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SINOPSE

Gostamos de acreditar que monstros não existem, mesmo nas ruas


enluaradas de um lugar como Salem, Massachusetts. Mas eles são muito
reais… e muito humanos. Há perigo espreitando em cada esquina. As
pessoas estão desaparecendo das ruas no ar, para nunca mais serem vistas.
Os homens mascarados têm seus próprios segredos. Mas só na noite em
que todos se reúnem é que nasce o verdadeiro terror.
A estudante universitária Quinn não esperava que sua noite de Halloween
tomasse um rumo perigoso. Quando seus homens mascarados aparecem e
lhe fazem uma proposta, ela só pode prometer uma noite.
“Ao nascer do sol, acabou.” Mas será?
Ou será que as coisas que acontecem durante a noite a reivindicarão
inteiramente?
AVISO DE CONTEÚDO

Bloodshed contém conteúdo adulto e gráfico que não é adequado


para todos os públicos.

Os avisos de gatilho incluem:

Tentativa de agressão sexual, sangue/jogo de sangue, bullying, abuso


infantil, violência doméstica, linguagem explícita, violência, doença mental,
menção a um culto, menção a automutilação, menção ao sistema de
assistência social, assassinato, luta sexual, cenas sexualmente explícitas,
perseguição, uso de substâncias, suicídio, tortura, trauma, uso de
substâncias por menores, violência.

As torções incluem:

Sexo anal, sexo anônimo, jogo de sangue, escravidão, jogo de


respiração, asfixia, degradação, dominação, dupla penetração,
exibicionismo, jogo de fogo, sexo grupal, jogo de faca, máscaras,
masoquismo, MF, MM, MMFM, sexo oral, controle de orgasmo, jogo
doloroso, poliamor, elogio, jogo público, rimming, sexo violento, sadismo,
privação sensorial, submissão, voyeurismo.

(Continue SOMENTE se você não tiver nenhum gatilho da lista acima.


Você foi avisado.)
PARTE UM
CAPÍTULO UM
DAMIEN

Eu tinha sete anos quando vi pela primeira vez toda a vida restante
desaparecer dos olhos de um homem. E nos anos seguintes, tornou-se sem
brilho. Apenas uma noite normal de semana em que meu velho me
acordava e me levava para o porão, ou como eu gostava de chamar, sua
masmorra de tormento, enquanto mamãe se trancava em seu quarto.
Ela sempre sabia que algo estava acontecendo. No começo, me
perguntei por que ela nunca se preocupou em tentar me salvar da
brutalidade do que estava acontecendo no nível mais baixo e escuro da
nossa casa. Pelos gritos casuais e pelas frequentes vezes em que eu subia as
escadas coberto de sangue, em horários estranhos da manhã, ela devia
saber que algo sinistro estava acontecendo.
No entanto, ela nunca fez nada para impedir isso.
Em vez disso, ela agiu alheia à situação. Como um cervo apanhado
pelos faróis de um carro em alta velocidade, atordoado e confuso.
Uma noite, quando eu tinha apenas dez anos, meu pai me acordou.
Ainda me lembro de cada detalhe vividamente, como se fosse ontem.
— Levante-se — ele ordenou, puxando as cobertas. — Está na hora.
Ele saiu do quarto e eu pulei da cama, ouvindo as batidas fortes de
seus passos desaparecerem enquanto ele descia as escadas. Esfregando os
olhos com os punhos, exausto das minhas reviravoltas habituais, entrei no
corredor e imediatamente congelei.
Pela primeira vez, minha mãe estava lá, espiando por trás da porta do
quarto. Seus olhos estavam arregalados, cheios de angústia. Eu nunca tinha
visto ninguém parecer tão horrorizada. Tão totalmente indefesa. Seu
coração estava partido por mim. Pela criança que ela sabia que nunca
poderia proteger.
— Está tudo bem. — eu a tranquilizei. — Está tudo bem, mãe. Estou
bem.
O som que veio dela em seguida foi um som que eu nunca esqueceria.
Um soluço de alívio.
E me virei para as escadas, pronto para o que viria a seguir.
Normalmente, ele apenas me faria assistir. Mas esta noite... era muito
diferente das demais.
— As pontas dos dedos estão cheias de terminações nervosas. —
explicou ele, olhando nos meus olhos azuis vazios. — Eles enviam sinais para
o seu cérebro. Sinais de dor.
Ele caminhou até a mesa de metal onde um homem que eu nunca
tinha visto antes estava deitado indefeso, preso com correntes grossas. Elas
chacoalhavam com cada tentativa desesperada de escapar.
Embora eu desejasse poder dizer a ele que não adiantava.
Ele não iria a lugar nenhum.
— É pior do que outras partes do corpo. — explicou meu pai. —
Digamos, seu braço. — Ele mergulhou a lâmina da faca na carne do bíceps
do homem sem aviso prévio. A dor pura tornou-se aparente quando o
homem gritou através do pano enrolado em sua boca, escondido atrás de
várias camadas de fita adesiva.
Fiquei imóvel como pedra. Nem mesmo um piscar de olhos.
Para mim, isso era normal.
Uma lição de aprendizado.
Muito mais importante que a escola.
— Agora observe. — instruiu meu pai, posicionando o dedo indicador
do homem entre a tesoura de poda. — Observe como os dedos são mais
sensíveis.
Com isso, ele cortou o dedo do homem, lentamente. Pura agonia
acendeu em seus olhos, enquanto ele chutava as pernas e agitava os braços.
Ele chorou, implorou, lágrimas de absoluto horror enquanto meu pai cortava
o osso do seu dedo.
O homem sacudiu os pulsos, tentando se afastar, para acabar com a
dor. Meu pai gemeu em desaprovação, antes de apertar os cabos da tesoura
de poda com as duas mãos, aplicando a pressão certa. Vários pedaços do
dedo do homem colidiram com o chão enquanto ele fechava os olhos com
força, seu corpo entrando em estado de choque.
— Droga, Damien. — meu pai repreendeu, me lançando um olhar
entusiasmado pelo canto do olho. — Mais perto. Venha cá, porra.
Engoli em seco, observando ansiosamente a mão ensanguentada do
homem enquanto me aproximava, o vermelho carmesim esguichando do
coto.
Meu pai rosnou e enxugou as gotas de suor da testa com as costas do
braço. Ele agarrou minha nuca com impaciência e me puxou para perto da
mesa de metal. Meus braços estavam congelados ao lado do corpo.
— Sua vez. — ele ordenou, batendo a tesoura contra meu peito, me
trazendo de volta à realidade. A constatação de que eu estava prestes a
ensanguentar as próprias mãos, pela primeira vez, me deixou confuso.
Nervoso.
Mas fiz o que me foi dito.
Foi uma luta no início. Cortar a pele era fácil, mas cortar o osso era um
desafio. Mesmo que fosse apenas um dedo mínimo. Dei tudo o que tinha e
usei toda a força que pude reunir. Aos dez anos, não era tão fácil como se
poderia pensar.
— Bom — elogiou meu pai ao som da sinfonia de um homem sendo
torturado. — Mais pressão, Damien. Use as duas mãos.
Então, eu fiz. E para consternação do homem, para minha vantagem,
funcionou.
Pedaços de ossos dos dedos estavam agora expostos, saindo de sua
carne. Finalmente, seu dedo quebrou e caiu no chão sujo de concreto.
— Bom. Muito bom.
Olhei para meu pai, notando sua aprovação. A diversão era evidente
em seus olhos.
— Você está pronto. — ele anunciou vagamente, tirando a tesoura da
minha mão. — Já se passaram três anos. Você já assistiu por tempo
suficiente.
A adrenalina correu através de mim.
Eu sabia o que isso significava. Esse era o momento em que meu pai e
eu trocávamos de lugar na sala.
E eu não tinha certeza se estava pronto para o que viria a seguir.
— Você sabe o que tem que fazer. — afirmou ele, entregando-me a
faca já ensanguentada.
Tem de fazer. Tem de fazer. Tem de fazer.
— Não posso — gaguejei, com as mãos tremendo. Coração batendo
forte. Estômago embrulhado. Eu realmente tinha o que era preciso? Olhei
para o homem deitado indefeso sobre a mesa e recuei diante do medo em
seus olhos.
Houve um breve lampejo de esperança. Era como se ele acreditasse
que eu poderia salvá-lo.
Acreditasse que poderia ir contra meu pai.
Balancei a cabeça, incerto. — Não posso...
— Você pode e você vai. — meu pai gritou. Eu o chateie. Isso estava
claro. E eu não pretendia levar uma surra esta noite. — Eu não criei meu
único filho para ser um maldito maricas! Você é um maldito maricas?
— Não senhor...
— Então acabe com isso, Damien. — ele exigiu, me empurrando com
força contra a mesa. Estremeci com a dor das minhas costelas batendo
contra a estrutura de metal, mas lutei contra isso. — Pelo amor de Deus!
Acabe com isso agora mesmo! Agora!
Levantei a faca sobre a cabeça, antes de descer com força, enfiando a
lâmina no abdômen do homem. Por um breve momento, meu olhar vagou
para seu rosto. Seus olhos estavam quase saltando das órbitas. Ele ficou
atordoado. Seu corpo estremeceu involuntariamente.
— De novo, Damien! — meu pai gritou violentamente.
Uma raiva como nenhuma outra me atingiu do nada, consumindo cada
fibra do meu ser. Arranquei a lâmina e esfaqueei o homem novamente, uma
e outra vez. Concentrei-me principalmente em seu abdômen, mas de
alguma forma ele ainda respirava. No momento em que enfiei a faca em seu
peito, acertei o osso e meu aperto no punho escorregou. Ignorando a dor na
palma da minha mão, enterrei a lâmina em seu pescoço, errando a jugular
por um centímetro. O sangue continuou a respingar em todas as direções
até que minhas mãos, braços e rosto ficaram cobertos pela substância
quente e pegajosa.
Seus gemidos se transformaram em gorgolejos, eventualmente, ele
ficou em silêncio.
Perdi a noção do tempo. A adrenalina começou a diminuir e meus
braços de repente pareciam pudim. Segurei o cabo da faca com ainda mais
força e soltei grunhidos ferozes de puro ódio, não pelo homem deitado
diante de mim, mas pelo homem parado a poucos metros atrás de mim.
Eu me encolhi quando ele colocou a mão no meu ombro.
— Chega — ele ordenou, eu fiquei imóvel, com falta de ar. — Dê-me a
faca. — Puxei a lâmina da barriga do homem, derramando ainda mais
sangue no processo. Seu corpo nu estava saturado com isso. E finalmente,
uma constatação me atingiu fortemente.
Eu o matei.
Ele estava morto.
E agora... tudo que eu conseguia ver era vermelho.
— O trabalho está feito. — meu pai me disse.
Embora eu não tivesse tanta certeza. Curvei meus dedos dormentes e
ensanguentados em torno do punho com mais pressão e fiquei mais tenso a
cada segundo que passava.
Eu poderia acabar com isso.
Realmente acabar com isso.
Eu poderia salvar minha mãe.
Tudo o que tinha que fazer era pegá-lo desprevenido. Cortar sua
garganta...
— Damien. — ele retrucou, me trazendo de volta à realidade
enquanto agarrava meu ombro, me girando para encará-lo.
Olhei para seus olhos frios e vazios.
— Dê-me a faca, filho. — ele instruiu calmamente, com os olhos
estreitados. — Você se saiu bem.
Eu me saí bem. Eu me saí bem. Eu me saí bem.
— Estou orgulhoso de você.
Orgulhoso de mim. Orgulhoso de mim. Orgulhoso de mim.
— Você tem o que é preciso.
Eu tenho o que é preciso. Eu tenho o que é preciso. Eu tenho o que é
preciso.
Um zumbido surdo se instalou em meus ouvidos e minha visão ficou
embaçada.
E eu entreguei a ele a faca, derrotado.
— Bom. — ele murmurou, acariciando minha cabeça como um
cachorro. — Agora, tire suas roupas ensanguentadas e lave-se.
Piscando para ele, permaneci em silêncio.
— Ei! — ele zombou, estalando os dedos na minha cara, tirando-me
do estado de choque em que de repente eu estava entrando. — Ouviu-me?
Sem questioná-lo, fiz o que me foi dito. Comecei com minha camisa
branca, encharcada de sangue e suor. Minha calça de pijama veio em
seguida.
Até que eu estava de cueca diante dele, minha pele estava manchada
de manchas vermelhas.
— Agora vá lavar as mãos na pia. — ele ordenou com firmeza.
Lutei contra a exaustão total enquanto cambaleava até a pia no canto
do porão. A água ficou escura. Minha cabeça latejava.
Não importa o quanto eu lavasse as mãos, a água continuava
vermelha. Foi então que notei o longo corte na palma da minha mão. Fiquei
olhando para ele, completamente entorpecido. Eu não senti nada.
— Você se cortou, droga. — disse ele, olhando por cima do meu
ombro. Ele examinou o ferimento antes de amarrar frouxamente um pano
em minha mão, em uma péssima tentativa de estancar o sangramento.
— O que agora? — Perguntei.
— Agora você sobe e toma banho.
— Então o quê?
— Então você vai para o seu quarto enquanto eu limpo a bagunça que
você fez. — ele retrucou, impaciente, me empurrando para o fundo da
escada. — Você precisa de pontos. Estarei lá em cima em breve.
Minha saliva engrossou em minha boca e o zumbido surdo em meus
ouvidos voltou com força total. Balancei a cabeça, fazendo exatamente o
que me foi dito. — Sim, senhor.
Fui para a escola com pontos na palma da mão no dia seguinte, como
se nada tivesse acontecido. Nenhum professor ou aluno questionou como
eu havia conseguido o ferimento. Era como se eu fosse apenas um garoto
mundano de dez anos. Como se eu não tivesse testemunhado um
assassinato na noite anterior.
Como se eu não tivesse matado o homem.
Pela primeira vez na minha vida, o sangue de alguém estava em
minhas mãos. Não do meu pai.
Depois daquela noite, algo mudou dentro de mim.
E nos anos seguintes a vida continuou. Meu pai se aventurou e caçou
nossas próximas vítimas, acorrentou-as em nosso porão e fui encarregado
de abatê-las.
Vinte e três de setembro, quando completei treze anos, foi a primeira
noite em que ele me levou para a floresta depois de escurecer. Essa foi a
primeira noite em que ele me mostrou como caçar pessoas. Não animais.
Pessoas.
Ele me ensinou como usar as sombras a meu favor. Como rastrear.
Ele transformou isso em um jogo e eu fiquei cada vez mais ansioso
para jogar.
Até a noite do meu décimo quinto aniversário.
CAPÍTULO DOIS
JENSEN

Cresci sob custódia do Estado até envelhecer. Eu estava muito


preocupado com lares adotivos, então passei minha infância em programas
residenciais que educavam e abrigavam crianças com problemas
emocionais. Jovens negligenciados, como diriam.
Eu saltei muito. Passei apenas uma noite em um lar adotivo adequado
quando tinha treze anos. Trégua era como eles chamavam, enquanto eu
esperava ser colocado em outro programa. Programa, após programa, após
programa. Recebi um colchão velho no meio do quarto do filho biológico
deles.
Essa foi a primeira noite em anos que me senti bem descansado.
Na manhã seguinte, fui acordado bem cedo e arrastado para o
trabalho com Sarah, a alegre mãe adotiva, antes de ser deixado na escola.
Ela era motorista de ônibus.
Quão conveniente.
Depois de começar em uma nova escola naquele dia, acabei sendo
colocado em um programa de curta duração, de trinta dias, a apenas
algumas cidades de distância.
— Na mesa, por favor. — instruiu a senhora. Coloquei minha mochila
na mesa entre nós e ela jogou fora todas as minhas roupas, começando sua
busca.
Então, um membro da equipe do sexo masculino começou a me
revistar, apalpando-me.
Felizmente, ele não foi minucioso o suficiente, considerando que não
percebeu o maço de cigarros amarrado na minha panturrilha com um
elástico. A essa altura, eu já era um profissional em contrabandear coisas.
Ela me entregou minha mochila com um sorriso. — Vou te mostrar seu
quarto.
Prendi a alça da minha bolsa no ombro e a segui pela velha e
barulhenta escadaria. Ela me levou até o quarto que me foi designado e
suspirei quando vi a segunda cama no canto.
— Posso fazer minha caminhada de quinze minutos? — Eu perguntei a
ela secamente.
Ela gesticulou para o meu lado do quarto com a mão e suspirou. — Por
que você não fica confortável por enquanto? Desempacote? Acomode-se?
Eu fiz uma careta.
Eu nunca desempacotei. Qual era o objetivo? “Nenhum lugar” era meu
destino final.
Eu estava constantemente em movimento.
Ninguém me queria.
E eu estava bem com isso.
Mas não fui ingênuo o suficiente para desempacotar minhas coisas e
“ficar confortável”. Eles chamaram esses programas de curto prazo por um
motivo.
— Tudo bem. — eu respondi.
Ela saiu do quarto, deixando a porta aberta atrás dela, eu joguei minha
mochila na cama.
Então fechei a porta.
Abri a janela e peguei meu maço de cigarros da panturrilha. Colocando
o filtro entre os lábios, tirei o pequeno isqueiro da caixa e acendi-o, inalando
uma longa e necessária tragada.
Minha porta se abriu de repente.
Eu rosnei. — Que porra é essa...
Um garoto que parecia ter mais ou menos a minha idade, treze anos,
estava parado na porta. Ele me olhou boquiaberto por um momento antes
de correr para dentro e fechar a porta atrás de si.
— Posso ajudar? — Eu perguntei, arqueando uma sobrancelha.
Ele me observou dar outra tragada e eu olhei de volta, absorvendo
cada detalhe dele. Ele estava vestindo um moletom cinza e um moletom
preto largo, com as mãos enfiadas nos bolsos. Seu cabelo loiro escuro
passava um pouco da altura dos ombros, embora fosse difícil dizer porque a
maior parte estava amarrada para trás. Vários fios penduravam na frente de
seu rosto, obstruindo minha visão de seus olhos.
Ele acabou sentado em frente à janela ao meu lado.
Eles eram castanhos.
— Sim. Você pode me ajudar. — ele murmurou, desviando o olhar
para o cigarro aceso entre meus dedos. — Tire minha virgindade.
— Que porra é essa? — Eu perguntei, minhas sobrancelhas
levantadas. — O que você quer dizer com 'tire minha virgindade'?
— Nunca tive um. — Ele apontou o queixo para o cigarro.
— Vá buscar o seu. — retruquei.
Ele olhou diretamente nos meus olhos, realmente olhou para mim e
eu congelei. Eu nunca tinha visto ninguém parecer tão triste. Tão indefeso.
Como um maldito cachorrinho perdido.
— Tudo bem. — suspirei, oferecendo-lhe um cigarro.
Ele acendeu e inalou sem nenhum sinal de ser fumante pela primeira
vez.
Ele nem tossiu.
Ele apenas sorriu.
— Você me enganou. — acusei, deixando escapar uma risada seca. —
Idiota...
— Não. — ele me interrompeu. — Micah.
— Volte novamente?
— É Micah. O meu nome.
Dei de ombros, indiferente. — OK.
Ele soprou uma grande nuvem de fumaça pela janela e sorriu. — Qual
é o seu?
— Jensen. — eu disse a ele.
Ele assentiu, sorrindo novamente.
Eu balancei minha cabeça. — Como você pode passar de um
cachorrinho perdido a tão feliz quanto uma criança na manhã de Natal com
tanta facilidade?
Ele bufou, revirando os olhos. — Nunca fui feliz na manhã de Natal.
— Touché. Nem eu.
Nos encostamos à moldura da janela num silêncio pacífico. — Eu
posso sentir isso chegando. — ele disse aleatoriamente, dando uma
pequena tragada. — Aproximando-se como uma tempestade. Uma onda
imparável de energia.
Eu olhei para ele como se ele tivesse dez cabeças. — Você está
chapado?
— Chapado da vida. — declarou ele.
— Está bem então.
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Seus olhos se encontraram com os meus. — Dizem que tenho TDAH .
— anunciou ele. — Mas quem realmente sabe. — Micah jogou as cinzas pela
janela e encostou as costas na parede. — É minha maior bênção e maldição.
— Eu não sei muito sobre isso.
— É diferente para cada pessoa. Tenho altos e baixos. Às vezes tenho
dificuldade em me concentrar e às vezes não durmo por dias. — Ele sacudiu
os pensamentos de sua cabeça enquanto se levantava, andando pelo
quarto. — Eles ajustaram meus remédios novamente, mas eu os tenho
bochechado na última semana.
Eu levantei uma sobrancelha. — Bochechado? — Eu questionei.
— Sim. Você sabe, escondê-los na sua bochecha e depois cuspi-los
quando ninguém está olhando. — explicou ele.
Eu balancei a cabeça, atordoado com sua capacidade de ignorar seus
remédios e não ser pego. — Entendo você.
— Vou ficar acordado por dias. Eu posso sentir isso chegando.
Olhei fixamente para ele, tentando entender.
Ele riu. — Sou uma força imparável.
Com esse comentário, revirei os olhos.
— E eu vou fugir daqui. — ele me disse. — Eu terminei com essa
merda. Eu preciso de uma aventura.
— Você sempre compartilha isso com estranhos?
— Normalmente não. — Ele jogou o cigarro inacabado pela janela e se
dirigiu para a porta. — Eu preciso de um Red Bull. Há uma loja de
conveniência do outro lado da rua — explicou ele, hesitando brevemente. —
Você vem ou o quê?
Dei de ombros. — Claro.
Nas duas semanas seguintes, passamos todos os momentos juntos,
sem contar o tempo que passamos na escola. Não tínhamos aulas juntos,
mas nos encontrávamos todos os dias na hora do almoço. Depois íamos
pegar o ônibus de volta ao nosso programa, sair e fumar cigarros pela janela.
Às vezes, até saíamos escondidos depois das últimas verificações na cama à
noite.
Caminhávamos até o Joe Pizza, considerando que era o único lugar
que ficava aberto até às quatro da manhã.
Quando a massa acaba, Joe continua.
Deixávamos copos de Slurpee e sobras de pizza no lixo do nosso
quarto e nenhum dos funcionários notava.
Foi a primeira vez na minha vida que desejei voltar a um programa.
Porque Micah estava lá.
E ele foi meu primeiro amigo de verdade.
Ele mal dormia. Isso significava que eu também não dormia.
Passávamos quase toda a noite acordados conversando. Não demorou
muito para que ele estivesse rastejando em sua pele, como ele disse.
— Eles me fazem sentir como um zumbi. — o descreveu, sentado na
calçada em frente à loja de conveniência. — Os remédios.
— Isso deve ser uma droga. — Sentei-me ao lado dele e balancei a
cabeça em compreensão. — Mas não dormir também deve ser uma droga.
Talvez você devesse dizer a alguém que essa pessoa não está ajudando...
— Vou comprar um violão. — ele falou por cima de mim, mudando
completamente de assunto.
— Você vai?
— Aprender a tocar.
— Sim?
— Porra, sim.
Eu balancei a cabeça. — Eu nunca toquei antes...
— ...Vou começar aos poucos. Mas eu vou fazer isso grande. — Micah
gritou com entusiasmo, ficando de pé e dedilhando loucamente sua guitarra
imaginária. — Você vai ver.
Olhando para ele, eu ri. — Eu acredito em você...
— Vamos pegar um ônibus e deixar esse lugar para trás.
Minha cabeça começou a girar com a rapidez com que ele estava
recitando seus pensamentos. — Eu tentei isso. Várias vezes...
— Conseguiremos isso. — ele me interrompeu.
— Isso nunca funciona. — retruquei. — Sempre sou pego e as
consequências superam as...
— Não há consequências, Jensen.
— Sim, existem...
— Você está duvidando de mim? — ele perguntou, os olhos
estreitados.
— O quê?
Ele suspirou. — Você está duvidando de mim.
— Não, eu não estou.
— Parece que você está duvidando de mim, Jensen. Podemos fazer o
que quisermos. Então, vamos dar o fora de Dodge.
— Espere. — Ficando de pé, eu o persegui enquanto ele se dirigia para
a rua, finalmente pegando seu pulso na minha mão. — Desacelere...
— Não consegue acompanhar? — ele riu, sem intenção de humor.
Eu puxei firmemente seu braço. — Micah... — Ele se virou para mim e
se soltou do meu alcance. — Vamos para a loja do Joe. Estou morrendo de
fome.
— Não estou com fome. — ele dispensou. — Deixe-me pegar outro
cigarro.
— Você acabou de fumar três seguidos.
Ele piscou rapidamente para mim.
— Você está bem, cara? — Eu perguntei, observando as bolsas escuras
e profundas sob seus olhos. — Quando foi a última vez que você dormiu de
verdade?
Ele encolheu os ombros, descuidadamente.
— Ontem à noite, você ficou acordado a noite toda desenhando. —
pressionei. — Isso não pode ser bom para você, cara.
— Eu sou um artista. — ele disse correndo, passando as mãos pelos
cabelos com um gemido irritado. — Os artistas não dormem. Merda, perdi
meu elástico de cabelo.
— Micah...
— Estou bem. — ele rosnou com desdém. — Estou bem. Estou melhor
do que bem. Eu estou ótimo. Sinceramente, nunca me senti melhor.
— Talvez não tenha sido a escolha mais sábia parar de tomar seus
remédios daquele jeito...
— Por que não? — ele me questionou, estendendo o polegar para
pegar uma carona. — Você vai relaxar?
Suspirei, erguendo as mãos em derrota. — Qualquer que seja.
— Eles querem me mudar, Jensen. Eles não querem que eu seja
autêntico.
Eu fiz uma careta, balançando a cabeça em confusão. — Quem?
— Eles. Todos. Este é quem eu sou — ele gaguejou freneticamente,
sem piscar mais. — Estou abraçando isso. A vida é muito curta. Muito curta.
Estou entediado. Doente e cansado. Eu só quero viver. Não há nada de
errado com isso.
— O que você está fazendo? — perguntei, observando um carro
passar em alta velocidade, enviando uma rajada de vento em nossa direção.
— Idiota! — ele gritou atrás deles, saindo do meio-fio e indo para o
meio da estrada.
— Micah... — Eu saí correndo.
— Vamos para Boston. Dar uma volta. — ele sugeriu. — Assim
seremos as duas primeiras pessoas a chegar quando a loja de guitarras
abrir...
— Micah! — Eu gritei para ele, embora ele não tenha me ouvido. Nem
olhado para mim.
— Esqueci em que rua fica. — ele divagou, sem parar, até falar tão
rápido que mal consegui acompanhá-lo.
Olhando para ele em silêncio, esperei que ele reconhecesse minha
existência. A minha preocupação.
Mas ele não o fez.
De repente, um carro se aproximou e começou a desacelerar,
enquanto Micah avançava na estrada, bloqueando seu caminho.
— Micah — eu deixei escapar, a janela do lado do passageiro do carro
baixou.
— Para onde vocês vão, rapazes? — Micah perguntou, encostando-se
no carro e quase enfiando a cabeça pela janela. Uma espessa nuvem de
fumaça explodiu no ar fresco da noite.
Eu conhecia aquele cheiro.
Erva.
— Aonde você quiser. — disse-lhe um homem mais velho. — Entre.
— Isso aí!
— Cara — gritei, sentindo uma vibração assustadora dos homens que
estavam tão ansiosos para pegar meninos de treze anos, na beira da
estrada, no meio da noite. — Não.
Os caras no carro me olharam boquiabertos, de repente em alerta
máximo. Ficou claro que minha presença era indesejada.
Micah virou-se e me lançou um sorriso encantador. — Você vem? —
ele perguntou alegremente, sem me dar tempo para reagir enquanto pulava
para o banco de trás. — Como quiser.
— Espere. — eu corri para fora, pegando a porta antes que ele tivesse
a chance de fechá-la. — Sim. Estou indo.
E entrei no carro.
CAPÍTULO TRÊS
MICAH

Crescer sem um lugar real para chamar de lar foi difícil. Eu sempre tive
meus próprios problemas, assim como todo mundo. Lutar contra minha
doença mental na adolescência e na idade adulta foi algo que eu nunca teria
previsto.
Os baixos foram ruins o suficiente para me deixar em uma espiral,
através de inúmeras internações em enfermarias psiquiátricas por ter
delírios ou tentar me matar.
Mas os altos…
Os altos eram tão intensamente eufóricos que eram a única coisa
neste mundo que me fazia continuar.
Mantendo-me vivo.
Duas semanas depois de conhecer Jensen, e de passar a maior parte
do tempo com ele, ele tentou me avisar que algo estava acontecendo.
Que eu estava em uma espiral naquela noite... e estava.
Eu simplesmente não sabia disso na época.
Para mim, eu era invencível.
Pegamos carona até a cidade e esse foi meu pior erro. Jensen estava
relutante. Não foi culpa dele.
Ele só entrou no carro porque era um bom amigo.
Um verdadeiro amigo.
Eu o admiro por isso até hoje.
Os caras que nos pegaram deviam ter vinte e tantos ou trinta e poucos
anos. Ambos estavam sob influência de álcool, principalmente o motorista.
Lembrei-me do olhar preocupado de Jensen, mas ignorei completamente.
Eu não me importei.
Não havia uma única merda que eu pudesse ceder naquele lindo
momento de euforia. Meus sentidos foram aguçados para um nível
totalmente novo. Eu estava muito focado na música estridente do que no
fato de que estávamos por toda a estrada, batendo no meio-fio e
ocasionalmente desviando para o trânsito em sentido contrário.
O cara que dirigia e seu amigo estavam tropeçando em baseados.
Eu pedi alguns.
Acontece que eles não estavam dispostos a compartilhar.
Quando chegamos a Boston, de alguma forma ainda vivos, eu já estava
entediado com eles. Fiquei ressentido com eles por não compartilharem as
drogas. Eu precisava de uma nova aventura. Novas pessoas.
Mesmo que fossem quase duas da manhã naquele momento.
Eu saltei ansiosamente do carro em movimento e ignorei os gritos de
Jensen atrás de mim. Cerca de um minuto depois, ele finalmente me
alcançou na calçada.
E ele não estava muito feliz.
— Micah — ele retrucou, me fazendo parar.
— Jensen — respondi brincando.
— O que você está fazendo aqui?
— Passeio turístico.
Ele exalou bruscamente, com os olhos arregalados. — Estou falando
sério. — disse ele com firmeza. — Isso é loucura.
— Olhe! — exclamei, sorrindo para os prédios, que ainda brilhavam
com luzes. Eles eram tão grandes. Tão impressionantemente alto. — Olhe
em volta! Boston é tão bonita à noite. Não é?
— Micah...
— Não é? — Eu insisti, pegando sua mão.
Nossos olhos se encontraram quando eu entrelacei meus dedos nos
dele. Foi o olhar mais intenso que já compartilhei com alguém. Mesmo
depois de conhecê-lo há apenas duas semanas, senti como se já tivessem se
passado anos.
Estávamos destinados a sermos amigos.
Para nos encontrarmos.
Seus lábios se separaram, mas ele não disse nada.
Ele ficou sem palavras.
— Sim. — ele disse cautelosamente, antes de se afastar. — É lindo.
Nunca estive aqui antes.
— Boston?
— Não...
— Saia daqui. Você está falando sério?
Ele assentiu, acompanhando-me enquanto eu caminhava pela calçada.
— Sim. Nunca estive.
— Até agora. — eu o corrigi com uma risada. — Ve? E você nem queria
vir aqui esta noite. Você realmente precisa começar a viver sua vida.
— É tarde — ele rebateu. — Muito tarde. E...
— Esta é a melhor hora para vir à cidade. — eu disse a ele. — Não há
muitas pessoas por perto, e aqueles que estão por perto são muito legais.
— Com que frequência você vem aqui? — ele perguntou-me.
— Sempre que eu quero.
— Você nunca é pego?
Eu bufei baixinho. — Eu sempre sou pego. Quem se importa? Claro
que não.
— Ótimo. — ele suspirou. — Eu preciso fumar. — Ele puxou seu maço
de cigarros e me ofereceu um.
Eu aceitei com alegria. — Nunca conheci ninguém como você, Jensen.
Ele acendeu a ponta antes de me jogar o isqueiro. — Não?
— Você é diferente. Você realmente se importa.
Eu o observei pressionar o filtro nos lábios enquanto dava uma
pequena tragada. Meu pulso acelerou no segundo em que ele colocou os
olhos nos meus.
— Eu não ia deixar você entrar sozinha em um carro qualquer. Você é
meu amigo, aqueles caras eram esquisitos...
— Seu amigo. — eu o interrompi no meio da frase.
— Bem, sim. — Ele hesitou. — Somos amigos, não somos?
— Nunca tive um amigo de verdade.
— Tudo bem, amigo. Acho que você está ficando um pouco
emocionado. — Jensen sorriu torto, exalando uma grande nuvem de
fumaça. — Mas... eu também não.
Se ao menos tivéssemos pegado uma carona de volta para o nosso
programa a partir daí. Logo depois daquele momento. Exceto que, em vez
disso, escolhi ser imprudente.
Impulsivo.
Felizmente não havia câmeras de segurança quando decidi que seria
uma ideia divertida jogar um tijolo pela vitrine de uma loja qualquer.
Vidros se estilhaçaram por toda parte e o alarme disparou. Jensen e eu
saímos correndo pela rua e não paramos até que nossos pulmões carentes
implorassem por oxigênio.
Ele encostou as costas na lateral do prédio de tijolos e respirou fundo.
— Que porra é essa, Micah! — ele gritou com raiva. — Porque você fez isso?
Eu comecei a rir. — Ele pensou que eu estava roubando, mas não
estava.
— Quem? — ele engasgou.
— Eu disse a ele para se foder e ele me chamou de punk. Bem feito.
— Quem, Micah? — ele perguntou, agarrando firmemente meus
ombros e me sacudindo. — Quem? Porque não havia ninguém lá!
Eu casualmente dei de ombros. — O dono.
— Quando?
Andando pelo beco escuro e estreito, cobri o rosto com as mãos. — Há
poucos meses atrás? Um ano ou algo assim? Eu não sei, porra! Por que isso
Importa?
— Poderíamos ser presos...
— Não vamos.
— Como você sabe disso? — ele rosnou em frustração.
— Eu só sei!
— Você não está pensando direito. É hora de ir para casa...
— Não temos a porra de uma casa! — Eu gritei, explodindo em
gargalhadas incontroláveis. Curvando-me, com as mãos apoiadas nos
joelhos, tentei recuperar o fôlego. — Você é engraçado, cara. Você é muito
engraçado! Você sabe disso?
— Você sabe o que eu quis dizer, Micah! — ele argumentou, ficando
mais chateado quanto mais eu ria. — Porra! Você acha que isso é uma
piada?
— Por que você está tão bravo? — perguntei, enfiando a mão nos
bolsos da calça dele em busca dos cigarros. Ele me deu um tapa
imediatamente. — Cara, relaxe! Viva um pouco!
— Acabou. — ele deixou escapar, erguendo os braços em derrota.
— Por que tão sério? — Eu provoquei, mostrando a ele minha melhor
impressão de Coringa.
E eu acertei. Grande momento.
De repente, ele me deu as costas e se dirigiu para a rua.
— Onde você está indo? — Eu gritei para ele.
Ele olhou por cima do ombro e me lançou um olhar irritado enquanto
eu o perseguia. — De volta ao programa. — ele murmurou secamente.
— Oh vamos lá. Não seja um desmancha-prazeres.
— Estou cansado, Micah. Não durmo há dois dias. — Jensen esfregou
as mãos no rosto e agora eu estava vendo as bolsas escuras sob seus olhos
pela primeira vez. — Eu só quero dormir. — acrescentou.
— Dormir é superestimado.
Ele revirou os olhos. — Talvez para você. — ele respondeu.
— Tanto faz. — eu respondi, virando-me e indo na direção oposta. —
Porra, vá embora, então. Todos eles fazem.
— Venha comigo...
— Até mais, Jensen!
— Venha comigo, Micah. — eu o ouvi me chamar.
Embora eu tenha fingido que não o ouvi. Como se ele nem existisse.
Porque ele não existia.
Só houve uma coisa que existia.
2
…Mania .
Num minuto você está perdido e no minuto seguinte... você foi
encontrado.
Você é o único criador do seu próprio destino.
Uma onda de extrema adrenalina entra em ação. Seu coração acelera
a uma velocidade insondável, junto com os pensamentos em sua mente. A
ansiedade alimenta ainda mais a mania.
Ela atinge você a toda velocidade do nada.
Você não está mais limitado pelos limites do seu corpo físico.
Você pode ser qualquer coisa ou qualquer pessoa que você quiser ser.
Não há limites, porra. Sem consequências. Sem distrações. Tudo faz
sentido... E ainda assim nada faz. Tudo tem significado... E ainda assim nada
tem.
E ainda assim, tudo é absolutamente lindo.
A vida é linda.
Você está operando com clareza controlada por hiperatividade. Nada
é impossível naquele momento. O mundo é seu para criar. Para possuir.
Ver é arte. Ouvir é música. Respirar é viver.
Você está chapado.
Tão incrivelmente chapado.
Você se arrisca. Riscos. Porque por que diabos não?
Sua doença não é mental.
…Você finalmente está livre.

Até… você bater.
E…
…queimar.

Tentei me lembrar daquela noite, mas a maior parte ainda era um


borrão. O Jensen conseguiu regressar a Salem de alguma forma. Eu, por
outro lado, caminhei por toda a cidade de Boston até o sol nascer. Perdi os
cheques de roupas do estado que descontei, bem como o dinheiro que
ganhei fazendo tarefas medíocres no programa.
Eu nem me lembrava de como acabei voltando para Salem no dia
seguinte. Eu não conseguia sentir meus pés. Estava completamente
entorpecido. A equipe percebeu que eu tinha saído naquela manhã e
relatou que eu estava ausente. Os policiais já estavam me esperando
quando cheguei lá.
Jensen devia estar na escola.
Eu estava frenético e completamente instável naquele momento.
Certa vez, um policial me pegou e pude sentar no banco da frente sem
algemas.
Desta vez… fui preso.
Era durante o horário do tribunal, então eu não precisava ser largado
em um local de detenção, como nas noites ou fins de semana, quando o
prédio estava fechado. Perdi a cabeça na cela do tribunal de menores
naquele dia e fiquei ainda pior quando disse ao juiz Patrone que ele era um
idiota e que fosse se foder. Não poderia ter cronometrado melhor aquele
colapso mental, mesmo se eu tivesse tentado.
Acabaram me levando ao hospital mais próximo. Após uma longa
avaliação psicológica, dois psiquiatras determinaram que eu apresentava
sinais de psicose e acabei internado contra a minha vontade.
3
Mais umas férias em grippy-socks para os registros.
Depois que fiquei estável, depois de estar lá em baixo e ter um colapso
forte, de inúmeras sessões de terapia e ajustes de medicação, me senti
péssimo pelas coisas que tinha feito. Pela maneira como tratei as pessoas.
Fiquei envergonhado e decepcionado comigo mesmo, embora isso estivesse
fora do meu controle. Havia muita autoderrota e insegurança vindo do topo.
E depois de finalmente recuperar minha clareza mental, havia uma
pessoa específica em minha mente.
Jensen.
Onde ele estava?
Como ele estava?
Eu veria meu amigo novamente?
Cerca de três meses depois, depois de ter sido colocado num
programa residencial a cerca de quarenta e cinco minutos de distância, a
minha assistente social apareceu sem avisar e tirou-me de lá.
Foi nesse momento que minha vida finalmente começou a mudar para
melhor.
Fui trazido de volta para Salem e pela primeira vez em anos, fui
colocado em um verdadeiro lar adotivo. Um dos lares adotivos onde todas
as crianças sob custódia do estado esperavam um dia acabar. Joan, que
nunca foi capaz de ter seus próprios filhos, decidiu se tornar uma mãe
adotiva para ajudar jovens necessitados. Bob, seu marido, era um homem
trabalhador e gentil que fazia tudo o que podia para deixar felizes as pessoas
em sua vida.
Pela primeira vez, minha criança interior se sentiu desejada.
Foi uma sensação que eu nunca tive o luxo de experimentar antes, eu
estava nas nuvens. Finalmente tive uma casa para chamar de minha. Pais
que me amaram e se preocuparam comigo.
Meu sonho se tornou minha realidade.
Depois de todos aqueles anos experimentando medicamentos para
tratar minha doença mental, que na época eles presumiam ser TDAH,
finalmente fui colocado no remédio certo. Foi a combinação perfeita para
tratar o transtorno bipolar.
E eu estava estável.
Se eu soubesse então o que sei agora.
Durante toda a minha vida, evitei os medicamentos que me foram
prescritos para a minha doença mental por acreditar que eles mudariam
quem eu era como pessoa…
Mas esse nunca foi o caso.
Com os medicamentos certos, não apenas me estabilizei, mas
finalmente fui capaz de ser meu verdadeiro eu autêntico, sem a culpa que
veio após a autodestruição.
E foi incrível.
Eu me senti invencível da maneira mais saudável.
Quando fiquei pronto, voltei para a escola e tudo isso imediatamente
ficou ameaçado. No momento em que passei pelas portas e fui em direção
ao meu armário, um grupo de crianças, valentões, decidiram que era hora
de me derrubar de volta.
Literalmente.
Meus livros escolares se espalharam em todas as direções quando caí
de cara no chão.
— Esquisitão de merda. — disse aquele que acabou de me empurrar,
rindo. — Pronto para levar uma surra?
— O que você está esperando? — o outro zombou. — Levante-se,
marica.
Outra ameaça veio atrás de mim. — Deixe-o em paz.
Aquela voz. Eu conhecia aquela voz.
Olhei por cima do ombro e lá estava ele em minha defesa.
— Jensen — eu deixei escapar sem pensar.
Ele deu um passo ao lado de onde eu estava ajoelhado no chão e me
ofereceu a mão, ajudando-me a ficar de pé. Por um breve momento,
trocamos olhares.
E foi como se nada tivesse mudado.
— Ou o quê? — o garoto perguntou presunçosamente, empurrando
Jensen em seguida. — O que você vai fazer sobre isso?
Seu amigo riu. — Vamos pegar vocês dois.
— Vamos, porra. — Jensen gritou para eles, erguendo os punhos.
Um terceiro amigo deles apareceu. — Parece que você está em menor
número. — ele zombou, me jogando contra o armário mais próximo.
— Eu disse para deixá-lo em paz! — Jensen gritou com raiva, enquanto
as outras duas crianças o pegaram desprevenido e o seguraram. — O deixe
ir!
O garoto me deu um soco bem na barriga, me deixando incapacitado.
Do nada, um garoto com cabelo preto desgrenhado agarrou o garoto
pela garganta e bateu-o contra o armário com um baque forte. Ele bateu o
rosto do meu valentão na armação de metal, repetidamente, enquanto o
sangue escorria de seu nariz.
Ele finalmente o soltou e deu um passo para trás, antes de encarar os
outros dois valentões, desafiando-os a agir.
E eles fizeram.
Exceto que foi na direção oposta.
Eles saíram correndo pelo corredor, xingando e gritando, enquanto o
amigo os perseguia. Sangrando. Chorando.
Foi um espetáculo para ver.
Jensen plantou firmemente a mão no meu ombro, trazendo-me de
volta à realidade. — Você está bem? — ele perguntou, percebendo meu
desconforto enquanto eu segurava o local em meu abdômen onde levei um
soco.
Com um pequeno suspiro, balancei a cabeça: — Sim. Estou bem.
Nós dois nos viramos para o garoto de cabelos pretos que ainda estava
ao nosso lado. Ele não disse nada a princípio. Apenas sorriu, limpando o
sangue da mão com a camisa.
— Obrigado, cara. — Jensen disse a ele. — Por nos proteger.
— Sim. — eu concordei. — Obrigado.
— Eu só queria fazer alguém sangrar. — ele respondeu rapidamente,
soltando uma risada arrogante ao examinar as consequências nos armários
e no chão. — Afinal, vermelho é minha cor favorita.
Nossas sobrancelhas se ergueram em resposta.
— Damien. — ele ofereceu seu nome.
— Eu sou Jensen.
— Eu sou Micah. — eu disse.
— E eu estou morrendo de fome. — Damien terminou, abaixando-se
para ajudar Jensen a pegar o resto dos meus livros do chão. — Agora, o que
você acha de explodirmos essa barraca de picolé e irmos almoçar?
Desde aquele dia, nós três fomos grandes amigos. Tornamo-nos
inseparáveis. Tudo surgiu a partir daí.
Acabei sendo adotado por meus pais adotivos em apenas alguns
meses. Nunca acreditei que teria um lar de verdade para chamar de meu,
mas Joan e Bob rapidamente se tornaram modelos para mim. Eles eram
meus pais e eu estava grato.
Eu me senti tão abençoado que quase me senti culpado.
Eu me senti indigno de sua gentileza e tão culpado que a maioria das
outras crianças do sistema nunca experimentaria algo tão incrível.
Jurei daquele momento em diante nunca considerar nada garantido.
Jensen permaneceu na área, ocasionalmente alternando entre lares
adotivos quando não estava em programas de curto prazo aguardando
colocação. Isso significava que ele ainda poderia frequentar a mesma escola
que nós. Comprei para ele um celular para ele contrabandear para dentro
das casas, dessa forma poderíamos sempre manter contato.
Um pequeno presente para agradecer por ser meu amigo e se
preocupar comigo.
Era o mínimo que eu poderia fazer por ele.
Damien morava com os pais e nunca contou nada sobre sua vida. Nem
uma palavra. Ele sempre foi reservado, mas depois da quantidade absurda
de vezes que ele chegava à escola com ossos quebrados e hematomas,
suspeitávamos que algo estava acontecendo. Mas nunca bisbilhotamos.
Jensen e eu simplesmente sabíamos.
E Damien sabia que nós sabíamos.
Ele não precisou dizer nada.
Até a noite do seu décimo quinto aniversário, quando ele não teve
outra escolha senão finalmente quebrar o silêncio.
CAPÍTULO QUATRO
DAMIEN

