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HISTÓRIA
O Mundo Contemporâneo - Parte I
Daniel Vasconcellos
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O Mundo Contemporâneo - Parte I
Daniel Vasconcellos
1. Mundo Contemporâneo
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processo e não apenas como uma sucessão de fatos cronológicos. Portanto, como tem sido
desde o início do curso, vamos abordar os conteúdos desta maneira.
Unificação Nacional.
Querido(a), para entender a série de eventos que levou à Revolução Francesa em 1789,
é fundamental ter em mente o processo geral europeu de transformação das antigas monar-
quias feudais em Estados absolutistas, que ganhou sua mais famosa expressão neste reino.
Como vimos, durante o século XVIII, o Iluminismo se propagou entre os burgueses e pro-
pulsionou o início da Revolução Francesa. Este movimento intelectual destinava duras críticas
às práticas econômicas mercantilistas, ao absolutismo, e aos direitos concedidos ao clero.
A partir do reinado do primeiro monarca da dinastia dos Bourbon, Henrique IV (1553-1610),
os soberanos franceses habituaram-se a não convocar os Estados Gerais e deixar de lado os
grandes senhores, preferindo nomear ministros burgueses para os cargos mais importantes
do governo.
No reinado do filho de Henrique IV, Luís XIII (1601-43), o soberano passaria a ser encarado
como representante da vontade divina para o reino, sendo único intérprete dos interesses
de Estado e, logo, principal símbolo da manutenção da ordem e da prosperidade da nação.
Mas foi com o filho de Luís XIII, Luís XIV (1638-1715) – o Rei Sol - que o absolutismo francês
assumiu sua forma máxima de expressão. Nas últimas décadas do século XVIII, o tataraneto
de Luís XIV, Luís XVI (1754-93) ainda reinaria nos mesmos moldes ideológicos estabelecidos
pelos seus ancestrais.
A situação de França, no entanto, era agora crítica no plano político-econômico. Contando
com cerca de 25 milhões de habitantes, a sociedade era altamente estratificada. O topo da pi-
râmide era ocupado por cerca de 120 mil pessoas que detinham cargos na Igreja, possuidoras
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de 10% das terras do reino. O chamado primeiro estado era isento de impostos, serviço militar
e até mesmo julgamento em tribunais comuns.
Já o segundo estado era composto por cerca de 400 mil nobres, a maioria dos quais vivia
em seus próprios castelos ou na corte real em Versalhes. Eles também não pagavam impos-
tos, sendo sustentados pelo trabalho de 98% da população – que consistia, portanto, no tercei-
ro estado, formado por mais de 24 milhões de pessoas de diversos setores sociais, incluindo a
mais miserável parcela da população: os camponeses. Na época de Luís XVI, cerca de 80% da
renda destes era destinada ao pagamento de impostos.
Apoiado em tal frágil estrutura, o reino francês afundou com facilidade numa crise eco-
nômica ocasionada principalmente pelos gastos com as intervenções militares em conflitos
externos. Em 1785, uma forte seca quase acabou com o rebanho bovino, e, em 1788, péssimos
resultados na safra agrícola elevaram brutalmente os preços dos alimentos, fazendo a fome
se alastrar.
Aos milhares, os pedintes passaram a vagar pelo país e alguns começaram a roubar e
destruir castelos, muitas vezes assassinando seus proprietários. Muitos culpavam a nobreza
pela miséria em que o reino se encontrava. Na capital, Paris, operários e artesãos começaram
a fazer greves e desempregados saqueavam lojas. Manifestações contra a política econômica
tornaram-se comuns.
Em 1789, para solucionar o grave déficit das contas públicas, o ministro de Finanças, Jac-
ques Necker, propôs que o clero e a nobreza passassem a pagar impostos. A ideia foi rejeitada.
Pouco depois, com o agravamento da crise, Luís XVI convocou os chamados Estados Gerais
pela primeira vez em quase 200 anos para discutir soluções.
Nesta série de reuniões, cada estado tinha um voto em cada matéria discutida. Como seus
interesses eram bastante similares, clero e nobreza tendiam a votar juntos, invariavelmente
ganhando todas as votações. No dia da abertura dos Estados Gerais de 1789, porém, o terceiro
estado pediu que a contagem de votos passasse a ser feita por cada deputado individual.
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Após um mês de impasse sobre a questão, o terceiro estado se retirou para uma sala se-
parada, se autoproclamando em 9 de julho como a Assembleia Nacional Constituinte. Incapaz
de dissolver a reunião independente do terceiro estado, o rei ordenou que os outros dois esta-
dos se unissem a ele. Enquanto isso, contudo, ele convocou o Exército para sufocar o que via
como uma sedição.
Quando a notícia da traição de Luís XVI se espalhou, grande parte da população se revol-
tou. Em 14 de julho, uma multidão invadiu os arsenais do governo e se apoderou de cerca de
30 mil mosquetes, rumando depois até a Bastilha, antiga fortaleza onde o governo encarcerava
os opositores, e tomou-a após algumas horas de combate. Embora estivesse praticamente
desativada na ocasião, ela constituía um dos maiores símbolos do absolutismo, e, sua queda,
costuma ser tratada com o marco zero da Revolução Francesa.
Nos dois anos que se seguiriam, Luís XVI e sua família permaneceram confinados em um
palácio em Paris. Neste período, aconteceu a promulgação da primeira Constituição da Fran-
ça, em 1791.
Para fins de estudo dividimos a Revolução Francesa em três fases:
• Primeira fase (1789-1792): Monarquia Constitucional;
• Segunda fase (1792-1794): Convenção - 1792/1793 e Terror;
• Terceira fase (1794-1799): Diretório.
A Carta Magna francesa estabelecia a divisão entre os três poderes do Estado e definia a
monarquia constitucional como forma de governo.
O rei seria o chefe do Executivo, tendo a prerrogativa para vetar leis, mas seu poder ainda
estaria limitado pelas normas constitucionais. O voto para eleger aqueles que seriam os 745
membros do Legislativo, porém, seria censitário – o que significava que apenas uma pequena
parcela da população poderia votar.
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No dia 26 de agosto de 1789 foi aprovada pela Assembleia a Declaração dos Direitos do
Homem e do Cidadão.
Esta Declaração assegurava os princípios da liberdade, da igualdade, da fraternidade (“Li-
berté, égalité, fraternité” - lema da Revolução), além do direito à propriedade.
A recusa do rei Luís XVI em aprovar a Declaração provoca novas manifestações populares.
Os bens do clero foram confiscados e muitos padres e nobres fugiram para outros países.
A instabilidade na França era grande.
Em junho de 1791 ocorreria uma tentativa de fuga da família real para a Áustria, terra de
nascimento da rainha Maria Antonieta. Detidos a poucos quilômetros da fronteira, eles seriam
reconduzidos para o palácio parisiense, apenas para serem presos pouco depois sob a acusa-
ção de conspiração contra o Estado.
A Constituição ficou pronta em setembro de 1791. Dentre os muitos artigos podemos des-
tacar:
• o governo foi transformado em monarquia constitucional;
• o poder executivo caberia ao rei, limitado pelo legislativo, constituído pela Assembleia;
• os deputados teriam mandato de dois anos;
• o voto não teria caráter universal: só seria eleitor quem tivesse uma renda mínima (voto
censitário);
• suprimiu-se os privilégios e as antigas ordens sociais;
• confirmou-se a abolição da servidão e a nacionalização dos bens eclesiásticos;
• manteve-se a escravidão nas colônias;
• Instituição do habeas corpus.
Com a prisão do rei, o governo passou para as mãos do chamado Conselho Executivo Pro-
visório, liderado pelo advogado George-Jacques Danton. A Assembleia Nacional foi dissolvida
e substituída pela Convenção Nacional, cujo controle era disputado pelos jacobinos – defen-
sores da República e representantes da pequena e média burguesia - e pelos girondinos – po-
líticos moderados que procuravam negociar com a monarquia. Em 22 de setembro, foi procla-
mada a República e, em 21 de janeiro do ano seguinte, Luís XVI foi executado na guilhotina.
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A partir da imagem, assinale a opção que caracteriza corretamente como o processo revolu-
cionário é apresentado na caricatura.
a) Como o resultado do programa iluminista de emancipação do gênero humano pelas luzes
da Razão.
b) Como a vitória do povo e da Guarda Nacional contra o absolutismo defendido pelo Primeiro
e Segundo Estados.
c) Como um conflito entre católicos e calvinistas, pela defesa das terras e dos castelos franceses.
d) Como a expressão do descontentamento popular em relação aos privilégios do clero.
e) Como o combate do Terceiro Estado contra exércitos estrangeiros invasores.
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Letra b.
Se ficou na dúvida entre “a” ou “b” quero lhe dizer que a Revolução Francesa não libertou os
escravos no Haiti (veremos sobre isso mais adiante) e não garantiu universalidade se quer na
França, pois apenas os homens teriam direitos de primeira geração (direitos políticos). Além
disso, a imagem e sua legenda possibilitam entender que derrubavam o absolutismo, repre-
sentado pela hidra aristocrática.
Querido(a), é daí que surge a noção de direita x esquerda tão comumente utilizada nos
nossos dias.
Assim, foi instalada a ditadura jacobina que introduziu novidades na Constituição como:
• Voto universal e não censitário;
• Fim da escravidão na colônias;
• Congelamento de preços de produtos básicos como o trigo;
• Instituição do Tribunal Revolucionário para julgar os inimigos da Revolução.
Nessa altura, foram ordenadas a morte, pela guilhotina, de várias pessoas que eram contra
a revolução. As execuções tornaram-se um espetáculo popular, pois aconteciam diversas ve-
zes ao dia num ato público.
O próprio rei Luís XVI foi morto desta forma em 1793. Meses depois a rainha Maria Antonie-
ta também foi guilhotinada. Essa fase, entre 1793 e 1794, é conhecida como “O Terror”.
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A Lei dos Suspeitos aprovava a prisão e a morte cruel dos antirrevolucionários. Nessa
mesma altura, as igrejas eram encerradas e os religiosos obrigados a deixar seus conventos.
Aqueles que recusavam eram executados. Além da guilhotina, os suspeitos eram afogados no
rio Loire.
Em abril de 1793, foi criado o Comitê de Salvação Pública, que convocaria cerca de 300 mil
homens para a guerra. Além disso, foi criado o Tribunal Revolucionário, que julgaria diversos
suspeitos de traição. Era o início da época do chamado Terror, que até 1794 executaria cerca
de 35 mil pessoas, entre elas a antiga rainha Maria Antonieta e o próprio George-Jacques Dan-
ton.
Para os ditadores, essas execuções eram uma forma justa de acabar com os inimigos.
Essa atitude causava terror na população francesa que se voltou contra Robespierre e o acu-
sou de tirania.
Nessa sequência, após ser detido, também Robespierre foi executado na ocasião que ficou
conhecida como “Golpe do 9 Termidor”, em 1794.
A fase do Diretório dura cinco anos de 1794-1799 e se caracteriza pela ascensão da alta
burguesia, os girondinos, ao poder. Recebe este nome, pois eram cinco diretores que governa-
vam a França neste momento.
Inimigos dos jacobinos, seu primeiro ato é revogar todas as medidas que eles haviam feito
durante sua legislação. No entanto, a situação era delicada. Os girondinos atraíram a antipatia
da população ao revogar o congelamento de preços, por exemplo.
Vários países europeus como a Inglaterra e o Império Austríaco ameaçavam invadir a Fran-
ça a fim de conter os ideais revolucionários. Por fim, a própria nobreza e a família real no exílio,
buscavam organizar-se para restaurar o trono. Diante desta situação, o Diretório recorre ao
Exército, na figura do jovem e brilhante general Napoleão Bonaparte para conter os ânimos
dos inimigos. Desta maneira, Bonaparte dá um golpe (o 18 Brumário) em que instaura o Con-
sulado, um governo mais centralizado que traria paz ao país por alguns anos. Chegava ao fim
o processo da Revolução Francesa para dar início ao que os historiadores convencionaram
chamar de Era Napoleônica.
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Letra b.
A história do instituto do Habeas Corpus está diretamente ligada à histórica luta pela efetiva-
ção dos direitos humanos. O writ de Habeas Corpus de 1679 é um documento unanimemente
colocado à base da democracia moderna, considerado um marco da inscrição das liberdades
individuais no seio de uma sociedade marcadamente absolutista, como era a sociedade ingle-
sa do século XVII.
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Um dos atos mais importantes de Napoleão como Cônsul foi retomar o diálogo com a Igre-
ja Católica, rompido durante a revolução. Após várias semanas de negociação, a França assi-
nou com o Vaticano uma Concordata, em 1801. Neste tratado, a Igreja renunciava a reivindicar
as propriedades eclesiásticas que haviam sido confiscadas pelos revolucionários. Por outro
lado, o governo teria o poder de nomear bispos e o clero seria pago pelo Estado.
Com apoio da sociedade francesa, Napoleão promulgou em 1804 a Constituição do ano
XII. Esta implantou a substituição do regime consular pela monarquia e inaugurou o Império
Francês. Bonaparte conseguiu a aprovação desta Carta Magna em plebiscito.
Em 1804, Napoleão recebe o título de Napoleão I, Imperador dos Franceses. A fim de inau-
gurar uma nova era, a cerimônia ocorreu em Paris, na Catedral de Notre-Dame e não em Reims,
onde eram tradicionalmente coroados os monarcas franceses. A coroação ocorreu em meio à
guerra da França contra a Terceira Coligação Antifrancesa, formada em 1803 pela Grã-Breta-
nha, Rússia e Áustria.
Em 1804 é instituído o Código Civil Napoleônico, que institucionaliza as transformações da
Revolução Francesa. Com o novo código, Napoleão garantiu o apoio da burguesia, do exército
e dos camponeses. O Código Civil estabelecia a igualdade perante a lei, a garantia do direito
de propriedade e ratificava a reforma agrária ocorrida na Revolução Francesa. Também asse-
gurava a separação entre a Igreja e o Estado e eliminava os privilégios feudais.
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A primeira guerra napoleônica ocorreu contra a Segunda Coligação, formada em 1798 pela
Grã-Bretanha, Áustria, Rússia, Portugal, Império Otomano e Reino de Nápoles. Por embaraços
diplomáticos, a Rússia saiu desta coligação.
Em 1800, a França derrotou a Áustria na batalha de Marengo e, em 1802, a Grã-Bretanha e
a França assinam a Paz de Amiens. A guerra, contudo, levou a França à uma nova crise finan-
ceira, o que foi amenizado com a criação do Banco da França. O banco exercia o controle da
emissão de papel-moeda, contribuindo para reduzir a inflação.
A França, tendo a Espanha como aliada, derrotou as tropas da Áustria e da Rússia nas ba-
talhas de Ulm e Austerlitz. Na batalha de Trafalgar, pelo mar, contudo, as tropas francesas e
espanholas foram dizimadas pelos britânicos.
Em 1806, o imperador Napoleão derrotou o Sacro Império Romano-Germânico e criou a
Confederação do Reno, que reunia a maioria dos estados alemães e se autoproclamou protetor
deste Estado. Diante desta vitória, Grã-Bretanha, Rússia e Prússia formam a Quarta Coligação.
Dessa vez, o exército da Prússia foi derrotado rapidamente na Batalha de Iena e os russos
em 1807 nas batalhas de Eylau e Friedland. Por conta dessas últimas batalhas, foi assinado o
Tratado de Tilsit, neste mesmo ano, pelo qual os russos tornavam-se aliados dos franceses.
Com a derrota da Quarta Coligação, Napoleão Bonaparte tornou-se o grande senhor da Eu-
ropa Continental. Para administrar tantos territórios, alguns foram entregues a seus familiares.
Seus irmãos José, Luís e Jerônimo, foram coroados reis de Nápoles, Holanda e Vestfália, res-
pectivamente. Já as suas irmãs Elisa, Carolina e Pauline, reinaram sob territórios na Península
Itálica.
As vitórias bélicas de Napoleão no continente europeu não atingiram o comércio exterior
da Inglaterra, que possuía uma excelente esquadra. Os ingleses preocupavam-se com a con-
corrência comercial com a França e com possibilidade de expansão do levante das camadas
populares contra a burguesia.
