não querendo estragar o momento com o que ela era, e ainda assim
ela não tinha controle total. Ele se abaixou, beliscando contra seu seio
enquanto suas mãos subiam para enfiar em seu cabelo espesso. Ele os
agarrou, empurrando-os contra sua barriga enquanto se sacudia e rosnava
baixo em seu peito. Olhos verdes azulados olharam para Ciara quando ele
ergueu a cabeça.

Ela gemeu quando seu corpo cresceu dentro dela, gritando quando se
tornou demais. Ele não parou, mas cedeu e parou de dar a ela mais do que
seu corpo era capaz de suportar. Seu corpo ficou tenso quando ele se
inclinou e olhou em seus olhos com os de algo antigo. Ela sabia que ele era
um dragão, mas agora sabia por que ele era o rei dragão. Sua besta era a
mesma de Ryder, com uma exceção, um era infinito e o outro foi criado
para seu hospedeiro. Blane tinha uma besta dentro dele que nunca poderia
morrer. Seus olhos alimentaram os fatos, informações, permitindo-lhe ver o
que residia dentro dele e atualmente estava arruinando seu corpo
implacavelmente enquanto ele dirigia mais forte, mais rápido, levando-a
onde ele queria que ela fosse sem piedade ou cuidado por ela não ter muita
habilidade.

Ele gritou contra os lábios dela, reivindicando-o em um beijo raivoso


destinado a punir, e ainda assim, no meio do beijo, mudou para urgência, e
seus quadris desaceleraram. Sua cabeça levantou, e ele olhou para ela com
algo suave em seus olhos antes que eles voltassem ao azul. Ele tremeu e
gemeu enquanto se enrijecia, encontrando a liberação quando seu orgasmo
a rasgou, roubando o resto de sua força.

— Deuses, mulher, — ele gemeu enquanto rolava para fora dela,


segurando seu corpo para evitar que o frio a alcançasse. —Isso foi um erro,
— ele murmurou.

— Não, se eu tivesse que escolher novamente pela primeira vez, eu


escolheria você, — ela admitiu. —Não sei por que ou como, mas acho que
isso sempre foi feito para acontecer.

— Você está dizendo que fomos feitos para foder? — ele retrucou
como se arrependesse.

— Eu acho que deveria estar aqui com você.

— Fyra está certa, você é louca.

— Eu sou? Cinco horas, — ela admitiu. — Foi quanto tempo antes de


você entrar no castelo e os bebês terem sido removidos. Tive o primeiro
turno de fingir que estava com eles e você apareceu momentos depois de eu
chegar. Se você tivesse chegado algumas horas antes, teriam sido os bebês,
mas algumas horas depois e você teria enfrentado o mestre de armas da
Horda e o chefe da Guarda de Elite, e eu garanto a você, você teria morrido
lá. Em vez disso, você me pegou. Eu tenho que te dizer, entretanto, sua mãe
e seu pai estavam com eles naquele berçário, assim como todo o chefe da
Guarda de Elite, do lado de fora para proteção havia mais de cem Guardas
de Elite. Quem quer que lhe tenha dado a informação preparou você para
morrer. — Ela se apoiou nos cotovelos e olhou para ele. —Eles estão
sempre protegidos, já que o destino de Faery é o destino deles, e a própria
Danu abençoou seu nascimento usando o pouco poder que possuía para
salvar suas pequeninas vidas. E, Blane, se você os colocar em perigo, vou
mostrar como é um monstro de verdade. Sou fria. Sou Ciara, a Princesa de
Coração Frio da Horda, a Rainha do Gelo e a Intocável para qualquer um
que não seja de nossa linhagem e, embora possa ser inocente em algumas
coisas, garanto a você, compenso em outras.

— Meus irmãos me salvaram, aqueles dias passados me contorcendo


de agonia enquanto meu pai observava não eram nada comparados ao que
eu farei se algum mal acontecer àqueles bebês ou à minha família. Eu sei o
que você passou, mas você precisa entender isso, desafiar meu pai não era
apenas a morte. Ele não matou você de uma vez, ele matou qualquer pessoa
e tudo que você amava e fez você viver para suportar a dor para
sempre. Você quer pensar que somos monstros? Se Ryder o tivesse
desafiado naquele dia, ele provavelmente teria matado a mim, Zahruk e
Dristan, e mais do que provavelmente a Ristan, pois ele queria destruí-lo
muito antes de sua espécie entrar em cena. Ele criou milhares de filhos,
Blane. Milhares, e ainda apenas uma centena ou mais sobreviveram para
viver além de seu reinado e tempo. Lutamos muito para viver, fizemos o
que ele queria porque, se fracassarmos, não seríamos nós que pagariam o
preço pelo nosso fracasso. Teriam sido aqueles que amamos que pagariam o
preço por nossa desobediência.

— E ainda assim eles vieram e estupraram e assassinaram mulheres e


crianças, — ele rosnou.
— E então eles vieram e mataram e fizeram o que se esperava deles,
mas meus irmãos não estupraram e assassinaram mulheres e crianças.
Ryder nunca pegou o que não foi dado e nós não assassinamos
crianças. Não quando outros da Horda estavam tão dispostos a fazer isso
para ganhar o favor do rei assassino. Você quer paz? Nós também. Você
merece, mas nós também. Como eu disse, ir para a guerra para garantir a
paz é como foder e torcer para que sua virgindade ainda esteja lá. Não é,
você a destruiu. Você a pegou, mas não pode fazer de novo, nem eu jamais
poderei recuperá-la. A paz é a mesma coisa, então me diga, dragão, você vai
destruir suas chances de paz indo para a guerra e esperando que seu
pequeno exército sobreviva?

— Eu não tenho um pequeno exército, Ciara. Tenho milhares de tropas


ao redor do mundo, prontas para ir à guerra contra você e seus irmãos. Você
acha que minha espécie é a única que quer que você e a sua espécie
desapareçam?

—Então você vai destruir todos nós, — ela disse tristemente enquanto
deixava seus dedos percorrerem seu peito. — Os Grão-Feéricos alimentam
a terra, sem nós, ela morre. Mais ainda, Synthia é a Deusa do povo de
Faery. Sem ela, não somos nada. Não sobrará nada se ela perder Ryder ou
seus bebês. Se ela nos abandonar, ficaremos todos sem esperança. Esta terra
e as paredes do mundo estão desmoronando, e você planeja pegar as
pequenas pedras que os mantêm unidos, porque sua necessidade de
vingança é tão grande que nunca nos perdoará pelo que aconteceu há tanto
tempo. Por isso, estou triste por você e seu povo.

—As deusas são criadas, não nascem, Ciara. Eu sei quem ela é e de
onde ela é. Ela era mortal, então Fae.

— E então Ristan cortou meus sobrinhos e sobrinha dela enquanto ela


estava morrendo, — disse ela com tristeza. — E quando ela voltou, ela era a
Deusa. Você está ciente do que decidimos informá-lo. O que nos beneficia
em contar às pessoas é o que chega aos seus ouvidos. O que mantemos em
nossa linhagem é a verdade, e isso não deixa nossa família. Você acha que
somos estúpidos o suficiente para jogar nossa mão antes de estarmos
prontos para jogá-la? Já estamos em guerra em uma frente, você pensou em
tirar vantagem disso. Você nos julga mal. Nós somos a Horda, lideramos
através do medo, você sabe disso. Você vai liderar seu povo para o
massacre se lutar contra nós, e eu estarei lá para impedi-lo.

— Você acha que somos fracos? Quem está julgando mal quem,
Ciara? Somos dragões. Nós governamos esta terra antes de você. Essas
tumbas antigas que seu irmão adora visitar das primeiras pessoas? Eles são
uma parte de nós, criados pela própria Danu entre outros. Eu sou imune à
Horda por causa do que vive dentro de mim, — ele sibilou enquanto rolava
e a prendia sob seu corpo, entrando nela sem aviso.

Ele se moveu lentamente enquanto seus olhos se alteravam e


mudavam. — Eu não sou apenas dragão. Eu sou Semi-Deus. Minha mãe foi
criada a partir da caixa torácica de Mórrígan. Uma deusa da guerra e do
destino que se casou com um grande homem de lendas. Minha mãe não era
um dragão, Ciara. Ela era muito mais do que você poderia imaginar, — ele
murmurou enquanto beijava suas pálpebras. — Ela era filha de Merlin e
Mórrígan. Então, veja, meu pai não tinha medo do seu porque sabia que eu
me levantaria para vingar sua morte. Quando ele se despediu naquele dia
antes de ser morto, ele me disse que era minha vez de governar, e eu
irei. Não tenho medo de seus irmãos porque sei que posso matá-los. Eles
são Fae, eles podem ser mortos. Talvez não seja fácil, mas todos eles têm
fraquezas, não é? Você é uma delas. Eles adoram sua linda e preciosa
irmã. Diga-me, o que pensariam de você se soubessem que você gostou do
meu pau destruindo sua linda carne? O que eles diriam se soubessem que
Ciara, a Intocável, não existia mais porque Ciara havia sido tocada, fodida
por seu inimigo até que implorasse por mais? Quando você me deixar, você
desejará meu toque, doce menina, inferno, você vai até me implorar por
isso.
Capítulo Quinze

O dedo de Blane acariciou distraidamente a carne lisa de Ciara,


traçando o globo nu de seus seios e clavículas. Um gemido suave escapou
de seus lábios, e seu pênis estremeceu, pronto para provar mais de sua
paixão desenfreada. Ele se sentiu como o monstro que a acusou de ser
quando seu pau tomou sua inocência. Mas, porra, ela se desfez várias vezes
depois, combinando com sua própria paixão sem diminuir ou implorar
como tantas mulheres antes dela, incapazes de aceitar o que ele oferecia.

Ciara era um enigma. Um paradoxo de tudo que ele pensou que ela
seria. Ele tinha ouvido rumores, ouviu as criaturas que falavam de suas
proezas sexuais e sedução assassina, e ainda assim ele tomou sua
virgindade. Ele a ensinou o que era sexo, e ela tinha uma inocência que o
levou a ensiná-la várias vezes durante a noite. A última vez, porém, eles
voltaram para os inimigos, e ele a fodeu com força, e foda-se se ela não
tivesse enfrentado o impulso de estilhaçar a terra cada vez.

Seus olhos violetas se iluminaram enquanto ela montava em seu pau,


sem se importar que seu corpo estivesse dolorido hoje. Ele a avisou, e ela
riu, subindo em seu corpo e exigindo que ele lhe desse mais. Sua boceta
apertada o deixou fraco, até o ponto de perder o controle enquanto seu
corpo se agarrava firmemente contra seu pênis enquanto orgasmo após
orgasmo rasgava suas belas curvas.

Que porra ele estava pensando? Ela era sua prisioneira, e ainda ontem
à noite ele tinha sido seu captor. O vapor enchia a tenda, o corpo dela
transpirava enquanto tomava mais dele do que qualquer outra amante tinha
conseguido antes dela.
Seus olhos vagarosamente percorreram sua nudez, parando na fina
mancha de cabelo escuro que estava escorregadio de excitação. Ela foi
construída para o selvagem, criada para ser fodida com força e com
frequência. Ela tinha seios de tamanhos decentes, feitos para serem
abraçados e acariciados. Seus quadris eram largos, não muito finos, mas o
suficiente para que ele pudesse agarrá-los e usar como alavanca enquanto a
conduzia à beira da paixão, e além dela. E seus malditos ruídos. A forma
como os gemidos dela encheram a tenda, deixando-o louco enquanto ela
pegava tudo o que ele podia dar e então pedia mais.

Ele moveu a mão, empurrando os dedos por seu calor escorregadio,


apreciando o gemido que explodiu de seus lábios. Sua carne era suave como
uma pétala, como se ela tivesse sido criada a partir das flores mais delicadas
de Faery. Ela rolou, deixando seus joelhos desmoronarem enquanto seu
olhar lentamente deslizou para o dela. Olhos violetas o observavam,
desejando que ele continuasse sua lenta descoberta.

— Bom dia, — ele sussurrou com voz rouca, odiando que não pudesse
impedir a luxúria de entrar em sua voz. Sua cabeça se abaixou, afligindo
seu pico duro com os dentes enquanto os dedos dela subiam e se
enroscavam em seu cabelo, segurando-o contra seu seio.

— Blane, — ela murmurou pesadamente, o sono criando um tom mais


profundo e rouco que retumbou de seus lábios. Olhos pesados, encobertos
pela luxúria e sono, o observaram enquanto ele erguia o olhar para segurar o
dela. Seus dentes roçaram seu mamilo enquanto sua língua sacudia contra
ele.

Seu corpo se moveu sobre o dela, espalhando suas pernas ainda mais
quando ele se estabeleceu entre elas e empurrou contra suas dobras de
seda. Um empurrão e ele foi enterrado profundamente em seu calor
acolhedor. Ela gritou, arqueando as costas enquanto suas pernas se
enrolavam em sua cintura, ajustando-se ao seu pau grosso, que latejava com
o quão apertada estava sua vagina. Puta que pariu, ela era absolutamente
perfeita, encaixando-se nele como uma luva enquanto seu corpo começava
a balançar.

Ele não se mexeu. Em vez disso, ele observou onde eles se juntaram
enquanto sua boceta vermelha e dolorida o levava. Ela estava inchada de
seu pênis, e ainda assim ela não tinha se queixado ou mencionado isso com
ele. E ele abusou disso, ele a pegou com força e a dominou pelo que
pareceram horas intermináveis. O tempo não tinha significado, pois ele
cedeu ao prazer que seu corpo lhe deu.

— Mova-se, — ela rosnou quando seus dedos deslizaram entre seus


corpos e ela trabalhou seu clitóris em um círculo. Ele sorriu
maliciosamente, empurrando a mão dela, apenas para vê-la voltar a
trabalhar do mesmo jeito contra sua carne inchada. Ele se afastou,
retirando-se de sua vagina enquanto a virava, espalhando suas pernas
amplamente enquanto empurrava sua cabeça contra os travesseiros.

Seu pênis cutucou contra seu sexo, e ela se virou, olhando para ele
como se tentasse adivinhar seu próximo movimento. Ele empurrou em seu
corpo, profundo, duro, e ela gritou quando ele foi mais fundo em seu núcleo
do que qualquer outra pessoa já tinha feito. Suas mãos apertaram contra sua
carne macia, segurando seus quadris enquanto ele lentamente se retirava,
apenas para empurrar novamente. O corpo dela agarrou o dele com fome,
como se pensasse em nunca mais deixá-lo ir. Ele gemeu quando seu corpo
ficou escorregadio de seu pênis, sua mão deslizando lentamente por sua
espinha, tocando cada ponto levantado até que seus dedos se enrolaram em
seu cabelo preto sedoso e puxaram sua cabeça para trás.

O som que ela fez foi de êxtase. A maneira como seus olhos dilataram
enquanto ela se entregava à paixão o deixava maluco a ponto de não ter
certeza se queria devolvê-la. Seus quadris balançavam, tomando mais
quando ele deixou o dragão sair para provar sua paixão desenfreada. Ela
choramingou e resistiu por mais, puxando um silvo de seus pulmões em
expansão.
A tenda inteira cheirava a sexo e seu perfume exótico de flores de ilha
que parecia exalar e crescer quando ele a fodia. Como se seu corpo sentisse
uma fraqueza e a usasse para prendê-lo a ela. O som de pele encontrando
pele ecoou quando seus gritos e gemidos o trouxeram até a borda e o
deixaram pendurado ali. Ele nunca terminou antes da fêmea, foi um acordo
tácito que ele havia feito há muito tempo. No entanto, aqui estava ele,
pronto para drenar sua excitação profundamente em sua vagina.

Ciara jogou a cabeça para trás e uivou quando o orgasmo rasgou seu
corpo tenso sem aviso. Ela estremeceu e apertou ao redor de seu pênis, e ele
rosnou do fundo de seu peito enquanto encontrava a liberação em sua
umidade apertada enquanto ordenhava seu pênis enquanto seu orgasmo
diminuía.

Ela desabou contra a cama e riu, e os olhos dele se estreitaram para


ela. Ela se virou de lado, olhando para ele enquanto um sorriso suave
apareceu em seus lábios. Ela parecia uma sedutora com seu cabelo espesso
e sedoso espalhado sob ela, o sono fez seus olhos parecerem mais escuros,
mais atraentes. Ciara foi criada para atrair, e Blane sabia o quão perigoso
isso era.

— Obrigado, — ele rosnou enquanto se retirava de seu corpo e


deslizava da cama, caminhando até seu peito para pegar uma muda de
roupa. — Sempre quis saber como você se sentiria, porra. — Ele
estremeceu mentalmente quando ela endureceu com suas palavras. Ela era
sua inimiga, não importava o quão acolhedor seu corpo fosse. Ele precisava
fazê-la odiá-lo, mantê-la à distância. Quando ele terminasse com isso, ela o
odiaria de qualquer maneira. Ela nunca o perdoaria por matar seus irmãos.

Não, Ciara era sua inimiga jurada, e embora ele não tivesse planos de
parar de foder com ela, ele a faria odiá-lo. Seu sorriso desapareceu quando
ela puxou as peles ao redor dela e fechou. Ele teve que morder a língua para
não se desculpar. O que diabos havia de errado com ele?
— Levante-se.

— Vá para o inferno, — ela disse, seus olhos dançando de raiva.

— Levante-se, Ciara, — exigiu ele e observou enquanto ela se


levantava, puxando as peles com ela. O calor ruborizou suas bochechas
enquanto ela procurava pelo vestido que usava, apenas para descobrir que
ele havia sumido. —Você não vai encontrar aqui, — ele admitiu. —Você
não vai tentar fugir de mim nua. Não com os homens fora desta tenda
querendo mostrar a você a mesma bondade que sua família demonstrou
para com a deles.

— Faça o que quiser, dragão filhote, — ela zombou enquanto deixava


cair as peles na lona que cobria o chão e se movia para o poste. Ela os
segurou com as mãos, abrindo bem as pernas enquanto erguia os zênites
violetas para ele com uma frieza que fez seu estômago apertar.

Ele ignorou sua provocação, movendo-se lentamente para onde ela


estava enquanto prendia seus braços e pés nas cordas. Ela se recusou a
encontrar seu olhar enquanto ele a observava. A carranca sutil que encheu
sua boca carnuda não caiu bem com ele. Ele deu um passo para trás quando
terminou e olhou para o corpo dela, vermelho por causa de sua primeira
noite de paixão. Seu peito inchou um pouco, a ideia de que ele a trouxe para
a feminilidade era estimulante. Blane estendeu a mão para tocar sua
bochecha, e ela se afastou de sua mão, baixando os olhos como se desejasse
que o chão se abrisse e o engolisse inteiro.

— Não é pessoal.

Ela não falou, não explodiu com alguma resposta espirituosa. Em vez
disso, seus olhos cheios de lágrimas levantaram e seguraram os dele com
uma raiva que indicava o que ela sentia. O que quer que eles tenham
compartilhado na noite passada se foi, arruinado. O fogo em seus olhos
ainda queimava, mas não era com luxúria ou necessidade, era ódio de como
ele havia torcido em algo feio.

Não que ele a culpasse. Ele a empurrou exatamente como ele pretendia
fazer. Ele fez seu presente parecer menos do que era. Limitou o que havia
acontecido entre eles e fez parecer que ele estava apenas se divertindo. Em
vez do que tinha sido, tudo para ela, tinha sido tudo e mais do que ele
merecia.

Nenhuma lágrima caiu, como se ela tivesse desejado que elas


permanecessem onde estavam. Ele se afastou dela, incapaz de suportar
mais a decepção que ele podia ver crescendo em seus olhos.

— Eu já volto, — ele anunciou enquanto vestia as calças e vestia uma


camisa pela cabeça. Blane marchou para fora da tenda enquanto sua própria
raiva crescia. Ele deu ordens e ficou lá, banhando-se nos raios aquecidos do
sol enquanto esperava.

Mason trouxe o balde de água e pano que ele pediu, assim que os teve,
ele entrou na tenda. Ciara desviou os olhos dele, protegendo o fato de que
aquelas lágrimas finalmente haviam caído para rolar por seu rosto.

Ele colocou o balde aos pés dela e retirou o pano com espuma para
torcer lentamente enquanto a olhava fixamente. A água estava fria, retirada
do poço artificial que cavaram quando se estabeleceram aqui. Ele não
permitiu que ela se preparasse para a água gelada. Em vez disso, ele
empurrou o pano contra seu sexo inchado e olhou para ela quando um grito
suave deixou seus lábios. Seu corpo estremeceu, afastando-se dele. Um
violento tremor percorreu seu corpo enquanto sua pele se enrugava com a
água gelada.

Ele sentiu falta das fontes termais ao lado das quais acamparam no ano
passado. O templo do dragão era seu lugar favorito neste mundo, mas o
irmão dela o tinha arruinado quando ele propôs à sua Deusa lá. Ele assistiu
das sombras, com a intenção de acabar com isso ali e agora, mas ele não
podia. Em vez disso, ele os observou juntos, a maneira como eles se
moviam, amavam e foda-se se ele não queria tirar daquele monstro. Ter
alguém olhando para ele do jeito que ela fez, ou gritar seu nome enquanto
eles passaram horas transando, alheios à sua presença.

Blane nunca tinha assistido nada parecido, nunca se importou e ainda


assim o que quer que eles tivessem, ele queria para si mesmo. Confiança
absoluta, a ideia de controlar a paixão e alimentar uma mulher que a levou à
beira da insanidade e a segurou enquanto ela se estilhaçava e se partia em
um milhão de pedaços. Ele queria isso com outra pessoa, para compartilhar
esse tipo de vínculo com uma mulher.

Era uma coisa que Blane nunca fora capaz de tirar da cabeça. Essa
porra de desejo de encontrar aquela mulher que poderia te deixar louco, e
ainda assim você daria qualquer coisa por ela. Ele olhou entre as pernas
dela, lavando-as lentamente enquanto ignorava seu olhar furioso. Depois
que ele limpou seu sexo e o suor de seu corpo, ele se levantou, olhando para
ela.

— Ontem à noite, — ele começou, mas a risada fria dela impediu seu
pedido de desculpas.

— Eu sou a Horda, Blane. Não significou absolutamente nada, — ela


sussurrou em um tom frio e sem vida que o fez estremecer. — Então agora
você sabe o que é foder algo como eu, então pelo menos não teremos que
lidar com isso de novo, certo? — ela continuou enquanto seus olhos
finalmente se ergueram para fixá-los. A raiva queimava nas belas
profundezas violeta que o mantinham prisioneiro, incapaz de desviar o
olhar dela. — Algo mais?
— Não, eu voltarei mais tarde esta noite, — ele retrucou
asperamente. —Veja se você não chama atenção enquanto eu estiver fora.

— Por quê? Porque seus homens podem entrar e me encontrar


nua? Ou porque mais uma vez serei o alvo perfeito para o ataque? E se eles
me estuprarem, acho que eles também saberão o que é estar com alguém
como eu.
Capítulo Dezesseis

Ciara ignorou a dor latejante em sua cabeça, a dor em seu coração e se


concentrou na raiva que a mantinha alerta. Ela se entregou a ele e, embora
não fosse ingênua o suficiente para pensar que isso significava algo para
ele, ele poderia ter fingido o contrário.

Um barulho soou do lado de fora da tenda, e ela fez o possível para


ignorá-lo. O som de cascos de cavalo retumbou como um trovão, como se
um exército estivesse voltando. Depois de horas em pé no lugar, amarrada
ao poste que estava preso à tenda, ela sofreu. Seu corpo doía em lugares que
ela não sabia que eram possíveis. Suas vísceras doíam de seu pênis. Os
músculos continuaram se contraindo, queimando em uma desagradável dor
que ela não podia ignorar.

Blane tinha sido gentil com ela no início, e a cada vez que eles
começavam de novo, ele ficava mais áspero até que a única coisa que ela
podia fazer era gemer e aceitar o que ele dava. Tinha sido mais do que ela
esperava, mais do que ela jamais imaginou ser possível. E aquele dragão
estúpido tinha ido e se transformado em algo sujo, algo vil. Ele deu um
tapa no rosto dela com suas palavras. Seu presente parecia desperdiçado,
sujo e indesejado.

Com algo como ela? Muito idiota? Talvez ela devesse ter deixado
Synthia levá-la para casa. Talvez ela estivesse errada e não pudesse impedir
isso antes que acontecesse. Ela era inexperiente, sem saber o que ele queria,
ou como ela poderia mudar sua mente para mudar seu curso.
Ela tinha centenas de irmãos, e este homem parecia apertar todos os
malditos botões, não importa o quanto ela tentasse ignorar. Ela tinha sido
ela mesma com ele, e para quê? Ela disse a ele coisas sobre ela e sua família
que provavelmente seriam consideradas traição. Ela fez isso para salvá-lo,
para salvar seu povo. Ele se importou? Não.

Ele poderia prejudicar Ryder? Se ele fosse um semideus, como disse,


era possível. Isso significava que ela tinha que escapar, ela tinha que avisá-
los do que ele era e quais eram seus planos. Ela estava pronta para admitir
a derrota? Não, mas às vezes você não consegue consertar coisas
quebradas. Blane estava quebrado, mas ele também tinha vingança em seu
coração, ódio por seu povo.

A porta da tenda se abriu e Blane entrou, coberto de sangue. Seus


olhos varreram sobre ele em busca de feridas, e seus dentes morderam seu
lábio enquanto ela tentava descobrir o que aconteceu com ele sem falar com
ele. Seu coração bateu forte, e ele se virou e deixou seus olhos vagarem
sobre sua nudez. Nem uma única alma entrou na tenda enquanto ele esteve
fora, uma ordem que ele deu, ela tinha certeza.

— Você foi deixada sozinha? — ele perguntou enquanto erguia o olhar


para encontrar o dela.

Ela se recusou a aceitar sua pergunta, ou mesmo falar com ele. Ela não
vacilou com o calor em seus olhos oceânicos, ou os respingos de sangue em
seu rosto. Ela tinha visto seus irmãos voltarem ensanguentados ou cobertos
de sangue um bilhão de vezes.

— O gato comeu sua língua, princesa? — ele perguntou enquanto se


aproximava e deixava seu dedo percorrer sua barriga. Ela fez o que pôde
para se encolher ante seu toque, indiferente às borboletas que estouraram
com seu contato ou ao calor que ganhou vida dentro dela.
Seu corpo arqueou, embora ela tivesse tentado forçá-lo a ir para o
outro lado. Seu coração disparou, impulsionado pela necessidade de
encontrar mais do que ele havia lhe dado. Ela se afastou, sem se importar
que as cordas esfolassem sua pele e deixassem vergões vermelhos e
raivosos. Seu dedo passou pela corrente dourada em sua cintura, puxando-a
de volta para ele.

Sua risada gutural forçou seus olhos a olharem para ele, e tudo o que
viu, não gostou. Ele deu um passo para trás, lambeu os lábios e fez uma
pausa, como se fosse dizer outra coisa, mas pensou melhor. Ele se afastou
dela, pegando um lençol da cama e enrolando-o ao redor dela. Ele o
prendeu com firmeza e depois foi para a frente da tenda, abrindo a aba para
falar com os homens parados ali.

O calor inundou suas bochechas quando ela percebeu que eles teriam
ouvido cada barulho vindo da tenda na noite anterior. Nenhum deles olhou
para ela ou disse nada enquanto acenavam para Blane antes de seguirem
suas ordens. Ela viu quando uma banheira gigante foi carregada e, em
seguida, balde após balde de água foi esvaziado nela.

Ao contrário do castelo onde podiam tomar banho nas cataratas ou dos


quartos com modernos encanamentos, adotados do mundo humano, eles
viviam como se o mundo nunca tivesse evoluído. Assim que a banheira foi
enchida com água fumegante, a sala se esvaziou e eles foram deixados
sozinhos novamente.

— Queres juntar-te a mim? — ele perguntou, provocando-a.

Ela olhou para ele, e então deu a ele um olhar entediado enquanto se
ocupava olhando para qualquer lugar, menos para ele. Ele balançou a
cabeça, movendo-se lentamente em direção a ela enquanto estendia as mãos
e desamarrou as cordas. Ciara esfregou o pulso no momento em que foi
libertada, estremecendo com a carne crua que doía e queimava. Blane
engoliu em seco enquanto a alcançava.

Ciara se afastou dele, ignorando seu suspiro ao fazer isso. Ela apertou
o lençol ao redor dela enquanto se sentava no baú de roupas dele, saindo da
cama. Ela ouviu a roupa dele caindo no chão, e então o barulho da água
quando seu corpo grande caiu na banheira.

Seus pulsos queimaram, não por causa do quão forte ele a amarrou ao
poste, mas porque ela passou horas tentando escapar dele. Só para poder
sentar por alguns momentos. Suas pernas queimavam de incontáveis horas
gastas nelas. Não deveria queimar, não depois das horas intermináveis que
ela passou treinando, e ainda assim os dias de ócio foram piores do que tudo
que ela já suportou com Zahruk.

Ela sentia falta deles, mais do que tinha imaginado que poderia e
apenas alguns dias se passaram. Ciara havia se acostumado com suas
conversas intermináveis, os momentos que passavam juntos, nada fazendo
mais do que estar juntos. Coisas que ela nunca foi capaz de desfrutar
enquanto estava protegida no pavilhão, como uma família. Synthia mudou
seu mundo, tornou-o um lugar melhor onde ela pudesse se mover
livremente sem sentir que sua vida estava sendo controlada a cada segundo
de cada dia.

Ela começou a fugir para ver como era o mundo de Synthia, para saber
de onde ela tinha vindo e entendê-lo melhor. Claro, Ristan sempre retornava
disso com histórias selvagens, gírias sem fim e conversas sobre o que estava
acontecendo. Ela o adorou por se esgueirar para dentro do pavilhão antes de
eles partirem para encontrar aquele destinado a salvar Faery também. Ele
era seu irmão, seu professor, ensinando suas palavras e como fingir ser
completo, já que ele não era nem muito melhor do que ela. O melhor de
tudo, ele trouxe a televisão - ou sua versão dela. Eles passaram incontáveis
horas assistindo, aprendendo, captando palavras dele. De tudo que veio de
lá, era o favorito dela.
— Você vai me ignorar para sempre? — ele perguntou, e o olhar dela
desviou para seu peito nu e lentamente baixou para a mecha de cabelo fino
que conduzia fundo na água. Ele era bronzeado, bonito e o homem mais
irritante desse plano.

Ela se levantou e foi em direção a ele, lentamente deixando cair o


lençol enquanto alcançava a banheira gigante. Os dedos dela mergulharam
na água quente e então ela jogou água em seu rosto antes que ele pudesse
adivinhar seu plano. Silenciosamente ela ficou lá, esperando que ele
devolvesse a ligeira infração.

Em vez de reagir, ele inclinou a cabeça para trás e olhou para ela com
algo escondido em seus olhos. Em um minuto ela estava olhando para ele, e
no próximo ela estava na banheira com ele.

— Idiota! — ela retrucou enquanto se afastava dele, ganhando o


máximo de distância que podia.

— Você está com raiva, — ele apontou.

— Não, algo como eu não tem sentimentos. Não está certo? Você
pegou algo que trabalhei para salvar para meu companheiro. Foi o presente
perfeito que só eu poderia escolher dar, e então você me dá um tapa na cara
como se não fosse nada. Não, eu não estou com raiva de jeito nenhum. Na
verdade, isso não faz parte da sua vingança? Fazendo o que meu povo fez
com o seu? Quer dizer, eu entendo. Você queria me machucar, e você
fez. Parabéns, tudo que você precisa fazer agora é me matar, e você pode
ser como meu pai.

— Ciara, — ele rosnou enquanto esfregava a mão pelo rosto e a olhava


com um olhar tenso. —Você está certa, — ele emendou, empurrando a
banheira, deixando-a nela. —Você é minha inimiga, e não importa o que
aconteça entre nós, isso nunca vai mudar.
Ela não saiu, nem mesmo quando a água estava gelada e sua carne
enrugada. Ela se sentou nela até que seus olhos ficaram pesados e ela se
encostou nele, descansando a cabeça. Braços fortes a pegaram,
enganchando em torno de seu torso e pernas. Ela enrijeceu, ignorando seu
toque quando ele a colocou na cama e puxou as cobertas ao redor dela.

Ela se afastou de seu toque quando ele subiu na cama, de frente para a
parede da tenda. Lágrimas de raiva e frustração encheram seus olhos,
embaçando sua visão. Ele morreria, todos fariam porque isso era algo que
ela não conseguia fazer sozinha. Talvez seja por isso que a Horda é liderada
pelo medo e pela força. Se você guiava as pessoas pelo medo, não precisava
tentar influenciá-las para ver nada do seu ponto de vista. Eles queriam, ou
não. Do contrário, eles morreriam.
CAPÍTULO DEZESSETE

Dias se passaram sem notícias de Synthia até que um dia, aplausos


explodiram do lado de fora da prisão de Ciara. Ela inclinou a cabeça,
ouvindo enquanto eles comemoravam. Um nó se formou em sua garganta, e
então seu estômago embrulhou ao ouvir a comemoração.

O Rei da Horda se foi. Retirado de seu próprio casamento em um


ataque que deixou centenas de mortos ou feridos. A fortaleza da Horda foi
atacada. Bombas. A cabeça de Ciara girou com a notícia, e então a negação
caiu. Era uma mentira, tinha que ser. Ninguém poderia entrar e pegar o Rei
da Horda bem debaixo de seus narizes. Ele era a porra do Rei da
Horda! Ryder era a pessoa mais forte que ela já conheceu, então
simplesmente não era possível, certo?

Ela caiu de joelhos, tapando os ouvidos com as mãos para abafar os


aplausos dos dragões. Seus olhos se encheram de lágrimas e um grito
silencioso engasgou em sua garganta. Isso não estava acontecendo, não
agora, não depois de tudo que eles passaram para levá-lo ao trono.

Blane entrou com um sorriso malicioso nos lábios até que avistou
Ciara, ajoelhada no chão com lágrimas escorrendo pelo rosto. Qualquer
alegria que ele sentiu anteriormente fugiu de seu rosto. Ele olhou para ela
sem saber o que fazer, e então ela gritou. Uma dor de gelar o sangue correu
dela enquanto a negação guerreava com o quão injusto era.

Quem foi morto? Os bebês estavam lá? Ristan estava entre os


mortos? Ela tinha perdido seus irmãos? Alguém ainda estava vivo? A dor a
dilacerou, ela nunca sentiu nada tão horrível ou estilhaçante. Ela sentiu
como se suas entranhas estivessem sendo arrancadas, como se seu coração
estivesse sendo espremido e a escuridão engolisse sua visão enquanto
pequenas luzes piscavam na obsidiana que a segurava.

— Ciara, respire, porra! — Blane exigiu, mas ela não podia. Ela não
podia perdê-los agora, não depois de sobreviver ao que ela tinha, o que eles
ainda tinham que consertar do que seu pai havia destruído. Eles nem
haviam vivido ainda! Eles passaram o tempo todo desfazendo o passado,
reescrevendo o futuro e salvando o mundo. Ela sentiu-se abalada, e então os
lábios dele tocaram os dela como se ele pensasse em soprar vida em seus
pulmões.

— Eu vou te matar, — ela fervia. — O que você fez? — ela exigiu.

— Não fomos nós, — ele rosnou enquanto continuava a abraçá-la


enquanto seu corpo inteiro tremia violentamente. Seus dentes batiam como
se a magia fria estivesse voltando, mas dessa vez, era ela.

—Alguém atacou quando o palácio foi aberto para a Horda e outras


castas do Fae. Não estávamos nem perto disso quando aconteceu.

— Quantos morreram? — ela sussurrou, quase inaudível para seus


próprios ouvidos imortais.

— Muitos, dos relatórios que recebemos, — ele admitiu e a soltou


enquanto ela se levantava para se afastar dele, odiando seu momento de
fraqueza. — Os magos atacaram e venceram.

— E a Horda não existe mais? — ela perguntou.

— A família real está lutando, convocando aliados, — ele respondeu


cuidadosamente.
— Synthia? — ela perguntou.

— Ela se dirigiu à multidão e estava ajudando a remover os mortos e


feridos.

— Então a Horda continua em pé, — ela sussurrou com alívio.

— Ela nasceu Blood Fae, — ele respondeu.

— Synthia é Deusa, e não se engane, Blane: ela é a Horda até a


medula dos ossos. Se eles pegassem Ryder, que os deuses salvem suas
almas e têm misericórdia deles porque ela não o teria. Eles iam se casar
hoje, — ela disse distraidamente, perdida em sua mente. — Os bebês?
— ela perguntou.

— Não sei, — admitiu. —Eu só sei o que os batedores ouviram. O


castelo foi violado, centenas morreram por causa de fragmentos de bombas,
que suponho serem de ferro. Não há lista de nomes, nem número de
funcionários. Eu só sei que Ryder não está mais sentado em seu trono e a
Horda que ele governa planeja se mover contra sua rainha na ausência dele.

— Ela não é rainha ainda, e não há nenhuma chance de que eles


possam tirar o reino dela. Se Zahruk estiver vivo, eles cairão antes de entrar
no pátio. Ele é poderoso, muito poderoso. Obrigada por me contar, — ela
disse enquanto se movia para a cama e se sentava, ouvindo os que estavam
fora da tenda celebrando a queda do Rei da Horda. — Você pode querer
dizer a eles que se Faery se levantar, ele ainda não está morto. Celebrar é
prematuro. Se Ryder morrer, Faery também morrerá. Tudo isso e,
eventualmente, seguiremos nossas terras e deixaremos de existir.

— Uma mulher não pode matar um mundo, — argumentou.


— Synthia pode, e ela faria se alguma coisa acontecesse com ele. Ele é
o mundo dela. Ela sobreviveu à morte para estar com ele. Essas crianças
que você queria tirar deles? Eles são a chave para salvar este
mundo, seu mundo, — ela assobiou. —Você acha que nós somos as pessoas
más, mas quer saber, Blane? Nós somos os únicos lutando para salvá-lo. Os
Grão-Feéricos de alguma forma conseguiram deixar tudo que foi feito por
eles para trás para o bem deste mundo. Você acha que você é o único que
ele machucou? Meu pai destruiu este mundo e todas as castas de sua
tirania. Eles deixaram aquela mágoa e sofrimento para o passado. No
entanto, aqui está você, lutando contra nós enquanto tentamos consertar
tudo que nosso pai assassino e bastardo fez a pessoas como você. E você
também não é inocente, é? Você rouba mulheres de outras castas de Fae
para acasalar. Qual é o problema? Suas próprias mulheres querem tanto sair
que os abandonam?

— Cuidado, Ciara, — alertou. — Tínhamos nossas próprias


mulheres. Dragões acasalam para a vida toda, ou a maioria deles o
faz. Quando sua família as estuprou e assassinou, os homens se recusaram a
ter novas companheiras. Eles transam com outras criaturas para criar a
próxima geração. Eles não se acasalam com elas ou ficam com apenas uma
mulher porque a maioria tem milhares de anos. Vocês levaram suas
companheiras, seu povo massacrou a elas e a seus filhos enquanto nós
queimamos os bebês para protegê-los. Então, sim, roubamos mulheres para
procriar, e elas também não ficam insatisfeitas com isso. Nós levamos
mulheres abusadas, escravas dos homens que pensam que são seus donos, e
as salvamos e oferecemos a elas o acordo.

— E que acordo é esse? — ela perguntou orgulhosamente enquanto


colocava as mãos nos quadris, com raiva.

— Para ficar conosco, carregar nossos filhos e nunca mais ser


abusada. Elas são alimentadas, amadas e bem cuidadas. São mulheres,
merecem ser adoradas e estimadas, e ninguém reclamou ou disse que o
dragão se ausenta na cama. Pode dizer o mesmo?
— Não, mas algo como eu não entenderia isso. Não mereço ser amada
e cuidada por causa do que sou. Certo? Afinal, sou a prostituta da Horda,
uma sedutora que usa meu corpo e minha boceta para atrair homens para a
morte. Agora, vá comemorar e procriar com suas mulheres. Tenho certeza
de que você prefere sair com seu povo do que aqui comigo. Talvez você
possa encontrar alguém que realmente goste da sua companhia azeda!

— De fato, eu acho que vou, — ele rosnou enquanto passava os dedos


pelo cabelo enquanto se levantava.

— Bom, — disse ela, trazendo as pernas para cima da cama enquanto


puxava as cobertas sobre o corpo.

Ele suspirou e saiu da tenda, deixando Ciara com a confusão em sua


mente. Ela tinha que acreditar que Synthia e Zahruk estavam lidando com o
que quer que estivesse acontecendo, se Zahruk estiver vivo. Zahruk nunca
estava longe de Ryder, ele era seu protetor autoproclamado e braço direito.
Se Ryder morresse, Synthia ficaria? Ou ela partiria enquanto Zahruk subia
ao trono no lugar de Ryder até que uma nova besta escolhesse o herdeiro
legítimo? O herdeiro seria gentil, ou capaz de controlar sua besta, ou iria
desmoronar para o lado mais sombrio que Ryder lutou tanto para
superar? Muitas perguntas e nenhuma resposta surgindo tornavam a
necessidade de sair deste lugar urgente e iminente.

Blane a tinha deixado desamarrada, já que as cordas deixaram sua pele


em carne viva. Ele estava ficando relaxado em torno dela, então se ela ia ir,
era agora. Ele pensou que ela estava subjugada e incapaz de teletransportar,
mas ela poderia e faria, assim que descobrisse como. O único problema era
se a corrente a cortaria ao meio se ela deixasse o acampamento? Com sua
sorte ultimamente, seria. Mas ela tinha que tentar, ela tinha que escapar dele
e voltar para seu povo. Ela era necessária. Se Ryder estivesse genuinamente
desaparecido, eles precisariam de todos que puderem para ajudar a
encontrá-lo e trazê-lo de volta.
Se a magia fria viesse enquanto ela estava sozinha, ela poderia
sobreviver? Ela bufou, soprando o cabelo do rosto enquanto ficava frustrada
com o desconhecido. Ela orou para Danu, orando contra a probabilidade de
estender a mão amiga para a filha. Synthia era uma nova Deusa, uma
destreinada que explodiu mais ovelhas do que qualquer outra coisa.

Ela era uma guerreira. O tipo de mulher que Ciara lutou para se
tornar. A realidade, porém, era muito diferente, já que enquanto por fora ela
parecia destemida, por dentro ainda tinha pesadelos de que seu pai voltaria
dos mortos e se levantaria contra seus irmãos.

Era uma sensação da qual ela nunca poderia se livrar, nunca se


afastar. Isso a manteve acordada nas horas do crepúsculo, enquanto os
outros dormiam sem medo. Ela admitiu há muito tempo para si mesma que
estava destruída, mas nunca quebrada. Ela tinha sido dilacerada, dissecada,
e ainda assim cada vez ela voltava mais forte do que antes. Ela escaparia de
seu dragão, e quando o fizesse, nunca olharia para trás.
CAPÍTULO DEZOITO

Ciara acordou com algo a tocando, seus instintos foram para afastá-
lo. Uma risada rouca forçou seus olhos inchados a se abrirem para ver qual
era a perturbação. Blane olhou para ela com um sorriso sexy espalhado
pelos lábios. Ela podia sentir o cheiro do álcool vindo dele, ver seus olhos
aquecidos enquanto ele lentamente descobria sua nudez.

— Vá comemorar com outra pessoa, — ela sibilou enquanto erguia o


pé, com a intenção de desalojá-lo de entre as pernas. Ele a pegou, beijando
seu tornozelo e panturrilha enquanto seus dedos dançavam sobre sua carne.

— Você é tão bonita, — ele murmurou bêbado.

— Você está bêbado, — ela acusou e observou enquanto ele arrastava


as pontas dos dedos por sua coxa até sua carne.

— Você é minha, — ele murmurou enquanto largava sua perna para


trabalhar em sua roupa. — Eles nunca vão tirar você de mim.

— Não, não, seu plano idiota de me cortar ao meio vai impedir que
isso aconteça. Então você terá que limpar a bagunça, Dragão filhote.

— Eu não sou um filhote, — ele rosnou enquanto se levantava, tirando


as calças. — Quando eu estava transando com você, não ouvi queixas,
princesinha, — ele respondeu densamente.
— Provavelmente porque eu não tenho nada para comparar, — ela
confessou. —Tenho certeza de que, assim que o fizer, seu desempenho será
insuficiente.

— Você acha que vou permitir que você fique com mais alguém?
— ele perguntou enquanto seu olhar segurava o dela.

—Eu não sou sua, — ela riu silenciosamente. —Eu sou sua
prisioneira, isso é tudo. Nada mais, lembre-se disso. Não estou aqui porque
quero estar. Estou aqui porque você me trouxe aqui contra a minha vontade,
Blane. Eu não sou sua garota. Sou sua convidada relutante. Isso não me
torna sua, isso só me torna sua até que eu encontre uma maneira de sair
dessa e deixar sua bunda.

— Aposto que você deixa os homens loucos. Aposto que sonham em


tocar em você, espalhar sua carne e montar seus pênis ao máximo. Aposto
que você cria fantasias e, mais do que jamais poderia imaginar, dão-se
prazer à sua imagem, — ele gemeu quando deslizou para a cama,
empurrando-a para abrir espaço para seu amplo corpo. Ela rolou para o
lado, para longe dele. Sua mão deslizou por baixo dela, puxando-a de volta
para ele até que seus narizes se tocaram. — A princesa intocada, — ele
meditou enquanto seus lábios roçaram os dela. — Diga-me, com quantos
homens você fantasiou sobre foder? Houve alguém que te fez tocar aquela
carne de seda enquanto você sonhava em trepar com eles? Quantos você
considerou realmente permitir fazer isso?

— Nenhum, — ela respondeu friamente enquanto afastava sua boca da


dele. — Eu planejava ir para o meu casamento pura e intocada, mas você
arruinou isso.

— Eu poderia me casar com você, — ele riu com voz rouca.


Os olhos de Ciara rolaram enquanto ela ignorava sua provocação
bêbada. — Não, você não poderia. Eu nem gosto de você, — ela respondeu
com tristeza profunda em seu tom. — Eu não vou casar com você, Dragão.

— A maioria das noivas não gosta de seus maridos, ou mesmo sabe


muito sobre eles quando se casam. Além disso, sabemos que você gosta do
meu pau, e isso é mais do que a maioria das noivas pode dizer em seu
noivado.

— Você não está me pedindo em casamento, então por que estamos


tendo essa conversa?

— Porque estou considerando isso, — ele choca ao dizer. — Imagine a


reação de sua família ao fazer com que você se casasse com um Dragão,
inchada com meu filho crescendo em sua barriga.

— Eu imagino você em uma prateleira na masmorra, além disso,


talvez uma pequena tortura. Isso é tudo que eu imagino que inclui você.

— Diga-me, — ele meditou. — Que tipo de tortura? —Seu dedo


traçou a linha da mandíbula até a orelha enquanto ele afastava o cabelo de
seu rosto. — Eu não acho que você tem isso em você. Sua boca pode
entregar alguma tortura pecaminosa. Eu imagino que sua garganta esteja tão
apertada quanto esta doce buceta.

— Você ficaria surpreso com o que eu quero fazer com você agora.

— E o que é isso? — ele perguntou, ignorando seu grunhido enquanto


ele erguia seu corpo sobre o dele e olhava para ela. Seu pau deslizou entre
suas dobras lisas lentamente enquanto ele usava seus quadris para movê-la
sobre sua ereção. — Vamos, Ciara. Mostre-me o que você quer fazer
comigo.
Seu pênis entrou em seu corpo e ela gritou, despreparada para tomar
seu comprimento total. Ele rosnou do fundo de seu peito enquanto puxava
seu corpo para cima e então a jogava de volta em seu pau grosso. Ela
fechou os olhos contra a multidão de sensações que ganhavam vida com o
menor movimento. Ela agarrou as mãos dele, segurando-as com as dela,
enroscando seus dedos nos dela. Ela os usou para encontrar o equilíbrio
antes que seus próprios instintos entrassem em ação. Ela se apertou contra
ele, balançando seu corpo contra o dele enquanto seus olhos se fechavam
contra a intensidade que ela via nas profundezas do oceano sem fim.

Os gemidos de Blane a levaram a ser descarada, empurrando suas


próprias inseguranças de lado enquanto ele a observava como se ela fosse a
criatura mais bonita neste reino. Sua cabeça se abaixou, e seus lábios
roçaram os dela, abafando seu gemido enquanto seu corpo dava prazer ao
dele. Ele os rolou sem aviso, roubando um grito de surpresa dela enquanto
empurrava mais fundo em seu corpo.

Os olhos dele mudaram, revelando que ele era muito mais, enquanto a
observava se desfazer por ele. Os dedos dela percorreram seus lados
lentamente, observando enquanto o Dragão dentro dele olhava para ela. Era
antigo, um ser etéreo que detinha conhecimentos incalculáveis. Seu pau
cresceu, e ela gemeu, separando ainda mais as pernas, envolvendo-as ao
redor de seus quadris estreitos enquanto se ajustava ao que estava
dando. Exigiu que ele tomasse mais até que seu corpo queimasse com isso,
como se estivesse marcando sua reivindicação em sua carne.

— Eu vejo você, — ela murmurou enquanto erguia os lábios e beijava


Blane, sabendo que seu Dragão estava no controle. Não era mais Blane
dirigindo sua mente ou corpo, era seu Dragão que a observava como se
estivesse tentando descobrir se ele a queria ou não. Ela era sua presa nesta
cama, e ele a via como tal. Ela sentiu em seu âmago que estava montando
seu pau lentamente, sem pressa enquanto a tomava com precisão. Viveu e
respirou êxtase em seu corpo. Um mero toque aqui ou ali e ela sentiu
pequenas explosões como se seu toque pudesse entregar um suprimento
infinito de orgasmos, se quisesse.
Aquilo respondeu a ela em uma linguagem antiga, as palavras, uma
mistura de sons que tocaram sua alma enquanto continuava a crescer,
testando seu corpo até que ela gritou de dor, arqueando a coluna e expondo
o pescoço para ele. Sua boca abaixou, saboreando seu pulso antes de descer
lentamente por seu corpo enquanto seu pênis se retirava
dolorosamente. Isso a deixou privada de seu toque, e ela ansiava por isso,
dizendo a ele tanto quanto uma gargalhada gutural vibrou em seus ouvidos.

Ciara estremeceu violentamente, observando enquanto ele lentamente


saboreava seu caminho para baixo em seu corpo antes de sua língua lamber
avidamente sobre seu sexo. Ele rosnou do fundo de seu peito, empurrando
sua boca contra sua vagina enquanto a vibração atingia seu núcleo de
prazer. Os ruídos que ele fez enquanto chupava sua carne e saboreava sua
excitação a enviaram ao limite sem aviso. Braços em volta de suas coxas,
mantendo-a afastada enquanto ele a observava se desfazer. A língua dele a
empurrou, alcançando mais longe do que deveria ter sido capaz e ela se
acalmou, erguendo-se sobre os cotovelos enquanto segurava olhos
inumanos.

Eles exigiram que ela permitisse que ele continuasse a saboreá-la. A


íris mudou para uma infinidade de cores antes de virar turquesa enquanto
eles a observavam com propriedade. Outro orgasmo ameaçou deixá-la
indefesa, e a criatura sabia disso. Seus braços deslizaram debaixo dele,
lentamente envolvendo o cabelo de Blane enquanto o calor envolvia sua
mente e corpo. O barulho que fazia quase soava como um canto, destinado
a seduzir sua vítima, tornando-a capaz de resistir.

Ele retirou a boca de sua vagina, movendo-se lentamente para pairar


sobre sua barriga. A boca dele queimou sua carne, lambendo seu estômago
enquanto o calor enviava uma paixão incandescente rasgando sua
mente. Ele perguntou algo em sua língua estrangeira, e ela gemeu em
aprovação, ela não deu a mínima para o que ele pediu, só houve uma
resposta, e essa foi sim! O que quer que quisesse dela, ela aceitava sem
questionar, sabendo que queria tudo o que isso lhe daria. Rosnou em
aprovação, enviando uma onda final de calor misturada com prazer
chamuscando sua carne antes de subir para reclamar seus lábios. O Dragão
ergueu a cabeça e falou baixinho com ela, enquanto sua mente tentava
entender o que dizia e falhou. — Minha, — ele rosnou duramente enquanto
a observava. Ele continuou olhando para ela, olhando para ela enquanto
cutucava suas pernas e empurrava em seu corpo, profundamente. Ele
começou a se mover lentamente, sua boca tocando seu ombro antes que os
dentes beliscassem suavemente contra sua carne. Sua mente foi consumida
pela necessidade ardente enquanto o suor escorria de sua testa e gotejava
entre seus seios.

Sua única necessidade era agradá-lo, ceder ao que a fazia sentir. O


vapor encheu a barraca como se estivesse muito quente para o ar ao redor e
logo toda a barraca estava úmida. Ela era habilidosa com isso, dele. Juntos,
eles gritaram sua liberação enquanto explodiram juntos, continuando a se
mover muito depois de terem encontrado a liberação.

Ciara se agarrou a ele muito depois de eles terem parado de se


mover. Eles se encaixavam, seus corpos eram uma confusão emaranhada de
membros e exaustão. Não iria durar, disso ela tinha certeza. Esse prazer
estúpido afastou seus pensamentos do que estava acontecendo em casa, mas
ela sabia que na primeira chance que tivesse, ela deixaria este homem, esta
criatura, e voltaria para sua vida.

Só na manhã seguinte, quando Blane assobiou, ela acordou, incerta


sobre seu futuro. Sua carne coçou, dolorida em sua barriga, onde o Dragão
tinha beijado o caminho de sua vagina de volta para seu corpo. Ela se
sentou, encontrando o olhar zangado de Blane e então olhou para baixo.

— Você desenhou em mim? — ela perguntou, sua mente ainda confusa


e nebulosa do sono.

— Receio que não, — ele retrucou friamente.


— Que diabos é isso? — ela murmurou, suas palavras grossas.

— Parece que meu Dragão escolheu uma companheira, — ele rosnou.

— Quê? — ela perguntou suavemente, balançando as pernas para fora


da cama antes de se virar para encará-lo.

— Você, — ele respondeu enquanto seus olhos azuis erguiam-se para


os dela com raiva em suas profundezas.

— Foda-se, — ela riu. — Eu não acho que isso seja engraçado, — ela
respondeu enquanto molhava o dedo e secava, apenas para gritar quando a
dor da carne crua a atingiu. — Que diabos, Blane? Tire isso de mim, agora!
— ela exigiu enquanto seus dedos tremiam sobre a carne queimada em sua
barriga.

— Não é tão fácil, — admitiu.

— É muito fácil, tira isso de mim, Blane. Isso não é nem remotamente
engraçado. Isso dói!

— Isso é porque está profundo até os ossos. É assim que os dragões


marcam suas companheiras, garantindo que você seja capaz de resistir ao
calor. Ele queimou a porra do símbolo de acasalamento em sua carne,
marcando você como dele para a eternidade.

— Eu não sou sua companheira, — ela rosnou enquanto coçava sua


pele, tentando remover a marca. — O que diabos ele estava pensando?
Somos inimigos. Você quer me destruir, então por que ele pensaria que isso
era uma boa ideia? Isso é louco? Insano? Eu nem gosto de você.
— Não se importaria com o que éramos, — ele riu sem graça. —Ele
quer que você gere seus filhos, para criar filhos fortes que possam continuar
minha linha. Quem você é não importa para ele.

— Você fez isso! Você falou em se casar comigo e então seu Dragão
disse: 'Vamos em frente!' A culpa é sua, agora desfaça. Eu não quero você,
entendeu? Quero ir para casa, quero ver quem viveu e quem morreu e fazer
o que nasci para fazer, criar uma aliança poderosa para meu irmão. Não
estou me acasalando com você ou com seu lagarto voador. Compreendeu?

— Eu sou um Dragão filhote, princesa. Lembra? Talvez ele tenha


decidido mostrar quem estava no controle aqui?

— Como desfazemos isso?

— Um de nós teria que morrer para que fosse removido, — ele disse
friamente enquanto seu olhar baixou para onde a corrente dourada estava
descansando em seus quadris. —A morte é a única maneira de desfazer um
acasalamento de Dragão. Você concordou com isso, disse sim quando ele
perguntou, — acusou. — Ele deve ter feito algo que você queria que ele
fizesse porque você disse sim para ele.

— Eu disse sim ao sexo, ao prazer que ele estava me dando. Eu não


disse nada sobre ser amigos, e inferno, eu não conseguia nem entender uma
palavra que ele disse além de… minha... — ela empalideceu. — Oh meus
deuses. Eu disse sim?

Seus olhos raivosos queimaram os dela enquanto ele passava os dedos


pelos cabelos e a observava com frieza. Ela engoliu o nó na garganta
enquanto observava seus olhos calcularem o que tinha que acontecer. Ela
foi trazida aqui para usar contra sua família, e não importa o que seu
Dragão tenha feito, seu plano não mudou.
— Dragões acasalam para procriar, — ela apontou suavemente.

— Você nunca vai carregar meu filho, Ciara, nunca. Não vou cruzar
com a Horda.

— E se eu estiver grávida? Se ele já teve sucesso? — ela


questionou. Ela observou quando ele se levantou e agarrou sua camisa,
passando seus longos braços por ela antes de puxá-la pela cabeça. Ele nem
mesmo consideraria isso. — Eu sou realmente tão ruim, Blane? Você nem
sabe quem sobreviveu e, no entanto, está tão movido pelo ódio e pela raiva
que nem mesmo me considera nada além do que sabe que não sou. Eu sou a
Horda, mas você também. Você diz que foi criado primeiro? Isso faz de
você Horda. Você é outro, mas você é uma criatura, assim como nós.

— Eu não sou nada como você, — ele retrucou friamente. Seus olhos a
percorreram com algo frio, algo que ela não conseguia identificar. — Vista-
se, — ele ordenou. —Não saia da tenda, Ciara, senão você pode passar os
dias passando o tempo todo presa a uma corrente no meu calcanhar. Vou
garantir que você saiba onde você está comigo. O Dragão é apenas metade
de quem eu sou, o semideus dentro de mim quer você na coleira. Não pense
que procriar comigo vai te salvar, não vai. Você é minha inimiga, nada
mais.

— Você acha que eu me importo com o que você sente? Você acha que
me importo que seu lagarto voador tenha colocado uma marca em mim? Eu
não sou sua garota, Blane. Não pedi para estar aqui e não entendi nada do
que dizia. Você fez, e ainda não impediu que isso acontecesse, não é? Por
que isto? Você pode ter, afinal, Dragão é apenas metade do que você é. Não
se preocupe, filhote de Dragão, não pretendo botar ovos tão cedo. Se deu
certo, sou a Horda, nós temos uma maneira de lidar com dragões.

— Cuidado, princesa, — ele avisou friamente. —Eu mal estou


segurando a raiva que você criou, não me teste agora.
— Eu não criei nada! Você fez isso, você fez isso conosco! Seu Dragão
é louco de pensar que pode fazer isso comigo! Eu sou a Princesa da Horda,
a raça que nivelou a sua!

Ele a agarrou, levantando-a do chão enquanto a jogava na cama


enquanto sua raiva queimava em brasa. O calor na tenda atingiu um nível
perigoso. Ciara sibilou enquanto continuava a crescer, tornando-a incapaz
de respirar. Sua carne ficou vermelha quando ela caiu na cama, desabando
enquanto ele a observava. Seus olhos se fecharam, incapaz de suportar o
calor.

Seus dedos afastaram o cabelo que grudava em seu rosto enquanto a


olhava fixamente. O peso de seu olhar a forçou a abrir os olhos em meras
fendas. Seu coração desacelerou e sua carne doeu como se ela estivesse
sendo fervida viva.

— Você nunca vai lidar com o fogo de um Dragão, Ciara. Mesmo se


você desse à luz meu filho, você nunca o manteria. Sua espécie não é capaz
de amar.

Seu corpo começou a ter espasmos e o calor começou a se nivelar. O


suor gotejava de seu corpo enquanto ela se deitava em uma poça dele. Ela
não se moveu, não pôde. Sua pele parecia chamuscada, queimada como se
ela tivesse passado horas ao lado da piscina em casa sob o sol
escaldante. Seus olhos se fecharam enquanto as lágrimas escapavam deles.

— Mate-me ou me deixe ir, Blaine, — ela proferiu suavemente.

— Eu não posso fazer isso, — ele riu enquanto se ajoelhava ao lado da


cama. — Você está acasalada agora, princesa. Ele acabou de vir atrás de
você. Talvez você esteja certa, talvez você deva estar aqui. Você nunca
pode escapar dele agora, nunca. Ele conhece seu cheiro, sua essência e
tudo o que faz, bem, você. Você o deixa entrar e ele sempre virá atrás de
você. Os dragões acasalam-se para o resto da vida, e ela não tem fim,
princesinha. — Ele ficou em pé em toda sua altura, olhando para ela com
um olhar frio que ela gostou. O ódio era bom, fez sua luta voltar com força
total. Ela precisava disso, precisava ser lembrada do que ele era e como se
sentia por ela.

— Eu prefiro morrer, — ela sussurrou enquanto lutava para se


levantar, sem se importar que ela gritou enquanto tentava mover sua carne
queimada. —Estou saindo, — ela anunciou enquanto se levantava,
balançando os pés.

— Deite-se, Ciara, — ele exigiu enquanto observava sua carne


manchada e o que ele tinha feito em sua raiva. — Inferno sangrento, — ele
rosnou enquanto a tocava, enviando uma onda de gelo por sua carne como
se ele estivesse removendo as queimaduras que ele deu a ela.

— Eu vou lutar com você.

— Eu sei que você vai, mas não assim, — ele murmurou enquanto a
pegava enquanto ela perdia o equilíbrio. Ele a colocou na cama e se afastou
dela, deixando-a no silêncio da tenda vazia.
CAPÍTULO DEZENOVE

Blane não voltou para a tenda quando a noite caiu. Em vez disso,
Remy entrou na tenda, olhando para ela com um olhar confuso em seu olhar
verde floresta. Ele não falou, não tentou puxar conversa enquanto ela estava
lá, incapaz até mesmo de se cobrir de sua inspeção constante.

Quando ele estendeu a mão para os cobertores, ela se encolheu e ele


exalou uma respiração irregular. Ele balançou a cabeça escura enquanto
cobria sua forma nua cuidadosamente, notando a carne vermelha. Ele se
sentou ao lado dela lentamente, colocando as mãos em seu braço enquanto
sussurrava um feitiço, que parecia enviar magia refrescante por sua
carne. Isso roubou um gemido de seus lábios quando ela sentiu a dor da
queimação deixando-a.

— Ele nunca perdeu a calma, nunca. Não antes de você entrar em seu
mundo, — ele murmurou distraidamente enquanto olhava para ela. — Ele
nunca usou sua magia de Dragão para causar dano, então o que quer que
você tenha feito com ele, tinha que ser ruim.

— O que eu fiz com ele? — ela exigiu. — Ele tirou minha virgindade!
— ela sibilou, e seus olhos se arregalaram em choque.

— Você é a prostituta da Horda, — ressaltou.

— E ainda assim eu era virgem, — ela rosnou enquanto se afastava


dele, carrancuda.
— Você não pode mentir, — ele apontou enquanto suas sobrancelhas
se juntaram.

— Não, não posso.

— Não me jogue palavras, porra, — ele cortou acaloradamente.

— Blane tirou a porra da minha virgindade. Ele ficou com raiva e


pegou, — ela sussurrou lentamente. —Jogue palavras com isso, idiota. Pare
de me chamar de prostituta, porque mesmo que eu tivesse amantes, sou Fae,
e é assim que sobrevivemos.

— E é por isso que ele está tão maluco? — ele perguntou.

— Não, não, isso é porque o Dragão dele decidiu reivindicar e me


reivindicou, — ela bufou enquanto se virava para olhar para ele. —Então
éramos idiotas e decidimos apertar os botões um do outro até que ele
tentasse me cozinhar. Ele ganhou, obviamente.

— Seu Dragão acasalou com você? — ele perguntou, levantando-se


enquanto olhava para ela como se ela tivesse crescido outra cabeça.

— Olha, você quer respostas, vá perguntar a ele. Todos vocês me


odeiam por ter nascido, literalmente. Você age como se eu pudesse escolher
em qual casta nasci, e adivinhe? Eu não tinha mais escolha no assunto do
que qualquer um de vocês. Eu entendo que meu pai fodeu vocês, eu
entendo. No entanto, não fiz nada além de tentar consertar seus erros desde
o momento em que ele deixou de existir. Agora estou aqui, usando uma
corrente que vai me cortar ao meio porque tive a infeliz sorte de ter nascido
filha de um bastardo assassino. Vocês são exaustivos. Você não é melhor do
que nós, porque enquanto tentamos consertar o que Alazander fez, não
fazemos nada além de sermos xingados e tratados como merda, e para
quê? Porque nascemos. Parece justo, certo? Quer dizer, se tivesse escolha,
teria pedido para ser humana. Porque pelo menos eles podem morrer
facilmente e suas vidas são curtas, então se você errar na primeira vez, tudo
que você precisa fazer é renascer para tentar novamente.

— Humanos são fracos, — ele apontou enquanto murchava um pouco.

— Eles não são fracos, apenas parecem fracos.

—A Horda defendendo humanos? — ele perguntou, rindo enquanto


estreitava os olhos para ela. — Você os protege ou alimenta suas emoções,
princesa?

— Eu nunca me alimentei de um humano. Eu tive um parceiro de


alimentação desde a transição, e ele fazia o mesmo sexo que ele fazia, então
isso funcionou para mim. Ele poderia usar sua mente para entrar na minha,
e nós... fizemos coisas para obter sua liberação para que eu pudesse puxar
de suas emoções.

— Você se alimentou de um cara gay? Como exatamente funcionou se


você permaneceu intocada?

— Ele fingiu que eu era um cara, eu deixei. Ele gozava, mas não
comigo. Ele me mostrou como deveria ser, mas era uma ilusão. Ele podia
imaginar o que quisesse, assim como eu, — explicou ela. —Você está aqui
para evitar que eu congele até a morte ou para me impedir de escapar?

— Ambos, — ele disse enquanto se esticava ao lado dela. —Você


deveria se afastar para que possamos dormir. Vai ser uma longa noite.
— Eu não vou dormir com você nua, — ela apontou, odiando sua falta
de roupa, com a qual Blane não parecia se importar.

— Não, não, isso não seria bom, — ele admitiu.

— Quero dizer, não que você não seja gostosa pra caralho, mas os
dragões são territoriais, e no momento que eu te tocasse nua, ele estaria
aqui. Vou encontrar algumas roupas para você.

— Onde está Blane? — Ciara perguntou cuidadosamente enquanto se


sentava, puxando as cobertas com ela.

— Ocupado, — disse ele com firmeza.

— Tudo bem, — disse ela, olhando para ele.

— É isso aí? Bem desse jeito? — ele rebateu.

— Não estou aqui por vontade própria, então por que devo realmente
me importar onde ele está? — ela perguntou, ignorando o nó de mal-estar
que entrou em seu peito. Ele não voltaria esta noite, o que significava que
ela estaria compartilhando a barraca com um cara estranho, e Blane não
parecia se importar.

—Mas você está, — ele disse cuidadosamente. — Ele está com Fyra
esta noite, — ele continuou. — Eles costumavam ficar juntos, isso deve
preocupar você. Blane não é como os outros dragões. Ele é diferente. Sua
outra metade o torna imune a certos... aspectos da tradição do Dragão.
Como acasalamento, ele não acasala para o resto da vida, seu Dragão sim.
— E? — ela perguntou incisivamente. — Eu não sou namorada
dele. Eu sou sua refém. Eu também não pretendo ficar acasalada com seu
Dragão porque, pessoalmente, seu hospedeiro é uma merda.

— Estou apenas avisando, já que você perguntou, —ele disse enquanto


colocava as mãos nos quadris.

—Fique aí, eu já volto.

Ciara esperou que ele saísse antes de se mexer da cama, abrindo o baú
de roupas e procurando uma camisa. Ela puxou uma das de Blane,
ignorando seu cheiro de terra enquanto a vestia, agarrou uma capa escura e
se dirigiu para as portas da tenda. Uma vez lá, ela hesitou, sabendo que
com um passo para fora da tenda, poderia ser o último.

Ela inalou e exalou e saiu, esperando pela dor antes que a morte a
levasse. Ela abriu os olhos, notando que o cinto não tinha feito nada. Então
ela não estava presa à tenda? Ela escorregou para o lado dele, passando por
outro enquanto vestia a capa, colocando o capuz sobre a cabeça. Ela ficou
perto das fileiras de tendas, ignorando a rivalidade dos bêbados que se
desenrolava perto das fogueiras.

As sombras aqueceram a floresta quando ela alcançou a borda do


acampamento. As proteções zumbiram e o cinto em volta de sua cintura se
apertou em advertência. Ela se aproximou, sufocando um grito com as
costas da mão enquanto ela apertava com mais força, rasgando sua
carne. Um passo, um passo e ela estaria livre. Ela ergueu o pé quando o
cinto rasgou mais sua carne e colocou o pé do outro lado do acampamento,
passando pelas barreiras. O sangue escorria por seu lado enquanto o cinto
zumbia com poder.

Ela deu um passo para trás, fechando os olhos por causa da dor
enquanto olhava para as estrelas que ela não conseguia ver desde que ele a
colocou na tenda. O vento beijou sua carne, uivando na noite enquanto ela
estava lá, decidindo seu destino. Ela não tinha medo de morrer, mas morrer
por nada seria inútil.

Lágrimas correram pelo seu rosto quando ela percebeu que não
poderia escapar daquele lugar, não sem descobrir como remover o cinto
primeiro. Ciara caiu de joelhos e abaixou a cabeça enquanto removia o
capuz. Suas mãos tocaram a terra enquanto ela se ajoelhava no solo
silenciosamente.

Ela precisaria de pontos agora, ela podia sentir onde a carne se abriu
com a mordida do cinto que ele colocou nela. Ela era uma idiota, uma idiota
por permitir que ele encontrasse prazer com ela e se permitir acreditar que
ela poderia mudá-lo. Ela ficou exultante por não encontrar nenhum guarda
fora de sua tenda, mas por que eles precisariam deles agora? A Horda
estava lidando com o caos de um ataque, e ela era apenas uma garotinha
fraca que não impunha nenhuma ameaça para eles.

Ciara fechou o mundo, escondendo-se de qualquer pessoa que a


ouvisse, além daquele com quem ela queria falar. — Synthia, preciso de
você. Estou pronta para voltar para casa. Não sei quem viveu ou morreu, e
não posso consertar isso sozinha. Quando puder, venha me
encontrar. Blane é um semideus, tome cuidado. Não posso perder você
também.

— Fique viva, — a voz de Synthia soou dentro de sua cabeça. — Eu


irei buscá-la quando puder, Ciara. Assim que eu puder. Eles estão vivos,
todos eles. Vou trazê-la para casa, eu prometo.

O alívio percorreu Ciara quando as palavras de Synthia a


atingiram. Eles estavam vivos, todos eles? Seus irmãos sobreviveram, e
agora ela também tinha. Ela lutou para ficar de pé, indiferente à dor que a
dominava. Ela se virou, encontrando Blane parado atrás dela com Fyra, que
segurava uma lâmina ao seu lado.

Os olhos de Blane percorreram seu corpo e pararam no sangue que


escorria de sua ferida. Sua mandíbula flexionou quando ele os trouxe de
volta para ela.

—Encontrou o que você estava procurando? — ele perguntou.

— Como se ela soubesse o que é, — Fyra riu enquanto sacudia a


espada curta em sua mão enquanto a observava.

— Na verdade, sim, obrigada. — Ciara murmurou ao passar por


eles. A lâmina de Fyra subiu para sua garganta, descansando contra ela.

— Não demos permissão para você se mover, engraçadinha, — ela


sibilou enquanto sua lâmina pousava na garganta de Ciara.

Ciara riu quando seus olhos se encontraram e seguraram os de


Blane. Ela empurrou a lâmina, sibilando enquanto cortava sua garganta
apenas o suficiente para tirar sangue. — Ou me mate ou saia do meu
caminho. Vocês dois têm coisas melhores para fazer, tenho certeza, — ela
riu friamente enquanto o observava. — Ou você gosta de machucar
mulheres?

— Deixe-a ir, — ele rosnou. — Ande, agora, — ele ordenou.

Ciara fechou sua mente para a dor. Ela voltou para o lugar frio e escuro
dentro de sua cabeça que ela havia criado para lidar com as surras e torturas
que seu pai lhe dera, a tortura sem fim que ele desabafou quando ela o
desobedeceu. Ela ergueu os olhos frios e sem vida para Blane e sorriu, e
começou a caminhada de volta para a tenda.

Ele acabou liderando, ignorando seus movimentos lentos e lerdos. Não


foi até que eles entraram na tenda e Remy olhou para ela que Blane girou
sobre ela novamente.

— Se você deixar o acampamento, você morre. Compreende? — ele


exigiu friamente.

— Entendi, — ela respondeu enquanto se movia para a cama, e a


olhava com ansiedade. Ela dobrou o joelho e moveu-se sobre ele, virando-
se para o lado não ferido para olhar para ele.

— Verifique o ferimento dela, e depois disso, vá buscar algumas


bandagens.

Remy foi para a cama e empurrou a capa para longe, levantando o lado
antes de sua respiração engatar e seus olhos se arregalaram.

— Deuses, que porra é essa? — ele praguejou enquanto se afastava


dela como se ela fosse um monstro.

Ciara olhou para o lado, já esperando o pior. Estava aberto, a pele


cortada em um corte limpo da relíquia que ela usava. Seus olhos sorriram
quando seus lábios se ergueram e uma risada borbulhou em seu peito. Ela
estava usando a corda da morte em volta da cintura, criada para torturar e
cortar o usuário ao meio, lentamente. Não seria nem mesmo uma morte
rápida.

— Ciara, — sussurrou Blane enquanto a observava com atenção.


— O que? — ela perguntou, mas seu tom era sem vida, tão frio quanto
ela se sentia.

— Remy, pegue Wren, agora, — ele jurou— violentamente. —


Deuses, mulher, você quer morrer? Ele demandou.

— Não particularmente, mas às vezes a morte é melhor do que as


outras opções, — ela disse sem emoção. —Você deveria ir, você estava
ocupado esta noite. Estou bem, posso suportar a dor. Dor não é nada.

— Você está totalmente cortada, seu lado não está preso.

— Estou ciente, — ela disse enquanto seus olhos deixavam os dele


para encarar as proteções na parede da tenda.

Comoção soou do lado de fora, e então Fyra e Wren estavam de pé


dentro da tenda, assim como Remy. Wren xingou e olhou para ela enquanto
Fyra engasgava contra a carnificina.

— Cure-a, — Blane exigiu.

— Isso é enorme, Blane. Isso não é uma solução fácil, e nem sabemos
se selar a salvará. Como ela está acordada? Isso é mais do que os homens
podem lidar em batalha sem cair na dor.

— Eu não sei, — ele disse enquanto se abaixava e olhava nos olhos


dela. —Como você não está gritando?

— Eu disse a você, eu sou boa com dor, filhote de Dragão. Alazander


foi artístico e criativo ao me punir. Seu pequeno cinto mágico aqui não tem
nada como meu pai. Falta imaginação.

Ele olhou para ela com inquietação. — O que ele fez pra você?

— Vamos apenas dizer que sei como cada órgão do meu corpo se
parece, — ela disse com firmeza enquanto uma pequena risada borbulhava
de sua garganta.

—Eu posso te dizer como é removê-los. Posso dizer quanto tempo


você pode viver sem eles antes que uma morte mortal o derrube e cada um
cresça até a maturidade total e comece a trabalhar novamente. Como eu
disse, você conheceu seu horror por um momento, mas eu vivi com ele. Foi
criativo ao lidar com isso, então se você está preocupado comigo, não se
preocupe. Vá em frente ou saia.

— Wren, — ele sussurrou enquanto a observava. As mãos de Wren


tocaram sua carne, e ela olhou nos olhos de Blane, encontrando um ponto
focal e segurando-o. Ela nunca gritou, nunca gritou quando a dor mordeu
sua carne. Sua mente vagou sem rumo, bem acima da dor, longe da tenda e
do que estava acontecendo com seu corpo. —Deuses, mulher, grite ou faça
algo, — ele exigiu enquanto a sacudia como se ela tivesse perdido a
consciência ou tivesse cedido à morte.

— O que isso ajudaria? — ela perguntou e toda a sala engasgou por ela
ainda estar acordada com a dor do fogo queimando sua carne
novamente. No momento em que Wren terminou, Blane se moveu para
tomar seu lugar. — Não você, qualquer um menos você, — ela sussurrou
enquanto seus olhos se estreitaram para Blane. — Você não me toca.

— Remy, — Blane rosnou enquanto se levantava e se afastava dela.


— Entendi, — ele disse enquanto abaixava a boca para sua carne e
corria sua língua sobre sua carne vermelha. Ciara fechou os olhos,
ignorando o olhar aquecido de Blane enquanto Remy selava a ferida,
curando o músculo e o tecido danificado até que nada restasse do ferimento.

Ciara se virou na cama, tirando o vestido ensanguentado enquanto se


movia para o outro lado, deitando-se no colchão macio enquanto o sono
finalmente a tomava. Seus sonhos não eram melhores do que sua realidade
atual, um preço que ela pagou por encontrar o lugar escuro em sua mente,
aquele lugar indolor que ela escondeu de seus monstros.

Alazander a observou com olhos dourados, mas onde os de Ryder


tinham manchas pretas misturadas, os dele estavam sem vida. Seu cabelo
era preto azeviche, mas onde Ryder tinha um pouco de cor misturada.

— Você se comportou mal de novo, escapando de sua jaula, não foi?


— ele ronronou enquanto se aproximava da mesa em que ele a prendeu.

— Não fui eu, — disse ela. Ela não podia, ele segurava a única chave
de sua gaiola. Ele sabia disso, mas para ele, isso era divertido. Isso foi o que
ele fez para passar o tempo quando suas mulheres estavam quebradas com o
prazer infinito que ele tirava delas.

— Oh, minha filha preciosa, — ele sussurrou enquanto alisava seu


cabelo preto para longe de seu rosto. — Tão linda, tão pura. Você sabe o
que tenho que fazer agora, certo? — ele murmurou enquanto empurrava as
ferramentas na mesa de metal, procurando por uma que causasse mais dor.

— Por favor, por favor, não, eu vou ser boazinha, — ela implorou
enquanto as lágrimas rolavam por seu rosto. Ela lutou contra as restrições,
rezando para que Danu a levasse desta vez, que ela acabasse com a dor e a
poupasse mais. —Eu prometo, vou ser boazinha, — gritou ela.
— Eu acho que uma costela, — ele murmurou enquanto erguia o
bisturi e olhava para suas costelas expostas. Ela fechou os olhos, esperando
a queimadura da carne cortada e quando veio, um grito de gelar o sangue
escapou de seus lábios. — Um dia, filha minha, você vai lidar com a dor em
silêncio. Eu prometo torná-la mais forte.

Ela gritou quando as mãos agarraram para ela, a lâmina dele queimou
sua carne, e ela lutou contra ele. Sua mente disparou pensando em como ela
poderia se libertar, e então outra pessoa estava lá, na sala. Ele gritou com
ela do outro lado da sala, agarrando-a como se fosse uma espécie de
fantasma que estava lá em um momento, desapareceu no próximo. Cada
vez, ele se aproximava enquanto ela gritava e gritava em meio à dor sem
fim. O som de ossos quebrando enquanto se partia. Ela observou com
horror quando ele o segurou na frente de sua linha de visão.

— O que é isso? — ele exigiu friamente enquanto os olhos dela se


moviam para a costela que ele havia removido, que estava entalhada com
dragões voando através dela. —Sua puta! — ele rosnou enquanto levantava
o bisturi, com a intenção de acabar com a vida dela por um tempo. Ela não
tinha medo de morrer, ela estava com medo do que aconteceu antes que a
levasse.

— Ciara! — A voz de Blane entrou em seu sonho quando alguém a


sacudiu na mesa. — Acorde, — ele exigiu. Seus olhos se abriram e ela
olhou para ele enquanto ele montava em seu corpo, olhando para ela com
um olhar horrorizado. —Deuses, mulher, — ele rosnou enquanto se
encolheu para longe das lágrimas. — O que você estava sonhando?

— Meu pai, — ela sussurrou. — Um preço que pago por ir aonde ele
não pode me machucar, — ela admitiu enquanto se virava e deixava o sono
levá-la de volta ao horror ao qual ela tinha sobrevivido. Ter nascido mulher
para a Horda era uma fraqueza, que ele havia eliminado dela.
CAPÍTULO VINTE

Blane olhou para a forma enrolada em posição fetal em sua cama. Sua
mente agarrou-se ao sonho em que ela estava perdida, e quando ele entrou
nele, seu sangue gelou. Ela estava andando em uma gaiola, uma mal grande
o suficiente para ela ficar totalmente de pé. Uma pilha de cobertores
sorridentes estava estendida no canto, e ela andava na frente dela sem rumo
como uma criatura selvagem.

Ela estava pálida, seu cabelo uma bagunça de cachos pretos. Seus
olhos procuraram seu rosto. As olheiras que cobriam seus olhos violetas
eram algo que ele não podia imaginá-la já que era Fae. No entanto, aqui
estava ela, em uma porra de jaula com medo de alguma coisa. Um barulho
soou do outro lado da sala e ela congelou. A trepidação encheu seus olhos,
puxando suas feições em um olhar de terror absoluto.

—Filha minha, — uma voz profunda arrulhou das sombras. Alazander


se afastou deles, seus traços enlouquecidos enquanto ele olhava para sua
filha com um olhar que nenhum pai deveria carregar para seu filho. Ciara se
endireitou, fechando os olhos antes de abri-los e olhar nos olhos
dourados. —Você foi travessa, não foi? — ele rosnou enquanto corria os
dedos pelas barras enquanto caminhava ao redor dela.

—Não, eu fiz como você me disse, pai, — ela sussurrou mal alto o
suficiente para ser ouvida. Suas mãos tremiam enquanto ela os fechava em
punhos apertados ao lado do corpo para impedi-lo de ver como eles
tremiam.

Blane engoliu o ódio enquanto observava Alazander produzir a chave


de sua jaula suja. Seu coração disparou com o que ele pensou que estava
prestes a assistir. Seu estômago embrulhou e a bile empurrou o fundo de sua
garganta quando Alazander estendeu a mão para sua filha aceitar.

Seus dedos correram por seu cabelo enquanto ele recuava, preparando-
se para sair do sonho dela. Ele não faria isso, não porque ele queria assistir
isso acontecer, mas porque ele usou muita magia para entrar em sua mente
fortificada. Ela usou uma barreira para esquecer seu passado. Um que ele
não tinha sido capaz de violar antes desta noite, quando ela o abaixou para
escapar da dor que ela estava sentindo. Ele não tinha certeza se queria que
ela os largasse novamente se fosse necessário o que foi necessário esta noite
para realizá-lo.

Porra, ela nem mesmo vacilou quando Wren usou seu fogo de Dragão
para curá-la. Ela parecia entediada enquanto isso fundia sua carne, como se
ela nem tivesse sentido as chamas incandescentes lambendo sua
carne. Então, quando ele se aproximou, ela disse que não. Exigiu força para
permitir que Remy usasse sua boca em sua carne, mas a necessidade da
ferida ser curada superava seu orgulho.

Ele ergueu o olhar do chão, observando enquanto Ciara colocava a


mão na de seu pai e o deixava conduzi-la pela sala até uma mesa
comprida. Blane engoliu em seco enquanto ela subia nele, abrindo os braços
para que ele pudesse prendê-la nele. Em seguida, suas pernas foram
separadas, e os dedos de Alazander acariciaram suas panturrilhas antes de
se mover para a cabeceira da cama para olhar para ela.

Alazander afastou o cabelo preto do rosto enquanto olhava para Ciara,


estreitando os olhos para ela enquanto falava claramente. — Você andou
mal de novo, escapando de sua jaula, não foi? — Suas palavras fluíram
perfeitamente quando ele se aproximou da mesa.

—Não fui eu, — respondeu ela.


—Oh, minha filha preciosa, — ele sussurrou friamente enquanto
afastava o cabelo de seu rosto. — Tão linda, tão pura. Você sabe o que
tenho que fazer agora, certo? — ele perguntou enquanto se virava, puxando
uma mesa de metal para mais perto enquanto empurrava as ferramentas
dispostas sobre ela.

Blane saiu das sombras, suas mãos cerradas em punhos enquanto a bile
ameaçava subir. Ele já tinha visto tortura antes, inferno, ele mesmo tinha
feito algumas delas, mas isso era diferente.

—Por favor, por favor, não, eu serei boazinha, — ela implorou


enquanto se virava e observava seu pai rir friamente, como se não se
importasse que fosse seu filho amarrado à mesa diante dele. —Eu prometo,
vou ser boazinha, — ela chorou enquanto as lágrimas lentamente rolavam
por seu rosto.

— Eu acho que uma costela, — disse ele, e Blane estremeceu quando


seus olhos procuraram o rosto de Ciara. Ela parecia... aliviada? Ele
observou enquanto Alazander usava o bisturi, cortando o peito de Ciara
enquanto expunha suas entranhas. Ela gritou alto o suficiente para que ele
tivesse certeza de que aqueles de fora de seu pesadelo podiam ouvir. — Um
dia, filha minha, você vai lidar com a dor em silêncio. Eu prometo torná-la
mais forte.

Seus gritos se intensificaram quando a mão dele entrou em seu corpo,


cavando até que seus olhos se fecharam enquanto um sorriso brincava em
seus lábios. O bastardo doente estava brincando com sua filha. Brincando
com seus órgãos. O nome dela saiu de seus lábios antes que ele pudesse
impedir.

Blane gritou por ela, gritando seu nome para trazer seu foco para ele
em vez do que seu pai estava fazendo com ela. Não importava que isso
fosse apenas um pesadelo, um que ela viveu, ela não deveria ter que reviver
isso durante o sono. Seus olhos violetas procuraram por ele na sala, embora
ele não fosse sólido aqui, não no passado. Suas mãos tocaram seu rosto,
emoldurando-o enquanto seus lábios beijavam sua testa, implorando para
que ela despertasse do pesadelo.

O som de osso quebrando atraiu seus olhos para a bagunça que


Alazander havia criado. A bile queimou o fundo de sua garganta enquanto
ele olhava para a beleza gritando. Seu pai ergueu o osso que havia tirado
dela e falou cruelmente.

— O que é isso? — ele exigiu em um tom tão frio que o


assustou. Blane olhou para a costela que ele moveu, ofegando ao ver os
dragões gravados voando sobre ela. Blane engoliu em seco quando seus
olhos se moveram para ciara, que olhou para ele e depois para seu pai
enquanto os soluços a balançavam. — Sua puta! — ele rosnou enquanto
abaixava o bisturi, cortando seu rosto e garganta até que ela parou de
respirar. Ele observou a luz deixar seus olhos e deu um passo para trás,
saindo de seu sonho.

Uma vez que ele reentrou em seu corpo, ele sacudiu sua forma
adormecida enquanto a montava para puxá-la com força do pesadelo. Blane
sabia muito bem como os pesadelos pareciam reais, revivendo o massacre
de sua própria família uma e outra vez. — Ciara! — A voz dele cresceu,
com o objetivo de quebrar a barreira que ele sabia que ela estava
reconstruindo. —Acorde, — ele exigiu. Ele observou enquanto seus lindos
olhos se abriam, grandes e redondos como os de uma coruja.

—Deuses, mulher, — ele rosnou, com raiva por ela ter colocado sua
mãozinha na porra daquele monstro e aceitado o destino que ela sabia que
estava por vir. Ele se encolheu quando os olhos dela se encheram de
lágrimas, incapaz de se livrar do aperto de gelo do pesadelo. —O que você
estava sonhando?
—Meu pai, — ela sussurrou enquanto ele saía de seu corpo e se
acomodava ao lado dela, ainda de joelhos na cama. —Um preço que pago
por ir aonde ele não pode me machucar, — ela murmurou enquanto rolava
para o lado, de costas para ele. Suas palavras o atingiram no rosto. Ela não
tinha medo de morrer: ela estava com medo do que veio antes que a morte a
reclamasse. Algo que ela provavelmente sussurrou dentro de sua mente um
milhão de vezes antes.

Blane se deitou ao lado dela, puxando seu corpo minúsculo contra o


dele quando o ar começou a esfriar. Ela não se afastou dele, o que ele
agradeceu. Sua mente disparou, repetindo seu pesadelo enquanto seu pai a
dissecava. Alazander havia cortado sua própria carne e sangue, e ela não
lutou contra ele. Ela colocou a porra da mãozinha na mão daquele monstro
e aceitou o que estava por vir, sabendo o que ele faria. Isso significava que
não foi a primeira vez que aconteceu, e certamente não foi a última. Suas
palavras tinham peso, palavras que ele pensava que não passavam de
mentiras destinadas a trazê-lo para seu lado. Ela disse a eles que seu pai era
um assassino monstruoso, e nenhuma vez falou dele com nada além de ódio
e escárnio escorrendo de seus lábios cor de cereja perfeitos.

Ele a segurou com mais força, perguntando-se quem havia esculpido


as imagens em suas costelas, ou teria sido uma mera imagem plantada por
seu subconsciente, ao contrário do resto? Ele sabia sem dúvida que seu
pesadelo havia ocorrido. Os sonhos que você criou, mesmo quando eram
pesadelos, borraram nas bordas. O cenário geralmente estava errado, algo
fora do lugar. Você podia olhar para o fundo de um sonho e encontrar
elementos que não pertenciam, e os dela eram perfeitos. Do jeito que
apenas as memórias eram.

Seu braço se ergueu enquanto seus dedos dançavam ao longo de sua


caixa torácica, tocando a que segurava dragões dançando. O símbolo de
uma mulher solteira estava em suas costelas. Apenas os companheiros
nascidos do Dragão o carregavam, e ainda assim esta princesa Fae o
segurava perfeitamente em sua terceira costela, o que significava que ela
tinha nascido nobre Dragão, criada para carregar a próxima geração em seu
útero.

—Como você conseguiu isso, princesinha? — ele meditou contra seu


ouvido. — Esse símbolo não é visto há mais de dez mil anos. Nem mesmo
nossas mulheres o carregam, — ele sussurrou enquanto tirava o cabelo de
seu rosto, beijando sua orelha. Seu Dragão teria marcado sua primeira
costela, uma criança, sua segunda costela. Ninguém, exceto aqueles que
jogaram com o destino, poderiam tocar a terceira costela, nunca. — Talvez
você esteja certo, talvez você deva estar aqui comigo, — ele engoliu
enquanto reajustava seu corpo minúsculo e olhava para seu rosto
adormecido.

Blane deveria odiá-la, mas depois de ver o que ela sofreu, ele não
queria. Mas ele também não podia mantê-la. Ou ele poderia? A
reivindicação de um Dragão era absoluta. Nem mesmo os Deuses poderiam
intervir se ela carregasse aquela marca. Como seu irmão se sentiria se
reivindicasse Ciara por completo? Seu pai os forçou a se unirem para
permanecerem vivos, para permanecerem inteiros durante o que ele fez a
eles.

Se ele se casasse e acasalasse com ela, ela seria sua para sempre. Sua
família iria perdê-la, e nem mesmo sua Deusa poderia desafiar sua
reivindicação. A única maneira de ela deixá-lo é se ele a deixar ir. Ele
duvidava que Ryder sobreviveria ao que quer que tivesse acontecido com
ele, mas sua noiva era tão cruel quanto ele se os rumores fossem
verdadeiros. Ela havia rasgado a garganta do líder mais forte da Horda na
frente de um exército deles sem medo, e então ela derrubou vários outros
sem quebrar um suor.

Eles se curvaram a ela, alguma Deusa recém-nascida que nem tinha


usado magia até o fim. Ele tinha certeza que com a queda do rei, eles se
espalhariam ao vento, e em vez disso, eles se uniram, algo inédito na
Horda. Eles eram assassinos, criados para se voltarem uns contra os outros,
mas fizeram o contrário. Como se fossem uma nova raça de Fae, como se
tivessem refeito as leis, e embora soubesse que Ryder era um bastardo
assassino, ele também tinha ouvido falar que passava horas refazendo o
mundo, reconstruindo-o, o que significava que ele era mais do que qualquer
um sabia, mais do que sua mulher sabia.

Blane o tinha visto na cripta em que enterrou sua mãe. Ele o viu
reconstruir as portas, criando a réplica exata como se tivesse memorizado as
portas que uma vez estiveram no grande salão do palácio de seu pai. Então
ele o observou enquanto ele criava um reino construído na imagem
espelhada do primeiro povo da terra. As criaturas que Danu pensava que ela
tinha matado e destruído, mas nem todas pereceram nem foram
assassinadas naquele templo.

Sua mãe escapou, e ela cruzou e acasalou com o primeiro Dragão a


nascer, ou governar as terras. Este era o seu mundo por direito, mas ele
nunca quis governá-lo. Ciara estava certa, ele não podia lutar e esperar
ganhar paz com isso. Ela estava aqui, ela era sua agora. Seu Dragão já a
havia aceitado, e talvez ela estivesse no caminho certo. Se ele queria paz,
ele tinha que forçá-la.

Ele sorriu contra sua cabeça escura enquanto colocava um beijo gentil
em cima dela. Ela estava certa, ela deveria estar aqui. Talvez ela tivesse se
salvado para o marido, afinal. O conhecimento de que ela nunca conheceu
outro amante o agradou, mas o Dragão nele, fodidamente rugiu com prazer
que seu companheiro fosse limpo, puro, e aquele fodido medieval
pavoneava-se dentro de seus limites que eles a reivindicaram primeiro. O
sorriso de Blane cresceu, e a imagem de Ciara vestida com um vestido de
pureza com as mãos atadas às dele fez algo dentro dele aquecer, e a
escuridão ficou um pouco menos sombria.

— Você é minha, doce menina, para sempre, — ele sussurrou quando


os primeiros raios da manhã entraram na tenda.
CAPÍTULO VINTE E UM

Os olhos de Ciara se abriram e ela se sentou ereta enquanto as


memórias da noite e o pesadelo a arrancavam de seu sono. As mãos de
Blane se afrouxaram, liberando-a enquanto ela olhava para seus olhos
pesados de sono. Ela olhou para a porta e estreitou o olhar enquanto seu
nariz coçava. O aroma atraente de plumeria misturado com kiwi encheu
toda a tenda e estava estranho...

Na porta da tenda havia uma pilha de flores brancas de plumeria e ao


lado da cama uma tigela de kiwi, uma das raras plantas que crescem nos
dois mundos. Ela se levantou da cama, movendo-se lentamente para a pilha
de flores que se arrastava até a cama e fora da tenda, e ainda assim alguém
empilhou a maior parte delas na soleira das portas da tenda.

Ela se ajoelhou, pegando uma das flores e levando-a ao nariz, inalando


profundamente. A Plumeria em Faery era rara, normalmente crescendo em
tons mais escuros de vermelho ou rosa, mas quase nunca em branco. Ela o
puxou para longe de seu nariz, procurando o botão delicado e sorrindo ao
encontrar o pequeno toque de ouro no centro. Era real, não criado ou
falsificado pelo glamour.

Ela se levantou, carregando a flor perfumada de costas para a cama


enquanto Blane a observava. — Você normalmente se adorna com flores ou
isso só acontece quando você corta a Princesa da Horda? — Ela brincou
enquanto jogava para ele.

— É a flor escolhida pelo Dragão para casamentos, Ciara, — ele


ronronou suavemente.
Ciara arqueou uma sobrancelha escura enquanto olhava para o kiwi na
mesa e então notou o maracujá e a fruta-do-Dragão5 que enchiam os
outros. Ela não comia comida humana com frequência, principalmente
porque não precisava, mas certas coisas ela gostava e frutas simplesmente
eram uma delas.

Ela se abaixou, pegando um grande pedaço de fruta-do-Dragão e o


empurrou entre os lábios, enxugando o suco que ameaçava escorrer por seu
rosto. Ela sorriu quando os olhos de Blane aqueceram, o que a lembrou de
que ele tinha saído com Fyra na noite anterior.

Ela se abaixou, pegando outro pedaço da fruta e jogando-o na boca


enquanto caminhava nua pela tenda. —Eu preciso de roupas, Blane, —
disse ela depois que parte da raiva se dissipou. —Eu sei que não te
incomoda me deixar em sua tenda nua, mas é um pouco homem das
cavernas, não é?

— Eu gosto de você nua, Ciara, — ele murmurou enquanto empurrava


as cobertas de seu corpo, expondo seu pênis. Ela balançou a cabeça escura,
afastando-se dele.

— Vá foder Fyra, vocês dois são uma coisa, correto? —ela retrucou
acaloradamente enquanto começava a andar pelos limites da tenda
novamente, não permitindo que ele a distraísse. Ela estava ficando louca
aqui. Ela não tinha percebido o quanto até estar sob as estrelas que ela
adorava e sentia falta na noite anterior.

— E daí se nós formos? — ele perguntou.

— Eu não disse que me importava, disse? Na verdade, eu disse vá usá-


la, — ela sibilou enquanto virava os olhos violeta fluorescentes para ele,
não se importando que eles refletissem sua raiva em seus olhos. — Você
tem minha bênção, Dragão filhote.
— Você acha que preciso da sua bênção para foder outra pessoa?
— ele perguntou friamente.

— Não, de jeito nenhum, — ela riu. — Você é o rei aqui, afinal. Você
pode fazer o que quiser, exceto eu.

— Você é minha, lembra?

— Eu não sou sua, — ela rosnou enquanto se aproximava dele. — Só


porque seu lagarto voador ficou bêbado e decidiu me reclamar, não
significa que eu aceitei. São necessários dois para concordar com algo e,
embora eu possa ter desejado sair, não concordei em ser
reivindicada. Afinal, eu sou a princesa do gelo.

— Não funciona assim, gatinha do inferno, — alertou. — Você o


deixou terminar dentro do seu calor, ele marcou você. Veja, quando um
Dragão reivindica você, e você termina de acasalar, não termina quando o
sol nasce. É um tipo de negócio para sempre, que ele selou quando fodeu
você.

Seu coração batia forte em seus ouvidos enquanto ele continuava, seu
olhar ardente fez seu corpo esquentar de raiva e luxúria, o que a confundiu
profundamente. Ela odiava muitos homens, mas nunca os desejou. No
entanto, este idiota abriu os lábios e seu corpo reagiu.

— Você é dele agora, é minha. Eu dirijo o corpo, mas não se engane: a


besta está sempre no controle. — Ele se levantou, movendo-se para o baú
de roupas enquanto retirava as roupas, jogando um vestido para ela antes de
colocar suas próprias roupas. — Vista-se, Ciara, — ele ordenou. —
Mudamos o acampamento hoje para as águas abençoadas dos poços do
Dragão.
— Poços do Dragão? — ela perguntou, sua curiosidade aguçada. Ele
não respondeu. Em vez disso, ele se aproximou de sua forma nua, puxando
lentamente seu corpo contra o dele enquanto colocava as mãos em sua
cintura, removendo o cinto de ouro. Ciara estremeceu contra ele enquanto
bebia seu perfume masculino. Seus olhos se ergueram para segurar os
dele. Ela engoliu em seco quando ele tirou e enfiou em uma bolsa e enfiou
em seu peito.

—Haverá um casamento acontecendo em breve, — ele anunciou


depois de estudá-la um pouco. — Eles são abençoados no poço, e somente
lá. Eles costumavam ser mantidos no castelo do Rei Dragão, mas bem, você
sabe por que isso não é possível, — ele murmurou enquanto erguia o queixo
dela com um dedo enquanto olhava em seus olhos. — Seja uma boa menina
para mim, Ciara. Os casamentos são raros para nós, — ele continuou
enquanto seus lábios baixaram até que ela puxou os dela para longe dele.

— Não é como se eu tivesse sido convidada, — ela sussurrou. —


Tenho certeza de que sou a última pessoa que eles querem lá. Vou ficar nua
na sua barraca porque parece que é assim que você me mantém presa aqui,
certo? Você pode enviar Remy para me manter aquecida, — ela sorriu
enquanto seus olhos se estreitaram para ela e suas mãos se juntaram em
seus lados. Ela se afastou dele, deslizando o vestido pela cabeça. Ela puxou
para baixo e se virou para pegá-lo olhando para ela com um olhar
inquieto. — O que?

— Seu pai alguma vez abusou de você, Ciara? — ele perguntou, e seu
batimento cardíaco trovejou em seus ouvidos enquanto o suor se formava
em suas palmas.

— Não, — ela choramingou antes de se afastar dele, olhando para as


flores. — Por que as flores estão nesta barraca? — ela perguntou, tentando
mudar de assunto.
— Você diz não porque não pode dizer não, — ele murmurou mais
perto dela. —Eu estava em seu sonho ontem à noite, vendo se desenrolar.

— Fique fora da minha cabeça, Dragão. Mantenha seus pés sujos fora
de mim. Você não tem o direito de estar lá. Além disso, foi apenas um
sonho.

— Foi isso? Acho que ele fez coisas com você, coisas que nenhum pai
deveria fazer.

— Ele não me estuprou.

— Não, ele não iria. Você era sua linda e pura princesinha, — ele
disse.

Ciara se dobrou e vomitou a fruta que havia comido. Seu coração batia
tão dolorosamente contra suas costelas que ela temeu que fosse
implodir. Suas pernas cederam e Blane a segurou antes que ela caísse na
fruta que havia expelido de seu corpo. Ele a carregou para a cama e se
sentou com ela ainda em seus braços.

Ela lutou contra ele enquanto ele sussurrava em seu ouvido, palavras
que ela não conseguia ouvir por causa da batida acelerada em seus ouvidos.
Sua visão nadou, e então a escuridão a consumiu.
CAPÍTULO VINTE E DOIS

Ciara deitou-se na cama no silêncio da tenda, ouvindo enquanto o


acampamento era embalado e preparado para partir. As varas foram
baixadas, batendo umas contra as outras enquanto eram colocadas nas
bolsas de couro. As pessoas falavam perto da tenda, mas ela já não se
importava em ouvir o que diziam.

Blane a tinha violado duas vezes agora, ele invadiu seu lugar mais
escuro e viu o que ela sofreu nas mãos de seu pai. Nem mesmo seus irmãos
sabiam dos detalhes sórdidos, apenas o que ela disse a eles, ou o que sua
mãe tinha sussurrado antes de enlouquecer por ser forçada a assistir várias
vezes. Ryder nem sabia até que ponto a crueldade havia acontecido no
pavilhão, onde nenhum homem tinha permissão para testemunhar, não até
recentemente. E Blane entrou direto e conseguiu um lugar na primeira fila
para os horrores.

A primeira vez que aconteceu, ela mal sobreviveu. Ela tinha sido usada
contra sua mãe, quase imortal e fresca de sua transição. Alazander quase a
estuprou, quase a assassinou, e quando ela sobreviveu, ele encontrou um
desejo por isso. Ela orou pela morte naqueles poucos momentos em que ele
não podia tocá-la enquanto ela se afastava.

Desde aquela primeira vez, ela foi despedaçada, dissecada, cortada em


tiras e então deixada para lentamente voltar à vida. Ela orou pela morte
tantas vezes que perdeu a conta. Ela orou aos deuses e deusas para acabar
com seu sofrimento, para poupá-la de outra sessão de tortura. Então Ryder a
libertou, e nem mesmo saber que Alazander estava morto poderia parar os
pesadelos.
Ele ganhou no final, ela poderia encontrar a morte
silenciosamente. Ele fez o que prometeu fazer, ele a fez mais forte. De
alguma forma, ele nunca havia deixado uma única cicatriz do lado de fora.
Por dentro, porém, ela estava uma bagunça. Ristan disse que ela era frágil,
mas não como as pétalas delicadas de uma flor recém-desabrochada. Ela era
delicada como um dispositivo explosivo, pronto para detonar sem
aviso. Era por isso que pisavam em ovos ao redor dela, sem saber o que
fazer. Claro, eles souberam da verdade no final, toda a verdade sobre o que
ela suportou na privacidade do pavilhão. Era por isso que a tratavam como
uma boneca de vidro, algo que ela odiava.

— Sinto muito, — disse Blane, e Ciara se sentou de frente para


ele. Ela nem o tinha ouvido ou sabido que ele ainda estava dentro da
tenda. —Eu não queria te machucar com as palavras daquele bastardo. Eu
gostaria que ele estivesse vivo para que eu pudesse matá-lo pelo que ele fez
a você, a mim, a nós, Ciara.

— Eu não preciso ou quero a sua pena, Blane. Eu sobrevivi. Está no


passado e pode ter me moldado como me tornei, mas o que ele fez não me
definiu. Ele está morto, eu o vi cair. Todos nós o fizemos, e quando ele caiu,
nós o cortamos em tiras e espalhamos seu cadáver pelos quatro cantos do
reino para que seus inimigos pudessem ver o pouco que restava do monstro
que os aterrorizou por mais de milênios não existia mais. Então pare de
olhar para mim assim porque me faz querer arrancar seus olhos como uma
vadiazinha.

—Não tenho pena de você, Ciara. Você me impressiona, a maioria das


criaturas não se recuperaria disso uma vez, muito menos por quanto tempo
você sobreviveu. Não é pena, veja bem, é admiração. Você é uma rainha
nata, forjada nas profundezas do submundo para suportar este mundo. Você
será uma rainha feroz.

— Pare com isso, — ela sussurrou enquanto mexia na bainha do


vestido que usava. Era seda, macio contra sua carne. — Quando partimos?
— ela perguntou, imaginando se ela teria tempo para escapar.

— Agora. Você vai cavalgar comigo. Aqui, — ele disse, entregando


um manto vermelho sangue que era mais grosso que o vestido. Tinha
pequenos redemoinhos no desenho e, quando ela o tocou com os dedos, ela
parou e observou enquanto ele colocava a armadura.

—É inseguro sair? — ela perguntou cuidadosamente, notando que suas


armas eram de qualidade excepcional e obsidiana negra.

— Não é uma viagem agradável, não, — admitiu. —Não se


preocupe. Eu vou te proteger dos monstros.

— Blane, você esqueceu? Eu sou o monstro, — ela meditou enquanto


observava seu olhar iluminar.

—Não se preocupe, meu rei, vou mantê-lo a salvo dos outros


monstros.

— Seu rei, hein? — ele perguntou com voz rouca. Ele deslizou sua
espada na bainha e então se moveu para onde ela estava, pegando a capa
dela. Ele lentamente o jogou sobre seus ombros, prendendo o fecho
incrustado de diamantes em seu pescoço. Ele engoliu em seco quando deu
um passo para trás, olhando para ela com algo que ela não conseguia
entender. —Vermelho combina com você.

— Assim como um monte de cores, mas você parece preferir cor de


pele, ou é bege? — ela perguntou enquanto se virava e observava Remy
entrar na tenda sem avisar.
― Eu prefiro você em pele6, — Remy disse enquanto inclinava sua
cabeça escura e sorria. — Pelo menos minha boca sim, — ele riu antes de
se virar para falar com Blane. — O acampamento está pronto para
começar, Wren e os outros estão aguardando suas ordens. Sua barraca está
pronta?

— Dê-nos um momento e depois dê as ordens para que seja retirado,


— disse Blane enquanto permanecia onde estava ao lado de Ciara. Ele
esperou que Remy saísse antes de chegar atrás dela, ignorando seu
estremecimento quando ele ergueu o capuz no lugar.

— Me escondendo? — ela perguntou irritada.

— Mantendo você aquecida, Ciara. — Ele riu enquanto tirava a capa


combinando, só que mais masculina e mais curta, criada para se mover
facilmente em uma luta. Sua cota de malha retiniu enquanto ele se movia
pela tenda, puxando algumas coisas e enfiando-as em um pequeno
saco. Assim que terminou, ele agarrou a mão dela e a direcionou para a
frente da tenda.

— Comporte-se, todo o acampamento está se movendo como um só, o


que significa que quando eles estão em silêncio, você também está. Essas
partes da terra são perigosas. Não fuja de mim, os lugares pelos quais
estamos passando são criados para manter sua espécie fora.

— Você não vai me amarrar? — ela perguntou enquanto passava pelas


abas da tenda enquanto os guardas do lado de fora deram um passo para o
lado e acenaram para Blane, movendo-se para recolher os itens de
dentro. Ciara fez uma pausa ao ver o exército reunido. Milhares de olhos se
voltaram em sua direção. Mais soldados se juntaram ao acampamento desde
a noite anterior. Os únicos sons que podiam ser ouvidos eram os barulhos
vindos de dentro da tenda e o relincho dos cavalos enquanto eles lutavam
contra os pedaços de metal em suas bocas.
— Eu não preciso, — ele murmurou contra seu ouvido. —Você não
vai escapar de mim, pequena.

Ela franziu a testa enquanto os homens moviam seus cavalos para mais
perto para vê-la. Ela estendeu a mão, puxando o capuz grosso para cobrir o
rosto. Ela enviou uma oração de agradecimento por Blane ter sido perspicaz
o suficiente para prever a necessidade disso.

— Mostre o caminho, — ela murmurou. —Eu vou te seguir, Rei


Dragão, — ela proferiu enquanto deslizava sua mãozinha na dele muito
maior para se confortar sem perceber até que ele apertou a dela.

— É um cavalo de guerra desta vez, Ciara, — ele avisou quando eles


se aproximaram de um cavalo muito maior do que eles montaram quando
ele a levou. Era enorme, maior do que um Clydesdale7 dos comerciais da
Budweiser8 que Ristan tanto amava. Era elegante, preto com um casaco
brilhante e olhos vermelho-sangue que a estudaram sem um único
ruído. Blane a ergueu e ela deslizou a perna por cima das costas dele, de
alguma forma conseguindo manter algum senso de modéstia com a saia
larga que usava. Blane subiu atrás dela, puxando-a para mais perto.

— Eu não estou usando calcinha, — ela sibilou e ouviu quando uma


risada retumbou em seu peito.

— Eu sei, não posso me acostumar com você em roupas agora, posso?


— ele respondeu roucamente contra seu ouvido. — Além disso, Hades é
um percurso tranquilo, e você pode precisar ser alimentada antes de
acampar durante a noite. Não podemos deixar você enfraquecer, podemos?

— Você não faria isso, — ela rosnou.


— Oh, eu faria, eu definitivamente faria, — ele sussurrou em seu
ouvido. — Diga-me, você pode ficar quieta ou todos eles ouvirão quando
você gozar por mim?

— Eu vou cortar seu pau fora, — ela respondeu quase um sussurro. —


Eles definitivamente vão ouvir isso.

— Hmm, talvez devêssemos ver se você gosta de algo bruto, — ele riu
puxando as rédeas e girando o cavalo enquanto ele começava a movê-los
para a frente da enorme linha. —Aposto que sim, aposto que você
devolveria tudo o que pegasse e muito mais.

— Blane, cale a boca antes que todos saibam o quanto você é um


pervertido, ok?

— Você só tem medo que eles vejam aquele rubor que está se
espalhando por suas lindas bochechas. Não tenho medo que eles
descubram que gosto de fazer você gritar meu nome. Eu também tenho
certeza que a maioria já ouviu você fazer isso, — ele rosnou densamente
enquanto esfregava seu pau contra as costas dela. — Vamos cavalgar, — ele
gritou, fazendo-a pular enquanto a audiência inteira partia para o
desconhecido.
CAPÍTULO VINTE E TRÊS

Eles cavalgaram por horas quando Ciara desabou de exaustão e


descansou contra o peito de Blane. Parecia que pretendiam cavalgar até
cair de fadiga ou matar os cavalos. A aglomeração cavalgou em silêncio, o
que só pareceu incomodar mais Ciara. Eles estavam acostumados, essa
vida nômade parecia fazer parte de seu mundo.

Ela, por outro lado, ansiava pelo santuário de seu quarto, onde passava
a maior parte de suas horas sozinha. O silêncio não a incomodava, eram os
olhares das pessoas ao seu redor, julgando-a por crimes que ela não tinha
participado em distribuir.

Os braços de Blane se apertaram ao redor dela, e ela suspirou quando o


calor dele derreteu seus ossos com o frio profundo no ar ao redor deles. A
névoa na floresta por onde eles marcharam estava umedecendo a capa que
ela usava, encharcando seu vestido até que o orvalho escorresse por suas
pernas. Ela se recusou a reclamar, sabendo que todo mundo era imune a
isso.

Mesmo aqueles que não eram dragões, de alguma forma, se


acostumaram ao frio desenterrador deste reino. Ela ouviu seus irmãos
enquanto contavam suas histórias dos reinos externos. A maioria parecia
estar cheia de monstros, coisas que a Horda nem queria enfrentar aqui. No
entanto, os dragões pareciam bem vivendo nesta paisagem infernal.

Ela entendeu porque eles se esconderam aqui. Eles foram protegidos à


sua própria maneira, longe de onde alguém poderia esperar que
estivessem. Synthia a encontrou nas montanhas, mas então ela não pensava
como Fae ou Horda, ela pensava fora da caixa. Ciara duvidava que ela
fosse capaz de encontrá-la novamente com o quão fundo eles estavam
entrando na floresta.

Sua mente disparou com o que estava acontecendo em casa enquanto


ela estava fora. Eles sentiram falta dela? Eles já haviam encontrado Ryder?
Quem poderia ser forte o suficiente para pegá-lo em primeiro lugar, e como
eles conseguiram entrar e tomar a criatura mais poderosa de todo o reino
sem que ninguém percebesse até que fosse tarde demais para evitá-lo?

Os Magos poderiam ter conseguido com ajuda, muita ajuda. No


entanto, o fato de as proteções estarem desativadas foi imprudente, mesmo
para eles. Ela expressou seus sentimentos sobre isso, mas com os bebês
escondidos em segurança longe de seus inimigos, eles planejaram colocar
outros mais fortes que manteriam até os deuses fora.

— Eu quero provar sua linda boceta. — O tom gutural de Blane


parecia enviar arrepios de excitação direto para cada parte de Ciara que era
mulher.

— Eu quero morder seu nariz, mas ei, nem sempre conseguimos o que
queremos, não é? — ela respondeu com cascalho rangendo a cada palavra.

Suas mãos a puxaram para mais perto, se possível, e um braço


envolveu seu peito segurando-a com força enquanto o outro levantava a saia
de seu vestido enquanto seus dedos percorriam o interior de suas coxas.

— Blane, — ela falou quase um sussurro enquanto os nós dos dedos


dele roçavam seu sexo. Ele ajustou sua capa, cobrindo-a de olhos curiosos,
e dane-se se ela não respondeu ao seu toque, embora dissesse a si mesma
que não o queria.
— Você está molhada para mim, não é? — ele sussurrou roucamente
contra seu ouvido. O capuz da capa impedia que sua respiração causasse
mais danos a seus sentidos, mas seu polegar estava dedilhando seu clitóris,
e cada salto do cavalo enquanto trotava pela floresta densa parecia
funcionar contra ela.

— É a névoa, — ela sussurrou quando um rubor tomou conta de suas


bochechas, aquecendo-as quando o dedo dele mergulhou dentro de sua
boceta. Ela fechou os olhos, desligando-se de tudo ao redor deles enquanto
sentia o toque dele trabalhando em um feixe de nervos definido para
explodir se ele continuasse seu curso.

— Levante-se, Ciara, — exigiu ele, sem lhe dar escolha quando retirou
os dedos e os empurrou sob sua bunda até que ela estivesse sentada em sua
mão. Sua voz era sensual, cheia de sedução enquanto ele enfiava dois dedos
em sua carne ensopada. Cada salto do cavalo o enviava mais fundo até que
suas marcas começaram a brilhar com fome. —Tsk, não brilhe, doce
menina. Apenas goze para mim, — ele brincou enquanto a segurava com
força, deixando-a encontrar um ritmo enquanto arqueava as costas, levando-
o mais fundo em seu corpo.

Ela não se importava se mais alguém soubesse, não no momento. Seu


corpo exigia que ela fizesse o que ele disse, sem se importar que os outros
soubessem que ela estava se desfazendo por ele. Sua outra mão soltou sua
cintura e deslizou sobre seus lábios, sufocando os ruídos que ameaçavam
alertar todos ao seu redor sobre o que ele estava fazendo. Sua risada gutural
contra sua orelha a empurrou ao longo da borda, e seu corpo estremeceu ao
redor dele, apertando seus dedos tortuosos enquanto o orgasmo diminuía.