Eu odiava aniversários, mas era o dia do meu décimo quinto. Para mim
era apenas mais um dia, mas para minha mãe era diferente. Naquela
manhã, ela me puxou de lado no corredor, mantendo a voz baixa. — Depois
de hoje, podemos começar tudo de novo. Em algum lugar novo. Muito,
muito longe. — ela me disse. — Eu sempre quis ajudar você, Damien. Mas
não consegui. Até agora.
No início, não acreditei nela.
Mas havia algo no olhar dela.
Ela quis dizer isso, de todo o coração.
Depois de todos esses anos, finalmente iríamos partir.
Eu ia comer cereal no café da manhã, mas, no meio do caminho para
colocar o leite na tigela, percebi que estava estragado.
Meu pai entrou na cozinha, todo vestido de preto, as olheiras me
lembrando de como ficamos acordados até tarde na noite passada.
Ele estreitou os olhos, apontando para a tigela sobre a mesa com um
aceno de cabeça. — Você vai desperdiçar comida perfeitamente boa? — ele
provocou.
— O leite estragou. — eu disse a ele.
— E? — ele perguntou, levantando a voz.
— Está tudo bem. — minha mãe saiu correndo, pegando a tigela.
Ele bateu com o punho na mesa com um baque forte, ela gritou com
sua ação inesperada.
— Deixe isso, Donna. — ele ordenou, imediatamente ela obedeceu. —
Sente-se.
Ela sentou-se calmamente à mesa, por um breve momento, nossos
olhos se encontraram.
Ele me empurrou para longe do balcão e de volta para a mesa da
cozinha. — Deixe de ser um maricas e coma seu maldito cereal, Damien. —
ele rosnou. — Sua mãe trabalha duro para colocar comida na mesa, e é
assim que você a retribui?
Abaixei minha cabeça.
Ele estava chateado comigo por causa da noite passada.
Apaguei e perdi o controle.
— Por favor, Mitch — minha mãe começou a implorar. — É o
aniversário dele...
De repente, ele bateu na nuca dela, jogando-a para frente.
Sem pensar bem, corri em direção a ele, tomado pela raiva.
Normalmente, ele só me batia. Às vezes, um tapa. Outras vezes, ele não
parava até eu estar enrolado no chão.
Mas ele nunca havia tocado minha mãe antes.
Até agora.
Ele pegou meu punho na palma da mão e torceu meu braço até que
ele ficou preso nas minhas costas.
— Pare com isso, Mitch! — minha mãe gritou.
Com isso, ele me empurrou na cadeira antes de se virar para dar um
tapa no rosto dela. Ela gritou de dor e tudo que vi foi vermelho.
Um sinal de que eu estava prestes a ter um apagão.
— Afaste-se dela. — gritei, saltando pela cozinha e empurrando-o com
todas as minhas forças, fazendo-o voar de volta.
Minha mãe se encolheu de medo. — Damien!
Ele cambaleou em minha direção e deu um soco em meu queixo, me
jogando para trás. Minha visão imediatamente ficou confusa. Mas em todas
as nossas aulas, ele me ensinou a bloquear a dor. Agora, em vez de temer,
eu abracei.
Antes que eu pudesse entender, eu estava no chão da cozinha e ele
estava pairando sobre mim, me batendo até perder os sentidos. Ele fez
questão de prestar a maior parte de sua atenção em meu abdômen e
costelas.
Depois de cerca de um minuto levando socos, olhei para ele e ri.
Isso o irritou e ele me deu um soco bem na boca.
— Tudo. Sobre. Leite. Estragado. — ele grunhiu entre golpes lentos e
calculados.
— Deixe meu filho em paz. — minha mãe soluçou, pulando em suas
costas sem avisar.
Ele a empurrou fora e ela caiu ao meu lado no chão frio de ladrilhos.
Sangue escorria de seu lábio.
Ela piscou para mim, lágrimas escorrendo pelo seu rosto.
— Cale a boca, vadia. — ele retrucou, olhando para ela como um
louco.
Antes que ele pudesse fazer outro movimento, rastejei em cima da
minha mãe aterrorizada, protegendo-a da sua raiva. Olhando para ela, notei
o terror em seus olhos. Todos esses anos eu estive me perguntando por que
ela nunca tinha me protegido, agora percebi que era porque fui eu quem há
protegeu o tempo todo.
E eu estava bem com isso, porque ela precisava ser protegida de
monstros como meu pai. Ele agarrou meu cabelo e me levantou, antes de
me jogar na cadeira em frente à tigela com leite fétido.
Ela chorou atrás de mim, para proteger a mulher inocente que me deu
à luz e me criou, enfiei uma colher de cereal na boca ensanguentada. E
forcei o leite azedo e grosso e o cereal sem mastigar.
— Vê? — ele questionou com raiva. — Isso não foi tão difícil, foi?
— Não, senhor. — eu sufoquei, enquanto ele se despedia da sala.
Durante todo o dia escolar, passei meu tempo correndo para dentro e
fora do banheiro, vomitando até a morte por causa do meu delicioso café da
manhã. As cólicas estomacais eram as piores, considerando o quanto minha
caixa torácica estava machucada por levar chutes no mesmo lugar repetidas
vezes.
Jensen e Micah nunca me perguntaram o que aconteceu.
Isso era o que eu admirava neles.
Eles nunca esperaram nada de mim.
Havia um bilhete na minha mesa de cabeceira quando cheguei da
escola.
Sinto muito por esta manhã. Esteja em casa às onze da noite. Seu pai
estará na igreja. Certifique-se de que sua mala esteja pronta. Estamos indo
embora. Eu te amo, Damien.
- Mãe
Papai não poderia ter visto porque ele estava fora durante o dia e
nunca voltava para casa antes da meia-noite. Sempre me perguntei o que
ele fazia no trabalho na igreja local, incomumente silenciosa.
Ele nunca me contou.
E eu nunca perguntei.
Tudo que eu sabia era que minha mãe dedicava praticamente todo o
seu tempo como garçonete em um pequeno restaurante no centro da
cidade, trabalhando duro para sobreviver.
Enchi minha mochila de roupas e a coloquei debaixo da cama.
Meu telefone se acendeu com uma mensagem de Jensen.
Festa na casa de Marcus esta noite. Você está dentro?
Estarei lá, mandei de volta.
A festa foi boa. A música estava tão alta que eu mal conseguia me
ouvir falar. Houve consumo de bebidas alcoólicas por menores de idade. A
fumaça dos cigarros e baseados enchia o ar ao nosso redor, a casa inteira
estava quase completamente desocupada e todos estavam dançando.
— Oi, Damien. — Penny falou arrastada, pressionando seus seios
empinados contra meu abdômen machucado. — Você nunca me respondeu.
Claro que não.
Eu não estava interessado em sexo.
Eu estava mais interessado em derramar sangue.
— Vou te mandar uma mensagem de volta, baby. — Micah ronronou.
— Tudo que você precisa fazer é me dar seu número.
— Cai fora, Micah. — Penny gemeu, inclinando a cabeça para trás
para olhar para o meu rosto. Como ela ainda não tinha notado o
desinteresse por trás do meu olhar estava além da minha compreensão. —
Quer encontrar um quarto... para que possamos conversar?
Conversar. Eu ri baixinho. — Você não conseguiria lidar comigo mesmo
se tentasse.
— Vamos descobrir. — ela respondeu sedutoramente, piscando para
mim.
— Hoje não, Penny. — respondi, desinteressado.
Ela rosnou e deu um passo para trás, não se agarrando mais a mim. —
Como quiser. — ela murmurou, virando-se.
Até que meus dedos se fecharam em seu pulso e eu a trouxe de volta
para mim.
— Vamos. — eu soltei, levando-a para a parte de trás da casa.
Seguimos por um longo corredor antes de virar à direita. Assim que
fechei a porta atrás de nós, Penny agarrou minha camisa, me puxando para
mais perto. Levantando minha mão, passei meus dedos por seus longos
cabelos loiros avermelhados. Era tão macio e ela cheirava a flores.
Ela tirou os sapatos e ficou na ponta dos pés, nem chegando perto da
minha altura. Agarrando minha nuca, ela puxou minha cabeça para baixo e
pressionou seus lábios contra os meus.
Seu brilho labial cereja cobriu minha boca e eu me inclinei, deslizando
minha língua pela linha de seus lábios. Sem aviso, ela mordeu meu lábio.
Saboreei o gosto de cobre do sangue e meu pau se contraiu contra o
zíper.
Mas mal.
Ela puxou minhas calças para baixo e me empurrou para a cama.
Recostei-me, observando enquanto a excitação desaparecia de seus olhos.
Penny esfregou minha virilha sobre minha boxer, quando nada aconteceu, e
meu pau ficou mole, ela franziu a testa.
— Devo tirar a roupa ou algo assim?
— Não. — respondi tristemente, não me sentindo nem um pouco
excitado. As meninas simplesmente não faziam isso por mim. Os caras
também não. Não importa quanta pornografia eu assistisse, e tinha assistido
algumas merdas estranhas, nada parecia mais me deixar duro.
Não desde o momento em que comecei a sentir minha única excitação
em machucar pessoas.
De causar dor.
Dor de verdade.
— Seu pau não funciona? — ela brincou, olhando para mim como se
eu tivesse dez cabeças. Ela me esfregou através da minha boxer com força.
— Que porra é essa, Penny. — eu grunhi, me afastando de seu toque
áspero.
— O que você tem? — ela ridicularizou, os olhos estreitados.
— Muita coisa. — respondi presunçosamente, segurando a barriga
rindo incontrolavelmente. — Há muita coisa errada comigo, Penny.
Ela saiu correndo do quarto com raiva, me deixando sozinho. Por um
tempo, fiquei perdido em meus pensamentos, até que ouvi passos fracos
vindos do corredor.
Jensen entrou no quarto primeiro e Micah seguiu logo atrás.
— Você está bem? — Jensen perguntou.
Suspirei, passando as mãos pelos cabelos. Levantando-me da cama e
levantando as calças, dei de ombros. — Estou bem. — Olhando para a hora
no meu telefone, soltei um suspiro profundo. Dez e quarenta e cinco. — Eu
tenho que ir.
— Tão cedo? — Micah perguntou. — Você só bebeu duas cervejas.
— Tomaremos o suficiente para compensá-lo. — rebateu Jensen. —
Vejo você amanhã?
Fechando os olhos, após um momento de silêncio, ele assentiu em
compreensão mútua. Eu nem precisei responder. Ele simplesmente sabia.
Micah também.
— Avise-nos se precisar de nós, cara. — disse Jensen. — Você sabe
que estaremos lá.
Acabei saindo da festa o mais sóbrio possível, pronto para começar
uma nova aventura. Eram dez minutos a pé da casa de Marcus antes de eu
chegar em casa. Eu ainda tinha tempo mais que suficiente de sobra.
Mas no momento em que entrei, uma sensação estranha tomou conta
de mim. Algo não parecia certo.
— Mãe. — gritei, inquieto, olhando para o topo da escada.
Veio o silêncio.
Talvez ela ainda estivesse no trabalho.
Talvez ela tenha mudado de ideia.
Ou talvez…
Ao passar pela porta da cozinha, de repente fiquei paralisado no lugar.
Meu estômago revirou e meu coração quase parou. O tempo agora deixou
de existir.
Todo o meu mundo desmoronou ao meu redor.
A paralisia total tomou conta de mim enquanto olhava para a imagem
de minha mãe deitada no chão da cozinha em uma poça de sangue. Ela
estava morta. Ela estava morta. Ela estava morta.
De repente, ela se contraiu.
Corri até ela, tropeçando nos próprios pés, caí no chão ao lado dela.
Seus olhos estavam abertos... mas por pouco.
— Mãe — gritei, enquanto o vermelho carmesim escorria das feridas
abertas em seus braços como uma torneira. Pressionei minhas mãos sobre
elas, tentando controlar o sangramento. Eu falhei. — Mãe? Mãe?
Tremendo incontrolavelmente, peguei um pano de prato no balcão e
pressionei o pano contra seus pulsos. Em segundos, estava saturado de
sangue.
— Mãe — repeti, segurando seu rosto entre as mãos, tentando ver a
vida em seus olhos. Estava lá. Ainda estava lá. — Fique comigo, mãe. Por
favor.
— Damien... — ela murmurou, quase nenhum som em sua voz. — Eu
não...
— Eu vou salvar você. — murmurei, quando ela ergueu a mão e roçou
as pontas dos dedos em minha bochecha.
Lágrimas deixaram seus olhos. Ela soltou um soluço sufocado e
balançou a cabeça.
Havia tanto sangue. O cheiro de cobre era tão forte que quase pude
sentir seu gosto. Não importa o quanto eu pressionasse as feridas, elas eram
profundas demais.
Ela fechou os olhos com força e chorou impotente enquanto eu a
puxava para o meu colo.
— Eu vou — tentei o meu melhor para assegurá-la. Prometer a ela. —
Eu vou salvar você, mãe. — Balançando-a suavemente contra meu peito, eu
a segurei com força. — Vai ficar tudo bem. — Seus olhos permaneceram
abertos, mas ela começou a desaparecer. — Por favor. — implorei ao
homem poderoso lá em cima, levantando-a em meus braços.
Exceto, apenas o diabo respondeu.
Apressando-nos para fora da porta da frente e para a noite escura de
verão, segurei seu corpo totalmente mole contra meu peito. Assim que
chegamos à calçada, caí de joelhos, mantendo-a por perto.
— Peguei você, mãe. — eu disse a ela, olhando diretamente em seus
olhos. — Te peguei.
Toda a cor desapareceu de seu rosto. Seus olhos se fecharam.
— Não, não, não. — murmurei fracamente, deitando-a na calçada.
Puxando minha camisa pela cabeça, usei-a para aplicar pressão, prendendo-
a firmemente em volta do braço com o corte mais profundo. — Ei. —
Segurei sua bochecha com a mão, traçando sua pele fria com o polegar. —
Olhe para mim. OLHE para mim!
Ela não fez isso.
Ela havia perdido muito sangue.
Cheguei tarde demais.
— Não morra comigo, mãe. Não, não, não!
Tentei gritar por socorro, mas, para minha derrota, não saiu nada.
Um vizinho apareceu do nada.
— A ambulância está a caminho. — explicou ele, ajoelhando-se diante
de mim, tentando ajudar.
— Não toque nela, porra. — eu cuspo, pressionando com mais força as
fendas abertas.
Ele recuou.
O sangue derramado agora era um filete lento e constante.
— Mãe — gritei para ela, sentindo a pulsação em sua garganta com
minhas mãos trêmulas e manchadas de sangue. Meu coração afundou. Meu
estômago embrulhou. — Porra! — Eu gritei. — PORRA!
Ajoelhei-me sobre ela e comecei a RCP.
E eu não parei.
Nem por um único segundo.
Eu não sabia quanto tempo havia passado. O tempo pareceu parar.
O zumbido surdo que pulsava em meus ouvidos impedia-me de ouvir
as sirenes da ambulância ao longe. Ignorei as luzes piscando e a multidão de
pessoas que agora assistiam horrorizadas da rua. Havia muito sangue. Não
apenas o sangue de qualquer um.
Da minha mãe.
Inclinei sua cabeça para trás e soprei oxigênio em sua boca, esperando
que chegasse aos seus pulmões.
Esperando que isso a trouxesse de volta para mim.
Mas isso não aconteceu.
De repente, os paramédicos estavam me arrastando. Eu os empurrei
para longe de mim num frenesi ardente de raiva e corri de volta para ela.
Levantando seu corpo delicado em meu colo, aninhei sua cabeça contra meu
peito, desejando que ela voltasse para mim.
— Sinto muito. — eu disse a ela, repetidamente. — Me desculpe
mamãe. Eu sinto muito.
E finalmente, isso me atingiu como um trem de carga com força total.
Ela se foi.
Uma parte de mim morreu naquela noite com ela.
Uma parte de mim que nunca poderei recuperar.
Mas, diferentemente da maioria das pessoas, para mim ficar triste não
era uma opção.
Era como se agora houvesse uma pequena chama no lugar da minha
alma, que aos poucos se transformou em um enorme fogo sobre o qual o
próprio diabo jogou um monte de pneus em chamas.
Os pneus nunca param de queimar.
Nem o diabo.
E aquele fogo me consumiu.
Até que não sobrou nada.
CAPÍTULO CINCO
DAMIEN
NOITE DA INICIAÇÃO

Depois daquela noite, nunca mais fui o mesmo. Qualquer humanidade


restante desapareceu de mim, até que eu me tornasse uma concha vazia.
Meu pai e eu mal nos falamos. Ele raramente voltava para casa. E foi o
mesmo para mim.
Eu não suportava estar perto daquela casa. A Casa do Suicídio na Elm
Street.
Nossas caçadas semanais chegaram a um fim abrupto. Nos três anos
seguintes, passei a maior parte das noites dormindo em bancos de parques
e algumas noites no sofá de Micah.
Seus pais foram bons para mim.
Mas, na verdade, era apenas pena.
A raiva dentro de mim ficava mais forte a cada dia que passava. Eu não
conseguia entender o que havia acontecido com minha mãe. Tínhamos
planejado partir naquela noite.
Simplesmente não fazia sentido e isso alimentou minha raiva.
Eu precisava de uma saída, uma maneira de liberar a escuridão dentro
de mim, e provocar brigas na escola nunca funcionou.
Logo, eu tive um desejo eterno por sangue.
Eu ansiava por isso. Precisava disso.
Mas eu não queria apenas fazer alguém sangrar... eu queria aproveitar
isso. Só o pensamento de tirar a vida de alguém era a única coisa que
poderia fazer meu pau endurecer.
Então, uma noite, pouco depois da meia-noite do meu aniversário de
dezoito anos, segui um homem até um parque. Nas últimas semanas, eu o
observei de longe. Ele gostava de agredir as mulheres verbalmente, embora
eu ainda não tivesse visto nada físico, não significava que isso nunca tivesse
acontecido. Eu tinha acabado de vê-lo gritando vulgarmente com uma
mulher do lado de fora de um bar, cerca de dez minutos antes.
Isto terminava esta noite.
O ar estava tão frio que eu conseguia ver minha própria respiração.
Meus dedos estavam dormentes sob minhas luvas pretas de couro. Mas
mesmo no auge do inverno, meu corpo parecia estar em chamas.
Uma onda de adrenalina bombeou descontroladamente em minhas
veias.
Escondido nas sombras e longe o suficiente das luzes fracas, eu
persegui minha presa. Minha vítima cambaleou bêbada pelo parque. Isso
seria fácil.
Eu tive os últimos três anos para me preparar para este momento.
Esta morte.
Examinei nossos arredores para garantir que estávamos sozinhos. O
parque estava completamente vazio e escuro, o que significava que eu
estava em vantagem. Quando ele tropeçou nos próprios pés e caiu de
joelhos, meus lábios se curvaram em um sorriso sádico.
Aqui estava ele, praticamente embrulhado para presente pelo próprio
diabo, só para mim.
Agora era minha chance.
Rastejando em direção a ele, observei seu traseiro de perto enquanto
ele se levantava. Mas antes de dar outro passo, congelei. Meus sentidos
imediatamente ficaram aguçados. Algo estava errado.
Eu podia sentir isso em meus ossos.
Nós não estávamos sozinhos.
De repente, uma figura toda vestida de preto saiu do bosque, com o
rosto coberto por algum tipo de máscara. Exceto que ele não estava vindo
em minha direção. Ele foi em direção ao bêbado e bateu na cabeça dele,
nocauteando-o.
O som de passos ressoou atrás de mim.
Em segundos, havia um capuz escuro cobrindo meu rosto e meus
braços estavam firmemente presos atrás das costas. Deve ter havido vários
deles. Eu lutei com eles no início, jogando-os para longe de mim, mesmo
que minha visão estivesse obstruída. De repente, fui derrubado no chão.
Meus pulsos estavam amarrados com braçadeiras. Havia muitos deles.
Quatro? Cinco, talvez?
Não havia como saber.
Tudo aconteceu tão rapidamente.
Nem um único deles fez barulho.
Eles eram muito rápidos. Muito calculistas. Eles já tinham feito isso
antes.
Embora eu não fosse tão fácil. Eu lutei contra eles, me contorcendo no
chão abaixo deles. Até que algo caiu com força na minha cabeça e tudo ficou
preto.
Quando finalmente acordei, fiquei hiper consciente do que estava ao
meu redor. Minha cabeça latejava. Fiquei desorientado com o golpe no
crânio, mas estava em alerta máximo. Eu ainda estava encapuzado e não
conseguia ver nada. Pisquei na escuridão, gotas de suor escorrendo pelo
meu rosto. Parecia que eu estava acorrentado a uma cadeira.
Bastardos.
Eu os mataria.
— Achei que tinha deixado claro que deveria trazê-lo aqui ileso. —
uma voz profunda ecoou pela sala, me pegando desprevenido.
— Ele resistiu. — respondeu outra voz.
— Claro. — a voz profunda respondeu. — Isso foi antecipado, não foi?
— Sim, senhor. — todos responderam em uníssono.
— Remova-o. — ele ordenou.
Eles obedeceram.
O capuz foi finalmente arrancado da minha cabeça, permitindo-me
respirar. Demorou um pouco para meus olhos se acostumarem à luz fraca.
Examinando a sala, avistei cinco homens.
Meus captores.
Vestidos de preto, eles eram altos e suas verdadeiras identidades
permaneciam escondidas. Cada um deles usava uma máscara de caveira
cromada presa ao rosto, todas iguais, mas exclusivamente diferentes à sua
maneira.
Fazendo cara feia para eles, soltei uma risada arrogante, nada
impressionado. — Pena. Sinto-me excluído. — eu disse, com sarcasmo em
meu tom. — Aparentemente, não recebi o memorando.
Uma figura alta e morena saiu das sombras, também mascarada.
— Damien. — ele afirmou, agora se elevando sobre mim. — Feliz
aniversário.
Ótimo. O bastardo me conhecia. Eu bufei. — É mesmo? — Eu
retruquei.
— Já faz um tempo. — ele comentou. — Muito tempo.
Inclinando a cabeça para o lado, dei de ombros. — Faz? — Eu
provoquei, cuspindo no chão de madeira velho e desgastado. Estávamos em
algum tipo de galpão. Uma cabana, talvez? — Não reconheço sua voz.
Ele se aproximou, puxando o capuz para baixo. Com isso, ele tirou a
máscara e me deparei com um par de olhos azuis escuros. — Você era
apenas um menino da última vez que te vi. Com apenas quatro anos de
idade, acredito?
— Me desculpe, cara. Não me lembro. — respondi com um sorriso
malicioso. — Claramente, você não causou uma primeira impressão
memorável.
— Você é um espertinho, hein? — ele questionou secamente com uma
risada, cruzando os braços sobre o peito.
Revirando os olhos, inclinei-me nas correntes, testando sua aderência.
— Foi o que me disseram. — murmurei. — Por que diabos estou aqui? Se
você está praticando uma tortura, deixe-me dizer-lhe sem rodeios. Eu sou
totalmente a favor. Dê o seu melhor.
— A semelhança entre vocês dois é incrível. — ele me disse.
Meu corpo ficou tenso e estiquei meu pescoço para olhar em seus
olhos.
— Você se parece com ele. Seu pai.
Lutei contra as correntes. Elas chacoalharam alto com minha péssima
tentativa de me libertar. Gemidos de pura raiva e frustração escaparam da
minha boca.
— Exceto que você não é nada como ele. — ele terminou, balançando
a cabeça. — Você detesta o homem. Eu posso ver isso em seus olhos.
— E como diabos você saberia? — Eu mordi, com os dentes à mostra.
— Porque os sentimentos são mútuos, Damien. — ele revelou, em voz
baixa.
— Como você conhece meu pai?
— Ele é meu irmão. — revelou. — Pelo menos ele... era... meu irmão.
Em um ponto no tempo.
— Besteira. — acusei.
Seu rosto suavizou-se. — Você é meu sobrinho, Damien. — Ele enfiou
a mão enluvada no bolso da jaqueta e tirou uma foto. — Somos uma família.
A confusão me atingiu.
Os dois estavam juntos e reconheci o menino entre eles.
Eu.
Meu pai mencionou seu irmão Peter. E então, um dia, ele nunca mais
falou dele.
— Solte-o. — ele ordenou, seus homens obedeceram, deixando cair as
correntes no chão com um barulho alto antes de recuar. Ele brevemente
virou as costas para mim enquanto guardava a foto de volta em sua jaqueta.
— Seu pai é um homem mau. Mas ele nem sempre foi assim.
Eu não disse nada.
— Tenho observado você à distância. — ele admitiu, virando-se para
encontrar meu olhar. — Você tinha apenas sete anos quando viu um
homem morrer pela primeira vez. Não é mesmo?
Engolindo o caroço que se formou no fundo da minha garganta, corri
para ficar de pé. — Você tem me observado tão de perto? Estou realmente
lisonjeado. — comecei sarcasticamente. — Mas eu não precisava de uma
babá naquela época e com certeza não preciso de uma agora.
— Não matamos pessoas inocentes. — ele retrucou. — Bem, tentamos
não fazer isso, pelo menos. A sociedade tende a sentir falta e lamentar os
inocentes. Não tanto o contrário. Aproveitamos isso.
Minha mandíbula apertou com força. — Você diz 'nós' como se eu
fosse um de vocês — eu disse, apontando para os cinco homens de guarda
com um aceno de cabeça. — Digamos apenas que não jogo bem com os
outros.
— Você tem meu sangue, sobrinho. — ele rebateu com firmeza,
colocando sua máscara sobre uma pequena mesa de madeira. — E agora
você tem dezoito anos.
— Vá direto ao assunto, velho...
— Quero que você se junte a nós. — ele soltou calmamente. —
Podemos oferecer a saída que você está procurando.
— Saída. — eu repeti.
— Você tem sede de poder. — ele falou por cima de mim, ficando
perto. Muito perto. Em vez de recuar, mantive minha posição. — Por
sangue. Vingança.
— E você vai tentar me impedir. — terminei por ele.
— Muito pelo contrário, na verdade. — disse ele. — Estou lhe dando
um ultimato, Damien. Uma maneira de você liberar toda essa raiva
reprimida que você acumulou dentro de você desde a morte de sua mãe.
Enfurecido com a menção dela, saltei para frente, alcançando seu
pescoço. Seus homens começaram a se mover em minha direção até que ele
rapidamente levantou a mão, parando-os.
Com meu rosto a poucos centímetros do dele, tremi de raiva. — Não
fale mais uma palavra sobre minha mãe. — ameacei, vendo o vermelho. —
Ou eu juro, vou estripar você.
Ele soltou um suspiro profundo e agudo. — Quão certo você tem de
que a morte prematura dela foi suicídio?
Meu estômago revirou.
— Ela me enviou esta carta uma semana antes de falecer. — afirmou
ele, entregando-me um pedaço de papel cuidadosamente dobrado em um
pequeno quadrado. — Ela me pediu ajuda. Ela precisava afastar vocês dois
do seu pai, mesmo que isso significasse deixá-la para trás.
Desdobrei a carta apressadamente e semicerrei os olhos, tentando
decifrar sua caligrafia.

Peter,
Está ficando pior. Temo por Damien cada vez mais a cada dia. Eu tenho
que tirá-lo daqui. Esta casa está contaminada pelo diabo. Sei que pedi para
você cuidar dele de longe, mas não consigo afastar a sensação de que algo
terrível vai acontecer conosco se ficarmos aqui por mais tempo.
Estou levando ele embora. Seu pai se tornou um monstro terrível a
cada dia, não vou deixar isso continuar. Eu amo demais Damien e não
suporto mais vê-lo sofrer. Por favor, encontre-nos na cabana na noite do seu
décimo quinto aniversário.
11h30.
Obrigado por tudo.
Se algo acontecer comigo, saiba que não foi pelas minhas próprias
mãos. Eu nunca abandonaria meu filho.
—Donna

— Que porra é essa. — eu sibilei dolorosamente, a sala agora girando


indefinidamente ao meu redor.
Tudo me atingiu de uma vez. Virando a cabeça para o lado, vomitei
uma mistura de bile e do jantar de antes. Minha garganta começou a fechar.
Meu peito se contraiu e meu coração bateu violentamente.
— Seu pai é membro de uma seita. — ele revelou. — Eles se
autodenominam o Divino Sagrado. É por isso que ele passava quase todo o
seu tempo na igreja. Embora eles não estejam adorando a Deus dentro
daquelas paredes. Eles são adoradores de Satanás.
— Eu vou matá-lo. Todos eles. — eu sufoquei, correndo em direção à
porta até que fui fisicamente detido por dois dos homens de Peter. Exceto
que eu me libertei de suas mãos, apenas para que várias outras pessoas me
segurassem no lugar. — Tirem suas mãos de mim!
— Você não vai vencer. — Peter levantou a voz, bloqueando meu
caminho. Seus olhos de repente ficaram vazios. — Não se você entrar nisso
sozinho. Anos atrás, meus homens morreram nas mãos deles.
— Você claramente não sabe quem eu sou. — respondi com raiva. —
O que eu farei. Do que sou realmente capaz...
— Oh, mas eu sei. — ele falou em voz alta sobre mim. Ele abaixou a
cabeça e fixou o olhar na carta desintegrada em minhas mãos. — Sua mãe
nunca quis que você fosse sugado. Dei a ela minha palavra de que faria o
meu melhor para mantê-lo fora disso.
— Sua palavra para minha mãe não significa nada para mim. — rosnei.
— Ele a matou. Ele encenou o suicídio dela. Eu sei que ele fez isso.
— Você e eu queremos a mesma coisa.
— Isso é entre eu e meu pai de merda. — eu disse a ele com firmeza.
— Fique fora disso.
— Isso é muito maior que isso, Damien. Infelizmente, sua mãe não foi
a única presa na mira. E agora, ele está esperando que você dê o primeiro
passo. Você não consegue ver? — ele soltou lentamente. — Você foi criado
por um homem mau. Um psicopata. Por que você acha que ele passou todos
esses anos fazendo você matar? — Ele bateu o dedo na têmpora. — Ele
estava treinando você. Tentando entrar na sua cabeça para reivindicar
poder sobre você. E como resultado de sua educação, seu cérebro foi
configurado de maneira diferente da maioria das crianças. Exceto que você
não é mais uma criança. Você é um adulto e é mais do que capaz de tomar
suas próprias decisões.
— Então você também deve saber que ninguém tem poder sobre mim.
— afirmei corajosamente, com um sorriso arrogante. — E eu com certeza
não vou permitir que você entre na minha cabeça também.
— Não é isso que eu quero. — ele argumentou. — E eu não vou
impedir você.
— Então o que diabos você quer de mim? — Eu impacientemente
rebati.
— Sua experiência. — ele respondeu facilmente. — Durante anos,
ficamos fora do caminho um do outro. Mas agora, a trégua foi quebrada.
Civis estão morrendo e sendo sacrificados ao diabo. Acabaram de matar
outro dos meus homens. Eles estão fora de controle e devem ser detidos.
Apertando a mandíbula, olhei-o diretamente nos olhos. — Você quer
que eu mate por você.
— Quero que você mate comigo. — declarou ele. — Conosco. Somos
uma irmandade aqui. Junte-se a nós, sobrinho. Ajude-nos a acabar com o
caos. Ajude-nos a derrubá-los.
— O que é este lugar? — exigi, olhando ao redor da sala mal
iluminada, percebendo que havia muito mais membros do que eu havia
reconhecido inicialmente. — O que vocês são?
— Uma sociedade secreta de perturbados, com problemas de raiva e
desconectados do mundo cruel em que vivemos. — respondeu um dos
homens na hora.
— Aqui, nós vingamos. — anunciou Peter. — Nós fazemos justiça com
as nossas próprias mãos.
— Junte-se a nós no derramamento de sangue. — disseram todos em
uníssono. — Desconhecido. Não dito. Despercebido.
Peter sorriu, em segundos, seus olhos ficaram escuros, combinando
com os meus. Havia uma raiva profunda ardendo em sua alma também.
Uma vontade de caçar.
Matar.
Era o derramamento de sangue que meu coração realmente desejou.
…E, finalmente, eu o vi.
Eu vi todos eles, com máscaras e tudo.
Eles eram como eu.

JENSEN

O cabelo da minha nuca se arrepiou. Eu estava sendo seguido. Eu


sabia.
Parecia que o olhar de alguém estava colado na minha nuca. No
entanto, toda vez que eu olhava por cima do ombro, ninguém parecia estar
lá.
Talvez estivesse tudo na minha cabeça.
A paranoia continuou a tomar conta de mim, aguçando todos os meus
sentidos. De repente, ouvi o som fraco de passos vindo atrás de mim.
Virando-me rapidamente, me virei e fiquei cara a cara com... nada.
Ninguém estava lá.
Um arrepio percorreu minha espinha e houve um arrepio elétrico no
ar.
Estava estranhamente quieto.
O vento surgiu do nada, uivando alto, quebrando o silêncio.
Soltando um suspiro desconfortável, examinei os arredores. Fixei meu
olhar no bosque do outro lado da rua, tentando captar algo fora do comum.
Nada chamou minha atenção.
Então, olhei ao redor do cruzamento desolado à minha direita. Não
havia um único carro à vista. Ninguém. Claro, não houve. Eu me repreendi
mentalmente. Era oficialmente meu aniversário de dezoito anos, quase duas
da manhã. Eu estava comemorando o envelhecimento fora do sistema.
Esta era a minha noite.
Abri minha bebida energética e tomei um gole, embora mais
adrenalina fosse a última coisa que eu precisava naquele momento. Os
semáforos continuaram a piscar de verde para amarelo e depois para
vermelho.
Foi quase como um aviso.
Eles zombaram de mim.
Verde… Está tudo bem. Você é simplesmente paranoico. Ninguém está
te observando.
Amarelo… Mas então, por que cada célula do seu corpo está lhe
dizendo o contrário? Por que seu pescoço está tão rígido? Por que sua pele
está tão formigando? Por que você está tão assustado?
Vermelho… Corra. Corra. CORRA.
Confiando nos meus instintos, imediatamente comecei a correr. Minha
bebida energética derramou na minha mão a cada passo, antes de soltá-la,
deixando-a cair no chão em algum lugar atrás de mim.
Fui para o beco mais próximo, meu coração pulando no fundo da
garganta. A única lâmpada da rua começou a piscar, antes de apagar
completamente. A escuridão total me cercou enquanto eu diminuía o passo,
percebendo que tinha tomado o caminho errado.
Era um beco sem saída.
A luz fraca da lua me permitiu fixar os olhos nas silhuetas que saíam
das sombras. O luar iluminou seus rostos.
Não.
Máscaras.
Crânios.
De alguma forma, tropecei nos meus próprios pés e caí para trás.
Minha bunda bateu com força no concreto quando caí e olhei para eles,
completamente paralisado de medo.
E antes que eu pudesse ter a chance de me mover, um capuz escuro
caiu sobre minha cabeça, bloqueando a luz.

MICAH

Arrancado violentamente do meu sono, olhei para várias figuras


escuras pairando sobre minha cama. De repente, eles estavam se abaixando
com mãos enluvadas de couro preto. Algo foi enfiado em minha boca antes
mesmo que eu pudesse emitir algum som. Um capuz foi colocado sobre
minha cabeça e eu fui jogado de bruços. Lutei contra eles enquanto uma
onda de adrenalina corria em minhas veias.
Minhas mãos estavam presas atrás das costas com algo frio e duro.
Uma braçadeira? Seja o que for, cortou meus pulsos e foi impossível me
libertar. Minha visão foi cortada e cada tentativa desesperada de gritar foi
abafada pelo que quer que estivesse enfiado na minha garganta.
Os intrusos não fizeram nenhum som quando me puxaram da cama.
Meus joelhos cederam e caí no chão do meu quarto, ouvindo seus passos
pesados me cercando. Fui puxado e jogado por cima do ombro de alguém.
Um zumbido surdo se instalou em meus ouvidos e eu comecei a lutar
ou fugir. Exceto que, não importa o quanto eu me contorcesse em seu
aperto forte, eles me mantinham preso no lugar.
Embora eu não pudesse mais ver nada, fiquei completamente
consciente do que estava ao meu redor. Os grilos cantavam e o vento
uivava. Eles me trouxeram para fora em apenas alguns segundos. Pela
janela, possivelmente?
Eu grunhi, balançando meu corpo com toda a minha força, como um
peixe fora d'água.
— Merda. — um deles rosnou quando caí na grama fria e úmida.
De repente, eles me seguraram pelos braços e tornozelos, enquanto
me carregavam durante a noite. Ouvi vagamente o som de uma porta de
veículo se abrindo, sugerindo algum tipo de van.
Sem aviso, eles me jogaram para dentro e caí com um baque forte.
Neste ponto, eu sabia que tinha falhado. Não havia como escapar agora.
Eu estava condenado.
O tempo parecia parar, mas eu sabia que estava passando.
Meus captores permaneceram em silêncio.
Paramos bruscamente e rolei de cara com a força rápida do motorista
pisando no freio. Eles me tiraram do carro e eu cambaleei no ar fresco. Onde
eu estava? O que diabos eles queriam?
Este era o fim?
Eu realmente iria morrer no meu aniversário de dezoito anos?
Duas figuras estavam ao meu lado, segurando meus ombros com
firmeza, me guiando pela floresta. Eu poderia dizer pela sensação da sujeira
e das folhas esmagando sob meus pés. Tropecei em vários galhos no
caminho, mas eles conseguiram me manter de pé.
Foi uma longa caminhada. Parecia uma eternidade.
Meu coração batia violentamente contra minha caixa torácica e eu
estava em alerta máximo, esperando algum tipo de golpe na cabeça. Por
que outro motivo eles estariam me levando para a floresta no meio da
noite?
De repente, fui jogado por cima do ombro de alguém mais uma vez e
subi vários degraus. O som de uma porta se abrindo me pegou
desprevenido. Para onde diabos eles me trouxeram?
O que diabos estava acontecendo?
No momento em que me acorrentaram a uma cadeira, meus olhos se
arregalaram e pisquei rapidamente na escuridão. Gotas de suor escorriam
pela minha testa e rolavam pelas laterais do meu rosto. A claustrofobia me
paralisou. Agora estava se tornando uma luta respirar.
As correntes faziam barulho enquanto eu lutava para passar por baixo
delas.
Então, do nada, o capuz foi arrancado da minha cabeça. Meus olhos se
acostumaram à penumbra de diversas lanternas espalhadas por todos os
cantos da sala. Várias figuras sombrias surgiram nas sombras. Finalmente,
todos eles deram um passo à frente, ficando de pé. Imóvel. Vestidos com
roupas totalmente pretas, máscaras de caveira cromadas escondiam seus
rostos. Um arrepio imediatamente tomou conta de mim.
Um deles saiu da escuridão e ficou ao meu lado, elevando-se sobre
mim. Eu me encolhi, sacudindo as correntes de metal e tentando quebrar a
braçadeira. Cortou minha pele, mas não parei nem por um segundo. Minha
adrenalina disparou loucamente enquanto eu o observava tirar uma faca do
bolso da jaqueta.
Apertando os olhos fechados, esperei a dor atacar.
Até que ele rapidamente cortou a braçadeira, devolvendo-me a
sensação das minhas mãos. Meu coração acelerado começou a desacelerar.
Olhando para a caveira que mascarava sua identidade, respirei com
dificuldade. Erguendo a mão enluvada, elas hesitaram em meus lábios, antes
de apertarem o tecido e tirarem a mordaça da minha boca.
— Quem diabos é você? — Mordi, passando a língua pelos lábios
rachados e secos. Tensionando meu corpo contra as correntes, testei sua
resistência. Elas eram completamente sólidas.
E havia pelo menos oito deles espalhados pela sala, possivelmente
ainda mais escondidos nas sombras.
Com cada cenário que imaginei, eu só sabia uma coisa. Não havia
nenhuma maneira possível de sair disso com vida.
— Bem-vindo, Micah. — uma voz profunda disse em voz alta. — Para a
noite do seu décimo oitavo aniversário.
CAPÍTULO SEIS
DAMIEN
5 ANOS DEPOIS

Seus peitos saltaram por todo o lado enquanto eu a fodia com força
por trás. Meus quadris batiam ruidosamente contra sua bunda a cada
estocada. Eu penetrei nela com mais força, alcançando a frente de sua
cintura para deslizar minha mão entre suas coxas.
Pressionei os meus dedos sobre o seu clitóris, as suas pernas
começaram a tremer, fazendo-a sacudir para frente.
— Sim, por favor. — ela implorou, empurrando-se contra mim. — Não
pare.
Enquanto esfregava seu clitóris, ela inchou de necessidade sob meu
toque firme. Eu bati nela repetidamente, enviando-a ainda mais para cima
na cama com cada impulso. Seus gemidos abafados e ansiosos logo se
transformaram em gritos altos e satisfeitos de felicidade.
— Oh, porra, sim — ela choramingou, caindo sobre seus antebraços.
Ela enterrou o rosto no colchão, agarrando os lençóis enquanto eu
aumentava a velocidade. Observando o sangue escorrer pelas costas dela
devido aos pequenos cortes que eu tinha feito, me enterrei mais fundo,
batendo nela impiedosamente. Ela estava encharcada. Os seus sucos
continuaram a escorrer pelas suas coxas e a acumular-se na cama enquanto
eu a levava ao seu quarto orgasmo.
— Porra. — ela choramingou, esguichando em volta de mim enquanto
suas paredes internas agarravam meu pau com força.
— Uma garota tão bagunceira. — eu mordi, agarrando seus quadris,
minhas pontas dos dedos pressionando profundamente sua pele enquanto
eu desejava gozar.
Mas não consegui. Eu nunca consegui.
Deve ter sido algum tipo de maldição.
— Por favor, goze comigo. — ela lamentou, exausta, embora fosse eu
quem fizesse todo o trabalho.
Seu corpo estava escorregadio de suor. O meu também estava. Eu
estava encharcado, respirando com dificuldade e rápido, meu peito subindo
e descendo a cada expiração forte.
— Damien. — Jensen gritou, abrindo a porta do meu quarto.
— Oh meu Deus. — Cindy engasgou, rolando para fora da cama com
um baque alto, apertando os lençóis contra o peito. — Que diabos! Saia!
— Foi mal. — ele deixou escapar, irritado, desviando o olhar.
— Sim? — Soltei uma respiração superficial, meus joelhos afundando
ainda mais no colchão enquanto me virava ligeiramente para ele. — O que
é?
Ele baixou o olhar para meu pau ereto com um aceno de cabeça antes
de fixar seus olhos nos meus. — Precisamos ir. — ele me disse.
— Pelo amor de Deus. Estou um pouco ocupado no momento. —
Suspirei, jogando minha cabeça para trás. — Posso encontrar você lá mais
tarde?
— Não. — ele confirmou.
E assim que ele disse a palavra, eu entendi.
Tirei a camisinha e joguei no lixo ao lado da minha mesa de cabeceira.
Não é como se eu fosse gozar tão cedo, de qualquer maneira.
— Desculpe. — eu disse a Cindy, caminhando casualmente até minha
cômoda. Coloquei uma calça, ouvindo o som da minha porta se fechando
atrás de mim.
Meu pau amoleceu imediatamente.
— Você está indo? Desse jeito? — Ela reclamou. — Onde você está
indo?
— Trabalhar.
— Tão tarde?
Eu a ignorei.
Cindy demorou a recolher as roupas que estavam espalhadas pelo
chão, quando eu estava pronto para ir, ela estava me esperando na porta,
olhando para mim com os olhos arregalados.
— Você deveria dizer ao seu amigo para bater na próxima vez. — ela
murmurou.
— Vou fazer.
— Você vai me acompanhar até o meu carro?
— Claro. — eu disse.
— Vamos fazer isso de novo algum dia?
— Sim.
— Você não parece interessado. — ela calmamente resmungou.
— Eu estou baby. — Suspirei impacientemente, colocando uma mecha
solta de cabelo atrás da orelha dela. — Agora, deixe-me acompanhá-la.

As noites de sábado no clube em Boston estavam sempre lotadas,


exceto que esta noite parecia pior do que o normal. Houve conversas altas e
desagradáveis nas laterais da rua. Caminhamos pela calçada e pulamos até o
início da fila, ouvindo os sons fracos de pessoas reclamando por cima de
nossos ombros enquanto o segurança nos deixava passar.
— Idiota de merda. — gritou um cara agressivamente.
Parando abruptamente na entrada da frente, me virei para olhar em
sua direção. Meus olhos se fixaram nos dele, enquanto ele continuava a
cuspir outra reclamação baixinho, antes de se impedir de falar mais. Ele deu
uma olhada dura em meu rosto e sua boca imediatamente se fechou. Ele
não disse outra palavra.
Olhei para ele com olhos frios e vazios.
Desafiando-o a reclamar e gemer mais uma vez.
No entanto, ele fez exatamente o oposto, ficando atrás do portão em
silêncio, como uma vadia. Pela maneira como ele estava olhando para mim,
era como se ele tivesse visto um fantasma.
— Você está bem? — o segurança me perguntou diretamente,
percebendo minha hesitação.
Sem virar a cabeça em sua direção, meu olhar mudou em sua direção.
— Sim. — eu confirmei, antes de olhar para o boca grande mais uma vez. —
Estamos bem.
Com isso, entramos no clube. Uma música estrondosa irrompeu pelo
prédio, penetrando meus tímpanos, e o chão vibrou sob nossos pés.
O corredor nos levou à sala de estar, onde sofás de couro preto e
branco estavam espalhados em forma de quadrado, voltados para fora. Uma
enorme mesa de mármore estava no centro, bebidas e pertences
espalhados em cima dela. O teto era impressionantemente alto e uma
música sedutora ecoava pelos alto-falantes com som ambiente. Havia uma
fina camada de fumaça no ar, passando por todos os corpos em movimento
enquanto todos perdiam a cabeça na pista de dança.
Luzes douradas e vermelhas desciam do teto, enquanto luzes neon
verdes e roxas iluminavam sob as bancadas do bar. Todos foram forçados a
ficar tão próximos que mal havia espaço para se mover. Abri caminho no
meio da multidão até chegarmos ao bar. James deslizou nossas doses pela
bancada de mármore preto.
Com um aceno de cabeça, levantei meu copo para ele. Exalando uma
respiração profunda, me virei para observar o que estava ao meu redor.
Para nós, este era apenas um clube comum.
Mas para outros, foi colocado num pedestal, rotulado como o melhor
clube fetichista da cidade de Boston.
Havia postes de chicotadas, abastecidos com chicotes e bengalas de
todos os tamanhos. Havia duas gaiolas, uma do tamanho de um caixão e
outra semelhante a uma casinha de cachorro. Havia também uma estação
de cera quente e uma área usada para brincadeiras com agulhas e fogo.
Se ao menos todos neste clube soubessem o que acontece abaixo
deste primeiro nível.
— Qual é a hora prevista de chegada deles? — Perguntei a Jensen
durante a música, vendo duas mulheres passando por mim em suas lingeries
pretas e sexy, o olhar fixo em todas as minhas tatuagens e os músculos
salientes sob a minha camisa.
— Cerca de dez minutos, mais ou menos. — ele respondeu.
Juntando nossos copos com um tilintar alto, bebemos o uísque.
— Devíamos descer agora. — sugeriu Micah. — A maioria dos
membros já está aqui.
Seguindo-o por um corredor longo e iluminado, passamos por um
conjunto de grandes portas de metal, que abafavam a música. Pegando
minha máscara da sociedade no bolso de trás, me virei para meus meninos,
observando como eles faziam o mesmo. Prendi-a no rosto, empurrando o
cabelo para trás antes de ajustar a alça atrás da cabeça.
Por fim, chegamos ao conjunto de elevadores nos fundos do clube.
Olhamos brevemente para a câmera, sabendo que alguém estava
observando por trás do monitor. Jensen passou seu cartão de acesso, em
poucos segundos, a porta do elevador se abriu com um ding.
A maioria dos membros da Ordem já estava em seus lugares quando
descemos para o nível inferior. Todos estavam vestidos de preto, junto com
caveiras ameaçadoras que escondiam sua identidade. Embora, se você fosse
um de nós, seria capaz de diferenciar todos os membros, exceto pelas
pequenas diferenças em detalhes.
Peter estava na cabeceira da longa mesa preta no centro da sala.
Todos pareciam estar em guarda esta noite. Havia muita tensão no ar denso,
quente e pegajoso. Aqueles com status mais elevado podiam reivindicar
seus lugares à mesa, o que significava que o resto de nós ficava logo atrás,
criando um oval de figuras escuras ao redor deles.
Ao redor da mesa, velas tremeluziam e o lustre acima de nossas
cabeças iluminava vagamente a superfície de madeira.
— Como alguns de vocês já devem suspeitar — começou Peter,
apoiando as palmas das mãos na mesa. — Ainda não temos olhos no Divino
Sagrado. É como se todos tivessem desaparecido no ar. — ele nos informou,
seu tom cheio de autoridade. — Os últimos três meses foram sem atividade.
Nem vestígio nem sinal de seu retorno. — Houve uma ligeira mudança em
seu comportamento quando ele se sentou. Inclinando-se para frente, ele
parecia à vontade, mas seus ombros rígidos e punhos cerrados sugeriam o
contrário. Inesperadamente, ele olhou em minha direção. — Um passo à
frente, Damien.
Obedeci sem questionar.
— Jensen e Micah também. — ele instruiu.
Eles obedeceram sem questionar.
— Desde a noite de sua iniciação, vocês três têm sido extremamente
valiosos para a Ordem. — disse Peter, pegando a pasta parda da mesa antes
de empurrar seu assento. Ele deu a volta na mesa e ficou diante de nós,
encontrando cada um de nossos olhares atentos. — Com base em suas
habilidades, acredito que vocês três são os melhores candidatos para o
cargo. — Ao aceitar a pasta de suas mãos, meus olhos permaneceram fixos
nos dele. — É vital que você a mantenha segura, Damien.
— Sim, senhor.
Ele me observou atentamente por um momento antes de desviar o
olhar para a pasta em minhas mãos. Deslizei minha mão para dentro e tirei a
primeira coisa que pude.
Uma foto de uma garota.
Uma linda garota.
Meu coração batia forte e havia um zumbido surdo em meus ouvidos.
Quinn Rowland estava escrito em caneta preta na parte superior da
foto.
Rowland.
Eu conhecia esse nome.
Todos nós conhecíamos.
E agora, nós três recebemos ordens de protegê-la.
O fogo violento em minha alma imediatamente foi domesticado. De
repente, senti conforto. Como se eu finalmente tivesse um propósito. Essa
era uma sensação com a qual eu não estava acostumado.
— Se o Divino Sagrado descobrisse sobre ela. — ele começou, com a
voz baixa, antes de ficar em silêncio. — A vida dela está em jogo. Você
entende, Damien?
Meu olhar travou com o dele. Compartilhamos um olhar intenso por
um momento. Ele sabia que eu entendia, apenas pela expressão em meus
olhos.
— Sim, senhor — afirmei com firmeza. — Faremos tudo ao nosso
alcance para garantir a segurança dela.
— Em nome de Felicity. — todos cantamos.
Ele mudou sua atenção para Jensen e depois para Micah. — Custe o
que custar. — ele especificou em um tom assustador, gelando meus ossos.
— Sim, senhor. — respondemos em uníssono.
Custe o que custar.
— Unidade acima de tudo. — ele disse, colocando uma mão forte nos
ombros de Jensen e Micah, comigo preso entre eles.
— Unidade acima de tudo. — entoamos.
Assumindo a liderança, Peter dirigiu-se ao altar e nós o seguimos de
perto. Todos os membros saíram do nosso caminho, criando um caminho.
Ele assumiu sua posição na plataforma elevada, enquanto nós três
permanecíamos imóveis diante dele, prontos para prestar nosso juramento
de lealdade.
— Está na hora. — declarou ele.
CAPÍTULO SETE
DAMIEN

Foi no dia em que vi Quinn pessoalmente pela primeira vez que minha
obsessão realmente começou. Imediatamente, fiquei viciado. À primeira
vista, fiquei cativado por sua beleza. Ela era a mulher mais deslumbrante
que eu já vi na minha vida.
Suas longas mechas loiras caíam lindamente em suas costas. Ela
prendeu o lenço em volta do pescoço e enfiou a ponta do nariz rosado no
casaco, tentando encontrar consolo no ar rigoroso do inverno. Eu a segui até
uma pequena cafeteria no centro da cidade, me perguntando se isso era
simplesmente uma coisa que acontece uma vez na lua azul ou se era uma
parte diária de sua rotina matinal.
Eu já sabia muito sobre ela da Ordem.
Mas foram os pequenos detalhes deixados de fora de seu arquivo que
me fizeram sentir mais atraído do que qualquer outra coisa.
Eu queria saber tudo.
Ela abriu a porta da cafeteria e saiu do caminho para esperar o idoso
que descia a calçada irregular com a ajuda da bengala.
Esperei que ele sorrisse para ela com apreciação enquanto ela
esperava pacientemente. Mas para minha surpresa, ele baixou o olhar para
o chão com uma careta fria.
E ela segurou a porta aberta para ele enquanto ele entrava com
cuidado.
Quinn não parecia incomodada com isso do jeito que eu estava. Lá
estava ela, parada no frio enquanto o ar gelado roçava sua pele, fazendo um
ato aleatório de gentileza.
E ela não pediu nada em troca. Nem esperava.
Ela escolheu fazer isso pela bondade de seu coração, simplesmente
porque isso a fazia se sentir bem.
A fez sorrir.
E para mim, isso foi fascinante. Eu não tinha conhecido uma pessoa
genuína assim em minha vida. Jurei que ela sempre estaria protegida. E eu
faria tudo ao meu alcance para mantê-la segura. Esta era minha segunda
chance.
Uma chance onde eu poderia tentar me redimir depois de não ter
conseguido proteger minha mãe.
Ela era tão preciosa para mim. Tão inocente.
Assim como Quinn.
Enquanto isso, olhei em volta e vi o mal em cada esquina. No meu
mundo, desde criança, fui sufocado por um espesso manto de escuridão.
Escuridão que me engoliu inteiro.
Mas naquele dia... naquele exato momento... Quinn se tornou minha
luz.

