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1 - INTRODUÇÃO .................................................................................................. 4
2 - CAPÍTULO 1 ................................................................................................... 13
3 - CAPÍTULO 2 .................................................................................................. 26
4 – CAPÍTULO 3 .................................................................................................. 40
BIBLIOGRAFIA.................................................................................................... 66
ANEXOS .............................................................................................................. 69
Entrevista com A SRª. Conceição Batista Vieira, 79, realizada em 29/09/2006. ....................... 69
RESUMO
1 - Introdução
DESABAR
Desabava
Fugir não adianta desabava
por toda parte minas torres
edif
ícios
princípios
muletas
desabando nem gritar
dava tempo soterrados
novos desabamentos insistiam
sobre peitos em pó
desabadesabadesabadavam
As ruínas formaram
outra cidade em ordem definitiva.
Carlos Drummond de Andrade. As impurezas do branco. 1973
Mapa cartográfico de parte da região leste de Belo Horizonte, composta por bairros que compõem
a Regional Leste - Região administrativa da PBH -, mostrando a Vila Edgard Werneck e os bairros
no seu entorno.
FONTE: PRODABEL (adaptado por Geraldo JF Mello)
A diversidade das áreas construídas acompanha as variações no
tamanho dos lotes, possuindo as construções, em sua maioria, um padrão
popular. Algumas poucas com afastamento frontal, sendo que uma parte
significativa não recebeu acabamento externo, expondo na falta do reboque, as
tramas e arranjos (i)regulares dos tijolos avermelhados. Poucos prédios, muitas
casas.
6
Planta cadastral da Vila Edgar Werneck, elaborada pela PBH, e aprovada pelo decreto municipal
4.321 de 10/05/1982
FONTE: PRODABEL
7
1
LEFEVRE, Henri. A revolução urbana. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2002. p. 113
2
“Na contemplação (a observação) o estético é momento do “ver” a forma que, de qualquer modo, já é
espaço-tempo vivido. A paisagem possui uma legalidade como dado, que o “ver” diferencia ou não. E há que
considerar a velocidade. E, com ela, os fragmentos. Por isso, a paisagem não é o todo, mas pedaços do todo
que a reificação do olhar gasto não identifica.” SILVA, Armando Correa. A aparência, o ser e a forma (
Geografia e método ). Geographia, Revista do Programa de Pós-Graduação em Geografia da UFF.
Niterói/RJ, UFF/EGG Ano V – No. 3, 2000. Disponível em
<http://www.uff.br/geographia/rev_03/Armando%20Correa%20da%20Silva.pdf.>. Acesso em 17 janeiro
2002.
9
3
“El barrio es una unidad sociológica relativa, subordinada. que no define la realidad social, pero que es
necesaria. Sin barrios, igual qué sin calles, puede haber aglomeración, tejido urbano, megalópolis. Pero no
hay ciudad. El espacio y tiempo social dejan de ser orgánicos y organizados. Coinciden con el espacio
geométrico; pero son sólo rellenos.”. LEFEBVRE, Henri. De lo rural a lo urbano. Barcelona: Ediciones
Península, 1978, p. 201
10
urbanístico que envolve Belo Horizonte como um todo, mais especificamente sua
parte nordeste, com vistas a reordenar espacialmente o “processo de
desenvolvimento” da RMBH para o eixo norte da capital.
Ilustração 2 - Rua Conselheiro Rocha, Bairro Horto, principal via de acesso ao Bairro Instituto
Agronômico, vendo-se ao fundo a Estação Horto e o metrô. (foto do autor. 16/09/2006)
É neste sentido que se faz imperiosa uma questão: será que estas
mudanças, esta grande intervenção representará a destruição, o
desaparecimento do que resta da Vila Edgard Werneck? Se Isto significa a
desestruturação, o sucumbir das relações identitárias e do espaço socialmente
construído, de que maneira os moradores percebem a chegada desta nova
“ordem” que, como justificativa, traz em seu bojo o aprimorado discurso
ideológico do progresso e do desenvolvimento.
Em resumo, decifrar a língua, o(s) código(s) do espaço inscritos nos
caminhos, nas paredes, nas ruas, nos becos, nos monumentos, nas distâncias
(lugar do tempo), nos ângulos, nas manifestações culturais, na expressão de
uma (singular) prática espacial, produto e produtor de relações sociais
espacializadas na/da Vila Edgard Werneck, é a isto que me proponho, sabedor
antecipado da monumentalidade da obra a ser pesquisada e da impossibilidade
da sua total compreensão, posto que é processo, e que nele estou imerso.
*****
A monografia está dividida em três capítulos: no primeiro capítulo
buscarei explanar, em linhas gerais, o arcabouço teórico conceitual que servirá,
durante todo o texto, para contextualizar o estudo, com o intuito de dar corpo e
consistência à argumentação. Na primeira parte, tratarei da “produção do espaço”
e da reprodução das relações de produção, tendo como fio condutor a seguinte
pergunta: Como o capitalismo (o modo de produção capitalista) conseguiu
sobreviver (e se fortalecer) às inúmeras crises pelas quais passou? Ou, conforme
Lefebvre (1978, p. 224) “As gerações passam, os homens mudam, as relações
estruturais permanecem. Como isto é possível? Onde se produz a reprodução?”.
4
CARLOS, Ana Fani A.. São Paulo hoje: as contradições no processo de reprodução do espaço. Scripta
Nova. Barcelona: Universidad de Barcelona, 1 de maio de 2001, vol. V, nº 88. Disponível em
<http://www.ub.es/geocrit/sn-88.htm>. [acesso em: 23 fevereiro 2005].
12
2 - Capítulo 1
2.1 – Método e metodologias
5
O método está descrito em LEFEBVRE, H. De lo rural a lo urbano. Barcelona: Península, 1978.
6
LEFEBVRE, H. De lo rural a lo urbano. Barcelona: Península, 1978, p.71.
14
7
LEFEBVRE, Henri. De lo rural a lo urbano. Barcelona: Ediciones Península, 1978, p. 71.
8
ibidem p. 70
9
Ibidem. p. 17
10
Lefebvre, no seu “Lógica formal, lógica dialética” ajuda com alguns exemplos, a entender a permanência
das formas passadas no real presente: “A infância é um "momento" do adulto, ou seja, um antecedente, uma
condição, uma fase, um elemento implicado no caráter atual desse adulto. O adulto é ainda a criança que um
dia foi; e, não obstante, não o é mais, é isso e é outra coisa. A análise deve sempre captar corretamente essa
relação complexa, contraditória, dos momentos entre si e com a totalidade. Afirmamos, por exemplo, que a
Revolução de 1789 é um momento de nossa história. Pode ser reencontrada no mundo atual; ainda atua nele,
mas transformada, ou seja, como um elemento "integrado e modificado pelo todo". A análise deve apreender
e determinar, através de seus "momentos", cada ser em sua originalidade, cada situação naquilo que a
diferencia de todas as outras.” LEFEBVRE, Henri. Lógica formal/Lógica dialetica. Rio de Janeiro: Editora
Civilização brasileira, 1979, p. 119.
15
É no percurso deste movimento que, conforme Lefebvre, 1978 (p. 17), “... O
proceder do pensamento volta até o atual, a partir do passado decifrado,
apreendido em si mesmo”. Acredito que este momento é o da busca da
“totalidade” como movimento de assimilação da realidade. É o momento da
síntese, a que as várias temporalidades (relações sociais historicamente
determinadas em momentos diferentes do processo de produção) são
novamente reunidas no momento presente, esclarecidas e decifradas,
propiciando a apreensão da realidade. É possível que, justamente, nas
contradições não levadas a cabo (e que permanecem em conflito) que possamos
encontrar soluções e possibilidades ainda não elaboradas e ou praticadas.
Conforme a explanação acima, este método parece-me de grande valia
para os geógrafos e suas pesquisas, pois permite a compreensão do real como
totalidade ou, no mínimo, busca este movimento, posto que, conforme Lefebvre,
(1979 p. 119) “não existe análise que penetre no complexo e no-lo apresente de
modo transparente e sem resíduos”. Torna-se claro a impossibilidade da análise
da realidade de forma parcelar, que apenas nega a negação, ou seja, que nega o
momento isolado, o momento que não pode ser explicado pela pesquisa
empreendida. Como o espaço é a concretude do real, uma totalidade, sua
apreensão só pode ser possível a partir de um método que contemple todos os
aspectos e movimentos desta realidade.
11
LEFEBVRE, Henri. De lo rural a lo urbano. Barcelona: Ediciones Península, 1978, p. 71
16
12
SANTOS, Milton. Por uma Geografia Nova. Da Crítica da Geografia à Geografia Crítica. 1ª edição.
