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HISTÓRIA DO

CEARÁ
História – Parte II

Livro Eletrônico
História do Ceará
História – Parte II
Daniel Vasconcellos

Sumário
Introdução.............................................................................................................................................................................3
História do Ceará – Parte II. . .......................................................................................................................................4
1. O Período 1930/1964: o Ceará durante o Estado-Novo; Repercussões da
Redemocratização; “Indústria da Seca”: DNOCS e SUDENE...................................................................4
1.1. O Ceará durante o Estado Novo........................................................................................................................9
1.2. Repercussões da Redemocratização..........................................................................................................13
1.3. “Indústria da Seca”: DNOCS e SUDENE.....................................................................................................14
2. Os Governos Militares e o “Novo” Coronelismo; A “Modernização Conservadora”.........23
2.1. Os governos militares e o “novo” coronelismo;...................................................................................23
2.2. A “Modernização Conservadora”................................................................................................................26
3. A “Nova” República: os “Governos das Mudanças”............................................................................ 28
Resumo................................................................................................................................................................................34
Mapas Mentais. . ..............................................................................................................................................................36
Questões Comentadas em Aula.. ...........................................................................................................................38
Questões de Concurso................................................................................................................................................43
Gabarito...............................................................................................................................................................................62
Gabarito Comentado....................................................................................................................................................63

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Introdução
Olá, querido(a) aluno(a)! Seja novamente muito bem-vindo(a)!
Vamos dar sequência ao seu processo de aprovação em um cargo público. É isso mesmo
que você leu! O resultado dos nossos bate-papos, de sua dedicação ao estudo metódico da
História do Ceará, será a sua nomeação ao cargo que pleiteia.
Antes de seguirmos, quero pedir que avalie a aula anterior, caso ainda não o tenha feito.
O seu feedback é muito importante para que eu continue produzindo aulas que atendam às
suas expectativas e necessidades.

Sem mais, vamos à aula!


Bons estudos,
Professor Daniel.

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HISTÓRIA DO CEARÁ – PARTE II

1. O Período 1930/1964: o Ceará durante o Estado-Novo; Repercussões


da Redemocratização; “Indústria da Seca”: DNOCS e SUDENE

Como vimos na última aula, a ocupação do território do atual estado do Ceará se deu
violentamente para com as populações nativas e ocorreu, principalmente, ligada ao desen-
volvimento econômico da atividade pecuária (século XVIII) e da cotonicultura (século XIX).
No século XX, com o advento da República, o estado do Ceará viu o predomínio das oli-
garquias, de líderes messiânicos – com destaque para o Padre Cícero, apelidado de “coronel
de batina” – e do fenômeno social do banditismo social.
Antes de tratar da História do Ceará a partir do Estado Novo, é preciso contextualizar para
que você não fique perdido(a), como se a história do Ceará caísse do céu, não tivesse relação e
não fosse influenciada pelo contexto nacional ou internacional. Ora, a título de exemplo, como
há de se recordar de nossa primeira aula, a Guerra de Secessão nos Estados Unidos foi um
fator fundamental para o desenvolvimento da cultura algodoeira no estado, de tal modo que
promoveu a ocupação de novas áreas. Outro exemplo: a oligarquia acciolina, que dominou a
política cearense de 1896 e 1912, é resultado do domínio oligárquico em nível nacional.
A Revolução de 1930 pôs fim ao domínio oligárquico no Brasil e, pelo menos durante a Era
Vargas, também no Ceará. Caso acredite já conhecer bem esse recorte da História do Brasil,
pode se sentir à vontade para avançar para o subtítulo “Campos de concentração no Ceará
em 1932”. Mesmo assim, lhe convido a analisar como se deu esse processo:

A Revolução de 1930

Caro(a) aluno(a), ao longo da década de 1920, a República Oligárquica definhou. A Queda


da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, gerou uma crise sem precedentes no capitalis-
mo mundial. O café, carro chefe da economia nacional, tornou-se um produto supérfluo para
os países em crise. Assim, o governo brasileiro, também em crise, cortou o subsídio, a ajuda
financeira que prestava aos cafeicultores desde o início do século XX.
Na esperança vã de manter os preços altos do café, produtores chegaram a queimar
milhares de sacas, com objetivo de diminuir a oferta. Na nossa segunda aula, sobre História
Geral, voltaremos a tratar dessa temática com maior profundidade. Por enquanto, basta que
tenha em mente que a Crise de 1929 derrubou a economia brasileira e o poder econômico
das oligarquias cafeeiras.
Além disso, o movimento tenentista (oficiais que questionaram o governo), apesar de com-
batido, disseminou ideais republicanos que ameaçavam a hegemonia dos coronéis. Junte-se

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a isso, o movimento operário, que espalhou as ideias comunistas e mobilizou organizações


de operários e camponeses.
É nesse contexto, de grande efervescência, que eclodiu a Revolução de 1930. Como vimos,
as oligarquias mineira e paulista dominavam a cena política com o revezamento dos presiden-
tes escolhidos. Em 1929, esperava-se que a candidatura fosse de um político indicado pelos
mineiros. Entretanto, o presidente Washington Luís apoiou a candidatura do paulista Júlio
Prestes, para a presidência da República, e de Vital Soares para a vice-presidência.
Assim, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba formalizaram a Aliança Liberal, com
a candidatura de Getúlio Vargas, para a presidência, e de João Pessoa para vice. Contaram,
ainda, com o apoio do movimento tenentista e grupos de oposição. Dentre suas principais
propostas, listamos:
◦ A representação popular pelo voto secreto.
◦ Anistia aos insurgentes do movimento tenentista na década de 1920.
◦ Reformas trabalhistas.
◦ A autonomia do setor Judiciário.
◦ A adoção de medidas protecionistas aos produtos nacionais para além do café.

A eleição aconteceu em 1º de março de 1930, com vitória de Júlio Prestes. A Aliança


Liberal contestou a eleição, mas se retraiu até que, em 26 de julho de 1930, João Pessoa foi
assassinado por conflitos políticos regionais. A Aliança Liberal se aproveitou do incidente
para se organizar e pegar em armas, objetivando tomar o poder. Entraram em contato com os
generais das Forças Armadas, a fim de apoiarem a deposição de Washington Luís e garantirem
que Getúlio Vargas se tornasse o próximo dirigente do país.
Em 3 de outubro de 1930, começou a intervenção. Na Região Nordeste do país, Juarez
Távora liderou as incursões armadas. Na Região Sul, foi o general Góis Monteiro o responsá-
vel por tomar o poder. As tropas se dirigiram ao Rio de Janeiro onde depuseram Washington
Luís e entregaram a presidência da República à Getúlio Vargas.

001. (CESPE/CEBRASPE/PM-CE/SOLDADO/2012)
Com relação à história do Ceará, julgue os itens seguintes:
No Ceará, o predomínio das oligarquias na política local teve fim com a Revolução de 1930.

O século XX, para o Ceará, foi marcado pelos ciclos de poder dos “coronéis” e por enormes
transformações de ordem social e econômica. Ainda, como veremos no tópico “2.1 Governos
militares e o novo coronelismo”, o coronelismo continuará como marca na história do Ceará.
Errado.

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A Era Vargas e o Estado Novo

Querido(a), a Era Vargas compreende o período em que Vargas passou pela presidência
da República pela primeira vez, entre 1930 a 1945. Esse momento histórico foi dividido dida-
ticamente em três fases: Governo Provisório (1930 a 1934), Governo Constitucional (1934 a
1937) e Estado Novo (1937 a 1945).
Vargas enfrentou a resistência dos paulistas com a Revolução Constitucionalista de 1932,
o que lhe obrigou a convocar uma Assembleia Constituinte. Pela Constituição de 1934, haveria
eleição para presidente da República em 1938.
Getúlio Vargas foi aperfeiçoando a Lei de Segurança Nacional (LSN) com a criação do Tri-
bunal de Segurança Nacional em 1936. A LSN foi mantida nas Constituições que se seguiram,
sendo evocada pelo Regime Militar (1964-1985) dentro da doutrina de Segurança Nacional
idealizada pela Escola Superior de Guerra.
Mesmo com o endurecimento de Vargas contra a ANL (Aliança Nacional Libertadora, de
orientação comunista), a AIB (Ação Integralista Brasileira, de orientação Fascista) pressionou
o governo para eliminar definitivamente a ameaça comunista, alegando que a ANL estaria
preparando uma nova Intentona Comunista com influência direta da União Soviética.
Assim, no dia 30 de setembro de 1937, o chefe do Estado-Maior, general Góes Monteiro,
usou o programa radiofônico Hora do Brasil para anunciar a descoberta de um plano do Partido
Comunista do Brasil e da ANL, em conjunto com organizações comunistas internacionais, para
derrubar o presidente Getúlio Vargas. Contudo, não havia essa ameaça, mas Vargas utilizou
esse argumento para instituir uma ditadura. Esse foi o Plano Cohen.
Getúlio recebeu apoio de setores tradicionais da direita brasileira como o Exército, o
empresariado e os cafeicultores. Esses grupos entendiam que o fortalecimento do poder
executivo impediria que mais revoltas acontecessem. Aproveitando-se do contexto, Getúlio
Vargas declara “Estado de Sítio” e instaura a ditadura do Estado Novo em 1937.
O Estado Novo de Getúlio foi inspirado no regime fascista do português Antônio Oliveira
Salazar, que usou essa nomenclatura pela primeira vez.
Getúlio Vargas se aproveitou da instabilidade política e outorgou a Carta Constitucional
de 1937, elaborada por Francisco Campos. Por ter inspiração na Carta Constitucional fascis-
ta polonesa, ficou conhecida como constituição “polaca”. O termo pejorativo também fazia
referência às prostitutas portuárias.
Veja um resumo dos principais acontecimentos durante a Era Vargas:
◦ Tornou-se obrigatória a disciplina de “Educação Moral e Cívica” nas escolas.
◦ Institui-se um novo valor cambial: o cruzeiro.
◦ Concepção da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Vale do Rio Doce.

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◦ Criação do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP) para controlar rádios


e jornais e do Departamento Administrativo do Serviço Público (DASP), em 1938,
para fortalecer a máquina pública e a burocracia e fiscalizar os governos estaduais.
◦ Controle dos sindicatos.
◦ Implementação da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) em 1943, garantindo
vários direitos aos trabalhadores.
◦ Criação da Justiça do Trabalho, da carteira de trabalho, do salário-mínimo, do des-
canso semanal remunerado, da jornada de trabalho de oito horas e a regulamentação
do trabalho feminino de menores de idade.
◦ Criação do Conselho Nacional do Petróleo (CNP), que mais adiante, em 1953, se
tornaria a Petrobras.
◦ Criação da Companhia Hidrelétrica do São Francisco e da Fábrica Nacional de Mo-
tores (FNM).
◦ Decreto do Código Penal e do Código de Processo Penal Brasileiro.
◦ Brasil na Segunda Guerra Mundial: FEB: Força Expedicionária Brasileira. 25 mil sol-
dados. FAB: Força Aérea Brasileira. Batalha de Monte Castelo.

002. (IDECAN/PREFEITURA DE CONQUISTA/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO EDUCACIO-


NAL/2016) “Em setembro de 1937, a ideia de uma ameaça comunista tornou-se cada vez
mais forte entre os membros do governo. O oficial integralista Olímpio Mourão Filho redigiu
um plano comunista detalhado para a tomada do governo no Brasil, tal plano era fictício e
simulava uma insurreição comunista para tomada do poder.” Esse plano foi:
a) Plano Verão.
b) Plano Cohen.
c) Plano Bresser.
d) Plano Marshall.

O Plano Cohen foi forjado pelos militares para justificar a decretação de estado de guerra dian-
te de uma ameaça comunista à soberania nacional; com isso, Getúlio e Eurico Gaspar Dutra
lograram instituir o golpe de estado, em 1937.
Letra b.

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Campos de Concentração no Ceará em 1932

Embora a expressão “campos de concentração” remeta aos campos nazistas, uma situa-
ção semelhante ocorreu no Brasil. De acordo com o livro Isolamento e poder: Fortaleza e os
campos de concentração na seca de 1932, de Kênia Rios, foram construídos sete campos,
distribuídos em lugares estratégicos para garantir o encurralamento do maior número de re-
tirantes em seis municípios: Fortaleza, Crato, Ipu, Quixeramobim, Cariús e Senador Pompeu.
De acordo com estatísticas oficiais, pouco mais de um mês após a abertura dos campos,
os espaços somavam 73.918 aprisionados. Eles ficavam próximos a vias férreas, porque os
sertanejos se deslocavam de trem. Quando eles desciam, eram encaminhados para os cam-
pos. Lá era um confinamento, eles eram vigiados e não podiam sair sem autorização. Havia
muitas pessoas confinadas em um espaço para duas mil, então, aconteceu o inevitável. Muitas
doenças, epidemias e o número de mortes diárias era expressivo.
Os campos de concentração no Ceará, vendidos como uma política de amparo, faziam
parte de um projeto desenvolvido pelo governo estadual em parceria com o ministério de
Viação e Obras Públicas do governo de Getúlio Vargas, que incentivava a criação de espaços
para o confinamento de flagelados das secas, mas os utilizavam como mão de obra em obras
públicas e também nas indústrias de Fortaleza.
Com o objetivo de proteger o patrimônio histórico-cultural de Senador Pompeu, o Ministé-
rio Público do Estado do Ceará (MP/CE) firmou um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC)
com a prefeitura do município para promover o tombamento de diversos pontos históricos
da região. Na lista de locais citados no acordo, estão o Campo de Concentração do Patu,
além do registro do bem imaterial da “Caminhada das Almas”, em Senador Pompeu, que leva
milhares de pessoas todos os anos em peregrinação para homenagear os mortos do campo
de concentração.

003. (CETREDE/PREFEITURA DE ICAPUÍ/PROFESSOR/HISTÓRIA/2021)


Sobre os Campos de Concentração no Estado do Ceará durante a seca de 1932, assinale (V),
para as afirmativas Verdadeiras, e (F) para as Falsas.

 (  ) O contingente de retirantes dos Campos de Concentração que não retornava para o
interior depois da passagem do período de estiagem contribuiu para o crescimento po-
pulacional e habitacional fora dos padrões impostos pelas elites de Fortaleza.
(  ) Os campos de concentração eram construídos perto de estações ferroviárias, tentando
atenuar a tensão e os conflitos nestes locais ao mesmo tempo em que tentavam impe-
dir a chegada de retirantes à capital.

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 (  ) Os principais campos de concentração foram construídos próximos às Estradas de Fer-


ro de Baturité e de Sobral.
(  ) Os retirantes dos campos de concentração eram empregados como mão de obra em
obras públicas e também nas indústrias de Fortaleza.

Marque a opção que indica a sequência correta:


a) F – F – V – V.
b) V – F – F – V.
c) V – V – V – F.
d) F – V – F – V.
e) V – V – V – V.

Todas estão corretas. Como vimos, os campos de concentração foram uma política estatal para
impedir a migração de retirantes, também explorados como mão de obra.
Letra e.

1.1. O Ceará durante o Estado Novo


A situação política no Ceará se modificou bastante com a Revolução de 1930 e o governo
de Getúlio Vargas. Durante 15 anos, governaram o Estado interventores do Governo Federal.
O primeiro interventor no Ceará foi Fernandes Távora, mas ele governou por pouco tempo,
pois continuou com as práticas clientelistas e corruptas da República Velha. Os interventores
não tardaram a se acomodar com as elites locais. O quadro político cearense esteve, nesse
período, influenciado por duas associações: a Liga Eleitoral Católica (LEC), que, por seus
vínculos religiosos e apoio dos latifundiários interioranos, obteve grande penetração no elei-
torado cearense e apoiou segmentos fascistas que organizaram a Ação Integralista Brasileira
(AIB) no Ceará; e a Legião Cearense do Trabalho (LCT), organização operária conservadora,
corporativista, anticomunista e antiliberal (na prática, fascista) que existiu no Ceará entre
1931 e 1937.
A LCT, após o exílio de seu líder Severino Sombra por ter apoiado a Revolução Constitu-
cionalista de São Paulo em 1932, foi perdendo poder. Ao voltar do exílio, Sombra abandonou
a LCT e fundou a Campanha Legionária, mas não teve sucesso, pois a Igreja prestava, agora,
apoio à AIB e começavam a surgir entidades operárias de esquerda no Estado. Em 1937, por
fim, todas as associações de orientação fascista (LCT, AIB e Campanha Legionária) foram
extintas pelo Estado Novo de Getúlio Vargas.
Um importante movimento social no período varguista foi o Caldeirão, do qual tratamos
na aula anterior.

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Caldeirão: De forma semelhante a Canudos, ele reuniu cerca de 3 mil pessoas sob a liderança
do beato Zé Lourenço, paraibano que chegara a Juazeiro por volta de 1890 e era seguidor de
Padre Cícero. Aconselhado por Padre Cícero a se estabelecer na região e trabalhar com al-
gumas das famílias de romeiros, arrendou um lote de terra no sítio Baixa Danta, em Juazeiro
do Norte. O sítio prosperou e começou a desagradar a parte da elite, sendo difamado pelos
adversários políticos de Padre Cícero. Isso culminou na exigência do dono do sítio Baixa Danta
de que os camponeses e o beato deixassem a terra. Instalando-se no sítio Caldeirão, no Cra-
to, propriedade de Padre Cícero, os camponeses formaram uma pequena sociedade coletiva
e igualitária, prosperando tanto que chegaram a vender os excedentes nas cidades vizinhas.
O sítio tornou-se, portanto, um “mau exemplo” para os sertanejos e desagradou fortemente à
Igreja e aos latifundiários que perdiam a mão de obra barata. As difamações culminaram com
a acusação de que o beato Zé Lourenço era agente bolchevique! Quando Padre Cícero morreu,
em 1934, as terras foram herdadas pelos padres salesianos, e os camponeses do Caldeirão
ficaram desamparados. Em setembro de 1936, a comunidade foi dispersa, e o sítio, incendiado
e bombardeado. Zé Lourenço e seus seguidores rumaram, então, para uma nova comunidade.
Alguns dos moradores, no entanto, resolveram se vingar e realizaram uma emboscada, matan-
do alguns policiais, o que foi respondido com um verdadeiro massacre de camponeses pelos
contingentes policiais (estima-se entre trezentos e mil mortos).

004. (URCA/PREFEITURA DE CRATO/PROFESSOR-HISTÓRIA/2021) “[...] Ao assumir a condição


de beato [...] abraçou, também, um direcionamento político para a sua vida. Baixa Danta e
Caldeirão foram organizados a partir de sua liderança, baseada em três princípios: fraternida-
de, oração e trabalho. [...] Naquela ética de base cristã, o trabalho era a única forma de obter
o pão de cada dia, pois ninguém deveria viver às custas do trabalho alheio. Um homem não
poderia ficar rico explorando o semelhante. Era uma religiosidade não-capitalista.”
Lopes Ramos, Francisco R. Juazeiro e Caldeirão: espaços de sagrado e profano. In: Simone de Sousa; Ade-
laide Gonçalves... [et al]. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2007. (Adaptado)

Acerca das experiências do Caldeirão marque a opção correta:

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a) Tratou-se de um movimento comunitário e político liderado e organizado por Antônio Con-


selheiro que de forma rápida ganhou seguidores em grande número e fundou um Arraial. Pelo
seu caráter comunitário, foi acusado de experiência comunista e foram atacados e destruídos
por forças legalistas.
b) Foi uma experiência organizada em meio as políticas públicas do Estado do Ceará para o
controle social sobre os retirantes durante os períodos de estiagem. Como o Caldeirão, outras
comunidades desse tipo foram realizadas em Quixeramobim, Crateús, Ipu e Senador Pompeu,
além de Fortaleza.
c) Representando um contraponto ao contexto vigente de individualismo capitalista e de desi-
gualdades sociais, o Caldeirão sob a liderança do Beato José Lourenço era organizado como
uma cooperativa de camponeses, tendo como orientação os princípios da solidariedade cristã.
d) Com objetivo eleitoreiros e econômicos, José Lourenço, integrante do Partido Operário Cea-
rense, organizou a comunidade do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto para garantir o sistema
de votação pela política do voto de cabresto, mecanismo que deu base ao poder das oligarquias
durante o período inicial da República no Brasil.
e) De acordo com a imprensa da época, a experiência religiosa do Caldeirão da Santa Cruz do
Deserto, liderada pelo Beato José Lourenço tinha como objetivo a organização e o controle so-
cial, garantindo o bem-estar e a ordem das populações que viviam no interior do Ceará. Dessa
forma, o Caldeirão era organizado como um campo de concentração, a exemplo de outros que
havia no Ceará.

Letra a: Errada. O Caldeirão da Santa Cruz do Deserto, ou Caldeirão dos Jesuítas, foi um dos
movimentos messiânicos que surgiu nas terras do Crato. Antônio conselheiro foi líder messiâ-
nico na Guerra de Canudos (Bahia, 1896 a 1897)
Letra b: Errada. Caldeirão foi um movimento messiânico que priorizava a religião, a caridade e
o servir ao próximo.
Letra c: Correta. O Beato José Lourenço organizou Caldeirão como uma cooperativa de cam-
poneses, tendo como orientação os princípios da solidariedade cristã.
Letra d: Errada. Caldeirão não tinha objetivos eleitoreiros e econômicos.
Letra e: Errada. Na época a notícia não foi divulgada por conta do regime de Vargas que via a
comunidade como comunista.
Letra c.

O início dos anos 1940, no Ceará, foi influenciado pela Segunda Guerra Mundial e as im-
plantações decorridas pelos Acordos de Washington.

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Acordos de Washington. Há 70 anos, em 3 de março de 1942, o Brasil reiterava a aliança com


as democracias ocidentais na 2ª Guerra Mundial. Naquela data, foram assinados, em Washin-
gton, alguns pactos que definiram uma estreita colaboração entre o governo brasileiro e os dos
Estados Unidos e do Reino Unido.

Em Fortaleza, foi montada uma base norte-americana, mudando os hábitos locais e em-
polgando a população, que passou a realizar diversos atos, manifestos e passeatas contra
o nazismo.
O Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia - SEMTA foi criado e
teve sua sede em Fortaleza. Este realizou uma forte propaganda governamental a qual estimu-
lava os sertanejos a migrar para a Amazônia, onde se tornariam os Soldados da Borracha, isto
é, explorariam o látex das seringueiras. Milhares de cearenses migraram para o Norte, muitos
dos quais morreram. Graças aos soldados da borracha e sua mais-valia, os Estados Unidos e
Aliados puderam combater os exércitos do Eixo sem os seringais da Ásia para os abastecer.
A luta contra o nazismo e o posicionamento contraditório do governo brasileiro (uma dita-
dura de base fascista dentro do país lutando contra regimes autoritários fascistas no exterior)
precipitaram a derrocada do Estado Novo.

005. (FCC/CÂMARA DE FORTALEZA/REDATOR/2019) Durante a II Guerra Mundial, o governo


brasileiro implantou, no Ceará, o Serviço Especial de Mobilização dos Trabalhadores para a
Amazônia (SEMTA). Esse organismo foi:
a) Resultado da política de Getúlio Vargas, que, para evitar uma revolta popular decorrente da
calamidade social causada pela seca na região, criou frentes de trabalho na Amazônia visando
ao combate à fome e ao assistencialismo social permanente às famílias.
b) Implementado pelo governo norte-americano como parte do acordo de que os Estados Uni-
dos defenderiam o Brasil em caso de ataque inimigo, em troca da livre exploração da Amazônia
para sanar suas necessidades de guerra e de mercado.
c) Responsável pelo recrutamento dos chamados “soldados da borracha”, para assegurar a ex-
tração de látex nos seringais da Amazônia e a exportação dessa matéria-prima para os Aliados,
por meio de acordos político-econômicos firmados entre Brasil e EUA.
d) Criado como parte dos Acordos de Washington, que estabeleceu compromissos entre o Brasil
e os países Aliados no sentido da cooperação militar e econômica para ocupar e desenvolver
a Amazônia, região de fronteiras porosas e vulnerável à invasão por parte dos países do Eixo.
e) Uma instituição de fachada, como exigia o contexto de guerra, que administrava as várias
bases militares no Ceará e em outros estados nordestinos, encarregadas de garantir o forneci-
mento de combustíveis e outros insumos para a indústria norte-americana.

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O ponto máximo do ciclo da borracha foi depois do fim do império. Sobre o ciclo da borracha,
Boris Fausto, no livro História concisa do Brasil, afirma que “O avanço da produção, que vinha
ocorrendo em décadas anteriores, tomou grande impulso a partir de 1880”... “alcançando o
ponto máximo entre 1898 e 1910.” Outra época em que a borracha foi importante no Brasil foi
durante a segunda guerra mundial. Nesse período, os seringueiros ficaram conhecidos como
soldados da borracha.
Letra c.