A França, por sua vez, precisava consolidar os mercados consumidores na Europa sob o
domínio inglês. Como maneira de enfraquecer a Grã-Bretanha, Napoleão impõe o Bloqueio
Continental, proibindo os países europeus de comprarem produtos britânicos. Querido(a),
o Bloqueio Continental é constantemente cobrado nas provas da FGV. Por isso, guarde essa
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informação com muito zelo. Mais adiante, na aula VI, veremos como esse bloqueio contribuiu
para o processo de independência do Brasil
A esquadra britânica, contudo, conseguiu comercializar produtos com o continente america-
no e impedia negócios desses com a França. Já os países europeus, pressionavam para conse-
guir exportar seus produtos primários e obter os manufaturados produzidos na Inglaterra.
A situação culminou com o rompimento de acordos comerciais e, em 1809, formou-se a
Quinta Coligação, integrada pela Grã-Bretanha e Áustria. Os russos também romperam o acor-
do com a França e foram invadidos, mas o exército francês sucumbiu ao inverno. Dos 450
mil homens que marcharam em direção à Rússia, 150 mil permaneceram na base de apoio na
Polônia, mas somente 30 mil daqueles que invadiram o país sobreviveram.
Com o fracasso da campanha napoleônica na Rússia, formou-se a Sexta Coligação em
1813. Uniram-se contra a França: Prússia, Áustria e Grã-Bretanha. Em março de 1813, Napo-
leão Bonaparte foi derrotado na batalha de Leipzig e um ano depois, os exércitos dos aliados
da Sexta Coligação tomam Paris. Napoleão foi condenado a prisão na Ilha de Elba.
Entretanto, com apoio dos mil homens que integravam a sua guarda pessoal, Napoleão Bo-
naparte deixou a Ilha de Elba e avançou em direção a Paris. A resistência foi inútil, pois o batalhão
enviado por Luís XVIII recusa-se aprisioná-lo. Com apoio dos soldados, Napoleão tomou Paris e
iniciou o chamado Governo dos Cem Dias. Já Luís XVIII (1755-1824), fugiu para a Bélgica.
As nações vencedoras se reuniram no Congresso de Viena para discutir como seria a Eu-
ropa após as guerras empreendidas por Napoleão. O Congresso de Viena ocorreu entre 11 de
novembro de 1814 e 9 de junho de 1815 e reorganizou a Europa após as guerras napoleônicas.
Além disso, foram tomadas decisões que atingiram o Brasil, como a entrega da Guiana para a
França e a condenação do tráfico de pessoas escravizadas.
Como vimos, Napoleão havia sido enviado para a Ilha de Elba e o rei Luís XVIII reconduzido
ao trono. Tem-se início o Terror Branco, em que a aristocracia e o alto clero voltam à cena polí-
tica e aproveitam para se vingarem dos republicanos.
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Pelo Congresso, foi exigida a devolução das terras confiscadas pelos camponeses durante
a Revolução. Por isso, começam as revoltas, massacres e perseguições.
A notícia da volta de Bonaparte caiu como uma bomba em Viena. Foi formada, então, a Sé-
tima Coligação e os exércitos se enfrentaram na Batalha de Waterloo, na Bélgica. Derrotado,
Napoleão Bonaparte abdica do trono da França e é exilado na ilha de Santa Helena, na costa
da África, e morreu em 1821.
Antes mesmo da realização do Congresso de Viena, o Imperador russo Alexandre I propôs
a criação da Santa Aliança. Esta foi formada pela Prússia, Áustria e Rússia. Posteriormente,
a Grã-Bretanha seria incorporada.
As prioridades do Congresso de Viena foram acabar com os vestígios da Revolução Fran-
cesa e da Era Napoleônica. A intenção era redesenhar as fronteiras da França, Península Itálica
e dos estados alemães, e restaurar a família Bourbon na França, Espanha e no Reino de Nápo-
les.
Da mesma maneira foram debatidos temas como a abolição do tráfico de escravos e do
uso da mão de obra escrava nas colônias americanas. Por isso, ficou decidido que estas qua-
tro nações seriam as responsáveis pelas decisões sobre o futuro dos territórios que haviam
sido conquistados por Napoleão Bonaparte.
Entre as principais decisões do Congresso de Viena estão a reorganização territorial euro-
peia e o isolamento da França como forma de evitar novas guerras.
A Grã-Bretanha recebeu como compensação os territórios ocupados pela França, como
Ilhas Maurício, Tobago e Santa Lúcia. Por parte da Holanda lhe foi cedido o Ceilão; e da Espa-
nha, a ilha de Trinidade. Também incorporou algumas ilhas como Malta e as Jônicas ao seu
reino. A Grã-Bretanha foi a grande vitoriosa com a derrota de Napoleão Bonaparte. Uma vez
concluída a paz, os britânicos impulsionaram o seu desenvolvimento industrial e partiram para
conquistar novos territórios.
Através do Tratado de Paris, a dinastia Bourbon voltou a reinar na França, na pessoa de
Luís XVIII, irmão de Luís XVI. Parte do território francês ficou ocupado pela Santa Aliança por
três anos e a França teve que pagar indenização aos vencedores. Quanto ao território, o país
voltou às fronteiras de 1791. Ainda assim, recebeu de volta a Guiana, de Portugal; Guadalupe,
da Suécia; Martinica e a Ilha de Bourbon (atual Reunião), da Grã-Bretanha.
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A Áustria, junto à Grã-Bretanha, foi a grande potência europeia após o conflito. Ocupou os
territórios do norte na Península Itálica, como Veneza, Lombardia e Milão, além de três provín-
cias da Ilíria, Dalmácia e o porto de Cattaro.
Bonaparte havia extinguido um dos mais antigos impérios do mundo: o Sacro Império Ro-
mano-Germânico. Durante o Congresso de Viena, para contentar as demandas territoriais do
Império Russo e da Áustria, foi criada a Confederação Alemã. Assim, a quantidade de estados
alemães passou de 300 para 39.
Por sua vez, a Prússia incorporou uma série de estados alemães e tornou-se o mais forte
país de cultura germânica. Recebeu metade da Saxônia, o Grão-ducado de Berg, parte do Du-
cado da Vestfália, e algumas cidades como Colônia, Trèves e Aachen. De igual maneira congre-
gou parte da Pomerânia sueca e anexou territórios poloneses.
A Rússia ocupou a maior parte da Polônia como o Grão-Ducado da Varsóvia. Por sua vez,
a Cracóvia tornou-se um território livre, sob a proteção de Rússia, Áustria e Prússia. Também
foram anexados à Áustria a Galiza, da Polônia; mas o Tirol e Salzburgo foram repassados aos
territórios alemães. A Finlândia e a Bessarábia (atual Moldávia) foram mantidas dentro do ter-
ritório russo. Desse modo, a Polônia perdeu sua independência e foi dividida entre a Rússia e
a Prússia.
Várias regiões da Península Itálica haviam sido repartidas entre os irmãos de Napoleão
Bonaparte. Por isso, foi decidido restaurar as antigas dinastias nos seus tronos e criar novos
estados. Assim, o rei Fernando IV, que reinava sobre Nápoles e Sicília, voltou a ser reconhecido
como soberano com a união dos seus dois reinos, agora chamados Reino das Duas Sicílias.
A Áustria, querendo garantir sua saída para o mar, ocupou vários territórios na costa e no norte
italiano. O Reino da Sardenha incorporou a República de Gênova a fim de formar um Estado
forte que pudesse isolar a França. Mais curioso foi o caso da ex-esposa de Napoleão, a Impe-
ratriz Maria Luísa, que se tornou duquesa de Parma, Piacenza e Guastella e em troca, o filho de
ambos, Napoleão II, foi levado para ser educado na corte vienesa.
Para participar do Congresso de Viena, a corte portuguesa declarou a elevação do Brasil a
Reino Unido de Portugal e Algarves. Neste momento, o Brasil deixa de ser formalmente uma
colônia. Portugal teve que desocupar a Guiana e este território voltou à França.
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Na Espanha foi restabelecido o reinado de Fernando VII, que havia abdicado a favor de Na-
poleão Bonaparte. O país perdeu a ilha de Trinidade, no Caribe, para a Grã-Bretanha.
As nações participantes do Congresso de Viena criaram uma nova organização política
europeia, substituindo o Tratado de Utrecht, em 1713. Para solucionar as ocupações ocorridas
durante o Império Napoleônico, entre 1815 e 1822, surgiu uma ordem baseada na cooperação
de estados, modelo que aparecia pela primeira vez na história.
O novo sistema buscava equilibrar o poderio das nações europeias, realizando uma política
de aliados e compensações territoriais. Nesse sentido, o Congresso de Viena foi eficiente, pois
a Europa só entraria numa guerra total um século mais tarde com a Primeira Guerra Mundial
em 1914.
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Letra c.
O Código Civil Napoleônico, e o Bloqueio Continental, é um dos temas mais cobrados quando
se trata do período napoleônico. Fique atento(a).
Querido(a), na nossa aula III, tratamos das independências das colônias latino-america-
nas. Confira no tópico “3.4 A política econômica mercantilista; a crise do sistema colonial e a
independência no continente americano.” A banca quis enfatizar a independência dos Estados
Unidos no contexto das chamadas Revoluções Burguesas.
Como já estudamos essa temática, aprofundarei o estudo agora enfocando nos seus prin-
cipais líderes. Diversas foram as lideranças coloniais que se envolveram com o processo de
independência da América Latina. Destacaremos quatro nomes aqui: Toussaint Louverture,
Simon Bolívar, José de San Martin e José Martí. Cada uma destas figuras trazia um projeto
particular de nação, que veremos a seguir. Ah! À título de curiosidade, a Taça Libertadores da
América tem esse nome em homenagem a esses líderes, incluído aí Dom Pedro, que promove-
ram a independência da América-Latina.
Antes de seguirmos, observe o mapa com as datas da Independências dos Países da Amé-
rica-Latina:
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ça esteve dominada pelas classes populares, o governo metropolitano decidiu acabar com a
escravidão em todas as suas colônias.
A essa altura, a população de escravos haitiana já havia conquistado sua liberdade. Con-
tudo, as lutas responsáveis pela consolidação dessa nova realidade estariam longe de chegar
ao seu fim. No ano de 1801, Louverture empreendeu uma nova mobilização que estendeu a
liberdade para os escravos da região da ilha colonizada pelos espanhóis, que hoje corresponde
à República Dominicana. Nesse período, Napoleão Bonaparte assumia a França e se mostrou
contrário a perda desse importante domínio colonial.
No ano de 1803, Bonaparte enviou um grande exército que, sob o comando de Charles
Leclerc, conseguiu deter Toussaint Louverture. Logo em seguida, o líder revolucionário acabou
falecendo em uma prisão francesa. Apesar desse grande revés, os revolucionários haitianos
contaram com a liderança de Jacques Dessalines para derrotar as forças do exército francês
e, finalmente, proclamar a independência do Haiti. Logo em seguida, Dessalines foi alçado à
condição de imperador do novo país.
Somente no ano de 1806, quando Dessalines foi traído e assassinado por Alexandre Pétion
e Henri Christophe, o Haiti passou a adotar o regime republicano. Acontece que a elite, com-
posta por mulatos, ficou insatisfeita com a nova política instalada no país, e, em 1806, tomou o
poder após o assassinato de Dessalines. O Haiti teve sua administração fragmentada. Assim,
o norte ficou sob domínio de Henri Christophe e o sul foi governado por Alexandre Pétion. So-
mente em 1820, sob o governo de Jean-Pierre Boyer, o país foi unificado.
O reconhecimento da independência daquele país só aconteceria no ano de 1825, quando
o governo francês recebeu uma indenização de 150 milhões de francos. Depois disso, mes-
mo vivenciando diversos problemas, a notícia da independência no Haiti inspirou a revolta de
escravos em diferentes regiões do continente americano.
No entanto, ao longo do século XIX, o Haiti entra na mira dos Estados Unidos, receosos de
que a República de ex-escravos, tão próxima da Flórida, motivasse os escravos norte-america-
nos a promover uma revolução semelhante em seu território.
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chegou a ser homenageado com uma nação batizada com seu nome, a Bolívia.
Nascido em Caracas, dentro de uma família abastada, Simón Bolívar fazia parte da elite
criolla. Realizou diversas viagens e estudou na Europa, onde teve um contato mais próximo
com obras de autores iluministas. Ao retornar para a América, fez parte de redes compostas
por membros das elites que também almejavam a ruptura com a Espanha.
Entre derrotas, fugas, alianças e, por fim, vitórias, participou da emancipação da Venezue-
la, Colômbia, Equador e Peru. Defendia a república enquanto forma de governo e acreditava
que todas estas nações hispânicas emancipadas deveriam reunir-se em um só Estado para
que pudessem garantir sua independência e formar uma nação forte, uma Pátria Grande.
Seu plano, que foi apresentado e rejeitado no Congresso do Panamá em 1826, não deu
certo por diversos fatores. As elites latinas não tinham interesse em se submeter ao poder de
um governo central e distante, os EUA eram contra a ideia de uma nação forte que pudesse
impedir suas pretensões expansionistas, e para a Inglaterra poderia ser uma ameaça à sua
economia. Por conta disso, o termo bolivarianismo é evocado quando alguém quer falar sobre
a soberania latino-americana.
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1.1.11. José Martí
Já no final do século XIX, mais precisamente em 1895, enquanto Cuba tornava-se indepen-
dente, morreu um dos principais líderes envolvidos neste processo: José Martí.
Vivendo em um período diferente das figuras citadas anteriormente, ele trazia caracterís-
ticas também distintas, como a ligação e valorização da cultura latino-americana. Também
estudou na Espanha e ao regressar para a América envolveu-se cada vez mais com a causa
emancipacionista.
Ele morreu em 19 de maio de 1895, baleado por militares espanhóis. Nesse mesmo ano,
com o apoio dos EUA, a ilha de Cuba se tornou independente, mas ficou à mercê dos interesses
estadunidenses por muitos anos. Dentre todos os libertadores citados, Martí é quem tinha as
ideias que mais se aproximavam do que se pode chamar de um governo popular.
Contemporâneo de Bolívar, José de San Martín foi também um líder militar que participou
com outras lideranças dos processos de independência do Chile, da Argentina e do Peru.
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Letra e.
A independência das colônias espanholas foi um processo que se desenvolveu no início do
século XIX, comandada pelas elites agrárias, os criollos. Teve como estopim a ocupação da
Espanha pelas tropas de Napoleão Bonaparte. Apesar da participação popular e da adoção do
regime republicano em quase todos os países nascentes, as camadas populares foram man-
tidas marginalizadas.
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grande exército nacional composto por pessoas que lutavam pela “nação francesa” e identi-
ficavam-se como membros de um só “corpo nacional”, de uma só pátria. Além disso, noções
como “povo”, fronteiras nacionais e herança cultural (incluindo a língua) dão suporte para a
ideologia nacionalista.
1.1.14. Unificação Alemã
A partir da segunda metade do século XIX, o território que hoje corresponde à Alemanha
passou por um processo de unificação territorial, o que garantiu o surgimento do Império Ale-
mão sob a liderança da Casa de Hohenzollern. A Prússia liderou esse processo por meio das
ações tomadas por Otto von Bismarck como primeiro-ministro prussiano. A unificação alemã
também foi responsável pela alteração da balança de poder na Europa no final do século XIX.
Na segunda metade do século XIX, a região correspondente à Alemanha era formada por
uma série de pequenos reinos e ducados que possuíam uma mesma raiz cultural, mas que não
eram politicamente unificados. As duas forças hegemônicas existentes nessa região, então
conhecida como Confederação Germânica, eram a Prússia, liderada pela dinastia dos Hohen-
Desde o começo do século XIX, já havia ideais nacionalistas que defendiam a unificação
dessa região. Esses ideais ganharam força a partir das revoluções liberais de 1848, as quais,
no caso da Alemanha, levaram a uma série de movimentos de unificação, sob ideais demo-
cráticos e liberais, mas que, no entanto, fracassou em obter a união desse território em um
Estado-nação.
e da busca pela formação de um Estado-nação a partir de uma unificação territorial. Esse pro-
cesso foi encabeçado pela Prússia, região mais desenvolvida nessa época, que via nele uma
forma de garantir seu desenvolvimento econômico. Os prussianos defendiam ainda que, nessa
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A Primavera dos Povos foi uma série de conflitos ocorridos em alguns países da Europa, em
1848. De cunho liberal, nacionalista e socialista, a também chamada Revolução de 1848 teve
início na França.