JENSEN

Eu nunca poderia esquecer o primeiro dia em que vi Quinn. Damien foi


chamado para a casa segura e eu fui enviado para ocupar o lugar dele
naquela noite. Nessa época, ela trabalhava em uma loja de roupas como
vendedora.
Faltavam apenas duas semanas para o Natal. Havia luzes
multicoloridas e enfeites pendurados no teto e um presépio exposto na
janela da frente.
Fiquei do lado de fora e não pude evitar espiar pelo vidro para
observá-la. Fiquei pasmo. Ela era deslumbrante nas fotos, mas sua beleza
pessoalmente me surpreendeu.
Ela tinha um rosto gentil e me perguntei se combinaria com sua alma.
E aconteceu.
Seja ajudando um garoto que estava nervoso e sozinho procurando
um terno que eu imagino que seria para seu baile de formatura, ou
ajudando uma mãe que lutava para acompanhar seus filhos na loja. Quinn
estava sempre lá para ajudar.
Durante o ano seguinte observando-a, aprendi muito sobre ela. Ela
passava a maior parte do tempo livre em livrarias. Ela tomava café com um
creme, uma dose de baunilha e sem açúcar. Sua mãe era sua melhor amiga.
Ela era alérgica a cachorros, mas dava tapinhas e beijos em qualquer um que
cruzasse seu caminho. Ela gostava de sushi, mas só cozinhava. Ela fazia o
sinal da cruz toda vez que via uma ambulância ou passava por uma igreja.
Seu pai morreu quando ela tinha dez anos.
Ela mantinha uma foto dele no console central do carro.
Ela adorava fazer coisas boas para as pessoas, inclusive para
estranhos.
Ela era uma querida.
Quinn não era como o resto do mundo. Ela era tão pura quanto
possível.

MICAH

Meu trabalho era cuidar dela. Para mantê-la a salvo deste mundo
sombrio e cruel.
Era estritamente profissional para mim.
Até que a vi pela primeira vez.
Daquele dia em diante, havia algo único nela. Ela sempre tinha um
sorriso no rosto, mas me perguntei se era uma máscara. Naquele momento
da vida dela, eu não achava que fosse. Eu acreditei que era real. Presumi
que ela simplesmente nasceu assim. Uma pessoa totalmente feliz.
Damien, Jensen e eu assistimos do nosso jipe enquanto ela estava em
sua caixa de correio, rasgando o envelope com impaciência. Ver a felicidade
no rosto dela ao ler que foi aceita na faculdade foi um dos melhores dias da
minha vida. Ela estava em êxtase, chorando e gritando de excitação. Ela
abraçou a mãe com muita força, nós três também podíamos sentir isso.
Estávamos lá no primeiro dia em que ela chegou ao campus. A mãe
dela ajudou-a a trazer todos os seus pertences e depois almoçaram juntas
num pequeno café a cerca de um quarteirão de distância.
Mesmo que nunca tenhamos dito uma única palavra para Quinn,
pudemos compartilhar tantos momentos incríveis com ela.
Até os tristes.
Aqueles que partiram não só o coração dela, mas o nosso também.
Ela está lidando com o estresse da faculdade. Sentindo saudades de
casa e se escondendo em seu quarto.
Houve altos e baixos, pouca coisa em sua vida permaneceu igual. Nada
era constante.
Exceto nós.
Nós sempre estivemos lá.
E isso nunca iria mudar.

DAMIEN

Uma noite, as coisas mudaram drasticamente. Jensen ficou chateado


quando eu o acordei às quatro da manhã. — Quer me dar uma mão? — Eu
perguntei, apontando em direção ao meu quarto com um aceno de cabeça.
— O que você fez? — Jensen perguntou, com a mandíbula tensa.
Correndo pelo corredor até meu quarto, eu me repreendi
mentalmente por não apenas ter perdido o controle na noite passada, mas
por não ter limpado minha bagunça adequadamente.
— Eu desmaiei. — eu disse a ele, com indiferença. — Não me lembro
de porra nenhuma.
Tudo que eu sabia é que precisava me livrar do idiota morto no meu
banheiro o mais rápido possível.
Jensen me seguiu até o banheiro. Assim que abri a porta e entrei, o
olhar de Jensen se fixou em Ben.
Benjamim Fisher.
O cara com quem Quinn conversava ocasionalmente.
Jensen cobriu o rosto com as mãos antes de se virar para mim com os
olhos semicerrados. — Quem é ele? — ele questionou, bolsas escuras sob os
olhos por causa do pouco sono. — O que diabos aconteceu?
— Ele é de uma das aulas dela. — eu disse a ele. — O garoto a segue
pelo campus como um cachorrinho perdido.
Ele franziu a testa, confuso.
Eu soltei uma respiração afiada. — Eles estão ficando um pouco
amigáveis demais para o meu gosto. Ontem, eu o vi deslizar o braço em
volta da cintura dela, e ela tentou se livrar dele, mas ele não entendeu. Ele a
aborreceu.
— Damien... — Ele suspirou.
— Ela parecia muito desconfortável, cara. — eu rapidamente o
interrompi. — Quando eles se separaram, percebi que ela estava inquieta.
Estava escrito em seu rosto. Ele sempre se aproveita da gentileza dela, e eu
estou farto disso.
— Quando isso aconteceu?
— Tudo que me lembro é de segui-lo até o bar ontem à noite. —
expliquei.
Depois preto.
E agora, aqui estava ele, amarrado com fita adesiva no chão do meu
banheiro e com um saco plástico preso na cabeça. Fui até Ben, deixando
escapar um gemido irritado.
— Isso nunca aconteceu. — eu pressionei, fixando meus olhos nos de
Jensen. — Entendeu?
Ele assentiu.
Agarrando Ben pelos pés, arrastei-o para o meu quarto. Jensen me
ajudou a envolvê-lo em lençóis. O sangue correu para meus ouvidos, de
alguma forma, desliguei a entrada de Micah.
Finalmente cheguei ao momento em que ele agarrou meu ombro,
exigindo minha atenção.
— Me ouviu? — Micah perguntou, ajoelhando-se ao meu lado.
Eu balancei minha cabeça.
— Eu também percebi isso. — ele revelou. — Nos últimos dias, tenho
observado ele um pouco mais de perto, e ele agiu da mesma forma com
algumas outras garotas. Descobri que ele havia sido acusado de estupro há
pouco tempo.
Meu sangue ferveu e cerrei os dentes, a raiva me consumindo.
— Eu também queria matá-lo, Damien. — disse Micah, apertando meu
ombro com mais força. — Você fez o que tinha que fazer. Ela está segura.
De repente, o alívio tomou conta de mim. Ben nunca diria outra
palavra. E o mais importante, ele nunca mais faria outra garota se sentir
desconfortável ou impotente.
PARTE DOIS
CAPÍTULO OITO
DAMIEN
5 ANOS DEPOIS
DIAS DE HOJE
NOITE DE HALLOWEEN

Seguindo-a pela Lynde Street, em Salem, fico longe o suficiente para


manter uma distância segura entre nós. Como sempre, o objetivo é
permanecer fora da vista e da mente. Ela atravessa a multidão na calçada,
ocasionalmente saindo do meio-fio e entrando na rua movimentada.
Através dos olhos escuros da minha máscara do Pânico, não consigo
tirar os olhos dela. Acelero o passo, dando passos longos e impacientes
enquanto a observo. Ela é a única que parece não estar fantasiada. Um
espartilho preto e minúsculo abraça suas curvas, meia arrastão cobre suas
pernas até as botas. Não posso deixar de me perguntar se ela está com frio.
Eu daria a ela o manto que estava usando nesta temperatura de
quarenta e cinco graus só para aquecê-la.
Ela abaixa a cabeça.
De repente, alguém vestido de Deadpool esbarra nela, quase a
derrubando. Meu corpo enrijece quando ela tropeça e seu telefone cai no
chão.
— Foi mal. — eu o ouço gritar.
Ela se abaixa e o pega da calçada, enquanto ele vê sua bunda gostosa.
O sangue ferve instantaneamente em minhas veias, minhas mãos se fecham
em punhos apertados ao meu lado.
— Está tudo bem. — ela responde com um sorriso inocente.
Ela começa a se afastar, quando de repente ele a segue de perto.
Antes que eu perceba, agarro seus ombros com força e o empurro
com força contra a parede de tijolos. — Dê mais um maldito passo na
direção dela e eu vou massacrar você. — cuspo por cima do ombro.
Ele ri, aceitando minha ameaça levianamente enquanto recupera o
equilíbrio. — Oh sério? — ele pergunta.
E eu congelo.
Por baixo da minha máscara, eu o encaro, inclinando a cabeça para o
lado. Eu o testo, zombeteiramente. Ele me observa com atenção, não
permitindo que seu olhar deixe o meu nem por um segundo. Eu fico imóvel
como uma pedra, desafiando-o a dar um único passo na direção dela.
Faça isso.
Teste-me.
O canivete no meu bolso me chama.
Muito fácil.
Vou matá-lo com as minhas próprias mãos.
— Tanto faz, cara. — Ele força uma risada curta e seca antes de sair
correndo pela calçada.
Virando a cabeça, procuro por Quinn. Ela agora é apenas uma figura
tênue à distância. Assim que a alcanço, seguindo cerca de três metros atrás,
paro. Ela está completamente alheia à minha presença, com os olhos fixos
na tela brilhante do seu telefone.
Ela finalmente olha para cima e atravessa a rua, indo em direção a
uma casa de dois andares.
Uma festa de Halloween.
Lanternas de abóbora alinham-se na calçada que leva à porta da
frente. Este lugar está repleto de decorações, desde holofotes de néon na
entrada principal até teias de aranha espalhadas sobre os arbustos. Todo o
jardim da frente parece um cemitério, coberto de lápides de plástico e ossos
falsos.
Assim que ela chega à porta da frente, meu telefone vibra.
É o bate-papo em grupo.
Micah
Qual é a sua localização?
Aperto os olhos para ver melhor o número da casa.
Eu
Rua Lynde, 669. Quanto tempo você pode chegar aqui?
Jensen
Estou na mesma rua.
Micah
Quase pronto aqui.
Bom, respondo, antes de colocar meu telefone de volta no bolso da
calça, por baixo da fantasia.
É tarde, então todas as crianças já terminaram as gostosuras ou
travessuras da noite. Examinando a área externa da casa, não encontro nada
fora do comum. Está bem quieto.
Quase quieto demais.
Ao atravessar a rua, vou até a porta da frente quando um pequeno
grupo de pessoas sai cambaleando. Esta festa é definitivamente uma
chatice. A música está alta quando eu passo pela porta, observando todos os
universitários vestidos com fantasias, se divertindo como nunca antes em
suas vidas completamente mundanas.
Quão devastadoramente chato.
A espessa camada de fumaça de uma máquina de neblina torna mais
difícil ver, especialmente através dos olhos da minha máscara. Examino a
sala de estar, mas ela não está à vista. Seria estranho para ela começar a
noite dançando de qualquer maneira.
Ela raramente vai a festas.
Sigo meu instinto, ele me leva pelo corredor lotado em direção à
cozinha. Inclinando meu ombro contra a porta, olho para dentro.
Lá está ela.
Parada na ilha da cozinha, ela serve bebida alcoólica em um copo de
plástico vermelho.
Um garoto com maquiagem de Coringa se aproxima dela.
— Boa escolha — diz ele por cima do ombro dela, olhando para sua
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bunda perfeita. — Realmente dá um soco .
Eu bufo.
Sério, amigo?
Apertando a mandíbula, inclino a cabeça para o lado, observando cada
movimento seu.
Um grupo de garotos passando por mim fala alto, abafando a resposta
de Quinn. Eu realmente não poderia me importar com suas táticas de
conversação de merda. Eu sinto uma vibração ruim desse cara.
Por baixo da maquiagem endurecida, tenho quase certeza de que sei
quem ele realmente é.
— Kevin — outro garoto chama do outro lado da sala. Ah, ha. Aí está.
— Você vem conosco?
— Qual é o seu nome mesmo? — Kevin pergunta a ela, como se não
soubesse.
Embora ele saiba exatamente quem ela é.
E ele está de olho nela há muito tempo.
— Quinn — ela responde ingenuamente.
Ele sorri, seu olhar viajando por seu corpo delicioso. — Vejo você por
aí, Quinn.
Não.
Você não vai.
Isso, eu vou me certificar.
Kevin se afasta e não posso deixar de notar tristeza por trás do olhar
dela. Ela parece tão infeliz. Estar nesta festa definitivamente não é seu
estilo.
Uma figura alta usando uma máscara de Jason passa pela porta e fica
ao meu lado. Jensen. Ele olha em minha direção e depois segue meu olhar
pela sala, encontrando nosso próximo alvo. Ele acena em compreensão.
Antes que eu perceba, estamos seguindo ele e seu amigo para fora, logo
atrás.
— Ei, Kevin. — eu chamo sadicamente.
Ele e seu amigo giram, de frente para nós.
— E aí? — ele pergunta, cruzando os braços sobre o peito e
endurecendo sua postura.
— Oh, ele é um cara durão. — eu zombo.
Kevin rosna, desconfortável. — Que porra você quer? — ele exige. —
Quem é você?
— A última pessoa no mundo com quem você quer foder. — retruco
enquanto me aproximo dele.
Seu rosto suaviza um pouco, mas ele permanece nervoso. — Mas você
é muito maricas para tirar a máscara?
Seu amigo ri de seu comentário.
Lanço-lhe um olhar furioso, mesmo que ele não consiga ver, ele se
cala.
Voltando-me para Kevin, expiro impacientemente. — É hora de
conversar. — eu digo. — Você vai ficar bem longe da minha garota.
Seus olhos se estreitam. — Quem?
— Quinn.
— E se eu não...
Antes que ele possa terminar seu comentário presunçoso, eu o coloco
no chão, a ponta do meu canivete pressionada em seu pescoço. — Eu como
punks como você no café da manhã, Kevin. — Eu rio, enquanto ele se
contorce embaixo de mim. — Eu realmente quero saber que sons você faz
quando há um corte na garganta.
— Que porra é essa. — ele gagueja, olhando para mim com olhos
horrorizados.
— Você não 'vai vê-la por aí'. — eu confirmo, tirando uma pequena
gota de sangue enquanto corto levemente sua pele. — Porque se acontecer
de você vê-la, você vai correr na outra direção com seu pau minúsculo
enfiado entre as pernas. — eu ordeno. — E se você não fizer isso, então eu
vou cortar seu pau e suas bolas, vou alimentar seu bom amigo aqui com
isso. — eu aviso, virando minha cabeça para o lado para fixar meu olhar no
dito amigo. — Você está com fome de um pau rançoso, Robby?
Ele imediatamente balança a cabeça, terror e desgosto dançando em
seus olhos. — Não — ele grita, visivelmente tremendo.
— Tudo bem, então. — Com isso, eu solto Kevin, e ele se afasta,
rastejando para trás. Coloco meu canivete de volta no bolso com um
suspiro. — Agora estou confiando em você, Kev. Estou precisando de todo o
controle para não drenar todo o seu sangue esta noite.
— Você é maluco...
— Maluco ou superprotetor? — pergunto, embora seja claramente
retórico. — Farei tudo ao meu alcance para manter aquela garota a salvo de
caras como você. Qualquer coisa. Você entende?
Ele concorda.
— O que é? — Eu questiono, deslizando a mão atrás da orelha e me
inclinando para frente.
— Sim — ele responde. — Sim. Eu entendo.
— Ótimo.
Robby estremece quando Jensen coloca a mão firme em seu ombro.
Inclinando-se, ele pressiona a máscara contra a orelha, permanecendo ali
por um momento. — Vão em frente agora, rapazes. — Jensen zomba.
E eles saem correndo em direção à floresta.
— Envie uma mensagem para Micah. — digo a ele.
Ele balança a cabeça, pegando seu telefone. — Nisso.
CAPÍTULO NOVE
QUINN

O ponche de Halloween, de fato, foi um grande soco. O Coringa estava


certo.
Uma fina película de neblina surge do chão, cercando todos na pista
de dança. Indo até o centro da sala, balanço os quadris ao ritmo da música,
atraída pelas luzes estroboscópicas que parecem vir de todas as direções.
Levantando os braços no ar e fechando os olhos, submeto-me ao novo
sentimento de despreocupação que me invade.
Graças a Deus pelo álcool em ambientes sociais.
De repente, mãos estão na minha cintura, me guiando ao ritmo.
Continuo a dançar, sem pensar na pessoa atrás de mim, até que ela desliza
as mãos para a minha frente.
Mais embaixo.
Mais embaixo.
Afastando-as, uma sensação desconfortável toma conta de mim,
embora eu não me importe a princípio. Até que elas se agarram a mim,
forçando-se contra o meu corpo. Apalpando meus seios, arrastando a mão
até a parte inferior da minha cintura.
— Pare. — eu corro, tentando me libertar de seu domínio.
Eles respiram pesadamente contra meu ouvido. — Você gosta disso?
— Não, seu canalha. — respondo, tentando me afastar.
Mas ele é muito forte.
— Não! Não! Pare!
Beijando meu pescoço descuidadamente, ele tenta deslizar os dedos
por baixo do material do meu espartilho. Finalmente, me liberto de suas
mãos, esbarrando em várias pessoas dançando ao nosso lado. Para minha
consternação, eles nos ignoram completamente. Meu coração martela.
Existem tantas pessoas. É tão barulhento. A fumaça é tão densa que mal
consigo ver, muito menos respirar.
Virando-me para a pessoa que não aceitaria um não como resposta, a
raiva e o nojo me consomem. Ele dá um passo à frente, estendendo a mão
para mim novamente. Batendo minhas mãos contra seu peito, eu o
empurro, desta vez ele entende a dica.
E está claro que ele ficou ofendido com a minha rejeição. Seus olhos
ficam escuros. Frio. Ele fica imóvel como pedra. O medo se instala e, antes
que eu consiga entendê-lo, ele está pegando um copo vermelho da mão de
alguém.
Em segundos, a parte superior do meu corpo está encharcada de
cerveja. Meu queixo quase cai quando olho para ele, incrédula, horrorizada
com o fato de ele ter acabado de jogar uma bebida na minha cara.
— Vadia. — ele ri.
Uma figura alta e escura espreita pelo canto do meu olho. De repente,
ele tem meu agressor no chão e está se elevando sobre ele. Inclinando-se,
ele bate os punhos enluvados contra o rosto, socando-o.
De novo e de novo.
Ele o agarra pelo pescoço. — Se você tocar nela de novo, vou te
derrubar como um cachorro doente.
Você quase pode ouvir o som paralisante de seu rosto sendo
esmagado a cada golpe, enquanto sangue vermelho escuro escorre de seu
nariz como uma torneira.
A letra explode nos alto-falantes: — Mal posso esperar para ouvir
você, mal posso esperar para ouvir você gritar.
Todos correm para fora do caminho, observando com horror e
descrença a cena que se desenrola diante de nossos olhos. Várias pessoas
tentam intervir para ajudar a acalmar a situação. No entanto, assim que
tentam puxá-lo, ele se aproxima deles, desafiando-os.
Eles imediatamente recuam, não ousando ser seu próximo alvo.
Meu coração está batendo forte nas costelas e finalmente percebo
que tudo isso foi por mim. Ele me ajudou. Ele me protegeu.
O contorno de seu traseiro é assustador. Primitivo. É como se ele
estivesse caçando sua presa e não para de bater nela até que ele desmaie.
A figura alta e morena vestida de preto lentamente se vira para mim, e
no momento em que vejo a máscara do Pânico escondendo sua identidade,
fico uma bagunça quente e trêmula.
Há algo neste momento que me hipnotiza. Ele se aproxima de mim,
agora elevando-se sobre meu pequeno corpo. Ele tem pelo menos um
metro e noventa, embora o tecido escuro de sua fantasia esconda seu
corpo, é óbvio que ele tem a constituição de um Deus.
Ele inclina a cabeça para o lado, estudando minha reação, meu corpo
reage na hora certa. Meus mamilos enrugam, forçando o material do meu
espartilho. Minha parte interna das coxas fica encharcada. Meu rosto está
vermelho e minha respiração está difícil.
— Obrigada. — digo sem pensar.
— A cara dele! — Um cara em traje de cowboy grita, ajoelhando-se
sobre meu agressor, que ainda está inconsciente. Sangrando profusamente,
devo acrescentar. — Você quebrou a cara dele, cara! Eu vou matar você!
Ghost vira a cabeça em sua direção.
O cowboy fica de pé, correndo em nossa direção, quando o medo
toma conta de mim. Com um movimento rápido, Ghost gira e seu punho
colide com a mandíbula do Cowboy.
Ele cai no chão em seguida e permanece lá, completamente imóvel.
Todo mundo começa a gritar. É um banho de sangue na vida real, mas
não faço barulho. Observando silenciosamente o sangue que jorra de seu
nariz, observo enquanto ele escorre por seu rosto.
Outra figura alta e escura aparece pelo canto do meu olho, me
trazendo de volta à realidade. Ele agarra os ombros de Ghost, tentando ao
máximo segurá-lo. Ali mesmo, fica evidente que eles se conhecem.
Sem pensar muito, abro caminho no meio da multidão, algumas rindo,
outras chorando, e fecho meus dedos no pulso de Ghost. Ele olha de volta
para seu amigo, que está usando uma Máscara de Jason Voorhee, em
uníssono, ambos acenam com a cabeça.
Puxando-o com força comigo enquanto saímos da sala, viramos um
corredor, quase derrubando alguém no chão. Assim que avistamos uma
grande escada em espiral, eu o levo até o topo. Agora está muito mais
escuro neste andar, embora um pouco menos lotado, e a música só parece
ficar mais alta. Ecoa pelo corredor, soando como um coração batendo.
Baque-baque. Baque-baque.
Baque-baque. Baque-baque.
Empurrando a porta mais próxima e tropeçando para dentro do
quarto, um par de sapatos me desequilibra. Antes mesmo que eu tenha a
chance de tropeçar neles, Ghost me pega, me trazendo para perto de seu
peito. Ele é tão firme. Másculo. Olhando para ele através dos meus cílios,
olho impotente para os grandes olhos negros de sua máscara.
Jason fecha a porta atrás de nós.
Aqui estou, sozinha com Ghost e Jason, duas pessoas que nunca
conheci até poucos minutos atrás, mas nunca me senti tão segura.
O que isso diz sobre mim?
Há uma tensão sexual incandescente, uma corrente elétrica no ar e a
parte interna das minhas coxas mais uma vez fica escorregadia.
Bem, merda.
Estou encantada, nas nuvens. Sobre a Lua.
Talvez seja porque Ghost está quase me esmagando contra seu corpo,
sua colônia tem um cheiro tão sedutor que faz minha cabeça girar. Ou talvez
seja o fato de que ele simplesmente chutou um cara que não tirou as mãos
de mim quando eu disse para ele parar.
De repente, a onda de adrenalina me faz sentir enjoada e me afasto
dele.
— Havia tanto sangue. — gaguejo, tentando passar a mão pelo cabelo.
Embora seja uma bagunça pegajosa e emaranhada por causa da cerveja que
respingou no meu rosto.
— Você está bem? — Ghost me pergunta.
Essa voz. Tão poderosa, tão gutural, que me deixa fraca.
— Sim — eu digo, desfazendo um nó com os dedos. — Estou bem.
— Tenho essa vontade de matar... — ele hesita, com a voz baixa. — —
...qualquer um que tocar em você.
Meus olhos se arregalam sem minha permissão e meus lábios se
abrem.
Puta merda. Ele realmente acabou de dizer isso?
— Eu te conheço? — Eu pergunto.
Ele dá um passo à frente, fechando o pequeno espaço entre nós. —
Onde está a diversão nisso?
— Eu não reconheço sua voz. — eu deixo escapar.
Com isso, ele se vira para o amigo.
A máscara de Jason Voorhees que ele usa é assustadora. Nunca fui um
grande fã de Sexta-feira 13, ou de qualquer filme de terror em geral. No
entanto, há algo em sua presença taciturna e misteriosa que me deixa
completamente excitada.
Ele também é alto, embora talvez um pouco mais baixo que Ghost, sua
constituição é enorme. Mesmo que ele esteja vestindo uma jaqueta
volumosa, não é difícil dizer.
— Aquele cara machucou você? — Jason pergunta.
Sua voz também provoca um arrepio na minha espinha. Deus me
ajude.
Embora haja uma voz na minha cabeça que diz: — Deus não está aqui
agora.
Agora sei como Elena Gilbert se sentiu, dividida entre dois homens.
— Não. Ele não teve a chance de me machucar. — respondo
ansiosamente, olhando para Ghost com gratidão. — Graças a você.
— Ele sabe o que quer. — Jason fala.
— Oh? — Eu questiono timidamente, surpreso. — E o que ele quer,
exatamente?
Ghost dá um passo em minha direção, aproximando-se lentamente.
Mais perto.
Olhando para sua máscara, engulo em seco.
— Não pergunte a ele, pequena Quinn. — diz Ghost. — Pergunte-me
diretamente.
Uma sensação quente e confusa toma conta de mim com seu tom
sedutor. — O que você quer? — Eu finalmente pergunto, quase nenhum
som na minha voz.
— Garota tola. — ele retruca presunçosamente. — Eu quero o que
todos os outros caras desta festa querem.
Ele pega meu cabelo, passando-o por cima do meu ombro, suas luvas
pretas de couro roçando levemente meu pescoço. Eu me sinto tão exposta
quando ele fica em cima de mim.
Vulnerável.
— Diga. — eu insisto, reunindo o manto sobre seu peito em minhas
mãos. — Me diga o que você quer.
— Foda-se. — ele respira. — Coisinha mal-humorada, não é?
Sem aviso, a porta se abre, batendo contra a parede com um baque
forte. A música invade o quarto, arruinando completamente o momento.
Alguém vestido como Michael Myers está parado na porta. Como cada
um deles tem mais de um metro e oitenta de altura? Tenho lido muitos
livros obscenos ultimamente e claramente não tenho lido o suficiente.
— Recebi sua mensagem. — diz Michael, revelando que é amigo deles.
— Não poderia ter sido melhor o seu timing, — Ghost murmura
secamente, dispensando-os com um único aceno de mão.
No segundo em que a porta se fecha atrás deles, ele olha para mim em
silêncio. Quase posso distinguir o contorno de seus olhos na penumbra do
outro lado do quarto. De repente, meu coração começa a bater forte com a
ideia de finalmente ficarmos sozinhos um com o outro.
O que eu estou fazendo? O que eu estou pensando?
Isso é tão diferente de mim.
Embora seja isso. Esta noite, posso ser quem eu quiser.
E pela primeira vez na minha vida, escolho ser imprudente.
— Você perguntou o que eu quero. — diz ele, aproximando-se
lentamente enquanto perco a capacidade de respirar. — Eu estive
observando você a maldita noite toda. Eu quero foder a tristeza de você até
que você grite em êxtase enquanto goza em meu pau.
Um gemido abafado escapa dos meus lábios trêmulos enquanto ele
acende um desejo ardente dentro de mim. Eu nunca me senti assim antes.
Tão quente e inegavelmente incomodada. Uma dor se instala entre minhas
pernas e um calor percorre minha pele. Posso literalmente sentir meu
clitóris pulsando, implorando por sua língua, não consigo lutar contra a
vontade de arrancar sua fantasia.
— Quero explorar cada centímetro desse corpinho sexy que você tem
aí, — diz ele corajosamente. — Você é um pedaço de bunda tão sexy,
pequena Quinn.
Outro gemido baixo sai dos meus lábios sem minha permissão.
— Você gosta quando eu te chamo assim, não é, baby?
— Pequena Quinn. — eu ecoo suas palavras, apaixonada.
— Aí está. — ele murmura, pegando meu queixo com a mão,
garantindo que eu olhe diretamente nos olhos de sua máscara. — Agora me
diga. Se eu deslizasse minha mão entre suas coxas, agora mesmo, quão
molhada você estaria para mim?
Meu abdômen se aperta com o pensamento.
A verdade é que estou mais molhada agora do que nunca na minha
vida.
— Muito. — eu sussurro.
— Porra. — ele grunhe, apertando meu rosto com mais força,
apertando minhas bochechas. — Mesmo através dessa máscara, já posso
sentir o cheiro de como você é doce. Eu quero provar.
Meus joelhos estão a apenas alguns minutos de fraquejar. Todo o meu
corpo começa a tremer. Meu rosto se enche de calor.
De alguma forma, minhas fantasias mais sombrias, sobre as quais
imaginei que só poderia sonhar ou ler, têm o poder de ganhar vida bem
diante dos meus olhos.
— Que boca tão bonita. Faça bom uso disso. — Ele traça meu lábio
inferior com o polegar, inclinando a cabeça para o lado. — Diga-me o que
você quer de mim e eu darei a você.
E, finalmente, deixei-me levar de todo o coração.
— Você. — eu respondo.
— Você quer?
— Sim. — respondo suavemente. — Eu quero que você dê vida às
minhas fantasias mais sombrias.
— A mais sombria. — ele ecoa, hesitante. — Posso imaginar que
minha escuridão seja muito diferente da sua, querida.
— Sombria. — enfatizo. — Mas há uma condição.
Colocando a mão no meu peito, ele me move para trás, prendendo-me
na parede. Envolvendo levemente os dedos em volta da minha garganta, ele
pressiona, tornando um desafio para mim engolir.
— Hoje à noite. — eu corro, agarrando seu pulso. — Apenas uma
noite.
— Uma noite?
— Sim. Ao nascer do sol, acabou.
Ele ri, sem nenhuma intenção de humor. — Você diz isso tão
facilmente, como se fosse possível eu deixar você ir.
— Bem, essa é a minha condição. — pressiono.
— Mesmo que seja esta noite, apenas esta noite, pequena Quinn. —
ele hesita, abrindo minhas pernas com o joelho. — Você ainda será sempre
minha.
Piscando para ele, não digo nada.
— Misericórdia. — ele solta. — Implore por misericórdia se minha
escuridão for demais para você suportar.
Com isso, Ghost me solta e eu suspiro por ar, observando enquanto
ele tira o cinto do manto. Tento imaginar o que se esconde sob as mangas
longas e drapeadas e o tecido rasgado de seu traje.
— Fique de frente para a parede. — ele instrui.
E hesito, sem saber se ouvi corretamente.
— Não me faça repetir, Quinn. — ele avisa, em voz baixa. Firme. —
Você pediu sombrio. Não se esqueça disso.
Virando-me, olho para a parede, preparando-me para o desconhecido.
Aterrorizada, mas emocionada ao mesmo tempo. A adrenalina bombeia
como nitro em minhas veias. Eu quero isso.
Eu preciso disso.
Ele solta um suspiro agudo. — Mãos contra a parede.
Pressionando as palmas das mãos contra a superfície fria e dura, um
arrepio percorre minha espinha.
Meu instinto está me dizendo para correr. Longe.
Exceto que minha excitação é evidente. Meus mamilos estão
enrugados em botões vermelhos e duros. Minha pele pálida está corada.
Minha respiração é superficial. Minhas coxas estão escorregadias e meu
corpo está implorando para ser usado. Destruído. De toda forma.
Mas não apenas por qualquer pessoa.
Por ele.
Ghost.
— Você confia em mim? — ele pergunta, quase posso sentir seu olhar
queimando na parte de trás do meu crânio.
— Sim. — respondo suavemente.
— Tola, pequena Quinn. — ele me provoca, colocando meu cabelo
atrás do ombro, expondo meu pescoço. — Resposta errada.
Eu franzo a testa, questionando minha moral.
É Halloween. Imprudente. Seja imprudente, eu me encorajo.
Sem pensar mais no assunto, giro até ficar de frente para ele,
desafiando totalmente suas ordens. Ele se eleva sobre mim, mesmo com os
centímetros adicionais dos meus saltos, fazendo-me sentir tão impotente
em sua presença. Tão fraca e indefesa.
É perturbador, mas tão quente que faz minha boca salivar. Estou
morrendo de vontade de saber como é ser dele.
— Eu quero você. — admito, implorando com os olhos para que ele
aja de acordo. — Agora mesmo.
Ghost se inclina para mim, pressionando minhas costas contra a
parede. — Tão ansiosa. — diz ele, enquanto espero impacientemente que
ele finalmente remova a máscara. Ele coloca o cinto de sua fantasia sobre os
ombros e tira as luvas pretas de couro.
E essas mãos.
Eles são enormes, grossas e cheias de veias. É incrível a largura da
palma da mão e o comprimento dos dedos. Ele não é um menino. Ele é um
homem, em todos os sentidos da palavra.
Um Deus.
O diabo, talvez.
Minha imaginação vagueia…
Ele joga as luvas no chão e pega o cinto, segurando-o diante de mim,
na altura dos olhos. — Feche os olhos. — ele ordena.
Obedeço, sentindo o tecido macio repousando sobre minhas
pálpebras, cortando a luz fraca.
Ele desliza a mão entre minhas coxas, massageando meu clitóris sobre
o tecido fino, fazendo-me contorcer. — Uma garota tão boa.
CAPÍTULO DEZ
DAMIEN

Esta noite, minha obsessão por Quinn finalmente atingiu o pico.


Eu preciso tê-la.
Suas perninhas sensuais tremem quando me ajoelho, rasgando a meia
arrastão em sua virilha. Eu desfaço a barra de seu macacão, revelando suas
coxas úmidas e sua boceta rosa brilhante. Meu pau cresce
desconfortavelmente em minhas calças enquanto ela morde o lábio,
deixando escapar um gemido desesperado.
— Por favor. — ela implora.
Ela é tão sexy. Eu não aguento.
Arrancando minha máscara, eu cutuco suas pernas, separando-as.
— Isso mesmo. — eu mordo. — Porra, implore.
— Por favor. — ela ronrona.
— Sim. — eu gemo, empurrando meus dedos através de sua carne
sensível, traçando levemente seu clitóris. Ela se contorce contra o meu
toque, ansiosamente. — Você é uma vagabunda tão carente, não é?
Seu corpo estremece, como se uma corrente elétrica passasse por ela.
Ela se contorce contra a parede e se abaixa para mim, passando os dedos
pelo meu cabelo preto desgrenhado.
— Por favor, por favor, por favor. — ela choraminga, abrindo-se para
mim.
Eu reclamo de volta, zombando dela.
— Por favor, estou te implorando. — ela ofega, balançando os quadris
para frente, desesperada por contato.
— Porra. — eu gemo bruscamente, esfregando seu pequeno clitóris
sensível em círculos lentos e precisos. Ela grita de pura satisfação, pingando
por mim. — Você está tão molhada.
Mergulho a ponta do meu dedo dentro dela, provocativamente, antes
de empurrar para dentro. Sua boceta linda está tão confortável em volta de
mim, me segurando com força... Todos esses anos, estive morrendo de
vontade de saber cada detalhe explícito.
Como ela se parece.
Como é o gosto dela.
Como ela soa.
Olhando para o rosto dela, meu pau endurece ainda mais. Sua boca se
abre enquanto eu a fodo com os dedos. Impulso após impulso, adiciono
mais, um de cada vez. Eu a estico, vendo o quão bem ela aguenta.
Enrolando meus dedos agora escorregadios, acaricio suas paredes,
procurando o ponto que a faz se desfazer.
— Uma boceta tão apertada. — eu respiro, meus dentes cerrados com
força.
— Ghost. — ela geme impacientemente.
Ghost.
Pela minha fantasia desta noite e depois de observá-la nos últimos
cinco anos, é simplesmente apropriado.
Talvez o seu subconsciente esteja tentando avisá-la.
Incapaz de passar mais um segundo sem prová-la, eu a levanto em
meus braços e a jogo na cama. Com um aperto forte em seus tornozelos, eu
a puxo para a beira do colchão e abro mais suas pernas. Ela respira forte e
rápido quando pressiono meus lábios contra a parte interna de sua coxa e
finalmente inalo o cheiro doce e delicioso de sua excitação.
É assim que parece um despertar espiritual?
Cada célula do meu corpo entra em ação.
Oh, porra. Tenho certeza de que ela tem um gosto melhor do que
qualquer refeição que já comi. É hora de se deliciar.
Sem perder mais um segundo, enterro meu rosto entre suas pernas.
E inferno... eu estava certo.
A pequena Quinn é inebriante.
Passando minha língua sobre seu clitóris, encontro o ritmo certo que a
traz à vida. Ela se contorce contra minha boca enquanto eu pego seus seios
empinados em minhas mãos. Quinn agarra meus pulsos, me segurando
exatamente onde ela me quer.
Sim, baby.
Enquanto estou comendo sua boceta, sou seu para controlar, princesa.
O que você quiser de mim...
É seu.
Em um movimento rápido, arranco sua blusa, girando seus mamilos
enrugados entre meus dedos.
— Oh meu Deus. — ela geme, se debatendo contra meu rosto
enquanto eu mergulho minha língua em seu delicioso buraquinho. — Sim.
Minhas mãos se movem por conta própria, sentindo cada curva de seu
corpo delicioso. Coloco a palma da mão em seu joelho e a abro, afundando
dois dedos dentro dela ao mesmo tempo. Eu a devoro completamente. Ela é
minha sobremesa favorita. Seus gritos de prazer me encorajam a trabalhar
mais, empurrando meus dedos mais fundo enquanto seu clitóris incha sob
minha língua.
A umidade sai dela, encharcando a cama debaixo de sua bunda. Ela
balança os quadris, precisando de mais, perseguindo aquele ápice que ela
procura tão desesperadamente. Deslizando meus braços sob suas pernas,
pego seus pulsos e a prendo no colchão.
Você não encontrará escapatória aqui, pequena Quinn.
Ela reivindica seu orgasmo imediatamente e aperta os lençóis, com as
mãos tremendo. Suas costas se curvam enquanto ela esfrega sua boceta
contra minha boca.
Nesta altura, o meu pau está tão duro que é quase doloroso.
— Porra. — eu respiro nela. — Você tem um gosto muito bom, baby.
Eu preciso de mais.
Ela goza novamente para mim, choramingando alto, tentando se
libertar do meu aperto.
— Eu não posso. — ela chora, dominada pela felicidade. A porta se
abre por um breve momento. Eu levanto meu olhar, ainda mordiscando,
chupando e lambendo sua doce boceta, enquanto Jensen e Micah entram
no quarto. Eles fecharam a porta atrás deles, abafando a música da festa
enquanto assistem.
— Eu não aguento mais. — ela suspira, abafada, pequenos gemidos
escapando de seus lábios. — Oh sim. Sim.
Suas pernas começam a tremer violentamente. Ela grita e suas costas
se arqueiam. Eu a solto com uma respiração profunda e ela permanece
imóvel na cama. Virando-me para os meninos, endireito minha postura e
coloco minhas luvas pretas de couro. Limpando o resto de sua excitação da
minha boca e queixo com a manga da minha fantasia, dou de ombros.
Eles balançam a cabeça, como se estivessem me dando um silencioso,
bem... foda-se. Veja no que você acabou de nos meter, Damien.
Mas eu sei que, se tivessem uma chance, eles também a
reivindicariam.
Esta noite certamente tomou um rumo inesperado.
Fomos instruídos a nos esconder nas sombras e observar de longe.
Agora, estou entre as pernas dela, a minha cara coberta pelo seu gozo.
— Minha. — digo a ela, acariciando seu rosto com as costas da minha
mão enluvada. — Você é minha.
Desamarro o cinto do meu manto que funcionava como uma venda
em volta de sua cabeça, ela abre os olhos. Assim que ela vê Jensen e Micah
perto da porta, seu rosto fecha.
— Espere. — ela deixa escapar, sentando-se e apertando as coxas,
tentando se esconder deles. — Eles estavam assistindo?
Colocando rapidamente minha máscara sobre a cabeça, antes que ela
tenha a chance de ver meu rosto, eu aceno. Ela pisca para mim, insegura.
— Você está chateada. — observo. — Que parte das fantasias
sombrias não envolve ter outros caras assistindo enquanto você tem essa
sua boceta doce comida?
Sua boca se abre.
Aproximando-me da cama, estendo a mão e acaricio seus longos
cabelos loiros. — Só porque você é minha, pequena Quinn, não significa que
não vou compartilhar. — confesso. — Mas só se for isso que você quer.
Um rubor rosa se instala em suas bochechas.
De repente, a porta se abre. Vários caras vestidos como jogadores de
futebol entram cambaleando no quarto, sem perceber que ele está
ocupado.
Pelo amor de Deus.
Quinn corre para abotoar a barra de seu macacão.
Pela expressão maliciosa em seus rostos, fica claro que esses idiotas
tiveram uma ideia errada sobre o que está acontecendo aqui.
Jensen vai até o lado da cama, onde eu fico de pé, completamente
nervoso.
— Inferno, sim. — um deles grita com entusiasmo.
— O que está acontecendo aqui, rapazes? — outro se dirige a nós, seu
tom ameaçador.
— Um boa hora, porra. — outro balbucia bêbado, fechando a porta
atrás de si. — Estamos nos revezando com ela?
Jensen agarra o braço de Quinn e a puxa da cama, jogando-a atrás de
nós.
Uma raiva que nunca senti antes consome cada fibra do meu ser.
Minha voz sai calma. Controlada. — Que porra você acabou de dizer?
— No entanto, meu comportamento muda em um instante quando minhas
mãos se fecham em punhos ao meu lado.
Mal sabem eles... estou pronto para matar por ela.
Eu já fiz.
E eu vou matá-los em seguida.
Cada. Um. Deles.
— Não. — Quinn suspira, passando por Jensen e se colocando na
minha frente, bloqueando meu caminho. — Eu quero dançar. — ela
sussurra.
Eu olho para ela, em conflito.
Ninguém se atreve a ficar no meu caminho.
No entanto, aqui está ela... Uma coisinha, exigindo minha atenção.
— Vamos. — ela afirma, pegando minha mão e empurrando seus
dedinhos delicados nos meus.
Os bastardos nos encaram enquanto passamos, completamente
surpresos. Ela de alguma forma me faz passar pela porta, até que um deles
solta uma risada sarcástica por cima do meu ombro.
— De qualquer forma. Nós a encontraremos mais tarde e nos
divertiremos. — ele ri.
A fúria me domina quando eu imediatamente entro em ação.
Micah e eu voltamos para o quarto em modo de ataque. Nossos
punhos voam pelo ar e os gritos tomam conta da música estridente. Eu
agarro o filho da puta que ameaçou machucar Quinn e o empurro com força
contra a parede.
Vejo vermelho quando pressiono a lâmina afiada da minha faca contra
sua garganta. Sua jugular pulsa forte sob a pele e ele fica paralisado de
medo.
Todos os seus amigos ficam em silêncio, esperando o inevitável.
Inclinando-me, com minha máscara ao lado de sua orelha, o órgão em
meu peito bate descontroladamente. — Você tem mãe? — pergunto a ele,
minha voz quase inaudível, para que só ele e eu possamos realmente
compartilhar esse momento. — Eu não. — confesso. — E se você ameaçar
minha garota novamente, vou me certificar de que você saiba exatamente
como é não ter mãe. Para ver a vida deixar seus olhos.
Em segundos, seu rosto fica cinza e fica claro que ele está prestes a
vomitar.
Ele levanta as mãos, tremendo. — Sinto muito. — ele deixa escapar. —
Sinto muito. — ele repete, mais alto, agora encolhido diante de mim.
Abaixo a mão e coloco o canivete de volta no bolso. Mas depois do
que ele disse sobre Quinn, ameaçá-lo não é suficiente. Com apenas uma
pancada em seu nariz e um estranho estalar de ossos, eu o derrubo no chão.
Seus amigos canalhas, sem saber como agir, dão um passo em minha
direção. Segurando o nariz quebrado com as mãos, o sangue escorrendo
pelos dedos, ele solta um suspiro assustado. — Deixem isso pra lá. — ele
ordena, sem se mover um centímetro. — Apenas deixem isso pra lá.
Micah e eu olhamos para ele e parece que o tempo parou.
Eu poderia matá-lo.
Agora mesmo.
Até que coloquei meu olhar em Jensen consolando Quinn no corredor.
Claramente, ela não está acostumada com a violência. Ela foi protegida
durante toda a vida.
Mantida escondida no escuro.
— Você está segura. — ele promete a ela, com seu tom profundo e
ameaçador, mas ainda assim aliviando seus medos. — E é nossa.
Ela esfrega o rosto no peito dele, sem pensar muito.
Se ela soubesse.
CAPÍTULO ONZE
QUINN

Embora algumas pessoas optem por se vestir de monstros na noite de


Halloween, outras simplesmente são monstros. Mesmo com a música alta
que sai dos alto-falantes de som ambiente, o vento uiva enquanto sopra
pelas portas abertas da casa.
Mais pessoas se aglomeram na entrada, vestidas com uma mistura de
fantasias assustadoras e sexy, manchadas de pintura facial e sangue falso.
Há um brilho assustador criado pelas luzes de néon penduradas no teto,
cercadas por decorações de morcegos e abóboras.
Minha mente fica super estimulada enquanto examino todos em meu
caminho. De repente, estou morrendo de vontade de tomar uma bebida
forte, pronta para a noite realmente começar. A verdade é que nunca me
senti mais viva.
Velas tremeluzem na luz fraca da cozinha, espalhadas pelas bancadas,
exibindo as deliciosas delícias da festa. Há cupcakes inspirados no
Halloween, pops Jack Skellington Oreo e morangos brancos com cobertura
de chocolate decorados como fantasmas.
Há uma tigela grande, cheia de teias de aranha e cheia de gelo, que
contém bolsas de sangue falsas cheias de álcool vermelho escuro. O balde
ao lado contém seringas grandes, cheias de várias cores de diferentes
sabores de gelatina. Elas não poderiam ter sido mais festivas.
— Framboesa azul. — grita a voz de uma garota, enquanto ela se
aproxima de mim e pega a última seringa azul. — Quinn. — ela murmura,
me pegando desprevenida.
É Veronica.
A garota que arruinou completamente minhas experiências no ensino
fundamental e médio.
Meu corpo enrijece e não consigo respirar. Memórias terríveis
inundam minha mente, de ser intimidada, dos rumores que se espalharam
sobre mim e do assédio que tive que enfrentar todos os dias. Ser
aterrorizada em todas as plataformas de mídia social conhecidas pelo
homem é a razão pela qual não pude ter um telefone celular ou um
computador enquanto crescia.
Mais flashbacks correm em minha direção.
Chorando até dormir, noite após noite.
Meus pulsos. Lâminas de barbear. Sangue.
Veronica e seus amigos, meninos e meninas, sempre me contavam
que meu pai havia se matado porque eu nasci. Todos diziam que ele sentiu
tanta repulsa por me ter como filha, que tirou a própria vida por minha
causa.
— Faz alguns anos que não vejo você. — ela diz sem jeito, forçando
um sorriso falso.
— Sim. — eu deixo escapar sem pensar, tremendo.
Ghost passa o braço em volta do meu ombro, me trazendo contra seu
peito firme, eu relaxo em seu abraço.
— Oh, você está com alguém. — Verônica aponta, parecendo chocada,
o que me provoca.
— Ela está conosco. — Jason esclarece, colocando uma mecha do meu
cabelo atrás da orelha.
Michael fica ao nosso lado, permanecendo em silêncio, mas se
tornando conhecido.
Seu rosto cai ao perceber.
E de repente, nunca me senti mais confiante. Depois desses últimos
anos, de recomeçar e aprender a ser feliz com a vida que me foi dada,
lembro-me da promessa que fiz a mim mesma.
Para nunca permitir que nenhum dos meus agressores me afete
novamente.
— Você pegou o último. — observo, olhando para sua dose de
gelatina. — Desapontada. Framboesa azul é minha favorita.
— Isso é uma merda. — ela comenta descuidadamente, apertando a
mandíbula.
— Dê a ela. — ordena Michael, e fico maravilhada.
Ela faz uma careta. — O quê?
— Ele disse, dê para mim. — repito suas palavras, dando um passo à
frente até estar a poucos centímetros de distância. — Mas quer saber — eu
digo, hesitando brevemente, antes de pegar uma com sabor de cereja do
balde. — Eu acho que estou bem. Estou muito bem, na verdade. Nunca
estive melhor.
Pressionando os lábios ao redor da ponta da seringa, coloco a gelatina
na boca, saboreando o gosto de vodca que queima o fundo da minha
garganta.
— Gostaria de poder dizer que foi bom ver você, Veronica. — digo,
jogando a seringa vazia na lixeira mais próxima. — Mas não foi.
Sua boca fica aberta.
Virando-me rapidamente, vou em direção ao banheiro mais próximo,
até que a ouço gritar algo por cima do meu ombro.
— Eu mudei, Quinn! — ela diz, quase tentando se convencer.
— Espero que sim. — grito de volta emocionalmente, falando sério, do
fundo do meu coração.
Empurrando a porta do banheiro e tropeçando para dentro, agarro
firmemente a borda da pia para me manter de pé. Meu peito aperta, meu
coração acelera, do nada, sinto-me tonta. Não outro ataque de pânico. Não
essa noite.
O pequeno banheiro começa a girar em círculos ao meu redor e sinto
uma sensação de distanciamento do mundo ao meu redor.
Foda-se, ansiedade paralisante.
— Você está bem? — Ghost fala, me pegando desprevenida.
— A porta. — eu falo correndo, sem fôlego. — Por favor, feche a
porta.
E ele faz.
Respirando lenta, profundamente e fechando os olhos, o
constrangimento toma conta de mim. Não acredito que ele esteja me vendo
assim, em meio a um ataque de ansiedade e no meu nível mais baixo.
— O que ela fez com você? — Ghost pergunta, quase nenhum som em
sua voz.
— Nada. — eu sussurro, segurando firmemente a borda da pia.
— Quinn...
— Nada. — repito severamente, inalando um suspiro pequeno e
trêmulo. — Não foi nada.
— Tudo bem. — ele diz, a porta se abrindo. — Vou te dar espaço.
— Não — eu suspiro, olhando no espelho e fixando meu olhar nele,
completamente despreocupada com a assustadora máscara do Pânico no
reflexo. — Eu não quero espaço.
Ele fecha a porta, sua mão permanecendo na maçaneta. Depois de um
momento, ele se aproxima de mim com cautela.
— O que você quer? — ele pergunta, me testando, pressionando a
estrutura sólida da frente de seu corpo contra minha bunda. — Você quer
conversar?
Balançando a cabeça, respondo suavemente: — Não.
— Então o quê? — ele pergunta rispidamente. — Use suas palavras,
pequena Quinn.
— Uma distração. — eu respiro descuidadamente, nervosa. — Eu
quero uma distração.
Alcançando a frente do meu peito, ele prende a mão enluvada em
volta da minha garganta, me segurando imóvel. — Assim? — ele respira,
apertando ainda mais.
Eu aceno levemente.
Inclinando-se, ele hesita ao lado da minha orelha. — Use suas
palavras, Quinn. — ele me lembra.
— Sim. — murmuro. — Mais.