São Paulo: Editora Edusp. 2002. p. 151.
13
LIMONAD, Ester. Reflexões sobre o espaço, o urbano e a urbanização. GEOgraphia. Niterói. UFF.
Ano I. Nº 1. UFF. 1999. p.74.
17
14
LEFEBVRE, Henri. A produção do espaço. (trad. de Doralice Barros Pereira e Sergio Martins (do
original): La producion de l’espace. 4 ª ed. Paris: Éditions Antrópos. 2000)). Primeira versão: início – fev.
2006.
15
MARTINS, Sergio. Rentismo e autoritarismo: fundamentos seculares de uma metrópole anticidadã.
In Spósito, Maria Encarnação Beltrão (org.). Urbanização e cidades: Perspectivas geográficas. Presidente
Prudente. UNESP. 2001
18
16
David Harvey descreve assim este novo regime de acumulação, combinado com um modelo específico de
regulamentação político e social: “ A acumulação flexível, como vou chamá-la, é marcada por um confronto
direto com a rigidez do fordismo. Ela se apóia na flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de
trabalho, dos produtos e padrões de consumo. Caracteriza-se pelo surgimento de setores de produção
inteiramente novos, novas maneiras de fornecimento de serviços financeiros, novos mercados e, sobretudo,
taxas altamente intensificadas de inovação comercial, tecnológica e organizacional. A acumulação flexível
envolve rápidas mudanças dos padrões do desenvolvimento desigual, tanto entre setores como entre regiões
geográficas, criando, por exemplo, um vasto movimento no emprego no chamado "setor de serviços", bem
como conjuntos industriais completamente novos em regiões até então subdesenvolvidas.” HARVEY, David.
A condição pós-moderna. São Paulo: Edições Loyola, 1993. Parte III. p. 140.
17
MARX, Karl . O capital. Crítica da economia política. O processo de produção do capital. Vol. I, Livro
I. Trad. Régis Barbosa e Flávio R. Kothe. São Paulo: Nova Cultural , 1988, 3ª ed. p. 273
19
18
HARVEY, David. O novo imperialismo. Edições Loyola , S. Paulo, 2004, p. 99.
19
Ibidem, p. 88.
21
20
CARLOS, Ana Fani Alessadri, A reprodução da cidade como “negócio”. In Carlos, Ana Fani Alessandri.
Carreras, C.. (org.). Urbanização e mundializaçao. Estudos sobre a metrópole. São Paulo, 2004, p. 31.
21
“Um dos elementos distintivos da chamada “cidade mundial” é a emergência do setor de serviços
altamente especializados, articulando espaços com uma racionalidade e eficiência assentada na
competitividade estabelecida por padrões impostos mundialmente.” CARLOS, Ana Fani Alessandri. São
Paulo hoje: as contradições no processo de reprodução do espaço. Scripta Nova. Barcelona: Universidad
de Barcelona, 1 de maio de 2001 , vol. V, nº 88. <http://www.ub.es/geocrit/sn-88.htm>. [acesso em 23
fevereiro 2005].
22
22
LEFEBVRE, Henri. De lo rural a lo urbano. Bairro e vida de bairro Barcelona: Ediciones Península,
1975. p. 195-203.
23
ibidem. p.200-201
23
24
LEFEBVRE, Henri. De lo rural a lo urbano. Bairro e vida de bairro Barcelona: Ediciones Península,
1975. p. 200.
25
SEABRA, Odette Carvalho de Lima. Urbanização e fragmentação: cotidiano e vida de bairro na
metamorfose da cidade em metrópole, a partir das transformações do Bairro do Limão. Tese de Livre
24
Docência, Geografia Urbana. São Paulo: Departamento de Geografia / Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras Humanas – FFLCH / Universidade de São Paulo – USP, 2003. p. 17.
26
SOUZA, Marcelo José Lopes de. O bairro contemporâneo: ensaio de abordagem política. Revista
Brasileira de Geografia, Rio de Janeiro, n. 51, 1989. p. 140.
25
27
LEFEBRE, Henri. A produção do espaço. (trad. de Doralice Barros Pereira e Sergio Martins (do original:
La producion de l’espace. 4 ª ed. Paris: Éditions Antrópos. 2000)). Primeira versão: início – fev. 2006.
26
3 - Capítulo 2
3.1 – Velha ordem, nova ordem.
Ouro Preto exerceu a função de capital de Minas Gerais nos anos de 1720
a 1886. A opulência e a efervescência urbana, política, econômica e cultural
propiciados pela extração e comércio do ouro, contido nas lavras mineiras cedeu
lugar,quando da exaustão destas, a decadência e a volatilização do significado
político de Ouro Preto como centralidade administrativa e econômica de Minas
Gerais. Alem disto, não havia estradas com qualidade de modo a formar uma
rede de cidades que determinasse um fluxo de produtos e pessoas centralizado
em Ouro Preto. Ademais, a economia agrário-exportadora, característica da
economia brasileira até recentemente, privilegia cidades-portos como centros
econômicos, em função do acesso ao mar e das vantagens locacionais que esta
exclusividade lhes propicia. Era realmente muito difícil a cidade manter-se como
ícone, e, portanto como instituição, essência do poder político-administrativo
mineiro, com todos estes elementos históricos, econômicos e espaciais a lhe
pesar contra.
Neste período houve algumas tentativas para reativar a economia regional
mineira, mas estas se mostraram insuficientes. A mais significativa foi o estímulo
a indústria metalúrgica, em função da qualidade e quantidade das minas de
hematita espalhadas pelo centro do território. A história de Minas do começo do
séc. XIX conta a sanha de vários homens que se arriscaram nestes
empreendimentos, como Eschwege e Monlevade. A falta de um mercado
consumidor próximo e/ou da facilitação do acesso por vias de transporte a estes
centros consumidores (RJ e SP), somado às facilidades tarifárias para a
importação de produtos ingleses (tratado de 1810), a falta de mão de obra
especializada e a dispersão espacial das forjas pelos vales do Doce e Paraopeba,
impedindo uma economia de escala inviabilizaram, naquele momento, o projeto.
Minas eram muitas. Naquele período (séc. XIX) verificava-se um processo
de fragmentação sócio-economico-espacial do território mineiro. Ouro Preto em
franco processo de decadência não representava a centralidade do poder,
necessária para a articulação das varias economias regionais que se
desenvolviam ainda que de forma incipiente
27
O que a principio surge como uma solução, aos poucos revela-se um outro
problema, pois
“O ressurgimento do Setor de Mercado Externo, embora de
natureza diferente do constituído pela mineração no século
anterior, em nada contribuirá para dar unidade e coesão
econômica a Minas Gerais. Da mesma forma que a mineração, a
cafeicultura fará do porto de embarque, situado fora do território
mineiro, o verdadeiro centro econômico da província. O Rio de
28
SINGER, Paul. Desenvolvimento Econômico e Evolução Urbana. São Paulo, Cia. Editora Nacional,
1968. p. 207-208.
29
Ibidem. p. 210.
28
30
SINGER, Paul. Ibidem p. 210.
29
do poder do estado para uma cidade que pudesse centralizá-lo nos seus vários
níveis de representação, ou seja, o social, o político e o econômico, e que
afirmasse na sua paisagem urbana o ideal moderno, negando o velho
monarquismo que Ouro Preto encarnava.
Ilustração 4 - Planta cadastral do Arraial D'El Rey, mostrando as ruas, as construções e os lotes
demarcados, para efeito de desapropriação, datada de 1894.
FONTE: PANORAMA, 1997
31
Belo Horizonte foi a primeira cidade brasileira a ser totalmente planejada. Era a
negação da velha, da medieval cidade orgânica. Alguns autores, como
MONT’MÓR, 1997 afirmam que com a construção da nova capital é a retomada
da verve dos inconfidentes mineiros dos setecentos, uma modernidade abortada
pela derrama
“A construção de uma nova capital – uma capital republicana –
para Minas Gerais é parte do esforço para criar uma cidade política
(e industrial ) que retomasse a precoce modernidade negada do
projeto republicano inconfidente de um século atrás, uma resposta
à marginalização sofrida pelo esvaziamento do projeto urbano
industrial mineiro. Sua ruptura urbanística com a tradição
colonial mineira, e seu abraço a modernidade franco-americana,
representam uma negação do passado, mas expressam também
uma renovação da modernidade mineira.32”
32
MONT’MOR, Roberto L. Belo Horizonte, capital de Minas, século XXI. Varia História, Belo
Horizonte, nº 18, set/1997, p. 473.