1.2. Repercussões da Redemocratização


O período de República Nova, no Ceará, teve início com a eleição de Faustino de Albu-
querque, pela UDN. Formaram-se os diversos partidos, como a UDN, o PSD, o PCB e o PSP. A
UDN e o PSD, partidos conservadores e elitistas, dominariam o cenário político cearense pelas
próximas décadas, enquanto o PSP, chefiado por Olavo Oliveira, seria, ao menos nos anos
1950, o “fiel da balança” nas disputas eleitorais. O primeiro governador após a redemocratiza-
ção foi Faustino Albuquerque, da UDN. Vale lembrar que, apesar de todas as transformações
políticas, o Ceará era então um dos locais mais miseráveis do Brasil.
Durante seu governo, nas eleições de 1950, o candidato udnista a presidência, Eduardo
Gomes, obteve a maior votação colocando Getúlio Vargas em 3º colocado no estado. Para a
direção do governo estadual é eleito Raul Barbosa que foi um dos reesposáveis, junto com
os parlamentares cearenses, pela campanha de obtenção da sede do Banco do Nordeste
do Brasil, fundado em 1952, para Fortaleza. No mesmo ano, o Governo Federal inaugurou
oficialmente o Porto do Mucuripe. Em seu entorno, foram instaladas usinas termoelétricas
para dotar Fortaleza de energia elétrica em abundância.
Durante a década de 1950, surgiram ou se fortaleceram vários dos maiores grupos eco-
nômicos do Ceará: Deib Otoch, J. Macêdo, M. Dias Branco, Grande Moinho Cearense e Ed-
son Queiroz.
Paulo Sarasate foi o terceiro governador eleito no período. Ainda na década de 1950 tem
início uma nova onda migratória para vários estados e regiões. Em uma década, entre 1950
e 1960, o estado decaiu a taxa de representação da população brasileira, de 5,1% para 4,5%.
Em 1955, a cearense Emília Barreto Correia Lima foi eleita Miss Brasil.
Em 1958, foi eleito Parsifal Barroso, que teve a ajuda do Governo Federal para combater
as mazelas decorrentes de secas, sendo a principal obra o Açude Orós, inaugurado em 1961.
Em Fortaleza, foi inaugurado o Cine São Luís. O governador iniciou a construção da nova sede
do governo, o Palácio da Abolição, em 1962, e no mesmo ano foi criado o Banco do Estado
do Ceará (BEC).
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Em 1963, Virgílio Távora foi eleito governador do Ceará. Seu mandato foi até o fim em
1966, mesmo com o surgimento da Ditadura Militar, em 1964. Seu governo foi marcado pela
criação do “PLAMEG I” - Plano de Metas do Governo que visou a modernização da estrutura do
estado com a ampliação do porto do Mucuripe e a transmissão da energia de Paulo Afonso.
Foram criados ou instalados, também em seu governo, o Distrito Industrial de Maracanaú, o
BEC, a CODEC e da Companhia DOCAS do Ceará. Com o AI-2, Virgílio aderiu à ARENA, e seu
vice, Figueiredo Correia, ao MDB.

1.3. “Indústria da Seca”: DNOCS e SUDENE


Estimado(a) aluno, antes de tratarmos sobre os dois órgãos, o mais importante é que
compreenda o que a banca chama de Indústria da Seca: termo utilizado para designar a es-
tratégia de alguns políticos que aproveitam a tragédia da seca na Região Nordeste do Brasil
para ganho próprio.

DNOCS

O DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas) foi um órgão criado em


1909, vinculado ao Ministério da Viação e Obras Públicas, com o nome de Inspetoria de Obras
contra as Secas. Em 1919, passou a chamar-se Inspetoria Federal de Obras contra as Secas
(IFOCS) e, em 1945, recebeu o nome atual.
Entre 1909 e 1930, a criação da IFOCS resultou da insatisfação com o modo como vinha
sendo encaminhado o combate contra as secas no Nordeste desde 1877. Durante a admi-
nistração do presidente Francisco de Paula Rodrigues Alves (1902-1906), quando foi desen-
cadeada a campanha de erradicação da febre amarela e de outras moléstias epidêmicas no
Rio de Janeiro, tomou corpo a ideia de que também seria possível erradicar o flagelo da seca.
Assim, em 1904, foram criadas várias comissões federais temporárias para tratar do
problema, como a Comissão de Estudos e Obras contra os Efeitos das Secas e a Comissão
de Perfuração de Poços. Essas comissões revelaram-se, contudo, incapazes de produzir
uma solução integrada para a região, confirmando a necessidade de uma agência unificada
e permanente que, entre outras coisas, eliminasse os abusos praticados na distribuição de
recursos. Muitas vezes, os recursos destinados à luta contra as secas eram na verdade utili-
zados para consolidar a influência política dos chefes do interior.
Instalada em 1909, a inspetoria teve como primeiro diretor o engenheiro de minas Arrojado
Lisboa, que reuniu uma equipe de engenheiros, agrônomos, botânicos, pedologistas, geólogos
e hidrólogos, além de vários técnicos estrangeiros, em uma primeira tentativa de estudar o
meio físico semiárido do Nordeste. Além de examinar as potencialidades e os limites do solo,
da água e da flora nativa, essa equipe deveria examinar a possibilidade de adaptação de ou-
tras espécies na região. Os estudos realizados não levaram em conta, entretanto, a ­estrutura

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socioeconômica do Nordeste. Por outro lado, Arrojado Lisboa lançou-se à construção de


barragens nos estados do Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte.
A inspetoria não correspondeu ao que dela se esperava no desempenho de suas funções.
Na grave seca de 1915, verificou-se que o Nordeste enfrentava as mesmas dificuldades an-
teriores à criação do órgão, cuja falta de dinamismo seria a consequência da escassez de
verbas e da burocratização.
Durante o governo de Epitácio Pessoa (1919-1922), além de alterar seu nome, a inspeto-
ria empenhou-se na execução de obras de grande porte, contratando firmas de engenharia
estrangeiras para a construção de estradas e portos. Para assegurar o apoio financeiro per-
manente à IFOCS, foi criado o Fundo Especial para Obras de Irrigação de Terras Cultiváveis
do Nordeste, constituído basicamente de 2% da receita anual da União e de contribuições
dos estados nordestinos.
A administração de Artur Bernardes (1922-1926) interrompeu as obras iniciadas no gover-
no anterior e aboliu o fundo especial. Enfrentando graves problemas financeiros, Bernardes
desenvolveu uma política de contenção de gastos que atingiu seriamente o Nordeste.
Após 1930, a participação da Paraíba na Aliança Liberal e a contribuição dos estados
nordestinos, em geral, na Revolução de 1930 foram recompensadas com a nomeação do pa-
raibano José Américo de Almeida para o Ministério da Viação e Obras Públicas, o que trouxe
novo dinamismo para a IFOCS. Ao mesmo tempo, a seca prolongada de 1931 a 1932 levou o
governo a dotar a inspetoria de recursos adicionais. Em 1932, as despesas da IFOCS atingiram
quase 10% da receita federal, contra menos de 1% nos anos anteriores.
Os financiamentos diminuíram após esse período, mas prosseguiram as obras de cons-
trução de represas e rodovias. Até 1930, a capacidade de acumulação em 92 açudes públicos
alcançava 625 milhões de metros cúbicos. Na década de 1930, essa capacidade foi quadru-
plicada, com 31 novas represas postas em serviço.
A partir de 1940, começou a ser questionada a política de construção de obras públicas
como reservatórios, poços e rodovias, que ofereciam apenas uma solução hidráulica à seca.
Foi com a publicação, nesse ano, de um artigo de José Augusto Trindade, primeiro diretor do
serviço de pesquisa da IFOCS, que o problema da desapropriação dos latifúndios situados
nas bacias irrigáveis dos grandes açudes públicos passou a ser um dos principais pontos de
debate na avaliação das dificuldades do Nordeste.
Para Trindade, a irrigação deveria corrigir o equilíbrio social em favor do pequeno proprie-
tário e do meeiro, as principais vítimas das secas. A necessidade de uma reforma fundiária
passou, assim, a constar o elenco de soluções para a região, ao mesmo tempo em que se
fortalecia a visão de que só o desenvolvimento econômico e a melhoria dos níveis de bem-
-estar social poderiam tornar o Nordeste menos vulnerável à seca.
Em 1945, a IFOCS passou a chamar-se Departamento Nacional de Obras contra as Se-
cas (DNOCS). Ao final da década de 1940, os programas federais para o Nordeste sofreram

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modificações com o estabelecimento de duas agências de desenvolvimento de recursos — a


Comissão do Vale do São Francisco (CVSF) e a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco
(CHESF). O interesse foi deslocado da parte setentrional do Nordeste para a área cortada pelo
curso médio e inferior do São Francisco, e o DNOCS entrou em uma fase de atuação restrita.
A seca de 1951 colocou, mais uma vez, em discussão a política federal em relação ao
Nordeste. Ao mesmo tempo em que eram feitas acusações de incapacidade e corrupção
ao DNOCS, tomava corpo a tese do desenvolvimento econômico, em detrimento da solução
hidráulica. Nesse momento, foi criado o Banco do Nordeste do Brasil S.A.
O DNOCS continuou a atuar, embora com uma imagem já totalmente desfavorável. A
seca de 1958, uma das mais severas e com um dos mais elevados números de refugiados,
apresentou-se como uma prova indiscutível de que toda a política até então executada havia
sido inócua. Ainda assim, o DNOCS recebeu novos recursos para enfrentar a situação. Foram
retomadas as obras de construção da represa de Orós, iniciadas no governo de Epitácio Pes-
soa, e um novo impulso foi dado aos programas de assistência à construção de pequenos
açudes particulares, à utilização dos açudes públicos para a geração de energia elétrica, à
perfuração de poços e ao abastecimento de água. Foi também confiada ao DNOCS, nesse
ano, a construção de uma rodovia ligando Fortaleza a Brasília, em uma extensão de 1.600 km.
Entretanto, a imagem do órgão junto à opinião pública era cada vez mais negativa. O
DNOCS era visto como uma instituição que se aproveitava das secas para manipular verbas
de forma corrupta, favorecendo o enriquecimento ilícito de políticos e fazendeiros da região,
realizando obras “fantasmas” e forjando pagamentos a trabalhadores inexistentes. As acu-
sações chegaram a provocar a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI).
Por fim, o descrédito do DNOCS levou o governo a buscar uma solução mais radical para o
Nordeste, criando, em 1959, a Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene).
O DNOCS passou a ser controlado por essa nova agência.
Em um balanço de suas atividades, de sua criação até 1970, o DNOCS atuou em uma área
de 949.578 km2, abrangendo os estados de Minas Gerais, Bahia, Sergipe, Alagoas, Pernambu-
co, Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará e Piauí. Construiu 246 represas públicas, acumulando
113 bilhões de metros cúbicos de água, e cooperou na construção de 594 represas particu-
lares, com capacidade para mais de 1,3 bilhão de metros cúbicos; organizou 148 serviços de
abastecimento de água; colocou em ação 820 km de canais de irrigação beneficiando 12 mil
hectares de terras; perfurou 7.135 poços e os aparelhou para o bombeamento destinado a
fins agropecuários; construiu sete usinas hidrelétricas, com 10.666 cv e 650 km de linhas de
transmissão; construiu 8.760 km de estradas de rodagem, e preparou 78 campos de pouso
para aviões de pequeno e médio porte.
O centenário Dnocs já foi o centro de escândalos no passado. Entre os de maior reper-
cussão, o que envolveu o então presidente da Câmara, o deputado pernambucano Inocêncio
Oliveira, em 1993. Inocêncio foi acusado de usar o Dnocs para perfurar três poços artesianos

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em suas terras, no sertão pernambucano. O Dnocs foi a principal agência federal no Nordes-
te até a criação da Sudene (Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste), em 1959,
construindo, inclusive, obras de infraestrutura, como estradas, ferrovias e redes de energia.
Depois do Dnocs - que ganhou esse nome em 1945 - e a Sudene, surgiriam, ainda, outras
agências que enfocavam também o desenvolvimento da Região Nordeste, como a Codevasf
(Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba).

SUDENE

Criada originalmente pela Lei n. 3.692, de 1959, a Sudene veio substituir o modelo dos
dois órgãos precedentes a ela (GTDN e Codeno). Foi idealizada no governo do presidente
Juscelino Kubitschek, tendo à frente, o economista Celso Furtado, como parte do programa
desenvolvimentista então adotado.
A Sudene é uma autarquia federal, subordinada ao Ministério do Interior, com sede em
Recife, Pernambuco. O objetivo de sua criação foi a promoção e coordenação do desenvolvi-
mento do Nordeste, região que, para os fins da Sudene, compreende os estados do Maranhão,
Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e parte do
território de Minas Gerais enquadrada no Polígono das Secas, e o território federal de Fer-
nando de Noronha.

O diploma legal dispunha como finalidades e funções da superintendência:


a) Estudar e propor diretrizes para o desenvolvimento do Nordeste.
b) Supervisionar, coordenar e controlar a elaboração e execução de projetos a cargo de
órgãos federais na região e que se relacionem especificamente com o seu desenvolvimento.
c) Executar, diretamente ou mediante convênio, acordo ou contrato, os projetos relativos
ao desenvolvimento do Nordeste que lhe foram atribuídos nos termos da legislação em vigor.
d) Coordenar programas de assistência técnica, nacional ou estrangeira, ao Nordeste.

Histórica e politicamente, a criação da Sudene foi o resultado da percepção do aguça-


mento das diferenças entre o Nordeste e o chamado Centro-Sul do Brasil — o triângulo São
Paulo-Rio-Minas — a partir da industrialização deste último. A historiografia oficial da própria
Sudene põe ênfase nas causas imediatas — a seca de 1958 e suas consequências: desem-
prego rural e êxodo — e toma como “causas históricas” a própria ideologia do órgão: o fato de
que o aguçamento das diferenças regionais indicava o planejamento como o único caminho
para promover o desenvolvimento.
O planejamento aparece com uma racionalidade a-histórica e uma marcha linear: primeiro,
a criação do Banco do Nordeste do Brasil em 1952, depois, veio a criação do Grupo de Tra-
balho para o Desenvolvimento do Nordeste (GTDN) em 1956, este no âmbito do Conselho de
Desenvolvimento. Até mesmo remotamente, a criação do Departamento Nacional de Obras

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contra as Secas (DNOCS), no princípio do século, como Inspetoria Federal, anunciava uma
ação “planejada”.
Põe-se ênfase também no muito famoso e pouco conhecido Relatório Ramagem, prepa-
rado pelo coronel Orlando Ramagem para o Conselho de Segurança Nacional sobre a seca
de 1958 e os escândalos da “indústria das secas”: aproveitando-se da miséria dos retirantes,
a corrupção se revelava nas listas de trabalhadores “fantasmas” das frentes de trabalho do
DNOCS, nas estradas que iam de nenhum lugar para lugar nenhum, nos “barracões” dos em-
preiteiros, nas obras (açudes, estradas, poços) nas fazendas dos amigos, dos chefes políticos,
dos “coronéis” e seus vassalos.
Enfim, era a estrutura do latifúndio, do coronelato, da oligarquia agrária nordestina que
capturou o DNOCS, e que, politicamente, em sua maior parte, constituía no Nordeste o Partido
Social Democrático (PSD), ao qual pertencia o próprio presidente Kubitschek. O relatório parece
ter-se constituído em elemento de pressão das forças armadas, principalmente, do Exército.
Mas a Sudene é o resultado de um processo muito mais amplo. Sinteticamente, ela é uma
forma de intervenção do Estado no Nordeste, impulsionada pelas forças sociais do pacto
da industrialização, que comandaram a expansão da economia brasileira desde a década de
1930. Seu retrato perfeito é o da ampla coalizão de forças sociais e políticas que estiveram
presentes no Seminário de Desenvolvimento do Nordeste, realizado na cidade pernambucana
de Garanhuns, em abril de 1959, quando se instalou, formalmente, o Codeno: a grande bur-
guesia industrial nacional, liderada pela Confederação Nacional da Indústria, patrocinadora do
seminário, e presidida, então, pelo industrial Lídio Lunardi; a fração industrialista da burguesia
regional nordestina, cuja figura marcante era o governador de Pernambuco, engenheiro Cid
Sampaio, eleito em 1958, por uma coligação entre a UDN, o Partido Trabalhista Brasileiro
(PTB) de João Goulart, uma dissidência do PSD de Pernambuco e as forças populares e
de esquerda, que incluíam o futuro prefeito e futuro governador Miguel Arraes; a Igreja do
Nordeste, sob a liderança ostensiva do então bispo-auxiliar de Natal, Dom Eugênio de Araújo
Sales, e na sombra, Dom Hélder Câmara, então arcebispo-auxiliar do Rio de Janeiro, mas já
muito atuante no Nordeste, onde já havia promovido e participado do I Encontro de Bispos
do Nordeste, em 1956, em Campina Grande, Paraíba (promoveria o II Encontro em Natal, Rio
Grande do Norte, em maio de 1959).
As outras classes sociais que compareciam à coalizão, e que não estavam formalmente
representadas no Seminário de Garanhuns, eram o campesinato, cuja liderança mais eminen-
te era o então deputado Francisco Julião, líder das ligas camponesas em Pernambuco e no
Brasil, e o operariado urbano, cuja representação difusa infiltrava-se por via da coligação de
forças entre a burguesia regional e a esquerda, principalmente, em Pernambuco.
De fora dessa ampla coalizão, o inimigo comum: o latifúndio nordestino, a oligarquia
agrária, os “coronéis”, que combateriam tenazmente o projeto da Sudene, no interior do apa-
relho do Estado, através do DNOCS; no Congresso Nacional, pela sua representação, no que

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se notabilizava o senador pela Paraíba Argemiro Figueiredo, e ainda, no interior da própria


estrutura do poder populista.
A Sudene aparece desde logo com a marca da coalizão dominante no Centro-Sul: desti-
nava-se, de fato, a promover o planejamento da expansão industrial em direção ao Nordeste.
O planejamento não passava de uma metamorfose do conflito entre a expansão capitalista
no Centro-Sul que, ao mesmo tempo, erodia o domínio de classe da burguesia regional no
Nordeste, e a ascensão das forças populares no Nordeste, contrapartida necessária, não
mecânica, entretanto, do mesmo processo.
A Sudene foi criada diretamente subordinada à presidência da República, quase consti-
tuindo-se em um verdadeiro Ministério do Nordeste.
Depois do movimento militar de 1964, a Sudene foi incorporada ao Ministério do Interior,
perdendo seu antigo estatuto de quase ministério. Concomitantemente, com um grau maior
de centralização das decisões em Brasília, houve uma notória perda de autonomia da Sudene,
de par com a queda da importância que o planejamento regional havia tido anteriormente. É
possível especular até se há lugar para um planejamento regional, com a autonomia e a lati-
tude que a Sudene teve em um sistema econômico e político tendencialmente centralizador.
A ação da Sudene e os resultados logrados constituem motivo de ampla controvérsia. Há
um sentimento generalizado de que o número de empregos industriais criados é claramente
insuficiente para liquidar o velho desemprego estrutural; atribui-se à não-realização de uma
reforma agrária rigorosa à manutenção dos padrões de miséria no campo nordestino; as
migrações para o resto do Brasil não cessaram, embora tenham mudado as proporções; a
concentração da renda no Nordeste piorou e parece ganhar o único item de vitória nessa com-
petição inter-regional — mesmo dos padrões existentes na parte mais desenvolvida do país.
Enfim, há uma consciência crescente de que os programas para o Nordeste são migalhas
quando comparados aos recursos destinados a qualquer projeto, mesmo os destituídos de
importância social e política, localizado na parte mais rica do país. Ouve-se, desde o homem
comum, até o vibrante parlamentar da oposição, a comparação entre os recursos destinados
ao Nordeste e aqueles gastos na construção da ponte Rio-Niterói como prova do argumento
da discriminação, da madrastice da União em relação ao Nordeste.
Uma observação atenta da realidade do Nordeste sugere e confirma um processo intenso
de mudanças. Em definitivo, a região se integrou ao padrão de desenvolvimento capitalista
do país. Qualquer dos indicadores econômicos mais à mão conta essa história: entre 1965 e
1977, o produto per capita do Nordeste permaneceu no nível de 43% do produto per capita do
país, com ligeira oscilação para menos no período intermediário; isso significa que o ritmo
de crescimento regional acompanhou razoavelmente o do país, tendência marcadamente
diferente de quando a Sudene foi criada, que era a da deterioração. Na divisão social do tra-
balho, a participação da indústria cresceu firmemente entre 1965 e 1977, passando de 22,6%
para 29,3%, e a da agricultura decresceu, embora mais suavemente, passando de 27,9% para

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22,4%; ligeiro decréscimo ocorreu para o setor serviços. No que se refere especificamente à
indústria, entre 1960 e 1974, o crescimento médio anual do valor da transformação industrial
do Nordeste deu-se a uma taxa muito próxima da do Brasil: 11,2 e 11,7%, respectivamente, e,
em muitos ramos importantes, definidores de uma moderna estrutura industrial, o crescimento
do VTI no Nordeste superou, de muito, as taxas respectivas para o Brasil: foi assim com a
metalúrgica, mecânica, materiais elétricos e eletrônicos, por exemplo.
Para um modelo que necessitava do “arrocho” salarial como fonte de acumulação e re-
pressão política da classe trabalhadora, que foi o caso do Regime Militar, o Nordeste forne-
ceu um enorme contingente de força de trabalho e os resultados foram que os salários reais
cresceram menos no Nordeste que no resto do Brasil.
Se a expansão capitalista no campo transformou a terra em capital, no Nordeste uma
estrutura fundiária já altamente concentrada facilitou aquela metamorfose. Em um proces-
so que concentrou e centralizou brutalmente o capital, o Nordeste compareceu com uma
indústria e uma agricultura que já estavam se desagregando sob o impacto da simples con-
corrência mercantil com o Centro-Sul. Quer se diga que o atraso do Nordeste potencializou a
“perversidade” do modelo da expansão capitalista no Brasil, ou o inverso, que essa expansão
“perversa” utilizou o arcaísmo das estruturas econômicas e sociais do Nordeste como base
para um crescimento exponencial, os resultados serão os mesmos.
No início da década de 1980, o Brasil entrava em uma nova fase de sua vida política. O
regime democrático ia se tornando, aos poucos, uma realidade após 20 anos de ditadura mi-
litar. No ano de 1982, ocorreu a eleição direta para os governos estaduais. Imbuídos desse
espírito de mudança, os governadores eleitos para os estados do Nordeste, que pertenciam ao
conselho deliberativo da Sudene, pretendiam que a autarquia recuperasse sua força política
junto ao Executivo visando a acelerar a marcha de seus estados rumo ao desenvolvimento.
Nesse período, a Sudene elaborou um projeto de transposição de recursos hídricos para a
região do semiárido nordestino. O aproveitamento das águas do rio São Francisco além de
minimizar o problema das secas proporcionaria — segundo o diretor-geral, José Reinaldo
Carneiro, do Departamento Nacional de Obras de Saneamento (DNOS) — a geração de 2,4
milhões de empregos, o desenvolvimento da agroindústria, piscicultura e serviços, e o abas-
tecimento urbano e industrial.
Entretanto, o projeto foi recebido com frieza pelos governadores do Nordeste na reunião
do conselho deliberativo da Sudene em que foi apresentado. Adotando o silêncio, eles pro-
testavam contra a indiferença com que suas queixas vinham sendo tratadas pelo Governo
Federal, dentre elas, o descaso com o Sistema Nacional de Habitação na região e a seca, que
permanecia por quatro anos gerando problemas como a fome, a miséria e, consequentemente,
o aumento da migração.
Em 1984, a Sudene completou 25 anos de existência e, dentre análises otimistas e pes-
simistas, foi possível constatar que a região nordestina conheceu, nesse período, um efetivo

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desenvolvimento econômico. Por outro lado, os números relativos à miséria da população


cresceram proporcionalmente a esse desenvolvimento, indicando uma desigualdade cada
vez maior.
Durante o mandato de José Sarney — vice-presidente que tomou posse após a morte de
Tancredo Neves, presidente eleito pelo Colégio Eleitoral em 1984 —, a Sudene foi alvo de uma
acirrada disputa política entre o Partido do Movimento Democrático Brasileiro (PMDB) e o
Partido da Frente Liberal (PFL), agremiações que compunham, na época, a base de susten-
tação do governo. O prestígio político e a quantidade de verbas disponíveis para a entidade
tornavam-na estratégica no jogo do poder.
No ano de 1988, foi promulgada a nova Constituição do Brasil. A Sudene, respaldada pela
Carta Constitucional, ganhou, então, status de agência planejadora incumbida de minimizar
as desigualdades sociais e regionais. O planejamento regional integrado ao nacional, a con-
tinuidade dos incentivos governamentais para o desenvolvimento regional e a regionalização
do orçamento fiscal da União e do orçamento das empresas estatais foram alguns dos dis-
positivos da Constituição para a atuação nesse sentido.
Em março de 1989, o conselho deliberativo da Sudene aprovou um financiamento que
desrespeitava a Constituição. De acordo com o artigo 54, deputados e senadores não podem
ser proprietários, controladores ou diretores de empresas favorecidas por contratos com
pessoa jurídica de direito público, categoria em que se incluía a Sudene. Porém, o conselho
não hesitou em conceder financiamento de 2,37 milhões de cruzados novos para a implan-
tação de um frigorífico em Belo Jardim, no Recife, ao deputado do PFL pernambucano José
Mendonça Bezerra.
O desprestígio da Sudene ficou patente quatro anos depois, quando o Tribunal de Contas
da União descobriu que o Finor teve um prejuízo de 532 milhões de dólares aplicados em 547
projetos extintos, falidos ou abandonados. Provou-se que a Sudene e o Banco do Nordeste do
Brasil (BNB), administradores dos recursos do Finor, “nada fizeram para recuperar o dinheiro
e ainda beneficiaram políticos na distribuição de verbas”. A Sudene foi responsabilizada,
também, por aprovar financiamentos equivalentes a 6,2 bilhões de dólares, nos últimos dez
anos, quando o Finor só tinha recebido quatro bilhões de dólares.
A realidade clientelista enfim veio à tona. Tendo seus recursos manipulados pelas oligar-
quias regionais, a autarquia se distanciou muito do propósito com que foi criada em 1959, pelo
então presidente Juscelino Kubitschek. A Sudene financiou quase três mil projetos privados
que não foram fiscalizados pelo Governo Federal.
Em 1993, uma auditoria do Tribunal de Contas novamente indicou a existência de casos de
corrupção envolvendo a Sudene, que na época era presidida por Cássio Cunha Lima (PMDB-PB).
Essas denúncias repercutiram na imprensa, o que teria provocado, inclusive, uma tentativa
de assassinato. Ronaldo Cunha Lima (PMDB-PB), acreditando que a fonte das denúncias era
o ex-governador da Paraíba, Tarcísio de Miranda Burity, tentou matá-lo no dia 5 de agosto

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de 1993. Nove anos, depois os sócios da empresa Sampa S/A foram condenados à pena de
reclusão pela Justiça Federal por terem participado de um esquema que desviou mais de
meio milhão de reais justamente durante a gestão de Cássio Cunha Lima.
Em janeiro de 1994, Cassio Cunha Lima foi afastado da Sudene, tendo sido substituído
pelo General Nilton Moreira Rodrigues, cuja gestão foi marcada por uma tentativa de morali-
zação. Quando ele assumiu a Sudene, tinha uma arrecadação de menos de 200 mil dólares e
estava comprometida com a liberação de mais de 3 bilhões de dólares. Quando encerrou sua
gestão, em 1998, a arrecadação da Sudene havia subido para mais de 400 milhões de dólares
e o número de projetos aprovados havia se reduzido para pouco mais de 200, enquanto em
1994, eram mais de 800.
Após essa sucessão de escândalos, em 1999, a imprensa iniciou um debate sobre a exis-
tência do órgão, extinto finalmente em 2001, por Fernando Henrique Cardoso.
A retomada das propostas de Juscelino e Furtado, porém, foi defendida pela administração
Lula, e finalmente o órgão foi, em 2002, recriado, desta feita com o nome de Agência do Desen-
volvimento do Nordeste e a sigla ADENE, ainda durante o governo Fernando Henrique Cardoso.
A ADENE foi criada pela medida provisória número 2 146-1, de 4 de maio de 2001, altera-
da pela medida provisória número 2 156-5, de 24 de agosto de 2001 e instalada pelo decreto
número n. 4.126, de 13 de fevereiro de 2002. Com a Lei Complementar n. 125/07, a Sudene
foi reimplantada, sendo extinta a ADENE.
Até hoje, a Sudene não obteve os resultados esperados. Criou-se a expressão “indústria
da seca” para justificar a existência do órgão e da promoção de muitos políticos.
Durante a campanha presidencial de 2002, o candidato do PT, Luís Inácio Lula da Silva, pro-
meteu extinguir a Adene e recriar a Sudene, assim como a Sudam. Cumprindo sua promessa, o
presidente eleito enviou ao congresso, em outubro de 2003, o Projeto de Lei Complementar n.
91/2003 que previa a recriação da Sudene e da Sudam. O projeto passou por longa tramitação
no congresso, e a Sudene só foi realmente recriada com a aprovação da Lei Complementar
n. 125, de 3 de janeiro de 2007.