DAMIEN

Ela me encara através do nosso reflexo no espelho. Segurando


suavemente seu queixo, viro sua cabeça para o lado, forçando-a a olhar para
mim. Realmente olhar para mim.
Através da malha preta que cobre os buracos escuros da máscara e da
iluminação certa, me pergunto se ela consegue vislumbrar meus olhos.
Eu me pergunto se ela vê o desejo acendendo dentro deles.
Depois de virá-la para mim, me inclino e agarro a parte de trás de suas
pernas, levantando-a rapidamente do chão. Eu a coloco na beira da pia,
meus quadris se acomodando entre suas coxas. Se ela precisar de uma
distração, terei prazer em dar a ela.
— Isso? — Eu questiono, minha voz pingando como seda.
— Mais. — ela sussurra.
— Eu sei o que você quer, mas adoro ouvir você implorar.
Passando as mãos na parte de trás de suas pernas, observo seu rosto
atentamente. Ela é tão carente, é linda. Ela é linda.
Muito mais bonita do que jamais pensei ser possível.
Observá-la à distância claramente não lhe fazia justiça suficiente.
Meus dedos percorrem a parte interna de suas coxas úmidas, quando
alcanço os botões de seu macacão, hesito, tentando não perder o controle.
Eu a quero tanto.
Mastubar meu pau no chuveiro, com os olhos fechados enquanto a
imaginava fazendo o mesmo consigo mesma, nunca funcionou para mim.
Fez o trabalho, mas ainda houve essa dor incontrolável por todos esses
anos.
Estou desejando me enterrar dentro dela.
Para fazê-la gritar.
Estar com ela assim, sozinhos no banheiro de um estranho, na noite de
Halloween, é muito diferente. Isso é loucura.
Eu tinha ordens estritas. Eu fiz um juramento.
No entanto, neste momento, nada disso significa merda nenhuma
para mim.
Meu pau claramente tem vontade própria.
E a quer... apesar de quaisquer consequências.
— Por favor. — ela solta um gemido abafado, agarrando meus
ombros. — Por favor, mais.
— Você chama isso de implorar?
— Por favor. — ela implora, enquanto acaricio seu clitóris sobre o
tecido fino. — Por favor, Ghost, por favor.
— Porra, baby. — eu exalo bruscamente, a mandíbula cerrada. Esta
pode ser minha única chance. Estou fantasiado e ela não tem ideia de quem
se esconde por baixo. Para ela… eu sou Ghost. — Isso mesmo. Diga meu
nome.
— Ghost.
Meu pau se contrai.
— Você está tomando contraceptivo? — Eu pergunto.
— Sim. — ela responde, balançando a cabeça ao ver a camisinha em
minhas mãos. — Fiz recentemente um teste e estou limpa. Você está?
Concordo com a cabeça, jogando o pacote de alumínio no balcão.
— Agora me distraia. — ela exige.
Foda-se.
Eu gemo, abrindo os botões agora frágeis de sua virilha. Levantando o
manto da minha fantasia, não perco tempo em puxar minhas calças para
baixo, logo abaixo da minha bunda. Meu pau empurra para cima, o pré-
sêmen já vazando da ponta.
Ela percebe meu tamanho e seus olhos se arregalam drasticamente.
Sim, baby. É tudo para você.
Cada centímetro que tenho para oferecer... e muito mais.
Ela se apoia em meus ombros enquanto eu agarro seus joelhos,
puxando-a direto para a beira da pia. Eu pego meu pau tenso em meu
punho, aproximando-me mais. Ela se inclina para trás e abre mais as pernas
para mim. Brincando com ela, esfrego a cabeça rosada do meu pau para
cima e para baixo em sua entrada molhada.
De novo e de novo, eu tomo meu tempo.
— Por favor. — ela implora, tremendo contra mim, eu não aguento
mais.
Só é preciso um golpe forte, nós dois gritamos, e eu não estou nem na
metade. Não consigo nem me lembrar da última vez que comi uma mulher
sem camisinha.
— Porra. — eu exalo bruscamente, alcançando seu corpo pequeno
para agarrá-la melhor, agarrando-a contra mim.
Eu afundo nela mais profundamente, dando-lhe um breve momento
para acomodar o meu tamanho. Ela agarra meus quadris e me puxa para
ela, parece que estou rasgando-a.
Ela é tão. Porra. Apertada.
Isso basta.
Perdendo o controle, eu fodo com ela sem piedade. A sua doce boceta
é a perfeição, as suas paredes interiores sugando com força o meu pau com
cada uma das minhas estocadas. Choque e desespero brilham em seus
olhos.
Uma garota tão linda e delicada.
Ela passa os braços em volta do meu pescoço enquanto eu a reivindico
impiedosamente, bombeando nela com mais força. Há um som de elogios e
batidas na pele enquanto eu acelero meus golpes, socando nela sem
emoção. Mesmo com todas as mulheres com quem transei, nunca senti
nada assim.
Quanto mais ela grita, mais força eu uso, sacudindo seu corpo para
frente e para trás. Ela desliza as mãos por baixo do meu traje, traçando os
músculos das minhas costas, cravando as unhas pintadas de preto
profundamente na minha pele. Eu grunhi a cada movimento, entrando nela
selvagemente, agarrando-a com mais força, não lhe dando escapatória.
Gotas de suor escorrem pela minha testa. Estou morrendo sob esta
máscara. Tornou-se quase um desafio respirar. Isto só parece fazer o meu
pau inchar dentro dela.
A pequena Quinn pode ser minha princesa, mas ela também é minha
putinha suja.
Pretendo transar com ela até que ela não consiga mais andar. Para dar
a ela o melhor orgasmo de sua vida.
Mostrar a ela exatamente o que ela perdeu durante todos esses anos.
— Sim. — ela grita, cravando as pontas dos dedos na minha bunda,
jogando a cabeça para trás e combinando minhas estocadas impiedosas com
seus quadris. — Oh, porra, sim. Sim. Sim!
Sua doce boceta deve ter poderes mágicos porque estou apaixonado.
Eu nunca serei o mesmo.
Os olhos se fecham, as costas se curvam e os lábios carnudos e
rosados se abrem. Sua boceta me agarra com mais força a cada impulso. Ela
está tão perto.
— Olhe para mim. — eu ordeno, batendo nela.
Forte.
Mais forte.
Ainda mais forte.
E como uma boa menina, ela obedece, olhando apressadamente nos
olhos escuros da minha máscara.
Agarrando sua bunda e machucando sua pele, eu a levanto da pia.
Prendendo as pernas em volta dos meus quadris, ela me segura com força,
ansiosa para que o verdadeiro passeio comece. Agarrando suas nádegas, eu
a balanço no meu pau, guiando-a para trabalhar seu clitóris contra minha
pélvis.
— Sim. — ela choraminga, aproveitando, esfregando-se contra mim,
desesperada por liberação.
Sem aviso, bato-a contra a parede. — Porra. — eu gemo.
Os sons que ela faz em seguida só parecem me deixar selvagem.
A pequena Quinn vai me fazer gozar com tanta força. Consigo senti-lo
no fundo das minha bolas. E essa constatação me leva à loucura completa e
absoluta.
— Sim, baby. — eu encorajo. — Eu quero ouvir você gritar.
E ela solta, gritando euforicamente.
— Boa menina. — eu elogio, agarrando sua bunda enquanto soco nela
com urgência. — Você é uma garota tão boa.
— Sim. — ela solta um gemido estridente, enquanto eu enfio minha
máscara na curva de seu pescoço. Depois de ajustar o ângulo, entro mais
fundo nela. — Deus, sim!
— Quero que todos nesta casa saibam que você é minha.
Um forte rubor se instala em seu rosto. — Sim!
— Diga a eles, baby.
— Eu sou sua. — ela geme sem fôlego, balançando os quadris para
combinar com meus impulsos. — Sim!
— Olhe para você. — eu mordo, batendo em sua bunda. — Uma
putinha tão boa. Pule no pau do papai.
Agarrando meus ombros com força, ela monta meu pau pulsante. Eu a
puxo da parede e a guio para cima e para baixo na minha espessura,
incentivando-a a balançar os quadris.
— Porra. — eu exalo bruscamente, derrubando-a com mais força. —
Bem desse jeito.
— Ghost. — ela grita.
Aí está.
— Goze para mim. — eu insisto.
Um clímax explosivo a atravessa ao meu comando. Sua linda boquinha
se abre e suas costas se arqueiam, ela reivindica cada sensação.
Maldição…
Ela tem um orgasmo tão lindo.
Essa garota me faz querer pecar.
Meu pau está tão bem enterrado entre suas coxas. De todas as
fantasias, nada se compara a isso.
Abraçando-a com força, recupero o controle total, observando
enquanto ela é envolvida em seu orgasmo. Com o objetivo de prolongá-lo,
eu me movo dentro dela, empurrando lentamente... Profundo.
Ela me deixa absolutamente louco. Esta noite, pretendo adorar cada
centímetro de seu corpo incrível.
— Porra. — eu exalo bruscamente, me esvaziando dentro dela.
Colocando sua bunda de volta na borda da pia, me inclino,
pressionando minha máscara contra sua testa. Ela é a primeira garota que
me fez gozar.
O tempo todo, estive guardando para ela.
Passando as pontas dos dedos pela curva dos meus quadris, ela me
puxa para mais perto, minha porra escorrendo por suas coxas.
— Agora assim, pequena Quinn... — Agarrando firmemente seu
queixo, eu traço seus lindos lábios com meu polegar. — É assim que você
merece ser fodida. Sempre.
CAPÍTULO DOZE
MICAH

Jensen e eu ficamos do lado de fora da porta do banheiro em guarda.


Uma parte de mim se pergunta quanta merda nós três vamos receber por
isso.
Recebemos ordens firmes.
Observem à distância. Mantenham-na segura. Não se envolvam…
Pelos gritos de paixão no banheiro, até mesmo com a música alta da
festa, fica evidente que ultrapassamos todos esses limites.
Jensen enrijece ao meu lado quando seu ombro roça o meu.
Viro-me para olhá-lo brevemente. É uma pena que seu lindo rosto
esteja coberto pela máscara de Jason. Mas esta noite, somos diferentes.
Podemos ser quem quisermos ser.
Nossas verdadeiras identidades estão ocultas.
Ele olha para mim inesperadamente, seus olhos castanhos queimando
os meus. — O quê? — ele pergunta.
— Vamos fazer algo sobre isso? — Eu questiono, apontando para a
porta atrás de nós com o polegar.
Ele simplesmente dá de ombros.
— O juramento que fizemos há cinco anos não significa nada para
você?
— Estamos todos fantasiados. — ele rebate. — Ela nem sabe quem
somos, Micah.
— Talvez ainda não. — respondo, mudando minha postura para o
calcanhar direito e apoiando o braço na porta. — Mas você e eu sabemos
que Damien é irracional.
Ele examina a sala antes de agarrar meu pulso, me puxando para a
porta dos fundos. Seguimos para o quintal, recebidos pelo ar rigoroso do
outono, ele casualmente me entrega um cigarro. Nós dois garantimos que
estamos sozinhos antes de tirar nossas máscaras de Halloween.
— Damien vai fazer o que Damien quer fazer. — Jensen solta com uma
respiração afiada, acendendo seu cigarro antes de me entregar o isqueiro.
— Desde que ele não tire a máscara, não vejo problema.
— Todos nós a temos seguido. — pressiono. — Por anos. — Ele não
diz nada. — Se ele tirar a máscara, ou se ela vir algum de nossos rostos,
tenho certeza que ela provavelmente já nos reconhecerá.
— Talvez. — ele responde, dando um passo em minha direção.
Minha frequência cardíaca acelera com sua proximidade. — Então,
devemos ir em frente? — pergunto, respirando o cheiro inebriante de sua
colônia.
Seu perfume característico.
— Eu vejo o jeito que você olha para ela, Micah. — ele diz
calmamente, exalando uma pequena nuvem de fumaça no meu rosto. Eu
engulo em seco. — Damien pode ser o mais obcecado de todos, mas vejo o
jeito que você olha para ela. Você também a quer.
— Você está certo. — eu digo a ele. — Eu quero. Ela é linda. De tirar o
fôlego, realmente. — Hesito por um momento, estudando seu rosto. —
Você olha para ela exatamente da mesma maneira.
Seu rosto endurece. — Como eu não poderia? — ele desafia. — Ela é
perfeita em todos os sentidos da palavra. — Ele fica em silêncio, de repente,
seus olhos escurecem. — Eu também vejo o jeito que você olha para mim.
Pisco para ele, sem ter certeza se acabei de ouvi-lo corretamente. — O
quê?
Ele se aproxima, trazendo o filtro entre os lábios, dando uma pequena
tragada. — Eu não balanço desse jeito, cara. — ele respira, com a voz baixa.
— Não? — Eu respondo, com os olhos estreitados.
— Não. — ele confirma, mas há uma expressão em seus olhos.
Tentação.
— Mesmo que eu não fale tanto sobre isso quanto vocês dois, eu me
importo com Quinn. — ele diz. — Eu tenho desde o começo.
— Quem pode dizer que você não pode ter sentimentos por mais de
uma pessoa? — Eu testo. — Eu entendo, cara. Ela tem sido uma grande
parte de nossas vidas. Dedicamos praticamente todo o nosso tempo a ela, e
ela nem tem ideia.
— E enquanto continuar assim, não vejo por que deveríamos ter que
lutar contra nossos impulsos. — diz Jensen.
Lutar contra nossos impulsos…
Gosto da vontade de jogá-lo contra a lateral da casa? Para esfregar o
pau enorme que ele está guardando debaixo das calças? Cair de joelhos e
pegá-lo bem no fundo da minha garganta?
— Damien transando com ela, quero dizer. — ele rapidamente
esclarece.
Meu pau endurece, forçando desconfortavelmente o zíper da minha
calça.
Ele baixa o olhar para a protuberância crescente abaixo da minha
pélvis e passa a ponta da língua sobre a abertura dos lábios.
— Viu algo que você gostou? — Pergunto presunçosamente,
inclinando a cabeça para o lado, notando a forma como seu corpo fica tenso
com a incerteza.
— Devíamos voltar para dentro. — diz ele com desdém, apagando o
cigarro aceso com a bota. — Certifique-se de que Damien não faça nada
imprudente.
— Ha. — Forço uma risada. — Damien? Não sendo imprudente?
Ele ri. — Você deveria conversar.
— Foda-se. — eu digo, me abaixando e me ajustando entre as pernas.
— Por quem? Você?
Eu bufo. — Você não conseguiria lidar comigo, mesmo se tentasse.
Ele segura meu queixo sem aviso, seus olhos queimando ferozmente
nos meus. — Isso é um desafio, Micah? — ele pergunta, seus olhos
escurecendo. — Que boca tão esperta você tem aí.
— Você vai fazer bom uso disso? — Eu provoco.
Ele olha para mim com um sorriso torto, apertando ainda mais. —
Você deseja, porra. — ele deixa escapar cautelosamente.
Nos últimos anos, tem havido uma tensão sexual divertida crescendo
entre nós. Mas chegou a um ponto em que não aguento mais.
Para mim, meus sentimentos por ele são reais.
E cansei de jogar.
— Quando você vai parar de mentir para si mesmo? — Eu pergunto.
Soltando-me com um estalar de pulso, ele dá um passo para trás, me
lançando um olhar irritado. — Você não aguenta uma piada? Estou fodendo
com você, cara.
— Você está? — Eu pergunto, baixando o olhar. — É por isso que seu
pau está duro agora?
Ele revira os olhos. — Foda-se.
— De qualquer forma. — Eu rio secamente, caminhando em direção à
porta dos fundos. — Tudo pronto.
— Micah. — ele grita em voz alta.
— Morda-me, Jensen. Cansei dos seus malditos jogos mentais...
Agarrando meu ombro, ele me gira e me joga para trás, batendo
minhas costas contra o musgo do revestimento de vinil da casa. Curvando os
dedos em volta da minha garganta, ele se inclina, seus lábios a poucos
centímetros dos meus.
— Você está chateado. — ele observa, tirando os fios soltos de cabelo
do meu rosto.
Eu cerro minha mandíbula com força. — Estou bem.
— O que você quer de mim, Micah?
O que eu quero?
Estou apaixonado por esse garoto desde o dia em que o conheci. Nós
crescemos juntos. Ele sempre me protegeu. Ele é o único que realmente me
viu.
Mas em vez de dizer isso a ele, balanço a cabeça, inquieto.
— Nada. — respondo severamente, olhando-o diretamente nos olhos.
— Eu não quero merda nenhuma de você. Estou bem.
E eu o afasto, antes de olhar por cima do ombro e vislumbrar várias
figuras escuras nos observando à distância.
Mas é o contorno tênue de suas máscaras de corvo que me coloca em
modo de ataque.
Meu rosto endurece quando começo a caminhar em direção a eles.
Jensen agarra meu ombro, me fazendo parar. — Não são eles. — ele
dispara, me trazendo de volta à realidade. — Não pode ser. Eles se foram há
anos. Se eles voltassem para Salem... nós saberíamos.
Meu coração bate forte e nunca me senti tão nervoso. Uma rajada de
ar frio acaricia minha pele e um arrepio percorre minha espinha. Algo
simplesmente não parece certo.
Eu não consigo definir o que é.
Mas posso sentir isso profundamente em meus ossos.
Eles desaparecem nas sombras sem aviso prévio.
Soltando uma respiração profunda, sacudo os pensamentos da minha
cabeça.
Ele tem razão. Se fossem eles, saberíamos.
— Vamos, cara. — diz Jensen, colocando a mão no meu ombro,
aliviando toda a tensão acumulada em meu corpo.
E coloco minha máscara de Halloween, seguindo atrás dele.
Esta noite não, Satanás.
CAPÍTULO TREZE
QUINN

A música irrompe dos alto-falantes, as vibrações fluem pelos corpos


em movimento. As luzes estroboscópicas e a fumaça subindo do chão criam
um ambiente sedutor, sendo a sala de estar o local mais movimentado da
festa. Balões pretos e laranja cobrem o teto, uma decoração de aranha
gigante pendurada sobre nossas cabeças.
A energia e a atmosfera são intensas e todos parecem estar se
divertindo muito. E pela primeira vez, estou finalmente vivendo e me
divertindo.
Nunca fui de me soltar. Sempre vivi minha vida em uma bolha, me
mantendo distante de todos. Acho que é seguro dizer que essa sempre foi
minha habilidade de enfrentamento.
Foi assim que aprendi a me proteger, já que ninguém mais o fez. No
entanto, esta noite, estou finalmente deixando ir, abraçando as infinitas
possibilidades.
Balançando os quadris e dançando ao ritmo, canto junto com a letra.
Esticando os braços acima da cabeça e seguindo o ritmo, o ponche de
Halloween e a dose de gelatina de antes começam a tomar conta de mim.
The Monster Mash começa a tocar e todos sentem a vibração.
Permitindo que meus olhos examinem a sala, finalmente localizo meus três
protetores encostados na parede. A atenção deles está voltada para mim, e
apenas para mim, enquanto eles observam silenciosamente cada
movimento meu.
Passando as mãos pelo corpo, começo pelo peito, descendo
lentamente pelo abdômen, quadris e coxas. Olhando sedutoramente na
direção deles, sem ter uma única preocupação no mundo.
As costas de Jason e Michael estão pressionadas contra a parede, os
braços cruzados sobre o peito. A postura de Ghost enrijece, seus braços
caindo para os lados enquanto suas mãos se fecham em punhos cerrados.
A confusão me atinge até sentir um leve tapinha no ombro.
Virando-me, vejo um cara vestido com calça preta e uma camiseta
branca manchada de sangue falso.
Ele sorri, dançando para mais perto de mim. — Amando a fantasia. —
diz ele por cima da música.
— Obrigada. — respondo, balançando os quadris no ritmo da batida.
— Mas não tenho ideia do que devo ser...
Ele inesperadamente agarra minha cintura, me puxando para perto. —
Você é quente como o inferno.
— Obrigada. — respondo inquieta, me afastando.
Ele agarra meu pulso com força, me trazendo de volta para ele, e me
prende no lugar. — Aonde você vai?
— Você está me machucando. — gaguejo.
Ghost aparece, interpondo-se entre nós. — Tire a porra das mãos dela.
— Ou o quê?
Ele levanta a faca e a gira entre os dedos. — Ou vou estripar você
como um peixe. — ele comenta friamente.
Meu coração afunda imediatamente.
— Ghost. — tento dizer, mas quase não há som na minha voz.
Finalmente, ele me solta, apenas para ficar bem na frente de Ghost. —
Deixe-a decidir quem ela quer. — ele retruca. — Ela não é sua vadia.
Sem aviso, Ghost o empurra com força suficiente para fazê-lo voar
para trás. No momento em que suas costas colidem com a parede, ele
levanta as mãos acima da cabeça, derrotado.
Mas já é tarde demais.
Ghost agarra seu pulso, prendendo-o na parede. Levo um momento
para perceber o que acabou de acontecer antes de poder voltar à realidade.
Há uma faca enfiada em sua palma. A lâmina está enterrada em sua carne,
prendendo-o no lugar, o sangue escorrendo pelo braço do corte.
Há um zumbido agudo em meus ouvidos. Meus olhos quase saltam
das órbitas em descrença. E então o zumbido desaparece e ele de repente
começa a gritar.
Gritando de agonia e medo.
Meu estômago revira. A adrenalina bombeia através de mim.
Ghost grita de volta, zombando dele. — Se você colocar suas mãos
imundas no que é meu novamente, eu vou te caçar e vou te matar. Devagar.
Ele gira a faca, o sangue jorrando ao redor da incisão da lâmina, ouve-
se um grito horripilante. Todos na sala estão gritando, encolhidos e ficando
fora do caminho enquanto Ghost retira a faca de sua carne.
Caindo de joelhos, ele apoia a mão machucada contra o peito, curvado
em angústia. Agora sua camiseta branca está manchada de sangue de
verdade.
Que festivo.
Ghost e Jason lideram o caminho enquanto seguimos em direção à
porta dos fundos, enquanto Michael caminha ao meu lado, olhando para
mim ocasionalmente para garantir que estou bem. Todos os olhos estão
voltados para nós quando saímos da festa, atravessando o quintal e
passando por todos que estão reunidos do lado de fora.
Michael pega seu telefone, ligando a lanterna no momento em que
entramos na floresta. Dez minutos de caminhada devem se passar até
finalmente chegarmos à estrada principal, percebo que estamos bem perto
do centro de Salem.
Há uma multidão de pessoas andando no meio da rua em todas as
direções, todas fantasiadas, as estradas estão bloqueadas com viaturas
policiais, barreiras e cones laranja. Depois de dar uma volta e caminhar por
uma rua lateral, os calcanhares dos meus pés estão com bolhas e latejando.
Diminuindo o ritmo, tento afastar a mente do desconforto, embora
seja inútil. Ajoelhando-me, desamarro os sapatos e tiro-os, segurando o
braço de Michael para me manter firme.
— Você está bem? — Jason pergunta.
Balançando a cabeça levemente, seguro meus sapatos e continuo
seguindo atrás deles. — Estou bem. — digo, pedrinhas afiadas do concreto
espetando as solas dos meus pés. Eu estremeço.
— Me dê eles. — Jason diz, pegando meus sapatos.
Ghost está na minha frente, bloqueando meu caminho quando paro.
Antes que eu consiga entender, ele me levanta do chão e me pega nos
braços como se eu não pesasse nada.
— Você não precisa me carregar. — eu digo correndo, surpresa. — Eu
posso andar. Realmente.
— Eu quero você contra mim. — ele respira.
— Você continua me protegendo. Por quê?
— Eu vejo através de você.
Franzindo a testa, balanço a cabeça. — Afinal, o que isso quer dizer?
— É tudo que você sempre quis. Estar protegida. Segura. — afirma ele
bruscamente, atravessando o gramado da frente de uma casa. — Nós vamos
mantê-la segura, pequena Quinn.
Meu coração bate forte e meu estômago palpita. Borboletas.
— Por mais louco que isso seja, foi muito fofo. — murmuro.
Nós quatro subimos os degraus da frente, atravessamos a varanda e
paramos quando chegamos à porta da frente.
— Eu não vim em seu socorro porque sou seu cavaleiro de armadura
brilhante. — Ele me coloca de pé, antes de segurar meu rosto entre as mãos
enluvadas. — Eu sou o vilão e quero você só para mim.
A porta da frente se abre e a escuridão nos dá as boas-vindas.
Meu coração acelera, batendo descontroladamente. Arrepios surgem
na minha pele.
Deixando cair os braços ao lado do corpo, ele dá um passo para trás.
Jason e Michael entram na casa e são engolidos pela escuridão, deixando a
porta aberta atrás deles.
Ghost lentamente puxa para baixo o capuz de sua fantasia, agarra a
parte inferior de sua máscara e a coloca sobre sua cabeça. E finalmente,
depois de toda a noite, ele está desmascarado.
A luz fraca da varanda é brilhante o suficiente para realçar seus
impressionantes olhos azuis, cercados por cílios grossos e escuros,
destacando seu cabelo preto desgrenhado. Ele umedece os lábios carnudos
com a ponta da língua antes de eles se curvarem em um sorriso malicioso.
Seu queixo afiado e esculpido se aperta enquanto meu olhar viaja até as
tatuagens que cobrem seu pescoço. Ghost é mais bonito do que eu jamais
poderia imaginar, o que só parece tornar isso mais difícil.
E ele parece tão familiar, mas não consigo identificá-lo.
Engolindo em seco, pisco ansiosamente para ele. — Já vi você antes.
— acuso.
Seu rosto endurece. — Você já?
— Sim.
Inclinando a cabeça para o lado, ele sorri sadicamente. — Tem
certeza? — ele desafia.
— Eu não pensei que você fosse tirar a máscara.
— Eu não planejei isso. — ele confessa, baixando o olhar para meus
lábios. — Mas então, como eu poderia fazer isso?
Em segundos, ele está me puxando para mais perto e pressionando
sua boca contra a minha. Ele me beija com força, me segurando
agressivamente contra ele. Meu corpo se dissolve contra o dele, faíscas
voando. A ponta de sua língua traça a abertura dos meus lábios, implorando
por entrada, eu ansiosamente concedo.
Nossas línguas se roçam, impacientemente, ele assume o controle
total. Movendo-me para trás, ele me prende na parede ao lado da porta da
frente, passando as mãos por cada curva do meu corpo. Captando seu
gemido em minha boca, minha respiração acelera, e o ar fresco do outono
provoca um arrepio na minha espinha.
Ghost acaricia meus braços nus, me aquecendo com a fricção de suas
luvas. Ele se inclina para mim, tomando meu lábio inferior entre os dentes.
Eu gemo de total satisfação, estendendo a mão para passar meus braços em
volta de seu pescoço. Inspirando sua colônia inebriante, uma dor se instala
entre minhas pernas, antes de ele se abaixar e me levantar do chão sem
esforço.
— Porra. — ele respira, retornando seus lábios vermelhos e agora em
carne viva para os meus.
Passando os dedos por seu cabelo liso, eu me derreto nele,
empurrando minha parte inferior contra a grande protuberância em suas
calças. Nunca fui beijada assim na minha vida.
Inclinando a cabeça para trás, ele apoia a testa na minha e olha
diretamente para a minha alma. — Pretendo foder você violentamente e
apaixonadamente a noite toda. — ele avisa friamente, com os olhos
estreitados. — Estou lhe dando dez segundos para sair.
— O quê? — Quase sussurro.
Colocando-me de volta sobre os pés descalços, ele se afasta, seu
comportamento mudando drasticamente. — Se você não sair em dez
segundos, então sua decisão foi tomada.
— A noite não acabou.
— Dez. — ele começa.
— Tínhamos um acordo. — pressiono.
— Nove.
— Eu pedi para você dar vida às minhas fantasias mais sombrias.
— Oito. — ele testa.
— Eu quero isso. — admito, mais para mim mesma do que para ele.
— Sete.
— Quero você.
— Seis. — ele exala bruscamente. — Cinco. Quatro.
— Não vou mudar de ideia. — digo a ele com ousadia.
— Três…
— Dois. — eu provoco.
De repente, ele fica em silêncio. Permitindo-me um último momento
para mudar de ideia. Para correr. Embora eu não me mova um centímetro.
E seus olhos se estreitam. — Um. — A melodia sedutora e lenta que
acabei de escolher soa através do alto-falante Bluetooth na sala de sua casa.
Ghost me entrega o copo de red bull e vodca que eu pedi enquanto Jason se
senta ao meu lado no sofá de couro preto.
As tensões sexuais não poderiam ser maiores.
Ele chega por trás do ombro e puxa o manto de sua fantasia de Pânico
sobre a cabeça, deixando-o com uma regata preta e calças pretas. Minha
boca se abre quando vejo seus braços fortemente tatuados, ombros
definidos e pescoço, todos ondulando com veias e músculos.
Jason pega a garrafa de uísque de Michael, que logo depois sai da sala.
Servindo-se de um copo, Jason levanta ligeiramente a parte inferior da
máscara, revelando a metade inferior do rosto. Lábios carnudos e rosados,
pressionados contra o vidro, enquanto ele engole a bebida forte com um só
gole.
Ghost senta ao meu lado, me prendendo entre os dois. — O que vem a
seguir, pequena Quinn? — ele pergunta, com um sorriso torto. — Quais são
algumas dessas suas fantasias sombrias?
Tomando um gole da minha bebida, me contorço na cadeira. — Não
tenho certeza. — respondo.
— Não tenha medo. — ele ronrona, segurando minha perna acima do
joelho. Sua mão é enorme comparada à minha coxa. — Esta noite, nós
daremos a você tudo o que você deseja e muito mais.
— Nós. — eu ecoo, incerta.
— Se é isso que você quer. — ele começa, passando sensualmente os
dedos ao longo da parte interna da minha coxa. — Então é isso que você vai
conseguir.
— Eu só li sobre isso. — admito timidamente. — Sempre foi apenas
uma fantasia.
— Você me pediu para trazê-las à vida. — insiste Ghost. — Você vai
retirar isso?
— Não. — eu corro. — Eu disse que quero isso.
Jason tira o copo da minha mão, me assustando, antes de colocá-lo
sobre a mesa. Voltando sua atenção para mim, ele se encosta no encosto do
sofá, colocando a mão na minha outra perna.
Ghost agarra meu pescoço, quando inclino a cabeça para trás em
submissão, ele sorri maliciosamente. Esses dentes brancos perolados me
deixam fraca. Trazendo-me para mais perto, ele pressiona os lábios no meu
pescoço, enquanto permito que meus olhos se fechem, absorvendo o
erotismo deste momento.
Ambos os homens acariciam minhas pernas de cima a baixo. Uma
corrente elétrica está no ar, não estou atraída apenas por Ghost, mas por
Jason também.
Seus lábios são macios e quentes, arrepios surgem na minha pele. Ele
lambe, chupa e morde até minha clavícula. Arqueando minhas costas, a
umidade se acumula entre minhas coxas. Estou encharcada por eles.
Colocando minha mão sobre a de Jason, eu o guio entre minhas
pernas, hesitando nos botões do meu macacão. Seu gemido é profundo,
enviando arrepios por todo o meu corpo. Minha boca se abre em êxtase
enquanto me entrego às sensações incríveis dos lábios do Ghost subindo
pelo meu pescoço, seu hálito quente abanando a pele delicada abaixo da
minha orelha.
Jason se ajoelha no chão bem na minha frente, abre minhas pernas e
me leva até a beira do sofá. Reajustando a máscara no topo da cabeça, ele
enterra o rosto entre minhas coxas e me toma em sua boca.
Deixando escapar um gemido suave, já estou tão perto de gozar
sozinha de excitação. Ghost segura minha garganta, apertando ainda mais,
enquanto Jason rapidamente passa a língua contra meu clitóris no
movimento e ritmo mais perfeito.
Enfiando o dedo dentro de mim, ele achata a língua e gira em círculos
precisos, fazendo com que cada terminação nervosa acelere. Minhas
paredes internas se apertam, com espasmos ao redor dele, antes que ele
acrescente outro. Me fodendo selvagemente com dedos longos e
escorregadios.
— Eu o invejo agora, — Ghost respira ao lado do meu ouvido,
aplicando mais pressão na minha garganta, dificultando a respiração. — Essa
bocetinha doce é minha refeição favorita.
Meu clímax me reivindica sem aviso prévio. Jason chupa meu clitóris,
roçando levemente os dentes na minha carne sensível. Agarrando sua nuca,
eu o puxo para mais perto, esfregando-me contra seu rosto. Ele retira os
dedos da minha umidade e envolve os braços sob minhas pernas, agarrando
minhas coxas.
Me puxando para mais perto, ele me devora, me fazendo gozar tão
intensamente que é quase doloroso. Gemendo alto, eu me contorço contra
sua boca. Balançando meus quadris. Arqueando minhas costas ainda mais.
Soltando pequenos gritos desamparados de prazer avassalador a cada
segundo que passava.
— Porra. — Jason grunhe, tirando sua jaqueta volumosa.
Ele se abaixa, me levantando em seus braços em estilo nupcial. Meus
braços envolvem seu pescoço, finalmente, consigo ver seu rosto. Meu
coração bate instantaneamente com o quão lindo ele é. Cabelos castanhos
escuros e olhos castanhos, com traços faciais masculinos.
Como consegui ter tanta sorte esta noite?
Empurrando uma porta com o ombro, ele nos leva para um quarto,
pressionando minhas costas na cama. Chegando atrás dele, ele puxa a
camisa pela cabeça, revelando grandes tatuagens nos braços, peito e
costelas. Ele rasteja até mim, seu peito tonificado pressionado contra o
meu.
E ele olha para minha boca. — Você quer provar a si mesma?
— Sim. — eu sussurro.
Ele olha avidamente nos meus olhos, com um gemido baixo, pressiona
seus lábios nos meus.

JENSEN

Deslizando minha língua em sua boca, descanso meu antebraço ao


lado de sua cabeça. Abaixando-me, seguro sua mão, guiando-a para meu
pau duro por baixo das calças.
Ela tenta abaixar meu zíper, seus dedos se atrapalhando no botão, até
que eu a afasto. Eu arranco minhas calças logo abaixo da minha bunda,
minha ereção fica livre.
Esfregando a ponta para cima e para baixo em sua boceta lisa,
provocativamente, passo meus lábios ao longo da pele macia de seu
pescoço. Ela tem um cheiro incrível e um sabor ainda melhor. Eu empurro
dentro dela com um golpe longo, ofegando por ar.
Ela é tão apertada.
Tão magnifica.
Tão molhada.
Suas unhas cravam nas minhas costas enquanto eu me aproximo dela,
de novo e de novo, ganhando velocidade. Eu levanto sua perna sobre meu
quadril e entro mais fundo. Ela solta um gemido suave, o som disso me
levando à beira da insanidade.
Ela parece melhor do que eu imaginava.
Estar dentro dela é meu novo lugar favorito.
Socando nela repetidamente, agarro seu queixo e viro sua cabeça na
direção de Damien. Da porta, ele me observa divertido enquanto eu a fodo
com força.
Suas pernas começam a tremer quando deslizo minha mão entre suas
coxas, trabalhando seu clitóris. Ela grita para mim, uma expressão de
surpresa brilha em seus olhos. Suas mãos estão sobre mim, percorrendo
meus ombros e braços. De repente, ela crava as unhas na minha pele.
Deslizo meu braço por baixo de suas costas e a coloco em cima de mim
enquanto Damien sobe na cama. Ele agarra sua nuca e a empurra para
frente, até que seu peito fique pressionado contra o meu.
— Eu quero você. — ela implora. — Eu quero vocês dois.
— Eu sei, baby. — Damien a tranquiliza, cobrindo sua bunda com
lubrificante. — Nós cuidaremos de você. Respire fundo.
Quinn fecha os olhos e começa a me montar lentamente. Ela respira
fundo e eu envolvo meus braços em torno de seu pequeno corpo,
observando silenciosamente enquanto Damien trabalha sua bunda apertada
com os dedos. Ela geme baixinho enquanto ele a estica, tentando prepará-la
para sua espessura. Expiro impacientemente, saboreando as sensações de
estar tão profundamente dentro dela.
Ele demora um pouco antes de retirar os dedos e entrar na bunda
dela.
Quinn descansa o rosto na curva do meu pescoço enquanto eu levanto
meus quadris da cama e começo a socar nela. Damien e eu a reivindicamos
ao mesmo tempo, tomando o que é nosso.
Ela sempre foi nossa.
Sua respiração acelera e ela tem orgasmos intensos enquanto nós dois
aprofundamos nossos golpes. Nós transamos com ela de forma punitiva,
dando à nossa garota exatamente o que ela pediu.
— Não há escapatória, baby, — Damien geme, batendo em sua bunda
repetidamente.
— Você caiu em nossa armadilha. — eu respiro bruscamente ao lado
de sua orelha, roçando meus dentes por cima de seu ombro. — Nós nunca
vamos deixar você ir.
— Grite por nós. — Damien ordena.
— Ah, sim. — ela engasga, convulsionando contra nós, gritando. —
Oh, Deus, sim!
— Sua bunda apertada é tão boa em volta do meu pau. — Damien
grunhe, socando nela com mais força, mais rápido, seus quadris batendo
contra suas nádegas ruidosamente.
— Me sufoque. — ela implora, me pegando de surpresa.
— Ela é uma boa menina. — eu elogio, envolvendo meus dedos em
torno de sua garganta. — Você não é?
— Que garota tão boa. — ele geme, deslizando os dedos em seu
cabelo e puxando com firmeza, puxando sua cabeça para trás. — Porra. Tão
apertada. Você está fazendo um ótimo trabalho nos levando.
— Sim, baby. — eu gemo, levantando meus quadris da cama e
entrando nela mais rápido. — Eu vou encher você.
Aumentando meu aperto em sua garganta, eu me esforço para não
gozar. Ainda não. Não tão cedo. Mas inferno... ela me faz sentir tão bem. Eu
não aguento mais. Não aguento o som de seus gritos ansiosos. Não consigo
ver seu rosto deslumbrante enquanto ela abraça seu orgasmo. Não aguento
a sensação da sua doce boceta a espasmar em volta do meu pau.
Finalmente, eu desisto, me esvaziando profundamente dentro dela.
Damien joga a cabeça para trás e se liberta, respirando forte e rápido.
Quinn coloca as mãos no meu peito e se recosta, lutando para
recuperar o fôlego. Enquadro seu rosto com minhas mãos e seus olhos se
abrem, fixando-se nos meus.
— Você está bem? — pergunto, acariciando sua bochecha com a
ponta do polegar.
— Sim. — ela responde fracamente. — Melhor do que bem.
Com isso, nós dois saímos dela e ela rola de costas.
Damien pega uma toalha no canto do quarto e a limpa com ela.
Depois, joga-a no chão de madeira e veste as calças, antes de ficar
completamente imóvel.
Sigo seu olhar, fixando meus olhos nas cicatrizes em seus pulsos.
Meu coração imediatamente se despedaça.
Não.
Não a nossa Quinn.
CAPÍTULO QUATORZE
QUINN

Sentando-me rapidamente ereta, corro para ficar de pé. Apertando os


botões do meu macacão, um silêncio estranho toma conta do quarto.
Quando me viro para encará-los, eles estão boquiabertos para mim.
— Não é educado ficar olhando. — digo a eles.
Ghost se aproxima de mim, segurando meus ombros com as mãos. —
No banheiro, mais cedo. — ele hesita, meu estômago afunda. — Na festa.
Você estava chateada. Quem era aquela garota?
— Ela não era ninguém. — respondo, ignorando. — Realmente não é
grande coisa.
— Eu posso ver através de você, pequena Quinn.
— Porque pergunta?
— Porque você está sofrendo. E eu nunca quero ver você machucada.
Segurando meus pulsos, olho para as cicatrizes, as memórias voltando
para mim. Nunca tive ninguém com quem conversar sobre isso. Nunca. Por
mais estranho que seja, é consolador que eles queiram que eu compartilhe
meus segredos mais obscuros.
Olhando em seus olhos, solto um pequeno suspiro. — Minha infância
foi uma droga e a escola foi ainda pior. Eu fui intimidada. — Forço uma
risada. — Realmente, muito ruim.
— Sinto muito — ele murmura, trazendo-me para seu peito quente e
nu. — Eu vou matá-los.
— Já se passaram alguns anos. — eu digo secamente. — Mas o
trauma que isso causou. As incertezas. Perguntando-me se talvez, o tempo
todo, eles estavam certos.
Ele se afasta, pegando meu rosto entre as mãos. — Certos sobre o
quê?
— Eles me disseram que foi por minha culpa que meu pai se matou. —
digo suavemente, com lágrimas brotando dos meus olhos.
Seu corpo fica tenso. O rosto endurece. E esses olhos.
Eles são assustadores.
A raiva consome cada grama do seu ser.
Virando-se para Jason, ele olha para ele. É evidente que eles estão
trocando palavras silenciosamente antes que Ghost me solte e saia furioso
do quarto.
— Esses valentões. — diz Jason, agora vestido, enquanto coloca uma
mecha de cabelo atrás da minha orelha. — Eles moram por aqui?
— Não tenho certeza. — respondo calmamente. — Mas todos eles
trabalham na casa mal-assombrada todos os anos.
— Aquela aqui em Salem?
Eu concordo.
— Você sabe que não é verdade. — ele insiste, roçando meu rosto
com a ponta dos dedos. — Certo?
Meu corpo enrijece enquanto respiro trêmula.
— Quinn. — Jason pressiona, franzindo a testa. — Você sabe que isso
era besteira, certo?
— Mhm — eu sussurro.
— Era uma mentira de merda. Não há verdade nisso. — ele me diz. —
Você já conversou com alguém sobre isso?
— Não.
— Por quê?
— Eu não queria causar mais estresse para minha mãe. — admito,
meus lábios tremendo. — Ela já passou por bastante. Eu não queria ser mais
um fardo na vida dela...
— Pare. — Jason me interrompe, enxugando uma lágrima com o
polegar. — Você não é um fardo.
E ele me traz contra seu peito.

MICAH

Deixando Damien e Jensen no sofá com Quinn, eu saio da sala. A


sensação arrepiante de ser observado fora da festa de Halloween hoje à
noite me fez pensar demais. Entro na marquise e fecho a porta
silenciosamente atrás de mim.
Disco o número de Apollo e pressiono a tela do meu telefone no
ouvido.
— E aí, raio de sol? — Apollo responde.
— Apenas verificando. Alguma atualização? — Eu pergunto.
— Nada ainda. — ele responde. — Alguma atualização de sua parte?
Andando pela sala, cerro a mandíbula, me perguntando se deveria
mencionar as vibrações estranhas que senti apenas algumas horas atrás. —
Acho que não. — murmuro, indo até a janela e olhando para fora.
Meu olhar percorre o quintal e nada fora do comum chama minha
atenção. Uma forte rajada de vento arranca a maior parte das folhas das
árvores e as carrega durante a noite. Pressionando a palma da mão contra o
vidro, solto um suspiro profundo.
— Você não acha? — ele questiona. — O que isso significa?
— Dois moradores de Salem desapareceram na última semana. —
aponto.
— Eles atacam em grupos de três, Micah.
— Eu sei. — eu digo.
Há um breve silêncio entre nós antes que ele o quebre. — O que está
acontecendo? — ele questiona.
— Nada. — deixo escapar, esfregando o rosto com a mão. — Esqueça.
— Se recebermos alguma atualização, você será o primeiro para quem
eu vou ligar.
— Entendi. — Com isso, encerro a ligação.
Durante os dez minutos seguintes, fico em guarda, olhando pela janela
na esperança de estar apenas sendo paranoico. Certamente, estou apenas
imaginando coisas, minha mente sempre vagando pelo pior cenário possível.
Eu preciso relaxar. Esta noite de Halloween está tranquila.
No entanto, está quase silencioso demais.
Com uma risada seca, volto para a sala. Os três não estão mais no sofá
onde os deixei.
De repente, passos ressoam no corredor. Meus olhos se fixam em
Damien quando ele entra na sala com um olhar hostil.
— O que está acontecendo? — pergunto, sentindo como se a sala
estivesse se fechando ao meu redor.
— Eles estão mortos. — declara ele, com o rosto contorcido de raiva.
— Eu vou matá-los, Micah.
— Uau. — eu corro, colocando minhas mãos em seus ombros. —
Quem? O que diabos aconteceu?
Suas narinas se dilatam enquanto seu peito fica cada vez maior,
expandindo-se com fúria. — Ela sofreu bullying. — ele resmunga entre os
dentes cerrados. — Tão mal que ela se machucou. Ela se machucou, Micah...
— Damien — eu insisto, tentando acalmá-lo. — Se machucou? Como?
— Os pulsos dela, cara. Eu vou matá-los...
Meu estômago afunda. Tomando seu rosto entre minhas mãos, eu o
encaro diretamente nos olhos. — Nós — eu corrijo. — Vamos matá-los.
Ele desvia o olhar de mim, inclinando-se para o meu toque enquanto
luta com seu próprio tumulto interior. Não consigo imaginar o quanto isso
deve ser estimulante para ele.
Principalmente depois do que presenciou com sua mãe.
Ela morrendo em seus braços.
Damien se vira, correndo pelo corredor enquanto eu sigo atrás dele. —
Não se preocupe, pequena Quinn. — ele diz enquanto entra na sala. Fico na
porta em silêncio, fervendo de raiva. — Eles vão pagar pelo que fizeram com
você. — Ele fica entre Quinn e Jensen e beija a testa dela com ternura. —
Eles vão pagar com a vida.
Sim.
Eles vão.