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Ao final desse processo, o mapa europeu passou por uma série de transformações, com a
qual a unificação alemã redefiniu a balança de poder existente na Europa, marcou as decadên-
cias da Áustria e da França na posição de potências e, ao mesmo tempo, afirmou o surgimento
da Alemanha como potência econômica e militar. As consequências dessas mudanças produ-
ziram o primeiro conflito do século XX: a Primeira Guerra Mundial.
O projeto de unificação da Alemanha iniciou-se com as ambições prussianas em relação
aos ducados dinamarqueses de Holstein e Schleswig. A guerra da Prússia contra os dinamar-
queses ficou conhecida como Guerra dos Ducados e teve início quando a Dinamarca quebrou
um acordo realizado com a Prússia e a Áustria em 1852, em Londres.
Nesse acordo de 1852, a Dinamarca havia concordado em garantir a autonomia política
para os ducados de Holstein e Schleswig. No entanto, uma nova constituição promulgada pela
Dinamarca, em 1863, decretou a redução da autonomia política desses ducados. Dessa forma,
isso foi utilizado pela Prússia como pretexto para realizar a invasão do território dinamarquês.
Os prussianos, então, fizeram um acordo com a Áustria e, juntos, atacaram a Dinamarca e con-
quistaram os ducados.
Ao final da guerra, os alemães ficaram com o controle de Schleswig, e os austríacos, com
Holstein. A divisão dos ducados dinamarqueses acabou gerando um desentendimento entre
Áustria e Prússia, o que levou as duas nações à guerra. A guerra contra a Áustria era desejada
por Bismarck, que, antes desse conflito, agiu habilmente e obteve o apoio italiano e a neutrali-
dade francesa.
A Guerra Austro-Prussiana também teve rápido desfecho e resultou na vitória prussiana
sobre os austríacos. O apoio italiano foi extremamente importante, pois dividiu as forças aus-
tríacas e enfraqueceu suas posições no norte. A superioridade de tecnologia militar e a melhor
estratégia de batalha, formulada por Moltke, também garantiram o êxito dos prussianos nessa
guerra.
Com essa vitória, os prussianos adquiriram boa parte dos territórios germânicos que ha-
viam apoiado os austríacos durante a guerra. Além disso, esse novo cenário possibilitou que a
Áustria fosse excluída de participar de qualquer assunto debatido pela Confederação Germâ-
nica. Os austríacos também foram obrigados a pagar uma indenização de guerra aos prussia-
nos.
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Por fim, a Prússia envolveu-se em um conflito contra a França, que ficou conhecido como
Guerra Franco-Prussiana. Essa guerra foi causada, primeiramente, pelo temor dos prussianos
a uma possível ambição francesa por estados germânicos no sul, que não haviam sido, até
então, anexados. O estopim do conflito foi o desentendimento provocado pela questão da su-
cessão do trono espanhol.
A guerra entre França e Prússia começou em meados de 1870 e estendeu-se até o início de
1871, tendo como desfecho uma vergonhosa derrota para os franceses. Novamente, a supe-
rioridade de armamentos e de estratégia militar garantiu a vitória prussiana. A derrota francesa
resultou em grande humilhação ao país, conforme afirma Armando Vidigal:
Os termos do armistício foram duros, pois o objetivo prussiano era deixar a França enfra-
quecida por muitos anos. A Alemanha anexou a Alsácia e a Lorena germânica (incluindo) Metz;
a França comprometeu-se a pagar uma indenização de 5 bilhões de francos e a arcar com os
custos da ocupação alemã das províncias do norte até que a indenização fosse paga. Paris
não chegou a ser ocupada, mas sofreu a humilhação de uma marcha triunfal alemã ao longo
dos Campos Elísios.
A partir da vitória na Guerra Franco-Prussiana, a unificação alemã foi concluída e, assim,
foi formado o Segundo Reich, ou Segundo Império Alemão, com a proclamação de Guilherme
I como kaiser, ou seja, imperador. Otto von Bismarck seguiu como primeiro-ministro após o
surgimento do Império Alemão.
A unificação alemã alterou completamente as estruturas de poder existentes na Europa,
vigentes desde o Congresso de Viena de 1814 e 1815. A Alemanha transformou-se na nação
hegemônica do continente europeu, e o desfecho da Guerra Franco-Prussiana amargou as re-
lações entre as duas nações. Por todo esse continente, espalhou-se uma tensão que, décadas
depois, desembocaria no início da Primeira Guerra Mundial.
A Península Italiana era formada por diferentes reinos, ducados, repúblicas e principados
muito distintos entre si. Ao norte, parte do território estava ocupado pelos austríacos. Cada
um tinha sua própria moeda, sistema de pesos e medidas, e adunas. Até mesmo o idioma era
diferente em cada uma destas regiões.
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França foi aliada da unificação, agora era contrária ao movimento por temer o surgimento de
Um movimento paralelo, traçado pela Prússia, tentava promover a Unificação Alemã, a qual
a França também era contrária e, para tanto, contava com o apoio da Áustria. As disputas
Austro-prussiana. Aliado da Prússia, a Itália recebeu Veneza, mas foi obrigada a ceder Tirol,
entrar em Roma devido à derrota dos franceses naquela guerra. Ao fim do processo, a Itália
Quando Roma foi anexada em 1870, o Papa Pio IX (1792-1878) declarou-se prisioneiro na
aos católicos de participarem da eleição que votaria o novo parlamento. Este desencontro
entre o governo italiano e Vaticano foi denominado “Questão Romana”. O problema perdurou
até 1920 e foi solucionado com a assinatura do Tratado de Latrão durante o governo de Benito
Mussolini.
Pelo tratado, o governo indenizaria a Igreja Católica pela perda de Roma, lhe concedia a so-
berania sobre a Praça de São Pedro e reconhecia o Estado do Vaticano como uma nova nação
cujo Chefe de Estado era o Papa. Por sua parte, o pontífice reconhecia a Itália e seu governo
A unificação da Itália fez surgir um Estado unido territorialmente sob a monarquia cons-
titucional. Desta maneira, o país iniciou sua expansão territorial para a África. Esta atitude
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Letra d.
Ao contrário do que afirma a sentença, Vítor Emanuel II foi declarado rei da Itália em 1861.
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meçou a experimentar um crescimento sustentado sem precedentes históricos, com uma boa
renda média. Veja o conceito:
Revolução Industrial: foi a transição para novos processos de manufatura no período entre
1760 a algum momento entre 1820 e 1840. Esta transformação incluiu a transição de métodos
de produção artesanais para a produção por máquinas, a fabricação de novos produtos quími-
cos, novos processos de produção de ferro, maior eficiência da energia da água, o uso crescen-
te da energia a vapor e o desenvolvimento das máquinas-ferramentas, além da substituição da
madeira e de outros biocombustíveis pelo carvão 3, mais tarde, pelo petróleo. A revolução teve
início na Inglaterra e em poucas décadas se espalhou para a Europa Ocidental e os Estados
Unidos.
Antes da Revolução Industrial, a atividade produtiva era artesanal e manual (daí o termo
manufatura), no máximo com o emprego de algumas máquinas simples. Dependendo da esca-
la, grupos de artesãos podiam se organizar e dividir algumas etapas do processo, mas muitas
vezes um mesmo artesão cuidava de todo o processo, desde a obtenção da matéria-prima até
à comercialização do produto final. Esses trabalhos eram realizados em oficinas nas casas
dos próprios artesãos e os profissionais da época dominavam muitas (se não todas) etapas
do processo produtivo.
Com a Revolução Industrial os trabalhadores perderam o controle do processo produtivo,
uma vez que passaram a trabalhar para um patrão (na qualidade de empregados ou operá-
rios), perdendo a posse da matéria-prima, do produto final e do lucro. Esses trabalhadores
passaram a controlar máquinas que pertenciam aos donos dos meios de produção os quais
passaram a receber todos os lucros. O trabalho realizado com as máquinas ficou conhecido
por maquinofatura.
Esse momento de passagem marca o ponto culminante de uma evolução tecnológica, eco-
nômica e social que vinha se processando na Europa desde a Baixa Idade Média, com ênfase
nos países onde a Reforma Protestante tinha conseguido destronar a influência da Igreja Ca-
tólica: Inglaterra, Escócia, Países Baixos, Suécia. Nos países fiéis ao catolicismo, a Revolução
Industrial eclodiu, em geral, mais tarde, e num esforço declarado de copiar aquilo que se fazia
nos países mais avançados tecnologicamente: os países protestantes.
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Como vimos na nossa última aula, A Revolução Industrial, iniciada na Grã-Bretanha, in-
tegrou o conjunto das chamadas Revoluções Burguesas do século XVIII. Essas revoluções
foram responsáveis pela crise do Antigo Regime, na passagem do capitalismo comercial para
o industrial. Os outros três movimentos que a acompanham são as Revoluções Inglesas, a In-
dependência dos Estados Unidos e a Revolução Francesa que, sob influência dos princípios
iluministas, assinalam a transição da Idade Moderna para a Idade Contemporânea.
Com a evolução do processo, no plano das Relações Internacionais, o século XIX foi mar-
cado pela hegemonia mundial britânica, um período de acelerado progresso econômico-tec-
nológico, de expansão colonialista e das primeiras lutas e conquistas dos trabalhadores.
Durante a maior parte do período, o trono britânico foi ocupado pela rainha Vitória (1837-
1901), razão pela qual é denominado como Era Vitoriana. Como consequência, a busca por
novas áreas para colonizar e descarregar os produtos Europeus, produziu uma acirrada disputa
entre as potências industrializadas. Essas disputas causaram diversos conflitos e um crescen-
te espírito armamentista que culminou na eclosão da Primeira Guerra Mundial (1914).
A Revolução Industrial ocorreu primeiramente na Europa devido a três fatores:
• os comerciantes e os mercadores europeus eram vistos como os principais manufa-
turadores e comerciantes do mundo, detendo ainda a confiança e reciprocidade dos
governantes quanto à manutenção da economia em seus estados;
• a existência de um mercado em expansão para seus produtos, tendo a Índia, a África,
a América do Norte e a América do Sul sido integradas ao esquema da expansão eco-
nômica europeia;
• o contínuo crescimento de sua população, que oferecia um mercado sempre crescente
de bens manufaturados, além de uma reserva adequada (e posteriormente excedente)
de mão de obra.
Entre 1760 a 1860, a Revolução Industrial ficou limitada, primeiramente, à Inglaterra. Houve
o aparecimento de indústrias de tecidos de algodão, com o uso do tear mecânico. Nessa épo-
ca o aprimoramento das máquinas a vapor contribuiu para a continuação da Revolução.
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O Reino Unido foi pioneiro no processo da Revolução Industrial por diversos fatores:
Pela aplicação de uma política econômica liberal desde meados do século XVIII. Antes
da liberalização econômica, as atividades industriais e comerciais estavam cartelizadas pelo
rígido sistema de guildas, razão pela qual a entrada de novos competidores e a inovação tec-
nológica eram muito limitados. Com a liberação da indústria e do comércio ocorreu um enorme
progresso tecnológico e um grande aumento da produtividade em um curto espaço de tempo.
O processo de enriquecimento britânico adquiriu maior impulso após a Revolução Inglesa,
que forneceu ao seu capitalismo a estabilidade que faltava para expandir os investimentos e
ampliar os lucros.
A Grã-Bretanha firmou vários acordos comerciais vantajosos com outros países. Um des-
ses acordos foi o Tratado de Methuen, celebrado com a decadência da monarquia absoluta
portuguesa, em 1703, por meio do qual conseguiu taxas preferenciais para os seus produtos
no mercado português.
A Grã-Bretanha possuía grandes reservas de ferro e de carvão mineral em seu subsolo,
principais matérias-primas utilizadas neste período. Dispunham de mão de obra em abundân-
cia desde a Lei dos Cercamentos de Terras, que provocou o êxodo rural. Os trabalhadores diri-
giram-se para os centros urbanos em busca de trabalho nas manufaturas.
A burguesia inglesa tinha capital suficiente para financiar as fábricas, adquirir matérias-pri-
mas e máquinas e contratar empregados.
Para ilustrar a relativa abundância do capital que existia na Inglaterra, pode se constatar
que a taxa de juros no final do século XVIII era de cerca de 5% ao ano; já na China, onde prati-
camente não existia progresso econômico, a taxa de juros era de cerca de 30% ao ano.
A burguesia inglesa era muito rica e durante muitos anos continuou ampliando seus negó-
cios de várias maneiras:
• financiando ataques piratas (corsários);
• traficando escravos;
• emprestando dinheiro a juros;
• pagando baixos salários aos artesãos que trabalhavam nas manufaturas;
• vencendo guerras;
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• comerciando;
• impondo tratados a países mais fracos.
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dade de remover sementes de algodão por um fator de 50. Grandes ganhos de produtividade
também ocorreram na fiação e tecelagem de lã e linho, mas não eram tão grandes quanto no
algodão.
Máquina a vapor - a eficiência dos motores a vapor aumentou, de modo que eles usaram
entre um quinto e um décimo do combustível. A adaptação de motores a vapor estacionários
ao movimento rotativo os tornou adequados para usos industriais. O motor de alta pressão
tinha uma alta relação potência/peso, tornando-o adequado para o transporte. A energia do
vapor sofreu uma rápida expansão após 1800.
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Fabricação de ferro - a substituição de coque por carvão reduziu bastante o custo de com-
bustível da produção de ferro gusa e ferro forjado. O uso de coque também permitiu a pro-
dução de altos fornos, resultando em economias de escala. O motor a vapor começou a ser
usado para bombear água e para propulsionar o ar de combustão em meados da década de
1750, permitindo um grande aumento na produção de ferro, superando a limitação da potência
da água. O cilindro de sopro de ferro fundido foi usado pela primeira vez em 1760. Máquinas-
-ferramentas - As primeiras máquinas-ferramentas foram inventadas. Estas incluíam o torno
de corte de parafuso, a máquina de perfuração de cilindros e a máquina de fresagem. As má-
quinas-ferramentas possibilitaram a fabricação econômica de peças metálicas de precisão,
embora tenham sido necessárias várias décadas para desenvolver técnicas eficazes.
As fábricas se espalharam rapidamente pela Inglaterra e provocaram mudanças profundas.
O modo de vida e a mentalidade de milhões de pessoas se transformaram, numa velocidade
espantosa. O mundo novo do capitalismo, da cidade, da tecnologia e da mudança incessante
triunfou.
As carruagens viajavam a 12 km/h e os cavalos, quando se cansavam, tinham de ser tro-
cados durante o percurso. Um trem da época alcançava 45 km/h e podia seguir centenas de
quilômetros. Assim, a Revolução Industrial tornou o mundo mais veloz. Como essas máquinas
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A segunda etapa ocorreu no período de 1860 a 1900, ao contrário da primeira fase, países
como Alemanha, França, Estados Unidos, Japão e Itália também se industrializaram. O empre-
go do aço, a utilização da energia elétrica e dos combustíveis derivados do petróleo, a invenção
do motor a explosão, da locomotiva a vapor e o desenvolvimento de produtos químicos foram
as principais inovações desse período.
No século XIX a Revolução Industrial chegou até a França e, com o desenvolvimento das
ferrovias, cresceu ainda mais. Em 1850, chegou até a Alemanha e só no final do século XIX; na
Itália e na Rússia, já nos EUA, o desenvolvimento industrial só se deu na segunda metade do
século XIX.
A modernização do Japão data do início da era Meiji, em 1867, quando a superação do feu-
dalismo unificou o país. O Estado se ligou à burguesia: o governo emprestava dinheiro para os
empresários que quisessem ampliar seus negócios, além de montar e vender indústrias para
as famílias ricas. O Estado japonês esforçava-se ao máximo para incentivar o desenvolvimento
capitalista e industrial.
A Revolução Industrial trouxe riqueza para os burgueses; porém, os trabalhadores viviam
na miséria. Muitas mulheres e crianças faziam o trabalho pesado e ganhavam muito pouco,
a jornada de trabalho variava de 14 a 16 horas diárias para as mulheres, e de 10 a 12 horas por
dia para as crianças.
Enquanto os burgueses se reuniam em grandes festas para comemorar os lucros, os traba-
lhadores chegavam à conclusão que teriam que começar a lutar pelos seus direitos.
O chamado Ludismo foi uma das primeiras formas de luta dos trabalhadores. O movimen-
to ludita era formado por grupos de trabalhadores que invadiam as fábricas e quebravam as
máquinas. Os ludistas conseguiram algumas vitórias como pressionar alguns patrões para
que não reduzissem os salários com medo de uma rebelião.
