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RESUMO MT2 HISTÓRIA – 8º ANO

A REVOLUÇÃO FRANCESA

A partir de 1789, as ideias tecidas pelos pensadores iluministas ganharam corpo, começaram a tomar as ruas
e a mover os atos de inúmeras pessoas. Na França, uma enorme crise levaria a outra revolução política,
celebrizada como Revolução Francesa. O povo se rebelou, um rei e uma rainha ficaram sem suas cabeças, a
nobreza e o clero tremeram. O Antigo Regime acabou.

A Revolução Francesa, ciclo revolucionário que aconteceu entre 1789 e 1799, foi responsável pelo fim dos
privilégios da aristocracia e pelo término do Antigo Regime (Absolutismo e Mercantilismo).

Lembranças de um soldado
A guarda imperial do exército francês era uma tropa de elite formada por veteranos de diversas batalhas
comandadas por Napoleão. Daí também ser conhecida como velha guarda.

Notícia da Bastilha
A Queda da Bastilha aconteceu em 14 de julho de 1789, a Bastilha, que contava com apenas 32 guardas em
serviço e só três canhões funcionando, foi tomada por mais de mil pessoas. O comandante, o marquês de
Launey, tentou em vão negociar com os revoltosos. Eles cortaram sua cabeça, enfiaram-na na ponta de uma
lança e desfilaram com ela pelas ruas de Paris. A Bastilha era o símbolo do poder absolutista do rei francês.

O Grande Medo
Artesãos, operários, desempregados, todos exigiam melhores condições de vida, pão barato e participação
política. Na zona rural, os camponeses saqueavam propriedades, incendiavam castelos, matavam nobres.
Exigiam a propriedade das terras que cultivavam e o fim dos impostos feudais. Sim, porque ainda havia
impostos feudais cobrados pela aristocracia rural francesa. Neste período, conhecido como O Grande Medo,
os nobres ficaram apavorados. Muitos fugiram de seus castelos e até mesmo da França

Os grupos mais pobres da população urbana que aderiu à Revolução ficaram conhecidos como sans-culottes.

A burguesia desafia o rei


Tesouro (quase) falido Convocação para a Assembleia.
A corte de Versalhes consumia fortunas para sustentar o modo de vida da família real e de seus agregados.
Além disso, Luís XV, pai de Luís XVI, havia envolvido a França em guerras caríssimas. O quadro, que já era
desolador, encontrava-se ainda pior devido à série de más colheitas que vinham ocorrendo desde a década
de 1770. Faltava pão nas cidades. Muitos passavam fome.

Luís XVI convocou os Estados Gerais (Nobreza, Clero e Burguesia + camponeses) para tentar impor ao clero
e à nobreza a obrigação de contribuir para o tesouro monárquico. Antes, em 1787, ele tinha convocado uma
assembleia composta apenas de padres e nobres, para tentar convencê-los a pagar impostos. Nobreza e clero
não aceitaram. O rei, então, seguiu o conselho de seu ministro das finanças, e resolveu apelar para os Estados
Gerais. Pretendia mobilizar a burguesia e as classes trabalhadoras do Terceiro Estado contra o clero e a
nobreza. Decisão arriscada: há quem diga que o rei acabou “dando um tiro no pé” com essa convocação.

Confusão na Assembleia

A burguesia apoiou com entusiasmo a convocação do rei porque percebeu a possibilidade de dividir a carga
de impostos com a nobreza e o clero. O Terceiro Estado queria que o voto fosse por número de pessoas. Mas
o clero e a nobreza foram contra, queriam o voto por estado. O rei percebeu o perigo que aquilo representava

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para a sua autoridade e suspendeu a reunião da Assembleia. Já era tarde. No dia 17 de junho, representantes
do Terceiro Estado resolveram transformar aquela reunião em uma Assembleia Nacional Constituinte, com
voto individual. Para eles, o princípio da soberania nacional se sobrepunha à monarquia absoluta de direito
divino.

Diante da pressão, o rei capitulou e determinou que os deputados do clero e da nobreza se reunissem com
os do Terceiro Estado.

Em julho, o clima esquentou. Nas ruas de Paris só se falava em revolução. O povo tomou a Bastilha e os
camponeses se revoltaram contra os privilégios dos nobres.

Neste período, conhecido como O Grande Medo, os nobres ficaram apavorados. Muitos fugiram de seus
castelos e até mesmo da França.

