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Filosofia

Introdução à Filosofia

Teoria

Periodização da história na Grécia antiga

A região que conhecemos hoje como a Grécia, no Mar Mediterrâneo, possui uma história milenar da
formação civilizacional que chegou a fazer parte de um dos maiores impérios do mundo. Essa
sociedade, apesar de ser formada por diversos povos que habitavam a península, durante longos
séculos não conviveu com um governo centralizado.

Assim, o que entendemos como Grécia Antiga durante séculos foi a formação de indivíduos
reunidos em pólis (cidades-Estados), que se identificavam por um laço histórico, por uma cultura
comum, pela semelhança linguística e pela mesma religião, mas sem uma estrutura política e
administrativa unificada.

Então, para estudar o passado dessa chamada civilização grega, a divisão em períodos facilita a
compreensão de sua construção:
● Civilização Micênica (XX – XII a.C.);
● Tempos Homéricos (XII – VIII a.C.);
● Período Arcaico (VII – V a.C.);
● Período Clássico (V – IV a.C.);
● Período Helenístico (III e II a.C.).

Portanto, o momento de formação e o de auge da pólis foram os períodos Arcaico e Clássico, que
são também os mais cobrados em vestibulares. Logo, do ponto de vista político, durante essas
fases a Grécia foi formada por diversas cidades-Estados autônomas, sendo as duas principais as
pólis de Atenas e Esparta.

O que é mitologia?

O mito (mythos) é, antes de mais nada, uma narrativa de origem, isto é, um relato que busca explicar,
geralmente recorrendo ao sobrenatural, a origem dos fenômenos e das coisas. Essas narrativas
eram construídas coletivamente e, portanto, não tinham uma autoria definida. Uma vez que, na
antiguidade, pouquíssimas pessoas tinham acesso à leitura e à escrita, as narrativas míticas eram
difundidas, principalmente, por meio da oralidade.
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Embora houvesse profissionais especializados em memorizar e veicular tais narrativas, os aedos e


rapsodos, cada pessoa podia, livremente, transmiti-las à sua maneira. E como “quem conta um
conto, aumenta um ponto”, era comum que essas narrativas sofressem alterações, fossem elas
propositais, ou não. Por esse motivo, um mesmo mito pode apresentar inúmeras versões.

Homero e Hesíodo

De modo geral, os mitos estavam na base da educação do povo grego, sobretudo aqueles atribuídos
aos poetas Homero e Hesíodo. Atribui-se a Homero as obras Ilíada e Odisseia. A primeira conta a
história da guerra entre gregos e troianos (o nome original de Troia é Ilion, daí o título da obra). A
segunda conta a história de Ulisses (ou Odisseu, daí o nome da obra, bem como daquele filme
famoso: 2001 - Uma Odisseia no Espaço), que após lutar na guerra de Troia, tenta voltar para a sua
cidade, Ítaca.

Atribui-se a Hesíodo as obras Teogonia e Os Trabalhos e os Dias. Na primeira, ele descreve o


nascimento dos deuses e seus atributos. Nela, também consta a Titanomaquia (nome dado à
batalha entre os deuses e os titãs), na qual os deuses, liderados por Zeus, saem vitoriosos. Na
segunda obra, Hesíodo se dirige ao seu irmão Perses, dando-lhe uma série de lições acerca do valor
do trabalho e da honestidade.

Através desses mitos, geralmente expressos sob a forma de poemas, eram transmitidos os
costumes, os conhecimentos, a cultura e os valores da sociedade grega. Cada narrativa, permeada
por esses elementos, contribuía para a formação moral e intelectual do indivíduo. Vale lembrar que,
nesse período, os poetas eram vistos como dotados de uma inspiração divina, por isso todas as
narrativas produzidas por eles eram consideradas verdadeiras.

O nascimento da Filosofia

Paulatinamente, as narrativas mitológicas se tornaram insuficientes para explicar o mundo, e o


homem sentiu a necessidade de buscar respostas mais racionais para as questões que o afligiam.
Diversas transformações no âmbito da cultura grega contribuíram para o surgimento do
pensamento filosófico, tais como: a redescoberta da escrita, o surgimento da moeda, a formulação
da lei escrita, a consolidação da democracia, entre outras.

