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M AT E RIAL DE M O NST RAT IVO

1
Antônia Burke

Rio de Janeiro, 2021


Programa Raízes

M
uito além de ensinar a ler, escrever e fazer contas, as escolas têm a missão funda-
mental de criar cidadãos prontos para viver e experienciar o mundo com respon-
sabilidade e segurança. No entanto, estar em sociedade - premissa mais básica da
nossa estrutura - não é uma tarefa fácil. É preciso coragem para entender a si, empatia para
aceitar o próximo e sabedoria para lidar com os diferentes contextos que a vida nos apresenta.
O Programa Raízes desenvolve, durante toda a jornada escolar, os aspectos mais relevantes
da formação do indivíduo e acredita que o aluno deve poder usufruir de todas as ferramentas
possíveis para o desenvolvimento do seu protagonismo - na escola e na vida - com autonomia
e segurança. Dessa forma, o programa se baseia em três pilares principais:
Desenvolvimento Emocional u dinâmicas cuidadosamente formuladas para as crianças e
adolescentes em que são trabalhadas as competências socioemocionais como a empatia, a
capacidade de escuta e a autorregulação. Por meio de atividades simples e efetivas, o aluno
tem a possibilidade de entender melhor suas próprias sensações e, assim, construir relações
mais saudáveis com o coletivo.
Argumentação e Debate u debates e atividades que estimulam a reflexão sobre assuntos pre-
sentes nos cotidianos dos adolescentes e da sociedade de modo geral. Temas como Privacidade
na Internet, Intolerâncias e Bullying são trabalhados neste pilar, ajudando o aluno a elaborar
melhor seus pensamentos, argumentar com mais facilidade e refletir antes de se posicionar.
Autogestão e Produtividade u atividades em que o grupo conhece e testa na prática os mé-
todos de estudo e organização disponíveis. A técnica Feynman, o método Pomodoro e a lógica
PDCA, por exemplo, são apresentados e desenvolvidos com os grupos, facilitando a identifi-
cação - pelos próprios alunos - do que funciona melhor para os seus processos de aprendiza-
gem. Esse pilar reduz as chances de o aluno criar bloqueios com provas e com o ato de estudar
de maneira geral, além de ajudar a diminuir a ansiedade e o desgaste das famílias. Saber como
estudar e compreender o que funciona melhor para o seu cérebro e ritmo contribui para que
o aluno sinta-se mais seguro em suas avaliações.

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O Programa Raízes foi criado para acompanhar o aluno desde a
Educação Infantil até o Ensino Médio. Assim, temos três segmentos:

Raiz do Afeto u Educação Infantil e Ensino Fundamental I

Nesta etapa, criam-se as bases para que as crianças saibam lidar com as próprias emoções,
capacitando-as a resolver conflitos internos e externos de maneira autônoma e inclusiva.
Cada material é composto por uma narrativa que fala do segredo guardado por um animal
representativo. Os temas são trabalhados por meio de histórias, exercícios de meditação e
atividades que oferecem ferramentas para o trabalho da subjetividade.

Raiz do Autoconhecimento u Ensino Fundamental II

Do 6º ao 9º ano do Ensino Fundamental, os encontros focam no aprofundamento do trabalho


das emoções, sempre levando em consideração as diferentes maneiras com que cada aluno
lida com o longo processo de transformação que ocorre ao longo desses anos. Nessa etapa,
o Programa Raízes tem como objetivo oferecer recursos para que, na medida do possível, o
início da adolescência seja uma fase divertida, de descobertas sobre si. Além disso, as turmas
começam a desenvolver atividades que envolvem temas presentes em seus cotidianos e os
métodos de estudo e organização são testados de forma coletiva e individual.

Raiz do Protagonismo u Ensino Médio

Na última etapa do Programa Raízes, o tra-


balho das emoções continua de forma in-
tensa, porém com foco no Projeto de Vida e
na realidade que o aluno encontrará fora da
escola. O trabalho é realizado por meio de
exercícios de argumentação - essenciais para
as provas de redação dos vestibulares -, pro-
postas de debate e dinâmicas que estimulam
o reconhecimento das próprias habilidades e
possibilidades de escolha. Aulas de negocia-
ção, planejamento financeiro, técnicas de es-
tudo e solução de problemas estão presentes
no cronograma deste segmento.

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u No Programa Raízes, quem conduz os encontros é o PROPOSITOR, já que
ele propõe as dinâmicas, os debates e exercícios, sempre colocando-se como
alguém que deseja facilitar a questão proposta e procurando se afastar da
ideia de que está “ensinando” algo. Dessa forma, o aluno sente que possui
autonomia para fazer suas próprias reflexões, que podem (e devem) ser di-
vididas com a turma sempre que possível. Por isso, a função do propositor
é fazer as perguntas certas e, ao longo do trabalho, mostrar ao aluno que ele
realmente pode ser o protagonista de sua formação intelectual e subjetiva.

O propositor é acompanhado durante todo o percurso,


por meio de ferramentas específicas:
4 Livro do Propositor: planos de aula completos e detalhados, com sugestões
de abordagem e controle do tempo, perguntas e reações previstas;
4 Vídeo semanal com instruções e sugestões de leitura;
4 Material complementar (apresentações de slides e vídeos de abertura dos encontros);
4 Fórum com outros propositores;
4 Treinamento presencial;
4 Kit do Propositor: jogo desenvolvido especialmente para o Programa Raízes, objetos
para a ambientação das salas de aula e brindes exclusivos.

Além do sólido suporte ao propositor, o Programa Raízes conta com um


material completo também para os alunos:
4 Livro do Aluno: textos de apoio objetivos e didáticos que introduzem os temas por
meio de perguntas reflexivas/descrição das atividades propostas/quadros informativos;
4 Kit do Aluno: jogo desenvolvido especialmente para o Programa Raízes/
ferramentas de organização e brindes exclusivos.

u Importante: Parte do material é elaborada com a colaboração de consul-


tores em temas específicos. Nutrição e Alimentação Saudável, Técnicas de
Mediação, Empreendedorismo Social e Padrões de Beleza, por exemplo, con-
tam com o embasamento de especialistas nos assuntos.

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O Programa Raízes conta, ainda, com um material complementar voltado
para os responsáveis. O Guia da Família é composto por:
4 Texto elaborado por educadores parentais a respeito do desenvolvimento das crian-
ças e adolescentes em cada etapa da vida e dicas para lidar com cada uma das fases;

4 Descrição da atividade proposta em sala ao longo da semana e sugestões de abor-


dagem do tema principal pela família (perguntas que podem ser feitas para introduzir o
assunto e dinâmicas, brincadeiras e jogos que podem ser desenvolvidos em casa)

Assim, a família tem a possibilidade de complementar os temas trabalhados, mas sem a


obrigatoriedade de contribuir. Dessa forma, os responsáveis que por qualquer motivo
não puderem realizar o trabalho complementar não prejudicam o desenvolvimento do
trabalho realizado na escola.

Com um programa socioemocional sólido e completo nas escolas, o aluno


não é o único impactado:
4 Os professores e gestores tendem a perder menos tempo com as questões compor-
tamentais. Sentindo-se acolhidos, os alunos passam a nutrir maior respeito e conside-
ração pela escola e por seus professores de modo geral, o que gera um ambiente fértil
para o aprofundamento dos temas propostos em todas as disciplinas;

4 O ambiente familiar tende a tornar-se mais harmônico, já que o diálogo, a argumen-


tação consciente e a convivência são temas muito presentes nas aulas do programa.

4 A sociedade, de modo geral, é beneficiada quando são formados indivíduos autôno-


mos, seguros e capazes de reconhecer suas próprias habilidades.

Este guia é um convite para que todos possam conhecer melhor o Programa Raízes.
Aqui você encontrará exemplos de materiais do Livro do Aluno e do Livro do Propositor.

DIVIRTA-SE!

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Atividade 5
Sala de Aula
Passaporte das emoções
Para fazer a viagem intergaláctica no nosso trânsito das emoções,
precisaremos criar o nosso passaporte das emoções!

1) Vamos criar uma brincadeira para diferenciarmos nossas emoções?

a) Desenhe na parte de trás do seu envelope o contorno do rosto e seu


cabelo deixando o rosto vazio.
b) Recorte o rosto deixando um espaço vazio para você preencher
com desenhos de expressões faciais.
c) Agora recorte papéis no tamanho do envelope.
reprodução proibida

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Coloque os papéis dentro do envelope e, em cada um, desenhe uma
expressão correspondente a uma emoção diferente. Faça, pelo menos,
5 expressões diferentes. Mas você poderá fazer quantas quiser.

2) Agora se juntem em grupos de 3 ou 4 alunos com seus “passaportes


das emoções”. Cada grupo deverá sortear expressões de cada
aluno e criar histórias a partir das expressões que aparecem. Vocês
deverão usar pelo menos 3 emoções numa mesma história. A
história pode ter 1 ou vários personagens.

Ex.: Um aluno sorteou a expressão da tristeza sobre o rosto. Então na


história tem que ter um personagem que em algum momento
fica triste. Em seguida, os alunos devem sortear mais 2 outras
emoções. Os alunos devem criar também o motivo para o
personagem ter sentindo aquela emoção e como ele lidou com
esse sentimento.

3) Cada grupo ou turma deverá apresentar a história criada para


todos, da maneira que quiser (pode ser interpretando ou narrando,
mudando as expressões no passaporte de acordo com o que está
sendo contado).

Obs.: Cole o passaporte na parte interna, no final deste livro. Ele será um ótimo
instrumento para você reconhecer suas emoções. E se você sentir algo que
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não está presente nas expressões do passaporte, crie novas expressões e


coloque dentro do envelope.

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Direito de Casa
Atividade 5

Para ser entregue dia: ____ /____ /_____________

Para ser feito em casa, com um ou mais responsáveis.

Queridos responsáveis,

Na última aula, os alunos desenvolveram um “passaporte


das emoções”.