006. (CPCON/UEPB/VESTIBULAR/GEOGRAFIA/2009) A política de combate às secas no


Nordeste remonta a época de D. Pedro II. Com o desenvolvimento industrial brasileiro, o Nor-
deste se configurou como uma região problema, periférica e deprimida, com vários problemas
econômicos e sociais que são históricos, além da herança de sua estrutura produtiva arcaica
que atravanca o seu desenvolvimento. Assinale com V ou com F as proposições, conforme
sejam respectivamente verdadeiras ou falsas em relação às políticas implantadas no Nordeste
com o objetivo de amenizar tais problemas.

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 (  ) I – A construção de estradas pelo DNOCS teve uma importante contribuição na agiliza-
ção do socorro às vítimas das secas, no entanto, a construção de açudes em proprieda-
des particulares é ainda hoje motivo de críticas por ter proporcionado o favorecimento
das elites regionais que se utilizam da água para conseguir favorecimentos políticos.
(  ) II – O surto industrial induzido pela SUDENE promoveu a modernização e o crescimento
econômico de alguns setores da economia nordestina, mas não foi capaz de reduzir os
desequilíbrios regionais a que se propunha.
(  ) III – O socorro às populações atingidas pelas secas através das frentes de trabalho,
bem como outras medidas emergenciais empregadas pelo governo federal no “com-
bate à seca” foram instrumentos utilizados pelas elites e políticos nordestinos para
manter o “voto de cabresto” e outros privilégios, o que passou a ser conhecido como a
“indústria da seca”.
(  ) IV – A redemocratização da sociedade brasileira permitiu que setores da sociedade civil
se organizassem e que trouxessem para o debate o questionamento sobre a ideia do
“combate à seca”, os quais afirmam que a seca não se combate, mas sim, que é uma
realidade na qual é necessário criar mecanismos de convivência. Neste sentido, várias
ONGS têm atuado para a implantação de políticas públicas que garantam a segurança
hídrica e alimentar e a convivência sustentável no semiárido nordestino.

A sequência correta das assertivas é:


a) V, V, V, V.
b) V, F, V, F.
c) F, F, F, F.
d) V, V, V, F.
e) F, F, V, F.

Todas as alternativas estão corretas.


Letra a.

2. Os Governos Militares e o “Novo” Coronelismo; A “Modernização


Conservadora”
2.1. Os governos militares e o “novo” coronelismo;
Três Coronéis dominaram a política cearense durante pouco mais de 20 anos, a partir de
1962: Virgílio Távora, Marcos Cals e Adauto Bezerra.

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A ascensão de Virgílio Távora ao governo do estado do Ceará ocorreu em 1962. Virgílio


representou a União Pelo Ceará, chancelada pelo ex-governador Parsifal Barroso, responsá-
vel pela única derrota de Virgílio em disputas eleitorais, em 1958, ano aliás em que Adauto
Bezerra, representando o Cariri, conquistou o seu primeiro mandato de deputado estadual.
César Cals, foi, dos três Coronéis, o que mais tardiamente, em 1970, começou a fazer política.
Marcos Cals é seu filho, e hoje dirige o PP (Progressistas) de Fortaleza.
César Cals era o menos ativo dos três Coronéis que governaram o Estado do Ceará. Foi
o primeiro deles a ser governador por indicação dos Generais que tomaram o poder com o
Golpe de 1964. César teve o seu nome anunciado para o Governo em 1970, sendo o segundo
da era militar, quando os governadores eram eleitos pela Assembleia Legislativa, após esco-
lhido pelo General governante do país (o primeiro governador biônico do Ceará foi Plácido
Aderaldo Castelo). Ao deixar o Governo, quatro anos depois, foi nomeado senador biônico, e,
logo depois, Ministro das Minas e Energia. O seu suplente de senador, Almir Pinto, foi quem
praticamente tirou quase todo o mandado de senador.
Adauto e Virgílio também foram governadores do Ceará por indicação de generais. Adauto
Bezerra assumiu o governo ao ser nomeado pelo general Ernesto Geisel, antecedendo a Virgílio
Távora, também nomeado por Geisel, em 1978. Adauto disputou o seu último mandato em
1986, quando foi derrotado por Tasso Jereissati, apoiado pelo governador da época, Gonzaga
Mota, de quem Adauto era vice-governador. Virgílio disputou o seu último mandato de senador
em 1982, morrendo no exercício do cargo. César disputou o voto popular uma única vez, em
1986, quando foi derrotado por Mauro Benevides para o Senado. Virgílio e César, ainda che-
garam a eleger filhos deputados federais e estaduais. Adauto ajudou aos irmãos Alacoque,
Humberto e Orlando. Alacoque foi suplente de Virgílio. Humberto chegou a ser vice de César.
Os três Coronéis eram, de fato, aliados e opositores entre si, embora, pontualmente, um
apoiasse o outro para evitar o sucesso do terceiro. Dois momentos da política cearense
comprovam essa relação deles. O primeiro foi quando César Cals, governador, quis eleger
Edilson Távora senador, em 1974. Virgílio e Adauto uniram-se para derrotar o candidato de
César, ajudando a eleger Mauro Benevides. O segundo momento foi quando Adauto pretendia
ser candidato a governador, em 1982. César, sem nome para concorrer, apoiou Virgílio, que
tinha Gonzaga Mota como segunda opção (a primeira era Aécio de Borba), ficando Adauto
como vice. Adauto e César acabaram sendo derrotados, em 1986, com a ajuda de Gonzaga
Mota, que ficou no governo para investir nas candidaturas de Tasso (governador) e Mauro
Benevides (senador).
Durante o governo de César Cals se sucedeu o auge da repressão militar. Vários cea-
renses de esquerda estiveram envolvidos na Guerrilha do Araguaia. Cals procurou governar
tecnocraticamente, formando sua própria facção política rompendo com Virgílio Távora. Com
seu sucessor, Adauto Bezerra (mandato de 1975 a 1978) não ocorreram grandes mudanças.
Adauto voltou-se politicamente para o interior, com a criação de uma secretaria de assuntos

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municipais. Renunciou seu mandato para se eleger deputado federal. O vice-governador Wal-
demar Alcântara tomou posse e terminou o mandato.
Virgílio Távora retornou ao governo em 1979, sendo o último eleito indiretamente e resgata
seu primeiro governo com a criação do PLAMEG II. Inicia a industrialização da região noroeste
do Ceará e cria o PROMOVALE (projetos de irrigação) e sua esposa, a primeira dama Luiza
Távora, implementou projetos sociais como a Central de Artesanato do Ceará. Seu governo
foi marcado pela ausência, quase que total, de oposição na Assembleia, nomeações aproxi-
madas de 16.000 pessoas para cargos públicos e várias greves.
Gonzaga Mota foi eleito pelo voto popular tomando posse em 1983 e rompe com os co-
ronéis anteriores para criar seu próprio grupo político. Seu rompimento rendeu-lhe ataques
do regime militar com a suspensão de verbas federais.
Embora o ciclo efetivo dos Coronéis tenha findado com a derrota nas eleições de 1986,
Adauto continuou fazendo política, mas, unicamente por diletantismo (Virgílio morreu em
1988, no exercício do mandato de senador, e César Cals morreu em 1991). Em todas as elei-
ções que aconteceram até aqui, Adauto tinha um lado na disputa majoritária, além de ajudar
financeiramente a alguns amigos nas disputas proporcionais. Ele votou em Cid Gomes para
governador nas suas duas eleições, e em Camilo Santana, idem. Votou em Roberto Cláudio
para prefeito de Fortaleza, e, em 2020 votou no Capitão Wagner. Adauto Bezerra foi o homem
público de atuação mais longeva da política cearense: 63 anos de militância.

007. (IMPARH/PREFEITURA DE FORTALEZA/ PROFESSOR SUBSTITUTO/HISTÓRIA/2017)


O período do Regime Militar (1964-1985) suscita sempre novos questionamentos, embora
muitos documentos ainda não estejam totalmente disponíveis, o assunto exige dos pesqui-
sadores e da sociedade brasileira acompanhamento dos novos fatos que surgem, porque são
do interesse da história do país.
No Ceará, politicamente três nomes comandaram o Estado durante o período: os coronéis
Adauto Bezerra, César Cals de Oliveira e Virgílio Távora.
Qual opção contém uma característica do governo de Virgílio Távora?
a) Com o discurso de desenvolvimento industrial para o Estado, Virgílio criou o Plano de Metas
Governamentais (Plameg), o Banco do Estado do Ceará (BEC), a Companhia das Docas e a
Secretaria de Planejamento (Seplan).
b) Rebelou-se contra o Golpe Militar por ter boas relações com o presidente João Goulart. Com
isso, foi deposto em 1966 e impedido de ocupar qualquer outro cargo público.

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c) Criou o “Trem da Alegria”, que eram as nomeações de apadrinhados políticos sem concurso
público estadual. Ao contrário de seus aliados políticos, privou pela manutenção e fortalecimento
da economia agroexportadora no Ceará.
d) Ao final de seu governo, fez um grande acordo com os jovens empresários do Ceará e acabou
apoiando Tasso Jereissati para o Governo do Ceará e saiu candidato ao senado com o apoio
do Galego. Tasso venceu as eleições, mas Virgílio foi derrotado e se afastou da política local.

Assim como em outros estados, durante o regime ditatorial civil-militar (1964-1985), os governa-
dores foram indicados via ratificação do Senado Federal. Os governadores, geralmente do ARENA
(Aliança Renovadora Nacional – partido governista), seguiram a mesma cartilha supostamente
“desenvolvimentista” ditada em âmbito Federal. Como foi o caso de Virgílio Távora no Ceará.
A alternativa “a” lista os acontecimentos mais relevantes durante o governo de Virgílio Távora.
Letra a.

2.2. A “Modernização Conservadora”


Durante o Regime Militar (1964-1985), o Brasil vivenciou um brutal e expansivo processo
de industrialização, que suscitou um forte “sentimento de otimismo” e “visão de progresso”,
em razão das profundas transformações socioeconômicas que causou. Tais mudanças po-
dem ser caracterizadas, dentre outras nuances, pelas migrações campo-cidade, crescimento
urbano, mecanização da agricultura, concentração de renda e desigualdade social, bem como
a aquisição de hábitos consumistas e individualizantes, e a proliferação excludente de bens
de consumo duráveis e simbólicos.

Modernização conservadora: Modernizar a economia desenvolvendo atividades industriais e


agrícolas, mas mantendo a estrutura social. Objetiva o crescimento da produção agropecuária
mediante a renovação tecnológica, sem que seja tocada ou grandemente alterada a estrutura
agrária (sem, por exemplo, uma reforma agrária).

Portanto, o governo militar, no Brasil, possibilitou um processo denominado moderniza-


ção conservadora, isso provocou ações que pareciam contraditórias, gerando, ao mesmo
tempo, impulsos conservadores e modernizadores. Essas ações não eram excludentes, e
sim complementares, já que o desejo modernizador implicava em um desenvolvimento eco-
nômico e tecnológico, levando à expansão industrial, urbanização e mecanização do campo,
transformações na máquina do Estado e o incentivo às atividades empresariais. Já o impulso

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conservador estava ligado à vontade de preservar a ordem social e os valores tradicionais,


além de promover a integração da sociedade brasileira (TÁVORA, 2018).
As elites cearenses tinham consciência de que a modernidade era uma estratégia de so-
brevivência política, sem a qual elas não se tornariam independentes dos efeitos climáticos.
Essa convicção ter-se-ia evidenciado na década de 1950, com a criação do Banco do Nordeste
do Brasil (BNB) e da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene), dois órgãos
sem os quais não seria possível conceber a eficácia de uma política de modernização con-
servadora: o BNB, sediado em Fortaleza desde 1954, e a Sudene, criada em 1959 e sediada
em Recife, Pernambuco. O BNB e a Sudene foram instrumentos importantes na estruturação
de um modelo de desenvolvimento regional que tornasse não só a região, mas sobretudo o
Estado do Ceará, com mais condições de conviver com as secas.

008. (FGV/IBGE/TECNOLOGISTA/ÁREA GEOGRAFIA/2016) A modernização conservadora,


empreendida pelo Estado brasileiro a partir do golpe de 1964, baseou-se em um projeto territorial
fundado no ideário da integração nacional e do Brasil potência. A integração da Amazônia foi
considerada prioridade máxima por razões de acumulação e legitimação. Entre as estratégias
do governo federal para a integração da Amazônia, durante o regime militar, destaca-se um
modelo de ocupação do território fundamentado no conceito de vantagens comparativas.
Com a menor disponibilidade de recursos após a crise de 1973, a estratégia governamental
se tornou mais seletiva, atuando não mais em uma escala macrorregional e sim sub-regional.
O Estado central viu-se obrigado a escolher áreas prioritárias para investimentos, ou seja,
aquelas com maior potencial de obtenção de benefícios imediatos. O modelo mostrou-se o
mais adequado para a organização do território proposta pelo Estado autoritário, uma vez que
os lugares privilegiados seriam capazes de interligar os circuitos nacionais e internacionais
de fluxos financeiros e de mercadorias.
Fonte: BECKER, B. e EGLER, C. Brasil: uma nova potência regional na economia-mundo. Rio de Janeiro: Ber-
trand Brasil, 1994 e MACHADO, L. O. A fronteira agrícola na Amazônia brasileira. Revista Brasileira de Geogra-
fia, v. 54, n. 2, 1992: 27-56. (Adaptado).

A estratégia descrita no texto acima foi denominada:


a) Eixos de Integração.
b) Programa Calha Norte.
c) Projeto Brasil em Ação.
d) Polos de Desenvolvimento.
e) Projeto Integrado de Colonização.

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Os Polos de Desenvolvimento foram criados para impulsionar a competitividade e a produtivi-


dade de setores produtivos já instalados de forma aglomerada no território.
Letra d.

3. A “Nova” República: os “Governos das Mudanças”


O estado do Ceará tem sido apresentado no cenário nordestino e nacional como expressão
de transformação na estrutura tradicional de poder.

O tema das mudanças polarizou-se basicamente na promessa de transplante da racionalidade do


moderno empresariado nordestino para o plano político administrativo, erradicando o clientelismo
político e substituindo-o pela utilização asséptica e eficiente dos recursos públicos. A imagem res-
suscitada nos meios de comunicação de massa foi a do velho e truculento “coronel” defendendo
os “currais eleitorais” que as forças modernas se dispunham a romper. (CARVALHO, 1987, p.204)

A Nova República começou no Ceará com a eleição de Maria Luiza para o cargo de prefeita
de Fortaleza, em 1986. Foi a primeira prefeita de capital estadual eleita pelo Partido dos Tra-
balhadores e o primeiro político do sexo feminino a ser eleito para esse cargo após o regime
militar. A insatisfação com a política praticada durante a ditadura militar e o movimento de
redemocratização impulsionaram as transformações no poder político, com a decadência da
hegemonia tradicional do coronelismo.
Segundo Barreira (1993), foi sob o signo da ruptura, exemplificado no slogan “governo das
mudanças”, que um grupo de empresários liderados por Tasso Jereissati ocupou a cena política
cearense, projetando o Ceará para o restante do país como um exemplo de Estado moderno.

Diógenes (2002) destaca que tivemos no Ceará, no final dos anos 1980, a produção de novas ima-
gens políticas que se estabeleceram no cenário local, baseadas na oposição e legitimação diante
das chamadas oligarquias coronelísticas. A construção de um Ceará moderno teve por base uma
retórica das mudanças, com o governo estadual assumindo compromissos:
[...] com a superação de valores deformados, que colocavam o interesse de pequenos grupos acima
dos interesses maiores da sociedade. Compromisso com o combate a todas as formas de clien-
telismo. Compromisso com a recuperação da moralidade do serviço público, onde o Estado deve
ser visto como instrumento para a realização do bem comum e não para o serviço das oligarquias.
Compromisso com o combate à miséria e o respeito à cidadania como direito inalienável de todos
os homens e mulheres do Ceará. (CEARÁ, 1987, p.8)

O discurso de ataque aos “coronéis” e ao “coronelismo” já havia sido anunciado ante-


riormente, mas, pela primeira vez, tornara-se elemento fundamental da estratégia que deu

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suporte ao surgimento de novos atores políticos. A evocação às mudanças pôs em destaque


um capital político e simbólico que toma a forma de regras e legitimação de competências
diferentes das até então existentes, de maneira que a herança partidária e laços de fidelidade
foram substituídos por critérios que destacavam e priorizavam a formação intelectual e a
experiência administrativa.
Foi este tom anticoronelista que assinalou o “marketing político” do candidato Tasso
Jereissati ao governo do Estado nas eleições de 1986, facilitado pelas patentes militares de
“coronéis” de seus opositores políticos. Tasso Jereissati, consegue se eleger com a promessa
de modernizar a administração pública, afastando-se do clientelismo dos governos anteriores;
promover a austeridade fiscal; e desenvolver a economia estadual. A nova gestão passa a
se autodenominar “Governo das Mudanças”. Nas duas décadas seguintes, Jereissati e seus
aliados passam a deter a hegemonia política no Estado, e rapidamente perderam a aliança
com partidos mais à esquerda, como o PT e o PCdoB.
Ciro Gomes, então prefeito de Fortaleza, se candidatou em 1990 ao cargo de governador
com o apoio de Tasso, e foi eleito. Com a abertura do mercado brasileiro, o Ceará recebeu os
primeiros carros importados da marca russa Lada. Os “Governos das Mudanças” priorizaram
o aumento dos investimentos públicos e privados em infraestrutura e nos setores industrial
e de serviços, enquanto o agropecuário permanece à margem.
Politicamente, há uma relativa diminuição de poder dos “coronéis”, com ampliação do po-
der do grande empresariado. O saneamento das contas estaduais – atingido, em parte, pela
diminuição das despesas com o funcionalismo público através de demissões e achatamentos
salariais – garantem superávits entre 1988 e 1994, mas com a consolidação do Plano Real
volta-se a uma predominância de déficits.
O Estado do Ceará se beneficiou também da guerra fiscal que então se iniciava, o que,
somado à mão de obra barata, atraiu várias indústrias, as quais se concentraram em algu-
mas poucas cidades. O crescimento médio do PIB, de 4,6%, é superior à média nacional e
nordestina nos anos 1990, continuando a tendência iniciada na década de 1970. As ações
do governo, aliado aos esforços do empresariado local, e os incentivos de instituições de
grande importância na história econômica recente do Ceará, como o BNB e a Sudene, foram
determinantes para tal desempenho.
O forró eletrônico se popularizou na década de 1990, e o Ceará começou a despontar, se-
guindo a tendência do litoral nordestino, como um grande polo de turismo no Brasil. Ao longo
dos anos 1990, com ações como o Programa de Saúde da Família (PSF), o estado também
realizou grandes avanços na redução da mortalidade infantil.
A migração em direção a Fortaleza seguiu forte, tendo em vista o persistente atraso do
interior em comparação com o forte crescimento da capital. A segurança pública tornou-se
muito mais problemática entre 1990 e 2003, com a taxa de homicídios subindo de 8,86 para
20,15 por 100 mil habitantes, um aumento de 127%.