DAMIEN

Os motores das motocicletas rugem enquanto aceleramos pela rua. O


ar fresco da noite causa arrepios por todo o meu corpo, mas meu sangue
está fervendo. Quinn envolve seus braços com mais força em volta da minha
cintura, eu agarro logo acima do joelho dela com a mão em troca,
confortando-a.
Ela derrete contra mim.
Entramos em um terreno baldio, cercado por mata. Meus
pensamentos estão em frangalhos. Não consigo pensar direito. Estou
perdendo a cabeça.
Tudo o que consigo pensar é em matar cada um dos valentões de
Quinn. Eles vão conseguir o que está acontecendo com eles.
Depois de estacionarmos nossas motos, desligamos os motores e uma
música com tema de Halloween toca ao longe. É a melodia da música tema
de Michael Myers.
Que apropriado.
— Só para você, Mike. — eu digo para Micah, antes de ajudar Quinn a
descer da minha motocicleta. Micah solta uma risada nada impressionada e
balança a cabeça para mim. Eu desfaço a fivela do capacete de Quinn e o
tiro de sua cabeça antes de colocá-lo no guidão.
— Onde estamos? — ela pergunta.
— Entrada dos fundos. — brinca Jensen.
Seu corpo enrijece quando ela percebe onde estamos. — Estamos no
local? — ela pergunta.
— Você não quer se divertir de verdade? — pergunto, ajustando
minha máscara. — Vamos fazer uma visita aos seus valentões. É hora da
vingança.
— Eu não quero que eles me vejam. — ela gagueja, seguindo atrás de
nós enquanto entramos na área escura e arborizada.
— Você não precisa, baby. — eu murmuro, entrelaçando meus dedos
enluvados nos dela. — Deixe essa parte conosco.
Micah vai na frente com a lanterna do seu telefone. A música fica mais
alta a cada minuto que passa. A atmosfera deveria ser assustadora, mas eles
fizeram um péssimo trabalho. Gritos dos convidados ecoam pelo ar noturno.
Eu reprimo o riso.
Eles estão prestes a gritar de verdade.
Encontramos um milharal e seguimos em direção à entrada lateral da
casa mal-assombrada. Quinn aperta minha mão com medo, quando olho
para ela, meu coração bate forte. Não consigo imaginar como alguém
poderia querer machucar uma alma tão preciosa.
Ela é inocente em todos os sentidos da palavra.
Meu sangue ferve de raiva e meu corpo fica tenso. É meu trabalho
protegê-la. Mantê-la segura. E farei qualquer coisa para garantir que ela
nunca mais seja intimidada por esses filhos da puta.
Encontrando um grupo de quatro pessoas, ficamos atrás das árvores,
observando os bastões luminosos ficarem cada vez mais brilhantes à medida
que se aproximam de nós.
Micah salta para o caminho mal iluminado, pegando o grupo
desprevenido. Todos eles soltaram um grito horripilante enquanto corriam
de nós horrorizados. Jensen ri.
Exceto que não sei como alguém poderia rir agora.
Eu só quero cometer o assassinato mais horrível possível.
E eu vou.
— O que você vai fazer? — Quinn fala, olhando nos olhos escuros da
minha máscara.
Eu vou matá-los, baby.
— Vou assustá-los. — digo em vez disso. — Quero ver o medo nos
olhos deles.
Jensen diminui o passo, ficando de frente para nós enquanto anda
para trás. — Quantos? — ele questiona.
— Todos trabalham na casa mal-assombrada. — ela responde
timidamente, apertando minha mão mais uma vez. — Cada um deles.
— Isso é muita gente. — Jensen murmura, fixando seus olhos nos
meus.
— Está tudo bem. — eu digo com desdém. Finalmente, paramos e eu
abaixo a cabeça, olhando profundamente em seus olhos. — Eu preciso de
nomes.
— Nomes? — ela pergunta.
— Nomeie aqueles que foram os piores. — ordeno. — Aqueles que
realmente machucaram você.
Seu rosto endurece. As memórias voltam para ela, embora eu só
queira trazê-la em meus braços e consolá-la, tenho negócios a tratar.
— Os caras eram os piores. — ela responde. Meu queixo aperta, assim
como meu aperto em sua mão. — Derek. John. E Alex. — ela termina.
— Boa menina. — eu respiro, acariciando seu rosto com a parte de
trás da minha luva. — Você quer assistir, pequena Quinn?
Ela balança a cabeça lentamente.
Sua inocência me deixa perplexo. Ela não quer assistir, mesmo depois
de todo o trauma que esses bastardos a fizeram passar.
— Tudo bem. — quase sussurro. — Então você fica aqui. Não se mova.
Não importa o que você ouça ou veja, não saia deste lugar.
— Tudo bem. — ela sussurra de volta.
E seguimos em direção à casa.
CAPÍTULO QUINZE
DAMIEN

— Bloqueie a entrada da frente. — eu instruo Micah, puro ódio


fervendo dentro de mim, determinado a se libertar na forma de caos total.
— Jensen, você cobre a saída. Mande-me uma mensagem quando o último
grupo de pessoas sair.
— Vamos lá. — diz Jensen, desaparecendo pela lateral da casa.
Micah sobe ao degrau mais alto, bloqueando o caminho.
— Ninguém entra. — eu mordo, vendo vermelho. — E ninguém de sai.
Ao entrar, há uma vibração sombria e cinzenta. As janelas estão
fortemente tapadas com tábuas, o chão de madeira range sob as minhas
botas e a música fica mais alta. Examinando o corredor mal iluminado, não
há ninguém à vista. Mesmo através da minha máscara, este lugar exala
gasolina das máquinas próximas e madeira úmida.
Meu telefone vibra no meu bolso.
Jensen
Último grupo saiu.
Removendo a faca da parte de trás da minha cintura, viro o corredor.
— Derek — eu grito, provocando-o, traçando a lâmina com a ponta
dos meus dedos, enquanto a adrenalina bombeia através de mim.
— Sim, mano. — ele responde quase imediatamente. — Quem é?
— Venha descobrir.
Ele sai de trás de uma parede falsa, vestido com sua fantasia estúpida.
— Máscara de Pânico doente. — ele observa, rindo. — Eu te conheço?
Seguindo em direção a ele, meu aperto aumenta no cabo da minha
faca. — Não exatamente. — eu respondo. — Sou amigo de Quinn.
A confusão toma conta de seu rosto enquanto ele se move ao lado da
luz fraca colada na parede. — Quinn? — ele pergunta.
Inclinando impacientemente a cabeça para o lado, eu aceno. — Te diz
alguma coisa?
— Oh. Sim. Aquela vadia esquisita cujo pai se matou, certo?
Jogando-o contra a parede do corredor, não perco tempo em enfiar
minha faca em seu peito. Há sangue jorrando, ossos quebrando.
Repetidamente, eu o estripei, pintando as paredes, o chão e minha máscara
de vermelho. Ele engasga com o próprio sangue, gorgolejando, meio
soluçando, pedindo que eu ponha fim ao meu ataque cruel.
Não há como parar agora.
Prometi à minha pequena Quinn que os faria pagar. Com a vida deles.
O sangue deles.
Seu corpo fica mole contra a parede. Arrancando a lâmina de sua caixa
torácica, Derek cai sem vida no chão com um baque forte.
Um já foi.
O resto para ir.
A adrenalina toma conta de mim enquanto corro para outra sala,
avistando um cara em cena, vestido como um velho cientista maluco. Que
porra de clichê.
— Você vai ser meu próximo objeto de estudo? — ele pergunta,
recitando sua frase cafona, apontando para um cadáver falso no que parece
ser uma mesa de operação de metal.
— Não. — eu rosno, pulando sobre a mesa enquanto ele tropeça para
trás. — Mas você é o meu.
Ele se vira para fugir de mim, chocado e confuso, até que eu enterro
minha faca em suas costas. Incapacitado, ele cai de joelhos, em estado de
choque. Foi então que a dor finalmente o atingiu, rasgando seu corpo. E ele
grita de agonia e medo, enquanto torço a lâmina de lado em sua carne.
— John? — Eu pergunto sadicamente, exigindo uma resposta.
— S-s-sim. — ele engasga, caindo no chão, tendo convulsões.
— Johnny Boy! — Eu grito com humor, puxando a faca antes de
arregaçar as mangas.
Com um rápido lançamento no ar, pego minha faca pelo cabo
ondulado, antes de enterrar o metal afiado entre suas omoplatas.
— Isto é por Quinn. — murmuro secamente, chutando-o nas costelas.
— Uma facada para cada ano que você e seus amigos a torturaram.
Há outro barulho quando eu o esfaqueio novamente. De novo. E de
novo. Acabo me desviando e perco a conta num acesso de raiva. Há mais
gorgolejos. Gemidos silenciosos de desespero, enquanto ele começa a
rastejar para frente, usando a pouca energia que lhe resta.
— Como você ainda não morreu? — Eu brinco, pisando em suas
costas, agora cobertas de cortes profundos e encharcadas de sangue. Eu
estalo minha língua para ele. — Você não vai a lugar nenhum, Johnny. Esta é
a parte em que você morre pelo que fez a ela.
E bem na hora, qualquer indício de vida restante deixa seu corpo.
Jensen entra na sala, me pegando desprevenido, com a jaqueta
manchada de sangue. — Há gasolina em um galpão.
— Boa descoberta. — eu respiro bruscamente, puxando minha faca da
carne do garoto Johnny.
— Peguei alguns e deixei na porta dos fundos.
— Onde está Alex? — exijo, ainda furioso.
Com um aceno de cabeça, ele aponta para outro corredor.
Lá está ele no centro da sala, acorrentado a uma cadeira de madeira,
com fita adesiva cobrindo a boca. Meu pau se contrai com a ideia de acabar
com sua vida.
Se vingando pela pequena Quinn.
É um espetáculo ver as lágrimas escorrendo pelo seu rosto.
— Pobre Alex. — recito a famosa frase do Pânico. — Você acha que
isso é tudo sobre você? Você acha que ainda é a estrela?
Ele murmura contra a fita, até que eu a arranco. — Que porra é essa?
— ele grita, desespero e medo brilhando em seus olhos.
— Isso é sobre Quinn. O que você fez com ela. — eu cuspi.
— Você é maluco. — ele grita.
— Maluco por ela. — digo com os dentes cerrados, arrancando minha
máscara e enfiando meu rosto no dele. — Você fez merda. E agora você vai
pagar por isso.
— Socorro. — ele grita, ficando em silêncio enquanto pressiono a
ponta da minha lâmina contra seu pescoço.
— Seus amigos não podem ajudá-lo. — grito de volta, cortando sua
garganta. — Eles estão mortos.
Uma garota entra correndo na sala e grita de horror, vendo sangue
escorrendo pela fenda aberta. Jason a persegue até outra sala,
desaparecendo da minha vista.
Colocando minha máscara, pego a gasolina na porta dos fundos.
Jensen entra por uma porta logo depois, jogando um bastão de metal
ensanguentado no chão.
— Comece pela frente. — eu instruo, entregando-lhe a lata de
gasolina.
— E se deixamos passar alguém? — ele pergunta.
— As chamas cuidarão dos outros.
Ele acena com a cabeça, saindo da sala.
— Ghost?
Meu olhar se volta para a voz suave que vem da porta dos fundos,
quando de repente eu a vejo. Quinn.
— O que você está fazendo aqui? — Eu questiono duramente.
— Eu estava preocupada. — ela responde com medo, entrando na
sala. — Eu precisava ter certeza de que você estava bem.
Dando um passo em sua direção, ela recua, até que seu corpo fique
preso contra a parede. Meu pau endurece, forçando desconfortavelmente
contra minhas calças.
— Porra. — eu grunhi, batendo minhas mãos na parede ao lado de sua
cabeça, prendendo-a entre meus braços.
Um pequeno grito sexy escapa de seus lábios.
— Você deixa meu pau tão duro, Quinn, que dói. — eu gemo,
inclinando-me contra ela.
Todo esse assassinato realmente me afetou dessa vez. A visão de
sangue sempre deixa meu pau duro. Eu preciso estar dentro dela. Enterrado
nessa boceta apertada e molhada.
— Eu preciso te foder. — eu respiro, jogando minha cabeça para trás
enquanto ela desabotoa minhas calças. — Agora mesmo.
Caindo de joelhos, ela puxa minhas calças para baixo e não perde
tempo envolvendo seus lábios em volta do meu pau. Avançando, ela
engasga, enquanto eu entro e saio de sua boca quente. Segurando-me
firmemente na base com o indicador e o polegar, guio a mão dela até
minhas bolas.
— Oh, porra, baby. — eu grunhi com cada impulso.
Ela engasga com meu pau novamente, suas bochechas corando,
lágrimas escorrendo dos cantos dos olhos. Ela está tentando me agradar
com tudo que há nela.
E ela faz.
Inclinando-me, passo meu braço em volta dela e a coloco de costas,
prendendo-a no chão de madeira empoeirado. Depois de puxar os botões
de sua virilha, cuspo em minha mão, enterrando-a entre suas coxas para
prepará-la para mim.
Mas ela já está encharcada com seus próprios sucos.
Não perco tempo em direção a ela, pois sua boceta chupa meu pau a
cada impulso. Ela me faz sentir tão bem. Muito bem. Ela é minha nova
obsessão e não tem a menor ideia.
— Sim. — ela choraminga, segurando o manto sobre meu peito. —
Sim, papai, sim!
Assim que papai deixa seus lábios, eu a penetro mais rápido,
prendendo meus dedos em volta de sua garganta. Tirando seu fôlego.
Fodendo ela sem emoção. Sem remorso.
Apenas golpes profundos e fortes enquanto seu corpo enrijece
debaixo de mim.
Batendo nela, uma e outra vez, eu fodo-a violentamente, tal como
tinha prometido.
Retirando a faca da bainha na parte de trás da minha calça, pressiono
a ponta em sua garganta. Ela engasga, se contorcendo embaixo de mim.
— Sim. — ela incentiva, isso é tudo que preciso. — Por favor.
Arrastando a ponta da lâmina por seu pescoço, corto levemente sua
clavícula e seu corpo reage com um estremecimento. Gemendo por mim,
Quinn inclina a cabeça para o lado, expondo sua garganta. Afundando meu
pau dentro dela lentamente, eu roço a lâmina na carne sensível abaixo de
sua orelha, espalhando sangue em sua pele.
— Oh, Deus. — ela chora, balançando os quadris, acompanhando
meus golpes. — Oh, meu Deus.
— Deus não está aqui agora. — afirmo, cortando sua pele novamente.
De novo.
E novamente.
De repente, a fumaça entra na sala e o cheiro de gasolina torna-se
insuportável. Chamas irrompem ao nosso redor, começando pequenas e
depois crescendo. Quinn olha para mim com medo, inquieta, enquanto eu
continuo a fodê-la sem piedade.
— Ghost. — ela engasga.
— Você está segura. Tire minha máscara, baby. — eu instruo, ela
escuta. — Essa é minha boa menina. Agora a coloque.
E ela obedece novamente, colocando a máscara do Pânico sobre a
cabeça.
Música com tema de Halloween ecoa pela casa, enquanto a fumaça
fica mais espessa e a luz brilhante das chamas se intensifica. Gritos
agonizantes de medo e dor de ficar preso na casa e ser queimado vivo
ecoam pelos corredores.
Meu corpo está coberto de suor devido ao calor intenso. Faço questão
de manter minha atenção no fogo intenso, que se espalha pelo teto,
queimando as estruturas de madeira. Socando nela, deixo cair a faca,
levantando sua perna sobre meu quadril para que ela possa me levar mais
fundo. E ela goza para mim, segurando meu pau com força, seus gritos
inocentes abafados pela máscara.
— Porra, baby. — eu gemo, entrando nela com mais força.
E encontro meu orgasmo com ela, os pulmões queimando, sufocando
e grunhindo a cada golpe, agora cercados por um manto de fumaça.
Não vendo nada além de uma névoa nebulosa.
Porra. Porra. Porra.
Pegando-a em meus braços e segurando-a com força, eu saio correndo
pela porta saindo da casa. Eu a carrego para fora, onde finalmente podemos
respirar, meu pau ainda pendurado para fora da calça.
Tudo o que importa é ela.
Sua segurança.
Micah e Jensen correm em nossa direção, enquanto caio de joelhos e a
deito na grama, a casa pegando fogo atrás de nós. As janelas explodem e o
vidro se estilhaça. As sirenes da polícia e dos bombeiros rugem ao longe.
Erguendo a máscara sobre sua cabeça e puxando minhas calças para cima,
meu coração martela contra minha caixa torácica com a ideia de perdê-la.
— Quinn. — eu insisto, batendo levemente em seu rosto.
— Ai — ela murmura, um sorriso surge no canto de seus lábios. —
Para o que foi isso?
Exalando bruscamente, balanço minha cabeça para ela, incrédulo.
— Estou bem, Ghost. — ela sussurra, gentilmente segurando meu
rosto com a mão. A vulnerabilidade que toma conta de mim com seu toque
me pega completamente desprevenido. — Estou segura com você.
Sim, você está, pequena Quinn.
Mais do que você sabe.
CAPÍTULO DEZESSEIS
QUINN

O ar da noite me causa um arrepio frio. Tudo o que consigo ouvir é o


som dos meus dentes batendo e posso ver minha própria respiração. Nós
quatro entramos na floresta, as chamas da casa mal-assombrada são tão
fortes que de alguma forma conseguem iluminar nossa saída. As sirenes
ficam mais altas, vindo de trás de nós, as pessoas gritam em perigo.
Esfregando os braços, tentando me aquecer, percebo que não adianta.
Ghost tira o manto de sua fantasia e o coloca pela minha cabeça.
Encolhendo as mangas, eu me aconchego no calor, respirando o perfume
inebriante de sua colônia.
Misturado com almíscar e cobre.
Tremendo com a brisa gelada, olho nos olhos dele, desculpando-me.
— Você não está com frio agora?
— Estou bem. — ele rebate.
— Como? — Eu suspiro, olhando para seus antebraços definidos.
E finalmente noto o sangue.
Mesmo assim, ele não diz nada, enquanto levanta o capuz, cobrindo
minha cabeça, protegendo minhas orelhas dormentes do vento forte.
Correndo para a área isolada onde estacionaram suas motocicletas,
Ghost me encara, colocando o capacete na minha cabeça. Ele aperta a fivela
sob meu queixo antes de montar em sua motocicleta, chutando o suporte
para trás.
Agarrando seu ombro, pronta para subir atrás dele, ele me impede.
— Você vai viajar com Michael, baby. — ele anuncia.
E eu franzo a testa, a confusão tomando conta de mim. — Oh?
— É melhor sermos cautelosos, pequena Quinn. — explica Ghost,
colocando sua máscara manchada de sangue.
— Suba — Michael instrui, oferecendo a mão.
Colocando minha mão na dele, subo atrás dele, prendendo meus
braços em volta de sua cintura. Ele é enorme comparado a mim. Seu corpo é
duro como pedra, e de repente me pergunto como será por baixo do
macacão de sua fantasia.
Uma dor surda se instala entre minhas pernas com a ideia de ter três
deles.
Ghost acena com a cabeça, em segundos, os motores ganham vida,
ecoando pela floresta. Quando, inesperadamente, lanternas brilham em
nossa direção e as folhas começam a farfalhar no chão de terra. Agora está
claro que não estamos mais sozinhos.
— Ei! — um homem grita alto. — Essa é a polícia. Mãos onde eu possa
vê-las!
— Agora. — Ghost responde, enquanto nós três decolamos, passando
para a direita com um barulho de pneus enquanto aceleramos pela estrada.
— Parem aí!
Ouvimos vagamente outro policial comandar, até que o som de sua
voz é abafado pelo barulho alto das motocicletas. Meu coração dispara, a
adrenalina corre através de mim. Todos os meus sentidos ficam aguçados
quando aperto Michael com mais força, enterrando meu rosto em suas
costas.
As sirenes soam, aproximando-se de nós, as luzes dos carros da polícia
parando na nossa frente na estrada. E eles estão vindo direto em nossa
direção.
Ghost imediatamente diminui a velocidade e estende o braço para o
lado, gesticulando para que façamos uma curva fechada à esquerda em uma
rua lateral abandonada.
— Tire-a daqui. — ele grita.
Michael faz uma curva fechada e meu coração afunda.
— Espere. — eu grito, percebendo que Ghost e Jason não estão
planejando nos acompanhar. — Espere! — Grito de novo, olhando para trás,
apenas para perceber que eles já se foram.
E eles estão indo direto para a polícia.
— Que porra eles estão fazendo? — Eu imploro a Michael, abraçando-
o com mais força.
— Não se preocupe com eles. — ele murmura. — Eles vão ficar bem.
— Mas como você sabe disso...
Agarrando meu joelho com força, ele acaricia minha pele. — É uma
distração. — ele esclarece, correndo pela estrada longa e estreita. — Eles
sabem o que estão fazendo.
— Eles sabem?
Ele acena em resposta.
— Ok. — eu digo fracamente, duvidando dele.
— É a primeira vez que você foge da polícia? — ele pergunta,
indiferente.
— Sim. — eu admito. — Por quê?
E então isso me atinge.
Não é a primeira vez deles. E pelo seu silêncio misterioso, ele deixa
claro que não será a última.

MICAH

Nos cinco anos que tenho observado Quinn, nunca a vi tão


aterrorizada. Ela anda ansiosamente pela sala da nossa casa, roendo as
unhas, perdida em seus próprios pensamentos. Eu conheço esse sentimento
muito bem.
O pensamento excessivo constante. Os pensamentos intrusivos.
A ansiedade paralisante que reside na paranoia insuportável.
Eu lentamente vou até ela, estendendo a mão para ela, querendo
nada mais do que acalmar seus pensamentos acelerados.
De repente, ela se vira, andando de um lado para o outro no corredor
perto da porta da frente enquanto arranca a pele ao redor das unhas.
— A culpa é minha. — ela finalmente fala, pondo fim ao silêncio. —
Isso é tudo minha culpa.
— Não. — respondo imediatamente, agarrando seus ombros e
virando-a para mim. Seus olhos estão arregalados e há uma expressão de
culpa dentro deles. Meu estômago revira. Como ela poderia acreditar que
tudo isso era culpa dela? Como ela poderia se culpar? Ela é inocente nisso.
Tudo isso.
— Isso não é verdade. — pressiono.
— Vocês foram lá para se vingar por mim. — diz ela, piscando para
mim, olhando através dos buracos da minha máscara, no fundo dos meus
olhos. — Se não fosse por mim, nunca teríamos ido para lá. — ela diz
ansiosamente. — Então, talvez a polícia não tivesse presumido que de
alguma forma iniciamos o incêndio. Quero dizer, foi por isso que tentaram
nos impedir de sair, certo? Porque eles pensaram que fomos nós?
Meu pulso acelera.
O rosto de Quinn endurece e seus olhos se transformam em pequenas
fendas. — Fomos nós? — ela pergunta, quase nenhum som em sua voz.
Permaneço em silêncio, engolindo o nó na garganta. Eu quero contar a ela.
Quero ser honesto com ela. Mas o mais importante é que quero consolá-la.
Ela solta um suspiro nervoso, balançando a cabeça. — Só espero que todos
tenham saído a tempo…
Sem aviso, tiro a máscara, revelando meu rosto para ela pela primeira
vez. Seus ombros tensos relaxam instantaneamente sob meu toque. Eu me
aproximo, forçando-a para trás até que suas costas estejam pressionadas
contra a parede.
Quinn me olha, memorizando cada característica minha. Do meu
cabelo loiro desgrenhado na altura dos ombros, aos meus olhos castanhos,
até os meus lábios.
— Você está segura. — eu asseguro a ela em um sussurro. — Respire.
Ela inala uma respiração instável pelo nariz antes de soltá-la
lentamente.
— É isso. — eu encorajo, pegando sua mão e pressionando a palma
bem sobre seu peito. — Respire.
Mais uma vez, ela inspira profundamente e solta lentamente. Aqui
estou eu, instruindo-a a respirar, quando ela me tira o fôlego. Ela é tão
bonita. Um anjo enviado do céu.
Meu coração bate forte contra minha caixa torácica, exigindo me
libertar. Há uma intensa atração magnética entre nós enquanto olhamos nos
olhos um do outro.
— Boa menina. — eu soltei, pressionando a frente do meu corpo
contra o dela. Sua respiração falha devido à nossa proximidade. — De novo,
Quinn. Respire.
Ela fecha os olhos, cedendo de todo o coração às sensações calmantes
de mim acariciando levemente seus cabelos. Eu me inclino ainda mais nela e
ela se dissolve contra mim. Sua respiração finalmente começa a ficar mais
lenta, assim como a minha.
Até que a porta da frente se abre inesperadamente.
Damien e Jensen entram na casa, desmascarados e cobertos de
respingos de sangue. Quinn corre até eles, puxando os dois para um abraço
apertado. É evidente que ela está aliviada. Todas as suas preocupações
desapareceram.
Quinn agarra a nuca de Damien e guia sua boca até a dela, enquanto
ele passa os dedos pelos cabelos dela. Ela recua a cabeça, interrompendo o
beijo antes de se virar para Jensen. Seus lábios colidem e suas línguas se
movem em sincronia.
E não consigo mais me conter.
Eu a giro, pego seu queixo na mão e pressiono meus lábios contra os
dela pela primeira vez. Porra. Ela se parece com casa. Eu a inspiro, traçando
a abertura de seus lábios com minha língua antes de explorar sua boca
febrilmente.
Meu pau lateja dolorosamente com a ideia de estar dentro dela.
Agarrando seus quadris, eu a trago contra mim. Eu preciso senti-la. Senti-la
de verdade.
Nossos lábios se separam e eu a jogo por cima do ombro quando ela
menos espera, arrancando um pequeno suspiro de surpresa dela no
processo. A presença de Damien e Jensen permanece atrás de mim
enquanto carrego Quinn para o meu quarto.
Eu a coloco na cama e a viro de bruços, abrindo a barra do seu
macacão. Ela agarra os lençóis com os punhos cerrados, preparando-se para
minha invasão enquanto eu tiro a calça e a boxer. Trabalhando meu pau
com a mão, puxo sua fantasia até a cintura, observando sua bunda redonda
e sexy coberta por meia arrastão.
Ela abre mais as pernas, se contorcendo na cama enquanto meus
joelhos afundam no colchão. Eu avanço apressadamente, traçando a ponta
do meu pau para cima e para baixo em sua boceta brilhante.
Quinn morde o travesseiro, abafando seus gemidos enquanto eu
empurro dentro dela. Ela toma cada centímetro de mim, de uma só vez, até
que eu me afasto e bato com força, batendo na parede. O som de seus
gemidos suaves e desesperados me leva à beira da maldita insanidade.
Isso só me faz socar nela com mais força.
— Porra. — eu respiro bruscamente, apertando ainda mais sua nuca.
Enterro meus dedos em seu lindo cabelo loiro e puxo os fios com
força. Impulso após impulso, eu a mando mais para cima na cama, pegando
Jensen tirando as calças e a boxer pelo canto do olho. Eu saio dela quando
ela menos espera e a viro de costas, puxando seu corpinho sexy para a beira
da cama.
Com as pernas abertas e desesperado por seu calor, afundo dentro
dela mais uma vez. Cravando as pontas dos dedos em suas coxas e
agarrando-a com força, eu a tomo impiedosamente.
Ela grita em êxtase, aceitando tudo de mim. Jensen sobe na cama,
trabalhando seu pau duro e grosso com a mão. Ele se ajoelha ao lado da
cabeça dela enquanto ela o encara com olhos inocentes. Respirando com
dificuldade, acelero minhas estocadas, observando enquanto ela coloca seu
pau em sua linda boquinha.
Um rugido irrompe do peito de Jensen enquanto ele fode o fundo da
garganta dela. Quinn engasga, balançando a cabeça, baba escorrendo pelo
queixo enquanto ele aperta seu pescoço com mais força. Eu gemo alto não
apenas pela sensação de estar enterrado dentro dela, mas por ver meu
melhor amigo mergulhando dentro e fora de sua boca com grunhidos
agudos.
— O que vamos fazer com você agora, pequena Quinn? — Damien
provoca, jogando uma corda na cama ao nosso lado. — Amarre-a.
Jensen se retira da boca dela com um estalo molhado e prende a
corda em volta dos pulsos dela, amarrando-a com força. Alcançando suas
costas, eu a seguro perto, movendo-a ainda mais para cima na cama e
prendendo seus pulsos entrelaçados sobre sua cabeça. No momento em que
prendo a corda no gancho embutido na cabeceira da cama, aqueles lindos
olhos verdes com os quais ela foi abençoada se arregalam, brilhando de
antecipação.
Excitação.
Medo do desconhecido.
— Olhe para o nosso brinquedinho imundo. — Jensen ronrona,
enquanto Quinn se contorce na cama ansiosamente, puxando com força as
cordas. — Você está tão desesperada para gozar. Não é, baby? — Ela
assente.
— Diga-nos. — Damien ordena.
— Sim — ela geme, enquanto suas pernas se abrem.
Sua linda boceta me deixou em transe. Puxo meu pau, trabalhando
mais rápido com o punho cerrado. Ela está encharcada para nós. Suas coxas
estão brilhando, há uma pequena poça de seus sucos cobrindo os lençóis
sob sua bunda.
— Por favor. — ela choraminga ansiosamente, mordendo o lábio
inferior.
— Você quer ser usada por nós, não é? — Eu pergunto, me
aproximando, me posicionando entre suas pernas enquanto umedeço meus
lábios com a ponta da língua. Ela olha para mim com ar sonhador antes de
desviar seu olhar para Damien e Jensen.
— Sim. — ela responde. — Use-me.
— O que você acha, Jensen? — Eu questiono, provocativamente. —
Você acha que ela pode lidar com isso?
Ele acaricia levemente o joelho dela com a mão, antes de abrir mais as
pernas, nos proporcionando a mais bela vista. — Não tenho tanta certeza.
— diz ele com um sorriso malicioso. — Acho que é hora de testá-la.
— Mmm. — eu respiro, percebendo o alarme acendendo em seus
olhos. — Jensen está certo.
— Mas você já realizou minhas fantasias mais sombrias. — ela diz
apressada.
Damien solta uma risada sádica ao lado da cama. — Oh, Quinn. — ele
suspira, testando a corda em seus pulsos delicados. Então ele olha para o
rosto inocente dela com olhos ameaçadores. — Vamos mostrar a você a
escuridão.
Quinn começa a se contorcer impotente na cama, mas um sorriso
toma conta de seu rosto.
Há um brilho nos olhos dela.
Ela confia em nós. De todo o coração.
— Você não vai a lugar nenhum. — Jensen provoca, pegando uma faca
em cima da mesa de cabeceira antes de entregá-la para mim.
Bem na hora, Quinn congela.
Sua boca se abre com incerteza.
Piscando rapidamente, ela fixa o olhar na lâmina. — O que você vai
fazer comigo? — ela pergunta com cuidado.
Damien retira sua própria faca da parte de trás da calça, girando-a
habilmente entre os dedos enquanto se inclina sobre a cama. — Vamos
foder sua boceta linda e seu traseiro apertado com o que acharmos melhor.
— ele morde, trabalhando seu clitóris com os dedos.
Ela se contorce, olhando nos olhos dele com vulnerabilidade enquanto
se esfrega contra seu toque. — Ghost... — ela geme, respirando rápido.
Um sorriso surge nos lábios de Damien. — E você vai aceitar. — ele
termina, afundando dois dedos dentro de sua boceta molhada. — Não é,
querida?
Ela rapidamente acena com a cabeça.
Eu cubro meus dedos com lubrificante e os coloco dentro de sua
bunda. — Você é nossa para brincar. — eu gemo, esticando-a bem.
— Nosso brinquedinho imundo. — Jensen geme, vendando-a. Ele
então passa as pontas dos dedos ao longo de sua clavícula antes de enrolá-
las em volta de sua garganta. — Pronta para ceder todo o poder para nós?
Um grito desesperado escapa de seus lábios entreabertos.
— Renda-se, Quinn. — Damien rosna, fodendo-a com mais força com
dedos escorregadios.
— Sim. — ela choraminga, esfregando sua boceta e bunda contra
nossas mãos, nos levando mais fundo.
— Diga. Isso. — eu exijo, enrolando meus dedos em sua bunda
carente.
Suas costas se curvam enquanto ela puxa com força as cordas. — Eu
me rendo. — ela suspira, sua boca se abrindo.
Jensen aproveita e guia seu pau pelos lábios dela. Ele solta um gemido
agudo enquanto afunda no fundo da garganta dela, repetidamente. Ela
passa a língua ao longo de seu pau e balança a cabeça, combinando com
suas estocadas.
Damien cobre o cabo de sua faca com lubrificante antes de enfiá-la em
sua boceta. Em troca, ela grita euforicamente. Nossa pequena Quinn está
encharcada... tão desesperada para gozar.
Eu poderia explodir neste exato momento apenas pelo olhar sexy em
seu rosto.
Mas isso não é sobre nós.
Isto é sobre a tirarmos de lá. Fazendo-a gritar.
Fazendo-a perceber que é exatamente isso que ela sente falta há
todos esses anos.
Jensen continua empurrando em sua boca enquanto ela cantarola de
prazer. A adrenalina me consome, correndo pelas minhas veias enquanto
adiciono um segundo dedo, depois um terceiro.
Damien continua a enfiar o cabo em sua boceta, grunhindo a cada
impulso enquanto esfrega o polegar sobre seu clitóris. Eu bombeio meus
dedos mais fundo, e suas paredes me apertam com força, me mantendo
como refém.
Ela abraça totalmente seu orgasmo enquanto Damien retarda suas
estocadas. Sua boceta aperta o cabo lubrificado e ela choraminga alto. Antes
que eu perceba, estou me inclinando e levando seu clitóris para a minha
boca para poder devorá-la completamente.
Olhando para Quinn e Jensen, meu pau lateja dolorosamente.
Retiro meus dedos e deslizo meu polegar em sua bunda, tapando seu
buraco.
— Porra. — Jensen geme, passando as mãos pelo cabelo bagunçado
enquanto bombeia em sua boca mais rápido. — Olhe para você, engasgando
com meu pau grosso. Uma putinha tão ansiosa.
Ela arqueia as costas, balançando os braços enquanto engasga com o
tamanho dele.
— Caramba. — ele rosna.
— Amordaçada, vendada e amarrada com cordas. — eu mordo,
observando seu corpo convulsionar enquanto outro orgasmo a atravessa.
— Foda-se. — Damien retruca quando seu celular toca, puxando o
cabo da faca de sua boceta e saindo do quarto.
Seguindo minha língua para cima e para baixo em sua boceta molhada,
encontro minha faca na beira da cama e a agarro com força. Pressiono a
lâmina ao longo da pele delicada de seu quadril, usando pressão suficiente
para criar marcas vermelhas em seu rastro.
Ela se encolhe com o metal frio e a nitidez.
De repente, ela fica completamente imóvel, enquanto tiro um pouco
de sangue de sua coxa. Ela engasga. Eu afundo minha língua em seu buraco,
uma e outra vez, enquanto mergulho meu dedo na pequena gota de sangue
em sua perna.
Então eu alcanço seu corpo, pintando um pequeno coração em seu
peito com sangue.
— Eu vou gozar. — Jensen exala bruscamente. — E você vai engolir
cada... — Impulso. — Gota. — Impulso. — ...Derramada.
Com isso, ele encontra sua liberação no fundo de sua garganta.
— Mmm. — ela ronrona, lambendo os lábios.
Tomado de felicidade, inclino minha cabeça para trás. Um golpe forte
dentro de sua linda bocetinha é o suficiente. Gozo com força, liberando-me
dentro dela.
Jensen remove a venda e os olhos de Quinn se abrem.
E caímos na cama de ambos os lados dela.
CAPÍTULO DEZESSETE
QUINN
NO DIA SEGUINTE…
1º DE NOVEMBRO

Quando eu tinha dez anos, perdi meu pai para o suicídio. O pior de
tudo foi ouvir o som do tiro. Eu não apenas ouvi, mas senti o exato
momento em que meu melhor amigo deixou este mundo. Ele era meu
mundo. E num piscar de olhos minha vida virou de cabeça para baixo.
A morte dele deixou um vazio em meu coração e nunca me recuperei
totalmente.
E embora ele tenha me deixado lindas lembranças, isso é tudo que
tenho agora.
Lembranças.
Junto com os constantes e irritantes “e se” e “porquês”.
E se ele nunca morresse?
Como seria minha vida agora?
E se eu conseguisse detê-lo antes que ele puxasse o gatilho?
Por que ele voluntariamente escolheu me deixar para trás?
Por que ele fez isso com minha mãe?
Por que ele fez isso comigo?
Por quê?
…Por quê?
…POR QUÊ?
Mas nunca saberei, então, por enquanto, vivo minha vida com milhões
de perguntas sem resposta e diferentes cenários em mente.
É difícil para a maioria das crianças de dez anos compreender
totalmente o suicídio.
Já é um assunto delicado e comovente.
E quando é seu pai? O homem que criou você? Mimou você?
Amou você?
É quase impossível entender.
Mesmo agora, aos vinte e três anos, ainda não consigo entender isso.
Não houve bandeiras vermelhas ou sinais de alerta. Não havia carta.
Essa é a parte que mais dói.
Ele nunca disse adeus.
Seu falecimento completamente inesperado e trágico afetou
profundamente minha mãe, ainda enlutada, mesmo treze anos depois. Ela
se tornou extremamente superprotetora comigo, já que sou sua única filha.
Ela se tornou cautelosa.
Excessivamente cautelosa.
Como se ela estivesse constantemente esperando que algo terrível
acontecesse comigo também.
Mal ela sabe... eu sinto o mesmo por ela.
Desde pequena, mesmo antes da morte do meu pai, sempre me senti
deslocada. Mas perdê-lo realmente me confundiu. Durante todos esses
anos, estive perdida.
Procurando meu lugar no universo.
E agora, depois de conhecer Ghost, Jason e Michael ontem à noite...
Algo dentro de mim foi ativado. Há uma faísca inegável. Uma pitada de vida
despertou em minha alma.
Acordei esta manhã sentindo total serenidade e isso me aterrorizou.
Mesmo depois de tudo o que aconteceu entre nós quatro na noite passada,
e toda a química que tivemos, eu não conseguia lidar com a ideia de parecer
estúpida aos olhos deles.
Eu não queria ser uma daquelas pessoas que acorda sorrindo,
esperando pelo melhor, antes que a pessoa com quem acabou de passar a
noite diga para eles saírem e chama um uber.
Nosso acordo era por uma noite, então eu mantive isso, deixando
Damien ainda dormindo na cama, sem nem mesmo me despedir.
Porque a verdade é... por que alguém ainda me queria depois de já me
ter?

O cheiro de fogueira percorre o ar do fim da tarde. Meu cabelo


balança livremente ao vento, enquanto coloco ansiosamente uma mecha
solta atrás da orelha. Minhas botas de combate pretas esmagam as folhas
que cobrem a grama.
Subindo os degraus da frente da biblioteca pública de Salem, um
sorriso toma conta de meu rosto. Um dos meus lugares favoritos para
escapar do mundo ao meu redor. Apertando meu livro com força contra o
peito, meu olhar percorre a biblioteca enquanto procuro um lugar tranquilo
para sentar.
Minha mente divaga e simplesmente não consigo tirar da cabeça tudo
o que aconteceu ontem à noite. Não importa o quanto eu tente, não consigo
parar de pensar neles.
Eu faria qualquer coisa para recuperar minha condição de apenas uma
noite.
Sentado à mesa nos fundos do prédio, recosto-me na cadeira. Abrindo
meu romance favorito, respiro as páginas frescas e nítidas. Agora, não é
tanta ficção para mim como era antes.
Agora posso dizer que vivi minhas fantasias mais sombrias e não me
arrependo.
Virando para a página onde está meu marcador, sinto arrepios na
minha pele e os cabelos da minha nuca se arrepiam.
— Você realmente pensou que eu poderia deixar você ir?
De repente, ele aparece no meu campo de visão e meu coração
dispara. — Ghost.
Ele desliza para a cadeira, sentando-se à minha frente na mesa, no que
parece ser um frenesi maníaco. Cabelo desgrenhado, olhos arregalados, com
olheiras escuras por baixo.
— Estou observando você à distância há muito tempo. — ele sussurra.
Um forte rubor se instala em meu rosto, até me atingir. — Você está
me observando?
Ele concorda. — Sim, eu estava.
— Como? — Eu pergunto, meu estômago afundando imediatamente.
— Por quanto tempo?
— Um pouco. — ele responde tristemente.
Minhas sobrancelhas se unem e respiro fundo quando finalmente
conecto os pontos. Ele parecia tão familiar ontem à noite quando tirou a
máscara pela primeira vez, porque eu já o vi antes. Principalmente, no
campus, mas também em diversas outras ocasiões.
No Parque. O Shopping. Centro de Salem, à espreita à distância.
Eu o vi por toda parte.
— E depois de ter você ontem à noite, vou ficar com o que quero.
Você é minha, pequena Quinn. — ele solta lentamente. — Diga.
O tempo parece parar e um arrepio repentino toma conta de mim.
E sem dúvida alguma, eu obedeço. — Sou sua.
Chegando por cima da mesa imediatamente, ele pega o livro da minha
mão, coloca meu marcador no lugar e o fecha na minha frente. Ele fica de pé
e pega minha mão. Meu coração dispara enquanto ele me guia até o fundo
da biblioteca, praticamente me arrastando atrás dele.
No momento em que estamos fora de vista, ele se vira para mim e me
levanta do chão. Eu suspiro quando ele coloca minha bunda em uma estante
de livros e encosta minhas costas na estante.
— Não posso esperar mais. — ele admite, pegando meu rosto entre as
mãos.
Nossos lábios colidem.
Ghost me beija com tudo que há nele.
Há tanta paixão. A química entre nós é intensa. Com uma mão ele
agarra minha coxa, enquanto a outra desce lentamente pelo meu rosto. Ele
curva os dedos em volta da minha garganta e eu arqueio as costas, meu
corpo se dissolvendo contra seu corpo masculino.
Ele desliza a língua em minha boca e eu gemo durante o beijo,
saboreando o café rico e persistente em seu hálito. Inalo o cheiro de sua
colônia inebriante. Isso acende algo dentro de mim, imediatamente me
sinto uma bagunça quente e impaciente, desejando mais.
Eu agarro sua jaqueta, desajeitadamente, minhas mãos tremendo.
— Mmm. — ele cantarola, me beijando profundamente, a leve barba
de seu rosto esfregando meu queixo. Meus braços envolvem seu pescoço e
o puxo contra meu peito, fechando totalmente o espaço entre nós. Ele pega
meu lábio inferior entre os dentes e morde suavemente, suas mãos
emoldurando meu rosto enquanto ele recua a cabeça, interrompendo nosso
beijo.
Seus olhos azuis assustadoramente lindos e penetrantes certamente
serão o meu fim.
Mas estou pronta para o esquecimento.
Ele me encara, mesmo que seja apenas por alguns segundos, parece
uma eternidade.
Sem perder mais um momento, seguro sua nuca e o trago de volta,
dando um beijo urgente em seus lábios. Parado entre minhas pernas, ele
empurra a virilha na minha pélvis. Minhas coxas o fazem refém. Uma
sensação de calor se espalha por minhas bochechas e uma dor surda se
instala entre minhas coxas.
Sua língua roça a minha e seus dedos curvam-se em volta da minha
garganta. Seu aperto fica mais forte, ameaçando cortar todo o oxigênio. Eu
me inclino para ele, saboreando a sensação de sua constituição masculina
contra meu corpo pequeno.
— Oh — uma voz suave soa de algum lugar ao nosso lado.
Interrompendo nosso beijo, viro a cabeça bem a tempo de ver uma
garota passando. Ela para abruptamente e olha para mim. Eu suspiro, sem
saber como reagir.
Embora Ghost não mostre sinais de parar. Ele pressiona os lábios
contra minha bochecha, antes de roçá-los ao longo do meu queixo. Ele
empurra seus quadris em mim, desejando a proximidade, enquanto geme
baixinho. De repente, posso sentir sua ereção dura sob as calças, sua
necessidade por mim é evidente, à mostra para qualquer pessoa próxima
observar.
Sem aviso, ele enfia a mão nas minhas calças e eu congelo.
Os olhos da garota se arregalam enquanto ela permanece imóvel. Ela
continua assistindo, totalmente envolvida no show, incapaz de desviar o
olhar.
Mudando de volta na estante, minhas pernas se abrem
involuntariamente, garantindo a ele todo o acesso que ele precisa. Quando
se trata dele, simplesmente não consigo evitar.
— Está tudo bem? — ele pergunta, quase sem nenhum som em sua
voz enquanto ignora completamente todos os espectadores.
— S-sim…
— Você é minha garota favorita, Quinn. — ele promete. — Minha
primeira e única.
Ele segura firmemente meu queixo com a mão livre e me puxa de volta
para este momento quente, dando um beijo áspero e fervoroso em meus
lábios. Eu desisto de todo o coração, deixando escapar respirações lentas e
trêmulas enquanto ele passa os dedos sobre meu clitóris.
Estou pingando de excitação, cobrindo seus dedos enquanto ele
afunda dois deles profundamente dentro de mim. Sua respiração acelera
junto com seu ritmo. Impulso após impulso, ele me fode impiedosamente
com seus dedos longos e escorregadios, criando fricção contra meu clitóris
com a palma lisa de sua mão.
— Sim. — eu ofego, puxando seu cabelo com força, tentando manter o
equilíbrio.
Ghost geme satisfeito, beijando o canto dos meus lábios entreabertos.
— Você é tão linda. — ele diz sedutoramente. — Eu quero que essa
bocetinha doce aperte meus dedos. Goze pra mim.
Pelo canto do olho, noto a garota saindo correndo.
E bem na hora, um orgasmo devastador toma conta de mim.
Onda após onda…
Depois da onda…
É interminável.
— Oh, porra, sim. — eu respiro, enquanto Ghost pressiona a palma da
mão sobre minha boca, em uma tentativa de manter esse espetáculo o mais
discreto possível. — Sim, sim. — murmuro em sua mão, enquanto ele
entrelaça os dedos, acariciando minhas paredes com precisão. De repente,
ele atinge meu lugar mais desejado e eu caio para frente, respirando forte e
rápido.
— Sim? — ele questiona, deixando escapar uma pequena risada
enquanto eu mordo sua palma, abafando meus gemidos. — Continue
gozando para mim, Quinn.
E eu faço.
Minutos devem se passar enquanto ele faz mágica, me fodendo com
os dedos insensivelmente, me levando ao limite mais vezes do que consigo
imaginar. Ele enterra a mão mais fundo na minha calça, acrescentando
outro dedo, grunhindo alto a cada estocada.
— Boa menina. — ele respira pesadamente, bombeando em mim com
mais força.
Meu corpo balança para frente e para trás com a força.
As rodas do carrinho de livros começam a ranger alto.
A estante atrás das minhas costas balança violentamente, fazendo
vários livros caírem no chão ao nosso lado.
— Bom. — ele aprova, diminuindo o ritmo. — Uma coisinha tão
carente.
Meu coração parece que vai explodir no meu peito, minha respiração
começa a desacelerar quando finalmente começo a sair do meu estado de
euforia.
Com um último golpe de seus dedos talentosos, ele tira a mão da
minha calça.
…E ele afunda os dedos na boca. Ele demora, sugando-os até secá-los,
antes de retirá-los lentamente.
Então ele umedece os lábios com a língua, saboreando cada pedacinho
de mim. — Mmm — ele solta, com um rosnado baixo e primitivo. — O seu
gosto... — ele começa, inclinando-se e me beijando com ternura. Ele enfia a
língua pela abertura dos meus lábios, compartilhando o sabor doce,
misturado com meu sabonete de lavanda e suor. — Pura. Bênção. Porra.
— Com licença. — uma voz baixa vem da frente do corredor. A
bibliotecária olha para nós dois com desconfiança, embora principalmente
para Ghost. Colocando os óculos na ponta do nariz, ela franze a testa. —
Está tudo bem?
Aturdida, aceno que sim, incapaz de formar uma resposta coerente.
— Está tudo bem, senhora. — Ghost responde prontamente,
expressando um sorriso tenso, mostrando duas covinhas que não percebi
até este exato momento.
Desmaio e uma onda de calor toma conta de mim.
Ela olha para o carrinho de livros embaixo da minha bunda e arqueia
uma sobrancelha.
— Opa, desculpe. — murmuro, rapidamente me levantando com um
sorriso forçado.
— Minha garota aqui tem deficiência de ferro. — acrescenta Ghost, eu
pisco ansiosamente para ele. — Se sentiu um pouco tonta. Teve que sentar
por um minuto.
A bibliotecária olha para mim com preocupação. — Você está bem? —
ela questiona.
— Ela está melhor agora. — ele responde com indiferença.
Ela balança a cabeça, olhando para nós de forma acusadora. — Uh-
huh.
— Nós vamos embora agora. — ele diz, entrelaçando os dedos nos
meus.
Ele praticamente usa meu braço como coleira enquanto passamos
pela bibliotecária curiosa e voltamos para a mesa. Pego meu livro enquanto
passamos e saímos.
— Isso foi um pensamento rápido. — digo a ele com humor.
Ele sorri. — Isso foi?
— Sim. Muito.
Enquanto descemos os degraus da frente, avisto duas figuras à
distância. Mesmo de tão longe, sei que são eles.
Jason e Michael.
Ghost me leva até eles, apertando minha mão com mais força
enquanto eu aperto meu caderno e meu romance contra o peito. Eles estão
parados na calçada, ao lado de suas motocicletas, me olhando atentamente.
Jason sorri.
— Ele não vai gostar disso, Quinn. — ele pressiona, esfregando os
dedos ao longo da mandíbula. — Ele vai perder a cabeça quando acordar e
você não estiver lá.
— Eu disse a ele que ao nascer do sol, tudo estaria acabado.
Ele se aproxima, me pegando desprevenida. — Mas é isso mesmo que
você quer? — ele pergunta.
Meu coração afunda imediatamente com a ideia de perdê-lo.
Perdendo todos eles.
Seus olhos se estreitam. — Parece que você já se decidiu. — ele
ressalta. — Diga a ele. Diga a ele o que você quer. Como se sente.
Eu sorrio timidamente com a lembrança, mordendo o canto do lábio.
Ele me lança um olhar do tipo “eu avisei”.
E eu rio nervosamente, me sentindo tonta.
Ghost franze a testa, olhando para frente e para trás entre nós dois,
confuso. — O quê? — ele questiona.
— Nada. — digo correndo, enquanto o ar frio roçar minha pele.
— Você saiu. — Michael aponta, decepção cobrindo seu tom. — Você
nem disse adeus.
— Sinto muito. — digo a ele, baixando o olhar para minhas botas. —
Eu simplesmente não tinha certeza do que fazer. Eu disse que era só por
uma noite e não achei...
— Vamos deixar o passado no passado, — Ghost fala sobre mim,
montando em sua motocicleta. — Você está aqui agora, Quinn. Isso é tudo
que importa para nós.
Eu sorrio timidamente, me perguntando como isso poderia ser a vida
real.
— O que você fará esta noite? — Jason me pergunta, segurando o
guidão de sua moto. — Deixe-me levar você para sair.
— Provavelmente vou ficar em casa. — respondo, apontando para o
livro em meu peito com um aceno de cabeça. — Ler e estudar um pouco.
Michael ri secamente. — Em uma sexta à noite? — ele pergunta.
Reviro os olhos para ele.
— Afinal, sobre o que é esse livro? — Ghost pergunta.
Fixando meus olhos nos dele, inspiro uma pequena lufada de ar fresco.
— É claramente um romance. — Jason responde por mim. — Olhe a
capa.
— Sim, é romance. — começo, hesitando por um momento enquanto
todos estudam meu rosto, esperando pacientemente. Nunca me senti tão
examinada, mas da melhor maneira. Finalmente me sinto vista. — Bem,
romance dark. — esclareço.
Todos os três sorriem e seus olhos escurecem.
Meu coração palpita de antecipação.
— Você está corando. — Michael observa, com um lampejo de
diversão por trás de seu olhar. Não acredito que quase esqueci o quão altos
eles são. Eu me sinto tão pequena perto deles.
Tão frágil.
No entanto, aqui estou, dando-lhes o meu presente mais precioso.
Confiança.
E mesmo que eu os tenha conhecido ontem à noite, parece que os
conheço há anos.
Ingênua, pequena Quinn, Ghost me falou.
Talvez eu seja.
E daí?
Michael inclina a cabeça para o lado, me observando de perto. — Seu
rosto está tão vermelho. — ele provoca. — Você é muito fofa quando está
envergonhada.
— Deixe-me adivinhar. — Jason solta, dando um passo em minha
direção, agora se elevando sobre mim. Esticando o pescoço para trás, olho
para seus impressionantes olhos castanhos. Ele coloca um dedo sob meu
queixo, não me dando chance de desviar o olhar. Estou tão perdida em seus
olhos. — Esses livros de romance que você lê… Eles são imundos. Não são?
Engulo em seco, tentando me manter composta enquanto aperto
minhas coxas com força.
Depois de um momento, seus olhos se estreitam e seu olhar desce
para meus lábios. — Então? — ele pergunta.
— Sim — confesso, apertando o livro contra o peito.
— Oh, Quinn. — Ghost murmura, chegando perto de nós, acariciando
ternamente meu cabelo atrás do ombro. Ele se inclina, sua boca ao lado da
minha orelha. — Você não preferiria a vida real à ficção?
Há uma pulsação imediata entre minhas pernas.
Olho por cima do ombro de Jason momentaneamente e vejo Michael
nos observar de sua motocicleta. Seu olhar percorre o traseiro de Jason
antes que ele me olhe com curiosidade.
Ghost acaricia minha bochecha com a ponta do polegar, me atraindo
com seus olhos hipnotizantes. — Agora diga-nos… Conseguimos dar vida a
essas suas fantasias sombrias?
Jason enrola uma pequena mecha do meu cabelo no dedo.
Os dois parados perto de mim, tão próximos, fazem com que minhas
memórias da noite passada voltem à tona.
— Sim. — murmuro, com um pequeno suspiro preso no fundo da
minha garganta.
Michael surge atrás de mim e passa os braços em volta da minha
cintura. — E ainda assim, você quer mais — ele respira, apoiando o queixo
no meu ombro. — Você simplesmente não consegue o suficiente. Você
pode?
— Que coisinha tão linda. — Jason murmura, brincando com meu
cabelo. Minha pele fica quente e sinto uma dor entre as pernas.
Ghost exibe um sorriso malicioso. — Qual é o problema, baby? — ele
questiona, fechando o pequeno espaço entre nós, dando um beijo suave e
terno em meus lábios. Encostando a testa na minha, ele interrompe nosso
beijo, suspirando profundamente. — Não seja tímida. — ele sussurra, sua
respiração soprando em meus lábios. — Todos nós sabemos que você não
foi tímida ontem à noite quando você gritou...
Jason se aproxima. — Quando você estava apertando aqueles
buraquinhos apertados em volta de nossos paus… — ele acrescenta.
Michael solta uma risada profunda e gutural. — Então, sobre esta
noite? — ele questiona.
Um calor esmagador percorre meu corpo.
Isso é eletrizante.
Todos os telefones tocam ao mesmo tempo. Ghost recua, sua atenção
agora voltada para a tela. — Droga. — ele sibila secamente. — Amanhã,
princesa. Terá que ser amanhã.
Jason e Michael me soltam imediatamente, todos os três agora
colados em seus telefones. Pela expressão irritada em seus rostos, posso
dizer que é algum tipo de negócio.
Aturdida desde o momento que acabamos de compartilhar, suspiro,
tentando equilibrar minha respiração.
— Eu provavelmente deveria voltar. — explico timidamente. — Tenho
uma prova para estudar.
Ghost acena com a cabeça, antes de pegar um capacete preto na
traseira de sua motocicleta.
— Oh, está tudo bem. — eu deixo escapar. — Você realmente não
precisa sair do seu caminho...
— Bobagem. — diz Ghost, prendendo o capacete na minha cabeça e
apertando a fivela sob meu queixo. Ele bate levemente no meu nariz com
um sorriso malicioso. — A pequena Quinn sempre vem em primeiro lugar.
Antes que eu possa sequer pensar em contestar, estou montando em
sua motocicleta, sentada confortavelmente atrás dele. As motocicletas
ganham vida simultaneamente e então partimos, meu caderno e meu
romance pressionados entre meu peito e suas costas.
Há uma coisa sobre a qual eles estão definitivamente certos.
Experimentar isso na vida real é muito melhor do que palavras
impressas em árvores mortas.
CAPÍTULO DEZOITO
QUINN

