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Disponibilização: Sunshine
Tradução: Isabeau D'Anjou
Revisão Inicial: Chloe Moore, Sakura
Revisão Final:Anny
Leitura Final: Ravena
Formatação: Azalea Bufonni
AVISOS SUNS!
Várias figuras ficaram banhadas pela luz da lua enquanto seu líder
decidia seu curso de ação. Séculos se passaram desde aquela noite fatídica
há tanto tempo, uma noite que ele nunca havia esquecido e nunca
esqueceria. A vingança os trouxe a este ponto no tempo, a este lugar de
horrores. Ele nunca iria perdoar o que eles fizeram, ou esquecer. Esse curso
de ação e caos o moldaram em um lutador, um sobrevivente. Ele foi movido
pela necessidade de vingança, para tirar deles o que eles tinham tirado de
seu povo. Esta noite ele faria o impensável: ele não se tornaria melhor do
que eles. Esta noite ele iria roubar os filhos do recém-coroado Rei da
Horda.
Blane ergueu a cabeça, olhando para o céu sem estrelas. Ele enviou
uma oração silenciosa para que não fosse em vão; que esta missão não iria
desequilibrar e que seu povo não sofreria mais por este jogo valente para
garantir a paz para sua espécie. A vida para sua espécie estava em crise,
sofrendo sem fim enquanto permaneciam nas sombras, em terras pelas
quais nem mesmo a Horda passaria e ainda assim eles não poderiam voltar
para casa, não sem garantir a paz ou derrubar a criatura mais poderosa da
Horda , seu rei.
— Você acha que ele vai se curvar a nós assim que os tivermos? — ela
argumentou. — Você é um tolo, Blane, se pensa que eles vão se importar
com o fato de terem ido embora. Eles são Horda, eles não têm amor por
seus descendentes, não quando podem fazer um suprimento infinito deles
agora.
—Ele os protege, o que significa que podem ser usados contra ele. Ele
trocará sua vida por eles e, assim que o fizer, morrerá pelo que fez à nossa
espécie. Depois que terminarmos seu reinado, iremos nos mover para tomar
o castelo e, com ele, governaremos a Horda.
—Rumores dizem que eles têm uma Deusa real. —Wren resmungou,
se abaixando para soprar no cadáver. As chamas se acenderam nas mãos de
Wren, e as chamas do dragão em tons de vermelho e verde consumiram o
cadáver, deixando nada além de cinzas enquanto o fogo se extinguia. O
vento soprava forte, jogando-os na areia e nas águas atrás do castelo.
Não, ele tinha que se mover agora para garantir a paz. Seu povo
precisava de um lar, um lugar que pudesse chamar de seu. Eles se
esconderam nas montanhas, nos pântanos e nos desertos de Faery por muito
tempo. Os Magos estavam lá fora, se preparando para lutar contra a Horda,
e todos sabiam que eles não podiam lutar em duas guerras, não ao mesmo
tempo. Não com o dano feito a Faery, de onde retiraram suas forças. Era
agora ou nunca.
Ele marchou através dos túneis escuros pelo que pareceram horas até
que alcançaram uma parede falsa, uma que Sadie tinha descoberto há muito
tempo quando ela estava dormindo com um guarda. Ele reservou um
momento para a vampira que ele despachou, e então um sorriso frio
apareceu em seus lábios. Ela não podia machucar mais crianças. Seus dias
se alimentando delas e deixando cadáveres em seu rastro era uma coisa do
passado.
Levou tudo o que tinha dentro dele para não cortar o Fae que se movia
pelas salas maiores que eles entraram. Ninguém falou com eles, nem
mesmo os outros guardas que estavam posicionados em todos os lugares
dentro do castelo. Cada saída ou porta mantinha guardas armados, uma
precaução adicional para a falta de proteções. Seu pequeno grupo parecia e
se movia exatamente como eles, mas ele os observou de perto por mais de
um século enquanto se moviam pela terra de Faery.
Assim que chegaram ao fim, Blane abriu a porta que dava para os
aposentos da família real. Seu olhar examinou o corredor com alívio ao
encontrá-lo vazio. Eles entraram lentamente, movendo-se ao longo da
parede enquanto ele procurava proteções para ter certeza de que a
informação de Sadie sobre eles estarem caídos estava correta. Assim que
teve certeza, ele removeu o capuz e colocou as mãos na parede mais
próxima de sua posição.
— Eles estão caídos, totalmente abatidos, — ele murmurou
distraidamente, se perguntando por que eles tinham feito isso. Por que
remover proteções nesta parte do castelo sem substituí-las rapidamente?
Estúpido, mas estava funcionando a seu favor esta noite. Ele passou por
várias portas antes de encontrar uma que era um carvalho velho, feito de
madeira antiga, exatamente como Sadie disse que seria.
Ciara riu dos lábios de Darynda enquanto elas faziam beicinho para os
berços vazios. Ela se sentia da mesma maneira, vê-los vazios foi um golpe
duro. Ela se ofereceu para estar no rodízio por uma chance de vê-los, de
bancar a babá de mentira até que eles voltassem. Todos tinham um papel a
desempenhar aqui, e com a guerra com os Magos surgindo no horizonte, ela
fez questão de colocar seu melhor pé em frente.
Claro, à noite, ela era livre para fazer o que quisesse, o que
normalmente acabava com ela pendurada nas duas boates que ela foi
autorizada a visitar pelo rei, seu irmão. Sua mão tocou distraidamente o
amuleto que pendia em seu pulso na pulseira de platina que Ryder lhe dera.
Ela sabia que não era apenas uma pulseira normal, mas hoje
coçava. Ela vestiu o lindo pingente até a pulseira se quebrar. Segurando-o
na mão para que o que quer que fizesse não alertasse seus irmãos sobre o
fato de que ela o removeu, ela se curvou sobre o berço e trouxe o cobertor
de Zander até seu nariz, inalando seu perfume. Ela sentia falta dos pequenos
monstros; seus sorrisos alegres e risadas intermináveis tinham tornado sua
vida aqui um pouco menos difícil de suportar ultimamente.
— Não, não somos, mulher, — disse ele com um sotaque que Ciara
não conseguiu identificar. Ela deu outro passo para trás, dando-lhes espaço
suficiente para lutar contra eles. Seu coração saltou para a garganta e suas
mãos ficaram suadas contra o punho de suas lâminas enquanto o medo
subia por sua espinha. — Você realmente acha que pode lutar comigo?
— ele perguntou e ela sorriu com sua ingenuidade.
Ele se defendeu de seu ataque e então bateu sua lâmina com força
contra uma das dela, enviando-a ao chão. Ciara olhou para ele enquanto
seus pulmões queimavam, seu peito arfava de exaustão e a realidade da
situação tomava conta. Seus olhos baixaram para a pulseira no chão, e então
voltaram no momento em que ele a forçou a entrar em ataques
defensivos. Ele calculou cada ataque, cuidadosamente apoiando-a na parede
e fora do espaço para se mover.
O suor escorria por sua testa quando ela percebeu que as proteções não
estavam respondendo, e seus irmãos não estavam vindo. De alguma forma,
esses homens sabiam que as proteções estavam desativadas, e então ela
percebeu porque estavam. Esses homens vieram para levar os bebês, e uma
sensação de alívio a percorreu por Ryder e Synthia terem sido inteligentes o
suficiente para escondê-los.
— Ela é a princesa! Ela vale mais viva para você, por favor. Não a
mate!
Ela riu, embora tenha saído sufocado e distorcido de onde a mão dele
segurou sua garganta. — Seu idiota, você arriscou suas vidas por nada, —
ela gritou quando a mão dele aplicou mais pressão. — Você vai morrer por
isso.
—Você lutou bem o suficiente para saber que não deve se agarrar a
uma lâmina.
— Guarde isso para você, — ela bufou enquanto dava uma cotovelada
no homem atrás dela e tentava se levantar.
Distância, ela precisava disso entre ela e seus captores para descobrir o
que fazer. Ciara clareou sua mente e tentou teletransportar, mas nada
aconteceu. Que diabos? Ela fechou os olhos, concentrando-se em sua
magia, apenas para que nada acontecesse novamente. Sem mágica? Seus
olhos vasculharam o céu, a área ao seu redor procurando por alguma razão
pela qual ela não seria capaz de usar sua magia. Sua mente disparou, seu
coração batendo forte em seus ouvidos enquanto ela se forçava a continuar
correndo. Ela atravessou a floresta em uma clareira e girou em um círculo
rápido, parando quando cavalos selvagens surgiram. Sério? Cavalos! A
única coisa em Faery que ela não conseguia montar.
Ela começou a avançar, apenas para ser levada ao chão. Ela deu um
tapa nele e colocou as pernas em volta da cintura dele, usando os
movimentos que seus irmãos lhe ensinaram para se defender.
Ele os rolou, segurando-a com seu peso enquanto capturava suas mãos
acima de sua cabeça. Sua boca baixou e pairou contra a dela enquanto ela
jogava a cabeça para trás, esmagando-a contra o chão. Sua risada gutural
estreitou os olhos dela, e antes que ele adivinhasse seu movimento, ela
mordeu o lábio com força. Ele rosnou contra sua boca quando ela sentiu o
gosto acobreado do sangue.
— Não podemos deixar ninguém avisar ao seu irmão que você foi
vista com a gente, podemos?
— Eu não sou fraca, idiota, e como você sabe que esse é o meu nome?
— ela perguntou hesitante. Magia não funciona aqui? Impossível, mas ela
não conseguia teletransportar ou manejar. Ela mais uma vez clareou sua
mente, com a intenção de se afastar dele, mas nada aconteceu. Sua garganta
apertou quando o medo envolveu suas mãos frias ao redor de seu coração
como um torno.
— Você quer saber sobre meu rei? Ele será o único a te matar por me
levar. Ele não perdoa aqueles que invadem sua família ou que pretendem
fazer mal a seus bebês.
Ela piscou para a cama tosca, coberta com peles que estavam no
chão. Ela começou a cruzar os braços e percebeu que não podia. Seus
pulsos doíam, a posição que ele amarrou e prendeu a forçou a segurar as
mãos juntas.
— Que diabo é o seu problema? — ela retrucou. —Eu não pedi para
estar aqui, lembra? Participante relutante dessa tolice que você me
forçou. Só para constar, eu também não gosto de você.
— Bom.
Ela fez o que ele instruiu, esperando que ele o removesse. Seus dedos
viajaram lentamente ao redor da carne crua e vermelha que sua corda havia
criado. Seus dedos trabalharam o nó, lentamente desatando-o até que a
corda caiu de seus pulsos. Ela os puxou para perto de seu corpo, passando
os próprios dedos pela carne crua. Distraidamente, ela foi para a cama e
então parou, virando-se para encará-lo.
— Você acha que tem escolha, princesa? — Ele jogou o título fora
como uma maldição.
Ela foi a única mulher na Horda a fazer a transição para a idade adulta
por meio de ilusões. Por dias ela foi deixada na dor mais terrível, faminta
além do que sua mente poderia suportar. Deixada para sofrer como seu pai
exigia, ela foi deixada pura, intocada pelo homem até que ele pudesse usá-
la para ganhar poder. O Fae usava sexo ou emoção para se alimentar, mas
durante a transição, sexo era uma obrigação. Foi assim que você se tornava
um adulto. Horas ou dias de foda sem sentido enquanto você trocava sua
juventude para se tornar um adulto, mas ela não. Ela estava à beira da morte
certa quando Ryder trouxe um homem para ela, um que enfrentaria a morte
nas mãos de seu pai se alguma vez fosse descoberto que ele olhou para as
mulheres dentro do pavilhão.
Max era diferente dos outros. Ele não tinha sido exigente, ou mesmo
tentado usá-la. Em vez disso, ele deu a ela a ilusão de sexo, sonhos de
paixão sem fim que afastaram a dor, e deu a seu corpo apenas o suficiente
para fazê-la passar por sua tortura infinita viva. Desde então, ele tinha sido
uma constante em sua vida, seu companheiro de alimentação que dava
infinitamente sem reclamar.
Ele riu, puxando o corpo dela para mais perto dele. Ela estava reta
como uma tábua, ficando tensa quando o cheiro inebriante fez cócegas em
seu nariz e dançou em seus sentidos. A mão dele descansou em seu quadril,
puxando seu olhar para ele com uma sobrancelha levantada
delicadamente. Ela começou a mover a mão para remover seu membro
ofensivo, apenas para ele move-lo de volta.
Ela bufou e se virou para encará-lo, percebendo seu erro enquanto sua
boca pairava a apenas um fôlego da dele. Ela imediatamente desviou o
olhar, ignorando sua risada rouca que fez cócegas em seu ouvido. O corpo
dele alimentou de calor contra o dela como se fosse uma espécie de fogo
ardente. Isso a confortou, fazendo com que sua raiva aumentasse ainda
mais.
Algo quente tocou seus lábios, úmido até. Ela gemeu contra isso
enquanto o prazer esvoaçava por sua mente, sua fome voraz enquanto corria
seu interior. Seus braços se levantaram, e então algo tocou seu rosto quando
algo mais empurrou entre seus lábios abertos. A paixão a rasgou, seu corpo
aqueceu enquanto a pressão crescia entre suas pernas. Sua respiração ficou
pesada quando seus olhos se abriram para encontrar o culpado de qualquer
sonho que a estivesse seduzindo.
— Você acha que pode me seduzir para ganhar sua liberdade? — ele
estalou.
— Talvez eu tenha pensado que você era outra pessoa também! — ela
bufou quando seus punhos se cerraram firmemente ao lado do corpo
enquanto suas unhas se cravavam na carne de suas palmas.
Ela mal dormiu na noite passada, ou esta manhã, o que quer que fosse
considerado. O tempo parecia se mover de forma diferente aqui, onde quer
que fosse. Eles deixaram a floresta e entraram em um pântano, e não
importava o quanto ela tentasse, ela não conseguia se lembrar do que havia
além das Widowlands. Seu corpo ficou tenso quando eles se aproximaram
de um rio, um rio de águas correntes.
Alguém gritou atrás deles, e Blane e Ciara se viraram para ver o que
havia acontecido e seu cavalo escorregou. Ciara gritou antes que sua boca e
seus pulmões se enchessem de água gelada enquanto a correnteza do rio a
levava embora. Estava gelado e, por mais que tentasse, não conseguia
colocar a cabeça acima da água.
Algo bateu contra seu peito, e ela tossiu, cuspindo água de seus lábios
enquanto lutava para sugar rapidamente o ar. Queimava, mas ela se sentia
congelada, como se seus ossos fossem criados de gelo. Ela se deitou contra
as rochas, sem se importar que machucassem sua carne. Seus olhos se
fecharam, a exaustão a tomou e ela não se importava mais se a morte
vencesse. Ela não tinha medo de morrer, ela só não queria sentir ou ver o
fim chegando.
—Remy, me ajude a levantá-la. Ela está congelando e meio afogada,
— ele rosnou. — Diga aos outros para montar uma barraca
imediatamente. Precisamos aumentar a temperatura dela antes que a noite
caia. Faça Fyra acender uma fogueira, diga a ela que preciso de um na
minha tenda também.
— Se ela morrer, não temos nada. Nada para atraí-lo para nós, nada
para negociar. Você entende isso, correto? — Remy rosnou. — Ele é seu
rei, não questione suas ordens.
— Ele não é rei, não realmente. Ainda não, não até reconquistarmos
seu reino. Até então, ele é o mesmo que nós.
— Levante a porra da barraca, Fyra. Não viemos tão longe para perder,
nem agora, nem nunca. Ela morrerá se a noite chegar antes de você acender
o fogo. Você quer voltar para o nosso povo e dizer a eles que falhamos?
Ele riu. —Isso definitivamente não é uma cobra entre sua bunda,
princesa, — ele admitiu. — Havia uma cobra na água, uma que não
vimos. Os cavalos perceberam e entraram em pânico.
— Seria bom para você ser exibida na frente do meu povo nu, exposta
e envergonhada.
— Você não deveria acreditar em tudo que ouve, — ela disse enquanto
levantava o pé e o chutava, pegando-o desprevenido. Ele caiu para trás
enquanto ela lutava para colocar distância entre eles. Ele se chocou contra
seu corpo, separando suas pernas enquanto as erguia para deslizar entre
elas. Suas mãos se levantaram para segurar seu corpo enorme, mas foi
inútil. Seus lábios baixaram para pairar contra os dela.
— Você não quer isso, — ela sussurrou. — Não sou o que você pensa
que sou.
Seu dedo empurrou em sua carne, e ela gritou em choque. Seu corpo
apertou contra ele, tentando dissipá-lo de seu corpo enquanto ele lentamente
puxava para fora. Ela estava molhada, pronta, mas isso não estava
acontecendo. Ela não estava fazendo isso com ele. Nem agora, nem nunca.
— Saia de cima de mim, — ela implorou enquanto agarrava os ombros
nus dele. Ela torceu o corpo, dissipando o dedo dele no processo. Suas
mãos capturaram as dela, prendendo-as acima de sua cabeça enquanto os
olhos azuis oceano dele mantinham prisioneiros os olhos violetas dela.
— Pelo que ouvi, você não precisa gostar de alguém para transar com
eles, — disse ele ao se levantar.
Sua mão capturou seus braços, evitando seu ataque. Ele colocou seu
peso inteiramente em sua pequena figura, prendendo-a enquanto ela gritava
de raiva. Suas palavras correram juntas, sua raiva pulsou através de suas
marcas enquanto tudo a atingia de uma vez. Ela iria matá-los, todos eles!
Ela entrou em uma clareira, sem se importar que o vento ficasse mais
forte ou parecesse empurrá-la para trás. Seus pés pararam quando seus
olhos se ergueram para o céu. Ela congelou, incapaz de se mover ou fazer
as palavras saírem da ponta da língua. No ar acima dela estava uma criatura,
que batia asas verdes gigantescas que empurrou contra a corrente de vento,
pairando bem acima dela.
Ela seria comida por um maldito lagarto. Como se ela já não tivesse
problemas suficientes com Blane? Se era assim que parecia a liberdade, no
momento em que chegasse em casa, se é que chegava, estava se trancando
no pavilhão e nunca mais saindo dele. A liberdade é uma merda!
Ela deu as costas para correr, e ele bateu no chão, fazendo-a tropeçar
nos próprios pés. Ela se virou e olhou.
— Isso não é legal, lagarto! Quando uma garota está tentando correr,
você a deixa correr e então a pega. Você não sabe de nada? — ela sibilou e
parou enquanto o lagarto gritava de dor. Os olhos dela se estreitaram ao vê-
lo sacudir e bater no chão. — Oh Deus, — ela murmurou enquanto se
levantava, movendo-se em direção a ele. — Não morra, por favor? Por
favor, não morra, lagarto.
Ela deu um passo para trás quando ele atingiu o chão com força, como
se algo estivesse dentro dele tentando sair. Ela continuou dando passos
largos para longe dele enquanto observava sua carne mudar e se formar, se
tornando humana. Blane ergueu a cabeça, seus olhos penetrantes seguraram
os dela enquanto sua forma nua saia da bagunça do que tinha sido uma bela
criatura.
Ela o atacou, ele, a porra do rei Dragão como se não valesse a pena ter
medo dele. Ele a tocou de maneiras que apenas aqueles que acasalaram
deveriam ser tocados, e ela fez os barulhos mais requintados de merda que
ele já tinha ouvido. Ele a queria irritada, com tanta raiva que ela usou o
pouco poder que tinha para expulsá-lo.
Sua irmã havia sido dilacerada, retalhada até que não houvesse mais
nada para enterrá-la. Ela suportou o pai de Ciara entre as pernas, sendo
estuprada e torturada antes que ele a assassinasse bem na frente de Fury, o
pai de Blane. Esta pequena gata do inferno nasceu com o sangue daquele
monstro, ela era parte dele.
Ciara não era nada mais do que um peão. Um que ele usaria para pegar
seus irmãos. Eles compartilhavam um vínculo incrível e não natural, um
que nenhum dos Fae entendia. Ele não sabia que laços irmãos e irmãs
compartilham, seus próprios irmãos foram assassinados e nenhum viveu
para crescer com ele. Seus irmãos eram agora os homens com quem ele
lutava ombro a ombro contra o mundo, e criaturas que habitavam as
mesmas terras estrangeiras em que se estabeleceram.
Ele repassou os horrores que a família dela fez com a dele e então se
aproximou dela. Sua boca continuou a abrir e fechar enquanto seu corpo nu
atraía seu olhar. Aqueles olhos violetas expressivos lentamente beberam na
visão de seu corpo, fixando-se em seu pau enquanto ela balançava a cabeça
como se não tivesse certeza de como processá-lo ou a ele.
Ela recuou quando ele a alcançou. As mãos dela subiram para detê-lo
enquanto ele sorria. Seu cabelo preto como o corvo balançava com o vento
que entrava na campina pacífica.
— Você sente muito? Meu povo está morto, e você sente muito? Diga
isso para os bebês que queimaram para que não se tornassem brinquedos
para sua espécie. Diga isso para minha mãe, que foi estuprada e assassinada
diante dos meus olhos. Você sente muito? — ele estalou, e ela gritou,
forçando-o a olhar para onde ele segurava seus braços enquanto suas mãos
mostravam garras e seu corpo tentava se mover em sua raiva. — Foda-se,
Ciara, e foda-se sua família. Vocês todos são bastardos assassinos que não
merecem viver. Você com certeza não deveria governar ninguém.
— Eu não fiz isso, — ela sussurrou enquanto puxava seus braços para
longe de seu aperto. — Eu não tive qualquer participação nisso, então me
culpe se isso faz você se sentir melhor, mas eu era uma criança quando
aconteceu.
— Eu faço, eu culpo você e sua família pelo que fizeram com a minha,
— ele rosnou. A raiva pulsou por ele com sua pena, ela tinha pena dele pelo
que acontecera. Ele não queria ou precisava disso, o que ele precisava era
que ela o obedecesse, ficasse em silêncio e não fosse tão bonita. Ele odiava
o que ela era, quem ela era e de quem ela era parente. Ela havia sido
chamada de sedutora da Horda, viúva da Horda e prostituta da Horda tantas
vezes que ele pensou que isso seria fácil de realizar.
Ele nunca imaginou a mulher por trás dos nomes, ou que ela pediria
desculpas. Ela corou, pelo amor de Deus. Ela implorou para ele não morrer
enquanto o chamava de lagarto, o que diabos havia de errado com ela? Ou
era um jogo para ela? Ela estava brincando com ele para fugir?
Ciara se virou para encará-los sem medo, mesmo quando ela estava
cara a cara com seu dragão, ela se saiu melhor do que a maioria dos homens
adultos teria feito. Fyra acabara de falar sobre sua morte, e Ciara não se
esquivou disso ou tentou escapar. Em vez disso, ela quase parecia calma.
Como se ela estivesse acostumada com a ameaça de morte.
— Eu sou Fae, não posso mentir. Então me escute com atenção. Passei
pela transição sem ser tocada, então se você acha que pode me machucar ou
me assustar, pense novamente. Você não é nada como meu pai era, e eu não
tinha medo dele. Por isso também sobreviverei. Então, se você quer me
sangrar, faça isso e pare de falar sobre isso. Você está me entediando. Eu
levei surras de meu pai, vi ele matar meus amigos simplesmente por serem
meus amigos ou próximos a mim. Já vivi com um monstro, o mesmo que te
aterrorizou. Você não me assusta, porra. Pode criticar ou calar a boca,
cupcake, mas faça um ou outro logo.
CAPÍTULO OITO
Ciara endireitou os ombros e olhou para Fyra, sem desistir do que ela
disse. Ela estava cansada dos nomes sujos, das ameaças. A vida era muito
curta para gastá-la pagando por crimes que ela não cometeu. Claro, ela era
imortal, e não era realmente curta para sua espécie, mas eles que se
ferrem. Esta não era sua luta, não era sua função ser abusada por crimes que
um pai, que ela nem gostava, cometeu.
Fyra atacou sem aviso, mas Ciara previu que isso aconteceria. Ela
evitou, deixando a loira cair de bunda na grama alta e oscilante da
clareira. Ela olhou para ela, sem medo do que ela sabia que poderia
fazer. Provavelmente, eles eram todos dragões e todos a odiavam.
— Vocês idiotam falam inglês, certo? Porque você parece não entender
o que estou dizendo a você, — ela fervia. —Você não me assusta, não há
nada que você possa fazer ou me ameaçar que ainda não tenha sido feito
para mim. Você quer pensar que sou uma prostituta? Tudo bem, acredite no
que você quer sobre mim. Quer me culpar por algo de que não
participei? Sua escolha, mas culpe-me ou cale a boca porque você está me
dando dor de cabeça com suas ameaças. — Ela sorriu enquanto estendia as
mãos. —Amarre-me, garotão. Eu sei que você gosta.