A Declaração dos Direitos e a Constituição

O primeiro grande ato da Assembleia Nacional aconteceu na noite de 4 de agosto: sob grande entusiasmo,
ela aboliu o regime feudal. Não havia mais ordens sociais nem obrigações servis. O segundo ato foi a redação
da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão, aprovada alguns meses depois. Ela estabeleceu que
todos os homens teriam direito à liberdade, à propriedade e à igualdade perante a lei. Estabeleceu também
que todos teriam o direito de resistir a qualquer tirania. Tudo isso seria depois consagrado na Constituição
de 1791. Em junho de 1791, Luís XVI fugiu da França indignado.

Fuga do rei

O objetivo da fuga era buscar o apoio do imperador austríaco, irmão da rainha Maria Antonieta, para invadir
a França. Queria acabar com o que considerava uma bagunça. Luís XVI julgava ser rei por vontade de Deus e

estava indignado: como obedecer a uma Constituição feita por “seus súditos” que agora se diziam “cidadãos
livres”?

Mas a fuga não deu certo. Descoberto no meio do caminho, apesar de disfarçado, o rei foi preso e
reconduzido a Paris. Cresciam as suspeitas de que o rei conspirava para trair a França.

A vitória do Terror
Em agosto de 1791, os reinos da Áustria e da Prússia ameaçaram atacar a França para deter o processo
revolucionário em curso. Luís XVI fez, então, um grande jogo de cena. Apoiou a declaração de guerra contra
aquelas monarquias, mas torcia para que elas acabassem com a revolução. De nada adiantou. O rei e a rainha
foram presos sob suspeita de traição.

Revolução e guerra

A população se mobilizou para combater a invasão, ocorrida em 1792. Os franceses, sobretudo os


camponeses, alistavam-se com entusiasmo para defender a Revolução em curso.

Nessa altura dos acontecimentos, a Marselhesa, que é hoje o hino nacional da França, havia se tornado o
hino da Revolução. Foi na Batalha de Valmy, em setembro de 1792, que o exército francês derrotou os
invasores prussianos.

Convenção revolucionária

Os representantes da nobreza e do clero tremiam de medo, enquanto os partidários da Revolução


comandavam a discussão. Entre eles, contudo, começava a surgir uma divisão: de um lado, os moderados,
chamados girondinos, que defendiam a monarquia constitucional e eram apoiados pela maior parte da
burguesia; do outro, os radicais, chamados jacobinos, que defendiam a igualdade social entre os cidadãos e
eram apoiados pelos trabalhadores rurais e urbanos. Alguns jacobinos, inclusive, defendiam a república
como regime ideal.
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A vitória francesa em Valmy fortaleceu os jacobinos. Foram convocadas eleições para nova assembleia. Pela
primeira vez, todos os cidadãos adultos do sexo masculino poderiam votar. Era o chamado sufrágio universal
(mas somente masculino, porque as mulheres não podiam votar).

A Convenção Nacional, como ficou conhecida, elaborou uma nova constituição, aprovada em 1793, que
instituiu a República na França.

Despotismo da liberdade

A principal marca desse período foi a perseguição daqueles que, segundo os jacobinos, conspiravam contra
a Revolução. Eles chegaram a decretar a Lei dos Suspeitos, segundo a qual qualquer pessoa poderia ser
considerada suspeita de trair a Revolução, até mesmo um líder jacobino.

Nos quase três anos em que os jacobinos governaram a França, cerca de 15 mil pessoas foram executadas
na guilhotina. Algumas eram contrarrevolucionárias, outras nem tanto, e muitas eram inocentes. Foi esse
clima de violência que fez com que essa etapa revolucionária ficasse conhecida como Terror.

A intolerância dos jacobinos com os opositores do regime não tinha limites.

Não poupou sequer os jacobinos que discordavam do governo, como Danton, um de seus principais líderes.
Ele foi preso por defender que o governo fosse mais tolerante. Acusado de trair a Revolução, foi guilhotinado
em Paris. Robespierre, também líder dos jacobinos, chegou a inventar um conceito: despotismo da
liberdade. Dizia que, para defender a liberdade pública e individual dos franceses, era preciso um governo
despótico, tirânico. Como misturar despotismo com liberdade? Impossível. Mas foi o que os jacobinos
fizeram nessa fase da Revolução.

A primeira grande execução foi a do rei Luís XVI. Condenado por traição, morreu na guilhotina em 21 de
janeiro de 1793. Em outubro, foi a vez de a rainha Maria Antonieta perder a cabeça. Depois foram executados
diversos nobres, bispos, padres, comerciantes e outros tantos girondinos que estavam na oposição.

