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2.1. Comércio internacional, mar fechado e mar aberto - os holandeses... 47 2.2. O apoio judaizante - os tapuias
5.3. Igreja e movimentos sociais na República Velha 5.4. Economia, algodão, ferrovias e urbanização
VI Capítulo - ESTADO, CRISE SOCIAL, PARTIDOS E INVOLUÇÃO ECONÔMICA NA PARAÍBA DE 1930 a 1990
7.2. A conquista
Sumário:
Em 1584, as lutas pela Paraíba registraram a participação Brasil, dos espanhóis a que,
indiretamente, passara a pertencer o em razão da União das Coroas de Portugal e Espanha,
subordinadas a um mesmo soberano-Felipe II de Espanha, Esse acontecimento, ocorrido em
1580, na Europa, explica a atuação, nas peripécias paraibanas de 1584, de dois espanhóis, o
almirante Diogo Flores Valdez e o alcaide Francisco Castejon.
Ao primeiro coube chefiar Armada que veio combater os franceses no mar e fechar a
embocadura do Rio Paraíba, batizado de São Domingos, pelos perós. Castejon encarregou-
se do comando de baluarte, erguido nas proximidades do estuário do Rio da Guia, afluente
do Paraíba. O fortim, batizado de São Felipe e São Tiago, ensejou a denominação de Forte
Velho para a localidade, hoje convertida em centro de turismo.
Não foi desta feita, todavía, que a resistência indigena resultaria dominada. Edificada em
local inadequado, a fortaleza viu-se cercada pelos potiguaras que, em campo aberto,
destroçaram bandeira que se aventurou pelo interior. Quando as desavenças entre o
capitão-mor Frutuoso Barbosa, português, e o alcaide Castejon, espanhol, se acentuaram, a
situação dos conquistadores tornou-se insustentável. Castejon incendiou o forte e jogou a
artilharia ao mar, retirando-se para Olinda, onde foi preso pelo ouvidor Martim Leitão
Em 1585, coube a este último organizar expedição para conquista, somente então
consumada. Devido à importância estratégica, a Paraíba fora criada como capitania real,
isto é, diretamente subordinada à Coroa, o que propiciou o emprego de recursos oficiais no
empreendimento.
A expedição, militarmente chefiada por João Tavares, partiu de Olinda, com
aproximadamente mil homens, a cavalo e a pé. Entre os primeiros encontravam-se
militares, proprietários e sacerdotes, com indios "domesticados" e escravos negros
compondo a massa restante. Ainda assim, essa formação, de que também fazia
parte o insistente Frutuoso Barbosa, só conseguiu êxito devido à divisão do campo indigena.
Celebrado o acordo com os Tabajaras em local aproximado ao atual bairro da Ilha do Bispo
também conhecido como Povoação Indio Piragibe os portugueses puderam fundar a cidade
sede da capitania. Isso ocorreu a 4 de novembro de 1585, quando da presença de Martim
Leitão à frente de contingente de soldados. familias, escravos negros, indios aculturados e
padres da Companhia de Jesus.
1.4. Geografia e sentido de uma cidade - Por escolha de Leitão, João Tavares e
Frutuoso Barbosa, que percorreram a cavalo a planície situada entre o rio Paraíba e o
oceano Atlântico, a nova cidade foi edificada a partir de quatro de novembro de 1585. na
parte mais alta da colina, a reduzida distância do rio. Intitulada Nossa Senhora das Neves,
denominação logo alterada para Felipeia de Nossa Senhora das Neves, o aglomerado
extrairia da Geografia o sentido de sua criação.
Se a localização, na parte mais elevada, visava a assegurar- The defesa, a proximidade do rio
possibilitaria, através desse, exportação dos produtos elaborados ou encontrados-açúcar,
peles, couro, âmbar, madeiras e algodão, Incluida no conjunto de trocas da economia
mundial, a capitania integraria o sistema econômico mercantilista. Sua capital, por tratar-se
de sede de capitania real, já nasceu cidade, desconhecendo o estágio de vila
Era evidentemente muito pequena a (Felipéia de) Nossa Senhora das Neves dos primeiros
tempos. No outeiro, edificou-se a capela de Nossa Senhora das Neves, padroeira da cidade
de onde saiam duas ruas. A primeira, descendo a encosta, assegurava ligação com os
armazéns do Porto da Casaria, para embarque de mercadorias às margens do Sanhauá, um
braço do Paraíba. Trata- se da atual ladeira de São Francisco. A segunda, atual General
Osório, ganhou a denominação de rua Nova, onde se instalaram Casa da Câmara, açougue e
cadeia.
A abundância de água, pedra e cal favoreceu as primeiras edificações, quase todas religiosas
A leste da capela de Nossa Senhora das Neves, os franciscanos lançaram-se à construção da
igreja barroca de São Francisco, anexa ao convento de Santo Antônio, somente concluída
em 1799, e ainda hoje o mais importante monumento da capitania. Na rua Nova,
beneditinos levantaram o mosteiro de São Bento, para muitos uma abadia.
Os carmelitas construíram a Igreja/Convento de Nossa Senhora do Carmo, na atual praça
Dom Adauto, e os jesuitas, que logo entraram em choque com os franciscanos, instalarão
colégio, igreja e residência na extremidade sul da cidade, local da atual praça João Pessoa.
Quando os viajantes estrangeiros aportaram à Paraíba no século XIX esses edificios ainda se
apresentavam como os mais importantes e suas torres como referencial artístico e
geográfico.
Sumário: