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HISTÓRIA DA

PARAÍBA
História da Paraíba – Parte II

SISTEMA DE ENSINO

Livro Eletrônico
HISTÓRIA DA PARAÍBA
História da Paraíba – Parte II

Sumário
Daniel Vasconcellos

História da Paraíba – Parte II........................................................................................................ 3


1. Do Império à República: Elites Políticas, Imprensa e Abolicionismo................................ 3
2. História Republicana: Coronelismo na Primeira República, Populismo e Golpe no
Estado da Paraíba (1930-64), Economia e Sociedade Paraibanas na Atualidade. . .......... 14
2.1. Coronelismo na Primeira República.. ...................................................................................15
2.2. Populismo e Golpe no Estado da Paraíba (1930-64)...................................................... 22
Resumo............................................................................................................................................. 43
Mapas Mentais............................................................................................................................... 45
Questões Comentadas em Aula..................................................................................................48
Questões de Concurso.................................................................................................................. 54
Gabarito............................................................................................................................................ 77

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História da Paraíba – Parte II
Daniel Vasconcellos

HISTÓRIA DA PARAÍBA – PARTE II


Olá, querido(a)! Seja novamente muito bem-vindo(a)! Nesta aula daremos continuidade a
seu processo de aprovação no cargo de Oficial da Polícia Militar do Estado da Paraíba. É isso
mesmo que você leu. O resultado de nossos encontros, do seu esforço e dedicação ao estudo,
será a sua nomeação.
Antes de seguirmos, peço que não se esqueça de avaliar a aula anterior, caso ainda não o
tenha feito, e esta, ao final. Seu retorno é muito importante para que continue elaborando um
material que atenda suas expectativas e necessidades!
Veja os conteúdos do edital que abordaremos:
Do Império à República: elites políticas, imprensa e abolicionismo.
História republicana: coronelismo na Primeira República, populismo e golpe no estado da
Paraíba (1930-64), economia e sociedade paraibanas na atualidade.
Quero lembrá-lo(a) que seguiremos o estudo de acordo com os tópicos do edital. Já lhe
disse o quão importante isso é para compreender o foco da banca. Então, sem mais delongas,
vamos ao estudo.

1. Do Império à República: Elites Políticas, Imprensa e Abolicionismo


Para se situar, dê uma boa olhada na linha do tempo da História do Brasil:

Fonte: http://leonidasfelipe.blogspot.com/2015/11/mapa-mental-periodos-da-historia-do.html

Agora, veja como é subdividido o Período Imperial:

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Querido(a), a partir do Período Regencial (1831-1840), segunda fase do Império, ocorre


uma burocratização do Estado Brasileiro com a criação de cargos de juízes de fora, de paz e de
direito, do corpo policial, de cadeias públicas e do Tribunal do Júri.
Durante o Segundo Reinado surgiram os seguintes partidos políticos:
• o Partido Liberal, cujos membros eram conhecidos como os “luzia”;
• o Partido Conservador, cujos membros eram conhecidos como os “saquarema”.

Ambos os partidos defendiam as ideias de elite, como a manutenção da escravidão. So-


mente se diferiam em relação ao poder central, com os liberais lutando por mais autonomia
provincial e os conservadores por mais centralização. Em função disso, o político pernambu-
cano Antônio Francisco de Paula Holanda Cavalcanti, proferiu: “Nada se assemelha mais a um
‘saquarema’ do que um ‘luzia’ no poder.”
Por causa da abdicação do seu pai, D. Pedro II sentiu a necessidade de mudar forma de
governo. Seguindo, assim, ao sistema que tem origem na Inglaterra, em 1847 é implantado o
parlamentarismo no Brasil.
Este sistema ficou conhecido como parlamentarismo às avessas dado que o Presidente
de Conselho, a partir de 1847, era escolhido de uma lista de tripla pelo imperador e não neces-
sariamente era o candidato mais votado, como na Inglaterra. O imperador também detinha o
Poder Moderador, mas este foi usado poucas vezes pelo soberano.
No ano de 1836, foi o criado o Liceu Paraibano. Instituição de ensino voltada para a forma-
ção das elites dirigentes da província. Dele saíram vários doutores do Direito que ingressaram
na política e participaram na criação dos jornais paraibanos, inclusive, com participação signi-
ficativa na Revolução Praieira. Uma publicação, inclusive, levou Borges da Fonseca ao Tribunal
do Júri por cometer crime de opinião.
Como vimos na aula anterior, o início do Segundo Reinado (1840-1889), terceira fase do
Brasil Império, foi marcado pela disputa entre liberais e conservadores durante a Revolução
Praieira (1848-1850).
Acontece que a Paraíba foi palco de vários movimentos de revolta desde a sua coloni-
zação. A maioria delas, como vimos, resultado da disputa pelo seu controle. No entanto, no
século XIX, essas revoltas carregavam consigo um caráter essencialmente liberal (Revolução
Pernambucana de 1817, Confederação do Equador de 1824 e a Revolução Praieira de 1848).
Esses ideais liberais se identificavam e influenciavam as ideias abolicionistas que surgem na
Paraíba a partir da década de 1870.
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Como há de se recordar, quando tratamos da Revolução Praieira, a política pernambucana


era dominada pelos membros da família Cavalcanti, tradicional e rica. Os Cavalcanti exerciam
seu poder no estado de modo bastante absoluto e agressivo. Esse corriqueiro desmando ge-
rou, com o tempo, uma grande insatisfação popular na região, crescendo quando somada à
monopolização do comércio pela elite portuguesa.
Contudo, outra família, Rego de Barros, começou a disputar o poder com os Cavalcanti.
Num esquema de revezamento, inclusive realizando acordos, teve os Cavalcanti liderando o
Partido Conservador e, os Rego de Barros, os Liberais. Alguns liberais, insatisfeitos com es-
ses acordos que acabavam favorecendo os Cavalcanti (Conservadores), saíram do partido e
fundaram o Partido Nacional Pernambucano (Praieiro). Outro motivo de insatisfação destes
liberais se deu porque, apesar da pressão inglesa pelo fim do Tráfico Negreiro, as duas famílias
continuaram praticando o contrabando de mão de obra negra.
Os dois partidos utilizaram a Imprensa como meio de disputa política. Os Conservadores,
chamados “guabirus” (ratos) criam o Diário da Paraíba. Já os Liberais, chamados “Praieiros”
(pois a sede do jornal ficava na rua da praia), criaram o chamado Diário Novo. Esse duelo de
narrativas no campo da imprensa durou até 1844.
O Partido da Praia cresceu elegendo deputados da Assembleia Legislativa Provincial. No
poder, demitiram funcionários nomeados pelos conservadores, desmontando a estrutura es-
tatal anterior. No entanto, essa medida causou um grande caos. O governo de Chinchorro,
conservador, durou até 1847 e sua saída gerou uma instabilidade política. Com a retomada
conservadora do governo central no Rio de Janeiro e o novo governo de Pernambuco, que foi
eleito com o objetivo de sufocar manifestações e revoltas, criaram as condições para o início
da Revolta Praieira. (Dúvidas sobre a Praieira, retome o último tópico da aula anterior).
Na passagem do ano de 1851 para 1852 eclodiu uma nova convulsão no Império: A Revolta
do Ronco da Abelha (1851-1852). Em diversas vilas e cidades do Nordeste, principalmente em
Pernambuco, Alagoas e Paraíba, centenas de pessoas se aglomeraram em frente a prédios pú-
blicos para protestar e, grande parte delas, armada. Recebeu esse nome em função do barulho
de zunido que os revoltosos faziam com suas bocas. Em Pernambuco, no dia 1º de janeiro, os
representantes de um grupo de quase 200 pessoas, que havia encurralado o delegado da vila
de Pau d’Alho, disseram: “Tendo nós, pretos e pardos pobres, (recebido) notícia sobre o ‘papel
da escravidão’, que hoje era o competente dia de se ler, desejamos saber se é ou não verdade”.
Eram pessoas livres, mas pobres e receosas de serem escravizadas com seus filhos. Acre-
ditavam que o perigo vinha do “papel da escravidão”, dois decretos imperiais com determina-
ções estatísticas. O primeiro deles marcava a realização do primeiro Censo do Brasil para o
mês de julho de 1852. O segundo estabelecia o registro de todos os nascimentos e mortes
no país a partir de janeiro de 1852. A real intenção do Estado era colher dados para calcular a
população, com o objetivo de sistematizar o recrutamento de homens para o serviço militar e
de mão de obra para as lavouras diante do processo abolicionista.

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Durante as revoltas, rasgavam cópias dos documentos e impediam que fossem lidos, afi-
xados e implementados. Em alguns casos, ameaçavam de morte funcionários públicos e até
membros de forças de segurança.
Naquele momento, a sociedade escravocrata brasileira passava por uma grande transfor-
mação. Com a Lei Eusébio de Queiroz de 1850, o tráfico de africanos escravizados passou a
ser proibido: “A importação de escravos no território do Império fica nele considerada como
pirataria.”
O medo e a revolta da população advinham das seguintes questões: Qual seria nova for-
ma de obter mão de obra no Brasil? E se o Império quisesse escravizar brasileiros pobres,
negros e pardos?

001. (CPCON/PM-PB/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2008) Apesar da rigidez da estrutura


econômico-social baseada no latifúndio e no trabalho escravo, as massas populares sempre
procuraram assinalar intensa participação na História da Paraíba.
Faça a associação das duas colunas.
1 - Revolução de 1817
2 - Confederação do Equador
3 - Revolução Praieira – 1848/49
4 - Revolta de Quebra-Quilos
5 - Ronco da Abelha
( ) Revolta que ficou assim conhecida pela modificação que provocou no sistema de pesos
e medidas.
( ) Revolta contra a atitude autoritária de D. Pedro I. O objetivo do seu líder era reunir as provín-
cias do Nordeste em uma república
( ) Foi o último movimento revolucionário do Império. Teve início com os choques entre liberais
e conservadores de Olinda
( ) A revolta deu-se nos sertões de Pernambuco, Alagoas, Ceará e Paraíba com o intuito de
fazer o controle sobre os trabalhadores, visto que, com o fim do tráfico negreiro, os homens
livres tiveram que trabalhar.
( ) Movimento de caráter republicano e separatista. Teve início em Pernambuco e logo se es-
tendeu às províncias de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Assinale a alternativa que indica a sequência CORRETA
a) 4, 1, 3, 2, 5
b) 4, 2, 3, 5, 1
c) 2, 4, 1, 3, 5
d) 5, 3, 1, 2, 4
e) 5, 1, 4, 3, 2

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Revolução de 1817: Movimento de caráter republicano e separatista. Teve início em Pernambu-


co e logo se estendeu às províncias de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Confederação do Equador: Revolta contra a atitude autoritária de D. Pedro I. O objetivo do seu
líder era reunir as províncias do Nordeste em uma república
Revolução Praieira – 1848/49: Foi o último movimento revolucionário do Império. Teve início
com os choques entre liberais e conservadores de Olinda.
Revolta de Quebra-Quilos: Revolta que ficou assim conhecida pela modificação que provocou
no sistema de pesos e medidas.
Ronco da Abelha: A revolta deu-se nos sertões de Pernambuco, Alagoas, Ceará e Paraíba com
o intuito de fazer o controle sobre os trabalhadores, visto que, com o fim do tráfico negreiro, os
homens livres tiveram que trabalhar.
Letra b.

Outro movimento importante para seu estudo é a Revolta de Quebra Quilos. Acabei de lhe
apresentar uma questão de uma prova anterior sobre o tema. Agora, aprofundemos: Iniciada
na Paraíba, ocorreu em 31 de outubro de 1874. Foi uma revolta contra as mudanças introdu-
zidas pelos novos padrões de pesos e medidas do sistema internacional, recém introduzidas
no Brasil.
A denominação de quebra-quilos surgiu no Rio de Janeiro, quando populares invadiram
casas comerciais que começaram a utilizar o novo sistema de pesos e medidas. Aos gritos de
“Quebra os quilos! Quebra os quilos”, depredavam os estabelecimentos. A expressão começou
a ser utilizada indiscriminadamente para se referir a todos os participantes dos movimentos de
contestação ao governo com relação ao recrutamento militar, à instituição do sistema métrico
decimal para o cálculo de preços e do aumento de impostos dos governos.
Mais do que uma mudança na organização econômica da vida que, por gerações, estava
acostumada com outros sistemas de medidas, foi um movimento contra a carestia, os abu-
sos dos governos e os arrematantes de impostos, coletores e atravessadores. Agricultores,
criadores de gado e comerciantes, os quebra-quilos eram vistos pelas autoridades como um
“bando de matutos armados de facas e cacetes”. Por isso, a Revolta do Quebra Quilos também
é encontrada na literatura como o nome de Revolta dos Matutos.
Sem uma unidade e sem liderança, de maneira espontânea, a revolta se alastrou por outras
vilas e povoados da Paraíba, chegando a Pernambuco, Rio Grande do Norte e Alagoas.
Essa revolta começou nas feiras do Agreste e se espalhou rapidamente para cerca de 30 a
40 localidades da Paraíba. A Igreja, rompida com o Império devido à Questão Religiosa (vere-
mos mais adiante), apoiou o movimento e realizou propaganda contra o Império. Além disso,
as elites locais canalizaram a insatisfação popular para aumentar o sentimento antilusitano.

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A mando do Império, o Capitão Longuinho, liderando os chamados coletes de couro, pro-


moveu uma forte repressão. No entanto, isso não impediu que outras manifestações popula-
res surgissem, inclusive lideradas por mulheres, contra o recrutamento militar.

002. (IBFC/CBM/PB/SOLDADO/2014) A Força Policial da Paraíba teve outra importante par-


ticipação em acontecimento histórico. Foi a pacificação do movimento que ficou conhecido
como a Revolta de Quebra Quilo. Essa Revolta se deu no ano de:
a) 1.874.
b) 1.849.
c) 1.834.
d) 1.865.

A Revolta de Quebra Quilos, iniciada na Paraíba, ocorreu em 31 de outubro de 1874.


Letra a.

É nesse contexto que surgiu o cangaço. Destaque para o cangaceiro Jesuíno Brilhante.
Em suas ações, saqueava comboios e mercadorias enviadas do governo aos coronéis que co-
mandavam o sertão, enquanto a população morria de fome em plena seca. Reza a lenda que
Jesuíno, o primeiro cangaceiro do Brasil, não visava um retorno pessoal. A morte de Jesuíno
Brilhante foi digna de registros de cinema. O desfecho ocorreu em dezembro de 1879, em uma
emboscada, na cidade de Belém do Brejo do Cruz, Paraíba, quando vinha sendo perseguido
pela polícia e fora alvejado, de surpresa, por dois tiros na região do abdômen, disparados pelo
seu algoz, Preto Limão.
A partir de 1880 o movimento abolicionista ganha maior repercussão na Paraíba. Para lhe
deixar situado(a), veja abaixo as Leis abolicionistas no período:

Mesmo após a Lei Eusébio de Queirós, que proibiu o tráfico de escravos para o Brasil, ocor-
reram desembarques clandestinos na Paraíba e em Pernambuco.

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O que pouco se comenta nos livros didáticos é que, em 25 de março de 1884, o presiden-
te da província do Ceará, o baiano Sátiro Dias, declarou a libertação de todos os escravos da
província, portanto, a primeira a abolir a escravidão no país quatro anos antes da Lei Áurea.
Acontece que, na década de 1870, a venda de escravizados para outras regiões do país era
importante fonte de receita para a província do Ceará. Nos dias 27, 30 e 31 de janeiro de 1881
e, 3 de agosto do mesmo ano, jangadeiros, liderados pelo Dragão do Mar, se recusaram a trans-
portar, do Porto de Fortaleza para os navios negreiros, escravizados que seriam vendidos para
outras províncias. Esta foi a Greve dos Jangadeiros que, ao paralisar o tráfico por alguns dias,
impulsionou a abolição da escravatura no Ceará.
Segunda província do Império em número de associações abolicionistas em meados de
1870, a Paraíba não foi pioneira, mas foi parte ativa no fortalecimento do abolicionismo até a
publicação da Lei Áurea. A elite paraibana foi contagiada com o movimento do Ceará. O jornal
O Norte, que circulava nessa época, pregava o abolicionismo total, numa propaganda que im-
pressionou a opinião pública.
Apesar da tradição liberal da Paraíba (Revolução Pernambucana de 1817, Confederação do
Equador de 1824, Revolução Praieira 1848), somente no início da década de 1880, o movimen-
to abolicionista ganha força, com a entrada de setores “excluídos” como as mulheres, artistas
e pessoas negras livres, libertas e mesmo escravizadas. Foi a partir de debates políticos nas
ruas, do nascimento de jornais paraibanos abolicionistas e do ativismo de pessoas brancas co-
muns, de negros livres e ex-escravizados, que o abolicionismo passou da ideia para a prática.
Entre as primeiras associações abolicionistas na Paraíba, ou emancipadoras, grupos organi-
zados que ajudam a libertar os negros escravizados, destaque para a Sociedade Caridade São
João Evangelista, Emancipadora Parahybana, Núcleo Abolicionista e Emancipadora Areiense.
Em 1882, um expoente do abolicionismo brasileiro, José do Patrocínio, participou da fun-
dação da Emancipadora Parahybana, uma das muitas organizações abolicionistas da Paraíba.
Tendo como presidente o padre João do Rego Moura, produziu o jornal Emancipador e conse-
guiu alforriar muitos cativos.
Entre as emancipadoras paraibanas, a Areiense teve um papel de destaque, sendo responsá-
vel pela maior parte dos negros libertos na cidade de Areia. Essa é uma temática de grande rele-
vância e tem grandes chances de ser cobrada pela banca. Um censo feito pelo Império em 1872
indicou que Nossa Senhora da Conceição de Areia, com 1.424 pessoas, era a freguesia com a
maior população escravizada. Em 1871, José Alves de Lima, rico proprietários de fazendas em
Areia, viúvo e sem filhos, libertou todos os seus escravos e deixou para eles parte da sua fortuna.
Contudo, foram dois moradores de Areia que tomaram a frente no processo de libertação
de escravizados: o farmacêutico Manuel Silva, que liderava a Mocidade Emancipadora Areien-
se, e o bacharel Coelho Lisboa. Ambos atuaram na organização de eventos para arrecadar
recursos para a compra de escravizados, acolhendo escravizados fugitivos e incentivando a
fuga de outros cativos.

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Os escravos fugitivos se refugiavam no sítio de S. José, pertencente a Simão Patrício da


Costa Senior, também membro da Emancipadora Areiense. Os fugidos ocupavam as casas
dos moradores, estribarias, estábulos e até a própria residência do proprietário. Por várias ve-
zes, a propriedade foi cercada e ameaçada por tropas policiais.
Em 1886, a causa da libertação dos escravos já tomara maior amplitude. Havia vários nú-
cleos de emancipadores, sendo os mais combativos os de Areia e Mamanguape.
A Emancipadora Areiense desenvolveu a propaganda abolicionista pelas colunas do jornal
Areiense. Em março de 1888, Manuel da Silva fundou outro jornal: Verdade. Em 1888, no dia
3 de maio, dez dias antes da Lei Áurea, Areia proclamou o a abolição na cidade, entregando a
carta de alforria ao seu último escravo.

Edição de 31 de março de 1888 do Jornal Verdade. Fonte: O processo de abolição da escravidão na Parahyba do
Norte (1870-1888)

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Para celebrar o feito, celebraram uma missa, soltaram fogos e realizaram passeatas, com
libertos confraternizando-se com seus ex-senhores. Tanto o foi que os libertos realizaram um
jantar aos abolicionistas e prestaram uma homenagem a Manoel da Silva, lhe arremessando
flores na sua chegada.
A Paraíba tinha um dos menores percentuais de pessoas escravizadas se comparada a
outras províncias. Do auge da escravidão até a abolição, a população escravizada na Paraíba
foi diminuindo ao ponto de ser de pouco mais de 9 mil escravizados em 1888.

Fonte: https://g1.globo.com/pb/paraiba/noticia/cidade-da-paraiba-aboliu-escravidao-antes-da-lei-aurea-
-em-1888-diz-pesquisador.ghtml

A Paraíba chegou ao final do século XIX com uma situação econômica muito diferente do
que vivera no auge da atividade açucareira. Além do castigo da seca, que fazia crescer o núme-
ro de retirantes, epidemias na década de 1850 mataram cerca de 30 mil pessoas.
Antes de partirmos para o Período Republicano, vejamos o que levou à crise da Monarquia
e a consequente Proclamação da República. Três foram as principais causas para findar o Im-
pério: Questão Abolicionista, Questão Religiosa e Questão Militar. Veja:
Um dos três pilares de sustentação do Império era a escravidão. Daí a expressão Questão
Abolicionista para nos referirmos aos impactos do processo de abolição da escravidão para a
Monarquia. Diante da pressão internacional pelo fim da escravidão, a própria aristocracia rural
começou a inflacionar o preço dos escravos na expectativa de que o governo pagasse uma in-
denização quando a previsível abolição acontecesse. Como vimos, isso ocorreu em Areia e no
Ceará. Mas o império não o fez. O governo brasileiro libertou os escravos, mas não indenizou
os proprietários. Resultado: a aristocracia escravagista começou a sonegar tributos retirando
o sustentáculo financeiro do Império. Uma grave crise tomou conta do governo, já debilitada
pelos altos gastos com a Guerra do Paraguai (1864-1870).
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Do ponto de vista social, a abolição não resolveu o problema das desigualdades geradas
pela escravidão. Ocorre que o governo imperial e o governo republicano não criaram meca-
nismos para que a população liberta fosse absorvida pelo mercado de trabalho assalariado
ou tivesse condições de possuírem moradia. O resultado pode ser visto ainda hoje, com a
população negra sendo maioria dos integrantes das classes sociais mais baixas, minoria nas
universidades públicas entre outros indicadores sociais.