—Ele gosta de corações, diz que tem uma porra de gosto de doce.
— Você acha que temos medo deles? Eu cresci aqui, longe de minhas
terras. Eu nasci nos esconderijos deles, Ciara. Não se preocupe, vou mantê-
la segura.
— Ela não está bem da cabeça, — Fyra disse ao lado deles enquanto
balançava a cabeça. —Ela deveria estar com medo.
— Não, — ela disse e teve que forçar sua língua a ficar em sua boca,
pois era o melhor que ela podia falar sem admitir a verdade. Já era difícil
brincar com as palavras e manter seu juízo intacto no que dizia respeito a
ele. Infantil, sim, mas ele estava certo. Ela sentia coisas com ele. Ela sentiu
emoções quando ele a tocou, e ela não gostou nem um pouco. Ao longo dos
anos, ela tocou em homens ou foi tocada de passagem. Uma pancada no
ombro aqui ou ali, um toque inocente, mas ela nunca se conectou a outra
pessoa. Ristan disse que era porque ela foi quebrada na transição; que sua
mente tinha confundido. Que isso fez algo para ela que a impediu de se
conectar com outras pessoas. Ou, poderia ter sido a tortura sem fim que ela
suportou. Foi um lance de moeda.
Claro que ela estava com medo dele, mas ela não tinha certeza do por
que exatamente ou que seu toque deveria deixá-la doente, e não fez. Ela não
tinha sido capaz de dizer mais do que não , o que significava dizer que ela
não estava, era uma mentira. Ela olhou para o sorriso que se espalhou por
sua boca cheia, precisando limpá-lo deste mundo.
— Você tem medo de mim, — ele meditou enquanto Fyra voltava para
o acampamento. — Por que isso? —ele se perguntou em voz alta.
Blane não tinha oferecido a ela uma capa novamente, mas então ela
percebeu que tão longe de casa ninguém iria notá-la de qualquer maneira.
Ele não parecia incomodado com seus desconfortos, mas ela também não
era sua convidada. Seus braços tinham sido o único calor que ela tinha
recebido, e parecia funcionar na maior parte, menos o resto de seu corpo
que aqueceu com seu toque traiçoeiro.
— Dê-me suas mãos, — ele rosnou, irritado com o fato de que não
importava o quão rápido eles viajaram para o reino exterior de Faery, eles
falharam em chegar ao seu destino. Ciara, por outro lado, estava grata por
eles não terem feito isso. — Faça a cama, — ele ordenou enquanto ela
esfregava o sentimento de volta em suas mãos.
Isso foi péssimo. Ela se virou, esperando marchar para fora e dizer ao
dragão onde ele poderia enfiá-lo, apenas para dar de cara em seu peito
enorme. Suas mãos se levantaram, fixando-se em seus músculos grossos
antes de puxá-los de volta como se ele a tivesse queimado.
— Ela pode ficar irritada, — ela riu. — Eu não vou ficar pelada com
você.
— Bem, então isso deve fazer minhas roupas derreterem, não é? — ela
perguntou enquanto se afastava dele para começar a tirar suas roupas. Ela
sabia que ele falava a verdade sobre o frio, ela podia sentir isso mesmo
agora, rastejando profundamente em seu tecido enquanto lutava para
segurá-la. Não era um frio comum, tinha o toque gorduroso da magia em
seu cheiro. Se ela estivesse certa, eles estavam perto da Corte Winter, o que
significava que ela estava muito além de onde seus irmãos estariam
procurando por ela.
Ela tirou a calça e a camisa e ficou ali tremendo, de costas para ele,
esperando que seu cabelo escuro na altura da cintura o impedisse de
verificar sua bunda. Ela o sentiu diminuindo a distância entre eles, o calor
que seu corpo irradiava enviou seu corpo formigando com a necessidade.
—Vire-se, — ele exigiu com voz rouca.
Ela fez o que ele pediu, erguendo os olhos para ele enquanto ele a
fitava. Seus dedos seguraram seu queixo, forçando-a a ceder enquanto sua
outra mão lentamente tocava seu abdômen. O pânico tomou conta, e ela
empurrou seu corpo para longe dele, sem se importar que o ar gelado
mordesse sua carne.
—Não.
—Eu não gosto de você, — ela disse, odiando que as palavras que ela
queria dizer não saíssem. Fae não podia mentir, o que significava que ela
tinha que encontrar uma maneira de contornar isso. —Apavorada? Não.
— Ela não estava apavorada, seu toque aterrorizou seus sentidos.
— Nós vivemos aqui porque sua espécie não pode, — ele ronronou
enquanto testava suas curvas, permitindo que seus dedos passassem por seu
quadril nu. Seu calor foi instantâneo, isso a encheu, removendo o frio ósseo
que ela pensou que acabaria com sua vida enquanto ele brincava com seus
jeans. Uma maneira pela qual ela não queria morrer? Morrendo de frio, o
que era muito possível aqui.
— Sim, você pode, — ele corrigiu enquanto sua mão se movia para
sua barriga, lentamente arrastando os dedos até os seios dela. Ela
estremeceu, e isso teve muito pouco a ver com o ar frio ao redor deles. Sua
respiração fez nuvens no ar, e ela ergueu o rosto, olhando para ele enquanto
ele se inclinava sobre ela.
—Não, ela está viva. Ela está... muito quebrada, — ela admitiu. —Ela
foi a única fêmea a gerar mais de um filho para Alazander. Ele... preferia os
gritos dela aos de suas outras mulheres, eu acho. Eu costumava me
esconder dele, e quando o fazia, ele a machucava para me fazer sair de onde
eu estava escondida. Meus irmãos me imploraram para parar, mas ele era
um monstro. Aquele que gostava de me machucar.
— Não, ele é meu irmão. Ele trouxe um homem para mim e me ajudou
a passar por isso. Ele arriscou a vida para me salvar.
— Ele fez você gritar? Ou te fodeu com tanta força que rastejou no dia
seguinte porque sua linda carne rosada estava muito dolorida, muito
inchada para andar? — ele perguntou, e o olhar dela voltou para ele.
— Incrível, hein? — ele sussurrou com voz rouca antes de abaixar sua
boca para a dela e deixá-la pairar lá enquanto sua respiração abanava seus
lábios. Ele deixou seus lábios roçarem os dela, rosnando enquanto os
empurrava com os dela, afundando sua língua em suas profundezas.
Seu povo havia massacrado o dele, e ele planejava usar isso contra
ela. Ela era a Princesa da Horda, a casta Fae mais cruel e violenta já
criada. Não, ela estaria condenada se ele a usasse para suas necessidades
apenas para se virar e usá-la contra seus irmãos. Ela foi criada melhor do
que isso, e em termos Fae, ela era jovem, uma das últimas que Alazander
gerou, mas isso não a tornava uma idiota.
CAPÍTULO DEZ
Eles viajaram em silêncio pelas poucas horas que levaram para chegar
à aldeia. Não era uma aldeia real, mais como um acampamento que você
veria quando os soldados estivessem em guerra. Blane permaneceu em
silêncio desde o desastre da noite anterior, deixando Ciara refletindo sobre
sua situação. Os homens com eles sentiram o humor de Blane, enquanto
Fyra fuzilou Ciara com o olhar durante toda a viagem. Como se o mau
humor dele fosse obra dela.
Sozinha. Ela havia sido deixada sozinha com uma multidão furiosa
de seu povo.
Algo atingiu seu rosto e ela gritou, abrindo os olhos para encontrar a
fonte. Outro míssil lançado nela, batendo contra sua têmpora. A multidão
aplaudia enquanto mais pessoas pegavam pedras ou o que quer que
pudessem encontrar e jogavam nela. Ela era um alvo fácil. Ela se fez menor,
escondendo a cabeça nos braços estendidos que pendiam inutilmente acima
de sua cabeça. A dor a assaltou enquanto o líquido descia pelo rosto de sua
testa. A escuridão ameaçou consumi-la como um foguete após um míssil a
atacar.
Ótimo pra caralho, ela estava sendo apedrejada até a morte como algo
saído de um romance medieval. Uma pedra bateu contra sua caixa torácica
e ela gritou, outro atingiu seu rosto e sua cabeça caiu para trás enquanto
estrelas surgiam em sua visão.
O que ele esperava? Ele a trouxe para eles e então a amarrou para eles
atacarem. Fyra pode não ter atirado a primeira pedra, mas ela se certificou
de que outra pessoa o fizesse com suas palavras. E quem disse que as
palavras não doem?
Se ela tivesse magia em suas veias, o que ela não tinha, ela
poderia. Infelizmente, ela não tinha mais nada. Ele se certificou disso. Ele a
forçou a usá-la, ainda mais quando ela se fez correr para a liberdade. Ciara
não tinha mais nada para usar, nada para escapar dele. Ele conhecia sua
fraqueza, o que significava que alguém havia lhe contado o que
era. Alguém de dentro do castelo havia contado a ele sobre suas falhas para
que ele soubesse como explorar suas fraquezas. Isso significava que ele era
inteligente, estudando todos eles enquanto se preparava para fazer sua
jogada. Ela não tinha sido seu alvo e ainda sabia todos os boatos sobre ela, e
muito mais.
—Bom, ela é nossa inimiga, senhor. Eles merecem sentir cada grama
de dor que é dada a eles. Ela não é diferente.
— Isso é…
— Eu disse que você vai dormir na minha tenda comigo. Não estava
em debate, princesa, — ele repetiu enquanto se aproximava dela. Sua mão
caiu e ela balançou a cabeça, apenas para sangue escorrer do ferimento. —
Florin, pegue seu kit de fora e conserte o rosto dela.
— Ela não precisa da minha ajuda, — ele atirou de volta para Blane.
— Apenas deixe as coisas, eu cuidarei de mim mesma, — ela ofereceu
e observou o cara estufar o peito.
— Qual parte? Porque você mesmo disse, sou Fae. Você sabe como
nos alimentamos e, sem isso, você vai me ver murchar e desvanecer até
virar nada mais do que um cadáver. Você tem medo da minha magia, por
quê? Com medo de que eu possa seduzi-lo, dragão?
— Não lute, Ciara. Você não vai ganhar, — alertou. Seus dedos
apertaram seus ombros enquanto ele a puxava para mais perto, segurando-a
contra ele enquanto os homens se arrastavam para frente.
— Eu vou lutar com você com até meu último suspiro, — ela sibilou
friamente enquanto levantava o joelho, com a intenção de machucá-lo. Ele
a jogou na cama sem aviso, bloqueando com sucesso seu ataque. Ela gritou
de raiva quando ele pousou em cima dela enquanto os outros homens
seguravam suas mãos. —Me deixar ir! — ela gritou enquanto continuava
lutando contra eles. Ela estava esgotada, exausta mentalmente e
fisicamente, e sem magia, ela tinha pouca esperança de impedi-los do que
ela presumia que eles planejavam fazer com ela.
Ela olhou para Blane em choque ao perceber o que ele tinha feito. As
relíquias eram mortais, criadas pelos Fae como objetos de poder que tinham
consequências incalculáveis se mexidas. Os homens recuaram enquanto ele
zumbia e se apertava ao redor dela. Ele beliscou sua carne em advertência, e
dentes irregulares morderam sua carne enquanto minúsculas gotas de
sangue vermelho se formavam.
—Você não tem ideia do que fez, não é? — ela sussurrou enquanto os
homens saíam da tenda, apenas para voltar com uma única estaca que
colocaram no chão.
— Você é um meio para um fim, — ele respondeu friamente. —Isso é
tudo que você é, e tudo que você sempre será para mim, princesa.
CAPÍTULO ONZE
Seu olhar se estreitou para ele quando ele colocou a seus pés e retirou
um pano. Que porra de macacos voadores sempre amorosos? Ele ficou
tenso e alcançou o curativo em seu rosto, removendo-o. Ela se afastou dele
e baixou o olhar para o chão, recusando-se até mesmo a olhar para ele.
— Não fique brava, você sabia por que eu te levei, — ele murmurou
enquanto lavava seu rosto.
— Afaste-se de mim, dragão filhote, — ela fervia. Ele riu, ignorando-a
enquanto passava lentamente o pano macio entre seus seios, roçando seus
globos com os nós dos dedos.
— Não, — ele riu com voz rouca. — Eu meio que gosto de ver você se
contorcer. Meu toque te incomoda tanto? — Ela olhou para ele, incapaz de
dizer o que queria porque seria uma mentira. —Nada a dizer? — ele
zombou.
Ela olhou para ele enquanto sua boca abria e fechava. — Quantos eu
quiser, — ela respondeu com gelo em suas palavras.
— Não te incomoda que os rumores digam que você está muito... dada
com seu corpo?
Ela o observou enquanto ele se movia para onde ela estava, lentamente
liberando seus braços e pernas antes que ele lentamente a empurrasse para a
cama. Ele tinha tatuagens, ao contrário das marcas dos Fae, ele escolheu
usá-los. Dragões em voo cobriam suas costas, enquanto palavras escritas
em uma língua que ela não entendia estavam tatuadas em sua caixa
torácica. Seus joelhos bateram na cama e ela caiu de bunda. Antes que ela
pudesse atravessá-lo, ele se ajoelhou entre suas pernas.
— Devo ter perdido onde pedi sua permissão, princesa, — ele meditou
enquanto abaixava sua cabeça escura e beijava a parte interna de sua
coxa. Ela sugou o ar avidamente enquanto seu núcleo se apertava. — Você
cheira bem o suficiente para... comer, — ele riu enquanto olhava para ela
com as pálpebras fechadas.
— Animais acasalam para conceber, — ela rosnou. —Eu não vou ter
nenhum bebê lagarto com você, — ela bufou com altivez.
— Você sabe por que seu pai atacou minha espécie? — ele perguntou
enquanto a empurrava para baixo e deixava sua boca pairar sobre sua
boceta. — Porque nós podemos procriar você e ele sabia disso. Ele temia
isso, temia a nós. Os Dragões são a única criatura em Faery forte o
suficiente para ficar contra você e sua casta, — ele rosnou antes de sua
língua deslizar por suas dobras, e ela estremeceu quando o prazer rasgou
seu corpo inteiro.
—Você faz os ruídos mais requintados, considerando que não quer que
eu ou minha boca fodam sua linda carne rosa, — ele rosnou com voz
rouca. — Você está pronta para mim, não é? Você quer se alimentar, e
muito. Posso ver em sua carne, a palidez de sua pele. Seus olhos estão
embotados e você está ficando mais lenta com suas pequenas respostas
travessas. Diga-me, Ciara, você precisa do meu pau para se alimentar?
— ele ronronou guturalmente.
Sua boca não negociou nenhum argumento. Isso a fodeu mais do que
ele jamais poderia enquanto a reclamava. Sua língua mergulhou mais
profundamente, dominando a dela em uma dança eterna enquanto seu corpo
usava o dela. Aqui e agora, eles não eram inimigos. Eles foram movidos por
uma necessidade primária, maior do que qualquer um deles entendia. A dor
de Ciara desapareceu, suas preocupações derreteram quando o orgasmo
queimou mais forte através dela, e quando explodiu, ele capturou seus
gritos em sua boca.
Foi só isso? Isso foi sexo? Isso não foi tão ruim, ela meditou. Ela se
alimentou, não muito, mas também teve medo. Quando Max a alimentou,
não foi bagunçado. Ela não via as emoções, mas com Blane, ela podia vê-
las em seus olhos, ódio ardente e pior, ele odiava que a quisesse. Ele era
bagunçado, muito trabalho. Muita merda para percorrer.
— Que diabos? — ela perguntou, olhando para sua barriga. —Por que
você fez isso comigo?
Blane piscou para ela enquanto se afastava e olhava para onde
encontrara sua liberação em sua carne. Sua sobrancelha levantou enquanto
ele considerava o que dizer e então balançou a cabeça.
— Bem, agora sua camisa está com a sua bagunça e não está mais em
mim. — Ela colocou as mãos nos quadris e olhou para ele em desafio
aberto.
—Vá para a cama, Ciara, antes que eu faça outra bagunça, desta vez
em algum lugar onde você não vai reclamar.
Ela se encolheu. —Você não sabe por que eles fizeram isso, no
entanto.
— Eu? Não tinha idade suficiente para empunhar uma lâmina, nem
mal tinha idade para usar magia. Eu era uma criança, assim como você era,
se apenas assistisse isso acontecer.
Ele vasculhou seu baú, que estava na ponta da cama, e jogou para ela
uma combinação que ela pegou. Ela ficou olhando para ele. — Eu vim com
roupas, você sabe. Eu não apenas apareci para lutar com você pelada.
— Era da minha irmã, — ele rosnou. —É mais para mim, para me
lembrar de quem você é. Para que eu não esqueça e me apegue.
Ele havia mudado de tática, disso ela tinha certeza. Ela se encolheu
com a lembrança do que seu povo tinha feito a eles. Ele estava se
lembrando de quem ela era porque na noite anterior eles haviam
esquecido. Mesmo que brevemente, eles se esqueceram de se odiar.
— Faça o que quiser comigo, Blane, mas eu nunca serei usada para
atrair meus irmãos aqui para a morte. Você se esquece, eu sou a Horda, —
ela sibilou enquanto seus olhos se moviam lentamente de seu rosto para
suas outras feições com um olhar faminto. — Você vai ter que me alimentar
mais cedo ou mais tarde, ou me assistir definhar. Preciso me alimentar
regularmente e estou faminta. Diga-me, dragão, qual será? Me assistir
murchar e perder sua única ferramenta de vingança, ou me alimentar?
— ela zombou em um tom gutural que deixou pouco para se perguntar qual
era seu jogo: sedução.
— Syn? — ela gritou, quase aliviada por ter um rosto amigável perto
dela. Mas o que isso significa? Uma guerra frontal para Blane, ela se
importou? Ela deveria se importar? Não, absolutamente não, e ainda assim
eles eram dragões. Esta era uma chance de consertar o passado, e ela tinha
que aproveitá-la. Além disso, ela era uma armadilha do caralho. Portanto,
havia isso a considerar.
— Eu sei. Estou ciente das proteções e disso... — ela fez uma pausa e
acenou para a tenda em geral. Sua cabeça de platina se inclinou e ela ouviu.
— Isso foi estúpido, — ele rosnou, e dois dos guardas abriram a aba
para ver o que tinha sido o distúrbio. Suas espadas estavam
desembainhadas, prontas para cortar Ciara em tiras se ela tivesse escapado,
o que a fez recuar um pouco. —Você poderia apenas usar glamour, e então
você não fedesse ou precisaria que eu lavasse sua carne, mulher.
Ciara jogou a cabeça para trás e riu de suas palavras, da raiva que os
enchia, mas acima de tudo, da nota possessiva que pegou em suas palavras.
Ele pegou uma camisa da mesma pilha em que suas calças estavam,
uma espada e um arreio, e se moveu lentamente em sua direção enquanto
sorria com uma frieza que enviou um arrepio por sua espinha. —Ele virá
atrás de você, mesmo que eu tenha que atraí-lo com pedaços de você,
Ciara. Depois de matá-lo e assumir seu trono, posso mantê-la acorrentada à
minha cama por toda a eternidade. Eu me pergunto se você me imploraria
para alimentá-la então, ou você me imploraria por uma morte sem dor?
— Ele tem uma Deusa ao seu lado, ele não vai cair para você, dragão
filhote, — ela rebateu, cuidadosamente escolhendo suas palavras. — Você
tem alguma ideia de quão poderosa é Synthia? Ela poderia estar aqui
conosco agora, e você nunca saberia até que seu sangue cobrisse este
mesmo chão. Você não pode defender-se dela, ninguém pode. Você acha
que ela permitiria que ele caísse em sua armadilha sozinho? Ela localizaria
aquelas proteções dentro daquela floresta, ela os veria milhas antes mesmo
de alcançá-los. Você é um bobo, pegue seu povo e vá embora. Viva, ele não
vai se importar que você esteja vivo, Blane, confie em mim. Apenas
vá. Antes que seja tarde demais, — ela implorou, seus olhos procurando seu
rosto por qualquer sinal de que ele estava ouvindo. Ela não estava apenas
falando com ele, no entanto. Ela estava dizendo a Synthia o que sabia,
dando-lhe um aviso com suas palavras.
— Ele é o Rei da Horda, ele não vai entrar, Ciara, ele vai
teletransportar. Então, será tarde demais para ele voltar. Ele é um assassino
de sangue frio, eu sei. Eu estava lá quando ele massacrou meu
povo. Ele matou meu povo, minha mãe foi estuprada e morta por alguns de
seus homens enquanto eu os observava de onde estava escondido pela
empregada de minha mãe. Não vou fugir dele, não de novo. Da última vez,
eu era um mero garoto, agora, sou um homem que vai retribuir o que
fez. Não vou permitir que aconteça de novo.
— Ele pegou aquele monstro que deixou seu pai louco com ele. É
apenas uma questão de tempo antes que ele siga os passos de seu próprio
pai e destrua o pouco que resta deste mundo. Ele não o matou por causa de
seus atos, ele o matou porque ansiava pelo poder, ouvimos isso sussurrar
desde o dia em que ele matou seu senhor. Matar Alazander não o absolve de
seus crimes. Aqueles que ele matou eram inocentes, eles não mereciam
morrer assim, ou ser deixados para os pássaros carniceiros, — ele rosnou,
seus olhos azuis se enchendo de gelo misturado com ódio enquanto
observava Ciara engolir contra a malícia que ela viu em suas belas e
aquosas profundezas.
— A besta do meu irmão é dele, não do meu pai. Eu sei o que ele é. Eu
estava lá no dia em que ele matou meu pai. Eu vi o que aconteceu e por que
aconteceu. Ryder não é o que você pensa que ele é, — ela respondeu com
cuidado, observando o dragão enquanto ele se movia ainda mais perto
dela. —Você acha que nosso pai monstro foi mais gentil com seus
filhos? Ele nos usou, ele derrubou meus irmãos até que eles não tivessem
escolha a não ser fazer o que ele mandou, e se eles lutassem contra ele, ele
mataria quem quer que fossem mais próximos. Ele os torturou, mas Ryder
não é nosso pai, eles não são nada parecidos.
— Eu sou Fae, idiota. Cem por cento da realeza High Fae e você sabe
disso. Eu não posso mentir! — ela rosnou e olhou para ele. — Eu estou te
dizendo a verdade!
— Quem disse que o Fae não pode mentir? A Guilda? Como você
sabe que não é algo que eles deram ao Clã para que comprassem? Se eu
fosse o Grão-Fae de antigamente, teria dito a eles a mesma coisa. Tira
tortura, não é? Eles comprariam qualquer coisa que dissessem porque, é
claro, os Fae não podem mentir.
— Quanto mais você luta, mais drena a pouca força que lhe resta,
Ciara, — disse ele suavemente enquanto seus olhos azuis cristalinos
lentamente percorriam seus seios, onde o vestido esfarrapado não conseguia
esconder seu amplo decote, que se movia com cada respiração furiosa ela
tomou. — Se eu fosse você, reservava essa energia. Não tenho planos de
alimentá-la ou cair em sua sedução, tentadora.
— Você tem que ir, Synthia. Você tem que manter meus irmãos longe
deles. Eles vão lutar até a morte, e nenhum deles vai vencer. Não posso
viver sabendo que foram minhas ações que derrubaram essas pessoas ou o
Rei da Horda. Eu sei que ele não vai parar de procurar por mim, mas ele
tem que parar.
— Se for esse o caso, é uma relíquia bem fodida. Ciara, não vou deixar
você aqui, — rebateu ela.
Ciara orou aos deuses para que sua escolha de ficar para trás não fosse
em vão, que ela fosse capaz de consertar essa coisa entre seu povo e o deles,
ou que escapasse de alguma forma por conta própria, sem precisar de ajuda
para fazê-lo.
CAPÍTULO TREZE
Havia uma calma dentro dela, algo que ela não sentia há muito tempo
quando ele estava perto, e que tanto a incomodava quanto a confortava.
Como ela podia sentir isso perto dele, de todas as pessoas? Ela deveria estar
apavorada, mas ela não estava aqui, não com ele.
—Não, eu não fiz. Eu não sou capaz disso. Veja, não é algo que
acabamos de inventar. Eu literalmente não posso mentir para você. Se
acreditar no contrário faz você se sentir melhor, então que seja. Você
também pode pedir a seus soldados e pessoas que falem menos, porque eles
nunca se calam. Principalmente suas mulheres. Você realmente rouba
mulheres de outras
— É Pot.
— O que é Pot?
— Quem estava dentro desta tenda com você? — ele perguntou. —Eu
ouvi você falando com alguém, e ainda assim aqui está você, ainda
comigo. Se fosse alguém parente seu, duvido que o tivesse deixado aqui.
