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Mito e Filosofia

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Manaus, Amazonas - Brasil

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O que é o Mito?

Um mito é uma narrativa fantástica sobre a origem de alguma


realidade transmitida oralmente por alguém que foi escolhido pelas
divindades para tal função.

Falam sobre a origem dos astros, da Terra, dos homens, das plantas,
dos animais, do fogo, da água, dos ventos, do bem e do mal, da saúde
e da doença, da morte, dos instrumentos de trabalho, das raças, das
guerras, do poder, etc..

Um mito é uma narrativa de caráter simbólico-imagético, ou seja, o


mito não é uma realidade independente, mas evolui com as condições
históricas e étnicas relacionadas a uma dada cultura, que procura
explicar e demonstrar, por meio da ação e do modo de ser das
personagens, a origem das coisas.
O termo "mito" é, por vezes, utilizado de forma pejorativa para se
referir às crenças comuns (consideradas sem fundamento objetivo ou
científico, e vistas apenas como histórias de um universo puramente
maravilhoso) de diversas comunidades.

Na maioria das vezes, o termo refere-se especificamente aos relatos


das civilizações antigas, mas há de se lembrar que muitas
comunidades contemporâneas ainda se valem e muito do mito que,
organizados, constituem uma mitologia - por exemplo, a mitologia
grega, a mitologia romana, etc.
CARACTERÍSTICAS DO MITO O mito tal como é vivido nas sociedades arcaicas tem as
seguintes características:
É a história dos atos dos seres sobrenaturais.
Esta história é considerada VERDADEIRA (porque se refere a
realidades) e SAGRADA (porque é obra de seres sobrenaturais).
Relata uma CRIAÇÃO: conta como algo veio à existência ou como um comportamento, uma
instituição, uma maneira de trabalhar teve origem.
Permite conhecer a origem das coisas e, portanto, dominá-la e manipulá-la voluntáriamente.
Este conhecimento nao é exterior abastrato acerca das coisas, mas interior e concreto.
O homem mítico "vive" o mito, sentindo que o poder sagrado, não é uma experiência
cotidiana, é uma experiência de Religar (re-ligação com a divindade) é uma experiência
religiosa.
As narrativas míticas podem ser classificadas em três tipos:
Teogônicas, que narram o nascimento dos deuses, suas naturezas, seus
atributos e suas relações tanto com os homens quanto com as outras
divindades e com o Universo;

Cosmogônicas, que narram a origem do Universo (cosmo);


Escatológicas, que narram os últimos eventos, isto é, o
destino final dos homens. Essas narrativas geralmente
estão associadas à morte.

Essas narrativas eram construídas coletivamente e,


portanto, não tinham uma autoria definida. Uma vez que,
na antiguidade, ouquíssimas pessoas tinham acesso à
MONTE OLIMPO leitura e à escrita, as narrativas míticas eram difundidas,
principalmente, por meio da oralidade.

Embora houvesse profissionais especializados em memorizar e veicular tais narrativas,


os chamados rapsodos, cada pessoa podia, transmiti-las à sua maneira. Era comum
que essas narrativas sofressem alterações, fossem elas propositais, ou não. Por esse
motivo, um mesmo mito pode apresentar inúmeras versões.
Os mitos estavam na base da educação do povo grego, sobretudo
aqueles atribuídos a Homero e Hesíodo. Através deles, expressos
sob a forma de poemas, eram transmitidos os costumes, os
conhecimentos, a cultura e os valores da sociedade grega.

Cada narrativa, permeada por esses elementos, contribuía para a


formação moral e intelectual do indivíduo. Vale lembrar que,
nesse período, o poeta era visto como dotado de uma inspiração
divina, por isso as suas narrativas eram consideradas como
verdades.

Mitologia e religião às vezes se confundem, mas embora haja certa proximidade, uma vez que
toda religião é composta por mitos (narrativas de origem), há também algumas diferenças.
Por exemplo, as mitologias são politeístas, isto é, reconhecem a existência de vários deuses.
Já as religiões, de modo geral, são monoteístas, ou seja, reconhecem
a existência de uma única divindade. Outra diferença importante é
que, na mitologia, é possível estabelecer as origens e a árvore
genealógica dos deuses, ao passo que em algumas religiões,
sobretudo as judaico-cristãs, há a compreensão de que Deus sempre
existiu

Ainda há uma forte influência da mitologia na formação da nossa sociedade, principalmente


no que diz respeito às artes como o teatro, a pintura, a escultura e a música. Ela está presente
também em formas de arte e entretenimento contemporâneos como o cinema e os
videogames. Quem aí não se lembra de Percy Jackson e o Ladrão de Raios? Ou mesmo do jogo
God of War?
Os deuses são, de longe, os mais poderosos e também os mais famosos das
mitologias, porém as narrativas míticas estão repletas de seres auxiliares que
merecem ser conhecidos, como os heróis, as ninfas, os sátiros, os centauros,
as sereias e as górgonas.
O mito possui três funções principais:

