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UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS

CURSO: HISTÓRIA

JOÃO FELIPE RAMOS TELES


SARA RAYSSA TORRES DOS SANTOS
ROCHELLEN SOUZA
MILENA LEITE
CASSIO SIQUEIRA

JUANA AZURDUY BERMUDÉZ

DOURADOS
2022
JOÃO FELIPE RAMOS TELES
SARA RAYSSA TORRES DOS SANTOS
ROCHELLEN SOUZA
MILENA LEITE
CASSIO SIQUEIRA

JUANA AZURDUY BERMUDÉZ

Texto biográfico sobre uma das libertadoras da


América, para a matéria História da América II
do curso de História da Universidade Federal
da Grande Dourados

Prof. Dr. Protasio Paulo Langer

DOURADOS
2022
INTRODUÇÃO

Neste texto, falaremos sobre Juana Azurduy conhecida também como “Flor do Alto
Peru” ou Pachamama. Daremos foco a sua vida, feitos, reconhecimento, declínio e morte.
Sua história vem carregada de tremendos altos e baixos, fica ainda maior se pensarmos
que estamos falando de uma mulher que era uma líder, guerreira, astuta e uma mãe bondosa,
em um período onde o machismo prevalecia e devido a isso ela acabou sendo esquecida
durante muito tempo.
Aqui poderemos entender essa grande mulher e a inspiração que a mesma deu a
guerreiros e guerreiras que participaram desses movimentos revolucionários de libertação da
América Espanhola.
BIOGRAFIA

Juana Azurduy Bermudéz nasceu em Toroca, uma cidade localizada no norte de Potosí
(região do Alto Peru, atual Bolívia) em 12 de julho de 1780, era mestiça, filha de um rico
fazendeiro “branco” chamado Matias Azurduy com uma mulher indígena de nome Eulália
Bermudéz. Ela aprendeu os ofícios do campo com seu pai, e assim acabou entrando em
contato com os habitantes originais de sua terra e aprendeu as línguas Quichua e Aymara. Ela
perdeu seus pais muito cedo e teve que completar sua educação com seus tios Petrona
Azurduy e Francisco Díaz Valle com o qual ela teve uma relação difícil e no Convento de
Santa Teresa que devido a sua rebeldia, com 17 anos ela foi expulsa (desde muito cedo já se
podia notar seu espirito guerrilheiro).
Aos 25 anos de idade no ano de 1805, ela se casou com Miguel Asencio Padilha, que
foi um estudante de direito e era filho de alguns vizinhos e amigo da família. Juana teve cinco
filhos chamados Manuel, Mariano, Juliana, Mercedes e Luisa.
Juana e seu marido se juntaram aos exércitos populares em 1809 com o objetivo de
destituir o governador, depois que a revolução da independência de Chuquisaca eclodiu em 25
de maio. Em 1810 eles se juntaram ao exército libertador de Manuel Belgrano, que já havia
percebido a coragem de Juana em combate, e a reconheceu dando-lhe a sua própria espada. O
casal lutou contra o império espanhol, por meio de uma organização chamada “Los Leales”.
Em 1813 os revolucionários ocuparam sua cidade natal e ela passou a ser vista pelos soldados
de Padilha como um exemplo de mãe, esposa e uma exemplar guerreira. Os indígenas
praticamente a cultuavam, como a imagem viva da presença da Pachamama (deidade dos
povos indígenas dos Andes centrais).
Juana se destacou por sua coragem e capacidade de comando, além de ter vários
relatórios de Belgrano que eram favoráveis a ela. Com esses feitos e bem dizeres de Manuel
ela fora nomeada Tenente-Coronel, no verão de 1816, também houve uma entrega simbólica
de um sabre enviado de Buenos Aires com o objetivo de libertar o Alto Peru. Nesse mesmo
ano Juana acabou sofrendo ferimentos de tiro na batalha de La Laguna. Seu Marido ao tentar
resgata-la, acabou morrendo em combate e seu corpo foi enforcado pelos monarquistas.
Depois de uma grande perda de recursos e ao mesmo tempo a perca de colaboração dos
portenhos, a mesma se juntou à guerrilha de Martín Miguel de Güemes, que atuou no norte do
Alto Peru, mais exatamente em Salta defendendo as invasões monarquistas em algumas
ocasiões.
Durante algumas batalhas seus filhos foram morrendo, somente uma filha acabou
sobrevivendo.
No ano de 1821, após a morte de Güemes, ela resolveu voltar com sua filha de 6 anos
para sua terra, mas só em 1825, ela conseguiu algumas mulas e cinco pesos, dados pelo
governo para conseguir voltar, no mesmo ano a independência da Bolívia foi declarada, o
marechal Antonio José de Sucre foi nomeado presidente vitalício. Isso concedeu a Juana uma
pensão, quem em 1857 lhe foi tirada durante o governo de José María Linares. Em 25 de maio
de 1862, Juana Azurduy faleceu em meio ao esquecimento e a pobreza.