Meus braços estão apertados em volta do corpo de Ghost. Estar tão


perto dele faz meu coração palpitar descontroladamente. Jason está à
minha direita e Michael à minha esquerda. Este momento me remete à
noite passada, quando fugimos da polícia depois que a casa mal-assombrada
pegou fogo.
Todos os três me acompanham até a casa da minha irmandade, está
apenas começando a escurecer. As nuvens são pintadas em tons de azul
escuro e roxo, há um frio excêntrico no ar.
A decoração de Halloween ainda está em exibição, as abóboras estão
começando a apodrecer.
— Obrigada. — digo a eles, antes de ir em direção a casa.
Ghost caminha ao meu lado e me leva até a porta da frente. Seu
comportamento muda conforme subimos os degraus da frente e paramos
abruptamente.
Há algo na maneira como ele está olhando para mim.
Ele se aproxima, colocando uma mecha de cabelo atrás da minha
orelha. — Posso pegar seu número? — ele pergunta.
E soltei uma risada tímida, sorrindo para ele. — Sim. — Depois de
adicionar meu número ao seu telefone, devolvo-o com um sorriso tímido. —
Normalmente não sou assim. — admito. — Com rapazes, quero dizer.
— Eu sei. — ele responde friamente.
Meu coração martela enquanto eu mordo meu lábio ansiosamente. —
De volta à biblioteca, você disse que estava me observando. — eu digo,
minha voz sumindo.
— Essa é uma conversa para outra hora. — ele rebate, ficando tenso.
— Boa noite, Quinn.
Com isso, ele desce os degraus da frente, enquanto eu fico olhando
para ele com admiração.
— Quinn. — Jenna me chama enquanto abre a porta.
Depois de compartilhar um último olhar com os três de longe, passo
por ela e corro escada acima. Ela me segue até o quarto que dividimos e
fecha abruptamente a porta atrás de nós.
— E aí, Jenna? — Pergunto com indiferença, sabendo que ela deve tê-
los visto lá fora. Ela tem o péssimo hábito de bisbilhotar.
— Quinn... — Jenna faz uma breve pausa, olhando para Ghost, Jason e
Michael da janela do segundo andar. — Você tem alguma ideia de quem
eles são?
— Ghost foi quem me acompanhou até a porta. — digo a ela. —
Michael é quem tem cabelo mais comprido. Jason é o outro.
Seus olhos se estreitam em confusão.
Ela balança a cabeça em questão.
Minha respiração falha e meus joelhos ficam fracos.
Não, na verdade, eu me corrijo.
Nunca perguntei seus nomes.
Seus nomes verdadeiros, claro.
Ela se vira para mim, com os olhos arregalados. — Você precisa ter
cuidado. — ela avisa. — Eles são perigosos.
— Quem são eles?
— Aquele que você chama de Ghost. — ela começa, baixando as
cortinas. — Esse é Damien Sylvester.
Damien.
— Jason — ela murmura, soltando um pequeno suspiro. — Esse é
Jensen Peterson.
Jensen.
— E Michael — insisto, enquanto um arrepio repentino me percorre.
Finalmente, seus olhos encontram os meus. — Micah Henderson.
Micah…
— Como você sabe que eles são perigosos? — pergunto com
curiosidade, enquanto eles correm pela rua, finalmente desaparecendo de
vista. Olho para ela e suspiro. — Você realmente ouve muita fofoca, Jenna. E
chega de todos os documentários policiais verdadeiros. Eles estão realmente
mexendo com a sua cabeça.
— Oh, eles têm uma reputação. Você pode confiar em mim nisso.
Reviro os olhos. — E qual é a reputação deles?
— Para começar, todos os três entraram e saíram da prisão. — ela me
diz vagamente. — Não tenho certeza do motivo, mas são definitivamente
más notícias. Posso dizer-lhe isso.
— Bem, eles são legais comigo.
Ela bufa, sentando-se na minha cama ao meu lado com uma risada. —
Eles ocasionalmente aparecem em festas e sempre criam problemas...
— Eles me salvaram ontem à noite. — hesito, os flashbacks se
repetindo na minha cabeça. — Eu poderia ter sido agredida, Jenna. Foi
assustador.
Seus olhos se arregalam. — O quê? — ela suspira, agarrando minha
mão. — Você está brincando comigo...
— Não estou brincando.
— Bem, embora eles tenham salvado você, eles gostam de merda
sombria, Quinn. — ela afirma com firmeza. — Sempre foi assim.
— Talvez eu goste de merda sombria. — provoco, balançando as
sobrancelhas.
Ela ri, rolando de costas. — Besteira. — ela retruca com desdém. — Eu
dificilmente consigo tirar você deste quarto.
— Bem, acabei indo à festa de Halloween ontem à noite. — aponto.
Ela arqueia uma sobrancelha, acusadoramente. — Você fez?
— Você literalmente me viu lá. — pressiono. — Mas você estava
muito bêbada, então é claro que não se lembra.
— Tenho certeza que desmaiei. — ela murmura, despreocupada.
— Você acabou encontrando Stacey?
— Nenhuma ideia. Mas, de qualquer maneira... — Ela se senta ereta,
dedicando sua atenção novamente a mim. — Apenas tenha cuidado.
Especialmente com Damien. Ouvi dizer que ele é maluco. Instável. Um
psicopata. Literalmente...
— Você está se agarrando a qualquer coisa, Jenna.
— Há alguns anos, ele bateu tanto em um cara que quase o matou. —
ela insiste. — Bem, então eu ouvi…
Mais uma vez, reviro os olhos. — Você realmente precisa parar de
ouvir as pessoas. No mínimo, você deveria estar pedindo provas. —
murmuro.
— Ele é gostoso pra caralho. Tatuado e cheio de músculos. Eu sei.
Deve ser tão brutalmente tentador.
— Eu devo ter ciúmes?
— Absolutamente. — ela rosna, soltando um suspiro excessivamente
dramático. — Uma vez encontrei os três em uma festa. Eu mal estava
vestida e Damien nem sequer me deu atenção. Nem olhava para mim. E eu
até coloquei meus peitos para fora.
— Talvez você não seja o tipo dele.
— Tanto faz. — ela retruca severamente. — Nunca pensei que você
gostasse de garotos maus.
— Oh, cale a boca. — eu zombo, olhando para a tela preta do meu
telefone.
— Você está esperando que ele mande uma mensagem para você, não
está? — ela pergunta. — Eu não aumentaria suas esperanças. Ele
provavelmente só quer levar você para a cama e depois vai te jogar de lado
como se você não fosse nada. Esse é o tipo de cara que ele provavelmente é.
— Você não sabe de nada. — afirmo com firmeza. — Ele já me teve
ontem à noite. E hoje. Bem, tipo isso.
Seus olhos quase saltam das órbitas. — Você fodeu Damien Sylvester?
— ela pergunta, boquiaberta. — Você está brincando comigo, Quinn! Diga-
me! Preciso de detalhes!
— Fale baixo! Você acabou de dizer que eles são perigosos e preciso
ter cuidado, mas está me elogiando por dormir com eles?
Ela engasga. — Eles? Tipo, você dormiu com os três? Puta merda!
Eu pisco para ela, tentando o meu melhor para manter uma cara séria.
— Você não chegou em casa ontem à noite. — ela ressalta, juntando
as peças. — Espere um minuto, porra. Você foi para casa com eles depois da
festa, não foi? Você saiu da festa com o trio quente e perigoso?
— Não conte a ninguém.
— Não conte a ninguém? — ela repete, quase ficando de pé. — O cara
literalmente trouxe você até aqui de motocicleta e até acompanhou você
até a porta. As pessoas vão descobrir. Você sabe que essa notícia se espalha
rapidamente pelo campus. Como aquele enorme incêndio na casa mal-
assombrada ontem à noite.
De repente, meu estômago embrulha.
— Eles já aumentaram o número duas vezes hoje. Oito pessoas
morreram. — explica ela, antes de perceber a expressão horrorizada em
meu rosto. — Uau. Você está bem? Você está muito pálida.
— Morreram? — Eu pergunto, meu estômago embrulhado. —
Pessoas morreram?
— Sim. Está em todos os noticiários. Você não ouviu?
Eu não ouvi?
...eu estava lá.
— A casa quase queimou totalmente. — descreve Jenna. — Eles
encontraram oito corpos carbonizados. Não foi possível nem identificá-los
no local. A princípio, eles pensaram que algum tipo de problema mecânico
havia provocado o incêndio. Alguns fios expostos ou algo assim. — ela
divaga enquanto uma onda de náusea me consome. Minha saliva engrossa
na boca e meu almoço de fim de tarde ameaça voltar. — Mas agora eles
estão falando sobre um possível incêndio criminoso. Havia muita gasolina
envolvida. Alguém definitivamente tinha que ter começado. Merda louca.
Um flashback de Ghost e eu no chuveiro imediatamente vem à mente.
Tomando-me em seus braços, ele me leva para o chuveiro, nos
movendo sob o jato de água desconfortavelmente quente. Quando de
repente meu coração afunda. Uma substância vermelha escura escorre de
seu cabelo desgrenhado, manchando de vermelho a água aos nossos pés,
antes de escorrer pelo ralo.
Sangue. Tanto sangue.
Como não percebi antes? Como eu estava tão alheia?
Colocando um dedo sob meu queixo, ele levanta meu olhar da água
manchada de sangue e meus olhos encontram os dele.
— Você fez isso por mim. — eu soltei fracamente. — O que você fez
com eles, Ghost?
— Ingênua, pequena Quinn. Eu venderia minha alma por você. —
Agarrando meus quadris, ele me traz para perto, enquanto sua ereção
grande e grossa se contorce contra meu estômago. — Se eu tivesse uma.
— Merda. — eu amaldiçoo, passando minhas mãos trêmulas pelo meu
cabelo.
— O que há de errado, Quinn? — Jenna pergunta, preocupada.
Havia sangue. Muito sangue. No entanto, eu simplesmente presumi
que ele tinha acabado de dar uma surra bem merecida em meus agressores.
Chutado a bunda deles. Assustado-os.
Mas isso?
Isto é muito mais sinistro.
As pessoas estão mortas.
A tela do meu telefone acende inesperadamente, causando um
arrepio na espinha.
Há uma mensagem de um número desconhecido.
Um único emoji de um Fantasma.
…Damien.
CAPÍTULO DEZENOVE
DAMIEN

Acelerando pelo caminho estreito que atravessa o cemitério,


simplesmente não consigo tirar a pequena Quinn da cabeça, não importa o
quanto eu tente. Ela significa mais para mim do que ela jamais poderia
imaginar. Depois de observá-la e protegê-la das sombras por todos esses
anos, e finalmente a provar na noite passada... não consigo desistir.
Agora não.
Nunca.
Nem mesmo se eu tentasse.
Felizmente, é uma viagem rápida até a casa segura. O farol branco da
minha motocicleta ilumina o caminho ao anoitecer, embora eu esteja
confiante de que poderia fazer esse passeio com os olhos vendados neste
momento, já que viemos aqui com frequência.
Check-ins noturnos. Atualizações.
Pedidos extras, ocasionalmente.
Essa rotina está gravada em meu cérebro.
Estacionamos nossas motocicletas no final do cemitério, perto do
início da floresta. Com meu telefone na mão, procuro as informações de
contato de Quinn. Um sorriso torto aparece em meu rosto no segundo em
que vejo que ela se adicionou como Pequena Quinn.
Com pouco tempo, decido enviar um simples emoji de fantasma.
Isso bastará.
Ligo a lanterna, assumo o comando e sigo na frente por entre as
árvores, Jensen e Micah logo atrás.
— Qual é a nossa história? — Micah pergunta por cima do meu
ombro. — Agora é provavelmente a nossa única chance de esclarecer as
coisas. Antes que sejamos interrogados.
— Não precisamos de uma história. — pressiono. — Eles não precisam
saber de nada.
— Somos uma unidade. — afirma Jensen, antes de bufar de
desaprovação. — Eles sabem de tudo, Damien. Eles sempre fazem isso.
— Este é o nosso maldito negócio. — Marchando pelo mato, chuto um
graveto volumoso para fora do nosso caminho com a bota. — Cumprimos
nossas ordens. — digo a ele. — Estamos mantendo-a segura.
A velha cabana abandonada que reivindicamos como nossa fica a
cerca de três quilômetros de distância. Quando nós três finalmente
avistamos as luzes fracas piscando nas janelas da frente, trocamos palavras
silenciosas um com o outro. No segundo em que entramos, uma sensação
perturbadora me domina.
Killian está aqui.
Caminhando até onde todos estão esperando, balanço a cabeça. — O
que está acontecendo? — Eu pergunto a ele, de repente em alerta. — Você
raramente sai de Boston. Eu teria ido até você.
Seu corpo enrijece quando ele encosta o ombro na parede mais
próxima. — Isso não podia esperar. — ele responde, com a voz tensa. —
Houve um progresso. — Seu olhar muda entre mim, Jensen e Micah, depois
volta para mim mais uma vez.
— Bem, fale logo. — ordeno impulsivamente. — Deve ser importante
para você vir até aqui.
— Relaxe, primo. — ele me interrompe com uma risada seca. — É
exatamente por isso que eu precisava estar aqui. Para mantê-lo sob
controle. Então você não sai dos trilhos. — ele respira, abaixando a cabeça
para dar uma rápida olhada em seu telefone. Ele olha para um de seus
rapazes. — Eles estão aqui.
Seu segundo em comando acena com a cabeça. — É isso. — ele
responde brevemente, antes de sair.
— Killian, cara, o que diabos está acontecendo? — Jensen pergunta.
Mais alguns de nossos homens entram na casa, colocando outra
lanterna na mesa quebrada e bamba ao nosso lado para nos dar mais luz
nesta escuridão. Os gêmeos, também meus primos, filhos do meu querido
tio Peter, estão agora aqui. A presença de Asher e Apollo é pesada enquanto
eles caminham silenciosamente em direção ao grupo.
Quinze membros todos reunidos nesta pequena caixa de merda que
era uma casa segura.
Apollo e Asher olham para mim e acenam com hesitação, antes de
rapidamente dedicarem sua atenção ao irmão.
Killian solta um suspiro rápido e urgente. — Bem? — ele questiona
impacientemente.
— Ninguém foi seguido. — confirma Apollo. — A área está limpa.
Killian acena com a cabeça, voltando seu olhar para mim. — Membros
do Divino Sagrado podem ter sido vistos ontem à noite. — ele diz
secamente, mal me dando qualquer explicação.
Micah dá um passo à frente, com os braços apertados sobre o peito.
— Onde? — ele exige.
— Boston.
— Porra. — eu exalo bruscamente, apertando a ponte do meu nariz
entre os dedos. — Temos certeza de que foram eles?
— Você sabe que nossas informações raramente estão erradas. —
responde Killian.
— Por que não fui informado disso ontem à noite? — Eu exijo.
— Você me tornou o segundo em comando. — ele responde
rapidamente. — Vocês três estavam de guarda. Eu tinha tudo sob controle...
até... — Ele hesita.
— Até o quê? — Eu insisto.
— Nós os perdemos. — ele admite. — Não houve nenhum olhar sobre
eles desde então.
— Droga, Killian. — eu rosno, batendo meu punho na mesa de metal.
— Não deveríamos assumir automaticamente o pior cenário. Era
Halloween. — pressiona Jensen. — Como sabemos que não foram apenas
alguns civis aleatórios fantasiados?
— Nós não sabemos. — Killian responde, inquieto. — Então,
esperamos, enquanto isso, deveríamos adicionar mais alguns homens a este
posto. Você parece distraído, Damien. Certamente ter algum apoio não faria
mal.
— Ela está segura conosco há cinco anos. — insisto. — Apenas nós. O
reforço não é necessário. Ainda não, pelo menos.
Killian acena com a cabeça.
— Posso parecer distraído, mas não estou. — digo a ele. — Estou
apenas sendo mais vigilante do que o normal. Não vou renunciar e entregar
minhas ordens a outra pessoa só porque agora estou no comando.
Continuarei cumprindo meu juramento.
— Suas ordens eram para vigiar. — ele responde inesperadamente,
observando-me de perto. — Não cabe a vocês três levá-la de volta para sua
casa e brincar com ela até o nascer do sol.
Soltando um suspiro irregular, sorrio para ele do outro lado da sala.
Bem… não adianta mentir agora.
— De repente você tem uma palavra a dizer sobre quem escolhemos
foder? — pergunto, embora seja claramente retórico. Ele faz uma careta
para mim, com a mandíbula apertada. — Se você quiser ser realmente
técnico aqui, então não tive escolha a não ser intervir e me revelar. — digo a
ele com firmeza. — Um idiota colocou as patas imundas nela na festa. Eu
estava protegendo ela. Todos nós estávamos. Nós três estávamos
mantendo-a segura.
— Você deixou isso ir longe demais. — ele avisa, se aproximando. —
Vocês três a levaram para onde vocês moram. Sua casa. Você tirou a porra
da máscara, Damien. O que aconteceu com permanecer invisível? As
máscaras permanecem colocadas.
— Você nos seguiu? — exijo, irritado.
— Você sabe que a noite de Halloween costuma ser a época mais ativa
do ano. — ele argumenta.
— Isso foi antes do Divino Sagrado deixar Salem. — Micah ressalta. —
No entanto, tive a sensação de que Jensen e eu estávamos sendo
observados na festa. — revela.
Eu olho para ele, os olhos estreitados. — E você está apenas
mencionando isso para mim agora? — Eu grito, perdendo a paciência.
— Presumimos que era apenas um grupo de universitários. —
acrescenta Jensen, ficando ao lado de Micah defensivamente. — Não havia
razão para acreditar que eles haviam retornado.
Killian balança a cabeça e suspira. — Digamos apenas que o que
avistamos ontem à noite foram eles. — ele testa. — E se você estivesse
sendo seguido? Você os teria levado direto para a sua casa. O que você teria
feito então?
— Teríamos cortado suas gargantas se eles chegassem perto dela. —
retruco, com maldade em meu tom. — Sempre houve uma chance de algo
assim acontecer. Sabemos que um dia eles podem acabar descobrindo sobre
ela. Eles poderiam vir atrás dela.
— Você está certo. — Killian concorda.
— Bem, não há nenhuma cabeça de porco à vista. — Apollo murmura.
— Talvez ainda não. — aponta Asher.
Killian suspira, com desdém. — E o incêndio? Você tem algum
conhecimento sobre isso? Uma casa totalmente incendiada.
Meu rosto imediatamente endurece.
— Incêndio criminoso. — afirma. — Isso tem o nome de Jensen escrito
nele...
— Tivemos que esconder as provas. — Jensen fala por cima dele.
— Oito pessoas morreram. Há uma grande investigação. — explica
Killian. — Eles eventualmente serão identificados.
— Nossos rastros foram cobertos. — digo a ele calmamente. — Eles
não serão capazes de rastrear até nós.
— Os civis que foram queimados vivos não eram um alvo. — diz ele. —
Como isso aconteceu?
— Tudo o que precisávamos ver eram as cicatrizes que cobriam seus
pulsos. — explico. — Esses idiotas mereciam queimar no Inferno pela forma
como a trataram. E se tivesse a chance de matá-los novamente, eu o faria.
Exceto desta vez, eu certamente causaria ainda mais dor.
Várias risadas ecoam pela sala.
Killian balança a cabeça.
— Sabemos o que estamos fazendo. — continuo. — Seu pai nos deu
nossas ordens há cinco anos, Killian. Fizemos um juramento de sangue. Dei-
lhe minha palavra de que faria tudo ao meu alcance para protegê-la do
perigo. Você acha que eu voltaria atrás nisso? Fazer com que ele se
arrependa desde o túmulo? — Eu questiono. Ele não diz nada. — Não vou
passar isso para mais ninguém.
— Mas se você decidir, nós entenderemos. — diz Killian.
— Isso não está acontecendo. — pressiono com firmeza. — Eu não
vou deixá-la. Peter esperaria que eu permanecesse ao lado dela até o fim.
Não vou decepcioná-lo.
— E agora? — Killian desafia, olhando atentamente para nós três. —
Vocês vão continuar vendo ela?
— Poderia levantar algumas bandeiras vermelhas em sua cabeça se
não o fizerem. — Apollo interrompe.
— Talvez isso seja uma coisa boa. — Asher fala. — Tê-los tão perto.
— Eles não podem chegar mais perto, isso é certo. — brinca Apollo.
Eu sorrio.
Killian revira os olhos para os gêmeos. — Bem, independentemente
disso, ainda é mais seguro não contar nada a ela. — ele responde, em voz
baixa. — Deixem ela no escuro. Ela não pode saber quem ela é. Esse foi o
acordo.
— Conhecemos as regras da Ordem. — afirmo severamente — Não
que eu pessoalmente concorde com nada disso.
Todos os olhos estão subitamente fixados em mim.
Através do silêncio, fica claro, até certo ponto, que eles sabem que
estou certo.
— Ela merece saber. — anuncio em voz alta. — Podemos continuar a
manter esta menina no escuro durante anos, mas até que ela saiba o que
está enfrentando, ela sempre estará suscetível a um ataque. Eles poderiam
vir atrás dela a qualquer momento.
— Damien... — Micah começa, me avisando com os olhos para manter
minha boca fechada.
Ele já deveria saber que não não consigo.
— Você sabe que estou certo, Micah. — eu pressiono. — Sim, fizemos
um juramento naquela época. Quando nos juntamos pela primeira vez.
Quando o referido juramento foi considerado necessário. Mas em algum
momento, no futuro, próximo ou distante, pode ser do seu interesse que ela
saiba a maldita verdade.
— Pode ser que sim. — começa Killian. — Mas por enquanto é assim
que tem que ser. Devemos isso a Felicity, não acha? Afinal… isso é tudo para
ela.
Virando as costas para eles, descanso as palmas das mãos contra a
parede, soltando um suspiro profundo.
Eu ouvi as histórias. Eles perfuraram isso em todas as nossas cabeças.
Pobre Felicity.
— Se chegar ao ponto em que não temos escolha a não ser contar a
Quinn, então cruzaremos a ponte quando chegarmos lá. — Killian deixa
escapar, colocando uma mão firme em meu ombro. — Tudo o que peço é
que você pense mais um pouco sobre isso. Deixe sua obsessão por ela de
lado e coloque sua maldita cabeça no lugar...
— Obsessão. — soltei uma risada arrogante, apertando minha
mandíbula com força. — Tudo bem. Quinn permanecerá onde esteve
durante toda a sua vida. No escuro. Por enquanto.
— Mantenha-me atualizado, primo. — Killian deixa escapar, indo em
direção à porta.
— Sim, sim... primo.
Com isso, ele e os rapazes saem, deixando apenas uma lanterna fraca
sobre a mesa. Apollo e Asher ficam para trás.
— Os sacos de lixo que queimaram no local. — Apolo começa,
hesitando brevemente. — Você disse que eles mereciam.
— Eles mereciam. — eu asseguro a ele.
— O que eles fizeram? — Asher pergunta, intrigado.
— Que merda, cara. — responde Micah. — Você teria que realmente
ouvir a história dela e ver seus pulsos para entender. Eles a fizeram passar
pelo inferno.
— Então, nós os mandamos para lá. — finaliza Jensen com um sorriso
frio. — Agora eles estão sendo fodidos pelo próprio diabo.
E os gêmeos riem. — Com certeza. — eles dizem em uníssono.
— Pise com cuidado, Damien. — Apolo avisa cautelosamente. — É
óbvio o que você sente por ela. Como você sempre se sentiu por ela desde o
início. Você está muito além da sua cabeça.
— Não vá muito fundo. — Asher termina, eles se afastam de nós,
desaparecendo pela porta, suas roupas pretas se misturando com a noite.
Depois de alguns minutos andando pela sala e imaginando diferentes
cenários em minha cabeça, não consigo silenciar meus pensamentos
acelerados.
— Você está bem? — Jensen pergunta baixinho de algum lugar atrás
de mim.
— Ele parece bem? — Micah questiona, seu tom cheio de sarcasmo.
— Coma-me.
— Você gostaria disso, não é?
— Preciso de um pouco de ar. — deixo escapar, indo em direção à
porta. — Vou mandar uma mensagem para vocês mais tarde.
— Viu o que você fez, porra? — Micah rosna. — Você o irritou.
— Pelo amor de Deus, Micah, você pode calar a boca? — Jensen geme.
Eles continuam a discutir na casa segura até que estou longe o
suficiente para que suas vozes desapareçam. Finalmente, pela primeira vez
em muito tempo, estou sozinho.
Esta noite definitivamente deu uma guinada.
Por mais que eu odeie admitir e queira contar a verdade a Quinn,
Killian fez uma afirmação válida. Por enquanto, é melhor ela não saber.
Porque quando ela descobrir a verdade sobre quem ela é, seu mundinho
perfeito desmoronará ao seu redor.
Seu coração puro e completamente inocente se despedaçará.
…Mas estaremos lá para juntar os pedaços e montá-la novamente.
Eu vou me certificar disso.

Eu tinha apenas dezoito anos quando meu tio me explicou tudo, sem
esconder nada. Ele sabia que eu odiava meu pai e também sabia que eu
poderia lidar com isso.
Afinal… eu era sobrinho dele. Sua própria carne e sangue.
Para ele, isso significava alguma coisa. Isso significava tudo.
Os laços familiares selaram meu destino.
A Ordem do Invisível foi originalmente fundada pelo meu tio. Ele
desprezava meu pai. Seu próprio irmão. E foi por isso que ele me recrutou.
Ele sabia que eu faria qualquer coisa para irritar meu pai. Vingança,
por tudo que ele fez minha mãe passar.
Me fez passar.
Pouco depois de prestar juramento perante a sociedade, descobri toda
a verdade sobre meu pai.
Ele sendo o segundo em comando e co-fundador de um culto
perturbado com sede em Salem, Massachusetts. Um homem chamado Eli é
o líder sádico. Logo depois disso, tudo na nossa vida começou a fazer
sentido. Todas as noites que ele passou fora de casa enquanto eu crescia,
dedicando todo o seu tempo a uma igreja local.
Minha suposta educação fodida finalmente fez sentido.
Todos os assassinatos que ele me fez testemunhar.
Os assassinatos que ele me fez cometer.
Ele me criou para ser um assassino, na esperança de que um dia eu me
juntasse a ele e à sua causa fodida. Realmente juntar-se a ele. Ajudar o
Sagrado Divino a cumprir seus planos sinistros.
Sejam quais forem.
Desde seus rituais sombrios e insensíveis, até sacrifícios não apenas de
animais, mas também de humanos, as pessoas normais os rotulariam como
um culto.
Um culto satânico.
Embora, é claro, eles se autodenominam O Sagrado Divino.
Exceto que não há nada de divino no que eles fazem. Eles caçam os
sem-teto. Tomando civis inocentes como suas vítimas. Todas as idades.
Até crianças.
E depois de todos estes anos, eles ainda não foram capturados.
Nenhum dos desaparecimentos foi atribuído a eles. Há muitos policiais
corruptos nesta cidade.
Ainda sabemos muito pouco sobre suas verdadeiras intenções. Mas a
certa altura, tínhamos algumas pessoas lá dentro que usávamos em nosso
benefício. O que sabemos é que se você se juntar a eles, nunca mais
encontrará o caminho de volta. Assim que você for um deles... você estará
praticamente morto.
Os ratos foram exterminados no momento em que descobriram que
tinham ligações com A Ordem.
Esse foi o fim de tudo.
Pouco depois de eu nascer, meu tio reuniu um grupo de pessoas para
observá-los de longe e reportar quaisquer atividades suspeitas. Foi assim
que a sociedade foi originalmente criada. Os membros da Ordem tornaram-
se os vigilantes de Salem, por assim dizer.
Eles acabaram com os assassinatos de inocentes.
E em vez disso, optaram por matar monstros verdadeiros. Aqueles que
mereciam isso.
Aqueles que mereceram.
O mal.
Essa era a única maneira pela qual o tio Peter poderia realmente
justificar o fim da vida de alguém.
E contanto que houvesse sangue em minhas mãos e eu pudesse me
livrar da coceira? O desejo de matar? É melhor você acreditar que eu estava
a bordo.
Eu precisava de uma saída para liberar meus demônios interiores.
Os demônios que meu pai me passou.
Isso foi bem antes de eles finalmente firmarem uma trégua. E agora,
esta trégua foi quebrada.
Com o passar dos anos, de alguma forma veio à tona que havia uma
enorme diferença entre A Ordem e O Sagrado Divino. Todos os membros do
culto estão proibidos de ter filhos. Se essa linha for ultrapassada e a gravidez
não for interrompida, os concebidos serão um dia sacrificados. Quando
chegar a hora.
Um ritual que eles chamam de A Noite Final.
Seja lá o que for.
Evidentemente, como ainda estou aqui, vivo, mas morto por dentro,
meu pai tem planos para mim.
Os planos, tenho certeza, são muito piores do que morrer de verdade.
CAPÍTULO VINTE
JENSEN

Damien é engolido pela escuridão ao sair de casa. Micah continua sua


tagarelice. Faço o possível para ignorá-lo, mas, para minha consternação, a
situação só parece piorar.
— ...E isso é uma besteira completa e absoluta. — ele cospe. — Tive a
sensação ontem à noite de que estávamos sendo vigiados. Você sempre
desconsidera o que sinto. Se você tivesse tirado a cabeça da sua bunda e
apenas me escutado, pelo menos uma vez...
— Micah! — Eu respondo, virando-me para olhar para ele com
frustração. — Você pode calar a boca? Santo inferno, cara!
Seus olhos se arregalam. — Olhe com quem diabos você está falando.
— ele avisa.
— Sim? — Eu desafio com uma risada sarcástica. — Ou o quê?
— Venha descobrir. — ele provoca, me observando atentamente.
Correndo em direção onde ele está, eu chego bem na cara dele. — Eu
preciso calar você? — Eu ameaço, quase nenhum som na minha voz.
— Foda-se. Você. Jensen. — ele solta lentamente, olhando
profundamente nos meus olhos.
A tensão entre nós aumenta. Meu estômago revira e meu coração
bate forte. Incontrolavelmente. A intensidade do nosso olhar faz minha
mente disparar.
Ele se aproxima.
Eu engulo em seco, minha respiração acelerando a cada segundo que
passa.
— Vá se foder. — ele sussurra, com os lábios entreabertos.
Aproximando-me mais, inclino a cabeça para o lado, procurando seus
olhos em puro desespero. Tentando encontrar um motivo para essa loucura.
Tentando entender o que estou sentindo de repente.
A verdade é que tenho reprimido esses sentimentos desde o primeiro
dia em que o conheci.
— Cale-se. — eu soltei impacientemente.
Ele rapidamente se inclina para frente, mal me dando tempo
suficiente para reagir. Antes que eu perceba, ele segura meu rosto entre as
mãos e seus lábios colidem contra os meus.
Meu coração salta, saltando para o fundo da minha maldita garganta.
Minha mente fica em branco.
A tranquilidade me reivindica.
Fico totalmente imóvel, minhas botas foram aparafusadas ao chão.
Meu corpo se transforma em pedra enquanto inspiro o cheiro terroso dele.
Um cheiro semelhante ao de estar na floresta depois de chover.
Sua boca está firme contra a minha e finalmente, ela é registrada em
meu cérebro. Ele está me beijando. Ficando tenso, eu o empurro com força.
Ele voa para trás, agarrando-se à borda da mesa para se manter em pé.
— Que porra foi essa? — Eu exijo duramente.
Ele balança a cabeça, boquiaberto, e não diz nada.
Dou um passo em direção a ele, enfurecido. — Que porra é essa,
Micah?
— Eu... eu só pensei...
Agarrando sua nuca, eu o puxo de volta para mim. Eu o beijo com
raiva. Segurando seu cabelo, o trago para mais perto e algo avassalador
acende dentro de mim. Não posso mais resistir a ele. Faíscas voam.
Incapaz de me conter por mais tempo, deslizo minha língua pelos seus
lábios, saboreando-o completamente.
Ele tem o gosto exatamente como eu imaginei.
Convincente pra caralho.
Há uma urgência entre nós, quando ele solta um gemido baixo,
cravando as pontas dos dedos na minha nuca. Seus lábios estão em chamas
contra os meus. Seu toque por si só me deixa em espiral. Toda a química e
tensão reprimidas que construímos ao longo dos anos transbordam de
repente.
Passei tanto tempo tentando ignorar isso. Tentando me convencer de
que o que eu sentia por ele não era real.
Mas então por que ele me traz serenidade?
Ele me puxa para mais perto, como se estivesse lendo meus
pensamentos. Nossas línguas se movem agressivamente e ambos lutamos
pelo controle. Seu nariz roça o meu enquanto ele aprofunda o beijo,
explorando minha boca com avidez. Suas mãos percorrem minhas costas e
criam faíscas na pele nua por baixo da minha camisa. A sensação faz algo
comigo.
É inexplicável.
Micah solta murmúrios suaves e aliviados enquanto apalpa o que
parece ser cada centímetro do meu corpo. Mordo seu lábio inferior no
segundo em que sua mão encontra minha virilha. Meu pau fica grande em
minhas calças, tenso de necessidade.
Porra.
Nunca senti nada tão intenso em minha vida. A fricção é tão boa.
— Oh, merda. — eu resmungo, surpreso com emoções confusas.
Desejos mistos.
Instintos primitivos.
— Espere... — Eu respiro profundamente, segurando firmemente seu
pulso.
— Espere? — Micah ecoa, sua voz firme. Inseguro. — OK…
Uma força incontrolável assume o controle e me vejo puxando-o de
volta para mim. Coloco a mão dele na frente da minha calça, empurrando
meus quadris para frente, em seu toque, desprezando a barreira entre nós.
— Eu...
Ele me alcança com as duas mãos e desabotoa minha calça jeans,
atrapalhando-se com o zíper.
— Micah... — eu sufoco, a sala girando.
Antes que eu possa entender, ele agarra o cós e puxa meu jeans para
baixo da minha bunda. Caindo de joelhos no chão de madeira, ele enfia a
mão na minha boxer e puxa meu pau. Estou duro por ele.
Mesmo com apenas a luz fraca da lanterna, posso ver claramente sua
fome.
Está escrito em seu rosto.
Respirando com dificuldade, dou dois passos para trás, olhando para
ele com incerteza mais uma vez.
Eu quero tanto gozar.
Tão duro que dói.
Micah rasteja em minha direção e levanta a cabeça, olhando
hesitantemente para meu rosto. — Feche os olhos. — ele murmura.
Então eu faço.
Em segundos, ele segura meu pau tenso, me acariciando firmemente
da ponta à base. No segundo em que sinto sua língua lambendo o pré-
sêmen que se formou no final, solto um alto gemido de satisfação. Sem
perder mais um segundo, ele me leva em sua boca quente, traçando sua
língua para cima e para baixo em meu comprimento. Curvando os dedos em
volta das minhas bolas com a outra mão, ele trabalha cada centímetro de
mim com a boca, criando o ritmo perfeito.
Chupar meu pau nunca foi nada parecido com isso.
— Puta que pariu, Micah. — eu respiro bruscamente, meus olhos se
abrindo por conta própria. Eu olho para ele, de joelhos diante de mim, seus
lábios macios e carnudos circulando ao redor da minha largura.
Ele me acaricia ansiosamente com a mão, chupando com força, antes
de me levar até o fundo de sua garganta. A saliva escorre por seu queixo,
cobrindo sua mandíbula. Ele engasga, me segurando ali pelo que parece
uma eternidade, me levando o mais fundo que pode.
— Porra. — eu gemo asperamente, reunindo os fios soltos de seu
cabelo em minha mão.
Ele é tão. Brutalmente. Porra. Bonito.
Sua respiração acelera, junto com a minha, ele segura minhas bolas
com mais firmeza à medida que elas ficam apertadas. Jogando minha cabeça
para trás, minha boca cai aberta. Meus gemidos apenas parecem encorajá-lo
a trabalhar mais. Mais rápido.
— Sim. — eu soltei bruscamente, agarrando sua nuca. — Oh, porra.
De repente, começo a empurrar mais fundo em sua boca, empurrando
meus quadris para frente. Eu fodo o fundo de sua garganta
incansavelmente. De novo e de novo. De novo e de novo.
Deus, ele realmente sabe o que está fazendo.
Impulso após impulso, reivindico todo o controle.
Empurrando-me mais fundo, eu me mantenho lá. Ele engasga
violentamente, seu corpo fica tenso. Mas ele não move um músculo. Ele
resiste, fechando os olhos com força enquanto as lágrimas escorrem pelos
cantos. Suas mãos agarram meus quadris enquanto ele luta para se manter
firme com a força dos meus impulsos.
— Eu vou gozar. — eu solto, com os dentes cerrados, gotas de suor
escorrendo pela minha testa enquanto a sensação aumenta em meu
abdômen.
E eu explodo, liberando no fundo de sua garganta em longos jatos. É
uma felicidade eterna, diferente de tudo que já senti.
Olhando para mim com olhos intensos, ele engole até a última gota,
saboreando meu gosto.
Porra.
Porra. Foda-se.
Tropeçando para trás, enfio meu pau meio duro de volta na cueca e
puxo a calça. Isso não aconteceu simplesmente.
Não tem jeito.
— Pronto. — murmuro secamente enquanto abotoo minha calça
jeans. — Agora vamos embora.
Ainda de joelhos, ele se senta sobre os calcanhares. — Você está
falando sério? — Ele pergunta, enxugando a baba do queixo com as costas
da mão enquanto olha para mim. — Acabei de lhe dar o melhor boquete da
sua maldita vida, e é isso que você me diz?
— Eu claramente não estava pensando direito. — digo corajosamente
a ele, observando seu rosto endurecer. Uma onda de decepção me domina
enquanto afundo sob seu escrutínio. — Nós não estávamos pensando...
— Oh, você estava. — ele argumenta enquanto se levanta. — Só que
foi com seu pau, e não com sua cabeça.
— Eu imaginei alguns peitos bonitos o tempo todo. — tento me
convencer. — Seios saltando enquanto eu fodia uma garota gostosa.
Ele ri secamente, embora sem intenção de humor. — Aposto que sim.
— ele responde presunçosamente, cuspindo no chão enquanto passa por
mim, batendo com força seu ombro no meu. — De qualquer forma... foi na
minha boca que você acabou de entrar.
Pego a lanterna da mesa e o sigo para fora, lutando para acompanhar
seu passo rápido e irritado. — Você não precisa agir como um idiota agora.
— eu acuso.
— Eu sou o idiota? — ele pergunta, parecendo amargo. — Você está
em negação, Jensen. Você sempre esteve. Acorde, porra.
— O que você está falando?
— Você tem lutado com sua sexualidade desde que éramos crianças.
— ele diz apressado.
— Eu não tenho. — argumento defensivamente.
— Vamos, cara. — ele retruca. — Entendo. Tenho lhe dado espaço
para descobrir a merda. Mas você está louco se pensa que vou apenas
sentar e deixar você mexer com minha cabeça de boa vontade.
As folhas mortas estalam sob nossas botas enquanto descemos a
trilha, atravessando a floresta no que parece ser um frenesi. Ele anda mais
rápido, liderando o caminho enquanto quase tropeço em um galho no meio
do caminho.
— Calma, Micah. — eu rosno. — Vamos conversar sobre isso...
Ele gira tão rápido que eu bato nele. Mesmo com apenas a luz da
lanterna pouco confiável, é impossível não perceber a raiva em seus olhos.
— Foda-se. — ele murmura, com os dentes à mostra. — Eu não quero
conversar. Como você disse, isso nunca aconteceu.
— Então, ainda estamos bem?
— Claro. — ele zomba.
Parece que passou uma eternidade antes de finalmente chegarmos ao
cemitério. Apagando a luz, deixo a lanterna para trás, pousando-a no início
da mata. Damien já se foi há muito tempo, quando ouço a motocicleta de
Micah ganhar vida, sei que ele também está pronto para fugir.
Eu nem tenho a chance de montar na minha motocicleta antes que ele
saia pelo caminho estreito, acelerando ruidosamente o motor enquanto me
deixa para trás.
E há apenas duas coisas passando pela minha mente.
Um, ele está certo.
E dois…
Eu realmente estraguei tudo.
CAPÍTULO VINTE E UM
QUINN

— Última chance, Quinn! — Jenna grita alegremente, antes de voltar


para o nosso quarto.
Kylie se junta a ela, praticamente colada em seu quadril. — Você
nunca festeja com a gente. — ela faz beicinho.
Com os joelhos dobrados e as pernas no ar atrás de mim, deito-me de
bruços na cama e aceno para o meu livro aberto. — Eu realmente não posso
me dar ao luxo de ser reprovada neste exame. — digo a eles.
— É sexta à noite. — ela ressalta, como se isso significasse que eu
deveria estar morrendo de vontade de festejar como elas estão. Como elas
não estão com tanta ressaca para beber depois de suas travessuras na noite
passada está além da minha compreensão. — Vamos. Somos adultas agora!
Você pode estudar amanhã ou no domingo.
5
— Estou estudando para o ATI de médico cirúrgico, Jenna. — explico
com um suspiro, girando minha caneta entre os dedos. — E sem mencionar
o ATI de liderança...
— Ugh! Tudo bem. — ela cede, estudando seu reflexo em nosso
espelho de corpo inteiro. — Envie-nos uma mensagem se mudar de ideia.
— Claro. — eu digo.
Várias horas se passam, por mais que eu esteja tentada a enviar uma
mensagem para Ghost... Damien... de volta, não o faço. É quase impossível
estudar com todas essas perguntas sem resposta em mente.
Sempre prometi a mim mesma que nunca deixaria os meninos
atrapalharem meus trabalhos escolares. No entanto, aqui estou eu, tão
distraída como sempre.
Meu telefone toca inesperadamente.
O número desconhecido:
Como vai o estudo, princesa?
Olho para a tela e suspiro, adicionando rapidamente o número dele
aos meus contatos antes de jogar o telefone no travesseiro.
Depois de tomar o banho mais longo da minha vida, aconchego-me
em uma calça de moletom e um moletom confortável e folgado. Enquanto
ando pele quarto, a tela do meu telefone se ilumina com outra mensagem.
Correndo para minha cama, meu coração martela.
Damien:
Não consigo parar de pensar em você, Quinn

Vários minutos se passam antes que outra mensagem chegue.


Desta vez, é de um número desconhecido.

Desconhecido:
Olá Quinn. É o Michael. Peguei seu número no telefone de Ghost
Desculpe se isso é estranho.

Hesito, não querendo revelar que finalmente sei seus verdadeiros


nomes até estarmos pessoalmente.
Eu:
Olá Michael. Tudo bem
Não é nada estranho.

Desconhecido nº 2:
Você estava tão linda hoje

Eu:
Deixe-me adivinhar. Jason?
Você também conseguiu meu número no telefone de Ghost?

Jensen:
Não
Recebi de Michael.

Damien:
Você está me ignorando?

Eu:
Talvez.

Damien:
O que está errado?
Eu fiz alguma coisa?

De repente, ele me liga no FaceTime.


Eu ignoro, deixando tocar até que a tela das nossas mensagens
retorne.
Damien:
Qual é o problema, baby?

Micah:
Você está bem?
Jensen:
Espero que você esteja bem.