Os excessos do Terror custaram caro aos radicais. Afinal, ninguém se sentia seguro naquele ambiente, nem
o mais leal dos revolucionários.

Muitos girondinos, apoiados por alguns jacobinos, começaram a conspirar contra o governo. Em julho de
1794, Robespierre e Saint-Just foram presos de surpresa e guilhotinados, com outros 19 jacobinos radicais.
A essas 19 cabeças, juntaram-se outras 71 nos dias seguintes, quase todas de amigos de Robespierre.

Revoltas de sans-culottes em Paris, que apoiavam Robespierre, foram esmagadas pelo exército. Era o Terror
para acabar com o Terror. O golpe de 1794 foi patrocinado pela burguesia, temerosa de que a Revolução se
virasse contra ela.

Rumo ao golpe de Napoleão


Na guerra contra prussianos e austríacos havia no comando do exército francês um jovem general, tido como
o mais brilhante do exército francês: Napoleão Bonaparte. Napoleão apoiava os jacobinos e defendia o
regime republicano.

Mas o jovem general quase caiu em desgraça quando, em 1793, se recusou a reprimir a revolta da Vendeia
(formada por camponeses), que defendia a volta da monarquia.

Com a queda dos jacobinos, Napoleão recuperou seu prestígio ao esmagar uma revolta de nobres em 1795,
que tentou restaurar a monarquia coroando um irmão de Luís XVI.

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Em 1796, Napoleão foi nomeado comandante do exército francês e enviado ao norte da Itália. Colecionando
vitórias, foi indicado, em 1798, para comandar a conquista do Egito.

O jovem Napoleão

Napoleão nasceu em Córsega, importante ilha do Mediterrâneo, no mesmo ano em que ela passou a
pertencer ao reino francês, 1769. Mas a Córsega era terra de italianos, de modo que Napoleão era um corso,
como eram chamados os naturais daquela ilha, e falava tanto o dialeto italiano da Córsega quanto o francês.
Filho de advogado, Napoleão tinha sete irmãos.

Napoleão foi enviado para a França para estudar em escolas militares. E, desde 1792, de olho em promoções
que poderia obter, apoiou os jacobinos. Vitorioso na guerra, suas ambições cresceram. Mudou até um
detalhe do seu nome, que de Buonaparte, nome italiano, passou a ser Bonaparte, que soava melhor em
francês.

Os golpes de Paris

Em Paris, a Revolução seguia seu caminho, mas se tornou, cada vez mais, uma revolução burguesa. Uma
nova Constituição, aprovada em agosto de 1795, reforçava o direito à propriedade e ao lucro. E limitava
novamente a igualdade entre os cidadãos aos direitos civis: todos eram iguais perante a lei, nada além disso.
Igualdade social, como pregava Rousseau, não! Mas é claro que houve reações populares. Uma delas foi a
chefiada por François Babeuf, o novo líder dos sans-culottes: a Conjuração dos Iguais, que combatia a
propriedade privada. A Constituição de 1795 também estabeleceu que a França continuaria a ser uma
República, porém governada por um Diretório, isto é, um grupo de dirigentes revolucionários. Não deu
certo. Todos queriam mandar, e ninguém obedecia a ninguém.

O grande golpe

A burguesia então resolveu acabar com o impasse, apelando ao grande general Napoleão Bonaparte. Em
1799, Napoleão derrubou o Diretório e fundou o Consulado, no qual dividia o poder com outros dois
revolucionários. Mas Napoleão não era homem de dividir o poder. Passou por cima dos colegas de governo
e convocou um plebiscito para o retorno da monarquia. Ele queria ser o novo rei da França, embora com
outro título. Napoleão obteve mais de 60% dos votos. Em 1804, tornou-se imperador da França.

Apoiado pelo exército, o governo de Napoleão reforçou as conquistas da burguesia e também as do


campesinato no processo revolucionário. Criou o chamado Código Napoleônico, consagrando o direito à
propriedade privada, o casamento civil e a igualdade de todos perante a lei. Estimulou a indústria francesa,
taxando os produtos importados, e protegeu os camponeses, facilitando o acesso à propriedade da terra.

A coroação de Napoleão e Josefina

Napoleão convidou o papa Pio VII e outros cardeais para o ato de sua coroação como imperador da França,
que ocorreu na Catedral de Notre-Dame, em Paris. Pretendia, com esse gesto e com a abolição do calendário
jacobino, acalmar as relações da França com a Igreja católica.

4 minutos, vale a pena assistir!

https://www.youtube.com/watch?v=1nG6WDnJDms

https://www.youtube.com/watch?v=q6UhUmvOp0I

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