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O Consulado foi o per íodo de 1799 a 1804, no qual eu promulguei uma nova
Constituiçã o, reestruturei o aparelho burocr á tico e criei o ensino controlado
pelo Estado. Enfim estava fazendo da França um pa ís cada vez melhor.
Em 1804 promulguei o C ó digo Napoleô nico, que garantia a liberdade
individual, a igualdade perante a lei, o direito à propriedade privada e o
divó rcio, e també m o primeiro có digo comercial, que tratava o falido com
muito rigor.
Em 1805, decidi adotar o calend á rio gregoriano novamente. Se realizei um
governo ditatorial? Ora s ó porque impus a censura à imprensa? Se perdesse o
controle da imprensa n ã o agü entaria nem mais trê s meses no poder. Outros me
acusaram de usar a repress ã o policial, com o apoio do meu Ex é rcito para
reprimir movimentos contra meu governo. Tamb é m esses acusadores nã o
entenderam porque tornei as greves ilegais. As pessoas a quem devo temer
nã o sã o as que discordam, mas as que discordam e s ã o covardes demais para
dá -lo a perceber.
Em 1804, apó s um plebiscito, eu coroei a mim mesmo e a minha Josefine,
tomando das mã os do Papa Pio VII a coroa, com o t ítulo de Imperador
Napoleã o I.
Sob o meu comando, a França se tornou o primeiro pa ís da Europa cujo
exé rcito deixou de ser uma classe militar vivendo à margem da sociedade.
Todo francê s podia ser convocado para o ex é rcito, um dos lemas herdados da
Revoluçã o Francesa foi: todo cidad ã o é um soldado! Por isso, o pa ís mais
populoso da Europa na é poca, com mais ou menos o mesmo n ú mero de
habitantes que a R ú ssia, podia colocar em armas quase tanta gente quanto
todos os seus advers á rios juntos somados. Dizem que cheguei a me gabar, mais
tarde, que poderia dar-me ao luxo de perder 30 mil homens por m ê s, uma
quantidade absurda de baixas para a é poca. Deixem que digam o que
quiserem. Os meus soldados sabem como me sinto, pois sempre antes da
batalha fazia quest ã o de relatar a verdadeira situaç ã o do que está vamos
prestes a enfrentar.
Meu estilo de guerra era uma grande inovaç ã o: fazia o poss ível para que
meus soldados andassem muito mais r á pidos do que os do inimigo: velocidade
era minha grande caracter ística. Para mim, lutar bem significava andar muito:
um bom soldado tinha que ser algu é m capaz de agü entar longas e á rduas
marchas.
Os meus soldados nã o eram tã o bem treinados quanto os inimigos, nem tinham
tanta disciplina, mas, em compensaç ã o, tinham muito mais iniciativa. Eu
sempre disse: muitas batalhas s ã o ganhas por uma simples lembrança de
guerras passadas. Eu nã o sou tã o bom estrategista como dizem, apenas sou um
estudioso de batalhas ocorridas em tempos idos. Eu conheço todo o
desenvolvimento e decis õ es tomadas pelos not á veis homens que faziam da
guerra uma arte, tais como: Alexandre – o Grande, An íbal – de Cartago, e Á tila
– Rei dos Hunos.
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A grande decisão: A batalha das Nações
No inverno de 1812-13 houve uma pausa nas lutas para que os ex é rcitos
recuperassem suas perdas maciças. Retirei-me at é a Alemanha onde consegui
reunir 130.000 tropas. Mas, desgraçadamente, uma grande coaliz ã o estava
sendo formada contra a França. Os alem ã es, percebendo que o ex é rcito francê s
tinha sofrido enormes perdas na R ú ssia, juntaram-se à aliança formada pela
Rú ssia, Inglaterra, Espanha e Portugal.
No início, infligi uma sé rie de derrotas aos aliados, culminando com a batalha
de Dresden, em 26 de agosto de 1813, que causou quase 100.000 baixas à s
forças da coaliz ã o, enquanto nó s somente tivemos 30.000.
Apesar do sucesso inicial, entretanto, os n ú meros continuaram a aumentar
contra a França, pois a Sué cia e a Á ustria juntaram-se à coalizã o. Fomos
derrotados por uma força duas vezes superior na maldita batalha das Naç õ es,
em 16 a 19 de outubro em Leipzig. E fomos tra ídos nessa batalha, pois alguns
estados alemã es, que ainda estavam do nosso lado, no meio da batalha
mudaram para o lado da coaliz ã o, comprometendo inapelavelmente nossa
posiçã o. Essa foi de longe, a maior batalha da guerra, a batalha que decidiu
definitivamente a guerra e custou mais de 120.000 perdas para os dois lados.
Depois dessa derrota, retirei o restante do ex é rcito para a França, por é m
reduzido para menos de 100.000 soldados, logo cercado em territ ó rio francê s
por um exé rcito de mais de meio milhã o de soldados da coaliz ã o. A diferença
era imensa e a derrota tornou-se inevit á vel.