— Se você não pode mentir, então uma Deusa esteve aqui? Então por
que ainda está aqui, Ciara? Por que você não saiu com ela?
— Maggie? Acho que era esse o nome dela. De qualquer forma, ela e
algumas das outras garotas que queriam se juntar à sua cama e tomar meu
lugar queriam ver acontecer. Ver-me ser dilacerada, e isso é muito confuso,
a propósito. Você poderia ter avisado a garota, sabe? — ela respondeu. —
Talvez tipo ei, garota, você está prestes a ser cortada em dois pedaços se
tentar escapar. Pode me impedir de realmente tentar escapar, sabe?
— Blá blá blá. Seus lábios estão batendo, e tudo que ouço é que sua
mira é uma merda, — ela riu guturalmente. — Você não merece saber como
sou por dentro. Não quando você planeja me cortar. Isso só me deixaria um
pouco louca por querer algum idiota que planeja me matar de qualquer
maneira, não importa o que aconteça no final. Agora não é? Quer dizer, de
acordo com seu povo, eu já estou morta, só não sei ainda. Como eles
colocaram isso? Oh sim, sou muito estúpida para saber que sou uma mulher
morta.
— Sabe, lutar pela paz e ir para a guerra, por isso é como foder alguém
e depois torcer para que ele seja virgem novamente. Você não luta pela paz,
você pede por ela. Se você pedir, você poderá obter de imediato. O
problema é que você está tão cheio de raiva que não consegue. Você quer a
guerra, você quer a luta. No entanto, ninguém que gostava de matar seu
povo tinha permissão para viver. Todos eles foram massacrados ao lado de
meu pai, até meus irmãos que gostaram foram mortos. Aposto que você não
sabia disso, não é? Nós os matamos ao lado do monstro que os
criou. Ninguém foi autorizado a viver porque não queremos mais viver
assim. Você diz que aprendeu quem somos, nos estudou. Você deve ser
péssimo nisso. Se você tivesse feito metade do que disse que fez, você
saberia disso. Não haveria uma expressão de dúvida em seus olhos com as
minhas palavras, porque você teria aprendido. Por que você acha que não é
mais caçado?
— Não, não, esperávamos que não, que por algum milagre alguns
escaparam. Você presumiu, e isso significa que você também errou, o que
significa que você não é apenas péssimo em apontar, você é péssimo em
encontrar fatos.
— Estou mostrando que posso mirar muito bem, porra, — ele rosnou
com a voz rouca enquanto separava suas coxas e se ajoelhava entre elas.
— Sim, — ela disse, virando-se para encará-lo com uma frieza que a
chocou. —Você sabe quantos homens estão dispostos a pedir ou pegar a
Princesa da Horda quando isso significaria pedir ao rei? Um rei que
também é seu protetor e irmão? Nenhum homem se ofereceu para me juntar
a ele em sua cama, nunca. Eles flertam, mas tocar? Oh, tocar significaria
olhar para o Rei da Horda e meus outros irmãos, que provavelmente o
rasgariam só por perguntar. Então, sim, eu fodi todos os homens que se
ofereceram para eu compartilhar a cama.
— Eu sei, mas isso não te absolve, certo? Você não é melhor do que o
monstro que afirma odiar, — disse ela.
— Não foi dado, — ela disse, virando-se para olhar para ele com olhos
brilhantes. — Você pegou. Permaneci pura por mim mesma, porque o
mereci. Fiz a transição sem me alimentar por semanas sozinha e vivi. Eu
sobrevivi ao que nenhum outro Fae poderia ter, e queria que significasse
algo. Eu queria dar a alguém digno disso. Você não é digno, dragão
filhote. Você nunca será. Agora fique longe de mim, por favor.
— Não posso fazer isso, Ciara. Você está certa, foi errado pegar o que
não foi dado, mas não posso desfazer o que foi feito. Nunca pensei por um
segundo que você estava intocada, mas estou feliz que você estava. Não
estou orgulhoso do que fiz a você e não espero que me perdoe por isso, mas
vou mostrar como é, como é realmente ser levada. Para ser tocada e
reivindicada.
CAPÍTULO QUATORZE
Ela era uma boneca de vidro. Ela percebeu isso quando Ristan trouxe
uma de volta para Kahleena. Ele a colocou na prateleira e explicou que era
linda, mas ninguém podia brincar com ela porque não era para ser
tocada. Ela não estava pronta para voltar lá, para permanecer intocada. Ela
capturou sua língua com a dele, atraindo a boca dele para a dela enquanto
suas mãos esfregavam contra seus braços grossos e musculosos.
Ele chupou seu clitóris, usando a língua para trabalhar seu núcleo em
um padrão circular enquanto seus lábios se moviam, usando os dedos e a
boca para se preparar para o que estava por vir. Ela gemeu, gritando quando
ele começou a mover os dedos mais fundo, apenas para retirá-los e forçá-los
com mais força, mais fundo até que ela se desfizesse deles. Seu corpo se
enrijeceu enquanto o suor gotejava contra sua testa. Seus olhos nunca
deixaram os dela enquanto ela choramingava seu nome repetidamente como
se ele fosse seu salvador. Uma vez que o prazer diminuiu, ele se moveu
para sentar-se entre suas pernas.
Blane puxou uma fração e então empurrou em seu corpo. Ela gritou,
envolvendo as pernas ao redor de seus quadris para se ajustar ao seu
tamanho. Seu corpo se moveu, assumindo o controle dele enquanto ela
encontrava um ritmo e dançava embaixo dele. O vapor encheu a tenda
enquanto eles se moviam juntos até que seus corpos balançassem como se
tivessem feito isso um milhão de vezes antes. A dor diminuiu, ela se
adaptou ao que ele era, enchendo cada centímetro de seu corpo até que se
empurrou contra ele, incapaz de aguentar mais.
Seu corpo foi criado para isso. Para ela. Ele era implacável,
empurrando mais fundo do que ela precisava dele, mas ela tomou tudo que
ele deu e mais. Seu corpo se apertou ao redor dele, exigindo que ele ficasse
em suas profundidades aquecidas. Ele soltou suas mãos, agarrando seus
quadris, os quais ele usou para mover seu corpo contra o dele. Ciara perdeu
o foco, perdeu o significado enquanto flutuava em um mar de
sensações. Seu prazer era absoluto, sua raiva e frustrações se foram, e em
seu lugar estava seu próprio prazer e o prazer primoroso que ele recebia de
transar com ela. Ele não só queria isso, mas também estava gostando. Suas
marcas giraram enquanto ela observava seus olhos se elevarem para segurar
os dela, refletindo o brilho violeta de sua fome nos dele.
Blane ficou tenso enquanto seu olhar se movia para as marcas dela,
observando enquanto elas se alimentavam de seu prazer. Ela puxou de
volta, não querendo estragar o momento com o que ela era, e ainda assim
ela não tinha controle total. Ele se abaixou, beliscando contra seu seio
enquanto suas mãos subiam para enfiar em seu cabelo espesso. Ele os
agarrou, empurrando-os contra sua barriga enquanto se sacudia e rosnava
baixo em seu peito. Olhos verdes azulados olharam para Ciara quando ele
ergueu a cabeça.
Ela gemeu quando seu corpo cresceu dentro dela, gritando quando se
tornou demais. Ele não parou, mas cedeu e parou de dar a ela mais do que
seu corpo era capaz de suportar. Seu corpo ficou tenso quando ele se
inclinou e olhou em seus olhos com os de algo antigo. Ela sabia que ele era
um dragão, mas agora sabia por que ele era o rei dragão. Sua besta era a
mesma de Ryder, com uma exceção, um era infinito e o outro foi criado
para seu hospedeiro. Blane tinha uma besta dentro dele que nunca poderia
morrer. Seus olhos alimentaram os fatos, informações, permitindo-lhe ver o
que residia dentro dele e atualmente estava arruinando seu corpo
implacavelmente enquanto ele dirigia mais forte, mais rápido, levando-a
onde ele queria que ela fosse sem piedade ou cuidado por ela não ter muita
habilidade.
— Você está dizendo que fomos feitos para foder? — ele retrucou
como se arrependesse.
—Então você vai destruir todos nós, — ela disse tristemente enquanto
deixava seus dedos percorrerem seu peito. — Os Grão-Feéricos alimentam
a terra, sem nós, ela morre. Mais ainda, Synthia é a Deusa do povo de
Faery. Sem ela, não somos nada. Não sobrará nada se ela perder Ryder ou
seus bebês. Se ela nos abandonar, ficaremos todos sem esperança. Esta terra
e as paredes do mundo estão desmoronando, e você planeja pegar as
pequenas pedras que os mantêm unidos, porque sua necessidade de
vingança é tão grande que nunca nos perdoará pelo que aconteceu há tanto
tempo. Por isso, estou triste por você e seu povo.
—As deusas são criadas, não nascem, Ciara. Eu sei quem ela é e de
onde ela é. Ela era mortal, então Fae.
— Você acha que somos fracos? Quem está julgando mal quem,
Ciara? Somos dragões. Nós governamos esta terra antes de você. Essas
tumbas antigas que seu irmão adora visitar das primeiras pessoas? Eles são
uma parte de nós, criados pela própria Danu entre outros. Eu sou imune à
Horda por causa do que vive dentro de mim, — ele sibilou enquanto rolava
e a prendia sob seu corpo, entrando nela sem aviso.
Ciara era um enigma. Um paradoxo de tudo que ele pensou que ela
seria. Ele tinha ouvido rumores, ouviu as criaturas que falavam de suas
proezas sexuais e sedução assassina, e ainda assim ele tomou sua
virgindade. Ele a ensinou o que era sexo, e ela tinha uma inocência que o
levou a ensiná-la várias vezes durante a noite. A última vez, porém, eles
voltaram para os inimigos, e ele a fodeu com força, e foda-se se ela não
tivesse enfrentado o impulso de estilhaçar a terra cada vez.
Que porra ele estava pensando? Ela era sua prisioneira, e ainda ontem
à noite ele tinha sido seu captor. O vapor enchia a tenda, o corpo dela
transpirava enquanto tomava mais dele do que qualquer outra amante tinha
conseguido antes dela.
Seus olhos vagarosamente percorreram sua nudez, parando na fina
mancha de cabelo escuro que estava escorregadio de excitação. Ela foi
construída para o selvagem, criada para ser fodida com força e com
frequência. Ela tinha seios de tamanhos decentes, feitos para serem
abraçados e acariciados. Seus quadris eram largos, não muito finos, mas o
suficiente para que ele pudesse agarrá-los e usar como alavanca enquanto a
conduzia à beira da paixão, e além dela. E seus malditos ruídos. A forma
como os gemidos dela encheram a tenda, deixando-o louco enquanto ela
pegava tudo o que ele podia dar e então pedia mais.
— Bom dia, — ele sussurrou com voz rouca, odiando que não pudesse
impedir a luxúria de entrar em sua voz. Sua cabeça se abaixou, afligindo
seu pico duro com os dentes enquanto os dedos dela subiam e se
enroscavam em seu cabelo, segurando-o contra seu seio.
Seu corpo se moveu sobre o dela, espalhando suas pernas ainda mais
quando ele se estabeleceu entre elas e empurrou contra suas dobras de
seda. Um empurrão e ele foi enterrado profundamente em seu calor
acolhedor. Ela gritou, arqueando as costas enquanto suas pernas se
enrolavam em sua cintura, ajustando-se ao seu pau grosso, que latejava com
o quão apertada estava sua vagina. Puta que pariu, ela era absolutamente
perfeita, encaixando-se nele como uma luva enquanto seu corpo começava
a balançar.
Ele não se mexeu. Em vez disso, ele observou onde eles se juntaram
enquanto sua boceta vermelha e dolorida o levava. Ela estava inchada de
seu pênis, e ainda assim ela não tinha se queixado ou mencionado isso com
ele. E ele abusou disso, ele a pegou com força e a dominou pelo que
pareceram horas intermináveis. O tempo não tinha significado, pois ele
cedeu ao prazer que seu corpo lhe deu.
Seu pênis cutucou contra seu sexo, e ela se virou, olhando para ele
como se tentasse adivinhar seu próximo movimento. Ele empurrou em seu
corpo, profundo, duro, e ela gritou quando ele foi mais fundo em seu núcleo
do que qualquer outra pessoa já tinha feito. Suas mãos apertaram contra sua
carne macia, segurando seus quadris enquanto ele lentamente se retirava,
apenas para empurrar novamente. O corpo dela agarrou o dele com fome,
como se pensasse em nunca mais deixá-lo ir. Ele gemeu quando seu corpo
ficou escorregadio de seu pênis, sua mão deslizando lentamente por sua
espinha, tocando cada ponto levantado até que seus dedos se enrolaram em
seu cabelo preto sedoso e puxaram sua cabeça para trás.
O som que ela fez foi de êxtase. A maneira como seus olhos dilataram
enquanto ela se entregava à paixão o deixava maluco a ponto de não ter
certeza se queria devolvê-la. Seus quadris balançavam, tomando mais
quando ele deixou o dragão sair para provar sua paixão desenfreada. Ela
choramingou e resistiu por mais, puxando um silvo de seus pulmões em
expansão.
A tenda inteira cheirava a sexo e seu perfume exótico de flores de ilha
que parecia exalar e crescer quando ele a fodia. Como se seu corpo sentisse
uma fraqueza e a usasse para prendê-lo a ela. O som de pele encontrando
pele ecoou quando seus gritos e gemidos o trouxeram até a borda e o
deixaram pendurado ali. Ele nunca terminou antes da fêmea, foi um acordo
tácito que ele havia feito há muito tempo. No entanto, aqui estava ele,
pronto para drenar sua excitação profundamente em sua vagina.
Ciara jogou a cabeça para trás e uivou quando o orgasmo rasgou seu
corpo tenso sem aviso. Ela estremeceu e apertou ao redor de seu pênis, e ele
rosnou do fundo de seu peito enquanto encontrava a liberação em sua
umidade apertada enquanto ordenhava seu pênis enquanto seu orgasmo
diminuía.
Não, Ciara era sua inimiga jurada, e embora ele não tivesse planos de
parar de foder com ela, ele a faria odiá-lo. Seu sorriso desapareceu quando
ela puxou as peles ao redor dela e fechou. Ele teve que morder a língua para
não se desculpar. O que diabos havia de errado com ele?
— Levante-se.
— Não é pessoal.
Ela não falou, não explodiu com alguma resposta espirituosa. Em vez
disso, seus olhos cheios de lágrimas levantaram e seguraram os dele com
uma raiva que indicava o que ela sentia. O que quer que eles tenham
compartilhado na noite passada se foi, arruinado. O fogo em seus olhos
ainda queimava, mas não era com luxúria ou necessidade, era ódio de como
ele havia torcido em algo feio.
Não que ele a culpasse. Ele a empurrou exatamente como ele pretendia
fazer. Ele fez seu presente parecer menos do que era. Limitou o que havia
acontecido entre eles e fez parecer que ele estava apenas se divertindo. Em
vez do que tinha sido, tudo para ela, tinha sido tudo e mais do que ele
merecia.
Mason trouxe o balde de água e pano que ele pediu, assim que os teve,
ele entrou na tenda. Ciara desviou os olhos dele, protegendo o fato de que
aquelas lágrimas finalmente haviam caído para rolar por seu rosto.
Ele colocou o balde aos pés dela e retirou o pano com espuma para
torcer lentamente enquanto a olhava fixamente. A água estava fria, retirada
do poço artificial que cavaram quando se estabeleceram aqui. Ele não
permitiu que ela se preparasse para a água gelada. Em vez disso, ele
empurrou o pano contra seu sexo inchado e olhou para ela quando um grito
suave deixou seus lábios. Seu corpo estremeceu, afastando-se dele. Um
violento tremor percorreu seu corpo enquanto sua pele se enrugava com a
água gelada.
Ele sentiu falta das fontes termais ao lado das quais acamparam no ano
passado. O templo do dragão era seu lugar favorito neste mundo, mas o
irmão dela o tinha arruinado quando ele propôs à sua Deusa lá. Ele assistiu
das sombras, com a intenção de acabar com isso ali e agora, mas ele não
podia. Em vez disso, ele os observou juntos, a maneira como eles se
moviam, amavam e foda-se se ele não queria tirar daquele monstro. Ter
alguém olhando para ele do jeito que ela fez, ou gritar seu nome enquanto
eles passaram horas transando, alheios à sua presença.
Era uma coisa que Blane nunca fora capaz de tirar da cabeça. Essa
porra de desejo de encontrar aquela mulher que poderia te deixar louco, e
ainda assim você daria qualquer coisa por ela. Ele olhou entre as pernas
dela, lavando-as lentamente enquanto ignorava seu olhar furioso. Depois
que ele limpou seu sexo e o suor de seu corpo, ele se levantou, olhando para
ela.
— Ontem à noite, — ele começou, mas a risada fria dela impediu seu
pedido de desculpas.
Blane tinha sido gentil com ela no início, e a cada vez que eles
começavam de novo, ele ficava mais áspero até que a única coisa que ela
podia fazer era gemer e aceitar o que ele dava. Tinha sido mais do que ela
esperava, mais do que ela jamais imaginou ser possível. E aquele dragão
estúpido tinha ido e se transformado em algo sujo, algo vil. Ele deu um
tapa no rosto dela com suas palavras. Seu presente parecia desperdiçado,
sujo e indesejado.
Com algo como ela? Muito idiota? Talvez ela devesse ter deixado
Synthia levá-la para casa. Talvez ela estivesse errada e não pudesse impedir
isso antes que acontecesse. Ela era inexperiente, sem saber o que ele queria,
ou como ela poderia mudar sua mente para mudar seu curso.
Ela tinha centenas de irmãos, e este homem parecia apertar todos os
malditos botões, não importa o quanto ela tentasse ignorar. Ela tinha sido
ela mesma com ele, e para quê? Ela disse a ele coisas sobre ela e sua família
que provavelmente seriam consideradas traição. Ela fez isso para salvá-lo,
para salvar seu povo. Ele se importou? Não.
Ela se recusou a aceitar sua pergunta, ou mesmo falar com ele. Ela não
vacilou com o calor em seus olhos oceânicos, ou os respingos de sangue em
seu rosto. Ela tinha visto seus irmãos voltarem ensanguentados ou cobertos
de sangue um bilhão de vezes.
Sua risada gutural forçou seus olhos a olharem para ele, e tudo o que
viu, não gostou. Ele deu um passo para trás, lambeu os lábios e fez uma
pausa, como se fosse dizer outra coisa, mas pensou melhor. Ele se afastou
dela, pegando um lençol da cama e enrolando-o ao redor dela. Ele o
prendeu com firmeza e depois foi para a frente da tenda, abrindo a aba para
falar com os homens parados ali.
O calor inundou suas bochechas quando ela percebeu que eles teriam
ouvido cada barulho vindo da tenda na noite anterior. Nenhum deles olhou
para ela ou disse nada enquanto acenavam para Blane antes de seguirem
suas ordens. Ela viu quando uma banheira gigante foi carregada e, em
seguida, balde após balde de água foi esvaziado nela.
Ela olhou para ele, e então deu a ele um olhar entediado enquanto se
ocupava olhando para qualquer lugar, menos para ele. Ele balançou a
cabeça, movendo-se lentamente em direção a ela enquanto estendia as mãos
e desamarrou as cordas. Ciara esfregou o pulso no momento em que foi
libertada, estremecendo com a carne crua que doía e queimava. Blane
engoliu em seco enquanto a alcançava.
Ciara se afastou dele, ignorando seu suspiro ao fazer isso. Ela apertou
o lençol ao redor dela enquanto se sentava no baú de roupas dele, saindo da
cama. Ela ouviu a roupa dele caindo no chão, e então o barulho da água
quando seu corpo grande caiu na banheira.
Seus pulsos queimaram, não por causa do quão forte ele a amarrou ao
poste, mas porque ela passou horas tentando escapar dele. Só para poder
sentar por alguns momentos. Suas pernas queimavam de incontáveis horas
gastas nelas. Não deveria queimar, não depois das horas intermináveis que
ela passou treinando, e ainda assim os dias de ócio foram piores do que tudo
que ela já suportou com Zahruk.
Ela sentia falta deles, mais do que tinha imaginado que poderia e
apenas alguns dias se passaram. Ciara havia se acostumado com suas
conversas intermináveis, os momentos que passavam juntos, nada fazendo
mais do que estar juntos. Coisas que ela nunca foi capaz de desfrutar
enquanto estava protegida no pavilhão, como uma família. Synthia mudou
seu mundo, tornou-o um lugar melhor onde ela pudesse se mover
livremente sem sentir que sua vida estava sendo controlada a cada segundo
de cada dia.
Ela começou a fugir para ver como era o mundo de Synthia, para saber
de onde ela tinha vindo e entendê-lo melhor. Claro, Ristan sempre retornava
disso com histórias selvagens, gírias sem fim e conversas sobre o que estava
acontecendo. Ela o adorou por se esgueirar para dentro do pavilhão antes de
eles partirem para encontrar aquele destinado a salvar Faery também. Ele
era seu irmão, seu professor, ensinando suas palavras e como fingir ser
completo, já que ele não era nem muito melhor do que ela. O melhor de
tudo, ele trouxe a televisão - ou sua versão dela. Eles passaram incontáveis
horas assistindo, aprendendo, captando palavras dele. De tudo que veio de
lá, era o favorito dela.
— Você vai me ignorar para sempre? — ele perguntou, e o olhar dela
desviou para seu peito nu e lentamente baixou para a mecha de cabelo fino
que conduzia fundo na água. Ele era bronzeado, bonito e o homem mais
irritante desse plano.
Em vez de reagir, ele inclinou a cabeça para trás e olhou para ela com
algo escondido em seus olhos. Em um minuto ela estava olhando para ele, e
no próximo ela estava na banheira com ele.
— Não, algo como eu não tem sentimentos. Não está certo? Você
pegou algo que trabalhei para salvar para meu companheiro. Foi o presente
perfeito que só eu poderia escolher dar, e então você me dá um tapa na cara
como se não fosse nada. Não, eu não estou com raiva de jeito nenhum. Na
verdade, isso não faz parte da sua vingança? Fazendo o que meu povo fez
com o seu? Quer dizer, eu entendo. Você queria me machucar, e você
fez. Parabéns, tudo que você precisa fazer agora é me matar, e você pode
ser como meu pai.
Ela se afastou de seu toque quando ele subiu na cama, de frente para a
parede da tenda. Lágrimas de raiva e frustração encheram seus olhos,
embaçando sua visão. Ele morreria, todos fariam porque isso era algo que
ela não conseguia fazer sozinha. Talvez seja por isso que a Horda é liderada
pelo medo e pela força. Se você guiava as pessoas pelo medo, não precisava
tentar influenciá-las para ver nada do seu ponto de vista. Eles queriam, ou
não. Do contrário, eles morreriam.
CAPÍTULO DEZESSETE
Blane entrou com um sorriso malicioso nos lábios até que avistou
Ciara, ajoelhada no chão com lágrimas escorrendo pelo rosto. Qualquer
alegria que ele sentiu anteriormente fugiu de seu rosto. Ele olhou para ela
sem saber o que fazer, e então ela gritou. Uma dor de gelar o sangue correu
dela enquanto a negação guerreava com o quão injusto era.
— Ciara, respire, porra! — Blane exigiu, mas ela não podia. Ela não
podia perdê-los agora, não depois de sobreviver ao que ela tinha, o que eles
ainda tinham que consertar do que seu pai havia destruído. Eles nem
haviam vivido ainda! Eles passaram o tempo todo desfazendo o passado,
reescrevendo o futuro e salvando o mundo. Ela sentiu-se abalada, e então os
lábios dele tocaram os dela como se ele pensasse em soprar vida em seus
pulmões.
Ela era uma guerreira. O tipo de mulher que Ciara lutou para se
tornar. A realidade, porém, era muito diferente, já que enquanto por fora ela
parecia destemida, por dentro ainda tinha pesadelos de que seu pai voltaria
dos mortos e se levantaria contra seus irmãos.
Ciara acordou com algo a tocando, seus instintos foram para afastá-
lo. Uma risada rouca forçou seus olhos inchados a se abrirem para ver qual
era a perturbação. Blane olhou para ela com um sorriso sexy espalhado
pelos lábios. Ela podia sentir o cheiro do álcool vindo dele, ver seus olhos
aquecidos enquanto ele lentamente descobria sua nudez.
— Não, não, seu plano idiota de me cortar ao meio vai impedir que
isso aconteça. Então você terá que limpar a bagunça, Dragão filhote.
— Você acha que vou permitir que você fique com mais alguém?