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Tasso Jereissati foi eleito novamente em 1994 e reeleito em 1998, concentrando os es-
forços governamentais na construção e reforma de grandes obras, como a construção do
Porto do Pecem, o novo Aeroporto Internacional de Fortaleza, o Açude Castanhão e o início
das obras do Metrofor. O terceiro “Governo das Mudanças” (1994-1997) se caracteriza pela
privatização de empresas estatais e extinção de outros órgãos, e pelo seguimento de políticas
de inspiração neoliberal, com enxugamento da máquina administrativa, racionalização dos
investimentos, aumento de taxas de contribuição da aposentadoria etc.
Contudo, apesar de vários avanços na saúde e educação básicas e do crescimento eco-
nômico estável, a chamada Era Tasso não alterou a estrutura socioeconômica problemática
do Ceará, em especial, a ausência de distribuição de renda, o que foi duramente questionado;
a má distribuição fundiária; a enorme disparidade regional (sobretudo, entre a capital e o
interior); a parca infraestrutura fora da Região Metropolitana; e os altíssimos níveis de po-
breza – em 1999, segundo o Banco Mundial, cerca de metade dos cearenses viviam abaixo
da linha de pobreza.
No início do século XXI, consolidou-se a tendência de queda na tradicional emigração de
cearenses; no período 2001-2006, ela reverteu-se para um saldo positivo de 38,3 mil pessoas,
o que se atribui à melhoria das condições de vida e à maior estabilidade proporcionada por
programas sociais, que permitiram a fixação do pobre cearense em sua terra e o retorno de
parte dos emigrantes.
Lúcio Alcântara, eleito com o apoio de Tasso, continuou o modelo político dos governos
anteriores, mas não recebeu apoio do próprio partido e não conseguiu se reeleger em 2006,
rompendo com o PSDB e mudando para o Partido da República após deixar o cargo. Assim,
Cid Gomes foi eleito Governador do Ceará derrotando Lúcio Alcântara, em primeiro turno, com
62,38% dos votos. Quatro anos depois, foi reeleito, também no primeiro turno, com 62,31%
dos votos. Nos seus primeiros anos de mandato criou projetos nas áreas de inclusão digital e
segurança pública, além de medidas para a preparação do Estado para receber uma refinaria,
que não chegou a ser instalada, e de uma siderúrgica, concebida em 2008 e que já está em
funcionamento, desde 2016, no Complexo Portuário do Pecém.
Cid também foi responsável pela criação do CONSESP (Conselho Estadual de Segurança
Pública), prevista na Constituição Estadual de 1989, assim como na Lei Estadual n. 12.120/93.
Dando prosseguimento para o Programa de Alfabetização Idade Certa (criado no município
de Sobral), o governo do estado capacitou 15 mil professores nas 184 cidades do Ceará, im-
pactando mais de 300 mil alunos.
Outros projetos considerados estruturantes ganharam destaque ou entraram em pauta
durante sua gestão, como a construção do Cinturão das Águas, a Companhia Siderúrgica do
Pecém, o Cinturão Digital e ações sociais como a Educação Integrada, o Programa Alfabetiza-
ção na Idade Certa (Paic), posteriormente adotado pelo Governo Federal sob o nome de Pacto

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Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, construção de hospitais regionais, do Centro de


Eventos do Ceará e grande investimento na área da segurança.
Ao final de seu segundo mandato como governador do estado, Cid Gomes foi incluído na
lista dos 60 nomes mais poderosos do Brasil. Apesar de o estado estar na 11ª posição entre as
economias do país, o Ceará figurava, então, como 4º estado com maior nível de investimento.
A renúncia do governador Camilo Santana (PT), para se candidatar e se eleger como se-
nador, foi publicada no diário oficial de 1º de abril de 2022 e marcou o fim de dois mandatos
à frente do governo estadual. Durante o período, o petista enfrentou crise sanitária, hídrica
e na área da segurança pública. Por outro lado, destacaram-se os índices educacionais e o
nível de investimento.
Uma das primeiras crises enfrentadas pela gestão de Camilo foi a hídrica, ainda em 2015.
A seca já vinha atingindo uma série de municípios do Ceará, mas teve a situação piorada em
2016 e chegou a ser considerada como a maior crise hídrica já sofrida pelo estado desde
1910. A média de chuva entre 2012 e 2016, por exemplo, foi de 516 mm.
Nesse período, o nível médio dos 153 açudes monitorados pela Cogerh chegou a ser de
apenas 9,4% do volume total. O maior do estado, o Castanhão, responsável por abastecer toda
a Região Metropolitana de Fortaleza, ficou praticamente sem água. Foi preciso implementar
tarifas de contingência para desestimular os gastos.
Uma das áreas mais sensíveis durante a gestão Camilo Santana foi a segurança pública.
O governador enfrentou série de ataques de facções criminosas em dois anos, duas vezes em
2018 e duas vezes em 2019. Nas duas ocasiões, criminosos atearam fogo em ônibus, atiraram
e depredaram prédios públicos, chegando até a explodir uma bomba abaixo de um viaduto.
Em 2019, quando iniciaram os ataques, a inteligência da segurança pública do estado
identificou que eles eram patrocinados por chefes de organizações criminosas dentro de pre-
sídios cearenses que estavam descontentes com a chegada do secretário da Administração
Penitenciária, Mauro Albuquerque.
Os criminosos exigiam a demissão do secretário, mas o governador não atendeu aos pedidos
e reprimiu os ataques, com diversas prisões, envio dos chefes a presídios federais e fortaleci-
mento nos presídios. Durante a gestão, um órgão do Governo Federal e, recentemente, o Conse-
lho Nacional de Justiça identificou a prática de tortura em unidades penitenciárias cearenses.
Já em 2020, pouco antes de o coronavírus chegar ao Ceará, Camilo teve de lidar com
um motim de policiais e bombeiros militares que cruzaram os braços por 13 dias. Alegando
questões salariais, mesmo após rodadas de negociação com o governo e aprovação dos
representantes, os militares fecharam batalhões, alguns encapuzados furaram pneus e im-
pediram a atuação de outros profissionais.
O motim fez o número de homicídios no Ceará disparar. Durante os 13 dias da crise, a
quantidade de assassinatos subiu 417% em comparação com igual período de 2019. Em

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média, foram registrados 26 homicídios a cada dia, a maioria deles não tinha informações
sobre raça e nenhum indicava a identidade de gênero.
Dois anos depois do motim, o governo continua punindo militares que participaram da
paralisação ilegal. Até 22 de março, 15 policiais haviam sido excluídos da corporação, e outros
14 foram punidos com sanções disciplinares de permanência.

Um dos destaques do governo sob o comando de Camilo foi a Educação. Em diversos índices de
aprendizagem nacional, o estado apareceu entre os que mais evoluíram nos níveis fundamental e
médio, por exemplo. Em 2021, o Índice de Oportunidades da Educação Brasileira (Ioeb), metrificado
pelo Ministério da Educação (MEC) apontou que 18 dos 20 municípios com maiores notas eram
cearenses, com destaque para as cidades de Sobral e Cruz. Já no Índice de Desenvolvimento da
Educação Básica (Ideb), divulgado em 2020, o Ceará registrou a maior evolução histórica do país
nos anos iniciais do ensino fundamental (1º ao 5º ano), passando de 2,8 em 2005 para 6,3. Nessa
faixa etária, 9 das 10 melhores escolas do Brasil eram cearenses. No Ensino Médio, o estado saiu
da 12ª colocação para a 4ª do País. (G1, 2022, n.p.)

Uma das marcas da gestão de Camilo Santana também foi a ampliação da malha rodo-
viária do estado. O programa Ceará de Ponta a Ponta, por exemplo, entregou quase 3 mil km
em rodovias cearenses. Na ferroviária, o governo ampliou o Metrofor na capital e entregou o
VLT Ramal Parangaba-Mucuripe.
Além disso, o Porto do Pecém, em São Gonçalo do Amarante, bateu recorde de movi-
mentações em 2021, com mais de 22 milhões de toneladas passando pela sua estrutura. O
crescimento foi de 40,7% em relação ao mesmo período de 2020. O estado também se trans-
formou em um hub de Hidrogênio Verde, considerado como um dos combustíveis do futuro.
Foram assinados 17 protocolos com multinacionais.

009. (URCA/PREFEITURA DE CRATO/PROFESSOR/HISTÓRIA/2021) Acerca do autodeno-


minado “Governo das Mudanças” no Ceará marque a alternativa correta:
a) Apresentou-se como uma alternativa à corrupção e ao clientelismo típicos das políticas do
coronelismo e ao que foi tratado como inoperância da esquerda.
b) O autodenominado governo das mudanças apresentou um discurso que defendia a positivi-
dade das tradições, da gratidão e da lealdade política.
c) A primeira das gestões do Governo das Mudanças buscou consolidar o apoio da classe po-
lítica e de demais setores da sociedade cível.

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d) O chamado Governo das Mudanças foi resultante dos debates realizados em espaços insti-
tucionalizados como o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DENOCS e Superin-
tendência do Desenvolvimento do Nordeste – SUDENE.
e) Com a total ineficiência administrativa demonstrada para a vida pública, os jovens empresá-
rios que se reuniam no Centro Industrial Cearense (CIC) para propor o chamado Governo das
Mudanças, tiveram trajetória política curta, não conseguindo a recondução de mandatos ou a
sucessão de seus integrantes nos quadros dirigentes da política no Estado do Ceará.

Letra a: Correta. O “Governo das Mudanças”, no Ceará, foi como uma alternativa à corrupção e
ao clientelismo típicos das políticas do coronelismo e ao que foi tratado como inoperância da
esquerda. Tasso Jereissati, então com 38 anos, foi eleito governador pelo Partido do Movimento
Democrático Brasileiro (PMDB).
Letra b: Errada. O “Governo das Mudanças” apresentou-se, apenas, como uma mudança assu-
mindo a narrativa de ruptura com o clientelismo e assistencialismo.
Letra c: Errado. O “Governo das Mudanças” implantou um projeto de moralização, austeridade e
transparência na gestão pública, sendo o seu governo reconhecido pela UNICEF como modelo
no combate à mortalidade infantil, e pela ONU, como o estado brasileiro que mais cresceu no
Índice de Desenvolvimento Humano (IDH).
Letra e: Errado. O chamado “Governo das Mudanças” não tem relação com debates realizados
em espaços institucionalizados como o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas -
DENOCS e Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste - SUDENE.
Letra e: Errado. O “Governo das Mudanças”, na realidade, foi uma proposta de Tasso Jereissati
no estado do Ceará.
Letra a.

Estimado(a), chegamos ao final da parte teórica de sua aula. Na sequência, estude o


resumo e os mapas mentais. Faça todos os exercícios. São eles os responsáveis para que
assimile a maneira como a banca vai lhe cobrar o conteúdo.
Ah, ao final, não deixe de avaliar esta aula! Preciso do seu retorno para continuar aprimo-
rando nossas aulas. Nos encontraremos novamente em nossa última aula, Essencial 80/20,
na qual lhe discuto o edital, provas anteriores e a banca específica para o seu concurso.
Abraços,
Professor Daniel!

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RESUMO

O Período 1930/1964: o Ceará durante o Estado Novo; Repercussões da Rede-


mocratização; “Indústria da Seca”: DNOCS e SUDENE

A Revolução de 1930: Crise de 1929; Tenentismo; Movimento Operário; Pôs fim ao domínio
oligárquico no Brasil, mas não no Ceará

Campos de Concentração no Ceará:


• Retirantes da seca.
• Sete campos em seis cidades.
• Doenças, falta de higiene.
• Exploração da mão de obra em obras públicas de Fortaleza.

O Ceará durante o Estado-Novo:


• Interventores: Governadores indicados por Getúlio Vargas.
• Liga Eleitoral Católica: Fascismo: latifundiários interioranos.
• Legião Cearense do Trabalho: Fascista. Severino Sombra. Após apoiar a Revolução Cons-
titucionalista de São Paulo em 1932, perde influência.
• Caldeirão 1932: Messianismo.
• Beato Zé Lourenço.
• Sítio Baixa Danta.
• Apoio de Padre Cícero, que morreu em 1936.
• 1936: Caldeirão é bombardeado e incendiado.
• Acordos de Washington: Apoio brasileiro aos Aliados na Segunda Guerra.
• Fortaleza: Base norte-americana.
• SEMTA: Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia: migração
nordestina para a Amazônia. Soldados da Borracha.

Repercussões da redemocratização:
• UDN: União Democrática Nacional: conservadora. Faustino Albuquerque. Primeiro gover-
nador do Ceará eleito com a redemocratização.
• Ceará: estado mais miserável do país.
• 1950: Governador Raul Barbosa > Banco do Nordeste do Brasil (1952), sede em Fortaleza.
Porto do Mucuripe. Usinas termoelétricas.
• 1958: Governador Parsifal Barroso: Açude de Orós. Banco do Estado do Ceará.

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“Indústria da seca”: DNOCS e SUDENE:


• Indústria da seca: Corrupção. Estratégia de alguns políticos que aproveitaram a tragédia
da seca na região nordeste do Brasil para ganho próprio.
• DNOCS (Departamento Nacional de Obras Contra as Secas): criado em 1909. Em 1919,
passou a ser chamado de IFOCS (Inspetoria Federal de Obras contra as Secas (IFOCS).
Novamente, DNOCS em 1945. Comissão do Vale do São Francisco (CVSF) e a Companhia
Hidro Elétrica do São Francisco (CHESF).
• SUDENE: 1959: Juscelino Kubitschek. Lei n. 3.692. Sede em Recife. Polígono das Secas.
Intervenção Estatal no Nordeste: Combate à seca. Corrupção: oligarquia agrária.

Os Governos Militares e o “Novo” Coronelismo:


• Virgílio Távora, Marcos César Cals, Adauto Bezerra: aliados e opositores entre si. “No-
vos” coronéis.
• Virgílio Távora: Ampliação do Porto do Mucuripe, transmissão da energia de Paulo Afonso.
Distrito Industrial de Maracanaú, BEC, a CODEC e da Companhia DOCAS do Ceará. Com
o AI-2, Virgílio aderiu à ARENA, e seu vice Figueiredo Correia ao MDB.
• Marcos César Cals: primeiro indicado pelo Governo Militar. Guerrilha do Araguaia.

A “modernização conservadora”:
• Regime Militar: Modernizar a economia desenvolvendo atividades industriais e agrícolas,
mas, mantendo a estrutura social. Objetiva o crescimento da produção agropecuária me-
diante a renovação tecnológica, sem que seja tocada ou grandemente alterada a estrutura
agrária (sem, por exemplo, uma reforma agrária).

A “nova” República: os “governos das mudanças”:


• Mudancismo: Discurso contra o coronelismo.
• Modernização da administração do Estado do Ceará.
• Governo das mudanças: Tasso Jereissati. Ciro Gomes.
• Neoliberalismo: atração de investimentos, diminuição do estado, investimento s em
educação.
• O Estado do Ceará se beneficiou também da guerra fiscal.
• Porto do Pecem, novo Aeroporto Internacional de Fortaleza, Açude Castanhão e o início
das obras do Metrofor. O terceiro “Governo das Mudanças” (1994-1997) se caracteriza
pela privatização de empresas estatais.

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MAPAS MENTAIS

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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA

001. (CESPE/CEBRASPE/PM-CE/SOLDADO/2012) Com relação à história do Ceará, julgue


os itens seguintes:
No Ceará, o predomínio das oligarquias na política local teve fim com a Revolução de 1930.

002. (IDECAN/PREFEITURA DE CONQUISTA/ASSISTENTE ADMINISTRATIVO EDUCACIO-


NAL/2016) “Em setembro de 1937, a ideia de uma ameaça comunista tornou-se cada vez
mais forte entre os membros do governo. O oficial integralista Olímpio Mourão Filho redigiu
um plano comunista detalhado para a tomada do governo no Brasil, tal plano era fictício e
simulava uma insurreição comunista para tomada do poder.” Esse plano foi:
a) Plano Verão.
b) Plano Cohen.
c) Plano Bresser.
d) Plano Marshall.

003. (CETREDE/PREFEITURA DE ICAPUÍ/PROFESSOR/HISTÓRIA/2021)


Sobre os Campos de Concentração no Estado do Ceará durante a seca de 1932, assinale (V),
para as afirmativas Verdadeiras, e (F) para as Falsas.

 (  ) O contingente de retirantes dos Campos de Concentração que não retornava para o
interior depois da passagem do período de estiagem contribuiu para o crescimento po-
pulacional e habitacional fora dos padrões impostos pelas elites de Fortaleza.
(  ) Os campos de concentração eram construídos perto de estações ferroviárias, tentando
atenuar a tensão e os conflitos nestes locais ao mesmo tempo em que tentavam impe-
dir a chegada de retirantes à capital.
 (  ) Os principais campos de concentração foram construídos próximos às Estradas de Fer-
ro de Baturité e de Sobral.
 (  ) Os retirantes dos campos de concentração eram empregados como mão de obra em
obras públicas e também nas indústrias de Fortaleza.

Marque a opção que indica a sequência correta:


a) F – F – V – V.
b) V – F – F – V.
c) V – V – V – F.
d) F – V – F – V.
e) V – V – V – V.

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004. (URCA/PREFEITURA DE CRATO/PROFESSOR-HISTÓRIA/2021) “[...] Ao assumir a condição


de beato [...] abraçou, também, um direcionamento político para a sua vida. Baixa Danta e
Caldeirão foram organizados a partir de sua liderança, baseada em três princípios: fraternida-
de, oração e trabalho. [...] Naquela ética de base cristã, o trabalho era a única forma de obter
o pão de cada dia, pois ninguém deveria viver às custas do trabalho alheio. Um homem não
poderia ficar rico explorando o semelhante. Era uma religiosidade não-capitalista.”
Lopes Ramos, Francisco R. Juazeiro e Caldeirão: espaços de sagrado e profano. In: Simone de Sousa; Ade-
laide Gonçalves... [et al]. Fortaleza: Edições Demócrito Rocha, 2007. (Adaptado)

Acerca das experiências do Caldeirão marque a opção correta:


a) Tratou-se de um movimento comunitário e político liderado e organizado por Antônio Con-
selheiro que de forma rápida ganhou seguidores em grande número e fundou um Arraial. Pelo
seu caráter comunitário, foi acusado de experiência comunista e foram atacados e destruídos
por forças legalistas.
b) Foi uma experiência organizada em meio as políticas públicas do Estado do Ceará para o
controle social sobre os retirantes durante os períodos de estiagem. Como o Caldeirão, outras
comunidades desse tipo foram realizadas em Quixeramobim, Crateús, Ipu e Senador Pompeu,
além de Fortaleza.
c) Representando um contraponto ao contexto vigente de individualismo capitalista e de desi-
gualdades sociais, o Caldeirão sob a liderança do Beato José Lourenço era organizado como
uma cooperativa de camponeses, tendo como orientação os princípios da solidariedade cristã.
d) Com objetivo eleitoreiros e econômicos, José Lourenço, integrante do Partido Operário Cea-
rense, organizou a comunidade do Caldeirão da Santa Cruz do Deserto para garantir o sistema
de votação pela política do voto de cabresto, mecanismo que deu base ao poder das oligarquias
durante o período inicial da República no Brasil.
e) De acordo com a imprensa da época, a experiência religiosa do Caldeirão da Santa Cruz do
Deserto, liderada pelo Beato José Lourenço tinha como objetivo a organização e o controle social,
garantindo o bem-estar e a ordem das populações que viviam no interior do Ceará. Dessa forma, o
Caldeirão era organizado como um campo de concentração, a exemplo de outros que havia no Ceará.

005. (FCC/CÂMARA DE FORTALEZA/REDATOR/2019) Durante a II Guerra Mundial, o governo


brasileiro implantou, no Ceará, o Serviço Especial de Mobilização dos Trabalhadores para a
Amazônia (SEMTA). Esse organismo foi:
a) Resultado da política de Getúlio Vargas, que, para evitar uma revolta popular decorrente da
calamidade social causada pela seca na região, criou frentes de trabalho na Amazônia visando
ao combate à fome e ao assistencialismo social permanente às famílias.
b) Implementado pelo governo norte-americano como parte do acordo de que os Estados Uni-
dos defenderiam o Brasil em caso de ataque inimigo, em troca da livre exploração da Amazônia
para sanar suas necessidades de guerra e de mercado.

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c) Responsável pelo recrutamento dos chamados “soldados da borracha”, para assegurar a ex-
tração de látex nos seringais da Amazônia e a exportação dessa matéria-prima para os Aliados,
por meio de acordos político-econômicos firmados entre Brasil e EUA.
d) Criado como parte dos Acordos de Washington, que estabeleceu compromissos entre o Brasil
e os países Aliados no sentido da cooperação militar e econômica para ocupar e desenvolver
a Amazônia, região de fronteiras porosas e vulnerável à invasão por parte dos países do Eixo.
e) Uma instituição de fachada, como exigia o contexto de guerra, que administrava as várias
bases militares no Ceará e em outros estados nordestinos, encarregadas de garantir o forneci-
mento de combustíveis e outros insumos para a indústria norte-americana.

006. (CPCON/UEPB/VESTIBULAR/GEOGRAFIA/2009) A política de combate às secas no


Nordeste remonta a época de D. Pedro II. Com o desenvolvimento industrial brasileiro, o Nor-
deste se configurou como uma região problema, periférica e deprimida, com vários problemas
econômicos e sociais que são históricos, além da herança de sua estrutura produtiva arcaica
que atravanca o seu desenvolvimento. Assinale com V ou com F as proposições, conforme
sejam respectivamente verdadeiras ou falsas em relação às políticas implantadas no Nordeste
com o objetivo de amenizar tais problemas.

 (  ) I – A construção de estradas pelo DNOCS teve uma importante contribuição na agiliza-
ção do socorro às vítimas das secas, no entanto, a construção de açudes em proprieda-
des particulares é ainda hoje motivo de críticas por ter proporcionado o favorecimento
das elites regionais que se utilizam da água para conseguir favorecimentos políticos.
 (  ) II – O surto industrial induzido pela SUDENE promoveu a modernização e o crescimento
econômico de alguns setores da economia nordestina, mas não foi capaz de reduzir os
desequilíbrios regionais a que se propunha.
 (  ) III – O socorro às populações atingidas pelas secas através das frentes de trabalho,
bem como outras medidas emergenciais empregadas pelo governo federal no “com-
bate à seca” foram instrumentos utilizados pelas elites e políticos nordestinos para
manter o “voto de cabresto” e outros privilégios, o que passou a ser conhecido como a
“indústria da seca”.
 (  ) IV – A redemocratização da sociedade brasileira permitiu que setores da sociedade civil
se organizassem e que trouxessem para o debate o questionamento sobre a ideia do
“combate à seca”, os quais afirmam que a seca não se combate, mas sim, que é uma
realidade na qual é necessário criar mecanismos de convivência. Neste sentido, várias
ONGS têm atuado para a implantação de políticas públicas que garantam a segurança
hídrica e alimentar e a convivência sustentável no semiárido nordestino.

A sequência correta das assertivas é:

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a) V, V, V, V.
b) V, F, V, F.
c) F, F, F, F.
d) V, V, V, F.
e) F, F, V, F.

007. (IMPARH/PREFEITURA DE FORTALEZA/ PROFESSOR SUBSTITUTO/HISTÓRIA/2017)


O período do Regime Militar (1964-1985) suscita sempre novos questionamentos, embora
muitos documentos ainda não estejam totalmente disponíveis, o assunto exige dos pesqui-
sadores e da sociedade brasileira acompanhamento dos novos fatos que surgem, porque são
do interesse da história do país.
No Ceará, politicamente três nomes comandaram o Estado durante o período: os coronéis
Adauto Bezerra, César Cals de Oliveira e Virgílio Távora.
Qual opção contém uma característica do governo de Virgílio Távora?
a) Com o discurso de desenvolvimento industrial para o Estado, Virgílio criou o Plano de Metas
Governamentais (Plameg), o Banco do Estado do Ceará (BEC), a Companhia das Docas e a
Secretaria de Planejamento (Seplan).
b) Rebelou-se contra o Golpe Militar por ter boas relações com o presidente João Goulart. Com
isso, foi deposto em 1966 e impedido de ocupar qualquer outro cargo público.
c) Criou o “Trem da Alegria”, que eram as nomeações de apadrinhados políticos sem concurso
público estadual. Ao contrário de seus aliados políticos, privou pela manutenção e fortalecimento
da economia agroexportadora no Ceará.
d) Ao final de seu governo, fez um grande acordo com os jovens empresários do Ceará e acabou
apoiando Tasso Jereissati para o Governo do Ceará e saiu candidato ao senado com o apoio
do Galego. Tasso venceu as eleições, mas Virgílio foi derrotado e se afastou da política local.

008. (FGV/IBGE/TECNOLOGISTA/ÁREA GEOGRAFIA/2016) A modernização conservadora,


empreendida pelo Estado brasileiro a partir do golpe de 1964, baseou-se em um projeto territorial
fundado no ideário da integração nacional e do Brasil potência. A integração da Amazônia foi
considerada prioridade máxima por razões de acumulação e legitimação. Entre as estratégias
do governo federal para a integração da Amazônia, durante o regime militar, destaca-se um
modelo de ocupação do território fundamentado no conceito de vantagens comparativas.
Com a menor disponibilidade de recursos após a crise de 1973, a estratégia governamental
se tornou mais seletiva, atuando não mais em uma escala macrorregional e sim sub-regional.
O Estado central viu-se obrigado a escolher áreas prioritárias para investimentos, ou seja,
aquelas com maior potencial de obtenção de benefícios imediatos. O modelo mostrou-se o
mais adequado para a organização do território proposta pelo Estado autoritário, uma vez que
os lugares privilegiados seriam capazes de interligar os circuitos nacionais e internacionais
de fluxos financeiros e de mercadorias.
Fonte: BECKER, B. e EGLER, C. Brasil: uma nova potência regional na economia-mundo. Rio de Janeiro: Ber-
trand Brasil, 1994 e MACHADO, L. O. A fronteira agrícola na Amazônia brasileira. Revista Brasileira de Geogra-
fia, v. 54, n. 2, 1992: 27-56. (Adaptado).

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A estratégia descrita no texto acima foi denominada:


a) Eixos de Integração.
b) Programa Calha Norte.
c) Projeto Brasil em Ação.
d) Polos de Desenvolvimento.
e) Projeto Integrado de Colonização.

009. (URCA/PREFEITURA DE CRATO/PROFESSOR/HISTÓRIA/2021) Acerca do autodeno-


minado “Governo das Mudanças” no Ceará marque a alternativa correta:
a) Apresentou-se como uma alternativa à corrupção e ao clientelismo típicos das políticas do
coronelismo e ao que foi tratado como inoperância da esquerda.
b) O autodenominado governo das mudanças apresentou um discurso que defendia a positivi-
dade das tradições, da gratidão e da lealdade política.
c) A primeira das gestões do Governo das Mudanças buscou consolidar o apoio da classe po-
lítica e de demais setores da sociedade cível.
d) O chamado Governo das Mudanças foi resultante dos debates realizados em espaços insti-
tucionalizados como o Departamento Nacional de Obras Contra as Secas - DENOCS e Superin-
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e) Com a total ineficiência administrativa demonstrada para a vida pública, os jovens empresá-
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QUESTÕES DE CONCURSO

010. (IMPARH/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROFESSOR SUBSTITUTO/HISTÓRIA/2018)


O estado do Ceará passou quase todo o século XX nas mãos dos coronéis, período chamado
de coronelismo. No entanto, em 1986, o então jovem candidato Tarso Jereissati ganhou as
eleições diretas para governador e marcou uma nova era de empresários na política. Seu slo-
gan “governo das mudanças” mexeu com a estrutura política do estado do Ceará. Com base
nesse contexto, analise as afirmativas seguintes.
I – Apesar de defender uma mudança na estrutura política do estado, seu governo manteve
as relações clientelistas e com o apoio dos coronéis municipais, garantindo uma boa aceita-
ção popular.
II – Tasso Jeressati vem de uma família tradicional mais ligada ao comércio e à indústria, tendo
formação acadêmica em administração; seu intuito foi de preparar o Ceará para a industrializa-
ção e o crescimento econômico do qual fazia parte.
III – Em termos reais, o governo Tasso Jereissati trouxe as mudanças de modernização neces-
sária para uma industrialização e o consequente desenvolvimento econômico, mas fortaleceu
ainda mais o poder dos empresários cearenses.
IV – No governo de Tasso, houve uma visível mudança no núcleo gestor no qual se deu abertura
para os técnicos atuarem, no sentido de um domínio de conhecimento nos setores, porém não
tirou o controle do governador.
V – A primeira campanha de Tasso Jereissati teve o maciço apoio das camadas médias, sindi-
catos e de coronéis que queriam participar do governo.
Estão corretas:
a) II, IV e V.
b) I, III e V.
c) II, III e IV.
d) I, II e IV.