Peçam ajuda para sua criança para mostrar como construir


o passaporte e façam um para a casa de vocês. Pode ser num
envelope grande, tamanho A4, assim pode caber a emoção de
todo mundo da família.

Obs.: Sigam as instruções das páginas 60 e 61.

Pendurem o passaporte na geladeira ou em outro lugar


acessível a todos. Utilizem o “passaporte” para reconhecer e
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ajudar o trânsito das emoções que surge durante o dia-a-dia.

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Atividade 2
Sala de Aula
FAIXA 2
Violeta: Teo! Você não sabe o que

Cont. história dos guerreiros do arco-íris


aconteceu ontem!

Teo: O que foi? Você descobriu um novo penteado?

Violeta: Não, esse é o mesmo da semana


passada! Você gostou?

Teo: Tá demais, Violeta!

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Violeta: Mas não foi isso que eu queria
te dizer. Eu encontrei no fundo do
armário da minha bisavó uma caixa
escrito: “O Segredo do Arco-íris”...

Teo: Oooooooooh.... e o que tinha dentro?

Violeta: Nada! Só um espelho...

Teo: Um espelho, dentro do Segredo do Arco-íris?


Será que era para ela se maquiar toda colorida?

Violeta: Sei lá. Talvez o segredo tenha se


perdido por aí... e eu tentei perguntar
para ela, mas ela não me respondeu,
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só ficou rindo. Ultimamente ela tem


rido mais do que falado. Não sei o
que isso quer dizer.

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Teo: Deve ter algo nessa caixinha que a gente precisa
descobrir. Guerreiros e guerreiras do arco-íris,
vamos desvendar esse segredo juntos?

1) Vamos afastar as mesas, formando uma roda, e colocar no chão


todas as cartas que fizemos?
Observem como todos juntos somos ainda mais poderosos.
Não existe nada que esses guerreiros e guerreiras não consigam
conquistar! Até mesmo os segredos mais secretos poderão ser
desvendados.

2) Mas para se tornarem verdadeiros guerreiros e guerreiras do arco-


íris, vocês precisarão passar por algumas provas. Verdadeiros
guerreiros e guerreiras do arco-íris precisam aprender a conhecer
as próprias armas e a conviver com a diferença. Aprender a
trabalhar em equipe com outros guerreiros e guerreiras que não
sejam parecidos ou que tenham afinidades e ideias diferentes das
suas é um grande desafio.

a) Para isso, vamos juntar as cartas de todo mundo e fazer um sorteio,


dividindo a turma em tribos de 4 ou 5 alunos.

b) Cada tribo deve se sentar junto com os cartões de cada guerreiro(a)


no centro.
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c) Cada guerreiro(a) faz uma pequena apresentação, explicando suas
armas, raios, animais e elementos de poder. No final da rodada,
todos os guerreiros e guerreiras devem ter se apresentado.

d) Após as apresentações individuais, cada tribo deve escolher um


nome para representá-la.

e) Em seguida, escolham quais são as 3 principais armas da tribo,


fazendo uma grande síntese de todas as armas de cada um(a)
dos(as) guerreiros(as):

f) Cada tribo escreve em uma cartolina o nome da tribo, o nome de


cada guerreiro(a) e as 3 principais armas da tribo.

g) Esses cartazes podem ficar pendurados na parede da sala de aula


para que as tribos possam sempre se lembrar das suas “armas para
promover o bem comum”.
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Obs.: Sempre que surgirem conflitos entre as crianças, as tribos serão convidadas a
ajudar a resolvê-los. Elas serão como uma “patrulha do bem”.

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Direito de Casa
Atividade 2
Para ser entregue dia: ____ /____ /_____________

Para ser feito em casa, com um ou mais responsáveis.

Queridos responsáveis,
Vamos ler as (págs. 25-28) e/ou ouvir a continuação da História dos guerreiros do
arco-ìris.

1) Os responsáveis dos(as) guerreiros(as) de cada tribo devem se organizar entre


si para promover um encontro de toda a tribo num horário fora da escola. O
desafio é promover um passeio ou encontro divertido, que pode ser na casa
de um dos integrantes do grupo ou num espaço público. Cada um devem
levar seu cartão do(a) guerreiro(a) do arco-íris para esse encontro. E serão
desenvolvidas as seguintes atividades:

a) Vocês podem fazer fotos divertidas do grupo em locais interessantes, com


posições de super-heróis, colocar fantasias, se pintar ou desenhar por cima
das fotos. A tribo podem também tirar fotos de cada um segurando os cartões.
Tudo o que a criatividade do grupo inventar. O importante é que todos se
sintam respeitados e empoderados.

b) O grupo deve também fazer um ensaio para uma pequena apresentação para
a turma. Cada tribo cria uma pose ou movimento de grupo. Um de cada vez
irá apresentar seu “nome fantasia” e mais 3 “super-poderes”. Por fim, todos
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juntos devem ensaiar como apresentarão para a turma o nome da tribo e as 3


principais armas dela.

Obs.: Pode ser interessante algum responsável registrar esses momentos com fotos ou
vídeos.

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6º ano

17
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6º ano

01
ENCONTRO

Apresentação do projeto:
como cheguei até aqui?
Quem tem Medo do Novo?
Ruth Rocha

“Quem é que tem medo


daquilo que é novo?
Que quando aparece
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a gente se assusta
porque não conhece?”

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P
ronto, você chegou no 6º ano. E agora? O que acontece daqui para frente? Quantas
mudanças estão por vir? Mais professores, mais disciplinas e parece que a cobrança
fica maior. Ao mesmo tempo, você também se sente diferente.
Provavelmente, há alguns alunos novos na sua turma, talvez todos sejam novos! Mas a verda-
de é que, nesse momento, é comum que muitos de vocês estejam apreensivos com o que vem
por aí nesse momento de transição.
No encontro de hoje, vamos falar sobre essas mudanças e tentar relembrar como foi o per-
curso para chegar até aqui. O que mudou na sua personalidade nos últimos anos? É possível
que você sinta que algumas características da infância vão ficando para trás, mas ao mesmo
tempo ainda não entende muito bem quem vem se tornando. Essa sensação é super normal e
o processo de construção da nossa personalidade pode ser muito empolgante, sabia?
Para começar a refletir, pense: o que você gostaria de apren-
der na escola? Que assuntos gostaria de conversar com
seus professores e colegas? Participe, diga o que pen-
sa, preste atenção nas perguntas do propositor e
nas falas de seus colegas, elas podem te ajudar a
formar opinião sobre assuntos nos quais você ain-
da nem tinha pensado tanto e sobre aqueles em
que você já pensou muito... dê sugestões de ati-
vidades, pense profundamente em como é o am-
biente escolar perfeito para você. Acredite, se você
fizer esse exercício com frequência, pode contribuir
para que a escola seja um dos seus lugares preferidos.

Sugestão de dinâmica: Em uma folha de papel, escreva - anonimamente - três


características suas, físicas ou não. O papel será recolhido pelo propositor e
embaralhado. Você receberá um novo papel com as características de outra
pessoa. Na sua vez, deve tentar adivinhar quem se descreveu ali.

DIVIRTA-SE!
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20
6º ano

ENCONTRO

04

Cyberbullying

E
m 2013, Julia Gabriele, de 12 anos, foi exposta e ridicularizada em grupos do Facebook.
Suas fotos foram divulgadas acompanhadas de “brincadeiras” muito cruéis sobre seus
pelos faciais.
Para piorar a situação, essas pessoas descobriram o perfil pessoal da Julia e passaram a enviar
fotos de pinças e aparelhos de depilação. A menina e sua família ficaram muito tristes e não
entenderam a razão de tanta agressividade e incômodo com uma característica de outra pes-
soa. E você, consegue entender? Por que alguém faria isso? O que faz com que alguém tenha
prazer em ofender e magoar um indivíduo, desconhecido ou não?
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No último encontro, falamos sobre comportamento seguro, vantagens, desvantagens e riscos


que encontramos no ambiente virtual. Nesta semana, focaremos em um dos malefícios da in-
ternet: o cyberbullying.
Se o bullying já é capaz de causar tanta destruição, o cyberbullying ainda conta com a potência
de propagação da internet. Isso quer dizer que, se uma imagem ofensiva viraliza, em muito

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pouco tempo consegue chegar a milhares ou até mesmo milhões de pessoas. Por isso é tão
importante pensar bem, antes de compartilhar algo. Pode parecer engraçado à primeira vista,
mas será que a sua gargalhada compensa o impacto emocional que a “brincadeira” pode cau-
sar no outro?

Tweets de Julia Gabriele - Foto: Reprodução/Twitter


@JuliaGabriele

Como evitar o Cyberbullying:


1 Procure um adulto
Quando estamos sofrendo algum tipo de assédio, tendemos
a achar que a culpa é nossa, que nós provocamos ou facili-
tamos esse assédio de alguma forma. Isso não é verda-
de, nada justifica ofender outra pessoa gratuitamen-
te. Não fique esperando o agressor parar por conta
própria. Converse com seus pais, um professor, tia,
irmão... não guarde e sofra sozinho, explique para um
adulto o que está acontecendo.
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2 Não seja um “cyberbully”


Se você sente prazer ou satisfação quando implica
ou agride alguém, procure ajuda. Não podemos escolher
o que sentimos, mas podemos trabalhar esses sentimentos
e fazer a escolha de não magoar outras pessoas.

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6º ano

ENCONTRO

05

Dinâmica das Situações


O bilhete 

D
urante o recreio, Guilherme percebeu que Bruno e Gustavo estavam escrevendo uma
carta para Mariana. Era uma declaração de amor, mas falsamente assinada por Arthur,
aluno novo da sala. 
Arthur é um menino tímido e fala muito pouco. Quando Guilherme entendeu o que estava
acontecendo, pensou em como se sentiria mal no lugar dele. Por isso, perguntou:
Por que vocês estão fazendo isso? Coitado do Arthur, ele vai ficar com muita vergonha.
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Bruno respondeu: 
– Que frescura, Guilherme! Imagina a cara dele! Com certeza a Mariana vai ficar muito irrita-
da! Vai ser engraçado!
Guilherme não conseguiu entender a graça, mas não gostou de ter sido acusado de estar exa-
gerando, então só riu e voltou para o futebol. 