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Além do ludismo, surgiram outras organizações operárias, além dos sindicatos e das gre-
ves. Em 1830, formou-se na Inglaterra o movimento cartista. Os cartistas redigiram um docu-
mento chamado “Carta do Povo” e o enviaram ao parlamento inglês. A principal reivindicação
era o direito do voto para todos os homens (sufrágio universal masculino), mas somente em
1867 esse direito foi conquistado.
Thomas Malthus foi um economista inglês que afirmava que o crescimento da popula-
ção era culpa dos pobres que tinham muitos filhos e não tinham como alimentá-los. Para ele,
as catástrofes naturais e as causadas pelos homens tinham o papel de reduzir a população,
equilibrando, assim, a quantidade de pessoas e a de comida.
Além disso, Malthus criticava a distribuição de renda. O seu raciocínio era muito simples:
os responsáveis pelo desenvolvimento cultural eram os ricos e cobrar impostos deles para aju-
dar os pobres era errado, afinal de contas era a classe rica que patrocinava a cultura.
O Parlamento inglês (que aparentemente pensava como Malthus) adotou, em 1834, uma
lei que abolia qualquer tipo de ajuda do governo aos pobres. A desculpa usada foi a que aju-
dando os pobres, a preguiça seria estimulada. O desamparo serviria como um estímulo para
que eles procurassem emprego.
A revolução Industrial mudou a vida da humanidade. A vida nas cidades se tornou mais
importante que a vida no campo e isso trouxe muitas consequências: nas cidades os habitan-
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Nos Estados Unidos, durante a terceira etapa da Revolução Industrial, surgiu um modelo de
produção chamado Fordismo. O Fordismo recebeu este nome em homenagem ao seu criador,
Henry Ford. Este instalou a primeira linha de produção semi automatizada de automóveis no
ano de 1914. Esse modelo perduraria até meados da década de 1980.
Este sistema de produção em massa, denominado linha de produção, constituía-se em
linhas de montagem semiautomáticas, possibilitadas pelos pesados investimentos para o de-
senvolvimento de maquinários e instalações industriais. Para tanto, buscou a racionalização
do trabalho, com controle do tempo e dos movimentos dos trabalhadores, separando, na linha
de produção, o trabalho intelectual (realizados por encarregados e chefes de setores) do tra-
balho braçal.
O Taylorismo é uma teoria criada pelo engenheiro Americano Frederick W. Taylor (1856-1915),
que a desenvolveu a partir da observação dos trabalhadores nas indústrias. É anterior ao for-
dismo. O engenheiro constatou que os trabalhadores deveriam ser organizados de forma hie-
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Sobre esta nova modalidade de produção industrial, conhecida como “fordismo”, assinale a
afirmativa incorreta.
a) Acrescentou uma forte automação ao paradigma industrial taylorista, melhorando e acele-
rando o sistema produtivo.
b) Caracterizou-se por uma divisão de trabalho que englobava todas as etapas de produção.
c) Possibilitou a fabricação de produtos acessíveis ao mercado consumidor em massa.
d) Permitiu racionalizar o processo produtivo, diminuindo o tempo e os custos da montagem.
e) Agrupou as mesmas máquinas em setores específicos da fábrica, de forma a otimizar a
montagem.
Letra e.
Ao contrário, o fordismo dividiu a produção em etapas, setores. Exemplo: um setor ficaria res-
ponsável pela produção de chassis, outra por motores, outra pela lataria e outra pela monta-
gem. Assim, as máquinas eram divididas de acordo com o setor de produção.
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No início do século XIX a Europa exibia uma superioridade econômica quando comparada
com o resto do mundo. Assim, era responsável por metade da produção industrial mundial
sendo que Inglaterra, França e Alemanha os países mais industrializados do mundo. Detinha
83% da frota mercantil e era em solo europeu que se situavam os principais portos marítimos.
Controlava o comércio a nível mundial e por si só era responsável por cerca de 62% de todas
as trocas comerciais internacionais.
A superioridade europeia manifestava-se também no aspecto financeiro já que 80% de to-
dos os capitais investidos a nível mundial eram europeus e era na Europa que se situavam os
principais bancos.
Do ponto de vista demográfico, a Europa também mantinha uma superioridade considerá-
vel, sendo responsável por, num continente tão pequeno do ponto de vista geográfico, cerca de
1/4 da população mundial.
Na Europa se situavam os maiores centros urbanos, engrossados por uma população que
vivia cada vez mais e melhor, decorrente dos hábitos alimentares de qualidade crescente, de
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hábitos de higiene cada vez mais regulares, do acesso aos progressos da medicina em termos
de vacinação e tratamentos cada vez mais eficazes. A Europa foi, durante décadas e décadas,
ro, cultural, religioso. O velho continente demonstrava também uma superioridade científica e
cultural incrível bem visível nas principais academias de arte e literárias, bibliotecas, museus,
universidades situavam-se em solo europeu. Até 1914 todos os prêmios Nobel foram atribu-
ídos a europeus e a Europa orgulhava-se de exportar os seus estilos de vida, as suas modas,
culturas, línguas.
Já no final do século XIX, a Europa afirmou a sua supremacia por todo o mundo. Os co-
mineira.
europeia, em crescimento rápido, emigrava para os vários continentes. Fruto desta hegemonia,
europeias conduziram à eclosão da I Guerra Mundial que contribuiu para o declínio da influên-
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O imperialismo foi o domínio econômico e/ou político e/ou militar das potências industria-
lizadas do século XIX e meados do século XX sobre regiões de Ásia, África, Oceania e América.
O Objetivo da expansão imperialista estava na necessidade de matéria-prima e de mercado
consumidor para seus produtos industrializados.
A longo do século XIX, com a chamada Segunda Revolução Industrial, várias nações eu-
ropeias, mais os Estados Unidos e o Japão, ingressaram na busca por áreas de influência
que fossem capazes de atender suas demandas industriais e mercantis. Para tanto, usavam
a diplomacia, a corrupção de políticos e lideranças locais ou mesmo a violência, caso encon-
trassem resistência. A Guerra do Ópio (1839 e 1842) é exemplo disso. A Inglaterra entrou em
conflito com a China para manutenção do comércio da droga na região. Como resultado, pelo
Tratado de Nanquim (1842), os ingleses acabaram recebendo o controle de Hong Kong, ilha
que somente seria devolvida aos chineses em 1997.
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Tintim é um personagem dos quadrinhos criado pelo cartunista belga Hergé em 1929, e adaptado para a tv e o
cinema. Note os elementos usados no discurso tratando a “superioridade” da cultura ocidental.
Até 1870, havia um equilíbrio da divisão dos territórios do mundo entre as principais po-
tências do período: Inglaterra, França, Bélgica, Holanda, Portugal, Espanha e Estados Unidos.
Entretanto, as Unificações Italiana e Alemã geraram atritos pela (re)divisão do globo. É que a
situação de Itália e Alemanha, antes de suas respectivas unificações, era de uma industriali-
zação insipiente. Após suas unificações, desenvolveram suas indústrias e exigiram das outras
potências áreas para que também pudessem assegurar suas vendas e a busca de novos recur-
sos. Assim, em 1884/85, foi realizada a Conferência de Berlim.
Organizada e liderada pelo chanceler alemão, Otto von Bismarck, a Conferência de Berlim
definiu novos limites territoriais, dividindo o globo como se estivessem cortando um bolo. Es-
sas “fronteiras artificiais”, principalmente no continente africano, colocavam povos inimigos
em um mesmo território ou separavam sociedades que compartilhavam a mesma cultura; des-
consideravam aspectos físicos e culturais, tudo em prol do interesse europeu. De tal forma foi
o estrago, que a principal herança da presença europeia na África são os conflitos étnicos e a
miséria atuais.
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As intenções dessa diplomacia eram proteger os interesses econômicos dos Estados Uni-
dos na América Latina. A ideologia do Big Stick levou à expansão da Marinha dos Estados
Unidos e a um maior envolvimento dos Estados Unidos em questões internacionais. Tudo isso
conduziu à “diplomacia do dólar”, que se seguiu à administração Roosevelt e que pode ser en-
carada como uma versão tardia da “diplomacia das canhoneiras”.
Letra b.
A ideia dos Estados Unidos era de impedir o domínio imperialista de outras potências na Amé-
rica Latina que não fossem norte-americanas, apelando para o uso da força, inclusive com
intervenções militares, caso fosse necessário.
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Outra potência imperialista que surgiu um pouco mais tarde foi o Japão, passando a expan-
dir sua influência pela Ásia, disputando territórios com os Estados Unidos. Durante a Era Meiji,
no período de quarenta e cinco anos do Imperador Meiji, que se estendeu de 3 de fevereiro de
1867 a 30 de julho de 1912, o Japão conheceu uma acelerada modernização, vindo a consti-
tuir-se em uma potência mundial. Ao longo do século XX, se aproveitando do vazio de poder
deixado pelos países envolvidos na Primeira Guerra Mundial, o Japão se tornaria uma potência
militar e participaria efetivamente da Segunda Guerra Mundial.
Querido(a), preciso enfatizar que as disputas imperialistas foram o principal motivo da
eclosão da Primeira Guerra Mundial. Assim, todos os tópicos que se seguem têm ligação dire-
ta com conflitos de interesses estratégicos entre potências do Imperialismo.
Até a Conferência de Berlim, as disputas imperialistas se limitavam a territórios fora da
Europa, em outros continentes. Contudo, quando as disputas passam a ser por territórios no
interior da Europa, os ânimos se acirraram.
Querido(a), a Primeira Guerra Mundial foi resultado das disputas imperialistas entre as po-
tências industriais. Nesse sentido, todas as causas listas na sequência estão diretamente liga-
das aos interesses imperialistas. Vejamos:
Como vimos, a França perdeu o território da Alsácia-Lorena, rica em minério de ferro e car-
vão, para a Alemanha em 1871, quando ocorrera sua Unificação. Além disso, em 1905 houve
uma disputa intensa, opondo França e Inglaterra à Alemanha pelo controle do Marrocos, no
episódio que ficou conhecido como Crise ou Questão Marroquina. Pode-se dizer, inclusive,
que o evento foi um ensaio para a eclosão da Guerra em 1914 pois, por pouco, os envolvidos
não chegaram às vias de fato. Essa sucessão de eventos acabou alimentando um sentimento
antigermânico por parte dos franceses.
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Do final do século XIX até 1914, a população europeia vivenciou uma euforia das benesses
do capitalismo industrial. O desenvolvimento tecnológico e científico era celebrado nos salões
e cafés de Paris. Aliás, vários inventores e artistas realizavam exibições de suas descobertas
em eventos cheios de pompa. Foi nesse contexto que Santos Dumont realizou a demonstração
de seu 14 Bis.
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Tamanha era a euforia que acreditavam estar vivendo o ápice da evolução humana, com
perspectivas otimistas em relação ao futuro. Tanto que passaram a chamar o período de “Belle
Époque”. A questão é que, toda essa pujança econômica e cultural experienciada na Europa,
era resultado da exploração econômica de outras regiões do globo.
Por trás das cortinas, longe dos holofotes voltados para os inventos e a festejos, as potên-
cias imperialistas começaram a se armar. Essa corrida belicista fez com que governos inves-
tissem grande parte de suas riquezas em novas tecnologias de guerra, negociando a paz, mas,
se preparando para o enfrentamento.
Podemos dizer que, uma das razões de a Primeira Grande Guerra ter durado por longos
4 anos, foi a arrogância das nações envolvidas, crentes de que seus recursos militares eram
maiores e melhores que de seus adversários. Viviam a ilusão de possuir poderio bélico sufi-
ciente para vencer um conflito em poucos meses, quando a realidade demonstrou total equilí-
brio entre as forças confrontadas.
1.3.5. Pangermanismo
1.3.6. Pan-eslavismo
Querido(a), você já deve ter ouvido a expressão “O inimigo do meu inimigo é meu amigo”.
Pois a política de alianças estabelecida entre as potências imperialistas europeias foi exata-
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mente nesse molde. Inglaterra e França já viam a Alemanha como ameaça a seus interesses
desde a Questão Marroquina de 1905. Os ingleses se aliaram aos franceses porque viam o
desenvolvimento industrial e militar da Alemanha como ameaça a sua hegemonia. O Império
Austro-Húngaro mantinha o controle de parte da região dos Balcãs como espólio da decadên-
cia do Império Turco-Otomano, mas com dificuldades graças a existência do reino eslavo da
Sérvia, que recebia apoio da Rússia. Já a Itália buscava expandir suas fronteiras a leste. Para
que fique mais claro, nada melhor que a divisão didática das alianças estabelecidas:
• Tríplice Entente (acordo, contrato): Inglaterra, França e Rússia. Foi resultado de acordos
bilaterais anteriores: a Aliança Franco-Russa (1891), a Entente Cordiale, entre a França e
o Reino Unido (1904), e a Entente Anglo-Russa (1907).
• Tríplice Aliança: Constituída pelos Impérios Alemão, Italiano e Austro-Húngaro), foi for-
mada em 1882.
https://upload.wikimedia.org/wikipedia/ommons/0/0f/Triplice_Alian%C3%A7a_e_Entente.png
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O cenário da Guerra já estava delineado. Desde 1899, o kaiser Guilherme II adotou uma
postura mais agressiva para defender os interesses alemães. Chegou mesmo a desembarcar
no Marrocos, em 1905, durante a Crise Marroquina, e decretá-lo estado independente, num evi-
dente afrontamento à ingleses e franceses. A Europa se tornou um barril de pólvora à espera
de que seu estopim fosse aceso, como veremos a seguir.
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https://minionupucmg.wordpress.com/2017/08/20/as-aliancas-da-grande-guerra-parte-ii-triplice-alianca/
1.3.9. A Guerra
Dados mostram que 70 países se envolveram no conflito, mesmo que muitos destes te-
nham apenas integrado um dos grupos sem que fornecesse armas ou soldados para a logísti-
ca do confronto. Caso que pode exemplificar isso é o do Brasil, que declarou guerra aos países
da Tríplice Aliança em 1 de junho de 1917. No entanto, o governo brasileiro não encaminhou
soldados para os campos de batalha na Europa, mas enviou medicamentos e equipes de as-
sistência médica para ajudar os feridos da Tríplice Entente. Também participou realizando mis-
sões de patrulhamento no Oceano Atlântico, utilizando embarcações militares.
Cerca de dez países entraram na guerra em 1914 e, o restante, entrou no conflito nos anos
seguintes, como a Itália (1915) e os Estados Unidos (1917). Mas, juntando a população de
todos os países participantes, a soma foi de 800 milhões de pessoas, metade da população
mundial da época. Aproximadamente 20 países mantiveram-se neutros, a maioria do continen-
te americano.
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A fase inicial da guerra seria marcada pelo deslocamento dos exércitos no interior da Euro-
pa. A Alemanha realizou ataques contra a França, invadiu a Bélgica e caminharam rumo a Paris.
A capital e o governo francês foram transferidos para a cidade de Bordeaux, mas os franceses
conseguiram conter os ataques dos alemães, que recuaram a ofensiva em setembro de 1914.
Todos os países envolvidos no início da Grande Guerra nutriam a ilusão, como já falamos,
de que terminariam o conflito em poucos meses. Acreditavam, sinceramente, que suas forças
militares eram superiores à de seus adversários. Ledo engano. O equilíbrio de forças foi tama-
nho, inclusive com a entrada de novos países nos dois blocos.
Devido ao equilíbrio de forças, a preocupação dos países nessa fase foi o de manter suas
posições. Não tinham força suficiente para avançar sobre seus inimigos, ao mesmo tempo
em que os inimigos não tinham força para tomar suas posições. As trincheiras são resultado
desse equilíbrio.
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A situação dos soldados nas trincheiras era péssima. Se alimentavam mal, dormiam pou-
co, faziam suas necessidades nos cantos e estavam sujeitos a inúmeras doenças pelo conví-
vio com ratos
Nessa fase, os blocos beligerantes ficaram mais claros:
• Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro-Húngaro, Império Turco-Otomano e Bulgária)
• Tríplice Entente (França, Inglaterra, Rússia e Bélgica)
Algumas modificações dos participantes dos blocos precisam ser destacadas pois são
elas que irão gerar o desequilíbrio para o desfecho da Guerra. A Itália abandonou a Tríplice
Aliança ainda no início dos confrontos, se recusando a participar do conflito. Mas, em função
das promessas territoriais que recebeu, a Itália mudou de lado, entrando no conflito ao lado da
Tríplice Entente em 1915.