JUANA AZURDUY E SUAS AMAZONAS

Durante as guerras pela libertação da América Espanhola, não só os homens, mas


muitas mulheres participaram de diversas batalhas, com papeis secundários como o de
mensageiras, pois, por serem mulheres não chamavam tanta atenção dos realistas, como
ajudantes e cozinheiras. Mas também a frente das batalhas pegando em armas. Essas mulheres
eram chamadas de “beldades” ou “amazonas”.
Em 1812, Juana reuniu um grupo de mulheres mestizas e indígenas, cujo os interesses
sociais e econômicos eram adiados e subjugados pela política realista. Esse pequeno grupo
permaneceu escondido e não foi reconhecido durante a história da libertação da américa
espanhola.
Com o próprio exemplo de Juana que só foi reconhecida depois de um século, suas
companheiras também passaram por essa escuridão no passado, devido principalmente ao
machismo daquele período.
Durante sua história a “Flor do Alto Peru” (como Juana era chamada) comandava um
exército de 5000 a 7000 mestizos e indígenas, tanto homens quanto mulheres (Leales y
Amazonas), mas com as mulheres recebendo um certo destaque, como sua escolta.
Mulheres criollas, mestizas e indígenas, participaram das guerras de libertação, mas
eram excluídas de decisões políticas, jurídicas, civis e militares. Porém “Juana y sus
Amazonas” eram uma exceção de seu gênero em um período machista, onde no começo eram
mal vistas tanto por leales quanto por realistas, mas com o passar do tempo passaram a ter
uma visão positiva dessas guerreiras, a ponto de revolucionários como Belgrano, Bolívar e
Sucre terem admiração.
Apesar dessa grande participação, as mulheres tornaram-se esquecidas depois da
libertação. Somente depois de vários anos algumas receberam o reconhecimento merecido.
Depois daqueles conflitos, precisava-se que as mulheres voltassem a seus devidos lugares,
como esposas e mães, e com isso essas excepcionais mulheres foram ocultadas da história e
somente depois de um século, os olhos se voltaram para os feitos dessas guerreiras.

FEITOS

 Juana Azurduy e seu esposo Manuel Ascencio Padilla participaram da Revolução de


Chuquisaca, um levante popular conhecido pela historiografia como o Primeiro Grito
Libertário da América. Ambos se ligaram ao Exército Auxiliar do Norte enviado de
Buenos Aires com o objetivo de libertar o Alto Peru e o Peru.
 Organizou o “Batalhão dos Leais” que participou da batalha de Ayohuma no dia 9 de
novembro de 1813. Após derrota nesta batalha, os exércitos se retiraram da região do
Alto Peru. Juana, Padilla e seus companheiros se dedicaram a realizar ações de
guerrilha contra os realistas.
 Em 8 de março de 1816, Juana dominou temporariamente o Cerro Rico de Potosí, a
principal fonte de prata da Espanha, tomando-o. Foi uma importante colaboradora de
Martín Miguel de Güemes e, em 13 de agosto de 1816, recebeu o título de Tenente
Coronel através de um decreto de Juan Martín de Pueyrredon, diretor supremo das
Províncias do Rio de la Plata.
 No mesmo ano, uma mudança de planos fez com que os militares abandonassem a
zona do Alto Peru para avançar pelo Chile. Isso fez com que o apoio logístico às
forças de Juana na região diminuísse, motivo pelo qual ela se viu obrigada a se
deslocar para o sul, unindo-se a Martín Miguel de Güemes.