A partir dessas transformações surgiram, por volta do século VI a.C., os primeiros filósofos, que
ficaram conhecidos como filósofos pré-socráticos. Esses primeiros pensadores buscavam
entender a natureza (physis) através da razão (logos), isto é, sem recorrer aos deuses, presentes
nas narrativas mitológicas. Para eles, era preciso explicar a natureza a partir dos próprios elementos
naturais.
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Exercícios de fixação

1. Na Grécia Antiga, os mitos eram transmitidos através da(s):


(A) oralidade.
(B) internet.
(C) escrita.
(D) redes sociais.

2. Assinale a alternativa que corresponde ao poeta mais famoso da Grécia Antiga.


(A) Sócrates.
(B) Platão.
(C) Aristóteles.
(D) Homero.

3. De modo geral, os mitos eram expressos sob a forma de:


(A) crônicas.
(B) poemas.
(C) monografias.
(D) artigos científicos.

4. Como ficaram conhecidos os primeiros filósofos?


(A) Peripatéticos.
(B) Cínicos.
(C) Pré-socráticos.
(D) Racionalistas.

5. Cite algumas das principais transformações que contribuíram para o surgimento da filosofia
na Grécia Antiga.
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Exercícios de vestibulares

1. (Unicentro, 2019) Podemos caracterizar a mitologia como resultante dos primeiros esforços
do ser humano no Ocidente para dar explicações para as coisas e atribuir sentido à realidade.
Com base nesta compreensão, é correto afirmar:
(A) Os mitos foram as primeiras formas de manifestação escrita do homem no Ocidente e,
nesse sentido, podem ser considerados registros fiéis da realidade no período pré-
clássico.
(B) O período mitológico teve pouca relevância para a história da humanidade, na medida em
que se baseava sempre na religião predominante e, como tal, cumpriu um papel de
dominação do homem.
(C) Os mitos cumprem um papel importante na história do pensamento ocidental, dada, entre
outras coisas, sua importância para o nascimento da filosofia.
(D) A filosofia dos filósofos pré-socráticos construiu-se como uma radical oposição aos
relatos mitológicos, rebatendo as ilusões epistemológicas e respondendo aos anseios de
cientificidade da época.
(E) Mito e filosofia pré-socrática se confundem. O que os diferencia é o rigor metodológico
dos primeiros filósofos.

2. (Unesp, 2012) Aedo e adivinho têm em comum um mesmo dom de “vidência”, privilégio que
tiveram de pagar pelo preço dos seus olhos. Cegos para a luz, eles veem o invisível. O deus
que os inspira mostra-lhes, em uma espécie de revelação, as realidades que escapam ao olhar
humano. Sua visão particular age sobre as partes do tempo inacessíveis às criaturas mortais:
o que aconteceu outrora, o que ainda não é.
(Jean-Pierre Vernant. Mito e pensamento entre os gregos, 1990. Adaptado.)