1. Explicar

O presente é explicado por alguma


ação que aconteceu no passado,
cujos efeitos não foram apagados
pelo tempo, como por exemplo, uma
constelação existe porque, há muitos
anos, crianças fugitivas e famintas
morreram na floresta, mas uma
deusa levou-as para o céu e
transformou-as em estrelas.
Escrita pelo dramaturgo Sófocles, por
2. Organizar volta de 427 a.C

O mito organiza as relações sociais, de modo a legitimar e


determinar um sistema complexo de permissões e
proibições. O mito de Édipo existe em várias sociedades e
tem a função de garantir a proibição do incesto, por
exemplo. O “castigo” destinado a quem não obedece às
regras funciona como “intimidação” e garante a
manutenção do mito.

A trama gira em torno de uma profecia, que acomete um jovem rapaz adotado, que, em busca de desvendar
suas origens, decide consultar um oráculo. Ele então recebe a notícia de que seu destino consistia em matar o
próprio pai e se casar com a própria mãe. Atordoado com o que ouve, o jovem decide sair de sua cidade, a fim
de evitar que tal previsão se cumprisse. Na estrada em direção a outra cidade, ele encontra e discute com um
velho viajante e sua comitiva. Por estarem embriagados, a discussão termina com Édipo matando o velho
viajante e alguns de seus homens. Chegando na nova cidade, passado algum tempo, sem saber, ele se casa
com sua mãe biológica, e quinze anos depois descobre toda verdade, tendo um fim ainda mais trágico.
3. Compensar
O mito conta algo que aconteceu e não é mais possível de acontecer, mas que serve tanto
para compensar os humanos por alguma perda, como para garantir-lhes que esse erro foi
corrigido no presente, oferecendo uma visão estabilizada da Natureza e do meio que a
cerca
As principais fontes do pensamento mítico grego são:
Ilíada
A obra aborda o período de algumas
semanas no último ano da Guerra de Troia
(que teria ocorrido por volta do século XII Homero
a.C.), durante o cerco final dos
contingentes gregos à cidadela do rei
Príamo, na Ásia Menor.

Ulisses (ou Odisseu), após passar 10 anos na Guerra de


Troia (narrativa contada em A Ilíada) tenta retornar para
sua terra natal, Ítaca, após passar um tempo na Ilha de
Calipso. Porém, em razão da vingança perpetrada por
Poisedon, o herói deverá passar por inúmeras provas,
adentrar em mundos misteriosos e fantásticos, a fim de
poder chegar na sua pólis.
Era para ser mais um exemplo de uma história: um
irmão toma indevidamente a parte do outro em uma
herança. Mas, ao invés de lamentar sua infelicidade,
a parte preterida compõe um poema para
demonstrar o quanto é bom fruir dos ganhos de seu
trabalho – especialmente no campo –, além de Hesíodo
expor em belos mitos a origem do mal, da cultura,
Os trabalhos e os dias do trabalho e dos sofrimentos humanos.

Teogonia é a compilação de uma série de narrativas orais que


trata da genealogia e hierarquia dos deuses e heróis da Teogonia
mitologia grega. Atualmente, tem-se a visão de que a
mitologia foi criada para não apenas explicar a origem do
universo, das coisas, do homem, dos costumes e regras
sociais, mas também como instrumento ideológico para a
manutenção do poder da classe aristocrática na Grécia pré-
democracia.
A religião grega
Para a religião grega “tudo é divino”, isto é, tudo o que acontece é explicado por
meio da intervenção dos deuses.
Existiam dosi tipos de religião grega:
Pública: que tem seu modelo de representação dos deuses dada por
Homero e Hesíodo.
Mistério: possuíam práticas e crenças específicas, desenvolvida em
círculos restritos. A mais importante e conhecida religião de mistério
é o Orfismo.

Além de explicar sobre a origem do mundo, a religião


oferece o acesso a respostas que intrigam os seres
humanos, como, por exemplo, a morte.
Ao contrário do que se possa imaginar, mesmo nos nossos dias, os mitos continuam vivos e
sendo criados, mas seu significado foi alterado.

Os mitos contemporâneos são pessoas, personagens ou


personalidades que alteraram o pensamento de determinada
época ou de um determinado lugar. Por exemplo, Michael Jackson,
Elvis Presley, Charles Chaplin e Einstein. Nesse sentido, o termo
mito se tornou uma espécie de elogio.

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