011. (IMPARH/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROFESSOR SUBSTITUTO/HISTÓRIA/2018)


Eleito prefeito de Juazeiro do Norte em 1911, envolveu se na disputa com o presidente Her-
mes da Fonseca para manter a família Accioly no poder regional. Em 1912, por conta da dura
repressão a uma passeata de crianças a favor de Franco Rabelo, a intervenção federal baniu
Nogueira Accioly do meio político. Ainda no mesmo ano, o coronel Franco Rabelo foi nomeado
interventor federal, havendo eleição apenas para o cargo de vice-governador, para o qual foi
eleito, acumulando o cargo de intendente (administrador municipal) de Juazeiro do Norte.
Estamos nos referindo ao:
a) Padre Cícero/Sedição de Juazeiro.
b) Dragão do Mar/Abolição dos escravos no Ceará.
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c) Antônio Conselheiro/Canudos.
d) Beato José Lourenço/Sedição do Juazeiro.

012. (IMPARH/ PREFEITURA DE FORTALEZA/PROFESSOR SUBSTITUTO/HISTÓRIA/2017)


Figura de grande importância no Estado do Ceará durante o período Getulista, Francisco Me-
nezes Pimentel foi governador do Estado, eleito pela Liga Eleitoral Católica, de 1935 a 1937, e
interventor a mando de Getúlio de 1937 a 1945 no Ceará. Sobre o período, analise as assertivas.
I – Durante o governo de Menezes Pimentel, um amplo programa de criação de campos de con-
centração, em que os retirantes fossem induzidos a entrar e proibidos de sair, foi implementado
com total apoio da Interventoria Federal no Ceará. A fim de prevenir a “afluência tumultuária” de
retirantes famintos a Fortaleza, cinco campos localizavam-se nas proximidades das principais
vias de acesso à capital, atraindo os agricultores que perdiam suas colheitas e se viam à mercê
da caridade pública ou privada.
II – No governo de Menezes Pimentel, a Igreja Católica se fortalece no Ceará e, como conse-
quência, lojas maçônicas, centros espíritas e terreiros de candomblé foram fechados na capital
e no interior do Estado. Livrarias tiveram seus estoques revisados para a apreensão de livros e
revistas portadoras de ideias consideradas subversivas ou amorais.
III – Estimulou a ida de migrantes para o Norte do Brasil para que estes atuassem na Amazônia,
nos chamados exércitos da borracha. Foi no governo de Menezes Pimentel que foi inaugurada
a famosa Hospedaria Getúlio Vargas, criada para abrigar confortavelmente cerca de 1.200
pessoas e que tinha por finalidade oferecer pouso provisório, na travessia do Estado do Ceará
para a Região Norte.
São corretos:
a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e III.
d) I, II e III.

013. (IMPARH/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROFESSOR SUBSTITUTO/HISTÓRIA/2017)


Sobre o Caldeirão dos Jesuítas e a história do Ceará, marque V para as afirmativas verdadeiras
e F para as falsas.

 (  ) Foi um movimento político-messiânico, articulado inicialmente pelo Padre Cícero Ro-
mão Batista para garantir votos nas suas campanhas eleitorais na recém-criada Juazei-
ro do Norte.
 (  ) Liderados pelo negro paraibano conhecido como beato José Lourenço, os membros do
Caldeirão viviam em uma comunidade coletiva, onde a produção era dividida por todos
os membros.

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 (  ) As ideias do beato José Lourenço e a estruturação social do Caldeirão como comunida-
de, começou a atrair cada vez mais nordestinos de todos os estados, reduzindo a mão
de obra barata nas fazendas de algodão e açúcar, o que vai gerar uma forte reação por
parte dos latifundiários e da Igreja Católica.
(  ) A lenda do Boi Mansinho foi responsável pelo rompimento do beato José Lourenço e o
Padre Cícero Romão. Após esse rompimento, Padre Cícero autorizou a atuação forte do
exército e da polícia na destruição do Caldeirão.
(  ) Considerado pela elite cearense como um antro de “comunistas” e “fanáticos”, o Cal-
deirão do Deserto de Santa Cruz era na realidade apenas uma comunidade camponesa
com base na religiosidade popular e no igualitarismo, no sertão nordestino, na primeira
metade do século XX.

Está correta, de cima para baixo, a seguinte sequência:


a) F, F, V, V, V.
b) F, V, V, F, V.
c) V, V, F, F, F.
d) V, F, F, V, F.

014. (CESPE/CEBRASPE/PM-CE/ POLICIAL MILITAR PM/SOLDADO/2008) A colonização


do Brasil assentou-se, fundamentalmente, no latifúndio, na monocultura e no trabalho escravo.
Proclamada a Independência, não houve efetiva ruptura com o passado colonial. A abolição
da escravidão, por exemplo, somente se deu em fins do século XIX, ainda assim inconclusa.
A República Velha, nascida de um golpe de Estado, representou o domínio das oligarquias,
com forte exclusão social e processos políticos viciados. A Revolução de 1930 inaugurou a
Era Vargas e o início da modernização do país. Depois da ditadura do Estado Novo, o país
iniciou o processo de aprendizado democrático em meio a crises agudas, que culminaram
com o golpe de 1964. Após 21 anos de regime militar, restaurou-se a democracia, cujo grande
marco definidor é a Constituição de 1988.
Considerando as informações acima e os aspectos significativos da História do Brasil, jul-
gue o item:
Nas últimas décadas, a economia cearense tem procurado acompanhar o processo de moder-
nização econômica do país e se inserir na chamada globalização.

015. (CEV/URCA/2018/PREFEITURA DE MILAGRES–CE/PROFESSOR DE GEOGRAFIA/CON-


CURSO MILAGRES/2018) As cidades, quanto ao seu tamanho e importância, organizam-se
hierarquicamente, definindo suas áreas de influência. Sobre a temática de rede e hierarquia
do estado do Ceará assinale o item INCORRETO:

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a) Fortaleza está no topo da hierarquia urbana.


b) Uma importante caraterística da rede urbana cearense é a ausência de grandes cidades
abaixo da metrópole de Fortaleza.
c) O Crajubar, aglomerado urbano formado pelas cidades de Crato, Juazeiro do Norte, Missão
Velha e Barbalha, exerce importante papel no sul cearense.
d) No Vale do Acaraú, a porção noroeste do Ceará, é Sobral a cidade mais importante e que
reúne as melhores condições de vida urbana.
e) Iguatu, por sua localização geográfica privilegiada, exerce significativo papel na organização
do espaço cearense, consolidando-se como capital regional da porção centro-sul do Estado.

016. (CEV-URCA/PREFEITURA DE MILAGRES-CE/PROFESSOR DE GEOGRAFIA/2018) Con-


forme diversos autores, o uso inadequado dos recursos naturais gera uma série de problemas
ecológicos e sociais e, por sua vez, a degradação do meio ambiente no estado do Ceará. Sobre
esta temática assinale o item INCORRETO:
a) Dentre os recursos naturais mais atingidos destacam-se a vegetação, os solos e a água.
b) Nas áreas da depressão sertaneja, dominadas pelo clima semiárido, a cobertura vegetal,
constituída pela caatinga, vem sofrendo sucessivos desmatamentos e queimadas.
c) As condições de uso e ocupação têm gerado perdas irreversíveis dos solos.
d) O principal problema relacionado à degradação dos recursos hídricos é a poluição gerada
pelos esgotos domésticos, embora haja tratamento prévio antes de serem lançados nos cur-
sos d’água.
e) Nas áreas urbanizadas a pavimentação e a construção civil levam à impermeabilização dos
solos, provocando alterações no regime dos rios, causando enchentes cada vez mais frequentes.

017. (UECE-CEV/2018/SEDUC-CE/PROFESSOR/HISTÓRIA) Atente para o seguinte excerto


que se refere às razões que levaram à criação dos campos de concentração no Ceará em
1932: “(...) o “campo” era o último recurso, cheio de sofrimento e dor, que sua condição de
sem-terra tornava inevitável. Mas nestes anos eles aprenderam a se organizar em multidões
aparentemente disformes e sem controle, que levavam o medo às autoridades e aos comer-
ciantes de alimentos. O simples ajuntamento de retirantes já era suficiente para aterrorizar
as populações das cidades mais próximas às áreas secas”.
Fonte: CASTRO NEVES, Frederico de. Tragédia Oculta. in: Revista Nossa História. ano 1 n. 2 dez. 2003. Publi-
cação Editada pela Biblioteca Nacional, p.74.

O evento acima retratado se deu:


a) Como forma de tratar os sobreviventes do massacre da comunidade do Caldeirão da Santa
Cruz do Deserto, que foi liderada pelo beato José Lourenço.
b) Em função da grande epidemia de varíola que se abateu sobre o Ceará e ameaçou a capital
do estado, sendo contida pelas ações profiláticas promovidas por Rodolfo Teófilo.

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c) Como estratégia governamental para conter o fluxo de flagelados que rumavam às principais
cidades cearenses em virtude da seca iniciada em 1930.
d) Devido à necessidade de conter os fluxos migratórios de cearenses para outras regiões do
país, como o Sudeste, o que causaria a falência da economia local por falta de mão de obra.

018. (FCC/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/REDATOR/2018) Considere o trecho a seguir.


Neste regime, […] a verdadeira força política, que no apertado unitarismo do Império residia no
poder central, deslocou-se para os Estados. A política dos Estados, isto é, a política que fortifica
os vínculos de harmonia entre os Estados e a União é, pois, na sua essência, a política nacional.
(SALES, Campos. Mensagem de 3 de maio de 1902. In: ____. Manifestos e mensagens. São Paulo: Fundap/
Imprensa Oficial, 2007, p. 202)

O trecho acima revela uma estratégia política do Presidente Campos Sales, no começo da repú-
blica brasileira, para pacificar as facções regionais e organizar sua relação com o poder central.
Essa estratégia ficou conhecida na historiografia como Política:
a) Das Salvações.
b) Do Café com Leite.
c) Dos Governadores.
d) Da Boa Vizinhança.
e) Da Espada.

019. (INÉDITA/2022) Um dos fatores que mais contribuíram para o agravamento da situação
das pessoas atingidas pelos períodos de seca no Brasil foi o uso privado, por parte de políticos
locais, de verbas do Governo Federal destinadas à construção de poços e açudes públicos.
Esse fenômeno ficou conhecido como:
a) Indústria da água.
b) Transposição do Rio São Francisco.
c) Água para todos.
d) Política do açude.
e) Indústria da seca.

020. (UFPE) Considere os seguintes textos:


I – “As estradas que levam aos portos de Mossoró Areia Branca e Macau estão cheias de reti-
rantes, que vão se arrastando, fugindo do calvário da sua miséria, havendo, entre esses, muitas
vítimas que caem inanimadas por não suportarem as fadigas e a duração da viagem.”
(Jornal “A República”, Rio Grande do Norte, setembro de 1903.)

II – “Metade dos municípios do Nordeste - 51,7% - está em situação emergencial por causa da
seca. São 8,7 milhões de pessoas nessas áreas em estado crítico, segundo relatório da Secre-
taria Nacional da Defesa Civil.”
(Jornal “Folha de São Paulo”, novembro de 1992.)

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A leitura dos dois textos e seus conhecimentos sobre a realidade nordestina permitem afirmar que:
a) O agravamento da seca no Nordeste é cíclico e as pesquisas federais revelam que o problema
se limita à irregularidade das chuvas e vem sendo reduzido ano a ano.
b) No início do século os problemas relacionados à seca eram muito mais graves, pois não havia
ainda a ajuda governamental e a concentração das terras era muito grande.
c) A perpetuação do problema da falta de água no Nordeste tem a dupla finalidade de preservar
o clientelismo e mascarar um grande problema da Região que é a má distribuição das terras.
d) O número crescente de áreas irrigadas tem permitido hoje evitar o êxodo forçado do sertanejo,
como acontecia com maior frequência no início do século.
e) Atualmente, o problema das secas é enfrentado com muito mais seriedade que no início do
século, sendo prova disto a distribuição de “cestas básicas” e a perfuração de poços nas zonas
mais afetadas.

021. (INÉDITA/2022) Uma das medidas desenvolvidas pelo governo do Ceará, no contexto
da grande seca de 1915, foi:
a) A criação de campos de concentração para recolher os flagelados pela seca.
b) O extermínio em massa daqueles que foram atingidos pela seca.
c) A criação de um vasto sistema de poços artesianos em todas as cidades do estado.
d) Realização de m Congresso Internacional sobre a Seca.
e) A transposição dos rios próximos às regiões mais afetadas pela seca.

022. (COPS-UEL/SANEPAR/ADVOGADO/2008) Embora possuindo consideráveis recursos


hídricos, algumas regiões do Brasil, como o Nordeste, continuam a enfrentar o problema da
seca, mesmo com a existência, naquela parte do país, do Rio São Francisco. Superar esse
problema é um desafio frequentemente lançado pelos diversos governos federais do país,
mas, a inoperância das respostas tem sido favorecida pela persistência de situação traduzida
pela expressão “a indústria da seca”.
Com base no enunciado e nos conhecimentos sobre o tema indústria da seca, assinale a alter-
nativa correta:
a) Para findar com a “indústria da seca” o Governo Federal está tentando criar um órgão novo,
a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste -Sudene, financiada basicamente com os
recursos das regiões mais ricas do país que vivenciaram o mesmo problema.
b) A seca é um fenômeno natural e típico do Nordeste, razão pela qual é sem sentido se falar
em “indústria da seca”, sobretudo, neste momento em que várias indústrias, saídas da Região
Sul do país, estão se implantando naquela região.
c) Em razão de seu clima de temperaturas elevadas, a Região Nordeste atraiu, nas últimas
décadas, empresas ligadas ao setor de refrigeradores, ventiladores e climatizadores, desenvol-
vendo-se, ali, um novo polo industrial denominado “indústria da seca”.

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d) A base da existência da “indústria da seca” é a prática adotada por grupos políticos e


econômicos que se utilizam do fenômeno da aridez de regiões do nordeste para angariarem
recursos públicos e aplicá-los, privadamente, em detrimento do desenvolvimento regional e
autossustentável.
e) Na prática, a existência de uma suposta “indústria da seca” tem sido o argumento de base
para que trabalhadores do Nordeste encontrem justificativas para deixar aquela região, vindo
para o Sul em busca de outras oportunidades de vida e de emprego.

023. Responda à questão com base no texto apresentado a seguir.

“A seca ocasiona no Nordeste o colapso parcial ou total do sistema produtivo rural, dificulta o
abastecimento da população do semiárido quanto à água e aos gêneros alimentícios de primeira
necessidade e aumenta o desemprego na agricultura. A combinação desses fatores provoca
o empobrecimento generalizado, o desemprego de muitos, a pressão junto às autoridades, a
invasão de cidades, a migração forçada e a INDÚSTRIA DAS SECAS”.
Considerando na área do Sertão, a existência de apenas dois agentes sociais: de um lado, as
famílias dos trabalhadores e de outro, os grandes proprietários e chefes políticos nordestinos,
pode-se afirmar que:
a) O significado da “indústria da seca” retrata bem a situação, a seca existe não pela quantidade
de chuvas registrada durante o ano, mas pela regularidade de sua presença, e todos empobre-
cem nas estiagens prolongadas.
b) Apenas o pobre sofre porque não tem reservas para os meses de estiagem, mas há sempre
medidas governamentais que auxiliam os flagelados, impedindo-os de passar fome ou de migrar
para outras regiões.
c) O texto exagera, porque a seca como é apregoada não existe, pois há áreas do mundo onde
chove menos do que no Nordeste, e as pessoas não passam fome, portanto, outros fatores
respondem pelas condições do Sertão.

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d) O texto apresenta as consequências da seca no Sertão, onde os mais pobres perdem e os


mais ricos aumentam suas terras e recebem verbas emergenciais dos governos, que não che-
gam ao homem realmente necessitado.
e) Os dois sofrem com a seca, embora de formas diferentes, e os mais ricos só conseguem
ganhar em épocas de chuvas.

024. (UFF/2008) “Os fatores de conservação transformaram o semiárido em uma região apa-
rentemente sem história, dada a permanência e imutabilidade dos problemas. Como se com o
decorrer das décadas nada tivesse se alterado e o presente fosse um eterno passado. A cada
seca, e mesmo no intervalo entre uma e outra, milhares de nordestinos foram abandonando a
região. Sem esperança de mudar a história das suas cidades, buscaram em outras paragens
a solução para a sobrevivência das suas famílias. Foi nos sertões que permaneceu inalterado
o poder pessoal dos coronéis, petrificado durante o populismo e pela migração de milhões
de nordestinos para o Sul”.
Fonte: (VILLA, Marco Antônio. Vida e morte no sertão: história das secas no Nordeste nos séculos XIX e XX.
São Paulo: Ática, 2000, p. 252).

Com base no trecho acima, é possível concluir que:


a) A grande evasão das populações do Nordeste em direção à região Sudeste resultou no “boom”
da borracha ocorrido na década de 1970.
b) As secas nordestinas não podem ser historicamente explicadas, já que decorrem de fenô-
menos estritamente geográficos.
c) A “indústria da seca” no Nordeste beneficiou diretamente as grandes capitais da região, es-
timulando sua industrialização em inícios do século XX.
d) As secas do Nordeste, resultando na multiplicação de fortes correntes migratórias, transfor-
maram o homem nordestino em sinônimo exclusivo de flagelado.
e) A grande mobilidade dos nordestinos, mais que uma decorrência das secas, foi fruto de um
sistema de dominação baseada na propriedade da terra que marginalizava homens livres e pobres.

025. (UFRJ) A seca nordestina é um problema antigo e mal resolvido. A ineficiência oficial
na solução do caso, implica inclusive na utilização pela opinião pública de expressões como
“indústria da seca”, de cunho nitidamente crítico e desconfiado mesmo, do destino que tem
recebido os recursos públicos aplicados nessa questão regional.
Com base no que tem sido publicado sobre esse problema e com ajuda do texto, pode-se
concluir que:
a) O fenômeno da seca vem sendo politicamente explorado.
b) A seca nordestina, climaticamente inexiste.
c) A seca tem contribuído para a indústria nordestina.
d) Há recursos públicos na indústria de combate à seca.
e) A indústria regional é pública, e a seca é do interesse privado.
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026. (CESPE/SEDUC-CE/ PROFESSOR PLENO I-HISTÓRIA/2013) A política econômica de


Juscelino Kubitschek foi definida por um programa de metas, mediante o qual:
a) Se repudiou a vinda de capitais estrangeiros, que foram explicitamente rechaçados.
b) Se buscou proteger a classe trabalhadora, inclusive por meio da aprovação da Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT).
c) Se criou a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), destinada a promo-
ver o progresso dessa região.
d) Se construiu a usina de Itaipu, a qual abasteceria o crescente polo automobilístico de São Paulo.
e) Se iniciou a construção da ferrovia Norte-Sul, a qual integraria as diversas regiões do país.

027. (FUNDATEC/CRQ-5ª REGIÃO (RS)/AUXILIAR ADMINISTRATIVO I/2017) Nasceu no


Ceará, mas mudou-se para o Rio de Janeiro ainda menina, fugindo com a família da seca que
assolava a região. Com apenas vinte anos, publicou seu primeiro romance, o qual retratava a
triste realidade dos retirantes nordestinos. Assim, projetou-se muito jovem na vida literária do
país, escrevendo romances de cunho social e dramático, expondo a fome, a miséria e a seca.
Com sua obra de estreia, foi agraciada com o Prêmio da Fundação Graça Aranha e, durante
toda sua vida, receberia ainda diversos outros, como o Prêmio Luís de Camões e a Medalha
Rio Branco, do Itamarati. Durante o governo de Getúlio Vargas, foi presa sob a acusação de
ser comunista, tendo seus livros queimados em praça pública. Em 1977, tornou-se a primei-
ra mulher a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. A que importante autora
brasileira o texto acima se refere?
a) Clarice Lispector.
b) Cecília Meireles.
c) Cora Coralina.
d) Rachel de Queiroz.
e) Adélia Prado.

028. (IF-BA/ALUNO/2015) Leia com atenção o texto sobre República Velha (1889-1930) e,
em seguida, assinale a alternativa correta sobre esse período:
A República Velha é dividida em dois momentos: a República da Espada e a República Oligárqui-
ca. A República da Espada abrange os governos dos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano
Peixoto. Foi durante a República da Espada que foi outorgada a Constituição que iria nortear as
ações institucionais durante a Primeira República. Além disso, o período foi marcado por crises
econômicas, como a do Encilhamento, e por conflitos entre as elites brasileiras, como a Revolução
Federalista e a Revolta da Armada. A República Oligárquica foi marcada pelo controle político
exercido sobre o Governo Federal, pela oligarquia cafeeira paulista e pela elite rural mineira,
na conhecida “política do café com leite”. Foi nesse período, ainda, que se desenvolveu, mais
fortemente, o coronelismo, garantindo poder político regional às diversas elites locais do país.
Fonte: Disponível em: <www.brasilescola.com>. Acesso em: 23 set. 2015. (Adaptado).

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a) A República Velha foi marcada, politicamente, pelo Voto de Cabresto, que consistia no voto
livre apenas para os homens.
b) Durante esse período, ocorreram movimentos que pediam a volta da monarquia, como o
acontecido em Canudos-BA, liderado por Antônio Conselheiro.
c) As revoltas e os movimentos ocorridos na República Velha, como o Contestado, Canudos,
Chibata e Cangaço, nasceram de classes populares, que não eram assistidas ou privilegiadas
pelo poder público
d) Com a Proclamação da República no Brasil, houve a separação entre a Igreja Católica e o Es-
tado, permitindo, assim, o reconhecimento do casamento civil, o que foi duramente contestado
pelo Padre Cícero Romão, no Ceará.
e) A Política do Café com Leite garantia a manutenção do poder político nacional entre os
estados de São Paulo e Minas Gerais, sendo contestado na Região Nordeste pelos bandos de
Cangaceiros, sendo o de Lampião o mais famoso.

029. (VUNESP/PM/PE/SOLDADO/2017) O chamado Plano Cohen (1937) foi um pretexto


utilizado para:
a) Impedir que Armando Sales Oliveira assumisse a Presidência da República.
b) Afastar da vida pública a corrente de opinião liderada por Plínio Salgado.
c) Gerar uma instabilidade política que levasse as oligarquias tradicionais ao governo.
d) Acabar com as críticas dos “tenentes” ao imperialismo anglo-americano.
e) Justificar um golpe que garantisse a permanência de Vargas no poder.

030. (VUNESP/PM-SP/SOLDADO/2014) A Revolução de 1930 promoveu transformações sig-


nificativas na história do Brasil. Sobre a Revolução de 1930, pode-se afirmar corretamente que:
a) Resultou de disputas por terras entre camponeses e pecuaristas no nordeste brasileiro.
b) Propiciou o restabelecimento de relações diplomáticas com os Estados Unidos da América.
c) Representou os grupos sociais interessados em elaborar uma nova Constituição.
d) Originou o período da história brasileira conhecido como a Era Vargas.
e) Foi financiada com recursos oriundos da economia da cana de açúcar.

031. (VUNESP/PM-SP/SOLDADO/2011) Na economia, a Era Vargas, principalmente durante


o Estado Novo, foi marcada:
a) Pelo sucesso da reforma agrária e fiscal.
b) Pela ampla abertura às importações.
c) Pela prioridade à agricultura de subsistência.
d) Por medidas nacionalistas e intervencionistas.
e) Pelo abandono do setor urbano-industrial.

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032. (INÉDITA/2022) Movimento com características messiânicas no interior do Ceará:


a) Farroupilha.
b) Canudos.
c) Confederação do Equador.
d) Caldeirão.
e) Sabinada.

033. (INÉDITA/2022) Na hіѕtórіа rесеntе, fоі о gоvеrnаdоr, que utіlіzаndо de uma роlítіса
аgrеѕѕіvа, mоdеrnіzоu а есоnоmіа сеаrеnѕе:
a) Gоnzаgа Моtа.
b) Таѕѕо Јеrеіѕѕаtі.
c) Lúсіо Аlсântаrа.
d) Vіrgílіо Тávоrа.
e) Јurасі Маgаlhãеѕ.