003. (FGV/SME - SP/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO/HISTÓRIA/2016)


Leia os fragmentos a seguir.
I – (...) Fazemos saber a todos os Nossos Subditos, que a Assemblea Geral Decretou, e Nós
Queremos a Lei seguinte.
Art. 1º As embarcações brasileiras encontradas em qualquer parte, e as estrangeiras encon-
tradas nos portos, enseadas, ancoradouros, ou mares territoriaes do Brasil, tendo a seu bordo
escravos (...), ou havendo-os desembarcado, serão apprehendidas pelas Autoridades, ou pelos
Navios de guerra brasileiros, e consideradas importadorasde escravos. Aquellas que não tive-
rem escravos a bordo, nem os houverem proximamente desembarcado, porêm que se encon-
trarem com os signaes de se empregarem no trafico de escravos, serão igualmente apprehen-
didas, e consideradas em tentativa de importação de escravos. (Coleção de Leis do Império do
Brasil, Rio de janeiro, vol. 1 pt 1, p. 182.)
II – (...) Faz saber a todos os Subditos do Império, que a Assembleia Geral Decretou, e Ella
Sanccionou a Lei seguinte: Art. 1º Todos os escravos, que entrarem no territorio ou portos do
Brazil, vindos de fóra, ficam livres. Exceptuam-se: 1º Os escravos matriculados no serviço de
embarcações pertencentes a paiz, onde a escravidão é permitida, emquanto empregados no
serviço das mesmas embarcações. 2º Os que fugirem do territorio, ou embarcação estrangei-
ra, os quaes serão entregues aos senhores que os reclamarem, e reexportados para fóra do
Brazil. Para os casos da excepção n. 1º, na visita da entrada se lavrará termo do numero dos
escravos, com as declarações necessarias para verificar a identidade dos mesmos, e fiscali-
sar-se na visita da sahida se a embarcação leva aquelles, com que entrou. Os escravos, que
forem achados depois da sahida da embarcação, serão apprehendidos, e retidos até serem
reexportados. (Coleção de Leis do Império do Brasil, Rio de janeiro, vol. 1 pt 1, p. 182.)
Os fragmentos I e II correspondem, respectivamente,
a) à Lei do Ventre Livre e ao Bill Aberdeen.
b) à Lei Eusébio de Queiroz e à Lei Feijó.
c) à Lei Saraiva-Cotegipe e à Lei Nabuco de Araújo.
d) à Lei Nabuco de Araújo e à Lei Eusébio de Queiroz.
e) ao Bill Aberdeen e à Lei Feijó.

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Muito fácil! Listei, inclusive, os parágrafos da Lei Feijó no corpo do texto sobre a Questão Abo-
licionista. Tenha em mente que você deverá saber identificar cada uma das leis abolicionistas.
Letra b.

Outra ruptura do Império se deu com a Igreja, no que os historiadores chamam de Questão
Religiosa. Desde o início da colonização prevalecia o regime de Padroado. A igreja era subme-
tida à Coroa Portuguesa e, após a Independência, ao Imperador. Na prática, o Estado poderia
abrir paróquias e indicar bispos com a contrapartida de prover os “salários” do clero.
Assim, D. Pedro II tinha autoridade para aprovar ou não uma ordem do Papa. Em 1872, uma
Bula Papal proibia a participação de membros ligados à maçonaria na vida religiosa da Igreja.
Acontece que D. Pedro II era maçon. Quando D. Vidal e D. Macedo, bispos de Olinda e de Belém,
resolveram seguir as ordens do Papa Pio IX, o imperador ordenou que fossem presos. Foram
libertos em 1875, mas já estava feito o estrago a imagem do Império.
Hoje, meios de comunicação e redes sociais são utilizados por lideranças políticas para pro-
pagar seus ideais e valores. No entanto, no século XIX, era a Igreja Católica a instituição respon-
sável por “fazer propaganda” para a monarquia brasileira. Entretanto, diante da ruptura, todo o
clero da Igreja começou a fazer propaganda contrária a D. Pedro II, fazendo com que a população
criasse um sentimento de aversão ao imperador e tudo que a monarquia representava.
Para resumir: a ruptura com a Igreja fez com que o Império perdesse seu apoio ideológico.
A queda do último pilar de sustentação do Império é chamada pela historiografia de Ques-
tão Militar.
A Guerra do Paraguai (1864-1870) foi o maior conflito armado internacional ocorrido na
América do Sul. O Paraguai foi destruído pela Tríplice Aliança, composta por Brasil, Argentina e
Uruguai. A principal instituição brasileira responsável pela vitória na guerra foi o Exército. Con-
tudo, era a marinha quem recebia as maiores verbas e privilégios do governo. Isso despertou
um sentimento de despeito por parte do alto escalão do exército brasileiro.
Além disso, em 1883, aumentou a oposição entre governo e exército. Oficiais ficaram extre-
mamente insatisfeitos em função do projeto de revisão da aposentadoria dos militares.
Soma-se a isso, a influência da Escola Militar, em que as ideias do positivismo de Auguste
Comte ganhavam adeptos. De acordo com essa corrente filosófica, uma República forte, cen-
tralizada e orientada por princípios racionais, representava o melhor dos sistemas de governo
a ser seguido. Além da Escola Militar, muitos chefes militares passaram a fazer campanha
contra o Império através de jornais.

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História da Paraíba – Parte II
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Assim, diante dos boatos de que o visconde de Ouro Preto, chefe do gabinete de governo,
pretendia dissolver o Exército, nos dias 14 e 15 de novembro, um grupo de militares liderado
por Marechal Deodoro impôs o golpe a Dom Pedro II. Estava proclamada a República.
Durante o processo de tomada do poder, a população sequer entendeu o que estava acon-
tecendo, levando o ex-político e jornalista, Aristides Lobo, a dizer que “o povo assistiu àquilo
bestializado, atônito, surpreso, sem conhecer o que significava, muitos acreditaram seriamente
estar vendo uma parada.”
Resumindo: O império, que já havia perdido seu sustentáculo ideológico e econômico, ago-
ra perdia sua base de apoio militar.

004. (ESPCEX/2006) O fim do Império Brasileiro foi marcado por contestações ao regime
como, por exemplo, a campanha abolicionista e a campanha republicana. Paralelamente, ocor-
reram duas outras causas da queda da monarquia: a relação Pedroado-Maçonaria e as ideias
criadas pelo francês Auguste Comte, corrente filosófica chamada de Positivismo.
Esses dois conjuntos geraram, respectivamente, a:
a) crise de sucessão do terceiro imperador e a censura dos livros de filosofia
b) perseguição às sociedades secretas e o Problema Servil
c) Corrente Nacionalista e a rejeição do Conde D’Eu como novo monarca
d) Questão Religiosa e a Questão Militar
e) crise do Beneplácito e a queda do Gabinete Liberal

Esses dois elementos fazem parte da crise que gerou o isolamento político de D. Pedro II e a
consequente Proclamação da República.
Letra d.

2. História Republicana: Coronelismo na Primeira República, Populismo


e Golpe no Estado da Paraíba (1930-64), Economia e Sociedade Parai-
banas na Atualidade

A República, proclamada em 1889, de início, foi governada por Militares, no que se conven-
cionou chamar de República de Espadas (1889-1894). O governo dos marechais deu lugar ao
governo civil a partir de 1894, iniciando o que chamamos República Oligárquica.
Observe a linha do tempo que divide didaticamente o Período Republicano da História
do Brasil:

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A FGV propõe uma abordagem sobre a História da Paraíba no decorrer desta linha do tem-
po. Antes de nos debruçarmos sobre as oligarquias paraibanas, é preciso que você compreen-
da como funcionava a República Oligárquica.

2.1. Coronelismo na Primeira República


A República dos Coronéis, também chamada de República Oligárquica (1894-1930), foi
marcada por um controle político das Oligarquias de São Paulo e Minas Gerais, no que se con-
vencionou chamar de política do café-com-leite.

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Oligarquia é uma palavra de origem grega e significa “governo de poucos”. Como o próprio
nome diz, a República Oligárquica (1894-1930) foi um período da história do Brasil em que as
oligarquias cafeeiras de São Paulo (Partido Republicano Paulista) e as oligarquias produtoras
de leite de Minas Gerais (Partido Republicano Mineiro) dominaram a cena política brasileira por
possuírem a maioria do eleitorado do país. Daí a nomenclatura usual: Política do café-com-leite.
Os presidentes indicados por estes dois partidos se revezaram na presidência da Repúbli-
ca até a Revolução de 1930, que colocou Getúlio Vargas no poder.
No plano econômico, para garantir os privilégios dos produtores de café, foi celebrado o
Convênio de Taubaté, um plano feito entre os governos de São Paulo, Minas Gerais e Rio de
Janeiro e os grandes cafeicultores destes estados. Este acordo, firmado em 1906, na cidade
de Taubaté (interior de São Paulo) tinha como principal objetivo aumentar o preço do café. De
acordo com o plano, os governos de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro compravam a
produção de café dos produtores, fazendo e gerenciando estoques reguladores do produto.
O produto era colocado no mercado de acordo com a lei da oferta e procura, visando sempre
manter os preços elevados, garantindo desta forma o lucro dos produtores.
Na maior parte dos casos, estes governos compravam o café dos produtores a um preço
maior do que vendiam no mercado, obtendo prejuízos nesta relação. E quando a procura por
café no mercado internacional era menor do que a oferta, para manter os preços altos, os go-
vernos queimavam estoques do produto, gerando mais prejuízos aos cofres públicos.
Como estes estados não tinham capital para comprar os elevados estoques de café e ain-
da manter os preços controlados, precisaram recorrer a empréstimos em bancos estrangeiros
(ingleses e norte-americanos), que estavam abrindo suas portas no Brasil naquela época.

2.1.1. Política dos Governadores

Foi um acordo político firmado durante o período da República Velha (1889-1930), com o
objetivo de unir os interesses dos políticos locais ao governo federal, a fim de garantir o con-
trole do poder político.
O Governo Federal apoiava os governos estaduais sem restrições e, em troca, eles faziam
uso de seus coronéis (“coronelismo”) e elegiam bancadas pró-Governo Federal para a assem-
bleia legislativa, de forma que nem o governo federal, nem os governos estaduais, enfrentas-
sem qualquer tipo de oposição. Campos Sales propôs o nome “Política dos Estados”, dizendo
que “o que pensam os Estados, pensa a União”.

2.1.2. Coronelismo

Para que a política dos governadores funcionasse, era preciso a garantia dos votos neces-
sários. Nesse sentido, poder político local era exercido por um coronel. Apesar da patente no
nome, não era um militar. Tratava-se de um mandatário, geralmente um grande proprietário de
terras, que controlava a dinâmica política na sua região em função da dependência econômi-
ca da população local.

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A economia local era altamente dependente da atividade do coronel, que obrigava seus
“dependentes” a votarem nos candidatos que ele indicasse. É própria das pequenas cidades do
interior e configura uma forma de mandonismo em que uma elite, personificada pelo proprie-
tário rural, controla os meios de produção, detendo o poder econômico, social e político local.
O coronelismo foi a base de toda a estrutura que garantia a manutenção das elites agrárias no
governo da República.

Organizado o acordo da política dos governadores, foi necessária a criação de mecanis-


mos institucionais para que garantissem a eleição dos candidatos escolhidos pelos dois gru-
pos. Vamos a eles:
• Voto de Cabresto: a Constituição de 1891 estipulava o voto aberto. Assim, os coronéis
obrigavam seus “dependentes” a votarem em seus candidatos. Aqueles que tentavam
desobedecer eram punidos, perdendo seus empregos ou não conseguindo vender ou
prestar algum serviço para o Coronel;
• Curral eleitoral: Os coronéis negociavam seu apoio e os votos necessários aos candida-
tos que negociavam com ele. Ofereciam seu curral eleitoral em troca de favores;
• Comissão Verificadora: Criada pelo Congresso Nacional, se mesmo diante da domina-
ção coronelista os candidatos dos coronéis não fossem selecionados, uma Comissão
Verificadora de Poderes tinha autoridade para não diplomar o candidato eleito.

005. (FGV/SME-SP/Professor de Ensino Fundamental II e Médio/História/2016) “Comecemos


pela expressão ‘República Oligárquica’. Oligarquia é uma palavra grega que significa governo
de poucas pessoas, pertencentes a uma classe ou família. De fato, embora a aparência de
organização do país fosse liberal, na prática o poder foi controlado por um reduzido grupo de
políticos em cada Estado.” FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1995, p. 61.

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Assinale a opção que caracteriza corretamente um dos mecanismos próprios da ordem oligár-
quica brasileira na Primeira República.
a) Com a política dos governadores, o governo estadual passou a sustentar os grupos domi-
nantes em cada estado, em troca de apoio eleitoral para o Executivo federal.
b) Com a aliança entre Minas Gerais e Rio de Janeiro, detentores das maiores bancadas no
Congresso no período, as oligarquias do Centro-Sul garantiram o controle do Executivo e do
Legislativo federais.
c) Com o coronelismo, controlou-se o eleitorado no campo, incorporado ao processo político
pelo fim do critério censitário, e garantiu-se a hegemonia das oligarquias rurais regionais, inter-
ferindo no processo eleitoral.
d) Com a criação de um novo ator político - os governadores, eleitos a partir das máquinas
estaduais -, os estados aprofundaram o federalismo e combateram o coronelismo, visto como
sobrevivência arcaica da ordem imperial.
e) Com o pacto federativo, acirraram-se as hostilidades existentes entre Executivo e Legislati-
vo, criando a disputa entre São Paulo e Minas Gerais pela presidência da República.

O coronelismo foi o principal instrumento utilizado pelas oligarquias para garantir que seus
candidatos fossem eleitos, mantendo a aparência de uma República Liberal, como descrito no
texto do enunciado.
Letra c.

2.1.3. Coronelismo na Paraíba Republicana

Durante o período da República Velha, entre 1889 e 1930, o poder paraibano era exercido
por coronéis e oligarquias que controlavam o estado; nessa fase, a Paraíba foi governada por
três oligarquias: o venancismo (Venâncio Neiva), o alvarismo (Álvaro Machado) e o epitacismo
(Epitácio Pessoa).
Na Paraíba, o coronelismo foi significativo deixando marcas até hoje nos rincões do sertão
paraibano. O primeiro grupo oligárquico que dominou a cena política paraibana foi montado
por Álvaro Machado, segundo governador da Paraíba no período republicano. O alvarismo de-
terminou os rumos da Paraíba republicana de 1892 a 1912 e fundou o Partido Republicano da
Paraíba (PRP) para conduzir a política paraibana.
Em geral, o primeiro período republicano na Paraíba foi caracterizado pelo crescimento da
população urbana, bem como pelo crescimento de reivindicações e organização dos trabalha-
dores, que foram reprimidas durante o governo de Epitácio Pessoa (1919-1922).
O segundo grupo político oligárquico paraibano de nosso estudo estava sob a liderança de
Epitácio Pessoa, por isso: epitacismo. Tamanho era o controle dessa Oligarquia, ditando os ca-
minhos da política paraibana de 1915 a 1930, que esse período ficou conhecido como “ordem
de Epitácio”. A Paraíba ficou politicamente dividida entre os que estavam a favor de Epitácio
Pessoa ou contra ele.

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A passagem a seguir mostra quanto poder detiveram os coronéis na Paraíba republicana:

Na Paraíba, as acirradas disputas político-eleitorais, o monopólio dos meios de produção, a domina-


ção pessoal exercida pelos ‘coronéis’ sobre os trabalhadores, a política clientelista e o controle da
máquina estatal concentraram o poder nas mãos de cerca de três dúzias de famílias distribuídas por
vários municípios, tais como os Dantas – em Teixeira, os Suassuna – em Catolé do rocha, os Cunha
Lima – em Areia, os Pessoa – em Umbuzeiro e os Sátiro – em Patos. [...] os grupos dominantes
locais se compõem e recompõem, preservando, assim o seu poder, embora subordinando-se a nível
nacional e ao predomínio das oligarquias do Sudeste.1 (GURJÃO, 1999, p.56-57).

Além do domínio coronelista, é importante destacarmos outros acontecimentos na Pa-


raíba durante a República Oligárquica (1894-1930). Por exemplo, durante a Primeira Guerra
Mundial (1914-1918), a economia da Paraíba entrou em crise por causa da queda drástica nas
exportações de algodão, um dos principais produtos agrícolas do estado.
Em 9 de fevereiro de 1926, a Coluna Prestes comandada por Luís Carlos Prestes, Miguel
Costa e Juarez Távora, passou pela Paraíba.

Coluna Prestes: Também conhecida como Coluna Miguel Costa-Prestes, a Coluna foi um mo-
vimento revoltoso organizado por tenentistas que percorreu o Brasil entre 1925 e 1927 com-
batendo as tropas dos governos de Artur Bernardes e Washington Luís durante a Primeira
República. Ao longo de sua trajetória, os membros da Coluna percorreram mais de 25 mil qui-
lômetros em protesto contra os governos vigentes.

Entre 1920 e 1940, ocorreu o fenômeno do cangaço. O historiador Eric Hobsbawm deu o
nome de banditismo social para esses movimentos bandoleiros no sertão. Segundo ele mesmo:
“o banditismo é uma forma bastante primitiva de protesto social organizado.” Considerado uma
forma de atividade predatória realizada por bandos armados, organizados ou não, contra proprie-
dades e autoridades, teve Antônio Silvino, Chico Pereira e Virgulino Ferreira da Silva (o Lampião)
como líderes de bandos que atuaram nas localidades de Cajazeiras, Guarabira, Piancó e Sousa.

2.1.4. A Revolta da Princesa (24/02/1930 a 19/08/1930)

A Revolta de Princesa, também chamada de Revolta na Caatinga, foi um movimento li-


derado por José Pereira Lima, deflagrado no município de Princesa, atual Princesa Isabel, na
Paraíba, em fevereiro de 1930, em oposição ao governo estadual de João Pessoa Cavalcanti
de Albuquerque. Os revoltosos chegaram a declarar independência provisória e criaram um
hino, uma bandeira e leis próprias. Com o assassinato de João Pessoa no mês de julho, como
veremos mais adiante, a revolta perdeu substância e seus líderes entraram em acordo com o
governo federal para a pacificação da Paraíba.

1
GURJÃO, Eliete de Queiroz. Morte e vida das oligarquias: Paraíba (1889-1945). João Pessoa: Universitária/UFPB, 1994. p.56-57

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Integrante do Epitacismo, João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque era sobrinho de Epitácio


Pessoa, presidente da República de 1919 a 1922. Foi auditor-geral da Marinha, ministro da Jun-
ta de Justiça Militar, ministro do Superior Tribunal Militar e presidente da Paraíba (1928-1930).
Como veremos, foi candidato em 1930 a vice-presidente na chapa derrotada de Getúlio Vargas.
Chegando ao poder em 1928, João Pessoa aumentou a cobrança de taxas de exportação
do algodão, fato que gerou descontentamento dos coronéis latifundiários locais. Assentados
numa estrutura política coronelista, se valiam da utilização de grupo de jagunços armados.
Além disso, aumentou a perseguição à grupos de cangaceiros no interior do estado.
O Porto do Recife era, nesse momento, o maior exportador do algodão produzido na Serra
do Teixeira (sul da Paraíba), fato que gerava grandes perdas tributárias à Paraíba. Na tentativa
de reduzir as perdas tributárias, João Pessoa determinou a implantação de vários postos de
fiscalização na região, gerando mais descontentamento com os coronéis da Serra do Teixeira.
No dia 31 de maio, um efetivo composto por 80 Praças, sob o Comando do Tenente Manoel
Marinho, transportado em Caminhões, se deslocou da Capital com destino a Tavares. No dia 1º
de junho, a tropa reiniciou a marcha.
Aproximadamente a 600 metros da área urbana daquele Distrito, em meio a um matagal,
existiam cercas de pedras justapostas, com um metro e meio de altura, nos dois lados da
estrada carroçável. De maneira que formava um corredor com cerca de 100 metros de cumpri-
mento por 4 metros de largura. Era o início da estrada antiga que ligava Água Branca a Tavares.
Quando o comboio entrou nesse corredor, grupos armadas de Zé Pereira colocaram galhos de
árvores na frente do primeiro caminhão e por trás do último, deixando a tropa encurralada.
Do outro lado das cercas, o grupo de seguidores de Zé Pereira, abriu fogo contra a tropa
indefesa. Foi um verdadeiro massacre. Cerca de 200 soldados foram mortos. Poucos policiais
escaparam, correndo mata adentro. Os caminhões foram incendiados. Muitos morreram ainda
embarcados. Moradores locais sepultaram dezenas de corpos carbonizados nas proximida-
des da Igreja. Eram mais de 5 corpos em casa cova.
No local da emboscada, a marca do fogo ficou no chão durante muito tempo. Ali, dias de-
pois, moradores ergueram uma pequena capela e colocaram uma grande cruz de madeira e o
local ficou conhecido como a cruz do caminhão. Esse episódio ficou conhecido como desastre
de Água Branca.
Durante a ocupação de Tavares pela polícia, cangaceiros cercaram a cidade durante 18 dias.
Com a invasão da Vila do Teixeira, de Imaculada e de Tavares pela polícia paraibana e a
iminente invasão à Princesa, o coronel José Pereira e outros coronéis locais, contando com o
apoio discreto do Presidente da República e dos presidentes de Pernambuco, Estácio de Albu-
querque Coimbra, e do Rio Grande do Norte, Juvenal Lamartine de Faria, resolveram proclamar
independência do Território em relação à Província da Paraíba, sendo a partir desta data, su-
bordinado diretamente ao Governo Federal, no Rio de Janeiro.