32
Ilustração 5 - Planta geral da Cidade de Minas elaborada pela CCNC e aprovada pelo decreto nº 87, de
15 de abril de 1895.
FONTE: PANORAMA, 1997
33
34
“O Decreto nº 716, de 5 de junho, designando de Sabará o território referido e encarregando o mesmo
Engenheiro-chefe da administração local, completada essa providencia pelo Decreto nº 776 de 30 de agosto,
que autorizava aquele chefe a proceder as desapropriações amigável ou judicialmente. A área desligada era
de 19.200.000 metros quadrados. Em virtude desses decretos, com tino e habilidade inexcedíveis, o Dr.
Aarão Reis desapropriou as 430 propriedades existentes no arraial e imediações por Cr$ 841:666360, ou
sejam pela moeda atual Cr$ 841.666,36, sendo que os preços destas mediaram entre o máximo de
75:000$000 (custo da Fazenda do Barreiro) e o menor de 25$000 (preço por unidade de algumas casinhas da
rua do Capim e Lagoinha).” BARRETO, Abílio. Cinqüenta e sete anos da existência de Belo Horizonte. In
Anuário de Belo Horizonte. Ano 1, Nº 1. p. 102.
35
Para se ter uma idéia dos ridículos valores pagos, a menor das indenizações entre as 430 efetuadas,
25$000, não pagava uma viagem de carroça (40$000) para trazer os materiais e produtos usados pela CCNC,
35
tipo de transporte usado antes da construção do ramal que ligaria Sabará a Belo Horizonte, ocorrência que só
se deu em 7 de setembro de 1895.
36
O positivismo francês, que influenciou profundamente os governos dessa geração, fornecia uma razão para
negligenciar os menos afortunados. A sociedade iria progredir, de acordo com o positivismo, se liderada
corretamente por uma vanguarda determinada e dotada de mente científica. As massas seriam puxadas para
cima se a sociedade como um todo progredisse. Era errado desperdiçar recursos escassos com os pobres, que
não sabiam como investir no progresso. Retirado e traduzido por ROLNIK, Raquel. A cidade e a lei:
legislação, política urbana e territórios na cidade de São Paulo. São Paulo: Studio Nobel, Fapesp, 1997.
(da obra de Michael Conniff: Urban Politics in Brasil. The Rise of Populism, 1925-1945. Pittsburgh,
University of Pittsburgh Press, 1981, p.8.).
36
Marshall Berman, em seu livro “Tudo que é sólido desmancha no ar” nos
apresenta uma questão que pode nos ajudar a entender a contradição que o
urbano moderno apresenta, e que se arrasta por toda história da cidade de Belo
37
LEFEBVRE, Henri. O direito à cidade. São Paulo: Centauro Editora, 2004. 3ª ed. p. 47.
37
38
BERMAN, Marshal. Tudo que é sólido desmancha no ar: a aventura da modernidade. São Paulo:
Companhia das Letras, 1986. p. 170.
39
39
Ibidem. p. 174
40
BARRETO, Abílio. Cinqüenta e sete anos da existência de Belo Horizonte. In: Anuário de Belo
Horizonte. Ano 1, Nº. 1. p. 132.
40
4 – Capítulo 3
4.1 - A Vila
A Vila Edgar Werneck não pode ser considerada uma vila operária na sua
concepção clássica. As vilas operárias tornaram-se uma opção estratégica do
capital no princípio do século XX, para controlar, disciplinar, moralizar e vigiar a
força de trabalho. Conforme Rago
41
RAGO, Luiza Margareth. Do Cabaré Ao Lar. A Utopia da Cidade Disciplinar. Rio de Janeiro: Paz eTerra,
1985. p. 178
42
ibidem, p. 17.
43
Ilustração 7 - Foto batida da Estação Horto do metrô, mostrando ao fundo os galpões das oficinas da
RFFSA. (Foto do autor em 08/09/2006)
43
Ibidem, p. 179.
44
O outro fator importante é que a área que compõe a Vila fazia parte da
propriedade da RFFSA e, portanto, seus moradores, a princípio tinham de ter
autorização formal para construírem no lugar.
A ingerência dos patrões na vida cotidiana do trabalhador é mais um
elemento que faz parte das práticas sociais da Vila Edgard Werneck e da vila
clássica inglesa. A divisão entre o público e o privado não se faz nítida. Esta
prática se mostra presente até hoje nas representações que os moradores têm
sobre a Vila. Um exemplo disto é o campo dos Tupinambás, uma área pública de
lazer que é administrada como área privada por alguns moradores da Vila, à
décadas. O depoimento da srª. Conceição, 79 anos, nos ajuda a perceber isto:
“...nos vamos dar um jeito pra senhora. Foram num tal de Lima.
Um fulano de tal Lima que era dono deste campo aqui, ó
(apontando em direção ao campo do Tupinambás). Aí o Sr. Lima
veio. O que esse homi fez pra mim ... Nossa senhora, ela já
morreu...Se eu pudesse, eu tinha vontade de homenagear esse
homem. De tão bom que esse homi foi pra mim nesse dia. Aí ele
falou assim...44”
44
Depoimento da srª. Conceição Baptista Vieira.
45
45
LE VEN, Michel Marie. As Classes Sociais e o Poder Político na Formação Espacial de Belo
Horizonte. (1893-1914). Belo Horizonte: FAFICH/UFMG, 1977 (Tese de Mestrado). p. 80.
46
solução. Eu falava com o Zé: - Nois não tem casa aqui, lá também
não vamu ter. Nois não tinha casa em Sete Lagoas pra vender pra
comprar aqui...
....O salário não dava pra nada. Tinha o armazém. Lá tinha um
caderno. Lá não tinha feijão. Tinha arroz, tinha banha...aquela
banha Diniz, um sabão amarelo em pedaço, cheio de soda, que
tirava a pele da gente. Feijão nunca tinha. Lata de sardinha tinha.
O salário ficava todo. E o Zé ainda era muito descabeceado...46”
Existia uma hierarquia nas oficinas que era mantida do lado de fora na
Vila. A autorização era obtida com muito mais facilidades por maquinistas, oficiais
e supervisores, do que pelos novos ferroviários que chegavam, em sua maioria,
operários sem especialização. Além do que, o controle que se fazia sobre as
novas construções, era domínio político de um grupo de pessoas que tinham a
sua frente, quase sempre um policial reformado. Muitas vezes era usada a força,
a coerção, a violência, chegando ao ponto de derrubarem as casas já
construídas.
46
Depoimento da Srª. Conceição Baptista Vieira.
47
Ibidem.
47
48
Depoimento da Srª Conceição Baptista Vieira
49
Ibidem.
48
50
Depoimento da Srª Conceição Baptista Vieira
49
Ilustração 8 - Festa de Ano Novo nos galpões das oficinas da EFCB no início dos anos 50 (arquivo
pessoal do Sr. Lenir Paulino).
51
Ilustração 9 - Jogadores do E. C. Ponte Preta, em uma formação clássica para fotografia (ano de 1954),
em seu campo, que não existe mais, tendo ao fundo a Serra do Curral (arquivo pessoal do Sr. Lenir
Paulino).
Referencias geográficas
1 – campo do Pompéia
2 – Campo da Lunense
3 – Campo do Monte Azul
4 – Campo da Ponte Preta
5 - Campo do Ferroviário
6 – Campo do Republicano
7 – Campo do Independente
8 – Campo do Brasilina
9 – Campo da Pracinha
10 – Campo do Tupinambás
11 – Sede Social Da Ponte Preta
12 – Igreja São Judas Tadeu
13 – Campo do Instituto Agronômico
Aliás, este era o caso de muitos “times” que tinham estatutos, associados,
etc, mas o que não possuíam campo próprio e que faziam seus treinamentos de
“favor” e “mandavam” seus jogos em campos “emprestados”, a partir de relações
de amizade ou compadrio. No caso da Vila Edgar Werneck, por esta ser produto
de uma ocupação desordenada e pela alta densidade populacional, a importância
dos campos de futebol era ainda maior, pois eram as únicas áreas públicas de
lazer de toda a Vila, não havendo sequer uma praça pública.
As datas comemorativas como o Primeiro de Maio, o Sete de Setembro, o
Dia das Crianças, o aniversário de inauguração da cidade, a entrada da
Primavera e muitas outras eram motivo para a realização de torneios e de
amistosos51.
51
Nome dado as partidas ou jogos de futebol que não fazem parte de torneios oficiais, patrocinados ou
organizados pelas federações de futebol, ou seja, não fazem parte de um calendário oficial, sendo
combinadas entre os próprios clubes. É muito comum a ocorrência de amistosos de futebol na várzea,
mesmo porque nem todos os “times” são filiados às federações.