De repente, meu estômago embrulha. Eu simplesmente não aguento


mais.
Espiando o quarto de Harper, eu a vejo enrolada na cama, com os
olhos grudados no telefone. Ela finalmente percebe minha presença e olha
para mim interrogativamente.
— Vou sair. — digo a ela com um sorriso. — Você está se sentindo
melhor?
— Como se um caminhão tivesse me atropelado. — ela murmura.
— Quer que eu pegue alguma coisa para você antes de sair?
— Estou bem. Obrigada, amorzinho.
— A qualquer hora. — eu digo, me virando.
— Ei, Quinn? — ela pergunta, deixando escapar uma pequena risada
enquanto me olha da cabeça aos pés. — Parece que você está pronta para o
inverno.
Eu casualmente dou de ombros. — Estou congelando.
— E para onde você vai esta noite?
— Tem esse cara… — eu começo, sem ter a menor ideia se devo ou
não mencionar que na verdade há três deles.
— Não diga mais nada. — ela diz com orgulho, sorrindo em aprovação.
— Divirta-se.
— Não vou demorar. — eu a tranquilizo, indo em direção à escada.
— Não corra para casa por minha causa! — Eu a ouço gritar de seu
quarto.
Enquanto desço as escadas, minha mente começa a vagar de forma
imprudente. Memórias da noite passada voltam à tona, me pegando
completamente desprevenida. Paro no último degrau, envolvendo
firmemente os dedos no corrimão da escada.
Eu deveria saber.
Música com tema de Halloween ecoa pela casa mal-assombrada. A
fumaça fica mais espessa e a luz brilhante das chamas se intensifica. Gritos
agonizantes ecoam pelos corredores. O calor do fogo é intenso, embora eu
esteja usando a máscara dele, é difícil respirar.
Ghost levanta a cabeça e fixa o olhar nas chamas furiosas, percorrendo
as estruturas de madeira do teto. Ele soca em mim repetidamente, antes de
deixar cair a faca no chão ao nosso lado.
Ele levanta minha perna, apoia-a sobre seu quadril e me penetra mais
profundamente. Assim que meu orgasmo me engole inteira, os gritos
desaparecem.
Na hora, pensei que eles estavam gritando de medo.
Mas agora percebi que não poderia estar mais errada…
Eles estavam gritando de dor.
Gritando com a sensação de ser queimado vivo.
A saliva engrossa na minha boca e de repente me sinto mal.
Foi um acidente.
Tinha que ser um acidente.
De alguma forma, acabo estacionando em frente a casa deles. Como
eu me lembro onde eles moram é uma questão para outra hora.
Esta noite… preciso de respostas.
Antes que eu perca completamente a cabeça.
Bato meu punho na porta enquanto uma onda de adrenalina me
consome. A princípio, não há resposta, então me pego batendo ainda mais
forte. A antecipação aumenta cada vez mais, desencadeando uma sensação
de loucura dentro de mim.
A porta é repentinamente aberta e Ghost fica parado na porta.
Seus olhos frios suavizam imediatamente quando ele percebe que sou
eu diante dele.
— Quinn. — ele solta, surpreso. — Você nunca me respondeu. Eu
estava ficando preocupado.
Meu rosto começa a corar, minhas bochechas queimando. Engulo o nó
no fundo da garganta, tentando ao máximo não desviar o olhar do rosto
dele. Mas não consigo evitar. Meu olhar desce. Ele está sem camisa, a parte
superior do corpo coberta de cicatrizes e tinta, o cós da calça de moletom
cinza pendurado na cintura. Seu cabelo está encharcado, então ele deve ter
acabado de sair do banho.
Inspirando o perfume de seu sabonete líquido e loção pós-barba Irish
Spring, cruzo os braços sobre o peito e dou um passo para trás.
Uma rajada de ar frio atinge meu traseiro e meu corpo começa a
tremer.
Ele nem sequer recua.
— Eu sei que é tarde, mas preciso falar com você. — deixo escapar
sem pensar, endireitando minha postura. — Vocês três.
Ele se afasta. — Entre.
Eu balanço minha cabeça. — Podemos conversar aqui. — insisto.
Seus olhos se estreitam. — Oh? — ele questiona. — Tem certeza
disso? Você está tremendo, baby...
— Jensen! Micah! — Eu chamo abruptamente.
Um sorriso torto reivindica seu rosto. Claro, ele está divertido.
— Você os matou?
— Quinn. — ele me interrompe, olhando por cima do meu ombro
enquanto alcança meu pulso. — Entre. Por favor.
— Você começou o fogo, não foi? — Eu acuso.
— Pelo amor de Deus... — ele morde. Seus dedos seguram meu pulso
e ele me puxa para dentro, trancando a porta atrás de nós. Virando-se para
mim, ele esfrega a nuca.
— Bem? — Eu pergunto impacientemente, arqueando uma
sobrancelha. — Você fez?
Ele pressiona os lábios em uma linha firme e reta, sua expressão
completamente ilegível. Seus olhos escurecem, mas há um brilho. Uma
sugestão de diversão.
Humor.
Como se pessoas morrendo queimadas não fosse grande coisa.
Não é uma tragédia.
— Eu também sei seu nome verdadeiro. — digo cuidadosamente,
observando-o de perto. — Damien.
Ele sorri torto. — Eu teria contado a você. — ele responde
casualmente. — Mas você nunca perguntou. Na verdade, você parecia
decidida a me chamar de Ghost. Ou, você sabe... papai.
Sentindo uma presença atrás de mim, giro nos calcanhares. — Olá,
Jensen. Micah. — anuncio, vendo o desconforto brilhar em seus olhos.
— Sim. Eu sei seus nomes verdadeiros. — afirmo corajosamente,
olhando entre os três. — Minha amiga me disse que vocês três têm uma
grande reputação.
Micah dá um passo à frente, os olhos estreitados. Desconsiderando
minha declaração, ele muda de assunto. — Está tudo bem?
Jensen me observa atentamente, permanecendo em silêncio.
— Preciso que todos vocês me digam a verdade. — Viro-me para
Damien com uma carranca. — Oito pessoas morreram ontem à noite e nós
estávamos lá. Nós quatro. Vocês começaram o fogo?
— Deve ter sido mecânico. — diz Jensen atrás de mim.
— Sim. — Damien responde friamente ao mesmo tempo. — Fomos
nós.
Meu coração acelera quando pisco para ele, completamente sem
palavras.
— Damien. — Micah repreende, irritado.
— Pise com cuidado, cara. — acrescenta Jensen, quase lhe dando um
aviso sutil.
— Eu não vou mentir para você, pequena Quinn. — Damien solta
suavemente, se aproximando. — Sim, começamos o incêndio. Eu disse que
íamos assustá-los. — De repente, seus olhos escurecem. — E que eles iriam
pagar com a vida.
Soltando um suspiro trêmulo, gaguejo: — Eu... eu não achei que você
quis dizer isso literalmente...
— Você está esquecendo o que eles fizeram com você? — Damien
pergunta, pegando levemente minha mão e levantando minha manga,
expondo meu pulso. Meu coração cai. Ele roça a ponta do polegar na minha
pele nua, traçando as cicatrizes desbotadas. — Eles mereceram a dor. Cada
segundo excruciante disso.
Balançando a cabeça, minha boca se abre.
Minha respiração fica presa.
Arrepios surgem na minha pele.
— Isso não significa que eles mereciam morrer. — digo, trêmula,
trocando olhares ansiosos com todos eles.
— Mas eles mereciam. — Jensen fala.
— Eles mereciam morrer, Quinn. — Micah também deixa escapar. —
Qualquer pessoa que te machuca merece sofrer.
— Você não pode simplesmente brincar de Deus assim. — eu os
repreendo.
— Baby, se Deus é real, então Deus sou eu. — afirma Damien
presunçosamente. — E se tivesse uma chance, eu faria isso de novo. — ele
continua insensivelmente, cada traço de humanidade desaparecendo de
seus olhos. — Todos nós faríamos. Faríamos qualquer coisa por você. Matar
por você. Inferno, até morrer por você.
Puta merda.
Meu coração bate forte.
— Eu sei que isso deve parecer loucura. — ele diz rapidamente,
emoldurando meu rosto com suas mãos grandes e tatuadas. — E eu sou. Eu
sou louco por você, Quinn. Você é mais importante para mim do que você
jamais poderia imaginar. Eu só preciso que você confie em mim.
— Acabamos de nos conhecer. — insisto com desdém,
completamente confusa. — Como devo confiar em você?
— Deixe-me protegê-la. — ele instrui. — Nos deixe protegê-la.
— Proteger-me de quê? — exijo, me afastando dele enquanto seus
braços caem ao lado do corpo. — Eu sou uma menina crescida, Damien. Eu
posso cuidar de mim mesma. Eu sempre fiz.
— Quinn... — ele sai correndo enquanto eu vou para a porta. — Há
coisas que você não sabe. Coisas que nem consigo começar a explicar.
De repente, congelo, as pontas dos dedos roçando levemente a
maçaneta. Virando minha cabeça, eu fecho meus olhos nos dele. — Como o
quê? — Eu exijo. — Eu não entendo...
— Com o tempo, você vai. — ele fala sobre mim, agora parado a
apenas alguns centímetros de distância, elevando-se sobre meu pequeno
corpo.
— Isso é exatamente o que eu preciso. — digo a ele com firmeza. —
Tempo. Para pensar. Para entender tudo isso.
— E tudo bem. — ele responde um pouco rápido demais. — O que
você precisar.
— Isso é loucura. — balbucio ansiosamente, mais para mim mesma do
que para ele. — Literalmente insano. Como não estou correndo na outra
direção? Como não estou com medo de você?
— Porque estamos conectados. — ele diz baixinho, como se sua
declaração tivesse algum significado profundo e poderoso por trás dela. —
Nós quatro. — Ele acaricia levemente minha bochecha com as costas dos
dedos, aproximando-se, fechando o pequeno espaço entre nós. Meus olhos
procuram desesperadamente os dele. Inesperadamente, ele pressiona a
palma da mão contra meu peito, bem sobre meu coração. — Eu sei que você
sente isso.
Eu faço…
Eu sinto isso no fundo da minha alma.
Esse vínculo inexplicável, desde o primeiro momento em que os vi na
festa. Máscaras e tudo.
Respirando fundo, olho impotente para os ameaçadores olhos azuis de
Damien. — Eu sinto isso. — admito em um sussurro. — Eu não sei como ou
por que... mas eu sei. Como se eu te conhecesse há anos. — Hesito, fixando
meu olhar em Jensen e Micah, observando do final do corredor. — Vocês
três. Não consigo explicar...
Ele passa o polegar sobre meus lábios entreabertos, baixando o olhar
para minha boca enquanto se inclina. — E você não precisa. — ele diz.
— Diga-me por que você está me observando. — exijo.
Seu rosto endurece.
— Tudo bem. — Eu recuo. — Estou indo embora...
— Espere. — ele respira, me puxando contra seu peito. — Eu não
achei que fosse bom o suficiente para você. E... porra... ainda acho que não
sou.
Respirando fundo, tento encontrar as palavras certas, mas nada sai.
— Você é tão pura. — Sua mandíbula aperta enquanto ele desvia o
olhar, evitando meus olhos. — Eu não queria arruinar você, Quinn.
— Porque você pensaria isso? — Pergunto suavemente, colocando
minhas mãos em seu peito.
— Somos conhecidos por aqui. — ele murmura, acariciando meu rosto
com os polegares. — O caos tende a nos seguir por toda parte. Achei que
observar você à distância seria mais seguro para você. Trazer você para o
nosso mundo estava completamente fora dos limites. Mas então eu vi você
na festa de Halloween. Foi quando percebi que estava errado. —
Finalmente, ele levanta a cabeça e olha nos meus olhos. — Estávamos
errados em acreditar que você estaria mais segura sem nós.
Olhando por cima do ombro, fixo meu olhar em Jensen e Micah.
— Nós nos preocupamos com você, Quinn. — Micah me diz.
Jensen assente. — Este mundo não é tão seguro quanto você pensa.
— ele deixa escapar.
— Eu sinto que estou completamente no escuro. — murmuro contra o
toque de Damien.
— Vamos guiá-la nas noites mais escuras. — diz ele, enquanto seus
lábios roçam levemente os meus. — Sempre, Quinn.
E ele me beija.
Realmente me beija.
Um beijo tão sensual e terno que incendeia minha alma.
CAPÍTULO VINTE E DOIS
QUINN

Mergulhando no peito nu e quente de Damien, eu o inspiro. Seu


cheiro inebriante toma conta de mim. Todos os sentidos e razões
desaparecem num piscar de olhos. Como desenvolvi sentimentos tão fortes
por esses homens tão rapidamente, depois de apenas uma noite, está além
da minha compreensão.
Embora, em vez de lutar contra esses sentimentos intensos, eu opte
por fazer o oposto.
Eu os abraço totalmente.
Meus braços envolvem seu pescoço enquanto seguro sua nuca com as
mãos trêmulas, puxando-o para mais perto. Ele geme suavemente em
minha boca, passando as mãos pelas minhas costas, sentindo cada parte de
mim. Deslizando-as por baixo da minha calça de moletom, ele aperta minha
bunda, massageando minha pele.
Damien rapidamente se abaixa e me levanta do chão. Envolvendo
minhas pernas em volta de seus quadris, eu o seguro com força. Ele me beija
febrilmente enquanto me leva pelo corredor. Assim que chegamos onde
Jensen e Micah estão, eu interrompo nosso beijo.
Virando a cabeça, meus lábios encontram os de Micah. Ele me beija
com ternura. Deslizando sua língua contra a minha, ele segura meu rosto
com a mão, inclinando a cabeça para o lado para explorar minha boca mais
profundamente. Meu estômago se agita. Ele é tão gentil comigo. Tão gentil.
Jensen agarra meu queixo, impacientemente me puxando para me
beijar em seguida. Aqui estou eu, ainda nos braços de Damien, me
revezando nos beijos com os três.
E eu não aceitaria de outra maneira.
De alguma forma, acabamos no que deve ser o quarto de Micah, que é
fracamente iluminado por uma pequena lâmpada no canto do quarto.
Damien me coloca na cama, pressionando meu traseiro no colchão antes de
puxar minhas calças pelas pernas.
Em seguida, ele arranca minha calcinha, deixando minha parte inferior
completamente nua.
Ele roça seus lábios macios contra a parte interna da minha coxa,
plantando pequenos beijos provocantes na minha pele. — Olhe para a nossa
doce menina. — Damien murmura, um sorriso torto brincando em seus
lábios. — Você já está pingando para nós.
Um suspiro me escapa quando ele me toma em sua boca, seu hálito
quente abanando meu clitóris, causando um arrepio na minha espinha. Eu
grito alto, me contorcendo contra sua língua.
Micah sobe na cama ao meu lado e me silencia com um beijo
apaixonado.
Apertando minhas pernas em volta do pescoço de Damien, estendo a
mão para ele, precisando agarrar alguma coisa. Qualquer coisa.
— Segure-a. — Damien ordena inesperadamente.
Jensen prende os dedos em volta dos meus pulsos e prende meus
braços acima da cabeça.
— Oh, Deus. — eu choramingo contra os lábios de Micah.
Ele agarra meu queixo e vira minha cabeça em sua direção, exigindo
contato visual. Seu olhar é pesado. Penetrante.
— Sim? — Micah questiona suavemente, enquanto Damien me
devasta com a boca, grunhindo agudamente com cada movimento de sua
língua. — Você adora quando ele come sua boceta, não é, pequena Quinn?
Eu aceno impotente, gemendo baixinho, incapaz de formar palavras.
— Fique quieta, baby. — Jensen ordena, agarrando meus pulsos com
mais força enquanto eu luto para me libertar.
— Porra. — Damien rosna, olhando para mim através das minhas
coxas bem abertas. — Eu poderia provar você para sempre. — Ele achata a
língua sobre meu clitóris, enquanto olha diretamente nos meus olhos. Meu
corpo sacode para trás com o contato e quase grito.
— Sim!
Já estou tão ansiosa para atingir meu clímax.
Micah pega meu rosto entre as mãos e me puxa de volta para ele,
deslizando a língua de volta na minha boca. Eu gemo durante o nosso beijo,
um friozinho na barriga.
— Você é linda. — ele sussurra contra meus lábios. — Tão linda pra
caralho.
Jensen pressiona os lábios no meu pescoço, roçando levemente os
dentes na pele sensível abaixo do lóbulo da minha orelha.
De repente, Damien afunda os dedos dentro de mim.
Minhas pernas imediatamente começam a tremer e todo o meu corpo
fica tenso.
Ele enfia os dedos em mim repetidamente enquanto sou mantida no
lugar. Sou vítima desse lindo ataque quando sou jogada ao limite, meu
orgasmo me engolindo por inteira.
Eu balanço meus quadris, montando em seu rosto. Sem aviso, uma
pequena onda de líquido escorre pela minha bunda, acumulando-se nos
lençóis. Ele vem com um orgasmo tão poderoso que é alucinante.
Eu grito, euforicamente.
— Puta merda, isso foi quente. — Jensen geme. — Você é tão sexy,
Quinn.
— Essa é a nossa boa menina. — Damien elogia, sem fôlego, curvando
os dedos. — De novo. De novo, baby. Você consegue.
Micah segura meu lábio inferior entre os dentes enquanto eu gemo
alto.
— Diga-me onde, baby. — Damien insiste, acariciando firmemente
minhas paredes. — Aqui? — ele pergunta ansiosamente, afundando os
dedos em mim mais profundamente. Eu imediatamente os aperto. Em
segundos, encharco seu rosto, fechando os olhos com força enquanto me
entrego à sensação forte e incrível. — Porra. Aí está… bem aqui.
Ele pressiona meu osso púbico com a mão e me faz gozar várias vezes
nos próximos minutos. Depois, ele troca de lugar com Jensen. Alternando
entre o meu clitóris e o ponto G, os meus orgasmos só parecem ficar mais
intensos sob a língua de Jensen.
No momento em que ele sobe pelo meu corpo, minhas pernas
parecem pudim.
Minhas mãos e pulsos ficaram dormentes com o aperto firme de
Damien.
E meu coração está batendo violentamente.
— O que você acha, pequena Quinn? — Jensen questiona, enquanto
eu olho em seus olhos. — Você está pronta para mais?
Micah ri, seus lábios permanecendo ao lado da minha orelha. — Você
acha que ainda pode nos levar?
— Todos nós? — Damien acrescenta. — Agora mesmo?
Olhando fracamente para os três, eu aceno sem hesitação. — Sim... —
tento dizer.
Damien sorri, acariciando meu rosto com as costas da mão. — Não
tenho tanta certeza disso, princesa. — ele rebate. — Parece que você
precisa dormir um pouco.
— Mas... eu quero fazer você... — Eu solto sem fôlego, antes de Micah
dar um pequeno beijo em meus lábios.
— Não se preocupe, baby. — Micah murmura, acariciando levemente
meu cabelo. — Você pode nos compensar mais tarde.
Eles estão certos.
Eles parecem me conhecer melhor do que eu mesma.
Com um pequeno sorriso, minhas pálpebras ficam pesadas. — Eu
realmente gosto de vocês. — murmuro sonolenta, sem pensar bem. — Meu
coração dispara quando estou com você.
— Temor? — Damien questiona. — Você tem medo de nós, Quinn?
— Não. — respondo imediatamente. — Eu me sinto calma.
— Tão fofa. — Jensen murmura, examinando profundamente meus
olhos.
Micah sorri para mim. — Nós realmente gostamos de você também.
Ele me levanta em seus braços, me segurando perto de seu peito
enquanto Damien e Jensen arrancam as cobertas molhadas. Eles me
aconchegam, cobrindo meu corpo com um lençol limpo e seco enquanto eu
abraço o calor.
— Eu provavelmente deveria dirigir de volta para casa. — eu falo
correndo. — Eu disse a Harper que não ficaria fora por muito tempo.
— Basta mandar uma mensagem para ela. — Damien se abaixa e
procura nos bolsos da minha calça de moletom. Assim que encontra meu
celular, ele aponta para a tela de bloqueio. — Eu farei isso por você. Qual é a
sua senha?
Meus olhos se fecham.
— Quinn? — ele questiona em um tom suave e abafado. — Sua
senha?
— 1031. — suspiro, esfregando meu rosto no travesseiro, respirando o
cheiro masculino e persistente de shampoo da fronha.
— Boa menina. — ele respira, dando um beijo carinhoso em meus
lábios. — Ela é a única Harper em seus contatos?
Eu aceno lentamente.
E em segundos... um sono profundo me toma.
CAPÍTULO VINTE E TRÊS
DAMIEN

Nós três vamos para a sala, deixando a pequena Quinn dormindo


profundamente na cama. Eu mando uma mensagem para sua amiga Harper
para avisá-la que Quinn não voltará esta noite. Então conecto o celular dela
no carregador e o coloco na mesinha perto do sofá.
Posso finalmente relaxar sabendo que ela está conosco.
Sã e salva.
Mesmo que haja um clima estranho vindo de Jensen e Micah. Olhando
para os dois, meus olhos se transformam em pequenas fendas.
— Vocês estão bem? — Eu pergunto.
Jensen lança um olhar preocupado para Micah antes de se voltar para
mim. — Estamos bem. — ele responde vagamente.
Micah balança a cabeça e vai para o banheiro, fechando a porta
silenciosamente atrás de si.
Quando Jensen me pega olhando para ele, ele dá de ombros. — O
quê?
— O que você fez?
— Nada.
— Claro. — eu digo acusadoramente.
Ele imediatamente desvia o olhar de mim, olhando para a tela do seu
telefone. — Ele é muito sensível, cara. — ele murmura defensivamente. —
Eu não aguento.
— Tanto faz.
De repente, seu rosto cai. — Foda-se. — ele deixa escapar, em alerta
máximo. — Damien, olhe...
— E agora? — Eu grito, arrancando seu telefone de seu alcance.
A frustração me inunda. E bem na hora, sou dominado por uma onda
de pura adrenalina. Meu coração começa a bater forte. Meu corpo começa a
tremer. Sentindo vontade de bater em alguma coisa, cerro minha mão livre
em um punho apertado.
— Há um sobrevivente. — declaro com urgência, piscando para além
da visão turva. — Um dos bastardos conseguiu sair vivo.
— Isso é impossível.
— Ele tem vontade. Eu vou dar isso a ele.
Jensen agarra firmemente a borda do sofá em derrota, gemendo de
insatisfação, enquanto Micah volta para a sala no que parece ser alarme.
Ele sabe.
Ele acabou de ler o artigo também.
Balanço a cabeça, enfurecido, antes de rolar rapidamente para baixo
para ler o básico. — Ele foi transportado para Boston ontem à noite. —
anuncio, com os dentes cerrados. — Mass General.
— Como diabos isso aconteceu? — Jensen responde.
— Eles ainda não deram um nome. — afirmo. — Tudo o que revelam é
que o paciente é do sexo masculino e está atualmente em tratamento no
centro de queimados.
— E agora? — Micah pergunta.
Devolvendo o telefone a Jensen, olho para os dois. — Nem uma
palavra para Killian. — eu soltei severamente, passando a mão pelo meu
cabelo. — Isso fica entre nós por enquanto. Eu cuidarei disso sozinho.
Micah segue logo atrás de mim. — Como diabos, você vai. — ele
cospe. — Estamos nisso juntos. Sempre. Eu vou contigo.
— Você realmente acha que Killian não vai descobrir? — Jensen chama
da porta enquanto coloco um moletom preto. — Ele provavelmente já sabe.
Ele não é um idiota.
— Esta foi a nossa merda. — eu digo severamente. — Não sei como
diabos ele conseguiu sair daquele incêndio, mas vamos consertar isso. — Eu
rapidamente giro para encará-los. — Eu não preciso de Killian me dando
mais merda nenhuma. Ele já pensa que é todo poderoso. Que de repente
estou muito preocupado com a boceta de Quinn e não consigo fazer nada.
— Precisávamos de mais alguns homens. — sugere Jensen. — Eu
poderia mandar uma mensagem para Apollo e Asher...
— Não. — falo, passando por eles antes de voltar para a sala de estar.
— Eles estão na mesma rua. — argumenta Jensen. — A apenas alguns
quarteirões do hospital...
— Nenhum reforço é necessário. — digo com firmeza, pegando meu
telefone das almofadas do sofá e enfiando-o no bolso. — Eu tenho um
plano.
— É sólido? — Micah pergunta.
— Como pedra. — afirmo, virando-me para Jensen. — Eu preciso
entrar no cofre.
Ele acena com a cabeça, indo em direção ao seu quarto. Sigo atrás
dele, observando enquanto ele digita rapidamente o código. O cofre abre
com um clique baixo quando ele se afasta, dando-me acesso ao armário
estreito. Quando encontro exatamente o que procuro, um sorriso malicioso
toma conta de meu rosto.
Jensen olha para a seringa vazia em minhas mãos, arqueando uma
sobrancelha.
Micah solta uma risada seca da porta.
— Isso vai servir. — digo a eles, girando a agulha tampada.
— Este é o seu plano? — Jensen questiona com incerteza. — Injetá-lo
com alguma coisa?
Sacudindo a seringa, dou de ombros.
— Maldito Cristo, Damien. — Micah suspira. — Você está
desequilibrado. Você sabe disso?
— É um trabalho para dois homens, se for o caso. — começo. — Ele
está em um centro de queimados, provavelmente conectado a um soro
intravenoso. — explico, vasculhando o cofre em busca das braçadeiras de
plástico. Enfio-as no bolso do moletom, antes de procurar nos pequenos
frascos de líquido. Assim que encontro quem estou procurando, mostro-o
para eles com um sorriso calculado. — Cloreto de Potássio.
Micah franze a testa. — Onde diabos você conseguiu tudo isso? — Ele
pergunta.
— Mercado negro. — digo a eles, olhando para Jensen. — Eu tinha
você em mente quando recebi isso. Com você e seu amor por colocar fogo
em coisas.
— O que você está falando? — ele pergunta.
— Supondo que o idiota tenha queimaduras de terceiro grau na maior
parte do corpo, duvido que ele consiga sobreviver nos próximos dias. Ele
será uma morte esperada, então provavelmente não farão a autópsia dele.
— digo casualmente. — Com queimaduras, o potássio pode subir às alturas,
de qualquer maneira. Então vou preparar um pouco nesta seringa. Colocar
no soro dele e mandar o filho da puta direto para a parada cardíaca. Seu
corpo ficará fraco demais para lutar e ele encontrará sua morte.
— Jesus. — Micah murmura.
— Como você sabe de toda essa merda? — Jensen pergunta.
— Eu leio muito.
— E como você sugere que entremos no quarto dele? — Jensen
investiga. — Especialmente considerando que eles nem divulgaram o nome
dele? E se você descobrir, você realmente acha que conseguirá
simplesmente entrar, sem ser detectado? Você acha que será assim tão
fácil?
— Não se preocupe com os pequenos detalhes. — respondo,
desconsiderando sua pergunta. — Estou sempre pronto para um desafio.
Micah concorda silenciosamente comigo.
— Tudo bem. — responde Jensen. — Eu irei com você...
— Não. — Micah imediatamente o interrompe. — Eu não vou ficar
aqui sentado em minhas malditas mãos. Preciso liberar um pouco de raiva.
Damien e eu cuidaremos disso.
Jensen faz uma careta e a tensão entre eles aumenta. — Tudo bem. —
ele solta friamente. — Vou ficar aqui com Quinn, então.
— Faça isso. — Micah responde ferozmente, antes de desaparecer
pela porta.
Eu olho para a parte de trás da cabeça de Jensen até que ele olha
defensivamente em minha direção, com os olhos arregalados. — O quê? —
ele exige, irritado.
Balanço a cabeça para ele, acusadoramente.
O que quer que tenha acontecido entre eles, o que quer que ele tenha
feito...
Ele realmente fez merda.
— Eu não fiz merda nenhuma, Damien. — ele retruca, mais tentando
convencer a si mesmo do que a mim.
Erguendo as mãos, rio sem humor. — Escute, cara, eu não disse merda
nenhuma.
— Ele me beijou. — ele revela inesperadamente.
Ah-ha!
Exatamente como eu esperava.
— Finalmente. — aplaudo. — Já estava na hora.
Seu rosto imediatamente suaviza e ele pisca para mim, surpreso. —
Mas você sabe o que sinto por Quinn. — ele me diz. — Especialmente
depois de estar com ela ontem à noite.
— E daí? — Eu desafio. — Quem disse que você não pode ficar com os
dois?
— O quê?
— Você me ouviu. — eu digo, agarrando sua nuca e pressionando
minha testa na dele. — Somos Nós. Sempre seremos nós. Estamos nisso
juntos, Jens.
Finalmente, ele solta um pequeno suspiro do que parece ser alívio. É
quase como se isso fosse tudo que ele precisava.
Aprovação.
Eu o solto e dou um tapinha em seu ombro enquanto passo, deixando-
o com nada além de seus próprios pensamentos, parado completamente
estupefato no centro de seu quarto.

As luzes fluorescentes vibram no teto enquanto caminhamos pelo


corredor do hospital. Nós tropeçamos no vestiário mais rápido do que o
esperado, entrando assim que alguém sai. A área está quase vazia. Há
apenas mais uma pessoa lá dentro. Só para nos adaptarmos e parecermos
que é aqui que pertencemos, Micah e eu vamos até os armários.
O homem passa por nós apressado, vestido com uniforme.
Sentindo o olhar de Micah na parte de trás da minha cabeça, eu
balanço não.
Ainda não.
Assim que a porta se fecha atrás do homem com um baque suave,
nossos olhos se fixam em um olhar concentrado.
— Os próximos dois. — eu instruo, atravessando a sala e abrindo a
porta para um armário desordenado e de bom tamanho. — Saindo do turno.
Ele balança a cabeça, olhando para o armário enquanto fecho a porta.
— Entendi.
— Guarde a porta. — digo a ele, poucos segundos antes de alguém
entrar. Quando o homem começa a olhar em minha direção, viro sutilmente
a cabeça. Ele cantarola uma música para si mesmo enquanto passa por mim,
indo em direção ao seu armário.
Esperando o momento certo, ajo como ocupado, meus dedos se
atrapalhando com a fechadura na minha frente. É evidente que o homem
está juntando seus pertences e se preparando para voltar para casa.
Olhando para Micah pelo canto do olho, eu aceno.
Ele encosta as costas na porta, impedindo a entrada de qualquer
pessoa.
E eu rastejo em direção ao cara totalmente alheio se trocando no
canto do vestiário. Ele parece do meu tamanho, quase da mesma altura,
pelo menos. Eu facilmente tenho alguns quilos a mais que ele, para minha
vantagem, a maior parte é puro músculo. Eu me aproximo dele
rapidamente, sem lhe dar tempo para reagir, o que me dá vantagem.
Ele nem percebe quando eu envolvo meu cotovelo e meu braço em
volta de seu pescoço, apertando sua garganta com força. A melodia que ele
cantarolava agora se transformou em murmúrios baixos e desesperados de
confusão. Então, terror.
Ele se esforça para lutar comigo, alcançando minha nuca para arranhar
meu rosto. Exceto que eu o peguei tão desprevenido que ele não sabe mais
o que fazer. Eu rapidamente viro minha cabeça, tentando sair do alcance o
melhor que posso enquanto aperto sua garganta. Ele agarra meu antebraço,
batendo mais rápido do que eu esperava, enquanto a luta nele enfraquece
significativamente.
Finalmente, seu corpo fica mole.
Eu o arrasto pelo chão de ladrilhos desgastados enquanto Micah
continua de guarda.
— Então, o que está acontecendo entre você e Jensen? — Eu
bisbilhotei.
— Nada. — ele responde com desdém. — Jesus Cristo, cara. Agora não
é a hora.
— Por que não?
— Bem, para começar, você está arrastando um cara que acabou de
sufocar pelo maldito chão. — ele responde presunçosamente.
Uma vez que coloco o cara de costas no armário, olho para Micah com
um sorriso. — Apenas tentando ajudar.
— Pelo amor de Deus. — ele rosna. — Agora não, Damien.
Fecho a porta do armário atrás de mim enquanto meu corpo se
enfurece como nenhum outro. Assim que passo para frente dos armários, a
porta do vestiário se abre mais uma vez e entra nossa segunda vítima.
Só que dessa vez, quando ele menos esperava, bati na cabeça desse
cara.
O sangue bombeia como nitro em nossas veias enquanto o arrastamos
para o armário. Corremos para despi-los, assim que vestimos seus trajes,
uniforme azul-marinho, amarramos suas mãos atrás das costas e enfiamos
nossas camisas em suas bocas para abafar qualquer som.
Eles estão nocauteados por enquanto, mas sem saber quanto tempo
temos até que eles voltem, decidimos cobri-los com lençóis no fundo do
armário.
Isso servirá.
Por agora.
Ninguém saberá que eles estão desaparecidos, já que é o horário
nobre para a mudança de turno.
Usamos seus crachás de identificação para ter acesso ao piso. A
unidade de queimados está assustadoramente silenciosa, provavelmente
devido à hora da noite. Seguimos pelo corredor do nível um, ouvindo sons
fracos vindos do posto de enfermagem quando viramos o corredor.
Aponto para a mesa com um aceno sutil. — Dê-me um minuto. — digo
a ele.
Ele acena com a cabeça, antes de desaparecer em um quarto escuro.
Casualmente vou para trás do posto de enfermagem. Todos parecem
estar ocupados, concentrados em seu trabalho enquanto eu folheio os
gráficos de papel sobre a mesa. Embora a maior parte dos gráficos seja feita
em um computador, felizmente para mim, este hospital também mantém
gráficos de reserva.
Em caso de emergência?
Para transporte?
Quem sabe…
Esta informação é claramente acessível apenas ao pessoal. Ninguém
aqui questionaria um CNA examinando arquivos e cuidando da própria vida.
Embora eu esteja visível na câmera, mantenho a cabeça baixa, grata
pela máscara médica que esconde a maior parte da minha identidade.
Por baixo, sorrio para mim mesmo, repassando os detalhes.
Eu encontrei você, seu bastardo.
Timothy Schnyder.
Uma enfermeira para um paciente.
Bella Rivers, RN.
Ignorando a conversa tranquila da equipe atrás de mim, continuo
lendo.
Quarto número 66.
Ventilado e sedado.
Acesso central.
Absolutamente impecável. Eu sorrio sadicamente para mim mesmo,
amaldiçoando meu pau quando ele começa a endurecer com a vontade de
matar.
Uma mulher de aparência mais velha à minha esquerda suspira de
exaustão.
— Longo dia? — pergunto friamente, mantendo o olhar grudado no
papel.
— Muito. — ela responde com uma risada seca. — Sempre pegando
esse turno extra.
— Hum. — Virando levemente a cabeça, meus olhos se fixam em seu
crachá. Bem, bem, bem. Olá, Bella Rivers. — Eu conheço esse sentimento
muito bem.
Bem na hora, Micah volta para o corredor, tornando sua presença
conhecida enquanto caminha rapidamente em nossa direção. Olho para
Rivers pelo canto do olho, gesticulando silenciosamente para ela antes de
fixar meus olhos nos dele.
Ele entende a dica, balançando a cabeça uma vez.
— Com licença. — diz Micah, ajustando a máscara cirúrgica mais acima
na ponta do nariz. Ele apoia o braço no balcão do posto de enfermagem e
baixa o olhar para o crachá dela. — Bella?
— Sim? — ela pergunta, levantando os olhos do computador e
olhando para ele interrogativamente. — Posso ajudar?
— Sim, sou novo no setor. — ele responde facilmente. — E eu preciso
entrar no almoxarifado. O código não parece estar funcionando para mim.
— Claro que não está. — ela murmura impacientemente. — Verei o
que posso fazer. — Empurrando a cadeira debaixo dela, ela se levanta,
saindo de trás da estação. — Venha comigo.
— Eu realmente aprecio isso. — ele diz a ela, lançando-me um último
olhar vigilante antes de segui-la de perto pelo corredor.
Agora é minha chance.
Minha única chance.
Mantendo a cabeça baixa, vou em direção ao quarto 66. Está mal
iluminado e a porta foi deixada entreaberta. Fechando-a silenciosamente
atrás de mim, certifico-me de baixar as persianas da pequena janela
retangular na porta.
Imediatamente ao entrar, sinto aquele cheiro insuportável de
desinfetante que sempre desprezei nos hospitais, o ar aqui está tão abafado.
O leve gotejamento da transfusão e o suspiro silencioso do ventilador
enviam uma onda como nenhuma outra através de mim.
E lá está ele.
Deitado ali, completamente imóvel. Desamparado. Tão impotente
como sempre.
O bipe do monitor cardíaco me faz rir.
Oh, Timothy.
Mal posso esperar para fazer você ter uma parada cardíaca.
Depois de acender uma luz fraca, rastejo em direção a ele, enquanto
me certifico de observar o que me rodeia. As paredes estão nuas, pintadas
de amarelo claro e quase não há decoração.
Exceto pelo ursinho de pelúcia e pelo cartão de melhoras que foram
deixados em sua mesinha de cabeceira vazia. Provavelmente de sua família.
Eu lhes enviaria minhas condolências... se as tivesse.
Eu teria mais prazer em arrancar a cabeça do Teddy e enfiá-la na porra
do esôfago do Timmy.
Sabendo que estou com pouco tempo, vou até ele, examinando seus
sinais vitais na tela. Por enquanto, ele está estável.
…Mas não por muito tempo.
Olhando para baixo, examino o acesso central em seu peito antes de
examinar o resto dele. As partes dele que são visíveis, pelo menos. Seus
ferimentos são horríveis. Ele está irreconhecível.
De repente, me pego imaginando a cena na minha cabeça.
As chamas agarradas a ele. Pedaços de sua pele se desprendendo.
Pedaços enegrecidos de carne fumegantes. O cheiro carbonizado do
tormento. Seus gritos de agonia pura e eterna.
É tão pitoresco.
Eu gostaria de ter testemunhado isso em tempo real.
Mas é claro, o bastardo tinha que arruinar tudo e de alguma forma sair
vivo.
A maior parte de seu corpo está coberta por bandagens e curativos
brancos. Embora haja tubos na garganta e no nariz, pelo que posso ver em
seu rosto, ele agora está gravemente desfigurado. O que resta de sua pele
tem uma textura pesada.
Curtida e crua.
Mas ele não encontrará piedade aqui.
Inclinando-me, ajusto minha máscara abaixo do queixo, minha boca ao
lado do pouco que resta de sua orelha. — Acho que ainda não nos
conhecemos. — Expiro insensivelmente, observando suas pálpebras
inchadas e em carne viva. — Estou aqui em nome de Quinn. Você sabe, a
garota que você torturou durante sua adolescência. — Hesito, olhando para
a tela enquanto sua frequência cardíaca acelera ligeiramente. Eu rio
suavemente, baixando meu olhar para o dispositivo de oximetria colocado
em seu dedo indicador. — O quê? O gato comeu sua língua? — Eu digo
brincando, antes que a luz saia dos meus olhos. — Seu desgraçado. Como
diabos você conseguiu sair das chamas? — Eu suspiro, estalando minha
língua para ele. — Você provavelmente está se perguntando por que estou
aqui. Bem, Timmy... sou um amigo próximo do diabo e vim para mandar
você para o Inferno.
Depois de silenciar o monitor, enfio a mão no bolso do meu uniforme
e recupero a seringa. Injeto o potássio em sua intravenosa, empurrando-o o
mais rápido que posso, antes de observar seus sinais vitais com um sorriso
tortuoso.
— Espero que você goste de queimar por toda a eternidade. —
provoco. — Foda-se por machucá-la.
Caminhando rapidamente pelo quarto, puxo minha máscara facial e
coloco a seringa no recipiente para objetos cortantes, antes de voltar
casualmente para o corredor. Volto para a sala das enfermeiras e tento ao
máximo parecer ocupado, remexendo nos papéis soltos na mesa.
Eu nem sei quanto tempo se passou antes que os alarmes
começassem a soar no quarto 66, sinalizando que Timmy agora está
instável.
— Ajuda! — uma voz de mulher grita alto do corredor. — Preciso de
ajuda aqui, RÁPIDO! Tragam o carrinho de emergência!
De repente, minhas endorfinas disparam enquanto ele despenca.
Saindo do posto de enfermagem, viro à esquerda, caminhando
rapidamente pelo corredor na direção do caos completo.
— Código azul. — ressoa alto no interfone. — Código Azul.
Olhando por cima do ombro, noto que a enfermeira Rivers aparece de
repente no corredor, correndo pelo corredor até seu paciente. Uma vez que
tenho um vislumbre de Micah rapidamente atrás dela, nos olhamos, eu saio.
Nem um minuto depois, meu telefone vibra no bolso do meu
uniforme.

Killian:
Há um sobrevivente.
Eles ainda não divulgaram um nome.

Timothy Schnyder, eu rapidamente digito de volta.

Killian:
Oh?
Vou mandar alguns homens para o hospital.
Para terminar o trabalho.
As portas se abrem e Micah entra, olhos arregalados, seu corpo
bombeando com adrenalina quando ele me encontra no final do corredor.
Não se preocupe, mando a mensagem de volta. Nós cuidamos disso.
— Puta merda, que pressa. — Micah exala bruscamente. — Você
sempre foi um bastardo tão inteligente.
Eu bufo.
— Ele está morto, Damien. — ele confirma. — Não há como trazê-lo
de volta disso.
— Não. — eu deixei escapar secamente. — Não há.
E seguimos para a escada.
CAPÍTULO VINTE E QUATRO
QUINN

Meus olhos se abrem e a visão de Jensen andando silenciosamente


pelo quarto me pega de surpresa. Ele parece tão imerso em pensamentos.
Suas mãos estão firmemente plantadas nos quadris e seu olhar está
concentrado no chão sob seus pés descalços.
— Você está bem? — pergunto abruptamente, quebrando o silêncio.
Ele se vira para mim, com os olhos arregalados. — Sim — ele responde
tristemente, forçando um sorriso tenso. — Estou bem.
— Venha aqui. — eu ofereço.
Jensen senta-se ao meu lado com um olhar apreensivo. — Estou bem.
Realmente.
— Venha aqui. — eu digo novamente, envolvendo meus braços em
volta dele enquanto ele descansa ao meu lado. — Minha mãe costumava me
dizer que dizer que você está bem significa que você está tudo menos bem.
Ele solta uma risada baixa, seu corpo finalmente relaxando contra o
meu. — Sua mãe é inteligente. — diz ele.
— Você quer falar sobre isso? — pergunto, tentando não ultrapassar
seus limites.
— Eu não tenho certeza.
— Não precisamos. Tudo bem.
Ele muda ligeiramente de posição, apoiando o lado do rosto no meu
peito. — Você realmente é única. — ele deixa escapar cautelosamente,
enquanto eu acaricio suas costas suavemente. — Você sabe disso?
— Sou?
— Sim. Você é. — ele responde, soltando um pequeno suspiro. —
Acho que tenho muita coisa em mente. Tem sido estranho nos últimos anos.
— O mesmo aqui.
Ele olha para mim e examina profundamente meus olhos. — Tem? —
Ele pensa.
— Eu tinha dez anos quando meu pai morreu. — começo
ansiosamente, desviando o olhar de seu olhar. — E desde então, tenho me
sentido deslocada. Como se eu realmente não pertencesse a lugar nenhum.
Eu tento o meu melhor para permanecer sempre positiva. Sorrir… mas é
muito difícil.
Ele permanece em silêncio, mas me abraça com força, como se
tentasse me dizer que estou segura aqui. Que todos os meus segredos mais
obscuros serão protegidos com ele e levados para o túmulo.
Isso me acalma e finalmente deixo tudo sair.
— Ele se matou. — murmuro emocionalmente. — E é algo que nunca
previmos que aconteceria. Talvez se víssemos os sinais de alerta,
poderíamos tê-lo detido... — hesito, deixando escapar um pequeno suspiro.
— Perdê-lo foi a pior dor que já passei.
Ele alcança meu rosto e gentilmente enxuga uma lágrima do canto do
meu olho.
— Desculpe. — eu murmuro timidamente.
— Você não tem nada do que se desculpar. — ele me diz, segurando
meu rosto com a mão. Eu me inclino em seu toque e fecho os olhos,
relaxando contra ele. — O que você passou é horrível e seus sentimentos
são válidos. Cada um deles.
Nossos olhos se fixam em um olhar intenso. — Já se passaram treze
anos. — eu sorrio nervosamente. — Eu já deveria ter superado isso...
— Não. — ele fala por cima de mim. — Não, Quinn. O luto não tem
prazo de validade.
Concordo com a cabeça, passando levemente as pontas dos dedos ao
longo de seus ombros. — Acabamos de nos conhecer e aqui estou eu,
contando tudo para você. — brinco. — Você simplesmente me faz sentir tão
confortável.
— O mesmo com você. Parece que te conheço desde sempre. — diz
ele, traçando levemente minha bochecha com o polegar. — Você é tão
genuína.
— Você também é, Jensen.
— Eu quero saber mais sobre você. Realmente conhecer você. — ele
respira. — Se você me deixar.
Meu estômago se agita. — Eu gostaria disso. — confesso, passando os
dedos pelos cabelos dele. — Também quero conhecer você.
Ele sorri levemente, movendo a cabeça em meu ombro, nossos rostos
agora a apenas alguns centímetros de distância. — Quem diria que a garota
mais linda do mundo também teria o maior coração? — ele solta
silenciosamente, olhando nos meus olhos com tanta sinceridade que perco
o fôlego.
Meu coração dispara com a conexão poderosa e energética entre nós
dois. É inacreditável a facilidade com que encaixamos. Me sinto tão
compreendida por ele, como se não precisasse me explicar. Ontem à noite
houve uma atração física inegável, mas esta noite ele está me estimulando
com sua mente.
— Você se sente melhor? — Eu pergunto suavemente.
— Sim. — ele respira. — Agora que estou com você.
Ele me olha nos olhos e molha lentamente os lábios com a ponta da
língua. Existe uma atração forte e magnética entre nós.
Inclinando-se, ele me beija suavemente.
E assim, o mundo inteiro desaparece instantaneamente.
Sua língua roça a minha em uma dança lenta e erótica. Ele rola ainda
mais sobre mim, me prendendo na cama embaixo dele. Meus dedos
agarram a barra de sua calça de moletom e eu a puxo para baixo de seus
quadris, desesperada para senti-lo.
Seu pau se liberta e ele parece tão macio contra a palma da minha
mão. Um gemido baixo escapa de seu peito enquanto ele me beija mais
profundamente. Eu o trabalho com a mão enquanto ele guia seus quadris
em meu toque, desesperado por tanto contato quanto puder.
Posiciono a ponta de sua ereção na minha entrada, em segundos, ele
afunda em mim. Ele pega meu gemido abafado em sua boca e empurra
ainda mais em mim, esfregando sua pélvis contra mim. Há uma fricção
incrível enquanto ele trabalha meu clitóris ao mesmo tempo, através de
cada golpe cuidadosamente medido.
— Sim. — eu suspiro suavemente contra seus lábios, cedendo a cada
sensação. — Jensen...
— Quinn — ele respira, curvando os dedos em volta da minha
garganta.
Ele empurra para dentro de mim, de novo e de novo, passando os
lábios ao longo do meu queixo. Embora eu esteja acostumada a sentir
atirada quando se trata deles, isso é muito diferente.
Isso é apaixonante.
— Oh, porra. — Jensen geme, puxando todo o caminho antes de voltar
para dentro. — Você é tão apertada. Tão molhada para mim, baby.
— Sim. — eu encorajo, traçando os músculos salientes em seus braços
com as pontas dos dedos.
O tempo passa lentamente e o sentimento dentro de mim aumenta
cada vez mais. Eu não consigo pensar. Não consigo respirar. Tudo o que
posso fazer neste momento é sentir.
— Jensen…estou tão perto…
— Você vai me fazer gozar, baby. — ele diz, dando um beijo suave no
meu pescoço enquanto acelera o ritmo, empurrando em mim com mais
força. — Goze comigo. Por favor, Quinn.
E bem na hora, dou as boas-vindas à felicidade eterna.