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Após o recreio, todos voltaram para a sala de aula. A professora ainda não estava em sala
quando Anna, amiga de Mariana, falou bem alto:
– Oooooolha, gente! Mari recebeu um bilhete de amor! Será que o admirador secreto se iden-
tificou?
E começou o alvoroço, todo mundo queria saber quem havia escrito a carta. De repente,
Anna gritou:
– Gente, é do Arthuuuuuuur! Quem diria, hein! Tão quietinho!
Guilherme olhou para Arthur e sentiu-se triste: ele estava muito
vermelho e com os olhos arregalados. 
O que ninguém sabia é que Arthur tinha crises de ansiedade
muito fortes e a “brincadeira” o deixou tão nervoso, que ele
vomitou.
Os alunos ficaram assustados com a reação de Arthur e ele
começou a chorar. Guilherme o ajudou a se levantar da cadei-
ra e o acompanhou até a enfermaria da escola. Não soube o que
dizer, estava com uma sensação esquisita. 
Voltando para a sala de aula, Guilherme começou a refletir: mesmo não participando direta-
mente da situação, ele estava se sentindo muito mal por não ter impedido que Bruno e Gusta-
vo escrevessem o bilhete. Ficou imaginando como Arthur estaria envergonhado e no quanto
também era sua responsabilidade ter ajudado a evitar o que acabou acontecendo. Deveria
ter insistido mais para os meninos não escreverem a carta? Deveria ter avisado ao Arthur ou
à Mariana que a carta estava sendo escrita?

No encontro de hoje, teremos a Dinâmica das Situações. Esse jogo é compos-


to por diversas cartas que contêm algum cenário hipotético, ou seja, inven-
tado. O participante deve ler a carta em voz alta e dizer o que faria naquela
situação. Se alguém discordar da decisão ou da postura, pode levantar a mão
e explicar sua própria perspectiva. Encerrada a discussão, o próximo partici-
pante deverá pegar uma nova carta e repetir o processo. 
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DIVIRTA-SE!

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7º ano

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26
7º ano

ENCONTRO

01

Apresentação do projeto:
qual é o meu lugar na escola?
Existe um lugar para cada indivíduo?

O
que significa chegar ao 7º ano? Na série anterior, você viveu um momento de transi-
ção, a chegada ao Ensino Fundamental II: passou a ter mais professores e disciplinas,
provavelmente precisou entender como estudar sem a ajuda dos responsáveis e a
cobrança também aumentou, tanto em casa, quanto na escola. Será que você já se adaptou?
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Ou ainda sente que precisa absorver melhor tantas mudanças?


Na vida pessoal, é possível que você tenha passado a pensar mais sobre quem está ao seu lado,
ou seja, os amigos que fazemos ao longo da vida. Quem são eles? Você tem mais amigos na es-
cola ou fora dela? Talvez você tenha primos ou irmãos que são seus amigos também. Já pensou
no que seus amigos têm em comum? Eles são parecidos ou diferentes entre si?

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Você sente que se comporta de forma diferente de acor-
do com o grupo em que está? Por exemplo, você
acha que tende a ser mais extrovertido com o
grupo de amigos do seu prédio ou da sua rua e
mais tímido com os amigos da escola?
Talvez você esteja pensando que não tem
tantos amigos assim. Se você se sente sa-
tisfeito com isso, que bom! Algumas pes-
soas preferem mesmo ter poucos amigos
e não há problema algum nisso, é uma es-
colha que pode mudar ou não. Se você tem
poucos amigos e isso causa uma sensação
ruim, talvez valha a pena pensar nas pessoas
de quem você gostaria de se aproximar. Que
tipo de amigos quer fazer? Parecidos com você
ou diferentes?

No encontro de hoje, reflita e tente pensar em uma pessoa para cada uma das
frases abaixo:
4 Uma pessoa em quem eu confio para contar meus problemas
4 Uma pessoa que sempre me deixa mais feliz
4 Uma pessoa que me ouve com atenção
4 Uma pessoa que me conhece muito bem
4 Uma pessoa que dá bons conselhos
4 Uma pessoa com quem eu brigo/discuto com frequência
4 Uma pessoa que me passa segurança
4 Uma pessoa que eu sinto vontade de proteger
4 Uma pessoa com quem eu gosto de conversar sobre assuntos mais profundos
4 Uma pessoa com quem eu gosto de brincar
4 Uma pessoa muito parecida comigo
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4 Uma pessoa muito diferente de mim


4 Uma pessoa com que me preocupo
4 Uma pessoa que me ama

DIVIRTA-SE! 

28
7º ano

ENCONTRO

03

Influencers: a vida “real”


e a vida da internet
“O fruto do meu vizinho parece melhor que o meu”.
Horácio Inácio Crustáceo Sebastião

A
gora que você já conhece melhor a si e a seus amigos, vamos pensar um pouco so-
bre as pessoas que você não conhece ou não conhece tanto. Provavelmente, você já
teve contato com alguma rede social. Mais ainda, deve até ter uma (ou várias) para
acompanhar jogadores de futebol, cantores, atores e outras pessoas que você admira. Além
reprodução proibida

de rolar a tela, curtir e compartilhar, você já pensou mais profundamente sobre a vida de cada
uma dessas pessoas?
Antes, vamos voltar um pouco: você sabia que “personalidade” é uma palavra que vem do
latim, derivada de “persona”, que primitivamente significa máscara, aparência, ou aqui-
lo que parecemos ser para os outros? A necessidade que temos de passar uma imagem

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boa e agradável de nós foi potencializada com o surgi-
mento das redes sociais, em meados dos anos 2.000.
Talvez para você seja difícil compreender um mundo sem
os “famosos da internet”. Mas você já parou para pensar
em quem são aquelas pessoas que postam fotos maravi-
lhosas, em lugares incríveis, comendo coisas que a boca
enche d’água só de pensar? Provavelmente a sua con-
clusão foi que cada uma dessas pessoas tem uma vida
sem preocupações, estresses ou obrigações.
Muito além da imagem, dos filtros e dos passeios, existe
uma pessoa como nós. O problema é que os padrões impos-
tos pela internet tratam a felicidade como obrigação, o que pode
gerar angústia em quem consome o conteúdo. É impossível ser alegre o tempo inteiro ou só
fazer coisas legais. Todos nós, sem exceção, vivemos também momentos de tristeza, frustração
e desânimo. Por isso, precisamos ter muito cuidado com as redes sociais - já que elas chegaram
para ficar e a sua geração, principalmente, passa grande parte do dia nelas.

Você sabia que...*


w O Brasil é o 2º no ranking de países que passam mais tempo em redes sociais?
w O jovem brasileiro passa em média 1h 30 por dia no Instagram?

No encontro de hoje, reflita:


4 Por que as pessoas querem ser famosas?
4 Como deve ser trabalhar compartilhando seu dia-a-dia?
4 Você gostaria de ser influenciador ou influenciadora digital? Por quê?
4 Você passa mais tempo nas redes sociais do que gostaria?

DIVIRTA-SE!
reprodução proibida

*Fontes:
https://epocanegocios.globo.com/Tecnologia/noticia/2019/09/brasil-e-2-em-ranking-de-paises-que-passam-mais-tempo-em-
redes-sociais.html
https://www.corebiz.ag/10-fatos-sobre-o-marketing-de-influencia-para-2020/

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7º ano

ENCONTRO

04

Autoestima e Comparação

N
o último encontro, falamos sobre as diferenças entre a vida real e a vida virtual. Já
sabemos que é preciso muita atenção com o que consumimos e como interpretamos
o que vemos na internet, mas nem sempre a informação é suficiente para transformar
o que pensamos ou sentimos: é preciso refletir.
Hoje, vamos discutir a respeito da influência das redes sociais na nossa autoestima. Talvez
você nem imagine que grande parte das suas inseguranças pode estar associada às pessoas
ou marcas que segue. Você já se sentiu triste depois de ver a foto de alguém na rede social? Já
desejou estar naquele lugar ou vestir aquela roupa? Já pensou que sua vida é mais chata ou
que você tem menos beleza e carisma do que a maioria das pessoas que te cercam?
reprodução proibida

Muitos de nós seguimos nas redes sociais influenciadores ou marcas cujas publicações mais
parecem anúncios publicitários. E o objetivo é esse mesmo: é comum que por trás dessas ima-
gens bonitas e bem tratadas esteja a venda de um produto. Assim, estamos sempre nos com-
parando e criando expectativas pouco realistas de como nosso corpo, nosso cabelo, nossas
roupas ou nossas vidas deveriam ser.

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Somos apresentados a um estereótipo de beleza e estilo
de vida difícil de alcançar. Assim, quando vemos que a
nossa realidade não corresponde ao que achamos que
deveria ser, surge a tristeza. Influenciados pela ilusão
do que vemos nas redes sociais, podemos estabelecer
para nós objetivos e metas pouco realistas e dificilmente
alcançáveis. Dessa forma, quando não conseguimos ser
ou possuir o que desejamos, nossa autoestima diminui.
E isso não se limita a pessoas e marcas famosas. Quando
passamos muito tempo na internet, temos a sensação de que a
vida de todas as pessoas é melhor do que a nossa. Claro! Até acontece de vez em quando, mas
dificilmente alguém filma uma discussão com a mãe ou conta que passou dois dias sem tomar
banho porque estava com preguiça, né?
Além disso, não é difícil que as pessoas do nosso círculo social ou familiar acabem contribuin-
do para que nossa autoestima seja enfraquecida, ainda que a intenção seja boa. Por exemplo,
quando dizem “seu primo tira notas boas” ou “por que você não age como sua amiga?”, isso faz
com que você sinta que é insuficiente ou incapaz, o que dificilmente é verdade.