56
Ilustração 12 - Festa de rua que promovia o clube da Ponte Preta após os jogos da copa do mundo de
2006 - em destaque o boneco "Ronaldinho" (acervo particular do Sr. Lenir Paulino)
Tupinambás é questionada, por ser administrada como área privada e não como
área pública de lazer. De fato, o espaço, por ser uma raridade, é subutilizado.
Ilustração 13. - Campo do Tupinambás, ao fundo o bairro Esplanada e a Serra do Curral: Jogo
amistoso entre o Tupinambás (de vermelho) e um time do Bairro Tupi (foto do autor - 16/12/2006)
A Vila Edgar Werneck, que por muito fora esquecida, volta a se fazer
presente na pauta dos planejadores e urbanistas da PBH. Em 27 de outubro de
1976 é editada no Diário Oficial do Município - DOM. – a resolução 0340, que
aprova o convênio que faz a PBH e a RFFSA, visando à reurbanização da Vila
Edgar Werneck. Assim é a redação original das duas primeiras cláusulas da
resolução:
Ilustração 14 - Placa oferecida pela associação dos moradores, em 1976, aos políticos da época
responsáveis pelo processo de regularização fundiária da Vila. (foto do autor em 16/05/2006)
O fato é que, com o processo rápido e intenso de periferização que
acontece em BH nos anos 70, a Vila passa a ser um lugar de passagem. A
52
BELO HORIZONTE. Prefeitura Municipal. Resolução 0340. Belo Horizonte: PBH, 1976.
61
Ilustração 15 - Rua Gustavo da Silveira, principal corredor viário local, na parte que será duplicada.
(foto do autor em 03/06/2006)
53
CARLOS, A.F.A. Espaço - tempo na metrópole. Editora Contexto, São Paulo, 2001. p.37-38
63
Ilustração 16 - placas da numeração das casas, aprovadas nas três ultimas décadas,
fixadas nas fachadas e muros da vila Edgard
Werneck (foto do autor em 15/09/2006) alterando o nome de ruas da Vila
(anexo 3 - Decreto 4231 de 10 de Maio de 1982). Mas isto trouxe inúmeras
reclamações e algumas resistências. Sucede que a Vila era uma unidade
territorial com uma paisagem singular,
fruto da ocupação não ordenada, o
que gerava uma descontinuidade das
suas ruas e becos, nos limites da Vila
com os outros bairros, notadamente o
Bairro Sagrada Família. Portanto as
ruas, produto do planejamento urbano
do Sagrada Família, quando se
encontravam com as da Vila no seu limite , davam com ruas mais estreitas ,
becos, vielas, que nem sempre estavam alinhadas ou geometricamente
ordenadas com a espacialidade orgânica que ali se apresentava.
A prefeitura fez algumas adaptações e intervenções no local de encontro
destas, transformando duas ruas em uma única. O novo nome quase sempre era
o proveniente da rua do Bairro Sagrada Família, e a numeração alterada,
respeitando-se a seqüência do ultimo número desta (ver Decreto 4231 de 10 de
Maio de 1982 – anexo 5). Alguns moradores resistem até hoje, passados 20, 30
anos destas mudanças, conforme podemos ver nas fotografias que registrei.
64
5 – Considerações finais
Bibliografia
.http://www.ipardes.gov.br/publicacoes/revista_pr/revista_pr_105.htm. Acesso em
16 dezembro 2006.
ANEXOS
ANEXO 1
Entrevista com A SRª. Conceição Batista Vieira, 79, realizada em
29/09/2006.
...A Central (EFCB) mandou um mucado de gente vir do interior pra bh. Desde de
que nos casamos , meu marido trabalha na Central. Aquela vida sufrida que não
tinha mais “lugar”. Àquela época não usava mulher de trabalhar. Quando
apareceu a oportunidade de vir para cá (bh), meu marido achou que era a
solução. Eu falava com o Zé: - Nois não tem casa aqui, lá também não vamu ter.
Nois não tinha casa em Sete Lagoas pra vender pra comprar aqui...
....O salário não dava pra nada. Tinha o armazém. Lá tinha um caderno. Lá não
tinha feijão. Tinha arroz, tinha banha...aquela banha Diniz, um sabão amarelo em
pedaço, cheio de soda, que tirava a pele da gente. Feijão nunca tinha. Lata de
sardinha tinha. O salário ficava todo. E o Zé ainda era muito descabeceado...
....O ano foi 1958...em abril de 1959...Viemos num carro da Central. Trouxe tudo
que a gente tinha. Nos ficamos aqui na Rua Santo Agostinho, nuns comoduzinho
do Seu Antônio. Ele alugou treis cômodos. Lá ficamos um ano. Dela fomos lá para
a Silva Freire. Ficamos de aluguel. Depois uma tal Dona Lia, que tinha um
açougue aqui pra cima...aí (na parte mais alta da Vila) já é umas casas
melhores...Ficamos (morando) de aluguel muito tempo, de 59 à 72....
...Tinha uma casa velha aqui, ruim, mas ruim mesmo. Aí eu consegui alugar. A
casa, ela tinha uma beirada pra este lado aqui, aonde é esse barracão (onde
estávamos fazendo a entrevista). Aí a vizinha falou: -Oo Conceição, se você
conversar com o Sr. José Jacinto (o proprietário), ele deixa você construir um
barracãozinho aqui. Ele era maquinista. Eu falei com ele, se ele me ajudava a
ponto de me dar esta nesga.
- Aqui é assim ( mostra com as mãos o formato do lote): um coador! Aí ele falou:
- Você pode fazer! Aí, quando a esposa dele ficou sabendo, ele não deixou:
- Não! Tem que ser vendido. Ela arrumou uma amizade com o Lacorte. O Lacorte
era muito brusco:
- Eu dou um jeito que ela vai ter que pagar. O Lacorte era da Central também. O
Lacorte era um...uma pessoa que governava a Vila. Quem ele queria, eles davam
até um pedaço pra construir aqui. Quem ele não queria, não conhecesse, eles
não deixavam.
Paguei duas prestações na promissória. Aí alguém falou comigo...Porque eu não
tinha grande conhecimento das coisas...Vai na rua Sapucay e procura o
advogado da Rede (RFFSA). Aí eu cheguei lá e eles falaram que não era lá: - É
lá na Rua Varginha. Fui lá. Procurei o advogado. Ele não tava. Aí as pessoas
boas da Rede me chamou pra conversar. Aí eu falei pra eles:
- O sr. José Jacinto, ele já tá aposentando, e eu conversei com ele à respeito de
um pedacinho de terra pra mim fazer...pro meu marido fazer ( um barraco)...Pra
mim acabar de criar meus filhos sem pagar aluguel. Aí eles falaram assim:
70
- Peraí que nos vamos dar um jeito pra senhora. Foram num tal de Lima. Um
fulano de tal Lima que era dono deste campo aqui, ó (apontando em direção ao
campo do Tupinambás). Aí o Sr. Lima veio. O que esse homi fez pra mim ...
Nossa senhora, ela já morreu...Se eu pudesse, eu tinha vontade de homenagear
esse homem. De tão bom que esse homi foi pra mim nesse dia. Aí ele falou
assim:
-O José Jacinto já ta esperando pra aposentar. Ele não pode vender o terreno
não! Ele não pode vender o que não tem. Porque o terreno da rede é pra se
morar. Não é pra vender pra ninguém. Mas eu falei assim:
-Não foi ele (o sr. José Jacinto). Ele me deu. Mas a esposa dele não deixou!
- E ela, o que que ela é?
- Ela é dona de casa. Ela não tem nada não. Ela não trabalha na Rede não!
Bateram tudo lá, num sabe (fazendo o gesto de quem escreve usando uma
máquina de escrever , batendo com os dedos na mesa). Encheu um envelope
grande amarelo, como...daquele processo contra o sr. José Jacinto...q ele estava
vendendo coisa que não era dele, pertencia a união, que não era dele e tudo, e
mandou eu assinar e tudo.
Fiquei o dia interim lá! E eles botaram aquilo no correio e mandou pra Mogi das
Cruzes. Daí até esqueci daquilo. Foi passou uns dias, chegou o Lacorte. Eu tava
trabalhando na creche do aqui do lado.
Eu já tava era dentro do... só que não era aqui. Era uns treis cômodo aqui pra
botar meus menino dentro. Ele chegou chamando aqui...coisa e tal ....os menino é
que atendeu que eu não tava aqui...e falaram : mamãe não tá aqui não..ela ta
trabalhando na creche....tava na hora do almoço...quando chegou uma pessoa
me chamando....eu falei:
- meu deus do céu, quem que é? Era ele....e eu:
- que que é? Ele falou assim:
- nossa senhora, vamu lá comigo agora, lá na rua Varginha, você deu parte do Sr.