Ele os retirou de seu corpo, endireitando sua saia antes que ela virasse
a cabeça, observando enquanto ele enfiava os dedos em sua boca, lambendo
sua excitação como se fosse ambrosia, enviada pelos deuses.
— Você tem o gosto de que precisa ser fodida, — ele riu roucamente
enquanto a observava com olhos semicerrados.

— Você é um idiota, — ela murmurou enquanto seu corpo tremia


enquanto o orgasmo retrocedia e a realidade do que ele tinha acabado de
fazer afundou.

— E por que isto? Porque te apavora que o teu corpo responde ao meu,
ou porque te faço sentir coisas que não queres? Você luta contra isso, Ciara,
e inferno, eu também, mas nossos corpos não mentem. Não posso nem estar
perto de você sem querer estar enterrado em seu calor. Eu desejo por você e
por seu gosto quando você está pronta para ser fodida.

— Então? Lute contra isso, — ela proferiu enquanto seus olhos


ficavam pesados enquanto ela os virava para frente e descansava contra seu
calor. —Não vou mentir, principalmente porque não posso, mas gosto do
que você me faz sentir quando está dentro de mim. Você, por outro lado,
ainda não gosto. Prefiro ouvir minha cabeça porque os corações dão
direções horríveis e você acaba se perdendo ao ouvi-los.

— É assim mesmo? — ele perguntou quando um cavaleiro se


aproximou deles.

— Temos companhia, — disse o homem negro com um olhar frio para


Ciara. —Muita companhia cavalgando forte em nossa direção, — ele
emendou enquanto apontava o queixo na direção do chefe da caravana.

— Mande batedores, — anunciou Blane enquanto seus braços se


apertaram ao redor de Ciara enquanto ele puxava as rédeas do cavalo de
guerra. — Arqueiros, desmontem e cubram a nossa frente. Fyra, prepare a
cavalaria para atacar caso seja necessário. Ciara, vire-se e olhe para mim,
— ele exigiu. — Enrole suas pernas em volta de mim e segure com
força. Se houver necessidade, estaremos forçando nosso caminho através da
posição do inimigo.

Ela não hesitou, virando-se lentamente para encará-lo, como ele


instruiu. Suas pernas deslizaram ao redor de sua cintura, agarrando-se a ele
em sua armadura, embora enviou um calafrio correndo por ela com o metal
frio quando esfolou sua carne. Os braços dela descansaram ao redor da
cintura dele, e ela colocou a testa contra o peitoral dele com o brasão do
Dragão esculpido no metal opaco. Obsidiana: ele o usava e empunhava.

Os homens se moveram ao redor deles, desmontando e se preparando


para defendê-los com o melhor de sua habilidade. Ciara se perguntou o que
havia lá para que eles encaixassem flechas com ponta de ferro e então a
atingiu. Eles estavam se preparando para lutar contra a Horda.

— Blane? — Ela sibilou enquanto erguia a cabeça e sustentava seus


olhos.

— Você não vai embora com eles, não viva, — ele rosnou enquanto
apertava o capuz e sorria friamente. — Pode não ser nem mesmo eles, então
você pode parar de nos imaginar mortos por sua família, Ciara.

— Eu não estava imaginando você morto, — ela apontou friamente. —


Apenas acorrentado a uma parede e meu escravo para a eternidade. — Seu
tom era rouco, exultante com a ideia dele acorrentado a sua cama para o
resto de suas vidas. Sim, era tentador.

— E o que você faria comigo acorrentado a uma parede? — ele


perguntou suavemente enquanto as pessoas ao seu redor se preparavam para
defendê-los.

— Foder, sempre que eu quiser, — ela admitiu.


Ele riu e balançou a cabeça. —Droga, isso é tentador, princesinha, —
ele meditou. —Mas a questão é que eu tenho você e você fica melhor
acorrentada.

— Cuidado, Dragão, — ela avisou irritada. —Os papéis podem ser


facilmente mudados.

— Os batedores estão voltando se vocês dois puderem parar de foder


com os olhos por tempo suficiente para ouvir o relatório, — Fyra estalou
asperamente enquanto se aproximava do cavalo enorme de Blane com seu
muito menor.

Ciara ouviu um grupo de cavalos que se aproximava rapidamente e


avançou na direção deles. A esperança chamou em seu peito, mas havia um
vazio nela. Se fossem seus irmãos, as pessoas morreriam. Se eles viessem
em seu resgate, muitas pessoas enganadas seriam massacradas, e isso não
caía bem para ela. Eles eram seres míticos, que se pensava estarem extintos,
mas aqui estavam eles. Ela não gostava de suas mortes ou de ter sangue nas
mãos.

— Eles são nossos, — alguém gritou e as pessoas ao redor dela


relaxaram, aplaudindo enquanto os cascos trovejaram em sua direção. —
Eles cavalgaram muito e precisam descansar logo, meu rei, — o cavaleiro
continuou.

Sua esperança se desinflou e seus ombros caíram quando a lasca que


ela permitiu foi destruída com o anúncio. Ela começou a se virar para
frente, mas Blane a segurou no lugar.

— De fato, se eles cavalgaram muito para nos alcançar, montaremos


acampamento assim que sairmos da névoa. Não vamos deixá-los esperando
muito tempo por essa trégua, vamos? — A voz profunda de Blane retumbou
em seu peito, e Ciara engoliu a raiva que crescia dentro dela por ter ousado
esperar que fosse seu povo vindo para salvá-la.

Ciara virou a cabeça, ignorando o olhar furioso de Fyra enquanto


observava a multidão de guerreiros se juntando às fileiras daqueles que
marcharam com ela até este ponto. As mãos bateram palmas enquanto
irmãos de braços se saudavam de volta de onde quer que estivessem. Havia
tantos que se juntavam a eles que seus olhos mal podiam ver enquanto a
enxurrada de homens se movia para o grupo.

— Eu te disse, nós somos muitos, — Blane sussurrou enquanto seu


olhar baixava antes de subir para encará-lo. —Temos treinado todos os dias
desde que seu povo massacrou o nosso. Criamos um exército forte o
suficiente para defender qualquer terra em que habitamos.

— E não temos medo de morrer, — acrescentou Fyra. — Assim como


você, mas preferimos fazer isso em batalha, banhados no sangue da Horda.

— Você é a Horda, idiota, — ela respondeu friamente. —Você faria


bem em se lembrar disso quando se ajoelhar aos pés do rei escolhido de
Faery.

— Eu conheço apenas um rei, e eu o sirvo em todos os sentidos.

— Eu aposto que você faz.

— O suficiente. — As mãos de Blane cravaram-se na carne de Ciara


quando ele a ergueu, endireitando-a sobre o cavalo até que ela foi forçada a
ver os homens enxameando-os.
— Você acasalou? — Um dos homens com olhos verdes esmeralda
perguntou enquanto seu enorme cavalo de guerra batia com as patas no
chão na frente do de Blane.

— Eu te apresento Ciara, Princesa da Horda, — Blane rosnou


enquanto os homens a estudavam. Seu capuz foi retirado de sua cabeça
enquanto o homem a estudava cuidadosamente. — Minha prisioneira, a
única filha reconhecida de Alazander e irmã do Rei da Horda reinante.

— Então sua viagem para a fortaleza deles foi frutífera, afinal. É uma
excelente notícia, — disse o homem.

— De fato, — Blane concordou enquanto suas mãos subiam para


envolver a cintura dela. — Muito fecundo, de fato, — ele falou rudemente
enquanto suas mãos levantavam a capa e a puxavam para longe de seu
corpo, como se ele estivesse permitindo que eles a vissem por mais do que
apenas seu troféu.

— E você já fodeu com isto?

Isto?

Ciara brilhava de raiva e os deixou absorvê-la em sua forma Real


Fae. Seu poder irradiou ao redor deles, e o homem sibilou enquanto olhava
para suas marcas se contorcendo. Foda-se eles, foda-se todos eles, incluindo
o idiota atrás dela.

— Ela é muito... acomodativa, — sibilou Blane, e Ciara lhe deu uma


cotovelada e estremeceu, pegando sua armadura em vez de onde ela queria.
Ela não fez um som mesmo quando sentiu os hematomas se formando em
seu cotovelo. — Devemos? — ele rosnou enquanto deixava cair sua capa,
sem se preocupar em consertá-la.
Ela envolveu como um cobertor, uma cobertura para escondê-la dos
olhares fixos. Ela puxou o capuz sobre a cabeça e se endireitou na sela, sem
tocar em Blane de forma alguma enquanto ele estimulava o cavalo.

— Ela é tão bonita quanto dizem os rumores, — o homem continuou


enquanto caminhava naturalmente ao lado deles.

— Os rumores não eram todos verdadeiros, — admitiu Blane, e Ciara


sorriu ao se perguntar o que ele diria ao amigo. — Ela era uma donzela até
que eu mudei isso.

— Uma virgem? A prostituta da Horda era virgem? Eu me pergunto se


ela prefere seus paus de outras maneiras.

A raiva cresceu em seu peito, apertando-o enquanto Blane e seu amigo


discutiam sobre ela como se ela nem estivesse lá, ou tivesse
sentimentos, como se ela fosse alguma criatura que estava lá apenas para
seus abusos e comentários desagradáveis.

— Dizem que ela prefere ser fodida na bunda, — Fyra se injetou na


conversa. — Você deveria dar uma olhada nela, Kerrigan. Tenho certeza de
que Blane não se importaria de compartilhar a vagabunda.

— Eu não fodo com monstros, — Kerrigan sibilou. —Tenho certeza


de que nosso rei teve seus motivos para o que fez com ela, mas eu prefiro
minhas mulheres puras de coração e mente, e ela não é nada mais do que
uma vadia fria e assassina.

— Senhora da noite e dos pesadelos, essa é, — outro homem


murmurou.
— E vocês não são nada além de covardes que se escondem na
montanha e pântanos falando mal das mulheres enquanto são forçadas a
ouvir suas besteiras, — Ciara disparou. —Vocês devem estar muito
orgulhosos de si mesmos.

— Chega, Ciara, — Blane avisou.

— Você está certo, é o suficiente, — ela concordou.

—Cuidado ao dormir com a inimiga, ela morde, porra.

— Eu sei que ela tem dentes, — Blane sussurrou em seu ouvido. —


Mas eu tenho presas do caralho.

— Bom, você vai precisar delas, — ela anunciou.

— E por que isto? — ele rebateu.

— Porque eu decidi entrar em guerra com você, idiota, — ela estalou


asperamente.

— E você acha que vai ganhar?

— Não, mas então sou estúpida o suficiente para pensar que ir para a
guerra significa vencer. Vencendo ou perdendo, você vai sentir.

— Você está ameaçando meu povo? — ele perguntou, fervendo


enquanto seu braço se apertava ao redor dela, forçando suas costas contra
ele mesmo quando ela se afastou novamente.
— Não, só você, — ela rosnou com um sorriso malicioso em seus
lábios. —Eu não culpo uma raça inteira por um idiota, como você. Eu sei a
quem culpar e sei contra quem lutar.

— Cuidado, Ciara, — ele meditou. — Você não vai ganhar contra


mim.
CAPÍTULO VINTE E QUATRO

O acampamento estava montado, e Ciara teve a alegria de estar


amarrada a um poste no meio dele. Ela não reclamou, não discutiu com
Blane quando ele amarrou as mãos dela na frente dela e as pendurou no
gancho que Fyra o ajudou a erguer.

Ela estava exausta de perambular pelos pântanos e prados até que


temeu cair do cavalo. Ela acordou com as unhas de Fyra cravando em sua
carne enquanto ajudava Blane a removê-la das costas do cavalo. A raiva
ainda não a abandonara, o que significava que ela brilhava como um farol
de raiva na escuridão para que todos pudessem ver.

As crianças se aproximaram dela, olhando para ela enquanto seus pais


os recolhiam como se ela comesse seus corações no peito, ainda batendo.
Para essas pessoas, ela não era mais do que um animal, menos ainda do que
isso. Ela estremeceu de frio, observando Blane enquanto ele dirigia às
pessoas com Fyra ao seu lado.

Ela notou que a mulher ainda ansiava por ele e que o que quer que
houvesse entre eles ainda não havia terminado. A maneira como Fyra o
tocou dizia que ela não estava tentando acabar em sua cama e por tudo que
Ciara sabia, eles provavelmente ainda estavam juntos. Eles agiram assim, as
pessoas nem notaram ou falavam da proximidade que os dois
compartilhavam.

Merda, talvez eles estivessem marchando para o casamento deles? Seja


como for, se mereciam. Talvez pudessem escolher lápides iguais para
quando sua família viesse buscá-la. Ela sabia que sim e que, se ainda não o
tinham feito, era por um bom motivo.
Um menino entrou em sua linha de visão, nem mesmo com idade
suficiente para empunhar uma espada ainda. Ele tinha cabelos escuros
bagunçados e lindos olhos azuis. Suas roupas estavam em frangalhos, ao
contrário das outras crianças, que haviam sido bem lavadas e vestidas, ele a
estava checando.

Ele se aproximou dela, olhando para suas marcas enquanto pulsava sob
sua carne. Cada Fae real os tinha, mas os dela eram as únicas a serem
violetas, como seus olhos. Quando jovem, elas eram ouro como as de seu
pai, até que ele a despedaçou muitas vezes. Eliran, seu irmão com tendência
médica e curandeiro, ainda não tinha descoberto por que elas mudaram.

— Você está sozinha aqui, — disse a criança enquanto olhava ao redor


do acampamento e depois de volta para onde Ciara o observava.

— Sim, eu estou, — ela admitiu. Muito sozinha.

— Perdi minha mãe e meu pai também foi embora, — disse ele com
tristeza, e Ciara franziu a testa.

— Sinto muito, — ela sussurrou passando a carranca que ela usava. —


Ninguém mais cuida de você? — Ele estava imundo, o que ela podia ver
agora de perto. Ele tinha olheiras e ainda assim estufou o peito e falou com
clareza.

— Eu não sou uma criança, — ele se gabou.

— Não, não, claro que você não é, — ela disse suavemente. — Você é
um guerreiro. Um feroz, — ela sorriu quando ele assentiu enfaticamente. —
E você não tem medo de mim?
— Você está amarrada, é uma mulher. Não tenho medo de mulher, —
ele disse enquanto pegava um pedaço de pau que segurava nas costas.

Ciara engoliu em seco ao vê-lo erguê-lo e balançar para ela. Sua carne
ardeu quando bateu em seu estômago. Ele continuou batendo nela até que
seus joelhos cederam e o galho bateu em seu rosto. Ela se levantou
novamente, sabendo que esta criança estava cheia de raiva, raiva instalada
nele desde o nascimento.

Ela aceitou sem usar o poder que podia porque não queria machucá-
lo. Afinal, ele era uma criança, embora se considerasse um homem. Seus
olhos encontraram os de Fyra através da multidão de pessoas e observaram
enquanto ela se afastava da visão de Ciara sendo espancada pela criança.

Blane ficou de costas para ela, falando com os homens que haviam
voltado de onde Deus sabia. O galho arrancou sua carne da pela ponta e ela
sibilou. Tanta raiva em uma criança que mal tem idade para balançar o
galho. O sangue cobriu seu estômago, o que o fez parar enquanto olhava
para ela.

— Sente-se melhor? — ela perguntou suavemente.

— Eu te odeio, — ele gritou antes de começar novamente. Desta vez,


ele usou o lado denteado com a madeira levantada dos galhos quebrados. —
Te odeio! — ele gritou com lágrimas escorrendo pelo rosto. —Você os
matou! Você matou minha mãe! — Sua voz quebrou, arranhando com a
borda da juventude que ele havia perdido.

Os olhos de Ciara se encheram de lágrimas, mas não eram de


dor. Eram para ele, a dor com a qual ainda não aprendera a conviver. Algo
que ela teve que aprender na idade dele também. A dor que ela poderia
suportar, mas o ódio, o ódio era algo que esta criança abrigava
profundamente dentro dele.
— Vocês vão pagar por isso, todos vão! — ele gritou, e Ciara não
falou, ela não precisava. Nada do que ela dissesse abalaria essa criança,
nem a raiva de sua perda. O pedaço de pau foi puxado e Blane empurrou o
garoto enquanto ele rosnava para ele.

— Não é culpa dele, — ela sussurrou enquanto erguia seus olhos


inchados para os dele com raiva. — Ele é apenas uma criança, — ela
sibilou como se achasse que ele faria mal ao menino.

Os olhos de Blane se estreitaram para ela, seus lábios se moveram e


então pararam. Ciara podia sentir o sangue pingando de sua orelha, onde
havia sido atingida mais de uma vez. O vestido que ela usava estava
rasgado, revelando as escoriações em sua barriga.

— Eles foram avisados para não machucar você, — ele retrucou.

— Ele está bravo e procurando por um alvo, um que você deu a


ele. Você quer guerra, você conseguiu. Seu povo levanta armas contra mim
para obter sua aprovação. As palavras não significam nada quando o
inimigo está pendurado em um poste, incapaz de se defender. Você quer
ficar com raiva? Fique com raiva de si mesmo e não da criança. Ele perdeu
seus pais. Ele estava reagindo como lhe ensinaram. Você quer punir alguém
por suas ações, puna-me, Blane, —ela ofereceu com veemência.

— Ele acabou de atacar uma mulher desarmada, e ainda assim você o


está defendendo? — ele gritou, e Ciara assentiu.

— Ele não aprendeu a esconder a dor como o resto de nós, — ela


sussurrou enquanto olhava para a criança, que tinha ficado branca como um
fantasma. — Ele me culpa por eles porque ele está apenas reagindo ao que
todos vocês estão fazendo. Todos vocês me culpam pelo que aconteceu, e
eu não era mais velha do que ele quando aconteceu. Eu era uma criança. No
entanto, estou sendo culpada pelo que ocorreu, e ainda assim você espera
que ele aja de forma diferente?

— Espero que os homens não batam nas mulheres amarradas a um


poste. Espero que os homens nunca batam nas mulheres.

— Então pare de me amarrar a um poste! — ela ofereceu. —Você fez


isso da última vez e não terminou de maneira diferente. Você mesmo disse
que sou a inimiga. Você me fala baixinho e me trata como se eu fosse um
animal insensível com quem você se deitou. Diga-me, Blane, quem é a
porra do animal aqui?

— Desça-a e leve-a para minha tenda, — ele ordenou, e Remy se


aproximou, removendo cuidadosamente a corda que segurava suas mãos.

Ela o empurrou para longe dela enquanto seu poder irradiava pelo
acampamento. Ela poderia facilmente ter impedido a criança, mas não sem
prejudicá-la. Seus cortes se fecharam, sua pele sarou e, enquanto a
observavam, ela o desligou. Não o suficiente para atrair seus irmãos para
ela, mas poder o suficiente para deixá-los saber que ela não era uma flor
delicada, mas sim um barril de pólvora que estava prestes a pegar fogo.

Murmúrios irromperam na multidão enquanto ela permitia que Remy a


levasse para a tenda que ela compartilharia com Blane. Uma vez lá, Ciara
tirou a capa e colocou o glamour em um vestido completo com meia-calça
por baixo e uma calcinha. Ela enfeitou uma pele de pelo, alguns cobertores
de seda e um pequeno colchão, um grande o suficiente para apenas evitar
dores nas costas pela manhã. Ela caiu sobre ele, enrolando-se em uma bola
enquanto fechava os olhos contra seu olhar.

― Você está usando seus poderes, — Remy apontou.


— O suficiente para eu não precisar de Blane, mas não o suficiente
para ser encontrada, — ela admitiu. —Agora saia.

— Fang não sabia o que estava fazendo, — ele disse


hesitantemente. — A mãe dele cometeu suicídio quando seu companheiro
foi morto em batalha, e então o homem que tentou salvá-la foi removido do
acampamento depois de espancar a criança. Você não teve nada a ver com a
morte deles, Ciara. Você era apenas algo em que ele poderia descontar. Ele
mal era grande o suficiente para andar quando aconteceu.

— Eu sei que não os matei, — ela sussurrou. — Eu nunca matei


ninguém, ainda.

— Ainda, — ele respondeu.

— Foi isso que eu disse, não foi? — ela perguntou, abrindo os olhos
para olhar para ele. —Nunca estive em uma situação em que tivesse que me
proteger ou depender de mim mesma. Vocês me colocaram aqui, e todos
neste acampamento me culpam por algo que aconteceu com o qual eu não
tive nada a ver. Mais cedo ou mais tarde, não serão pedras ou gravetos, e
me recuso a morrer aqui.

— Você poderia ter evitado que ele te machucasse, então por que não o
fez? — ele perguntou com cuidado.

— Ele é uma criança. Usar minha magia para me defender o teria


machucado. Ele não merecia ser ferido por sua raiva. Eu sei da necessidade
de colocar a culpa onde não é merecida, e eu não tinha desejo de machucar
um mero garoto que precisava desabafar. Essa quantidade de raiva tem que
sair, ou acabará sendo dirigida de maneiras que não são saudáveis.
— Seu pai, ele te machucou, — ele continuou enquanto se sentava na
cama.

— Isso não é da sua conta, — ela sibilou com raiva.

— Não, você está certa, não é. Mas estou tentando ver pelos seus
olhos, Ciara, e só posso fazer isso se você me disser. Você não fez barulho
quando foi aberta, a maioria dos guerreiros gritaria para que os deuses os
levassem, para acabar com isso, e você não piscou nem um pouco por
isso. Por quê?

— Fui ensinada a sofrer em silêncio, a aceitar a dor e não mostrar


fraqueza. Afinal, sou a Horda. Acho que fomos criados para suportar
isso. Agora, estou exausta de ser arrastada por todo o reino exterior, então,
se você não se importa?

— Ele cortou você, — ele sussurrou enquanto seus olhos se


estreitaram. —Seu pai fez, certo?

— Se você não calar a boca, vou abrir você! — ela gritou enquanto
puxava as cobertas sobre a cabeça e enterrava o rosto no colchão, lutando
contra um grito silencioso.

— Você é uma rainha digna, Ciara, pelo que vale a pena. Eu ficaria
orgulhoso de ter você como minha.

Ela se virou para perguntar o que diabos ele quis dizer com isso, mas
ele já tinha ido. Ela franziu a testa com seu significado oculto e então ouviu
a risada de Fyra misturada com a de Blane. Ela se sentou, olhando para o
espaço aberto entre as abas das pequenas tendas e o chão, apenas para ver
botas estacionadas ali.
Logo, logo ela os deixaria e voltaria para casa. Logo, não foi rápido o
suficiente neste ponto. Ela tinha que voltar para sua família, tinha que
ajudá-los a salvar Ryder de quem o tinha levado, e ela não queria perder o
casamento, mesmo que não gostasse deles. Mas o casamento deles foi
monumental e algo que ficaria na história de sua espécie, se eles tivessem
um futuro.
CAPÍTULO VINTE E CINCO

Levaram três dias para chegar aos poços do Dragão, que acabou sendo
uma piscina gigante no chão com uma cachoeira que o alimentava. Alguma
água passou pela piscina que estava carregada com milhares de flores de
plumeria. Toda a área em que o acampamento foi montado estava repleta
de flores perfumadas.

Remy a conduziu pelo acampamento, seu guarda silencioso enquanto


ela observava os preparativos do casamento. Mulheres fatiaram frutas e
amarraram cordas à garrafas de álcool que jogaram suavemente na piscina
gelada. Estátuas gêmeas de dragões estavam em frente à piscina, com
pétalas espalhadas até onde ela podia ver ao redor das acolhedoras
profundidades azuis da água.

— É lindo, — ela disse distraidamente.

— Que bom que você aprovou.

— Quem está se casando?

— Algum bastardo sortudo e sua garota, — ele anunciou.

— Vocês passam muito tempo fora de Faery, não é? — ela perguntou


suavemente.

— O suficiente para conseguir suprimentos para não chamar a atenção


para a nossa presença aqui, — concordou. —Por que você pergunta?
— A maneira como você fala é fluente em sarcasmo, — ela riu quando
ele franziu a testa. —É a minha parte favorita do mundo humano. Eles são
magos da palavra com o que inventam. Quando Ristan entrou pela primeira
vez, ele voltou com as melhores coisas. Ele trouxe filmes em preto e branco
e, eventualmente, em cores. A primeira vez que deixei o pavilhão, todos nós
nos sentamos no grande salão assistindo E o Vento Levou por horas. Quando
acabou, apenas começamos de novo e ficamos sentados lá juntos.

— O Vento Levou, hein? Não 50 tons de cinza? É muito mais...


divertido? — ele ofereceu com um sorriso atrevido enquanto balançava as
sobrancelhas.

— Eu não acho que gostaria de assistir isso com meus irmãos por
perto, considerando todas as coisas. Synthia e eu assistimos, no entanto,
Christian é, quente, — ela riu enquanto seu rosto se franzia.

—Oh, você sabe que ele é.

— Sou mais quente, confie em mim. Ele precisa melhorar em seus nós.

Ela riu até que seus olhos avistaram Blane, que os observava do outro
lado do acampamento. Sua risada morreu imediatamente, enquanto seu
sorriso sumiu. — Eu acho que já tive ar suficiente por agora, além disso,
tenho certeza de que o casal não me quer em seu casamento.

— Você ficaria surpresa, — ele disse suavemente. — As mulheres vão


trazer um vestido para você mais tarde para que você possa comparecer. Eu
estarei fornecendo o álcool.

— Sério, eu não quero estragar o casamento deles. Blane disse que é


uma grande coisa aqui e eu nunca sequer fui a um ainda. Synthia e Ryder
seria meu primeiro.
— Desculpe, tetas de açúcar, sua presença é necessária neste aqui.

— Você roubou minhas palavras? — ela zombou.

— Merda, sim, gostei. Isso irritou tanto Fyra depois que eu não a
chamei de mais nada desde então.

— Então, por todos os meios, continue usando, — ela riu enquanto ele
sorria.

Uma vez que eles estavam de volta à tenda, ele pegou uma jarra de
álcool com gosto doce que ela bebeu com ele. Não era forte, mas quanto
mais ela engolia, menos ela se importava. Na verdade, todas as suas
preocupações desapareceram até que ela se sentiu tão livre como uma
criança.

— O que diabos há nessas coisas? — ela perguntou enquanto


observava uma grande banheira sendo trazida para a tenda.

— Quem se importa? — ele riu, empurrando a garrafa para ela.

— Acho que bebi demais, você está começando a parecer saboroso, —


ela bufou de tanto rir quando seus olhos ficaram grandes e
arredondados. Outra mulher entrou na tenda e jogou um balde de pétalas de
plumeria na água. Ciara se levantou, indo até a banheira enquanto a mulher
saía. — Isso é para mim? — ela perguntou com um pequeno soluço.

— Sim, eles virão em breve para ajudá-la, — ele explicou, e então


engasgou quando a roupa dela desapareceu e ela entrou na banheira. — Ou
você pode simplesmente pular quando estiver pronta. Não preste atenção
ao fato de que estamos sozinhos e você está nua. Não que minha vida não
esteja em jogo se formos pegos ou algo assim. Sinta-se à vontade para dar
um pequeno giro, certo?

— Você já me viu nua antes.

— Sim, eu vi, — ele admitiu enquanto coçava a cabeça. — As


mulheres, porém, devem ajudá-la a se preparar para o casamento.

— Eu posso me preparar, — ela riu.

— E o que mais você pode fazer consigo mesma? — ele perguntou


enquanto se deitava nos travesseiros olhando para ela.

— Isso ficou estranho rápido, — ela riu enquanto se levantava, saindo


da banheira enquanto enfeitava seu cabelo em tranças soltas que se erguiam
em um coque. Ela vestiu um vestido vermelho, que fluía até os tornozelos
em ondas suaves de seda. Ela girou em um círculo completo enquanto seus
olhos aqueciam para um tom profundo de verde enquanto ele a observava.

— Não acho que você ficaria estranha se andasse de costas como um


caranguejo enquanto tentava escapar de um lagarto voador, — ele riu. —
Beba, — ele ordenou, levantando-se para lhe passar o álcool.

— Acho que você está tentando me embebedar, Remy.

— Claro que estou. É um casamento, todos ficarão bêbados, — ele riu


quando as mulheres entraram na sala e pararam enquanto observavam Ciara
em suas roupas elegantes. Ela parecia da realeza novamente, sua
maquiagem foi aplicada levemente para fazer seus olhos saltarem enquanto
o rímel emoldurava seus olhos violeta. Eles eram uma raridade no Fae,
quanto mais na Horda. Seus lábios estavam tão vermelhos quanto o vestido
que ela usava e aromatizado com cereja apenas para besteiras e
risadinhas. — Você trouxe o vestido? Ela tem uma vantagem sobre você.

— Ela tem que ser banhada com pétalas, — argumentou a mulher.

— Ela entrou, — ele argumentou e encolheu os ombros. — Não me


olhe assim, não foi como se você tivesse partido por tempo suficiente para
que fizéssemos qualquer coisa. Além disso, o Dragão dele teria percebido e
acabado comigo se tivesse. Beba, Ciara, — pediu ele enquanto levava a
garrafa aos lábios, observando enquanto ela engolia o líquido vermelho até
escorrer pelo queixo.

— Traga o vestido e diga que estamos prontos, — sussurrou a


mulher. — Se ela beber mais, você a carregará pelo corredor, Remy. Ela
teve o suficiente.

Vinte minutos depois, Ciara estava vestida com um vestido branco e


olhando para Remy com um olhar irritado. O vestido era feito de um tecido
branco translúcido de desenho grego com um decote baixo e preso com
duas alças finas ao redor da cintura e caindo graciosamente no chão em um
padrão fino e queimado de dálias que balançava e alargava a cada passo ela
deu. Ela olhou para os sapatos de joias sendo calçados em seus pés.

— Está faltando a sola dos sapatos, — Ciara apontou, notando que o


chão estava quente sob seus pés.

— Você irá até o rei descalça, garota, — reclamou a velha rude. — É


tradição. — Ela terminou de afofar a saia e se afastou, admirando Ciara
antes de ir até uma pequena caixa ao pé da cama. Ela a abriu, retirando uma
tiara cintilante que não era muito mais do que uma linha de diamantes que
ela colocou em seu cabelo. —Lindo, considerando todas as coisas, — ela
murmurou. — Traga-a, — ela retrucou e observou Remy se levantar,
olhando para Ciara enquanto ele oferecia o cotovelo para ela.
— Nossas tradições não são as mesmas, — ele começou
distraidamente. —Você ficará com Blane à frente dos convidados e dirá
algumas coisas. Depois disso, você estará nas águas da bênção e dirá mais
algumas. OK?

— Seja o que for que te faça feliz, menino Dragão, — ela murmurou
enquanto o deixava conduzi-la para a grande aglomeração. Uma vez lá, ela
congelou e puxou o braço de Remy. Eles olharam para ela, e cada um deles
estava de pé. Não havia lugares sentados, apenas uma ampla área aberta
com todos parados ao lado observando enquanto ela era conduzida pela
trilha de pétalas.

—Está tudo bem, eu cuido disso, — ele sussurrou.

—Ele está esperando por você, Ciara.

No final do corredor, a luz das velas brilhavam intensamente. Elas


foram colocadas em troncos redondos, colocados no chão. Um salgueiro
segurava lanternas flutuantes, uma menção aos mortos que não podiam
estar lá para que sua luz abençoasse o casal que fazia seus votos.

O sol começou a se pôr atrás das cachoeiras, criando uma vista


deslumbrante enquanto ela permitia que Remy a levasse até onde Blane
estava esperando, em uma armadura. Assim que ela chegou até ele, Remy
colocou as mãos nas dele e se curvou na cintura antes de dar um passo para
trás, juntando-se à multidão.

Eles tiveram algumas ideias estranhas sobre o que aconteceu antes dos
noivos tomarem seus lugares. Ela olhou para Blane, que a observava com
uma mistura de admiração e inquietação. Ele parecia bonito em sua
armadura. Dragões em voo cobriam sua placa torácica, enquanto o punho
da lâmina decorada que pendia de seu quadril era uma cabeça de Dragão
inteira com brilhantes joias azuis. Seu cabelo estava puxado para trás de seu
rosto, preso com uma tira de couro.

— Nós estamos preparados? — perguntou um homem ao sair de


debaixo do salgueiro com um pano de seda nas mãos.

— Sim, — disse Blane suavemente enquanto organizava as mãos,


segurando as dela com as dele enquanto o homem deslizava duas moedas
entre suas palmas.

A moeda estava fria, mas no momento em que Blane segurou sua mão
com força contra a dela, ela esquentou. Ela olhou para ele quando algo
puxou o fundo de sua mente. Em seguida, a seda foi colocada em cada mão
e presa com um nó. O homem começou a falar para a aglomeração, e Ciara
olhou para o lado vazio da reunião, onde ninguém estava.

Ou a noiva ou o noivo eram pessoas muito tristes ou tinham perdido


toda a família de alguma forma. Seu coração doeu por eles, por ser casada
sem uma única pessoa para ficar ao seu lado. Ela sorriu para si mesma,
fazendo uma nota mental para ir ficar lá uma vez que sua parte na
cerimônia terminasse. Não que eles a quisessem ali, mas talvez ela pudesse
fazer com que eles não se sentissem tão sozinhos aqui, como ela fez.

— Estamos reunidos aqui hoje na graça dos Deuses, para testemunhar


esta cerimônia e união de duas almas. As cordas os prendem, as moedas da
alma os unem. Os deuses os abençoem e esta união e ninguém os
separará. Como a lei do Dragão, se alguém intervir ou separá-los, um desejo
de morte será dado ao que ficar. Um desejo pela vida daquele que dilacerou
as almas, — ele fez uma pausa enquanto a aglomeração reunida gritava seu
acordo. —Um desejo de morte é absoluto e implacável, ele encontra quem
quebrou suas almas e entrega uma punição rápida. Aqui e agora, essas
almas se tornarão uma, inquebrantáveis e presas deste dia em diante. Um
Dragão acasala para o resto da vida, sua chama eterna nunca se extingue,
mesmo na morte. Este casamento não será questionado por ninguém nesta
terra, pois as almas destes dois permanecerão unidas como uma. Ele
prometeu sua espada para protegê-la, para mantê-la a salvo de seus
inimigos a partir de hoje. Ela terá seus filhos, cuidará de sua lareira e de
todos os seus desejos. Agora ouviremos seus votos aos Deuses.

— Eu, Blane, em nome dos Deuses que residem em Faery e neste


reino e dentro de todos nós, pela vida que flui em minhas veias e sangue e
bombeia em meu coração por você, levo-te, Ciara, em minha mão, para o
meu coração e dentro do meu espírito para ser minha escolhida. Desejarei a
ti e serei desejado por ti para te possuir e ser possuído por ti, sem vergonha
ou pecado. Você é minha deste dia em diante, e se alguém tentar levá-la
embora, usarei meu direito de primogenitura para invocar um desejo de
morte para vingá-la. Eu fui dado a você por escolha, pois minha vontade é
levá-la sob minha proteção, para protegê-la e cuidar de você a partir de
hoje. Você é dada, como eu te tomei.

Ciara sorriu e ergueu uma sobrancelha com as palavras dele e então


olhou para o homem que estava olhando para ela com curiosidade aberta.

— É aqui que você diz sim, minha senhora.

— Sim? — ela perguntou.

— Você deve estar falando sério, — ela disse enquanto olhava para
Blane em busca de orientação.

— Oh, bem, sim, claro, — ela riu. Ela olhou para Blane, que a
observava com diversão. —Acho que agora o casal verdadeiro sai? — ela
perguntou em um sussurro abafado. Seus lábios se contraíram quando ele
estendeu as mãos para o homem, forçando as dela a irem com as dele.
— Agora, a purificação do passado como as águas de bênção purifica e
abençoa este casamento contra qualquer coisa que ocorreu antes dele, ao
começarem sua nova vida juntos.

Depois que as fitas foram removidas e as moedas voltaram para uma


arca de madeira, Blane pegou Ciara. Ela ficou tensa e relaxou contra ele
enquanto ele a carregava em direção à água.

— Você está linda, Ciara, — murmurou ele.

— Você está meio quente hoje também, mas pode ser o álcool
falando. Tenho certeza de que Remy estava tentando me embebedar.

Ele passou por cima de uma pilha de pedras empilhadas na frente da


água. Ela sorriu, abençoando as pedras para quem vai se casar hoje. Blane a
colocou na água, e ela praguejou baixinho enquanto o observava olhando
para ela.

— Por que estamos parados na água gelada? — ela sussurrou em um


tom abafado, ou o que ela esperava era um.

— É uma piscina de bênção sagrada, — ele murmurou enquanto a


puxava para perto e sorria para ela. —Você está sendo abençoada por uma
das primeiras piscinas criadas em Faery.

— Como a árvore, — ela disse enquanto olhava para seus pés de


joias. Ela levantou a barra do vestido e salpicou-o. Ele sorriu para ela
enquanto ela recuava e ria, seus lábios entreabertos e seus olhos acenderam
por dentro sem brilhar quando ela olhou para ele.

— Deuses, mulher, — ele sussurrou enquanto permanecia imóvel.


— Os deuses têm pouco a ver com qualquer coisa, — respondeu
ela. —Mas, sério, Blane, a água está congelando.

— Venha aqui, — ele ordenou, puxando-a para si enquanto seus lábios


tocaram os dela em um beijo casto. —Eu te abençoo como minha, desde
hoje e todos os dias. Abençoe-me, Ciara.

Ela olhou para a multidão e então tocou sua testa.

—Você está abençoado.

— Diga o que eu disse, mas para mim.

— Eu realmente não quero te abençoar, no entanto.

— Ciara, quanto mais cedo você fizer isso, mais cedo você sairá da
água fria, — ele sibilou.

— Por que você simplesmente não começou com isso? Eu te abençoo,


Blane, a partir deste dia, e todos os dias, — ela respondeu enquanto seu
cérebro tentava colocar tudo junto. Ele a pegou novamente, espirrando água
enquanto a conduzia através dele e de volta ao lugar onde eles estavam
antes.

— Meu bom povo, eu te dou Blane, o Rei Dragão nascido, e sua noiva,
sua nova rainha, Ciara, Rainha dos Dragões.

— Espere o que? — Ciara perguntou enquanto se virava para olhar


para Blane.
A multidão aplaudiu enquanto Ciara pensava lentamente em sua mente
embriagada.

— Te peguei, esposa, — Blane ronronou.

— Seu filho da puta! — ela gritou quando levantou o pé antes que ele
pudesse reagir, chutando-o nas bolas. Ela uivou enquanto ele gritava de
dor. Seu pé queimava de dor enquanto ela lutava para alcançá-lo através do
homem que agora a segurava. — Seu filho da puta! Que merda de fada
amorosa é essa! Você não pode se casar comigo, você não tem a permissão
do rei!

— Eu sou o rei aqui, Ciara.

— Você não é meu rei! Eu sou a Horda e com certeza não vou me
casar com você! Remy, eu vou te despedaçar! — ela sibilou enquanto se
virava para encontrá-lo no mar de pessoas.

— Você é minha rainha, goste ou não, nossas almas estão presas, —


Blane rosnou enquanto agarrava a mão dela e a puxava para si. — Pela
eternidade, — ele meditou com voz rouca.

— Ou até que um de nós esteja morto, — ela retrucou com raiva


enquanto as lágrimas queimavam seus olhos. —Seu filho da puta, como
você pôde? — ela sussurrou enquanto tentava puxar sua mão da dele.

— Eu disse que você era minha. Uni nossas famílias e você é a chave
para garantir a paz para meu povo. Se seu irmão me matar, ele matará
metade de você também.

— Desfaça-o agora, — ela exigiu.


— Dragões não se divorciam, Ciara. — Retrucou ele enquanto a
puxava com ele para uma mesa enfeitada.

— Eu não sou Dragão!

— Não, você apenas carrega nosso símbolo em suas costelas. Você se


importa em explicar isso? — ele fervia.

— O que? — ela perguntou enquanto empurrava e puxava sua mão da


dele. — Impossível.

— Eu vi quando seu pai cortou um fora do seu maldito peito, Ciara, —


ele gritou e a aglomeração silenciou, virando-se para olhar para ela.

Sua respiração se intensificou enquanto seu coração batia forte em


seus ouvidos. —Foda-se você. O que meu pai fez comigo é entre mim e os
deuses, não você. Não seu povo. Alazander era um monstro, o pior da
criação, mas eu sobrevivi a ele. Eu vou sobreviver a isso também.

— Eu sei que você vai, — ele sussurrou enquanto passava os dedos


pelo cabelo. — Agora sente-se e beba comigo, — ele ofereceu enquanto
puxava uma cadeira em uma grande mesa redonda. — Esposa.
CAPÍTULO VINTE E SEIS

Ciara sentou-se à mesa, observando enquanto bandeja após bandeja de


comida fumegante se empilhavam sobre ela. Blane comeu, mas ninguém
comemorou o casamento. Não foi um casamento por escolha, mas por
necessidade. Eram inimigos se unindo pela paz. Ela era um peão
novamente, mas pelo lado bom, se houvesse um, ela havia dado sua
virgindade ao marido.

— Coma, — Blane disse enquanto colocava um prato na frente dela.

— Eu sou Fae, — ela disse, deixando seus olhos brilharem enquanto


ela se virava para encará-lo, sabendo que a mesa inteira estava observando
cada movimento seu. —Prefiro morrer de fome do que comer o que preciso
para o jantar.

— É para mostrar àqueles que o prepararam que você é grata por sua
contribuição, — ele sussurrou em seu ouvido. —Eles estão esperando sua
aprovação como Rainha, — ele emendou.

— Rainha, — ela riu enquanto as lágrimas enchiam seus olhos. —


Deuses me salvem.

— A maioria das mulheres mataria para ser rainha, — Fyra estalou ao


lado dela.

— Eu nunca quis ser uma rainha, — ela respondeu friamente. —


Queria ficar sozinha, treinar para lutar para nunca mais ficar fraca. — Ela
pegou os talheres e começou a comer, sorrindo ao fazer contato visual com
as mulheres que a observavam, acenando em agradecimento. Assim que
eles desapareceram de vista, ela jogou o garfo no chão e se levantou.

— Você é minha rainha agora, goste ou não. Você vai ficar comigo até
que eu me aposente com você, Ciara.

— Eles não me querem aqui, Blane. Nenhum de vocês me quer aqui, e


tudo que estou fazendo é arruinar a diversão que eles teriam se eu não
estivesse aqui. É uma celebração e seu povo deve poder comemorar como
de costume.

— Fique.

Ela ficou lá, ouvindo as pessoas que falavam em voz baixa ao seu
redor. A música começou, e ela virou a cabeça em sua direção. Ela amava a
música, a fuga que ela proporcionava. Ela se levantou, ignorando Blane
quando ele a alcançou, antes de ficar com ela enquanto ela se dirigia para
onde algumas pessoas estavam tocando interpretações de música humana
com seus instrumentos feitos para música folk. Ela ficou lá, silenciosamente
olhando para as estrelas enquanto sentia o calor de Blane atrás dela.

— Eles viajaram para aprender música, depois trouxeram alguns para


uma corrida de suprimentos, — declarou Blane bem perto dela.

― Remy disse que você vai frequentemente para pegar suprimentos,


— ela respondeu suavemente. — Por que não ir aonde a Horda não poderia
seguir? — ela se virou, observando-o enquanto ele franzia a testa.

— Esta é a nossa casa também, — respondeu ele asperamente.


— Eu não estava dizendo que não era sua, Blane. Eu estava fazendo
uma pergunta. Pensei em ir quando era criança, mas era opressor e temia
que eles me comessem.

— Quem você temia que a comesse? — ele perguntou.

— Os humanos, — ela admitiu com um sorriso nos lábios. —Eu temia


que eles fossem como meu pai para as mulheres. Que não estaria mais
segura lá do que aqui, e gostaria de ter ido. Escapar dele de alguma forma,
mas ele teria me encontrado eventualmente. Ele sempre encontrava quando
meus irmãos fugiam dele. Ficar era melhor do que a chance de partir e ser
encontrada por ele.

— Por que seus irmãos não salvaram você do que seu pai estava
fazendo com você? — ele perguntou cuidadosamente enquanto a virava e a
puxava contra seu calor enquanto o ar frio agitava seu vestido.

— Eles não sabiam, — ela admitiu. — Eu nunca disse a eles porque os


homens não eram permitidos dentro do pavilhão, e ainda assim eles
entraram sorrateiramente, mas eles teriam morrido para me proteger, e eu
sabia disso. Eu me escondi deles quando vieram ver suas mães, fingindo
que estava tudo bem até que um dia Ryder apareceu antes de eu me
curar. Ele me encontrou dilacerada. Eu tinha escondido bem, mas meu pai
tirou minha mãe do pavilhão quando Keir veio me visitar. Ele abusou dela
na frente de todos enquanto tentava iniciar uma guerra com o Rei Dark
Fae. Dristan interveio, e meu irmão foi forçado a agir antes que estivesse
pronto. Ele fez isso para salvar nosso irmão. Três dias depois que Ryder me
descobriu, ele matou nosso pai. Mas você sabia como ele fez isso, não é?

— Eu sabia, — ele admitiu enquanto descansava sua testa contra a


dela. —Nós forçamos o desejo de morte do Dragão a vir para ele.

— Você matou meu pai, — ela engoliu em seco.


— Eu ressuscitei minha mãe dos mortos para matá-lo, — ele
admitiu. —Minha mãe não conseguiu, mas encontramos uma maneira de
ela fazer acontecer com a ajuda de algumas bruxas. Três irmãs, que
esculpiram o mesmo símbolo que você tem em sua caixa torácica sobre os
restos dela, — ele sussurrou densamente enquanto suas mãos apertavam
contra ela.

— Então, se meu irmão me tirar de você...

— Ele vai morrer por isso, — respondeu ele. — Você estava certa,
Ciara, não posso ir para a guerra para garantir a paz. Não posso colocar meu
exército contra os números da Horda e esperar que eles vivam, não
todos. Mas agora você é sua rainha e minha esposa. Você disse que ele era
diferente do que seu pai era, então prove.

— Espere, Blane, espere um minuto maldito, — disse ela, olhando


para ele. —Você convocou um Dragão para matar meu pai, mas Ryder o
matou. Você não. Não era o seu desejo.

— Um desejo de morte é uma maldição, é algo que vale para aqueles


que não podem realizar a morte sozinhos. Alazander levou meu pai. Ele o
matou e, ao fazer isso, suas almas foram dilaceradas. Era seu direito pedir
sua morte, mas ela não era como nós. Ela era muito mais do que qualquer
outra pessoa sabia, mas não era capaz de exigir isso em vida. Quando eu a
trouxe de volta, ela clamou pelo desejo de morte. Teria feito aqueles ao seu
redor mais fortes, mais rápidos e capazes de realizar seus desejos sem eles
perceberem ou saberem. É absoluto. Quando Ryder entrou naquele corredor
para matar seu pai, não havia como ele perder. De jeito nenhum ele não o
mataria naquela noite. Teria entrado na criatura mais forte em torno de
Alazander, e ele se tornou o recipiente para levar a cabo a morte.

— E você pensou que me embebedar e me obrigar a casar com você


era a melhor ideia? — ela perguntou.
— Fiz o que um rei deve fazer: forçar uma aliança que proteja seu
povo. Não podemos continuar nos movendo assim. Existem criaturas aqui
que se alimentam de jovens e, sempre que uma criança sai do
acampamento, ela pode morrer. Dois meses atrás, perdemos mais de cem de
nosso povo para uma criatura contra a qual não podemos nem ver. Devo
protegê-los, Ciara. Não posso lutar contra vocês e as criaturas aqui
fora. Temos tido sorte ultimamente, mas essa sorte está acabando conforme
os buracos para Faery aumentam. As criaturas estão ficando loucas,
atacando sem aviso. Você me diz, o que você teria feito? Case-se com uma
linda mulher que o deixa louco e espera que você possa obter paz através
dela, ou assistir seu povo morrer lentamente para monstros que nem mesmo
a Horda irá enfrentar?

— Você acha que eu sou bonita? — ela sussurrou, sem saber como
responder a sua pergunta sem mentir.

Suas mãos emolduraram seu rosto enquanto sua boca se apertava


contra a dela. Seus lábios se abriram para ele, permitindo-lhe reivindicá-la
na frente de todos lá. Ele lentamente se afastou e olhou nos olhos dela.

— Você é a criatura mais linda que eu já vi na minha vida, — ele


proferiu. —Também a mais teimosa, atrevida e espertinha também, — ele
riu enquanto se afastava. —Temos que dançar e, em seguida, você e eu
vamos dormir.

— Blane, eu posso garantir a paz, e você não precisa ficar casado


comigo para tê-la, — ela admitiu enquanto ele a observava. —Eu sei que
você e Fyra... — Suas mãos pousaram em seus lábios.

—Ciara, dragões não se divorciam. Meu Dragão escolheu você, não


ela. Eu escolhi você por causa de quem você é por nascimento, e não, eu
não te amo, mas a maioria das pessoas que se casam pelos motivos que eu
fiz não o fazem por amor. Você não está fugindo de mim. Você é minha
agora, o resto virá mais tarde ou não.

— A menos que meu irmão venha e me leve, e sua maldição estúpida


o mate, — ela meditou enquanto ele a movia para o que ela assumiu ser a
pista de dança. —Se Ryder morrer, Blane, nunca haverá paz para nenhum
de nós. Eu nunca vou te perdoar também. Ele nos salvou. Ele aceitou o
abuso porque sabia que não éramos fortes o suficiente para isso. Faery o
escolheu para segurar sua besta por uma razão. Ele é justo, mas pode ser
severo quando é necessário. Ele se preocupa com as pessoas, todos nós,
onde outros reis e rainhas não se importariam. Eles trouxeram todos os
Faery juntos para se ajoelharem na árvore, para compartilhar sua magia
para curar seus filhos e outros. Ele fez coisas por este mundo que ninguém
mais pode ou se importou. Lembre-se que quando você pensa sobre a
chamada em seu desejo de morte, porque eles vão vir para mim. Você me
lembra dele. Vocês dois são homens orgulhosos lançados em um mundo
cruel e implacável que não se importava com vocês. Você não merecia o
que aconteceu, mas ele também não queria. Ele carrega marcas de Dragão,
Blane. Ele carrega a culpa até hoje por escolha própria, como um lembrete
do que nunca pode acontecer novamente.

— Ciara, eu não vou mentir. Eu o quero morto, quero todos eles


mortos. Mas eu quero que meu povo esteja seguro, e ser um rei significa
que eu tenho que fazer o que é certo primeiro. Eles têm que ser a prioridade
no meu mundo. Eu quero as terras da minha família de volta. Eu quero ver
isso florescer com vida em vez de morte. Quero ver meus filhos correndo
pelos corredores e ouvir suas risadas ecoando neles.

— Isso é justo, Dragão filhote, — ela disse quando ele começou a


movê-la pelo chão de terra abaixo deles.

—Agora dance porque estou morrendo de fome e sinto muito pelos


seus pés.
— Meus pés vão sobreviver. Você não está usando nenhum sapato.
CAPÍTULO VINTE E SETE

Ciara permitiu que Blane a carregasse até a soleira da barraca, que


estava coberta por delicadas pétalas vermelhas desta vez. A tenda estava
banhada por uma luz suave de velas e coberta por uma variedade de pétalas
de flores que tinham um cheiro celestial. Eles permaneceram do lado de
fora por mais tempo do que ela gostaria, mas dançar com ele parecia
certo. Eventualmente, outros se juntaram a eles na pequena clareira de
tendas para dançar ao som da música animada que os músicos tocavam.

Ela se sentia nervosa em sua presença agora. Ela agora estava sozinha
com ele em uma tenda montada para sedução. Seu olhar caiu para a mesa
que havia sido colocada ao lado da cama. Duas taças estavam perto de uma
garrafa de licor vermelho que parecia brilhar de dentro. Ela se virou para
encarar Blane, seu lábio preso entre os dentes enquanto ela procurava em
sua mente por algo para dizer.

— Beba comigo, Ciara, — murmurou ele com voz rouca enquanto sua
mão se erguia para arrastar o dedo por sua bochecha, enviando uma série de
emoções através dela. —Beba comigo porque esta noite vou levar seu corpo
ao limite. Não vou deixar nenhuma parte da sua alma intocada pela
minha. Vou reivindicá-la de maneiras que você não vai entender e, inferno,
você pode nunca querer totalmente. Esta noite você se torna minha de todas
as maneiras que um homem reivindica sua noiva.

— Estou com medo de você, — ela sussurrou enquanto as lágrimas


enchiam seus olhos. —Você me assusta, Blane. Sinto tanto com você, e não
tenho certeza se isso é uma coisa boa.
— Você me assusta pra caralho também, minha rainha, — ele
murmurou enquanto se aproximava, forçando-a a voltar ainda mais para a
tenda enquanto ele rondava para frente. —Eu nunca quis ninguém tanto
quanto eu quero você agora. Quero arrancar esse lindo vestido de sua carne
e enfiar meu pau tão profundamente em sua boceta molhada que você
nunca vai querer que eu a deixe. Quero devorar você até que nunca mais
lembre de uma época antes de me conhecer. Eu sabia que estava fodido no
momento em que me perguntei qual era o gosto daqueles lábios cor de
cereja dentro daquele quarto de criança, — ele murmurou enquanto
continuava em frente, olhando-a como se ela fosse uma presa que ele
pretendia consumir.

— Eu acho que beber é uma boa ideia, talvez alguns, — ela proferiu
enquanto se virava para longe dele, sem saber como reagir às suas
palavras. Seu tom rouco fez seu coração acelerar, batendo contra suas
costelas enquanto ela tentava processar o que sentia por ele. Ela nunca quis
ninguém como ela queria agora.

Ciara nunca esperou encontrar alguém de quem pudesse ser próxima,


nunca. Não com o que ela suportou, ou o fato de que qualquer um que a
tocasse trouxe de volta anos de dor pelos atos de seu pai. No entanto, ele a
tocou e tudo desapareceu, sua dor, suas memórias, tudo simplesmente
desapareceu. Quando ele a tocou, ela não conseguia ter o suficiente dele, e
isso a apavorava.

Ela observou enquanto ele pegava as taças e estendia uma para ela
pegar. Os dedos tremeram quando ela os envolveu em torno dele, travando
os olhos nos dele enquanto levava aos lábios, inclinando para cima e
engolindo o líquido brilhante. Assim que ela terminou, ele pegou, encheu a
taça lentamente antes de pousá-la.

Ele lentamente removeu sua armadura, colocando-a no final da cama


revelando seu peito bronzeado. Seus dedos coçaram para traçar cada
contorno dos músculos que seus olhos deleitavam. Suas mãos se fecharam
em punhos apertados ao lado do corpo enquanto ela lutava contra a
necessidade de fazer o que sua mente exigia. O corpo de Ciara aqueceu com
a simples visão de seu ser lentamente despido para seu olhar
ganancioso. Ele não se apressou, como se estivesse expondo sua pele para
ela pela primeira vez. Quando tudo o que restou foram suas calças, ele
parou, hesitando enquanto erguia seus olhos azuis oceânicos para os
violetas em uma pergunta silenciosa.

Suas mãos trêmulas se levantaram para a delicada blusa de seu vestido,


com a intenção de removê-la. Ele balançou a cabeça, parando-a.

— Eu quero despir minha rainha antes de violá-la, — ele sussurrou


com voz rouca. —Beba, você vai precisar, — ele resmungou, sua voz
engatava enquanto abaixava as calças, libertando seu pau grosso que estava
orgulhosamente contra sua barriga. Ela engoliu em seco, audível no silêncio
que enchia a tenda.

Ela se afastou dele, enchendo suas taças até a borda antes de erguê-la
aos lábios, saboreando o líquido divino que queimava em sua garganta,
explodindo contra suas papilas gustativas.

— O que é isso? — ela perguntou, procurando qualquer coisa para


preencher o silêncio da tenda quando os lábios dele tocaram a base de seu
pescoço, beijando seu caminho lentamente por sua espinha. Ela gemeu
roucamente, o som mais alto do que deveria ser. Seu corpo aqueceu, sua
mente ficou turva como se o líquido vermelho fosse mais do que apenas
vinho.

— É um tipo de vinho criado para libertar nossas almas, — ele


murmurou contra sua pele enquanto acariciava sua orelha. —Esta noite
nossas almas se encontram e se unem como uma. Vamos nos conhecer de
maneiras que ninguém mais pode. A parte confusa, o passado que nos criou
como somos, não haverá nenhuma parte de você que eu não toque ou
conheça.

— Que bagunça, — ela riu nervosamente. —Blane, essas partes de


mim não são bonitas. Você não quer me ver, não tudo de mim. Se você ver
o que foi feito, você nunca vai me olhar da mesma maneira.

— Você é minha esposa, — ele sussurrou enquanto a virava para


encará-lo. —Eu não me importo quão bagunçada você é, ou o que ele fez
com você. Eu quero saber tudo de você, por dentro e por fora. O que aquele
monstro fez com você não tocou sua alma, Ciara. Você brilha por dentro
diferente de qualquer outra pessoa que eu já conheci. Eu quero saber por
que, porque depois de tudo que você viveu aquela luz não foi extinta pelo
que aquele bastardo fez com você. Eu não me importo se é feio ou
brutal. Não me importo se você está sendo mantida junto por
rachaduras. Eu quero ver sua alma, e ele também quer.

—Ele quer me ver?

Seus olhos começaram a brilhar com um azul celeste, como se ele já


pudesse ver através de sua feiura. Ela se recusou a deixar alguém ver tudo
dela, nunca. Ela era uma coisa quebrada e feia que seu pai havia criado ao
desmontá-la. Não havia nenhuma parte dela que ele tivesse deixado
inteira. Nenhuma parte dela que ele não tenha tocado com suas mãos
vis. Ela balançou a cabeça enquanto as lágrimas enchiam seus olhos.

— Você não quer me ver, — ela chorou enquanto sua cabeça


balançava, e ela lentamente se afastou dele. — Estou suja e impura. Ele...
ele não deixou nenhuma parte de mim inteira, Blane. Você não me quer, —
ela disse fracamente.

Ele não a deixou se afastar dele como ela estava tentando fazer. Ele a
puxou para perto e beijou as lágrimas que caíram de seus olhos. Seu corpo
zumbia com a corrente crua, enchendo a tenda com seu poder. A boca dele
encontrou a dela em um beijo que a deixou sem fôlego enquanto seus lábios
tremiam contra os dele.