O que podemos fazer para não cairmos nessa armadilha? Tente fazer o exer-
cício de pensar nas coisas que você gosta de ter/ser. Anote tudo o que vier à
cabeça: características em geral, amizades, família, viagens, momentos, con-
quistas... tudo que desperte orgulho e satisfação quando você lembra que
está na sua vida.

O que eu gosto em mim?

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reprodução proibida

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7º ano

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DIVIRTA-SE!
reprodução proibida

Para saber mais, acesse:


https://www.bbc.com/portuguese/geral-49353788

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34
8º ano

35
36
8º ano

ENCONTRO

01

Apresentação do projeto:
quem quero ser neste ano?
Por quê?

C
omo é chegar ao 8º ano? Provavelmente, se você comparar o início dos anos anteriores
com esse, vai perceber que agora tem muito mais noção do que acontece ao seu redor
e do impacto que o entorno tem na sua vida.
É possível que tenha passado a pensar mais em quem é você, em que características compõem
reprodução proibida

a sua personalidade, que tipo de pessoa você vem se tornando. Essa reflexão pode ser bem
angustiante às vezes, já que nessa idade as nossas percepções e posturas podem mudar com
frequência. E não há nada de errado em mudar de ideia, a adolescência é o momento em que
você está preparando a pessoa que será no futuro.
Quanto às amizades, o momento também costuma ser decisivo. Você pode já ter se desenten-
dido com alguém ou, mesmo sem desentendimentos, pode ter sentido interesse em conhecer

37
outras pessoas fora do seu círculo de amizades atual. Você
está mudando e seus amigos também, então é natu-
ral que as pessoas sigam caminhos diferentes. Isso
quer dizer que um amigo com quem você se iden-
tificava muito há dois anos, talvez já não tenha
tanto a ver com quem você é hoje.
Pode ser que você já tenha se apaixonado por
alguém, pode ser que nem tenha pensado muito
no assunto ainda, e as duas opções são igualmen-
te possíveis. Fato é que, com certeza, algumas
pessoas ao seu redor já estão falando bastan-
te sobre relacionamentos amorosos e isso pode
gerar alguma insegurança. Talvez você tenha se olha-
do mais no espelho nos últimos tempos, talvez esteja
prestando mais atenção ao que veste, às formas e transforma-
ções do seu corpo.
Esse é o penúltimo ano do ensino fundamental. A responsabilidade e a organização tornam-se
cada vez mais necessárias, já que os conteúdos das disciplinas tendem a ser aprofundados.
Você está mais perto do ensino médio agora. A ideia de ser definido como “bom aluno” ou
“mau aluno” a partir da nota que consegue alcançar, ou a ansiedade que as avaliações são ca-
pazes de gerar podem ser questões para você, principalmente se ainda não encontrou um
método de estudos que funcione.

No encontro de hoje, o propositor fará as seguintes perguntas:


Quem você deseja ser neste ano? O que é necessário para que esse objetivo
seja alcançado? Que comportamentos você quer deixar para trás? Gostaria
de desenvolver alguma habilidade? Ou ainda: sente que está perdendo algu-
ma coisa que gostaria de manter na sua personalidade ou rotina?
Pense, reflita, ouça o que a turma tem a dizer. Talvez você nem imagine, mas
seus colegas de classe podem ter questões muito parecidas com as suas.
Falar sobre nossas ideias e sentimentos pode ajudar a diluir as angústias que
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o processo de amadurecimento traz.

DIVIRTA-SE!

38
8º ano

ENCONTRO

03

Antipatia: por que não


“gostamos” de algumas
pessoas?

V
ocê se identificou com essa tirinha? A maioria de nós já passou ou passará por uma
situação de aversão imediata a outra pessoa. A sensação é parecida: mal somos apre-
sentados e já pensamos “não fui muito com a cara dela/dele”. Às vezes, esse sentimen-
to é tão forte que sequer conseguimos dizer uma característica específica que nos incomoda,
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é apenas um desconforto geral.


Por mais comum que seja essa cena, é importante não nos acostumarmos a ela. Muitas vezes,
por antipatia gratuita, deixamos de conhecer ou nos aproximamos tarde de pessoas que são
muito diferentes da nossa primeira impressão.
Você pode estar pensando: “ah, mas dificilmente eu erro”.

39
É claro que há momentos em que a nossa sensação de desconforto pode acabar se confirman-
do depois, mas tendemos a lembrar apenas desses casos e não das vezes em que erramos.

Por isso, é essencial que ao menos tentemos identificar


a razão de alguém nos despertar antipatia gratuita:
4 Inveja: às vezes nos sentimos inferiores a algumas pessoas e, por alguma razão, acredita-
mos que não podemos alcançar as mesmas características. Muitas vezes esse desejo de equi-
paração pode acabar sendo confundido com a sensação de que o outro tem algo de errado ou
que não merece nossa amizade.
4 Possessividade: quando alguém que não fazia parte do grupo a que pertencemos chega
ao nosso ambiente (como um aluno novo na escola, por exemplo), muitas vezes essa pessoa
tende a despertar antipatia. O sentimento pode vir da sensação de que, com um novo inte-
grante, podemos perder espaço, atenção ou admiração. Ou seja, sentimos medo de “perder”
as pessoas que amamos em vez de pensar que pode ser bom agregar um novo amigo ou amiga
ao nosso grupo.
4 Resistência: quando uma nova pessoa passa a frequentar nosso círculo social, podemos
temer que os hábitos e posturas dessa pessoa possam alterar a dinâmica do grupo. Isso cau-
sa insegurança e acabamos decidindo que não queremos nos aproximar, simplesmente pelo
medo das mudanças que podem acontecer. A pergunta nesse caso deve ser: “Por que estou
com tanto medo de mudar?”
4 Identificação: esse tópico pode parecer difícil, mas é essencial entendê-lo para avaliarmos
as razões do nosso desconforto. Muitas vezes, a resposta para o que nos incomoda no outro
está em nós. Por isso, não é incomum que pessoas muito parecidas, que teoricamente têm
muitas afinidades, acabem desenvolvendo antipatia ou inimizade.
Essa identificação pode
se dar de duas maneiras:
Pelos nossos defeitos - identificamos no
outro uma característica que reconhece-
mos e não suportamos em nós mesmos.
Essa constatação desperta a antipatia.
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Nesse caso, é possível que estejamos


projetando uma frustração com a nossa
própria personalidade e autopercepção
no outro, que pode estar lutando, tanto
quanto nós, para melhorar esse aspecto
de sua personalidade.

40
8º ano

Pelas nossas qualidades - reconhecemos uma virtude em comum e isso nos desperta antipa-
tia. Na maioria das vezes, esse processo se dá pelo sentimento de competição. Por exemplo,
se sou uma pessoa engraçada e o novo integrante conta piadas e faz os outros rirem com tanta
facilidade quanto eu, sinto-me ameaçado e tendo a rejeitar a possibilidade de alguém ofuscar
meu talento ou ganhar a afeição das pessoas que amo.

No encontro de hoje, reflita:

1. Você se lembra de alguma situação em que sentiu antipatia por alguém e


não conseguiu identificar a razão imediatamente? O que você concluiu dessa
experiência? Considera que suas impressões se confirmaram, ou foi um erro
de percepção?

2. Alguém já antipatizou com você gratuitamente? Como você se sentiu?

Tente chegar a conclusões: o que podemos fazer para sermos mais simpáti-
cos ao desconhecido?

DIVIRTA-SE!
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Para saber mais, acesse:


https://brasil.elpais.com/brasil/2017/03/02/ciencia/1488450156_003098.html

41
42
8º ano

ENCONTRO

04

Família: quem somos?


“A vida é a arte do encontro, embora haja
tanto desencontro na vida”.
Vinícius de Moraes

V
ocê já deve ter ouvido que “parece com o seu pai”, que “tem os olhos da sua mãe” ou
que “é a cara da sua irmã”, ou que “você não se parece com ninguém”. Mas muito mais
do que traços físicos, a família tem grande influência em quem somos. Uma prova
disso é que filhos não-biológicos acabam desenvolvendo trejeitos de seus responsáveis e, em
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alguns casos, acabam até se parecendo com eles. Além das pessoas que moram com você,
outras pessoas também são determinantes na sua formação e acabam funcionando como um
espelho em quem se guiar: uma avó ou um avô, uma tia ou um tio e primos.
Apesar desta inegável ascendência, é natural que você acabe escolhendo outras pessoas para
fazer parte da sua família. Afinal, já sabemos que os laços sanguíneos não são os únicos que
aproximam as pessoas.

43
Com uma família grande ou pequena, com irmãos ou não,
com dois pais, duas mães, pais casados ou separados, o
importante é que ela seja um lugar de conforto e segu-
rança. Sua casa precisa ser um ambiente tranquilo, em
que você possa ser ouvido e entendido. É essencial,
ainda, que você entenda que além dos direitos, você
também tem deveres.

Como é a sua família? No encontro de hoje, se você quiser participar, faça


uma lista com todas as pessoas da sua família de que se lembrar. Em seguida,
anote ao lado de cada nome pelo menos uma característica em comum que
você tem com cada pessoa que listou. Em seguida, o propositor fará algumas
perguntas e você pode debater as respostas com a sua turma.

DIVIRTA-SE!

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44
9º ano

45
46
9º ano

ENCONTRO

01

Apresentação do projeto:
o que eu espero da escola?

E
sta é a última etapa do Ensino Fundamental. No próximo ano, você irá para o Ensino
Médio e essa ideia pode ser um pouco angustiante. As matérias da escola podem come-
çar a ficar mais complexas e a cobrança aumenta. Você já sabe qual método de estudos
funciona melhor para o seu ritmo de aprendizado?
É possível que você tenha um grupo de amigos que te acompanha há um tempo e isso pode
trazer confiança para enfrentar os próximos desafios e experiências que virão pela frente.
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Pode ser que você ainda não tenha encontrado pessoas com quem se identifica, ou que esteja
chegando na escola agora. Que tipo de pessoas você gostaria de conhecer ou de se aproximar?
Talvez você esteja mais conectado ao que acontece ao seu redor: não só no que diz respeito
aos seus amigos e a sua família, mas também às questões da sociedade de modo geral. Com
a internet, temos acesso a muitas informações e esse fluxo intenso faz com que tenhamos
pouco tempo para refletir sobre o que vemos e ouvimos. Quais são os temas em que você tem
pensado nos últimos tempos? 