— ele perguntou enquanto seu olhar segurava o dela.
—Eu não sou sua, — ela riu silenciosamente. —Eu sou sua
prisioneira, isso é tudo. Nada mais, lembre-se disso. Não estou aqui porque
quero estar. Estou aqui porque você me trouxe aqui contra a minha vontade,
Blane. Eu não sou sua garota. Sou sua convidada relutante. Isso não me
torna sua, isso só me torna sua até que eu encontre uma maneira de sair
dessa e deixar sua bunda.
— Você ficaria surpreso com o que eu quero fazer com você agora.
Os olhos dele mudaram, revelando que ele era muito mais, enquanto a
observava se desfazer por ele. Os dedos dela percorreram seus lados
lentamente, observando enquanto o Dragão dentro dele olhava para ela. Era
antigo, um ser etéreo que detinha conhecimentos incalculáveis. Seu pau
cresceu, e ela gemeu, separando ainda mais as pernas, envolvendo-as ao
redor de seus quadris estreitos enquanto se ajustava ao que estava
dando. Exigiu que ele tomasse mais até que seu corpo queimasse com isso,
como se estivesse marcando sua reivindicação em sua carne.
— Foda-se, — ela riu. — Eu não acho que isso seja engraçado, — ela
respondeu enquanto molhava o dedo e secava, apenas para gritar quando a
dor da carne crua a atingiu. — Que diabos, Blane? Tire isso de mim, agora!
— ela exigiu enquanto seus dedos tremiam sobre a carne queimada em sua
barriga.
— É muito fácil, tira isso de mim, Blane. Isso não é nem remotamente
engraçado. Isso dói!
— Você fez isso! Você falou em se casar comigo e então seu Dragão
disse: 'Vamos em frente!' A culpa é sua, agora desfaça. Eu não quero você,
entendeu? Quero ir para casa, quero ver quem viveu e quem morreu e fazer
o que nasci para fazer, criar uma aliança poderosa para meu irmão. Não
estou me acasalando com você ou com seu lagarto voador. Compreendeu?
— Um de nós teria que morrer para que fosse removido, — ele disse
friamente enquanto seu olhar baixou para onde a corrente dourada estava
descansando em seus quadris. —A morte é a única maneira de desfazer um
acasalamento de Dragão. Você concordou com isso, disse sim quando ele
perguntou, — acusou. — Ele deve ter feito algo que você queria que ele
fizesse porque você disse sim para ele.
— Você nunca vai carregar meu filho, Ciara, nunca. Não vou cruzar
com a Horda.
— Eu não sou nada como você, — ele retrucou friamente. Seus olhos a
percorreram com algo frio, algo que ela não conseguia identificar. — Vista-
se, — ele ordenou. —Não saia da tenda, Ciara, senão você pode passar os
dias passando o tempo todo presa a uma corrente no meu calcanhar. Vou
garantir que você saiba onde você está comigo. O Dragão é apenas metade
de quem eu sou, o semideus dentro de mim quer você na coleira. Não pense
que procriar comigo vai te salvar, não vai. Você é minha inimiga, nada
mais.
— Você acha que eu me importo com o que você sente? Você acha que
me importo que seu lagarto voador tenha colocado uma marca em mim? Eu
não sou sua garota, Blane. Não pedi para estar aqui e não entendi nada do
que dizia. Você fez, e ainda não impediu que isso acontecesse, não é? Por
que isto? Você pode ter, afinal, Dragão é apenas metade do que você é. Não
se preocupe, filhote de Dragão, não pretendo botar ovos tão cedo. Se deu
certo, sou a Horda, nós temos uma maneira de lidar com dragões.
— Eu sei que você vai, mas não assim, — ele murmurou enquanto a
pegava enquanto ela perdia o equilíbrio. Ele a colocou na cama e se afastou
dela, deixando-a no silêncio da tenda vazia.
CAPÍTULO DEZENOVE
Blane não voltou para a tenda quando a noite caiu. Em vez disso,
Remy entrou na tenda, olhando para ela com um olhar confuso em seu olhar
verde floresta. Ele não falou, não tentou puxar conversa enquanto ela estava
lá, incapaz até mesmo de se cobrir de sua inspeção constante.
— Ele nunca perdeu a calma, nunca. Não antes de você entrar em seu
mundo, — ele murmurou distraidamente enquanto olhava para ela. — Ele
nunca usou sua magia de Dragão para causar dano, então o que quer que
você tenha feito com ele, tinha que ser ruim.
— O que eu fiz com ele? — ela exigiu. — Ele tirou minha virgindade!
— ela sibilou, e seus olhos se arregalaram em choque.
— Ele fingiu que eu era um cara, eu deixei. Ele gozava, mas não
comigo. Ele me mostrou como deveria ser, mas era uma ilusão. Ele podia
imaginar o que quisesse, assim como eu, — explicou ela. —Você está aqui
para evitar que eu congele até a morte ou para me impedir de escapar?
— Quero dizer, não que você não seja gostosa pra caralho, mas os
dragões são territoriais, e no momento que eu te tocasse nua, ele estaria
aqui. Vou encontrar algumas roupas para você.
— Não estou aqui por vontade própria, então por que devo realmente
me importar onde ele está? — ela perguntou, ignorando o nó de mal-estar
que entrou em seu peito. Ele não voltaria esta noite, o que significava que
ela estaria compartilhando a barraca com um cara estranho, e Blane não
parecia se importar.
—Mas você está, — ele disse cuidadosamente. — Ele está com Fyra
esta noite, — ele continuou. — Eles costumavam ficar juntos, isso deve
preocupar você. Blane não é como os outros dragões. Ele é diferente. Sua
outra metade o torna imune a certos... aspectos da tradição do Dragão.
Como acasalamento, ele não acasala para o resto da vida, seu Dragão sim.
— E? — ela perguntou incisivamente. — Eu não sou namorada
dele. Eu sou sua refém. Eu também não pretendo ficar acasalada com seu
Dragão porque, pessoalmente, seu hospedeiro é uma merda.
Ciara esperou que ele saísse antes de se mexer da cama, abrindo o baú
de roupas e procurando uma camisa. Ela puxou uma das de Blane,
ignorando seu cheiro de terra enquanto a vestia, agarrou uma capa escura e
se dirigiu para as portas da tenda. Uma vez lá, ela hesitou, sabendo que
com um passo para fora da tenda, poderia ser o último.
Ela inalou e exalou e saiu, esperando pela dor antes que a morte a
levasse. Ela abriu os olhos, notando que o cinto não tinha feito nada. Então
ela não estava presa à tenda? Ela escorregou para o lado dele, passando por
outro enquanto vestia a capa, colocando o capuz sobre a cabeça. Ela ficou
perto das fileiras de tendas, ignorando a rivalidade dos bêbados que se
desenrolava perto das fogueiras.
Ela deu um passo para trás, fechando os olhos por causa da dor
enquanto olhava para as estrelas que ela não conseguia ver desde que ele a
colocou na tenda. O vento beijou sua carne, uivando na noite enquanto ela
estava lá, decidindo seu destino. Ela não tinha medo de morrer, mas morrer
por nada seria inútil.
Lágrimas correram pelo seu rosto quando ela percebeu que não
poderia escapar daquele lugar, não sem descobrir como remover o cinto
primeiro. Ciara caiu de joelhos e abaixou a cabeça enquanto removia o
capuz. Suas mãos tocaram a terra enquanto ela se ajoelhava no solo
silenciosamente.
Ela precisaria de pontos agora, ela podia sentir onde a carne se abriu
com a mordida do cinto que ele colocou nela. Ela era uma idiota, uma idiota
por permitir que ele encontrasse prazer com ela e se permitir acreditar que
ela poderia mudá-lo. Ela ficou exultante por não encontrar nenhum guarda
fora de sua tenda, mas por que eles precisariam deles agora? A Horda
estava lidando com o caos de um ataque, e ela era apenas uma garotinha
fraca que não impunha nenhuma ameaça para eles.
Ciara fechou sua mente para a dor. Ela voltou para o lugar frio e escuro
dentro de sua cabeça que ela havia criado para lidar com as surras e torturas
que seu pai lhe dera, a tortura sem fim que ele desabafou quando ela o
desobedeceu. Ela ergueu os olhos frios e sem vida para Blane e sorriu, e
começou a caminhada de volta para a tenda.
Remy foi para a cama e empurrou a capa para longe, levantando o lado
antes de sua respiração engatar e seus olhos se arregalaram.
— Isso é enorme, Blane. Isso não é uma solução fácil, e nem sabemos
se selar a salvará. Como ela está acordada? Isso é mais do que os homens
podem lidar em batalha sem cair na dor.
Ele olhou para ela com inquietação. — O que ele fez pra você?
— Vamos apenas dizer que sei como cada órgão do meu corpo se
parece, — ela disse com firmeza enquanto uma pequena risada borbulhava
de sua garganta.
— O que isso ajudaria? — ela perguntou e toda a sala engasgou por ela
ainda estar acordada com a dor do fogo queimando sua carne
novamente. No momento em que Wren terminou, Blane se moveu para
tomar seu lugar. — Não você, qualquer um menos você, — ela sussurrou
enquanto seus olhos se estreitaram para Blane. — Você não me toca.
— Não fui eu, — disse ela. Ela não podia, ele segurava a única chave
de sua gaiola. Ele sabia disso, mas para ele, isso era divertido. Isso foi o que
ele fez para passar o tempo quando suas mulheres estavam quebradas com o
prazer infinito que ele tirava delas.
— Por favor, por favor, não, eu vou ser boazinha, — ela implorou
enquanto as lágrimas rolavam por seu rosto. Ela lutou contra as restrições,
rezando para que Danu a levasse desta vez, que ela acabasse com a dor e a
poupasse mais. —Eu prometo, vou ser boazinha, — gritou ela.
— Eu acho que uma costela, — ele murmurou enquanto erguia o
bisturi e olhava para suas costelas expostas. Ela fechou os olhos, esperando
a queimadura da carne cortada e quando veio, um grito de gelar o sangue
escapou de seus lábios. — Um dia, filha minha, você vai lidar com a dor em
silêncio. Eu prometo torná-la mais forte.
Ela gritou quando as mãos agarraram para ela, a lâmina dele queimou
sua carne, e ela lutou contra ele. Sua mente disparou pensando em como ela
poderia se libertar, e então outra pessoa estava lá, na sala. Ele gritou com
ela do outro lado da sala, agarrando-a como se fosse uma espécie de
fantasma que estava lá em um momento, desapareceu no próximo. Cada
vez, ele se aproximava enquanto ela gritava e gritava em meio à dor sem
fim. O som de ossos quebrando enquanto se partia. Ela observou com
horror quando ele o segurou na frente de sua linha de visão.
— Meu pai, — ela sussurrou. — Um preço que pago por ir aonde ele
não pode me machucar, — ela admitiu enquanto se virava e deixava o sono
levá-la de volta ao horror ao qual ela tinha sobrevivido. Ter nascido mulher
para a Horda era uma fraqueza, que ele havia eliminado dela.
CAPÍTULO VINTE
Blane olhou para a forma enrolada em posição fetal em sua cama. Sua
mente agarrou-se ao sonho em que ela estava perdida, e quando ele entrou
nele, seu sangue gelou. Ela estava andando em uma gaiola, uma mal grande
o suficiente para ela ficar totalmente de pé. Uma pilha de cobertores
sorridentes estava estendida no canto, e ela andava na frente dela sem rumo
como uma criatura selvagem.
Ela estava pálida, seu cabelo uma bagunça de cachos pretos. Seus
olhos procuraram seu rosto. As olheiras que cobriam seus olhos violetas
eram algo que ele não podia imaginá-la já que era Fae. No entanto, aqui
estava ela, em uma porra de jaula com medo de alguma coisa. Um barulho
soou do outro lado da sala e ela congelou. A trepidação encheu seus olhos,
puxando suas feições em um olhar de terror absoluto.
—Não, eu fiz como você me disse, pai, — ela sussurrou mal alto o
suficiente para ser ouvida. Suas mãos tremiam enquanto ela os fechava em
punhos apertados ao lado do corpo para impedi-lo de ver como eles
tremiam.
Seus dedos correram por seu cabelo enquanto ele recuava, preparando-
se para sair do sonho dela. Ele não faria isso, não porque ele queria assistir
isso acontecer, mas porque ele usou muita magia para entrar em sua mente
fortificada. Ela usou uma barreira para esquecer seu passado. Um que ele
não tinha sido capaz de violar antes desta noite, quando ela o abaixou para
escapar da dor que ela estava sentindo. Ele não tinha certeza se queria que
ela os largasse novamente se fosse necessário o que foi necessário esta noite
para realizá-lo.
Porra, ela nem mesmo vacilou quando Wren usou seu fogo de Dragão
para curá-la. Ela parecia entediada enquanto isso fundia sua carne, como se
ela nem tivesse sentido as chamas incandescentes lambendo sua
carne. Então, quando ele se aproximou, ela disse que não. Exigiu força para
permitir que Remy usasse sua boca em sua carne, mas a necessidade da
ferida ser curada superava seu orgulho.
Blane saiu das sombras, suas mãos cerradas em punhos enquanto a bile
ameaçava subir. Ele já tinha visto tortura antes, inferno, ele mesmo tinha
feito algumas delas, mas isso era diferente.
Blane gritou por ela, gritando seu nome para trazer seu foco para ele
em vez do que seu pai estava fazendo com ela. Não importava que isso
fosse apenas um pesadelo, um que ela viveu, ela não deveria ter que reviver
isso durante o sono. Seus olhos violetas procuraram por ele na sala, embora
ele não fosse sólido aqui, não no passado. Suas mãos tocaram seu rosto,
emoldurando-o enquanto seus lábios beijavam sua testa, implorando para
que ela despertasse do pesadelo.
Uma vez que ele reentrou em seu corpo, ele sacudiu sua forma
adormecida enquanto a montava para puxá-la com força do pesadelo. Blane
sabia muito bem como os pesadelos pareciam reais, revivendo o massacre
de sua própria família uma e outra vez. — Ciara! — A voz dele cresceu,
com o objetivo de quebrar a barreira que ele sabia que ela estava
reconstruindo. —Acorde, — ele exigiu. Ele observou enquanto seus lindos
olhos se abriam, grandes e redondos como os de uma coruja.
—Deuses, mulher, — ele rosnou, com raiva por ela ter colocado sua
mãozinha na porra daquele monstro e aceitado o destino que ela sabia que
estava por vir. Ele se encolheu quando os olhos dela se encheram de
lágrimas, incapaz de se livrar do aperto de gelo do pesadelo. —O que você
estava sonhando?
—Meu pai, — ela sussurrou enquanto ele saía de seu corpo e se
acomodava ao lado dela, ainda de joelhos na cama. —Um preço que pago
por ir aonde ele não pode me machucar, — ela murmurou enquanto rolava
para o lado, de costas para ele. Suas palavras o atingiram no rosto. Ela não
tinha medo de morrer: ela estava com medo do que veio antes que a morte a
reclamasse. Algo que ela provavelmente sussurrou dentro de sua mente um
milhão de vezes antes.
Blane deveria odiá-la, mas depois de ver o que ela sofreu, ele não
queria. Mas ele também não podia mantê-la. Ou ele poderia? A
reivindicação de um Dragão era absoluta. Nem mesmo os Deuses poderiam
intervir se ela carregasse aquela marca. Como seu irmão se sentiria se
reivindicasse Ciara por completo? Seu pai os forçou a se unirem para
permanecerem vivos, para permanecerem inteiros durante o que ele fez a
eles.
Se ele se casasse e acasalasse com ela, ela seria sua para sempre. Sua
família iria perdê-la, e nem mesmo sua Deusa poderia desafiar sua
reivindicação. A única maneira de ela deixá-lo é se ele a deixar ir. Ele
duvidava que Ryder sobreviveria ao que quer que tivesse acontecido com
ele, mas sua noiva era tão cruel quanto ele se os rumores fossem
verdadeiros. Ela havia rasgado a garganta do líder mais forte da Horda na
frente de um exército deles sem medo, e então ela derrubou vários outros
sem quebrar um suor.
Blane o tinha visto na cripta em que enterrou sua mãe. Ele o viu
reconstruir as portas, criando a réplica exata como se tivesse memorizado as
portas que uma vez estiveram no grande salão do palácio de seu pai. Então
ele o observou enquanto ele criava um reino construído na imagem
espelhada do primeiro povo da terra. As criaturas que Danu pensava que ela
tinha matado e destruído, mas nem todas pereceram nem foram
assassinadas naquele templo.
Ele sorriu contra sua cabeça escura enquanto colocava um beijo gentil
em cima dela. Ela estava certa, ela deveria estar aqui. Talvez ela tivesse se
salvado para o marido, afinal. O conhecimento de que ela nunca conheceu
outro amante o agradou, mas o Dragão nele, fodidamente rugiu com prazer
que seu companheiro fosse limpo, puro, e aquele fodido medieval
pavoneava-se dentro de seus limites que eles a reivindicaram primeiro. O
sorriso de Blane cresceu, e a imagem de Ciara vestida com um vestido de
pureza com as mãos atadas às dele fez algo dentro dele aquecer, e a
escuridão ficou um pouco menos sombria.
— Vá foder Fyra, vocês dois são uma coisa, correto? —ela retrucou
acaloradamente enquanto começava a andar pelos limites da tenda
novamente, não permitindo que ele a distraísse. Ela estava ficando louca
aqui. Ela não tinha percebido o quanto até estar sob as estrelas que ela
adorava e sentia falta na noite anterior.
— Não, de jeito nenhum, — ela riu. — Você é o rei aqui, afinal. Você
pode fazer o que quiser, exceto eu.
Seu coração batia forte em seus ouvidos enquanto ele continuava, seu
olhar ardente fez seu corpo esquentar de raiva e luxúria, o que a confundiu
profundamente. Ela odiava muitos homens, mas nunca os desejou. No
entanto, este idiota abriu os lábios e seu corpo reagiu.
— Seu pai alguma vez abusou de você, Ciara? — ele perguntou, e seu
batimento cardíaco trovejou em seus ouvidos enquanto o suor se formava
em suas palmas.
— Fique fora da minha cabeça, Dragão. Mantenha seus pés sujos fora
de mim. Você não tem o direito de estar lá. Além disso, foi apenas um
sonho.
— Foi isso? Acho que ele fez coisas com você, coisas que nenhum pai
deveria fazer.
— Não, ele não iria. Você era sua linda e pura princesinha, — ele
disse.
Ciara se dobrou e vomitou a fruta que havia comido. Seu coração batia
tão dolorosamente contra suas costelas que ela temeu que fosse
implodir. Suas pernas cederam e Blane a segurou antes que ela caísse na
fruta que havia expelido de seu corpo. Ele a carregou para a cama e se
sentou com ela ainda em seus braços.
Ela lutou contra ele enquanto ele sussurrava em seu ouvido, palavras
que ela não conseguia ouvir por causa da batida acelerada em seus ouvidos.
Sua visão nadou, e então a escuridão a consumiu.
CAPÍTULO VINTE E DOIS
Blane a tinha violado duas vezes agora, ele invadiu seu lugar mais
escuro e viu o que ela sofreu nas mãos de seu pai. Nem mesmo seus irmãos
sabiam dos detalhes sórdidos, apenas o que ela disse a eles, ou o que sua
mãe tinha sussurrado antes de enlouquecer por ser forçada a assistir várias
vezes. Ryder nem sabia até que ponto a crueldade havia acontecido no
pavilhão, onde nenhum homem tinha permissão para testemunhar, não até
recentemente. E Blane entrou direto e conseguiu um lugar na primeira fila
para os horrores.
A primeira vez que aconteceu, ela mal sobreviveu. Ela tinha sido usada
contra sua mãe, quase imortal e fresca de sua transição. Alazander quase a
estuprou, quase a assassinou, e quando ela sobreviveu, ele encontrou um
desejo por isso. Ela orou pela morte naqueles poucos momentos em que ele
não podia tocá-la enquanto ela se afastava.
— Seu rei, hein? — ele perguntou com voz rouca. Ele deslizou sua
espada na bainha e então se moveu para onde ela estava, pegando a capa
dela. Ele lentamente o jogou sobre seus ombros, prendendo o fecho
incrustado de diamantes em seu pescoço. Ele engoliu em seco quando deu
um passo para trás, olhando para ela com algo que ela não conseguia
entender. —Vermelho combina com você.
Ela franziu a testa enquanto os homens moviam seus cavalos para mais
perto para vê-la. Ela estendeu a mão, puxando o capuz grosso para cobrir o
rosto. Ela enviou uma oração de agradecimento por Blane ter sido perspicaz
o suficiente para prever a necessidade disso.
— Hmm, talvez devêssemos ver se você gosta de algo bruto, — ele riu
puxando as rédeas e girando o cavalo enquanto ele começava a movê-los
para a frente da enorme linha. —Aposto que sim, aposto que você
devolveria tudo o que pegasse e muito mais.
— Você só tem medo que eles vejam aquele rubor que está se
espalhando por suas lindas bochechas. Não tenho medo que eles
descubram que gosto de fazer você gritar meu nome. Eu também tenho
certeza que a maioria já ouviu você fazer isso, — ele rosnou densamente
enquanto esfregava seu pau contra as costas dela. — Vamos cavalgar, — ele
gritou, fazendo-a pular enquanto a audiência inteira partia para o
desconhecido.
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
Ela, por outro lado, ansiava pelo santuário de seu quarto, onde passava
a maior parte de suas horas sozinha. O silêncio não a incomodava, eram os
olhares das pessoas ao seu redor, julgando-a por crimes que ela não tinha
participado em distribuir.
— Eu quero morder seu nariz, mas ei, nem sempre conseguimos o que
queremos, não é? — ela respondeu com cascalho rangendo a cada palavra.
— Levante-se, Ciara, — exigiu ele, sem lhe dar escolha quando retirou
os dedos e os empurrou sob sua bunda até que ela estivesse sentada em sua
mão. Sua voz era sensual, cheia de sedução enquanto ele enfiava dois dedos
em sua carne ensopada. Cada salto do cavalo o enviava mais fundo até que
suas marcas começaram a brilhar com fome. —Tsk, não brilhe, doce
menina. Apenas goze para mim, — ele brincou enquanto a segurava com
força, deixando-a encontrar um ritmo enquanto arqueava as costas, levando-
o mais fundo em seu corpo.
Ele os retirou de seu corpo, endireitando sua saia antes que ela virasse
a cabeça, observando enquanto ele enfiava os dedos em sua boca, lambendo
sua excitação como se fosse ambrosia, enviada pelos deuses.
— Você tem o gosto de que precisa ser fodida, — ele riu roucamente
enquanto a observava com olhos semicerrados.
— E por que isto? Porque te apavora que o teu corpo responde ao meu,
ou porque te faço sentir coisas que não queres? Você luta contra isso, Ciara,
e inferno, eu também, mas nossos corpos não mentem. Não posso nem estar
perto de você sem querer estar enterrado em seu calor. Eu desejo por você e
por seu gosto quando você está pronta para ser fodida.
— Você não vai embora com eles, não viva, — ele rosnou enquanto
apertava o capuz e sorria friamente. — Pode não ser nem mesmo eles, então
você pode parar de nos imaginar mortos por sua família, Ciara.
— Então sua viagem para a fortaleza deles foi frutífera, afinal. É uma
excelente notícia, — disse o homem.
Isto?
— Não, mas então sou estúpida o suficiente para pensar que ir para a
guerra significa vencer. Vencendo ou perdendo, você vai sentir.
Ela notou que a mulher ainda ansiava por ele e que o que quer que
houvesse entre eles ainda não havia terminado. A maneira como Fyra o
tocou dizia que ela não estava tentando acabar em sua cama e por tudo que
Ciara sabia, eles provavelmente ainda estavam juntos. Eles agiram assim, as
pessoas nem notaram ou falavam da proximidade que os dois
compartilhavam.
Ele se aproximou dela, olhando para suas marcas enquanto pulsava sob
sua carne. Cada Fae real os tinha, mas os dela eram as únicas a serem
violetas, como seus olhos. Quando jovem, elas eram ouro como as de seu
pai, até que ele a despedaçou muitas vezes. Eliran, seu irmão com tendência
médica e curandeiro, ainda não tinha descoberto por que elas mudaram.
— Perdi minha mãe e meu pai também foi embora, — disse ele com
tristeza, e Ciara franziu a testa.
— Não, não, claro que você não é, — ela disse suavemente. — Você é
um guerreiro. Um feroz, — ela sorriu quando ele assentiu enfaticamente. —
E você não tem medo de mim?
— Você está amarrada, é uma mulher. Não tenho medo de mulher, —
ele disse enquanto pegava um pedaço de pau que segurava nas costas.