034. (UECE/2021) O período marcado pelo governo de Interventores Federais no Ceará,


instituído pelo governo de Getúlio Vargas, mas que perdurou por algum tempo após o fim da
ditadura varguista do Estado Novo, estendeu-se de 13 de junho de 1931 até 1º de março de
1947. Nesse período, o estado do Ceará teve um governante eleito por voto universal entre 25
de maio de 1935 e 10 de novembro de 1937. Caracterizado como uma época de disputa entre
o PSD e a LEC, parte dele é também marcada por autoritarismo, violência e conservadorismo.
Considerando o período acima descrito, assinale a opção que NÃO corresponde ao nome de
um interventor federal no governo do estado do Ceará:
a) Manoel do Nascimento Fernandes Távora.
b) Roberto Carlos Vasco Carneiro de Mendonça.
c) Paulo Sarasate Ferreira Lopes.
d) Francisco de Menezes Pimentel.

035. (PREFEITURA MUNICIPAL DE CRATO/PROFESSOR DE MATEMÁTICA/2021) Após


a redemocratização, o Ceará rompe com o ciclo dos “coronéis” na condução do Estado, ini-
ciando um novo ciclo político com as eleições de 1986. O governador eleito, em 1986, com
o voto popular, foi:
a) Tasso Jereissati.
b) Lúcio Alcântara.
c) Gonzaga Mota.
d) Ciro Gomes.
e) Beni Veras.

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036. (PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA/PROFESSOR-GEOGRAFIA/2021) O clima


é fator determinante das condições ambientais possuindo influências diretas sobre o regime
e disponibilidade de recursos hídricos superficiais e subterrâneos. Assinale a opção que cita
o tipo de clima predominante no estado do Ceará:
a) Tropical Atlântico.
b) Semiárido.
c) Equatorial.
d) Tropical de Altitude.

037. (PREFEITURA MUNICIPAL DE BAURU/MÉDICO RADIOLOGISTA/2021) “Dentre todos os


espaços organizados por José Lourenço, o de maior visibilidade perante “contemporâneos”
e “remanescentes” é o Caldeirão. O Caldeirão foi uma “comunidade” camponesa, que existiu
durante 10 anos, onde habitaram aproximadamente 1.700 pessoas. No início, era um pequeno
grupo sob a liderança do Beato, em torno da devoção à Santa Cruz. Possuía um sistema de
produção e distribuição de bens básicos (víveres, instrumentos, oportunidades de trabalho,
moradia e “alimento para o espírito”) com características de autogestão: “tudo era de todos”,
e, pressupõe-se, de acordo com entrevistas realizadas com “remanescentes”, que não havia
distinção entre dirigentes e executantes do processo de produção”.
Fonte: CORDEIRO, Domingos Sávio de Almeida. Um Beato líder: Narrativas memoráveis do Caldeirão. p. 43.
Imprensa Universitária - UFC, Fortaleza, 2004.

O trecho acima aborda sobre um período da história do Cariri que deixou marcas profundas:
I – José Lourenço Gomes da Silva veio a Juazeiro em busca do padre Cícero, com o intuito
de resolver seus problemas, com o passar do tempo, estes se tornaram discípulo e mestre,
respectivamente.
II – A comunidade do Caldeirão foi destruída por forças militares estaduais em setembro de
1936, sendo uma parte da população presa.
III – No Sítio Baixa Dantas, o beato José Lourenço instaurou o culto ao “boi mansinho”, o que
levou autoridades políticas e policiais da época a intervir e destruir a comunidade.
IV – O Caldeirão foi a mais importante “comunidade” organizada e liderada pelo beato
José Lourenço.
Entre essas afirmativas, estão incorretas:
a) Apenas a I.
b) Apenas a II.
c) Apenas a III.
d) I, III, IV.
e) II, III, IV.

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038. (PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA/INSPETOR DE ALUNOS/2020)


“O Ceará chegou nesta quinta-feira (27.02.2020) ao 10º dia seguido de paralisação de parte da
Polícia Militar com três batalhões e uma base policial ainda fechados. Para tentar solucionar
o motim, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE), Erinaldo Dantas,
solicitou ao representante dos policiais amotinados uma lista de reivindicações para que seja
apresentada ao governo do Ceará”.
Fonte: G1. Disponível em: https://glo.bo/39cDjBK. Acesso em: 18 jul. 2020. Adaptado)

Os policiais militares cearenses reivindicavam:


a) O recolhimento das tropas do Exército que atuavam nas ruas de Fortaleza.
b) Melhores condições de trabalho com armas mais modernas e coletes à prova de bala.
c) Fim da operação de Garantia da Lei e da Ordem no Estado, determinada por Sérgio Moro.
d) Aumento salarial acima do proposto pelo governador Camilo Santana.
e) Fechamento de presídios federais construídos para receber presos ligados ao PCC e ao CV.

039. (PREFEITURA MUNICIPAL DE JUAZEIRO DO NORTE/ENFERMEIRO INFECTOLOGIS-


TA/2019) Sobre a estimativa da população em 2018 que foi divulgada pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), Fortaleza destacou-se como a 6ª Região Metropolitana
mais populosa do Brasil, com 4.074.730 milhões de habitantes. A líder da lista é São Paulo
com 21.571.281 milhões. Fortaleza tem a maior Região Metropolitana do Nordeste à frente
de Recife (PE) e Salvador (BA).
Segundo o texto, a Cidade de Fortaleza é uma das maiores cidades, em população, do Brasil.
Neste quesito, quais fatores demográficos podem ser associados?
a) Proximidade do litoral, favorecendo o maior aproveitamento da cidade devido aos ventos e
à pluviometria.
b) A forte migração do século XX, resultante principalmente da rápida urbanização e do êxodo rural.
c) Pela industrialização e a urbanização rápidas que favorecera maior número de empregos na
RMF para populações que possuíam exclusivamente ensinos mais avançados.
d) Pela RMF ser uma das metrópoles mais avançadas do planeta, sendo, assim, atrator de vários
migrantes de vários países.
e) Pelas políticas públicas que obrigavam vários interioranos a morarem em Fortaleza.

040. (SECULT-CE/ANALISTA DE CULTURA/2018) A história política, econômica e so-


cial do Ceará:
a) Configura-se a partir da ocupação pioneira e prolongada dos holandeses que constituíram
um núcleo urbano desenvolvido, que, depois, originaria a cidade de Fortaleza.
b) É marcada por confrontos entre oligarquias que disputavam a terra e o controle político.

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c) Tem como base principal a monocultura voltada para o mercado exterior, primeiro com a
cana de açúcar e em seguida com a carne de charque e algodão.
d) Se inicia com a ocupação do território a partir do Piauí e do Maranhão: os caminhos de dentro
e de fora, segundo Capistrano de Abreu.

041. (FGV/SME-SP/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO-HISTÓRIA/ 2016)


“Comecemos pela expressão ‘República Oligárquica’. Oligarquia é uma palavra grega que
significa governo de poucas pessoas, pertencentes a uma classe ou família. De fato, embora
a aparência de organização do país fosse liberal, na prática o poder foi controlado por um
reduzido grupo de políticos em cada Estado.”
Fonte: FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1995, p. 61.

Assinale a opção que caracteriza corretamente um dos mecanismos próprios da ordem oligár-
quica brasileira na Primeira República:
a) Com a política dos governadores, o governo estadual passou a sustentar os grupos domi-
nantes em cada estado, em troca de apoio eleitoral para o Executivo federal.
b) Com a aliança entre Minas Gerais e Rio de Janeiro, detentores das maiores bancadas no
Congresso no período, as oligarquias do Centro-Sul garantiram o controle do Executivo e do
Legislativo federais.
c) Com o coronelismo, controlou-se o eleitorado no campo, incorporado ao processo político
pelo fim do critério censitário, e garantiu-se a hegemonia das oligarquias rurais regionais, inter-
ferindo no processo eleitoral.
d) Com a criação de um novo ator político (os governadores, eleitos a partir das máquinas
estaduais), os estados aprofundaram o federalismo e combateram o coronelismo, visto como
sobrevivência arcaica da ordem imperial.
e) Com o pacto federativo, acirraram-se as hostilidades existentes entre Executivo e Legislativo,
criando a disputa entre São Paulo e Minas Gerais pela presidência da república.

042. (FGV/SEDUC-AM/PROFESSOR-HISTÓRIA/2014) Leia o trecho de notícia a seguir, a


respeito da produção de látex no Mato Grosso.
“Os produtores de borracha do Mato Grosso estão preocupados com a queda do preço neste
mercado. O resultado direto disso é a diminuição da mão de obra no campo. A baixa nos preços
acontece por causa do aumento da produção de látex nos países do Sudeste Asiático. (...) Na
safra passada, em média, o quilo de borracha era vendido a R$ 3,20. Já nesta safra, o valor do
quilo não passou de R$ 2. (...)”
Fonte: GLOBO RURAL. Produtores de borracha do MT estão preocupados com a queda do preço. 06 jul. 2014.)

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Durante a Primeira República (1889-1930) brasileira, um “surto da borracha” foi afetado tam-
bém pela concorrência da produção de látex em países do Sudeste Asiático que, à época, eram
­colônias de potências europeias. A região brasileira cuja economia foi mais abalada pela queda de
preços da borracha no mercado internacional, durante as primeiras décadas do século XX, foi a:
a) Mato-grossense.
b) Fluminense.
c) Nordestina.
d) Amazônica.
e) Gaúcha.

043. (FGV/SME-SP/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO-HISTÓRIA/2016)


Com relação ao quadro geral das relações sociais características da Primeira República, as-
sinale V para a afirmação verdadeira e F para a falsa.

 (  ) I – A organização do movimento operário em torno dos ideais anarquistas, em cidades


como Rio de Janeiro e São Paulo, teve como efeito a aprovação de uma legislação
trabalhista mínima, que garantia jornada de oito horas semanais e férias remuneradas.
 (  ) II – Os movimentos sociais como Canudos, na Bahia, e Contestado, em Santa Catarina,
resultaram da combinação de conteúdo religioso e carência social, na medida em que
seus líderes pregavam ideais ascéticos de vida combinados com o desprendimento de
bens materiais como a posse da terra.
 (  ) III – O clientelismo representou a forma geral das relações sociopolíticas na Primeira
República, tendo como exemplo a influência dos coronéis, que eram a base local de
poder no âmbito dos municípios.

As afirmativas são, respectivamente:


a) F, V e F.
b) F, V e V.
c) V, F e F.
d) V, V e F.
e) F, F e V.

044. (FGV/SEDUC-AM/PROFESSOR-HISTÓRIA/2014) Observe a imagem a seguir, que re-


produz a capa de um cordel divulgado em 2010:

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(Mangueira, Hailton. Parnamirim: trampolim da vitória. [on-line], jun. 2010. Cordel Cultura Popular, 94))

Durante a 2ª Guerra Mundial, o envio de tropas dos Estados Unidos da América para o Teatro
de Operações foi viabilizado por meio de intensa negociação diplomática com os países lati-
no-americanos, no bojo da “Política da Boa Vizinhança” do governo de F. D. Roosevelt. Nesse
contexto, a aliança com o Brasil teve importância estratégica.
A partir da interpretação da xilogravura de Sebastião Palhares, conclui-se que a expressão
“Trampolim da Vitória”, difundida na década de 1940, refere-se ao:
a) Nordeste brasileiro, que era o território americano mais próximo da África.
b) Golfo da Guiné, cujos laços com o Brasil ganhavam força desde o período colonial.
c) Atlântico Sul, cenário de torpedeamentos por submarinos alemães bombardeados do céu.
d) Litoral da África Ocidental, de onde os aviões norte- americanos decolavam rumo à Europa.
e) Sul dos Estados Unidos da América, que forneceu o maior contingente de soldados para o front.

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045. (FGV/SEDUC-AM/PROFESSOR-CICLO REGULAR/ 2014)

(http://www.rondoniaovivo.com/noticias)

O cartaz acima foi produzido pelo Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado Novo
(1937-1945), convocando brasileiros para trabalhar nos seringais amazônicos. As opções a
seguir caracterizam o contexto histórico dessa propaganda, à exceção de uma. Assinale-a:
a) A presença de soldados protegendo a costa brasileira informa, implicitamente, a função dos
trabalhadores dos seringais como “soldados da borracha”.
b) A expressão “Cada um no seu lugar!”, exaltava a participação da população ameríndia ama-
zônica como a principal mão de obra do “front” da borracha.
c) Documenta o engajamento do estado novo que incentivava o extrativismo do látex, concre-
tizado nas campanhas publicitárias que buscavam mobilizar mão de obra para os seringais.
d) A frase “Brasil para a Vitória” indicava que o Brasil se comprometia a aumentar a produção
da borracha amazônica e fornecê-la à indústria bélica dos Estados Unidos.
e) O incentivo à produção da borracha amazônica para compensar o bloqueio dos mercados
asiáticos pela presença japonesa.

046. (CESPE-PM/AL/SOLDADO/2012) No período compreendido entre os anos de 1889 e


1930, vigeu no Brasil a Primeira República, cujo colapso foi oficializado pela Revolução de
1930, a qual deu origem à Era Vargas (1930-1945). O regime republicano instituído no Brasil,
surgido de um golpe de Estado protagonizado por militares do Exército, foi caracterizado por
muitos como a negação do próprio conceito de República. Entre os aspectos mais caracte-
rísticos dessa primeira etapa da República brasileira, incluem-se:

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a) A facilidade de acesso à educação formal e o reduzido número de analfabetos.


b) A redução drástica do poder decisório das oligarquias estaduais e o surgimento de novos
partidos políticos.
c) O voto a descoberto — um direito exclusivo de homens — e as recorrentes fraudes eleitorais.
d) A inexistência de manifestações políticas do segmento militar e o surgimento dos primeiros
sindicatos.
e) A acentuada participação da sociedade no processo político e a redução das desigualda-
des sociais.

047. (FGV/VESTIBULAR/2009) “O Plano Collor foi o mais violento ato de intervenção estatal
na economia brasileira, na segunda metade do século. No entanto, ao estrangular a inflação,
ele abriu as portas para uma ampla liberalização”. (Jayme Brener, “Jornal do século XX”)
Sobre esse plano, inserido em uma ordem neoliberal, é correto afirmar que:
a) Se pautou pela ampliação do meio circulante, por meio do aumento dos salários e das apo-
sentadorias; liquidou empresas públicas e de economia mista que geravam prejuízo; estabeleceu
uma política fiscal de proteção à indústria nacional.
b) Criou um imposto compulsório sobre os investimentos especulativos para o financiamento da
infraestrutura industrial; liberou a importação dos insumos industriais e restringiu a importação
de bens de consumo não-duráveis.
c) Se estabeleceu uma nova política cambial, com um controle mais rígido realizado pelo Banco
Central; demissão em massa de funcionários públicos concursados; aumentou a renda tributária
por meio da criação do Imposto sobre Valor Agregado.
d) Objetivou a privatização de empresas estatais; diminuiu as restrições à presença do capital
estrangeiro no Brasil; gerou a ampliação das importações e eliminaram-se subsídios, especial-
mente das tarifas públicas.
e) Aumentou a liberdade sindical com uma ampla reforma na CLT e revogou a opressiva Lei de
Greve; recriou empresas estatais ligadas à exploração e refino de petróleo; congelou os capitais
especulativos dos bancos e dos investidores estrangeiros.

048. (FGV/SEDUC-AM/PROFESSOR-HISTÓRIA-2014) As analogias entre o fenômeno do


caudilhismo latino-americano no século XIX e o coronelismo brasileiro durante a Primeira
República (1889-1930) são recorrentes na literatura histórica especializada.
Assinale a opção que apresenta uma característica comum entre os dois fenômenos, que con-
fere sentido e coerência à comparação:
a) Defesa do liberalismo político.
b) Predominância em grandes centros urbanos.
c) Controle do eleitorado local pelo líder político.
d) Reforço das instâncias formais de representação política.
e) Recurso à violência como instrumento prioritário de cooptação.

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049. (CESPE/IEMA/ADVOGADO/2007) Julgue: A globalização caracteriza o atual estágio da


economia mundial, marcado pela ampliação dos mercados.

050. (PREFEITURA DE FORTALEZA/SEPOG/PROFESSOR SUBSTITUTO/HISTÓRIA-2018) A


estiagem forçou mais de cem mil sertanejos a migrarem para a capital em busca de auxílio - a
cidade em 1877, note-se, possuía aproximadamente trinta mil habitantes!
Fonte: FARIAS, Airton de; BRUNO, Artur. Fortaleza uma breve história, p.80.

No final do século XIX para o XX, o estado sofreu várias secas que ficaram marcadas na his-
tória e na vida dos cearenses. Como a capital estava se urbanizando, as medidas de combate
às secas tiveram uma relação mais direta com a remodelação de Fortaleza. Estamos falando,
entre outras medidas:
a) Da arrecadação de donativos para os retirantes para que pudessem voltar para suas cidades.
b) Da construção de campos de concentração para que ficassem num só lugar.
c) Das frentes de serviços nas quais os retirantes eram utilizados nas construções de equipa-
mentos urbanos.
d) Das quermesses feitas pela Igreja para a distribuição de alimentos para os retirantes.

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GABARITO

1. e 36. b
2. b 37. c
3. e 38. d
4. c 39. b
5. c 40. b
6. a 41. c
7. a 42. d
8. d 43. e
9. a 44. a
10. c 45. b
11. a 46. c
12. d 47. d
13. b 48. c
14. C 49. C
15. c 50. c
16. d
17. c
18. c
19. e
20. c
21. a
22. d
23. d
24. e
25. a
26. c
27. e
28. c
29. e
30. d
31. d
32. d
33. b
34. c
35. a

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GABARITO COMENTADO

010. (IMPARH/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROFESSOR SUBSTITUTO/HISTÓRIA/2018)


O estado do Ceará passou quase todo o século XX nas mãos dos coronéis, período chamado
de coronelismo. No entanto, em 1986, o então jovem candidato Tarso Jereissati ganhou as
eleições diretas para governador e marcou uma nova era de empresários na política. Seu slo-
gan “governo das mudanças” mexeu com a estrutura política do estado do Ceará. Com base
nesse contexto, analise as afirmativas seguintes.
I – Apesar de defender uma mudança na estrutura política do estado, seu governo manteve
as relações clientelistas e com o apoio dos coronéis municipais, garantindo uma boa aceita-
ção popular.
II – Tasso Jeressati vem de uma família tradicional mais ligada ao comércio e à indústria, tendo
formação acadêmica em administração; seu intuito foi de preparar o Ceará para a industrializa-
ção e o crescimento econômico do qual fazia parte.
III – Em termos reais, o governo Tasso Jereissati trouxe as mudanças de modernização neces-
sária para uma industrialização e o consequente desenvolvimento econômico, mas fortaleceu
ainda mais o poder dos empresários cearenses.
IV – No governo de Tasso, houve uma visível mudança no núcleo gestor no qual se deu abertura
para os técnicos atuarem, no sentido de um domínio de conhecimento nos setores, porém não
tirou o controle do governador.
V – A primeira campanha de Tasso Jereissati teve o maciço apoio das camadas médias, sindi-
catos e de coronéis que queriam participar do governo.
Estão corretas:
a) II, IV e V.
b) I, III e V.
c) II, III e IV.
d) I, II e IV.

I – Dois erros: tanto o governo deste político não era frequentemente associado com o corone-
lismo, quanto o coronelismo não tem boa aceitação popular.
II – Correto. Ligado à indústria e ao comércio, o candidato priorizou a política desenvolvimentista
ao invés das políticas sociais retrógradas típicas da esquerda da época.
III – Correto. Ligado à indústria e ao comércio, o candidato priorizou a política desenvolvimen-
tista ao invés das políticas sociais retrógradas típicas da esquerda da época.

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IV – Correto. Houve uma melhora administrativa no governo do estado sem deixar de ocupar
cargos comissionados com indicados políticos, pois a prática é típica de partidos como o PMDB,
ao qual ele era filiado em seu primeiro mandato de governador do Ceará (1987 / 1990).
V – Errado. Por se tratar de um governo do PMDB, de perfil de centro, a tendência foi encontrar
oposição da esquerda totalitária da época – coronelistas e sindicalistas radicais. Portanto, de
forma alguma houve tal apoio.
Letra c.

011. (IMPARH/PREFEITURA DE FORTALEZA/PROFESSOR SUBSTITUTO/HISTÓRIA/2018)


Eleito prefeito de Juazeiro do Norte em 1911, envolveu se na disputa com o presidente Her-
mes da Fonseca para manter a família Accioly no poder regional. Em 1912, por conta da dura
repressão a uma passeata de crianças a favor de Franco Rabelo, a intervenção federal baniu
Nogueira Accioly do meio político. Ainda no mesmo ano, o coronel Franco Rabelo foi nomeado
interventor federal, havendo eleição apenas para o cargo de vice-governador, para o qual foi
eleito, acumulando o cargo de intendente (administrador municipal) de Juazeiro do Norte.
Estamos nos referindo ao:
a) Padre Cícero/Sedição de Juazeiro.
b) Dragão do Mar/Abolição dos escravos no Ceará.
c) Antônio Conselheiro/Canudos.
d) Beato José Lourenço/Sedição do Juazeiro.

Nogueira Accioly governou o estado entre os anos de 1896 e 1912. Nesse período, os canga-
ceiros, o messianismo e o coronelismo imperavam.
O Coronelismo era uma forma de garantir a estrutura de poder durante a Primeira República
1889-1930. Era comum que os coronéis enviassem seus capangas armados para dentro da
sessão eleitoral, a fim de controlar o voto e se manterem no poder. O voto de cabresto era uma
forma de alguém poderoso controlar o voto do indivíduo. Quando Accioly foi substituído em
virtude das políticas do presidente Hermes da Fonseca, Padre Cícero também foi retirado de
suas funções políticas, visto que era apoiador de Accioly. Entretanto, com a Revolução Cearense/
Revolta de Juazeiro, conseguiram que tudo voltasse a ser como antes, e Padre Cícero voltou a
ser vice-presidente no novo governo de Accioly.
Letra a.

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012. (IMPARH - Prefeitura de Fortaleza - Professor Substituto - Área: História – 2017)


Figura de grande importância no Estado do Ceará durante o período Getulista, Francisco Me-
nezes Pimentel foi governador do Estado, eleito pela Liga Eleitoral Católica, de 1935 a 1937, e
interventor a mando de Getúlio de 1937 a 1945 no Ceará. Sobre o período, analise as assertivas.
I – Durante o governo de Menezes Pimentel, um amplo programa de criação de campos de con-
centração, em que os retirantes fossem induzidos a entrar e proibidos de sair, foi implementado
com total apoio da Interventoria Federal no Ceará. A fim de prevenir a “afluência tumultuária” de
retirantes famintos a Fortaleza, cinco campos localizavam-se nas proximidades das principais
vias de acesso à capital, atraindo os agricultores que perdiam suas colheitas e se viam à mercê
da caridade pública ou privada.
II – No governo de Menezes Pimentel, a Igreja Católica se fortalece no Ceará e, como conse-
quência, lojas maçônicas, centros espíritas e terreiros de candomblé foram fechados na capital
e no interior do Estado. Livrarias tiveram seus estoques revisados para a apreensão de livros e
revistas portadoras de ideias consideradas subversivas ou amorais.
III – Estimulou a ida de migrantes para o Norte do Brasil para que estes atuassem na Amazônia,
nos chamados exércitos da borracha. Foi no governo de Menezes Pimentel que foi inaugurada
a famosa Hospedaria Getúlio Vargas, criada para abrigar confortavelmente cerca de 1.200
pessoas e que tinha por finalidade oferecer pouso provisório, na travessia do Estado do Ceará
para a região Norte.
São corretos:
a) apenas I e II.
b) apenas I e III.
c) apenas II e III.
d) I, II e III.

Todos os itens estão corretos.


I – Correta. O fato narrado é pouco divulgado na historiografia, mas é verdadeiro. A informação pode
ser confirmada em artigo de Frederico de Castro Neves no acervo Scielo: https://www.scielo.br/j/
rbh/a/5GNSQTXnMM7kTM3rr8B4TrM/?lang=pt.
“Alguns prefeitos procuraram sensibilizar o próprio presidente Vargas, enviando-lhe telegramas
relatando a situação em seus municípios. Foi denunciada uma “calamidade indescritível”, uma
“horrenda situação”, em que “nossos patrícios” encontravam-se “morrendo de fome”. Os “in-
felizes famintos” percorriam as cidades em “afluência tumultuária”, esgotando as reservas da
caridade particular”.
II – Correta. A informação pode ser confirmada no blog Ceará em Fotos e Histórias, em artigo sobre
“A Interventoria de Menezes Pimentel (1937-1945)”: http://cearaemfotos.blogspot.com/2012/01/
interventoria-de-menezes-pimentel-1937.html.

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História – Parte II
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“A eclosão da Intentona Comunista em 1935, em Natal, Recife e Rio de Janeiro, foi usada como
pretexto por Menezes Pimentel para perseguir adversários que foram considerados subversivos.
Com Menezes Pimentel a Igreja continuou firme, influenciando a sociedade civil, em nome da moral
e dos bons costumes. O regime instaurado fechou as lojas maçônicas, os centros espíritas e os
terreiros de candomblé na capital e no interior do Estado; as livrarias tiveram os estoques revisados
para apreensão de livros e de revistas portadoras de ideias amorais ou subversivas. Instalou-se um
serviço de controle de pensões e hotéis no sentido de controlar os hóspedes. Até os aparelhos de
rádio deveriam ser registrados na polícia”.

FONTE: História do Ceará, de Nelson Campos / Revista Fortaleza, Fascículo 4, de 30 de abril de 2006.