— Ele se foi agora, — ele disse enquanto se afastava de sua boca


enquanto segurava seu rosto entre as palmas das mãos, deixando sua boca
pairar diante da dela.

—Você ainda está aqui, minha rainha. Você ainda está aqui, e mesmo
que não esteja inteira, você é linda. Você tem caos em seus olhos e pecado
em seus lábios. Sua alma brilha com uma luz que ele não pôde tocar. Eu
vejo você, Ciara. Toda você e eu quero escrever meu nome, marcá-la tão
profundamente para que você sempre me sinta com você, não importa onde
esteja. Jurei protegê-la, mantê-la segura e torná-la completa novamente e
assim o farei. Eu sabia o que estava fazendo quando comecei isso, quando
concordei em ser seu. Eu sabia que você não estava inteira, mas deixe-me
ajudá-la. Deixe-me ver você toda.

— Você deve estar bêbado, — ela fungou enquanto olhava fixamente


em sua alma. Seus olhos vagaram para as taças e depois para o homem à
sua frente. —Eu me sinto estranha, — ela sussurrou densamente como se
sua língua fosse pesada, carregada com chumbo.

— Você está bem, é apenas o vinho começando a fluir em suas veias,


— disse ele, revestindo cada palavra de seda. —Dê-me sua mão, venha
comigo.

Ela hesitou e então estendeu a mão para ele. Ele a puxou para mais
perto, levando-a até a beira da cama, onde a empurrou suavemente,
seguindo-a até que seu tamanho cobrisse o dela com seu corpo largo.

— Apenas almas a partir deste ponto, minha doce menina, — ele


murmurou roucamente enquanto encostava a testa na dela e fechava os
olhos.

Depois de um momento, ele a puxou com ele e olhou para a cama onde
seus corpos dormiam, amassados na cama. Ela gritou enquanto tremia
violentamente contra seu aperto. Ele a tocou, e ela sufocou os gritos que
saíam de seus lábios ao senti-lo.

— Você me matou? — ela sussurrou alegremente enquanto acenava


com a mão em seu corpo.

— Eu vejo você, e você é linda, — seu tom era ardente, cheio de


sedução. —Eu vejo toda você.

Ciara observou enquanto seu corpo mudava, mostrando linhas azuis


que cobriam sua pele, enquanto ele se tornava homem e Dragão diante
dela. Sua alma foi criada de ambos, mas ele também tinha o sangue dos
Deuses correndo em suas veias. Ele brilhava com ouro, ao contrário do
dela, que era da mesma cor de seus olhos.

—Eu vejo você, — ela proferiu enquanto tocava seu peito, seguindo o
brilho dos dragões e as letras douradas brilhantes que se formavam sobre
sua caixa torácica. Os olhos dela se moveram para si mesma, encontrando
três costelas cobertas por letras douradas combinando com as dele.

— Deuses, — ele murmurou enquanto abaixava os dedos para traçá-


las. — Eu nunca vi nada parecido com você antes, — ele admitiu. — É
como se você tivesse sido criada para ser minha.

Ciara ergueu os olhos e piscou, entendendo cada palavra que ele


proferiu, embora ele não falasse mais a língua dela. Ele também não era
mais Blane. Olhos inumanos seguraram os dela enquanto um sorriso
malicioso se espalhou por seus lábios.
— Olá, mulher, — ele rosnou antes de levantar os dedos para cortar o
vestido dos ombros dela. Garras cortaram o tecido do vestido, e lentamente
caiu de seu corpo para formar uma poça no chão. Ela olhou para baixo,
piscando enquanto observava o piso de mármore em que agora estavam.

— Estou sonhando, — ela murmurou baixinho antes de levantar o


olhar para ele. —Isso não é real.

— Eu garanto a você, companheira, isto é tão real quanto possível. Eu


sou a Fera dele, sua alma. Eu sou o que move a mente e corpo dele. Eu sou
o que reivindicou você como nossa.

— Por quê? — ela perguntou hesitante, sem saber se queria saber por
que ele fez isso.

— Você é forte, mais forte do que qualquer mulher que eu já


conheci. Você conheceu a dor sem amor, e você não foi reivindicada antes
de tomarmos sua inocência. Você não está suja, você é pura de coração,
alma e mente. Você é a companheira perfeita para nós. Você já carrega meu
filho.

— O que? — ela guinchou a pergunta.

— Você carrega meu filho em seu ventre, ele já se fortalece com


nossas linhas, criando uma que este mundo ainda não conheceu. Juntos,
criamos uma nova raça.

—Eu não estou grávida, — ela disse vigorosamente.

— Mas você está, — ele riu enquanto tocava sua barriga, e um


batimento cardíaco trovejou em seus ouvidos. —Eu o dei a você na
primeira vez que deitamos juntos. Você estava fértil e perfeita. Em questão
de semanas, você dará à luz ao nosso filho neste mundo e conhecerá o amor
como nunca antes. Você é abençoada pela Deusa para mim e apenas para
mim. Você não era mais do que uma criança quando nossas almas se
conheceram, e eu sabia que você era minha companheira.

— Você está dizendo que nos conhecemos antes? — ela perguntou


com os lábios trêmulos.

— Quando eu vaguei pelas paredes da sua casa, Ciara, — ele


admitiu. —Sim, nós nos conhecemos. Eu estava lá quando seu pai matou
Fury e, quando ele morreu, fui libertado do meu recipiente. Você era
pequena, mas sua alma viu a minha. Eu disse que vejo você e, pela primeira
vez, alguém realmente viu minha antiga alma. Eu sabia que você seria
minha companheira a partir daquele momento. Destiny nos prendeu naquele
dia. Ela estava lá conosco, observando. Pedi a ela que me desse você, pois
pude ver a mulher que você se tornaria no fundo de seus olhos
inocentes. Eu sabia a dor que você suportaria, o trauma que experimentaria
e, nisso, a mulher que se tornaria. Eu vi você como você me viu. As almas
não mentem, nem nunca esquecem.

— Blane sabe que eu carrego um filho dele? — ela sondou.

— Não, ele saberá quando você estiver pronta para que ele saiba,
minha alma.

— Nosso filho ficará imune aos problemas da terra? Faery está


quebrado, e Danu está enfraquecida por isso, ela não pode ajudar nosso
filho a ser abençoado pela árvore.

— Nosso filho não é deste mundo, — ele disse enquanto se ajoelhava


e tocava a barriga dela com ternura. Seus olhos intensos olharam para
ela. —Nosso filho não é Fae, mas das primeiras criaturas a habitar esta
terra. Você carrega algo diferente de tudo que este mundo já conheceu em
seu útero. Uma criança abençoada pelos deuses e aqueles que Danu e seus
amigos criaram, mas ao contrário deles, ele será o poder absoluto. — Seu
sorriso ficou sombrio.

— Eu carrego um Dragão semideus, como você, — ela disse baixinho.

— Você carrega o caos misturado com o fogo, nascido dos próprios


deuses, como eu. Ao contrário do meu hospedeiro, seu filho será puro-
sangue e poderoso por si mesmo, sem a necessidade de mudar de
forma. Meu hospedeiro está ansioso para provar você, assim como eu,
minha alma, — ele disse, levantando-se para elevar-se sobre ela enquanto
escamas se formavam sobre sua carne. —Dê-me suas mãos e me
aceite. Somos um agora, para sempre.

— Você é intenso, — ela murmurou enquanto colocava as mãos nas


dele.

— E você é linda, e queima com um fogo mais brilhante do que


qualquer coisa neste mundo. Você se perguntou por que ele podia te tocar,
por que você podia permitir isso. Foi por minha causa, porque conheci sua
alma antes de sua dor. Deixe-nos curar você, vamos lavar a dor de ontem e
mostrar-lhe o prazer da carne e do coração. Permita-nos ser uma parte de
você, minha menina corajosa. E eu prometo que você vai se curar do que
seu pai fez em sua mente.

— Eu não acho que você entende o que aquele monstro fez comigo, —
ela respondeu com sinceridade, e ainda assim ela sentiu as mãos dele
aquecerem sob as dela. Ele se levantou, correndo lentamente os dedos sobre
sua barriga enquanto se elevava sobre ela, olhando em seus olhos.

— Ele desmontou você, mas ele não podia tocar as partes de você que
ele queria quebrar porque você já carregava algo de mim dentro de
você. No dia em que ele encontrou minha marca, foi a última vez que ele
tocou em você. Ele sabia que nunca tocaria no que te fazia minha, o que te
fazia brilhar roxo quando nenhum outro de sua espécie antes de
você. Destiny correu em suas veias, nosso destino que já estava escrito nas
estrelas, — ele murmurou enquanto se inclinava, reivindicando seus lábios
em um beijo que roubou sua mente e respiração enquanto as memórias se
repetiam em sua cabeça.

Ela se lembrou da expressão de admiração nos olhos de seu pai antes


que a loucura o tomasse e ele a cortasse em pedaços. As palavras raivosas
enquanto ele tentava acabar com sua vida, até mesmo sua transformação em
sua besta que a cortou. A punição da besta deveria ter sido sua morte, seu
toque deveria tê-la matado, mas em vez disso, ela permaneceu inteira. Ele
não podia matá-la, e ele tentou, ele tentou assassinar sua filha para evitar
que ela se levantasse na manhã seguinte. O que quer que ele tenha visto
escrito em sua caixa torácica, trouxe uma loucura diferente que ela já tinha
testemunhado antes. No entanto, ele não foi capaz de matá-la, nem mesmo
sua besta que tentou.

— Você... você me protegeu, por quê? — ela sussurrou.

— Porque o rei criança precisaria de alguém que entendesse sua dor,


que pudesse trazer paz à sua alma, — ele respondeu suavemente. —Ele
precisava de uma companheira forte, mas eu precisava de você mais. Eu
precisava que você desse à luz meu filho, meu filho que ajudará os que já
estão aqui a salvar este mundo. Eu não nasci aqui, mas esta é minha casa
agora e o tempo para a cura chegou. Você trará paz aos dragões, mas mais
do que isso, irá consertar suas almas. Você vai queimar o ódio que os
consumiu desde que seu pai matou seus parentes. Sua luz irá guiá-los
através disso, e seu coração irá consertar o deles.

— Por que você não os salvou? — ela perguntou em um tom


acalorado. —Você poderia ter impedido meu pai, então por que não o fez?
— Porque não era meu destino salvar os dragões, era o seu.

Ela estremeceu e balançou a cabeça. —Eu sou uma garota, uma garota
que nem começou a viver porque estou apavorada até para tentar. Eu sou
fraca, eu não sou forte, Dragão.

— Oh, mas você é. Você tem medo de cair, minha querida, mas não vai
cair porque eu não vou deixar. Você foi criada para voar, como eu. Se você
cair, eu serei suas asas. Se você vacilar, eu serei o fogo em que você
renascerá. Você foi criada para ser minha rainha, a rainha dele. Você nasceu
para governar os dragões, minha doce menina. Destiny beijou você no
momento em que você nasceu e ligou você ao menino que se tornaria o
rei. Só me certifiquei de que não poderia ser alterado depois disso, e que
você sobrevivesse até que ele a encontrasse. Ela tocou cada criatura neste
reino, e você não é exceção. Agora, eu vou me acasalar de verdade com
você e selar sua alma com a minha para que nunca possamos nos separar,
você me aceita?

— Tipo, para sempre? — ela perguntou, e ele sorriu revelando as


presas.

— Até o tempo acabar, pequena mulher, — ele respondeu.

— Sim, — ela respondeu, de alguma forma sabendo que isso era para
acontecer. Não foi o que ele disse, era como ela se sentia com ele, como se
o conhecesse há mais tempo do que apenas esta vida. Ela deveria estar
apavorada agora, e em vez disso, ela se sentia como se estivesse em
casa. Ela se sentia segura e querida aos olhos dele, protegida do mundo
exterior.

Uma sensação de queimação começou em suas mãos quando chamas


azuis se acenderam nas dele. Ciara gritou quando a dor entrou em sua
mente e corpo. Ele a segurou ali, recusando-se a soltá-la quando a dor se
tornou inimaginável. Ele sussurrou para ela, sussurrando enquanto colocava
sua testa contra a dela e falava em um idioma que ela não conseguia
entender. Seu coração trovejou contra seus ouvidos, e enquanto ela
observava, runas de Dragão começaram a fluir de sua carne para a dela, até
que sua alma foi coberta por elas em chamas azuis brilhantes que
lentamente se extinguiram enquanto se desvaneciam em nada.

— Está feito, doce menina. Seja gentil com o homem que me


hospeda, ele ainda não está pronto para amar. Você o curará, mas não será
fácil. Ele não aceitará o conhecimento de nosso filho, para ele, você é sua
inimiga e amá-la será uma traição à memória de seu povo que estava
perdido. Ele aprenderá a amá-la, entretanto, e com o seu toque, ele
começará a se curar, como você já começou a se curar com o nosso
toque. Seja gentil com seu coração, mas selvagem com sua alma até que
você reivindique o Rei Dragão, Ciara.

Ciara se sentou e engasgou, sua mão voou para o estômago e então ela
pulou da cama, olhando para Blane que a observava com um olhar inquieto.

—Você e meu Dragão se divertiram? — ele rosnou.

— Ele é intenso, — ela admitiu.

— Ele é? O que vocês dois discutiram? — ele exigiu friamente.

— Eu não... eu não acho que me lembro de tudo isso. Ele marcou


minha alma, — ela respondeu em um tom abafado. —Você sabia que ele
iria, não é?

— Achei que fosse, mas não fui com você, Ciara. Não vi mais do que
um vislumbre de sua alma antes de ser expulso, você não permitiu. Diga-
me, esposa, o que você está escondendo? — ele fervia.
— Seu Dragão me escolheu quando eu era criança, quando meu pai
matou o seu, ele me encontrou. Nossos destinos foram formados a partir
daquele dia.

— É assim mesmo?

— Blane, você nem sabe da metade, — ela exalou enquanto se sentava


ao lado dele, observando enquanto ele ficava tenso. —Você está bravo?

— Você me impediu de ver você, Ciara, tudo de você. Sempre


consegui ver o que ele faz, até agora. Então você me diz, o que você está
escondendo?

Ela engoliu em seco e balançou a cabeça. —Estou exausta, — ela


murmurou.

— Isso é muito ruim, — ele retrucou enquanto se levantava e agarrava


seus braços. —Estamos transando porque, até que seja consumado, nosso
casamento não é válido.
CAPÍTULO VINTE E OITO

Blane a empurrou para a cama, arrancando o vestido de seu corpo e


jogando-o por cima do ombro enquanto olhava para sua forma nua. Seu
coração batia descontroladamente contra sua caixa torácica. Batia tão forte
que ela não conseguiu ouvir o que ele disse quando ele se inclinou, tirando
a calcinha de seu corpo. Sua boca tocou o interior de suas coxas, beijando
seu caminho até seu centro, onde ele rosnou quando sua língua deslizou
entre seu calor, devorando-a como se estivesse morrendo de fome e não
pudesse obter o suficiente.

As mãos dele abriram suas pernas até que ela gritou de dor e a
levantou da cama. O corpo dela respondeu, aquecendo por ele, e a espiral
em seu estômago começou a se desenrolar. Suas mãos puniam enquanto sua
boca dava prazer.

Ele puxou sua bunda para fora da cama, ajoelhando-se no chão


enquanto devorava sua carne até que ela gritou seu nome em selvagem
abandono. Ele puxou seus lábios famintos para longe dela e olhou para ela
com olhos raivosos. Ela o chutou com o pé, ficando ao lado dele, e olhou
para ele.

— Você pode estar com raiva, idiota, mas não sou eu que queria dar
um passeio de alma com você. Agora vá para a cama, porra, e não se mova,
— ela fervia enquanto lutava para ganhar o controle de sua reação a ele
enquanto exigia que ele fizesse o que ela mandava.

— Foda-se, Ciara. — Ele rosnou.


— Não, bebê, eu estou prestes a te foder, — ela retrucou enquanto o
empurrava com sua força Fae e o seguia para baixo, agarrando seu pênis
enorme enquanto montava em seus quadris.

— Use a porra da sua magia em mim de novo e você não vai gostar do
que vai acontecer, Ciara, — alertou ele.

Ela sorriu friamente enquanto inclinava lentamente a cabeça sobre o


peito dele, beliscando sua carne enquanto trabalhava para seu mamilo
levantado. Ela o mordeu suavemente, gemendo quando o próprio gemido
gutural dele foi expelido por entre os dentes cerrados. Ela o provou,
lambendo lentamente ao redor e depois o outro até que sua língua
mergulhou entre as fileiras de músculos em seu estômago tenso.

Quando sua boca tocou a carne aveludada de seu pênis, ela fez uma
pausa, perdendo sua ousadia brevemente enquanto sua mão acariciava sua
excitação. Sua cabeça levantou da cama, observando-a enquanto ela
acariciava seu pau com sua mãozinha. Sua boca baixou, lambendo a ponta
sensível de sua carne latejante. O barulho que ele fez quando sua respiração
sibilou de seus lábios atraiu seus olhos para ele.

Seu brilho refletido em seus olhos. Ciara beijou o lado de seu pênis
antes de afastá-lo de sua barriga para levá-lo em sua boca. Sua mão se
enroscou em seu cabelo, empurrando-a para baixo sem aviso até que ele foi
enterrado no fundo de sua garganta. Ela gemeu enquanto seus olhos
lacrimejavam até que as lágrimas correram de seus olhos enquanto ele a
segurava ali. Seu grunhido foi animalesco quando levantou sua cabeça,
usando seu cabelo para foder sua boca e garganta.

— Você quer jogar? — ele riu asperamente enquanto se levantava,


empurrando-a para fora da cama até que seus joelhos batessem com força
no chão, puxando um grito de raiva de sua garganta. Ele se acomodou na
frente dela, controlando-a. Ele empurrou seu pau mais fundo, nunca
permitindo que ela pegasse ar enquanto ele duramente segurava seu cabelo,
empunhando sua boca contra seu pau, dominando o controle que ela
pensava ter mantido. —Pegue, — ele exigiu roucamente enquanto a
segurava lá, crescendo até que ela engasgou em torno dele. A mão dele
soltou seu cabelo, e ela se jogou de volta nas pétalas que cobriam o chão.

Ele se levantou lentamente, olhando-a como se ela fosse a porra do


jantar que ele planejava engolir. Ele se ajoelhou no chão, sem se importar
que ela o encarasse com raiva.

— Você é um idiota, — ela sussurrou abrasivamente.

— Eu sei que sou, mas pelo menos não sou uma vadia mentirosa, —
ele rosnou enquanto agarrava suas pernas e as estendia até que ela
gritasse. Ele a penetrou dolorosamente, arrancando um grito de seus lábios
enquanto balançava os quadris, encontrando um ritmo que prendia cada
nervo erógeno em sua vagina. Suas mãos apertaram sua carne enquanto ele
empurrava seus joelhos em direção aos ombros, dando-lhe mais do que ela
poderia caber até que seu corpo queimasse com o quão cheia ela estava.

— Blane, — ela choramingou enquanto ele a olhava com desconfiança


queimando seus olhos. —Blane, é demais, — ela sibilou.

— Cale a boca e goze para mim, — ele sussurrou com autoridade em


seu tom.

Seus olhos se fecharam contra a raiva que ela viu queimando em suas
profundezas de água. Ele a puxou até que ela estivesse em seu colo e
forçou-a a envolver seus ombros largos. Ela balançou contra seu pênis,
ajustando-se ao seu tamanho enquanto seu corpo aquecia, permitindo-lhe
mais profundidade enquanto ele usava seus quadris para levantá-la e soltá-
la em seu eixo. Ela explodiu ao redor dele, apertando contra ele enquanto os
músculos queimavam e apertavam quando ele a levantou com ele,
movendo-os para a cama.

Ele a colocou para baixo sem deixar seu corpo, empurrando com força
enquanto suas mãos apoiavam seu peso na cama. Seus olhos se cravaram
nos dela, forçando-a a manter contato visual enquanto ele a levava às
alturas da paixão e do desejo e depois ao limite. Sua boca baixou,
beliscando seu lábio inferior enquanto ela gritava contra a dor que isso
criava. Ele o soltou, empurrando sua língua entre seus lábios inchados para
reivindicar sua boca enquanto seus corpos iam para a guerra um contra o
outro.

Blane se afastou de sua boca, levantando-se até ficar de joelhos entre


suas pernas. Ele empurrou as pernas dela contra o peito, olhando para onde
eles estavam unidas. Ela o sentiu crescer maior do que antes e choramingou
contra isso. Ele sabia que a estava machucando e ela sabia por quê. Ele se
sentiu traído, mas não estava com raiva dela. Ele se sentiu traído pela
criatura que ele abrigava, e ela era a única que ele poderia punir pelo que
ele sentiu que foi uma invasão dele.

Ele empurrou mais fundo, levantando as pernas dela por cima do


ombro enquanto empurrava seus quadris até que ele apertou, e grunhiu
quando sua boca tocou contra sua garganta. Algumas estocadas fortes e ele
rolou ao lado dela e cobriu os olhos com o braço enquanto lutava para
recuperar o fôlego.

Ciara se afastou dele, dolorida e machucada quanto rastejava para o


lado mais distante da cama e se enfiava debaixo das cobertas enquanto um
soluço explodia em seu peito. Ela o odiava. O Dragão estava errado, muito
errado. Blane estava quebrado, ele foi fraturado tão profundamente que
nunca poderia ser reparado. Ele praguejou e se levantou para se sentar na
beira da cama, juntando suas roupas antes de se vestir e deixá-la sozinha.
Ela gritou nos travesseiros que abafaram seus gritos, enterrada nos
cobertores enquanto sua própria raiva a engolia inteira. Seu Dragão era
ingênuo em pensar que ela poderia consertá-lo. Ela saiu da cama, usando
glamour para vestir uma camisola macia de seda preta, e a usou novamente
para fazer uma cama no canto da tenda, longe da dele. Ela enxugou os olhos
e deixou a mão vagar para a barriga, onde um bebê inocente dormia dentro
dela.

Ele não precisava saber sobre isso. Ele não merecia saber que gerou
um filho com ela, seu inimigo. Ele parecia esperançoso de paz, otimista de
que ela poderia garantir isso para ele e ela o faria, mas ela não permaneceria
com ele depois desse ponto. Ele não a merecia ou seu filho.

Um barulho soou, e ela se virou para o lado, observando enquanto


Remy entrava na tenda e olhava para ela. Seus ombros caíram quando ele
viu seus olhos vermelhos e sua forma desgrenhada.

— Sua alma caminhou com o Dragão, sem ele. É proibido a uma noiva
que não nasceu Dragão conversar com ele sem a presença do hospedeiro, —
revelou.

— Não foi como se o Dragão dele me pedisse permissão. Eu não tinha


ideia de que isso aconteceria ou qualquer parte da decisão do que
aconteceu. Eu não fui questionada, se é isso que ele pensa que
aconteceu. Eu acordei com ele, então ele mudou, e eu não tinha controle
sobre com quem eu ficaria.

— Você é um enigma, Ciara. Você o assusta, — ele murmurou


enquanto esfregava a mão pelo rosto e se sentava na cama, olhando para
ela. —Dragões escolhem nossos companheiros, mas eles nunca escolhem
um companheiro que não seja de nossa própria linhagem ou espécie. Você
parecia feliz esta noite, ele também. Eu esperava que você tivesse atingido
um ponto de inflexão.
— Oh, nós viramos bem, — ela zombou. —E eu entendo que ele não
me quer, mas vou manter minha palavra. Eu vou garantir a paz para vocês.

— Para nós? Você não está pensando em ficar, está? — ele rebateu.

— Eu não pertenço aqui, nem sou desejada. Estou bem com isso, e ele
também. Ele pode ficar com Fyra, ela o quer. Eu o odeio. Eu odeio tudo
sobre ele. Ele é cruel e parece gostar de me machucar, e já fui ferida o
suficiente para durar mil vidas.

— Se você deixar seu irmão levá-la, você o fará aceitável para o


desejo de morte, Ciara. Você não pode deixar isso acontecer, não se o que
você disse sobre sua futura rainha for verdade.

Ciara se sentou e olhou para ele e estava prestes a dizer algo quando a
dor percorreu os dois. A tristeza infinita a encheu, e ela engasgou quando
uma compreensão a atingiu. As lágrimas rolaram por suas bochechas
quando ela se levantou com as pernas trêmulas, movendo-se para as portas
da tenda e empurrando-a de lado para ficar sob a lua em sua camisola.

O céu ficou com uma infinidade de cores enquanto a terra clamava por
sua Deusa.

— Danu, — ela soluçou. —Danu não existe mais.

— O que diabos aconteceu? — Remy perguntou enquanto ficava ao


lado dela, observando enquanto o mundo gritava de dor. Cores brilhantes
explodiram nos céus, e o mundo gritou violentamente quando o poder
irrompeu por ele. As árvores balançaram, chorando enquanto seus galhos
chicoteavam em negação.
Ciara olhou ao redor do acampamento, encontrando Blane olhando
para o céu com Fyra ao lado dele em suas melhores roupas. Ela se virou
para ele, e seu braço a envolveu, segurando-a enquanto Ciara os
observava. Um nó se formou em sua garganta enquanto a raiva crescia
dentro dela.

— Eu tenho que ir para casa, Synthia precisa de mim, — ela sussurrou,


incapaz de desviar o olhar de seu novo marido e seu verdadeiro amor. Os
olhos de Blane caíram e seguraram os dela antes que ela desviasse o olhar
dele.

Se Danu estava morta, isso significava que uma nova Deusa seria
criada para tomar seu lugar. Isso deixou Faery oscilando à beira do caos e
da devastação, sem ninguém mantendo o controle sobre ele. Synthia era a
Deusa do povo, mas quem protegeria a terra? Quem os ajudaria a curá-lo?

Todo o acampamento ficou imóvel, fazendo a mesma pergunta dentro


de suas mentes. Ciara se afastou da tenda, olhando a floresta enquanto seu
coração disparava. Ela tinha que ir para casa, e ela tinha que fazer isso
agora.

Ela começou a teletransportar, apenas para bater em algo sólido. Suas


mãos tocaram algo aquecido, e ela olhou para o olhar frio de Blane.

— Eu acho que não, esposa, — ele retrucou.

— Danu está morta, Blane. Eu tenho que ir para casa, — ela exigiu.

— Não, você é minha, e você é a rainha dos dragões agora. Você


pertence a nós, não a eles. Se você permitir que eles a levem, eu chamarei o
desejo de morte. Preste atenção às minhas palavras, eu não me importo se
você me odeia. Não tenho que gostar de você para foder para conseguir um
filho para a paz. Nosso filho selará o que você realizar e você o conseguirá
antes que eu a liberte, mas não levará meu filho com você quando for
embora. Meu filho não será criado com os bastardos assassinos que
mataram seus parentes, está claro?

—Você presume que eu lhe daria um filho, — ela rosnou. —Eu sou
Fae, Blane. Não nos reproduzimos facilmente e, quando não queremos criar
vida, não o fazemos. Nós escolhemos quando criamos, e eu com certeza não
tenho planos de cruzar com alguém como você. Você pode se relacionar
com sua namorada e ficar longe de mim. Para sempre, — ela assobiou. Ela
se virou, dispensando-o ao entrar na tenda sozinha.

― Você é um idiota de merda, cara, — Remy estalou.

— Cuide da sua vida, — ele rosnou.

— Eu vou, lembra? Tínhamos um plano de merda, cumpra-o, Blane,


— ele rebateu com raiva.

— O plano mudou.

— Não, não mudou, você sim. Você queria que ela garantisse a paz,
você está casado, e ainda assim abusou dela na noite de núpcias. Sua noite
de núpcias, — ele rosnou. —Acorde, cara. Eu estive ao seu lado desde que
você era criança, mas você está mudando, e não é para melhor.

— Eu sou o rei, tenho um dever para com meu povo primeiro. Ela é a
inimiga.

— Uma inimiga com quem você escolheu se casar, — ele rebateu. —


Aquela que não foi tocada pelo homem e foi torturada por um monstro? Ela
é tudo que ela não deveria ser, e você a trata como se ela fosse uma
merda. Continue assim, porque ela vai deixá-lo, e se você a pressionar o
suficiente, ela não se importará com as consequências. Se você assusta um
animal ferido, eles correm, porra. Ela está mais do que ferida, Blane. Ela
mal está respirando, porra, e você precisa acordar e ver antes de pressioná-
la demais.

— Fique fora do meu negócio, — ele retrucou.

― Como desejar, rei! — Remy sibilou enquanto se afastava.


CAPÍTULO VINTE E NOVE

No dia seguinte, Ciara permaneceu dentro da tenda, recusando-se a


sair. Ela ignorou Blane na maior parte, perdida em seu próprio mundo
enquanto lutava contra suas emoções. Ele parecia contente em deixá-la ali,
trazendo comida que ela não tocava, roupas que ela não usava, ou
oferecendo-se para levá-la para fora para conhecer seu povo.

Seu povo.

Não dela.

Depois de passar uma semana inteira sem notícias de Synthia, ela


deixou a tenda sozinha, notando a falta de guardas. Era quase como se eles
não se importassem mais com sua presença. Ela havia se vestido com uma
armadura, a armadura deles, para se mover livremente. Ela estava andando
sem rumo quando a voz de Blane a tirou de seus pensamentos ausentes.

— O plano não mudou, Kerrigan. Nós mantemos o curso, como


combinamos, — o tom de Blane era firme, cheio de autoridade.

— E você acha que vamos ganhar? — Kerrigan perguntou. —Você se


casou com ela, você está ligado a ela agora. Você vai trair a companheira
escolhida por seu Dragão com este plano, você pode viver com isso, Blane?

— Eu casei com ela para que quando eles a levassem, eu pudesse


chamar o desejo de morte. Eventualmente, eles nos encontrarão e a
removerão deste acampamento. Quando isso acontecer, ele está morto. Ela
planeja garantir a paz, se ela conseguir fazer isso, e for concedido, o Fae se
reunirá conosco quando virem que ele não é melhor do que seu pai era
quando eles o quebraram novamente.

— Você vai chamar o desejo de morte depois que ele quebrar a paz ou
antes que ela seja concedida? — ele perguntou.

— Depois de ter sido concedido, para que ele caia depois de termos
garantido a paz para os dragões, e então um novo rei se levantará para nos
atacar. Zahruk cairá atrás dele, ele estava lá com Ryder quando mataram
nossos irmãos. Durante a coroação do novo rei, a Horda abre seus portões
para aqueles que mantêm a paz, estaremos entre aqueles que entrarem.

— E Ciara?

— Por direito da Horda, ela é minha esposa e minha propriedade. Eles


vão devolvê-la quando eu pedir.

— E se você conseguir criar um filho com ela?

— Então terei um filho ou filha forte com direito ao trono da Horda,


não é?

— Isso tudo depende de que tudo se encaixe, uma peça cai muito tarde
ou muito cedo, ela se desintegra. Você está acasalado com ela, o que
significa que você nunca pode acasalar novamente. Os dragões nunca
conhecerão outra verdadeira rainha dos dragões além da cadela que você
escolheu para colocar no trono.

— Eles têm um rei, é mais do que eles tiveram em muito tempo,


Kerrigan. Eles terão sua casa de volta, é tudo o que importa agora. Eu
pretendo mantê-la de qualquer maneira. Ela simplesmente nunca terá um
papel em nosso mundo além de servir minhas necessidades e carregar meus
filhos. Ela criará guerreiros, — ele murmurou.

— Prepare os homens para cavalgar, veremos os relatórios dos


batedores em breve. Eu tenho que ver como ela está e colocar Remy para
segui-la caso ela decida finalmente se aventurar para fora da tenda.

Ciara se virou, correndo de volta para a tenda e tirando a armadura


com um simples pensamento em sua mente. Ela colocou o glamour em um
vestido baby-doll e então prendeu o cabelo em um rabo de cavalo antes de
ir para a cama e se sentar no colchão momentos antes de ele entrar na tenda.

— Você vai precisar se alimentar logo, — ele disse suavemente


enquanto a estudava.

— Não, — ela rosnou. —Eu acho que tive o suficiente de seu toque
para durar uma vida inteira. Quase me faz sentir falta do meu pai, — disse
ela com firmeza. Ela observou enquanto ele estremecia e ria
silenciosamente. Ela se levantou e se espreguiçou, observando enquanto ele
deixava seu olhar deslizar por seu corpo flexível. —Eu posso me alimentar
de Remy, ou de outra pessoa. Não é como se eu realmente precisasse de
você para me alimentar, Blane, — ela explicou lentamente.

— Você me tem ou nada mais, ou você esqueceu que somos casados?


— ele rosnou enquanto se aproximava de onde ela estava. Ela deu um passo
para trás, olhando para ele.

— Não, não, absolutamente não. Lembro-me de Remy me


embebedando e depois terminando sua esposa. Lembro-me de você me
alimentar com vinho e depois me machucar por causa do que acha que eu
fiz. Claro, eu não poderia ter controlado a merda em sua pequena aventura
de alma, mas hey, eu sou um alvo fácil por aqui, —ela riu com lágrimas
enchendo seus olhos. Ela se recusou a deixá-las cair, não por ele, não. Por
alguma razão estúpida, quando ela ficava irritada, ela chorava, o que era
irritante como o inferno.

— De qualquer maneira, você é minha esposa, e só eu vou te


alimentar, — ele disse suavemente. — E antes de tentar, saiba disso, Ciara,
nenhum outro homem neste acampamento se atreveria a foder a
rainha. Nem mesmo se ela estivesse morrendo de fome. Eles apenas
assistiriam você morrer.

— Estou ciente disso, Blane.

— Nenhum Dragão filhote? Sem brincadeiras hoje, Ciara? — ele


perguntou enquanto inclinava a cabeça para o lado, olhando para ela.

— Não, — ela disse suavemente. —Foi quando pensei que você fosse
decente, agora sei que não é. Você não é melhor do que os homens de quem
alega tirar as mulheres. Avisarei você se ficar com fome, você pode ir agora,
— ela disse, apertando seus botões para ver até onde ele iria.

— Você não dispensa o rei, — ele respondeu corajosamente. —Você


sabe o que é uma rainha sem seu rei?

— Historicamente falando ou retoricamente? Uma cadela durona que é


muito mais forte sozinha, sem um rei em seu caminho,
historicamente. Tenho certeza de que você pode explicar sua merda retórica
sozinho.

— É assim mesmo? — ele rosnou enquanto a empurrava contra a


parede instável da tenda. —Tire a roupa, Ciara.
— E por que diabos eu faria isso? — ela respondeu enquanto seu
coração disparava.

— Para que eu possa foder minha rainha antes de partir, para ter
certeza de que ela está bem de saúde antes de ir.

— Tanto faz, mas seja rápido porque você me deixa enjoada, — disse
ela, alcançando lentamente a bainha do vestido, levantando-o sobre a
cabeça. Ela empurrou a calcinha para baixo enquanto se abaixava sob os
braços dele para ir para a cama. Uma vez lá, ela saiu e rastejou para a cama,
dando a ele sua bunda.

— Vire de costas, — ele exigiu.

— Eu prefiro não olhar para você enquanto você abusa de mim, se é


tudo a mesma coisa para você, — ela sussurrou.

Ele a virou de costas e se acomodou entre suas pernas, liberando seu


pênis enquanto o fazia. Ela afastou o rosto dele, fechando os olhos enquanto
se preparava para a dor que ele criaria. Seus dedos acariciaram sua pele
suavemente, e não importava o quanto ela tentasse ignorar, seu corpo
respondia ao toque dele.

Ele empurrou os dedos dentro de sua carne, baixando a boca para


chupar seu clitóris enquanto sua língua fazia círculos lentos ao redor da
carne inchada. Ele gemeu como se não pudesse evitar, movendo os dedos
em um ritmo calculado até que o corpo dela se arqueou com a necessidade.

— Aí está minha boa menina, — ele ronronou enquanto observava seu


corpo tenso e pronto para o orgasmo. No momento em que o clímax se
aproximou, ele parou seus movimentos e se levantou para empurrar seu
pênis contra sua abertura. — Não importa o que mais haja entre nós, Ciara,
nossos corpos caminham juntos como almas perdidas. Você é minha, e isso
fazemos bem juntos.

— Cale a boca e se mova, bastardo. Você está me entediando, — ela


fervia enquanto observava seus olhos escurecerem enquanto ele empurrava
para dentro, roubando um grito de sua garganta. Ela deu boas-vindas à dor,
a lembrança de que ele era seu inimigo. Mas ele não foi duro, em vez disso,
ele era gentil pra caralho, e ela o odiava mais por isso.

Ela fechou os olhos, bloqueando-o de sua mente enquanto se


alimentava do prazer que seu corpo tirava dele. Ela se recusou a permitir
que ele soubesse que ela gostava de seu corpo ou de seu pênis. Em vez
disso, ela o fechou e imaginou que estava em qualquer outro lugar, menos
aqui com ele.

Ele aumentou sua velocidade, empurrando sua mão contra sua


garganta. —Olhe para mim, — ele rosnou.

Ela se fechou para a dor, abrindo os olhos sem vida para ele. Ele
poderia fazer o que quisesse, mas ela não participaria de seu jogo, ou de
qualquer coisa que ele tivesse planejado para ela. Ele diminuiu a
velocidade, olhando para baixo em seu olhar cego. Ela sabia como era, ela
se viu inúmeras vezes depois do abuso que sofreu nas mãos de seu
pai. Morta e vazia, cega com um olhar vago que fazia os outros pensarem
que ela era fria e intocável, o que, assim, ela era.

— Ciara, — ele murmurou enquanto parava. —Ciara, — ele rosnou


enquanto abaixava sua boca para a dela, beijando seus lábios. Ela não o
beijou de volta, ela olhou para frente, sem ver, sem sentir. Ele puxou para
fora, olhando para ela. —É isso que você fez para sobreviver ao seu pai?
— ele exigiu hesitante.
Ela não respondeu, ela estava segura aqui. Ela estava isolada de
tudo. Ela o aperfeiçoou para sobreviver. Ela iria sobreviver a ele
também. Ele estava quebrado, movido pelo ódio, e planejava usá-la para
matar seus irmãos. Ela morreria primeiro.

— Eu poderia ficar fora por dias, você precisa se alimentar, — ele


exigiu. Ele a sacudiu, tocando seu rosto enquanto o movia de um lado para
o outro, olhando para sua alma vazia. —Então vou ficar aqui para ter
certeza de que você está bem alimentada.

Ela piscou, sentando-se. Ela ficou de joelhos e se curvou, separando as


pernas para ele. Ela enterrou o rosto na cama que cheirava ao seu perfume
terreno e esperou que ele a tomasse. Ele não o fez, em vez disso, sua mão
arrastou sobre as bochechas de sua bunda, lentamente testando as águas.

— Eu não sou seu pai, Ciara. Eu nunca te machuquei, não desse


jeito. Admito que fui muito rude com você, mas achei que você gostaria
também. A maioria das mulheres gostam de sexo com raiva, e você gozou
comigo quando o fizemos.

Ela ergueu a cabeça e voltou os olhos zangados para ele. —Tenho


certeza que a maioria das mulheres adora ser fodida assim na noite de
núpcias. Aposto que os nomes são apenas a cereja do bolo, não são? Diga-
me, Blane, você quer me chamar de prostituta enquanto você me fode,
talvez me bater enquanto você me leva? — Ela se sentou de frente para
ele. —Eu sei, você pode me esfaquear enquanto me destrói e me chama de
prostituta da Horda, soa pervertido pra caralho, certo? O que você diz,
marido? Você está afim?

— Ciara, — ele avisou.

— Ou me alimente ou me liberte, ou melhor ainda, dê o fora da minha


frente. Eu superei suas mudanças de humor, e você está me entediando, —
ela respondeu friamente. Ela se levantou para pegar o vestido, mas ele
segurou sua mão e a forçou de volta na cama, montando em seus
quadris. Ela olhou para ele, observando-o enquanto ele olhava para ela.

— Eu te aborreço? — ele perguntou com cuidado.

— Deve ficar chateado por estar preso a mim, não é?

— Não, de jeito nenhum, — ele murmurou. — Eu vou te foder pelo


resto dos meus dias. — Ele a ergueu, empurrando-a para baixo em seu
pênis. Ela choramingou enquanto fechava os olhos, apenas para ele se
levantar e agarrar seu cabelo. — Você não é uma merda de prostituta,
Ciara. Você é minha esposa, nossa situação pode não ser ideal, mas não
pretendo machucar você fisicamente. Quando eu voltar, iremos refazer
nossa noite de lua de mel, e você não irá para onde acabou de ir, ou não vou
parar de te foder até que você volte. Agora venha, no meu pau, porque eu
não vou sair ou gozar até que você goze.

— É assim mesmo? — ela riu enquanto abaixava a boca perto da dele,


mas quando a dele levantou, ela se afastou. —Porra, não me beije, Dragão.
Beijar significa sentimentos, e você não sente nada por mim, se o fizesse,
saberia o quanto eu te detesto agora e me deixaria em paz.

Seu corpo se moveu, usando o dele até que ela detonou acima dele,
seus olhos brilhando de fome enquanto ela continuava se movendo,
observando o olhar maravilhado em seus olhos enquanto ela clamava para
que ele se movesse, para fazer algo diferente de observá-la com seu olhar
suave isso era tão falso quanto ele.

— Pare com isso, — ela choramingou enquanto descia de cima dele e


se sentava na beira da cama, ainda faminta por sua liberação para que ela
pudesse se alimentar, porque não era mais apenas ela que dependia
disso. Seu corpo era uma incubadora, algo que ele não sabia.
— Por quê? Você quer que eu pare de olhar para minha linda
esposa? Não, você é linda, Ciara. Eu gosto de te foder, eu gosto de te dar
prazer. Não preciso amar você para querer essas coisas. Eu disse na nossa
noite de núpcias que não te amava, fui sincero em relação aos meus
sentimentos.

— Eu não quero que você me ame, — ela disse suavemente, surpresa


por poder dizer isso. —Eu não quero nada de você.

— Não, você não faria. A intocável princesa do gelo pode sobreviver a


qualquer coisa, não é? No entanto, você está com raiva do fato de que fui
rude com você e a chamei de mentirosa?

— Seu Dragão me levou onde você não podia ouvi-lo, você quer saber
por quê, Blane? Porque ele me escolheu, ele me escolheu antes que sua mãe
fosse morta. Ele acha que posso salvar você e seu povo, e quer saber? Não
acho que alguém possa te salvar de você mesmo. Não acho que a paz seja
suficiente para você. Você quer vingança, é movido pelo ódio, e isso só vai
acabar mal para todos nós envolvidos. Você quer que eu diga
mais? Ele colocou as marcas em minhas costelas, ele pediu uma deusa para
ajudá-lo a mim como sua companheira, e eu nunca pedi nada disso. Você
me levou, seu Dragão me reivindicou e eu não tive escolha em nada disso.
Destiny nos obrigou a ficar juntos, mas sabe de uma coisa? Foda-se e que
se foda você e seu Dragão. Eu não quero mais fazer parte disso. Eu queria
te salvar. Quando Synthia veio aqui para me pegar e ficou a centímetros de
você, evitei que você encontrasse seu fim na ponta da espada. Eu disse a ela
para ir, para me deixar para que eu pudesse consertar isso antes que
terminasse em guerra. Você tinha a Deusa dos Fae armada até os dentes a
centímetros de você, e tudo que eu tive que fazer foi acenar para acabar
com você e eu não pude fazer isso.

Ele a encarou enquanto considerava o que ela havia dito. Ele se


levantou, andando pela tenda enquanto ocasionalmente olhava para ela
antes de continuar. Ela observou seu corpo elegante e bem definido quando
ele parou, virando-se para olhá-la com uma ereção impressionante
apontando diretamente para ela. Ela baixou o olhar e se deitou na cama,
afastando-se dele.

— Apenas vá, Blane, — ela sussurrou.

— Ela estava na tenda conosco? E as proteções não a perceberam?

— Não, eu disse então que ela poderia estar bem ao seu lado e você
não notaria, e ela estava.

— Como meu Dragão encontrou você, Ciara? — ele exigiu enquanto


se sentava na cama, empurrando-a enquanto ele descansava entre suas
pernas novamente.

— Quando meu pai matou o seu, ele me encontrou dentro do


pavilhão. Ele viu o que eu suportaria, o que me tornaria, e pediu a uma
Deusa que o ajudasse a fazer isso acontecer. Destiny, é claro,
concordou, ela parece gostar de se intrometer na vida de todos. Seja como
for, fui marcada pelo Dragão e é por isso que a minha costela tem uma
marca. Não qualquer marca, mas aquela que combina com o seu Dragão. Eu
não sabia de nada, mas ele me disse quando me levou para onde quer que
ele fosse. Não sei por que ele não deixou você vir, ou se era proibido, mas
aí você não me conta muita coisa, não é? Eu sou apenas sua prisioneira.

— Dragões não podem escolher uma companheira sem um hospedeiro,


— ele argumentou enquanto afastava suas pernas e esfregava sua carne. Os
olhos dela se fecharam e ele rosnou. —Não me negue sua beleza,
esposa. Você é a coisa mais linda em meu mundo, e não serei privado disso,
— ele murmurou enquanto empurrava para dentro e abaixava seu corpo
contra o dela. —Eu sou um idiota, eu sei disso. Sou movido pela
necessidade de vingança, mas passei minha vida inteira sem saber de mais
nada. Você é minha inimiga e não consigo parar de desejá-la, não importa o
que eu faça. Você tem alguma ideia de como isso me faz sentir? Sinto como
se cada vez que estou com você assim, estou traindo aqueles que contam
comigo para sobreviver. Sinto como se, quando estamos assim, pudesse
ficar aqui para sempre e apenas olhar para a sua beleza e morrer feliz. Isso,
— ele grunhiu enquanto movia seus quadris. —Eu poderia viver e morrer
com isso, nunca me separando de suas coxas sedosas.

— Blane, — ela choramingou enquanto suas pernas se erguiam,


envolvendo-se em torno de seus quadris para acomodá-lo. Ela inclinou a
cabeça e a boca dele beijou a coluna macia de sua garganta, parando
lentamente em sua clavícula para sugar sua carne entre os dentes.

— Você é minha, Ciara. — Ele rosnou enquanto começava a se mover


mais rápido. —Toda minha, para sempre, — ele murmurou enquanto sua
boca se ergueu e reivindicou a dela em um beijo que a deixou sem fôlego,
deixando-a derretida embaixo dele. A boca dele derramou beijos em seu
rosto enquanto ela olhava em seus belos olhos. —Vou fazer você me amar,
está me ouvindo?

— É melhor você trabalhar mais duro então, porque agora o que eu


sinto por você é tudo menos amor, Dragão, — ela sussurrou enquanto suas
costas arquearam e ela explodia sem aviso. Seu corpo tremia com a força
disso, muito tempo depois que ele se moveu para descansar ao lado dela.

— Não me desafie, vou ver isso como um objetivo pessoal, — ele


murmurou.

— Você teria que deixar sua vingança ir, e o ódio que você sente,
porque com isso, você nunca me terá. Vale a pena morrer por algumas
coisas, mas esta não é uma delas.

— Eu desisti da minha vingança quando me casei com você, você vai


garantir a paz para nós, esposa.
— Eu vou? — ela sussurrou enquanto deixava entrar a pouca
esperança que tinha deixado escapar com as palavras dele.

— Você disse que faria, — ele respondeu enquanto se levantava para


se vestir. Ela o observou enquanto ele se movia ao redor da área,
recuperando suas roupas.

— Então eu fiz, — ela respondeu enquanto se sentava. —Diga-me, o


que você fará com a paz?

Seus olhos encontraram os dela, e ele engoliu em seco enquanto


considerava sua resposta. —Viver, meu povo viverá livre sem se preocupar
com o que aconteceu há muito tempo e nunca mais acontecerá novamente.
CAPÍTULO TRINTA

Ele tinha partido há dias, e o acampamento tinha ido do barulho diário


ao silêncio. Era assustador enquanto as mulheres aguardavam o retorno dos
homens. Ela caminhou pelo acampamento, arriscando os olhares suspeitos
que a seguiram quando ela o fez. Remy era seu companheiro constante, mas
ela desistiu de falar. Ela conhecia seu plano, o que significava que nada do
que fizesse impediria seu curso de ação.

Ela era um peão aqui, um que eles pretendiam usar. Ela revirou tudo
em sua cabeça até que soubesse o que planejava fazer, e faria isso antes que
Blane voltasse, antes que ele pudesse descobrir seu curso de ação.

Ela começou a reunir coisas, um dia de cada vez, enquanto se


preparava para deixar os dragões e retornar ao seu mundo antes que seus
irmãos descobrissem sua localização e trouxessem toda a Horda aqui, para
lutar contra eles. Ela só precisava encontrar coragem para sair enquanto
carregava o filho de Blane.

Gritos irromperam fora de sua tenda, e ela se levantou, movendo-se


rapidamente em direção à porta. Lá fora, o caos se instalou. As pessoas
estavam fugindo de um lado do acampamento. Ciara correu na direção de
onde todos os outros estavam fugindo.

Remy estava lutando contra algo, mas parecia alheio aonde apontar sua
espada. Fyra estava ao lado dele, balançando sua espada cegamente
enquanto as crianças corriam para longe deles. Ciara acendeu seu poder,
ofegando ao ver as criaturas ao redor do par. Remy e Fyra estavam cobertos
de sangue, e Ciara hesitou enquanto se aproximava da cena. Se ela estava
indo embora, agora era a hora de fazê-lo.
Ciara olhou em volta, vendo uma criatura com chifres e presas
pingando sangue correr em direção a uma criança.

— Inferno sangrento, — ela sibilou e colocou o glamour em sua


armadura e espadas materializadas enquanto corria em direção à
criatura. Suas lâminas balançaram, pegando a coisa entre o ombro e a
cabeça, decapitando-a de forma limpa. O garoto tropeçou para trás, olhando
para ela. —Corra, vá encontrar sua mãe agora, — ela pediu enquanto se
virava para Remy e Fyra.

Ela não conseguiu, outra pessoa gritou e seus olhos examinaram a


área, encontrando a criança que soltou o grito. Ela correu em direção a ela,
balançando a espada com precisão. Atingiu o alvo e ela se abaixou,
puxando a criança de pé enquanto seus olhos violetas examinavam a
pequena coisa em busca de danos.

— Corra, — ela gritou enquanto mais seres pareciam convergir para


sua localização. Ela girou suas espadas, esticando o pescoço enquanto eles
inclinavam a cabeça, estudando-a enquanto ela se movia em um círculo
fechado, esperando seu movimento.

— Vamos, seus filhos da puta, — ela sussurrou enquanto seus olhos


encontraram os de Remy sobre a cabeça da besta. Ela sabia como era, os
Guardas de Elite. Ela usava a armadura deles, cobrindo cada centímetro
dela, exceto seus olhos, o único sinal revelador de quem estava no meio
deles lutando para protegê-los.

Um se moveu e ela lançou a espada em um amplo arco, cortando-os


como Zahruk a ensinara, sem hesitação. O sangue respingou em sua
armadura, e o cheiro pútrido fez seu estômago embrulhar. Ela não parou até
que o último caiu em uma poça de seu próprio sangue.
Ela se moveu em direção à dupla lutadora, cortando a besta perdida
que avançou para ela enquanto ela caminhava até eles. Uma vez lá, ela
decapitou o mais próximo, cortando mais dois antes de o par se virar para
olhar em sua direção. A floresta retumbava com barulho, e Ciara se virou,
olhou para eles enquanto erguia a espada sobre o ombro, preparando-se para
defender aqueles que não podiam ver as criaturas que se aproximavam.

Blane tinha contado a ela sobre eles, e ainda assim ela nunca imaginou
ter que lutar por seu povo contra eles. Outra besta irrompeu pela floresta
com olhos selvagens, correndo direto para eles. No momento em que
chegou perto o suficiente, ela balançou a lâmina, virando-se para acenar
para Remy, que segurava um braço sangrando, enquanto ajudava Fyra do
chão, que olhava para Ciara confusa.

Ciara se virou enquanto a floresta continuava a rugir com o som de um


trovão. Seus braços queimavam de empunhar uma lâmina depois de tanto
tempo, o fogo em seus ombros doía. Cavalos irromperam pela floresta, e ela
parou quando um deles correu direto para ela. Ela deu um passo para trás,
recuando enquanto Blane corria em sua direção.

Ela largou a espada quando ele jogou a sua da sela. Diretamente para
ela. Atingiu seu braço e ela caiu no chão, erguendo os olhos para ele
enquanto encarava a morte. Seus olhos estavam escuros, mais escuros do
que ela já os tinha visto antes. Ele desmontou e recuperou sua espada,
jogando-a de volta para acertar um golpe mortal.

— Blane, não! Ela nos salvou, ela salvou todos nós! — Fyra gritou
enquanto protegia Ciara de sua raiva.

— Eles são Guarda de Elite, Fyra, saia do meu caminho! — ele


trovejou.

— Ela é sua esposa! — ela desafiou.


Aqueles atrás deles sussurraram enquanto Ciara segurava seu braço. O
sangue se acumulou dentro de sua armadura. A consciência ameaçou
escorregar enquanto ela retirava a armadura com glamour e permanecia no
chão, segurando o braço onde a pele o mantinha firme.

— Deuses, — Remy assobiou. — Precisamos do curandeiro, agora!


— ele gritou, e Fyra se ajoelhou ao lado dela enquanto Blane permanecia
silenciosamente parado, olhando para ela.

— Ciara, — ele sussurrou.

— O bebê, — ela proferiu através de lábios tagarelas. ―Remy, o bebê,


— ela sibilou quando ele a pegou.

— Que bebê? — ele perguntou, parando para olhar ao redor.

— Meu bebê, — ela soluçou. —Salve, você tem que fazer com que
eles salvem, por favor. — Um gigante soluçou balançando através dela
enquanto ele praguejava violentamente.

— Onde diabos está o curandeiro?

— Seu filho da puta, — Fyra rosnou enquanto dava um tapa em


Blane. —Ela está grávida e você a atacou? Ela é sua esposa, seu bastardo
sangrento.

— Ela não está grávida! Eu não sabia que era ela, só vi a porra da
armadura! — Sua voz era áspera, com raiva. —Por que diabos ela estava
nele, ou melhor ainda, por que diabos ela estava empunhando uma espada
contra mim?
— Ela estava nos defendendo, seu povo. Essas coisas nos atacaram, e
ela nos defendeu, nos salvou, seu idiota!

Ciara fechou os olhos, cedendo à necessidade de dormir. — Não, não


vá, fique comigo, Ciara. Você não pode dormir ainda, — Remy murmurou
enquanto os movia para a tenda quando o curandeiro se juntou a eles. —A
rainha está ferida, ela se machucou nos defendendo. Salve-a ou você
morre. Salve o filho dela.

Ciara cedeu ao abraço enegrecido, caindo fundo em suas garras de


veludo. Não durou muito, sais de cura foram empurrados sob seu nariz e ela
gritou quando seu braço foi colocado, a dor perfurando seu sono. Lágrimas
escorreram de seus olhos enquanto a torturavam, rasgando-a enquanto as
mãos a seguravam no lugar, e então ela abriu os olhos, encontrando aquele
lugar onde nada poderia tocá-la. Todo mundo sussurrou, supondo o pior.

— Ela não está morta, é como ela viveu e sobreviveu através de


Alazander dissecá-la. — A voz de Blane estava distante, como se ele
estivesse do outro lado do campo.

— Ele a dissecou? — Fyra sussurrou.

— Ele a torturou, — ele admitiu. —Ele gostou. Ele fez isso até que ela
aprendeu a aceitar em silêncio, sem fazer barulho.

—Puta merda, inferno, — ela sussurrou densamente. —Sua própria


filha? — Essas lágrimas a estavam sufocando? Ciara se virou, olhando para
ela sem expressão. —Ela pode nos ouvir?

— Acho que não, não sei se ela ouve ou sabe de alguma coisa que
acontece quando ela vai aonde quer que vá. Ela só está... mentalmente
perdida.
— E você não sabia que ela carregava seu filho?

— Não, ela nunca disse nada nem deixou transparecer que estava
grávida, — ele respondeu com uma exalação profunda. —Eu também
nunca perguntei, só não esperava nada tão rápido. Essa merda leva tempo.

— Você enfia seu pau, e é isso que acontece, seu idiota. Você é tão
estúpido quanto eles, idiota. Ainda não consigo acreditar que ela nos
ajudou, quer dizer, ela era destemida pra caralho. Nós nem mesmo os vimos
e ainda assim ela sabia exatamente onde aqueles filhos da puta
estavam. Blane, ela nos salvou e não precisava. Ela poderia ter nos visto
morrer, e quero dizer, eu não fui legal com ela, então não a culparia. Ela
salvou nossas crianças, nossos filhos, Blane. Dragões. Ela não piscou,
porra, para fazer isso.

— Eu entendo, Fyra, eu estraguei tudo. Eu vi a armadura, eu ataquei. É


instinto. Como diabos eu deveria saber que era minha esposa
usando a armadura deles?

—Seu idiota, ela estava usando a armadura dela. Ela é um deles. Pelo
amor de Deus, ela empunhou uma lâmina na nossa cabeça na primeira vez
que você colocou os olhos nela. Sua esposa é uma cadela durona, e a única
razão pela qual ela está nesta cama esquecida pelos Deuses é porque seu
marido idiota viu um inimigo onde não havia nenhum.

Ciara sentiu seu braço ser colocado em seu estômago e então seus
olhos pesados se fecharam enquanto a dor diminuía.

Talvez Fyra não fosse uma vadia que tinha que morrer afinal? Talvez.
CAPÍTULO TRINTA E UM

Ciara piscou contra a luz forte dentro da tenda. Ela olhou para os
postes, tentando assimilar mentalmente o que havia acontecido e quão grave
era o ferimento. Seu coração estava batendo rapidamente e sua mente
repassou o ódio de Blane que encheu seus olhos ao vê-la em uma
armadura. Vozes abafadas a fizeram fechar os olhos e fingir que estava
dormindo.

— É Dragão ou Fae? — A voz de Blane era baixa, abafada na pequena


tenda em que estavam.