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Com a declaração de independência provisória da cidade do Estado da Paraíba, passou a


chamar-se República de Princesa. Veja a seguir a reprodução do documento:

DECRETO N. 1, DE 9 DE JUNHO DE 1930


Decreta e proclama provisoriamente a independência do Município de Princesa, separado do Estado
da Paraíba e estabelece a forma pela qual deve ele se reger.
A administração provisória do Território de Princesa, instituída por aclamação popular, decreta e
proclama a resolução seguinte:
Art. 1º – Fica decretada e proclamada provisoriamente a independência do Município de Princesa,
deixando o mesmo de fazer parte do Estado da Paraíba, do qual está separado, desde 28 de feverei-
ro do corrente ano.
Art. 2º – Passa o Município de Princesa a constituir, com os seus limites atuais, um território livre,
que terá a denominação de Território de Princesa.
Art. 3º – O Território de Princesa, assim constituído, permanece subordinado politicamente aos
poderes públicos federais, conforme se acham estabelecidos na Constituição da República dos Es-
tados Unidos do Brasil.
Art. 4º – Enquanto, pelos meios populares, não se fizer a sua organização legal, será o território
regido pela administração provisória do mesmo território.
Cidade de Princesa, 9 de junho de 1930. – José Pereira Lima* – José Frazão Medeiros Lima** – Ma-
nuel Rodrigues Sinhô***
(*) deputado estadual e “coronel”
(**) prefeito de Princesa
(***) presidente da Câmara Municipal de Princesa.

A proclamação de Independência de Princesa fez com que o governador promovesse di-


versas tentativas de retomada da cidade, todas elas fracassadas.
Quando o presidente da Paraíba, João Pessoa, foi assassinado pelo advogado João Duarte
Dantas, na Confeitaria Glória na Rua Nova, em Recife, por motivos pessoais/políticos, a força
do movimento armado de Princesa se perdeu.
O Presidente da República, Washington Luiz, decidiu terminar com a Revolta de Princesa e
o Coronel José Pereira não ofereceu resistência. Conforme acordo prévio, seiscentos soldados
do 19º e 21º Batalhão de Caçadores do Exército, comandados pelo Capitão João Facó, ocupa-
ram a cidade em 11 de agosto de 1930, pondo fim oficialmente ao Território Livre de Princesa
e voltando a fazer parte da Província da Paraíba, com a denominação de Vila de Princesa.
José Pereira de Lima deixou a cidade a 5 de outubro. Depois de anistiado, em 1934, foi
residir na fazenda Abóboras em Serra Talhada, Pernambuco.

006. (IBFC/PMPB/Soldado/2018) “Esse estudo traz em sua essência a discussão sobre os


fatos que ocorreram na Paraíba, durante o período da ‘Primeira República’. Fatos estes que

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vieram a desencadear um conflito armado, dentro deste estado, entre dois tipos de poder: o
‘poder privado’ [representado, no conflito específico, pelo ‘coronel’ José Pereira Lima] e o ‘po-
der instituído’ [representado por João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque]. O primeiro, carac-
terizado pelo coronel, figura que constituía a base do sistema político da época; e, o segundo,
concentrado nas mãos do chefe político estadual.
Fonte: JANUÁRIO, 2009. (Adaptado).

Assinale a alternativa que indica corretamente o nome do conflito aludido no texto acima.
a) Guerra de Canudos
b) Revolução Praieira
c) A Revolta de Princesa
d) A Revolta do Quebra-Quilos

Como vimos, a Revolta de Princesa, em 1930, colocou em lados opostos José Pereira (Líder
político local) e João Pessoa (Presidente da Paraíba).
Letra c.

2.2. Populismo e Golpe no Estado da Paraíba (1930-64)


Querido(a), a Paraíba teve papel singular na Revolução de 1930, teve governantes que na-
vegaram nas ondas do populismo e sofreu as mazelas da Ditadura Militar.
Antes de seguirmos, é preciso que você primeiro compreenda o conceito de Populismo:
termo utilizado para explicar um conjunto de práticas associadas a políticos, sobretudo da
América Latina, durante boa parte do século XX. No caso do Brasil, essa expressão é utilizada
como forma de explicar as características dos governantes do Brasil do período entre 1930 e
1964. A definição populismo fez, inclusive, com que o período de 1946 a 1964 ficasse conheci-
do como “República Populista”. De acordo com a definição clássica desse termo, Getúlio Var-
gas, Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart foram exemplos práticos de políticos
populistas no Brasil. Na prática, os populistas adotam discursos que atendam às reivindica-
ções das classes populares.

2.2.1. A Revolução de 1930

Caro(a) aluno(a), ao longo da década de 1920, a República Oligárquica definhou. Vejamos


os elementos que levaram à da Revolução de 1930, processo que teve a Paraíba como um de
seus protagonistas.
A Queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque, em 1929, gerou uma crise sem precedentes no
capitalismo mundial. A superprodução industrial, a especulação financeira e a recuperação eco-
nômica europeia no pós Primeira Guerra, levaram a economia dos Estados Unidos à estagnação.

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O café, carro chefe da economia brasileira, tornou-se produto supérfluo para os países em crise.
Assim, o governo brasileiro cortou o subsídio do Convênio de Taubaté, a ajuda financeira que pres-
tava aos cafeicultores desde 1906. Na esperança vã de manter os preços altos do café, produtores
chegaram a queimar milhares de sacas, com objetivo de diminuir a oferta. Tenha em mente que a
crise de 1929 derrubou a economia brasileira e o poder econômico das oligarquias cafeeiras.

007. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR - BA/PROFESSOR/HISTÓRIA/2019) A imagem a


seguir retrata a queima de café em Santos, no litoral de São Paulo, patrocinada pelo governo
Vargas, no início dos anos 1930.

Sobre a crise cafeeira no Brasil dos anos 1930, assinale a afirmativa correta.
a) Foi o desdobramento de uma crise econômica mundial provocada pelo crash da Bolsa de
Nova Iorque.
b) Motivou a introdução de técnicas industriais no setor cafeeiro.
c) Manteve a alta burguesia cafeeira ilesa, ao longo da crise econômica.
d) Resultou no aumento da demanda por café brasileiro, no mercado internacional.
e) Foi desencadeada por pressão dos EUA, interessados em exportar seu café para o mercado
internacional.

Com a Crise de 1929, o café brasileiro passou a ser considerado um produto supérfluo. Ocorre
que os países em crise precisavam destinar seus capitais para atividades de recuperação da
economia, deixando de importar o café brasileiro.
Letra a.

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Além disso, o movimento tenentista, apesar de combatido, disseminou ideais republicanos


que ameaçavam a hegemonia dos coronéis. Junte-se a isso, o movimento operário espalhou
as ideias comunistas e mobilizou organizações de operários e camponeses.

O tenentismo foi um movimento político e militar realizado por jovens oficiais brasileiros du-
rante o período da Primeira República. Esse corpo de oficiais era composto, em geral, por te-
nentes e capitães que estavam insatisfeitos com o sistema político brasileiro, sobretudo com
as práticas do jogo político imposto pelas oligarquias. Três foram os eventos do tenentismo
mais cobrados pela banca: Os 18 do Forte de Copacabana em 1822, A Revolução Paulista de
1924 e a Coluna Prestes de 1925 a 1927.

Como vimos, meu(minha) querido(a), as oligarquias mineira e paulista dominavam a cena


política com o revezamento dos presidentes escolhidos. Em 1929 esperava-se que a candi-
datura fosse de um político mineiro, entretanto, o presidente Washington Luís apoiou a can-
didatura do paulista Júlio Prestes para a presidência da República e de Vital Soares para a
vice-presidência.
Assim, Minas Gerais, Rio Grande do Sul e Paraíba formalizaram a Aliança Liberal, com a
candidatura de Getúlio Vargas para presidência e de João Pessoa para vice. A atitude ficou co-
nhecida como o “Nego”, por negar a candidatura de um paulista para o pleito, termo que seria
incorporado à bandeira do estado pouco depois. Contaram, ainda, com o apoio do movimento
tenentista e grupos de oposição. Dentre suas principais propostas, listamos:
• A representação popular pelo voto secreto;
• anistia aos insurgentes do movimento tenentista na década de 1920;
• reformas trabalhistas;
• a autonomia do setor Judiciário;
• a adoção de medidas protecionistas aos produtos nacionais para além do café.

A eleição aconteceu em 1º de março de 1930, com vitória de Júlio Prestes. A Aliança Li-
beral contestou a eleição, mas se retraiu até que, em 26 de julho de 1930, João Pessoa foi
assassinado.
É nesse contexto, de grande efervescência, que eclodiu a Revolução de 1930. A Aliança
Liberal se aproveitou do incidente para se organizar e pegar em armas para tomar o poder.
Entraram em contato com os generais das Forças Armadas para apoiarem a deposição de Wa-
shington Luís e garantirem que Getúlio Vargas se tornasse o próximo dirigente do país.
Em 3 de outubro de 1930, começou a intervenção. Na região Nordeste do país, Juarez
Távora liderou as incursões armadas. Na região Sul foi o general Góis Monteiro o responsável
por tomar o poder. As tropas se dirigiram ao Rio de Janeiro onde depuseram Washington Luís
e entregaram a presidência da República à Getúlio Vargas.

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História da Paraíba – Parte II
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Antenor de França Navarro foi um dos principais líderes da Revolução de 1930 na Paraíba.
Juntamente com José Américo de Almeida e os tenentes Agildo Barata, Juracy Magalhães,
Jurandir Bizarria Mamede e Juarez Távora tomaram de assalto o 22º Batalhão de Caçadores.
Também ocuparam a Escola de Aprendizes Marinheiros da Marinha do Brasil e a Capitania
dos Portos. Foram tomados prédio públicos e a Revolução se espalhou por todo o estado, se
alastrando a Campina Grande, Recife, Natal e Fortaleza.

008. (FGV/Prefeitura de João Pessoa/Professor de Educação Básica II/História/2014)


A bandeira do Estado da Paraíba é composta por duas faixas verticais, uma preta e outra vermelha,
e nesta última está escrito “NEGO” (verbo negar, presente do indicativo, primeira pessoa do singular).
Neste caso, o termo “NEGO” se refere
a) à refutação do domínio monárquico luso sobre o Brasil, por ocasião da insurreição paraiba-
na de 1817, que antecipa a independência do país e quer proclamar uma república.
b) ao movimento do Quebra‐Quilos, que eclodiu na Paraíba em função da negativa dos nordes-
tinos de custear as despesas da Guerra do Paraguai por meio do aumento de impostos.
c) à negativa de Epitácio Pessoa de participar do sistema político do café com leite, que reve-
zava candidatos do centro‐sul na sucessão presidencial.
d) à recusa do então Presidente do Estado da Paraíba, João Pessoa, de apoiar a candidatura
do sucessor para a presidência do Brasil indicado por Washington Luís.
e) ao veto liderado pela Paraíba em relação à intervenção do governo federal na região por
meio da criação da Sudene, e apoiado por outros Estados do Nordeste.

João Pessoa proferiu a expressão quando se negou a apoiar a candidatura de Júlio Prestes,
candidato indicado por Washington Luís (paulista), no momento em que, de acordo com a po-
lítica do café-com-leite, era a vez de Minas Gerais indicar.
Letra d.

2.2.2. A Paraíba na Era Vargas

Querido(a), contextualizemos o governo Vargas para, depois, entendermos seus impactos


na Paraíba. A Era Vargas compreende o período em que Vargas passou pela presidência da
República pela primeira vez, entre 1930 e 1945. Esse período foi dividido didaticamente pela
historiografia em três fases: Governo Provisório (1930 a 1934), Governo Constitucional (1934
a 1937) e Estado Novo (1937 a 1945).

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Durante o Governo Constitucional, Vargas buscou reestrutura o Estado brasileiro e indicar


interventores para os estados. Criou o Ministério do Trabalho e o Ministério da Cultura, dissol-
veu a constituição (que estava em vigor desde a Proclamação da República), continuou a polí-
tica de valorização do café, incentivou a policultura e enfrentou a Revolução Constitucionalista
Paulista de 1932.
No Governo Constitucional, viu a política polarizada entre a Aliança Nacional Libertadora
(ANL - comunista) e a Ação Integralista Brasileira (AIB – fascista). Aproveitando-se dessa po-
larização, usou do plano Cohem (invenção de que havia um golpe comunista em andamento)
para impor a ditadura do Estado Novo.
Durante o Estado Novo, Vargas promoveu uma perseguição política de dissidentes (com
censura, prisões, torturas e mortes), instituiu a Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), criou
a Cia Siderúrgica Nacional e colocou o Brasil na Segunda Guerra Mundial ao lado dos Aliados.
Aliás, foi essa contradição em apoiar as democracias liberais, ao mesmo tempo em que adota-
va um governo autoritário de inspiração fascista, que levou ao fim do Estado Novo.
No contexto do nacionalismo-desenvolvimentista da Era Vargas (1930-1945), houve a ten-
tativa de formação de uma elite dirigente capaz de garantir que a burocracia estatal pudesse ser
forte o suficiente para a transformação do país, de agrário-exportador, para urbano-industrial.
Nesse sentido, Vargas indicou interventores para os Estados no lugar dos presidentes esta-
duais. Na Paraíba, ainda em 1930, José Américo de Almeida foi nomeado primeiro interventor
no estado. No mesmo ano, foi nomeado Antenor Navarro, que ficou no cargo até 1932, quando
morreu em um acidente de avião no litoral da Bahia.
Em sua homenagem, centenas de ruas, praças, estabelecimentos públicos e até uma cidade,
colocaram seu nome. Uma de suas principais obras no governo do estado foi o porto de Cabedelo.
No entanto, para nosso estudo, os interventores mais importantes são Argemiro de Figuei-
redo e Rui Carneiro.
Argemiro de Figueiredo foi eleito governador em 1935 e permaneceu no cargo até 1940,
mesmo durante a vigência da ditadura do Estado Novo do presidente Getúlio Vargas. Segundo
historiadores, realizou uma das melhores administrações da história da Paraíba, sendo respon-
sável por um eficiente modelo econômico e político-administrativo, de modernização conser-
vadora e autoritarismo corporativo. Entre as suas principais realizações, duplicou a produção
de algodão do estado e diversificou a produção agrícola, mecanizou a lavoura e estabeleceu
parcerias com pequenos agricultores de todo o estado.
O presidente Vargas, diante de um impasse nas disputas políticas na Paraíba, resolveu
nomear um político alheio aos grupos em disputa. Neste momento Ruy Carneiro foi escolhido
como pacificador.
Sua posse, em 1940, inicia novos tempos na administração do estado. Governou até setembro
de 1945, realizando inúmeras obras importantes e colocou a Polícia Militar do estado na defesa
do litoral paraibano contra uma possível invasão das Forças do Eixo na Segunda Guerra Mundial.

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A repressão do Estado Novo (1937-1945) se deu na Paraíba, com a interventoria de Rui


Carneiro, em três níveis: contra correligionários, inclusive contra o ex-Interventor Argemiro de
Figueiredo, contra a Igreja Católica e os estrangeiros (principalmente os de origem de países
que representavam o eixo na época da Guerra, italianos e alemães).
Durante a interventoria Ruy Carneiro, os proprietários rurais, ligados à cultura do açúcar e
do algodão ficaram à margem das decisões do poder. Ruy Carneiro empreendeu ampla perse-
guição política aos antigos homens do poder local, levando o próprio Argemiro de Figueiredo a
sofrer por parte do governo um ato de censura por um discurso que viria a proferir na formatura
das alunas da escola normal de Campina Grande em 1940.
Com a Igreja Católica, o Interventor assumiu posicionamento contrário do seu antecessor.
Com grande influência na sociedade e ampla rede assistencialista coordenada pelo Monse-
nhor José Coutinho (Padre Zé), Ruy Carneiro empreendeu forte resistência a Diocese Parai-
bana ocasionando o distanciamento do Clero com o governo. Entre os eventos deste “rompi-
mento” podemos destacar o fechamento do semanário “a Imprensa” órgão de divulgação da
Diocese paraibana, ocorrido em março de 1942. O motivo teria sido reportagem onde a Igreja
pedia providências para recuperação de um colégio na cidade de Catolé do Rocha.

2.2.3. Golpe de 1964 na Paraíba

De 1945 a 1964, politicamente, a Paraíba perdeu o prestígio de outros tempos. Mas vamos
por partes. Após a Segunda Guerra Mundial o mundo se viu imerso na Guerra Fria, um confli-
to ideológico entre os Estados Unidos (capitalismo) e a União soviética (socialismo). Nesse
contexto, os países da América Latina passaram por um processo de industrialização. Com o
crescimento da indústria, do operariado e das lutas sociais, surgiu a necessidade de as elites
políticas legitimarem sua sustentação através de discursos voltados às demandas desses no-
vos grupos urbanos.
No Brasil, a criação da CLT e o controle dos sindicatos são exemplos de posturas popu-
listas de Getúlio Vargas. Juscelino Kubitschek, Jânio Quadros e João Goulart foram também
populistas. No entanto, a procura por uma aproximação maior com a classe trabalhadora não
objetivava a mobilização desta classe, antes, buscavam desarticulá-la.
Dito isto, o Golpe de 64 só pode ser entendido como resultado da crise do populismo.
João Goulart foi Ministro do Trabalho na segunda passagem de Vargas pela presidência (1950-
1953). Como Ministro do Trabalho deu um aumento de cem por cento aos trabalhadores e pro-
curou se alinhar às pautas de centro-esquerda dentro do Partido Trabalhista Brasileiro (PTB).
Foi eleito em uma chapa que tinha apoio de partidos de direita (União Democrática Nacional –
UDN, Partido Democrático Cristão – PDC) para apoiar Jânio Quadros. Com a renúncia de Jânio
Quadros, teve dificuldade para assumir o cargo de presidente devido a uma conspiração. No
entanto, graças a um acordo costurado por Leonel Brizola (Campanha Legalista), em que se
estabelecia um regime parlamentarista, João Goulart assumiria o governo Brasileiro.

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Em 4 de dezembro de 1962, já com o retorno do regime presidencialista, o jornal O Estado


de São Paulo informava o descobrimento de um campo de treinamento de guerrilhas das Li-
gas Camponesas na cidade goiana de Dianópolis-GO. Autoridades investigaram e encontraram
livros com manuais de guerrilha, munições e propaganda comunista.
O coronel José de Seixas, ao apurar denúncias de um contrabando de geladeiras, acabou
encontrando bandeiras cubanas, manuais de instrução de combate, registros de contabilidade
comprovando apoio financeiro de Cuba e fotos de Fidel Castro (Líder comunista cubano) e de
Francisco Julião (Líder das Ligas Camponesas no Nordeste do país).
Dentro do contexto da Guerra Fria (1945-1989), o presidente João Goulart procurou não se
alinhavar nem aos Estados Unidos, nem à URSS. Quando os norte-americanos decidiram im-
plantar um bloqueio comercial continental à ilha cubana comunista, João Goulart (Jango) não
seguiu a orientação. O material encontrado no acampamento das Ligas Camponesas em Dia-
nópolis foi entregue a Jango que, mesmo indignado com a “traição”, discretamente, negociou
sua devolução aos cubanos. Entretanto, o avião que levava esse material sofreu um acidente
no aeroporto de Lima, no Peru, e a CIA o encontrou.
Era a prova que os Estados Unidos precisavam. João Goulart passou a ser visto pelos Es-
tados Unidos como um colaborador do regime de Fidel. Diante da constatação de que Cuba
tentava espalhar a revolução comunista na América Latina e da organização de guerrilhas
comunistas no Brasil, os Estados Unidos vieram a financiar e apoiar as Ditaduras militares na
América do Sul.
Em ordem cronológica, podemos listar os acontecimentos que destituíram João Goulart:
• 13 de março: Comício na Central do Brasil;
• 19 de março: Marcha da Família com Deus pela Liberdade em São Paulo. Em reação à
ameaça de guerrilhas comunistas, contou com a participação da União Cívica Feminista
e da Campanha da Mulher Pela Democracia;
• 25, 26 e 27 de março. Manifestação de Marinheiros exigindo a exoneração do ministro
da Marinha Sr. Sílvio Costa. Anselmo Santos liderou o movimento e, mas descobriram
que era um infiltrado da Cia.
• 30 de março. Discurso no automóvel Clube do Brasil (RJ): João Goulart discursou para
sargentos tentando apoio, mas a estratégia teve efeito contrário, pois o contato com a
baixa oficialidade acabou sendo uma afronta às altas patentes militares.
• 31 de março: Operação Popeye. Os Generais Luís Carlos Guedes e Olímpio Mourão Filho,
iniciaram o movimento para retirar Jango do poder. A partir de Minas Gerais, tropas mar-
charam rumo ao Rio de Janeiro. Na sequência seriam deflagradas as operações Silêncio
(de controle dos meios de comunicação) e Gaiola (prisão daqueles que reagissem ao
movimento).