Assim, meus inimigos forçaram-me a renunciar ao trono de Imperador em
abril de 1814. Pelo tratado, decidiram exilar-me na ilha de Elba.
O canto do cisne em Waterloo
No ano seguinte, enquanto a Europa decidia seu futuro pol ítico no Congresso
de Viena, eu consegui arquitetar uma fuga com ê xito de minha prisã o pouco
vigiada, apó s uma festa onde tive a triste not ícia de que minha Josefine
falecera. Cheguei na França e dessa vez a resposta de meus inimigos foi
rá pida: mal tive tempo de preparar um novo ex é rcito, tive de enfrentar meus
inimigos em novas batalhas a acabei sendo derrotado na Batalha de Waterloo,
em 18 de junho de 1815, 100 dias ap ó s o meu retorno à França.
Trê s exé rcitos foram envolvidos na batalha: o franc ê s, um exé rcito
multinacional sob o comando de Wellington e um ex é rcito da Prú ssia,
comandado por Bl ü cher.
Tínhamos ao redor de 69.000 homens, sendo 48.000 de infantaria, 14.000 de
cavalaria e 7.000 artilharia, com 250 canh õ es. Wellington tinha 67.000
homens, com 50.000 de infantaria, 11.000 de cavalaria e 6.000 de artilharia,
com 150 canhõ es, mas ainda contava com a ajuda dos prussianos, que tinham
48.000 homens.
O 18 de junho de 1815 foi um dia injusto para a França. Tinha chovido muito
nos dias anteriores, o solo estava muito fofo e assim perdi a mobilidade da
minha artilharia, que seria a principal vantagem t á tica do meu exé rcito
naquela batalha e, al é m disso, os soldados e alguns oficiais, entre eles o meu
estimado marechal Ney, estavam emocionalmente esgotados por tantos anos
de campanha. Assim, alguns erros de comando ocorreram, como a precipitaç ã o
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"Eu morro prematuramente, assassinado pela oligarquia inglesa e seu sicário; o povo inglês não
tardará a me vingar."
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Erro médico matou Napoleão
PARIS - Apó s as teses de assassinato e doença como causas da morte de Napoleã o Bonaparte,
agora um estudo dos EUA reivindica que o imperador francês morreu devido a um erro
médico.
A pesquisa que será publicada na revista britâ nica New Scientist confirma a tese divulgada
em 2002, na qual se eliminava a possibilidade de assassinato por arsênico, porque os restos
da substâ ncia que estava no cabelo de Napoleã o eram de origem exó gena. Eram, portanto, de
cola, pintura ou armas de fogo e nã o foram ingeridos.
O coordenador da pesquisa, Steven Karch, afirma que o imperador morreu por excesso de
zelo de seus médicos, que lhe aplicavam doses fortes do medicamento composto de potá ssio e
antimô nio contra a dor da ú lcera. O remédio induz ao vô mito e pode provocar problemas
cardíacos e de irrigaçã o do cérebro.
Os arquivos mostram que, à s vésperas de sua morte, 05/05/1821, na Ilha de Santa Elena,
aplicavam-lhe 600 mg do medicamento cinco vezes ao dia. Isso aumentou seus níveis de
potá ssio e o matou em 5 de maio de 1821, aos 51 anos. (artigo do Jornal do Brasil 23/07/04)
CONCLUSÃO
Napoleã o era um líder, um ditador, calculista - um competente estrategista- e sabia como
“vender seu peixe” aos soldados... Enfim, um homem que teve a chance e a agarrou do seu
jeito, com unhas, dentes e palavras.O duque de Wellington, que venceu Napoleã o em
Waterloo, dizia que a presença do Imperador no campo de batalha valia por um exército de
40 mil homens.
O pró prio Napoleã o disse de si mesmo: "que romance é a minha vida". Como ele acertou! O
escritor russo Léon Tolstoi mostrou que ele estava certo ao escrever o clá ssico e grande
romance "Guerra e Paz". Logo no começo da segunda parte do livro, Tolstoi usa seu gênio
literá rio para mostrar um Napoleã o imensamente vaidoso e convencido de si mesmo. É
inesquecível as cenas das batalhas fundidas com os conflitos da protagonista Natasha. Cenas
onde Napoleã o mente ao dizer que os poloneses irã o fornecer-lhe cerca de duzentos mil
soldados para o ajudarem a esmagar a Rú ssia, "lutando como leõ es", ou ordenar que seja
impresso em qualquer papel o dinheiro para que os seus soldados saqueadores e os
oprimidos comerciantes russos possam “negociar” as mercadorias. O pró prio Tolstoi, para
escrever as cenas da Batalha de Borodino que aparecem em Guerra e Paz, inspirou-se no livro
do escritor francês Stendhal. A cena do incêndio em Moscou é comovente e poética.