Ciara engoliu em seco ao vê-lo erguê-lo e balançar para ela. Sua carne
ardeu quando bateu em seu estômago. Ele continuou batendo nela até que
seus joelhos cederam e o galho bateu em seu rosto. Ela se levantou
novamente, sabendo que esta criança estava cheia de raiva, raiva instalada
nele desde o nascimento.
Ela aceitou sem usar o poder que podia porque não queria machucá-
lo. Afinal, ele era uma criança, embora se considerasse um homem. Seus
olhos encontraram os de Fyra através da multidão de pessoas e observaram
enquanto ela se afastava da visão de Ciara sendo espancada pela criança.
Blane ficou de costas para ela, falando com os homens que haviam
voltado de onde Deus sabia. O galho arrancou sua carne da pela ponta e ela
sibilou. Tanta raiva em uma criança que mal tem idade para balançar o
galho. O sangue cobriu seu estômago, o que o fez parar enquanto olhava
para ela.
Ela o empurrou para longe dela enquanto seu poder irradiava pelo
acampamento. Ela poderia facilmente ter impedido a criança, mas não sem
prejudicá-la. Seus cortes se fecharam, sua pele sarou e, enquanto a
observavam, ela o desligou. Não o suficiente para atrair seus irmãos para
ela, mas poder o suficiente para deixá-los saber que ela não era uma flor
delicada, mas sim um barril de pólvora que estava prestes a pegar fogo.
— Foi isso que eu disse, não foi? — ela perguntou, abrindo os olhos
para olhar para ele. —Nunca estive em uma situação em que tivesse que me
proteger ou depender de mim mesma. Vocês me colocaram aqui, e todos
neste acampamento me culpam por algo que aconteceu com o qual eu não
tive nada a ver. Mais cedo ou mais tarde, não serão pedras ou gravetos, e
me recuso a morrer aqui.
— Você poderia ter evitado que ele te machucasse, então por que não o
fez? — ele perguntou com cuidado.
— Não, você está certa, não é. Mas estou tentando ver pelos seus
olhos, Ciara, e só posso fazer isso se você me disser. Você não fez barulho
quando foi aberta, a maioria dos guerreiros gritaria para que os deuses os
levassem, para acabar com isso, e você não piscou nem um pouco por
isso. Por quê?
— Se você não calar a boca, vou abrir você! — ela gritou enquanto
puxava as cobertas sobre a cabeça e enterrava o rosto no colchão, lutando
contra um grito silencioso.
— Você é uma rainha digna, Ciara, pelo que vale a pena. Eu ficaria
orgulhoso de ter você como minha.
Ela se virou para perguntar o que diabos ele quis dizer com isso, mas
ele já tinha ido. Ela franziu a testa com seu significado oculto e então ouviu
a risada de Fyra misturada com a de Blane. Ela se sentou, olhando para o
espaço aberto entre as abas das pequenas tendas e o chão, apenas para ver
botas estacionadas ali.
Logo, logo ela os deixaria e voltaria para casa. Logo, não foi rápido o
suficiente neste ponto. Ela tinha que voltar para sua família, tinha que
ajudá-los a salvar Ryder de quem o tinha levado, e ela não queria perder o
casamento, mesmo que não gostasse deles. Mas o casamento deles foi
monumental e algo que ficaria na história de sua espécie, se eles tivessem
um futuro.
CAPÍTULO VINTE E CINCO
Levaram três dias para chegar aos poços do Dragão, que acabou sendo
uma piscina gigante no chão com uma cachoeira que o alimentava. Alguma
água passou pela piscina que estava carregada com milhares de flores de
plumeria. Toda a área em que o acampamento foi montado estava repleta
de flores perfumadas.
— Eu não acho que gostaria de assistir isso com meus irmãos por
perto, considerando todas as coisas. Synthia e eu assistimos, no entanto,
Christian é, quente, — ela riu enquanto seu rosto se franzia.
— Sou mais quente, confie em mim. Ele precisa melhorar em seus nós.
Ela riu até que seus olhos avistaram Blane, que os observava do outro
lado do acampamento. Sua risada morreu imediatamente, enquanto seu
sorriso sumiu. — Eu acho que já tive ar suficiente por agora, além disso,
tenho certeza de que o casal não me quer em seu casamento.
— Merda, sim, gostei. Isso irritou tanto Fyra depois que eu não a
chamei de mais nada desde então.
— Então, por todos os meios, continue usando, — ela riu enquanto ele
sorria.
Uma vez que eles estavam de volta à tenda, ele pegou uma jarra de
álcool com gosto doce que ela bebeu com ele. Não era forte, mas quanto
mais ela engolia, menos ela se importava. Na verdade, todas as suas
preocupações desapareceram até que ela se sentiu tão livre como uma
criança.
— Seja o que for que te faça feliz, menino Dragão, — ela murmurou
enquanto o deixava conduzi-la para a grande aglomeração. Uma vez lá, ela
congelou e puxou o braço de Remy. Eles olharam para ela, e cada um deles
estava de pé. Não havia lugares sentados, apenas uma ampla área aberta
com todos parados ao lado observando enquanto ela era conduzida pela
trilha de pétalas.
Eles tiveram algumas ideias estranhas sobre o que aconteceu antes dos
noivos tomarem seus lugares. Ela olhou para Blane, que a observava com
uma mistura de admiração e inquietação. Ele parecia bonito em sua
armadura. Dragões em voo cobriam sua placa torácica, enquanto o punho
da lâmina decorada que pendia de seu quadril era uma cabeça de Dragão
inteira com brilhantes joias azuis. Seu cabelo estava puxado para trás de seu
rosto, preso com uma tira de couro.
A moeda estava fria, mas no momento em que Blane segurou sua mão
com força contra a dela, ela esquentou. Ela olhou para ele quando algo
puxou o fundo de sua mente. Em seguida, a seda foi colocada em cada mão
e presa com um nó. O homem começou a falar para a aglomeração, e Ciara
olhou para o lado vazio da reunião, onde ninguém estava.
— Você deve estar falando sério, — ela disse enquanto olhava para
Blane em busca de orientação.
— Oh, bem, sim, claro, — ela riu. Ela olhou para Blane, que a
observava com diversão. —Acho que agora o casal verdadeiro sai? — ela
perguntou em um sussurro abafado. Seus lábios se contraíram quando ele
estendeu as mãos para o homem, forçando as dela a irem com as dele.
— Agora, a purificação do passado como as águas de bênção purifica e
abençoa este casamento contra qualquer coisa que ocorreu antes dele, ao
começarem sua nova vida juntos.
— Você está meio quente hoje também, mas pode ser o álcool
falando. Tenho certeza de que Remy estava tentando me embebedar.
— Ciara, quanto mais cedo você fizer isso, mais cedo você sairá da
água fria, — ele sibilou.
— Meu bom povo, eu te dou Blane, o Rei Dragão nascido, e sua noiva,
sua nova rainha, Ciara, Rainha dos Dragões.
— Seu filho da puta! — ela gritou quando levantou o pé antes que ele
pudesse reagir, chutando-o nas bolas. Ela uivou enquanto ele gritava de
dor. Seu pé queimava de dor enquanto ela lutava para alcançá-lo através do
homem que agora a segurava. — Seu filho da puta! Que merda de fada
amorosa é essa! Você não pode se casar comigo, você não tem a permissão
do rei!
— Você não é meu rei! Eu sou a Horda e com certeza não vou me
casar com você! Remy, eu vou te despedaçar! — ela sibilou enquanto se
virava para encontrá-lo no mar de pessoas.
— Eu disse que você era minha. Uni nossas famílias e você é a chave
para garantir a paz para meu povo. Se seu irmão me matar, ele matará
metade de você também.
— É para mostrar àqueles que o prepararam que você é grata por sua
contribuição, — ele sussurrou em seu ouvido. —Eles estão esperando sua
aprovação como Rainha, — ele emendou.
— Você é minha rainha agora, goste ou não. Você vai ficar comigo até
que eu me aposente com você, Ciara.
— Fique.
Ela ficou lá, ouvindo as pessoas que falavam em voz baixa ao seu
redor. A música começou, e ela virou a cabeça em sua direção. Ela amava a
música, a fuga que ela proporcionava. Ela se levantou, ignorando Blane
quando ele a alcançou, antes de ficar com ela enquanto ela se dirigia para
onde algumas pessoas estavam tocando interpretações de música humana
com seus instrumentos feitos para música folk. Ela ficou lá, silenciosamente
olhando para as estrelas enquanto sentia o calor de Blane atrás dela.
— Por que seus irmãos não salvaram você do que seu pai estava
fazendo com você? — ele perguntou cuidadosamente enquanto a virava e a
puxava contra seu calor enquanto o ar frio agitava seu vestido.
— Ele vai morrer por isso, — respondeu ele. — Você estava certa,
Ciara, não posso ir para a guerra para garantir a paz. Não posso colocar meu
exército contra os números da Horda e esperar que eles vivam, não
todos. Mas agora você é sua rainha e minha esposa. Você disse que ele era
diferente do que seu pai era, então prove.
— Você acha que eu sou bonita? — ela sussurrou, sem saber como
responder a sua pergunta sem mentir.
Ela se sentia nervosa em sua presença agora. Ela agora estava sozinha
com ele em uma tenda montada para sedução. Seu olhar caiu para a mesa
que havia sido colocada ao lado da cama. Duas taças estavam perto de uma
garrafa de licor vermelho que parecia brilhar de dentro. Ela se virou para
encarar Blane, seu lábio preso entre os dentes enquanto ela procurava em
sua mente por algo para dizer.
— Beba comigo, Ciara, — murmurou ele com voz rouca enquanto sua
mão se erguia para arrastar o dedo por sua bochecha, enviando uma série de
emoções através dela. —Beba comigo porque esta noite vou levar seu corpo
ao limite. Não vou deixar nenhuma parte da sua alma intocada pela
minha. Vou reivindicá-la de maneiras que você não vai entender e, inferno,
você pode nunca querer totalmente. Esta noite você se torna minha de todas
as maneiras que um homem reivindica sua noiva.
— Eu acho que beber é uma boa ideia, talvez alguns, — ela proferiu
enquanto se virava para longe dele, sem saber como reagir às suas
palavras. Seu tom rouco fez seu coração acelerar, batendo contra suas
costelas enquanto ela tentava processar o que sentia por ele. Ela nunca quis
ninguém como ela queria agora.
Ela observou enquanto ele pegava as taças e estendia uma para ela
pegar. Os dedos tremeram quando ela os envolveu em torno dele, travando
os olhos nos dele enquanto levava aos lábios, inclinando para cima e
engolindo o líquido brilhante. Assim que ela terminou, ele pegou, encheu a
taça lentamente antes de pousá-la.
Ela se afastou dele, enchendo suas taças até a borda antes de erguê-la
aos lábios, saboreando o líquido divino que queimava em sua garganta,
explodindo contra suas papilas gustativas.
Ele não a deixou se afastar dele como ela estava tentando fazer. Ele a
puxou para perto e beijou as lágrimas que caíram de seus olhos. Seu corpo
zumbia com a corrente crua, enchendo a tenda com seu poder. A boca dele
encontrou a dela em um beijo que a deixou sem fôlego enquanto seus lábios
tremiam contra os dele.
—Você ainda está aqui, minha rainha. Você ainda está aqui, e mesmo
que não esteja inteira, você é linda. Você tem caos em seus olhos e pecado
em seus lábios. Sua alma brilha com uma luz que ele não pôde tocar. Eu
vejo você, Ciara. Toda você e eu quero escrever meu nome, marcá-la tão
profundamente para que você sempre me sinta com você, não importa onde
esteja. Jurei protegê-la, mantê-la segura e torná-la completa novamente e
assim o farei. Eu sabia o que estava fazendo quando comecei isso, quando
concordei em ser seu. Eu sabia que você não estava inteira, mas deixe-me
ajudá-la. Deixe-me ver você toda.
Ela hesitou e então estendeu a mão para ele. Ele a puxou para mais
perto, levando-a até a beira da cama, onde a empurrou suavemente,
seguindo-a até que seu tamanho cobrisse o dela com seu corpo largo.
Depois de um momento, ele a puxou com ele e olhou para a cama onde
seus corpos dormiam, amassados na cama. Ela gritou enquanto tremia
violentamente contra seu aperto. Ele a tocou, e ela sufocou os gritos que
saíam de seus lábios ao senti-lo.
—Eu vejo você, — ela proferiu enquanto tocava seu peito, seguindo o
brilho dos dragões e as letras douradas brilhantes que se formavam sobre
sua caixa torácica. Os olhos dela se moveram para si mesma, encontrando
três costelas cobertas por letras douradas combinando com as dele.
— Por quê? — ela perguntou hesitante, sem saber se queria saber por
que ele fez isso.
— Não, ele saberá quando você estiver pronta para que ele saiba,
minha alma.
— Eu não acho que você entende o que aquele monstro fez comigo, —
ela respondeu com sinceridade, e ainda assim ela sentiu as mãos dele
aquecerem sob as dela. Ele se levantou, correndo lentamente os dedos sobre
sua barriga enquanto se elevava sobre ela, olhando em seus olhos.
— Ele desmontou você, mas ele não podia tocar as partes de você que
ele queria quebrar porque você já carregava algo de mim dentro de
você. No dia em que ele encontrou minha marca, foi a última vez que ele
tocou em você. Ele sabia que nunca tocaria no que te fazia minha, o que te
fazia brilhar roxo quando nenhum outro de sua espécie antes de
você. Destiny correu em suas veias, nosso destino que já estava escrito nas
estrelas, — ele murmurou enquanto se inclinava, reivindicando seus lábios
em um beijo que roubou sua mente e respiração enquanto as memórias se
repetiam em sua cabeça.
Ela estremeceu e balançou a cabeça. —Eu sou uma garota, uma garota
que nem começou a viver porque estou apavorada até para tentar. Eu sou
fraca, eu não sou forte, Dragão.
— Oh, mas você é. Você tem medo de cair, minha querida, mas não vai
cair porque eu não vou deixar. Você foi criada para voar, como eu. Se você
cair, eu serei suas asas. Se você vacilar, eu serei o fogo em que você
renascerá. Você foi criada para ser minha rainha, a rainha dele. Você nasceu
para governar os dragões, minha doce menina. Destiny beijou você no
momento em que você nasceu e ligou você ao menino que se tornaria o
rei. Só me certifiquei de que não poderia ser alterado depois disso, e que
você sobrevivesse até que ele a encontrasse. Ela tocou cada criatura neste
reino, e você não é exceção. Agora, eu vou me acasalar de verdade com
você e selar sua alma com a minha para que nunca possamos nos separar,
você me aceita?
— Sim, — ela respondeu, de alguma forma sabendo que isso era para
acontecer. Não foi o que ele disse, era como ela se sentia com ele, como se
o conhecesse há mais tempo do que apenas esta vida. Ela deveria estar
apavorada agora, e em vez disso, ela se sentia como se estivesse em
casa. Ela se sentia segura e querida aos olhos dele, protegida do mundo
exterior.
Ciara se sentou e engasgou, sua mão voou para o estômago e então ela
pulou da cama, olhando para Blane que a observava com um olhar inquieto.
— Achei que fosse, mas não fui com você, Ciara. Não vi mais do que
um vislumbre de sua alma antes de ser expulso, você não permitiu. Diga-
me, esposa, o que você está escondendo? — ele fervia.
— Seu Dragão me escolheu quando eu era criança, quando meu pai
matou o seu, ele me encontrou. Nossos destinos foram formados a partir
daquele dia.
— É assim mesmo?
As mãos dele abriram suas pernas até que ela gritou de dor e a
levantou da cama. O corpo dela respondeu, aquecendo por ele, e a espiral
em seu estômago começou a se desenrolar. Suas mãos puniam enquanto sua
boca dava prazer.
— Você pode estar com raiva, idiota, mas não sou eu que queria dar
um passeio de alma com você. Agora vá para a cama, porra, e não se mova,
— ela fervia enquanto lutava para ganhar o controle de sua reação a ele
enquanto exigia que ele fizesse o que ela mandava.
— Use a porra da sua magia em mim de novo e você não vai gostar do
que vai acontecer, Ciara, — alertou ele.
Quando sua boca tocou a carne aveludada de seu pênis, ela fez uma
pausa, perdendo sua ousadia brevemente enquanto sua mão acariciava sua
excitação. Sua cabeça levantou da cama, observando-a enquanto ela
acariciava seu pau com sua mãozinha. Sua boca baixou, lambendo a ponta
sensível de sua carne latejante. O barulho que ele fez quando sua respiração
sibilou de seus lábios atraiu seus olhos para ele.
Seu brilho refletido em seus olhos. Ciara beijou o lado de seu pênis
antes de afastá-lo de sua barriga para levá-lo em sua boca. Sua mão se
enroscou em seu cabelo, empurrando-a para baixo sem aviso até que ele foi
enterrado no fundo de sua garganta. Ela gemeu enquanto seus olhos
lacrimejavam até que as lágrimas correram de seus olhos enquanto ele a
segurava ali. Seu grunhido foi animalesco quando levantou sua cabeça,
usando seu cabelo para foder sua boca e garganta.
— Eu sei que sou, mas pelo menos não sou uma vadia mentirosa, —
ele rosnou enquanto agarrava suas pernas e as estendia até que ela
gritasse. Ele a penetrou dolorosamente, arrancando um grito de seus lábios
enquanto balançava os quadris, encontrando um ritmo que prendia cada
nervo erógeno em sua vagina. Suas mãos apertaram sua carne enquanto ele
empurrava seus joelhos em direção aos ombros, dando-lhe mais do que ela
poderia caber até que seu corpo queimasse com o quão cheia ela estava.
Seus olhos se fecharam contra a raiva que ela viu queimando em suas
profundezas de água. Ele a puxou até que ela estivesse em seu colo e
forçou-a a envolver seus ombros largos. Ela balançou contra seu pênis,
ajustando-se ao seu tamanho enquanto seu corpo aquecia, permitindo-lhe
mais profundidade enquanto ele usava seus quadris para levantá-la e soltá-
la em seu eixo. Ela explodiu ao redor dele, apertando contra ele enquanto os
músculos queimavam e apertavam quando ele a levantou com ele,
movendo-os para a cama.
Ele a colocou para baixo sem deixar seu corpo, empurrando com força
enquanto suas mãos apoiavam seu peso na cama. Seus olhos se cravaram
nos dela, forçando-a a manter contato visual enquanto ele a levava às
alturas da paixão e do desejo e depois ao limite. Sua boca baixou,
beliscando seu lábio inferior enquanto ela gritava contra a dor que isso
criava. Ele o soltou, empurrando sua língua entre seus lábios inchados para
reivindicar sua boca enquanto seus corpos iam para a guerra um contra o
outro.
Ele não precisava saber sobre isso. Ele não merecia saber que gerou
um filho com ela, seu inimigo. Ele parecia esperançoso de paz, otimista de
que ela poderia garantir isso para ele e ela o faria, mas ela não permaneceria
com ele depois desse ponto. Ele não a merecia ou seu filho.
— Sua alma caminhou com o Dragão, sem ele. É proibido a uma noiva
que não nasceu Dragão conversar com ele sem a presença do hospedeiro, —
revelou.
— Para nós? Você não está pensando em ficar, está? — ele rebateu.
— Eu não pertenço aqui, nem sou desejada. Estou bem com isso, e ele
também. Ele pode ficar com Fyra, ela o quer. Eu o odeio. Eu odeio tudo
sobre ele. Ele é cruel e parece gostar de me machucar, e já fui ferida o
suficiente para durar mil vidas.
Ciara se sentou e olhou para ele e estava prestes a dizer algo quando a
dor percorreu os dois. A tristeza infinita a encheu, e ela engasgou quando
uma compreensão a atingiu. As lágrimas rolaram por suas bochechas
quando ela se levantou com as pernas trêmulas, movendo-se para as portas
da tenda e empurrando-a de lado para ficar sob a lua em sua camisola.
O céu ficou com uma infinidade de cores enquanto a terra clamava por
sua Deusa.
Se Danu estava morta, isso significava que uma nova Deusa seria
criada para tomar seu lugar. Isso deixou Faery oscilando à beira do caos e
da devastação, sem ninguém mantendo o controle sobre ele. Synthia era a
Deusa do povo, mas quem protegeria a terra? Quem os ajudaria a curá-lo?
— Danu está morta, Blane. Eu tenho que ir para casa, — ela exigiu.
—Você presume que eu lhe daria um filho, — ela rosnou. —Eu sou
Fae, Blane. Não nos reproduzimos facilmente e, quando não queremos criar
vida, não o fazemos. Nós escolhemos quando criamos, e eu com certeza não
tenho planos de cruzar com alguém como você. Você pode se relacionar
com sua namorada e ficar longe de mim. Para sempre, — ela assobiou. Ela
se virou, dispensando-o ao entrar na tenda sozinha.
— O plano mudou.
— Não, não mudou, você sim. Você queria que ela garantisse a paz,
você está casado, e ainda assim abusou dela na noite de núpcias. Sua noite
de núpcias, — ele rosnou. —Acorde, cara. Eu estive ao seu lado desde que
você era criança, mas você está mudando, e não é para melhor.
— Eu sou o rei, tenho um dever para com meu povo primeiro. Ela é a
inimiga.
Seu povo.
Não dela.
— Você vai chamar o desejo de morte depois que ele quebrar a paz ou
antes que ela seja concedida? — ele perguntou.
— Depois de ter sido concedido, para que ele caia depois de termos
garantido a paz para os dragões, e então um novo rei se levantará para nos
atacar. Zahruk cairá atrás dele, ele estava lá com Ryder quando mataram
nossos irmãos. Durante a coroação do novo rei, a Horda abre seus portões
para aqueles que mantêm a paz, estaremos entre aqueles que entrarem.
— E Ciara?
— Isso tudo depende de que tudo se encaixe, uma peça cai muito tarde
ou muito cedo, ela se desintegra. Você está acasalado com ela, o que
significa que você nunca pode acasalar novamente. Os dragões nunca
conhecerão outra verdadeira rainha dos dragões além da cadela que você
escolheu para colocar no trono.
— Não, — ela rosnou. —Eu acho que tive o suficiente de seu toque
para durar uma vida inteira. Quase me faz sentir falta do meu pai, — disse
ela com firmeza. Ela observou enquanto ele estremecia e ria
silenciosamente. Ela se levantou e se espreguiçou, observando enquanto ele
deixava seu olhar deslizar por seu corpo flexível. —Eu posso me alimentar
de Remy, ou de outra pessoa. Não é como se eu realmente precisasse de
você para me alimentar, Blane, — ela explicou lentamente.
— Não, — ela disse suavemente. —Foi quando pensei que você fosse
decente, agora sei que não é. Você não é melhor do que os homens de quem
alega tirar as mulheres. Avisarei você se ficar com fome, você pode ir agora,
— ela disse, apertando seus botões para ver até onde ele iria.
— Para que eu possa foder minha rainha antes de partir, para ter
certeza de que ela está bem de saúde antes de ir.
— Tanto faz, mas seja rápido porque você me deixa enjoada, — disse
ela, alcançando lentamente a bainha do vestido, levantando-o sobre a
cabeça. Ela empurrou a calcinha para baixo enquanto se abaixava sob os
braços dele para ir para a cama. Uma vez lá, ela saiu e rastejou para a cama,
dando a ele sua bunda.
Ela se fechou para a dor, abrindo os olhos sem vida para ele. Ele
poderia fazer o que quisesse, mas ela não participaria de seu jogo, ou de
qualquer coisa que ele tivesse planejado para ela. Ele diminuiu a
velocidade, olhando para baixo em seu olhar cego. Ela sabia como era, ela
se viu inúmeras vezes depois do abuso que sofreu nas mãos de seu
pai. Morta e vazia, cega com um olhar vago que fazia os outros pensarem
que ela era fria e intocável, o que, assim, ela era.
Seu corpo se moveu, usando o dele até que ela detonou acima dele,
seus olhos brilhando de fome enquanto ela continuava se movendo,
observando o olhar maravilhado em seus olhos enquanto ela clamava para
que ele se movesse, para fazer algo diferente de observá-la com seu olhar
suave isso era tão falso quanto ele.
— Seu Dragão me levou onde você não podia ouvi-lo, você quer saber
por quê, Blane? Porque ele me escolheu, ele me escolheu antes que sua mãe
fosse morta. Ele acha que posso salvar você e seu povo, e quer saber? Não
acho que alguém possa te salvar de você mesmo. Não acho que a paz seja
suficiente para você. Você quer vingança, é movido pelo ódio, e isso só vai
acabar mal para todos nós envolvidos. Você quer que eu diga
mais? Ele colocou as marcas em minhas costelas, ele pediu uma deusa para
ajudá-lo a mim como sua companheira, e eu nunca pedi nada disso. Você
me levou, seu Dragão me reivindicou e eu não tive escolha em nada disso.