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Estava encerrada a fase democrática populista no Brasil. O governo dos militares abriu a
economia ao capital estrangeiro e instituiu a Doutrina de Segurança Nacional, organizada pela
Escola Superior de Guerra (ESG) para afastar a ameaça comunista.
Durante o período, os Estados Unidos prestaram apoio através da CIA e das Forças Arma-
das. Exemplo disso foi a operação Brother Sam, em que os EUA mandariam navios para a cos-
ta brasileira caso houvesse reação popular ao golpe de 64. Documentos sobre essa operação
foram descobertos somente em 1976.

009. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR - BA/PROFESSOR/HISTÓRIA/2019) As “Marchas da


Família com Deus pela Liberdade” ocorreram em várias cidades brasileiras, motivadas pelo
comício do presidente João Goulart anunciando seu programa de reformas de base, em 13 de
março de 1964, no Rio de Janeiro.
As “Marchas da Família com Deus pela Liberdade” caracterizaram-se pelo
a) anticomunismo, presente nas classes médias urbanas.
b) nacionalismo, típico das esquerdas revolucionárias.
c) liberalismo, representativo das democracias cristãs.
d) socialismo, presente nos setores estudantis.
e) militarismo, apoiado na doutrina de segurança nacional.

Após Joao Goulart anunciar as reformas de base, a população, principalmente de classe mé-
dia, uniu forças com o exército e a igreja católica, criando a “Marchas da Família com Deus pela
Liberdade”, com o objetivo de alertar a população para uma possível ameaça comunista.
Letra a.

Na Paraíba o auge do populismo se deu em 1960 com a eleição de Pedro Gondim para o Go-
verno da Paraíba. Com o golpe de 1964, ainda continuou no cargo até 1966 quando se candidatou a
deputado federal pela ARENA (Aliança Renovadora Nacional – Partido dos Militares) e repassou o
cargo ao então governador eleito João Agripino. Contudo, tiveram seus mandatos cassados e seus
direitos políticos suspensos por dez anos, perdendo seu mandato de deputado. Somente voltou à
cena política a partir de 1979, quando fora anistiado pelo presidente João Figueiredo.
A articulação do golpe de 64 na Paraíba contou com a participação conjunta dos setores
civis e militares, membros da UDN, do PSD e jornalistas. Apesar de Pedro Gondim ser articu-
lado com as pautas trabalhistas de João Goulart, nada indica que o Governo do Estado tenha
participado na conspiração golpista. Parte do secretariado de seu governo defendia o rompi-
mento com o Governo Federal e a adesão imediata ao golpe. Outra parte, no entanto, pretendia
a adoção de uma posição em apoio a João Goulart.

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O golpe militar tomou de surpresa as forças de esquerda da Paraíba. Na noite de 31 de mar-


ço, após as notícias da eclosão do golpe, chegou a ser iniciado um comício no bairro de Cruz
das Armas, promovido por entidades ligadas à esquerda – Partido Comunista, CGT, Pacto de
Unidade e Ação e Federação das Ligas Camponesas – que foi dissolvido pelas tropas federais.
Outra tentativa de reação se deu na cidade de Rio Tinto, onde camponeses e operários,
através do sindicato e das Ligas Camponesas e contando com o apoio do prefeito, tomaram
a fábrica de tecidos, paralisando suas atividades e isolando os pontos estratégicos da cida-
de com arame farpado. Mas a Polícia Militar reprimiu o movimento e prendeu o prefeito. Em
Sousa, o prefeito Antônio Mariz realizou um comício em praça pública e também foi preso. Em
Campina Grande, o prefeito Newton Rique deu declarações dizendo-se contrário ao golpe, sen-
do depois cassado. A partir daí, as forças golpistas dominaram totalmente a situação. A API foi
invadida pelo Exército; a CEPLAR também foi invadida por civis engajados no golpe.
Foram registradas 178 prisões efetuadas no setor urbano e 172 prisões de trabalhadores
rurais e camponeses. A sociedade civil com um todo apoiou o golpe militar. Os jornais publi-
caram notas de apoio às Forças Armadas. A Assembleia Legislativa, através de seu presiden-
te Clóvis Bezerra (UDN) apoiou de imediato o golpe e a Câmara Municipal de João Pessoa,
também. Ambas as casas legislativas, antecipando-se às determinações estabelecidas pelo
Governo Federal através do AI-1, procederam à cassação dos mandatos de parlamentares su-
postamente envolvidos com atividades e ideologias consideradas subversivas. A Assembleia
Legislativa, através de projeto do deputado Joacil de Brito Pereira, cassou inicialmente o de-
putado Assis Lemos e os suplentes Figueiredo Agra e Agassiz Almeida. E a Câmara de João
Pessoa cassou o mandato do vereador Antônio Augusto Arroxelas e dos suplentes, José da
Silva Gomes, conhecido como Zé Moscou, e Leonardo Leal.
O setor estudantil também foi muito perseguido. As direções das entidades estudantis, tanto
secundaristas como universitárias, sofreram intervenções. Também houve perseguição a profes-
sores universitários e expurgos no aparelho estatal. O reitor da Universidade Federal da Paraíba,
professor Mário Moacyr Porto, foi afastado do cargo. Em seu lugar foi nomeado como interven-
tor o professor de Medicina e ex-oficial do Exército, Guilherme Martins Alves, que depois foi eleito
pelo Conselho Universitário, onde exerceu mandatos sucessivos até o ano de 1971.
Apesar da repressão ter se estendido a vários setores da sociedade, ela se fez mais forte
sobre as Ligas Camponesas, que era considerada uma afronta aos grandes proprietários de
terra e uma ameaça de subversão da ordem.

2.2.4. Ligas Camponesas

As Ligas Camponesas foram associações de trabalhadores rurais criadas inicialmente no


estado de Pernambuco, posteriormente na Paraíba, no estado do Rio de Janeiro, Goiás e em
outras regiões do Brasil, que exerceram intensa atividade no período que se estendeu de 1955
até a queda de João Goulart em 1964.

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A década de 1950 marca um período de transição tanto na sociedade brasileira quanto


na paraibana. As transformações na organização econômica, social e política tiveram reper-
cussões significativas nos diferentes níveis federativos. É nesse contexto de mudanças que
nasceu e se consolidou o movimento das ligas camponesas.
Desde 1946, após a queda de Getúlio, os trabalhadores rurais começaram a se organizar
em associações para promover a reforma agrária e buscar atender outras demandas. As cha-
madas Ligas Camponesas, representaram os interesses dos trabalhadores rurais. Em Per-
nambuco, Francisco Julião foi um dos principais articuladores desses movimentos. Acabou
exilado do país.
Em 1954, na região de Vitória do Santo Antão, foi criada a Sociedade Agrícola e Pecuária
de Plantadores de Pernambuco (SAPPP). Formada por aproximadamente 1200 trabalhadores
rurais, o objetivo era auxiliar os camponeses com despesas funerárias e formar uma coopera-
tiva de crédito. As ações da SAPPP conquistaram muitos adeptos no nordeste brasileiro, inclu-
sive com repercussão internacional: investigações dos militares indicaram ajuda financeira de
Cuba às Ligas Camponesas. Para os militares, essas associações eram centros de propagação
das ideias socialistas. Durante o Regime Militar foram perseguidos, presos ou assassinados.

A insatisfação de vários setores da sociedade brasileiras culminou no surgimento de mo-


vimentos de guerrilha armada, praticando assaltos e sequestros afim de promover a liberdade
de presos políticos do Regime Militar. Dentre elas podemos destacar o MR-8, o Var Palma-
res e a ALN.

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Nos dias 28 e 29 de abril de 2006 foi realizado em João Pessoa o Seminário Memórias Cam-
ponesas: as Ligas Camponesas na Paraíba. Os participantes do seminário tiveram diversos en-
volvimentos com as ligas camponesas: ex-lideranças das ligas, familiares, advogados, médicos,
estudantes, profissionais da imprensa, deputados estaduais, delegado de polícia, juiz de direito.
A primeira das ligas surgiu no Engenho Galiléia, em Pernambuco, fundada em 1954 sob a de-
nominação de Sociedade Agrícola e Pecuária dos Plantadores de Pernambuco. A experiência es-
palhou-se por outros estados nordestinos. Na Paraíba, a mais conhecida e combativa das Ligas
Camponesas existentes até então foi a de Sapé, fundada por João Pedro Teixeira, como Associa-
ção dos Lavradores e Trabalhadores Agrícolas de Sapé e contava com mais de sete mil sócios.
As Ligas Camponesas foram criadas inicialmente como associações e tinham objetivos
definidos: prestar assistência social e defender direitos de arrendatários, assalariados e pe-
quenos proprietários rurais.
Eram voltadas para iniciativas de ajuda mútua. Passaram a atuar no início da década de
1960 como ferramentas de organização do movimento agrário. Isso porque a sindicalização
no campo era praticamente inexistente. A ousadia despertou a ira dos latifundiários, da época,
a ponto de em 1962 terem sido acusados de mandar matar João Pedro Teixeira.
Ele foi casado com Elisabeth Teixeira, com quem teve 11 filhos. Dois anos depois, o golpe
militar de 1964 proibiu o funcionamento das Ligas Camponesas e interveio nos sindicatos dos
trabalhadores rurais. Depois disso, os camponeses foram torturados e mortos. Os dois solda-
dos acusados de assassinar João Pedro Teixeira foram libertados.
O deputado estadual Assis Lemos, presidente da Federação das Ligas Camponesas da Pa-
raíba foi preso no Recife no dia 6 de abril de 1964, onde tinha ido prestar apoio a uma possível
resistência do governador de Pernambuco, Miguel Arraes. No entanto, percebendo a impos-
sibilidade de resistir, se hospedou na residência do ex-deputado paraibano Osmar de Aquino.
Segundo Lemos, em relato no seu livro, “Nordeste. O Vietnã que não houve. Ligas Camponesas
e o golpe de 64”, após sua prisão:

Puseram-me numa Rural Willys [...] e foram me espaçando até o Quartel General, no Parque 13 de
Maio, em Recife. Pararam no caminho e discutiram se deveriam ou não, levar-me até a praia, para
uma sessão de afogamento. Felizmente desistiram. (LEMOS, 1996:218)

O que devemos destacar é que, no momento da implementação do Golpe de 1964, o gover-


no paraibano era aliado das forças conservadoras do estado, mas tinha práticas próximas do
ideário trabalhista de João Goulart.
Com vários setores da sociedade civil bastantes mobilizados, e principalmente com um mo-
vimento camponês, expresso através das Ligas, a Paraíba tinha uma população camponesa com
capacidade de mobilização e de confronto com os grandes proprietários rurais. No entanto esse
governo capitulou e aderiu ao golpe civil-militar e a repressão se abateu de forma dura sobre vá-
rios setores da sociedade civil e, em especial, sobre os camponeses e dirigentes das Ligas Cam-
ponesas. A repressão no meio rural, além de ser feita pela Polícia Militar e pelo Exército, contou
com a colaboração de capangas e das milícias particulares dos proprietários rurais.

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010. (IBFC/PMPB/Soldado/2018) “A década de 1950 marca um período de transição tanto na


sociedade brasileira quanto na nordestina e na paraibana. [...] É nesse contexto de mudanças
que nasce e se consolida o movimento das Ligas Camponesas”.
Fonte: TARGINO; MOREIRA; MENEZES, 2011.

Sobre este movimento social do campo, assinale a alternativa incorreta:


a) As Ligas Camponesas se originaram no Engenho da Galileia (Pernambuco) e em 1958 foi
fundada a Liga Camponesa de Sapé, primeira da Paraíba
b) As Ligas Camponesas na Paraíba tiveram amplo apoio da Igreja Católica, do Sistema Judi-
ciário, da Secretaria de Segurança Pública e dos latifundiários locais.
c) A ousadia dos camponeses paraibanos despertou a ira dos latifundiários da época, em 1962
o líder da Liga de Sapé, João Pedro Teixeira, foi assassinado
d) As Ligas Camponesas tiveram como finalidades: acabar com o analfabetismo rural através
de criação de escolas; prestar assistência técnica agrícola; assistência jurídica para casos de
exploração do trabalhador rural, entre outras

Está é pra gabaritar. Ora, se as Ligas Camponesas lutavam pela reforma agrária, seus antago-
nistas eram justamente os latifundiários. Portanto, não apoiariam esse movimento. Ademais,
o estado usou sua estrutura pra perseguir as ligas camponesas através do Sistema Judiciário,
da Secretaria de Segurança Pública.
Letra b.

2.2.5. Economia e Sociedade Paraibanas na Atualidade

Localizado na Região Nordeste, o estado da Paraíba possui extensão territorial de


56.469,466 quilômetros quadrados, sendo habitado por 3,944 milhões de pessoas segundo
dados de 2014.
O Índice de Desenvolvimento Humano do estado da Paraíba é 0,722, considerado alto con-
forme dados do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento. Segundo o último re-
latório, divulgado em 2019 com dados relativos a 2017, o seu valor era de 0,722, estando na
20ª colocação a nível nacional e em quarto a nível regional, sendo superado pelos estados de
Pernambuco (0,727), Rio Grande do Norte (0,731) e Ceará (0,735), e à frente de Alagoas (0,683),
Maranhão (0,687), Piauí (0,697), Sergipe (0,702), e Bahia (0,714). Considerando-se o índice da
educação, seu valor é de 0,555 (24º), o índice de longevidade é de 0,783 (22º) e o de renda é
0,656 (22º). A incidência de pobreza, em 2003, era de 57,48% (sendo 61,75% o índice de pobre-
za subjetiva) e o índice de Gini no mesmo ano era 0,46. Em 2009, a taxa de fecundidade era de
2,25 filhos por mulher, a décima maior do Brasil.

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História da Paraíba – Parte II
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Ainda conforme dados do censo de 2010, 52,948% da população declararam-se como par-
dos, 39,672% como brancos, 5,611% pretos, 1,238% amarelos e 0,517% indígenas, além dos
que não declararam (0,013%).
Tal como os brasileiros, a origem dos paraibanos está ligada à miscigenação entre brancos
(vindos da Europa), os indígenas locais e os negros (vindos da África). Isso contribuiu para
que a população paraibana fosse considerada mestiça. Os pardos constituem a maioria da
população do estado e, entre eles, os principais são os caboclos, que predominam no interior
e no litoral norte, enquanto nas regiões do agreste e do Cariri (mais especificamente o centro-
-sul paraibano), a população de mestiços é formada principalmente por mulatos. A identidade
mestiça foi reconhecida como um grupo étnico-racial-cultural pela lei estadual N.º 8.374, de 9
de novembro de 2007, que também instituiu o Dia do Mestiço na Paraíba, comemorado desde
então no dia 27 de junho. Existem também pequenas populações de cafuzos dentro do estado.
Os descendentes de europeus ocupam em especial os maiores centros urbanos, bem
como as regiões do brejo e alto sertão. Na região litorânea, os índios potiguaras, que já chega-
ram a ocupar grande parte da costa litorânea do Nordeste, desde o Maranhão até Pernambuco,
ocupam uma área de apenas 33 mil hectares de terra nos municípios de Baía da Traição, Mar-
cação e Rio Tinto. Dos índios tabajaras, que outrora foram milhares, restam pouco menos de
mil, distribuídos pelas microrregiões de João Pessoa e do Litoral Sul.
A seca de 1958 mergulhou a região nordeste numa profunda crise. Em função disto, em
1959, o Governo Juscelino Kubitschek criou a SUDENE (Superintendência para Desenvolvimen-
to do Nordeste). Teve como idealizador e primeiro superintendente o economista Celso Furta-
do, autor do clássico “Formação Econômica do Brasil”, publicado no mesmo ano. Inspirada na
Sudene, o governado militar (1964-85) criou, em 1966, a Sudam (Superintendência do Desen-
volvimento da Amazônia). O argumento para a criação da Sudene era o baixo desenvolvimento
da região Nordeste nos anos 50. A renda per capita na região não chegava a US$ 100, um terço
da renda dos habitantes do centro-sul do país. A população nordestina, no entanto, correspon-
dia a um terço da população brasileira na época.
O PIB per capita paraibano cresceu nominalmente 3,9%, passando para R$ 16.108 em
2018. Em 2018, a economia paraibana voltou a crescer com variação real positiva de 1,1%, de-
monstrando um avanço de 1,2 pontos percentuais diante do resultado anterior. O crescimento
acumulado do PIB paraibano, no período 2010-2018, passou a ser de 14,2%, situando-se acima
dos acumulados do Brasil (5,6%) e do Nordeste (8,4%), ficando em 3º lugar na região e 10º no
país. Os dados foram divulgados nesta pela Secretaria de Estado do Planejamento, Orçamento
e Gestão (Seplag), em parceria com o IBGE. O PIB per capita paraibano cresceu nominalmente
3,9%, passando para R$ 16.108 em 2018.
A Agropecuária se destacou como o setor que mais cresceu em 2018, com uma variação
em volume de 7,8%. Por outro lado, na composição do Valor Adicionado Bruto estadual sua
participação ainda é pequena, somou 4,0% nesse ano.

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O setor Industrial, por sua vez, permanece como segunda maior participação no Valor Adi-
cionado bruto estadual com 15,5%. Em 2018 registrou uma variação em volume de -2,4%, me-
nor do que a observada em 2017, (-4,5%), mostrando, portanto, uma relativa recuperação de 2,1
pontos percentuais.
Porém o setor que mereceu mais atenção foi o de Serviço e Comércio que somou 20,9 Bi-
lhões e uma participação de 73,2% no PIB. O setor Serviços no seu total cresceu 1,5%, em 2018,
e continuou contribuindo com a maior participação no VAB estadual, concentrou 80,6%. Des-
taca-se como sendo o que mais agrega valor para a economia paraibana. Também é o setor
de serviços o responsável pela maior arrecadação de receitas no Estado. O turismo é um dos
elementos que fortalecem esse setor da economia. João Pessoa, capital estadual, apresenta
excelente estrutura hoteleira para receber os visitantes de diversos locais do país que buscam
desfrutar as belezas naturais da região.
A sua Indústria é a quarta principal do Nordeste, ficando atrás da Bahia, Pernambuco e Ce-
ará. Correspondendo a 22,4% do PIB estadual, a indústria é pouco diversificada. Na Paraíba, os
principais segmentos desse setor da economia são: têxtil, alimentício, metalúrgico e produtos
de couro. Campina Grande tem se destacado como centro de tecnologia para exportação de
programas de informática.
Com grande parte do território situado na sub-região do sertão nordestino, a agricultura
paraibana é desenvolvida nas porções territoriais localizadas na Zona da Mata. Os principais
cultivos são: arroz, feijão, fumo, café, mandioca, milho, castanha de caju, pimenta do reino, si-
sal, abacaxi e, principalmente, cana-de-açúcar. Também são cultivados: juta, umbu, caju, man-
ga, acerola, mangaba, tamarindo, graviola.
Na pecuária, o destaque e a caprinocultura, na região do Microrregião do Cariri Oriental, que
também se destaca no turismo.
Exportações e Importações da Paraíba:
Exportações: 226,9 milhões de dólares:
• Tecidos e confecções de algodão: 44%;
• Calçados de borracha: 33%;
• Açúcar de cana: 4%;
• Granito: 3%;
• Outros: 16%.

Importações: 396,3 milhões de dólares:


• Fios e tecidos: 23%;
• Calçados: 11%;
• Produtos siderúrgicos: 10%;
• Coque de petróleo: 8%;
• Trigo: 6%;

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• Máquinas têxteis: 5%;


• Pneus: 4%;
• Máquinas gráficas: 3%;
• Outros: 30%.