A sensação de ser levantada da cama me acorda. Eu suspiro, tendo um


rápido vislumbre de Jensen e Micah dormindo profundamente na cama,
antes de olhar para a figura escura acima de mim. Ele me carrega pelo
quarto e pelo corredor enquanto meus olhos lentamente se adaptam à
escuridão.
— Damien? — Eu sussurro sonolenta.
Ele solta um suspiro suave e profundo. — Sim, baby. Sou eu. — ele me
tranquiliza, enquanto descanso meu rosto em seu ombro quente. — Estou
aqui.
Entramos em seu quarto um momento depois. Ele gentilmente me
deita em sua cama antes de subir ao meu lado. Nós nos acomodamos sob as
cobertas, as pernas entrelaçadas, os corpos pressionados um contra o outro.
Uma sensação calmante toma conta de mim imediatamente. A familiaridade
de estar com ele me deixa contente.
Descanso meu rosto em seu peito nu, absorvendo todo o calor que seu
corpo tem a oferecer. Ele acaricia levemente meu cabelo com os dedos, eu
aprecio o constante subir e descer de seu peito a cada inspiração e
expiração sob minha cabeça.
Meus olhos se fecham por conta própria. — Posso ouvir seu coração.
— digo a ele, ouvindo atentamente as batidas fortes e silenciosas que
ricocheteiam através dele.
— Realmente? — ele pergunta. — Eu não sabia que tinha um.
Um arrepio percorre meu corpo. Esticando o pescoço, olho em seus
olhos. Mesmo através da escuridão do seu quarto, há uma faísca dentro
deles. Eu posso vê-lo tão claramente. Mais claramente do que nunca.
Ele segura meu rosto com a mão. — Meu coração bate por você,
Quinn. — ele murmura, traçando meus lábios com o polegar. — Sem você,
não sou nada além de uma casca vazia e entorpecida de um homem, à beira
da loucura.
Minha respiração acelera.
A dele também.
— Como isso é possível? — Eu pergunto desesperadamente. — Como
sinto isso fortemente por você?
Inclinando-se, ele dá um beijo suave na minha testa. — Não é a mim
que se deve perguntar sobre... — ele hesita, tentando encontrar a palavra
certa. — …Sentimentos.
— Por que não?
— Não tenho certeza de como eles funcionam. — ele responde. —
Como tudo isso funciona, realmente. Durante anos, nunca senti nada. Nem
um único pingo de emoção, além de uma raiva inimaginável. — De repente,
ele segura meu queixo com firmeza. — Até conhecer você. — ele confessa.
— Você traz à tona outro lado de mim. Um lado meu que eu não tinha
certeza se poderia ter.
Meu pulso acelera com o sentimento por trás de sua declaração.
Damien se inclina mais perto, seus lábios agora a poucos centímetros
dos meus. — Você me faz sentir vivo, de novo. — ele explica, soltando um
suspiro pequeno e trêmulo.
Viro a cabeça, dando um beijo suave na palma da sua mão. É quando
noto uma cicatriz áspera e irregular no centro.
— Como você conseguiu isso? — Eu pergunto baixinho.
Sua mandíbula aperta com força e ele fica tenso contra o meu toque.
— Conseguiu o quê?
— Esta cicatriz. — respondo, meus olhos explorando os dele
ansiosamente, até que ele desvia o olhar.
Eu traço a desfiguração irregular incrustada em sua pele com a ponta
dos meus dedos, desesperada para saber seus segredos mais profundos e
sombrios... As partes dele que ele não compartilha com mais ninguém. Beijo
sua palma mais uma vez, passando meus lábios por toda a extensão de sua
cicatriz enquanto seguro seu pulso com força. Seu polegar se curva e ele
gentilmente acaricia meu rosto enquanto olha profundamente em meus
olhos.
O ar no quarto fica pesado. Suas respirações lentas se transformam
em pequenos gemidos de incerteza. Há tanto trauma por trás de seu olhar,
eu nunca o vi parecer tão em conflito.
— Quinn... — Ele solta um suspiro confuso, balançando a cabeça. —
Não pensei que fosse capaz disso. — admite.
Estendendo a mão para ele, seguro sua bochecha com a mão. — Disso
o quê? — Eu pergunto.
— Cair. — ele fala correndo, sua boca colide com a minha.
Ele me beija apaixonadamente. Minha cabeça gira imediatamente.
Inclinando-me para ele, eu o beijo de volta com tudo em mim, cada
pedacinho de emoção transbordando. E ele sente isso. Reivindica isso.
Reivindica-me.
Ele geme, deslizando a língua pela abertura dos meus lábios. Há uma
mudança inesperada nele. Inclinando a cabeça para o lado, ele me beija
mais profundamente. Sensualmente. Seu corpo imediatamente fica tenso,
posso dizer que seus pensamentos estão acelerados, assim como os meus.
Todos esses sentimentos são irresistíveis.
Lindo, mas completamente assustador.
Deixando escapar um zumbido suave, seus lábios roçam meu queixo.
— Eu não queria incomodar você. — ele começa a dizer, voltando seus
lábios aos meus e me beijando com ternura. — Eu sei que você estava
dormindo e que estava segura com eles. — ele respira, segurando minha
nuca com a mão. — Mas... eu não conseguia dormir sem você.
Meu coração está tão cheio.
Empurrando-o de costas, puxo a calça de moletom pelas coxas
masculinas. Ele a tira antes que eu monte em sua cintura, alcançando atrás
de mim para trabalhar seu pau com a minha mão. Ele já está latejando por
mim, a ponta já escorregadia de pré-sêmen.
— Durante todos esses anos, estive esperando por isso. — ele geme
pesadamente, contorcendo-se de puro desespero ao meu alcance. Eu o
acaricio mais rápido, ele se contorce embaixo de mim. — Por você...
Ele afasta minha mão e aperta impacientemente seu pau,
posicionando a ponta na minha entrada. De repente, ele me abaixa,
balançando os quadris ao mesmo tempo.
Grito para ele, cravando minhas unhas em seus ombros largos. — Oh
— eu suspiro, completamente preenchida com ele. Todo. Delicioso. Cada.
Centímetro.
Ele pressiona as pontas dos dedos em minhas coxas, agressivamente, e
eu estremeço. Pela pressão, tenho certeza que ele deixará hematomas na
minha pele.
Mais lembretes de seu toque cativante, mas implacável.
Até que ele estende a mão e segura minha nuca, me trazendo para
mais perto dele. Nossos lábios colidem em um beijo febril, ele desiste de
todo controle. Algo com o qual estou longe de estar acostumada quando se
trata dele.
Movendo meus quadris, lentamente começo a montá-lo, enquanto um
gemido suave fica preso na minha garganta. Passando os dedos tatuados
pelo meu cabelo, ele me segura com cuidado. Como se eu fosse um delicado
pedaço de vidro que ele tenta não quebrar.
Embora… você não possa quebrar o que já está quebrado.
Antes que eu possa entender, ele agarra a bainha do meu moletom e o
puxa pela minha cabeça. Em seguida, ele tira meu sutiã esportivo e segura
meus seios com as mãos. Seus olhos se arregalam com uma expressão de
apreciação. Carinho.
— Você é tão linda pra caralho. — ele solta sem fôlego, olhando nos
meus olhos, traçando meus mamilos enrugados com os polegares. —
Monte-me, baby. Sim. Simples assim. — ele elogia em um tom áspero,
agarrando minha cintura e me balançando sobre ele mais rápido. — Porra,
Quinn. Sua linda bocetinha segura meu pau. Pode sentir isso?
Eu choramingo, levando meu lábio inferior entre os dentes enquanto
giro meus quadris.
— Diga-me. — ele respira bruscamente, alcançando entre minhas
coxas, trabalhando meu clitóris com a ponta do polegar.
— Sim — eu sufoco, já à beira do meu orgasmo. — Deus, sim...
— O que eu te disse, pequena Quinn? — ele provoca, sua voz baixa.
Firme. — Você não encontrará seu Deus aqui. — ele grita, me derrubando
com força enquanto eu salto em seu pau duro e grosso. — Não comigo... E
especialmente não enquanto estou tão profundamente dentro de você.
— Oh, porra. — eu deixo escapar, balançando meus quadris enquanto
meu clitóris incha sob seu toque. — Sim. — eu encorajo, minhas pernas
ficando tensas, arqueando as costas. Ele me trabalha mais devagar, seu
polegar agora coberto com meus sucos. — Sim. Bem desse jeito. Continue,
por favor... — Meu corpo enrijece por um momento, até que eu avanço,
superestimulada enquanto meu clímax me engole inteira.
Meu queixo cai quando solto um soluço abafado de espanto. Ele gira o
polegar em círculos lentos e cuidadosos sobre meu clitóris inchado, eu fico
selvagem. Precisando de mais, começo a montar seu pau em puro
desespero.
— Maldição… Olhe para você. — ele adora, com os dentes à mostra.
— Você está indo tão bem. Continue por mim, baby.
Afundando em seu longo comprimento, ele me preenche quase
completamente. Minhas paredes internas o apertam com força, espasmos
ao redor dele enquanto outra onda do meu orgasmo me rasga.
— É isso. — ele geme, apertando minha bunda, me incentivando a
continuar em um ritmo lento e constante. Balançando para frente e para
trás, descanso as palmas das mãos em seu peito para me manter em pé.
Sentindo meu cansaço pelas sensações avassaladoras que acabaram de me
atingir, ele acaricia suavemente minha pele, as pontas dos dedos roçando
meus quadris. — Você consegue, princesa.
— Eu... eu não posso. — murmuro. — Eu não aguento. É muito...
Sem aviso, ele nos vira até que eu esteja deitada de costas. Estou
presa por seu corpo masculino, imóvel debaixo dele. Ele entra em mim com
força, roubando meu fôlego. Deixo escapar um soluço sufocado, prendendo
minhas pernas em volta de sua cintura.
Damien puxa quase todo o caminho, antes de empurrar de volta.
Repetidamente. Suas estocadas são poderosas, mas suaves. Agarrando
minha coxa, ele coloca a parte de trás do meu joelho sobre seu quadril,
abrindo mais minhas pernas. Isso só parece dar-lhe mais acesso. Passando
as pontas dos dedos em sua pele, brilhando de suor, não posso deixar de
desabar, mergulhando mais fundo em meus sentimentos.
Ele é tão lindo.
Deslizando os braços sob minha cabeça, ele agarra o colchão,
inclinando-se para pressionar os lábios contra meu pescoço. — Oh, porra. —
ele grita, esfregando sua pélvis contra a minha. Eu pego sua bunda firme em
minhas mãos e o guio para baixo com mais força. — Eu poderia ficar aqui,
neste momento, para sempre.
— Eu também. — sussurro sem fôlego, fechando os olhos com força.
— Quinn. — ele geme ao lado da minha orelha. — Oh... Quinn. Que
porra você fez com o monstro dentro de mim?
Meu coração bate forte, sem mais nem menos, estou ali.
— Enquanto eu ainda estiver respirando, eu matarei por você, Quinn.
— ele promete, deslizando a mão por baixo de mim para gentilmente
segurar minha bunda enquanto bombeia dentro de mim sem piedade. —
Para mantê-la segura. — Pequenas gotas de suor pingam em mim enquanto
ele pressiona os lábios contra minha pele, antes de morder levemente meu
ombro. — Matar por você. Morrer por você. Custe o que custar.
— Damien... — eu grito, desvanecendo quando outro orgasmo
devastador me rasga, enviando todas as minhas endorfinas para o limite.
— Uma garota tão boa. — ele respira suavemente, bombeando mais
rápido, me empurrando para a cama. — Estou tão apaixonado por você,
baby. Você entende? Estou obcecado pra caralho. — De repente, ele soca
em mim, me pegando completamente desprevenida. — Porra. Não vou
durar muito mais.
Soltando pequenos gritos desesperados, eu apoio seus ombros,
traçando os músculos de suas costas flexionando sob meus dedos a cada
movimento vigoroso.
— Vire-se. — ele ordena, beijando meus lábios com urgência antes de
sair e me virando de bruços. Ele esfrega a cabeça rosada de seu pau para
cima e para baixo na minha entrada molhada, de novo e de novo,
provocativamente. Eu gemo, enterrando meu rosto no travesseiro,
sufocando minha respiração irregular. — Você é minha garota favorita. —
ele ronrona, afundando dentro de mim com um golpe forte. Nós dois
ofegamos simultaneamente, eu agarro os lençóis, ouvindo-o grunhir em
cada estocada punitiva. — Você está tão perto. Você consegue sentir isso,
Quinn?
— S-sim. — respiro no travesseiro, levantando minha bunda para
combinar com cada movimento.
— Você ainda quer isso? — ele pergunta suavemente. — Você me
quer?
— Sim...
— Diga.
Recuando contra sua invasão, viro minha cabeça, fixando meus olhos
nos dele enquanto ele coloca seu rosto ao lado do meu. — Eu. Quero. Você.
— eu digo entre estocadas.
Um sorriso instantaneamente reivindica seu rosto. — Deite-se. — ele
geme, agarrando minha nuca e pressionando meu rosto no colchão. — Fique
quieta.
— Oh... meu... — eu choramingo, enquanto ele soca em mim sem
qualquer fim à vista.
— O que foi que eu disse? — Ele morde, deslizando os dedos na minha
boca.
Eu os chupo, gemendo baixinho. Ele tem um gosto tão bom.
— Você é uma putinha. — Ele ri sedutoramente ao lado da minha
orelha. — Minha puta. Eu não me canso de você.
Ele empurra os dedos no fundo da minha garganta e eu engasgo, antes
de morder.
— Porra, Quinn. — Com um gemido agudo, ele empurra em mim com
mais força. Minhas paredes internas apertam seu pau mais uma vez, outro
orgasmo me invadindo, me enviando a um estado de felicidade absoluta. —
Eu não quero gozar ainda. Quero saborear este momento. — Ele fica imóvel,
enterrado até o fim, enquanto cai sobre mim.
É uma luta respirar devido ao seu peso, até que ele se move
ligeiramente, me dando mais espaço para inspirar profundamente.
Ele pulsa dentro de mim pelo que parecem minutos, até que ele sai e
me puxa de volta, então fico de joelhos. Antes que eu possa entender, ele
abre minha bunda e me leva em sua boca.
— Sim. — eu gemo, mordendo meu lábio enquanto ele me devora,
lambendo seu caminho de um buraco para o outro.
— Mmm. — ele geme, mergulhando a ponta da língua em meu
buraco apertado. — Você tem um gosto muito bom.
Enfiando os dedos na minha boceta, ele come minha bunda ao mesmo
tempo. Ele segura meus quadris com força, me mantendo no lugar. Eu caio
em meus braços, empurrando seu rosto e seus dedos.
Ele bate na minha bunda com a mão livre, deixando uma forte
sensação de ardência. Bombeando seus dedos em mim, ele os enrola,
respirando minha excitação.
— Você é tão sexy. — Ele suspira profundamente, abrindo mais
minhas pernas com o joelho, posicionando a ponta de seu pau na minha
entrada. Ele entra em mim com um longo golpe e se inclina, pressionando os
lábios contra minha omoplata, antes de beijar toda a extensão das minhas
costas. — O quê? O que, Quinn? Diga-me o que você quer.
Balançando para frente e para trás com cada movimento de seus
quadris, tento desesperadamente recuperar o fôlego. — Quero fazer você
gozar. — confesso, agora vendo estrelas atrás das minhas pálpebras.
— Onde você quer, princesa? — ele pergunta, entrelaçando os dedos
na minha nuca, antes de puxar meu cabelo com força. — Me. Diga.
— Dentro de mim. — eu corro. — Encha-me, por favor.
— Pooorra. — ele rosna, batendo em mim sem piedade. Há um som
alto de pele batendo quando ele entra em mim com mais força. — Eu vou
depois de você, Quinn. — A cabeceira balança violentamente contra a
parede. — Certo. — Sua respiração fica superficial. — Agora...
Ele solta um gemido agudo, reivindicando sua libertação. Diminuindo
o ritmo, ele esfrega os quadris contra minha bunda e envolve os braços em
volta da frente do meu corpo, me mantendo cativa debaixo dele.
Damien e eu permanecemos nesta posição pelo que parece uma
eternidade. Abraçados, corpos entrelaçados e cobertos de suor. Meus olhos
se fecham mais uma vez e a exaustão toma conta de mim. Sua porra começa
a vazar de mim momentos depois que ele se retira, até que ele o pega com
os dedos e a empurra de volta para dentro de mim.
Ele rola para o lado e me traz contra ele, acariciando suavemente meu
cabelo. — Água? — ele pergunta baixinho, seus lábios ao lado da minha
orelha.
Seca como o inferno, eu aceno.
Ele alcança a mesa de cabeceira e me entrega um copo pequeno. —
Beba. — ele ordena, me observando enquanto levo meus lábios até o copo,
engolindo-a. Desde que meus olhos se ajustaram à escuridão, posso vê-lo
claramente. Esses olhos são tão intrigantes, mas intimidantes. Eles guardam
tanto mistério. Ele é como um livro fechado.
Mas eu sei que ele nunca me machucaria.
— É isso. Beba sua água. — Ele afasta levemente o cabelo do meu
rosto enquanto eu engulo o resto da água, mantendo meus olhos fixos nos
dele. — Boa menina.
Meu pulso acelera pela maneira como ele está me observando. Nossa
química é inegável. Há uma faísca tão forte. Isso envia tremores no meu
estômago. O quarto começa a girar enquanto estendo o copo, seus dedos
roçam os meus enquanto ele lentamente o tira da minha mão.
— Obrigada. — eu sussurro, observando-o cuidadosamente enquanto
ele coloca o copo de volta na mesa de cabeceira.
De repente, ele segura meu rosto entre as mãos. Olhando
infinitamente nos meus olhos, ele se aproxima, sem pressa. Meu coração
bate rapidamente enquanto envolvo meus dedos em seus pulsos.
— Como... — Hesito, minha mente está acelerada. — Como é isso...
Ele pressiona seus lábios contra os meus, me silenciando
imediatamente. — Shh — ele respira durante nosso beijo, deslizando a
língua em minha boca.
— Damien — murmuro contra seus lábios, respirando rápido. — Isso
tudo está acontecendo tão rápido. Eu estou assustada...
— Não fique. — ele diz, rolando sobre mim, prendendo-me debaixo
dele. — Eu cuidarei de você, Quinn. — E ele dá um beijo suave e prolongado
na minha testa. — Até o fim.
CAPÍTULO VINTE E CINCO
MICAH

Acordo com uma luz nebulosa entrando pela janela. Rolando para o
meu lado, meu olhar se fixa em Jensen. Quase esqueci que fui para a cama
com ele e Quinn ontem à noite, depois que Damien e eu voltamos do
hospital.
Ele ainda está dormindo, deitado de costas, com os braços apoiados
no travesseiro ao lado da cabeça. Isso me leva de volta à época em que
éramos colegas de quarto em casas coletivas. Exceto que eu sempre
acordava do outro lado do quarto dele.
Agora, ele está na minha cama, bem ao meu lado.
Quinn não está à vista e a porta está fechada.
Respirando fundo, passo os dedos pelos cabelos, relembrando em
minha mente meu encontro com Jensen na casa segura. Eu, de joelhos,
lábios em volta de seu pau.
Ansiosamente fico ereto, coloco meu rosto nas mãos.
Uma parte de mim o odeia. No entanto, outra parte de mim só quer
senti-lo contra mim novamente.
Suspiro com raiva, balançando a cabeça em uma frustração quente e
sexual que está profundamente enraizada.
Sem aviso, há movimento ao meu lado. A respiração de Jensen sopra
minha pele, então seus lábios quentes e macios pressionam minha parte de
trás do ombro.
— Sinto muito. — ele sussurra, significativamente.
Sua mão encontra meu bíceps e ele lentamente passa as pontas dos
dedos pelo meu braço. Um arrepio percorre minha espinha em resposta ao
seu toque, enquanto fecho os olhos, abaixando a cabeça. Ele beija minha
nuca, me inspirando.
— Sinto muito, Micah. — ele diz calmamente.
Viro minha cabeça e nossos olhos se cruzam.
— Sinto muito. — ele repete. — Por machucar você. Eu nunca quis te
machucar. Por favor, me perdoe.
— Porra. — murmuro, minha voz baixa. De repente, estou perdido em
seus olhos sinceros. — Eu não sou apenas um cara com quem você pode
brincar. Eu sou seu melhor amigo.
— Você é mais do que isso.
— Sou? — Eu questiono, enquanto seus olhos exploram os meus.
— Eu não sou como você. — ele me diz. — Você já sabe quem você é.
Mas eu? Ainda estou me encontrando.
— O que você quer, Jensen?
— Eu quero ficar com Quinn. — ele começa, me pegando
desprevenido. Ele abaixa o olhar para meus lábios. — Mas eu também quero
ficar com você. No fundo, sempre quiz.
— Ficar comigo. — repito, minha voz desaparecendo.
— Ficar com você. — Sem avisar, ele acaricia minha coxa. — Eu quero
que você me mostre.
Meu pau cresce entre minhas coxas. Tomando minha ereção tensa em
minha mão, eu me acaricio lentamente, ganhando velocidade antes que ele
alcance entre minhas pernas. Ele curva os dedos em volta das minhas bolas
e as massageia suavemente, enquanto um nó se forma no meu estômago.
— Te mostrar o quê? — Eu pergunto, respirando profundamente.
— Tudo — ele confessa, finalmente sendo honesto consigo mesmo. —
No que você está pensando agora, Micah?
— Você. — eu afirmo, me acariciando mais devagar.
Seus dentes roçam levemente meu ombro. — Eu? — ele ecoa. —
Empurrando em sua bunda apertada com meu pau grosso? Eu dividindo
você ao meio? Fodendo você com força?
Virando a cabeça, olho profundamente para aqueles impressionantes
olhos castanhos. — Não. — respondo com firmeza.
Seu rosto endurece imediatamente.
De repente, eu o agarro e o viro. Completamente pego de surpresa,
agora de joelhos, ele solta um suspiro profundo.
— Eu te fodendo. — digo a ele, puxando lentamente sua boxer pelos
quadris. — Eu quero tanto me enterrar dentro de você. — Eu exalo
bruscamente, tentando organizar meus pensamentos. — Muito rápido?
— Faça isso. — ele declara imediatamente. — Possua-me, Micah.
Pegando o lubrificante da gaveta da minha mesa de cabeceira,
esguicho apenas o suficiente nos dedos. Eu lentamente trabalho um dedo
dentro dele, dando-lhe todo o tempo do mundo para se ajustar à invasão.
Isso pode ser novo para ele, mas não é para mim.
— Porra. — ele exala bruscamente, ficando tenso contra mim.
— Relaxe. — digo cuidadosamente a ele. — Isso tornará isso muito
mais fácil.
Jensen geme quando adiciono outro, esticando seu buraco apertado
em volta dos meus dedos, acostumando-o à sensação. Em breve, encontro o
lugar certo. Seus gemidos de prazer me encorajam a penetrá-lo ainda mais,
com os nós dos dedos profundamente. O tempo passa, eventualmente, uma
respiração aguda fica presa em sua garganta enquanto ele empurra minha
mão, querendo mais.
Em seguida, cubro meu pau e sua bunda com mais lubrificante. No
momento em que ele se vira para olhar para mim, pressiono a ponta contra
sua entrada. Eu lentamente empurro nele e um suspiro me escapa. Sua
bunda é definitivamente virgem. Ele é tão apertado.
— Jesus... — ele respira profundamente, alcançando minhas costas
para agarrar minha coxa, cravando as pontas dos dedos em minha pele.
— Você quer que eu pare? — Eu pergunto, ficando imóvel.
— Não. — ele retruca.
Com isso, afundo ainda mais nele, esticando-o bem. Ele parece
incrível. Por mais que eu queira perder totalmente o controle e transar com
ele com força, eu me seguro. Empurrando para frente, empurro-o mais
fundo, e sua bunda me aperta com força.
— Porra, Micah. — ele solta entre os dentes cerrados, alcançando
entre as pernas para acariciar seu pau. — Sim… porra...
— Sim? — Eu gemo, me afastando um pouco antes de acertá-lo com
mais força.
— Porra. — ele grunhe, empurrando contra mim, encontrando meus
impulsos. — Sim. Porra, sim.
Atingindo o ponto certo, sinto seu corpo tenso contra o meu.
— Mais. — ele incentiva.
— Há tanto tempo que estou esperando por esse momento. —
confesso, agora transando com ele sem piedade, coberto de suor. Impulso,
após impulso, eu enfio nele com força, enterrando meu pau duro em sua
bunda. A sensação do meu orgasmo iminente cresce rapidamente dentro de
mim. À medida que acelero o passo, ele acaricia seu pau mais rápido,
respirando pesadamente. — Estar dentro de você. Enchendo você com
minha porra.
De repente, eu explodo dentro dele, batendo meus quadris contra
suas nádegas com pancadas altas. Eu grito de espanto. Pura descrença.
A intensidade literalmente me surpreende.
Não transo com um homem há quase um ano. Mas nunca, nem nos
meus sonhos mais loucos, imaginei perder-me no Jensen. Ele finalmente
recuperando o juízo.
No entanto, aqui está ele, gemendo ferozmente, gozando nos lençóis
enquanto reivindica sua libertação.
Ele cai de bruços e eu caio no colchão ao lado dele. Além do som de
nossas respirações irregulares, o quarto está silencioso. Olho para o teto e
fecho os olhos, cedendo à exaustão.
— Isso foi... — sua voz desaparece. — Insanamente bom.
— Porra. — eu rio, tentando recuperar o fôlego.
— Então, estamos bem?
— Absolutamente pra caralho.
Inesperadamente, algo roça levemente meu abdômen. Quando ganho
forças para abrir os olhos, meu olhar desce para a cicatriz grossa sob as
pontas dos dedos de Jensen.
A cicatriz que ambos temos, num local quase idêntico.
Damien incluído.
A marca da Ordem.
E por um breve momento, um flashback da minha iniciação me engole
por inteiro.
Uma dor lancinante irradia na parte inferior do meu abdômen. Tiro a
lâmina da minha carne e observo a ponta ensanguentada da faca enquanto
meu sangue começa a escorrer. O vermelho carmesim pinga nas folhas
mortas e na sujeira abaixo de mim.
Lutando para ficar de pé, aperto meu abdômen com a mão enquanto
os receptores de dor em meu corpo aumentam. De repente, há um calor
furioso e ardente dentro de mim.
Um calor como nenhum outro.
Um forte choque elétrico atinge meu abdômen a cada passo à frente.
Caindo de joelhos, me inclino para frente, desejando me levantar.
A Ordem espera…
CAPÍTULO VINTE E SEIS
QUINN

Abrindo os olhos, acordo com o aroma celestial do café fresco. Os


lençóis caem até minha cintura enquanto me sento, procurando por Damien
no quarto. Ele não está à vista.
Esfregando cansadamente minhas pálpebras pesadas, repasso tudo o
que aconteceu entre nós quatro ao longo de apenas alguns dias. Embora eu
os tenha conhecido na noite de Halloween, me sinto profundamente
conectada a eles. Como se eu estivesse procurando por eles a vida toda.
De repente, Damien passa pela porta com uma caneca nas mãos. Ele
sorri torto e aquelas covinhas sensuais dele aparecem.
Seu olhar percorre meu corpo nu enquanto ele se aproxima da cama.
— Como você dormiu, princesa?
— Muito bem — respondo, sentindo um calor subir em minhas
bochechas.
Sentando-se ao meu lado, ele me entrega a xícara. — Cuidado — ele
avisa, olhando-me com cautela enquanto eu a tiro de suas mãos. Seus olhos
são tão azuis que me atraem. Há uma profundidade infinita dentro deles. É
hipnotizante. — Está muito quente. — afirma. E ele solta uma risada suave e
sedutora, a melodia mais linda. — No entanto, entre você e o café
fumegante, não há competição.
Revirando os olhos, eu rio, soprando levemente o líquido escaldante
para esfriá-lo. — Obrigada. — eu digo.
Em segundos, seus olhos escurecem de luxúria. Eu instantaneamente
perco o fôlego, apertando a caneca com força. A maneira como ele está
olhando para mim é tão primitiva. Isso envia um arrepio na minha espinha e
arrepios sobem pela minha pele.
Ele examina o que parece ser cada centímetro visível de mim. Cada
parte do meu corpo que não está escondida sob os lençóis de seda azul.
— Damien — murmuro, nervosa. Um pouco constrangida também.
Levanto os lençóis com a mão livre, numa tentativa apressada de me cobrir.
Até que ele estende a mão e traça meus lábios com a ponta do
polegar. — Você é tão deslumbrante, Quinn. — ele diz suavemente. Ele puxa
as cobertas para baixo e gentilmente segura meus seios. Meus mamilos
endurecem sob seu toque suave, me encontro derretendo sob seu olhar
taciturno, incapaz de dizer uma única palavra. — Não sinta que você precisa
se esconder de nós. — ele diz, dando um beijo carinhoso em meu ombro. —
Seu corpo é uma obra de arte e sua alma é tão pura quanto parece. Você é
perfeita, baby.
— Eu... — Hesito, tentando formar palavras.
— Diga — ele respira profundamente, passando os lábios pelo meu
pescoço e parando ao lado da minha orelha. — Diga, Quinn.
— Eu... — eu sussurro, inclinando-me para ele, tentando
desesperadamente não derramar café em mim mesma. Minha cabeça gira e
meu estômago fica leve. Não estou acostumada a me sentir tão bonita para
alguém. Ser especial. — ...Eu sou perfeita.
— Boa menina. — ele murmura, beijando a pele sensível abaixo do
lóbulo da minha orelha.
Eu gemo de satisfação, respirando fundo e ansiosamente.
— Bem, você poderia dar uma olhada nisso? — A voz de Micah soa na
porta. Virando a cabeça, afastada desse momento de calor, fixei meu olhar
nele. Ele parece diferente esta manhã. Como se ele tivesse acabado de
ganhar na loteria. — Você ainda está aqui. Chega de fugir antes que
qualquer um de nós acorde?
— Bom dia para você também, Micah. — respondo com humor.
Ele sorri, cruzando os braços sobre o peito firme e tatuado. Ele está
brilhando de suor e seu rosto está em um tom claro de rosa.
Damien se recosta, plantando as palmas das mãos no colchão atrás
dele enquanto arqueia uma sobrancelha.
Micah pisca para ele, sorrindo. — Você quer que eu prepare o café da
manhã?
— Estou bem. — Damien retruca, acariciando minha coxa. — Estou
prestes a tomar meu próprio café da manhã.
Antes que eu possa pensar nisso, ele está colocando meu café na mesa
de cabeceira e enterrando o rosto entre minhas coxas. Micah observa da
porta por um momento, pensando se quer participar, antes de se virar e
desaparecer no corredor.
A língua de Damien bate contra meu clitóris com firmeza, ele segura
minhas pernas, me puxando para ele. — Mmm — ele solta um gemido
baixo, me devorando.
Eu grito de prazer, falando em línguas, enquanto deslizo meus dedos
pelos seus cabelos, puxando-o para mais perto.
Damien Sylvester come boceta como um Deus.
Estou além de apaixonada.
Todas as minhas terminações nervosas estão repentinamente no
limite. Estou tão excitada que, mesmo quando ele passa os lábios pela parte
interna da minha coxa, não posso deixar de gemer de satisfação. Ele aperta
minha carne entre os dentes e depois os lábios, aumentando ainda mais a
expectativa.
Ele beija meu clitóris e eu me contorço impotente contra ele. Sua
língua é plana e larga, ele usa um pouco de pressão. Minha respiração
acelera e as pontas dos dedos dele cavam minha bunda.
— Sim, Damien. — gemo, agarrando os lençóis e jogando a cabeça
para trás enquanto ele aumenta a pressão.
No entanto, ele se move o mais lentamente possível. É demais para
suportar. Ele mantém um ritmo constante, assim que meu corpo começa a
ficar tenso, ele sente isso. Com isso, ele desacelera, passando a língua para
cima e para baixo na minha entrada molhada, pressionando levemente meu
clitóris.
Estar tão perto do limite, mas não ser derrubada imediatamente, é a
sensação mais selvagem. Ele sabe exatamente como me levar à beira da
insanidade.
Levantando a cabeça e olhando para baixo entre as minhas pernas, eu
o pego me observando. Ele está gostando do show. O olhar de puro
desespero brilhando em meus olhos.
— Por favor. — eu imploro, choramingando. Respirando com
dificuldade e rápido. — Por favor, Damien.
— Por favor, o quê? — Ele pergunta provocativamente, afundando
dois dedos dentro de mim.
— Por favor, deixe-me gozar.
De repente, Jensen e Micah aparecem na porta. Eles se aproximam
lentamente da cama com uma expressão de pura luxúria estampada em
seus rostos.
— Que tal darmos a Jensen e Micah um gostinho dessa doce boceta.
— Damien sugere com um sorriso tortuoso. — Veja quantas vezes eles
conseguem fazer você gritar nossos nomes.
Com isso, ele se afasta.
Jensen e Micah se acomodam entre minhas pernas, antes que eu
possa entender isso, Micah me toma em sua boca. Ele aplica um forte nível
de sucção no meu clitóris e enfia os dedos dentro de mim, acariciando
minhas paredes internas no lugar certo.
Meu orgasmo toma conta de mim na hora certa. Meu corpo
convulsiona, minhas pernas enrijecem e os dedos dos pés se curvam. É o
orgasmo mais alucinante da minha vida. Damien descansa ao meu lado na
cama e observa meu rosto ansiosamente. Puxando meu clitóris para dentro
e para fora de sua boca, Micah usa sua língua para massagear meu clitóris
ao mesmo tempo, deixando cada terminação nervosa no limite.
— Oh, sim. — eu ofego alto, com falta de ar. Eu esfrego seu rosto
enquanto ele continua a me foder com os dedos. — Sim, Micah!
— Mmm — ele respira.
De repente, Jensen se junta a ele sem aviso, ambos os rostos agora
enterrados entre minhas coxas. — Jensen — eu grito, minhas costas se
curvam instantaneamente.
O choque me inunda. Há dois homens atacando-me ao mesmo tempo.
Este é um para os livros.
Minhas pernas se abrem por vontade própria enquanto eu movo meus
quadris, encontrando cada movimento de suas línguas sobre meu clitóris.
Ambos seguram firmemente minhas coxas, me segurando no lugar. Jensen
lambe minha fenda molhada e depois mergulha a língua dentro de mim. Eles
fazem mágica juntos, me agradando ao máximo.
No segundo em que olho para baixo e fixo meu olhar neles, percebo
que seus rostos estão praticamente se tocando. De repente, seus olhos se
encontram.
E seus lábios colidem.
Eles se beijam selvagemente, as línguas se debatendo, meus sucos
cobrindo seus rostos. É um momento tão acalorado e primitivo que não
posso deixar de olhar, presa em transe, observando enquanto eles se beijam
avidamente, suas mãos ainda pressionadas contra minha carne.
Eu me contorço contra eles, sentindo o dobro das sensações.
Montando seus rostos, eu grito seus nomes com admiração.
— Sim, Micah! Oh, Deus, sim, Jensen!
— Solte-se. — Damien respira ao meu ouvido, prendendo meus braços
ao lado da minha cabeça. — Goze para nós, baby.
Meu clitóris incha sob suas línguas, no momento em que ambos
enfiam um dedo dentro de mim simultaneamente, eu suspiro. Outro
orgasmo devastador explode através de mim, balançando meu corpo
enquanto eu me entrego à felicidade de todo o coração.
— Porra — Jensen geme, acariciando minha perna com a mão livre. —
Você tem um gosto tão incrível.
— Nossa doce menina. — Micah respira, beijando o caminho até a
parte interna da minha coxa. — Tão linda.
Os dois demoram um pouco, apalpando um ao outro e beijando o
caminho de volta pelo meu corpo, hesitando no meu pescoço. Os músculos
do bíceps de Micah flexionam quando ele se inclina sobre mim.
— Prove você mesma, baby. — ele ronrona, olhando diretamente para
minha alma. Seus lábios colidem com os meus e eu saboreio o sabor doce.
— Eu sei como compartilhar. — Ele me beija apaixonadamente, segurando
meu queixo enquanto desliza a língua em minha boca, roçando-a na minha.
— Todos nós fazemos. — Damien diz, dando um pequeno beijo no
canto dos meus lábios.
— Damien — eu gemo, parando nosso beijo para olhar inocentemente
em seus olhos.
Ele fica tenso contra mim, acariciando minha bochecha com a ponta
do polegar. — Sim? — ele questiona, me observando atentamente com
olhos suaves.
Engolindo em seco, me inclino para seu toque, descansando meu rosto
em sua palma enquanto troco olhares com os três. — Não há realmente
nenhuma outra garota? — Eu pergunto, quase em um sussurro.
— Não. — Damien responde sem a menor hesitação.
— Só você, pequena Quinn. — acrescenta Micah.
Passo meus braços em volta do pescoço de Jensen, puxando-o para
mais perto.
— E você? — Damien sorri para mim, mudando seu olhar para Jensen
e Micah.
É como se ele tivesse lido minha mente. Eu quero todos eles.
Damien.
Jensen.
E Micah.
— Não quero escolher. — confesso veementemente.
— Oh, princesa. — Jensen ronrona, pressionando os lábios contra meu
ombro.
— Por que escolher? — Micah pergunta, acariciando meu cabelo.
Os olhos de Damien brilham com carinho quando ele se aproxima,
seus lábios roçando os meus. — Quando você pode ter todos nós?
Meu coração martela de espanto. — Eu posso? — Eu questiono.
— Sim. — Damien responde, enquanto eu traço suas covinhas com as
pontas dos dedos. — Fazer você feliz é tudo o que importa para nós, Quinn.
Com isso, eu sorrio.
Isso não parece real. Tenho tudo que sempre quis, aqui e agora com
esses homens. Meus homens.
O que poderia dar errado?

VÁRIAS SEMANAS DEPOIS

— Feliz Dia de Ação de Graças, mãe!


— Feliz Dia de Ação de Graças, querida. — ela diz com entusiasmo,
puxando-me para seu abraço de urso que eu tanto amo. — Estou tão feliz
que você voltou da faculdade para o feriado.
— Eu também. Já faz muito tempo. — digo, seguindo-a até a cozinha.
O aroma do jantar de Ação de Graças é forte, me deixando com água na
boca. — Uau, tem um cheiro incrível aqui.
— Tenho certeza de que cozinhei demais.
— Sou boa em levar sobras. — respondo, brincando. — Normalmente
vivemos de comida para viagem.
Ela verifica o peru grande no forno antes de se virar para mim com um
sorriso. — Como tem sido a faculdade? — ela pergunta.
Sentada no banco alto da ilha da cozinha, eu rio, sem nenhuma
intenção de humor.
— Isso é ruim, hein?
— Estou literalmente exausta. — confesso, enfiando um pedaço de
queijo na boca.
— Eu aposto que você está. Enfermagem é difícil, mas você é tão
inteligente. Você vai superar isso. — ela incentiva com um sorriso. — Estou
tão orgulhosa de você, Quinn.
Eu sorrio.
— Quando são suas provas finais? — ela imagina.
— A segunda semana de dezembro.
Seus olhos se arregalam. — Você está quase lá! — ela exclama.
— Quase.
— Como estão suas amigas?
— Elas estão bem. — digo casualmente, embora não tenha passado
muito tempo com elas ultimamente.
Eu rio sozinha, considerando que passei a maior parte do meu tempo
livre nas últimas semanas com Damien, Jensen e Micah. Temos saído em
encontros românticos separadamente e nos conhecido individualmente.
E eu tenho me apaixonado tanto por eles, apesar das bandeiras
vermelhas persistentes de que eles são perigosos, é claro.
Mas, apesar disso, não consigo tirá-los da cabeça.
Um sorriso ansioso cruza o rosto da minha mãe, como se ela sentisse
que estou perdida em pensamentos. Uma sensação de calor toma conta de
mim e se instala em minhas bochechas.
— Você está corando. — ela ressalta, servindo-me uma taça de vinho
tinto. Depois de deslizá-la pela bancada de granito, ela enxuga as mãos no
avental verde-esmeralda. — Me conte.
— O quê? — Eu rio timidamente.
— Quinn, — ela exclama, observando minha reação com um olhar
entusiasmado. — Eu nunca vi você assim antes.
— O que você quer dizer? — pergunto, remexendo as palmas das
mãos suadas no colo.
— É um garoto, não é?
Na verdade, mãe, não é apenas um garoto. Na verdade, estou tendo
dores nas costas por causa de três deles.
Quanto mais melhor.
Sim… isso não vai acontecer.
Ela certamente perderia a cabeça.
Revirando os olhos, sorrio amplamente, completamente confusa. Meu
pulso acelera e meu peito se contrai. Meu estômago fica leve enquanto luto
para encontrar a resposta certa.
E embora tenhamos crescido e nos tornado não apenas mãe e filha,
mas também melhores amigas, não consigo contar a ela sobre estar com
todas eles.
— Tudo bem. — Ela suspira enquanto tomo um longo gole do nosso
vinho favorito. — Eu não vou me intrometer.
— Sim. Você está certa. — confesso, adorando cada segundo de sua
excitação. Nunca trouxe um cara para casa antes. Eu sempre fui reservada.
Até agora. — Então, tem… esse cara…
— E você realmente gosta dele. — ela observa. — Está escrito em todo
o seu rosto, querida. Você está se apaixonando.
Meu coração salta instantaneamente. — Sem chance. É muito cedo
para usar essa palavra — contesto, hesitando por um momento. — Não é?
Ela balança a cabeça e seus olhos suavizam. Meu estômago cai. Eu
conheço esse olhar. — Eu juro, seu pai e eu nos apaixonamos no nosso
primeiro encontro. — explica ela, enquanto estendo o braço por cima do
balcão para pegar a mão dela. — Foi mágico. Cada segundo disso. Ele me
deu esse sentimento. Eu simplesmente sabia.
Lágrimas brotam dos meus olhos. — Sinto muito, mãe. — digo
fracamente.
— Pelo quê, querida? — ela pergunta, ignorando rapidamente. —
Passamos vinte anos maravilhosos juntos, embora ele não esteja mais aqui,
ainda está comigo. Com a gente.
— Eu realmente sinto falta dele.
— Eu também. — ela responde calmamente, antes que a luz retorne
aos seus olhos. — Mas chega disso. Você parece tão feliz! Isso é
emocionante!
— Por favor, pare. — eu corro, brincando, enchendo meu copo quase
até a borda.
— Vamos. Eu quero ouvir tudo sobre esse cara!
Eu suspiro derrotada. — Bem, primeiro, o nome dele é Damien...
— Damien, o quê? — ela interrompe.
— Damien Sylvester...
— Sylvester. — ela ecoa.
Quando olho para ela, não consigo evitar de congelar no lugar. Há algo
no jeito que ela está olhando para mim que me deixa desconfortável. Sua
mandíbula se contrai visivelmente e ela limpa a garganta antes de se virar
para abrir a porta da geladeira.
— Há quanto tempo você está saindo com ele? — ela pergunta
distraidamente, ficando completamente imóvel.
— Algumas semanas. — eu soltei cuidadosamente, balançando a
cabeça em consternação. — Espere, você o conhece ou algo assim?
De repente, ela ri. — Como eu poderia conhecê-lo, querida?
— Estou realmente confusa. Você está agindo de forma estranha.
— Estranha, como? — ela imagina.
— Bem, você está olhando para a geladeira no último minuto sem
motivo aparente. — retruco, com uma risada nervosa.
— É apenas um dia difícil. — ela murmura, fechando a porta e fixando
seus olhos nos meus. Ela dá um passo à frente, apoiando os braços na
bancada com um sorriso. — Você sabe. Feriados.
— Eu sei. — concordo.
Ela sorri fracamente. — Como vocês dois se conheceram?
— Em uma festa de Halloween.
Ela balança a cabeça, desinteressada. — E ele te trata bem?
— Sim. Como uma princesa.
— Apenas me prometa que você estará segura, Quinn.
Segura.
Segura.
Segura.
A suspeita aumenta e há uma súbita sensação de tensão no ar. Posso
sentir isso profundamente em meus ossos. A palavra segura está em minha
mente há semanas, depois de ouvi-la inúmeras vezes de Damien, Jensen e
Micah.
E agora minha mãe?
Sem mencionar que ela claramente se encolheu ao ouvir o nome dele.
— Não se preocupe, mãe. Estarei segura. — Seja lá o que isso
signifique. Engolindo o resto do meu vinho, forço um sorriso, tentando o
meu melhor para ignorar isso como uma estranha coincidência. — Eu
prometo.

Quando volto para a faculdade, meus exames passam lentamente.


Então, finalmente, é o fim do semestre. De alguma forma, sou a
primeira a acordar na casa da fraternidade. Desço as escadas precisando
desesperadamente de um café quente, especialmente antes de tentar
terminar de fazer as malas.
A casa está muito fria esta manhã, quando chego ao pé da escada,
minha atenção é atraída para a porta da frente.
De repente, tenho a sensação de que estou sendo observada.
Nos últimos dias, algo simplesmente não estava certo.
— Quinn? — Ouço do alto da escada, apenas para notar Jenna
inclinada sobre o corrimão. — Tem alguém aqui?
— Acho que não. — digo, voltando meu olhar para a porta.
— Tudo bem. — ela ri. — Então o que você está fazendo?
Juntando-me às risadas, vou até a porta para aliviar a sensação na
boca do estômago. Quando a abro e baixo o olhar para o chão, meu coração
cai.
Eu grito como uma alma penada, indo para trás e caindo com força de
bunda. Uma cabeça de porco decepada está exposta na varanda, a cerca de
trinta centímetros da porta. Seus olhos foram esculpidos de forma horrível,
devo acrescentar. A geada já está se formando em sua pele rosada e
coriácea, mantendo os insetos e as moscas afastados...
Embora não seja difícil perder o símbolo que foi cortado com precisão
em sua carne.
Um símbolo que nunca vi antes.

— Quinn! — Jenna grita do alto da escada, antes de descer correndo e


vir em meu socorro a toda velocidade. Assim que ela chega até mim, seu
olhar se volta para a cabeça do porco e ela grita.
Todas as garotas descem as escadas correndo, ainda de pijama,
gritando de horror e nojo no momento em que observam a cena diante de
nós.
Meu pulso acelera e de repente me sinto mal do estômago. O toque
do meu celular me faz pular, me pegando totalmente desprevenida
enquanto o tiro do bolso.
— Damien — eu deixo escapar sem fôlego, enquanto Kim me ajuda a
ficar de pé.
— Bom dia, raio de sol... — ele diz sonolento, até que Kim interrompe
nossa conversa.
— Oh meu Deus, Quinn! Você está machucada? — ela pergunta
freneticamente, apertando minha mão.
— Obrigada, Kim. Estou bem.
— O que está errado? — Damien pergunta, sua voz imediatamente
caindo uma oitava.
— Bem, atualmente estou olhando para a cabeça de um porco...
— ...Onde você está? — ele exige.
— Ainda estou na faculdade. — digo a ele, falando sobre a conversa
traumatizada das meninas enquanto rajadas de ar frio entram na casa, junto
com uma sugestão de fedor pútrido. — Isso é tão nojento. Satânico. Quem
diabos faria algo assim?
— Estamos a caminho.
— Espere o quê? Realmente?
— Você estava planejando deixar a faculdade de qualquer maneira,
certo? — ele questiona.
— Bem, sim...
— Estarei aí em dez minutos. — ele afirma, com a voz afiada. — Não
chame a polícia, Quinn. Eu vou me livrar disso. Apenas certifique-se de que
todas as suas malas estejam prontas.
— Tudo bem. — E com isso, encerro a ligação.
— O que nós fazemos? — Brenda pergunta.
— Devemos chamar a polícia? — Georgia implora, escondendo-se
atrás de Jenna para bloquear a visão desagradável. — Eu acho que devemos.
— Não chame a polícia. — eu grito. — Isso foi apenas uma brincadeira
estúpida. Não queremos dar mais incentivo aos idiotas.
— Isso é verdade. — concorda Georgia. — Eles provavelmente estão
nos observando agora.
Aquela sensação perturbadora de estar sendo observada retorna com
força total.
— Então o que diabos vamos fazer com isso? — Jenna se estressa. —
Fazer um assado?
— Isso é nojento. — respondo. — Damien está vindo para cá. Ele disse
que vai cuidar disso.
Ela faz uma careta.
— Tenho que terminar de fazer as malas. Eles estarão aqui em dez
minutos. — digo a ela, virando-me, completamente enojada enquanto me
dirijo para as escadas.

O ar frio atinge a pele nua do meu pescoço, eu me amaldiçoo por


decidir não usar meu cachecol no último minuto. Descendo correndo os
degraus da frente da casa da minha irmandade, quase corro até o Wrangler
preto adornado, estacionado do outro lado da estrada.
Micah sai correndo do jipe e nem olha para os dois lados antes de
atravessar. É como se nada pudesse tocá-lo. Nada pode tocar nenhum deles.
Embora possam ser ameaçadores para os outros, para mim são
rolinhos de canela.
E eu não aceitaria de outra maneira.
Deixando minhas malas no meio da rua, pulo nele, e ele passa os
braços em volta do meu pequeno corpo, me abraçando com força. Eu me
sinto tão segura com ele. Ele tem a tendência de sempre me fazer sentir
importante e profundamente cuidada.
Damien está ao meu lado em guarda, com os olhos arregalados. —
Você está bem? — Ele pergunta, acariciando levemente meu cabelo.
— Sim — eu digo, descansando o lado do meu rosto contra o peito de
Micah, aconchegando-me em sua jaqueta quente e volumosa. — Agora que
vocês vieram em meu socorro.
Damien assente. — Eu já volto, princesa. Fique aqui.
— Você está bem, Quinn — Jensen me tranquiliza, pegando minhas
malas e colocando-as no porta-malas. — Nós sempre pegamos você.
— Vamos colocar você no carro. — Micah abre a porta do passageiro
e me ajuda a entrar, apertando o cinto de segurança para mim antes de
fechar a porta. Assim que ele entra no lado do motorista, ele coloca a mão
no meu joelho. — Tem certeza de que está bem?
— Sim. Estou bem. — digo, até que ele me olha apreensivo. —
Realmente.
— Bom.
Vários minutos se passam e ocasionalmente observo Damien e Jensen
à distância enquanto eles examinam a cena nos degraus da frente. Eles
jogam a cabeça decepada do porco em um saco de lixo preto enquanto
todas as meninas assistem a cena pelas janelas.
De repente, Damien coloca as mãos na nuca e anda furiosamente pela
varanda.
— Eles parecem muito chateados. — aponto.
Micah aumenta o calor, esfregando minha perna na tentativa de me
acalmar e distrair. — Eles estão bem. — ele descarta.
Assim que chegam ao jipe, eles jogam a sacola no porta-malas antes
de pularem na parte de trás. Micah ajusta o espelho retrovisor para garantir
contato visual com Damien.
— Estamos bem? — ele pergunta.
Quando me viro, vejo um pequeno vislumbre de raiva nos olhos de
Damien antes que ela desapareça. — Sim. — ele responde vagamente, ainda
nervoso.
A mandíbula de Micah se aperta enquanto ele olha fixamente pelo
para-brisa.
— Relaxe, pessoal. — eu corro, tentando aliviar o clima. — Alguns
perdedores decidiram fazer uma última pegadinha estúpida antes de
voltarmos para casa. Não há realmente nada com que se preocupar.
Eles não dizem nada.
O silêncio entre nós é assustador.
De repente, um corvo preto voa pelo ar bem na frente do jipe, errando
por pouco o para-brisa.
— Puta merda. — balbucio nervosamente, o som do grasnado à
distância envia uma sensação perturbadora através de mim.
— Relaxe. — diz Micah, descansando a mão no meu joelho
suavemente. — É apenas um pássaro.
— Você está certa, baby. — Jensen fala atrás de mim, alcançando meu
assento para massagear suavemente meus ombros. — Não há nada com
que você se preocupar. É uma brincadeira.
— Você tem que ir para casa imediatamente? — Damien pergunta.
Alcançando o banco de trás, coloco minha mão na dele. — Eu disse à
minha mãe que estaria em casa mais tarde esta noite. — respondo, sorrindo
timidamente. — Ou em algum momento amanhã de manhã.
— Perfeito. — ele murmura, dando um beijo suave nas costas da
minha mão. — Vamos almoçar.

DAMIEN
— Cuidado com o passo. — eu aviso, agarrando seu bíceps com mais
força.
Ela começa a tropeçar no meio-fio, mas faço questão de mantê-la
firme. Com uma risada, ela passa o braço em volta da minha cintura. — O
que eu faria sem você? — ela pergunta brincando.
— Garota desajeitada. — brinca Micah.
— Estamos sempre aqui para te pegar se você cair. — promete Jensen.
Embora isso tenha sido muito brega, ela sorri largamente. — Sou uma
garota de sorte. — ela nos diz.
Conversas silenciosas ecoam por todo o restaurante quando
entramos. Assim que Micah e Quinn entram na cabine, Jensen e eu
trocamos olhares silenciosos.
— Estaremos de volta. — afirma Jensen, olhando para Micah.
Micah assente.
— O quê? Você quer dizer que está indo embora? — ela faz beicinho.
— Acabamos de chegar.
— Temos algo que precisamos descartar. — respondo, forçando um
sorriso torto.
— Antes que comece a cheirar mal. — acrescenta Jensen, com humor,
inclinando-se para beijar-lhe a bochecha.
— Nojento. — ela murmura, franzindo o nariz com uma expressão de
desgosto. — Desculpe, vocês têrem que lidar com isso.
— Não fique, amor. Vejo você em breve. — eu digo, pressionando
meus lábios contra o topo de sua cabeça.
Jensen e eu saímos do restaurante com grande urgência. De repente, é
tudo negócio. Entramos no jipe e seguro o volante com tanta força que os
nós dos dedos ficam brancos.
Há silêncio entre nós.
Nós dois estamos cheios de ódio completo.
Na minha cabeça, eu executo atos de violência de massacre de cada
maldito membro do Divino Sagrado. Nós os destruiremos.
Eles nunca tocarão nela.
Nós nos certificaremos disso.
Eles estão mortos.
— O símbolo esculpido no porco. — murmura Jensen, em voz baixa. —
São eles. Eles voltaram.
Fechando os olhos com força, viro o pescoço, tentando aliviar a
tensão. Agarrando o volante com mais força, a raiva me consome. A buzina
toca alto quando eu bato meu punho no centro.
— Você sabe o que isso significa. — ele começa, com uma voz cheia de
raiva.
Minha respiração fica presa. Eu sei exatamente o que isso significa.
Todos nós sabemos.
Exibir a cabeça de um porco na porta de seu alvo é um ritual para o
Divino Sagrado. É um sinal de que eles estão vindo. Eles escolheram sua
próxima vítima.
— A próxima lua cheia é daqui a exatamente um mês. — diz Jensen
entre os dentes cerrados. — Temos um mês até...
— Eles virem atrás dela. — termino por ele, olhando-o diretamente
nos olhos. — Eles estão vindo atrás dela, Jensen. Eles sabem quem ela é.
EPÍLOGO
QUINN
UMA SEMANA DEPOIS

A atmosfera é mágica enquanto observo os flocos de neve caindo


continuamente do céu através do para-brisa. Um manto branco de neve
brilhante cobre o chão. Jensen olha pelo espelho retrovisor e nossos olhos
se cruzam brevemente.
Ele sorri satisfeito.
— Temos uma surpresa para você. — Damien anuncia do banco da
frente. — Vamos levar você embora no Natal.
— O quê? — Eu suspiro, sorrindo largamente quando ele se vira para
mim. — Espere. Realmente? Você está falando sério? Onde?
Jensen ri. — Não seria uma surpresa se disséssemos a você. — diz ele,
olhando para mim por um momento antes de olhar novamente para a
estrada.
— Exatamente. — Micah concorda. — Não queremos estragar a
surpresa, princesa.
— Vocês realmente não precisam me levar embora no feriado. — digo
a eles. — Vocês não precisam me mimar. Serei feliz em qualquer lugar,
desde que esteja com você.
Damien chega ao banco de trás e pega minha mão, pressionando os
lábios nos nós dos meus dedos. — Qualquer coisa para fazer nossa garota
sorrir. — diz ele.
Meu coração aumenta dez vezes quando o jipe para no sinal
vermelho. Cada um deles me faz sentir de alguma forma. O sexo entre nós
quatro é alucinante, não me entenda mal. Mas é a maneira como eles me
fazem sentir querida que mais importa. Eles me fazem sentir que pertenço
aqui. Pertenço a eles.
Finalmente, não estou mais perdida.
Eu fui encontrada.
De repente, algo fora da janela chama minha atenção e me tira dos
meus pensamentos. Meu olhar se fixa em um corvo pousado no galho nu de
uma árvore próxima. Arrepios surgem na minha pele e um arrepio percorre
minha espinha.
Sem aviso, ele olha em nossa direção.
E me olha nos olhos.
Caw.
Caaawww.

FIM
Notas
[←1]
Transtorno do déficit de atenção com hiperatividade.
[←2]
Mania é uma condição caracterizada por uma mudança radical do humor e dos níveis de
energia. A pessoa em estado maníaco sofre de alterações de humor, pensamentos acelerados,
explosão de energia e comportamentos inconsequentes e exagerados.
[←3]
Grippy-sock significa meia antiderrapante é uma espécie de palavra-código para
estabelecimento de saúde mental, porque quando você está em um, eles lhe dão meias
antiderrapantes em vez de sapatos
[←4]
Soco em inglês é Punch que também se traduz para Ponche.
[←5]
O ATI, abreviatura de Assessment Technologies Institute, é um programa utilizado por cerca de
70% das escolas de enfermagem dos Estados Unidos para ajudar os estudantes de enfermagem
a aprender e dominar conceitos importantes de enfermagem.

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