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No encontro de hoje, reflita e discuta
com a sua turma e com o propositor:
4 Quem você quer ser neste ano?
4 Deseja mudar algo na sua postura ou
estilo de vida? 
4 Você acha que é possível ser feliz na
escola?
4 Você gosta de estudar?
4 Que métodos de estudo conhece? 
4 Que assuntos você gostaria de
tratar na escola?
4 O que gostaria de aprender? 
4 Que temas que envolvem a
sociedade têm feito você refletir?

DIVIRTA-SE!

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48
9º ano

ENCONTRO

04

Comportamento na Internet

E
m 2016, o ator Bruno Gagliasso recebeu mensagens em seu perfil do Instagram com
ofensas racistas direcionadas à filha. Imediatamente procurou a polícia e, em menos de
um mês, a investigação chegou a uma adolescente de 14 anos, moradora de São Paulo.  
Ela teria criado o perfil com o nome e as imagens de uma amiga, que ficou extremamente trau-
matizada, já que acabou sofrendo ameaças, quando o perfil falso foi encontrado. Na delegacia,
perguntada sobre a motivação de ter feito aquilo, a adolescente que cometeu o crime respon-
deu apenas que “queria zoar a amiga”. 
Não precisamos dizer o quanto é absurdo escrever ofensas a uma criança ou a qualquer outra
pessoa por conta da sua cor de pele, então hoje vamos focar na amiga que teve sua identida-
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de roubada: já imaginou como seria se acontecesse com você? Que consequências tem uma
“brincadeira” como essa? Você já tinha parado para pensar no quanto é fácil prejudicar e ser
prejudicado no ambiente virtual?
A adolescente que cometeu o crime foi julgada de acordo com o Estatuto da Criança e do
Adolescente. Isso mostra que, apesar de ainda haver muitos casos impunes, já existem meca-

49
nismos que possibilitam a resolução de crimes virtuais. Dessa forma, vale a pena pensar: que
postura devo assumir na internet, principalmente em redes sociais, para que meu acesso seja
sempre seguro? 

DICAS DE COMPORTAMENTO SEGURO NA INTERNET


4 Evite publicar fotos íntimas suas ou
de qualquer outra pessoa
Procure refletir bastante antes de postar uma foto íntima.
Há muitos casos de pessoas que tiveram suas imagens rou-
badas e utilizadas em sites de pedofilia ou associadas a per-
fis e contas falsas. 

4 Não revele dados pessoais


Isso vale para telefones, endereços residenciais ou da escola.

4 Não adicione desconhecidos


É muito importante adicionar apenas pessoas que conhecemos e quando
temos certeza de que aquele perfil é verdadeiro. 

4 Não marque encontros com qualquer pessoa (principalmente se for


desconhecida) sem avisar aos pais
Essa atitude traz muitos riscos, inclusive de morte. Você nunca sabe quem se esconde por trás de
um perfil de rede. Na internet, é possível se passar por qualquer pessoa, e é aí que mora o perigo.  

4 Evite postar algo que você não falaria pessoalmente


Esconder-se atrás do anonimato, além de ser covarde, pode acabar magoando ou ofendendo
profundamente uma pessoa, instituição, causa ou lugar. Fora que não é seguro, uma vez que o
perfil pode ser identificado. 

4 Denuncie se vir alguém fazendo bullying, discriminando ou ameaçando


uma pessoa
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Além de isso ser crime, você pode ser acusado de coparticipação. E as consequências podem
ser muito danosas à vítima – há até quem cometa suicídio por esse motivo. 

Para saber mais, acesse:


http://g1.globo.com/jornal-nacional/noticia/2016/12/menina-de-14-anos-confessa-
ataques-racistas-filha-e-bruno-gagliasso.html

50
9º ano

ENCONTRO

05

Moda e Consumismo
Você já pensou sobre como a moda está presente na sua vida?

É
comum acreditarmos que nossos gostos são muito particulares, só nossos. Embora nos-
sos gostos sejam, de fato, um elemento fundamental da nossa personalidade, você já se
perguntou por que gosta de determinadas roupas, acessórios ou mesmo de um estilo?
Uma outra pergunta para ajudar a refletir sobre isso: se você tivesse nascido em outra época,
você gostaria das mesmas coisas que gosta? Troque época por nascer em outro lugar, com
outro gênero, outro grupo social... formamos o nosso gosto a partir da nossa relação com o
meio em que vivemos. Assim, a construção social do gosto depende de muitos fatores ligados
à cultura e ao contexto em que somos socializados.
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Como o gosto é um elemento importante da nossa personalidade, a indústria da moda se uti-


liza disso para oferecer produtos como possibilidades variadas das pessoas se expressarem.
Georg Simmel afirma que, na moda, há duas tendências principais que orientam o que vamos
consumir: as tendências à diferenciação e à imitação. Ou seja: as nossas escolhas são orien-
tadas pelo nosso desejo de nos parecermos com algumas pessoas e nos diferenciarmos de

51
outras. Além disso, as tendências de moda são lançadas em ciclos,
de modo a fazer com que as pessoas tenham sempre a sensação
de precisar comprar algo novo. Assim, a maneira como aderi-
mos ou abandonamos uma tendência varia muito de acordo
com quem está reproduzindo esta tendência. Nesse sentido,
você já se questionou sobre o que te faz querer se parecer
com alguém? E o que faz você querer ser diferente de uma
pessoa ou um grupo?
Outro ponto importante é que o consumo, também na moda
(mas não só nela), acaba transformando a nossa noção de
necessidade. A ideia de precisarmos de algo não está mais
vinculada necessariamente à utilidade do objeto. Assim, o que
nos leva a sentir que precisamos de algo novo, ou que o que temos não nos serve mais, não
tem somente a ver com uma peça ter estragado ou deixado de caber. Entramos no ciclo de
consumo chamado de consumismo. Esse ciclo nos afeta de muitas formas, que vão desde a
ampliação das desigualdades sociais, já que consumir nesse ritmo não é acessível para todos,
à degradação do meio ambiente, com o aumento da produção de lixo. É comum, ainda, que
esse modelo de consumo gere sentimentos como ansiedade e insatisfação constante, para os
quais a solução propagandeada é consumir ainda mais.
A moda é uma ferramenta de expressão de nossa identidade e também é um fenômeno
socio-histórico, um elemento importante da nossa cultura e uma forma de arte. A nossa rela-
ção com a moda e o consumo deve, porém, ser alvo de reflexão crítica.

Baseado no texto de apoio, reflita e discuta com a sua turma:


4 Você sente que é influenciado a consumir mais? De que forma?
4 Você já comprou algo por impulso e se arrependeu depois?
4 As redes sociais estimulam o consumo excessivo? Como?
4 Quais são as consequências do consumismo para o planeta e para
a sociedade de modo geral?
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DIVIRTA-SE!

52
1ª série EM

53
54
1ª série EM

ENCONTRO

01

Apresentação do projeto:
o que eu espero da escola?

V
ocê chegou ao 1º ano do ensino médio. Até o ano passado, você era o mais velho do
seu segmento, agora é o mais novo. Qual é a sensação? É possível que em casa e ao
seu redor as pessoas já estejam começando a falar de vestibular, do futuro e das res-
ponsabilidades que chegam quando estamos iniciando a última etapa da vida escolar. Mas
quais são elas?
Talvez, por ainda não ter encontrado o método de estudo ideal para você, os últimos anos te-
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nham sido difíceis no que diz respeito às provas e notas na escola, e isso é angustiante. Pode
ser que essa não seja uma preocupação para você. Mas quais são os seus interesses na escola?
E fora dela? Você sente que se conecta hoje a assuntos que não lhe interessavam há um ou
dois anos?

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No encontro de hoje, reflita e discuta com a sua turma:
4 O que você espera do ensino médio?
4 O que mudaria no seu percurso escolar até hoje?
4 Teria feito algo diferente? Por quê?
4 Como seria a escola ideal para você?
4 Acha importante falarmos sobre as nossas subjetividades na escola?
4 Você costuma se informar a respeito de questões que envolvem nossa
saúde mental?

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56
1ª série EM

ENCONTRO

03

Técnica Feynman

O
que significa aprender? Quando memorizamos algo, realmente aprendemos? Prova-
velmente, muitos de vocês já estudaram bastante para uma prova, guardaram todas
as informações na cabeça e, logo depois de terminar a avaliação, já não se lembravam
de mais nada. Certo? Isso quer dizer que o assunto não foi aprendido, tendo pouco efeito todo
aquele esforço para memorizar as informações.
Richard Feynman foi um norte-americano do século XX que, em 1965, ganhou o Prêmio No-
bel por seus estudos de eletrodinâmica quântica. O físico era reconhecido por conseguir ex-
plicar e compreender assuntos complexos, de maneira rápida e eficiente. Ele acreditava que
poderia aprender sobre qualquer tema, desde que fosse ensinado utilizando termos simples.
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Por isso, desenvolveu a Técnica de estudo Feynman, que foca justamente em aprender (e en-
sinar) assuntos considerados “difíceis” de forma clara e definitiva.
A técnica baseia-se na ideia de que há dois tipos de conhecimento: o primeiro é voltado para
conhecer o nome das coisas; o segundo concentra-se em realmente compreender o assun-
to. Para Feynman, somente quem compreende o tema é capaz de ensiná-lo a outras pessoas.
Logo, ele acredita que aprendemos melhor quando ensinamos!