— Eu não posso te dizer isso ainda, tudo que posso te dizer é que está
vivo e forte dentro dela. Fora isso, quem sabe? É um bebê, muito poderoso
por ter passado por tanta perda de sangue. O braço dela vai se curar e ela
vai viver, Blane, seu filho vai viver. Alegre-se porque ambos sobreviveram
ao que você fez. Se ela não tivesse sido capaz de suportar a dor, ela teria
morrido, junto com o herdeiro de seu trono. Fique feliz por ter escolhido
uma mulher forte para lidar com você, porque a Deusa sabe que uma mais
fraca cairia morta.

Ciara riu, virando-se para olhar para Blane, que a encarou. Remy
bufou do outro lado da tenda, olhando para ela.

— Ei, bela adormecida, — ele murmurou enquanto se levantava para


se ajoelhar ao lado dela. —Minha heroína, — ele ronronou densamente
enquanto afastava o cabelo de seu rosto.

— Cale-se você, o bebê está bem? — ela sussurrou roucamente.


— Oh, sim, é forte como sua mãe, — ele acenou com a cabeça
enquanto colocava a mão na dela. —Sério, Ciara. Você nos salvou na
semana passada.

— Semana passada? — ela perguntou, gemendo enquanto tentava se


sentar.

— Fique abaixada, você precisa descansar, — ele reclamou quando ela


se recusou.

— Eu preciso me alimentar. O bebê tem que ter substância e uma


semana é muito tempo, —ela murmurou enquanto seus olhos disparavam
para Blane, que a observava cuidadosamente.

— Está bem, ele recebeu alimentação intravenosa por dois dias, —


Remy explicou.

— E? Eu sou Fae e estou morrendo de fome, então isso é muito,


Remy. Está alojado em meu corpo, não no dele. É meu também, e se eu
morrer de fome, ele morre de fome.

—Ponto válido, — o curandeiro declarou enquanto empurrava Remy


para fora do caminho e erguia seu vestido, espalhando gosma por toda sua
barriga.

—Hum, estranho e desnecessário, — ela retrucou. —Essa coisa está


congelando! — ela gritou até que ouviu. Um barulho alto e forte que a fez
pular e ficar tensa. —Isso é... é o batimento cardíaco dele? — ela sussurrou
através de uma espessura que ela não conseguia explicar.
— Sim, é o batimento cardíaco, não temos certeza se é homem ou
mulher, — disse o curandeiro.

— É um menino, o Dragão disse isso, — ela murmurou enquanto


olhava para sua barriga. —Faça de novo, por favor, — ela implorou. Uma
vez que o trovão de seu coração explodiu, maravilha encheu seu rosto, e ela
olhou para Remy. —Você o ouve? Oh, meus deuses, ele é perfeito! — ela se
sentou mais, olhando para Blane, que estava ao lado de Fyra. Seu sorriso
vacilou, e ela voltou seus olhos para Remy. —Ele é perfeito. Meu bebê é
perfeito.

— Nosso bebê, — Blane rosnou. —Ela está bem o suficiente para... se


alimentar como sua espécie faz? —ele perguntou, olhando para Ciara.

— Não vejo razão para ela não estar, — ele anunciou. Ciara o
acolheu, ele era baixo, robusto, com cabelos ruivos brilhantes. Seus olhos
azuis sorriram para ela e ele balançou a cabeça com algo em seus olhos que
ela não conseguiu identificar, respeito?

—Ela não apresenta sinais de enfraquecimento e o volume de sangue


foi reposto. Ela é uma lutadora, nossa rainha é. Ela economizou mais do
que sua parcela de nós na semana passada, e os Deuses a recompensaram
com boa saúde e uma criança saudável por sua valente demonstração de
coragem.

— Eu não fiz nada de especial, — ela argumentou com um rubor


envergonhado. —Eles não podiam vê-los, ou teriam lidado bem com
isso. São pessoas, todos merecem viver livremente. Essas criaturas são...
diferentes. O que eles são? — ela perguntou, e a sala ficou em silêncio. Ela
sabia que os dragões teriam mudado se eles pudessem, mas com tantas
crianças correndo em todas as direções, eles teriam feito mais mal do que
bem.
— Eles são da Horda, — o curandeiro disse quando ninguém mais
ofereceu.

— Não, eles não são. Não temos criaturas assim, e elas não estariam
tão longe se fossem. Quase pareciam estrangeiros, como se tivessem vindo
por um dos portais abertos.

— Portais abertos? — ele perguntou.

— Os portais em Faery se fragmentaram, em vez de fechar como


deveriam, eles abriram. Eles continuaram a abrir desde então. Não tenho
certeza desde que fui embora... um tempo, mas eles estavam tentando
fechá-los, e tudo o que fizemos os fez ficar maiores. Jogamos uma Deusa
neles e eles não apenas abriram mais, mas se expandiram por
quilômetros. Relatos estavam chegando de todos os lugares, incluindo a
Corte Winter, que diziam que os próximos a eles também estavam
fragmentando. Estamos perto disso, temos que estar, com o ar congelando
como está. É mágico, algo que os Fae de Inverno fazem para afastar os Fae
de Verão, por qualquer motivo que continuem a lutar. Eu li sobre isso
quando era criança, o ar esfriou sem avisar, é cronometrado. Não é? — ela
perguntou. A curandeira olhou para Blane e ela revirou os olhos. —Pisque
duas vezes, e eu vou levá-la para um lugar seguro, longe do Sr. Franze-Pra-
Caramba, e podemos conversar.

— Chega, todo mundo fora, — Blane berrou.

— Sério, apenas pisque, — ela disse com uma piscadela.

Fyra riu enquanto saía da tenda com Remy.

—Caramba, eu gosto dela, não vi essa merda chegando.


— Ela cresce em você, como um fungo, ou um daqueles vírus raros
com os quais você aprende a conviver, mas aquele atrevimento, foda-se se
essa merda não faz meu pau se levantar e prestar atenção.

― Foda-se, Remy, por que sempre termina com o seu pau? Guarde
essa merda para você, — Fyra gemeu quando suas vozes foram sumindo.

— Calma com ela, — o curandeiro disse. —A menos que ela esteja


disposta a isso, — ele emendou. —Não sou hábil na cura de Fae, então não
tenho certeza de qual é o tempo de cura dela para perda de sangue, — ele
admitiu.

— Estou bem, — disse ela com firmeza enquanto dizia para alto e o
mundo girava ao seu redor. —Ok, estou bem. — Ela fechou os olhos
enquanto sua mão se movia para sua barriga, descansando nela enquanto ela
ouvia a curandeira dar algumas instruções a caminho da saída. Uma vez que
eles ficaram sozinhos, ela se virou para olhar para ele com a mão
protegendo sua barriga.

Seus olhos baixaram para ele, e sua mão esfregou o rosto enquanto ele
se movia para uma cadeira na sala e se sentava nela. Ele parecia uma
merda, como se não tivesse dormido a semana inteira. Seu cabelo estava
arrepiado, como se ele tivesse passado os dedos por ele um milhão de
vezes, e havia bolsas pretas sob seus olhos.

— Há quanto tempo você sabe que está grávida, Ciara? —ele exigiu
enquanto seus olhos seguravam os dela.

— Desde a noite em que nos casamos, — ela respondeu franzindo a


testa.
— Ainda assim, você correu para defender os guerreiros, colocando o
bebê e você em perigo? — ele perguntou com cuidado.

— Eu não pensei, eu agi, — ela afirmou suavemente. —Havia crianças


em perigo e ninguém conseguia ver quem estava atacando. Eles não
podiam simplesmente fritá-los com as crianças espalhadas, então eu fiz o
que era necessário para protegê-los.

—Você acabou de se arriscar com a vida de nosso filho, — ele rosnou


com raiva enquanto se levantava, olhando para ela. —Você é a rainha, eles
protegem você, não o contrário.

Ela olhou para ele quando uma nova onda de raiva fluiu por ela. Ela
escorregou da cama, ficando em pé com as pernas instáveis e ele se moveu
para ela sem aviso, segurando-a enquanto deslizava os braços em volta de
sua cintura.

— Saia de cima de mim, Dragão, — ela ordenou enquanto suas mãos


descansavam contra o peito dele e ficavam lá. Sua cabeça girou, um
crescendo de estrelas explodiu atrás de seus olhos, e ela permaneceu lá por
mais tempo do que queria, precisando de seu apoio, mesmo que ela não
quisesse. —Eu não podia assistir crianças morrendo, — ela sussurrou
enquanto sua cabeça descansava contra o calor dele.

— Eu poderia ter matado você, — ele murmurou densamente enquanto


segurava seu queixo, levantando seu rosto para que ele pudesse ver a
tempestade se formando em seus olhos.

— Eu não deveria ter usado o glamour na armadura, — ela admitiu. —


Eu não pensei sobre isso, a não ser para proteger nosso filho na
batalha. Normalmente é capaz de desviar armas, mas então você teria a
única espada que pode penetrá-lo.
— E você tem certeza que está carregando meu filho?

— O Dragão disse que eu daria a você um filho, um que ajudará a


curar o mundo. Mas então ele disse que eu poderia salvá-lo também, e ele
estava obviamente errado sobre isso, — ela declarou enquanto se afastava
dele.

— Vocês dois falaram sobre um monte de coisas, — ele retrucou


enquanto abaixava os braços e se afastava dela.

— Podemos ir para nossa barraca e terminar isso... seja o que for?


— ela perguntou enquanto se virava, levantando o vestido que usava para
limpar a gosma que o curandeiro havia esquecido. Sua barriga estava
crescendo, seu pequeno inchaço agora visível. Ela não tinha ideia de como
era a gravidez de Dragão, mas Fae só carregava alguns meses, e Synthia
tinha dado à luz seus bebês mais cedo desde que alguém tentou tirá-los de
seu útero.

— O que quer que seja isso? — ele zombou enquanto colocava as


mãos nos quadris. —Você sabia que carregava meu filho e o escondeu de
mim, o rei.

— Você não é meu rei, — ela apontou. — Olha, eu estava esperando


para ver se era real ou se o seu lagarto voador estava bêbado.

— O vinho que dividimos tinha muito pouco álcool, Ciara. Na


verdade, perguntei a curandeira se podemos tentar novamente. Desta vez
sem o Dragão assumindo, — ele disse inflexivelmente. —Eu quero ver
você, toda você e ter a noite de núpcias que foi feita para nós. Dê-me isso,
por favor?
Ela olhou para ele e mordeu o lábio inferior antes de fixar o olhar
nele. —Tudo bem, contanto que você alimente a mim e ao seu
filho, estamos famintos.

—Você não estará quando eu terminar com você, — ele murmurou.


CAPÍTULO TRINTA E DOIS

Mais uma vez, flores adornavam sua tenda, mas essas eram em tons de
arco-íris de cores. Seu povo a cobriu com flores por sua bravura e frutas
foram cortadas em forma de flores e colocadas em tigelas. Os cheiros eram
esmagadores e mesmo assim ela respirou fundo, forçando seus nervos a se
acalmarem enquanto se virava para encarar Blane.

Ele puxou a camisa pela cabeça, revelando cordas de músculos tensos


que atraíram seu olhar para eles. Ela engoliu em seco, incapaz de desviar os
olhos quando viu as linhas grossas de tatuagens pretas que deslizaram de
suas costas, envolvendo-se para mergulhar em suas calças. Ele era um
guerreiro, feito para matar. Tudo nele era homem, desde seu aroma sedutor
criado para atrair uma mulher para perto, até sua habilidade de seduzir com
nada mais que um toque. Ela não tinha chance contra ele, não com cada
parte dela que era mulher, precisando de cada centímetro de sua perfeição
masculina.

Ela tremia como uma folha presa em uma tempestade, agarrando-se ao


galho para suportá-la. O ar ficou mais espesso ao redor deles, eletrizante
quando ele tirou a calça jeans e ficou diante dela tão nu como no dia em que
foi trazido a este mundo. Ele não se moveu, não a forçou a se despir diante
dele. Ele esperou, observando-a enquanto ela se abaixava para enganchar a
bainha do vestido com os dedos trêmulos. Ciara o ergueu, revelando-se a
ele com um nervosismo nascido de um olhar intenso.

Jogando seu vestido de lado, ela ficou diante dele em sua pele e nada
mais. Seus dentes morderam o lábio enquanto ela abaixava as mãos para
cobrir a pequena protuberância, o que para ela era estranho, antinatural. E
se ele pensasse que ela parecia gorda? Ela piscou em seu processo de
pensamento, mas se sentiu insegura, incerta de como ele via seu corpo
mudando. Ela nem tinha certeza de como veria isso ainda.

— Eu... Talvez não devêssemos fazer isso, — ela sussurrou com voz
rouca enquanto sua garganta se apertava.

— Você é linda, — ele assegurou enquanto se aproximava, levantando


as mãos dela de onde seu filho estava aninhado em sua barriga. —Nós
criamos isso, e eu não posso esperar para ver você florescer com meu filho
em seu corpo. Você não deve temer o que eu penso, doce menina. Você é
meu sonho, minha realidade, e todas as minhas fantasias ganham vida. Você
foi criada para mim, um presente dos Deuses.

— Blane, eu não sou um presente de ninguém, — ela respondeu


suavemente enquanto olhava para ele com lágrimas nos olhos. —Eu sou
uma boneca de vidro. Eu sou o tipo de garota para quem você olha, mas
nunca brinca.

— Eu brinco com você e você não quebra, — ele apontou


cuidadosamente. — Você não é de vidro, Ciara. Você foi feita para o
selvagem, para agradar um homem. Você é todas as minhas fantasias
ganhando vida. Quando você desembainhou a espada em mim no berçário,
não conseguia tirar os olhos de você. Eu estava lutando contra minha
fantasia na carne, e ela estava fazendo o seu melhor para tirar meu
sangue. Eu estava levando você, fosse você Horda ou não, porque meu pau
não estava me deixando deixá-la para trás. Agora você é minha esposa e
carrega meu bebê em seu belo corpo. Nunca esconda isso de mim ou pense
que você não é bonita. Mesmo quando eu te odiava, eu queria você mais do
que jamais desejei a outra mulher. Eu lutei contra isso, Ciara, eu lutei
muito, porra. Você ganhou, você matou o Dragão e me fez querer você
mais do que eu queria vingança.
Lágrimas rolaram por suas bochechas enquanto ela olhava para
ele. Ela soltou o ar que segurava nos pulmões e se ergueu na ponta dos pés
para tocar os lábios nos dele. Seus braços envolveram seu pequeno corpo,
levantando-a até que suas pernas se enrolassem em sua cintura enquanto
suas bocas duelavam em uma dança eterna. Ela gritou contra sua boca
faminta, incapaz de se fartar. As mãos dela enredaram seu cabelo escuro,
segurando-o contra ela enquanto ele a levava para a cama.

Uma vez lá, ele a abaixou lentamente e empurrou as cobertas até que
ela estivesse de costas, pronta para receber o que ele pudesse lhe dar. Ele se
afastou, levantando seu corpo flexível enquanto a colocava na
cama. Levantando-se, ele recuperou as taças e subiu de volta na cama ao
lado dela, entregando-lhe uma das taças. Ele levantou as cobertas, dobrando
seu corpo nu com força antes de encontrar seu olhar e sorrir.

— Vire tudo, minha rainha, — ele murmurou enquanto tomava um


gole profundo do vinho.

Ciara hesitou enquanto o observava, e então o seguiu. Assim que


terminaram, Blane recolheu as taças e as colocou em uma pequena mesa
antes de se virar, puxando-a contra ele enquanto sua cabeça caía no
travesseiro.

— Você está com problemas agora, pequenina, — ele arrastou.

Ela riu distraidamente, seu corpo inteiro arqueando quando foi afetado
pela bebida. Seus olhos ficaram pesados até que ela não conseguiu mais
mantê-los abertos. A sensação de seu calor contra sua carne fria a confortou
um pouco demais. A promessa aveludada de escuridão a sugou para seu
mundo, embora seus nervos se acumulassem com a ideia de estar nua para
ele. Lá dentro, suas paredes desmoronaram, e ele veria cada rachadura, cada
pedaço quebrado.
Num momento ela estava na cama, descansando a cabeça contra o
calor dele, e no próximo ela estava sozinha em um palácio de
mármore. Seus dedos traçaram uma parede entalhada com imagens de
dragões em todos os estados, de voar a soprar chamas no ar. Seus pés
descalços pisavam no chão, criando um eco enquanto ela caminhava pelos
corredores vazios.

Ela entrou em uma grande sala, levantando o olhar para o lustre


cintilante que derramava um arco-íris de tons das joias que pendiam,
refletindo um caleidoscópio de cores. Ela olhou para baixo, encontrando-se
vestida com o vestido de noiva que ela usou no dia em que se casou com
Blane sem saber. Ela procurou por ele na sala, esperando que ele
aparecesse, mas ele não apareceu. Ela chamou o nome dele, movendo-se
lentamente pela bela e elegante sala. O chão era de mármore branco com
quartzo deslumbrante misturado a ele. Seus pés descalços faziam pouco
barulho aqui, mas ainda assim ecoava em seus ouvidos.

O próximo cômodo era um boudoir9, cheio de uma cama e o que


parecia ser mesas e assentos, mas algo disse a ela que era muito mais do
que isso. Seus lábios se curvaram enquanto seus dedos dedilhavam os
lençóis de cetim da cama. A corda estava empilhada na cama e seus olhos
fixaram-se nela. Ela se virou, encontrando Blane observando sua leitura
lenta da sala.

Ele não desviou o olhar dela, seu olhar encoberto parecia ver através
dela, até seus ossos nus. Ciara exalou e recuou, caindo no colchão
macio. Ela rapidamente se levantou e mordeu o lábio nervosamente sob seu
exame minucioso.

— É lindo, — disse ela, quebrando o silêncio.

— Era minha casa, — respondeu ele com voz rouca.


—É onde devemos estar, onde nosso filho deve nascer.

— Então vamos fazer acontecer, — ela sussurrou enquanto se


aproximava dele. Ele não se moveu, preguiçosamente observando-a
enquanto ela se aproximava de onde ele estava.

— Para que seu pessoal possa nos matar de novo? — ele perguntou.

— Eles não iriam, — ela rebateu. —É por isso que estamos aqui? Para
ver se eu consigo mentir? — ela perguntou ao parar de andar em sua
direção. —Pergunte-me qualquer coisa, Blane, — ela bufou quando o
último pedaço de esperança que ela tinha se dissipou. —Não? Eu acho que
meus irmãos vão te matar porque você é um Dragão? Não, absolutamente
não. Eu acho que eles vão querer sua cabeça em uma lança quando eu voltar
para casa com seu filho para uma visita? Provavelmente. Estou
conspirando contra você? Não. Estou tentando mudar sua opinião sobre
nós para que seu povo possa voltar a isso? — ela perguntou, jogando os
braços para indicar o quarto luxuoso. —Absolutamente, — ela forneceu
enquanto cruzava os braços sobre o peito.

— Eu acredito que você acredita no que diz, — ele acenou com a


cabeça enquanto se aproximava dela. —Mas não foi por isso que eu trouxe
você aqui. Eu queria ver dentro de você, — ele admitiu. —Eu queria ver
como a luz passava pelas suas rachaduras. Como você ainda consegue sorrir
depois de tudo que passou. Queria ver toda essa beleza e como seus olhos
brilham quando você está feliz. Remy consegue seus sorrisos, suas risadas,
e eu fico com sua carranca, seus olhares cautelosos e suas lágrimas, mas
aqui, aqui eu posso ver tudo isso e sei por que você ainda consegue ver o
lado bom das coisas. Aqui você não pode fingir que está inteira e nem eu.
Nesse reino, você é mulher e eu sou homem, e estou prestes a mostrar a
você por que os Deuses nos construíram um para o outro.
Ela mordeu o lábio enquanto ele se afastava da moldura da porta e se
movia em sua direção, pegando-a enquanto os conduzia até a fria parede de
mármore da sala. Sua boca esmagou contra a dela quando a parede tocou
suas costas, e suas mãos se moveram para o rosto dele, segurando-o ali
enquanto ela lhe dava tudo o que tinha.

Ele a levou consigo, conduzindo-os até a cama luxuosa que era feita de
seda e cetim. Uma vez lá, ele a largou e empurrou seu corpo para onde ele
queria. Suas mãos capturaram as dela, usando a corda para prendê-los
juntos.

— Blane, — ela proferiu enquanto seus olhos se arregalaram.

Ele não respondeu, continuando a amarrar as mãos dela, prendendo a


corda na cabeceira da cama. Quando ele terminou, ele pegou a perna dela,
beijando lentamente seu caminho até a sola do pé, antes de amarrá-la no
próximo poste e depois no outro. Ela olhou para seu corpo, encontrando-o
nu enquanto ele descansava entre suas pernas.

— A primeira vez que um casal está junto, é aqui neste reino. Não há
segredos entre eles, nenhum medo de julgamento. Aprendemos uns com os
outros, o passado, qual é o nosso desejo para o futuro. Nós sucumbimos ao
desejo da carne e aprendemos o que o outro gosta e não gosta. Apenas
companheiros podem entrar, verdadeiros companheiros. É o maior presente
que recebemos por encontrar nosso cônjuge. Achei que não conseguiria isso
com você, minha pequena rainha. Eu temia que isso fosse negado a mim,
que eu nunca a veria como uma companheira, e era por isso que eu estava
com raiva. Você pode fazer isso uma vez, e quando você entrou sem mim,
fiquei apavorado por ter entrado sozinha. Então agora, agora eu te puno por
me assustar pra caralho.

A boca de Blane beijou o interior de suas coxas e ela gemeu enquanto


lutava contra as cordas. Ela não podia tocá-lo, não podia fechar as pernas
contra sua tortura sensual. A língua dele saiu serpenteando, lambendo a
parte interna de sua coxa e depois a outra até que ela tremeu com a
necessidade de ele prestar atenção em sua carne necessitada.

Sua mão se ergueu, descendo em sua boceta sem aviso. Seu tapa
queimou, ecoando pelo quarto. Seus dedos percorreram sua vagina,
acalmando a dor que ele criou. Ele fez isso mais algumas vezes, cada vez
que o acariciava ou beijava, aliviando a dor ao torná-la sensível.

— Você está molhada. Você é uma garota safada, não é, Ciara? Você
gosta quando eu te fodo forte, e quando eu maltrato sua carne doce e macia,
— ele murmurou enquanto sua boca continuava a saborear sua boceta. Seus
dentes beliscaram o interior de sua coxa, puxando um grito de seus
pulmões. Em seguida, seus dedos mergulharam entre suas pétalas,
empurrando lentamente em seu corpo. Ele se levantou, acomodando-se
entre suas pernas enquanto colocava dois dedos em seu corpo.

— Você é apertada, — ele riu com voz rouca. —Precisamos fazer algo
a respeito, não é? — ele perguntou enquanto empurrava seu pau grosso
contra ela, esfregando sua carne sedosa contra a dela até que ela estava
movendo seus quadris com a música de seus corpos. Ele empurrou para
dentro, puxando um grito de seus lábios entreabertos enquanto enterrava
seu pênis ao máximo dentro de seu calor. — Inferno sangrento, você é
perfeita, — ele murmurou enquanto se retirava, movendo-se para baixo na
cama até que sua boca abalasse sua carne, enquanto sua língua lentamente
lambia ao redor de sua abertura.

— Blane, pare de brincar, — ela exigiu enquanto lutava contra as


cordas.

A risada gutural dele só pareceu enfurecer ela quando a raiva se


estabeleceu em sua mente. Suas costas arquearam, erguendo-se para sua
boca pecaminosa enquanto ele a segurava longe dela. Seus olhos comeram
nos dela enquanto ele abaixava a boca, lambendo sua boceta até que mais
uma vez ele se afastou, movendo-se lentamente enquanto se inclinava e
reclamava sua boca. Seu pênis entrou nela sem aviso, e ela gritou contra sua
risada gutural.

— Grite por mim, — ele murmurou contra seus lábios enquanto seu
pênis crescia até que ela estava empurrando sua bunda para ficar longe
dele. Ele reduziu até que não era mais uma dor ardente. —Você pode
aguentar mais do que isso, minha garotinha travessa, você nasceu para ser
fodida selvagem. Mostre-me seu lado travesso, deixe sair para brincar
comigo.

— Desamarre-me então, — ela rosnou e ele sorriu maliciosamente,


saindo dela para fazer o que ela havia pedido. Ela viu quando ele se
inclinou, soltando seus pés e depois voltou, espalhando-a ainda mais.

— Diga-me quando parar, — ele sussurrou enquanto empurrava para


dentro, enchendo-a até que seu corpo queimasse e doesse. Ela não choraria
misericórdia, não por ele. Ele cresceu até que ela explodiu em torno de seu
pênis, dando-lhe excitação suficiente para deslizar através de seu calor. —
Porra, — ele estalou enquanto encontrava um ritmo, observando-a enquanto
suas marcas brilhavam com um brilho violeta. Ele se inclinou, puxando a
corda que prendia as mãos dela ao poste. Uma vez que ela foi libertada, ele
a puxou para fora, virando-a de bruços.

Ele empurrou em seu corpo, agarrando seu cabelo enquanto puxava


sua cabeça para trás até que sua boca encontrou a dela, sua língua exigindo
entrada enquanto seu pênis batia em sua boceta com uma necessidade
furiosa. Ele cresceu e ela gritou. Ele continuou como se seu pau fosse
algum dispositivo mágico, ficava maior quando ela precisava e menor
quando se tornava difícil de suportar.
Ele se retirou, deslizando de costas enquanto a empurrava acima dele,
usando seu corpo contra ela enquanto a empalava em seu eixo, observando
enquanto ela o levava. Ele não parou, abaixando-a e erguendo-a até que ela
implorasse para que a deixasse encontrar sua libertação.

— Diga ,Ciara. — Exigiu ele.

— Diga o quê? — ela choramingou quando ele ergueu a boca e


prendeu um mamilo entre os dentes, deixando-os raspar sua carne
delicada. —Diga o quê? Eu direi o que você quiser!

— Diga que você é minha, — ele rosnou. —Diga que essa boceta é
minha e só minha.

— É sua, eu sou sua, — ela proferiu quando ele a derrubou,


balançando seus quadris enquanto seu clitóris deslizava alegremente contra
sua carne. Ela explodiu, tremendo violentamente enquanto ele continuava a
empurrar seu corpo contra o dele. Ele se ergueu, colocando as mãos
amarradas sobre sua cabeça enquanto reclamava seus lábios, ficando de
joelhos na cama, fodendo-a sem piedade enquanto o orgasmo se recusava a
diminuir. O suor escorria por sua espinha enquanto ele continuava a
empurrá-la contra sua ereção até que outra se construísse em cima da outra,
e depois outra até que ela gritasse histericamente e incoerentemente.

— Você está absolutamente certa, você é, — ele estalou enquanto


reclamava sua boca, pegando seus gritos enquanto se recusava a
parar. Quando ele se afastou, ele assobiou. —Sua alma é minha agora, você
sente aquele prazer ilimitado? — ele desacelerou, deixando-a encontrar a
capacidade de descobrir que porra de palavras eram novamente. —Esse é o
nosso acasalamento de almas, e como isso sempre será entre nós agora.
Minha alma fodeu a sua e venceu, portanto, você pertence a mim.
— O que? — ela choramingou batendo os dentes enquanto seu corpo
estremecia e se contorcia contra o dele, precisando de mais.

— Os dragões vão para a guerra para ver quem é o dono de quem no


casamento, — ele ronronou enquanto crescia enquanto a dominava. —Não
era só para ver você, era saber qual de nós era mais forte, qual de nós
marcaria a carne do outro. Você vai usar minha marca agora, e eu vou usar a
sua na minha alma. Agora, goze para mim porque eu gosto do jeito que
você grita quando eu te domino. Eu gosto da maneira como meu nome soa
quando você está se desfazendo no meu pau. A maneira como você se
aperta e me dá sua doce liberação para foder você mais forte.

— Você é tão fodidamente romântico, — ela sibilou enquanto pegava


seu lábio e mordia, tirando sangue. Ela chupou seu lábio entre os dentes,
gemendo contra ele enquanto ele aumentava sua velocidade até que ambos
fossem nada mais do que almas destruindo um ao outro. Seu corpo arqueou
quando ele se encaixou perfeitamente, e quando ele rolou com ela,
empurrando-a para baixo dele, ela deixou cair as pernas, espalhando-se para
tomá-lo. Ele rosnou, dirigindo seu pau com força suficiente para empurrá-la
ainda mais para cima na cama até que sua cabeça bateu na cabeceira da
cama e ela não se importou. Ele estava se desfazendo e ela iria segui-lo até
a borda.

— Você é minha, — ele sussurrou com os dentes cerrados. —Minha!


— ele rugiu enquanto empurrava contra ela, desacelerando seu pênis se
projetava e se soltava enquanto seu corpo ficava tenso.

— E você é meu, Rei Dragão, — ela murmurou, observando enquanto


suas marcas deslizavam sobre seus braços e envolviam seu torso, só que
eram pretas em vez de violeta.

Ele olhou para ela e piscou, e ela se levantou, ignorando o brilho sutil
de suor que grudou em sua carne. Cada ombro tinha um Dragão, um
conectando em suas marcas. Ela já não tinha a marca dele em seu
estômago?

— Você tem dois, — ele sussurrou enquanto tirava os braços de seu


pescoço, sentando-se sobre as coxas para olhar para ela. —Você só deve ter
um, Ciara: o meu.

—Talvez você realmente tenha me dominado? — ela ofereceu


enquanto encolheu os ombros e estendeu as mãos para ele. Ele se abaixou,
desamarrando-a, e então eles estavam em uma varanda. —Você está
controlando isso, — ela rosnou.

— Eu estou, você está no meu mundo. Achei que seria mais fácil,
aqui. Não acho que levar você para casa, para o seu palácio, seria benéfico.

—E assim era o seu reino antes de destruí-lo? — Ela perguntou


suavemente, observando as colinas gramadas cheias de flores silvestres.

— Não, — ele disse enquanto se movia para ficar ao lado dela,


envolvendo os braços enquanto sussurrava em seu ouvido. —Era assim que
parecia.

Dragões saíram das nuvens, voando baixo enquanto passavam por eles
na varanda. Eles pousaram no pátio, rolando na grama com um barulho
estrondoso. As crianças brincavam do lado de fora, sem medo dos animais
voadores. A vida floresceu em todos os lugares que ela olhou. Rosas
cobriam as paredes, os jardins floresciam, as fadas dançavam neles,
derramando orvalho e magia enquanto dançavam ao longo das frutas e
vegetais.

A cidade abaixo estava cheia de risos e beleza. Seu pai havia


destruído isso, ele tinha tirado isso dessas pessoas. Ele extinguiu sua luz,
seu amor e esta beleza sem fim. Um Dragão menor pousou no pátio, caindo
ao parar. Transformou-se em uma menina e Ciara não precisou perguntar
quem era. Ela parecia uma versão feminina de Blane.

Ela estava dentro de suas memórias.

— Por que você está triste? — ele perguntou, segurando-a com força.

— Porque meu pai tirou isso de você, — ela admitiu, sabendo que ela
não mentiria aqui. Não que ela pudesse sair deste mundo, mas ela queria
que ele soubesse a verdade. Ela se virou em seus braços e olhou para ele. —
Por que tudo é mármore ou quartzo?

— Porque os jovens dragões tendem a causar muitos incêndios, — ele


riu. — A maioria das pessoas não entende isso.

— E nosso filho, ele vai colocar fogo em tudo? — ela perguntou com
uma expressão comprimida.

— Definitivamente, — ele riu. — Não se preocupe, eu não vou deixá-


lo colocar você em chamas, você já é quente o suficiente.

— Espertinho, — ela murmurou enquanto ficava na ponta dos pés,


beijando-o.

— Está acabando logo, — ele admitiu. — Nosso tempo aqui foi


encurtado porque você já esteve aqui.

— Eu tirei isso de você, — ela exclamou. —Eu não sabia, quero dizer,
seu Dragão me acolheu.
— Está tudo bem, eu tenho que te ver aqui com isso, — ele disse,
acenando para a memória com o braço. — Já se passaram séculos desde que
eu era capaz de imaginar isso. Procurei uma companheira apenas para ter
um vislumbre de casa.

Seu coração se apertou ao pensar em sua casa, em sua família. Ela


sentia falta deles mais do que ela poderia imaginar, e ela planejou ir
embora, mas não conseguiu. Ela não tinha ideia de onde estava, e arriscar
estar lá sozinha e ser pega congelada a apavorava.

— O que você está pensando?

— Casa, — ela proferiu enquanto descansava a cabeça contra o peito


dele.
CAPÍTULO TRINTA E TRÊS

As semanas se passaram com uma satisfação feliz, mas a cada dia que
passava, ela sentia mais falta de casa. Ela sentia falta da sobrinha e dos
sobrinhos, e sua barriga inchada era um lembrete constante de que eles
estavam crescendo sem ela, assim como seu filho. Blane não tinha mudado
seus planos de guerra, ela tinha certeza disso, e ainda assim ele parecia ter
abaixado suas paredes ao redor dela. Todas as noites eram uma bênção, mas
todas as manhãs ele desaparecia com Kerrigan.

Remy permaneceu seu ajudante constante, e Fyra até se juntou a eles


ocasionalmente enquanto Ciara caminhava pelo acampamento, visitando os
doentes e feridos que se aventuraram a encontrar novas terras para acampar.
Eles não permaneceram em um lugar por muito tempo, e custou muito ao
povo.

As crianças trouxeram flores para ela e dançaram ao redor dela


enquanto ela as aceitava até que Remy teve que desistir e ajudá-la a
carregá-las. Um lado inteiro da tenda estava cheio de flores mortas ou
morrendo. Blane queria jogá-los fora, mas Ciara temia que isso ferisse os
sentimentos das crianças.

― Você sabe, se você não parar de aceitar as flores, você vai precisar
de uma barraca maior, — Remy reclamou enquanto colocava seus braços na
barraca e se virava para olhar para ela.

— Eles vigiam a tenda como pequenos lacaios das trevas, — ela


franziu a testa. —Eles veriam se nós as jogássemos fora e isso machucaria
seus sentimentos.
— Você acha que jogar flores fora machucaria seus sentimentos?
— Fyra zombou. —A Princesa da Horda tem medo de ferir os sentimentos
das crianças. Você está estragando seriamente a imagem que eu tinha de
você, Ciara. Você é torturada, sobrevive a isso, e você é fodidamente legal,
que porra de amor eterno. Você deveria ser uma vadia mimada e tornar mais
fácil para mim não gostar de você, mas não. Você é exatamente o oposto, e
agora eu tenho que gostar de você e merda, — ela reclamou.

— Desculpe, é uma merda quando você tem que admitir que está
errado. Na verdade, eu também gosto de você, então sei exatamente como
você se sente, — ela riu.

Fyra coçou a cabeça loira e tirou as tranças de guerra dos ombros. —


Estou fora daqui. Tenho lâminas para afiar e merda para apunhalar. Jogue as
flores fora, Ciara, antes que elas comecem a trazer criaturas da floresta para
você e você acabe com uma barraca que fede a animais selvagens. Essas
crianças são loucas, elas encontram gatos e merdas por toda parte, e não me
refiro aos domesticados também. Não podemos ter nossa rainha arranhada e
merda, — ela fumegou.

—Eu quero dizer isso, jogue-os fora. Se eu pegar qualquer maldito


animal selvagem em seu caminho para cá com os bracinhos imundos, vou
fritá-los e dar de comer a você. A merda que eles trazem para o
acampamento não está certa.

— Animais selvagens não são tão ruins, — Ciara começou, e Remy


soltou uma gargalhada enquanto Fyra rosnava.

— Eles trouxeram uma coisa selvagem aqui, que quase os comeu


algumas semanas atrás, e tivemos que pegar o filho da puta. Não está
certo, temos o suficiente acontecendo, e então você tem que adicionar
algumas criaturas que os deuses sabem o que diabos são, tentando roer os
pequeninos. É uma bagunça, é um caos, e Blane não faz nada para detê-
los. Ele está planejando... — ela fez uma pausa, olhando para Remy em
busca de ajuda.

— Guerra contra a Horda, — disse Ciara, e Fyra assentiu.

— Sinto muito, Ci, não sei quando calar a boca.

— Está tudo bem, Fyra, — disse ela enquanto voltava seu olhar
preocupado para as flores. — Remy, você pode se livrar delas pela
manhã? Eu preciso deitar, — ela murmurou. Ela observou enquanto ele
assentiu.

— Claro, minha rainha, logo de manhã, — ele concordou. —Descanse


um pouco, — ele murmurou enquanto acariciava sua cabeça. — Não posso
deixar você exausta ou algo assim, as pessoas iriam pirar se você não
aparecesse todos os dias. Acho que você é a porra da esperança
deles. Alguns estavam falando sobre voltar para o castelo em breve, o que é
revigorante, em vez da reclamação sobre fazer as malas para ir para o
próximo acampamento.

— Estou feliz, — disse ela enquanto se movia para a cama e se sentava


nela. —Obrigada.

— De nada, — disse ele enquanto puxava uma carrancuda Fyra com


ele.

— Por que você não me deu um soco na boca? — Fyra assobiou.

— Porque você é uma garota, idiota, — ele sibilou de volta.


— Ela não deveria saber o que ele está fazendo!

— E ela ainda pode ouvir você, ela é Fae, eles têm uma super audição,
— ele argumentou.

— Porra, merda, filho da puta, — Fyra jurou.

Ciara fechou os olhos enquanto colocava a mão na barriga, sentindo


seu bebê se mover dentro dela. Os dragões cresceram muito mais rápido
que os Fae, o que significava que sua hora estava chegando e ela estava
ficando sem tempo para descobrir um plano. Blane não estava mudando seu
curso, não importava o que ela fizesse, ele não a amava, nem se importava
que fosse sua família que ele estaria matando.

Ela se levantou, andando pela tenda enquanto apagava as luzes. Ela


colocou uma capa e saiu da tenda, caminhando lentamente em direção à
maior das tendas, onde Blane mantinha seu conselho de guerra. Ele deveria
ter voltado horas atrás, e Remy propositalmente a manteve longe daquele
lado do acampamento.

Uma vez que ela estava perto o suficiente, ela ficou nas sombras,
usando seus sentidos Fae para alcançá-lo. Sua voz a calma e suave quando
ela o encontrou. Kerrigan, por outro lado, irritava seus nervos.

— Você não está pensando com clareza. Você colocou sua marca nela
e um bebê em sua barriga, e agora você quer desacelerar as coisas, esperar
para ver se eles fazem um movimento, e eu estou lhe dizendo, se não nos
movermos agora, eles nos encontrarão primeiro, e eles vão massacrar cada
um de nós.

— Estou pensando com clareza.


— Prove; nós vamos agora atacar os bastardos que procuram por ela
na floresta antes que eles nos encontrem.

— Cuidado, Kerrigan, quase parece que você está me dando ordens.

— Eu sou seu conselheiro, fui conselheiro de seu pai antes do seu, —


ele retrucou. — Você colocou um bebê na barriga de uma Fae, acasalou-se
com ela e agora seu povo está tropeçando para agradar a essa cadela. Eles a
adoram!

— Claro que sim, ela os estava salvando enquanto planejávamos


assassinar seu povo e vasculhar Faery pelos bebês que deveríamos roubar
em primeiro lugar. Meus planos não mudaram, nem um pouco. Ela é a
rainha, Kerrigan. Ela é minha esposa, e isso não muda nada. Você vai parar
de se referir a ela como uma vadia, porque mesmo depois que eu me vingar,
ela continuará a ser sua rainha.

— Como desejar, — ele respondeu suavemente. — Você deveria


descansar, meu rei. Amanhã teremos que levá-los para outro lugar enquanto
o acampamento está lotado para movê-los antes de sermos descobertos. Nós
ficamos aqui muito tempo.

Ciara deixou a área, entrando na barraca e jogando a capa de lado


enquanto se arrastava para a cama e se deitava de lado. Lágrimas
queimaram seus olhos enquanto a raiva pulsava por ela. Ela ouviu os passos
se aproximando e a aba foi aberta.

O som de roupas farfalhando e batendo no chão a forçou a fechar os


olhos e ignorar o desejo que rastejou em sua barriga. A cama afundou, e
então ele estava lá, envolvendo os braços ao redor dela enquanto deslizava a
mão sobre seu estômago, sentindo o bebê enquanto se sacudia e se virava.
— Você se foi por muito tempo esta noite.

— Eu tive que lidar com alguns retardatários de última hora ainda na


floresta, — ele murmurou. —Você deveria estar dormindo, pequena rainha.

— Eu pensei que você estava explorando um novo acampamento para


nós? — ela perguntou.

— Eu posso fazer duas coisas ao mesmo tempo, — disse ele, com uma
pitada de defesa em seu tom.

— Alguma notícia sobre a Horda? — ela perguntou.

— Não, fiquei longe deles, — ele mentiu.

— Você desistiu da vingança, simplesmente assim?

— Eu tenho você, nosso filho logo será deste mundo, e eu tenho


pessoas com quem me preocupar agora. Você terá paz depois que ele nascer
e nosso povo estará em um local seguro. Você precisa ser capaz de viajar,
Ciara. Você não pode fazer isso na sua condição.

— Tudo bem, — ela sussurrou enquanto fechava os olhos.

— Você não está com dor, está? Você parece irritada, — ele perguntou.

— Um pouco, mas não mais do que eu esperava, — respondeu ela,


referindo-se à traição dele. —Ele é forte, muito forte.
— Ele é meu filho, — ele respondeu sonolento.

Ciara esperou que Blane adormecesse antes de se levantar, andando


pela tenda enquanto considerava seu próximo movimento. Ela olhou para as
flores no chão da barraca, banhadas pelas sombras, e depois para o homem
adormecido na cama.

Ela escolheu seu movimento, peneirando da tenda e nas profundezas


da floresta. Ela continuou até que ela estava de volta onde eles abriram o
portal, incapaz de passar por ele sem que alguém o abrisse do outro
lado. Ela ficou lá, olhando para o campo vazio antes de sussurrar as
palavras para levá-la para casa.

— Synthia, preciso de sua ajuda. Venha me pegar, estou dando a você


o que posso ver ao meu redor.

Ela sentiu uma onda de poder e se virou para olhar para Synthia e
Ryder, e mordeu o lábio quando o olhar de Ryder pousou na protuberância
em seu meio.

— Eu vou destruí-lo, porra, — ele fervia.

— Entre na fila, porra. — Zahruk rosnou atrás dele, onde havia


peneirado.

— Ah, Minx.10 — disse Ristan, estendendo os braços. —De quem é o


coração que estou comendo?

Ciara começou a chorar enquanto corria para os braços de Ristan e


soluçava. —Me leve para casa, apenas me leve para casa, por favor.
— Vamos, — ele disse, examinando com ela ainda em seus braços.
CAPÍTULO TRINTA E QUATRO

Ciara acordou em sua própria cama, estendendo a mão para Blane, e


então gemeu alto ao perceber que ele não estaria lá. Ela estava em casa,
entre sua família sem ele. Sussurros abafados fizeram seus olhos se abrirem
quando ela se sentou, abraçando sua barriga inchada.

— Ei, Minx, — Ristan disse enquanto se levantava da cadeira em que


estava sentado para se aproximar. Synthia e Ryder ficaram contra a parede,
Synthia se inclinou contra seu corpo alto, deixando seus braços segurá-la
enquanto a encarava quando ela acordou de um sono agitado.

— Estou em casa, — ela exalou, não parecendo feliz com isso, mas
tinha sido a escolha certa.

— E ou você comeu uma melancia ou está grávida e alguém vai


morrer, porra, — rosnou Zahruk enquanto se levantava da cadeira que havia
posicionado do outro lado da cama. Seu quarto era elegante; uma enorme
cama de dossel ficava no meio, enquanto as cores do arco-íris de tecido
cobriam as paredes e a varanda.

— Você não pode matar meu marido, — ela murmurou e estremeceu


quando o poder ondulou pela sala enquanto seus irmãos rosnavam como
um.

— Você está casada? — Ryder exigiu quando ainda mais poder


irrompeu pela sala com sua raiva repentina.

— Eu estou, com o Rei Dragão, e é seu filho que eu carrego.


— Por escolha ou força, Ciara? — ele rebateu enquanto seus olhos
giravam em fogo dourado. Seu corpo ficou tenso, e suas próximas palavras
poderiam potencialmente decidir o destino de Blane.

— Ambos, eu estava bêbada quando me casei com ele, mas o filho, foi
criado juntos.

— Você sabia que ela era casada? — ele rosnou, virando-se para
Synthia.

— Absolutamente não! Ela não estava quando a vi pela última vez,


também. Eu sabia que ela estava amarrada a um poste e que ele não era
imune ao seu estratagema de sedução. Ela estava lidando com ele, mas eu
não presumi que ela voltaria casada ou com um filho na barriga, Fada. —
Ela retrucou enquanto dava a Ciara um olhar acusador. —Você não os quer
mortos, e ela teve que salvá-los. Obviamente, falhou, mas se ela está
grávida por opção, ele não é o único culpado aqui. Ela é uma adulta, seu
corpo é dela para controlar. Não seu, não meu.

— Ela é minha irmãzinha, — ele murmurou enquanto voltava os olhos


zangados para Ciara.

— Não sou uma criança e quero meu filho, Ryder. Já o amo, — ela
sussurrou franzindo a testa enquanto se jogava na cama e fechava os
olhos. — O pai é o idiota mais teimoso, irritante, cabeça-de-porco e imbecil
deste reino.

— E ele a levou por vingança, — Ristan apontou suavemente. —Você


o ama?

— Não, — ela franziu a testa enquanto se sentava e olhava para


Ristan, que a observava com conhecimento de causa. —Eu sou sua
ferramenta para sua vingança. Se alguém me mantiver longe dele ou ajudar
na minha fuga, ele será capaz de pedir a morte por meio de algum tipo de
magia que os dragões possuem. É chamado de desejo de morte, e ele o usou
em nosso pai para o assassinato do povo dele. Lembra quando dissemos que
era estranho que sua besta não resistisse muito? Eu não acho que
ele poderia. Então, quando ele vier atrás de mim, e ele vai, eu tenho que ir
com ele.

— Foda-se isso, — Ryder rosnou. —Ele não é seu rei, eu sou, e eu a


proíbo.

— Você também é meu irmão, Ryder. Não estou pedindo ao meu rei,
estou pedindo ao meu irmão que confie em mim.

— Ciara, — ele argumentou enquanto a janela rachava e se enredou


em teia de aranha com sua raiva.

— Ryder? Já passei pelo inferno e voltei, e aquele homem pode me


tocar e lavar tudo. Não sei por que Destiny o escolheu, mas ela
escolheu. Minhas costelas seguram sua marca e apenas a dele, e seu Dragão
me reivindicou há muito tempo como sua companheira. Eu sou dele e ele é
meu. Vim para casa para avisá-lo dos planos dele, para frustrá-los, mas não
quero que ele se machuque por causa disso. Você é minha família e eu a
sua.

— E quais são os planos dele? — ele perguntou enquanto afastava sua


magia lentamente e sustentava seu olhar. —Para nos fazer pagar pelo que
fizemos? Eu não o culpo, foi uma carnificina. Nunca posso desfazer, ou já
teria feito. Nenhum de nós queria estar lá naquele dia, mas sabíamos que, se
fracassássemos, seríamos nós os esmagados. Não posso desfazer o passado,
e é isso que ele quer, não é?
— Não, não, ele só quer você morto. Acho que posso alcançá-lo, mas
preciso que você dê a eles paz e permita que voltem para casa. Eu sei como
era o palácio deles antes de ser destruído, gostaria de recriá-lo e tê-lo pronto
para eles antes de anunciarmos que você está disposto a dar a eles.

— Os magos estão usando como seu arsenal. — Ele balançou a


cabeça e continuou.

— Então mate os bastardos e retire-os, irmão. Nós queimamos a única


casa que eles conheceram, e agora eles vagam em acampamentos,
mudando-se a cada dois dias. Eles vivem em lugares em que não andamos
por causa dos monstros neles. Eu lutei grávida para proteger os bebês,
Ryder. Fazer isso e dar-lhes paz irá mais longe no sentido de deixar o
passado ir. Não podemos apagar o que aconteceu ou mudar quem era nosso
pai, mas isso, isso podemos fazer por eles. Eles não são pessoas más, eles
estão quebrados porque nós quebramos seu mundo. Nós pensamos que
tínhamos assassinado toda a raça deles e ainda há milhares deles. Você está
tentando desfazer o que aquele bastardo fez a este mundo, então eu preciso
que você faça isso por mim, pelo meu filho. Eu sou a rainha deles, — ela
sussurrou entrecortada. —Eu entendo que você está chateado e eu entendo
por que você estaria, mas eu tenho que consertar isso.

— Ciara, muita coisa aconteceu desde que você esteve fora, — Zahruk
disse baixinho enquanto se encostava na parede olhando para ela. — Os
Magos ficaram mais fortes, mais ousados. Ryder foi levado e Danu se
foi. Os portões do inferno foram abertos e todos os mundos estão agora à
beira do caos. Não foram apenas nossos portais que foram abertos, é cada
reino que você pode imaginar. Criaturas que não vimos antes estão entrando
em Faery.

— Estou ciente de que temos problemas com vermes, eu lutei contra


eles no reino externo.
Ryder jurou baixinho enquanto se movia para se sentar ao lado dela,
mantendo-se alguns centímetros entre eles. Era normal, a distância, a
incapacidade de tocá-la por causa dos ataques que ela sofreu após a tortura
sem fim, se alguém se aproximasse demais dela. Ela estendeu a mão,
pegando a dele na dela, e ficou lá, sabendo que todos ficaram surpresos pela
ação simples.

— Eu nunca pedi nada, ou fui capaz de fazer isso, — ela sussurrou


enquanto ele apertava a mão dela suavemente. — Se não fizermos nada,
eles morrerão e não seremos melhores do que nosso pai. Ele está me
curando por qualquer motivo, consigo tocar novamente. Eu sinto quando
estou perto dele. Eu sei que estou com problemas desde que deixei o
pavilhão, e sei que fui um inferno para você enquanto encontrava minhas
asas, mas eu as encontrei.

— Ele planejou levar nossos filhos, Ciara, — Synthia apontou com


inquietação. —Eu sei que você quer salvá-los, mas se ele não estiver
disposto a mudar, eu mesmo irei destruí-lo. Se for entre meus filhos e ele,
ele perderá.

— Ele queria nossa atenção, — ela rebateu com firmeza. —Se eu


pensasse por um momento que ele machucaria seus filhos, eu o mataria eu
mesma. Estou pedindo que você dê a eles paz quando eles pedirem e que
possamos ir para a casa dele. Estou lhe dizendo para não confiar nele ou em
qualquer um de seu povo até que eu diga o contrário. Se eu não conseguir
mudar o coração dele, irei desta terra para onde posso proteger meu filho
dele assim como de você, — ela anunciou e esfregou as têmporas enquanto
a sala explodiu em maldições. — Você se lembra quando atacou meu pai
para defender Dristan? Não era hora de atacar, ainda estávamos planejando
o ataque com Kier, mas ainda assim vencemos. Lembra-se de como a besta
do pai não resistiu à luta que você pensou que faria, ou como tememos que
você se perdesse ao garantir a morte dele? Como seus homens não se
uniram a ele ou pareceram lentos durante a luta? Blane garantiu sua
vitória, nossa vitória. Ele levantou sua mãe do túmulo após colocar as
marcas em seu cadáver. Ela então foi capaz de invocar a maldição, um
desejo de morte. Garante a morte de quem separou um Dragão de seu
companheiro. Eu sou sua companheira. Tenho sua marca em mim desde
antes de meu pai ser assassinado. Quando ele matou Fury, libertou seu
Dragão e ele me descobriu no pavilhão quando era criança. Ele foi capaz de
ver meu futuro, minha dor, minha tortura sem fim. Ele chamou uma Deusa
para me marcar pessoalmente. Ele acha que posso alcançar Blane, para
acabar com isso antes que se torne algo mais. Confie em mim; confie em
mim e farei isso, Ryder. Tudo que estou pedindo é paz e tempo. Se eu não
puder fazer isso, vou admitir a derrota e partir para sempre.

— Você não está nos deixando, Minx. Temos uma irmã e uma única
irmã somente, e não estamos perdendo você, então pare com isso. — O tom
de Ristan aumentou enquanto ele olhava para ela.

— Vou dar-lhe paz, mas apenas sob algumas condições, — Ryder


anunciou enquanto apertava a mão dela enquanto olhava para ela. —Ele
tem que ser homem o suficiente para entrar neste castelo e pedir por
isso. Ele terá que garantir que você esteja segura com ele, para que nenhum
mal lhe aconteça. Você deve voltar aqui a cada poucas semanas com ele ao
seu lado para nos visitar. Se ele concordar com esses termos, vou permitir
isso. Vamos consertar seu castelo e remover as armas. Assim que tivermos
certeza de que os Magos partiram, vou deixar claro que é seu reino,
abençoado pela Horda e a nova Deusa das Fadas, minha esposa.

— Eu perdi o casamento, — ela disse tristemente enquanto descansava


a cabeça em seu braço. —Eu deveria ter voltado para casa mais cedo.

—Você não perdeu muito, — Ristan bufou. —Eles estavam com


pressa para acabar com isso e ir embora por alguns dias de foda de fada
perturbada.

Ela riu enquanto olhava para Synthia. — Sinto muito que sua mãe se
foi.
— Ela não se foi, não realmente. Ela está em todos nós e em tudo que
ela criou. Ela é uma fae, e enquanto lutarmos para mantê-la viva, ela vai
sobreviver a isso.

— Blane é parte semideus, — confessou Ciara. —Sua mãe nasceu da


Deusa Mórrígan, a Deusa da guerra. Ela foi criada de sua costela e
abençoada pelos outros Deuses. Aquela tumba que você tanto ama, as
primeiras criaturas que Danu criou, eram dragões ou algo assim, e a filha de
Mórrígan era uma delas.

— Deuses, — ele rosnou enquanto se levantava e começava a


andar. — Ciara, aquelas eram criaturas do mal. Bilé e Danu os criaram
juntos. Eu estudei a história deles em extensão. Pelo que eu sei, não houve
outra Deusa na criação deste mundo antes de nós, ou depois.

— Nossa história é desconhecida, — disse Ciara.

—Danu também não foi muito direta, e não acho que Bilé nos contaria
a verdade.

O poder irradiou na sala, e todos congelaram, exceto Synthia, que


ergueu uma sobrancelha delicada e cruzou os braços, olhando para o ar. —
Estou supondo que a pequena situação de Ciara tem seu nome escrito,
Destiny.

— Você estaria correta, — ela riu levemente enquanto se transformava


em uma bela loira que parecia como se ela pudesse ser gêmea de
Synthia. —Sua história não está completa, Ryder. Mas então não poderia
ser, porque nós o apagamos deste mundo.

— Então Danu e Bilé não os criaram? — ele perguntou com cuidado.


— Danu, Bilé e Mórrígan os criaram. Mórrígan criou a mãe de Blane,
Adele, de sua costela à sua própria imagem. A mulher que Synthia viu
flutuando no fundo da piscina foi ela, que recebeu paz depois que Blane a
ressuscitou para matar seu pai. Quando os três criaram aquela raça, era uma
raça linda, mas era lindamente falha e traiçoeira, tanto quanto seus
criadores. Uma vez que os Deuses foram informados de sua existência, eles
tiveram uma escolha: matá-los, ou eles matariam. Danu sussurrou para
eles, criando uma necessidade de guerra um com o outro. Terminou mal,
mas um sobreviveu. Adele. Ela estava escondida dos outros dois, colocada
entre criaturas muito parecidas com ela. Os dragões.

— E não, Ryder, Danu não lhe deu os dragões com suas marcas,
Mórrígan deu. Ela queria preservar o único filho que ainda tinha. Ela queria
criar em você um amor pelos dragões, e é por isso que você seguiu a fae
perdida até as ruínas pela primeira vez quando criança. Ela permaneceu lá
muito depois de Danu e Bilé e a abandonou. Mórrígan não tinha apenas
criado Adele; ela tinha dado à luz a ela. Ela e Merlin esconderam seu filho
daqueles que a machucariam, e Danu deu a ela o lugar perfeito para fazer
isso quando ela criou a primeira raça. Adele era um pedaço dela como você
era para sua mãe, Synthia. Danu tinha ciúmes da criança produzida por
meios comuns e ficou com ciúmes porque Mórrígan manteve uma das
criaturas. Ela falou sobre isso com Bilé, e logo depois, ele sussurrou no
ouvido de Alazander, criando discórdia. Ele disse a ele que Blane era do
sangue de Deus e como os dragões se levantariam contra ele para governar
as fadas. Ele enviou você para destruí-los, embora você não quisesse nada
com isso.

— Se você não fosse o único que poderia matar seu pai, ela teria
matado você naquele dia. Quando Blane escapou, ela sabia que um pedaço
de esperança permanecia e recuou, mas ela ainda está aqui. Ela ainda o
observa e o protege. Ela é o desejo de morte, alterando as probabilidades a
favor dos dragões, que ela agora considera sua raça. Afinal, é seu neto quem
assumiu o trono.

— E eu, por que você me salvou? — Ciara exigiu.


— Você estava destinada a morrer pelas mãos de seu pai. Eu garanti
que isso não aconteceria. Quando o antigo Dragão que vive dentro do Rei
Dragão me chamou, eu o ouvi e vi a razão. Ele queria você; ele conhecia
sua dor, seu futuro e o que você suportaria e sabia que a criança em que ele
habitaria estaria tão destruída quanto você deveria estar. Você foi e é a única
que pode curá-lo, como ele começou a curar você, Ciara. E antes que você
pergunte, Synthia, porque eu sei que você vai, não. Eu não poderia te dizer
porque você teria evitado que isso acontecesse e eu pressionei muito para
colocar Ciara naquele quarto ao mesmo tempo que Blane estaria lá. Ela
agora carrega um filho poderoso, que sua mãe e Mórrígan trabalharam
muito para criar. Seu filho é dos Deuses, dos Fae e dos dragões. Ele é filho
de três mundos, nascido para salvar um com seus próprios filhos. Os filhos
que esta geração está criando serão aqueles que consertarão este reino. Sua
única parte nisso é dar à luz a eles e derrotar os Magos para que eles
possam fazer sua parte em seguida. Ciara está certa, Blane tem que se curar
antes que possa perdoar ou esquecer. Ela vai consertar sua alma como ele
está consertando a dela e ninguém mais pode evitar esta guerra, exceto
ela. Confie nela, ela está pronta para voar. Eu dei asas a ela; ela só precisava
aprender a usá-las. Devo ir, mas eu, com a ajuda de Mórrígan, já consertei o
palácio dos dragões e o livrei dos Magos que o usavam. Eles estão...
correndo agora, — ela disse enquanto seus olhos brilharam com humor.