O texto refere-se à cultura grega antiga e menciona, entre outros aspectos,


(A) o papel exercido pelos poetas, responsáveis pela transmissão oral das tradições, dos
mitos e da memória.
(B) a prática da feitiçaria, estimulada especialmente nos períodos de seca ou de infertilidade
da terra.
(C) o caráter monoteísta da sociedade, que impedia a difusão dos cultos aos deuses da
tradição clássica.
(D) a forma como a história era escrita e lida entre os povos da península balcânica.
(E) o esforço de diferenciar as cidades-estados e reforçar o isolamento e a autonomia em
que viviam.
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3. (Unicentro, 2010) “Os poemas homéricos têm por fundamento uma visão de mundo clara e
coerente. Manifestam-na quase a cada verso, pois colocam em relação com ela tudo quanto
cantam de importante – é, antes de mais nada, a partir dessa relação que se define seu caráter
particular. Nós chamamos de religiosa essa cosmovisão, embora ela se distancie muito da
religião de outros povos e tempos. Essa cosmovisão da poesia homérica é clara e coerente.
Em parte alguma ela enuncia fórmulas conceituais à maneira de um dogma; antes se exprime
vivamente em tudo que sucede, em tudo que é dito e pensado. E embora no pormenor muitas
coisas resultem ambíguas, em termos amplos e no essencial, os testemunhos não se
contradizem. É possível, com rigoroso método, reuni-los, ordená-los, fazer lhes o cômputo, e
assim eles nos dão respostas explícitas às questões sobre a vida e a morte, o homem e Deus,
a liberdade e o destino (…).”
(OTTO. Os deuses da Grécia: a imagem do divino na visão do espírito grego. 1ª Ed., trad. [e prefácio] de
Ordep Serra. – São Paulo: Odysseus Editora, 2005 – p. 11.)

Com base no texto, e em seus conhecimentos sobre a função dos mitos na Grécia arcaica,
assinale a alternativa correta.
(A) De acordo com os poemas homéricos, os deuses em nada poderiam interferir no destino
dos humanos e, assim, a determinação divina (ananque) se colocava em segundo plano,
uma vez que era o acaso (tykhe) quem governava, isto é, possuía a função de ensinar ao
homem o que este deveria escolher no momento de sua livre ação.
(B) As poesias de Homero sempre mantiveram a função de educar o homem grego para o
pleno exercício da atividade racional que surgiria no século VI a.C., uma vez que, de
acordo com historiadores e helenistas, não houve uma ruptura na passagem do mito para
o logos, mas sim um processo gradual e contínuo de enraizamento histórico que
culminou no advento da filosofia.
(C) Os mitos homéricos serviram de base para a educação, formação e visão de mundo que
o homem grego arcaico possuía. Em seus cânticos, Homero justapõe conceitos
importantes como harmonia, proporção e questionamentos a respeito dos princípios, das
causas e do porquê das coisas. Embora todas essas instâncias apresentavam-se como
tal, os mitos não deixaram de lado o caráter mágico, fictício e fabular em que eram
narrados.
(D) O mito já era pensamento. Ao formalizar os versos de sua poesia, Homero inaugura uma
modalidade literária bem singular no ocidente. As ações dos deuses e dos homens, por
exemplo, sempre obedeceram a uma ordem pré-estabelecida, a qual sempre revelou uma
lógica racional em funcionamento.
(E) Os mitos tiveram função meramente ilustrativa na educação do homem grego, pois o
caráter teórico e abstrato da cultura grega apagou em grande parte os aspectos que se
revelariam relevantes na poesia grega.
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4. (Etec, 2014) Uma das mais célebres viagens mitológicas narradas na Antiguidade é a do herói
Odisseu (Ulisses), relatada na Odisseia, obra atribuída a Homero. Entre as várias situações
vividas pelo herói, uma delas foi chegar a uma ilha onde habitavam ciclopes, monstros
gigantes de um olho só. Sobre esse encontro, leia o texto a seguir.
– Quem são vocês, estrangeiros? De onde vieram? São comerciantes ou piratas? – perguntou
o ciclope.
– Somos gregos, respondeu Odisseu. Retornamos para casa vindos de Troia. Mas
tempestades e ventos nos desviaram de nossa rota, pois assim quis Zeus.
– Você é um tolo ou vem de muito longe, já que não sabe que nós, os ciclopes, não nos
preocupamos com Zeus nem com outros deuses.
(VASCONCELLOS, Paulo Sérgio de. Mitos gregos. São Paulo: Objetivo, s/d, p. 61. Adaptado)

Refletindo sobre as informações apresentadas, é correto afirmar que, na Antiguidade,


(A) os povos gregos valorizavam a razão e não acreditavam na existência de seres divinos.
(B) o conceito religioso dos gregos baseava-se na interferência dos deuses na vida humana.
(C) as viagens eram ameaçadas pela existência de animais pré-históricos como os ciclopes.
(D) os seres humanos ainda não haviam chegado completamente à forma dos Homo
Sapiens.
(E) a religião e as leis gregas eram baseadas no livro Odisseia, que narrava a Guerra de Troia.
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5. (Unicentro, 2021) Leia o poema a seguir.