57
A Técnica Feynman é dividida em quatro etapas:
1. Escolha o assunto
Pode parecer óbvia, mas essa etapa é essencial. Defina
bem qual é o tema que quer aprender, pesquise e escreva
tudo o que encontrar sobre o assunto com suas próprias
palavras.
2. Dê uma aula
Na segunda etapa, você deve “dar uma aula”. Pode ser na
frente do espelho ou até para seu cachorro, mas você deve
explicar o assunto como se fosse um professor. Use pala-
vras simples e diga em voz alta tudo aquilo de que conse-
guir se lembrar.
3. Identifique o que pode melhorar
Depois da sua primeira aula, é hora de rever o conteúdo e tentar entender o que precisa ser
aperfeiçoado. O que não ficou claro deve ser estudado novamente: você pode acrescentar
informações e aprofundar os conceitos.
4. Revise
A última etapa é a revisão. Consulte novamente tudo o que anotou, reveja seu plano de aula e
certifique-se de ainda estar usando as suas próprias palavras. Use exemplos que ilustrem suas
ideias, faça mapas mentais, esquemas. Leia em voz alta, tente dar uma nova aula. Você vai ter
dominado o assunto, quando conseguir ensiná-lo de forma clara e didática.

No encontro de hoje, testaremos a Técnica Feynman na prática. Se quiser


participar, você deve dar uma aula (ou o trecho de uma aula) para a sua tur-
ma sobre o assunto que desejar. Você pode escolher resolver um exercício de
matemática, explicar um conceito ou ensinar a produzir alguma coisa.

Sugestão: monte seu plano de aula pensando em 5 a 7 minutos de duração.


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DIVIRTA-SE!

58
1ª série EM

ENCONTRO

09

Fake News

P
or muito tempo, a única maneira que o homem tinha de transmitir informações era pela
oralidade. As pessoas garantiam o registro de um conhecimento a partir da memória.
Depois, com a invenção da escrita, as informações passaram a ser registradas de forma
mais permanente. A invenção da prensa móvel, por sua vez, fez com que a escrita chegasse a
mais lugares até que, enfim, o homem criou a internet, uma rede responsável por levar infor-
mação a qualquer canto do mundo.
Chegamos ao século XXI imersos no que conhecemos como sociedade da informação. Estar
informado é visto como algo necessário e urgente. Para isso, temos o apoio de algumas ferra-
mentas já bastante conhecidas por muitos: televisão, rádio, revistas, jornais, internet. Tais meios
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nos trazem informações que batem à porta da hora que acordamos à hora que vamos dormir.
Diferente do que se imaginava, toda essa evolução não garantiu que as informações chegassem
até nós de forma íntegra e segura. Hoje, estamos submetidos a um universo de dados que são
distorcidos, por razões políticas, econômicas, culturais, enfim, ideológicas. De reportagens que
distorcem os efeitos de vacinas até notícias que alteram números de pesquisas políticas, esta-
mos cercados por informações que não condizem com a realidade, as fake news.

59
As notícias fake não são uma novidade da contemporaneidade. As
pessoas sempre utilizaram informações falsas como forma de
obterem benefícios variados. A atualidade, entretanto, marca-
da pela globalização e pelo intenso fluxo de troca de dados, elevou
esse fenômeno a patamares até então inimagináveis. Se as informa-
ções são a matéria-prima para que tomemos nossas decisões como
cidadãos, alterá-las é uma forma eficiente de determinar os rumos
de uma sociedade. Fake news sobre um candidato podem impedir
uma vitória em uma disputa política. Fake news sobre uma celebri-
dade podem arruinar sua carreira. Fake news sobre um remédio podem
tornar a sociedade vulnerável a patologias evitáveis. Esses são apenas alguns efeitos nocivos
acarretados por notícias falsas, cuja proliferação pode ser evitada se a sociedade estiver mu-
nida de ferramentas necessárias ao reconhecimento do que é ou não verdadeiro
Assim como é importante desenvolver a competência no reconhecimento do que é falso, é igual-
mente importante que sejamos também responsáveis, isto é, precisamos refletir atentamente
sobre qual tem sido nosso papel quanto a isso tudo, afinal, somos leitores e espectadores de
notícias e, assim, podemos contribuir para a amenizar ou intensificar o problema. Essa, infeliz-
mente, não parece ser a realidade. A existência das fake news é entendida por muitos como um
problema que diz respeito apenas a jornalistas ou a profissionais da área, quando, na verdade,
toda a sociedade colhe os frutos de uma realidade marcada por mentiras.

Para que você se reconheça melhor no que diz respeito ao problema,


responda de forma sincera:
4 Quando lê uma notícia, você procura verificar a fonte e estabelecer
comparações?
4 Você se aproveita de notícias sabidamente falsas como forma de compro-
var suas ideias?
4 Conhece alguma ferramenta que possa verificar a veracidade de notícias?
4 Consegue reconhecer os efeitos das fake news na sociedade brasileira?
Quais são eles?
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As respostas para tais perguntas servirão para de você se analisar. Antes de compreender o
fenômeno de forma global, é importante que você experimente perceber qual é a sua relação
com o problema. A partir disso, certamente, sua avaliação sobre as fake news será mais racio-
nal e verdadeiramente crítica.
Talvez você seja mais afetado por notícias falsas do que imagina.

60
2ª série EM

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62
2ª série EM

ENCONTRO

01

Apresentação do projeto:
o que eu espero da escola?

M
uitos alunos de 2EM iniciam a série com a expectativa de que este será o último ano
“de escola”, já que o próximo será focado no vestibular. Mas será que é assim mes-
mo? É importante entender que seu percurso formativo ainda não está completo,
ainda há aspectos do amadurecimento emocional que precisam ser desenvolvidos, justamen-
te porque os próximos anos tendem a ser mais complexos e exigentes.
É possível que sua família e responsáveis já permitam que você passe mais tempo fora de casa,
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e isso faz com que você esteja mais envolvido do que nunca com questões sobre as relações
pessoais e a sociedade de modo geral. Por isso, os encontros que debatem questões subje-
tivas e cotidianas tendem a fazer com que você pense sobre assuntos que antes passavam
despercebidos.
Além disso, as relações sociais costumam ocupar um espaço maior em sua vida, o que, mui-
tas vezes, faz com que a rotina da escola fique em segundo plano. Por isso, é importante con-

63
tinuar testando os métodos de estudo disponíveis
e buscar a organização ideal para que os próximos
(e últimos!) dois anos da sua vida escolar sejam de
aprendizado eficiente e sem grandes preocupações.

No encontro de hoje, reflita:


4 Você chegou ao 2º ano. Avalie o que gostaria
que tivesse sido diferente no seu percurso
escolar até hoje.
4 O que foi bom?
4 Você acha que os locais onde estudou e as
pessoas que conheceu influenciaram sua
personalidade e percepção do mundo? De
que forma?
4 Você costuma pensar em como será a vida
após a conclusão do ensino médio?
4 Que sentimentos essa reflexão traz?
4 Como seria a escola ideal para você?
4 É importante falar sobre nossas subjetivida-
des na escola? Por quê?
4 Você costuma pensar ou se informar a res-
peito das questões que envolvem a saúde
mental dos indivíduos e da sociedade de
modo geral?

DIVIRTA-SE!
reprodução proibida

64
2ª série EM

ENCONTRO

03

Exposição e anonimato
na internet

U
m dos casos brasileiros mais conhecidos de vídeos íntimos que vazaram na internet, a
goiana Fran concedeu entrevista ao Fantástico, no qual comentou o caso. “Eu confiei.
Não imaginaria de forma alguma que ele faria isso. Meu celular não parava. O pessoal
ligando, mandando mensagem. Eu fiz o boletim de ocorrência na sexta-feira. O pessoal não
tinha dado muita importância. Quando foi na segunda-feira, eu vi a proporção que estava.
Ele destruiu a minha vida, eu não tenho mais vida. Eu não consigo sair, não consigo estudar,
trabalhar”, disse. Mãe de uma menina de 2 anos, Fran teve de mudar a aparência e parar de
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trabalhar. “Eu não sou a única, eu não sou a última, eu não fui a primeira”, lamentou.
O programa da TV Globo conversou, ainda, com a mãe da piauiense Júlia Rebeca, de 17 anos,
que foi encontrada morta no quarto após ter um vídeo íntimo compartilhado na internet.
“Ela não demonstrou nada, nada. Todo adolescente tem o direito de ser adolescente. Eles
são inconsequentes mesmo. Essa exposição toda, do vídeo, da imagem da minha filha, é uma

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violação”, comentou Ivânia Salia. A garota, que mo-
rava em Parnaíba, no litoral do Piauí, gravou um
vídeo de sexo com uma garota e um rapaz, ambos
menores de idade. As imagens foram distribuí-
das por celulares na cidade. Envergonhada após
o compartilhamento do vídeo, ela se despediu
da mãe em uma rede social. “Eu te amo, desculpa
eu n ser a filha perfeita, mas eu tentei... desculpa
desculpa eu te amo muito”, postou.
Essa reportagem, de 2013, fala sobre o caso de Fran,
uma mulher de 19 anos que teve sua privacidade
violada quando o homem com quem se relacionava
divulgou um vídeo íntimo dela, que viralizou na internet.
Sua vida foi completamente destruída de um dia para o outro, já que, além do vídeo, seus da-
dos como telefone, endereço, local de trabalho e até a faculdade que ela frequentava foram
divulgados. Fran precisou sair do emprego e largar os estudos, além de lidar com o machismo
e o julgamento de pessoas que sequer conhecia.