—Você acha que ele pode ser consertado? — Perguntou Ciara.

— Eu acho que se você o ama o suficiente, ele vai te amar e vai


consertar o que está faltando em sua alma. Você já começou bem,
carregando algo que ele vai adorar. Ele perdeu muito, mais do que qualquer
um de vocês. Não será fácil, mas valerá a pena, e você precisará trazê-lo
para o seu lado para vencer a luta contra os Magos.

Ela desapareceu e Ciara colocou o rosto entre as mãos.

— Traga Eliran aqui, peça para ele verificar Ciara. Synthia, precisamos
conversar, — Ryder rosnou enquanto a puxava para fora da sala com ele.
CAPÍTULO TRINTA E CINCO

Ciara observava os céus de sua varanda, sentindo falta de Blane cada


vez mais com o passar do tempo. Ela começou a duvidar que ele estivesse
vindo por ela, ou que ele mesmo se importasse. Os deuses estavam errados
antes. Synthia, Olivia e Darynda estiveram presentes na maioria dos dias,
junto com as outras servas. Ela não podia mais treinar, sua barriga inchou o
suficiente para que ela mal pudesse ver seus pés além dela. O bebê estava
ativo, preparando-se para a guerra em seu estômago diariamente.

Olivia teve um pequeno inchaço, mas Ristan estava convencido de que


ela estava se movendo no ritmo de um anjo, que ela imaginou ser
semelhante a mortais. Ele havia saltado de um pé para o outro enquanto lhe
contava sobre os desejos de Olivia por sangue, a prova de que ela estava
grávida de seu filho. Como Olivia vomitava por causa da menor merda,
como quando ele trazia corações para ela comer. Ele ansiava por uma filha,
tão doce quanto Kahleena, mas Olivia tinha certeza de que era um menino e
que carregava um anjo dentro de seu ventre. Infelizmente, o bebê se
recusou a cooperar e provar que um deles estava errado.

Era fofo como eles discutiam sobre o sexo da criança, mas isso só a fez
sentir mais falta de Blane, o que só a irritou, já que ele mentiu e a traiu. Ela
partiu para avisar sua família, esperando que ele a seguisse. Ela conseguiu
garantir a paz, mas onde ele estava?

Fazia semanas, e qualquer dia agora, ela estaria entregando seu filho
neste mundo sozinha. Ela caminhou pelos jardins como um fantasma,
movendo-se através das emoções enquanto lentamente voltava ao seu
antigo eu. E se ele não viesse? Ela teria que se alimentar logo, muito em
breve para manter seu filho saudável. Ela estava se alimentando de
emoções, mas mesmo assim não estava acalmando a dor em sua
barriga. Ela ansiava por frutas e carne, que todos presumiam que fosse da
parte do Dragão, mas quem sabia?

A tradição do Dragão em Faery era limitada, muito limitada. Ristan e


Dristan passaram incontáveis horas procurando na biblioteca, mas foi
inútil. Ninguém sabia sobre os dragões porque quando os deuses se
intrometiam, eles o faziam muito bem.

Todos os dias ela acordava se espreguiçando para pegar Blane,


estendendo a mão para ela, e todos os dias, ele não estava lá. O mundo
inteiro parecia ter enlouquecido e ela temia que seu povo tivesse sido
atacado. Demônios estavam lentamente entrando em seu reino, soltos do
Inferno por Lúcifer e pelo que havia acontecido com Lucian e Lena, e doeu
seu coração saber que Lena havia partido desta vida. Ela queria prestar seu
respeito a Lucian, mas em sua condição, não se atreveu a tentar controlá-lo.

Um barulho soou do corredor fora de seu quarto, e ela fez uma pausa,
inclinando a cabeça para ouvir. Ristan entrou sem bater e parou quando
ficou a centímetros dela.

— Diga-me que ele é gentil com você, Minx, — ele exigiu.

— Por quê?

— Responda-me, Ciara. — Ele rosnou.

— Ele é bom para mim.

— Diga-me que você estará segura porque se você pensar por um


momento que não estará, vou escondê-la de tudo e de todos.
— Ristan?

— Ele está aqui, com a porra de um exército no portão, — ele disse


asperamente enquanto passava os dedos pelo cabelo preto comprido e
espesso.

— Blane trouxe um exército para o portão? Agora? — ela


choramingou em estado de choque quando seu coração começou a bater
rapidamente.

— Aquele que está preparado para morrer hoje, Ciara. — Ele


respondeu enquanto a agarrava, colocando-os na sala de guerra.

Ciara olhou ao redor da sala, observando os rostos zangados. Bem,


merda, poderia ser uma coisa fácil.

— Seu marido está acampado fora de nossos portões, — Ryder disse


suavemente. —Nosso exército o está cercando enquanto falamos. Esse seu
plano é idiota, mas confio em você para fazer isso, Ciara. Mas eu juro pelos
deuses que se ele te machucar, vou rasgá-lo de membro a membro e pintar
minhas malditas paredes com seu sangue. Você me entende?

— Sim, e isso não vai acontecer. Eu também sou a Horda e tive bons
professores. Você me criou bem, todos vocês. Eu posso fazer isso, eu
preciso fazer isso.

— Enviei meu aviso para ouvi-lo no grande salão, e ele concordou,


mas apenas se ele te ver primeiro. Zahruk, Sinjinn e Ristan sairão com
você, assim como Synthia, caso algo dê errado, para que possamos afastá-la
rapidamente se der certo. Se eu for, pode ser o que eles querem e esperam,
por isso vou esperar por você no grande salão quando você voltar.
— OK. — Ela exalou enquanto enfeitava um vestido real e prendia o
cabelo em um penteado digno de uma rainha. Ela enfeitiçou uma coroa de
diamantes e âmbar e se virou para olhar para Synthia e franziu a testa. —Eu
estou do tamanho de uma casa!

— Você é linda, — ela riu musicalmente. —Venha, minha rainha


Dragão, vamos encontrar seu rei formalmente com roupas de verdade.

— Você o viu nu? — Ryder rosnou, mas ela acenou com a mão com
desdém.

— Mais tarde, Fada, agora temos problemas reais. E ele não era você,
— ela disse com um olhar astuto que pareceu acalmá-lo no momento.
Ciara duvidava que fosse o fim da discussão, porém, conhecendo seu irmão
como ela conhecia.

Lá fora estava um caos, com tensão suficiente que a fez


cambalear. Synthia segurou seu braço, segurando-a enquanto eles olhavam
para as fileiras de guardas que estavam contra os dragões. Blane não
mentiu, ele tinha milhares de guerreiros prontos para a guerra.

— Sinjinn, entre e diga a Ryder para enviar construtores para o palácio


dos dragões. Eles vão precisar de aldeias, alguns deles, ou pelo menos
suprimentos para começar a construir assim que chegarmos lá. Seus homens
precisarão de água e os cavalos também.

— Eu já volto, — Sinjinn rosnou enquanto desaparecia no ar.

Assim que eles estiveram firmes no campo, ela observou enquanto o


mais alto dos guerreiros se aproximava deles. Seu coração disparou,
batendo descontroladamente contra o peito enquanto seus lábios se
franziam firmemente em uma carranca de raiva. Ele a traiu e então marchou
com um exército até seus portões.

— Estou aqui, — disse ela quando ele ficou a poucos metros dela com
homens em suas costas.

—Você está. Você os informou que era minha esposa?

— Era pertinente para obter paz, então sim, eu informei.

Ele engoliu em seco, removendo o elmo enquanto a examinava, seus


olhos parando enquanto observava sua barriga inchada. A mão dela se
ergueu, descansando contra ela enquanto ela olhava para ele.

— Eu imaginei ligar naquele desejo, mas você era a única coisa que
me impedia de fazê-lo.

— Se você tivesse chamado, eu seria aquela que você enterrou,


Blane. Eu te deixei sozinho, sem ajuda, e ninguém me ajudou ou me
segurou aqui contra a minha vontade. Eu ouvi seus planos duas vezes. Uma
vez reivindicando o que você faria quando eu fosse levada, e a outra
afirmando que eu ainda seria sua rainha e teria seus filhos, não importa o
que acontecesse? Quero dizer, com a maneira como você o colocou em
minha barriga Fae e como seu povo estava tropeçando para agradar
aquela... oh sim, vadia. Eu te disse, desista da vingança, ou você não me
entende. Você escolheu a vingança, então não pense que vou ficar ao seu
lado e deixar que você tenha as duas.

— Você carrega meu herdeiro em seu ventre, — ele rosnou.


— Eu acredito que carrego nosso filho, que criamos juntos. Não tenho
certeza se seus lordes aprovarão um Fae sentado em seu trono, nem mesmo
se ele for parte Dragão. Saí porque você mentiu para mim, você se sentou
em nossa cama e mentiu. Eu não sou aquela garota, você não pode passar
por cima de mim e mentir na minha cara. Eu sou uma guerreira, Dragão. Já
passei por um inferno e ainda estou aqui. Você está ciente do que eu
suportei e ainda planejava me tornar seu brinquedo, não é?

— Este não é o momento nem o lugar para isso, — ele retrucou.

— Ciara, — disse Ristan, colocando a mão no meu ombro.

— Você já se alimentou? — Blane perguntou enquanto seus olhos


fitaram a mão de Ristan em seu ombro, e ela riu.

— Você se importaria?

— Tire suas mãos da minha esposa, — Blane rosnou.

— Blane, este é Ristan, meu irmão, — disse ela. —De qualquer forma.
— Ela acenou com a mão e continuou. — O rei o convidou para falar de
paz e, se você aceitar, ele apresentará as condições para manter nosso
casamento e permitir que você vá embora comigo. Você tem permissão para
trazer um punhado de homens para dentro, se aceitar. Do contrário, você
terá uma hora para retirar seu exército de nossos portões ou a Horda será
chamada às armas, eles estão na floresta, os que nos cercam agora, — ela
disse enquanto seus olhos se moviam lentamente sobre a floresta em torno
da clareira onde eles estavam. — Escolha, Dragão.

— Você garantiu a paz? — ele perguntou com cuidado.


— Eu disse que faria, e foi o que fiz; pelo menos um de nós sabe como
manter suas palavras. O que vai ser, Blane?

— Eu irei, mas preciso de tempo para informar meus comandantes


sobre o plano e exijo que uma trégua seja honrada.

— Tudo bem, mas se virmos algum homem ou grupo indo para a


floresta, chamarei a Horda às armas, e toda a Guarda de Elite está dentro do
pátio, pronta para ir para a guerra se você decidir fazê-lo.

— Você vai esperar comigo, — disse ele.

— Não, eu não vou, porque agora eu não sou sua esposa, sou Ciara,
Princesa da Horda e estou puta que você mentiu para mim. Estou magoada
que você se deitou comigo enquanto você mentiu em nossa cama. Você me
quer, Blane, prove isso, porra.

Ela girou sobre os calcanhares, sem esperar pelos outros ou para ver se
eles a seguiam, enquanto chamava para os portões serem abertos,
mostrando a ele que ela não mentiu sobre um exército inteiro de Guardas de
Elite armados até os dentes e prontos para ir para guerra. Eles estavam
convocando suas forças por semanas, algo que ele não percebeu ou tornou-
se imprudente.

— Você é impressionante, — Synthia disse enquanto deslizava o braço


no dela e a ajudava enquanto ela perdia sua bravata.

— E exausta, — ela admitiu.

— Você está muito grávida, é cansativo carregar bebês, — ela riu.


— Eu preciso que eles deem uma trégua lá dentro assim que Blane
entrar, — ela respondeu enquanto esfregava as costas e acenava para seus
irmãos quando eles passavam por eles.

— Ryder já concordou, — ela respondeu enquanto diminuía os passos


para que Ciara pudesse manter seu ritmo mais lento.
CAPÍTULO TRINTA E SEIS

Ciara ficou ao lado do trono de Ryder enquanto Blane era conduzido


pelos guardas com Remy, Fyra e alguns outros que ela conhecia. Seus olhos
não se desviaram dos dela, nem mesmo com Ryder na mesma sala. Seu
braço descansou no trono, e levou tudo dentro dela para permanecer de pé.

— Bem-vindo, Rei Dragão, — Ryder chamou do outro lado do


corredor, sua voz calma e mesmo quando sua postura permaneceu não
ameaçadora.

— Não posso dizer que estou feliz por estar aqui, Rei da Horda, — ele
respondeu friamente. — Considerando que é aqui que minha irmã e meu pai
foram massacrados pelos seus.

— Eu posso entender isso, — Ryder admitiu. — Minha irmã


mencionou que você gostaria de paz e, nas circunstâncias pelas quais ela foi
levada, gostaria de ouvir o seu pedido.

Synthia se sentou em seu trono, majestosa e etérea enquanto observava


os homens ao redor de Blane. Zahruk os havia conduzido para a sala, suas
armas destacando-se como um aviso claro. Fyra o avaliou e se virou em
sua direção, encontrando-o como uma ameaça enquanto protegia seu
rei. Seus olhos estavam presos em uma ameaça silenciosa.

— Gostaria de voltar para minhas terras sem a ameaça do que


aconteceu antes de acontecer novamente. Eu também gostaria que minha
esposa voltasse, pois ela carrega o herdeiro do meu trono.
— Estou ciente, — Ryder rosnou enquanto encarava Blane. — Estou
ciente de que você a tirou daqui e forçou um casamento. Estou disposto a
ignorar isso porque ela acha que vale a pena salvar você. E porque não
podemos apagar o passado, mas podemos aprender com ele. Espero que
você entenda o que estou dizendo.

— Eu entendo você, — ele rosnou de volta.

Ciara fechou os olhos antes de abri-los enquanto Ryder falava


novamente. —Também estou ciente de que você não pode usar glamour,
então consertamos o seu palácio para o que era antes da guerra. Casas estão
sendo construídas nas aldeias neste momento. Houve um problema de
magos dentro do castelo, usando o nível inferior e túneis para abrigar
armas. Enquanto eles foram expulsos, isso não garante que eles não voltem.

— Eu não precisava de você para consertar meu palácio, — ele


retrucou.

— Não, mas sua esposa não queria dar à luz nas cinzas dos
mortos. Seu pessoal levaria anos para prepará-lo para viver, e fui informado
de que eles continuaram sofrendo por se mudar de um lugar para outro em
um ambiente que não era produtivo para o seu crescimento e saúde. Você é
seu próprio rei, então não espero que responda a mim. Cada casta de Fae
tem suas próprias leis, você também poderá, contanto que eles não invadam
a nossa nem ponham em risco a vida. Você está ausente há muito tempo e
muita coisa aconteceu desde então. Não impomos mais as castas, nem as
tiramos para nossos próprios meios. Nós suprimos aqueles que foram
prejudicados com alimentos e outras necessidades à medida que crescem e
florescem sob meu reinado. Lamento pelo que meu pai ordenou, mas
prometo-lhe, Rei Dragão, não fiz mal a nenhuma mulher ou criança naquele
dia, nem a nenhum homem ainda vivo. Eu matei meu pai e depois meus
irmãos que se juntaram a ele na matança de vidas inocentes. Seu desejo de
morte não incluía meus irmãos. Lutei contra guerreiros em um campo de
batalha para protegê-la, sua rainha, porque ela era com quem ele me
ameaçava. Se eu tivesse recusado, Ciara teria morrido diante dos meus
olhos. Ele a teria alimentado para a Horda e nos forçado a assistir enquanto
ela era estuprada e assassinada. Ela é imortal, e tenho certeza que você pode
imaginar o que isso acarreta. Eu a escolhi, eu a protegi desde o momento
em que fui forte o suficiente, e você não vai puni-la por um crime que ela
não cometeu.

— Ryder, — ela sussurrou, não querendo que Blane soubesse que ela
era a razão pela qual ele os matou naquele dia há muito tempo. Ele disse a
todo mundo que poderia ter sido seus irmãos, mas não foi. Alazander a
arrastou pela nuca e a segurou na frente de Ryder enquanto ele se recusava
a exterminar uma população inteira de dragões.

— É dele o direito de saber por que fiz isso, Ciara. É meu direito
explicar minhas ações.

— Chame uma trégua, — ela sussurrou com os dentes cerrados.

— Não terminamos.

— Chame uma trégua! — ela rosnou com força.

— Trégua, Rei Dragão? — Ryder perguntou.

— Ciara? — Blane perguntou.

— Chame a porra de uma trégua! — ela retrucou.

— Trégua.
— Ahh, — ela gritou enquanto caía no chão, enquanto a água corria de
seu corpo.

— Puta merda! — Blane rosnou enquanto corria para ela, esbarrando


em Ryder enquanto o fazia. —Ela é minha esposa!

— Ela é a porra da minha irmã!

— Seus idiotas, — Synthia bufou enquanto passava por eles e se


ajoelhava ao lado de Ciara, brilhando dourado quando ela colocou a mão
em sua barriga, aliviando a dor. —Há quanto tempo você está em trabalho
de parto?

— Não estou em trabalho de parto, ainda não posso, — sussurrou ela,


apoiando a cabeça no chão.

— Há quanto tempo você sente dor nas costas? — ela emendou.

— O dia todo, simplesmente não parava, — ela admitiu.

—Vá buscar Eliran agora, Ryder, leve Blane para as instalações


médicas. Zahruk, por favor, providencie para que os outros sejam trazidos
também, para que não se preocupem com seu rei.

— Loren, vá para o exército e diga a eles que a rainha vai dar à luz e
eu vou atrasar. Eles não devem se mover ou fazer um movimento.
Certifique-se de que os outros assistam Kerrigan para garantir que ele não
tente nada.
Synthia se materializou com uma Ciara gritando nas instalações
médicas. Eliran largou a bandeja de metal que ele segurava e correu para
ela. —É muito cedo, — ele disse.

Ristan e Olivia teletransportaram, junto com Sinjinn e Asrian, que


olharam para Blane enquanto Ryder o examinava. No momento em que
Ciara gritou novamente, todos se calaram e olharam para ela enquanto ela
se curvava, segurando seu estômago.

— Leve-a para a sala agora, — ordenou Eliran enquanto gritava para


sua equipe se preparar para o parto. — A que distância estão as contrações
dela? — Eliran perguntou.

Blane parou na porta, sem saber o que fazer enquanto a observava. —


Venha aqui, seu filho da puta, você fez isso comigo! — ela retrucou. Ele se
moveu sem hesitação. Ele agarrou seu braço, deslizando sua mão na dela
enquanto beijava sua testa.

— Você é corajosa, você é forte, e você pode trazer este pequeno


lutador, — ele murmurou e então se lembrou de onde estava, endireitando-
se.

Synthia estava brilhando, o que pareceu chamar sua atenção enquanto


Ciara o observava. Ele lentamente baixou o olhar para olhar para ela e então
se encolheu quando viu a raiva em seus olhos. Se ele tentasse qualquer
coisa aqui, ela o mataria. —Eu nunca vi uma Deusa antes, — ele
murmurou.

— Ela faz a Horda parecer uma porra de cachorrinhos fofinhos,


lembre-se disso, — ela proferiu antes de se sentar gritando de dor.
A mão de Synthia tocou o braço de Ciara distraidamente, levando a
dor a um nível suportável. Ela observou quando a equipe de Eliran entrou
na sala e fechou a porta, selando seus irmãos e Olivia do lado de fora.

— Ele confia em mim com você? — Blane perguntou a Synthia.

— Eu sou uma Deusa, Blane, e além disso, eu já vi seu pau antes, e


você sobreviveu. Não se preocupe, se eu quisesse você morto, você estaria
morto. Eu quero que você viva. Eu quero ver dragões voando nos céus
novamente. Quero que Ryder se perdoe pelo que foi forçado a fazer. Mas
acima de tudo, eu quero que você não a machuque, então eu não tenho que
arrancar esse seu pau glorioso. Seria uma pena e um inferno de desperdício.

— Levante as pernas, Ciara. — Ordenou Eliran.

Ela levantou, Blane segurava sua mão, tocando sua barriga enquanto a
olhava nos olhos. Ela estava apavorada, principalmente porque não sabia o
que esperar disso ou como ele reagiria se o bebê saísse com marcas e olhos
brilhantes.

— Deuses, o que diabos você estava fazendo? — Eliran exigiu


enquanto ele empurrava sua pélvis.

— Eu o arruinei? — ela sussurrou com os dentes cerrados.

— Não, mas você quase o teve na porra do chão, irmã minha, — ele
rosnou enquanto insistia que ela empurrasse.

Parecia que horas haviam se passado. Ela empurrou e nada


aconteceu, seu corpo se contraiu e doeu, mas Synthia e Blane nunca
deixaram seu lado. O suor escorria por suas costas, seu cabelo grudava em
seu rosto, e ainda assim ela nunca parou de tentar dar à luz seu filho a este
mundo. Eles discutiram, ele a encorajou, e ela o chamou de tudo sob as
estrelas que não era bom. Sua cabeça caiu contra o travesseiro e seus olhos
se fecharam quando a exaustão correu por ela.

— Isso é normal? — Blane exigiu enquanto caminhava ao lado dela


enquanto suas mãos se erguiam atrás de sua cabeça. —Deve demorar
tanto? Isso está matando-a.

— Sim, é seu primeiro bebê. Acalme-se, ela está indo muito bem, —
Eliran declarou enquanto se recostava e colocava as mãos na frente dele. —
Pode levar horas, dias para alguns. A menos que você seja essa, — disse
ele, acenando com a cabeça em direção a Synthia.

—Alguém simplesmente as corta e ela morre. Então, algumas horas


depois, ela está de volta.

— Esse foi um caso extremo, — Synthia murmurou. —Meu irmão


tentou me estuprar e me matar enquanto eu estava em trabalho de parto para
que os Magos pudessem sacrificar meus filhos. Então, eles tentaram
arrancá-los de mim enquanto eu ainda estava viva, — explicou ela.

— E então você renasceu como uma Deusa, — Blane disse


suavemente. —Aposto que Ryder ficou louco com isso.

— Bem, sim, ele me perdeu e ganhou três crianças gritando e


morrendo. Eles não prosperaram, e nossa filha estava muito doente. Ela era
pequena, nasceu cedo e temíamos que ela morresse.

— Gente, não é a conversa para ter enquanto estou dando à luz.


— Outra contração a atingiu e ela se inclinou para frente com o apoio de
Blane e então o som mais fantástico de todos os tempos encheu a
sala. Soluços balançavam seu corpo enquanto ela lutava para ficar acordada
enquanto Eliran levava seu bebê para o aquecedor.

— Você tem muitos instrumentos humanos aqui? — Blane apontou


enquanto permanecia com Ciara. Ciara observou enquanto Eliran envolvia
seu bebê e o trazia.

— Ele é perfeito, — ele murmurou enquanto o entregava a ela.

— Olá, Fury, — ela sussurrou em meio às lágrimas.

—Esperei muito tempo para conhecê-lo.

— Fury? — Blane perguntou enquanto olhava para ela com um


pequeno sorriso.

— Você não estava aqui quando eu estava escolhendo nomes. Eu acho


que combina, você não gostou? Quer dizer, podemos mudar, só chamei ele
por um tempinho.

— É perfeito, assim como ele, — disse ele.

Eliran terminou de limpá-la e cobri-la antes que ele abrisse a porta e


seus irmãos parassem de andar e corressem para dentro. Eles cantavam e
idolatravam ele enquanto Blane franzia a testa ao lado dela. Ryder sorriu,
tocando a bochecha de Fury e então se inclinando para beijar Ciara na
cabeça.
— Sabia que você poderia fazer isso, Ciara, — ele proferiu. — Você
foi feita para sobreviver. Você vai ser uma mãe incrível e protetora para este
pequeno guerreiro.

— Oh merda... eu sou uma mãe, — ela franziu a testa enquanto olhava


para os olhos oceânicos que a olhavam com curiosidade. —Eu sou sua mãe,
— ela engasgou em meio às lágrimas. —Eu sinto muitíssimo.

— De que é que estás arrependida? — Blane perguntou.

— Ele está preso a mim, — respondeu ela, olhando para ele.

— Ele é o menino mais sortudo vivo, — ele respondeu. —Ele tem a


mãe mais linda do mundo, e ela é durona além disso tudo. Um menino não
poderia pedir mais nada.

— Mas eu não sei ser mãe, eu realmente não tive uma mãe. Eu tive um
Ristan. Eu nem sei o que fazer ou mesmo como fingir ser mãe. Eu não
posso fazer isso, eu não quero arruiná-lo.

— Em primeiro lugar, nem eu sabia e eu já perdi um filho. Eles


tendem a desaparecer e depois voltar, mas isso não é culpa minha. Eles são
monstrinhos mágicos. Mas você não começa sabendo nada, apenas
aprende. Quer dizer, há uma tonelada de merda que você vai foder, e tudo
bem; contanto que você não o deixe cair, você ficará bem. — Synthia sorriu
tranquilamente quando terminou.

— Você os deixou cair? — ela perguntou.

— Não, mas Zander teletransportou a troca de fralda e caiu no peito de


Ryder, mas não consigo ver isso como uma falha e mais como algo
engraçado, e você?

— Não foi engraçado, tinha merda por todo lado ele me irritou, e ele
nem precisa cagar, ele é Fae, — ele rosnou quando uma sobrancelha se
ergueu.

— E, meu Deus, são todos pequenos deuses, — acrescentou Ciara.

— Mais razão para não o fazer, e ainda assim eles tendem a cagar tanto
que você pensaria que eram humanos.

— Ei, estou me intrometendo? — Adam perguntou da porta enquanto


se inclinava para dentro. Ciara sorriu quando ele se aproximou e olhou para
seu filho adormecido. — Porra, Ci, pensei que íamos nos casar, foder e ter
alguns bebês?

— Certo, duvido, — ela riu enquanto erguia a bochecha para ele. —


Como está o seu reino, Príncipe Negro?

— Cheio de malditas coisas selvagens passando pelo portal, — ele


admitiu. —Alguém disse que você estava dando à luz, achei besteira, agora
devo um favor a eles. Como você ficou grávida?

Ela olhou em seus olhos verdes e riu. —Eu fui roubada por um Rei
Dragão, e ele me engravidou, e nós nos casamos.

Adam abriu a boca e fechou algumas vezes enquanto a olhava


fixamente. —Eu saio por algumas semanas e espere, você foi roubada?
Como se alguém tivesse entrado e levado você? Eu preciso conhecê-lo.
— Ciara acenou com a cabeça em direção ao canto onde Blane estava, e
Adam estendeu a mão. —Príncipe Negro, Adam, e você é? — ele
perguntou, esperando com a mão estendida.

Blane assentiu e apertou sua mão. — Blane, Rei Dragão.

— Nuh-uh, dragões existem? — ele perguntou com um sorriso infantil


em seus lábios sensuais.

— Nós existimos, — ele murmurou enquanto se abaixava, passando o


polegar sobre a bochecha de seu filho.

— Vocês podem nos dar alguns minutos? — ela perguntou da sala.

— Eu vou deixar seu quarto pronto enquanto os outros vão se


embebedar, — Synthia disse enquanto os cachos de Olivia saltavam quando
ela concordou em ajudar.

Depois que a sala foi limpa e estavam apenas os três na sala, ela se
sentou e estendeu os braços. —Segure-o, — ela sussurrou. Ela tinha visto
suas marcas, pequenas coisas, mas estavam ali. Ele tinha a marca do Dragão
em seu peito e estava misturado com o DNA de ambos. Ela precisava ver
como ele reagiu a isso. Ele se aproximou, olhando para seu filho com um
olhar inquieto. Ele tinha cachos escuros e finos, e olhos azul oceano que
observavam seu pai enquanto seu pequeno punho estava em sua boca. Ele
chupou ruidosamente, olhando seu pai com curiosidade.

Blane se abaixou, aceitando seu filho enquanto ele se sentava ao lado


dela na cama. Ele empurrou o cobertor para longe de seu peito, traçando a
marca do Dragão. — Ele está marcado pelo Dragão, — ele sorriu. —E o
Fae, ele tem marcas?
Ela engoliu em seco. —Ele é um Fae real, às vezes eles nascem com
eles. Isso é um problema? — ela perguntou nervosamente. Ele voltou seu
olhar pesado para ela e franziu a testa.

— Ele é metade de mim e metade de você, — respondeu ele. —Ele é


perfeito.

Ela exalou e sorriu para eles. Seus meninos, sua família.

— Você garantiu a paz mesmo estando livre de mim, — ele


meditou. —Por quê? Por que ficar em paz se você não pretendia voltar para
mim, para nós?

— Vim pela paz, mas também porque tinha que avisar a minha
família. Você me colocou no meio disso, e eu preciso de você tanto quanto
preciso deles. Você quer vingança, mas agora você os viu. Você viu os
monstros que passou a vida inteira se preparando para matar e sabe que é
errado. Agora eles são reais e não apenas monstros sem rosto para
você. Você me diz, os monstros sussurram ao redor de bebês recém-
nascidos?

— Ciara, — ele avisou.

— Se você pretende fazer uma guerra contra eles, vá embora e não


volte mais. Se você quer eu e seu filho, vamos para casa. Vamos para a casa
dele, para a sua. Mas não me leve de volta para que possa mentir para mim
e fingir que superou o que aconteceu. Somos todos nada mais que peões dos
deuses, e se você atacar, as pessoas morrerão. Minha família vai morrer. Eu
nunca vou te perdoar por isso. Escolha-me, escolha-nos. Vamos ser uma
família e deixar as velhas feridas sararem.
— Não vou travar uma guerra agora, mas não posso prometer para
sempre, — ele sussurrou enquanto lhe devolvia o bebê. —Não posso fazer
isso sem primeiro consultar o conselho, mas estou levando você para casa
como é meu direito. Você me deu um filho, Ciara, um herdeiro. Por certo,
você é minha e ele também.

— E se eu disser não? — ela perguntou.

— Você tem algumas horas para se despedir de sua família. Depois


disso, começaremos a caminhada para casa. Nosso povo está escondido por
perto, não podemos deixá-los lá fora por muito tempo. Estarei esperando
por você lá fora.

—Tudo bem, mas se você esconder seus planos de mim e pretende


matar minha família, você me perderá, você vai nos perder. Lembre-se
disso. Não vou te perdoar uma segunda vez. Posso facilmente deixar você a
qualquer momento, e não será aqui para onde eu volto.
CAPÍTULO TRINTA E SETE

Ciara se levantou com a ajuda de Ryder, seu corpo doía de dar à luz e
ainda assim já havia começado a se curar com sua imortalidade. Ela
embalou Fury em seus braços, incapaz de desviar seu olhar de sua
beleza. Ela criou a vida, uma criança que cresceu com seu próprio corpo.

— Ele é forte, — Ryder disse quando eles entraram no corredor.

Remy e Fyra se levantaram, olhando para o pequeno pacote com


inquietação. Zahruk empurrou a parede com a intenção de se mover em
direção a sua irmã, mas Fyra o bloqueou, o corpo o checando enquanto sua
mão foi para sua lâmina.

— Não saque a menos que pretenda usá-lo, querida. — Zahruk avisou


friamente. Seus olhos cor de safira percorreram seu corpo com um olhar
acalorado que fez a temperatura no centro médico subir alguns graus. Ele
parava de vez em quando, observando suas armas e recursos enquanto
descia até seus pés.

Ela retribuiu o favor, erguendo uma sobrancelha enquanto admirava


seu armamento. —Eu duvido que você possa lidar comigo, — ela desafiou.

— Você está disposta a descobrir, pequena Dragão? — ele ronronou


densamente.

— E chega disso, — interrompeu Ciara. — Fyra, conheça meu irmão e


o segundo em comando do rei da Horda. Zahruk, conheça Fyra, a ajudante
durona de Blane.
— Mestre de armas, — ela corrigiu. —Não há nenhuma arma que eu
não possa controlar ou dominar.

— Eu aposto que tenho uma que você não poderia controlar, — ele
desafiou.

Ela sorriu enquanto seus olhos aqueciam antes de levantar os ombros e


deixá-los cair. —Eu duvido, garoto fada. Eu fui feita para a guerra.

— Eu aposto que você foi.

— Bem, obviamente vocês dois têm muito em comum, com espadas e


tudo, mas há um exército acampado do lado de fora que está cercado pela
Horda, e eu, pelo menos, não gosto da ideia de uma guerra. Então, vamos
abrir nosso caminho até eles, vamos?

Eles continuaram se encarando em desafio aberto até Remy e Ryder


ficarem na frente de cada um, bloqueando o que diabos estava
acontecendo. Eles começaram a ir para o salão principal, cercado pelos
companheiros de seus irmãos. Olivia se ofereceu para carregar Fury, e Ciara
concordou, embora não hesitantemente, em entregá-lo. Não porque ela não
confiasse em Olivia cem por cento, mas porque ele era delicado, minúsculo,
e ela tinha medo que ele se quebrasse.

— Ele não vai quebrar, Ciara. Ele tem seu cabelo e suas marcas e é tão
perfeito quanto sua mãe quando ela nasceu. Eu me lembro de você nessa
idade. Toquei sua mão e você envolveu seus dedos em um dos meus e
segurou como se soubesse que precisava de mim. Fiz um voto naquele dia
de sempre protegê-la e falhei. Primeiro com nosso pai e depois quando você
foi levada, — Ryder murmurou perto de seu ouvido enquanto ele
enganchou seu braço no dela. — Eu não vou falhar com você novamente, e
eu quero dizer isso. Se você está infeliz, diga a palavra e nós a levaremos
para casa, custe o que custar. Você tem um exército atrás de você e quatro
castas de Fae que irão para a guerra com você caso haja necessidade.

— Blane é guerra suficiente para mim, Ryder. Vou guerrear com meu
marido para evitar isso, o que é contraditório, se você quer saber. Estou me
mudando para um lugar estranho, cheio de lembranças ruins para todos
menos para mim, então a dor vai acontecer. Ele vai passar pelo inferno
quando voltarmos lá. Mas... ele não vai me machucar. Quando ele me pegou
pela primeira vez, ele foi gentil, e quando ele colocou a relíquia na minha
cintura, ele odiou quando eu a fiz morder minha carne. Ele está quebrado,
danificado e sim, ele pode ser áspero nas bordas irregulares, mas ele é
meu. Eu reivindiquei aquele Dragão e reivindicarei seu coração, e se não
puder? Vou cortar e levar de qualquer maneira. Além disso, eu sei um
pouco sobre homens quebrados, considerando que meu pai quebrou todos
nós e nos deixou quase sem respirar quando foi morto. Eu posso lidar com a
Horda, irmão, e toda a Guarda de Elite, então um Dragão? Deve ser moleza,
— ela riu nervosamente, não enganando seu irmão.

—Você não é responsável pelo que acontece com seu povo, — ele
disse ferozmente enquanto parava toda a multidão que caminhava ao se
virar para encará-la.

— Quando papai segurou você e me disse para escolher você ou


minhas ordens, eu escolhi você. Você era apenas uma criança, essa
minúscula criatura indefesa que jurei sempre proteger. Sei que dissemos ao
mundo que poderiam ter sido nossos irmãos de quem eu estava perto,
porque sei que você carrega essa culpa. Não depende de você, Ciara. Você
não escolheu, você não fez nada de errado. Escolhi protegê-la porque fiz
uma promessa a você. Eu sei que é por isso que você acha que tem que
fazer isso agora, mas você não fez nada disso acontecer. Quando os deuses
atuam em nosso mundo, sofremos. Isso é com eles, não nós. Agora, se você
quiser voltar para casa, vou enfrentar quem, onde quer que aconteça. Você
entende? Passamos por um inferno para chegar onde estamos e
sobrevivemos. Não viemos tão longe para perder um de nós agora. Você é
um de nós.
— Eu também te amo, — disse ela, ficando na ponta dos pés para
beijar sua bochecha, sentindo Remy e Fyra olharem para ela. —Mas eu
acho que preciso dele tanto quanto ele precisa de mim. Precisamos um do
outro e acho que posso alcançá-lo. Se eu não puder, bem, nós vamos
sobreviver a isso também, irmão.

Ela olhou em volta para onde Remy franziu a testa e acenou com a
cabeça em acordo silencioso. Fyra, no entanto, parecia inquieta, mas
baixou o olhar para o chão e depois de volta para Zahruk com um olhar
sombrio que Ciara não se sentia confortável. Ou ela o queria sexualmente
ou ela queria cortar sua garganta. Era meio a meio em qual ela queria fazer.

— Então não vamos deixá-lo esperando, Rainha Dragão, — Ryder


rugiu enquanto deslizava o braço no dela e começava a andar novamente.

Assim que chegaram à entrada principal, ela se separou de Ryder,


ordenando-lhe que permanecesse lá dentro, porque embora ela não achasse
que Blane fosse atacar, ela não confiava em Kerrigan. Ele deu a ela
arrepios, seus olhos pareciam olhar para ela como se ela não fosse uma
criatura viva que respirava.

Olivia entregou Fury, beijando suavemente os cachos negros e grossos


em cima de sua cabeça cheirosa. As lágrimas encheram seus olhos, e ela
ergueu as palmas das mãos quando Ciara começou a falar. — São apenas os
hormônios, eles estão por todo o lugar. Eu tenho alguns meses restantes,
pelo menos, já que minha gravidez está indo muito mais lenta do que
qualquer outra pessoa por aqui. Adoraria que você estivesse por perto
quando chegar a minha hora, Ciara. Ristan acolheria a família, pois ele
parece temer o nascimento mais do que eu. Esteja segura e saiba que você é
amada, — disse ela, abraçando Ciara com força enquanto tomava cuidado
com o embrulho choramingando em seus braços.
— Obrigada, — disse Ciara, sem prometer que viria quando chegasse
a hora de Olivia. Ela não tinha certeza do que o futuro reservava e se
recusou a não cumprir uma promessa, caso a fizesse.

Lá fora, o sol brilhava forte enquanto batia neles. Blane se aproximou


lentamente, sem se importar que estava cercado por um pátio da Guarda de
Elite. Ele deu um passo ao lado dela, parando para olhar onde Ryder e
Synthia estavam apenas dentro das portas principais.

— Eles não estão te acompanhando? — ele perguntou suavemente.

— Não, eu pedi para eles ficarem lá.

— Você não confia em mim para manter minha palavra? — ele


perguntou irritado que ela não fez.

— Eu confio em você, mas Kerrigan eu não confiaria tanto quanto eu


poderia derrubá-lo.

— Esvaziei uma carroça para transportá-la com conforto, —


respondeu ele, largando-a.

Ela se aproximou dele, apoiando seu peso contra ele enquanto


embalava seu filho. Foi um alívio saber que ela não cavalgaria tão cedo
depois de ter o bebê. Ela estava dolorida e, embora seu corpo se curasse
mais rápido do que os mortais, estava demorando para parar de doer. Eliran
havia embalado seus suprimentos médicos junto com alguns itens para Fury
que ela poderia precisar em sua jornada.

— Obrigada, temo que não seria capaz de cavalgar confortavelmente


ou alimentá-lo se ele precisar enquanto estiver a cavalo, — ela admitiu.
Eles se aproximaram do exército, e a Horda saiu da floresta,
enxameando ao redor deles enquanto faziam seu caminho para o
castelo. Foi um momento tenso quando eles perceberam quantos inimigos
estavam observando esse tempo todo. Blane sacudiu seu choque e ajudou-a
a entrar na carroça coberta, e então franziu a testa quando uma mulher
começou a gritar para eles esperarem.

Ciara observou Darynda sair correndo do pátio com a bolsa na mão. —


Vou com você, — anunciou ela, enquanto subia e se sentava ao lado de
Ciara. — Não há bebês aqui para cuidar, e você precisará de ajuda com
ele. Estou qualificada e não posso mais ficar aqui. Por favor, me leve com
você.

— Blane? — Perguntou Ciara.

— Ela é enfermeira?

— Ela é uma serva, ela cuida da rainha e de quaisquer filhos que a


rainha tenha, — explicou ela com o cenho franzido. —Ela também é minha
amiga. Ela será útil com Fury para que você possa... me alimentar sem
interrupções.

— Se você pretende nos espionar, mandarei sua cabeça para trás solta
do corpo, — avisou ele friamente, e Ciara ficou tensa ao olhar para ele.

Ela se acomodou nos cobertores que ele estendeu para ela, embalando
Fury enquanto ele soltava um grito de fome. Ela se sentou novamente,
sorrindo enquanto o ajustava, liberando seu seio para empurrá-lo contra sua
boca. Ele se agarrou e ela gritou de dor enquanto ele chupava avidamente.
Ela olhou para ele, sorrindo até que seus olhos nublaram. Darynda desviou
o olhar enquanto Blane encarava o filho, alimentando-se feliz do seio da
mãe.
— Ele machuca você quando se alimenta? — ele perguntou hesitante
enquanto coçava a nuca como se fosse desconfortável fazer perguntas tão
íntimas.

— É chocante no começo, e eles são macios, mas Darynda disse que é


porque o leite vai sair, certo? — ela perguntou.

— No momento não é muito, mas assim que começar a se ajustar ao


que ele precisa, eles vão doer mais se ele não for alimentado
adequadamente. Se você alimentar o pequeno animalzinho adequadamente,
ele vai tirar a dor, mas os mamilos, eles tendem a ficar doloridos depois de
um tempo. Vamos observá-los, certificar de que não rachem ou sangrem. É
o milagre da maternidade, no entanto, alimentar seu filho com o seu próprio
corpo. Você terá que se alimentar mais e com frequência para continuar
fazendo leite para ele.

— E se eu não me alimentar com frequência? — ela perguntou.

— Você vai se alimentar com muita frequência, — Blane respondeu,


seus olhos aquecendo enquanto segurava os dela. —Você se alimentou
enquanto estava aqui?

— Se você está perguntando se eu comi mais alguém, a resposta é


não. Você é meu marido, Blane. Posso ser Fae, mas para mim, você é o
único homem de quem pretendo me alimentar.

Ele sorriu e acenou com a cabeça enquanto recuava para fora da


carroça coberta. —Vai ser uma longa jornada até o palácio. Vamos
descansar esta noite e, em seguida, forçar mais amanhã. Se precisar de
alguma coisa, Ciara, estarei perto o suficiente para ouvi-la.
— Se você terminou, gostaria de dizer adeus à minha irmã, — Ristan
ronronou enquanto subia e se sentava ao lado dela. — Ei, Minx. — Ele
olhou para a criança, empurrando os dedos sobre os cachos, alheio ao seio
que o bebê estava apalpando avidamente enquanto fazia ruídos de
sucção. Ela corou e começou a se cobrir quando Ristan bufou. —É tão
natural quanto o amor que você já sente por ele, criança. Você está bem?

— Eu vou ficar bem, — ela admitiu.

— Eu sei que você vai ficar, porque se não, eu conheço um coração


que vou comer, — ele murmurou enquanto seus olhos se moviam para
Darynda. —Você está nos deixando?

— Ela precisa de mim mais do que sou necessária ou desejada


aqui. Eu posso ajudá-la, e ela não estará tão sozinha se eu estiver lá, — ela
respondeu enquanto seus olhos desciam dele. — Eu tenho que ficar longe
dele por um tempo. Não posso continuar a fingir que não o quero e ele não
me quer.

— Você sabia quando vocês dois tiveram sua aventura que era apenas
isso para ele, — respondeu ele. —Zahruk não foi feito para amar
ninguém. Ele tem uma cicatriz tão profunda que está embutida em sua
alma. Um dia talvez, mas não será antes de você estar pronta. Você quer um
filho seu, é por isso que você fica aqui mesmo depois de terminar o seu
tempo de serviço. Você encontrará alguém, talvez até um Dragão. — Ele
piscou ao se virar para Ciara e dar um tapinha no queixo dela de
brincadeira. — Como esta fez. Lembre-se, Fury não vai quebrar, ele é mais
forte do que parece. Nós empacotamos alguns suprimentos... ou alguns
vagões cheios deles apenas no caso de você precisar de alguma coisa, ou
qualquer coisa. Adam e eu somos agora o que você chamaria de
compradores profissionais de bebês. Também empacotei algumas de suas
coisas, pois você não teve tempo. Fique forte, Minx, e saiba que estamos
aqui e sempre estaremos.
— Vocês fazem soar como se eu nunca fosse voltar, — ela sussurrou
enquanto lutava contra as lágrimas.

— Não é como se ele gostasse de nós, — disse ele, passando o polegar


por cima do ombro até onde Blane estava, ouvindo-os. —Não sei quanto
tempo vai demorar para te ver, mas assim que meu bebê nascer, pretendo
visitá-la com a garantia de uma passagem segura. Meu filho vai conhecer
sua única tia, e isso é uma promessa. Eu gostaria de poder ver seu futuro,
mas sem Danu, não tenho sido capaz de ver muito de nada. Acho que todos
nós temos que apenas viver e esperar que tudo dê certo. Pelo menos por
agora, certo?

— Precisamos começar a nos mover se quisermos chegar ao


acampamento protegido ao anoitecer, — disse Blane, interrompendo-os.

Ristan saltou da carroça e ficou cara a cara com Blane. — Essa é


minha única irmã com quem você se casou, é melhor você cuidar dela ou
nem mesmo aquele sangue que meio que corre em suas veias vai te salvar
de mim. Ela foi torturada, espancada e abusada. Ela precisa ser tratada com
amor e proteção, e se ela não tivesse me convencido de que você é gentil
com ela, você já estaria morto. Você se lembra de quem ela é, mas enquanto
a detesta por causa do sangue que corre em suas veias, lembre-se do que ela
passou para chegar até você. Lembre-se de que seu filho também carrega
consigo, e ele é tão inocente quanto ela quanto à escolha de quem são seus
pais. Ela é minha irmãzinha, e ela tem centenas de irmãos ansiosos para
esfolar você vivo por tê-la levado em primeiro lugar. Prove que estamos
errados, Dragão. Prove que você é homem o suficiente para tratá-la bem e
protegê-la porque todo acampamento tem víboras. Ela é um alvo para você,
lembre-se disso.

— Ela é minha esposa, vou protegê-la e ao nosso filho com meu


último suspiro, e não tenho intenção de morrer.
— Bom, então bem-vindo à família, — disse ele, estendendo a mão
para Blane aceitar. Blane olhou para ele por um momento, em seguida,
olhou para a carroça em Ciara antes de colocar a sua na de Ristan,
sacudindo-a com firmeza.

— Estamos indo, — respondeu ele enquanto montava em seu cavalo e


acenou com a cabeça para o motorista da carroça começar a se mover.
CAPÍTULO TRINTA E OITO

Ciara foi acordada por alguém sacudindo seu braço enquanto Fury era
tirado dela. Ela se sobressaltou, preparada para lutar enquanto Blane
agarrava seus braços.

— Você está segura, — ele murmurou enquanto a puxava para perto de


seu corpo. — Chegamos ao acampamento e a tenda foi montada para nós.
Venha comigo. — Seus olhos se voltaram para Darynda, que sorriu
ajustando o bebê adormecido em seus braços. O alívio a invadiu enquanto
colocava a mão na de Blane e ele os conduzia para a tenda. Lá dentro, velas
acesas e a cama feita para eles.

Ela se arrastou até ele e se sentou na beirada, estendendo os braços


para Fury, que Darynda alegremente colocou neles. Ela ficou em um
silêncio constrangedor enquanto tentava descobrir o que fazer a seguir.

— Darynda vai exigir arranjos para dormir, — disse Ciara depois que
Blane continuou a apenas olhar para Fury maravilhado.

— Certo, ela pode dormir com as outras mulheres solteiras nas tendas
maiores. Um dos guardas postados na porta irá mostrar você a eles.

Assim que Darynda saiu, ele se sentou ao lado dela e tocou os cachos
que emolduravam o rosto de Fury. —Ele tem o seu cabelo, — ele
murmurou enquanto estendia a mão, beijando sua bochecha. — Você fugiu
de mim, Ciara, — ele advertiu enquanto pegava Fury dela e o colocava na
cama. Sua mão tocou sua garganta quando ele a empurrou, montando seus
quadris enquanto ela o olhava fixamente. —Eu procurei na porra da
floresta, temendo que o frio tivesse vindo e tirado você de mim. Cada
pensamento que eu tinha acabava com você sendo ferida ou morta. Eu perdi
a porra da minha mente procurando pelo seu cadáver. Eu pensei que tinha
perdido você e nosso filho por nascer, e queria trazê-la de volta para matá-la
novamente por me fazer passar por isso.

— Você mentiu para mim, em nossa cama, — ela sussurrou


densamente enquanto molhava os lábios. — Eu pensei que poderia chegar
até você, fazer você ver que eu não era o monstro que você queria que eu
fosse. Não serei sua companheira de criação e nada mais. Eu quero você,
Blane. Eu quero tudo de você ou nada. Sim, eu saí e assegurei a paz para
seu povo. Eles merecem viver livremente em suas próprias terras. Você
merece, mas principalmente eu saí porque sabia que você planejava me usar
para matar minha família, e você pensou que eu era fraca o suficiente para
aceitar isso. Você pensou que eu simplesmente permaneceria em sua cama e
continuaria a foder você e a gerar seus filhos enquanto você os
massacrava. Pense de novo. Sempre vou deixá-lo se você pretende matar
minha família. O que você vai fazer, Blane? Me trancar e me foder quando
precisar sair? Isso não faria de você melhor do que meu pai.

Ele a soltou, afastando-se dela enquanto caminhava pela tenda. Suas


mãos correram por seu cabelo, bagunçando-o quando ele se virou e olhou
para ela com um olhar escuro e penetrante. — Quando chegarmos ao
palácio, uma ama de leite será localizada e você residirá em meu quarto até
que eu decida o que fazer com você.

— Você vai manter nosso filho longe de mim? — ela perguntou


friamente.

— Você me deixou!

— Eu assegurei a paz, algo que você e seu povo não têm há quanto
tempo? Você vai contar a eles que sua rainha vadia está escondida em seu
quarto porque você a trancou lá, ou você já tem uma história elaborada com
Kerrigan para apaziguar as pessoas?

— Este não é Kerrigan, Ciara. Você me deixou e eu não vou deixá-la


ficar impune.

— Então me bata, ou tire da minha carne, Blane. Não leve meu bebê.

— Ele está melhor com uma ama de leite, — ele rosnou.

— Porque ela seria um Dragão? Eu sou sua mãe, ele se alimenta de


mim. Ele é Fae e Dragão e não mais ou menos um do outro. Ele precisa
de mim, não de uma ama de leite que pode alimentar outras crianças.

— Então você vai alimentá-lo, e isso é tudo, — ele rosnou enquanto se


virava e saía da tenda, deixando-a sozinha com sua raiva crescendo dentro
dela.

Ela deveria ir agora, retornar para seus irmãos antes que eles
alcançassem seu reino. Fury choramingou, e ela o pegou, embalando-o
enquanto o trazia para perto de seu seio, balançando-o suavemente. —Ele
não tem ideia do que está fazendo, Dragãozinho. Seu pai é teimoso e cabeça
de porco, mas tem um bom coração. Se ele acha que está levando você para
longe de mim, veremos qual é o gosto, hein? — ela murmurou enquanto
tocava seus lábios em sua testa enquanto seus braços disparavam em
surpresa. Eles gentilmente voltaram a tocar seu rosto e então ele fez a
última coisa que ela esperava, ele chupou seu nariz.

Ela riu e franziu o rosto enquanto o puxava para longe dele e o


colocava em seu peito. Ela olhou para cima, sentindo um olhar pesado e
encontrou Blane olhando para ela. Seu sorriso desapareceu e foi substituído
por uma carranca profunda enquanto ela o observava.
— Ele se alimenta muito, — ele murmurou enquanto voltava para a
cama, colocando a cabeça entre as mãos enquanto ouvia seu filho mamar
em voz alta. — Ele é o milagre que você criou, Ciara.

— Nós criamos, Blane. Você e eu o criamos, mas juro pelos Deuses se


você tentar me tirar da vida dele, arrancarei seu coração do seu peito e o
darei aos red caps.

— Eu sei que você vai, — afirmou ele enquanto se deitava na


cama. —Você me assustou. Nunca me senti tão perdido em minha vida,
nem mesmo quando era criança, e os Fae destruíram tudo. Eu estava com
uma dor no estômago que não parava de acabar ou se desenrolar, e pensei
que tinha perdido vocês dois. Eu não conseguia respirar. Eu não conseguia
pensar, Ciara. Eu tive que seguir Remy porque eu estava uma bagunça, e
isso não pode acontecer. Eu sou o rei.

— E é minha culpa que você está se apaixonando por mim? — ela riu
guturalmente enquanto colocava seu filho entre eles e se enrolava de lado,
de frente para ele.

— Eu não estou me apaixonando por você. Acho que saberia se


estivesse tendo outros sentimentos além de pensamentos assassinos sobre
você. Estou, no entanto, pensando em curvar você, espalhar essa boceta
apertada e rosada e te foder tão forte e profundamente que você nunca vai
esquecer que eu estive lá ou a quem você pertence. Portanto, é uma coisa
boa que você está se recuperando de ter nosso filho, ou todo o
acampamento ouviria você gritar meu nome aos deuses.

— É uma pena, realmente, — ela ronronou roucamente. — Estou


faminta.

— Mulher, não me teste agora. A partir do momento em que você saiu


daquele castelo, a única coisa que eu queria fazer era te foder forte e rápido
até que você soubesse onde você pertence e a quem pertence. Você tem
alguma ideia do que se passou pela minha cabeça quando soube que você
voltou para casa? Quem estava alimentando minha rainha, e ela o queria
mais do que ela me queria? Ela estava feliz por estar com um dos seus, ou
estava morrendo de fome esperando por mim? Então eu tive que considerar
nosso filho, e rezei para que você não estivesse com fome e que estivesse
saudável para que eu pudesse destruí-la sozinho.

— Então eu acho que é uma coisa boa que eu seja Fae e não mortal, —
ela murmurou enquanto procurava seus olhos. —Eu estarei curada em
breve, Rei Dragão. Estou ansiosa para ser totalmente destruída.

Ele começou a alcançá-la e seu filho soluçou, atraindo seus olhos para
ele. Ele gorgolejou, chutando os braços e as pernas enquanto o
observavam. Seus olhos encontraram os de Blane sobre o minúsculo corpo
do bebê. Ela sorriu quando ele soluçou novamente, assustando-se.

— Isso é normal? — ele perguntou.

— Os trigêmeos ficavam com eles o tempo todo quando se


alimentavam em excesso, — ela murmurou enquanto dava um beijo suave
na cabeça do filho.

—Ele é a coisa mais linda deste mundo.

— Deve ser depois de sua mãe, então. — Ele murmurou enquanto


abaixava os lábios e a beijava, enquanto ela beijava a bochecha de Fury.

— Vamos torcer para que ele não tenha a teimosia do pai ou estamos
condenados, — ela riu.
Blane se sentou, movendo-se por cima dela enquanto a prendia na
cama. —Eu não sou teimoso.

— Você é teimoso, garoto, — ela brincou. —Mas eu meio que gosto


disso, e você.

— É assim mesmo? — ele perguntou enquanto deixava cair seus


lábios nos dela e os reivindicou em um beijo que devorou qualquer
resistência que ela pudesse ter tido. Foi um beijo desesperado, cheio de
emoções que pisotearam seu coração, apertando em torno dele enquanto ele
cravava suas garras nela. —Eu gosto mais de você em suas costas, — ele
murmurou densamente.

— Eu gosto mais de você nas suas também, — ela concordou antes de


levantar os lábios para capturá-lo em um beijo penetrante, gemendo contra
sua boca enquanto ele mergulhava a língua entre os lábios para encontrar a
dela, duelando com ela pelo domínio até que ambos estavam ofegantes sem
fôlego.

— Você me desfaz, doce menina, — ele rosnou enquanto rolava para o


outro lado dela e a puxava para perto. —Se você me deixar de novo, vou
acorrentá-la à porra da parede do meu quarto e deixá-la lá para usar como
achar melhor. Não quero sentir isso nunca mais.

— Era um abismo faminto por mim, um abismo que você não foi
capaz de preencher, mesmo com coisas que uma vez o deixaram satisfeito?
— ela sussurrou enquanto se virava para olhar para ele. —Uma dor que
continuou a crescer até que você temeu que fosse engoli-la inteira?

— Você sentiu isso também? — ele murmurou.


Ela assentiu enquanto o olhava fixamente. —Eu queria você, embora
eu quisesse te odiar mais. Senti nosso filho crescendo e queria que você
vivesse isso comigo. Eu queria sequestrar você, acorrentá-lo na masmorra
até que Fury nascesse.

— Você tinha decidido o nome dele antes de eu chegar, — ele disse


suavemente. A mão dele afastou o cabelo dela do rosto enquanto ele beijava
sua testa. —Você escolheu bem.

— É um nome forte e orgulhoso para uma criança que chutou como


um cavalo perto do fim. Eu estaria andando e teria que sentar porque ele me
chutou com tanta força que temi que ele estivesse lutando para sair. Então
quase entrei em pânico porque não tinha certeza de como os dragões
nasciam e não temos registro de nada. Meu pai apagou todas as informações
que tínhamos sobre os dragões, como se pudesse apagar sua existência. Não
tinha ideia do que eu estava fazendo ou se sobreviveria ao nascimento dele,
e a única coisa que eu queria era você. Isso me apavora, pensar que
precisava que você me segurasse para que eu não caísse. Não sei por que
precisei de você, mas precisei. Estou feliz que você apareceu quando o fez,
porque eu sabia que estava em trabalho de parto e me recusei a recebê-lo
até que você estivesse comigo. Honestamente, não acho que ele tenha
concordado, mas de alguma forma conseguimos esperar por você.

Ele engoliu em seco enquanto a olhava fixamente.

—Você é teimosa. Você não pode parar de dar à luz para esperar por
alguém, sua garota maluca.

— Oh, mas eu fiz. Eu esperei por você, e você veio.