Destiny nos obrigou a ficar juntos, mas sabe de uma coisa? Foda-se e que
se foda você e seu Dragão. Eu não quero mais fazer parte disso. Eu queria
te salvar. Quando Synthia veio aqui para me pegar e ficou a centímetros de
você, evitei que você encontrasse seu fim na ponta da espada. Eu disse a ela
para ir, para me deixar para que eu pudesse consertar isso antes que
terminasse em guerra. Você tinha a Deusa dos Fae armada até os dentes a
centímetros de você, e tudo que eu tive que fazer foi acenar para acabar
com você e eu não pude fazer isso.
— Não, eu disse então que ela poderia estar bem ao seu lado e você
não notaria, e ela estava.
— Você teria que deixar sua vingança ir, e o ódio que você sente,
porque com isso, você nunca me terá. Vale a pena morrer por algumas
coisas, mas esta não é uma delas.
Ela era um peão aqui, um que eles pretendiam usar. Ela revirou tudo
em sua cabeça até que soubesse o que planejava fazer, e faria isso antes que
Blane voltasse, antes que ele pudesse descobrir seu curso de ação.
Remy estava lutando contra algo, mas parecia alheio aonde apontar sua
espada. Fyra estava ao lado dele, balançando sua espada cegamente
enquanto as crianças corriam para longe deles. Ciara acendeu seu poder,
ofegando ao ver as criaturas ao redor do par. Remy e Fyra estavam cobertos
de sangue, e Ciara hesitou enquanto se aproximava da cena. Se ela estava
indo embora, agora era a hora de fazê-lo.
Ciara olhou em volta, vendo uma criatura com chifres e presas
pingando sangue correr em direção a uma criança.
Blane tinha contado a ela sobre eles, e ainda assim ela nunca imaginou
ter que lutar por seu povo contra eles. Outra besta irrompeu pela floresta
com olhos selvagens, correndo direto para eles. No momento em que
chegou perto o suficiente, ela balançou a lâmina, virando-se para acenar
para Remy, que segurava um braço sangrando, enquanto ajudava Fyra do
chão, que olhava para Ciara confusa.
Ela largou a espada quando ele jogou a sua da sela. Diretamente para
ela. Atingiu seu braço e ela caiu no chão, erguendo os olhos para ele
enquanto encarava a morte. Seus olhos estavam escuros, mais escuros do
que ela já os tinha visto antes. Ele desmontou e recuperou sua espada,
jogando-a de volta para acertar um golpe mortal.
— Blane, não! Ela nos salvou, ela salvou todos nós! — Fyra gritou
enquanto protegia Ciara de sua raiva.
— Meu bebê, — ela soluçou. —Salve, você tem que fazer com que
eles salvem, por favor. — Um gigante soluçou balançando através dela
enquanto ele praguejava violentamente.
— Ela não está grávida! Eu não sabia que era ela, só vi a porra da
armadura! — Sua voz era áspera, com raiva. —Por que diabos ela estava
nele, ou melhor ainda, por que diabos ela estava empunhando uma espada
contra mim?
— Ela estava nos defendendo, seu povo. Essas coisas nos atacaram, e
ela nos defendeu, nos salvou, seu idiota!
— Ele a torturou, — ele admitiu. —Ele gostou. Ele fez isso até que ela
aprendeu a aceitar em silêncio, sem fazer barulho.
— Acho que não, não sei se ela ouve ou sabe de alguma coisa que
acontece quando ela vai aonde quer que vá. Ela só está... mentalmente
perdida.
— E você não sabia que ela carregava seu filho?
— Não, ela nunca disse nada nem deixou transparecer que estava
grávida, — ele respondeu com uma exalação profunda. —Eu também
nunca perguntei, só não esperava nada tão rápido. Essa merda leva tempo.
— Você enfia seu pau, e é isso que acontece, seu idiota. Você é tão
estúpido quanto eles, idiota. Ainda não consigo acreditar que ela nos
ajudou, quer dizer, ela era destemida pra caralho. Nós nem mesmo os vimos
e ainda assim ela sabia exatamente onde aqueles filhos da puta
estavam. Blane, ela nos salvou e não precisava. Ela poderia ter nos visto
morrer, e quero dizer, eu não fui legal com ela, então não a culparia. Ela
salvou nossas crianças, nossos filhos, Blane. Dragões. Ela não piscou,
porra, para fazer isso.
—Seu idiota, ela estava usando a armadura dela. Ela é um deles. Pelo
amor de Deus, ela empunhou uma lâmina na nossa cabeça na primeira vez
que você colocou os olhos nela. Sua esposa é uma cadela durona, e a única
razão pela qual ela está nesta cama esquecida pelos Deuses é porque seu
marido idiota viu um inimigo onde não havia nenhum.
Ciara sentiu seu braço ser colocado em seu estômago e então seus
olhos pesados se fecharam enquanto a dor diminuía.
Talvez Fyra não fosse uma vadia que tinha que morrer afinal? Talvez.
CAPÍTULO TRINTA E UM
Ciara piscou contra a luz forte dentro da tenda. Ela olhou para os
postes, tentando assimilar mentalmente o que havia acontecido e quão grave
era o ferimento. Seu coração estava batendo rapidamente e sua mente
repassou o ódio de Blane que encheu seus olhos ao vê-la em uma
armadura. Vozes abafadas a fizeram fechar os olhos e fingir que estava
dormindo.
— Eu não posso te dizer isso ainda, tudo que posso te dizer é que está
vivo e forte dentro dela. Fora isso, quem sabe? É um bebê, muito poderoso
por ter passado por tanta perda de sangue. O braço dela vai se curar e ela
vai viver, Blane, seu filho vai viver. Alegre-se porque ambos sobreviveram
ao que você fez. Se ela não tivesse sido capaz de suportar a dor, ela teria
morrido, junto com o herdeiro de seu trono. Fique feliz por ter escolhido
uma mulher forte para lidar com você, porque a Deusa sabe que uma mais
fraca cairia morta.
Ciara riu, virando-se para olhar para Blane, que a encarou. Remy
bufou do outro lado da tenda, olhando para ela.
— Não vejo razão para ela não estar, — ele anunciou. Ciara o
acolheu, ele era baixo, robusto, com cabelos ruivos brilhantes. Seus olhos
azuis sorriram para ela e ele balançou a cabeça com algo em seus olhos que
ela não conseguiu identificar, respeito?
— Não, eles não são. Não temos criaturas assim, e elas não estariam
tão longe se fossem. Quase pareciam estrangeiros, como se tivessem vindo
por um dos portais abertos.
― Foda-se, Remy, por que sempre termina com o seu pau? Guarde
essa merda para você, — Fyra gemeu quando suas vozes foram sumindo.
— Estou bem, — disse ela com firmeza enquanto dizia para alto e o
mundo girava ao seu redor. —Ok, estou bem. — Ela fechou os olhos
enquanto sua mão se movia para sua barriga, descansando nela enquanto ela
ouvia a curandeira dar algumas instruções a caminho da saída. Uma vez que
eles ficaram sozinhos, ela se virou para olhar para ele com a mão
protegendo sua barriga.
Seus olhos baixaram para ele, e sua mão esfregou o rosto enquanto ele
se movia para uma cadeira na sala e se sentava nela. Ele parecia uma
merda, como se não tivesse dormido a semana inteira. Seu cabelo estava
arrepiado, como se ele tivesse passado os dedos por ele um milhão de
vezes, e havia bolsas pretas sob seus olhos.
— Há quanto tempo você sabe que está grávida, Ciara? —ele exigiu
enquanto seus olhos seguravam os dela.
Ela olhou para ele quando uma nova onda de raiva fluiu por ela. Ela
escorregou da cama, ficando em pé com as pernas instáveis e ele se moveu
para ela sem aviso, segurando-a enquanto deslizava os braços em volta de
sua cintura.
Mais uma vez, flores adornavam sua tenda, mas essas eram em tons de
arco-íris de cores. Seu povo a cobriu com flores por sua bravura e frutas
foram cortadas em forma de flores e colocadas em tigelas. Os cheiros eram
esmagadores e mesmo assim ela respirou fundo, forçando seus nervos a se
acalmarem enquanto se virava para encarar Blane.
Jogando seu vestido de lado, ela ficou diante dele em sua pele e nada
mais. Seus dentes morderam o lábio enquanto ela abaixava as mãos para
cobrir a pequena protuberância, o que para ela era estranho, antinatural. E
se ele pensasse que ela parecia gorda? Ela piscou em seu processo de
pensamento, mas se sentiu insegura, incerta de como ele via seu corpo
mudando. Ela nem tinha certeza de como veria isso ainda.
— Eu... Talvez não devêssemos fazer isso, — ela sussurrou com voz
rouca enquanto sua garganta se apertava.
Uma vez lá, ele a abaixou lentamente e empurrou as cobertas até que
ela estivesse de costas, pronta para receber o que ele pudesse lhe dar. Ele se
afastou, levantando seu corpo flexível enquanto a colocava na
cama. Levantando-se, ele recuperou as taças e subiu de volta na cama ao
lado dela, entregando-lhe uma das taças. Ele levantou as cobertas, dobrando
seu corpo nu com força antes de encontrar seu olhar e sorrir.
Ela riu distraidamente, seu corpo inteiro arqueando quando foi afetado
pela bebida. Seus olhos ficaram pesados até que ela não conseguiu mais
mantê-los abertos. A sensação de seu calor contra sua carne fria a confortou
um pouco demais. A promessa aveludada de escuridão a sugou para seu
mundo, embora seus nervos se acumulassem com a ideia de estar nua para
ele. Lá dentro, suas paredes desmoronaram, e ele veria cada rachadura, cada
pedaço quebrado.
Num momento ela estava na cama, descansando a cabeça contra o
calor dele, e no próximo ela estava sozinha em um palácio de
mármore. Seus dedos traçaram uma parede entalhada com imagens de
dragões em todos os estados, de voar a soprar chamas no ar. Seus pés
descalços pisavam no chão, criando um eco enquanto ela caminhava pelos
corredores vazios.
Ele não desviou o olhar dela, seu olhar encoberto parecia ver através
dela, até seus ossos nus. Ciara exalou e recuou, caindo no colchão
macio. Ela rapidamente se levantou e mordeu o lábio nervosamente sob seu
exame minucioso.
— Para que seu pessoal possa nos matar de novo? — ele perguntou.
— Eles não iriam, — ela rebateu. —É por isso que estamos aqui? Para
ver se eu consigo mentir? — ela perguntou ao parar de andar em sua
direção. —Pergunte-me qualquer coisa, Blane, — ela bufou quando o
último pedaço de esperança que ela tinha se dissipou. —Não? Eu acho que
meus irmãos vão te matar porque você é um Dragão? Não, absolutamente
não. Eu acho que eles vão querer sua cabeça em uma lança quando eu voltar
para casa com seu filho para uma visita? Provavelmente. Estou
conspirando contra você? Não. Estou tentando mudar sua opinião sobre
nós para que seu povo possa voltar a isso? — ela perguntou, jogando os
braços para indicar o quarto luxuoso. —Absolutamente, — ela forneceu
enquanto cruzava os braços sobre o peito.
Ele a levou consigo, conduzindo-os até a cama luxuosa que era feita de
seda e cetim. Uma vez lá, ele a largou e empurrou seu corpo para onde ele
queria. Suas mãos capturaram as dela, usando a corda para prendê-los
juntos.
— A primeira vez que um casal está junto, é aqui neste reino. Não há
segredos entre eles, nenhum medo de julgamento. Aprendemos uns com os
outros, o passado, qual é o nosso desejo para o futuro. Nós sucumbimos ao
desejo da carne e aprendemos o que o outro gosta e não gosta. Apenas
companheiros podem entrar, verdadeiros companheiros. É o maior presente
que recebemos por encontrar nosso cônjuge. Achei que não conseguiria isso
com você, minha pequena rainha. Eu temia que isso fosse negado a mim,
que eu nunca a veria como uma companheira, e era por isso que eu estava
com raiva. Você pode fazer isso uma vez, e quando você entrou sem mim,
fiquei apavorado por ter entrado sozinha. Então agora, agora eu te puno por
me assustar pra caralho.
Sua mão se ergueu, descendo em sua boceta sem aviso. Seu tapa
queimou, ecoando pelo quarto. Seus dedos percorreram sua vagina,
acalmando a dor que ele criou. Ele fez isso mais algumas vezes, cada vez
que o acariciava ou beijava, aliviando a dor ao torná-la sensível.
— Você está molhada. Você é uma garota safada, não é, Ciara? Você
gosta quando eu te fodo forte, e quando eu maltrato sua carne doce e macia,
— ele murmurou enquanto sua boca continuava a saborear sua boceta. Seus
dentes beliscaram o interior de sua coxa, puxando um grito de seus
pulmões. Em seguida, seus dedos mergulharam entre suas pétalas,
empurrando lentamente em seu corpo. Ele se levantou, acomodando-se
entre suas pernas enquanto colocava dois dedos em seu corpo.
— Você é apertada, — ele riu com voz rouca. —Precisamos fazer algo
a respeito, não é? — ele perguntou enquanto empurrava seu pau grosso
contra ela, esfregando sua carne sedosa contra a dela até que ela estava
movendo seus quadris com a música de seus corpos. Ele empurrou para
dentro, puxando um grito de seus lábios entreabertos enquanto enterrava
seu pênis ao máximo dentro de seu calor. — Inferno sangrento, você é
perfeita, — ele murmurou enquanto se retirava, movendo-se para baixo na
cama até que sua boca abalasse sua carne, enquanto sua língua lentamente
lambia ao redor de sua abertura.
— Grite por mim, — ele murmurou contra seus lábios enquanto seu
pênis crescia até que ela estava empurrando sua bunda para ficar longe
dele. Ele reduziu até que não era mais uma dor ardente. —Você pode
aguentar mais do que isso, minha garotinha travessa, você nasceu para ser
fodida selvagem. Mostre-me seu lado travesso, deixe sair para brincar
comigo.
— Diga que você é minha, — ele rosnou. —Diga que essa boceta é
minha e só minha.
Ele olhou para ela e piscou, e ela se levantou, ignorando o brilho sutil
de suor que grudou em sua carne. Cada ombro tinha um Dragão, um
conectando em suas marcas. Ela já não tinha a marca dele em seu
estômago?
— Eu estou, você está no meu mundo. Achei que seria mais fácil,
aqui. Não acho que levar você para casa, para o seu palácio, seria benéfico.
Dragões saíram das nuvens, voando baixo enquanto passavam por eles
na varanda. Eles pousaram no pátio, rolando na grama com um barulho
estrondoso. As crianças brincavam do lado de fora, sem medo dos animais
voadores. A vida floresceu em todos os lugares que ela olhou. Rosas
cobriam as paredes, os jardins floresciam, as fadas dançavam neles,
derramando orvalho e magia enquanto dançavam ao longo das frutas e
vegetais.
— Por que você está triste? — ele perguntou, segurando-a com força.
— Porque meu pai tirou isso de você, — ela admitiu, sabendo que ela
não mentiria aqui. Não que ela pudesse sair deste mundo, mas ela queria
que ele soubesse a verdade. Ela se virou em seus braços e olhou para ele. —
Por que tudo é mármore ou quartzo?
— E nosso filho, ele vai colocar fogo em tudo? — ela perguntou com
uma expressão comprimida.
— Eu tirei isso de você, — ela exclamou. —Eu não sabia, quero dizer,
seu Dragão me acolheu.
— Está tudo bem, eu tenho que te ver aqui com isso, — ele disse,
acenando para a memória com o braço. — Já se passaram séculos desde que
eu era capaz de imaginar isso. Procurei uma companheira apenas para ter
um vislumbre de casa.
As semanas se passaram com uma satisfação feliz, mas a cada dia que
passava, ela sentia mais falta de casa. Ela sentia falta da sobrinha e dos
sobrinhos, e sua barriga inchada era um lembrete constante de que eles
estavam crescendo sem ela, assim como seu filho. Blane não tinha mudado
seus planos de guerra, ela tinha certeza disso, e ainda assim ele parecia ter
abaixado suas paredes ao redor dela. Todas as noites eram uma bênção, mas
todas as manhãs ele desaparecia com Kerrigan.
― Você sabe, se você não parar de aceitar as flores, você vai precisar
de uma barraca maior, — Remy reclamou enquanto colocava seus braços na
barraca e se virava para olhar para ela.
— Desculpe, é uma merda quando você tem que admitir que está
errado. Na verdade, eu também gosto de você, então sei exatamente como
você se sente, — ela riu.
— Está tudo bem, Fyra, — disse ela enquanto voltava seu olhar
preocupado para as flores. — Remy, você pode se livrar delas pela
manhã? Eu preciso deitar, — ela murmurou. Ela observou enquanto ele
assentiu.
— E ela ainda pode ouvir você, ela é Fae, eles têm uma super audição,
— ele argumentou.
Uma vez que ela estava perto o suficiente, ela ficou nas sombras,
usando seus sentidos Fae para alcançá-lo. Sua voz a calma e suave quando
ela o encontrou. Kerrigan, por outro lado, irritava seus nervos.
— Você não está pensando com clareza. Você colocou sua marca nela
e um bebê em sua barriga, e agora você quer desacelerar as coisas, esperar
para ver se eles fazem um movimento, e eu estou lhe dizendo, se não nos
movermos agora, eles nos encontrarão primeiro, e eles vão massacrar cada
um de nós.
— Eu posso fazer duas coisas ao mesmo tempo, — disse ele, com uma
pitada de defesa em seu tom.
— Você não está com dor, está? Você parece irritada, — ele perguntou.
Ela sentiu uma onda de poder e se virou para olhar para Synthia e
Ryder, e mordeu o lábio quando o olhar de Ryder pousou na protuberância
em seu meio.
— Estou em casa, — ela exalou, não parecendo feliz com isso, mas
tinha sido a escolha certa.
— Ambos, eu estava bêbada quando me casei com ele, mas o filho, foi
criado juntos.
— Você sabia que ela era casada? — ele rosnou, virando-se para
Synthia.
— Não sou uma criança e quero meu filho, Ryder. Já o amo, — ela
sussurrou franzindo a testa enquanto se jogava na cama e fechava os
olhos. — O pai é o idiota mais teimoso, irritante, cabeça-de-porco e imbecil
deste reino.
— Você também é meu irmão, Ryder. Não estou pedindo ao meu rei,
estou pedindo ao meu irmão que confie em mim.
— Ciara, muita coisa aconteceu desde que você esteve fora, — Zahruk
disse baixinho enquanto se encostava na parede olhando para ela. — Os
Magos ficaram mais fortes, mais ousados. Ryder foi levado e Danu se
foi. Os portões do inferno foram abertos e todos os mundos estão agora à
beira do caos. Não foram apenas nossos portais que foram abertos, é cada
reino que você pode imaginar. Criaturas que não vimos antes estão entrando
em Faery.
— Você não está nos deixando, Minx. Temos uma irmã e uma única
irmã somente, e não estamos perdendo você, então pare com isso. — O tom
de Ristan aumentou enquanto ele olhava para ela.
Ela riu enquanto olhava para Synthia. — Sinto muito que sua mãe se
foi.
— Ela não se foi, não realmente. Ela está em todos nós e em tudo que
ela criou. Ela é uma fae, e enquanto lutarmos para mantê-la viva, ela vai
sobreviver a isso.
—Danu também não foi muito direta, e não acho que Bilé nos contaria
a verdade.
— E não, Ryder, Danu não lhe deu os dragões com suas marcas,
Mórrígan deu. Ela queria preservar o único filho que ainda tinha. Ela queria
criar em você um amor pelos dragões, e é por isso que você seguiu a fae
perdida até as ruínas pela primeira vez quando criança. Ela permaneceu lá
muito depois de Danu e Bilé e a abandonou. Mórrígan não tinha apenas
criado Adele; ela tinha dado à luz a ela. Ela e Merlin esconderam seu filho
daqueles que a machucariam, e Danu deu a ela o lugar perfeito para fazer
isso quando ela criou a primeira raça. Adele era um pedaço dela como você
era para sua mãe, Synthia. Danu tinha ciúmes da criança produzida por
meios comuns e ficou com ciúmes porque Mórrígan manteve uma das
criaturas. Ela falou sobre isso com Bilé, e logo depois, ele sussurrou no
ouvido de Alazander, criando discórdia. Ele disse a ele que Blane era do
sangue de Deus e como os dragões se levantariam contra ele para governar
as fadas. Ele enviou você para destruí-los, embora você não quisesse nada
com isso.
— Se você não fosse o único que poderia matar seu pai, ela teria
matado você naquele dia. Quando Blane escapou, ela sabia que um pedaço
de esperança permanecia e recuou, mas ela ainda está aqui. Ela ainda o
observa e o protege. Ela é o desejo de morte, alterando as probabilidades a
favor dos dragões, que ela agora considera sua raça. Afinal, é seu neto quem
assumiu o trono.
— Traga Eliran aqui, peça para ele verificar Ciara. Synthia, precisamos
conversar, — Ryder rosnou enquanto a puxava para fora da sala com ele.
CAPÍTULO TRINTA E CINCO
Era fofo como eles discutiam sobre o sexo da criança, mas isso só a fez
sentir mais falta de Blane, o que só a irritou, já que ele mentiu e a traiu. Ela
partiu para avisar sua família, esperando que ele a seguisse. Ela conseguiu
garantir a paz, mas onde ele estava?
Fazia semanas, e qualquer dia agora, ela estaria entregando seu filho
neste mundo sozinha. Ela caminhou pelos jardins como um fantasma,
movendo-se através das emoções enquanto lentamente voltava ao seu
antigo eu. E se ele não viesse? Ela teria que se alimentar logo, muito em
breve para manter seu filho saudável. Ela estava se alimentando de
emoções, mas mesmo assim não estava acalmando a dor em sua
barriga. Ela ansiava por frutas e carne, que todos presumiam que fosse da
parte do Dragão, mas quem sabia?
Um barulho soou do corredor fora de seu quarto, e ela fez uma pausa,
inclinando a cabeça para ouvir. Ristan entrou sem bater e parou quando
ficou a centímetros dela.
— Por quê?
— Sim, e isso não vai acontecer. Eu também sou a Horda e tive bons
professores. Você me criou bem, todos vocês. Eu posso fazer isso, eu
preciso fazer isso.
— Você o viu nu? — Ryder rosnou, mas ela acenou com a mão com
desdém.
— Mais tarde, Fada, agora temos problemas reais. E ele não era você,
— ela disse com um olhar astuto que pareceu acalmá-lo no momento.
Ciara duvidava que fosse o fim da discussão, porém, conhecendo seu irmão
como ela conhecia.
— Estou aqui, — disse ela quando ele ficou a poucos metros dela com
homens em suas costas.
— Eu imaginei ligar naquele desejo, mas você era a única coisa que
me impedia de fazê-lo.
— Você se importaria?
— Blane, este é Ristan, meu irmão, — disse ela. —De qualquer forma.
— Ela acenou com a mão e continuou. — O rei o convidou para falar de
paz e, se você aceitar, ele apresentará as condições para manter nosso
casamento e permitir que você vá embora comigo. Você tem permissão para
trazer um punhado de homens para dentro, se aceitar. Do contrário, você
terá uma hora para retirar seu exército de nossos portões ou a Horda será
chamada às armas, eles estão na floresta, os que nos cercam agora, — ela
disse enquanto seus olhos se moviam lentamente sobre a floresta em torno
da clareira onde eles estavam. — Escolha, Dragão.
— Não, eu não vou, porque agora eu não sou sua esposa, sou Ciara,
Princesa da Horda e estou puta que você mentiu para mim. Estou magoada
que você se deitou comigo enquanto você mentiu em nossa cama. Você me
quer, Blane, prove isso, porra.
Ela girou sobre os calcanhares, sem esperar pelos outros ou para ver se
eles a seguiam, enquanto chamava para os portões serem abertos,
mostrando a ele que ela não mentiu sobre um exército inteiro de Guardas de
Elite armados até os dentes e prontos para ir para guerra. Eles estavam
convocando suas forças por semanas, algo que ele não percebeu ou tornou-
se imprudente.
— Não posso dizer que estou feliz por estar aqui, Rei da Horda, — ele
respondeu friamente. — Considerando que é aqui que minha irmã e meu pai
foram massacrados pelos seus.