III – Correta. Sobre a Hospedaria Getúlio Vargas, vide artigo no site História & Historiografia:
https://histhioriografia2020.ufc.br/trabalhos/deslocados-da-seca-na-hospedaria-getulio-vargas-
-trajetorias-de-migracao-para-diversas-paragens/.
Letra d.

013. (IMPARH/ PREFEITURA DE FORTALEZA/PROFESSOR SUBSTITUTO/HISTÓRIA/2017)


Figura de grande importância no Estado do Ceará durante o período Getulista, Francisco Me-
nezes Pimentel foi governador do Estado, eleito pela Liga Eleitoral Católica, de 1935 a 1937, e
interventor a mando de Getúlio de 1937 a 1945 no Ceará. Sobre o período, analise as assertivas.
I – Durante o governo de Menezes Pimentel, um amplo programa de criação de campos de con-
centração, em que os retirantes fossem induzidos a entrar e proibidos de sair, foi implementado
com total apoio da Interventoria Federal no Ceará. A fim de prevenir a “afluência tumultuária” de
retirantes famintos a Fortaleza, cinco campos localizavam-se nas proximidades das principais
vias de acesso à capital, atraindo os agricultores que perdiam suas colheitas e se viam à mercê
da caridade pública ou privada.
II – No governo de Menezes Pimentel, a Igreja Católica se fortalece no Ceará e, como conse-
quência, lojas maçônicas, centros espíritas e terreiros de candomblé foram fechados na capital
e no interior do Estado. Livrarias tiveram seus estoques revisados para a apreensão de livros e
revistas portadoras de ideias consideradas subversivas ou amorais.
III – Estimulou a ida de migrantes para o Norte do Brasil para que estes atuassem na Amazônia,
nos chamados exércitos da borracha. Foi no governo de Menezes Pimentel que foi inaugurada
a famosa Hospedaria Getúlio Vargas, criada para abrigar confortavelmente cerca de 1.200
pessoas e que tinha por finalidade oferecer pouso provisório, na travessia do Estado do Ceará
para a Região Norte.
São corretos:
a) Apenas I e II.
b) Apenas I e III.
c) Apenas II e III.
d) I, II e III.

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1º parêntese: Falso: Padre Cícero teve participação como amigo de José Lourenço – homem
muito caridoso que tomava conta de todos no Sítio Baixa Dantas – mas não articulou nada em
benefício próprio. A história do Caldeirão dos Jesuítas é um exemplo histórico de caridade e
comunidade autossuficiente no interior do Cariri.
2º parêntese. Verdadeiro. De fato, o Sítio Baixa Dantas era administrado por José Lourenço,
homem muito caridoso e agarrado na fé cristã.
3º parêntese. Verdadeiro. De fato, o Sítio Baixa Dantas – e, posteriormente, o Caldeirão dos
Jesuítas – começou a incomodar, pois era autossuficiente, produzindo frutas e hortaliças e
toda sorte de sustento, sendo que os políticos da época dependiam da pobreza, pois, sem ela,
tornava-se impossível capitalizar politicamente o sofrimento alheio.
4º parêntese. Falso. O episódio do Boi Mansinho foi um boato que espalharam contra José
Lourenço, o qual foi preso pelas forças dos sediciosos que eram lideradas por Floro Bartolomeu,
aliado de Padre Cícero que tinha ajudado a emancipar Juazeiro e, portanto, fazia parte da arti-
culação do Pacto dos Coronéis, que havia sido derrubado com a expulsão de Antônio Nogueira
Acioli. Contudo, Padre Cícero intercedeu pela libertação de José Lourenço.
5º parêntese. Verdadeiro. De fato, tanto o Sítio Baixa Dantas quanto o Caldeirão de Santa Cruz
do Deserto não eram um antro de comunistas, mas sim, uma comunidade que funcionava como
uma irmandade cristã, muito apoiada por Padre Cícero, inclusive, o qual sagrou-se, como se
sabe, um grande crítico do comunismo.
Letra b.

014. (CESPE/CEBRASPE/PM-CE/ POLICIAL MILITAR PM/SOLDADO/2008) A colonização


do Brasil assentou-se, fundamentalmente, no latifúndio, na monocultura e no trabalho escravo.
Proclamada a Independência, não houve efetiva ruptura com o passado colonial. A abolição
da escravidão, por exemplo, somente se deu em fins do século XIX, ainda assim inconclusa.
A República Velha, nascida de um golpe de Estado, representou o domínio das oligarquias,
com forte exclusão social e processos políticos viciados. A Revolução de 1930 inaugurou a
Era Vargas e o início da modernização do país. Depois da ditadura do Estado Novo, o país
iniciou o processo de aprendizado democrático em meio a crises agudas, que culminaram
com o golpe de 1964. Após 21 anos de regime militar, restaurou-se a democracia, cujo grande
marco definidor é a Constituição de 1988.
Considerando as informações acima e os aspectos significativos da História do Brasil, jul-
gue o item:
Nas últimas décadas, a economia cearense tem procurado acompanhar o processo de moder-
nização econômica do país e se inserir na chamada globalização.

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Com os “Governos das Mudanças”, encabeçado por Tasso Jereissati, ocorreu a modernização
da administração do Estado do Ceará.
Certo.

015. (CEV/URCA/2018/PREFEITURA DE MILAGRES–CE/PROFESSOR DE GEOGRAFIA/CON-


CURSO MILAGRES/2018) As cidades, quanto ao seu tamanho e importância, organizam-se
hierarquicamente, definindo suas áreas de influência. Sobre a temática de rede e hierarquia
do estado do Ceará assinale o item INCORRETO:
a) Fortaleza está no topo da hierarquia urbana.
b) Uma importante caraterística da rede urbana cearense é a ausência de grandes cidades
abaixo da metrópole de Fortaleza.
c) O Crajubar, aglomerado urbano formado pelas cidades de Crato, Juazeiro do Norte, Missão
Velha e Barbalha, exerce importante papel no sul cearense.
d) No Vale do Acaraú, a porção noroeste do Ceará, é Sobral a cidade mais importante e que
reúne as melhores condições de vida urbana.
e) Iguatu, por sua localização geográfica privilegiada, exerce significativo papel na organização
do espaço cearense, consolidando-se como capital regional da porção centro-sul do Estado.

Apesar de não termos discutido essa temática ao longo da aula e não seja especificamente
cobrada em sua prova, serve-nos para compreensão da importância geoeconômica das quatro
cidades citadas.
Letra c.

016. (CEV-URCA/PREFEITURA DE MILAGRES-CE/PROFESSOR DE GEOGRAFIA/2018) Con-


forme diversos autores, o uso inadequado dos recursos naturais gera uma série de problemas
ecológicos e sociais e, por sua vez, a degradação do meio ambiente no estado do Ceará. Sobre
esta temática assinale o item INCORRETO:
a) Dentre os recursos naturais mais atingidos destacam-se a vegetação, os solos e a água.
b) Nas áreas da depressão sertaneja, dominadas pelo clima semiárido, a cobertura vegetal,
constituída pela caatinga, vem sofrendo sucessivos desmatamentos e queimadas.
c) As condições de uso e ocupação têm gerado perdas irreversíveis dos solos.

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d) O principal problema relacionado à degradação dos recursos hídricos é a poluição gerada


pelos esgotos domésticos, embora haja tratamento prévio antes de serem lançados nos cur-
sos d’água.
e) Nas áreas urbanizadas a pavimentação e a construção civil levam à impermeabilização dos
solos, provocando alterações no regime dos rios, causando enchentes cada vez mais frequentes.

Além do problema da seca, há um déficit no atendimento de saneamento básico para a popu-


lação do Ceará.
Letra d.

017. (UECE-CEV/2018/SEDUC-CE/PROFESSOR/HISTÓRIA) Atente para o seguinte excerto


que se refere às razões que levaram à criação dos campos de concentração no Ceará em
1932: “(...) o “campo” era o último recurso, cheio de sofrimento e dor, que sua condição de
sem-terra tornava inevitável. Mas nestes anos eles aprenderam a se organizar em multidões
aparentemente disformes e sem controle, que levavam o medo às autoridades e aos comer-
ciantes de alimentos. O simples ajuntamento de retirantes já era suficiente para aterrorizar
as populações das cidades mais próximas às áreas secas”.
Fonte: CASTRO NEVES, Frederico de. Tragédia Oculta. in: Revista Nossa História. ano 1 n. 2 dez. 2003. Publi-
cação Editada pela Biblioteca Nacional, p.74.

O evento acima retratado se deu:


a) Como forma de tratar os sobreviventes do massacre da comunidade do Caldeirão da Santa
Cruz do Deserto, que foi liderada pelo beato José Lourenço.
b) Em função da grande epidemia de varíola que se abateu sobre o Ceará e ameaçou a capital
do estado, sendo contida pelas ações profiláticas promovidas por Rodolfo Teófilo.
c) Como estratégia governamental para conter o fluxo de flagelados que rumavam às principais
cidades cearenses em virtude da seca iniciada em 1930.
d) Devido à necessidade de conter os fluxos migratórios de cearenses para outras regiões do
país, como o Sudeste, o que causaria a falência da economia local por falta de mão de obra.

Os Campos de Concentração tinham o objetivo de controlar a migração, impedindo que os reti-


rantes se tornassem um problema para as maiores cidades do Ceará. Ainda, foram explorados
como mão de obra em construções públicas de Fortaleza.
Letra c.

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018. (FCC/CÂMARA DE FORTALEZA-CE/REDATOR/2018) Considere o trecho a seguir.


Neste regime, […] a verdadeira força política, que no apertado unitarismo do Império residia no
poder central, deslocou-se para os Estados. A política dos Estados, isto é, a política que fortifica
os vínculos de harmonia entre os Estados e a União é, pois, na sua essência, a política nacional.
(SALES, Campos. Mensagem de 3 de maio de 1902. In: ____. Manifestos e mensagens. São Paulo: Fundap/
Imprensa Oficial, 2007, p. 202)

O trecho acima revela uma estratégia política do Presidente Campos Sales, no começo da repú-
blica brasileira, para pacificar as facções regionais e organizar sua relação com o poder central.
Essa estratégia ficou conhecida na historiografia como Política:
a) Das Salvações.
b) Do Café com Leite.
c) Dos Governadores.
d) Da Boa Vizinhança.
e) Da Espada.

Os governadores garantiam os votos necessários junto aos coronéis, líderes locais que detinham
o controle de currais eleitorais.
Letra c.

019. (INÉDITA/2022) Um dos fatores que mais contribuíram para o agravamento da situação
das pessoas atingidas pelos períodos de seca no Brasil foi o uso privado, por parte de políticos
locais, de verbas do Governo Federal destinadas à construção de poços e açudes públicos.
Esse fenômeno ficou conhecido como:
a) Indústria da água.
b) Transposição do Rio São Francisco.
c) Água para todos.
d) Política do açude.
e) Indústria da seca.

A chamada “Indústria da Seca” é compreendida pelos historiadores como um fenômeno de


agravamento dos efeitos dos longos períodos de estiagem no Nordeste brasileiro. Ela consis-
tia na falta de lisura política e no uso privado de verbas destinadas à construção de poços e
açudes para suprir a necessidade de água da população. Alguns políticos do Nordeste, entre
meados do século XIX e início do século XX, em vez de construírem poços e açudes públicos,
faziam-no nos domínios de suas propriedades, privando a grande massa da população de usu-
fruir do benefício vital.
Letra e.

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020. (UFPE) Considere os seguintes textos:


I – “As estradas que levam aos portos de Mossoró Areia Branca e Macau estão cheias de reti-
rantes, que vão se arrastando, fugindo do calvário da sua miséria, havendo, entre esses, muitas
vítimas que caem inanimadas por não suportarem as fadigas e a duração da viagem.”
(Jornal “A República”, Rio Grande do Norte, setembro de 1903.)

II – “Metade dos municípios do Nordeste - 51,7% - está em situação emergencial por causa da
seca. São 8,7 milhões de pessoas nessas áreas em estado crítico, segundo relatório da Secre-
taria Nacional da Defesa Civil.”
(Jornal “Folha de São Paulo”, novembro de 1992.)

A leitura dos dois textos e seus conhecimentos sobre a realidade nordestina permitem afirmar que:
a) O agravamento da seca no Nordeste é cíclico e as pesquisas federais revelam que o problema
se limita à irregularidade das chuvas e vem sendo reduzido ano a ano.
b) No início do século os problemas relacionados à seca eram muito mais graves, pois não havia
ainda a ajuda governamental e a concentração das terras era muito grande.
c) A perpetuação do problema da falta de água no Nordeste tem a dupla finalidade de preservar
o clientelismo e mascarar um grande problema da Região que é a má distribuição das terras.
d) O número crescente de áreas irrigadas tem permitido hoje evitar o êxodo forçado do sertanejo,
como acontecia com maior frequência no início do século.
e) Atualmente, o problema das secas é enfrentado com muito mais seriedade que no início do
século, sendo prova disto a distribuição de “cestas básicas” e a perfuração de poços nas zonas
mais afetadas.

Apesar de o fenômeno das secas do Nordeste ser de ordem natural, há, por parte da ação de
políticos, a persistência do agravo dos efeitos das estiagens. Esses efeitos já causaram, e ainda
provocam, inúmeros transtornos e consequências gravíssimas, como o alto índice de mortali-
dade, migração em massa etc.
Letra c.

021. (INÉDITA/2022) Uma das medidas desenvolvidas pelo governo do Ceará, no contexto
da grande seca de 1915, foi:
a) A criação de campos de concentração para recolher os flagelados pela seca.
b) O extermínio em massa daqueles que foram atingidos pela seca.
c) A criação de um vasto sistema de poços artesianos em todas as cidades do estado.
d) Realização de m Congresso Internacional sobre a Seca.
e) A transposição dos rios próximos às regiões mais afetadas pela seca.

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O governo do Ceará desenvolveu um sistema de campos de concentração para os flagelados


pela seca, isto é, as pessoas atingidas pelos efeitos devastadores dos longos períodos de es-
tiagem. O primeiro desses campos foi o de Alagadiço, construído nas imediações da cidade
de Fortaleza. Esses campos eram habitados milhares de pessoas que vagavam pela cidade,
pedindo esmolas, com sede, fome e sem abrigo. Um dos relatos mais impressionantes sobre a
vida em Alagadiço está presente no romance “O Quinze”, de Raquel de Queiroz.
Letra a.

022. (COPS-UEL/SANEPAR/ADVOGADO/2008) Embora possuindo consideráveis recursos


hídricos, algumas regiões do Brasil, como o Nordeste, continuam a enfrentar o problema da
seca, mesmo com a existência, naquela parte do país, do Rio São Francisco. Superar esse
problema é um desafio frequentemente lançado pelos diversos governos federais do país,
mas, a inoperância das respostas tem sido favorecida pela persistência de situação traduzida
pela expressão “a indústria da seca”.
Com base no enunciado e nos conhecimentos sobre o tema indústria da seca, assinale a alter-
nativa correta:
a) Para findar com a “indústria da seca” o Governo Federal está tentando criar um órgão novo,
a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste - Sudene, financiada basicamente com os
recursos das regiões mais ricas do país que vivenciaram o mesmo problema.
b) A seca é um fenômeno natural e típico do Nordeste, razão pela qual é sem sentido se falar
em “indústria da seca”, sobretudo, neste momento em que várias indústrias, saídas da Região
Sul do país, estão se implantando naquela região.
c) Em razão de seu clima de temperaturas elevadas, a Região Nordeste atraiu, nas últimas
décadas, empresas ligadas ao setor de refrigeradores, ventiladores e climatizadores, desenvol-
vendo-se, ali, um novo polo industrial denominado “indústria da seca”.
d) A base da existência da “indústria da seca” é a prática adotada por grupos políticos e eco-
nômicos que se utilizam do fenômeno da aridez de regiões do Nordeste para angariarem
recursos públicos e aplicá-los, privadamente, em detrimento do desenvolvimento regional e
autossustentável.
e) Na prática, a existência de uma suposta “indústria da seca” tem sido o argumento de base
para que trabalhadores do Nordeste encontrem justificativas para deixar aquela região, vindo
para o Sul em busca de outras oportunidades de vida e de emprego.

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A indústria da seca tem por base a corrupção, com desvios de verbas que seriam destinadas
ao combate à seca.
Letra d.

023. Responda à questão com base no texto apresentado a seguir.

“A seca ocasiona no Nordeste o colapso parcial ou total do sistema produtivo rural, dificulta o
abastecimento da população do semiárido quanto à água e aos gêneros alimentícios de primeira
necessidade e aumenta o desemprego na agricultura. A combinação desses fatores provoca
o empobrecimento generalizado, o desemprego de muitos, a pressão junto às autoridades, a
invasão de cidades, a migração forçada e a INDÚSTRIA DAS SECAS”.
Considerando na área do Sertão, a existência de apenas dois agentes sociais: de um lado, as
famílias dos trabalhadores e de outro, os grandes proprietários e chefes políticos nordestinos,
pode-se afirmar que:
a) O significado da “indústria da seca” retrata bem a situação, a seca existe não pela quantidade
de chuvas registrada durante o ano, mas pela regularidade de sua presença, e todos empobre-
cem nas estiagens prolongadas.
b) Apenas o pobre sofre porque não tem reservas para os meses de estiagem, mas há sempre
medidas governamentais que auxiliam os flagelados, impedindo-os de passar fome ou de migrar
para outras regiões.
c) O texto exagera, porque a seca como é apregoada não existe, pois há áreas do mundo onde
chove menos do que no Nordeste, e as pessoas não passam fome, portanto, outros fatores
respondem pelas condições do Sertão.
d) O texto apresenta as consequências da seca no Sertão, onde os mais pobres perdem e os
mais ricos aumentam suas terras e recebem verbas emergenciais dos governos, que não che-
gam ao homem realmente necessitado.
e) Os dois sofrem com a seca, embora de formas diferentes, e os mais ricos só conseguem
ganhar em épocas de chuvas.
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Questão interpretativa. O texto e a imagem ilustram as consequências da seca no sertão do Ceará.


Letra d.

024. (UFF/2008) “Os fatores de conservação transformaram o semiárido em uma região apa-
rentemente sem história, dada a permanência e imutabilidade dos problemas. Como se com o
decorrer das décadas nada tivesse se alterado e o presente fosse um eterno passado. A cada
seca, e mesmo no intervalo entre uma e outra, milhares de nordestinos foram abandonando a
região. Sem esperança de mudar a história das suas cidades, buscaram em outras paragens
a solução para a sobrevivência das suas famílias. Foi nos sertões que permaneceu inalterado
o poder pessoal dos coronéis, petrificado durante o populismo e pela migração de milhões
de nordestinos para o Sul”.
Fonte: (VILLA, Marco Antônio. Vida e morte no sertão: história das secas no Nordeste nos séculos XIX e XX.
São Paulo: Ática, 2000, p. 252).

Com base no trecho acima, é possível concluir que:


a) A grande evasão das populações do Nordeste em direção à região Sudeste resultou no “boom”
da borracha ocorrido na década de 1970.
b) As secas nordestinas não podem ser historicamente explicadas, já que decorrem de fenô-
menos estritamente geográficos.
c) A “indústria da seca” no Nordeste beneficiou diretamente as grandes capitais da região, es-
timulando sua industrialização em inícios do século XX.
d) As secas do Nordeste, resultando na multiplicação de fortes correntes migratórias, transfor-
maram o homem nordestino em sinônimo exclusivo de flagelado.
e) A grande mobilidade dos nordestinos, mais que uma decorrência das secas, foi fruto de um
sistema de dominação baseada na propriedade da terra que marginalizava homens livres e pobres.

A grande mobilidade dos nordestinos, mais do que uma decorrência das secas, foi fruto de um
sistema de dominação baseado na propriedade da terra que marginalizava homens livres e pobres.
Letra e.

025. (UFRJ) A seca nordestina é um problema antigo e mal resolvido. A ineficiência oficial
na solução do caso, implica inclusive na utilização pela opinião pública de expressões como
“indústria da seca”, de cunho nitidamente crítico e desconfiado mesmo, do destino que tem
recebido os recursos públicos aplicados nessa questão regional.

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Com base no que tem sido publicado sobre esse problema e com ajuda do texto, pode-se
concluir que:
a) O fenômeno da seca vem sendo politicamente explorado.
b) A seca nordestina, climaticamente inexiste.
c) A seca tem contribuído para a indústria nordestina.
d) Há recursos públicos na indústria de combate à seca.
e) A indústria regional é pública, e a seca é do interesse privado.

A indústria da seca é um fenômeno ligado à corrupção nos desvios de verbas da SUDENE por
parte de políticos.
Letra a.

026. (CESPE/SEDUC-CE/ PROFESSOR PLENO I-HISTÓRIA/2013) A política econômica de


Juscelino Kubitschek foi definida por um programa de metas, mediante o qual:
a) Se repudiou a vinda de capitais estrangeiros, que foram explicitamente rechaçados.
b) Se buscou proteger a classe trabalhadora, inclusive por meio da aprovação da Consolidação
das Leis do Trabalho (CLT).
c) Se criou a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE), destinada a promo-
ver o progresso dessa região.
d) Se construiu a usina de Itaipu, a qual abasteceria o crescente polo automobilístico de São Paulo.
e) Se iniciou a construção da ferrovia Norte-Sul, a qual integraria as diversas regiões do país.

A SUDENE foi criada durante o governo de Juscelino Kubitschek.


Letra c.

027. (FUNDATEC/CRQ-5ª REGIÃO (RS)/AUXILIAR ADMINISTRATIVO I/2017) Nasceu no


Ceará, mas mudou-se para o Rio de Janeiro ainda menina, fugindo com a família da seca que
assolava a região. Com apenas vinte anos, publicou seu primeiro romance, o qual retratava a
triste realidade dos retirantes nordestinos. Assim, projetou-se muito jovem na vida literária do
país, escrevendo romances de cunho social e dramático, expondo a fome, a miséria e a seca.
Com sua obra de estreia, foi agraciada com o Prêmio da Fundação Graça Aranha e, durante
toda sua vida, receberia ainda diversos outros, como o Prêmio Luís de Camões e a Medalha
Rio Branco, do Itamarati. Durante o governo de Getúlio Vargas, foi presa sob a acusação de
ser comunista, tendo seus livros queimados em praça pública. Em 1977, tornou-se a ­primeira

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mulher a ocupar uma cadeira na Academia Brasileira de Letras. A que importante autora bra-
sileira o texto acima se refere?
a) Clarice Lispector.
b) Cecília Meireles.
c) Cora Coralina.
d) Rachel de Queiroz.
e) Adélia Prado

Adélia Prado, apesar de não ser temática listada no edital, é um dos símbolos da cultura cearense.
Letra e.

028. (IF-BA/ALUNO/2015) Leia com atenção o texto sobre República Velha (1889-1930) e,
em seguida, assinale a alternativa correta sobre esse período:
A República Velha é dividida em dois momentos: a República da Espada e a República Oligárqui-
ca. A República da Espada abrange os governos dos marechais Deodoro da Fonseca e Floriano
Peixoto. Foi durante a República da Espada que foi outorgada a Constituição que iria nortear as
ações institucionais durante a Primeira República. Além disso, o período foi marcado por crises
econômicas, como a do Encilhamento, e por conflitos entre as elites brasileiras, como a Revolução
Federalista e a Revolta da Armada. A República Oligárquica foi marcada pelo controle político
exercido sobre o Governo Federal, pela oligarquia cafeeira paulista e pela elite rural mineira,
na conhecida “política do café com leite”. Foi nesse período, ainda, que se desenvolveu, mais
fortemente, o coronelismo, garantindo poder político regional às diversas elites locais do país.
Fonte: Disponível em: <www.brasilescola.com>. Acesso em: 23 set. 2015. (Adaptado).

a) A República Velha foi marcada, politicamente, pelo Voto de Cabresto, que consistia no voto
livre apenas para os homens.
b) Durante esse período, ocorreram movimentos que pediam a volta da monarquia, como o
acontecido em Canudos-BA, liderado por Antônio Conselheiro.
c) As revoltas e os movimentos ocorridos na República Velha, como o Contestado, Canudos,
Chibata e Cangaço, nasceram de classes populares, que não eram assistidas ou privilegiadas
pelo poder público
d) Com a Proclamação da República no Brasil, houve a separação entre a Igreja Católica e o Es-
tado, permitindo, assim, o reconhecimento do casamento civil, o que foi duramente contestado
pelo Padre Cícero Romão, no Ceará.
e) A Política do Café com Leite garantia a manutenção do poder político nacional entre os
estados de São Paulo e Minas Gerais, sendo contestado na Região Nordeste pelos bandos de
Cangaceiros, sendo o de Lampião o mais famoso.

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As revoltas citadas na alternativa foram resultado da exploração coronelista, da miséria da


população mais pobre pelos interesses das oligarquias.
Letra c.

029. (VUNESP/PM/PE/SOLDADO/2017) O chamado Plano Cohen (1937) foi um pretexto


utilizado para:
a) Impedir que Armando Sales Oliveira assumisse a Presidência da República.
b) Afastar da vida pública a corrente de opinião liderada por Plínio Salgado.
c) Gerar uma instabilidade política que levasse as oligarquias tradicionais ao governo.
d) Acabar com as críticas dos “tenentes” ao imperialismo anglo-americano.
e) Justificar um golpe que garantisse a permanência de Vargas no poder.