Semelhante ao restante do Brasil a economia paraibana é uma economia concentrada,


pois apenas cinco municípios (João Pessoa, Campina Grande, Cabedelo, Santa Rita e Bayeux)
somam juntos R$ 18,3 bilhões, ou seja 57,4% do PIB produzido no Estado.
A Paraíba está dividida em 14 Regiões Administrativas sendo as mais importantes João
Pessoa, Campina Grande, Guarabira, Patos e Itabaiana. Juntas somam 75% do PIB estadual.
Confira abaixo o valor e a representação das 5 maiores Regiões Geo administrativas:
• João Pessoa - 15,7 Bilhões - 42,9%;
• Campina Grande - 6,6 Bilhões - 20,7%;
• Guarabira - 1,5 Bilhões - 4,7%;
• Patos - 1,2 Bilhões - 3,8%;
• Itabaiana - 0,9 Bilhões - 2,9%.

O IBGE revela ainda que Cabedelo possui a maior renda per capita da Paraíba, que foi de
R$ 42.484,00 em 2010. Caaporã no litoral sul teve o segundo maior PIB per capita municipal,
com R$ 16.390,00. As outras três cidades seguintes com maiores médias de renda no estado
são: Conde com média de R$ 14.884,00 Boa Vista com renda de R$ 14.442,00 e João Pessoa
R$ 13.553,00.

011. (IBFC/PM-PB/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2018) Leia o texto abaixo para, em se-


guida, responder a questão.

Atribua valores de Verdadeiro (V) ou Falso (F), nas afirmações abaixo.


( ) Em 2015, o desempenho do PIB paraibano se destacou entre os maiores do Nordeste.
( ) Assim como ocorreu com o índice do PIB 2015, a Paraíba apresentou em 2014 um dos me-
lhores índices nacionais de distribuição de riquezas, já que a renda per capta foi bem alta.

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( ) Em 2014 o rendimento domiciliar per capita paraibano foi o 7º mais baixo do país. Esse dado
revela a má distribuição de renda, já que no ano seguinte teve um dos maiores PIB do Nordeste.
Assinale a sequência correta de cima para baixo.
a) F, F, V
b) V, V, V
c) V, F, V
d) F, F, F

Querido(a), essa questão é de interpretação de duas informações dadas permitindo deduções.


Relaciona o PIB e o PIB per capta para afirmar que há uma grande desigualdade na distribuição
do PIB na Paraíba.
Letra c.

Já o setor de turismo apresenta grande dinâmica. A Paraíba oferece aos seus visitantes
uma infinidade de roteiros, que vão desde as praias do litoral, passando pelas cidades históri-
cas e pelos canaviais até os mistérios do interior, que engloba sertão, brejo e cariri.
O seu litoral conta com a Ponta do Seixas, local onde o Sol nasce primeiro. Conta também
com falésias, dunas, estuários, restingas, como a Restinga de Cabedelo, manguezais, áreas
protegidas de Mata Atlântica e belíssimas praias.
No interior destacam-se as inscrições rupestres em Ingá, os Vale dos Dinossauros em Sou-
sa, Pedra da Boca em Araruna, cachoeiras e antigos engenhos de cana-de-açúcar, além de
eventos como o Maior São João do Mundo, em Campina Grande, o Trem Ferroviário em Galan-
te, o Circuito do Frio de Matureia e o parque religioso Cruz da Menina em Patos.
Nos municípios, o artesanato também encanta turistas que podem conferir peças únicas
como a renda renascença, de reconhecimento internacional, e o algodão colorido, usado por es-
tilistas de renome no país. Isso sem falar na arte em marchetaria, estopa e argila, por exemplo.
Os dois mais importantes municípios da Paraíba são João Pessoa e Campina Grande.
Também são os principais polos captadores de eventos do estado, trabalhando de forma per-
manente o segmento do turismo de negócios com a realização de congressos, seminários,
feiras, exposições e reuniões as mais diversas.
A maioria dos eventos na capital, ocorrem no Espaço Cultural José Lins do Rego. Já em
Campina Grande, o local escolhido para a maioria dos eventos é o Centro de Convenções
Raymundo Asfora, com avançados equipamentos, localizado no Garden Hotel. Os dois municí-
pios contam ainda com uma grande rede de hotéis com espaços adequados para a realização
de eventos. Nno restante do estado, o turismo de evento não aparece tanto quanto estas cida-
des, salvo em algumas ocasiões.
As praias dos litorais Sul e Norte estão entre as mais bonitas do Brasil. As urbanas de João
Pessoa, como Tambaú, Cabo Branco e Bessa, concentram praticantes de esportes e turistas.

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Para os naturalistas, a praia de Tambaba, no município do Conde, é a ideal, pois é permitida a


prática do nudismo. A de Coqueirinho é considerada entre as mais bonitas do país por diver-
sos guias turísticos. Na praia Fluvial do Jacaré, pode-se ouvir o Bolero de Ravel ao observar o
pôr-do-sol.
Além da diversidade de cenários, a Paraíba oferece diversão com eventos de porte nacio-
nal, como o Maior São João do Mundo, realizado em julho em Campina Grande, e das prévias
carnavalescas em João Pessoa, que contam com as “Muriçocas do Miramar”, um dos maiores
bloco de arraste do mundo. A cultura é um dos fortes do Estado, que inclui artesanato, perso-
nalidades, música e diversas manifestações em literatura, teatro e cinema.
Marca de sua história e de seu povo, a Paraíba reúne um rico acervo cultural. Como se
repete em outros estados do Nordeste, a cultura paraibana está fincada em origens ibéricas,
africanas e indígenas, embora tenha ganhado suas particularidades ao longo do tempo.
Por meio de danças, folguedos, peças de teatros e manifestações diversas oriundas da imagi-
nação e criatividade popular, a cultura paraibana é fortalecida e preservada com o passar dos anos.
As danças folclóricas mais expoentes no Estado são diversas, a exemplo da nau-catarine-
ta, do bumba-meu-boi, do xaxado, do coco-de-roda, da ciranda, das quadrilhas juninas e do
pastoril. Todas elas são cultivadas pelos paraibanos durante todo o ano. Algumas, entretanto,
ganham mais notoriedade nos períodos carnavalescos e durante as festas juninas.
Boa parte dessas expressões culturais ganha vida a partir de comunidades carentes, mas
não se limita a elas. Até porque, no Estado, a cultura local é trabalhada nas escolas e universi-
dades, como forma de levar ao conhecimento dos estudantes as expressões culturais paraiba-
nas, provocando neles o interesse pela preservação do folclore da terra.
Além do esforço para manter viva a tradição cultural do Estado, a Paraíba faz história por
também preparar novos artistas. Desde 1931, funciona em João Pessoa a Escola de Música
Anthenor Navarro, criada pelo então interventor estadual (como era chamado o governador no
período da Revolução de 1930), Anthenor de França Navarro. A escola é referência até os dias
atuais, sendo uma das principais formadoras de novos músicos para integrar orquestras ou,
simplesmente, para prepará-los para graduações em Música.
A arte e a cultura na Paraíba também ganham vida nos palcos dos históricos teatros es-
palhados pelo estado. O Minerva foi o primeiro teatro a ser erguido na Paraíba, inaugurado em
1859, e fica localizado no município de Areia. Ele possui capacidade para 250 pessoas e uma
acústica de excelente qualidade.
Apesar do pioneirismo dele, é em João Pessoa que está instalado o Santa Roza, teatro
considerado como a mais importante casa de espetáculos da Paraíba. Com o passar do tem-
po, mais espaços teatrais foram surgindo, com projetos modernos de arquitetura e tecnologia.
O mais recente deles é o Teatro Facisa, instalado em 2012, no município de Campina Grande.
Pela riqueza, diversidade e força de suas expressões culturais tradicionais, Paraíba sempre
foi reconhecido como um dos Estados do Brasil de maior significado para os estudos culturais.

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Com a intensificação da migração interna nordestina às metrópoles do Sul do país, em


particular a São Paulo, e tomando-se consciência da necessidade e da oportunidade do desen-
volvimento de estudos das expressões culturais dos migrantes, constatou-se que essas pes-
quisas não poderiam resumir-se a estudos do “folclore” nordestino sem a ida ao Nordeste, mas
sim deveriam considerar os processos econômicos e de transformação cultural e sociocultural
em que os migrantes e os imigrados se inseriam, ao mesmo tempo dando atenção às próprias
transformações culturais por que passava a cidade de São Paulo.
O estudo de expressões e questões culturais relativas ao Estado da Paraíba partiu de situ-
ações migratórias, aguçando ainda mais a sensibilidade para questões relativas a processos
históricos e à análise de suas estruturas.
O estudo de expressões culturais paraibanas passou a ser considerado nesse sentido teórico
renovador tanto na consideração da bibliografia folclórica como na realização de trabalhos de
observação empírica. Uma particular consideração mereceu a questão da integração de crian-
ças provenientes de ambiente migratório nas escolas. A pesquisa relacionada com a Paraíba foi,
aqui, estreitamente relacionada com debates sobre a Educação, em particular da artística.
Uma das cidades mais antigas do Brasil, João Pessoa, capital da Paraíba, teve seu centro
histórico tombado pelo Iphan, em 2009. O tombamento abrange 502 edificações, a maior par-
te dos bairros do Varadouro (Cidade Baixa) e Cidade Alta, em uma área de 370 mil m², em 25
ruas e seis praças, bem como o antigo Porto do Capim, local de fundação da cidade. Na área
demarcada, o traçado urbano ainda se mantém original.
Fundada depois do Rio de Janeiro e Salvador, seu patrimônio possui grande valor paisa-
gístico (as edificações compõem um cenário que integra a vegetação de mangue ao rio e ao
mar) e artístico (por congregar construções de diferentes estilos e épocas). O centro histórico
é marcado pela acentuada integração com o meio ambiente, em local de privilegiados atribu-
tos naturais: relevo suave, clima tropical e vegetação exuberante – onde se revela a alternância
entre manguezais e coqueirais, com vegetação de Mata Atlântica.
As edificações protegidas são representativas dos vários períodos da história de João Pes-
soa: o barroco da Igreja da Ordem Terceira de São Francisco, o rococó da Igreja de Nossa Se-
nhora do Carmo, o estilo maneirista da Igreja da Misericórdia, a arquitetura colonial e eclética
do casario civil, e o art nouveau e o art déco das décadas de 1920 e 1930, predominantes na
Praça Anthenor Navarro e no Hotel Globo. A cidade se desenvolveu a partir de dois núcleos
principais: o Varadouro e a Cidade Alta, ligados pela Ladeira de São Francisco.
A Cidade Alta se formou ao redor da Igreja Matriz, onde se instalaram as primeiras residên-
cias da elite. Nessa área, estão situados vários monumentos importantes, como o Museu de Arte
Sacra da Paraíba (localizado no Conjunto da Ordem Terceira de São Francisco), o Teatro Santa
Roza (terceiro mais antigo do Brasil, todo revestido internamente de madeira pinho de riga), a
Biblioteca Pública Estadual (exemplar do ecletismo do final do século XIX). No século XX, o co-
mércio de padrão médio e alto migrou para a Cidade Alta, causando a valorização dos terrenos.

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Querido(a), veja a seguir uma lista das principais edificações tombadas pelo IPHAN (Insti-
tuto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional):
Capela do Engenho da Graça, Casa na Praça do Erário (atual Agência dos Correios), Con-
vento e Igreja de Santo Antônio, Igreja da Ordem Terceira de São Francisco (Capela Dourada),
Casa de Oração e Claustro da Ordem Terceira de São Francisco, Igreja da Misericórdia, Igreja
da Ordem Terceira do Carmo ou Igreja de Santa Teresa de Jesus, Igreja do Mosteiro de São
Bento, ruínas da Casa da Pólvora, ruínas da Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes, sobrado
à Rua Peregrino de Carvalho, Ponte Pública do Tambiá e Porto do Capim, Capela do Engenho
da Graça, sobrado à Rua Peregrino de Carvalho - N.. 117, Fonte do Tambiá, Rua das Trincheiras
e as proximidades da Rua Odon Bezerra (Bairro de Tambiá), e Intendência da Antiga Alfândega
(Prédio Amarelo).
Porto do Capim - Criado em águas fluviais para escoar a produção local, principalmente
o açúcar de exportação. Ao seu redor, estabeleceu-se a importante região comercial do Va-
radouro, onde foram construídos armazéns e a Alfândega. A partir de meados do século XIX,
chegaram as primeiras ferrovias e a antiga Estação Ferroviária foi instalada no local. No início
do século XX, a ferrovia se expandiu em sentido norte até o porto da cidade de Cabedelo, de-
sativando o Porto do Capim e interferindo na integração entre o rio e a cidade, o que causou o
abandono da região.
Fábrica de Vinho Tito Silva - Fundada em 1892, por Tito Henrique da Silva. Seu tombamen-
to representou uma inovação nessa área, pois foram preservados o monumento, a maquinaria,
o equipamento, além da técnica industrial. O prédio é formado por três blocos independentes,
interligados pelos pátios internos. A empresa possui, entre outros objetos raros, 20 tonéis de
madeira de lei datados de 1892, prensas manuais e uma máquina de rotular alemã de 1930.
Igreja de Nossa Senhora dos Navegantes: ruínas - As ruínas se encontram a cerca de 300
metros da beira do mar, no Pontal de Campinas. A data da construção está envolta em uma
lenda, segundo a qual um navio teria naufragado em alto-mar, mas a tripulação conseguiu se
salvar e nadou até à costa paraibana. O comandante, agradecido, teria mandado construir uma
igreja nessa praia. De acordo com outra versão, a igreja teria sido construída no século XVI,
após a chegada dos padres da Companhia Jesuítica.
Igreja da Santa Casa da Misericórdia - Não é conhecida a data em que começou a ser edi-
ficada, pois seu arquivo se perdeu durante a invasão holandesa. Segundo consta, foi a primeira
igreja da Paraíba, tendo Duarte Gomes da Silveira instituído o morgado de São Salvador do
Mundo, por volta de 1639, estando no centro dessa capela a sua sepultura e a de sua esposa,
D. Fulgência Tavares. A igreja é de extrema simplicidade na fachada e no interior, onde a falta
de ornamentação das paredes é quebrada apenas pela presença do púlpito e do coro. Foi mui-
to modificada durante os anos e resta apenas como elemento original, o tabernáculo com seus
relevos dourados esculpidos de madeira.

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Igreja da Ordem Terceira do Carmo (Igreja de Santa Teresa de Jesus da Ordem Terceira
do Carmo) - A Igreja de Santa Teresa é anexa à Igreja de Nossa Sra. do Carmo, diferindo desta
por ter proporções menores e riqueza de detalhes. As talhas da capela-mor são bem executa-
das e quase todas cobertas de ouro. O forro do teto é em abóbada ogival, contando episódios
da vida e morte da grande reformadora do Carmo. No centro abre-se uma gigantesca rosa de
pétalas douradas, de onde saem diversos raios que se dividem em triângulos, no meio dos
quais ressaltam bustos de santos da ordem embutidos na madeira. A sacristia tem cômoda
de jacarandá com nicho aberto ladeado de ornatos; dois armários laterais divididos em esca-
ninhos com portinholas (de grande valor artístico) e pia de pedra talhada, instalada em um
compartimento especial.
Igreja de São Bento (Igreja do Mosteiro de São Bento) - Data de 1585, a construção da
primeira igreja. A atual, do século XX, teve suas obras iniciadas em 1721, por Frei Cipriano da
Conceição. Em 1739, estavam concluídas a capela-mor, ladrilhamento, retábulo e trono. As
obras prosseguiram e, em 1749, foi celebrada a primeira missa. As reformas de 1811, realiza-
das por frei João de Santa Rita, ampliaram o pavimento da capela-mor e outros reparos. Na
época do tombamento encontrava-se muito alterada internamente, conservando de original o
aspecto externo com uma das suas duas torres inacabadas. O altar-mor é em talha de madeira,
em um trabalho muito delicado. O estilo da igreja é simples, contrastando com outras igrejas
da ordem beneditina.
Casa da Pólvora: ruínas - Construída entre 1704 e 1710, para armazenar as armas e muni-
ções da Capitania, por ordem da Rainha de Portugal, Catarina. A construção é toda em blocos
de pedra, com argamassa de barro e cal, com uma única porta e duas frestas, provavelmente
para o arejamento da munição. A cobertura é em forma de abóbada.
Convento e Igreja de Santo Antônio e Casa de Oração e Claustro da Ordem Terceira de São
Francisco - Atual Museu Sacro-Escola da Paraíba. Considerado um dos melhores exemplares
da chamada “escola franciscana”, no Brasil, sua construção teve origem em 1588, quando che-
gou à Paraíba o frei Melchior de Santa Catarina, para ali instalar uma fundação franciscana. O
projeto original é de autoria do frei Francisco dos Santos e as principais obras foram concluí-
das, em 1591.
Com a invasão holandesa o convento foi danificado e, em 1636, os frades foram expulsos
e ali instalado um posto militar, pois sua localização era estratégica: dominando todo o Vale do
Sanhauá, estendendo-se pelo rio Paraíba até Cabedelo. Restaurado após a retomada da cidade
pelos portugueses. No início do século XVIII, foram iniciadas as obras que deram à edificação
suas feições atuais com a Igreja, o Convento, a Capela, a Casa de Oração e o Claustro da Or-
dem Terceira, o Adro com o Cruzeiro e a cerca conventual com seu Chafariz.
Destacam-se a torre recoberta de azulejos e a superposição de abóbadas, as talhas de
arenito de folhagens e flores estilizadas, se entremeiam com relevos barrocos. As paredes são
revestidas de azulejos portugueses que formam painéis sobre a história de José do Egito.

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O púlpito é uma obra de arte com um rico trabalho de talha dourada, considerado pela
Unesco como único no mundo inteiro. Possivelmente, sofreu influência da arte indígena. O
Convento de São Francisco possui pátio em estilo mourisco, a escadaria de acesso ao primei-
ro andar apresenta imagem esculpida em pedra do corrimão representando influência inca ou
asteca, e é conhecida popularmente com o nome de “mascarão”.
O adro, em plano inclinado, é cercado por muro revestido de azulejos contendo seis nichos
com cenas da Via-Sacra. O cruzeiro é formado por cruz monolítica, com pedestal apresentan-
do figuras de pelicanos ou a ave mitológica Fênix, “representando Cristo alimentando os filhos
com sua própria refeição e a ressurreição”.
Querido(a), chegamos ao final de mais uma parte teórica. Na sequência, estude os resu-
mos e os mapas mentais. Faça os exercícios com atenção e não se esqueça de avaliar esta
aula, ok?!
Nos encontraremos novamente na nossa última aula, a aula essencial 80/20, em que ana-
lisaremos a banca, as provas anteriores e lhe darei dicas de como o conteúdo que estudamos
deverá ser cobrado.
Qualquer dúvida, sinta-se à vontade para chamar no fórum.
Continue focado!
Abraço,
Professor Daniel

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HISTÓRIA DA PARAÍBA
História da Paraíba – Parte II
Daniel Vasconcellos

RESUMO
Do Império à República:
• Partidos: Liberal (Luzia) x Conservador (saquarema);
• Parlamentarismo às avessas: Dom Pedro II indicava o Primeiro Ministro;
• Tradição Liberal da Paraíba: Revolução Pernambucana de 1817, Confederação do Equa-
dor de 1824 e a Revolução Praieira de 1848;
• Conservadores na Paraíba: Cavacanti;
• Liberais na Paraíba: Rego de Barros;
• Partido da Praia: Revolução Praieira (1948-1949);
• Revolta do Ronco da Abelha (1951-1952: contra o censo e registro de nascimentos e
mortes;
• Revolta de Quebra Quilos (1874): contra a unificação do sistema de métrico de pesos e
medidas;
• Cangaço: banditismo social. Jesuíno Brilhante (primeiro cangaceiro) ainda no século
XIX; Antônio Silvino, Chico Pereira e Virgulino Ferreira da Silva (o Lampião) como líderes
de bandos que atuaram nas décadas de 1920 e 1930 nas localidades de Cajazeiras,
Guarabira, Piancó e Sousa;
• Abolicionismo: Leis abolicionistas, Jornais, Intelectuais, Sociedades Emancipadoras. Ci-
dade de Areia: aboliu a escravidão na cidade antes mesmo da Lei Áurea assinada pela
Princesa Isabel;
• Crise do Império: Questões Religiosa, Abolicionista e Militar.

Coronelismo:
• Voto de cabresto;
• Paraíba: venancismo (Venâncio Neiva), o alvarismo (Álvaro Machado) e o epitacismo
(Epitácio Pessoa);
• Revolta de Princesa (1930): liderado por José Pereira Lima contra a cobrança de impos-
tos pelo governo de João Pessoa;
• Revolução de 1930: Assassinato de João Pessoa usado como argumento para a Aliança
Liberal (MG, RS e PB) promover a tomada do poder no país;
• Populismo: adotam discursos que atendam às reivindicações das classes populares.
Populismo na Paraíba: Argemiro de Figueiredo, Ruy Carneiro, Pedro Gondim;
• Liga Camponesa de Sapé: Fundada por João Pedro Teixeira, como Associação dos La-
vradores e Trabalhadores Agrícolas de Sapé e contava com mais de sete mil sócios.
Perseguida pela Ditadura Militar.