O empresário que espalhou as imagens foi condenado a cinco meses de ser-


viço comunitário e saiu rindo após seu julgamento. Baseado nessa história,
reflita:
4 Quais são as consequências de divulgar fotos ou vídeos íntimos na vida de
uma pessoa?
4 Essa situação é pior para a mulher? Por quê?
4 Na sua opinião, uma pessoa que compartilha uma imagem íntima é res-
ponsável por essas consequências, ainda que não tenha sido a pessoa que
divulgou primeiro?
4 Qual é a motivação para divulgar a intimidade de outra pessoa? Que senti-
mentos você imagina que movem esse ato?
4 Você conhece algum caso de vazamento de fotos ou vídeos íntimos?
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Atenção para a atividade do próximo encontro…

DIVIRTA-SE!
Fonte: www.terra.com.br/noticias/brasil 18/nov/2013

66
2ª série EM

ENCONTRO

07

Cultura do Cancelamento
“É errando que se aprende.” Muitos de nós já ouvimos essa frase
como uma forma de alívio. Ela nos diz que nossos erros são ferramentas de aprendizado, de
evolução, de sabedoria. Errar, cair, aprender e levantar: um ciclo que parece estar sendo inter-
rompido por um fenômeno social popularmente conhecido como cultura do cancelamento.
Cancelar um cartão de crédito é desativá-lo, talvez como uma forma de impedir que alguém
continue gastando. Cancelar uma matrícula escolar é uma forma de se desvincular de uma
instituição. Cancelar um evento é impedir que ele aconteça. Cancelamentos estão por toda
parte, é verdade. Trata-se da possibilidade que a pessoa tem de interromper a existência de
algo. Parece aceitável – e natural – que possamos impedir a existência de um cartão, uma ma-
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trícula ou um evento. No entanto, não é tão simples quando esse cancelamento é direcionado
àquilo que existe de mais complexo em uma sociedade: o ser humano.
A cultura do cancelamento diz respeito ao processo em que, em função de um ato considera-
do socialmente reprovável, alguém é apagado, deslegitimado, ignorado. A partir do julgamen-
to coletivo, que, muitas vezes, tem as redes sociais como tribunal, alguém é julgado e recebe

67
uma pena, que normalmente culmina em um efeito
marcado pelo ódio e pela necessidade de exclusão.
O cancelado, por sua vez, é o réu, que precisa ser
exilado como uma forma de demonstração da gra-
vidade do seu erro.
Normalmente, são os famosos os lembrados
quando o assunto é cancelamento, uma vez que
tendem a ter suas vidas investigadas minuciosa-
mente por fãs e jornalistas. Entretanto, a ação
também está presente nos ciclos de amigos, den-
tro de um grupo familiar ou potencialmente em
qualquer outro contexto em que estejam envolvi-
dos erros humanos.
Se, por um lado, a prática é entendida por muitos como uma maneira de educar aqueles que
cometem deslizes inadmissíveis; por outro, acredita-se que é uma forma equivocada de lidar
com os erros alheios, uma vez que estimularia rancor e impediria que os cancelados pudes-
sem se recuperar verdadeiramente.
Quanto a isso, é importante que consideremos alguns questionamentos que atravessam a
questão e, que demonstram que os debates sobre a cultura do cancelamento estão longe de
chegar ao fim.

u Se errar é humano, por que alguns são merecedores de cancelamento e


outros não?
u Quem determina se um cancelado pode voltar ao ciclo social?
u Em tempos de fake news, em que mentiras são veiculadas com facilidade,
como podemos acreditar e julgar os erros alheios?
u Se fosse você o cancelado, como você avaliaria a prática?

As perguntas acima, certamente, vão despertar ainda mais dúvidas sobre a validade da cul-
tura do cancelamento. Isso é sinal de que você chegou exatamente ao ponto em que a socie-
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dade também chegou. Estamos no centro da discussão – ensinando e aprendendo. Debater e


buscar o entendimento é, independente de a quel conclusão você chegue, a melhor saída para
que o cancelamento não seja apenas uma palavra sobre a qual você ouve falar, mas não sabe
reconhecer seus efeitos. Ao contrário, espera-se que sua posição seja fruto de ponderações
sinceras. Assim, será possível obter sensatez e equilíbrio.

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3ª série EM

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3ª série EM

ENCONTRO

01

Apresentação: o que eu espero


do último ano na escola?

V
ocê chegou ao terceiro ano do ensino médio. E agora, qual é a sensação? Você pode
estar pensando algo como “Que bom, finalmente a escola vai acabar!” ou pode estar
sentindo uma ansiedade muito grande justamente por isso. Nesse caso, deve estar
se perguntando “Como será essa fase? ou “Como será minha vida depois que a escola não for
mais uma rotina?”.
A verdade é que esse é um momento importante na jornada escolar de todos nós. São muitos
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anos frequentando a escola, estudando para provas, assistindo às aulas, fazendo e desfazen-
do amizades. A proximidade do fim faz com que as angústias apareçam: é natural ficarmos
apreensivos diante da proximidade de algo que não conhecemos.
Como se não bastassem todos os sentimentos que envolvem chegar ao último ano da escola,
este ainda é o momento do vestibular. Claro que é um período diferente, em que provavel-
mente você precisará mudar alguns hábitos e fazer alguns esforços para alcançar a aprovação

71
em uma faculdade, mas a forma como o ano de vestibular é “vendido” para nós – seja pela
mídia, pela nossa família ou pelo amigo que já passou por isso – pode ter algumas doses de
exagero. A ideia de que o ano de vestibular precisa ser sofrido não é verdadeira e pode acabar
atrapalhando.
No que diz respeito aos estudos, é normal sentir certo desespero, especialmente quando se
olha para trás. Por mais que tenhamos nos esforçado durante a vida escolar, é possível sentir
remorso quando pensamos em todos os assuntos que deixamos passar ou que não prestamos
tanta atenção e que agora parecem indispensáveis.
Entretanto, para o bem dos seus neurônios e da sua saúde mental (você vai precisar muito
deles agora), é necessário se concentrar para que o seu ano de vestibular seja um período de
(re)organização e não de estresse. Não há como voltar atrás e mudar o que já foi feito até aqui.
Além disso, dificilmente você encontrará alguém que foi capaz de aprender absolutamente
tudo que foi ensinado durante o período escolar, por mais que tenha estudado muito. E se
você sente que não se esforçou nos últimos anos, isso está longe de ser motivo para desespe-
ro: já é um grande passo colocar em mente que é hora de correr atrás do prejuízo.
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A maioria das pessoas diz que não dá tempo de rever os assuntos ou estabelecer uma rotina só-
lida de estudos se não desenvolvemos o hábito antes. Isso não é verdade. Entretanto, é preciso
conhecer o que funciona melhor para você quando o assunto é a sua forma de aprender. Qual é
o melhor método de estudos para o seu cérebro? De quanto tempo de pausa você precisa entre
uma matéria e outra? Qual é o ambiente em que você consegue se concentrar melhor?

72
3ª série EM

No encontro de hoje, reflita:


4 Como foram os últimos anos na escola?
4 O que você gostaria que tivesse sido diferente na sua postura? E na escola
de modo geral?
4 Você se considera uma pessoa organizada? Por quê?
4 Você sente que é muito cedo para escolher uma profissão ou acha que este
é o momento certo?
4 Você consideraria mudar de curso, caso se arrependesse da sua escolha no
meio da faculdade?
4 Se já escolheu, qual foi o seu critério de escolha para decidir o curso que
pretende seguir na faculdade?
4 Se ainda não escolheu, quais são as suas dúvidas? O que poderia te ajudar
a escolher?
4 Você se sente pressionado pela família, escola ou amigos quando o assun-
to é vestibular? Por quê?
4 Você sente que suas escolhas são respeitadas, de modo geral?
4 Quais são os seus planos imediatos?
4 Quais são os seus maiores sonhos?

DIVIRTA-SE!
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74
3ª série EM

ENCONTRO

05

Matriz de Organização
do Tempo

S
abe aquela sensação de que a sua lista de tarefas só está aumentando e você não está
dando conta de fazer tudo? Estudar para as provas, visitar um amigo, ligar para parabe-
nizar uma prima, entregar um trabalho, treinar para uma competição, terminar a série
que começou...Para evitar a sensação de que o tempo está passando rápido demais, organiza-
ção é essencial.
No entanto, para conseguir se organizar, é importante entender qual é a melhor maneira de
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estruturar seu dia, de acordo com o que funciona melhor para a sua forma de raciocinar. Por
isso, no encontro de hoje, vamos falar sobre uma técnica muito conhecida de organização: a
Matriz de Eisenhower.
A Matriz de Eisenhower é uma forma de categorizar as atividades que precisam ser feitas de
acordo com dois critérios básicos: urgência e importância.

75
Importantes são aquelas tarefas relacionadas a objetivos ou metas, como a preparação para
um campeonato ou a apresentação de um projeto que acontecerá no fim do ano.
Já as urgentes são aquelas tarefas que têm prazo curto, como estudar para uma prova ou fa-
zer uma inscrição: ou acontecem até certa data (próxima) ou não acontecem mais.
Essa ferramenta faz uma espécie de triagem dos seus afazeres para evitar que você perca
tempo com as tarefas que possuem menos importância ou que são menos urgentes.
Às vezes, uma tarefa pode ter natureza dupla: uma matéria que precisa ser estudada para uma
prova, por exemplo, é importante. No entanto, ele ganha urgência conforme a prova se aproxima.
O objetivo é que a lista esteja em constante mudança. Conforme você lida com as tarefas mais
prioritárias, vai abrindo espaço para gerenciar as menos prioritárias e, eventualmente, tirá-
-las da lista de afazeres.
Ao colocar aquilo que precisa fazer dentro de cada quadrante, você começa a enxergar quais
são as maiores prioridades, o que você pode deixar para depois ou até entender o que não
precisa mais ser feito.
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É possível atribuir um nível de prioridade a cada tarefa, que vai de 1 (mais prioritária) a 4
(menos prioritária). Não é uma ciência exata: é você que decide qual peso cada uma delas tem.
Tente fazer a sua!

DIVIRTA-SE!