CONCLUSÃO

Juana é um exemplo entre muitas mulheres que participaram da libertação da América


Espanhola. A flor do Alto Peru chamava atenção pelo seu grande carisma, sua liderança, sua
coragem em batalha, seu amor pelo marido, pelos seus filhos e sua terra. Como guerreira teve
feitos incríveis, principalmente se for pensar no quão machista foi esse período da história.
Inclusive Simon Bolivar visitou Dona Juana quando a mesma já estava em uma
situação deplorável de sua vida, e o mesmo disse que o país não deveria se chamar Bolívia e
sim ter o seu nome ou de seu marido Padilla. Demonstrando que a mesma teve uma
participação extremamente importante para a revolução.
Apesar de sua história ter sido esquecida por muito tempo, hoje em dia, com os olhos
mais abertos para o reconhecimento das mulheres e feitos das mesmas. A história da mesma
foi resgatada e sua participação foi finalmente mostrada, para que possa inspirar outras
mulheres em seus sonhos e provar que ocultar o que essas guerreiras fizeram é um erro
terrível quanto qualquer tipo de preconceito.

REFERENCIAS

SITES:
TAVARES, Elaine. Juana Azurduy, generala y mariscal. IELA – Instituto de Estudos Latino-
Americanos. https://iela.ufsc.br/povos-originarios/noticia/juana-azurduy-generala-e-mariscal .

FERNÁNDEZ, Tómas e TAMARO, Elena. Biografia de Juana Azurduy


https://www.biografiasyvidas.com/biografia/a/azurduy.htm . Em Biografias e Vidas. A
enciclopédia biográfica online [Internet]. Barcelona, Espanha, 2004.

Quem era Juana Azurduy e por que ela é uma heroína popular?. Ministério Cultural da
Argentina. 2020. https://www.cultura.gob.ar/quien-fue-juana-azurduy-y-por-que-es-una-la-
heroina-popular-8813/
FERNÁNDEZ, Elizabeth e OCAMPO, Irene. Uma Breve biografia de Juana Azurduy.
http://estrategiaeanalise.com.br/classicos-da-politica-latino-americana/una-curta-biograf
%C3%ADa-de-juana-azurduy,77a0d363a35d78842cd4ce08b13f0091+01.html
12 de julho de 1780 – nasce Juana Azurduy, libertadora da Bolívia. 2019.
https://www.causaoperaria.org.br/artigo/12-de-julho-de-1780-nasce-juana-azurduy-
libertadora-da-bolivia/
CAROSIO, Alba. Mulheres no processo de independência. 2010. https://rebelion.org/las-
mujeres-en-el-proceso-independentista/
TAVARES, Elaine. A fibra da guerreira latina Juana Azurduy. 2015.
https://www.zonacurva.com.br/fibra-da-guerreira-latina-juana-azurduy/
Arquivo General de la Nación Argentina. 2015.
https://es-la.facebook.com/ArchivoGeneraldelaNacionArgentina/posts/carta-del-prefecto-de-
chuquisaca-al-mariscal-de-ayacucho-dando-cuenta-que-ha-soc/1025962830762266/

TEXTOS:
OʼDONNEL, Pacho. Juana Azurduy: La Teniente Coronela. Buenos Aires: Planeta, 1994.

WEXLER, Berta. Juana Azurduy y Sus Amazonas En El Ejército Revolucionario. O Quiver.


Segunda Época. 2001; vol.6 https://repo.unlpam.edu.ar/handle/unlpam/5251

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