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História da Paraíba – Parte II
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Economia e Sociedade Paraibana:


• 3,944 milhões de habitantes;
• PIB 2018: terceiro maior do Nordeste;
• IDH: Considerado alto 0,722;
• Censo de 2010: 52,948% pardos, 39,672% brancos, 5,611% pretos, 1,238% amarelos e
0,517% indígenas;
• PIB per capta: R$ 16.108,00;
• Serviços e comércio: 73,2% no PIB;
• Indústria: Sudene na década de 1960. Em 2018 alcançou 15,5% do PIB paraibano;
• Agropecuária: 4% do PIB.

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MAPAS MENTAIS

Tráfico transatlântico de escravos

Navios Negreiros

5 milhões de Maior fluxo de chegada Combatido pela Inglaterra a


pessoas entre 1800 e 1850 partir de 1845

LEIS ABOLICIONISTAS

“Lei para Inglês ver” 1831 Proibia o Tráfico Negreiro para o Brasil.

Permitia navios britânicos atacarem navios


Bill Aberdeen (Lei Inglesa) 1845
negreiros.

Eusébio de Queirós 1850 Proibiu de fato o tráfico negreiro para o Brasil.

Libertava todo filho de escravo nascido a partir


Lei do Ventre Livre 1871
da data.

Lei do Sexagenário 1885 Libertava os escravos com mais de 60 anos.

Assinada pela Princesa Isabel, aboliu a


Lei Áurea 1888
escravidão.
Tradição Liberal na Paraíba

Revolução Pernambucana de 1817

Confederação do Equador (1824)

Revolução Praieira 1948/9

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República Oligárquica 1894-1930

Política do café com leite

Política dos governadores

Coronelismo: garantia o curral eleitoral por meio do voto de cabresto


Coronelismo na Paraíba

Venancismo
(1894-1930)

Alvarismo

Epitacismo

Crise de 1929
Revolução de 1930

Revoltas Tenentistas

Movimento Operário

Ruptura entre Minas Gerais e São Paulo

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Era Vargas
1930 - 1945

Governo Provisório Governo Constitucional Estado Novo


1930 - 1934 1934 - 1937 1937 - 1945

Ministério do AIB x ANL Intentona Ditadura; Constituição


Trabalho Revolução Comunista Plano Cohen Polaca de 1937
Constitucionalista Censura, II Guerra,
de 1932 CLT, Indústrias de
Constituição de Base
1934

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QUESTÕES COMENTADAS EM AULA


001. (CPCON/PM-PB/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2008) Apesar da rigidez da estrutura
econômico-social baseada no latifúndio e no trabalho escravo, as massas populares sempre
procuraram assinalar intensa participação na História da Paraíba.
Faça a associação das duas colunas.
1 - Revolução de 1817
2 - Confederação do Equador
3 - Revolução Praieira – 1848/49
4 - Revolta de Quebra-Quilos
5 - Ronco da Abelha
( ) Revolta que ficou assim conhecida pela modificação que provocou no sistema de pesos
e medidas.
( ) Revolta contra a atitude autoritária de D. Pedro I. O objetivo do seu líder era reunir as provín-
cias do Nordeste em uma república
( ) Foi o último movimento revolucionário do Império. Teve início com os choques entre liberais
e conservadores de Olinda
( ) A revolta deu-se nos sertões de Pernambuco, Alagoas, Ceará e Paraíba com o intuito de
fazer o controle sobre os trabalhadores, visto que, com o fim do tráfico negreiro, os homens
livres tiveram que trabalhar.
( ) Movimento de caráter republicano e separatista. Teve início em Pernambuco e logo se es-
tendeu às províncias de Alagoas, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará.
Assinale a alternativa que indica a sequência CORRETA
a) 4, 1, 3, 2, 5
b) 4, 2, 3, 5, 1
c) 2, 4, 1, 3, 5
d) 5, 3, 1, 2, 4
e) 5, 1, 4, 3, 2

002. (IBFC/CBM/PB/SOLDADO/2014) A Força Policial da Paraíba teve outra importante par-


ticipação em acontecimento histórico. Foi a pacificação do movimento que ficou conhecido
como a Revolta de Quebra Quilo. Essa Revolta se deu no ano de:
a) 1.874.
b) 1.849.
c) 1.834.
d) 1.865.

003. (FGV/SME-SP/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO/HISTÓRIA/2016)


Leia os fragmentos a seguir.
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I – (...) Fazemos saber a todos os Nossos Subditos, que a Assemblea Geral Decretou, e Nós
Queremos a Lei seguinte.
Art. 1º As embarcações brasileiras encontradas em qualquer parte, e as estrangeiras encon-
tradas nos portos, enseadas, ancoradouros, ou mares territoriaes do Brasil, tendo a seu bordo
escravos (...), ou havendo-os desembarcado, serão apprehendidas pelas Autoridades, ou pelos
Navios de guerra brasileiros, e consideradas importadorasde escravos. Aquellas que não tive-
rem escravos a bordo, nem os houverem proximamente desembarcado, porêm que se encon-
trarem com os signaes de se empregarem no trafico de escravos, serão igualmente apprehen-
didas, e consideradas em tentativa de importação de escravos. (Coleção de Leis do Império do
Brasil, Rio de janeiro, vol. 1 pt 1, p. 182.)
II – (...) Faz saber a todos os Subditos do Império, que a Assembleia Geral Decretou, e Ella
Sanccionou a Lei seguinte: Art. 1º Todos os escravos, que entrarem no territorio ou portos do
Brazil, vindos de fóra, ficam livres. Exceptuam-se: 1º Os escravos matriculados no serviço de
embarcações pertencentes a paiz, onde a escravidão é permitida, emquanto empregados no
serviço das mesmas embarcações. 2º Os que fugirem do territorio, ou embarcação estrangei-
ra, os quaes serão entregues aos senhores que os reclamarem, e reexportados para fóra do
Brazil. Para os casos da excepção n. 1º, na visita da entrada se lavrará termo do numero dos
escravos, com as declarações necessarias para verificar a identidade dos mesmos, e fiscali-
sar-se na visita da sahida se a embarcação leva aquelles, com que entrou. Os escravos, que
forem achados depois da sahida da embarcação, serão apprehendidos, e retidos até serem
reexportados. (Coleção de Leis do Império do Brasil, Rio de janeiro, vol. 1 pt 1, p. 182.)
Os fragmentos I e II correspondem, respectivamente,
a) à Lei do Ventre Livre e ao Bill Aberdeen.
b) à Lei Eusébio de Queiroz e à Lei Feijó.
c) à Lei Saraiva-Cotegipe e à Lei Nabuco de Araújo.
d) à Lei Nabuco de Araújo e à Lei Eusébio de Queiroz.
e) ao Bill Aberdeen e à Lei Feijó.

004. (ESPCEX/2006) O fim do Império Brasileiro foi marcado por contestações ao regime
como, por exemplo, a campanha abolicionista e a campanha republicana. Paralelamente, ocor-
reram duas outras causas da queda da monarquia: a relação Pedroado-Maçonaria e as ideias
criadas pelo francês Auguste Comte, corrente filosófica chamada de Positivismo.
Esses dois conjuntos geraram, respectivamente, a:
a) crise de sucessão do terceiro imperador e a censura dos livros de filosofia
b) perseguição às sociedades secretas e o Problema Servil
c) Corrente Nacionalista e a rejeição do Conde D’Eu como novo monarca
d) Questão Religiosa e a Questão Militar
e) crise do Beneplácito e a queda do Gabinete Liberal

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005. (FGV/SME-SP/Professor de Ensino Fundamental II e Médio/História/2016) “Comecemos


pela expressão ‘República Oligárquica’. Oligarquia é uma palavra grega que significa governo
de poucas pessoas, pertencentes a uma classe ou família. De fato, embora a aparência de
organização do país fosse liberal, na prática o poder foi controlado por um reduzido grupo de
políticos em cada Estado.” FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: EDUSP, 1995, p. 61.
Assinale a opção que caracteriza corretamente um dos mecanismos próprios da ordem oligár-
quica brasileira na Primeira República.
a) Com a política dos governadores, o governo estadual passou a sustentar os grupos domi-
nantes em cada estado, em troca de apoio eleitoral para o Executivo federal.
b) Com a aliança entre Minas Gerais e Rio de Janeiro, detentores das maiores bancadas no
Congresso no período, as oligarquias do Centro-Sul garantiram o controle do Executivo e do
Legislativo federais.
c) Com o coronelismo, controlou-se o eleitorado no campo, incorporado ao processo político
pelo fim do critério censitário, e garantiu-se a hegemonia das oligarquias rurais regionais, inter-
ferindo no processo eleitoral.
d) Com a criação de um novo ator político - os governadores, eleitos a partir das máquinas
estaduais -, os estados aprofundaram o federalismo e combateram o coronelismo, visto como
sobrevivência arcaica da ordem imperial.
e) Com o pacto federativo, acirraram-se as hostilidades existentes entre Executivo e Legislati-
vo, criando a disputa entre São Paulo e Minas Gerais pela presidência da República.

006. (IBFC/PMPB/Soldado/2018) “Esse estudo traz em sua essência a discussão sobre os


fatos que ocorreram na Paraíba, durante o período da ‘Primeira República’. Fatos estes que
vieram a desencadear um conflito armado, dentro deste estado, entre dois tipos de poder: o
‘poder privado’ [representado, no conflito específico, pelo ‘coronel’ José Pereira Lima] e o ‘poder
instituído’ [representado por João Pessoa Cavalcanti de Albuquerque]. O primeiro, caracteriza-
do pelo coronel, figura que constituía a base do sistema político da época; e, o segundo, con-
centrado nas mãos do chefe político estadual. Fonte: JANUÁRIO, 2009. (Adaptado).
Assinale a alternativa que indica corretamente o nome do conflito aludido no texto acima.
a) Guerra de Canudos
b) Revolução Praieira
c) A Revolta de Princesa
d) A Revolta do Quebra-Quilos

007. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR - BA/PROFESSOR/HISTÓRIA/2019) A imagem a


seguir retrata a queima de café em Santos, no litoral de São Paulo, patrocinada pelo governo
Vargas, no início dos anos 1930.

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Sobre a crise cafeeira no Brasil dos anos 1930, assinale a afirmativa correta.
a) Foi o desdobramento de uma crise econômica mundial provocada pelo crash da Bolsa de
Nova Iorque.
b) Motivou a introdução de técnicas industriais no setor cafeeiro.
c) Manteve a alta burguesia cafeeira ilesa, ao longo da crise econômica.
d) Resultou no aumento da demanda por café brasileiro, no mercado internacional.
e) Foi desencadeada por pressão dos EUA, interessados em exportar seu café para o mercado
internacional.

008. (FGV/PREFEITURA DE JOÃO PESSOA/PROFESSOR DE EDUCAÇÃO BÁSICA II/HISTÓ-


RIA/2014) A bandeira do Estado da Paraíba é composta por duas faixas verticais, uma preta
e outra vermelha, e nesta última está escrito “NEGO” (verbo negar, presente do indicativo, pri-
meira pessoa do singular).
Neste caso, o termo “NEGO” se refere
a) à refutação do domínio monárquico luso sobre o Brasil, por ocasião da insurreição paraiba-
na de 1817, que antecipa a independência do país e quer proclamar uma república.
b) ao movimento do Quebra‐Quilos, que eclodiu na Paraíba em função da negativa dos nordes-
tinos de custear as despesas da Guerra do Paraguai por meio do aumento de impostos.
c) à negativa de Epitácio Pessoa de participar do sistema político do café com leite, que reve-
zava candidatos do centro‐sul na sucessão presidencial.
d) à recusa do então Presidente do Estado da Paraíba, João Pessoa, de apoiar a candidatura
do sucessor para a presidência do Brasil indicado por Washington Luís.
e) ao veto liderado pela Paraíba em relação à intervenção do governo federal na região por
meio da criação da Sudene, e apoiado por outros Estados do Nordeste.

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009. (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR - BA/PROFESSOR/HISTÓRIA/2019) As “Marchas da


Família com Deus pela Liberdade” ocorreram em várias cidades brasileiras, motivadas pelo
comício do presidente João Goulart anunciando seu programa de reformas de base, em 13 de
março de 1964, no Rio de Janeiro.
As “Marchas da Família com Deus pela Liberdade” caracterizaram-se pelo
a) anticomunismo, presente nas classes médias urbanas.
b) nacionalismo, típico das esquerdas revolucionárias.
c) liberalismo, representativo das democracias cristãs.
d) socialismo, presente nos setores estudantis.
e) militarismo, apoiado na doutrina de segurança nacional.

010. (IBFC/PMPB/Soldado/2018) “A década de 1950 marca um período de transição tanto na


sociedade brasileira quanto na nordestina e na paraibana. [...] É nesse contexto de mudanças
que nasce e se consolida o movimento das Ligas Camponesas”. Fonte: TARGINO; MOREIRA;
MENEZES, 2011.
Sobre este movimento social do campo, assinale a alternativa incorreta:
a) As Ligas Camponesas se originaram no Engenho da Galileia (Pernambuco) e em 1958 foi
fundada a Liga Camponesa de Sapé, primeira da Paraíba
b) As Ligas Camponesas na Paraíba tiveram amplo apoio da Igreja Católica, do Sistema Judi-
ciário, da Secretaria de Segurança Pública e dos latifundiários locais.
c) A ousadia dos camponeses paraibanos despertou a ira dos latifundiários da época, em 1962
o líder da Liga de Sapé, João Pedro Teixeira, foi assassinado
d) As Ligas Camponesas tiveram como finalidades: acabar com o analfabetismo rural através
de criação de escolas; prestar assistência técnica agrícola; assistência jurídica para casos de
exploração do trabalhador rural, entre outras

011. (IBFC/PM-PB/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2018) Leia o texto abaixo para, em se-


guida, responder a questão.

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Atribua valores de Verdadeiro (V) ou Falso (F), nas afirmações abaixo.


( ) Em 2015, o desempenho do PIB paraibano se destacou entre os maiores do Nordeste.
( ) Assim como ocorreu com o índice do PIB 2015, a Paraíba apresentou em 2014 um dos me-
lhores índices nacionais de distribuição de riquezas, já que a renda per capta foi bem alta.
( ) Em 2014 o rendimento domiciliar per capita paraibano foi o 7º mais baixo do país. Esse dado
revela a má distribuição de renda, já que no ano seguinte teve um dos maiores PIB do Nordeste.
Assinale a sequência correta de cima para baixo.
a) F, F, V
b) V, V, V
c) V, F, V
d) F, F, F

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QUESTÕES DE CONCURSO
012. (ESA/2008) Ocorreu um movimento armado, liderado por Luís Carlos Prestes, com o in-
tuito de implantar no país uma ditadura do proletariado, durante a Era Vargas (1930-1945).
Esse episódio da história é conhecido como a:
a) Revolução Constitucionalista.
b) Intentona Integralista.
c) Revolta da Armada.
d) Revolução Democrática de 64.
e) Intentona Comunista.

Luís Carlos Prestes liderou uma tentativa frustrada de tomar o poder e instalar o regime socia-
lista no país.
Letra e.

013. (IBFC/PMPB/SOLDADO/2018) Leia o texto a seguir sobre algumas revoltas populares


que ocorreram na Paraíba no século XIX.
A _______ ocorreu em 1874, ficou assim conhecida pela modificação que provocou no sistema
de pesos e medidas, fato este que desencadeou uma grande revolução na Paraíba. A _______
ocorreu em cinco províncias do Nordeste. Os revoltosos eram contrários aos decretos impe-
riais que obrigava a população a fornecer dados pessoais, tais como: número de nascimentos
e óbitos na família; filiação; estado civil; cor da pele. Na _______ os revoltosos eram os liberais
adversativos dos conservadores (grandes latifundiários e comerciantes portugueses). A revol-
ta se iniciou em Recife, os liberais exigiam: a divisão dos latifúndios; a liberdade de imprensa;
o fim da oligarquia política.
Assinale a alternativa que preencha correta e respectivamente as lacunas do texto.
a) Revolta do Quebra-Quilos; Revolta do Ronco da Abelha; Revolução Praieira
b) Revolta do Ronco da Abelha; Guerra dos Mascates; Revolução Praieira
c) Guerra dos Mascates; Revolta do Ronco da Abelha; Revolução de Princesa
d) Revolução de Princesa; Revolta do Quebra-Quilos; Intentona Comunista de 1935

Revolta do Quebra-Quilos: Contra a unificação do sistema métrico de pesos e medidas.


Revolta do Ronco da Abelha: Contra o decreto que coletava dados, censo, da população.
Revolução Praieira: revolta de liberais contra os conservadores na Paraíba.
Letra a.

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014. (CPCON/PM-PB/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2008) Em relação à industrialização


paraibana, sobretudo a partir dos anos 1960, é correto afirmar:
I – O objeto inicial da criação dos distritos industriais nas cidades de Campina Grande e João
Pessoa era fornecer a infraestrutura capaz de atrair pequenas empresas com projetos aprova-
dos pela SUDENE.
II – As pequenas e médias empresas paraibanas que atuavam no ramo tradicional e utilizavam
mão-de-obra e matérias-primas locais foram as que menos se beneficiaram com os incentivos
da SUDENE, contrariando o projeto inicial deste órgão.
III – A integração da economia paraibana à economia nacional, no período em análise, foi de
subordinação ao mercado do Sudeste, como aconteceu com todos os estados nordestinos,
não contribuindo desta forma para uma industrialização com bases locais.
IV – A criação dos distritos industriais nos demais municípios que formam a Grande João Pes-
soa, bem como a criação do distrito industrial de Queimadas, gerou uma forte concorrência
para a capital do Estado e para Campina Grande, contribuindo desta forma para a desindustria-
lização e crise econômica das respectivas cidades.
Está(ão) CORRETA(S) apenas a(s) alternativa(s):
a) I e IV
b) IV
c) I, II e III
d) II e IV
e) III

A única afirmativa incorreta é a IV. João Pessoa e Campina Grande continuaram sendo os prin-
cipais centros industriais da Paraíba.
Letra c.

015. (FGV/Prefeitura de Salvador - BA/Professor/História/2019)


I–

Charge de Manuel de Araújo Porto Alegre de 1837

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II – As primeiras caricaturas publicadas no Brasil apareceram (...) sob a forma de litografias


avulsas vendidas em algumas lojas do Rio de Janeiro. Seu tema foi a contratação do jornalista
Justiniano José da Rocha (1812-1863), por um elevadíssimo salário, para ser o editor do Correio
Oficial. A caricatura retrata o mulato Justiniano todo ataviado, recebendo de joelhos um saco de
dinheiro. Em um formato que faz lembrar uma grande cena teatral, essa primeira caricatura cha-
mava a atenção para o fato de um homem tido como íntegro ter vendido sua pena ao governo.
“Honra tenho e probidade/ Que mais quer d’ um redator?”, dizia um dos versinhos que acompa-
nhavam a imagem. LUSTOSA, Isabel. No país da piada pronta. Revista de História, 01/03/2009.
Com base na imagem e no texto, pode-se afirmar que, durante o período regencial (1831-1840),
a ampliação da imprensa favoreceu o(a)
a) aumento do racismo.
b) combate à corrupção.
c) ascensão do personalismo.
d) fortalecimento da esfera pública.
e) denegrimento dos mulatos.

Querido(a), muito cuidado! Está questão é de interpretação de texto. A ampliação da imprensa


favoreceu sobremaneira o fortalecimento da esfera pública na medida em que aumentou o
acesso à informação sobre as políticas tomadas pelo governo brasileiro.
Letra d.

016. (FGV/SME-SP/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO/HISTÓRIA 2016)


A famosa frase “Nada se assemelha mais a um ‘saquarema’ do que um ‘luzia’ no poder”, atri-
buída ao político pernambucano Antônio Francisco de Paula Holanda Cavalcanti, testemunha
a convergência de interesses das elites que compunham os partidos políticos do Segundo
Reinado. Entretanto, a historiografia assinala as especificidades de luzias e saquaremas.
A respeito das interpretações historiográficas do quadro partidário do Segundo Reinado, ana-
lise as afirmativas a seguir.
I – Para Caio Prado Júnior, as diferenças entre saquaremas e luzias podiam ser entendidas
como disputas entre os interesses reacionários e progressistas da burguesia, sem necessaria-
mente se concretizarem em conflitos partidários.
II – Para José Murilo de Carvalho, a distinção entre saquaremas e luzias estava em suas res-
pectivas bases regionais: enquanto os primeiros tinham mais força entre os proprietários ru-
rais e os burocratas da Bahia e de Pernambuco, os segundos eram mais fortes entre os pro-
prietários rurais e os profissionais liberais de São Paulo, Minas Gerais e Rio Grande do Sul.
III – Para Raimundo Faoro, saquaremas e luzias representavam as diferenças entre os con-
servadores ligados aos interesses agrários, em oposição aos liberais ligados à burocracia e
defensores do fortalecimento do poder central.