O Plano Cohen foi um engodo, uma invenção de uma conspiração comunista que não existia.
Foi criada pelo governo de Vargas com intuito de justificar o golpe para combater o avanço do
comunismo no Brasil.
Letra e.

030. (VUNESP/PM-SP/SOLDADO/2014) A Revolução de 1930 promoveu transformações sig-


nificativas na história do Brasil. Sobre a Revolução de 1930, pode-se afirmar corretamente que:
a) Resultou de disputas por terras entre camponeses e pecuaristas no nordeste brasileiro.
b) Propiciou o restabelecimento de relações diplomáticas com os Estados Unidos da América.
c) Representou os grupos sociais interessados em elaborar uma nova Constituição.
d) Originou o período da história brasileira conhecido como a Era Vargas.
e) Foi financiada com recursos oriundos da economia da cana de açúcar.

A Revolução de 1930 rompeu com o domínio das oligarquias e colocou Getúlio Vargas no poder.
Letra d.

031. (VUNESP/PM-SP/SOLDADO/2011) Na economia, a Era Vargas, principalmente durante


o Estado Novo, foi marcada:
a) Pelo sucesso da reforma agrária e fiscal.
b) Pela ampla abertura às importações.

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c) Pela prioridade à agricultura de subsistência.


d) Por medidas nacionalistas e intervencionistas.
e) Pelo abandono do setor urbano-industrial.

Getúlio Vargas adotou uma postura de intervenção estatal na economia de modo que os recursos
naturais e as indústrias fossem fomentadas pelo governo. Também utilizou do nacionalismo
como política de controle da população e meio para justificar a estatização de setores estraté-
gicos da economia.
Letra d.

032. (INÉDITA/2022) Movimento com características messiânicas no interior do Ceará:


a) Farroupilha.
b) Canudos.
c) Confederação do Equador.
d) Caldeirão.
e) Sabinada.

O Caldeirão foi um movimento messiânico liderado pelo beato Zé Lourenço com apoio do Pa-
dre Cícero. Formou-se em uma comunidade no sítio Baixo Danta e foi combatido pelas tropas
do governo.
Letra d.

033. (INÉDITA/2022) Na hіѕtórіа rесеntе, fоі о gоvеrnаdоr, que utіlіzаndо de uma роlítіса
аgrеѕѕіvа, mоdеrnіzоu а есоnоmіа сеаrеnѕе:
a) Gоnzаgа Моtа.
b) Таѕѕо Јеrеіѕѕаtі.
c) Lúсіо Аlсântаrа.
d) Vіrgílіо Тávоrа.
e) Јurасі Маgаlhãеѕ.

Tasso Jereissati foi o governador do Ceará que iniciou o chamado “governo das mudanças”,
modernizando a administração e a economia do estado com o discurso anticoronelismo.
Letra b.

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034. (UECE/2021) O período marcado pelo governo de Interventores Federais no Ceará,


instituído pelo governo de Getúlio Vargas, mas que perdurou por algum tempo após o fim da
ditadura varguista do Estado Novo, estendeu-se de 13 de junho de 1931 até 1º de março de
1947. Nesse período, o estado do Ceará teve um governante eleito por voto universal entre 25
de maio de 1935 e 10 de novembro de 1937. Caracterizado como uma época de disputa entre
o PSD e a LEC, parte dele é também marcada por autoritarismo, violência e conservadorismo.
Considerando o período acima descrito, assinale a opção que NÃO corresponde ao nome de
um interventor federal no governo do estado do Ceará:
a) Manoel do Nascimento Fernandes Távora.
b) Roberto Carlos Vasco Carneiro de Mendonça.
c) Paulo Sarasate Ferreira Lopes.
d) Francisco de Menezes Pimentel.

Governou o Ceará entre 1955 e 1958, portanto, em um período posterior a Era dos Interventores
de Getúlio Vargas (1930-1945). Estando filiado ao ARENA, exerceu, também, o cargo de senador
pelo Ceará entre 1967 e 1968.
Letra c.

035. (PREFEITURA MUNICIPAL DE CRATO/PROFESSOR DE MATEMÁTICA/2021) Após


a redemocratização, o Ceará rompe com o ciclo dos “coronéis” na condução do Estado, ini-
ciando um novo ciclo político com as eleições de 1986. O governador eleito, em 1986, com
o voto popular, foi:
a) Tasso Jereissati.
b) Lúcio Alcântara.
c) Gonzaga Mota.
d) Ciro Gomes.
e) Beni Veras.

Tasso Jereissati foi o governador do Ceará que iniciou o chamado “governo das mudanças”,
modernizando a administração e a economia do estado com o discurso anticoronelismo.
Letra a.

036. (PREFEITURA MUNICIPAL DE FORTALEZA/PROFESSOR-GEOGRAFIA/2021) O clima


é fator determinante das condições ambientais possuindo influências diretas sobre o regime

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e disponibilidade de recursos hídricos superficiais e subterrâneos. Assinale a opção que cita


o tipo de clima predominante no estado do Ceará:
a) Tropical Atlântico.
b) Semiárido.
c) Equatorial.
d) Tropical de Altitude.

Questão muito fácil! O clima semiárido contribui para crises hídricas e os movimentos de reti-
rantes. Ainda, possibilitou o surgimento da “indústria da seca”.
Letra b.

037. (PREFEITURA MUNICIPAL DE BAURU/MÉDICO RADIOLOGISTA/2021) “Dentre todos os


espaços organizados por José Lourenço, o de maior visibilidade perante “contemporâneos”
e “remanescentes” é o Caldeirão. O Caldeirão foi uma “comunidade” camponesa, que existiu
durante 10 anos, onde habitaram aproximadamente 1.700 pessoas. No início, era um pequeno
grupo sob a liderança do Beato, em torno da devoção à Santa Cruz. Possuía um sistema de
produção e distribuição de bens básicos (víveres, instrumentos, oportunidades de trabalho,
moradia e “alimento para o espírito”) com características de autogestão: “tudo era de todos”,
e, pressupõe-se, de acordo com entrevistas realizadas com “remanescentes”, que não havia
distinção entre dirigentes e executantes do processo de produção”.
Fonte: CORDEIRO, Domingos Sávio de Almeida. Um Beato líder: Narrativas memoráveis do Caldeirão. p. 43.
Imprensa Universitária - UFC, Fortaleza, 2004.

O trecho acima aborda sobre um período da história do Cariri que deixou marcas profundas:
I – José Lourenço Gomes da Silva veio a Juazeiro em busca do padre Cícero, com o intuito
de resolver seus problemas, com o passar do tempo, estes se tornaram discípulo e mestre,
respectivamente.
II – A comunidade do Caldeirão foi destruída por forças militares estaduais em setembro de
1936, sendo uma parte da população presa.
III – No Sítio Baixa Dantas, o beato José Lourenço instaurou o culto ao “boi mansinho”, o que
levou autoridades políticas e policiais da época a intervir e destruir a comunidade.
IV – O Caldeirão foi a mais importante “comunidade” organizada e liderada pelo beato
José Lourenço.
Entre essas afirmativas, estão incorretas:
a) Apenas a I.
b) Apenas a II.
c) Apenas a III.

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d) I, III, IV.
e) II, III, IV.

Afirmativa III: Errada. O que levou as autoridades políticas a intervir na comunidade do Caldeirão
foi a perda de mão de obra e a resistência dessa comunidade ao coronelismo
Letra c.

038. (PREFEITURA MUNICIPAL DE SOROCABA/INSPETOR DE ALUNOS/2020)


“O Ceará chegou nesta quinta-feira (27.02.2020) ao 10º dia seguido de paralisação de parte da
Polícia Militar com três batalhões e uma base policial ainda fechados. Para tentar solucionar
o motim, o presidente da Ordem dos Advogados do Brasil no Ceará (OAB-CE), Erinaldo Dantas,
solicitou ao representante dos policiais amotinados uma lista de reivindicações para que seja
apresentada ao governo do Ceará”.
Fonte: G1. Disponível em: https://glo.bo/39cDjBK. Acesso em: 18 jul. 2020. Adaptado)

Os policiais militares cearenses reivindicavam:


a) O recolhimento das tropas do Exército que atuavam nas ruas de Fortaleza.
b) Melhores condições de trabalho com armas mais modernas e coletes à prova de bala.
c) Fim da operação de Garantia da Lei e da Ordem no Estado, determinada por Sérgio Moro.
d) Aumento salarial acima do proposto pelo governador Camilo Santana.
e) Fechamento de presídios federais construídos para receber presos ligados ao PCC e ao CV.

Principal reivindicação das forças policiais do estado do Ceará.


Letra d.

039. (PREFEITURA MUNICIPAL DE JUAZEIRO DO NORTE/ENFERMEIRO INFECTOLOGIS-


TA/2019) Sobre a estimativa da população em 2018 que foi divulgada pelo Instituto Brasileiro
de Geografia e Estatística (IBGE), Fortaleza destacou-se como a 6ª Região Metropolitana
mais populosa do Brasil, com 4.074.730 milhões de habitantes. A líder da lista é São Paulo
com 21.571.281 milhões. Fortaleza tem a maior Região Metropolitana do Nordeste à frente
de Recife (PE) e Salvador (BA).
Segundo o texto, a Cidade de Fortaleza é uma das maiores cidades, em população, do Brasil.
Neste quesito, quais fatores demográficos podem ser associados?
a) Proximidade do litoral, favorecendo o maior aproveitamento da cidade devido aos ventos e
à pluviometria.
b) A forte migração do século XX, resultante principalmente da rápida urbanização e do êxodo rural.

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c) Pela industrialização e a urbanização rápidas que favorecera maior número de empregos na


RMF para populações que possuíam exclusivamente ensinos mais avançados.
d) Pela RMF ser uma das metrópoles mais avançadas do planeta, sendo, assim, atrator de vários
migrantes de vários países.
e) Pelas políticas públicas que obrigavam vários interioranos a morarem em Fortaleza.

O êxodo rural foi provocado principalmente pelo ciclo de secas no interior.


Letra b.

040. (SECULT-CE/ANALISTA DE CULTURA/2018) A história política, econômica e so-


cial do Ceará:
a) Configura-se a partir da ocupação pioneira e prolongada dos holandeses que constituíram
um núcleo urbano desenvolvido, que, depois, originaria a cidade de Fortaleza.
b) É marcada por confrontos entre oligarquias que disputavam a terra e o controle político.
c) Tem como base principal a monocultura voltada para o mercado exterior, primeiro com a
cana de açúcar e em seguida com a carne de charque e algodão.
d) Se inicia com a ocupação do território a partir do Piauí e do Maranhão: os caminhos de dentro
e de fora, segundo Capistrano de Abreu.

a) Errada. Não foi uma ocupação pioneira por parte dos holandeses, pois ocuparam outras
regiões do Nordeste primeiro.
b) Certa. Disputas oligárquicas ocorreram desde a colonização, intensificando-se a partir da
República Velha.
c) Errada. A afirmativa inverte a ordem. Como vimos na nossa primeira aula, na verdade, a partir
do século XVII, ocorreu a ocupação do território do Ceará com a criação de gado para abas-
tecer os engenhos de açúcar no litoral brasileiro. Já no século XIX, foi a cultura do algodão a
responsável por essa ocupação.
d) Errada. A ocupação se deu por duas frentes: a do sertão-de-fora, controlada por pernambu-
canos que vinham pelo litoral; e a do sertão-de-dentro, dominada por baianos.
Letra b.

041. (FGV/SME-SP/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO-HISTÓRIA/2016)


“Comecemos pela expressão ‘República Oligárquica’. Oligarquia é uma palavra grega que
significa governo de poucas pessoas, pertencentes a uma classe ou família. De fato, embora

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a aparência de organização do país fosse liberal, na prática o poder foi controlado por um
reduzido grupo de políticos em cada Estado.”
Fonte: FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1995, p. 61.

Assinale a opção que caracteriza corretamente um dos mecanismos próprios da ordem oligár-
quica brasileira na Primeira República:
a) Com a política dos governadores, o governo estadual passou a sustentar os grupos domi-
nantes em cada estado, em troca de apoio eleitoral para o Executivo federal.
b) Com a aliança entre Minas Gerais e Rio de Janeiro, detentores das maiores bancadas no
Congresso no período, as oligarquias do Centro-Sul garantiram o controle do Executivo e do
Legislativo federais.
c) Com o coronelismo, controlou-se o eleitorado no campo, incorporado ao processo político
pelo fim do critério censitário, e garantiu-se a hegemonia das oligarquias rurais regionais, inter-
ferindo no processo eleitoral.
d) Com a criação de um novo ator político (os governadores, eleitos a partir das máquinas
estaduais), os estados aprofundaram o federalismo e combateram o coronelismo, visto como
sobrevivência arcaica da ordem imperial.
e) Com o pacto federativo, acirraram-se as hostilidades existentes entre Executivo e Legislativo,
criando a disputa entre São Paulo e Minas Gerais pela presidência da república.

O coronelismo foi o principal instrumento utilizado pelas oligarquias para garantir que seus
candidatos fossem eleitos, mantendo a aparência de uma República Liberal, como descrito no
texto do enunciado.
Letra c.

042. (FGV/SEDUC-AM/PROFESSOR-HISTÓRIA/2014) Leia o trecho de notícia a seguir, a


respeito da produção de látex no Mato Grosso.
“Os produtores de borracha do Mato Grosso estão preocupados com a queda do preço neste
mercado. O resultado direto disso é a diminuição da mão de obra no campo. A baixa nos preços
acontece por causa do aumento da produção de látex nos países do Sudeste Asiático. (...) Na
safra passada, em média, o quilo de borracha era vendido a R$ 3,20. Já nesta safra, o valor do
quilo não passou de R$ 2. (...)”
Fonte: GLOBO RURAL. Produtores de borracha do MT estão preocupados com a queda do preço. 06 jul. 2014.)

Durante a Primeira República (1889-1930) brasileira, um “surto da borracha” foi afetado também
pela concorrência da produção de látex em países do Sudeste Asiático que, à época, eram colô-
nias de potências europeias. A região brasileira cuja economia foi mais abalada pela queda de
preços da borracha no mercado internacional, durante as primeiras décadas do século XX, foi a:

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a) Mato-grossense.
b) Fluminense.
c) Nordestina.
d) Amazônica.
e) Gaúcha.

Querido(a), cuidado com a pegadinha. Veja que o enunciado fala sobre Mato Grosso. No entanto,
o ciclo da borracha abrangeu toda a região amazônica brasileira, que entrou em crise depois
que os ingleses levaram mudas de seringueiras para o Sudeste Asiático. A maior parte da mão
de obra utilizada na exploração do látex nos seringais era nordestina.
Letra d.

043. (FGV/SME-SP/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO-HISTÓRIA/2016)


Com relação ao quadro geral das relações sociais características da Primeira República, as-
sinale V para a afirmação verdadeira e F para a falsa.

 (  ) I – A organização do movimento operário em torno dos ideais anarquistas, em cidades


como Rio de Janeiro e São Paulo, teve como efeito a aprovação de uma legislação
trabalhista mínima, que garantia jornada de oito horas semanais e férias remuneradas.
(  ) II – Os movimentos sociais como Canudos, na Bahia, e Contestado, em Santa Catarina,
resultaram da combinação de conteúdo religioso e carência social, na medida em que
seus líderes pregavam ideais ascéticos de vida combinados com o desprendimento de
bens materiais como a posse da terra.
(  ) III – O clientelismo representou a forma geral das relações sociopolíticas na Primeira
República, tendo como exemplo a influência dos coronéis, que eram a base local de
poder no âmbito dos municípios.

As afirmativas são, respectivamente:


a) F, V e F.
b) F, V e V.
c) V, F e F.
d) V, V e F.
e) F, F e V.

I – Falsa. Não houve aprovação de lei. O que ocorreu foi uma cogitação de um limite diário de
8 horas na jornada de trabalho e 15 dias de férias. Entretanto, foi desprezada pelos industriais.

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Como veremos mais adiante, Vargas é o responsável pela criação de uma Legislação Traba-
lhista (CLT).
II – Falsa. Ambos os movimentos citados tiveram um caráter religioso, mas esse se difere da-
quele no aspecto da terra. Os camponeses do Contestado não queriam abdicar da terra, pelo
contrário, foram expulsos da terra devido a construção da estrada de ferro.
III – Verdadeira.
Letra e.

044. (FGV/SEDUC-AM/PROFESSOR-HISTÓRIA/2014) Observe a imagem a seguir, que re-


produz a capa de um cordel divulgado em 2010:

(Mangueira, Hailton. Parnamirim: trampolim da vitória. [on-line], jun. 2010. Cordel Cultura Popular, 94))

Durante a 2ª Guerra Mundial, o envio de tropas dos Estados Unidos da América para o Teatro
de Operações foi viabilizado por meio de intensa negociação diplomática com os países lati-
no-americanos, no bojo da “Política da Boa Vizinhança” do governo de F. D. Roosevelt. Nesse
contexto, a aliança com o Brasil teve importância estratégica.
A partir da interpretação da xilogravura de Sebastião Palhares, conclui-se que a expressão
“Trampolim da Vitória”, difundida na década de 1940, refere-se ao:
a) Nordeste brasileiro, que era o território americano mais próximo da África.
b) Golfo da Guiné, cujos laços com o Brasil ganhavam força desde o período colonial.
c) Atlântico Sul, cenário de torpedeamentos por submarinos alemães bombardeados do céu.
d) Litoral da África Ocidental, de onde os aviões norte-americanos decolavam rumo à Europa.
e) Sul dos Estados Unidos da América, que forneceu o maior contingente de soldados para o front.

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Através dos Acordos de Washington, ficou definido que o Brasil permitiria que os Estados Unidos
mantivessem uma base militar no Nordeste brasileiro como estratégia da guerra no Oceano
Atlântico. Por isso, uma base militar norte-americana foi instalada em Fortaleza.
Letra a.

045. (FGV/SEDUC-AM/PROFESSOR-CICLO REGULAR/ 2014)

(http://www.rondoniaovivo.com/noticias)

O cartaz acima foi produzido pelo Departamento de Imprensa e Propaganda do Estado Novo
(1937-1945), convocando brasileiros para trabalhar nos seringais amazônicos. As opções a
seguir caracterizam o contexto histórico dessa propaganda, à exceção de uma. Assinale-a:
a) A presença de soldados protegendo a costa brasileira informa, implicitamente, a função dos
trabalhadores dos seringais como “soldados da borracha”.
b) A expressão “Cada um no seu lugar!”, exaltava a participação da população ameríndia ama-
zônica como a principal mão de obra do “front” da borracha.
c) Documenta o engajamento do estado novo que incentivava o extrativismo do látex, concre-
tizado nas campanhas publicitárias que buscavam mobilizar mão de obra para os seringais.
d) A frase “Brasil para a Vitória” indicava que o Brasil se comprometia a aumentar a produção
da borracha amazônica e fornecê-la à indústria bélica dos Estados Unidos.
e) O incentivo à produção da borracha amazônica para compensar o bloqueio dos mercados
asiáticos pela presença japonesa.

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A mão de obra predominante nos seringais era de migrantes da Região Nordeste.


Letra b.

046. (CESPE-PM/AL/SOLDADO/2012) No período compreendido entre os anos de 1889 e


1930, vigeu no Brasil a Primeira República, cujo colapso foi oficializado pela Revolução de
1930, a qual deu origem à Era Vargas (1930-1945). O regime republicano instituído no Brasil,
surgido de um golpe de Estado protagonizado por militares do Exército, foi caracterizado por
muitos como a negação do próprio conceito de República. Entre os aspectos mais caracte-
rísticos dessa primeira etapa da República brasileira, incluem-se:
a) A facilidade de acesso à educação formal e o reduzido número de analfabetos.
b) A redução drástica do poder decisório das oligarquias estaduais e o surgimento de novos
partidos políticos.
c) O voto a descoberto — um direito exclusivo de homens — e as recorrentes fraudes eleitorais.
d) A inexistência de manifestações políticas do segmento militar e o surgimento dos primeiros
sindicatos.
e) A acentuada participação da sociedade no processo político e a redução das desigualda-
des sociais.

A fraude eleitoral começava com o chamado “voto de cabresto”. Como o voto era aberto, os
coronéis influenciavam na votação. Aquele que não votasse de acordo com a vontade do co-
ronel, sofria sanções.
Letra c.

047. (FGV/VESTIBULAR/2009) “O Plano Collor foi o mais violento ato de intervenção estatal
na economia brasileira, na segunda metade do século. No entanto, ao estrangular a inflação,
ele abriu as portas para uma ampla liberalização”. (Jayme Brener, “Jornal do século XX”)
Sobre esse plano, inserido em uma ordem neoliberal, é correto afirmar que:
a) Se pautou pela ampliação do meio circulante, por meio do aumento dos salários e das apo-
sentadorias; liquidou empresas públicas e de economia mista que geravam prejuízo; estabeleceu
uma política fiscal de proteção à indústria nacional.
b) Criou um imposto compulsório sobre os investimentos especulativos para o financiamento da
infraestrutura industrial; liberou a importação dos insumos industriais e restringiu a importação
de bens de consumo não-duráveis.

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c) Se estabeleceu uma nova política cambial, com um controle mais rígido realizado pelo Banco
Central; demissão em massa de funcionários públicos concursados; aumentou a renda tributária
por meio da criação do Imposto sobre Valor Agregado.
d) Objetivou a privatização de empresas estatais; diminuiu as restrições à presença do capital
estrangeiro no Brasil; gerou a ampliação das importações e eliminaram-se subsídios, especial-
mente das tarifas públicas.
e) Aumentou a liberdade sindical com uma ampla reforma na CLT e revogou a opressiva Lei de
Greve; recriou empresas estatais ligadas à exploração e refino de petróleo; congelou os capitais
especulativos dos bancos e dos investidores estrangeiros.

O segredo da resolução está na expressão “ordem neoliberal”. Sabendo as características do


neoliberalismo (privatizações, abertura de mercado, livre circulação de capital) é possível re-
solver a questão. Atente-se que a modernização administrativa do Ceará se dá nesse contexto,
com os “governos das mudanças”.
Letra d.

048. (FGV/SEDUC-AM/PROFESSOR-HISTÓRIA-2014) As analogias entre o fenômeno do


caudilhismo latino-americano no século XIX e o coronelismo brasileiro durante a Primeira
República (1889-1930) são recorrentes na literatura histórica especializada.
Assinale a opção que apresenta uma característica comum entre os dois fenômenos, que con-
fere sentido e coerência à comparação:
a) Defesa do liberalismo político.
b) Predominância em grandes centros urbanos.
c) Controle do eleitorado local pelo líder político.
d) Reforço das instâncias formais de representação política.
e) Recurso à violência como instrumento prioritário de cooptação.

Mesmo que não tenhamos estudado o caudilhismo, você deve ter em mente que o coronelismo
foi o principal instrumento utilizado pelas oligarquias para garantir o controle do eleitorado.
Letra c.

049. (CESPE/IEMA/ADVOGADO/2007) Julgue: A globalização caracteriza o atual estágio da


economia mundial, marcado pela ampliação dos mercados.

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A globalização corresponde a etapas mais recentes da expansão da economia capitalista no


mundo. A principal característica desse fenômeno é a ampliação e a integração dos mercados
nacionais. Nos anos de 1990, durante os “governos das mudanças”, que o Ceará se beneficiou
da Guerra Fiscal, com impostos menores que atraíram investimentos.
Certo.

050. (PREFEITURA DE FORTALEZA/SEPOG/PROFESSOR SUBSTITUTO/HISTÓRIA-2018) A


estiagem forçou mais de cem mil sertanejos a migrarem para a capital em busca de auxílio - a
cidade em 1877, note-se, possuía aproximadamente trinta mil habitantes!
Fonte: FARIAS, Airton de; BRUNO, Artur. Fortaleza uma breve história, p.80.
No final do século XIX para o XX, o estado sofreu várias secas que ficaram marcadas na his-
tória e na vida dos cearenses. Como a capital estava se urbanizando, as medidas de combate
às secas tiveram uma relação mais direta com a remodelação de Fortaleza. Estamos falando,
entre outras medidas:
a) Da arrecadação de donativos para os retirantes para que pudessem voltar para suas cidades.
b) Da construção de campos de concentração para que ficassem num só lugar.
c) Das frentes de serviços nas quais os retirantes eram utilizados nas construções de equipa-
mentos urbanos.
d) Das quermesses feitas pela Igreja para a distribuição de alimentos para os retirantes.

As chamadas “frentes de serviço” foram uma forma do governo da época instrumentalizar para
si a situação de milhares de trabalhadores do interior que fugiam dos efeitos da seca. As demais
alternativas estão erradas, pois:
a) Errada. Não houve arrecadação de donativos.
b) Errada. Embora houvesse denúncias de abusos por parte dos governantes, não houve “cam-
pos de concentração”.
d) Errada. As “quermesses” não eram realizadas com esse objetivo.
Letra c.

Daniel Vasconcellos
Daniel Vasconcellos é pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Darwin (2013).
Graduado em História pelo Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM (2003). Possui mais de 15
anos de experiência em docência nas áreas de História, Filosofia, Sociologia, Geografia e Metodologia
Científica, no Ensino Médio, Superior e em preparatório para vestibulares e concursos. Atua como professor
concursado da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal.

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