José Jacinto por causa que ele vendeu o terreno pra de você. Num pudia fazer
disso não. Eu falei:
- num pudia é ele querer que eu pagasse sem eu ter condição...
-Não, vamu comigo lá! E nisso eu fui lá dentro...mexia com as irmã de
caridade...falei com elas e elas deixou eu sai; entrei no carro com ele e fomo pra
lá.
Chegando lá tava o Sr. José Jacinto sentado e a mulher dele. Chamava dona
Efigênia. E eu cheguei. Aí eu falei:
-Tô atendendo um chamado. Ele falou (o suposto advogado da RFFSA) assim:
- A senhora prova que o Sr. José Jacinto vendeu os terrenos pra srª.? Eu nunca
falei mentira. Eu falei:
- Ele me deu, mas a mulher dele vendeu através do Lacorte. O Lacorte fez tudo
pra ela vender. Inclusive tem um xérox das duas promissórias grampeadas no
processo...Ele falou assim:
-Pois é, enquanto você (o Sr. José Jacinto ) não deslindar isto, você não vai
aposentar. E era o que ele mais queria era aposentar. E tô calada...Eu falei a
verdade. Eu ( pedi? 22” 17)...A dona Efigênia não trabalha na central...e eu
também não trabalho mais eu pedi ele, o que trabalha, né? Aí ele...o advogado
tava assim (por perto ? 22’ 34) e falou assim:
71
ANEXO 2
Reportagem do jornal “O tempo” de 27 de junho de 2006.
73
ANEXO 3
Legislação municipal sobre A Vila Edgard Werneck
IX - E assim justas e combinadas, as partes assinam o presente convênio, lavrado em livro próprio da
Procuradoria Geral do Município, juntamente com duas testemunhas, e de que se extrairão cópias
autenticadas para os fins legais, sendo o Presidente Stanley Fortes Baptista, representado pelo bastante
Procurador, Dt Napoleão Goretti, conforme procuração anexa.
Belo Horizonte, 6 de abril de 1976.
(a.) Luiz Verano - Prefeito.
(a.) Adhemar Ferreira Dutra Júnior - Ten. Cel. PM - Secretário Municipal de
Administração.
(a.) Evandro Barbosa - Secretário Municipal da Fazenda.
(a.) Martim Francisco Coelho de Andrada - Vice-Presidente do conselho Municipal
do Desenvolvimento.
(a.) Nelly de Morais Silva - Procurador Geral.
(a.) Stanley Fortes Baptista - Presidente da REDE.
(a.) Napoleão Goretti - Diretor da REDE.
Testemunhas:
(a.) Ivone Borges Botelho.
(a.) José Lopes Brangança.
Art. 2.° - Revogadas as disposições em contrário, esta Resolução entra em vigor na data de sua publicação.
Mandamos, portanto, a quem o conhecimento e a execução desta pertencer, que a cumpra e a faça cumprir,
tão inteiramente como nela se contém.
Belo Horizonte, 27 de outubro de 1976.
(a.) Obregon Gonçalves - Presidente.
(a.) Nilton de Oliveira - Secretário.
Publicada no "Minas Gerais" em 11-11-76.
O povo do Municipio de Bello Horizonte, por seus Vereadores decretou e eu, em seu nome, sancciono a
seguinte resolução :
ARTIGO 1.º - Para effeito de incidencia de impostos e taxa, previstos na legislação municipal, fica o
Municipio de Bello Horizonte dividido em tres zonas : urbana, suburbana e rural.
§ Unico - O limites entre as zonas urbana e suburbana são os estabelecidos na legislação estadual.
ARTIGO 2.º A zona suburbana será comprehendida pela, seguinte linha de perimetro: partindo do marco do
Cardoso, até attingir a Villa Paraizo, abrangendo-a até o kilometro cinco da estrada de Nova Lima; deste
ponto, seguindo pelas divisas dos Parques Cruzeiro do Sul, Vera Cruz, abrangendo-o até à repreza de Freitas,
dahi seguindo do lado esquerdo da Estrada de Ferro Central do Brasil, em direcção a Marzagão, voltando
para abranger toda a villa Marianno de Abreu, até á Esplanada das Officinas do Horto Florestal, dahi segue
abrangendo as villas Edgard Werneck, São João, Mauá, Maria Brasilina, Silveira, Nova Floresta, Campos
Elyseos, Mello Vianna, Aurora, Humaytá, Villa Cachoeirinha e Maria Apparecida; dahi, em linha recta, até
Villa Amaral, abrangendo-a, em seguida, as Villas São Geraldo, Santa Helena, Futuro, Minas Geraes, Celeste
Imperio e Bella Vista, até encontrar o Ribeirão Arrudas, subindo pela margem direita deste até a Villa
Ambrozina, e abrangendo mais as villas Atlantida, Jardim America, São Domingo s até a Escola desta Villa,
e, dahi até o marco de pedras da primitiva triangulação da cidade, seguindo pela linha de perimetro desta
triangulação, passando pelos marcos Cercadinho, Boa Vista, Rabello, Ponta, Serra e Pico, e deste até
encontrar o marco do Cardoso onde teve inicio.
§ Unico - Ficam tambem sujeitas aos impostos e taxas da zona suburbana, as sub-divisões de terrenos do typo
de "villas", que, embóra fóra do perimetro estabelecido neste artigo, estejam ou venham a ser approvadas
pela Prefeitura.
75
ARTIGO 3.º - Sobre toda a parte restante do Municipio, que constituirá a zona rural, incidirão os impostos
privativo dessa zona, exceptuadas as sedes dos povoados de Venda Nova e General Carneiro, que pagarão os
impostos de zona suburbana.
ARTIGO 4.º - Os termos situados dentro do perimetro descripto no artigo segundo que tenham destino
proprio de predio rustico ficarão apenas sujeitos aos impostos de zona rural.
Mando, portanto, a quem o conhecimento e execução desta resolução pertencem, que a cumpra e faça
cumprir tão inteiramente como nella se contém.
O Prefeito de Bello Horizonte, usando de attribuições legaes, resolve modificar o expediente relativo aos
requerimentos para approvação de projectos de construcção, pela forma abaixo:
Art. 1º. O pedido de approvação deprojecto para construcção implica, tacitamente, no pedido dos outros
elementos como alinhamento, nivelamento, ligações de aguga e exgotto ou placa de numeração, necessarios á
construcção.
Art. 2º. Recebido o requerimento solicitando a approvação de um projecto de construcção, pelo Protocollo
Geral, este departamento o remetterá, no mesmo dia, á Directoria Geral de Obras, que organizará as fichas
necessasrias (modelos 1 e 2), e decorrentes da natureza da approvação solicitada, distribuindo-as pelas suas
Sub-Directorias e enviará o requerimento á Directoria do Patrimonio.
Art. 3º. Prestadas as informações que forem necessarias, a Directoria do Patrimonio devolverá á Directoria
Geral de Obras o processo, ao qual serão annexadas as fichas, igualmente já informadas.
Art. 4º. O alvará (modelo 3), será expedido então, após o pagamento detodas as taxas devidas, isto é, relativas
á approvação do projecto, ao alinhamento e nivelamento, agua e exgotto ou placa de numeração.
Art. 5º. A dispensa de um ou mais desses elementos necessarios á construcção, dictada por circumstancias
especiaes, a juizo do Directo Geral de Obras, dispensa igualmente o respectivo emolumento.
Art. 6º. Para os effeitos desta Portaria, para o rapido fornecimento dos elementos alludidos, e,
consequentemente, para maior rapidez na marcha dos requerimentos pedindo approvação de projectos, a
cidade será dividida em 8 districtos.
Art. 7º. Será a seguinte distribuição das differentes zonas:
Primeiro Districto - 1ª zona urbana, 2ª zona ur- zona, 3ª zona urbana, 9ª zona urbana, 14ª zona urbana.
Segundo Districto - 4ª. Zona urbana, 5ª zona urbana, 6º zona urbana 7ª zona suburbana, Ex-Colonia
"Adalberto Ferraz".
Terceiro Districto - 10ª zona urbana, 11ª zona urbana, 2ª zona suburbana e Ex-Colonia "Affonso Penna".
Quarto Districto - 8ª zona urbana, 12ª zona urbana, 3ª zona suburbana, Calafate, inclindo as Villas Jardim
America, Nova Granja, Ambrosina, Atlantida, Nova Suissa, Marinhos, Progresso, Pedro II, Adelina.