76
3ª série EM

ENCONTRO

10

Juventude

Q
uem são os jovens? Essa pergunta serve de motivo para muitos livros, séries, filmes e es-
tudos. Apontados como revolucionários, rebeldes e inquietos, eles sempre foram moti-
vo de muita curiosidade para a sociedade, porque carregam consigo características que
nunca puderam ser totalmente compreendidas. A sociedade parece nutrir um desejo constante
de entender o que leva a juventude a adotar determinados tipos de comportamento. Talvez seja
justamente esse mistério, que torne essa faixa etária uma peça importante no jogo social.
É indiscutível a relevância que os jovens tiveram na ocorrência de momentos históricos no
Brasil e no mundo. Eles lideram movimentos, organizam passeatas, criam coletivos sociais
e servem como catalisadores das transformações que tantas vezes afetam os costumes de
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um país. Com a tecnologia, esse poder se tornou ainda mais flagrante. Pelo Facebook ou Ins-
tagram, a juventude consegue, hoje, protagonizar assuntos que até então não conseguiam
penetrar com a força necessária nas rodas de conversa. Parecemos, assim, profundamen-
te dependentes de uma característica com frequência associada aos jovens: a vontade de
mudar. Você, certamente, conhece alguém ou algum personagem do cinema que apresente
esse ímpeto.

77
No entanto, essa mesma juventude, que hoje movimenta as ba-
ses das discussões sobre racismo, machismo e homofobia, é
a mesma reconhecida por promover a militância de sofá,
isto é, uma ação social que apenas procura engajamento
nas redes, sem real comprometimento com as causas
sociais. Muitos criticam as posturas dos jovens, no
sentido de reconhecer certa superficialidade e falta de
estudo cuidadoso em relação às pautas sobre as quais
pretendem falar. Há, ainda, uma visão não tão recente
que aponta para a passividade e acomodação de par-
cela da juventude brasileira, que aceitaria com apatia
situações de opressão e desigualdade. Essa parcela é,
aos olhos dos adultos, incapaz de atuar para a promoção
de mudanças. “Preguiçosos, passivos e pacatos”. Assim são
interpretados com frequência.
A falta de consenso torna o estudo sobre o que é ser jovem tão interessante quanto complexo.
Definitivamente, os jovens não são uma parcela homogênea da sociedade, isto é, parece ingê-
nuo considerar juventude como um grupo coeso de pessoas que compartilha entre si caracte-
rísticas exatamente idênticas. Na verdade, o mundo revela – com cada vez mais intensidade
– a heterogeneidade que atravessa o assunto. Isso não significa que não possamos traçar per-
fis e comportamentos recorrentes, mas é desacertado pressupor que conseguiríamos rotular
tantas pessoas, submetidas a influências tão diversas, a categorias exatas. Talvez, seja mais
relevante considerar justamente todos os fatores que fazem com que a diversidade exista:
etnia, credo, valores, gênero, idade, origem, religião etc. Tudo isso compõe o objeto de nosso
estudo e precisa, necessariamente, pertencer às análises desenvolvidas. Infelizmente, no en-
tanto, nem sempre isso ocorre com a frequência que deveria.

Procure, agora, refletir sobre os questionamentos abaixo, afinal, você é, ao


mesmo tempo, observador e observado. Nem sempre é tão fácil conseguir
analisar um grupo quando fazemos parte dele. Normalmente, é preciso es-
tabelecer certo distanciamento para que consigamos observar com clare-
za o que está sendo analisado. Isso não nos impede, entretanto, de buscar
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respostas para certas indagações, ainda que tais respostas sejam mutáveis e
passíveis de alteração.
4 Como jovem, você sente que é incompreendido pela sociedade? A que
atribui essa falta de compreensão?
4 O que você tem feito objetivamente para demonstrar suas ideias e reflexões?

78
3ª série EM

4 Você acha que a juventude é bem retratada em filmes, séries e livros?


Por quê?
4 Você considera a sua geração melhor ou pior do que a anterior? O que te
leva a crer nisso?
4 Que comportamentos, comumente atribuídos aos jovens, você acredita
que podem ser prejudiciais?
4 Que características, comumente atribuídas aos jovens, você considera
injustas? E quais fazem sentido?
4 Existe apenas um “universo jovem” ou um “cotidiano jovem”? Por quê?

DIVIRTA-SE!
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79
6º ano
Livro do Propositor
6º ano

Apresentação do projeto: como cheguei até aqui?

ENCONTRO 01
E
xplicação sobre práticas, metodologia e objetivos desses encontros. Espaço aberto para os alunos
falarem um pouco sobre o que pensam, desejam ou sentem falta em suas vidas e/ou na escola. Ao
fim da aula o propositor pede que, na semana seguinte, cada aluno leve um objeto que fale um
pouco sobre sua vida ou personalidade.
Objetivo: criar conexão com os alunos e garantir adesão ao espaço.

O propositor pode começar dirigindo algumas perguntas à turma, como:


4 Como foi o caminho para chegar até o 6º ano?
4 O que mais mudou na sua personalidade nos últimos anos?
4 Você costuma pensar sobre quem está se tornando? Seus gostos, seus pensamentos, sentimentos...
4 O que deveríamos aprender na escola, além do que já vemos?
4 A escola pode ou deve ajudar no trabalho da subjetividade dos alunos?
4 O que é subjetividade?
4 O autoconhecimento pode ajudar a trabalhar nossas questões emocionais?
4 Como seria a sua escola dos sonhos?
Para evitar a bagunça e, consequentemente, a perda de alguns comentários relevantes, o professor
pode pedir para os alunos levantarem as mãos, se quiserem responder a alguma das perguntas.
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É possível que alguém responda que o ideal seria não ter escola.
Esse é um bom momento para fazer novas perguntas: “Vocês
gostam de aprender algo novo? A sensação é boa?” prova-
velmente dirão que sim. Depois, o propositor faz a próxima
pergunta. “Então por que tantas pessoas não gostam de ir à
escola, se é o local onde deveríamos aprender coisas novas?
Por que, em geral, as pessoas dizem que não gostam de estu-
dar?”.

O professor deve guiar a discussão, interferindo apenas


quando for necessário (ex: comentários equivocado uma mu-
dança de perspectiva de alunos e professores no que diz respeito à educação, eles terão
esse espaço de reflexão ao longo do ano. Esta é a hora de explicar os objetivos do projeto:
1. Fazer com que os alunos assumam o protagonismo em sala (importante lembrar que eles têm acesso
a todo tipo de conteúdo, que têm interesses variados e que podem compartilhar seus conhecimentos
com toda a comunidade escolar.
Sugestão: relembrar o significado de aluno - “ser sem luz” - e perguntar se eles acreditam que são seres
sem luz, que devem apenas ouvir o que lhes é ensinado sem questionar
2. Trabalhar as competências socioemocionais como o autoconhecimento, a empatia, o autocontrole.
3. Trabalhar temas e assuntos que normalmente não vemos ou não nos aprofundamos nas escolas (o
professor pode dar alguns exemplos como “comportamento na internet”, “racismo” ou “cultura do can-
celamento”, sempre perguntando se eles acreditam que esses são assuntos relevantes).
4. possibilitar o reconhecimento de talentos e habilidades em si e nos outros.
5. Facilitar a rotina de cada aluno, apresentando - na prática - técnicas e métodos de estudo eficientes.
Essa explicação deve levar entre 10 e 15 minutos, levando-se em consideração que provavelmente eles
farão novas intervenções, o que deve ser estimulado.
É importante deixar claro que esta não será uma “aula de nada”, dizer que o grupo sempre saberá o que
está sendo trabalhado em cada encontro. Para começar, eles preencherão um questionário de autoa-
valiação das próprias habilidades socioemocionais e isso se repetirá em mais dois momentos ao longo
do ano. O professor deve distribuir o questionário e pedir que eles preencham com muito cuidado, em
silêncio, refletindo a cada pergunta. O professor deve conhecer bem o questionário e circular pela sala
sanando eventuais dúvidas.
Ao fim, o propositor deve pedir aos alunos que, no próximo encontro, levem um objeto que fale um pou-
co sobre eles, que tenha uma história em suas vidas (ex: fotos, coleções, lembranças de viagem, bichos
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de pelúcia, equipamentos de esporte, medalhas e outros).

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6º ano
6º ano

Dinâmica do Objeto

ENCONTRO 02
Apresentação dos objetos de interesse escolhidos: cada um mostra o seu objeto e os motivos pelos
quais o escolheu, contando a sua história.
Objetivos: trabalhar o autoconhecimento e a capacidade de autoanálise; conectar propositor, turma e
alunos
O propositor pode abrir a aula explicando o objetivo deste encontro, ressaltando que às vezes temos
pessoas próximas com interesses parecidos com os nossos, ou que têm histórias que gostaríamos de
ouvir, e acabamos nunca conhecendo.
Rapidamente, o propositor deve definir a dinâmica (sugestão: perguntar quem deseja começar se apre-
sentando e esse aluno pode escolher o próximo, sucessivamente).
A escolha do objeto tende a mobilizar o aluno a refletir sobre seus próprios interesses. Ao mesmo tem-
po, o propositor pode conhecer melhor os alunos,e as apresentações geram interação significativa en-
tre todos os envolvidos. Os alunos devem ser apenas incentivados a falar, nunca pressionados.

Normalmente, os alunos já pensaram em como farão suas apresentações,


mas o propositor pode ajudar com perguntas como:
4 Qual é a história do seu objeto?
4 Por que, dentre tantas possibilidades, esse foi o objeto escolhido?
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O ideal é que, a cada apresentação, a turma possa fazer perguntas
ao dono do objeto. Se o propositor sentir que a turma não está
conseguindo ou querendo elaborar perguntas, pode criar no-
vas, de acordo com cada relato. Se a turma estiver fazendo
perguntas aos participantes, o propositor pode deixar que
eles desenvolvam a dinâmica.

Ao fim, o propositor pode estimular a reflexão


com perguntas como:
4 Qual história surpreendeu? Por quê?
4 Você se identificou com alguma apresentação?
Identificou semelhanças com alguma história da sua vida?

ANOTAÇÕES:

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www.programaraizes.com.br

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