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As ofensivas da Tríplice Entente em 1918 marcam a terceira fase da Primeira Guerra Mun-
dial. O avanço dos exércitos sobre a Alemanha será possível graças a novas tecnologias de
guerra levadas à Europa pelos Estados Unidos. Novos tanques e a utilização de aviões em
bombardeios, além de cerca de 1,2 milhões de soldados norte-americanos, foram demais para
a fragilizada Alemanha.
Um último suspiro alemão se deu com o deslocamento da maioria de suas tropas para a
frente ocidental, em território francês e belga. O fato é que o imperador alemão, Guilherme II,
achou que estava em vantagem em relação à Entente em função da saída da Rússia do confli-
to. O erro do Kaiser foi subestimar a participação dos Estados Unidos.
Ao final de 1918 a população alemã pressionou pela abdicação de Guilherme II. A questão
é que, visivelmente, a Alemanha se mostrava enfraquecida e incapaz de vencer a Guerra. As-
sim, a Alemanha se rendeu em 11 de novembro de 1918.
Após o conflito, foi assinado o Tratado de Versalhes. Esse tratado de paz humilhou a Ale-
manha tornando-a terreno fértil para o surgimento do nazismo. Discutiremos mais sobre o
Tratado de Versalhes na próxima aula.
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do a Primeira Guerra Mundial começou, o artista alemão Otto Dix (1891-1969) alistou-se vo-
luntariamente no exército. Ao fim, sua arte seria profundamente afetada pelas experiências do
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Letra c.
Questão de interpretação. Usando de ironia, denuncia os traumas da guerra, como se pode
perceber nos soldados que perderam membros do corpo ou foram parar em cadeiras de rodas.
Para bem ou para o mal, a Revolução Russa, assim como a Revolução Francesa, foi um
dos principais acontecimentos da História Contemporânea. Ocorrida ao longo do ano de 1917,
essa revolução teve como objetivo executar as propostas da ideologia comunista, elaborada
por Karl Marx e Friedrich Engels e reformulada por Vladmir Lenin, que a adaptou de acordo com
as condições semifeudais da Rússia daquele período.
O enfraquecimento do Império Russo, comandado à época pelo czar Nicolau II, durante o
início do século XX, sobretudo após a sua entrada na Primeira Guerra Mundial, foi fator deter-
minante para o desenrolar da Revolução Russa.
Em termos didáticos, o conteúdo da Revolução Russa costuma ser dividido em três fases:
• A Revolução de Fevereiro e a queda do czarismo;
• Os sovietes e o duplo poder;
• Revolução de Outubro e o Governo Lenin. Essas fases compreendem o período que se
estende do ano de 1917 ao ano de 1921 – quando acabou a fase do chamado “Comu-
nismo de Guerra”.
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O Império Russo foi um dos principais interessados na Primeira Guerra Mundial, iniciada
em 1914. Mas o exército russo não foi páreo para as forças militares alemãs. Um dos resul-
tados foi a deserção em massa de soldados da linha de frente. Outro, foi a intensificação da
fome entre a população que se mantinha em território russo.
Nos dias finais de fevereiro de 1917, uma manifestação pelo Dia Internacional da Mulher,
em São Petersburgo, transformou-se em uma manifestação contra a fome vivenciada por boa
parte da população. A manifestação conseguiu o apoio dos soldados insatisfeitos com a guer-
ra. A insatisfação foi aumentando e as manifestações ganharam força.
Em 27 de fevereiro, soldados e trabalhadores invadiram o Palácio Tauride, conseguindo a
renúncia do czar e a formação de um Governo Provisório. Ao mesmo tempo, os operários e
soldados constituíram novamente os sovietes.
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Essa situação ficou conhecida como duplo poder, com a burguesia e a aristocracia organi-
zando-se na Duma, e os trabalhadores, soldados e camponeses organizando-se nos sovietes.
A principal reivindicação da população era a saída da guerra e medidas para aplacar a fome,
além da distribuição de terras.
Entretanto, com a polarização ideológica e as divergências entre a permanência ou não na
guerra, bem como entre as perspectivas políticas de Bolcheviques e de Mencheviques, essa
aliança desfez-se, dando início à fase da guerra civil e àquilo que Lenin transformou em slogan:
“Todo poder aos Sovietes”.
Nos primeiros dias da Revolução de Fevereiro, foram criados os Soviéts dos deputados
operários e soldados, como órgãos do poder popular. Entretanto, o partido menchevique con-
seguiu apoderar-se da maioria das cadeiras de deputados nos Soviéts. Uma parte considerável
do povo, inexperiente no terreno político, acreditava nos mencheviques. Mas estes traidores
ludibriaram as esperanças do povo e fizeram um conchavo com a burguesia. Às ocultas dos
bolcheviques, entenderam-se com os representantes da burguesia a respeito da formação do
novo governo da Rússia — o Governo Provisório burguês.
Este governo era composto da burguesia e dos proprietários rurais aburguesados. Sobre
as ruínas do czarismo, a burguesia imperialista russa, auxiliada pelos Soviéts dominados por
mencheviques, estabeleceu seu próprio poder.
Em 17 de abril, Lênin lançou suas “Teses de Abril”. As Teses de Abril foram uma série de
diretivas emitidas pelo líder bolchevique Vladimir Lênin em Abril de 1917, após seu retorno a
Petrogrado (São Petersburgo), na Rússia depois de seu exílio na Suíça, que mais tarde torna-
ram-se livres.
As teses foram, em sua maioria, destinadas aos seus companheiros bolcheviques na Rús-
sia. Ele apelou para os sovietes (conselhos de trabalhadores) a tomarem o poder (como visto
no lema “todo o poder aos sovietes”), denunciou liberais e sociais-democratas no Governo
Provisório, chamando os bolcheviques para não cooperarem com o governo, e apelando para
novas políticas comunistas. As Teses de Abril influenciaram os Dias de Julho e a Revolução de
Outubro nos próximos meses e estão identificados com o leninismo.
Basicamente era um estímulo tanto à remoção do apoio para a continuidade da Rússia na
Primeira Guerra Mundial quanto para a desobediência militar dos soldados. No documento,
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Lênin explica que a Guerra Mundial era uma “guerra burguesa do capitalismo” e dessa forma
jamais aconteceria a saída da Rússia da guerra enquanto o capital estivesse presente no go-
verno provisório. As Teses de Abril tinham como base os três pilares: “Paz, Terra e Pão”:
• Paz: a saída da Rússia da guerra
• Terra: promover a reforma agrária
• Pão: comida a todos
Questão 9 (FGV) Em abril de 1917, o líder bolchevique Lenin, exilado em Zurique (Suíça),
voltou à Rússia lançando as Teses de Abril.
Nesse programa político é incorreto afirmar que Lenin propunha a/o:
a) formação de uma República de sovietes;
b) concessão à defesa nacional, dando total apoio ao governo provisório;
c) nacionalização dos bancos e das propriedades privadas;
d) reconstituição da Internacional;
e) controle da produção pelos operários.
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Letra b.
É preciso que você leia as entrelinhas da afirmativa. Ora, Lênin era contrário à permanência da
Rússia na Primeira Guerra Mundial, como afirma nas suas Teses de Abril. Portanto, era contra
o Governo Provisório que insistia neste quesito.
1.3.14. Guerra Civil
Logo após a assinatura do tratado de paz, iniciou-se na Rússia uma Guerra Civil, que durou
de 1918 a 1921. As forças ligadas ao antigo regime czarista reuniram-se no Exército Branco.
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Conseguiram ainda apoio de potências capitalistas ocidentais para tentar derrubar o nascente
poder soviético.
A organização soviética na Guerra Civil criou as bases da centralização estatal da econo-
mia e do controle da vida social. A constituição do Comunismo de Guerra procurava adminis-
trar o novo Estado. Tendo por base a militarização da economia, direcionando-a para os esfor-
ços da Guerra Civil, o Comunismo de Guerra impôs a disciplina militar nas indústrias e também
passou a confiscar as colheitas dos camponeses.
Na Ucrânia, que havia se tornado independente, camponeses e operários organizaram-se
em torno da guerrilha liderada por Nestor Makhno. A makhnovtchina foi uma importante orga-
nização na luta contra o Exército Branco e também na organização da produção, principalmen-
te agrícola, na Ucrânia.
A ação da makhnovtchina e do Exército Vermelho conseguiu conter a invasão do Exército
Branco. Porém, ao fim da Guerra Civil, a Rússia estava arrasada pela fome e pela destruição
causada pela guerra. Porém, a militarização promovida pelos bolcheviques se manteve, princi-
palmente no papel centralizador do Estado.
As forças de Makhno foram destruídas logo após a guerra civil. Uma rebelião contra o novo
Estado, realizada na fortaleza de Kronstadt, foi massacrada pelos bolcheviques. Os marinhei-
ros dessa fortaleza, que eram a principal força revolucionária da Rússia, pediam a eleição de
sovietes livres, buscando assim diminuir o poder bolchevique.
Após a Guerra Civil, os bolcheviques conseguiram consolidar seu poder sobre o interior do
território russo e o socialismo foi implantado. A imposição desse poder sobre todo o território
permitiu que os soviéticos o unificassem e fundassem a União Soviética, já no final de 1922.
Lênin assumiu o poder da Rússia já em 1917 e esteve oficialmente no poder da União Sovi-
ética até 1924. Nesse período, esse líder impôs o comunismo de guerra (conjunto de práticas
governamentais do país no correr da guerra civil) e, depois da guerra, impôs a Nova Política
Econômica (NEP). Esse plano econômico visava a abertura temporária do país para o capital
privado como forma de recuperar a economia soviética.
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NEP é a sigla para Nova Política Econômica e foi a política econômica seguida na União Sovi-
ética após o fim do comunismo na guerra de 1921 e com a ascensão ao poder de Stalin, em
1928. A NEP era baseada nas pequenas explorações agrícolas, industriais e comerciais e no
incentivo à iniciativa privada, para fazer com que União Soviética saísse da crise em que se
encontrava. No entanto, a posição de Lenin começou a enfraquecer a partir de 1922, por con-
ta de seus problemas de saúde. De 1922 até 1924, ele sofreu vários AVCs, e isso o forçou a
afastar-se do poder. Foi iniciada então uma intensa disputa que mobilizou diversos nomes do
Partido Comunista.
1.3.16. Stalinismo
Josef Stalin, Leon Trotsky, Grigori Zinoviev e Lev Kamenev disputaram o poder da União
Soviética, com o georgiano Stalin prevalecendo e, em 1924, assumindo o comando. Alguns
historiadores, porém, defendam a ideia de que Stalin só se tornou governante, de fato, a partir
de 1927, quando os outros três nomes foram expulsos do partido.
A ascensão de Stalin ao poder marcou o início de um regime extremamente autoritário, to-
talitário, assim como fascismo e o nazismo, só que de esquerda. Stalin implantou um governo
baseado no culto a sua personalidade e na censura e instalou no país uma paranoia a respeito
dos “inimigos da nação”.
O país foi industrializado à força, a partir dos chamados Planos Quinquenais, mas essa in-
dustrialização custou caro em certos locais. Opositores e pessoas que tivessem divergências
mínimas com o governo de Stalin eram presos e enviados para campos de trabalhos forçados
e conhecidos como gulags. Nesses locais eram fuzilados ou trabalhavam até a morte.
A paranoia de Stalin fez com que seus adversários no partido fossem perseguidos e mor-
tos. Leon Trotsky, por exemplo, foi expulso da União Soviética em 1929, e, exilado no México,
foi morto por um espião soviético em 1940. Nikolai Bukharin, que apoiou Stalin na disputa pelo
poder na década de 1920, foi executado a mando do ditador.
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O governo stalinista também provocou uma crise de fome na região da Ucrânia durante
o período de coletivização das fazendas. Isso aconteceu na década de 1930, com o governo
anunciando que os camponeses deveriam trabalhar nas terras tomadas pelo Estado e entre-
gar-lhe toda a produção, gerando uma crise tão grave que milhares de pessoas na Ucrânia
morreram de fome.
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d) a autora considera que a Revolução Russa de 1917 havia avançado no seu projeto de cons-
trução do Estado socialista e no êxito de suas realizações econômicas: controle da máquina
administrativa para evitar a corrupção, a organização do Estado de forma democrática e o
estabelecimento da propriedade coletiva.
e) a militante comunista alemã, a partir de uma crítica contundente, aponta erros na rota plane-
jada por Lenin para o Estado socialista russo e sugere caminhos como: o controle público da
economia, o terror com a polícia secreta, sanções contra a corrupção administrativa e, por fim,
a ditadura para garantir os princípios socialistas.
Letra b.
Expressão chave para assinalar a alternativa é “comunismo de guerra”. Ademais, também é
uma questão de interpretação de texto, facilitando o trabalho do(a) candidato(a). A FGV é mes-
tre nesse tipo de questão. Fique atento(a).
Concurseiro(a), chegamos ao final de mais uma parte teórica! Estude o resumo e os mapas
mentais, tentando memorizá-los. Faça os exercícios com calma, tentando sempre se lembrar
dos mapas mentais.
Daremos sequência ao “Mundo Contemporâneo” na próxima aula. Ah, não se esqueça de
avaliar a aula, ok!?
Continue focado. Um grande abraço.
Professor Daniel
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RESUMO
A Revolução Francesa:
• Crise: Gastos da corte, gastos com guerras, crise agrícola.
• Tomada de Bastilha
• Assembleia Constituinte
• Monarquia Constitucional: Declaração dos Direitos do Homem
• Convenção Nacional e o Terror
• Diretório
• Consulado
Era Napoleônica:
• Código Civil Napoleônico
• Bloqueio Continental
• Congresso de Viena: restauração monárquica e de fronteiras
Revolução Industrial:
• Berço: Inglaterra
• Cercamentos: expulsão dos camponeses do campo: Mão de obra, matéria prima.
• Inovações tecnológicas
• Exploração do proletariado
• Estados Unidos: fordismo: Racionalização da produção
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Imperialismo:
• Domínio econômico e/ou político e/ou militar das potências industriais sobre regiões da
África e Ásia.
• Principal motivo da Primeira Guerra
• Expandiu o capitalismo
Revolução Russa 1917:
• Contexto: czarismo e miséria da população. Economia atrasada e agrária.
• Ensaio Geral de 1905: manifestações contrárias à guerra contra o Japão.
• Soviets: organização política dos operários e camponeses.
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MAPAS MENTAIS
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A partir da imagem, assinale a opção que caracteriza corretamente como o processo revolu-
cionário é apresentado na caricatura.
a) Como o resultado do programa iluminista de emancipação do gênero humano pelas luzes
da Razão.
b) Como a vitória do povo e da Guarda Nacional contra o absolutismo defendido pelo Primeiro
e Segundo Estados.
c) Como um conflito entre católicos e calvinistas, pela defesa das terras e dos castelos fran-
ceses.
d) Como a expressão do descontentamento popular em relação aos privilégios do clero.
e) Como o combate do Terceiro Estado contra exércitos estrangeiros invasores.
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Sobre esta nova modalidade de produção industrial, conhecida como “fordismo”, assinale a
afirmativa incorreta.
a) Acrescentou uma forte automação ao paradigma industrial taylorista, melhorando e acele-
rando o sistema produtivo.
b) Caracterizou-se por uma divisão de trabalho que englobava todas as etapas de produção.
c) Possibilitou a fabricação de produtos acessíveis ao mercado consumidor em massa.
d) Permitiu racionalizar o processo produtivo, diminuindo o tempo e os custos da montagem.
e) Agrupou as mesmas máquinas em setores específicos da fábrica, de forma a otimizar a
montagem.
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A política dos Estados Unidos da América conhecida como “Big Stick” (Grande Porrete), carac-
terizava-se pelo
a) discurso de promoção do pan-americanismo, que afastou o imperialismo do continente.
b) exercício autoproclamado do poder de polícia continental, por meio de intervenções milita-
res.
c) suporte diplomático à Doutrina Drago, que rejeitava a cobrança violenta de dívidas.
d) recurso à força apenas em caso de extrema necessidade, quando havia ameaça ao seu
território.
e) apoio a movimentos armados contrários aos governos populistas, que abundavam no con-
tinente.