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HISTÓRIA DA PARAÍBA
História da Paraíba – Parte II
Daniel Vasconcellos

Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.

III – Errada. A afirmativa faz uma confusão, misturando interesses liberais com interesses dos
conservadores. Por exemplo, diz que os liberais eram favoráveis a maior centralização política.
Como vimos, os liberais pretendiam maior autonomia para as províncias.
Letra d.

017. (EsPCEX/2010) “O exemplo [...] britânico e o desejo de preservar politicamente o monarca


levaram à criação, em 1847, do cargo do Conselho de Ministros, escolhido pelo Imperador. Se
o ministério (ou Conselho de Ministros) não possuísse maioria [...], a Câmara seria dissolvida,
convocando-se novas eleições” (BARBEIRO; CANTELE; SCHNEEBERGER, 2007)
Esse sistema utilizado no Brasil, em parte do 2º Reinado, ficou conhecido como
a) Presidencialismo Monárquico.
b) Ditadura Monárquica.
c) Parlamentarismo Tradicional.
d) Parlamentarismo às avessas.
e) Autoritarismo Monárquico.

Chama-se parlamentarismo às avessas porque no parlamentarismo clássico é o legislativo


que escolhe do Primeiro Ministro. No caso brasileiro, era o imperador quem escolhia quem
ocuparia o caro no Conselho de Ministros.
Letra d.

018. (ESPCEX/2019) Ideias republicanas estavam presentes entre os brasileiros há tempos.


No século XVIII, inspiraram movimentos contra o domínio português. Em 1870, um grupo de
políticos lançou, no Rio de Janeiro, o Manifesto Republicano. Os seguintes episódios, ocor-
ridos na segunda metade do século XIX, abalaram o Império Brasileiro. Considerando os se-
guintes fatos:
I – Questão Militar.
II – Questão de Fronteiras.
III – Questão Religiosa.
IV – Questão da Cisplatina.
V – Questão Abolicionista.

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História da Paraíba – Parte II
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Assinale abaixo a alternativa em que todas as proposições estão corretas no que se refere às
questões que contribuíram para o fim do período Imperial Brasileiro.
a) I e II.
b) I, II e III.
c) I, III e V.
d) III, IV e V.
e) IV e V.

Lembre-se do mapa mental sobre a crise do Império. A monarquia perdeu o apoio ideológico da
igreja, o apoio financeiro dos senhores de escravos que esperavam uma compensação pela fi-
nanceira pela abolição, e o apoio do exército, influenciado pelos ideais positivistas republicanos.
Letra c.

019. (ESPCEX/2015) Pedro I abdicou do trono, em 1831, em favor de seu filho Pedro de Al-
cântara, iniciando-se no Brasil o Período Regencial. A partir de 1840 e durante todo o período
imperial, a vida política do País passou a ser dominada pelos
a) liberais e conservadores.
b) conservadores e socialistas.
c) liberais e republicanos.
d) comunistas e republicanos.
e) liberais e anarquistas.

Lembre-se da afirmação que estudamos na parte teórica: Nada mais conservador do que um liberal
no poder. Esses foram os dois partidos políticos que predominaram durante o Segundo Reinado.
Letra a.

020. (ESPCEX/2011) Sobre a Proclamação da República, a tradição historiográfica relaciona


três questões responsáveis pela queda da monarquia: a questão servil (escravidão), a religiosa
e a militar.
Leia atentamente os itens abaixo.
I – Segundo o regime de padroado, cabia ao imperador a escolha dos clérigos para os cargos
importantes da igreja.
II – A igreja afastou-se do governo imperial, após D. Pedro II ter ordenado aos padres afasta-
rem-se da maçonaria.
III – A Lei Saraiva-Cotegipe estabelecia liberdade aos escravos com mais de 60 anos de idade,
tendo um alcance extremamente positivo na luta contra a escravidão no Brasil, pois na prática co-
locava em liberdade imediata um grande contingente de escravos que já tinham atingido a idade.

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IV – Em 13 de maio de 1888, a princesa Isabel promulgou a Lei do Ventre Livre, declarando


extinta a escravidão no Brasil.
V – O Exército Brasileiro tomou consciência de sua importância após a guerra do Paraguai.
Assinale a única alternativa em que todos os itens listam características corretas.
a) I, II e V.
b) II e IV.
c) III, IV e V.
d) II, III e IV.
e) I e V.

I – Correta.
II – Errada. A igreja se afastou de D. Pedro II porque, sendo maçom, ele não aceitou a proibição pa-
pal de que membros da maçonaria não poderiam participar de missas e outras atividades da igreja.
III – Errada. Os efeitos da lei foram negativos pois os ex-excravos com mais de sessenta anos
perderam seu sustento.
IV – Errada. A princesa Isabel proclamou a Lei Áurea, que aboliu a escravidão no Brasil.
V – Correta.
Letra e.

021. (ESPCEX/2007) A participação do Exército Brasileiro, com respaldo em seu prestígio, foi
fundamental para a queda do Império e, consequentemente, para a proclamação da República.
O fato que mais contribuiu para o aumento do prestígio militar, no final do Século XIX, foi a
a) Guerra da Tríplice Aliança.
b) Questão escravocrata.
c) Intervenção contra Aguirre.
d) Questão Christie.
e) Intervenção contra Rosas e Oribe.

Cuidado com a pegadinha da banca. Com a Guerra do Paraguai, o exército brasileiro alcançou
maior prestígio e começou a questionar a monarquia, influenciado pelo positivismo. Preste
atenção: a Guerra do Paraguai também é conhecida como Guerra da Tríplice Aliança.
Letra a.

022. (ESA/2016) O item da pauta de exportação brasileira do Segundo Reinado que foi consi-
derado um importante fator de modernização da economia foi:
a) O Tabaco.
b) O Café.

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c) A Cana de Açúcar.
d) A Soja.
e) O Trigo

A exportação de Café foi responsável por dar estabilidade política e ser capaz de modernizar
a economia brasileira.
Letra b.

023. (ESA/2010) Em 1845, a Inglaterra aprovou o Bill Aberdeen. Com relação a esse ato é cor-
reto afirmar:
a) concedia à Inglaterra o direito de monopolizar o tráfico negreiro par o Brasil.
b) determinava a substituição da mão-de-obra escrava pela mão-de-obra livre.
c) era declarado legal o aprisionamento de qualquer navio negreiro, bem como o julgamento
dos traficantes pela marinha inglesa.
d) elevava violentamente as taxas alfandegárias sobre os produtos brasileiros.
e) visava à eliminação da concorrência que a agricultura escravista brasileira representava.

A Alternativa “c” está correta porque diante de tantas promessas não cumpridas, e principal-
mente em represália à tarifa Alves Branco (1844), que elevou as taxas alfandegárias no Brasil,
os ingleses instituíram o Bill Aberdeen, decreto através do qual a Inglaterra se outorgava o
direito de aprisionar qualquer navio negreiro, independentemente de sua bandeira, e julgar os
traficantes.
Letra c.

024. (ESSA/1978) O partido político que, durante o início do Segundo Império propugnou por
uma maior autonomia das províncias foi o:
a) Conservador
b) Timbira
c) Liberal
d) Republicano Paulista

O partido liberal era favorável a menor intervenção estatal sobre as províncias.


Letra c.

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025. (UFPR/TJSC-SC/AUXILIAR DE COMARCA/2005) A abolição da escravatura e a imigra-


ção relacionaram-se diretamente, pois o imigrante europeu foi responsável pela instituição do
trabalho livre e pelo desenvolvimento de vastas áreas do país, substituindo o trabalho escravo.
Assinale a alternativa que indica a que está relacionada a imigração europeia mais intensa:
a) Aos problemas decorrentes da crise do sistema escravista que vigorava no país.
b) Aos interesses de desenvolver a indústria do país, via trabalho livre.
c) À eliminação do caráter monocultor e exportador do país.
d) À expansão da atividade pecuarista no centro-sul do Brasil.

Com o avanço do abolicionismo, houve a necessidade de mão de obra livre, buscada com
a imigração
Letra a.

026. (UFPR/VESTIBULAR/2020) Em 1888, a princesa Isabel, filha do imperador do Brasil, Pe-


dro 2º, assinou a Lei Áurea, decretando a abolição […]. A decisão veio após mais de três sécu-
los de escravidão, que resultaram em 4,9 milhões de africanos traficados para o Brasil, sendo
que mais de 600 mil morreram no caminho. (Amanda Rossi e Camilla Costa, postado em 13 de
maio de 2018 – BBC Brasil em São Paulo. Disponível em: https://www.bbc.com/ portuguese/
brasil-44091469. Acesso em 25 de junho de 2019.)
De acordo com o trecho acima, considere as seguintes afirmativas:
1. A chamada “Lei Áurea”, assinada pela princesa Isabel, não pode ser vista como uma conces-
são da monarquia, sendo resultado de um longo processo de luta e resistência que contou com
a presença ativa de escravizados e escravizadas para sua libertação do cativeiro.
2. No período imediato que sucedeu à abolição, os libertos puderam contar com medidas de
apoio na forma de distribuição de pequenos lotes de terra, tal como aconteceu nos Estados
Unidos após a Guerra Civil, com a chamada “Reconstrução”.
3. Escravizados e escravizadas receberam apoio de muitos setores da sociedade da época
ligados ao movimento abolicionista, sendo Luís Gama, filho de escrava e advogado autodidata,
um dos personagens mais célebres e atuantes, empenhando-se na libertação de centenas de
cativos e cativas.
4. Os segmentos da sociedade adeptos do regime escravista defendiam a “emancipação gra-
dual” e nutriam o profundo receio de que a abolição imediata da escravidão trouxesse desor-
ganização econômica e provocasse o caos social.
Assinale a alternativa correta.
a) Somente a afirmativa 3 é verdadeira.
b) Somente as afirmativas 1 e 2 são verdadeiras.
c) Somente as afirmativas 2 e 4 são verdadeiras.
d) Somente as afirmativas 1, 3 e 4 são verdadeiras.
e) As afirmativas 1, 2, 3 e 4 são verdadeiras.

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A afirmativa 2 é a única errada. Um dos graves problemas pós abolição foi justamente a falta
de políticas públicas para garantir dignidade aos ex escravos.
Letra d.

027. (AOCP/IBC/PROF. HISTÓRIA/2012) Nas décadas finais do Império, ocorreram impor-


tantes transformações na economia brasileira, notadamente nos complexos açucareiro e ca-
feeiro, os quais definiram a participação da produção brasileira no mercado mundial do século
XIX. A respeito da supremacia do complexo cafeeiro durante o final do Brasil imperial, assinale
a alternativa correta.
a) Antes de se estabelecer a hegemonia do complexo cafeeiro, o Brasil vivenciou uma econo-
mia pautada unicamente por uma economia de exportação de matéria-prima.
b) A economia diversificada que precedeu a cafeicultura alargou as fronteiras do país para
além do nordeste e permitiu o investimento para a lavoura do café.
c) A grande dificuldade de se conseguir investimentos para a lavoura do café era o fato da eco-
nomia açucareira ainda se encontrar em alta no mercado.
d) A mão de obra não foi problema para os cafeicultores, pois desde o início puderam contar
com a mão de obra assalariada de imigrantes europeus.
e) A introdução de trabalho livre na cafeicultura permitia aos cafeicultores obter lucros na
concorrência mundial propiciando preços baixos no mercado externo.

Lembre-se, caro(a) aluno(a), de que a base da economia brasileira, desde o início da coloni-
zação, visava o fornecimento de produtos primários, como foi o caso do açúcar no período
colonial e do café durante o Império e a República.
Letra a.

028. (AOCP/PREFEITURA MUNICIPAL DE FUNDÃO/PROF. DE HISTÓRIA/2014) O Positivis-


mo, ciência sistematizada por Augusto Comte, no século XIX, está ligada diretamente à qual
dos eventos a seguir?
a) A Independência do Brasil, em 1822.
b) A abolição da escravidão, em 1888.
c) A Proclamação da República, em 1889.
d) A Revolta da Chibata, em 1910.
e) Ao Movimento Operário, em 1917.

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Como vimos, o positivismo foi uma corrente de pensamento que ganhou adeptos do exército
brasileiro durante o Segundo Reinado. Sua influência foi fundamental para que as forças arma-
das encaminhassem a Proclamação da República.
Letra c.

029. 29. (FGV/SME-SP/Professor de Ensino Fundamental II e Médio/História/2016)

A charge mostra o Presidente Getúlio Vargas em situações distintas durante a década de 1930.
A respeito das incertezas e mudanças do quadro político dessa década, com base na charge,
analise as afirmativas a seguir.
I – O primeiro quadro (1931) faz referência à aproximação entre os interesses centralizadores
do Governo Provisório e o tenentismo, como exemplificado pela nomeação de Juarez Távora
para o governo de São Paulo.
II – O segundo quadro (1935) faz referência aos dois polos opostos que dinamizavam o quadro
político depois de promulgada a Constituição de 1934: a Aliança Nacional Libertadora (ANL) e
a Ação Integralista Brasileira (AIB).
III – O terceiro quadro (1937) faz referência ao fechamento do Congresso, à criação do Estado
Novo e à unificação dos partidos políticos, sob a legenda da Ação Integralista Brasileira (AIB).
Assinale:
a) se somente a afirmativa I estiver correta.
b) se somente a afirmativa II estiver correta.
c) se somente a afirmativa III estiver correta.
d) se somente as afirmativas I e II estiverem corretas.
e) se todas as afirmativas estiverem corretas.
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I – Errada. Juarez Távora não foi interventor do estado de são Paulo.


III – Errada. A Ação Integralista Brasileira (AIB), fundado em 1932, era inspirada no Movimento
Fascista italiano de Mussolini e liderada por Plínio Salgado. Foi colocada na ilegalidade a partir
da instauração do Estado Novo em 1937.
Letra b.

030. (FGV/SEDUC-AM/PROFESSOR/HISTÓRIA/2014) Observe a imagem a seguir, que repro-


duz a capa de um cordel divulgado em 2010:

Durante a 2ª Guerra Mundial, o envio de tropas dos Estados Unidos da América para o Teatro
de Operações foi viabilizado por meio de intensa negociação diplomática com os países lati-
no-americanos, no bojo da “Política da Boa Vizinhança” do governo de F. D. Roosevelt. Nesse
contexto, a aliança com o Brasil teve importância estratégica.
A partir da interpretação da xilogravura de Sebastião Palhares, conclui-se que a expressão
“Trampolim da Vitória”, difundida na década de 1940, refere-se ao
a) Nordeste brasileiro, que era o território americano mais próximo da África.
b) Golfo da Guiné, cujos laços com o Brasil ganhavam força desde o período colonial.
c) Atlântico Sul, cenário de torpedeamentos por submarinos alemães bombardeados do céu.
d) Litoral da África Ocidental, de onde os aviões norte-americanos decolavam rumo à Europa.
e) Sul dos Estados Unidos da América, que forneceu o maior contingente de soldados
para o front.

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Através dos Acordos de Washington, ficou definido que o Brasil permitiria que os Estados Uni-
dos mantivessem uma base militar no Nordeste brasileiro como estratégia da guerra no ocea-
no Atlântico.
Letra a.

031. (FGV/SEDUC-AM/PROFESSOR/HISTÓRIA/2014) A “Era Vargas” está associada direta-


mente à construção de um arcabouço jurídico de direitos sociais, com destaque para a legis-
lação trabalhista, mas também por restrições ao exercício de direitos civis e políticos. Mesmo
durante o curto período de “Governo Constitucional”, entre 1934 e 1937, numerosos mecanis-
mos jurídicos foram criados para flexibilizar ou para violar abertamente algumas garantias
constitucionais.
Assinale a opção que identifica um desses mecanismos durante a vigência formal da Consti-
tuição de 1934.
a) O fechamento da Aliança Nacional Libertadora (ANL) como resposta quase imediata ao
manifesto de Luís Carlos Prestes que pregava “todo poder aos sovietes”.
b) A promulgação da Lei de Segurança Nacional (LSN), após a Intentona Comunista, restringia
ou eliminava garantias processuais para os acusados de crimes contra a segurança do Estado.
c) A criação do Tribunal de Segurança Nacional, em 1936, incrementou os mecanismos de
aplicação da Lei de Segurança Nacional por meio de um tribunal de exceção subordinado à
Justiça Militar.
d) A criação do DOPS, polícia política de Vargas, conferiu grandes poderes a seu chefe Filinto
Müller, simpatizante do nazismo alemão.
e) A decretação do estado de guerra, em 1936 e 1937, foi justificada como reação ao cresci-
mento do apoio do III Reich à militância nazista no sul do país.

A Lei de Segurança Nacional, promulgada em 4 de abril de 1935, definia crimes contra a ordem
política e social. Sua principal finalidade era transferir para uma legislação especial os crimes
contra a segurança do Estado, submetendo-os a um regime mais rigoroso, com o abando-
no das garantias processuais. O tribunal de exceção foi instituído em setembro de 1936, su-
bordinado à Justiça Militar. Era composto por juízes civis e militares escolhidos diretamente
pelo presidente da República e deveria ser ativado sempre que o país estivesse sob o estado
de guerra.
Letra c.

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032. (CESPE/PM/AL/SOLDADO/2012) No período compreendido entre os anos de 1889 e


1930, vigeu no Brasil a Primeira República, cujo colapso foi oficializado pela Revolução de
1930, a qual deu origem à Era Vargas (1930-1945). O regime republicano instituído no Brasil,
surgido de um golpe de Estado protagonizado por militares do Exército, foi caracterizado por
muitos como a negação do próprio conceito de República. Entre os aspectos mais caracterís-
ticos dessa primeira etapa da República brasileira incluem-se
a) a facilidade de acesso à educação formal e o reduzido número de analfabetos.
b) a redução drástica do poder decisório das oligarquias estaduais e o surgimento de novos
partidos políticos.
c) o voto a descoberto — um direito exclusivo de homens — e as recorrentes fraudes eleitorais.
d) a inexistência de manifestações políticas do segmento militar e o surgimento dos primeiros
sindicatos.
e) a acentuada participação da sociedade no processo político e a redução das desigualda-
des sociais.

A fraude eleitoral começava com o chamado “voto de cabresto”. Como o voto era aberto, os
coronéis influenciavam na votação. Aquele que não votasse de acordo com a vontade do co-
ronel sofria sanções.
Letra c.

033. (CESPE/INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA/PROVA 2/2017) A Primeira República


caracterizou-se pelo regime oligárquico e pela economia agroexportadora. Com relação a es-
ses assuntos, julgue (C ou E) o item a seguir.
Na década de 20 do século XX, o movimento tenentista contou com importante participação
de oficiais tanto do Exército como da Marinha, tendo apontado os males causados pelo poder
excessivo da oligarquia e defendido a descentralização do poder político, além de uma política
econômica nacionalista.

Defendiam, na verdade, a centralização do poder político, tirando poder das oligarquias locais.
Errado.

034. (CESPE/INSTITUTO RIO BRANCO/DIPLOMATA/PROVA 2/2017) A chamada Revolução


de 30 levou ao poder Getúlio Vargas, cujo governo, caracterizado por importantes aconteci-
mentos políticos e econômicos, se estendeu até 1945. A esse respeito, julgue (C ou E) o item
subsecutivo.
No período entre 1930 e 1937, a política econômico-financeira do governo Vargas procurou
atender a interesses de diversos setores, incluindo-se os agrários.

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Querido(a), lembre-se de que Getúlio tentou, em vão, auxiliar o setor cafeeiro queimando o ex-
cedente de café das reservas do governo para tentar diminuir a oferta do produto e aumentar
o seu preço.
Certo.

035. (UFPR/VESTIBULAR/2016) Segundo a historiadora Regina da Luz Moreira, “o retorno


dos contingentes da FEB precipitou (...) a queda de Vargas em 1945” (CPDOC. Disponível em:
<http://cpdoc.fgv.br/producao/dossies/FatosImagens/FEB>).
Assinale a alternativa que justifica a declaração acima, relacionando a atuação do Brasil, por
meio da Força Expedicionária Brasileira (FEB), na Segunda Guerra Mundial com o primeiro go-
verno de Getúlio Vargas (1930-1945).
a) Ao lutar pela democracia e contra os fascismos na Europa com a FEB, o governo de Vargas
perdeu apoio interno ao manter regime autoritário.
b) Ao lutar pela democracia e derrotar os fascismos na Europa, os pracinhas conquistaram
apoio popular para derrubar a ditadura de Vargas.
c) Ao derrubar o regime franquista na Espanha, os soldados brasileiros inspiraram a população
a lutar por eleições, após 15 anos de Estado Novo.
d) Ao derrotar os fascistas na Batalha de Monte Castelo na Itália, a FEB conquistou o apoio
norte-americano para derrubar a ditadura de Vargas.
e) Ao lutar pela libertação dos povos europeus, o governo brasileiro esgotou seus recursos
financeiros no Exército, precipitando a queda de Vargas.