Quinto Districto - Ex-Colonia Carlos Prates, Villas: Angelica, S. Leopoldo, Santana, Santa Therezinha, S.
Geraldo,Futuro,BellaVista, Santa Rita, SantosDumont, Celeste Imperio, Minas Gares, Alvina.
Sexto Districto - 6ª zona suburbana, Villas: SantoAndré, Palmital, Adelia, Lagoinha, Marira Apparecida,
Concordia, Renascença, Canadá, Cachoeirinha, Mello Vianna, Aurora, Palmares, Parque Riachuelo.
Setimo Districto - 7ª zona suburbana, Ex-Colonia Americo Werneck, Villas: Esplanada, Independencia,,
Mariano de Abreu,Edgard Werneck, S. João, Silveira, Maná, Nova Floresta e Bairro da Graça.
Oitavo Districto - 13ª zona urbana, 8ª zona suburbana, Ex-Colonia Bias Fortes,Villas: Parque Cidade Jardim,
Novo Horizonte, Cruzeiro do Sul, Vera Cruz.
Art. 8º. A Directoria Geral de Obras distribuirá os funccionarios e encarregadosactuaes de modo a que em
cada districto haja 1 topographo e demracador, 1 fiscal de construcções, 1 ledor de hydrometros, 1
encarregado dos serviços de agua e 1 encarregado dos serviçosde exgotto.
76
Art. 9º. As normas do expediente, reguladas por esta Portaria, entrarão em vigor no dai 8 de setembro
proximo.
Bello Horizonte, 31 de agosto de 1933 - (a.) Octavio Penna, Prefeito.
77
ALTERA DENOMINAÇÃO DE RUAS NAS VILAS MAUÁ, SÃO JOÃO E EDGARD WERNECK.
O Povo do Município de Belo Horizonte, por seus representantes, decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1º - Ficam denominados, nas vilas Mauá, São João e Edgard Werneck:
I - Santo Agostinho o trecho da Rua São Jerônimo (cód. 79.102) situado entre as ruas Paissandu e Gustavo da
Silveira;
II - São Joaquim o trecho da Rua Santo Agostinho (cód. 61.557) situado entre as ruas João de Paula e
Gustavo da Silveira;
III - São Roque o trecho da Rua São Joaquim (cód. 62.940) situado entre as ruas Cabrobó e Mário Ventura
Marinho;
IV - São Luiz o trecho da Rua São Roque (cód. 63.600) situado entre as ruas Cabrobó e Florestal;
V - São Marcos o trecho da Rua São Luiz (cód. 63.275) situado entre as ruas Cabrobó e Silva Freire.
Art. 2º - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.
Célio de Castro
Prefeito de Belo Horizonte
O Povo do Município de Belo Horizonte, por seus representantes, decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1° - Passa a denominar-se Januário Laurindo Carneiro a atual Rua E (cód. 130743), no Bairro Edgard
Werneck, nesta Capital.
Art. 2° - O Executivo providenciará a colocação de placas indicativas, bem como a devida comunicação à
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, CEMIG, COPASA e TELEMIG.
Art. 3° - Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação, revogando as disposições em contrário.
Art. 1° - Passa a denominar-se Apolinário Antônio Gonçalves a atual Rua B (cód. 130.696), na Vila Edgard
Werneck, nesta Capital.
78
Art. 2° - O Executivo providenciará a colocação de placas indicativas bem como a devida comunicação à
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, CEMIG, COPASA e TELEMIG.
O Povo do Município de Belo Horizonte, por seus representantes, decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. 1° - Passa a denominar-se José Mateus Filho a atual Rua A do Bairro Vila Edgard Werneck, nesta
Capital.
Art. 2° - O Executivo providenciará a colocação de placas indicativas, bem como a devida comunicação à
Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, CEMIG, COPASA e TELEMIG.
O Povo do Município de Belo Horizonte, por seus representantes, decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art. lº - Fica o Prefeito Municipal de Belo Horizonte autorizado a abrir Crédito Especial no valor de Cr$
8.213.144,90 (oito milhões, duzentos e treze mil, cento e quarenta e quatro cruzeiros e noventa centavos)
para atender às despesas decorrentes dos convênios especificados.
I - Convênio especial de cooperação mútua que, entre si, firmam a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e
a Prefeitura Municipal de Contagem, para possibilitar a conclusão do denominado "Viaduto do Barreiro".
Valor do Convênio Cr$ 513.144,90 (quinhentos e treze mil cento e quarenta e quatro ruzeiros e noventa
centavos).
II - Convênio que, entre si, fazem a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte e a Rede Ferroviária Federal
S.A., objetivando a reurbanização de área na Vila Edgard Werneck. Valor do Convênio Cr$ 7.700.000,00
(sete milhões e setecentos mil cruzeiros).
79
Art. 2º - Para atender às despesas decorrentes da execução desta Lei, fica o Poder Executivo autorizado a
aplicar os seguintes recursos, na forma do § 1º, do art. 43 da Lei Federal nº 4320, de 17 de março de 1964,
que estatui normas de direito financeiro:
Art. 3º - Esta Lei entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Mando, portanto, a quem o conhecimento e a execução da presente Lei pertencer, que a cumpra e a faça
cumprir, tão inteiramente como nela se contém.
O Prefeito de Belo Horizonte, no uso de suas atribuições legais e de acordo com o que lhe faculta o
Decreto-Lei Federal nº 3.365 de 21 de junho de 1941,
Decreta:
Art. 1º - Ficam declarados de utilidade pública, para fins de desapropriação de seu pleno domínio, a se
efetivar mediante acordo ou judicialmente, os imóveis abaixo indicados, situados na Vila Edgard Werneck,
assim como suas edificações e demais benfeitorias, se houver:
III - terrenos e benfeitorias localizados na Rua Silva Freire, de CP 87-7-M, de propriedade presumível das
pessoas abaixo mencionadas, com a seguinte numeração:
a) n° 78, com área de 69,50 m², de Ronaldo de Paiva Carneiro;
b) n° 66-A, com área de 77,60 m², e n° 66, com área de 77,60 m², ambos de propriedade presumível de
Eduardo Marcos de Oliveira.
c) n° 130, com área de 83,40 m², e n° 130-A, com área de 517,60 m², ambos de Salathiel Moraes;
d) n° 135, com área de 93,60 m2 e n° 135-A, com área de 602,30 m², ambos do Espólio de Maximiano
Agostinho Ramos;
e) n° 145, com área de 154,70 m², e n° 145-A, com área de 154,70 m², ambos do Espólio de Clésio
Dionízio de Souza.
IV - terrenos e benfeitorias localizados na Rua Artur Alvim, CP 87-7-M, de propriedade presumível das
pessoas abaixo mencionadas, com a seguinte numeração:
a) n° 11, com área de 363,30 m², de Eunice Ferreira Lopes;
b) n° 110, com área de 323,80 m², do Espólio de Bento Américo da Silva.
VII - terreno e benfeitorias localizados na Rua Pitangui, CP 87-1-K, n° 3.629, com área de 83,70 m², de
propriedade presumível de Maria Lucília Loureiro.
O Prefeito de Belo Horizonte, no uso de suas atribuições legais, especialmente o art. 108, VII, da Lei
Orgânica do Município de Belo Horizonte, Lei nº 6.916, de 1º de agosto de 1995, Lei Federal nº 6.766, de
19 de dezembro de 1979, Lei nº 7.166, de 27 de agosto de 1996 e demais legislações pertinentes,
DECRETA:
Art. 1º- Fica aprovado o Desmembramento de um terreno indiviso situado no lugar denominado Fazenda
Bela Vista e de um terreno indiviso situado no lugar denominado Boa Vista, na Vila Esplanada, dando
origem aos lotes 5 e 6 do quarteirão 43 da Vila Edgard Werneck, conforme a planta CP 087-024-F.
Art. 2º- A aprovação constante no artigo anterior foi requerida através do Processo Administrativo nº
01.025871/00-36, em nome de Dirceu José Ferreira.
Art. 3º - Revogadas as disposições em contrário, este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
Célio de Castro
Prefeito de Belo Horizonte
Paulo Emílio Coelho Lott
Secretário Municipal de Governo
Délcio Antônio Duarte
Secretário Municipal de Atividades Urbanas
O Prefeito de Belo Horizonte, no uso de suas atribuições legais especialmente art. 108, VII, da Lei Orgânica
do Município de Belo Horizonte, Lei nº 6.916, de 1º de agosto de 1995, Lei Federal nº 6.766, de 19 de
dezembro de 1979, Lei nº 7.166, de 27 de agosto de 1996 e demais legislações pertinentes,
DECRETA:
Art. 1º - Fica aprovado o Desmembramento de um terreno indiviso situado no lugar denominado João Carlos,
dando origem ao lote 3 do quarteirão 43 da Vila Edgard
Werneck.