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Questão 9 (FGV) Em abril de 1917, o líder bolchevique Lenin, exilado em Zurique (Suíça),
voltou à Rússia lançando as Teses de Abril.
Nesse programa político é incorreto afirmar que Lenin propunha a/o:
a) formação de uma República de sovietes;
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d) reconstituição da Internacional;
e) controle da produção pelos operários.
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b) o texto da militante comunista é uma crítica à forma como a Revolução de 1917, liderada
por Lenin, organizou o Estado de forma centralizadora, burocrática, sem tolerar a oposição,
impunha a requisição de grãos, a estatização com o comunismo de guerra, afastando-se da
democracia.
c) a militante anarquista russa critica a forma como a liderança menchevique usa meios vio-
lentos para implantar o socialismo, baseado na reforma agrária, no controle dos bancos, dos
transportes e das riquezas do subsolo, na tentativa de diminuir as distâncias sociais e aumen-
tar o poder dos sovietes.
d) a autora considera que a Revolução Russa de 1917 havia avançado no seu projeto de cons-
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administrativa para evitar a corrupção, a organização do Estado de forma democrática e o
estabelecimento da propriedade coletiva.
e) a militante comunista alemã, a partir de uma crítica contundente, aponta erros na rota plane-
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QUESTÕES DE CONCURSO
Questão 1 (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/PROFESSOR – HISTÓRIA/2019) Quan-
do a Primeira Guerra Mundial começou, o artista alemão Otto Dix (1891-1969) alistou-se vo-
luntariamente no exército. Ao fim, sua arte seria profundamente afetada pelas experiências do
conflito, como exemplificado na imagem a seguir.
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minaram. A reputação francesa ainda obscurece nossas planícies: todas as coisas evocam
a lembrança das crueldades daquele povo bárbaro. Nossas leis, nossos costumes, nossas
cidades, tudo encerra características dos franceses. Ouçam o que estou dizendo! Os franceses
ainda têm um pé em nossa ilha! E vocês se creem livres e independentes daquela república,
que combateu todas as nações, é verdade, mas nunca conquistou aqueles que seriam livres!
(Transcrição a partir da versão publicada em David Armitage, Declaração de independência:
uma história global. São Paulo: Companhia das Letras, 2011).
Com base nesse fragmento e nos conhecimentos sobre o assunto, considere as seguintes
afirmativas sobre a Revolução Haitiana (1791-1804) e seu significado para as independências
americanas:
1. Antes de se chamar Haiti, a ilha se chamava Santo Domingo e estava sob domínio espanhol,
sendo invadida pelos franceses a mando de Napoleão.
2. O Haiti foi a primeira república das Américas a se libertar da dominação europeia e abolir a
escravidão.
3. A particularidade da revolução haitiana é que foi dirigida por escravos, libertos e mulatos e
inspirada nos princípios que os próprios franceses teriam levantado durante sua revolução.
4. A revolução haitiana contou com o apoio de escravos e libertos da colônia espanhola
de Cuba.
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Questão 4 (FGV-SP/ADAPTADA)
Observe a foto acima. Nela, que é de 1914, ano em que começou a Primeira Grande Guerra, em
meio a flores e bandeiras, três potências (França, Rússia e Inglaterra) celebram sua aliança,
além de homenagearem a Bélgica, pequeno país que havia sido invadido. Considerando a polí-
tica internacional da época, assinale a alternativa correta:
a) essa aliança teve como plano principal a invasão da Normandia, no “dia D”.
b) a Inglaterra, após dois anos de guerra, rompeu com essa aliança e passou para o lado alemão.
c) tal aliança, conhecida como Tríplice Entente, saiu-se vitoriosa na guerra.
d) a Rússia foi o país que mais se beneficiou da guerra, por isso saiu dela em 1917.
e) o que ameaçava os países-membros dessa aliança eram propósitos expansionistas do na-
zismo.
Questão 5 (FGV) O genocídio que teve lugar em Ruanda, assim como a guerra civil em curso
na República Democrática do Congo, ou ainda o conflito em Darfur, no Sudão, revelam uma
África marcada pela divisão e pela violência. Esse estado de coisas deve-se, em parte,
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Questão 10 Grande parte dos acontecimentos e das grandes decisões tomadas durante a
Revolução Francesa foram realizados pelo povo, a massa formada principalmente de campo-
neses. Além do povo, outra classe que teve grande peso com o deflagrar da Revolução e sua
condução foi:
a) a burguesia.
b) a nobreza.
c) o clero.
d) os vassalos.
e) nenhuma das respostas acima.
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Questão 11 A Revolução Francesa estourou em 1789 e foi consequência de uma grande cri-
se econômica e da intensa exploração que nobreza e clero exerciam sobre o povo. Quando o
movimento iniciou-se, a ação do povo logo se voltou contra a nobreza e, em especial, contra o
rei e seu estilo de vida luxuoso. O rei francês durante a revolução era:
a) Luís XIV
b) Luís XV
c) Luís XVI
d) Luís XVII
e) Luís XVIII
Questão 13 A Revolução Francesa iniciou-se em 1789 e estendeu-se até 1799, quando Napo-
leão Bonaparte assumiu o poder da França com o Golpe de 18 de Brumário. Esse acontecimen-
to foi influenciado pelos ideais do:
a) Romantismo
b) Iluminismo
c) Socialismo
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d) Anarquismo
e) Niilismo
Questão 14 (ENEM) Em nosso país queremos substituir o egoísmo pela moral, a honra pela
probidade, os usos pelos princípios, as conveniências pelos deveres, a tirania da moda pelo
império da razão, o desprezo à desgraça pelo desprezo ao vício, a insolência pelo orgulho,
a vaidade pela grandeza de alma, o amor ao dinheiro pelo amor à glória, a boa companhia pe-
las boas pessoas, a intriga pelo mérito, o espirituoso pelo gênio, o brilho pela verdade, o tédio
da volúpia pelo encanto da felicidade, a mesquinharia dos grandes pela grandeza do homem.
(HUNT, L. Revolução Francesa e Vida Privada. In: PERROT, M. (Org.) História da Vida Privada: da Revolução Fran-
cesa à Primeira Guerra. Vol. 4. São Paulo: Companhia das Letras, 1991 (adaptado))
Questão 15 (FUVEST) Do ponto de vista social, pode-se afirmar, sobre a Revolução France-
sa, que:
a) teve resultados efêmeros, pois foi iniciada, dirigida e apropriada por uma só classe social,
a burguesia, única beneficiária da nova ordem.
b) fracassou, pois, apesar do terror e da violência, não conseguiu impedir o retorno das forças
sócio-políticas do Antigo Regime.
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c) nela coexistiram três revoluções sociais distintas: uma revolução burguesa, uma campone-
sa e uma popular urbana, a dos chamados “sans-culottes”.
d) foi um fracasso, apesar do sucesso político, pois, ao garantir as pequenas propriedades aos
camponeses, atrasou, em mais de um século, o progresso econômico da França.
e) abortou, pois a nobreza, sendo uma classe coesa, tanto do ponto de vista da riqueza, quanto
do ponto de vista político, impediu que a burguesia a concluísse.
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Questão 20 (ESPCEX/2012) A Primeira Grande Guerra teve início em 1914, estendeu-se até
1918 e envolveu países de todos os continentes. Sobre esse conflito, é correto afirmar que
a) os anos que o antecederam foram marcados por intensa solidariedade e cordialidade entre
os países.
b) em seus momentos finais, a Alemanha recusou-se a assinar o Tratado de Versalhes, levando
os aliados a proporem uma outra paz chamada “Os Quatorze Pontos de Wilson”.
c) os Estados Unidos não tiveram envolvimento, mantendo sua política isolacionista.
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d) em 1917, com a ascensão de um governo socialista na Rússia, o país entra na guerra ao lado
da Alemanha.
e) a segunda fase da guerra (1915-1917) foi marcada pela chamada “guerra de trincheiras”, em
que cada lado procurava garantir suas posições.
Questão 21 (ESPCEX/2013) “Em 1873, Bismarck instaurou a Liga dos Três Imperadores, da
qual faziam parte a Alemanha, a Áustria-Hungria e a Rússia. Entretanto, as divergências en-
tre a Rússia e a Áustria com relação à região dos Bálcãs, ocasionadas pelo fato de a Rússia
apoiar as minorias eslavas da região, desejosas de independência, acabou com essa aliança
em 1878. Em 1882, o Segundo Reich une-se ao Império Austro-Húngaro e à Itália.”
“Somente na última década do Século XIX, a França começou a sair do seu isolamento inter-
nacional, conseguindo estabelecer um pacto militar com a Rússia em 1894. No início do século
XX, também a Inglaterra se aproximou da França, formando uma Aliança que fundia os inte-
resses comuns dos dois países no plano internacional. Em 1907, a Rússia se aliou à França e
à Inglaterra”.
Os dois textos descrevem a formação de blocos, antecedendo a Primeira Guerra Mundial.
Os textos I e II narram, respectivamente, a formação da.
a) Entente Cordiale e da Tríplice Entente
b) Tríplice Aliança e da Tríplice Entente.
c) Tríplice Entente e da Entente Cordiale.
d) Entente Cordiale e da Tríplice Aliança.
e) Tríplice Aliança e da Entente Cordiale.
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c) a entrada dos Estados Unidos, com seu apoio econômico e militar, ao lado da Entente, foi
fundamental para a derrota da Tríplice Aliança.
d) o assassinato de Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro, levou o Império
austríaco, juntamente com a Rússia, a declarar guerra à Sérvia, dando início ao conflito.
e) ao final do conflito, a Alemanha impôs à França a devolução dos territórios da Alsácia-Lore-
na, ricos em minério de ferro e carvão.
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c) ignorou os laços comerciais, políticos e culturais até então existentes no continente africano.
d) privilegiou, com a atribuição de maiores áreas coloniais, os países que haviam perdido co-
lônias em outras partes do mundo.
e) afetou apenas as áreas litorâneas, sem interferir no Centro e no Sul do continente africano.
Questão 27 (VUNESP/PM-SP/OFICIAL/2015)
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d) da grande depressão econômica dos anos 1930, no momento em que os EUA saíam para o
mar em busca de matéria-prima e mercado consumidor para reaquecer a sua economia.
e) das independências da América Espanhola no início do século XIX, em um momento em
que os EUA pretendiam garantir a hegemonia sobre a América por meio da “Doutrina Monroe”.
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Questão 31 (ENEM/2014) Três décadas — de 1884 a 1914 — separam o século XIX — que
terminou com a corrida dos países europeus para a África e com o surgimento dos movimen-
tos de unificação nacional na Europa — do século XX, que começou com a Primeira Guerra
Mundial. É o período do Imperialismo, da quietude estagnante na Europa e dos acontecimen-
tos empolgantes na Ásia e na África. ARENDT, H. As origens do totalitarismo. São Paulo: Cia.
das Letras, 2012.
O processo histórico citado contribuiu para a eclosão da Primeira Grande Guerra na medida
em que
a) difundiu as teorias socialistas.
b) acirrou as disputas territoriais.
c) superou as crises econômicas.
d) multiplicou os conflitos religiosos.
e) conteve os sentimentos xenófobos.
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Questão 33 (UNIRIO) Dentre os fatores que conduziram à Primeira Guerra Mundial (1914-
1918), destacamos o(a):
a) nacionalismo eslavo aliado à desagregação do Império Turco.
b) acordo militar anglo-germânico visando à partilha da África.
c) desequilíbrio internacional provocado pela aliança da Rússia com o Império Austro-Húngaro.
d) descontentamento da França frente à ocupação no Marrocos.
e) oposição do Imperador Francisco Ferdinando à admissão da Sérvia no Império Austro-Hún-
garo.
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Questão 35 (MACKENZIE/2018) Pierre A. Renoir, artista francês, ao realizar seu trabalho,
Baile no Moulin de la Galete, em 1876, registrou a alegria, otimismo e a intensa movimentação
em Paris, no final do século XIX: a Belle Époque. Esse período, marcado por um intenso pro-
gresso científico e tecnológico que, de forma acelerada, apontava para um período de prosperi-
dade e paz. Todavia, sob a aparente tranquilidade e segurança desse cenário, desenrolavam-se
inúmeros fatores de insatisfação, que acabaram por levar à Grande Guerra de 1914.
A respeito dos precedentes que levaram ao conflito mundial, é incorreto afirmar que
a) a Alemanha, para combater a concorrência comercial, adotou uma política de expansão pelo
uso da força militar, fechando-se perante qualquer solução diplomática, provocando inúmeros
atritos com os demais países, que só foram solucionados por meio da guerra.
b) apesar de persistirem antigas rugas, entre Inglaterra e França, os mesmos se aliaram, junto
com a Rússia, em 1907, formando a Tríplice Entente, com o objetivo de combater os interesses
imperialistas alemães, sobre os mercados chineses e africanos.
c) mesmo apresentando um cenário tranquilo, várias nações europeias se dedicaram em forta-
lecer o exército, marinha, e adotar o serviço militar obrigatório. Esse período, de corrida arma-
mentista e ausência de guerras, ficou conhecido como Paz Armada (1870-1914).
d) os países europeus tinham necessidade de expandirem seus mercados consumidores e, na
disputa pelos mesmos, fizeram surgir diversas zonas de tensão, além de despertarem o senti-
mento cívico e patriótico, nas regiões sob o domínio estrangeiro.
e) o atentado de Sarajevo acabou se tornando o estopim para o início da guerra, não tanto pela
gravidade do fato em si, mas, sobretudo, devido à série de acordos e alianças, que foram esta-
belecidos entre vários países, que se comprometiam a se auxiliarem mutuamente.
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c) Guerra de trincheiras;
d) Guerra de mentira;
e) Guerra suja.
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Questão 43 Entre 1870 a 1871, ocorreu um fato que influenciou os processos históricos pos-
teriores, resultando na eclosão da I e II Guerra Mundial. Que fato foi esse?
a) A ascensão da burguesia na Inglaterra, facilitada pela adoção de tarifas protecionistas no
comércio com outros países.
b) A vitória da Prússia na Guerra Franco-Prussiana e a consequente unificação alemã.
c) A Guerra de Secessão norte-americana e o fim da escravidão nos EUA.
d) A queda da monarquia na França, decorrente de mais uma revolução burguesa.
e) A unificação italiana.
Questão 44 (FUVEST) “Fizemos a Itália, agora temos que fazer os italianos”. “Ao invés da
Prússia se fundir na Alemanha, a Alemanha se fundiu na Prússia”.
Estas frases, sobre as unificações italiana e alemã:
a) aludem às diferenças que as marcaram, pois, enquanto a alemã foi feita em benefício da Prús-
sia, a italiana, como demonstra a escolha de Roma para capital, contemplou todas as regiões.
b) apontam para as suas semelhanças, isto é, para o caráter autoritário e incompleto de am-
bas, decorrentes do passado fascista, no caso italiano, e nazista, no alemão.
c) chamam a atenção para o caráter unilateral e autoritário das duas unificações, imposta pelo
Piemonte, na Itália, e pela Prússia, na Alemanha.
d) escondem suas naturezas contrastantes, pois a alemã foi autoritária e aristocrática e a ita-
liana foi democrática e popular.
e) tratam da unificação da Itália e da Alemanha, mas nada sugerem quanto ao caráter imposi-
tivo de processo liderado por Cavour, na Itália, e por Bismarck, na Alemanha.
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Questão 45 A unificação política da Itália, ocorrida na segunda metade do século XIX, foi um
processo tardio, considerando o contexto histórico europeu. Sobre essa unificação, é CORRETO
afirmar que ela:
a) possibilitou a sua participação na corrida colonial, envolvendo-a no domínio do mercado
internacional com a Inglaterra e a França.
b) contribuiu em parte para romper o equilíbrio político-militar que, a partir do Congresso de
Viena, foi estabelecido entre as nações europeias.
c) acarretou o desenvolvimento do capitalismo a partir de um intenso surto de industrialização
que se estendeu por todo o seu território.
d) permitiu o reatamento das relações político-diplomáticas com o Vaticano e a garantia do
direito de liberdade religiosa aos cidadãos.
e) impediu o surgimento de fluxos de emigração de camponeses para o Continente Americano
através da implantação de uma política de fechamento das suas fronteiras.
