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TEMA/CONTO: “Mago”
Miguel Torga = Adolfo Correia da Rocha (crítico do Estado Novo português, , preso
pela censura, neo-modernista, falecido em 1995).
Mago passa parte significativa do início do conto reclamando das circunstâncias de sua
nova vida, no entanto, apesar de passar os dias no mormaço da sala de Dona Saneia, que
o deixaram “mole, sem acção, bambo e morno”, não nega os mimos que a mulher lhe
oferecia. ACOMODAÇÃO. PREGUIÇA. Ao decidir aventurar-se pela noite com os
antigos amigos, ele percebe que seu corpo não é mais tão desenvolto, é incapaz de
vencer uma briga e vira alvo de chacota, então foge. COVARDIA. Para Mago, a única
solução seria voltar à segurança da casa de Dona Saneia, mesmo contrariado; tudo que
lhe acontecera era culpa da mulher que o adotara e o domesticara, tirando dele todos os
instintos e habilidades. INGRATIDÃO. MANIPULAÇÃO. No final do conto, Mago
retorna à casa da senhora “de livre vontade... Ninguém o obrigara...” e mesmo
considerando degradante a sua situação, prefere permanecer. FRAQUEZA.
Outra referência à via crucis está em “E só então é que reparou: deixava um rastro de
sangue por onde passava...”. (“Mago”, p. 16).