[. . .]
Sim bem primeiro nasceu Caos, depois também
Terra de amplo seio, de todos sede irresvalável sempre,
dos imortais que têm a cabeça do Olimpo nevado,
e Tártaro nevoento no fundo do chão de amplas vias,
e Eros: o mais belo entre Deuses imortais,
solta-membros, dos Deuses todos e dos homens todos
ele doma no peito o espírito e a prudente vontade
[. . .]
(HESÍODO. Teogonia: a origem dos deuses. Trad. Jaa Torrano. 3. ed. São Paulo: Editora Iluminuras, 1995. p. 91-92.)

Sobre mito e filosofia, assinale a alternativa correta.


(A) As narrativas míticas arcaicas problematizaram as questões logicamente e estruturaram
respostas através de evidências racionais científicas, sendo abruptamente suprimidas
pela filosofia, que interpreta o mundo a partir do duelo entre os deuses.
(B) A mitologia grega deixou de influenciar as doutrinas dos primeiros filósofos no exato
momento em que a filosofia nasceu na Grécia Clássica, o que pode ser verificado nos
escritos dos filósofos e na inexistência de qualquer referência ao mito.
(C) O mito arcaico é narrado pelo poeta em um esforço de explicar a natureza através de
método capaz de verificar a verdade dos fenômenos, ao passo que a filosofia constrói
uma narrativa fantástica e, muitas vezes, contraditória.
(D) Os mitos arcaicos, que interpretaram alegoricamente os fenômenos da vida ante as
forças desencadeadas pela natureza, foram gradualmente substituídos pela filosofia, que
compreende os fenômenos através da razão e da lógica.
(E) O mito (Mythos) arcaico é um discurso conceitual verdadeiro sobre o real, ao passo que
a filosofia é ilusória e falaciosa e se transforma na sombra que o discurso mítico sobre a
verdade projeta, por contraste.

6. (Unimontes, 2011) A passagem da mentalidade mítica para o pensamento racional e filosófico


foi gestada por fatores considerados relevantes para a construção de uma nova mentalidade.
Algumas novidades do período arcaico ajudaram a transformar a visão que o mito oferecia
sobre o mundo e a existência humana. Nesse aspecto, são todos fatores relevantes:
(A) a invenção da escrita e da moeda, a lei escrita e a imprensa.
(B) a invenção da escrita e do telefone, a lei escrita e o nascimento da pólis.
(C) a invenção da escrita e da moeda, a lei escrita e o nascimento da pólis.
(D) a invenção da escrita e da religião, a lei escrita e o nascimento da pólis.
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7. (Unisc, 2014) Antes de a Filosofia florescer, na Grécia, os homens se utilizavam de outras


formas para explicar os fatos e fenômenos de seu mundo. Assinale, entre as alternativas
abaixo, a principal dessas formas.
(A) Religiosa, pois havia muitos sacerdotes naquela época.
(B) Científica, pois elaboravam hipóteses sobre o mundo.
(C) Mágica, pois acreditavam nos poderes dos curandeiros.
(D) Mítica, pois explicavam o mundo e as coisas apelando para o sobrenatural.
(E) Racional, pois concebiam o universo como uma totalidade ordenada e dotada de sentido.

8. (UPE, 2018) Em relação ao pensamento mítico, leia o texto a seguir:


O homem, admirado e perplexo, diante da natureza que o cerca, sem entender o dia, a noite, o
frio, o calor, o sol, a chuva, os relâmpagos, os trovões, a terra fértil ou árida, sem entender a
origem da vida, a morte e o seu destino eterno, a dor, o bem e o mal, recorre aos mitos.
(SOUZA, Sônia Maria Ribeiro. Um outro olhar – filosofia. São Paulo: FTD, 1995, p. 39.)