Questão 46 A Itália, antes de ser unificada, era constituída de uma série de pequenos reinos
fragmentados. O reino que, sob a liderança do conde Camilo de Cavour, encabeçou o processo
de unificação, na segunda metade do século XIX, foi:
a) Reino de Piemonte-Sardenha
b) Reino de Lancaster
c) Reino de Córsega
d) Reino de Lombardia
e) Reino de Mônaco.
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c) Ancien Regime.
d) Anos Dourados.
e) Belle Époque.
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GABARITO
1. c 28. d
2. e 29. c
3. b 30. c
4. c 31. b
5. d 32. b
6. e 33. a
7. e 34. c
8. a 35. a
9. b 36. c
10. a 37. e
11. c 38. c
12. a 39. b
13. b 40. d
14. e 41. b
15. c 42. b
16. d 43. b
17. c 44. c
18. b 45. b
19. a 46. a
20. e 47. e
21. b 48. d
22. c
23. e
24. a
25. a
26. c
27. c
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GABARITO COMENTADO
Questão 1 (FGV/PREFEITURA DE SALVADOR-BA/PROFESSOR – HISTÓRIA/2019) Quan-
do a Primeira Guerra Mundial começou, o artista alemão Otto Dix (1891-1969) alistou-se vo-
luntariamente no exército. Ao fim, sua arte seria profundamente afetada pelas experiências do
conflito, como exemplificado na imagem a seguir.
Letra c.
Questão de interpretação. Usando de ironia, denuncia os traumas da guerra, como se pode
perceber nos soldados que perderam membros do corpo ou foram parar em cadeiras de rodas
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Letra e.
Não existiam leis trabalhistas no início da Revolução Industrial. Assim, muitas famílias, com o
objetivo de aumentar sua renda ante a miséria da exploração industrial do momento, enviavam
suas crianças para trabalhar nas fábricas ou, como no caso da foto, nas minas de carvão.
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Letra b.
Afirmativa 1: Errada. O Haiti já pertencia à França.
Afirmativa 4: Errada. Cuba não teve nenhuma relação com a Independência do Haiti.
Questão 4 (FGV-SP/ADAPTADA)
Observe a foto acima. Nela, que é de 1914, ano em que começou a Primeira Grande Guerra, em
meio a flores e bandeiras, três potências (França, Rússia e Inglaterra) celebram sua aliança,
além de homenagearem a Bélgica, pequeno país que havia sido invadido. Considerando a polí-
tica internacional da época, assinale a alternativa correta:
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Letra c.
Os países da Tríplice Entente, com exceção da Rússia, que saiu da guerra antes do término,
conseguiram vencer o conflito. Essa vitória de uma guerra que trouxe consequências devas-
tadoras para todos os envolvidos resultou em uma série de tratados. O mais importante foi o
Tratado de Versalhes, que impôs à Alemanha responsabilidades pela maior parte do ônus da
guerra.
Questão 5 (FGV) O genocídio que teve lugar em Ruanda, assim como a guerra civil em curso
na República Democrática do Congo, ou ainda o conflito em Darfur, no Sudão, revelam uma
África marcada pela divisão e pela violência. Esse estado de coisas deve-se, em parte,
a) às diferenças ideológicas que perpassam as sociedades africanas, divididas entre os defen-
sores do liberalismo e os adeptos do planejamento central.
b) à intolerância religiosa que impede a consolidação dos estados nacionais africanos, dividi-
dos nas inúmeras denominações cristãs e muçulmanas.
c) aos graves problemas ambientais que produzem catástrofes e aguçam a desigualdade ao
perpetuar a fome, a violência e a miséria em todo o continente.
d) à herança do colonialismo, que introduziu o conceito de Estado-nação sem considerar as
características das sociedades locais.
e) às potências ocidentais que continuam mantendo uma política assistencialista, o que faz
com que os governos locais beneficiem-se do caos.
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Letra d.
Lembre-se de que foram as fronteiras artificiais criadas pelas potências imperialistas euro-
peias que levaram à separação de etnias e à instalação de Estados-nação com etnias diferen-
tes. Essas características provocaram conflitos que existem até hoje.
Letra e.
A questão pede que o candidato reconheça um dos agentes propiciadores para a Revolução
Industrial na Inglaterra. As alternativas “a” e “b” estão relacionadas com as consequências da
Revolução Industrial com a resistência operária dos cartistas e ludistas. A alternativa “c” está
direcionada ao processo da Segunda Revolução Industrial. A alternativa “d” não compreende
nenhum agente causador da Revolução Industrial. Já que a economia inglesa se encontrava
mais evoluída que a francesa, a única que compreende um ponto causador da Revolução no
século XVIII é a alternativa “e”. Uma vez que a revolução gloriosa consolidou o poder nas mãos
do parlamento evitando os excessos administrativos do absolutismo.
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Letra e.
Como vimos, ocorreu a defesa da reorganização do Antigo Regime pelas forças conservado-
ras envolvidas no Congresso de Viena. Objetivaram o retorno das monarquias e das fronteiras
europeias anteriores à Revolução Francesa.
Letra a.
Querido(a), esta questão envolve, além da compreensão do período napoleônico, também co-
nhecimentos tratados na nossa segunda aula, especificamente sobre a estrutura colonial es-
panhola na América. Relembre comigo: os criollos eram a elite econômica nascida na colônia
e adotaram o iluminismo como forma de romper com a metrópole. Eram os descendentes
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Letra b.
Querido(a), a primeira indústria a se desenvolver na Inglaterra durante a Revolução Industrial
foi a têxtil. Com os cercamentos, a burguesia tomava terras e expulsava os camponeses para
criação de ovelhas, fonte de lã como matéria-prima. Assim, ainda conseguiram um exército de
mão de obra reserva expulsa do campo. Como também havia a necessidade transporte das
mercadorias industrializadas, ocorreram investimentos no setor de transporte, principalmente
com linhas férreas.
Questão 10 Grande parte dos acontecimentos e das grandes decisões tomadas durante a
Revolução Francesa foram realizados pelo povo, a massa formada principalmente de campo-
neses. Além do povo, outra classe que teve grande peso com o deflagrar da Revolução e sua
condução foi:
a) a burguesia.
b) a nobreza.
c) o clero.
d) os vassalos.
e) nenhuma das respostas acima.
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Letra a.
A burguesia teve grande participação nos eventos da Revolução Francesa, que também foi
considerada uma revolução burguesa. A burguesia francesa via nos privilégios da nobreza e
clero, bem como na organização do Estado absolutista, um entrave para os seus interesses
econômicos e para o desenvolvimento da nação.
Questão 11 A Revolução Francesa estourou em 1789 e foi consequência de uma grande cri-
se econômica e da intensa exploração que nobreza e clero exerciam sobre o povo. Quando o
movimento iniciou-se, a ação do povo logo se voltou contra a nobreza e, em especial, contra o
rei e seu estilo de vida luxuoso. O rei francês durante a revolução era:
a) Luís XIV
b) Luís XV
c) Luís XVI
d) Luís XVII
e) Luís XVIII
Letra c.
Luís XVI era o rei francês durante os anos iniciais da Revolução Francesa. Luís XVI foi obrigado
pelos revolucionários a abandonar o Palácio de Versalhes, localizado nos arredores de Paris,
e instalou-se no Palácio das Tulherias. Participou dos esforços contrarrevolucionários e, duran-
te a fase do Terror, foi visto como inimigo do povo e, por isso, foi guilhotinado em 1793.
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Letra a.
Os Estados Gerais eram uma espécie de assembleia emergencial convocada pelos monarcas
franceses somente em momentos de intensa crise. A última vez que tinha sido convocada na
França foi no século XVI. Quando Luís XVI convocou a essa assembleia em 1789, esperava-se
que uma solução para a crise fosse alcançada, mas não foi o que se viu, uma vez que o Tercei-
ro Estado rompeu com os Estados Gerais e criou a Assembleia Nacional Constituinte.
Questão 13 A Revolução Francesa iniciou-se em 1789 e estendeu-se até 1799, quando Napo-
leão Bonaparte assumiu o poder da França com o Golpe de 18 de Brumário. Esse acontecimen-
to foi influenciado pelos ideais do:
a) Romantismo
b) Iluminismo
c) Socialismo
d) Anarquismo
e) Niilismo
Letra b.
Do Iluminismo foi extraída a inspiração ideológica para o deflagrar da Revolução Francesa.
Dos ideais iluministas foram retirados conceitos que afirmavam que o Estado deveria ser cons-
truído em instituições legitimadas pelo povo e que todos os cidadãos deveriam ser tratados
igualmente pela lei.
Questão 14 (ENEM) Em nosso país queremos substituir o egoísmo pela moral, a honra pela
probidade, os usos pelos princípios, as conveniências pelos deveres, a tirania da moda pelo
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império da razão, o desprezo à desgraça pelo desprezo ao vício, a insolência pelo orgulho,
a vaidade pela grandeza de alma, o amor ao dinheiro pelo amor à glória, a boa companhia pe-
las boas pessoas, a intriga pelo mérito, o espirituoso pelo gênio, o brilho pela verdade, o tédio
da volúpia pelo encanto da felicidade, a mesquinharia dos grandes pela grandeza do homem.
(HUNT, L. Revolução Francesa e Vida Privada. In: PERROT, M. (Org.) História da Vida Privada: da Revolução Fran-
cesa à Primeira Guerra. Vol. 4. São Paulo: Companhia das Letras, 1991 (adaptado))
Letra e.
Robespierre representava essas classes, que desejavam mudanças bem expressivas, e mos-
trava como era variada a luta de interesses durante a Revolução Francesa. Em um período
conhecido como “Terror”, o líder dos revoltosos tentava alcançar os objetivos das camadas
mais populares.
Questão 15 (FUVEST) Do ponto de vista social, pode-se afirmar, sobre a Revolução France-
sa, que:
a) teve resultados efêmeros, pois foi iniciada, dirigida e apropriada por uma só classe social,
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b) fracassou, pois, apesar do terror e da violência, não conseguiu impedir o retorno das forças
c) nela coexistiram três revoluções sociais distintas: uma revolução burguesa, uma campone-
d) foi um fracasso, apesar do sucesso político, pois, ao garantir as pequenas propriedades aos
e) abortou, pois a nobreza, sendo uma classe coesa, tanto do ponto de vista da riqueza, quanto
Letra c.
A terminologia atual para tratar de Revolução Francesa seria “Revoluções Francesas”. Estudos
dão uma nova visão do evento, mostrando como o terceiro estado era dividido e conflituoso,
o que leva a três revoluções, cada uma com suas perspectivas e ideais. Em um primeiro mo-
mento se viram unidas, porém, com o passar o tempo, as coisas foram ficando diferentes.
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Letra d.
Tribunais revolucionários são instaurados durante a convenção para tentar organizar os even-
tos que estavam ocorrendo, porém, talvez só tenha incitado mais a violência. Durante a Con-
venção Nacional, os seus organizadores eram os jacobinos, tendo como líder Robespierre.
Letra c.
O Iluminismo, ou Ilustração ou, ainda, Filosofia das Luzes, foi um movimento filosófico que teve
como grande polo a cidade de Paris, ultrapassando o limite das universidades e se espalhando
pela Europa e, mesmo, encontrando ressonância na América.
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Letra b.
Como vimos, os Estados Unidos se mantiveram neutros, apesar de continuarem fornecendo
armas para os membros da Tríplice Entente. Após a descoberta de um acordo entre Alemanha
e México e o ataque que resultou no afundamento de um navio norte-americano, os Estados
Unidos entraram no conflito.
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Letra a.
O presidente americano Woodrow Wilson enviou uma proposta de paz para a Europa após a
Primeira Guerra Mundial. Tal Tratado ficou conhecido como os 14 pontos de Wilson, que visa-
va evitar novos “revanchismos” e rivalidades. Incentivado pelo sentimento punitivo, o Tratado
de Versalhes consolidou a humilhação alemã, jogando o país em uma crise econômica sem
precedentes. Uma das determinações do novo tratado acolhia uma reivindicação de Wilson,
a criação da Liga das Nações, instituição que tinha como objetivo a garantia da paz mundial.
Indignado pela recusa da Europa, o senado americano vetou a participação dos EUA na Liga,
condenando a Liga ao enfraquecimento internacional.
Questão 20 (ESPCEX/2012) A Primeira Grande Guerra teve início em 1914, estendeu-se até
1918 e envolveu países de todos os continentes. Sobre esse conflito, é correto afirmar que
a) os anos que o antecederam foram marcados por intensa solidariedade e cordialidade entre
os países.
b) em seus momentos finais, a Alemanha recusou-se a assinar o Tratado de Versalhes, levando
os aliados a proporem uma outra paz chamada “Os Quatorze Pontos de Wilson”.
c) os Estados Unidos não tiveram envolvimento, mantendo sua política isolacionista.
d) em 1917, com a ascensão de um governo socialista na Rússia, o país entra na guerra ao lado
da Alemanha.
e) a segunda fase da guerra (1915-1917) foi marcada pela chamada “guerra de trincheiras”, em
que cada lado procurava garantir suas posições.
Letra e.
Lembre-se do mapa mental das fases da Primeira Guerra! No início, temos a Guerra de Mo-
vimento, com o deslocamento das forças militares. Devido ao equilíbrio de forças, temos a
Guerra de Trincheiras na segunda fase.
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Questão 21 (ESPCEX/2013) “Em 1873, Bismarck instaurou a Liga dos Três Imperadores, da
qual faziam parte a Alemanha, a Áustria-Hungria e a Rússia. Entretanto, as divergências en-
tre a Rússia e a Áustria com relação à região dos Bálcãs, ocasionadas pelo fato de a Rússia
apoiar as minorias eslavas da região, desejosas de independência, acabou com essa aliança
em 1878. Em 1882, o Segundo Reich une-se ao Império Austro-Húngaro e à Itália.”
“Somente na última década do Século XIX, a França começou a sair do seu isolamento inter-
nacional, conseguindo estabelecer um pacto militar com a Rússia em 1894. No início do século
XX, também a Inglaterra se aproximou da França, formando uma Aliança que fundia os inte-
resses comuns dos dois países no plano internacional. Em 1907, a Rússia se aliou à França e
à Inglaterra”.
Os dois textos descrevem a formação de blocos, antecedendo a Primeira Guerra Mundial.
Os textos I e II narram, respectivamente, a formação da.
a) Entente Cordiale e da Tríplice Entente
b) Tríplice Aliança e da Tríplice Entente.
c) Tríplice Entente e da Entente Cordiale.
d) Entente Cordiale e da Tríplice Aliança.
e) Tríplice Aliança e da Entente Cordiale.
Letra b.
A questão exige do candidato o conhecimento dos blocos formados durante os momentos
anteriores ao início da Primeira Guerra. Qualquer dúvida, consulte o mapa mental.
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b) a chamada “paz armada” foi imposta ao final do conflito, quando os países europeus já en-
contravam-se desgastados com a guerra, com o objetivo de cessar os combates e evitar novos
conflitos.
c) a entrada dos Estados Unidos, com seu apoio econômico e militar, ao lado da Entente, foi
fundamental para a derrota da Tríplice Aliança.
d) o assassinato de Francisco Ferdinando, herdeiro do trono austro-húngaro, levou o Império
austríaco, juntamente com a Rússia, a declarar guerra à Sérvia, dando início ao conflito.
e) ao final do conflito, a Alemanha impôs à França a devolução dos territórios da Alsácia-Lore-
na, ricos em minério de ferro e carvão.
Letra c.
a) Errada. Foi o contrário. As disputas imperialistas levaram a formação dos blocos da Primei-
ra Guerra (Política de Alianças)
b) Errada. A “paz armada” ocorreu nos momentos anteriores à Primeira Guerra.
d) Errada. A Rússia era inimiga da Áustria de acordo com a política de alianças.
e) Errada. Foi a França que impôs a Alemanha a devolução da Alsácia-Lorena ao final da guerra.
Letra e.
Querido(a), lembre-se do “bizú” do início desta aula. O imperialismo foi o culpado! O revanchis-
mo francês é um processo derivado de disputas imperialistas! Note que essa questão foi dire-
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ta, sem nenhum texto provocativo para que o candidato interpresasse. Ainda assim, vejamos
por que as outras alternativas estavam erradas:
a) Errada. Está errada, porque foi justamente choque de interesses que provocou o conflito.
b) Errada. Também é falsa pois o Brasil participou da Guerra enviando agentes de saúde para
a Europa e patrulhando o Atlântico.
c) Errada. Está errada, porque ocorreram vários conflitos entre as potências europeias ao lon-
go do século XVIII e XIX.
d) Errada. Por fim, a letra “d” também está errada, porque os Estados Unidos participaram efe-
tivamente do desfecho em 1917, não no início dos anos 20.