— Não, mas sua esposa não queria dar à luz nas cinzas dos
mortos. Seu pessoal levaria anos para prepará-lo para viver, e fui informado
de que eles continuaram sofrendo por se mudar de um lugar para outro em
um ambiente que não era produtivo para o seu crescimento e saúde. Você é
seu próprio rei, então não espero que responda a mim. Cada casta de Fae
tem suas próprias leis, você também poderá, contanto que eles não invadam
a nossa nem ponham em risco a vida. Você está ausente há muito tempo e
muita coisa aconteceu desde então. Não impomos mais as castas, nem as
tiramos para nossos próprios meios. Nós suprimos aqueles que foram
prejudicados com alimentos e outras necessidades à medida que crescem e
florescem sob meu reinado. Lamento pelo que meu pai ordenou, mas
prometo-lhe, Rei Dragão, não fiz mal a nenhuma mulher ou criança naquele
dia, nem a nenhum homem ainda vivo. Eu matei meu pai e depois meus
irmãos que se juntaram a ele na matança de vidas inocentes. Seu desejo de
morte não incluía meus irmãos. Lutei contra guerreiros em um campo de
batalha para protegê-la, sua rainha, porque ela era com quem ele me
ameaçava. Se eu tivesse recusado, Ciara teria morrido diante dos meus
olhos. Ele a teria alimentado para a Horda e nos forçado a assistir enquanto
ela era estuprada e assassinada. Ela é imortal, e tenho certeza que você pode
imaginar o que isso acarreta. Eu a escolhi, eu a protegi desde o momento
em que fui forte o suficiente, e você não vai puni-la por um crime que ela
não cometeu.
— Ryder, — ela sussurrou, não querendo que Blane soubesse que ela
era a razão pela qual ele os matou naquele dia há muito tempo. Ele disse a
todo mundo que poderia ter sido seus irmãos, mas não foi. Alazander a
arrastou pela nuca e a segurou na frente de Ryder enquanto ele se recusava
a exterminar uma população inteira de dragões.
— É dele o direito de saber por que fiz isso, Ciara. É meu direito
explicar minhas ações.
— Não terminamos.
— Trégua.
— Ahh, — ela gritou enquanto caía no chão, enquanto a água corria de
seu corpo.
— Loren, vá para o exército e diga a eles que a rainha vai dar à luz e
eu vou atrasar. Eles não devem se mover ou fazer um movimento.
Certifique-se de que os outros assistam Kerrigan para garantir que ele não
tente nada.
Synthia se materializou com uma Ciara gritando nas instalações
médicas. Eliran largou a bandeja de metal que ele segurava e correu para
ela. —É muito cedo, — ele disse.
Ela levantou, Blane segurava sua mão, tocando sua barriga enquanto a
olhava nos olhos. Ela estava apavorada, principalmente porque não sabia o
que esperar disso ou como ele reagiria se o bebê saísse com marcas e olhos
brilhantes.
— Não, mas você quase o teve na porra do chão, irmã minha, — ele
rosnou enquanto insistia que ela empurrasse.
— Sim, é seu primeiro bebê. Acalme-se, ela está indo muito bem, —
Eliran declarou enquanto se recostava e colocava as mãos na frente dele. —
Pode levar horas, dias para alguns. A menos que você seja essa, — disse
ele, acenando com a cabeça em direção a Synthia.
— Mas eu não sei ser mãe, eu realmente não tive uma mãe. Eu tive um
Ristan. Eu nem sei o que fazer ou mesmo como fingir ser mãe. Eu não
posso fazer isso, eu não quero arruiná-lo.
— Não foi engraçado, tinha merda por todo lado ele me irritou, e ele
nem precisa cagar, ele é Fae, — ele rosnou quando uma sobrancelha se
ergueu.
— Mais razão para não o fazer, e ainda assim eles tendem a cagar tanto
que você pensaria que eram humanos.
Ela olhou em seus olhos verdes e riu. —Eu fui roubada por um Rei
Dragão, e ele me engravidou, e nós nos casamos.
Depois que a sala foi limpa e estavam apenas os três na sala, ela se
sentou e estendeu os braços. —Segure-o, — ela sussurrou. Ela tinha visto
suas marcas, pequenas coisas, mas estavam ali. Ele tinha a marca do Dragão
em seu peito e estava misturado com o DNA de ambos. Ela precisava ver
como ele reagiu a isso. Ele se aproximou, olhando para seu filho com um
olhar inquieto. Ele tinha cachos escuros e finos, e olhos azul oceano que
observavam seu pai enquanto seu pequeno punho estava em sua boca. Ele
chupou ruidosamente, olhando seu pai com curiosidade.
— Vim pela paz, mas também porque tinha que avisar a minha
família. Você me colocou no meio disso, e eu preciso de você tanto quanto
preciso deles. Você quer vingança, mas agora você os viu. Você viu os
monstros que passou a vida inteira se preparando para matar e sabe que é
errado. Agora eles são reais e não apenas monstros sem rosto para
você. Você me diz, os monstros sussurram ao redor de bebês recém-
nascidos?
Ciara se levantou com a ajuda de Ryder, seu corpo doía de dar à luz e
ainda assim já havia começado a se curar com sua imortalidade. Ela
embalou Fury em seus braços, incapaz de desviar seu olhar de sua
beleza. Ela criou a vida, uma criança que cresceu com seu próprio corpo.
— Eu aposto que tenho uma que você não poderia controlar, — ele
desafiou.
— Ele não vai quebrar, Ciara. Ele tem seu cabelo e suas marcas e é tão
perfeito quanto sua mãe quando ela nasceu. Eu me lembro de você nessa
idade. Toquei sua mão e você envolveu seus dedos em um dos meus e
segurou como se soubesse que precisava de mim. Fiz um voto naquele dia
de sempre protegê-la e falhei. Primeiro com nosso pai e depois quando você
foi levada, — Ryder murmurou perto de seu ouvido enquanto ele
enganchou seu braço no dela. — Eu não vou falhar com você novamente, e
eu quero dizer isso. Se você está infeliz, diga a palavra e nós a levaremos
para casa, custe o que custar. Você tem um exército atrás de você e quatro
castas de Fae que irão para a guerra com você caso haja necessidade.
— Blane é guerra suficiente para mim, Ryder. Vou guerrear com meu
marido para evitar isso, o que é contraditório, se você quer saber. Estou me
mudando para um lugar estranho, cheio de lembranças ruins para todos
menos para mim, então a dor vai acontecer. Ele vai passar pelo inferno
quando voltarmos lá. Mas... ele não vai me machucar. Quando ele me pegou
pela primeira vez, ele foi gentil, e quando ele colocou a relíquia na minha
cintura, ele odiou quando eu a fiz morder minha carne. Ele está quebrado,
danificado e sim, ele pode ser áspero nas bordas irregulares, mas ele é
meu. Eu reivindiquei aquele Dragão e reivindicarei seu coração, e se não
puder? Vou cortar e levar de qualquer maneira. Além disso, eu sei um
pouco sobre homens quebrados, considerando que meu pai quebrou todos
nós e nos deixou quase sem respirar quando foi morto. Eu posso lidar com a
Horda, irmão, e toda a Guarda de Elite, então um Dragão? Deve ser moleza,
— ela riu nervosamente, não enganando seu irmão.
—Você não é responsável pelo que acontece com seu povo, — ele
disse ferozmente enquanto parava toda a multidão que caminhava ao se
virar para encará-la.
Ela olhou em volta para onde Remy franziu a testa e acenou com a
cabeça em acordo silencioso. Fyra, no entanto, parecia inquieta, mas
baixou o olhar para o chão e depois de volta para Zahruk com um olhar
sombrio que Ciara não se sentia confortável. Ou ela o queria sexualmente
ou ela queria cortar sua garganta. Era meio a meio em qual ela queria fazer.
— Ela é enfermeira?
— Se você pretende nos espionar, mandarei sua cabeça para trás solta
do corpo, — avisou ele friamente, e Ciara ficou tensa ao olhar para ele.
Ela se acomodou nos cobertores que ele estendeu para ela, embalando
Fury enquanto ele soltava um grito de fome. Ela se sentou novamente,
sorrindo enquanto o ajustava, liberando seu seio para empurrá-lo contra sua
boca. Ele se agarrou e ela gritou de dor enquanto ele chupava avidamente.
Ela olhou para ele, sorrindo até que seus olhos nublaram. Darynda desviou
o olhar enquanto Blane encarava o filho, alimentando-se feliz do seio da
mãe.
— Ele machuca você quando se alimenta? — ele perguntou hesitante
enquanto coçava a nuca como se fosse desconfortável fazer perguntas tão
íntimas.
— Você sabia quando vocês dois tiveram sua aventura que era apenas
isso para ele, — respondeu ele. —Zahruk não foi feito para amar
ninguém. Ele tem uma cicatriz tão profunda que está embutida em sua
alma. Um dia talvez, mas não será antes de você estar pronta. Você quer um
filho seu, é por isso que você fica aqui mesmo depois de terminar o seu
tempo de serviço. Você encontrará alguém, talvez até um Dragão. — Ele
piscou ao se virar para Ciara e dar um tapinha no queixo dela de
brincadeira. — Como esta fez. Lembre-se, Fury não vai quebrar, ele é mais
forte do que parece. Nós empacotamos alguns suprimentos... ou alguns
vagões cheios deles apenas no caso de você precisar de alguma coisa, ou
qualquer coisa. Adam e eu somos agora o que você chamaria de
compradores profissionais de bebês. Também empacotei algumas de suas
coisas, pois você não teve tempo. Fique forte, Minx, e saiba que estamos
aqui e sempre estaremos.
— Vocês fazem soar como se eu nunca fosse voltar, — ela sussurrou
enquanto lutava contra as lágrimas.
Ciara foi acordada por alguém sacudindo seu braço enquanto Fury era
tirado dela. Ela se sobressaltou, preparada para lutar enquanto Blane
agarrava seus braços.
— Darynda vai exigir arranjos para dormir, — disse Ciara depois que
Blane continuou a apenas olhar para Fury maravilhado.
— Certo, ela pode dormir com as outras mulheres solteiras nas tendas
maiores. Um dos guardas postados na porta irá mostrar você a eles.
Assim que Darynda saiu, ele se sentou ao lado dela e tocou os cachos
que emolduravam o rosto de Fury. —Ele tem o seu cabelo, — ele
murmurou enquanto estendia a mão, beijando sua bochecha. — Você fugiu
de mim, Ciara, — ele advertiu enquanto pegava Fury dela e o colocava na
cama. Sua mão tocou sua garganta quando ele a empurrou, montando seus
quadris enquanto ela o olhava fixamente. —Eu procurei na porra da
floresta, temendo que o frio tivesse vindo e tirado você de mim. Cada
pensamento que eu tinha acabava com você sendo ferida ou morta. Eu perdi
a porra da minha mente procurando pelo seu cadáver. Eu pensei que tinha
perdido você e nosso filho por nascer, e queria trazê-la de volta para matá-la
novamente por me fazer passar por isso.
— Você me deixou!
— Eu assegurei a paz, algo que você e seu povo não têm há quanto
tempo? Você vai contar a eles que sua rainha vadia está escondida em seu
quarto porque você a trancou lá, ou você já tem uma história elaborada com
Kerrigan para apaziguar as pessoas?
— Então me bata, ou tire da minha carne, Blane. Não leve meu bebê.
Ela deveria ir agora, retornar para seus irmãos antes que eles
alcançassem seu reino. Fury choramingou, e ela o pegou, embalando-o
enquanto o trazia para perto de seu seio, balançando-o suavemente. —Ele
não tem ideia do que está fazendo, Dragãozinho. Seu pai é teimoso e cabeça
de porco, mas tem um bom coração. Se ele acha que está levando você para
longe de mim, veremos qual é o gosto, hein? — ela murmurou enquanto
tocava seus lábios em sua testa enquanto seus braços disparavam em
surpresa. Eles gentilmente voltaram a tocar seu rosto e então ele fez a
última coisa que ela esperava, ele chupou seu nariz.
— E é minha culpa que você está se apaixonando por mim? — ela riu
guturalmente enquanto colocava seu filho entre eles e se enrolava de lado,
de frente para ele.
— Então eu acho que é uma coisa boa que eu seja Fae e não mortal, —
ela murmurou enquanto procurava seus olhos. —Eu estarei curada em
breve, Rei Dragão. Estou ansiosa para ser totalmente destruída.
Ele começou a alcançá-la e seu filho soluçou, atraindo seus olhos para
ele. Ele gorgolejou, chutando os braços e as pernas enquanto o
observavam. Seus olhos encontraram os de Blane sobre o minúsculo corpo
do bebê. Ela sorriu quando ele soluçou novamente, assustando-se.
— Vamos torcer para que ele não tenha a teimosia do pai ou estamos
condenados, — ela riu.
Blane se sentou, movendo-se por cima dela enquanto a prendia na
cama. —Eu não sou teimoso.
— Era um abismo faminto por mim, um abismo que você não foi
capaz de preencher, mesmo com coisas que uma vez o deixaram satisfeito?
— ela sussurrou enquanto se virava para olhar para ele. —Uma dor que
continuou a crescer até que você temeu que fosse engoli-la inteira?
—Você é teimosa. Você não pode parar de dar à luz para esperar por
alguém, sua garota maluca.
— Senti sua falta, Ciara. Deuses, eu fodidamente senti tanto sua falta
que parecia que uma parte de mim tinha acabado. Eu não conseguia respirar
sem você.
No topo da torre mais alta estava a bandeira dos dragões, uma única
caveira de Dragão com fundo branco, e ao lado dela estava a da Horda,
adornada com asas douradas, indicando a marca da besta. Não havia sido
hasteada antes, não desde que eles tomaram o castelo de Alazander,
mostrando que um novo rei foi escolhido e que foi reivindicado para a
Horda.
— Você presumiu que ele não iria? — ela perguntou ao aceitar Fury de
Darynda e ficar ao lado de Blane. —Homenzinho, você está em casa, — ela
murmurou enquanto corria o nariz sobre a cabeça dele. — Seu pai nasceu
aqui, e o dele antes dele. E agora você está aqui, e um dia, isso será seu.
— Os homens entrarão primeiro e limparemos, então encontraremos
nossos quartos, e você permanecerá lá até que eu diga o contrário.
— E Fury? — ela perguntou, orando aos Deuses para que ele não o
levasse embora.
— Não sei o que farão, por isso estou tomando precauções. Você é
minha para proteger, assim como Fury. Eles vasculharam, — ele anunciou
quando Remy acenou do topo da parede. Ela sorriu para ele, já sabendo que
estava vazio.
Ela sabia que Synthia tinha colocado as runas, o que significava que
estava a salvo de qualquer criatura, menos ela. Ela havia definido aqueles
para os Fae que queriam fazer mal, o que não passou despercebido de
Blane. Ele observou enquanto ela caminhava pelos portões e ouviu sua
expiração, que queimava, ele ainda não confiava nela.
— É bonito, mas você sabe que tem um bebê, certo? Eles gostam de
destruir coisas brancas. E ele está morto e nunca mais poderá fazer mal a
você, Ciara. Você está segura aqui, conosco agora.
— Então você sabe que ele é diferente de mim, ele pode foder quem
ele quiser, e se sua companheira for morta, apenas seu Dragão lamentará
sua perda. A questão é que seu Dragão acasalou duas vezes agora, ao
contrário de qualquer outro Dragão criado, mas então ele é o primeiro
Dragão criado. Nós acasalamos para o resto da vida, assim como nossos
dragões, e mesmo o Dragão de Blane não segue nossas regras. Eu planejo
acasalar para o resto da vida de qualquer maneira, e seguir quem meu
Dragão escolher. Ele é mais esperto do que eu; ele gosta de você e sempre
gostou, mesmo quando eu não gostei. Mas eu também não estava aqui
quando isso aconteceu. Eu estava servindo ao rei, mas perdi todos que
amava na guerra dos dragões. Voltei para encontrar o castelo arrasado e
nada além de cinzas e corpos queimados quando entrei nele. Nós os
encontramos na floresta, escondendo-se dos Fae. Blane era apenas uma
criança, mas todos nós sabíamos que algum dia ele se tornaria nosso rei. Ao
contrário do resto de nós, ele não nasceu com um Dragão. Ele o herdou.
Quando Fury morreu, ele o encontrou, e ele era imparável, impulsionado
pela vingança pelo que havia testemunhado. Estou feliz por ter partido, ou
teria morrido lutando contra eles para salvar aqueles que eu amava, como
inúmeros outros fizeram.
— Você ouviu meu irmão, então está ciente de que ele liderou o
exército aqui para me salvar, — ela respondeu, virando-se para olhar para
ele. —Você acha que ele deveria ter feito isso? Ou me deixar morrer?
— Ele é o rei aqui, seu povo exige vingança pelo que ocorreu. Ele é
obrigado a buscá-la e, se mudar de ideia, poderá enfrentar a guerra entre seu
próprio povo. Há muitos que só queriam voltar para casa, então ele pode
mudar a opinião dos outros, já que sua família nos salvou séculos de refazer
este lugar. Mesmo aqueles de posição nobre inferior receberam casas de
grandeza. Você foi sábia em pedir isso.
— Boa noite, minha rainha, — ele disse enquanto seus olhos caíram
para o seio inchado. —Eles parecem estar doendo. Se você precisa de uma
massagem...
— Fora você, — ela rosnou enquanto o empurrava para a porta.
No céu cada vez mais escuro, era difícil distinguir quem era, exceto
um dos muitos dragões no ar. Seu coração saltou para a garganta quando o
medo correu por ela e desceu por sua espinha. Ela recuou lentamente,
incapaz de gritar enquanto o poder irradiava ao seu redor. As velas se
apagaram quando o vento se intensificou, deixando-a na escuridão, com
apenas o luar para ver. Seu cabelo voou ao redor de seu rosto enquanto ela
recuava mais rápido até que ela tocou a parede e não pôde escapar
mais. Não parou, apontando direto para as portas abertas de seu
quarto. Exatamente quando deveria ter atingido a lateral do castelo, o poder
exsudou dele, e seu cabelo se arrepiou quando a carga elétrica encheu a
sala. Isso a deixou sem fôlego enquanto o observava se transformar no meio
do ar, entrando suavemente na sala e indo direto para ela.
Ele trabalhou seu corpo até que ela se esfregou contra ele, gritando seu
nome enquanto a empurrava para o limite. Lentamente, ele beijou seu
caminho até sua boca, empurrando sua língua, forçando-a a provar sua
excitação enquanto seu pau entrava lentamente.
— Coisinha atrevida, não sou o único homem na sala que quer transar
com você, — ele avisou enquanto seu pau crescia e ela resistia contra ele,
virando-se para o lado enquanto ela descansava a perna sobre seu ombro.
— Faça o seu melhor, — ela exigiu, e ele sorriu para seu desafio.
Ele agarrou seus quadris, entrando com força e rápido até que ela
enterrou a cabeça no colchão macio, gritando seu nome enquanto seu corpo
tremia ao redor dele. Seu corpo estremeceu, e então sua mão alcançou seu
cabelo, virando sua cabeça para que ele pudesse reclamar seus lábios. Ele
enviou borboletas correndo, seu corpo apertou contra o dele enquanto o
orgasmo a rasgava. Seu nome foi tudo que ela conseguiu dizer; como um
eco, ela sussurrou repetidamente enquanto ele a tomava.
Ele riu, agarrando um, e depois saiu cuspindo. — Você atirou no meu
olho.
Ela alcançou o berço, puxando Fury para ela e sorriu enquanto olhos
azuis brilhantes a encaravam. Ele pode ser parte Dragão, mas ele era
totalmente Real Fae e poderoso se seus olhos já começaram a brilhar. Seus
olhos já estavam mudando, para o azul do oceano com anéis índigo ao redor
deles. Seus braços se sacudiram como se ele estivesse se flexionando e ela
caminhou lentamente com ele de volta para seu quarto.
A mão dela voou até o cabelo e ele riu. —Isso é loucura, — ela
apontou. —Eu uso magia desde que era jovem.
— Ele será delicado, mas não como uma flor. — Ela voltou seus olhos
brilhantes para Blane. —Delicado como um barril de pólvora, pronto para
explodir, — ela meditou.
CAPÍTULO QUARENTA E UM
Ela ficou presa em seu quarto por dias, e a cada dia que Blane
ordenava que ela permanecesse lá, ela ficava um pouco menos disposta a
ficar nele. Ela era a rainha e ainda assim estava trancada em seu quarto
com guardas postados do lado de fora das portas. Ela passou incontáveis
horas na varanda com Fury, observando os dragões e as pessoas enquanto
eles brincavam e começavam a cuidar das colheitas que sua família havia
fornecido.
Ele a ignorou depois de reivindicá-la para seu rito de voo, como se ela
não importasse mais. Foi o suficiente. Ela colocou Fury nos braços de
Darynda e disse-lhe para levá-lo ao berçário enquanto ela descobria o que
estava acontecendo que seu marido nem se deu ao trabalho de visitá-la ou
ao filho.
— Ela não será movida para a masmorra. Ela ainda é a mãe do meu
filho.
— Como você deseja, mas as pessoas sentem que ela é uma ameaça
para eles.
Ciara piscou, certa de que tinha ouvido mal. Ele não faria isso,
faria? Claro que sim, ele conseguiu o que precisava dela, e ela entregou a
ele em uma bandeja de prata.
Ela pensou que eles haviam superado o pior de tudo, e ela havia refeito
este lugar para seu retorno. Ela entregou a ele todo o seu reino de volta em
sua grandeza total sem ele pedir por isso. Ciara olhou ao redor da sala,
notando que estava vazia, menos algumas peças de roupa que ela possuía.
— As pessoas não desejam mais que uma forasteira seja sua rainha, —
disse ele friamente. —Eu sou o rei deles por escolha, não posso negar a eles
seus desejos. Kerrigan acha que eles vão se revoltar contra você se eu não
der ouvidos às pessoas.
— Você se casou comigo! Eu não pedi para ser sua noiva, e Fury não
pediu para ser seu filho, e ainda assim não seremos nada para você? — ela
se irritou ao pegar outro vaso, apenas para ele agarrar seu pulso e levá-la
para o chão.
— Você é o rei! Kerrigan está guiando você pelo pau, e você não faz
nada além de segui-lo e fazer o que ele diz. Você é o rei, Blane. Cresça a
porra das bolas! — ela exigiu enquanto o empurrava para longe dela.
— Fury permanecerá no quarto das crianças, — ele anunciou enquanto
se levantava do chão, olhando para ela. — Chamei uma ama de leite para
alimentá-lo e cuidar dele. Você será removida de seus quartos dentro de
uma semana. Eu os mandei preparar quartos para você e sua criada em
outra ala com a equipe do castelo. — Ele engoliu em seco enquanto a
observava se levantar. —Você precisa se alimentar.
— Ciara, isso também não era o que eu queria, mas um rei só é rei se
agrada seu povo.
Se eles não a quisessem como sua rainha, poderiam ter o que era
deles. Os restos carbonizados do que já foi um belo castelo. A porta se abriu
e Blane e Kerrigan entraram com uma babá atrás deles, que saiu correndo
com um olhar preocupado. Os guardas chegaram, franzindo a testa
enquanto a levavam, alimentando seu filho.
O medo a dominou, mas ela não quis demonstrar. Ela não se curvaria
a nenhum homem, muito menos a alguém que a jogasse longe com seu filho
à primeira vista de problemas. Tudo o que ele tinha a fazer era defender ela,
por eles. Os guardas se moveram atrás dela, empurrando-a enquanto
passavam pelas pessoas que se reuniam nos corredores. Eles observaram
enquanto ela era conduzida de seu quarto.
Remy franziu a testa, olhando por cima do ombro, onde Blane seguia
atrás dela. Ele começou a dizer algo, mas Kerrigan interrompeu tudo o que
ele estava prestes a dizer em seu nome. Fyra olhou para Blane, balançando
a cabeça enquanto os observava sendo levados para fora da sala.
— Se você acha que eles queriam isso, você não está pronto para ser o
rei deles.
— Prefiro entrar nessas águas do que ver você cometer esse erro.
CAPÍTULO QUARENTA E DOIS
O ferro era mortal para os Fae, mas aqui, ali, apenas o suficiente para
deixá-la sem forças sem matá-la. A porta se abriu e Blane entrou, trazendo
cobertores e velas, que colocou em uma mesa decrépita. Ele se virou,
olhando para ela através da luz que entrava na sala pelo corredor.
— Você não é mais rainha aqui. Você não dá, ao rei, ordens.
— Você pode buscar Kerrigan para mim? Ouvi dizer que ele dá ordens
em você muito bem. Peça a ele para pedir para você me deixar em paz.
Tenho certeza que ele preferiria que eu morresse de fome de qualquer
maneira.