A narrativa mítica tem significância para a existência humana no mundo. O mito tem uma
representatividade singular para transmitir e comunicar o conhecimento acerca da realidade.
Sobre isso, assinale a alternativa CORRETA.
(A) Os relatos míticos são narrações fantasiosas, desvinculados de sentido da realidade.
(B) O mito está privado de coerência, e sua narrativa prende-se à existência humana no mundo.
(C) O pensamento mítico está desligado do desejo de dominação do mundo, e sua narrativa
impõe o medo e a insegurança.
(D) Os mitos devem ser acolhidos na sua significância como base para a compreensão do
homem na sua existência e convivência.
(E) A mitologia se traduz em relato ilógico sem fundamento emotivo e tenta explicar a realidade
concreta.
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9. (UEL, 2007) Há [...] algo de fundamentalmente novo na maneira como os gregos puseram a
serviço do seu problema último — da origem e essência das coisas — as observações
empíricas que receberam do Oriente e enriqueceram com as suas próprias, bem como no
modo de submeter ao pensamento teórico e casual o reino dos mitos, fundado na observação
das realidades aparentes do mundo sensível: os mitos sobre o nascimento do mundo.
JAEGER, W. Paidéia. Tradução de Artur M. Parreira. 3.ed. São Paulo: Martins Fontes, 1995, p. 197.

Com base no texto e nos conhecimentos sobre a relação entre mito e filosofia na Grécia
Antiga, é correto afirmar:
(A) A filosofia, em que pese ser considerada como criação dos gregos, originou-se no Oriente,
sob o influxo da religião e, apenas posteriormente, alcançou a Grécia.
(B) A filosofia representa uma ruptura radical em relação aos mitos, tendo sido uma nova
forma de pensamento plenamente racional, desde a sua origem.
(C) A filosofia e o mito sempre mantiveram uma relação de interdependência, uma vez que o
pensamento filosófico necessita do mito para se expressar.
(D) A filosofia, apesar de ser pensamento racional, desvinculou-se dos mitos de forma
gradual.
(E) O mito busca respostas para problemas que são objeto da pesquisa filosófica e, nesse
aspecto, é considerado parte integrante da filosofia.

10. (UEA, 2012) Filósofos gregos da Antiguidade, em sua busca de explicação da realidade,
identificaram duas formas de conhecimento do homem sobre o mundo: o mito e a ciência. O
mito foi considerado um produto intelectual inferior à ciência por
(A) ser um tipo de conhecimento sistematizado.
(B) buscar explicações sobrenaturais para a realidade.
(C) trabalhar com relação de causa e efeito.
(D) pretender ser uma forma objetiva de conhecimento.
(E) ter como base o pensamento racional.

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Gabaritos

Exercícios de fixação

1. A
Uma vez que, na antiguidade, pouquíssimas pessoas tinham acesso à leitura e à escrita, as
narrativas míticas eram difundidas, principalmente, por meio da oralidade.

2. D
Homero é considerado um dos mais famosos poetas da Grécia Antiga. Note que Sócrates,
Platão e Aristóteles, que constam nas demais alternativas, foram filósofos, e não poetas.

3. B
De maneira geral, os mitos eram expressos sob a forma de poemas. Através deles, eram
transmitidos os costumes, os conhecimentos, a cultura e os valores da sociedade grega.

4. C
A partir dessas transformações surgiram, por volta do século VI a.C., os primeiros filósofos, que
ficaram conhecidos como filósofos pré-socráticos. Esses primeiros pensadores buscavam
entender a natureza (physis) através da razão (logos), isto é, sem recorrer aos deuses,
presentes nas narrativas mitológicas.

5. Diversas transformações no âmbito da cultura grega contribuíram para o surgimento do


pensamento filosófico, tais como: a redescoberta da escrita, o surgimento da moeda, a
formulação da lei escrita, a consolidação da democracia, entre outras.