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Letra a.
Meu(minha) caro(a), como vimos, a Alemanha era forte concorrente, militar e industrial, da In-
glaterra. Além disso, França e Alemanha disputavam territórios desde sua Unificação em 1871,
aumentando as tensões entre as duas potências. Também é importante destacar que o inte-
resse alemão pela região dos Balcãs entrava em rota de colisão com o mesmo interesse russo.
Essa questão da FCC não deixa dúvidas. Ainda assim, mesmo que no momento da prova você
a tivesse, fica mais fácil perceber isso quando analisamos os erros grotescos das alternativas
seguintes. Vejamos:
b) Errada. Porque ainda não existia a União Soviética.
c) Errada. Porque a Áustria-Hungria era aliada da Alemanha.
d) Errada. Está errada por citar embates diplomáticos da Alemanha com a Holanda que não
aconteceram.
e) Errada. Por fim, também está errada, porque a Sérvia não fazia fronteira com a Alemanha e
a Suíça se manteve neutra durante todo o conflito.
Leia o texto para responder às questões 25 e 26. A África só começou a ser ocupada pelas
potências europeias exatamente quando a América se tornou independente, quando o antigo
sistema colonial ruiu, dando lugar a outras formas de enriquecimento e desenvolvimento das
economias mais dinâmicas, que se industrializavam e ampliavam seus mercados consumido-
res. Nesse momento foi criado um novo tipo de colonialismo, implantado na África a partir do
final do século XIX [...]. (Marina de Mello e Souza. África e Brasil africano. 2007)
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d) a aquisição de escravos pelos mercadores africanos, para ampliar a mão de obra disponível
nas colônias remanescentes na América e em ilhas do Oceano Pacífico.
e) o estabelecimento de alianças políticas entre líderes europeus e africanos, que favoreces-
sem o avanço militar dos países do Ocidente europeu na Primeira Guerra Mundial.
Letra a.
O Imperialismo do século XIX buscava matérias-primas e mercado consumidor para as indús-
trias europeias.
Letra c.
“Fronteiras artificiais” foram impostas à África de acordo com o interesse das potências euro-
peias, colocando povos de etnias diferentes em um mesmo território e separando etnias.
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Questão 27 (VUNESP/PM-SP/OFICIAL/2015)
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Letra c.
A doutrina do “Big Stick” foi usada pelos Estados Unidos para exercer o imperialismo na Amé-
rica Latina.
Letra d.
A Inglaterra via o crescimento econômico alemão como ameaça a sua hegemonia.
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Letra c.
ideologias salvacionistas radicais como o Nazismo. O tratado provocou uma grande crise eco-
nômica que foi agravada com a eclosão da crise de 1929, criando condições sociais de revolta
Alemanha.
americano.
c) das contínuas intervenções diretas e indiretas em assuntos internos dos países latino-ame-
ricanos.
d) da elevação das taxas alfandegárias na entrada de mercadorias europeias nos Estados Uni-
e) da repressão às manifestações por direitos civis nos Estados Unidos da década de 1960.
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Letra c.
Os Estados Unidos tinham interesse em exercer domínio econômico sobre todo o continente
americano. Daí a política de intervenção nos países latino americanos para garantir seus inte-
resses.
Questão 31 (ENEM/2014) Três décadas — de 1884 a 1914 — separam o século XIX — que
terminou com a corrida dos países europeus para a África e com o surgimento dos movimen-
tos de unificação nacional na Europa — do século XX, que começou com a Primeira Guerra
Mundial. É o período do Imperialismo, da quietude estagnante na Europa e dos acontecimen-
tos empolgantes na Ásia e na África. ARENDT, H. As origens do totalitarismo. São Paulo: Cia.
das Letras, 2012.
O processo histórico citado contribuiu para a eclosão da Primeira Grande Guerra na medida
em que
a) difundiu as teorias socialistas.
b) acirrou as disputas territoriais.
c) superou as crises econômicas.
d) multiplicou os conflitos religiosos.
e) conteve os sentimentos xenófobos.
Letra b.
O texto menciona o “imperialismo”, que é justamente a disputa entre as potências europeias
para conquistar mais territórios na África e na Ásia.
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industrializados na América.
Letra b.
Após o conflito, os países europeus tiveram sérios problemas econômicos e sociais que leva-
ram ao descrédito da democracia. Com isso, países como Itália e Alemanha se inclinaram aos
governos fascistas.
Questão 33 (UNIRIO) Dentre os fatores que conduziram à Primeira Guerra Mundial (1914-
1918), destacamos o(a):
garo.
garo.
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Letra a.
O nacionalismo eslavo, cujas nações integravam o Império Austro-Húngaro, tornaram-se um
problema para a estabilidade deste Império e para as nações vizinhas. Já o Império Turco en-
frentava rebeliões que eram apoiadas por potências como o Reino Unido.
Letra c.
O nacionalismo e o apoio das grandes potências aos menores países da Europa originaram um
complexo jogo de alianças que podia ser rompido ao menor problema.
Questão 35 (MACKENZIE/2018) Pierre A. Renoir, artista francês, ao realizar seu trabalho,
Baile no Moulin de la Galete, em 1876, registrou a alegria, otimismo e a intensa movimentação
em Paris, no final do século XIX: a Belle Époque. Esse período, marcado por um intenso pro-
gresso científico e tecnológico que, de forma acelerada, apontava para um período de prosperi-
dade e paz. Todavia, sob a aparente tranquilidade e segurança desse cenário, desenrolavam-se
inúmeros fatores de insatisfação, que acabaram por levar à Grande Guerra de 1914.
A respeito dos precedentes que levaram ao conflito mundial, é incorreto afirmar que
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a) a Alemanha, para combater a concorrência comercial, adotou uma política de expansão pelo
uso da força militar, fechando-se perante qualquer solução diplomática, provocando inúmeros
atritos com os demais países, que só foram solucionados por meio da guerra.
b) apesar de persistirem antigas rugas, entre Inglaterra e França, os mesmos se aliaram, junto
com a Rússia, em 1907, formando a Tríplice Entente, com o objetivo de combater os interesses
imperialistas alemães, sobre os mercados chineses e africanos.
c) mesmo apresentando um cenário tranquilo, várias nações europeias se dedicaram em forta-
lecer o exército, marinha, e adotar o serviço militar obrigatório. Esse período, de corrida arma-
mentista e ausência de guerras, ficou conhecido como Paz Armada (1870-1914).
d) os países europeus tinham necessidade de expandirem seus mercados consumidores e, na
disputa pelos mesmos, fizeram surgir diversas zonas de tensão, além de despertarem o senti-
mento cívico e patriótico, nas regiões sob o domínio estrangeiro.
e) o atentado de Sarajevo acabou se tornando o estopim para o início da guerra, não tanto pela
gravidade do fato em si, mas, sobretudo, devido à série de acordos e alianças, que foram esta-
belecidos entre vários países, que se comprometiam a se auxiliarem mutuamente.
Letra a.
A Alemanha teve uma unificação política tardia e, como consequência, uma industrialização
tardia, chegando atrasada na corrida imperialista, conquistando poucos territórios. Países
como Inglaterra e França conquistaram muitas colônias na África, Ásia e Oceania. Exatamen-
te no contexto do Imperialismo, havia um grande otimismo em relação ao progresso, ciência
e as invenções, diversas feiras de indústria surgiram para mostrar as novidades, era a “Belle
Epoque”.
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b) Os russos, que faziam parte da Tríplice Entente, assinaram um armistício com os alemães e
retiraram-se da guerra por causa da revolução que acontecia em seu território.
c) A Questão da Bósnia-Herzegovina, que tinha os sérvios e austríacos como aliados, desenca-
deou a Questão Balcânica quando os alemães invadiram Sarajevo.
d) Os Estados Unidos da América entraram militarmente na guerra em 1917, ao lado da Tríplice
Entente. Esta participação estadunidense foi determinante para o término da guerra em 1918.
Letra c.
A Sérvia não era aliada do Império Austro-Húngaro. A Sérvia pretendia formar a “Grande Sérvia”
anexando a Bósnia Herzegovina, com apoio da Rússia. Mas o Império Austro-Húngaro con-
quistou a região antes impedindo a formação da “Grande Sérvia”.
Letra e.
A Primeira Guerra provocou a formação de blocos rivais de países – Tríplice Aliança e Tríplice
Entente – que, ao fim e ao cabo, tinham como principal objetivo a ampliação territorial visando
ganhos comerciais. Por isso, no Tratado que pôs fim ao conflito, cláusulas de modificação terri-
torial, que levaram, inclusive, à desintegração política de alguns Impérios, fizeram-se presentes.
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Letra c.
A guerra de trincheiras foi a principal forma de desenvolvimento da Primeira Guerra Mundial.
O texto faz referência aos momentos nos quais, devido, principalmente, às chuvas, as trinchei-
ras eram inundadas e tomadas por lama, levando os soldados entrincheirados à morte.
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Letra b.
a) Errada. Antes da revolução, a Rússia não havia experimentado nenhum tipo de política so-
cialista. Dessa forma, a NEP não poderia representar um retorno a algo que nunca fora ante-
riormente instituído.
b) Certa. Observando o grave desgaste causado pela Primeira Guerra Mundial e a própria Guer-
ra Civil, Lênin permitiu que ações políticas capitalistas convivessem temporariamente com o
governo socialista. Desta forma, ele pretendia fomentar uma rápida recuperação da economia
nacional.
c) Errada. Mesmo apresentando ações de natureza socialista, a questão se invalida ao não
considerar a abertura que a NEP dava a algumas práticas econômicas capitalistas.
d) Errada. A NEP foi uma hábil solução encontrada por Lênin para arrefecer os terríveis efeitos
que o processo revolucionário tinham imposto à economia russa.
e) Errada. A NEP organizou uma série de medidas que pensavam a situação econômica russa
de forma global. Nesse aspecto, os setores industrial e agrícola foram atingidos por medidas
que combinavam a socialização das riquezas e o desenvolvimento das forças produtivas atra-
vés de ações capitalistas.
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Letra d.
II – Errada. Os Estados Unidos, capitalistas, nunca apoiara ou apoiariam uma revolução de
cunho socialista.
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c) das disputas sociais entre burguesia e militares nos Estados Germânicos e acabou com a
hegemonia russa na Europa continental.
d) do grande desenvolvimento militar dos Estados Germânicos e acabou com a hegemonia da
III República Francesa na Europa Continental.
e) do grande desenvolvimento econômico e social dos Estados Germânicos e acabou com a
hegemonia da Itália na Europa Continental.
Letra b.
Além do desenvolvimento econômico e social dos Estados Germânicos, houve um fortaleci-
mento militar da Prússia que garantiu a hegemonia entre os Estados alemães, conduzindo o
processo de unificação.
Letra b.
A Confederação Alemã foi formada após a queda de Napoleão, consistindo na aliança de 38
Estados independentes.
Questão 43 Entre 1870 a 1871, ocorreu um fato que influenciou os processos históricos pos-
teriores, resultando na eclosão da I e II Guerra Mundial. Que fato foi esse?
a) A ascensão da burguesia na Inglaterra, facilitada pela adoção de tarifas protecionistas no
comércio com outros países.
b) A vitória da Prússia na Guerra Franco-Prussiana e a consequente unificação alemã.
c) A Guerra de Secessão norte-americana e o fim da escravidão nos EUA.
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Letra b.
A vitória da Prússia levou à unificação alemã, situação que iria ter consequências de impacto
mundial, como as partilhas imperialistas e a eclosão das duas Guerras Mundiais.
Questão 44 (FUVEST) “Fizemos a Itália, agora temos que fazer os italianos”. “Ao invés da
Prússia se fundir na Alemanha, a Alemanha se fundiu na Prússia”.
Estas frases, sobre as unificações italiana e alemã:
a) aludem às diferenças que as marcaram, pois, enquanto a alemã foi feita em benefício da
Prússia, a italiana, como demonstra a escolha de Roma para capital, contemplou todas as re-
giões.
b) apontam para as suas semelhanças, isto é, para o caráter autoritário e incompleto de am-
bas, decorrentes do passado fascista, no caso italiano, e nazista, no alemão.
c) chamam a atenção para o caráter unilateral e autoritário das duas unificações, imposta pelo
Piemonte, na Itália, e pela Prússia, na Alemanha.
d) escondem suas naturezas contrastantes, pois a alemã foi autoritária e aristocrática e a ita-
liana foi democrática e popular.
e) tratam da unificação da Itália e da Alemanha, mas nada sugerem quanto ao caráter imposi-
tivo de processo liderado por Cavour, na Itália, e por Bismarck, na Alemanha.
Letra c.
O processo de unificação das duas nações, Alemanha e Itália, ocorreu entre as décadas de
1860 e 1870. Cada processo teve seus Estados que conduziram toda a movimentação políti-
ca e todos os conflitos para que as unificações se realizassem. No caso da Itália, o reino de
Piemonte-Sardenha tratou de disseminar a perspectiva unificacionista e nacionalista para os
demais reinos. De forma semelhante atuou a Prússia, que se aproveitou do contexto da guerra
contra a França, na década de 1870, para unir-se nacionalmente à Alemanha.
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Questão 45 A unificação política da Itália, ocorrida na segunda metade do século XIX, foi um
processo tardio, considerando o contexto histórico europeu. Sobre essa unificação, é CORRETO
afirmar que ela:
a) possibilitou a sua participação na corrida colonial, envolvendo-a no domínio do mercado
internacional com a Inglaterra e a França.
b) contribuiu em parte para romper o equilíbrio político-militar que, a partir do Congresso de
Viena, foi estabelecido entre as nações europeias.
c) acarretou o desenvolvimento do capitalismo a partir de um intenso surto de industrialização
que se estendeu por todo o seu território.
d) permitiu o reatamento das relações político-diplomáticas com o Vaticano e a garantia do
direito de liberdade religiosa aos cidadãos.
e) impediu o surgimento de fluxos de emigração de camponeses para o Continente Americano
através da implantação de uma política de fechamento das suas fronteiras.
Letra b.
A Unificação Italiana e a Alemã acabaram por redesenhar a configuração geopolítica da Euro-
pa, que, nessa época, vivia a onda nacionalista e imperialista que culminou na Primeira Guerra
Mundial.
Questão 46 A Itália, antes de ser unificada, era constituída de uma série de pequenos reinos
fragmentados. O reino que, sob a liderança do conde Camilo de Cavour, encabeçou o processo
de unificação, na segunda metade do século XIX, foi:
a) Reino de Piemonte-Sardenha
b) Reino de Lancaster
c) Reino de Córsega
d) Reino de Lombardia
e) Reino de Mônaco.
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Letra a.
O reino de Sardenha-Piemonte foi o responsável por buscar a unificação da Itália a partir da
ideologia nacionalista que se alastrava pela Europa no século XIX. Foi a partir das ações desse
reino que os demais reinos italianos se agregaram em um corpo político comum com estrutura
nacional.
Letra e.
Belle Époque foi um período da História, sobretudo no mundo ocidental, que abrange o perío-
do de 1871, quando teve fim a Guerra Franco-Prussiana, e junho de 1914, quando começou a
Primeira Guerra Mundial. Esse foi um período marcado pela euforia provocada pelo progresso
tecno-científico da segunda metade do século XIX.
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c) Tríplice Aliança (França, Alemanha e Rússia) e Tríplice Entente (Portugal, França e Estados
Unidos).
d) Tríplice Aliança (Itália, Império Austro-Húngaro e Alemanha) e Tríplice Entente (Rússia, Ingla-
terra e França).
e) Tríplice Aliança (Brasil, Itália e Alemanha) e Tríplice Entente (Rússia, França e Espanha).
Letra d.
Memorize o mapa mental acerca dos blocos formados na Primeira Guerra.
Daniel Vasconcellos
Daniel Vasconcellos é Pós-graduado em Docência do Ensino Superior pela Faculdade Darwin (2013).
Graduado em História pelo Centro Universitário de Patos de Minas - UNIPAM (2003). Possui mais de 15
anos de experiência em docência nas áreas de História, Filosofia, Sociologia, Geografia e Metodologia
Científica, no Ensino Médio, Superior e em Preparatório para Vestibulares e Concursos. Atua como professor
concursado da Secretária de Estado da Educação do Distrito Federal.
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