— Eu sempre irei atrás de você, Ciara. Você é minha esposa, — ele


proferiu enquanto a virava em seus braços e se enrolava em torno dela. Ela
puxou Fury para mais perto e exalou.
— Estou feliz por ser sua esposa, Blane.

— Senti sua falta, Ciara. Deuses, eu fodidamente senti tanto sua falta
que parecia que uma parte de mim tinha acabado. Eu não conseguia respirar
sem você.

— Eu também senti sua falta, Dragão.


CAPÍTULO TRINTA E NOVE

O palácio dos dragões era enorme e lindamente construído do lado de


fora. Isso significava que seus irmãos tinham feito mais do que apenas
reconstruí-lo. Eles devolveram a Blane seu reino e uma fortaleza que
poderia resistir a um cerco. Tinha uma enorme ponte levadiça que foi
deixada abaixada para recebê-los. Enormes estátuas antigas de dragões
montavam guarda sobre o castelo e tudo ao seu redor.

Toda a comitiva de guerreiros olhou para ele, e então a grande lápide


que ela sabia que Ryder tinha criado estava orgulhosamente no meio de dois
dragões posados em voo, protegendo os mortos. Seu olhar viajou sobre as
runas que cobriam as paredes, runas de proteção contra os Fae e quaisquer
outros que quisessem prejudicar aqueles que residiam nas paredes.

No topo da torre mais alta estava a bandeira dos dragões, uma única
caveira de Dragão com fundo branco, e ao lado dela estava a da Horda,
adornada com asas douradas, indicando a marca da besta. Não havia sido
hasteada antes, não desde que eles tomaram o castelo de Alazander,
mostrando que um novo rei foi escolhido e que foi reivindicado para a
Horda.

— Ele deu sua aprovação, — Blane murmurou. — Ele manteve sua


palavra.

— Você presumiu que ele não iria? — ela perguntou ao aceitar Fury de
Darynda e ficar ao lado de Blane. —Homenzinho, você está em casa, — ela
murmurou enquanto corria o nariz sobre a cabeça dele. — Seu pai nasceu
aqui, e o dele antes dele. E agora você está aqui, e um dia, isso será seu.
— Os homens entrarão primeiro e limparemos, então encontraremos
nossos quartos, e você permanecerá lá até que eu diga o contrário.

— E Fury? — ela perguntou, orando aos Deuses para que ele não o
levasse embora.

— Ele permanecerá com você. Isso não é um castigo, Ciara. Isso é


emocionante para todos aqui que estão retornando pela primeira vez desde
que fugimos do exército de seu pai para salvar nossas vidas. Estou
protegendo você do que pode ou não acontecer. Fyra e Remy estarão à sua
porta, já que se ofereceram para mantê-la segura até que eu possa me juntar
a você. Darynda deve se juntar a você e, assim que a celebração terminar,
eu irei até você.

— Você tem medo que eles nos ataquem? — ela perguntou.

— Não sei o que farão, por isso estou tomando precauções. Você é
minha para proteger, assim como Fury. Eles vasculharam, — ele anunciou
quando Remy acenou do topo da parede. Ela sorriu para ele, já sabendo que
estava vazio.

Ela sabia que Synthia tinha colocado as runas, o que significava que
estava a salvo de qualquer criatura, menos ela. Ela havia definido aqueles
para os Fae que queriam fazer mal, o que não passou despercebido de
Blane. Ele observou enquanto ela caminhava pelos portões e ouviu sua
expiração, que queimava, ele ainda não confiava nela.

No momento em que entraram no pátio, ele estremeceu. Ela olhou para


cima, observando enquanto os dragões voavam bem acima deles. Alguns
pousaram no pátio, rolando enquanto pousavam, e ela observou Blane,
olhando para eles com saudade.
— Nós nunca teremos isso juntos, — ela apontou enquanto ele olhava
para longe dela para esconder seus sentimentos.

— Não, você nunca voará comigo nas nuvens, — ele admitiu. —


Nosso filho vai.

— Bem-vindo ao lar, Blane. — Ela sussurrou enquanto passava pela


entrada principal e encarava o lindo trabalho que seus irmãos e as deusas
haviam feito. Ela engasgou quando percebeu que este era o quarto que ela
entrou descalça. Isso era o que ele queria que ela visse, e era exatamente
como tinha sido quando ela esteve aqui. Como se eles tivessem arrancado
de sua mente.

— Remy, leve Ciara para nossos quartos, — Blane disse enquanto


fazia uma pausa, beijando Fury antes que ela começasse a se afastar,
seguindo Remy. Ele gritou por cima do ombro. —Deve haver três conjuntos
de quartos no topo da escada. Um é o quarto da rainha, o outro um
berçário. Meu quarto está fora dos limites para eles, os dois.

Ciara engoliu em seco enquanto revirava os olhos, virando-se para


olhar para Remy, que coçou a nuca. —Por aqui, lindos olhos, — ele
murmurou enquanto eles começaram a subir as escadas. Ciara foi curada,
felizmente, porque ela tentou teletransportar e falhou. Ela olhou para trás
pelo caminho por onde tinha entrado, encontrando homens já pintando as
runas na parede. ―Para nossa proteção. — Remy explicou enquanto
pegava seu olhar.

— Ou então eu não posso deixá-lo de novo, — ela murmurou


enquanto seguia seu corpo rígido de volta ao topo da escada e por um longo
corredor sinuoso.

As portas se abriram e ela entrou, encontrando a imagem espelhada de


seu quarto, onde deveriam ser os aposentos da rainha. Tons de arco-íris de
tecido cobriam a cama, que era quase exatamente como a dela, mas muito
maior. Era branco estéril, que ela preferia em qualquer outro lugar. Ela se
mudou para o pequeno berço que tinha dragões carinhosamente esculpidos
nele e colocou seu filho para que ele pudesse continuar dormindo.

― Que diabos, é um maldito arco-íris aqui, — Remy reclamou. —Na


verdade, parece que alguém cagou dentro desta sala.

— É meu quarto no meu palácio. Apenas o material puro é colorido,


todo o resto é branco. No pavilhão, os quartos brancos eram proibidos para
meu pai. Sua besta ficaria longe deles, assim como ele, para que nós nos
escondêssemos neles quando crianças. As cortinas de pano ou gaze podem
ser de qualquer cor que você escolher, mas todo o cômodo permanece
branco. É como eu prefiro que fique.

— É bonito, mas você sabe que tem um bebê, certo? Eles gostam de
destruir coisas brancas. E ele está morto e nunca mais poderá fazer mal a
você, Ciara. Você está segura aqui, conosco agora.

— Ele está, mas também o foram outras criaturas que se levantaram de


seus túmulos. Isso me acalma, e eles sabem disso, por isso meu quarto é
branco. Não preciso de um quarto chamativo, simples, mas elegante, é o
suficiente. — Ela foi até a varanda, afastando as cortinas de seda coloridas e
abrindo as portas.

Os dragões encheram os céus, centenas deles, enquanto voavam ao


redor do castelo em um padrão circular. Blane estava entre eles, ela podia
vê-lo na frente, voando ao lado de uma Dragão fêmea, e a dor perfurou seu
peito. Sua garganta se apertou e ela exalou antes de tirar os olhos deles.

— Fyra não veio para nos proteger.


— Não, ela pediu a Rayna para tomar seu lugar para que ela pudesse
voar entre os dragões. Ela está com Blane agora... lá, — ele os apontou na
grande legião de dragões que se contorceram e mergulharam, então subindo
mais alto no céu. —É um rito de passagem que não pudemos fazer porque
fomos incapazes de voltar aqui. Vai durar até o amanhecer, e então eles vão
acasalar.

— Todos eles? — ela perguntou suavemente enquanto inclinava a


cabeça.

— Não posso dizer o que vai acontecer e quem vai terminar o


ritual. Eu só posso dizer o que isso acarreta. Eu acho que ele vai se acasalar
com ela? Ele poderia, o Dragão dele escolheu você, e ele não. Ele não está
preso às regras que nós estamos, ele é diferente. Sua forma humana pode
escolher com quem ele dorme, mas seu Dragão sempre escolherá você,
Ciara.

— Ele é um semideus, estou ciente do que ele é.

— Então você sabe que ele é diferente de mim, ele pode foder quem
ele quiser, e se sua companheira for morta, apenas seu Dragão lamentará
sua perda. A questão é que seu Dragão acasalou duas vezes agora, ao
contrário de qualquer outro Dragão criado, mas então ele é o primeiro
Dragão criado. Nós acasalamos para o resto da vida, assim como nossos
dragões, e mesmo o Dragão de Blane não segue nossas regras. Eu planejo
acasalar para o resto da vida de qualquer maneira, e seguir quem meu
Dragão escolher. Ele é mais esperto do que eu; ele gosta de você e sempre
gostou, mesmo quando eu não gostei. Mas eu também não estava aqui
quando isso aconteceu. Eu estava servindo ao rei, mas perdi todos que
amava na guerra dos dragões. Voltei para encontrar o castelo arrasado e
nada além de cinzas e corpos queimados quando entrei nele. Nós os
encontramos na floresta, escondendo-se dos Fae. Blane era apenas uma
criança, mas todos nós sabíamos que algum dia ele se tornaria nosso rei. Ao
contrário do resto de nós, ele não nasceu com um Dragão. Ele o herdou.
Quando Fury morreu, ele o encontrou, e ele era imparável, impulsionado
pela vingança pelo que havia testemunhado. Estou feliz por ter partido, ou
teria morrido lutando contra eles para salvar aqueles que eu amava, como
inúmeros outros fizeram.

— Você ouviu meu irmão, então está ciente de que ele liderou o
exército aqui para me salvar, — ela respondeu, virando-se para olhar para
ele. —Você acha que ele deveria ter feito isso? Ou me deixar morrer?

— Se você está me perguntando se eu te culpo, eu não culpo. Eu não o


culpo tanto quanto os outros, ele não teve muita escolha. Também há o
conhecimento de que ele era apenas um soldado seguindo ordens. Ele
liderou porque seu rei o mandou. Ele não decidiu nosso destino e, pelo que
você disse, ele não gostou de sua tarefa e sua vida estava em jogo. Se a vida
da minha irmã estivesse em jogo, eu não hesitaria em salvá-la. Então, eu
culpo você pelos feitos de um monstro? Absolutamente não, Ciara, — ele
rosnou enquanto colocava as mãos nos quadris e abaixava a cabeça. —A
vida é inconstante, e muitos de nós somos apenas soldados que vão onde
nos mandam, matamos quem nos mandam matar, e fazemos isso sem
hesitação. Ele hesitou, o que significa que não queria fazer isso. Isso
significa que o que acreditávamos ser verdade não era, e aí está você. Você
não é nada como esperávamos e eu respeito você, mesmo que você seja
teimosa e tenha os seios mais quentes que já vi em muito tempo. Você é o
oposto do que pensei que fosse. Você correu para nos salvar, embora tenha
hesitado. Sim, — ele disse, afastando seu protesto antes que ela pudesse
argumentar. —Eu vi você fazer uma pausa, e não te culpo por isso. Você
poderia ter fugido então, não havia nada que dissesse que você tinha que
salvar nossas vidas. Você era nossa prisioneira e, ainda assim, entrou
correndo e nos salvou. Você não precisava fazer isso, e tudo que nos
ensinaram nos diz que a Horda gosta de assistir a vidas inocentes enquanto
elas desaparecem. Você se apressou. Isso para mim diz mais do que
qualquer rumor pode dizer ou provar. Você é a porra de uma guerreira deusa
que pôs em perigo sua própria vida por bebês e crianças Dragão. Se eu
tivesse a escolha de quem nomear rainha, seria você.
— Mas Blane não vê dessa forma, — ela franziu a testa enquanto
olhava para a noite.

— Ele é o rei aqui, seu povo exige vingança pelo que ocorreu. Ele é
obrigado a buscá-la e, se mudar de ideia, poderá enfrentar a guerra entre seu
próprio povo. Há muitos que só queriam voltar para casa, então ele pode
mudar a opinião dos outros, já que sua família nos salvou séculos de refazer
este lugar. Mesmo aqueles de posição nobre inferior receberam casas de
grandeza. Você foi sábia em pedir isso.

— Como você sabe que fui eu? — ela perguntou.

— Porque você é nossa rainha e você odiava vê-los em tendas. Porque


quem mais pensaria nas pessoas inferiores além de uma rainha? Quando
anunciamos que estávamos nos mudando novamente, você quis evitar. E
posso ler mentes e saber a verdade por meio de uma mentira, algo que meu
Dragão me deu quando fiz meu rito de voo.

— Isso explica muita coisa, — ela resmungou enquanto se virava e


suspirava. —É tarde, e eu preciso tomar banho e alimentar Fury para que
ele possa dormir.

— Claro, — ele sorriu. —Mas se você tiver qualquer leite sobrando...

— Não termine com isso, — ela riu enquanto seu rosto se


contorcia. —Isso é tão errado em tantos níveis, Remy. Vá embora, você é
incorrigível.

— Boa noite, minha rainha, — ele disse enquanto seus olhos caíram
para o seio inchado. —Eles parecem estar doendo. Se você precisa de uma
massagem...
— Fora você, — ela rosnou enquanto o empurrava para a porta.

Assim que ficou sozinha e deu entrada em Darynda no berçário, ela


alimentou Fury na varanda com um cobertor sobre sua cabeça enquanto
observava os dragões correndo pelo céu. Ela tinha ouvido histórias de seu
rito de passagem, com o Dragão mais forte e mais rápido reivindicando
qualquer donzela que ele quisesse quando o sol começou a nascer, ou antes,
se ele já a tivesse escolhido.

Ela acomodou Fury no quarto das crianças e voltou a ficar na varanda


para assistir a exibição deslumbrante de bestas mágicas enquanto lutavam
para reivindicar a donzela mais bela. O vento farfalha nas cortinas de seda,
enviando-as voando ao redor dela. Ela olhou ao redor do céu enquanto os
dragões continuavam a voar mais alto ainda. Seus olhos vagaram até que
ela pegou um grande objeto com o canto do olho. Ela engoliu em seco
quando um voou direto para o castelo, direto para a varanda em que ela
estava empoleirada.

No céu cada vez mais escuro, era difícil distinguir quem era, exceto
um dos muitos dragões no ar. Seu coração saltou para a garganta quando o
medo correu por ela e desceu por sua espinha. Ela recuou lentamente,
incapaz de gritar enquanto o poder irradiava ao seu redor. As velas se
apagaram quando o vento se intensificou, deixando-a na escuridão, com
apenas o luar para ver. Seu cabelo voou ao redor de seu rosto enquanto ela
recuava mais rápido até que ela tocou a parede e não pôde escapar
mais. Não parou, apontando direto para as portas abertas de seu
quarto. Exatamente quando deveria ter atingido a lateral do castelo, o poder
exsudou dele, e seu cabelo se arrepiou quando a carga elétrica encheu a
sala. Isso a deixou sem fôlego enquanto o observava se transformar no meio
do ar, entrando suavemente na sala e indo direto para ela.

— Blane, — ela murmurou sem fôlego enquanto ele caminhava em


sua direção com um propósito singular.
Sua transformação foi fácil quando ele se moveu para onde ela estava
e a ergueu contra a parede, reivindicando seus lábios com avidez. Suas
mãos separaram suas pernas enquanto ele esfregava sua ereção contra ela
enquanto sua magnitude de poder ondulava pela sala. —Eu vim reivindicar
minha donzela, — ele rosnou enquanto beijava seu pescoço, batendo-a
contra a parede com força para mostrar seu ponto de vista. —Espero que
você esteja com fome, minha pequena rainha, porque estou morrendo de
fome por você.
CAPÍTULO QUARENTA

Ele a empurrou contra a parede, levantando suas pernas enquanto


reclamava sua boca até que ela gemeu contra a pressão que seu pênis estava
criando contra seu centro. Ele rosnou fortemente, enlouquecido de
necessidade e qualquer que seja o inferno que o rito criou dentro dele. Sua
fome era crua, desenfreada, e sua boca fodeu a dela até que ela ficou tonta e
com vertigens. Blane soltou sua boca, permitindo que o ar entrasse em seus
pulmões em chamas, e então ele tirou sua camisa, rasgando-a de seu corpo e
jogando-a de lado enquanto beijava seu caminho até o pescoço, curvando a
cabeça enquanto a olhava para seu seio.

— Eles doem? — ele perguntou, e ela balançou a cabeça. A boca dele


tocou seu seio inchado e ela gemeu quando ele ergueu os olhos azuis para
ela e sorriu sedutoramente. —Você está molhada, esposa, — ele sussurrou
guturalmente. —Eu posso sentir o cheiro da sua necessidade de foder como
se fosse o perfume mais doce já criado.

— Você pode? — Ela sussurrou enquanto deixava sua cabeça rolar


para trás para a parede enquanto pressionava seu corpo contra o dele. O
som que ele fez no fundo de seu peito a fez levantar a cabeça e abrir os
olhos. Seu Dragão observou, chacoalhando contra a gaiola que o
segurava. —Eu vejo você aí, — ela murmurou enquanto reclamava seus
lábios enquanto ele a carregava para a cama, abrindo caminho através das
cortinas de arco-íris que protegiam sua cama de olhos curiosos.

— Deuses, criatura, você me deixa louco, — ele rosnou enquanto se


ajoelhava entre suas pernas, puxando a saia que ela usava. Ela usava
calcinha preta com laços nas laterais. Seus dentes baixaram, desatando as
fitas que os prendiam com os dentes. Depois de terminar, ele beliscou seu
quadril antes de usar os dentes para puxá-los o resto do caminho para longe
de seu corpo, jogando-os de lado antes que sua língua abaixasse, lambendo
avidamente seu sexo em um padrão de ziguezague até que ele empurrou
para dentro.

Ela engasgou enquanto ele a observava, empurrando sua língua cada


vez mais fundo até que ele encontrou seu lugar e se esfregou contra ele até
que ela estava tremendo e implorando por misericórdia. Suas pernas
tremeram ao redor de sua cabeça, onde suas coxas o seguraram no
lugar. Ele riu roucamente contra sua carne, continuando até que ela
explodiu em êxtase. Mas ele não parou, ele moveu a boca, retirando a
língua para beijar o interior de suas coxas. Seus dentes beliscaram enquanto
sua boca descia por uma coxa e depois mais até que ele mais uma vez se
banqueteou com sua carne necessitada, onde sua língua mergulhou dentro e
ele rosnou do fundo de seu peito.

Ele trabalhou seu corpo até que ela se esfregou contra ele, gritando seu
nome enquanto a empurrava para o limite. Lentamente, ele beijou seu
caminho até sua boca, empurrando sua língua, forçando-a a provar sua
excitação enquanto seu pau entrava lentamente.

— Dragão, — ela proferiu sem fôlego. —Juro pelos Deuses se você


for devagar porque acha que não aguento, vou te cortar e fazer o trabalho
sozinha, — alertou.

— Cuidado com o que você deseja, — ele riu enquanto se recostava,


levantando as pernas dela por cima do ombro enquanto empurrava seu
corpo sem esperar por permissão. Ele empurrou seu corpo para baixo,
levantando sua bunda enquanto empurrava dentro dela até que suas marcas
se inflamaram e as paredes ao redor deles cantaram com seu poder. Ela
sorriu quando ele parou, olhando ao redor da sala. — Que merda, Ciara. —
Exigiu ele.
— Se ele sentir meu poder, ele aumenta. Vou precisar me alimentar
mais para ter certeza de que Fury será alimentado. É um presente e uma
forma muito rara de barreiras e runas misturadas, agora comece a se mover,
Dragão.

— Coisinha atrevida, não sou o único homem na sala que quer transar
com você, — ele avisou enquanto seu pau crescia e ela resistia contra ele,
virando-se para o lado enquanto ela descansava a perna sobre seu ombro.

— Faça o seu melhor, — ela exigiu, e ele sorriu para seu desafio.

— A quem essa boceta pertence? — ele exigiu suavemente. Quando


ela não respondeu e apenas sorriu para ele, ele inclinou a cabeça e trouxe a
mão para baixo em sua bunda, enviando uma onda de dor pulsando por sua
carne. Ela gritou quando ele abaixou novamente, massageando lentamente
sua carne. —Eu perguntei a quem essa boceta rosa bonita pertence, — ele
rosnou. —Eu espero uma resposta, — ele avisou, batendo em sua carne
novamente antes de empurrar mais fundo.

—Você, é seu, meu Rei Dragão, — ela murmurou enquanto o usava


para conseguir o que precisava, contorcendo-se contra seu pau enquanto
batia contra seus nervos, enviando calor e suor na base de sua espinha
enquanto ele a observava.

—Porra, você é tão quente, — ele rosnou enquanto se retirava e a


virava de bruços. — Quando eu terminar com você, você sempre me
sentirá. Você nunca vai esquecer quem a teve primeiro e quem a terá por
último. Você é minha, minha até o fim dos tempos. Você está me ouvindo,
Ciara? Nenhum homem jamais saberá que gosto você tem, como você fode
ou que rosna quando se desfaz por mim. Você é minha, para sempre.

Ele agarrou seus quadris, entrando com força e rápido até que ela
enterrou a cabeça no colchão macio, gritando seu nome enquanto seu corpo
tremia ao redor dele. Seu corpo estremeceu, e então sua mão alcançou seu
cabelo, virando sua cabeça para que ele pudesse reclamar seus lábios. Ele
enviou borboletas correndo, seu corpo apertou contra o dele enquanto o
orgasmo a rasgava. Seu nome foi tudo que ela conseguiu dizer; como um
eco, ela sussurrou repetidamente enquanto ele a tomava.

Horas passaram e ainda assim ele não diminuiu a velocidade. Em vez


disso, ele ficou mais duro e exigente até o amanhecer e eles desabaram em
uma pilha de lençóis e membros emaranhados. Ele a puxou para perto,
sussurrando em sua língua estrangeira enquanto sua barriga queimava. Ela
se sentou, sorrindo para ele enquanto ele olhava para cima.

— O que é que foi isso? — ela perguntou.

— Essa era minha reivindicação sobre você, — ele sussurrou


asperamente. — Você está duplamente fodida, — ele riu. —Eu reclamo
você como meu rito e minha companheira, pequena rainha.

— Eu estou bem com isso, — ela admitiu enquanto se inclinava e o


beijava. —Agora, meus seios doem e eu preciso alimentar seu filho porque
aparentemente comi demais.

Ele riu, agarrando um, e depois saiu cuspindo. — Você atirou no meu
olho.

— Eu não fiz! — ela bufou e depois riu ao ver seu olhar


descontente. —Você... você, — ela riu até que seu lado doesse, até que ele
riu ao lado dela e eles rolaram na cama. Ela se virou, segurando seu lado
enquanto se sentava.

— Você é uma mulher perigosa, — ele murmurou enquanto a puxava


para si, beijando-a suavemente. —Agora vá buscar nosso filho e alimente-
o. Preciso dessas coisas vazias para ter o controle.

— Já está usando seu filho para te ajudar? Estou com problemas, —


ela riu enquanto se levantava, movendo-se para o berçário. Ela acenou para
Darynda se afastar quando ela se levantou, esfregando os olhos. —Estou
apenas alimentando ele.

Ela alcançou o berço, puxando Fury para ela e sorriu enquanto olhos
azuis brilhantes a encaravam. Ele pode ser parte Dragão, mas ele era
totalmente Real Fae e poderoso se seus olhos já começaram a brilhar. Seus
olhos já estavam mudando, para o azul do oceano com anéis índigo ao redor
deles. Seus braços se sacudiram como se ele estivesse se flexionando e ela
caminhou lentamente com ele de volta para seu quarto.

Blane tinha vestido um moletom azul suave e estava fechando as


cortinas quando ela entrou no quarto. Ele se encostou na parede,
observando enquanto ela se movia para a cama, colocando Fury sobre ela
antes de ir até a cômoda e tirar uma camisola.

— Eu não posso teletransportar ou usar glamour aqui, — ela apontou.

— Você vai viver como eu, sem magia, — ele anunciou


suavemente. —Se Fury não pode usar isso, ele precisa saber que não é
diferente de sua mãe. Você precisará de tempo para se ajustar. E gosto de
ver você fazer as coisas mundanas, como tomar banho. Eu quero ver você
escovar seu cabelo, sabendo que eu o emaranhei.

A mão dela voou até o cabelo e ele riu. —Isso é loucura, — ela
apontou. —Eu uso magia desde que era jovem.

— E eu fui ensinado a tomar banho, — ele murmurou enquanto a


observava gentilmente pegar Fury e sentar com ele na cama. Ela largou a
alça de ombro e presenteou seu filho com o seio enquanto ele o pegava
avidamente. —Acho que ele gosta deles tanto quanto eu, — ele riu
enquanto se sentava atrás dela, puxando-a para descansar contra seu peito
enquanto ela alimentava seu filho. —Você vai se ajustar, e se ele mostrar
sinais de magia, vamos remover as proteções. — Os olhos de Fury
brilharam quando Blane olhou para ele. — O que provavelmente vai
acontecer mais cedo ou mais tarde, — ele murmurou baixinho. —Ele é
perfeito, Ciara.

— Não é? — ela perguntou. —Ele se parece com você quando está


bravo, — ela apontou.

— Ele parece? Provavelmente uma coisa boa, ele é um pouco bonito


demais, — ele riu. —Não posso deixar as outras crianças pensando que ele
é delicado.

— Ele será delicado, mas não como uma flor. — Ela voltou seus olhos
brilhantes para Blane. —Delicado como um barril de pólvora, pronto para
explodir, — ela meditou.
CAPÍTULO QUARENTA E UM

Ela ficou presa em seu quarto por dias, e a cada dia que Blane
ordenava que ela permanecesse lá, ela ficava um pouco menos disposta a
ficar nele. Ela era a rainha e ainda assim estava trancada em seu quarto
com guardas postados do lado de fora das portas. Ela passou incontáveis
horas na varanda com Fury, observando os dragões e as pessoas enquanto
eles brincavam e começavam a cuidar das colheitas que sua família havia
fornecido.

Ele a ignorou depois de reivindicá-la para seu rito de voo, como se ela
não importasse mais. Foi o suficiente. Ela colocou Fury nos braços de
Darynda e disse-lhe para levá-lo ao berçário enquanto ela descobria o que
estava acontecendo que seu marido nem se deu ao trabalho de visitá-la ou
ao filho.

Ciara abriu as portas e marchou para fora, encontrando seus guardas


alheios à sua saída enquanto flertavam com algumas das criadas. Ela tinha
bancado a prisioneira perfeita por tempo suficiente para que eles ficassem
frouxos com sua posição de detalhe. Ela fechou as portas silenciosamente,
correndo pelo corredor em direção aos degraus. Fazendo seu caminho para
o grande salão, ela fez uma pausa quando o som de Blane falando criou
uma dor de desejo em seu estômago.

Ela deslizou para o grande salão, parando no meio da multidão de


pessoas que assistiam nos fundos, todos juntos, enquanto ele e seus oficiais
falavam da frente da sala.

— Ela pertence a uma família boa e nobre e é favorecida pelo povo, —


comentou Kerrigan. — A cadela da Horda desempenhou seu papel. O reino
acabou sem que tenhamos que consertá-lo, as pessoas estão felizes com o
que receberam. Eles expressaram suas preocupações e preocupações com a
escolha de sua noiva, e com o que seu pobre filho nasceu. Ele é inocente,
mas não é nosso. Ele carrega a marca da Horda em sua carne, e isso deixou
seu povo apavorado com o que ele se tornará depois do que foi feito a nós
pelas mãos de seu povo. Você precisa de um herdeiro que eles não temerão,
e Hannah pode providenciar isso. Ela é de sangue puro, então não haverá
dúvidas sobre o que seu filho seria com ela.

O estômago de Ciara caiu quando começaram a latejar suas têmporas.

— Ela é uma boa escolha, — Blane concordou com uma carranca na


boca. —Ela seria uma boa rainha para meu povo. Precisarei falar com Ciara
e dar-lhe tempo para se ajustar ao que foi decidido. E seu novo papel
também, — ele murmurou.

— Claro, e a masmorra está pronta para ela.

— Ela não será movida para a masmorra. Ela ainda é a mãe do meu
filho.

— Como você deseja, mas as pessoas sentem que ela é uma ameaça
para eles.

Ciara piscou, certa de que tinha ouvido mal. Ele não faria isso,
faria? Claro que sim, ele conseguiu o que precisava dela, e ela entregou a
ele em uma bandeja de prata.

— Então está decidido, os anúncios serão feitos, e Hannah substituirá a


rainha atual por uma com a qual as pessoas possam ficar felizes. E a seu
pedido, providências serão tomadas para que a velha rainha seja removida
de seus aposentos com o inimigo que ela trouxe para o nosso meio
imediatamente.

Ciara saiu do quarto lentamente e dolorosamente voltou para o seu


aposento. Então eles estavam desfazendo o que haviam feito? Seu
casamento não significava nada para Blane? Eles tiveram um filho juntos, e
assim, ela foi substituída? Ela iria assassiná-lo, porra.

Ela tentou teletransportar, observando as paredes acenderem em


advertência. Ele criou uma gaiola, mentindo para ela sobre porquê ele fez
isso. Não tinha nada a ver com seu filho e a necessidade de ver sua mãe
fazer coisas mundanas. Era para mantê-la aqui, mantê-la prisioneira e
incapaz de deixá-lo.

Os guardas a observaram se aproximar com apreensão quando ela


passou por eles e entrou na sala. Uma vez lá dentro, ela caiu de joelhos
quando seu estômago ameaçou esvaziar no tapete branco. Por que ela
continua fazendo isso consigo mesma? Pensando que ela poderia alcançar o
bastardo que permitiu que outros o convencessem de suas opiniões.

Ela pensou que eles haviam superado o pior de tudo, e ela havia refeito
este lugar para seu retorno. Ela entregou a ele todo o seu reino de volta em
sua grandeza total sem ele pedir por isso. Ciara olhou ao redor da sala,
notando que estava vazia, menos algumas peças de roupa que ela possuía.

Ryder teve as costureiras cuidando das necessidades de Synthia em sua


chegada, enquanto Blane não tinha feito nada por ela. Synthia não estava
trancada em seu quarto, incapaz de se mover livremente pelo castelo
também. Ciara tinha dois cômodos em todo o castelo que ela tinha
permissão para entrar, e o quarto de seu marido não era um deles.

Ela se contentou em permanecer nos quartos porque Fury era tão


pequeno, e ela não queria ficar longe dele, e ainda assim ela não teve
escolha. Ele tirou a magia dela, deixando-a indefesa, e ela permitiu porque
ela queria acreditar nele.

No entanto, enquanto ela estava trancada em seus aposentos, ele estava


escolhendo sua nova rainha, como se ela fosse apenas uma inimiga que não
significava nada para ele. Uma semana se passou desde que ela o viu e
todos que o visitaram ou entraram simplesmente disseram que ele estava
acomodando seu povo, e ela acreditou em suas mentiras. Ela estava
acostumada a estar em um lugar onde mentiras não aconteciam, e se
acontecesse, ela poderia examiná-los, já que o jogo de palavras era fácil de
entender para os Fae.

A maçaneta se moveu e ela caminhou lentamente até a mesa que


continha rosas recém-aparadas. Ela os puxou para fora, colocando-os de
lado enquanto segurava o vaso e se virou para observar enquanto Blane
entrava na sala.

Ela o jogou com raiva, observando enquanto ele se espatifava perto de


sua cabeça. Ela se virou, pegando o próximo antes de usá-lo para acertá-lo.
Ela o atingiu, quebrando enquanto ele gritava.

— Que porra é essa, Ciara? — Ele demandou. Seus olhos queimaram


de raiva enquanto a observava passar para o próximo. — O que diabos há
de errado com você? — ele rosnou enquanto apressava, pegando-a.

— Saia de perto de mim! Você achou que eu não saberia? Seu


desgraçado! — ela soluçou enquanto afastava os braços dele e se afastava,
olhando para ele. — Saia!

— O que diabos há de errado com você?


— E quanto a Fury? Ele será nomeado seu bastardo quando você levar
sua nova noiva? — ela fervia enquanto suas marcas pulsavam e as paredes
brilhavam em advertência, enviando dor através dela.

— As pessoas não desejam mais que uma forasteira seja sua rainha, —
disse ele friamente. —Eu sou o rei deles por escolha, não posso negar a eles
seus desejos. Kerrigan acha que eles vão se revoltar contra você se eu não
der ouvidos às pessoas.

— Você se casou comigo! Eu não pedi para ser sua noiva, e Fury não
pediu para ser seu filho, e ainda assim não seremos nada para você? — ela
se irritou ao pegar outro vaso, apenas para ele agarrar seu pulso e levá-la
para o chão.

— Você sempre será minha, — alertou. —Ele é Fae, ou você se


esqueceu? Você e sua família massacraram nosso povo. Eles têm o direito
de temer o que acontecerá conosco se alguém residir no trono. Ele tem suas
marcas, e não é segredo que embora você tenha conquistado seus corações,
eles ainda temem você e meu filho. Kerrigan estava certo em pedir o voto
popular, como o povo exigia que ele fizesse. Mas isso não significa que
você está livre para partir. Você vai ficar aqui, comigo. Você se tornará
minha amante.

— Seu bastardo, — ela riu. —Eu não serei nada sua.

— Não foi minha escolha.

— Você é o rei! Kerrigan está guiando você pelo pau, e você não faz
nada além de segui-lo e fazer o que ele diz. Você é o rei, Blane. Cresça a
porra das bolas! — ela exigiu enquanto o empurrava para longe dela.
— Fury permanecerá no quarto das crianças, — ele anunciou enquanto
se levantava do chão, olhando para ela. — Chamei uma ama de leite para
alimentá-lo e cuidar dele. Você será removida de seus quartos dentro de
uma semana. Eu os mandei preparar quartos para você e sua criada em
outra ala com a equipe do castelo. — Ele engoliu em seco enquanto a
observava se levantar. —Você precisa se alimentar.

— Eu prefiro morrer, — ela sussurrou friamente. — Saia.

— Ciara, isso também não era o que eu queria, mas um rei só é rei se
agrada seu povo.

— Cale a boca e dê o fora, — ela exigiu entre lágrimas de raiva. —


Agora eu sei por que você colocou as proteções. Você está me prendendo
porque sabia que isso iria acontecer. Você sabia que eu o deixaria. Você é
fraco. Um rei não ouve nem recebe ordens de seus homens. Ele ouve seu
povo, mas não se curva a ninguém. Nem eu. Vou encontrar uma maneira de
deixá-lo, e quando o fizer, você não precisará se perguntar por que eu fiz
isso. Você saberá por que eu fui, bastardo.

— Você não vai me deixar, nunca. Eu gosto muito do seu corpo e da


sua mente para permitir isso.

— Isso é muito ruim, — ela sussurrou. —Você me perdeu quando não


teve coragem de defender a mim ou a seu filho. Estou pronta para me
mover agora, e se alguém mais alimentar meu filho, vou remover a porra da
cabeça de seu corpo. Ele é meu, eu sou a mãe dele, Blane.

— Então você pode ser acorrentada e mantida na masmorra.

— Como você deseja, — ela rosnou.


Ela o observou sair da sala e enxugou as lágrimas. Ela chamou
Darynda para ela, segurando Fury enquanto ela se movia para a
varanda. Ela observou Blane sair do castelo com Kerrigan ao seu lado.

— Synthia, — ela sussurrou, enviando a chamada para o reino da


Horda. —Retire tudo o que foi feito, exceto a vala comum. Pegue tudo de
volta e devolva este lugar ao seu estado depois que o atacamos. Queime a
bandeira da Horda do castelo, removendo a paz que ele recebeu. Eles
precisam ser lembrados de quem somos e por que você não cruza a Horda.

Ela observou enquanto as colheitas começavam a cair, ficando pretas


enquanto as mulheres colhiam alegremente os vegetais pelo caule. As
paredes desmoronaram, devolvendo o castelo às ruínas enquanto ela ficava
na varanda, embalando seu filho. Blane e Kerrigan olharam para onde ela
estava e franziram a testa. Seus olhos observaram o estado decadente em
que o castelo caiu. Já não era um castelo imponente e orgulhoso, mas sim
ruínas assustadoramente belas. Seus olhos correram ainda mais, observando
enquanto a vila se decompunha.

A madeira que eles usavam para construir casas se transformou em


serragem, e a bandeira que simbolizava a paz queimava no alto do castelo.
Ela se afastou do olhar zangado de Blane para entrar no quarto que estava
enegrecido pelo fogo, coberto de cinzas. Ela se sentou nos restos da cama,
desnudando o seio para Fury para alimentá-lo.

Se eles não a quisessem como sua rainha, poderiam ter o que era
deles. Os restos carbonizados do que já foi um belo castelo. A porta se abriu
e Blane e Kerrigan entraram com uma babá atrás deles, que saiu correndo
com um olhar preocupado. Os guardas chegaram, franzindo a testa
enquanto a levavam, alimentando seu filho.

— Leve meu filho, — Blane rosnou.


Ciara lutou contra a raiva e a dor enquanto os guardas se moviam para
resgatar seu filho. Ela permitiu, não querendo assustar Fury. Ela engoliu o
soluço, não querendo que Blane visse o quanto a machucava ter seu filho
levado.

— Leve a rainha e sua serva para a masmorra. Coloque-os em celas


separadas. — Ciara olhou para Kerrigan, que sorriu com triunfo. —
Ninguém deve entrar na cela dela, ninguém além de mim. Ela não deve se
comunicar, a menos que eu diga o contrário.

— Você acha que será capaz de me segurar? — ela perguntou,


levantando-se enquanto endireitou o vestido. — Meus irmãos trarão toda a
Horda sobre você, e você não será capaz de se defender com esta pilha de
pedras em que estamos. Espero que sua rainha goste de seu quarto. — Ela
sorriu para ele com uma frieza que ela sabia que ele sentia. —Estou pronta.
— Ciara endireitou os ombros quando Darynda colocou a mão na dela.

O medo a dominou, mas ela não quis demonstrar. Ela não se curvaria
a nenhum homem, muito menos a alguém que a jogasse longe com seu filho
à primeira vista de problemas. Tudo o que ele tinha a fazer era defender ela,
por eles. Os guardas se moveram atrás dela, empurrando-a enquanto
passavam pelas pessoas que se reuniam nos corredores. Eles observaram
enquanto ela era conduzida de seu quarto.

Remy franziu a testa, olhando por cima do ombro, onde Blane seguia
atrás dela. Ele começou a dizer algo, mas Kerrigan interrompeu tudo o que
ele estava prestes a dizer em seu nome. Fyra olhou para Blane, balançando
a cabeça enquanto os observava sendo levados para fora da sala.

— Blane, isso não está certo, — Fyra rosnou, indiferente ao olhar


furioso que recebeu de Kerrigan.

— As pessoas falaram, — Kerrigan disse com autoridade em seu tom.


— Elas fizeram? Porque eu não os ouvi exigindo que a rainha fosse
destronada ou arrastada para fora de seu quarto. Não os ouvi exigir que ela
fosse separada do filho. Você quer dizer que seu povo, que você presume
que tem mais votos do que o resto de nós, exigiu que ela fosse expulsa com
seu filho inocente porque eles poderiam virar o rei contra você? — ela
exigiu em voz alta. — Quem aqui concorda que o rei estava errado em
tomá-la como sua rainha? — ela gritou.

Kerrigan a golpeou com as costas da mão e ela sorriu enquanto usava o


polegar para limpar o sangue do lábio. — Chega de você!

― Blane, — Remy exigiu. —Isto é um erro.

— Você pode se juntar a ela em correntes se discordar da minha


escolha. O povo falou, eu sou o rei deles, não dela.

— Se você acha que eles queriam isso, você não está pronto para ser o
rei deles.

—Cuidado, — Blane avisou. —Você está entrando em águas


perigosas, meu amigo.

— Prefiro entrar nessas águas do que ver você cometer esse erro.
CAPÍTULO QUARENTA E DOIS

A cela em que foi colocada era escura, almiscarada e cheia de nada


mais do que um berço mastigado por ratos. Ela se sentou contra a parede
enquanto suas pernas cederam quando a porta foi fechada, ecoando pelo
espaço vazio. O som do choro de Darynda encheu o corredor que continha
celas vazias.

Ela ouviu os pés do guarda enquanto caminhavam por ali, contando


piadas desagradáveis sobre a duração do que estava acontecendo lá fora. As
safras haviam secado, os animais fugiram, não deixando comida para as
pessoas. Eles não tinham onde morar, o que resultou na construção de
tendas dentro dos destroços do castelo e do pátio.

Claro, eles começaram a consertar o castelo novamente, mas levaria


anos para terminá-lo. Ciara sorriu, perguntando-se se Blane a culpava pelas
condições de pobreza em que seu povo agora vivia. Na masmorra de ferro
em que estava trancada, ela duvidava que pudesse falar com mais
alguém. Ela já podia sentir que diminuía sua força.

O ferro era mortal para os Fae, mas aqui, ali, apenas o suficiente para
deixá-la sem forças sem matá-la. A porta se abriu e Blane entrou, trazendo
cobertores e velas, que colocou em uma mesa decrépita. Ele se virou,
olhando para ela através da luz que entrava na sala pelo corredor.

— Eles não merecem isso, — ele retrucou.

— Nem eu, — ela murmurou enquanto se virava para longe dele na


palha suja que cobria o chão.
— Eu não queria isso, Ciara, — ele rosnou.

— Vá dizer a alguém que se importa, Blane, — ela sussurrou enquanto


fechava os olhos.

— Você precisa se alimentar, — ele apontou.

— Não, — ela respondeu asperamente. —Não de você, não mais.

— Eu não vou permitir que outro alimente você, — ele rosnou


asperamente.

— Estou ciente e realmente não me importo. Eu nunca vou deixar você


me tocar novamente, — disse ela. —Saia.

— Você não é mais rainha aqui. Você não dá, ao rei, ordens.

— Você pode buscar Kerrigan para mim? Ouvi dizer que ele dá ordens
em você muito bem. Peça a ele para pedir para você me deixar em paz.
Tenho certeza que ele preferiria que eu morresse de fome de qualquer
maneira.

— Ele tem os ouvidos do conselho e do povo.

— Bom, ele pode ter o conselho aconselhando você a dar o fora


daqui. Eu não sou sua rainha, lembra? Você não é nada para mim. Eu não
sou nada para você.

— Levante-se, — ele exigiu. — Agora, Ciara.


Ela se levantou, olhando para ele. Ele se moveu para ela, empurrando-
a contra a parede enquanto agarrava as correntes penduradas nela. Ela
engoliu em seco enquanto seu coração martelava contra suas costelas
enquanto ele prendia suas mãos nas algemas de ferro. Ela tremia enquanto
os pesadelos voltavam. As paredes pareciam desabar sobre ela quando as
memórias da masmorra de seu pai voltaram com força total.

— Eles são de ferro, Blane, — ela murmurou enquanto queimava sua


carne.

—Então eles são, — ele concordou. — E daí? — ele perguntou.

— Não importa, — ela sussurrou, esperando que ele terminasse.

— Se você colocar o castelo de volta como estava para que meu povo
não sofrer mais, você pode ter um quarto novamente. Não vai te faltar nada,
Ciara. Você será minha rainha, está me entendendo?

— Eu posso ser sua prostituta se apenas lhe devolver o esplendor do


reino. Entendi. É um não categórico da minha parte, — ela proferiu por
seus lábios trêmulos.

—Você não é uma prostituta, — ele rosnou. — Você é tão


teimosa! Mulher, diga, e eu removerei as correntes.

— Eu sou sua puta, sua inimiga que não é boa o suficiente para ser a
rainha de seu povo. Eu entendo perfeitamente o que você está me
oferecendo e prefiro morrer, Dragão. Darynda está acorrentada? — ela disse
casualmente.
— Ela não é Grão-Fae como você. Ela não representa a mesma
ameaça.

— Bom, ela não merece isso também. Mas pelo menos ela será
poupada do que você está fazendo, — ela murmurou. —Agora saia, estou
cansada da sua boca.

— Você pode ter Fury com você, apenas concorde em ser o que eu
preciso que você seja. Não quero outra rainha, Ciara. — Ele murmurou
enquanto descansava sua cabeça contra a dela até que ela a puxou para trás,
batendo a dela contra a parede para fugir de seu toque. — Kerrigan é
poderoso, quando ele fala, as pessoas ouvem. Não permitirei que as pessoas
se voltem contra você e tentem prejudicá-la. Esta é a única maneira de
protegê-la e mantê-la segura. Fury está seguro agora, ele não é mais capaz
de reivindicar o trono, o que significa que eles não se moverão para atacá-lo
ou a você.

— Se seu povo fizesse um movimento contra uma criança, então eles


não mereciam viver, — ela sibilou friamente. —Nem merecem viver com
esplendor ou conforto. Quanto a nós, prefiro apodrecer aqui do que ser sua
amante.

— Faça do seu jeito, então, — ele murmurou enquanto se movia para a


porta, batendo nela. —Eu não queria isso.

— Não? Mas você fez isso a pedido do seu conselho. Um rei é mais do
que seu povo, ele os governa com justiça. Ele não permite que eles
governem. Se você não pode ver isso, então talvez você veja quando
Kerrigan estiver sentado em seu trono, e você estiver ao meu lado nesta
masmorra porque você, meu querido marido, também não é um Dragão
completo.
— Eu voltarei para verificar você, — ele sussurrou quando a porta foi
aberta e ele saiu.

— Não se preocupe, — ela murmurou irritada enquanto caia quando as


portas eram fechadas. O ferro comeu sua carne, queimando-a enquanto
minava sua força. Grossas veias negras serpenteavam por sua carne
enquanto a envenenava. Dragão estúpido, ele nem tinha percebido que a
tinha prendido em correntes de ferro, com a intenção de envenenar
lentamente Fae. Ele teria sorte se ela ainda estivesse viva quando ele
voltasse.
CAPÍTULO QUARENTA E TRÊS

Ciara esperou, mal conseguindo abrir os olhos enquanto gritava por


ajuda. Ela podia ouvir os guardas falando, mas parecia que eles falavam de
longe. Ela se levantou do chão, enquanto eles recuaram enquanto ela ficava
alerta.

— O que há de errado com você? — um exigiu.

— Ferro, — ela sussurrou.

— Chame o Rei, — o outro afirmou suavemente.

Nenhum dos dois a tocou ou ofereceu ajuda. Um deixou a cela


enquanto o outro se aproximou, olhando para sua carne. Ela podia ver as
teias de aranha negra de veneno que a estavam matando lentamente. Ela
abriu os olhos quando a porta da cela foi aberta, e Kerrigan entrou em vez
de Blane.

Seus olhos perceberam o dano quando um sorriso cheio de malícia se


espalhou por seus lábios quando ele tocou as correntes e então virou o rosto
dela para frente e para trás, observando o dano.

— Quem mais sabe sobre isso? — ele perguntou.

— Só você, — informou o guarda.


— Ninguém mais deve saber, — ele respondeu friamente. —Deixe-
nos, — ele ordenou.

— Mas o rei disse que ninguém mais deveria ficar sozinho com ela,
senhor, — argumentou o guarda.

— Eu disse saia, — ele exigiu enquanto seus lábios se


apertaram. Assim que eles saíram e fecharam a porta atrás deles, ele a
golpeou com as costas da mão. Ela caiu de joelhos no chão carregado de
terra.

Ciara levantou- se do chão, olhando para ele com a morte nos olhos.

— Você achou que poderia fazer ele te amar? — ele sussurrou


enquanto sua mão agarrou seu seio, aplicando pressão suficiente para que
ela gemesse passando por seus lábios inchados. —Eu o criei para odiar sua
espécie, e você acaba em sua tenda, espalhando sua boceta para ele
foder. Você acha que tem mais poder sobre ele do que eu? Você não é nada
além de uma prostituta das profundezas do inferno. Você vai morrer aqui,
garantindo que a guerra seja inevitável. Eu terei minha guerra e não você,
nem mesmo Blane vai impedir. Ele é rei porque eu permito, eu controlo o
voto popular. — Seus olhos se arregalaram enquanto o observava. —Isso
mesmo, e pobre Hannah, ela já acredita que será a rainha de Blane, mas eles
nunca chegarão até o altar. Não, porque ela já carrega meu filho no ventre e
será minha rainha, amada pelo povo porque acham que ela e Blane já se
deitaram juntos. Eles a amam por causa disso, mas quando seu rei for
assassinado pela Horda e sua traição, eu me tornarei o novo rei, forçado a
assumir sua posição pelo voto popular, é claro. Não se preocupe, seu filho
será assassinado com o pai. Não podemos ter seu bastardo voltando para me
matar, podemos?

— Você vai morrer, — ela sussurrou por seus lábios secos. —Você
será o primeiro a quem a Horda virá.
— Acho que não, — ele riu. — Você vê, Blane colocou você aqui, mas
eu substituí as correntes e escolhi sua cela. Você está enrolada em ferro,
acorrentada à parede, vadia. Você estará morta em algumas horas e ninguém
virá para salvá-la. Seus guardas estão sendo assassinados e substituídos
pelos meus enquanto falamos. Em algumas horas, um mensageiro dará a
notícia de que Blane matou você em busca de vingança por sua mãe e
família. Eles virão e nós estaremos prontos.

A porta da cela se abriu e Blane ficou lá com sua espada. O sangue


gotejou da borda quando ele entrou na cela. Seus olhos eram de um azul
fluorescente, queimando de raiva.

— De todos que eu esperava de traição, você não estava entre eles,


velho, — ele rosnou enquanto observava o velho desembainhar sua lâmina.

Ciara assistiu com horror quando Kerrigan girou em sua direção e


Blane bloqueou, forçando-o a uma posição que o deixou aberto para atacar.

— Os guardas, — ela murmurou e observou enquanto Kerrigan se


movia em direção à porta enquanto Blane dançava ao redor dele para
proteger Ciara de se tornar um alvo.

— Estão todos mortos, — ele ferveu. —Você achou que eu não saberia
o que você planejou? — Ele demandou. —Que eu cairia tão facilmente em
sua armadilha de novo?

— Eu criei você, garoto, — Kerrigan gritou enquanto seus lábios se


apertaram em uma carranca de raiva. —Você, você foi enviado para a
Horda para morrer, em vez disso, você volta com essa prostituta e o
quê? Você cai em sua boceta molhada no momento em que consegue uma
abertura? Eu te ensinei melhor do que isso! Eu te criei melhor do que
isso! Você acha que me matar vai acabar com a ameaça? Centenas de nós
querem você morto por desistir do que é nosso para pegar!
— Eu não desisti da vingança quando fui ao castelo para levar seus
filhos, e ainda assim você planejou minha morte. Minha morte, Kerrigan.
Eu sou seu rei por direito, meu direito de nascença, e meus pais antes
dele. O direito de nascença de meu filho, não importa a raça que ele seja, é
meu trono. Você e seu conselho não determinam quem se tornará rei
aqui. Você não determina quem eu escolhi como minha rainha, e eu a
escolheria mil vezes ao invés da prostituta que eu sabia que você estava
fodendo. E seus homens estão morrendo na ponta das lâminas enquanto
falamos. Você terminou. Por causa do nosso passado, você pode ir embora
agora ou morrer pela minha lâmina. Escolha.

Ciara gritou quando Kerrigan avançou, cravando a lâmina de Blane em


seu próprio coração. Ela cedeu de alívio quando seu corpo caiu no chão.
Blane estava lá, erguendo-a enquanto soltava suas mãos.

— Você deveria ter me deixado alimentá-la, porra, — ele rosnou. —


Eu queria você em uma sala para que Remy pudesse assistir sem ter guardas
postados.

— Você sabia? — ela exigiu fracamente enquanto suas pernas cederam


contra ele.

— Eu não sou um idiota de merda, e se você acha que eu algum dia


teria outra rainha, você é mais estúpida do que eu pensava. Você é minha,
Fury é meu filho e meu herdeiro, e eu nunca colocaria outro antes de você
ou dele.

— E Fyra? — ela sussurrou.

— Não sabia se ela estava com eles, — admitiu. —Remy está com
nosso filho, os outros estão sendo cuidados, mas eu preciso levá-los até eles
para que eu possa ter certeza de que está sendo tratado.
— Vá, eu vou chegar até eles. Eu preciso tirar Darynda daqui, — ela
murmurou enquanto o empurrava e se segurava na parede. —Vá,
Dragão. Eu posso me salvar, — ela rosnou enquanto pegava as chaves do
guarda e deslizou de volta pela parede. — Remova as proteções. Chame a
Horda, Blane. Eles vão lutar por você.

— Não estou chamando seus irmãos pedindo ajuda. Se eu não posso


proteger meu povo, então não mereço ser seu rei, — ele rosnou. —Pegue
Darynda e vá até nosso filho, — ele ordenou enquanto pulava três degraus
de cada vez com sua espada desembainhada.

Ela empurrou a chave e se abaixou quando Darynda jogou uma tigela


em sua cabeça. — Deuses, sou eu, — ela reclamou enquanto se encostava
na porta. —Há uma aquisição hostil acontecendo. Leve-me ao meu filho, —
ela explicou fracamente enquanto Darynda corria para ela se desculpar. Ela
acenou para longe e encostou-se a ela para se apoiar enquanto elas subiam
as escadas.

Ela estava mais fraca do que pensava e o suor gotejava sobre sua testa
enquanto eles passavam pelos corpos dos guardas, e depois por mais
homens que lutavam contra Kerrigan. Obviamente, ele não teve o apoio
que alegava, ou não haveria pessoas mortas em todos os lugares.

Assim que chegaram à escada superior, ela fechou os olhos enquanto a


náusea a percorria. Sua cabeça parecia estar cheia de ferro e ela
caiu. Darynda gritou, caindo lentamente ao lado dela enquanto lutava para
levantá-la.

— Ciara, levante-se. — Exigiu ela.

—Vá para Fury, — ela ordenou. —Darynda, pegue meu filho e o


proteja.
— Eu não posso deixar você assim, — ela murmurou enquanto
enxugava as lágrimas. — Você tem envenenamento por ferro. Precisamos
de Eliran.

— Vá para o Fury! — ela gritou, virando-se para o lado enquanto


observava Fyra se aproximar. Fyra se abaixou, erguendo-a enquanto ela se
dirigia para as escadas.

— É melhor Fury estar seguro, e eu vou matar Blane por não me


incluir no fato de que algum idiota estava tentando matá-lo, você e o
bebê. Eu posso simplesmente matar todos eles, — ela fervia.

Ciara sentiu as proteções baixarem e teletransportou sem aviso para o


topo da escada. Zahruk se materializou ao lado dela, olhando para as
escadas enquanto retirava as lâminas gêmeas.

— Que porra está acontecendo aqui? — Ele demandou. O ar ficou


eletrizado quando os outros entraram, vestindo armadura completa.

— Quem diabos convidou os olhos de quarto11 para a festa? — Fyra


perguntou quando ela os alcançou e retirou suas próprias lâminas. —Nós
não precisamos de você, — ela disse friamente. —Suas lâminas estão...
faltando.

Zahruk rosnou do fundo do peito quando sua armadura se materializou


e ele se abaixou para erguer Ciara.

— Algum idiota está tentando tomar o trono, mas Blane o matou. Seus
homens ainda estão aqui, no entanto, — respondeu Ciara. —Temos que
chegar até Fury e protegê-lo.
— E você tem envenenamento por ferro por quê?

— Correntes, — disse ela, excluindo o fato de que era culpa de Blane.

— Sim, vou precisar de um pouco mais sobre isso quando terminar


aqui, — ele falou lentamente enquanto seus olhos seguiam a bunda de Fyra
enquanto caminhavam pelo corredor.

— Darynda está bem atrás de nós, — ela sibilou.

— É mesmo? — disse ele com um olhar interrogativo no rosto, como


se Ciara tivesse enlouquecido.

— Onde está o bebê? — ele perguntou.

— No meu quarto? — ela perguntou.

— A torre, Blane disse que está na torre com Remy. — Fyra injetou,
parando enquanto três caras corriam em direção a eles. —Você não quer
fazer isso, — ela riu enquanto retirava suas lâminas e dançava através delas
graciosamente, como se estivesse dançando alguma dança macabra que só
ela sabia os passos. Partes do corpo se separaram e cabeças rolaram pelo
corredor projetadas por suas lâminas e então ela estava se pavoneando em
direção a eles com os quadris balançando como se o assassinato a
esquentasse.

— Puta que pariu, — rosnou Zahruk enquanto seus olhos começaram a


brilhar enquanto a observava.

— Leve-me ao meu filho, — ela retrucou.


Eles teletransportaram, deixando Fyra para trás até que Zahruk voltou
para buscá-la, deixando Ciara encostada na parede. Quando eles
teletransportou a de volta, Fyra estava contra a parede, e Zahruk estava
sorrindo para ela enquanto ela rosnava do fundo do peito.

Ciara abriu a porta enquanto os dois gritavam para ela esperar. Ristan
teletransportou e entrou na sala sem esperar pela aprovação de ninguém. O
sangue de Ciara gelou quando ela viu Remy inconsciente no chão. O sangue
se acumulou ao redor de sua cabeça e uma lâmina espetada em seu peito.

— Não, — Fyra gritou enquanto corria para ele, deslizando pelo


chão. Ela se ajoelhou ao lado dele enquanto mais e mais Fae
teletransportava na sala.

— Leve-o para Eliran, agora. Precisamos que ele acorde para nos dizer
quem levou meu filho, — Ciara proferiu enquanto escorregava pela
parede. —Ele é muito pequeno para se proteger, — ela sussurrou através
dos lábios trêmulos.

— Nós o traremos de volta, — Ryder rosnou enquanto se ajoelhava ao


lado dela. Ela estava em seu próprio mundo, sem perceber que todos
haviam se infiltrado entre aqui e as escadas. Darynda soluçou enquanto
observava Ciara, balançando a cabeça enquanto o gelo corria por suas
veias. — É o suficiente, ele não está morto. Eles queriam que ele estivesse
vivo para usar contra seu pai. Temos que encontrá-lo antes que eles
encontrem seu pai e o coloquem em uso.