Art. 2º - A aprovação constante no artigo anterior foi requerida através do Processo Administrativo nº
01.081982/99-08, em nome de José do Carmo Nagem.
Art. 3º - Revogadas as disposições em contrário, este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
82
Célio de Castro
Prefeito de Belo Horizonte
Paulo Emílio Coelho Lott
Secretário Municipal de Governo
Délcio Antônio Duarte
Secretário Municipal de Atividades Urbanas
O Prefeito de Belo Horizonte, no uso de suas atribuições legais, especialmente art. 108, VII, da Lei Orgânica
do Município de Belo Horizonte, Lei n° 6.916, de 01 de agosto de 1995, Lei Federal nº 6.766, de 19 de
dezembro de 1979, Lei nº 4.034, de 25 de março de 1985 e demais legislações pertinentes,
DECRETA:
Art. 1° - Fica aprovado o Desmembramento de um terreno indiviso situado no Bairro Horto Florestal, dando
origem ao lote 5 do quarteirão 43 da Vila Edgard Werneck, conforme CP 87-19-D.
Art. 2° - A aprovação constante no artigo anterior foi requerida através do Processo Administrativo n°
01.001964/93-10, em nome de Olga Álvares Ferreira e outros.
Art. 3° - Revogadas as disposições em contrário, este Decreto entra em vigor na
data de sua publicação.
Célio de Castro
Prefeito de Belo Horizonte
Paulo Emílio Coelho Lott
Secretário Municipal de Governo
Délcio Antônio Duarte
Secretário Municipal de Atividades Urbanas
O Prefeito de Belo Horizonte, no uso de suas atribuições legais, no uso da atribuição que lhe confere o art.
108. VII da Lei Orgânica do Municipio de Belo Horizonte, Lei nº 6.916 de 01 de agosto de 1995 e demais
legislações pertinentes.
DECRETA:
Art. 1° - Fica revalidada a aprovação constante na planta CP 87-12-E de 19/07/90 que aprova o
remembramento do lote nº 06 do quarteirão 25 da Vila Edgard Werneck. dando origem aos lotes 06-A e 06-B
do quarteirão 25 da Vila Edgard Werneck.
Art. 2º - A revalidação constante no artigo anterior foi requerida através do Processo Administrativo n° 01
.016500/89-86, em nome de Selma dos Prazeres Araujo.
Art. 3º - Revogadas as disposições em contrário, este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
83
O Prefeito de Belo Horizonte, com fundamento no item VII, do Artigo 108, da Lei orgânica do Município, e
em cumprimento do disposto na Lei n° 6.152, de 27 de abril de 1992,
DECRETA:
Art. 1° - Passa a denominar-se Guará a Praça na confluência das Ruas Gustavo da Silveira e Rua Silva Freire,
da Vila Edgard Werneck, logradouros estes aprovados pelo Decreto n° 4.231, de 10 de maio de 1982, na
planta CP 87-7-M, e identificados, respectivamente, pelos Códigos 032617 e 065848.
Art. 2° - O órgão responsável providenciará a colocação de placas indicativas, bem como a devida
comunicação à Empresa Brasileira de Correios e Telégrafos, CEMIG, TELEMIG e COPASA.
Art. 3° - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogando as disposições em contrário.
O Prefeito de Belo Horizonte, no uso de sua atribuição legal e considerando o disposto no inciso III do art. 11
da Lei Municipal n° 4.034, de 25 de março de 1985, no § 1° do art. 10 do Decreto Municipal n° 5.094, de 19
de setembro de 1985, nas letras "a" e "b" do art. 2° da Lei Municipal n° 4.704, de 08 de maio de 1987, e no
art. 1° da Lei unicipal n° 4.846, de 09 de outubro de 1987,
84
DECRETA:
Art. 1° - Ficam excluídos do Setor Especial - 3 (SE-3) e incluídos na Zona Comercial - 3 (ZC-3), os lotes 10
e 13 do quarteirão 1C da Vila Edgard Werneck, aprovados pela planta CP 87-14-G.
Art. 2° - Revogadas as disposições em contrário, este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
O Prefeito de Belo Horizonte, no uso de sua atribuição legal e considerando o disposto no inciso III do art. 11
da Lei Municipal n° 4.034, de 25 de março de 1985, no § 1° do art. 10 do Decreto Municipal n° 5.094, de 19
de setembro de 1985, nas letras "a" e "b" do art. 2° da Lei Municipal n° 4.704, de 08 de maio de 1987, e no
art. 1° da Lei municipal n° 4.846, de 09 de outubro de 1987,
DECRETA:
Art. 1° - Ficam excluídos do Setor Especial - 3 (SE-3) e incluídos na Zona Comercial - 1A (ZC-1A), os lotes
09, 11 e 12 do quarteirão 1C da Vila Edgard Werneck, aprovados pela planta CP 87-14-G.
Art. 2° - Revogadas as disposições em contrário, este Decreto entra em vigor na data de sua publicação.
O Prefeito de Belo Horizonte, no uso de suas atribuições, nos termos do disposto no § 3º do artigo 98, da Lei
Complementar nº 3, de 28 de dezembro de 1972 e na Lei Municipal nº 2324, de 17 de junho de 1974
DECRETA :
85
Art. 1º - Fica permitido ao Sindicato dos Trabalhadores em Empresas Ferroviárias de Belo Horizonte,
entidade sediada nesta Capital, inscrição CGC-MF nº
16.740.052/0001·34, a título precária, o uso do terreno constituído pelo lote n. 1(um), do quarteirão 35 (trinta
e cinco) da Vila Edgard Werneck, com área, limites e confrontações da planta respectiva.
Art. 2º - Dá-se a permissão de uso do imóvel caracterizado no artigo anterior com a finalidade de propiciar o
funcionamento de posto médico-odontológico e equipamentos esportivos de lazer.
Parágrafo Único - A utilização dos equipamentos esportivos e de lazer fica assegurada a todos os moradores
da Vila.
Art. 3º - Ao imóvel não poderá ser dada outra destinação senão a estabelecida no Art. 2º sob pena de imediata
reversão ao domínio do Município e sem direito a qualquer indenização por benfeitorias existentes.
Art. 4º - A permissão de uso, que ora se concede, será objeto de contrato, no qual serão inseridas as
condições constantes deste Decreto e outras cláusulas de interesse do Município.
Art. 5º - Em se tratando de entidade que presta à Administração relevantes serviços públicos, a permissão é
concedida a título gratuito.
Art. 6º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, ficando revogadas as disposições em
contrário.
I - que a Prefeitura Municipal assinou convênio com a Rede Ferroviária Federal S/A., tendo por fim
solucionar, em definitivo, os problemas relativos à urbanização e ocupação da habitação dos moradores da
Vila "Edgard Werneck";
II - que aquela Entidade paraestatal, de há muito, vem cedendo, a título de permissão de uso, frações da Vila
a seus empregados, que nelas construíram moradias;III - que, por este motivo, vem persistindo uma situação
excepcional para a Administração, que deve resolvê-la, nos termos do convênio aprovado pela
Resolução nº 340, de 27 de outubro de 1976;
IV- que é necessário assegurar condições de habitabilidade aos moradores locais, sem criar danos e
problemas aos cidadãos que ali já estabeleceram suas residências;
V - que se convencionou com a Associação dos Habitantes da Vila Edgard Werneck fosse feito o
levantamento topográfico da referida região, de maneira a permitir à Municipalidade, com base na situação
encontrada, aprovar o loteamento para posterior venda a seus possuidores;
VI - que, se trata de situação de fato que exige uma solução do Poder Público, dada sua dimensão social,
DECRETA:
Art. 1º - Fica aprovada parte do loteamento da Vila Edgard Werneck, com base no levantamento topográfico
elaborado com a participação da Associação dos Habitantes da Vila Edgard Werneck, no processo
protocolado sob o nº 25 .933, de 24 de março de 1982, observada a legislação pertinente no qual foram feitas
as adaptações à legislação em vigor.
Art. 2º - Em se tratando de loteamento com características peculiares, cuja aprovação se deu em respeito ao
direito adquirido, não será admitida a modificação dos lotes aprovados, sob qualquer pretexto.
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Art. 3º - A Prefeitura não se responsabilizará pelas medidas laterais e dos fundos dos lotes, limitando-se à
indicação da testada, da área e do número dos lotes confrontantes, e nem responderá pelos litígios decorrentes
da aprovação.