Exercícios de vestibulares

1. C
Os mitos cumprem um papel importante na história do pensamento ocidental, sobretudo por
sua relação com a filosofia. Na Grécia antiga, por exemplo, os mitos estavam na base da
educação. Graças a eles, a cultura, os valores e as crenças eram transmitidos de uma geração
para a outra.

2. A
O texto de Jean-Pierre Vernant menciona o papel exercido pelos poetas (originalmente
chamados de aedos). Tais poetas eram os principais responsáveis pela transmissão oral das
tradições, dos mitos e da memória. Note que, uma vez que os poetas eram inspirados pelas
musas, o conteúdo das suas poesias era considerado pelos demais como verdadeiro.

3. C
De modo geral, os mitos estavam na base da educação do povo grego, sobretudo aqueles
atribuídos aos poetas Homero (Ilíada e Odisseia) e Hesíodo (Teogonia e Os Trabalhos e os Dias).
Através deles, expressos sob a forma de poemas, eram transmitidos os costumes, os
conhecimentos, a cultura e os valores da sociedade grega. Cada narrativa, permeada por esses
elementos, contribuía para a formação moral e intelectual do indivíduo.
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4. B
Na Antiguidade, sobretudo no período arcaico, era comum a ideia mítico-religiosa de que os
deuses interferiam diretamente na vida humana. Na Odisseia, por exemplo, Odisseu (ou Ulisses)
não conseguia voltar para a sua terra natal, em Ítaca, graças à interferência direta de Posseidon,
bem como de outros seres, como o cíclope e a feiticeira Circe.

5. D
Pouco a pouco, as narrativas mitológicas se tornaram insuficientes para explicar o mundo, e o
homem sentiu a necessidade de buscar respostas mais racionais para as questões que o
afligiam. Diversas transformações no âmbito da cultura grega contribuíram para o surgimento
do pensamento filosófico, tais como: a redescoberta da escrita, o surgimento da moeda, a
formulação da lei escrita, a consolidação da democracia, entre outras.

6. C
Vários são os fatores que possibilitaram a passagem da mentalidade mítica para o pensamento
racional; dentre eles, podemos ressaltar a invenção da escrita alfabética e a da moeda como
elementos impulsionadores da abstração e produção de realidades simbólicas, a intensificação
das viagens e trocas comerciais, que permitiram conhecer diferentes culturas e explicações
sobre o mundo, o estabelecimento da lei escrita e da estrutura política da pólis, que
racionalizaram a vida social.

7. D
Antes de a Filosofia florescer, na Grécia, os homens utilizavam a mitologia como a principal
forma de explicar os fenômenos de seu mundo. Enquanto a mitologia explicava a origem das
coisas recorrendo a seres divinos (sobrenaturais), a filosofia, por sua vez, buscava explicá-las
a partir da própria natureza. Uma das questões principais desses primeiros filósofos era definir
o elemento primordial (arché) que teria dado origem a tudo o que existe na natureza (physis).

8. D
O mito é uma narrativa de origem, isto é, um relato que busca explicar, geralmente recorrendo
ao sobrenatural, a origem dos fenômenos e das coisas. Essas narrativas eram construídas
coletivamente e, portanto, não tinham uma autoria definida. Uma vez que, na antiguidade,
pouquíssimas pessoas tinham acesso à leitura e à escrita, as narrativas míticas eram
difundidas, principalmente, por meio da oralidade. Através delas, expressas sob a forma de
poemas, eram transmitidos os costumes, os conhecimentos, a cultura e os valores das mais
diversas sociedades. Por isso, os mitos devem ser acolhidos na sua significância como base
para a compreensão do homem na sua existência e convivência.

9. D
A passagem do mito para a filosofia não foi rápida, mas sim um lento processo de
transformação, em que a mitologia deixa de ser entendida como uma verdade absoluta,
possibilitando o surgimento de explicações mais racionais da realidade e da natureza.

10. B
De maneira geral, o mito é considerado como um produto intelectual inferior à ciência, por
buscar explicações sobrenaturais para a realidade, enquanto a ciência se desenvolve a partir
de uma base racional.

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