— Se você colocar o castelo de volta como estava para que meu povo
não sofrer mais, você pode ter um quarto novamente. Não vai te faltar nada,
Ciara. Você será minha rainha, está me entendendo?
— Eu sou sua puta, sua inimiga que não é boa o suficiente para ser a
rainha de seu povo. Eu entendo perfeitamente o que você está me
oferecendo e prefiro morrer, Dragão. Darynda está acorrentada? — ela disse
casualmente.
— Ela não é Grão-Fae como você. Ela não representa a mesma
ameaça.
— Bom, ela não merece isso também. Mas pelo menos ela será
poupada do que você está fazendo, — ela murmurou. —Agora saia, estou
cansada da sua boca.
— Você pode ter Fury com você, apenas concorde em ser o que eu
preciso que você seja. Não quero outra rainha, Ciara. — Ele murmurou
enquanto descansava sua cabeça contra a dela até que ela a puxou para trás,
batendo a dela contra a parede para fugir de seu toque. — Kerrigan é
poderoso, quando ele fala, as pessoas ouvem. Não permitirei que as pessoas
se voltem contra você e tentem prejudicá-la. Esta é a única maneira de
protegê-la e mantê-la segura. Fury está seguro agora, ele não é mais capaz
de reivindicar o trono, o que significa que eles não se moverão para atacá-lo
ou a você.
— Não? Mas você fez isso a pedido do seu conselho. Um rei é mais do
que seu povo, ele os governa com justiça. Ele não permite que eles
governem. Se você não pode ver isso, então talvez você veja quando
Kerrigan estiver sentado em seu trono, e você estiver ao meu lado nesta
masmorra porque você, meu querido marido, também não é um Dragão
completo.
— Eu voltarei para verificar você, — ele sussurrou quando a porta foi
aberta e ele saiu.
— Mas o rei disse que ninguém mais deveria ficar sozinho com ela,
senhor, — argumentou o guarda.
Ciara levantou- se do chão, olhando para ele com a morte nos olhos.
— Você vai morrer, — ela sussurrou por seus lábios secos. —Você
será o primeiro a quem a Horda virá.
— Acho que não, — ele riu. — Você vê, Blane colocou você aqui, mas
eu substituí as correntes e escolhi sua cela. Você está enrolada em ferro,
acorrentada à parede, vadia. Você estará morta em algumas horas e ninguém
virá para salvá-la. Seus guardas estão sendo assassinados e substituídos
pelos meus enquanto falamos. Em algumas horas, um mensageiro dará a
notícia de que Blane matou você em busca de vingança por sua mãe e
família. Eles virão e nós estaremos prontos.
— Estão todos mortos, — ele ferveu. —Você achou que eu não saberia
o que você planejou? — Ele demandou. —Que eu cairia tão facilmente em
sua armadilha de novo?
— Não sabia se ela estava com eles, — admitiu. —Remy está com
nosso filho, os outros estão sendo cuidados, mas eu preciso levá-los até eles
para que eu possa ter certeza de que está sendo tratado.
— Vá, eu vou chegar até eles. Eu preciso tirar Darynda daqui, — ela
murmurou enquanto o empurrava e se segurava na parede. —Vá,
Dragão. Eu posso me salvar, — ela rosnou enquanto pegava as chaves do
guarda e deslizou de volta pela parede. — Remova as proteções. Chame a
Horda, Blane. Eles vão lutar por você.
Ela estava mais fraca do que pensava e o suor gotejava sobre sua testa
enquanto eles passavam pelos corpos dos guardas, e depois por mais
homens que lutavam contra Kerrigan. Obviamente, ele não teve o apoio
que alegava, ou não haveria pessoas mortas em todos os lugares.
— Algum idiota está tentando tomar o trono, mas Blane o matou. Seus
homens ainda estão aqui, no entanto, — respondeu Ciara. —Temos que
chegar até Fury e protegê-lo.
— E você tem envenenamento por ferro por quê?
— A torre, Blane disse que está na torre com Remy. — Fyra injetou,
parando enquanto três caras corriam em direção a eles. —Você não quer
fazer isso, — ela riu enquanto retirava suas lâminas e dançava através delas
graciosamente, como se estivesse dançando alguma dança macabra que só
ela sabia os passos. Partes do corpo se separaram e cabeças rolaram pelo
corredor projetadas por suas lâminas e então ela estava se pavoneando em
direção a eles com os quadris balançando como se o assassinato a
esquentasse.
Ciara abriu a porta enquanto os dois gritavam para ela esperar. Ristan
teletransportou e entrou na sala sem esperar pela aprovação de ninguém. O
sangue de Ciara gelou quando ela viu Remy inconsciente no chão. O sangue
se acumulou ao redor de sua cabeça e uma lâmina espetada em seu peito.
— Leve-o para Eliran, agora. Precisamos que ele acorde para nos dizer
quem levou meu filho, — Ciara proferiu enquanto escorregava pela
parede. —Ele é muito pequeno para se proteger, — ela sussurrou através
dos lábios trêmulos.
— Eu sabia que eles não nos teriam encontrado a menos que fossem
levados até nós, — ela retrucou com raiva. —Temos estado sob ataque e
traídos desde a porra da passagem na montanha, — ela rosnou.
— Eu senti, o que pode ter sido das alas. Não importa como eu fiz,
pelo menos não agora. Vamos pegar esses idiotas e fazê-los pagar por foder
com os dragões. Venha aqui, nós vamos para Blane, — ela exigiu. Uma vez
que Fyra a alcançou, eles teletransportaram no meio do confronto de
espadas e dos dragões gritando.
— Isso não é bom, — Fyra avisou quando outro Dragão voou direto
para ele. — Se ele está na forma de Dragão, significa que aqueles que
tentam tomar seu trono também estão na forma. Torna esses filhos da puta
mais difíceis de matar, — ela sibilou.
Ciara gritou por Blane, mas ele não conseguia ouvi-la por causa dos
outros dragões gritando no ar. Ela teletransportou, caindo sobre ele
enquanto enfeitava uma lâmina e a enviava para o outro Dragão que não
girou a tempo. Ela o viu cair no chão com um estrondo trovejante enquanto
pousava e se transformava em um humano. A adrenalina disparou por
ela, sua força cresceu à medida que sua raiva e preocupação por seu filho
aumentaram. O enjoo de ferro ficou em segundo plano em relação ao medo
que ameaçava engoli-la inteira. Não importava mais se ela estava doente ou
morrendo, seu filho era uma vítima indefesa e seu único pensamento era
trazê-lo de volta em segurança. Ela atraiu esse conhecimento para ela,
permitindo que alimentasse sua força enquanto apertava suas coxas no
pescoço do Dragão e o segurava.
Ela fez uma pausa, apertando ainda mais as pernas enquanto o Dragão
pairava no ar, batendo sua grande envergadura, percebendo que tinha um
cavaleiro indesejado em suas costas que o agarrou para salvar sua vida. Ela
fechou os olhos e encostou-se nas escamas dele, segurando firme. — Eles
estão com nosso filho, — ela sussurrou enquanto as lágrimas brotavam de
seus olhos. — Eles têm Fury.
— Meus irmãos estão aqui, chamei eles porque não consegui alcançá-
lo. Eu estava fraca demais para chegar até ele e gritei por socorro. Eu
precisava de ajuda, — ela admitiu. As lágrimas apertaram suas palavras
enquanto seu coração doía por seu filho, que devia estar apavorado.
—Você montou este Dragão mais de uma vez, — ele riu enquanto eles
disparavam pelo céu.
Ele se preparou para lutar com ela, mas não teve a chance. Blane não
hesitou, ele esmagou, cortando a criatura ao meio enquanto Ciara corria em
direção ao bebê. Ela o pegou no colo, verificando se havia ferimentos
enquanto Blane trovejava mais perto em forma de Dragão, descansando sua
boca sangrenta ao lado deles enquanto seus olhos ancestrais os
encaravam. Os outros dragões ficaram olhando, esperando para ver se a
criança estava ilesa. Ciara se levantou, diminuindo a distância entre eles,
enquanto o medo diminuía e seu corpo tremia de alívio.
— Ele está bem, — ela soluçou enquanto permitia que ele soltasse sua
asa para que ela pudesse montá-lo com seu filho em seus braços. —Nós o
salvamos, — ela gritou enquanto seu corpo balançava com a mistura de
adrenalina e medo enquanto tudo desabava sobre ela de uma vez.
— Ele é seu filho, Ciara. Claro que ele está bem, e é claro que o
salvamos. Não há mundo onde ele não viva para nós.
Memórias acenderam em sua mente, mas não era o que Kerrigan tinha
implantado nele desde aquela tenra idade. Ele não se lembrava dessa
criatura destruindo crianças ou contaminando as mulheres naquele dia, há
muito tempo. Ele engoliu em seco quando a imagem dessa criatura e dos
homens que estavam com ele se moveram pelo palácio, empurrando
homens para longe das mulheres e empurrando as crianças para fora da
sala. Ele havia dito a verdade. Ele não foi aquele a massacrar as mulheres e
crianças, ele tentou evitar isso.
Blane não estava mais na sala com sua esposa e filho. Ele era um
rapaz, vendo o terror daquele evento se desenrolar. Ele ficou atrás da
tapeçaria com a babá cobrindo a boca enquanto chorava por sua mãe. Olhos
dourados o haviam descoberto, segurando os seus. Então, assim mesmo, ele
se afastou dele, deixando-o permanecer escondido daqueles que
procuravam destruí-los. Ryder os havia deixado ir, ele tinha permitido que
ele sobrevivesse.
— Você me viu, — Blane murmurou enquanto esfregava o rosto com a
mão. — Naquele dia, você me viu na tapeçaria, observando o que estava
acontecendo.
— Você não podia vê-los, — Blane exalou. — Não sabíamos que eles
estavam aqui. Você não falhou, estávamos mal preparados.
— Você sabia que Kerrigan estava se voltando contra você e você não
confiou em mim até hoje, por quê? —Ele exigiu enquanto tentava se sentar.
Ele acenou com a cabeça enquanto Fyra deslizava por baixo dele
enquanto o deixava descansar em seu colo, segurando sua cabeça enquanto
falava com Blane.
—Nós somos a porra da sua família, lembra? Somos uma família
desde que encontrei você e Fyra na floresta como nada mais do que fodidos
órfãos. Você deveria ter nos contado antes.
— Eu não sabia em quem confiar, e tinha que tornar isso crível para
proteger Fury e Ciara de Kerrigan e daqueles que o seguiram. Eu precisava
que você fosse crível e tinha que ser real. Ele estava fazendo planos para
matá-los, e eu teria abandonado meu trono antes de permitir que isso
acontecesse. Eu nunca teria casado com outra pessoa que ele escolhesse
para mim. Todos vocês tinham que pensar que era real porque ele era o
bastardo mais conivente e astuto entre nós. Ele teria notado se uma única
expressão facial estivesse errada, então não, eu não te contei porque sabia
que não precisava para você ficar comigo. Eu não sabia o quão longe ou a
profundidade que sua trama estava, mas quando eles nos enviaram ao
castelo da Horda para resgatar seus filhos, deveríamos morrer lá para que
ele pudesse tomar o trono para si. Isso não é algo que ele não tenha
pensado, entretanto.
— Eu sou? — ela riu, mas acabou tossindo uma coisa preta que fez a
sala entrar em ação. Eliran estava empurrando as pessoas enquanto ele a
empurrava, derramando um líquido dourado em sua garganta. Ela cuspiu,
tossindo e sufocando enquanto a seguravam, e então Ryder mudou para a
besta. Ele era incrivelmente alto, asas pretas iridescentes se desdobrando
como marcas douradas misturadas com preto. Synthia estava em suas
costas, uma deusa dourada que olhava para Blane como se ela assumisse
que ele iria atacar a besta enquanto trabalhava em sua irmã.
— Eu sei que ela estava, porque ela é mais forte do que a maioria das
pessoas. Ela suportou torturas e ainda sorri como se não fosse assombrada
pela dor. Ela está quebrada, mas essas rachaduras permitem que a luz entre
para que ela ame com abnegação. Essas rachaduras deixam você entrar, elas
deixam o amor dela escapar de alguma forma. Você precisa fazer o mesmo
para começar a cura. Use as fendas que aquele monstro criou para deixá-la
entrar. Ela acha que vale a pena salvar você, então deixe-a te ensinar como
amar novamente.
Ele acenou com a cabeça enquanto seu coração se apertava, ele não
precisava das rachaduras para deixá-la entrar. Ela se mexeu através delas e
olhou para ele em desafio aberto. Ela fez quebrado parecer bonito, como se
isso fosse o que a tornava tão sexy. Ela estava uma bagunça, assim como
ele. No entanto, ela sorriu com uma luz que ninguém poderia apagar. Ela
sorriu com a dor em seus olhos que não se importava em esconder dele,
mostrando a ele que quebrado não era um lugar permanente para ficar. Foi
um ponto de parada, e onde escolher ir a partir daí depende de você.
Ele se mudou para o berço, pegando Fury, e se ajoelhou ao lado de
Remy enquanto ele o colocava na cama ao lado de seu melhor amigo e
irmão de colo. Fyra se ajoelhou ao lado dele, e eles baixaram a cabeça,
rezando para que Ciara sobrevivesse.
Ele se levantou, olhando para seu corpo que estava orando contra a
cama, e olhou ao redor do quarto enquanto o Fae ficava ao redor da cama,
olhando e observando enquanto a besta tirava ferro sem fim de seu sangue.
Ele se virou, encontrando uma bela de cabelos negros olhando para ele
com curiosidade.
— Você deseja que ela seja curada, mesmo que ela seja sua inimiga
jurada? — ela questionou.
Ele rezou para ela? Ele orou aos deuses para salvar sua esposa, a mãe
de seu filho. Então, por que ela estava aqui?
— Ainda assim, ela deveria ter tido algum tempo para se curar entre o
nascimento de seus filhos, — Synthia argumentou enquanto acenava com a
mão. —Rezo para que sua filha sobreviva ao envenenamento por ferro, e é
por isso que minha besta está demorando tanto. Ele sente a condição dela.
Blane observou a mais nova Deusa enquanto ela se movia para Ryder e
então se curvava sobre Ciara, tocando sua barriga antes que as veias
douradas cobrissem sua carne. Linhas pretas subiram pelas pontas dos
dedos de Destiny e entraram em seu corpo antes de desaparecer.
— Diga a sua besta para deixá-la dormir, Syn, — ela murmurou. —
Estou feliz que vocês dois tenham se conhecido e escolhido trabalhar
juntos, porque os Magos estão começando a marchar sobre Faery, e eles
não estão sozinhos. O dano que eles causarão a este mundo será grande, e
cada criança nascida de novo terá um papel a desempenhar na cura, eu
tenho certeza disso. Blane, espero que dê a Ciara um casamento com a
família dela presente. As coisas que aquela garota suportou para chegar até
você eram incompreensíveis. De alguma forma, ela passou por isso mesmo
quando eu não esperava que ela fizesse com a minha ajuda. Ela merece o
mundo por pensar que sua bunda teimosa valia a pena salvar.
— Com licença, mas não estou grávida, seus idiotas. — Ela murmurou
enquanto revirava os olhos. Os dois olharam para ela. —Você tem que estar
brincando. Eu acabei de ter um bebê!
— Elas ajudaram, três delas estavam ao seu lado quando você estava
doente. Destiny salvou você e nossa filha porque, não importa o quanto ele
tentasse, seu irmão não seria capaz de salvar vocês duas.
— Eu realmente estou grávida? Você não vai fazer sexo de novo por
anos! — Ela reclamou. —Você sabe que a última vez doeu, certo?
— Eu nem sabia que ela estava grávida de novo. E ainda assim ela me
ajudou de qualquer maneira e não me disse nada sobre sua perda? — Ciara
perguntou tristemente.
— Ela não estava pronta. Ela não fala sobre isso ainda. Acho que ela
está se segurando, incapaz de processar depois do que aconteceu no dia em
que deveríamos nos casar. Ela matou o irmão e também não fala sobre isso
ainda. As mulheres curam de maneira diferente.
Fury sugou ruidosamente, atraindo seus olhares para ele enquanto ele
bocejava contra seu seio. —Eu não posso acreditar que você já me
engravidou de novo, Dragão. Se você continuar fazendo isso, teremos um
exército de crianças e precisaremos de ainda mais babás para nos ajudar
com eles.
— Vou me casar com você, mas posso escolher onde e como. Você
apenas apareça e esteja pronto, certo? — ela respondeu.
O som disso foi erótico quando sua carne bateu contra a dele, criando
um ruído contínuo dentro da sala. Ela sentiu o orgasmo crescendo,
balançando através dela enquanto ele puxava as mãos dela, usando seus
quadris para tomá-la com mais força. Ele ergueu seu corpo e dirigiu seu
pênis mais fundo cada vez, crescendo até que a enchia e atingia cada zona
erógena dentro de sua vagina. Seus olhos se encontraram com os dela
quando ela começou a brilhar, desfazendo-se para ele. Quando seu orgasmo
diminuiu, ele a virou, entrando nela por trás.
— Agora grite por mim, porque este Dragão vai levá-la para um
passeio, pequena rainha, — ele riu guturalmente. Suas mãos agarraram seus
quadris, usando seu corpo contra o dela enquanto a tomava com força, sem
parar enquanto ela choramingava e tremia enquanto ele os levava para as
estrelas e para a lua. Ela implorou e gritou, e ele riu enquanto estendia a
mão para o cabelo dela, puxando-o para trás até que sua boca estivesse
inclinada para que ele o alcançasse. —Você é tudo o que há de belo em meu
mundo, — ele rosnou antes de virá-la e enganchar suas pernas sobre seus
ombros.
Ele empurrou para frente, abaixando a boca para tocar contra a dela
quando seu dedo encontrou seu clitóris, esfregando-o em um círculo
habilidoso até que ela se desfez ao redor de seu pau. Ela arqueou as costas,
tomando mais quando ele afastou a boca, batendo contra ela até que ele
gritou sua liberação e deixou cair os braços para se apoiar em cada lado de
sua cabeça. A respiração dele era tão difícil quanto a dela. Seu corpo pulsou
ao redor dela e então seus olhos mudaram, e seu Dragão olhou para ela.
Onde diabos estava Fury? Seus olhos se moveram para Blane, que
estava sentado em uma cadeira do outro lado da sala, observando-a em
silêncio.
— Estou muito feliz e com muita dor, mas foi bem-vindo, assim como
você, sempre que me quiser, — disse ela enquanto a dor cortava seu dedo
novamente. Ela olhou para seu dedo, que pingava sangue que Fury lambeu
avidamente.
— Eu disse para não morder sua mãe, meu filho, — ele advertiu
severamente. Blane o pegou e embalou enquanto ele falava mais com ele, e
então ela observou enquanto seu bebê trocava sua forma de Dragão e era
mais uma vez seu lindo monstrinho faminto. Ela o aceitou e desnudou o
seio, alimentando-o enquanto o Dragão observava.
— Não podemos nos encontrar como almas hoje, — disse ele depois
de observá-la alimentar seu filho. —Você carrega nossa filha, e sua alma
não está pronta para encontrar a minha como a de Fury estava. Ela apenas
começou a se formar em seu útero, e isso poderia mudar quem ela deveria
se tornar se ela conhecesse ele ou eu em um mundo além do nosso. Eu sei
que eles disseram a você que só poderíamos nos encontrar como almas uma
vez... mas você e eu... não somos limitados por suas regras. Somos outros,
mais fortes e diferentes do que eles. Faremos uma jornada ao reino das
almas muitas vezes, mas não hoje.
— Eu sei, Blane explicou que eu estava mais adiantada com Fury nas
duas vezes em que entramos no mundo da alma.
— Não quero ser franca nem nada, mas eu gosto de você na forma
dele. Não me assusta tanto. É quase como se vocês simplesmente
dividissem suas personalidades. E eu não sou Dragão, não importa o quanto
eu deseje o contrário.
Uma hora depois, ela estava descalça com o vestido que usara no
primeiro casamento. Seu cabelo estava preso em tranças, presas em um
coque. Ryder segurou seu braço enquanto eles se preparavam para caminhar
pelo corredor de terra no pátio do castelo de Blane. Pequenas fadas
dançaram em cada lado da passarela enquanto todos esperavam a música
tocar.
— Você tem certeza que quer fazer isso duas vezes? — Ryder
perguntou enquanto olhava para ela enquanto ela segurava Fury em seus
braços. Ele estava vestido com um kilt12, marcando-o como um Dragão de
nascimento junto com o Fae. Ele usava as duas cores com orgulho.
— Ela é tão bonita, Ryder. — Ela sorriu quando a mão dele apertou.
— Olhe para os pais dela, — ela riu e ficou tensa quando A Thousand
Years de Christina Perri começou a tocar no pátio transbordando, indicando
que era hora de encontrar seu rei no final do corredor novamente.
— Não foi isso que você disse sobre mim também? — ela perguntou
enquanto sorria para ele. —Às vezes temos que cair antes de voar,
irmão. Você nem sempre pode nos proteger de tudo. A vida é cair e voltar a
subir, é aprender a voar e saber quando podemos e quando não podemos. É
sobre viver com a dor e encontrar os raios que entram por nossas rachaduras
quebradas, —ela murmurou enquanto seus olhos pousaram em Blane,
enfeitado com sua armadura com o brasão de sua família exibido
orgulhosamente.
— Tive um bom professor. — Ela ficou na ponta dos pés quando ele se
abaixou, beijando sua bochecha.
— Eu sabia que você era forte o suficiente para vencer essa luta, — ela
anunciou. —Agora temos que vencer a guerra que está por vir.
— Nós vamos, não podemos perder com dragões do nosso lado, — ela
sorriu com orgulho.
— Este não, — Ciara riu enquanto puxava Blane para perto dela. —
Acabei de concordar com isso para a lua de mel.
— Seu Dragão, vou montar seu Dragão nas estrelas esta noite.
FIM…
Notas
[←1]
Gancho de direita
[←2]
Sanduíche –É uma posição sexual onde você deita com o seu parceiro por cima enquanto
ele a penetra por trás. No texto Ciara não percebeu o trocadilho entre Synthia e Rider.
[←3]
Pussy ( boceta ou gato). No texto Ciara faz um jogo de palavras com a situação. No
original “Curiosity was about to kill the pussy…or was it cat?”.
[←4]
Nesta cena novamente Ciara usa de forma equivocada um ditado popular. No original.
“Kettle meet the pot.” Pot Kettle é uma chaleira.Esta é uma expressão informal usada paa
atrair a atenção para a hipocrisia.
[←5]
A pitaia, também conhecida como fruta-do-dragão, O termo "pitaia" significa "fruta
escamosa".
[←6]
Trocadilho. Remy quer dizer que prefere Ciara pelada.
[←7]
Clydesdale é uma raça de cavalo de tração originária da Escócia.
[←8]
Budweiser, também conhecida popularmente como Bud, é uma cerveja do tipo americana.
[←9]
Um quarto lindamente decorado usado no passado por uma mulher para dormir, se vestir,
relaxar e se divertir
[←10]
Minx, e o apelido que Ristan deu a ela, significa atrevida.
[←11]
Olhos de quarto: Olhos semicerrados. Olhar de desejo.
[←12]
O kilt é uma peça do tipo saia sem bifurcação na altura do joelho, com pregas nas costas,
originada no traje tradicional de homens e meninos gaélicos nas Terras Altas escocesas.
Table of Contents
Staff
Avisos Suns!
Sinopse
Capítulo Um
Capítulo Dois
Capítulo Três
Capítulo Quatro
Capítulo Cinco
Capítulo Seis
Capítulo Sete
Capítulo Oito
Capítulo Nove
Capítulo Dez
Capítulo Onze
Capítulo Doze
Capítulo Treze
Capítulo Quatorze
Capítulo Dezessete
Capítulo Dezoito
Capítulo Dezenove
Capítulo Vinte
Capítulo Vinte e Um
Capítulo Vinte e Dois
Capítulo Vinte e Três
Capítulo Vinte e Quatro
Capítulo Vinte e Cinco
Capítulo Vinte e Seis
Capítulo Vinte e Sete
Capítulo Vinte e Oito
Capítulo Vinte e Nove
Capítulo Trinta
Capítulo Trinta e Um
Capítulo Trinta e Dois
Capítulo Trinta e Três
Capítulo Trinta e Quatro
Capítulo Trinta e Cinco
Capítulo Trinta e Seis
Capítulo Trinta e Sete
Capítulo Trinta e Oito
Capítulo Trinta e Nove
Capítulo Quarenta
Capítulo Quarenta e Um
Capítulo Quarenta e Dois
Capítulo Quarenta e Três
Capítulo Quarenta e Cinco
Capítulo Quarenta e Seis
Capítulo Quarenta e Sete