Art. 4º - Havendo necessidade de promover a implantação do sistema viário, a Prefeitura promoverá as
desapropriações necessárias, ensejando, sempre que possível, a possibilidade do expropriado adquirir sua
moradia.
Art. 5º - A alienação será feita, tendo em vista disposições da lei Municipal nº 2036/72 e as obrigações
assumidas pela Resolução 340, de 27 de outubro de 1976.
Art. 6º - A planta aprovada por este Decreto compõe-se dos seguintes quarteirões e lotes da Vila Edgard
Werneck:
Art. 7º - Para regularizar a nomenclatura das ruas da Vila Edgard Werneck ficam estabelecidas as seguintes
denominações:
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I -a Rua C passa a denominar-se Rua Albino de Souza , II -o trecho da Rua dos Ferroviários, entre as Ruas
Santo Agostinho e Balbina Bragança, passa a denominar-se Rua Flausina de Souza III -o trecho da Rua dos
Ferroviários, entre as Ruas Santo Agostinho e São Roque, passa a denominar-se Rua Mário Ventura Marinho
IV -o trecho da Rua Carlos Niemayer, entre as Ruas Maria Martins Guimarães e São Luís, passa a
denominar-se Rua Renato Ernesto do Nascimento
V -o trecho da Rua Carlos Niemayer, entre as Ruas São Joaquim e Santo Agostinho, passa a denominar-se
Rua Engenheiro Odilon Fernandes;
VI -a Rua Martins Guimarães passa a denominar-se Rua Maquinista Antônio Costa; VII -o trecho da Rua São
Roque, entre as Ruas Gustavo da Silveira e Silva Freire, passa a denominar-se Rua Américo Marcelino
Fonseca;
VIII -o trecho da Rua São Roque, entre os quarteirões 18 e 30 passa a denominar-se Rua José Rafael Mendes;
IX -a Rua situada entre as Ruas Dias de Faria e Bolonha passa a denominar-se Rua João Antunes de Siqueira;
X -a Rua sem saída existente no interior do quarteirão 36 passa a denominar-se Rua Hilda de Oliveira;
W -a Rua sem saída existente no interior do quarteirão 19 passa a denominar-se Rua Domingos Leão;
XII -a Rua sem saída existente no interior do quarteirão 33 passa a denominar-se Rua Antônio Nascimento;
XIII -a Rua sem saída existente no interior do quarteirão 24 passa a denominar-se Rua Lauro de Oliveira.
Art. 8º - Ficam revogadas as disposições em contrário, especialmente a aprovação dos quarteirões da Vila
Edgard Werneck concedida em 27.6.28, e que constam da planta registrada nesta Prefeitura sob o nº CP-87-
1-K.
Art. 9º - Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação. Belo Horizonte, 10 de maio de 1982.
0 Prefeito de Belo Horizonte, no uso de atribuições legais, e de acordo com o que lhe faculta o Decreto-lei nº
3365, de 21 de junho de 1941,
DECRETA:
Art. 1º - Ficam declaradas de utilidade pública, para fins da desapropriação, a se efetivar mediante acordo ou
judicialmente, as áreas de terreno adiante indicadas, assim como as respectivas edificações e outras
benfeitorias, aquelas não aprovadas, situadas às margens do Córrego Avenida Petrolina, na Vila Edgard
Werneck, nesta Capital, presumivelmente de propriedade das pessoais, igualmente, a seguir mencionadas:
a) área de 838,00 m2 (oitocentos e trinta e oito metros quadrados), de forma irregular, correspondente a parte
de terreno maior, não aprovado, de Amélia Anacleto Correia, e
b) área de 499,00 m2 (quatrocentos e noventa e nove metros quadrados de forma irregular, correspondente a
parte de terreno maior, não aprovado, de herdeiros de André Bartolozzi.
Parágrafo Único - Cada uma das áreas indicadas no artigo tem a sua localização, forma e medidas de
delimitação de acordo com o que consta de projeto da Municipalidade, elaborado pela Superintendência de
Desenvolvimento da Capital SUDECAP, e relativo a trecho, no local, da Avenida Petrolina, era implantação,
a que se destina a desapropriação objetivados.
Art. 2°- Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições em contrário.
Belo Horizonte, 11 de novembro de 1980.
O Prefeito, (a.) - MAURÍCIO DE FREITAS TEIXEIRA CAMPOS.
Secretário Municipal de Administração, (a.) - JOSÉ ANTÔNIO TORRES
Secretário Municipal da fazenda, (a.) - SÉRGIO CARLOS DE MIRANDA LANNA
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O Prefeito de Belo Horizonte, no uso de suas atribuições e considerando que o Decreto nº 3432, de 26.01.79
e publicado em 27.01.79, contém incorreções que necessitam ser corrigidas,
DECRETA:
Art. 1°- O artigo 1° do Decreto n° 3432, de 26 de janeiro de 1979 passa a vigorar com a seguinte redação:
"Art. 1 °- Ficam aprovados os quarteirões % (noventa e seis) e 97 (noventa e sete) da Vila Edgard Werneck,
resultantes da re-urbanização dos lotes de n°s 2, 4, 6, 8, 10 e 1 2 a 18, do quarteirão 2; lotes 1 a 24 e 26, do
quarteirão 3 e lotes 1 a 40, do quarteirão 4, do Bairro Parque Agronômico, de propriedade do
Instituto de Orientação às Cooperativas Habitacionais - INOCOOP-MG, de acordo com a planta apresentada
no Processo n° 5355, protocolado em 12.01.79, em nome de Cooperativa Habitacional do IPSEMG".
Art. 2°- Continuam em vigor as demais disposições do referido Decreto.
Art. 3°- Este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação, retroagindo seus efeitos a 27 de janeiro de
1979.
Mando, portanto, a quem o conhecimento e a execução do presente Decreto pertencer, que o cumpra e o faça
cumprir, tão inteiramente como nele se contém.
Belo Horizonte, O8 de fevereiro de 1979.
O Prefeito, (a.) - Luiz Verano.
Vice-presidente do Conselho Municipal de Planejamento do Desenvolvimento (a.) -
Martim Francisco Coelho de Andrade.
Publicado no "Minas Gerais" em 10 de fevereiro de 1979.
O Prefeito de Belo Horizonte, no uso de suas atribuições legais, tendo em vista o disposto na Lei Municipal
nº 1212, de 1º de dezembro de 1966 e, ainda, o que determinam os Artigos 14 e 23 do Decreto Municipal nº
2337, de 27 de fevereiro de 1973, o Parágrafo Único do Artigo 12 do mesmo Decreto Municipal e,
considerando, também, o parecer emitido pela Comissão Especial instituída pela Portaria nº 1934, de 23 de
abril de 1973
DECRETA:
. Art. 2º - A abertura, pavimentação e obras complementares dos logradouros deverão ser executadas pelo
proprietário, de acordo com as normas vigentes no Município.
Art. 3º - Revogadas as disposições em contrário, este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação.
Mando, portanto, a quem o conhecimento e a execução do presente Decreto pertencer, que o cumpra e o faça
cumprir, tão inteiramente como nele se contém
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O Prefeito de Belo Horizonte no uso de suas atribuições legais e de acordo com o Artigo 43 da Lei Federal
n.° 4320 de 17 de março de 1964 e com a Lei Municipal n.° 2725 de 13 de abril de 1977.
DECRETA:
Art. 1.° - Fica aberto ao órgão abaixo o Crédito Especial no valor de Cr$ 7.700.000,00 (sete milhões e
setecentos mil cruzeiros), para pagamento de despesas decorrentes do Convênio firmado com a Rede
Ferroviária Federal S/A, relacionadas à Vila Edgard Werneck: 07.17-03070211.204-4210 Cr$
7.700.000,00
Art. 2.° - Constitui recurso para atender ao disposto no Artigo 1.° deste Decreto, a anulação parcial da
seguinte dotação do orçamento vigente: 21.55-11640351.253-4220 Cr$ 7.700.000,00
Art. 3.° - Revogadas as disposições em contrário, este Decreto entrará em vigor na data de sua publicação.
Mando, portanto, a quem o conhecimento e a execução do presente Decreto pertencer, que o cumpra e o tapa
cumprir, tão inteiramente como nele se contém.
Belo Horizonte, 20 de abril de 1977
O Prefeito (a.) Luiz Verano
Secretário Municipal da Fazenda (a.) Evandro Barbosa
Publicado no "Minas Gerais" de 21 de abril de 1977 Retificado em 26.5.77
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ANEXO 4
Matéria do jornal “O Estado de Minas” de 6 de fevereiro de 2006.