Eles correram para fora da sala, teletransportou em direções diferentes


enquanto Fyra permanecia com Ciara. Fyra ergueu sua lâmina uma vez que
eles estavam sozinhos enquanto ela olhava para Ciara. E Ciara ergueu o
braço para se defender do golpe enquanto fechava os olhos.
Capítulo Quarenta e Quatro

Algo respingou em seu rosto. O golpe para o qual ela se preparou


nunca veio e ela abriu os olhos, olhando para Fyra, que estendeu a mão e
então entrou em ação. Ela se abaixou, erguendo Ciara. Ela a apoiou contra
o lado do corpo antes de começar a movê-los para o corredor, rosnando
enquanto olhava para trás deles, para a criatura que matou. Ela deixou Ciara
descansar contra a parede enquanto recuperava o fôlego, ofegante enquanto
o ferro continuava a tirar sua força dela.

— Eu sabia que eles não nos teriam encontrado a menos que fossem
levados até nós, — ela retrucou com raiva. —Temos estado sob ataque e
traídos desde a porra da passagem na montanha, — ela rosnou.

— As criaturas estão aqui? — Ciara perguntou enquanto seu estômago


despencava sabendo que seu filho estava aqui em algum lugar,
desprotegido.

— Veja por si mesmo, Ci, — Fyra acenou com a cabeça em direção à


sala.

Ciara enxugou o sangue do rosto ao ver a forma amassada que estava


parcialmente cortada ao meio. Ela encostou as costas na parede enquanto a
usava para se equilibrar enquanto se levantava.
— Como você sabia que estava na sala conosco? Antes, você não
podia vê-los, — ela perguntou.

— Eu senti, o que pode ter sido das alas. Não importa como eu fiz,
pelo menos não agora. Vamos pegar esses idiotas e fazê-los pagar por foder
com os dragões. Venha aqui, nós vamos para Blane, — ela exigiu. Uma vez
que Fyra a alcançou, eles teletransportaram no meio do confronto de
espadas e dos dragões gritando.

Ela se abaixou e atingiu o chão quando um Dragão voou sobre eles,


errando-os por poucos centímetros. Ele enviou fogo e chamas quentes para
alguém perto deles. Ela olhou por cima do ombro para onde um resto de
esqueleto era tudo o que restava de quem quer que fosse. Seus olhos se
voltaram para o Dragão, e ela suspirou de alívio quando percebeu que era
Blane.

— Isso não é bom, — Fyra avisou quando outro Dragão voou direto
para ele. — Se ele está na forma de Dragão, significa que aqueles que
tentam tomar seu trono também estão na forma. Torna esses filhos da puta
mais difíceis de matar, — ela sibilou.

Ciara gritou por Blane, mas ele não conseguia ouvi-la por causa dos
outros dragões gritando no ar. Ela teletransportou, caindo sobre ele
enquanto enfeitava uma lâmina e a enviava para o outro Dragão que não
girou a tempo. Ela o viu cair no chão com um estrondo trovejante enquanto
pousava e se transformava em um humano. A adrenalina disparou por
ela, sua força cresceu à medida que sua raiva e preocupação por seu filho
aumentaram. O enjoo de ferro ficou em segundo plano em relação ao medo
que ameaçava engoli-la inteira. Não importava mais se ela estava doente ou
morrendo, seu filho era uma vítima indefesa e seu único pensamento era
trazê-lo de volta em segurança. Ela atraiu esse conhecimento para ela,
permitindo que alimentasse sua força enquanto apertava suas coxas no
pescoço do Dragão e o segurava.
Ela fez uma pausa, apertando ainda mais as pernas enquanto o Dragão
pairava no ar, batendo sua grande envergadura, percebendo que tinha um
cavaleiro indesejado em suas costas que o agarrou para salvar sua vida. Ela
fechou os olhos e encostou-se nas escamas dele, segurando firme. — Eles
estão com nosso filho, — ela sussurrou enquanto as lágrimas brotavam de
seus olhos. — Eles têm Fury.

O Dragão uivou, enviando outros dragões correndo para sua


localização, e então todos eles pairaram, forçando seu cabelo a voar no ar
enquanto silvavam e enviavam gritos penetrantes pelo céu. Ela olhou para
baixo, engolindo seu medo enquanto observava seus irmãos e Fyra
observando-os de baixo, parecendo não mais significativo do que formigas
no chão. O pânico ameaçou consumir sua mente enquanto ela gritava
quando seu aperto escorregou e o medo de cair deslizou em sua mente.

— Calma, Ciara. — A voz de Blane soou em sua mente. — Eu te


peguei. Eu não vou deixar você cair.

— Meus irmãos estão aqui, chamei eles porque não consegui alcançá-
lo. Eu estava fraca demais para chegar até ele e gritei por socorro. Eu
precisava de ajuda, — ela admitiu. As lágrimas apertaram suas palavras
enquanto seu coração doía por seu filho, que devia estar apavorado.

— Eu sabia que eles estavam aqui no momento em que entraram no


castelo. Você fez o que tinha que fazer, — ele murmurou, enviando uma
pulsação reconfortante através dela. — Remy?

— Em Faery, com Eliran, — ela disse enquanto os dragões rosnavam


com suas palavras. —Eles o atropelaram e sua cabeça não parava de
sangrar. Tive que pedir ajuda a ele, então fiz a única coisa que podia fazer.

—Você fez bem, — respondeu ele. —Espere, minha pequena cavaleira


de Dragão, temos que encontrá-los antes que eles fiquem muito longe com
nosso filho.

Ela usou o glamour em sua armadura e materializou espadas que


repousavam em seus lados, e se inclinou contra seu pescoço enquanto suas
pernas o envolviam. Ela fechou os olhos, checando seu sistema, e então os
abriu largamente enquanto a adrenalina continuava a empurrar sua força
para frente. Ela sabia que mães obtinham força sobre-humana quando seu
filho estava machucado ou em perigo, mas isso, isso era motivado por sua
imortalidade e a necessidade de salvar seu próprio filho.

— Estou pronta, Blane, — ela proferiu sem fôlego enquanto seu


coração disparava com o que estava prestes a fazer. Ela estava montando
um maldito Dragão. Ela estava montando seu marido, e eles estavam
prestes a voar juntos.

—Você montou este Dragão mais de uma vez, — ele riu enquanto eles
disparavam pelo céu.

Quando chegaram ao topo de uma grande colina, ela apontou para as


criaturas que seguravam um cobertor com um bebê gritando. Não apenas
qualquer bebê, seu filho. Esses monstros tinham seu bebê.

Uma vez que Blane estava perto o suficiente, ela teletransportou


balançando sua lâmina através do grande grupo deles enquanto os dragões
pousavam, sacudindo o chão. Eles os pegaram, jogando-os para o alto
quando os pegaram com os dentes e esmagaram os ossos. Eles os separaram
como um só, como se sentissem a mente um do outro enquanto acabavam
com o pequeno exército que havia tomado um dos seus. Aqueles mais
próximos de seu filho não podiam ser facilmente mortos pelos dragões por
medo de prejudicar Fury, mas ela não sofreu este dilema. Era com o filho
dela que tentaram fugir do castelo. Eles não conseguiriam atravessar a
próxima colina com vida, disso ela tinha certeza.
Ela os rasgou habilmente sem hesitação, não parando até que aquele
que segurava seu filho fosse tudo o que restava de pé. Blane e os dragões
circundaram o outro lado dela. Ele hesitou, colocando Fury no chão
enquanto retirava sua lâmina. Olhos vermelhos olharam para ela, e seus
chifres pingaram farpas venenosas quando ele abriu a boca, revelando
fileiras de dentes afiados como navalhas.

Ele se preparou para lutar com ela, mas não teve a chance. Blane não
hesitou, ele esmagou, cortando a criatura ao meio enquanto Ciara corria em
direção ao bebê. Ela o pegou no colo, verificando se havia ferimentos
enquanto Blane trovejava mais perto em forma de Dragão, descansando sua
boca sangrenta ao lado deles enquanto seus olhos ancestrais os
encaravam. Os outros dragões ficaram olhando, esperando para ver se a
criança estava ilesa. Ciara se levantou, diminuindo a distância entre eles,
enquanto o medo diminuía e seu corpo tremia de alívio.

— Ele está bem, — ela soluçou enquanto permitia que ele soltasse sua
asa para que ela pudesse montá-lo com seu filho em seus braços. —Nós o
salvamos, — ela gritou enquanto seu corpo balançava com a mistura de
adrenalina e medo enquanto tudo desabava sobre ela de uma vez.

— Ele é seu filho, Ciara. Claro que ele está bem, e é claro que o
salvamos. Não há mundo onde ele não viva para nós.

Ela acenou com a cabeça colocando o filho contra o peito, encantando


com uma mochila que o prendia a ela segurando as escamas de Blane
enquanto ele se levantava do chão e voava. Os outros dragões seguiram seu
exemplo, voando ao lado deles protetoramente. Eles posaram ao lado de
seus irmãos, que haviam prendido alguns homens que não pareciam muito
felizes com isso. Ela deslizou de Blane e sentiu a carga de ar quando ele
mudou para sua forma humana novamente. Ela se virou, cobrindo sua
nudez enquanto o enfeitava com um par de jeans.
Ele olhou para sua forma meio vestida e franziu a testa. —Com
ciúmes?

— Possessiva, há uma grande diferença. Você é meu, Rei Dragão. Eu


reivindiquei essa bunda.

— Obrigado, Ryder, — disse ele a contragosto enquanto estava diante


de seus irmãos. — Obrigado por vir ajudar os dragões em nossa hora
sombria de necessidade. — Ele engoliu em seco como se doesse
fisicamente dizer isso.

— Você é parte da família agora, — Ryder admitiu asperamente, como


se ele não quisesse dizer isso também. —Fury? — ele perguntou.

— Adormecido, aparentemente, o passeio nas costas do pai o fez


dormir. Mas ele está bem, — ela disse enquanto um soluço a rasgava. Blane
a puxou para perto, enterrando o nariz em seus cabelos quando ela começou
a desmaiar.

— Ciara, — ele sussurrou enquanto a erguia em seus braços,


observando as grossas linhas pretas que cobriam seu rosto e braços. —
Ciara?

— Ela precisa de uma cama agora, — Ryder exigiu, agarrando os dois


e entrando no quarto que uma vez tinha sido dela. Estava em ruínas. Com
um único pensamento, era lindo, mais uma vez preenchido com os tons do
arco-íris. —Blane, leve seu filho, — ele exigiu.

Blane aceitou a criança adormecida enquanto Ryder tirava o glamour


de sua camisa e seus músculos ondulantes eram expostos. Suas marcas se
acenderam, deslizando sobre sua carne enquanto o poder bruto exalava e
enchia a sala com um zumbido tangível. Ele não tinha armas contra
si, ninguém mais se juntou a eles na sala ainda. Blane olhou para os dragões
que cobriam seu torso e peito. Ele sentiu o ódio, a raiva de ser uma criança
indefesa novamente, enquanto olhava para as costas expostas da pessoa que
ele procurava destruir desde que era criança.

Ele colocou seu filho adormecido no berço ao lado da cama e olhou


para a espada que estava encostada na parede, do outro lado do quarto.
Alguns passos e ele estaria lá. Seu coração martelava enquanto suas palmas
coçavam de suor com a necessidade de vingança.

— Você pode lutar comigo, ou você pode me deixar tentar salvar a


vida dela, Dragão. Você não pode ter os dois. Escolha, — o tom de Ryder
retumbou densamente, deslizando sobre Blane enquanto seus olhos
seguravam os dourados. Aqueles que ele assistiu há muito tempo enquanto
sua mãe e irmãos eram massacrados.

Memórias acenderam em sua mente, mas não era o que Kerrigan tinha
implantado nele desde aquela tenra idade. Ele não se lembrava dessa
criatura destruindo crianças ou contaminando as mulheres naquele dia, há
muito tempo. Ele engoliu em seco quando a imagem dessa criatura e dos
homens que estavam com ele se moveram pelo palácio, empurrando
homens para longe das mulheres e empurrando as crianças para fora da
sala. Ele havia dito a verdade. Ele não foi aquele a massacrar as mulheres e
crianças, ele tentou evitar isso.

Blane não estava mais na sala com sua esposa e filho. Ele era um
rapaz, vendo o terror daquele evento se desenrolar. Ele ficou atrás da
tapeçaria com a babá cobrindo a boca enquanto chorava por sua mãe. Olhos
dourados o haviam descoberto, segurando os seus. Então, assim mesmo, ele
se afastou dele, deixando-o permanecer escondido daqueles que
procuravam destruí-los. Ryder os havia deixado ir, ele tinha permitido que
ele sobrevivesse.
— Você me viu, — Blane murmurou enquanto esfregava o rosto com a
mão. — Naquele dia, você me viu na tapeçaria, observando o que estava
acontecendo.

— Não vi nenhum Dragão escondido naquele dia. Apenas um menino


que estava apavorado, — Ryder resmungou. —Disseram-me para matar
dragões, você ainda não era um Dragão. Eu deixei você ir porque você não
era quem viemos matar. Agora escolha, ela não tem muito tempo.

— Salve minha esposa, — ele proferiu. — Salve a rainha.


CAPÍTULO QUARENTA E CINCO

Blane e Fyra se sentaram ao lado do berço onde Fury dormia,


felizmente inconsciente do caos no quarto. Ryder subiu atrás de sua irmã,
embalando-a contra seu peito suas marcas grossas e pretas pulsavam,
enquanto outros cantavam em uníssono. O lugar inteiro estava tenso, cheio
de Fae que trabalhavam juntos como uma máquina bem lubrificada
enquanto puxavam o ferro do sistema de Ciara.

Mais e mais Fae continuaram a teletransportar, incluindo o curandeiro,


que trouxe Remy com ele, colocando-o ao lado de Fury em uma cama que
ele enfeitiçou. Remy balançou a cabeça com dor nos olhos.

— Eu falhei com você, Blane.

— Você não podia vê-los, — Blane exalou. — Não sabíamos que eles
estavam aqui. Você não falhou, estávamos mal preparados.

— Você sabia que Kerrigan estava se voltando contra você e você não
confiou em mim até hoje, por quê? —Ele exigiu enquanto tentava se sentar.

— Fique parado ou sangre, — disse Eliran rispidamente. — Eu vou


cuidar da minha irmã agora.

Ele acenou com a cabeça enquanto Fyra deslizava por baixo dele
enquanto o deixava descansar em seu colo, segurando sua cabeça enquanto
falava com Blane.
—Nós somos a porra da sua família, lembra? Somos uma família
desde que encontrei você e Fyra na floresta como nada mais do que fodidos
órfãos. Você deveria ter nos contado antes.

— Você sabia o que estava acontecendo quando colocou Ciara nas


correntes. — Fyra fumegou e a sala se aqueceu a um nível
desconfortável. — Você não confiou em mim.

— Eu não sabia em quem confiar, e tinha que tornar isso crível para
proteger Fury e Ciara de Kerrigan e daqueles que o seguiram. Eu precisava
que você fosse crível e tinha que ser real. Ele estava fazendo planos para
matá-los, e eu teria abandonado meu trono antes de permitir que isso
acontecesse. Eu nunca teria casado com outra pessoa que ele escolhesse
para mim. Todos vocês tinham que pensar que era real porque ele era o
bastardo mais conivente e astuto entre nós. Ele teria notado se uma única
expressão facial estivesse errada, então não, eu não te contei porque sabia
que não precisava para você ficar comigo. Eu não sabia o quão longe ou a
profundidade que sua trama estava, mas quando eles nos enviaram ao
castelo da Horda para resgatar seus filhos, deveríamos morrer lá para que
ele pudesse tomar o trono para si. Isso não é algo que ele não tenha
pensado, entretanto.

— Achei que você não confiasse em mim, — sussurrou Fyra. —Você


poderia, você sabe. Eu morreria para protegê-lo, Blane. Você é meu rei.

— Eu também me casei com Ciara que era Fae. Os mesmos que


massacraram nossas famílias, Fyra, — ele murmurou enquanto colocava a
cabeça nas mãos e a sacudia. —As pessoas viram como uma traição quando
me recusei a deixá-la de lado e casar novamente depois de termos garantido
a paz.

— Eu gosto de nossa rainha, seu idiota. Ela é feroz e corajosa e é tudo


de que precisamos. Ela suportou o inferno nas mãos do mesmo monstro que
massacrou nosso povo. Ela compreende a nossa dor e não a despreza. Você
não poderia ter escolhido uma rainha melhor para nosso povo, e eu tenho
certeza que não ia casar com você. Eu te amo, mas nós nos separamos
porque eu não te amo mais assim e nunca amei. Crescemos juntos, somos
tão próximos quanto qualquer irmão e irmã poderiam ser, e isso por si só
significa que não fomos feitos para ser. Você e Ciara são governantes
perfeitos para nosso povo e eles concordam. Kerrigan não tinha o apoio que
pensava ter, ou não teríamos matado guerreiros dragões cobrindo o chão
deste reino novamente.

Blane ergueu os olhos e se levantou, movendo-se pela sala lotada para


chegar ao lado de Ciara. Ele sabia que Fyra o seguia e estava grato por ter o
apoio de todos os Fae que se reuniram na sala.

Os olhos de Ciara estavam abertos e focados nele enquanto um sorriso


fraco enchia seus lábios. Seu coração trovejou quando o alívio o
invadiu. Seus joelhos dobraram ao lado da cama e um grito angustiado
deixou seus lábios enquanto ele agradecia aos deuses por tê-la poupado.

— Estou bem, — ela sussurrou asperamente, seus lábios secos e


rachados enquanto sua mão se estendia para ele. Ele estendeu a mão,
segurando-a enquanto dava beijos suaves em sua palma.

— Eu nunca estive tão fodidamente assustado em minha vida, — ele


proferiu enquanto levantava os olhos para segurar os dela. —Eu não posso
fazer isso sem você. — Admitir isso na frente do Fae não era o ideal, nem
se importava. —Tu és o meu mundo.

— Eu sou? — ela riu, mas acabou tossindo uma coisa preta que fez a
sala entrar em ação. Eliran estava empurrando as pessoas enquanto ele a
empurrava, derramando um líquido dourado em sua garganta. Ela cuspiu,
tossindo e sufocando enquanto a seguravam, e então Ryder mudou para a
besta. Ele era incrivelmente alto, asas pretas iridescentes se desdobrando
como marcas douradas misturadas com preto. Synthia estava em suas
costas, uma deusa dourada que olhava para Blane como se ela assumisse
que ele iria atacar a besta enquanto trabalhava em sua irmã.

Blane ergueu as palmas das mãos e balançou a cabeça. —Apenas salve


meu mundo, ela é minha alma, porra.

— Eu sei, e ele é a minha. Então, enquanto você é da família, vai


demorar um pouco para confiar em você, — ela explicou enquanto seus
olhos mudavam de azul para um azul brilhante. —A besta é a única que
pode retirar o ferro que está matando-a. Ele é o único forte o suficiente, mas
ele tem que estar nesta forma para fazer isso. Segure seu filho e ore aos seus
deuses, Blane. Vamos precisar de todos eles para salvá-la.

— Ela estava sorrindo porra, — ele sibilou.

— Eu sei que ela estava, porque ela é mais forte do que a maioria das
pessoas. Ela suportou torturas e ainda sorri como se não fosse assombrada
pela dor. Ela está quebrada, mas essas rachaduras permitem que a luz entre
para que ela ame com abnegação. Essas rachaduras deixam você entrar, elas
deixam o amor dela escapar de alguma forma. Você precisa fazer o mesmo
para começar a cura. Use as fendas que aquele monstro criou para deixá-la
entrar. Ela acha que vale a pena salvar você, então deixe-a te ensinar como
amar novamente.

Ele acenou com a cabeça enquanto seu coração se apertava, ele não
precisava das rachaduras para deixá-la entrar. Ela se mexeu através delas e
olhou para ele em desafio aberto. Ela fez quebrado parecer bonito, como se
isso fosse o que a tornava tão sexy. Ela estava uma bagunça, assim como
ele. No entanto, ela sorriu com uma luz que ninguém poderia apagar. Ela
sorriu com a dor em seus olhos que não se importava em esconder dele,
mostrando a ele que quebrado não era um lugar permanente para ficar. Foi
um ponto de parada, e onde escolher ir a partir daí depende de você.
Ele se mudou para o berço, pegando Fury, e se ajoelhou ao lado de
Remy enquanto ele o colocava na cama ao lado de seu melhor amigo e
irmão de colo. Fyra se ajoelhou ao lado dele, e eles baixaram a cabeça,
rezando para que Ciara sobrevivesse.

Sua cabeça caiu quando ele ficou sem peso.

Ele se levantou, olhando para seu corpo que estava orando contra a
cama, e olhou ao redor do quarto enquanto o Fae ficava ao redor da cama,
olhando e observando enquanto a besta tirava ferro sem fim de seu sangue.

Ele se virou, encontrando uma bela de cabelos negros olhando para ele
com curiosidade.

—Mórrígan, — ele sussurrou sem fôlego enquanto ela o olhava


fixamente. Ela tinha olhos azuis, a cor dos trópicos do oceano, exatamente
como os de sua mãe costumavam ser.

— Você deseja que ela seja curada, mesmo que ela seja sua inimiga
jurada? — ela questionou.

Ele rezou para ela? Ele orou aos deuses para salvar sua esposa, a mãe
de seu filho. Então, por que ela estava aqui?

— Porque eu sou a Deusa da guerra, e a criadora dos dragões, criança,


— ela disse suavemente para sua pergunta sem resposta. —Você é do meu
sangue, e ela não. Você criou uma criança e misturou as raças. Foi proibido,
mas você permitiu que acontecesse. Por que você se deitaria com o
inimigo?
— Ela não é minha inimiga, — ele se chocou ao responder. —Ela é o
meu mundo e eu a adoro.

— Você mais do que a adora, doce menino, — ela ronronou enquanto


se movia para Synthia, que virou os olhos na direção de Mórrígan e
assentiu. —Filha de Danu, — ela meditou mal acima de uma respiração
sussurrada. — Muito bonita e poderosa, — ela sorriu quando sua mão saiu
para traçar a bochecha de Synthia. —Ela é tão parecida com sua mãe, e
ainda assim você só puxou meus olhos. Seu filho é de ambas as raças. Ele é
uma mistura perfeita deste mundo em um pequeno ser de grande força.
— Ela se aproximou da criança e colocou o dedo sobre sua cabeça, atraindo
seus olhos para os dela com um brilho que fez o coração de Blane disparar
em seu peito.

— Ele está protegido por Destiny e além do seu toque, — Synthia


anunciou, mostrando a eles que ela estava a par da conversa deles e ciente
da presença de Mórrígan na sala. — Ele é forte, mas vulnerável neste
momento. Você é bem-vinda a este mundo, Deusa, mas saiba que irei
protegê-lo com minha vida. Ele é a mistura perfeita de Fae e Dragão,
criaturas que você e minha mãe lutaram para criar e a filha que lutaram para
manter viva. Abençoe-o, pois ele conhecerá muitas batalhas em sua vida e
ter você ao seu lado será a maior vantagem que um filho de Deus pode
ter. Bilé não deveria ter sussurrado no ouvido de Alazander para atacar os
dragões, mas tantos erros não podem fazer um acerto. Nenhum deles - ele
ou minha mãe - eram perfeitos, mas você também não, Mórrígan. Mas este
mundo está em apuros, e seus dois netos vão salvá-lo juntos, como Destiny
decretou. Nosso destino é apenas mantê-lo vivo até a maioridade para
salvá-lo. Atum não vai interferir a menos que façamos guerra, então me
diga, até onde você irá em busca de vingança? Danu se foi e eu sou a que a
substituiu. Não te fiz mal e não pretendo fazer. Protegerei seu neto e seus
bisnetos se você jurar ficar ao lado dos meus enquanto eles lutam contra o
que está por vir. Juntos, podemos enfrentar qualquer coisa que o mundo
jogue contra eles.
— Sua mãe ficou parada e observou Bilé sussurrar no ouvido daquele
monstro, fazendo-o se virar contra o meu filho, — ela proferiu ferozmente
enquanto suas tatuagens começavam a brilhar. Ela tinha símbolos celtas por
toda parte em sua carne exposta, até mesmo em seu rosto. —Os dragões não
eram o alvo naquele dia. Eles foram enviados para assassinar minha
filha. Diga-me por que eu não deveria matar você para vingar meu próprio
filho?

— Porque eu não o enviei para machucar sua filha, — Synthia apontou


suavemente. —E eu não sou minha mãe, assim como vocês não são seus
pais. Só controlamos nosso destino quando escolhemos o caminho a
seguir. Eu escolho salvar as crianças, o meu e o filho do seu neto, e a filha
que Ciara agora carrega no ventre. A propósito, Dragão, não me faça
comprar um adesivo que diz: Fique longe dela, porque eu vou.

Mórrígan riu ao lançar um olhar furtivo na direção de Blane. — Ele


não pode evitar, como Danu criou o Fae para foder para alimentar e recriar
a vida no processo, eu criei os dragões para acasalar com a única intenção
de se multiplicar rapidamente. Eles são bestas no cio, e juntos eles se
reproduzirão como nenhum casal antes deles.

— Ainda assim, ela deveria ter tido algum tempo para se curar entre o
nascimento de seus filhos, — Synthia argumentou enquanto acenava com a
mão. —Rezo para que sua filha sobreviva ao envenenamento por ferro, e é
por isso que minha besta está demorando tanto. Ele sente a condição dela.

— Ela está grávida? — Ele demandou.

—Uma semana, — Mórrígan apontou delicadamente. —Ela é muito


forte, ela lhe dará filhos poderosos.

— É uma menina? — ele perguntou quando começou a se mover em


direção a ela, apenas para lembrar que ele ainda não era corpóreo.
— Você concorda em me ajudar? — Synthia perguntou, mudando a
conversa de volta para o antigo problema.

— Deusas foram feitas para trapacear, — ela meditou. — Que garantia


tenho de que você manterá sua parte no trato?

Synthia levou sua unha perfeitamente pintada ao coração e o cruzou,


deixando uma linha dourada que cruzou seu coração em um X perfeito.
Mórrígan acenou com a cabeça e seguiu com a sua própria, selando a
promessa.

— Então somos obrigadas a proteger esses novos bebês juntos, você e


eu, Synthia. Destiny ficará satisfeita.

— Estou satisfeita, — uma risada desencarnada encheu a sala. Synthia


gemeu enquanto observava Destiny se materializar. —Vejo que sou
necessária. A besta não pode salvar os dois, mas se recusa a admitir a
derrota. Se você ainda fosse Blood Fae, Synthia, seria uma tarefa fácil para
você, certo? Pena que ele não estava disposto a expor seu segredo há muito
tempo, quando você salvou os Fae que eram todos cheios de ferro. — Ela
cantarolou com um sorriso tenso. Destiny acenou com a mão na
sobrancelha levantada de Synthia. — Claro que eu estava lá, você estava
assumindo seus poderes e os salvou. Ele poderia também, desta forma, mas
ele não poderia revelar quem ele realmente era, poderia?

— Salve Ciara, — Synthia murmurou enquanto franzia o cenho


profundamente com as palavras de Destiny.

Blane observou a mais nova Deusa enquanto ela se movia para Ryder e
então se curvava sobre Ciara, tocando sua barriga antes que as veias
douradas cobrissem sua carne. Linhas pretas subiram pelas pontas dos
dedos de Destiny e entraram em seu corpo antes de desaparecer.
— Diga a sua besta para deixá-la dormir, Syn, — ela murmurou. —
Estou feliz que vocês dois tenham se conhecido e escolhido trabalhar
juntos, porque os Magos estão começando a marchar sobre Faery, e eles
não estão sozinhos. O dano que eles causarão a este mundo será grande, e
cada criança nascida de novo terá um papel a desempenhar na cura, eu
tenho certeza disso. Blane, espero que dê a Ciara um casamento com a
família dela presente. As coisas que aquela garota suportou para chegar até
você eram incompreensíveis. De alguma forma, ela passou por isso mesmo
quando eu não esperava que ela fizesse com a minha ajuda. Ela merece o
mundo por pensar que sua bunda teimosa valia a pena salvar.

— Concordo, — Synthia gemeu. — Eu odeio casamentos, mas ela


ganhou um para lembrar. Deixá-la bêbada para se casar com ela foi baixo,
Dragão. Ela merece estar cercada por sua família para que saiba que não
está sozinha.

— Eu fiz o que pensei ser certo na hora, — ele proferiu.

— Sim, sim, mas também não te dei escolha quando plantei o


pensamento. — Destiny riu. Quando seus olhos a examinaram, ela
bufou. —Não me olhe assim. Vocês nasceram para ficarem juntos, mas
você é teimoso. Eu simplesmente te dei um empurrão, você apenas deu um
passo adiante. Ciara nasceu para você. Ela foi criada para você, e é por isso
que ela é toda fantasia que você já teve ou terá. Seu destino foi formado
antes de você nascer, assim como o dela. Vocês dois nasceram para suportar
a dor, e você tem. Só você pode curar os pedaços quebrados dela, e ela, os
seus. Então pare de ser um idiota teimoso e deixe a pobre garota fazer o que
nasceu para fazer. Seu Dragão a queria mesmo sem saber que ela era sua
companheira destinada. Escrevi seu nome nas costelas dela. Você não
achou estranho que ela segurasse sua marca, ou que ela teve o pesadelo que
mostrou que ela a carregou? Eu preciso soletrar para você? — Suas mãos
pousaram em seus quadris e ela zombou. —Eu dei a ela aquele pesadelo
sabendo que você invadiria seu espaço. Eu literalmente mostrei exatamente
quem ela era e para quem foi criada e você descaradamente ignorou. Eu não
poderia te dar mais um sinal se eu desse um tapa na sua cabeça, garoto.
— Foi escrito na linguagem dos Deuses, não na minha linguagem, —
argumentou. —Havia dragões nele, mas a linguagem era ilegível.

—Você está cheio do sangue dos Deuses, — ela apontou irritada. —


Deve vir naturalmente para você.

— Não fez, — ele argumentou.

Mórrígan acenou com a cabeça e os interrompeu antes que pudessem


continuar a brigar. — Eu ficaria feliz em vê-lo casado e feliz também. Ela é
uma boa companheira, minha neta. Uma digna de carregar nosso sangue.
— Ela enxugou os olhos e franziu a testa enquanto tirava a mão do rosto. —
Eu não fui permitida na sua mãe porque temia que ela fosse
descoberta. Espero alguém digno tanto dos Fae quanto dos dragões.

— Blane, — a voz de Ciara estava grogue, mas firme quando ela o


chamou.

— Diga a ela como você se sente primeiro. As mulheres precisam


ouvir isso, e se você a ama, diga a ela antes que ela decida que você não
vale a pena, sangue meu, — declarou Mórrígan antes de desaparecer. Ele se
virou para olhar para Destiny, mas ela também havia desaparecido. Seus
olhos pousaram em Synthia em seguida.

— Eu não faço essa coisa de puf ainda, — Synthia disse com um


encolher de ombros. —Eu sou nova nessa merda.
CAPÍTULO QUARENTA E SEIS

Ciara acordou com os gritos de fome de Fury, abrindo os olhos para


encontrar Blane e Ryder no canto, conversando. Ela piscou para ter certeza
de que não estava ainda sonhando quando se sentou e estendeu a mão para
o bebê gritando que parou quando ela o tocou. Seus seios doíam e a náusea
a percorreu quando o trouxe para seu seio.

— Como você está se sentindo? — os dois homens perguntaram ao


mesmo tempo.

— Como se eu fosse vomitar, — ela admitiu.

— É provavelmente o novo bebê, — Ryder apontou.

—Eu ia contar a ela, lembra? — Blane resmungou.

— Faça mais rápido da próxima vez.

— Com licença, mas não estou grávida, seus idiotas. — Ela murmurou
enquanto revirava os olhos. Os dois olharam para ela. —Você tem que estar
brincando. Eu acabei de ter um bebê!

Blane coçou a cabeça desconfortavelmente enquanto se sentava ao


lado dela. — Dragões se reproduzem frequentemente, como... mesmo se
você ainda estiver alimentando um, você pode carregar o próximo. Acho
que engravidei você de novo durante o rito.
— Estou grávida? — ela murmurou com um suspiro. —Deuses me
ajudem.

— Elas ajudaram, três delas estavam ao seu lado quando você estava
doente. Destiny salvou você e nossa filha porque, não importa o quanto ele
tentasse, seu irmão não seria capaz de salvar vocês duas.

— Eu realmente estou grávida? Você não vai fazer sexo de novo por
anos! — Ela reclamou. —Você sabe que a última vez doeu, certo?

—Vamos tomar precauções, — ele riu. —Porque eu não vou ficar


longe de você, — ele admitiu com voz rouca. —Synthia já está mandando
fazer adesivos, tenho certeza disso.

— Que diz o quê? — ela perguntou.

— Fique longe dela, — ele riu.

— Oh, ela é quem fala.

— Eu também não fico longe dela, — Ryder admitiu. —Mulheres


guerreiras têm esse efeito em mim também. Algo sobre as mulheres duras
nos faz precisar dominá-las, e com frequência.

— Eca, — Ciara reclamou enquanto Fury sugava avidamente, fazendo


ruídos enquanto a olhava fixamente. —Ei, senhorzinho, — ela disse
amorosamente.

— Eu vou encontrar minha deusa e um quarto, — Ryder sorriu. —Eu


tenho um novo filho para criar com ela para compensar o que perdemos
recentemente.

— Você perdeu um filho? — Blane perguntou.

— Espere, você perdeu um bebê? — Ciara gritou enquanto sua boca


abria e fechava enquanto ela tentava pensar no que dizer.

— Synthia matou um humano para me salvar. Ela se intrometeu na


vida daqueles a quem é proibida, então ela teve que pagar o preço. Eles
exigiam a vida da criança que ela carregava.

— Eu nem sabia que ela estava grávida de novo. E ainda assim ela me
ajudou de qualquer maneira e não me disse nada sobre sua perda? — Ciara
perguntou tristemente.

— Ela não estava pronta. Ela não fala sobre isso ainda. Acho que ela
está se segurando, incapaz de processar depois do que aconteceu no dia em
que deveríamos nos casar. Ela matou o irmão e também não fala sobre isso
ainda. As mulheres curam de maneira diferente.

— Ela precisa de tempo.

— De fato, mas com a guerra se aproximando e o que aconteceu da


última vez, ela não quer criar vida ainda. Ela quer estar no meio disso, mas
isso não significa que não podemos praticar.

— Ok, isso é muita informação para ouvir de você.

— É apenas sexo, até mesmo os animais fodem para acasalar. Além


disso, Blane tem algo que deseja discutir e seu povo precisa de ajuda para
construir uma parede com proteções mais fortes para proteger minha irmã e
seus filhos, e eu tenho um mestre das proteções à mão. Vou deixar você
com isso, Dragão.

— Obrigado, e obrigado por nos ajudar. Eu deveria ter pedido ajuda


quando percebi que não era seguro para eles aqui. Eu não sabia como
perguntar sem parecer fraco ou incapaz de defender minha própria casa.

— O orgulho é nosso pior inimigo. Não sabemos quando pedir ajuda


porque não estamos acostumados a tê-la. Você é muito parecido comigo, ou
pelo menos é o que ela me diz. Teimoso, cabeça de porco e orgulhoso é
como ela nos chamava, se não me engano. Não são más qualidades, mas
saiba que estamos aqui para ajudá-lo sempre que precisar, Dragão. O
passado está no passado, temos que aprender a deixar isso lá e seguir em
frente. Não é a coisa mais fácil de fazer, eu sei, mas vai iniciar o processo
de cura para aqueles que foram prejudicados por isso. Nossa bandeira
tremula em suas ameias agora e sempre será. Você é minha família, e eu
protejo aqueles que são, custe o que custar.

— Ryder, podemos ficar com o quarto? — ela perguntou, imaginando


o que Blane tinha para falar com ela.

— Claro, — disse ele, inclinando-se para beijar a cabeça dela antes de


teletransportar para fora da sala.

— Você me assustou de novo, — ele rosnou quando eles ficaram


sozinhos.

— Você me trancou com algemas de ferro, — ela apontou.

— Sim, mas apenas porque Kerrigan estava nos observando. Você


deveria ter me permitido alimentá-la para que eu pudesse removê-los e
substituí-los pelas correntes de ferro forjado que estavam nos cobertores
que eu trouxe para você.

Fury sugou ruidosamente, atraindo seus olhares para ele enquanto ele
bocejava contra seu seio. —Eu não posso acreditar que você já me
engravidou de novo, Dragão. Se você continuar fazendo isso, teremos um
exército de crianças e precisaremos de ainda mais babás para nos ajudar
com eles.

— Foi durante o rito, em que um Dragão escolhe sua donzela. Ela


então se torna sua companheira e eles procriam. Eu acho que ele não
pensou que você se importaria, já que você já concordou em ser sua
companheira.

— Algum tempo entre estar gorda e grávida seria bom, — ela


murmurou.

— Dê-me este monstrinho ganancioso, — ele riu enquanto esperava


que ela separasse Fury de seu seio. Ela estremeceu enquanto desenganchava
seus pequenos lábios gananciosos que continuavam a sugar, embora ele não
estivesse mais apegado. —Você está com dor? Machucada? — ele
perguntou enquanto colocava Fury no berço.

— Não, eu me sinto bem, na verdade. Ótima mesmo, como se eu


tivesse dormido por dias, — ela admitiu.

— Bom, — ele rosnou enquanto se virava, olhando para ela com um


olhar acalorado. — Case-se comigo, Ciara. — Disse ele com voz rouca.

— Eu casei com você, lembra? — ela zombou enquanto seus olhos se


estreitaram para ele.
— Na frente de sua família, um casamento de verdade, — ele
murmurou. — Um grande casamento, aqui onde eu deveria ter me casado
com você em primeiro lugar, — ele sorriu quando sua carranca se
aprofundou.

—Temo que você vá dizer não com essa expressão no rosto.

— Vou me casar com você, mas posso escolher onde e como. Você
apenas apareça e esteja pronto, certo? — ela respondeu.

— Isso é um sim? — Ele sorriu enquanto a empurrava e se acomodava


entre suas pernas, beijando seu pescoço enquanto ela ria com voz rouca,
passando as mãos pelos cabelos dele.

— Sim, mil vezes, sim.

— Eu te amo, mulher. Eu te amo há um tempo e não sabia como dizer


ou mesmo admitir para mim mesmo. Sinto isso desde que você me deixou
mostrar o que significava ser mulher. No momento em que entrei em seu
corpo e você segurou com mais força, você reivindicou meu coração.

— Eu também te amo, Dragão filhote. Você também é minha


alma. Inserido nas profundezas e escrito nas minhas costelas e no
coração. Você é meu mundo e estou feliz que seu Dragão me
escolheu. Estou feliz pelo que suportei para chegar até você, porque me
tornou sua companheira perfeita. E eu meio que gosto de montar você. Foi
assustador, mas estimulante ao mesmo tempo. Como quando fazemos sexo,
você me assusta, mas eu quero tanto que eu nem me importo com o que vai
acontecer enquanto estivermos juntos.

— Eu te amo pra caralho, pequena cavaleira de Dragão, e você pode


me montar quando quiser, — ele riu enquanto abaixava sua boca contra a
dela, beijando-a profundamente até que ela gemeu e tirou suas roupas com
um único pensamento de sua mente. Em seguida, ela removeu as dele e
envolveu as pernas ao redor dele, gritando quando ele a penetrou
lentamente. —Você é meu tudo perfeito. Não há outra mulher com quem eu
gostaria de estar. Você é minha alma, Ciara.

Seus quadris balançaram contra ele quando sua boca avidamente


reivindicou a dela, roubando seu fôlego enquanto seu corpo se movia contra
o dele em perfeita harmonia. Ele empurrou as pernas dela até o peito,
dirigindo seu pênis mais fundo enquanto ela jogava a cabeça para trás e
gritava seu nome, precisando dele o mais fundo que pudesse. Ele
pronunciou o nome dela, ela gritou até que ele os rolou, olhando para ela
enquanto ela montava em seu pênis. Ela pairou sobre ele, cruzando as mãos
nas dele enquanto balançava o corpo ao som de sua própria música.

O som disso foi erótico quando sua carne bateu contra a dele, criando
um ruído contínuo dentro da sala. Ela sentiu o orgasmo crescendo,
balançando através dela enquanto ele puxava as mãos dela, usando seus
quadris para tomá-la com mais força. Ele ergueu seu corpo e dirigiu seu
pênis mais fundo cada vez, crescendo até que a enchia e atingia cada zona
erógena dentro de sua vagina. Seus olhos se encontraram com os dela
quando ela começou a brilhar, desfazendo-se para ele. Quando seu orgasmo
diminuiu, ele a virou, entrando nela por trás.

— Agora grite por mim, porque este Dragão vai levá-la para um
passeio, pequena rainha, — ele riu guturalmente. Suas mãos agarraram seus
quadris, usando seu corpo contra o dela enquanto a tomava com força, sem
parar enquanto ela choramingava e tremia enquanto ele os levava para as
estrelas e para a lua. Ela implorou e gritou, e ele riu enquanto estendia a
mão para o cabelo dela, puxando-o para trás até que sua boca estivesse
inclinada para que ele o alcançasse. —Você é tudo o que há de belo em meu
mundo, — ele rosnou antes de virá-la e enganchar suas pernas sobre seus
ombros.
Ele empurrou para frente, abaixando a boca para tocar contra a dela
quando seu dedo encontrou seu clitóris, esfregando-o em um círculo
habilidoso até que ela se desfez ao redor de seu pau. Ela arqueou as costas,
tomando mais quando ele afastou a boca, batendo contra ela até que ele
gritou sua liberação e deixou cair os braços para se apoiar em cada lado de
sua cabeça. A respiração dele era tão difícil quanto a dela. Seu corpo pulsou
ao redor dela e então seus olhos mudaram, e seu Dragão olhou para ela.

— Minha vez, — ele sibilou.

— Traga isto, Dragão. Estou faminta pra caralho.

—Você conseguiu, minha pequena companheira, — ele murmurou


pesadamente, como se não estivesse acostumado a usar as palavras de
Blane. — Você curou os pedaços dele e consertou os seus. Estou orgulhoso
de chamá-la de minha companheira e orgulhoso dos filhos que criaremos
juntos.

— Eu também te amo, Dragão, — ela riu suavemente. — Agora me


mostre o que você tem para mim. Faça-me sentir dominada.

— E tão travessa, — ele ronronou enquanto crescia dentro de seu


corpo até que ela se contorceu embaixo dele. — Você pode aguentar mais,
minha linda garotinha, — ele exigiu e se recostou, crescendo até que ela se
contorceu em torno de seu pau. — Mais, — ele encorajou e então empurrou
seus quadris, usando o orgasmo que a rasgou para encontrar mais acesso até
que ele esticou sua boceta completamente, e ronronou como um gatinho
enquanto ela resistia contra ele. —Nós vamos nos divertir muito juntos.

— Eu sei que vamos, — ela choramingou. — Porque, você e eu, temos


o para sempre.
— Sim, e você tem tantos outros lugares para eu explorar, não é?
— ele perguntou, empurrando os dedos entre os lábios dela, que se
apertaram, sugando sua excitação limpa deles. —Você é a criatura mais
sensual e bonita que já conheci. Mal posso esperar para nos ver crescer e
florescer enquanto você me dá uma horda de filhos, querida. Vou gostar de
fazer cada um deles com você.
CAPÍTULO QUARENTA E SETE

Ciara se virou na cama, com a mão apoiada na barriga minúscula


enquanto Blane dormia ao lado dela. Hoje eles iriam se casar
novamente. Ela abriu os olhos quando a excitação passou por ela, apenas
para descobrir que Blane não estava ao lado dela, e nem Fury.

Seus olhos vasculharam a sala, encontrando algo se movendo sob as


cobertas. Ela os ergueu, expondo um minúsculo Dragão verde que a
encarou com olhos azuis. Soltou um grito, que ela assumiu ser um rugido.

Onde diabos estava Fury? Seus olhos se moveram para Blane, que
estava sentado em uma cadeira do outro lado da sala, observando-a em
silêncio.

— Onde está nosso filho, e por que há um Dragão em nossa cama?


— ela exigiu enquanto lutava contra o sono para acordar.

— Não é nenhum Dragão, — ele riu enquanto se levantava e a


observava como se esperasse que ela surtasse a qualquer momento e
perdesse o controle, o que era possível. — Isso é Fury.

— O que? Não, Fury é nosso filho, e ele não é verde nem


escamoso. Lembra?

— Ele se transformou por volta da meia-noite e estava esperando sua


mãe acordar, — ele riu perversamente. —Acho que ele quer se alimentar,
— explicou. O minúsculo Dragão abriu a boca como se concordasse,
revelando fileiras de dentes afiados.
— Oh inferno, não, — ela zombou com uma risada nervosa enquanto
cobria os seios com os braços. —Se ele quer se alimentar, é melhor ele
mudar de volta. Esses dentes não estão chegando nem perto desses seios.

O Dragão bebê se aproximou, usando o nariz para cutucar sua perna


antes de encontrar sua mão. Lambeu seus dedos antes de mordê-la, tirando
sangue.

— Fury, nós não mastigamos a mamãe, — Blane disse em uma voz


grossa, e ela percebeu que não era Blane na sala com ela. Era seu Dragão,
observando seu filho enquanto ele descobria a si mesmo. Ele se ajoelhou,
observando-o inclinar a cabeça, estudando-o de volta. — Gostamos dos
seios dela inteiros, e a mamãe não é como nós. Ela é especial, incapaz de
mudar de acordo com suas necessidades, então você deve mudar para as
dela. — Ele estava falando com ele na língua deles, e ela os entendia
claramente. Ela sorriu, tocando o lado do rosto de Blane enquanto ele sorria
de volta para ela, virando seus olhos ferozes e desumanos em sua
direção. —A mamãe é muito especial e, embora possa lidar com as... partes
e necessidades do Dragão, ela precisa que entendamos seus limites. Você
foi bem na noite passada, minha cavaleira de Dragão. Estou orgulhoso e
você está dolorida, mas feliz. Você pode montar este Dragão sempre que
precisar de mim.

— Estou muito feliz e com muita dor, mas foi bem-vindo, assim como
você, sempre que me quiser, — disse ela enquanto a dor cortava seu dedo
novamente. Ela olhou para seu dedo, que pingava sangue que Fury lambeu
avidamente.

— Eu disse para não morder sua mãe, meu filho, — ele advertiu
severamente. Blane o pegou e embalou enquanto ele falava mais com ele, e
então ela observou enquanto seu bebê trocava sua forma de Dragão e era
mais uma vez seu lindo monstrinho faminto. Ela o aceitou e desnudou o
seio, alimentando-o enquanto o Dragão observava.
— Não podemos nos encontrar como almas hoje, — disse ele depois
de observá-la alimentar seu filho. —Você carrega nossa filha, e sua alma
não está pronta para encontrar a minha como a de Fury estava. Ela apenas
começou a se formar em seu útero, e isso poderia mudar quem ela deveria
se tornar se ela conhecesse ele ou eu em um mundo além do nosso. Eu sei
que eles disseram a você que só poderíamos nos encontrar como almas uma
vez... mas você e eu... não somos limitados por suas regras. Somos outros,
mais fortes e diferentes do que eles. Faremos uma jornada ao reino das
almas muitas vezes, mas não hoje.

— Eu sei, Blane explicou que eu estava mais adiantada com Fury nas
duas vezes em que entramos no mundo da alma.

— Eu gostaria que fosse diferente porque lá eu poderia ter você sem


lhe causar dor ou arruinar seu corpo com minhas necessidades. Ele está
ansioso para se casar com você e eu preciso descansar antes desta noite.

— Esta noite? — ela perguntou.

— Você planejou o casamento, ele escolheu sua lua de mel. Voaremos


esta noite por horas antes de você voltar aqui para acasalar. Eu gostei
quando você voou em mim, a maneira como suas coxas seguraram me fez
querer pousar e testar seus limites, mas na minha forma, seria perigoso.

— Não quero ser franca nem nada, mas eu gosto de você na forma
dele. Não me assusta tanto. É quase como se vocês simplesmente
dividissem suas personalidades. E eu não sou Dragão, não importa o quanto
eu deseje o contrário.

— Não queremos que você mude, — ele admitiu. — Os dragões se


separam quando se acasalam em sua verdadeira forma. Você não foi feita
para ser dilacerada, você foi feita para ser amada e violada, e ele está certo,
devastada. Não em nossa forma, entretanto, na sua. Vamos aprender como
você nos ensina, Ciara. Com o tempo, saberemos tudo sobre você e sobre
nós. Tempo é algo que temos. Eu irei, ele está impaciente e a Horda está
chegando para o casamento.

Blane olhou para ela, um momento com os olhos de seu Dragão e o


próximo com os seus. Ele sorriu enquanto olhava para Fury. — É lei deixar
o Dragão interagir com a criança durante sua primeira transição. Fury
precisava senti-lo, e eu sabia que você ficaria bem com isso. Eu não te
avisei, e por isso me desculpe.

— Ele é o lagarto voador mais fofo de todos os tempos, — ela


murmurou enquanto erguia os lábios para seu beijo.

— Ele é, — ele riu enquanto a beijava. —Eu tenho que ir me arrumar,


e as mulheres estão do lado de fora, ansiosas para entrar e prepará-la.

— Vejo você em breve.

Uma hora depois, ela estava descalça com o vestido que usara no
primeiro casamento. Seu cabelo estava preso em tranças, presas em um
coque. Ryder segurou seu braço enquanto eles se preparavam para caminhar
pelo corredor de terra no pátio do castelo de Blane. Pequenas fadas
dançaram em cada lado da passarela enquanto todos esperavam a música
tocar.

— Você tem certeza que quer fazer isso duas vezes? — Ryder
perguntou enquanto olhava para ela enquanto ela segurava Fury em seus
braços. Ele estava vestido com um kilt12, marcando-o como um Dragão de
nascimento junto com o Fae. Ele usava as duas cores com orgulho.

— Eu me casaria com ele mil vezes, — ela admitiu.


As pétalas foram colocadas enquanto Kahleena as jogava
desajeitadamente pelo corredor. Seus cachos loiros platinados saltaram
quando ela se abaixou, pegando alguns de volta enquanto ela os jogava para
o ar, para a alegria dos meninos. Seus olhos dourados brilharam quando ela
olhou para trás e usou sua mãozinha rechonchuda para indicar que deveriam
segui-la.

— Ela é tão bonita, Ryder. — Ela sorriu quando a mão dele apertou.

— Ela vai ser selvagem, eu temo, — ele meditou.

— Olhe para os pais dela, — ela riu e ficou tensa quando A Thousand
Years de Christina Perri começou a tocar no pátio transbordando, indicando
que era hora de encontrar seu rei no final do corredor novamente.

— A diferença é que posso matar qualquer menino que chegue muito


perto dela, e ninguém pode me desafiar nisso.

— Não foi isso que você disse sobre mim também? — ela perguntou
enquanto sorria para ele. —Às vezes temos que cair antes de voar,
irmão. Você nem sempre pode nos proteger de tudo. A vida é cair e voltar a
subir, é aprender a voar e saber quando podemos e quando não podemos. É
sobre viver com a dor e encontrar os raios que entram por nossas rachaduras
quebradas, —ela murmurou enquanto seus olhos pousaram em Blane,
enfeitado com sua armadura com o brasão de sua família exibido
orgulhosamente.

Remy estava ao lado de Darynda, que estava cuidando de seus


ferimentos. Zahruk e Fyra discutiram sobre espadas enquanto ele se
oferecia para ela deslizar a dele e verificar se era afiada e
habilidosa. Synthia estava ao lado de Blane, sorrindo para Ryder como se
estivessem compartilhando um momento privado, e Ristan embalou Olivia
em seus braços, as mãos descansando em sua protuberância crescente.
— Olhe o quão longe nós chegamos, — ela sussurrou suavemente. —
Temos nossos próprios filhos e estamos crescendo diariamente e nos
corrigindo. Estamos consertando o mundo e desfazendo o passado. Estamos
vivendo e somos livres. Somos livres para escolher nossos próprios
caminhos e escolher qual é nosso destino. Estamos vencendo, Ryder. Todo o
resto é extra.

— Como você ficou tão inteligente? — ele perguntou quando eles


alcançaram Blane.

— Tive um bom professor. — Ela ficou na ponta dos pés quando ele se
abaixou, beijando sua bochecha.

—Eu tinha alguém que me amava o suficiente para me mostrar o que


era ser amado. Todos vocês fizeram isso juntos.

— Posso ficar com minha noiva? — Blane perguntou com um sorriso


malicioso, e Ciara riu enquanto o grupo ria. As pessoas aplaudiram quando
ela o beijou com força, sem esperar por votos ou qualquer outra coisa. Ela
não precisava se casar com ele novamente, ela teve seu casamento perfeito,
mesmo que ela estivesse bêbada.

— Eu amo, eu amo, mil vezes, sim, — disse ela, beijando-o enquanto


Fury lamentava entre eles. —Para sempre, Dragão, — ela sussurrou
densamente.

— Estou feliz que você me reivindicou, minha rainha. Você é a rainha


do meu rei, — ele murmurou enquanto abaixava a cabeça e beijava seu
filho. —E meu pequeno príncipe, — ele pronunciou antes que os dragões
surgissem no céu, girando enquanto voavam sobre eles. —Seu povo te
adora, nosso povo não poderia estar mais feliz por você ter dito sim, de
novo. — Seu sorriso a cegou quando ela olhou para os trigêmeos, jogando
as flores para as fadas que desviavam aqui e ali para escapar das pesadas
pétalas. Synthia estava segurando Zander em seus braços, olhando para
Ciara com orgulho.

— Eu sabia que você era forte o suficiente para vencer essa luta, — ela
anunciou. —Agora temos que vencer a guerra que está por vir.

— Nós vamos, não podemos perder com dragões do nosso lado, — ela
sorriu com orgulho.

Não importava o que acontecesse com eles, eles estariam prontos.

Eles tinham famílias dependendo deles e do amor de Faery e as castas


inferiores de Fae ao seu lado. Ela sobreviveu a coisas piores do que Magos,
e com Blane ao seu lado, eles sobreviveriam a qualquer coisa que este
mundo jogasse sobre eles. Não, perder não era uma opção. Tudo aconteceu
por um motivo. Ele os ajudou sem saber com seu pai, ele os ajudaria com a
guerra, e ela lhe daria quantos lindos bebês Dragão que ele quisesse.

— Eu te amo, — ele murmurou.

— Eu quero centenas deles, — ela riu.

— Eu direi isso um milhão de vezes e mais, — ele riu.

— Bebês, eu quero todos os seus bebês, — ela sussurrou sem fôlego.

— Precisamos conversar sobre isso em particular. Os dragões podem


ter quatro em um único ano, — disse ele em voz estridente. —Eu digo que
temos nossa filha, e então pratico fazê-los por um tempo. Eles dão muito
trabalho e seus seios estão fora dos limites enquanto você os alimenta.
Ristan riu e então se endireitou enquanto olhava para os seios de
Olivia. —Você está brincando certo?

— Receio que não, eles pertencem ao bebê até que sejam


desmamados, demônio.

— Puta que pariu, — ele gemeu. —Eu amo seus seios!

— Isso é tão inapropriado para um casamento, — Adam riu quando


toda a aglomeração começou a tossir e rir com eles.

— Este não, — Ciara riu enquanto puxava Blane para perto dela. —
Acabei de concordar com isso para a lua de mel.

— Você quer me montar?

— Uau, Ciara, — Ristan riu.

— Seu Dragão, vou montar seu Dragão nas estrelas esta noite.

— Foda pervertida, — Ristan riu enquanto apertava seu controle sobre


Olivia. —Nós vamos tomar conta de Fury, Olivia precisa de prática. Ela
começou a crescer mais rápido agora, o que significa que seu tempo se
aproximará em breve. Provavelmente porque Faery está quebrado, — ele
sorriu, não se incomodando que seu filho tivesse vindo antes.

— Tudo bem, mas se ele se transformar em Dragão, cuidado com os


dedos, — ela ofereceu enquanto piscava para Olivia, que franziu a testa.

— O que? — Olivia guinchou em um tom estridente.


— Ele se transforma, mas se você falar com ele gentilmente, ele vai
mudar de volta. Se não, nos chame, e voltaremos para casa mais cedo.

— Isso deve ser... divertido, — disse ela enquanto observava Ciara


entregar Fury para ela, beijando-o na cabeça enquanto se virava para Blane
com entusiasmo.

— Vamos fazer isso, Dragão.

— Venha e monte-me, minha rainha.

FIM…
Notas
[←1]
Gancho de direita
[←2]
Sanduíche –É uma posição sexual onde você deita com o seu parceiro por cima enquanto
ele a penetra por trás. No texto Ciara não percebeu o trocadilho entre Synthia e Rider.
[←3]
Pussy ( boceta ou gato). No texto Ciara faz um jogo de palavras com a situação. No
original “Curiosity was about to kill the pussy…or was it cat?”.
[←4]
Nesta cena novamente Ciara usa de forma equivocada um ditado popular. No original.
“Kettle meet the pot.” Pot Kettle é uma chaleira.Esta é uma expressão informal usada paa
atrair a atenção para a hipocrisia.
[←5]
A pitaia, também conhecida como fruta-do-dragão, O termo "pitaia" significa "fruta
escamosa".
[←6]
Trocadilho. Remy quer dizer que prefere Ciara pelada.
[←7]
Clydesdale é uma raça de cavalo de tração originária da Escócia.
[←8]
Budweiser, também conhecida popularmente como Bud, é uma cerveja do tipo americana.
[←9]
Um quarto lindamente decorado usado no passado por uma mulher para dormir, se vestir,
relaxar e se divertir
[←10]
Minx, e o apelido que Ristan deu a ela, significa atrevida.
[←11]
Olhos de quarto: Olhos semicerrados. Olhar de desejo.
[←12]
O kilt é uma peça do tipo saia sem bifurcação na altura do joelho, com pregas nas costas,
originada no traje tradicional de homens e meninos gaélicos nas Terras Altas escocesas.
Table of Contents
Staff
Avisos Suns!
Sinopse
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e Um
Capítulo Trinta e Dois
Capítulo Trinta e Três
Capítulo Trinta e Quatro
Capítulo Trinta e Cinco
Capítulo Trinta e Seis
Capítulo Trinta e Sete
Capítulo Trinta e Oito
Capítulo Trinta e Nove
Capítulo Quarenta
Capítulo Quarenta e Um
Capítulo Quarenta e Dois
Capítulo Quarenta e Três
Capítulo Quarenta e Cinco
Capítulo Quarenta e Seis
Capítulo Quarenta e Sete

Você também pode gostar