A contradição era evidente. O governo de Vargas era autoritário tal qual os regimes fascistas
europeus. No entanto, enviou tropas da Força Expedicionária Brasileira para lutar ao lado das
democracias ocidentais contra esses mesmos regimes que inspiravam o Estado Novo.
Letra a.

036. (AOCP/INESS/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2009) O capitalismo mundial configurava-se,


desde a Revolução Industrial (século XVIII), como um sistema de “divisão internacional do tra-
balho”, articulado entre países centrais e periféricos em que os primeiros forneciam produtos
manufaturados em troca de matérias-primas de origem mineral ou animal, produzidas nos paí-
ses dependentes. O Brasil se inseriu nesse sistema como país de economia periférica, supridor
de produtos primários, através dos quais se obtinham as divisas necessárias à importação dos
produtos destinados a atender à demanda interna.
Assinale a alternativa correta.

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a) A partir do século XX, o café, face às condições favoráveis de produção, demanda e concor-
rência, passou a ser cada vez mais predominante na pauta de exportações, atingindo o auge
na década de 20, quando participava com cerca de 70% da receita de exportações.
b) Durante a República Velha, o poder político se concentrou nas mãos das oligarquias agro-
exportadoras. Com a política do café com leite, o Brasil conseguia articular uma economia
essencialmente agrária, conciliando as culturas de subsistência, produção não-exportável, que
ultrapassava os limites do necessário.
c) Nesse período, o setor artesanal e fabril, essencialmente destinado a atender à demanda
de bens de consumo pelos assalariados, em pouco tempo tornou-se artigo voltado, também a
exportação atendendo a uma grande demanda em razão da qualidade do algodão brasileiro.
d) A economia brasileira voltada para o mercado externo caracterizava-se como um segmento
do capitalismo europeu. Uma situação confortável em razão do financiamento e comercializa-
ção da produção dependente da mediação externa. Na forma como se realizava o capital, com
a produção, na circulação do café, residia a grande acumulação interna.
e) Essa situação impedia que o Brasil fosse suscetível às crises e oscilações do capitalismo
internacional. Até o final da década de 1920, a economia interna, estava desta forma, protegida
uma vez que produzia obstáculos a importações das crises. A cada impasse, o governo inter-
vinha de molde a garantir a defesa do setor exportador.

O Café foi o carro chefe das exportações brasileiras, chegando a representar 70% das expor-
tações durante a década de 20. Tal situação foi arriscada, pois colocava a economia brasileira
dependente do mercado externo. Tal foi o risco que a economia brasileira entrou em crise com
a Queda da Bolsa de Valores de Nova Iorque.
Letra a.

037. (AOCP/INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2012) A Revo-


lução Constitucionalista foi, sem dúvida, um dos acontecimentos mais importantes e dramáti-
cos da história republicana. Sobre o tema, assinale a alternativa correta.
a) Esta revolução ocorreu em 1930 e envolveu todos os Estados da federação.
b) Em 1932, paulistas e cariocas se enfrentaram nessa guerra civil em prol da Constituição.
c) Revoltadas, as elites paulistas desejavam reaver seu domínio político perdido em 1930.
d) Esta revolução se deu em 1964 entre paulistas e mineiros, contestando Getúlio Vargas.
e) Ocorreu por causa do fim da política do “café com pão”, marcando o fim da República Velha.

Revolução Constitucionalista de 1932 está resumida na alternativa correta.


Letra c.

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História da Paraíba – Parte II
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038. (AOCP/INSTITUTO BENJAMIN CONSTANT/PROFESSOR DE HISTÓRIA/2012) A res-


peito da crise de 1929 assinale a alternativa INCORRETA.
a) Demonstrou as limitações do liberalismo em manter a economia em equilíbrio dinâmico.
b) Favoreceu a prática do intervencionismo do Estados na economia capitalista contra a crise.
c) Resultou de um processo em que o aumento do consumo superou a produção de mercadorias.
d) Adquiriu um caráter mundial por ter atingido o cerne da divisão internacional do trabalho.
e) O Brasil sofreu com a crise porque a produção de café perdeu compradores internacionais.

Crise de 1929: superprodução. Resultou de um excesso de mercadorias em um mercado in-


capaz de consumir. A crise econômica contribuiu para uma crise política que levou Getúlio
Vargas ao poder.
Letra e.

039. (FGV/SME/SP/PROFESSOR DE ENSINO FUNDAMENTAL II E MÉDIO/HISTÓRIA/2016)


Diante dos sinais de esgotamento do “milagre econômico” e da ditadura militar, o governo Er-
nesto Geisel pôs em marcha o projeto de abertura “lenta, gradual e segura”, visando à transição
para o regime democrático.
Assinale a opção que caracteriza corretamente um dos passos deste processo.
a) A regulamentação da propaganda política determinada pela Lei Falcão, em 1976, possibili-
tou o debate político pelos meios de comunicação de massa.
b) O Pacote de Abril, em 1977, criou a figura dos governadores e senadores biônicos, assim
chamados por ocupar os cargos sem sufrágio universal.
c) A Lei da Anistia, em 1979, facultou o retorno ao Brasil dos exilados políticos e abrangeu tam-
bém os responsáveis pelas perseguições e torturas.
d) A aprovação da Nova Lei Orgânica dos Partidos, em 1979, reintroduziu o sistema multiparti-
dário, com o objetivo de fragmentar e multiplicar os partidos da situação.
e) A campanha pelas eleições diretas foi uma conquista das ruas e do Congresso, obtida pela
aprovação da Emenda Dante de Oliveira, em abril de 1984.

Uma das principais críticas à Lei de Anistia foi justamente conceder absolvição aos torturado-
res e perseguidores da Ditadura.
Letra c.

040. (FGV/SEDUC-AM/PROFESSOR/HISTÓRIA/2014) As analogias entre o fenômeno do


caudilhismo latino-americano no século XIX e o coronelismo brasileiro durante a Primeira Re-
pública (1889-1930) são recorrentes na literatura histórica especializada.

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Assinale a opção que apresenta uma característica comum entre os dois fenômenos, que con-
fere sentido e coerência à comparação.
a) Defesa do liberalismo político.
b) Predominância em grandes centros urbanos.
c) Controle do eleitorado local pelo líder político.
d) Reforço das instâncias formais de representação política.
e) Recurso à violência como instrumento prioritário de cooptação.

Mesmo que não tenhamos estudado o caudilhismo, você deve ter em mente que o coronelis-
mo foi o principal instrumento utilizado pelas oligarquias para garantir o controle do eleitorado.
Letra c.

041. (FGV-SP/1998) Em relação ao Golpe Militar de 1964 no Brasil, pode-se dizer:


I – Foi fruto de uma conspiração civil-militar alarmada com os rumos nacionalistas do governo
João Goulart.
II – Foi a forma encontrada pelos comandos militares para garantir a posse do novo presidente.
III – Representou a repulsa de setores da sociedade brasileira à tentativa de João Goulart de
aumentar a presença do capital estrangeiro no país.
IV – Evitou a tentativa do Partido Comunista Brasileiro, de sindicatos de trabalhadores e de se-
tores do Partido Trabalhista Brasileiro de exigir do presidente, a implementação imediata das
“reformas de base”.
Estão corretas as frases:
a) III e IV.
b) III e V.
c) I, II e III.
d) I, IV.
e) II, III e IV.

Observando atentamente as informações sobre a deflagração do golpe de 1964, podemos ver


que os militares se mostravam nitidamente desconfortáveis com a orientação nacionalista e
trabalhista que o governo de João Goulart assumia. Sob esse contexto, acreditavam que as
“reformas de base” seriam um primeiro passo para que setores de esquerda e os sindicatos
ampliassem as suas esferas de atuação política no Brasil.
Letra d.

042. (MACK-SP/2004) A “Marcha da Família com Deus pela Liberdade”, em março de 1964,
na cidade de São Paulo, foi:

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a) uma demonstração de forças conservadoras de direita contra o que chamavam de esquer-


dismo e comunismo do governo João Goulart.
b) uma manifestação de apoio das famílias de trabalhadores brasileiros ao governo do presi-
dente Goulart.
c) uma resposta das massas populares, apoiando as Reformas de Base, após o Comício na
Central do Brasil (RJ/março de 1964).
d) uma demonstração de repúdio das classes trabalhadoras a uma possível intervenção mili-
tar, com apoio norte-americano, ao governo de Goulart.
e) uma manifestação, de setores conservadores da sociedade brasileira, de revolta contra a
tentativa de se derrubar o governo constitucional.

Realizada após o “Comício da Central do Brasil”, a marcha representou a mobilização dos se-
tores civis conservadores do país. Em âmbito geral, a manifestação contou com a presença
de grupos da classe média, empresários e setores ligados à Igreja Católica. Sendo contrários
às medidas anunciadas por João Goulart no “Comício da Central”, os participantes dessa ma-
nifestação acabaram oferecendo o respaldo necessário para que as forças militares articulas-
sem o golpe militar de 1964.
Letra a.

043. (FUVEST-SP/2002) “Na presidência da República, em regime que atribui ampla autoridade
e poder pessoal ao chefe de governo, o Sr. João Goulart constituir-se-á, sem dúvida alguma,
no mais evidente incentivo a todos aqueles que desejam ver o país mergulhado no caos, na
anarquia, na luta civil.” (Manifesto dos ministros militares à Nação, em 29 de agosto de 1961).
Esse Manifesto revela que os militares
a) estavam excluídos de qualquer poder no regime de democracia presidencial.
b) eram favoráveis à manutenção do regime democrático e parlamentarista.
c) justificavam uma possibilidade de intervenção armada em regime democrático.
d) apoiavam a interferência externa nas questões de política interna do país.
e) eram contrários ao regime socialista implantado pelo presidente em exercício.

Por meio deste documento, é possível ver que o interesse dos militares em assumir o governo
federal já se desenhava muito antes do golpe, ocorrido em 1964. Ao falar da ameaça contra
a ordem, buscavam projetar um cenário político e econômico visivelmente influenciado pelo
discurso comunista. De tal forma, preparavam a aceitação do golpe, arquitetando o desenvol-
vimento de uma tensão que transformava a intervenção militar em atitude necessária.
Letra c.

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044. (FATEC) O populismo manifesta-se já no fim da ditadura e permanecerá uma constante


no processo político até 1964.” (Francisco Weffort, O POPULISMO NO BRASIL)
Pensando na existência do populismo no Brasil durante o período compreendido entre 1945 e
1964, esse pode ser caracterizado como:
a) um regime autoritário, em que políticas sociais são extintas, sendo apoiado unicamente pela
elite do país.
b) um regime fundado em projetos de inclusão social, buscando a modernização da sociedade,
liderado por líderes carismáticos.
c) um regime socialista, que pretendia acabar com o latifúndio no país e com o poder político
e econômico das velhas elites brasileiras.
d) um regime totalitário, que pretendia acabar com a propriedade privada, passando todos os
meios de produção para o Estado.

O termo populismo foi cunhado por alguns historiadores para caracterizar alguns regimes vi-
venciados no Brasil e em outros países da América Latina. Havia a busca por apoio popular a
seus projetos, pretendendo modernizar a sociedade, incluindo setores sociais despossuídos.
A liderança era exercida por pessoas com carisma, que, através principalmente dos meios de
comunicação, conseguiam cativar a população.
Letra b.

045. (CPCON/PM-PB/SOLDADO DA POLÍCIA MILITAR/2008) A participação ativa da Paraí-


ba na rebelião de outubro, como componente da Aliança Liberal, conferiu às lideranças locais,
que já integravam o aparelho administrativo, a permanência no poder, com exceção do então
governador Álvaro de Carvalho que se manteve alheio às conspirações revolucionárias.
O texto refere-se:
a) ao ato de extrema bravura, de heroísmo, como se fora o grito de emancipação da Paraíba,
dado pelo presidente Epitácio Pessoa, denominado dia do NEGO
b) à Revolução Praieira, última rebelião do Império
c) à Revolta de Princesa liderada pelo coronel João Suassuna, chefe político da cidade, loca-
lizada no sertão da Paraíba
d) à reação dos comerciantes do interior da Paraíba, do Ceará e principalmente de Pernambu-
co à “reforma tributária” promovida pelo presidente João Pessoa.
e) à Revolução de 1930 que teve como estopim o assassinato de João Pessoa.

É no contexto das eleições de 1930 que João Pessoa se negou a apoiar o candidato Júlio
Prestes, indicado por Washington Luís (Paulista). Como vimos, a Aliança Liberal (formada por
Minas, Paraíba e Rio Grande do Sul) se aproveitou do assassinato de João Pessoa, por ques-
tões locais, para promover a Revolução de 1930.
Letra e.

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046. (IBFC/CBMPB/SOLDADO/2014) Em 1.930 um grupo armado, sediado na cidade de Prin-


cesa, no alto sertão paraibano, tentou conturbar a ordem pública no interior do Estado. Os
acontecimentos mais marcantes desse confronto foram:
I – O desastre da Água Branca, em que cerca de 200 (duzentos) policiais foram mortos em uma
emboscada.
II – A tomada, pela Polícia, das cidades de Teixeira, Imaculada e Tavares.
III – Cerco de Tavares, que se achava ocupada pela Polícia e foi cercada por grupos de canga-
ceiros, durante 18 dias.
Estão corretas as afirmações:
a) I e II.
b) I, II e III.
c) II e III.
d) I e III.

Todas as afirmativas estão corretas. Em Água Branca ocorreu uma emboscada liderada por
José Pereira em que foram mortos 200 soldados da PM. A PM conseguiu tomar as cidades
de Tavares, Teixeira e Imaculada. Por fim, cangaceiros fizeram um cerco à cidade de Tavares,
controlada pela Polícia Militar, durante 18 dias.
Letra b.

047. (ESA/2012) Em 1906, os governadores de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro se
reuniram e estabeleceram o Convênio de Taubaté, que
a) pode ser considerado o marco inicial da “política dos governadores”.
b) defendeu medidas para incrementar a imigração europeia.
c) resultou na política de ampliação da produção cafeeira.
d) estabeleceu a primeira política de valorização do café.
e) caracteriza a fundação da “política do café com leite”.

Para solucionar a crise de superprodução da economia cafeeira, os governadores de São Pau-


lo, Minas Gerais e Rio de Janeiro se reuniram, em 1906, e estabeleceram o Convênio de Tauba-
té, que promoveu a primeira política de valorização do café, com a intervenção direta do Estado
na economia cafeeira.
Letra d.

048. (CCV/UFC/SEDUC-CE/PROFESSOR/HISTÓRIA/2012) Quebra Quilos foi a denominação


dada aos movimentos sociais, ocorridos na Paraíba, Pernambuco, Rio Grande do Norte e Ala-
goas, contrários a lei aprovada em 26 de Julho de 1862, vigorando a partir de 1872, que deter-
minava a adoção do sistema métrico decimal único em todo o Império. Considerando a ampla
repercussão desses movimentos, contrários à ordem imperial, assinale a alternativa correta.

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a) Os manifestantes almejavam a definição legal de um sistema de pesos e medidas para cada


província.
b) O partido conservador, no comando político das províncias envolvidas, apoiou o movimento
Quebra Quilos.
c) A igreja católica e a maçonaria reivindicaram junto com os comerciantes contra as obriga-
toriedades da lei imperial.
d) Os setores populares se renderam após negociações pacíficas com as forças policiais pro-
vinciais e o governo central.
e) Os protestos eram avessos à adoção do sistema métrico decimal único e também aos altos
preços, custo de vida elevado e a cobrança de impostos.

A Revolta do Quebra Quilos se deu, principalmente, porque a população não aceitava a im-
posição de um sistema métrico decimal já que, historicamente, utilizavam outros sistemas
de medidas.
Letra e.

049. (IBFC/CBMMPB/SOLDADO/2014) Como explica a professora Alômia Abrantes em seu


texto ‘Paraíba Masculina’: honra e virilidade na Revolução de 1930”, o baião Paraíba, composto
por Luiz Gonzaga e Humberto Teixeira, homenageia o estado ao fazer referência indireta a um
conflito interno entre “coronéis” e o poder público estadual cujas consequências impactaram
na política nacional em 1930. Os versos que fazem alusão ao conflito são:
“Paraíba masculina, Muié macho sim sinhô”;
“Eita pau pereira, que em Princesa já roncou”;
“Eita Paraíba, Muié macho sim sinhô.”
A respeito do conflito aludido no baião Paraíba, assinale a alternativa que indica corretamente
o nome dele e sua consequência para a política nacional da época.
a) Guerra dos Mascates. Expandiu o “coronelismo” para o território brasileiro
b) Revolução de 1930. Getúlio Vargas foi eleito o presidente do Brasil
c) A Revolta do Ronco da Abelha. Dividiu as fronteiras das províncias de Pernambuco e Paraíba
d) A Revolta da Princesa. Assassinato de João Pessoa, candidato a vice-presidente de Ge-
túlio Vargas

O baião faz referência direta a José Pereira que foi o principal líder da Revolta da Princesa con-
tra o governo de João Pessoa.
Letra d.

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050. (ENEM/2016) A regulação das relações de trabalho compõe uma estrutura complexa, em
que cada elemento se ajusta aos demais. A Justiça do Trabalho é apenas uma das peças des-
sa vasta engrenagem. A presença de representantes classistas na composição dos órgãos da
Justiça do Trabalho é também resultante da montagem dessa regulação. O poder normativo
também reflete essa característica. Instituída pela Constituição de 1934, a Justiça do Trabalho
só vicejou no ambiente político do Estado Novo instaurado em 1937. ROMITA, A. S. Justiça do
Trabalho: produto do Estado Novo. In: PANDOLFI, D. (org.). Repensando o Estado Novo. Rio de
Janeiro: FGV, 1999.
A criação da referida instituição estatal na conjuntura histórica abordada teve por objetivo:
a) Legitimar os protestos fabris.
b) Ordenar os conflitos laborais.
c) Oficializar os sindicatos plurais.
d) Assegurar os princípios liberais.
e) Unificar os salários profissionais

A política trabalhista de Vargas consistia em harmonizar os interesses de patrões e trabalha-


dores. Populista que era, enquanto promulgava leis trabalhistas a fim de garantir o apoio da
população, favorecia os grandes empresários. Neste contexto, foi criada a Justiça do Trabalho,
que seria o órgão máximo para resolver as infrações cometidas.
a) Errada. A legislação trabalhista não promove a legitimação de protestos fabris.
c) Errada. A Justiça do Trabalho não pretendia “oficializar os sindicatos plurais” e sim regular
os direitos de trabalhadores e patrões.
d) Errada. A política de econômica de Vargas não se caracterizava por ser liberal, pois tinha um
forte componente de intervencionismo estatal.
e) Errada. A Justiça do Trabalho não tinha competência para as questões salarias.
Letra b.

051. (UFPB/PB/2011) A guerra dos Farrapos e a Revolta da Princesa ocorreram em regiões


distintas e sob regimes políticos também diferentes: O Império e a República Velha. Todavia,
ambos os movimentos foram motivados, entre outros fatores, por descontentamento em rela-
ção à cobrança de impostos pelo Governo:
Ao analisar esses acontecimentos, conclui-se:
a) As camadas dominantes uniram-se às camadas médias e pobres contra o pagamento
dos impostos.
b) A cobrança de impostos, em qualquer região, sempre levava à quebra da ordem, indepen-
dente da forma de governo.
c) As províncias ou estados pobres, considerados de terceira grandeza, eram os únicos rebela-
dos contra o aumento de impostos.

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d) O aumento de impostos significava a quebra do equilíbrio entre cidadão e Estado, expressa


nesses movimentos de contestação.
e) As mudanças na forma de governo eram pretexto sempre utilizado para o aumento de im-
postos pelo Estado.

Querido(a), como vimos ao longo de nossa aula, a Revolta da Princesa se deu contra o aumen-
to de impostos pelo governo de João Pessoa na Paraíba. Não estudamos a Revolução Farrou-
pilha porque ela não será cobrada em sua prova. No entanto, apenas para ilustrar, a Revolução
Farroupilha (1835 a 1845) também teve origem na cobrança de impostos, no caso, sobre o
charque. Daí a revolta de estancieiros criadores de gado que chegaram a implantar a República
do Piratini e a República Juliana.
Letra d.

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GABARITO

12. e 47. d
13. a 48. e
14. c 49. d
15. d 50. b
16. d 51. d
17. d
18. c
19. a
20. e
21. a
22. b
23. c
24. c
25. a
26. d
27. a
28. c
29. b
30. a
31. c
32. c
33. E
34. C
35. a
36. a
37. c
38. e
39. c
40. c
41. d
42. a
43. c
44. b
45. e
46. b

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Daniel Vasconcellos
Daniel Vasconcellos é pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Darwin (2013).
Graduado em História pelo Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM (2003). Possui mais de 15
anos de experiência em docência nas áreas de História, Filosofia, Sociologia, Geografia e Metodologia
Científica, no Ensino Médio, Superior e em preparatório para vestibulares e concursos. Atua como professor
concursado da Secretaria de Estado da Educação do Distrito Federal.

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